jornal de abrantes

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Novidades na reforma da administração local Os concelhos com quatro ou menos fregue- sias, afinal, podem mantê-las. Aprovada em Assembleia da República, a lei da re- organização do território que trouxe esta novidade – boa, para o Sardoal – trouxe outras implicações para as freguesias ur- banas. Em Abrantes, as freguesias urba- nas terão que entrar em processo de fu- são. páginas 4 e 5 REGIÃO Escolas contestam Escolas contestam mega agrupamentos mega agrupamentos mas reagem bem mas reagem bem aos novos exames aos novos exames ESPECIAL EDUCAÇÃO páginas 13 a 17 Foto de Pérsio Basso jornal Diretora HÁLIA COSTA SANTOS - Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5495 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA abrantes de MAIO2012 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected] GRATUITO ESTA JORNAL NESTA EDIÇÃO RPP Solar Os vereadores da Câmara Municipal de Abrantes eleitos pelo PSD querem uma co- missão independente para analisar o pro- cesso da RPP Solar para saber “quem ga- nhou grandemente com isto”. A presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, lembra que o processo foi visado pelo Tri- bunal de Contas e não encontra nada que “indicie que seja necessário abrir um in- quérito”. página 6 ECONOMIA António Mor é o presidente do Centro Social do Pego O presidente contou-nos o trabalho desen- volvido desde 1998 para cerca de 62 utentes. Um novo lar já em construção é o objetivo futuro deste complexo que trabalha no âmbito social para a comunidade idosa. página 4 ENTREVISTA Sete diretores de escolas ou agrupamentos, entre os dez a quem o Jornal de Abrantes lançou o desafio, responderam a um pequeno inquérito para recolher opiniões, aferir sensibilidades, apresentar a oferta formativa e divulgar projetos. E N Suplemento do Curso de Comunicação Social. Mariza sobe ao palco dos Mourões De 14 a 17 de junho Abrantes vai estar em festa. Com um orçamento reduzido em 40%, o certame está de regresso ao centro histórico, com anima- ção musical, exposições, tasquinhas e práticas desportivas. O Concurso de Saltos em Hipismo é uma das atrações previstas. página 12

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Novidades na reforma da administração localOs concelhos com quatro ou menos fregue-sias, afinal, podem mantê-las. Aprovada em Assembleia da República, a lei da re-organização do território que trouxe esta novidade – boa, para o Sardoal – trouxe outras implicações para as freguesias ur-banas. Em Abrantes, as freguesias urba-nas terão que entrar em processo de fu-são. páginas 4 e 5

REGIÃO

Escolas contestam Escolas contestam mega agrupamentos mega agrupamentos mas reagem bem mas reagem bem aos novos examesaos novos exames ESPECIAL EDUCAÇÃO

páginas 13 a 17

Foto

de

rsio

Ba

sso

jornalDiretora HÁLIA COSTA SANTOS - Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5495 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

abrantesde

MAIO2012 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]

ESTA JORNALNESTA EDIÇÃO

RPP SolarOs vereadores da Câmara Municipal de Abrantes eleitos pelo PSD querem uma co-missão independente para analisar o pro-cesso da RPP Solar para saber “quem ga-nhou grandemente com isto”. A presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, lembra que o processo foi visado pelo Tri-bunal de Contas e não encontra nada que “indicie que seja necessário abrir um in-quérito”. página 6

ECONOMIA

António Mor é o presidente do Centro Social do PegoO presidente contou-nos o trabalho desen-volvido desde 1998 para cerca de 62 utentes. Um novo lar já em construção é o objetivo futuro deste complexo que trabalha no âmbito social para a comunidade idosa.página 4

ENTREVISTA

Sete diretores de escolas ou agrupamentos, entre

os dez a quem o Jornal de Abrantes lançou o

desafi o, responderam a um pequeno inquérito para recolher opiniões, aferir

sensibilidades, apresentar a oferta formativa e

divulgar projetos.

ENSuplemento do Curso de Comunicação Social.

Mariza sobe ao palco dos MourõesDe 14 a 17 de junho Abrantes vai estar em festa. Com um orçamento reduzido em 40%, o certame está de regresso ao centro histórico, com anima-ção musical, exposições, tasquinhas e práticas desportivas. O Concurso de Saltos em Hipismo é uma das atrações previstas. página 12

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MAIO20122 ABERTURA

FICHA TÉCNICA

DirectoraHália Costa Santos

(TE-865)[email protected]

EditoraJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179

E-mail: [email protected]

RedacçãoRicardo Alves

(TP.1499)[email protected]

Mafalda VitóriaAlves Jana

André LopesPaulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 785 [email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Design gráfico António Vieira

ImpressãoImprejornal, S.A.

Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa

Editora e proprietáriaMedia On

Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65

2204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Santos,

Ângela Gil

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves

[email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

[email protected]

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10% de capital

Sojormedia

jornal abrantesde

Que recordação tem do 25 de Abril?

Paulo Jorge Oliveira Funcionário Público, Pego

Foram buscar o meu pai a casa

no dia 25. Ele era chefe de conta-

bilidade no Ri2 de Abrantes. Era Te-

nente na altura e disseram-lhe que

“havia barulho em Lisboa”. Eu tinha

14 anos, fi quei nervoso e com mui-

ta expectativa sobre o que estava a

acontecer. Lembro-me de ter estra-

nhado aquilo tudo e lembro-me de

ver na televisão o Fialho Gouveia,

em direto, que interrompeu as no-

tícias que estava a ler, pediu um

copo de água, virou-se para a câ-

mara e disse: “Liberdade é isto”.

Fusões e mais fusões

FOTO DO MÊS EDITORIAL

INQUÉRITO

No mês em que o ministro da Educação

esteve em Abrantes e Vila Nova da Bar-

quinha, o Jornal de Abrantes decidiu dar

a palavra aos responsáveis pelas escolas

e agrupamentos da região. Os assun-

tos que estão na ordem do dia são as

fusões entre estabelecimentos de ensi-

no, os chamados mega agrupamentos,

e as mudanças propostas pela tutela,

como o aumento do número de alunos

por turma e o regresso dos exames.

Apesar da consciência implícita de

que a decisão está tomada, a criação

de mega-agrupamentos continua a

ser, na generalidade, contestada. Um

dos principais argumentos é a perda

de proximidade, precisamente o mes-

mo que é utilizado pelos presidentes

de Juntas de Freguesia que contestam

as fusões. Neste campo, foi dada uma

reviravolta, com a aprovação de uma

nova lei em Assembleia da República.

E se, nalguns casos, as novidades são

vistas com bons olhos – porque per-

mitem manter todas as freguesias de

concelhos pequenos, como é o caso

do Sardoal – noutros a reação está a ser

negativa. Nomeadamente em fregue-

sias como Alferrarede, que no anterior

cenário não eram afetadas e agora são,

porque se fazem contas à média de ci-

dadãos por quilómetro quadrado.

Mas num caso e no outro, importa su-

blinhar que há vozes que tentam com-

preender as fusões. Ou porque já têm

um historial de vir juntando mais e

mais escolas ao seu agrupamento ou

porque entendem que pode haver

aspetos positivos na fusão de fregue-

sias: “Acima de tudo, é retirar o que há

de bom em cada um. A vivência e a

identidade das freguesias não se per-

dem!” Pensemos sobre o assunto…

HÁLIA COSTA SANTOS

Ana ClaraJornalista, Abrantes

Por via da minha inexistência

aquando do dia, é curioso que a

primeira recordação que me lem-

bro de ter é a senha do Paulo de

Carvalho “E depois do Adeus”, que

me lembro de ter ouvido num rá-

dio velhinho, lá da casa na aldeia

(Louriceira, concelho de Mação),

devia ter uns seis anos. E certa-

mente que deve ter sido numa das

comemorações de Abril.

Maria José SimõesAssistente Social, Abrantes

Tinha 11 anos na altura. Lem-

bro-me das angústias da guerra

de África e do alívio depois do 25

de Abril. O meu pai era capitão na

altura. Lembro-me perfeitamente

do telefone a tocar naquela ma-

drugada e fi quei feliz quando a mi-

nha mãe me explicou que o meu

pai já não ia para a guerra. Pouco

depois do telefonema saiu para o

quartel. Foram buscá-lo num jipe.

Ficou de prevenção. É inesquecí-

vel.

Até pode ser um apelo útil, mas será este o sítio mais indicado para o deixar? A imagem não é agradável para todos aqueles que utilizam ainda este fontenário diariamente.

UMA POVOAÇÃO? Aldeia de

Monsanto – Beira Baixa

UM CAFÉ? Café Paraíso - Tomar

PRATO PREFERIDO? Polvo assado (à

Galega)

UM RECANTO PARA DESCOBRIR?

Mata dos Sete Montes - Tomar

UM DISCO? Por este rio acima - Fausto

UM FILME? Meia noite em Paris –

Woody Allen

UMA VIAGEM? Macau

UMA FIGURA DA HISTÓRIA? Aris-

tides de Sousa Mendes, pela nobre-

za de caráter e coragem ao passar vis-

tos de entrada em Portugal, à revelia

das ordens de Salazar, salvando mi-

lhares de pessoas do holocausto nazi.

UM MOMENTO MARCANTE? 25 de

abril de 1974. A partir desse dia deixei

de ter na escola as actividades da moci-

dade portuguesa, coisa que detestava.

UM PROVÉRBIO? “A felicidade é algo

que se multiplica quando se divide”.

UM SONHO? Voltar à minha terra –

Moçambique.

UM CONSELHO PARA OS JOVENS? Estudem (ainda vale a pena), estejam

atentos e sejam críticos.

UMA PROPOSTA PARA UM DIA DI-FERENTE NA REGIÃO? Descida em

Kayak dos rios Nabão, Zêzere e Tejo.

A canoagem é uma atividade saudá-

vel, divertida e permite conhecer de

uma forma diferente a região. Há várias

ofertas. Aqui fi ca uma: Lácalha Club de

Aventura - www.lacalha.pt

SUGESTÕES

Carlos Moisés, músico

IDADE? 49

RESIDÊNCIA? Tomar

PROFISSÃO? Músico

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MAIO2012 ENTREVISTA 3

ANTÓNIO MOR, PRESIDENTE DO CENTRO SOCIAL DO PEGO

“Perante cada difi culdade estamos todos unidos para um objetivo comum”JOANA MARGARIDA CARVALHO

António Mor: formado em gestão pela Universidade Internacional. Na década de 70 trabalhou na Me-talúrgica Duarte Ferreira, onde se iniciou na Comissão de Trabalha-dores. Entra como vereador na Câ-mara Municipal em Abrantes em 1977, onde se manteve até 1993. Foi membro do Conselho de Ad-ministração dos Serviços Munici-palizados de Abrantes entre 1980 a 1989. Entre 2007 a 2011 foi vogal do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo. Ainda hoje é membro da Assem-bleia Municipal de Abrantes, pelo PS. Desde 1998 assume a presi-dência do Centro Social do Pego.

Quais são as valências do Cen-tro Social do Pego?

Para a terceira idade, centro

de dia com 30 utentes e apoio

domiciliário com 32. Para os mais

novos, creche com 35 bebés e o jar-

dim-de-infância com 23 crianças.

Este complexo serve sobretudo a

população da freguesia do Pego,

mas temos alguns casos pontuais

de outras localidades. As fregue-

sias envolventes ao Pego são tam-

bém o nosso público-alvo para o

novo lar de idosos, que está ago-

ra a arrancar num investimento de

cerca de 2 milhões de euros e com

um prazo de execução de obra de

20 meses. Esperamos que em De-

zembro de 2013 o equipamento

esteja pronto a inaugurar.

Qual tem sido o trabalho de-senvolvido no Centro Social?

Tudo isto começou em 1991. A

ideia inicial era apenas a constru-

ção do centro de dia. Em 1998,

quando tomei posse, a obra do

centro de dia estava quase parada.

Foi como um iniciar de uma nova

etapa, na qual tínhamos como úni-

co objetivo concluir a obra. A ideia

da creche e jardim-de-infância sur-

ge mais tarde. Ainda não estáva-

mos com a obra do centro de dia

terminada e o projeto para os mais

novos já estava a andar. Tem sido

aliciante todo este trabalho desen-

volvido com uma equipa que re-

sulta. Há um trabalho conjugado

onde perante cada difi culdade es-

tamos todos unidos para um obje-

tivo comum.

Neste trabalho social, quais têm sido as principais difi culda-des?

São as relacionadas com a

sustentabilidade do equipamento.

Em termos operacionais, naquilo

que é a receita direta face à despe-

sa direta, temos sempre prejuízo.

[O saldo imediato entre as recei-

tas e despesas das várias funções

exercidas tem sido negativo.] Toda-

via, desde 1998 até hoje, o resulta-

do líquido do exercício [o total das

contas do Centro Social] foi sem-

pre positivo. [Como?] Temos tido

a capacidade de promover as nos-

sas próprias iniciativas [para gerar

receita] e temos sensibilizado a so-

ciedade para as mesmas. Este exer-

cício tem corrido bem, pois temos

recibo alguns apoios e subsídios da

comunidade que permitem atenu-

ar o tal prejuízo.

Em cada ano surgem difi culda-

des novas. Este ano a receita que

deriva dos utentes e da Segurança

Social foi inferior aos anos anterio-

res. No centro de dia estamos com

pensões mínimas, no jardim-de-in-

fância alguns pais estão desempre-

gados. Tudo isto resulta num rendi-

mento mais baixo na nossa receita

direta. Esta sustentabilidade é o

nosso grande desafi o futuro.

Como é que foi a sua passa-gem pela Câmara Municipal de Abrantes?

Foi um desafi o interessante. Fui

vereador no tempo da criação

das infra estruturas básicas: foi dar

água às populações que não ti-

nham este bem básico, desenvol-

vemos as estradas do concelho e

começámos com um trabalho a

que hoje ninguém dá valor que foi

a recolha do lixo. Depois foi um tra-

balho de introduzir valências no

concelho. Tivemos uma fase que a

grande preocupação das juntas de

freguesia era o alargamento dos

cemitérios nas localidades, a cons-

trução de novas escolas onde hoje

já não reside uma criança, enfi m…

Foram criadas as bases para os dias

de hoje.

Teve um papel decisivo nos Serviços Municipalizados de Abrantes. Em que se centrou o seu trabalho?

Na organização e gestão, uma

gestão que se centrava em dar

água potável à população. Quan-

do entrei tínhamos uma retroesca-

vadora que trabalhava num dia, no

outro estava na ofi cina. Quando saí

tínhamos um efi ciente armazém

de materiais e bom um parque de

máquinas. Estávamos numa fase

de cuidar do antigo e a trabalhar

numa perspetiva futura. O mais in-

teressante disto tudo foi ter lidado

com as pessoas, foi ter trabalhado

por vezes 24 horas com excelen-

tes profi ssionais,. A comunidade

em geral só os vê para lhes dar nas

“orelhas” e são pessoas que sen-

tem, que em muitos casos só serão

melhores ou piores em função da

liderança que têm.

Como é que carateriza a inter-venção política nos dias de hoje, nomeadamente no seu conce-lho?

A intervenção que é feita não

corresponde ao meu sentimento

de participação na vida local. Nos

dias de hoje deviam ser sete pesso-

as a trabalhar em prol da autarquia,

mas há um executivo que é execu-

tivo e outro contra o executivo. Não

consigo entender esta forma de

trabalhar, onde não há um objeti-

vo comum e unido. Pode haver di-

ferentes opiniões, mas a meta deve

ser a mesma. Por isso, não consigo

entender a forma de ser e de es-

tar de alguns agentes políticos no

concelho de Abrantes.

Foi membro do anterior Con-selho de Administração do Cen-tro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT). Como foi essa experiên-cia?

Supostamente, eu era o que co-

nhecia menos o CHMT. Contudo, as

coisas em que me envolvi e apos-

tei valeram pela afi rmação dos ser-

viços. Alcançámos vários objeti-

vos, nomeadamente termos fi ca-

do com uma unidade de cuidados

intensivos polivalente. Não há mui-

tas no país, com qualidade de ser-

viço na maternidade e no atendi-

mento de urgência. Uma unidade

de cuidados paliativos e uma uni-

dade com um serviço de psiquia-

tria bem instaladas foram outros

objectivos alcançados. Não perdi

tempo, foi uma altura em que fi z

algo de positivo pela sociedade.

Page 4: jornal de abrantes

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MAIO20124 REGIÃO

HÁLIA COSTA SANTOS *

A lei do regime jurídico da reorga-nização administrativa territorial autárquica, aprovada na Assem-bleia da República, a 13 de Abril, provocou diferentes reações. Na região, a boa notícia foi para o Sar-doal, uma vez que as novas regras dizem que os concelhos com qua-tro ou menos freguesias não são obrigadas a fazer fusões nem a ex-tinguir freguesias. As freguesias urbanas acabaram por fi car pos-tas em causa, nomeadamente em Abrantes. A outra novidade é que a decisão fi nal, de acordo com as no-vas regras, terá que ser tomada pe-las Assembleias Municipais, até ao fi nal de junho.

O presidente da Junta de Fregue-

sia de Alferrarede, Pedro Oliveira,

concorda com a necessidade de se

reorganizar o mapa autárquico do

país, mas discorda frontalmente do

processo e dos critérios entretan-

to adotados. Isto porque Abrantes,

pelo facto de ter menos de 100 ha-

bitantes por quilómetro quadrado,

está condenada a ter uma mega

freguesia, que abarcará as atuais

quatro freguesias urbanas, incluin-

do Alferrarede. Esta freguesia, “que

tem mais do que 150 habitantes

por quilómetro quadrado, acaba

por apanhar por tabela”. O presiden-

te acrescenta que a criação de uma

megafreguesia “será um regresso

ao centralismo e as zonas mais ru-

rais fi carão num estado de ultrape-

riferia”.

Pedro Moreira lembra que o me-

morando da Troika apenas indi-

ca uma diminuição de Câmaras e

não de Juntas. Por isso, fala numa

“ataque” ao elo mais fraco, critican-

do ainda o facto de as pessoas in-

teressadas não terem sido ouvi-

das. Quanto aos aspetos negativos

da megafreguesia em Abrantes, o

autarca diz que quem fi car à fren-

te desta estrutura, por muito que

queira, não terá “condições para

atender da mesma forma” os habi-

tantes de toda a região, o que “im-

plicará um afastamento maior das

pessoas em relação ao poder polí-

tico e uma perda de qualidade de

vida”. Isto porque “a Junta de Fre-

guesia é hoje, muitas vezes, a única

porta para os mais variados proble-

mas, nomeadamente de pobreza e

exclusão social”.

Na Aldeia do Mato, freguesia do

concelho de Abrantes com caraterís-

ticas muito distintas das freguesias

urbanas, o problema é outro. Sónia

Lopes, secretária e número dois da

Junta, tem consciência de que a

possibilidade de a freguesia não ser

extinta ou de não entrar num pro-

cesso de fusão é “uma hipótese mui-

to remota”. Mesmo assim, a equipa

está a desenvolver todos os esfor-

ços para que isso não aconteça. Ali-

ás, a secretária lembra que a fregue-

sia de Aldeia do Mato foi “a única do

concelho de Abrantes” que recente-

mente participou, em Lisboa, numa

manifestação contra este processo

de reorganização do território, com

um grupo de mais de 30 pessoas.

Sónia Lopes apresenta argumen-

tos em defesa da continuidade da

freguesia da Aldeia do Mato: “Sa-

bemos que somos dos mais pe-

quenos, mas temos pontos para re-

alçar, como o turismo (com a praia

fl uvial) e a construção de um lar

de terceira idade que vai gerar al-

gum emprego. Sentimos que algu-

mas pessoas estão a voltar. Há uma

nova fi xação, sobretudo de jovens.”

Um outro ponto da argumentação

é o serviço domiciliário que a Jun-

ta faz à sua população, maioritaria-

mente idosa. “Por exemplo, quando

as pessoas precisam de atestados

ou de assuntos relacionados com

o cemitério, nós vamos a casa de-

las, preenchemos os documentos

e depois tratamos do resto do as-

sunto na Junta. Esta relação huma-

na é fundamental e vai-se perder se

houver extinção ou mesmo fusão.”

A questão que se coloca perante a

necessidade de fusão é saber como

é que se fará, e com que outra fre-

guesia. Em termos puramente geo-

gráfi cos, as possibilidades são várias,

uma vez que a Aldeia do Mato tem

várias freguesias vizinhas, nome-

adamente o Souto, Martinchel ou

Rio de Moinhos. Mas as proximida-

des geográfi cas nem sempre signi-

fi cam afi nidades, e isso pode ser um

problema. O cenário que mais agra-

daria à Aldeia do Mato seria uma fu-

são com Rio de Moinhos, por causa

das infraestruturas que esta fregue-

sia tem e considerando que já exis-

te um trabalho conjunto, nomeada-

mente ao nível da saúde. Mas a dis-

tância, em termos de quilómetros,

pode ser um obstáculo. “Mesmo

que tivéssemos acesso às infraes-

truturas e aos serviços, é muito lon-

ge e as pessoas não têm transporte.”

* com Ricardo Alves

Freguesias urbanas de Abrantes condenadas à fusão

• Freguesia de Alferrarede

Page 5: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012 REGIÃO 5

Manuel Silva, presidente da Junta de Freguesia da Praia do Ribatejo, no concelho de Vila Nova da Bar-quinha, fala num problema de “ba-tata quente”.

Ou seja, as alterações em Assem-

bleia da República passaram a res-

ponsabilidade de extinguir e/ou

fundir freguesias para as Assem-

bleias Municipais. Neste caso, uma

freguesia vai ter que desaparecer

e Manuel Silva sabe que a Praia do

Ribatejo até já estava nesse cami-

nho. Mas a questão política terá

que ser discutida pelos deputados

municipais. “Quem é que vai tomar

uma decisão de extinguir? É politi-

camente incorreto! Isto não é fácil.”

- comenta o presidente.

“A reforma admnistrativa tem que

ser feita”. Disso, Manuel Silva não

tem dúvidas. Mas há aspetos que,

na sua opinião, deveriam ser revis-

tos e que fi cam de fora, como o pro-

cesso eleitoral e as fi nanças locais.

“Uma reforma só para eliminar fre-

guesias é muito pouco; é só para

satisfazer um entendimento que

houve com a Troika.” O presidente

da Junta de Freguesia da Praia do

Ribatejo defende é que “há muita

coisa que se pode fazer em termos

de partilha”. Por exemplo, criar-se

“uma associação ao nível de servi-

ços, para limpeza urbana ou para a

parte administrativa, com partilha

de uma secretária, por exemplo”. O

problema é que “as freguesias ain-

da estão como quintinhas em que

cada um defende o seu território”.

“A solução era que a Praia se juntas-

se a Tancos, até porque há um terri-

tório partilhado, nomeadamente

a zona do Castelo de Almourol. Não

temos problema nenhum em asso-

ciarmo-nos. Acima de tudo, é reti-

rar o que há de bom em cada um. A

vivência e a identidade das fregue-

sias não se perdem!” Apesar de já

ter refl etido sobre a melhor solução

para a Praia do Ribatejo, Manuel Sil-

va diz que “o debate devia ser feito

com tempo”. De uma forma geral, o

que pensa é que as freguesias mais

rurais e as mais afastadas dos centro

de poder é que fi carão mais penali-

zadas. “A fusão ao nível urbano não

me choca tanto.”

No caso do Sardoal, como só tem

quatro freguesias, a fusão só acon-

tecerá se a Assembleia Munici-

pal assim o entender. Mas Miguel

Borges, vicepresidente da Câmara,

adiantou ao JA que a opção de fa-

zer fusões não deverá ser a vontade

dos deputados municipais, apesar

de essa opção corresponder a uma

majoração de 15% no orçamen-

to autárquico durante quatro anos.

Isto porque já existe a experiência

de um grupo de trabalho que reu-

niu pessoas com várias sensibilida-

des político-partidárias e que mani-

festou a importância de se manter

as quatro freguesias.

Mesmo com “o rebuçado” do di-

nheiro extra, durante quatro anos,

Miguel Borges acredita que “no

Sardoal ninguém vai querer me-

xer nas freguesias”. E as razões são

as mesmas já apontadas quando a

fusão parecia inevitável: “Isso signi-

fi caria uma perda clara de políticas

de proximidade. As pessoas já per-

deram os correios, os médicos…

já têm tão pouco. E os gastos para

manter as Juntas de Freguesia não

são assim tão signifi cativos. É unâ-

nime a vontade de que as coisas se

mantenham como estão.” Pelo facto

de a situação do Sardoal ser agora

completamente diferente do que

no momento em que foi divulgado

o Livro Verde, o vicepresidente re-

mata: “Ainda bem que nos ouviram.

Claro que não foi só a nós que nos

ouviram, mas certamente que ouvi-

ram muitas pessoas que se manifes-

taram e ainda bem.”

HCS

Barquinha perde uma freguesia,Sardoal pode fi car como está

Foto

de

Pa

ulo

So

usa

• Valhascos poderá manter-se como freguesia do Sardoal

Page 6: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO20126 ECONOMIA

PSD quer comissão de inquérito à assembleia municipal no âmbito do projeto RPP SolarRICARDO ALVES

Os vereadores da Câmara Munici-pal de Abrantes (CMA) eleitos pelo PSD querem que seja constituída uma comissão de inquérito, com-posta por pessoas independentes, para analisar o processo que envol-ve o projeto RPP Solar. A presiden-te da autarquia, Maria do Céu Albu-querque, fala em especulação. Des-de 2009 que o assunto se arrasta sem solução.

A proposta de criação de uma co-

missão surgiu no seguimento das

respostas entregues pela autar-

quia, no dia 16 de abril, antes da

reunião de Câmara, sobre o proces-

so RPP Solar. Em causa estão infor-

mações relativas às garantias ban-

cárias supostamente apresentadas

pelo empresário Alexandre Alves e

sobre a ação da Assembleia Munici-

pal durante todo o processo. O PSD

Abrantes quer que esta comissão

seja composta por todos os partidos

representados na Assembleia e li-

derada por pessoas independentes.

Santana Maia Leonardo, do PSD,

concretiza: “Esta comissão de in-

quérito que pedimos, no âmbito

da Assembleia Municipal, com to-

dos os partidos – PS, PSD, BE e CDS

– é precisamente para se apurar as

responsabilidades, fazer o inventá-

rio e escrutínio a todo o processo de

negociações, desde a formação de

vontade, e depois no que se passou

a seguir até hoje. Para saber onde é

que se falhou, por que é que se fa-

lhou, e quem foi o responsável. Até

achamos que esta comissão deve

ser presidida pelo Dr. João Viana e

pela Dra. Sónia Onofre, que não têm

nada a ver com o PSD e têm forma-

ção jurídica. Não estamos interessa-

dos em fazer uma comissão por ra-

zões político-partidárias.”

Para o vereador eleito pelo PSD,

esta comissão visa perceber “quem

construiu esta fantasia com pés de

barro” e levantou suspeitas sobre

eventuais benefi ciados à custa do

município. “Temos de saber quem

ganhou grandemente com isto. Se

as coisas não tivessem sido apre-

sentadas com as garantias com que

foram, provavelmente alguns não

estariam nos lugares em que estão

hoje. Houve outras pessoas que be-

nefi ciaram diretamente, pois rece-

beram dinheiro e terrenos à conta

do município. Há pelo menos mais

de 1 milhão de euros que o muni-

cípio perdeu com efeitos imediatos,

mas se calhar as consequências ain-

da serão piores!”

Santana Maia Leonardo afi rmou

que a situação chegou a “um pon-

to limite” e que a posição dos ve-

readores do PSD visa descobrir os

pormenores sobre um processo po-

lémico. “Ou achamos que todo o di-

nheiro que foi investido e as expe-

tativas que foram criadas são para

deitar ao lixo ou apuramos as res-

ponsabilidades de quem nos con-

duziu a este ponto.” Continua sobre

a necessidade de se apurarem essas

mesmas responsabilidades: “Isto é

como as empresas, quando tenho

um gestor que tem bons resultados

eu tenho tendência a mantê-lo no

lugar, mas quando vejo que a em-

presa está metida num buraco por

más decisões do gestor, eu corro

com ele. No processo político tem

de ser da mesma forma. O povo,

que é o dono da empresa, tem de

saber se os gestores que escolheu

para a empresa – presidentes da câ-

mara, vereadores e deputados mu-

nicipais – gerem bem ou não a em-

presa. Se não gerirem têm de poder

ter o direito a eleger uma nova di-

recção, como as sociedades anóni-

mas.”

Presidente da autarquia fala em “questão política e especulação”

Maria do Céu Albuquerque reagiu

à proposta de comissão de inqué-

rito apelidando a mesma de espe-

culação. Para a presidente da CMA,

a questão não faz sentido até por-

que “todo o procedimento – da RPP

Solar – foi validado pelo Tribunal de

Contas”. E acrescenta: “Nós não en-

contramos nada no processo que

indicie que seja necessário abrir um

inquérito.” A autarca fez questão de

afi rmar que o seu executivo “traba-

lha com toda a clareza e transparên-

cia” e que o seu objetivo é “que este

processo, neste moldes ou noutros,

possa ter o seu desenrolar e que,

mesmo não criando todos os pos-

tos de trabalho previstos no início,

e nomeadamente com o investi-

mento que já está feito, este ou ou-

tro promotor possa vir a desenrolar

o processo, concluir esta fase, e fa-

zer a instalação desta unidade com

a criação do número de postos de

trabalho previsto para esta fase, cer-

ca de 300”.

Sobre as suspeitas levantadas por

Santana Maia Leonardo de que al-

guém estará a benefi ciar com o pro-

cesso, Maria do Céu Albuquerque

responde: “As declarações são de

quem as faz. A única coisa que pos-

so dizer é que este projeto foi visado

pelo Tribunal de Contas. Nós respei-

tamos as instituições, respeitamos o

Tribunal de Contas e não vemos ra-

zão para esta especulação”.

A 17 de julho de 2009, quan-

do a Assembleia Municipal de

Abrantes, presidida por Jorge La-

cão (PS), aprovou por unanimi-

dade a compra e venda do terre-

no, o ambiente era de esperança

e otimismo. Cedo essa sensação

começou a desvanecer. O terreno

onde se viria a construir o mega

empreendimento, com 82.875

hectares, em Casal Curtido, Con-

cavada, custou um milhão de

euros à Câmara Municipal de

Abrantes (CMA). A polémica tem

início com a venda desse mesmo

terreno à RPP Solar, no próprio dia

da compra por parte da CMA, por

103.586 euros. A autarquia tam-

bém isentou o projeto de todas

as taxas urbanísticas municipais.

A RPP Solar terá recebido incenti-

vos fi nanceiros, mesmo que indi-

retos, de 900 mil euros, propostas

que foram todas aprovadas pela

Câmara e Assembleia municipais

e visadas pelo Tribunal de Contas.

As escrituras datam de 1 de outu-

bro de 2009.

Julho de 2010 foi a data aponta-

da para o começo da produção.

Seriam contratados 670 traba-

lhadores e em 2012 o quadro da

empresa deveria atingir os 1.900.

Não aconteceu. Depois desta

data foram anunciadas outras da-

tas, agendadas reuniões e entre-

ga de documentos por parte do

empresário Alexandre Alves, pre-

sidente da RPP Solar, garantindo

que o projeto avançaria. Numa

das raras aparições do empresá-

rio a comentar o caso, em 2010,

Alexandre Alves garantia ter já

cerca de 100 milhões de euros

em vendas assegurados e que

em carteira teria já contratos as-

sinados com Espanha, Itália, Ale-

manha e “outros oito em fase fi -

nal de assinatura, como seja com

o Japão e China”. “Os contratos

assinados permitem dizer que já

temos tudo vendido e o produto

vai ser todo escoado a partir de

Abrantes numa lógica patriota e

de aposta na exportação, 1.700

camiões por ano, com 600 pai-

néis cada, a carregarem painéis

para toda a Europa”, afi rmou na

altura.

Tal voltou a não acontecer.

No início de 2011 a presiden-

te da CMA pediu explicações

ao promotor sobre o andamen-

to da obra, tendo na altura fei-

to o seguinte ponto de situação:

“Informaram-nos que a ques-

tão do passivo aos fornecedo-

res será resolvida durante maio

[2011], sendo este mês apon-

tado também para o arranque

da primeira linha de produção.”

No dia 17 de julho de 2009, em

Assembleia Municipal, dia em

que as propostas relativas ao

projeto foram aprovadas, o de-

putado social-democrata Belém

Coelho questionou se o proto-

colo não devia ter uma cláusula

de compensação no caso de in-

cumprimento parcial ou total do

promotor. Esta questão ganha

especial relevância para tentar

entender a postura do executi-

vo abrantino no processo. Maria

do Céu Albuquerque tem tenta-

do pressionar o promotor, mas

nunca para além do limite em

que possa pôr em perigo um

avultado investimento do muni-

cípio. Recorde-se que o processo

foi iniciado no último mandato

de Nélson de Carvalho e foi tam-

bém nessa altura que não fi cou

defi nida a cláusula de compen-

sação, situação herdada pela atu-

al autarca.

Um projeto e processo polémicos

No protocolo com o IEFP fi cou estabele-

cido o apoio de 58 milhões de euros para

a criação de 1900 postos de trabalho com

cada emprego a custar 30.500 euros. Os

restantes 70 milhões que perfazem o to-

tal de 128 milhões de apoios seriam con-

seguidos ao abrigo do QREN, em incenti-

vos fi scais; investimento de 1.072 milhões

de euros; mã-de-obra, principalmente a

indiferenciada, seria recrutada ao nível lo-

cal e regional; foi considerado um Projeto

Integrado de Energia Solar e um Projeto

de Interesse Nacional a 14 de Setembro

de 2009; o projeto visava agregar toda a

cadeia de produção de energia solar, com

a instalação de sete unidades industriais,

cinco a sete torres eólicas, painéis solares

e turbinas de cogeração.

Números e dados do projeto

Page 7: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012 SOCIEDADE 7

O BNI Estratégia, organiza-

ção de negócios que envol-

ve empresários de Abrantes,

Mação e Sardoal, anunciou

o volume fi nanceiro no mes-

mo dia em que apresentou

a nova equipa de liderança

e fez o balanço dos primei-

ros 12 meses de atividade.

É durante os pequenos-

almoços no restaurante do

Parque Urbano São Louren-

ço, que começam às 6h15,

que o BNI estratégia desen-

volve a sua atividade em

grupo. No dia 5 de abril, a

organização assinalou um

ano de existência e no mes-

mo dia registou que os seus

membros, em conjunto,

atingiram o valor de três mi-

lhões de euros em negócios.

Com a sala cheia de empre-

sários, comunicação social

e convidados, também foi

anunciada a nova equipa de

liderança, presidida por José

Alves Jana, que substitui o

anterior presidente, Luís Pi-

res, da empresa Grão Café, e

um dos impulsionadores do

grupo.

Luís Pires contou que o

BNI Estratégia foi o único

grupo fora dos Estados Uni-

dos da América que rece-

beu a distinção “Platinum”,

entre cerca de 6.100 gru-

pos constituídos por todo o

mundo, frisando o seu orgu-

lho no resultado. Para José

Alves Jana, novo presiden-

te, “não será fácil alcançar o

sucesso obtido” pelos seus

antecessores, mas o seu ob-

jetivo enquanto líder do gru-

po será “chegar ao milhão

de euros em negócios agra-

decidos até fi nal de Setem-

bro”, numa meta que defi ne

como “ambiciosa e ao mes-

mo tempo realista”.

A estratégia do grupo pas-

sará por continuar a privile-

giar visitas a empresas e or-

ganizar encontros com fi gu-

ras proeminentes do mundo

empresarial, numa perspeti-

va de enriquecimento dos

seus membros. É no segui-

mento destas ideias que

no próximo dia 4 de maio,

no restaurante do Parque

Urbano de São Lourenço,

se vai realizar um encontro

com o administrador da Re-

nova, Paulo Pereira da Silva,

convidado para ser orador

no evento.

A nova equipa de liderança

é composta por José Alves

Jana (presidente), Rui Ser-

ras (vice-presidente) e Rui

Simão (tesoureiro). O BNI Es-

tratégia foi fundado ofi cial-

mente a 6 de maio de 2011,

com um grupo inicial de 30

empresários dos concelhos

de Abrantes, Sardoal e Ma-

ção. Atualmente conta com

37 associados atingindo no

dia 5 de maio os três mi-

lhões de euros em negócios

agradecidos. Os membros

passaram 4.679 referências,

1.283 entrevistas entre si e

fi zeram 327 formações. O

Business Networking (BNI)

está presente em 49 países,

com mais de 6.100 grupos,

que envolvem cerca de 150

mil empresários de todo o

mundo.

Ricardo Alves

BNI Estratégia ultrapassa três milhões de euros em negócios

Um novo equipamento para a ter-ceira idade foi inaugurado no con-celho de Mação, com a presença de Miguel Relvas, ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares.

O edifício do antigo Centro de

Saúde foi o espaço requalifi cado

para dar lugar a um novo lar, com

capacidade para 20 utentes.

Vasco Estrela, provedor da Santa

Cada da Misericórdia de Mação, em

declarações ao JA, disse que o novo

espaço representa um investimen-

to de 750.000 euros, com 190.000

euros de apoios comunitários. O in-

vestimento garante ainda a criação

dois postos de trabalho.

O novo lar fi ca sediado no centro

da vila, tem dois pisos com 25 divi-

sões no rés-do-chão e mais 22 no

primeiro andar. Divisões que foram

adaptadas para quartos simples e

duplos, com casa de banho priva-

tivas e duas vivendas para casais.

Para além de um espaço físico am-

plo, o lar benefi cia de um refeitório,

lavandaria, salas de estar, gabinetes

de enfermagem e apoio médico,

capela, casa mortuária e serviço de

elevador.

Segundo Vasco Estrela, “este lar é

mais uma alternativa aos idosos de

Mação”, um dos concelhos mais en-

velhecidos do distrito de Santarém.

O novo espaço vai assim “reduzir a

atual lista de espera, com cerca de

200 pessoas, e representa mais um

espaço com conforto e a qualidade

necessária para os nossos idosos”.

Já Miguel Relvas classifi cou o novo

lar como um bom investimento,

“que gera desenvolvimento social

e em que sabemos que o dinheiro

investido vai reproduzir serviço pú-

blico”, acrescentando que o traba-

lho das Misericórdias do país “é um

trabalho bem feito, servindo os in-

teresses e as necessidades das po-

pulações”.

A Misericórdia de Mação é uma

das instituições mais importan-

tes para o concelho pois presta um

conjunto de serviços, desde apoio

domiciliário e integrado, creche, ati-

vidades de tempo livres, com cen-

tro de alojamento temporário, e

uma unidade de apoio integrado. O

orçamento anual da instituição é de

1,6 milhões de euros.

Joana Margarida Carvalho

• Novo lar de Mação permitirá reduzir a lista de espera que estava com 200 pessoas

Idosos de Mação já contam com um novo lar

CHMT garante transporte entre os três hospitais

O Centro Hospitalar do Mé-

dio Tejo (CHMT) tem a fun-

cionar um serviço gratuito

de transporte público para

alguns profi ssionais de saú-

de, que têm de se deslocar

entre as três unidades que

fazem parte do CHMT (Torres

Novas, Tomar e Abrantes).

João Lourenço, vogal do

conselho de administração

do CHMT, explicou que o

Centro fez um acordo com a

Rodoviária do Tejo, para ga-

rantir o transporte entre os

três hospitais. Uma medida

que surge no âmbito da re-

organização feita nos últi-

mos meses. Durante todos

os dias da semana são ga-

rantidas três viagens diárias,

ao início da manhã, início e

fi m da tarde, nos dois sen-

tidos, ligando as três cida-

des. São cerca de trinta lu-

gares disponíveis, uma parte

para os profi ssionais da fun-

ção pública e outra para os

utentes e acompanhantes.

O CHMT garante o paga-

mento das deslocações dos

profi ssionais, uma vez que

a lei assim o prevê. Já os

utentes têm de pagar. Nes-

te caso, são preços defi nidos

pela Rodoviária do Tejo: 5

euros e meio para a viagem

de ida e volta.

Este serviço está a funcio-

nar desde o dia 5 de março.

• Reunião semanal do BNI Estratégia às 6h15

TABELA DE PREÇOS

Page 8: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012

Quando a coordenado-

ra da biblioteca da Esco-

la Secundária com 3º Ciclo

Dr. Solano de Abreu, em

Abrantes, lançou o desafi o

à comunidade escolar, não

esperava tanto. Ana Cata-

rina Pinheiro explica por-

quê: “Começámos com a

expetativa de ter algumas

centenas de livros e acabá-

mos com mais de 3.000 li-

vros.” Ao longo de dois me-

ses, com o objetivo de se

construir uma Torre da Sa-

bedoria com sete metros

de altura, as várias turmas

do estabelecimento de en-

sino recolheram livros, com

a ajuda de professores e as-

sistentes operacionais.

A iniciativa teve dois obje-

tivos: por um lado, “chamar

a atenção dos alunos para

os livros e para a biblioteca”;

por outro lado, tratou-se de

uma “causa solidária”, uma

que vez que os livros vão

ser oferecidos a Instituições

de Solidariedade Social do

concelho. Apesar de a reco-

lha ter tido também a forma

de concurso, com prémios

para as turmas que reco-

lhessem mais livros,Viviana

Cruz, 17 anos, sublinha que

o empenho dos alunos tam-

bém se justifi ca pelo fato

de saberem que estavam a

contribuir com livros para

oferecer para pessoas mais

carenciadas.

Os livros recolhidos da-

vam para fazer três torres

mas, por uma questão de

segurança, manteve-se o

objetivo inicial. Com a ajuda

de funcionários da Câmara

Municipal, que foi parceira

da iniciativa, construiu-se

a Torre da Sabedoria, com

sete metros de altura, para

assinalar o Dia do Livro.A Associação Vidas Cruza-

das lançou um projeto de

apadrinhamento de crian-

ças do concelho de Abrantes

com o nome de “André”. A

ideia é criar uma base de da-

dos com potenciais padri-

nhos e madrinhas. Numa pri-

meira fase, trata-se apenas

de recolher informação so-

bre adultos que estejam dis-

poníveis para ajudar a resol-

ver uma situação de carência

de uma criança. Depois de

inscritas na base de dados, as

pessoas candidatas a apadri-

nhar não fi cam obrigadas a

fazê-lo. Sempre que a Asso-

ciação Vidas Cruzadas identi-

fi car uma criança com difi cul-

dades económicas que esteja

em condições de ser apadri-

nhada, será acionada a rede

de padrinhos, sendo essa in-

formação divulgada a quem

se disponibilizou para ajudar.

Nessa altura, e em função do

valor necessário, os candida-

tos a padrinhos comunicam

a sua intenção de apadri-

nhar aquela criança. As situ-

ações poderão variar, poden-

do ser pontuais ou mais pro-

longadas no tempo, como a

compra de um par de ócu-

los ou o pagamento de aulas

de música. Por questões de

confi dencialidade, os padri-

nhos não terão informação

sobre quem é o seu afi lhado.

No entanto, a Associação Vi-

das Cruzadas, Instituição Par-

ticular de Solidariedade So-

cial (IPSS), garante que o de-

vido acompanhamento da

situação, para que o objeti-

vo deste iniciativa seja cum-

prido.

8 REGIONAL

A Ribeira do Sardoal foi

alvo de uma ação de limpe-

za, numa extensão de um

quilómetro, entre a zona do

Talagenal e a ponte do Cha-

fariz das Três Bicas. A equi-

pa de Sapadores Flores-

tais de Sardoal efetuou tra-

balhos de limpeza do leito,

desobstrução das linhas de

água e regularização dos

caudais. O entulho foi depois

removido, queimado ou tri-

turado. Pretendeu-se, assim,

prevenir os assoreamentos e

melhorar a qualidade e quan-

tidade de água. Este investi-

mento, suportado pelo orça-

mento do município, ascen-

deu a cerca de 5.000 euros.

Os trabalhos foram projeta-

dos e coordenados pelo Ga-

binete Técnico Florestal do

Sardoal, em articulação com

as estruturas concelhias, re-

gionais e nacionais, da Pro-

teção Civil e Bombeiros. En-

tretanto, estas entidades já

têm em curso um projeto

de “Minimização de Riscos“,

fi nanciado pelo PRODER e

custeado a 100% pela União

Europeia e Ministério da Agri-

cultura, no valor de mais de

232 mil euros.

Este projeto de prevenção

de incêndios fl orestais com-

preende uma intervenção de

235 hectares nas freguesias

de Sardoal, Valhascos e San-

tiago de Montalegre. Cons-

ta de cortes controlados de

árvores, cortes e desbastes

de matas, gradagem de ter-

renos e outras ações, em re-

des primárias (fl oresta), redes

secundárias (junto a vias de

comunicação), aglomerados

populacionais e industriais.

A freguesia de Alcaravela não

foi abrangida porque os seus

territórios se encontram sob

gestão da sua ZIF – Zona de

Intervenção Florestal.

Ribeira foi limpa para melhorar a água

Padrinhos para crianças de Abrantes, precisam-se

• A torre da sabedoria uma iniciativa que assi-nalou o Dia Mundial do Livro em Abrantes

A Câmara de Abrantes apro-

vou no dia 16 de Abril, por

maioria, o Relatório de Ges-

tão e Prestação de Contas, re-

ferente ao ano de 2011. A pro-

posta foi aprovada com os vo-

tos a favor da presidente, dos

eleitos pelo PS e pelo ICA e

com os votos contra dos elei-

tos pelo PSD. Em comunica-

do, a autarquia explica que “a

diminuição de 5% nas trans-

ferências do Orçamento de

Estado para as autarquias re-

fl etiu-se na gestão municipal

que teve de assumir encargos

acrescidos para corresponder

às necessidades sociais dos

cidadãos”. Entre outras infor-

mações, o documento mostra

que a média para pagamento

a fornecedores é de 64 dias.

Os dados divulgados indi-

cam que a receita total da

Câmara de Abrantes atin-

giu os €29.309.364, enquan-

to a despesa se cifrou nos

€28.893.103. A receita corren-

te apurada foi de €19.011.793,

enquanto a despesa corren-

te atingiu os €15.723.867, do

que resultou uma poupan-

ça corrente de €3.287.926.

Quanto à receita de capital

atingiu os €10.297.572, en-

quanto a despesa de capital

registou €13.169.237. Em ter-

mos patrimoniais, o resultado

líquido do exercício cifrou-se

em €1.687.401 (+ 566%).

Contas aprovadas na Câmara de Abrantes

Torre da Sabedoria na Solano de Abreu

• Câmara do Sardoal investe 5.000 euros na limpeza da Ribeira

Page 9: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012 REGIONAL 9

Foi em 2006 que um grupo de jo-vens da região de Abrantes se jun-tou para trabalhar no âmbito social. Um trabalho de voluntariado que tinha como objetivo ajudar, desde os mais jovens aos mais idosos.

Ana Lúcia Silvério, presidente da

direção da Associação, contou ao

JA que no início da atividade foram

vários os desafi os que o grupo de

jovens se propôs levar por diante.

“Começámos com o serviço de Psi-

cologia, bastante solicitado de ime-

diato, e que ainda permanece como

uma das atividades principais. O

preço que praticamos é bastante

simbólico pois muitos dos utentes

que recebemos não têm grande

poder económico. Há até algumas

famílias para quem este valor míni-

mo é signifi cativo. Nesses casos, de-

pois de uma avaliação, prestamos o

serviço gratuitamente.” Pessoas de

Tomar, Mação, Ponte de Sôr, Sardo-

al, Entroncamento e Vila de Rei pro-

curam este serviço.

Para além do apoio psicológico,

a Cres. Ser tem um projeto direcio-

nado para os jovens desfavoreci-

dos. “Chama-se Crescer Saudável,

onde desenvolvemos imensas ati-

vidades de âmbito social, cultural

e preservação de património. Ini-

ciativas onde os jovens aprendem,

aproveitam as suas competências

e, mais importante, se sentem va-

lorizados.”

A terceira idade é também um

público a que a Cres. Ser dá privilé-

gio. O Crescer Sénior foi outro pro-

jeto desenvolvido pela Associação

e ainda hoje está no terreno. “Ini-

ciámos atividade para os idosos

da Junta de São Vicente, hoje tra-

balhamos para 11 freguesias. É um

exercício bastante dinâmico, uma

vez que desenvolvemos práticas

desportivas, animação sociocultu-

ral, jogos lúdicos, hidroginástica,

etc. É um projeto direcionado aos

idosos, mas também para aqueles

que estão desempregados, sem

um rumo, que estão na reforma an-

tecipada e que ainda têm capacida-

de e interesse para uma vida mais

ativa.”

Outro grande desafi o que a Cres.

Ser agarrou foi os Campos Interna-

cionais. Jovens de várias partes do

mundo chegavam à Abrantes, fi ca-

vam 15 dias e desenvolviam traba-

lho de voluntariado, proposto pela

Associação. Hoje, e segundo a pre-

sidente, é uma atividade que já não

está em marcha pois a exigência de

recursos humano, a logística e ou-

tros fatores fi zeram com que o pro-

jeto fi casse adormecido. Contudo,

“mesmo agora estamos a tentar ar-

ranjar uma equipa de trabalho que

pegue nele novamente”. Ana Lúcia

Silvério lembra que “o sucesso, na al-

tura, foi tal, que fomos dos campos

internacionais que tivemos mais

adesão no distrito de Santarém”.

A nova mediadora cultural que se

encontra a exercer funções na Câ-

mara Municipal de Abrantes foi ou-

tro objetivo alcançado pela Cres.

Ser, em conjunto com a autarquia.

“Foi um trabalho que chamámos

de Inclusão Étnica e que foi realiza-

do com 29 mulheres, para conhe-

cermos a realidade das famílias de

etnias existentes na região”.

Trabalhar no âmbito social é, se-

gundo Ana Lúcia Silvério, bastante

recompensador, mas também tem

os seus problemas, nomeadamen-

te com as questões burocráticas.

A Cres. Ser tem como objetivo fu-

turo tornar-se uma IPSS, mas devi-

do “a uma falta de esclarecimento

da parte das entidades competen-

tes, ainda não conseguimos atin-

gir este estatuto, tão importan-

te para nós”. Quanto à questão do

voluntariado, Ana Lúcia Silvério re-

feriu ao JA que, por vezes já se tor-

na complicado encontrar pesso-

as para realizar esta prática. “Con-

ciliar o trabalho, a vida pessoal e a

Cres. Ser nem sempre é tarefa fácil,

é uma batalha todos os dias”.

A Associação exerce funções no

Edifício Carneiro e, neste sexto ani-

versário, pretende realizar algum

trabalho de restauro, reparação,

limpeza e manutenção do espaço,

que já se encontra bastante enve-

lhecido. Para que esta tarefa seja

possível, Ana Lúcia Silvério adian-

ta que é necessário o apoio do se-

tor empresarial da região e juntar

voluntários para o trabalho pre-

tendido. “Era ótimo no aniversário

termos a nossa casa mais limpa e

agradável e podermos fazer uma

festa com todos aqueles que con-

tribuíram para este objetivo, que

se chama Crescer de Cara Lavada.”

Joana Margarida Carvalho

A Cres. Ser há seis anos

ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL E COMUNITÁRIO CRES. SER

Foi com emoção que Jor-

ge Gaspar, presidente da As-

sembleia Geral da Associação

de Assistência Domiciliária de

Alcaravela (AADA), agradeceu

a iniciativa do Rotary Club de

Abrantes, que entendeu pro-

mover um jantar para anga-

riar fundos para aquela insti-

tuição. Com a participação de

cerca de 100 pessoas foi pos-

sível adquirir um LCD para a

sala de estar da associação,

assim como louça para as re-

feições, uma bicicleta para os

idosos se exercitarem e um

aparelho de higiene.

A AADA está a funcionar

como centro de dia e apoio

domiciliário, prestando servi-

ços a idosos não só na fregue-

sia de Alcaravela, mas tam-

bém em Entrevinhas, ambas

no concelho do Sardoal. Ao

todo tem 44 utentes, sendo

17 deles apoiados nas suas

próprias casas. A instituição

tem atualmente 15 funcio-

nárias, “as melhores do mun-

do”, e duas pessoas em está-

gio profi ssional. Jorge Gaspar

destacou o empenho destas

pessoas, apesar dos salários

“francamente baixos” que re-

cebem: “Temos um serviço de

excelência, que resulta do cari-

nho e da relação afetiva entre

as funcionárias e os utentes.”

Jorge Gaspar destacou as di-

fi culdades com que a AADA

se debate. As receitas são pou-

cas, porque as reformas dos

idosos são baixas e porque a

Segurança Social só comparti-

cipa 20 dos 27 idosos que es-

tão no centro de dia. Por ou-

tro lado, a particularidade de

a associação estar aberta 365

dias por ano também signi-

fi ca mais encargos. Daí a “a

grande difi culdade em consti-

tuir reservas para fazer face a

despesas futuras”. O principal

desafi o é agora angariar 200

mil euros para fi nanciar 50%

de uma obra já aprovada e co-

fi nanciada pela Tagus: um lar

com dez quartos.

Rotários solidários com associação de Alcaravela

• Jantar dos Rotários em São Lourenço

• Núria Serrano, Susana Narciso e Ana Lúcia Silvério da Cres.Ser

Números

• Fundação: 2 Junho de 2006

• Sócios: 155

• Sede fi scal: Junta de

Freguesia de São João

• Sede com os serviços:

Edifício Carneiro

Page 10: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201210 REGIONAL

A Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes entregou um novo equipa-mento à Unidade de Cuidados Inten-sivos.

Trata-se de um ecocardiógrafo que

permite verifi car a efi cácia dos medi-

camentos nos doentes, assim como

perceber se o paciente tem uma pa-

tologia aguda ou crónica para que os

médicos possam decidir se é necessá-

rio, ou não, fazer uma intervenção ci-

rúrgica. Nuno Catorze, diretor daquela

unidade, explica que este equipamen-

to permite dar “um salto qualitativo”.

A entrega do ecocardiógrafo, que

custou 35 mil euros, foi feita numa ce-

rimónia aberta à comunicação social,

ao contrário do que tem acontecido

com outras ofertas feitas pela Liga ao

Hospital. Luís Fernandes, presiden-

te da Liga dos Amigos do Hospital de

Abrantes, explica que o objetivo é mo-

tivar mais pessoas a se tornarem asso-

ciadas da Liga, assim como “manifes-

tar mais desejo de mecenato local”. Ali-

ás, o mecenato tem sido determinante

para as dádivas que a Liga tem vindo

a fazer ao Hospital, nomeadamente

a montagem de um sistema de este-

rilização e a aquisição de camas com

tecnologia de ponta. Ao todo, a Liga

dos Amigos contribuiu já com equipa-

mentos que totalizam cerca de 400 mil

euros.

Com o novo ecocardiógrafo, os do-

entes já não necessitam de se deslocar

a outras unidades de saúde para faze-

rem determinados exames. Mas tam-

bém os profi ssionais de saúde ganham

com este equipamento. Como refere

Paulo Vasco, diretor clínico do Centro

Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), do

qual faz parte o Hospital de Abrantes,

o novo equipamento “vai melhorar as

condições de trabalho e motivar os

profi ssionais para prestarem um tra-

balho ainda melhor” a quem precisa

de atendimento médico.

Nuno Catorze conta que “tem sido

muito gratifi cante trabalhar com a

Liga”. No caso concreto do novo apa-

relho, o “salto qualitativo” será não só

para os doentes, mas também para os

profi ssionais que prestam os cuida-

dos de saúde. Isto porque muitos de-

les têm vindo a fazer formação espe-

cífi ca, que poderá ser potenciada com

o ecocardiógrafo que agora foi ofere-

cido. Por outro lado, este responsável

acredita que, com esta melhoria nas

condições de trabalho, será possível

“fi xar mais médicos jovens a este de-

partamento e a este Hospital”.

A presidente da Câmara, Maria do

Céu Albuquerque, evidenciou o fac-

to de Abrantes ter uma “comunidade

muito empenhada, uma sociedade ci-

vil que não fi ca à espera que lhe resol-

vam os problemas e que vai ao encon-

tro de soluções para resolver os pro-

blemas dos outros”. A autarca reiterou

a sua disponibilidade para continuar a

encontrar mais soluções na prestação

dos cuidados, dentro das possibilida-

des do município.

A Unidade de Cuidados Intensivos do

Hospital de Abrantes recebe doentes

críticos de todo o CHMT com necessi-

dades de suporte vital em funções bá-

sicas, como a respiratória, a cardiocir-

culatória e a renal. Chegam também

a este serviço doentes de trauma, de

ortopedia ou com graves infeções pul-

monares ou renais.

MÉDICOS DO HOSPITAL DE ABRANTES COM MAIS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Liga dos Amigos oferece ecocardiógrafo de 35 mil euros

• Presidente da Liga faz apelo para que mais pessoas se tornem sócias

Com mais condições

de trabalho será

possível fi xar

médicos jovens

O “I Challenge – Rota do

Pão” decorre no próximo dia

12 de maio com um duplo

objetivo: por um lado, pro-

porcionar às pessoas da re-

gião divertimento numa ac-

tividade diferente; por outro

lado, “prestigiar e dar a co-

nhecer o concelho do Sar-

doal, explorando as suas

valências e potencialidades”.

Trata-se de uma iniciativa

da Associação de Melhora-

mentos dos Amigos de En-

trevinhas (AMAE) e da Asso-

ciação Recreativa da Presa

(ARP) que inclui um conjun-

to de provas, jogos de equi-

pa, brincadeiras, jogos tradi-

cionais e outros desafi os e

surpresas. Podem concorrer

equipas de três a cinco ele-

mentos. A maior parte das

provas será nos Moinhos de

Entrevinhas e na Lapa, onde

a organização terá montado

um serviço de bar e almoços

rápidos de baixo custo, para

quem quiser assistir. A noite

terminará com um jantar se-

guido de um espectáculo de

Música Portuguesa e Dança

Flamenga, a cargo dos Gru-

pos “Informáticos & Com-

panhia” e “Sentir Flamengo”

de Lisboa. Mais informações

em www.arp.com.sapo.pt .

Também na sua primeira

edição, a “I Grande Descida

em Carrinhos de Rolamen-

tos” vai animar algumas ar-

térias da vila de Sardoal, no

próximo dia 1 de maio, a

partir das 14 horas. Neste

caso, a organização é do Clu-

be de Motards “Os Últimos

do Ribatejo” e destina-se a

atletas de todas as idades.

Haverá uma prova especial

para menores de 12 anos.

Provas e animação no Sardoal

O Centro Escolar do Tramagal foi inaugurado no feriado na-cional, 25 de Abril. Na cerimónia esteve presente a comu-nidade escolar e tramagalense, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal e Vitor Hugo, presidente da Junta de Freguesia. Uma escola que nasceu na época do Estado Novo e que foi agora totalmente requalifi cada.

Page 11: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012 ABRANTES 11

Clara Maia, professora de uma turma do 4º ano da Escola da Chainça, em Abrantes, não tem dúvidas: participar no Animaio, produzindo um fi lme de animação, é uma clara forma de enri-quecimento curricular.

Porque para obter um resultado fi nal

é preciso passar por um processo de re-

colha de informação sobre um tema, de

produção de texto, de aquisição de co-

nhecimentos técnicos e de desenvol-

vimento da criatividade através da ex-

pressão plástica.

O Animaio vai estar no Cineteatro São

Pedro entre os dias 16 e 18 de maio. Pela

sexta vez, a Associação Cultural Palha de

Abrantes, através do Espalhafi tas, lan-

çou o desafi o às escolas do 1º ciclo. O

número de turmas envolvidas na produ-

ção de fi lmes de animação tem vindo a

crescer e, este ano, são já dez (quatro da

Chainça, das do Pego, uma de S. Facun-

do, uma do Carvalhal e uma do ATL do

Espalhafi tas). Ao todo são cerca de 250

miúdos que, ao longo de meses de tra-

balho, acompanhados por seis forma-

dores, produzem animação.

Lurdes Martins, do Espalhafi tas, é

quem está na génese do projeto. Expli-

ca que este é um processo de meses,

embora só na fase fi nal é que os forma-

dores estejam diariamente nas escolas

a trabalhar com os alunos. Na Chainça

têm estado Graça Gomes, do Cineclube

de Viseu, e João Paulo Dias, do Cineclu-

be de Avanca. Este formador, que des-

pertou para a animação ainda em miú-

do, diz que “o Animaio é provavelmen-

te o único festival infantil de animação

feito nas escolas”. Aliás, este é um proje-

to reconhecido pelo Ministério da Cul-

tura como de interesse cultural, estando

abrangido pela Lei do Mecenato.

No ano passado, o tema do Animaio

andou à volta dos rios. Por isso, os mi-

údos fi zeram trabalho de campo junto

aos rios, estudando tudo o que os en-

volve. Este ano, o tema central é a ar-

queologia, por isso tudo começou com

o workshop com Pedro Cura, do Mu-

seu de Mação. Os miúdos perceberam o

tipo de vida dos pré-históricos e lança-

ram mãos à obra. Inês, aluna da Escola

da Chainça, explica que tiveram que sa-

ber “como é que eles moíam os cereais”

para poderem fazer o fi lme de anima-

ção. Para além disso, aprenderam mui-

tas palavras novas, como “sinopse” ou

mesmo “storyboard”.

Na turma da Inês está também o Diogo,

a Lúcia, o Marco, a Jessica e tantos ou-

tros meninos e meninas. São muito di-

ferentes, até nas idades, que variam en-

tre os oito e os 12 anos. Mas as diversida-

des, neste tipo de desafi o, esbatem-se. A

professora evidencia o facto de terem de

trabalhar em equipa, o que “exige muita

coordenação”. Todos estão empolgados

com o fi lme que estão a fazer. Quase to-

dos querem falar sobre o projeto. Falam

em “alegria”, “felicidade” e “orgulho”. Es-

tão ansiosos pelo momento em que o

fi lme possa ser visto por todos.

Em anos anteriores cada turma fez o

seu fi lme, tendo sido apresentados nou-

tros festivais. Um foi mesmo premiado.

Este ano o fi lme é conjunto, ou seja, todas

as turmas estão a trabalhar para o mes-

mo. Lurdes Martins explica que se trata

de desenvolver conceitos importantes,

como o de comunidade e de vizinhança.

A outra novidade deste ano é que o

subsídio do Fincult (programa da Câ-

mara de Abrantes que apoia este tipo

de iniciativas) passou de 75% para 25%

do orçamento global, que era de 17.000

euros. A autarquia lembra que “em vir-

tude do grave período de austeridade

que o país está a atravessar e dos con-

dicionalismos legais impostos, houve a

necessidade de reduzir despesa, tam-

bém no que respeita aos contratos de

apoio ao associativismo”. Lembrando

que a opção “poderia ter sido a de can-

celar os programas na totalidade ou de

não aprovar alguns dos projetos apre-

sentados”, como aconteceu noutro mu-

nicípios, a Câmara de Abrantes prefe-

riu continuar a “fazer um esforço” para

apoiar associações e projetos locais”.

Porque considera o Animaio “um pro-

jeto de referência”, adianta que “não po-

díamos deixar de apoiar esta iniciativa”.

O desafi o, agora, é apelar à criatividade

efazer mais com menos.

Lurdes Martins diz “que é possível fazer

um projeto com poucos recursos e, mes-

mo assim, fazer-se magia”. No entanto,

se soubesse que o corte ia ser maior do

que aquele que previa teria optado por

outras soluções. A responsável pelo pro-

jeto conclui: para que as coisas estejam

prontas a tempo “ou se avança e se arris-

ca ou não se faz nada”. O Espalhafi tas ar-

riscou e o festival vai acontecer.

ANIMAIO, ENTRE OS DIAS 16 E 18, NO CINETEATRO SÃO PEDRO

Dez turmas fazem fi lmes em Abrantes

“Ou se avança e

se arrisca ou não

se faz nada”

Números

• Dez turmas

• 250 miúdos

• Seis formadores

• 4.250 euros de subsídio

• Seis anos de vida

Page 12: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201212 ABRANTES

Com um orçamento reduzido em 40%, as Festas da Cidade de Abrantes estão de regresso de 14 a 17 de junho.

No primeiro dia do certame a

fadista Mariza sobe ao palco dos

Mourões e marca, assim, o arran-

que de quatro dias de festa.

Em conferência de imprensa, no

passado dia 2 de Abril, Maria do

Céu Albuquerque, presidente da

Câmara Municipal de Abrantes,

apresentou o fi gurino do evento

que este ano conta com um inves-

timento de cerca de 70 mil euros,

30 dos quais vão para o concerto

da fadista.

Com apenas quatro dias de fes-

ta, menos um dia em relação aos

anos anteriores, o certame vai dis-

tanciar-se das Festas de Vila Nova

da Barquinha, (o Barquinha Non

Stop) e das Festas de Constância

com (as Pomonas Camonianas).

A autarca Maria do Céu Albu-

querque sublinhou a importância

do certame para a economia local.

“Promover um momento de lazer,

atrair turistas à região, contribuir

para o desenvolvimento e para a

economia local foram os motivos

que nos levaram a realizar esta

festa de grande importância”.

O dia do feriado do conce-

lho, 14 de junho, arranca com as

cerimónias ofi ciais, onde decor-

rerá uma homenagem aos cida-

dãos e a algumas instituições. Vai

ser inaugurada mais uma antevi-

são do Museu Ibérico de Arqueo-

logia e Arte de Abrantes (MIIIA) e

a noite será abrilhantada com a fa-

dista Mariza.

Este ano a festa conta com uma

novidade: o Concurso de Saltos

em Hipismo, que decorre entre

15 e 17 de junho, no hipódromo

dos Mourões. Esta é uma ativida-

de que vai passar a marcar agen-

da das festas de Abrantes. “Pensa-

mos que é uma iniciativa que vai

atrair muitos turistas à região. Te-

mos a pretensão de dar a conhe-

cer esta prática desportiva, com

uma exposição patente a partir do

dia 15, no Centro de Acolhimento

do Tejo.” - adianta a presidente da

Câmara.

Maria do Céu Albuquerque ga-

rantiu que no centro histórico se

vai manter o mesmo ambiente,

com os palcos a dividirem-se pe-

las praças da cidade. Quanto aos

artistas musicais, há novamente

uma aposta clara nos músicos da

região: The Scart, Kwantta, The Ka-

viar, Apple Pie, The Joe´s, Projecto

Amar, Ana Lains e Dora Maria são

os músicos que vão atuar nos dife-

rentes palcos. Em local ainda por

defi nir, estão também previstos

uma atuação de bandas de gara-

gem, um Festival de Folclore e a

presença das Associações Juvenis.

A já antiga Feira de Artesanato

não vai voltar ao largo 1º de maio

devido às obras do novo Merca-

do Diário, sendo este ano dividi-

da entre o Mercado Criativo e o

centro da cidade. As tasquinhas

vão ter lugar no Jardim da Repú-

blica, com a animação das bandas

Carlos Catarino, Toc`Abrir e Fer-

nando Forte.

No que diz respeito às práticas

desportivas, vai realizar-se os tor-

neios de voleibol, rugby de praia,

futebol, águas abertas, caça ao

pato, torneio das escolinhas e o

festival de canoagem.

Nas lojas desocupadas do centro

histórico estarão patentes exposi-

ções de pintura e escultura de ar-

tistas locais. Encontros com auto-

res e apresentações de livros são

outras iniciativas previstas para os

dias de festa.

A presidente da Câmara Muni-

cipal classifi ca esta edição 2012

como “diversifi cada, com um pro-

grama vasto que valoriza essencial-

mente o que se faz em Abrantes e

se faz bem”.

Joana Margarida Carvalho

Mariza sobe ao palco dos Mourões

FESTAS DA CIDADE

As bandas e os artistas do

concelho convidados pela Câ-

mara Municipal de Abrantes

(CMA) para participar nas fes-

tas da cidade vão ter um ca-

chê substancialmente infe-

rior ao dos anos anteriores.

Mesmo assim, as bandas e

artistas Kwanta, The Kaviar,

Apple Pie, The Scart, Projeto

Amar, The Joe’s, Dora Maria e

Ana Laíns marcarão presença

no evento anual abrantino. A

autarquia diz que o investi-

mento com a promoção dos

talentos de Abrantes “ronda

os 30 mil euros”, verba que in-

clui equipamento, infraestru-

turas, luzes e som e a compo-

nente desportiva.

Confrontada com algum

desconforto em relação às

quantias pagas a cada grupo

ou artista, a CMA estranha a

questão, até porque garante

que as bandas locais apresen-

taram o seu cachê, que foi ne-

gociado, como sempre acon-

tece. As reações das bandas e

dos seus membros são varia-

das: uns aceitam a proposta

da autarquia compreenden-

do a situação de crise, mas há

quem tenha optado por não

participar. Em causa parece

estar não só os valores dos

cachês, como também a dis-

crepância entre o que é ofe-

recido à fadista Mariza e aos

músicos locais.

Filipa Mota, vocalista dos

tramagalenses Hyubris, de-

fende que a distribuição das

verbas foi “má”. “Para nós não

valia a pena ir. O cachê quase

não dava para pagar aos téc-

nicos que nos acompanham

nos concertos e, para além

disso, já temos agendado um

concerto no Crucifi xo”. Ape-

sar deste compromisso, Filipa

Mota admite que poderiam

tocar nas festas de Abrantes

se recebessem “em consen-

tâneo com o que pedimos”.

Como consumidora de es-

petáculos e concertos, Filipa

está desiludida com o cartaz

das festas. “É triste não haver

variedade de estilos. Há di-

nheiro para uma excelente

artista, não ponho em cau-

sa a importância e talento da

Mariza, mas também há uma

minoria, ou minorias, que

não fi caram satisfeitas.”

Também em tom de críti-

ca é a reação da fadista Dora

Maria, que pela primeira vez

foi convidada a atuar nas fes-

tas do concelho. Quando foi

abordada fi cou contente,

mas a alegria passou quando

soube o valor proposto, uma

vez que a verba oferecida é

metade do que costuma re-

ceber. Quer “acreditar que há

uma intenção de valorizar os

artistas da terra”, mas comen-

ta: “Se me dissessem que es-

tamos em crise e pedissem

para ir de borla para as fes-

tas não morrerem… mas não

posso conceber que uns vão

bem tratados e outros não”.

A fadista não põe em causa

ao valor da cabeça de car-

taz, mas “pagam-lhe 30 mil

euros e a nós andam a pedin-

char”. Dora Maria conta ainda

que a ida às festas do conce-

lho acontecerá “pela conside-

ração” que os músicos que

a acompanham têm por si,

pois “a organização nem os

jantares oferece”.

Posição diferente tem

Humberto Felício, vocalista

e guitarrista dos The Kaviar:

“Tenho-me apercebido de re-

ações negativas por parte de

outras bandas, mas eu não

as acompanho”. O músico

acrescenta que “temos é de

agradecer o convite da CMA

e acho meritório convidar os

artistas locais”. Felício afi rma

mesmo que “se a CMA nos

pedisse para actuar mesmo

sem nos pagar, nós aceitáva-

mos, porque nos têm apoia-

do no nosso esforço por cres-

cer”. Sobre Mariza e a verba

destinada à fadista, comenta:

“Se acharam por bem convi-

dar uma artista de primeira li-

nha, acho que tudo bem”.

A CMA, através do Gabi-

nete de Comunicação, re-

corda que “este ano foi pen-

sado um modelo de festas

adaptado às contingências

económico sociais que atra-

vessamos”. A opção foi mui-

to clara: “Sob o mote ‘made

in Abrantes’ apostar no re-

conhecimento, valorização

e reforço da produção cultu-

ral local, trazendo os talentos

locais para os nossos palcos,

dando-lhes mais visibilidade.”

Quanto à opção pela fadista

Mariza, “tem como objetivo

evocar a elevação do Fado a

Património da Humanidade”.

A autarquia acredita “que um

espetáculo de maior dimen-

são pode atrair mais públi-

co a Abrantes, principalmen-

te com a natural articulação

com o Concurso Nacional de

Saltos, que volta este ano aos

Mourões”.

Ricardo Alves

CÂMARA ESTRANHA POLÉMICA E DIZ QUE OS CACHÊS FORAM NEGOCIADOS

Bandas abrantinas divididas sobre participação nas festas do concelho

• Mariza vai atuar dia 14 de junho em Abrantes

Page 13: jornal de abrantes

EditorialOs riscos de um jornal laboratório Este é um número especial do ESTAJornal, porque apenas tem entrevistas. Apesar da hipotética monotonia em termos de género jornalístico, decidimos fazê-lo, porque corresponde a uma etapa do trabalho desenvolvido pelo grupo de alunos que está no 2º ano do curso de Comunicação Social. Porque se trata de um jornal laboratório, arriscamos também quando respeitamos o tipo de linguagem de alguns entrevistados, porque os caracteriza. Procurar sinónimos seria desvirtuar os discursos que lhes são próprios. Finalmente, resta dizer que todas as entrevistas são apenas uma parte de cada uma delas. A limitação em termos de espaço obrigou-nos a fazer opções. As versões integrais serão disponibilizadas em www.estajornal.com, assim como os restantes trabalhos que não puderam ser publicados neste suporte em papel.

MAIO DE 2012EDIÇÃO Nº 27WWW.ESTA.IPT.PT

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES

Gente que contaNa música, no espectáculo, na literatura, na tourada, no desporto, na política, na religião ou simplesmente na vida. Gente que fala na primeira pessoa porque tem algo para contar que desperta atenções. Cada um fala de si, daquilo que faz, daquilo que gos-ta e daquilo em que acredita. Testemunhos em discurso directo.

Page 14: jornal de abrantes

02 ESTA JORNALMAIO 2012

O CÓNEGO JOSÉ DA GRAÇA é uma perso-nagem incontornável de Abran-tes. A sua interpretação do amor ao próximo, radicado no amor de Deus, é um dever. A opção preferencial pelos po-bres, nascida do Concílio Vatica-no II, consome-lhe a alma. A sua obra social em prol dos desfavo-recidos parece revelar por si só esta opção.Nascido de família pobre, desde pequeno que compreendeu as dificuldades sentidas por aqueles que nada têm. Marcou-lhe a vida. De ar descontraído, com um olhar paternal, sorridente e jovial, sob o fogo cruzado de telefones e tele-móveis, concedeu-nos esta entre-vista que pretende dar a conhecer uma outra faceta, mais intimista, do pároco e do homem de fé. En-fim, um pouco daquilo que lhe vai na alma, dos seus projectos, do seu percurso, do seu dia-a-dia e das rotinas que o caracterizam. As 24 horas do dia são escassas para os desafios a que não sabe dizer não.

Como lhe surgiu a sua vocação sacerdotal?Eu nasci e vivi numa terra, o Ar-neiro, do concelho de Nisa, onde o padre, raras vezes, visitava a loca-lidade. Habituei-me a ver um pa-dre só nos funerais. Fui crescendo e entrei para a escola primária. Mais tarde, conheci um semina-rista e relacionei-me muito com ele e, assim, começou a desper-tar o sonho de poder tornar-me sacerdote também. Logo que fiz a quarta classe dei entrada no se-minário do Gavião. Aos doze anos frequentei o de Alcains e depois o seminário maior, de Portalegre.Quando andava no 5º Ano foi nomeado o primeiro padre para a minha terra: O padre Francis-co Belo. Com ele estabeleci uma relação muito forte. Nas férias, andava sempre com ele e sem o seu apoio e ajuda suponho que não chegaria ao fim desta vocação. Só depois de entrar no seminário é que eu comecei a ter catequese e a ir à missa. Na minha terra não havia missa pelo que tinha que me deslocar ao Fratel. Agora, é mui-to fácil passar o Tejo para o outro lado, o que eu fazia junto à estação de caminhos-de-ferro do Fratel, para depois subir por aquelas ri-banceiras no inverno. Em criança, apanhava o barco na margem es-querda do Tejo e ia cair à margem direita, quase a um quilómetro de distância, devido às corren-tes. Hoje não, tudo é mais calmo.

FRANCISCO ROCHAESTA D ABRANTES

Uma vida ao serviço dos outros

Com doze anos fazia esse percurso sem me queixar. Levava uma bol-sinha com pão e depois da missa lá comia e vinha sozinho para casa. Nos anos seguintes, já o padre me convidada para comer com ele e tudo isso começou a criar uma certa empatia e relação amistosa. O padre Belo vivia na minha ter-ra. As pessoas tratavam-no muito bem e era muito acarinhado por todos. Praticamente não tinha di-nheiro, mas não o deixavam pas-sar fome; havia batatas, feijões, carne de porco, galinhas. Na aldeia rezava o terço, celebra-va a missa, falava com as pessoas. Nas férias, eu acompanhava-o sempre. Dormíamos numa casa de um paroquiano qualquer e lá comíamos. Era absolutamente necessário que os padres de hoje fizessem o mesmo. Hoje, a vida de padre entrou mui-to no profissional, e o resto já não interessa. Isto marcou muito o meu concei-to de pastoral, esta sensibilida-de em relação às pessoas pobres. Foi um despertar para as neces-sidades daquelas pessoas que eu encontrava, quando em criança, com o Padre Belo visitava aquelas aldeias, pessoas que viviam difi-culdades e na miséria. E depois da sua ordenação …

Ficha TÉCNICADIRECTORA: Hália Costa Santos

EDITORA EXECUTIVA:Raquel Botelho

REVISÃO DE TEXTO:Sandra Barata

REDACTORES:Ana Cláudia Damas, Ana Gomes, Cátia Filipe,

David Leal, Fabiana Bioucas, Flávia Frazão, Francisco Rocha, João Lopes, Miguel Freire, Patrícia Rogado, Sara Cruz

PROJECTO GRÁFICO: José Gregório Luís

PAGINAÇÃO: Elisabete Febra

Tiragem: 15000 exemplares

Eu fui ordenado em Julho de 1967. Estive um ano em Ponte de Sôr como coadjutor, depois fui para a Sertã, também como coadjutor, durante dois anos. De seguida, vim para a paróquia de S. Facun-do. Em 1981, fui fazer o curso de Teologia Pastoral para a Universi-dade Católica e ao mesmo tempo que estava na Universidade estava a paroquiar S. Margarida. Depois em 1985 entrei em Abrantes, no dia 29 de Setembro e até hoje. A sua preocupação com os mais desfavorecidos. Gostaria que nos falasse um pouco da sua Obra So-cial. Como disse, a minha sensibili-dade para estas questões vem do tempo que passei com o Padre Belo. Sendo, nessa altura, aluno de Teologia, apreciava esse tem-po de missionação nas visitas aos doentes e aos pobres. Vi, muitas as vezes, o Padre Belo a dar tudo aquilo que tinha. O seu exemplo começou também a sensibilizar--me para situações, muitas vezes, degradantes das pessoas, sobretu-do daqueles que são mais pobres.Depois, já na Católica, escolhi para tese de licenciatura a pro-blemática da droga.Uma vez em Abrantes, tomei contacto com alunos a quem eu tinha dado aulas e que andavam envolvidos na droga. Daí, desper-tei para a recuperação de jovens toxicodependentes, lançando o “Projecto Homem”. Entretanto, fundei outra Comunidade nas Sentieiras e abri três apartamen-tos de reinserção social; um em Abrantes, outro em Ponte de Sôr e outro em Castelo Branco. Houve uma outra área em que eu senti de perto as dificuldades: as crianças maltratadas e vítimas de violência. Decidi, por isso, abrir um Centro de Acolhimento para

Crianças em Risco, Casa de S. Mi-guel, situada no Rossio ao Sul do Tejo. Entretanto apareceu o Cen-tro Convívio “Recordar é viver” ligado às pessoas idosas; assim como o Centro de Enfermagem, projecto ligado às pessoas com dificuldades de se deslocarem ao hospital para obterem cuidados de enfermagem. Recentemente, criei um Banco de Medicamentos. Que projectos tem para o futuro?Fiz uma proposta para a criação de um Centro de Acolhimento de Crianças e Jovens para ado-lescentes dos 12 aos 18 anos, em sequência do centro já existente para crianças dos 0 aos 12 anos. Pretende-se que aquele seja uma continuidade para o trabalho ini-ciado com as crianças mais novas. Outra iniciativa é a construção de um Lar para sessenta idosos junto do centro de emprego. Além dis-so, vou lançar um projecto para seis residências assistidas, num total de 10. Tento dar uma resposta quando esta se torna premente. Neste as-pecto, estou muito em sintonia com a Teologia da Libertação.Mas isso foi bastante polémico na altura …Sim, é um facto. A verdade é que não é marxista. Se se considerar a verdade e a defesa da dignidade da pessoa humana como marxista, então ela é marxista. De outra for-ma, se se considerar que a defesa da pessoa humana que é o puro do cristianismo, que a libertação dos pobres tem que afectar a nossa consciência crítica crista, então é cristã, no absoluto. Esta é a rea-lidade. É evidente que na prática isto não acontece nestas obras so-ciais nem na Igreja, o que é pena. A justificação é o tempo que o padre gasta nessas coisas em de-trimento das missas e da adminis-

L Cónego José da Graça: “Gosto de compreender a vida e o pensamento dos grandes líderes políticos mundiais”

tração dos sacramentos. O padre não perde tempo. O padre actua de acordo com uma doutrina no exercício da caridade. Irrita-me que se queixem de falta de tempo. Eu tenho tempo para tudo. Não tem férias. Não fez viagens. Quais os seus livros preferidos?Durante alguns anos até fiz algu-mas viagens, mas agora não tenho disponibilidade para isso. Tenho o hobby de coleccionar antiguida-des e arte sacra. Ainda comecei a fazer uma colecção, mas agora não tenho tempo… gosto muito de antiguidades. Sobre os livros, procuro estar a par dos documen-tos da Igreja: encíclicas, os docu-mentos dos Bispos, concretamen-te os do Bispo Diocesano. Entendo que é uma maneira de estar em sintonia com a vida e pensamento da Igreja. É para mim, o redes-cobrir dos sinais dos tempos que são a relação de Deus na história dos homens. Gosto de conhecer e compreender a vida e o pensa-mento dos grandes líderes polí-ticos mundiais. Não apenas pela sua biografia, interessa-me muito mais conhecer o seu pensamento no campo político, no campo so-cial, no campo económico e reli-gioso. O mais curioso é verificar que, independentemente da sua declaração de fé, mostram as ra-ízes de decisões muito profundas e muito fortes. Creio que a Histó-ria contemporânea, lida a partir destes homens, que são marcos na vida das nações e dos povos, revela a riqueza extraordinária do mundo actual. É uma maneira de aprofundar o nosso conhecimento sobre as razões que determinam aqueles homens que são che-fes das nações na orientação do mundo. Gosto imenso de inter-pretar a actuação destes políticos a nível mundial para perceber as razões que os fazem escolher este ou aquele caminho. Pena tenho, que nem sempre possa ter tempo para desenvolver esta actividade.Quais os grandes desafios que se põem à Igreja, nos dias de hoje?Parece-me que a Igreja continua a ter um papel preponderante na vida dos homens sobretudo agora, nestes tempos de crise. Mais do que nunca a fé nos valores tem que vir ao de cima e a Igreja tem que anunciar valores, tem que viver os valores, tem, ela própria, que apostar nos valores para que de-pois os crentes os sintam. É im-portante que o homem sinta esta capacidade de viver estes valores, mesmo que não tenham como re-ferência Jesus Cristo em absoluto, mas não há dúvida que a Igreja tem que contribuir de forma deci-siva para a mudança da história e, sobretudo, para uma história que seja vivida para o bem e a cons-trução dum mundo novo. Esta é a missão da Igreja. Ela não pode abdicar daquilo que o seu funda-dor lhe confiou. Essa obra é obra do Espírito Santo. Se, porventu-ra, a Igreja estivesse entregue aos homens , há muito tempo que teria deixado de existir. Conta-se até uma história de um jornalista que referia que a Igreja era mes-mo para acabar e começava por um ataque cerrado ao Vaticano. Dizia ele, que cortada a cabeça, o resto seria muito mais fácil. Em resposta um Cardeal afirmou: - “digo-lhe que não consegue por-que se ela fosse para acabar, nós, os cardeais, já a teríamos acabado há muito tempo.” (risos)

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03WWW.ESTAJORNAL.PT

“Sinto que gostaria de ajudar ainda mais”MANUEL PAULO SILVA, presidente do Rotary Club de Abrantes, sente--se grato e com vontade de apoiar mais pessoas através de um clu-be que, criando boa vontade no próximo, se preocupa sobretudo com crianças e jovens carencia-dos. Assume que no clube, além de membros, encontra amigos com os mesmos objectivos, o que os une ainda mais. Dividido entre a família, o movimento rotário e a sua profissão, lamenta a impos-sibilidade de alongar o compasso de tempo do dia-a-dia. Porém, acredita que o mais importante é ter vontade, empenho e dedicação para ‘dar de si antes de pensar em si’.

Quais são os valores defendidos pelo Rotary Club de Abrantes?De forma sucinta, devemo-nos pautar pela honestidade. Nós te-mos uma tabela de valores que nos diz que tudo o que fazemos não deve prejudicar os outros, mas sim criar no outro boa von-tade, ou seja, bem-estar. O valor mais importante que gere todos os rotários é dar de si antes de pensar em si. É um valor trans-versal à sociedade, mas nós não o deixamos morrer tentando que seja praticado. Queremos manter este tipo de valores de humanis-mo e de respeito pelo próximo sempre a guiar-nos. E de que forma o Rotary Club de Abrantes selecciona novos mem-bros?O movimento rotário é formado por clubes que têm normalmente entre os 20 e os 30 elementos, ha-vendo excepções. Esses clubes são formados por profissionais que de uma forma ou de outra se desta-cam na comunidade em que estão

PATRÍCIA ROGADOESTA D ABRANTES

L Manuel Paulo: “Sinto que somos reconhecidos pela comunidade”

inseridos. Os novos membros são, por assim dizer, escolhidos por elementos que já pertencem ao clube. Esses elementos fazem uma selecção e pesquisa de campo para saber quem poderá ter perfil para se enquadrar no clube, contando não só com os seus objectivos, mas também com as capacidades de se entrosar bem, participar e ser facilmente relacionável com outros membros.O clube recruta mulheres?Recruta. Ainda não recrutou (ri-sos). No movimento rotário há muitos clubes com mulheres. Há muito tempo houve esse tipo de restrição, em que os rotários eram só para homens. Hoje em dia isso não faz sentido, mas é difícil encontrar disponibilida-de para integrar um clube que é maioritariamente de homens. É essa a maior dificuldade, pois as senhoras dão maior importância ao apoio aos filhos, não se sen-tindo tão vocacionadas para se reunirem todas as semanas com um conjunto de “maduros” (ri-sos). Mais fácil seria que as nossas esposas fizessem parte do clube, mas isso poderia criar algum tipo de incompatibilidades, porque o tempo que seria absorvido pelo clube tornaria difícil a vida fami-liar e pessoal.Na sua opinião os objectivos es-tipulados anualmente pelo clube são atingidos?O clube vai tendo vários objecti-vos e alguns são transversais aos diferentes anos. Outros vão sendo escolhidos anualmente. Dos pro-jectos que nunca estão concre-tizados, que passam de ano para ano - rastreios visuais, atribuição de bolsas de estudo - o objectivo é sempre concretizado. Nesse as-pecto acho que temos conseguido atingir as metas a que nos propo-mos ano após ano.

Considera que o tempo e trabalho investidos no clube são recom-pensados?Se não sentíssemos isso não es-taríamos com disponibilidade de nos reunirmos todas as semanas.

Para além da amizade que nos vai unindo e do que essas reuniões se-manais nos vão proporcionando, o facto de irmos realizando coisas, mês após mês, também é muito gratificante. E isso é o cimento

que vai unindo as pessoas ao clu-be. Sinto que somos reconhecidos pela comunidade.O seu mandato termina em Julho, visto que só tem a duração de um ano. Já se sabe qual é o membro do clube que o irá suceder?Sim, já está seleccionado. Será o Engenheiro Maia Alves, das Mou-riscas.Uma vez que é oftalmologista, como concilia a sua profissão e vida familiar com as actividades do Rotary Club de Abrantes?Nós temos sempre mais um pou-quinho de tempo para qualquer coisa (risos). O que é preciso é ter vontade e isso é o mais im-portante. Além disso, a própria família vai percebendo que não vamos propriamente para o café ou para o bar falar com os ami-gos, mas sim contribuir para uma acção pró-activa em benefício da sociedade. Assim também se sen-tem motivados e empenhados no movimento. Por outro lado, temos a noção de que no movimento ro-tário quanto mais ocupadas estão as pessoas, mais empenhadas elas são nestas actividades paralelas. Se queremos atribuir uma tarefa importante, devemos atribuí-la a alguém que já está muito ocu-pado, pois essa pessoa terá mais vocação para levá-la a bom porto (risos). As pessoas que estão muito ocupadas sabem gerir o tempo e conseguem arranjar mais um bo-cadinho.Tendo em conta a situação actual do país, como é que se sente sa-bendo que pertence a um clube com a enorme capacidade de aju-dar as pessoas?Sinto que gostaria de ajudar ain-da mais. Temos limitações e como não conhecemos suficientemen-te as carências, sei que deixamos passar coisas onde poderíamos actuar e não actuamos. Daí a necessidade de dar a conhecer o movimento rotário na população, porque quanto mais formos co-nhecidos, mais nos chegam essas informações. Mas de uma forma geral sinto-me bem porque con-sigo, com uma actividade que não é a minha profissão, ajudar mais um pouco a sociedade a tornar--se melhor.

“Tiveram de comprar um garrafão de água para lavarmos as mãos”

SENDO ESTUDANTE de Engenharia Me-cânica na ESTA, Augusto Gaspar tinha a possibilidade de realizar um estágio e decidiu que o seu teria “contornos diferentes”. Por isso mesmo, foi para o Quénia ajudar a melhorar e desenvolver infra-estruturas que no nosso país são tão banais. Para ele, a situação que Portugal atravessa depende de arregaçarmos as mangas e procurarmos intervir para que tudo possa melhorar. Augusto Gaspar é oriundo de Alcaravela, Sardoal, mas vive actualmente em Abrantes. Considera que o curso é apenas uma ferramenta com-plementar que acrescenta ao seu cargo de comandante da GNR em Manteigas.

ANA GOMESESTA D ABRANTES

Porque se auto-propôs fazer o es-tágio no Quénia?Como falta de condições sanitárias e a falta de água são um problema em África, achei por bem desenhar um estágio com estes contornos. Como foi esse processo?Procurei alguma ONG (Organi-zação Não Governamental) que interviesse em África. Encontrei a ADDHU (Associação de Defesa dos Direitos Humanos) que inter-vém no Quénia. Reunimo-nos (a ESTA e os representantes da ONG) e definimos os objectivos e a área de intervenção. Foi assim que fui parar ao Quénia.Quais eram os seus objectivos?Os principais objectivos eram di-mensionar painéis térmicos para um orfanato, redimensionar a fossa, encontrar soluções para o transporte de água, olhar sobre os bairros de lata e visitar algumas

empresas intervenientes no sector da água e das energias alternativas. Na fossa acabou por não ser neces-sário intervir, porque a ONG já ti-nha planos para o fazer no início deste ano. A recolha de água lá é uma tarefa que cabe às mulheres e crianças, leva muito tempo, percorrem mui-tos metros ou quilómetros para chegar à água. As mulheres trazem 20 litros à cabeça o que provoca muitas lesões. Pensámos que seria interessante utilizar um cilindro de 90 litros que se enche de água e, ao deitá-lo no chão, prende-se um ferro e arrasta-se, vai a rolar até às casas deles. Achámos que seria im-portante adquirir alguns.O que fez no Quénia?Estive meia dúzia de dias com uma congregação de monges. Com eles tive a oportunidade de conhecer algumas escolas das zonas mais

remotas, perto da fronteira com o Uganda, fruto de uma das suas missões. Deu para perceber as di-ferenças entre as nossas escolas e as deles. Para eles uma sala de 16 metros quadrados servia para dar aulas a 60 miúdos, o professor dis-se-me que não consegue ter todos lá dentro, em simultâneo, saem uns e entram outros. Depois regressei a Nairobi onde fui a um orfanato para perceber quais eram as condições e necessidades lá existentes. Também estive em dois bairros de lata, visitei algumas em-presas que intervêm no sector das energias alternativas e da água e fui para fora de Nairobi, para visitar uma quinta e uma vila em que deu para perceber as condições de vida e a falta de infra-estruturas.O que fica desta experiência para a sua vida?Esse é um hábito que nós ociden-

tais temos, de quantificar tudo. O que fica é que me deu alguma auto-confiança, ter sido capaz de desenhar um estágio diferente e ter conseguido levá-lo a cabo, o saber que sou capaz. O que pretende fazer no futuro?Eu vou concretizar esta fase de ter-minar o curso. Quando tiver esta ferramenta vou perceber de que forma é que posso capitalizá-la. Uma das minhas áreas de interesse é tudo o que ande à volta da temá-tica da água. Acho que é um tema emergente e que nos devia preocu-par a todos. Nós cá não nos aper-cebemos disso, mas em África eu percebi o que é a escassez de água. Para exemplificar, houve uma vez em que umas pessoas de uma ONG nos convidaram para almoçar em casa deles e tiveram de comprar um garrafão de água para lavarmos as mãos!

Page 16: jornal de abrantes

04 ESTA JORNALMAIO 2012

FÁBIO JORGE, 24 anos, nasceu em Maianga, província de Luanda na República de Angola. É actualmente aluno da ESTA e conta com o apoio de instituições da região. O pai de-sapareceu na guerra e a mãe morreu de cancro. Apesar disso, diz que teve uma infância feliz, com o amor da mãe. Construía os brinquedos com o que encontrava no lixo e viu coi-sas que não devia ter visto, durante a guerra. A mãe optou por colocá-lo num seminário. Foi lá que passou a maior parte do tempo e lá apren-deu valores que o ajudariam a ser e a conquistar o que é hoje. Depois de descobrir os documentos do pai, conseguiu obter a nacionalidade por-tuguesa. Trabalhou para conseguir o bilhete de avião e cá teve o apoio de uma família aveirerense. Preparou--se para os exames de acesso ao en-sino superior e, com média de 15,8 valores, entrou no curso de Vídeo e Cinema Documental da ESTA, para concretizar o sonho de uma profissão no campo do cinema.

Que filmes gosta de ver?Eu tenho muitos. Gosto de filmes que tenham um pouco de roman-ce, drama, comédia, gosto de fic-ção científica, filmes de animação, tudo um pouco. Sou um amante de cinema.

DAVID LEALESTA D ABRANTES

“Lembro-me de ter ficado dias e dias sem ver a luz do sol”

L Fábio Jorge: “Crise é passar fome, isso é que é crise”

E documentários, o que o fascina mais?Não sou muito ligado a documentá-rios. Estou em cinema documental, mas não pretendo fazer nenhum documentário na minha carreira. Eu gosto de escrever as histórias, inventadas por mim com persona-gens criadas por mim. E o curso é versátil, pode-se fazer carreira do-cumental como se pode fazer uma carreira ficcional. Há quanto tempo escreve?Desde os meus 15 anos.As suas histórias relacionam-se com o quê?Ficção, aventura.Vidas que gostava de viver?Não. Quem cresce num seminário, onde as novas tecnologias não são bem aceites, porque os padres são muito conservadores, é obrigado a ocupar o tempo com livros. Não me arrependo disso, até hoje tenho uma paixão pela literatura e gabo--me por isso. E esses livros faziam--me escapar um pouco da realidade triste que eu vivia. Então porque foi para um seminá-rio? Teve sempre amor, nada lhe faltava...Amor sempre tive. Mas Angola viveu uma guerra, a que eu infe-lizmente assisti. Vi coisas que não devia ter visto (silêncio).Que coisas?Vi cadáveres, mortes.Viu onde, ao pé da sua casa?

Claro! Aquilo foi uma chacina em todo lado! Em Luanda durou pou-co tempo, mas fizeram estragos. Eu lembro-me de ver blindados por cima de carros, ouvir dispa-ros. A sorte é que tínhamos uma cave, não me recordo bem porque tinha seis anos, mas lembro-me de ter ficado dias e dias sem ver a luz do sol a comer pão e beber água.

O seminário deixou algumas mar-cas?Quando saí tive dificuldade em in-tegrar-me. Mas ganhei o gosto pela leitura, sentido de responsabilida-de, disciplina, ganhei muito. Passou fome no seminário?Não. A comida era sempre dividida, mas quando saí cá para fora passei. Uma coisa boa que aprendi lá den-

“A vida não é esperar que a tempestade passe, é aprender a dançar à chuva”

FOI NA REPRESENTAÇÃO que Manuel Melo se deu a conhecer ao público, mas é também na música que está a sua grande paixão. Para além de ter participado em peças de teatro, já passou pela televisão como actor em novelas, filmes e fez publicida-de e é no novo formato televisivo “A Tua Cara Não Me é Estranha”, na TVI, que Manuel regressa ao grande écran.

O que tem andado a fazer nos úl-timos tempos?Tenho andado a explorar a minha onda musical. Tenho alguns traba-lhos a nível musical que já estavam na gaveta há algum tempo, e apro-veitei estes dois anos que não esti-ve em televisão, para organizar os temas originais, organizar as coi-sas de maneira a que seja possível avançar com essa parte musical. Tenho montados dois projectos acústicos, um deles com músicas dos anos 80.

CÁTIA FILIPEESTA D ABRANTES

Iniciou a sua carreira como actor quando? Na novela Saber Amar?Não. Na “Academia de Estrelas”, em 2002, que era um reality show, onde eu concorri para a TVI, pela Endemol. Fiquei, fui finalista e depois é que apareceu o “Saber Amar” e a hipótese de endereçar, numa novela como aquela, a per-sonagem “girafa”.As pessoas ainda hoje o ligam a essa personagem?Sim, completamente! Agora vou entrar no programa “A Tua Cara Não Me é Estranha”. Pode ser a pri-meira oportunidade de dissociar a palavra ‘girafa’ e pôr um bocado no mapa o meu nome, Manuel. Talvez, nesse aspecto, seja um de-safio interessante.E também lhe vai dar a possibilida-de de verem o seu trabalho como cantor?As pessoas viram algumas caracte-rísticas minhas como vocalista na “Academia de Estrelas”, mas acho que sempre me ligaram como actor e eu gosto de fazer um bocado das duas coisas.

E se pudesse escolher entre repre-sentar ou cantar?Nesta altura escolhia cantar. Já muitas vezes escolhi representar. É um dilema que me vai acompa-nhar sempre. Em diferentes fases da vida apetecem-me coisas di-ferentes.Já fez novelas, participou em fil-mes, peças de teatro. Qual a expe-riência que mais gostou de fazer?Sim. Fiz novelas, filmes, peças de teatro, publicidade, um pouco de tudo. Já tenho a carteirinha dos cromos toda completa (risos). Ci-nema foi extremamente interes-sante, mas sem dúvida que cantar é das coisas que mais me tem pre-enchido. Que projectos tem para o futuro?Eu acho que tudo se vai desenrolar a partir de agora. Eu estive ador-mecido em termos mediáticos e em termos de trabalhos com ex-posição muito tempo e acho que a partir de agora as coisas vão-se desenrolar. Tenho algumas pro-postas já, tenho alguns produto-res que me contactaram, não por

causa do programa “A Tua Cara Não Me é Estranha”, mas veio ao mesmo tempo. Fazer um CD seu é um dos objec-tivos?Eu tenho vindo a editar as minhas coisas à medida que o tempo vai passando e que tenho oportu-nidade. Já editei dois temas, um deles com a ajuda do guitarrista do Robbie Williams, e tenho outro

tema que está a ser feito na gara-gem. Tudo na garagem, não houve nenhum dinheiro investido nestes temas só a amizade e a perseve-rança. Se eu tiver a oportunidade de alguém me ajudar, obviamente que aceito. Qual é o seu lema de vida?A vida não é esperar que a tempes-tade passe, é aprender a dançar à chuva.

tro foi a cultivar a terra, podíamos ir apanhar e comer umas frutas. Não teve medo de sair de Luanda?Não. Quem viveu em Luanda está pronto para viver em qualquer par-te do mundo. As pessoas cá recla-mam porque não têm dinheiro para carregar o telemóvel, para ligar a TV Cabo ou almoçar em restauran-tes. Eu rio-me disso. Crise é passar fome, isso é que é crise. As pessoas reclamam com o rendimento mí-nimo, mas esse valor dá para eu viver muito bem. Não quero viver às custas de subsídios, quero ter um trabalho.Mas preferiu estudar...Quero-me formar. Eu agarrei a oportunidade de estudar, estou a ter boas notas. As notas que tive garantiram-me o apoio da Câma-ra de Abrantes, que me ajuda com roupas, e de outras instituições que também me estão a ajudar. Eu mos-trei que queria estudar. Esforcei--me, tirei notas melhores do que os que estiveram aqui a estudar a vida toda. Nunca tinha ouvido falar de Salazar ou de Camões, e mesmo assim tiro uma boa nota. Isso prova que estou aqui para estudar.Sente-se apoiado pelo IPT?Sim. Eu tratei de tudo em Tomar. Eles deram-me as orientações to-das, tenho muito que agradecer. Agora estou a economizar para quando sair daqui ir à vida.

L Manuel Melo: “Estive adormecido em termos mediáticos”

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05WWW.ESTAJORNAL.PT

“Sou um animal político”NASCEU a 21 de Abril de 1954 no Bra-sil, mas foi Felgueiras que a viu crescer e tornar-se numa das mu-lheres mais mediáticas dos últimos anos. Tem dupla nacionalidade, mas é uma apaixonada por Felguei-ras. Diz que o sistema político “está muito doente” e que “os partidos políticos perderam a noção da pro-ximidade, das expectativas, dos an-seios das pessoas”. Reconhece que algumas pessoas podem ter uma imagem distorcida de si, mas deixa uma certeza: “O meu trabalho e a minha obra estão à vista de todos.”

É uma mulher de quem se falou muito, mas se calhar não se sabe muito de si…Penso que neste momento a curio-sidade, quanto mais não seja, leva a que toda a gente queira saber quem sou, como sou, de onde venho. Em Felgueiras toda a gente sabe que venho da família de Belém. É uma família por demais conhecida, que participou sempre em tudo em Fel-gueiras, desde teatro, música, fute-bol. Sou a filha de uma das meninas de Belém. É do conhecimento de todos. Mas aqueles que não me co-nhecem, não sabem quem eu sou e porventura terão uma imagem completamente distorcida. Aque-les que me conhecem sabem quem eu sou, sabem onde eu estou e o que eu faço.A sua mãe era professora primária. Na 1ª classe saltou logo para a 3ª, o que faz com que tivesse dado nas vistas, porque foi algo fora do co-mum…Quando fui para a escola primária já sabia aquilo tudo, dadas as ve-zes que ia com a minha mãe para a escola. A professora via-se com di-ficuldade para me motivar. A meio do ano propôs à minha mãe que eu fizesse um exame para a 2ª classe. Fiz o exame e passei para a 2ª classe. No final do 2º ano fiz um exame e eu passei para o 3º. Foi uma situação que decorreu dessas circunstâncias, porque tive essa oportunidade. Em casa tinha a professora que era a minha mãe que nos acompanhava, ensinava e líamos muito.Falou muito na sua tia-madrinha numa entrevista que deu. É alguém por quem tem um grande apreço?A minha tia-madrinha é como se fosse minha mãe. Senti muita di-ficuldade em saber qual é que era a relação mais intensa, se com a mi-nha mãe ou com a minha madrinha. O meu pai estava muitas vezes no Brasil e a minha mãe estava mais tempo lá do que em Portugal. Eu ficava com a minha madrinha. A minha ligação com a minha madri-

SARA CRUZESTA D ABRANTES

L Fátima Felgueiras “A crise maior é a crise de valores”

nha é uma recordação muito forte, marcou-me muito. Aprendi mui-tas coisas com ela. Tive a sorte de ter o acompanhamento na minha infância, na minha adolescência, na minha construção enquanto ser humano de duas pessoas fabulosas: a minha mãe e a minha madrinha, sem prejuízo de todos os outros, mas essas foram duas marcas mui-to intensas.A sua infância foi feliz?Foi uma infância extraordinaria-mente feliz, com marcas muito bo-nitas, como o Cuco. Logo a seguir ao Natal, a minha madrinha, para nos ensinar a fazer o tricô, malhas e a bordar, começava a ensinar-nos a fazer a mantinha para o Cuco, que vinha de longe, tinha frio e precisa-va de uma mantinha para os cucos pequeninos que iam nascer. No dia 21 de Março colocávamos a manti-nha numa cestinha que existia em casa e recebíamos de prémio do Cuco os guarda-chuvas de choco-late e as línguas-de-gato que ainda hoje adoro. Era o imaginário que a minha mãe e a minha madrinha iam criando para nos estimularem a bordar, a fazer malhas, a ler, a aprender a fazer tudo, a gostar de tudo e a saber tudo.Em casa, com os seus pais, falavam de política? Ou era tabu?Não era tabu, mas era sempre con-versa com muito cuidado. Muito pouca gente conversava sobre po-lítica. Em minha casa sempre se fa-lou abertamente, mas sempre com cuidado de dizer “isto não se fala”, “isto não se diz” e com algumas si-tuações que nos eram apontadas. Tive familiares que foram presos pela PIDE e eram-nos dados como exemplo.Foi para o PS ou hesitou qual o par-tido a escolher?Não hesitei. Foi uma aproximação natural. Sempre estive com o PS com consciência de que era onde me sentia bem, naquilo que eram os objectivos para servir e criar um povo com melhores condições de vida. Fazer parceria com grandes riquezas onde a fraternidade, so-lidariedade o bem-estar de toda a gente, a assistência aos mais careci-dos eram a primazia da nossa inter-venção. Tive a feliz oportunidade de ter algumas ligações que me permi-tiram ter uma intervenção extraor-dinária que nunca mais me esqueço.O que acha do sistema político?Está muito doente, os partidos po-líticos perderam a noção da pro-ximidade, das expectativas, dos anseios das pessoas. Pensam mais nos votos, como ganhar as eleições e como chegar ao poder, do que propriamente no bem-estar, cres-cimento e desenvolvimento do país. A crise maior é a crise de valores.

Hoje há muita gente na política que não olha a meios para atingir fins. Vale tudo para eles, até tirar olhos. Se tiverem de mentir, de inventar, de lançar suspeições fazem-no. A minha grande expectativa é que os jovens comecem a aproximar-se e que as coisas sejam alteradas.Acha que pôs Felgueiras no mapa?Não tenho dúvida, e não apenas no mapa das auto-estradas. A primei-ra vez que tive uma intervenção pública e disse que Felgueiras era o maior exportador de calçado, os governantes acharam que estava a inventar para chamar a atenção.

Dentro de Portugal ninguém sa-bia onde ficava Felgueiras. Hoje, é conhecida por muitas coisas boas, como o calçado, os vinhos verdes, os patrimónios, o pão-de-ló de Margaride, o mosteiro de Pombei-ro. O meu trabalho e a minha obra estão à vista de todos. Foi preciso executá-la e fi-lo com muito gosto e empenho. Tenho um enorme or-gulho de fazer de Felgueiras o que ela é hoje.Quiseram-na matar politicamente?Não tenho dúvida e acho que hoje ninguém tem dúvida disso. Uma mulher na política com a notorie-dade que eu tinha incomoda muita gente, sobretudo aqueles que são mais medíocres. Continuamos a viver cada vez mais numa socieda-de de invejas, de gente que em vez de procurar fazer melhor, procura matar quem faz bem porque senão nunca mais lá chega. É o gran-de problema que vamos tendo no nosso país.A verdade é que mesmo assim con-tinua apaixonada pelas suas causas.Sem dúvida! Nunca virei costas a Felgueiras nem virarei! É a minha terra de coração e de nome! Nunca virarei costas a uma causa desde que ela valha a pena!É uma mulher mais fragilizada por

tudo aquilo que aconteceu na sua vida política?Não. Diria que sou uma mulher bem mais fortalecida. Os momen-tos difíceis também nos ajudam a crescer. Naturalmente que dói, mas sinto-me seguramente bem mais forte.Quem é a Fátima Felgueiras fora do mundo da política?Eu acho que é difícil distinguir a Fá-tima Felgueiras do mundo políti-co, porque às tantas eu sou mesmo “um animal político”, leia-se nisto que sou incapaz de ser insensível àquilo que me rodeia, incapaz de não olhar para aqueles que preci-sam de mim à minha volta. Gosto que tudo que esteja à minha volta esteja feliz, e se eu puder contribuir eu faço. Sou uma pessoa disponível para as instituições, para a família, para os amigos, uma pessoa feliz que gosta de fazer o bem.Vai voltar a candidatar-se?Não vou pedir nada a ninguém, também nunca virei costas a Fel-gueiras. Mas o futuro a Deus per-tence, e são os felgueirenses que vão ter de saber gerar as alternativas que quiserem para a sua terra. E as que gerarem estarão certas segu-ramente!

“”

Uma mulher na políti-ca com a notoriedade que eu tinha incomoda muita gente, sobre-tudo aqueles que são mais medíocres.

Page 18: jornal de abrantes

06 ESTA JORNALMAIO 2012

Começou a tocar acordeão muito cedo, com apenas quatro anos. O que a levou a isso?Foi a brincar com os acordeões! O meu pai era afinador e tinha mui-tos acordeões em casa, o meu brin-quedo preferido era aquilo. Assim que me entendi ser gente comecei logo a gostar muito de música, tudo quanto fosse sons eu corria para ou-vir e para ver. Tanto brinquei, tanto brinquei que acabei por começar a tocar e acabei por aprender.Embora fosse muito nova, a partir desse momento percebeu que que-ria ser acordeonista?A partir dos quatro anos, eu nunca tive vocação para outra coisa. Eu costumo dizer que as pessoas que acertam com a vocação que têm são muito felizes. Às vezes perdem-se pessoas inteligentíssimas, porque não vão enveredar no caminho que era o delas. Eu tive a sorte de acer-tar, eu gostava muito de música e gostava muito de acordeões.Foi fundadora da Orquestra Típica Albicastrense. Isto é importante para si?É verdade. Foi talvez a coisa mais bonita que eu fiz na vida! Se é que eu tenho algum valor e algum mé-rito, acho que a melhor coisa e mais bonita foi realmente a Orquestra Típica Albicastrense. A orquestra continua e ainda lá está para ale-gria minha, ainda muito boa a to-car muito bem, com um maestro muito competente. Eu fico muito contente quando passo por lá e vejo a orquestra a tocar.O acordeão é um instrumento mui-

FLÁVIA FRAZÃOESTA D ABRANTES

“Nunca tive vocação para outra coisa”

L Eugénia Lima: “O acordeão está bem posicionado em Portugal”

COM 86 ANOS DE IDADE E 82 DE ACORDEÃO, em Eugénia Lima permanece o talento, a dedicação e o amor por este instrumento. Com apenas quatro anos, a “Miúda de Castelo Branco” já sabia qual era a sua vocação. Hoje, é conhecida e reco-nhecida nacional e internacionalmente.

to presente na nossa cultura, mas de facto não é tão procurado entre os jovens como por exemplo uma gui-tarra ou bateria. Qual a sua opinião acerca disso?É próprio dos tempos. O acordeão há 50 anos atrás era um instrumen-to por excelência em todo o mundo e em alguns países deixou de ser, como é o caso de Portugal. Houve uma transformação muito grande na cultura, inclusive na cultura mu-sical. A partir de uma certa altura o acordeão começou a ser um boca-dinho esquecido, mas agora, já há outra vez muita juventude a tocar. Nesta altura o acordeão está bem posicionado em Portugal. É muito gratificante, ver tanta juventude a tocar acordeão.O seu nome consta no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis. De que forma vê este reconhecimento? É um orgulho para si?Com certeza é um orgulho, fico muito feliz, muito contente por isso. Não posso dizer como é que isso foi, porque eu não sei. Houve alguém amigo que me disse: “Olha o teu nome está no Dicionário das Mulheres Notáveis”. Comprei o li-vro e vi que estava lá uma pequena biografia daquele tempo, que já é muito antigo esse livro. Na últi-ma enciclopédia da Porto Editora também lá puseram uma pequena biografia minha.Recebe muitas homenagens, nome-adamente uma feita no programa “Companhia das Manhãs”…Foi dos programas mais bonitos que eu fiz na televisão. Eu fiquei tão co-movida, tão enternecida, não es-tava nada a contar com aquilo. Da televisão telefonaram-me para eu

ir colaborar no programa, para che-gar lá dizer meia dúzia de palavras e tocar uma musiquinha ou duas. Eu ia predisposta a isso, nada mais! Quando aparece aquela surpresa toda, ai meu Deus! Eu estava a ver que o meu coração não aguentava. E o jardim em frente à sua casa, ape-lidado com o seu nome…Outra surpresa, que eu também não sabia. Quando soube foi no dia que me chamaram para ir ali destapar as placas.Como é ter esse carinho por parte das pessoas?

É preciso ter um coração um boca-dinho forte para aguentar isto tudo. E agora ultimamente têm-me feito homenagens muito lindas. É uma amálgama de sentimentos que não há palavras que descrevam isso. Só quem passa por isso é que sente.É reconhecida como a “Miúda de Castelo Branco” e na cidade de Rio Maior é vista como uma filha da cidade. Como recebe o carinho das pessoas?O epíteto de “Miúda de Castelo Branco” foi porque eu comecei a tocar muito novinha e havia muita

“Quero fazer filmes dos livros que escrevo”

ISABELLA SANTOS nasceu em Abran-tes, a 26 de Agosto de 1992, estuda na Escola Secundária Dr. Solano de Abreu onde segue a vertente de Línguas e Humanidades.Com apenas 14 anos começou a escrever pequenos romances e, agora, com 19 anos, vê editado o seu primeiro romance, “7Véus”, uma história de amor, que se passa na Arábia Saudita, entre Ahmet e Naadirah. O livro já está disponível on-line, tanto em Portugal como no Brasil, e 200 exemplares serão vendidos nas livrarias portuguesas.

Desde que idade é que escreve his-tórias?Desde pequenina que na minha mente faço histórias. Lembro-me de estar num quarto, que era uma sala que a minha mãe tinha, e pen-sava que estava a fazer um teatro, estava a falar sozinha. Escrever a sério é desde os 14 anos.Essas histórias que escreve desde pequena são contos, biografias…?

FABIANA BIOUCASESTA D ABRANTES

São romances, ficção, terror, co-média… De onde vem a sua inspiração?A inspiração tanto pode vir de música, de imagens, dos famosos. Já aconteceu estar na disciplina de História e ver uma imagem de umas escadas e daí vir uma inspi-ração para uma história, um ro-mance. O que sente quando escreve?Quando escrevo, sinto o que escre-vo. Se a personagem está a chorar ou a sorrir, eu sou capaz de cho-rar ou sorrir com ela. Uma vez eu estava a escrever uma cena no “7Véus” em que o Ahmet apertou o pescoço de uma outra personagem e eu senti alguém a apertar o meu pescoço. Obviamente foi a minha imaginação, mas é uma demons-tração daquilo que acontece.Tem algum ritual ou costume antes de começar a escrever?Quase sempre a música é obriga-tória. Um cantor que me inspirou para esta obra foi o Tarkan. Parecia que a história e a imaginação não evoluíam se não houvesse a música por trás.

Como se sente em relação ao seu livro já estar à venda no Brasil?Eu sinto-me muito feliz, porque eu sabia que esta editora tinha uma parceria com a editora do Brasil, mas a editora também teve que ler o livro para aceitar. Eu estava um bocadinho com medo que ela não aceitasse, que não gostassem, mas aceitou e eu estou muito contente.Quais são as suas influências na literatura?Sinceramente pouco me inspiro em literatura, é sem dúvida muito mais em cinema e televisão. Nunca consigo ler muito, não que ache aborrecido, porque a leitura é tão boa quanto o acto da escrita, mas porque depois apetece-me logo pegar nas minhas histórias e es-crever. Não lhe chamo inspiração, penso que em vez de gastar o tem-po a ler prefiro gastá-lo a escrever.Qual é o seu livro preferido?O meu livro preferido é o “Segre-do”, porque é aquele tipo de livro que dá esperança às pessoas, que nós podemos ter aquilo que qui-sermos se tivermos fé. Não a fé em Deus nem nada disso, mas sim aquela fé que temos em nós pró-prios, e crença que nós podemos fazer e ter aquilo que queremos.Qual é o seu autor preferido?O meu autor preferido é o DanBrown, porque dois dos livros que ele escreveu, que foram “Anjos eDemónios” e “Código da Vinci”,

viraram filmes. É o que eu queroatingir: fazer filmes dos livros que escrevo.Qual é o seu maior sonho?Saúde e dinheiro, como toda a gente! Mas um sonho que eu te-nho mesmo é de conhecer os meus artistas favoritos.Como por exemplo?O Johnny Depp, o Tarkan que é um

cantor que nasceu na Alemanha, mas vive na Turquia. Com que escritor português gos-taria de passar uma tarde?Fernando Pessoa, porque para mim é mesmo o melhor, uma pes-soa conseguir fazer tudo o que ele fez, criar heterónimos e caligra-fias diferentes para cada um deles, para mim é excepcional.

gente que quando não se lembrava do meu nome dizia que era a miúda de Castelo Branco. Com o passar do tempo, fui criando muitas raí-zes em Rio Maior, fui criando uma convivência muito sã. Fiquei agre-gada ao povo do concelho de Rio Maior como se fosse daqui, porque aqui eu não me sinto estranha, jus-tamente pela amizade e simpatia que as pessoas me dedicam. É aqui que eu estou bem e é aqui que eu gosto de estar. Rio Maior ajuda--me a viver.

L Isabella Santos: “Pouco me inspiro na literatura”

Page 19: jornal de abrantes

07WWW.ESTAJORNAL.PT

“O futebol é de todos”

ANDRÉ FURTADO ALVES GRALHA tem 35 anos e é actualmente árbitro de 1ª divisão. Oriundo de uma família de árbitros, desde cedo começou a revelar a sua paixão pela arbi-tragem. Aos 15 anos foi assistente do pai num jogo no Inatel e desde aí prosseguiu com o que viria a ser o seu futuro. Admite que ser árbitro de primeira categoria lhe permite ter uma melhor vida, mas defende que o importante é ter paixão pelo que se faz. Defensor das novas tecnologias no futebol e da profissionalização dos árbi-tros, é da opinião que “o futebol é de todos”.

Grande parte dos miúdos sonha ser jogador de futebol profissio-nal. Alguma vez teve esse sonho ou sempre quis ser árbitro?Para gostar de arbitragem tive pri-meiro de gostar de futebol. Jogava à bola na escola, cheguei a jogar fu-tebol na Moita e na Barquinha, mas acho que eu não tinha muito jeito para o futebol, no sentido de um dia chegar a patamares superio-res. Como em minha casa se falava muito de arbitragem e acompa-nhava o meu pai nos jogos comecei a gostar da arbitragem. Acho que até tinha algum jeito para a função e segui em frente.

MIGUEL FREIREESTA D ABRANTES

Quando subiu a árbitro de primei-ra categoria notou muitas diferen-ças em relação aos escalões mais baixos?Sim, notei. O futebol hoje começa a ser muito gratificante para a pes-soa que exerce a função. Não estou a falar no início de carreira, mas a nível dos nacionais. Eu, presente-mente, ganho mais na arbitragem do que no meu trabalho e, pare-cendo que não, já me proporciona outras coisas na vida. Mas também há situações a ter em conta: não podemos estar a assumir compro-missos na nossa vida com aquilo que ganhamos na arbitragem. Pri-meiro do que tudo é necessário ter paixão pela arbitragem, ter paixão pelo que fazemos.Qual a sua opinião acerca da intro-dução ou não de novas tecnologias no futebol como forma de auxílio à arbitragem? Eu sou a favor das novas tecnolo-gias, mas as pessoas têm de perce-ber que no futebol, a nível de arbi-tragens, com novas tecnologias ou mesmo sem elas, o erro vai sempre existir. Eu sou apologista de, no caso de um jogo grande, em lances específicos, existir um monitor na zona do meio campo para o 4º ár-bitro verificar o lance. Não poderia ser por tudo e por nada que se iria verificar se não, qualquer dia, te-mos lá um robô e não um árbitro. É a favor ou contra a profissiona-lização dos árbitros?

A profissionalização envolve mui-tas coisas. Assim como no futebol, na arbitragem há subidas e des-cidas. Para haver novos árbitros de 1ª divisão, outros vão ter de ser despromovidos. Imaginando que agora assumia o profissiona-lismo... Será que a entidade para onde trabalho tem o lugar à minha espera? É preciso ter em atenção que, mesmo que os árbitros se tornem profissionais, o erro vai continuar a existir. O que poderá acontecer é dar mais condições aos árbitros para fazer um melhor trabalho e terem uma melhor pre-paração para o jogo. Mas claro que sou a favor da profissionalização.E quais são os seus projectos para o futuro?O meu projecto para o futuro, a nível de arbitragem, é manter-me na 1ª divisão. Não está fácil, reco-nheço. Depois é pensar Domingo a Domingo, treino a treino. Dizem que o maior inimigo do árbitro é o próprio árbitro e, apesar de antes não pensar desta forma, já começo a acreditar nisto. As pes-soas começam a fazer de tudo para se manterem na arbitragem. Isto acontece por causa dos valores e não pela paixão pela arbitragem, o que acho mal. Posso dizer que o André que hoje está na 1ª divisão é o mesmo que estava nas distri-tais e é esse André que quero ser sempre.

L André Gralha: “Ganho mais na arbitragem do que no meu trabalho”

“Sou o único que nunca matou um toiro”

AOS 47 ANOS, Rui Salvador é um dos toureiros mais con-ceituados do panorama taurino português. Com uma carreira longa e duradoura, fortemente impulsionada por nomes como Gustavo Zenkl ou Mestre Baptista, sem esquecer o pai, José Salvador, correu um pouco por todo o lado, desde os Estados Unidos até Macau, embora sem participar em corridas com toiros de morte, algo que classifica de “opção de vida”. Conhe-cido como “o cavaleiro dos ferros impossíveis” devido à espectacularidade e empolgância que transmite na arena, garante que irá continuar enquanto se sentir bem e o público continuar a gostar de si. Casado e pai de dois filhos, hoje em dia concilia a tauromaquia com a arquitectura e a gestão de eventos: “Sou o tipo de pessoa que tem várias situações para complementar e não é fácil ter só uma actividade na minha vida.”

O QUE MAIS O FASCINA NA TAUROMAQUIA? É um conjunto de situações. A tauromaquia é re-almente uma paixão única. É o tipo de actividade à qual se tem de dar uma dedicação extrema e só se pode singrar quando se tem uma paixão imensa por ela. O cavalo, o toiro e depois a junção dos dois com o cavaleiro faz com que se travem determinados jogos ali dentro que são planeados pela racionalidade do homem com a junção da bravura do animal. O toiro é um animal único. Depois há o cavalo, que é um animal extraordinariamente maravilhoso, com uma graciosi-dade e uma boa vontade únicas também. Quando se consegue agarrar nas características destes cavalos e encontrar um toiro bravo e agressivo é realmente uma coisa maravilhosa.A CRISE SENTE-SE NESTA ACTIVIDADE?Sente-se. As corridas custam dinheiro e este ano vai de certeza haver menos corridas. Este é o único es-pectáculo que não tem nenhum subsídio do Estado, nunca teve nenhum apoio Estatal e tem sobrevivido sempre positivamente. Continuam a ver-se corridas cheias, quando é também criada essa expectativa e quando são bem montadas, e faz com que também nos dê alento. COMO É QUE CONCILIA A TAUROMAQUIA COM A SUA VIDA FA-MILIAR?Hoje é mais fácil. A minha vida familiar ainda tinha outro problema, porque eu tenho uma firma de cons-trução e faço também arquitectura. Mas neste preciso momento quase que abdiquei da construção e da arquitectura, quase que optei só pela quinta, pelos eventos que fazemos e pelo toureio. Portanto, a fa-mília acabou por ganhar um pouco mais de espaço.COMO É QUE VÊ A QUESTÃO DOS TOIROS DE MORTE?Não faço, mas respeito quem o faz. Os meus colegas fazem. Sou o único que nunca matou um toiro. De-claradamente, respeito quem o faz, mas não consigo compreender a morte de um toiro a cavalo. A pé há uma igualdade de circunstâncias, um equilíbrio em tudo. Mas a cavalo não vejo que exista a necessidade de o fazer. O toureio a cavalo é complementado com o forcado. A corrida de toiros à portuguesa não tem nada a ver com a morte do toiro.QUAL A SUA OPINIÃO ACERCA DOS MOVIMENTOS ANTI-TOU-RADAS?Respeito. Aliás, tenho pena que eles não me respeitem da mesma maneira que eu os respeito a eles. Eu passo a vida a dizer que convido quem quiser vir aqui a casa para perceber a realidade e como tratamos todos os animais que temos. Vêm aqui muitas pessoas que não gostam e outras que não se importam, mas acabam por sair completamente elucidadas. É importante per-ceberem que mesmo a parte menos positiva que nós temos para com os toiros, onde os castigamos, onde cravamos um ferro e provocamos dor, é um factor para limitarmos a raça no sentido de continuar pura geneticamente. É provocando mais essa agressividade que percebemos se os touros são bravos ou não, se servem para reprodutores. Tenho a certeza absoluta que se deixasse de haver toureiros neste momento, iria deixar de haver toiros também.

JOÃO LOPESESTA D ABRANTES

Page 20: jornal de abrantes

Última08 ESTA JORNALMAIO 2012

“Quando estou em cima do palco, acho que tenho que estar ‘tesuda’”

L Blaya: “Gosto do calor do público, gosto de estar a “puxar”. Gosto desse feeling!”

COINCIDÊNCIA OU NÃO, de qualquer lugar soava a música “We stay (up all night)”, dos Buraka Som Sistema, enquanto Blaya e o ES-TAJornal se aproximavam do lo-cal da entrevista. A sentir o sol que bem se fez mostrar naquele dia, e do qual tanto gosta, deu--se início a uma conversa onde a própria confirmou que não tem nada a esconder.

Quem a segue, tem assistido, nos últimos anos, a várias mudanças no seu visual. É um mero gosto pessoal, portanto?Sim. A minha mãe é cabeleirei-ra e, até eu ter cerca de 14 anos, nunca deixei a minha mãe tocar no meu cabelo. Mas depois, quan-do ela tocou, comecei a gostar, e a partir daí quase que, de três em três meses, mudo o visual. Quanto à maneira de vestir, eu tento estar um bocado dentro da moda. Bom, toda a gente tem uma moda diferente, mas eu tento es-tar sempre… Por exemplo, hoje estou um bocado fluorescente e florida (ri). Mas não sei de onde é que isso vem.Tem algum cuidado com a sua imagem em termos profissionais? Pensa nisso?Penso. Eu acho que, quando estou em cima do palco, tenho que estar “tesuda”. Faz parte. O físico, acho que faz parte. E também acho que estar dentro da moda faz parte, até para as outras pessoas, mesmo que não gostem da música, come-çam só a ver a imagem, o que já é bom. Começam a ouvir a música por causa da imagem.Em palco, o seu visual, a sua ener-gia, a dança, já se tornaram ele-mentos indispensáveis, tal como o jogo de luzes ou a própria mú-sica. Considera que, ao entrar nos Buraka Som Sistema (BSS), esse era um dos objectivos, ou isso foi acontecendo?Acho que acabou por acontecer, porque eu sempre tive muita energia, seja onde for. Então, nos concertos, as coisas foram acon-tecendo, não era obrigatório eu fazer aquilo. À medida dos con-certos é que vou tendo ainda mais energia. Agora, o meu “live” não tem nada a ver com o de há cinco anos atrás. Antes era muito mais calma, e agora sou muito mais es-pontânea. Foi acontecendo.Isso também não terá a ver com a experiência que foi adquirindo?Sim. Agora passo uma hora e um quarto - tempo de um concerto - no palco, e antes, ia três vezes e saía. Agora eu tenho mais oportu-nidade de mostrar o que consigo fazer.Antes de integrar os BSS, teve que dar provas do seu talento como dançarina. Sente que também teve que dar provas como can-tora?Antes de ser bailarina, eu era ra-

ANA CLÁUDIA DAMASESTA D ABRANTES

pper – comecei aos 14 anos -, e então, um deles já sabia que eu rimava. E na altura em que entrei para o grupo, eles precisavam de alguém para ir para o estrangei-ro, mas não estavam a encontrar ninguém, e então eu disse: “Eu vou!”. Cá em Portugal, eu per-guntei: “Posso cantar? Posso can-tar o ‘Aqui Para Vocês’?”, e eles disseram que sim. A partir daí, fui sempre subindo (sorri).Em termos musicais, já passou pelo hip-hop, pelo reggae, pelo kuduro. Com qual destes estilos se identifica mais?Eu sou uma mistura (sorri). Por exemplo, eu estou a fazer uma mixtape que envolve tudo, não é um estilo específico, é uma salada de frutas, mas sou eu que quero que seja uma salada de frutas, porque eu gosto de diferentes es-tilos de música. E se gosto, porque não fazer?Há cerca de seis ou sete anos, imaginava a sua vida tal como é agora?Eu sempre estive no mundo da música, nunca trabalhei em mais nada. Sempre pensei que iria estar na música, mas onde estou hoje, nunca imaginei. Até houve uma vez em que fui ver Buraka ao Su-doeste, em 2007, e gostei muito,

e nunca pensei… até porque to-das as vocalistas que eles tinham tido eram angolanas, e eu não sou. Então, antes, estar a cantar com um sotaque que não era o meu, era estranho. Agora já não acho estranho, porque agora tenho sons meus nos Buraka.Sentiu essa estranheza por parte do público?Eu senti. Até para mim era estra-nho. Aliás, era mais para mim do que para as outras pessoas, mas tinha que ser. E depois eles (BSS) diziam: “Não tenhas vergonha”, e fui-me acostumando. Mas é estra-nho para as pessoas. Ainda agora, às vezes, comparam-me com as outras, e eu não gosto, porque so-mos diferentes. Eu sou completa-

mente diferente delas. E mesmo entre elas, cada uma é diferente. Mas eu sou mesmo a “mais dife-rente”, não tenho mesmo nada a ver.Como é que surgiu a oportunidade de fazer a mixtape “Teikauei”?À medida que o tempo vai passan-do, vou arranjando mais pesso-as para fazerem instrumentais… Mas vai ser misturada pelo João (J-Wow). Já lá tenho instrumen-tais do J-Wow, do Riot (BSS), do Ride, do Klipar, de um rapaz que é de Los Angeles, o Zac-Matic, do Andro (Conductor, também dos Buraka) - foi ele que fez o reggae, o “Fortaleza”. Acho que não está lá mais ninguém... Agora começo a pensar assim: “Se calhar, é melhor eu fazer um EP, em que tenho só os sons, que são instrumentais de outras pessoas, como ‘Blaya fea-turing… alguém’”. Em vez de ter uma mixtape. Já não sei, já é muita coisa. Estou confusa! (ri) Eu tinha que fazer alguma coisa, e acho que esta altura é a ideal para lançar a minha “qualquer coisa”.Neste momento, pensa cimentar a sua carreira a solo?Este ano, é o ano Buraka, por isso estou dedicada a eles a 100%, mas quando tenho tempo livre, tam-bém me dedico a mim e às minhas

músicas, e vou tentando avançar cada vez que tenho tempo.E para além da mixtape, dos Bu-raka, tem mais planos para o fu-turo?Não! Música, dança, viajar muito…É por ter essas ideias todas que aceitou ir com os Buraka para o estrangeiro? Para além de que também faz parte do Holy Ship. É por isso que vai à aventura? Claro que sim! Ainda por cima, sou a única rapariga no meio da-queles homens todos, mas eu sou um homem, também (ri)! Mas a ‘cena’ é ir, ir com o flow! Eu gosto é de viajar, e quero ter a oportu-nidade de fazer o que estou a fazer com os Buraka, mas sozinha, por exemplo: “Blaya que vai fazer MC de… ‘DJ Tinoni’”, e ir lá para fora cantar para uma data de pessoas.Mas agora está acompanhada por quatro homens em palco. Não a assusta a ideia de ficar sozinha e ter que ‘agarrar’ um mar de gente durante aquele tempo?É um desafio. É mais complicado, porque com os Buraka, nos tem-pos mortos, eu posso estar a brin-car com eles. Sozinha, só com um DJ, já é muito mais complicado. Mas é um desafio, eu gosto. Gosto do calor do público, gosto de estar a “puxar”. Gosto desse feeling!

“”

Este ano, é o ano Buraka, por isso estou dedicada a eles a 100%

Page 21: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

Especial EducaçãoSete diretores de escolas

ou agrupamentos, entre

os dez a quem o Jornal

de Abrantes lançou o

desafi o, responderam a

um pequeno inquérito

para recolher opiniões,

aferir sensibilidades,

apresentar a oferta

formativa e divulgar

projetos. São

testemunhos que

marcam esta época,

poucos dias depois

de a região ter sido

visitada pelo ministro

da Educação e

Ciência, Nuno Crato.

A requalifi cação dos

espaços escolares é uma

das principais bandeiras

dos municípios e os

projetos educativos são

o orgulho dos diretores.

Surge o reconhecimento

de que uma escola

renovada estimula

os participantes no

processo educativo e

acumulam-se críticas

às medidas propostas

pelo atual executivo.

Nomeadamente, na

criação de mega-

agrupamentos e no

aumento do número

de alunos por turma.

Foto

de

Pers

io B

asso

Page 22: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201214 ESPECIAL EDUCAÇÃO

Duas das medidas anunciadas pela atual equipa ministerial têm vindo a ser especialmente discutidas, tan-to ao nível dos estabelecimentos de ensino, como na própria comunica-ção social: o aumento do número de alunos por turma e a introdução de provas nacionais. Se em relação à primeira medida parece haver um coro de críticas, já a ideia dos exa-mes tem um acolhimento diferen-te, incluindo reações positivas.

Pessoalmente, o diretor do agru-

pamento de Escolas do Sardoal,

Fernando Matos, considera que a

introdução de provas nacionais no

fi nal dos dois primeiros ciclos (4º e

6º anos) é “uma boa medida porque

é reguladora do processo de ensi-

no-aprendizagem”. O facto de ainda

não ter recolhido, junto dos colegas,

muitas reações a este anúncio, “po-

derá signifi car aceitação e compre-

ensão pela medida”. José Almeida,

do agrupamento de Escolas Verde

Horizonte, de Mação, também está

convicto de que “esta nova valora-

ção será benéfi ca para a melhoria

dos resultados no 1º ciclo”, acrescen-

tando que “muda apenas o nome e

a sua importância na avaliação fi nal

dos alunos”.

No caso do agrupamento de Es-

colas Dr. Manuel Fernandes, o dire-

tor, Alcino Hermínio, diz que as opi-

niões se dividem, quando se trata

de concordar ou não com os novos

exames. Sobretudo porque ainda

não é possível aferir “o seu efeito no

trabalho dos alunos”. Por isso, rema-

ta dizendo que “o tempo dirá qual o

seu real impacto”. Apesar de o agru-

pamento de Escolas D. Miguel de

Almeida, em Abrantes, já ter um

projeto sobre aferição de aprendi-

zagens que prepara os alunos para

este tipo exames, o diretor, Jorge

Beirão, prefere aguardar “orienta-

ções mais específi cas para se fazer

uma refl exão mais profunda”.

Quanto ao aumento do número

de alunos em sala de aula, a reação

de Fernando Matos “é de espanto”,

até porque “o desejável seria o con-

trário, para que se pudessem im-

plementar práticas educativas mais

centradas no aluno”. José Almeida

acrescenta que “o aumento do nú-

mero mínimo de alunos por turma

tem, forçosamente, refl exos nega-

tivos na qualidade das aprendiza-

gens”. Isto porque “o tempo a dis-

ponibilizar a cada aluno é, forçosa-

mente, inferior” e “é mais difícil aos

professores detetarem as necessi-

dades de cada aluno”. Alcino Hermí-

nio concorda com a difi culdade em

se prestar um apoio mais individu-

alizado aos alunos e, por isso, com-

preende que “junto de pais e pro-

fessores haja preocupações acres-

cidas relativamente ao próximo ano

lectivo”.

No caso da Escola Secundária Dr.

Solano de Abreu, o aumento do nú-

mero de alunos por turma “não terá

qualquer efeito, uma vez que, na

generalidade, o número de alunos

por turma que temos já estava den-

tro desse padrão”, conforme adian-

ta o diretor. No entanto, Jorge Cos-

ta admite que “um número muito

elevado de discentes por turma co-

loque mais difi culdades aos docen-

tes para cumprirem metas de suces-

so efetivo e difi culte um ensino que

queremos centrado no aluno”.

Jorge Beirão reforça a ideia defen-

dida pelos outros diretores e acres-

centa a questão da disciplina: “Para

além do prejuízo em termos peda-

gógicos no que respeita ao apoio

individualizado, por exemplo, tam-

bém o aspeto disciplinar não pode

ser descurado, porque pode ser

agravado.” Este responsável levan-

ta ainda a questão dos docentes, na

medida em que “a perspetiva a re-

dução do número de turmas” terá

como consequência a “perda de al-

guns lugares docentes”.

Para além de também contestar

o aumento do número de alunos

por turma, sobretudo “num contex-

to em que a diversidade do público

escolar é uma constante”, Anabela

Grácio, diretora do agrupamento de

Escolas de Constância, lembra uma

outra mudança proposta pela atual

tutela que tem vindo a criar difi cul-

dades aos professores: “As alterações

da estrutura curricular retiraram a

possibilidade de adequação do cur-

rículo às necessidades de cada tur-

ma, o que torna mais difícil construir

respostas adequadas às turmas.”

Irene Guedes, Escola Profi ssional

Gustave Eiff el (EPGE), do Entronca-

mento, prefere não se pronunciar

de uma forma particular sobre as

novas medidas anunciadas: “Não

nos cabe julgar nem avaliar as de-

cisões e medidas que têm sido to-

madas ao nível político. Os tempos

são difíceis e também o Ensino Pro-

fi ssional tem sentido a austeridade.”

Esta responsável acrescenta que a

EPGE “continua a fazer o seu traba-

lho com base no mesmo objetivo:

a qualifi cação e formação, de quali-

dade, de bons alunos e bons profi s-

sionais que contribuam para a pro-

dutividade e crescimento económi-

co do nosso país”.

Dúvidas, mas também certezas sobre a efi cácia dos novos exames

Quatro razões para contestar o aumento de alunos por turma: 1. Difi culdade me prestar apoio

individualizado aos alunos

2. Refl exos negativos no processo de aprendizagem

3. Possibilidade de aumentar a indisciplina

4. Diminuição de lugares para docentes

A inauguração do Centro

Integrado de Educação e Ci-

ência (CIEC) foi presidida por

Nuno Crato, ministro da Edu-

cação e Ciência. O projeto é

considerado pioneiro na área

da educação e serve toda

a população estudantil do

concelho.

O projeto estava previsto

na Carta Educativa em 2006

e passou agora a ser realida-

de, num complexo moder-

no que privilegia a investiga-

ção científi ca. Resultado de

vários protocolos de coope-

ração, o CIEC torna-se “num

caso único no país de sim-

biose entre a escola, a comu-

nidade e a ciência”, afi rmou

Miguel Pombeiro, presidente

da Câmara Municipal de Vila

Nova da Barquinha (CMVNB).

A obra teve um investimen-

to de cerca de 10 milhões de

euros que englobaram tam-

bém a construção do novo

centro escolar do 1.º ciclo e

a remodelação da escola bá-

sica e secundária D. Maria II,

numa área de seis hectares.

Ao nível das parcerias, a

conceção do centro esco-

lar teve o apoio da Universi-

dade de Aveiro (UA) através

da consultoria pedagógica

no planeamento da esco-

la, supervisionando a cons-

trução do projeto educativo

concelhio e atividades de

formação. O CIEC, projetado

pelo arquiteto Aires Mateus,

é dedicado à ciência, e tem

como público-alvo prefeen-

cial as crianças. Mas também

o resto da comunidade o po-

derá utilizar, nos períodos

não letivos.

Manuel Assunção, reitor da

UA, congratulou-se com o re-

sultado do projeto, nomea-

damente com a parceria da

UA com o município barqui-

nhense. “O início da colabo-

ração com a CMVNB remon-

ta já a 2007. Cada vez mais

câmaras apostam no futuro,

como é este o caso. É funda-

mental pôr a importância do

conhecimento no imaginá-

rio da nossa população, das

nossas crianças e jovens”. So-

bre a importância da partilha

de conhecimento, adiantou

que “a UA confere muita im-

portância à colaboração com

a sociedade, nomeadamen-

te na divulgação da ciência e

aplicação do conhecimento

que desenvolve”.

Já Nuno Crato, ministro da

Educação e Ciência, afi rmou

ser um “dia feliz”, por se tra-

tar de “uma nova escola, am-

pla”. Nuno Crato tem reafi r-

mado a importância da ciên-

cia na educação dos alunos e,

ao presidir à inauguração do

CIEC, voltou a reforçar a ideia.

“É preciso dar mais atenção

à ciência, mas não só. Tam-

bém ao português, geogra-

fi a, matemática, inglês... Es-

tamos na altura de melhorar

a educação, maior exigên-

cia e qualidade. Queremos

um Portugal como grande

potência mundial, que te-

nha uma dimensão muitíssi-

mo maior.” O ministro refor-

çou esta ideia contando um

encontro que nesse mesmo

dia tinha tido com empresá-

rios em Abrantes. “Almocei

com empresários, a convite

da presidente da Câmara de

Abrantes. Eles investiram 800

milhões na região, mas quei-

xam-se de falta de recursos

humanos qualifi cados. Nós

precisamos de mais técnicos.”

Miguel Pombeiro, presiden-

te da CMVNB, por seu lado,

detalhou as muitas altera-

ções que as obras trouxeram

tanto ao espaço como à qua-

lidade da educação no con-

celho e elogiou as parcerias

e o trabalho dos professores.

Apesar da inauguração dos

equipamentos, o autarca dis-

se que “falta ainda o pavilhão

desportivo, que está em con-

dições muito más”. E acres-

centou: “Esperamos poder

começar ainda durante o ve-

rão.”

Durante a cerimónia foi as-

sinado um protocolo entre a

Agência Ciência Viva, Agru-

pamento de Escolas, Muni-

cípio de Vila Nova da Bar-

quinha e Universidade de

Aveiro, para a integração da

Escola do 1º CEB de Vila Nova

da Barquinha na Rede de Es-

colas Ciência Viva.

Ricardo Alves

Barquinha inaugura projeto inovador na educação e ciência

Page 23: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012 ESPECIAL EDUCAÇÃO 15

Escolas da região com inúmeros projetosQuando, no passado dia 17 de abril, esteve em Abrantes, o ministro da Educação salientou a importância dos prémios atribuídos aos alunos.

Na Escola D. Miguel de Almeida,

Nuno Crato entregou diplomas aos

melhores alunos em diferentes áre-

as, desde a escrita até à ciência. Foi

com especial entusiasmo que o mi-

nistro deu os parabéns aos jovens

premiados.

O “Quadro de Valor e Mérito” é ape-

nas uma das facetas deste agrupa-

mento, que tem vindo a desenvol-

ver um vasto conjunto de projetos,

muitos deles com o envolvimento

dos encarregados de educação e

caracterizando-se por uma abertu-

ra do agrupamento à comunidade.

São exemplo disso o “Jornal Arca de

Noé”, um dos jornais escolares mais

antigos do país, e o projeto “Adoles-

cer”, em parceria com a Associação

Vidas Cruzadas. Da lista constam,

entre outros, “ Educação Para a Saú-

de”, “Aferição das Aprendizagens”;

“Igualdade de Género e Não Discri-

minação em Abrantes”, “Clube dos

Cientistas”, “Plano de Ação da Mate-

mática” e “Plano Nacional de Leitura”.

No agrupamento de Escolas Ver-

de Horizonte, em Mação, o diretor

destaca três projetos. Um chama-se

“Matemática Elementar”e “pretende

recuperar os conteúdos básicos que

hipotecam aprendizagens futuras”.

O projeto “ Aluno 100%” permite re-

conhecer e premiar os alunos em

três áreas fundamentais: aproveita-

mento, comportamento e assidui-

dade. Com este projeto foi possível

diminuir o absentismo e a indiscipli-

na e, consequentemente, aumentar

o sucesso escolar. A Educação para o

empreendedorismo é outra dimen-

são à qual o agrupamento dedica

especial atenção. Graças a este tra-

balho, no último ano, o Nersant con-

siderou que a melhor ideia empre-

sarial do distrito de Santarém per-

tence a alunos do agrupamento.

Um dos princípios orientadores da

Escola Profi ssional Gustave Eiff el é “a

abertura à comunidade envolven-

te”. Por isso, para além dos profi ssio-

nais que forma e insere no mercado

de trabalho, promovendo mão-de-

obra qualifi cada, esta instituição de

ensino organiza diversas iniciativas

abertas ao público em geral, onde

são abordados temas tão diversifi -

cados como o voluntariado, a paren-

talidade, as Novas Tecnologias da In-

formação e Comunicação, a Reabili-

tação Urbana, o Teatro, a Música, as

Necessidades Educativas Especiais.

“A comunidade dá sentido à nossa

existência: é ela que nos acolhe, que

acolhe os nossos alunos e que con-

tribui para que a nossa missão seja

cumprida na íntegra. Por isso, nunca

esquecemos de retribuir à nossa co-

munidade aquilo que ela nos ofere-

ce e proporciona.”

Também num relacionamen-

to próximo com a comunidade, o

agrupamento de Escolas de Cons-

tância tem vindo a realizar as Po-

monas Camonianas e outro tipos

de trabalho, como o que é posto em

prática pelo grupo de ginástica e rit-

mos. Ao nível pedagógico, Anabela

Grácio destaca a reorganização da

lecionação das disciplinas de Inglês,

Língua Portuguesa e Matemática

por nichos de aprendizagem. “Em-

bora não concordemos com a cons-

tituição de turmas de nível, estamos

há dois anos a lecionar estas discipli-

nas de uma forma diferenciada, per-

mitindo que os alunos vão progre-

dindo ao seu ritmo, construindo as

suas aprendizagens de acordo com

as suas reais progressões.”

Também o agrupamento de Esco-

las Dr. Manuel Fernandes desenvol-

ve um vasto conjunto de iniciativas.

A quantidade e diversidade faz com

que o diretor sugira uma consulta

do sítio do agrupamento na inter-

net, onde essas atividades vão sen-

do divulgadas. São atividades “pen-

sadas e concretizadas para todos os

níveis, mas também para a comu-

nidade abrantina”. No caso da Dr.

Solano de Abreu, o diretor destaca

“todos os projetos que têm sido le-

vados a cabo por várias equipas de

professores da escola” que se têm

revelado “muito importantes para a

construção de uma escola melhor”.

Finalmente, o diretor do agrupa-

mento de Escolas do Sardoal salien-

ta a “aposta num ensino com rigor

e qualidade, centrado nas crianças

e nos alunos, aberto para a comu-

nidade e dominado pelo conheci-

mento e cultura”.

Estimular o mérito, ajudar os que têm mais difi culdades, promover valores e envolver a comunidade são alguns dos objetivos das atividades

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• Construção Civil

• Proteção Civil

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• Energias Renováveis

• Mecatrónica

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• Apoio à Gestão Desportiva

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Page 24: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201216 ESPECIAL EDUCAÇÃO

A propósito da requalifi cação do

parque escolar, Alcino Hermínio, di-

retor da Dr. Manuel Fernandes, res-

ponde com uma pergunta: “Quem

não gosta de ensinar e aprender num

espaço novo, limpo e agradável?” É

precisamente nesta questão, apa-

rentemente simples, que se centra

o tema das instalações. Um espa-

ço adequado pode contribuir para

melhores resultados, quanto mais

não seja pelo aspeto da motivação.

A primeira fase das obras de re-

qualifi cação da escola sede daquele

agrupamento está a terminar, tendo

sido a segunda fase suspensa até ja-

neiro, de acordo com as informa-

ções divulgadas pela presidente da

Câmara, no dia em que o ministro

da Educação esteve em Abrantes.

Enquanto espera que a obra prossi-

ga, Alcino Hermínio deixa uma cer-

teza: “A melhoria das condições ao

nível das instalações e equipamen-

tos é sempre uma mais valia pois

funciona como um fator de estímu-

lo para alunos e professores”.

Com a ‘sua’ obra já terminada e

inaugurada, Jorge Beirão, da D.

Miguel de Almeida, lembra que a

intervenção feita naquele espaço

“veio ao encontro das políticas atu-

ais de reorganização das institui-

ções escolares, permitindo a pro-

moção da utilização partilhada de

recursos, uma gestão mais efi cien-

te e contribuindo com as novas in-

fraestruturas para a criação de um

espírito comum”. Este professor

defende que “os espaços que são

disponibilizados pela escola, tanto

aos alunos como ao corpo docen-

te e não docente, têm repercussões

no seu desempenho, sendo muitas

as opções que a escola pode tomar

de modo a tornar o espaço num re-

fl exo do seu projeto educativo”.

Quem também não tem dúvidas

de que “a melhoria das condições fí-

sicas da escola, aliada a práticas do-

centes corretas, favorece o processo

ensino/aprendizagem” é Jorge Cos-

ta, diretor da Dr. Solano de Abreu.

Dito isto, importa frisar que antes

das obras esta escola “já se encon-

trava bastante degradada, com sa-

las muito frias e equipamentos ob-

soletos”. Em situação idêntica esta-

va o parque escolar de Constância.

Por isso, Anabela Grácio garante

que as obras de requalifi cação trou-

xeram “um novo mundo de possibi-

lidades” aos mais diversos níveis. “Os

antigos edifícios já não conseguiam

responder aos novos desafi os e ne-

cessidades com que as escolas se

confrontam atualmente, nomeada-

mente as novas áreas do saber que

é necessário explorar, a necessidade

de as famílias terem as crianças e jo-

vens mais tempo no espaço escolar,

as maiores exigências do ponto de

vista da segurança, entre outros”.

Embora reconhecendo a impor-

tância da requalifi cação/manuten-

ção do parque escolar, Fernando

Matos, do Sardoal, considera que

“tem de haver critérios na execu-

ção das intervenções de forma a

não comprometer o equilíbrio e

igualdade de oportunidades en-

tre as comunidades educativas”. O

diretor adianta que “escolas como

aquelas que integram o parque es-

colar do concelho de Sardoal ne-

cessitam de ser requalifi cadas”. No

fundo, trata-se de reivindicar con-

dições iguais. Por outro lado, Fer-

nando Matos lembra que “as tecno-

logias de apoio à prática educativa

e os recursos didáticos evoluíram

sem que as instalações escolares o

tenham feito”. E o risco que se cor-

re é o da degradação desse mesmo

equipamento, “em consequência

da taxa e natureza da sua utiliza-

ção”.

“São os critérios económicos a sobrepor-se aos critérios pedagógicos”

CRIAÇÃO DE MEGA AGRUPAMENTOS

A generalidade dos diretores de agrupamentos ou escolas que par-ticiparam neste inquérito vê com preocupação a criação de mega-agrupamentos.

José Almeida, de Mação, ques-

tiona a efi cácia da medida: “Te-

nho muitas dúvidas que consiga-

mos manter a qualidade de ensino.

Perde-se a gestão de proximida-

de, o contacto pessoal dos respon-

sáveis com os professores, alu-

nos e funcionários. A celeridade

na resolução de problemas tam-

bém fi cará comprometida. São

os critérios económicos a sobre-

por-se aos critérios pedagógicos.”

Anabela Grácio, de Constância,

diz que não conhece qualquer es-

tudo que comprove que, “mesmo

a nível económico, este movimen-

to trará evidentes benefícios que

contrabalancem os pesados encar-

gos sociais destas ‘aglomerações’”.

Por isso, discorda “completamente”

da criação de mega-agrupamentos,

tanto na forma como os processos

estão a ser conduzidos, “como nos

profundos constrangimentos que

estas novas organizações trarão ao

desenvolvimento do trabalho das/

nas escolas”.

Fernando Matos, do Sardoal, tam-

bém é contra a criação de mega

agrupamentos, “na medida em que

a formação de estruturas educativas

de grande dimensão e dispersas ge-

ografi camente vai implicar uma de-

sumanização da intervenção edu-

cativa das escolas”. Na mesma linha

de pensamento, Alcino Hermínio,

da Dr. Manuel Fernandes, lembra

que “a criação de grandes organiza-

ções escolares comporta um eleva-

do risco de afetar seriamente a co-

municação entre todos os interve-

nientes no processo educativo, o

trabalho colaborativo e a articula-

ção vertical e horizontal, fundamen-

tais no trabalho docente, e ainda a

ligação escola-família”.

É também com preocupação que

Jorge Costa, da Dr. Solano de Abreu,

em Abrantes, receando que se per-

ca alguma da identidade daquele

estabelecimento de ensino, assimo

como o seu espírito de grupo. No

entanto, reconhecendo que o cami-

nho dos mega agrupamentos pare-

ce ser inevitável, este responsável

prefere “olhar para os aspetos po-

sitivos, nomeadamente uma maior

interligação entre ciclos, que bem

desenvolvida, poderá promover o

sucesso educativo”.

O diretor da D. Miguel de Almeida,

Jorge Beirão, tem a perceção de que

“existe nestas atuais propostas um

défi ce de princípios e critérios cla-

ros e objetivos”. Mesmo admitindo

que a criação de mega-agrupamen-

tos através das atuais agregações

tenha “preocupações de proximida-

de, de relação pedagógica e de ges-

tão”, Jorge Beirão defende que esta

estratégia signifi cará “grandes cons-

trangimentos nestas instituições es-

colares, se tiverem um número exa-

gerado de alunos, de docentes, de

funcionários e grandes áreas geo-

gráfi cas”. E este diretor pronuncia-se

com conhecimento de causa: “Para

além do agrupamento que geri-

mos ser já há alguns anos um me-

ga-agrupamento, já fomos sujeitos

a três fusões (agregações no termo

atual), com dois agrupamentos ver-

ticais e um horizontal”.

“Com melhores instalações temos melhores alunos e até melhores professores”

• O agrupamento D. Miguel de Almeida já passou por três fusões

Perante o inevitável,

“olhar para os

aspetos positivos”

“Quem não gosta

de ensinar e

aprender num

espaço novo, limpo

e agradável?”

• Escola Dr. Manuel Fernandes está em obras

Page 25: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012 ESPECIAL EDUCAÇÃO 17

A Escola D. Miguel de Al-

meida foi inaugurada. Novas

valências e um complexo total-

mente requalifi cado foi o que

Nuno Crato, ministro da Educa-

ção e Ciência, pôde encontrar

no passado dia 17 de abril, em

Abrantes.

Dois anos de requalifi cação,

com aulas a decorrer ao mes-

mo tempo, não foi tarefa fácil,

reconhece Jorge Beirão, diretor

da escola. “Hoje o sentimento

que se vive é de grande emo-

ção e de dever cumprido. Dois

anos com aulas para 700 alunos

e obras a decorrer foi compli-

cado, mas agora é um objetivo

concluído”, disse o diretor ao JA

à margem da cerimónia.

A intervenção foi feita pela

empresa Tecnorém, sob a res-

ponsabilidade da Câmara Mu-

nicipal de Abrantes (CMA), que

assinou um protocolo com a

Direcção Regional da Educa-

ção. Esta é uma obra que inicial-

mente estava prevista para “2

milhões de euros passou a cer-

ca de 4 milhões”, referiu Maria

do Céu Albuquerque, presiden-

te da CMA. A autarca carateri-

zou o equipamento como uma

escola capaz de servir a comu-

nidade escolar e civil e “que vai

permitir uma educação de ex-

celência”.

Nuno Crato, que foi convidado

a entregar prémios que distin-

guiram os alunos da D. Miguel

de Almeida em diversas áreas,

disse ao JA que este é o exem-

plo de um bom investimento.

“Gostei imenso de visitar esta

escola pelo seu espaço físico,

pela valorização que esta faz às

diferentes disciplinas, onde há

um empenho bem visível de

toda a comunidade docente e

não docente. Um bom investi-

mento que gostaríamos de apli-

car a todas as escolas no país.”

A Escola D. Miguel de Almei-

da sofreu uma profunda re-

qualifi cação e ganhou novas

valências: um auditório, 14 sa-

las de aulas, quatro laboratórios

de ciência, quatro salas de edu-

cação visual e tecnológica, qua-

tro salas dedicadas à informá-

tica, duas salas de música, uma

biblioteca, um polidesportivo e

um pavilhão gimnodesportivo.

JMC

Foto

de

Pers

io B

asso

Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Fernandes, AbrantesNúmero de alunos

Pré-escolar 186

1º Ciclo do Ensino Básico 552

2º Ciclo do Ensino Básico 322

3º Ciclo do Ensino Básico 338

Ensino Secundário 210

FormaçãoAlém do ensino regular, desde o pré-escolar

ao 12º ano, que tem permitido o prossegui-

mento de estudos no ensino superior, desta-

ca-se a qualidade do ensino profi ssional que

assegura o funcionamento de dois cursos:

Técnico de Energias Renováveis e Técnico de

Apoio à Infância, sendo que o primeiro tem

contado com a colaboração de múltiplas em-

presas da região que têm vindo a assegurar

os estágios e a contratar alguns dos alunos.

Agrupamento de Escolas D. Miguel de Almeida, AbrantesNúmero de alunos

Pré-escolar 313

1º Ciclo do Ensino Básico 665

2º Ciclo do Ensino Básico 352

3º Ciclo do Ensino Básico 323

FormaçãoPara além do ensino regular, existem duas

Unidades de Ensino Estruturado (uma para o

1º Ciclo e outra para o 2º e 3º ciclos, com seis e

sete alunos, respetivamente), um CEF (Curso

de Educação e Formação – Tipo 2) de Eletrici-

dade com 19 alunos, um PPE (Curso de Portu-

guês Para Falantes de Outras Línguas) com 18

alunos e um Curso de Aquisição de Compe-

tências Básicas com 15 alunos.

Escola Secundária Dr. Solano de Abreu, AbrantesNúmero de alunos

3º ciclo do Ensino Básico 285

Ensino Secundário 691

CEF 11

EFA 13

Candidatos a RVCC 304

FormaçãoA Escola Secundária Dr. Solano de Abreu,

para além dos cursos do ensino regular, ofe-

rece, também, Cursos de Educação e Forma-

ção (CEF), Cursos Profi ssionais, Educação e

Formação de Adultos (EFA) e Certifi cação em

RVCC. Atualmente, o Centro de Novas Opor-

tunidades desta escola é o único a funcionar

na região de Abrantes, continuando a desen-

volver a sua atividade quer encaminhando os

candidatos para formação específi ca, quer re-

conhecendo as competências profi ssionais

ao nível do 9º e do 12º anos de escolaridade.

Agrupamento de Escolas do SardoalNúmero de alunos

Pré-escolar 97

1º Ciclo do Ensino Básico 150

2º Ciclo do Ensino Básico 95

3º Ciclo do Ensino Básico 153

Ensino Secundário 117

FormaçãoAlém do ensino regular, este agrupamento tem

a seguinte oferta: no ensino básico, turmas de

percursos curriculares alternativos e turmas de

cursos de educação e formação; ao nível do en-

sino secundário, a oferta passa pelo funciona-

mento de cursos profi ssionais em áreas de in-

teresse dos alunos e com inserção na vida ativa.

Agrupamento Verde Horizonte, MaçãoNúmero de alunos

Pré-escolar 100

1º Ciclo do Ensino Básico 130

2º Ciclo do Ensino Básico 120

3º Ciclo do Ensino Básico 220

Ensino Secundário 230

FormaçãoPara além do ensino regular, existem mais

três tipos de formação: Cursos de Educação

e Formação de Jovens (CEF) de Mecânico de

Automóveis Ligeiros e Serviço de Mesa e Bar;

Cursos Profi ssionais (Marketing, Higiene e Se-

gurança no Trabalho, Reparação de Equipa-

mentos Informáticos e Animação Social) e

Cursos de Formação de Adultos – EFA.

Agrupamento de Escolas de ConstânciaNúmero de alunos

Pré-escolar 140

1º Ciclo do Ensino Básico 200

2º Ciclo do Ensino Básico 150

3º Ciclo e Secundário 180

Educação de Adultos 50

FormaçãoNo ensino regular incluem-se duas turmas

de ensino articulado da música, que se têm

revelado verdadeiros casos de sucesso. Para

além disso, há o Percurso Curricular Alterna-

tivo de 5º Ano, com turmas de educação-for-

mação tipo II (Cozinha e Eletricidade), e de en-

sino secundário profi ssional (uma turma de

restauração–restaurante/bar e uma turma de

restauração –cozinha/pastelaria), assim como

uma turma de técnico de gestão de equipa-

mentos informáticos. Além desta oferta para

jovens estão, ainda, em funcionamento tur-

mas de educação-formação de adultos de

nível secundário, para além de ofertas para

adultos no âmbito das formações modelares

certifi cadas de Inglês e de Informática.

Escola Profi ssional Gustave Eiff el (EPGE), EntroncamentoNúmero de alunosA EFGE tem em funcionamento 16 turmas,

num total de 247 alunos distribuídos pelos

seguintes cursos: Curso Profi ssional de Técni-

co de Gestão de Equipamentos Informáticos;

Curso Profi ssional de Técnico de Higiene e Se-

gurança no Trabalho e Ambiente; Curso Pro-

fi ssional de Técnico de Proteção Civil; Curso

Profi ssional de Técnico de Apoio à Infância;

Curso Profi ssional de Técnico de Construção

Civil – Topografi a; Curso Profi ssional de Técni-

co de Mecatrónica; Curso Profi ssional de Téc-

nico de Energias Renováveis; Curso Profi ssio-

nal de Técnico de Comunicação – Marketing,

Relações Públicas e Publicidade; Curso de Ins-

talação e Reparação de Computadores – Tipo

2; Curso de Práticas Administrativas – Tipo 2;

Curso de Práticas Técnico Comerciais – Tipo 3.

FormaçãoA EPGE tem também em funcionamento mo-

dalidades de educação e formação destina-

das à população adulta da região, como os

cursos de Educação e Formação de Adultos

e as Formações Modulares Certifi cadas, bem

como o CQA (Centro de Qualifi cação de Ac-

tivos) e o Centro Novas Oportunidades, ser-

viços através dos quais centenas de adultos

têm melhorado as suas qualifi cações profi s-

sionais e habilitações académicas.

A curto prazo esta Escola Profi ssional terá

oferta formativa ao nível dos CET – Cursos

de Especialização Tecnológica, que conferem

uma qualifi cação profi ssional pós-secundária,

de nível 5.

Escola está pronta a servir a comunidade escolar

• Nuno Crato. “Um bom investimento que gos-taríamos de aplicar a outras escolas do país”

D. MIGUEL DE ALMEIDA

Page 26: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201218 SAÚDE

Qualidade do ar interior e saúde pública Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Pública do ACES do Zêzere

As preocupações associa-

das aos efeitos da qualidade

do ar na saúde pública têm

geralmente em conta a po-

luição atmosférica, no exte-

rior dos edifícios, contudo

tem aumentado a preocu-

pação com a qualidade do ar

nos espaços interiores, uma

vez que, a grande maioria das

pessoas passa cerca de 90%

do seu tempo em ambientes

interiores.

Uma boa qualidade do ar

interior é tida como um dos

parâmetros que mais con-

tribui para a produtividade,

conforto, saúde e bem-estar.

Pode ser infl uenciada pelo

desenvolvimento de micror-

ganismos, produtos de lim-

peza, materiais e equipa-

mentos poluentes, número

de ocupantes e a defi ciente

ventilação e renovação do ar.

A qualidade do ar con-

siste, na concentração de

poluentes existente (como

dióxido carbono, monóxido

carbono, partículas, entre ou-

tros), e no nível de conforto

térmico (temperatura, humi-

dade relativa e velocidade

do ar). Mas a qualidade do

ar, não é percecionada por

todas as pessoas da mesma

forma.

Como fontes responsáveis

pela degradação da qualida-

de do ar interior poderemos

referir: mobiliário, materiais

de construção (ex: vernizes,

tintas, espumas de isolamen-

to), produtos de limpeza, sis-

temas de aquecimento, ven-

tilação, sistemas de ar con-

dicionado, seres humanos

(suores, ar expirado), emissão

de diversos gases e humida-

de relativa elevada, favore-

cendo a formação de bolo-

res.

A realização de estudos em

vários edifícios tem demons-

trado que os ocupantes de

edifícios com ar interior con-

taminado apresentam mui-

tas vezes sintomas de apatia

ou cansaço, dores de cabeça,

tonturas, vómitos, irritação

das mucosas, sensibilidade a

odores, irritação dos olhos e/

ou garganta, congestão na-

sal, difi culdade de concen-

tração, indisposições físicas e

psicológicas, etc.

Para reduzir possíveis riscos

para a saúde dos ocupantes

é necessário implementar al-

gumas medidas preventivas/

correctivas como por exem-

plo: ajustar os níveis de ven-

tilação à intensidade de utili-

zação; reorganização interior

dos espaços; dispositivos que

permitam uma abertura con-

trolada das janelas; promover

a ventilação do edifício em

períodos de baixa ocupação;

se possível, assegurar a lim-

peza do edifício ao fi m da tar-

de, seguida de intensa venti-

lação; instalar fi ltros adequa-

dos para controlar a entrada

de partículas e substitui-los

regularmente e alteração de

produtos de limpeza se ne-

cessário.

A Qualidade do Ar Interior

deve, assim, ser avaliada pe-

riódica e sistematicamente,

com o objetivo de garantir ní-

veis mínimos de qualidade.

Elsa Duarte Curado Licenciada em Saúde Ambiental

SAÚDE É ...

Page 27: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012 EDUCAÇÃO 19

O Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família do

Agrupamento Escolar de Tramagal vai realizar o

IV Encontro do GAAF, no dia 3 de maio de 2012,

na Sociedade Artística Tramagalense. O tema

geral do IV Encontro é “Aposta +” e pretende-

se que seja uma aposta positiva no contexto

socioeconómico atual. À semelhança dos anos

anteriores, o encontro destina-se, entre outros

técnicos, a psicólogos, assistentes sociais, pro-

fessores, pais e encarregados de educação, as-

sim como a toda a comunidade em geral. Cátia

Peres de Matos, Carmen Ludovino, Paulo Sar-

gento e Nuno Colaço são os oradores. As ins-

crições estão abertas até 30 de abril.

Formação no Tramagal

Na presença do ministro da

Educação, Nuno Crato, a ESTA,

escola do Instituto Politécnico

de Tomar (IPT), assinou um pro-

tocolo de colaboração com

as principais empresas da re-

gião. O documento foi tam-

bém assinado pela Nersant

e pela Câmara Municipal de

Abrantes, que funcionou como

elo de ligação entre o ensi-

no superior e os empresários.

Nuno Crato lembrou que “es-

tamos a passar por tempos di-

fíceis, mas vamos conseguir”,

sobretudo se usarmos como

‘armas’ o conhecimento e o tra-

balho. E a propósito do proto-

colo, que reúne, precisamente,

essas duas ‘armas’, o ministro

deixou elogios pela capacida-

de de antecipação: “Não preci-

saram de uma diretiva, fi zeram

por vós porque sabem que isto

é decisivo para o futuro do país”.

Na cerimónia, em que tam-

bém foi apresentado o Manu-

al de Competências da ESTA,

Luís Ferreira, diretor da institui-

ção, deu a conhecer a todos os

empresários presentes os diver-

sos cursos e as áreas em que a

ESTA está apta a fazer prestação

de serviços ao exterior. Um dos

exemplos que foi apresentado

foi o LINE, laboratório da ESTA/

IPT que tem vindo a resolver pro-

blemas concretos das empresas.

Já Eugénio de Almeida, presi-

dente do IPT, realçou a impor-

tância de os alunos e os pro-

fessores se envolverem mais

com o setor empresarial. “Este

é o momento de fi rmarmos

a importância da ESTA para o

desenvolvimento económi-

co e social da região, que está

em risco de desertifi cação. Vi-

vemos num mundo em que o

facto da mudança está intrín-

seco. Contudo, para mudar-

mos para melhor é necessário

haver estas estruturas como os

politécnicos que dão escala às

regiões e às autarquias, e con-

tribuem para a reconstrução do

tecido empresarial, para a cria-

ção de emprego sustentável

para a mobilização de recursos

para projetos não evidentes”.

Por sua vez, Maria do Céu Al-

buquerque, presidente da Câ-

mara Municipal, referiu que a

ESTA é uma aposta do municí-

pio e que a sua mudança para

o edifício Milho está prevista

para o início do próximo ano le-

tivo. Sobre o protocolo e tudo

que ele signifi ca, a autarca dis-

se estar convicta de que “este

é o caminho para termos uma

boa colheita na nossa seara”.

A ESTA reúne o curso de Co-

municação Social, Engenha-

ria Mecânica, Tecnologias de

Informação e Comunicação,

Vídeo e Cinema Documen-

tal, mestrado em Informação

na Saúde e Manutenção Téc-

nica de Edifícios, pós-gradua-

ções em Gestão de Informa-

ção para a Saúde e Produção

Industrial. Quanto aos cursos

de Especialização Tecnológica,

são diversos e vão desde a área

da eletrónica às tecnologias

de informação e à multimédia.

A cerimónia de protocolo de-

correu no passado dia 17 de

Abril, nas instalações do Tec-

nopólo do Vale do Tejo. Entre

as empresas que assinaram o

documento estão a Tejo Ener-

gia, a Foundation Brakes Por-

tugal, as Fundições do Rossio

de Abrantes, a Mistsubishi Fuso

Truck Europe, a Momsteellpor,

a Sociedade Metalúrgica An-

ti–Corrosão, a Sofalca, a TRM

- Tratamento e Revestimen-

to de Metais e a Vítor Guedes.

JMC

• Nuno Crato assiste à apresentação do LINE, laboratório da ESTA/IPT com ligação às empresas

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES

ESTA estabelece protocolo com as empresas da região

As 7ª Jornadas de Gestão do

Território e as 2ª Jornadas Téc-

nicas dos Sistemas de Informa-

ção Geográfi ca (SIG) decorrem

no Instituto Politécnico de To-

mar, entre 28 e 29 de maio. O

evento pretende ser “o palco

onde se possam discutir e de-

bater todas as questões relacio-

nadas com o papel que os SIG

desempenham e terão que de-

sempenhar, para uma gestão e

monitorização efi caz do territó-

rio intermunicipal”. A organiza-

ção do encontro pretende que,

através do debate, “se possa

responder de uma forma efeti-

va e responsável a imperativos

legais”. Entre outros aspetos,

evidencia-se o papel reforçado

com que as comunidades inter-

municipais aparecem no Do-

cumento Verde da Reforma da

Administração Local (DVRAL).

Conferência sobre Gestão do Território

Page 28: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012

Em Constância maio é o mês

das Coletividades e do Associa-

tivismo celebrado com os “Jo-

gos Concelhios”. De 5 a 27 de

maio são sete as Coletividades

que recebem nas suas sedes vá-

rias actividades como os jogos

tradicionais, danças de Salão,

concurso musical, Chinquilho

e Gincana, Sueca e Ténis de

Mesa. O Clube Estrela Verde re-

cebe na sua sede um torneio de

Matraquilhos, no dia 5 de maio,

às 14h30. A 6 de maio é a vez

da Sociedade Recreativa Por-

telense realizar torneios de Té-

nis de Mesa e Sueca, às 14h30

e no dia 11do mesmo mês ha-

verá um workshop de Danças

de Salão, às 21h30, na sede da

Associação Cultural e Desporti-

va Aldeiense. A 25 de maio os

“Quatro Cantos do Cisne” or-

ganiza um Raid Noturno, às

22 horas, na Escola da Portela.

A música é celebrada nos dois

últimos dias do evento, a 26 e

27 de maio. A Associação Filar-

mónica Montalvense 24 de ja-

neiro leva a efeito um concurso

musical, às 15 horas na Quinta

D. Maria, em Montalvo e a fes-

ta de encerramento, que terá

lugar no Parque ambiental de

Santa Margarida, contará com

a animação do Grupo Cultural

“Emoções” de Malpique e do

Rancho Folclórico “Os Campo-

neses”, também de Malpique.

Para poder participar nas acti-

vidades terá de se inscrever na

coletividade que realiza a ativi-

dade que pretende.

20 CULTURA

Abrantes Até 4 de maio – Exposição de pintura e cerâmica de Fer-

nando D´F. Pereira e Ricardo Casimiro – Galeria de Arte

Até 15 de maio – Exposição “O Azulejo em Abrantes –

Um Percurso de 5 Séculos” – Museu Dom Lopo de Al-

meida – Castelo de Abrantes

4 de maio a 1 de junho – Exposição “Beleza Natural”,

trabalhos realizados pelos alunos da escola de artes

Amarte – Biblioteca António Botto30

4 de maio – Concerto de Paulo de Carvalho, 50 Anos

de Carreira – Cine-Teatro S. Pedro, às 21h

5 de maio – Tertúlia “Riscos e Rabiscos: A Arte na Pré-

história” com Vânia Carvalho

5 a 12 de maio – VI Mostra de Teatro do Grupo de Te-

atro Palha de Abrantes

11 de maio a 3 de junho – Exposição “A Arte da Ani-

mação” – Galeria de Arte

14 de maio – Encontro com Pedro Seromenho – Bi-

blioteca António Botto, às 18h

14 a 19 de maio - ANIMAIO – Cine-Teatro S. Pedro

20 de maio – Concerto com a Banda Filarmónica

Mourisquense – Sociedade Instrução Musical Rossien-

se, às 16h

21 de maio a 1 de junho – Exposição de Pintura e Ar-

tes decorativas da UTIA – Biblioteca António Botto

23 de maio – IV Gala Comic Award, pela Escola Su-

perior de Tecnologia de Abrantes – Cine-Teatro São

Pedro, às 21h

25 de maio – Conferências do Liceu “A História: para

que serve o tempo de crise”, com Eduardo Catroga –

Edifício da Assembleia Municipal, às 21h12

Cinema, Espalhafi tas, Cine-Teatro S. Pedro, às 21h30:

2 de maio – “O Artista”

5 de maio – “Rango” (11h)

9 de maio – “Um Filme Português”

16 de maio – “A Invenção de Hugo”

30 de maio – “Os Descendentes”

Barquinha Até 5 de maio – Exposição de desenho e pintura dos

alunos do Atelier do Município de Vila Nova da Barqui-

nha – Centro Cultural, de Segunda a Sexta-feira, das

14h às 17h30 e Sábados das 15h às 18h

Constância Até 6 de maio – Exposição “Tejo Sentido”, fotografi a

de fotógrafos amadores do Ribatejo – Posto de Turis-

mo

2 a 31 de maio – Mostra bio-bibliográfi ca sobre J. R. R.

Tolkien – Biblioteca Alexandre O´Neill, das 10h às 18h30

5 a 27 de maio – Jogos Concelhios - Mês das Coletivi-

dades e do Associativismo – Vários locais do concelho

de Constância

12 de maio a 3 de junho – Exposição de Tampos e de

Cadeiras em trapilhos, por Luís Sirgado – Posto de Tu-

rismo – Segunda-feira a Sábado das 9h às 18h, Domin-

gos e feriados, das 11h às 13h e das 14h às 18h

19 e 20 de maio – Festa da Primavera

DVDteca à sexta, Biblioteca Alexandre O´Neill, às 15h:

4 de maio – “O Estranho”

11 de maio - “Os Robonsons”

18 de maio – “Desclassifi cado”

25 de março – “O Rei Leão”

Mação 26 de maio – Feiras de Artesanato – Largo dos Bom-

beiros, 10h às 19h

Sardoal 26 de maio – Teatro “Máquina de Mil Botões”, pela

Companhia de Teatro Poucaterra, do Entroncamento

– Centro Cultural Gil Vicente, às 21h30

Cinema, Centro Cultural Gil Vicente, às 16h e 21h30:

5 de maio – “Moneyball”

19 de maio – “Os Marretas”

AGENDA DO MÊS

Paulo de Carvalho, que ce-

lebra 50 anos de carreira, vai

apresentar o seu reportório

musical em Abrantes, num es-

petáculo que se realiza no Ci-

ne-Teatro S. Pedro, no dia 4 de

maio, às 21h30. Em palco, o

cantor e compositor vai revi-

sitar os grandes temas do seu

percurso musical com “E De-

pois do Adeus”, tema marcante

para a revolução de Abril de

1974, “Gostava dos Vos Ver

Aqui”, “Nini dos Meus Quin-

ze Anos”, “Dez Anos”, “Prelúdio

(Mãe Negra)”, “Os Meninos de

Huambo” ou “O Cacilheiro”, en-

tre outros. Paulo de Carvalho

celebrizou-se ao longo destes

anos não só como músico, que

cruza estilos que vão do fado

ao jazz ou da música ligeira

aos ritmos africanos, mas tam-

bém como autor, dando ritmo

e emprestando a sua voz a po-

emas de Ary dos Santos, José

Niza, Fernando Assis Pache-

co ou Joaquim Pessoa. Nesta

digressão “50 Anos”, Paulo de

Carvalho é acompanhado por

Victor Zamora (piano), Tiago

Oliveira (guitarra), Leo Espi-

noza (baixo), Ruca Rebordão

(percussão) e Marcelo Araújo

(bateria).

Os bilhetes custam 10 euros

e já estão à venda no Posto de

Turismo de Abrantes.

Paulo de Carvalho revisita 50 anos de carreira em Abrantes

Pelo sexto ano consecuti-

vo, o Grupo de Teatro Palha

de Abrantes organiza a Mos-

tra de Teatro, que decorre a 5

e 12 de maio pelo concelho

de Abrantes. O Cine-Teatro S.

Pedro recebe a peça de aber-

tura “Raul, Rei, Doido, Brandão”,

dia 5 de maio, pelas 21h30.

Com colagem de textos de

Raul Brandão, esta peça vai ser

representada por membros

do grupo Palha de Abrantes

e tem a encenação de Hele-

na Bandos. Das cinco peças

que fazem parte do programa,

quatro vão ser realizadas em

freguesias diferentes do con-

celho de Abrantes, no dia 12

de maio, às 21h30. A Casa do

Povo de S. Miguel do Rio Torto

recebe o teatro “Um Pedido de

Casamento e o Urso”, pelo Gru-

po de Teatro Sobre Tábuas, de

Benavente, enquanto “A Sala

de Espera” é representada pelo

Grupo de Teatro de Tomar Es-

paço Zero, na Casa do Povo de

Rio de Moinhos. Já o Centro So-

cial e Paroquial de Vale das Mós

acolhe “O Pimpão”, pelo Grupo

de Teatro O Cidral, de Alter do

Chão e na Casa do Povo de São

Facundo é representada a peça

“Memónica”, pelo Grupo de Te-

atro Opsis em Metamorphose,

de Cabeção.

VI Mostra de Teatro de Abrantes

Constância celebra mês das Coletividades e do Associativismo

“Máquina de Mil Botões” no Centro Cultural de Sardoal

O Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, recebe a Companhia

de Teatro Poucaterra para representar a peça “Máquina de Mil Bo-

tões”, dia 26 de maio, às 21h30. Esta Companhia de teatro do En-

troncamento vai apresentar a peça da autoria de João Ricardo

Aguiar, que encena e também representa a par com Maria de Je-

sus Rocha. “Máquina de Mil Botões “é uma estória de amor que

é capaz de nos transformar completamente para nos poder-

mos apaixonar várias vezes pela mesma pessoa… como se fos-

se a primeira vez.” O preço do bilhete é de 5 euros e a bilhetei-

ra do Centro Cultural funciona entre 22 e 26 de maio, entre as

16h e as 18 horas ou 45 minutos antes do início do espetáculo.

José FigueiredoAdvogado

Pós-Graduado em Direito Fiscal das EmpresasPós-Graduado em Fiscalidade

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Page 29: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012

O encontro foi às cinco da

tarde do dia 21 de abril, à

porta da Escola Dr. Manuel

Fernandes, em Abrantes. A

visita de estudo era ao Teatro

D. Maria II, em Lisboa, para

assistir à peça “A Morte de

Danton”, encenada por Jorge

Silva Melo, que recentemen-

te esteve presente na Con-

ferência do Liceu “Cenogra-

fi as”. Os ânimos estavam ani-

mados e as duas turmas que

organizaram as Conferências

do Liceu já estavam no auto-

carro.

A viagem foi calma e à

chegada ainda houve tem-

po para passear e apreciar

a zona dos Restauradores,

onde se encontra o grandio-

so Teatro D. Maria II. A peça

teve início às nove da noite

e durou duas horas e meia,

com um curto intervalo.

Um dos aspetos mais fas-

cinantes e que diferenciam

esta peça de outra qualquer

é o grande número de ato-

res, 44 ao todo, que estão

presentes em palco ao mes-

mo tempo. A peça propor-

ciona uma mistura de ações

e situações diversas, uma

constante de movimentos

imprevistos. Toda a ação e

movimentação criam um

grande envolvimento entre

a história e o público.

Esta peça é apresentada

como uma “peça desequili-

brada, insólita, premonitória,

desarrumada e desalinhada”.

Existem várias cenas de mul-

tidão às quais se sucedem as

insónias mais íntimas. Os pe-

sadelos e o negro da noite

estão constantemente pre-

sentes, é uma peça violenta

em que a personagem prin-

cipal é um rapaz fi xado na

morte.

O cenário é a Revolução

Francesa e “A morte de Dan-

ton” conta a história de um lí-

der das forças antimonárqui-

cas pós-revolucionárias que

se encontra em estado de

depressão, sem vontade de

viver e cansado da vida. “Sa-

bemos tão pouco um do ou-

tro. Somos elefantes de pele

grossa, estendemos as mãos,

mas é uma perda de tempo,

roçamos só os nossos couros

um contra o outro - estamos

muito sós.”

Danton revolta-se contra

o poder exercido pelos seus

correligionários (nomeada-

mente Robespierre) e tenta

parar as medidas que trazem

tanto sofrimento ao povo.

No entanto, o seu cansaço

não permite que tenha uma

atitude sobre o que se está

a passar e só quando é con-

denado à guilhotina começa

a assumir responsabilidade

sobre a revolução que aju-

dou a criar. Uma das frases

que mais refl etem o idealis-

mo de Danton no decorrer

da peça é “prefi ro ser guilho-

tinado a mandar guilhotinar”.

Nesta peça a iluminação

tem um papel fundamental,

é um fazer parecer sem ne-

cessidade de mudar todo o

cenário. A iluminação conse-

gue fazer com que o públi-

co compreenda que a ação

está a decorrer noutro lado

sem mudar nada no cenário.

Esta é uma obra envolven-

te em que se pode prever o

fi nal. Toda a ação gira em tor-

no da morte, da tristeza e da

depressão de Danton.

O encenador, Jorge Silva

Melo, fi cou muito satisfeito

com a iniciativa dos alunos

de ir assistir à peça e fez ques-

tão de os receber depois do

fi nal do espetáculo. Após o

baixar do pano, os alunos do

Liceu fi caram mais um pouco

na sala Garrett e o encenador

proporcionou-lhes um mo-

mento de conversa em que

eles tiveram hipótese de fa-

zer perguntas e esclarecer

dúvidas sobre todo o enredo.

Mafalda Vitória

CULTURA 21

AS CARAS DA RÁDIO

Emissão - Das 22h00 às 24h00 - quarta-feiras“Radar” é o nome do novo espaço de opinião/comentário da Rádio Antena Livre. Estreou no passado dia 25 de Abril e está

no ar todas as quartas-feiras, das 22h às 24h, moderado pela jornalista Patrícia Seixas.

“Radar” conta com os comentadores residentes José Alves Jana (formador), Vânia Grácio (assistente social) e João Pedro

Céu (professor), podendo eventualmente contar também com a presença de comentadores pontuais. Os acontecimentos

mais importantes da última semana na região, no país e no mundo estarão em destaque em duas horas de emissão.

Um olhar sobre “A Morte de Danton”

A banda Quinta do Bill

está a comemorar 25 anos

de carreira. Para assinalar

a data, lançou um CD com

baladas, incluindo dois ori-

ginais: “D’Alma” e “No silên-

cio do teu olhar”, com letra

de Pedro Malaquias. Carlos

Moisés, o vocalista da banda

de Tomar compôs estes dois

temas propositadamente

para este novo trabalho. Este

lado mais intimista da Quin-

ta do Bill é apenas uma das

facetas da banda, que se di-

vide entre “a magia da folk e

a garra do rock”. As bodas de

prata marcam uma carreira

que teve como reta de lança-

mento um concurso televisi-

vo que deu direito a gravar o

primeiro disco. Os temas dos

vários álbuns que lançaram

percorreram gerações . O

incontornável “Filhos da Na-

ção” acabou por ser o tema

com mais destaque e mais

conhecido. O grupo está em

fase de promoção do novo

CD, uma “coleção única de

clássicos pop editados em

Portugal ao longo dos úl-

timos 25 anos”. A próxima

época de espetáculos está a

ser agendada, aguardando-

se que a banda volte a mar-

car presença em todo o tipo

de palcos.

Disco comemorativo dos 25 anos da Quinta do Bill

• No passado dia 14 de Abril o grupo de Amigos Mo-tares de Abrantes, GAMA, aceleraram pelo concelho.Foi o terceiro encontro deste grupo que decorreu na Associação do Paúl e que contou com motares de várias regiões do país em pura animação.

Page 30: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201222 CULTURA

Quando chegou à rádio quis ser

tudo. E foi. Faz crónicas, mas já fez

reportagens, moderou debates e

editou noticiários. Jornalista e fun-

dador da TSF, premiado sem nunca

ter concorrido a qualquer prémio,

Fernando Alves é um dos mais im-

portantes nomes da rádio portu-

guesa. “Um dia alguém me cha-

mou poeta da rádio e eu fi quei afl i-

to, mas algumas vezes também

me emocionei. Há coisas especiais

que escapam a qualquer cerimó-

nia, são da hora da pura empatia.”

As Conferências do Liceu, orga-

nizadas por alunos e professores

da Escola Dr. Manuel Fernandes,

trouxeram a Abrantes, no passado

dia 20 de Abril, Fernando Alves, re-

conhecido pela sua forma peculiar

de fazer rádio. Quase como poesia,

os seus comentários no programa

“Sinais” fl uem com a esperança de

se fazerem ouvir por um ou outro

ouvinte mais atento. Esperança de

que a mensagem fi que na memó-

ria de alguém e que esse alguém

tenha curiosidade em investigar e

sede de se informar. “Às vezes é a

partir de algo particular e original

que se apanha o gancho de toda

a história”, conta o jornalista, acres-

centando, a propósito das suas cró-

nicas: “Chateia-me acabar o progra-

ma com uma moral da história”.

A conversa desenvolveu-se pelo

tema do jornalismo. O convidado

fez questão de sublinhar que é pre-

ciso ter a noção de que o jornalis-

mo é um ofício duro e trabalhoso

em que é preciso ter muita cultura

e ler muito. Nunca se pode abdicar

da curiosidade, é preciso exercitá-la

e fazer dela uma ferramenta, ques-

tionando sempre os resultados. Fa-

lou ainda da componente relacio-

nal que o jornalismo tem. “Esta pro-

fi ssão supõe envolvimento com as

pessoas a que nos dirigimos, não há

aqui uma redoma de vidro do inte-

rior da qual debitamos uns bitaites

para desconhecidos a que chama-

mos audiência, mas há pessoas que

têm espantos iguais aos nossos,

têm medos e certeza semelhantes

aos nossos, têm perguntas a fazer.”

Um dos temas mais em desta-

que nesta conversa foi a crítica à

banalização da palavra, ao descui-

do com a língua. “Houve um tem-

po, antes da palavra se ter degrada-

do, em que poesia e palavra eram

um. O uso empobrecido da língua

banalizou a palavra e estragou a

poesia, contribuiu para o empobre-

cimento da linguagem.”

Os novos meios de comunicação

são um dos fatores para esta de-

composição linguística, no entanto,

Fernando Alves acredita que esta

não é a única causa: “Há também

uma sobrevalorização da imagem,

da ideia espetáculo, ideia de leve-

za e velocidade, há uma tirania do

efémero, uma preguiça no modo

de consumir. É inevitável que essa

cultura da facilidade se instale no

modo como nos relacionamos com

a palavra e com a linguagem, solu-

ções de facilidade também. Se a

cultura é de facilidade, as soluções

são de facilidade.”

O jornalista da TSF referiu ain-

da que atualmente se tem vindo

a acentuar a importância da apa-

rência, que a aparência tem vindo

a tomar um lugar de relevo sobre a

cultura. Podemos dizer que atual-

mente se vive numa sociedade de

aparências e pouca cultura, onde a

aparência é sobrevalorizada e a cul-

tura menosprezada.

Fernando Alves refere ainda que

o melhor sentimento de reconheci-

mento não é saberem quem ele é

na rua, mas sim ele conseguir dei-

xar a marca nas outras pessoas. “Re-

cebemos prémios formidáveis, sen-

do para mim os relevantes aqueles

que vêm dos ouvintes, do ganho

afetivo que os ouvintes nos dão

com a preferência que têm em re-

lação ao nosso trabalho”.

Mafalda Vitória

CARTÓRIO NOTARIAL. TOMARNotária - Paula Cristina Viegas Rodrigues Ferreira

EXTRACTOCertifi co, para efeitos de publicação, que por escritura de Justifi cação de 09/04/2012, exarada a folhas 139 e seguintes, do Livro de Notas para Escri-turas Diversas número 38, deste Cartório, compareceu como outorgante:EUGÉNIA DA CONCEIÇÃO ROSA LOPES, NIF 183.902.610, natural das freguesia de Olalhas, concelho de Tomar, habitualmente residente na Rua Principal, n.º 9 A, Torre, Casais, Tomar, casada sob o regime da comunhão de adquiridos com José Carlos Lopes Serôdio, NIF 107.731.371 e declarou que com exclusão de outrem, é dona e legítima possuidora, dos seguintes prédios rústicos, sitos na freguesia de Fontes, concelho de Abrantes:1-Prédio sito em Feteira, composto de pinhal, com a área de 24.600 m2, a confrontar do norte com Idalina do Carmo Rosa e outros, do sul com herdeiros de Joaquim Pedro e outros, do nascente com João Neves e do poente com Rogério Manuel Machado Mendes, inscrito na matriz em nome da justifi cante sob o artigo 10 secção AE, com o valor patrimonial e atribuído de € 151,66; 2- Prédio sito em Barrancão, composto de pinhal, com a área de 4.000 m2, a confrontar do norte e poente com Manuel Rosa e herdeiros de João António, do sul com estrada e do nascente com Manuel do Carmo Pedro, inscrito na matriz em nome da justifi cante sob o artigo 74 secção AR, com o valor patrimonial e atribuído de € 24,74; e,3- Prédio sito em Vales, composto de pinhal, com a área de 2.000 m2, a confrontar do norte com Benvinda Francisca Machado, do sul com António Rosa Machado, do nascente com ribeiro e do poente com caminho, inscrito na matriz em nome da justifi cante sob o artigo 94 secção AR, com o valor patrimonial e atribuído de € 12,49;Todos não descritos na Conservatória do Registo Predial de Abrantes.Que, adquiriu os referidos prédios, no estado de solteira, menor, no inicio de 1977, por doação verbal de seu pai Manuel Rosa, divorciado, então residente em Olalhas, Tomar, após o que, de facto, passou a possuir os aludidos prédios em nome próprio, cultivando-os e plantando árvores, posse que foi exercida, até atingir a maioridade, por sua mãe, Maria José da Conceição Roberto, divorciada, em seu nome, no exercício do poder paternal, e desde então por ela de forma a considerar tais prédios como seus, sem interrupção, intromissão ou oposição de quem quer que fosse, à vista de toda a gente do lugar e de outros circunvizinhos, sempre na convicção de exercer um direito próprio sobre coisa própria.Que, esta posse assim exercida ao longo de 35 anos, se deve reputar de pública, pacífi ca e contínua.Assim, na falta de melhor título, ela outorgante adquiriu os mencionados prédios para seu património, por usucapião, que aqui invoca, por não lhe ser possível provar pelos meios extrajudiciais normais.Está conforme.Tomar, 09/04/2012

A Colaboradora,(Sílvia Lopes Ferreira)

(em Jornal de Abrantes, edição 5495 de Maio de 2012)

MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGODIREÇÃO GERAL DE ENERGIA E GEOLOGIA

AVISOFaz-se público, nos termos e para efeitos do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 88/90, de 16 de março e do nº 1 do art.º 1º do Decreto-Lei n.º 181/70, de 28 de abril, que MedGold Resources Ltd, requereu a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de ouro e metais comuns, numa área “Vila de Rei”, localizada nos concelhos de Penela do distrito de Coimbra, Ansião, Alvaiázere e Figueiró dos Vinhos do distrito de Leiria, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Sardoal e Tomar do distrito de Santarém, Vila de Rei e Sertã do distrito de Castelo Branco, delimitada pela poligonal cujos vértices se indicam seguidamente, em coordenadas Hayford-Gauss, DATUM 73 (Melriça):Área total do pedido: 322,06 KM2

VÉRTICE MERIDIANA (m) PERPENDICULAR (m) A - 20608,520 31281,310 B - 14282,820 31396,340 C - 8647,200 20585,100 D - 6807,030 8853,820 E 438,767 1723,030 F 208,770 - 347,206 G - 3011,580 - 10583,340 H - 6692,000 - 10468,330 I - 12902,700 2873,150 J - 14282.820 17364,770

Convidam-se todos os interessados a apresentar reclamações, ou a mani-festarem preferência, nos termos do n.º 4 do artº 13º do Decreto-Lei 90/90, de 16 de março, por escrito com o devido fundamento, no prazo de 30 dias a contar da data do presente Aviso no Diário da República.O pedido está patente para consulta, dentro das horas de expediente, na Direção de Minas e Pedreiras da Direção-Geral de Energia e Geologia, sita na Avª 5 de Outubro, 87-5º Andar, 1069-039 LISBOA, entidade para quem devem ser remetidas as reclamações. O presente aviso e planta de localiza-ção estão também disponíveis na página eletrónica desta Direção-Geral.

Direção-Geral de Energia e Geologia, em 5 de março de 2012

O subdiretor geralCarlos A.A. Caxaria

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“Sinais de Alerta” com Fernando Alves

Filmes da ESTA selecionados no Panorama

Dois trabalhos de alunos do

curso de Vídeo e Cinema Do-

cumental da ESTA foram se-

lecionados para participar no

Festival Panorama. Os fi lmes

escolhidos foram “Pão Nosso”

(documentário realizado por

Mónica Ferreira e João Luz re-

lativo à Festa dos Tabuleiros de

Tomar) e “O Sétimo Andar” (fi l-

me de Olga Alfaiate, realizado

em Paris, que retrata os momen-

tos e a vida de uma emigran-

te portuguesa). Para além des-

tes fi lmes de produção da Es-

cola, foram ainda selecionados

dois fi lmes de alunos do curso:

“Uma Nova Página” (de Móni-

ca Ferreira e João Luz) e “Qua-

se Meio Dia” de João Luz. A se-

leção destas produções é mais

um reconhecimento do traba-

lho desenvolvido pela ESTA, em

particular pela licenciatura em

Video e Cinema Documental.

Page 31: jornal de abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2012 PUBLICIDADE 23

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Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

ACUPUNCTURADr.ª Elisabete SerraALERGOLOGIADr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa MartaCARDIOLOGIADr.ª Maria João CarvalhoCIRURGIADr. Francisco Rufi noCLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio - Dr. António PrôaDERMATOLOGIADr.ª Maria João SilvaGASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia SequeiraMEDICINA INTERNADr. Matoso FerreiraNEFROLOGIADr. Mário SilvaNEUROCIRURGIADr. Armando LopesNEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João PinhelOFTALMOLOGIADr. Luís CardigaORTOPEDIADr. Matos MeloOTORRINOLARINGOLOGIADr. João EloiPNEUMOLOGIADr. Carlos Luís LousadaPROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia GerraPSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição CaladoPSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima PalmaUROLOGIADr. Rafael PassarinhoNUTRICIONISTADr.ª Carla LouroSERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria JoãoTERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

ABRANTES: Ed. S. Domingos - Rua de S. Domingos – 336 – 2º A – Apart. 37Tel. 241 372 831/2/3 – Fax 241 362 645 - 2200-397 ABRANTES

LISBOA: Rua Braamcamp – 52 – 9º Esqº

Tel. 213 860 963 – 213 862 922 - Fax 213 863 923 - 1250-051 LISBOA

E.Mail: [email protected]

Eurico Heitor Consciência

João Roboredo Consciência

Teresa Roboredo Consciência

Rui Roboredo Consciência

ADVOGADOS

ABRANTES

Clarisse da Conceição Louro MonteiroN. 26/03/1915 - F. 12/04/2012

AgradecimentoSeu fi lho, nora, netos, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer a todos aqueles que se incorporaram no funeral da sua ente querida ou que de alguma forma manifestaram o seu apoio e carinho neste momento difícil.

ABRANTES

Joaquim Jesus AntónioN. 04-01-1948 - F. 11-04-2012

AgradecimentoSua esposa, fi lhos, genro e netos na impossibilidade de o fazerem pessoalmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se interessaram pelo seu estado de saúde durante a sua doença, que o velaram e acompanharam à sua última morada.Agradecem também a toda a equipa Médica da Medicina II, enfermeiros e auxiliares, pela maneira carinhosa que o trataram durante o seu internamento.A todos o nosso profundo reconhecimento.

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL

EDITAL Nº 04 / 2012MIGUEL JORGE ANDRADE PITA MORA ALVES

PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL

FAZ PÚBLICO que, para efeitos do artº 91º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro e, dando cumprimento ao artº 16º do Decreto – Lei nº 442/91, de 15 de Novembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 6/96, de 31 de Janeiro, se realiza no próximo dia 27 de abril de 2012, pelas 20 horas, no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, a sessão ordinária da Assembleia Municipal, com a seguinte Ordem de Trabalhos:Período Antes da Ordem do DiaOrdem de Trabalhos

1. Informação do Presidente da Câmara, em cumprimento da alínea e) do n.º 1 do art.º 53º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a nova redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro;

2. Prestação de Contas 2011;

Período de Intervenção do Público

E para constar, se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos lugares públicos de estilo.

Paços do Município de Sardoal, 17 de abril de 2012

O Presidente da Assembleia MunicipalMiguel Jorge Andrade Pita Mora Alves

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