Revista 40 Graus

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Todos os dias, para elas, a possibilidade de estar fazendo algo novo é muito grande. Por causas das difi culdades existentes, os desafi os se tornam cada vez mais comuns deixando-as como verdadeiras protago-nistas da vida real. Provavelmente, como em qualquer parte do mundo, elas vivem um dia após outro tirando proveitos e se auto-afi rmando numa sociedade que por mais que se comporte diferente, a resposta é completamente contrária, o machismo ainda dita regras e normas.

As mulheres, por estarem vivendo numa sociedade que durante muito tempo tentou limitar seu comportamento dão um verda-deiro exemplo de perseverança ao enfrentar as difi culdades. Na ciência, as informações sobre as mulheres nos deixam cada mais convencidos que uma sociedade sem mul-heres seria completamente insossa.

Alguns cientistas chegam a afi rmar o seguinte sobre elas: as mulheres são mais sensíveis, mais emotivas que os homens. A ciência tem ajudado a entender o mundo feminino através da dos hormônios que só elas produzem e que determinam os contor-nos que os homens tanto admiram.

Em entrevistas concedidas à Revista 40 Graus, as mulheres demonstraram que atualmente elas não permitem que suas sensações e gostos estejam associados a um homem para realizá-los. Atualmente elas não tem medo de envelhecer, simplesmente porque se preocupam muito mais com a saúde do que os homens, e não é preciso nenhuma pesquisa ofi cial para comprovar essa realidade.Muitas etapas da vida da mulher são vistas, por alguns homens, como algo que assusta e retrai os menos informados. Elas estão sempre preparadas, continuam sonhado-ras e diferentes dos desatentos, espertas

para tudo que as rodeia. Para muitas, a idade traz clareza, segurança. O fato de estar caminhando para uma idade mais madura não incomoda e muitas ainda têm desencadeado o natural desejo pertinente a quase todas as mulheres, ser mãe.

Neste ínterim, as mulheres ainda conseg-uem tratar do sexo com uma segurança maior que os homens como se fossem as “verdadeiras donas” do assunto. Elas hoje conseguem investir em relacionamentos com homens novos com a propriedade e segurança que a independência da vida concedeu primeiro aos homens, que ingenu-amente acreditam controlar “tudo” no que tange ao assunto, mulher.

A idade hoje não importa quase nada para as mulheres, a partir dos 40. Algumas não vêem como necessárias certas peculiari-dades como: visitar sex shop, ou se torna-rem cada vez mais provocantes para chamar atenção de um homem. “Não se trata de querer ou não visitar um lugar como esse, não condeno quem vai, porém eu ainda tenho outras armas como um bom jantar,

Para ser uma quarentona não basta ter diheiroO poder das mulheres através dos gestos e das palavras

um ambiente, todo um clima que ainda se faz mais necessário para mim do que visitar um lugar como este”, esclareceu Mara Viana, chefe do Centro de Documentação de uma emissora de TV.

Assim, as personagens citadas são apenas um pequeno exemplo da grandiosidade que é o assunto. Dessa forma a poesia sobre que paira sobre elas e que foi declamado poema, está registrado no mais antigo livro conhecido pelo homem, a Bíblia, que tem uma maneira ímpar de tratar este ser que todos têm a maior admiração e que durante muito tempo inspira artistas em suas criaões. De acordo com o mais antigo e popular livro conhecido:

“O homem, disse então: Esta, por fi m, é osso dos meus ossos e carne da minha carne. Esta será chamada Mulher...”

É esta poesia que tem feito muitos estarem atentos para a contribuição, em todos os aspectos, daquela que é muito importante para a compreensão da vida do jeito que ela é.


Mulheres mais que especiaisTodos os dias, para elas, a possibilidade de estar fazendo algo novo é muito grande. Por causas das difi culdades existentes, os desafi os se tornam cada vez mais comuns deixando-as como verdadeiras protagonistas da vida real. Provavelmente, como em qualquer parte do mundo, elas vivem um dia após outro tirando proveitos e se auto-afi rmando numa sociedade que por mais que se comporte diferente, a resposta é comple-tamente contrária, o machismo ainda dita regras e normas.

As mulheres, por estarem vivendo numa sociedade que durante muito tempo tentou limitar seu comportamento dão um verdadeiro exemplo de perseverança ao enfrentar as difi culdades. Na ciência, as informações sobre as mulheres nos deixam cada mais convencidos que uma sociedade sem mulheres seria completa-mente insossa.

Alguns cientistas chegam a afi rmar o seguinte sobre elas: as mulheres são mais sensíveis, mais emotivas que os homens. A ciência tem ajudado a entender o mundo feminino através da dos hormônios que só elas produzem e que determinam os contornos que os homens tanto admiram.

Em entrevistas concedidas à Revista 40 Graus, as mulheres demonstraram que atualmente elas não permitem que suas sensações e gostos estejam associados a um homem para realizá-los. Atual-mente elas não tem medo de envelhecer, simplesmente porque se preocupam muito mais com a saúde do que os homens, e não é preciso nenhuma pesquisa ofi cial para comprovar essa realidade.Muitas etapas da vida da mulher são vistas, por alguns homens, como algo que assusta e retrai os menos informados. Elas estão sempre preparadas, continuam sonhadoras e diferentes dos desatentos,

espertas para tudo que as rodeia. Para muitas, a idade traz clareza, segurança. O fato de estar caminhando para uma idade mais madura não incomoda e muitas ainda têm desencadeado o natural desejo pertinente a quase todas as mulheres, ser mãe.

Neste ínterim, as mulheres ainda conseg-uem tratar do sexo com uma segurança maior que os homens como se fossem as “verdadeiras donas” do assunto. Elas hoje conseguem investir em relacionamentos com homens novos com a propriedade e segurança que a independência da vida concedeu primeiro aos homens, que ingenuamente acreditam controlar “tudo” no que tange ao assunto, mulher.

A idade hoje não importa quase nada para as mulheres, a partir dos 40. Algu-mas não vêem como necessárias certas peculiaridades como: visitar sex shop, ou se tornarem cada vez mais provocantes para chamar atenção de um homem. “Não se trata de querer ou não visitar um lugar como esse, não condeno quem vai, porém eu ainda tenho outras armas como um

bom jantar, um ambiente, todo um clima que ainda se faz mais necessário para mim do que visitar um lugar como este”, esclareceu Mara Viana, chefe do Centro de Documentação de uma emissora de TV.

Assim, as personagens citadas são apenas um pequeno exemplo da grandiosidade que é o assunto. Dessa forma a poesia sobre que paira sobre elas e que foi decla-mado poema, está registrado no mais an-tigo livro conhecido pelo homem, a Bíblia, que tem uma maneira ímpar de tratar este ser que todos têm a maior admiração e que durante muito tempo inspira artistas em suas criaões. De acordo com o mais antigo e popular livro conhecido:

“O homem, disse então: Esta, por fi m, é osso dos meus ossos e carne da minha carne. Esta será chamada Mulher...”

É esta poesia que tem feito muitos estarem atentos para a contribuição, em todos os aspectos, daquela que é muito importante para a compreensão da vida do jeito que ela é.

340 RAUS | DEZEMBRO 2009

EDITORIALUNIVERSO DAS LIOBASA revista 40 Graus, voltada para o público feminino, a partir dos 40 anos, traz em seu título uma referência semântica fazendo alusão à alta temperatura, ideal para mulheres que gostam de momentos quentes - talvez o ponto certo. Na edição de lançamento, a revista trará entrevistas, crôni-cas e reportagens cujo tema será o universo das mulheres “lobas” - seus anseios, misté-rios, ousadias. Assuntos como Saúde, com-portamento, estética e diversão serão apresentados com toque de humor e sem meias palavras. Serão relatos de personalidades, psicóloga, esteticistas e mulheres comuns, que representam 51% da população economicamente ativa, apenas na Bahia, de acordo com o IBGE. São essas mulheres que, com a coragem de enfrentar o mundo, irradiam uma beleza marcante pelo tempo, pelas lutas, mas não menos provocante, diante do considerado encanto jovial, aclamado pelos mortais, como o “belo”. Nas páginas da revista 40 Graus, os leitores verão depoimentos de homens mais jovens que enfrentaram o medo das lobas e viveram experiências inesquecíveis. E se encantarão. Ainda. pela história de Henriqueta Catarino, que desafi ou o tempo e os mi-mos de uma sociedade e se transformou na mais antiga feminista da Bahia.Os assuntos são uma tentativa de mostrar as leitoras que elas têm algo em comum, só mudam de endereço. Cada entrevista, depoimento, fotografi a foram feitos com o intuito de chegar mais perto daquela que tem uma grande importância para sociedade ontem, hoje e sempre – você – mulher. Presenteamos vocês, as nossas “Lobas”, divirtam-se!

A REDAÇÃO

Alex Duarte, Joana Flores,Eide CalazansEditores

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O comportamento da mulher a partir dos 40 anos

Casas separadas: um formato de casamento que já duram 16 anos

Mulheres maduras atraem cada vez mais homens jovens.

Vestido rosa

Veja como anda seu astral e começe a semana mas tranqüilo

Mulheres mais que especiais

O poder das mulheres através dos ges-tos e das palavras

CAPA

MULHERES SEGURAS

CRÔNICA JORNALÍSTICA

HORÓSCOPO

PARA SER UMA QUARENTONA NÃO BASTA TER DIHEIRO


DIRETOR EDITORIAL Tânia motta

DIAGRAMAÇÃO DE ARTE Vínicius Carvalho

PROJETO GRÁFICOAlexandro FerreiraHeide SilvaJoana Flores

EDITORES EXECUTIVOSAlexandro FerreiraHeide SilvaJoana Flores

REPORTAGEMAlexandro FerreiraHeide SilvaJoana Flores

REPÓRTER FOTOGRÁFICOAlexandro FerreiraHeide SilvaJoana Flores

COPY-DESK E REVISÃOAlexandro FerreiraHeide SilvaJoana Flores

40 GRAUS


Como viver a vida, comandar relacionamen-tos e debochar dos homensModerna e poderosa depois dos 40

Unhas feitas, cabelos arrumados, tatuagem no corpo. Marta Pádua no auge dos seus 48 anos, autônoma, admite ser mais vaidosa hoje que nos tempos de juventude. Embora entrevistada em um salão de beleza, afi rma não apostar em cosméticos, não praticar esportes, não fumar e adora beber.

Para Marta, envelhecer incomoda. No seu encontro com os 40 anos pensou em colocar botox, mas, imaginou a manutenção de 6 em 6 meses. Atualmente se sente uma mulher realizada. “Dizia que com 40 anos iria namorar um homem de 20, já namorei”, gargalha Marta.

Falar o que pensa, ir para onde quer, são conquistas que fi caram mais evidentes com a maturidade, uma vez que foi evangélica até os 38 anos. Teve um casamento que durou 10 anos e 8 meses e dois fi lhos: Fernanda de 21 anos e Cauê com 18. “Me preocupo com meus fi lhos, minha família, sou responsável com eles” .

“Me considero uma loba, sim, lógico”, fala Pádua, passando as mãos pelos cabelos loiros e exibindo suas unhas vermelhas. Hoje namoro com homens mais novos com idade entre 20 e 21 anos. Ela afi rma: “Gosto da liberdade que eles têm, de não pensar muito, de agir impulsivamente, coisa que um homem mais velho não tem.

Sofrimento, raiva, humor são estes os sentimentos que os homens mais têm despertado nas mulheres e que tem impul-sionado elas próprias, a darem o troco por terem sido trocadas, sufocadas, traídas, magoadas, e em muitos casos, agredidas fi sicamente.

A revolução feminina tem sido o verdadeiro antídoto para as “safadezas” masculinas. Sobre o assunto que elas mais gostam: vivenciar amores e conseguem mais do que os homens, atual-mente, atingir objetivos no que diz respeito a aproveitar a vida em pleno sentido.

Quando o assunto é falar sobre amores, Marta seguramente cita apenas o atual, que para ela, ele chegou realizando-a de forma rápida e encantadora, sem pensar em futuro e simplesmente vivendo o agora. Sua vida sexual melhorou bastante depois dos 40, já visitou Sex Shop mas afi rma eu essse não é um local que a atrai. Para manter a boa forma, ela mudou seus hábitos alimen-tares, embora não pratique atividade física.

Algumas amigas da mesma idade a condenam por ela gostar de sair à noite, freqüentar barzinhos como o Bambara, onde pode dançar, se divertir, fazer amizades e quem sabe até, algo mais. “Hoje sou uma mulher feliz, realizada, dona da minha vida, com erros e acertos” conclui, Pádua.


HORÓSCOPOVeja como anda seu as-tral e começe a semana mas tranqüilo

É um homem tímido.Muito amoroso e gentil.Bonito.Sócios excelentes para vida..Protetor.

É um homem muito organizado.Gosta de limites.Mandão, chatoGosta de ajudar os outros.Social e gosta de sair.Extrovertido.Generoso, amável.Sensível.Confi antes (neles próprios).Bom amante

É um homem que gosta de ter o domínio nas relações.Conservador.Quer ter sempre a última palavra.Argumentativo.TímidoPreocupado.Trabalhador.

É um homem agradável.Indeciso.Criativo, enérgico e muito social.Odeia estar só.Calmo, generoso.AmorosoTende a deixar para depois, o que pode ser resolvido hoje.

É um homem muito inteligente.Pode ser ciumento e/ou possessivo.Trabalhador.Grande beijador.Guarda rancor.Determinado.Romântico.

É um homem não quer crescer (síndrome Peter Pan).Favorece o ego.Orgulhoso.Gosta de luxos e jogar.Social e gosta de sair.Não gosta de responsabilidades.ImpacienteTem muitos amigos e amigas.Não gosta de regras.Às vezes hipócrita.Antipatiza com espaços apertados e roupas apertadas.Não gosta que duvidem Del ( mesmo que a mentira seja aparente).

É um homem agressivo e sábio.Prático e rígido.Ambicioso.Tirado a humorístico Freqüentemente pessimistas.Tendem a agir antes de pensar Guarda rancor.Gosta de competição.

É um homem agressivo e sábio.Prático e rígido.Ambicioso.Tirado a humorístico Freqüentemente pessimistas.Tendem a agir antes de pensar Guarda rancor.Gosta de competição.

É um homem de bom coração e pensativo.Muito criativo e imaginativo.Sensível.Não gosta de detalhes.Sonhador e irreal.Simpático e amoroso.Desinteressado.Bom beijador.

É um homem divertido.Extremamente Impaciente.Por vezes egoísta.Vivido Gosta de sair.Perde interesse depressa, entedia facilmente.Egoísta

É um homem divertido.Extremamente Impaciente.Por vezes egoísta.Vivido Gosta de sair.Perde interesse depressa, entedia facilmente.Egoísta

ÁRIES

CÂNCER

LEÃO

VIRGEM

LIBRA

ESCORPIÃO

SARGITÁRIO

CAPRICÓORNIO

AQUÁRIO

PEIXES

GÊMEOS

21/03 a 20/04

É um homem que encanta, mas agressivo.Pode parecer enfadonho, mas não é.Trabalhador Amável.Orgulhosos da beleza (quando possui).Pacientes e seguros. Fazem grandes amigos e dão bons conselhos.Bom coração, amam profundamente.Propenso a acessos de raiva e são ferozes.Cede aos seus desejos freqüentemente.

TOURO01/04 a 24/05

21/06 a 21/07

22/07 a 22/08

23/08 a 23/09

23/09 a 22/010

23/10 a 21/11

22/11 a 21/12

22/12 a 20/01

21/01 a 19/02

22/02 a 20/03

21/05 a 20/06

Cauteloso.Sensível.Necessidade de ser amado pelos outros.Magoa-se facilmente ( precisa-se um pouco de paciência para aturar ).

540 RAUS | DEZEMBRO 2009 540 RAUS | DEZEMBRO 2009

O comportamento da mulher a partir dos 40 anosEfetivamente a mulher está se transformando, está se emancipando, dentro de uma perspectiva capitalista. A psicanalista e professora da Faculdade 2 de julho, Ana Amélia(42) , doutoranda, mãe de um fi lho de 7 anos, fala sobre essa mulher.

40 GRAUS - Com tanta revolução, as mulheres buscam ainda amar?AA - Eu acho que as mulheres buscam como os homens, como qualquer ser vivo, se relacionar. Quando você fala em revolução eu lembro da conclusão provisória do meu estudo ligado ao dou-torado, se a mulher começa a sair de um espaço mais privado, ela está se emancipando, esta com autonomia maior, ela tem dinheiro, sempre busca o outro, a relação com o outro. Amar pode ser amar um amigo, um homem, outra mulher, a família, um fi lho, o amor de uma maneira mais ampla e horizontal, é um desejo de relação. A mulher está mudando e querendo se relacionar também. Porém, diferentes relações e não somente relação com um homem.

40 GRAUS - Você quer dizer que a mulher se conhece mais?Conhecer é se inventar, a partir do momento que se inventa diferente, e a partir do momento que se conhece , a gente cria um repertório, eu não acredito em um lugar essencial, eu acho que a mulher vai mudando, e se encaminhando , e tudo isso faz parte de uma invenção, o ser humano dentro de um repertório ele se organiza de forma diversa. A mulher vai mudando, outras formas, outros laços, outras maneiras de satisfação. A mulher está se transformando, em uma sociedade que está se transfor-mando também.“ Um homem de 50 anos com uma mulher de 20, é absoluta-mente normal. Uma mulher de 50 anos com um homem de 20, ele é visto quase como um michê “ Mulheres maduras e homens bem mais novos, essa combinação faz parte do ego feminino ?Pode fazer. Porque não ? Só que efetivamente ainda existe um preconceito social muito grande. Um homem de 50 anos com uma mulher de 20, é absolutamente normal, uma mulher de 50 anos com um homem de 20 ele é visto quase como um michê, então existe um preconceito muito grande na sociedade, em relação a mulher e a seu comportamento social. O homem pode ser careca, baixinho e barrigudo, se ele tiver dinheiro, ele está com tudo. Não basta a mulher ter dinheiro, ela tem que estar dentro de um Ideal muito restrito de beleza que a legitime para o amor. O corpo da mulher é muito criteriosamente exigido dentro de

uma estética, eu entendo que essa estética tem uma função. Hoje a mulher estar mais magra diz respeito a um comporta-mento social, muito diferenciado do que as mulheres que tinham uma relação exclusivamente doméstica. “ Quando eu era criança, achava as mulheres de 30 anos , parecia uma velha. Hoje eu estou com 40 anos e vejo que meu corpo esta perto com a proporção de uma mulher de 20, 30 anos. Hoje em dia começa a modifi car um pouco o vestuário, por um cuidado, uma tranqüili-dade. Não vejo problema nenhum em mulher com diferença de idade, antigamente homens casavam com mulheres de 15 anos, hoje se acontece é considerado pedofi lia e pedofi lia é crime. Uma mulher mais velha, com um homem mais novo escandaliza muito, é uma norma, um espaço social que estabiliza determina-das relações. Mas, eu não vejo problema nenhum.

40 GRAUS - O relacionamento dessas mulhres com homens mais jovens, seria a busca por uma transa de qualidade ?Pode ser... não sei. Tem que perguntar para quem está vivendo essa experiência, quais são os elementos que estão sendo movi-mentados nessa transação, de qualidade, afetiva. Não sei, acho que são diversos fatores.

40 GRAUS - A mudança do comportamento feminino pode ser chamado de evolução ?Evolução tem uma idéia de progresso, eu gosto muito disso. Mas, gosto de pensar que é uma mudança. Mas, eu entendo que tudo aquilo que permite a mulher ter uma independência maior e pressupor escolha, é um caminho bacana. Apesar de que a escolha pode ser questionada. Mas, ter uma autonomia não ouvir do homem eu que te dou dinheiro e você não vai sair. Eu não goso da palavra evolução, penso em mudança e possibili-dade de um encontro mais livre. É muito bacana poder circular, poder ter bens, é uma coisa bacana é uma mudança interessante e desejada. A instituição do voto, por exemplo, são negociações de novos lugares de exercer poder, sem perder a ternura. O que os movimentos feministas fi zeram pelas mulheres é muito legal.

40 GRAUS - As mulheres buscam ser compreendidas?Nós buscamos ser compreendidas e também impor, você quer compreensão você procura ate de maneira gentil. Mas, oca-

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sionalmente precisa jogar duro, a vida ás vezes pede.40 GRAUS - Aos 40 anos a mulhes estaria em uma fase áurea?Eu acho que o ser humano é bem frágil, seja homem ou mulher, todo mundo apresenta problemas e pode encontrar elementos positivos. Não gosto dessa divisão homem e mulher. Esta dentro da espécie humana. Melhor é ver a diferença e saber que apre-senta momentos de dores, tormentos, enfi m.“A exigência da mulher paradinha no lugar de musa, não é mais interessante, até porque a mulher quer ser agente, quer fazer arte. “

40 GRAUS - A mulher deixou de estar no centro da Inspiração poética ?AA- Tem um grupo da década de 80 chamado guerrilha girls, elas se organizaram em virtude de uma apresentação artística que ia trazer uma serie de trabalhos contemporâneos da época. E essas mulheres perceberam que 85% dos nus, eram femi-ninos. Os escultores, os artistas eles sempre usaram a mulher como objeto, a musa sempre foi passiva. E as mulheres estão produzindo arte, como Sophie Calle e questionando o próprio lugar da mulher. Aquele lugar de musa sorridente, não é mais satisfatório nem para a mulher, nem para o homem que cria um grau de separação de ser objeto do olho do outro. O que está havendo é um certo relativismo e declinação do lugar idealizado, um questionamento. Uma revista masculina fez um ensaio com Fernanda Yang , eu ouvi dizer que quem gostou do ensaio foram as mulheres, os homens não gostaram tanto. Mas, de qualquer maneira é como se a mulher estivesse trazendo uma outra ma-neira de ver o corpo. A exigência da mulher paradinha no lugar de musa, não é mais interessante, até porque a mulher quer ser agente, quer fazer arte. O amor sempre estabelece o lugar ideal, tanto para o homem quanto para a mulher, singularmente o outro está sempre num patamar diferenciado. Agora para o coletivo é bom pensar que tanto o homem como a mulher estão fazendo arte, a mulher não é veiculada a arte, exclusivamente no momento em que ela passivamente se expõe , eu acho que essas coisas estão sendo retrabalhadas, repensadas. As mulheres estão fazendo arte, eu tenho um livro que fala só de mulheres artistas do séc XX. Até os editais de cultura tem fl exibilidade para que homens, mulheres, gay, jovem, branco, negro, possa estar se articulando nesse universo de comunicação e expressão.

40 GRAUS - Você defi niria o amor feminino, hoje, apenas como protagonista de novela ?AA - Que pergunta esquisita!!! (risos) O amor feminino, como o amor masculino arrola situações ideais. O amor feminino é um amor que esta em consonância com a historia da mulher,a cultura a qual a mulher esta inserida. Mas, não tenho nada contra novela, eu acho que a novela traz um componente de uma medida cultura e essa medida comove, não acho menor, não acho um amor menor, até porque o amor ele faz a gente se satisfazer e sofrer, é uma gama de intensidades que ele esta

arrolando, então não vejo que novela é um meio problemático. O amor feminino esta ligado a historia. Mas, também está ligado a uma intensidade singular.Ana Amélia, mulher e mãe: “Hoje eu me sinto mais potente, mais madura. Com 20 anos eu não me sentia como agora.”

40 GRAUS - Você se considera uma mulher vaidosa?AA- Sem dúvida, me considero uma mulher vaidosa sim.

40 GRAUS – Sempre foi assim ou com a maturidade afl orou esse lado?AA - Depois de uma certa idade afl orou, quando eu tinha 20 anos andava mais de calça jeans. Até que uma amiga me disse : você é tão bonitinha, pq não se arruma mais ?

40 GRAUS - Você se cuida p/ você seu homem ou inveja a suas amigas?AA - Não gostei da pergunta!!! , porque a gente é um outro e dentro da gente esse outro tem uma expectativa de uma relação , quando namora com alguém e meter inveja tem ar de rivali-dade, que eu acho até interessante. Porque a mulher tem o olhar mais crítico que o homem. Geralmente o homem geralmente, vê somente o produto fi nal. Mas, para mim esse negócio de se arrumar, é sempre um trânsito entre a gente e o outro.40 GRAUS - Quanto você gasta por mês com produtos estéticos? Não gasto muito, gosto de creme, gosto de creme caro, só que ai não é por mim, compro creme de 100 ou mais que pode durar 6 meses, 1 ano. Não vou a salão de beleza, eu arrumo meu cabelo, eu faço minha unha, não vou a salão, tenho um pouco de nojo. Acredito que o investimento, e carinho que gente faz pra gente, me perfumar, me arrumar.40 GRAUS - Pratica esporte? Fuma? Bebe?Faço atividade física, desde yoga , porque eu sou instrutora de yoga, nunca trabalhei, mas estudei para isso. Faço exercícios respiratórios, tenho uma bicicleta ergométrica em casa. Diz um fi lósofo que se você quer pensar bem e escrever bem, você tem que fortalecer suas forças, nesse momento em que somos muito demandados, temos que cuidar do nosso corpo. Casualmente fumo um cigarro, quando dá vontade e tomo uma cerveja. Bebo cerveja. Mas, com esse negócio de carro, fi lho pequeno eu bebo bem menos do que gostaria. Tenho que ir devagar porque sou vaidosa e cerveja engorda, infelizmente.

40 GRAUS - Você curte a noite?Não, não saio. As vezes eu saio com meu fi lho, ele está fi cando maior, levo a um restaurante japonês. Não sou de sair à noite. Hoje sair a noite, prefi ro um cinema. 40 GRAUS - Envelhecer incomoda ?AA - Incomoda porque estou míope, tenho que usar um óculos. Penso em certa decadência física, é o momento que me sinto mais feliz, mais segura. Mãe, professora, dona de casa porque eu não tenho empregada, ao mesmo tempo é uma forma de envelhecer melhor.


Dia desses, ao retirar o carro da garagem, me deparei com a mais bela figura que um homem pode contemplar. Era a vizinha que mora em frente à minha casa. Que pernas! Que contornos! E pensei rapidamente: Será que minha mulher está observando? Olhei de soslaio e lá estava ela, me fulminando com o olhar. Sorri de canto de boca, peguei a chave, abri a porta, liguei a ignição. Parei, pensei e resolvi entrar em casa disposto a abran-dar a situação que se apresentava. Pensei diversas vezes: O que vou dizer? Vamos começar a brigar, e tudo por causa daquele vestido que deixou a minha vizinha mais “gostosa”?

Ao entrar em casa e passar pelo corredor, percebo sobre a cômoda, lugar onde eu habitualmente coloco as chaves, no jornal do dia anterior a foto da primeira página de Geisy Ar-ruda, a garota que foi hostilizada por usar um vestido curto. Com pensamento relâmpago, senti-me confortável por ter que encontrar com a minha esposa ter a desculpa perfeita. Eureka, Fui salvo! E agora, iria contornar a situação? Restava apenas me encontrar com a “fera” que estava a poucos metros do local onde o jornal se encontrava.Ao entrar no nosso quarto me deparo com ela de braços cruza-dos e batendo apenas o pé esquerdo, provavelmente esperando de mim uma boa desculpa para aquele deslize. O melhor da situação, para mim, foi a leitura sobre o assunto no dia ante-rior, deixando-me mais tranqüilo.

- O que você tem a dizer? Perguntou ela, em tom esbrave-jante.

- Dizer sobre o que, amor? Perguntei docemente, fingindo-me de desentendido.

- A vizinha! Eu vi você babando enquanto estava olhando para ela!

- Meu amor, estava olhando e recordando a reportagem de ontem , sobre a garota do vestido rosa – tentava eu, quase que implorando o seu perdão - e continuava, até comentamos, que ela foi hostilizada devido a roupa que usava, foi isso!

- Bela desculpa, e por acaso você ficou imaginando a vizinha sendo hostilizada?

- Então respondi: Olhei-a para comentar com você logo em seguida.

CRÔNICA JORNALÍSTICA

DE VESTIDO ROSA

- Está bem, você me convenceu! Desabafou ela, em tom de desconfiança.

Ao sair do quarto, senti aquele alívio. Enchi os pulmões de ar e fui soltando lentamente para que ela não percebesse o meu estresse. Quando não consigo ter bons argumentos para convencê-la, posso esperar que o primeiro objeto que vier a suas mãos, voará em minha direção. Depois de toda confusão, voltei para o carro e segui o meu caminho, sendo que desta vez, ela, a minha vizinha, não estava lá.

Há cada momento em que o tempo passava, lá estava eu, di-vagando em meus pensamentos latentes, sobre aquela vizinha. E me questionava: Mas por que se importar com o tamanho da roupa que ela veste? Afinal, raciocino: O nu feminino – para algumas mulheres – é algo artístico, poético e um vestido que valoriza o corpo, aguça a criatividade de qualquer pessoa, seja de homens ou mulheres.

Geisy Arruda, 20, ficou conhecida em todo o Brasil depois de ser hostilizada pelos próprios colegas da faculdade onde estudava – na Universidade Bandeirante (UNIBAN), em São Bernardo do Campo (SP) – por estar usando um vestido que segundo os envolvidos, era considerado curto e inadequado para o ambiente acadêmico.

É um absurdo que em pleno século XXI, com o alto índice de violência, onde helicóptero é derrubado por bandidos, crime organizado, seqüestros relâmpagos, dentre outros atos de crueldade que a sociedade brasileira vem enfrentando, alguns alunos desta faculdade, endossados por pessoas preconceituo-sas, ainda encontrem tempo para julgar e expor uma pessoa simplesmente pelo comprimento de sua roupa!


Deusas segurasMulheres maduras atraem cada vez mais homens jovens. Admiradas, desejadas e bem-sucedidas são cada vez mais assediadas pelos homens mais jovens.

Já se foi o tempo em que um garoto de 20 anos era apenas visto como um menino para uma mulher com o dobro da idade. Assim como as mulheres maduras, os homens jovens também têm suas preferências pelo lado oposto. E com freqüência eles têm observado que, em algumas situações, como na busca de um relacionamento sólido, as mulheres maduras estão em alta como a opção ideal para o homem jovem.

No passado muito distante, as escolhas eram feitas de forma arbitrária e a revelia de quem era escolhido. Cabia aos pais manipular a vida dos filhos através de casamentos arranjados. E nessa mesma época, as mulheres mais velhas eram vistas apenas como senhoras a quem os homens mais novos deviam ter grande respeito. A forma de se vestir das mulheres também contribuía para não despertar nenhum interesse a mais nos garotões.

A sociedade, preconceituosa, vê o homem cinquentão com uma mulher mais nova com no mínimo, um sorriso de canto de boca, entretanto, quando ocorre o inverso existe mais do que um franzir de sobrancelhas.Quem olha de fora vê apenas mulheres seguras de si, bem-

sucedidas, admiradas e por vezes invejadas na companhia de homens mais novos, passando a imagem para muitas, de que esses têm apenas o objetivo de tirar proveito da situação, ou melhor, dela. Os homens mais novos têm relatado experiências que vão além de bens materiais e presentes suntuosos.“Eu sempre gostei de me relacionar com mulheres mais velhas”, disse Marcelo Pinho, 28, músico que teve o primeiro relacio-namento com uma mulher 14 anos mais velha que ele, aos 18 anos. Os homens, em algumas situações, preferem viver experiências com as mais maduras, que sabem conduzir a situação e passa certa medida de segurança.

Existem divergências no que diz respeito ao sexo, porém, acreditam que em matéria de sexo elas são verdadeiramente boas no que fazem. Definem-se como as lobas que conseguem conduzir a situação que melhor lhe convém. E para a surpresa de muitos, o uso da camisinha é cada vez mais exigida, apesar de que em muitas delas não existe o medo de engravidar, pois já passaram pela experiência de serem mães. Alegadamente o uso da camisinha é motivo de conversa nos diálogos entre os parceiros. O que buscam é apenas viver sem o compromisso da existência de um filho fruto do relacionamento.

Gustavo Alcântara, fotógrafo, em relacionamentos com mul-heres mais velhas, revela que em alguns elas eram de 3 a 12 anos mais velhas e que isso nunca foi problema para ele. O bom aprendizado desses relacionamentos para esses homens é que eles constroem um grau de amizade com os filhos dessas mulheres e com familiares, que em casos não muito raros criam uma resistência por causa da diferença de idade.

Uma coisa é certa, elas buscam cada vez mais nos homens mais novos o que não encontraram nos homens da mesma idade ou mais velhos, segurança em todos os aspectos possíveis. Para os garotões que estão à procura de um bom relacionamento a mulher madura não é exigente, ela apenas possui um senso de realidade que vai além dos desejos frívolos e fúteis que muitos imaginam. Um viva às lobas, às mulheres, um viva á maturi-dade e aos que podem, nesse tempo, desfrutarem dela!

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40 GRAUS - Como foi a entrada nos 40 anos?AA- Sabe que eu não sei ? Não lembro ? Hoje eu me sinto mais potente, mais madura . Com 20 anos eu não me sentia como agora. Eu não troco meus 43 por 20 ou 30, acho que a melhor fase da minha vida é essa.

40 GRAUS - Você estabeleceu metas para os 40 anos?AA - Não, comecei a estabelecer agora,estou concluindo um doutorado, faço minha defesa, estou começando a pensar algu-mas coisas, me acho uma pessoa ambiciosa, séria, responsável, e antigamente não teria essa fi rmeza de falar de mim como tenho hoje, modéstia a parte.

40 GRAUS - O que você só adquiriu com a maturidade?AA - Não sei. Mas, acho que um pouco de tranqüilidade. Hoje uma coisa que me deixaria muito abalada, hoje eu penso antes de tomar alguma posição. Hoje eu penso e sinto, aprendi que entre um dia e outro tem uma noite no meio e as coisas se tornam mais leves.“Meu fi lho é a melhor coisa da minha vida, a mais gratifi cante. Procuro criar meu fi lho para ser uma pessoa colaboradora, uma pessoa do bem, ele é a coisa que eu mais amo.”

40 GRAUS - O título de “tia” incomoda?AA- Tia, senhora, incomoda. Mas, nunca esconde idade. Tem um fi lósofo chamado Espinosa que pergunta “ o que pode um corpo ?”, quando a pessoa vai chegando em uma certa idade ela tem um cuidado de si que começa a fragilizar muito em nome de um preconceito. As vezes eu vejo que uma gordura pode ser um deslecho, eu não tenho preconceito. Mas, o corpo surpreende a gente, ele não só trai, ele é aquilo que te ofere ( isso existe ??? ) a existência, então tem que tratar bem.

40 GRAUS - Você se considera uma mulher fatal?AA- Não, nunca me achei. Mas, aprendi a jogar com alguns sig-nos da feminilidade e não é algo que aposto. Mas, hoje mobilizo um pouco isso, como um atributo. Não gosto dessa vaibe, acho aprisionante.40 GRAUS -Você se considera uma loba ?AA- Loba ??? Nem sei o que é isso. Eu acho que estou mais para um macaco, um peixe ( risos)

40 GRAUS - Ser mãe foi um plano em sua vida ?AA- Sem dúvida. Não recomendo como algo essencializante ,toda mulher tem que ser mãe, não acredito nisso, nem de perto, nem de longe. Mas, pra mim ser mãe foi a melhor coisa da minha vida. Meu fi lho é a melhor coisa da minha vida. A coisa mais gratifi cante da minha vida foi ter meu fi lho. Procuro criar meu fi lho para ser uma pessoa colaboradora, uma pessoa do bem. Meu fi lho é a coisa que eu mais amo.

40 GRAUS- Fale um pouco sobre seus amoresAA - O amor, é uma fl or roxa que nasce no coração dos trouxas (

risos ). Isso é uma coisa que me atormenta. Até porque tem um sentimento que eu tenho que é ligado ao ciúme, eu não gosto, é uma coisa que atormenta. Não gosto de me associar o homem que seja o requisitado, preciso estudar, trabalhar, preciso de um homem que me dê tranqüilidade e não intranqüilidade.

40 GRAUS -Seus relacionamentos são sempre com homens mais velhos ou mais novos ? Algo lhe encanta mais nos homens mais novos, que nos mais velhos?AA – Aí varia. Namoro com uma pessoa há 4 anos que é 3 anos mais velho que eu. O pai do meu fi lho é um pouco mais novo que eu. Já tive um namorado, 14 anos mais velho. Não esta-beleço essas coisas. Eu tenho que admirar, que achar bacana e pronto. Não tenho um padrão. Gosto de admirar, achar bacana e é isso.

40 GRAUS - Você costuma ir a sexy Shop ?AA - Já fui uma vez, peguei um produto. Mas, não tenho essa coisa. Acho uma opção bacana pra quem gosta. Acho bacana. Mas, nesse ponto eu sou acomodada em uma criação que não me deixa ver graça. Mas, de uma maneira geral, não é um estímulo para mim. Tanto que quando fui, nem tinha fi lho foi dez anos atrás.

40 GRAUS - O sexo na sua vida mudou depois dos 40 ou “tudo está como antes no quartel de Abrantes”?AA- Hoje é menos freqüente, porem com uma intensidade maior. Quando eu tinha 20 anos eu era curtidora, afoita, uma sensu-alidade difusa. Hoje eu sou mais criteriosa, de um certo sentido, melhorou.

40 GRAUS - Você mudou sua alimentação depois dos 40 anos? AA- Não, sempre fui cuidadosa com a alimentação desde os 18, 20 anos e continuo assim, meio natureba. Mas, acho que a gente é um tubo de ensaio. Tudo que a gente faz reage. Vejo que pessoas muito preocupadas com a alimentação, fi cam neuróticas. Acho que a pessoa precisa aprender a cuidar do corpo, e cada um precisa aprender sobre si, ao longo da vida, porque comer é bom.

40 GRAUS - Você é diferente das mulheres de sua geração?AA- O que eu vejo de comum é uma sobrecarga de trabalho, um regime machista, onde uma mulher sempre tem uma sobrecarga distinta, nos afazeres domésticos, cuida do marido, do namo-rado, da casa. A mulher tem muita competência, por isso as mulheres estão morrendo de problemas do coração.

40 GRAUS - Quem é Ana Amélia hoje?AA - Sabe Deus! Eu sou o que vem de mim. Hoje eu estou. Hoje eu sou professora, sou mãe, gosto de estudar, uma das coisas que eu mais gosto é de estudar. Estou tentando estabelecer mel-hor algumas metas, tranqüilidade. Mas, não sei bem dizer quem eu sou hoje. (Não gostei da pergunta, achei esquisita).


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Casas separadas: um formato de casamento que já duram 16 anos Quartas, sextas, sábados e domingos são os dias de semana que os dois aten-dem às normas da sociedade

Quando jovem, as tradições di-ziam que a mulher deveria casar-se, con-stituir família e viver com o marido, obe-decendo a uma imposição religiosa, cristã do casamento: Até que a morte os separe. Para viver juntos era racional acreditar que isso acontecesse dentro de um mesmo am-biente. As pessoas buscam formas, cada vez mais diferenciadas, para vivenciar o que todos desejam, a felicidade. Eliana Lins (52), museóloga, quando jovem, não imaginava casar e compartilhar o mesmo espaço físico com o marido, como a maioria das mulheres sonham. Um relacionamento visto como anormal por muitas pessoas mas que na prática da vida entre ela e Jair Santiago, (52), seu marido há 16 anos, funciona per-feitamente.

“Somos eternos namorados”, diz Eliana. A museóloga que conheceu Jair quando tinha 16 anos e ele 17, namora-ram durante 20 anos e então resolveram casar no civil. Já casados, planejaram uma maneira de se relacionarem e não deixa-rem que o tempo os levasse à mesmice.

Para não cair na rotina, o casal divide os dias da semana para os encon-tros. Quarta, sexta, sábado e domingo, es-ses são os dias em que o casal dorme junto e compartilha a vida, de fato a dois. Nos demais dias Eliana vive na residência, em Vilas do Atlântico com o fi lho do casal de 15 anos e Jair divide uma casa na Cidade Baixa, com a mãe. Foi o desejo de novas experiên-cias e a consciência de que não queria casar, que induziu Eliana a convencer Jair

há viver juntos uma experiência tão inter-essante e que poucos se oportunizam con-hecerem. A vida em conjunto é um desafi o quando fi ca claro que é a mulher que está comandando a situação. No caso de Eli-ana, se torna mais fácil por causa da auto-estima que permeia sua vida diariamente. “Eu me acho, eu me adoro, me amo, me acho linda, maravilhosa” Devido à regra convencional já existente, de que todo casal tem que estar “juntos” para confi gurar-se no espaço so-cial, essa mulher teve que enfrentar essa mesma sociedade e não se deixar sucumbir pela pressão. “Tem gente que critica, tem gente que acha legal. As minhas amigas que casaram na mesma época que eu, ou até antes nenhuma delas é mais casada. Todas estão separadas, umas já estão no segundo ou terceiro casamento, outras es-tão solteiras”, conclui ela.

Eliana Lins, hoje, traduz a si mesma, depois de ter decidido sair da

casa da mãe depois dos 40, com um fi lho adolescente e vivendo uma relação con-jugal diferente dos padrões exigidos pela sociedade, ela afi rma, “me vejo como uma mulher mais equilibrada, madura, respon-sável com minha casa, com meu marido e fi lho.Quando saí da casa da minha mãe e fui morar sozinha com meu fi lho, tudo mu-dou. A minha maturidade afl orou ainda mais, estou mais disciplinada. Me sinto tranqüila, serena, penso antes de ofender e de me ofender, não me importo com fl echas lançadas a toa. A dor é inevitável. Mas, o sofrimento é opcional. Você sofre se quiser”, fi naliza ela.

Algumas mulheres ainda buscam uma espécie de equilíbrio. A maturidade as transforma forçosamente, em um ser capaz de responder pela casa, trabalho, família – fi lhos e maridos – casamento. Ela acaba por se transformar em um poço de serenidade conduzindo tudo aquilo que está sobre suas responsabilidades.

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