Revista A ed. 6

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ANO I - Nº 06 - OESTE DA BAHIA - NOV/2011 R$ 9,99 REVISTA OUZA EDITORA CARLINHOS PIEROZAN, presidente da ACELEM “O empresário ainda não percebeu o valor do associativismo” cult UMA BAHIA QUE FALA TCHÊ FI DI LUNGA: UMA MISTURA QUE DEU CERTO CANECÃO: O POINT DA BACIA DO RIO CORRENTE BIQUÍNI CAVADÃO: O ROCK E A ATUAL SOCIEDADE JARDEL: GLAMOUR E DROGAS NA VIDA DE UM ATLETA MARESIA: O SABOR DO LITORAL NO CERRADO Memórias do sociólogo santamariense que foi assessor da ONU para América Latina, ajudou a estruturar o MST e luta pela emancipação do Estado do São Francisco. Para ele, programas do governo federal desmantelaram os movimentos sociais CLODOMIR MORAIS DAS MASSAS O organizador miscellanea

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A revista mais lida do interior da Bahia

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R E V I S T AO U Z AE D I T O R A

CARLINHOS PIEROZAN, presidente da ACELEM

“O empresário ainda nãopercebeu o valor do associativismo”

cult UMA BAHIA QUE FALA TCHÊ FI DI LUNGA: UMA MISTURA QUE DEU CERTO CANECÃO: O POINT DA BACIA DO RIO CORRENTE

BIQUÍNI CAVADÃO: O ROCK E A ATUAL SOCIEDADE JARDEL: GLAMOUR E DROGAS NA VIDA DE UM ATLETA MARESIA: O SABOR DO LITORAL NO CERRADO

Memórias do sociólogo santamariense que foi assessor da ONU para América Latina, ajudou a estruturar o MST e luta pela emancipação do Estado do São Francisco. Para ele, programas do governo federal desmantelaram os movimentos sociais

CLODOMIR MORAIS

Memórias do sociólogo santamariense que foi Memórias do sociólogo santamariense que foi

DAS MASSASCLODOMIR MORAISCLODOMIR MORAIS

DAS MASSASDAS MASSASO organizador

miscellanea

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Ao leitor

EDITORIAL

Se alguém me pergunta para onde vou (num sentindo amplo), digo: “Não sei. Estou apenas indo...”. Às vés-peras de completar um ano de publicações, a r.A con-tinua sua caminhada de desafi os, de enfrentamentos (temperos fundamentais de conquistas valiosas).

Apostar em um conteúdo surpreendente, com consistência e qua-lidade, de um lado; valorizar, respeitar e não subestimar o bom gos-to e a inteligência do leitor, do outro lado; são as duas faces de um produto editorial com personalidade forte, atitude, inquietação; um produto que não se deslumbra com as avaliações positivas e nem ignora as negativas. Assim é a r.A.

Levar a você, leitor, um conteúdo com esse perfi l é um prazer para nós. E é isso que a gente quer que você sinta: prazer toda vez que abrir uma r.A. Porque nós não paramos, estamos sempre em bus-ca do inalcançável, da qualidade jornalística mais-que-perfeita. Por isso, nossos parceiros comerciais se sentem confortáveis em vincular suas marcas à nossa produção editorial. É uma troca mútua de va-lores, um esforço em conjunto e contínuo para fortalecer e divulgar esse interior baiano frequentemente ausente das pautas políticas de desenvolvimento.

Por tudo isso, caro leitor, é um prazer tê-lo como amigo e aliado. É pra você que nós (redação e parceiros), investimos nesse produto editorial que a cada edição ganha mais musculatura, ultrapassa fron-teiras e se debruça com olhar estrangeiro sobre aquilo que por mui-tos já está naturalizado e aparentemente não desperta mais nenhu-ma graça. Mas assim se faz jornalismo, descobrindo, redescobrindo; com espanto, curiosidade e, sobretudo, com ética, competência e vontade de fazer o máximo para levar o possível. É isso que você vai encontrar nas páginas que vêm em seguida, da reportagem de capa com o intelectual santamariense Clodomir Morais, assessor da ONU para assuntos de reforma agrária na América Latina, às fotos da seção “Um lugar”.

Isso justifi ca porque estamos sempre indo, viajando, com diário jornalístico de bordo. Esta é a minha vocação. E a vocação da r.A. Que vai aonde você não imagina. E indo, volta com conteúdo às ve-zes plural, às vezes singular; mas sempre com algo capaz de estender o conhecimento, encher os olhos e, às vezes, a barriga. Se alguém perguntar por onde foi ou vai a r.A, diz que foi por aí...

PS.: Nesta 6ª edição, iniciamos o projeto de assinaturas da r.A. Agora, o leitor pode ser parceiro dessa empreitada de outro modo. Assim, ao investir R$ 50,00 em uma assinatura anual, o leitor con-tribui para o fortalecimento do conteúdo e independência editorial da r.A. Seja bem-vindo ao clube. Porque você é A.

Cícero Félix, editor e diretor de redação

EDITOR/DIRETOR DE REDAÇÃO Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e [email protected]

DIRETORA COMERCIALAnne Stella(77) 9123.3307

[email protected]

DIRETORIA DE MARKETING Jakeline Bergamo

(77) 8802.0721 e 8111.4019

ASSINATURAS/CONTATOS COMERCIAISBarreiras

(77) 3612.4074 / 3612.3330 / 3021.3149 / 9906.4554 / 9131.2243 / 9123.3307Barra

Helena: (74) 3662.3621Bom Jesus da Lapa

Eduardo: (77) 3481.2176 Luís Eduardo MagalhãesTizziane: (77) 9199.5585

Santa Maria da VitóriaMarco Athayde: (77) 3483.1134 / 9118.1120 / 9939.1224

REDAÇÃO Gabriela Flores, Thiara Reges, Anton Roos, Ellen Rarden,

Ana Lúcia Souza e Jackeline Bispo

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Leilson Castro

ILUSTRAÇÃOJúlio César

EDIÇÃO DE ARTE Klécio Chaves

CONSULTORIA DE MODA Karine Magalhães

REVISÃO Aderlan Messias e Rônei Rocha

IMPRESSÃO Coronário Editora e Gráfi ca

TIRAGEM 4 mil exemplares

Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16

Tel.: (77) 3612.4074 - Centro - Barreiras (BA)

Ao leitor

EDITORIAL

Slidade, de um lado; valorizar, respeitar e não subestimar o bom gos-to e a inteligência do leitor, do outro lado; são as duas faces de um produto editorial com personalidade forte, atitude, inquietação; um produto que não se deslumbra com as avaliações positivas e nem ignora as negativas. Assim é a

nós. E é isso que a gente quer que você sinta: prazer toda vez que abrir uma ca do inalcançável, da qualidade jornalística mais-que-perfeita. Por isso, nossos parceiros comerciais se sentem confortáveis em vincular suas marcas à nossa produção editorial. É uma troca mútua de va-lores, um esforço em conjunto e contínuo para fortalecer e divulgar esse interior baiano frequentemente ausente das pautas políticas de desenvolvimento.

É pra você que nós (redação e parceiros), investimos nesse produto editorial que a cada edição ganha mais musculatura, ultrapassa fron-teiras e se debruça com olhar estrangeiro sobre aquilo que por mui-tos já está naturalizado e aparentemente não desperta mais nenhu-ma graça. Mas assim se faz jornalismo, descobrindo, redescobrindo; com espanto, curiosidade e, sobretudo, com ética, competência e vontade de fazer o máximo para levar o possível. É isso que você vai encontrar nas páginas que vêm em seguida, da reportagem de capa com o intelectual santamariense Clodomir Morais, assessor da ONU para assuntos de reforma agrária na América Latina, às fotos da seção “Um lugar”.

jornalístico de bordo. Esta é a minha vocação. E a vocação da Que vai aonde você não imagina. E indo, volta com conteúdo às ve-zes plural, às vezes singular; mas sempre com algo capaz de estender o conhecimento, encher os olhos e, às vezes, a barriga. Se alguém perguntar por onde foi ou vai a

Agora, o leitor pode ser parceiro dessa empreitada de outro modo. Assim, ao investir R$ 50,00 em uma assinatura anual, o leitor con-tribui para o fortalecimento do conteúdo e independência editorial da

R E V I S T A

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ANO I - Nº 06 NOV/2011

ao leitor

ediToriaL

ter um fi lho ou fi lha formada em medicina sem-pre foi um orgulho para a família. Se a deci-são coubesse única e exclusivamente aos pais teríamos mais médico que população no Brasil. Não lembro em minha infância se havia mui-

tos consultórios. Na minha cidade, a 54km de Campina Grande (PB), só havia atendimento de dentista, de oculista (assim era chamado o oftalmologista) e de clínico geral. E tem mais: eles atendiam geralmente no dia de feira, pois vinham de outras cidades. Quando se precisava de atendi-mento fora daquele dia, só indo a outras cidades. Não lem-bro das pessoas reclamando muito da saúde naquela época, tampouco se adoeciam como adoecem nos dias atuais. A quantidade de médico formado no Brasil, se não é o ideal, tem aumentado consideravelmente. O problema maior tal-vez seja a desigual distribuição desses profi ssionais que se concentram nas capitais e metrópoles, como esclarece Dr. Paulo Henrique, especializado em urologia e delegado do Conselho Regional de Medicina no Oeste, personagem de nossa matéria de capa.

O modelo de medicina armada de equipamentos impor-tados dos Estados Unidos acabou mercantilizando a área da saúde, adverte o médico, que defende um atendimento mais humano e reclama da fragmentação da medicina em especialidades. “Isso foi um péssimo negócio! É preciso en-tender a pessoa humana como um todo”, declara. Dr. Paulo tem um humor contagiante e lembra os médicos românti-cos da década de 1930 citados pelo mineiro e também mé-dico Pedro Nava em suas memórias. Ser médico é se doar em nome do bem-estar do outro, é espelhar-se no paciente que chora, rir e se apaixona. Caso contrário, a prescrição toma caminhos equivocados. De acordo com a literatura médica, 60% das pessoas que vão ao consultório não têm causa orgânica. Portanto, é preciso considerar outros fatores na hora de avaliar um paciente, fatores que máquinas, ape-sar da imensurável contribuição para o desenvolvimento da medicina, não conseguem observar.

A emocionante história do lutador de jiu-jítsu Clécio Ro-drigues, que surpreendeu os médicos ao combater e vencer um câncer que já estava em estado avançado; o início da série “Jovens empreendedores”, que vai destacar a perspicá-cia dos jovens na administração e condução de negócios no Oeste são outros ingredientes desta edição que, somados a outros conteúdos, quer levar a você, leitor, uma informação com qualidade em um produto que a cada número orgulha toda a região. Boa leitura!

Cícero Félix, editor e diretor de redação

EDITOR/DIRETOR DE REDAÇÃO Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e [email protected]

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EDITOR DE FOTOGRAFIA Jorge Barbosa

(77) 9150.9636

REDAÇÃO Luciana Roque e Jorge Barbosa

CONSULTORIA DE MODA Karine Magalhães

REVISÃO Aderlan Messias e Rônei Rocha

IMPRESSÃO Coronário Editora e Gráfi ca

TIRAGEM 4 mil exemplares

R E V i S T a

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Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - sala 16 - CeP 47.805-970

Centro - Barreiras (BA)

ed.04 jul-aGo/2011

Revista A, consciente das questões ambientaise sociais, utiliza papéis com certificação (Forest

Stewardship Council) na impressão deste material.A certificação FSC garante que a matéria-prima é proveniente de florestas manejadas de forma

ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, e outras fontes controladas. Impresso na Gráfica Coronário - Certificada na

Cadeia de Custódia - FSC.

A r.A não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas colunas assinadas.

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Barreiras: (77) 3612.4074 / 3612.3330 / 3021.3149 / 9906.4554 / 9131.2243 / 9123.3307 Barra: (74) 3662.3621 Bom Jesus da Lapa: (77) 3481.2176 Luís Eduardo Magalhães: (77) 9199.5585 Santa Maria da Vitória: (77) 3483.1134 / 9118.1120 / 9939.1224 / 9118.1502

INFORMAÇÕES

Regulamento no endereço: ow.ly/7guYx

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NOV/2011 7

13 . A MISCELLANEAGeração rock: entrevista com Bruno Gouveia, do Biquíni CavadãoDesenrola a língua: nova ortografia, por Aderlan MessiasGastronomia: Maresia do Cerrado, o sabor do litoral em BarreirasJardel: ex-jogador do Grêmio renovado e felizSaúde: os cuidados com a pele na estação verãoEsporte: Catão, os sonhos e as dificuldades de um fisiculturista

Exclamação: Barreiras 40º, por Karine Magalhães

Útil: dicas de viagem, por Vanessa Horitatrends and news: Pés & Cia, Maison Caroline, Corpo & Magia e Cristina Mattos

34 . ENTREVISTACarlinhos PierozanO valor do associativismo em uma cidade em franco crescimento

38 . JOVEM EMPREENDEDORAndré e Luiz BragaJovens por trás da marca

Daniela Rauber, Vanessa e Cristiane HendgesO segredo da harmonia e ambiente familiar

41 . TENDÊNCIA OU REALIDADEGestão com pessoas, por Janaína Lima

42 . EDUCAÇÃOFASB: formação superior com qualidade

53 . SEGUROSAto.X Corretora de SegurosInvestir em seguro: uma decisão inteligente

55 . ARQUITETURAAndréa e Ronald ArquiteturaPlaneje, o barato pode sair caro

56 . IMÓVEISVento LesteBom para morar e ótimo para se viver

59 . SAÚDEClínica OrthosTratamento do ronco baseado em avanço mandibular

Fixação ImplantodontiaO que você precisa saber sobre a técnica de implante

62 . MODA MULHEREmpórioEditorial de moda em Santa Maria da Vitória

66 . VERÃO 2012Dzarm / Zhurka / Anjo Rebelde

70 . A CULTUma Bahia que fala tchê / Pisa na fulô / Canecão / Fi di Lunga: mistura que deu certo

80 . A UM LUGAR: NOTURNOVagalumes elétricos / Terceira margem

84. SOCIAL: GELO, LIMÃO E AÇÚCARpor Tizziane Oliveira

86. MAISON SOCIALUm click especial

ÍNDICEFOTO DE CAPA: C.FÉLIX

46. CAPAClodomir MoraisAs memórias de um santamariense organizador de massas

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NOV/2011 9

issuu.com/cicero_felix

VERSÃO DIGITALE EDIÇÕES ANTERIORES

ERRATAcNa edição passada, o editorial Dream foi promovido exclusivamente pela loja Maison Caroline, e não entre a Maison Caroline e Pés & Cia, como foi creditado na fi cha técnica. O sapato que a modelo usa no editorial foi cedido gentilmente pela loja Fátima Luz, conforme consta corretamente na legenda da página.

cA idade correta de Joana Camandaroba é 97 anos, e não 90 como foi publicado na matéria “Não tive tempo para cultivar o amor”

Senti falta de fi cção no impresso. Bruno Wanderley

Parabéns a Ouza Editora pela publicação! De muito bom gosto. Sucesso sempre!!!! Gardennia Garibalde

Parabéns à equipe de editoria. Há muito, Barreiras merecia uma revista desse porte. Leio todas as edições e sempre trago à Assembleia para os deputados conhecerem melhor o grande potencial que temos. Abraços. Kelly Adriana Magalhaes

Gostei muito da r.A, ajuda na interação dessa imensa região Oeste baiana, levando notícias e entrevistas dos diversos pontos da mesma. Espero que façam inúmeras matérias relacionadas à região da Bacia do Rio Corrente. Alberto Leite Mendes

Parabéns por esta ótima opção de informação para o Oeste baiano. Hebert Regis

Parabéns! A revista tá show!!! Galdino Otten

Arretado! Continuem assim. Manoel Francisco

Meus parabéns! A revista está linda.Victor Castro

MA RA VI LHO SA!!! Juliana Souza

Fantástica a r.A. Muito sucesso! Ignêz Pitta

Parabéns pela qualidade da revista e das matérias. Leio sempre. Fernando Pop

Folheei a revista atentamente. Parabéns por trazer D. Cappio na capa. A edição está bem diversifi cada de temas. Desejo boa sorte na captação de anunciantes pois capacidade para produzir o conteúdo editorial não falta à equipe. Abraços.Naná Garcez

@leitor

Vocalista do Biquíni Cavadão em momento de descontração antes do show que realizou em São Desidério, na Festa da Paz

C.FÉLIX

[email protected] Ouza Editora

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A presentes

Calça Planet GirlsANJO REBELDE

Infi nit Glamour.Infi nit Collection Make B.O BOTICÁRIO

Bolsa Bordada Lelis BlancMAISON CAROLINE

Sapatênis ZhagaiaZHAGAIA

Regata Dopping ZHURKA

Óculos Ray-BanÓTICAS DINIZ

Page 11: Revista A ed. 6

NOV/2011 11NOV/2011 11

Corselet eShort DTAZHURKA

Óculos Victor HugoÓTICAS DINIZ

Colar e Brinco em ouro com brilhantesCRISTINA MATTOS

Calça DTAZHURKA

QuadroPaisagem New York

MOLDURA MINUTO

Camisa manga longa e bermuda sarja DTAZHURKA

GravataZhagaiaZHAGAIA

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12 NOV/2011

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miscellanea> COMUNICAÇÃO, CURIOSIDADES, DESIGN, EVENTOS, NEGÓCIO, POSTCARD, TECNOLOGIA, TENDÊNCIA, ETC... <

ApatiaSOCIAL

Os anos 1980 se foram. Uma herança musical ficou. A reivindicação pelas eleições diretas para presidente da República expunham ainda as cicatrizes (muitas abertas) de um regime ditatorial cruel, opressor (como se um regime ditatorial não fosse cruel e opressor). Na capital do Brasil, jovens rebeldes inspirados no movimento punk americano dos anos 1970 queriam soltar a voz, ecoar o protesto. Assim, Brasília acabou se tornando uma espécie de capital brasileira do rock e deu fruto a bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Plebe Rude e Capital Inicial. Em São Paulo, nasciam Titãs, Ira, RPM, entre outros. Em vários estados o movimento ganhou força.Nessa época nasceu Biquíni Cavadão a partir de reuniões de colegas do Colégio São Vicente de Paulo. O nome sugerido por Herbert Viana pegou. Era 1985. Bruno Gouveia (vocal), Miguel Flores da Cunha (teclados), Sheik (baixo) e Álvaro Birita (bateria) caíram na estrada. No dia 16 de setembro a banda caçula do rock nacional se apresentou no Coliseu da Paz, em São Desidério. Em entrevista a r.A, Bruno Gouveia falou sobre a nova fase de rock no Brasil e de sua relação com a música baiana.

O rock dos anos 80 é diferente do de hoje em quê?Acho o rock de hoje muito bom. Vivemos em um momento que o foco da mídia está em cima da música sertaneja. E é natural. Já esteve em cima do axé, em cima do pagode e já esteve até em cima do rock. Então quando você não tem o foco em cima de um determinado estilo, você só vê a ponta do iceberg. O grande público não tem ideia de quantas bandas legais estão fazendo bons e importantes trabalhos.

O que você acha da música baiana?Eu tenho grandes amigos aqui na Bahia. Gosto do pessoal do Jamil... O Manno Góes - eu gosto de algumas composições. Claudinha Leitte

GERAÇÃO ROCK

cantou comigo no DVD do Biquíni Cavadão. Cantei com Ivete. No primeiro show do Biquíni em Salvador ela estava lá assistindo. É muito legal ter essa relação com o pessoal.

Antigamente tinha aquelas músicas engajadas. Hoje em dia não se tem muito isso... Eu acho que hoje o público não está muito interessado em música engajada. Não dá pra entender. Antigamente o país foi à rua para pedir eleições para presidente, o país foi à rua pra tirar o Collor... De repente, de 15 anos pra cá, nada acontece. Os escândalos hoje são maiores dos que fizeram Collor sair e nada acontece. Existe uma apatia que domina a grande massa. O Biquíni tem músicas engajadas até hoje. No entanto, essas músicas não são as mais procuradas pelo público. E você não pode só culpar a mídia por uma coisa que tem que partir de você. Você não está contente com o seu governo? Tem que cobrar. O Brasil era para estar crescendo? Era, mas era pra ele ter dado um passo ainda maior. A gente sobe como formiguinha e dizem ‘olha como ele está crescendo’. Mas a gente não está no potencial que deveríamos crescer. Eu sempre digo: Serra, Dilma não importa. O que importa pra mim não é saber votar, é saber cobrar.

O que você acha da pirataria?É prejudicial! As pessoas que compram CDs piratas dão dinheiro pra alguém quem nada fez da vida a não ser copiar. Acho que elas deveriam pensar em dar dinheiro, em gratificar quem cria. Eu não falo de mim como artista, mas pelos autores. São pessoas que às vezes têm que ter um segundo trabalho pra viver porque como poetas não conseguem sobreviver. A pirataria impede os autores de viverem como poetas. É triste isso. Em todos os shows a gente leva CDs para vender a preços baixos. Lógico que nunca vai ser o preço do pirata. Mas você não estará pagando para que isso continue a funcionar. Ninguém trabalha de graça.

O que você está achando da região?Muito bonita! Eu vi algumas fotos. Queria fazer todos os passeios, mas não vim aqui de férias. Ficou a dica de um bom lugar para eu visitar depois que estiver mais tranquilo.

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miscellanea

A geração que curtiu os hits dos anos 1980 reviveram uma das épocas musicais mais efervescentes do Brasil no mês passado, na “Bubbaloo: a festa dos anos 80”. Realizada pela Máxima So-luções Criativas e Kimarrei, a festa reuniu centenas de pessoas no bar Cais e Porto. Os DJs Charles e Lukas Vilas Boas e duas bandas locais animaram a galera.

Em evento realizado no Salão da Biblioteca do Palácio Episcopal de Barra no início de outubro, a escritora Joana Camandaroba, 97 anos, lançou seu 5° Livro “Elementos Humanos que fizeram a Barra do Passado”. O livro está disponível para download para usuários de iPhone, iPod e Pad e pode ser comprado na Livraria Espaço Cultura, em Barra (74.3662.3621). Aposentada há 17 anos como professora, Joana Camandaroba dedicou sua vida ao ensino.

FESTA DOS ANOS 80

JOANA LANÇA NOVO LIVRO EM BARRA

FESTA

“Elementos Humanos que fizeram a Barra do Passado” é o 5º livro de Joana Camandaroba, e pode baixado da Web para usuários de iPhone, iPod e Pad

LITERATURA

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Com a temática “Um lugar chamado Barreiras”, a COOPEB discutiu a cons-trução de uma identidade a partir da história, da cultura e da economia no X Fórum Social. O projeto é uma ferramen-ta didático-pedagógica que provoca a transdisciplinaridade como gradiente educacional mais substantivo. O fórum foi encerrado no final do mês passado e teve participação de toda comunidade escolar e sociedade civil.

O evento 5ª Primavera dos Museus movimentou instituições museológicas e culturais de todo o país tendo como tema “Mulheres, Museus e Memórias”. Coordenado pelo Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM e realizado pelas instituições museológicas brasileiras, a Primavera dos Museus acontece anualmente no início da primavera, com o objetivo de sensibilizar as instituições museais e a comunidade para debater temas da atualidade.

A Comissão Voluntária da Paz realizou recentemente uma manifestação contra a falta de segurança pública na cidade de Barreiras. Com o apoio de represen-tações da sociedade civil organizada, o movimento reclamou também da precária pista do aeroporto e da demora da obra do anel viário. Faixas e cartazes pediam um basta ao descaso com a cidade. “Esse manifesto foi para mostrar ao governo do estado que a sociedade civil organizada não vai ficar passiva. Vamos continuar cobrando e buscando as nossas reivindicações” declarou Rider Castro, membro da Comissão da Paz.

Populares fizeram uma grande mobili-zação pela implantação da Universidade Federal do Oeste no Território da Bacia do Rio Corrente, único Território da Bahia em que ainda não há oferta pública de ensino superior. Gritos de palavras de ordem foi a tônica da caminhada que contou com a participação de caravanas vindas dos 11 municípios do território.

Coordenado pela Escongel Contabilidade, o 5º Evento das Crianças levou solidarie-dade ao projeto Catavento, na comunidade Salve Deus, na Cascalheira. Esse projeto trabalha com a formação de crianças que vivem na rua e em situação de risco social. O evento reuniu funcionários, famílias, amigos e clientes da empresa. 94 crianças com idades de 5 a 9 anos receberam brinquedos e material escolar e se divertiram com as brincadeiras do palhaço Alecrim. “Fazemos isso com muita alegria. É um momento filantrópico especial”, contou Carlos André da Silva Prado, diretor da Escongel.

MOVIMENTO PEDE PAZ E ATENÇÃO DO GOVERNO

MOBILIZAÇÃO POR UNIVERSIDADE, EM SANTA MARIA

5ª PRIMAVERA DOS MUSEUS

FÓRUM SOCIAL DA COOPEB

SOLIDARIEDADE CONTÁBIL

Totem feito pelo artista Agamenom Amorim, exposto durante o fórum, mostrou a bacia hidrográfica da região

TONY LACERDA MARCO ATHAYDE

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16 NOV/2011

miscellanea

Festado Divino

Album Make and Hair

WERDER & BINHORua Dom Pedro II, 288 - Centro - Barreiras (BA)

(77) 3611.0007 / 5022 / 9119-3395

WERDER & BINHO

TRADIÇÃO

Todos os anos milhares de pessoas acompanham uma das tradições mais antigas de São Desidério, os festejos do Divino Espírito Santo, movimento trazido ao Brasil pelos portugueses durante a colonização que criou raízes e ganhou peculiaridades.

Este ano a família do jovem Leonardo Vinícios (foto abaixo), o imperador anfi trião da festa, organizou o evento. O imperador é a fi gura central da festa que representa o personagem responsável pela realização do evento, sua presença marcante está sempre à frente, conduzindo os foliões. Os cargos são escolhidos por meio de sorteio, um dos momentos mais esperado da missa. Para o próximo ano foi sorteado João Neres para imperador.

Ofi cialmente a data é comemorada 50 dias após a Páscoa para simbolizar o Pentecostes. Mas em São Desidério a manifestação teve a data alterada para 20 de setembro em consequência das antigas peregrinações dos primeiros padres que atendiam a localidade.

“Os sacerdotes visitavam a comunidade a cada ano em 19 e 20 de setembro. Os moradores aproveitavam para realizar batizados, casamentos e homenagear a santa de devoção, Nossa Senhora Aparecida - hoje padroeira do município - e o Divino”, explica o Padre Sérgio Reis.

Desde então, mais de um século se passou, porém a fé e os procedimentos da tradição continuam vivos. Os prepara-tivos duram o ano inteiro e começam com a retirada de esmolas, quando os foliões levam a Bandeira do Divino de casa em casa para abençoar os lares e arrecadar donativos.Outra atividade importante realizada pelos foliões é a pega-da do mastro no primeiro sábado de setembro. A tradição culmina com a missa e um farto almoço servido a toda a população na residência do imperador.

texto ANA LÚCIA e JACKELINE BISPO foto C.FÉLIX

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DESENROLAA LÍNGUA

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por ADERLAN MESSIAS

Acentose hifens

ACENTUAÇÃOAssembléia, heróico têm acento? Hum, vamos

pensar! Com a Nova Ortografi a estas palavras não são mais acentuadas. Mas a vontade mesmo é de deixar o acento agudo na sílaba tônica, pois dá a entender que sem esta marcação o som da palavra muda. O pior é que não muda! hehe...

Pois bem. Atenção! Agora vamos ter que acostumar as nossas vistas. A regrinha diz que palavras paroxíto-nas terminadas em ei e oi não serão mais acentuadas. Assim, temos: as/sem/blei/a – i/dei/a – pla/tei/a – he/roi/co – joi/a – as/te/roi/de.

Andréia tem o namorado como herói.Peraê!!! Este enunciado não tem palavra grafada

errada? Não! Esqueci de falar, mas nomes próprios o acento permanece. Ninguém vai entrar com proces-so na justiça para tirar o acento, vai? Nem o juiz vai perder tempo com isso, ou vai? Bom, a questão é a permanência do acento. Exemplos: An/dréi/a – Cléi/a.

Ué! E herói? Continua com acento? Não temos a sílaba com terminação oi? Sim. Temos. Mas a questão é que ela é oxítona. Isso quer dizer que a última sílaba tônica, mesmo terminada em ei e oi continuam acen-tuadas. Parece difícil, mas não é: he/rói – pa/péis.

USO DO HÍFENAutosserviço! Outro dia um colega veio me questionar se a palavra que ele tinha lido em uma

fachada estava correta. Estava indignado, pois afi rmava que tinham “assassinado” o nosso portu-guês. Dei umas gargalhadas...e disse: Cara, é a nova ortografi a! Durou acreditar, mas convenci. hehe

Pois é. Aquilo que parece estranho chama mesmo a atenção, não é? Vamos lá! Diz a regrinha que devemos juntar as palavras quando o segundo elemento (serviço) começar por “s” ou “r”. Logo o vocabulário, autosserviço está grafado corretamente.

Vejam alguns exemplos:autorretrato - antissala- contrassenso – neorrealista – antirrugas – motosserra – minissaiaEi! Deixa eu contar o que rola na Academia Brasileira de Letras. Segredo, hein! Rs...nem eles

mesmo se entendem, mas como a Língua Portuguesa é a única no mundo que se escreve de duas formas, o jeito então é unifi cá-la. Portugal que não gostou muito, sabe por quê? Porque fomos, um dia, colônia de Portugal e, por isso, dizem ser detentores da língua. Essa é boa, viu! A língua é propriedade de quem fala!!!

Pra fechar...voltando a ABL, o que comentam por lá é que o hífen está mais para infernização e não hifenização.

Até a próxima. Aguardem!!!

ADERLAN MESSIAS é Licenciado em Letras Vernáculas (UNEB),

especialista em Psicopedagogia (FASB), professor de Língua Portuguesa e Metodologia

Científi ca da FASB e professor de Língua Portuguesa Científi ca da FASB e professor de Língua Portuguesa e Semiótica (UNEB/Plataforma Freire)e Semiótica (UNEB/Plataforma Freire)

[email protected]

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18 NOV/2011

miscellanea

GASTRONOMIA

DO CERRADOMaresia

DO CERRADOMaresia

DO CERRADOMaresia

Defi nitivamente, a gastronomia do Cerrado agora tem sabor do litoral. Não se faz mais necessário viajar cerca de mil quilômetros para degustar um suculento badejo, uma mariscada ou uma lagosta na manteiga e ervas. Basta ir ao bairro Morada Nobre, estacionar no nº 1601 da avenida Aylon Macêdo, em Barreiras, e pedir le menu ao garçom. O difícil vai ser escolher o prato.O Bar & Restaurante Maresia foi aberto há seis meses pelos irmãos Antonio Carlos e Aline Lopes, jovens apaixonados pela culinária. Os produtos são importados de Salvador e da Costa do Dendê, na região de Valença, e passam por uma rigorosa inspeção, explicam os proprietários, que fazem questão de enfatizar que seus preços são bem em conta. O cardápio tem a assinatura do renomado chef Cristiano dos Santos, do Senac da capital baiana. Mas há um toque especial da família. “Lá em casa todos gostam de cozinhar”, garantem. Com ambiente climatizado e mobiliário rústico, o maresia lembra alguns botecos cariocas. As mesinhas na calçada (que respeitam o passeio público) podem ser uma ótima opção para quem quer degustar uma saborosa lambreta regada a um aperitivo ao ar livre. Depois, é só respirar e sentir que realmente a maresia chegou no Cerrado. Bon appétit!

PESCADO À MODA MACHU PICCHUFilé de badejo grelhado servido com purê

de salsa e creme de frutos do mar

TIMBALE DE BACALHAU COM ABACATESalada de bacalhau com um toque de

azeitonas pretas, tomate seco e abacate

texto ELLEN RARDEN fotos C.FÉLIX

TIMBALE DE BACALHAU COM ABACATESalada de bacalhau com um toque de

azeitonas pretas, tomate seco e abacate

18 NOV/2011

TIMBALE DE BACALHAU COM ABACATESalada de bacalhau com um toque de

azeitonas pretas, tomate seco e abacate

CASCATA DE CAMARÃOCamarões empanados servidos com arroz à piamontese

MARISCADAMoqueca de frutos do mar, servida com arroz, feijão furadinho, pirão ou farofa

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NOV/2011 19

Curiosidade

MARESIA BAR & RESTAURANTE Av. Aylon Macêdo, 1601 - Morada Nobre - Barreiras (BA) (077) 3611.7582 / 8841.0601

www.maresiarestaurante.com.br

INFORMAÇÕES

CARNE DE SOL À MODAENGENHEIRO GERALDO ROCHADe acordo com o pai de Antonio e Aline, esse

prato era um dos prediletos do homem responsável pelo desenvolvimento do Oeste

da Bahia., Geraldo Rocha (1881-1959), que nasceu em Barra e ajudou a criar o que

hoje é conhecido como Codevasf (Companhia dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). Além desse prato, outro também foi inspirado numa personalidade da região: “Carne de sol à moda governador Antônio Balbino”. O que diferencia um do outro é apenas a guarnição: um é servido com pirão de leite e outro com farofa molhada (foto).

VERMELHO FRITOPeixe vermelho servido

com arroz branco, farofa namanteiga e salada de alface, tomate e cebola

LAMBRETAMolusco servido com caldo, degustado com limão e azeite. Dizem que é afrodisíaco!

Geraldo Rocha com o amigo pessoa, o ex-presidente da Argentina, Juan Domingo Perón

Com ambiente climatizado, o Maresia funciona de segunda a sexta, das 18h à 0h. Aos sábados, durante o verão, acontece o Projeto Pôr do Sol. Aos domingos, o restaurante é aberto para almoço. Em breve, a casa vai inaugurar um espaço para crianças

RE

PR

OD

ÃO

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20 NOV/2011

Natural de Fortaleza, onde iniciou a carreira de jogador aos 17 anos, não demorou para o faro de gol e o dom na bola área chamar a atenção do futebol do centro/sul do país. Contratado pelo Vasco da Gama, entre 1991 e 1994, Jardel disputou 39 partidas marcando 22 gols. Pinçado pelo técnico Luís Felipe Scolari, Jardel deixou o clube de São Januário em 1995 para disputar a Taça Libertadores da América pelo Grêmio de Porto Alegre. No Estádio Olímpico levou o clube gaúcho ao bi campeonato da América. Jardel se tornou ídolo da torcida tricolor. Em um ano e meio de clube, disputou 73 jogos e marcou 67 gols,

A boa fase vivida na capital gaúcha continuou em Portugal. Pelo Porto, entre 1996 e 2000, Jardel alcançou a incrível média de mais de um gol por jogo. Ao todo foram 125 partidas e 130 gols marcados com a camisa do clube português. A fase áurea e a fartura de gols continuaram por mais três anos. Entre 2001 e 2004, no Galatasaray da Turquia e de volta a Portugal, mas vestindo a camisa do Sporting, Jardel continuou ídolo e artilheiro. No entanto, foram as férias e as más companhias que aos poucos tiraram o atleta dos trilhos.

O vício se tornou um problema na carreira do craque. Os gols se esvaíram e as propostas também. Entre 2004 e 2008, Jardel passou por 10 clubes, no Brasil e no exterior, sem conseguir ser nem sombra do ‘matador’ de anos antes. “Eu sei que errei. Todos nós temos problemas e só depende da gente superar, mais nada. As pessoas mudam. Têm duas escolhas. Ou se vai para baixo ou muda. É preciso força de vontade, não dá pra se entregar nunca”, desabafa, ao lembrar os momentos difíceis da carreira.

Para o craque, alerta sobre os malefícios do uso excessivo de drogas e álcool não faltam na televisão ou nos jornais. O que importa, segundo ele, é manter-se afastado das más companhias e não se ludibriar com o glamour do futebol. “Estudem, busquem fugir das drogas, busquem ocupar suas mentes”, decreta. Mas, e o Jardel hoje? como está? quem é? o que pretende? “Sou um homem renovado e feliz”, simplifi ca.

E FELIZRenovadoJARDEL

texto/foto ANTON ROOS

não se ludibriar com o glamour do futebol. “Estudem, busquem fugir das drogas, busquem ocupar suas mentes”, decreta. Mas, e o Jardel hoje? como está? quem é? o que pretende? “Sou um homem renovado e feliz”, simplifi ca.

O craque foi a atração principal da I Convenção Regional de Torcedores do Grêmio, organizada pelo Consulado Gremistas Oeste Bahia, em Luís Eduardo Magalhães

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SAÚDE

COM A PELECuidados

Verão! Sol, que combina com corpo sarado, que combina com rio e mar, que combina com azaração, que combina com PRO-TEÇÃO. Quando chega a estação mais quente do ano a maioria das pessoas coloca o lazer em primeiro lugar, e por vezes se esquecem que a pele requer atenção especial.

“Exposições exageradas e repentinas ao sol podem acarretar manchas, fl acidez, vermelhidão, envelhecimento precoce, queimaduras, lesões pré-cancerígenas, entre outras doenças”, o explica a dermatologista Ana Paula Bertoldi, recomendando que deve-se usar protetor solar sempre que a pessoa fi car ex-posta ao sol, inclusive com reaplicação a cada 2 horas, em caso de longos períodos.

O que provoca tantos danos à saúde são os raios Ultravioleta (UV), que estão chegando com maior intensidade à Terra de-vido o buraco na camada de Ozônio. Os raios UVB provocam as queimaduras na superfície da pele e os raios UVA penetram na pele e provocam danos ao longo dos anos. O protetor solar é um importante agente, pois a sua química provoca uma barreira que impede a penetração dos raios. É bom também usar sempre chapéus e óculos, para evitar problemas oculares, como a catarata.

Outro cuidado importante para quem mora em locais de clima seco, como na região oeste da Bahia, é usar cremes hidratantes. “A pele seca pode acarretar diversos problemas, o principal dele é o envelhecimento precoce. Por isso o uso de cremes hidra-tantes é de extrema importância, para quem quer ter uma pele mais bonita e saudável”, aconselha Ana Paula Bertoldi.

Prevenção% Higienizar a pele com um sabonete adequado

para o seu tipo de pele;

% Remover toda maquiagem antes de dormir;

% Usar fi ltro solar diariamente;

% Evitar se expor ao sol entre 10h e 15h;

% Fazer limpeza de pele frequentemente;

% Evitar tomar banho com água quente;

% Usar hidratantes corporais e faciais pelo menos duas vezes por semana;

% Ingerir 2 litros de água por dia;

% Ter uma alimentação saudável e equilibrada, rica em legumes, verduras e frutas, carnes brancas;

% Dormir em média 8 horas de sono todas as noites;

% Praticar atividade física.

O fi ltro solar% Prefi ra os Filtros Solar que proporcionem

proteção contra os raios UVB e UVA;

% O rosto é a parte mais sensível do corpo à exposição solar;

% Cada tonalidade de pele tem um tempo limite de exposição solar;

% Use protetor com FTS (Fator de Proteção Solar) de no mínimo 15, que garanta pelo menos 94% de proteção. Mas lembre-se de reaplicá-lo pelo menos a cada 2 horas;

% Mantenha os bebês com menos de 6 meses de idade fora do alcance dos raios solares;

% Use óculos de sol com lentes que protejam contra o ultravioleta;

% Mesmo em dias nublados, cerca de 80% dos raios UV atravessam as nuvens e a neblina;

% Hidrate a pele após ter tomado sol, para restaurar a umidade perdida, evitando assim o seu ressecamento;

% Vá ao dermatologista quando uma pinta aumentar de tamanho ou de cor em seu corpo.

texto G.FLORES e THIARA REGES

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22 NOV/2011

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EU TENHO A

O jovem Adam, príncipe fi lho de Randor, conquistou uma legião de fãs adolescentes nos anos de 1980. Não na pele do príncipe, que sempre fugia das situações de perigo (assim como Peter Parker e Clark Kent) para invocar sua identidade secreta. Ele empunhava a espada, bradava “Pelos poderes de Grayskull, eu tenho a força!”, o covarde tigre Pacato se transformava no valente Gato Guerreiro e o príncipe Adam, em He-Man, herói e musculoso de poucas roupas que despertava na molecada o desejo de ter bíceps, tronco e peitoral iguaizinhos àqueles. Agostinho de Lima Figueiredo, da pequena e hospitaleira Catolândia, distante 29km de Barreiras e anos luz do planeta Etérnia, era um desses meninos. Hoje, com 38 anos, é o atual bicampeão sulamericano de fi siculturismo na categoria 90kg e seu sonho é conquistar o Arnold Classic, competição que aconteceu no último mês na Espanha. Catão, como é conhecido, fi cou em 15º lugar. Não tem problemas: ano que vem tem o campeonato de novo. Afi nal, na trajetória de um fi siculturista, não tem moleza não.

Catão começou a malhar aos 15 anos. Sempre que terminava os exercícios corria para o espelho. Fazia

ESPORTE

texto C.FÉLIX e G.FLORES foto C.FÉLIX

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NOV/2011 23

poses e mais poses. Gostava de ver o progresso de seus músculos, o corpo se definindo em formas gregas. Na Grécia antiga, o corpo era glorificado, valorizado pela sua capacidade atlética, saúde e fertilidade. Em Atenas, especificamente, prevalecia o culto à forma, beleza. “Naquele tempo eu já tinha um corpo definido”, lembra Catão, que venceu na primeira competição em que participou, em 2000.

A alimentação de um fisiculturista não é nada fácil. O controle é rigoroso. O atleta tem que ter uma nutrição balanceada e evitar fritura, gordura e açúcar. “Eu estou em uma dieta há seis meses à base de carboidratos e proteínas” conta Catão, quando ainda se preparava para participar do Arnold Classic, na Espanha. Segundo o esportista, é preciso beber muita água e comer a cada três horas para manter a forma. “Eu chego a gastar 5 mil reais com comida em época de competição. Mas graças a Deus eu tenho um patrocinador”, diz.

Formado em Educação Física e dono de uma academia, Catão diz que não é qualquer um que pode se tornar um fisiculturista. A genética é determinante para a formação de futuros campeões. “Os juízes analisam muito a simetria, volume e definição dos músculos”, explica. Em seguida, chama atenção para o verão, época em que muitos jovens recorrem a academias em busca de um corpo sarado. Influenciados pelo padrão de beleza imposto pela mídia, querem um resultado rápido e procuram os anabolizantes. “Eles podem ficar bonitos por fora, mas por dentro o anabolizante destrói fígado, pâncreas e todo o resto. E o cara acaba perdendo a vida. Se você malhar certinho e ter uma alimentação adequada, o resultado vem rápido. Só ter paciência”, garante.

O maior sonho do fisiculturista baiano é ser campeão no Arnold Classic. O torneio criado pelo astro Arnold Schwarzenegger só aceita competidores campeões. Quem não tem títulos não entra. “Há muito tempo venho sonhando com essa competição. Só de estar lá já é uma realização pra mim”, declarou Catão antes de embarcar para a competição. De volta e sem o título na mala diz que vai aguardar o próximo ano. Quem sabe. Incentivo é o que não falta. Nem dos amigos nem da família.

Casado e pai de uma menina, Catão diz que tem apoio incondicional em casa. “Minha mulher me dá a maior força. Ela gosta do que eu faço. Tudo que tenho hoje é graças ao esporte”, declara. Com 38 anos nas costas e 47 títulos no currículo (baianos, brasileiros e sul-americanos), o “grego” do Cerrado às vezes pensa em aposentadoria. “Pretendo participar do Campeonato Sênior ainda este ano. No próximo, quero disputar mais uma vez o Arnold. Em 2013 quero disputar o Master. E depois disso... (ri) quem sabe aposento os pesos”, finaliza o atleta dizendo que já está na hora de comer. Uma marmita sempre lhe acompanha. A alimentação de três em três horas não pode falhar.

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40O

por KARINE MAGALHÃES

Barreiras

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EXCLAMAÇÃO

[email protected]

KARINE MAGALHÃESé consultora de moda, trabalhou na renomada Maison

Ana Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide (todas em Brasília) e também em cerimoniais

com Cristina Gomes. Atualmente faz consultoria para Maison Caroline (Barreiras-BA) e r.A

@Barreirasemfoco

barreirasemfoco.com

Clutches em evolução!Os modelos envelope tomaram conta desta última temporada.

Carla cavalcante usa pantalonas uma aposta certa para todas as mulheres

Talita Sampaio, cantando Aquarela do Brasil de Ary Barroso, na abertura do desfi le Maison

Fashion Statement!Bib Neclace é um colar cheio de estilo montado sobre uma base, com cristais, ou pedras aplicadas, tecidos fl orais, rendas. Tradução de BIB é babador. Um acessório mega atual usados nos tapetes vermelhos e por celebridades como Mollis Sims, Kim Kardashiam e Beyonce.

Atalanta no clima a la Carmen Miranda

Democracia é a palavra de ordem da estação verão. Embora ainda não tenha começado no calendário, já esquenta as passarelas fashion de todo o mundo. Em Barreiras, no Fashion Weekend (abaixo, à direita), looks casuais, joias, acessórios e statement (peças que revelam personalidade) predominaram no even-to que reuniu público de toda a região.

C.FÉLIX

C.FÉLIX

HELENA OMENA

FOTOS: REPRODUÇÃO

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Com as facilidades de hoje e o dólar em baixa, viajar fi cou melhor ainda, afi nal viajar é fundamental! Mas pra muita gente a hora de fazer as malas é cruel. O que levar, se faz frio ou calor são algumas das perguntas que fazemos e não sabemos responder. Aqui vai uma ajudinha!

Pra quem vai viajar e seu destino é o litoral, não tem que pensar muito. Para uma semana de sol e calor, entre o mar e a piscina leve 2 ou 3 biquínis, de preferência aqueles biquínis que podem trocar a parte de cima com outro, 2 túnicas para vestir como saída de praia, 1 saia, 1 short, 2 ou 3 tops, 1 ou 2 vestidos, 1 par de rasteirinhas de praia, 1 par de sapatilha e 1 salto. Essas dicas também se aplicam a quem vai para o campo e terá a companhia da mãe Natureza, entre rios e lagoas, só não esqueçam o velho amigo tênis.

Mas, se este ano você trocou as cidades praianas por um destino mais fresquinho, o recheio da sua mala certamente será diferente. Leve 2 calças jeans, será a sua salvação, 1 saia longa e 1 vestido, de preferência de cor e estilo mais básicos, umas 3 t-shirt básicas e 3 camisas manga longa, 1 par de botas sem salto, 1 sapatilha, 2 cachecóis, 4 pares de meia, 1 cardigã e 1 casaco que combine com tudo isso, de preferência um preto ou bege. Roupas básicas, mas podemos caprichar nos acessórios já que eles não ocupam muito espaço.

O truque é viajar com 1 das calças jeans e com o tênis, é melhor viajar com as peças que ocupam mais espaço na mala. Sempre indico. Conhecer e pesquisar um pouco sobre a cidade aonde vai visitar também vale muito a pena, assim você economiza tempo e aproveita tudo que tem direito.

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Com as facilidades de hoje e o dólar em baixa, viajar fi cou melhor ainda, afi nal viajar é fundamental! Mas pra muita gente a hora de fazer as malas é cruel. O que levar, se faz frio ou calor são algumas das perguntas que fazemos e não sabemos responder. Aqui vai uma ajudinha!

Pra quem vai viajar e seu destino é o muito. Para uma semana de sol e calor, entre o mar e a piscina leve 3 biquínismuito. Para uma semana de sol e calor, entre o mar e a piscina leve 3 biquínismuito. Para uma semana de sol e calor, entre o mar e a piscina leve

de cima com outro, 2 túnicas para vestir como saída de praia, 1 short, 2de cima com outro, 2 túnicas para vestir como saída de praia, 1 short, 2de cima com outro, 2 túnicas para vestir como saída de praia,

rasteirinhas1 short, 2rasteirinhas1 short, 2

dicas também se aplicam a quem vai para o campo e terá a companhia da mãe Natureza, entre rios e lagoas, só não esqueçam o velho amigo tênis.

Mas, se este ano você trocou as cidades praianas por um mais fresquinhoMas, se este ano você trocou as cidades praianas por um mais fresquinhoMas, se este ano você trocou as cidades praianas por um

diferente. Leve 2 calças jeansmais fresquinho

2 calças jeansmais fresquinho

e 1 vestido2 calças jeans

1 vestido2 calças jeans

t-shirt básicasbotas sem saltode meia, 1 cardigãpreferência um preto ou bege. Roupas básicas, mas podemos caprichar nos acessórios já que eles não ocupam muito espaço.

por VANESSA HORITA

É horade viajar!

ÚTIL

[email protected]

VANESSA HORITAVANESSA HORITAé formada em Administração (UniCeub-DF), é formada em Administração (UniCeub-DF),

morou no Canadá e nos EUA, adora viajar e morou no Canadá e nos EUA, adora viajar e conhecer culturas diferentes, é uma fashionista conhecer culturas diferentes, é uma fashionista

de plantão e ama a vidade plantão e ama a vida

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CALÇADOS

Mix de tendências para contrapor com os looks de verão, são os principais pontos e características da marca Loucos & Santos, exclusividade Pés & Cia.A coleção vem com o rústico, tons açucarados e bloco choque pontuados com naturais em estilo day by night. A linha masculina veio com os sapatênis, sociais, mantendo o ar clássico para homens modernos.

E SANTOSLoucos

miscellaneatrends and news

A coleção vem com o rústico, tons açucarados e bloco choque pontuados com naturais em estilo

. A linha masculina veio com os sapatênis, sociais, mantendo o ar clássico para homens modernos.

INFORMAÇÕESPÉS & CIA

Rua Profª. Guiomar Porto, 44 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3611.6368

Page 28: Revista A ed. 6

28 NOV/2011

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MAISON CAROLINE Rua Abílio Farias - Centro - Barreiras (BA) (077) 3611.8279

Blog: maisoncaroline.blogspot.com

INFORMAÇÕES

DELUX

Para mulher de atitude, Camila Klein criou em parceria Swarovski Elements a Meduse, uma das cinco maravilhosas linhas verão 2012, apresentam a Graphic Fancy Stone e toda a inovação dos cordões com micro pérolas, os chamados Crystal Yarn. O trabalho minucioso e sofi sticado de crochê, feito com esses cordões, envolvidos com minúsculas pérolas, traz à imaginação os tentáculos de medusas marinhas, com cores claras e suaves. Todas as peças estão disponíveis na Maison Caroline.

Meduse

miscellaneatrends and news

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PROMOÇÃOCamila Klein na Maison Caroline!

A cada R$ 300,00 em comprasna Maison Caroline você concorre a um lindo brinco da linha Schwamm Camila Klein, inspirada nas partes dos corpos de seres aquáticos. Esta promoção é valida até o dia 30 de novembro de 2011. Participe!

Modelo: Vanessa Horita

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30 NOV/2011

miscellaneatrends and news

A Corpo e Magia Ecofashion conseguiu captarum grande potencial nos produtos feitos por algodão colorido, estimulando o consumo consciente e a preservação do meio ambiente. Outros destaques sa loja são a renda renascença, de origem europeia do século XVI, e a coleção “Pedacinhos de Barreiras”, que resgata a história do município em fotografi as nos mais diversos souvenir. O projeto foi idealizado pelo proprietário Tony Lacerda, que tem um acervo fotográfi co invejável da região.

CORPO&magia&magia&magia&&Colares, mandala e sandália de algodão colorido.

Blusa renascença matizada. Acima, carteiras em algodão colorido

Vestido em algodão colorido com aplicações em tecido desfi ado;

Vestido de algodão colorido pintado à mão

FOTO

S: C

.FÉ

LIX

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NOV/2011 31

Bijouterias artesanais nacionais e importadas.

Abaixo, peças da coleção Pedacinhos de Barreiras e gravata em renascença para vinho

Blusas de linhocom detalhes em renacença

CORPO & MAGIA Rua 25 de Outubro, 333 - Centro

Barreiras (BA) (77) 3613.6629

INFORMAÇÕES

NOV/2011

CORPO & MAGIA Rua 25 de Outubro, 333 - Centro

Barreiras (BA) (77) 3613.6629

INFORMAÇÕES

Vestido em renda renascença e colar de pérolas com

aplicação em renda renascença. Carteira e

sandália em algodão colorido

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Page 33: Revista A ed. 6

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miscellaneatrends and news

A roupa pode ser básica, mas acompanhada do acessório certo torna o look sofi sticado, dando um ar mais chique ao visual. Joias, óculos e bolsas da Victor Hugo, são perfeitos para todas as ocasiões. Veja alguns modelos exclusivos de acessórios essenciais para o trabalho, eventos casuais ou até momentos mais requintados que podem ser encontrados na Cristina Mattos Joias.

CRISTINA MATTOS JOIAS Rua D. Pedro II, 266 Loja A - Primavera - Barreiras (BA) (77) 3612.0671

INFORMAÇÕES

indispen sáveis

Page 34: Revista A ed. 6

34 NOV/2011

CARLINHOS PIEROZAN

O valor doassociativismo

EM UMA CIDADE EMFRANCO CRESCIMENTO

Estima-se que em 10 anos Luís Eduardo Magalhães passe dos atuais 60 mil para 150

mil habitantes. Diariamente, inúmeras empresas procuram a diretoria de Indústria e

Comércio em busca de dados sobre o crescimento do município. Em 2001, a Juceb

registrava cerca de 900 empresas instaladas na cidade. Hoje, esse número é superior

a 6 mil. E LEM é, sem sombra de dúvida, um dos municípios mais promissores do interior

da Bahia. No entanto, a maioria do empresariado ainda não reconheceu o valor do

associativismo. “Ele sofre com a carga tributária mas não faz nenhum movimento contra

isso. Falta organização”, explica Carlinhos Antônio Pierozan, presidente da Associação

Comercial e Empresarial de Luís Eduardo Magalhães (Acelem), que tem apenas 20% dos

comerciantes associados à entidade. Acompanhe a entrevista.

texto/foto ANTON ROOS

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LEM tem se caracterizado por ser uma cidade com um gran-de apelo empreendedor. A que se deve isso?

No meu entender, deve-se ao fato de a agricultura ser o carro chefe da nossa região, o que faz com que os empreendedores de todo Brasil vejam a cidade como uma oportunidade de negócio. Basta olharmos para os números de crescimento. Em 2001, nós tínhamos aqui cerca de 960 empresas instaladas. Hoje, segundo a Juceb, temos mais de 6 mil. LEM foi a cidade que mais cresceu no Brasil nesse período. Isso, naturalmente, faz com que as pessoas que estejam fora vejam o município como uma oportunidade de negócios. Assim, não só os que já estão aqui procuram empreender, como também o empresário de fora.

Como a Acelem pode contribuir para o desenvolvimento lo-cal?

A Acelem se encaixa nesse processo de desenvolvimento como representante legítima do comércio. Tem por função mostrar ao po-der público quais as dificuldades e anseios do empresariado local. A gente sabe que o fato de LEM crescer muito rápido atrai muita gente de fora. Isso acaba trazendo também um grande número de ambulantes. O que gera um enorme problema para todos nós. O empresário tem um custo, arca com uma carga tributária alta e paga por isso todo mês. Não temos nada contra as pessoas que queiram vir para LEM montar seu negócio, contanto que concorram dentro da formalidade, da legalidade.

Qual a importância do associativismo para o fortalecimento do comércio?

A questão do associativismo é muito interessante. Vou te respon-der usando como base não só o exemplo de LEM, mas me repor-tando ao que acontece em todo país. Com frequência, vou a con-gressos, conferências e fóruns Brasil a fora. Nesses eventos é possível perceber que o empresário ainda não se deu conta da importância da sua participação nas entidades de classe. Muitas vezes ele se as-socia, mas não participa. Um funcionário é que frequenta as reuni-ões. O empresário, no fundo, não entendeu a importância da sua participação. Para se ter uma ideia, nós temos aqui 600 associados na Acelem e uma adesão muito pequena nas reuniões da entidade. O associativismo é justamente para que o empresário possa fazer as reclamações, apresentar as demandas do seu estabelecimento, suas dificuldades. Desta forma, a associação pode atendê-lo de forma melhor, principalmente nas questões tributárias. Estamos prestes a ver criados novos impostos e não há um movimento da classe no sentido de evitar que isso aconteça. Tínhamos de estar mais or-ganizados. O empresário sofre com a grande carga tributária, mas não faz nenhum movimento contra isso. Não há uma organização para eleger pessoas que representem de forma justa a classe. E é ai que entra o associativismo. A defesa desse comércio - é bom que se diga! -, não é apenas em favor do comerciante, mas em prol do desenvolvimento da cidade. Afinal, nós estamos empregando pes-soas, estamos pagando impostos e, muitas vezes, as pessoas aca-bam criando confusão com isso. O empresário está gerando riqueza aqui, emprega pessoas e estas acabam por empregar outras. Isso forma um círculo que, com certeza, contribui para o crescimento da nossa cidade.

O que fazer para ampliar o número de associados?Nós assumimos a diretoria da Acelem no início deste ano com »

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36 NOV/2011

esta proposta. Nosso objetivo é chegar ao fi m do nosso mandato com mais de mil empresários associados. Uma das formas que a gente encontrou para isso foi realmente fortalecer as campanhas da Acelem. Buscamos, junto ao nosso quadro de funcionários, formar uma equipe para dar suporte e oferecer um serviço diferenciado para o associado da Acelem. A campanha de Natal que vamos lan-çar no dia 15 de outubro (N.E: A entrevista foi feita no dia 30 de se-tembro) terá mais de 15 mil prêmios. Essa foi uma forma de forta-lecer o comércio. O empresário precisa entender que a Acelem não é só a diretoria e seu presidente, é uma entidade que os representa.

Recentemente, foi constituída na cidade uma rede de farmá-cias. Algo semelhante já havia sido feito com alguns supermer-cados. Qual a importância desse tipo de iniciativa?

É o projeto Empreender que a Acelem implantou há anos. Basi-camente, consiste no fortalecimento de núcleos específi cos forma-dos por grupos e empresas de um mesmo segmento. A associação vem trabalhando para a criação de vários desses núcleos. A ideia é que, pelo fato de enfrentarem os mesmos problemas e difi culda-des, essas empresas possam conjuntamente buscar soluções na en-tidade. O que não puder ser resolvido aqui, que seja encaminhado para o ente estadual ou federal. A criação desses núcleos demonstra união. E é justamente o que nós queremos. Hoje, temos grandes grupos que veem em LEM uma oportunidade de negócios. Temos uma previsão de que no próximos 10 anos Luís Eduardo chegue a 150 mil habitantes. As grandes empresas estão pesquisando a nossa cidade, realizando visitas ao município. Como Diretor de Indústria e Comércio da Prefeitura eu recebo muitas solicitações de empresas quanto a números e estatísticas de nossa cidade. As pequenas em-presas precisam cada vez mais estar unidas para enfrentar os gran-des que estão chegando. Uma forma de elas fazerem isso é através do projeto Empreender. Nele, elas vão estar organizadas, vão poder trabalhar uma mídia juntas, uniformes para funcionários e várias outras questões. Isso acaba reduzindo o custo. Quando se compra sozinho você tem um custo X, quando você compra em parceria com outras 10 ou 15 empresas vai ter esse custo diminuído. Esse é o objetivo dessa união.

LEM foi o primeiro município do Oeste a aprovar a Lei Ge-ral da Micro e Pequena Empresa. Qual o signifi cado disso?

A Lei Geral começou a ser desenhada quando recebemos uma provocação do Sebrae. Assim que nós conhecemos o teor da pro-posta, principalmente sobre os ganhos que o pequeno e micro em-presário teriam, nós corremos atrás - ainda na antiga Secretaria de Desenvolvimento Econômico, hoje desmembrada em Secretaria de Agricultura e Secretaria de Indústria e Comércio. Fomos buscar o ‘know-how’ em cidades da Bahia que já tinham aprovado a lei, como Lauro de Freitas e Camaçari. Ao voltar de lá, adequamos o texto da lei a realidade de Luís Eduardo. Em dezembro de 2009 ela foi sancionada pelo poder executivo. Na questão das compras públicas, por exemplo, em valores até R$ 60 mil reais a prefeitura pode comprar do micro empresário, tendo um diferencial de preço ela pode pagar um pouco mais caro para poder comprar desse mi-cro empresário. Temos a questão tributária municipal com redução para o micro empresário local. Dentro da lei também cabe desta-

»

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car a criação do fórum da Micro e Pequena Empresa. É interessante ressaltar que Luís Eduardo é a única cidade na Bahia com o fórum instalado. O que dá o direito de ser a única cidade do estado que participa das discussões promovidas no âmbito nacional. Eu estive no último encontro. É lá onde a gente busca o diferencial para a micro e pequena empresa, onde é possível discutir a questão tributária, de fiscalização, do Ministério do Trabalho. Outra novidade, fruto da Lei é que está em vias de instalação em Luís Eduardo, o Regin. Trata-se de um sistema informatizado que integra os órgãos públicos envolvi-dos no registro de empresas como Junta Comercial, Receita Federal, Secretaria de Fazenda Estadual, Prefeituras Municipais que visam a desburocratização dos processos de abertura, alteração e baixa de em-presas. Isso é uma conquista, justamente pelo fato de termos saído na frente dentro do estado da Bahia e ser o primeiro a ter esse serviço instalado - provavelmente já no início do ano que vem. Esse processo que hoje é complicado, da pessoa ter de apresentar documentação no Ministério da Fazenda, e outros vários documentos na Prefeitura, com a implantação do Regin vai ter o trâmite de documentos diminuído, pois vamos conseguir conciliar isso tudo em um só local.

A Acelem apoia e dá algum tipo de suporte para os Empreen-dedores Individuais?

Nós começamos apoiando as empresas a se formalizarem. Pensan-do nisso, criamos uma categoria especial dentro da Acelem, de Asso-ciado Empreendedor Individual. Ele paga uma taxa pequena e assim participar de todos os processos da associação. Ele vai ter o SPC e Serasa. Vai ter todos os produtos que a Acelem tem, da mesma forma que o médio e o grande empresário. Foi a forma que encontramos de fazer com que essa pessoa se formalize. A intenção nossa não é terminar com o comércio informal mas que ele se formalize e tenha os benefícios da lei.

O senhor pode falar sobre o projeto Cidade do Automóvel ?Uma das dificuldades que temos em nossa cidade é com relação ao

espaço. Quando vemos as empresas, revendas de veículos novos se instalando aqui no centro, tendo de usar as calçadas, estacionamentos em volta... Não adianta a pessoa instalar uma empresa no final de um bairro que não vai ter movimento. Isso acaba causando um pro-blema para o trânsito, circulação das pessoas e até de acessibilidade. Nós, preocupamos com essa situação, com os frequentes feirões que acontecem aqui, conversamos com o pessoal da Associauto (Associa-ção dos Revendedores de Veículos de Luís Eduardo Magalhães), na pessoa do seu presidente, Francisco Neto, e sugerimos a criação da Cidade do Automóvel. A única participação que a Prefeitura terá nes-

CARLINHOS PIEROZAN

UM DOS DESAFIOS DA ACELEM É FAZER COM COM QUE O EMPRESÁRIO, ANTES DE INSTALAR SUA EMPRESA, ESTUDE ONDE IRÁ SE INSTALAR, FAÇA UMA PESQUISA DE MERCADO E VEJA SE HÁ ALGUMA POSSIBILIDADE DE LUCRO”

se processo é o incentivo para que as empresas se instalem dentro do complexo da Cidade do Automóvel. A ideia é oferecer isenção para as empresas que hoje estão instaladas nas partes centrais da cidade migrem para a Cidade do Automóvel. No entanto, a área onde iremos construir esse complexo não será através de doação por parte da prefeitura. Nós entendemos que essas áreas públicas devem ser utilizadas para a construção de escolas, postos de saúde, praças. Nossa proposta é que as imobiliárias nos auxiliem nesse projeto, através de parcerias na primeira fase, para incentivarmos as empresas a deixarem os locais onde elas estão. Estamos traba-lhando com essa ideia da doação do terreno através destas parcerias com as imobiliárias da cidade.

Já há algo concreto em relação a isso?Várias imobiliárias já sinalizaram, inclusive preparando projeto

da área disponível para esta doação. Quatro imobiliárias já nos pro-curaram com a intenção de doar esta área para que seja criada a Cidade do Automóvel. Vale lembrar que nosso objetivo é que a Cidade do Automóvel seja instalada em área comercial, que não fique em uma área residencial. Foi dado um prazo de 90 dias na audiência pública. Vamos usar esse prazo para buscar uma área que realmente atenda a necessidade do empresário que tenha sua revenda e loja do automóvel, mas também entendemos que não podemos causar problema para a população. Não queremos uma área urbana, que seja residencial, para que não voltemos a ter o problema que estamos tendo hoje.

A máxima de que LEM é uma cidade de oportunidades se confirma na prática ou depende muito da pessoa que vier a investir no município?

Essa máxima com certeza se aplica. Porém, vemos muitas pesso-as chegando na cidade sem nenhuma preparação, sem nenhuma pesquisa de mercado em mãos, sem estudo onde melhor se insta-lar. Muitas vezes, alugam um imóvel pensando apenas em pagar mais barato por um terreno, mas não estudam o fluxo de pessoas que passa por esse local. Acontece que, da mesma forma que mui-tos estão abrindo seus negócios, muitos estão fechando suas portas. Este é um desafio da Acelem, fazer com que esse número diminua cada vez mais. Fazer com que o empresário, antes de instalar sua empresa, estude onde irá se instalar, faça uma pesquisa de mercado e veja se há alguma possibilidade de lucro.

Onde LEM pode chegar, em termos de crescimento, desen-volvimento e fortalecimento de sua indústria e comércio?

Eu acredito que nós temos potencial para chegarmos a ser uma das maiores cidades da Bahia. Existem muitas áreas a serem aber-tas para a produção agrícola. Esse crescimento não deve parar. O fator do agronegócio deve ainda favorecer para que tenhamos um diferencial em relação a outras cidades da região Oeste da Bahia. Hoje, a busca para instalação de indústrias é muito grande na cida-de. Temos o Setor Industrial completamente tomado. Toda semana chegam várias indústrias em busca de um local para se instalar. Eu acredito que vamos ter um crescimento muito grande pela fren-te, podendo nos tornar, inclusive, uma das cidades mais ricas do Brasil.

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Esta seção foi criada pela r.A para mostrar um pouco do perfi l dos jovens empreendedores que mudaram a cara e o estilo dos negócios no Oeste da Bahia.

JOVEMEMPREENDEDOR

NOME ANDRÉ BRAGAIDADE28 anos

FORMAÇÃO ACADÊMICADireitoEMPRESALuz MotosCARGODiretor Administrativoe Financeiro

AGORA ESTÁVAMOS ADAPTANDO UM CAMINHÃO PARA LEVAR NOSSOS SERVIÇOS A LUGARES ISOLADOS. É UMA IDEIA INTERESSANTE PARA VENDER PRODUTOSE SERVIÇOS, COMO REVISÃO DE MOTOS”

Trabalhar com uma marca que já é mundialmente conhe-cida não é sinônimo de bons negócios. Mas grandes mar-cas nas mãos de empresários visionários tornam-se líderes de vendas. Foi o caso dos irmãos empreendedores Luiz e

André Braga que, há quatro anos estão à frente da Luz Motos, Comércio, Serviços e Peças Ltda.

A revendedora autorizada e exclusiva da marca Honda para o oeste da Bahia começou sua história em 2007, quando os jovens empresários abandonaram Salvador, cidade natal, e vieram para Barreiras. Para uma melhor gestão, os irmãos Braga dividiram as atividades de acordo com o perfi l de cada um: André fi cou com a parte administrativa e fi nanceira e Luiz com a comercial. Hoje, a empresa tem 86% de participação no mercado.

Atendimento diferenciado e respeito ao consumidor são ingredientes fundamentais para o crescimento e desenvolvimento de uma empresa, defendem os jovens empresários. “A qualidade de pós-venda fez com que a nossa empresa se consolidasse ainda mais no mercado”, explica Luiz. André emenda que a estratégia de marketing também é muito im-portante, mas tem que ser usada com ética, honestidade. Propaganda para queimar os produtos do concorrente não é a saída. O caminho é

destacar a qualidade e o diferencial dos produtos da própria empresa.

Estreitar os laços com os clientes é uma aposta dos em-presários para expandir os negócios da empresa, que conta com três concessionárias e 15 pontos de vendas espalhados pelo oeste baiano. “Agora estávamos adaptando um cami-nhão para levar nossos serviços a lugares isolados. É uma ideia interessante para vender produtos e serviços, como revisão de motos”, conta o diretor comercial.

marcaJOVENS POR TRÁS DA

texto/foto G. FLORES

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NOME LUIZ BRAGAIDADE31 anos

FORMAÇÃO ACADÊMICAAdministraçãoEMPRESALuz MotosCARGODiretor Comercial

Mas a preocupação com o cliente não é tudo. Os irmãos Braga destacam que a harmonia e a sinergia devem prevale-cer no ambiente de trabalho. Para isso, recorreram à tecnolo-gia para tornar a comunicação mais ágil e efi ciente. Todos os colaboradores têm e-mail, usam Skype e se falam por celular gratuitamente através de um plano adquirido pela empresa, que também investe na formação acadêmica. Os colabores matriculados em faculdades particulares ganham bolsa de estudo.

Tudo isso pode ser resumido em uma única palavra, explicam os Braga: trabalho. O sucesso só vem com muito trabalho. Não adianta só planejar e não trabalhar, não colocar em prática. Portanto, o trabalho constante e incessante é que vai fazer de um empreendimento um grande negócio. “A concorrência é pesada. Se você não estiver trabalhando realmente e desenvolvendo o negó-cio a cada dia, vai fi car pra trás”, fala André, afi rmando que o empreendedor tem que ser ambicioso. E ambição não falta aos irmãos Braga, que querem aumentar as ven-das de 400 motos por mês para mil.

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BUSCAMOS SEMPRE ATENDER COM CARINHO, DAR UM SORRISO AMIGO, E CRIAR UM AMBIENTE PARA QUE TODOS QUE PROCUREM NOSSOS SERVIÇOS E QUE TRABALHEM CONOSCO SE SINTAM ‘EM CASA’. “

Quando as irmãs Cristiane Hendges Tosta, 27, e Vanessa Hendges, 25, e a prima Daniela Rauber Bilhar, 25, concluíram seus cursos de especialização no fi nal de 2007, a vinda para Luís Eduardo Maga-lhães parecia inevitável. De férias na cidade e com muitas ideias na

cabeça, as três aproveitaram o mês de janeiro de 2008 para dar um formato àquilo que viria a ser o grande empreendimento de suas vidas. “A ideia inicial era que fosse só uma clínica com os consultórios da Vanessa (nutricionista) e a Daniela (fi siotera-peuta) atuando em suas respectivas áreas. Eu entrei no projeto porque tinha mais habilidade em administração, contatos e conhecimento em marketing”,conta a in-ternacionalista, Cristiane, que também possui curso MBA em Gestão Empresarial.

Com o incentivo e carta branca dos pais, as três aproveitaram para tornar o projeto ainda mais “ambicioso”. A ideia foi agregar em um único local serviços em saúde, bem-estar, estética e atividade física. Convictas daquilo que queriam, as então sócias aproveitaram o primeiro semestre de 2008 para planejar a execu-ção da obra, pesquisar o mercado, e começar a formar a futura equipe de cola-boradores e parceiros da empresa. “Na cidade já havia outras clínicas de saúde e estética. Quando optamos pelo conceito de spa urbano, buscamos a diferencia-ção”, explica Cristiane.

O ritmo atribulado de Luís Eduardo Magalhães também ajudou a formatar a proposta de empreendimento idealizado pelo trio. “A cidade cresce muito, as

pessoas que vêm para cá são muito focadas no trabalho, com vidas até um pouco estressantes, em muito pela falta de lazer e o excesso de trabalho”, aponta a jovem empre-sária, explicando que o Carpe Diem SPA Urbano nasceu justamente para oferecer a esse público uma opção contra o stress do dia a dia.

“Somos como uma grande família!”, diz Cristiane. Em funcionamento desde o dia 1º de março de 2010, Cris-tiane acredita que ainda há muito que evoluir. “Com 1 ano e 7 meses de existência, eu comparo o spa a uma criança que ainda está aprendendo a falar”, fi naliza Cris-tiane, grávida de oito meses.

JOVEMEMPREENDEDOR

O segredo ESTÁ NA HARMONIA ENO AMBIENTE FAMILIAR

NOME VANESSA HENDGES IDADE25 anos

FORMAÇÃO ACADÊMICANutricionistaEMPRESACarpe Diem Spa UrbanoCARGOSócia Proprietária

NOME CRISTIANE HENDGES TOSTAIDADE27 anos

FORMAÇÃO ACADÊMICARelações InternacionaisEMPRESACarpe Diem Spa UrbanoCARGOSócia Proprietária

NOME DANIELA RAUBER BILHARIDADE25 anos

FORMAÇÃO ACADÊMICAFisioterapeutaEMPRESACarpe Diem Spa UrbanoCARGOSócia Proprietária

texto ANTON ROOS

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Gestão com pessoas

Atualmente, mais do que em qualquer época do passado, evidências comprovam que a gestão de pessoas afeta sensivelmente o resultado das empresas. Essa prática já está bem difundida em empresas de grande porte, já não é “conversa de corredor” em empresas médias, mas, ainda en-contra alguma resistência em pequenas empre-

sas. Independente do nível de atividade ou porte da empresa, o geren-ciamento dos talentos é uma vantagem competitiva e atinge diretamente a receita dessas organizações e sua capacidade de competição.

Qual a questão mais atual para as empresas hoje? Capital? Produtos inovadores? Tecnologia de ponto? São todos eles, itens poderosos. Mas, perdem a intensidade e a força quando confrontados com outro tópico: pessoas talentosas. Talentos que antecipam ações em busca de melhoria e adiantam-se a situações antes que sejam cobrados pelas circunstâncias. Alguém que propõe ideias, assume e busca responsabilidades; que le-vanta problemas e apresenta soluções, assume compromissos, zela pela qualidade, une esforços coletivos rumo a uma meta ou objetivos, utili-zando um conjunto de métodos, experiências e habilidades, mantendo uma visão das atividades dentro e fora da empresa e que acima de tudo é orientado para o desenvolvimento, inovação e ao conhecimento.

Considerando então os caminhos que levam ao conhecimento, pode-se afirmar que se aprende pela experiência, pela leitura e pela observa-ção. Aprende-se com os amigos, filhos e com os mestres. Aprende-se sozinho e também em equipe. Aprende-se a cada dia, a toda hora.

Sem dúvidas, porém o que garante essa absorção de conhecimento é a vontade de aprender. O querer aprender é o mais poderoso estímulo para um profissional conseguir resultados na carreira e na vida pessoal.

Dessa forma, quem não se preparar corre o risco de ficar obsoleto nesse mercado cada vez mais exigente por pessoas qualificadas, com controle emocional e com atitude. Há um tempo, os profissionais eram avaliados pelo que faziam, hoje, é pela sua capacidade de respostas que venham a manter a continuidade dos negócios. Transcendendo a mera busca de sobrevivência, evoluindo naturalmente impulsionadas por for-tes desafios, auto desenvolvimento e contínua aprendizagem coletiva.

Nesse contexto, a pro-posta dessa coluna é juntar a vontade de aprender, me-diante uma série de assun-tos que são a “base” para as

empresas que buscam manter-se competitivas no mercado: Gestão de Pessoas. Ou como diria alguns autores da Administração, Gestão com Pessoas. Prá-ticas fantásticas que levam as organizações a explo-rarem seus potencias talentos, criando uma cultura favorável para o alcance de resultados organizacio-nais e desenvolvimento humano.

Fica então, a certeza que onde quer que haja pessoas, nada motiva tanto, como perseguir envol-vendo, capacitando e estimulando a construção de equipes dinâmicas e diferentes.

Gestão de Pessoas não é uma tendência, é uma realidade!

TENDÊNCIA OU REALIDADE: por JANAÍNA LIMA

ALGUÉM QUE PROPÕE IDEIAS, ASSUME E BUSCA RESPONSABILIDADES; ZELA PELA QUALIDADE, UNE ESFORÇOS COLETIVOS RUMO A UM META OU OBJETIVOS”

JANAINA LIMA é Bacharel em Administração de Recursos Humanos, MBA em Gestão de Negócios e Controladoria, docente da Instituição de Ensino Superior Unyahna de Barreiras, tutora do curso de Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos e do curso de Processos Gerenciais da Unopar unidade de Barreiras/BA e Diretora da CHAVE Consultoria Empresarial Ltda, elaborando projetos para área de Gestão de Pessoas, treinando e desenvolvendo equipes.

[email protected]

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É impossível falar do ensino superior no interior da Bahia sem destacar a Faculdade São Francisco de Barreiras, instalada no Oeste baiano há 12 anos. A região, que sofria com a falta de mão de obra especializada, frequentemente importada dos grandes centros, passou a viver uma nova fase de seu desenvolvimento. E a carência profissional que se ar-

rastava há décadas começou a ser suprida. De 2003 (quando se formou a primeira turma da instituição) até hoje, cerca de 3 mil já foram colocados à disposição do mercado de trabalho. Mas essa história não para por aí. Para o próximo ano, a FASB vai oferecer 1.240 vagas em 10 cursos (ver tabela ao lado). Opções e oportunidades não faltam.

Além dos cursos tradicionais, alguns inclusive certificados com três estrelas pelo Guia do Estudante da Editora Abril (Ciências Contábeis, Pedagogia e Fisioterapia). A FASB implantou no ano passado o primeiro tecnólogo de nível superior (Gestão da Tecnologia da Informação) com dois anos e meio de duração. Há estudos para implantação de outros cursos técnicos nos próximos anos.

FASB:formação superior com qualidade

educação

Faculdade São Francisco de Barreiras. Instalada há12 anos no Oeste, instituição que já colocou cerca de 3 mil profissionais no mercado de trabalho oferece 1.240 vagas em 10 cursos para 2012texto REDAÇÃO foto C.FÉLIX/ARQUIVO

Estacionamento com seguranças, monitoramento por câmeras e catracas de acesso aos prédios garantem conforto e tranquilidade aos

alunos. Abaixo, o professor Tadeu Bergamo, presidente do IAESB, destaca: “Chegar até aqui não foi fácil. Mas chegamos e vamos além”

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Para garantir o acesso de ensino superior a jovens com poucas condições fi nanceiras, a faculdade aderiu aos seguintes programas do governo federal: Fundo de Financiamento ao Estudante do En-sino Superior (Fies) e ao Programa Universidade para Todos, co-nhecido como ProUni.

Entre os vários diferenciais oferecidos pela faculdade, destaca-se o projeto pedagógico, que propõe um sistema de avaliação baseado na produção, gratuidade e cooperação. Com a implantação do PAP (Programa de Apoio Pedagógico) e o PAD (Programa de Assessoria Docente) o processo ensino-aprendizagem foi fortalecido.

InfraestruturaCom sede própria e gerida pelo Instituto Avançado de Ensino

Superior de Barreiras (IAESB), a FASB dispõe de uma estrutura

Biblioteca

Ginásio

Lab. Enfermagem

Lab. informática

Núcleo de Prat. Jurídica

Clínica de Fisioterapia

FASB AcontecerProjeto de Extensão que insere acadêmicos de Pedagogia em atividades de pesquisa e extensão. Atualmente, o projeto atende três instituições: Creche Bambam, AMEC e APAE.

Universidade Aberta da Melhor Idade (UAMI)Este projeto tem por fi nalidade promover a integração por meio de atividades educativas que enfoquem os aspectos biopsicossociais do envelhecimento.

Projeto SomaO objetivo deste projeto é oferecer aos discentes e funcionários da FASB, bem como a seus parentes e comunidade local, cursos, treinamentos e outras atividades que visem a potencializar o indivíduo e torná-los mais apto.

Mostra de CursosEvento realizado anualmente tem por função apresentar para a sociedade, em especial para os alunos do ensino médio, as atividades desenvolvidas pelos cursos da faculdade.

Congresso de Iniciação Científi ca (CIC)Desenvolvido há 8 anos, o CIC objetiva fomentar a iniciação científi ca através da sistematização e divulgação do conhecimento.

Balcão de Justiça e CidadaniaFundado em parceria com o Tribunal de Justiça da Bahia, garante a inserção de acadêmicos dos cursos de Direito e Psicologia no atendimento e conciliação de causas.

Núcleo de Prática JurídicaEm funcionamento há quatro anos, serviço é voltado para as pessoas de baixa renda.

Clínica-Escola de FisioterapiaAtravés de uma parceria com o SUS, a clínica oferece tratamento fi sioterapêuticos a adultos.

Serviço-Escola de PsicologiaAtendimento de escuta psicológica oferecido a crianças e adultos gratuitamente.

CURSO Nº. VAGAS TURNO DURAÇÃO

Administração 200 Noturno 04 anos

Agronomia 100 Diurno 05 anos

Ciências Contábeis 80 Noturno 04 anos

Educação Física 100 Noturno 3½ anos

Direito 50 Matutino 05 anos

Direito 120 Noturno 05 anos

Enfermagem 80 Diurno 05 anos

Fisioterapia 80 Diurno 05 anos

Pedagogia 300 Dir/Not 3½ anos

Psicologia 50 Diurno 05 anos

GTI 80 Noturno 2½ anos

INSCRIÇÕESNa Iiternet: 01/10/11 A 23/11/2011. Na FASB e Unid. de Serviços: 24/10/2011 a 24/11/2011. Prova: 26/11/2011, às 14h na sede da FASB

moderna e corpo docente qualifi cado. Oferece um amplo estacio-namento com seguranças, sistemas de monitoramento por câmeras de circuito interno e externo e catracas para acesso aos prédios. As instalações possuem sinalização para portadores de necessidades especiais, rampas e pontos internos de transporte coletivo.

“Investimos em tecnologia, construímos um novo prédio, gi-násio de esportes, academia, laboratórios de anatomofi siologia, microscopia, informática. Mais de 40% de nosso corpo docente é composto por mestres e doutores... Enfi m, não foi fácil chegar até aqui. Mas chegamos e vamos além”, declarou Tadeu Bergamo, pre-sidente do IAESB.

Em um espaço de 963m2 fi ca o maior acervo bibliotecário da região. São mais de 34 mil volumes e 9 mil títulos. A biblioteca Antônio Balbino de Carvalho Filho ainda disponibiliza conteúdo multimídia, livros em braile, cabines de estudo, terminais com acesso a internet, sala de periódicos e videoteca. Embora represente uma ferramenta indispensável para o aprendizado do acadêmico, a biblioteca é aberta à comunidade em geral.

Além dos equipamentos e estrutura física à disposição da forma-ção do aluno, a instituição investe em projetos sociais (ver quadro acima) para fortalecer a cidadania e o aprendizado acadêmico. Des-ta forma, milhares de pessoas de baixa renda já foram atendidas gratuitamente desde que os projetos começaram a funcionar na Unidade de Serviços da instituição, no Centro de Barreiras.

Ano passado, a faculdade aboliu o uso de copos plásticos e dis-tribuiu garrafas squeezes para professores, alunos e funcionários. “Com isso nós deixamos de jogar no meio ambiente cerca de 1 mi-lhão de copinhos e ainda conscientizamos os nossos alunos sobre a responsabilidade que compete a cada um para preservação do planeta e espécie humana”, explicou Bergamo, que garantiu que a FASB está no caminho certo para formar bons profi ssionais e, sobretudo, excelentes seres humanos.

Projetos e laboratóriosVESTIBULAR 2012

FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS BR 135, Km 01, nº 2341 – Bairro Boa Sorte – Barreiras (BA) (saída para

São Desidério) (077) 3613-8800 / 8801

UNIDADE DE SERVIÇOS DA FASB

Av. Clériston Andrade, 1111 – Centro – Barreiras (BA)

INFORMAÇÕES

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ASMEMÓRIASDE UM ORGANIZADORDE MASSAS

Clodomir Morais. Testemunha ocular da criação das Ligas Camponesas, no Nordeste e em São Paulo na década de 1950, Clodomir Morais é o autor da obra tida como a cartilha dos movimentos de mobilização social no país. Filho de Santa Maria da Vitória, aos 13 anos foi morar em São Paulo, onde teve a vida transformada para sempre. Preso no período da ditadura, amargou 15 anos no exílio e chegou a ocupar o 12º lugar na lista dos cassados pelos militares golpistas. Após três casamentos e quatro fi lhos de diferentes nacionalidades, ri ao comentar uma possível reunião de família. “Será como uma reunião da ONU”. De volta a cidade natal, mesmo aos 83 anos, ainda mantém uma rotina de trabalho junto ao Instituto de Apoio Técnico aos Países do Terceiro Mundo (IATERMUND) e em defesa da criação do Estado do Rio São Francisco.texto ANTON ROSS fotos C.FÉLIX e MARCO ATHAYDE

Os anos de exílio estavam perto do fi m. O retorno ao Brasil, embora ainda sem uma data defi nida, era inevitável. A repressão imposta pelos anos de ditadura, aos poucos deixava que os fi lhos da pátria, antes persegui-dos, pudessem retornar. A coleção com cinco exemplares da cartilha que escrevera décadas antes e que servira de pedra fundamental na or-

ganização das Ligas Camponesas chegou às mãos de Clodomir Morais com um pedido de desculpas, afi nal, não fora feita com a autorização de seu autor. A possibilidade de reencontrar o país de nascimento e as águas do Rio Corrente, as margens da sua cidade natal, Santa Maria da Vitória, no baixo São Francisco, eram reais. Na rabeira das escusas, um pedido que soava quase como uma convocatória:

- Quando chegar ao Brasil, gostaríamos de agendar uma reunião, para que o senhor possa nos repassar toda sua experiência com as Ligas Camponesas.

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A coleção com os exemplares da cartilha, as desculpas e o pedido para uma reunião assim que estivesse novamente em solo brasileiro, tinham a assinatura do Movimento dos Sem Terra (MST), que iniciava sua trajetória na região sul do país. O movimento era formado em sua maioria por trabalhadores dos campos do Rio Grande do Sul e do Paraná, de cabelos loiros e carregado sotaque alemão. Entre os líderes do movimento, des-tacava-se um então jovem visionário gaúcho, nascido em Lagoa Vermelha, de nome João Pedro Stedile, que pouco depois veio a se tornar a principal e mais aclamada liderança do movimento de luta pela reforma agrária no Brasil.

A reunião foi marcada para a então sede do movimento em São Paulo, no terceiro andar da Faculdade de Psicologia, adjunta a sede da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), no bairro de Perdizes. “Eu nunca tinha entrado em uma Universidade de Psicologia. Nas salas só tinham travesseiros e colchões. Parecia muito mais um motel, não é?”, lembra com a fala compassada e o sorriso devagar de quem recém completou 83 anos (N.E: Clodomir Morais nasceu em Santa Maria da Vitória/BA, em 30 de setembro de 1928). A estranha impressão adquirida ao pas-sar pelos corredores da faculdade se renovou ao chegar à sede do movimento, já no terceiro andar do prédio. Um verdadeiro banquete o esperava. “Tinha até feijoada” relembra o professor. A sala estava cheia. Todos os presentes eram muito jovens. “Jovens e brancos”, conta Clodomir. Não havia morenos ou negros no comando do movimento.

A mesa em que se deu a reunião ficou lotada. Sete pessoas de um lado e sete do outro. Quatorze militantes do movimento, mais Clodomir, aquela altura já um membro ativo do Institu-to de Apoio Técnico aos Países do Terceiro Mundo (IATTER-MUND). “Nós queremos ouvir do senhor, toda experiência das Ligas Camponesas. Temos o dia todo para isso”, apressou-se Stédile. Formado em Economia no México, o jovem de origem germânica afirmou ser o MST o herdeiro legítimo das ligas, nas-cidas no final da década de 1950, início dos 60 - no interior de São Paulo, pelo comunista Luis Carlos Prestes e no Nordeste, por Francisco Julião. O movimento, inclusive, usava a mesma insígnia das ligas: na lei ou na marra.

O discurso bem argumentado e a homenagem declarada às ligas camponesas não sensibilizaram o professor. Com a sere-nidade e experiência de quem já ultrapassara a marca dos 50 anos e conhecera o mundo, tendo viajado por praticamente toda América Latina, continente africano e vários países europeus, an-tes que o silêncio se transformasse num sufocante estalido de eternidade, Clodomir fez de Karl Marx, o pensador alemão, seu aliado para frear a euforia de Stédile e aliados:

- A história não se repete. Quando se repete é em forma de tragédia ou de farsa – disse.

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O sucesso das Ligas Camponesas não necessaria-mente se repetiria na incursão dos loiros descendentes de alemães e italianos nascidos nos três estados que formam a região sul do país. Clodomir sabia disso. “As ligas camponesas do nordeste foram constituídas por posseiros que tinham terras que os senhores de enge-nho queriam tomar para si. A terra circulava na veia dessas pessoas, então, é claro que eles defenderiam sua propriedade com armas”, relembra o professor, confor-tavelmente sentado no escritório improvisado da casa onde mora em Santa Maria da Vitória, 23 anos depois da reunião (o encontro se deu em 1988) que teve com o MST em São Paulo.

O caso do movimento era diferente. Os pais daqueles jovens sentados à mesa no terceiro andar da Faculdade de Psicologia em São Paulo haviam sido praticamente expulsos de suas terras, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A mecanização da agricultura, em evidência e latente crescimento, eliminou as pequenas e médias unidades de produção agrícola, contribuin-do assim para concentrar a propriedade da terra. O país vivia um momento de reestruturação. A ditadura recém-findada possibilitou aos camponeses e filhos de camponeses retomarem a luta pela reforma agrária, sa-cramentada com a invasão da fazenda Anoni, em 1985, no Rio Grande do Sul.

Clodomir estava diante de sonhadores. Desorganiza-dos, mas sonhadores. “Não se forma ninguém na base

do livro, do sermão e do cinema. É preciso prática e organização” explicou. A reunião que tinha previsão para demorar um dia inteiro, não se prolongou por mais de uma hora. Conselheiro regional da Organização das Nações Uni-das (ONU) em assuntos de reforma agrária e desenvolvimento rural para a América Latina, Clodomir sabia exatamente o que era preciso fazer: treiná-los.

***

Filho de Santa Maria da Vitória, Clodomir deixou a cidade natal muito cedo, aos 13 anos. Em São Paulo, participou do movimento estudantil. Foi colega de Fernando Henrique Cardoso que décadas mais tarde se tornou presidente da república. Ingressou no jornalismo, atuando como repórter dos jornais A Hora e O Sport. Aos, 22 anos, em 1950, teve participação decisiva no Congresso dos Estudantes Secundaristas do Rio São Francisco, realizado na cidade de Juazeiro e que culminou com a criação dos primeiros ginásios e colégios públicos em municípios situados na região do Rio São Francisco.

- O governador da época, Otávio Mangabeira, ficou com medo que pudés-semos continuar com as ameaças de criação do Estado do Rio São Francisco”, relembra, 61 anos depois, no início da tarde de um domingo de tempo nu-blado em Santa Maria da Vitória.

O engajamento político e o gosto pelas causas sociais levaram Clodomir ao Estado do Pernambuco, onde se formou em direito e atuou como repórter em vários jornais ligados aos Diários Associados de Assis Chateaubriand. Em Recife, assessorou as Ligas Camponesas e entre 1955 e 1959, foi deputado es-tadual pelo PC de Luiz Carlos Prestes, na legenda do PTB de Getúlio Vargas.

A experiência, surgida da criação e desenvolvimento de um método de capacitação massiva para organizar as Ligas Camponesas, levou a Organi-zação Internacional do Trabalho (OIT) e a outra agência da ONU dedicada à Agricultura, (FAO), contratarem Clodomir para ser o Conselheiro em Ca-pacitação e Organização dos camponeses em processos de reforma agrária e desenvolvimento rural e, posteriormente, para dirigir projetos da ONU, em Honduras, Panamá, México, Portugal, Nicarágua Sandinista e para assessorar reformas agrárias do Peru, Costa Rica, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

A obra, referência em todo mundo, na organização de classes e frentes de trabalho das minorias, foi traduzida para 43 países. “O movimento sem-terra precisava competir com as grandes empresas, se organizar. Era preciso que fossem instalados quadros e frentes de trabalho rigidamente organizadas”, explica, dando continuidade à história da reunião com o MST.

A capacitação com os integrantes do Movimento Sem-Terra aconteceu no município gaúcho de Palmeira das Missões, distante aproximados 373 qui-lômetros da capital, Porto Alegre, em outubro de 1988. “Eles tinham uma área grande por lá, doada pelo deputado Adão Preto”, relata Clodomir. Em apenas 13 dias foi organizado um gigantesco laboratório organizacional para capacitar uma centena de organizadores de empresas do MST. A prática deu resultado. A capacitação relâmpago ajudou na preparação de dois hectares de terras para cultivo de verduras e legumes que supriram os eventos seguintes do movimento e na coleta de alimentos e materiais de expediente que servi-ram para mais quatro laboratórios.

NO PRIMEIRO DIA EM QUE FUI DAR AULA, UM ALEMÃO DIZ: ‘NAQUELA ÚLTIMA PORTA ESTÁ O SEU PRIMEIRO GRUPO’. QUANDO CHEGOU PERTO DA PORTA EU COMETI A MAIOR BESTEIRA (FALTA DE ASSUNTO): ‘ESSES ALUNOS TÊM HÁBITO DE COLAR?’ O PROFESSOR ALEMÃO OLHOU PRA MIM E DISSE: ‘PROFESSOR, ME DESCULPA, MAS NÓS, ALEMÃES, NÃO SOMOS BURROS’”.

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A expressão em espanhol “pordiseros” (referente àqueles que esmolam ‘por Dios’; em tradução livre para o português: uma esmola pelo amor de Deus) é utilizada por Clodomir para falar dos milhares dependentes de programas sociais originados após a chegada de Lula ao Palácio do Planalto. “Ele fez com que o estado absor-vesse grande parte das necessidades desses movimentos disponibilizando salários e quantias em dinheiro”, disse, ao analisar o impacto negativo dos programas sociais para a formação crítica do país.

- Os petistas não conhecem nada sobre o passado do país, somente o que aconteceu depois de Lula - resume.

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Inquieto, Clodomir vasculha as pastas coloridas do arquivo pessoal. O mosaico de cores é etiquetado con-forme assunto e interesse. Nas duas mesas do escritório improvisado acumulam-se cópias de artigos de jornais, documentos ligados à luta de classes, livros e apostilas. No fundo, um computador mantém o professor sin-tonizado com o mundo. Na noite anterior o trabalho havia se estendido até as 3h da manhã. “Estou reorgani-zando as coisas aqui, ainda tenho muita coisa em Ron-dônia”, comentou, referindo-se a última morada antes do retorno a cidade natal, há menos de um ano. Nas paredes, retratos dele e da última esposa e também da filha, nascida em Honduras e hoje cantora em Brasília.

A casa onde mora fica nos fundos da biblioteca pú-blica e Casa de Cultura criada há 30 anos e que além de homenagear o pai – Antônio Lisboa de Morais – dispõe de 28 mil volumes, podendo ser considerada uma das maiores do interior da Bahia. Engana-se, no entanto, quem espera luxo ou regalias. Clodomir é um homem de hábitos simples. Não gosta de televisão e reclama do barulho. “Às vezes me convidam para conversar e ficam com a televisão ligada. Ou você faz uma coisa, ou faz ou-tra”, reclama. Aos domingos, costuma almoçar sempre no mesmo restaurante. “Eles guardam peixe pra mim”, confidencia, dizendo com orgulho se tratar de pescado das águas do Rio Corrente que separa Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe.

O orgulho da cidade onde nasceu é o mesmo empre-endido na luta pela emancipação do Estado do Rio São Francisco e pela vinda de um campus da Universidade Federal do Oeste (Ufoba). “A Dilma provou que não sabe nada de geografia”, diz, em referência as cidades escolhidas para implantação de sub-sedes da universi-

LULA FEZ COM QUE O ESTADO ABSORVESSE GRANDE PARTE DAS NECESSIDADES DESSES MOVIMENTOS DISPONIBILIZANDO SALÁRIOS E QUANTIAS EM DINHEIRO. ISSO DESMANTELOU OS MOVIMENTOS SOCIAIS”capa

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Ao final do curso, os quadros formados com o pessoal do MST foram convocados a formar fileiras e “colaborar na estruturação das massas” que consagraram o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Olí-vio Dutra, como prefeito de Porto Alegre, após passar a maior parte da campanha em terceiro nas pesquisas de intenção de voto. Parafraseando o ditado, com uma cajadada só, Clodomir, ajudou o movimento sem terra e o PT.

Oito anos depois da reunião e da primeira capacitação promovida pela IATTERMUND, Stédile, no livro “Brava Gente: a trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil”, falou da experiência do movimento com Clodo-mir e a irrepreensível cartilha que o movimento publicou sem o consen-timento de seu autor. “O seu livro sobre a teoria da organização mostrou com clareza como a organização do trabalho influencia na formação da consciência do camponês”, escreveu o presidente do MST.

Com o tempo a relação com o PT se viu desgastada. A popularização de Luís Inácio Lula da Silva, saindo da condição de líder do movimento sindical em São Bernardo do Campo, na região do ABC em São Paulo para a Presidência da República é um divisor de águas na recente história política do país. A desfragmentação dos movimentos sociais está direta-mente ligada à ascensão de Lula na política. “A transformação foi pós-Lula”, defende o professor, em referência ao empobrecimento da crítica e poder de articulação das massas proletárias. »

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dade. “Fomos mais uma vez ignorados”, explica, sem perder a esperança de ver o equívoco resolvido com a inclusão da cidade natal entre as contempladas com o campus da fede-ral. Barreiras, Barra, Bom Jesus da Lapa e Luís Eduardo Ma-galhães são as cidades que a princípio receberão instalações da nova universidade. “Temos área e temos prédios para a instalação de uma universidade aqui. A juventude está indo embora para estudar em Salvador ou Brasília”, observa.

A respeito do Estado do Rio São Francisco, Clodomir é taxativo. “Não tem alternativa”. Conhecedor dos primórdios do movimento pela independência da região, a partir da eclosão da Revolução Pernambucana em 1817, Clodomir usa a história para balizar sua opinião. “Imagine vocês, so-mente em 1950 que surgiu o primeiro curso ginasial para o povo saofranciscano”, diz. Originalmente pertencente a Per-nambuco a área de abrangência do São Francisco ocupava dois terços do estado. “Eles não estão mais interessados nisso aqui”, aponta, reforçando que os mais de cem anos de es-quecimento são para o professor como o gueto criado pelos alemães em Varsóvia no início da Segunda Guerra Mundial, em 1939. “Ficamos sempre reduzidos e metidos numa espé-cie de gueto”, desaba.

Coautor da mais recente obra literária em prol da criação do novo estado, Estado do Rio São Francisco de D. Pedro I a Marlan Rocha, Clodomir não esconde a esperança de que a retomada do movimento, fortalecida com a mobilização rea-lizada no ginásio de esportes da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB) no último dia 19 de setembro, vá, enfim, ser suficientemente capaz de garantir a criação do novo estado. “Nós precisamos das massas para nos apoiar”, explica, ao co-mentar o ato histórico realizado em Barreiras, há 219 km de Santa Maria da Vitória. “Nós aqui não teríamos condições”, opina.

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que con-sidera toda população de um estado diretamente interessa-da na separação e criação de novas unidades de federação não agrada o professor. “São uns ignorantes”, critica, usando como exemplo a própria fundação do Brasil, séculos atrás. “Imagine se para conseguirmos a independência de Portu-gal tivéssemos que consultar todo povo português”, alfineta, na esperança que a luta que vem sendo empreendida pela população de Carajás e Tapajós para dividir o Pará, obtenha o êxito desejado e não fique substanciado à ignorância de uma meia dúzia. A criação do Estado do Rio São Francisco é um sonho que Clodomir, ainda mantém esperanças de ver realizado em vida.

capa

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ATOS.X CORRETORA DE SEGUROS Rua Rui Barbosa, 780 - Sala 07

Centro - Luís Eduardo Magalhães (BA) (077) 3628.5320 / 8126 7093

INFORMAÇÕES

Sentir-se seguro nos dias de hoje é imprescindível. O ritmo alucinado com que o mundo se desenvolve torna as pesso-as cada vez mais suscetíveis a

acidentes, assaltos e roubos. A Atos.X Cor-retora de Seguros sabe disso e investe na qualifi cação de seus profi ssionais para pro-porcionar comodidade aos seus clientes.

“Nossa intenção é oferecer ao nosso cliente tranquilidade e segurança. Acredita-mos que o investimento em seguro, princi-palmente, nessa época em que muitas pes-soas viajam é, acima de tudo, uma decisão inteligente”, explica Maria Margareth de Oliveira, diretora da empresa.

Fundada originalmente no município baiano de Mucugê, localizado na região da Chapada Diamantina, a Atos.X montou escritório em Luís Eduardo Magalhães em julho deste ano. Apesar do pouco tempo na cidade, a Atos.X tem a seguinte receita: tra-balhar o mais próximo possível do cliente. “Quando uma pessoa procura o serviço de uma corretora ela precisa se sentir assisti-da”, conta Margareth, que antes de fundar a corretora, adquiriu vasta experiência atu-ando no setor de recursos humanos e segu-ros de um grande banco do país.

Apesar de sua importância e necessida-de, muitas pessoas só procuram o serviço de uma seguradora após sofrer alguma perda. O ideal, na opinião da corretora, seria que o conceito de seguro fosse mais

INVESTIREM SEGURO:uma decisão inteligente

seguros

difundido, até mesmo com a realização de palestras em escolas, para que as crianças aprendessem desde cedo o signifi cado des-te investimento.

“O seguro é uma forma de blindagem da-quilo que você conquista ao longo de sua vida”, comenta Margareth. Pensando no fu-turo a Atos.X Corretora de Seguros trabalha focada em um planejamento sistematizado e de captação de novos clientes. Mercado para expandir existe. Cadastrada na Supe-rintendência de Seguros Privados (SUSEP), a Atos.X está autorizada a comercializar to-dos os tipos de seguro.

Atos X Corretora de Seguros. Corretora chama atenção para a necessidade de se investir em seguros e o aumento de acidentes no período de fériastexto e foto ANTON ROSS

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A diretora Maria Margareth explica que o seguro é uma forma de blindagem que você conquista ao longo da vida

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ANDRÉA ROCHA E RONALD AZEVEDO ARQUITETURA Rua Princesa Isabel, 563 - Loja 02 - Centro - Barreiras (BA)

(077) 3611.4497

INFORMAÇÕES

Andréa e RonaldArquitetura.Um bom planejamento evita aborrecimentos, desperdício de tempo, de dinheiro e garante ótimos resultados ao fi nal da construção do imóvel

texto G.FLORES foto C.FÉLIX

Dúvidas e incertezas. Sensações que costumam ha-bitar o canteiro de obras com frequência. Por onde começar? Os arquitetos Andréa Rocha e Ronald Azevedo, com 15 anos no mercado, sendo seis só em Barreiras, alertam: planejar é fundamental

para o sucesso da construção. Fazer um cronograma com prazos e custos garante a segurança de bons resultados e evita despesas desnecessárias.

“Muitos desconhecem a função de um arquiteto. Acham dis-pensável ou caro. Isso é um grande equívoco”, explica Ronald. O custo do projeto de arquitetura segundo o Sinduscon, varia em média entre 2% a 5% do custo fi nal da obra. Para se ter uma ideia do trabalho do arquiteto, Andréa cita algumas funções a ele per-tinentes: “Sem um projeto arquitetônico, não se pode orçar com precisão nem gerar projetos complementares de estrutura ou ins-talações. O arquiteto pode adequar a obra ao orçamento do clien-te, orientá-lo a respeito de possíveis fi nanciamentos ou dividir a obra em etapas de acordo com o capital disponível. Isso é respeitar o cliente, é saber realizar seus desejos, analisar sua viabilidade”.

Muitas vezes, o cliente não entende o porquê de “gastar” com um projeto antes de começar a obra. Porém, basta andar com a obra para se verifi car a economia de um projeto bem feito, dentro das normas legais. “Não é porque você tem dinheiro que vai des-perdiçá-lo”, diz Andréa. Para construir sem surpresas ou prejuízo, é preciso ter uma “receita de bolo”, saber quanto vai gastar de cada material, em cada etapa, com cada trabalhador. E cada bolo tem uma receita diferente. Por isso a necessidade de um profi ssional qualifi cado.

É importante lembrar que a prefeitura só pode liberar o alvará para construção ou reforma de um imóvel se houver um projeto assinado por um responsável técnico registrado no CREA (Conse-lho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). Mas não é uma assinatura que vai garantir o sucesso da construção e a eco-nomia do empreendimento. Acompanhar a obra em todas as suas etapas também faz parte do projeto.

Construir sem projeto feito por um profi ssional qualifi cado é como tomar remédio por conta própria; pode resolver momen-taneamente, mas os efeitos colaterais podem ser irreversíveis.

PLANEJE,o baratopode sair caro

arquitetura

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imóveis

Perto da cidade, mas longe o sufi ciente para garantir qua-lidade de vida. Esse é o con-ceito do primeiro condomínio fechado lançado pela Constru-

tora CHROMA em Barreiras (BA). Com 22 anos de experiência de mercado e vários em-preendimentos na capital baiana, a empresa comemora a fi nalização das obras do Vento Leste Condomínio Club propondo um novo jeito de viver.

Localizado às margens da BR-135, na sa-ída para São Desidério, o condomínio com mais de 97 mil metros quadrados de área vai receber 91 famílias. Alguns proprietá-rios, inclusive, já começaram a construir. O tamanho dos terrenos varia de 594m2 até 1364m2 e as construções devem seguir al-gumas recomendações, como levar os pro-jetos para aprovação da administração e não subdividir os lotes.

Responsável técnico pela obra, o enge-nheiro Maurício Fernandes destaca que o empreendimento oferece uma qualidade de vida ímpar, longe do buzinaço, trânsito caótico, poluição e crescente violência dos centros urbanos. Neste condomínio, ex-plica o outro engenheiro, Marcelo Lopes, o morador vai dispor de praças com equipa-

CHROMA. Há 22 anos no mercado, a incorporadora e construtora investe no condomínio horizontal apostando em um modo de viver mais saudável e raro para quem mora nos centros urbanos

mentos para diversão das crianças; espaço fi tness, quiosque com salão de festa; pisci-nas, pista para bicicross, quadra de street basket, quadra de esportes, deck molhado, bosque com vegetação nativa. Todo o am-biente sinalizado e dentro das normas de acessibilidade.

Cristina Campos, diretora fundadora da empresa explica que a CHROMA pesqui-sou muito antes de defi nir como cada es-paço do condomínio seria utilizado. “Uma característica das pessoas que moram em Barreiras é o prazer de receber os amigos em

Os engenheiros Maurício Fernandes e Marcelo Lopes,

responsáveis pela obra na borda da piscina do clube do

condomínio. Ao fundo, uma visão panorâmica da cidade de

Barreiras cercada por serras

Vento Leste,BOM PARA MORARE ÓTIMO PARA SE VIVER

texto THIARA REGES fotos C.FÉLIX

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Guarita de entrada (acima) e detalhes dos espaços do clube, como quiosques, quadra piscinas

casa. Esse fator foi determinante para deci-dir o tamanho mínimo dos lotes, garantin-do que cada um possa ter uma área de lazer em casa; e construir as praças e o clube com todas as funcionalidades”, enfatiza.

Um dos primeiros compradores dos ter-renos, o dr. Davy Bessa Filho já começou as obras. Ansioso, ele lembra do início do em-preendimento e vibra com o momento e o patrimônio adquirido. “O condomínio Vento Leste oferece uma estrutura diferenciada na região. Não podia fi car de fora. Fiz um fi nan-ciamento pela Caixa Econômica Federal e já

NÃO PODIA FICAR DE FORA. FIZ UM FINANCIAMENTO E JÁ ESTOU CONSTRUINDO A CASA QUE SERÁ MINHA, DOS MEUS FILHOS E DA MINHA ESPOSA PELO RESTO DE NOSSAS VIDAS Dr. Davy Bessa Filho,um dos primeiros compradores.Na foto com sua esposa e a arquiteta Andréa Rocha (ao centro)

ESSE EMPREENDIMENTO POSSUI TODOS OS BENEFÍCIOS DE UM CONDOMÍNIO BEM PLANEJADO, ALÉM DE SER TOTALMENTE INTEGRADO À NATUREZA Haydée Teixeira,proprietária de um dos terrenos.Na foto com o marido

estou construindo a casa que será minha, dos meus fi lhos e da minha esposa para o resto de nossas vidas”, depõe o doutor.

Para Haydée Teixeira Fernandes, outra proprietária, o grande destaque do empre-endimento é o cuidado da administração em garantir áreas verdes. “Esse empreen-dimento possui todos os benefícios de um condomínio bem planejado, além de ser totalmente integrado à natureza, contando sempre com um clima arejado em qualquer época do ano, o que é fundamental em nos-sa cidade”, declarou.

Bosque Encantado com vegetação

nativa e pergolado Guarita de entrada com praça lateral

Praça das crianças com pergolado, pista de

velotrol, passeios, quadra de street basket, quadra

de vôlei de areia, pistade bicicross

Clube com mirante, espaçofi tness, quiosque com salão defestas, piscinas infantil e adulto,

deck molhado (prainha) e quadra de esportes

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saúde

O ronco é um problema social sério, atinge cerca de 30% das pessoas, altera a convivência com o cônjuge (é causa de muitas separações) ou com os amigos e torna a pessoa que ronca alvo de brincadeiras. É causado pela vibração

dos tecidos da garganta (parede posterior da faringe, dorso da língua, palato mole e úvula), em função da turbulência do ar à medida que as vias aéreas se estreitam. A obesidade, a res-piração bucal e o uso de cigarro e álcool agravam de modo significativo o ronco, que pode ser também sintoma de doen-ças graves, como a Apnéia, que inclusive, pode potencializar a hipertensão, enfarte, AVC e levar o paciente à morte.

CLÍNICA ORTHOS – ORTODONTIA E ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAXILARES/IMPLANTODONTIADr. Cristiano Gonçalves (CRO-BA 6571), Espec. em ImplantodontiaDr. Luiz Augusto Maia (CRO-BA 6601), Espec. em Ortodontia

Av. Benedita Silveira, 118, 1º andar, S. 7 Ed. Portinari – Centro (Barreiras – BA) (77) 9941.2315 / 3612.6079

Praça Dr. Altino Lemos Santiago, 126, - Centro (Formosa do Rio Preto – BA) (77) 9941.2315 / 3616.2893

INFORMAÇÕES

VOCÊ RONCA?Clínica Orthos. Tratamento baseado no avanço mandibular combate um dos principais problemas de convivência conjugal e de gozação entre amigos: o ronco

Especialista em ortodontia, o Dr. Luiz Augusto garante que

os aparelhos orais são eficazes e de

fácil adaptação

ApneiaA apneia do sono é a obstrução das vias aéreas por alguns

momentos durante a noite, pela aproximação dos tecidos da garganta, fechando a passagem do ar e impedindo a respira-ção por alguns segundos, varias vezes por noite. O tratamen-to, através de aparelhos orais, é de fácil adaptação e eficácia. Para que seja possível determinar a presença e a severidade da apneia do sono, o paciente deve ser submetido a uma avalia-ção polissonográfica (exame em que o paciente dorme uma noite em um laboratório de sono e é então avaliado em tudo o que acontece com ele durante a noite).

Tratamento atravésdo Sistema PLGO tratamento com o Siste-

ma PLG baseia-se num diag-nóstico alicerçado na mul-tidisciplinaridade, seguindo

os preceitos e protocolos desenvolvidos pelas principais enti-dades internacionais (American Academy of Sleep Medicine, American Sleep Disorders Association, Academy of Dental Sleep Medicine, Sociedade Brasileira de Sono). O tratamento é realizado de uma forma individualizada de avanço mandibu-lar, através da análise detalhada das características individuais dos pacientes e suas limitações, como nos casos de portadores de alterações da articulação têmporo-mandibular (ATM) e ou-tros problemas como assimetrias de forma ou movimento da mandíbula. Segundo resultados apresentados no Congresso da Sociedade Brasileira de Sono (novembro 2007), os pacientes tratados pelo sistema PLG tem obtido uma redução média no índice de Apneia (IAH) em estudo com polissonografia, de 74%, sendo que 54% dos pacientes tiveram redução total da apneia do sono (IAH<5) e uma redução no ronco de 80% em média.

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saúde

Fixação Implantodontia. Odontólogo explica que técnica de implante tem alto índice de sucesso e alerta para a necessidade de rigor da avaliação pré-operatóriatexto REDAÇÃO foto G.FLORES

Inicialmente, os implantes osseointegrados fo-ram criados para reabilitações de pacientes totalmente desdentados. Posteriormente, tam-bém foram utilizados para próteses múltiplas e individuais, trazendo à odontologia um ótimo

recurso para reabilitações protéticas, impedindo que muitos dentes saudáveis fossem sacrifi cados para a instalação de próteses convencionais. Porém, o uso indiscriminado de implantes relacionado a vá-rios fatores podem levar a resultados insatisfatórios e de difícil solução posterior.

A avaliação pré-operatória é de extrema importân-cia no sucesso estético, explica Dr. Sânsio Moreira. As etapas iniciais de avaliação do paciente são funda-mentais para que fatores de risco sejam reconhecidos e evitados. Fatores como diabetes não controlado, tabagismo, cáries, doenças imunológicas e ossea se-veras, por exemplo, podem impedir, limitar ou adiar o tratamento com implantes. O tabagismo é um fator que pode afetar a osseointegração e a cicatrização dos tecidos gengivais e ósseos. Doenças periodontais, in-fecção endodôntica, infecção por fratura e processo de remodelação óssea pós-extração são as maiores alterações ósseas encontradas nas áreas a serem im-plantadas.

Frequentemente, faz-se o enxerto ósseo ou gen-gival para devolver a esta região uma melhor con-formação para obtenção de um resultado estético satisfatório. Espaços reduzidos tridimensionalmente são constantes, sendo necessário, em alguns casos, um tratamento ortodôntico prévio.

“A má seleção de implantes também é um pro-blema muito encontrado, seja em comprimento ou diâmetro. O uso de implantes largos leva a pro-blemas de recessão óssea e gengival, prejudicando

IMPLANTE DENTÁRIO:o que vocêprecisa saber

FIXAÇÃO IMPLANTODONTIA Rua Dudu Coité, 151 - Ouro Branco - Barreiras (BA) (077) 3611.6904 Praça Francisco Marques Dourado, 12 - Centro - Irecê (BA) (074) 3641.0379

INFORMAÇÕES

drasticamente a estética. Por outro lado, o uso de implantes muito fi nos não permitem a obtenção correta do perfi l de emergência para o término adequado da restauração protética”, esclarece Dr. Sânsio.

O índice de sucesso com implantes dentários é alto (em torno de 95%, se-gundo pesquisas). Porém, o paciente deve se preocupar muito com a escolha do profi ssional, pois na região estética, um pequeno descuido de posiciona-mento ou manipulação de tecido pode resultar em uma falha catastrófi ca, mesmo se as condições pré-operatórias forem adequadas e ideais (sem nenhum fator de risco).

É necessário por parte do implantodontista um minu-cioso planejamento para que os fatores de risco e suas consequências sejam reconhecidos e evitados. Nos casos em que não seja possível a obtenção de uma condição ideal, que o paciente seja informado das alternativas pos-síveis e projeções da restauração fi nal. Defi nindo os graus de expectativas, tanto do cirurgião quanto do paciente, o sucesso do tratamento é apenas uma consequên-cia.

Tabagismo, cáries e diabetes são fatores de risco e podem impedir, limitar ou adiar o tratamento, esclare o Dr. Sânsio Moreira

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moda mulher

ESTAÇÃOSanta Maria

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Empório Chegada do verão! Ótima oportunidade para curtir as maravilhas de Santa Maria da Vitória e São Felix do Coribe, às margens do rio Cor-rente. O jeans delavê, o vestido romântico e o

short boyfriend, casados com t-shirt, polo e alfaiataria, dão elegância e estilo aos descon-traídos passeios na região. Confi ra e faça sua combinação na Empório de Santa Maria.

consultoria de moda KARINE MAGALHÃES fotos C.FÉLIX

Vestido emjeans Redley

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T-shirt Coca-Colae short da Calvin Klein

moda mulher

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Ficha técnicaLOJA: EMPÓRIOMODELOS: RAYANA NERY MENDE E RODRIGO OLIVEIRA SILVADIREÇÃO e FOTOGRAFIA: C.FÉLIXLOCAÇÃO: PASSARELA E PIER ÀS MARGENS DO RIO CORRENTE, ENTRE SÃO FÉLIX DO CORIBE E SANTA MARIA DA VITÓRIA

EMPÓRIO Rua Rui Barbosa, 125

Centro - Santa Maria da Vitória (BA) (077) 9148.6448

INFORMAÇÕES

Short e T-shirt Calvin Klein

Vestido Coca-Cola

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66 SET-OUT/2011

VERÃO 2012

DZARMA nova coleção Dzarm se inspirou no romantismo, valorizando o resgate ao passado. A proposta da marca é exaltar o clima bucólico. Para as meninas, estampas florais, renda e cintura marcada. Já os rapazes: bermudas em sarja lisas e estampadas, Skinny, além de t-shirts com silk e bordados que remetem ao tema central da linha. Confira as imagens.

DZARM Rua Profª Guiomar Porto, 66 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3612.2352

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VERÃO 2012

ZHURKAO desfile da Zhurka, apresentou duas grifes exclusivas: DTA, com ares grunge, beach, jeans delavê e a DOPPING, que mostrou que a pantalona vem com tudo no jeans ou no tecido.

ZHURKA Rua Barão de Cotegipe, 348 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3611.6941

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68 NOV/2011

VERÃO 2012

ANJO REBELDEPensando em mulheres de todas as idades, a Anjo Rebelde trouxe para a passarela do desfile verão 2012 os detalhes elaborados da grife Lança Perfume e a descontração da Planet Gilrs. Com um público cada vez mais exigente, a loja está antenada com as novas tendências. Vale a pena dar uma passadinha lá!

ANJO REBELDE Rua Profª Guiomar Porto, Edf G. Center Lj 2- Centro - Barreiras (BA) (077) 3611.3997

FOTO

S: C

.FÉ

LIX

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FOTOS: HELENA OMENA

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cult música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

TCHÊUma Bahia que fala

CULTURA POPULAR

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Anos 1970. Estimulados pela perspectiva de uma vida promissora, milhares de sulistas migram para o Oeste da Bahia, concentrando-se basicamente em Barreiras e no então distrito de Mimoso do Oeste (hoje, cidade Luís Eduardo Magalhães). Entre eles, Gelson Fontana, os pais e 11 irmãos, de um total de 17.

A vinda da família Fontana para o oeste baia-no, como a de tantos outros sulistas ajudou a temperar com bombacha, churrasco e chimarrão a cultura baiana. Hoje, mais de 30 anos depois, Seu Gelson, “patrão” do CTG Sinuelo dos Gerais em Luís Eduardo Magalhães, relembra sem arre-pendimentos da chegada a região. “Se fosse para escolher, novamente, um lugar para morar, eu es-colheria aqui”, diz, sem hesitação.

Por todo o Brasil e exterior, existem mais de 2,5 mil Centros de Tradição Gaúcha, que invariavel-mente são administrados por uma patronagem (diretoria, nos outros clubes). Os CTGs são enti-dades que têm por objetivo principal preservar e divulgar a cultura campeira do Sul onde quer que se instale. O de Luís Eduardo Magalhães, o maior do país, já tem 20 anos de fundação e apesar de proteger as tradições sulistas, não é um espaço excludente.

texto BRUNA PIRES e C.FÉLIX foto C.FÉLIX

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Gelson Fontana, há 30 anos no Oeste: “Se fosse para escolher novamente. Escolheria aqui”, confessa o patrão, diante da chama crioula, que fica acesa durante toda a celebração da Semana Farroupilha. Uma cultura gaúcha seguida por filhos baianos

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

“Aqui é aberto pra toda comunidade. Já teve apresentação de toré, capoeira. As escolas pedem pra gente apresentar as nossas danças... Há um entrosamento muito grande entre sulistas e baianos e outros nordestinos. E muitos participam do CTG”, explica Gelson, que após tantos anos e com a família estabilizada na Bahia não tem medo de se auto intitular uma “baiano de coração”.

Apesar de toda essa abertura, o tradicionalismo gaúcho é preservado. Durante as manifestações culturais do CTG, a exemplo da Semana Farroupilha, quando acontecem apresentações de invernadas (danças artísticas, campeiras e esporti-vas), pimenta nem moqueca de peixe entram. Isso não quer dizer que o povo sulista não aprecie a gastronomia e a cultura da Bahia. Há um respeito mútuo às diferenças culturais, explica Grace Fontana, filha do Gelson.

“Minha irmã mais velha é casada com um baiano e eles já têm uma filha - ela estava dançando aqui, hoje, [no último dia das celebrações da Semana Farrou-pilha]. Ele não usa a bombacha, mas participa, assiste. Eu acho muito bonito. Também quando tem qualquer evento cultural na cidade a gente participa”.

Semana FarroupilhaEntre os dias 13 e 20 de setembro último, o CTG Sinuelo dos Gerais celebrou

a Semana Farroupilha. “Nós revivemos a Guerra dos Farrapos. Todos se reúnem.

Começa com o acendimento da tocha criola, em home-nagem aos sulistas que já partiram para a outra vida”, explica Gelson.

A chama fica acesa durante toda a semana. Anti-gamente, ficava acesa só à noite. Os peões iam para o campo ficar de vigília no gado. “Dentro dessa vigília eles tomavam chimarrão, conversavam. Essa era a vida do gaúcho. A chama é uma tradição gaúcha e relembra a Guerra dos Farrapos. Colocaram um governo que não era do Rio Grande do Sul. Ele elevou o preço dos impos-tos e o povo se revoltou”, conta Grace.

No último dia de comemoração, o Sinuelo dos Gerais reuniu associados e convidados para uma apresentação de invernadas de várias idades. Em seguida, foi servido um arroz carreteiro, prato tradicionalmente gaúcho à base de charque e arroz preparado em panela de ferro.

O CTG Sinuelo dos Morais é um dos maiores clubes do país em extensão. Em momentos

festivos, crianças e adultos apresentam as invernadas, manifestações artísticas com

raízes europeias

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

—Até que está bonitinha – disse Dona Helena Coité avaliando as sandálias “Pisa na fulô”, que na época era a moda. Depois, questionou: - Esse pé num tá

meio torto, não, menina?- Não! É assim mesmo. Quando a senhora calçar, andar ele fi ca

direito – respondeu a menina Leda Maria, de 12 anos, chamada ca-rinhosamente de Lelê. Era a primeira sandália que ela fazia, inclusi-ve às escondidas do pai, o artesão Claudionor. Moravam no Olhos d’Água, lugarejo pertinho de Barra.

- Tá bom! Deixe aqui.Nesse momento Lelê pulou de alegria por dentro. Três dias depois

Dona Helena chegou à casa de Claudionor. Ao vê-la, Lelê pensou: “Eita que hoje eu levo uma pisa do meu pai”.

- Seu Claudionor, tá aqui a sandália que sua fi lha fez pra mim. Tá até bonitinha, mas ela fez de uma forma só. Só fez o pé direito.

- Menina! - gritou seu Claudionor. Por que não me disse que es-tava fazendo isso?

na fulôPISA ARTESANATO

Artesã barrense que provocourebuliço nas águas do São Francisco fazendo topless no início dos anos 1980, Lelê já exportou sua arte para vários países e é referência na produção de móveis e outras peças em couro

texto/foto C.FÉLIX

Mostruário com modelos de sandálias em couro no ateliê de Lelê, em Barra, que fará exposição dia 22 de novembro, no Instituto Mauá do Pelourinho, em Salvador

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- Não falei com medo do senhor me bater – respondeu Lelê, num canto, toda acabrunhada.

Seu Claudionor examinou a sandália, olhou para a fi lha, voltou-se para Dona Helena e disse que ia fazer o outro pé. Depois que a mulher saiu, chamou a fi lha e perguntou: - Por que mi-nha fi lha fez aquilo?

- Porque eu queria comprar um lápis, pai. Todos os meus colegas têm e eu não tenho. É um lápis com borracha colorida.

- Tudo bem – disse seu Claudionor ainda surpreso com a perspicácia da fi lha. Quando você for fazer qualquer coisa, eu vou fazer com você. Assim, Lelê aprendeu a profi ssão de ar-tesã em couro. Estimulada pelo pai e avô, que faziam gibão, luva, guarda-peito, chapéu de va-queiro, de dono de fazenda, sandálias... tudo assistido por ela, que fi cava pedindo pro pai fazer isso e aquilo.

Até hoje, quando Dona Helena encontra Lelê, já com cabelos brancos, diz com humor: “A danadinha me enganou”.

...Aos 17 anos Lelê foi para São Paulo. Era

1969. Ao chegar na Estação da Luz fi cou fas-cinada. Sem dinheiro algum, porque o primo que lhe acompanhava gastou tudo com a mu-lherada no vapor, foi trabalhar de empregada doméstica. A contragosto, que se diga. Um dia, umas amigas falaram: “Vamos na Praça da Re-pública? Lá tem um bocado de coisas que você vai gostar, Lelê”. Dito e feito. “Eu sei fazer isso, meu Deus! É isso que quero fazer”. Na hora, procurou a responsável. Ela informou que era preciso fazer uma peça pra tirar uma carteira e ganhar um ponto. “Fiz com medo”, conta. A partir daí, como doméstica Lelê se saiu uma admirada artesã. Ela comprava chinchila no bairro do Braz, fazia trousse e ia vendendo na rua Augusta. Eram pequenas bolsas que faziam sucesso na época. Depois, começou a fazer móveis e roupas em couro. Não demorou e a menina de Olhos d’Água já estava exportando suas peças para França, Amsterdã, Marrocos, Japão, Alemanha...

- Meu pai sempre me falou: “Olha, você faça o que você quiser, vai aonde quiser, mas tem que assumir o que você fi zer”. Eu gostava mui-to quando ia tirar casca de madeira para fazer as tintas que ele queria. Eu perguntava feito uma doida...

Lelê morou em vários lugares do Brasil. De-corou a casa de Roberta Miranda em João Pes-soa. Conheceu Ney Matogrosso, que ainda não era cantor. Na época fazia macramê, na Praça da República.

- Depois que ele gravou um disco, queria que eu trabalhasse pra ele fazendo aqueles adereços. Mas preferi fi car na praça. Ele era muito meu amigo, me ajudou muito. Assim como Caetano, que quis até fazer um show aqui na Barra, mas não tinha um local pra isso. Um dia, em Recife, encontrei eles: Bethânia, Caetano, Gil, Gal. Daí Caetano disse: “Você tem que morar nesses lugares que a gente passa, Lelê. Não nesse lugar longe”. Eu disse: “Mas eu gosto é de lá. Nasci ali pertinho”, conta.

Por onde passou, Lelê fez história. Nunca quis casar. Até hoje queria levar aquela vida de andarilho. Chegava na rodoviária e achava um nome de cidade bonito, pronto! Pegava o ônibus e se mandava. Recebeu prêmios de críticos e despertou a sensibilidade de poetas, a exemplo do pernambucano Alberto da Cunha Melo (ver poema ao lado).

De sandálias, bolsas, cintos e souvenir, Lelê começou a fazer móveis, chamando atenção até do pessoal da Casa Cor.

- Trabalho com peças antigas. Compro móveis antigos e transformo. Retoco e cubro com couro. Faço exposições... era uma festa escolher o nome da exposição quando eu morava em Olinda – recorda. “Lelê”, dizia Alberto [da Cunha Melo], “vamos criar o nome hoje”. E íamos pro lago comer camarão e tomar umas. A última exposição que fi z em Recife ele deu o nome de “Lelê e o couro da gente”. Engraçado que quando eu ia colocar os cartazes nos bares me perguntavam o que eu ia cantar. Diziam que eu tinha cara de quem canta e toca um violão empurrado.

Um dia, sonhou em ser veterinária, mas não passou da 2ª série do 2º grau. Do sonho de cuidar da saúde dos bichos, restou trabalhar com o couro deles depois de mortos.

- Mas num deixa de ser uma forma de cuidar deles, né?! - pondera. E eu acho que eles acham bom, pois faço cada coisa bonita.

Acima, algumas peças de Lelê. Ao lado, poema de Alberto Cunha de Melo e fotos da artesã com Caetano e Ney Matogrosso e revolucionando os costumes nas águas do Velho Chico, fazendo topless

BARRACÃO DE ARTES LELÊ Alameda M. Guerreiro, 1.510 - Bairro Vermelho - Barra (074) 3662.2282 / 8828.4877

INFORMAÇÕES

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

Ligada a São Félix do Coribe por uma ponte sobre o Rio Corrente, um dos principais afluentes da margem esquer-da do Rio São Francisco, San-

ta Maria da Vitoria é uma cidade encan-tadora, de belas praças, estreitas ruelas e povo acolhedor. Tais características atraem milhares de visitantes seduzidos por seus atrativos e variadas opções de lazer, entre eles a Pizzaria e Choperia Canecão, inaugurada em 2010.

Destaque na gastronomia e entreteni-mento, em pouco tempo se transformou em uma opção agradável para quem aprecia um ambiente aconchegante, re-gado a boa música e gente bonita.

O cardápio com as mais variadas espe-cialidades de massas, carnes grelhadas, pizzas, petiscos e frios, aposta ainda no

que há de melhor da culinária baiana.Para melhor atender sua clientela, a

Pizzaria e Choperia Canecão oferece um chope cremoso e a cerveja mais gelada da cidade. “Hoje, o Canecão é a melhor opção pra quem quer fugir da rotina e se divertir na companhia de familiares e amigos”, conta Junior, proprietário do local.

O clima fica ainda mais aconchegante com as apresentações de artistas e canto-res de Santa Maria da Vitória e de outras cidades da região. “A música tem o po-der de alegrar o ambiente, tornando-o mais agradável e as pessoas mais felizes e receptivas”, continua Júnior.

Para quem deseja associar qualidade, entretenimento e descontração, o Ca-necão Choperia e Pizzaria é um dica e tanto. Confira!

Ambiente moderno, gastronomia apetitosa,

chopp e cerveja geladíssimos e

atendimento no ponto fazem do Canecão

uma ótima opção para quem quer passar uma

agradável noite na encantadora Santa Maria

da Vitória

texto ELLEN RARDENfoto MARCO ATHAYDE e C.FÉLIX

O sabor da vida noturna às margens do Rio Corrente

CANECÃO POINT

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“A qualidade de nossos produtos e serviços é o nosso grande diferencial”,, conta o proprietário Júnior (acima), que faz questão de acompanhar de perto todos os processos de funcionamento do bar e restaurante. Ao lado, apresentação do grupo Toque de Choro, de Barreiras

CARDÁPIO

CANECÃO - CHOPERIA E PIZZARIA Praça do Jacaré, s/n - Centro - Santa Maria da Vitória (BA) Disk Pizza: (077) 3483.5460 E-mail: [email protected]

INFORMAÇÕES

Algumasopções de petiscos mais solicitadas pelos clientes

CARNE DE SOL NA CHAPA CAMARÃO BATATA FRITA

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Tales, Siri, Sagrilo e Tchola não eram nem nascidos quando o Rei do Baião e o pai do rock brasileiro deixaram o mundo dos vivos. Binho e Victor tinham

menos de cinco anos na época. Passados cerca de 20 anos, os seis garotos, que não tiveram o privilégio de assistir ao vivo Seu Luiz tocando os seus

120 baixos envenenados nem Rauzito a bradar pela sociedade alternativa, formaram uma banda cujo estilo musical é todo inspirado nos dois ícones na

música nordestina. Inclusive o nome: “Fi di Lunga”

texto G.FLORES foto C.FÉLIX

MisturaQUE DEU CERTO

cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

MÚSICA

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Victor Laurindo explica que Luiz Gonzaga, entre vários apelidos, também tinha o de Lunga. Mas esse nome lembra mesmo o cearense Joaquim dos Santos Rodrigues (dizem que esse é o nome real de Seu Lunga), cuja falta de paciência e patadas

astronômicas tornaram-no em uma lenda do folclore do Nor-deste.

O baiano Raul Seixas, em seu disco mais famoso (Gita, 1974), professou: “Sonho que se sonha só. É só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade” A canção Prelúdio embalou muita gente, e ainda hoje embala. Afinal, foi do sonho sonhado junto, em reuniões no pátio e corredores do campus da UFBA em Barreiras, que nasceu a Fi di Lunga, banda de forró mais rock’n’roll da região. “Começamos no intuito de fazer uma brincadeira só dentro da universidade. Só que a gente percebeu que o pessoal de fora começou a gostar do som”, conta Victor, do vocal, o mais falante do grupo.

Forró com rock’n’roll? “Forrock, forreggae. Num tem o pé-de-serra? A gente toca o tênis-de-serra”, explica com humor o baixista Rafael. “Tocamos o som de raiz, mas talvez seja uma ver-tente nova do pé-de-serra”, tenta explicar Siri, diretamente do za-bumba. E o baterista Binho completa: “a gente queria reviver as influências do pé-de-serra e mudar esse forró estilizado de hoje”.

Em Recife, na década de 1990, um movimento denominado manguebeat, que teve em Chico Science seu maior expoente, misturou os ritmos regionais ao rock, funk, hip hop e, desse li-quidificador, saiu uma música eletrizante. Com batidas fortes e empolgantes. Os Fi di Lunga reconhecem que Chico Science, realmente, deu uma nova roupagem à música nordestina, mas o estilo musical da banda tem outra pegada. O que não que dizer que eles não bebam também da fonte pernambucana.

Os estudos e trabalho não facilitam para os ensaios. Mas, quando dá, se reúnem. Quando não, fazem os acertos nos pró-prios shows. “Até agora ninguém reclamou”, contam entre gar-galhadas numa mesa arrumada para a conversa, no Trapiche, no Centro Histórico de Barreiras. O bar reúne frequentemente uma turma que gosta de ouvir um som diferente daquele que se toca na maioria das casas noturnas da cidade. “A mistura do antigo com o moderno, o humor em cima do palco, agrada a galera que nos ouve. Eles gostam”, confessa Binho.

Sobre a convivência do grupo, o clima bem humorado de-nuncia: “a gente quer um grupo que seja amigo mesmo. A gente preza pela amizade e quer se divertir. Não queremos pegar um sanfoneiro de não sei onde e colocar na banda”, fala Victor.

Com dois anos na estrada, a banda já tem um hit, entre suas composições, que não pode faltar no repertório dos shows: Cho-ra Rita. “Sabe como é estudante. Liso, né. Essa música surgiu porque a gente não tinha dinheiro pra comprar cerveja e daí compramos a pinga Chora Rita, que custava R$ 2,30. Com a situação acabamos fazendo a música”, relata Siri.

Recentemente, a banda gravou um DVD, que ainda está sen-do finalizado. A proposta é depois colocar em um CD as sete composições do grupo. Mas o sonho, mesmo, dessa turma, é ir a um programa de televisão e tocar no Rock in Rio. Quem sabe? Sonho que se sonha junto...

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um lugar: noturno

ELÉTRICOSVagalumes

s negras águas do Rio Grande desde sempre abençoam Barreiras. Ao anoitecer, pintadas pelos filetes de luz da Avenida Presidente Vargas e Praça Landulfo Alves testemunham o ir e vir de quem passeia pela orla do cais. Ao longe, como

vagalumes elétricos soam protagonistas da noite barreirense. Parceiros dos bares boêmios da cidade, visitados por todos, frequentados por muitos. Ali no rio: a história! Um lugar para ir, voltar e se apaixonar! a

texto ANTON ROOS foto PÉRICLES MONTEIRO

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1973: Barreiras de 38 anos atrás, em vista aérea do cais e da antiga sede

da empresa Sertaneja

REPRODUÇÃO

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um lugar: noturno

assarela de 200 metros sobre o rio Corrente, entre São Félix do Coribe e Santa Maria da Vitória, é um monu-mento que impressiona pela sua moderna estrutura com seus arcos esticados. Assinada pelo arquiteto

Aterceiramargem

Fernando Frank e engenheiros Carlos Emílio Strauch e Francisco Peixoto, a obra foi inaugurada no início de 2010 e encurtou a travessia entre as duas cidades. A passarela lembra a Ponte Espraiada de São Paulo, com

ptexto/foto C.FÉLIX

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um jogo de luzes em cores variadas. De lá, tem-se uma vista privilegiada do rio Corrente. Há quem diga que é a terceira margem do rio.

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Tizziana [email protected]

GELO,LIMÃOEAÇÚCAR

Avenida: LEM ganhanova loja de departamentoRecentemente inaugurada pelo empresário, Rodrigo Caseli, Lojas Avenida é um grupo que conta com moda feminina, masculina, infantil, cama, mesa, banho. A loja está instalada no centro comercial de LEM. Com mais de 75 lojas em 11 estados, a Avenida é a maior rede de varejo de moda do Centro-Norte e umas das 10 maiores do Brasil.

Armazém do jeansAna Paula Severo fará inauguração da loja Armazém do Jeans na segunda semana de novembro. A loja será especializada em jeans feminino e masculino, e estará situada no centro, próxima ao Banco do Nordeste. Visite a loja!

ALICE PENA FARIASAlice Pena Farias comemora 15 anos no dia 19 de novembro, que fará três trocas de vestidos. Seus pais Simone e José Sergio Farias recepcionarão os convidados com uma festa no Espaço de Eventos Quatro Estações. Alice fez o ensaio fotográfi co com Helena Ogrodowczyk

KLEIRANN ORLANDIE CHARLES WALLAUER

BIA MULLERE FABIO MARTINSO casamento de Bia Muller e Fabio Martins aconteceu no sábado, 5 de novembro, às 20h, em Jales, interior de São Paulo, cidade dos pais da noiva. O blog do casamento é: biaefabio.zankyou.com

DIVULGAÇÃO

Eles se casaram no dia 24 de setembro. A cerimônia e recepção foram realizadas no Espaço Quatro Estações. Eles viajaram em lua-de-mel para Miami e Orlando

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Me caiu os butiá do bolso!

Alguns dos assuntos de debate esse mês no “facebook” foi a Barba. Algumas mulheres odeiam e outras amam. Eu particularmente acho a barba charmosíssima, realmente um encanto. A chamada de barba mal-feita, a mais volumosa se for bem cuidada é de encher os olhos, deixa o homem muito mais sexy, com aparência madura e com uma pitadinha de cara de canalha. A barba mais curta, que “pinica” é extremamente antipática, causando alergia em algumas mulheres. E o cavanhaque? É uma sedução. Irresistível. Tenho certeza que: o homem precisa ter um bom papo e uma boa pegada, seja ele com ou sem barba. Assim como o perfume masculino, esse “cheiro” deixo para o próximo post!

Na EuropaAs arquitetas Ligiane Caroline Kuffel e Nicéia Benvinda, viajaram para a Europa no dia 26 de outubro. O roteiro, organizado pela Trip Turis-mo, inclui França, Itália, Alemanha, República Tcheca e Espanha. Elas retornam dia 12/11.

A espera de BeatrizTiago Fernando Kuffel e sua es-posa Pomme Lima Kuffel espe-ram a chegada de Beatriz Lima Kuffel. Pomme está entrando no quinto mês de gestação.

Bebe à vista Ketlyn Moreira Missio grávida de 7 meses de gestação espe-ra a chegada de João Miguel. Parabéns futuros papais Ketlyn e Thalis Missio.

Congresso em Buenos AiresO casal Flávia Rizkalla, psicóloga, e Alexandre Rizkalla, psiquiatra, participou de 18 a 22 de setembro, do XV Congresso Mundial de Psiquiatria, em Buenos Aires. O evento reuniu 16 mil psiquiatras do mundo todo. O casal aproveitou para ficar mais uma semana passeando pela cidade.

No mar do CaribeMicheline Palma Makowich e o marido Boris Makowich viajaram no dia 26 de setembro para as ilhas Caribenhas, cidade de Punta Cana na República Dominicana, com direito a balada em uma caverna, regada por rum e ao som do tradicional merengue. O casal conheceu a Ilha Saona, local da filmagem “A lagoa azul” e também onde foi filmado “Piratas do Caribe”. Eles retornaram ao Brasil no dia 4 de outubro.

CAMILA WINTEREstudante de psicologia da faculdade Fasb. Camila comemorou seu aniversário dia 23 de outubro e foi a Musa Arerê de outubro! Parabéns e sucesso!

NIVER DE CLARA GARCIAClara Garcia comemorou aniversário no dia 1º de outubro com a festa que teve como tema Anos 70. A festa reuniu 130 convidados no Espaço Olavo Nascimento

Delineador adesivo da DiorOs olhos delineados estão em alta, o “efeito gatinho” virou moda na década de 50, e está arrasando nos olhares. Por isso a Dior lançou o Velvet Eyes, um delineador reutilizável edição limitada, em formato de adesivo, que proporciona o efeito perfeito nos olhos. Desenhados pelos maquiadores da Dior, a caixinha vem com quatro modelos de delineador autocolante e uma cola extra. Dois adesivos são aveludados, que deixam um traço grosso no olhar, e o outro par apresenta aplicações de cristais Swarovski, no caso, mais finos.

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CLARA GARCIA E HELENA JULIANI

REPRODUÇÃO

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society

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Passarela MaisonO Desfile Maison trouxe para o desfile de verão, caftã, transparência, macrovestido, microvestido. Off white, dourado, estampas gráficas que exploram florais e influências étnicas. Mais uma vez, a loja que representa as marcas Le Lis Blanc, Bo.Bô, John John e Shoulder, evocou as divas modernas com charme retrô dos anos 60 e 70 - épocas primordiais da moda atual. O styling ficou por conta de Karine Magalhães. No Stand tiveram como parceiros, Santa Lolla, Dellano e cotonicultores de Barreiras, cedendo Capulhos de algodão para decoração com tema “Fibra natural de luxo”.

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1 Joana, Evita e Dra Fatima Oliveira; 2 Luciane e Sávio Barreto; 3 Tailles, Jorene, Leilson, Zito, Ivete, Arlênio e Camila; 4 Antonio, Ludimila Líbio, Andréa Rocha e Ronald Azevedo; 5 Rosilene e Marcio Andrade; 6 Bosco Pavão; 7 Joésia Gusmão; 8 Rangel e Ronaldo; 9 Elis e Valdecir Moreira; 10 Lúcia e Airton Carpenedo; 11 Valdinei e Carminha; 12 Martinha na torre Eiffel; 13 Maria Anália e Biro Biro; 14 Dra. Graça e Dr. Brancildes Junior; 15 Josilene Silva e Adlarci Miller 16 Deva e Gata; 17 Flávio e Núbia; 18 Mônica, Ane, Val e Genir; 19 Talita e DJ Charles; 20 Neto e Cléa; 21 Flor Maria em Paris; 22 Luiz e Henrique; 23 Carlene, Tays, Priscilla e Catherine; 24 Dep. Herbert Barbosa e Roberto; 25 Patricia e Lily; 26 Roberta e Marcelo; 27 Gioconda Lira e Amanda Sá Teles; 28 Leonina Pamplona e Maria Anália; 29 Yurika, Alex e amiga; 30 Leila Nunes e Mariana Matos; 31 Vilson e Sinduala.

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1 Janete e Jorge; 2 Jezreel, Elis Aialla e Leylla; 3 Arnoldo, Vânia e Marcos; 4 Renato e Luciana; 5 Vanessa e Simão Augusto;6 Maisa Marques, Marcelo Lopes, Cristina Campos e Mauricio Fernandes ; 7 Branco, Lueyde e Telma; 8 Rodrigo e Rayana; 9 Nei, Marcos, Roger, Ganço, Jairo e Rejane; 10 Whendy; 11 Ilma e Marcos; 12 Darquelene e Mario.

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