Revista Abre-te Cérebro! #2

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Abre-te Cérebro #2 Revista Eletrônica - Por Matéria Prima no Ar - Cultura Digital e Renata Melo

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MASP

ARTE EXPOSTA

Três lugares de exposição de arte

PERMACULTURA

Compartilhando uma vida melhor

TOMIE

OHTAKE

BIENAL

Page 3: Revista Abre-te Cérebro! #2

MÚSICA

Fernandinho BeatBox — Caminho Estreito

ASSISTIMOS E INDICAMOS

NA BATUCADA DO SAMBA

Uma história de resistência

ENTREVISTAS

María Catalina Plazas

Restauradora e Conservadora de

Arte

Kiara Terra

Escritora e Contadora de Histórias

PEDALANDO NO TEMPO

A evolução da bicicleta

SUPER-HERÓIS

Superman

Mulher Maravilha

Batman

Homem-Aranha

CURTA O CURTA

CLICK

DICAS DE LEITURA

Page 4: Revista Abre-te Cérebro! #2

Revista Eletrônica

Abre-te cérebro! #2

Mais um semestre se passou e até que enfim o 2º volume da

nossa revista saiu do forno!!!

Depois de um período de longos estudos, pesquisas, leituras,

conversas, risadas e algumas lamentações, afinal de contas

somos adolescentes, aqui estamos novamente com uma revista

super legal, recheada de pautas bacanas, links interessantes,

entrevistas incríveis, além de dicas de livros e filmes.

Esta publicação é o resultado do trabalho desenvolvido no

2º semestre de 2012 pela turma do Ateliê Matéria Prima no Ar.

Abre-te cérebro!

E descubra o tesouro do conhecimento.

P.S. A turma de 2012 do Ateliê Matéria Prima no Ar se despede

deste projeto e faz um pedido: Que outros integrantes que

passarem por esta redação publiquem volumes tão especiais

quanto foram os nossos deste ano!

O Ateliê Matéria Prima no Ar, pertence ao Projeto Matéria Prima Itapevi, um pro-

jeto socioeducativo do Instituto Eurofarma, que oferece atividades complemen-

tares ao ensino escolar para crianças e adolescentes com idade entre 7 e 12

anos.

Saiba mais sobre o Instituto Eurofarma:

http://www.eurofarma.com.br/versao/pt/resposabilidade/index.asp

Envie sugestões para os próximos volumes:

E-mail: [email protected]

Page 5: Revista Abre-te Cérebro! #2

Idealização: Ateliê Matéria Prima no Ar

Educadora responsável: Renata Melo

Participantes do Ateliê Matéria Prima no Ar

Alan Macedo

Alessandro Alves Quatrini

Amanda Letícia Daniel da Silva

Beatriz Mariane Santana

Carlos Augusto Soares

Emanoel Pereira de Oliveira

Ester de Araújo Souza

Evelyn Vitória Freitas Silva

Gabriel Calixto Nunes

Guilherme Santos Moreira

Igor Mateus de Oliveira

Inara Priscila Santos

Kevin Pedro Silva

Larissa Rocha Menezes

Layanne Araújo da Silva

Lyncon Gabriel Gouvea

Maiara Aparecida Mendes

Maria Eduarda Conceição

Robert da Silva Arruda

Samuel Calixto Nunes

Weverton Souza Ferreira

Capa: Zulmira Amaral

Diagramação: Bianca Colussi de Sousa e Renata Melo

com colaboração da turma do Ateliê Matéria Prima no Ar

Realização: Instituto Eurofarma

Gestão pedagógica: La Fabbrica do Brasil

Page 6: Revista Abre-te Cérebro! #2

A bicicleta levou muito tempo para chegar ao que é hoje, foram anos e anos de tentativas

e adaptações. Veja como foi a evolução desse meio de transporte que agrada adultos

e crianças e faz você se sentir voando.

O Celerífero

Em 1790, um

brinquedo, criado

pelo francês Conde

de Sivrac, era todo

de madeira e tinha

duas rodas, ligadas por uma ponte onde a

pessoa podia sentar e apoiar as mãos em

uma parte que ficava na transversal. Para

brincar, era preciso apoiar os pés no chão e

empurrar, tentando manter o equilíbrio.

A brincadeira devia ser bem difícil, pois,

como era todo em madeira, pesava muito,

além disso, os tombos eram inevitáveis.

A Draisiana

Em 1817, um engenheiro agrônomo e florestal alemão chamado

Karl von Drais, colocou em um celerífero um sistema de direção, um

sistema de freio e um selim onde era possível ajustar a altura. Com o

sistema de direção, ficou um pouco mais fácil manter o equilíbrio e

com o selim ajustável, pessoas de várias estaturas podiam

experimentar a brincadeira. Esse brinquedo adaptado passou a se

chamar “draisiana”. Muitas pessoas gostaram, pois passaram a sentir

mais segurança durante o movimento. Mesmo assim, o impulso era

dado com os pés, que depois eram levantados quando o condutor

pegava o equilíbrio. A velocidade dependia do piso, pois naquela época os pisos eram bem irre-

gulares. Algumas draisianas começaram a ser fabricadas e espalhadas pelo mundo, devido ao

seu sucesso.

Um projeto de Leonardo da Vinci

Por volta de 1966, monges

italianos encontraram

documentos de Leonardo da

Vinci e junto com eles, havia

um projeto de uma bicicleta.

Esses documentos eram de aproximadamente

do ano de 1490. O projeto mostrava um dese-

nho de uma bicicleta muito parecida com a que

conhecemos hoje, mas pelas análises que foram

feitas, o eixo de direção dobrava no meio e, por

causa disso, devia ser muito difícil manter o

equilíbrio em cima dela.

Mas, antes de Leonardo da Vinci, já existiam

pinturas em vasos, murais e relevos com brin-

quedos de duas rodas que provavelmente

inspiraram a criação da bicicleta como

conhecemos hoje.

Page 7: Revista Abre-te Cérebro! #2

A bicicleta levou muito tempo para chegar ao que é hoje, foram anos e anos de tentativas

e adaptações. Veja como foi a evolução desse meio de transporte que agrada adultos

e crianças e faz você se sentir voando. A primeira competição

Em 1829 aconteceu na cidade de Munique,

a primeira competição. Competiram 26

draisianas e o vencedor conseguiu

percorrer pouco mais de 30 km. Foi uma

verdadeira vitória porque percorrer essa

distância sem pedais, não devia ser nada

fácil.

A criação do velocípede e os pedais na roda

dianteira

Em 1861, Pierre Michaux, um francês que tinha

uma oficina de carroças,

recebeu em sua oficina

uma draisiana para ser

consertada. Quando o

serviço foi feito, seu filho

fez o teste para ver como

tinha ficado. Ele gostou

muito, mas achou cansativa. Depois da

declaração do filho, Pierre pensou em criar um

sistema que facilitasse a locomoção da bicicleta.

Então, criou um sistema de propulsão por

alavancas e pedais na roda dianteira. O resultado

foi tão bom que ele começou a fabricar esse

novo modelo que passou a ser chamado de

velocípede.

Outros velocípedes foram inventados pelo

ferreiro francês Pierre Lallement, e pelo inglês

Philipp Moritz Fisher, mas não tiveram tanto

sucesso como o de Michaux.

Projetistas de várias partes do mundo

começaram a produzir e vender este tipo de

veículo.

Os primeiros pedais por alavanca

nas rodas

traseiras

Em 1839, um ferreiro escocês

chamado Kirkpatrick Macmillan,

depois de muitos experimentos,

adaptou uma draisiana, colocando

por meio de alavancas um sistema de

propulsão por pedais na roda traseira.

A bicicleta passou a funcionar melhor,

mas ainda não era muito

confortável.

Feita para mulheres

Outras

pessoas

fizeram

novas

adaptações

para

melhorar

ainda mais as draisianas, por exemplo

o inglês Denis Johnson, que lançou em

1819, um modelo especialmente feito

para mulheres, com armação mais

curvada para que elas não tivessem

problemas com as longas saias.

Por

Alan Macedo

Carlos Augusto Soares

Kevin Pedro Silva

Samuel Calixto Nunes

Weverton Souza Ferreira

Page 8: Revista Abre-te Cérebro! #2

A grande roda

Em 1870, James

Starley, um fabricante

de máquinas de

costura, criou um

modelo de biciclo

muito diferente dos

outros. Era todo feito

em aço, pneus em

borracha maciça e

um sistema de freios mais moderno. A roda

dianteira era enorme, media 125 cm e os pedais

eram fixos ao eixo da roda dianteira. Era na

época, a máquina de propulsão humana mais

rápida do momento.

Primeiras ciclovias

Com a popularidade das bicicletas nas ruas

da França, em 1862 são criados caminhos

especiais para os velocípedes, para que não

se misturassem com charretes e carroças,

evitando acidentes. Esses caminhos podem

ser considerados as primeiras ciclovias.

Grandes exposições e a popularidade dos

veículos

Nesta época, as

pessoas começaram a

perceber a importância

desse tipo de veículo e

então, passaram a

fabricar cada vez mais

biciclos, triciclos,

quadriciclos e sociáveis, que eram veículos de

propulsão humana de duas, três ou até mais de quatro

rodas. Tornou-se popular porque era muito mais

barato comparado a outros transportes da época,

como charretes, carroças e carruagens. Além disso,

ocupavam menos espaço, eram mais limpos e podiam

ser conduzidos por qualquer pessoa.

Em muitos lugares do mundo, grandes exposições

mostravam invenções modernas da época. Esses

veículos eram verdadeiras atrações dessas exposições.

O biciclo vira um problema

Algum tempo depois, o biciclo de

roda grande passou a virar um

problema, pois geralmente quando

o condutor se deparava com algum

obstáculo e tinha que diminuir a

velocidade, ele era arremessado e

tomava tombos enormes, muitas

vezes com graves consequências,

pois o selim era muito alto.

Page 9: Revista Abre-te Cérebro! #2

Mais segurança e popularidade

Os fabricantes dos biciclos começaram a se preocupar em

criar um veículo de duas rodas mais seguro, então surge o

modelo da “bicicleta de segurança”, com duas rodas do

mesmo tamanho e com selim e pedais centralizados, o que

fez com que o equilíbrio melhorasse para o condutor.

O modelo é muito parecido com a bicicleta que

conhecemos hoje. Com as novas adaptações, as pessoas

começaram a ver a bicicleta como um transporte mais

seguro, confortável, eficiente, muito simples e barato.

Por causa de todas essas vantagens, ganhou adeptos de diferentes idades e passou a ser

comercializada cada vez mais, em várias partes do mundo.

Melhoras nos pneus

Para melhorar ainda

mais o conforto da

bicicleta, muitas coisas

foram feitas ao longo

do tempo. E no ano de

1888 o inglês John Boyd

Dunlop, criou o pneu

com câmara de ar. Esses

pneus foram testados

em competições para

ver o seu funcionamento, antes de serem

vendidos. Eles funcionaram muito bem e então,

foram colocados à venda. Três anos mais tarde, o

francês Edouard Michelin, criou os pneus sem

câmara de ar que popularizaram ainda mais as

bicicletas.

Correntes

Novas tecnologias foram aplicadas e a

bicicleta passou a ter correntes, o que

facilitou ainda mais a sua condução,

evitando trancos nos joelhos dos

ciclistas.

Page 10: Revista Abre-te Cérebro! #2

O surgimento das bicicletas BMX

Elas surgiram nos anos 50, mas se popularizaram

no final dos anos 60. Eram bicicletas especiais

com designe apropriado para pistas irregulares.

Com esse modelo de bicicleta, surgiu também

um novo tipo de esporte, o bicicross, uma

espécie de corrida em pistas irregulares de terra

com manobras simples e arriscadas.

Com o sucesso desse esporte, surgiram equipes,

campeonatos e revistas especializadas em

bicicletas BMX. Com ela surge o ciclismo profissional.

Bicicleta de Montanha

Mais conhecida como Mountain Bike é uma modalidade de ciclismo que surgiu na Califórnia no

final da década de 50. As bicicletas feitas para esse

tipo de competição são adaptadas com um sistema

de freio especial, além de marchas para facilitar as

pedaladas nas subidas. Geralmente é um esporte

praticado em montanhas, estradas de terra e trilhas.

É preciso muita resistência e destreza do ciclista,

devido ao esforço para percorrer lugares com

diversas irregularidades e obstáculos.

Nos anos 70, muitas pessoas começaram a utilizar

as mountain bikes nas cidades, pois achavam muito

agradável pedalar esse tipo de bicicleta no asfalto.

Page 11: Revista Abre-te Cérebro! #2

Bicicleta desmontável

Além de ser um ótimo meio de transporte,

este tipo de bicicleta é ideal para quem não

tem muito espaço em casa. É de fácil manuseio

e cabe em qualquer local. Geralmente é

acompanhada de uma bolsa para guardá-la

e carregá-la quando dobrada. É muito prática,

leve, segura, fácil de guardar e de transportar e

pode ser usada em conjunto com outros meios

de transporte, como trem, metrô e carro, pois

ela cabe tranquilamente em um porta-malas.

Tecnologia cada vez mais avançada

Nos anos 90, com a popularização das mountain

bikes e do uso em geral das bicicletas, novas

tecnologias são desenvolvidas para melhorar

ainda mais as peças e os acessórios deste meio

de transporte.

Bicicleta elétrica

É muito parecida com uma bicicleta

comum, mas a diferença é que ela tem um

motor elétrico que fica preso a uma das

rodas junto com uma bateria. Ele é movido

por energia elétrica, não faz barulho e não

polui o meio ambiente. Pode ser utilizado

para acelerar a bicicleta ou para ajudar a

pedalar e isso numa subida pode facilitar

bastante. Pode atingir uma velocidade de

até 25km/h quando o motor é acelerado,

mas quando o ciclista não aciona o motor, ela funciona como uma bicicleta comum.

Page 12: Revista Abre-te Cérebro! #2

Clique no link e saiba muito mais sobre esse transporte que a

cada dia ganha mais adeptos em todo o mundo:

http://www.escoladebicicleta.com.br

Bicicleta e saúde

A partir dos anos 90, muitas pessoas começam

a ver a bicicleta como alternativa de transporte ecologicamente

correto e ideal para uma boa saúde. A ideia é cada vez mais

estimular o uso da bicicleta e diminuir o uso do automóvel, pois

pedalar reduz o estresse, diminui o engarrafamento e traz

qualidade de vida para a população, além de fazer um bem

enorme para o físico e para o planeta.

Alugue uma bicicleta e conheça o mundo

Alugar uma bicicleta é comum nas cidades

europeias e americanas, principalmente

para quem está fazendo turismo.

Nesses lugares, é bem fácil alugar uma

bicicleta, sair pedalando e conhecendo as

cidades, pois existem muitos pontos que

prestam esse tipo de serviço.

People For Bikes

É um movimento de pessoas que incentivam o uso de

bicicletas como meio de transporte, seja por uma saúde

melhor ou por um mundo melhor.

Clique no link e conheça este movimento:

http://www.peopleforbikes.org/

Page 13: Revista Abre-te Cérebro! #2

Ilustração— Zulmira Amaral

Projeto Bike Sampa

É uma iniciativa do banco Itaú em parceria

com a Prefeitura de São Paulo e a empresa Serttel/Samba.

O objetivo é estimular o uso das bicicletas nas grandes cidades.

As pessoas podem se cadastrar pelo site do projeto, depois retirar a

bicicleta em uma das estações e devolvê-la em outra. Os primeiros

trinta minutos de utilização são gratuitos e, após esse período, serão

cobrados R$ 5,00 a cada meia hora.

Todas as bicicletas do Bike Sampa tem chip

para controle e monitoramento.

Hoje o projeto conta com 60 estações em 14

bairros da cidade, mas pretende disponibilizar

3 mil bicicletas espalhadas em 300 estações

em diferentes pontos da cidade até 2014.

Para se cadastrar e saber mais sobre este

projeto, clique no link:

www.bikesampa.com

Bike anjos

Este é um serviço gratuito feito por

ciclistas muito experientes e que

utilizam a bicicleta como o seu maior

meio de transporte. Eles ajudam

pessoas que querem aprender a pedalar

na cidade com mais confiança e

segurança., acompanham o ciclista

iniciante em suas primeiras pedaladas

e ensinam manutenção básica e

medidas de segurança no trânsito.

Por que o serviço é gratuito? Porque eles são

realmente apaixonados por bicicletas e acreditam

que este meio de transporte pode tornar as grandes

cidades mais humanas.

Clique no link e saiba mais sobre

este trabalho:

http://bikeanjo.com.br/

Page 14: Revista Abre-te Cérebro! #2

Filme: Cartas para Julieta

Diretor: Gary Winick

Roteiro: Jose Rivera e Tim Sullivan

Gênero: Romance

País: Estados Unidos

Ano: 2010

Este filme conta a história de Sophie, uma jornalista que sonha em se

tornar escritora. Em suas férias ela e Victor, seu noivo, decidem fazer

uma viagem romântica, então escolhem Verona, a cidade onde se

passa a mais famosa história de amor, a de Romeu e Julieta. Quando

chegam à Verona, as coisas não acontecem como Sophie planejou,

o casal tem interesses diferentes e, por isso, acabam fazendo tudo

separados. Victor se interessa em descobrir ingredientes culinários

porque é chef de cozinha e Sophie se oferece para ser voluntária da

“Casa de Julieta”, um lugar onde mulheres respondem cartas com

dúvidas amorosas que as pessoas escrevem endereçadas à

personagem do famoso romance. Por causa disso, ela encontra uma

carta escrita há 50 anos. A partir daí, muitas coisas acontecem e a

história de Sophie muda radicalmente.

Além de bonita, esta história fala de coisas muito importantes, como

a coragem de mudar e viver novas experiências, a atitude que temos

que ter na vida e, principalmente, sabermos aproveitar as oportunida-

des que encontramos no meio do caminho.

Page 15: Revista Abre-te Cérebro! #2

Filme: O Palhaço

Diretor: Selton Mello

Roteiro: Selton Mello e Marcelo

Vindicatto

Gênero: Comédia/Drama

País: Brasil

Ano: 2011

Este filme fala sobre a vida de

artistas circenses que percorrem

cidades interioranas do Brasil

levando alegria a muitas pessoas.

Mas, toda a alegria do espetáculo,

esconde a tristeza do palhaço

Benjamin, que herdou a profissão

do pai, o dono do circo. Benjamin

sofre com as dificuldades

financeiras do circo, pois o

dinheiro recebido na bilheteria

dos espetáculos não é suficiente para manter os

artistas, além disso, ele passa por uma crise e não sabe

se quer seguir a profissão de palhaço.

O filme todo tem imagens lindas e coloridas e nos

emociona em muitos momentos. Ele representará o

Brasil na disputa a uma vaga para concorrer ao prêmio

de melhor filme estrangeiro do Oscar 2013.

Filme: A Guerra dos Botões

Diretor: Yves Robert

Roteiro: Yves Robert e François Boyer

Gênero: Comédia

País: França

Ano: 1962

Este filme conta a história de dois grupos de meninos que moram em

aldeias vizinhas. Os moradores adultos das aldeias também tem uma certa

rivalidade que já dura anos e, por causa disso, seus filhos também

aprendem a ser rivais. Os dois grupos de meninos vivem em guerra, mas a

maneira de atacar o inimigo é muito diferente: quem perde fica sem os bo-

tões, cadarços e suspensórios de suas roupas. Cada grupo tem um líder e

eles passam a maior parte do tempo pensando nas estratégias de ataque.

Os meninos aprontam o tempo todo e geralmente são pegos pelos pais ou

pelo professor, que os colocam de castigo. Ao mesmo tempo são muito

inteligentes, determinados, sabem se organizar, tem espírito de equipe e

dividem todas as tarefas do grupo.

A história é bem divertida, mas apesar de nos fazer rir, quase que o tempo

todo, também nos faz pensar sobre muitas coisas, por exemplo, sobre

conflitos, guerras que são passadas de geração em geração e que quase

sempre não tem nenhum sentido.

Page 16: Revista Abre-te Cérebro! #2

Fernandinho BeatBox acaba de lançar seu novo CD Caminho Estreito.

Tivemos a honra de entrevistá-lo e, ele, além de bater um super-papo com a gente,

ainda fez um pequeno show especialmente para o Projeto Matéria Prima.

Capa do novo CD de Fernandinho BeatBox

Page 17: Revista Abre-te Cérebro! #2

Neste novo trabalho, Fernandinho fala sobre seu caminho, fases da sua vida, o que aprendeu e

como quer contribuir para o crescimento das pessoas, o legado que quer deixar. É um CD que

está sendo muito bem falado, as pessoas estão ouvindo e curtindo. Inclusive o cantor Seu Jorge

declarou, no programa Altas Horas, que está impressionado com a qualidade do CD.

É um CD que tem participação de muita gente legal, como o próprio Seu Jorge, Tita Lima,

Renan Samam, Pregador Luo, Fino entre outras pessoas.

Fernandinho nos contou um pouco sobre algumas músicas: “Minha Mademoiselle, é uma

música que eu falo das mulheres... Como as mulheres devem ser tratadas, com carinho, com

respeito. A música Ê moleque é um samba que fala da molecada de hoje e do quanto estão

entrando em contato com as drogas e com prostituição, como isso está atingindo a sociedade.

Em Bons Tempos, eu falo de um tempo em que as pessoas iam pros bailes, sabiam se divertir

sem perigo, falo de brincadeiras antigas, como estrela nova cela, queimada, enfim, brincadeiras

de rua que eram muito saudáveis e que hoje em dia não se vê tanto, tem criança que nem sabe

o que é... É uma pena porque eram tempos muito bons”.

Em nossa conversa, percebemos que Fernandinho é um artista muito determinado e

disciplinado... Ele diz: “Sempre coloquei na minha cabeça que se eu entrasse para fazer uma

parada eu nunca ia fazer de qualquer jeito porque pra mim tem que ser uma coisa que vá

revolucionar. Eu acredito que quando a gente quer alguma coisa, tem que ter foco, disciplina,

força de vontade e responsabilidade. Isso é muito importante para você ingressar em qualquer

coisa que você queira fazer”.

A página no Facebook de Fernandinho BeatBox cresce muito a cada dia e isso com certeza é

por causa da atenção que ele dá aos seus fãs.

Ouçam o CD Caminho Estreito e descubra outros caminhos de Fernandinho BeatBox.

http://www.fernandinhobeatbox.com.br/

Veja o clipe da música Samba de Boca:

http://www.youtube.com/watch?v=QUtcXorXvs4

Clique no link e veja uma parte da apresentação de Fernandinho BeatBox no

Projeto Matéria Prima:

http://www.youtube.com/watch?v=BP5sAaiHYzA&feature=youtu.be

Page 18: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Como você define beat box?

F.B. Beat box é o homem fazendo o que a máquina faz. É o lance de imitar caixa, bumbo, chimbal.

Enfim, é fazer base pros MC’s cantarem em cima.

A.C. No que você se inspirou para fazer este

trabalho?

F.B. O lance do Beat Box na verdade vem de muitos anos,

eu assisti a um filme, que eu nem lembro o nome, mas

era um filme de gangues de breaks de Nova York e tinha

uns caras fazendo beat box, dança de rua... E eu me

identifiquei muito com aquilo, então comecei a fazer

beat box em casa e na escola. Eu era conhecido como

“o maluco do Put Pá” e tinha mais ou menos uns 13 anos.

E tem até uma história muito engraçada sobre isso...

Tinham uns caras na escola, Abraão

e Ananias, que falavam: Aê maluco, faz aqueles barulhos

lá com a boca? Só que a minha escola era muito alta,

então eu fui descendo todas as escadas fazendo beat box

até uma hora que eu não aguentava mais, já estava

cansado e parei... Os caras falaram: “Faz mais aí, mano!

Faz mais aí!” E aí me batiam pra eu fazer... Eu apanhei por

causa do beat box...(Risos) , Se foi bom eu não sei, mas de

repente, foi até um incentivo.

Minha inspiração veio também do Michael Jackson que é um cara que também fazia beat box.

Depois ganhei um vinil do Vanila Ice e, no disco, tinha um cara fazendo beat box, mas nessa época

eu nem sabia que o nome era esse. O cara fazia numa perfeição tão grande e alvoroço do público

era tanto que eu queria saber o que era. Alguns anos depois eu descobri que aquilo era Beat Box e

que o cara fazia todos aqueles sons com a boca... Que era a mesma coisa que vinha fazendo.

Page 19: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Quando você começou a se apresentar profissionalmente?

F.B. Bom, eu já fazia beat box há algum tempo e um dia fui numa baladinha com uns amigos na Rua

Henrique Schaumann, em Pinheiros. A baladinha se chamava “Enigma”. E aí, eles já tinham falado

que iam me colocar no palco para fazer beat box. Eu fiquei timidão, morrendo de vergonha, mas a

reação do público foi ótima e ali eu vi que era isso que eu queria pra minha vida. Então, essa foi a pri-

meira vez que eu subi no palco, na verdade não era nem um palco, era uma cabine de DJ, Ninguém

mais queria que eu descesse. No final da apresentação, o cara, responsável pela balada, falou: “Eu

vou te dar 10 reais por semana pra você vir aqui, você topa?”. Eu respondi: “Ganhar dinheiro fazendo

esse negócio com a boca? Claro que eu topo?”. E eu continuo fazendo isso até hoje.

A.C. O beat box faz parte dos elementos da cultura Hip Hop?

F.B. A cultura Hip Hop tem quatro elementos oficiais: o Break, que é a dança, o MC, que é o Mestre

de Cerimônia, o DJ, que comanda a música e o Graffiti, que é a expressão através da pintura. O beat

box para alguns é considerado um quinto elemento, mas não são todos que reconhecem isso, não é

oficial. Tem uma discussão muito grande sobre este assunto, mas se é ou não é o quinto elemento,

não importa, o que importa é que ele esteja aí para somar.

Fernandinho BeatBox durante apresentação no Projeto Matéria Prima

Page 20: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Você já passou por alguma coisa constrangedora nos seus shows?

F.B. Já aconteceu. Eu não lembro em que ano foi, mas um dia eu fui atropelado e por causa do aci-

dente, eu quebrei o dente e tive que colocar pino. Aí, um dia, eu estava no meio de um show e o

meu pino caiu... O show tinha mais de 75 mil pessoas. Eu estava fazendo beat box, o dente caiu e

eu fiquei olhando pra ele, mas continuei lá, não perdi o rebolado. Aí, eu olhei pro Marcelo D2, abri

o maior sorriso, sem o dente, ele se desconcentrou e começou a rir muito no meio do show... Foi

constrangedor, mas também foi engraçado... Agora eu já coloquei as próteses não cai mais não, tá

tudo direitinho!

A.C. Além do Marcelo D2, você já tocou com outros

artistas?

F.B. Sim, eu já toquei com Seu Jorge, Tita Lima, Fernanda Abreu, já estive em festivais de música dividindo o palco com Jay Z, Beyonce, Eminem, The Wallers, Fugees... Muita gente legal! Às vezes o pessoal pergunta por que eu sempre fico meio sozinho no canto do palco, mas na verdade, eu estou agradecendo a Deus por tudo, pelos lugares onde ele me coloca. Então, em cada palco que eu subo, cada vez mais, me considero uma pessoa muito privilegiada. Às vezes, eu estou em lugares, que nem acredito que eu consegui, por mais que eu tenha trabalhado tanto para estar lá. Então, dividir palco com essas pessoas, é um grande sonho realizado, porque eu sou fã deles também e pra mim não tem preço que pague.

A.C. Quando você era criança, o que você que-

ria ser quando crescesse?

F.B. Quando eu era criança eu ia pra Bahia com a minha

mãe de ônibus, eu sempre sentava perto do motorista

e ficava ali viajando com as paisagens, as vaquinhas...

E eu pensava: “Cara, vou ser motorista pra poder viajar

bastante”. Eu tenho uma paixão muito grande por

viagens e hoje Deus me acrescentou um pouquinho

mais, e por causa do meu trabalho, já visitei 32 países.

A.C. Em sua música Bons tempos, você fala de uma saudade dos tempos antigos.

Como você vê os novos tempos?

F.B. Bom, eu sei que as coisas mudam e a gente tem que acompanhar o crescimento, a evolução,

o lance do computador... Só que hoje, parece que muitas coisas perderam a emoção. Por exemplo,

escrever uma carta, tinha tanta emoção... Tinha gente que não só escrevia, como colocava um

perfuminho para ter mais emoção ainda... Hoje é bacana você apertar uma tecla e a informação

chegar em questão de segundos, mas ficou mecânico, sabe? Recentemente eu estava em um Pub

em Londres... Eu não bebo cerveja, mas, fui acompanhar o pessoal da banda... E eu percebi que

estava todo mundo mexendo em algum equipamento eletrônico. Estava tão silencioso que se uma

agulha caísse no chão, dava para ouvir... Ninguém conversava, estava cada um no seu mundinho

virtual. Então é um tempo estranho, parece que as pessoas não se amam mais.

Turma do Ateliê Matéria Prima no Ar e Fernandinho BeatBox

Page 21: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Você já passou por alguma coisa constrangedora nos seus shows?

F.B. Já aconteceu. Eu não lembro em que ano foi, mas um dia eu fui atropelado e por causa do aci-

dente, eu quebrei o dente e tive que colocar pino. Aí, um dia, eu estava no meio de um show e o

meu pino caiu... O show tinha mais de 75 mil pessoas. Eu estava fazendo beat box, o dente caiu e

eu fiquei olhando pra ele, mas continuei lá, não perdi o rebolado. Aí, eu olhei pro Marcelo D2, abri

o maior sorriso, sem o dente, ele se desconcentrou e começou a rir muito no meio do show... Foi

constrangedor, mas também foi engraçado... Agora eu já coloquei as próteses não cai mais não, tá

tudo direitinho!

A.C. Qual foi o momento mais difícil da sua vida?

F.B. Eu tive uma vida difícil, pra vocês terem ideia, já morei até na rua... Eu apanhei muito na minha infância e por isso, um dia decidi sair de casa. Nessa época, eu dormia na praça, na rua... Então, Graças a Deus, eu tive um grande amigo, que infelizmente já morreu, e ele me chamou para morar na casa dele. E ele foi muito corajoso porque, imagina levar alguém que você mal conhece para a sua casa... É difícil. Mas ele me deu a maior força. Aí eu arrumei um emprego num lava-rápido. E quando eu fui pedir emprego, todo maltrapilho, as pessoas me olharam com um pouco de desconfiança, mas eu entendi porque até eu ia ficar com medo de me dar emprego naquela época. Como eu já tinha trabalhado em outro lava-rápido, eu ajudei muito o pessoal. Foi difícil essa época que eu morava na rua mas, eu sempre sonhei em vencer através da música da arte. Eu canalizei meus pensamentos para coisas boas. Eu tive que ser adulto antes do tempo, mas eu aprendi com o sofrimento. Infelizmente tem pessoas que encaram isso de outra forma, descon-tando em todo mundo, eu não quis isso. O Rap me salvou porque através das informações que eu adquiri com a música, consegui aprender muito. Tinha gente que falava que fazer rap era coisa de vagabundo, falavam que o que eu fazia era cuspir no microfone, mas hoje em dia essas mesmas pessoas me veem de outro jeito. Eu foquei em coisas boas. Depois o tempo passou e eu voltei para a casa dos meus pais.

A.C. Que tipo de música você gosta de

ouvir?

F.B. Eu gosto de blues, soul, funk... Eu não consigo

ouvir só rap. Mas, quando eu falo “funk”, eu tô falando

do funk de verdade, Tim Maia, Kool and the Gang,

James Brown... Isso que estão tocando por aí não é

funk, é uma batida que colocam uma letra que, em

muitas vezes, incentiva coisas erradas... A gente tem

que ter cuidado com aquilo que ouve e o que vai falar

pros outros.

A.C. Como você organiza suas apresenta-

ções? Você faz um roteiro?

F.B. Eu não sei chegar e fazer uma set list. Eu gos-

to de sentir o clima porque sentindo o clima, eu

sei o que o público quer ouvir. E, Graças a Deus

tem dado certo. Eu já fui tocar em festival de rock

pesado e foi super legal! O Beat Box não pode se

limitar a fazer só Rap.

Turma do Ateliê Matéria Prima no Ar e Fernandinho BeatBox

Page 22: Revista Abre-te Cérebro! #2

Livro: Persépolis

Autora: Marjane Satrapi

Editora: Cia. Das Letras

É uma história em

quadrinhos que conta a

interessante vida da

autora Marjane Satrapi. Ela nasceu no

Irã, numa época em que o país estava

passando por uma ditadura. Apesar de

ter nascido em um lugar com tantas

proibições, Marjane teve a sorte de

nascer numa família de mente aberta,

sua mãe era artista plástica e seu

pai engenheiro. Ela não gostava de

usar o véu que todas as mulheres usavam

obrigatoriamente e de muitas outras

proibições de seu país. Quando criança,

queria ser profeta, na adolescência,

gostava de rock e sempre adorou livros.

Aos 14 anos, foi estudar na Europa,

pois o Irã estava passando por um

momento muito difícil, então, seus pais

acharam melhor que ela fosse embora.

Ela sofreu bastante porque estava

sozinha, longe de seus pais, mas também

viveu experiências que a fizeram

aprender muitas coisas. Além de

escrever sua história, Marjane também

ilustra os quadrinhos.

É um livro divertido e que nos faz

entender de um jeito muito fácil

acontecimentos importantes na história

do Irã.

Dica de Inara Priscila

Livro: Apaixonada por

palavras

Autora: Paula Pimenta

Editora: Gutenberg Brasil

O que mais me encanta nos

livros da Paula Pimenta é

a facilidade com que ela

tem de nos

fazer sentir parte da história. Muitas

vezes nos identificamos tanto que dá a

impressão que ela fez o livro inspirado

na nossa vida.

Diferente de todos os outros livros

da autora, este é de crônicas e

autobiográfico. Neste livro, é possível

conhecer um pouquinho mais sobre a

Paula e, como ela, a gente também se

apaixona pelas palavras e sente uma

vontade enorme de ser amiga dela. Todas

as crônicas do livro, foram escritas

entre 2000 e 2009 e tratam de diversos

assuntos importantes para ela neste

período. Quando resolveu publicar o

livro, Paula releu todos os textos e

notou que muitas das coisas que havia

escrito, já não faziam parte do seu

momento atual, mas resolveu publicar

mesmo assim porque, segundo ela,

tudo aquilo que escreveu, foi

importante naquele momento de sua

história.

Dica de Layanne Araújo

Page 23: Revista Abre-te Cérebro! #2

Livro: O médico e o

monstro

Autor: Robert Louis

Stevenson

Adaptação: Luc Le-

fort

Coleção: O Tesouro

dos Clássicos

Editora: Ática

Esta é uma história de suspense e de

muita tensão que se passa em Londres.

Dr. Jekyll, um médico muito rico resolve

deixar um testamento com seu advogado.

Neste documento, uma herança beneficia

um homem suspeito de cometer crimes.

Isso causa desconfiança no advogado e

ele começa a fazer uma investigação.

Enquanto isso, coisas estranhas começam

a acontecer e mais crimes são

descobertos. Com a investigação, o

advogado descobre que a herança deixada

é para o próprio médico, pois ele tem

dupla personalidade, em alguns momentos

é uma pessoa boa e correta e em outros,

uma pessoa má e assassina. Isso o obriga

a ter duas identidades, a do Dr. Jekill,

um médico muito respeitado e de boa ín-

dole e a do desprezível Mr. Hyde, o

beneficiado no testamento. Sempre que o

Dr. Jekyll não consegue controlar seus

impulsos, toma uma poção preparada em

seu laboratório e deixa a sua natureza

maligna tomar seu corpo, transformando-

se em Mr. Hyde. Com o passar do tempo,

o médico percebe que sua personalidade

Hyde irá sobressair a de Jekill, e com

isso, fará desaparecer o médico e só

existirá o monstro.

Dica de Alan Macedo

Livros: A casa da madrinha e O sofá

estampado

Autora: Lygia Bojunga

Editora: Casa Lygia Bojunga

Esses livros foram escritos pela

mesma autora, que escreve de uma

maneira bem simples, de fácil

entendimento e que prende a atenção

do leitor, muitas vezes até nos

surpreende, pois ela mistura bicho

com gente e eles conversam entre si

de uma forma tão natural que a gente

acaba acreditando e embarcando no

livro.

Apesar da fantasia que tem na

história, ela também fala da dura

realidade e dos problemas que

existem em relação à sobrevivência e

dos amores não correspondidos.

Ela nos traz uma curiosidade tão

grande que queremos chegar logo no

final das páginas do livro.

Vale a pena conhecer o trabalho de

Lygia Bojunga.

Dica de Beatriz Mariane e

Evelyn Vitória

Page 24: Revista Abre-te Cérebro! #2

Curta: Frankenstein Punk

Diretores: Cao Hamburger e Eliana Fonseca

Gênero: Animação

Ano: 1986

País: Brasil

Tempo: 12 min

Esta é uma animação feita em stop-motion, que conta a

história de Frankenstein, uma criatura criada por um cientista.

Numa noite chuvosa, o cientista está ouvindo música e um

raio cai em seu laboratório. A energia do raio, atinge a vitrola

e depois atinge Frank, dando-lhe vida e ele sai pela cidade

tentando se relacionar, mas todos tem medo dele por causa

de seu visual diferente.

A animação faz uma paródia com o filme Singing in the Rain e

Frank até dança como Fred Astaire.

Clique no link e assista ao filme:

http://portacurtas.org.br/curtanaescola/pop_160.asp?Cod=561

Page 25: Revista Abre-te Cérebro! #2

Curta: Dona Cristina Perdeu a Memória

Diretora: Ana Luiza Azevedo

Gênero: Ficção

Ano: 2002

País: Brasil

Tempo: 13 min

É uma história que conta a amizade entre um menino de 8 anos e uma

senhora de 80. Apesar de serem de gerações muito distantes , eles se tornam

amigos de um jeito bem diferente e um ajuda o outro.

Clique no link e assista ao filme:

http://portacurtas.org.br/curtanaescola/pop_160.asp?Cod=1454&exib=5513

Curta: Pão com Mortadela e

Meia Mussarela

Diretora: Natália Ferretti

Gênero: Documentário

Ano: 2008

País: Brasil

Tempo: 10 min

Este documentário, produzido por alunos

da oficina de audiovisual do Cine Tela

Brasil, conta a superação de dois jovens

após um tratamento de câncer.

Esta história nos mostra que, às vezes,

coisas que parecem tão banais, passam

a ter um grande valor dependendo da

situação em que estamos.

Clique no link e assista ao filme:

http://www.youtube.com/watch?v=bAAKoDPHKAg

Page 26: Revista Abre-te Cérebro! #2

Quem nun

ca penso

u em ter

superpo

deres? V

iajar ent

re planet

as, ter v

isão de

raio X, f

icar invis

ível... Sim

, eles po

dem tud

o isso!!!

Os super

-heróis s

ão person

agem com

superpo

deres, m

uitos pod

em voar, fi

car invisív

eis, pular

de altos

prédios e

sair sem

nenhum arra

nhão. Su

as históri

as estão

recheadas

de avent

ura,

mistério, t

error, dra

ma, humor e

também

muito amor, p

ois quase

sempre

se apaixon

am por

algum mocinh

o ou mocinh

a da hist

ória.

O objetiv

o de um

super-h

erói é co

mbater o

crime na

luta do

bem contra

o mal.

Todos ele

s tem unif

ormes e iden

tidades se

cretas, ta

mbém tem

habilidad

es muito

além

da capac

idade dos

seres hu

manos com

uns. Apes

ar de alg

umas histór

ias se pa

ssarem em

cenários

futurista

s, como pla

netas, é

mais comum per

cebermos ce

nários de

grandes

cidades

e, isso n

ão é por

acaso, a

verdade

é que o

s criador

es dos su

per-heró

is pensara

m neste

tipo de c

enário pa

ra que o

s leitore

s das rev

istas em qua

drinhos se

identifica

ssem aind

a mais

com seus ído

los. Sim, ele

s surgiram

primeiro

nos quad

rinhos, m

as muitos

ficaram tão

popu-

lares que

foram par

ar nos d

esenhos

animados

, séries d

e TV e c

inemas .

Divirta-s

e e apro

veite, po

is tudo é

possível

nas hist

órias de

super-he

róis!

Por

Gabriel Calixto Nunes

Guilherme Santos Moreira

Igor Mateus de Oliveira

Inara Priscila

Robert da Silva Arruda

Page 27: Revista Abre-te Cérebro! #2

Quem nun

ca penso

u em ter

superpo

deres? V

iajar ent

re planet

as, ter v

isão de

raio X, f

icar invis

ível... Sim

, eles po

dem tud

o isso!!!

Os super

-heróis s

ão person

agem com

superpo

deres, m

uitos pod

em voar, fi

car invisív

eis, pular

de altos

prédios e

sair sem

nenhum arra

nhão. Su

as históri

as estão

recheadas

de avent

ura,

mistério, t

error, dra

ma, humor e

também

muito amor, p

ois quase

sempre

se apaixon

am por

algum mocinh

o ou mocinh

a da hist

ória.

O objetiv

o de um

super-h

erói é co

mbater o

crime na

luta do

bem contra

o mal.

Todos ele

s tem unif

ormes e iden

tidades se

cretas, ta

mbém tem

habilidad

es muito

além

da capac

idade dos

seres hu

manos com

uns. Apes

ar de alg

umas histór

ias se pa

ssarem em

cenários

futurista

s, como pla

netas, é

mais comum per

cebermos ce

nários de

grandes

cidades

e, isso n

ão é por

acaso, a

verdade

é que o

s criador

es dos su

per-heró

is pensara

m neste

tipo de c

enário pa

ra que o

s leitore

s das rev

istas em qua

drinhos se

identifica

ssem aind

a mais

com seus ído

los. Sim, ele

s surgiram

primeiro

nos quad

rinhos, m

as muitos

ficaram tão

popu-

lares que

foram par

ar nos d

esenhos

animados

, séries d

e TV e c

inemas .

Divirta-s

e e apro

veite, po

is tudo é

possível

nas hist

órias de

super-he

róis!

Como tudo começou...

Quatro perfis dos super-heróis mais populares de todos os tempos.

Page 28: Revista Abre-te Cérebro! #2

Como tudo começou...

Em 2013 será lançado o filme O homem de Aço.

Veja o trailer:

http://www.youtube.com/watch?v=YS5MjT1__IM

Page 29: Revista Abre-te Cérebro! #2

O mais popular e o primeiro super-herói dos quadrinhos. Ele é conhecido como

Homem de Aço. Sua história começou assim: O fictício planeta Krypton

estava condenado a explodir. O governante de Krypton Jor-El resolve mandar

seu filho Kal-El à Terra para salvá-lo. O nome Kal-El, no idioma kryptoniano,

significa Filho das Estrelas. Kal-El, ainda criança, sai de seu planeta à bordo de

um foguete. Quando chega à Terra o foguete cai na cidade de Smallville. Dois

agricultores encontram o bebê e resolvem adotá-lo batizando o menino como

Clark Kent. Ele cresce e descobre que possui habilidades diferentes dos humanos e

também acaba descobrindo sua origem.

Quando vira adulto e já sabe de toda a sua história, ele vai morar na

Metrópolis, cidade fictícia onde se passa a história. Começa a trabalhar no Jornal

Planeta Diário e lá, conhece muitas pessoas, entre elas, a repórter Lois Lane,

seu grande amor.

Quando a cidade está em perigo, Clark Kent entra em alguma cabine telefônica,

beco escuro ou qualquer outro lugar que não possa ser visto e, então, se trans-

forma no poderoso Superman, mais rápido que uma bala, dono de uma força

sobre-humana.

O inimigo número 1 de Superman é Lex Luthor, um empresário invejoso e

maldoso que tenta o tempo todo destruir o herói. Numa de suas tentativas

para destruir Superman, descobre a kryptonita, um minério do planeta Krypton

capaz de extrair a força do Homem de Aço. Mas, é claro, por mais difícil que

seja, Superman, o grande super-herói, sempre encontra uma saída e vence a

batalha do bem contra o mal.

Criador: Joe Shuster e Jerry Siegel

Ano de criação: 1933, mas ficou muito popular em 1938.

Identidade secreta: Clark Kent, um repórter atrapalhado e tímido.

Superpoderes: Força sobre-humana, supervelocidade, visão de calor,

visão de raio X, sopro congelante,

super-audição, capacidade de voar.

Page 30: Revista Abre-te Cérebro! #2

Curiosidade:

Charles Moulton, o criador da Mulher Maravilha, era psicólogo e

jornalista. Em sua época de estudante, criou um teste de pressão

sanguínea que, mais tarde, foi muito importante para a invenção do

polígrafo, o primeiro detector de mentiras. Este aparelho tem a

função de medir reações do corpo humano revelando alterações

fisiológicas que indicam se a pessoa que está sendo examinada

está dizendo a verdade ou mentindo. Nas histórias da super-heroína,

Charles já demonstrava sua paixão pela verdade, pois quando a

Mulher Maravilha laçava alguém com seu laço mágico, a pessoa

era incapaz de mentir.

Como tudo começou...

Page 31: Revista Abre-te Cérebro! #2

Hipólita, a Rainha das Amazonas, governava a Ilha Themyscira, mais conhecida como

Ilha Paraíso. O maior desejo da rainha era ter uma filha, então, certo dia, quando

moldava uma peça de barro, pediu aos deuses que lhe concedessem este desejo. Cinco

deusas do Olimpo lhe atenderam e então, a imagem moldada, se transformou em

uma menina muito especial com características de alguns deuses: força de Hércules,

sabedoria de Atena, beleza de Afrodite e velocidade de Hermes. A rainha lhe deu o

nome de Diana e assim nasceu a primeira super-heroína.

Além dos superpoderes, as deusas lhe presentearam com objetos que melhoravam suas

habilidades: dois braceletes indestrutíveis, uma tiara dourada que também tinha a

função de bumerangue, um laço mágico inquebrável capaz de fazer as pessoas falarem

a verdade e um avião invisível. Quando Diana já era adulta, um avião caiu na Ilha

Themyscira e quem o pilotava era Steve Trevor, um piloto da Força Aérea

Americana. O piloto precisava voltar ao seu país e para resolver o problema, a Rainha

Hipólita propôs uma competição entre as amazonas e quem vencesse ficaria conhecida

como a campeã das amazonas e levaria o piloto numa missão de paz para a sua terra

natal. Diana foi proibida por sua mãe de participar da competição, mas se disfarçou,

competiu e venceu todas as provas. Então, no momento de sua vitória, ela se

revelou e falou que o seu desejo era defender a paz, lutar contra as injustiças e

acabar com malfeitores. Assim, sua mãe concordou e Diana partiu para os Estados

Unidos acompanhando o piloto. Ao conhecer melhor Steve Trevor, Diana se apaixonou

por ele. Quando chegou no mundo dos humanos, ela teve que adotar uma identidade

secreta e então passou a viver como Diana Price, uma enfermeira da Força Aérea

Norte-Americana.

Quando a cidade estava em perigo, Diana, a Mulher Maravilha, sempre entrava em

ação para defender seus habitantes.

Criador: Charles Moulton

Ano de criação: 1941

Identidade secreta: Diana Price, uma enfermeira da Força Aérea

Norte-Americana.

Superpoderes: Força sobre-humana, capacidade de voar, grande

velocidade, agilidade e extrema resistência física.

Page 32: Revista Abre-te Cérebro! #2

Como tudo começou...

Page 33: Revista Abre-te Cérebro! #2

Bruce Wayne ficou órfão quando tinha 8 anos. Seus pais, Thomas e Martha Wayne foram

mortos por criminosos de Gotham City, metrópole onde se passa a história. Depois deste

acontecimento, Bruce foi criado por seu tio Philip Wayne. Revoltado com a morte de seus

pais, ele cresce com o desejo de vingança e dedica sua vida a aprender artes marciais e a

desenvolver o máximo de habilidades e um físico atlético e bem preparado para qualquer

combate. Determinado a combater o crime ele estuda muito e torna-se o melhor detetive

do mundo, além de se especializar em fugas e disfarces.

Um dia, quando observava um morcego, lembrou-se de uma cena de sua infância, certa

vez, andava pelo jardim de sua mansão, quando caiu num buraco onde havia muitos

morcegos. No momento em que caiu, os morcegos saíram voando assustados com sua

presença. Por causa dessa lembrança, Bruce teve a ideia de criar um uniforme e uma

máscara que lembravam um morcego e então, decidiu adotar o nome de Batman. Além do

uniforme e da máscara, ele também passou a mudar a voz para se disfarçar e intimidar

criminosos.

Depois da morte de seus pais, Batman prometeu fazer justiça, mas jurou nunca matar

ninguém, então, em seus combates, são utilizados apenas alguns apetrechos para facilitar a

captura dos criminosos, como o cinto de utilidades que contém dispositivos, como lasers,

cápsulas de gás, cordas e bumerangues.

Bruce é o herdeiro da Empresa Wayne, do ramo de alta tecnologia, por isso, seus

equipamentos são de última geração, como o batmóvel, batplano, batlancha, entre outros.

Ele também é dono da Fundação Wayne, dedicada a ajudar vítimas de crimes e prevenir

que pessoas tornem-se criminosas.

O lugar de trabalho e transformação de Batman é a batcaverna, onde ele tem um

supercomputador que facilita suas investigações.

Os dois grandes aliados de Batman são o Tenente James Gordon e Alfred, o

mordomo da Mansão Wayne, que também é formado em medicina de guerra e sempre

socorre Batman quando necessário. Gordon ganhou o batsinal, que, quando acionado, envia

ao céu um sinal e o Homem-Morcego fica sabendo que a cidade está em perigo.

Criadores: Bob Kane e Bill Finger

Ano de criação: 1939.

Identidade secreta: Bruce Wayne, um bilionário órfão.

Superpoderes: Ele não tem superpoderes, mas é muito inteligente e, como é

bilionário, possui equipamentos de alta tecnologia que facilitam sua chegada aos

lugares mais difíceis e distantes, além de possuir apetrechos especiais para capturas.

Page 34: Revista Abre-te Cérebro! #2

Como tudo começou...

Clique no link e veja Anderson Silva falando sobre sua paixão pelo Homem-Aranha:

http://terratv.terra.com.br/Esportes/UFC/Anderson-Silva-fala-de-superpoderes-e-paixao-por-HomemAranha_5110-434021.htm

Page 35: Revista Abre-te Cérebro! #2

Peter Parker ficou órfão quando criança e por isso, foi morar com seus tios

Benjamin e May Parker na cidade de Nova York.

Peter cresceu e se tornou um estudante tímido e muito inteligente. Um dia quando

assistia a uma aula de ciências, foi picado por uma aranha radioativa. Naquele

momento ele não se deu conta do que tinha lhe acontecido, mas certa vez, num

momento de distração, quase foi atropelado por um carro e num reflexo fora do

comum, ele deu um grande salto e se fixou na parede de um prédio, assim, Parker

descobriu seus poderes aracnídeos.

A descoberta dos poderes o deixou muito feliz e imediatamente pensou que poderia

ganhar dinheiro com isso de alguma maneira. Mas, por causa de sua ambição, não

se preocupou em deter um ladrão de uma fuga e, logo depois, o mesmo bandido

assassinou seu tio Benjamin. Este fato lhe causou um grande sentimento de culpa

e a lição que aprendeu, vira uma frase que se torna o bordão da história do

Homem-Aranha: "Com grandes poderes vem grandes responsabilidades".

Assim, ele começa a combater o crime e a utilizar seus poderes para fazer justiça.

Apesar de ter o poder de saltar pelos altos prédios de Nova York e disparar suas

teias superpoderosas, ele é um herói bastante parecido com pessoas comuns, por

exemplo, Peter trabalha num jornal e quando sua tia May fica viúva, ele percebe que

mais do que nunca precisa ajudá-la a pagar as contas de casa, e então, passa a ven-

der fotos do Homem-Aranha para um jornal onde trabalha para aumentar sua renda.

Como a maioria dos jovens, no decorrer de sua vida, Peter vive grandes paixões,

termina os estudos, vira adulto, vai morar sozinho e por fim, resolve se casar com

Mary Jane uma moça que descobre a sua identidade secreta.

Criador: Stan Lee e Steve Ditko

Ano de criação: 1962

Identidade secreta: Peter Parker, um estudante tímido e

muito inteligente.

Superpoderes: Teias super resistentes que agarram em qual-

quer lugar, sentido aranha, que acusa quando o perigo está

próximo a acontecer, capacidade de escalar altos

prédios e se fixar em paredes.

Page 36: Revista Abre-te Cérebro! #2

Bienal Internacional de Arte de São Paulo

Como o próprio nome já diz, a Bienal Internacional

de Arte de São Paulo é um evento que acontece a

cada dois anos. É uma grande exposição de arte

contemporânea, ou seja, a arte que está sendo

produzida no nosso tempo. Este evento acontece no

Pavilhão Ciccilo Matarazzo, do Parque do Ibirapuera,

também conhecido por Pavilhão da Bienal, projetado

pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

Neste evento, muitos artistas brasileiros e estrangeiros

expõem suas obras de arte, que geralmente são feitas

com muitos tipos de materiais.

No ano de 2012 a Bienal já está na sua 30ª edição

e o tema é A Iminência das Poéticas.

Clique no link e saiba mais:

http://www.bienal.org.br/30bienal/pt/Paginas/

default.aspx

Nan Chou – para compor essa obra, durante um ano, de hora em hora, nas 24 horas

do dia, o artista taiwanês Tehching Hsieh, tirava uma foto ao lado de um cartão de

ponto. Na primeira foto, ele está careca e na última, bem cabeludo, dá pra perceber

bastante como o tempo passou.

Visitamos três locais de exposição de arte em São Paulo:

Bienal, MASP e Instituto Tomie Ohtake.

Conheça um pouco sobre cada um deles.

Page 37: Revista Abre-te Cérebro! #2

Manto da apresentação -

Esta é uma das obras de

Arthur Bispo do Rosário,

o artista homenageado

da 30ª Bienal. Ele viveu

mais de 50 anos em um

hospital psiquiátrico e lá

fazia composições com

objetos diversos, que se

transformaram em obras

de arte.

Neste manto, ele bordou

nomes de muitas pessoas

que conhecia, pois

acreditava que assim

estaria vestido no dia de

seu encontro com Deus.

Nan Chou – para compor essa obra, durante um ano, de hora em hora, nas 24 horas

do dia, o artista taiwanês Tehching Hsieh, tirava uma foto ao lado de um cartão de

ponto. Na primeira foto, ele está careca e na última, bem cabeludo, dá pra perceber

bastante como o tempo passou.

Hastings – A artista

Sheila Hicks faz um

trabalho lindo de

arte têxtil. Nesta

obra, por exemplo,

desfiou roupas que

já não serviam mais

para sua família e

enrolou os fios,

formando cordões

parecidos com

dreads.

Sobre a visita à Bienal:

“O que mais me encantou na Bienal, foi a forma com que a arte

evoluiu na minha mente. Antes ver um quadro bonito já era arte

pra mim. Agora eu entendo que muito mais importante do que a

obra pronta é o processo, quanto tempo ela levou para ficar

pronta, o que aconteceu durante aquele tempo e, acima de tudo,

o que ela quer nos dizer porque por traz de uma obra sempre

tem a ideia do artista”.

Layanne Araújo

Visitamos três locais de exposição de arte em São Paulo:

Bienal, MASP e Instituto Tomie Ohtake.

Conheça um pouco sobre cada um deles.

Turma do Matéria Prima no Ar na 30ª Bienal Internacional de

Arte de São Paulo

Page 38: Revista Abre-te Cérebro! #2

Vista do prédio do MASP

Page 39: Revista Abre-te Cérebro! #2

Museu de Arte de São Paulo - MASP

O Museu de Arte de São Paulo localiza-se na Avenida Paulista. Ele foi fundado em

1947 por Assis Chateaubriand e sua primeira sede ocupava apenas quatro andares do

edifício do grupo Diários Associados, localizado no centro de São Paulo. Após

alguns anos, foi necessário um espaço maior e então, um terreno foi doado ao

Município para a construção da nova sede do museu.

O prédio que hoje abriga o MASP foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi. Sua

arquitetura é muito diferente: um retângulo de 74 metros sustentados apenas por qua-

tro pilares. Ele foi construído desta maneira porque o terreno foi doado sob a condi-

ção de que fosse preservada a vista para o centro da cidade e para a Serra

da Cantareira. Assim foi feito e a nova sede foi inaugurada em novembro de 1968.

Hoje o famoso vão livre é o principal local onde acontecem diferentes manifestações

de São Paulo.

O acervo de obras de arte do MASP é o mais valioso da América Latina contando

com obras de Renoir, Manet, Monet, Cézanne, Degas, Van Gogh, além de outros

grandes artistas. Além do acervo permanente, são realizadas exposições temporárias

nacionais e internacionais.

No prédio tem pinacoteca, biblioteca, fototeca, videoteca, cursos de arte, palestras,

exibição de filmes e concertos musicais.

Clique no link e saiba mais: http://masp.art.br

Sobre a visita ao MASP:

A visita ao MASP foi muito legal porque pude ver ao

vivo o que eu tinha lido nas minhas pesquisas sobre o

museu.

Valeu a pena ter ido à exposição porque vimos

quadros do Caravaggio de mais de 400 anos. Eu

acho que esses quadros foram restaurados várias

vezes porque estavam muito bem conservados. No

momento da saída, nós vimos o começo de uma

manifestação, as pessoas estavam fazendo barulho

e gritando para defender seus direitos.

Lyncon Gabriel

A turma do Matéria Prima no Ar no MASP

Page 40: Revista Abre-te Cérebro! #2

Instituto Tomie Ohtake

Está localizado no bairro de Alto de

Pinheiros, num prédio lindo e moderno

roxo e cor de rosa. Ele foi inaugurado

em 2001 e o nome do Instituto é uma

homenagem a Tomie Ohtake, uma

pintora que hoje tem 99 anos que,

mesmo muito idosa, ainda pinta

quadros.

O prédio foi projetado por seu filho,

Ruy Ohtake. Inicialmente o espaço foi

criado para guardar as obras de Tomie,

mas depois, decidiram que obras de

novos artistas também seriam expostas,

além da arte que é referências nos

últimos 50 anos.

É um lugar onde acontecem

exposições, cursos de arte, seminários

e palestras. Tem ateliê de arte,

restaurante, livraria e loja de objetos.

Clique no link e saiba mais:

http://www.institutotomieohtake.org.br

Prédio do Instituto Tomie Ohtake

Page 41: Revista Abre-te Cérebro! #2

Sobre a visita ao Instituto Tomie Ohtake:

“Ir ao Instituto Tomie Ohtake, foi muito legal... Uma

experiência maravilhosa, pois eu nunca tinha visto

exposições desse tipo.

Vimos duas exposições. A primeira era de gravuras,

do artista Jasper Johns. Foi bacana porque eu

nunca entendia o porquê dos artistas repetirem

tantas vezes a mesma figura, mas olhando de

perto pude compreender que tem diferença entre

cada uma delas. A segunda exposição era de arte

digital. Foi tudo muito mágico pra mim, pois tinha

uma parte que só havia televisões e era só

tocarmos em um microfone que nossas imagens

apareciam nas telas... Eu adorei, pena que ficamos

pouco tempo.

E para a nossa surpresa, já no final, encontramos

o diretor geral do Instituto Ricardo Ohtake, que é

filho da Tomie Ohtake. Ele até tirou fotos com a

gente. Foi muito emocionante, acho que para to-

dos. Pra mim, será um eterno aprendizado”.

Evelyn Vitória Freitas Silva Ricardo Ohtake - Diretor Geral do Instituto e filho de

Tomie Ohtake

Exposição Jasper Johns

Exposição de Arte digital

Page 42: Revista Abre-te Cérebro! #2

Entrevistamos a restauradora e conservadora de arte do

Museu Nacional da Colômbia. Ela tem um profundo amor pelo

que faz e já perdeu as contas de quantas obras foram

cuidadas por suas mãos.

Page 43: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Como é o trabalho de um

restaurador/conservador de arte?

Onde ele pode trabalhar?

M.C.P. O trabalho de um restaurador/

conservador é dividido em três fases:

Conservação preventiva, que está ligada

a verificar o contexto em que o objeto se

encontra, sem tocar no objeto em si.

Conservação, que é impedir a progressão

da deterioração e restauração que é

a recuperação de valores históricos e

estéticos do objeto.

O restaurador pode trabalhar em um

museu, escavações arqueológicas, em

arquivos, bibliotecas e qualquer outro

lugar onde você encontra objetos que

possuem representação cultural.

A.C. Há quantos anos você

trabalha como restauradora/

conservadora de arte?

M.C.P. Há 10 anos.

A.C. Quando você decidiu que teria

essa profissão?

M.C.P. Foi quando eu ainda estava no

colégio. Um dia eu estava assistindo a

um programa de TV chamado “Momento

Cultura” e, no programa, mostraram a

restauração de uma pintura. Eu me

encantei com aquele programa e aprendi

que a ciência pode ser aplicada à arte

através da restauração. A partir daquele

momento eu queria estudar e seguir a

carreira de conservadora e restauradora

de arte.

A.C. Para se tornar um conservador/

restaurador de arte qual é o curso

que uma pessoa precisa fazer e

quanto tempo é necessário estudar?

M.C.P. A pessoa deve ter paixão e

amor pela arte. Deve gostar e ter

conhecimentos em ciências naturais,

como biologia, química e física, deve

ter habilidade manual e gosto pela

história e pela cultura. O curso

universitário dura 5 anos.

A.C. Vimos na internet que você

faz um trabalho de pesquisa de

peças de museu? Por que esse

trabalho é importante?

M.C.P. A pesquisa é importante em

qualquer disciplina, neste caso, é

importante porque determina qual é o

valor social ou cultural que tem um

objeto. Nesse sentido, nos permite saber

se uma peça é original ou qual é a sua

forma correta de exposição. A pesquisa

é a janela que se abre para o mundo

a possibilidade de conhecimento em

diferentes áreas.

A.C. Você viaja muito a

trabalho?

M.C.P. Sim eu tenho que viajar muito.

Ser conservadora do Museu

Nacional da Colômbia, também me

faz comissária de arte, ou seja, uma

pessoa encarregada de receber

e entregar as obras que serão

apresentadas a diferentes entidades

culturais, garantindo o estado de

conservação das peças que estão

sendo recebidas ou retiradas do

museu.

Page 44: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Sabemos que você veio ao

Brasil no mês de setembro para

buscar as obras da exposição do

Botero? Sempre que termina uma

exposição é necessário alguém

acompanhar as obras? Por quê?

M.C.P. Sim. Porque, como eu disse, o co-

missário é a garantia de proteção das

obras de patrimônio cultural.

Cada vez que um objeto é retirado

do museu, existe toda a documentação

que diz o estado de conservação

daquele objeto. O acompanhamento

do comissário garante a verificação da

documentação e as condições de

conservação das obras.

A.C. Que tipo de conhecimento

uma pessoa precisa ter para ser

um bom restaurador/conservador

de arte?

M.C.P. A pessoa precisa saber de muitas

coisas: química, física, biologia, história

da arte, sociologia, artes... Mas, mais

do que isso, deve ser uma pessoa que

acredita no que faz e faça seu trabalho

com a alma e o coração.

A.C. Por que a pessoa deve ter

conhecimento em física, química e

biologia?

M.C.P. É importante ter conhecimento em

química para saber, por exemplo, do que

o objeto foi feito, saber a sua composição,

que produtos poderão ser utilizados e quais

são suas reações diante de fatores externos.

Deve conhecer biologia para saber que

tipo de fatores biológicos podem afetar os

objetos, como microorganismos, que são

fungos e bactérias ou macroorganismos,

que são insetos e roedores, para assim,

controlar a deterioração causada por

pragas. E a física é importante para saber

o comportamento dos materiais, por

exemplo, pesos, teoria das cores, entre

outras importâncias físicas.

A.C. Como é o Museu Nacional

da Colômbia? Você trabalha nele

há muito tempo?

M.C.P. Eu trabalho no Museu Nacional

desde 2007. O Museu foi criado em

1886, e a partir de 1948 passou a ser o

que é hoje. Antes era uma prisão, mas

em 1948 tornou-se um museu.

Atualmente, temos quatro tipos de

coleções: arte, história, antropologia

e arqueologia. Ele é composto por três

níveis, de acordo com as coleções.

Page 45: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Vimos que você

leciona em uma

Universidade?

O que você ensina em

suas aulas?

M.C.P. Eu gerencio projetos

de pesquisa e de teses, na

Universidad Externado de

Colombia e Facultad de

Estudios del Patrimonio.

A.C. Quais são as ferramentas que um

conservador/restaurador costuma usar no

processo de conservação e restauração

de uma obra.

M.C.P. Geralmente, usamos ferramentas

que são as mesmas usadas pelos dentistas,

tais como os bisturis, pinças, espátulas,

entre outros utilizados para a conservação e

restauração. Quanto à conservação preventiva,

usamos equipamentos de medição, tais como

dataloggers, que servem para medir a umidade

relativa e temperatura, luxímetro, que serve para

medir a luz e o medidor de raios ultravioletas,

além de equipamentos de controle como

desumidificadores, umidificadores, purificadores

de ar, entre outras ferramentas, de acordo com

a necessidade de cada objeto.

Vista aérea do Museu Nacional da Colômbia

Page 46: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. O que você pensa sobre a

senhora espanhola que restaurou o

Cristo sem autorização e acabou

estragando a obra?

M.C.P. A Cecília? Bom, penso que ela não

teve a intensão de danificar a obra, mas

acabou fazendo isso. Aconteceu uma

mudança de valor em um objeto. Todos

os países, como a Espanha, o Brasil ou a

Colômbia, tem regras claras em relação

à intervenção do patrimônio cultural. No

entanto, é um exemplo de como você

pode transformar o valor social e cultural

de um objeto. Antes muitos não o

conheciam e não o identificavam, agora

todo o mundo sabe quem ele é. Nesse

sentido, a pergunta é: Recupera-se o

original ou deixa o objeto que todos agora

reconhecem?

A.C. Quantas obras de arte você já

restaurou?

M.C.P. Muitas. O trabalho do conservador/

restaurador é muito parecido com o

trabalho de um médico. Somos os médicos

das obras de arte. Então, se perguntar para

um médico: Quantos pacientes você já

atendeu em sua vida? A resposta será:

Muitos. (Risos)

Turma do Ateliê Matéria Prima no Ar em entrevista com María Catalina Plazas

Page 47: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Qual é a importância de

conservar e restaurar uma obra

de arte?

M.C.P. Pela conservação e

restauração, conseguimos recuperar

a identidade social e cultural de um

povo.

É através dos objetos associados a

manifestações culturais, que nos

identificamos como um grupo social e

cultural de um determinado período

da história.

A.C. Que dica você daria para

alguém que quer se tornar

restaurador e conservador de arte?

M.C.P. Que realmente goste de arte, que

ame e adore a aplicação da ciência na

arte. O meu maior conselho é que tenham

amor pelo que fazem e, especialmente, a

consciência de conservação. Se você

tem consciência de conservação com os

objetos que tem em sua casa e com o seu

patrimônio familiar... É provável que será

um excelente conservador/ restaurador do

patrimônio cultural de uma nação.

Conheça o Museu Nacional da Colômbia:

http://www.museonacional.gov.co/

Veja uma das pesquisas de María Catalina Plazas:

http://www.museonacional.gov.co/inbox/files/docs/Textiles_del_mas_alla_mac.pdf

Turma do Ateliê Matéria Prima no Ar em entrevista com María Catalina Plazas

Page 48: Revista Abre-te Cérebro! #2

1º lugar: “SOS”

Foto de Anastasya Vorobko - 8 anos - Rússia

No mês de outubro de 2012 foi realizada a primeira edição do concurso mundial

Children’s Eyes on Earth International Youth Photography Contest, criado

para mostrar o olhar infantil e adolescente sobre questões ambientais.

Jovens de até 17 anos de mais de 90 países participaram do concurso, que teve

mais de 4 mil imagens registradas.

Todas as imagens nos contam uma história que nos faz refletir sobre o que está

se passando com este planeta que todos nós compartilhamos.

Deixamos aqui as nossas impressões sobre as imagens vencedoras do concurso...

“As fábricas são muito prejudiciais aos seres vivos. A paisagem quase

não aparece por causa de tanta fumaça... Ninguém merece!”

Samuel Calixto Nunes

“Este pássaro está pedindo socorro porque essa fábrica chegou para

destruir o lugar dele”.

Beatriz Mariane Santana e Kevin Pedro Silva

Page 49: Revista Abre-te Cérebro! #2

2º lugar: “Saída de Emergência”

Foto de Juan Carlos Canales - 14 anos - Espanha

No mês de outubro de 2012 foi realizada a primeira edição do concurso mundial

Children’s Eyes on Earth International Youth Photography Contest, criado

para mostrar o olhar infantil e adolescente sobre questões ambientais.

Jovens de até 17 anos de mais de 90 países participaram do concurso, que teve

mais de 4 mil imagens registradas.

Todas as imagens nos contam uma história que nos faz refletir sobre o que está

se passando com este planeta que todos nós compartilhamos.

Deixamos aqui as nossas impressões sobre as imagens vencedoras do concurso...

“Nesta foto eu pude perceber que no mundo em que nós estamos poucas

coisas não são artificiais e muitas vezes o que a gente precisa mesmo é

de uma ‘’Saída de Emergência’’ para fugir de toda essa poluição”.

Layanne Araújo

“Esses pássaros estão tentando sair deste lugar de fábricas enormes para

encontrar outro lugar mais natural, que combine melhor com eles”.

Gabriel Calixto Nunes

Page 50: Revista Abre-te Cérebro! #2

3º lugar: “Campos Verdes”

Foto de Bianca Stan - 14 anos - Romênia

O 3ª lugar foi dividido entre duas pessoas...

Este é um campo lindo... Ela pode andar descalça livremente porque não

tem nenhuma sujeira. Esta é uma cena que eu posso ver como liberdade”.

Ester de Araújo Souza

“Uma mãe conversa com o seu filho...

— Filho, observe a natureza... Tenha muito cuidado com ela porque um dia

pode acabar”.

Emanoel de Oliveira

“Eles estão em silêncio para aproveitar este momento de admiração”.

Evelyn Vitória Freitas Silva

Page 51: Revista Abre-te Cérebro! #2

3º lugar: “Manhã em Situ Gunung”

Foto de Michael Theodric - 14 anos - Indonésia

Visite o site e veja outras imagens do concurso:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2012/10/121015_galeria_talento_infantil_jp.shtml

“Ao contrário do que estamos acostumados a ver no nosso dia-a-dia,

prédios, carros, barulho, poluição... Este lugar é limpo, tem bastante

vegetação, parece silencioso e muito calmo para viver”.

Evelyn Vitória Freitas Silva

“Esta foto deve ter sido tirada pela manhã. Este homem está muito

sossegado em sua jangada... Deve ser um lugar tranquilo para morar”.

Igor Mateus de Oliveira

Page 52: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Sabemos que você é escritora e contado-

ra de histórias, mas o que veio primeiro?

K.T. Eu comecei a contar histórias primeiro. Eu

penso o seguinte: antes da pessoa aprender falar

ela já ouviu muitas histórias. A gente ouve

histórias desde a barriga da nossa mãe, a gente

nem sabe a língua, mas já ouve a mãe conversar

com a barriga, conversar quando vai ao médico...

Depois quando a gente nasce, falam com a gente,

falam da papinha, falam do dia, falam da febre,

contam histórias, apresentam a família, falam tan-

tas coisas...

Ela é contadora de histórias há 15 anos, como escritora, já publicou três livros e em sua cabeça criativa tem

muitas outras histórias que só estão esperando o seu momento para pular para dentro de novos livros.

Nesta entrevista, Kiara Terra nos conta sobre sua trajetória e seus futuros projetos.

Quer dizer, a gente ouve muitas histórias

antes mesmo de aprender a falar. Então, pra mim,

veio primeiro a escuta, depois a vontade de contar

minhas próprias histórias e muito depois veio a

vontade de escrever. Na verdade a linguagem

falada é muito diferente da linguagem escrita e

quando eu escrevo eu tenho uma sensação

estranha de estar falando. É uma dificuldade pra

mim porque a gente fala diferente de quando

escreve e eu tenho que fazer essa mudança, essa

transposição da linguagem falada pra linguagem

escrita, mas, sem dúvida nenhuma, o que veio

primeiro foi a vontade de ouvir e contar histórias, a

contadora. A escritora veio um pouco depois.

Page 53: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Qual foi o momento da sua vida que

você sentiu que seria contadora de histórias e

escritora?

K.T. Eu conto história há 15 anos, e quem contava

história pra mim, quando eu era criança, era meu

pai. Na verdade, mais do que contar histórias que

já existiam, ele gostava de inventar e quanto mais

maluca fosse a história, melhor! Então, desde

pequena eu gostava de histórias porque era uma

brincadeira de nós dois, minha e do meu pai. A

minha mãe também adorava contar histórias e

gosta até hoje, ela ainda conta para as minhas fi-

lhas. Mas, eu comecei a ser contadora sem pensar.

Eu estudava numa escola de teatro e atravessando

a rua de onde eu estudava, tinha uma editora, eu

fui fazer um teste e passei.

A partir daí, comecei a contar histórias e não parei

mais. Um dia eu fui contar história na cidade da

minha mãe e a mãe da minha melhor amiga, que

era minha vizinha na época, me disse: “Kiara você

se lembra que aos 3 anos de idade eu perguntei o

que você queria ser quando crescesse e você disse:

Eu quero contar histórias para as pessoas?”

Eu fiquei surpresa, porque não lembrava que tinha

dito isso com essa idade.

Ela disse: “Quando eu vi seus vídeos, seus

livros, eu me emocionei porque aos 3 anos de

idade você já sabia o que queria ser”. Mas eu não

sabia que sabia, eu fui contando, contando,

contando e estou fazendo isso até hoje. E o meu

primeiro livro nasceu de uma noite que eu estava

conversando com a minha filha mais velha. No

meio da conversa, aconteceu uma situação que eu

não sabia o que dizer. Depois fiquei um tempão

com aquilo, sem saber o que dizer, até o

momento em que eu soube, aí eu escrevi o meu

primeiro livro, que é uma homenagem a ela. Mas,

eu acho que as histórias são como sementes que

a gente guarda por dentro sem perceber, até que

uma hora a gente vê que já estão ali prontas, aí a

gente escreve, depois tem que trabalhar o texto,

ver o que tem que melhorar, escrever de novo...

Mas, o coração da história, a pergunta que tem na

história, vai se formando dentro da gente aos

poucos e quando ela vem para o mundo, já está

um pouco pronta. Conforme a gente vai vivendo,

vai percebendo o que acontece, mas acho que em

nenhum momento eu parei e planejei que seria

contadora de histórias ou escritora. . Quando vi, já

estava fazendo.

Ela é contadora de histórias há 15 anos, como escritora, já publicou três livros e em sua cabeça criativa tem

muitas outras histórias que só estão esperando o seu momento para pular para dentro de novos livros.

Nesta entrevista, Kiara Terra nos conta sobre sua trajetória e seus futuros projetos.

Page 54: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Como nascem suas histórias?

K.T. As histórias nascem de perguntas difíceis,

perguntas sem respostas. Eu falo sem resposta não é

porque não tenha nenhuma resposta, mas porque

pode ter mais de uma... Porque pra mim pode ter

uma resposta, pra outra pessoa pode ter outra. Cada

pessoa vai ler de um jeito. Eu acho que as minhas

histórias nascem de perguntas que não consegui res-

ponder. A vida da gente é cheia de buracos, de faltas,

de saudades, de lacunas, de perguntas sem respos-

tas, e uma história é o que a gente faz com as faltas

que a gente tem na vida. Eu acho que uma história é

como se fosse uma renda, que é cheia de fios e de

espaços vazios, a gente pega os fiozinhos, pega a

palavra e tenta tecer algum sentido. A gente tenta

dar uma resposta, criar algum sentido, criar um lugar

no mundo para aquilo que a gente está vivendo,

aquilo que está difícil de alguma maneira.

Então, as minhas histórias nascem das perguntas,

das hipóteses, das possibilidades, das tentativas de

respostas, do desejo de quando eu encontro uma

pergunta sem resposta... Uma saudade, um amor

não correspondido, das perguntas: O que é ser

mãe? O que é cuidar do outro? O que é cuidar da

gente mesmo? O que é a beleza? O que é ser filha

de alguém? Como é que a gente se torna filha do

pai que a gente tem? A pergunta fica pulando em

mim e quando ela sai, pronto, virou uma história...

A história é uma tentativa de colocar as perguntas

no colo porque talvez, ela não seja respondida

nunca, mas pode ser dividida, compartilhada com

as pessoas. A verdade é que a história é um segre-

do que eu estou contando, toda história que eu

escrevo e que eu conto tem um segredo que é a

pergunta. Acho que ela nasce do desejo de dividir

este segredo com as pessoas.

Page 55: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Como é o processo para publicar um

livro?

K.T. O meu processo aconteceu de duas maneiras,

o primeiro livro, A menina dos pais crianças, eu

sentei e escrevi em uma noite, uma madrugada.

Essa e mais cinco histórias eu escrevi em três dias,

elas estavam prontas, querendo sair de qualquer

maneira. Depois disso, mandei para a editora, ela

leu, gostou e escolheu outra história que não era

A menina dos pais crianças, mas a que eu queria

publicar era esta. Então um dia encontrei a editora

numa reunião e falei que eu queria publicar

A menina dos pais crianças, e que eu ia reescrever e

melhorar. Eu reescrevi, entreguei pra ela, ela

gostou, mas ainda tive que melhorar algumas

coisas. O texto foi lido por várias pessoas, que

deram suas opiniões, depois mudei mais algumas

coisas até chegar ao texto que foi publicado.

Então, a editora escolheu o ilustrador e gostei de-

mais, achei que ele foi incrível.

O segundo livro, foi mais ou menos o mesmo

processo, a editora me chamou, pediu os textos

que eu tinha, eu mandei, ela leu, a gente mudou

algumas partes, ela escolheu o ilustrador, nós

conversamos, pude dar alguns palpites e

chegamos na ilustração. E o terceiro livro escrevi

muito rápido, mostrei pra editora, tive que

escrever de novo porque faltavam algumas partes,

e quando o texto estava pronto, a aprovação foi

muito rápida. A ilustração é de Ionit Zilberman,

uma grande amiga minha.

Outras vezes, é um projeto por encomenda, a

editora já sabe o que ela quer e me pede, por

exemplo, um livro para ensinar professores a

contar histórias, aí eu organizo o livro por

atividades obedecendo a um pedido da editora.

Então eu posso enviar um projeto meu ou atender

a um pedido da editora. Mas, demora, tem que

corrigir muitas vezes o texto, colocar nas

páginas... É um processo longo até o livro sair.

A.C. A escolha do ilustrador pode ser feita

pela editora ou por quem escreve o livro?

K.T. A ilustração é muito do livro. Num livro infan-

til a gente não vai lembrar do texto, mas vai lem-

brar da ilustração. A gente fecha o olho e logo

lembra da ilustração. É muito importante.

O ilustrador conta a história do jeito dele, dá a

leitura, a visão dele, a gente até dá palpite, mas é

o mundo dele transposto ali. Muitas vezes a

editora indica o ilustrador, como foi o caso do

ilustrador do livro A menina dos pais crianças. Ele

já é muito famoso, ilustrou vários livros, mas nós

nos conhecemos pessoalmente no dia do

lançamento. Ele me disse uma coisa muito bonita,

que aquele tinha sido um dos livros mais bonitos

que ele já tinha ilustrado. Falou que quando leu

os textos, lembrou dos pais dele também.

Eu fiquei muito honrada.

O segundo livro, O Tatu e a Girafa, também foi

uma escolha da editora. Mas, no caso do último

livro Hocus Pocus – Um pai de presente, ilustrado

pela Ionit, é diferente porque não é só uma histó-

ria minha que ela ilustra, é uma história dela que

eu escrevo e uma história minha que ela

ilustra, tudo ao mesmo tempo. Um pouco de mim

está na segunda parte da história e um pouco

dela está no começo. Esse livro é um livro de nós

duas, a gente está ombro a ombro. Não é um

livro de autor e ilustrador, é um livro onde a

ilustração e a palavra estão juntas mesmo. É um

encontro. A história é nossa, é essa sensação que

a gente tem desde o começo. Durante o processo

foi muito gostoso porque ela fazia os desenhos e

me mostrava, me mostrava também as fotos dela

quando era criança e eu me emocionava e

também mostrava as minhas fotos com o meu

pai. Ela me contou as histórias dos desenhos e eu

contava coisas da minha infância também.

Então a gente foi criando juntas.

Page 56: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. Nós sabemos que você tem duas filhas,

elas gostam de suas histórias?

K.T. Eu acho que elas gostam. Elas sabem das

histórias, sabem o que originou as histórias, no

que eu me inspirei, elas sabem que os livros

sempre tem alguma coisa a ver com elas, a gente

conversa elas participam de todo o processo de

criação de minhas histórias, são as primeiras para

quem eu conto. Acho que elas gostam.

A.C. Seus livros já foram publicados em outros

países?

K.T. Não, na verdade a minha carreira como

escritora é uma carreira recente. Faz pouco tempo

que eu comecei a publicar. Eu comecei a escrever

pra crianças em 2008, faz pouco tempo. Ainda não

tive tempo nem de escrever tudo o que eu tenho

pra escrever e pra mandar para as editoras daqui.

Eu acho que deve ser delicioso ter um livro em

outro idioma, mas eu ainda não tenho não.

A.C. Como é feita a escolha das histórias que você vai contar? K.T. Eu faço bastante lançamento de livros e nesse caso, eu recebo os livros e faço uma adap-tação. Já em outras vezes, eu conto histórias que eu escrevi e ainda numa terceira possibilidade, eu escolho as histórias que quero contar. Mas em todos os casos, eu tenho que encontrar onde eu estou dentro daquela história, onde ela me toca... Encontrar de alguma maneira o prazer para contar.

A.C. Você já pensou em escrever um livro especialmente para o público adolescente?

K.T. Olha, nunca pensei, na verdade, tem uma história que eu escrevi que eu acho que é uma história que seria lida por adolescentes... Mas, eu não gosto muito dessa divisão da história por faixa etária, eu sei que é uma coisa necessária, que o mercado precisa, mas eu acho que as histórias são para todas as pessoas, às vezes, uma história de criança toca muito a gente, às vezes uma de adolescente, de adulto, não toca tanto... Eu acho que uma boa história toca todo mundo.

A.C. Você ou alguém já pensou em transfor-mar seus livros em peças de teatro ou dese-nho de animado? K.T. Já. O me segundo livro O Tatu e a Girafa, tem um clip em animação, que é uma graça, muito bonitinho. E uma grande amiga minha, que é produtora de teatro, me pediu a permissão pra transformar a história A menina dos pais crianças em uma peça de teatro, logo mais vai acontecer isso.

A.C. Onde você costuma se apresentar co-

mo contadora de histórias?

K.T. Eu faço apresentações em lugares variados, ultimamente estou me apresentando na Livraria Cultura, Livraria da Vila, Livraria 97 e Livraria Casa do Livro, essa são as livrarias que eu tenho parceria. E há dois anos, faço pela Companhia das Letras um circuito de contação de histórias mensal, com aproximadamente 3 a 4 histórias por mês. Na maioria das vezes eu faço apresentações solo nas livrarias, mas em algumas vezes, faço em dupla com um músico improvisador chamado Marko Conca nas Livrarias Cultura dos shoppings Bourbon e Market Place aos domingos. Faço bastante trabalhos no Sesc também.

Page 57: Revista Abre-te Cérebro! #2

A.C. O que você gosta de ler?

K.T. Eu leio muita história de criança e tenho

três autores preferidos que escrevem para

crianças, sou fã apaixonada do Ricardo

Azevedo, da Eva Furnari e da Angela Lago, acho

o trabalho deles lindo. Tem outros autores mais

recentes que também gosto muito que é o

Lalau e Laurabeatriz, que fazem poemas para

crianças e Lollo e Blandina Franco, outra dupla.

De literatura adulta eu gosto de Manuel de

Barros porque eu me identifico, acho que é um

poeta que tem muito a ver com o trabalho que

eu faço, quando eu conto histórias, quando eu

escrevo. Sou também muito apaixonada por

Guimarães Rosa. Esses dois autores, eu leio e

fico sem palavras, eu sou capaz de ler e ficar um

mês pensando no que eu li porque as perguntas

que eles trazem são perguntas que batem

muito forte.

A.C. Você pretende lançar mais livros?

K.T. Eu tenho quatro, cinco projetos na gaveta, que

em janeiro do ano que vem eu vou começar a

colocar no mundo, mostrar pras editoras. São

projetos que nascem todos das histórias contadas.

Um projeto se chama Livro de choros, que é uma

coleção com 108 choros humanos, maneiras que o

ser humano chora. Tem outro livro de uma história

que eu escrevi chamada Dona Certeza, que eu já

conto há dois anos, tá prontinha, mas eu tenho que

sentar e escrever. E tem outro livro inspirado na

minha filha mais nova, que é a Tereza. Um dia eu

perguntei pra ela de onde a gente vinha e ela me

disse que eram os pássaros que traziam as pessoas.

Acho que a resposta foi inspirada na cegonha. Ela

me disse que quem a trouxe para o mundo foi um

pavão. Eu comecei a pensar nas pessoas sendo

trazidas pelos pássaros e, como nós somos

diferentes entre si, cada pessoa foi trazida por um

pássaro diferente. Tem gente que foi trazida por um

pardal, por um flamingo, por uma galinha d`angola,

por um urubu, por uma pomba, por uma ema, um

avestruz, um cisne. Cada pessoa foi trazida por um

pássaro porque é muita sobrecarga pra cegonha

trazer todo mundo, né gente? E as pessoas não são

diferentes? Então, dessa nossa conversa veio a ideia

de um livro. E tem algumas outras ideias que ainda

são sementes, mas estão esperando ficar prontas

pra nascer.

A.C. Que profissão você gostaria de ter se

não fosse escritora e contadora de histórias?

K.T. Ai... Acho que eu nem sei responder essa!

Eu tenho formação de atriz, gosto muito de

teatro e, de alguma maneira, a contação de

histórias é estar em cena com as pessoas, tem

muita ligação com o teatro, mas o teatro sem

interação, que é o teatro em que só o ator fala e

a plateia só escuta é o teatro que eu já

experimentei e não gostei. Eu gosto muito do

risco, da criança falar alguma coisa e eu ter que

responder na hora... Sabe a sensação de: Meu

Deus! E agora, o que eu faço? Eu gosto muito

disso. Mas, se eu não fosse contadora de história

e escritora, eu acho que eu seria palhaça.

A.C. Qual foi a apresentação mais diferente que você já fez? K.T. Eu tenho feito, às vezes, histórias em exposições de arte contemporânea. Neste caso eu olho a obra do artista e faço a mesma coisa que faço com as história, penso onde estão as perguntas sem respostas dentro daquela obra. Aí, eu escrevo uma narrativa que tem a ver com a obra do artista e faço a história junto com as pessoas, encontrando outras perguntas que as pessoas tem quando olham aquela obra de arte. Eu chamo essas histórias abertas de travessias narrativas. Acho que isso é o mais difícil que eu tenho feito, que é o mais desafiador, é o que eu tenho menos pronto... Eu tenho que chegar e ver como é que aquela obra toca as pessoas e como é que a gente faz disso

Kiara Terra com sua filha

Tereza em entrevista com a

turma do Ateliê Matéria

Prima no Ar

Page 58: Revista Abre-te Cérebro! #2

Tudo começou porque numa noite,

eu estava com a minha filha mais

velha fazendo ela dormir e ela me

falou que estava triste porque

tinha feito uma medição na escola

e descobriu que era a menor e a

mais leve da turma. Então eu

disse: “Filha, você é a menor e a

mais leve porque é a mais nova,

você faz aniversário por último”.

Ela disse: “Eu sei mãe, mas eu não

queria ser pequena... Eu falei:

“Filha você é linda, todo mundo

te ama, você tem muitos amigos,

você é muito querida”. Ela falou:

“Eu não tô falando disso, é que

eu não queria ser a mais leve e a

menor da turma”. Então, eu lembrei de todas as vezes em que eu me senti

menos... Porque crescer não é uma tarefa muito fácil, em vários momentos da

vida, a gente se sente terrível.

Eu não sabia o que dizer na hora e o que eu disse foi: “Olha minha filha, você

pode ser qualquer coisa, de qualquer tamanho, pode ser grande, pequena,

alta, baixa, eu amo você de qualquer jeito... Eu queria que você soubesse”.

Eu não sabia mais o que dizer pra ela, mas aquilo ficou dentro de mim

remoendo e eu lembrei dos pais que eu tive, que foram pais que eram muito

crianças. O lado bonito disso é que tinha muita imaginação, contavam histórias,

brincavam comigo, mas o lado difícil era que no mundo de gente grande das

responsabilidades, das coisas que os pais tem que fazer, eles eram muito

atrapalhados. Aí eu pensei neles, nesse lugar de ser filha de pais crianças, o

meu lugar de ser mãe, pensei em quando nasceu a minha primeira filha e pensei

naquele momento que eu estava ali com ela quando ela me conta que não se

sentia do tamanho certo, pensei na frase que eu disse “você pode ser de

qualquer tamanho que eu amo você”... Pensei em tudo isso, então escrevi o

livro. Essa sensação de que quando a gente olha uma pessoa e fala: eu amo

você e não tem nenhuma condição pra esse amor, foi uma constatação que eu

aprendi com ela e com os meus pais. A história se mistura, é a família de onde

eu vim com a família que eu criei depois... É a minha história.

Kiara também nos contou a história do nascimento

de seus três livros...

Este é um livro muito

engraçado que fala

também da minha

família. É uma história

de amor entre um tatu

bola de jardim e uma

girafa. A girafa era

muito alta, então ela via

o mundo lá longe, todos

os bichos eram

pequenos, a vida pra ela

era, sempre distante e o

tatu bola, como vivia no

chão, tudo era urgente,

tudo era amedrontador,

todos os bichos eram maiores que ele, era tudo um sufoco. Um dia ele sobe

numa ladeira e quando ele olha pra frente, vê os olhos mais lindos do mundo.

É a girafa, mas ele nem sabe que ela é uma girafa, ele só sabe que é uma

subida com olhos lindos em cima. Eles se apaixonam e tem uma filha

chamada Tatufa, é uma mistura de tatu bola de jardim com girafa. A Tatufa

tem o poder de saltar e um dia ela cai nas asas de um pássaro azul, se apaixo-

na por ele, vai embora e tem um filho, que nasce num ovo amarelo que pare-

ce um melão. Ele é um pássaro azul voador que ensina o avô a voar. Aí, a ár-

vore genealógica desse filho, que é uma avó girafa, um avô tatu de jardim, um

pai pássaro, uma mãe Tatufa... Imagina? Não vou contar o resto pra não

estragar a surpresa. Mas, a ideia é falar que numa família as pessoas podem

ser bem diferentes uma das outras, a gente não precisa ser igual para se

amar. Essa história nasceu numa conversa com a minha primeira filha, que foi

fazer a árvore genealógica na escola, e ela falava assim: “Mãe quem e o seu

Pai?” Eu respondi: “Eu tenho dois pais, um pai biológico e o meu pai que me

criou que é o padrasto. Bota aí outro quadrado, porque eu tenho dois pais”.

Ela disse: “Não mamãe, só tem um quadrado pro pai, qual é o seu pai? Aí eu

disse: “Pode botar dois”. Ela: “Não mamãe, você não está entendendo só

tem um quadrado na árvore, qual é o nome dele”? Ai, eu falei: bota barra e

outro nome”. Ela: “Não, eu quero um só!”... Bom, eu fiquei pensando que

essa coisa da árvore genealógica arrumadinha, pouca gente tem, a maioria

das pessoas tem uma família que parece uma floresta, uma árvore que

enganchou na outra, uma planta que cresceu por cima... A nossa vida não é

organizadinha como uma árvore japonesa, que é aquela árvore que foi

cortada com tesoura, às vezes a vida é uma mata atlântica... Foi um pouco o

desejo de dizer: Tudo bem gente, a mãe é uma girafa, o pai é um tatu bola...

Está tudo bem, a gente dá um jeito.

Page 59: Revista Abre-te Cérebro! #2

Este é o terceiro livro que eu

acabei de lançar. Ele conta a

história de uma ilustradora de

livros infantis, que é muito

amiga minha e também conta

um pouco da minha história

com o meu pai.

Nós duas tivemos histórias

muito parecidas com os nossos

pais/padrastos. E a história

conta que quando ela tinha uns

7 ou 8 anos, o padrasto dela,

que na verdade foi quem a

criou, tinha uma máquina

Polaróide, aquela máquina

antiga que tem que esperar

alguns segundos para a foto

aparecer num papel branco...

Ele falava que a máquina era

mágica e ela não acreditava. Ele falou: “Escolhe uma coisa pra você

fotografar”. Então, ela tirou uma foto dele e ele disse que, para a foto

aparecer, ela tinha que falar as palavra mágicas: Hocus Pocus. E ela falava:

“hocus pocus, hocus pocus, hocus pocus”... Quando a imagem foi

aparecendo, ela achou que era por causa das palavras que ela estava

falando... E repetiu várias vezes.

Então, eu escrevi a história de um pai e uma filha. Eu falo no livro: “nem toda

criança nasce e o pai esta lá para tirar fotos de como elas são bonitas e

gordinha ao nascer, algumas meninas ganham seus pais como um presente

bem embrulhados que a gente só ganha na hora certa. Comigo foi assim e eu

vou contar... Aí conta de como chegou o pai que casou com a mãe, conta

que ele nunca tinha tido filha, que começou ser pai e filha naquela hora e fala

uma coisa muito bonita no livro que é o seguinte: o começo é onde a gente

está quando encontra uma coisa importante, o começo é naquele instante,

nada mais importa, se for importante aquele encontro, ali está o começo.

Um dia a máquina quebra e ele vem com um pacote. Ela pergunta: “É outra

máquina pai? E quando ela abre, são papeis e lápis. Então ele fala: Vou te

contar um segredo, o que fazia a máquina ser mágica era a sua capacidade de

olhar as coisas até que elas ficassem bonitas, até que viesse a beleza.

Eu tenho uma sensação muito curiosa, ela aprendeu com o pai dela a olhar as

imagens até que a beleza viesse, assim como eu aprendi com meu pai a olhar

as histórias e as palavras até que a beleza viesse. Então esse livro é um livro

na nossa condição de filha, são duas filhas com saudades de seus pais, e duas

filhas que viraram filha na marra, viraram filhas com o tempo, viraram filhas

do exercício de conviver com a pessoa. A gente se tornou filhas desses pais

com o tempo.

Para saber mais sobre Kiara , entre no blog:

http://kiaraterra.blogspot.com.br/

Este é um livro muito

engraçado que fala

também da minha

família. É uma história

de amor entre um tatu

bola de jardim e uma

girafa. A girafa era

muito alta, então ela via

o mundo lá longe, todos

os bichos eram

pequenos, a vida pra ela

era, sempre distante e o

tatu bola, como vivia no

chão, tudo era urgente,

tudo era amedrontador,

todos os bichos eram maiores que ele, era tudo um sufoco. Um dia ele sobe

numa ladeira e quando ele olha pra frente, vê os olhos mais lindos do mundo.

É a girafa, mas ele nem sabe que ela é uma girafa, ele só sabe que é uma

subida com olhos lindos em cima. Eles se apaixonam e tem uma filha

chamada Tatufa, é uma mistura de tatu bola de jardim com girafa. A Tatufa

tem o poder de saltar e um dia ela cai nas asas de um pássaro azul, se apaixo-

na por ele, vai embora e tem um filho, que nasce num ovo amarelo que pare-

ce um melão. Ele é um pássaro azul voador que ensina o avô a voar. Aí, a ár-

vore genealógica desse filho, que é uma avó girafa, um avô tatu de jardim, um

pai pássaro, uma mãe Tatufa... Imagina? Não vou contar o resto pra não

estragar a surpresa. Mas, a ideia é falar que numa família as pessoas podem

ser bem diferentes uma das outras, a gente não precisa ser igual para se

amar. Essa história nasceu numa conversa com a minha primeira filha, que foi

fazer a árvore genealógica na escola, e ela falava assim: “Mãe quem e o seu

Pai?” Eu respondi: “Eu tenho dois pais, um pai biológico e o meu pai que me

criou que é o padrasto. Bota aí outro quadrado, porque eu tenho dois pais”.

Ela disse: “Não mamãe, só tem um quadrado pro pai, qual é o seu pai? Aí eu

disse: “Pode botar dois”. Ela: “Não mamãe, você não está entendendo só

tem um quadrado na árvore, qual é o nome dele”? Ai, eu falei: bota barra e

outro nome”. Ela: “Não, eu quero um só!”... Bom, eu fiquei pensando que

essa coisa da árvore genealógica arrumadinha, pouca gente tem, a maioria

das pessoas tem uma família que parece uma floresta, uma árvore que

enganchou na outra, uma planta que cresceu por cima... A nossa vida não é

organizadinha como uma árvore japonesa, que é aquela árvore que foi

cortada com tesoura, às vezes a vida é uma mata atlântica... Foi um pouco o

desejo de dizer: Tudo bem gente, a mãe é uma girafa, o pai é um tatu bola...

Está tudo bem, a gente dá um jeito.

Veja o trailer do livro O Tatu Bola e a Girafa:

http://www.youtube.com/watch?v=yrso_HFH5HY

Page 60: Revista Abre-te Cérebro! #2

A origem

Ele se originou de um ritmo africano chamado Lundu, uma dança de roda de Angola. Nesta dança, também conhecida por umbigada ou batuque, uma pessoa ficava no centro de uma roda, dançando no ritmo de palmas, canto e instrumentos de percussão. Quando queria convidar alguém para entrar na roda, dava uma ''umbigada'' e, assim, o convidado entrava no meio do círculo para dançar.

Negro Fandango - Obra de Augustus Earle, 1822 Chegou no Brasil através dos negros escravos que foram levados para a Bahia. Depois, na metade do século XIX, esses escravos partiram para o Rio de Janeiro porque lá era a capital do Império e precisava de mão de obra para trabalhar. Eles foram para os bairros da Gamboa e Saúde onde tinha a maior concentração de empregos.

A chegada

Conheça alguns fatos

históricos deste gênero

musical que com muita

criatividade tornou-se

uma das principais

manifestações populares

brasileiras.

Por

Beatriz Mariane Santana

Evelyn Vitória Freitas Silva

Larissa Rocha

Layanne Araújo

Lyncon Gabriel

Maria Eduarda

Page 61: Revista Abre-te Cérebro! #2

Tia Ciata - foi muito importante

para a história do samba

Festas Muitos escravos se casaram na Bahia e quando foram morar no Rio de Janeiro, levaram suas esposas que na maioria eram baianas. Para ajudar no orçamento da casa, elas vendiam quitutes na Praça Onze, próxima aos bairros da Gamboa e da Saude. Apesar de tanta pobreza e do cansaço do trabalho, as famílias adoravam fazer festas e sempre se reuniam para se divertir ao som de batuques e danças formando animadas rodas de samba. As mulheres eram as grandes organizadoras da festança que corriam por toda a madrugada.

Encontro de músicos na casa da Tia Ciata Uma das principais casas onde aconteciam as rodas de samba era a casa da dona Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata. As festas na casa desta baiana eram tão animadas e o ritmo tão cativante que começou a atrair músicos como Donga, Sinhô, João Baiana e Pixinguinha, grandes músicos da época. Era tudo muito bem organizado e em cada cômodo era tocado um ritmo diferente: na sala músicos com cavaquinhos, violões e instrumentos de sopro; nos quartos e na sala de jantar era tocado o samba corrido com palmas, marcando o ritmo e no quintal aconteciam batucadas com capoeira e trabalhos de candomblé, uma prática religiosa muito comum entre as famílias baianas e descendentes de escravos.

Donga, Pixinguinha e João Baiana - músicos que

frequentavam as festas da casa da Tia Ciata

Discriminado por alguns Apesar de ser um ritmo muito alegre, as pessoas mais ricas da época, não gostavam desse tipo de música e até falavam mal, muitas vezes, discriminando, com preconceito, dizendo que era música de “desocupados”.

Page 62: Revista Abre-te Cérebro! #2

A chegada do rádio

e a difusão do ritmo

Com a chegada do rádio, em 1922, o samba

passou a ser divulgado com mais facilidade,

então conquistou muita gente, até pessoas

de classe média do Rio de Janeiro, como o

ex-estudante de medicina Noel Rosa e o

ex-estudante de direito Ary Barroso.

O rádio também contribuiu para que

muitas pessoas ficassem famosas

cantando samba, como por exemplo,

Francisco Alves, Orlando Silva e

Carmen Miranda. Eles foram grandes

ídolos do samba.

Ary Barroso

Noel Rosa

Orlando Silva Francisco Alves Carmen Miranda

Primeiro samba gravado Em 1917, foi gravado em disco o primeiro samba chamado ''Pelo Telefone'' pelo sambista Donga, apelido de Ernesto Santos. Mas, essa gravação trouxe muita polêmica, pois algumas pessoas diziam que além de Donga, outros compositores tinham participado da criação, já que naquele tempo, as composições eram feitas em conjunto. Diziam que esta em especial, tinha sido composta numa das festas da

casa de Tia Ciata. Mas, de qualquer maneira, Donga e Mauro Almeida foram os compositores que registraram este samba na Biblioteca Nacional. Este samba fez um grande sucesso e a partir de sua popularização, o samba começa a se fixar como gênero musical.

Clique no link e veja uma gravação de 1966, com interpretação de Hebe Camargo, Pixinguinha, Chico Buarque, Donga e Mauro Almeida. http://www.youtube.com/watch?v=GS-rCr-ZoZI

Page 63: Revista Abre-te Cérebro! #2

Variações do ritmo

Depois do surgimento do rádio, o samba começou a se popularizar e com isso,

surgiram variações do ritmo, como o samba-enredo, o samba-choro, o samba

de partido alto, o samba-canção, o samba-exaltação, entre outros.

Samba e carnaval

Com a popularização do gênero, grandes blocos

de carnaval foram criados. E em 1929, surgiu a

primeira escola de samba que se chamava

“Deixa Falar”. Ela se apresentou na Praça Onze

e as pessoas adoraram a batida, tão forte que

contagiava a todos. O samba-enredo fez tanto

sucesso que no ano seguinte, mais cinco escolas

surgiram para participar do desfile na Praça Onze:

a ''Cada Ano Sai Melhor'', a ''Estação Primeira de

Mangueira'', a ''Vai como Pode'' (atual Portela), a

''Para o Ano Sai Melhor'' e a ''Vizinha Faladeira''. “Deixa Falar” - 1ª Escola de Samba do Brasil

O samba melódico

Entre os anos 1930 e 1940, importantes compositores como Noel Rosa, Ary Barroso,

Lamartine Babo, Braguinha (João de Barro) e Ataulfo Alves se destacaram com o samba-canção,

um samba mais lento, melódico e romântico, acompanhado por violão e bem menos batucado.

Noel Rosa: Com que roupa?

http://www.youtube.com/watch?v=rETSGoLBjjk

Lamartine Babo: A.E.I.O.U.

http://www.youtube.com/watch?v=1xsmrGKtY1M

Braguinha: Linda loirinha

http://www.youtube.com/watch?v=S5jk0fG3vfE

Ataulfo Alves: Laranja madura

http://www.youtube.com/watch?v=C9tG10EHf-4&feature=related

Ary Barroso: Camisa amarela

http://www.youtube.com/watch?v=pqUF4dXOPcY&feature=related

Page 64: Revista Abre-te Cérebro! #2

Grandes compositores

Houve uma época, por volta da década de 50 e 60, que o samba tocava com menos frequência nas rádios porque outros ritmos estavam fazendo mais sucesso, como por exemplo, a bossa-nova. Mas, no final da década de 60 voltou com força total e a batida tradicional do samba foi relembrada por grandes compositores como: Car-tola, Nelson Cavaquinho Candeia, Chico Buarque de Holanda, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Zé Kéti, Martinho da Vila, entre outros. Clique no link para ouvir: Candeia - Testamento do Partideiro http://www.youtube.com/watch?v=Uax_rK7zC3M Nelson Cavaquinho – Juízo Final http://www.youtube.com/watch?v=rgcTGJQNNe8&feature=related Reportagem de 1979 - Programa Fantástico sobre o Clube do Samba http://www.youtube.com/watch?v=uRF-5npsqTo&feature=related

Nelson Cavaquinho e Cartola - Dois grandes

compositores do samba

Capa do 1º disco de Zeca Pagodinho - 1986

Surge o movimento do pagode

Na década de 80, surge o pagode, ritmo que se originou do samba, com uma linguagem mais popular. Este novo ritmo estourou no mercado fonográfico. Alguns artistas que se destacaram nessa época foram Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra, Grupo Fundo de Quintal e Jorge Aragão.

Page 65: Revista Abre-te Cérebro! #2

Clique no link e saiba mais sobre alguns dos sambistas de todos os tempos: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT865240-1655-3,00.html

Clique no link e ouça a música:

http://www.youtube.com/watch?v=l3YDy4bhoyU

A batucada dos nossos tantãs Samba, a gente não perde o prazer de cantar E fazem de tudo pra silenciar A batucada dos nossos tantãs No seu ecoar, o samba se refez Seu canto se faz reluzir Podemos sorrir outra vez Samba, eterno delírio do compositor Que nasce da alma, sem pele, sem cor Com simplicidade, não sendo vulgar Fazendo da nossa alegria, seu habitat natural O samba floresce do fundo do nosso quintal Este samba é pra você Que vive a falar, a criticar Querendo esnobar, querendo acabar Com a nossa cultura popular É bonito de se ver O samba correr, pro lado de lá Fronteira não há, pra nos impedir Você não samba mas tem que aplaudir

Ilustração: Kleber Sales

A letra “A batucada dos nossos tantãs”, do grupo Fundo de Quintal, nos mostra um pouco dessa história de resistência do samba.

Samba-Patrimônio Imaterial O samba é uma das principais manifestações culturais do nosso país. Em 2005, o samba-de-roda da Bahia foi declarado pela Unesco como Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. E em 2007, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou oficialmente, no Livro de Registro das Formas de Expressão, do Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro, as matrizes do Samba do Rio de Janeiro - samba de terreiro, partido-alto e samba-enredo. Clique no link e assista ao programa que fala sobre o samba carioca, que se tornou Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 2007: http://www.youtube.com/watch?v=6TR2WnlKeJ0

Page 66: Revista Abre-te Cérebro! #2
Page 67: Revista Abre-te Cérebro! #2

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Por

Alessandro Alves Quatrini

Amanda Silva

Emanoel Oliveira

Ester de Araújo Souza

Maiara Mendes

Page 68: Revista Abre-te Cérebro! #2

Na prática...

Podemos começar cuidando das pessoas,

plantando uma pequena horta, fazendo um

jardim, não desperdiçando alimentos, água

e não poluindo ou consumindo em excesso.

Você já pensou em viver em um lugar onde tudo funciona em harmonia, plantas, pessoas, animais?

Isso é muito possível com a permacultura, mas você sabe o que isso significa?

Permacultura é cultura permanente, ou seja, uma coisa que permanece, fica, não desaparece ou se

esquece. Para melhorar o nosso bem estar e as coisas à nossa volta é necessário estarmos em harmonia

com a natureza, cuidarmos dela e principalmente educar as crianças para que elas possam continuar

educando outras pessoas futuramente.

Para que tudo esteja em harmonia é necessário que haja uma mudança de atitude em pequenas coisas

do nosso dia-a-dia.

De onde vem o termo Permacultura?

Bill Mollison e David Holmgren

criaram este termo a partir dos estudos

de como sociedades indígenas agiam

com a natureza. Eles observaram que

essas tradições eram muito espirituais e

respeitosas com a terra e trabalhavam

sempre em conjunto ou seja, através da

cooperação de todos, assim, o benefício

também era coletivo.

Turma do Ateliê Itapevi + Verde preparando estruturas com bambu

Page 69: Revista Abre-te Cérebro! #2

Possibilidades criativas

Hoje em dia não precisa ter um grande espaço para plantar, você pode fazer sua própria

horta ou jardim em pequenos espaços, como por exemplo, apartamentos. Muitas pessoas

estão pendurando suas plantinhas em paredes: os famosos jardins verticais. Diversos

objetos podem ser usados para a criação deste tipo de jardim, como por exemplo, botas,

xícaras, latas, caixotes, garrafas pet, taças e até copos.

Veja essas imagens e se inspire para plantar e, quem sabe, até colher, crie seu próprio

jardim e seja mais feliz!

Clique no link abaixo e conheça algumas ideias criativas e simples:

http://jeitinhopradecorar.blogspot.com.br/2012/10/hortas-e-jardins-verticais.html

Page 70: Revista Abre-te Cérebro! #2

Como plantar

Para uma horta será necessário

um local que tenha luminosida-

de e que seja próximo a um pon-

to de água (torneira), porque a

maioria das hortaliças precisam

de locais com essa característica.

Um jardim também requer

cuidado quase que diário, mas

podemos construir em locais

sombreados compondo com

plantas ornamentais.

Materiais para a formação do jardim

* Pedras ou outro material que ajuda na drenagem da água;

* Terra;

* Adubo orgânico;

* Palha e/ou folhas secas;

* Mudas e/ou sementes;

* Recipiente para plantar como vasos, caixotes, garrafas, pneus, chapeiras, botas ou outros

que possam ser úteis e que combine com o desenho do seu jardim.

Turma do Ateliê Itapevi + Verde preparando canteiros e regando as hortaliças

Ferramentas

* colheres;

* ancinho;

*tesouras de poda pequena e grande;

* regadores ou mangueira.

Outros acessórios

* luvas para jardinagem;

* chapéu.

Page 71: Revista Abre-te Cérebro! #2

Passo a passo para plantar

Para fazer uma horta de temperos ou um jardim em pequenos espaços você vai precisar de:

* Um vaso ou recipiente que possa servir de vaso como caixote, pneu, garrafas, latas, botas e

outros. Se preferir um recipiente que não seja vaso, certifique-se que ele esteja adequado para

a drenagem da água (furos embaixo do recipiente);

* Coloque pedras ou areia no fundo do vaso ou recipiente. Caso não tenha, utilize qualquer ma-

terial drenante (entulho, telhas, etc);

* Em seguida, coloque terra, matéria orgânica em decomposição (folhas, gravetos) e adubo or-

gânico. Pode ser qualquer terra;

Obs: Os adubos orgânicos que podemos encontrar em floricultura são: Bokashi, esterco de va-

ca, esterco de galinha, farinha de osso, calcário, torta de mamona e húmus de minhoca. O

Bokashi é o mais completo, mas o húmus de minhoca é considerado um dos melhores e pode

ser produzido em casa com a compostagem de alimentos não cozidos como cascas de frutas e

sobras de verduras.

* Misture bem esses elementos;

* Faça uma cobertura utilizando palhas ou folhas secas picadas. Uma camada de aproximada-

mente 5 cm;

* Em seguida abra um buraco e coloque a muda ou semente proporcional ao tamanho do que

você está plantando;

* Feche o buraco. Se for semente não aperte, mas se for muda aperte a terra próximo ao caule

da planta;

* Regue sempre que a terra estiver seca. De preferência com um regador ou algum sistema por

gotejamento;

* Se for vaso, coloque-o em um local que a planta goste (sol ou sombra). Caso esteja plantando

em algum recipiente fixo como pneus ou pequenos canteiros, dê preferencia para plantas que

goste daquele ambiente;

* Cuide para que ele possa crescer bem.

Essas dicas de como plantar foram dadas por Bruno Helvécio,

educador responsável pelo Ateliê Itapevi + Verde.

Para consultorias em implantação de horta em escolas e

residências, entre em contato com ele no

[email protected]

ou ligue para (11) 4702-2350 ou (11) 99681-8249.

E para saber mais sobre compostagem doméstica clique no link:

http://www.moradadafloresta.org.br

Integrantes do Ateliê Matéria Prima no Ar em

entrevista com o educador Bruno Helvécio

Page 72: Revista Abre-te Cérebro! #2

Revista Eletrônica