Revelação 371
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Ano XII ... N 371 ... Uberaba/MG ... Janeiro/Fevereiro de 2012
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Morar em repblicaO barato de dividir espao e responsabilidade
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O cinema sobreviveNas salas, em casa ou na Internet, a arte mexe com os jovens
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Estudar e festarO que os estudantes dizem desta combinao
O jeito de ser desta turma que se aventura em uma nova etapa de vida
Universitrios
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Expediente. Revelao: Jornal-laboratrio do curso de Comunicao Social da Universidade de Uberaba (Uniube) Reitor: Marcelo Palmrio Pr-reitora de Ensino Superior: Inara Barbosa Coordenador do curso de Comunicao Social: Andr Azevedo da Fonseca (MG 9912 JP) Professora orientadora: Indiara Ferreira (MG 6308 JP) Projeto grfico: Diogo Lapaiva, Bruno Nakamura, Jr. Rodran (6 perodo/Publicidade e Propaganda) Designer Grfico: Isabel Ventura ... Estagirios: Gleu-do Fonseca e Natlia Escobar (3 perodo/Jornalismo) Reviso: Mrcia Beatriz da Silva Impresso: Grfica Jornal da Manh Redao: Universidade de Uberaba Curso de Comunicao Social Sala L 18 Av. Nen Sabino, 1801 Uberaba/MG Telefone: (34) 3319 8953 E-mail: [email protected]
De noite, quando o sol d lugar lua, as coisas mais interessantes acontecem. Adoro a noite! o momento em que o mundo est calmo, em silncio. J ouvi dizer por a que noite todos os gatos so pardos.Mas ser?
Voc conhecer agora quatro personagens que trabalham na madrugada.
Histrias to diferentes e, ao mesmo tempo, to iguais.
Paulo Roberto taxista, tem 57 anos e gosta de ser chamado pelo apelido de infncia: Zoio. Codinome herdado no perodo em que a escassez de comida era grande. Quando aparecia qualquer alimento, Paulo logo arregalava os olhos.
Ele trabalha todos os dias. Comea s 19h e no tem hora para parar. H 20 anos, casado com dona Rosi-
nha. A diferena de idade entre os
dois totaliza 15 anos. Eles no tm filhos biolgicos, mas criaram o sobrinho dela, o Z Roque, atualmente, com 23 anos.
A vida do taxista uma aventura. Dia desses, ele passou por aperto na madru-gada. Uberaba t pobrema, afirma.
Eram 4h30 da madrugada. Uma senhora de idade saa da Associao Esportiva e Cultural de Uberaba e entrou no carro. Pouco depois, ti-rou uma faca de sua bolsa e surpreendeu Zoio! Roubou todo o dinheiro daquela noi-te. A velha pulou do veculo e subiu numa moto. Quem criou a moto foi o capeta, disse o taxista.
Zoio no chamou a po-lcia. Disse que no adianta. Apenas passou um rdio
para a empresa em que trabalha e ficou com o prejuzo. Po-
lcia no t com nada, desabafou.
Outra figura que co-nheci na noite foi Chi-co. Francisco Carneiros
dos Santos dos Reis no sabe ao certo sua idade.
Com um jeito singular, vez ou outra pedia para repetir as perguntas porque surdo do ouvido esquerdo. A me teve rubola quando estava grvida.
Conversamos na porta do forr onde ele trabalha como segurana h trs meses. Natural de Campo Florido, Chico solteiro. Casar negcio para gente bobo.
Ele adora o trabalho que rende R$545 mensais, mas gosta mesmo da goiabada que vem na cesta bsica.
O segurana foi criado na roa e contou, com toda simplicidade, que, quando era menino, praticava sexo com as cabras da fazenda. Assustei-me com a resposta e ele ento explicou que o ato era um atestado de ma-cheza.
Depois de conversar com Chico, encontrei Creuzza Maria dos Santos. Ela estava num restaurante aguardando um marmitex para levar para seu patro e comeou nosso papo com um aviso impor-tante: Meu nome Creuzza com dois z, viu?
Aos 37 anos, separada, e me de trs filhos: Cludio (10), Claudiane (8) e Clau-dineia (5). Coloquei os trs com C para combinar com o meu nome, contou.
Eles ficam com a av, enquanto Creuzza trabalha como faxineira no motel. Uma semana de dia e outra, de noite. Ganhando um sa-lrio mnimo por ms, adora o emprego e no troca por
nada. J so nove anos no motel. Ela conta que j se acostumou com o servio, que no tem nojo, mas uti-liza todos os equipamentos recomendados, como luva e mscaras. Lavou t limpo, diz a faxineira.
Perguntei se ela j havia encontrado coisas estranhas nos quartos: uma vez achei uma cenoura na cama.
Engatando o papo, Creuzza lembrou-se de outras coisas que aconteceram por l. Voc ficou sabendo do caso das cobra? E da mui de programa que o homi quei-mou com cigarro? Coitada... ela gritou tanto, relembrou assustada.
Carismtica, ela disse que no precisa de muito para ser feliz. Viver muito bo. Meus fios estando com sade o que importa.
O marmitex chegou e ela disse que precisava ir. Despediu-se e foi.
Trs histrias e uma carac-terstica em comum: a von-tade de vencer, encarando tudo com muito bom humor. Passamos por estas pessoas, todos os dias. Sequer perce-bemos o quo rica interna-mente cada uma ...
* Esta crnica fruto de exer-ccio em sala de aula e todos os personagens so fictcios.
A hora que o mundo aconteceRona Abdalla5 perodo de Jornalismo
Revelao Jornal-laboratrio do curso de Comunicao Social da Universidade de Uberaba
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As universidades so lo-cais onde milhares de alunos adquirem conhecimentos e vivncias. De acordo com levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Edu-cao, h 21 mil estudantes universitrios em Uberaba, em cursos de graduao e ps-graduao, distribudos em nove diferentes institui-es de ensino superior (IES).
Na Universidade de Ube-raba, Uniube, de acordo com a mdica do Servio Espe-cializado em Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho (Sesmet), Nayara Cabral, os atendimentos de emergncia so realizados no ambulatrio ocupacional da instituio e os alunos que desejam atendimento mdico e psicolgico devem
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Campus saudvel, aluno saudvelSaiba como o atendimento aos universitrios nas instituies de ensino superior
Cristiano Ximenes SenhorinI 5 perodo de JornalismoGrasiano Souza 8 perodo de Jornalismo
procurar o Plano de Ateno ao Estudante (PAE).
Pelo plano, os estudantes dos 35 diferentes cursos pre-senciais so atendidos e en-caminhados conforme suas necessidades. Somente no segundo semestre de 2011, o PAE encaminhou 333 alunos para tratamentos nas reas de ginecologia, odontologia, nutrio, fisioterapia e para o Hospital Universitrio, afirma o coordenador do PAE, Allan Carlos da Silva.
Em relao ao atendimen-to psicolgico, o coordenador informa que basta que o aluno apresente seus docu-mentos pessoais e o carto do Sistema nico de Sade (SUS) para conseguir o atendimen-to na Clnica de Psicologia da universidade.
O PAE funciona de 8h s 12h, de 13h30 s 17h30 e de 18h30 s 22h30, no bloco A, sala 13.
A Universidade Federal
do Tringulo Mineiro, UFTM, detentora de alguns dos mais concorridos cursos da rea de sade do pas, utiliza a prpria infra-estrutura para o atendimento e encaminha os alunos com enfermida-des para o prprio Hospital Escola. L tambm funciona o Ncleo de Atendimento ao Estudante (NAE), voltado para o apoio psicolgico dos alunos da universidade.
Segundo a coordenadora do NAE, psicloga Aparecida Beatriz de Oliveira, cerca de cem de alunos so atendidos semestralmente pelo ncleo. Estes estudantes buscam atendimento por conta pr-pria ou indicados pelo corpo pedaggico.
Na Faculdade de Agrono-mia e Zootecnia de Uberaba (FAZU), os casos de emergn-cia so atendidos na clnica da instituio e, posteriormente, encaminhados para hospitais da cidade.
Entre os servios gratuitos oferecidos pelo PAE, na Uniube, est o encaminhamento dos universitrios para atendimento psicolgico
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No porque a maior parte dos alunos estuda em outras faculdades que tem prioridade
Bate e volta Conhea a rotina de cerca de 400 estudantes de Arax que encaram 234 quilmetros de estrada todos os dias para frequentar as instituies de ensino superior de Uberaba
No centro de Arax, por volta de 16h, cerca de 400 jovens deixam seu trabalho e caminham apressadamen-te para o ponto de nibus. So estudantes que viajam diariamente para Uberaba, onde cursam a universidade.
Ao final de cada tarde, um comboio desfila pela avenida que d acesso a BR 262, com destino a Uberaba. Meia noite, l vem o com-boio de volta, trazendo alu-nos cansados e sonolentos,
ansiosos no s para chegar em casa, mas tambm para que o tempo passe bem r-pido e o curso chegue ao fim.
Para organizar essas via-gens foi criada a Associao dos Estudantes de Arax (AEA). A entidade possui parceria com uma empresa de nibus, que organiza as viagens e o itinerrio de cada veculo, de acordo com as re-sidncias dos estudantes e a localizao das universida-des.
Com o objetivo de dimi-nuir os custos com a passa-gem do nibus, a associao
tambm firmou parcerias com a prefeitura de Arax e as empresas privadas.
No total, so nove nibus, sendo que oito saem da ci-dade s 17h15, e apenas um sai no horrio das 16h.
Entre todos, apenas um deles passa pelo centro de Uberaba, para deixar os alu-nos que estudam na Univer-sidade Federal do Tringulo Mineiro (UFTM).
Marlene Ferrare de Lima, de 60 anos, graduada em Matemtica e utiliza o ser-vio desde 2010, quando passou em Fsica na UFTM. Ela critica o itinerrio que in-
tegra o centro de Uberaba, bem como os assentos mar-cado dos alunos veteranos.
falta de companhei-rismo. H alunos que pode-riam pegar qualquer outro nibus para ir para as outras faculdades, mas teimam em permanecer no nico nibus que passa pelo centro. J tive que descer e esperar a boa vontade de um estudante aceitar ir em outro nibus, comenta.
Outra dificuldade quan-to ao local onde os estudan-tes so deixados. O ponto de nibus mais prximo da UFTM em frente ao Sho-pping Urbano Salomo, a cerca de cinco quarteires da universidade federal. Dia de chuva um proble-ma. Voc chega totalmente molhado. J at hbito da gente ter que levar uma tro-ca de roupa, seno vamos ficar todos os horrios com a roupa encharcada.
As aulas na UFTM acabam s 22h40. De noite, os alunos ainda tm que percorrer, a p, os quarteires para pegar o nibus em frente Uniu-be, campus centro. Saem da aula 10 minutos mais cedo e enfrentam o medo nas ruas prximas ao local onde j ocorreram vrios assaltos.
No so apenas as pesso-as que estudam na universi-dade federal que sofrem. O estudante de engenharia ci-vil da Faculdade de Talentos Humanos, (Facthus), Willian Montandom, funcionrio da CBMM e acorda por volta das 5h30 para ir trabalhar. Associado h trs anos, ele e os colegas descem na ave-nida Deputado Jos Marcus Cherem e andam trs quar-teires at universidade.
Willian comenta que no se incomoda com a distn-cia, mas com o descaso com as minorias. No porque a maior parte dos alunos es-tuda em outras faculdades que tem prioridade. Cabe diretoria da associao orga-nizar os horrios, percursos e ocupantes, de maneira a atender todos com respeito,
Joo Gilberto NetoUbirajara Galvo5 perodo de Jornalismo
A Associao dos Estudantes de Arax foi criada para organizar as viagens e os itinerrios dos nibus
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afinal pagamos o mesmo va-lor de mensalidade, portanto temos os mesmos direitos, argumenta.
O associado Lincoln Ba-tista, de 21 anos, j trabalha na rea de computao, por isso optou pelo curso de En-genharia da Computao, na Universidade de Uberaba (Uniube). Ele no sofre com o transporte, mas se inco-moda com o drama vivido pelos alunos da UFTM e da Facthus.
Segundo ele, esses es-tudantes deveriam se unir e procurar o presidente da associao para resolver da melhor forma, sem discus-so e sem violncia. Acho que deveria ter um nibus s para esse pessoal das duas faculdades. Creio que seja uma questo de boa von-tade. As pessoas no esto indo para brincar, esto indo para estudar, diz.
O presidente da Asso-ciao, Cssio Cartesiano Costa, explica que os ni-bus tm uma rota planejada que busca atingir os melho-res pontos para o aluno. O nibus do centro no levava os estudantes para a UFTM porque a cidade passava por uma reforma, impossibilitan-do o trajeto. Porm, a asso-ciao j est planejando a mudana e organizao de uma nova rota para os estu-dantes do centro, para evitar que aconteam roubos e ou-tros problemas, esclareceu.
Cheiro de Margaridas, Rosas, Teresas e Cristinas, cravos, orqudeas, adlias e begnias. Flores de maio, de junho e dezembro.
Cheiro de jardim, de ter-ra molhada, chuva, grama pisada, macerada pela briga de grandes ou pequenos, por espaos que no os pertencem, na verdade no pertencem a ningum.
Cheiro de casa limpa, suja, de pinho, lavanda. Sala, quarto, banheiro. Cheiro de sabonete, xampu, creme de barbear, dental, esmalte.
Cheiro de suor, sexo, ma-gia, coito, ejaculao. Chei-ro de nada, de silncio, de xtase, de gozo. Damas da noite, do dia, da manh. De corpos, de seios, de cabelo e pele. De traio, de cum-plicidade, cheiro de amor, de esposas, maridos e amantes que felizes ou infelizes, cheira a prpria sorte. Pecado e salvao. De toques, de gotas, borrifos, lamentos, rugas e juventude, a cronologia em busca do que lhe foi prometido.
Cheiro de cortina, sof, lenos midos. Po fresco, torrada, bacon, ovos, suco de laranja, de cana, de mo-rango, abacaxi ou hortel.
Cheiro de vmito. De guarda roupa, de mofo, de naftalina. De ternos, vesti-
ta, livros, tinta e p. Cheiro de histrias, de
noites, de madrugadas. Cheiro de remdio, inala-
o, infeco, hospital. Cheiro de fazer vidas que
nascem e se acabam no aro-ma de velas, cravos, canelas, dias nublados e morte.
Rotinados e casacos em desuso ou usados em demasia. De camisetas recm-lavadas, de calas repassadas, de vidas em movimento.
Cheiro de ar limpo, are-jado ou empoeirado.
Cheiro de caf expresso, papel, escritrio. De compu-tador, de mquinas de es-crever, telgrafo, telefone, fax, impressora, tinta.
Cheiro de combustvel, de rua, de malandragem e roubo.
Cheiro de garagem, de filhos. Cheiro de batata frita, carne, cebola, feijo queimado, arroz queimado, pele queimada.
Cheiro de entardeceres, de jornal, de revis-
Alex Gonalves8 perodo de Jornalismo Cheiro... de
camisetas recm-lavadas, de calas repassadas, de vidas em movimentoA duplicao da BR 262 faz parte do Programa de Acelerao do
Crescimento (PAC) e est orada em R$ 375 milhes
A associao j est planejando a mudana e organizao de nova rota para os estudantes do centro
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Nas salas tradicionais, pela TV ou via dowloads, a stima arte ainda faz a cabea dos jovens
Marcela MatarimMarcelo Lemos5 perodo de Jornalismo
My name is Bond, Ja-mes Bond, Wilsooooonn, Hello I Want to play a game e Pede para sair so algumas das centenas de frases de filmes que ga-nharam repercusso e en-traram para a histria dos adoradores de c inema.
Em 2011, de acordo com dados da Filme B consulto-ria que monitora o mercado cinematogrfico no Brasil, os brasileiros gastaram R$ 1,4 bilho nos cinemas. Foi um acrscimo de R$ 155 milhes na comparao com 2010, o melhor desempenho
das ltimas trs dcadas.A animao americana
Rio, dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, foi a maior bilheteria do ano. O filme arrecadou R$ 68,7 milhes, enquanto Amanhecer - Parte 1 rendeu R$ 64,1 milhes.
O bom desempenho das bilheterias est relacionado abertura de mais salas de cinema no pas. Em 2011, foram 200 aberturas, con-tra apenas 15 fechamentos.
A saga dos vampiros teve o maior pblico do ano, de 6,9 milhes de espec-tadores. Rio atraiu 6,3 mi-lhes, mas foi mais lucra-tivo porque o ingresso de um filme 3D mais caro.
De olho nos trailers, nas
bilheterias e nos prximos lanamentos, os jovens apai-xonados acompanham fil-me a filme cada novidade.
Falar nas maiores bilhete-rias do mundo, como Avatar, Titanic, Transformers, O Se-nhor dos Anis e Piratas do Caribe agua a curiosidade dos cinfolos de planto.
O estudante de Jorna-lismo, Mateus Barros um deles. Ele gosta tanto desse mundo que assiste a filmes diariamente. Por semana, vai ao cinema duas vezes pelo menos, e na televiso assiste a outros 10 longas, baixados da internet ou via TV a cabo.
Ele de Fortaleza e, h trs anos, estuda na Univer-sidade de Uberaba (Uniu-be). Quando ainda estava na capital cearense, ia ao cinema todos os dias, pois o seu colgio ficava prximo.
O que eu gosto mais cinema Cult, mas amo tam-bm fico, ainda mais agora que est essa febre dos super heris e tudo mais. Assisti-los, como se estivessem na vida real, muito interes-sante. Outro gnero que eu gosto tambm romance.
O interesse de Mateus por cinema foi estimulado pela famlia. A me do estu-dante tambm f de filmes.
O cinema a nica coisa que consegue me emocio-
nar bastante. Meu encan-tamento vem pelo que o cinema traz enquanto arte, conta o futuro jornalista.
Mateus considera os cine-mas chileno, argentino, sueco, oriental e at mesmo o brasi-leiro difceis de ver e por isso gosta de assisti-los, para en-tender como funciona e per-ceber as principais diferenas.
Mais do que assistirA paixo no est apenas
em assistir a filmes. O estu-dante tambm desenvolve e participa de projetos nesta rea. Em 2000, ainda cursan-do a 7 srie, comeou em um festival chamado Noia, um programa trabalhado nas escolas e faculdades, na cidade natal dele. Mateus juntou uma turma de cole-
gas, como quem no queria nada e fizeram um filme de curta metragem amador. O que inicialmente era uma brincadeira acabou rendendo o 4 lugar na colocao geral. J em 2003, ele comeou a trabalhar na produo de eventos de cinema. A eu comecei a entrar mais para outro ramo, que a produ-o de projetos junto com o Ministrio e programas de incentivo cultura, conta.
Na Universidade de Ube-raba, ele j foi presidente do Diretrio Central dos Estudan-tes (DCE) e participou de pro-jetos, como Comunica.Doc, Cine Brasil e Momento Re-gional, que exibiam filmes e documentrios de diferentes gneros, semanalmente, na prpria universidade. As ses-
A paixo pelo cinema sobrevive
O estudante Mateus Barros engajado em projetos na rea de cinema
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O roteirista Guilherme Tensol critica a distribuio dos filmes
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ses eram abertas ao pblico, com apoio, inclusive, da Fun-dao Cultural de Uberaba.
A arte como aprendizadoOutra cinfolos a es-
t u d a n t e d e b i o m e d i c i -na da Universidade Fede-ral do Tringulo Mineiro (UFTM), Luiza Franco Cor.
Ela tambm comeou a gostar de cinema desde pe-quena, por causa dos seus pais que sempre assistiram a filmes.
A forma que o cinema mos-tra os mundos desconhecidos e a possibilidade de conhecer os costumes e culturas de ou-
tros pases foi um dos fatores que levou Luiza a essa paixo.
Dentre os gneros de sua preferncia esto fico cien-tfica, comdia romntica e ao. No gosto muito de terror, pois tenho medo, mas o resto gosto de pratica-mente tudo, comenta Cor.
Luiza vai ao cinema cerca de trs vezes ao ms e em casa assiste em mdia dois filmes nos finais de semana. Alm de alugar, ela tambm baixa pelo menos trs filmes por ms. Para a estudante, o mais interessante no universo das projees cinematogr-
ficas so os efeitos especiais, o roteiro e a capacidade do diretor em fazer um bom filme. Entre os preferidos es-to Star Wars e A Origem.
Os efeitos especiais ainda podem melhorar bastante. Tem filme que ainda tem o roteiro muito confuso, intri-gante, no d para entender o que o diretor quis mostrar.
Tanto para Luiza quanto para Mateus, o cinema se en-globa em diverso, cultura, la-zer, entretenimento e apren-dizagem. s vezes, voc pode ver um filme por lazer, e aprender bastante, adqui-
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rir cultura tambm. O filme O Palhao oferece vrias lies de vida, explica Luiza.
Para o roteirista cinema-togrfico Guilherme Tensol, o que precisa melhorar no cinema a distribuio dos filmes. H muito tempo o problema deixou de ser o mrito dos filmes em si e passou a ser a falta de acesso do grande pblico aos mes-mos. Hoje, o Brasil produz, tranquilamente, mais de 100 filmes por ano, e apenas uma pequena frao disso conhecida por gente fora do meio, destaca Tensol.
Voc pode ver um filme por lazer e aprender bastante, adquirir cultura tambm
O roteirista reconhece tambm que o Brasil tem timas produes de filmes. No me refiro apenas foto ou som, falo principalmen-te das atuaes tambm.
As sries de filmes que conquistaram o pblico jo-vem, como Harry Potter e Crepsculo, tambm agra-dam o crtico de cinema. Ele considera essas sagas projetos incontestavelmente fantsticos. Suas histrias atingem em cheio o pbli-co-alvo, so filmes muito bem feitos e, ainda por cima, absurdamente lucrativos por conta das sequncias, ou seja: sucesso, avalia.
E se, antigamente, traba-lhar com cinema era coisa de hippie desocupado ou qualquer outro preconceito digno de pais reacionrios, hoje Guilherme Tensol afirma que o audiovisual se consoli-dou no Brasil como um nicho slido e que gira grana, o lu-gar ideal para quem criativo e tem algo a dizer. No d para no convidar a garota-da a se envolver mais com o audiovisual e acreditar nisso como uma carreira, conclui o roteirista cinematogrfico.
A universitria Luiza Franco Cor garante que assiste a filmes todos os finais de semana, no importa se em casa ou no cinema
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Ana Krsia7 perodo de JornalismoMariana Alves5 perodo de Jornalismo
a grande arte de dividir espao com pessoas
Viver em repblica:
Regras, pouco confor-to, adaptao, bom senso e festas parecem elemen-tos de uma combinao comum de moradores de repblica. Mas a arte de dividir espao, seja com uma pessoa ou mais, no to simples como parece.
Em Uberaba, conheci-da como terra do Zebu, h um bairro inteiro que abriga estudantes de todo o pas: o Universit-rio. Na cidade, so nove
instituies de ensino su-perior, entre particulares e federais. A cada incio de ano, s a Universida-de de Uberaba (Uniube), recebe cerca de dois mil estudantes para iniciar a vida acadmica.
O bairro Universitrio cheio de apartamentos e pensionatos, todos dire-cionados a atender alunos que deixam o conforto da casa dos pais em busca do sonhado diploma do curso superior.
Quem mora fora diz que para dividir o mesmo espao com outras pesso-as necessrio, acima de tudo, ter jogo de cintura.
Maria Eduarda Berlatto Magnabosco, tambm conhecida como Duda, h um ano divide aparta-mento com trs colegas. O baixo custo com o aluguel, a facilidade de estar mais prxima da faculdade e, claro, a liberdade, levaram a aluna de Engenharia Agrnoma, do Instituto Federal do Tringulo Mi-neiro (IFTM), a ter essa escolha.
Duda morava com os pais na cidade de Sacra-mento, localizada a 86 quilmetros de Uberaba. Mesmo com a proximida-de, a estudante precisou se mudar porque seu
curso diurno e no havia nibus disponveis nos horrios que ela precisava.
A rotina na repblica envolve l impar a casa, separar o lixo, lavar roupa, arrumar a prpria cama, tarefas simples, mas que, tantas vezes, no integra-vam o dia a dia dos filhos morando na casa dos pais.
A universitria conta que no fcil conciliar os afazeres domsticos com a vida acadmica.
Alm disso, Duda diz que, apesar da diverso que morar com pessoas da mesma idade, nem tudo fcil. No fim dos per-odos, quando se precisa de mais apoio familiar, por conta da presso que a gente passa, difcil, relata.
H quase um ano, rico Bianchi Rosa est longe do carinho dos pais. Na cidade, ele tem a com-panhia do irmo. O es-
Descontrao a marca dos estudantes que moram fora
A frequncia das festas, to comuns nas repblicas, diminui quando os estgios comeam
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tudante de Zootecnia das Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU) amante das festas e da boa vida. Agregado na repblica conhecida como Mata Burro, rico sente falta das refeies balanceadas da casa da me, pois aqui sobrevive praticamente s de lanches.
Apesar de algumas di-ficuldades, segundo ele, o lado bom supera as carn-cias. A independncia, a responsabilidade de estu-dar por conta prpria, sem ningum te forando a isso, um dos fatores que me levam a permanecer longe de casa, afirmou.
A psicloga Vania Maria Bonatti explica que cada pessoa reage de uma for-ma a mudanas. Segundo ela, h jovens que se sen-tem libertos sem o olhar dos pais e julgam-se livres para fazer o que quiserem. Esses rebeldes, muitas ve-zes, correm riscos e usam da liberdade sem conside-rar as responsabilidades e consequncias.
Vnia salienta, porm, que h outros tipos de jovens. Os assertivos, apesar de saberem que esto longe dos olhos dos pais, conseguem usar a
liberdade de forma mais responsvel, assumindo suas tarefas, aprendendo a se virar, a ter iniciativa.
A psicloga relaciona ainda um outro perfi l , extremamente inseguro. algum que, s vezes se isola, se deprime, pois no se sente pronto para tomar decises e assumir as consequncias, muitas vezes por medo de errar, de no atender s expec-tativas dos pais.
De acordo com o estu-dante de Jornalismo da Uniube, Gullit Pachielle, o primeiro ano longe dos pais o mais divertido. Vindo de Patos de Minas, ele mora em repblica h quatro anos e j participou de muitas festas. Com o
incio do estgio, vieram as responsabilidades e a falta de tempo. Tive que mudar minha rotina, em virtude dos compromissos profissionais, relatou.
Veterano no assunto, Gullit deixa claro que ilu-so pensar que tudo dar certo e que seus proble-mas iro acabar ao morar sozinho. Pelo contrrio, a responsabilidade dobra.
Nesses quatro anos, o estudante j morou com vrias pessoas, dentre elas, jogadores de futebol, preparadores fsicos e uni-versitrios. Vrios perfis, personalidades diferentes. O sucesso da relao sem-pre consistiu no bom e ve-lho dilogo. preciso ter bom senso, finaliza Gullit.
Esses rebeldes...usam da liberdade sem considerar consequncias
Nas repblicas, o padro de organizao da casa dos pais quebrado
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za Deixa arder?
Minha me sempre dizia que religio, fu-tebol e poltica no se discutem. Outro dia, fiz uma enquete na rede social Facebook, com a pergunta: Voc acredita em inferno?
pattico e engraa-do o quanto isso instiga e irrita as pessoas. Mui-tas, cegas pela religio, outras, cticas pela ig-norncia.
O que , na verda-de, o inferno? Um lugar cheio de fogo, odores insuportveis, pessoas deplorveis, em que se paga pelo mal cometido na terra? Um lugar cheio de lama, cheirando a en-xofre, em que as pessoas precisam se arrepender de suas maldades para que o ser superior possa lhes salvar? H um cal-deiro de gua fervente, em que seres inferiores (de alma, de bondade) gritam de dor?
J dizia o filsofo Sar-tre: o inferno so os outros. Ele refere-se a esses homens cruis, que no sabem cuidar e nem governar a terra, onde se esbanja riquezas e se definha na pobreza. O inferno o mundo e suas desigualdades.
Que lugar esse? Mal
nascemos e j temos que sofrer? Pergunte aos que moram na Somlia onde fica o inferno.
A f algo inquestio-nvel. Aquilo que nos move para a concretiza-o dos nossos ideais. a certeza de que tudo dar certo. Eu quero, eu pos-so, eu consigo. A f ou o que chamam de Deus o refgio para crer que merecemos tudo o que h de melhor no mundo, sem culpas.
Ento, somos Deus e diabo. Somos ditadores do cu e do paraso. Acreditando, chegamos onde quisermos, mas desacreditando afunda-mos na solido medo-nha. A fora da mente poderosa.
Creio em almas boas que, juntas, fomam essa fora a que chamamos de Deus. Se sozinhos andamos, se agimos de forma egosta, nos tor-namos diabo, ditadores do nosso prprio sofri-mento.
H muita coisa entre o cu e a terra, que nin-gum consegue explicar. Se h um lugar especfi-co para chafurdarmos na amargura eterna, s os mortos poderiam dizer ou como definiu William Shakespeare: o inferno est vazio e todos os demnios esto aqui.
Ana Krsia7 perodo de Jornalismo
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O poder do novo sertanejo
Nos anos 2000, o sertanejo tradicional, chamado caipira, deu espao ao sertanejo da capital ou sertanejo univer-sitrio. a terceira fase deste estilo musical.
Historicamente, este gne-ro musical trazia em suas letras as caractersticas peculiares do interior. Falavam de amor sereno, da moa morena e suas belezas, da lida com os animais. Exemplos no faltam. Basta ouvir as msicas Rancho Fundo e Fogo de Lenha, peas importantes do playlist caipira.
Mas, hoje, o sertanejo mo-derno e com cara jovem tem rtulos e pblicos diferentes.
Os especialistas acreditam
que a popularizao do ser-tanejo universitrio se deu em funo da facilidade de compreenso das letras, com-binada com a simplicidade da melodia.
A cantora Marina Rabelo, que venceu a ltima edio do Uniube Fest, na catego-ria universitrio, com a letra Afim do Samba, tem uma explicao particular para este sucesso.Eu acho que as pessoas gostam do sertanejo universitrio porque as letras falam de amor, so fceis de gravar. um estilo animado, leve. As pessoas, quando es-to se divertindo, parece que no esto querendo pensar. Respeito muito o trabalho de quem trabalha com este gnero, explica Marina, que est no ramo h dez anos.
Os jovens modernos pare-cem mesmo no se preocupar com estes aspectos. Querem mesmo curtir a msica da forma que ela se prope.
O estudante de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), Fernando Bento Moreira, de 21 anos, um personagem desta hist-ria. Acostumado, desde a ado-lescncia, a escutar hard rock com Airon Maiden, Metallica e Guns Roses, hoje, mudou seu estilo radicalmente. Em seu MP3, tem msicas de muitos sertanejos, como Vitor e Lo, Maria Ceclia e Rodolfo e Jorge e Mateus. um estilo gosto-so de ouvir. As melodias so bem trabalhadas. um estilo caracterstico da regio, onde todos ouvem e gostam, sem nenhum tipo de preconceito!
tambm um timo estilo para danar, afirma.
Michel Tel, Gustavo Lima, Joo Neto e Frederico, Israel e Rodolfo e Luan Santana esto entre os mais tocados nas rdios de todo Brasil. Suas canes tratam o amor sob o olhar do sertanejo jovem.
Influenciado pelos pais, o estudante de Psicologia na Universidade de Uberaba, An-derson Silva Alves, comeou a escutar este estilo de msica na infncia. Hoje, aos 22 anos, tem orgulho de dizer que boa parte de sua vida tem um fundo musical interpretado por estes artistas. Ao som de Gian e Giovanni passei toda minha infncia. Impossvel esquecer aquelas festas em famlia regadas cerveja e ao sertanejo. Hoje ,dei espao na minha estante para os CDs dos novos artistas.
Outro aspecto que envolve os sertanejos atuais so as
caractersticas da atual socie-dade brasileira. Eles trazem consigo a invaso do povo do interior nas universidades pas afora. Eles trouxeram no somente os cadernos, mas tambm o violo debaixo do brao e isso explorado, ex-plica o socilogo Jamil Junior.
Uma curiosidade so as festas que rolam noite afora embaladas pelos novos su-cessos dos universitrios, inti-tulados de Rave Universitrias, onde h muita gente bebendo e danando ao som de violo, viola e acordeon.
Estes eventos trouxeram para o pblico um novo mo-delo para festejar. Historica-mente, as raves eram com-postas apenas por batidas eletrnicas.
Danilo Lima7 perodo de Jornalismo
Joo Neto e Frederi-co conquistaram 7 milhes de exibi-es no You Tube com a msica L L L
Maria Ceclia e Ro-dolfo conheceram-se no 2 ano de Zoo-
tecnia em Campo
Grande
A fama internacional de Michel Tel veio depois que Cristiano Ro-naldo danou Ai se eu te pego, na come-morao de um gol e a transformou em um grande sucesso na Europa
Jorge e Mateus preparam novo
DVD e CD
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Universidade + balada = ?Estudantes contam como conciliam essas realidades to encantadoras e to distintas
Mikael Minare Wilson Ferreira5 perodo de Jornalismo
Festas, bebidas e diverso. Essa a realidade da vida de muitos universitrios daqui de Uberaba e de fora da cida-de. Jovens de diversas regies do pas que vm estudar nas vrias instituies de ensino superior e se divertem nas festas organizadas em rep-blicas ou por empresas de eventos.
Fabrcio Borges da Silva, estudante de Engenharia Am-biental da Universidade de Uberaba (Uniube), conta que natural de Ibi e est h dois anos em Uberaba. Eu moro
em repblica desde que vim para c. Pelo menos duas ve-zes por ms ns promovemos festas aqui. No h coisa me-lhor. Quanto faculdade... vai dar tudo certo, argumenta.
H quem diga que essas festas atrapalham o desem-penho dos jovens em seus cursos; outros defendem que possvel conciliar balada e faculdade.
Romrio Santos Souza, estudante do 3 perodo de Odontologia da Uniube no considera que as festas atrapalham seus estudos. Contando que se consiga separar balada de estudo , d para levar, salienta.
Romrio diz que as bala-das so muito bem-vindas, porm escolhe as festas que vai. No curto festas em re-pblicas. Costumo sair quan-do tem festa na Casa do Folclore ou Sambur, conta.
Gilliardo Barbosa Souza, aluno de Qumica da Univer-sidade Federal do Tringulo Mineiro (UFTM), mora em Uberaba h um ano e quatro meses e curte uma boa bala-da nos fins de semana.
Ele conta que costuma sair de duas a trs vezes por ms e no tem nenhum lugar que ele no goste. Para mim, o que vale mesmo me divertir,
comenta.Enquanto era en-trevistado, Giliardo resolveu contar uma historia inusitada que aconteceu em uma de suas sadas. Uma vez fui a uma festa e tinha um amigo meu, aquele tipo de nerd, es-tudioso pra caramba. Nessa festa, ele comeou a beber e
soltou a franga. Todo mun-do ficou espantado porque ningum tinha ideia de que ele poderia ser daquele jeito. Na semana seguinte, ele era o assunto da sala.
Para o socilogo Gilson Marcos da Silva, as festas que
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O socilogo Gilson Marcos questiona a motivao das festas
envolvem o pblico univer-sitrio so elaboradas de forma que no representam nenhum sentido para os jovens. Eles, muitas vezes, vo a essas festas sem saber nem mesmo o que esto comemorando, ressalta.
No existe um calendrio oficial de eventos, mas h sbados em que so realizadas at trs festas de grande porte
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Universitrios abrem o jogo:
bem evidente os desejos do corpo por meio da ousadia das roupas, e at mesmo do modo de andar e se declarar.
A vida sexual comea cada vez mais cedo. Segundo da-dos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), dos 620 mil estudan-tes do ltimo ano do Ensino Fundamental das capitais e do Distrito Federal, 30,5% j tiveram relao sexual. O percentual mais alto entre os meninos (43,7%) do que entre as meninas (18,7%).
O sexlogo Renato Meni-no explica que a entrada do adolescente na universidade funciona como um ritual de aumento de liberdade que atia a libido dos jovens.
Quando voc est em uma balada ou principal-mente em repblicas, voc v jovens se agarrando e, se andar mais um pouco e olhar nos quartos, a maioria est transando. Mesmo aqueles casais que se conheceram naquela noite. Isso normal
nas repblicas. Qual uni-versitrio que nunca
fez? coisa de mo-mento! Fazer amor
troca de prazer, de carinho, declara o estudante de Sistema de Informao da Faculdade Talentos Humanos (Facthus), David Henrique, de 23 anos.
Um estudante de Arqui-tetura da Universidade de Uberaba (Uniube), de 22 anos, que no quis revelar seu nome ao conceder a entre-vista, diz que normalmente o sexo entre os universitrios voltado diverso e ao momento. No se trata de cumplicidade. pegao. Os
jovens solteiros tratam o sexo como um momento casual de descontrao e prazer, declara o universitrio, frisan-do que a situao s muda quando ele namora.
O sexlogo Renato afirma que sexo saudvel em to-das as fases da vida, mas faz um alerta sobre a importncia da prtica consciente para evitar doenas sexualmente transmissveis e gravidez indesejada. Ele alerta tam-bm para a mistura de sexo e drogas, sejam as lcitas ou ilcitas. A turma da faculdade perde o senso crtico e faz sexo por pura empolgao. A droga, alm de atrapalhar o andamento nos estudos, pode lev-lo perda do senso crtico.
Outra aluna que no quis se identificar contou equipe do Revelao que quase fez sexo dentro da universidade. Ela comemorava aniversrio e como tinha aula vaga re-solveu ir a um bar com seu namorado. Depois de con-sumirem lcool retornaram, pois ela havia esquecido um caderno.
No fim do horrio j no
tinha quase ningum na faculdade. Entramos no ba-nheiro masculino, aquele para pessoas especiais, que era maior, e comeamos a nos pegar. Tirei a parte de baixo da minha roupa. De repente, vrias pessoas en-traram no local e eu comecei a dar risada. Ns tivemos que ir embora. S no aconteceu porque recebemos aquelas visitas indesejadas no ba-nheiro, afirma a estudante, ressaltando que faria tudo de novo, em funo da adrenali-na daquela noite.
Analisando o machismo como trao comum na so-ciedade brasileira, onde o homem deve provar que macho por meio do sexo, o especialista conta que outras drogas, chamadas de vasodi-latadores, ganham cada vez mais a preferncia.
Os jovens acham que tm que provar que so capazes. Isso prprio da imaturidade A partir dessa insegurana, esse jovem lana mo do uso desses medicamentos, e se fizer um uso contnuo, pode desenvolver a dependncia, afirma o sexlogo Renato.
O que os univers it-
rios do sculo 21 pensam
quando o assunto sexo?
Hoje em dia, no h mais
o charme absoluto dos pe-
quenos gestos, das palavras
delicadas ou dos olhares
romnticos da paquera tradi-
cional para atrair ateno do
outro. Com a liberdade, pare-
ce que a tendncia deixar
Katiuscia Antunes Izabel Durynek5 perodo de Jornalismo
fazem sexo por diverso
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Cyber vcio: Viciados em InternetJovens so responsveis por 63% dos acessos da rede mundial de computadores
Annelise Foroni4 perodo de Jornalismo
Mundo digital. A expres-so desconhecida at pouco tempo passa a integrar a roti-na dos brasileiros. Facebook, Orkut, Skype, MSN, Pure Vo-lume, My Space, Google + e outra poro distinta e infi-nita de redes sociais e sites de pesquisa integra a rede mundial de computadores.
Pesquisa realizada pelo ComScore, em 2010, aponta que os jovens entre 15 e 35 anos so responsveis por 63% dos acessos na Internet, enquanto no resto do mundo a mdia de usurios na mes-ma faixa etria de 53%.
A estudante do curso de Jornalismo da Universidade de Uberaba (Uniube), Jssica de Paula, de 33 anos, um exemplo. Comeou a acessar eventualmente a net, em 1997, mas o hbito de ficar conectada se fortaleceu em
2005. Como a frequncia e a qualidade de uso da net se intensificaram mesmo de 2008 pra c, ela ento decidiu levar o hobbie a srio e criou seu prprio blog, o Minei-ra sem Freio. Atualmente, como tem um smartphone, fica conectada praticamente durante todo o dia. Quando no estou conectada, recebo alertas do Twitter via SMS. Se for algo diretamente para mim ou do meu interesse, j me conecto, assim que possvel.
Perguntamos Jssica como se sente sem a Internet. muito difcil acontecer. At mesmo em festas ou na balada de fim de semana, eu costumo acessar a net e postar minhas impresses sobre o que est acontecen-do minha volta. Na net, eu convivo com as pessoas que se identificam comigo, tm assuntos em comum. Quan-do estou desconectada me sinto muito sozinha, mesmo estando no meio de uma multido.
A psicloga e coordena-dora do Centro de Estudos e Pesquisa em Psicologia Apli-cada (CEPPA), Vilma Valria Dias Couto, esclarece que as mdias sociais devem ser bem utilizadas, mas o contato hu-mano no pode, de maneira alguma, ser substitudo pelo
contato virtual. A estudante de Direito na
Uniube, tala Machado Silva, de 19 anos, diz que usa a Internet como ferramenta de comunicao e pesquisa. Uso para fazer tudo: tra-balhos de faculdade, para falar com os amigos. Ento, a minha vida profissional e a social inteira voltada para a internet, enfatiza a jovem que fica conectada de seis a 12 horas por dia.
A especialista Vilma tam-bm explica que devemos respeitar o nosso corpo e a quantidade de horas que suportamos sem dormir. O organismo necessita de des-
canso. Pessoas que passam diversas horas na madrugada conectada podem desen-volver alguns distrbios, conclui.
A realidade no idntica para todos os universit-rios. A estudante de Cincias Biolgicas no Instituto Fe-deral do Tringulo Mineiro (IFTM), Brbara Vieira Novais dos Santos, explica que sua postura atual em relao Internet bem diferente de tempos atrs, quando ficava at seis horas por dia em frente ao computador. Hoje, eu tenho que dividir o com-putador com o meu irmo e no tenho muito tempo para
ficar navegando, explica. O estudante de Enferma-
gem da Universidade Federal do Tringulo Mineiro (UFTM), Henrique Ciabotti Elias, de 18 anos, garante que no usa a rede por longo perodo de tempo. Fico, no mximo, trs horas por dia. Uso para pesquisar, ouvir msica, fins ntimos e conversar com os meus amigos, salienta o universitrio, garantindo que se um dia ficar sem a Internet sentir falta, mas viver nor-malmente.
Os especialistas alertam que o uso excessivo de inter-net pode causar depresso, insnia, obesidade e leso por esforo repetitivo.
... quando estou desconectada me sinto muito sozinha
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Thiago Paio7 perodo de Jornalismo
tala Machado , estudante de Direito da Uniube, fica de seis a 12 horas conectada na internet
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O casal Helosa e Rodolfo investe no consultrio de Odontologia
Graduados batalham pelo sucesso
No Brasil, segundo o Cen-so da Educao Superior, existem ao todo 2.377 insti-tuies de ensino superior, que oferecem um total de 29,5 mil cursos para 6,3 mi-lhes de alunos universitrios matriculados. Em dez anos, houve um aumento de 110% do nmero de alunos matri-culados.
H um ano e meio, quan-do decidiu abrir a prpria cl-nica, a dentista Helosa Vilela, de 24 anos, tinha apenas sete meses de formada. A parceria e a caminhada de sucesso com o scio e namorado Rodolfo Fortunato, teve altos e baixos. Se eu falar que foi
tudo maravilha e fcil de con-quistar, estarei mentindo. J teve momentos de dvidas e que pensei at em desistir da profisso em que me formei. Hoje, tenho certeza de que fiz a melhor escolha. Tenho paixo pelo que fao e ainda h muito que conquistar, revela a dentista.
Helosa comemora o su-cesso na profisso. J con-quistamos bastante clientes e estamos, aos poucos, ocu-pando espao na nossa rea, conta.
Mas o mercado no generoso com todos. Em-bora no exista nmeros especficos que confirmem a carncia de emprego para re-cm- formados, no preciso ir muito longe para encontrar pessoas que no seguiram a profisso de formao. o caso de Fernanda Gomes, de 26 anos. Formada h cinco anos em Publicidade e Pro-paganda, atualmente, toda
a renda financeira vem do
salo que montou pouco antes de terminar o curso. Quando me formei j tinha meu prprio salo e o merca-do em Uberaba no oferecia tantas oportunidades, ex-plica Fernanda, que trabalha como cabeleireira, de tera a sbado.
Quanto mais diferenciado o profissional, maiores so as chances de conseguir um bom posicionamento na rea de formao. o que explica a psicloga, coaching, especialista em Orientao Profissional e de Carreira, Las Mutuberria. Quando falamos em buscar especializaes, devemos nos lembrar do tipo de profissional que o mer-cado de trabalho seleciona: so profissionais versteis, com importantes habilidades sociais, de comunicao, po-livalentes, que lanam novas ideias no mercado. Deve-se buscar cursos e estratgias de aprimoramento profis-sional que atendam a essas
necessidades, que permitam que o profissional desenvol-va no s a parte tcnica e de conhecimentos tericos, mas que ele tambm consiga desenvolver prticas dife-renciadas, com habilidade e competncia na execuo de seu trabalho, explica Las.
Algumas faculdades ofe-recem aos alunos cursos de extenso dentro da prpria universidade, com o objetivo
de preparar o aluno, ainda mais, para enfrentar o com-petitivo mercado de trabalho.
Las explica que o uni-versitrio que participa de projetos enquanto est em formao tem mais chances de se estabelecer profissio-nalmente. O profissional bem sucedido oque tem conhecimentos, habilidades e atitudes assertivas e efica-zes no seu ramo de atuao.
1. Seja proativoSer capaz de entrar em
ao sem ter algum com o chicote atrs, fundamental para ser bem visto pelos chefes. Envolva-se.2. Resolva problemasO profissional tambm precisa estar disposto a
Seis dicas para voc ser o profissional que toda empresa procuraassumir riscos a abraar desafios, conhecidos nas empresas como problemas. 3. Esteja aberto s mu-danasNo fique parado no tem-po. Nem toda mudana boa, mas cria oportunida-des para voc se qualificar e, com isso, enfrentar os
novos desafios.4. Seja criativoExercite seu crebro para pensar diferente. Tenha como objetivos gerar novas ideias e solues inusitadas.5. Trabalhe em equipeTer pessoas que comparti-lham dos mesmos valores que voc e o ajudam a al-
canar resultados melhores fundamental.6. Seja agradecidoAgradea a cada pessoa da sua equipe por tudo que vem fazendo junto contigo.
* O autor Fernando Oliveira tem certificao internacional pela Sociedade Latino Americana de Coaching
Rona AbdallaAna Clara Rodrigues5 perodo de Jornalismo
Fernanda Gomes
decidiu seguir outro
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Concurseiros ralam pela estabilidade
A busca por bons salrios e estabilidade, juntamente com o crescimento da eco-nomia brasileira, provocou uma exploso no nmero de concursos pblicos nos ltimos cinco anos.
De acordo com os nme-ros da Associao Nacional de Proteo e Apoio aos Concursos (ANPAC), apenas no ano de 2011, 12 milhes de pessoas fizeram provas para concorrer a 30 mil vagas oferecidas em todos os nveis do setor governamental. Mas, para conseguir uma dessas vagas preciso dedicao, esforo e disciplina.
O gramtico e professor especialista em concursos, Ernani Pimentel, diferencia o concurseiro e o concursando.
Se algum escolhe como profisso preparar-se para concurso, deve chamar a si mesmo de concurseiro, mas se decide que preparar-se para concurso apenas uma fase de sua vida e deseja que ela seja curta, deve intitular-se concursando.
Chamaremos de Slvio Soares o personagem desta matria, que pede que sua identidade seja preservada devido ao atual cargo exerci-do no Tribunal de Justia de Minas Gerais.
Aos 35 anos, formado em histria, um legtimo concurseiro. Presta concurso desde os 18 anos e j foi apro-vado para o cargo de profes-sor nos estados de So Paulo e Minas Gerais, tambm na Fora Area Brasileira. Em novembro do ano passado, foi aprovado no concurso do Ministrio Pblico.
Quem pensa que Slvio parou por aqui se engana. Ele pretende passar no concurso da Polcia Federal.
A rotina de estudos e a dis-ciplina so primordiais para quem deseja ser aprovado. Alguns optam por cursinhos preparatrios, mas Silvio autodidata. Estuda seis horas todos os dias, alm de prati-
Paulo Brando3 perodo de Jornalismo
car natao, corrida e acade-mia para enfrentar os testes fsicos exigidos no concurso. preciso fazer alguns sacri-fcios em prol do que voc almeja, diz o concurseiro.
A concorrncia gran-de. No ano de 2009, alguns cargos da Polcia Federal chegaram a ter 714 pessoas disputando uma nica vaga.
Slvio j comprou cen-tenas de livros envolvendo concursos pblicos, mas hoje existem vrios sites relaciona-dos aos concursos pblicos que fornecem informaes, dicas e at mesmo assessoria jurdica. Ele prefere o apoio de um curso online. Visita fruns, sites especializados, comunidades e responde algumas provas.
As dificuldades que giram em torno dos concurseiros so inmeras: noites mal dormidas, angstias e sobre-tudo as frustraes. Em uma matria publicada no site Uol, o neurocientista e psicana-lista Nanci Azevedo Cavaco revela que a ansiedade a principal responsvel pelos quatro maiores problemas dos concurseiros: a falta de concentrao, falta de aten-o, perda de memria e o conhecido branco.
No ano passado, 12 milhes de pessoas fizeram provas para concorrer a 30 mil vagas oferecidas em todos os nveis do setor governamental
precisofazer alguns sacrifcios em prol do que voc almeja
Nascemos para realizar o desejo pessoal de um homem e de uma mulher de criar uma outra pessoa. Esta pessoa tende a, por obrigao, atender a todas as expectativas emocionais e morais daquele casal. De-sejos que no so nossos.
Perguntamo-nos, o que liberdade? Quando teremos liberdade?
Imagino que seremos felizes quando atendermos nossas prprias realizaes sem nos importar com ter-ceiros ou sem a pretenso de conquistar o amor dos outros. Esse desejo de ser aceito o primeiro sintoma do assassinato de persona-lidade, ou seja, da infelici-dade.
Somos movidos pela for-a da aceitao. Sentimo-nos obrigados a ser mem-bros de uma grande famlia e deixamos de usar, falar, acreditar, ser.
Mas importante acredi-
tarmos em mudana. A cada passo, cada som, estamos vivos e merc do tempo e de sua fora modificadora. Somos feitos de tudo que nos cerca: dos sentimentos dos pais, dos desejos atia-dos pelos amigos, dos ami-gos dos amigos, da novela favorita.
O que somos? O que so-mos de verdade? Dentro da alma, algo que transcende toda a sujeira do mundo. Toda dor, toda mgoa.
Seguimos com as difi-culdades, com as pedras no caminho, seguimos em frente, decididos a sermos felizes, mesmo sem saber o que isso significa.
Temos guardado no pei-to uma arma que vence e vencer todas as barreiras do medo: a f. por isso que os fortes se destacam na batalha da vida. Vence no o mais forte e, sim, o mais sbio. Vence aquele que, mesmo com as transforma-es e cobranas do tempo, no deixou de querer e ser quem realmente .
Sou infeliz, quem no ?Pedro Neto5 perodo de Jornalismo