Resumo x Resenha para a 1ª etapa

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RESUMO X RESENHA Prof.ª Natália Gouveia Moura

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RESUMOX

RESENHA

Prof.ª Natália Gouveia Moura

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RESUMO É uma forma reduzida de informar sobre algo.

Traz a compreensão global (ideia geral e secundárias) de outro texto, desenvolvendo uma síntese parafrásica das ideias lá contidas de modo que por meio do resumo o leitor já entenda as informações principais.

Passa ao leitor exatamente o que esperar quanto este resolver entrar em contato com o texto original (é autônomo, equivalente ao original, compreensível em si).

Deve iniciar apresentando a obra a ser resumida.

Estrutura: introdução/apresentação, síntese e conclusão.

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RESUMO - DICAS Interprete e analise bem o texto-base.

Identifique o objetivo do autor do texto-base.

Elimine ideias secundárias, mas exemplos e explicações devem ser vistos de modo crítico, se embasam argumentos elementares, cite-os brevemente.

Ao hierarquizar as ideias mantenha as conexões (conectivos – disposição das ideias) mais significativas.

Seja objetivo, claro e fiel (pode, por exemplo, seguir a mesma ordem) ao texto-base. Não opine ou copie trechos do texto-base. Pode manter a mesma conclusão do autor.

Use palavras parecidas, fazendo associação de significados de modo coeso e coerente.

Use a 3ª pessoa do discurso.

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RESUMO - DICAS Reflita: Qual o tema e a situação-problema discutida?

Quais as opiniões e posicionamentos do autor?

Faça várias menções, durante o texto, ao autor. Por exemplo: “O autor trata/define/explica/observa/reflete/discute/aborda/questiona/preconiza/explana/acrescenta/ adverte/finaliza/conclui”

Use vários sinônimos e elementos de retomada.

Uma maneira de iniciar: “No texto ___, de ____, publicado em ___, o autor, ____ , (+ resumo do tema/posicionamento principal)”.

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RESENHA CRÍTICATexto expositivo e argumentativo, expressa a opinião/crítica do autor sobre outro texto (suas ideias e organização), ao mesmo tempo que informa sobre ele. Muitas vezes, serve para incentivar leitores, espectadores, apreciadores de músicas. Orientam sobre o que escolher e saber entre as muitas produções culturais que nos cercam. (não há spoiler)Linguagem formal, padrão e clara.

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RESENHA CRÍTICAEstrutura:- 1º parágrafo – introdução: apresenta o contexto no qual a obra resenhada se insere, deve também trazer suas informações básicas (título, autor);- 2º e 3° parágrafo: apresenta o resumo das características principais da obra, na opinião do resenhista, e os argumentos consistentes que justifiquem seu juízo de valor (obs: não aborde na resenha apenas julgamentos - estes compõem apenas uma parte do texto, você também deve analisá-lo, informar sobre ele);- Conclusão: a conclusão pode ser entendida como a reafirmação da avaliação feita sobre a obra resenhada, contendo recomendação de leitura e até sugestões.

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RESENHA CRÍTICA - DICASApresente as características essenciais de uma dada

obra e faça avaliações críticas sobre aspectos temáticos e inclusive relativos à sua qualidade construtiva.

Pergunte-se: “O que o autor diz faz sentido, é contemporâneo?” e “O texto é recomendado para que público, é bem construído?”. Julgue ( com argumentos bem fundamentados, sustentados, embase-os com elementos retirados do texto): a verdade das propostas (ideias) do autor, a importância do texto para a sociedade, sua beleza criativa e até estética, a linguagem utilizada, entre outros fatores. Analise a pertinência/plausabilidade (possibilidade de ser realizada) ou relevância das conclusões abordadas no texto-base.

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Exemplos

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Exemplos A PSEUDODEMOCRACIA

"Este mundo da Injustiça Globalizada" é um ensaio de José Saramago lido por ele no encerramento do Fórum Social Mundial de 2002 ocorrido em Porto Alegre, no Brasil! Esse gênero textual é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. Saramago foi, até esta data, o único escritor em Língua Portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, fato ocorrido em 1998. Saramago lembra sal amargo, chamado pela IUPAC de sulfato de magnésio, composto químico de indicações agrárias e médicas, tem o sabor oscilante entre o ácido e o amargo. Coincidências à parte, Saramago tem o mesmo sabor, pelo menos aos que ele chama de "esquerdistas, anquilosados em fórmulas caducas, alheios ou impotentes para enfrentar as realidades brutais do mundo atual, fechando os olhos às já evidentes e temíveis ameaças que o futuro está a preparar contra aquela dignidade racional e sensível que imaginávamos ser a suprema aspiração dos seres humanos."

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Exemplos A PSEUDODEMOCRACIA

Em 1995, Saramago publicara o romance "Ensaio sobre a cegueira" e, em 2004, "Ensaio sobre a lucidez" ambos de caráter sócio-político-econômico. A propósito, o supracitado fórum ocorreu em 2002, portanto entre os dois romances referenciados. Nessa oportunidade o autor abordou a dialética situação em que se encontra o mundo dividido: muita riqueza para poucos e muita miséria para muitos! Ele ataca o processo de globalização, contexto em que "o rato dos Direitos Humanos" acabará devorado pelo "gato da globalização econômica". Somos ratos ou gatos nessa história? Se compactuamos com a atual concentração desumana de renda, cultura, saúde, educação, cidadania de um modo geral, somos gatos; se badalamos o "sino", aquele mesmo que um camponês italiano fez soar pela morte da Justiça no século XVI, somos ratos... Camundongos crescidos, reforçados pela indignação acumulada desde o início da "Idade Moderna“ com o Renascimento cultural! Quem foram os mecenas dos analfabetos, marginalizados sociais, nossos ascendentes? Mercantilismo! Quanto ouro o citado camponês de Florença conseguiu adquirir em toda sua vida? No dicionário de símbolos, o sino é descrito de maneira dicotômica: anuncia o nascimento e a morte. Basta lembrar do sino como símbolo de Natal... E da prática de se tocar o sino quando morre alguém...

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Exemplos A PSEUDODEMOCRACIA

Então, já que a Justiça está morta, vamos tocar o sino pela sua ressurreição,em âmbito globalizado assim como vive a Injustiça, por quem também há de dobrar o sino, anunciando seu fim! Ironicamente ele sugere que não adianta vendar os olhos da Justiça e lhe viciarem os pesos da balança... Saramago refere-se à Democracia como um sistema político demagógico que não tem nada de popular, cujas premissas precisam ser reavaliadas com urgência. Ele desprestigia o direito do voto, como uma prática inútil diante do poder econômico, "única e real força que governa o mundo".Para finalizar, Saramago exalta a Declaração Universal dos Direitos Humanos acima de qualquer programa de governo ou metas sindicalistas, em que o tão aclamado bem-comum não passa de um chavão, clichê, lugar-comum apropriado em discursos manipulatórios pré-eleitorais. 

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Reflexão( ) Considerando-se que a justiça é uma convenção entre os homens e que as leis e os regulamentos fornecem a norma do que é reconhecido como justo, é correto afirmar que a “Justiça está morta” quando há desrespeito às leis.

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Exemplos

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Marília de Dirceu - Tomás Antônio Gonzaga

RESENHA CRÍTICA - Por Mônica Lima Falsarell Esta resenha refere-se à obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, 2ª

edição 2010, Editora Martim Claret Ltda. O autor da obra “Marília de Dirceu”, Tomás Antônio Gonzaga, nasceu em Porto (Portugal) em 1744 e veio com sua família para a Bahia ainda pequeno. Formado na universidade de Coimbra, exerceu em Vila Rica - MG, o cargo de ouvidor. Preso como inconfidente, foi deportado para Moçambique, onde reconstituiu a vida. Lá faleceu em 1810. A obra foi escrita durante o período em que o autor estava encarcerado, e segue as normas da escola literária da época: o Arcadismo. A estrutura dos versos varia um pouco. São  estruturados em quatro sílabas, de redondilha menor e de dez sílabas ou decassílabos, de redondilha maior. A intenção era de passar ao leitor a simplicidade, também característica marcante do Arcadismo. O foco da narrativa é a 1ª pessoa. O autor é onipresente. Apesar de utilizar vocativos para chamar Marília, não se trata de um diálogo, portanto, é um monólogo, e o discurso é direto, pois o emissor é o narrador. Suas liras expressam a paixão que o poeta sentia pela jovem Maria Dorotéia, moça de 16 anos, com quem chegou a ficar noivo, apesar de ser bem mais velho. Antônio Cândido faz a seguinte citação nesse critério: "talvez a circunstância de namorar uma adolescente rica (ele, pobre e quarentão) tenha exarcebado essa tendência, que seria além disso,  exibicionismo compreensível de homem apaixonado."

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A obra é dividida em duas partes. Na primeira, as liras têm um caráter mais otimista e esperançoso. Dirceu (pseudônimo árcade do poeta) descreve Marília e a vida futura que ambos terão quando casados. A segunda parte foi composta na prisão, e nelas predominam os sentimentos de melancolia, como saudade e tristeza. As referências bucólicas, singelas e a criação do locus amoenus constoem um ambiente que caracterizou o Neoclassicismo. Nos versos do poema lemos referências ao gado que pasta, aos pastores nos montes, às ovelhinhas, à vida tranquila e natural. “Marília de Dirceu” é leitura obrigatória, como todos os clássicos da literatura, principalmente por servirem de meio de informação de cultura, estilos de épocas e escolas literárias, etc. O lirismo existente em “Marília de Dirceu” é envolvente e gracioso, tanto no aspecto estético como no sentimentalismo de romance amoroso, desenvolvidos da mais bela forma por Gonzaga. Dessa maneira é uma declaração de amor explícita, feita em características árcades, mas que ultrapassaram seu tempo no que se refere ao aspecto estético da obra e ao sentimentalismo do Eu-lírico. Certamente, todas as mulheres querem ser amadas como Marília, e todos os homens desejam ter uma Marília em suas vidas.

Mônica Lima Falsarella, acadêmica do segundo semestre de Letras da universidade UNIESP – Santo André.