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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 1 A CONSTITUIÇÃO DE UM MODELO ASSOCIATIVISTA FAMILIAR COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL SUSTENTAVEL: O CASO DO BORBOLETÁRIO DO SESC PANTANAL EM POCONÉ-MT [email protected] APRESENTACAO ORAL-Desenvolvimento Rural, Territorial e regional WYLMOR TIVES DALFOVO; CLÁUDIA REGINA HECK; FELICIANO LHANOS AZUAGA; LÚCIA LORENA HAUPT BUCHENRODE. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO - UNEMAT, SINOP - MT - BRASIL. A Constituição de um Modelo Associativista Familiar como Alternativa de Desenvolvimento Local e Regional Sustentável: o caso do Borboletário do SESC Pantanal em Poconé-MT. Resumo O Projeto borboletário, desenvolvido pelo Hotel SESC Pantanal alia geração de renda, desenvolvimento sustentável e associativismo através da organização familiar para a comunidade carente do município de Poconé-MT. A metodologia usada no estudo foi o método exploratório, descritivo, qualitativo, e bibliográfico, já quanto aos meios, foram utilizados os métodos observatório e documental. Como resultados obtidos tem-se que a renda gerada, apesar de não ser suficiente para a manutenção das famílias, permite que as mesmas possam financiar a aquisição de consumo e cumprir com o pagamento de seus compromissos financeiros, proporcionando melhorias na qualidade de vida. O associativismo como forma de organização familiar é responsável pela sustentabilidade do projeto e contribui para o aumento da dignidade dos membros, à medida que além da renda, também trabalha com a educação ambiental e com a preservação do meio ambiente. Palavras-chave: Desenvolvimento Regional, Sustentabilidade Ambiental, Associativismo, Organização Familiar, emprego e renda. Abstract: The Butterfly Project, developed by Hotel SESC Pantanal, has combined income creation, sustainable development and family`s organization to transform the way of life of families in the Poconé city - MT. The methodology used in this study, were exploratory, descriptive, qualitative and bibliography methods. About the development of study, were used observatory and documentary. About the results, was establish that the generated income is not enough to families survival, allows them to finance the consumption purchase and to comply with the payment of their financial commitments, improving the quality of their lives. The associationism as form of family`s organization is responsible for

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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A CONSTITUIÇÃO DE UM MODELO ASSOCIATIVISTA FAMILIAR COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL SUSTENTAVEL: O CASO DO BORBOLETÁRIO DO SESC PANTANAL EM POCONÉ-MT [email protected] APRESENTACAO ORAL-Desenvolvimento Rural, Territorial e regional WYLMOR TIVES DALFOVO; CLÁUDIA REGINA HECK; FELICIAN O LHANOS AZUAGA; LÚCIA LORENA HAUPT BUCHENRODE. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO - UNEMAT, SINOP - MT - BRASIL.

A Constituição de um Modelo Associativista Familiar como Alternativa de Desenvolvimento Local e Regional Sustentável: o caso do Borboletário do SESC Pantanal em Poconé-MT.

Resumo

O Projeto borboletário, desenvolvido pelo Hotel SESC Pantanal alia geração de renda, desenvolvimento sustentável e associativismo através da organização familiar para a comunidade carente do município de Poconé-MT. A metodologia usada no estudo foi o método exploratório, descritivo, qualitativo, e bibliográfico, já quanto aos meios, foram utilizados os métodos observatório e documental. Como resultados obtidos tem-se que a renda gerada, apesar de não ser suficiente para a manutenção das famílias, permite que as mesmas possam financiar a aquisição de consumo e cumprir com o pagamento de seus compromissos financeiros, proporcionando melhorias na qualidade de vida. O associativismo como forma de organização familiar é responsável pela sustentabilidade do projeto e contribui para o aumento da dignidade dos membros, à medida que além da renda, também trabalha com a educação ambiental e com a preservação do meio ambiente. Palavras-chave: Desenvolvimento Regional, Sustentabilidade Ambiental, Associativismo, Organização Familiar, emprego e renda. Abstract: The Butterfly Project, developed by Hotel SESC Pantanal, has combined income creation, sustainable development and family`s organization to transform the way of life of families in the Poconé city - MT. The methodology used in this study, were exploratory, descriptive, qualitative and bibliography methods. About the development of study, were used observatory and documentary. About the results, was establish that the generated income is not enough to families survival, allows them to finance the consumption purchase and to comply with the payment of their financial commitments, improving the quality of their lives. The associationism as form of family`s organization is responsible for

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the sustainability`s project and contributes to increasing the dignity of his members because, as well income, also works with environmental education and environment preservation. Keywords: Regional Development, Environmental Sustainability, Associations, Organization family, employment and income 1 Introdução

Uma das questões mais discutidas na atualidade diz respeito ao desenvolvimento

sustentável, unindo atividades produtivas, ambientais, sociais e econômicas, com ênfase ao desenvolvimento humano, respeitando o meio existente e as condições de sustentabilidade. Este artigo busca demonstrar os esforços na organização das comunidades localizadas na região pantaneira mato-grossense, através de práticas responsáveis geradoras de emprego e renda, colocando em prática os conceitos teóricos sobre o desenvolvimento econômico sustentável e ao mesmo disponibilizando a subsistência humana digna.

Assim, para que os quatros elos possam efetivamente acontecer, sendo respectivamente, o desenvolvimento econômico, a sustentabilidade, a geração de emprego e renda, o Borboletário do SESC (Serviço Social do Comércio) Pantanal, localizado no Hotel SESC Porto Cercado, a 45 km da cidade de Poconé-MT, desenvolve uma atividade de integração entre moradores, meio ambiente e turistas, através do desenvolvimento de atividades geradoras de emprego e renda. A estância integra lazer e hospedagem, possuindo uma reserva ecológica com 106.000 mil hectares, adequada à educação ambiental, à pesquisa científica, com preservação dos recursos naturais associados a programas recreativos, educativos e acadêmicos. Nessa estrutura, existe o Borboletário do SESC Pantanal, com uma estrutura de aproximadamente 7 metros de altura e 300 m² de diâmetro, estando à disposição para quem queira conhecer o ciclo das borboletas, procurando recriar o ambiente natural desses insetos.

Ainda, ela oferece todas as condições básicas e necessárias para esta instalação. No Borboletário não há barreiras entre a presença humana e das borboletas. Assim, o Borboletário fazendo parte do projeto do SESC Pantanal, mantém sua produção de borboletas através do modelo de associativismo, através da associação formada por 25 pessoas, com um total de 25 famílias. Essas cuidam das crisálidas ou pupas (borboletas em fase de larvas e casulos) para que possam ser transportadas para o hotel e posteriormente devolvidas ao Borboletário. As famílias vivem da exploração de atividades desenvolvidas de forma sustentável, através da união de esforços, estimulando a consciência sustentável, permitindo a essas pessoas uma forma de obtenção de renda adicional, equilibrando atividades produtivas com a fauna e a flora existentes no pantanal mato-grossense.

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2 As Questões Teóricas que Fundamentam o Desenvolvimento Local Regional Sustentável

Nas últimas décadas, conceitos como desenvolvimento sócioeconômico e sustentabilidade estão sendo aprofundados nos estudos econômicos e passam a responder por diversas ações práticas de resultado positivo. Isto tem influenciado no melhor aproveitamento dos recursos e melhoria na qualidade de vida da sociedade.

Para que se possa ter uma melhor compreensão dos conceitos ligados ao desenvolvimento, torna-se fundamental conhecer os interesses envolvidos neste processo, próprios do conceito de economia. SINGER (2002) relata que as atividades são puramente individuais, externas à divisão social do trabalho. A economia faz parte do papel social de cada um na sociedade, à medida que se constrói uma atividade econômica, de essência individual, “pessoas racionais que pensam na margem”, e que se relacionam entre os agentes individuais visando atender as suas necessidades e desejos. Observa-se que há uma relação direta entre a produção, o consumo e a geração de renda. A maneira com que esses três elementos estão associados irá determinar as características sócioeconômicas de um país. Desta forma, a concentração dos fatores de produção e do lucro gera o aumento da desigualdade e exclui os agentes econômicos do mercado.

Segundo dados do PNUD (2010) “atualmente, o Brasil é o 10ª mais desigual numa lista com 126 países e territórios”. Ainda, cabe destacar que a metade mais pobre da população brasileira consome apenas 12% da renda nacional, enquanto apenas 1% das famílias mais ricas consome 15%. Isto se explica pela maneira com que está estruturada a produção no país e a condução das políticas públicas que não atingem seus objetivos.

Basicamente as principais consequências da má distribuição de renda estão vinculadas à falta de assistência médica, boa moradia, boa alimentação. Em vista dessa precária condição, a população tem expectativa de vida menor, torna-se mais dependente do Estado através de políticas públicas e interferem no crescimento da produção do país. Contrapondo-se a essa lógica, os estudos sobre desenvolvimento, em especial sobre desenvolvimento sustentável servem de premissa para criar alternativa a esta situação à medida que vem buscando aliar as condições existentes com os meios existentes.

MAY (2010) descreve ainda que o desenvolvimento sustentável põe também em

realce o desenvolvimento equitativo, a superação das disparidades entre países ricos e pobres, como importante forma de ganho. O desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.

SCHMIDHEINY (2002) adverte que não é possível haver desenvolvimento sem

prejudicar a natureza. Todavia, o grande segredo está em saber administrá-la. Isto é, o

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gerenciamento das mudanças que ocorrem nas sociedades de hoje tem que ser mais eficiente que antes. É fundamental que se faça uma boa gestão do desenvolvimento, aliada a uma utilização responsável dos recursos naturais disponíveis. Portanto, em muitas situações o desenvolvimento econômico se beneficiará dessa boa gestão, em vez de ser impedido por ela.

DAVIDOVICH (1993) reconhece a difícil exequibilidade da abordagem dos elos econômicos, sociais e ambientais para o desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável se preocupa com o equilíbrio do planeta e com os problemas atuais do modelo de desenvolvimento capitalista centrado no lucro (UNESCO, 2005). Busca, ainda, equidade entre presente e futuro, entre países e continentes, entre raças e classes, entre sexos e gerações. De forma simples e, ao mesmo tempo, complexa, visa desenvolver a harmonia entre os seres humanos e a humanidade, e entre a humanidade e a natureza.

SACHS (2000) relata ainda que a vinculação do desenvolvimento social com o

meio ambiente é necessária para que se possa alcançar o desenvolvimento sustentável que tem por objetivo alcançar um crescimento econômico e social que não dilapide o patrimônio natural das nações nem perturbe os equilíbrios ecológicos. O desenvolvimento sustentável não desconsidera a igualdade, a justiça social e o fortalecimento da cidadania; ao contrário, preocupa-se com a qualidade de vida e bem-estar da sociedade, ao mesmo tempo em que promove em cada ser humano, o sentimento de pertencimento e cidadania.

Nessa mesma linha de raciocínio, SCHULTZ, MORAES e BACH (2002, p. 3)

afirmam que, “no que se refere às questões ambientais, o debate se direciona na busca de um novo modelo de desenvolvimento pautado no respeito ao meio ambiente, na justiça social e na participação do cidadão”.

Desta forma, frente ao exposto, depreende que, apesar das dificuldades percebidas e

detectadas nos debates e discussões sobre desenvolvimento sustentável, faz-se necessária uma articulação entre toda a sociedade organizada para a construção de outros modelos de desenvolvimento preocupados com as demandas da geração presente sem esquecer as demandas das gerações futuras. No que se refere às pesquisas sobre o Borboletário,

Segundo IBAMA (2010) são poucos centros credenciados para comercialização e

funcionamento produtivo. No panorama ambiental descrito, havia em 2003 apenas 02 borboletários, um Belo Horizonte-MG e outro em Foz do Iguaçu-PR. Em 2008 já constava com 13 borboletários registrados, dentre esses os de Diadema-SP, Mangal das Garças-RJ, Parati-RJ, Brasília-DF e Poconé-MT.

Para MARINI FILHO (2008), descreve que o Brasil é dono da quarta maior

diversidade de borboletas do mundo, tem identificadas cerca de 3 mil espécies do inseto. As borboletas são importantes tanto para conservação da natureza, quanto para a ciência e a economia. Isto porque, através das borboletas foram estabelecidas as consistentes evidências dos efeitos nocivos dos organismos geneticamente modificados (OGMs) à

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estrutura do DNA. A atividade humana está interferindo de forma decisiva na diversidade biológica que naturalmente foi se gerando ao longo de milhares de anos.

Segundo BACSFALUSI (2008) “Na natureza, o índice de sobrevivência é de 25%.

Nos criadouros, chega a 85%. Como as fêmeas têm que ser soltas, o problema é que apenas borboletas que não estejam ameaçadas de extinção podem ser criadas em cativeiro, ou seja, as mais raras, tão desejadas pelos colecionadores, estão fora dos borboletários”.

Dados da CONFERÊNCIA NACIONAL SOBRE EMPREENDIMENTOS

FLORESTAIS (2007) apud UNESCO (2008), realizada em Rio Branco-AC, junto a outras histórias de comunidades florestais de outros países tropicais, foi apresentado o caso da comunidade Amani, produtora de borboletas da Tanzânia. Como os habitantes daquela região quase não tinham renda - somente a oriunda da produção de cravo-da-índia, café, banana e cardomomo - deu-se início a um empreendimento de exportação de borboletas. Na região há muitas espécies endêmicas, como a magnífica Hypolimnas antevorta, uma borboleta azul listrada com pontos brancos e a maior delas, a Papilo ophidicephalus, também a mais cara e a mais procurada pelos expositores europeus e norte-americanos.

Segundo os mesmos dados, os casulos são enviados via aérea a zoológicos

particulares da Europa e América do Norte. Como o tempo de vida das borboletas é de apenas algumas semanas, logo os expositores necessitam de mais e mais casulos. O empreendimento deu tão certo que está transformando vidas nas aldeias. A venda dos agricultores aumentou 20%. Agora eles já têm comitês executivos para os preços dos produtos e também comitês que tratam de assuntos como o meio ambiente. Uma recente pesquisa constatou que hoje as florestas são bem mais protegidas e a consciência conservacionista é maior entre os criadores de borboletas do que entre aqueles que não estão envolvidos com essa iniciativa.

Para HOLANDA (2007), o Borboletário Didático deve se transformar em breve em

importante ferramenta de educação ambiental, pesquisa, conservação e lazer. Atualmente, existem cerca de 250 borboletários no mundo. A grande maioria fica na Europa e América do Norte. "O Borboletário da Universidade Federal Ceará pode ser um espaço singular em Fortaleza, mas é preciso parcerias para mantê-lo e ampliá-lo, viabilizando o seu usufruto por toda a comunidade". Além disso, essa atividade pode ser também uma fonte de renda, através da criação de um borboletário para visitação; através da venda de pupas para borboletários do mundo todo, de kits com ovos e lagartas para escolas, de borboletas para a confecção de objetos decorativos e de borboletas vivas para serem soltas em ocasiões festivas, como casamentos.

Um elemento importante para a criação de borboletários é a participação da

comunidade local na criação dos ovos e lagartas, fazendo com que as borboletas completem adequadamente seu ciclo de vida, até que possa ser soltas no espaço reservado para elas. O envolvimento de comunidades carentes tem permitido a geração de renda para as famílias e o emprego dos conceitos de sustentabilidade. Esta participação se dá através

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de associações que além da renda agregam novas perspectivas de vida para os seus membros.

ALBUQUERQUE (2003) ressalta que “o associativismo é uma perspectiva

democrática”, e que as ações realizadas por este grupo de pessoas permitirá exercitar a cidadania, independente dos resultados alcançados. Desta forma, além dos objetivos específicos de uma associação - geração de renda ou outro - produzirá reflexos, não mensuráveis, sobre a percepção de vida de seus membros, que muitas vezes não foram planejados ou estimados.

Assim, trazer a conscientização de que o associativismo é um processo de formação

da classe trabalhadora. Para integrar as pessoas, melhorar a vida, afirmar seus direitos, propor soluções para o projeto que participa, fortalecerem e se verem como sujeitos coletivos ativos. Porque a associativismo tem a natureza de um sistema integrado onde cada partícula depende de outra para garantir sua existência.

KAPRON & FIALHO (2003, p. 215) destacam que a implantação de políticas

públicas para os setores associativos e para a economia social como um todo, “permite a ampliação dos espaços entre o Estado e a sociedade organizada, extrapolando os limites de atuação da esfera estatal através da construção de parcerias entre instituições governamentais e entidades civis”.

No final do século XX, em resposta as transformações econômicas e políticas, a

sociedade passa a se reorganizar, “proliferação de organizações não-governamentais, cujos objetivos são os mais diversos, estendendo-se desde a luta pela obtenção de direitos ou pela sua manutenção, passando pela defesa do meio ambiente chegando até a prestação de serviços de natureza pública” KAPRON & FIALHO (2003, p. 216). Essas novas organizações sociais buscam um novo modelo de sociedade e o desenvolvimento sustentável das mesmas.

Diante do exposto, observa-se que a lógica da satisfação das necessidades, através

da ação individual, não encontra sustentação no contexto econômico global. O objetivo único do lucro, que move a ação capitalista, está se adaptando a uma nova perspectiva de desenvolvimento sustentável, respeitando o meio onde está inserido. Atividades que antes não possuíam valor econômico, como a criação de borboletas, passa a ser valorizadas e ter seu preço determinado pelas relações de mercado. Agentes econômicos que antes dependiam de assistência do Estado, podem contar com a sociedade organizada e criar através do associativismo novas perspectivas de geração de renda, deixando de ser um beneficiário de políticas públicas e tornando-se um agente que influencia diretamente na determinação das mesmas. 3 A Contextualização do Município de Poconé-MT, da Estância Ecológica do SESC Pantanal

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O município de Poconé possui 32.162 habitantes (IBGE, 2009), tem seus limites territoriais com os municípios de Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço e Cáceres. A distância da capital Cuiabá é 94,80 km, Possi uma extensão territorial de 17.126,38 km². Está localizado na mesorregião 130, microrregião 535 – Alto Pantanal, no centro sul de Mato Grosso, sendo banhado pela Grande Bacia do Prata. Seu relevo caracteriza-se por província serrana e pantanal (FERREIRA, 2001).

Segundo RONDON (1981) apud FERREIRA (2001) o ciclo do ouro em Poconé foi à principal atividade econômica “num período de 87 anos, ou seja, de 1777 a 1864, das descobertas das lavras até a guerra do Paraguai”. No período Republicano e durante grande parte do século XX, o município permaneceu com atividades extrativistas e mineradoras, vivendo em um processo de lentidão econômica até o começo dos anos de 1980.

Neste período se acentua a crise pecuária e da agricultura pelo processo de

modernização da produção e investimento em outras regiões do Estado, e a mineração não apresenta rendimentos para garantir a reprodução das famílias. Assim, intensificam os programas de turismo como possível alternativa econômica, recebendo visitantes de varias partes do país e do mundo.

No entanto, mesmo com o desenvolvimento da atividade de turismo, o município

de Poconé, apresentou no ano de 2000 o sexto menor IDH – Índice de Desenvolvimento Humano do Estado de Mato Grosso (SEPLAN). A renda per capita de R$ 6.601,00 ao ano, em 2007 (IBGE, 2010), está 43,37% abaixo da renda per capita do Estado que é de R$ 11.658,00, SEPLAN (2008). O setor de serviços representa 49% do PIB – Produto Interno Bruto do município.

Desta forma, o município apresenta problemas sociais e econômicos, pois existem

desafios para fomentar, com poucas iniciativas, a geração de emprego e renda. Através da prestação de serviços, de trabalhos individuais, como o caso das doceiras, artesões, da comida típica, das danças, dos criadores de borboletas entre outros, criam-se alternativas de desenvolvimento econômico, aliado à geração de emprego e renda, embora com baixo retorno financeiro. No histórico dos munícipes de Poconé-MT, figuram pessoas com dificuldades para encontrar uma ocupação, limitadas por dois fatores: a) a qualificação profissional é mínima, fruto do processo de formação cultural e econômica de municípios localizados no sul mato-grossense; e, b) as constantes crises econômicas na exploração garimpeira e agropecuária, em uma região com baixo índice de desenvolvimento tecnológico o que desestimula a produção e reduz o nível de emprego. 3.1 A Estância Ecológica SESC Pantanal

A EESP – Estância Ecológica SESC Pantanal é mantida pelo SESC (Serviço Social

do Comércio) que presta atendimento desde 1946 quando o Presidente da República Eurico Gaspar Dutra selou o Decreto–Lei nº 9.853 instituindo o SESC, criado sob a inspiração da consciência social de empresários e sindicatos do comércio, sendo mantido pelo empresariado comerciário brasileiro. A missão do SESC é “contribuir para uma sociedade

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mais justa. Proporcionar uma qualidade de vida melhor para os trabalhadores servidores do setor, principalmente os de menor renda” (SESC NACIONAL, 2003).

Assim, o SESC (2003) direcionou esforços para os municípios mato-grossenses,

dentre esses Poconé e Barão de Melgaço1, dedicando a esses um empreendimento direcionado à educação ambiental. Desta forma, os trabalhos da Estância Ecológica SESC Pantanal – EESP foram iniciados em 1997, com 05 unidades operacionais de missões específicas para com a comunidade e meio ambiente. São elas:

A RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Nacional), com 106.644 hectares entre os rios Cuiabá e São Lourenço. É um espaço permanente de pesquisa, conhecimento, educação ambiental, preservação e valorização da vida. O CAP – Centro de Atividades de Poconé, que desenvolve programas de melhoria da qualidade de vida das populações do entorno da RPPN, sobretudo nos municípios de Poconé e Barão de Melgaço. A unidade oferece desde 1998 um projeto de educação, saúde, lazer, cultura e assistência. O CAP é a sede de projetos de geração de renda como o Projeto Borboletário, iniciado em 2003 e o Projeto Cumbaru, iniciado em 2005. O HSPC – Hotel SESC Porto Cercado está a 45 quilômetros de Poconé e 145 Km de Cuiabá. Dispõe de apartamentos construídos e mantidos dentro das normas ambientais. O hotel abriga o projeto Borboletário, continuado no CAP em Poconé, com um total de 3.000 borboletas numa redoma natural, com 20 a 30 espécies de acordo com as estações do ano. A Base Administrativa funciona em Várzea Grande e é responsável pela administração central da EESP.

O projeto Borboletário conta, atualmente, com 25 famílias associadas e denomina-

se como Associação dos Criadores de Borboletas de Poconé – ACBP. Essa tem a função de abastecer o borboletário do HSPC. Os associados recebem os ovos coletados do laboratório do hotel e levam para suas casas. Quando os ovos se transformam em lagartas e, posteriormente, crisálidas são vendidas ao borboletário do hotel. A ACBP se reúne semanalmente no CAP. Gera renda e torna-se uma nova ocupação, meio de informação e educação ambiental para os associados e suas famílias, sendo que aqueles que conhecem o projeto passam a difundir a idéia de respeito à natureza.

3.2 As Atividades desenvolvidas pelo borboletário, seu processo de organização para a produção e as questões associativistas

O Borboletário do SESC Pantanal emprega três funcionários diretamente: um

encarregado, e dois monitores ambientais, funcionários que iniciaram com o projeto desde 2001. Conhecedores do mundo das borboletas, ambos os funcionários exercem a função de zelar pelo local e manusear a produção para entrada e saída de ovos, bem como também dão maiores explicações para pesquisadores e visitantes. No berçário e no pupário do laboratório, são mantidas as formas juvenis – ovos, lagartas e crisálidas ou pupas. Lá são alimentadas e protegidas até o nascimento. Algumas borboletas são coletadas no Parque 1 O município de Barão do Melgaço tem limitação geográfica com Poconé, possui uma população de 7.851 habitantes (IBGE, 2007), sendo o quarto menor IDH do Estado de Mato Grosso.

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SESC Baía das Pedras (outra unidade da EESP). Lá é possível coletar variadas espécies de borboletas, possibilitando interação genética entre as espécies. Também são colocadas arapucas para borboletas nas trilhas das proximidades do HSPC, com frutas servindo de atrativo para os insetos.

Ocorre uma identificação de cada crisálida com sua devida borboleta e seu nome

científico. A Coleta dos ovos acontece quando as borboletas põem seus ovos nas plantas, conhecidas como plantas hospedeiras, coletados dentro do próprio borboletário. Depois de coletados, os ovos são separados no laboratório por espécie e colocados em potes plásticos com 100 unidades cada, para serem entregues para cada associado da ACBP. Os potes são etiquetados pelos nomes das plantas hospedeiras, uma vez que famílias não conhecem as borboletas pelos nomes científicos.

As reuniões são semanais, realizadas toda quinta-feira no SESC CAP. As famílias

se reúnem para receber os ovos que são distribuídos por meio de sorteio pela presidente da associação, onde a mesma distribui números de 1 a 25 para as famílias. Sorteado o número, a família tem o direito de escolher qual espécie irá criar.

Depois de distribuídos todos os potes que sobraram é feito um novo sorteio. Cada

família recebe por mês 400 (quatrocentos) ovos ou mais, dependendo do 2º sorteio. Desses 400 ovos, cada família possui uma cota máxima de crisálidas para ser entregue que é de 286 (duzentos e oitenta e seis) unidades. O SESC paga R$ 1,00 por crisálida, dependendo da espécie, ou seja, cada família pode mandar até mais, mas o SESC só pagará R$ 286,00 para quem atingir a cota, sendo que aquele que não a atingir receberá pelo número de crisálidas que mandou no mês.

Após receberem os ovos das borboletas, os associados os levam para seus

criadouros em casa e aguardam eclodir. A lagarta começa a se alimentar pela casca do ovo, passando posteriormente às plantas hospedeiras. Cada espécie de borboleta, alimenta-se de uma planta, troca de pele por 4 vezes e depois a lagarta transforma-se em crisálida. Dos 400 a 600 ovos que as famílias recebem mensalmente a cota é devolver 400 crisálidas (em razão da perda de 50% que ocorre até chegar ao Hotel SESC Porto Cercado) ou durante o processo de transformação de larva para borboleta, já dentro do Borboletário no hotel.

Caso algum associado pare de enviar as crisálidas, é desligado da associação, que o

substituirá por outra pessoa da comunidade. A associação se dividiu em grupos que aos sábados estão visitando o Borboletário para conhecer todo o processo, desde a coleta dos ovos até o empacotamento para a associação, recebem informações sobre os cuidados necessários com transporte e sobre quais são as plantas hospedeiras. Estas reuniões acontecem, principalmente quando do ingresso de novos associados. As 25 famílias associadas retornam ao Borboletário com 10 mil ovos mensais, com 50% de aproveitamento, a meta para 2010 é alcançar 50 famílias da comunidade. Na natureza, pelo ciclo natural da espécie conforme a cadeia alimentar, os ovos têm apenas 25% de sobrevivência (realizando o ciclo completo). No borboletário esta porcentagem aumenta pra 85%.

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O desempenho de cada associado com sua criação que vai garantir a renda mensal

do borboletário, por isto o incentivo empregado para o bom manuseio e resultados de renda para cada associado depende da associação e também da visão e comprometimento de todos. Desta forma, o próximo passo é analisar o processo de renda e emprego e os dados sócioeconômicos das 25 famílias que compõem o projeto associado ao SESC Pantanal para a produção de borboletas, através de uma atividade sustentável. 4.Apresentação e Análise dos dados da Pesquisa

Para analisar a sustentabilidade sócioeconômica dos criadores de borboletas do SESC Pantanal em Poconé-MT, e o processo de trabalho e distribuição de renda, realizou-se pesquisas qualitativas, através de questionários aplicados às famílias e trabalho de campo, com a finalidade de conhecer melhor a realidade de estudo, através da coleta de dados primários. Assim, foi possível traçar o perfil dos associados, conforme se apresenta a seguir. Tabela 1 - Perfil de ocupação dos membros da associação do Borboletário SESC Pantanal

Ocupação Quantidade Artesã 1 Do lar 12

Doméstica 2 Costureira 1 Manicure 1 Estudante 1 Pedreiro 1

Professora 1 Técnica de Enfermagem 2

Vendedora 3 Total 25

Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010) Observa-se que são dez profissões diferentes entre os 25 associados ao projeto

Borboletário; 48% são donas de casa; 12% são vendedoras de produtos de revenda como jóia, cosméticos e roupas; 8% técnicas de enfermagem; 8% empregadas domésticas e 24% estão distribuídas e representadas pelas profissões de artesã, costureira, estudante, manicure, professora e pedreiro, sendo 4% para cada profissão.

Tabela 2 – Nível de escolaridade dos participantes da associação Nível de Escolaridade Quantidade Superior Completo 0 Superior Incompleto 0 Ensino Médio Completo 12 Ensino Médio Incompleto 0 Ensino Fundamental Completo 3

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Ensino Fundamental Incompleto 7 Nível Técnico 3 Total 25 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

Nesta tabela estão contidos os dados da pesquisa referente ao grau de escolaridade,

com 05 níveis de graduação, 48% possuem o segundo grau completo; 28% ingressaram no primário e por motivos diversos não completaram sua formação; 12% concluíram o primário e 12% chegaram a um curso técnico; o Ensino Superior (3º grau) e 2º grau incompleto não obtiveram incidência de respostas. O grau de escolaridade dos entrevistados reflete nas profissões desempenhadas pelos mesmos, exposta anteriormente, uma vez que as mesmas não exigem elevado grau de qualificação técnica.

Tabela 3 – Faixa etária e sexo dos participantes da associação do borboletário

Faixa Etária Quantidade Sexo Quantidade 20 a 30 anos 7 Feminino 24 31 a 41 anos 10 Masculino 1 42 a 52 anos 6 acima de 52 2 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

A faixa etária é de 40% das pessoas com 31 a 41 anos; 28% com 20 a 30 anos; 24%

com 42 a 52 anos e 8% têm 55 anos acima. O gênero feminino é composto com 96% e 4% masculino.

Tabela 4 – Distribuição familiar e faixa etária dos filhos dos associados

Número de Filhos Quantidade Faixa Etária Quantidade Sem filhos 2 0 a 15 24 Um 4 de 16 a 19 16 Dois 6 de 20 a 23 12 Três 10 de 24 a 27 3 Quatro 1 de 28 a 31 5 Cinco 1 Seis 1 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

Das pessoas pesquisadas 40% têm três filhos; 24% com dois filhos; 16% com um; 8% não têm filhos; e 16% têm de quatro a seis filhos. A faixa etária dos filhos é de 40% com idade de 0 a 15 anos; 27% de 16 a 19 anos; 20% de 20 a 23; 8% de 28 a 31; 5% com 24 a 27. Observa-se que as famílias ainda são numerosas, sendo que a maioria está acima da média estadual que é de 2 filhos por família. Tabela 5 – Perfil de filhos e os em idade economicamente ativa.

Faixa Etária 0 a 15 16 a 19 20 a 23 24 a 27 28 a 31 Total Moram com os pais 23 16 6 0 0 45 Não moram com os pais 1 0 6 3 5 15 Estudantes 21 6 6 0 2 35 Trabalhadores 3 6 3 5 17

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Os que contribuem 2 0 1 3 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

Na faixa etária de 0 a 15 anos 96% dos filhos moram com os pais, e 87,5% estão

estudando, sendo que nenhum trabalha ou contribui financeiramente para a renda familiar. Na faixa dos 16 a 19 anos todos moram com os pais, 37,5% estudam, 18,7% trabalham e 12,5% contribuem financeiramente no orçamento. Na idade de 20 a 23 anos, 50% moram com os pais, 50% estudam, 50% não moram com os pais, e 50% trabalham, sendo que nenhum contribui financeiramente.

Na idade de 24 a 27 anos nenhum mora com os pais e todos trabalham. Sendo que a

renda fica totalmente para o seu sustento não havendo contribuição financeira para a família. Ainda, na faixa etária de 28 a 31 anos, também nenhum filho reside com os pais, mas todos são trabalhadores. 40% estão estudando e 20%, apenas um filho, contribui financeiramente com a família. Através dos dados, verifica-se que os filhos residem com os pais até uma idade aproximada de 23 anos, onde a maioria passa a constituir sua própria família. Sendo que no período em que estão com os pais apenas 2% contribuem financeiramente para a renda familiar. De outro lado, os 63% de estudantes, com idade até 23 anos demonstram que os pais estão dando melhores condições de estudo para seus filhos, que em geral não tiveram, conforme visto anteriormente pelo seu grau de escolaridade e estão construindo novas perspectivas de emprego e renda para as próximas gerações.

Isto é de grande relevância para o desenvolvimento local, uma vez que a

qualificação dos moradores pode atrair novas possibilidades de desenvolvimento econômico, através da agregação de valor ao trabalho, revertendo o quadro de baixa qualidade de vida, medido pelo IDH. Tabela 6 – Condição de moradia

Condições Quantidade Cômodos Quantidades Alugada 2 Três 1 Própria 23 Quatro 2 Barro (Adobe) 2 Cinco 10 Alvenaria 23 Seis 7

Sete 1 Oito 2 Dez 2

Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010) Avaliando as moradias dos associados, estas foram separadas por alugadas e

próprias. 92% têm casa própria e moram em casa de alvenaria, 7% tem moradia alugada de barro (vulgo adobe). Quanto ao espaço físico das casas, 4% apresentam apenas 03 cômodos, 8% quatro; 40% possuem 05, 28% com 06, 4% com 07; 16% com 08 a 10 de cômodos. A maioria das casas apresenta de 4 a 6 cômodos, que podem ser consideradas casas pequenas, considerando que a maioria das famílias possuem três filhos ou mais. Tabela 7 – Tempo e destino da renda oriunda do projeto

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Tempo no Projeto

Quantidade de Famílias

Destino da Renda Quantidade das Famílias

até 3 meses 3 Construção 2 1 ano 4 Eletrodomésticos 2 2 anos 5 Energia e Água 3 3 anos 5 Investimentos no Criadouro 6 4 anos 2 Saúde e Medicamentos 3 5 anos 6 Vestuário, Alimentação e Educação 9 Total 25 Total 25 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

A pesquisa de campo demonstrou que mesmo sem nenhum planejamento ou

orçamento familiar, os associados mantêm seus gastos e suas necessidades gerais explícitos. Ao abordá-las na questão sobre o tempo de participação no projeto do Borboletário e do destino dado a seus ganhos extras provindos da criação das borboletas, obteve-se como resultado: Das 25 famílias, 24% estão no projeto a 05 anos, representam os pioneiros, sendo que esses contribuem e ajudam aos iniciantes a se adaptarem no projeto. 40% têm entre 02 e 03 anos no projeto; 16% estão no projeto a 1 ano; 12% tem até 3 meses de atividade; e 8% têm até 4 anos nesta atividade.

Os destinos da renda que obtém com a produção das borboletas estão divididos da

seguinte maneira: 36% dos associados destinam essa renda extra para vestuário, alimentação e educação; 24% investem em melhorias para os criadouros, como por exemplo, melhorar as estruturas das casas para criar as lagartas e alimentá-las sem risco de serem contaminadas por parasitas, pois acreditam que podem futuramente expandir essa atividade; 24% alternam em cobrir com as despesas com energia elétrica e água encanada, gastos com medicamentos mensais e planos de saúde 16% adquirem eletrodomésticos de forma parcelada, e realizam construções em suas residências, através de ampliações e reformas. Tabela 8 – Renda per capita, renda familiar e associados vinculados ao projeto.

Faixa de Renda Quantidade de Pessoas Renda per capita Renda familiar

até R$ 286,00 0 0 R$ 286,00 a R$ 765,00 17 4 R$ 766,00 a R$ 950,00 8 11 R$ 1.114,00 a R$ 1.330,00 3 6 R$ 1.520,00 a R$ 1.710,00 1 1 R$ 1.900,00 a R$ 2.090,00 0 2 acima de R$ 2.280,00 0 1 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

Das 25 famílias associadas pesquisadas, a renda per capita dos membros economicamente ativos varia entre R$ 286,00 e R$ 2.280,00. Ao todo foram pesquisados entre os familiares associados, 29 pessoas que contribuem para o orçamento familiar, destes 59% recebem entre R$ 286,00 e R$ 560,00; 28% recebem entre R$ 766,00 a R$ 950,00; 10% recebem entre R$ 1.114,00 a R$ 1.330,00; e apenas 3% recebem R$ 1.520,00

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a R$ 1.710,00. Através dos dados da renda per capita, observa-se que os familiares associados desenvolvem outras atividades ou possuem outros benefícios que complementam a sua renda. Neste sentido, apesar da renda do projeto ser importante para a comunidade, ela não é suficiente para a manutenção das famílias. Ainda, a renda máxima recebida per capita é de R$ 1.710,00, o que reflete o grau de escolaridade dos associados. Na renda familiar dos associados, 44% têm receita entre R$ 766,00 a R$ 950,00; 24% entre R$ 1.114,00 a R$ 1.330,00; 16% entre R$ 286,00 a R$ 765,00; 8% com famílias recebendo entre R$ 1.900,00 a R$ 2.090,00. Ainda, 4% recebem entre R$ 1.520,00 a R$ 1.710,00 e 4% tem receita acima de R$ 2.280,00. Tabela 9 – Renda extra vinculada ao orçamento familiar

Faixa de Renda Bolsa Família Aposentadoria e/ou Pensão

Projeto Borboletário SESC

R$ 286,00 6 0 25 R$ 286,00 a R$ 560,00 0 3 0 R$ 760,00 a R$ 950,00 0 2 0 R$ 1.114,00 a R$ 1.330,00 0 1 0 Total 6 6 25 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

No que se refere às fontes complementares de renda dos associados, 24% recebem benefício do Governo Federal, através do Programa Bolsa Família, em função do número de filhos em idade escolar o beneficio máximo das famílias é de até R$ 286,00, ou seja, não ultrapassa a renda obtida na associação. Outros 24% recebem benefício de aposentadoria ou pensão, também do Estado, sendo que destes 50% recebem entre R$ 286,00 a R$ 560,00; 33% recebem entre R$ 760,00 a R$ 950,00; e 17% recebem entre R$ 1.114,00 a R$ 1.330,00. A atividade no Borboletário gera uma renda máxima de R$ 286,00 por família.

Para identificar o dispêndio total/ mês das famílias foi necessário relacionar e somar

as despesas fixas, classificadas como: energia elétrica, água, plano de saúde, aluguel e ensino; e, variáveis, classificadas como: telefone fixo e móvel, alimentação, transporte, vestuário, lazer, associação, sendo que as faixas de despesas foram determinadas pelo resultado desta soma. Através do levantamento dos dados em cada família, obteve-se o seguinte resultado:

Tabela 10 – Despesas mensais

Faixa de Despesa Associados R$ 422,30 a R$ 664,30 9 R$ 705,63 a R$ 1.018,97 8 R$ 1.062,24 a R$ 1.393,76 5 R$ 1.528,44 a R$ 1.880,00 1 R$ 1.887,43 1 R$ 2.103, 45 1 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

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A renda familiar está representada da seguinte forma: das 36% famílias possui um dispêndio mensal de R$ 422,30 a R$ 664,30; 32% das famílias com despesas mensais entre R$ 705,63 a R$ 1.018,97; 20% das famílias representadas no valor de R$ 1.062,24 a R$ 1.393,76; 4% das famílias que gastam R$ 1.528,44 a R$ 1.880,00; 4% que deve R$1.887,43. 4% a família com mais despesas R$ 2.103,45.

Considerando apenas as despesas mensais, observa-se que o gasto das famílias está

compatível com as receitas apresentadas anteriormente, sendo que os gastos são proporcionais ao que recebem, e na maioria dos associados, supre apenas necessidades básicas de consumo. No entanto, além dos gastos fixos e variáveis mensais, as famílias acabam contraindo dívidas, resultado da falta da capacidade de pagamento à vista, ou seja, falta de poupança para aquisição de bens de consumo duráveis e para investimento. São justamente essas dívidas que prejudicam o orçamento familiar, uma vez que, conforme apresentado, as receitas mensais, servem apenas para suprir os gastos das famílias.

Para efeito de cálculo levantaram-se todas as prestações que as famílias pagam

mensalmente pela aquisição de bens e as dívidas contraídas junto a instituições bancárias, incluindo cartão de crédito e cheque especial. A partir destes dados, identificou-se qual o percentual de um salário mínimo que as famílias têm comprometido com o pagamento de dívidas, bem como seu montante total classificada pela quantidade de salários mínimos necessários para sua quitação. Na tabela a seguir, demonstra-se o grau de endividamento das famílias associadas. Tabela 11 – Comprometimento do salário mínimo com a quitação de dívidas em percentual. Percentual salarial comprometido com o pagamento de dívidas mensal

Quantidade de famílias que estão comprometidas com pagamento de parcelas em percentual salarial mensal

Quitação total das dívidas com base no salário mínimo

Total de famílias/ pelo valor da dívida com base do salário mínimo

01% a 25% 2 1 a 1,5 4 26% a 34% 5 2 a 3,5 3 35% a 44% 1 6 a 8 3 45% a 50% 3 14 a 17 3 51% a 65% 2 25 a 35 3 66% a 85% 1 acima de 90% 2 16 16 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

A maioria das famílias pesquisadas apresenta um grau de endividamento bom, que podem ser facilmente quitadas com controle orçamentário, com disciplina e diminuição dos gastos. Para efeito de análise segue abaixo os devidos comentários explicativos sobre a situação dos endividamentos familiares.

Das famílias que possuem dívidas, essas estão divididas da seguinte maneira:

12,5% das famílias conseguem quitar suas dívidas com um percentual entre 01% até 25%

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do salário mínimo; 31,25% das famílias têm comprometido um percentual entre 26% a 34% sob o salário mínimo com o pagamento de dívidas. Aliás, este é o percentual máximo de endividamento familiar indicado por analistas financeiros. Considerando as duas faixas citadas, observa-se que 43% das famílias estão com um bom grau de endividamento, considerando o seu nível de renda não ser elevado.

Na faixa de 35% a 44% de comprometimento do salário mínimo com dívidas,

temos 6,25% das famílias. Entre 45% a 50%, são 18,75% dos associados. Acima de 51% a situação da família passa a ser preocupante, pois certamente ela não conseguirá todo o valor da sua dívida, em função dos gastos mensais, e passam pagar juros que tornam a dívida ainda mais onerosa. Nesta situação tem-se 31,25% das famílias, sendo assim distribuídas: na faixa de 51% a 65% são 12,5% das famílias; entre 66% a 85%, representa 6,25% dos associados e acima de 90%, um alto percentual de 12,5% das famílias.

As dívidas das dezesseis famílias também são apresentadas através de uma análise

da sua capacidade de pagamento em forma salarial. Assim, apresentam-se os cálculos de quantos salários são necessários para quitar as mesmas em relação aos investimentos realizados, entre eles: financiamentos de casa, motos, financiamentos pessoais para quitação de contas, para pagamento hospitalar, construção e reforma; compra de eletrodomésticos e/ou microcomputadores. Verifica-se que 25% das famílias conseguem quitar suas dívidas com valores entre 1,0 a 1,5 salários mínimos; 18,75% com dívidas um pouco mais elevadas conseguem quitá-las com valores estipulados entre dois a três salários mínimos e meio. Este grupo corresponde às famílias que possuem 34% de seu salário comprometido com o pagamento de dívidas e que estão dentro de um limite seguro, com plenas condições de quitar as mesmas no curto prazo.

Outros 18,75% necessitam de 6 a 8 salários; e as situações mais preocupantes

37,5% das famílias tem dívidas que vão de 14 a 35 salários mínimos. Essas dívidas tomam tal proporção, principalmente, porque geram novos financiamentos para quitação de dívidas antigas e o pagamento de volumes cada vez maiores de juros. Esta última situação exige das famílias uma ação imediata, no sentido de renegociar as parcelas, tornando-as compatíveis com a renda familiar e o controle orçamentário para evitar novas prestações. Confrontando os dados dos gastos mensais e nível de endividamento, percebe-se que muitas famílias necessitam de uma fonte de renda adicional para manter todos os gastos familiares. Pela análise da renda, percebe-se que o recurso arrecadado através da associação vem somar de maneira relevante na capacidade de pagamento das famílias. O recebimento máximo mensal de R$ 286,00, corresponde, praticamente, a 0,5 salário mensal que atende ao financiamento da dívida, em salário mínimo (tabela 11), de 50% das famílias associadas.

Ainda, neste estudo foram entrevistadas 11 famílias da região, que não participam da associação, ou seja, não recebem a renda do projeto Borboletário, e que possuem dispêndios superiores a sua renda, a fim de identificar quanto seria necessário agregar a sua renda, para que as mesmas pudessem equilibrar o orçamento familiar. Obteve-se o seguinte resultado:

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Tabela 12 – Resultado do orçamento/mês das famílias que não participam do Borboletário.

Famílias com renda Quantidade de Famílias

Sem o projeto Quantidade de Famílias

até R$ 286,00 0 Menos de 0,5 3 R$ 286,00 a R$ 765,00 3 Acima de 0,5 3 R$ 766,00 a R$ 950,00 5 Até 1 1 R$ 1.114,00 a R$ 1.330,00 1 Até 1,5 2 R$ 1.520,00 a R$ 1.710,00 1 Até 2 1 R$ 1.900,00 a R$ 2.090,00 1 Até 4 1

Total 11 11 Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores (2010)

As 11 famílias com dispêndio maior que sua renda, e que não fazem parte do projeto Borboletário apresentam o seguinte panorama: 27% necessitam ganhar menos de meio salário para equilibrar o orçamento, ou seja, teriam sua situação econômica resolvida caso ingressassem na associação; 27% acima de meio salário mínimo; 19% necessitam de um salário e meio para equilibrar sua renda; 18% necessitam entre dois a quatro salários para equilibrar sua renda e 9% precisam de um salário mínimo para não ter mais gastos do que ganhos. No entanto, é relevante dizer que o aumento da renda em 0,5 salário mínimo auxiliaria a todas essas famílias entrevistadas.

Desta forma, avalia-se que a renda do Borboletário contribui para melhorar o

orçamento familiar dos associados do projeto. Todos associados contribuem na economia familiar, contribuindo para sua subsistência e gerando oportunidades de acrescentar e gerar mais renda em seus orçamentos finais. A maioria dos associados ficariam com o orçamento comprometido com a retirada desta fonte de renda.

Neste sentido, para a melhoria do processo de produtividade das famílias e,

posteriormente, maior rentabilidade do projeto, relaciona-se a seguir algumas alternativas para incremento na geração de renda na atividade do Borboletário:

a) Buscar mais apoio e parcerias com outros órgãos, comerciais, públicos e privados, Implantar cursos profissionalizantes de capacitação para os associados,

b) Fomentar a visitação ao Borboletário piloto de Poconé-MT, junto a escolas da capital e dos municípios vizinhos;

c) Fechar convênios de palestras e workshop com profissionais e instituições da área biológicas, economia, administração para que possam contribuir com ideias e estratégias de customização;

d) Criar uma equipe de apoio dentro da associação para atender as dificuldades dos associados na produção das borboletas,

e) Dar oportunidades para estágios aos acadêmicos no processo de produção; f) Organizar e participar de feiras e eventos no município e na região; g) Elaborar projetos de comercialização, com estratégias de divulgação, para atrair e

suprir a demanda de outros Borboletários não sustentáveis que possam existir.

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Com a comercialização, a renda gerada através das borboletas se torna uma alternativa para comunidades carentes poderem suprir as suas desigualdades sociais, através de uma produção sustentável, preservando assim a natureza com equilíbrio aliada com o desenvolvimento econômico regional.

5 Considerações Finais

A presente pesquisa apresenta a conceitualização da economia na visão social, da

renda e de sua distribuição e do desenvolvimento sustentável idealizado. Relata o processo de produção de um Borboletário, consumo e localização do projeto, até as características da associação e dos associados. Neste sentido, o conceito de ciência econômica está diretamente associado ao estudo da escassez de recursos. Nesta linha teórica alguns bens que no início do século XX não possuíam valor de mercado, como a conservação do meio ambiente, da natureza, a poluição das águas e do ar, em função de sua escassez, passa a ser valorizados pela sociedade atual.

Ainda, o sistema de produção capitalista, baseado no acúmulo individual de capital,

tem excluído muitas pessoas do mercado de bens e serviços. Elevando a desigualdade e influenciando no desenvolvimento econômico de muitos países. Como alternativa a estas situações intensificam-se os estudos sobre desenvolvimento econômico sustentável, que buscam valorizar as pessoas inserindo-as no mercado de trabalho, gerando emprego e renda. Neste contexto, surgem também outras formas de organização social, como as associações que almejam a geração de renda, com base em princípios de participação democrática e benefício mútuo. Através das associações, o agente econômico deixa de ser dependentes do assistencialismo do Estado e passam a determinar a condução das políticas públicas, uma vez que a ação coletiva fortalece o interesse individual.

O Projeto borboletário, desenvolvido pelo Hotel SESC Porto Cercado é um

importante exemplo de como é possível aliar geração de renda, desenvolvimento sustentável, associativismo e transformar a vida de uma comunidade, sem agredir a natureza. O município de Poconé é um dos mais pobres e com menor IDH do Estado de Mato Grosso, reflexo da falta de produção e do baixo nível renda per capita, como interfere no desenvolvimento da educação e da saúde da população local.

O Hotel SESC Porto Cerrado é uma empresa, inserida em um mercado competitivo

e que para agregar valor aos seus serviços, disponibiliza vários atrativos para os seus consumidores. O Borboletário tornou-se um importante serviço na estrutura existente e criou um mercado de trabalho completamente novo e seguro para os associados. Ao receberem os ovos para cuidar eles já tem garantida a venda final da lagarta. Em suma, a escolha de uma atividade rentável para todos os integrantes desta cadeia, com elo de responsabilidade ambiental, uma alternativa para empresas no mercado atual.

A pesquisa realizada com 25 famílias associadas do projeto Borboletário, no

município de Poconé, revelou que essas que participam do projeto são constituídas em sua maioria por mais de 5 membros, com baixo nível de escolaridade, moradias pequenas e

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pouco confortáveis, sendo que a renda é provida apenas pelos chefes da família. Ainda, no que se refere à geração de renda, o projeto constitui para todos uma fonte complementar, uma vez que nenhuma família vive apenas com os recursos do projeto. No entanto, analisando as despesas das mesmas, observa-se que se não houver esta fonte de recurso, o ganho das famílias serviria apenas para o custeio das despesas mensais, sem permitir que as mesmas fizessem investimentos ou pagassem seus empréstimos.

Para famílias que não participam do projeto, o saldo negativo do orçamento

familiar seria facilmente coberto com 0,5 salário mínimo, valor da renda gerada no projeto. Desta forma, pode-se perceber que o recurso recebido do projeto, mesmo sem permitir que as famílias acumulem capital ou façam poupança, serve para equilibrar o orçamento e dar mais dignidade aos associados.

Além dos ganhos financeiros, outro importante benefício para as famílias

associadas é a educação ambiental que estão recebendo da equipe coordenadora do projeto, através de reuniões, grupos de estudo no Borboletário, conhecimento sobre plantas nativas que prepara essa comunidade para receber turistas e cuidar ainda mais e melhor do seu maior patrimônio que é a vegetação nativa. Observa-se também que um novo cenário começa a se desenhar neste local, pois praticamente todas as famílias com filhos em idade escolar, mantêm o estudo e não exige que os mesmos comecem a trabalhar ainda jovem, mudando a sua realidade. Este trabalho tem resultado positivo, haja vista que a associação pretende ampliar, em 2010, o número de famílias integrantes da associação. A alternativa de associatividade colabora para o fortalecimento de empreendimentos, à medida que se estrutura para a independência, além de estimular o grupo para entrada no mercado de trabalho e atender a novas demandas com consciência e lucratividade. Vale ressaltar que a análise sobre o tema não se esgota, havendo a necessidade implantar muitas ações, como as que foram sugeridas no decorrer do estudo e avaliar seu impacto sobre a comunidade. 6 Referencial Bibliográfico ALBUQUERQUE, Paulo. Autogestão. In CATTANI, Antonio David (Org). A outra economia. Porto Alegre: Veraz Editores, 2003. p. 20-25.

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