Revista Abrantes

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e s p e c i a l

r e v i s t a

pontomovel

cidade do saber

pontomovel

cidade do saber

Vila de Abrantes

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SABERES EFAZERES

VILA DE ABRANTES

DICASCULTURAIS

NOSSA GENTE

PAINELCRIATIVO

MOVIMENTO ARTÍSTICO

LAZERQUEM CONTAUM CONTO

SABOR DA TERRA

ESPAçO VERDE

LÁ VEMHISTÓRIA

AçÃOGOVERNAMENTAL

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GENTEQUE FAZ

www.cidadedosaber.org.br71 3644.1631

Para consolidar as práticas de democratização do acesso a bens culturais e esportivos, a Cidade do Saber agora tem o seu Ponto Móvel, que prioriza o atendimento às localidades da orla e zona rural de Camaçari, por estarem mais distantes, geograficamente, da sede da instituição, no centro da cidade. Assim, desde julho de 2009, mais de 4.000 pessoas, de 12 diferentes localidades, já foram beneficiadas por este projeto, nos espaços próprios do caminhão adaptado (biblioteca, brinquedoteca e mini-lan house) ou nas oficinas que ocorrem nas dependências de Associações Comunitárias, grandes parcerias deste trabalho!

1 ano

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Areias

Arembepe

Cordoaria

Jauá

Barra do Jacuípe

Vila de Abrantes

Camaçari

Sede CamaçariCidade do Saber

Barra do Pojuca

Distrito de Monte Gordo

Distrito de Abrantes

Monte Gordo2

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9Parafuso

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abrantes

Sejam bem vindos

Um pouquinho da história, das tradições e do dia a dia de quem vive na localidade que originou o município de Camaçari. Isso está retratado aqui, em mais uma edição desta série especial de publicações da Cidade do Saber – Instituto Professor Raimundo Pinheiro.

A revista, como as seis anteriores, é fruto do trabalho do Ponto Móvel, que, seguindo as premissas da Cidade do Saber, busca levar cultura, esporte e lazer

Editorial

às populações mais distantes do projeto, na sede de Camaçari.

A partir de uma estrutura montada sobre um caminhão-baú adaptado, o Ponto Móvel contribui para a inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos. Além de garantir acesso aos direitos essenciais, como educação, cultura e lazer, nossa proposta é também ajudar a registrar a diversidade cultural de cada comunidade visitada.

Conheça aqui um pouco mais da arte, dos atrativos turísticos, da culinária e das pessoas que fazem de Vila de Abrantes um lugar especial.

Em exemplares já publicados, é possível viajar pelas letras e imagens, e saber mais sobre Barra do Pojuca, Monte Gordo, Barra do Jacuípe, Arembepe, Areias e Jauá. Nossas próximas visitas contemplarão o povoado de Cordoaria (remanescente quilombola), Parafuso e a sede de Camaçari. Nos vemos em breve.

Boa leitura!

Esta publicação segue as normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990, em vigor desde janeiro de 2009.

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Um dos principais tesouros de Camaçari. Assim pode ser considerada Vila de Abrantes. Fundada às margens do Rio Joanes, em 1558, por padres jesuítas que tinham como missão catequizar índios tupinambás, foi inicialmente denominada Aldeia do Divino Espírito Santo. Esse aldeamento foi um dos primeiros núcleos do Brasil, sendo também palco de importantes fatos históricos.

Vila de Abrantes abriga uma das mais antigas igrejas do período colonial, construída entre 1580 e 1600, e considerada um marco na história do país. Tanto a preservação da Igreja do Divino Espírito Santo quanto o traçado original da praça em que está localizada são motivos de orgulho para seu povo.

Por tudo isso, Vila de Abrantes também se

Um tesouro em CamaçariDona Maria Elza e sua filha Ana

Nery

configura como um cenário de Patrimônio Histórico Nacional a ser preservado, um Sítio Arqueológico Histórico Ambiental. A moradora Ana Nery Souza ressalta a importância desse patrimônio para o município de Camaçari.

“Nós somos herdeiros dessas riquezas patrimoniais, a igreja e o convento”, destaca. Segundo ela, dizem que o traçado da praça onde estão localizados tem formato de uma taba (aldeia) . “Quando a igreja foi reformada, em 1976, do lado de fora foram encontradas urnas funerárias indígenas feitas em cerâmica. Peças em ouro, como um turíbulo (pequeno incensário), também foram achadas durante a reforma”, conta.

Além da importância histórica, Vila de Abrantes encanta por suas belezas naturais e pela cultura da sua gente. A primeira sede do município de Camaçari é cercada por

um cordão de dunas entre as praias de Busca Vida e Jauá, o que deu origem ao Parque das Dunas de Abrantes. No final do bairro Fonte da Caixa está o Mirante do Cruzeiro, de onde se descortina a paisagem predominante em toda a Costa dos Coqueiros: lagoas, praias, rios, riachos, áreas alagadas e as imponentes dunas.

Um passeio por Abrantes pode revelar experiências preciosas. A beleza da Cachoeira da Sucupira encanta moradores e visitantes. Outro recanto singular, Buraquinho é uma fonte de água mineral usada desde os tempos dos primeiros habitantes, os índios. Muitas mulheres de Vila de Abrantes ganharam o pão de cada dia lavando roupa nessa fonte. Outras ganhavam o seu sustento carregando água da fonte do Buraquinho para abastecer as casas da localidade, quando não havia encanamento.

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Seu Cesmel é brincante do

Otitaratatá

Religiosidade presente em

Abrantes

João Ribeiro dos Santos, conhecido como Seu Jonga, lembra dos tempos em que não existia água encanada: “Antigamente a gente pegava água ou no chafariz ou na fonte, que é usada desde os tempos dos tupinambás”.

Festa do Divino

A riqueza cultural de Vila de Abrantes é o bem construído e valorizado por sua comunidade. Se manifesta de forma singular, por exemplo, durante as principais festas populares e religiosas.

Apesar de ter sido modificada ao longo dos anos, a Festa do Divino Espírito Santo continua mobilizando quem mora e quem vem de fora. Em tempos áureos os festejos começavam com uma alvorada, seguida de caminhada com o

acompanhamento da Filarmônica. Ao meio-dia, havia distribuição de pão e carne para os menos favorecidos da região.

À tarde aconteciam corridas de velas e ovos, com participação de crianças. No cair do sol uma gincana de burros era a atração, com grande número cômico.

No segundo dia havia missa, sermão e procissão. No começo da tarde, era tradição a venda de fogaças e um arraial. Ao entardecer começava uma cavalhada, como era conhecida a corrida de cavalos. À noite tinha a corrida da bandeira e, em seguida, uma queima de fogos sinalizava o encerramento dos festejos.

Dona Maria Elza, moradora de Vila de Abrantes há mais 27 anos, lembra com saudade dos bons

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Igreja de São Bento em Buris

de Abrantes

Mirante do Cruzeiro

CURIOSIDADES

A origem do nome Abrantes vem de aurantes, no português antigo significava áureo, dourado, ouro,

da cor dourada das lagoas e águas da região que os portugueses encontraram quando aqui chegaram.

A primeira peça teatral do Brasil foi encenada em Abrantes, por índios catequizados e jesuítas. O teatro foi a primeira ferramenta utilizada na conversão dos índios, segundo o

historiador baiano Cid Teixeira.

A bandeira de Vila de Abrantes tem uma pomba que simboliza o Divino Espírito Santo.

tempos da Festa do Divino. “A festa, no dia 23 de maio, já foi muito bonita. Havia a lavagem com as baianas, havia os cavaleiros que vinham participar também, tinha corrida de jegue e samba de roda”, diz ela, destacando que a festa do padroeiro também era muito animada. “Durante os festejos de São Sebastião a comunidade acompanhava a procissão descalça”.

Em se tratando de tradição, outro morador, João Nazaré da Silva, 50 anos, tem orgulho de manter uma manifestação que conheceu ainda rapaz. Mais conhecido na localidade como Cesmel, ele participa todo final de ano do Otitaratatá, uma brincadeira que reúne um grupo que deseja se despedir do Ano Velho e saudar o Ano Novo.

Cesmel conta que o grupo sai de Vila de Abrantes e vai até um rio em Areias. “Enfeitamos um barquinho de madeira e nele colocamos várias coisas para

saudar o Ano Novo. Enquanto colocamos esse presente nas águas do rio, cantamos para nos despedir do ano que passou e pedimos bênçãos para o ano que se inicia”, explica.

Os grupos de quadrilhas também fazem parte da história cultural de Vila de Abrantes. Durante os festejos juninos, muitas pessoas se apresentavam dançando na localidade e adjacências. Diversificando coreografias e cantigas, grupos representavam o casamento caipira. No passado havia os Bailes Pastoris e as Comédias, uma espécie de teatro apresentado por jovens caracterizados geralmente de animais.

Ainda existem em Vila de Abrantes grupos de cultura popular de grande valor. A Associação de Capoeira Engenho (comandada por Mestre Grandão), o grupo Raízes de Abrantes e o Terno da Burrinha são algumas das manifestações que se destacam no lugar.

Fontes:Léa Ester Sandes-Sobral. Complexidade Territorial e Desenvolvimento: Tendências e Perspectivas da Urbanização no Litoral de Camaçari / Bahia / Brasil. Universidade de Barcelona. Barcelona, 2008.

Sandra Parente. Histórias que não contei. Salvador, 2007.

Sandra Parente. Camaçari. Sua história, sua gente. Salvador, 2ª edição, 2008.

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vila deabrantesvila de

abrantesNossa Gente

Revista Ponto Móvel: Dona Temite, onde e quando a senhora nasceu?

Dona Temite: Nasci aqui mesmo em Buris há 76 anos. Casei e criei os meus filhos, sempre aqui.

Revista Ponto Móvel: A senhora participou de alguma manifestação de cultura popular em Vila de Abrantes?

Dona Temite: Desde moça eu participo das brincadeiras daqui. Fui do Terno do Barambiá e do Terno do Boi.

Revista Ponto Móvel: E como eram esses ternos?

Dona Temite: O terno do Barambiá era bem bonito. O do Boi tinha várias partes, em que a gente cantava a cantiga das Borboletas, do Véio e a Véia, da Maria das Flores, da Padeira e das Espadas. Tinha várias pessoas que se vestiam pra dançar essas cantigas, por exemplo, de borboleta, de padeira (que vinha com um balaio na cabeça). Aqui também tinha o Terno do Zé do Vale.

Revista Ponto Móvel: Em que época os ternos saiam aqui em Abrantes?

Dona Temite: Começava no Natal e só acabava no Dia de Reis, 6 de janeiro. A gente saia de porta em porta cantando para as pessoas abrirem as casas e receberem o terno.

Revista Ponto Móvel: Tinha instrumentos acompanhando?

Dona Temite: Tinha sim, viola e pandeiro. Os ternos eram muito bonitos e reuniam

Valdemira Santana de Assis, conhecida em Buris de Abrantes (uma das comunidades de Vila de Abrantes) como Dona Temite, é matriarca de uma família que sempre foi chegada às brincadeiras de terno. Tornou-se viúva com pouco mais

“Desde moça eu participo das brincadeiras daqui”

mais ou menos umas 30 pessoas. Há pouco tempo eu dei na cabeça de fazer um terno pra gente sair. Ensaiamos e saímos. Hoje em dia tá difícil, não tem quem toque a viola, o pessoal não quer ensaiar. Mas a gente conheceu um violeiro em Camaçari (sede) que quer tocar com a gente.

Revista Ponto Móvel: E a família da senhora, também participa do terno?

Dona Temite: A minha filha, Maria, dança o Véio e a Véia. Tem outra filha, Valdenice, que é porta-estandarte, que vem na entrada do terno. E tem um filho, Valtenio, que é o Véio. E ele também é o caboclo, que antes era representado pelo pai dele. O meu marido, Antonio, era o Caboclo e dançava com o Boi. Outra coisa muito bonita que tinha aqui era a quadrilha, no São João. A gente se apresentava em Camaçari, Arembepe, Areias e Jauá. Todo mundo contribuía pra comprar os tecidos e eu me sentava na máquina pra fazer as roupas de todo mundo. Tinha uns vestidos que eu fazia que davam gosto. Cada ano eu mudava o modelo.

Entrevista:

Dona Temite

Revista Ponto Móvel: E o trançado de palha? Tinha muito por aqui?

Dona Temite: Tinha, todo mundo fazia esteira e chapéu. Muitos teciam redondo, outros teciam comprido, pra colocar no meio da casa. Eu tenho saudades dessas coisas, mas dava muito trabalho. Uma hora dessas eu estava na roça com a meninas, capinando, plantando. Eu gostava muito da minha roça, era tão bom.

Revista Ponto Móvel: E do que mais a senhora sente saudades?

Dona Temite: Aqui tinha uma flor, chamada Flor de São João. Tinha época que enfeitava o campo todo. Tinha cor de rosa e tinha roxa. Elas cobriam tudo até aonde seus olhos iam. A gente tirava pra colocar dentro de casa. Mas essa flor sumiu. Na época do São João, ficava tudo florido por aqui. O pé do morro, de fora a fora, ele coberto por ela, fazia gosto!

de 30 anos e criou seus filhos fazendo um pouco de tudo: plantava na roça, fazia trançado de palha e vendia acarajé. Tudo isso sem perder o fôlego para continuar participando do Terno do Boi e do Barambiá, como nos contou em entrevista.

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vila deabrantesvila de

abrantesSaberes e Fazeres

Jonas da Conceição é o mestre que leva a frente o grupo Raízes de Abrantes, que tem como grandes atrações o Boi Bonito e o Samba de Roda. Conhecido em todo o município como Mestre Sardinha, exerce o ofício de sapateiro há mais de 30 anos em seu ateliê, que fica na Rua do Barro Vermelho. Nos fins de semana se realiza na dança, ao se apresentar em desafios que ocorrem na região de Camaçari. “Já cheguei a ficar mais de quatro horas dançando sem parar”, conta, orgulhoso, Seu Jonas.

Já foi convidado para apresentar-se em várias localidades da orla, onde também ficou conhecido como o “Furacão Sardinha de Abrantes”. Aos 69 anos, é uma liderança cultural importante em Vila de Abrantes. Sob sua coordenação o grupo Raízes de Abrantes dá continuidade a tradições como o bumba-meu-boi, tido como uma das mais ricas manifestações populares no Brasil.

A música, que é um elemento fundamental para o Boi Bonito, é garantida com o samba de roda do grupo. Acompanhado de viola,

A malemolência do Mestre Sardinha

APRESENTAçõES:

Mestre Sardinha: (71) 9626-9464

pandeiros de couro, triângulo, atabaques e tambores, Mestre Sardinha sai com o Raízes de Abrantes em apresentações pelas ruas da localidade. “Fazemos questão de tocar com o pandeiro de couro, como era nos tempos mais antigos, para manter a tradição”.

O grupo, que tem 20 integrantes entre homens e mulheres, ensaia todas as segundas-feiras, pois são sempre solicitados para eventos em escolas e festividades.

Grupo Raízes de Abrantes :

apresentações em várias

localidades

Seu Jonas já dançou por

quatro horas sem parar

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Espaço Verde

PARqUE MUNICIPAL DAS DUNAS DE AbRANTES

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Paulo Roberto Meireles Serra, 56 anos, nascido em Salvador, sempre gostou de arte. Foi estudar Publicidade em São Paulo, onde começou a trabalhar com a criação do personagem Mero, que quer dizer puro, simples, genuíno, mesmo nome também de um peixe dócil, encontrado no litoral brasileiro e que está em extinção. Paulo conta que do personagem nasceu um lutador pelas causas ambientais.

O Mero tornou-se muito conhecido por conta da sua “tirinha”, que foi publicada por 14 anos no jornal A Tarde, até 1995, mandando seu recado sobre os problemas ambientais da Bahia, do Brasil e do planeta.

Grande apreciador das belezas naturais de Vila de Abrantes, onde mora com

Mero na luta pela ecologiaa família desde 1997, Paulo faz questão de se envolver em causas que considera importantes. “Eu participei ativamente da luta contra o pedágio para moradores. Dei palestras para mais de 10 mil alunos das escolas da região. Além disso, já tive a ideia de fazer um galpão de reciclagem”, conta.

Morador do Loteamento Las Palmas, ele afirma que é um apaixonado pelo lugar que elegeu como sua morada. “Gosto muito de passear pelas dunas de Abrantes”.

Paulo dá palestras sobre diversos temas ligados à educação ambiental, principalmente voltadas para jovens e crianças. “Temos que educar nossos filhos para respeitarem o planeta e isso pode

começar em nossas casas. Nas palestras, ensino a fazer uma cartilha sobre a casa ecológica que tem tudo reaproveitado. A maioria dos móveis da minha própria casa foi doada e recuperada. Tem móvel aqui da fazenda de meu avô que tem mais de 100 anos”.

Como fonte de inspiração, ele confessa que um dos seus maiores mentores é Monteiro Lobato. “Eu sou aficcionado por Monteiro Lobato, que conseguia falar de política para crianças, educava através de suas histórias. É uma pessoa em que eu me espelho muito, sou fã dele de carteirinha, dou palestra sobre ele, ensino as crianças a desenharem os personagens dele. Foi o cara que descobriu que o petróleo era o caminho para o Brasil”.

PALESTRAS:

Paulo Serra (71) 8663-6039

Um fato que muito entristece a comunidade de Vila de Abrantes é a destruição das dunas do Parque Municipal, local onde se faziam trilhas e passeios ecológicos. A poluição, o desmatamento e a degradação pela retirada indevida de areia para construção de casas e condomínios são grandes ameaças.

As cotas mais altas do Parque Municipal das Dunas de Areias (criado em 1977, numa área de 700 hectares) se concentram nos chamados Morro do Ponto e Morro da Bacia, de onde se descortina todo o litoral de Itapuã a Arembepe, com um complexo de coqueirais, lagos, praias, áreas alagadas e grandes dunas, que chegam a 48 metros de altura.

O parque abriga ainda exuberantes exemplares de flora e fauna. A criação desse parque teve como objetivo principal promover a preservação de uma das mais importantes paisagens naturais de toda a faixa da orla marítima de Camaçari, que abriga um ecossistema singular.Paulo, criador

do Mero publicado em

tirinha do A Tarde

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Por Dona Anatália Soares Barreto

vila deabrantesvila de

abrantesSaborda Terra

• 01 cebola• 02 dentes de alho• 02 tomates• 01 pimentão• ½ molho de coentro• Sumo de 01 limão• Bagos de uma jaca verde• Chuchu ou mamão verde• Azeite de dendê, camarão seco e sal a gosto• Folhas de bananeira

Ingredientes: Modo de preparo:

Desfie os bagos da jaca, cortando como se fosse um marisco. Acrescente os temperos cortados, camarão seco, o sumo de limão e sal a gosto. Se desejar, ponha uma pimenta. Coloque o chuchu ou mamão verde cortado em cubos e, por fim, o azeite de dendê. Quando estiver cozido, retire do fogo. Passe as folhas de bananeira no fogo. Em seguida, forre um recipiente com as folhas e despeje a moqueca. Sirva com arroz e farofa de azeite de dendê ou oliva.

MOqUECA DE JACA NA FOLhA DA bANANEIRA

Dona Anatália nasceu em Nazaré das Farinhas, mas mora em Vila de Abrantes há mais de 20 anos. Após tomar um curso de aproveitamento de alimentos, oferecido pela Concessionária Litoral Norte (CLN) à comunidade local, ela se especializou em receitas com frutos da terra. À sombra de uma imensa parreira, Dona Anatália recebe suas visitas em casa com pratos e sucos especiais.

Delícias com frutos da terra

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vila deabrantesvila de

abrantesGente que Faz

Centro de Ação Comunitária Zilda Aranha

DOAçõES E VOLUNTARIADO:

(71) 3623-1301

Fundado por um grupo de evangélicos que identificou na comunidade a necessidade de um reforço para crianças de 5 a 10 anos, o Centro de Ação Comunitária Zilda Aranha (CEZA) tem sido importante para as famílias de Estiva de Buris (comunidade de Vila de Abrantes). Isso porque, há quase dois anos, atende a mais de 90 crianças.

No turno oposto ao da escola são realizadas aulas de reforço escolar e oficinas de informática, artes, esporte, dança, inglês e coral. “A ideia é acompanhar toda a formação dessas crianças até o primeiro emprego”, explica Sue May Ache Onu, coordenadora geral do CEZA.

Durante as atividades as crianças recebem duas refeições diárias, um almoço e um

lanche. “O sucesso do projeto é tanto que temos um gráfico de notas dos alunos, o qual está sempre em crescimento. As crianças que fazem reforço aqui acabam se destacando na escola”, reforça Sue May.

As ações do centro vêm minimizando as carências da comunidade, tirando as crianças da ociosidade no período em que não estão na escola, oferecendo atividades que contribuem para o aprendizado. Além disso, as crianças têm acompanhamento de nutricionistas, médicos, dentistas, pedagogos, psicólogos e assistentes sociais, que atuam como voluntários.

A estrutura, construída em um galpão, tem dois pavimentos e é fruto da doação do terreno, contribuições financeiras e materiais de empresas e pessoas físicas.

Mas, para a manutenção das suas ações, o CEZA está em contínua mobilização de recursos, utilizados para a compra de alimentos, pagamento de pessoal e estruturação organizacional.

Os voluntários são muito bem vindos à instituição, como afirma a coordenadora. “A nossa equipe é composta por 11 pessoas e temos um grupo de 20 jovens voluntários, o que é muito importante para nós”.

Recentemente o CEZA passou a ofertar cursos para as mães dos alunos, a exemplo do curso de cabeleireiro. Entre os planos para um futuro próximo esta a inauguração de um novo prédio já em construção.

www.ceza.org.br

Crianças desenvolvem atividades no

Ceza

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Gente que Faz

Anos Dourados

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abrantes

O projeto Anos Dourados nasceu no final de 2007 para ofertar cursos gratuitos à população de Vila de Abrantes. Foi idealizado pelo professor José Jorge Oliveira. Em seu quarto ano, já atendeu a mais de 5.800 alunos em atividades como iniciação musical, modelagem, pintura em tela, dança de salão, capoeira, yoga e muito mais.

Segundo Jorge, que é o coordenador, a iniciativa surgiu pela carência da localidade de ações voltadas para a juventude. “O projeto tem características especiais e inovadoras, o que vem assegurando o seu êxito e o reconhecimento popular”.

São oferecidos cursos profissionalizantes de eletricidade básica predial, informática, manutenção de micro, web design, computação gráfica, entre outros. Os alunos são encaminhados ao mercado de trabalho e os professores são voluntários.

“Temos como critérios básicos a

responsabilidade e a inclusão social. O objetivo é levar, criar, ensinar e apresentar- de forma específica e voluntária e com qualidade - a arte, o esporte, a cultura e a formação profissional”, explica.

“Desenvolvemos cursos conforme a demanda e a disponibilidade de voluntários comprometidos com nossos objetivos”, diz José Jorge , acrescentando que comunidades adjacentes também são beneficiadas.

A sede do projeto foi uma grande conquista. No início as aulas aconteciam em espaços públicos ociosos, como praças e igrejas. “Mesmo com a sede própria, ainda contamos com a parceria de um clube local para oferecer natação e hidroginástica. As aulas de informática acontecem em laboratórios de escolas públicas”.

A cultura da região é outro ponto trabalhado pelo projeto. “A construção

Professor Jorge Oliveira,

coordenador do projeto

Pintura, música e

informática no Anos

Dourados

do Centro Cultural vai abrigar as manifestações artísticas da comunidade e ensaios de grupos locais”.

Sempre que possível, reforça o coordenador, “envolvemos os alunos em manifestações artísticas para dar continuidade às nossas tradições. Já apresentamos quadrilha no Camaforró (festa de maior visibilidade do calendário cultural de Camaçari), com o apoio da Secretaria de Cultura Municipal”.

Além dos cursos, o projeto oferece assistências jurídica e psicológica. Para manter a estrutura, o Anos Dourados conta com doações e contribuição voluntária dos alunos, entre R$5 e R$10. “Temos também uma pequena verba obtida com anúncios em nosso material gráfico e no blog, um dos meios de comunicação mais lidos em Abrantes”, garante Jorge Oliveira.

www.projetoanosdourados.blogspot.com

DOAçõES E VOLUNTARIADO:

(71) 3623-3851(71) 8764-3623(71) 9629-4141

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quem conta um conto

Mula de PadrePor João Ribeiro dos Santos Filho

“Segundo contam os mais velhos, as mulheres que namoravam com padres viravam mulas. Se não fossem ferradas com a chave da igreja se transformavam em mulas sem cabeça, que urinavam fogo. Dizem que eram tão valentes que até o lobisomem tinha medo. Tinha uma história que meu avô contava de um cidadão que foi comprar peixe e o lobisomem veio atrás dele. Ele viu os cachorros latindo e se escondeu dentro do forno de uma casa de farinha. O lobisomem entrou também, com medo da mula do padre. Dizem que a mula do padre chegou na boca do forno e urinou fogo. O medo do lobisomem foi tanto que ele se ‘borrou’. Foi uma confusão dos diabos, lobisomem pra um lado, mula pra outro e o cidadão todo borrado.”

O Fogo FatoPor Ana Nery da Rocha Passos Souza

“O fogo fato é uma energia que se acumula dentro do cemitério, proveniente da decomposição dos corpos que lá são enterrados. Em uma determinada época do ano, não se sabe porque, essa energia forma uma bola de fogo e sai pelas ruas. Aqui já apareceu várias vezes. Minha avó falava muito e eu acabei vendo mesmo”.

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Page 14: Revista Abrantes

Lá vem história

A história da ocupação do território de Camaçari nos remete aos primeiros anos da colonização, quando, em 1558, foi criada a Aldeia do Divino Espírito Santo pelos padres jesuítas, reunindo índios tupinambás ao redor de uma capela de taipa, às margens do Rio Joanes, sob o comando do padre João Gonçalves e o Irmão Antônio Rodrigues.

A consolidação do domínio tupinambá nos oito mil anos de história indígena, sua dispersão no litoral e os constantes conflitos com os denominados tapuias, além da posterior relação com as populações marginalizadas do processo produtivo (quilombolas) ainda estão por ser estudados.

Há indícios de que esses índios tenham participado da Guerra do Paraguaçu, assim como os índios do Vale do Paraguaçu (região onde é hoje o povoado de São Francisco

de Iguape, pertencente a Cachoeira) e mais tarde, já entre 1624 – 1640, os índios da Aldeia do Espírito Santo participaram da luta contra a invasão holandesa, juntamente com o pessoal da Casa da Torre (hoje pertencente ao município de Mata de São João), o que fez crescer o índice de mortalidade por sucessivas epidemias e fome.

Após a expulsão dos jesuítas, a aldeia passou à categoria de vila por provisão do conselho Ultramarino, Alvará Régio de 27 de setembro de 1758, denominando-se Vila Nova do Espírito Santo de Abrantes - Vila de Abrantes - com a Inauguração da Casa da Câmara e Cadeia Municipal (Senado da Câmara e Pelourinho).

A vila foi extinta em 1846, pela Resolução Provincial nº 241, de 16 de abril, sendo integrada ao município de Mata de São João. Em 1848, foi restabelecida pela

Domínio TupinambáResolução nº 310, de 3 de junho, tendo o território desmembrado de Mata de São João.

Entre os séculos XVIII e XIX tem-se a administração da Marquesa de Niza, através de seu representante legal em terras brasileiras, Tomaz da Silva Paranhos, que enviava juros e rendas, até o momento em que, ele próprio, adquiriu a propriedade. Este latifundiário deixou nove herdeiros, entre eles Maria Joaquina da Silva Paranhos, casada com José Garcez Montenegro, de quem descende o desembargador Tomáz Garcez Paranhos Montenegro, cujo sobrenome, por certo período, designou o Município de Camaçari.

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Fontes:Parente, Sandra. Histórias que não contei. Salvador: Fast Design, 2007. http://pt.wikipedia.org/wiki/Camaçari

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AçãoGovernamental

Camaçari é o município de maior área territorial da Região Metropolitana de Salvador. São 760 km divididos em zonas urbanas, litorâneas e rurais. Só de orla são 42km. Tamanha abrangência de território e características sociogeográficas - que implicam, também, numa diversidade cultural - se apresentam como um desafio nas ações de desenvolvimento implementadas pelo governo.

Soluções para a integração dos núcleos populacionais vêm sendo adotadas pela administração municipal. A dinamização de serviços essenciais à praticidade no cotidiano de moradores da orla integram as políticas públicas desde 2005.

A Prefeitura Avançada de Camaçari, em Vila de Abrantes (no entreposto da via

principal de ligação sede-orla), passou a abrigar, por exemplo, um núcleo da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp) para atendimentos nas áreas de iluminação pública, licenciamento e fiscalização de atividades, serviços públicos e Transporte Social Técnico Universitário. Também funciona um posto da Superintendência de Trânsito e Transportes.

Através da Sesp também foi viabilizada, em parceria com a comunidade, a implantação de uma feira popular, às sextas-feiras, no estacionamento da Prefeitura Avançada. Numa área de mais de 500 metros são instaladas barracas de confecções, hortifrutigranjeiros, plantas, flores, artesanatos e especiarias, o que fortalece o comércio e hábitos de produção local.

Ainda no âmbito do empreendedorismo e para beneficiar toda a orla, a Associação Comercial de Camaçari (Acec) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em parceria com o governo, inauguraram um espaço de Atendimento em Abrantes. Lá é possível realizar consultas ao SPC e Serasa, receber orientações sobre a abertura de empresas, agendar apoio jurídico, realizar consultas à Juceb (Junta Comercial do Estado da Bahia), emitir certidão simplificada, consultar nome de empresa, entre outros.

Promover a acessibilidade aos serviços públicos não é só disponibilizá-los, mas proporcionar o efetivo alcance da sociedade, com o entendimento das complexidades e particularidades e mantendo foco no cidadão. Assim tem acontecido em Camaçari.

Integração entre orla e sede de CamaçariEquipamentos

públicos favorecem o lazer e a cidadania

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Dicas Culturais

A Festa de São Sebastião, padroeiro de Vila de Abrantes, acontece na primeira quinzena de janeiro, no Largo da Igreja. No primeiro dia a festa começa às 18h, com desfile de trios elétricos e a homenagem ao santo. As comemorações profanas atraem pessoas de várias localidades, que curtem atrações musicais diversas. Trios elétricos e um palco montado animam os foliões de blocos independentes.

São Sebastião (França, 256 d.C. — 286 d.C.) - Originário de Narbonne e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós e significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima).

De acordo com atos apócrifos atribuídos a Santo

Ambrósio de Milão, Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 d.C. com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiliano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal - a Guarda Pretoriana.

Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado no rio, mas Sebastião não havia falecido. Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), foi levado diante de Diocleciano, que ordenou novamente a sua morte, mais uma vez sem êxito. Acabou sendo morto, depois, atingido por uma lança.

Festa do Padroeiro São Sebastião São Sebastião é

reverenciado no mês de janeiro

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Movimento Artístico

Arte circense em buris de AbrantesO jovem Luiz Paulo Conceição da Silva é um exemplo de como a arte circense pode mudar a vida de uma pessoa. Nascido em Buris de Abrantes há 23 anos, Luiz Paulo já percorreu cidades da Bahia e de Sergipe viajando com circos. “Comecei aos 17 anos, viajando com o circo Marcopolo para Barra do Pojuca. Depois fui para Aracaju, com um circo chamado Giovanini”.

Como todo aprendiz, ele conta que fazia um pouco de tudo para ajudar no circo, enquanto aprendia a arte do picadeiro. “Comecei como ajudante, depois que passei a ensaiar as apresentações”, lembra. Sobre o número que faz equilibrando-se no arame, Luiz Paulo recorda: “Comecei aprender a andar no

arame quando estava no Giovanini. Enquanto ensaiava, caía muito”.

Atualmente ensaiando sozinho, ele faz do quintal de casa seu local de treino. “Quando não estou treinando em casa, treino na praça. Fico feliz quando algumas pessoas param pra assistir”. Entre as técnicas que aprendeu estão o arame bambo e equilíbrio no tubo rolante. Além de equilíbrio em arame, Luiz Paulo se arrisca a fazer alguns truques de mágica, que também aprendeu enquanto viajava com os circos.

Luiz Paulo Silva: arte na corda

bamba e ensaios no quintal de

casa

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abrantes

APRESENTAçõES:

Luiz Paulo (71) 8145-4800

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Movimento Artístico

Palco da CidadeCom tanta história e referências culturais, revelar talentos em Vila de Abrantes não é tarefa difícil. Durante a realização do primeiro ano do Palco da Cidade (2009), representantes locais tiveram destaque neste festival que envolveu toda orla e bairros da sede de Camaçari, numa promoção do Núcleo de Produção do Teatro Cidade do Saber.

Entre os talentos artísticos de Abrantes, o poeta Moisés Souza encantou a plateia

e jurados na etapa seletiva e, com isso, chegou à semifinal. Ele destaca a importância do projeto na divulgação da arte das pessoas que vivem no Município.

“E essa é uma forma da Cidade do Saber chegar até nós, que vivemos na orla. Graças ao Palco da Cidade tive oportunidade de ter contato com outros tipos de arte, como música e dança. Me deu novas perspectivas e ampliou meus conhecimentos”, avalia.

Coral Vozes de Abrantes em

participação no Palco da Cidade

Palco da Cidade: oportunidade para revelar os talentos locais

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Oficinas do Ponto Móvel

mudam rotina dos moradores

de Abrantes

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abrantes PainelCriativo

Ponto MóvelO Ponto Móvel Cidade do Saber chegou com serviços culturais e esportivos em duas comunidades de Vila de Abrantes.

De novembro de 2009 a fevereiro de 2010, em Buris de Abrantes, cerca de 500 educandos foram beneficiados com atividades de criação literária, pintura em tecido, musicalização, futebol, futsal e dança.

Já em Cajazeiras de Abrantes, entre março e julho de 2010, 150 crianças, jovens e adultos participaram de oficinas de arte e percussão,

além de dança, futebol e criação literária.

A troca de experiências entre o Projeto Ponto Móvel e as comunidades visitadas estreitou a relação entre as práticas do complexo e os moradores de Abrantes. Isto pôde ser visto quando o projeto proporcionou a primeira visita de alguns alunos à sede da instituição, no dia da mostra de encerramento desses ciclos de três meses. Além disso, a importância deste intercâmbio é revelada quando o projeto serve de inspiração para o aprofundamento em temas de interesse à cidade, estimulando, por exemplo, o trabalho desta Revista.

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vila deabrantesvila de

abrantes Lazer ExpedienteCIDADE DO SAbER

Diretora geral: Ana Lúcia SilveiraDiretor de infraestrutura: Utilan CoroaDiretor do saber: Arnoldo ValenteDiretora do teatro: Osvalda Moura

COORDENAçÃO DO PROJETO REVISTA PONTO MÓVEL CIDADE DO SAbER Assessoria de Comunicação da Cidade do Saber (Ascom) Responsável: Carolina DantasPesquisa: Bárbara FalcónTextos: Carolina Dantas e Bárbara FalcónFotos Ascom: Daniel Quirino, Clemente Júnior e Elba CoelhoEquipe Ascom: Carolina Dantas, Bárbara Falcón, Clemente Júnior, Daniel Quirino, Elba Coelho, Bruno Macedo e Camila Mandarino

REALIZAçÃO

AG Editora Diretora executiva: Ana Lúcia MartinsExecutiva de Projetos: Júlia SpínolaEdição: Ana Cristina BarretoFotos: Paulo MacedoRevisão: José EgídioEndereço: Rua Coronel Almerindo Rehem, 82, sala 1207, Ed. Bahia Executive Center, Caminho das Árvores. CEP 41.820-768 - Salvador-BA Tel: (71) 3014-4999

Projeto gráfico: Metta ComunicaçãoEditoração: João SoaresIlustrações e arte: Jean Ribeiro e Pablo Antonio

Tiragem: 2.000 exemplares - distribuição gratuita

Agradecimento: Prefeitura Municipal de CamaçariFotos: Agnaldo Silva e Carol Garcia

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Parceiros Cidade do Saber: Mantenedor:

Executor do Projeto

e s p e c i a l

Vila de Abrantes