Revista Estilo 40

80
PERFIL LÁZARO RAMOS LUGAR BONITO DEMAIS Ano 8 N 0 40 R$ 4,50 SABOR CERVEJAS ESPECIAIS gelo Antártida: a vida no

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Edição de outubro de 2006

Transcript of Revista Estilo 40

PERFILLÁZARORAMOS

LUGARBONITODEMAIS

Ano 8 N0 40 R$ 4,50

SABORCERVEJASESPECIAIS

geloAntártida:

a vida no

Correio

TUDO DE BOM!Em primeiro lugar gostaria de dar os para-

béns pela maravilhosa revista !!!Ela é simplesmente tudo de bom !!!Linda , atual e muito nossa , gaúcha.Trabalho em uma agência de viagens e gosta-

ria de colaborar com matérias e dicas bem legaisde hotéis. Segue um exemplo de hotel que gosta-ria de passar para vocês : www.riodorastro.com.br

Aguardo contato!Atenciosamente,

PATRÍCIAMONTENEGROPORTO BRASIL VIAGENS

Patricia, obrigada pela gentileza de escre-ver e pelos elogios à nossa revista. Pareceque estamos bem conectados, pois até já fi-zemos uma reportagem neste hotel indica-do por ti, o Rio do Rastro Eco Resort. ACris Berger esteve lá e fez uma linda maté-ria, que pretendemos publicar em breve.Fica à vontade pra mandar sugestões, sem-pre que vocês lembrarem de lugares legais,ok? Um grande abraço.

NA NORUEGA DISTANTEMaravilhosa a reportagem da Cris Berger

sobre a Noruega. Viajei novamente por esta lin-da terra através do encanto das palavras da Cris.É um privilégio ter acesso a esta revista, ondenada se perde, tudo se multiplica em cultura, in-formação, beleza e reencantamento do mundo.Um abraço a todas estas pessoas especiais que atra-vés da sua sensibilidade criam esta bela revista.

ARABELLA ADAMS - POR E-MAIL

Prezada Arabela,a sensibilidade de uma equipe para produziruma revista só encontra justificativa em lei-tores sensíveis como você, capazes de apreci-ar o trabalho e reconhecer o esforço realiza-do. Muitíssimo obrigada por escrever para arevista e nos enviar essas palavras, que paranós são um grande incentivo. A Cris Bergertambém adorou o seu e-mail! Um abração!

NÚMERO PERFEITOPrezados: sou leitora assidua da revista em

destaque parabenizo-os pela excelente impressãoe variedade de assuntos tratados. Na parte degastronomia as receitas são sempre fáceis e comingredientes acessíveis. A nº 39 está com recei-tas saborosas e diversificadas, aliás este númeroestá perfeito! Parabéns.

NEUSA CARELLO - POR E-MAIL

Obrigada, Neusa!É sempre bom termos um retorno a respeitodas receitas que publicamos, pois esta é umaparte fundamental da Estilo Zaffari, é onosso “carro-chefe”! Procuramos ter oassessoramento de chefs e profissionaisconsagrados, para levar aos nossos leitoreso melhor em termos de gastronomia, mesmoque sejam receitas da comidinha trivial eprática, como publicamos na edição 39.Continue nos prestigiando com a sua leitura,por favor! Um grande abraço.

Prezadas Izabella e Letícia:Agradeço a gentileza de vocês em autoriza-

rem a reprodução da matéria sobre a Redençãoda revista Estilo Zaffari, que veio embelezar e va-lorizar mais ainda o site do parque. Vocês podemconferir como ficou a matéria no site na página“O parque na imprensa”. www.aredencao.com.br/imprensax.htm Qualquer observação ou alteraçãoque acharem necessária podem me enviar que tereiprazer em atendê-las. Grato. Um abraço.

LUIZ TIMOTHEO

Luiz, é um prazer pra nós ver matérias daEstilo divulgadas dessa forma, especialmenteem se tratando de um site voltado àvalorização dos espaços comunitários dePorto Alegre. Além disso, com a publicaçãono site um número ainda maior de pessoasterá acesso ao nosso trabalho. E é ótimosaber que alguém que conhece tanto aRedenção aprovou a matéria querealizamos! Obrigada, abraço.

ESTILO ZAFFARI NO ORKUTCara Milene e Equipe da Estilo Zaffari:Antes de tudo parabéns. Parabéns por tudo...

Parabéns pelas maravilhosas reportagens sobregastronomia (minhas preferidas), sobre arquitetu-ra e decoração, sobre viagens, sobre cultura, sobreestilo de vida. Parabéns pelas crônicas da Martha,do Fischer, do Fernando. Sim, trato-os assim, poisparece que já tenho certa intimidade com eles.Afinal de contas, acompanho a revista desde oprimeiro número. A cada edição me surpreendomais com a capacidade de inovar e manter estarevista jovem e atual. Pois, impulsionado por estaintimidade, resolvi utilizar os atuais meios eletrô-nicos para discutir as reportagens de cada revista.Criei uma comunidade no Orkut, destinada justa-mente para isso. Também é uma comunidade paraos colecionadores da revista obterem aquele nú-mero que está faltando na coleção. Gostaria deconvidar a todos para participarem da comuni-dade. Façam uma visitinha.

O endereço é: http://www.orkut.comCommunity.aspx?cmm=14246214

Um grande abraço!

ÁLVARO REISCHAK DE OLIVEIRA

Gente, que orgulho! Vocês criaram umacomunidade de admiradores da Estilo Zaffari!É maravilhoso ver nossos leitores tomandoiniciativas como essa. Estamos orgulhosos,envaidecidos, nos sentindo extremamenteprestigiados. Gostamos tanto da idéia quenossa editora, Milene Leal, já se inscreveuna comunidade. É uma honra fazer partedesse grupo! Contem conosco para auxiliarem questões de números atrasados, ok? E quea comunidade cresça, gere muitos papos etrocas de informações interessantes, fomenteamizades e também contribua com sugestõespara tornar a Estilo Zaffari uma revista cadavez melhor. Obrigada!

ESTILO E REDENÇÃOPrezada Izabella,Venho mantendo na internet um site dedi-

cado exclusivamente ao Parque Farroupilha, noendereço www.aredencao.com.br, onde existeuma página chamada “O parque na imprensa”,que reproduz tudo o que aparece na imprensasobre o nosso parque. Foi com satisfação que en-contrei no último número da revista Estilo Zaffarium matéria sobre os locais “onde seu pai levavavocê para passear?”, em que não poderia faltaralguém, no caso a artista plástica Lia MennaBarreto, cujo pai levava para a Redenção. Gos-taria de poder reproduzir esta matéria no site(apenas a parte referente a Redenção) e por estemotivo estou solicitando a autorização dessa re-vista. Em caso positivo gostaria de solicitar queme informassem o nome do fotógrafo autor dasbelíssimas fotos da Lia na Redenção e, se nãofosse pedir demais, se poderiam me enviar copiasdigitais destas três fotos, porque se for necessárioescaneá-las certamente será perdido um poucoda qualidade que elas apresentam.

Grato pela atenção.Um abraço.LUIZ TIMOTHEO

A ESTILO E O ESTILO ZAFFARIPrezada Milene e colaboradores:Gosto muito da revista Estilo e também do

“estilo” Zaffari. Minha admiração vem desde a 2ªedição, 1998 “Outono entre nós”. Mas o que meleva a escrever é o artigo de Luís Augusto Fischersobre Guimarães Rosa na comemoração dos 50anos do livro “Grande Sertão Veredas”. Fischerconsegue resumir todas as características de umdos livros mais fascinantes que já li. Parabéns aoescritor e à revista. De 1998 a 2006 sempre ins-truindo, informando, divertindo e, à disposição,num lugar muito bem escolhido: o supermercado.

ALDA GSCHWENTER – PORTO ALEGRE

Querida Alda, estamos todos muito felizesaqui no Zaffari com a sua carinhosa cartinha.E ainda escrita de próprio punho, uma raridadenesses tempos de internet! Adoramos! Nossocolunista também ficou orgulhoso com oselogios. Obrigada pelo estímulo e peladelicadeza de nos escrever. Abraço!

Correio

TUDO DE BOM!Em primeiro lugar gostaria de dar os para-

béns pela maravilhosa revista !!!Ela é simplesmente tudo de bom !!!Linda , atual e muito nossa , gaúcha.Trabalho em uma agência de viagens e gosta-

ria de colaborar com matérias e dicas bem legaisde hotéis. Segue um exemplo de hotel que gosta-ria de passar para vocês : www.riodorastro.com.br

Aguardo contato!Atenciosamente,

PATRÍCIAMONTENEGROPORTO BRASIL VIAGENS

Patricia, obrigada pela gentileza de escre-ver e pelos elogios à nossa revista. Pareceque estamos bem conectados, pois até já fi-zemos uma reportagem neste hotel indica-do por ti, o Rio do Rastro Eco Resort. ACris Berger esteve lá e fez uma linda maté-ria, que pretendemos publicar em breve.Fica à vontade pra mandar sugestões, sem-pre que vocês lembrarem de lugares legais,ok? Um grande abraço.

NA NORUEGA DISTANTEMaravilhosa a reportagem da Cris Berger

sobre a Noruega. Viajei novamente por esta lin-da terra através do encanto das palavras da Cris.É um privilégio ter acesso a esta revista, ondenada se perde, tudo se multiplica em cultura, in-formação, beleza e reencantamento do mundo.Um abraço a todas estas pessoas especiais que atra-vés da sua sensibilidade criam esta bela revista.

ARABELLA ADAMS - POR E-MAIL

Prezada Arabela,a sensibilidade de uma equipe para produziruma revista só encontra justificativa em lei-tores sensíveis como você, capazes de apreci-ar o trabalho e reconhecer o esforço realiza-do. Muitíssimo obrigada por escrever para arevista e nos enviar essas palavras, que paranós são um grande incentivo. A Cris Bergertambém adorou o seu e-mail! Um abração!

NÚMERO PERFEITOPrezados: sou leitora assidua da revista em

destaque parabenizo-os pela excelente impressãoe variedade de assuntos tratados. Na parte degastronomia as receitas são sempre fáceis e comingredientes acessíveis. A nº 39 está com recei-tas saborosas e diversificadas, aliás este númeroestá perfeito! Parabéns.

NEUSA CARELLO - POR E-MAIL

Obrigada, Neusa!É sempre bom termos um retorno a respeitodas receitas que publicamos, pois esta é umaparte fundamental da Estilo Zaffari, é onosso “carro-chefe”! Procuramos ter oassessoramento de chefs e profissionaisconsagrados, para levar aos nossos leitoreso melhor em termos de gastronomia, mesmoque sejam receitas da comidinha trivial eprática, como publicamos na edição 39.Continue nos prestigiando com a sua leitura,por favor! Um grande abraço.

Prezadas Izabella e Letícia:Agradeço a gentileza de vocês em autoriza-

rem a reprodução da matéria sobre a Redençãoda revista Estilo Zaffari, que veio embelezar e va-lorizar mais ainda o site do parque. Vocês podemconferir como ficou a matéria no site na página“O parque na imprensa”. www.aredencao.com.br/imprensax.htm Qualquer observação ou alteraçãoque acharem necessária podem me enviar que tereiprazer em atendê-las. Grato. Um abraço.

LUIZ TIMOTHEO

Luiz, é um prazer pra nós ver matérias daEstilo divulgadas dessa forma, especialmenteem se tratando de um site voltado àvalorização dos espaços comunitários dePorto Alegre. Além disso, com a publicaçãono site um número ainda maior de pessoasterá acesso ao nosso trabalho. E é ótimosaber que alguém que conhece tanto aRedenção aprovou a matéria querealizamos! Obrigada, abraço.

ESTILO ZAFFARI NO ORKUTCara Milene e Equipe da Estilo Zaffari:Antes de tudo parabéns. Parabéns por tudo...

Parabéns pelas maravilhosas reportagens sobregastronomia (minhas preferidas), sobre arquitetu-ra e decoração, sobre viagens, sobre cultura, sobreestilo de vida. Parabéns pelas crônicas da Martha,do Fischer, do Fernando. Sim, trato-os assim, poisparece que já tenho certa intimidade com eles.Afinal de contas, acompanho a revista desde oprimeiro número. A cada edição me surpreendomais com a capacidade de inovar e manter estarevista jovem e atual. Pois, impulsionado por estaintimidade, resolvi utilizar os atuais meios eletrô-nicos para discutir as reportagens de cada revista.Criei uma comunidade no Orkut, destinada justa-mente para isso. Também é uma comunidade paraos colecionadores da revista obterem aquele nú-mero que está faltando na coleção. Gostaria deconvidar a todos para participarem da comuni-dade. Façam uma visitinha.

O endereço é: http://www.orkut.comCommunity.aspx?cmm=14246214

Um grande abraço!

ÁLVARO REISCHAK DE OLIVEIRA

Gente, que orgulho! Vocês criaram umacomunidade de admiradores da Estilo Zaffari!É maravilhoso ver nossos leitores tomandoiniciativas como essa. Estamos orgulhosos,envaidecidos, nos sentindo extremamenteprestigiados. Gostamos tanto da idéia quenossa editora, Milene Leal, já se inscreveuna comunidade. É uma honra fazer partedesse grupo! Contem conosco para auxiliarem questões de números atrasados, ok? E quea comunidade cresça, gere muitos papos etrocas de informações interessantes, fomenteamizades e também contribua com sugestõespara tornar a Estilo Zaffari uma revista cadavez melhor. Obrigada!

ESTILO E REDENÇÃOPrezada Izabella,Venho mantendo na internet um site dedi-

cado exclusivamente ao Parque Farroupilha, noendereço www.aredencao.com.br, onde existeuma página chamada “O parque na imprensa”,que reproduz tudo o que aparece na imprensasobre o nosso parque. Foi com satisfação que en-contrei no último número da revista Estilo Zaffarium matéria sobre os locais “onde seu pai levavavocê para passear?”, em que não poderia faltaralguém, no caso a artista plástica Lia MennaBarreto, cujo pai levava para a Redenção. Gos-taria de poder reproduzir esta matéria no site(apenas a parte referente a Redenção) e por estemotivo estou solicitando a autorização dessa re-vista. Em caso positivo gostaria de solicitar queme informassem o nome do fotógrafo autor dasbelíssimas fotos da Lia na Redenção e, se nãofosse pedir demais, se poderiam me enviar copiasdigitais destas três fotos, porque se for necessárioescaneá-las certamente será perdido um poucoda qualidade que elas apresentam.

Grato pela atenção.Um abraço.LUIZ TIMOTHEO

A ESTILO E O ESTILO ZAFFARIPrezada Milene e colaboradores:Gosto muito da revista Estilo e também do

“estilo” Zaffari. Minha admiração vem desde a 2ªedição, 1998 “Outono entre nós”. Mas o que meleva a escrever é o artigo de Luís Augusto Fischersobre Guimarães Rosa na comemoração dos 50anos do livro “Grande Sertão Veredas”. Fischerconsegue resumir todas as características de umdos livros mais fascinantes que já li. Parabéns aoescritor e à revista. De 1998 a 2006 sempre ins-truindo, informando, divertindo e, à disposição,num lugar muito bem escolhido: o supermercado.

ALDA GSCHWENTER – PORTO ALEGRE

Querida Alda, estamos todos muito felizesaqui no Zaffari com a sua carinhosa cartinha.E ainda escrita de próprio punho, uma raridadenesses tempos de internet! Adoramos! Nossocolunista também ficou orgulhoso com oselogios. Obrigada pelo estímulo e peladelicadeza de nos escrever. Abraço!

Í N D I C E

Cesta Básica

O Sabor e o Saber

Lugar: Bonito Demais

Perfil: Lázaro Ramos

Coluna: Gauchismos

11

42

60

74

82

geloAntártida:

a vida no

46

Passageiros doventoBalonismo: parceriacom o céu e os ventos 36

Sabor e qualidadedistinguem um novosegmento de mercado

CERVEJAS

18

ESPECIAIS

Í N D I C E

Cesta Básica

O Sabor e o Saber

Lugar: Bonito Demais

Perfil: Lázaro Ramos

Coluna: Gauchismos

11

42

60

74

82

geloAntártida:

a vida no

46

Passageiros doventoBalonismo: parceriacom o céu e os ventos 36

Sabor e qualidadedistinguem um novosegmento de mercado

CERVEJAS

18

ESPECIAIS

Cotidiano

A falta de informação pode ser um estímulo...Foi lá e Fez

Sempre tive uma antipatia gratuita pela frase: “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. Não lembro quem a pronunciou ou escreveu. E muito menos sei qual o motivo desta minha implicância, pois é uma frase positiva e verdadei-ra. É isto mesmo: quem não conhece as dificuldades que estão por vir não se acovarda. Vai à luta na sua santa ignorância e acaba conseguindo o que quer.

Lembrei desta frase quando estava lendo o relato do uruguaio Nando Parrado no livro Milagre nos Andes. Nando foi um dos 16 sobreviventes daquele célebre acidente aéreo que aconteceu 30 anos atrás e que deixou vários jovens ilhados em meio à gélida cordilheira, vendo-se obrigados a comer a carne dos companheiros mortos para poder sobreviver. Em dado mo-mento, eles souberam pelo rádio do avião que as buscas haviam sido de finitivamente suspensas. Ninguém mais os procurava. Que desespero. O único jeito de escapar seria escalando as íngremes montanhas de neve até encontrar alguém do outro lado que pudesse ajudar.

Nando e um de seus companheiros de infortúnio, Roberto, que eram os menos lesados da turma, toparam a empreitada. Não sabiam o que os aguardaria. Qual a altura dos picos. A temperatura que fazia lá em cima à noite. Quais as trilhas mais difíceis e quais as impossíveis. Quais as chan-ces de serem engolidos por uma avalanche. Quanto tempo duraria a comida que levariam. E, principalmente, se haveria algo do outro lado ou apenas mais e mais montanhas. Não sabiam de nada. Não tinham nenhuma informação. Nenhum preparo físico. Nenhum equipamento adequado. Nenhuma

roupa térmica. Nenhum sapato decente. Nenhum aparelho de comunicação. Nada. Tinham apenas urgência de viver, e então foram.

O relato do que eles passaram durante a travessia é impressionante. Levaram alguns tenebrosos dias para vencer a cordilheira e, milagrosamente, acabaram encontrando uma área plana e um homem a cavalo, e assim conseguiram avisar ao mundo que estavam vivos e resgatar os colegas que haviam ficado na fuselagem do avião. Quando alpinistas experientes souberam dos desafios que Nando e Roberto enfrentaram, foram categóricos: nenhum profissional trei-nado e equipado para escaladas perigosas arriscaria a vida no trajeto que eles fizeram. Nenhum, por mais experiente que fosse, seria capaz de tal feito. Era considerada uma meta impossível.

Mas não foi.A despeito das minhas implicâncias, gosto da idéia

de que, nestes tempos de overdose de informação, sua falta pode nos ser útil. “Não saber” pode ser um estímulo, mesmo para vencer obstáculos bem menores. Não saber que o cara que você está a fim é apaixonado por outra, não saber que sua empresa cancelou as promoções, não saber que está prevista chuva pro final de semana. Só assim a gente vai se empenhar em conquistar o cara, vai se matar trabalhando e vai iniciar viagem. E aí tudo pode acontecer. Inclusive a gente se dar bem.

M A r t h A M e d e i r o s

MArthA Medeiros é esCritorA

10 Estilo Zaffari

Cesta básica

NESTA SEÇÃO VOCÊ ENCONTRA DICAS

E SUGESTÕES PARA CURTIR O DIA-A-DIA

E SE DIVERTIR DE VERDADE: MÚSICA, CINEMA,

LUGARES, OBJETOS ESPECIAIS, COMIDINHAS,

PASSEIOS, COMPRAS. BOM PROVEITO!

FEIRA DO LIVROE DOS ENCONTROSEu gosto do vento que remexe as árvores e derruba as floresroxas. E de bisbilhotar nos balaios. Eu gosto de ir no meioda semana naquele horário do lusco-fusco. Quando há maislivros do que gente. Eu gosto de entrar na fila pra pegar umautógrafo. E de assistir às palestras e aos bate-papos.Eu gosto de trocar palavras e olhares com livreiros e leitores.Esquecer da vida perdida nas entrelinhas de uma páginaaberta ao léu. Eu gosto de ver meus livros pendurados.Oferecidos e faceiros tipo uma pipa no céu. Eu gosto de vero patrono – que neste ano é Alcy Cheuiche – caminhandoorgulhoso. Feito um monarca a desfilar pelo país dasmaravilhas. Eu gosto da sensação de liberdade e oportunida-de. De ver minha filha eufórica com as escolhas que têm.Eu gosto de saber que é um encontro que existe há 52 anos.E de ficar imaginando como era no tempo do Mario e doErico. Eu gosto da Feira do Livro mesmo achando que estácrescendo demais. Porque ela é um tanto minha e suatambém... E vai de 27 de outubro até 12 de novembro.

PAULA TAITELBAUM, ESCRITORA, QUE NO DIA 30/10AUTOGRAFA “MENAGE À TROIS” NA FEIRA DO LIVRO

APOSTAS HIGH-TECHPorto Alegre acaba de ganhar um lugar inovadorpara os apaixonados por turfe. O Turff Bet& Sports Bar, instalado no bairro Moinhos deVento, dispõe de um sistema inédito deintercâmbio de sinais que permite apostar a partirde R$ 2, em tempo real, em corridas de cavalosregionais e até 120 internacionais, diariamente.A casa tem dois ambientes temáticos e duas salasVIPs de apostas high-tech. No bar e restaurante,destaca-se o menu de bebidas com drinkselaborados pelo “papa” da coquetelaria nacional,o barman Derivan Ferreira, e o cardápio assinadopela chef paulistana Gabriela Martinoli. Salive como espetinho de queijo de coalho torrado ecrocante. O Turff Bet & Sports Bar de PortoAlegre é o segundo construído no País, depois doRio de Janeiro. O projeto integra a estratégiamundial do grupo espanhol Codere de revitalizaro esporte no Brasil, onde pretende investir R$ 18milhões até 2009. Aberto diariamente, das 13h às3h. (Rua 24 de outubro, 1.241)

ANA CAROLINA BOLSSON, JORNALISTA

UM PLUS “A MAIS”A L&PM acaba de lançar uma coleção chamada PocketPlus. Na verdade, como a própria editora define, é umanova série dentro da maior coleção de livros de bolso doBrasil. Com o perdão do trocadilho infame, ela é paratodos os bolsos. Não só pelo tamanho dos livros, claro,mas principalmente pelo preço deles: apenas seis reaiscada volume. Preste atenção nos títulos, todos escolhidosa dedo: Juventude, de Joseph Conrad, Cartas a um jovempoeta, de Rilke, Esboço para uma teoria das emoções, deSartre, Tristessa, de Jack Kerouac, O diamante dotamanho do Ritz e outros contos, de Scott Fitzgerald,O teatro do bem e dos mal, de Eduardo Galeano,Liberdade, liberdade, de Millôr Fernandes e FlávioRangel, Trabalhos de amor perdidos, de Shakespeare,As melhores histórias de Sherlock Holmes, de Sir ArthurConan Doyle, Uma temporada no inferno, de Rimbaud,Sobre a brevidade da vida, de Sêneca e O gato pordentro, de William Burroughs. É pra encher os bolsos.

PAULA TAITELBAUM, ESCRITORA

Cesta básicaACADEMIA NOTA 11É colocar o pé na Body One e surge em você umaincontrolável vontade de sair malhando. Mesmo que ocorpinho esteja parado há meses, eu garanto. A novaacademia de Porto Alegre é tão bonita, tão espaçosa,tão bem-equipada, tão charmosa, tão completa queninguém é capaz de resistir. Nem o mais convicto dossedentários. A atmosfera de saúde, beleza e alegria dolugar é contagiante, todo mundo tem vontade deentrar no clima. Até porque lá você certamente há deencontrar uma atividade física que o seduza.Descontando o fato de que a Body One é um paraísopara quem curte musculação (os equipamentos sãobala!), a lista de opções é imensa: rpm, ginásticalocalizada, jiu-jítsu, pilates, dança, yoga, fisioterapia...São vários andares, salas e mais salas, tudo decoradocom bom gosto, tudo muito arejado – como convém aum espaço destinado a exercícios físicos – e muitoorganizado. Para quem é malhador de carteirinha, aacademia oferece tudo o que clientes desse tipocostumam exigir: profissionais de primeira linha,instalações modernas e confortáveis, equipamentoshigh-tech e vestiários funcionais. E você conta aindacom aqueles complementos que hoje já sãoobrigatórios em clubes de esportes, como um amploestacionamento e um bar cheio de delícias light.Nota 11. (Rua Silva Jardim, 375, fone (51)(Rua Silva Jardim, 375, fone (51)(Rua Silva Jardim, 375, fone (51)(Rua Silva Jardim, 375, fone (51)(Rua Silva Jardim, 375, fone (51)3061 .5021)3061 .5021)3061 .5021)3061 .5021)3061 .5021)

MILENE LEAL, JORNALISTA

A jornalista gaúcha Eliane Brum contraria o preceito dojornalismo clássico no recém-lançado livro A Vida queNinguém Vê, da Arquipélago Editorial, ao debruçar-se comuma lupa sobre vidas consideradas ordinárias e extrairpersonagens únicos. Atual repórter especial da revista Época,Eliane dá cores justas a 21 histórias vistas geralmente em tomsépia, julgadas medíocres. Entre elas, a saga de um enterromiserável e a paixão de um catador de objetos renegados.A obra é uma compilação da série de crônicas-reportagens demesmo nome publicadas no final dos anos 90 no jornal ZeroHora. Não há como não se emocionar com o equilíbrioharmônico entre a prosa primorosa e a sensibilidade latenteda autora. Retire a cortina que estendemos sobre os olhos eveja o que muitos não conseguem ver. Preço: R$ 32.

A. C. B, JORNALISTA

CORTINADOS OLHOS

APOSTAS HIGH-TECHPorto Alegre acaba de ganhar um lugar inovadorpara os apaixonados por turfe. O Turff Bet& Sports Bar, instalado no bairro Moinhos deVento, dispõe de um sistema inédito deintercâmbio de sinais que permite apostar a partirde R$ 2, em tempo real, em corridas de cavalosregionais e até 120 internacionais, diariamente.A casa tem dois ambientes temáticos e duas salasVIPs de apostas high-tech. No bar e restaurante,destaca-se o menu de bebidas com drinkselaborados pelo “papa” da coquetelaria nacional,o barman Derivan Ferreira, e o cardápio assinadopela chef paulistana Gabriela Martinoli. Salive como espetinho de queijo de coalho torrado ecrocante. O Turff Bet & Sports Bar de PortoAlegre é o segundo construído no País, depois doRio de Janeiro. O projeto integra a estratégiamundial do grupo espanhol Codere de revitalizaro esporte no Brasil, onde pretende investir R$ 18milhões até 2009. Aberto diariamente, das 13h às3h. (Rua 24 de outubro, 1.241)

ANA CAROLINA BOLSSON, JORNALISTA

UM PLUS “A MAIS”A L&PM acaba de lançar uma coleção chamada PocketPlus. Na verdade, como a própria editora define, é umanova série dentro da maior coleção de livros de bolso doBrasil. Com o perdão do trocadilho infame, ela é paratodos os bolsos. Não só pelo tamanho dos livros, claro,mas principalmente pelo preço deles: apenas seis reaiscada volume. Preste atenção nos títulos, todos escolhidosa dedo: Juventude, de Joseph Conrad, Cartas a um jovempoeta, de Rilke, Esboço para uma teoria das emoções, deSartre, Tristessa, de Jack Kerouac, O diamante dotamanho do Ritz e outros contos, de Scott Fitzgerald,O teatro do bem e dos mal, de Eduardo Galeano,Liberdade, liberdade, de Millôr Fernandes e FlávioRangel, Trabalhos de amor perdidos, de Shakespeare,As melhores histórias de Sherlock Holmes, de Sir ArthurConan Doyle, Uma temporada no inferno, de Rimbaud,Sobre a brevidade da vida, de Sêneca e O gato pordentro, de William Burroughs. É pra encher os bolsos.

PAULA TAITELBAUM, ESCRITORA

Cesta básicaACADEMIA NOTA 11É colocar o pé na Body One e surge em você umaincontrolável vontade de sair malhando. Mesmo que ocorpinho esteja parado há meses, eu garanto. A novaacademia de Porto Alegre é tão bonita, tão espaçosa,tão bem-equipada, tão charmosa, tão completa queninguém é capaz de resistir. Nem o mais convicto dossedentários. A atmosfera de saúde, beleza e alegria dolugar é contagiante, todo mundo tem vontade deentrar no clima. Até porque lá você certamente há deencontrar uma atividade física que o seduza.Descontando o fato de que a Body One é um paraísopara quem curte musculação (os equipamentos sãobala!), a lista de opções é imensa: rpm, ginásticalocalizada, jiu-jítsu, pilates, dança, yoga, fisioterapia...São vários andares, salas e mais salas, tudo decoradocom bom gosto, tudo muito arejado – como convém aum espaço destinado a exercícios físicos – e muitoorganizado. Para quem é malhador de carteirinha, aacademia oferece tudo o que clientes desse tipocostumam exigir: profissionais de primeira linha,instalações modernas e confortáveis, equipamentoshigh-tech e vestiários funcionais. E você conta aindacom aqueles complementos que hoje já sãoobrigatórios em clubes de esportes, como um amploestacionamento e um bar cheio de delícias light.Nota 11. (Rua Silva Jardim, 375, fone (51)(Rua Silva Jardim, 375, fone (51)(Rua Silva Jardim, 375, fone (51)(Rua Silva Jardim, 375, fone (51)(Rua Silva Jardim, 375, fone (51)3061 .5021)3061 .5021)3061 .5021)3061 .5021)3061 .5021)

MILENE LEAL, JORNALISTA

A jornalista gaúcha Eliane Brum contraria o preceito dojornalismo clássico no recém-lançado livro A Vida queNinguém Vê, da Arquipélago Editorial, ao debruçar-se comuma lupa sobre vidas consideradas ordinárias e extrairpersonagens únicos. Atual repórter especial da revista Época,Eliane dá cores justas a 21 histórias vistas geralmente em tomsépia, julgadas medíocres. Entre elas, a saga de um enterromiserável e a paixão de um catador de objetos renegados.A obra é uma compilação da série de crônicas-reportagens demesmo nome publicadas no final dos anos 90 no jornal ZeroHora. Não há como não se emocionar com o equilíbrioharmônico entre a prosa primorosa e a sensibilidade latenteda autora. Retire a cortina que estendemos sobre os olhos eveja o que muitos não conseguem ver. Preço: R$ 32.

A. C. B, JORNALISTA

CORTINADOS OLHOS

Cesta básica

NOVOS REBENTOSAbsolvam os afoitos que abrem os bombons antes dojantar. Também os egoístas que comem a sobremesaesgueirando-se das visitas e os sonâmbulos quedevoram o bolo na calada da noite. Alguns prazeresmerecem ser apreciados a sós... e até mesmo escondi-dos. É este comportamento que a mais recentenovidade da Torta de Sorvete deve causar entre osmortais. Acabam de sair do freezer as Tortinhas deSorvete com embalagens de 90 e 420 gramas.Pequenina, bonita e geladinha, a linha é oferecida emcinco sabores: autêntica, chocolate, morango, doce deleite e flocos. Os produtos atendem o mercado declientes mirins e de singles. A linha estará à venda naTorta de Sorvete (rua Padre Chagas, 217) e em brevetambém na rede Zaffari. A tradicional Torta deSorvete, criada por Andréa Costa Gama, RobertaMaestri e Teresa Nedel na década de 80, segue nostamanhos médio e grande. Fone: (51) 3342-5520.

ANA CAROLINA BOLSSON, JORNALISTA

SABORES DE CARLOTALivro de gastronomia tem de ser atraente, apetitoso,prático e consistente. Em doses perfeitas de ingredien-tes selecionados com rigor, Balaio de Sabores é tudoisso e um pouco mais. As vivências e receitas da chefCarla Pernambuco pelo mundo e à frente de seurestaurante Carlota, com filial no Rio, e há onze anosem São Paulo, são recontadas com humor pelojornalista Eduardo Logullo. O livro se divide emdeliciosos capítulos temáticos e curiosos, como oSem Tempo?, muito adequado a quem vive semprecorrendo contra os ponteiros do relógio, oNamoricos no Sofá, para os casais que se divertemtambém na cozinha, o O que é isso?, ideal para aqueletipo de pessoa refratária a qualquer inovaçãoculinária, e o Saudades e Sabores, para os que jamaisesquecem aquelas comidinhas que só a vovó fazia. Nototal, são mais de 200 receitas assinadas pela chef ebem acessíveis aos mortais. Desde molhos comochimichurri ou uma farofa básica até um magret decupuaçu ou um polvo ao vinho, tudo neste balaiotranspira criatividade e muito sabor. Lançamento daCompanhia Editora Nacional. Preço sugerido: R$ 62

REJANE MARTINS, JORNALISTA

Consumo

A padronização tirou a graça das comemoraçõesAS FESTAS INDUSTRIAIS

Renata, minha amiga mais festeira, me deu estedepoimento: “Eu não gosto mais de festas. As festas dehoje são industriais”. Ela tem razão.

Festas viraram eventos. Sai o anfitrião e entra opatrocinador, o valet, as promoters, as pulseirinhas vip.Saem o toque pessoal, a casa, o terraço do apê, as delíci-as preparadas na própria cozinha e entram os buffets, osfornecedores, as decorações padronizadas – copos, ta-lheres, louça, sofás, pufes, mesas de vidro, longos vasoscom flores de cabo longo, tudo branco.

Numa festa industrial não tem conversa, nem amúsica tem letra. É só ritmo-pulante, sacolejante. O DJé o herói da festa. Santificado atrás de seu set, talvez sejarealmente a única figura a se prestar atenção. Ninguémestá ali para se relacionar. Talvez, e olhe lá, para se agar-rar repentinamente, na passagem para o banheiro, massem intimidade, porque numa festa industrial ninguémtem tempo para perder.

Os motivos para as festas industriais variam deaniversários de 15 anos, primeiro ano do bebê, passan-do por casamentos, lançamentos de produtos, comemo-rações de empresas, formaturas.

Tudo ficou igual.Na era da diversão as coisas têm que ser tão produ-

zidas que só podem gerar um resultado muito sem graça.Minha amiga Renata, a mesma que me presenteou comessa idéia das festas industriais, me contou sobre uma fes-ta de réveillon na casa de amigos para a qual ela foi con-vidada. Trata-se de uma turma que se reúne todo final de

ano. Nesta última, enquanto a dona da casa, que adoracozinhar, preparava todos os quitutes, a decoração erainteiramente produzida por um amigo artista plástico –amigos interessantes são a prerrogativa para uma festadivertida. A idéia foi distribuir pela casa móbiles com fra-ses “célebres”, ditas pelos convidados em festas anterio-res. E como se tratava da entrada de um novo ano, todosforam convidados a vir vestidos com seus desejos para2006. Renata foi de mala, uma vez que desejava viajarmuito. Um foi de macacão de operário, porque estavadesempregado, outro apareceu com xerox de suas pró-prias pinturas presas à roupa, porque andava sonhandocom uma exposição só sua, e assim por diante.

Eu não fui nessa festa. Mas me diverti só de ouvirela contar. Enquanto isso, outra amiga me contou deuma festona de aniversário para a qual foi convidada.Em pleno forte de Copacabana, 700 convidados “muitoespeciais”. Eu me aborreci só de pensar.

Cronologicamente estou localizada entre as pes-soas que estão completando ou recém completaram seus40 anos. Por algum motivo não muito divertido, seconvencionou que aos 40 anos devemos comemorar.

Este, portanto, é um convite para que reflitam a res-peito de como imaginam comemorar esta data que, seobjetiva diversão verdadeira, não poderia jamais deixarde ser planejada de um ponto de vista muito pessoal.

T E T Ê P A C H E C O

TETÊ PACHECO É PUBLICITÁRIA

16 Estilo Zaffari

Sabor

P O R M I L E N E L E A L F O T O S C R I S B E R G E R

SE A COMBINAÇÃO DE CORES NOS COPOS AÍ AO LADO INSPIROU VOCÊ E DEU ÁGUA NA BOCA, NÃO DEIXE DE

LER ESSA MATÉRIA. AQUI VOCÊ VAI DESCOBRIR POR QUE, AFINAL DE CONTAS, A QUÍMICA DA CERVEJA “BATE”

COM A SUA QUÍMICA, POR QUE CADA VEZ MAIS O SEU PALADAR PEDE SABORES ESPECIAIS, DIFERENCIADOS,

VARIADOS. SE VOCÊ PERTENCE ÀQUELE TIME QUE JÁ NÃO SE SATISFAZ COM UMA SIMPLES LOIRA GELADA,

MAS FAZ QUESTÃO DE SABOR, AQUI NESTAS PÁGINAS VOCÊ VAI ENCONTRAR A SUA TURMA. MERGULHAMOS

FUNDO (QUASE LITERALMENTE...) NO UNIVERSO DAS CERVEJAS ARTESANAIS E DESCOBRIMOS BEBIDAS

ESPECIALÍSSIMAS, ELABORADAS SEGUNDO TÉCNICAS RIGOROSAS E COM INGREDIENTES ABSOLUTAMENTE

NOBRES. AS QUATRO COLORIDAS AÍ DO LADO SÃO CERVEJAS, SIM, MAS AO SORVER O PRIMEIRO GOLE VOCÊ

JÁ VAI ENTENDER POR QUE ELAS SÃO CHAMADAS DE CERVEJAS ESPECIAIS.

Cervejasmuitoespec a s

Sabor

P O R M I L E N E L E A L F O T O S C R I S B E R G E R

SE A COMBINAÇÃO DE CORES NOS COPOS AÍ AO LADO INSPIROU VOCÊ E DEU ÁGUA NA BOCA, NÃO DEIXE DE

LER ESSA MATÉRIA. AQUI VOCÊ VAI DESCOBRIR POR QUE, AFINAL DE CONTAS, A QUÍMICA DA CERVEJA “BATE”

COM A SUA QUÍMICA, POR QUE CADA VEZ MAIS O SEU PALADAR PEDE SABORES ESPECIAIS, DIFERENCIADOS,

VARIADOS. SE VOCÊ PERTENCE ÀQUELE TIME QUE JÁ NÃO SE SATISFAZ COM UMA SIMPLES LOIRA GELADA,

MAS FAZ QUESTÃO DE SABOR, AQUI NESTAS PÁGINAS VOCÊ VAI ENCONTRAR A SUA TURMA. MERGULHAMOS

FUNDO (QUASE LITERALMENTE...) NO UNIVERSO DAS CERVEJAS ARTESANAIS E DESCOBRIMOS BEBIDAS

ESPECIALÍSSIMAS, ELABORADAS SEGUNDO TÉCNICAS RIGOROSAS E COM INGREDIENTES ABSOLUTAMENTE

NOBRES. AS QUATRO COLORIDAS AÍ DO LADO SÃO CERVEJAS, SIM, MAS AO SORVER O PRIMEIRO GOLE VOCÊ

JÁ VAI ENTENDER POR QUE ELAS SÃO CHAMADAS DE CERVEJAS ESPECIAIS.

Cervejasmuitoespec a s

Sabor

Red, Pilsen, Black, Weiss. Essa é a sequência em que estão colocadasas cervejas da página anterior. Repare que, ainda que cada uma tenha a suaprópria tonalidade, todas ostentam um dourado sedutor, um brilho que aluz realça ainda mais. E que, sem dúvida, contribui para que surja em suaboca o desejo de beber aquele líquido dourado, gelado, mesmo que o cére-bro diga, veementemente: “Mas são 9 horas da manhã!” Pois eu confessoque foi isso que me aconteceu ao escrever esse texto. Comecei a olhar asbelas fotos feitas pela Cris Berger e fiquei com sede, muita sede. Sensaçãoque não me abandonou nas horas seguintes... Acho que, definitivamente,as cervejas especiais têm algum feitiço. Aliás, dê uma olhadinha na espu-ma cremosa daquela cerveja escura logo aqui abaixo... Ou nas bolhinhasdouradas e no colarinho impecável dos copos curvilíneos da página aolado. E atire a primeira pedra quem não ficou com água na boca.

O inícioTudo começou em uma conversa com o “pai” das cervejas artesanais

aqui no Brasil, Eduardo Bier Corrêa. Fui conversar com Dado Bier paraentender, afinal, o que são as cervejas especiais e por que elas recebem essenome. Acabei adentrando um universo de informações, detalhes, dadossuperinteressantes sobre o preparo dessa bebida, sobre os ingredientesenvolvidos, as técnicas minuciosas, a imensa quantidade de variações quepodem ser elaboradas a partir dos quatro componentes básicos: malte,lúpulo, água e fermento. Resultado: fiquei ainda mais fã da cerveja.

Dado contou que está tomando corpo no Brasil um movimento seme-lhante ao ocorrido nos EUA nos anos 70, quando o mercado sentiu-se saturadodas cervejas pilsen comuns, leves demais, aguadas demais, todas muito pareci-das, a ponto de não se poder distinguir uma da outra sem ver o rótulo. Foi aíque surgiu espaço para as chamadas cervejas especiais, ou artesanais, produzi-das em pequena escala e com ingredientes de alta qualidade.

CERVEJA TEM QUE TER SABOR!

Sabor

Red, Pilsen, Black, Weiss. Essa é a sequência em que estão colocadasas cervejas da página anterior. Repare que, ainda que cada uma tenha a suaprópria tonalidade, todas ostentam um dourado sedutor, um brilho que aluz realça ainda mais. E que, sem dúvida, contribui para que surja em suaboca o desejo de beber aquele líquido dourado, gelado, mesmo que o cére-bro diga, veementemente: “Mas são 9 horas da manhã!” Pois eu confessoque foi isso que me aconteceu ao escrever esse texto. Comecei a olhar asbelas fotos feitas pela Cris Berger e fiquei com sede, muita sede. Sensaçãoque não me abandonou nas horas seguintes... Acho que, definitivamente,as cervejas especiais têm algum feitiço. Aliás, dê uma olhadinha na espu-ma cremosa daquela cerveja escura logo aqui abaixo... Ou nas bolhinhasdouradas e no colarinho impecável dos copos curvilíneos da página aolado. E atire a primeira pedra quem não ficou com água na boca.

O inícioTudo começou em uma conversa com o “pai” das cervejas artesanais

aqui no Brasil, Eduardo Bier Corrêa. Fui conversar com Dado Bier paraentender, afinal, o que são as cervejas especiais e por que elas recebem essenome. Acabei adentrando um universo de informações, detalhes, dadossuperinteressantes sobre o preparo dessa bebida, sobre os ingredientesenvolvidos, as técnicas minuciosas, a imensa quantidade de variações quepodem ser elaboradas a partir dos quatro componentes básicos: malte,lúpulo, água e fermento. Resultado: fiquei ainda mais fã da cerveja.

Dado contou que está tomando corpo no Brasil um movimento seme-lhante ao ocorrido nos EUA nos anos 70, quando o mercado sentiu-se saturadodas cervejas pilsen comuns, leves demais, aguadas demais, todas muito pareci-das, a ponto de não se poder distinguir uma da outra sem ver o rótulo. Foi aíque surgiu espaço para as chamadas cervejas especiais, ou artesanais, produzi-das em pequena escala e com ingredientes de alta qualidade.

CERVEJA TEM QUE TER SABOR!

UMA ALQUIMIA DEINGREDIENTES NOBRES

Tradição européiaAs cervejas especiais são inspiradas na tradição européia das pe-

quenas cervejarias. E se distinguem das cervejas comuns por basicamen-te dois aspectos: sabor e qualidade. As cervejas especiais não almejamser sorvidas em largos goles, como água, em copos que se esvaziam emsegundos. Elas querem ser saboreadas com vagar, degustadas. Elas têmpersonalidade, caráter. Cada uma é especial, única. A combinação entremaltes, lúpulos, fermentos e água pode gerar uma infinidade de saboresdiferentes. É, como diz Dado, uma alquimia fascinante.

As quatro cervejas da primeira foto dessa reportagem compõem afamília de cervejas especiais DaDo Bier, recentemente lançadas. Após umlongo período de testes, experimentos, de verdadeiras alquimias, os mes-tres cervejeireiros da casa, Alcir e Carlos, criaram uma cerveja de coravermelhada (a Red Ale), uma bem escura (a Royal Black), uma clarinhae não-filtrada (a Weiss) e uma pilsen especial (a Original). Cada uma delastem suas características individuais e marcantes, seu sabor peculiar.

Segundo Dado Bier, a diferença está na qualidade dos ingredientes,que ele manda buscar nas melhores origens. Os maltes vêm dos EstadosUnidos, os fermentos são alemães ou ingleses. E a água, elemento funda-mental para a obtenção de uma cerveja de qualidade, é exclusivamentemineral, chega à fábrica em caminhões-tanque.

Evolução do paladarAs possibilidades são tão infinitas que Dado Bier imagina que o

mercado de cervejas possa viver em breve a maturidade que hoje já sevislumbra no segmento de vinhos. “Há 15 ou 20 anos, no Brasil, nin-guém entendia nada de vinhos. Nós bebiámos qualquer vinho alemãoadocicado e não tínhamos o paladar treinado para reconhecer sabores,diferenciar o bom do ruim. Hoje muitas pessoas já sabem que vinhopedir quando vão a um restaurante, sabem que tipo de uva agrada ao seupaladar ou combina com o prato que vão degustar. Pois o mesmo podeacontecer no mercado das cervejas. Essa bebida é extremamente rica emvariedades, especialidades e sabores”, afirma Dado, com convicção.

Nas páginas a seguir, você vai poder comprovar essa tese. Com oauxílio do chef Edevaldo Nunes, do restaurante DaDo Bier, harmoniza-mos quatro pratos com as novas cervejas especiais da marca. Experi-mente repetir em casa essas combinações ou crie outras que pareçamatraentes. E depois conte pra gente o que você achou. De qualquer modo,vai ser uma delícia degustar essas cervejas especiais como verdadeiraspreciosidades. Elas merecem!

UMA ALQUIMIA DEINGREDIENTES NOBRES

Tradição européiaAs cervejas especiais são inspiradas na tradição européia das pe-

quenas cervejarias. E se distinguem das cervejas comuns por basicamen-te dois aspectos: sabor e qualidade. As cervejas especiais não almejamser sorvidas em largos goles, como água, em copos que se esvaziam emsegundos. Elas querem ser saboreadas com vagar, degustadas. Elas têmpersonalidade, caráter. Cada uma é especial, única. A combinação entremaltes, lúpulos, fermentos e água pode gerar uma infinidade de saboresdiferentes. É, como diz Dado, uma alquimia fascinante.

As quatro cervejas da primeira foto dessa reportagem compõem afamília de cervejas especiais DaDo Bier, recentemente lançadas. Após umlongo período de testes, experimentos, de verdadeiras alquimias, os mes-tres cervejeireiros da casa, Alcir e Carlos, criaram uma cerveja de coravermelhada (a Red Ale), uma bem escura (a Royal Black), uma clarinhae não-filtrada (a Weiss) e uma pilsen especial (a Original). Cada uma delastem suas características individuais e marcantes, seu sabor peculiar.

Segundo Dado Bier, a diferença está na qualidade dos ingredientes,que ele manda buscar nas melhores origens. Os maltes vêm dos EstadosUnidos, os fermentos são alemães ou ingleses. E a água, elemento funda-mental para a obtenção de uma cerveja de qualidade, é exclusivamentemineral, chega à fábrica em caminhões-tanque.

Evolução do paladarAs possibilidades são tão infinitas que Dado Bier imagina que o

mercado de cervejas possa viver em breve a maturidade que hoje já sevislumbra no segmento de vinhos. “Há 15 ou 20 anos, no Brasil, nin-guém entendia nada de vinhos. Nós bebiámos qualquer vinho alemãoadocicado e não tínhamos o paladar treinado para reconhecer sabores,diferenciar o bom do ruim. Hoje muitas pessoas já sabem que vinhopedir quando vão a um restaurante, sabem que tipo de uva agrada ao seupaladar ou combina com o prato que vão degustar. Pois o mesmo podeacontecer no mercado das cervejas. Essa bebida é extremamente rica emvariedades, especialidades e sabores”, afirma Dado, com convicção.

Nas páginas a seguir, você vai poder comprovar essa tese. Com oauxílio do chef Edevaldo Nunes, do restaurante DaDo Bier, harmoniza-mos quatro pratos com as novas cervejas especiais da marca. Experi-mente repetir em casa essas combinações ou crie outras que pareçamatraentes. E depois conte pra gente o que você achou. De qualquer modo,vai ser uma delícia degustar essas cervejas especiais como verdadeiraspreciosidades. Elas merecem!

Sabor

Atum Daikon600 G DE LOMBO DE ATUM

200 G DE PISTACHE MOÍDO

200 G DE ALFACE AMERICANA

200 G DE AGRIÃO ROXO

200 G DE ALFACE MIMOSA

100 G DE RÚCULA

200 G DE BROTO DE ALFAFA

500 G DE COGUMELO SHIMEJI

100 G DE NABO

MOLHO DAIKON

200 ML DE ÓLEO DE GERGELIM; 100 ML DESHOYO; 100 ML DE SUCO DE LIMÃO; 5 DENTESDE ALHO; 20 G DE GENGIBRE

Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Corte o atum em porções de 150 gramas. Passe no pista-che até formar uma crosta e grelhe. Higienize as folhas etempere a gosto. Corte o nabo finamente e deixe 24 horasno molho daikon. Refogue os cogumelos e tempere comshoyo. Arrume no prato com o nabo embaixo, as folhas, oatum e os cogumelos. Finalize com o broto.

Modo de fazer Molho Daikon:Modo de fazer Molho Daikon:Modo de fazer Molho Daikon:Modo de fazer Molho Daikon:Modo de fazer Molho Daikon:Bata o óleo de gergelim, o shoyo, o suco de limão, os den-tes de alho e o gengibre no liquidificador.

PILSEN COM ATUM DAIKONPRATOS LEVES, CERVEJAS LEVES: PROCURE EQUILIBRAR O NÍVELDE COMPLEXIDADE, PESO E INTENSIDADE DO PRATO COM O DACERVEJA. PRATOS DE SABOR LEVE E SUAVE DEVEM COMBINARCOM CERVEJAS TAMBÉM LEVES, TIPO PILSEN. O ATUM DAIKONTEM ORIGEM ASIÁTICA E É UM PRATO DE SUAVES SENSAÇÕESAROMÁTICAS. SÃO VÁRIOS SABORES DISTINTOS EM SUA PREPA-RAÇÃO: ELE CONTÉM VEGETAIS FRESCOS, CROCANTES E UM MO-LHO DE ACIDEZ EQUILIBRADA. PRATOS COM PEIXES DELICADOS,MARISCOS, CRUSTÁCEOS, SUSHI E SALADAS SE HARMONIZAM COMCERVEJAS PILSEN, COMO A DADO BIER ORIGINAL.

DADO BIER ORIGINALDO TIPO PILSEN, DE BAIXA FERMENTAÇÃO E MÉDIO TEOR ALCO-ÓLICO (4,5% VOL.). É ELABORADA COM ÁGUA MINERAL E UMBLEND DE MALTES IMPORTADOS ESPECIALMENTE SELECIONA-DOS. SEU SABOR REFRESCANTE COMBINA COM GRELHADOS, FRUTOSDO MAR, SUSHI, FRANGO E SALADAS.

58 Estilo Zaffari

Sabor

Atum Daikon600 G DE LOMBO DE ATUM

200 G DE PISTACHE MOÍDO

200 G DE ALFACE AMERICANA

200 G DE AGRIÃO ROXO

200 G DE ALFACE MIMOSA

100 G DE RÚCULA

200 G DE BROTO DE ALFAFA

500 G DE COGUMELO SHIMEJI

100 G DE NABO

MOLHO DAIKON

200 ML DE ÓLEO DE GERGELIM; 100 ML DESHOYO; 100 ML DE SUCO DE LIMÃO; 5 DENTESDE ALHO; 20 G DE GENGIBRE

Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Corte o atum em porções de 150 gramas. Passe no pista-che até formar uma crosta e grelhe. Higienize as folhas etempere a gosto. Corte o nabo finamente e deixe 24 horasno molho daikon. Refogue os cogumelos e tempere comshoyo. Arrume no prato com o nabo embaixo, as folhas, oatum e os cogumelos. Finalize com o broto.

Modo de fazer Molho Daikon:Modo de fazer Molho Daikon:Modo de fazer Molho Daikon:Modo de fazer Molho Daikon:Modo de fazer Molho Daikon:Bata o óleo de gergelim, o shoyo, o suco de limão, os den-tes de alho e o gengibre no liquidificador.

PILSEN COM ATUM DAIKONPRATOS LEVES, CERVEJAS LEVES: PROCURE EQUILIBRAR O NÍVELDE COMPLEXIDADE, PESO E INTENSIDADE DO PRATO COM O DACERVEJA. PRATOS DE SABOR LEVE E SUAVE DEVEM COMBINARCOM CERVEJAS TAMBÉM LEVES, TIPO PILSEN. O ATUM DAIKONTEM ORIGEM ASIÁTICA E É UM PRATO DE SUAVES SENSAÇÕESAROMÁTICAS. SÃO VÁRIOS SABORES DISTINTOS EM SUA PREPA-RAÇÃO: ELE CONTÉM VEGETAIS FRESCOS, CROCANTES E UM MO-LHO DE ACIDEZ EQUILIBRADA. PRATOS COM PEIXES DELICADOS,MARISCOS, CRUSTÁCEOS, SUSHI E SALADAS SE HARMONIZAM COMCERVEJAS PILSEN, COMO A DADO BIER ORIGINAL.

DADO BIER ORIGINALDO TIPO PILSEN, DE BAIXA FERMENTAÇÃO E MÉDIO TEOR ALCO-ÓLICO (4,5% VOL.). É ELABORADA COM ÁGUA MINERAL E UMBLEND DE MALTES IMPORTADOS ESPECIALMENTE SELECIONA-DOS. SEU SABOR REFRESCANTE COMBINA COM GRELHADOS, FRUTOSDO MAR, SUSHI, FRANGO E SALADAS.

58 Estilo Zaffari

Sabor

Filé Tradicional1 KG DE FILÉ MIGNON

200 G DE CENOURA

120 G DE ALHO-PORÓ

200 G DE COGUMELO PARIS

50 G DE SALSA

1,2 KG DE BATATA INGLESA

1 KG DE SAL GROSSO

400 G DE QUEIJO CATUPIRI

200 G DE BARBECUE

200 G DE ACELGA

Modo de fazer a Batata:Modo de fazer a Batata:Modo de fazer a Batata:Modo de fazer a Batata:Modo de fazer a Batata:Deixe as batatas dentro do sal grosso por 24 horas. De-pois asse-as em forno médio por 45 minutos. Quandoestiverem assadas faça um corte no comprimento (semdividi-las) e recheie com o catupiri.

Modo de fazer a Salada:Modo de fazer a Salada:Modo de fazer a Salada:Modo de fazer a Salada:Modo de fazer a Salada:Escolha as folhas internas da acelga de modo a formar uma“canoa” no prato. Dentro dessa acelga disponha os cogu-melos cortados em lâminas, as cenouras em fios (pode com-prar os fios já prontos) e o alho-poró em fatias finas. Tem-pere ao seu gosto (a sugestão do chef é um vinagrete).

Modo de fazer o Filé:Modo de fazer o Filé:Modo de fazer o Filé:Modo de fazer o Filé:Modo de fazer o Filé:Corte o filé em quatro porções de 250 gramas e grelheem frigideira bem quente. Coloque o barbecue numamolheira. Disponha estes preparos num prato grande ebon appétit. Rendimento: Rendimento: Rendimento: Rendimento: Rendimento: 4 porções.

ROYAL BLACK COM FILÉ TRADICIONALDE VEZ EM QUANDO É BOM DEIXAR DE LADO AS REGRAS E FAZERNOVAS EXPERIÊNCIAS. A ROYAL BLACK É IDEAL PARA TESTAR OCONTRASTE DE SABORES, EM VEZ DA SIMILARIDADE. CERVEJASESCURAS, COM SABORES TORRADOS E BASTANTE MALTE ESCU-RO COMBINAM COM PRATOS DE MOLHOS ADOCICADOS E AGRIDO-CES. CERVEJAS FEITAS COM MALTE TORRADO TÊM UM SABORMARCANTE DE TORREFAÇÃO, PARECIDO COM O DE UM CAFÉ EX-PRESSO. ESSE SABOR COMBINA PERFEITAMENTE COM GRELHA-DOS. POR ISSO A SUGESTÃO É HARMONIZAR ESTE PRATO, O FILÉTRADICIONAL COM MOLHO BARBECUE E BATATAS MARINADASEM SAL GROSSO, COM A ESPECIAL CERVEJA ROYAL BLACK.

DADO BIER ROYAL BLACKDO TIPO BOCK, DE BAIXA FERMENTAÇÃO E TEOR ALCOÓLICO MAISELEVADO (5,5% VOL.). É ELABORADA COM ÁGUA MINERAL E MALTESESCUROS IMPORTADOS. SEU SABOR ENCORPADO SE HARMONIZACOM MASSAS, CARNES, MOLHOS ADOCICADOS E SOBREMESAS.

Estilo Zaffari 59

Sabor

Filé Tradicional1 KG DE FILÉ MIGNON

200 G DE CENOURA

120 G DE ALHO-PORÓ

200 G DE COGUMELO PARIS

50 G DE SALSA

1,2 KG DE BATATA INGLESA

1 KG DE SAL GROSSO

400 G DE QUEIJO CATUPIRI

200 G DE BARBECUE

200 G DE ACELGA

Modo de fazer a Batata:Modo de fazer a Batata:Modo de fazer a Batata:Modo de fazer a Batata:Modo de fazer a Batata:Deixe as batatas dentro do sal grosso por 24 horas. De-pois asse-as em forno médio por 45 minutos. Quandoestiverem assadas faça um corte no comprimento (semdividi-las) e recheie com o catupiri.

Modo de fazer a Salada:Modo de fazer a Salada:Modo de fazer a Salada:Modo de fazer a Salada:Modo de fazer a Salada:Escolha as folhas internas da acelga de modo a formar uma“canoa” no prato. Dentro dessa acelga disponha os cogu-melos cortados em lâminas, as cenouras em fios (pode com-prar os fios já prontos) e o alho-poró em fatias finas. Tem-pere ao seu gosto (a sugestão do chef é um vinagrete).

Modo de fazer o Filé:Modo de fazer o Filé:Modo de fazer o Filé:Modo de fazer o Filé:Modo de fazer o Filé:Corte o filé em quatro porções de 250 gramas e grelheem frigideira bem quente. Coloque o barbecue numamolheira. Disponha estes preparos num prato grande ebon appétit. Rendimento: Rendimento: Rendimento: Rendimento: Rendimento: 4 porções.

ROYAL BLACK COM FILÉ TRADICIONALDE VEZ EM QUANDO É BOM DEIXAR DE LADO AS REGRAS E FAZERNOVAS EXPERIÊNCIAS. A ROYAL BLACK É IDEAL PARA TESTAR OCONTRASTE DE SABORES, EM VEZ DA SIMILARIDADE. CERVEJASESCURAS, COM SABORES TORRADOS E BASTANTE MALTE ESCU-RO COMBINAM COM PRATOS DE MOLHOS ADOCICADOS E AGRIDO-CES. CERVEJAS FEITAS COM MALTE TORRADO TÊM UM SABORMARCANTE DE TORREFAÇÃO, PARECIDO COM O DE UM CAFÉ EX-PRESSO. ESSE SABOR COMBINA PERFEITAMENTE COM GRELHA-DOS. POR ISSO A SUGESTÃO É HARMONIZAR ESTE PRATO, O FILÉTRADICIONAL COM MOLHO BARBECUE E BATATAS MARINADASEM SAL GROSSO, COM A ESPECIAL CERVEJA ROYAL BLACK.

DADO BIER ROYAL BLACKDO TIPO BOCK, DE BAIXA FERMENTAÇÃO E TEOR ALCOÓLICO MAISELEVADO (5,5% VOL.). É ELABORADA COM ÁGUA MINERAL E MALTESESCUROS IMPORTADOS. SEU SABOR ENCORPADO SE HARMONIZACOM MASSAS, CARNES, MOLHOS ADOCICADOS E SOBREMESAS.

Estilo Zaffari 59

Sabor

Robalo do Chef

Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Corte o tomate, o palmito e o cogumelo em cubos peque-nos e regulares. Quebre as alcaparras; coloque tudo numrecipiente e misture o azeite (isso pode ser feito na véspe-ra). Ferva rapidamente o espinafre e as ervilhas e refoguenuma frigideira com alho e óleo. Misture a farinha na águagelada, passe o aspargo nesta mistura e frite-o em imersão.Faça quatro porções de 250 gramas com o filé do robalo egrelhe. Monte o prato com uma cama de espinafre, as ervi-lhas sobre o espinafre, os aspargos sobre as ervilhas, orobalo sobre os aspargos e o molho frio sobre o peixe.

1 KG DE FILÉ DE ROBALO

16 UNIDADES DE ASPARGOS

ÁGUA GELADA E FARINHA

500 G DE ESPINAFRE

200 G DE ERVILHA TORTA

100 G DE TOMATE ITALIANO

100 G DE COGUMELO PARIS

150 G DE PALMITO

50 G DE ALCAPARRA

150 ML DE AZEITE EXTRAVIRGEM

10 G DE ALHO

RÚCULA PARA ENFEITAR

WEISS COM ROBALO DO CHEFNESSE CASO, A IDÉIA É COMBINAR SABORES SEMELHANTES. PROCUREUNIR DOCE AO DOCE E ÁCIDO AO ÁCIDO. HARMONIZE ESTE MAG-NÍFICO PRATO – QUE TEM INGREDIENTES COMO GENGIBRE, ESPI-NAFRE E O PERFUME DA RÚCULA, DAS ALCAPARRAS, DO ALHO EDO AZEITE EXTRAVIRGEM, MAIS O SABOR MARCANTE DO ROBALO– COM O SABOR DA CERVEJA WEISS. NA VERDADE, A DIVERSIDA-DE DE OPÇÕES DE CERVEJAS NOS PERMITE TER GRANDES EXPE-RIÊNCIAS TANTO COMPLEMENTANDO QUANTO CONTRASTANDOA BEBIDA COM OS SABORES DA COMIDA. A CERVEJA CERTA ME-LHORA O SABOR DO SEU PRATO.

DADO BIER WEISSDE ALTA FERMENTAÇÃO, ELABORADA COM ÁGUA MINERAL EMALTES DE TRIGO E CEVADA ESPECIALMENTE SELECIONADOS.POSSUI COR CLARA E MÉDIO TEOR ALCOÓLICO (5,0% VOL.). DEPALADAR BASTANTE VERSÁTIL, É EXCELENTE COMBINAÇÃO COMFRUTOS DO MAR, SALADAS E PRATOS PICANTES.

Estilo Zaffari 59

Sabor

Robalo do Chef

Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Corte o tomate, o palmito e o cogumelo em cubos peque-nos e regulares. Quebre as alcaparras; coloque tudo numrecipiente e misture o azeite (isso pode ser feito na véspe-ra). Ferva rapidamente o espinafre e as ervilhas e refoguenuma frigideira com alho e óleo. Misture a farinha na águagelada, passe o aspargo nesta mistura e frite-o em imersão.Faça quatro porções de 250 gramas com o filé do robalo egrelhe. Monte o prato com uma cama de espinafre, as ervi-lhas sobre o espinafre, os aspargos sobre as ervilhas, orobalo sobre os aspargos e o molho frio sobre o peixe.

1 KG DE FILÉ DE ROBALO

16 UNIDADES DE ASPARGOS

ÁGUA GELADA E FARINHA

500 G DE ESPINAFRE

200 G DE ERVILHA TORTA

100 G DE TOMATE ITALIANO

100 G DE COGUMELO PARIS

150 G DE PALMITO

50 G DE ALCAPARRA

150 ML DE AZEITE EXTRAVIRGEM

10 G DE ALHO

RÚCULA PARA ENFEITAR

WEISS COM ROBALO DO CHEFNESSE CASO, A IDÉIA É COMBINAR SABORES SEMELHANTES. PROCUREUNIR DOCE AO DOCE E ÁCIDO AO ÁCIDO. HARMONIZE ESTE MAG-NÍFICO PRATO – QUE TEM INGREDIENTES COMO GENGIBRE, ESPI-NAFRE E O PERFUME DA RÚCULA, DAS ALCAPARRAS, DO ALHO EDO AZEITE EXTRAVIRGEM, MAIS O SABOR MARCANTE DO ROBALO– COM O SABOR DA CERVEJA WEISS. NA VERDADE, A DIVERSIDA-DE DE OPÇÕES DE CERVEJAS NOS PERMITE TER GRANDES EXPE-RIÊNCIAS TANTO COMPLEMENTANDO QUANTO CONTRASTANDOA BEBIDA COM OS SABORES DA COMIDA. A CERVEJA CERTA ME-LHORA O SABOR DO SEU PRATO.

DADO BIER WEISSDE ALTA FERMENTAÇÃO, ELABORADA COM ÁGUA MINERAL EMALTES DE TRIGO E CEVADA ESPECIALMENTE SELECIONADOS.POSSUI COR CLARA E MÉDIO TEOR ALCOÓLICO (5,0% VOL.). DEPALADAR BASTANTE VERSÁTIL, É EXCELENTE COMBINAÇÃO COMFRUTOS DO MAR, SALADAS E PRATOS PICANTES.

Estilo Zaffari 59

Sabor

Entrecot DaDo Bier1 KG DE ENTRECOT

100 G DE ERVILHA TORTA

100 G DE MINIBERINJELA

200 G DE MINIMILHO

100 G DE PIMENTÃO AMARELO

100 G DE PIMENTÃO VERMELHO

100 G DE BRÓCOLIS

100 G DE CENOURA BABY

50 ML DE SHOYO

800 G DE BATATA INGLESA

Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Divida a berinjela e a cenoura ao meio e junto com aervilha torta, o milho e o brócolis (separado em pequenasflores) ferva rapidamente. Corte os pimentões em cubosregulares. Numa panela tipo wok bem quente com óleo,passe todos os legumes, tempere com shoyo. Corte asbatatas em “pétalas” e frite. Grelhe o entrecot e sirva-ocom os legumes quentes e a batata frita.

RED ALE COM ENTRECOT DADO BIERO AMARGOR ESTIMULA O APETITE E É O CONTRAPESO PARA OAÇÚCAR RESIDUAL DEIXADO PELO MALTE. COM UMA FUNÇÃO PA-RECIDA COM A DA CARBONATAÇÃO, O AMARGOR TEM A CAPACIDA-DE DE LIMPAR O PALADAR, “CORTANDO” A GORDURA E OS SABO-RES ACENTUADOS DE PRATOS COMO ESTE ENTRECOT GRELHADO.VEGETAIS NO ESTILO ORIENTAL, COM PALADAR MARCANTE DOSHOYO E DA MANTEIGA, SÃO O ACOMPANHAMENTO DESSA CARNE.POR ISSO A CERVEJA RED ALE HARMONIZA-SE COM PERFEIÇÃO.

DADO BIER RED ALEDE ALTA FERMENTAÇÃO, COLORAÇÃO AVERMELHADA E MÉDIOTEOR ALCOÓLICO (5,3% VOL.). É ELABORADA COM ALGUNS DOSMELHORES LÚPULOS DO MUNDO, ÁGUA MINERAL E UM BLEND DETRÊS MALTES DE CEVADA ESPECIALMENTE SELECIONADOS. SEUAROMA E SABOR MARCANTES COMBINAM COM CARNES E PRATOSTEMPERADOS.

58 Estilo Zaffari

Sabor

Entrecot DaDo Bier1 KG DE ENTRECOT

100 G DE ERVILHA TORTA

100 G DE MINIBERINJELA

200 G DE MINIMILHO

100 G DE PIMENTÃO AMARELO

100 G DE PIMENTÃO VERMELHO

100 G DE BRÓCOLIS

100 G DE CENOURA BABY

50 ML DE SHOYO

800 G DE BATATA INGLESA

Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Modo de fazer:Divida a berinjela e a cenoura ao meio e junto com aervilha torta, o milho e o brócolis (separado em pequenasflores) ferva rapidamente. Corte os pimentões em cubosregulares. Numa panela tipo wok bem quente com óleo,passe todos os legumes, tempere com shoyo. Corte asbatatas em “pétalas” e frite. Grelhe o entrecot e sirva-ocom os legumes quentes e a batata frita.

RED ALE COM ENTRECOT DADO BIERO AMARGOR ESTIMULA O APETITE E É O CONTRAPESO PARA OAÇÚCAR RESIDUAL DEIXADO PELO MALTE. COM UMA FUNÇÃO PA-RECIDA COM A DA CARBONATAÇÃO, O AMARGOR TEM A CAPACIDA-DE DE LIMPAR O PALADAR, “CORTANDO” A GORDURA E OS SABO-RES ACENTUADOS DE PRATOS COMO ESTE ENTRECOT GRELHADO.VEGETAIS NO ESTILO ORIENTAL, COM PALADAR MARCANTE DOSHOYO E DA MANTEIGA, SÃO O ACOMPANHAMENTO DESSA CARNE.POR ISSO A CERVEJA RED ALE HARMONIZA-SE COM PERFEIÇÃO.

DADO BIER RED ALEDE ALTA FERMENTAÇÃO, COLORAÇÃO AVERMELHADA E MÉDIOTEOR ALCOÓLICO (5,3% VOL.). É ELABORADA COM ALGUNS DOSMELHORES LÚPULOS DO MUNDO, ÁGUA MINERAL E UM BLEND DETRÊS MALTES DE CEVADA ESPECIALMENTE SELECIONADOS. SEUAROMA E SABOR MARCANTES COMBINAM COM CARNES E PRATOSTEMPERADOS.

58 Estilo Zaffari

Ser & VestirR O B E R T A G E R H A R D T

EDUCAÇÃO É ESTILO! AUTÊNTICA E CHIQUEApesar da obviedade, é necessário lembrar que não há nada mais

moderno do que um homem bem educado! Isto porque a boa educa-ção é pressuposto de um grande estilo. Quer um exemplo?

Se você chegar em um evento e perceber que errou no traje,mas souber manter uma postura elegante e gentil com os demais,tudo bem, afinal, o comportamento supera a roupa sempre! Desdeque você não esteja vulgar, claro!

Daí a importância de conhecer a etiqueta e os bons costumes.Muita gente acha que para ser bem educado é preciso seguir umasérie de regras rígidas e aparentemente sem sentido. Será que é as-sim? Vamos pensar um pouquinho. Por incrível que pareça, é muitosimples ser elegante e educado. Se você for analisar as regras do bomcomportamento, vai notar que invariavelmente elas estão pautadasna lógica da gentileza; na simples observação de que o outro existe emerece respeito sempre.

Assim, para ser moderno e ter estilo inconfundível basta ser genero-so com as pessoas e com você mesmo. Afinal, são os pequenos gestos quedeflagram os grandes valores , determinantes da verdadeira elegância.

Lembre-se sempre que a boa educação é sinônimo de inteligênciae bom senso. Então exagere no cuidado com você e com os demais,afinal, a gentileza é o tempero do homem verdadeiramente chique!

32 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 33

A moda é um dos instrumentos incríveis que temos à disposiçãoquando queremos retocar a estética. E a cada troca de estação há inúme-ras sugestões de tendências para auxiliar na busca de pequenas mudançasque fazem verdadeiros milagres no estilo. Entretanto, alguns equívocosna atualização dos looks estão deixando muita gente perdida.

Se você faz parte da turma que ainda acredita que para ser moder-na e elegante é necessário: fingir que o tempo nunca passa, estar como corpo escultural, pele esticadinha e a roupa da última tendência; sugi-ro uma urgente revisão de valores. Graças a Deus já posso afirmar queos padrões de beleza no mundo da moda estão mudando!

Apesar de encontrar milhares de mulheres na incessante busca deum corpo plastificado e artificial, observe com atenção as pessoas quevocê considera realmente chiques. Será que elas são tão perfeitas assim?Ou será que simplesmente aprenderam a arte de valorizar o que elas têmde melhor, curtindo a passagem do tempo de forma inteligente?

Quem disse que uma pele linda é aquela em que não aparecenenhuma marquinha? Será que a verdadeira beleza não condiz exa-tamente com as marcas que demonstram a história de uma vida úni-ca, rica em experiências e emoções? O valor do tempo e da experiên-cia merece respeito quando o assunto é beleza e sofisticação.

Então, tenha muito cuidado com o padrão da eterna juventu-de, pois ela apenas deflagra uma grande esquizofrenia do nosso tem-po, além de ser o passaporte para a infelicidade.

D I C A S NADA ADIANTA INVESTIR EM ROUPAS INCRÍVEIS SE VOCÊ NÃO SOUBER CONSERVÁ-LAS. É

MUITO IMPORTANTE QUE O SEU GUARDA-ROUPA ESTEJA ADEQUADO PARA RECEBER SUASPEÇAS. CONSERVE O LOCAL SEMPRE LIMPO, AREJADO, ASSIM COMO É FUNDAMENTAL ORGA-NIZAR AS PEÇAS DE FORMA QUE FIQUEM FÁCEIS DE SER ENCONTRADAS. INVISTA EM CABI-DES ESPECIAIS PARA OS PALETÓS E FORMAS AJUSTÁVEIS DE MADEIRA PARA OS SAPATOS.

PARA ACRESCENTAR UM TOQUE SOFISTICADO AO VISUAL ESPORTIVO, A DICA É USAR ACES-SÓRIOS DE COURO E CORES NATURAIS, COMO OS BEGES E MARFINS. AS CORES CLARASESTÃO ULTRAMODERNAS! ALÉM DISSO, FAVORECEM A MAIORIA DAS PESSOAS. APROVEITE ECONSTRUA LOOKS MONOCROMÁTICOS NAS TONALIDADES CLARAS.

ESQUEÇA ESSA HISTÓRIA DE QUE HOMEM NÃO PODE SER VAIDOSO. ISSO JÁ ESTÁ PRA LÁDE ULTRAPASSADO! SEJA INTELIGENTE E ABUSE DOS RECURSOS ESTÉTICOS PARA VALORI-ZAR SEU VISUAL, COMO OS CREMES HIDRATANTES ESPECIAIS PARA PELES MASCULINAS EPRODUTOS FINALIZADORES PARA OS CABELOS.

D I C A S UMA MULHER ACIMA DO SEU PESO PODE SER MUITO ELEGANTE, DESDE QUE INVISTA EM

ROUPAS COM ACABAMENTO IMPECÁVEL, DE TECIDO E FORRO EXCELENTE. SE VOCÊ NÃOSABE DISTINGUIR UMA ROUPA DE QUALIDADE, OBSERVE O SEU AVESSO. SE O FORRO FORBOM, O CAIMENTO ESTÁ GARANTIDO.

PARA ATENUAR UMA PROPORÇÃO DE CORPO MUITO AMPLA, ABUSE DOS CONTRASTES DECORES COMO O PRETO E BRANCO, QUE ESTÁ SUPER MODERNO E DEIXA A MULHER SOFISTI-CADA. AS ESTAMPAS MIÚDAS TAMBÉM COLABORAM. COLARES SÃO ACESSÓRIOS QUE PO-DEM AJUDAR A ALONGAR E EMAGRECER A SILHUETA. ABUSE DE GRANDES COLARES NOESTILO CHANEL.

HÁ UMA TENDÊNCIA FORTE PARA O USO DE ACESSÓRIOS EM PROFUSÃO NOS CABELOS. OSGRAMPOS SÃO UMA FEBRE EM NOVA YORK, ASSIM COMO OS LENÇOS E FAIXAS NA CABEÇA.

ROBERTA GERHARDT É CONSULTORA DEMODA E ESTILO E COMPORTAMENTO

Ser & VestirR O B E R T A G E R H A R D T

EDUCAÇÃO É ESTILO! AUTÊNTICA E CHIQUEApesar da obviedade, é necessário lembrar que não há nada mais

moderno do que um homem bem educado! Isto porque a boa educa-ção é pressuposto de um grande estilo. Quer um exemplo?

Se você chegar em um evento e perceber que errou no traje,mas souber manter uma postura elegante e gentil com os demais,tudo bem, afinal, o comportamento supera a roupa sempre! Desdeque você não esteja vulgar, claro!

Daí a importância de conhecer a etiqueta e os bons costumes.Muita gente acha que para ser bem educado é preciso seguir umasérie de regras rígidas e aparentemente sem sentido. Será que é as-sim? Vamos pensar um pouquinho. Por incrível que pareça, é muitosimples ser elegante e educado. Se você for analisar as regras do bomcomportamento, vai notar que invariavelmente elas estão pautadasna lógica da gentileza; na simples observação de que o outro existe emerece respeito sempre.

Assim, para ser moderno e ter estilo inconfundível basta ser genero-so com as pessoas e com você mesmo. Afinal, são os pequenos gestos quedeflagram os grandes valores , determinantes da verdadeira elegância.

Lembre-se sempre que a boa educação é sinônimo de inteligênciae bom senso. Então exagere no cuidado com você e com os demais,afinal, a gentileza é o tempero do homem verdadeiramente chique!

32 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 33

A moda é um dos instrumentos incríveis que temos à disposiçãoquando queremos retocar a estética. E a cada troca de estação há inúme-ras sugestões de tendências para auxiliar na busca de pequenas mudançasque fazem verdadeiros milagres no estilo. Entretanto, alguns equívocosna atualização dos looks estão deixando muita gente perdida.

Se você faz parte da turma que ainda acredita que para ser moder-na e elegante é necessário: fingir que o tempo nunca passa, estar como corpo escultural, pele esticadinha e a roupa da última tendência; sugi-ro uma urgente revisão de valores. Graças a Deus já posso afirmar queos padrões de beleza no mundo da moda estão mudando!

Apesar de encontrar milhares de mulheres na incessante busca deum corpo plastificado e artificial, observe com atenção as pessoas quevocê considera realmente chiques. Será que elas são tão perfeitas assim?Ou será que simplesmente aprenderam a arte de valorizar o que elas têmde melhor, curtindo a passagem do tempo de forma inteligente?

Quem disse que uma pele linda é aquela em que não aparecenenhuma marquinha? Será que a verdadeira beleza não condiz exa-tamente com as marcas que demonstram a história de uma vida úni-ca, rica em experiências e emoções? O valor do tempo e da experiên-cia merece respeito quando o assunto é beleza e sofisticação.

Então, tenha muito cuidado com o padrão da eterna juventu-de, pois ela apenas deflagra uma grande esquizofrenia do nosso tem-po, além de ser o passaporte para a infelicidade.

D I C A S NADA ADIANTA INVESTIR EM ROUPAS INCRÍVEIS SE VOCÊ NÃO SOUBER CONSERVÁ-LAS. É

MUITO IMPORTANTE QUE O SEU GUARDA-ROUPA ESTEJA ADEQUADO PARA RECEBER SUASPEÇAS. CONSERVE O LOCAL SEMPRE LIMPO, AREJADO, ASSIM COMO É FUNDAMENTAL ORGA-NIZAR AS PEÇAS DE FORMA QUE FIQUEM FÁCEIS DE SER ENCONTRADAS. INVISTA EM CABI-DES ESPECIAIS PARA OS PALETÓS E FORMAS AJUSTÁVEIS DE MADEIRA PARA OS SAPATOS.

PARA ACRESCENTAR UM TOQUE SOFISTICADO AO VISUAL ESPORTIVO, A DICA É USAR ACES-SÓRIOS DE COURO E CORES NATURAIS, COMO OS BEGES E MARFINS. AS CORES CLARASESTÃO ULTRAMODERNAS! ALÉM DISSO, FAVORECEM A MAIORIA DAS PESSOAS. APROVEITE ECONSTRUA LOOKS MONOCROMÁTICOS NAS TONALIDADES CLARAS.

ESQUEÇA ESSA HISTÓRIA DE QUE HOMEM NÃO PODE SER VAIDOSO. ISSO JÁ ESTÁ PRA LÁDE ULTRAPASSADO! SEJA INTELIGENTE E ABUSE DOS RECURSOS ESTÉTICOS PARA VALORI-ZAR SEU VISUAL, COMO OS CREMES HIDRATANTES ESPECIAIS PARA PELES MASCULINAS EPRODUTOS FINALIZADORES PARA OS CABELOS.

D I C A S UMA MULHER ACIMA DO SEU PESO PODE SER MUITO ELEGANTE, DESDE QUE INVISTA EM

ROUPAS COM ACABAMENTO IMPECÁVEL, DE TECIDO E FORRO EXCELENTE. SE VOCÊ NÃOSABE DISTINGUIR UMA ROUPA DE QUALIDADE, OBSERVE O SEU AVESSO. SE O FORRO FORBOM, O CAIMENTO ESTÁ GARANTIDO.

PARA ATENUAR UMA PROPORÇÃO DE CORPO MUITO AMPLA, ABUSE DOS CONTRASTES DECORES COMO O PRETO E BRANCO, QUE ESTÁ SUPER MODERNO E DEIXA A MULHER SOFISTI-CADA. AS ESTAMPAS MIÚDAS TAMBÉM COLABORAM. COLARES SÃO ACESSÓRIOS QUE PO-DEM AJUDAR A ALONGAR E EMAGRECER A SILHUETA. ABUSE DE GRANDES COLARES NOESTILO CHANEL.

HÁ UMA TENDÊNCIA FORTE PARA O USO DE ACESSÓRIOS EM PROFUSÃO NOS CABELOS. OSGRAMPOS SÃO UMA FEBRE EM NOVA YORK, ASSIM COMO OS LENÇOS E FAIXAS NA CABEÇA.

ROBERTA GERHARDT É CONSULTORA DEMODA E ESTILO E COMPORTAMENTO

t e x t o s e f o t o s e d u a r d o t a v a r e s

Passeio

Passageirosdovento

t e x t o s e f o t o s e d u a r d o t a v a r e s

Passeio

Passageirosdovento

Passeio

De todos os objetos voadores identificáveis, o balão é o mais lúdico e o que mais se harmoniza com a natureza. É como voar em uma bolha de sabão. Você decola sem destino, o ponto de chegada é uma incógnita. Quem vai de-cidir o rumo é a direção do vento. O piloto só tem comando absoluto sobre a altitude. O aeroporto, na verdade, é uma camionete pick-up que corre tresloucadamente por entre campos, montanhas e pântanos para “confortavelmente” resgatar seus passageiros. Que bom.

Essa incerteza é apenas uma das variáveis que se-duzem um número crescente de aficionados do esporte. O silêncio, a serenidade, o vento acariciando o rosto, a proximidade com a natureza e a beleza do balão são outras ma gias do esporte. O balão está para a aeronáutica como o veleiro está para a náutica. Você voa sem motores baru-lhentos ou cabinas pressurizadas, suavemente, em baixa velocidade, próximo da fauna e da flora.

Pai brasileiroE, acredite, o pai do balonismo é um brasileiro. O

padre Bartolomeu de Gusmão, natural de Santos, certo

dia observou uma bolha de sabão ascender rapidamente quando se aproximou da chama de uma vela. Sem querer havia descoberto o princípio do aeróstato: a densidade do ar diminuía quando ele era aquecido e um objeto mais leve que o ar poderia voar. Gênio irrequieto, construiu um balão de papel aquecido por uma chama, ao qual deu o nome de Passarola. Em agosto de 1709 apresentou sua “máquina de voar” à corte do rei João V, em Lisboa. A Passarola subiu a quatro metros de altura e os guardas do palácio, assusta-dos, a destruíram, temendo um incêndio. O rei ficou tão impressionado que concedeu a Gusmão o direito sobre toda e qualquer nave voadora que surgisse. E, de fato, apenas 74 anos depois, em Paris, os irmãos Montgolfier realizaram o primeiro vôo tripulado num balão de ar quente com a presença do rei Luis XVI e de toda a população parisiense. Os tripulantes eram um gato, um galo e um carneiro, mas alguns meses depois os franceses Jean Pilatre de Rozier e o Marquês D’Arlandes tornaram-se os primeiros humanos a navegar um balão. A façanha ocorreu nos céus de Paris e durou 25 minutos, numa altitude de 1.000 metros.

O primeiro vôo no Brasil foi realizado por Edouard

o silêncio, a serenidade e o vento acariciando o rosto são

outras magias do esPorte

Passeio

De todos os objetos voadores identificáveis, o balão é o mais lúdico e o que mais se harmoniza com a natureza. É como voar em uma bolha de sabão. Você decola sem destino, o ponto de chegada é uma incógnita. Quem vai de-cidir o rumo é a direção do vento. O piloto só tem comando absoluto sobre a altitude. O aeroporto, na verdade, é uma camionete pick-up que corre tresloucadamente por entre campos, montanhas e pântanos para “confortavelmente” resgatar seus passageiros. Que bom.

Essa incerteza é apenas uma das variáveis que se-duzem um número crescente de aficionados do esporte. O silêncio, a serenidade, o vento acariciando o rosto, a proximidade com a natureza e a beleza do balão são outras ma gias do esporte. O balão está para a aeronáutica como o veleiro está para a náutica. Você voa sem motores baru-lhentos ou cabinas pressurizadas, suavemente, em baixa velocidade, próximo da fauna e da flora.

Pai brasileiroE, acredite, o pai do balonismo é um brasileiro. O

padre Bartolomeu de Gusmão, natural de Santos, certo

dia observou uma bolha de sabão ascender rapidamente quando se aproximou da chama de uma vela. Sem querer havia descoberto o princípio do aeróstato: a densidade do ar diminuía quando ele era aquecido e um objeto mais leve que o ar poderia voar. Gênio irrequieto, construiu um balão de papel aquecido por uma chama, ao qual deu o nome de Passarola. Em agosto de 1709 apresentou sua “máquina de voar” à corte do rei João V, em Lisboa. A Passarola subiu a quatro metros de altura e os guardas do palácio, assusta-dos, a destruíram, temendo um incêndio. O rei ficou tão impressionado que concedeu a Gusmão o direito sobre toda e qualquer nave voadora que surgisse. E, de fato, apenas 74 anos depois, em Paris, os irmãos Montgolfier realizaram o primeiro vôo tripulado num balão de ar quente com a presença do rei Luis XVI e de toda a população parisiense. Os tripulantes eram um gato, um galo e um carneiro, mas alguns meses depois os franceses Jean Pilatre de Rozier e o Marquês D’Arlandes tornaram-se os primeiros humanos a navegar um balão. A façanha ocorreu nos céus de Paris e durou 25 minutos, numa altitude de 1.000 metros.

O primeiro vôo no Brasil foi realizado por Edouard

o silêncio, a serenidade e o vento acariciando o rosto são

outras magias do esPorte

Passeio

quem decide o rumo é a direção do vento

Heilt, em 1885, no Saco do Alferes, Rio de Janeiro, mas um outro brasileiro iluminado foi quem resolveu definiti-vamente o problema da dirigibilidade dos balões. Santos--Dumont, em 1901, construiu um balão com formato cilíndrico, adaptou uma hélice movida com um motor a gasolina e conseguiu ganhar o Prêmio Deutsch ao dar a volta completa na Torre Eiffel com o dirigível “N° 6”. Ali estava a gênese da aviação, e algum tempo depois surgia o “14 Bis”, o primeiro avião da humanidade.

Segurança no céuChegando aos dias de hoje, percebemos que os atuai s

balões voltaram às origens e seu princípio de funcionamen-to é bastante simples. Com um grande ventilador, é injeta-do ar para dentro do envelope (tecido do balão), o qual é aquecido pelo maçarico que está preso ao cesto. O ar quen-te torna-se mais leve e, naturalmente, o balão começa a ga-nhar altura. A grande diferença é a qualidade dos materiais utilizados na construção de um aparato moderno. O enve-lope é de nylon resinado e a sua boca é de nomex, um pro-duto não-inflamável. Os cordames são de aço inoxidável. O cesto é de vime, um material que combina leveza, du-rabilidade, beleza e boa absorção de impactos. Os botijões podem ser de alumínio, aço ou titânio. O maçarico é de aço inoxidável e é alimentado com gás propano, antiexplosivo. A resistência e a durabilidade desses materiais tornam o balão a aeronave mais segura que existe, segundo a Fede-ração Aeronáutica Internacional.

Rico esporteO balonismo como esporte começou em 1960. Hoje

existem 15 mil balões no mundo, sendo que 11 mil estão nos Estados Unidos. No Brasil são apenas 91 pilotos re-

Passeio

quem decide o rumo é a direção do vento

Heilt, em 1885, no Saco do Alferes, Rio de Janeiro, mas um outro brasileiro iluminado foi quem resolveu definiti-vamente o problema da dirigibilidade dos balões. Santos--Dumont, em 1901, construiu um balão com formato cilíndrico, adaptou uma hélice movida com um motor a gasolina e conseguiu ganhar o Prêmio Deutsch ao dar a volta completa na Torre Eiffel com o dirigível “N° 6”. Ali estava a gênese da aviação, e algum tempo depois surgia o “14 Bis”, o primeiro avião da humanidade.

Segurança no céuChegando aos dias de hoje, percebemos que os atuai s

balões voltaram às origens e seu princípio de funcionamen-to é bastante simples. Com um grande ventilador, é injeta-do ar para dentro do envelope (tecido do balão), o qual é aquecido pelo maçarico que está preso ao cesto. O ar quen-te torna-se mais leve e, naturalmente, o balão começa a ga-nhar altura. A grande diferença é a qualidade dos materiais utilizados na construção de um aparato moderno. O enve-lope é de nylon resinado e a sua boca é de nomex, um pro-duto não-inflamável. Os cordames são de aço inoxidável. O cesto é de vime, um material que combina leveza, du-rabilidade, beleza e boa absorção de impactos. Os botijões podem ser de alumínio, aço ou titânio. O maçarico é de aço inoxidável e é alimentado com gás propano, antiexplosivo. A resistência e a durabilidade desses materiais tornam o balão a aeronave mais segura que existe, segundo a Fede-ração Aeronáutica Internacional.

Rico esporteO balonismo como esporte começou em 1960. Hoje

existem 15 mil balões no mundo, sendo que 11 mil estão nos Estados Unidos. No Brasil são apenas 91 pilotos re-

Passeiogistrados na Associação Brasileira de Balonismo, mas a modalidade cresce de vento em popa. O Rio Grande do Sul tem três pilotos. Fernando Hennig, corretor de imóveis, é um deles, nas horas vagas. Voando há mais de 20 anos, rejuvenesce quando começa a falar de balonismo. Foi ele quem ajudou o americano Steve Fosset, que fez um pouso forçado em Bagé, em 2001, na sua segunda tentativa de dar a volta ao mundo em um balão. Fernando garante que é um esporte seguro, mas em 1992 precisou fazer um pouso de emergência no pátio do prédio do Serviço Nacional de Informações, em Brasília. Teve que dar muitas explicações para não ficar por lá.

Em Torres, há 18 anos acontece o Festival Internacio-nal de Balonismo, um dos principais eventos da categoria. Neste ano participaram 32 balonistas, alguns da Argentina e França, inclusive Olivier De Villas, ex-vice-campeão mundial. O resultado foi surpreendente. A única mulher inscrita, a paulista Gabriela Slavec, venceu o festival. Ge-ofísica, fez do balonismo sua profissão e acredita no futuro do esporte no Brasil, “cativando cada vez mais o público e ocupando um maior espaço na mídia”.

Bom negócioO balonismo no Brasil ainda é um esporte elitista,

devido ao seu alto custo. Um balão completo não sai por menos de R$ 60.000,00. Além disso é necessário ter uma caminho nete possante para o resgate e uma equipe composta de um motorista, um co-piloto e um ajudante. Uma das solu-ções para o progresso do esporte tem sido o balonismo comer-cial. Além de empresas que fabricam balões, existem outras especializadas em vôos publicitários e passeios turísticos. A Victoria Balloons é uma das fábricas bem-sucedidas, tendo no seu currículo o prêmio Special Shape no Albuquerque International Balloon Fiesta de 2002, o maior evento do balonismo mundial, reunindo cerca de 1.000 balões.

Para ingressar na confraria do balonismo, o interessado começa fazendo uma série de exames médicos para receber o Certificado de Capacitação Física. Depois passa por dois cursos na Associação Brasileira de Balonismo, um teórico de 8 horas e outro prático de 16 horas. Aprovado nos testes, recebe o brevê. A partir desse momento ele se torna mais um privilegiado passageiro do vento.

o balão está Para a aeronáutica como o veleiro

está Para a náutica

serviçoassociação brasileira de balonismo: www.abb.org.br

Passeiogistrados na Associação Brasileira de Balonismo, mas a modalidade cresce de vento em popa. O Rio Grande do Sul tem três pilotos. Fernando Hennig, corretor de imóveis, é um deles, nas horas vagas. Voando há mais de 20 anos, rejuvenesce quando começa a falar de balonismo. Foi ele quem ajudou o americano Steve Fosset, que fez um pouso forçado em Bagé, em 2001, na sua segunda tentativa de dar a volta ao mundo em um balão. Fernando garante que é um esporte seguro, mas em 1992 precisou fazer um pouso de emergência no pátio do prédio do Serviço Nacional de Informações, em Brasília. Teve que dar muitas explicações para não ficar por lá.

Em Torres, há 18 anos acontece o Festival Internacio-nal de Balonismo, um dos principais eventos da categoria. Neste ano participaram 32 balonistas, alguns da Argentina e França, inclusive Olivier De Villas, ex-vice-campeão mundial. O resultado foi surpreendente. A única mulher inscrita, a paulista Gabriela Slavec, venceu o festival. Ge-ofísica, fez do balonismo sua profissão e acredita no futuro do esporte no Brasil, “cativando cada vez mais o público e ocupando um maior espaço na mídia”.

Bom negócioO balonismo no Brasil ainda é um esporte elitista,

devido ao seu alto custo. Um balão completo não sai por menos de R$ 60.000,00. Além disso é necessário ter uma caminho nete possante para o resgate e uma equipe composta de um motorista, um co-piloto e um ajudante. Uma das solu-ções para o progresso do esporte tem sido o balonismo comer-cial. Além de empresas que fabricam balões, existem outras especializadas em vôos publicitários e passeios turísticos. A Victoria Balloons é uma das fábricas bem-sucedidas, tendo no seu currículo o prêmio Special Shape no Albuquerque International Balloon Fiesta de 2002, o maior evento do balonismo mundial, reunindo cerca de 1.000 balões.

Para ingressar na confraria do balonismo, o interessado começa fazendo uma série de exames médicos para receber o Certificado de Capacitação Física. Depois passa por dois cursos na Associação Brasileira de Balonismo, um teórico de 8 horas e outro prático de 16 horas. Aprovado nos testes, recebe o brevê. A partir desse momento ele se torna mais um privilegiado passageiro do vento.

o balão está Para a aeronáutica como o veleiro

está Para a náutica

serviçoassociação brasileira de balonismo: www.abb.org.br

O sabor e o saberF e r n a n d O l O k s c h i n

Os gregos consideravam a cabeça como sede do corpo baseados não em fisiologia, mas em estética: o crânio é a parte redonda da anatomia e o círculo é a perfeição geométrica. Na forma mais bela, o conteúdo mais nobre, o cérebro. Também foi mais por sensibilidade do que razão que Copérnico descreveu o sistema solar: astros redondos girando sobre si e cursando círculos em torno do sol é a égide de um sistema harmônico – perfeito demais para não ser real. Não é por acaso que cosmos virou cosmético e o inverso de mundo é imundo. O mundo é feito em proporção, beleza.

Círculo é o diminutivo de ciclo; o sol e a lua, nossos astros máximos, são circulares e cíclicos. Mas os gregos viam a elipse ainda em superioridade ao círculo: com um único centro o círculo é monótono, e a elipse, com dois pólos, é criativa, dinâmica.

O ovo, elipse longitudinal e círculo transversal, é uma das criações mais harmônicas da natureza. Na forma mais bela, o conteúdo mais nobre: vida armazenada. Natural que o L. gemma, ‘pedra preciosa’, tivesse seu sentido estendido à gema do ovo. Tal a fruta, a flor e o perfume, o ovo obedece à lei de que a natureza é mais atraente quando lida com procriação.

No latim, nossa língua avó, ab ovo quer dizer ‘no prin-cípio’. Símbolo universal de início e fertilidade, até no som, o ‘ovo’ se inclui no ‘novo’. A crença de que o mundo nasceu de um ovo foi dominante em povos do norte e sul, ocidente e oriente. Os templos do Tibete são ovalados, e o santuário inca de Cuzco exibia um ovo de ouro. Em zonas da China e Índia, o pedido de casamento se formaliza com um ovo, e os camponeses germânicos quebravam ovos nas lavouras para fertilizá-las. Omelete e gemada são tônicos viris e ovos crus curam a ressaca, seja pela lecitina da gema, seja pela ação emética da clara.

Sempre obra da fêmea e a melhor embalagem, ovo é o clímax da relação design/funcionalidade: resistência, conser-

42 Estilo Zaffari

O OvO vação de calor e disposição no ninho (todos com o pólo agudo para o centro formando um círculo). A forma oval resulta da contratura do oviduto para impulsionar o ovo. Nas regiões ventosas os ovos são achatados, e nas encostas, pontiagudos para, caso caiam, descreverem trajeto curvo e pequeno. Nas colônias de aves, cada ovo traz cores que são a marca registrada dos pais para ajudar no reconhecimento.

O ovo comido hoje é o frango a menos no amanhã, e tal ‘carne do depois’ é a razão de muitos tabus. O explorador Eduard Vogel foi executado no Chade (1856) pelo crime de fritar um ovo, e os australianos atribuíam a pele clara e calvície dos europeus ao hábito de comerem ovos. Proibidos nos dias de penitência, os ovos colhidos na quaresma eram pintados para disfarçar a conservação em banha e distribuídos às crianças na Páscoa. O ovo divide com o coelho, outro símbolo de fecundi-dade, a representação da Páscoa, a primeira lua cheia após o equinócio da primavera: renascimento da natureza e de Cristo.

Machado de Assis aludiu ao simbolismo do ovo quando escreveu “tudo é ovo, amigo... (desde) a carta que estás escre-vendo... (até) quatro sopapos que te façam mudar de rumo. O próprio ovo da galinha, bem considerado, é um ovo”.

Mesmo os mamíferos nascem de um óvulo; o órgão reprodutivo feminino é o ovário e os testículos são ‘ovos’, me-táfora de forma e função. Assim como se diz do ventre prenhe, Aristóteles dava conotação fálica ao ovo: os que alojavam machos seriam pontiagudos, os de fê meas, arredondados. E Ovídio adicionava: os ovos pontudos, por serem masculinos, seriam mais saborosos. Alguma superstição persiste: o ovo de casca escura ou gema amarela é mais valorizado, apesar de não haver qualquer diferença de sabor.

O ovo é uma unidade clássica de Yng e Yan, os opostos que compõem um todo; gema e clara, pesado e leve, calórico e protéico. Há quem diga que lecitina da clara é o melhor antídoto para o colesterol da gema.

Bela forma, nobre conteúdo

OvOs revOltOs

laminar 4 cOgumelOs pardOs.

descansar em BalsâmicO, Oliva

e gOta de mel. secar, salgar,

reFOgar e separar. derreter

manteiga despejar 4 OvOs Bati-

dOs. mexer em BanhO maria até

Ficar cremOsO. acrescentandO

leite e Os cOgumelOs. decOrar

cOm temperO verde. servir cOmO

entrada cOm pãO tOstadO.

O sabor e o saberF e r n a n d O l O k s c h i n

Os gregos consideravam a cabeça como sede do corpo baseados não em fisiologia, mas em estética: o crânio é a parte redonda da anatomia e o círculo é a perfeição geométrica. Na forma mais bela, o conteúdo mais nobre, o cérebro. Também foi mais por sensibilidade do que razão que Copérnico descreveu o sistema solar: astros redondos girando sobre si e cursando círculos em torno do sol é a égide de um sistema harmônico – perfeito demais para não ser real. Não é por acaso que cosmos virou cosmético e o inverso de mundo é imundo. O mundo é feito em proporção, beleza.

Círculo é o diminutivo de ciclo; o sol e a lua, nossos astros máximos, são circulares e cíclicos. Mas os gregos viam a elipse ainda em superioridade ao círculo: com um único centro o círculo é monótono, e a elipse, com dois pólos, é criativa, dinâmica.

O ovo, elipse longitudinal e círculo transversal, é uma das criações mais harmônicas da natureza. Na forma mais bela, o conteúdo mais nobre: vida armazenada. Natural que o L. gemma, ‘pedra preciosa’, tivesse seu sentido estendido à gema do ovo. Tal a fruta, a flor e o perfume, o ovo obedece à lei de que a natureza é mais atraente quando lida com procriação.

No latim, nossa língua avó, ab ovo quer dizer ‘no prin-cípio’. Símbolo universal de início e fertilidade, até no som, o ‘ovo’ se inclui no ‘novo’. A crença de que o mundo nasceu de um ovo foi dominante em povos do norte e sul, ocidente e oriente. Os templos do Tibete são ovalados, e o santuário inca de Cuzco exibia um ovo de ouro. Em zonas da China e Índia, o pedido de casamento se formaliza com um ovo, e os camponeses germânicos quebravam ovos nas lavouras para fertilizá-las. Omelete e gemada são tônicos viris e ovos crus curam a ressaca, seja pela lecitina da gema, seja pela ação emética da clara.

Sempre obra da fêmea e a melhor embalagem, ovo é o clímax da relação design/funcionalidade: resistência, conser-

42 Estilo Zaffari

O OvO vação de calor e disposição no ninho (todos com o pólo agudo para o centro formando um círculo). A forma oval resulta da contratura do oviduto para impulsionar o ovo. Nas regiões ventosas os ovos são achatados, e nas encostas, pontiagudos para, caso caiam, descreverem trajeto curvo e pequeno. Nas colônias de aves, cada ovo traz cores que são a marca registrada dos pais para ajudar no reconhecimento.

O ovo comido hoje é o frango a menos no amanhã, e tal ‘carne do depois’ é a razão de muitos tabus. O explorador Eduard Vogel foi executado no Chade (1856) pelo crime de fritar um ovo, e os australianos atribuíam a pele clara e calvície dos europeus ao hábito de comerem ovos. Proibidos nos dias de penitência, os ovos colhidos na quaresma eram pintados para disfarçar a conservação em banha e distribuídos às crianças na Páscoa. O ovo divide com o coelho, outro símbolo de fecundi-dade, a representação da Páscoa, a primeira lua cheia após o equinócio da primavera: renascimento da natureza e de Cristo.

Machado de Assis aludiu ao simbolismo do ovo quando escreveu “tudo é ovo, amigo... (desde) a carta que estás escre-vendo... (até) quatro sopapos que te façam mudar de rumo. O próprio ovo da galinha, bem considerado, é um ovo”.

Mesmo os mamíferos nascem de um óvulo; o órgão reprodutivo feminino é o ovário e os testículos são ‘ovos’, me-táfora de forma e função. Assim como se diz do ventre prenhe, Aristóteles dava conotação fálica ao ovo: os que alojavam machos seriam pontiagudos, os de fê meas, arredondados. E Ovídio adicionava: os ovos pontudos, por serem masculinos, seriam mais saborosos. Alguma superstição persiste: o ovo de casca escura ou gema amarela é mais valorizado, apesar de não haver qualquer diferença de sabor.

O ovo é uma unidade clássica de Yng e Yan, os opostos que compõem um todo; gema e clara, pesado e leve, calórico e protéico. Há quem diga que lecitina da clara é o melhor antídoto para o colesterol da gema.

Bela forma, nobre conteúdo

OvOs revOltOs

laminar 4 cOgumelOs pardOs.

descansar em BalsâmicO, Oliva

e gOta de mel. secar, salgar,

reFOgar e separar. derreter

manteiga despejar 4 OvOs Bati-

dOs. mexer em BanhO maria até

Ficar cremOsO. acrescentandO

leite e Os cOgumelOs. decOrar

cOm temperO verde. servir cOmO

entrada cOm pãO tOstadO.

O sabor e o sa-F e r n a n d O l O k s c h i n

Na linguagem, o ovo veio depois da ave, o L. ovis saiu do L. avis (<a-vias, ‘sem vias’), mas evolutivamente o ovo é anterior, nasceu no mar milênios antes das aves precursoras dos dinossauros.

O pássaro silvestre não põe mais que alguns ovos ao ano, mas a galinha põe um ovo a cada manhã. Para tanto, a genética tirou proveito da natureza: há espécies que deitam ovos até que haja número suficiente para o choco; se um ovo é retirado, outro é produzido. Hábito curioso, a ema deita o ‘ovo guacho’: um ovo fica fora do ninho para que apodreça e crie germes a fim de alimentar os filhotes que nascem.

Os egípcios roubaram as galinhas dos hindus, mas pre-feriam os ovos de pelicano e de avestruz. Ovo para o grego era o de faisão, depois o de gansa e só depois o de galinha. Roma iniciava cada refeição com um singelo ovo cozido, às vezes de tartaruga, crocodilo ou serpente. O primeiro livro de receitas (Apicus, séc. I a.C.) trazia ova frixa (ovos fritos), elixa (cozidos) e hapalis (poches). Início de dia, o galo canta, a galinha põe e o europeu come um ovo. Já Luiz XIV terminava a refeição com ovos: “sopa, faisão, perdiz, salada, presunto, cordeiro, torta, frutas e alguns ovos cozidos”. A ceia dominical do rei era assis-tida por multidões, e o ovo, apogeu do jantar, era solenemente anunciado pelo mestre-de-cerimônia.

Antes, o ovo era sempre menor e estava seguidamente deteriorado. Era importante reconhecer o ovo fresco: translú-cido à luz, afunda na água – o ovo novo é mais pesado, tem menos ar no interior. A casca do ovo é porosa para que o embrião respire. Os ovos de granja são lacrados por cera para aumentar a durabilidade e diminuir a absorção de odores; os

ovos industriais são liquefeitos ou liofilizados.Como a carne (rês) ou o queijo (leite de vaca) se não

houver um advérbio explicativo, a linguagem supõe que o ovo é de galinha. A popularização da carne e do ovo de galinha foi tal, que o séc. XIX é chamado de ‘Século da Galinha’.

Tem gosto para tudo. Os asiáticos preferem ovo choco, gostam do pinto no interior. A especialidade chinesa é o ‘ovo de 100 anos’, enterrado por meses junto a salitre, chá e cinzas, o que deixa a casca marmorizada e o conteúdo verde e viscoso. Mas a grande iguaria oriental, o prato mais caro do mundo, não é o ovo, mas o ninho: yan wo, sopa do ninho de andorinha, filamentos de algas digeridas e regurgitadas pela ave.

Em vários idiomas, as palavras gosto, ‘paladar’, e gostar, ‘apreciar’ são iguais. Passando pela mesma boca, os universos da palavra e da comida são afins. Babar ovo é adular, no frigir dos ovos é ao início e pisar em ovos é acautelar-se. Sancho Pança, prático, aconselhava ‘não colocar todos os ovos na mesma cesta’, e Francis Bacon, sábio, criticava ‘queimar a casa para cozinhar o ovo’. Na fábula, a ganância faz com que o camponês mate a gansa de ovos de ouro. Na lenda, ao ouvir o comentário de que a descoberta da América fora tarefa simples, Colombo propôs o teste de deixar em pé um ovo cozido. Na viagem, Gulliver encontrou Lilliput com “11.000 mortos numa guerra onde ninguém lembrava o motivo: divergências sobre em que lado se deveria furar a casca de um ovo quente”!

É impressionante a versatilidade do ovo, no doce e salgado. No texto de Apicus, o ovo chega a transformar vinho tinto em branco: bastaria adicionar claras e esperar uns dias. No Repertoire de La Cuisine (1914), o ovo estrela 422 pratos e é coadjuvante na metade das outras receitas, seja espessante, aglutinante, emulsificante, corante, flavorizante ou aromatizante. Seu em-prego define o mínimo da competência culinária, ‘não saber cozinhar um ovo’, e abrange desde o refinamento do Omelette de Bresse até o aconchego de um ovo frito – e até o nome invoca poeticamente toda harmonia celestial, ‘ovo estrelado’.

Bom cozinheiro, Salvador Dalí pintou o Ovos Estrelados Sem Prato, um ovo frito pendurado num barbante. Não admira que o quadro fosse um favorito da musa e esposa do pintor, chamava-se ‘Gala’...

Para Leonardo da Vinci, a culinária era arte tão importan-te como a pintura: projetou fogões e coifas, dirigiu restaurantes e fez da sua cozinheira uma herdeira. Assim como transformou um jantar, A Santa Ceia, em sua obra magna, criou várias recei-tas de ovos cozidos e omeletes. O gênio maior da humanidade reverenciava a forma mais bela e de conteúdo mais nobre da natureza, o ovo.

O sabor e o saberF e r n a n d O l O k s c h i n

FernandO lOkschin é médicO e gOurmet [email protected]

tOs:

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Viagem

geloAntártida:

p o r r A f A e l b e c k f o t o s z e l f A s i l V A

a vida no

Viagem

geloAntártida:

p o r r A f A e l b e c k f o t o s z e l f A s i l V A

a vida no

Viagem

Prepare-se para viver uma aventura diferente, muito diferente de tudo o que você conhece. Você vai embarcar em navios quebra-gelo de altíssima potência e singrar por mares quase desabitados, atravessando um clima inóspito e hostil em busca de paisagens exuberan-tes, que pouquíssimas pessoas tiveram a oportunidade de presenciar: as majestosas e quase intocadas belezas naturais da Antártida.

Um turismo sem dúvida emocionante, que desafia as mais rigorosas condições para chegar a paisagens inesquecíveis e inimagináveis, com gigantescos icebergs de todos os tamanhos e cores, uma fauna abundante e diversificada, e, é claro, dezenas de milhares de pingüins das mais variadas espécies e tamanhos. E, acima de tudo, uma viagem completamente nova e peculiar: as expedi-ções turísticas ao continente gelado iniciaram-se somente no início da década passada, e há um limite de visitantes que podem explorar a região a cada temporada.

Terra de recordesAntes de começar, convém avisar – se é que você

gelo, milhAres de pingüins e muito, muito frio. A AntártidA é únicA e inesquecíVel

ainda não sabe – que a Antártida é um continente de extremos. Formada por 99% de gelo, ela possui 60% de toda a água potável do mundo. É o continente mais frio, o mais seco e o com os mais fortes ventos em todo o planeta, com velocidades que, muitas vezes, ultrapassam os 200 km/h – características que aumentam ainda mais a emoção do passeio.

Navegar pela região é uma aventura constante. O frio, os ventos, a distância e a solidão são companheiros inseparáveis, que oferecem um contraste impressionante às magníficas paisagens e às sensações inigualáveis que o visitante irá vivenciar. Por isso, as viagens só ocorrem no verão do hemisfério sul, entre os meses de novembro e fevereiro. A partir da segunda semana de março, a água começa a congelar e não é mais possível a navegação nos mares próximos. Essa situação perdura até o fim de outubro, quando a água volta a descongelar e a abrir caminhos entre as terras deste que é o quinto maior continente do mundo. Nessa época, os pingüins também começam a voltar à terra e a fazer seus ninhos, facilitando a observação pelos turistas.

Viagem

Prepare-se para viver uma aventura diferente, muito diferente de tudo o que você conhece. Você vai embarcar em navios quebra-gelo de altíssima potência e singrar por mares quase desabitados, atravessando um clima inóspito e hostil em busca de paisagens exuberan-tes, que pouquíssimas pessoas tiveram a oportunidade de presenciar: as majestosas e quase intocadas belezas naturais da Antártida.

Um turismo sem dúvida emocionante, que desafia as mais rigorosas condições para chegar a paisagens inesquecíveis e inimagináveis, com gigantescos icebergs de todos os tamanhos e cores, uma fauna abundante e diversificada, e, é claro, dezenas de milhares de pingüins das mais variadas espécies e tamanhos. E, acima de tudo, uma viagem completamente nova e peculiar: as expedi-ções turísticas ao continente gelado iniciaram-se somente no início da década passada, e há um limite de visitantes que podem explorar a região a cada temporada.

Terra de recordesAntes de começar, convém avisar – se é que você

gelo, milhAres de pingüins e muito, muito frio. A AntártidA é únicA e inesquecíVel

ainda não sabe – que a Antártida é um continente de extremos. Formada por 99% de gelo, ela possui 60% de toda a água potável do mundo. É o continente mais frio, o mais seco e o com os mais fortes ventos em todo o planeta, com velocidades que, muitas vezes, ultrapassam os 200 km/h – características que aumentam ainda mais a emoção do passeio.

Navegar pela região é uma aventura constante. O frio, os ventos, a distância e a solidão são companheiros inseparáveis, que oferecem um contraste impressionante às magníficas paisagens e às sensações inigualáveis que o visitante irá vivenciar. Por isso, as viagens só ocorrem no verão do hemisfério sul, entre os meses de novembro e fevereiro. A partir da segunda semana de março, a água começa a congelar e não é mais possível a navegação nos mares próximos. Essa situação perdura até o fim de outubro, quando a água volta a descongelar e a abrir caminhos entre as terras deste que é o quinto maior continente do mundo. Nessa época, os pingüins também começam a voltar à terra e a fazer seus ninhos, facilitando a observação pelos turistas.

só Antigos e robustos nAVios quebrA-gelo conseguem percorrer esses mAres gelAdos

Devido a essas condições, a navegação na região é feita apenas por meio de navios quebra-gelo, a maioria herdados da antiga União Soviética. Fabricadas na Fin-lândia, essas possantes máquinas ficaram sem uso após a queda do Comunismo, com o fim – ou pelo menos a redução exagerada – das pesquisas soviéticas na região. Dessa forma, foram compradas ou arrendadas por institu-tos oceanográficos e de pesquisa, ou para empresas como a Quark Expeditions, pioneira no turismo no continente gelado. “Alguns desses navios, como o Professor Multano-vskiy, o Professor Molchavov, o Akademik Shokalskiy, o M/V Orlova e o quebra-gelo Kapitan Khelbnikov, foram reformados para o turismo, e agora fazem as viagens para a Antártida”, conta Zelfa Silva, expert no turismo do continente branco, que, juntamente com o marido Gunnar, visita anualmente a região, como guia da Quark Expeditions.

Prenúncio deslumbranteA aventura começa na cidade de Ushuaia, sul da

Argentina. É nessa localidade – a cidade mais austral do mundo – que se reúnem pessoas de todo o planeta para dar início a esta experiência sem igual. Após uma noite no hotel, os visitantes são levados a uma excursão pelo Parque Nacional Tierra del Fuego, onde conhecem algumas características da fauna e da flora dos confins do continente e são brindados com um delicioso churrasco de cordeiro patagônico. As impressionantes paisagens da Terra do Fogo são apenas um prenúncio dos dias de deslumbramento que estão por vir.

No dia seguinte, munidos de muita expectativa – e, claro, muita roupa para o frio! – os passageiros embar-cam nos navios que fazem as viagens pela península da Antártida. São aproximadamente 1.000 quilômetros de distância entre Ushuaia e as Ilhas Shetland do Sul, no início da Península Antártida, passando pelo famoso Canal de Drake. As excursões duram de 11 a 12 dias, em média, mas há viagens mais longas, de 20 dias, que passam ainda pelas ilhas Malvinas e as Ilhas Geórgias do Sul. Também está sendo oferecido um roteiro novo, que atravessa o

só Antigos e robustos nAVios quebrA-gelo conseguem percorrer esses mAres gelAdos

Devido a essas condições, a navegação na região é feita apenas por meio de navios quebra-gelo, a maioria herdados da antiga União Soviética. Fabricadas na Fin-lândia, essas possantes máquinas ficaram sem uso após a queda do Comunismo, com o fim – ou pelo menos a redução exagerada – das pesquisas soviéticas na região. Dessa forma, foram compradas ou arrendadas por institu-tos oceanográficos e de pesquisa, ou para empresas como a Quark Expeditions, pioneira no turismo no continente gelado. “Alguns desses navios, como o Professor Multano-vskiy, o Professor Molchavov, o Akademik Shokalskiy, o M/V Orlova e o quebra-gelo Kapitan Khelbnikov, foram reformados para o turismo, e agora fazem as viagens para a Antártida”, conta Zelfa Silva, expert no turismo do continente branco, que, juntamente com o marido Gunnar, visita anualmente a região, como guia da Quark Expeditions.

Prenúncio deslumbranteA aventura começa na cidade de Ushuaia, sul da

Argentina. É nessa localidade – a cidade mais austral do mundo – que se reúnem pessoas de todo o planeta para dar início a esta experiência sem igual. Após uma noite no hotel, os visitantes são levados a uma excursão pelo Parque Nacional Tierra del Fuego, onde conhecem algumas características da fauna e da flora dos confins do continente e são brindados com um delicioso churrasco de cordeiro patagônico. As impressionantes paisagens da Terra do Fogo são apenas um prenúncio dos dias de deslumbramento que estão por vir.

No dia seguinte, munidos de muita expectativa – e, claro, muita roupa para o frio! – os passageiros embar-cam nos navios que fazem as viagens pela península da Antártida. São aproximadamente 1.000 quilômetros de distância entre Ushuaia e as Ilhas Shetland do Sul, no início da Península Antártida, passando pelo famoso Canal de Drake. As excursões duram de 11 a 12 dias, em média, mas há viagens mais longas, de 20 dias, que passam ainda pelas ilhas Malvinas e as Ilhas Geórgias do Sul. Também está sendo oferecido um roteiro novo, que atravessa o

ViagemMar de Wedell e faz viagens de helicóptero ao interior da Antártida em busca do Pingüim Imperador – imortalizado no documentário “A Marcha dos Pingüins”, que esteve em cartaz nos cinemas no início deste ano –, que vive em colônias no centro do continente.

Silêncio absolutoA Antártida é uma região em que o ser humano

jamais viveu. Rodeado de mar de todos os lados, o con-tinente é isolado de todo o resto do planeta. Portanto, ao navegar pelas suas águas geladas, uma das coisas que mais chamam a atenção é o silêncio absoluto, quebrado apenas pelo barulho do navio, pelas ondas do mar e pelos sons dos animais. Um ambiente perfeito para a contem-plação das magníficas esculturas de gelo que podem ser observadas ao longo da viagem: enormes icebergs e mon-tanhas geladas, cujos contornos são moldados pelo vento e nunca são iguais: “Elas mudam todos os anos. Já estive oito vezes na Antártida e elas são sempre diferentes. E sempre impressionantes”, conta Zelfa. A grande diversão é ficar no deck do navio com o vento batendo no rosto, apreciando a paisagem e ouvindo o silêncio. Talvez a mais bela maneira de se livrar do estresse do dia-a-dia.

A bordo, um grupo de pesquisadores dá aulas aos viajantes. A equipe, formada por um glaciólogo, um bió logo e um geólogo, está sempre por perto para falar sobre o continente, seus fenômenos, suas características e seus habitantes – o que torna a aventura ainda mais emocionante, sem igual.

Sol da meia-noiteVer o sol iluminando as montanhas geladas e os

enormes cristais de gelo é uma paisagem que, sem dúvida, impressiona. “Você não tem idéia do que é o gelo, suas cores, as cores do mar. É difícil entender até chegar lá. Você se sente pequenininho, uma coisinha minúscula em comparação com a grandiosidade da natureza”, revela Zelfa. A aventureira conta que, definitivamente, pegou o vírus do continente branco: “A cada ano, chega setembro, outubro, e já dá vontade de voltar. E cada vez que eu volto é uma alegria enorme”, conta, entusiasmada.

Sem dúvida, é um enorme impacto ver as diferentes cores e formas que o gelo pode tomar nas diferentes horas do dia e da noite. Sim, da noite, pois o sol se põe muito rapidamente no verão antártico. A escuridão pode durar menos de uma hora, e um jantar à meia-noite muitas

cAminhAr sobre o mAr gelAdo ou entre multidões de pingüins: experiênciA sem iguAl

ViagemMar de Wedell e faz viagens de helicóptero ao interior da Antártida em busca do Pingüim Imperador – imortalizado no documentário “A Marcha dos Pingüins”, que esteve em cartaz nos cinemas no início deste ano –, que vive em colônias no centro do continente.

Silêncio absolutoA Antártida é uma região em que o ser humano

jamais viveu. Rodeado de mar de todos os lados, o con-tinente é isolado de todo o resto do planeta. Portanto, ao navegar pelas suas águas geladas, uma das coisas que mais chamam a atenção é o silêncio absoluto, quebrado apenas pelo barulho do navio, pelas ondas do mar e pelos sons dos animais. Um ambiente perfeito para a contem-plação das magníficas esculturas de gelo que podem ser observadas ao longo da viagem: enormes icebergs e mon-tanhas geladas, cujos contornos são moldados pelo vento e nunca são iguais: “Elas mudam todos os anos. Já estive oito vezes na Antártida e elas são sempre diferentes. E sempre impressionantes”, conta Zelfa. A grande diversão é ficar no deck do navio com o vento batendo no rosto, apreciando a paisagem e ouvindo o silêncio. Talvez a mais bela maneira de se livrar do estresse do dia-a-dia.

A bordo, um grupo de pesquisadores dá aulas aos viajantes. A equipe, formada por um glaciólogo, um bió logo e um geólogo, está sempre por perto para falar sobre o continente, seus fenômenos, suas características e seus habitantes – o que torna a aventura ainda mais emocionante, sem igual.

Sol da meia-noiteVer o sol iluminando as montanhas geladas e os

enormes cristais de gelo é uma paisagem que, sem dúvida, impressiona. “Você não tem idéia do que é o gelo, suas cores, as cores do mar. É difícil entender até chegar lá. Você se sente pequenininho, uma coisinha minúscula em comparação com a grandiosidade da natureza”, revela Zelfa. A aventureira conta que, definitivamente, pegou o vírus do continente branco: “A cada ano, chega setembro, outubro, e já dá vontade de voltar. E cada vez que eu volto é uma alegria enorme”, conta, entusiasmada.

Sem dúvida, é um enorme impacto ver as diferentes cores e formas que o gelo pode tomar nas diferentes horas do dia e da noite. Sim, da noite, pois o sol se põe muito rapidamente no verão antártico. A escuridão pode durar menos de uma hora, e um jantar à meia-noite muitas

cAminhAr sobre o mAr gelAdo ou entre multidões de pingüins: experiênciA sem iguAl

Viagem

icebergs de formAs VAriAdAs e A ricA fAunA compõem espetáculos sempre renoVAdos

vezes é feito com o sol brilhando, sob um céu de cores lindíssimas.

A combinação de frio, calor, ventos gelados, calmaria, animais selvagens, neve e icebergs de todas as cores e tamanhos provoca reações de surpresa em qualquer vi-sitante. É um espetáculo de cores e sons que impressiona os sentidos: “Você escuta um albatroz passando por você. Você ouve o gelo quebrar. Ouve quando a Jubarte sai da água para respirar e sente o cheiro de peixe. Tudo isso provoca emoções fortíssimas, que trazem uma adrenalina fantástica”, conta Zelfa.

Nativos curiososA vida silvestre oferece um espetáculo inesquecível

aos visitantes. “Os pingüins imperadores são os grandes reis da Antártida”, conta Zelfa Silva. Por isso mesmo, talvez sejam a maior atração dessa aventura.

E certamente essa atração não desaponta os visitan-tes. Aliás, a abundância de espécies da fauna antártica impressiona mesmo: são baleias, leões-marinhos, focas, albatrozes e outras aves, elefantes marinhos e, é claro,

muitas e muitas colônias de pingüins. Por esse motivo, dentro do navio são montadas programações especiais, com o objetivo de observar o maior número possível de animais e espécies. Diariamente, os visitantes descem em pequenos botes infláveis, conhecidos como “zodiacs”, e vão para terra firme, explorar o terreno e ver de perto os animais. Esses passeios têm o acompanhamento de bió-logos, que além de orientar os visitantes sobre as espécies que eles irão encontrar, também explicam os hábitos dos animais e tiram as dúvidas dos viajantes. Assim, a viagem não apenas ensina como desperta nos passageiros a cons-ciência da importância de preservar este que é um dos últimos recantos do mundo ainda intocados pelo homem.

Uma característica interessante dos nativos da Antártida é a sua curiosidade. Os pingüins não reco-nhecem o ser humano como predador. Por isso, se apro-ximam sem medo dos visitantes. Não é raro o viajante se ver, de uma hora para outra, rodeado por centenas de pingüins – sem dúvida, uma emoção incrível e in-comparável. Zelfa Silva conta que é interessante visitar o continente em diferentes épocas e aprender ao vivo

Viagem

icebergs de formAs VAriAdAs e A ricA fAunA compõem espetáculos sempre renoVAdos

vezes é feito com o sol brilhando, sob um céu de cores lindíssimas.

A combinação de frio, calor, ventos gelados, calmaria, animais selvagens, neve e icebergs de todas as cores e tamanhos provoca reações de surpresa em qualquer vi-sitante. É um espetáculo de cores e sons que impressiona os sentidos: “Você escuta um albatroz passando por você. Você ouve o gelo quebrar. Ouve quando a Jubarte sai da água para respirar e sente o cheiro de peixe. Tudo isso provoca emoções fortíssimas, que trazem uma adrenalina fantástica”, conta Zelfa.

Nativos curiososA vida silvestre oferece um espetáculo inesquecível

aos visitantes. “Os pingüins imperadores são os grandes reis da Antártida”, conta Zelfa Silva. Por isso mesmo, talvez sejam a maior atração dessa aventura.

E certamente essa atração não desaponta os visitan-tes. Aliás, a abundância de espécies da fauna antártica impressiona mesmo: são baleias, leões-marinhos, focas, albatrozes e outras aves, elefantes marinhos e, é claro,

muitas e muitas colônias de pingüins. Por esse motivo, dentro do navio são montadas programações especiais, com o objetivo de observar o maior número possível de animais e espécies. Diariamente, os visitantes descem em pequenos botes infláveis, conhecidos como “zodiacs”, e vão para terra firme, explorar o terreno e ver de perto os animais. Esses passeios têm o acompanhamento de bió-logos, que além de orientar os visitantes sobre as espécies que eles irão encontrar, também explicam os hábitos dos animais e tiram as dúvidas dos viajantes. Assim, a viagem não apenas ensina como desperta nos passageiros a cons-ciência da importância de preservar este que é um dos últimos recantos do mundo ainda intocados pelo homem.

Uma característica interessante dos nativos da Antártida é a sua curiosidade. Os pingüins não reco-nhecem o ser humano como predador. Por isso, se apro-ximam sem medo dos visitantes. Não é raro o viajante se ver, de uma hora para outra, rodeado por centenas de pingüins – sem dúvida, uma emoção incrível e in-comparável. Zelfa Silva conta que é interessante visitar o continente em diferentes épocas e aprender ao vivo

Viagem

como irAs ViAgens à AntártidA ocorrem de 9 de noVembro de 2006 A 4 de mArço de 2007. informAções e reserVAs pelo telefone (5411) 4806-6326, em buenos Aires, pelo site www.AntArcticAcruises.com.Ar ou pelo e-mAil [email protected].

sobre os hábitos dos animais: “Em dezembro, os pin-güinzinhos estão nascendo. Em janeiro, os filhotinhos já estão maiores, e em fevereiro eles cresceram mais ainda. Tem muito mais vida, muito mais barulho”, conta. E ela continua: “Você não imagina como é a natureza de verdade desses animais. Os albatrozes têm quase três metros de envergadura. São enormes, e você precisa ver como eles são carinhosos e cuidam um do outro”.

Banho de mar?Durante a viagem, as atrações não se resumem

aos icebergs e pingüins: há diversos outros passeios in-teressantíssimos, que merecem ser lembrados. Desde a passagem pelas Ilhas Malvinas e Ilhas Geórgias do Sul, antigo porto de parada de muitos barcos baleeiros, até a visita a Port Lockroy, o museu e correio da Península, uma parada obrigatória para todas as expedições. Dali, podem ser mandados cartões-postais para qualquer lugar do planeta, com o selo e o carimbo da Antártida!

Outro passeio inigualável dá ao visitante a opor-

tunidade de passar uma noite em um acampamento de barracas térmicas no continente. Talvez seja difícil pegar no sono, já que o barulho dos pingüins não pára durante a noite toda, mas certamente a experiência jamais será esquecida. Além disso, é possível fazer passeios de caia-que ao lado de Jubartes e até mesmo há possibilidade de experimentar sensações típicas dos trópicos, como um autêntico... banho de mar! Exatamente! Em Whaler’s Bay, uma baía onde no passado milhares de baleias foram mortas, a água é até quente, para os padrões da Antártida: aproximadamente dois graus. Os turistas mais corajosos aproveitam e se aventuram dentro d’água. Além de uma foto, no mínimo curiosa, eles ganham o privilégio de participar do exclusivíssimo Hot Tub Club, ou o Clube da Banheira Quente da Antártida, com certificado assinado pelo capitão do navio e tudo!

Ou seja: a vida no Círculo Polar Antártico oferece muitas emoções e vivências inigualáveis, que certamente ficarão na memória de todos os visitantes. Uma aventura ma-ravilhosa, e uma viagem única, inesquecível e insuperável.

os pingüins serão testemunhAs e pArceiros dAs suAs AVenturAs nA belA AntártidA

Viagem

como irAs ViAgens à AntártidA ocorrem de 9 de noVembro de 2006 A 4 de mArço de 2007. informAções e reserVAs pelo telefone (5411) 4806-6326, em buenos Aires, pelo site www.AntArcticAcruises.com.Ar ou pelo e-mAil [email protected].

sobre os hábitos dos animais: “Em dezembro, os pin-güinzinhos estão nascendo. Em janeiro, os filhotinhos já estão maiores, e em fevereiro eles cresceram mais ainda. Tem muito mais vida, muito mais barulho”, conta. E ela continua: “Você não imagina como é a natureza de verdade desses animais. Os albatrozes têm quase três metros de envergadura. São enormes, e você precisa ver como eles são carinhosos e cuidam um do outro”.

Banho de mar?Durante a viagem, as atrações não se resumem

aos icebergs e pingüins: há diversos outros passeios in-teressantíssimos, que merecem ser lembrados. Desde a passagem pelas Ilhas Malvinas e Ilhas Geórgias do Sul, antigo porto de parada de muitos barcos baleeiros, até a visita a Port Lockroy, o museu e correio da Península, uma parada obrigatória para todas as expedições. Dali, podem ser mandados cartões-postais para qualquer lugar do planeta, com o selo e o carimbo da Antártida!

Outro passeio inigualável dá ao visitante a opor-

tunidade de passar uma noite em um acampamento de barracas térmicas no continente. Talvez seja difícil pegar no sono, já que o barulho dos pingüins não pára durante a noite toda, mas certamente a experiência jamais será esquecida. Além disso, é possível fazer passeios de caia-que ao lado de Jubartes e até mesmo há possibilidade de experimentar sensações típicas dos trópicos, como um autêntico... banho de mar! Exatamente! Em Whaler’s Bay, uma baía onde no passado milhares de baleias foram mortas, a água é até quente, para os padrões da Antártida: aproximadamente dois graus. Os turistas mais corajosos aproveitam e se aventuram dentro d’água. Além de uma foto, no mínimo curiosa, eles ganham o privilégio de participar do exclusivíssimo Hot Tub Club, ou o Clube da Banheira Quente da Antártida, com certificado assinado pelo capitão do navio e tudo!

Ou seja: a vida no Círculo Polar Antártico oferece muitas emoções e vivências inigualáveis, que certamente ficarão na memória de todos os visitantes. Uma aventura ma-ravilhosa, e uma viagem única, inesquecível e insuperável.

os pingüins serão testemunhAs e pArceiros dAs suAs AVenturAs nA belA AntártidA

Bom conselhoP O R M A L U C O E L H O

A ESTAÇÃO QUE ENCANTA

VIVA BEM A VIDA, FAÇA DOS SEUS DIAS DIAS DE PRIMAVERA!

58 Estilo Zaffari

A primavera é a estação mais agradável do ano; ainda tem o frescor nasmanhãs, tem o calor durante o dia e a beleza apontando nas floradas dasárvores de parques, praças e jardins.

Nossa vida também pode ser agradável, espelhando-se nesta estação.Basta imaginar um lugar onde você possa se sentir bem sempre, onde os mo-mentos de convívio social sejam harmoniosos e o ambiente esteja cheio deenergias positivas.

Você pode tentar transformar a sua casa no lugar que imaginou... Mas,caso ache isso difícil, aproveite essas sugestões:

Dê um toque colorido de flores espalhando-as pelos ambientes da casa. Caso não se importe de perder uns minutinhos cuidando de uma plan-

ta, utilize espécies maiores, como azaléias e hortênsias. Elas duram mais tem-po e a sensação do jardim dentro de casa é muito boa. No supermercadoexistem vasos prontos que combinam com todo tipo de decoração.

Agora, se sua casa não tem espaço suficiente, se seu tempo para cuidarde plantas é pouco e ainda assim você quer deixar esta bela estação envolvera todos, o melhor mesmo é compor o tema em algumas peças.

Por exemplo: Use almofadas com sachês perfumados, quadros de campos floridos,

toalhas com tulipas bordadas, aromatizantes com perfumes de rosas, louçascom motivos florais, arranjos de fibras naturais e tudo que achar que vai tra-

zer um clima gostoso para o seu lar. Um jardim submerso nem precisa ter peixes no aquário e

é igualmente agradável. Ou apenas espalhe pétalas de rosas desidratadas em cima

de móveis, na entrada da porta, na sua cama ou onde preferir.O certo é que a primavera nos convida a aliviar as ten-

sões interiores, a olhar mais as belezas a nossa volta, a sorrirmais e amar muito. Enamore-se pelos momentos bons da vida,pelas pessoas e por você mesmo.

T E X T O S E F O T O S D A N I E L M A R T I N S

Lugar

demaisBonito

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T E X T O S E F O T O S D A N I E L M A R T I N S

Lugar

demaisBonito

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Lugar

UM ABISMODE 72 METROS

DESPENCA NUMLAGO DE ÁGUAS

MISTERIOSAS

Você não é o único a se perguntar como um lugarcom traços tão paradisíacos carrega no nome um adjeti-vo tão modesto. Diz a história que em 1924 o capitãoLuis da Costa Leite Falcão comprou as terras de um gran-de amigo seu, um certo Seu Euzébio, que foi o único so-brevivente de uma família mineira dizimada pelos índiosda Serra da Bodoquena. O lugar foi então batizado deRincão Bonito, ganhando forma abreviada um pouco maistarde. A 257 quilômetros da capital Campo Grande e a150 quilômetros de Aquidauana, uma das portas de en-trada para o Pantanal mato-grossense, Bonito é hoje umdos pontos mais procurados para a prática do ecoturismono Brasil. Cachoeiras, rios de águas cristalinas e grutas delagos azul-turquesa desenham um cenário de encher osolhos. É um lugar que tem atraído a atenção de viajantesdo mundo inteiro e que parece não ceder às tentaçõeseconômicas imediatas que o turismo desenfreado podeoferecer. Para preservar seu incalculável tesouro natural,composto também de centenas de espécies de peixes,matas virgens, aves silvestres, além de outros animais, acidade dispõe de uma forte mobilização comunitária queajuda Bonito a ser um modelo de turismo sustentável. Égraças aos proprietários das fazendas onde ocorrem ospasseios, agências locais e algumas lideranças da cidadeque Bonito tem como praxe a reverência à mãe natureza.

Com pouco mais de 17 mil habitantes, esse lugarejono estado do Mato Grosso do Sul não foge à lógica deuma cidade pequena. Uma rua principal divide o povoa-do ao meio e dá lugar aos principais bares, restaurantes,comércio e serviços. Mas é nos passeios – geralmente afas-tados da cidade – que Bonito guarda o seu encanto paraos visitantes. Sempre assistidos por um guia profissional,que versa tranqüilamente sobre as maravilhas e a históriarecente de Bonito, os passeios oferecem opções para con-tentar todos os tipos de viajantes. Se você procura umlugar para mergulhar, eis aqui as modalidades: snorkeringe máscara – você não precisa de experiência anterior; mer-gulho livre – um mergulho sem percurso definido; mer-gulho autônomo – com equipamentos especializados, paraaqueles credenciados a mergulhar; espeleomergulho – paraprofissionais especializados em mergulho de grutas e ca-vernas. Rapel, rafting, trekking, caminhadas por trilhasinterpretativas ou apenas contemplação. Bonito é muitoprazeroso para quem curte a natureza.

Bonito Aventura – Após uma caminhada de1.700 metros, inicia-se uma flutuação de snorkel, más-cara e colete. São 2 mil metros pelo rio Formoso. Horade verificar a diversidade de peixes: pintados, doura-dos, piraputangas e pacus acompanham você por umpercurso de pequenas cachoeiras, troncos submersos euma flora aquática local que reveste as laterais desserio de águas mágicas.

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Lugar

UM ABISMODE 72 METROS

DESPENCA NUMLAGO DE ÁGUAS

MISTERIOSAS

Você não é o único a se perguntar como um lugarcom traços tão paradisíacos carrega no nome um adjeti-vo tão modesto. Diz a história que em 1924 o capitãoLuis da Costa Leite Falcão comprou as terras de um gran-de amigo seu, um certo Seu Euzébio, que foi o único so-brevivente de uma família mineira dizimada pelos índiosda Serra da Bodoquena. O lugar foi então batizado deRincão Bonito, ganhando forma abreviada um pouco maistarde. A 257 quilômetros da capital Campo Grande e a150 quilômetros de Aquidauana, uma das portas de en-trada para o Pantanal mato-grossense, Bonito é hoje umdos pontos mais procurados para a prática do ecoturismono Brasil. Cachoeiras, rios de águas cristalinas e grutas delagos azul-turquesa desenham um cenário de encher osolhos. É um lugar que tem atraído a atenção de viajantesdo mundo inteiro e que parece não ceder às tentaçõeseconômicas imediatas que o turismo desenfreado podeoferecer. Para preservar seu incalculável tesouro natural,composto também de centenas de espécies de peixes,matas virgens, aves silvestres, além de outros animais, acidade dispõe de uma forte mobilização comunitária queajuda Bonito a ser um modelo de turismo sustentável. Égraças aos proprietários das fazendas onde ocorrem ospasseios, agências locais e algumas lideranças da cidadeque Bonito tem como praxe a reverência à mãe natureza.

Com pouco mais de 17 mil habitantes, esse lugarejono estado do Mato Grosso do Sul não foge à lógica deuma cidade pequena. Uma rua principal divide o povoa-do ao meio e dá lugar aos principais bares, restaurantes,comércio e serviços. Mas é nos passeios – geralmente afas-tados da cidade – que Bonito guarda o seu encanto paraos visitantes. Sempre assistidos por um guia profissional,que versa tranqüilamente sobre as maravilhas e a históriarecente de Bonito, os passeios oferecem opções para con-tentar todos os tipos de viajantes. Se você procura umlugar para mergulhar, eis aqui as modalidades: snorkeringe máscara – você não precisa de experiência anterior; mer-gulho livre – um mergulho sem percurso definido; mer-gulho autônomo – com equipamentos especializados, paraaqueles credenciados a mergulhar; espeleomergulho – paraprofissionais especializados em mergulho de grutas e ca-vernas. Rapel, rafting, trekking, caminhadas por trilhasinterpretativas ou apenas contemplação. Bonito é muitoprazeroso para quem curte a natureza.

Bonito Aventura – Após uma caminhada de1.700 metros, inicia-se uma flutuação de snorkel, más-cara e colete. São 2 mil metros pelo rio Formoso. Horade verificar a diversidade de peixes: pintados, doura-dos, piraputangas e pacus acompanham você por umpercurso de pequenas cachoeiras, troncos submersos euma flora aquática local que reveste as laterais desserio de águas mágicas.

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Lugar

GRUTAS,CAVERNAS EPASSEIOS PORMATAS VIRGENS

Rio do Peixe – Fazendeiros da re-gião descobriram que no lugar da cria-ção de gado e da mineração de calcário,o turismo poderia gerar mais lucro e emmenor tempo. Mantendo sempre a es-trutura organizacional que Bonito tan-to defende, a fazenda do Rio do Peixe éum lugar onde a palavra recanto ecoló-gico adquire força máxima. Além de seesbaldar nos rios e cachoeiras, temos apossibilidade de observar uma diversi-dade de fauna e flora que nos faz lem-brar que vivemos num país tropical. Tu-canos, arara-azul, arara-vermelha, ma-cacos-prego, quatis. E o que é melhor:todos em seu hábitat natural.

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Lugar

GRUTAS,CAVERNAS EPASSEIOS PORMATAS VIRGENS

Rio do Peixe – Fazendeiros da re-gião descobriram que no lugar da cria-ção de gado e da mineração de calcário,o turismo poderia gerar mais lucro e emmenor tempo. Mantendo sempre a es-trutura organizacional que Bonito tan-to defende, a fazenda do Rio do Peixe éum lugar onde a palavra recanto ecoló-gico adquire força máxima. Além de seesbaldar nos rios e cachoeiras, temos apossibilidade de observar uma diversi-dade de fauna e flora que nos faz lem-brar que vivemos num país tropical. Tu-canos, arara-azul, arara-vermelha, ma-cacos-prego, quatis. E o que é melhor:todos em seu hábitat natural.

64 Estilo Zaffari

Gruta do Lago Azul – Descoberta em 1924 por um índio Terena, é um dos car-tões-postais de Bonito. Depois de descer 100 metros por uma escadaria de pedras escor-regadias, você chega à beira de um lago com águas incrivelmente azuladas e com dimen-sões que a tornam uma das maiores cavidades inundadas do planeta. Do teto da grutapendem estalactites de calcário moldadas pelo tempo. Até hoje, a única forma de vidaencontrada no lago foi o camarão albino, uma espécie que mede 7 milímetros e que nãoexiste em nenhum outro lugar do mundo. Por medidas de preservação, não é permitidaa entrada de pessoas no lago. Mas os guias contam que há cerca de 20 anos moradores daregião saíam da escola para se banhar no lago da gruta, onde o banho ainda era permiti-do. Já dá para ter idéia de quão recente é a prática do turismo em Bonito.

Aquário Natural – Tente se imaginar mergulhando num aquário de dimensõesgigantescas. Agora imagine que esse aquário seja povoado por centenas de peixesmulticoloridos e plantas aquáticas ornamentais. É assim que você vai se sentir flutuan-do pelas águas do Aquário Natural da Baía Bonita. É lá também que se encontra umadas nascentes do rio Formoso e uma das águas mais geladas de Bonito. Como na mai-oria dos rios de Bonito, o depósito de carbonato de cálcio no fundo das águas ocasio-nou a formação de rochas calcárias que decantam as impurezas, um fenômeno que fazcom que as águas do Aquário Natural figurem entre as mais transparentes do mundo.

Abismo Anhumas – Este é, sem dúvida, um dos passeios mais impressionantesque pode ser feito em Bonito. Depois de uma descida por rapel de 72 metros, você chegaa um lago de águas cristalinas. Quem quiser pode mergulhar com cilindro acompanha do

GRUTA DO LAGO AZUL: A GRANDEDESCOBERTA DOS ÍNDIOS TERENAS

Lugar

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Gruta do Lago Azul – Descoberta em 1924 por um índio Terena, é um dos car-tões-postais de Bonito. Depois de descer 100 metros por uma escadaria de pedras escor-regadias, você chega à beira de um lago com águas incrivelmente azuladas e com dimen-sões que a tornam uma das maiores cavidades inundadas do planeta. Do teto da grutapendem estalactites de calcário moldadas pelo tempo. Até hoje, a única forma de vidaencontrada no lago foi o camarão albino, uma espécie que mede 7 milímetros e que nãoexiste em nenhum outro lugar do mundo. Por medidas de preservação, não é permitidaa entrada de pessoas no lago. Mas os guias contam que há cerca de 20 anos moradores daregião saíam da escola para se banhar no lago da gruta, onde o banho ainda era permiti-do. Já dá para ter idéia de quão recente é a prática do turismo em Bonito.

Aquário Natural – Tente se imaginar mergulhando num aquário de dimensõesgigantescas. Agora imagine que esse aquário seja povoado por centenas de peixesmulticoloridos e plantas aquáticas ornamentais. É assim que você vai se sentir flutuan-do pelas águas do Aquário Natural da Baía Bonita. É lá também que se encontra umadas nascentes do rio Formoso e uma das águas mais geladas de Bonito. Como na mai-oria dos rios de Bonito, o depósito de carbonato de cálcio no fundo das águas ocasio-nou a formação de rochas calcárias que decantam as impurezas, um fenômeno que fazcom que as águas do Aquário Natural figurem entre as mais transparentes do mundo.

Abismo Anhumas – Este é, sem dúvida, um dos passeios mais impressionantesque pode ser feito em Bonito. Depois de uma descida por rapel de 72 metros, você chegaa um lago de águas cristalinas. Quem quiser pode mergulhar com cilindro acompanha do

GRUTA DO LAGO AZUL: A GRANDEDESCOBERTA DOS ÍNDIOS TERENAS

Lugar

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de um guia. Debaixo das águas geladas, o visual é cinema-tográfico: formações rochosas milenares que se assemelhama cones gigantes despontam do fundo do lago e ajudam aformar uma paisagem digna do filme “O Senhor dos Anéis”.Uma plataforma de apoio facilita a chegada dos aventurei-ros no interior do Abismo, que dali podem partir num pe-queno bote para conhecer o lugar ou simplesmente con-templar boquiabertos um dos lugares mais grandiosos emagníficos do Brasil.

Rio SucuriO passeio começa com uma caminhada leve pela

mata ciliar que permite a observação de uma fauna eflora riquíssimos, entre eles, o macaco-prego. Um per-curso tranqüilo que inclui uma visita à nascente do RioSucuri. No final desta trilha, inicia-se uma flutuação de45 minutos que leva você calmamente pelo hábitat depiraputangas e dourados, num passeio de encher osolhos. Quem tiver um pouco de sorte(ou de azar), podeavistar o famigerado animal que dá nome ao rio.

Recanto Ecológico Rio da PrataVocê pode começar o passeio por uma linda trilha

interpretativa que desvenda uma floresta preservada, ouse quiser pode ir de barco até a nascente do Rio Olhod’Água e mergulhar de máscara e snorkel ou até de ci-lindro. Com você, só algumas pessoas(grupos de no má-ximo 8 pessoas)e os habitantes desse deslumbrante mun-do aquático. E como brincar na água dá uma fome, nãodeixe de saborear um delicioso almoço no melhor estilosul-mato-grossense servido na fazenda.

Isso é só uma pequena amostra das maravilhas natu-rais de Bonito. De tempos em tempos, surgem novos pas-seios e aventuras pelos arredores da cidade. Um olhar maisatento, no entanto, vai perceber que outro ponto alto dolugar está na sua gente. Seu Biju é um belo exemplo. Con-versador, cativo, ele ostenta com orgulho seu parentescocom os “descobridores” do lugar. O neto do Capitão Luisda Costa Leite Falcão, o principal desbravador de Bonito,não tarda em contar a história de “Senhorzinho”, que emanos passados foi tido na mais alta conta pela população

Lugar

NÃO DÁ PARA PENSAR EM ECOTURISMO SEM LEMBRAR DE UM DOS DESTINOS MAIS FASCINANTES DO BRASILde Bonito. A ele, a crendice popular atribuiu curas mila-grosas e poderes extraordinários. Todos os que se sentissemenfermos procuravam o tal “Senhorzinho” que curava comágua benta e cinzas. Ninguém ia mais à farmácia em buscade medicamentos, conta Seu Biju. Quem tinha fé saía dalicurado. Seu Biju garante que “Senhorzinho não falava e secomunicava apenas através de sinais que fazia para o alto,predizendo o que estava por vir”. Quem passa no dia 12 deoutubro pela estrada entre Bonito e Aquidauana se deparacom centenas de pessoas que se dirigem à capelinha locali-zada na Fazenda Hilarinho, a doze quilômetros de Bonito,pagando promessas, agradecendo milagres concedidos erealizando uma missa em homenagem ao beato. Seu Bijuconta também que o profeta tinha um braço que nunca foivisto, escondido sob o manto. Só se alimentava de frutas,mel, mandioca e peixe. Conta-se a história de uma imensaserpente, que vive dentro de uma gruta da Fazenda SerraLimpa, e que teria sido lacrada pelo “Senhorzinho”. Se-gundo a crença popular, o mestre subiu até lá e lacrou comum toco de madeira o orifício. Figura misteriosa, ninguém

sabia nada sobre a sua origem ou paradeiro, muito menoso seu nome. Nessa época o “Senhorzinho” foi perseguido,porque provocou a ira das autoridades locais pelo grandenúmero de seguidores que conseguia arrebanhar. Além dis-so, os comerciantes de remédios ficavam furiosos com ascuras feitas apenas com água benta e cinzas, atribuídas aomestre. Como conseqüência, o profeta foi capturado pelaGuarda Territorial, que desfilou com ele preso, montadonum cavalo em plena praça pública. Posteriormente, o be-ato foi enviado para o quartel de Ponta Porã, de onde pare-ce que, após ter sido solto, nunca mais foi visto.

Em suas andanças por Bonito, o viajante não rarovai se deparar com descendentes e parentes de gaúchos.São netos, sobrinhos e primos que contribuem com algu-ma história para sustentar a fama de povo trabalhador queo gaúcho leva pra fora de suas querências. “O gaúcho bai-xa a cabeça e trabalha. Veio para o Mato Grosso do Suldisposto a ajudar a desenvolver o trabalho na terra, tantona pecuária quanto na agricultura”, diz Joel Lírio, genro doproprietário da fazenda do Rio do Peixe. Além do gosto

68 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 69

de um guia. Debaixo das águas geladas, o visual é cinema-tográfico: formações rochosas milenares que se assemelhama cones gigantes despontam do fundo do lago e ajudam aformar uma paisagem digna do filme “O Senhor dos Anéis”.Uma plataforma de apoio facilita a chegada dos aventurei-ros no interior do Abismo, que dali podem partir num pe-queno bote para conhecer o lugar ou simplesmente con-templar boquiabertos um dos lugares mais grandiosos emagníficos do Brasil.

Rio SucuriO passeio começa com uma caminhada leve pela

mata ciliar que permite a observação de uma fauna eflora riquíssimos, entre eles, o macaco-prego. Um per-curso tranqüilo que inclui uma visita à nascente do RioSucuri. No final desta trilha, inicia-se uma flutuação de45 minutos que leva você calmamente pelo hábitat depiraputangas e dourados, num passeio de encher osolhos. Quem tiver um pouco de sorte(ou de azar), podeavistar o famigerado animal que dá nome ao rio.

Recanto Ecológico Rio da PrataVocê pode começar o passeio por uma linda trilha

interpretativa que desvenda uma floresta preservada, ouse quiser pode ir de barco até a nascente do Rio Olhod’Água e mergulhar de máscara e snorkel ou até de ci-lindro. Com você, só algumas pessoas(grupos de no má-ximo 8 pessoas)e os habitantes desse deslumbrante mun-do aquático. E como brincar na água dá uma fome, nãodeixe de saborear um delicioso almoço no melhor estilosul-mato-grossense servido na fazenda.

Isso é só uma pequena amostra das maravilhas natu-rais de Bonito. De tempos em tempos, surgem novos pas-seios e aventuras pelos arredores da cidade. Um olhar maisatento, no entanto, vai perceber que outro ponto alto dolugar está na sua gente. Seu Biju é um belo exemplo. Con-versador, cativo, ele ostenta com orgulho seu parentescocom os “descobridores” do lugar. O neto do Capitão Luisda Costa Leite Falcão, o principal desbravador de Bonito,não tarda em contar a história de “Senhorzinho”, que emanos passados foi tido na mais alta conta pela população

Lugar

NÃO DÁ PARA PENSAR EM ECOTURISMO SEM LEMBRAR DE UM DOS DESTINOS MAIS FASCINANTES DO BRASILde Bonito. A ele, a crendice popular atribuiu curas mila-grosas e poderes extraordinários. Todos os que se sentissemenfermos procuravam o tal “Senhorzinho” que curava comágua benta e cinzas. Ninguém ia mais à farmácia em buscade medicamentos, conta Seu Biju. Quem tinha fé saía dalicurado. Seu Biju garante que “Senhorzinho não falava e secomunicava apenas através de sinais que fazia para o alto,predizendo o que estava por vir”. Quem passa no dia 12 deoutubro pela estrada entre Bonito e Aquidauana se deparacom centenas de pessoas que se dirigem à capelinha locali-zada na Fazenda Hilarinho, a doze quilômetros de Bonito,pagando promessas, agradecendo milagres concedidos erealizando uma missa em homenagem ao beato. Seu Bijuconta também que o profeta tinha um braço que nunca foivisto, escondido sob o manto. Só se alimentava de frutas,mel, mandioca e peixe. Conta-se a história de uma imensaserpente, que vive dentro de uma gruta da Fazenda SerraLimpa, e que teria sido lacrada pelo “Senhorzinho”. Se-gundo a crença popular, o mestre subiu até lá e lacrou comum toco de madeira o orifício. Figura misteriosa, ninguém

sabia nada sobre a sua origem ou paradeiro, muito menoso seu nome. Nessa época o “Senhorzinho” foi perseguido,porque provocou a ira das autoridades locais pelo grandenúmero de seguidores que conseguia arrebanhar. Além dis-so, os comerciantes de remédios ficavam furiosos com ascuras feitas apenas com água benta e cinzas, atribuídas aomestre. Como conseqüência, o profeta foi capturado pelaGuarda Territorial, que desfilou com ele preso, montadonum cavalo em plena praça pública. Posteriormente, o be-ato foi enviado para o quartel de Ponta Porã, de onde pare-ce que, após ter sido solto, nunca mais foi visto.

Em suas andanças por Bonito, o viajante não rarovai se deparar com descendentes e parentes de gaúchos.São netos, sobrinhos e primos que contribuem com algu-ma história para sustentar a fama de povo trabalhador queo gaúcho leva pra fora de suas querências. “O gaúcho bai-xa a cabeça e trabalha. Veio para o Mato Grosso do Suldisposto a ajudar a desenvolver o trabalho na terra, tantona pecuária quanto na agricultura”, diz Joel Lírio, genro doproprietário da fazenda do Rio do Peixe. Além do gosto

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pelo churrasco, o bonitense cultiva o hábito de beber otereré, uma espécie de chimarrão feito com água fria, querendeu à indústria local a fabricação de um refrigerante.Mais do que uma viagem, Bonito é uma imersão num pa-raíso silencioso de águas claras, de grutas desafiadoras emisteriosas, de trilhas que contam histórias originais, deflora crua, preservada, de fauna nativa, tropical,brasileiríssima por natureza. Depois de uma temporada emBonito, você vai perceber qualquer coisa de sabedoria naatitude de nomear a cidade com um modesto adjetivo. Tal-vez tenha sido, assim, um instinto de preservação anteci-pado, como se os descobridores não quisessem fazer muitoalarde e preferissem manter para sempre preservado umdos lugares mais lindos do Brasil.

Lugar

A ÚNICA ESPÉCIE VIVA NO LAGO É O CAMARÃO ALBINO

ONDE FICAR:O HOTEL ARAÚNA É UMA EXCELENTE OPÇÃO. EM MEIO A UMAIMENSA ÁREA VERDE, O PROPRIETÁRIO É O TELMO, UM GAÚ-CHO MUITO SIMPÁTICO. RESERVAS PELO FONE (67) 3255-2100.

COM QUEM FAZER OS PASSEIOS:O PESSOAL DA NATURA TOUR É ATENCIOSO E MUITO AGILIZADO.

AGENDE OS PASSEIOS PELO FONE (67) 3255-1544.

PARA MERGULHAR:BONITO SCUBA. FONE (67) 3255.3879.

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(con)vivências

Cadê o bom senso, o bom gosto, o bom tudo?Carnaval de inverno

Até a última liquidação de inverno chegar, eu não estava plenamente consciente da importância simbólica dos pés. Saí pelas lojas com a intenção de renovar minha frota de botas, mas o que eu vivi foi uma experiência psicanalítica. Na sua grande maioria, os modelos que eu encontrei eram inarráveis objetos alegóricos, cujas combinações de enfeites, modelagens e formatos de saltos sugeriam personagens extravagantes e indecifráveis. A galeria começava com uma bota rasteira em camurça e com amarras rústicas, na qual eu me senti uma verdadeira caçadora de focas. Uma outra, com bico fino e ponteira metálica, não faria feio num pistoleiro do velho oeste, se não fosse o tom rosa-bebê. Ainda no clima western, tinha uma dourada de cano médio, salto delgado e cadarços cruzados perna acima, tipo dona de saloon.

– Quer provar?– Não é bem meu gênero, acho que sou mais básica... – Ah, então tem essa toda branca, com salto de acrílico

e fivela de coração. Tá saindo muito!Quem saiu muito, muito rápido fui eu, em busca da

próxima loja. Da vitrine, já senti o drama: tinha que escolher entre ser uma amazona sadomasoquista ou uma Carmen Miranda tecno, em botas prateadas de cano longo, decorada com araras e samambaias. E que tal aquele modelo em pa-tchwork, tipo cartela de estofados para automóveis? Não dá.

– Salto anabela com sola de borracha, gênero “homem na lua”, não gosta?

(Que chata, essa cliente!) Resolvi, então, dar uma chance à vendedora:

– Tem bota zero? Zero franja, zero brilho, zero aba, zero tope, zero tudo?

– Não tem. Aliás, em 36, até aquela amarelo-ovo com pesponto australiano e salto carretel já acabou.

– Que pena... Não foi a imaginação dos fabricantes o que me impres-

sionou. Foi o sucesso dos modelos, evidenciando as milhares de “personas” aprisionadas dentro de nós, mulheres. Talvez as botas estejam fazendo o papel dos chapéus do século 18, que davam vazão à imaginação da época ostentando plumas, peles, pedrarias, passarinhos empalhados, flores naturais, frutas, insetos e roedores. E dando uma de analista, fui mais longe: “Fantasias na cabeça, tudo bem. Fecha. Mas o que significa quando elas vão para os pés? Desilusão coletiva?”. E segui me perguntando: “Se eu escolher aquela com pingente em forma de quebrador de gelo, viro uma mulher perigosa? E a bojuda, estilo art déco, posso usar como vaso de flores enquanto o próximo inverno não vem?”.

Tendo a liquidação me causado tantos ques-tionamentos, suspendi as compras com medo de me ver pulando para dentro de uma daquelas botas gritando: “É minha! Ninguém tasca, eu vi primeiro”. Resolvi esperar os lançamentos de outono 2007, torcendo para encontrar as alegorias em qualquer outro acessório que não me leve – literalmente a passos largos – ao encontro desta mulher desconhecida que habita dentro de mim.

r u z a a m o n

ruza amon é jornalista

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Perfil

P O R J A J Á M E N E G O T T O F O T O S E D U A R D O T A V A R E S

VOLTE OUTRA HORA SE VOCÊ ESTÁ COM PRESSA, UM PINGUINHO QUE SEJA. VAI POR MIM. É BEM MELHOR

LER ESSA MATÉRIA COM CALMA, RESPIROS. SE MENTALIZAR UM SOTAQUE BAIANO NAS RESPOSTAS ENTÃO,

LINDO. PORQUE O LÁZARO É ASSIM, ENERGIA QUASE ZEN. QUASE PORQUE O MUNDO EXTERNO À ENTRE-

VISTA GIRAVA EM FAST: DEPOIS DE DOZE HORAS DE FILMAGEM – ELE ESTAVA AQUI TRABALHANDO EM

SANEAMENTO BÁSICO, O FILME – E DE UMA COLETIVA DE IMPRENSA COM TODO O ELENCO; JORNALISTAS,

PRODUTORES E QUETAIS EXAGERAVAM NO FRENESI. MAS LÁZARO RAMOS ESTAVA ALI, NA MINHA FRENTE,

SENTADINHO E TÃO SORRIDENTE E TRANQÜILO QUE NA SEGUNDA PERGUNTA, EU JÁ TINHA ATÉ ESQUECIDO

DO GRITO QUE ALGUÉM DEU NO MEU OUVIDO UM POUCO ANTES DE COMEÇAR: “VOCÊ TEM DEZ MINUTOS!”.

copiarque não precisaO homem

Perfil

P O R J A J Á M E N E G O T T O F O T O S E D U A R D O T A V A R E S

VOLTE OUTRA HORA SE VOCÊ ESTÁ COM PRESSA, UM PINGUINHO QUE SEJA. VAI POR MIM. É BEM MELHOR

LER ESSA MATÉRIA COM CALMA, RESPIROS. SE MENTALIZAR UM SOTAQUE BAIANO NAS RESPOSTAS ENTÃO,

LINDO. PORQUE O LÁZARO É ASSIM, ENERGIA QUASE ZEN. QUASE PORQUE O MUNDO EXTERNO À ENTRE-

VISTA GIRAVA EM FAST: DEPOIS DE DOZE HORAS DE FILMAGEM – ELE ESTAVA AQUI TRABALHANDO EM

SANEAMENTO BÁSICO, O FILME – E DE UMA COLETIVA DE IMPRENSA COM TODO O ELENCO; JORNALISTAS,

PRODUTORES E QUETAIS EXAGERAVAM NO FRENESI. MAS LÁZARO RAMOS ESTAVA ALI, NA MINHA FRENTE,

SENTADINHO E TÃO SORRIDENTE E TRANQÜILO QUE NA SEGUNDA PERGUNTA, EU JÁ TINHA ATÉ ESQUECIDO

DO GRITO QUE ALGUÉM DEU NO MEU OUVIDO UM POUCO ANTES DE COMEÇAR: “VOCÊ TEM DEZ MINUTOS!”.

copiarque não precisaO homem

JÁ É O QUARTO TRABALHO QUE FAÇOCOM A CASA DE CINEMA E NÃO ME CANSO

EM SANEAMENTO BÁSICO, O FILME, VOCÊ É O ZICO, UM CINE-ASTA DE CASAMENTOS E BATIZADOS DE UMA CIDADEZINHA DOINTERIOR. MAS O ZICO É UM CARA AMBICIOSO E APAIXONADOPELO QUE FAZ. CONTA MAIS.

Vou me atrever a dizer uma coisa. O Jorge (Furtado)falou que esse filme é sobre o que não é dito. Eu acho quequando eu entro no filme, sou justamente o personagemque diz. Pela primeira vez, ou mais claramente, ele diz praspessoas que o que elas estão fazendo é uma coisa boa. Dizpra Silene (Camila Pitanga) que ela é uma estrela, diz proJoaquim (Wagner Moura) que ele pode ser o monstro. Euacho que ele representa aquele que acredita. É um caradono de uma produtora na cidade vizinha. Acho que aexperiência dele tinha sido somente com casamentos ebatizados, coisas pequenas. Levava sua vidinha, semprecom desejo de fazer cinema. Tem uma frase incrível doZico no final, quando eles conseguem realizar o filme: “Essefilme é pra provar que um cidadão pode ser artista e quepra exercitar sua arte não precisa ir pra Porto Alegre”. Elecrê que pode fazer cinema lá e se apaixona pelo projeto.Para ele a fossa não é tão importante quanto contar ahistória através do filme.

O JORGE FURTADO DISSE QUE ESCREVEU ESSA HISTÓRIA ES-PECIALMENTE PROS ATORES, QUE CONSTRUIU OS PERSONA-GENS JÁ PENSANDO EM QUEM IRIA INTERPRETAR. COMO É PRAVOCÊ FAZER O ZICO, UM VIDEOMAKER, UMA ESPÉCIE DE ALTEREGO DO JORGE?

Pra falar a verdade eu fico muito feliz, muito orgulho-so. Feliz porque eu gosto muito de trabalhar aqui e isso émuito sincero, do fundo do coração. Já é o quarto trabalho

que eu faço com a Casa de Cinema e é uma coisa que eunão canso. Inclusive durante o resto do ano eu sinto sau-dade dessa convivência, da maneira como a gente traba-lha, então eu fico muito feliz. E orgulhoso porque é umademonstração de que a parceria deu certo e pra mim isso émuito importante, eu sinto que consegui corresponder àsexpectativas do diretor.

E COMO ESTÁ SENDO A SUA RELAÇÃO COM ESTE PERSONA-GEM FEITO ASSIM, SOB MEDIDA?

Aos poucos eu fui descobrindo que, na verdade, estepersonagem é um apaixonado. No início eu pensava “ahesse cara é um doidão que quer fazer cinema lá na cidadedo interior”, mas com o tempo ele foi me conquistando. Eudisse “não, esse cara é um apaixonado, deixa eu ver como éum apaixonado”. Na verdade, é como se fosse um Romeu,só que a amada dele é a câmera.

E VOCÊ, LÁZARO RAMOS, É APAIXONADO POR CINEMA?Eu sou um apaixonado por cinema. Antes mesmo de

fazer cinema eu já assistia a muitos filmes. Do lado da mi-nha casa tinha o Cine Astor de Salvador que custava doisreais – antes de aparecer os Multiplex da vida – e aí eratodo dia assistindo a um filme, todo dia. Hoje eu assisto auns dois, três filmes por semana.

DIRETORES QUE VOCÊ ADMIRA.Spike Lee, Almodóvar, Woody Allen, Fellini, Ettore

Scola... é tanta gente, tanta coisa boa... vamos falar de bra-sileiros também: Walter Salles, Jorge Furtado, Nelson Pe-reira dos Santos...

Perfil

JÁ É O QUARTO TRABALHO QUE FAÇOCOM A CASA DE CINEMA E NÃO ME CANSO

EM SANEAMENTO BÁSICO, O FILME, VOCÊ É O ZICO, UM CINE-ASTA DE CASAMENTOS E BATIZADOS DE UMA CIDADEZINHA DOINTERIOR. MAS O ZICO É UM CARA AMBICIOSO E APAIXONADOPELO QUE FAZ. CONTA MAIS.

Vou me atrever a dizer uma coisa. O Jorge (Furtado)falou que esse filme é sobre o que não é dito. Eu acho quequando eu entro no filme, sou justamente o personagemque diz. Pela primeira vez, ou mais claramente, ele diz praspessoas que o que elas estão fazendo é uma coisa boa. Dizpra Silene (Camila Pitanga) que ela é uma estrela, diz proJoaquim (Wagner Moura) que ele pode ser o monstro. Euacho que ele representa aquele que acredita. É um caradono de uma produtora na cidade vizinha. Acho que aexperiência dele tinha sido somente com casamentos ebatizados, coisas pequenas. Levava sua vidinha, semprecom desejo de fazer cinema. Tem uma frase incrível doZico no final, quando eles conseguem realizar o filme: “Essefilme é pra provar que um cidadão pode ser artista e quepra exercitar sua arte não precisa ir pra Porto Alegre”. Elecrê que pode fazer cinema lá e se apaixona pelo projeto.Para ele a fossa não é tão importante quanto contar ahistória através do filme.

O JORGE FURTADO DISSE QUE ESCREVEU ESSA HISTÓRIA ES-PECIALMENTE PROS ATORES, QUE CONSTRUIU OS PERSONA-GENS JÁ PENSANDO EM QUEM IRIA INTERPRETAR. COMO É PRAVOCÊ FAZER O ZICO, UM VIDEOMAKER, UMA ESPÉCIE DE ALTEREGO DO JORGE?

Pra falar a verdade eu fico muito feliz, muito orgulho-so. Feliz porque eu gosto muito de trabalhar aqui e isso émuito sincero, do fundo do coração. Já é o quarto trabalho

que eu faço com a Casa de Cinema e é uma coisa que eunão canso. Inclusive durante o resto do ano eu sinto sau-dade dessa convivência, da maneira como a gente traba-lha, então eu fico muito feliz. E orgulhoso porque é umademonstração de que a parceria deu certo e pra mim isso émuito importante, eu sinto que consegui corresponder àsexpectativas do diretor.

E COMO ESTÁ SENDO A SUA RELAÇÃO COM ESTE PERSONA-GEM FEITO ASSIM, SOB MEDIDA?

Aos poucos eu fui descobrindo que, na verdade, estepersonagem é um apaixonado. No início eu pensava “ahesse cara é um doidão que quer fazer cinema lá na cidadedo interior”, mas com o tempo ele foi me conquistando. Eudisse “não, esse cara é um apaixonado, deixa eu ver como éum apaixonado”. Na verdade, é como se fosse um Romeu,só que a amada dele é a câmera.

E VOCÊ, LÁZARO RAMOS, É APAIXONADO POR CINEMA?Eu sou um apaixonado por cinema. Antes mesmo de

fazer cinema eu já assistia a muitos filmes. Do lado da mi-nha casa tinha o Cine Astor de Salvador que custava doisreais – antes de aparecer os Multiplex da vida – e aí eratodo dia assistindo a um filme, todo dia. Hoje eu assisto auns dois, três filmes por semana.

DIRETORES QUE VOCÊ ADMIRA.Spike Lee, Almodóvar, Woody Allen, Fellini, Ettore

Scola... é tanta gente, tanta coisa boa... vamos falar de bra-sileiros também: Walter Salles, Jorge Furtado, Nelson Pe-reira dos Santos...

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Perfil

EU DESCOBRI QUE VOCÊ TAMBÉM É FÃ DE HISTÓRIA EM QUA-DRINHOS... SE VOCÊ FOSSE UM SUPER-HERÓI, QUAL SERIA?

Eu acho que eu não queria ser um super-herói, não...Ah! Sabe que super-herói eu queria ser? O Super-

Outro (média-metragem nunca lançado comercialmen-te). Nem todo mundo conhece, é um super-herói brasi-leiro, um filme de Edgar Navarro. É um super-heróibaiano. Na verdade é um cara que enlouquece e achaque é o Super-Homem. Já viu esse filme? É muito bom.

UM HERÓI BRASILEIRO...Um herói brasileiro, sabe por quê? Eu gosto de assis-

tir filme de super-herói como entretenimento, mas exis-te uma porção de coisas num herói que eu não sei se meidentifico. Por exemplo, o Homem-Aranha abre mão doamor dele e fica escondido ali, esconde a cara... eu nãoacho bom, não. Eu preciso ter sexualidade, eu tenho queestar vivo, com sangue correndo nas veias.

VOCÊ FEZ PRIMEIRO CINEMA E DEPOIS TV. POR QUÊ?Não foi uma escolha, não. Foi sorte e um pouco de dedi-

cação, é claro. Porque quando eu fui fazer A Máquina (peçateatral de João Falcão), vários diretores de cinema estavamproduzindo filmes no Rio de Janeiro e começaram a chamargente pra fazer teste, inclusive de O Homem que Copiava. Eaí eu fui passando. Acho que tem uma coisa bonita no cine-ma, principalmente no Brasil onde é muito difícil de viabilizarum filme: quando você se dedica e é fiel, as pessoas notam“puxa, ele está investindo nisso também, vamos agregá-lo” ecomeçam a querer que você trabalhe junto, uma coisa deunião... digo isso não só em relação aos atores, mas à equipetoda. Foi assim que acabei entrando nesse filão.

VOCÊ FOI SURPREENDENTE EM MADAME SATÃ, INCRÍVEL EM OHOMEM QUE COPIAVA... ATÉ FAZENDO NOVELA CONSEGUE SERBRILHANTE. A QUE VOCÊ ATRIBUI O SUCESSO?

Ao imponderável, eu nunca saberei responder isso.Não adianta sair teorizando “é por isso, é por aquilo, édedicação, é sorte...”. É uma coisa que eu nunca conse-guirei responder, porque já conheci vários artistas no Bra-sil com um talento igual e que não têm a mesma trajetó-ria que eu. Eu me sinto totalmente privilegiado.

ESSE JÁ É O SEU TERCEIRO FILME COM O JORGE, NÉ?Quarto, porque teve o Cena Aberta, um filme pra TV.

CONTA UM POUCO SOBRE ESTA SINTONIA DE VOCÊS.Isso você tem que perguntar ao Jorge. Eu sei que eu

gosto muito de dizer tudo o que ele escreve e de acom-panhar os sonhos dele. Gosto muito mesmo e aí eu voujunto.

VOCÊ GOSTA DE VIR FILMAR NO SUL?Adoro, adoro. Sou sempre muito bem tratado. De

vez em quando tem uma turma que acha que eu sou ga-úcho. Outro dia ouvi no aeroporto: “Cara, tu é o melhorator gaúcho.” (fazendo sotaque de gaúcho do Bom Fim).

VOCÊ VEM PRA CÁ SEM SER A TRABALHO?De vez em quando, pra Porto Alegre.

POR QUÊ, AMIGOS?Amigos, fiz amigos. Às vezes venho na passagem: ou-

tra vez fui pro Festival de Montevideo, daí dei uma pa-radinha aqui.

Perfil

TEM UMA TURMA QUE ACHA QUE SOU GAÚCHO. DIADESSES OUVI: CARA, TU É O MELHOR ATOR GAÚCHO

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EU DESCOBRI QUE VOCÊ TAMBÉM É FÃ DE HISTÓRIA EM QUA-DRINHOS... SE VOCÊ FOSSE UM SUPER-HERÓI, QUAL SERIA?

Eu acho que eu não queria ser um super-herói, não...Ah! Sabe que super-herói eu queria ser? O Super-

Outro (média-metragem nunca lançado comercialmen-te). Nem todo mundo conhece, é um super-herói brasi-leiro, um filme de Edgar Navarro. É um super-heróibaiano. Na verdade é um cara que enlouquece e achaque é o Super-Homem. Já viu esse filme? É muito bom.

UM HERÓI BRASILEIRO...Um herói brasileiro, sabe por quê? Eu gosto de assis-

tir filme de super-herói como entretenimento, mas exis-te uma porção de coisas num herói que eu não sei se meidentifico. Por exemplo, o Homem-Aranha abre mão doamor dele e fica escondido ali, esconde a cara... eu nãoacho bom, não. Eu preciso ter sexualidade, eu tenho queestar vivo, com sangue correndo nas veias.

VOCÊ FEZ PRIMEIRO CINEMA E DEPOIS TV. POR QUÊ?Não foi uma escolha, não. Foi sorte e um pouco de dedi-

cação, é claro. Porque quando eu fui fazer A Máquina (peçateatral de João Falcão), vários diretores de cinema estavamproduzindo filmes no Rio de Janeiro e começaram a chamargente pra fazer teste, inclusive de O Homem que Copiava. Eaí eu fui passando. Acho que tem uma coisa bonita no cine-ma, principalmente no Brasil onde é muito difícil de viabilizarum filme: quando você se dedica e é fiel, as pessoas notam“puxa, ele está investindo nisso também, vamos agregá-lo” ecomeçam a querer que você trabalhe junto, uma coisa deunião... digo isso não só em relação aos atores, mas à equipetoda. Foi assim que acabei entrando nesse filão.

VOCÊ FOI SURPREENDENTE EM MADAME SATÃ, INCRÍVEL EM OHOMEM QUE COPIAVA... ATÉ FAZENDO NOVELA CONSEGUE SERBRILHANTE. A QUE VOCÊ ATRIBUI O SUCESSO?

Ao imponderável, eu nunca saberei responder isso.Não adianta sair teorizando “é por isso, é por aquilo, édedicação, é sorte...”. É uma coisa que eu nunca conse-guirei responder, porque já conheci vários artistas no Bra-sil com um talento igual e que não têm a mesma trajetó-ria que eu. Eu me sinto totalmente privilegiado.

ESSE JÁ É O SEU TERCEIRO FILME COM O JORGE, NÉ?Quarto, porque teve o Cena Aberta, um filme pra TV.

CONTA UM POUCO SOBRE ESTA SINTONIA DE VOCÊS.Isso você tem que perguntar ao Jorge. Eu sei que eu

gosto muito de dizer tudo o que ele escreve e de acom-panhar os sonhos dele. Gosto muito mesmo e aí eu voujunto.

VOCÊ GOSTA DE VIR FILMAR NO SUL?Adoro, adoro. Sou sempre muito bem tratado. De

vez em quando tem uma turma que acha que eu sou ga-úcho. Outro dia ouvi no aeroporto: “Cara, tu é o melhorator gaúcho.” (fazendo sotaque de gaúcho do Bom Fim).

VOCÊ VEM PRA CÁ SEM SER A TRABALHO?De vez em quando, pra Porto Alegre.

POR QUÊ, AMIGOS?Amigos, fiz amigos. Às vezes venho na passagem: ou-

tra vez fui pro Festival de Montevideo, daí dei uma pa-radinha aqui.

Perfil

TEM UMA TURMA QUE ACHA QUE SOU GAÚCHO. DIADESSES OUVI: CARA, TU É O MELHOR ATOR GAÚCHO

E AÍ VOCÊ VAI ONDE?Fico mais na casa dos amigos ou descubro qual é o agito

do verão.

TEM VONTADE DE FAZER CINEMA FORA DO BRASIL?Mais na América Latina. Isso me interessa. Inclusive

agora eu fiz um filme que tá no Festival de Veneza, co-pro-dução Brasil-México, dirigido por um mexicano (PaulLeduc). Um filme muito bom, chamado O Cobrador (adap-tação do conto de Rubem Fonseca).

VOCÊ GOSTA DE COZINHAR?Gosto. Não sei muito bem, não. Eu entendo de tempe-

ros, me botam os temperos e os ingredientes que eu vou láe faço.

UM TEMPERO QUE NUNCA FALTA.Pimenta.

QUAL PRATO VOCÊ ADORA DE FAZER?Eu gosto de fazer arroz temperado. Aquele arroz com

tomate ou com curry.

VOCÊ COMEÇOU A ENTREVISTA CONTANDO QUE O ZICO, SEUPERSONAGEM NO FILME NOVO, É UM CARA QUE DIZ, QUE ACRE-DITA. ENTÃO EU QUERIA TERMINAR COM O LÁZARO DIZENDOALGUMA COISA NA QUAL ELE ACREDITA.

Eu acredito que é possível melhorar o mundo. Não dápra desistir. Às vezes, dá uma canseira, eu passo por isso...vejo coisas acontecendo, injustiças sociais... mas eu estourestabelecendo a minha esperança. Acho que isso é precisoser dito agora: restabeleça a esperança.

EU ACREDITO QUE ÉPOSSÍVEL MELHORARO MUNDO. NÃO DÁPARA DESISISTIR

Perfil

“A BELEZA SALVARÁ O MUNDO”. A FRASE DE DOSTOIEVSKI

ESTÁ NO ROTEIRO DE SANEAMENTO BÁSICO E DIZ MUITO SO-

BRE O NOVO LONGA DE JORGE FURTADO, UMA COMÉDIA POLÍTI-

CA QUE DEVE ESTREAR NA PRIMEIRA METADE DE 2007.

A HISTÓRIA É MAIS OU MENOS ASSIM: NUMA CIDADEZI-

NHA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL, UMA COMUNIDA-

DE DE DESCENDENTES ITALIANOS QUER CONSTRUIR UMA

FOSSA PARA RESOLVER UM PROBLEMA DO TRATAMENTO DE

ESGOTO DO LUGAR. A PREFEITURA NÃO DISPÕE DE VERBAS

PARA SANEAMENTO BÁSICO ATÉ O FINAL DO ANO, PORÉM,

RECEBEU DO GOVERNO FEDERAL QUASE DEZ MIL REAIS PARA

PRODUZIR UM FILME – DINHEIRO QUE TERÁ DE SER DEVOL-

VIDO, SE NÃO FOR GASTO.

EM COMUM ACORDO COM A PRIMEIRA-SECRETÁRIA DO

PREFEITO, OS MORADORES DECIDEM, ENTÃO, FAZER UM VÍDEO

DE FICÇÃO SOBRE A FOSSA, COM DIREITO A MONSTRO E TUDO

MAIS. O QUE NÃO ESPERAVAM, É QUE FOSSEM ENVOLVER-SE

COM A PRODUÇÃO. ELES SÃO TÃO SEDUZIDOS PELA BELEZA

DO CINEMA A PONTO DE, LÁ PELAS TANTAS, TEREM QUE ES-

COLHER ENTRE COMPRAR TIJOLOS OU UMA MÚSICA DA BILLIE

HOLIDAY PARA A TRILHA DO FILME.

UM PAÍS ONDE BOA PARTE DAS PESSOAS VIVE SEM SA-

NEAMENTO BÁSICO, TEM DIREITO DE PRODUZIR CINEMA, LI-

TERATURA OU A ARTE QUE SEJA? JORGE ACREDITA QUE SIM.

“EU ACHO QUE A POESIA ESTÁ MUITO ACIMA DA POLÍTICA. O

BRASIL SEMPRE TEVE PÉSSIMOS POLÍTICOS, MAS TAMBÉM

SEMPRE TEVE GRANDES ARTISTAS.”

AINDA BEM. POR ISSO, A GENTE MAL PODE ESPERAR

PELA ESTRÉIA DE SANEAMENTO BÁSICO, O FILME.

SANEAMENTOBÁSICO, O FILME

E AÍ VOCÊ VAI ONDE?Fico mais na casa dos amigos ou descubro qual é o agito

do verão.

TEM VONTADE DE FAZER CINEMA FORA DO BRASIL?Mais na América Latina. Isso me interessa. Inclusive

agora eu fiz um filme que tá no Festival de Veneza, co-pro-dução Brasil-México, dirigido por um mexicano (PaulLeduc). Um filme muito bom, chamado O Cobrador (adap-tação do conto de Rubem Fonseca).

VOCÊ GOSTA DE COZINHAR?Gosto. Não sei muito bem, não. Eu entendo de tempe-

ros, me botam os temperos e os ingredientes que eu vou láe faço.

UM TEMPERO QUE NUNCA FALTA.Pimenta.

QUAL PRATO VOCÊ ADORA DE FAZER?Eu gosto de fazer arroz temperado. Aquele arroz com

tomate ou com curry.

VOCÊ COMEÇOU A ENTREVISTA CONTANDO QUE O ZICO, SEUPERSONAGEM NO FILME NOVO, É UM CARA QUE DIZ, QUE ACRE-DITA. ENTÃO EU QUERIA TERMINAR COM O LÁZARO DIZENDOALGUMA COISA NA QUAL ELE ACREDITA.

Eu acredito que é possível melhorar o mundo. Não dápra desistir. Às vezes, dá uma canseira, eu passo por isso...vejo coisas acontecendo, injustiças sociais... mas eu estourestabelecendo a minha esperança. Acho que isso é precisoser dito agora: restabeleça a esperança.

EU ACREDITO QUE ÉPOSSÍVEL MELHORARO MUNDO. NÃO DÁPARA DESISISTIR

Perfil

“A BELEZA SALVARÁ O MUNDO”. A FRASE DE DOSTOIEVSKI

ESTÁ NO ROTEIRO DE SANEAMENTO BÁSICO E DIZ MUITO SO-

BRE O NOVO LONGA DE JORGE FURTADO, UMA COMÉDIA POLÍTI-

CA QUE DEVE ESTREAR NA PRIMEIRA METADE DE 2007.

A HISTÓRIA É MAIS OU MENOS ASSIM: NUMA CIDADEZI-

NHA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL, UMA COMUNIDA-

DE DE DESCENDENTES ITALIANOS QUER CONSTRUIR UMA

FOSSA PARA RESOLVER UM PROBLEMA DO TRATAMENTO DE

ESGOTO DO LUGAR. A PREFEITURA NÃO DISPÕE DE VERBAS

PARA SANEAMENTO BÁSICO ATÉ O FINAL DO ANO, PORÉM,

RECEBEU DO GOVERNO FEDERAL QUASE DEZ MIL REAIS PARA

PRODUZIR UM FILME – DINHEIRO QUE TERÁ DE SER DEVOL-

VIDO, SE NÃO FOR GASTO.

EM COMUM ACORDO COM A PRIMEIRA-SECRETÁRIA DO

PREFEITO, OS MORADORES DECIDEM, ENTÃO, FAZER UM VÍDEO

DE FICÇÃO SOBRE A FOSSA, COM DIREITO A MONSTRO E TUDO

MAIS. O QUE NÃO ESPERAVAM, É QUE FOSSEM ENVOLVER-SE

COM A PRODUÇÃO. ELES SÃO TÃO SEDUZIDOS PELA BELEZA

DO CINEMA A PONTO DE, LÁ PELAS TANTAS, TEREM QUE ES-

COLHER ENTRE COMPRAR TIJOLOS OU UMA MÚSICA DA BILLIE

HOLIDAY PARA A TRILHA DO FILME.

UM PAÍS ONDE BOA PARTE DAS PESSOAS VIVE SEM SA-

NEAMENTO BÁSICO, TEM DIREITO DE PRODUZIR CINEMA, LI-

TERATURA OU A ARTE QUE SEJA? JORGE ACREDITA QUE SIM.

“EU ACHO QUE A POESIA ESTÁ MUITO ACIMA DA POLÍTICA. O

BRASIL SEMPRE TEVE PÉSSIMOS POLÍTICOS, MAS TAMBÉM

SEMPRE TEVE GRANDES ARTISTAS.”

AINDA BEM. POR ISSO, A GENTE MAL PODE ESPERAR

PELA ESTRÉIA DE SANEAMENTO BÁSICO, O FILME.

SANEAMENTOBÁSICO, O FILME

Assim, ó...

Até para escolher nomes o nosso sul é peculiarNunca me passou pela cabeça ser dono de hotel, e por

isso mesmo nunca me coloquei a sério a questão: como é que sedá nome a um hotel? Pode parecer coisa remota esse tema, maseu precisei pensar nele ao deparar com um nome realmentesingular, esses tempos, quando voltava de Passo Fundo para PortoAlegre, na altura, se não me engano, de Fontoura Xavier, ouSoledade. Nome singular que eu deixo para daqui a pouco; poragora vou pensar por escrito sobre como é que a gente inventanome para hotel.

Tenho aqui diante dos olhos uma das preciosidades daminha biblioteca: uma publicação chamada Guia Pública dePorto Alegre – 1929. O leitor não leu mal: “guia” era feminino.É um guia telefônico da capital daquele tempo. Na seção doshotéis, se alinham nada menos que 21 estabelecimentos. Al-guns trazem os sobrenomes dos proprietários: Jung, Schenk,Sager, Bianchi, Schmidt, La Porta, Bruno. Outros descrevemsua relação com os clientes: Comercial, Dos Operários. Outrosainda enobrecem a empresa com um nome elegante, de prefe-rência afrancesado: Grande Hotel; Cidade Hotel; Hotel Lagache;Hotel Savóia. Um único resolveu propagandear sua caracterís-tica singular, por ser um prédio raro, construído com “cimentoarmado” e dispondo de elevador, coisas ambas muito raras na-quela época: o Moderno Hotel.

Hotéis localizados em pontos altos, com ampla vista, ape-lam para a sugestão por analogia. Assim se chama o hotel Everest,um possível hotel Himalaia, o motel dos Alpes. Há também osque querem aproximar-se da natureza ou do mundo simbólicoindígena, local, brasileiro. Assim são os Umbu, Sinimbu,Guahyba. Hoje em dia o inglês é amplamente dominante nas

denominações de hotel. Há uma profusão de Palace, Tower,Residence, Flat, Center, City, Royal, Park, sozinhos ou acompa-nhados, que dão o tom em nossos dias.

Agora posso contar o nome que me deixou pensando notema. Meu olhar está atravessando a janela do ônibus em dire-ção aos lindos horizontes da região do Planalto quando apareceum hotel bem construído, bonito mesmo, na beira da estrada;em sua fachada luz o nome: “Sou do sul”. O nome é uma fraseinteira (que é nome e refrão de uma bonita canção de EltonSaldanha), uma verdadeira declaração, quase uma carteira deidentidade pintada na parede do hotel.

O que eu me perguntei é simples e direto: para quê, porque esse nome assim? Vejamos: podia ser “Sul” o nome do ho-tel. “Hotel Sul”. Mas é muito mais que isso: trata-se de umafrase declarativa. Por mais que tenha procurado, em meus ve-lhos livros e no Google, não encontrei hotel cujo nome sejauma frase, com sujeito (eu, implícito), verbo e complemento.Que aquele hotel fica no sul do Brasil, é certo; mas nem bem nosul do estado é, pensei. Então para quem é que o hotel diz, dia enoite, chova ou faça sol, esta frase “Sou do sul”? Para gente quenão é do Sul? E há tanta gente de fora que passe por ali?

Não encontro resposta à altura das perguntas e fico indo evoltando entre o passado e o presente, para tentar alguma pista.Sem sucesso. Só consigo saber é que o hotel se sente com neces-sidade de dizer isso para os desatentos passantes que, como eu,mergulhavam o olhar na paisagem, que por sinal também é dosul, este sul tão peculiar em que vivemos.

L U Í S A U G U S T O F I S C H E R

NOME DE HOTEL

LUÍS AUGUSTO FISCHER, PROFESSOR DE LITERATURA E ESCRITOR

82 Estilo Zaffari