Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em...

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CORREIOS Impresso Especial 9912273897 - DR/SPM Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT SUPLEMENTO - VOLUME 23 – N O 5 – SETEMBRO/OUTUBRO DE 2017 Brazilian Journal of Sports Medicine ISSN 1517-8692 Revista Brasileira de Medicina do Esporte ANAIS DO 29º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE 14 A 16 DE SETEMBRO DE 2017

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CORREIOS

Impresso Especial

9912273897 - DR/SPM

Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte

FECHAMENTOAUTORIZADO

PODE SER ABERTOPELA ECT

Suplemento - Volume 23 – no 5 – Setembro/outubro de 2017

Brazilian Journal of Sports Medicine

ISSN 1517-8692

Revista Brasileira de Medicina do Esporte

AnAis do 29º Congresso BrAsileiro de MediCinA do exerCíCio e do esporte

14 A 16 de seteMBro de 2017

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Editor CientíficoMedicina do Esporte aplicada na Traumato-OrtopediaArnaldo José HernandezDepartamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

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Medicina do Esporte aplicada na Reabilitação CardíacaMarco Aurelio Moraes de Souza Gomes Hospital Procardíaco, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Título: Análise do índice de remodelamento cardíaco pela ressonância nuclear magnética no diagnóstico diferencial de coração de atleta e cardiomiopatia hipertrófica

Autores: FABRICIO BRAGA DA SILVA, Michele Heringer, Bernardo Cunha, Matheus Gasparine, Bruno Hellmuth, Ilan Gotlieb

Instituições: Casa de Saúde São José - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil, IECAC - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil, Laboratório de Performance Humana - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Fundamentos: O remodelamento cardíaco gerado pelo treinamento aeróbico, conhecido como Coração de Atleta (CA), é, muitas vezes, semelhante ao encontrado em cardiomiopatias como a Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH). Tal semelhança frequentemente torna o diagnóstico diferencial (DD) entre essas condições desafiador e dispendioso. Objetivos: Avaliar a performance diagnóstica (PD) do índice de remodelamento (IR) no DD entre CA e CMH.

Casuística e Método: Materiais e métodos: Coorte de pacientes submetidos a ressonância magnética cardíaca (RMC) de 1,5 tesla, separados em quatro grupos: G1 (n=17) pacientes com diagnóstico definido de CMH; G2 (n=21) atletas amadores; G3 (n=28) atletas profissionais; G4 (n=17) indivíduos sedentários sem comorbidades. Os parâmetros de função e geometria ventricular direita e esquerda foram analisados segundo diretrizes. O IR foi calculado através da razão entre a maior espessura parietal e o volume diastólico final indexado pela superfície corporal. A PD do IR foi calculada pela análise da curva ROC, assim como o seu melhor ponto de corte (MPC). Curvas ROC também foram calculadas para fração de ejeção do ventrículo esquerdo e direito, volumes indexados diastólico e sistólico final do ventrículo esquerdo (VE), volume indexado ejetivo do VE, volume indexado do átrio esquerdo, volume indexado diastólico final do ventrículo direito, massa indexada do VE, espessura do septo interventricular e da parede lateral do VE.

Resultados: Resultados: Foram analisados 83 pacientes (idade média 34,6±12,5; 77,1% homens). As medianas de IR foram0,29; 0,09; 0,09 e 0,1 (p<0,001) para os grupos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. A área sobre a curva ROC foi 1,00 (p<0,0001) para o diagnóstico de CMH. O MPC foi ≥0,18 com sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo de 100%. Nenhuma medida de função ou geometria ventricular obteve tal performance.

Discussão: Confirmada essa performance em estudos posteriores, o IR através da RNM parece ser o caminho mais curto para o diagnóstico diferencial de CMH e coração de atleta

Conclusão: Conclusões: Nesta coorte, o IR obteve uma performe diagnóstica perfeita, devendo ser o parâmetro de escolha no diagnóstico diferencial entre coração de atleta e cardiomiopatia hipertrófica.

Título: Efeitos agudos do treinamento aeróbio na enzima dipeptidil peptidase-4 em diabéticos do tipo 2

Autores: LUIZ RICARDO RODRIGUES SILVA, Valerio Garrone Barauna, Monica Zanirate Fraga, Bruna Coelho, Diogo Rodrigues Santos, Nuno Manuel Frade Sousa

Instituições: FESV - Cariacica - Espirito Santo - Brasil

Introdução e Objetivo: A enzima dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) é encontrada no plasma e pode estar alterada em doenças inflamatórias, contudo, existe uma falta de evidencias quanto aos efeitos da alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de uma única sessão de exercício aeróbio sobre a atividade da DPP-4.

Casuística e Método: Seis voluntários com DM2, quatro mulheres e dois homens (57,5 ± 9,5 anos; 69,1 ± 15,8 Kg) realizaram 40 minutos de exercício em esteira (5/6 km/h; DM2-EXE) ou sessão controle (DM2-CON), de forma randomizada. Foi servido um café da manhã as 08:15, um lanche 45 minutos após o exercício e almoço as 11:50 com controle das calorias ingeridas. A atividade da DPP-4 foi avaliada no plasma, antes do café da manhã, 15 minutos após o exercício ou sessão controle e 60 minutos após o almoço.

Resultados: Não foi observada diferença (p>0.05) na atividade da DPP-4 em jejum entre o grupo DM2-EXE (0.031 +- 0.004 FU/min) e DM2-CON (0.033 +- 0.006 FU/min). O exercício aeróbio não provocou alterações na atividade da DPP-4 imediatamente após o exercício (DM2-EXE, +0.1 +- 13.9% e DM2-COM, -8.2 +- 15.4%). Contudo, 1h após o almoço, foi observada uma redução da atividade da DPP-4 (p<0.05) apenas para o grupo DM2-CON (DM2-CON, -9.6 +- 8.7%; DM2-EXE -1.2 +- 10.5%). Conclusão: A redução da atividade da DPP-4 pós-prandial observada no grupo DM2-CON é ausente para o grupo que realizou exercício aeróbio. Isso pode ser um indicador indireto de falha na resposta intestinal da incretina, que foi atenuada através do exercício aeróbio.

Discussão: Visto que o grupo DM2-EXE apresentou um perfil mais próximo do esperado de acordo com a hipótese inicial levantada (o que seria esperado em indivíduos não-diabéticos) e também semelhante ao encontrado no grupo de não diabéticos do estudo de Venkatesham Allenki et al [13] é possível que a via da incretina em indivíduos diabéticos esteja suprimida e que o exercício pode ser capaz de estimular a produção de GLP-1. As incretinas são substâncias produzidas pelo pâncreas e intestinos tendo o papel de regular o metabolismo da glicose. Fazem parte do grupo das incretinas à insulina, glucagon, amilina, GLP1 e GIP (glicose- Polipéptidio insulinotrópico dependente). Dentre as incretinas, o GLP-1 tem funções importantes na redução da glicemia como o aumento da captação e o armazenamento de glicose através do aumento da expressão de transportadores de glicose e Diminuição da produção de glicose hepática.

Conclusão: A redução da atividade da DPP-4 observada no grupo DM2-CON do pré para o pós-prandial é ausente para o grupo que realizou uma sessão de exercício aeróbio. Isso pode ser um indicador indireto de falha na resposta intestinal da incretina, que foi atenuada através do exercício aeróbio. Porém mais estudos devem ser realizados com analises adicionais de glicemia e GLP-1 na tentativa de sustentar essa hipótese.

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Título: Flexibilidade, volume de alongamentos e resposta autonômica

Autores: ERCOLE DA CRUZ RUBINI, Camila Carneiro Diano, Matheus José Passos Bento Vianna de Oliveira, Victor Liberato Cezar, Elirez Bezerra da Silva

Instituições: Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O comportamento da frequência cardíaca tem sido, cada vez mais, utilizado como parâmetro para investigar a função autonômica. O exercício físico influencia diretamente o sistema nervoso autônomo. No entanto, ainda não se sabe exatamente como o alongamento estático pode influenciar essas importantes alterações autonômicas. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito do nível de flexibilidade e do volume de exercícios de alongamento sobre a VFC.

Casuística e Método: A amostra teve 50 participantes do sexo masculino com idade entre 18 e 30 anos. Utilizou-se o Flexiteste para caracterizar os participantes em relação ao nível de flexibilidade. Após serem classificados como pouco ou muito flexíveis, os participantes foram alocados aleatoriamente para dois grupos: baixo e alto volume de alongamentos e tiveram a VFC mensuradas em cinco etapas: a) 15 minutos de repouso em decúbito dorsal, b) um ou seis exercícios de alongamento estático passivo, c) 30 min após os exercícios de alongamento na mesma posição de antes dos exercícios de alongamento. Estes 30 min foram divididos em três períodos de 10 min para análise. A medida de VFC foi realizada de forma continua durante as cinco etapas com a utilização de um frequencímetro V800 da Polar®. Antes do período de repouso os participantes permaneceram em decúbito dorsal para se adaptar à posição durante pelo menos três min. Foi verificado no domínio da frequência, os índices LF e HF, que caracterizam a predominância simpática e parassimpática, respectivamente.

Resultados: Os resultados da ANOVA 2 x 2 x 5, sendo o primeiro fator o nível de flexibilidade, o segundo fator o volume dos exercícios de alongamento e o terceiro fator as medidas pré, durante e 10, 20, 30 min pós de VFC revelaram que houve diferença estatística significativa entre os escores de LF e HF. Após a realização do teste post hoc de Tukey, verificou-se que o nível de flexibilidade não interferiu na atividade simpática (P = 0,75) e nem na parassimpática (P = 0,64). LF alterou significativamente somente com o volume de alongamentos (P = 0,03). O grupo que fez seis exercícios de alongamentos aumentou LF de 53,3 ± 12,1 para 66,8 ± 7,8 (P = 0,000013) durante os exercícios, diminuindo significativamente de 66,8 ± 7,8 para 50,1 ± 13,7 (P = 0,00001) 10 minutos após, de 66,8 ± 7,8 para 49,6 ± 15,7 (P = 0,00001) 20 minutos após e de 66,8 ± 7,8 para 51,1 ± 12,6 (0,00001) 30 minutos após. O grupo que fez um exercício de alongamento aumentou significativamente a LF de 50,0 ± 11,5 para 58,4 ± 11,6 (P = 0,01) durante os exercícios, diminuindo significativamente de 58,4 ± 11,6 para 47,9 ± 13,6 (P = 0,0004) 10 minutos após, de 58,4 ± 11,6 para 49,0 ± 13,8 (P = 0,002) 20 minutos após. HF aumentou significativamente somente com o volume de alongamentos (P = 0,02). O grupo que fez seis exercícios de alongamentos diminuiu significativamente HF de 41,3 ± 13,2 para 20,5 ± 9,9 (P = 0,00001) durante os alongamentos e aumentou significativamente de 20,5 ± 9,9 para 44,7 ± 14,6 (P = 0,00001) após 10 min, de 20,5 ± 9,9 para 45,4 ± 17,2 (P = 0,00001) após 20 min e de 20,5 ± 9,9 para 41,0 ± 14,8 (P = 0,00001) após 30 min. O grupo que fez um exercício de alongamento diminuiu significativamente HF de 44,7 ± 13,0 para 32,0 ± 12,2 (P = 0,00002) durante os alongamentos e aumentou significativamente de 32,0 ± 12,2 para 47,8 ± 14,3 (P = 0,00001) após 10 min, de 32,0 ± 12,2 para 46,3 ± 14,5 (P = 0,00001) após 20 min e de 32,0 ± 12,2 para 41,2 ± 13,8 (P = 0,005) após 30 min.

Discussão: Tais achados são extremamente promissores e mostram um importante significado clínico além da facilidade e conforto na realização deste tipo de exercício que não exigem grandes espaços e investimentos.

Conclusão: Concluiu-se que os exercícios de alongamento foram capazes de produzir alterações autonômicas significativas, que podem perdurar por até 30 min após e que o nível de flexibilidade dos participantes não interferiu nestes resultados.

Título: Desempenho motor de escolares identificados como excelentes no programa vem ser pelotas

Autores: LUIZA GASTMANN, Camila Borges Muller, Eraldo dos Santos Pinheiro

Instituições: Universidade Federal de Pelotas - Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: O Vem Ser Pelotas é um Programa de desenvolvimento esportivo que identifica, através de uma bateria de testes, os escolares com altas habilidades motoras para compor as equipes de formação esportiva da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPel). Os indivíduos que apresentam desempenho motor e medidas antropométricas superiores à média da sua população com percentis elevados são classificados conforme as demandas das modalidades esportivas do Programa e convidados a participarem das equipes. Nesse sentido, identificar os indivíduos com percentis 98 em variáveis do desempenho motor pode auxiliar o processo de seleção de jovens para compor as equipes de desenvolvimento esportivo. Por consequência disso, o objetivo do trabalho é identificar os escolares identificados com desempenho motor elevado na cidade de Pelotas-RS.

Casuística e Método: Através do Programa Vem Ser Pelotas, foram avaliados 902 escolares de 10 a 13 anos, sendo 471 do sexo masculino e 431 do sexo feminino. Os escolares dos dois sexos foram identificados acima do percentil 98 do banco de dados do Programa nas seguintes variáveis: Velocidade de deslocamento (VEL) através da corrida em 20 m, Agilidade (AGI) através do teste do quadrado, Potência de Membros Superiores (PMS) através do arremesso de medicinebol, Potência de Membros Inferiores (PMI) através do salto horizontal e Capacidade Cardiorrespiratória (CC) através da corrida/caminhada de 6 minutos. Posteriormente utilizamos os critérios do PROESP-Br de percentil 98.

Resultados: Foram identificados acima do percentil 98 no sexo masculino aos 10 anos de idade com PMI = 127,07 ± 21,89 cm (n = 2), PMS = 222,17 ± 54,49 cm (n = 2), CC = 707,53 ± 182,9 m (n = 2), VEL = 4,20 ± 0,5 s (n = 2) e AGI = 7,16 ± 1,08 s (n = 2); 11 anos com PMI = 136,51 ± 24,4 cm (n = 3), PMS = 254,63 ± 55,44 cm (n = 2), CC = 795,66 ± 182,6 m (n = 2), VEL = 4,09 ± 0,79 s (n = 2) e AGI = 7,10 ± 0,8 s (n = 2); 12 anos com PMI = 140,07 ± 24,28 cm (n = 2), PMS = 267,24 ± 57,65 cm (n = 2), CC = 810,67 ± 171,26 m (n = 2), VEL = 3,93 ± 0,43 s (n = 2) e AGI = 6,88 ± 0,80 s (n = 2); 13 anos com PMI = 159,87 ± 30,45 cm (n = 2), PMS = 324 ± 62,54 cm (n = 2), CC = 829,87 ± 203,34 m (n = 1), VEL= 3,76 ± 0,49 s (n = 1) e AGI = 6,56 ± 0,68 s (n = 1). Já no sexo feminino, foram identificados acima do percentil 98 aos 10 anos de idade com PMI = 115,57 ± 23,44 cm (n= 2), PMS = 211,17 ± 54,86 cm (n= 2), CC = 685,04 ± 132,75 m (n= 2), VEL = 4,40 ± 0,4 s (n= 2), AGI = 7,54 ± 0,68 s (n= 2); 11 anos com PMI = 119,37 ± 24,7 cm (n= 2), PMS = 250,97 ± 49,87 cm (n= 2), CC = 711,67 ± 165,8 m (n= 2), VEL = 4,21 ± 0,63 s (n= 2), AGI = 7,49 ± 1,09 s (n= 2); 12 anos com PMI = 127,58 ± 25,7 cm (n= 2), PMS = 243,48 ± 45,9 cm (n= 2), CC = 696,65 ± 156,51 m (n= 1), VEL = 4,40 ± 0,69 s (n= 2), AGI = 7,39 ± 0,81 s (n= 3); 13 anos com PMI = 125 ± 23,78 cm (n= 1), PMS = 255,1 ± 47,05 cm (n=1), CC = 688,69 ± 205,39 min (n= 1), VEL = 4,38 ± 0,56 s (n= 1), AGI = 7,39 ± 0,74 s (n= 1).

Discussão: De acordo com os critérios do PROESP-Br, a classificação do percentil 98 do Programa Vem Ser Pelotas foi considerada “excelente” em PMS para 10 anos (sexo feminino) e 11 anos (sexos masculino e feminino), PMI para 12 anos (sexo masculino) e 13 anos (sexo feminino), CC para 11, 12 e 13 anos (sexo feminino), VEL para 11 anos (sexo feminino) e 13 anos (sexo masculino) e AGI para 10 anos (sexo masculino).

Conclusão: Pode-se concluir que o nível de aptidão física dos escolares identificados no Programa Vem Ser Pelotas estão de acordo com os níveis de aptidão física do PROESP-Br. Nesse sentido, é possível afirmar que o Programa Vem Ser Pelotas é uma ferramenta eficaz para identificar escolares com alto desempenho motor e oportunizar a entrada destes escolares em programas esportivos formais.

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Título: A associação do Functional Movement Screening™ com o risco de lesões musculoesqueléticas em atletas de futebol feminino

Autores: PRISCILA DOS SANTOS BUNN, Bruno Senos Queiroz Gomes, Hélcio Figueiredo da Costa, Thiago dos Santos Pinheiro, Francis Silva Rangel, Maurício dos Santos Soares

Instituições: Laboratório de Pesquisa em Ciências do Exercício, Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Marinha do Brasil) - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O Functional Movement Screening™ (FMS™) é um método de classificação de risco de lesões amplamente utilizado em avaliações pré-temporada de atletas de futebol, baseado na observação nos padrões de movimento fundamentais. Os atletas realizam sete testes funcionais, que são individualmente classificados com zero (na presença de dor durante o teste), 1 (muitas compensações), 2 (poucas compensações) ou 3 pontos (padrão de movimento normal). Indivíduos com escores no FMS™ iguais ou inferiores a 14 pontos são classificados com alto risco de lesões. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação do escore de risco do FMS™ com a ocorrência de lesões musculoesqueléticas em atletas de futebol feminino.

Casuística e Método: Este estudo foi um estudo de coorte redigido conforme o STROBE Statement e realizado no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Marinha do Brasil). Foram incluídas neste estudo atletas de uma equipe futebol feminino da Série A1 do Campeonato Brasileiro sem lesões que impossibilitassem a realização dos testes funcionais. Após a verificação dos critérios de elegibilidade, as atletas foram avaliadas com os sete testes do FMS™ por um fisioterapeuta com três anos de experiência no método. Um fisioterapeuta esportivo, que desconhecia os resultados da classificação de risco com o FMS™, realizou o registro de lesões musculoesqueléticas ao longo da pré-temporada e de toda a temporada do Campeonato Brasileiro de 2017, totalizando seis meses de acompanhamento. Considerou-se como lesão, os dados físicos sistema musculoesquelético decorrentes do treinamento ou competição, e que promoveram o afastamento das atividades esportivas, por no mínimo, 24 horas. As lesões foram classificadas em lesões traumáticas ou por "overuse". De forma independente, foi realizada a análise estatística, que consistiu na confecção de Tabelas de Contigência 2 x 2 e no cálculo do risco relativo (RR) com o intervalo de confiança de 95% (IC95%). Todas as análises foram realizadas no site www.openepi.com.

Resultados: Foram entrevistadas 25 atletas para a elegibilidade, e todas foram avaliadas com o FMS™ e incluídas na análise (idade = 27,08 ± 5,26 anos; Índice de Massa Corporal = 22,0 ± 1,90 kg∙m-2). Das atletas com alto risco (n = 7), 14,28% (n = 1) sofreram lesões musculoesqueléticas por "overuse" e 71,42% (n = 5) sofreram lesões traumáticas. Jogadoras com escores no FMS™ iguais ou inferiores a 14 pontos no FMS™ apresentaram um RR = 0,90 (IC95% = 0,11 – 7,32) para lesões por "overuse" e RR = 2,14 (IC95% = 0,96 - 4,78) para lesões traumáticas.

Discussão: Segundo os resultados do presente estudo, jogadoras de futebol com alto risco no FMS™ não possuem mais probabilidade de desenvolverem lesões musculoesqueléticas traumáticas ou por "overuse". Estudos prévios com jogadores de futebol masculino apresentaram resultados ora similares, ora contraditórios. Este estudo teve como limitações o tamanho amostral e não terem sido levados em consideração potenciais fatores de confundimento, como o histórico de lesões prévias. Entretanto, a avaliação no momento inicial da pré-temporada e o acompanhamento das lesões por um avaliador cego são pontos fortes deste estudo. Além disso, em revisões sistemáticas recentemente publicadas, não foram relatados estudos com atletas de futebol feminino.

Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que a classificação de risco do FMS™ não estratifica atletas de futebol feminino com alto risco de lesões, não sendo recomendado em avaliações de pré-temporada. Entretanto, em decorrência das limitações metodológicas relacionadas à representatividade da amostra, sugere-se a realização de estudos com um maior controle de potenciais fontes de viés de seleção e de confundimento.

Título: A dose de ataque de 49.000Ui de vitamina D por semana em pacientes com deficiência e insuficiência de Vitamina D é eficaz?

Autores: FLAVIO HENRIQUE MACEDO PINTO, Rebeca Benevides Pinto

Instituições: Centiser - Fortaleza - Ceara - Brasil

Introdução e Objetivo: O presente estudo objetivou avaliar a eficácia da resposta da dose de ataque de 49.000 Ui/semana, sendo 35 gotas dia, durante oito semanas, em pacientes portadores de insuficiência e deficiência nos níveis de vitamina D. Foram avaliadas 238 pacientes entre 25/11/2014 a 25/04/2017 numa clínica privada de Fortaleza-Ce. A hipovitaminose D é altamente prevalente e apresenta-se como um problema de saúde pública em todos continentes. Os estudos evidenciam sua alta prevalência em diversas regiões geográficas, incluindo nosso país. Podendo acometer mais de 90% dos indivíduos, dependendo da região estudada. A vitamina D é dependente dos raios solares, existindo uma sazonalidade nos seus níveis, onde no final do verão temos os maiores níveis e no final do inverno o contrário. Na criança, a sua deficiência acarreta o retardo de crescimento e raquitismo. No adulto, osteomalácea, hiperparatireoidismo secundário levando a um aumento de reabsorção óssea e potencializando a perda de massa óssea, favorecendo o início de osteopenia e osteoporose.

Casuística e Método: Foram avaliados 238 pacientes com vitamina D < 30 nd/dL entre 25/11/2014 a 25/04/2017. A idade dos pacientes variou de 07 a 95 anos, com média de 56,27 anos. Foi aplicada uma dose de ataque de 49.000 Ui, sendo 35 gotas/dia, durante oito semanas e refeito exame após este período. A coleta do exame de sangue, antes e depois da dose de ataque, foi realizada no mesmo laboratório pela técnica de eletroquimioluminescência Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov e expressos em forma de média e desvio-padrão. A comparação intra grupo dos momentos T0 para T1 foi realizada por meio do teste de Wilcoxon e a comparação da variação T1-T0 foi realizada por meio dos testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis seguido do pós-teste de Mann-Whitney. Todas as análises foram realizadas no software Statistical Packcage for the Social Sciences (SPSS) versão 17,0 para Windows adotando uma confiança de 95%.

Resultados: A média inicial de vitamina D nos pacientes avaliados foi de 24,67 ng/mL Após a dose de ataque, esta média foi de 52,24 ng/mL. Apresentando um aumento de 117,55%. 159 pacientes eram do sexo feminino, com média de vitamina D de 24,47 ng/mL. 79 pacientes eram do sexo masculino, com média de vitamina D de 25,07 ng/mL. 29 pacientes apresentaram níveis de vitamina D abaixo de 20 ng/mL com média de 17,07 ng/mL. Após dose de ataque media foi para 50,09 ng/mL. 209 pacientes apresentaram níveis de vitamina D entre 30<20 ng/mL com mé75 pacientes (31,51%) apresentaram osteopenia, com média de vitamina D inicial 24,99 ng/ml e pós-dose de ataque 53,15 ng/mL. 33 pacientes (13,86%) apresentaram osteoporose, com média de vitamina D 24,34 ng/ml e pós-dose de ataque 55,17 ng/mL. 63 pacientes (26,47%) apresentaram densitometria óssea normal, com média de vitamina D inicial 24,52 ng/ml e pós-dose de ataque 50,04 ng/ml.

Discussão: A profissão mais frequente foram os empresários, 54 pacientes (28,99%) com média de vitamina D inicial de 24,06 ng/mL, e pós-dose de ataque, a média foi para 52,18 ng/mL. Os advogados apresentaram menor média de vitamina D, sendo 22,42 ng/mL. Os dentistas e veterinários apresentaram menor media de vitamina D, 24,47 ng/mL e 25,66 ng/mL respectivamente. Observamos que os profissionais liberais. por terem atuação laboral em ambientes confinados, estão susceptíveis a nives séricos deficientes ou insuficientes de vitamina D, o mesmo acontecendo com a maioria dos profissionais de saúde, onde somente os fonoaudiólogos e os farmacêuticos apresentaram nives séricos com suficiência.

Conclusão: Nos pacientes portadores de hiperparatireoidismo secundário, e nos pós-cirurgia bariátrica observamos um aumento de 93,39% e 63,65% respectivamente, em relação à média inicial após a dose de ataque. A dose de ataque mostrou resultados bastante significativos nos pacientes portadores de insuficiência e deficiência de vitamina D. Apresentando um aumento médio nos valores iniciais de 117,55%

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Título: A incidência de lesões esportivas em atletas do futebol de um clube profissional na categoria de base

Autores: PRISCILLA HAUI DE OLIVEIRA GALUZZI FONSECA, Luiza Catharina Brusasco Grandini, Carlos Bruno Reis Pinheiro, Silvio Domingos Galuzzi Fonseca

Instituições: Clube de Regatas do Flamengo - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O trajeto percorrido pelo jogador de futebol, atualmente, passa quase que na sua totalidade pelas categorias de base. Com isso, o atleta - inicia por volta dos 10 anos de idade sua atividade esportiva e nele permanece por vários anos, sendo exposto a um tempo prolongado de treinamento. Em consequência disso, as lesões esportivas são inevitáveis. O futebol é o esporte que merece destaque pela sua popularidade e pelo grande número de lesões decorrentes de sua prática. É esporte mais praticado no mundo, com aproximadamente 200.000 profissionais e 240 milhões de praticantes. Por isso, é responsável por mais da metade de todas as lesões desportivas, assim como por um alto índice de afastamento dos atletas de jogos e treinamento. O presente estudo visa enumerar as causas de afastamento do atleta do futebol mais incidentes. Dessa maneira, corroborar para prevenção das lesões desportivas mais comuns, diminuindo o tempo de afastamento do atleta, bem como prejuízo financeiro e de performance.

Casuística e Método: Esse é um estudo individualizado, observacional, longitudinal, configurando uma série de caso, com revisão de 158 prontuários de determinado clube de futebol profissional, na categoria de base, durante seis meses. Sujeitos da pesquisa Foram selecionados todos os 158 prontuários do departamento médico, durante os meses de março/2015 até setembro/2015. Critérios de inclusão Os atletas deveriam apresentar todos os critérios: diagnóstico por pelo menos dois médicos do departamento médico (DM); ser atleta do clube e acompanhamento regular no DM. Aspecto ético na pesquisa Foram cumpridas as exigências da Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (1996) do Ministério da Saúde.

Resultados: Durante o período estipulado de seis meses, foram registrados 158 prontuários no DM da categoria de base de determinado clube profissional. Os diagnósticos mais incidentes foram: lesão muscular (LM) de coxa, lesões em joelho e entorse de tornozelo. Outros diagnósticos, menos comuns, também foram quantificados, tais como: outras lesões musculares, fraturas, Osgood- Schaletter e contratura. As lesões denominadas lesões em joelho compreendem em lesão nos ligamentos colateral medial, ligamento colateral lateral, ligamento cruzado anterior, bem como, em menisco medial em alça de balde. As lesões denominadas de LM de coxa, abrandem os grupamentos anterior e posterior de coxa. As LM de compartimento de coxa foram as mais incidentes, abrangendo 56 prontuários (35%), a entorse de joelho representa a segunda lesão mais comum (17%); em seguida, entorse de tornozelo (13%).

Discussão: A LM é a causa mais frequente de incapacidade física na prática esportiva. Trabalhos demonstraram que em um time de elite masculina contendo 25 jogadores, há em torno de 15 LM a cada temporada, representando, assim, 23 dia de ausência e 37 partidas perdidas. Particularmente, em atletas de elite, para quem as decisões relativas à volta ao campo têm significativo valor financeiro, há um enorme interesse em otimizar o processo terapêutico e reabilitação de diagnóstico após lesões musculares, afim de minimizar a ausência no esporte. No entanto, há pouca informação disponível na literatura internacional e nacional sobre definições e classificação de lesão muscular. Sem isso, o esquema de tratamento, prevenção de lesões e recorrência é dificultado.

Conclusão: As LM são as lesões desportivas mais comuns, representando mais de 100% da segunda lesão mais incidente. O tema é de grande importância clínica e financeira, todavia há praticamente 40 anos, pouco mudou na forma de entender, classificar e, principalmente, tratar e prevenir a LM. Por esse motivo, estudos devem avançar nesse tema, a fim de minimizar tempo de afastamento do atleta, bem como prejuízo de performance e financeiro para o atleta e o clube.

Título: A incidência de lesões musculares em atletas do futebol

Autores: PRISCILLA HAUI DE OLIVEIRA GALUZZI FONSECA, Silvio Domingos Galuzzi Fonseca, Carlos Bruno Reis Pinheiro, Denise Haui de Oliveira

Instituições: Clube de regatas do Flamengo - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O futebol é o esporte mais praticado no mundo, com aproximadamente 200.000 profissionais e 240 milhões de praticantes. Por isso, é responsável por mais da metade das lesões desportivas, assim como por alto índice de afastamento dos atletas de jogos. Resulta, assim, em prejuízos econômicos tanto para os atletas, tanto para os clubes. Estudos internacionais estimam gastos em torno de 20 milhões de dólares anuais com atletas profissionais afastados por lesões musculares (LM) decorrentes de sua prática. Além do prejuízo econômico, há comprovadamente queda de performance esportiva, o que acentua o dano financeiro. Adita-se a isso, a alta taxa de recorrência de LM, aumenta o período de afastamento. O presente estudo visa compreender melhor a LM no futebol de base. Expondo, principalmente, a característica dessas lesões, incidência em cada categoria e recidiva.

Casuística e Método: Esse é um estudo individualizado, observacional, longitudinal. O presente trabalho apresenta uma série de casos, configurada pela análise de todos os prontuários de uma determinada instituição de futebol profissional na categoria de base, durante 6 meses. Sujeitos da pesquisa Foram selecionados 56 atletas de base apresentando LM durante os meses de março/15 até setembro/15. Critérios de inclusão � O s a t l e t a s d e v e r i a m apresentar todos os critérios: diagnóstico de LM clínico por pelo menos dois médicos do departamento médico (DM); ser atleta do clube e acompanhamento regular no DM. Cri tér ios de Exclusão �Critérios foram utilizados para a exclusão, entre eles: LM leve sem defeito à palpação. Aspecto ético na pesquisa Foram cumpridas as exigências da Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (1996) do Ministério da Saúde.

Resultados: Durante o período estipulado, 56 atletas de 4 diferentes categorias estiveram no DM devido à LM. Foram totalizadas 66 LM. Sendo 56 LM primárias e 8 recidivas recentes (13%). Os grupamentos musculares mais lesados foram, expressivamente, os da coxa. As mais incidentes foram, respectivamente: isquiotibiais (39%), músculo adutor (31%); e grupamento anterior de coxa (22%). No presente estudo, foram contempladas 4 categorias, sendo elas: mirim, infantil, juvenil e juniores. As categorias com maiores incidências de LM foram: juvenil (43%), infantil (29%) e juniores (17%).

Discussão: As LM mais incidentes foram dos músculos isquiotibiais. Possivelmente, porque o movimento do chute a bola ou sprint exige que esses se estiquem contra a resistência, no intuito de modular o movimento. Entretanto, por não resistir à força agonista, os isquiotibiais se rompem. As categorias mais lesadas foram aquelas expostas a mais horas/treino e menor rotatividade. Tendo em vista, que o trajeto percorrido pelo jogador de futebol, passa quase que na sua totalidade pelas categorias de base. O mesmo é exposto a um tempo prolongado de treinamento - em consequência disso - as lesões esportivas são inevitáveis. O índice de recidiva apontado em outros estudos é de aproximadamente 10%, o atual resultado prossegue nesse percentual. Todavia, essa é uma taxa relativamente alta. Mesmo com enorme interesse em otimizar o processo terapêutico e de reabilitação, afim de minimizar a ausência no esporte e reduzir as taxas de recorrência, há pouca informação disponível na literatura sobre definições e classificação de LM. Sem isso, o esquema de tratamento, prevenção e recorrência de LM é dificultado.

Conclusão: Os grupamentos musculares mais lesados foram os isquiotibiais, provavelmente por suas funções de estender a perna e dobrar o joelho, essenciais no futebol. A categoria juvenil e juniores são as categorias mais acometidas, possivelmente pelo tempo prolongado de exposição. O índice de reincidências é de 13%, de acordo com a taxa evidenciada em estudos de outros clubes, entretanto, é um valor alto, resultando em prejuízos ao clube. Dessa maneira, é necessário prosseguir estudos nesse tema, com intuito de prevenir a recorrência.

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Título: A influência das associações atléticas estudantis na introdução do acadêmico da área da saúde no âmbito da medicina do esporte como especialidade

Autores: IVAN LUCAS PICONE BORGES DOS ANJOS, Camylla Santos De Souza, Patrícia Pampuri Lopes Peres, José Mateus De Souza Ribeiro, Vitória Mikaelly Da Silva Gomes, Antonio Jadson Alves Da Costa

Instituições: Universidade Severino Sombra - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: As Associações Atléticas Acadêmicas (AAA) são grupos estudantis amplamente disseminados nos cursos de saúde. Como atividade extracurricular, as AAA proporcionam um escape da rotina estressante da graduação, com a inserção dos acadêmicos no meio desportivo. Tal valorização do esporte no cotidiano insere o tema de saúde do atleta como ponto importante a ser discutido no âmbito profissional. Desta forma, a medicina do esporte, área em constante crescimento, destaca-se entre as especialidades tradicionalmente conhecidas. Nesse contexto, torna-se importante avaliar qual o papel desempenhado pelas AAA na valorização da medicina do esporte como escolha de residência. O objetivo deste trabalho é compreender a influência das AAA na introdução do discente da área da saúde no contexto da medicina do esporte como especialidade.

Casuística e Método: Estudo transversal descritivo, com questionário online de 10 perguntas envolvendo a procedência do acadêmico e o impacto da AAA no despertar do seu interesse pela medicina do esporte.

Resultados: A maior parte dos acadêmicos participantes pertencia ao estado do Piauí (16%), seguido de São Paulo (14%), Ceará (10%) e Rio Grande do Sul (10%). Cerca de 62% dos discentes estudava em instituições privadas. 23,7% do total estava inserido em um sistema de Ensino Baseado em Problemas (PBL), 37,3% em um modo de ensino tradicional e 39% em plataforma mista. Os alunos estavam entre o 2º e o 12º período de curso, com maior presença do 6º semestre (18,6%). Grande parte (88,1%) das instituições dos alunos possuía AAA, e a sua presença influencia na participação dos alunos universitários em esportes oferecidos por essa, demonstrado pelo fato de 79,7% dos respondentes participarem de algum esporte presente na AAA.

Discussão: A maioria dos estudantes (55,9%) não soube responder quantas competições universitárias sua AAA participava e cerca de 73% deles alegaram não haver discussões promovidas por ela sobre medicina do esporte. A ausência desse ambiente de debate sobre a especialidade influencia no fato de 73% dos discentes nunca terem pensando em fazer medicina do esporte e cerca dos 20% que já pensaram não atribuírem à AAA influência na decisão.

Conclusão: Apesar de a AAA ser responsável pelo incentivo ao esporte, falta maior interação desta com a graduação no que se refere à divulgação da medicina do esporte como especialidade de escolha, haja vista que inclusive os estudantes que relataram desejo de seguir residência nessa área não atribuem isso à influência das AAA.

Título: A relevância da avaliação física para a promoção da saúde

Autores: LORENA LAIRA MORAIS DOS SANTOS, Ramon Gustavo de Moraes Ovando, Leonardo Pestillo de Oliveira, Amanda Caroline Sartori, Eder Luis Costa Montenegro, Lillyane de Souza Carvalho

Instituições: Unicesumar - Maringá - Parana - Brasil, Unigran Capital - Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: É reconhecido que a prática regular de exercícios físicos traz muitos benefícios, todavia, para o máximo aproveitamento é necessário que sejam realizadas avaliações físicas periódicas com objetivo de colher informações de saúde e assim estabelecer uma adequada prescrição de um programa de condicionamento físico. Logo, o objetivo da pesquisa foi identificar se a população que pratica exercícios físicos tem consciência da importância da avaliação física e sua relevância para a promoção da saúde.

Casuística e Método: Pesquisa exploratória, descritiva, e quantitativa, cuja população foi composta por 51 pessoas com idade entre 18 e 74 anos, de ambos os sexos e praticantes de exercícios físicos. No qual, 26 pessoas praticavam em academia de ginástica e 25 pessoas praticavam em praças públicas. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário, elaborado pelos autores composto por quinze questões, abordando fatores relevantes para a avaliação do conhecimento e significância do participante sobre a avaliação física, tanto nas academias quanto nas praças públicas. O estudo contou com o procedimento ético e consentimento livre e esclarecido dos sujeitos da pesquisa.

Resultados: Foram divididos dois grupos, 51% dos dados foram obtidos na academia (G1) e 49% em praças públicas (G2). Em relação ao tempo de prática de exercícios físicos no G1 61,5% praticavam há mais de 3 anos e 36,0% do G2 entre 1 a 3 anos. Sobre os objetivos dos participantes na prática de exercícios físicos, no G1 61,5% buscam saúde e no G2 56,0% buscam melhora em patologias associadas. Em relação a patologias, podemos observar que no G1 61,5% não responderam, e no G2 44,0% disseram sofrer de hipertensão arterial. A respeito do conhecimento dos participantes em relação aos testes realizados na avaliação física, no G1 84,6% elencaram composição corporal como um dos testes, já no G2, 56,0% associam exame clínico médico como sendo componente de uma avaliação física. Levando em conta os motivos da realização da avaliação física, no G1 46,1% alegaram exigência do profissional de educação física, e no G2 64% fez por recomendação médica. Na análise a cerca do conhecimento a respeito da avaliação física, no G1 100% tem a ciência do que é uma avaliação física e sua importância, já no G2, 60% responderam ter a ciência do que é uma avaliação física e 40% não conhece nada sobre o tema. Sobre já ter realizado uma avaliação física com profissional de saúde, 100% no G1 já tinham feito realizado com profissional de educação física, no G2 76% responderam sim, todavia, com médico e 24% nunca fizeram avaliação física.

Discussão: Observou-se que os praticantes de exercícios físicos das academias têm um conhecimento maior sobre avaliação física e sua importância em relação aos praticantes em praças públicas. Constatamos que a percepção dos frequentadores das academias a respeito da importância da avaliação física tem influência interna da academia e dos profissionais que exigem a realização da mesma, sendo que muitos usuários acabam fazendo suas reavaliações somente para acompanhamento de seus resultados. Já os praticantes de praças públicas, desconhecem totalmente sobre a importância da avaliação física, bem como, o profissional que deve realiza-la, associando a avaliação física como visitas ao médico e na maioria das vezes iniciam a prática exercícios sem orientação adequada e apenas por recomendação.

Conclusão: A relevância da avaliação física é variante entre os praticantes, visto que não há consciência do real objetivo e da importância de um programa de avaliação física. Portanto, sugere-se a divulgação de informações relevantes a respeito da importância da avaliação física elencando todos os fatores positivos desse acompanhamento para a promoção da saúde.

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Título: Alongamento Antes da Atividade Física. Existe sua necessidade?

Autores: ISAIAS PICCOLI SCHNEIDER, josmar Camlofski, Ricardo Yuji Anami, Simone Polo Schneider, Marco Antonio Alves Azizi, Natalia Louzada Silva

Instituições: unig-universidade iguaçu - nova iguaçu - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Tendo em vista a crescente preocupação em divulgar os benefícios da atividade física para a população, cresce a procura por maneiras de sair do sedentarismo. Numerosos estudos relacionam o condicionamento físico com a melhora de condições tão diversas quanto hipertensão, osteoporose e depressão. O presente estudo tem por objetivo verificar a existência de um parâmetro quanto a necessidade da realização do alongamento muscular antes do inicio da atividade física, pois diversos estudos no âmbito científico acarretam em discussões sobre os seus pontos positivos e pontos negativos. Preocupação esta notória, tendo em vista que grande parte da população adere a realização de exercícios físicos a cada dia, em virtude da ampla divulgação de sua importância para a saúde e melhora na qualidade de vida.

Casuística e Método: Foi realizado uma revisão literária, a partir de dados de livros e artigos científicos, com citações de alguns autores para melhor elucidar o tema. Foram avaliados conteúdos para elencar as opiniões contra e a favor do alongamento antes do exercício físico, relacionando à fisiologia neuromuscular e a capacidade de aproveitamento do alongamento precedendo um esforço físico.

Resultados: O estudo tende a demonstrar que quando realizado o alongamento muscular antes do exercício físico pode acarretar diminuição da força muscular devido ao decréscimo na ativação das unidades motoras (FOWLES 2000). Entretanto há uma discordância a respeito do alongamento antes da prática esportiva entre os diversos autores que se propõem a discutir este tema. Em virtude disso, acreditamos que há um amplo espaço para pesquisas que possam levar a definição de um protocolo específico a cada esporte, dentro de suas peculiaridades, no que tange ao alongamento como fator que possa ser benéfico.

Discussão: Ao fazer uma comparação com as duas posições a respeito do tema, ou seja, entre os autores que são defensores do alongamento antes da prática esportiva e os que são contrários, podemos identificar uma maior afinidade aos trabalhos realizados que definiram em suma um ponto negativo, um déficit de força muscular à realização do alongamento estático, com diminuição no número de repetições máximas (RM) no teste de 10-RM no supino reto (ARRUDA et al, 2009) e assim corroboram aos achados de Cramer (2006) que demonstraram interferência negativa no desempenho da força muscular quando precedida por alongamento. Isto explica-se pelo fato do alongamento estimular o fuso muscular provocando uma redução da flexibilidade e também estimula o Órgão Tendinoso de Golgi (OTG), que inibe a transmissão muscular, a relaxar a musculatura e prejudicar a performance (DANTAS, 2008).

Conclusão: Em nosso grupo de pesquisa corroboramos com a teoria de que o alongamento não deve ser realizado nem antes e nem após a prática esportiva, mas sim dentro de um programa de treinamento. A realização de alongamento ativo antes da prática esportiva pode diminuir a força muscular e, consequentemente, causar uma queda no desempenho dos atletas. Também contra indicamos o alongamento após a prática esportiva, pois, várias atividades que exijam esforço físico podem causar micro lesões que podem ser agravadas com o alongamento. Por isso, em nossa opinião, o alongamento deve sim fazer parte da rotina dos atletas e pode trazer muitos benefícios quando praticado dentro de um programa de treinamento (considerando as valências físicas como força, flexibilidade e etc) e não somente sendo realizado antes ou após a atividade física.

Título: Alterações Osteometabólicas na Tríade da Mulher Atleta

Autores: LARISSA BAGNO GARCIA, Carolina Nogueira De São José, Aurea Soares Bica, Gabriela Gonçalvez Alan, Renata Silva Noronha Braga, João Carlos Pereira Salomão

Instituições: Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: A tríade da mulher atleta (TMA) é uma condição médica observada em adolescentes e em mulheres fisicamente ativas, que envolve baixa disponibilidade energética com ou sem distúrbios alimentares, disfunção menstrual e baixa densidade mineral óssea (DMO). A TMA tem incidência que varia entre 3% e 66% das atletas e a sua prevalência é variável de acordo com a modalidade esportiva, a intensidade e a duração dos treinos. Ela pode resultar em um declínio do desempenho físico, em um aumento da morbidade clínica e psicológica, e até em aumento da mortalidade. A tríade é frequentemente subdiagnosticada, de modo que os profissionais atuantes em Medicina do Esporte devem estar atentos às patologias inter-relacionadas e suas consequências.

Casuística e Método: Foi feita uma revisão bibliográfica que incluiu artigos publicados entre os anos 1999 e 2016 da base de dados SciELO e da biblioteca virtual PubMed, sendo os descritores utilizados: “Síndrome da Tríade da Mulher Atleta”, “osteoporose”, “densidade óssea”.

Resultados: Para compreender este problema, deve-se assimilar que as três patologias estão relacionadas. A manifestação da amenorreia dentro da TMA pode ser em forma de atraso da menarca (amenorreia primária) ou amenorreia secundária. Ambas são causadas pela inibição do GnRH, que acontece principalmente devido a um nível crítico de gordura corporal e interferências hipotalâmicas provocadas pelos estresses físico e emocional. Os distúrbios alimentares em atletas do sexo feminino estão relacionados à pressão para manter um peso corporal baixo em prol de suas performances e propósitos estéticos. Eles incluem a falha inadvertida em equilibrar o gasto energético com a ingestão calórica, jejum episódico e a autoimposição voluntária crônica de “passar fome”, destacando-se a anorexia e bulimia nervosas. As complicações ósseas da TMA são decorrentes dos quadros de anorexia e de alterações hormonais. O distúrbio alimentar promove a queda do hormônio GH e, consequentemente, do IGF1, o que compromete a formação e a densidade óssea. Além disso, alterações do padrão nutricional e dos níveis de estrogênio também influenciam na determinação da massa óssea. A redução da densidade mineral óssea aumenta o risco de fraturas e, por esse motivo, é comum nesses casos a ocorrência de fratura por estresse.

Discussão: O melhor método para avaliação da densidade óssea é a absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA) e, se realizada de forma seriada, pode identificar pacientes que estão perdendo massa óssea rapidamente e monitorizar a sua resposta ao tratamento. As indicações para realização da DXA são: IMC ≤17.5 kg/m², menarca a partir de 16 anos, histórico de distúrbios alimentares e histórico de fraturas por estresse. Uma questão importante para atletas com baixa DMO devido à hipoestrogenemia é relativa ao risco de fraturas durante os seus anos de competições e o risco futuro de fraturas prematuras por osteoporose, visto que o período que compreende a adolescência e início da vida adulta é o momento de maior acúmulo de massa óssea. O objetivo do tratamento é recuperar a massa óssea e evitar novas perdas. O ganho de peso e o retorno do ciclo menstrual são fatores críticos para melhora do quadro ósseo, além de atividades com peso, exercícios de impacto e treinamentos de resistência, que também auxiliam no aumento da DMO. É essencial a participação de uma equipe multidisciplinar no tratamento e na educação da atleta para melhoria do quadro.

Conclusão: O aumento da participação e da competitividade feminina nos esportes institui que seja fundamental que atletas, treinadores e profissionais da saúde saibam identificar os componentes da TMA e reconhecer seus potenciais riscos. Dessa forma, haverá a melhora do prognóstico, que depende do diagnóstico precoce e das medidas de intervenção aplicadas, sendo prudente monitorar a saúde das atletas ativas, para que elas não sofram com as piores consequências da tríade e não sejam inviabilizadas de continuar a prática esportiva.

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Título: Alterações urológicas no ciclismo

Autores: PATRICIA VALESCA LEAL, Êdio Fernandes De Miranda, Rayssa Cristina Vieira De Souza, Gláucio Henrique Santos Moura, Angelino Rodrigues Lobato Trindade, Gustavo Vitória Gomes

Instituições: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: O ciclismo é uma atividade rítmica e cíclica, trata-se de um esporte aeróbico que dependendo do treinamento pode se tornar anaeróbico, ajustando-se ao objetivo do praticante. Observa-se a expansão deste esporte pela organização de grupos de ciclismo de rua cada vez mais frequente. Geralmente, enquadra-se em quatro categorias: provas em estradas (resistência), provas em pistas (velocidade), provas de montanha (terreno irregular) e BMX (com obstáculos) e é praticado com diversos tipos e modelos de bicicletas. Nesse tocante de provas com terrenos irregulares e de longa duração, o ciclismo pode levar a lesões por trauma na região perineal pelo contato com o selim da bicicleta. Constitui-se de lesões urológicas da saúde do homem, levando quadros agudos como perda da sensibilidade escrotal quanto crônicos como a disfunção erétil, podendo ter sequelas irreversíveis como a infertilidade.

Casuística e Método: Elaborada uma revisão de literatura de artigos relevantes ao tema, publicados em banco de dados BVS, SciELO e Pubmed. As palavras-chave utilizadas foram: lesões, urológicas, ciclismo. Foram pesquisadas nos idiomas português e inglês.

Resultados: À pesquisa de literatura, obteve-se 06 referências, nas quais 03 foram rejeitadas por tópicos irrelevantes pelo resumo (abstract). Foi incluído ao estudo 03 artigos envolvendo distúrbios urológicos no ciclismo.

Discussão: A principal alteração urológica no ciclismo é o encarceramento do nervo pudendo, fundamental para ereção peniana, pode ocorrer pela pressão do nariz do selim contra a sínfise púbica, pinçando o nervo pudendo. A clínica se dá pela parestesia de períneo, pênis, escroto e nádegas, além de disfunção erétil e dor perineal. Quando a lesão perineal é isquêmica pode ser revertida em algumas semanas de repouso, porém quando desmielinizante pode levar até anos para recuperar. Outra alteração frequente é a torção testicular. Ocorre comumente entre jovens e adultos, contudo tem relatos relacionados com a prática do ciclismo pelo trauma recorrente. Porém, os resultados são controversos. A clínica envolve dor testicular súbita com possível aumento de volume testicular. A infertilidade, apesar de rara, apresenta-se no aumento do número de espermatozóides morfologicamente alterados. Ocorre pelo aumento da temperatura acima de 2°C comparado com a corporal, durante a prática do ciclismo pela fricção. Aumento do PSA ainda é discutível pela diferença significativa entre os estudos. Porém, constitui-se de um sinal clínico importante e deve ser considerada na hipótese diagnóstica, principalmente quando associado com aumento da idade. Câncer de testículo é um achado em homens com história de ciclismo e andar a cavalo. Está associado ao trauma crônico à bolsa escrotal. Apesar do ciclismo ser fator de risco, também é considerado fator protetor por ser uma atividade física. Hematúria ocorre com frequência após a atividade esportiva de contato. No caso do ciclismo é secundária à posição do nariz do selim, revertendo com o ajuste. Uretrite e Prostatite são raras e revertidas com repouso e correto posicionamento do selim.

Conclusão: Essas síndromes urológicas podem ser prevenidas na adoção de mudanças: tipo de bicicleta, tipo do selim e posicionamento. Substituir as bicicletas de montanha por exigirem maior peso corporal sobre as nádegas; uso de selim ergonômico que distribui a força vertical em maior área, os chamados "sit-bones", sentar mais reclinado, evitando posição ereta. Todas essas medidas pretendem minimizar a tensão sobre as estruturas neurovasculares no períneo durante o ciclismo vigoroso e, como consequência, reduzir a lesão nervosa e hipoxemia peniana.

Título: Análise comparativa do nível de condicionamento físico de incorporados ao serviço militar obrigatório entre 2004 e 2008

Autores: RAMON GUSTAVO DE MORAES OVANDO, Lorena Laira Morais dos Santos, Américo Paro Júnior, Igor Raphael Mathias Valejo, Amanda Caroline Sartori, Bruno Ribas da Silva

Instituições: Unicesumar - Maringá - Parana - Brasil, Universidade Católica Dom Bosco - UCDB - Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: A aptidão física é uma característica inerente ao militar, sendo preponderante para a execução a contento das mais variadas missões empregadas. Nesse contexto, o estudo tem o objetivo de analisar e comparar o nível de aptidão física em jovens incorporados ao serviço militar obrigatório por meio da pesquisa de dados de Teste de Aptidão Física (TAF).

Casuística e Método: Com autorização do Comando das Organizações Militares (OM), foi realizado o levantamento criterioso de dados descritos os índices obtidos pelos militares no 1º TAF realizado após sua incorporação ao Exército. As provas realizadas foram flexão de braço, abdominal e corrida de 12 minutos. A tabela de pontuação distinguiu por sexo e idade e os padrões mínimos leva em consideração a situação funcional do militar. Estes dados possibilitaram uma análise do contexto do conceito do TAF e em cada valência que o mesmo avalia. A amostra foi de 277 militares, de acordo com o efetivo incorporado em cada ano na subunidade escolhida, desde 2004 até 2008. Todos os militares ao serem incorporados passam por um processo de seleção incluindo exames médicos sendo considerados aptos para o serviço militar. Antes do TAF todos passam pelo exame Pré-TAF onde são examinados pelo Oficial Médico, sendo considerado “apto” ou “inapto” para a realização do mesmo. Os dados coletados passaram por uma Análise Estatística Não-Paramétrica de U de Mann Whitney, para a realização da análise os Conceitos do TAF foram associados a uma Escala Ordinal, ficando então o conceito INSUFICIENTE – 1, o conceito REGULAR – 2, o conceito BOM – 3, o conceito MUITO BOM – 4 e o conceito EXCELENTE – 5.

Resultados: Considerando como critério de significância o P ≤ 0,05, constata-se que houve uma diminuição significativa no Conceito Final do TAF durante o período que foi analisado. Todos os anos quando comparados ao ano de 2004 apresentaram queda significativa, 2004/5 (0,020*), 2004/06 (0,001*), 2004/07 (0,002*) e 2004/08 (0,000*). Ao verificar-se cada capacidade que compõe o TAF, observa-se que quando comparados com 2004, a corrida apresentou mais vezes as diferenças significativas, nos anos de 2004/05 (0,031*), 2004/06 (0,001*), 2004/07 (0,006*). Na flexão de Braço, ao compararmos os demais anos com 2004, verificamos alteração significativa nos anos de 2007 e 2008, 2004/07(0,026*) e 2004/08 (0,000*). Ainda, com relação à análise estatística realizada verifica-se que em nenhum momento houve alterações significantes no abdominal.

Discussão: Esses dados permitem inferir que houve uma queda significativa no nível de condicionamento físico dos incorporados ao serviço militar obrigatório. No Conceito Final do TAF verificamos que em nenhum ano subsequente a 2004 os resultados alcançados pelos recrutas foram superados e as capacidades preponderantes para esta diminuição nas menções do TAF foram à corrida e flexão de Braço. Nesse contexto, uma observação importante foi verificada no abdominal o qual não apresentou alterações significativas nas comparações realizadas. É relevante salientar que os índices do TAF do EB são considerados altos quando comparados a testes similares no âmbito civil, no entanto ao compararmos com outros TAF aplicados por vários exércitos do mundo este se encontra similaridade.

Conclusão: Nos resultados encontrados a constatação das alterações no nível e aptidão física destes jovens é sem dúvida relevante para a população, haja vista, que boa parcela da sociedade cumpre o serviço militar obrigatório. O tema em questão não se esgota aqui, pois, está ocorrendo um declínio no nível de condicionamento físico dos militares, e devemos descobrir quais as causas e procurar meios para isso não ocorra e tenhamos militares bem condicionados ou melhores como os de 2004. Com certeza isso resultará em benefícios para o Exército e a sociedade como um todo.

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Page 10: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Análise comparativa entre o método 3s e o exercício resistido stiff para o treinamento da flexibilidade

Autores: RAMON GUSTAVO DE MORAES OVANDO, Lorena Laira Morais dos Santos, Jorge Marcelino Nunes Júnior, Edianes Leite Valencio, Eduardo Gonçalves Urbano, Marjorie Pavese Ferreira

Instituições: Unicesumar - Maringá - Parana - Brasil, Unigran Capital - Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: A definição adotada no estudo considera flexibilidade como uma capacidade física que permite a uma articulação movimentar-se através da sua amplitude de movimento (ADM), para tanto, existem atualmente diversas técnicas para se alcançar uma boa flexibilidade. Portanto, o objetivo desta pesquisa é comparar e relatar a significância de dois métodos para treinamento da flexibilidade, o método 3S e o método exercício resistido – stiff.

Casuística e Método: Pesquisa inferencial, quantitativa. A amostra foi composta por 10 indivíduos sedentários do sexo masculino com idades entre 20 e 30 anos. O critério de inclusão é o não acometimento de problemas osteomusculares nas articulações envolvidas (tornozelo, joelho, coluna, e quadril). Inicialmente foi realizada uma avaliação da flexibilidade dos músculos de cadeia posterior por meio do teste de sentar e alcançar (banco de Wells), que permite avaliar a flexibilidade da articulação coxo-femural.. Os indivíduos foram divididos em dois grupos, (G1) com a técnica de Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) que foi constituída pelo método Scientific stretching for sports (3S) e (G2) grupo exercício resistido. Foi realizado um teste de 1RM para determinação da carga. Logo, realizou-se 3 séries de 15 repetições com carga de 75% de 1RM do exercício levantamento terra com joelhos estendidos popularmente conhecido como Stiff. O G2 foi orientado a não realizar alongamentos durante 2 semanas. Ambos realizaram 4 sessões semanais durante 2 semanas, totalizando 8 sessões. Decorrido as 2 semanas foi realizado a reavaliação, para identificar quais foram os resultados em ambas atividades. No tratamento estatístico foi utilizado o programa BioEstat 5.0, considerou-se diferença estatisticamente significativa quando P<0,05 e foi utilizada Análise de variância (ANOVA), posteriormente utilizamos o post hoc por meio do teste de Turkey.

Resultados: A amostra de ambos os grupos foram submetidos à média (M) e desvio padrão da média (DVPM), assim seguem os resultados: Geral (N=10), Idade (25,9+_2.7) Peso (79,9+_15.7), Altura (176+_9.07), Flexibilidade Inicial (30,+_4.82) e Flexibilidade Final (34+_3.97). No G1 (N=5), Idade (25,8+_2.7), Peso (77,80+_26,5), Altura (176.60+_8,3), Flexibilidade Inicial (31.40+_5,1) e Flexibilidade Final (33.40+_4,5). No G2 (N=5), Idade (26+_3,08), Peso (82+_4,24), Altura (176.2+_10,7), Flexibilidade Inicial (30.4+_4,9) e Flexibilidade Final (34.6+_3,78).

Discussão: Com esta análise comparativa, o experimento mostrou uma tendência maior de aumento da flexibilidade ao grupo que realizou o Stiff. Observamos uma média de desvio padrão da média do peso, idade, altura e flexibilidade, tanto inicial quanto final de todos os indivíduos que participaram da amostra. Inicialmente o G1 tinha em média a flexibilidade melhor do que o G2, no entanto o G2 foi o que mais aumentou a flexibilidade com o exercício resistido – Stiff. Notamos que a média de aumento de flexibilidade no G1 foi de 2 cm, e no G2 de 4.2 cm. Ao aplicarmos o tratamento estatístico obtivemos o valor de (p) em 0.016 demonstrando diferença significativa entre os grupos fato que foi confirmado pelo teste de Turkey.

Conclusão: Dentro desta perspectiva o presente trabalho indicou que pelas características do exercício analisado e o aumento da flexibilidade de forma mais expressiva, o treinamento de força foi mais efetivo no desenvolvimento da flexibilidade dos músculos da cadeia posterior. No entanto torna-se necessário realizar outras pesquisas com amostras maiores assim como outros movimentos articulares que aprofundem mais a temática a fim de melhorar a intervenção do profissional de saúde, bem como pensar novas possibilidades para melhoria das capacidades motoras.

Título: Análise da Evolução da Medicina do Esporte como Especialidade no Brasil

Autores: LIVIA LIBERATA BARBOSA BANDEIRA, Camylla Santos Souza, Ivan Lucas Picone Borges Anjos, Juliane Lobato Flores, Vitória Mikaelly da Silva Gomes, Patricia Fraga Paiva

Instituições: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora - Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil, Hospital Do Coração De Messejana - Ceará - Ceara - Brasil, Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Alagoas - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Ceara - Brasil, Universidade luterana do Brasil - Canoas - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Severino Sombra - Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte foi fundada em novembro de 1962, a partir da Federação Brasileira de Medicina Desportiva. Trata-se de uma entidade sem fins lucrativos, com sede em São Paulo, cuja finalidade é zelar pela ética, eficiência técnica e defesa dos interesses e da atividade profissional dos médicos que exercem a Medicina do Esporte (ME), além de estimular a pesquisa científica/tecnológica e a educação continuada na área. Objetivo: Analisar a evolução da ME no Brasil como especialidade, juntamente com as características e peculiaridades que a compõe atualmente.

Casuística e Método: Revisão de artigos de 2012 a 2017 encontrados nos bancos de dados PUBMED, MEDLINE e SCIELO, com os descritores “medicina do esporte”, “novas especialidades médicas” e “residência em medicina do esporte”.

Resultados: A ME conta atualmente com 177 profissionais ao redor do Brasil, sendo a grande maioria localizada no estado de São Paulo, com 83 profissionais (47%). No que se refere à divulgação da produção científica, destaca-se a Revista Brasileira de Medicina do Esporte, sendo o órgão oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e Esporte (ESBME).

Discussão: Esta revisa foi lançada em 1995, aceitando trabalhados de alta relevância científica tanto nacional quanto internacional e está indexada em diversas plataformas tais como SciELO, SCOPUS, LILAC e Web of Science. Há também o Jornal de Medicina do Exercício (JMEX), lançado em 1992 e que substituiu o antigo Boletim da Sociedade de Medicina Desportiva do Rio de Janeiro. Este jornal se manteve durante 18 anos e a partir de 2010, começou-se um projeto de reformulação para melhor direcionamento de suas atividades, sendo proposto até mesmo a criação de um livro com todas as suas edições, nos 18 anos de sua existência. Atualmente, a ME conta com 9 diretorias regionais, nos estados da Bahia, Brasilia, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Além disso, apresenta programa de residência em 5 universidades, tais como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Conclusão: A ME tem crescido de forma marcante principalmente nos últimos 15 anos, sendo consequência da competência e trabalho de inúmeros profissionais frente às novas necessidades da sociedade moderna no âmbito da prevenção e promoção de saúde, além do acompanhamento especializado na área do alto desempenho esportivo.

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Page 11: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Análise da força de preensão manual em estudantes do ensino médio, nas modalidades badminton e basquetebol

Autores: JULIO CESAR BENEVENUTI LADEIRA, Guilherme Pereira Oliveira, Gustavo Henrique Silveira De Vasconcelos, Lucas Rogério Dos Reis Caldas, Afonso Timão Simplício

Instituições: Universidade Federal de Viçosa - Viçosa - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução e objetivo: existe um número considerável de estudos afirmando que escolares podem apresentar certo nível de assimetria e que a Educação Física pode influenciar positivamente para diminuir tal quadro. Essa necessidade torna-se mais evidente quando, na modalidade esportiva envolvida, se usa principalmente o lado dominante, como por exemplo, os esportes de raquete. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a força de preensão manual em estudantes do ensino médio nas modalidades de Badminton e Basquetebol, além de verificar o percentual de assimetria antes e depois de um período de intervenção das modalidades.

Casuística e Método: Casuística e método: a amostra foi composta por 98 estudantes, divididos em dois grupos, sendo eles, badminton (n=62): masculino (n=21) com média de idade 17±0,54 anos e feminino (n=41) com média de idade 16,46±0,72 anos; e basquetebol (n=36) masculino (n=24) com média de idade 16,47±0,77 anos e feminino (n=12) com média de idade 16,55±0,61 anos, realizaram teste e reteste com dinamômetro manual analógico para avaliar a força lateral (Kgf), com intervalo de 12 aulas geminadas nas respetivas modalidades. No tratamento estatístico realizou-se uma análise descritiva (mínimo, máximo, média e desvio padrão) e coeficiente de variação. Foi calculado o percentual das assimetrias (PAS) considerando PAS = [(valor do membro superior direito (MSD) - valor do membro superior esquerdo (MSE)/ maior valor] x 100, onde assimetrias laterais foram consideradas como as diferenças acima de 15%. Sendo assim, foi observada a frequência de estudantes com assimetria antes e após o período de intervenção, nas duas modalidades.

Resultados: Resultados: Os resultados apresentam que as assimetrias verificadas nos testes do grupo masculino Badminton se manteve em 14,3%. No grupo badminton feminino, se manteve em 12,2%. No basquetebol temos um aumento das assimetrias de 4,2% da amostra, para 25%, no grupo feminino uma redução das assimetrias de 41,7% para 8,3% diagnosticados no reteste.

Discussão: Discussão: A partir dos resultados podemos observar que na modalidade de badminton não houve alteração no percentual de alunos com assimetria nos dois momentos de avaliação. Entretanto, no basquetebol constatou-se um aumento no percentual de meninos com assimetria entre o pré e pós intervenção. Além disso, no grupo feminino ocorreu uma diminuição no percentual de alunas com assimetria. Desta forma, podemos sugerir que a modalidade de basquetebol influencia em alterações na assimetria, o que não foi possível identificar para o badminton. Outros estudos, com delineamento longitudinal, devem ser realizados visando o acompanhamento percentual das assimetrias e das possíveis lesões associadas, durante o período de investigação.

Conclusão: Conclusão: No presente estudo foram encontradas diferenças no percentual de alunos com assimetria praticantes de basquetebol e uma manutenção deste percentual nos praticantes de badminton.

Título: Análise da relação do índice de massa corporal com hábitos de vida de uma população de Caxias do Sul

Autores: FERNANDA SCATOLA, Allan Cassio Baroni, Eduardo Pflug Comparsi, Lucas Odacir Graciolli, Maria Stanislavovna Tairova

Instituições: Instituto de Medicina do Esporte - Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade de Caxias do Sul - Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: O conjunto de hábitos de vida presente dentro de uma população serve fortemente como fator preditor da morbimortalidade deste conjunto de indivíduos. Elevados índices de massa corporal (IMC), por sua vez, elevam o fator de risco para doenças cardiovasculares, ortopédicas, diabetes mellitus e neoplasias. Apesar deste conceito bem estabelecido, a literatura é escassa quanto à população da cidade de Caxias do Sul. O presente estudo objetiva avaliar a relação do IMC com hábitos de vida como tabagismo, grau de atividade física e horas de sono de adultos obtidos em uma intervenção de saúde pública conforme auto avaliação.

Casuística e Método: Estudo retrospectivo descritivo obtido por meio de uma amostra de conveniência em uma intervenção de saúde pública na praça central da cidade de Caxias do Sul em novembro/2015, onde foram analisados os formulários dos participantes que assinaram um termo de consentimento livre e esc la rec ido . Fo ram exc lu ídos aque les que possu íam ausência/divergência de dados em seus formulários, assim como a falta de inclusão dos seguintes critérios: ser voluntário e ter assinado o termo de consentimento livre e esclarecido. O grau de atividade física foi calculado através de um questionário feito por meio de duas perguntas com validade na prática de médicos de família e demonstrou ser factível para utilização em atenção primária, com validade e confiabilidade moderada (B). A utilização do IMC baseou-se nos critérios utilizados pela Organização Mundial de Saúde, definido pelo cálculo do peso corporal, em quilogramas, dividido pelo quadrado da altura, em metros quadrados. Foi utilizado SPSS v.22 para obtenção de estatísticas descritivas de frequência e teste qui-quadrado para variáveis categóricas.

Resultados: Dos 137 participantes, 62% eram do sexo masculino, com uma média de idade de 56,86 anos (± 1,72), enquanto 38%, com uma média de idade de 57,02 anos (± 2,02), eram do sexo feminino. Dos 124 pacientes que preencheram os critérios para avaliação do IMC, 2,4% foram classificados com magreza leve, 18,5% como normotróficos, 46,8% com sobrepeso e 32,3% como obesos. Quanto ao tabagismo, dos indivíduos com magreza leve, 2 (66,7%) fumavam ou já haviam fumado e 1 (33,3%) jamais fumou; 7 (33,3%) normotróficos praticaram o hábito tabágico, enquanto 14 (66,7%) jamais o fizeram; 26 (45,6%) com sobrepeso fumavam ou já o fizeram na vida, enquanto 31 (54,4%) não; dos obesos, 15 (37,5%) praticavam ou já haviam praticado o tabagismo, enquanto 25 (62,5%) jamais o praticaram. Quanto ao grau de atividade física, apresentavam insuficiência 1 (33,3%) com magreza leve, 8 (38,8%) normotróficos, 33 (57,9%) com sobrepeso e 30 (75,0%)dos obesos. Contudo, 2 (66,7%) com magreza leve, 13 (61,9%) normotróficos, 24 (42,1%) com sobrepeso e 10 (25%) obesos relataram grau de atividade física suficiente.

Discussão: Apesar do IMC ser aferido durante a intervenção, o restante do questionário se deu por informações auto referidas, e não documentadas, sendo difícil avaliar a qualidade do sono dos pacientes apenas pelas horas. O número de pacientes com sobrepeso e magreza leve que referiram grau suficiente de exercício físico indica uma provável má compreensão do que seria a quantidade ideal de exercício físico. Contudo, o questionamento do tabagismo demonstrou que apenas o grupo normotrófico foi aquele que manteve o maior número de não fumantes. Ressaltamos, também, que há literatura é escassa nos quesitos avaliados, sendo estes de grande suporte epidemiológico, principalmente quanto a divisão de homens e mulheres em seus respectivos índices de massa corporal.

Conclusão: Há uma clara necessidade de promovermos o exercício físico em nossa comunidade, bem como educarmos a mesma quanto aos graus de exercícios e seus benefícios cardiovasculares para a regulação do sono. O tabagismo, por sua vez, se demonstrou menos danoso no grupo com menor número de tabagistas, corroborando com a necessidade enfática de incentivarmos o seu abandono.

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Título: Análise descritiva da avaliação cardiovascular em adolescentes jogadores de futebol de um clube profissional de são paulo

Autores: RUBEN DARIO ROSALES CHAVEZ, Bruno Magnani Perez, Filippo Savioli, Nabil Ghorayeb, Carlos Tadeu Moreno, Fernando Bianchini Cardoso

Instituições: UNIFESP - Escola Paulista De Medicina - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: O Futebol é o esporte mais popular no Brasil e atrai cada vez mais crianças que iniciam o treinamento competitivo em escolinhas e clubes profissionais. A iniciação esportiva é indubitavelmente benéfica para saúde e qualidade de vida dos adolescentes, no entanto é mandatário detectar condições que possam ter no exercício físico um gatilho para o desencadeamento de eventos cardiovasculares graves como a Morte Súbita (MS). A avaliação clínica dos atletas incluí anamnese e exame físico detalhados e a complementação pode por vezes incluir exames como o eletrocardiograma (ECG), teste ergométrico (TE) e ecocardiograma (ECO). O presente estudo teve como objetivo primário descrever as principais alterações de exames complementares realizados na avaliação pré – participação esportiva de adolescentes jogadores de futebol das categorias de base de um time de futebol profissional da cidade de São Paulo no ano de 2017.

Casuística e Método: Foram envolvidos no estudo 144 atletas do sexo masculino com idade variando de 13 a 20 anos que atuam nas categorias de base de um time de futebol profissional da cidade de São Paulo e já treinavam há pelo menos 3 anos, com frequência média de 5 vezes por semana. Os adolescentes atletas foram submetidos a avaliação clínica pré – participação (APP) que inclui anamnese e exame f ís ico . Es ta ava l iação fo i complementada com Eletrocardiograma de Repouso (ECG) , Teste ergométrico (TE) e Ecocardiograma (ECO) como parte de um protocolo multimodal de avaliação pré participação. As principais alterações dos exames complementares, de anamnese e exames físico foram descritas e caracterizadas quanto à natureza fisiológica decorrentes de adaptações ao exercício ou decorrentes de patologias que implicam em risco cardiovascular aumentado quando associadas à prática esportiva.

Resultados: O exame cardiológico não evidenciou anormalidade no coração em nenhum dos 144 adolescentes. Cinquenta e sete atletas (39,6%) apresentaram alguma alteração eletrocardiográfica, no grupo de atletas com alterações consideradas fisiológicas, a bradicardia sinusal foi detectada em 36,5 % dos atletas, a alteração da repolarização do ventrículo esquerdo em 14%. Em 35% o índice de Sokolow Lyon foi sugestivo de aumento das câmaras esquerdas. No grupo das alterações consideradas fora das variantes fisiológicas a inversão de onda T esteve presente em 4,1 % dos casos e um atleta apresentou traçado compatível com síndrome de pré-excitação. Em 5 atletas (3,47%) foram diagnosticadas extra-sístoles ventriculares isoladas e pouco freqüentes durante o período do esforço no teste ergométrico. Quatro atletas apresentaram resposta hipertensiva durante a fase de esforço. Vinte e dois (15,27%) de todos os exames ecocardiográficos foram laudados com alguma anormalidade, destes 68% não foram associados com alterações que restringem a prática competitiva, por outro lado algum dos achados ecocardiográficos necessitaram de investigação ou acompanhamento sistemático entre eles 3 casos (2%) de sobrecarga de ventrículo E com valores de espessura de SIV acima de 11 mm e PPVE acima de 11 mm , além de alterações raras como origem anômala de coronária direita, aumento de diâmetro de raiz de aorta (39mm), aorta bivalvulada, e hipertrofia de músculo papilares.

Discussão: Permanece um grande desafio determinar protocolos para detectar os atletas jovens com risco elevado de morte súbita. A indicação de testes complementares é ainda controversa e nem sempre contemplada nos protocolos de APP, no entanto, encontramos evidências na literatura e na nossa casuística de que a aplicação conjunta de ECG, TE e ECO, pode ser uma combinação benéfica, principalmente por reduzir o número de resultados eletrocardiográficos falsos positivos e aumentar a acurácia em detectar patologias cardíacas silenciosas potencialmente fatais.

Conclusão: Mais estudos são necessários para determinar a eficácia de um protocolo de APP que englobe uma abordagem multimodal.

Título: Análise do conhecimento dos acadêmicos de medicina sobre a medicina do esporte como especialidade

Autores: BIANCA ALVES DE MIRANDA, Camylla Santos de Souza, Ivan Lucas Picone Borges dos Anjos, Rômulo Nascimento Mudin, Vitória Mikaelly da Silva Gomes, Samara Pereira de Almeida

Instituições: Hospital Messejana - Fortaleza - Ceara - Brasil, UFAL - Maceió - Alagoas - Brasil, UFC - Fortaleza - Ceara - Brasil, UFOP - Ouro preto - Minas Gerais - Brasil, UniFOA - Volta Redonda - Rio de Janeiro - Brasil, Univasf - Petrolina - Pernambuco - Brasil, Uss - Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução: A Medicina do Exercício e do Esporte (MEE) compreende o estudo teórico e prático da influência do exercício, do treinamento e da prática esportiva em pessoas sadias ou doentes. Contempla desde atletas de alto nível até portadores de doenças crônico-degenerativas, e para isso, existem os principais subsegmentos, como Traumato-Ortopedia Desportiva, Cardiologia do Esporte e controle anti-doping. A especialidade vem ganhando cada vez mais repercussão na mídia e tem popularizado as discussões sobre hábitos de vida, tornando importante entender qual o nível de conhecimento que os futuros profissionais da área da saúde adquirem acerca da MEE durante sua graduação. Objetivo: Avaliar o conhecimento dos discentes da área da saúde sobre MEE, analisando a divulgação desta especialidade nas faculdades.

Casuística e Método: Estudo transversal descritivo, realizado com questionário online contendo 10 questões fechadas, criado pela plataforma Survio, que também efetuou a análise estatística.

Resultados: Dos acadêmicos participantes, a maioria (66%) era do Sudeste, seguido do Nordeste (25,5%). 95% dos participantes eram da medicina e a maioria (32%) estava no 3º ano da faculdade. Apenas 32% dos discentes já tiveram ou terão algum contato com a MEE, dos quais 40% se dará no 1º ano da formação. Cerca de 79% dos respondentes acreditam que a MEE não lida apenas com o atleta, porém 87% não conhecem as subespecialidades dentro da MEE e 85% deles não souberam responder quanto tempo dura a residência médica. A maioria (89%) não conhece os níveis de atuação do profissional médico especialista e 80% não possuem nenhum professor da área. Aproximadamente 77% nunca pensaram em fazer residência em MEE, sendo que 30% dos participantes já tiveram contato com assuntos abordados pela especialidade, como a avaliação da perimetria, da composição corporal, da capacidade metabólica, da resistência anaeróbica e da potência muscular. Apenas 66% reconhece a importância da MEE nas esferas de prevenção, tratamento e reabilitação de patologias variadas.

Discussão: O levantamento dos dados coletados é referente a questionario online como parte de estudo inicial sobre a especialidade da medicina do esporte.

Conclusão: Apesar de os participantes da pesquisa representarem apenas uma parte dos estudantes brasileiros, chama atenção a carência de conhecimento sobre MEE apresentada por eles. Isso deve-se, principalmente, ao pouco contato que têm com a especialidade durante a graduação.

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Título: Análise do perfil epidemiológico dos pacientes do sexo feminino de um serviço universitário de reabilitação cardiovascular

Autores: FERNANDA SCATOLA, Celso Junior Scalco, Olga Tairova, Gilnei Luis Molossi Junior, Mateus Dal Castel, Túlio Zortéa

Instituições: Instituto de Medicina do Esporte - Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade de Caxias do Sul - Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: O baixo grau de atividade física representa hoje um importante fator de risco para o aumento da morbimortalidade da população brasileira. Apesar da alta prevalência do sedentarismo na população mundial, não existem muitos dados referente a cidade de Caxias do Sul. A partir dos dados coletados em uma intervenção de saúde pública, este trabalho objetiva descrever a prevalência de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e comparar o grau de atividade física entre homens e mulheres.

Casuística e Método: Estudo retrospectivo descritivo de uma amostra de conveniência obtida por análise de formulários preenchidos pelos participantes de uma intervenção de saúde pública realizada na praça central da cidade de Caxias do Sul em novembro de 2015. Todos os participantes da amostra assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Foram excluídos aqueles com ausência e/ou divergência de dados dos formulários e que não cumpriram os critérios de inclusão: voluntário e termo de consentimento livre e esclarecido assinado. O nível de atividade física foi calculado através de um questionário feito por meio de duas perguntas com validade na prática de médicos de família e demonstrou ser factível para utilização em atenção primária, com validade e confiabilidade moderada (B). Foi utilizado SPSS v. 22 para obtenção de estatísticas descritivas de frequência e teste do qui-quadrado para variáveis categóricas.

Resultados: De 137 entrevistados, 85 (62%) eram do sexo masculino e 52 (38%) do sexo feminino. Dos 136 pacientes que responderam sobre presença ou ausência de hipertensão arterial sistêmica, 60 (44,1%) assinalaram como hipertensos enquanto que 76 (55,9%) eram não hipertensos. Em relação a variável Diabetes Mellitus, também foram considerados 136 respostas válidas, sendo que apenas 9,6% (13 participantes) assinalou presença da doença. Foram considerados 132 entrevistados para análise do grau de atividade física, destes 80 participantes (60,6%) responderam o equivalente a um grau insuficiente de atividade física. Entre os que tiveram escore insuficiente de atividade, 48 participantes (60%) eram do sexo masculino enquanto que 32 eram do sexo feminino. Na análise da associação entre a variável grau de atividade física entre os grupos homens e mulheres não se observou associação estatisticamente significativa (p>0,05).

Discussão: A análise dos questionários foi através de informações auto-referidas e não documentadas. Além disso, o desenho do estudo não permite assumir causalidade entre os fatores analisados. Entretanto, não existem muitos dados referentes ao grau de atividade física para a população local separada por grupos de sexo. Este estudo também agrega estatísticas descritivas de frequência para doenças crônicas, o que serve como forma de atualização de dados para estatísticas epidemiológicas já existentes.

Conclusão: Os efeitos benéficos da prática regular da atividade física têm sido amplamente estudados. Muitas doenças crônicas possuem como importante fator de prevenção e controle a prática de exercício físico, o que é encorajado por profissionais da saúde em todo o mundo. Nosso estudo mostrou uma amostra com predomínio de pessoas com um grau de atividade física insuficiente e não houve distinção entre homens e mulheres com relação ao exercício físico. Portanto, benefícios como melhor mobilidade, melhor capacidade funcional e qualidade de vida devem ser enfatizados quando se recomenda a prática regular de atividade física.

Título: Análise dos fatores relacionados à procura de serviço de saúde especializado em medicina do esporte por acadêmicos participantes do programa de incentivo ao desporto universitário

Autores: ALIA SIQUEIRA VIEIRA, Sebastião Carlos de Sousa Oliveira, Wildner Lins de Sousa, Daniel de Castro Silva, Daniel Hardy MeloInstituições: Universidade Federal do Ceará - Sobral - Ceara - Brasil

Introdução e Objetivo: A prática de esportes está diretamente relacionada ao aumento da demanda física. O estresse físico é uma das variáveis que podem afetar a saúde e bem estar do indivíduo. Deste modo, existe a necessidade de um acompanhamento profissional direto para com aqueles que praticam atividades físicas com demanda elevada para organismo. O desequilíbrio nutricional, balanço hidro-eletrolítico, balanço nitrogenado, o estado de saúde e outras variáveis podem afetar diretamente o desempenho dos atletas. De acordo com buscas realizadas em bases de dados dos serviços saúde, foi notada a escassez de trabalhos que discutam os fatores associados ao acompanhamento médico entre atletas acadêmicos. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar os fatores associados à não procura, entre os atletas participantes do programa de incentivo ao desporto, por serviços de saúde especializados em medicina do esporte.

Casuística e Método: Trata-se de um estudo observacional, transversal realizado com base em pesquisa entre acadêmicos que participam do programa de incentivo ao desporto universitário. Os dados foram coletados por meio de formulário eletrônico, desenvolvido na plataforma Google Forms e organizados em planilhas eletrônicas. Foram coletadas informações relacionados à idade, tempo de prática de esporte, curso acadêmico, sexo e informações relacionadas à procura de serviço de saúde especializado em medicina do esporte.

Resultados: Responderam à pesquisa 79 atletas, com idades entre 17 e 29 anos. Destes, 35 (44,30%) eram do sexo feminino e 44 (55,69%) do sexo masculino. Em relação ao esporte praticado, 8 (10,12%) praticavam basquete, 17 (21,51%) futsal, 27 (34,17%) handebol, 25 (31,64%) voleibol, 1 (1,26%) natação e 1 (1,26%) lutas. Em relação ao tempo de prática de esporte, 27 (34,17%) praticam a modalidade escolhida há mais de 9 anos, 31 (39,24%) praticam a modalidade escolhida entre 3 e 6 anos, 8 (10,12%) praticam a modalidade entre 7 e 8 anos e 13 (16,45%) praticam há 2 anos ou menos. Em relação à procura por serviço especializado em Medicina do Esporte, 20 (25,31%) atletas responderam ter procurado um serviço alguma vez e 59 (74,68%) afirmaram nunca terem procurado um serviço especializado. Dentre os que nunca procuraram um serviço especializado, 33 (55,93%) eram do sexo masculino e 26 (44,06%) do sexo feminino. Entre as justificativas para a não procura por um serviço especializado, 22 (37,28%) atletas responderam não possuir recursos que possibilitem o acesso, 12 (20,33%) atletas afirmaram não julgar necessário, 19 (32,20%) responderam não ter conhecimento prévio do serviço, 3 (5,08%) responderam como justificativa o comodismo ou desleixo, 2 (3,38%) afirmaram como dificuldade o tempo ou marcação de consulta, 1(1,69%) atleta não justificou.

Discussão: Pode-se perceber que um número considerável, quase metade, dos atletas afirmaram não procurar um serviço especializado por falta de recursos, e uma grande parcela, mais de um quarto dos pacientes, afirmaram não ter conhecimento prévio da existência deste tipo de serviço. Além disso mais de 20% dos atletas afirmaram não julgar necessário acompanhamento por um serviço especializado.

Conclusão: De acordo com os dados discutidos, é evidente que existem diversas dificuldades relacionadas ao acompanhamento médico por atletas acadêmicos. Assim, são necessários mais estudos para fundamentar discussões visando medidas para um adequado suporte de saúde ao acadêmicos participantes do desporto universitário.

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Page 14: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Análise dos participantes da 10ª Corrida da Saúde em Uberaba

Autores: GUSTAVO AVILA DE OLIVEIRA PAULA, Daniel Eugênio Espíndola De Amurim, Eloy Xavier Guimarães Pereira, Maria Carolina Ferrete Garcia De Figueiredo, Matheus Da Silva Ferreira

Instituições: Universidade de Uberaba - Uberaba - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: Os efeitos deletérios do sedentarismo repercutem globalmente na ocorrência de boa parte das doenças crônicas não transmissíveis e a colocam em segundo dentre os comportamentos de risco responsáveis pela mortalidade. A Corrida da Saúde é um evento organizado anualmente em Uberaba – MG, pela Universidade de Uberaba (UNIUBE) com a finalidade de combater a inatividade física populacional. Esse evento é realizado nas próprias ruas da cidade, com largada e chegada no Campus da instituição, percorrendo-se um trajeto de 6 km. O grupo de participantes é bem diverso, sendo composto tanto de homens quanto mulheres e de jovens até idosos. No dia 12 de abril de 2015, ocorreu a décima Corrida da Saúde, com a participação de 370 competidores. O objetivo do estudo foi coletar informações sobre os competidores, como sexo, idade, índice de massa corporal (IMC), carga semanal de exercícios e acompanhamento nutricional correlacionando tais dados com a taxa de lesões.

Casuística e Método: O estudo realizado foi do tipo observacional analítico estabelecido de forma transversal para avaliação das diferentes variáveis e estabelecimento de associações entre elas. Os dados foram coletados no início do evento através da aplicação oral de questionários, compostos por 15 questões subjetivas e 7 questões objetivas, cujas respostas foram manuscritas para formulários impressos. As respostas foram computadas em planilha do Microsoft Office Excel (.xlsx) para serem analisadas. Para análise bioestatística, utilizou-se o software GraphPad Prism 7. As associações foram analisadas quanto à normalidade e, posteriormente, quanto à representatividade estatística com o teste-t e a análise One-Way ANOVA.

Resultados: Foram entrevistados 110 participantes, sendo 70 pessoas (63,6%) do sexo masculino e 40 (36,4%) do sexo feminino, com idade variando de 15 a 82 anos e média de 32 anos. O IMC variou de 17 kg/m² a 32,5kg/m², com média de 23,72kg/m². Dos entrevistados, 93 (84,5%) realizam atividades físicas regulares em seu cotidiano, com a prática de uma ou mais modalidades. Dessas, 31 (33,3%) possuem o IMC acima de 25kg/m², configurando quadro de sobrepeso segundo escala do Ministério da Saúde. Não houve diferença significante entre aqueles que praticam exercícios até 3 vezes por semana comparados com quem pratica mais tempo. O acompanhamento nutricional regular é realizado por 13,6% dos participantes, sendo que 26,6% possuem algum tipo de restrição alimentar. A taxa de lesões foi de 20,9%, sem diferença estatística entre as idades, tanto para lesões antigas como recentes. No entanto, constata-se que as lesões são mais frequentes no sexo masculino com 70,6% do total. Além disso, dos 23 atletas que relataram lesão anterior, 20 (86,9%) realizam atividades físicas em um período igual ou maior a 3 horas semanais.

Discussão: O entendimento dos fatores associados a maior ocorrência de lesões é de grande importância para que possíveis medidas preventivas sejam realizadas com maior efetividade. Os resultados obtidos nesse estudo corroboram dados prévios sobre a maior prevalência de lesões em homens e em indivíduos com maior carga horária semanal de exercício. No entanto, contrasta a afirmação de que a idade elevada é um dos principais fatores predisponentes às lesões.

Conclusão: A prática de corrida de rua é uma boa opção de modalidade esportiva independente da idade. Contudo, é necessário que atletas mais exigentes tenham maior acompanhamento profissional para prevenção de lesões.

Título: Análise transversal dos eletrocardiogramas de jogadores de futebol profissional do clube do remo-pa de 2013 a 2017

Autores: EDIO FERNANDES DE MIRANDA, Henrique Custodio Silva, Mariseth Carvalho Andrade, Patricia Valesca Leal, Fábia Maués Sacramento, Heron Correa Quaresma

Instituições: Centro Universitário do Estado do Pará - Belém - Para - Brasil, Liga Acadêmica de Medicina do Exercício e do Esporte - Belém - Para - Brasil, Universidade do Estado do Pará - Belém - Para - Brasil, Universidade Federal do Pará - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A avaliação clínica pré-participação (APP) para atividades físico-esportivas deve ser entendida como uma avaliação médica sistemática, uniformizada, capaz de abranger ampla população de esportistas e atletas antes da liberação para treinamento físico. Propõe identificar ou aumentar a suspeita de doenças cardíacas que impossibilitem a realização de atividades, visto que doenças cardiovasculares causam mais de 95% das mortes súbitas em atletas jovens. O eletrocardiograma (ECG) tem limitado valor diagnóstico para detecção de doença arterial coronária em população de indivíduos assintomáticos, principalmente pelas variações dos padrões eletrocardiográficos associadas ao treinamento físico. Comumente, o ECG do atleta apresenta: bradicardia sinusal, arritmia sinusal, sinais de hipertrofia ventricular esquerda e alterações da despolarização e repolarização ventricular. Objetiva-se apresentar o perfil eletrocardiográfico observado na avaliação pré-participação de atletas profissionais do Clube do Remo, no período de 2013 a 2017.

Casuística e Método: Analise transversal retrospectivo de 2013 a 2017, onde foram analisados 100 eletrocardiogramas de repouso de atletas de futebol profissional do Clube do Remo - PA. O ECG foi realizado em uma clínica particular durante o exame de pré-participação, organizado pela equipe médica do Clube do Remo.

Resultados: Dentre 100 eletrocardiogramas realizados, 08 (6%) apresentaram padrões de normalidade e em 131 identificou-se alterações, distribuídos em categorias. A alteração mais presente foi o bloqueio de ramo direito em 37 exames (27%), repolarização precoce em 34 exames (24%) e ondas Q não patológicas em 18 exames (14%). Pode-se destacar, ainda presença de distúrbio de condução de ramo direito em 13 exames (9%), alteração de repolarização ventricular em 12 (8%), bradicardia sinusal em 10 (7%), sinal de hipertrofia ventricular esquerda em 04 (3%), sobrecarga ventricular esquerda em 02 (1%) e bloqueio atrioventricular de 1° grau em 01 exame (1%). Em 42 atletas (30%) foram identificadas mais de uma alteração em seu ECG, sendo que destes atletas 30 (21%) apresentaram duas alterações e 12 (8%) apresentaram três alterações.

Discussão: Foram identificadas alterações semelhantes aos dados presentes na literatura em relação ao ECG no futebol, colaborando para a ciência desportiva nesse esporte. As mudanças fisiológicas encontradas no ECG devem ser diferenciadas das cardiopatias, impondo padrões de alterações de repolarização, ondas Q patológicas, desvio do eixo elétrico, defeitos de condução intraventricular, pré-excitação, intervalo QT curto/longo e Brugada. Essas alterações são raras, mas que podem levar a morte súbita. O risco de morte súbita nesse grupo é duas vezes maior que em um indivíduo não atleta. O treinamento físico de grande intensidade, volume e frequência geram adaptações morfológicas no atleta. Contudo, o futebol de campo é considerado um exercício de períodos alternados com poucos exercícios estáticos e períodos grades dinâmicos. Isso traz ao atleta alterações nem sempre fisiológicas ao longo de sua carreira.

Conclusão: A avaliação pré participação que conta com o ECG de repouso, de baixo custo financeiro, continua sendo o principal exame para detecção precoce das principais alterações cardiovasculares no esporte de alto rendimento, justificando sua prescrição em pré temporadas.

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Page 15: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Aplicabilidade da bioimpedância na avaliação isocinética dos membros inferiores

Autores: FELIPE RESCHKE DE ARAUJO, Alice Brandão Menezes Rocha, Flávio Tavares Freire Silva, José Henrique Lopes de Menezes Silva Pereira, Matheus Lamartine Nogueira Duarte, Rafael dos Santos Guimarães

Instituições: Centro de Avaliação do Esporte e Exercício - Belém - Para - Brasil, Centro Universitário do Pará - Belém - Para - Brasil, Liga Acadêmica de Medicina do Exercício e do Esporte do Pará - Belém - Para - Brasil, Universidade Federal do Pará - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A avaliação isocinética é utilizada como método para determinar o padrão funcional da força e equilíbrio muscular. O aparelho isocinético é um dinamômetro eletromecânico com sistema servomotor, totalmente computadorizado. O exame é realizado com velocidade angular constante e predeterminada. O aparelho possibilita quantificação rápida e confiável da função muscular. As vantagens em utilizá-lo são permitir o isolamento dos grupos musculares fracos, prover um mecanismo inerente seguro e máxima resistência ao longo de toda a amplitude de movimento (ADM), e permitir quantificação de torque, potência e trabalho. A Bioimpedância Elétrica (BIA) permite à análise da composição corporal baseada nos diferentes níveis de condução elétrica dos tecidos biológicos expostos as frequências de corrente. Consoante, com informações da BIA e de seus parâmetros pode-se estimar a quantidade de água corporal, a proporção de massa magra e gordura corporal. O estudo originou-se da constatação, através de dados quantitativos e qualitativos, a aplicabilidade dos resultados da realização da isocinética com os obtidos na BIA. A análise desses dados poderá contribuir com novas formas de avaliação do desequilíbrio muscular e a consequente interferência na prática de atividades físicas.

Casuística e Método: Pacientes maiores de 18 anos, praticantes de atividades físicas não profissionais, que realizaram a BIA e isocinética. Estatística analítica dada através do Teste Qui-Quadrado de Aderência e de Partição.

Resultados: Ao avaliar os dados obtidos na BIA dos membros inferiores, nota-se que 70,8% (109 pacientes) apresentaram menor massa muscular do lado esquerdo, enquanto 13,6% tiveram menor massa do lado direito e 15,6% possuem mesma massa muscular em ambos os lados. Enquanto a maioria dos pacientes submetidos a avaliação isocinética dos membros inferiores apresentaram um desequilíbrio do lado esquerdo, correspondente a 57,1%, seguida pelo desequilíbrio do lado direito em 40,3% dos pacientes. Em apenas 2,6% não houve desequilíbrio entre os membros inferiores.

Discussão: Ao examinar 154 indivíduos, o trabalho constatou que em sujeitos adultos destreinados a razão isquiotibiais/quadríceps é inferior no sexo feminino. O sexo masculino apresenta um pico de torque 40% a 50% maior. O tamanho do músculo reduz com a idade, causando declínio na força muscular e no desempenho físico, apresentando seu pico entre os 25 e 35 anos. Verificou-se menor massa muscular no lado esquerdo, podendo ser justificada por outros fatores intrínsecos. Foi demonstrado que indivíduos com valores anormais tanto na comparação de pico de torque bilateral, quanto de comparação da razão do pico de torque entre músculos agonistas e antagonistas, possuem desequilíbrios musculares, podendo estar relacionado com a ocorrência de lesões. Examinou-se que 53,9% dos pacientes apresentou o grupamento muscular responsável pela maior ocorrência de desequilíbrio foi o grupo isquiotibial, sendo o do lado esquerdo (35,1%) o principal motivador. O fortalecimento muscular, tem relação com a melhora do equilíbrio visto que este depende, principalmente dos músculos da coxa (quadríceps e isquiotibiais). A capacidade de geração de força dos músculos é diretamente proporcional a massa muscular esquelética desse segmento. A força muscular tende a diminuir mais rápido do que a massa muscular, sugerindo uma diminuição na qualidade do músculo, tal como o tipo de fibra, infiltração de gordura ou matriz extracelular.

Conclusão: Conclui-se que os pacientes que realizaram a bioimpedância e a isocinética apresentaram correlação positiva entre os exames quando se compara o lado esquerdo, o que não ocorre no lado direito. Tais diferenças de força são justificadas não só pela quantidade de massa muscular no membro, mas por vários outros fatores individuais destes pacientes, seja fisiológico ou patológico.

Título: Aplicabilidade da ultrassonografia diagnóstica em contratura unilateral do músculo romboide

Autores: LUCAS MELO DE LIMA, Flávio Tavares Freire da Silva, Mikaelly Karoline de Oliveira Pereira, Yago Melo Barros da Costa, César Augusto Martins Aires, Álvaro Brandão Menezes Rocha

Instituições: Centro de Avaliação do Esporte e do Exercício (CAEEX) - Belém - Para - Brasil, Liga Acadêmica de Medicina Exercício e do Esporte do Pará (LAMEESP) - Belém - Para - Brasil, Universidade Federal do Pará (UFPA) - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: As lesões musculares estão entre as queixas mais comuns no atendimento ortopédico, ocorrendo tanto em atletas como em não atletas. A maioria das lesões ocorre por alongamento excessivo ou trauma direto no ventre muscular. O músculo romboide fica na parte superior das costas, conecta a margem interna das escápulas à coluna. A contratura caracteriza-se por um estado de contração, onde as fibras musculares não relaxam, tendo uma durabilidade inabitual e dolorosa, relacionada à lesão muscular. Na prática, esse estado de contratura se dá pelo acúmulo de ácido lático em decorrência da respiração anaeróbia realizada pelas células musculares em esforço intenso. O presente trabalho tem como objetivo descrever um caso com manifestações clínicas e achados ultrassonográficos de contratura unilateral de romboide em praticante de handebol.

Casuística e Método: M.F.R., 29 anos, mulher, atleta de handebol, refere queixa de dor na região próxima da coluna e do romboide há 5 dias, após um lance acidental em que caiu sobre o braço direito. Ao exame clínico, observou-se dor à palpação local e edema. Posteriormente, o paciente fora submetido à exame diagnóstico por imagem (ultrassonagrafia).

Resultados: Após análise por método de imagem, ultrassonografia, fora diagnosticado contratura do músculo romboide direito.

Discussão: A maior parte das lesões musculares ocorre durante atividade desportiva. Quanto ao tipo, elas podem ser classificadas em lesões causadas por fatores extrínsecos ou intrínsecos. Fatores extrínsecos agrupam as lesões que ocorrem por meio de um fator externo; as contusões são o melhor exemplo. Fatores intrínsecos agrupam as disfunções musculares, os estiramentos e as rupturas. O quadro clínico mais evidente é a dor, surge como o primeiro sinal e tende a diminuir com o passar do tempo. Pode ocorrer espontaneamente, à palpação do local, à contração ou ao alongamento da musculatura afetada. A ultrassonografia, de preferência realizada por um radiologista com experiência na avaliação musculoesquelética, pode avaliar, em tempo real, tendões, músculos e partes moles; consegue, também, detectar a presença de coleções líquidas e pode nos guiar durante uma punção O tratamento geralmente é conservador (medicamentos e fisioterapia), dessa forma, o paciente fora submetido a tratamento conservador, incluindo repouso, gelo, compressão e uso de anti-inflamatórios não esteroidais. Fora prescrito 20 sessões de fisioterapia, que, no entanto, foram negligenciadas pela paciente em virtude da incompatibilidade de horários da mesma. Após avaliação clínica, a mesma referia dores menos intensas após 10 semanas, através da ultrassonografia de controle observou-se reversão parcial da contratura unilateral.

Conclusão: O diagnóstico por imagem, além do clínico, faz-se fundamental para definir a conduta terapêutica nos casos de contratura muscular. O retorno precoce às atividades esportivas poderá agravar a lesão e não se pode descartar a possibilidade de um dano permanente. Todos se recuperam de lesões em velocidades diferentes e, por isso, para retornar ao esporte ou à atividade, não existe um tempo exato. É de extrema importância manter um bom alongamento, para evitar que essas lesões voltem a ocorrer, e aquecer antes das atividades físicas.

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Título: Aplicabilidade da ultrassonografia diagnostica em fratura do v metatarso: relato de caso

Autores: FLAVIO TAVARES FREIRE DA SILVA, Giovanni Gustavo Gomes Barros, Alan Rodrigues Cavalcante, Antonio Carlos Alves Sena Junior, Cairo Dos Reis Souza, Patricia Valesca Leal

Instituições: CENTRO DE AVALIAÇÃO DO ESPORTE E EXERCÍCIO (CAEEX) - BELEM - Para - Brasil, CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ (CESUPA) - BELEM - Para - Brasil, LIGA ACADÊMICA DE MEDICINA DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE (LAMEESP) - BELEM - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: Fraturas dos ossos metatársicos (MTTs) são causas comuns de dor e incapacidade funcional do membro inferior, especialmente por produzirem sequelas e deformidades importantes. Apesar de sua alta incidência, estas fraturas têm recebido pouca atenção na literatura. As fraturas dos metatársicos representam 3 a 7% de todas as fraturas do corpo e 35% das fraturas do pé e incidem em uma taxa de 75 casos novos por 10.000 pessoas por ano. A fratura do quinto metatarso ocorre frequentemente junto com uma entorse no tornozelo, especialmente quando o tornozelo está em rotação interna. A fratura também pode ocorrer devido a um aterrissagem de mau jeito após um salto (especialmente em superfícies irregulares) ou devido a uma queda ou depois de um trauma direto sobre o pé externamente. As fraturas do quinto metatarso ocorrem frequentemente quando se corre ou se salta, especialmente em esportes que envolvem mudanças de direção, tais como futebol, rugby, basquete e dança. O diagnostico da fratura do V metatarso pode ser definido através dos métodos radiológicos (radiografia e tomografia computadorizada), ultrassonografia e ressonância nuclear magnética. O objetivo desse trabalho é avaliar a aplicabilidade da ultrassonografia no caso de fratura traumática do V metatarso não diagnosticado através dos métodos radiológicos.

Casuística e Método: A.T.T.S, 23 anos, masculino, jogador de futebol amador, referiu queixa de dor, edema na região lateral do médio-pé direito após trauma direito durante uma partida de futebol há 07 dias. Ao exame clínico, dor a palpação e edema local. Paciente foi submetido a investigação complementar por métodos de imagens.

Resultados: Após estudos radiográficos, não foi diagnosticado lesão óssea nas incidências solicitadas. O mesmo foi submetido a ultrassonografia no qual foi observado irregularidade e solução de continuidade da cortical óssea, aumento de partes moles adjacentes e fluxo positivo ao estudo com Power Doppler (aumento do fluxo sanguíneo local). Os mesmos achados foram confirmados após análise por ressonância nuclear magnética (solicitada com objetivo de elucidação diagnóstica). Vale ressaltar que o paciente foi submetido a densitometria óssea onde foi afastada a possibilidade de distúrbio osteometabólico.

Discussão: Mesmo não sendo considerado melhor método para análise de lesões ósseas, a ultrassonografia pode apresentar sinais diretos e indiretos relacionados a injúrias como fraturas, por exemplo. Alguns fatores devem ser levados em consideração na análise ultrassonográfica: experiência do médico operador, frequência de ondas sonoras do equipamento utilizado, local lesionado, entre outros. A aplicabilidade da ultrassonografia mostrou-se de grande valia diagnóstica devido sua alta sensibilidade além de outras vantagens como fácil acesso e baixo custo operacional.

Conclusão: A fratura da V metatarso está relacionada a diversos fatores, como por exemplo: trauma direto (muito comum no futebol por ser um esporte de contato). O retorno seguro as atividades do atleta envolve o diagnóstico correto e planejamento terapêutico aplicado. A ultrassonografia diagnóstica mostrou-se ser uma ferramenta importante como auxílio diagnóstico complementar nos casos onde os estudos radiográficos foram inconclusivos e/ou limitados nas fraturas dos metatarsos.

Título: Aplicação da elastografia nas patologias musculoesqueléticas

Autores: KAMILLY ANUNCIAÇAO FERREIRA, Antônio Carlos Alves Sena Júnior, Cairo Dos Reis Souza, Flávio Tavares Freire Da Silva, Patrícia Valesca Leal, Alan Rodrigues Cavalcante

Instituições: CESUPA - BELEM - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: Na atualidade, existem várias técnicas de elastografia de ultrassom, dependendo do tipo de aplicação do estresse e do método usado para detectar o deslocamento do tecido, além de construção da imagem. As principais técnicas utilizadas na prática clínica incluem elastografia de ultrassom de tensão (também chamada de elastografia de compressão, sonoelastografia ou elastografia em tempo real), elastografia de ultrassom da onda de cisalhamento e elastografia transitória (ou elastografia pulsada). Neste estudo objetiva-se fazer uma revisão de artigos relacionados à importância e aplicabilidade dos métodos de elastografia em pacientes com patologias musculoesqueléticas.

Casuística e Método: Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura, na qual realizou-se consultas a artigos do PubMed sobre a implicação dos métodos da elastografia em pacientes portadores de patologias que afetam principalmente o o sistema musculoesquelético. Os artigos datam de 2012 a 2017, sendo boa parte destes publicados na renomada revista Clinical Anatomy.

Resultados: Constatou-se que, basicamente, cada método de elastografia avalia melhor certas estruturas, apesar de haver algumas limitações em cada um. A elastografia de compressão consegue dar um melhor diagnóstico e prognóstico das patologias que afetam o tendão de Aquiles, epicôndilo lateral, tendão patelar, manguito rotador, dedos e fáscia plantar. Sua limitação, no entanto, é que este método é operador-dependente. O uso da elastografia das ondas de cisalhamento é mais útil para avaliar o tendão de Aquiles e os músculos da panturrilha, tendo sua limitação referente à restrição de tamanho, formato e profundidade das áreas de interesse a serem avaliadas. Por fim, a utilização da elastografia transitória pode servir para avaliar o tendão de Aquiles, músculos da panturrilha e estruturas da mão, tendo em vista que este método não consegue detectar alterações em grandes profundidades teciduais.

Discussão: A sonoelastografia em tempo real pode permitir a detecção precoce de alterações subclínicas nos tendões. Um estudo mostrou que as alterações do tendão em jogadores de futebol podem ser diagnosticadas usando ultrassom antes de se tornarem sintomáticas. A maioria dos tendões assintomáticos apresentou tecido duro (86-93%), no entanto, em 1,3-12% nos casos haviam tecidos amolecidos levemente ou discretamente (áreas laranja ou vermelha). Em contraposição, os tendões sintomáticos foram caracterizados por amolecimento discreto em 57% e leve em 11%. Portanto, sugeriu-se que apenas as áreas discretamente moles (vermelhas) no tendão de Aquiles devem ser consideradas anormais. A elastografia também facilita o diagnóstico de miopatias inflamatórias pela avaliação do estado do músculo esquelético e também pela possibilidade de apreciar a aparência da estrutura muscular (músculo, fáscia, gordura adjacente), as alterações ecogênicas e a elasticidade. Esses exames são importantes no monitoramento de pacientes com doenças musculares inflamatórias, avaliando a resposta à terapia, evolução e aparência de quaisquer complicações. A imagem na avaliação da epicondilose, por exemplo, é muitas vezes necessária quando existem sintomas refratários ou confusos.

Conclusão: Conclui-se que, portanto, no geral os métodos de elastografia são muito úteis para confirmar diagnósticos, complementar informações sobre a injúria tecidual e fazer o acompanhamento de pacientes com afecções do sistema musculoesquelético, principalmente quanto se trata de acometimento de tendões e estruturas musculares. Dado o exposto, dependendo da área e profundidade das lesões, um ou outro método deve ser preferencial para fazer a análise mais correta, já que cada método possui suas limitações.

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Título: Artigo de revisão: Uso de probióticos em atletas

Autores: NATALIA PACHECO LIMA COSTA, Diego Caruba Carmo, Carlos Vicente Andreoli, Maria Beatriz Leme Monteiro, Alberto de Castro Pochini, Moises Cohen

Instituições: UNIFESP - SÃO PAULO - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução: Os probióticos são suplementos que contém microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde do hospedeiro ao contribuírem com a melhora do equilíbrio da microbiota intestinal. Seu uso tem sido cada vez mais estudado em atletas. Sabe-se que os atletas, principalmente de endurance, estão mais vulneráveis a alterações inflamatórias e infecciosas do trato respiratório superior e também alterações gastrintestinais. Objetivo: Verificar as evidências dos benefícios do uso clínico dos probióticos em atletas no período pré competição e também durante os campeonatos.

Casuística e Método: Material e Método: Foram buscados no MEDLINE e IBECS os descritores: “probióticos, atletas, resistência física, esportes” sendo encontrado 38 artigos publicados entre 2003 e 2016. Foram selecionados 23 artigos entres os apresentados na busca considerando os seguintes critérios de inclusão: (1) estudo de intervenção, (2) amostra contendo atletas ou esportistas com treinos de alta intensidade.

Resultados: Resultados: Houve resultados positivos na melhora do sistema imune e na prevenção de infecções de vias aéreas superiores em ciclistas, maratonistas e triatletas. Dentre os estudos analisados, houveram alguns que apresentaram melhora do sistema imune (aumento dos níveis séricos de citoquinas e de IgA salivar) e também de redução da sintomatologia e duração de infecções de vias aéreas superiores (IVAS) em corredores. Noutra análise realizada em 2011 com 58 atletas de endurance, constatou-se que o probiótico Lactobacillus casei Shirota (LcS) gerou aumento do IgA salivar no grupo que recebeu o suplemento e também menor tempo de infecção. Houve diminuição dos sintomas gastrintestinais em provas ou treinos de longa duração (p < 0,008) e menor incidência de IVAS no grupo probiótico em relação ao placebo (p < 0,001). Não houve alteração das imunoglobulinas séricas. Em Camberra (AU), foi observado em ciclistas e triatletas em estudo caso-controle a eficácia do probiótico Lactobacillus fermentum VRI-003 PCC® na dose de 1x109 UFC/dia (Probiomics Ltd, Sydney, Austrália) durante 11 semanas na prevenção de IVAS, IVAI (infecção de vias aéreas inferiores) e alterações gastrintestinais. Houve melhora dos sintomas respiratórios e gastrintestinais nos atletas do sexo masculino e menor variação das citocinas pró e anti-inflamatórias no grupo que usou probiótico. Não teve melhora do IgA salivar.

Discussão: Discussão: Os atletas de alto rendimento podem se beneficiar do uso de probióticos em atividades de endurance de forma a reduzir o risco de doenças respiratórias e gastrintestinais. Em casos em que o atleta apresenta fadiga crônica ("overtraining") ou comprometimento do sistema imune este suplemento pode auxiliar na recuperação gerando diminuição do tempo de infecção ou da intensidade dos sintomas. Sugere-se que há benefícios dos probióticos na melhora da integridade da barreira mucosa do trato gastrintestinal e do trato respiratório. Além disso, há também evidências de que contribui com a melhor resposta do sistema imune tanto inato quanto adquirido.

Conclusão: Conclusão: Probióticos têm benefício na melhora do sistema imune dos atletas de alta performance. Dessa forma tem-se uma nova ferramenta de promoção à saúde e prevenção de doenças nesta população. Apesar desta constatação, tal trabalho mostrou ser necessário outros estudos para avaliar dose e tipos de cepas mais adequados para cada situação.

Título: Assistência multiprofissional desportiva aos jogadores da liga nacional de basquete, na temporada de 2016/2017

Autores: JOAO VITOR MEDEIROS DE ABREU, Bruno Matida Bonando, Bruno Rennó Grilo Siqueira, Paulo José Oliveira Cortez

Instituições: Faculdade de Medicina de Itajubá - Itajubá - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: Com a profissionalização do basquete ocorreu um aumento significativo da importância da assistência multiprofissional desportiva aos jogadores, para que pudessem manter seu vigor físico e desempenho ao longo de toda temporada, atingindo assim o potencial máximo de suas habilidades. O Brasil revitalizou seu basquete em 2008 com a criação do Novo Basquete Brasil (NBB), pela Liga Nacional de Basquete (LNB). Assim, teve o retorno da formação profissional de clubes com profissionais da área da saúde que pudessem proporcionar o suporte adequado aos jogadores, como por exemplo a prevenção de lesões, aumento do rendimento físico e acompanhamento nutricional. Ainda, encontrou-se uma lacuna com relação a falta de informações, com relação a assistência prestada pelos profissionais, a falta de incentivo pela presença de determinadas especialidades, como a medicina do esporte, por parte da organização e a ausência de informações com relação aos profissionais que atuam com esses atletas profissionais. O propósito dessa pesquisa foi analisar a assistência multiprofissional desportiva aos jogadores da liga nacional de basquete, na temporada de 2016/2017.

Casuística e Método: Foi realizado um estudo observacional analisando os dados das 15 franquias pertencentes a liga nacional de basquete do Brasil (NBB) por meio do site oficial da liga e do próprio clube, redes sociais dos próprios times e tentativas de contato por e-mail, além do site da NBA e dos clubes americanos usados como base para comparação. Para a análise da equipe foi utilizado o site oficial de cada especialidade.

Resultados: Diante das informações obtidas dos 15 times participantes da liga nacional de basquete do Brasil, encontrou-se um número muito limitado na parte de cuidados médicos, sendo que 3 clubes (20%) não apresentaram médicos próprios do clube na comissão técnica. Dos times com médicos, apenas 4 clubes (33,3%) possuem especialidade em Medicina do Esporte; 8 (66,7%) possuem a especialidade de Ortopedia. Quanto ao corpo de Fisioterapeutas e Preparadores Físicos todos os clubes apresentaram ao menos 1 profissional de cada área. Porém, em relação a nutricionistas apenas 1 clube (6,66%) apresentava o profissional. Massagistas apenas 2 clubes (16,66%) tinham esse profissional.

Discussão: De acordo com o presente levantamento, foi notado uma frequente falta de informação fornecida pelos clubes, tanto no site oficial da liga quanto em seus respectivos sites oficiais dos clubes. Também, é de conhecimento comum que diante a falta de apoio ao esporte, a maioria dos praticantes possui especialistas próprios para cuidar de sua integridade e desempenho físico. Ademais, em comparação com a maior liga de basquete do mundo (NBA), também não se encontram muitas informações sobre os serviços prestados e muitos menos sobre o corpo clinico de cada equipe nos guias oficiais da NBA, por outro lado os sites oficiais dos clubes informam detalhadamente o papel dos profissionais, suas especialidades e seu objetivo com o clube, uma vez que demonstram a importância de cada profissional na área de saúde. Por fim, foi observado também a inexistência de diretrizes relacionadas ao número mínimo de profissionais de saúde na composição de comissões técnicas e o escasso número de especialistas em medicina do esporte, o que chamou atenção, uma vez que, o basquete brasileiro tem se tornado um esporte de alto rendimento, tendo como consequência uma grande necessidade da melhor performance dos jogadores e uma maior necessidade na prevenção de lesões.

Conclusão: A partir dos resultados do trabalho foi concluído que, na liga nacional de basquete do Brasil há uma lacuna quanto as informações fornecidas pelos clubes e pelo próprio torneio, sendo necessária um maior comprometimento organizacional nos regulamentos para que o esporte possa ter um maior rendimento dos seus atletas e possa evitar um maior número de lesões.

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Título: Associação da classificação de risco de lesão pelo Functional Movemen t Sc reen ing™ com a oco r rênc ia de l esões musculoesqueléticas: uma metanálise

Autores: PRISCILA DOS SANTOS BUNN, Elirez Bezerra da Silva

Instituições: Laboratório de Pesquisa em Ciências do Exercício, Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Marinha do Brasil) - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O Functional Movement Screening™ (FMS™) é um método baseado na observação de padrões anormais de movimento de sete testes funcionais. De acordo com a presença de certos tipos de disfunções, é fornecido um escore por teste que varia de zero (presença de dor), 1 (muitas disfunções de movimento), 2 (poucas disfunções de movimento) a 3 pontos (padrões de movimento normal). Revisões sistemáticas prévias concluíram não haver evidências suficientes que garantam a eficácia do FMS™ como método preditor de lesões. Entretanto, as análises não foram baseadas no cálculo do Risco Relativo (RR), cálculo mais apropriado para estudos de coorte. Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar a associação da classificação de risco de lesão pelo FMS™ com a ocorrência de lesões musculoesqueléticas em praticantes de exercícios físicos.

Casuística e Método: Este estudo foi uma metanálise redigida conforme as recomendações PRISMA. Foram incluídos os estudos de coorte que avaliaram a associação do escore de risco do FMS™ com a ocorrência de lesões musculoesqueléticas durante exercícios físicos (esportivos ou militares) e que utilizaram o RR para analisar os dados, ou estudos de coorte que apresentaram uma Tabela 2 x 2, permitindo o cálculo do RR. Realizou-se uma busca sem filtros de linguagem ou de tempo nas bases de dados National Library of Medicine (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Scholar, SCOPUS, SPORTDiscuss, The Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) and Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) com as seguintes palavras-título: predição de lesões, risco de lesões e functional movement screening em maio de 2017. Perfil dos participantes, tamanho da amostra, classificação das lesões musculoesqueléticas, tempo de seguimento, desenho do estudo e os resultados foram extraídos dos estudos. A análise do risco de viés foi realizada com a Escala Newcastle-Ottawa (NOS). Para a análise dos dados, utilizou-se o programa RevMan5.3, para metanalisar as incidências de lesões nos grupos alto risco e baixo risco.

Resultados: Foram recuperados 553 estudos nas bases de dados. Após a remoção de títulos duplicados e de estudos que não atenderam os critérios de elegibilidade, foram selecionados 15 estudos. A metanálise de 531 lesionados em 1301 participantes de alto risco e 1099 lesionados em 3598 participantes de baixo risco mostrou que indivíduos com alto risco pelo FMS™ possuem RR = 1,40 (IC95% = 1,18-1,67) para desenvolverem lesões.

Discussão: Segundo os resultados da presente metanálise, indivíduos com alto risco no FMS™ possuem 1,4 vezes mais probabilidade de desenvolverem lesões. Os estudos com menor risco de viés foram os estudos com maior peso no resultado da metanálise e consistiam de participantes militares. Verificou-se, neste grupo, os menores riscos de viés de seleção e comparação, especialmente em decorrência de uma maior representatividade das amostras e de menos influência de fatores de confundimento (idade, sexo e rotina de exercícios físicos).

Conclusão: Os resultados da presente metanálise sugerem que os escores de disfunção motora do FMS™ que classificam em alto risco podem estar associados com um maior risco de desenvolver lesões musculoesqueléticas em um indivíduo que pratica exercícios físicos, especialmente em grupos militares. Entretanto, estes resultados não podem ser extrapolados para atletas de todas as modalidades esportivas, possivelmente em decorrência das diferentes demandas.

Título: Associação entre circunferência de cintura e pressão arterial

Autores: LEANDRO RAIDER DOS SANTOS, Gabriela Leite de Souza, Vanessa Conceição Saar Mautone Lima, Felipe Lacerda de Oliveira Pessôa, Vinícius Moreira Paladino, Diogo Pantaleão

Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A hipertensão arterial é uma doença que predispõe alto risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, ocorrendo de forma precoce nos indivíduos adultos. Trata-se de uma doença que possui fatores associação para seu desenvolvimento, tais como tabagismo, histórico familiar, envelhecimento, fatores socioeconômicos, sedentarismo e má alimentação, que associada à inatividade física pode levar ao acúmulo de tecido adiposo na região mediana do corpo, que se trata de um importante fator de risco para o desenvolvimento da doença. Alguns dos fatores geradores da hipertensão são modificáveis e estão fortemente associados a uma vida saudável. A associação entre circunferência abdominal e pressão arterial é usada frequentemente para indicar o risco ao desenvolvimento de hipertensão arterial, uma vez que esses fatores estão diretamente relacionados e a utilização desse método é rápido, barato e pode ser aplicada por estudantes. Todavia, em países como o Brasil que possuem um alto índice de miscigenação em sua população é necessário que novos pontos de corte sejam estimados para que a sensibilidade e especificidade destas associações sejam cada vez mais relevantes e próximas ao que é esperado para a detecção deste fator de risco. O objetivo do presente estudo foi verificar se existe associação entre circunferência de cintura e níveis pressóricos em moradores da cidade de Valença/RJ.

Casuística e Método: Estudo descritivo com delineamento transversal. A amostra foi composta por 556 indivíduos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 40-93 anos. Os dados foram coletados em uma praça da cidade de Valença/RJ pelos integrantes da Liga Acadêmica de Medicina do Esporte e do Exercício, que mantém no local um projeto de extensão universitária chamado “Mexa-se na melhor idade”. A coleta dos dados ocorreu durante o ano de 2016, aos domingos, durante a realização do projeto. A medida de circunferência de cintura e os pontos de corte seguiram as recomendações da Organização Mundial de Saúde conforme o gênero – OMS. Para determinação do diagnóstico da PA foi utilizado o relato do indivíduo dentro do questionário aplicado juntamente as aferições para caracterização de hipertensão arterial. Para caracterização da amostra foi utilizada a estatística descritiva. Para verificar a relação de dependência das variáveis foi utilizado o teste do Qui-quadrado, considerando p ≤ 0,05 para determinação destas diferenças. Na análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0.

Resultados: A amostra foi constituída com 48,4% de hipertensos e 51,6% normotensos. Os pontos de corte da CC apresentaram 34,4% dos indivíduos com níveis adequados, 22,1% com níveis aumentados e 43,5% com níveis muito aumentados. A associação entre pressão arterial e CC se mostrou significativa com p=0,020.

Discussão: Assim como o resultado do presente estudo, em Peixoto et al. (2006) a CC apresentou associação com a HA em ambos os sexos no seu estudo transversal populacional realizado em Goiânia (GO), com amostra de 1.238 adultos, de 20 a 64 anos. A maior associação foi com o ponto de corte proposto para a população brasileira. No entanto, a acurácia dos pontos de corte do IMC propostos para predizer risco cardiovascular brasileiros não se mostrou útil para a predição de hipertensão em estudantes de uma comunidade brasileira, multirracial e de diferentes níveis socioeconômicos de acordo com Rosa et al. (2007) Já em um estudo realizado em idosos, que constituem a maior parte de nossa amostra, por Ferreira et al.(2010) mostrou que o aumento da CC parece estar associado ao IMC, uma vez que, para os idosos com sobrepeso e obesidade, a frequência de obesidade central foi maior; confirmando, novamente a associação.

Conclusão: Podemos concluir que nessa amostra a circunferência de cintura é uma variável significativa e se associa com a pressão arterial podendo servir como método preventivo e fator de risco importante para hipertensão.

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Título: Associação entre exercício físico e o uso de medicação contínua em idosos

Autores: LEANDRO RAIDER DOS SANTOS, Vinícius Moreira Paladino, Flávia Silva Cople, Gabriel Bresciani Rodrigues, Lauro Siqueira Campos De Barros Filho, Diogo Pantaleão

Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que se repete também aqui no Brasil. Segundo dados do IBGE, no ano de 2030 o Brasil terá a sexta população mundial em número absoluto de idosos. As doenças ligadas ao processo do envelhecimento levam a dramático aumento dos custos assistenciais de saúde e consequentemente um alto consumo de medicamentos por parte dessa população. Diminuir o uso da medicação contínua é fundamental para a saúde e economia dos adultos e idosos. Estudos apontam que os gastos com esses fármacos chegam a comprometer até 50% da renda familiar. Neste sentido, praticar exercício físico tem mostrado ser uma alternativa eficaz no tratamento não farmacológico de diversas doenças, diminuindo assim, os gastos com medicamento. O objetivo do presente estudo foi analisar se a prática de atividade física está associada com o menor uso de medicamentos.

Casuística e Método: A amostra foi composta por 584 indivíduos de ambos os sexos com idades compreendidas entre 60-75 anos. Os dados foram coletados no Mercado Municipal de Valença/RJ pelos integrantes da Liga Acadêmica de Medicina do Esporte e do Exercício durante o segundo semestre de 2016. Para identificar os indivíduos praticantes e sedentários foi utilizado um questionário, sendo considerado praticante aquele que acumulava mais de 150 minutos semanais de prática de exercício. Na avaliação do uso de medicamento, foi aplicado um questionário semiestruturado. Para caracterização da amostra foi utilizada a estatística descritiva. Para verificar a relação de dependência das variáveis foi utilizado o teste do Qui-quadrado e para comparações de proporção foi utilizado teste da Binomial, considerando p ≤ 0,05 para determinação destas diferenças. Na análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0.

Resultados: O presente estudo encontrou 65% da amostra fazendo uso contínuo de medicamento e 35% relataram não usar. Na avaliação do exercício, 55,8% eram sedentários e 44,2 praticavam exercícios fiscos regulares. Ao analisar se a prática de atividade física está relacionada com a diminuição do uso de medicação, o presente estudo apresentou fraca associação, com p=0,443.

Discussão: Em nossa pesquisa não houve diferença significativa dos praticantes de atividade física com os sedentários quanto ao uso de medicações contínuas. Talvez devido à pouca adesão dos participantes ou à falta de acompanhamento médico. Estudos demonstraram redução PA, sugerindo que a atividade física tem efeito hipotensivo em indivíduos medicados e em um estudo anterior o diminuição da PA em hipertensos não medicados. Assim, apontam que a atividade física adequada em pacientes hipertensos pode ser um adjuvante para intervenção e tratamento da HAS. Por mais que a amostra não tenha demonstrado concordância com a literatura. É sabido que a prática regular de atividade física colabora para diminuição da PA. Quando o foco é pacientes diabéticos, estudos demonstraram uma redução no uso dos medicamentos, como fator de contrapeso ao controle glicêmico provocado pela atividade física.

Conclusão: É sabido que a prática de atividade física está relacionada a melhora da qualidade de vida, diminuição dos níveis pressóricos, controle da glicemia e dos lipídeos sanguíneos. No entanto, nosso estudo não demonstrou a relação do exercício regular com diminuição do uso contínuo de medicamento. Talvez tenha sido em decorrência dos vieses da pesquisa ou da própria amostragem populacional.

Título: Associação entre faixa etária e prática de exercicio físico em moradores de valença-rj

Autores: PEDRO ANTONIO DA SILVA MOREIRA, Matheus Teixeira De Oliveira, Flávia Silva Cople, Leandro Raider, Vinícius Moreira Paladino, Diogo Pantaleão

Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A prática de exercício físico é fundamental para garantir um estilo de vida saudável e, cada vez mais, estudos apontam para essa necessidade. No entanto, o sedentarismo aumentou de forma global, sendo um grande fator de risco para mortalidade. A medida que ocorre o envelhecimento torna-se ainda mais importante que o individuo seja fisicamente ativo. A atividade fisica ajuda a retardar a degeneração que ocorre com o corpo humano conforme envelhecemos. Todavia, tanto o adulto quanto o idoso encontram dificuldades para se exercitar, seja por motivos sociais - compromissos de trabalho e falta de tempo - ou biológicos - enfraquecimento do tônus muscular e constituição óssea. Dentre os inúmeros benefícios que o exercício físico pode trazer, vale ressaltar alguns: na fase adulta, ajuda na manutenção das funções físicas e cognitivas. Na velhice, melhora o equilíbrio e coordenação, promove maior independência e é de suma importância na luta contra a depressão. Em virtude dessas considerações mostrou-se relevante avaliar uma possível associação entre faixa etária e exercício físico em Valença. O objetivo do presente estudo foi analisar se existe associação de faixa etária (adultos vs idosos) e a prática ou não de exercício físico.

Casuística e Método: Estudo descritivo com delineamento transversal. A amostra foi composta por 591 indivíduos, de ambos os sexos sendo 230 adultos (40-60 anos) e 361 idosos (61-75 anos). Os dados foram coletados em uma praça da cidade de Valença/RJ pelos integrantes da Liga Acadêmica de Medicina do Esporte e do Exercício, que mantém no local um projeto de extensão universitária chamado “Mexa-se na melhor idade”. A coleta dos dados ocorreu durante o ano de 2016, aos domingos, durante a realização do projeto. Para identificar os indivíduos praticantes de exercício físico e sua idade cronológica foi aplicado um questionário, sendo considerado praticante aquele que acumulava mais de 150 minutos semanais de prática de exercício. Para caracterização da amostra foi utilizada a estatística descritiva. Para verificar a relação de dependência das variáveis foi utilizado o teste do Qui-quadrado, considerando p ≤ 0,05 para determinação destas diferenças. Na análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0.

Resultados: Os adultos representaram 44,2% dos avaliados, sendo 41,3% indivíduos caracterizados como praticantes de exercício físico e 58,7% como sedentários. Em idosos que representaram 55,8% dos avaliados, 46,0% foram caracterizados como praticantes e 54,0% relataram o sedentarismo. Na análise da associação entre a faixa etária e a prática de exercício físico, não foi encontrada associação no teste do Qui-quadrado, com p= 0,264.

Discussão: Ao contrário dos resultados encontrados, o estudo de Siqueira et al. (2008) , onde foram avaliados idosos e adultos da região nordeste e sul em áreas de abrangência dos postos de saúde, demonstrou em ambas as regiões que a prevalência de sedentários é maior em idosos quando comparados a adultos. Em estudo do departamento de medicina social da universidade federal de pelotas (2008), onde foram analisados adultos e idosos de 43 municípios em sete estados, também demonstrou aumento do nível de sedentarismo com a idade, e apontou como principal fator de risco baixa renda familiar.

Conclusão: A pesquisa realizada em Valença apontou que não há associação entre faixa etária e prática de exercícios físicos. Os resultados também evidenciaram que o número de sedentários é maior do que daqueles que se exercitam, tanto entre idosos quanto entre os adultos.

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Título: Atividade física e análise da variabilidade da frequência cardíaca em estudantes de medicina

Autores: JULIO CESAR TOLENTINO JUNIOR, Jorge Henrique Narciso, Mayara Sanae Fujimoto, Ana Lucia Taboada Gjorup, Sergio Luis Schmidt, Rubens Lopes Da Costa Filho

Instituições: Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Os benefícios da prática de atividade física e exercícios aeróbicos para a saúde global tem sido bem descrita em vários estudos. Dependendo da população estudada, ainda é controversa qual a intensidade destes exercícios estaria relacionada ao melhor funcionamento do sistema nervoso autonômo. A análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é um método não invasivo, prático e reprodutível da modulação autonômica cardíaca (MAC). Estudos demonstram que a redução nos parâmetros relacionados ao sistema parassimpático tem múltiplas implicações negativas na saúde física e mental. Como estudantes de medicina estão frequentemente submetidos a fatores estressores que podem atuar negativamente na MAC, foi investigada a relação entre a análise da VFC e atividades aeróbicas nesta população.

Casuística e Método: Estudo transversal, com 30 estudantes do curso de Medicina. Foram excluídos aqueles com alguma doença diagnostica ou uso de medicações com interferência na MAC. Foram aplicados questionários relacionados à prática de atividades físicas aeróbicas, além do preenchimento do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão curta. A VFC foi avaliada durante 5 minutos, através do aparelho ES Complex (certificado pelo FDA) em horário e condições ambientais semelhantes. Foram analisados os seguintes parâmetros da VCF: frequência cardíaca (FC); SDNN (expresso em milissegundos- ms), pNN50 (%); rMSSD (ms); componentes de alta frequência (HF) e de baixa frequência (LF) e relação entre LF e HF(LF/HF). A distribuição das variáveis foi analisada através de inspeção visual por histograma e pelo teste de Shapiro-Wilk. Testou-se a diferença entre os valores de cada varíavel da VFC e tempo de atividade aeróbica semanal entre o grupo de praticantes de atividade aeróbica (grupo A) e aquele não praticante desta atividade (grupo B) através do teste t para variável normal e teste de Mann-Whitney para variáveis de distribuição não normal). Foram realizadas análises de correlação parcial de Pearson e regressão logística. Foi considerado o nível de significância igual a 5%.

Resultados: Entre os 30 estudantes analisados, havia predomínio do sexo feminino (80%) e a idade variando de 21 e 31 anos (mediana=24,5). Aqueles 8 (26,6%) estudantes do grupo A e os 21 (73,3%) do grupo B, não apresentaram diferença significativa em relação à idade. Com exceção da FC e componente LF, as variáveis da VFC foram maiores no grupo A, porém sem significância estatística. Na regressão logística, gênero e idade não foram associados com análise da VFC. Foi observada correlação positiva significativa entre a parte relacionada aos número de dias do IPAC1a e IPAC2b e as variáveis SDNN (r=0,51;p=0,01 e r=0,42;p=0,04; respectivamente), rMSSD (r=0,54; p=0,006 e r=0,45; p=0,27; respectivamente) e HF (r=0,53;p=0,007 e r=0,46; p=0,02; respectivamente). Não foi observada correlação entre as outras variáveis do IPAC versão curta e da VFC.

Discussão: Na amostra foi observada correlação positiva significativa as variáveis da HRV relacionadas à atividade autonômica parassimpática e o número de dias na semana com atividades físicas vigorosas e moderadas, porém sem relação com o tempo semanal ou atividades leves (caminhada). Dependendo da população estudada, ainda é controversa a real associação entre intensidade da atividade física e MAC. Não encontramos estudo semelhante na literatura para comparação dos resultados.

Conclusão: Na amostra estudada foi observada associação estatisticamente significativa entre o número de dias de atividades físicas vigorosas e moderadas e melhor modulação autonômica através da análise da VFC.

Título: Atividade física e hábitos de vida do estudante de medicina: um perfil epidemiológico

Autores: JOAO ROBERTO LIMA COUTO, Vanessa Brito Miguel Couto, Rhuan Victor Pereira Morais, Alef de Carvalho Vieira, Victor Lima Dantas

Instituições: Centro universitário de João Pessoa - João Pessoa - Paraiba - Brasil, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Salvador - Bahia - Brasil, Universidade Estadual de Santa Cruz - Ilhéus - Bahia - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução: A inatividade física constitui uma realidade entre os estudantes de medicina do Brasil, sendo acompanhada por índices crescentes de sobrepeso e diminuta qualidade de vida. Dessa forma, faz-se necessário avaliarmos a prática de exercícios físicos nos acadêmicos do estado da Bahia. Objetivo: Analisar o perfil dos estudantes de medicina do estado da Bahia quanto a antropometria, a realização de atividade física e os hábitos de vida.

Casuística e Método: Trata-se de um estudo analítico e transversal em que foi aplicado um formulário eletrônico, no qual foi incluído o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) – Versão Curta, a 203 estudantes de medicina do estado da Bahia entre fevereiro e junho de 2017. Foram utilizados os programas Microsoft Excel 2016 e Statistical Package for the Social Sciences versão 23 para tabulação e análise dos dados.

Resultados: Houve um predomínio do sexo feminino (67%) e da faixa etária entre 20 e 24 anos (61,1%). A maioria dos participantes eram acadêmicos da Universidade Estadual de Santa Cruz (29,6%) e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (24,6%). Existiu um predomínio dos estudantes do 3º semestre da graduação (19,2%), seguidos pelos do 7º (14,8%). Em relação ao IMC, 68,4% encontravam-se com o peso ideal e 18,7% com sobrepeso. No quesito autopercepção do nível de saúde, 42,4% relataram como bom e, ao comparar com o IMC, pode-se perceber significância estatística (p=0,001). No que concerne a prática de atividade física na infância, 69,5% realizavam regularmente. Ao considerar a realização de exercícios físicos atualmente, os estudantes o praticavam de maneira vigorosa em uma média de 2,15 (±1,87) dias por semanas em 40,9 (±36,4) minutos por dia; de forma moderada em 2,04 (±1,78) dias por semana em 37,1 (±34,6) minutos por dia; e de maneira leve 3,47 (±2,4) dias por semana em 24,9 (±27,7) minutos por dia. Em relação ao uso de medicamentos relacionados à prática de atividades físicas, predominou-se aqueles que nunca utilizavam (46,8%), porém dentre os acadêmicos que faziam uso, 49% utilizavam relaxantes musculares e 45,3% analgésicos, sendo que a maioria destes faziam uso por conta própria (72,2%). Quanto ao tempo que consome sentado durante um dia de semana, os estudantes referiram uma média de 9,3 (±3,4) horas, e em relação a um dia de final de semana, 8,7 (±4,6) horas. Houve uma maior prevalência daqueles que nunca fumaram (93,1%) e dos que ingeriam bebida alcoólica apenas em festas e finais de semana (70%). No que concerne à alimentação, 72,1% consideravam como normossódica; 64,9% como normolipídica e 61% como normocalórica, sendo que ao realizar comparação estatística com o IMC, percebeu-se significância (p=0,02).

Discussão: Em diversos trabalhos relacionados ao tema, a amostragem feminina também é a principal analisada, assim como indivíduos com o IMC adequado. Correlacionando-se com o exposto por Netto e colaboradores (2012), a maioria dos universitários considera seu nível de saúde como bom ou muito bom. O nível de atividade física foi inferior ao demonstrado em outros estudos com estudantes do ensino superior. O tempo sentado em um dia tanto de semana como de final de semana foi superior aos de universitários da Universidade Federal da Paraíba demonstrado por Fontes e Vianna (2009). O perfil frente ao tabagismo e ingestão ocasional de bebidas alcóolicas corrobora com o observado em outros estudos envolvendo estudantes de Medicina.

Conclusão: A maioria dos estudantes de medicina do estado da Bahia encontram-se com peso adequado, além de relatarem alimentação e saúde satisfatórios. Apesar disso, apresentam níveis de atividade física inferior ao relatado na literatura. Outrossim, há um predomínio de acadêmicos que fazem uso de medicamentos sem devida orientação.

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Título: Automedicação com intuito de tratar dores e fadiga muscular em atletas universitários

Autores: ALIA SIQUEIRA VIEIRA, Sebastião Carlos de Sousa Oliveira, Wildner Lins de Sousa, Daniel de Castro Silva, Daniel Hardy Melo

Instituições: Universidade Federal do Ceará - Sobral - Ceara - Brasil

Introdução e Objetivo: A prática de esportes pode causar estresse psicológico e físico. Os danos e dores musculares, causados por esse estresse, ocorrerem dependendo do tipo de exercício. Várias classes de fármacos são usadas com o intuito de cessar dores musculares. Porém, o uso irracional pode desencadear efeitos adversos, assim como, expor o indivíduo ao risco de interações medicamentosas e intoxicações. Deste modo, existe a necessidade de acompanhamento profissional direto com a finalidade de orientar o uso racional desses fármacos e tratar de forma correta as queixas apresentadas pelos atletas. De acordo com buscas realizadas em bases de dados dos serviços saúde, foi notada a escassez de trabalhos que discutam os fatores e consequências associados à automedicação com intuito de cessar dores e fadiga musculares. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar a prevalência da automedicação com finalidade de tratar dores e fadigas musculares entre os atletas participantes do programa de desporto universitário.

Casuística e Método: Trata-se de um estudo observacional, transversal realizado com base em pesquisa entre acadêmicos que participam do programa de desporto universitário. Os dados foram coletados por meio de formulário eletrônico, desenvolvido na plataforma Google Forms e organizados em planilhas eletrônicas. A análise univariada e bivariada foi realizada por cálculos em planilhas Excel. As variáveis coletadas foram informações relacionados à idade, sexo, modalidade esportiva,tempo de prática do esporte, carga horária semanal de treinos, frequência semanal em que havia dores e/ou fadiga muscular e informações relacionadas à automedicação.

Resultados: Responderam à pesquisa 79 atletas, com idades entre 17 e 29 anos.Deles, 60(76%) com carga horária semanal de treino ultrapassando 5 horas. Dos que participaram da pesquisa, 45(56,9%) se auto-medicavam. Dentre o grupo de automedicação 25(55,5%) eram do sexo masculino e 20(44,5%) correspondiam ao sexo feminino. Em relação ao esporte praticado, 18(40%) praticavam Futsal, 15 (33,3%) Handebol, 9 (20%) Vôlei, 3(6,6%) Basquete, 1 (2,2%) Natação e 1 (2,2%) Lutas. Em relação ao tempo de prática de esporte, 27(60%) praticavam a modalidade escolhida a mais de 5 anos. Se tratando da prevalência, o questionário apontou que 45 (57%) apresentavam dor e/ou fadiga muscular de 1 a 2 vezes por semana, 22 (27,8%) de 3 a 4 vezes por semana, 2 (2,5%) de 5 a 6 vezes por semana, 2 (2,5%) confirmaram a presença de dor e/ou fadiga todos os dias da semana e 8 (10,1%) informaram não apresentar os sintomas. No entanto, metade dos avaliados (39) relataram de 1 a 3 episódios de automedicação por mês, por outro lado, 28 (35,4%) referiram não se automedicar. Quando indagados sobre a automedicação, 24 (30,4%) responderam que se automedicam com anti-inflamatórios, 11 (13,9%) relataram fazer uso de analgésicos, 31 (39,2%) dos atletas utilizavam relaxantes musculares. Em relação à procura por serviço médico com intuito de tratar dor e/ou fadiga muscular, 44 (55,7%) responderam negativamente e 35 (44,5%) confirmaram que já se utilizaram do serviço.

Discussão: De acordo com os parâmetros analisados pode-se notar uma forte tendência à automedicação por parte dos atletas avaliados, pois, maioria comete a prática. Confirmando esse quadro está o fato de que a minoria, em algum momento da carreira atlética, recorreu ao serviço médico para tratar dores e/ou fadiga muscular.

Conclusão: Conclui-se que a automedicação é uma realidade entre os atletas universitários entrevistados. Vê-se assim a necessidade de orientação a respeito dos riscos da automedicação. Assim, são necessários mais estudos para fundamentar discussões visando os fatores e consequências da prática de automedicação nesses atletas, para promover adequado suporte de saúde ao acadêmicos participantes do desporto universitário.

Título: Avaliação da capacidade de apneia dinâmica, composição corporal e aptidão cardiovascular de militares-alunos do curso de mergulho da marinha do brasil.

Autores: IGNACIO ANTONIO SEIXAS-DA-SILVA

Instituições: Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Para uma melhor prescrição do treinamento físico torna-se mister o conhecimento das valências físicas que compõem uma modalidade e as relações existentes entre elas. A atividade especial de mergulho é ímpar por tratar-se de uma área de atuação operativa no âmbito militar onde os profissionais desempenham ações específicas, tais como: desativação de artefatos explosivos, analise subaquática de meios operativos, resgate e salvamento, dentre outras. O objetivo do presente estudo é avaliar a capacidade da apneia dinâmica, a composição corporal e a aptidão cardiovascular de militares-alunos do curso de mergulho da Marinha do Brasil.

Casuística e Método: Para a composição corporal foi utilizado o protocolo de Pollock 3 dobras cutâneas e os testes aplicados foram: teste de apneia dinâmica (APD), caracterizado como a maior distância percorrida no meio subaquático em apneia; teste de natação de 12 minutos (T12), onde os indivíduos nadaram, estilo crawl, a maior distância possível no período de 12 minutos de forma ininterrupta; e o teste de corrida de 2400 metros para avaliar o condicionamento cardiorrespiratório. Para analisar a correlação existente entre os parâmetros avaliados foi utilizada a correlação de Pearson. Foram avaliados 19 militares-alunos que integraram dois cursos: Curso Especial de Mergulho para Oficiais (C-ESP-EK-OF) e Curso de Especialização de Mergulho para Praças (C-Esp-MG-Pr). Ambos os cursos acontecem por um período de um ano letivo, onde os alunos são submetidos a diversos módulos relacionados a atividade de mergulho, tais como: mergulho autônomo, mergulho dependente, atividades de equipar e desequipar em ambiente subaquático; e atividades complementares, como treinamento físico-militar e visitas técnicas. A avaliação realizada nesse grupo aconteceu durante a chamada "fase zero", caracterizada por ser uma fase de preparação física específica, em período integral, para a atividade de mergulho e que tem a duração de 4 semanas.

Resultados: A amostra apresentou idade de 29,7 ± 2,95 anos; massa corporal de 78,5 ± 13,14 anos; estatura de 1,72 ± 0,07 metros; IMC de 26, 26 ± 2,41 kg/m², percentual de gordura de 10 ± 3,86%; massa magra de 70,4 ± 10,55 kg; massa gorda de 8,1 ± 3,79 kg; distância percorrida na apneia dinâmica de 36 ± 9,94 metros; distância percorrida no T12 de 491 ± 50,21 metros e VO2máx de 50,8 ± 3,56 kg.ml.min-1. Foi encontrada uma forte correção entre o teste de apneia dinâmica e o T12 com significância de p=0,8; porém, as correlações existentes entre o T12 e o VO2máx e apneia dinâmica e VO2máx, apesar de positivas, apresentaram correlação fraca (p=0,42 e p=0,41; respectivamente).

Discussão: O presente estudo verificou que o grupo estudado apresentou bom componente corporal, tanto no percentual de gordura quanto no IMC, além de um excelente nível de condicionamento aeróbico. Além disso, foi apresentada uma existência de forte correlação entre os marcadores de desempenho de deslocamento em apneia e de resistência aeróbica no meio aquático.

Conclusão: Face ao exposto, pode-se concluir que, baseado no grupo de indivíduos estudado e respeitando a individualidade, aqueles que apresentarem maior descolamento em apneia provavelmente obterão melhor desempenho aeróbico no meio aquático em relação àqueles que apresentarem dificuldade em realizarem o descolamento em apneia. Ademais, destaca-se que os resultados encontrados atendem as especificidades e peculiaridades das atividades especiais operativas militares.

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Título: Avaliação da dependência de exercício físico em ultramaratonistas amadores

Autores: JOAO AUGUSTO BARRETO LOMBARDI, Filippo Aragão Savioli, Leandro Santini Echenique, Japy Angelini Oliveira Filho, Fernando Bordin Teles, Vitor Moreira Camila Da Silva

Instituições: Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Ultramaratonistas são atletas profissionais ou amadores que se propõe a treinar e disputar corridas de distância superior a 42 quilômetros e 195 metros. A prática desta modalidade esportiva exige preparo físico e mental. Para alcançar os objetivos determinados por uma Ultramaratona, os corredores muitas vezes impõe ao corpo situações extremas na rotina diária, causando desequilíbrios com impactos negativos ao indivíduo. Um deles é o desenvolvimento da dependência de exercício físico, possivelmente pela busca por melhores resultados, ocasionando uma desordem que pode acarretar danos importantes na vida pessoal e social. Os relatos de dependência de exercício físico são recentes na literatura médica e os relatos com ultramaratonistas são escassos, objetivo pelo qual foi aplicado um questionário de dependência de exercício físico nesta população.

Casuística e Método: Participaram do estudo 15 atletas amadores, portanto sem vínculo profissional, sendo 4 mulheres e 11 homens. O participante mais novo com 27 anos de idade e o mais velho 65 anos, sendo a média de idade de 43,13 anos. O Estudo foi transversal e observacional, consistindo na aplicação do questionário Exercise Dependence Scale 21, que baseia-se em critérios de dependência para substâncias do DSM-IV, contendo 21 perguntas relacionadas ao exercício físico, avaliando 7 componentes, com 3 perguntas para cada componente. As respostas variam em uma escala de 1, correspondendo a ”nunca”, até 6, representando ”sempre”, baseadas em uma percepção individual da pratica de atividade física nos últimos 3 meses. A categorização é baseada nas regras do fluxograma proposto pelo questionário através das somas destas respostas, classificando o paciente dentro de cada componente como dependente, sintomático ou assintomático, de acordo com o valor somado. A estratificação do indivíduo em “não dependente-assintomático”, “não dependente-sintomático” ou “risco para dependência de exercício físico” é definido pela somatória da quantidade de vezes que o avaliado foi classificado como dependente, sintomático ou assintomático.

Resultados: A análise e interpretação dos dados realizou-se de acordo com as regras propostas pelo questionário, tendo como resultado, 13 participantes classificados como “Não dependente-Sintomático”, 2 como “Assintomáticos” e nenhum participante com “Risco para dependência de exercício físico”. As duas pessoas assintomáticas são do sexo feminino. Há que se ressaltar que 5 participantes preencheram critério em pelo menos 1 dos 7 componentes como “Dependente”, e 2 destes quase atingiram a pontuação que os colocariam categorizados como “Risco para dependência de exercício físico” caso atingissem pontuação em mais um componente que o classificasse como “Dependente”.

Discussão: O resultado do estudo vai de encontro com a suspeita das criadoras do questionário (Hausenblas e Downs) utilizado de que o tipo de esporte pode ser influente para o desenvolvimento de dependência de exercício físico. A modalidade em questão é extravagante para a maioria da população e atingir as metas propostas são extremamente exigentes ao praticante da modalidade, podendo desencadear um quadro de compulsão visando o objetivo. Essa exigência exacerbada pode representar uma pré-disposição ou fator de risco e deve ser abordado em todo at leta competi t ivo visando investigar comportamentos obsessivos. Estudos futuros mais robustos podem determinar se o gênero ou outros fatores exercem alguma influência.

Conclusão: Em consulta médica de avaliação esportiva, deve-se atentar para o fenômeno da dependência esportiva, à medida que cada vez mais esta estabelecido que é algo existente, e há a necessidade de se avaliar a magnitude de suas repercussões. O estudo e compreensão fará com que seja definida a abordagem mais adequada para que se avalie os atletas.

Título: Avaliação da estabilidade dinâmica e função dos joelhos em atletas de basquetebol feminino através de testes funcionais

Autores: MARIA ROSA DOS SANTOS, Bruno Pimentel Guidorizzi, Vivian da Silva Gitti, Alexandre Marin Hernandez Cosialls, Sergio Akira Horita

Instituições: Secretaria Municipal de Esportes da Prefeitura do Município de Santo André - Santo André - Sao Paulo - Brasil, Hospital do Servidor Público Estadual - Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: O uso de testes funcionais que reproduzem as exigências da atividade desportiva permite a avaliação de possíveis alterações da performance funcional no contexto da prática do esporte. No basquetebol, a incidência de lesões dos membros inferiores, especialmente dos joelhos, é elevada. Além disso, as lesões do joelho são causas importantes de afastamento dos atletas. O objetivo do estudo é descrever os resultados dos testes realizados durante a avaliação das atletas da uma equipe de rendimento adulta de basquetebol feminino.

Casuística e Método: Foram avaliadas 15 atletas do gênero feminino, com idade média de 25,1±6,7 anos, com peso médio de 74,2±11,3 kg e altura média de 1,76±0,08 m. Três atletas tinham histórico de lesões do joelho que necessitaram intervenção cirúrgica (dois casos foram realizadas reconstrução do ligamento cruzado anterior (RLCA)/ um caso meniscectomia). Antes dos testes funcionais, foi realizado aquecimento de 5 minutos e a ambientação/testagem por parte do atleta. Os testes realizados foram o Single Hop Test (SHT), onde a atleta realizou um salto com uma perna só e foi mensurada a máxima distância atingida; o Triple Hop Test (THT), onde realizaram três saltos consecutivos com uma perna só e foi mensurada a marca máxima atingida no salto; o Cross Over Hop Test (COHT), onde realizaram três saltos consecutivos, avançando com uma perna só, entre duas linhas com a largura de 30cm, sem pausa, e marcada a máxima distância atingida; e o 6m Hop Test (6HT), no qual se percorreu uma linha de 6m com uma perna só e mensurado o tempo percorrido. Foi calculada a média de três repetições em cada membro inferior, realizado a comparação entre os membros, sendo considerada normal uma diferença de até 15%.

Resultados: Nas avaliações realizadas, as atletas apresentaram, na média, o SHT de 1,75±0,21m no joelho direito, e 1,73±0,20m no joelho esquerdo; o THT de 5,27±0,48m no joelho direito e de 5,28±0,57m no joelho esquerdo; o COHT de 4,14±0,53m no joelho direito e de 4,17±0,59 m no joelho esquerdo; o 6HT de 2,22±0,40 s no joelho direito e de 2,16±0,45 s no joelho esquerdo. Das 15 atletas avaliadas, quatro apresentaram diferença superior a 15% entre os membros em pelo menos um dos testes. Todas que apresentaram alteração acima da faixa de normalidade tiveram diferença no SHT, duas no COHT, duas no THT e uma no 6HT.

Discussão: A avaliação funcional é fundamental para identificar atletas com risco de lesão e para prevenir o risco de recidiva de lesões no retorno às atividades esportivas durante o processo de reabilitação. As informações obtidas nas avaliações pré-temporada são importantes não só para verificação de atletas com risco de lesão, mas também para a criação de uma base de dados que pode servir como parâmetro no processo de reabilitação de uma eventual lesão que ocorra durante a temporada. O SHT e o THT são testes funcionais para avaliação da estabilidade dinâmica dos joelhos. O COHT e o 6HT são testes para avaliação da função dos joelhos. Quatro atletas apresentaram alteração nos testes. Duas destas atletas apresentavam histórico de RLCA, uma meniscetomia, uma sem histórico cirúrgico. Para estas atletas foi proposta a avaliação multiprofissional para verificação da estabilidade dos joelhos, especialmente, da integridade do enxerto nos casos em que havia histórico cirúrgico. Após isso, foi proposto às atletas, pela comissão técnica, cuidados adequados para a prevenção de lesões que englobavam, principalmente, exercícios para melhorar a função e estabilidade dinâmica dos joelhos.

Conclusão: Os testes funcionais são importantes ferramentas para identificação de possíveis situações que podem predispor às lesões durante a prática desportiva. A identificação de alterações durante a avaliação funcional exige um olhar criterioso sobre a estabilidade dinâmica dos joelhos e cuidados adequados aos atletas durante a preparação para a atividade desportiva.

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Título: Avaliação da evolução da força muscular de idosos nonagenários em treinamento resistido

Autores: HELENA S V DALLA BERNARDINA, Luciana Mastandrea, Sandra Nunes Jesus, José Maria Santarem

Instituições: INSTITUTO BIODELTA - SAO PAULO - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: O aumento da força muscular é importante para a qualidade de vida dos idosos e pode ocorrer estimulado pelos exercícios resistidos mesmo em pessoas muito idosas 1,2. O teste de força de preensão manual (FPM) tem se mostrado útil para avaliar a força muscular global de pessoas idosas 3. As cargas utilizadas no treinamento resistido (cargas sub-máximas) também podem ser utilizadas para avaliar a força muscular 4. O objetivo deste trabalho foi verificar a relação entre a força de preensão manual e a carga de treinamento na avaliação da força muscular em nonagenários praticantes do treinamento resistido.

Casuística e Método: Participaram da pesquisa 12 pessoas de ambos os sexos e na faixa etária de 90 a 97 anos, em atendimento terapêutico sendo 7 pessoas com experiência prévia em treinamento resistido e 5 não. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os principais diagnósticos apresentados foram discopatia cervical e lombar, artrose de joelhos, quadris e mãos, e tendinopatias de ombros e quadris. O período de treinamento considerado foi de 12 meses, 2 vezes por semana, consistindo em 3 series de 6 a 12 repetições em cada exercício prescrito. Foram realizados os exercícios básicos: press peitoral, remada, leg press e flexão de gêmeos. As cargas utilizadas nos exercícios resistidos foram definidas por aproximação sucessiva, sendo as 2 primeiras mais leves para aquecimento e carga mais difícil na última série, com grau de esforço equivalente ao intervalo 15 - 18 na escala de Borg. Os exercícios foram realizados em aparelhos com sistema de alavancas e pesos livres da marca Biodelta, adaptados individualmente em técnicas, cargas e amplitudes visando a execução confortável 4. As medidas de força, tanto para FPM (kg/f) quanto para carga (kg) foram aferidas em 3 momentos ( início, 6 meses e 12 meses). Para o teste de FPM foi realizado segundo as recomendações da Sociedade Americana de Terapeutas de Mão (SATM), sendo utilizado o aparelho da marca JAMAR. Para as cargas de treinamento foram consideradas as utilizadas nas terceiras séries de cada exercício.

Resultados: Nas avaliações após 12 meses foi observado que na FPM os 12 participantes tiveram os seguintes resultados: 5 aumentaram a força, 2 mantiveram a força e 5 diminuíram. No exercício de press peitoral 10 participantes aumentaram as cargas ao longo de 12 meses e apenas 2 tiveram suas cargas diminuídas. No exercício de remada 10 participantes aumentaram as cargas, um manteve e um diminuiu. No exercício de leg press 12 participantes aumentaram as cargas e 1 diminuiu. No exercício de gêmeos todos os participantes aumentaram as cargas. Os dados de correlação foram realizados com os valores médios de carga (kg) e FPM (kg/f) com os seguintes resultados: press peitoral ( rs = 0,57; p< 0,05) , remada ( rs = 0,85; p< 0,01), leg press (rs = 0,52; p< 0,05) e flexão de gêmeos ( rs = 0,22).

Discussão: O teste de FPM não apresentou a mesma evolução das cargas de treinamento, o que pode ter como explicação dores em função de processos degenerativos impedindo esforço máximo. Estudos apontam a associação entre a diminuição da FPM com o aumento da idade em idosos acima de 80 anos 5 . Com relação às cargas de treinamento com esforço submáximo e adaptado para o conforto individual os participantes apresentaram aumentos progressivos ao longo de 12 meses em todos os exercícios. Ocorreu correlação forte do teste de FPM com as cargas no exercício de remada, moderada no press peitoral e no leg press e fraca na flexão de gêmeos.

Conclusão: O teste de FPM apresentou uma correlação inconsistente com a evolução das cargas de treinamento. Podemos concluir que a evolução das cargas de treinamento é uma forma mais confiável para avaliação da evolução da força muscular de nonagenários em treinamento resistido.

Título: Avaliação da Força Muscular de Indivíduos Hígidos de Diferentes Faixas Etárias com Dinamômetro Portátil

Autores: HENRIQUE CALHEIROS SOARES PINHEIRO, Felix Albuquerque Drummond, Douglas Santos Soares

Instituições: Instituto de Medicina do Esporte - Hospital Mãe de Deus - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: A força muscular é uma das principais valências físicas e está associada com a qualidade de execução do movimento nas atividades de vida diária e o desempenho esportivo. Quantificar e classificar os níveis de força é de fundamental importância para a tomada de decisão na terapêutica e na prescrição de exercício físico. O objetivo do estudo é quantificar e classificar a força muscular da musculatura extensora e flexora dos joelhos de uma amostra composta de homens hígidos de diferentes faixas etárias.

Casuística e Método: Foram incluídos no estudo 31 homens com idade média de 37,13±12,60 que foram submetidos à dinamometria de rotina, no Laboratório do Esporte de um Centro de Medicina do Esporte. Na avaliação os indivíduos foram posicionados em decúbito ventral e orientados a executar os movimentos de extensão e flexão dos joelhos em um ângulo inicial de 90º e 180º graus, respectivamente, contra resistência. A medida de força pico foi realizada com um dinamômetro portátil da marca Lafayete Manual Muscle Testing System Modelo 01165. Os indivíduos foram categorizados por diferentes faixas etárias e o nível de força classificado por percentis.

Discussão: A avaliação da força muscular com um dinamômetro portátil é um método validado importante na prática clínica, podendo ser utilizado como um teste complementar para auxiliar na prevenção e tratamento de lesões osteomusculares. Neste estudo apresentamos valores de normalidade para extensão e flexão dos joelhos em um grupo de homens saudáveis de diferentes faixas etárias, a fim de auxiliar na preparação de tabelas de normalidade, já que temos poucos dados sobre esse assunto na literatura com este instrumento.

Conclusão: Concluímos que outros estudos devem ser realizados

com o objetivo de gerar um banco de dados mais consistentes

utilizando a mesma metodologia.

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Título: Avaliação da força preensão (hand grip) em atletas de judô de nível nacional

Autores: LUCIANO RAMOS ROMANELLI, Rafael Rocha Mendes, Rodrigo Otávio Dias Araújo, Lucas Coimbra Donádia, Dário Maciel Silveira Júnior, Paulo Henrique Guimarães Oliveira

Instituições: Complexo Hospitalar São Francisco de Assis - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: A força de preensão palmar é utilizada com frequência por atletas de judô. Entretanto, evidências prévias indicam que pode haver diferenças entre a mão dominante, mão da gola, graduação, idade, entre outros. O objetivo do estudo foi verificar se existe divergência entre a força de preensão máxima (Fmáx Hand Grip) entre a mão dominante e não dominante em atletas de judô competidores de nível nacional.

Casuística e Método: Participaram do estudo 36 atletas de judô do Minas Tênis Clube de Belo Horizonte MG no ano 2014, de ambos os sexos, entre 16 e 27 anos. Os grupos foram separados, a fim de comparação, pela idade, peso, graduação, sexo, mão dominante e “mão da gola”. Os atletas deveriam ter, no mínimo, a graduação marrom e estarem treinando há pelo menos três anos ininterruptos, com uma frequência de no mínimo quatro vezes por semana, sendo duas horas por treino. Nenhum voluntário poderia apresentar dor e distúrbios musculoesqueléticos nas articulações das mãos, cotovelos, ombros ou estar realizando qualquer tipo de técnica de redução de massa corporal no período da avaliação que viessem a interferir no desenvolvimento de tal judoca no teste. O estudo foi realizado no centro de treinamento de judô do Minas Tênis Clube em Belo Horizonte após aquecimento nos dias de treinamento. O protocolo de coleta de dados foi baseado em alguns estudos da literatura. os atletas foram instruídos a realizarem a preensão manual com o máximo de força (Fmáx Hand Grip) possível durante 10 segundos, inicialmente, na mão dominante, e depois na mão não dominante. O procedimento foi repetido três vezes com intervalo de dois minutos.

Resultados: Nos homens, 23 dos 28 atletas usavam a mão dominante como mão da gola. Houve maior medição na mão dominante na maioria dos judocas, assim como os maiores valores foram encontrados na mão da gola. À respeito da idade, na classe júnior 72,73% apresentaram maior Fmáx Hand Grip na mão dominante. Enquanto que na classe sênior o valor foi de 64,70%. Nas mulheres, 7 das 8 judocas utilizavam a mão dominante como mão da gola. Em 37,5% tinham maior Fmáx Hand Grip na mão da gola. Quanto à mão dominante, não houve diferença, em média, na medição da força de preensão máxima na medição do JAMAR.

Discussão: A partir dos dados é possível observar que existe uma relação de dominância entre a mão que o atleta usa para realizar suas atividades cotidianas (mão dominante) e a mão usada para conduzir seu adversário a partir da gola do judogui (mão da gola) no gênero masculino. A mesma relação no feminino é passível de ser percebida, em que a maioria desse grupo utiliza a mão não dominante como mão da gola. Do mesmo modo, foi observado uma maior medição no JAMAR da mão dominante no grupo masculino, o que indica, ainda mais, a importância da força de pegada da mão da gola no judô masculino. Avaliando as categorias júnior (JM) e sênior masculinos (SM), apesar da maioria apresentar maior medição da Fmáx Hand Grip na mão dominante, percebe-se que houve diminuição significante da porcentagem desses dados, de 72,73% na categoria JM para 64,70% SN, o que sugere a hipótese de que a diferença na medição da força de apreensão manual, ou força de Hand Grip, nas duas mãos se aproximam com a idade. Sendo que tal hipótese não necessariamente está relacionada ao tempo de treinamento do atleta.

Conclusão: Conclui-se que no presente estudo, o treinamento dos judocas parece ser determinante no desenvolvimento da força de preensão manual máxima da mão dominante e mão da gola. Sendo que, não há uma diferença entre homens e mulheres na relação da mão dominante e mão da gola. Também não há diferença estatisticamente significativa quando é analisada a Fmáx Hand Grip entre as graduações, peso e idade dos atletas. Tais achados podem estar relacionados às formas de treinamentos dos atletas.

Título: Avaliação do equilíbrio postural dinâmico em atletas de basquetebol feminino

Autores: MARIA ROSA DOS SANTOS, Bruno Pimentel Guidorizzi, Vivian da Silva Gitti, Alexandre Marin Hernandez Cosialls, Sergio Akira Horita

Instituições: Hospital do Servidor Público Estadual - IAMSPE - São Paulo - Sao Paulo - Brasil, Secretaria de Esportes da Prefeitura do Município de Santo André - Santo André - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A avaliação do equilíbrio postural dinâmico permite a identificação de possíveis alterações da performance funcional no contexto da prática do esporte. No basquetebol, a incidência de lesões dos membros inferiores, especialmente dos tornozelos, é comum. Além disso, as lesões do tornozelo, em especial os entorses, são causas importantes de afastamento dos atletas. O objetivo do estudo é descrever os resultados dos testes do equilíbrio postural dinâmico realizados durante a avaliação das atletas de uma equipe de rendimento adulta de basquetebol feminino.

Casuística e Método: Foram avaliadas 15 atletas do gênero feminino, com idade média de 25,1±6,7 anos, com peso médio de 74,2±11,3 kg e altura média de 1,76±0,08 m. Três atletas tinham histórico de lesões do joelho que necessitaram intervenção cirúrgica (duas reconstruções do ligamento cruzado anterior/ uma meniscectomia). Antes dos testes funcionais, foi real izado aquecimento de 5 minutos e a ambientação/testagem por parte das atletas. A atleta deve se posicionar na base do desenho de uma letra Y no chão, é medido a maior distancia que a mesma consegue alcançar com um dos membros inferiores. O membro testado permanece estável e o corpo sem projeção posterior. No Y Balance Test (YBT) anterior, a atleta realiza o toque com a ponta do pé na linha a frente ao corpo; no YBT lateral, a atleta realizou o toque com a ponta do pé na linha lateral do corpo; no YBT posterolateral, a atleta realizou o toque com a ponta do pé na linha lateral e posterior ao corpo. Foram realizadas três repetições de cada membro inferior e calculada a média. Após isso, foi mensurado o comprimento de cada membro. O valor médio de cada uma das medidas do YBT foi dividido pelo comprimento do membro, sendo considerado normal uma medida superior ou igual a 85%.

Resultados: Nas avaliações realizadas, as atletas apresentaram, na média, o YBT anterior de 61,3±5,3% no membro inferior direito (MID), e 61,4±4,6% no membro inferior esquerdo (MIE); o YBT lateral de 108,9±12,8% no MID e de 104,9±15,2% no MIE; o YBT posterolateral de 90,6±8,1% no MID e de 96,7±9,5% no MIE. Das 15 atletas avaliadas, todas apresentaram alteração no YBT anterior em ambos os membros, uma apresentou alteração do YBT lateral no MIE, três apresentaram alteração no YBT posterolateral no MID e uma apresentou alteração do YBT posterolateral no MIE.

Discussão: A avaliação funcional é importante na identificação de atletas com risco de lesão e para prevenção do risco de recidiva de lesões no retorno às práticas desportivas durante o processo de reabilitação. Os dados obtidos nas avaliações pré-temporada também são importantes para a criação de uma base de dados que pode servir como parâmetro no processo de reabilitação de uma eventual lesão que ocorra durante a temporada. Os YBT anterior, lateral e posterolateral são testes para avaliação do equilíbrio, propriocepção e da estabilidade do tornozelo. Todas apresentaram alteração em pelo menos um dos testes de avaliação postural dinâmica, sendo proposta intervenção no grupo de atletas para promoção de maior equilíbrio e propriocepção. Esta intervenção englobou exercícios propostos pelos profissionais envolvidos nas diversas fases do treinamento desportivo.

Conclusão: A avaliação postural dinâmica é um importante meio para identificação de possíveis situações que podem predispor às lesões durante a prática desportiva. A identificação de alterações durante os testes funcionais exigem medidas adequadas relativas aos cuidados com os atletas durante a preparação para a atividade desportiva.

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Título: Avaliação do nível de atividade física e capacidade cardiorrespiratória de acadêmicos de licenciatura em educação física.

Autores: LUAN LOURENÇO DO NASCIMENTO FERREIRA, Ana Beatriz O'Grady, Milene Caroline Araujo Sousa, Martha Souza

Instituições: Universidade Federal do Pará - Castanhal - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A atividade física está diretamente relacionada com a aptidão física e, consequentemente, com a qualidade de vida do sujeito. A prática constitui um comportamento fundamental para a melhoria da saúde em qualquer faixa etária, indivíduos fisicamente ativos tendem a apresentar menos mortalidade e morbidade pelas doenças degenerativas. Ainda assim, na atualidade vem-se observando uma progressão na inatividade física, onde 45,9% dos brasileiros não praticam esportes ou atividades físicas e são classificados como sedentários. Considerando os dados e verificando uma série de comportamentos de riscos no ambiente universitário, entre eles, baixos níveis de atividade física, o presente estudo busca avaliar o nível de atividade física (NAF) e a capacidade aeróbica (componente da aptidão física), de acadêmicos de licenciatura em educação física.

Casuística e Método: Participaram do estudo 50 estudantes de educação física (25 homens e 25 mulheres), com idade média geral de 23.1±3.4, abrangendo todos os períodos da graduação. Para avaliar o NAF, foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), teste que possui validação na população brasileira; e a classificação foi feita de acordo com a própria orientação do IPAQ. A aptidão cardiorrespiratória ou consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) foi analisado pelo teste submáximo, indireto do banco, protocolo de McArdle, onde o sujeito subiu e desceu coordenadamente do banco, de forma compassada; sua frequência cardíaca foi mensurada e o resultado aplicado em equações específicas do protocolo.

Resultados: O perfil dos acadêmicos apresentou massa corporal média de 66.3± 9.8, estatura média de 1.66±8.6 e o índice de massa corporal (IMC) com os valores médios de 24.5±1.1, onde 70% dos estudantes estão com o peso normal, 6% abaixo do peso e 24% sobrepeso. Segundo a classificação do IPAQ, os valores de NAF foram Muito Ativo (26%), Ativo (28%), Irregularmente Ativo A (32%) Irregularmente Ativo B (12%) e Sedentário (2%). O Vo2máx da amostra masculina apresentou média de 41.63±5.9 mL/Kg/min e da amostra feminina apresentou média de 33.98± 2.22 mL/Kg/min.

Discussão: Mesmo com estudos apresentando o crescimento da inatividade física na população e considerando a amostra universitária como grupo de riscos a prevalência de falta de atividade física atribuída à falta de tempo, em nossos resultados foi possível observar um maior percentual quanto ao NAF em Muito Ativo e Ativo (54%), outra parcela da amostra foi classificada como Irregularmente Ativo (44%), o que nos supõe a presença de exercício físico esquematizado no cotidiano desses jovens, como musculação e prática de esportes. Além das atividades diárias de caminhadas, corridas e tarefas domésticas, por exemplo. Nossa amostra foi composta por estudantes de licenciatura em Educação Física e a base do curso oferece aulas teóricas e práticas, além de espaços para desenvolver atividades como: esportes, dança, musculação, hidroginástica entre outros, fatores que podem ser o motivo pelo qual os alunos apresentam bons resultados no NAF. O IMC da amostra possuem resultados satisfatórios, uma vez que segundo a Organização Mundial da Saúde um índice normal de IMC é entre 18.5 e 24.9, faixa em se enquadra 70% dos voluntários. Baseado nos valores classificados pela American Heart Association o valor médio obtido do VO2máx em nosso estudo para homens e mulheres, foram classificados em um nível regular de capacidade aeróbica.

Conclusão: Conclui-se que o nível de atividade física e a capacidade cardiorrespiratória dos acadêmicos de licenciatura em educação física são satisfatórios, colocando-os como um grupo fora de possíveis riscos de desenvolvimento de doenças degenerativa, advindas da inatividade física, tendo em vista essa amostra e faixa etária específica.

Título: Avaliação do nível de atividade física em acadêmicos de educação física

Autores: EMMANUEL DE CARVALHO GOMES, Fabiano De Jesus Furtado Almeida, Samir Seguins Sotão, Thiago Gomes Leite, Ana Eugenio Araujo Furtado

Instituições: UNIVERSIDADE CEUMA - São Luís - Maranhao - Brasil

Introdução e Objetivo: Desde os textos clássicos gregos, romanos e orientais, a atividade física tem sido mencionada como instrumento de recuperação, manutenção e promoção da saúde. No entanto, só recentemente estudos epidemiológicos com melhor delineamento conseguiram demonstrar com maior clareza essa associação. O sedentarismo não representa apenas um risco pessoal de enfermidades, tem um custo econômico para o indivíduo, para a família e para a sociedade. Nas ultimas décadas observou-se as mudanças de comportamento da sociedade, sobretudo diante da mecanização do trabalho e o estilo de vida das populações que apresentam uma crescente diminuição da prática de atividade física. A academia oportuniza ao aluno, especialmente de educação física uma posição de destaque na sociedade, a partir da obtenção de conhecimento sobre hábitos saudáveis em seu cotidiano e durante a sua formação, contemplados por disciplinas curriculares que preconizam conceitos de educação, promoção em saúde e importância da manutenção de um estado fisicamente ativo e saudável. A condição sedentária e das doenças crônicas degenerativas, com maior predisposição em populações de índices baixos na prática de atividade física, fato que justifica a presente pesquisa. O estudo objetivou avaliar o nível de atividade física de acadêmicos de educação física em uma Universidade particular.

Casuística e Método: O estudo foi do tipo descritivo, analítico, prospectivo e transversal. Para avaliação da atividade física foi utilizado o questionário (IPAQ) versão curta. Para verificar a normalidade dos dados foi efetuado o teste de Shapiro-Wilk. O Teste Qui-Quadrado foi aplicado para comparar as frequências semanal e o nível de atividade física entre os gêneros, o teste de correlação de Spearman para analisar a relação entre idade e o tempo de descanso durante a semana e no final de semana. Quanto ao tempo de atividade física, descanso e quantidade de sessões foram utilizados o teste de T de Student.

Resultados: Na amostra estudada (n = 180) prevaleceram indivíduos do sexo masculino (n = 120; 66,67%). O sexo feminino apresentou (n = 60; 33,33%). Os resultados também demonstraram que quanto ao nível de atividade física, prevaleceram acadêmicos ativos e muito ativos em ambos os sexos, sem diferença matemática significante.

Discussão: O nível de atividade física, obtida através do IPAQ mostrou que a maior parte dos alunos de educação física são ativos (muito ativos e irregularmente ativos). Porem, mesmo sendo alunos da área da saúde observa-se uma diminuição dos níveis de atividade física durante o curso. Discordando de outros estudos apresentados na literatura observaram altos níveis de atividade física em universitários entre os gêneros (FRANCA et. al., 2008; PALMAS et. al., 2007; SILVA et. al., 2010, apud KELLER et. al., 2011). Cielask et, al., (2012) em seu estudo encontrou percentuais do nível de atividade física, em universitários, nos indicadores “ativo” e “muito ativo”, para ambos os sexos, equivalente a 71,1% para o sexo masculino e de 53,7% para o sexo feminino.

Conclusão: A atividade física é condição importante na prevenção das doenças crônicas e degenerativas e deve obedecer a uma prática regular, em todas as idades e gêneros, para garantir um estado de vida saudável em particular ao estudante de educação física, menor custo individual e social ao Sistema Público de Saúde. Os achados da pesquisa possibilitou concluir que: Não existe diferença no nível de atividade física entre homens e mulheres; Existe um número significante de discentes ativos e muito ativos; Não foi evidenciado diferença entre os gêneros e o nível de atividade física, e em relação ao tempo de descanso dos discentes; Existe fraca correlação entre a idade dos alunos e o tempo de descanso durante a semana e ao final de semana.

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Título: Avaliação do valgo dinâmico em atletas de basquetebol feminino

Autores: MARIA ROSA DOS SANTOS, Bruno Pimentel Guidorizzi, Vivian da Silva Gitti, Alexandre Marin Hernandez Cosialls, Sergio Akira Horita

Instituições: Hospital do Servidor Público Estadual - IAMSPE - São Paulo - Sao Paulo - Brasil, Secretaria de Esportes da Prefeitura do Município de Santo André - Santo André - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: O aumento do grau de valgismo dinâmico dos joelhos predispõe a múltiplas lesões dos membros inferiores em atletas, especialmente, ruptura do ligamento cruzado anterior, síndrome patelofemoral e tendinopatia patelar No basquetebol, a incidência de lesões dos membros inferiores, especialmente dos joelhos, é alta e são causas importantes de afastamento dos atletas. O objetivo do estudo é descrever os resultados dos testes de valgo dinâmico realizados durante a avaliação das atletas da uma equipe de rendimento adulta de basquetebol feminino.

Casuística e Método: Foram avaliadas 15 atletas do gênero feminino, com idade média de 25,1±6,7 anos, com peso médio de 74,2±11,3 kg e altura média de 1,76±0,08 m. Três atletas tinham histórico de lesões do joelho que necessitaram intervenção cirúrgica (duas reconstruções do ligamento cruzado anterior/uma meniscectomia). Antes dos testes funcionais, foi realizado aquecimento de cinco minutos e a ambientação/testagem por parte do atleta. As atletas realizaram o agachamento com uma perna só em cima de um caixote por 5 vezes, enquanto a perna não avaliada permaneceu em extensão. Medida é realizada por software (Hudl Technique®) e valores iguais ou acima de 166° foram considerados normais.

Resultados: Nas avaliações realizadas, as atletas apresentaram, na média, o valgo dinâmico de 164±6° no membro inferior direito (MID), e 167±5°no membro inferior esquerdo (MIE). Das 15 atletas avaliadas, 12 apresentaram alteração no teste do valgo dinâmico em pelo menos um dos membros, dentre elas, quatro apresentaram alteração em ambos os membros, seis apresentaram alteração no MID, e duas apresentaram alteração apenas no MIE.

Discussão: A avaliação do valgo dinâmico pode ser uma referência importante na identificação de atletas com risco de lesão e para fornecer informações sobre as condições biomecânicas dos membros inferiores no retorno às práticas desportivas durante o processo de reabilitação. Os dados obtidos nas avaliações pré-temporada também são importantes para a criação de uma base de dados que pode servir como parâmetro no processo de reabilitação de uma eventual lesão que ocorra durante a temporada. O valgo dinâmico é um teste para avaliação da predisposição ao risco de lesões ligamentares, lesões meniscais, tendinopatias patelares e entorses. Doze atletas apresentaram alteração em pelo menos um dos testes de avaliação do valgo dinâmico, sendo proposta intervenções que englobavam reequilíbrio muscular, em especial glúteo médio, estímulo à propriocepção e consciência corporal, melhora da flexibilidade e exercícios para estabilização segmentar da coluna vertebral. Esta intervenção englobou exercícios propostos pelos profissionais envolvidos nas diversas fases do treinamento desportivo.

Conclusão: A avaliação do valgo dinâmico é um método quantitativo para identificação de possíveis situações que podem predispor às lesões durante a prática desportiva. A presença de alterações durante os testes funcionais exigem abordagens adequadas em relação ao treinamento e à reabilitação dos atletas de rendimento durante a sua preparação para a atividade desportiva

Título: Avaliação dos níveis de vitamina d e sua relação com osteopenia e osteoporose em clínica particular de belém

Autores: BRUNO FERRAZ BALBINOT, Igor Jordan Barbosa Coutinho, Murilo Oliveira Pollhuber

Instituições: Centro de Avaliação do Esporte e do Exercício - BELÉM - Para - Brasil, Centro Universitário do Pará - BELÉM - Para - Brasil, Liga Acadêmica de Medicina do Exercício e do Esporte do Pará - BELÉM - Para - Brasil, Universidade Federal do Pará - BELÉM - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A osteoporose é, cada vez mais, considerada uma patologia que restringe a qualidade de vida dos indivíduos e é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença esquelética sistêmica com redução da massa óssea e desgaste microarquitetural do tecido ósseo, apresentando como decorrência a fragilidade óssea e risco de fratura. Assim, a vitamina D é fundamental e imprescindível nas funções relacionadas ao metabolismo ósseo e está integrada na fisiopatogênese de várias enfermidades, incluindo a osteopenia e a osteoporose. Sabe-se que a deficiência de vitamina D, em evolução progressiva, terá como consequência a osteopenia e a osteoporose, acrescendo os riscos de fraturas, principalmente em populações de risco. O presente estudo tem como objetivo investigar a relação entre os níveis de vitamina D e o desenvolvimento de distúrbios osteometabólicos em clínica particular de Belém.

Casuística e Método: Trata-se de um estudo transversal, observacional e predominantemente descritiva, baseada em um banco de dados proveniente dos prontuários dos pacientes submetidos a densitometria óssea e dosagem de 25(OH)D no Centro de Avaliação do Esporte e Exercício - CAEEX, no período de maio de 2015 a outubro de 2016.

Resultados: Foram incluídos no estudo 77 pacientes, destes, houve uma proporção significativamente maior de pacientes 'osteopênicos' e a minoria foi diagnosticada com osteoporose. Quanto ao status de 25OH-D, mais da metade dos pacientes apresentavam níveis insuficientes dessa vitamina. Comparando-se o sexo com os resultados obtidos pela DMO e o status de 25OH-D, observa-se que entre os indivíduos de cada amostra havia uma proporção significativamente maior de resultados classificados como 'normais' (57,7% e 72%, para mulheres e homens, respectivamente), de forma que, entre os grupos a proporção de casos classificados como 'normal', 'osteopenia' e 'osteoporose' foram semelhantes. Em relação ao status de 25OH-D sérica, foram semelhantes as proporções de indivíduos apresentando suficiência ou insuficiência, tanto dentro de uma mesma amostra quanto entre os sexos. Investigou-se também se havia diferença entre a idade média dos indivíduos classificados com insuficiência ou suficiência de 25OH-D, tendo sido observado que os primeiros tinham idade média igual a 47,0 ± 11,3 anos e os últimos possuíam em média 48,0 ± 10,5 anos, sendo estas semelhantes entre si.

Discussão: Os resultados da densitometria mineral óssea revelaram o padrão “normal” o mais prevalente, discordando com a literatura que mostra uma tendência na diminuição da massa óssea do sexo feminino comparado ao sexo masculino em qualquer idade e a disparidade fica maior com o aumento da idade, pela perda óssea acelerada em mulheres após menopausa. Tal discordância pode ser explicada, em parte, pelo fato de que a média de idade dos pacientes estudados foi de 49,1 e 43,9 para mulheres e homens, respectivamente, não permitindo observar, de maneira isolada, a maioria dos efeitos deletérios da idade (maior de 65 anos) e do período pós-menopausa, no caso das mulheres. Os resultados em relação a níveis de vitamina D, mostrou semelhança na proporção entre indivíduos com suficiência e insuficiência de 25 (OH)D sérica. Concordante com os estudos prospectivos que revelam mesma proporção de suficiência e insuficiência entre os sexos.

Conclusão: A comparação da densitometria mineral óssea entre os sexos não mostrou diferença relevante de um sexo para outro assim como não houve diferença dos níveis de vitamina D em relação aos gêneros. Na relação entre idade e níveis de vitamina D, os resultados não mostraram relação significante entre estas variáveis. Na análise da densitometria e vitamina D, obtivemos resultados equivalentes entre os exames, porém, sem significância estatística. Os fatores socioambientais também estão relacionados à fisiopatologia dos níveis de massa óssea e de vitamina D nos indivíduos, mostrando que as variáveis não podem ser analisadas isoladamente para determinar a relação.

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Título: Avaliação pré-participação esportiva do atleta universitário

Autores: ISABEL MORAIS SALES, Iara Sayuri Franco Kazuyoshi, Helena Naves Bettini, Maria Eduarda Freitas Barbosa Arantes Vilela, Victor Augusto de Souza Moraes, Maita Poli de Araujo

Instituições: Universidade Anhembi Morumbi - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução: A avaliação pré-participação é uma ferramenta para avaliar a saúde do atleta, com o propósito de detectar e prevenir lesões e outras doenças que possam oferecer risco para o desempenho esportivo. O rastreio é realizado através de uma avaliação global do atleta, pesquisando condições cardíacas, imunológicas, hematológicas, pulmonares, dermatológicas, gastrointestinais, endócrinas, neurológicas, urológicas e mio-ostioarticulares. Lesões musculares são muito frequentes na pratica esportiva, principalmente nos esporte de contato ou em modalidades em que o mesmo movimento é repetido várias vezes. A triagem pré-participação ajuda na detecção das lesões e no tratamento adequado destas, além de contribuir para a identificação de atletas em risco de lesão e de histórias de fratura por estresse. O índice de massa corporal colabora para a detecção de distúrbios alimentares e energéticos, que podem relacionar-se com diversas afecções. No caso de atletas do sexo feminino a triagem deve pesquisar o padrão menstrual.Objetivo: Comparar o Questionário de Prontidão para Atividade Física (Physical Activity Readiness Questionnarie, PAR-Q) com o exame físico pré-participação esportiva na detecção de risco a saúde em atletas universitários.

Casuística e Método: Estudo transversal, realizado entre estudantes de medicina na cidade de São Paulo. Foram avaliados 26 indivíduos, de ambos os gêneros, e que iriam participar dos Jogos Universitários Pré-Jumed no mês de abril de 2017. Realizou-se anamnese, exame f ís ico gera l e or topéd ico , p reench imento do PAR-Q e eletrocardiograma de repouso. As variáveis quantitativas foram analisadas pela média, desvio padrão e porcentagens. A comparação das variáveis qualitativas foi feita pelo teste exato de Fisher. Fixou-se em 5% a hipótese de nulidade.

Resultados: A média da idade dos participantes foi de 22±3 anos (18-30 anos), sendo a maioria do gênero masculino (54%). Apenas cinco atletas estavam com sobrepeso (IMC e uma atleta estava com baixo peso (IMC < 18,5Kg/m2). A maioria dos atletas (63%) treinava mais de uma modalidade esportiva. O PAR-Q foi positivo em 38% dos entrevistados e apresentou baixa sensibilidade e especificidade na detecção de alterações eletrocardiográficas (40% sensibilidade e 60% de especificidade, 85% IC 0,2-5,6). O PAR-Q não foi capaz de identificar 44% dos atletas que possuíam lesões ortopédicas e 27% dos atletas com outras morbidades clinicas (hipotireoidismo, dislipidemia, depressão e trombofilia).

Discussão: A quantidade de atletas que assinalaram ao menos uma resposta positiva no PAR-Q é condicente com o que demonstra a literatura. Dos 38% com PAR-Q positivo, 54,5% eram do gênero masculino e a modalidade com maior incidência de reposta positiva ao questionário era o futsal (63,7%). De acordo com a classificação do nível de atividade física pelo IPAQ apenas 19,3% dos entrevistados são ativos e os demais (80,7%) foram classificados como irregularmente ativo. A alta incidência de atletas não ativos pode comprometer o desempenho do atleta e relaciona-se a uma maior risco de lesões esportivas.

Conclusão: O PAR-Q foi ineficaz na identificação de risco para morte subita em atletas universitários. A avaliação médica pré-participação esportiva é fundamental nestes indivíduos para minimizar as lesões ortopédicas e morbidades que possam limitar o desempenho esportivo.

Título: Benefícios de um Programa de Exercícios Aquáticos para pacientes acometidos por Lombalgias em um Centro de Reabilitação em São Luis-Ma

Autores: DANIELA ALVES FLEXA RIBEIRO, Kmylla Carvalho Moura Ferreira, Julyson Marcelo Matos da Silva, Nielson Heberth Rodrigues da Silva Junior, Jose de Ribamar Santos Fonseca, Shilton Martins Oliveira

Instituições: Universidade CEUMA - SAO LUIS - Maranhao - Brasil

Introdução e Objetivo: As dores lombares acometem grande parte da população,limitando o desempenho das atividades cotidianas e comprometendo,de forma muitas vezes severa,sua qualidade de vida.Dentre as recomendações clínicas mais indicadas na prevenção e tratamento de dores na região lombar,os exercícios aquáticos vêm ganhando grande repercussão e cada vez mais estudos comprovam os seus benefícios.O objetivo deste estudo foi identificar os benefícios do programa de treinamento em exercícios aquáticos proposto para pessoas acometidas de Lombalgias.

Casuística e Método: A amostra foi selecionada através de levantamento de dados de prontuário medico e foi composta por indivíduos de ambos os sexos com idade entre 40 e 70 anos,com diagnóstico de lombalgia,frequentadores do Centro de Reabilitação do estado do Maranhão.Foi aplicado o Questionário de Oswestry 2.0 para avaliação da dor lombar,e incapacitação das atividades da vida diária,sendo reaplicado após 12 semanas de treinamento.O Programa foi composto por exercícios voltados para membros inferiores e fortalecimento da região lombar.Os exercícios utilizados no programa tiveram intensidades variadas,focando na capacidade física de resistência muscular localizada para os grupos musculares que dão estabilidade para cintura pélvica e coluna lombar.Foram utilizados de 8 a 10 exercícios ao longo deste programa,em aulas ministradas em dias alternados,3 vezes na semana com duração de 45 minutos.

Resultados: A amostra foi composta por 27 pacientes, onde 81,4% eram do sexo feminino e 18,5% do sexo masculino.A idade dos pacientes variou de 40 a 60 anos.Os resultados do questionário demonstram que 70,3% dos pacientes sentem dor lombar há mais de 3 meses.Alem disso,a dor se apresentava de forma constante para 71,7% destes pacientes antes do início do programa de exercícios aquáticos.Quando foi perguntado se existe diminuição da dor imediatamente após a pratica da atividade, 74,7% dos pacientes responderam que sim.Contudo, 62,9% desses indivíduos relataram ainda ter dor lombar durante suas atividades cotidianas domiciliar/laboral.Porém quando comparados os dois momentos de aplicação do Questionário de Oswestry 2.0,inicialmente 28% foram classificados com incapacidade mínima,45% com incapacidade moderada e 27% com incapacidade intensa,havendo uma alteração significativa neste perfil após as 12 semanas de exercícios aquáticos:37% classificados com incapacidade mínima,51% com incapacidade moderada e apenas 12% ainda com incapacidade intensa.

Discussão: A coluna lombar é uma região que faz parte de um complexo lombo-pélvico, descrito na literatura como “centro”,uma denominação decorrente do fato de que nesta região fica posicionado o centro de gravidade,onde a maioria dos movimentos é iniciada e ocorre a transmissão de carga do corpo,constituindo assim,uma fonte potencial de dor.Estudos Atividades aquáticas,por serem realizadas em um meio ambiente em que a ação da gravidade é eliminada são altamente eficientes para a hérnia de disco lombar,por causa do alívio do peso nas articulações e discos intervertebrais.Uma das propriedades da água que mais beneficia no tratamento de lombalgias é a pressão hidrostática,pois permite que seja exercida uma pressão uniforme em torno das articulações relaxando-as,proporcionando assim um maior conforto e facilidade na execução dos movimentos.

Conclusão: Os exercícios aquáticos oferecem uma melhora equilibrada dos componentes da aptidão física como a resistência aeróbica,força,resistência muscular,flexibilidade,postura,também melhoram a agilidade,estabilidade,coordenação,mobilidade e equilíbrio,que são fundamentais para a vida quotidiana.As propriedades físicas da água permitem um maior controle dos movimentos,garantido melhor amplitude articular,equilíbrio e consequente fortalecimento da musculatura postural, impactando positivamente na restauração da atividade funcional do movimento e diminuição da dor consequente de lombalgias.

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Título: Brain network activation analysis (BNA) as a clinical tool to assess and monitor brain health in elite athletes

Autores: MOACIR SILVA NETO, Charlotte Baumeister, Ricardo Guilherme Eid, Roberto Nahon

Instituições: CEMPRE - Centro de Medicina Preventiva e Esportiva - Brasilia - Distrito Federal - Brasil, EL MINDA - Israel, IMPACT - Estados Unidos, IPE HOME (iNSTITUTO DE PESQUISAS DO HOSPITAL HOME) - Brasilia - Distrito Federal - Brasil, UBRAIN - Brasilia - Distrito Federal - Brasil

Introdução e Objetivo: Cerebral concussion (CC) is a common injury among contact athletes. Recent studies suggest that repetitive CC and subconcussive blows do not only cause immediate harm, but may also increase the risk for later-life neurodegenerative diseases (ND). However, the associated neurophysiological (NP) mechanisms are not well-understood and the diagnosis and monitoring of CC still relies on behavioral and clinical measures rather than on direct assessment of NP functioning. One promising new tool for evaluating the NP dynamics associated with brain functionality is the Brain Network Activation (BNA) analysis. The BNA approach applies novel multivariate pattern analysis and scoring algorithm to event-related potentials (ERPs) elicited by cortical responses to cognitive tasks. BNA scores reflect the similarity of an individual's brain activity to that of the norm. Changes in BNA scores can serve as an indicator of neurological health and brain injury. The objective of the present study was to explore whether professional athletes with high exposure to concussive and subconcussive blows would shows deviances in their brain network dynamics as measured by BNA in comparison to controls and athletes with a lower risk for brain injuries, and to evaluate the clinical utility of BNA as a tool to assess CC and its recovery during an Olympic event.

Casuística e Método: As part of a CC management program, 47 Olympic athletes of a national team were baseline tested with BNA. Fourty five age- and gender-matched healthy non-athletes served as controls. The ERP data was collected during a computerized cognitive task and BNA scores were generated. The following sports were baseline tested in the program: basketball and grass hockey (considered non-direct contact athletes; n=30), taekwondo and boxing (considered direct contact athletes; n=17). The protocol of the CC program involved follow-up BNA test on athletes who sustained a CC.

Resultados: Direct-contact athletes showed a significant decrease in three BNA scores at baseline compared to both non-direct athletes and controls (P < .025). Most prominent deviations were observed in the BNA network in response to the Novel stimuli, which is thought to be associated with attention and inhibitory control. Two out of three BNA scores specific to this network showed strong decreases in the direct-contact athletes in comparison to the non-direct contact athletes and controls (P < .005) Interestingly, these deviations did not impair their performance. Both, direct and non-direct contact athletes had faster reaction times than the controls (P <.007). One hoquey player sustained a CC. He showed a healthy BNA baseline, but after the CC he showed strong deviations in BNA scores during the first three days post CC, even though the symptoms were already recovered. The BNA scores gradually recovered to healthy levels at four days post injury and the athlete could return to play.

Discussão: BNA analysis can detect NP changes in CC as showed in the case report and demonstrated high clinical utility in monitoring CC. The data suggests that repetitive concussive and subconcussive blows to the head may lead to brain connectivity and NP changes.

Conclusão: Conclusion The results suggest that BNA is well-suited to efficiently assess and monitor acute changes in brain functionality caused by acute CC and might be able to detect underlying EP changes that might lead to future neurologic diseases in athletes exposed to repetitive subconcussive blows. BNA may thus be a useful medical tool augmenting clinical examinations and helping sports clinicians to make better informed decisions on the clinical management of their patients.

Título: Bursite iliopectínea em idosa praticante de musculação: relato de caso.

Autores: PATRICIA VALESCA LEAL, Êdio Fernandes De Miranda, Dienifer Negrão Marques, Iago Barbosa Guedes, Rodrigo Augusto Santos Cardoso, Flávio Tavares Freire

Instituições: Centro de Avaliação do Esporte e Exercício - Belém - Para - Brasil, Centro Universitário do Estado do Pará - Belém - Para - Brasil, Liga Acadêmica de Medicina do Exercício e do Esporte - Belém - Para - Brasil, Universidade Federal do Pará - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A afecção do sistema osteomioarticular tem como queixa frequente a dor, a qual pode ter variadas etiologias, dentre elas as periartropatias, que consistem no acometimento de tecidos próximos às articulações periféricas. Entre as principais periartropatias, cita-se a bursite iliopctínea, também chamada, bursite do íliopsoas. Esta patologia acomete a bursa iliopectínea que está localizada anteriormente no quadril sobre a eminência iliopectínea, estando delimitada pelo ligamento iliofemoral e o tendão do iliopsoas, e estendendo-se do trocanter menor até a fossa ilíaca. As principais causas são: traumatismos, infecções, lesões por esforço, uso excessivo das articulações, movimentos repetitivos, artrite e gota. Objetiva-se discutir aspectos clínicos pertinentes ao estudo de caso de bursite iliopectínea em idosa praticante de musculação.

Casuística e Método: As informações foram obtidas por meio de entrevista com o indivíduo do estudo, revisão do prontuário e dos métodos diagnósticos de imagem, e por meio de revisão de literatura. Paciente do sexo feminino, 70 anos de idade, praticante de musculação, 3 vezes por semana e Pilates 2 vezes por semana e ex atleta de voleibol, apresentou quadro de dor intensa em região inguinal esquerda, que irradiava pela face anterior da coxa e para a lombar, posteriormente com a evolução da dor, esta passou a irradiar até o tornozelo. A dor era de forte intensidade, limitando a locomoção e piorava à extensão da perna ao deitar. Durante o quadro agudo, paciente precisou usar muletas para auxiliar sua locomoção. A queixa permaneceu por 3 meses, após não definição do diagnóstico. O diagnóstico de bursite iliopectínea só foi realizado após a realização de exames de imagem como a ultrassonografia, ressonância magnética e cintilografia óssea. Paciente negou outras doenças osteoarticulares associadas, relatando apenas espessamento trocantérico contralateral. O tratamento com antiinflamatórios não-esteroidais foi contraindicado devido a câncer de estômago prévio, limitando a terapêutica a analgésicos e medicações manipuladas. Como tratamentos auxiliares realizou: infiltração, REAC Terapia e Ozonioterapia.

Resultados: Após realizado o diagnóstico de bursite iliopectínea e a instituição da terapia indicada, paciente evoluiu com melhora da dor, sem limitação de movimento e sem desqualificação para a prática de exercício físico.

Discussão: Casos de bursite do iliopsoas são de difícil diagnóstico clínico devido uma extensa lista de diagnósticos diferenciais que podem confundir os menos experientes, por se tratar de uma dor periarticular referida na parte anterior do quadril, que pode irradiar para a fossa ilíaca ipsilateral ou mesmo pelo trajeto do nervo femoral. Com tal apresentação clínica, pode surgir a suspeita de doenças inflamatória e neoplásicas do sistema linfático, de outras doenças osteomioarticulares como a síndrome neuromiofascial e a tendinite do iliopsoas; ou ainda de apendicite, quando a bursa iliopectínea direita é acometida. O tratamento costuma ser conservador com anti-inflamatór ios e repouso. Podendo fazer infil t ração com corticoesteróides e aspiração em casos de falha. O tratamento cirúrgico é restrito a falha terapêutica e recidivas frequentes.

Conclusão: A bursite ileopectínea está associada a doenças osteoarticulares do quadril, como osteoartrite e artrite reumatoide que são esperados para a faixa etária do caso. Contudo, depois de descartadas essas entidades nosológicas, corrobora-se a hipótese do degaste excessivo da articulação coxofemoral durante seus exercícios, associado aos movimentos repetitivos, principalmente quando não se tem o aquecimento adequado antes do treino.

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Título: Características antropométricas de acordo com a posição das jogadoras de basquete feminino profissional

Autores: SAMIR SEGUINS SOTAO, Thiago Gomes Leite, Carlos Brendo Ferreira Reis, Emmanuel De Carvalho Gomes, Fabiano De Jesus Almeida Furtado, Mário Alves De Siqueira-Filho

Instituições: UFMA - São Luís - Maranhao - Brasil, UNIVERSIDADE CEUMA - São Luís - Maranhao - Brasil

Introdução e Objetivo: As variáveis antropométricas exercem importantes influências sobre o desempenho esportivo de atletas profissionais. No basquetebol feminino as funções das integrantes da equipe variam conforme as posições que ocupam no modelo tático adotado. Acredita-se que existem importantes diferenças nos perfis antropométricos das atletas de basquete e que tais diferenças possam influenciar na definição da posição que devem ocupar, bem como, na elaboração dos seus treinamentos e na qualidade do seu desempenho. No entanto, poucos foram os estudos que avaliaram o perfil antropométrico de jogadoras de basquetebol feminino profissional e sua possível influência sobre as posições que ocupam na formação tática da equipe. Assim, o objetivo deste estudo foi identificar o perfil antropométrico das jogadoras de uma equipe de basquetebol e comparar esses perfis de acordo as suas posições.

Casuística e Método: Participaram do estudo 29 jogadoras de uma equipe profissional de basquete feminino do Estado do Maranhão, que atuaram nas temporadas de 2013 a 2016 da Liga Nacional de Basquete. Os dados foram obtidos através de uma avaliação na pré-temporada da Liga Nacional. Anteriormente ao processo de coleta dos dados, as atletas foram esclarecidas em relação aos objetivos e procedimentos da pesquisa. Para determinação da estatura, foi utilizado um estadiômetro, modelo Standard (Sanny).Para avaliação da massa corporal e composição corporal foi utilizada a balança InBody® 230 (Ottoboni), respeitando-se as orientações do fabricante. O índice de massa corporal foi determinado pelo uso da fórmula (IMC=massa corporal/estatura²). Para análise da normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk e para comparação entre os grupos foi utilizado o teste Anova one-way, com posterior aplicação do teste de Bonferroni, ou Kruskal-Wallis quando necessário. A significância foi estabelecida para p<0,05. Os dados foram expressos como Média±Desvio Padrão da Média (M±DPM) e utilizado o pacote estatístico GraphPad Prisma 6.0.

Resultados: Dentre os parâmetros avaliados foram detectadas diferenças significantes entre as médias da estatura para cada posição, com os maiores valores encontrados entre as pivôs (Pivôs=1,88±0,04m; Armadoras=1,70±0,04m; Laterais=1,77±0,05m; p<0,01). Além disso, também foram detectados maiores valores para as pivôs nas medidas da massa corporal (Pivôs=83,95±12,86kg; Armadoras=70,26±9,18kg; Laterais=65,23±6,49kg; p<0,01) e da massa magra (Pivôs=66,54±8,73kg; Armadoras=55,85±7,73kg; Laterais=50,61±4,83kg; p<0,01).

Discussão: A seleção e o treinamento de atletas são etapas importantes que podem determinar o sucesso no esporte. O entendimento das exigências específicas das diferentes modalidades esportivas tem sido pesquisado por profissionais que estudam e trabalham com o treinamento desportivo. Neste cenário, existe um grande interesse a respeito da influencia do perfil antropométrico sobre o desempenho em modalidades esportivas coletivas.

Conclusão: Assim, considerando que as pivôs recebem contato mais frequente com as adversárias, parece ser importante que exibam características antropométricas que as beneficiem durante as ações de jogo, tais como maiores valores representativos para estatura, massa corporal e massa magra.

Título: Características antropométricas e condicionamento cardiovascular de militares-alunos do curso de aperfeiçoamento em submarinos para oficiais.

Autores: IGNACIO ANTONIO SEIXAS-DA-SILVA

Instituições: Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O Brasil é um dos poucos países do mundo a dominar a doutrina de operações de ataque com submarinos. O ambiente no qual os militares submarinistas convivem é confinado e extremamente limitado em virtude das particularidades existentes nos meios operacionais militares. Ter o conhecimento das características antropométricas e do condicionamento aeróbico torna-se primordial para o desenvolvimento de estratégias de treinamento físico-militar e melhora da capacidade funcional do militar. O presente estudo tem por objetivo avaliar e descrever as características antropométricas e o condicionamento cardiovascular de militares-alunos do Curso de Aperfeiçoamento de Submarinos para Oficiais (CASO).

Casuística e Método: Para a composição corporal foram utilizados os seguintes parâmetros: massa corporal, estatura, Índice de Massa Corporal (IMC), circunferência abdominal e o protocolo de Pollock 3 dobras cutâneas e para avaliar o condicionamento cardiorrespiratório foi utilizado o teste de corrida de 2400 metros de Cooper. Foi utilizado estatística descritiva para análise dos dados e foi utilizada a correlação de Pearson para analisar a correlação existente entre os parâmetros avaliados. Foram avaliados 35 militares-alunos que integraram o Curso de Aperfeiçoamento em Submarinos para Oficiais (CASO), curso que possui uma duração de 9 meses, onde os alunos são submetidos a diversos módulos relacionados a formação de submarinista. Dentre as disciplinas existentes no currículo do curso consta a de treinamento físico-militar, que tem por objetivos proporcionar ao corpo discente níveis adequados de resistência muscular, força, flexibilidade e capacidade aeróbica condicentes com o ambiente restrito no qual eles irão desempenhar suas atividades operativas.

Resultados: A amostra apresentou idade de 23,98 ± 1,99 anos; massa corporal 80,7 ± 12,39 kg; estatura de 1,74 ± 0,07 metros; IMC 26,6 ± 4,03 kg/m²; percentual de gordura de 14,83 ± 5,09 %; circunferência abdominal de 89,2 ± 10,88 cm; VO2máx de 40,08 kg.ml.min-1. Foi encontrada uma forte correção entre o IMC e a circunferência abdominal com significância de p=0,85.

Discussão: O presente estudo verificou que o grupo analisado apresentou bom componente corporal, tanto no percentual de gordura quanto no IMC, além de um bom nível de condicionamento aeróbico. Sabe-se que o desenvolvimento desses aspectos favorece a melhores desempenhos físicos, o que proporciona um incremento na capacidade de atuação profissional e no processo de tomada de decisão. Além disso, foi verificada uma existência de forte correlação entre os marcadores de classificação de risco para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares, demonstrando que a utilização do IMC e/ou da circunferência abdominal torna-se uma ferramenta importante para manter os valores de referência adotados como padrão de normalidade e um controle positivo da saúde da tripulação.

Conclusão: Pode-se concluir que os militares-alunos apresentaram resul tados para as var iáveis antropométr icas e para o condicionamento cardiovascular que atendem a demanda necessária para a atuação profissional em submarinos.

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Título: Características da concussão cerebral na prática do futebol. Mecanismo de lesão, características clínicas, tempo de recuperação clínica e cognitiva.

Autores: MOACIR SILVA NETO, Paulo Teixeira, Michael Collins, Jamie Pardini

Instituições: CEMPRE - Centro de Medicina Preventiva e Esportiva - Brasilia - Distrito Federal - Brasil, EL MINDA - Israel, IMPACT - Estados Unidos, IPE HOME (Instituto de Pesquisas do hospital HOME) - Brasilia - Distrito Federal - Brasil, UBRAIN - Brasilia - Distrito Federal - Brasil

Introdução e Objetivo: Estudos epidemiológicos demonstram que concussão cerebral (CC) é responsável por 2 a 3 % de todas as lesões relacionadas ao futebol. Existem riscos para dano cerebral adicional e até definitivo a curto e longo prazo quando o atleta retorna ao esporte precocemente, antes da resolução completa do quadro de CC. O objetivo deste trabalho é descrever as características clínicas e cognitivas observadas em atletas que sofreram concussões ao jogar futebol, e o tempo de recuperação clínica, cognitiva e tempo de retorno ao esporte na CC

Casuística e Método: Um estudo de coorte retrospectivo foi realizado atraves da análise de prontuários de atletas de futebol atendidos em um programa de controle de concussão cerebral no esporte. Dados pessoais, assim como dados da avaliação clínica inicial e evolutiva foram obtidos. Também foi avaliado o tempo que levou para o atleta estar clinicamente assintomático (TCA), o tempo de recuperação cognitiva (TRC) avaliado por teste cognitivo computadorizado IMPACT e o tempo que levou para que os atletas fossem liberados para retornar ao esporte (TER).

Resultados: 92 prontuários foram avaliados. A média de idade foi de 16,6 anos. Jogavam futebol no time de suas escolas no Segundo grau 60% dos indivíduos, seguidos de atletas universitários (18.7%). Perda da consciência foi relatada em 25.7% dos casos. De 22 sintomas que foram descritos pelos pacientes na primeira avaliação clínica, os mais comuns foram: cefaleias (70.5%), fadiga (63.6%), dificuldade para concentrar (59.1%), sonolência (56.8%). Os mecanismos de lesão mais comuns foram: cabeça contundindo piso (38.2%) bolada na cabeça (17.6%), cabeça contundindo cabeça (16.2%), membro superior contundindo cabeça (14.7%). O caso de concussão avaliado havia sido o primeiro caso em 64.5% dos atletas, segundo em 14%, terceiro em 11.8%, quarto em 7.5% e quinto em 2.2%. A mediana do TRE foi 47 dias tendo variado de 2 a 299 dias. A mediana do TCA foi 19 dias e a mediana do TRC foi 26 dias.

Discussão: Este estudo mostra o principal mecanismo como sendo cair e bater a cabeça no chão (38,2%). Este dado difere de outros estudos. Talvez explorar a proteção da cabeça em outras áreas que não a região frontal possa diminuir a incidência de CC no futebol. A prevalência de perda da consciência no momento do trauma que gerou a concussão cerebral nesta amostra foi acima do que encontrado em outros estudos que demonstram que a perda da consciência é encontrada em até 4,6% das lesões. Talvez a maior prevalência de perda da consciência na amostra seja pelo fato de que a maioria dos atletas que se recuperam rapidamente e têm concussões mais leves não chegam a procurar um centro médico especializado para tratamento. O estudo mostra que aproximadamente 34% dos avaliados já haviam apresentado CC prévia. Outros estudos mostram que individuos que sofrem 3 ou mais concussões têm de 3 a 8x maior chance de desenvolver problemas cognitivos mais graves ao sofrer nova CC. O TER foi muito variável. A abordagem médica atual na CC, como descrita no ultimo consenso sobre CC no esporte realizado pela FIFA, fala a favor de uma abordagem individualizada e não atravez de protocolos com tempos de recuperação pré-estabelecidos. O TCA e o TRC diferiu, como é sugerido em outros estudos. A testagem cognitiva, por de ser capaz de detectar alterações da função cerebral que talvez podem não gerar alterações perceptíveis pelo paciente é considerada como pedra angular no manejo de CC no esporte.

Conclusão: O médico ou profissional de saúde que presta assistência ao jogador de futebol deve ter em mente quais os mecanismos etiopatogênicos possíveis e os principais sintomas que os atletas referem quando sofrem uma CC. Perda da consciência faz parte do quadro de concussão cerebral somente na minoria dos casos. O tempo de recuperação desta lesão é muito variável e a avaliação cognitiva é uma ferramenta clínica útil no acompanhamento ao indivíduo que sofreu CC.

Título: Como o médico do esporte pode contribuir na reabilitação cardiovascular do paciente cardiopata

Autores: BIANCA ALVES DE MIRANDA, Yngrid Souza luz, Camylla Santos de Souza, Ivan Lucas Picone Borges dos Anjos, Sthefania Sad Silva Ferreira Rodrigues Fruet, Fernanda Almeida Andrade

Instituições: Hospital Messejana - Fortaleza - Ceara - Brasil, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos - Araguaína - Tocantins - Brasil, UFC - Fortaleza - Ceara - Brasil, Uniderp - Campo Grandeande - Mato Grosso do Sul - Brasil, UniFOA - Volta Redonda - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade do Grande Rio - Duque de Caxias - Rio de Janeiro - Brasil, Uss - Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A Medicina do Exercício (ME) não se destina apenas a cuidados com atletas, mas também a portadores de doenças crônico-degenerativas. Neste contexto, a Cardiologia do Esporte apresenta-se como uma forma de inserir o exercício físico na clínica de portadores de doenças cardiovasculares (CV) com viés profilático e/ou de reabilitação. OBJETIVO: Elucidar sobre a atuação da ME na recuperação do paciente cardiopata atleta ou não.

Casuística e Método: MÉTODOS: Estudo descritivo, a partir de revisão sistemática com base em dados do PubMed, Scielo e Diretriz de Reabilitação Cardíaca.

Resultados: A prática regular de atividade física conforme a necessidade individual reduz de 20-24% a mortalidade CV, sendo utilizada para prevenção primária do aparecimento das doenças CV em indivíduos com um ou mais fatores de risco, bem como na prevenção secundária das manifestações clínicas em pacientes já cardiopatas. Apesar da preocupação com os riscos inerentes à execução de exercícios, a reabilitação CV pode ser bastante segura desde que os exercícios sejam prescritos de forma individualizada após avaliação prévia e com acompanhamento frequente de equipe multidisciplinar habilitada. O papel da ME inclui a avaliação inicial do paciente e a prescrição médica de exercício, sendo importante sua participação, de maneira contínua, com o profissional de educação física. Na fase inicial, pretende-se melhorar a qualidade de vida sem a preocupação imediata de perda de peso. De 6-12 meses, após reavaliação, determina-se um novo nível de equilíbrio de consumo de O2 para o treinamento. No caso de paciente hipertenso, a atividade física deve ser moderada, com componente isotônico predominante e isométrico de pequena magnitude. Há evidências de tratamento da hipertensão leve (PAD 90-105mmHg) apenas com a associação de exercícios a mudanças nos hábitos higieno-dietéticos. Na insuficiência cardíaca, a prescrição deve ser baseada no teste ergométrico convencional, na avaliação das arritmias pela eletrocardiografia dinâmica e incluir programas com supervisão direta na monitorização dos pacientes de alto risco, permitindo que o exercício atinja 51-60% da FC máxima.

Discussão: Os resultados compuseram uma revisão de literatura com bases estatísticas acerca do contexto da cardiopatia no universo da medicina do esporte.

Conclusão: Pode-se ter uma breve noção da importância da ME para a prevenção e tratamento de comorbidades CV em pacientes cardiopatas atletas ou não, devendo ser efetuada por uma equipe multidisciplinar treinada, em que inclui-se o ME.

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Título: Comparação da análise da estabilidade dinâmica e função dos joelhos entre atletas com cirurgia prévia do joelho e atletas não submetidas à cirurgia

Autores: SERGIO AKIRA HORITA, Maria Rosa dos Santos, Bruno Pimentel Guidorizzi, Vivian da Silva Gitti, Alexandre Marin Hernandez Cosialls

Instituições: Hospital do Servidor Publico Estadual - IAMSPE - São Paulo - Sao Paulo - Brasil, Secretaria de Esportes da Prefeitura do Município de Santo André - Santo André - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: As lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) e dos meniscos são frequentes e são condições que necessitam de um tratamento exigente, que pode englobar tratamento cirúrgico e um longo processo de reabilitação até o retorno ao esporte. A avaliação da estabilidade dinâmica e função dos joelhos dos atletas permite a avaliação de possíveis alterações da performance funcional no contexto da prática do esporte. O objetivo do estudo é comparar os resultados das avaliações da estabilidade dinâmica e da função dos joelhos de atletas submetidas à cirurgias do joelho com atletas não submetidas à cirurgia.

Casuística e Método: Foram avaliadas 15 atletas do gênero feminino. Doze atletas não foram submetidas à cirurgia e tinham idade média de 24,8±6,6 anos, com peso médio de 72,9±11,2 kg e altura média de 1,75±0,09 m. Três atletas tinham histórico de cirurgia do joelho (duas com reconstrução do LCA e uma com meniscectomia) e apresentaram tinham idade média de 26,3±8,1 anos, com peso médio de 79,7±12,0 kg e altura média de 1,80±0,04 m. Antes dos testes funcionais, foi realizado aquecimento de 5 minutos e a ambientação/testagem por parte do atleta. Os testes realizados foram o Single Hop Test (SHT), onde a atleta realizou um salto com uma perna só e foi mensurada a máxima distância atingida; o Triple Hop Test (THT), onde realizaram três saltos consecutivos com uma perna só e foi mensurada a marca máxima atingida no salto; o Cross Over Hop Test (COHT), onde realizaram três saltos consecutivos, avançando com uma perna só, entre duas linhas com a largura de 30cm, sem pausa, e marcada a máxima distância atingida; e o 6m Hop Test (6HT), no qual se percorreu uma linha de 6m com uma perna só e mensurado o tempo percorrido. Foi calculada a média de três repetições em cada membro inferior, realizado a comparação entre os membros. Para a análise estatística para comparação entre os grupos de atletas, utilizou-se o teste não-paramétrico de Mann-Withney.

Resultados: Nas avaliações realizadas, as atletas submetidas à cirurgia do joelho apresentaram, na média, o SHP de 18,4±3,3%; o THT de 18,1±2,4%; o COHT de 18,8±9,5%; o 6HT de 9,1±9,1%. As atletas que não foram operadas apresentaram, na média, o SHP de 4,5±7,3%; o THT de 7,3±8,4%; o COHT de 8,6±7,5%; o 6HT de 6,8±4,5%. Houveram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos estudados, no SHT (p<0,05) THT (p<0,05).

Discussão: Os testes funcionais são importantes na avaliação de atletas com risco de lesão e para prevenção do risco de recidiva de lesões durante o processo de reabilitação, especialmente no retorno para a prática de esporte. O SHT e o THT são testes funcionais para avaliação da estabilidade dinâmica dos joelhos. O COHT e o 6HT são testes para avaliação da função dos joelhos. O presente estudo mostrou diferença significante entre os grupos no SHT e no THT, o que não foi observado em outros estudos com atletas submetidos à cirurgia de reconstrução do LCA e atletas não operados. Assim, houve a necessidade de ajustes no treinamento para melhora da estabilidade do joelho das atletas que foram submetidas à intervenção cirúrgica prévia.

Conclusão: Houve diferença significante entre o grupo de atletas que foram submetidas à cirurgia do joelho e de atletas que não foram operadas, nos testes que avaliam a estabilidade do joelho. Estes foram importantes para adoção de medidas adequadas à necessidade de promoção de maior estabilidade do joelho nas atletas submetidas à cirurgia.

Título: Comparação da análise do equilíbrio dinâmico entre atletas com história prévia de cirurgias do joelho e atletas não submetidas à cirurgiaAutores: SERGIO AKIRA HORITA, Maria Rosa dos Santos, Bruno Pimentel Guidorizzi, Vivian das Silva Gitti, Alexandre Marin Hernandez Cosialls

Instituições: Hospital do Servidor Publico Estadual - IAMSPE - São Paulo - Sao Paulo - Brasil, Secretaria de Esportes da Prefeitura do Município de Santo André - Santo André - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A ocorrência de lesões dos joelhos é muito comum na prática desportiva, dentre as quais se destacam as lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) e dos meniscos, as quais são muito frequentes e necessitam um tratamento exigente, que pode englobar tratamento cirúrgico e um longo processo de reabilitação até o retorno ao esporte. A avaliação do equilíbrio postural dinâmico dos atletas permite a avaliação de possíveis alterações da performance funcional no contexto da prática do esporte. O objetivo do estudo é comparar os resultados dos testes do equilíbrio postural dinâmico de atletas submetidas à cirurgias do joelho com atletas não submetidas à cirurgia.

Casuística e Método: Foram avaliadas 15 atletas do gênero feminino. Doze atletas não foram submetidas à cirurgia e tinham idade média de 24,8±6,6 anos, com peso médio de 72,9±11,2 kg e altura média de 1,75±0,09 m. Três atletas tinham histórico de cirurgia do joelho (duas com reconstrução do LCA e uma com meniscectomia) e apresentaram tinham idade média de 26,3±8,1 anos, com peso médio de 79,7±12,0 kg e altura média de 1,80±0,04 m. Antes dos testes funcionais, foi realizado aquecimento de 5 minutos e a ambientação/testagem por parte do atleta. Atleta se posiciona na base do desenho de uma letra Y no chão, medido a maior distancia que a mesma consegue alcançar com um dos membros inferiores. O membro testado permanece estável e o corpo sem projeção posterior. No Y Balance Test (YBT) anterior, a atleta realizou o toque com a ponta do pé na linha a frente ao corpo; no YBT lateral, a atleta realizou o toque com a ponta do pé na linha lateral do corpo; no YBT posterolateral, a atleta realizou o toque com a ponta do pé na linha lateral e posterior ao corpo. Foram realizadas três repetições de cada membro inferior e calculada a média. Após isso, foi mensurado o comprimento de cada membro. O valor médio de cada uma das medidas do YBT foi dividido pelo comprimento do membro. Para a análise estatística para comparação entre os grupos de atletas, utilizou-se o teste não-paramétrico de Mann-Withney.

Resultados: Nas avaliações realizadas, as atletas submetidas à cirurgia do joelho apresentaram, na média, o YBT anterior (YBT-A) de 59,2±2,7% no membro inferior direito (MID), e 60,8±0,9% no membro inferior esquerdo (MIE); o YBT lateral (YBT-L) de 104,8±3,4% no MID e de 103,8±1,6% no MIE; o YBT posterolateral (YBT-PL) de 89,4±1,9% no MID e de 96,0±2,6% no MIE. As atletas que não foram operadas apresentaram, na média, o YBT anterior (YBT-A) de 57,6±4,7% no membro inferior direito (MID), e 57,7±5,7% no membro inferior esquerdo (MIE); o YBT lateral (YBT-L) de 103,3±16,0% no MID e de 98,5±16,0% no MIE; o YBT posterolateral (YBT-PL) de 85,4±11,4% no MID e de 90,8±10,9% no MIE. Não houveram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos estudados.

Discussão: A avaliação funcional é importante na identificação de atletas com risco de lesão e para prevenção do risco de recidiva de lesões no retorno às práticas desportivas durante o processo de reabilitação. Os YBT anterior, lateral e posterolateral são testes para avaliação do equilíbrio, propriocepção e da estabilidade do tornozelo. Apesar de ter sido observada diferença significante no YBT anterior no estudo de LIMA (2015) na comparação entre atletas submetidos à cirurgia de reconstrução do LCA e atletas não operados, o presente estudo não mostrou diferença significante entre os grupos.

Conclusão: Não houve diferença significante entre o grupo de atletas que foram submetidas à cirurgia do joelho e àquele que não foi operada. Mais estudos são necessários para avaliação da possível interferência da intervenção cirúrgica sobre as respostas funcionais durante a prática da atividade desportiva.

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Título: Comparação da Curva de Crescimento Atual e Altura Predita em Jovens Atletas

Autores: BERNARDO ROCHA GARCIA, Renata Alves Sanseverino, Fernando Antônio Willington Filho, Rosemary Petkowicz

Instituições: Grêmio Náutico União - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: O questionamento sobre a altura final dos filhos é uma preocupação dos pais. Entre crianças atletas essa preocupação é ainda maior, pois a estatura, em muitos esportes, é uma das características que pode favorecer a desempenho. O objetivo desse estudo foi comparar o percentil da altura atual de jovens atletas com o percentil da altura predita de acordo com a altura dos pais, verificando se há diferença entre o percentil atual e o predito e comparando os percentis preditos entre quatro modalidades esportivas.

Casuística e Método: Foi realizada a medida da estatura dos atletas, em ortostatismo, no período de pré temporada utilizando estadiômetro com precisão de 0,1 cm. A estatura dos pais foi obtida através do questionário de saúde entregue aos atletas no início da temporada. A altura atual foi colocada na curva de crescimento da OMS 2007 através do programa Anthro Plus. Foi calculada a altura alvo parental, em cm, através da fórmula Menino (M) = [altura materna + altura paterna + 13]/2, Menina (F) = [altura materna + altura paterna – 13]/2. Análise estatística, estatística descritiva, teste t pareado e ANOVA, utilizado o pacote estatístico SPSS versão 17.0.

Resultados: Foram avaliados 147 atletas, 88 (59,8%) M e 59 (40,2%) F das seguintes modalidades esportivas: ginástica artística (GA), natação (Na), basquete (B) e vôlei (V). No gênero F foram comparadas as modalidades V (N=16), Na (N= 32) e GA (N=6), já no M, B (N=28), Na (N=49) e GA (N=7). Os valores médios e desvios padrão de peso (P) em kg, altura (A) em cm, percentil da altura atual (PerA), altura predita (AP) em cm, pecentil da altura predita (PerAP) estão descritos a seguir estratificados por gênero e esporte. Feminino V: P=51,54 (8,64); A=163,43 (7,69); PerA=83,63 (17,45); AP=167,37 (7,08); PerAP=64,9 (27,29). Na: P=49,73 (9,45); A=154,93 (8,5); PerA=63,17 (26,95); AP=163,54 (5,54) PerAP=51,74 (24,56); GA: P=33,08 (6,74); A=140,66 (10,3); PerA=21,63 (24,03); AP=159,91 (4,36); PerAP=34,13 (20,59). Masculino B: P=70,73 , A=176,79; PerA=81,47; AP=180,69; PerAP=69,24. Na: P=47,05; A=154,02; PerA=73,9; AP=178,38; PerAP=58,71. GA, P=52,41; A=157,85; PerA=13,03; AP= 170,85; PerAP=24,03. O valor da probabilidade de significância (p) da comparação dos valores médios do PerA com PerAP de cada modalidade foi: V F: p=0,709; NA F:p<0,05; GA F p=0,489; B M: p=0,407; NA M: p<0,05; GA M: p=0,66.

Discussão: As modalidades B, Na e V apresentaram a média de PerA maior que a média da PerAP. A modalidade GA teve, em ambos sexos, a média de PerA menor em relação a PerAP, mas sem significância estatística. Entre atletas de GA estudos já mostraram um atraso puberal em relação a outros esportes, mas sem déficit na altura final. Isso pode se dar pelo rigoroso controle de peso da modalidade, o que fica evidenciado pelo fato de a média de PerIMC da GA ser menor em comparação com as outras especialidades, em ambos sexos. Na comparação entre esportes, B e V tiveram média de PerA e PerAP maior. A GA teve, em ambos sexos, média de PerA menor em relação às outras modalidades. Esses dados corroboram os de trabalhos realizados anteriormente com a GA e outros esportes. A literatura mostra que o crescimento precoce e desenvolvimento motor são fundamentais para a prática esportiva na juventude, favorecendo-os. Também atribui-se à prática esportiva uma melhora do sono, o que poderia influenciar a secreção de hormônio do crescimento. Quando analisadas as alturas preditas entre os esportes, B, Na e V apresentavam AP acima do percentil 50, enquanto na GA essa estava abaixo do percentil 50. Isso confirma que já há uma pré seleção baseada na estatura para a continuidade na prática em nível de alto rendimento.

Conclusão: Os atletas estudados de B, Na e V apresentavam-se acima do percentil 50 na curva de crescimento, estando acima do percentil esperado para altura final. Os atletas da GA encontravam-se abaixo do percentil 50, estando abaixo do percentil predito na curva de crescimento final.

Título: Comparação do perfil antropométrico e aptidão física em atletas profissionais de futebol e futsal

Autores: RAMON GUSTAVO DE MORAES OVANDO, Lorena Laira Morais dos Santos, Marcelo Ferreira Miranda, Eduardo Gonçalves Urbano, Amanda Caroline Sartori, Igor Raphael Mathias Valejo

Instituições: Unicesumar - Maringá - Parana - Brasil, Universidade Católica Dom Bosco - UCDB - Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: Características antropométricas, condição cardiorrespiratória e nível das capacidades físicas de um atleta de futebol e de futsal, são fatores primordiais em uma partida, pois as exigências físicas e as características de cada jogador são específicas e diferenciadas em relação às posições e funções dentro de campo e quadra. Assim, este estudo objetiva verificar, analisar e comparar as características antropométricas e a aptidão física entre os jogadores profissionais de futebol e futsal.

Casuística e Método: Pesquisa descritiva, transversal, comparativa. A amostra foi de 13 atletas profissionais de futebol e 10 de futsal, saudáveis com idades entre 18 e 30 anos. Os jogadores foram submetidos à avaliação antropométrica (IMC, ICQ, composição corporal) e testes de aptidão física (flexibilidade, saltos vertical e horizontal, teste de VO2 máx e corrida de 50 metros). A coleta dos dados foi realizada no Laboratório de Avaliação Física de uma Universidade. No tratamento estatístico foram utilizadas as técnicas da estatística paramétricas, verificando a média e desvios padrão. Considerou-se diferença estatisticamente significativa quando P<0,05 e foi utilizada Análise de variância (ANOVA).

Resultados: Em relação à idade, as equipes apresentam um desvio padrão de ± 3,49 para os atletas de futebol e ± 5,19 para os atletas de futsal. Ao observarmos o IMC dos atletas, percebemos ± 0,95 nos atletas de futebol e 1,18 nos atletas de futsal. Em relação ao ICQ, verificaram-se valores adequados a ambos os grupos de 0,85. Na composição corporal, verificou-se um índice alto de ± 4,12 para os atletas de futebol e ± 4,46 para os atletas de futsal. Com relação às variáveis neuromusculares, no teste de flexibilidade, nenhum dos dois grupos de atletas alcançou a média mínima de 38 a 40 cm. No teste de impulsão vertical foi encontrado um melhor resultado da equipe de futebol de 50 a 55 cm, (±5,66 para os atletas de futebol e ±4,62 para os atletas de futsal). No teste de impulsão horizontal, verificou-se ±14,67 para os atletas de futebol e ±18,84 para os jogadores de futsal. Em relação à velocidade não houve diferença com ±0,35 para atletas de futebol e de ±0,36 os atletas de futsal. Em relação ao VO2 máx., os dados estatísticos nos mostra um desvio padrão de ±3,84 para os atletas de futebol e de ±5,07 para os atletas de futsal.

Discussão: Na comparação dos dados antropométricos não foram verificadas diferenças estatisticamente significantes para as variáveis de idade, peso, estatura, composição corporal, perímetros de cintura e quadril. Em relação aos testes de aptidão física, as diferenças estatisticamente significantes foram encontradas na variável de impulsão horizontal, onde os jogadores de futebol apresentaram um melhor desempenho caracterizando-os em relação às capacidades motoras envolvidas no futebol como jogadores mais fortes nos membros inferiores. As diferenças estatisticamente não significantes foram registradas para as variáveis de flexibilidade, salto vertical, velocidade de 50 metros e VO2máx.

Conclusão: A utilização de medidas antropométricas e de testes de aptidão física contendo variáveis mais específicas aos esportes desejados e à amostra trabalhada mostrou-se útil na elaboração de parâmetros comparativos. Os resultados obtidos pelos jogadores de futebol e futsal deram um suporte ao conceito de especificidade, demonstrando haver um relacionamento direto entre o estilo de jogo e o tipo de piso específico.

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Título: Comparação do valgo dinâmico entre atletas submetidas a cirurgias do joelho e atletas não operadas

Autores: SERGIO AKIRA HORITA, Maria Rosa dos Santos, Bruno Pimentel Guidorizzi, Vivian da Silva Gitti, Alexandre Marin Hernandez Cosialls

Instituições: Hospital do Servidor Publico Estadual - IAMSPE - São Paulo - Sao Paulo - Brasil, Secretaria de Esportes da Prefeitura do Município de Santo André - Santo André - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Entre as lesões dos joelhos que necessitam de intervenção cirúrgica em atletas se destacam as lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) e dos meniscos. Além do tratamento cirúrgico, estas condições exigem um longo programa de reabilitação até o retorno ao esporte. A avaliação do valgo dinâmico é uma das ferramentas utilizadas como forma de rastreio do risco do atleta apresentar lesão do LCA e de outras patologias do joelho, entretanto, não se tem na literatura informações relativas à influência de uma intervenção cirúrgica sobre o valgo dinâmico. O objetivo do estudo é comparar os resultados das avaliações do valgo dinâmico de atletas submetidas à cirurgias do joelho com atletas não submetidas à cirurgia.

Casuística e Método: Foram avaliadas 15 atletas do gênero feminino. Doze atletas não foram submetidas à cirurgia e tinham idade média de 24,8±6,6 anos, com peso médio de 72,9±11,2 kg e altura média de 1,75±0,09 m. Três atletas tinham histórico de cirurgia do joelho (duas com reconstrução do LCA e uma com meniscectomia) e apresentaram tinham idade média de 26,3±8,1 anos, com peso médio de 79,7±12,0 kg e altura média de 1,80±0,04 m. Antes dos testes funcionais, foi realizado aquecimento de 5 minutos e a ambientação/testagem por parte do atleta. As atletas realizaram o agachamento com uma perna só em cima de um caixote por 5 vezes, enquanto a perna não avaliada permaneceu em extensão. Medida foi realizada por um software (Hudl Technique®). Para a análise estatística para comparação entre os grupos de atletas, utilizou-se o teste não-paramétrico de Mann-Withney.

Resultados: Nas avaliações realizadas, as atletas submetidas à cirurgia do joelho apresentaram, na média, o valgo dinâmico de 164±6 no joelho direito e valgo dinâmico de 167±6°no joelho esquerdo. As atletas que não foram operadas apresentaram, na média, o valgo dinâmico de 165±5 no joelho direito e valgo dinâmico de 169±5°no joelho esquerdo. Não houveram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos estudados.

Discussão: As avaliações funcionais são importantes na avaliação de atletas com risco de lesão e para prevenção do risco de recidiva de lesões durante o processo de reabilitação, especialmente na avaliação do atleta no retorno para a prática de esporte. O aumento do grau de valgismo dinâmico dos joelhos predispõe a múltiplas lesões dos membros inferiores em atletas, especialmente, lesões do LCA, disfunção femoropatelar e tendinopatias. Não houve diferença significante entre os grupos estudados, entretanto ambos os grupos apresentaram teste com alteração no joelho direito (se considerado valor acima de 166° como referência de normalidade no valgo dinâmico). Assim, houve a necessidade de adequação do treinamento das atletas, no sentido de buscar o reequilíbrio dos músculos dos quadris e dos joelhos das atletas das atletas que apresentaram alteração na avaliação do valgo dinâmico.

Conclusão: Ambos os grupos de atletas não apresentaram alteração do valgo dinâmico. Apesar disso, a maioria das atletas apresentou alteração no valgo dinâmico, que necessitou a adoção de medidas adequadas à necessidade de promoção da melhora do equilíbrio muscular dos quadris e joelhos das atletas com alteração do teste. Mais estudos são necessários para avaliação da possível interferência da intervenção cirúrgica sobre as respostas funcionais durante a prática da atividade desportiva.

Título: Comparação entre a medida convencional da cintura abdominal e a inferida pela bioimpedância.

Autores: FABRICIO BRAGA DA SILVA, Beatriz Rocha, Amanda Monteiro, Christiane Prado, Bianca Torres, Marcelo Faccio

Instituições: Casa de Saúde São José - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil, Laboratório de Performance Humana - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Fundamentos: A presença de adiposidade abdominal é um fator de risco conhecido para uma série de doenças, principalmente as cardiovasculares. A medida da circunferência abdominal (CA) é a mais fácil das inferências de adiposidade abdominal. Valores prognósticos são bem conhecidos tanto para homens(>94cm) quanto para mulheres (>80cm). Existem, no entanto, outros marcadores como o % de gordura corporal (GC) medido através de bioimpedância. Usando modelos matemáticos alguns aparelhos bioimpedância conseguem estimar o valor da CA. Objetivos: Avaliar a concordância entre o valor absoluto da CA medido pela forma convenc ional com fita métr ica (FM) e a est imat iva da bioimpedância(EB). Correlacionar FM e EB com GC medida pela bioimpedância. Avaliar a concordância da classificação de risco da CA medida pela FM e a EB, e a interferência do sexo nesta classificação.

Casuística e Método: Materiais e Métodos: Pacientes referidos para teste cardiopulmonar do exercício em serviço privado eram avaliados previamente por bioimpedância (Inbody®270)com medida da EB e da GC. Na sequência eram submetidos a FM imediatamente acima da crista ilíaca, paralela ao chão. Os valores de CA foram analisados de forma contínua pelo método de Bland and Altman. Quando categorizados de acordo com pontos de corte conhecidos(>94cm para homens e >80cm para mulheres) a concordância foi avaliada pelo coeficiente Kappa. A interferência do sexo na concordância foi avaliada pela técnica de Cochran-Mantel-Haenszel.

Resultados: Resultados: Foram avaliados 55 pacientes ( 58,2% masculinos; 46±12 anos; IMC de 24,9±4). A CA foi 89±14 e 85±13,5cm respectivamente para EB e EM(p<0,0001). O viés das duas medidas foi 3,9cm(IC95% -8,9 a 16,8) sendo considerado clinicamente relevante. A correlação entre EB e GC foi r=0,625 (p<0,0001) e FM e GC foi r=0,419 (p=0,001). O escore z para a comparação entre os coeficientes de correlação foi 3,86 (p<0,0001). A coeficiente kappa foi 0,699(p<0,001) para toda a população, 0,370 para sexo feminino (p=0,022) e 1,0(p<0,0001) para o sexo masculino (Cochran-Mantel-Haenszel p<0001).

Discussão: Discussão: As diferenças de composição corporal entre homens e mulheres tem interferência significativa na acurácia de métodos não invasivos de avaliação.

Conclusão: Conclusão: Nessa amostra a metida absoluta da CA medida pela bioimpedância teve um erro clinicamente relevante, superestimando seu valor convencional. Todavia a sua categorização de acordo com valores prognósticos tradicionais teve resultados muito bons em homens, o que não se reproduziu em mulheres.

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Título: Condições Ambientais e Treinamento

Autores: BERNARDO ROCHA GARCIA, Tainá Val Arruda, Renata Alves Sanseverino, André Cruz, Janaína Yacy Hess Ferreira, Rosemary Petkowicz

Instituições: Grêmio Náutico União - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: O treinamento e competição em ambientes de temperaturas elevadas podem ser prejudiciais tanto para desempenho quanto para saúde dos atletas. O conforto térmico não depende apenas da temperatura ambiente, mas também da quantidade de vapor d'água presente no ar. Avaliar as condições tanto da temperatura ambiental quanto da capacidade de resfriamento do ambiente faz parte dos cuidados preventivos de saúde do atleta pelo médico do esporte. Porto Alegre é conhecida por ser uma cidade com as 4 estações bem características, apresentando extremos tantos de frio quanto de calor, assim como níveis elevados de umidade relativa do ar. No verão a temperatura varia de 25ºC a 35ºC. Com o objetivo de avaliar as condições térmicas para o exercício durante o verão de Porto Alegre, avaliamos a temperatura ambiental e as condições de resfriamento em dois locais distintos, rua e ginásio de judô durante o período de duas semanas, comparando as diferenças.

Casuística e Método: A carga térmica exógena depende da temperatura ambiente, umidade relativa do ar, velocidade do vento e radiação solar. Dentro das condições externas existentes em um ginásio de judô que podem ser facilmente mensuradas e influenciam no equilíbrio térmico corporal estão a temperatura ambiente e a quantidade de vapor d'água presente no ar. Foi realizada a avaliação da temperatura ambiente em relação a capacidade de resfriamento através da evaporação da água, ou seja, qual a temperatura mais baixa que é possível atingir apenas pela evaporação da água (temperatura de bulbo úmido), no ginásio de judô do clube Grêmio Náutico União e ao ar livre. As medições foram realizadas o período de duas semanas, entre os dias 23/02 e 09/03 de 2017, entre as 19h e 21h, horário correspondente aos treinos das equipes de judô. Os dados foram analisados através do Programa SPSS versão 17.0, utilizando teste t pareado.

Resultados: A média de temperatura no ginásio (TGin) foi 30,5°C (±1,4), enquanto na rua a temperatura (TRua) era 27,1°C (±1,35). Na avaliação da temperatura do bulbo úmido no ginásio (TBUGin) foi 26,7°C (±1,7) e o bulbo úmido na rua era 23,7°C (±1,4). Na comparação entre as médias de temperaturas ambiente foi encontrado p=0,00, enquanto a comparação das médias do bulbo úmido p=0,001.

Discussão: No horário avaliado, final do dia, temperaturas no ginásio foram superiores ao ambiente externo, tanto na temperatura ambiente como na capacidade de resfriamento. Em repouso o corpo produz calor metabólico, aproximadamente 0,8 kcal.kg-1peso corporal.hora-1, durante a prática esportiva a produção de calor aumenta, podendo chegar a 20 vezes da taxa metabólica basal, associado a vestimenta do judô, que irá dificultar os mecanismos de dissipação do calor associado ao ambiente com temperatura elevada levará a um estresse térmico maior e os consequentes riscos de saúde. Idealmente o ambiente climatizado mantendo dentro da temperatura ideal (até 25°C) para a prática esportiva reduziria estes riscos. Temperaturas entre 25° – 31.9° C já apresentam risco moderado para os problemas relacionados ao estresse térmico. Na impossibilidade de climatizar o ambiente, medidas que potencializem os mecanismos corporais de dissipação do calor devem ser utilizadas, ventilação do ambiente, hidratação adequada, controle da desidratação e em alguns casos pausas ao longo do treinamento para permitir a redução de calor corporal e resfriamento.

Conclusão: No verão de Porto Alegre na rua e no ginásio avaliado a temperatura ambiente apresentava em faixas de risco moderado para gerar problemas de saúde relacionados ao estresse térmico. A capacidade de resfriamento no ambiente fechado também se mostrou prejudicada em relação à rua. Nestas situações recomenda-se a adoção de medidas que auxiliem o corpo nos seus mecanismos para dissipar o calor, entre eles a hidratação adequada, devendo ser ponderado pausas ao longo do treino para redução da produção de calor e reequilíbrio térmico corporal.

Título: Controle nos níveis de testosterona, cortisol e razão testosterona/cortisol em jogadores profissionais de futebol ao longo da temporada de 2016

Autores: SOHAILA DALBIANCO YOUNES, Renata Alves Sanseverino, Bernardo Rocha Garcia, Luiz Antonio Barcelos Crescente

Instituições: Hospital Geral - Caxias do sul - Rio Grande do Sul - Brasil, Ulbra - Canoas - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: O controle do nível de treinamento de atletas de alto rendimento é importante para garantir efetividade do desempenho durante uma temporada esportiva, além disso auxilia as estratégias para melhora da performance do atleta, prevenindo o sobretreinamento. São utilizados vários parâmetros para avaliação, como testes físicos e de humor e a dosagem de marcadores. Dentre os principais marcadores hormonais estão a testosterona total (Te), que tem função de anabolismo, cortisol (C), que por sua vez tem um efeito catabólico, e a razão entre os dois (Te/C), que mostra como está à relação entre a produção e o consumo e pode refletir desempenho do treinamento. O objetivo desse estudo é relatar as flutuações nos níveis de Te, C e Te/C de atletas de futebol profissional de um clube ao longo da temporada de 2016.

Casuística e Método: Foram coletadas amostras séricas de Te (ng/dL) e C (µg/dL) de 37 jogadores de futebol de um clube brasileiro, em quatro momentos durante o ano de 2016, com intervalo de três meses entre cada coleta: no mês de janeiro (T1), no mês de abril (T2), mês de julho (T3) e no mês de outubro (T4). As coletas foram feitas sempre pelo mesmo laboratório seguindo as mesmas orientações de horário e procedimentos. Os dados encontrados foram analisados por estatística descritiva.

Resultados: Foram avaliados 37 atletas do sexo masculino da categoria principal de um time de futebol da cidade de Porto Alegre, com média de idade de 24 anos. A média de Te em T1 foi 602,0, em T2 479,0, em T3 517,2 e em T4 506,0. A média de C em T1 foi 16,9, em T2 foi de 16,8, em T3 de 19,3 e em T4 de 18,4. O valor médio de Te/C em T1 foi 45,8, em T2 foi 31,6, em T3 27,8 e em T4 28,9. Durante a temporada, o time jogou cinco competições oficiais, sendo elas uma a nível regional, três a nível nacional e um a nível internacional, totalizando 68 jogos oficiais.

Discussão: O stress causado pelo exercício físico exerce alterações sobre o eixo hipotálamo, hipófise glândulas periféricas. Naqueles onde há grande volume e a via metabólica principal é aeróbica, como de endurance pode haver redução da produção deTe. Nos atletas estudados, o nível mais baixo de Te foi em T2. Comparando o início, em T1, com o final da temporada em T4, quando há um desgaste físico maior, houve uma redução na média dos níveis plasmáticos de Te, compatível com os resultados de Ferret, 2003. Já no caso das adrenais, a alteração do eixo pode resultar em um aumento da secreção de cortisol.No presente estudo, os níveis de C variaram durante a temporada, sendo que o valor mais alto ocorreu na coleta T3 do mês de julho. Os valores encontrados nesse estudo corroboram com a literatura, que mostra que há maiores níveis deste hormônio em períodos finais de temporada, onde há maior fadiga associada a estresse psicológico. A Te/C pode indicar um balanço entre anabolismo e catabolismo, diferentemente da análise individual das concentrações séricas de Te e C. O valor do índice Te/C realmente preditivo de sobretreinamento é controverso na literatura, uma vez que há estudos que demonstram que mesmo com uma redução de 30% da Te/C no final do período de treinamento intenso, não houve redução do desempenho. Nos atletas avaliados, o nível mais baixo da relação também se encontrou em T3, sendo explicado pelo maior aumento do C no mesmo período, mesmo assim a relação não foi superior a 30%, mostrando que os valores podem corresponder à resposta ao treinamento normal.

Conclusão: Os dados encontrados durante a temporada demonstram a resposta fisiológica ao esforço realizado pelos atletas, onde os valores médios da testosterona, cortisol e a sua relação respondem com alterações durante o ano devido à maior quantidade de sessões de treino e jogos e demonstram uma estabilização no final (menos estímulos em jogos e treinos).

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Título: Correlação de imc e atividade física com doenças cardiovasculares em adultos e idosos

Autores: VINICIUS MOREIRA PALADINO, Leandro Raider, Felipe Lacerda De Oliveira Pessôa, Pedro Antônio Da Silva Moreira, Gabriel Bresciani Rodrigues, Diogo Pantaleão

Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Enfermidades que causam distúrbios no coração e vasos são denominados doenças cardiovasculares (DCV) e possuem uma elevada taxa de morbidade e mortalidade. Houve um aumento na incidência de doenças cardiovasculares devido às transformações no estilo de vida da população, mudanças na alimentação e o sedentarismo vêm corroborando para o aumento do índice de doenças. Um dos maiores fatores de risco e que está relacionado diretamente ao desenvolvimento de doenças é a obesidade, por isso a importância de prevenção e diagnóstico precoce. Indivíduos com sobrepeso quando comparados á aqueles com peso normal, possuem um maior risco de desenvolver diabetes de mellitus, dislipidemias e hipertensão arterial, e estes, contribuem ainda mais para o desenvolvimento de DCV. Uma medida antropométrica de fácil execução que auxilia na verificação de sobrepeso e obesidade e que associa ao risco cardiovascular é o Índice de Massa Corporal (IMC), medida que tem importância na avaliação do risco cardiovascular, pois prediz o sobrepeso, que é responsável por alterações metabólicas e DCV. O objetivo foi correlacionar o IMC e a prática de atividade física com indivíduos que apresentam DCV.

Casuística e Método: Estudo descritivo com delineamento transversal. A amostra foi composta por 80 indivíduos de ambos os sexos com idades compreendidas entre 40-85 anos. Os dados foram coletados em uma praça da cidade de Valença/RJ pelos integrantes da Liga Acadêmica de Medicina do Esporte e do Exercício, que mantém no local um projeto de extensão universitária chamado “Mexa-se na melhor idade”. A coleta dos dados ocorreu durante o ano de 2016, aos domingo, durante a realização do projeto. Para verificar o IMC, foram seguidas as recomendações da Organização Mundial de Saúde – OMS. Para identificar os indivíduos praticantes de exercício físico e os portadores de doenças cardiovasculares, foi aplicado um questionário semiestruturado. Para caracterização da amostra foi utilizada a estatística descritiva. Na análise inferencial para verificar a relação de dependência das variáveis foi utilizado teste do Qui-quadrado e para correlação foi utilizado o teste point-biserial, considerando p ≤ 0,05 para significância. Na análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0.

Resultados: Não foram encontradas correlações entre alterações nos valores do Índice de Massa Corporal e indivíduos com DCV, com p= 0,146. Na análise da prática de atividade física e doenças cardiovasculares, as correlações também foram fracas p=0,713. Entretanto, mesmo apresentando fracas correlações, o estudo apontou que os indivíduos com maiores valores de IMC eram também sedentários.

Discussão: Considerando as particularidades do público analisado por esta pesquisa, observou-se que não houve correlações significativas entre IMC e atividade física com o índice de DCV. Esta evidência vai contra os dados encontrados em nossa literatura os quais afirmam que a prática de atividade física, feita com frequência e intensidade recomendadas, gera efeitos benéficos no perfil lipídico dos praticantes. Assim, reduzindo o risco de DCV. � Em relação ao IMC, de acordo com estudos, indivíduos com índices na faixa de normalidade também teriam um menor risco de desenvolver DCV, porém afirmam que esta é uma correlação indireta, ou seja, há outros fatores que reduzem o IMC e que também são responsáveis por diminuírem o risco de DCV e não o IMC diretamente.

Conclusão: No presente estudo, podemos concluir que a prática de atividade física e o IMC possuem pouca correlação com o surgimento de doenças cardiovasculares. Entretanto, futuras investigações devem ser realizadas buscando respostas sobre o nível nutricional, intensidade dos exercícios e classificação da obesidade pela massa de gordura, forma correta de apontar um indivíduo com sobrepeso e riscos associados à saúde.

Título: Correlação entre atividade física e perfil do LDL colesterol dos calouros de Medicina de Valença – RJ

Autores: LARA DE SOUZA KODRA, Caio Veggi Marinho, Caroline Guida Babinski, Vinicius Moreira Paladino, Leandro Raider

Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A atividade física contínua traz benefícios aos praticantes, dentre os quais: melhora do perfil lipídico, pois, aumenta o HDL e modifica a composição química do LDL, tornando-a menos aterogênica, ajuda a prevenir e controlar o diabetes tipo 2, auxilia a reduzir o peso corporal, é uma alternativa para o tratamento da hipertensão arterial, diminui a pressão no repouso e previne a elevação da mesma com o avançar da idade, apresenta melhora na função cognitiva, além de ser um tratamento adjuvante e benéfico para os quadros de depressão dos tipos moderados e graves e, por fim, melhora da qualidade de vida do indivíduo. O LDL faz parte de um conjunto de lipoproteínas cujas funções são permitir a solubilização e transporte de lipídeos, é uma molécula rica em colesterol com pouco triglicerídeo e tem baixa densidade. Seu acúmulo no plasma está ligado a hipercolesterolemia de cunho familiar, juntamente com mutação de genes e interação ambiental. Não obstante, no que concerne à aterogênese o papel do LDL é secundário as lesões endoteliais causados pelo tabagismo, HAS e dislipidemia. Como consequência a disfunção endotelial gera aumento da permeabilidade vascular e agrega as partículas de LDL, essa retenção é o marco do início da aterogênese e é proporcional à concentração de LDL no plasma. Objetivo 1.� Avaliar o perfil do LDL dos voluntários. 2.�Correlacionar o perfil do LDL e atividade física entre os voluntários.

Casuística e Método: O delineamento do estudo foi transversal realizado na Faculdade de Medicina de Valença – RJ com os alunos do primeiro ano do curso de Medicina. O trabalho foi feito pelos membros da Liga de Medicina do Esporte juntamente com o professor coordenador responsável. Foi aplicado o IPAQ, questionário que mensura o nível de atividade física. Posteriormente, foi coletado o sangue dos voluntários em jejum e mandado para laboratório para análise. A amostra foi composta por 71 estudantes do primeiro ano do curso de Medicina, dentre os quais 28 são homens e 43 são mulheres. As idades variaram de 17 a 29 anos. Os dados foram compilados no Excel e para o tratamento estatístico utilizamos uma análise simples dos dados.

Resultados: 1.� O Perfil do LDL dos estudantes: Elevado > 160 mg/DL: 5,6% Limítrofe 159 – 130 mg/Dl: 5,6% Normal 129 – 100 mg/Dl: 28,2% Ótimo < 100 mg/Dl: 60% 2. Correlação entre atividade física e LDL colesterol:� Muito ativos = 21. Sendo 14,2% elevado; 4,7% limítrofe; 14,2% normal; e 66,6% ótimo. Ativos = 36. Sendo 2,7% elevado; 2,7% limítrofe; 30,5% normal; e 63,8% ótimo. Irregularmente ativos = 11.Sendo 0% elevado; 18,1% limítrofe; 36,3% normal; e 45,4% ótimo. Sedentário = 3.Sendo 0% elevado; 0% limítrofe; 1,83% normal; e 0,92% ótimo.

Discussão: É documentado que o aumento sérico de LDL está relacionado com hipercolesterolemia e aumento do risco de aterogênese. Em nossa amostra a média do LDL foi de 101 mg/Dl considerada normal; quando comparamos o nível de atividade física com o LDL percebemos que 5,6% indivíduos muito ativos e ativos tinham o LDL altos e nenhuma pessoa sedentária ou irregularmente ativa foi considerada elevada. No entanto, a média dos grupos está dentro dos padrões de normalidade, Porém, cabe uma discussão, quanto a possível hipercolesterolemia familiar destas pessoas ou outros parâmetros não investigados neste presente estudo, tais quais IMC e medicação em uso. Em um estudo semelhante feito pela Famerp (SP) os estudantes de Medicina apresentaram uma média de 80 mg/Dl valor ótimo. E, em concordância com a literatura e com os nossos dados, apesar dos dados isolados, as pessoas sedentárias apresentaram o LDL maior em relação aos ativos.

Conclusão: Manter os níveis de LDL dentro dos valores de normalidade bem como manter um estilo de vida saudável praticando exercícios físicos regularmente podem trazer benefícios a longo prazo para o cidadão, pois, previne-se a formação ou diminuição das placas de a teromas e , consequentemente , possíve is eventos tromboembólicos no futuro.

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Título: Correlação entre o nível de ansiedade/depressão, capacidade aeróbica e a recuperação da frequência cardíaca em indivíduos submetidos ao teste cardiopulmonar

Autores: AMANDA MONTEIRO GONÇALVES, Christ iane Rutherford, Beatriz Rocha, Christiane Prado, Marcelo Faccio, Fabricio Braga da Silva

Instituições: Casa de Saúde São José - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil, Laboratório de Performance Humana - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Fundamentos: Já é bem conhecido o papel do exercício físico da melhora dos sintomas de ansiedade e depressão (AeD). Todavia, menos se sabe sobre a magnitude dos sintomas de AeD e os parâmetros de aptidão cardiorrespiratória como % do VO2 máximo (%VO2) e a recuperação da frequência cardíaca pós esforço (RFC). Objetivos: Correlacionar um escore de AeD com o %VO2 e RFC em submetidos ao teste cardiopulmonar (TCP)

Casuística e Método: Materiais e métodos: Coorte de pacientes submetidos a TCP máximo (R>1,05). Foram incluídos apenas pacientes com ritmo sinusal, função sistólica normal, sem uso de betabloqueadores e sem déficit cronotrópico no TCP. Antes do teste, os pacientes auto preenchiam a versão em língua portuguesa da Escala HAD para avaliação de sintomas de AeD. Os dados foram categorizados de acordo com o resultado em três grupos (G): G1: Improvável (n=11); G2: Possível (n=5) e G3: Provável (n=14). A média do %de VO2 e da RFC no primeiro (RFC1), segundo (RFC2) e quinto minuto (RFC2) de recuperação passiva foi comparada entre os grupos. Além disso, a correlação entre o escore e os valores de % de VO2 e RFC foi realizada.

Resultados: Resultados: Foram avaliados 30 pacientes (idade 46,7±10 anos;63,6% homens). O % de VO2 foi 115±26%; 92±11% e 79±21%, respectivamente, para G1, G2 e G3 (p=0,002). A análise post hoc de Bonferroni mostra que a diferença se dá efetivamente entre os G1 e G3(p=0,001). Já a RFC1 foi 27±9; 25,4±8 e 20,2±9bpm, respectivamente, para G1, G2 e G3 (p=0,14). RFC2 foi 53,2±12; 45,4±13 e 42,8±15bpm, respectivamente, para G1, G2 e G3(p=0,2). RFC5 foi 71,7±16; 60,6±11 e 61,9±15bpm, respectivamente, para G1, G2 e G3(p=0,2). Apenas o %VO2 se correlacionou com o valor do escore obtido (r=-0,567; p=0,001)

Discussão: A AeD é um dos problemas mais complexos nesta interface médico social. Tratado como mal menor por muito tempo ("não se preocupe, isso é só ansiedade!") sua associação com outros problemas de saúde vêem cada vez mais sendo pontuados. A intolerância ao exercício assim a dificuldade de permanência em programas de condicionamento físico por ser cortejo de AeD. Por outro lado as evidências do benefício clínico de programas de exercício para pacientes com AeD são inúmeras.

Conclusão: Conclusão: Nessa pequena amostra, sintomas de AeD tiveram relação apenas com o % de VO2 máximo obtido e não com a resposta autonômica da FC na recuperação.

Título: Diagnóstico Ultrassonográfico de fratura por avulsão do periósteo femoral em lutador de Jiu-Jítsu.

Autores: IGOR JORDAN BARBOSA COUTINHO, Fernanda Acatauassú Beckmann, Heron Correa Quaresma, Cairo dos Rêis Souza, Flávio Tavares Freire da Silva, Bruno Ferraz Balbinot

Instituições: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - BELÉM - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: O fêmur é o osso mais longo e forte do corpo humano, pois é fonte da origem e inserção dos maiores músculos e necessita estar preparado para suportar tais contrações. É também um local importante para que a biomecânica corporal seja adequada, visto que é o osso que realiza a comunicação entre o quadril e o joelho. Assim como o quadril, o fêmur (coxa) de um atleta são muito passiveis de lesões, seja pela anatomia, número de estruturas suscetíveis ou pelo aumento do esforço muscular realizado durante treinamentos. Estas lesões podem ser agudas resultando geralmente de um trauma, ou crônicas geralmente como produto de uma sobrecarga repetitiva. O diagnóstico de suspeição do tipo de lesão é feito com base no exame clínico, porém os exames de imagem são úteis para confirmação e estadiamento da lesão. Diversos métodos podem ser utilizados, incluindo raio-x (RX), ultrassonografia (USG), tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), existem indicações para cada, sendo o RX e a TC indicados para estruturas ósseas, enquanto que a USG é utilizada para avaliação das partes moles. Considerando que, por vezes, faz-se necessária uma combinação entre os métodos de imagem para se obter um diagnóstico claro e preciso. Objetiva-se mostrar a importância da utilização completa/combinada dos métodos de imagem para diagnosticar lesões musculoesqueléticas em atletas.

Casuística e Método: M.A.A.B, 34 anos, masculino, atleta de Jiu-Jítsu há 14 anos, referiu queixa de dor em região glútea, mais precisamente na articulação do quadril e no joelho esquerdo após promover uma manobra de rotação interna para se livrar de uma chave de pé no treinamento. Após 15 dias do ocorrido, paciente procura auxílio médico, apresentando, ao exame clinico, quadro de dor localizada na articulação do quadril sem quaisquer sinais de deformidade no MMII acometido. Paciente foi submetido a exame diagnóstico por imagem por suspeita clínica de Bursite.

Resultados: Paciente foi submetido a avaliação radiológica nas incidências PA/Perfil seguido com laudo de normalidade. Após análise ultrassonográfica, observou-se irregularidade e solução de continuidade da cortical do fêmur, compatível com o local de queixa clínica do paciente. Optou-se por avaliação por tomografia computadorizada (reconstrução em 3D) onde se confirmou o diagnóstico de fratura por avulsão do periósteo femoral.

Discussão: As fraturas ósseas por avulsão são comuns em atletas, em especial nos jovens. Seu diagnóstico exige um exame clínico adequado associado a exames de imagens complementares. As principais indicações da USG são a avaliação de lesões não-traumáticas, como as infecciosas articulares ou extra-articulares, as lesões inflamatórias não-infecciosas, tais como as bursopatias e tendinopatias e até as lesões de origem traumática de estruturas de partes moles como os músculos, tendões e ligamentos, no entanto, por vezes, pode-se indicar fraturas ósseas ocultas. No RX as lesões agudas podem estar associadas a fragmentos ósseos avulsionados, enquanto lesões crônicas ou lesões antigas inativas podem se associar a uma massa óssea protuberante. Em alguns casos o diagnóstico por RX pode não ser estabelecido e, nestas situações, a TC é o exame de imagem utilizado, pois permite a análise das estruturas ósseas com maior sensibilidade, visto que elimina a superposição de imagens, possibilitando a avaliação de áreas e regiões de difícil análise pelo RX simples.

Conclusão: Os métodos de imagem para diagnóstico apresentam maior sensibilidade para determinadas estruturas e tecidos, porém podem se complementarem, impedindo um diagnóstico impreciso e\ou tardio com terapêutica inadequada, o que pode diminuir o rendimento esportivo de atletas.

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Título: Efeito da Atividade física regular sobre a morbidade, mortalidade e qualidade de vida da população.

Autores: BRUNO MONTEIRO FRANÇA, Ana Angélica Assunção Portela, Eduardo Brasil de Souza, Renata Novellino Rosa Azzi, Mariana Montenegro Rosa Barcellos, Thiago Faro Lorenzo Gulias

Instituições: Faculdade de medicina Souza Marques - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O sedentarismo está fortemente relacionado à maior incidência e prevalência de diversas doenças, o que tem impacto direto sobre a morbidade, mortalidade e posteriormente na qualidade de vida da população, sendo o mesmo uma condição indesejável, onde apresenta um real risco para a saúde da população. Sendo assim, atividade Física regular é uma ferramenta fundamental para a qualidade de vida da população onde estudos epidemiológicos demonstram uma grande associação entre o estilo de vida ativo, com práticas regulares de atividade física e uma melhor qualidade de vida. Tem como objetivo avaliar o impacto da atividade física regular sobre morbidade, mortalidade e consequentemente na qualidade de vida da população, por meio de dados epidemiológicos.

Casuística e Método: Este estudo constitui uma revisão de literatura. Os artigos foram selecionados por meio de buscas nos bancos de dados Scielo e Ebsco, a partir de fonte Medline. A pesquisa dos artigos foi realizada entre janeiro e junho de 2017.

Resultados: Por meio de estudos epidemiológicos a comunidade científica vem demonstrando que existe forte associação entre um estilo de vida saudável com atividade física regular e uma menor morbidade e mortalidade, principalmente de doenças crônicas degene ra t i vas . Sendo que , o seden ta r i smo aumen ta substancialmente a incidência relativa de doença arterial coronariana (45%), Infarto Agudo do Miocárdio (60%), Hipertensão Arterial (30%), câncer de cólon (41%), câncer de mama (31%), Diabetes do tipo II (50%) e osteoporose (59%). Pesquisadores sugerem que a prática de exercício físico regular tenha um impacto positivo e significativo sobre a prevenção e controle da diabetes mellitus não insulino dependente, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, osteoporose, asma brônquica e obesidade, além de diminuir sintomas depressivos e de ansiedade.

Discussão: Diferentes estudos evidenciam a importância da prática de exercícios físicos na prevenção de doenças e na promoção da saúde, sendo osteoporose e infarto agudo do miocárdio as mais incidentes nos casos de sedentarismo. Hoje em dia, recomenda-se que toda criança e todo adulto ocupem pelo menos trinta minutos ou mais do seu dia em atividades físicas de intensidade moderada. Atividades de intensidade relativamente baixa comuns no cotidiano, sejam elas de caráter ocupacional, tarefas do dia-a-dia ou lazer; como andar, subir escadas, pedalar e dançar, já fornece benefícios cardiovasculares significativos. Portanto, não somente os programas formais de exercícios físicos, mas também atividades informais que incrementem a atividade física, são interessantes, devido a associação que os estudos demonstram entre um estilo de vida ativo e uma melhor qualidade de vida. Apesar disso, ainda observa-se grande parte da população como sendo sedentária, que não atingem esse mínimo de prática desejado.

Conclusão: A análise do atual estudo permitiu constatar que são positivos os efeitos das atividades físicas regulares que, de forma geral, diminuem a morbidade e a mortalidade da população. Consequentemente, a realização de atividades físicas de forma regular, sejam elas formais ou informais, minimizam a incidência de doenças crônicas tais como hipertensão e diabetes tipo II. Além disso, auxiliam na regularização e compensação de outras patologias crônicas. A inatividade física gera problemas não apenas em relação a cunho individual (com a maior suscetibilidade a doenças, morbidade e consequentemente mortalidade), mas também gera bastante impacto a cunho social, no qual muito dinheiro público é gasto para o tratamento ou tentativa de melhora da qualidade de vida da população com doenças crônicas, as quais poderiam ter sido evitadas com a ação preventiva da prática de exercícios físicos conforme o indicado. Portanto, fica evidente não só a importância da atividade física, mas também a importância de seu estimulo ser maior na sociedade, uma vez que apenas uma minoria a faz corretamente.

Título: Efeito da sapatilha de ponta e meia ponta na dor, postura e função dos pés de bailarinas de ballet clássico

Autores: BRENDA LUCIANO DE SOUSA SILVA, Warlindo Carneiro Da Silva Neto, Ana Paula Ribeiro

instituições: Departamento de Fisioterapia da Universidade de São Paulo - São Paulo - Sao Paulo - Brasil, Departamento de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Santo Amaro - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: As lesões do complexo tornozelo e pé vem sendo de grande impacto aos agravos da saúde dos pés em bailarinas de Ballet Clássico. Particularmente, a postura dos pés e o tipo de sapatilha tem sido questionado entre os pesquisadores como os principais fatores de risco para o surgimento destas lesões. Geralmente, as bailarinas em processo de crescimento da atividade profissional trocam a sapatilha de meia ponta para a sapatilha de ponta. A sapatilha de meia ponta permite maior comodidade e flexibilidade dos pés enquanto que a sapatilha de ponta tem como característica maior rigidez e menor comodidade dos pés. Estas diferentes características das sapatilhas podem induzir mudanças adaptativa na biomecânica e funcionalidade dos pés. Porém, até o momento, não se observa na literatura estudos sobre essas possíveis adaptações dos pés nos diferentes tipos de sapatilhas. Portanto, o objetivo do estudo foi investigar a influência da sapatilha de ponta e de meia ponta na dor, conforto, postura, funcionalidade e saúde dos pés de praticantes de Ballet Clássico.

Casuística e Método: Um total de 50 bailarinas de Ballet Clássico participaram do estudo e foram alocadas em dois grupos: 25 bailarina de nível intermediário no grupo de sapatilha de meia ponta –GSMP (16,0±12,0 anos, 49,0±6,8 kg, 1,57±6 cm e tempo de prática 5,0±12 anos) e 25 bailarinas de nível avançado no grupo de sapatilha de ponta –GSP (13,0±14,0 anos, 49,8±6,6 kg, 1,55±9 cm e tempo de prática 6,0±7 anos). A dor foi avaliada por meio da Escala Visual Analógica – EVA, o conforto por meio da escala de conforto de Mundermann, a postura dos pés pelo Foot Posture Index, a funcionalidade por meio questionário do Foot Function Índex e a saúde dos pés pelo Foot Health Status Questionnaire. Análise estatística foi realizado por meio do teste t student independente, considerando um nível de significância de 5%.

Resultados: As bailarinas do GSP apresentaram maior limiar de dor (5,5±6,8, p<0,001) e desconforto (score total 3,0±2,1, p=0,001) quando comparado as bailarinas do GSMP (dor: 1,2±2,7; desconforto: 7,2±0,5). A funcionalidade dos pés também foi menor no GSP (12,2±17,2, p=0,002), bem como a piora da saúde dos pés (2,9±1,5, p=0,040) quando comparado ao GSMP. O GSMP apresentaram pés mais pronados (1,7±0,8, p<0,010) em relação ao GSP (1,1±0,1).

Discussão: Nossos resultados sugerem que as sapatilhas de ponta, por apresentarem maior rigidez, promovem maiores mudanças nos pés das bailarinas de Ballet Clássico, deixando com maior dor e desconforto, menor funcionalidade e saúde dos pés, bem como pés menos pronados em relação as bailarina que utilizam as sapatilhas de meia ponta. Esses achados corroboram com estudos que avaliam as características do calçado esportivo, no qual verificam que a tecnologia de amortecimento rígida resultam em maiores sobrecargas de força, maior desconforto e menor mobilidadedos pés (Franklin et al. 2015; Goss et al. 2015).

Conclusão: Bailarinas de Ballet Clássico que utilizam a sapatilha de ponta apresentam maior intensidade de dor e desconforto, bem como menor funcionalidade e saúde geral dos pés em relação as bailarinas que utilizam sapatilha de meia ponta. A postura dos pés mostrou mais pronada nas bailarinas que utilizam sapatilha de meia ponta. Os diferentes tipo de sapatilhas interferem nas mudanças adptativas dos pés das bailarinas.

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Page 38: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Efeito hipotensivo do treinamento de força em exercícios multiarticulares e monoarticulares

Autores: CLODOMIR DE JESUS CHAVES SANTOS, Emmanuel De Carvalho Gomes, Samir Seguins Sotão, Thiago Gomes Leite, Fabiano De Jesus Almeida Furtado Instituições: UFMA - São Luís - Maranhao - Brasil, UNIVERSIDADE CEUMA - São Luís - Maranhao - Brasil

Introdução e Objetivo: Os programas de treinamento estão sendo investigados como um componente importante para o controle da Pressão arterial (PA). A hipotensão pós-exercício é caracterizada quando o valor da PA pós-exercício se encontra abaixo dos valores encontrados no período pré-exercício. Porém em relação ao treinamento de força não há um consenso sobre essa resposta hipotensora após os protocolos testados. Várias pesquisas se propõem a investigar a interferência das diversas variáveis do treinamento sobre a resposta pressórica. Diante do exposto, este estudo teve como objetivo comparar a resposta da PA no período pós-esforço em dois protocolos distintos (exercícios multiarticulares e exercícios monoarticulares) de Treinamento de Força.

Casuística e Método: Participaram do estudo dez jovens, voluntários, do sexo masculino, normotensos e praticantes de treinamento de força há pelo menos seis meses (idade: 26,7 ± 5,89 anos; Estatura 171 ± 6,03 cm; Massa Corporal: 70,76 ± 4,84 kg; IMC: 23,94 ± 1,06 Kg/m²). Após a determinação da carga para 10 repetições máximas (10RM) os indivíduos foram submetidos a dois protocolos distintos de treinamento de força. Em delineamento alternado em um dia os indivíduos completaram o protocolo 1 (P1) - exercícios multiarticulares: supino reto, puxada frontal, agachamento livre, leg press. Em outro dia, com intervalo mínimo de 48h eram submetidos ao procoloco 2 (P2) – exercícios monoarticulares: rosca direta, tríceps pulley, cadeira extensora e mesa flexora. Em ambos os protocolos os participantes realizavam 3 séries de 10 repetições com 80% da carga máxima encontrada no teste de 10RM, com intervalo de recuperação de 2 minutos entre as séries. Para medir a pressão arterial foi utilizado o monitor digital (OMROM - HEM 7313) As medidas da PA foram realizadas antes de cada protocolo, e imediatamente após, 10 minutos, 20 minutos, 30 minutos, 40 minutos, 50 minutos e 60 minutos após os protocolos experimentais. Para análise da normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk. Para comparar os diferentes momentos intragrupo foi utilizado o teste de ANOVA one way com o post-hoc de Bonferroni, e o teste de Friedman quando adequado. Foi adotado um nível de significância de 5% e utilizou-se o pacote estatístico GraphPad Prism 6.0.

Resultados: Quanto à PAS, no protocolo 1, foi observada redução significativa após 50 minutos, no entanto não sustentada até a próxima aferição (60 minutos); já no protocolo 2 houve diferença significativa apenas no minuto 40. Referente à PAD, no protocolo 1, houve redução em 30 minutos e 60 minutos. No protocolo 2, ocorreu diminuição significativa nos valores da PAD entre 20 até 60 minutos, após a sessão. A PAM, no protocolo 1, teve redução significativa em 30 minutos até 60 min. No protocolo 2, foi observada uma diminuição entre 20 minutos e 60 minutos quando comparado ao valor pré-exercício.

Discussão: A literatura não é consensual sobre os efeitos das variáveis do treinamento de força e sua influência nas respostas cardiovasculares agudas ao TF. Os resultados do presente estudo indicam que exercícios multiarticulares ou monoarticulares influenciaram as respostas pressóricas nas condições testadas, visto que foram constatadas diferenças significativas quando comparado os valores encontrados no período pós-exercício com os valores em repouso.

Conclusão: Os resultados do presente estudo indicaram que exercícios multiarticulares e exercícios monoarticulares influenciaram as respostas hipotensoras em normotensos para valores equivalentes de intervalo, volume e intensidade do treinamento.

Título: Efeitos da crioterapia por imersão sobre a desempenho funcional do músculo reto femoral em humanos

Autores: FERNANDO SERGIO SILVA BARBOSA, Jair José Gaspar Júnior, Ana Paula Anghinoni, Paula Felippe Martinez, Charles Taciro, Silvio Assis Oliveira Júnior

Instituições: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: As demandas por esforços de alta ou baixa intensidade são frequentes em diversas modalidades esportivas. Desse cenário, emerge a fadiga muscular, condição de declínio da performance que é reversível após o repouso. Entre as intervenções que intensificam a recuperação muscular está a crioterapia por imersão (CI). O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos agudos da CI sobre a fadiga muscular a partir de parâmetro indicativo de força máxima.

Casuística e Método: Ensaio clínico de tratamento, randomizado, cruzado, fechado (unicego), com dois braços. Participaram 50 estudantes, sexo masculino, 18 a 35 anos, universitários e saudáveis. Após determinação da força isométrica máxima (FIM) dos extensores do joelho dominante por teste de contração isométrica voluntária máxima (CIVM) foi realizado um teste de exaustão (ambos em cadeira extensora) a 40 ou 80% da FIM. A CIVM foi avaliada nos seguintes momentos: pré-exaustão, pós-exaustão, pós-15 e pós-30 minutos de indução da exaustão. Em seguida à CIVM do momento pós-exaustão, intervenções para recuperação foram aplicadas, como segue: recuperação passiva (RP) ou CI. Na CI, foram utilizadas diferentes combinações de temperatura e tempo de imersão (5 ou 10°C e 5 ou 10'), caracterizando diferentes grupos: RP40%, RP80%, CI5°5'40%, CI5°5'80%, CI5°10'40%, CI5°10'80%, CI10°5'40%, CI10°5'80%, CI10°10'40% e CI10°10'80%. Redução da FIM pós-exaustão foi utilizada como indicador da ocorrência da fadiga muscular, enquanto a recuperação foi verificada pela elevação desse parâmetro aos 15 e 30 minutos após a exaustão e as intervenções para a recuperação. Para as comparações, testes paramétricos (ANOVA one-way com teste post hoc de Tukey) ou não-paramétricos (Teste de Friedman com teste post hoc de Dunn) foram utilizados (p<0.05

Resultados: Independentemente do nível de esforço (40% ou 80%) e do protocolo de recuperação pós-esforço (RP ou CI), todos os grupos avaliados exibiram elevação da FIM aos 15 e 30' em relação à condição fadigada. Porém, significância estatística foi alcançada apenas nos grupos RP40% em ambas as reavaliações (15 e 30') e RP80% apenas após 15'.

Discussão: A força muscular representa uma capacidade física dependente de vários aspectos mas, particularmente no caso do sistema neuromuscular, o comportamento das unidades motoras constitui um fator primário. Embora ainda existam achados contraditórios em relação à baixa temperatura, os estudos mais recentes têm demonstrado que a redução da temperatura a níveis similares aos utilizados na presente pesquisa é responsável por algumas alterações nesse sistema compatíveis com a redução da FIM. Redução na velocidade e na amplitude dos potenciais de ação ao longo dos axônios de neurônios motores inferiores (NMI) de músculos submetidos à baixa temperatura, bem como redução de aferências excitatórias para estes mesmos NMI e redução do fluxo sanguíneo e do suprimento energético em resposta à vasoconstrição são características associadas à baixa temperatura que resultam em limitações para a produção força máxima no músculo. Esses efeitos, já demonstrados em outros estudos, estão presentes até 45 ou 90 minutos conforme a referência após a aplicação da CI, tempo superior ao de nossa pesquisa. Isso explicaria o comprometimento da FIM após seu uso. Contudo, benefícios agudos para outras condições como o dano muscular já foram demonstrados e, por conseguinte, seu uso não deve ser descartado totalmente.

Conclusão: Quando comparada com o repouso, a CI demonstrou prejudicar a produção de força máxima nos primeiros 30 minutos após sua aplicação para recuperação muscular a partir de teste de exaustão. Isso sugere que para atividades em que a força máxima é exigida após breves intervalos de repouso (recuperação aguda), a CI pode não representar a intervenção mais adequada.

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Page 39: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Efeitos da suplementação de beta-alanina em praticantes de treinamento resistido: revisão sistemática

Autores: DIOGO SARMENTO SIMÃO, Bruno Henrique Mesquita, Victor Cardoso Vasques, Elisabeth Peres Biruel, Carlos Vicente Andreoli

Instituições: UNIFESP - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A carnosina (β-alanil-L-histidina) é um di-peptidio sintetizado no tecido muscular a partir da histidina e da β-alanina pela ação da carnosina sintetase. A carnosina é um potente tampão físico de íons hidrogênio (H⁺) ao longo do intervalo fisiológico (pH 7,1 - 6,2) desempenhando um papel significativo na atenuação do declínio no pH intracelular e melhorando o desempenho no exercício intenso. Muitos praticantes de exercício resistido se utilizam da suplementação de β-alanina objetivando aumento de performance nos treinos, no entanto, estudos em atletas experientes neste tipo de treinamento são limitados. O objetivo deste trabalho é identificar na literatura científica se há evidências para a suplementação de beta-alanina em praticantes de treinamento resistido.

Casuística e Método: Revisão sistemática de ensaios clínicos que descrevem os efeitos da suplementação de beta-alanina em praticantes de treinamento resistido, utilizando as bases de dados: PUBMED/MEDLINE, LILACS, e as bases disponível no Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual em Saúde.

Resultados: A suplementação de beta-alanina em praticantes de treinamento resistido de fato proporciona um aumento na concentração de carnosina muscular, no entanto, isso não resultou em incremento na produção de força corporal total, força isocinética, pico de potência, composição corporal e resposta endócrina quando comparados ao grupo placebo.

Discussão: No estudo de Outlaw foi composto por uma amostra de 16 mulheres colegiais praticantes de treinamento resistido, que durante 8 semanas submetidas a um treinamento resistido, 4 vezes por semana, na intensidade de 65% de 1-RM, objetivando a realização de aproximadamente 12 repetições. Os sujeitos foram divididos entre dois grupos aleatoriamente, sendo que um grupo recebeu 3,4 g de beta-alanina por dia, enquanto o outro grupo fez uso do placebo. Ambos os grupos foram submetidos a um protocolo de testes composto por três fases. A primeira no início do estudo, a segunda após 4 semanas e a terceira no final do estudo. Incluiam nestes testes o DEXA, para avaliação de composição corporal; a espirometria, o salto vertical e o salto largo parado, supino 1-RM e leg press 1-RM. No segundo estudo, Hoffman acompanhou 8 homens colegiais praticantes de treinamento resistido a mais de 3 anos, durante 12 semanas, dividido em três fases iguais. Na primeira fase, metade dos participantes utilizou da suplementação de 4,8 g de beta-alanina por dia, enquanto o outro grupo utilizou do placebo. Na segunda fase ambos os grupos não receberam nenhum tipo de suplementação. Na terceira fase foi invertida a suplementação entre os grupos. Ambos os grupos foram submetidos a um programa de treinamento resistido 4 vezes por semana, divididos em membros inferiores e superiores. O protocolo de avaliação era composto por um teste de força (agachamento 1-RM) e teste de resistência (agachamento 70% de 1-RM). Os estudos mostram que a suplementação de beta-alanina em praticantes de treinamento resistido aumentou a resistência anaeróbia, determinado pelo aumento no número de repetições. No entanto, não resultou em incremento na produção de força corporal total, pico de potência, composição corporal e resposta endócrina quando comparados ao grupo placebo.

Conclusão: Fazem-se necessários mais estudos para definir os reais efeitos da suplementação de beta-alanina em praticantes de treinamento resistido, visto que os estudos existentes, em sua maioria não deixam claro esses aspectos e grande parte deles são compostos por amostras pequenas, não heterogêneas e com poucas semanas de acompanhamento.

Título: Efeitos de oito semanas de destreinamento sobre parâmetros cardiovasculares em mulheres idosas

Autores: LUIS ANGELO MACEDO SANTIAGO

Instituições: Universidade Federal do Maranhão - SAO LUIS - Maranhao - Brasil

Introdução e Objetivo: O processo de envelhecimento humano, aliado a uma condição de inatividade física são marcados por alterações metabólicas com repercussão, tanto na composição corporal, quanto na Proteína C-Reativa (PCR) que é considerada a principal proteína de fase aguda e marcador inflamatório indicador para riscos de doenças cardiovasculares (DCV). De forma contrária, o exercício físico regular contribui para a atenuação dos efeitos do processo de envelhecimento e prevenção do desenvolvimento e progressão de DCV, diminuindo co-morbidade e mortalidade nessa população. No entanto, a interrupção ou redução da atividade regular pode desencadear um processo de descondicionamento, afetando o desempenho e diminuindo a capacidade fisiológica. Estudos têm demonstrado que a remoção abrupta dos estímulos de treinamento resulta na falta de sincronicidade entre os sistemas cardiovascular e nervoso, o que pode levar a riscos para a saúde. Assim, o principal objetivo deste estudo foi analisar os efeitos de oito semanas de destreinamento nas concentrações séricas de PCR, composição corporal e parâmetros bioquímicos em idosas.

Casuística e Método: O estudo foi experimental e as análises foram coletadas a partir do sangue venoso periférico no início, pós-treinamento e destreinamento. O treinamento de resistência (TR) foi feito pela série combinada - Bi Set. Para análise estatística foi realizado o teste de Shapiro Wilk para normalidade. Para as variáveis do grupo foram realizados o teste ANOVA seguido do teste pós teste de Tukey. A correlação entre PCR e variáveis antropométricas e bioquímicas foi realizada pela correlação de Pearson.

Resultados: Os resultados mostram uma redução da massa de gordura nos tempos de pós-treino em relação aos níveis basais. Já em comparação com o destreinamento mostrou um aumento significativo em relação ao pós-treino. A massa magra em seu tempo pós-treino foi estatisticamente superior em relação aos níveis basais. O tempo de Destreino foi estatisticamente mais baixo comparado ao pós-treinamento. Ao comparar as concentrações séricas entre os momentos Pós-treino e Destreino, houve um aumento de 20% na fase em ocorreu as oito semanas de interrupção do treinamento (DESTREINO) comprovando os efeitos deletérios do destreino. Houve uma forte correlação entre PCR e massa gorda, IMC e colesterol. Os triglicerídeos mostraram uma correlação moderada em relação à PCR.

Discussão: Observamos que oito semanas de destreinamento aumentou os níveis séricos de PCR em idosas. Isso pôde ser observado no estudo de Rosety-Rodriguez e colaboradores14 que analisaram dez semanas de treinamento aeróbio seguido de um, três e seis meses de destreino em 20 mulheres obesas na pré-menopausa (18-30 anos) e parâmetros bioquímicos (PCR). García-Hermoso e colaboradores17 realizaram um estudo bem parecido com o acima citado, na ocasião, os autores avaliaram os efeitos de oito semanas de treinamento seguido de oito semanas de destreinamento sobre, HDL, LDL, colesterol total e triglicerídeos em crianças obesas e os resultados gerais indicaram que os níveis sanguíneos de colesterol HDL e colesterol total foram aumentadas na fase de destreinamento.

Conclusão: Através dos resultados do presente estudo, conclui-se que oito semanas de destreinamento aumentou parâmetros relacionados aos riscos cardiovasculares, pois observamos que a Proteína C-Reativa sofreu influência negativa através dos valores antropométricos e bioquímico na fase de destreino. De fato, a continuidade do treinamento físico é essencial para adquirir e manter uma boa saúde, caso contrário, as adaptações benéficos alcançados regridem aos valores iniciais, quando não a valores piores que os observados no início do treinamento.

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Page 40: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Efeitos de três tipos de treinamento periodizados nos parâmetros de massa magra e massa gorda em índividuos com síndrome metabólica

Autores: HYGOR FERREIRA DA SILVA, Stephanie Nogueira Linares, Altair Junior Custodio, Carlos Marcelo Pastre, Jayme Netto Júnior

Instituições: Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho - Presidente Prudente - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A Síndrome Metabólica (SM) pode ser definida como uma somatória de fatores de riscos metabólicos, que levam a complicações cardiovasculares, sendo caracterizada com a presença de três ou mais dos seguintes aspectos: aumento da obesidade ou circunferência abdominal, triglicérides elevado, HDL colesterol diminuído, aumento da pressão arterial e alta glicemia de jejum. Cada vez mais estudos apontam a relevância do exercício físico como ferramenta de prevenção e tratamento de diversas doenças, dentre elas a SM. Na SM o exercício atua com objetivo de diminuir e melhorar os fatores de risco que a caracterizam. OBJETIVO: investigar os efeitos de três programas periodizados de treinamento frente às variáveis de massa magra (MM) e massa gorda (MG) em participantes sedentários com SM.

Casuística e Método: O estudo foi constituído por 80 participantes de ambos os sexos com idade entre 40 a 60 anos que possuíam SM. Os voluntários foram randomizados em quatro grupos, tendo em cada grupo 20 participantes sendo eles: treinamento resistido convencional (TRC), treinamento resistido funcional (TRF), treinamento aeróbio intervalado (TAI) e controle (GC). Os grupos foram submetidos aos seus programas de treinamento periodizado com duração de 16 semanas, sendo realizadas três sessões semanais com cargas e progressões individualizadas. O GC não foi submetido a nenhum tipo de intervenção, apenas foi orientado a manter as suas atividades habituais. Antes e após do período de treinamento foi realizada a análise da composição corporal por meio da bioimpedância.

Resultados: As análises mostraram que houve um efeito do momento para as variáveis analisadas (MM, p = 0,008; MG, p = 0,004), bem como foi observado efeito entre os grupos (MM, p = 0,014; MG, p = 0,015) e interação momento e grupos (MM, p = 0,011; MG, p = 0,001). Para a variável MM nos momentos pré e pós-treinamento o TAI foi diferente estatisticamente do GC, sendo que o GC apresentou menores valores de MM. Já para os valores de ∆ o TAI (-0,57) apresentou diferença em relação ao TRF (+2,27), sendo que houve um maior ganho de MM nos pacientes que realizaram o treinamento funcional. Para a variável MG no momento pré-treinamento o TAI mostrou diferente estatisticamente do GTRF e GTRC, sendo que no início do protocolo de treinamento os pacientes com SM que foram randomizados para o TAI apresentaram menores valores de MG. No entanto, os valores de ∆, que refletem os ganhos após o término dos treinamentos, mostrou que o TRF (-2,22) foi diferente estatisticamente do TAI (+0,38) e GC (+0,18), sendo que o TRF perdeu mais MG.

Discussão: Dentre os benefícios dos treinamentos resistidos, o ganho alcançado de força e massa magra é notado na maior parte dos estudos, apresentando controvérsias na diminuição ou manutenção de massa gorda; por outro lado em estudo de revisão sistemática sobre o TAI que analisaram parâmetros de risco cardiovascular mostrou uma diminuição de massa gorda para esse tipo de treinamento.

Conclusão: O TRF mostrou-se mais eficiente para o ganho de MM; e em relação a MG o TAI obteve melhores resultados comparado aos outros treinamentos

Título: Efeitos do Método Pilates e da suplementação com extrato de Camellia sinensis em fatores de risco cardiometabólico em mulheres na pós-menopausa.

Autores: SILVANA JUNGES

Instituições: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - Porto Alegre- RS - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução: Os fatores de riscos cardiometabólicos são responsáveis pelo aumento de doenças cardiovasculares e de mortalidade em todo o mundo. Vários estudos têm demonstrado que o estilo de vida sedentário e dieta inadequada são um dos principais agentes que podem contribuir para o aparecimento de distúrbios metabólicos e DCV. Há ampla literatura sobre a evidência de que tanto a ingestão de alimentos funcionais como o extrato de Cammelia sinensis (ECS) como os exercícios do Método Pilates (MP), podem ajudar na promoção da saúde e ter um efeito protetor contra fatores de risco cardiometabólicos. Objetivo: analisar os efeitos do (M.P) e da suplementação com (ECS) em fatores de risco cardiometabólico em mulheres na pós-menopausa.

Casuística e Método: . Método: ensaio clínico, randomizado, controlado com placebo e duplo cego com mulheres pós-menopáusicas do Município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A amostra foi constituída por 50 mulheres divididas em 04 grupos: MP + ECS (n = 13); MP + Placebo (n = 11); ECS (n = 11) e Placebo (n = 14). Os Grupos de intervenção ECS e ECS + Pilates ingeriram uma cápsula com 500mg por dia de ECS, que poderia ser ingerido uma hora após a refeição principal, durante 24 semanas consecutivas. O grupo placebo ingeriu uma cápsula de placebo durante 24 semanas consecutivas. O treinamento com MP foi realizado durante 24 semanas por 60 minutos, realizado duas vezes por semana. As variáveis analisadas foram: fatores sociodemográficos e fatores de riscos cardiometabólicos (glicose, triglicerídeos, lipoproteína de alta densidade-HDL, pressão arterial e circunferência da cintura, de acordo com o Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol (NCEP), Painel de Peritos em Detecção, Colesterol Sanguíneo em Adultos (NCEP-ATP III) Para comparar médias, foi feito análise de variância (ANOVA) , foi aplicado o teste de Tukey e, no caso de assimetria, utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis. A medida de linha de base, a Análise de Covariância (ANCOVA) complementada pelo teste de Bonferroni. As comparações entre grupos foram avaliadas pelo teste t de Student para amostras pareadas (distribuição simétrica) ou teste de Wilcoxon (distribuição assimétrica). O nível de significância foi de 5% (p <0,05) e as análises foram realizadas utilizando o programa SPSS versão 21.0.

Resultados: Resultados: A idade média da amostra não diferiu entre os grupos, sendo respectivamente MP + ECS (60,5 ± 6,2), MP + Placebo (62,6 ± 6,7), ECS (59, 1 ± 4,7) e placebo (62,9 ± 8,0) Com p = 0,462. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas nas variáveis sociodemográficas (raça, renda e escolaridade) entre os grupos investigados (p> 0,05). Diferenças estatisticamente significativas foram encontradas entre os grupos após a intervenção das médias das diferenças nos níveis de glicose (MP + ECS versus placebo = -65,51 ± 19,05 [IC 95%: -14,68 -116,33], p = 0,007); P <0,0001), ECS versus MP + Placebo = 57,22 ± 21, 15 [IC95%: -113,65 -0,7965], P = 0,046); (MP + Placebo versus Placebo = -12,88 ± 4,44 [IC 95%: -24,74 -1,03, p = 0,028) e circunferência da cintura (MP + ECS versus ECS = -4, 42 ± 1,44 [IC95%: - 8,28 -0,56], p = 0,019), MP + ECS versus Placebo = -5,81 ± 1,35 [IC 95%: -9,44-2 18], p = 0,001).

Discussão: Apesar de existirem poucos estudos relacionados ao método Pilates e à suplementação com extrato de Camellia Sinensis que comprovem eficácia na redução de fatores de risco cardiometabólico em mulheres pós-menopausa e em idosos, o presente estudo apresentou resultados que sugerem eficácia dos exercícios do MP com suplementação do ECS e dos exercícios do MP sem suplementação.

Conclusão: A intervenção com MP + ECS foi a mais eficaz para reduzir três fatores de risco cardiometabólico como glicose, triglicérides e circunferência da cintura. Tal intervenção pode desempenhar um papel de apoio no tratamento não farmacológico da síndrome metabólica. Palavras-chave: ensaio clínico, Método Pilates, Cammelia sinensis, fator de risco cardiometabólico, síndrome metabólico

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Título: Efeitos do Treinamento Aeróbio Intervalado Periodizado na Pressão Arterial de Participantes com Síndrome Metabólica: Um Ensaio Clínico Randomizado

Autores: BRUNO RYU TAKAHAMA, Larissa Rodrigues Souto, Maria Paula Ferreira de Figueiredo, Carlos Marcelo Pastre, Jayme Netto Júnior

Instituições: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Presidente Prudente - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A síndrome metabólica (SM) representada por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares está relacionada à deposição central de gordura e a resistência à insulina, podendo levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2. Dentre os meios mais conhecidos para controle e tratamento, encontra-se o exercício em seus diferentes modelos, assim como o treinamento aeróbio intervalado (TAI), consistindo em uma alternância de períodos, variando de baixa a alta intensidade e intercalando períodos de recuperação. Entretanto, há ainda muitas lacunas quanto a melhor periodização do TAI a ser aplicado em diferentes populações, dentre elas, na população com SM. O objetivo foi comparar os efeitos do TAI sobre a pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) de participantes com SM após 16 semanas de treinamento em relação o grupo controle.

Casuística e Método: Foram recrutados 30 participantes com SM de ambos os sexos, com idades entre 40 e 60 anos, aleatorizados em dois grupos: grupo controle (GC; n=12) e grupo treinamento aeróbio intervalado (GTAI; n=18). A mensuração da PAS e da PAD foi realizada no início, durante e após de cada sessão de treinamento. A intensidade do treinamento foi adaptada a cada voluntário, baseando-se na reserva de frequência cardíaca (RFC) individual de cada um, calculada através da seguinte fórmula: FCR = (FCmáx – FCrep) x % treinamento + FCrep, onde (FCmax = frequência cardíaca máxima; FCrep = frequência cardíaca de repouso; % treinamento = percentual de treinamento). Sendo assim, a FCmáx foi determinada segundo a fórmula de predição de Karvonen (220-idade), e a FCrep através de um cardiofrequencímetro, em repouso por cinco minutos. O treinamento foi divido em três etapas: aquecimento, treinamento e resfriamento e a sua periodização foi realizada por meio de fases, sendo a primeira de adaptação, com baixa intensidade (20-39% da FCR e recuperação de 19% da FCR); seguida da intermediária de intensidade moderada (40- 59% da FCR e recuperação de 30% da FCR); e fase final com a intensidade alta (60-90% da FCR e recuperação de 50% da FCR). O GTAI realizou um treinamento composto por 39 sessões, com um intervalo de 24 a 72 horas de recuperação entre as sessões durante 16 semanas, com três sessões semanais. Para comparação entre os grupos optou-se por utilizar a média das diferenças entre os momentos pré e pós e analisar os dados pela análise de covariância (Ancova), a qual foi ajustada por sexo e idade e gerou médias estimadas após tal ajuste. Foi utilizado nível de significância de p<0,05.

Resultados: Não houve diferença significante entre os grupos para a variável PAS (p=0,697) com eta squared pequeno (0,006) e para a variável PAD (p=0,057) com eta squared moderado (0,132).

Discussão: Estudos demonstram que o exercício físico é capaz de realizar a manutenção e a prevenção dos fatores de risco da SM, sendo parte integrante de programas de tratamento para essa população, entretanto, neste estudo não foi encontrada diferença estatística para os valores de PAS e PAD para o GTAI em relação ao GC. Em revisão sistemática Lemes et al. (2015), concluem que o treinamento resistido é capaz de reduzir os valores da PAS, diferente dos resultados obtidos pelo TAI no presente estudo, podendo ser devido a diferença entre as modalidades de treinamento. Ainda, em ensaio clínico, Mora-Rodriguez et al. (2015) observaram que o TAI associado a dieta após 16 semanas de treinamento é capaz de reduzir os valores médio de pressão arterial, sendo seu efeito potencializado pela dieta. Tal divergência entre os resultados pode ser devido ao não controle da ingestão calórica além do baixo número amostral.

Conclusão: Conclui-se que 16 semanas de TAI são capazes de causar efeitos moderados sobre a diminuição da PAD em indivíduos com SM, porém, sem apresentar diferença estatisticamente significante para os valores de PAD e PAS quando comparado ao GC.

Título: Efeitos do treinamento resistido convencional e funcional na glicemia e triglicérides de indivíduos com síndrome metabólica

Autores: EDUARDO PIZZO JUNIOR, Stephanie Nogueira Linares, Allysiê Priscilla Souza Cavina, Franciele Marques Vanderlei, Carlos Marcelo Pastre, Jayme Netto Junior

Instituições: Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT/UNESP - PRESIDENTE PRUDENTE - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A Síndrome Metabólica (SM) é caracterizada por um conjunto de fatores relacionados à resistência insulina e ao risco de doenças cardiovasculares, tais como, obesidade abdominal, dislipidemia, glicemia de jejum elevada e hipertensão arterial. Sabe-se que atualmente essa doença atinge cerca de 30% da população mundial, principalmente em decorrência do estilo de vida. Portanto, a prática de exercício físico é uma importante ferramenta para a prevenção e o tratamento de indivíduos com SM. O objetivo foi comparar os efeitos de um programa periodizado de treinamento resistido funcional com o treinamento resistido convencional e grupo controle nos triglicerídeos e na glicemia de indivíduos com SM.

Casuística e Método: O estudo foi constituído por 60 voluntários com SM, de ambos os sexos e com idade entre 35 e 60 anos. Os participantes foram randomizados em dois grupos de treinamento resistido: Convencional (GTC; n=20), Funcional (GTF; n=20) e em um grupo Controle (GC; n=20). Os grupos intervenção realizaram um programa de treinamento resistido periodizado convencional e funcional durante 16 semanas, três vezes por semana. As sessões de treinamento foram supervisionadas e constituídas por oito exercícios (cinco para membros superiores e três para membros inferiores). A periodização foi elaborada com base no teste de 1 Repetição Máxima (1RM). Uma semana antes e após os treinamentos realizou-se a coleta sanguínea para a análise da glicemia e triglicerídeos. Foi utilizado nível de significância de p<0,05 para todos os testes realizados.

Resultados: Não houve um efeito do momento para as variáveis analisadas (Glicemia, p = 0,838; Triglicérides, p = 0,243), bem como não foi observado efeito entre os grupos (Glicemia, p = 0,910; Triglicérides, p = 0,931). Descritivamente para a variável glicemia notou-se uma diminuição apenas no grupo GTF; já nos triglicerídeos foi observada diminuição tanto no GTF e no GTC. Apesar de não apresentar significância estatística observou-se que o GTF mostrou melhores valores na diminuição da glicemia e dos triglicerídeos, sendo esses valores de -4,69mg/dL e -28,15mg/dL, respectivamente.

Discussão: O treinamento resistido tem sido preconizado como parte integrante de programas de prevenção de doenças, bem como de reabilitação funcional. Vários estudos relatam os benefícios da prática regular de exercício físico na prevenção e no tratamento dos fatores de risco da SM. A diminuição dos fatores de risco cardiovascular tem sido demonstrada por estudos que reforçam a associação entre a força muscular e a melhora nos perfis bioquímicos e hemodinâmicos dos praticantes de treinamento resistido. No presente estudo não foram encontradas diferenças significantes nos níveis de glicemia e triglicerídeos após 16 semanas de TRF e TRC. Entretanto Conceição et al. (2013) que também realizaram 16 semanas de treinamento resistido encontraram diferença significante na diminuição da glicose, diferindo dos achados desse estudo; já Nunes et al. (2016) não observaram diferença significante nos triglicerídeos após treinamento resistido com diferentes intensidades, concordando com o que foi encontrado nesse estudo. Portanto deve-se considerar além da prática de exercício físico, o controle nutricional para alcançar reduções mais efetivas nesses desfechos.

Conclusão: Não se observou diferença significativa entre os momentos e entre os grupos analisados, entretanto, o GTF apresentou maiores reduções nos níveis de glicemia e triglicérides.

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Título: Elaboração de vídeo educativo sobre os benefícios fisiológicos da prática de atividade física

Autores: LARISSA BAGNO GARCIA, Amanda Carvalho Mitre Chaves, Ana Clara brant moreira ferreira, Carolina Nogueira de são josé, Giovanni Indelicato Milano, Leandro Duarte de Carvalho

Instituições: Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: A prática regular de atividades físicas de resistência traz diversos benefícios à saúde e pode evitar ou diminuir o risco para muitas doenças. No entanto, estudos epidemiológicos apontam que grande parte da população brasileira e mundial apresenta hábitos sedentários. Dessa forma, são necessárias medidas de estímulo à adesão da população à prática de atividades físicas. Ótimas estratégias de interagir com a sociedade e transmitir informações são os vídeos de caráter informacional/educativo, pois são meios de ampla abrangência. Além disso, eles possuem elementos audiovisuais que podem garantir maior atenção de seus interlocutores, melhor didática e clareza na transmissão de seu conteúdo. Por isso, o objetivo deste trabalho consiste em construir um vídeo educativo sobre os benefícios fisiológicos da atividade física de resistência e divulgá-lo em redes sociais, visando a mudança de comportamento do interlocutor com base no conhecimento adquirido a partir da exposição do vídeo.

Casuística e Método: A pesquisa desenvolvida possui caráter educativo e foi realizada através de um levantamento bibliográfico por artigos científicos e livros de fisiologia médica. A busca de artigos foi executada na Biblioteca Virtual de Saúde – Bireme, principalmente nas bases de dados Medline e Lilacs. Foram priorizados os estudos disponíveis, completos e recentes, nas línguas portuguesa e inglesa, que comtemplavam de forma direcionada o tema da pesquisa. Após a revisão da literatura, efetuou-se uma seleção dos dados mais importantes para serem abordados no trabalho. Com a elaboração do roteiro concluída, iniciaram-se as filmagens, que foram feitas com ilustrações à mão simuntâneas a uma voz narrativa, configurando-se um vídeo animado. Posteriormente, foi executada a edição e a finalização do vídeo.

Resultados: Obteve-se um vídeo educativo de 5 minutos de duração sobre os benefícios fisiológicos da atividade física, abordando quatro alterações fisiológicas importantes: hipertrofia cardíaca, aumento do coeficiente de dissociação da oxi-hemoglobina, mudança da base energética com o aumento do consumo de triglicerídeos e aumento da sensibilidade à insulina. O desenvolvimento do vídeo é subdividido em cinco momentos: inicialmente, ocorre a apresentação do vídeo e introdução do problema do sedentarismo, com base em dados epidemiológicos. Em seguida, o interlocutor é convidado a conhecer as quatro mudanças no funcionamento do organismo induzidas pela prática de atividade física, anteriormente citadas. Dessa maneira, elas são apresentadas contextualizando se com doenças relacionadas ao sedentarismo e, por fim, é feita uma breve conclusão.

Discussão: O vídeo visa atrair a atenção da população para tal questão por meio da explicação sobre os processos e mecanismos envolvidos, de forma mais clara e específica do que o conhecimento popular, para traduzir de forma mais tangível os reais benefícios da prática de atividade física. Espera-se incitar a curiosidade do interlocutor para que busque mais informações sobre o assunto, gerando maior interesse e possivelmente maior mobilização para o início da prática de exercícios em indivíduos sedentários. Nessa situação, é fundamental a explanação de conceitos fisiológicos básicos, tendo em vista que não é sempre que o interlocutor domina o assunto, tornando-se possível, desse modo, ampliar o público-alvo.

Conclusão: Diante da importância do exercício para a saúde do indivíduo, e considerando o contexto atual de alta prevalência do sedentarismo, percebe-se a importância das campanhas de incentivo à prática de atividades físicas, promovendo saúde e prevenção de doenças à população. Dessa forma, a realização do vídeo educativo contendo benefícios fisiológicos da atividade física, poderá contribuir como uma forma interativa e didática de aprendizado de grande número de pessoas.

Título: Epidemiologia de lesões no Crossfit comparada a esportes relacionados

Autores: PATRICIA VALESCA LEAL, Êdio Fernandes De Miranda, Rayssa Cristina Vieira De Souza, Kamily Anunciação Ferreira, Gláucio H e n r i q u e S a n t o s M o u r a , A n g e l i n o R o d r i g o L o b a t o TrindadeInstituições: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: O CrossFit é um programa de condicionamento não tradicional que abrange exercícios complexos como corrida, levantamento de peso e ginástica olímpica, executados com alta intensidade, rapidez e sem intervalos para descanso. Por ser um treino dinâmico e com treinos bastante diversificados, a modalidade tem ganhado espaço nas academias e popularidade, principalmente daqueles que buscam melhora do condicionamento físico e da aparência, mas que querem fugir da monotonia da musculação. Os métodos utilizados pelo CrossFit têm embasamento científico e consistem em estímulos intensos e em exercícios básicos e de potência, sempre garantindo uma boa técnica de execução. A realização de tais exercícios em regime de exaustão, como são feitos quando não há pausas entre as séries, pode prejudicar a técnica, favorecendo o surgimento de lesões musculoesqueléticas relacionadas ao treino. Apesar da escassez de artigos científicos a respeito de lesões no CrossFit, objetiva-se com este trabalho comparar a incidência de lesões nesta modalidade e de outras atividades físicas similares, identificando também as regiões anatômicas mais atingidas em cada uma.

Casuística e Método: Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura narrativa, na qual foram selecionados artigos científicos relevantes ao tema por meio de busca no banco de dados do SciELO, BVS, Pubmed e Google Acadêmico, no período de 2013 a 2017. As palavras chaves foram: Crossfit, lesões, comparação, esporte. Foram analisados artigos nos idiomas inglês e português.

Resultados: Ao realizar a pesquisa na literatura médica foram obtidas 1171 referências, das quais apenas 10 foram selecionadas baseando-se na relevância do tema e do resumo para o objetivo deste trabalho.

Discussão: Estudos recentes realizados em âmbito nacional e internacional demonstraram uma incidência de lesões no CrossFit similar à encontrada em esportes como o levantamento de peso olímpico e o powerlifting, porém mais baixa que a incidência reportada nas competições de strongmen. A explicação mais aceita é a de que a incorporação aos treinos de CrossFit de movimentos oriundos do levantamento de peso olímpico e o powerlifting determinam essa incidência similar de lesões, enquanto que os movimentos incorporados a partir do strongman não são os que mais colocam o atleta em risco. Quando comparado a outras modalidades, como ginástica olímpica e musculação, o CrossFit também apresentou taxas similares de lesão, o que não aconteceu quando a comparação foi feita com esportes de contato que se afastam da realidade dos treinos do CrossFit, como o futebol e o rugby, os quais tiveram incidência de lesões muito mais elevadas. A respeito das regiões anatômicas mais acometidas por lesões musculoesqueléticas, há uma concordância entre os estudos de que a articulação do ombro é a mais atingida, seguida pelos joelhos, coluna vertebral, cintura pélvica e região lombar. Os locais lesionados no CrossFit também são similares ao atingidos nas outras modalidades já mencionadas, como no levantamento de peso olímpico, powrlifting e strongman em que as lesões ocorrem mais frequentemente nos ombros, joelhos e parte inferior das costas.

Conclusão: Apesar de ser uma prática consideravelmente nova que inclui diversas modalidades ao treino, tornando-o complexo e de alta intensidade, o CrossFit apresenta segurança quando comparado a outros exercícios relacionados. Os riscos de lesões existem, assim como em qualquer outro esporte, a prevenção deve ser feita com profissionais treinados a orientar os atletas quanto a técnica correta de execução dos movimentos e garantir a qualidade e segurança dos treinos.

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Título: Epigenética, saúde e exercício

Autores: ARTHUR NEY ALVES DONATO, Gabriel Veloso Cunha, Ramires Alsamir Tibana, Jonato Prestes, Danillo Xavier Santos

Instituições: Universidade Católica de Brasília - Brasília - Distrito Federal - Brasil

Introdução e Objetivo: Alterações no padrão de expressão de genes têm sido reconhecidas como eventos críticos na gênese de diversas doenças humanas, especialmente em neoplasias. A expressão de genes pode ser determinada por alterações bioquímicas no material genético, como metilação de DNA, acetilação e RNAs não-codificantes. Especificamente nas neoplasias, por exemplo, observam-se metilações de DNA e RNAs não-codificantes como fatores preditores de prognóstico. Determinadas características epigenéticas podem ainda ser transmitidas de forma transgeracional, como por meio de padrões específicos de metilação e acetilação em células germinativas. Apesar de evidências recentes convergirem ao indicar que a prática de exercícios é um importante modulador do epigenoma, são escassas as revisões de literatura pertinentes. Neste trabalho são discutidos os efeitos epigenéticos agudos, crônicos e transgeracionais do exercício, considerando o estado da arte da temática.

Casuística e Método: As bases teóricas desse trabalho foram obtidas nas bases de dados virtuais Public Medline e Scientific Electronic Library Online utilizando-se associações entre as palavras-chave “Exercise”, “Epigenetic” e “Precision Medicine” com um retorno de 101 artigos, entre relatos de caso e revisões de literatura. Foram selecionados apenas os trabalhos publicados em inglês, um total de 68. Destes, foram excluídos trabalhos publicados há mais de 7 anos, resultando em 45 artigos. Foi realizada a leitura de todos os resumos, de modo a selecionar os artigos com temática mais relevante aos objetivos desta revisão, resultando em 27 trabalhos. Foram incluídos 4 artigos que datavam de antes de 2010, por julgamento de serem essenciais para a discussão, selecionando ao final 31 artigos para a composição dessa revisão.

Resultados: Os efeitos do exercício são advindos principalmente de alterações no padrão de expressão de genes na musculatura esquelética. Essas alterações epigenéticas são encontradas principalmente em fatores de transcrição, corpos dos genes e regiões intergênicas, sendo menores nas ilhas CpG e “promoters”. Além disso, a programação metabólica e o imprinting, que dizem respeito a eventos no início da vida com impactos fisiológicos posteriores, e que estão relacionados a um processo dinâmico que afeta o ser humano em uma janela crítica do desenvolvimento, são mecanismos responsáveis por levar as alterações epigenéticas para as proles dos praticantes da atividade física

Discussão: Dados recentes indicam que alterações epigenéticas e microRNAs são responsivos ao exercício, com importantes efeitos no sistema nervoso, sangue, tecido adiposo e musculatura cardíaca e esquelética. Mesmo seis meses de treinamento aeróbico regular podem ser suficientes para alterar o padrão de metilação na musculatura esquelética e tecido adiposo, com influências diretas na lipogênese e no metabolismo de lipídios e glicose, além da função mitocondrial, levando a alterações fisiológicas importantes que modulam modificações epigenéticas envolvidas na gênese de patologias cardiovasculares. Além disso, a prática regular de atividades físicas já está associada à redução dos índices de hipertensão e aterosclerose por meio de melhora na permeabilidade vascular e redução da inflamação crônica, além da menor adesão de moléculas leucocitárias levando a redução de processos inflamatórios e menor oxidação do LDL. Foi encontrado também alterações no padrão de metilação de genes e no conteúdo de micro-RNA no esperma dos pais, sendo estimado como um meio de transmissão das alterações epigenéticas.

Conclusão: O exercício pode ser visto como um protocolo de prevenção e tratamento, com diversas implicações benéficas para os praticantes, sendo que discussões recentes na literatura têm mostrado inclusive o seu viés transgeracional. É esperado o desenvolvimento da área epigenômica do exercício, de forma a delinear as formas que o exercício confere um fenótipo mais saudável e melhora a performance do indivíduo.

Título: Equação de regressao para predicaçao da gordura corporal em mulheres idosas utilizando medidas de circunferências corporais

Autores: ELIANE CUNHA GONÇALVES, Jose Fernandes Filho

Instituições: FESV - VITORIA - Espirito Santo - Brasil

Introdução e Objetivo: O processo de envelhecimento direciona para um aumento da gordura subcutânea e o conhecimento da composição corporal faz-se importante para os indicadores dos patamares de saúde, por existir uma forte relação com a gordura corporal e os fatores de risco levando a morbidade e à mortalidade. O objetivo deste estudo foi desenvolver e validar uma equação para estimar a composição corporal em mulheres idosas acima de 60 anos usando medidas de circunferências corporais.

Casuística e Método: A amostra consistiu em 60 mulheres com idade média de 68,23 ± 5,84 anos, 63,97 ± 10,65 kg, 1,542 ± 0,52m da área metropolitana de Vitória. O grupo foi dividido em dois subgrupos: um grupo de regressão (n = 50) usado para desenvolver as equações e um grupo de validação (n = 10) usado para referência cruzada. Uma regressão linear múltipla foi utilizada para desenvolver a equação. Ambas as equações foram comparadas utilizando o teste t de Student para amostras emparelhadas. A confiabilidade das equações foi analisada pelo método de Blant e Altman.

Resultados: O grupo de regressão apresentou as seguintes métricas descritivas: idade 67,62 ± 5,87 anos, peso corporal 64,27 ± 11,11kg, altura 1,53 ± 0,11m; E porcentagem de gordura corporal 41,73 ± 5,69%. O grupo de validação apresentou as seguintes métricas descritivas: 71,3 ± 4,3 anos, peso corporal 62,49 ± 8,34 kg, 1,55 ± 0,53m; E porcentagem de gordura corporal 41,75 ± 4,04%. As variáveis de circunferência corporal foram utilizadas para desenvolver equações para prever a gordura corporal. Usando os critérios de seleção stepwise, a seguinte equação foi desenvolvida: % de gordura corporal = 0,343 (quadril) + 0,289 (cintura) - 0,0714 (braço direito relaxado)². Vários parâmetros validados a força da equação: R2 = 0.997; EPE = 3,29; EPE ≤ 3,5%; E validação do modelo com base na significância parcial (F) do subconjunto de variáveis que apresentaram o efeito mais forte.

Discussão: A avaliação da composição corporal dos idosos é muito importante, pois alterações na distribuição de gordura corporal podem estar associadas a desordens metabólicas e cardiovasculares (BARBOSA et al, 2001). Com relação ao método de estimativa do percentual de gordura pela área adiposa do braço, dar-se-á pela redistribuição do tecido adiposo no idoso. Entretanto, seu uso é recomendado pela Sociedade Espanhola de Obesidade. (SEEDO, 1996; DEURENBERG, WESTSTRATE, SEIDELL, 2001) A antropometria é uma técnica de medida que requer pessoal especializado para que haja reprodutibilidade e confiabilidade dos dados e é um método econômico e viável, na maioria das vezes, para os estudos de campo (ELLIS, 2000)

Conclusão: É possível desenvolver uma equação precisa e específica para estimar o percentual de gordura corporal em mulheres idosas usando medidas de circunferência. O mais importante é que é fácil utilização pelos profissionais da saúde. O presente estudo apresenta algumas limitações, como a ne- cessidade de aplicação da equação proposta em um significante número de mulheres idosas.

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Título: Equilíbrio e risco de quedas em indivíduos praticantes de exercícios aquáticos de um centro de reabilitação em São Luís/MA

Autores: DANIELA ALVES FLEXA RIBEIRO, Luis Augusto Silva Fonseca, kmilla Carvalho Moura Ferreira, Julyson Marcelo Matos da Silva, Jose de Ribamar Santos Fonseca, Shilton Martins Oliveira

Instituições: UNIVERSIDADE CEUMA - São Luis - Maranhao - Brasil

Introdução e Objetivo: O processo de envelhecimento provoca mudanças nas funções e estrutura do corpo e o torna mais suscetível a uma série de fatores prejudiciais,que podem ser internos ou externos,gerando acentuada perda na massa muscular,força e potência musculares.O exercício contínuo pode contribuir para melhora na força muscular, minimizando déficits de equilíbrio existentes e a fraqueza muscular no abdutor do quadril, extensor do joelho, flexor do joelho, e músculos dorsiflexores do tornozelo está diretamente relacionada ao risco de um indivíduo sofrer quedas.A queda é um dos principais problemas no indivíduo, sendo definida como a incapacidade para corrigir o deslocamento do corpo durante seu movimento no espaço,característica da falta de equilíbrio.Porém,a prática regular de atividade física reduz as oscilações corporais devido aos efeitos do exercício tanto sobre os sistemas sensoriais quanto no sistema motor.O objetivo deste estudo foi traçar o perfil de equilíbrio e risco de queda de indivíduos praticantes de exercícios aquáticos.

Casuística e Método: A amostra foi constituída por 34 indivíduos de ambos os sexos com idade entre 40 e 70 anos ativos, atendidos no Centro de Reabilitação e Promoção de Saúde (CER) em São Luis/Ma que em prática supervisionada e sistematizada realizam fortalecimento muscular, alongamento, treino de estratégia de equilíbrio e treino de marcha em ambiente aquático.As sessões são compostas de 5 minutos de aquecimento, uma parte principal em torno de 35 minutos e um relaxamento de cerca de 5 minutos,com exercícios para membros inferiores todos com materiais que aumentem a resistência imposta pela água e associados com movimentos dos braços, sem controle rigoroso da velocidade de movimento, com intensidade percebida como moderada pelos sujeitos.Foi aplicado o Teste de Tinetti para avaliar o equilíbrio e as anormalidades da marcha.

Resultados: A média de idade dos indivíduos participantes do estudo foi de 65,5 anos.Os dados dos testes de equilíbrio e marcha (teste de Tinetti) mostraram que 23,5% apresentaram elevado risco de quedas, no entanto, 70,5% possuem um moderado risco a quedas e 5,8% tem um baixo risco de quedas.

Discussão: Segundo Coutinho(2012)a proporção de ocorrência de quedas aumenta com o avançar da idade, sendo de 58% em indivíduos com até 69 anos, 62,9% para idosos entre 70 e 79 anos e 84,6% para aqueles com mais de 80 anos. Estes resultados mostram que o ganho moderado de força através de exercícios aquáticos pode beneficiar a marcha e o equilíbrio,uma vez que a maioria dos indivíduos participantes desta pesquisa apresentaram risco apenas moderado apesar das suas limitações funcionais.O equilíbrio,essencial para os indivíduos se movimentarem em seu ambiente e realizarem com êxito as atividades diárias,é caracterizado como a habilidade do sistema nervoso em detectar,de forma antecipada ou momentânea,a instabilidade e gerar respostas coordenadas que tragam de volta para a base de sustentação o centro de gravidade corporal,evitando a queda.Dessa forma,para manter o equilíbrio corporal,necessita-se integridade do sistema sensorial e nervoso e preservação das condições normais do sistema musculoesquelético,as quais resultam em amplitude de movimento e força muscular adequadas para a correta realização dos ajustes posturais.

Conclusão: O equilíbrio está diretamente relacionado com a força muscular através da manutenção da massa muscular e fortalecimento de todo o sistema musculoesquelético, além do estímulo ao sistema nervoso e sensorial.A atividade física regular traz benefícios significativos na redução de risco de quedas pelo aumento da força muscular dos membros inferiores e coluna vertebral, melhora do tempo de reação, da sinergia motora das reações posturais, da velocidade de andar, da mobilidade e da flexibilidade, o que é demostrado quando se traça o perfil de indivíduos praticantes de exercícios aquáticos no Centro de Reabilitação em São Luis/MA.

Título: Equipe multiprofissional esportiva na Liga Nacional de Futsal em 2017

Autores: JOAO VITOR MEDEIROS DE ABREU, Gabriel Leonel Moreira, Paulo José Oliveira Cortez

Instituições: Faculdade de Medicina de Itajubá - Itajubá - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: O futsal já é considerado por muitos como o esporte mais praticado do Brasil, superando o futebol de campo. Devido a sua praticidade, tanto no reduzido número de jogadores necessários em uma partida, quanto no menor espaço exigido, o esporte adquiriu crescente popularidade. O futsal de alto rendimento exige uma carga elevada de treinamento diário para se atingir um nível desejado, que muitas vezes está relacionado a ocorrências de lesões traumáticas, como lesões do sistema cardiovascular e do sistema musculoesquelético. Em decorrência disso, há a necessidade de disponibilizar aos atletas uma boa equipe de profissionais capazes de oferecer uma melhoria na prevenção, no tratamento e na reabilitação de lesões. Até o momento pouco se sabe sobre a disponibilidade de profissionais dentro dos centros de saúde esportivos. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar a equipe multiprofissional esportiva da Liga Nacional de Futsal (LNF) em 2017.

Casuística e Método: Realizou-se um estudo observacional e descritivo entre os 17 clubes que atuam na Liga Nacional de Futsal, no primeiro semestre de 2017 a partir da busca de informações no site da Liga Nacional de Futsal, através do portal da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, do Conselho Federal de Medicina e da análise do currículo Lattes. Os dados foram coletados com base no número de profissionais, formação, especialidade e área de atuação de cada profissional que as equipes dispõem.

Resultados: Dos 17 clubes analisados; 17 (100%) possuem uma equipe de profissionais de educação física e uma equipe de massagistas, 16 (94%) dispõem de uma equipe de fisioterapeutas e 13 (76%) contam com uma equipe médica na comissão técnica, do quais 54% são Ortopedistas. Não foram identificadas informações sobre outros profissionais como nutricionistas, psicólogos, fisiologistas, médicos de outras especialidades, dentre outros.

Discussão: Há uma carência de pesquisas brasileiras que organizam e sistematizam dados sobre a disponibil idade da equipe multiprofissional que os clubes de futsal brasileiro possuem o que pode ser explicado devido à deficiência de informações disponibilizadas ao público. Embora crescente popularidade do Futsal de alto rendimento no Brasil, ainda observa-se certa escassez de profissionais que cuidam da saúde dos jogadores. Em comparação com os clubes de futebol de campo brasileiro da Série A, fica evidente a falta de profissionais atuantes nas equipes da Liga Nacional de Futsal. Além de que não foi observado através dos métodos de busca nenhum médico especialista em esporte ligado diretamente aos clubes da LNF. Suponha-se que os jogadores de futsal de alto rendimento procurem profissionais para acompanhamento pessoal que não estejam no corpo de funcionários do próprio clube.

Conclusão: Conclui-se que há necessidade da realização de outros estudos, a fim de que possamos organizar e sistematizar, de formas mais eficaz, as informações sobre as equipes que cuidam da saúde dos atletas da Liga Nacional de Futsal. Além disso, nota-se a escassez de profissionais atuantes nessa modalidade e a exigência de maior investimento na preservação, no tratamento e na reabilitação dos jogadores do Futsal brasileiro.

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Título: Equipe multiprofissional esportiva na Superliga Feminina de Vôlei 2016-2017

Autores: GABRIEL LEONEL MOREIRA, Francisco Samuel Silva De Freitas, João Vitor Medeiros De Abreu, Paulo José Oliveira Cortez

Instituições: Faculdade de Medicina de Itajubá - Itajubá - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: O voleibol tornou-se um fenômeno esportivo marcante no cenário brasileiro, despontando como o único esporte que disputou todas as Copas do Mundo, além do futebol, e participou de todas as edições dos Jogos Olímpicos. O esporte é, atualmente, o segundo mais popular do Brasil, tendo como principal competição a Superliga, a qual possuem variantes feminina e masculina. O voleibol de alto rendimento necessita de uma grande dedicação e uma rotina de treinos físicos e técnicos para alcançar o nível almejado, que muitas vezes se relacionam com lesões musculares, articulares e esqueléticas. Devido a isso, há a necessidade de disponibilizar aos atletas uma equipe qualificada em oferecer uma melhoria na prevenção, no tratamento e na reabilitação. Até o momento pouco se sabe, ao nosso conhecimento, sobre a disponibilidade de profissionais dentro dos centros de saúde esportivos. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar a equipe multiprofissional esportiva da Superliga Feminina de Vôlei 2016-2017.

Casuística e Método: Realizou-se um estudo observacional e descritivo entre os 12 clubes que atuam na Superliga Feminina de Vôlei, no primeiro semestre de 2017, a partir da busca de informações no site oficial da Superliga de Vôlei, através do portal da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, do Conselho Federal de Medicina e da análise do currículo Lattes. Os dados foram coletados com base no número de profissionais, formação, especialidades e área de atuação de cada profissional que as equipes dispõem.

Resultados: Dos 12 clubes analisados, 12 (100%) possuem uma equipe de Profissionais de Educação Física, Fisioterapeutas e Estatísticos. 8 clubes (67%) dispõem de uma equipe Médica na comissão técnica, dos quais 28% são Ortopedistas, 12% Cardiologistas, 12% Acupunturistas, 12% Especialistas em Esporte e 12 % especialistas em Medicina Física e Reabilitação. 3 (25%) contam com uma equipe de Nutricionistas e 2 (17%) possuem uma equipe de Massagistas. Não foram identificadas informações sobre outros profissionais como psicólogos, fisiologistas, médicos de outras especialidades, dentre outros.

Discussão: Observa-se uma falta de pesquisas no Brasil que organizam e sistematizam dados sobre a disponibilidade da equipe multiprofissional que as equipes da Superliga Feminina de Vôlei brasileiro possuem, o que pode ser explicado devido à deficiência de informações disponibilizadas ao público. Embora crescente popularidade do Vôlei Feminino de alto rendimento no Brasil, ainda observa-se certa escassez de profissionais que cuidam da saúde das jogadoras. Fica evidente a falta de profissionais atuantes em algumas equipes da superliga Feminina de Vôlei brasileiro. Além de que foi observado, por meio dos métodos de busca, que apenas 12% dos médicos são especialistas em esporte e ligados diretamente a Superliga Feminina de Vôlei brasileiro. Supõe-se que as jogadoras de Vô le i de a l to rend imento p rocurem profiss iona is para acompanhamento pessoal e que não estejam ligados ao corpo de funcionários do próprio clube.

Conclusão: Conclui-se que há necessidade da realização de outros estudos, a fim de que possamos organizar e sistematizar, de formas mais eficaz, as informações sobre as equipes que cuidam da saúde das atletas da Superliga Feminina de Vôlei brasileiro. Além disso, nota-se a escassez de profissionais especializados atuantes nessa modalidade e a exigência de maior investimento na preservação, no tratamento e na reabilitação das jogadoras.

Título: Equipe multiprofissional esportiva no Campeonato Brasileiro de Futebol – Serie A em 2017

Autores: JOAO VITOR MEDEIROS DE ABREU, Luiz Aurélio Gazzola De Oliveira, Paulo José Oliveira Cortez

Instituições: Faculdade de Medicina de Itajubá - Itajubá - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: O futebol de campo é considerado o esporte mais popular do mundo, tendo cerca de 270 milhões de praticantes entre as várias competições espalhadas pelos 5 continentes. O volume elevado de treinamento para se atingir um alto nível de desempenho está associado à maioria das lesões ocorridas nessa modalidade esportiva. Em decorrência disso, há a necessidade de proporcionar aos atletas de alto rendimento uma equipe de profissionais capazes de oferecer prevenção, tratamento e reabilitação de lesões para garantir um bom desempenho juntamente com a preservação da saúde dos jogadores. Até o momento pouco se sabe sobre a disponibilidade de profissionais dentro dos centros de saúde esportivos considerando que tais dados não são públicos. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi investigar a assistência multiprofissional esportiva no Campeonato Brasileiro de Futebol – Serie A em 2017.

Casuística e Método: Realizou-se um estudo observacional com os 20 clubes do futebol brasileiro da série A sendo que 3 foram excluídos devido a dificuldade de obter informações para realizar o trabalho. A coleta de dados foi realizada a partir da busca de informações nos sites de cada equipe do Campeonato Brasileiro de Futebol – Série A, por meio de envio de e-mails e telefonemas às equipes, através do portal da SBOT, da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, do CFM, do CREMESP e CREMERJ, e da análise do currículo Lattes e de redes sociais dos clubes. O levantamento foi realizado no primeiro semestre de 2017. Os dados foram coletados com base no número de profissionais, formação, especialidade e área de atuação.

Resultados: Dos 17 clubes analisados, 17 (100%) contam com uma equipe de preparadores físicos, de massagistas e de fisioterapeutas, 16 (94%) possuem uma equipe de fisiologistas, 15 (88%) contam com uma equipe de ortopedistas, 14 (82%) contam com uma equipe de nutricionistas e analistas de desempenhos, 8 (47%) contam com uma equipe de médicos do esporte, 7 (41%) contam com uma equipe de auxiliares de preparação física. Médicos clínicos gerais e profissionais de enfermagem estavam presentes em 6 (35%) clubes. Já a atenção psicológica foi encontrada em 4 (24%). Outros profissionais como cirurgião geral, cardiologista, dentista e podólogos compõe o quadro de assistência de 3 (18%) clubes e 1 (6%) contam com uma equipe de radiologistas, acupunturista e analista biomecânico.

Discussão: Ao nosso conhecimento não há estudos que organizam e sistematizam dados de assistência multiprofissional no futebol, que pode ser explicado devido à deficiência de informações disponibilizadas ao público. Tendo em vista a equipe multiprofissional presente em outras ligas de esporte do Brasil, como a Liga Nacional de Futsal (LNF) e a Liga Nacional de Basquete / NBB, observa-se uma grande diferença de profissionais em comparação com as equipes do futebol brasileiro, enquanto que na LNF e a NBB, equipes dispõem de profissionais como Médicos, Preparadores Físicos, Massagistas e Fisioterapeutas, os clubes de futebol no Brasil desfrutam de uma maior rede de profissionais, ainda que alguns escassos, como Médicos especialistas em Esporte. Apesar da maior diversidade e quantidade de profissionais que visam a melhoria da saúde dos atletas, a quantidade de lesões que acometem os jogadores que atuam no Brasil nos leva a refletir se esses profissionais são suficientes para atender a demanda dos clubes, uma vez que na temporada 2016, no Brasil houve um número médio de 43,5 lesões por equipe enquanto que na temporada 2016/2017 da Premier League, na Inglaterra, esse número cai para uma média de 8 lesões.

Conclusão: Através do método de busca foi possível identificar os profissionais envolvidos na atuação dos atletas dos clubes da série A do campeonato brasileiro de futebol que em sua maioria são Profissionais de Educação Física, Médicos, Fisioterapeutas e Massagistas.

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Título: Equoterapia, o hipismo aplicado como terapêutica médica

Autores: NATALIA LOUZADA SILVA, Ricardo Yuji Anami, Josmar Camlofski, Isaias Piccoli Schneider, Simone Polo Schneider, Marco Antônio Alves Azizi

Instituições: UNIG - Nova Iguaçu - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A Equoterapia consiste num método terapêutico que faz uso do cavalo, aplicado nas áreas de saúde e educação, visando a recuperação e/ou o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com necessidades especiais. É constituída de um conjunto de técnicas utilizadas para superar danos sensoriais, motores, cognitivos e comportamentais. Ainda em 1997, o Conselho Federal de Medicina determinou que a Equoterapia fosse incorporada às opções de métodos em programas de reabilitação de portadores de deficiência, tendo na sua equipe de acompanhamento sempre um profissional da área médica. Em 2005, foi incluída entre os serviços especializados oferecidos pelo SUS. Pode ser uma terapia principal ou complementar, de acordo com o paciente. Os objetivos deste trabalho são divulgar a Equoterapia, incentivar a pesquisa sobre e sua prática, na busca da reabilitação e da integração da pessoa portadora de deficiência.

Casuística e Método: Consiste em uma revisão de literatura, com consulta à Associação Nacional de Equoterapia, Associação de Equoterapia Americana, Associação de Equoterapia do Estado do Rio de Janeiro, Confederação Brasileira de Hipismo, Sociedade de Medicina Física e Reabilitação, Scielo, centros de treinamento e prática especializados, especialistas e pesquisadores da área.

Resultados: Foi encontrada prática benéfica dessa terapêutica abrangendo doenças psiquiátricas e neurológicas – motoras, sensoriais ou cognitivas, podendo ser por consequência de autismo, AVE, esclerose múltipla, microcefalia, paralisia cerebral, alterações genéticas, déficit de atenção, hiperatividade, distúrbios de comportamento, esquizofrenia – e patologias ortopédicas, como osteoporose, amputações, espondilite anquilosante, distrofia muscular, entre outras. Contribuiu-se, então, nesses casos, para desenvolvimento de força, flexibilidade, coordenação motora, propriocepção, normalização do tônus, equilíbrio, memória, bom funcionamento dos órgãos internos, aumento da capacidade ventilatória, além de autoestima, através da participação corporal e da atenção e concentração.

Discussão: A Equoterapia demanda o uso de todo o corpo do praticante, contribuindo assim para seu desenvolvimento global. Baseia-se no conceito de neuroplasticidade, em que há a recuperação, por células nervosas antes quiescentes, de capacidades e reflexos abolidos pelas lesões, síndromes ou patologias. Ao passo, o cavalo produz movimentos tridimensionais contínuos em seu dorso, semelhantes aos movimentos pélvicos na marcha humana normal. Esse deslocamento, na montaria, é composto pelos eixos sagital, transversal e coronal, tanto do equino quanto do humano, e é percebido pelo paciente através de estímulos sensíveis proprioceptivos e vestibulares, atingindo a medula espinal pelas vias aferentes, e retornando por vias eferentes motoras, que desencadeiam ajustes tônicos (reações musculares e posturais). Além da sensibilidade profunda, o progresso resultante dessa prática se dá com outras estratégias - sensibilidade superficial (tato, pressão e temperatura), estímulos olfativos e visuais. Assim, a coordenação motora grossa fica por parte dos ajustes posturais, alternância de movimentos braçais e de cintura para guiar o cavalo e permanecer montado, e a fina, entre outras, por toque no animal, pegando os pelos, e nas rédeas. As atividades, especificamente, podem contar com mudanças de ritmo e direção do cavalo, aceleração e desaceleração do passo, alternância de posicionamento com cavalo em movimento ou não, utilização ou não dos estribos, fechar os olhos, posicionamento em pé ou de cócoras sobre o cavalo, e uso também de outros instrumentos.

Conclusão: Deve-se planejar o adequado estímulo para reabilitação do praticante, com atividades e recursos definidos individualmente dentro do tratamento específico à sua deficiência e conforme sua gravidade. O médico atua com uma avaliação prévia e após a prática, podendo também acompanhar sua realização, em sessões de cerca de meia hora.

Título: Estado de hidratação de atletas de fast duathlon terrestre

Autores: SAMIR SEGUINS SOTAO, Thiago Gomes Leite, Emmanuel De Carvalho Gomes, Marina Squarizi Simões Chagas, Savio Seguins Sotão, Fabiano De Jesus Almeida Furtado

Instituições: PUC CAMPINAS - Campinas - Sao Paulo - Brasil, UFMA - São Luís - Maranhao - Brasil, UNIVERSIDADE CEUMA - São Luís - Maranhao - Brasil

Introdução e Objetivo: O estado de hidratação pode influenciar diretamente no desempenho durante uma competição, portanto, busca-se manter um estado de eu-hidratação para minimizar os efeitos deletérios que podem ocorrer nos atletas em função de elevados graus de desidratação. Destaca-se, que em atividades de endurance sobretudo as realizadas em ambientes quente e com umidade relativa do ar elevadas torna o sistema de controle biológicos dos atletas desafiado a manutenção de um desejável estado de hidratação sendo esse um componente determinante para manutenção da performance dos mesmos particularmente nesses tipos de atividades. Nessa perspectiva, justifica-se a necessidade de investigarmos o acompanhamento do estado de hidratação dos competidores antes e após provas de longa duração. O objetivo do estudo foi avaliar o estado de hidratação de atletas de Duathlon Terrestre.

Casuística e Método: Participaram do estudo um total de 14 duatletas do sexo masculino (faixa etária: 41,5±6,2 anos; estatura: 175,3±8,9cm; massa corporal: 75,4±7,8 kg; índice de massa corporal (IMC): 24,54±1,87 kg/m²). Os atletas realizaram as duas modalidades esportivas que compõem o fast duathlon terrestre – corrida e ciclismo. Cada atleta completou três séries composta por: corrida (1 km), ciclismo (6 km) e corrida (1 km). Para aferição da massa corporal e mensuração da estatura foi utilizada uma balança antropométrica digital (BALMAK, BF50-FA). As amostras de urina foram coletadas em copos descartáveis e analisadas em refratômetro (INSTRUTHERM, RTP-20ATC) - 50μL - para determinar a gravidade específica, este parâmetro se baseou nos pontos de corte estabelecidos pela National Athletic Trainer's Association (NATA, 2000). As coletas da urina foram realizadas antes e imediatamente ao término da competição. O consumo hídrico dos participantes ocorreu “ad libitum”. Para a análise da normalidade dos dados foi utilizado o teste de Komolgorov-Smirnov, posteriormente para a avaliação da diferença na densidade da urina se utilizou-se o através do T de Student para dados pareados (p < 0,05). O pacote estatístico adotado foi Graphpad Prisma 6.0.

Resultados: A caracterização da amostra evidencia que os participantes eram homogêneos, em relação à idade, peso, estatura e IMC. A média do IMC permite classificar os indivíduos como eutróficos. A análise da desidratação pela densidade urinária (Du) nos mostra que os indivíduos já iniciaram a prova em estado de desidratação significativa (Du: 1021 -1030). Quando comparado os momentos pré competição (Du Inicial:1023,13 ± 8,39 g.ml-1) e pós competição (Du Final: 1023,20 ± 6,27 g.ml-1)., Não houve diferença estatisticamente significante. Em relação a coloração da urina os indivíduos já apresentavam antes da prova um estado de desidratação mínima Coloração da urina: 3-4), valor este que alterou significativamente quando comparado pré competição (3,53 ± 1,19) e pós competição (4,53 ± 1,19)

Discussão: O objetivo deste estudo foi avaliar o estado de hidratação de duatletas em uma competição de fast duathlon terrestre através dos métodos de densidade urina e coloração da urina. Para ambos os protocolos de avaliação, os participantes já iniciaram a competição desidratados . Apesar da ingesta de água durante a prova ser realizada de forma “ad libitum”, o estado de desidratação inicial dos competidores se mantiveram na mesma classificação (desidratação significativa). Já quando analisamos o método coloração da urina, os atletas terminaram a prova classificados como desidratação significativa, através da classificação proposta por NATA, 2000.

Conclusão: Os dois métodos de avaliação concluíram que os participantes já iniciaram a competição desidratados e esse quadro pode ser agravado durante a competição. O mecanismo da sede não foi suficiente para manter ou reverter o quadro inicial. Encorajamos uma melhor monitoração por parte de atletas e profissionais do esporte no controle dessa variável que pode ser determinante para performance.

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Título: Estudo comparativo do tempo de atividade física no ensino fundamental e médio no mundo. O que mudou?

Autores: GUILHERME GOMES AZIZI, Marco Antonio Alves Azizi, Alexandre Gomes Azizi

Instituições: Escola de Medicina Souza Marques - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Atividade física é definida como: "qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso". O termo refere-se em especial aos exercícios executados com o fim de manter a saúde física e mental. O exercício físico é a atividade física recreativa, que se realiza em momentos de lazer ou de tempo livre. É também a ação ou série de ações corporais com o fim de desenvolver a aptidão física, prescritas para prática regular ou repetida como meio de ganhar força, destreza, agilidade ou competência geral em algum campo de atividade, habilidades motoras ou reabilitação orgânico-funcional, definido de acordo com diagnóstico de necessidade ou carências específicas de seus praticantes, em contextos sociais diferenciados. O exercício físico é um componente do moderno estilo de vida que nas modalidades tais como ginástica, esporte e educação física constituem atividades vitais para a saúde, a educação, a recreação e o bem-estar do ser humano, a prática do desporto e os exercícios físicos podem fazer pelos homens o que não poderiam fazer milhões de médicos. A prolongação da vida e a terapia contra numerosas enfermidades são os principais benefícios do exercício físico. O ideal para a saúde é que a atividade física se torne um hábito na infância ou na adolescência, para não haver dificuldades de integrá-la à vida adulta. A prática regular de atividade física tem sido recomendada para a prevenção de doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas por diferentes associações de saúde no mundo, como o American College of Sports Medicine, os Centers for Disease Control and Prevention, a American Heart Association, o National Institutes of Health, o US Surgeon General, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, e a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. OBJETIVO Analisar os tempos de aula de educação física nas escolas, praticado por crianças e adolescentes, em diferentes regiões do mundo, comparando com a necessidade diária de atividade física preconizado pelas entidades especializadas em atividade física.

Casuística e Método: Foram analisados trabalhos de diversas partes do mundo com informações sobre o tempo de prática da educação física realizada em escolas de ensino fundamental e médio.

Resultados: Os tempos por semana variam em minutos: até 300 no Brasil, 330 nos Estados Unidos, 101 na União Européia, 120 na Inglaterra, 90 no Canadá,180 na China, e 120 na Austrália. Esses dados foram obtidos até 2011, e foi comprovado, após as análises, que não houve mudanças significativas até 2017.

Discussão: A prevenção primária começa nos primeiros anos escolares e deve continuar ao longo da vida do indivíduo. O hábito de exercitar-se deve ser mantido e estimulado pela escola e pela família. As escolas devem oferecer programas com atividades aeróbicas para as crianças,Trabalhos demonstram que crianças que habitam regiões próximas a áreas verdes,possuem melhores menor probabilidade de tornarem-se diabéticos, obesos, cardiopatas, possuírem um melhor perfil lipídico, prevenir infecções respiratórias, tendo melhor qualidade de vida.

Conclusão: A implantação da atividade física na infância e na adolescência deve ser considerada como prioridade em nossa sociedade. Combater o sedentarismo na infância e na adolescência, estimulando a prática regular do exercício físico no cotidiano e/ou de forma estruturada através de modalidades desportivas. A educação física escolar bem aplicada deve ser considerada essencial e parte indissociável do processo global de educação das crianças e adolescentes. Os governos, em seus diversos níveis, as entidades profissionais e científicas e os meios de comunicação devem considerar a atividade física na criança e no adolescente como uma questão de saúde pública, divulgando esse tipo de informação e implantando programas para a prática orientada de exercício físico.

Título: Estudo Comparativo sobre a Prevalência de queixas não músculo esqueléticas em atletas das categorias de base do Fluminense Football Club dos anos 2012 e 2016.

Autores: GUILHERME GOMES AZIZI, Pedro Velloso, Claudio Pires, Sebastiao da Silva, Ricardo Steiner, Paulo Cezar Vieira

Instituições: Fluminense Football Club - RJ - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução O futebol é o esporte mais popular do mundo, além disso, é um dos esportes com maior incidência de lesões segundo estudos. Porém, pouco se sabe das principais lesões que ocorrem numa temporada devido a metodologia dos estudos presentes até hoje na literatura. As lesões músculo esqueléticas tem alta prevalência entre atletas de futebol de campo, todavia poucos dados estatísticos são encontrados em relação a queixas envolvendo outros órgãos ou sistemas que não o osteomuscular. Objetivos O objetivo deste estudo foi levantar a prevalência de queixas não osteomusculares em atendimentos realizados a atletas das categorias de base do Flumiense Football Club no Centro de Treinamento de Xerém. Realizada análise comparativa dos prontuários do Departamento Médico do Clube referentes aos atendimentos realizados no ano de 2012 (dados que foram apresentados no Congresso Brasileiro de medicina do Exercício e do Esporte de 2013), com os dados de 2016.

Casuística e Método: De um total de 400 atletas, em 2012 e 350 em 2016, em treinamento no Centro de Treinamento Vale das Laranjeiras no Distrito de Xerém, na Cidade de Duque de Caxias no Estado do Rio de Janeiro das categorias envolvendo a faixa etária entre 12 a 20 anos. Foram totalizando 861 atendimentos em 2012, e 537 em 2016.

Resultados: A maioria dos jovens atletas (63% em 2012 e 56% em 2016) apresentaram queixas traumato ortopédicas e 37% em 2012 e 44% em 2016 relataram outras queixas. Dentre elas as mais comuns foram as queixas do aparelho respiratório (23% em 2012 e 25% em 2016), como quadros gripais, sinusites e orofaringites. Queixas gastro intestinais somaram 6% em 2012 e 7% em 2016, incluindo principalmente quadros de gastroenterites. Lesões ungueais, dermatites versicolor e quadros fúngicos interdigitais são exemplos que levaram ao percentual de 5% referentes a queixas dermatológicas em 2012 e 4% em 2016. Somando os outros 3% em 2012 e 8% em 2016 encontram-se queixas oftalmológicas, genitourinárias, odontológicas, otológicas, e outras queixas inexpecíficas

Discussão: As lesões predominantes foram as osteomusculares, porém,não é encontrado na literatura dados relacionados as outras patologias nas categorias de base do futebol de campo.

Conclusão: Desconsiderando as queixas ortopédicas, houve predomínio queixas respiratórias, seguidas de gastrointestinais e dermatológicas, tanto em 2012 como 2016, o que pode justificar medidas preventivas específicas e demonstrar a importância da formação ampla e específica do médico do esporte afim atuar com jovens atletas.

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Título: Estudo epidemiológico das lesões ortopédicas em praticantes de Crossfit no município de Uberaba (MG)

Autores: ELOY XAVIER GUIMARAES PEREIRA, Maria Carolina Ferrete Garcia de Figueiredo, Daniel Eugenio Espindola de Amurim, Gabriela Debs Diniz, Bruno Bento Alves Esber Kanaan, José Martins Juliano Eustáquio

Instituições: UNIUBE - Uberaba - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: O CrossFit é uma modalidade esportiva caracterizada por treinamentos de força e de condicionamento físico baseada em movimentos funcionais executados em alta intensidade. Ele é baseado em movimentos complexos, que incluem exercícios cíclicos, balísticos, de levantamento de peso e de ginástica. Os movimentos executados promovem adaptações morfológicas e fisiológicas no sistema musculoesquelético, que poderão ser benéficas se realizados de forma escalonada, de acordo com a aptidão física e a evolução funcional do participante. Porém, exercícios de alta intensidade realizados de forma rápida, repetitiva e com pouco ou nenhum tempo de recuperação, desencadeiam uma sobrecarga aguda do sistema musculoesquelético dos membros, muitas vezes em níveis suprafisiológicos, o que provoca o surgimento de lesões. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de lesões nos praticantes de CrossFit no município de Uberaba.

Casuística e Método: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, do tipo transversal, no qual participaram 103 praticantes adultos jovens (idades entre 18 e 40 anos), de ambos os sexos, da modalidade CrossFit no município de Uberaba (MG), em academias credenciadas para tal modalidade esportiva. Cada participante respondeu um questionário epidemiológico, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As lesões ortopédicas foram estratificadas de acordo com o tipo, o segmento corporal atingido, o tempo de afastamento do esporte e ao volume de treinamento. Os resultados foram analisados através de estatística descritiva, representados na forma de gráficos e tabelas. O estudo foi aprovado pelo Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão do Mário Palmério Hospital Universitário (NEPE – MPHU).

Resultados: Observou-se uma prevalência de 6,8% lesões entre os praticantes de CrossFit, com predominância de lesões ortopédicas no sexo feminino, no segmento do ombro, do tipo tendinopatia e de gravidade leve. Entre os praticantes que apresentaram lesões durante a prática da modalidade, 86% tinham menos de seis meses de atuação na atividade.

Discussão: Neste estudo observou-se uma baixa prevalência de lesões ortopédicas em comparação a outros com os mesmos princípios metodológicos. Como o CrossFit é uma modalidade em que se realiza uma ampla variedade de exercícios, envolvendo ginástica, levantamento de peso e resistência e com curtos intervalos de recuperação entre essas atividades, espera-se um maior risco potencial de lesões entre os seus praticantes.Porém a presença da supervisão integral do profissional de Educação Física durante a prática da modalidade é um fator primordial na prevenção de lesões, e muitos estudos negligenciam a necessidade presencial deste profissional. As características das lesões foram semelhantes ao observado na literatura.

Conclusão: Portanto, tendo em vista a média esperada de acordo com a literatura, a taxa de lesão foi menor que o previsto, o que demonstra uma discrepância estatística com outros estudos. Estima-se que essa diferença é decorrente da presença do profissional de Educação Física em todas as academias pesquisadas. Além disso, não foi confirmada a expectativa de uma maior prevalência em homens.

Título: Exercício físico aeróbico e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): uma revisão sistemática com metanálise.

Autores: RAMDEL CALDAS FERREIRA DA SILVA, Gloria de Paula Silva, Fabio Dutra Pereira, Elirez Bezerra da Silva

Instituições: Universidade Castelo Branco - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A DPOC pode ser ocorrente, em sua maioria, em adultos maiores de 40 anos, tendo seu componente pulmonar caracterizado pela obstrução ao fluxo de ar associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões. Mesmo com prevalência subestimada no Brasil, 12% da população é acometida da DPOC, sendo esta a quinta maior causa de internação no sistema público de saúde do Brasil, já em 2003, com 196.698 internações. A DPOC gera diversas manifestações sistêmicas subsequentes aos acometimentos pulmonares, destacam-se a intolerância ao exercício, disfunção muscular e alteração nutricional, que consequentemente traz prejuízos para a qualidade de vida, capacidade física e autonomia funcional, gerados principalmente pelo cansaço central e esgotamento periférico. Desta forma o presente estudo objetiva verificar o efeito crônico do exercício físico aeróbico sobre o teste de caminhada de 6 minutos (TC6) e a qualidade de vida (QDV) em pacientes DPOCs.

Casuística e Método: A partir dos descritores “exercício físico”, “DPOC” e seus sinónimos, disponíveis nos DeCS e MeSH, consultou-se as bases PubMed, Cochrane, PEDro, Scielo e Lilac adotando-se o filtro ensaio controlado randomizado e humanos. Três pesquisadores independentes e cegos utilizaram o corte > 6 da escala PEDro e a avaliação de risco de viés da colaboração Cochrane na seleção dos ECRs. Na análise metanalítica para modelo de efeito aleatório e diferença de média (I2>25%) usou-se o software RevMan 4.2, com nível de significância de P ≤ 0.05. Registro CRD42017069174 disponível em www.crd.york.ac.uk/prospero.

Resultados: Foram identificados 462 registros, após seleção, incluiu-se três à metanálise. No desfecho primário, TC6, evidenciou-se diferença de média entre GE vs. GC (n = 102 e n = 68, respectivamente) de 32.72m (IC95% = 2.68 a 62.76, P = 0.03), onde o registro de maior peso (81%) apresentou superioridade significativa (22m) a favor do GE (IC 95% = 6 a 39, P = 0.01). No secundário, QDV, pôde-se analisar apenas dois dos três registros, mostrando diferença intergrupos GE (n = 95) vs. GC (n = 58) de - 8.59 pontos (IC95% = -13.46 a - 3.72, P = 0.0005), sendo o de maior peso metanalítico (75.8%) o mesmo registro do desfecho primário.

Discussão: A diferença significativa a favor do grupo experimental, para os desfechos pode ser entendida como produto da maior intensidade e do volume durante a intervenção, explicado pelos princípios do treinamento que versam sobre adaptação, continuidade e pelo conceito da curva de supercompensação.No entanto, os artigos incluindo na metanálise divergem em relação aos procedimentos de controle de variáveis intervenientes, do volume da sessão de treino e duração da intervenção.

Conclusão: Um programa de cinesioterapia com exercício cardiorrespiratório é capaz de produzir efeito estatisticamente significativo sobre a resistência aeróbica e a qualidade de vida em pac ien tes DPOCs. Ressa l ta -se que já é reconhec ido metanaliticamente o efeito da associação da cinesioterapia cardiorrespiratória e a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) sobre tais desfechos, nestes mesmos pacientes. Entretanto, sua conclusão questiona a aplicabilidade clínica da associação destas terapias, pois o risco de viés nos ECRs selecionados era elevado. Recomenda-se, portanto novos ensaios clínicos controlados, randomizados e duplos cego que busquem verificar o efeito crônico da referida associação terapêutica sobre os desfechos já apresentados, assim como em outros pertinentes para estes pacientes.

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Título: Exercício Físico na Reabilitação Pós-cirurgia de Revascularização do Miocárdio.

Autores: FABIANO DE JESUS FURTADO ALMEIDA, Ana Eugenia Ribeiro De Araújo E Araújo, Bruno Bavaresco Gambassi, Samir Seguins Sotão, Luis Filipe Costa Chaves, Vinicius José Da Silva Nina

Instituições: UFMA - São Luís - Maranhao - Brasil, UNIVERSIDADE CEUMA - São Luís - Maranhao - Brasil

Introdução e Objetivo: A prática da atividade física regular é sabido e recomendado como estratégia adjuvante no tratamento de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, com objetivo de reduzir o risco de reincidência de eventos cardíacos (HERAN et al., 2011). O objetivo desse estudo foi elaborar uma revisão sistemática sobre diferentes programas de exercícios físicos na reabil i tação cardíaca pós revascularização do miocárdio.

Casuística e Método: Foi realizada uma revisão sistemática de artigos publicados na base de dados PubMed. Foram usados como descritores exercise training, rehabilitation, coronary artery by pass. Uma pesquisa de bases de dados PubMed foi realizada para identificar os estudos no idioma Inglês que avaliou o exercício físico na reabilitação pós cirurgia de revascularização do miocárdio. A pesquisa bibliográfica foi realizada com artigos publicados entre 2010 a 2016, sendo inclusos todos os estudos que tinham adultos de qualquer idade, intervenção através de qualquer programa com exercícios físicos com melhora de algum parâmetro de saúde durante a reabilitação cardíaca em pacientes pós cirurgia de revascularização do miocárdio.

Resultados: Cinquenta artigos foram identificadas pela pesquisa na base de dados.Destes, 4 artigos foram excluídos por serem duplicados (isto é, proveniente das duas bases de dados diferentes). Dos restantes 46 artigos, 3 foram posteriormente descartados devido às seguintes razões: Comentários não compreendendo especificamente pacientes em reabilitação cardíaca e / ou resposta ao exercício físico regular (n = 1), editorial (n = 1), carta (n = 1); participantes não eram pacientes pós revascularização do miocárdio. Portanto, quarenta e três estudos foram incluídos nesta revisão Dentro dos estudos selecionados a realização do exercício aeróbio durante a reabilitação foi predominante, no entanto existem autores que buscaram investigar os efeitos do treinamento resistido, treinamento combinado (aeróbio + resistido) e treinamento combinado + treinamento da musculatura respiratória. As variáveis mais investigadas nesses estudos foram a capacidade funcional, parâmetros cardiovasculares, hemodinâmicos e autonômicos, qualidade de vida e força muscular.

Discussão: A duração das intervenções com exercício aeróbio variaram entre efeitos agudos até 24 semanas. As atividades foram realizadas em esteira e ciclo ergômetro com intensidade variando entre baixa e moderada intensidade com exercícios contínuos. Em relação ao treinamento combinado a duração variou entre 3 a 24 semanas. Sobre o treinamento resistido tanto realizado combinado com o aeróbio quanto de maneira isolada a intensidade adotada foi baixa. Embora os autores tenham demonstrado benefícios através do treinamento resistido isoladamente ou combinado, em alguns estudos não ficou claro a intensidade adotada, isso deve ser levado em consideração já que a manipulação dessa variável pode influenciar os resultados.

Conclusão: O treinamento físico aeróbio e o treinamento combinado parece proporcionar benefícios para a saúde em pacientes pós cirurgia de revascularização do miocárdio durante a reabilitação cardíaca. Quanto aos efeitos do treinamento resistidos e treinamento da musculatura respiratória não existe nada estabelecido na literatura investigada, por isso existe a necessidade de mais estudos com esses tipos de intervenção para ampliar a área de atuação não farmacológica nessa população. Observa-se também a ausência de um consenso entre duração, intensidade, frequência semanais de exercícios destinado a essa população sendo necessário portanto, novas investigações para melhor elucidação desses parâmetros.

Título: Exercícios estabilizadores do ombro são prescritos como forma preventiva em programas de musculação?

Autores: CARLOS EDUARDO DIVINO PETERMANN, Caio Ursine Timo

Instituições: FASEH - Vespasiano - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objet ivo: O aparecimento dos s intomas osteomusculares vem aumentando mundialmente e, no Brasil, começou a adquirir expressão, em número e relevância social, tornando-se um grave problema de saúde pública e social, em função da sua abrangência e magnitude. Dentre estes agravos, a dor no ombro é uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema musculoesquelético na população em geral, sendo considerada a terceira desordem mais frequente do aparelho locomotor. As lesões do manguito rotador são bastante prevalentes entre as causas de dor no ombro, incluindo-se tendinites e rupturas parciais e totais dos tendões do manguito. Rupturas do manguito rotador não traumáticas nos membros superiores são as causas mais comuns de deficiência. Nesse sentido, os praticantes de musculação podem estar expostos a esses fatores, uma vez que a maioria dos movimentos realizados exige elevação do ombro em amplitudes superiores a 90º. Objetivo: Verificar, por meio da análise de fichas de treinamentos de praticantes de musculação, se há prescrição de exercícios considerados preventivos para acometimentos do manguito rotador do ombro.

Casuística e Método: Tratou-se de um estudo transversal analisando 276 fichas contendo os programas de treino de praticantes de musculação de uma academia de Belo Horizonte, no período de setembro de 2016. A amostra foi dividida em 04 grupos, por gênero e idade, para fins comparativos. G1= feminino < 40 anos, G2 = feminino ≥ 40 anos, G3 = masculino < 40 anos, G4 = masculino ≥ 40 anos. Foram levantados os seguintes exercícios: abdução, rotação lateral e medial dos ombros; elevação, depressão, retração e protração escapular, além do alongamento da cápsula posterior.O Teste X² foi aplicado para verificar se a prescrição de exercícios preventivos para manguito rotador estava associada à faixa etária e/ou ao gênero do indivíduo. Comparações Múltiplas de Bonferroni foram utilizadas na comparação de todos os grupos dois a dois.

Resultados: A maioria dos participantes não realiza treino de músculos do manguito rotador: 87,7% dos entrevistados não realizam treino para rotador lateral e 98,9% não trabalham rotadores mediais. Para o grupo de músculos estabilizadores escapulares, apenas a retração é treinada pela maioria dos entrevistados (80,1%). Além disso, 81,9% não realizam elevação e nenhum dos entrevistados realiza depressão ou protração escapular. O exercício elevação é prescrito com maior frequência para indivíduos do sexo masculino < 40 anos (14.5%) do que para o sexo feminino (3.6%), assim como o exercício abdutor (63% e 32.6%, respectivamente). O alongamento de cápsula posterior do ombro não é prescrito no treino de flexibilidade em programas de musculação em academia.

Discussão: Os resultados demonstram que os exercícios preventivos para lesões do manguito rotador não eram prescritos de forma padronizada e não seguem protocolos adequados nos treinos de musculação, além de mostrar divergências com a prática clínica, em relação ao perfil epidemiológico predominantemente nesse tipo de evento adverso à saúde e aos métodos preventivos para evitar tal fato. Pensando em saúde para a articulação do ombro, foram encontrados números preocupantes frente à não prescrição de exercícios estabilizadores deste complexo sistema. Há necessidade de uma maior interação entre médicos, fisioterapeutas e educadores físicos no intuito de dialogar sobre benefícios de tal prevenção bem como realizar levantamentos similares focando nos prontuários de esportistas recreacionais e atletas afim de elucidar melhor tal panorama.

Conclusão: Dentre os estabilizadores escapulares salienta-se a inexistência da prescrição para protração (serrátil anterior) e depressão escapular (trapézio inferior). A flexibilidade da cápsula posterior não foi foco na prevenção de lesões do ombro. A retração escapular surgiu como o mais prescrito nos treinos em ambos os gêneros enquanto que a elevação escapular e abdução de ombros encontrou uma maior tendência em homens abaixo de 40 anos.

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Título: Faça o que eu digo e faça o que eu faço! Correlação entre a condição aeróbica e o conhecimento sobre a recomendação de atividade física entre participantes de um congresso de cardiologia.

Autores: FABRICIO BRAGA DA SILVA, Amanda Monteiro, Diogo Thadeu Meira, Luiz Henrique Dos Santos Araujó, Bernardo Cunha, Leonardo Giglio

Instituições: Casa de Saúde São José - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil, Laboratório de Performance Humana - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Fundamentos: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o sedentarismo é responsável direto por mais de 5 milhões de mortes todos os anos. Políticas de saúde pública tem priorizado a prática de exercício com estratégia de prevenção de doenças e promoção de saúde em vários países, tendo nos profissionais de saúde seus principais agentes. Desde do início do século XXI, a OMS e outras sociedades médicas vêm recomendado como “dose alvo” para atividade física semanal 150 minutos de atividade moderada, 75 minutos de atividade intensa, ou qualquer combinação dessas duas intensidades. O profissional de saúde como praticante de exercício físico, além de cuidar da própria saúde serve como agente engajador na redução do sedentarismo. Objetivo: 1-Avaliar o nível de conhecimento da recomendação de exercício físico semanal; e 2- correlacionar a estimativa da condição aeróbica com o nível de conhecimento da recomendação de exercício físico semanal.

Casuística e Método: Materiais e Métodos: Durante o congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro de 2017 foram realizadas entrevistas voluntárias para avaliar os conhecimentos dos congressistas a respeito da recomendação de atividade física e estimar sua capacidade aeróbica. O nível de conhecimento foi avaliado através de uma única pergunta de múltipla escolha: “Qual a quantidade de exercício físico semanal recomenda pela Organização Mundial de Saúde? ”, havendo apenas uma única resposta correta (150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividade intensa). Para a estimativa da condição aeróbica (VO2 máximo) foi utilizado o questionário HUNT 1 (tradução livre), que utiliza a quantificação do nível de atividade física (Physical Activity Summary Index [PA-I]), a idade, o índice de massa corporal, o sexo e a frequência cardíaca. Está última era medida através de um oxímetro digital (MeasuPro Instant Read Digital Pulse Oximeter®) no último momento da entrevista (com duração de 3 a 4 minutos) para que fosse obtido um valor mais baixo para essas condições. O VO2 máximo foi transformado em % em relação ao previsto para idade e sexo e comparado entre os congressistas com resposta correta (RC) e errada (RE) na recomendação de atividade física. Os dados foram estratificados em médicos e não médicos.

Resultados: Resultados: Dos 2652 participantes 426 (16,1%; 45,5% masculinos, 34,87±12,8 anos) voluntariamente responderam a pesquisa. Desses 161(37,8%) eram médicos. O restante da amostra era composto por estudantes da área de saúde (29,8%), enfermeiros (12,9%), educadores físicos (3,3%), nutricionistas (0,5%) e outros profissionais (15,7%). A resposta correta quanto a recomendação de atividade física foi dada por 43% da amostra total, 53,4% dos médicos e 36,6% nos não médicos (p=0,001 para médicos versus não médicos). A mediana do VO2 máximo estimado foi 44,6(10,47) e 42,37(12,63) ml/kg/min respectivamente para RC e RE (p=0,012). A mediana do % do VO2 em relação ao previsto foi 98,6(14) e 95,8(15)% respectivamente para RC e RE (p=0,008). Em um modelo multivariado ajustado para idade e sexo, ser médico (OR=2,03 IC95% 1,2 a 3,1) e o % do VO2 em relação ao previsto (OR= 7,11 IC95% 1,1 a 44,5) foram preditores de resposta correta na recomendação de atividade física.

Discussão: Discussão: O sedentarismo é um problema sério de saúde pública, responsável não só por mortes, como inúmeras morbidades. O engajamento de profissionais de saúde preparados é fundamental nesse combate. Incluir o exercício físico na vida diária valoriza o seu entendimento como ferramenta terapêutica importante no combate a várias doenças.

Conclusão: Conclusão: Nessa mostra de participantes de um congresso de cardiologia, o conhecimento sobre a recomendação universal de atividade foi inferior a 50%. Médicos tiveram resultado melhor que não médicos. A condição aeróbica foi preditor independente da noção da dose recomendada de atividade física.

Título: Flexibilidade, resistência e força muscular de atletas profissionais de Mixed Martial Arts

Autores: EDNEI COSTA MAIA, Matheus Garcez Gazola, Danilo Ladeia Muiños de Andrade, Edson Ramalho, Paulo Santoro Belangero, Alberto de Castro Pochini

Instituições: Sport Club Corinthians Paulista - São Paulo - Sao Paulo - Brasil, Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Atualmente, o “Mixed Martial Arts” (MMA) ou Artes Marciais Mistas é um esporte de combate complexo, capaz de combinar técnicas de diferentes artes marciais, tais como boxe, Muay Thai, kickboxing, luta greco-romana, luta livre e Jiu Jitsu Brasileiro (JJB). Aproximadamente 90% dos atletas de MMA participam de algum tipo de treino de força em adição ao treinamento específico e o volume global de treinamento é geralmente muito alto. De fato, a carga de treinamento no MMA pode ser tão elevada quanto sete sessões por semana de treinamento de força e 12 sessões por semana de treinamento específico. Contudo, existe número reduzido de estudos científicos sobre o processo de avaliação da aptidão física desses atletas. Assim, o presente estudo visa analisar flexibilidade, resistência e força muscular de atletas profissionais de MMA em temporadas de treinamento regular.

Casuística e Método: O estudo foi realizado através de coleta retrospectiva no banco de dados de uma equipe profissional de MMA. Os dados utilizados dizem respeito as avaliações físicas realizadas no período de 2013 a 2015. As avaliações eram realizadas em dois momentos: (1) início da temporada (mês de janeiro); e (2) final de temporada (mês de dezembro). A flexibilidade da parte posterior do tronco e membros inferiores (MMII) foi avaliada através do teste de sentar e alcançar (Sit-and-reach test). A resistência muscular localizada foi avaliada através dos testes de flexões de braços, elevação frontal na barra fixa e abdominais. A força de MMII foi avaliada através dos testes de salto vertical e horizontal. A amostra foi composta por 22 atletas do sexo masculino com média de idade de 26,5 ± 4,7 anos (Mínimo: 19 anos; Máximo: 37 anos; IC 95%: 24,6 a 28,4 anos). Foram ajustados modelos de equações de estimação generalizadas (EEG) para comparar as avaliações no início e final de temporadas, controlando para avaliações de um mesmo indivíduo em anos distintos.

Resultados: As médias estimadas para os testes de sentar e alcançar, flexões de braços, elevação frontal na barra fixa, abdominais, salto vertical e salto horizontal nas avaliações inicial e final foram, respectivamente: 34,9 versus 35,8 cm; 56,4 versus 67,5 repetições; 21,8 versus 23,8 repetições; 54,0 versus 63,6 repetições; 2,71 versus 2,73 m; e 2,42 versus 2,40 m. Na comparação entre as avaliações, foram observados aumentos significativos ao final das temporadas somente para os testes de flexões de braços e abdominais (p<0,001). Não foram observadas diferenças significativas para os testes de sentar e alcançar (p=0,196), elevação frontal na barra fixa (p=0,127), salto vertical (p=0,621) e salto horizontal (p=0,722).

Discussão: Nossa amostra apresentou resultados superiores em testes de flexibilidade, resistência muscular e força de MMII em relação a estudos prévios. Carneiro-Junior (2007) concluiu que atletas amadores tinham maior flexibilidade que atletas profissionais de MMA (30,5 ± 10,8 cm versus 25,7 ± 9,8 cm). Contudo, nossos resultados colocam em dúvida esta afirmação. Marinho et al. (2012) realizaram testes de abdominais, flexões de braços e teste de salto horizontal em atletas competitivos de MMA e obtiveram como resultados, respectivamente: 43 ± 11 repetições, 41 ± 9 repetições e 2,19 ± 0,25 m. Posteriormente, Marinho et al. (2016) realizaram os mesmos testes em nova amostra de atletas de MMA e também obtiveram resultados inferiores ao nosso estudo. Não encontramos nenhum estudo que tenha utilizado o teste de salto vertical na avaliação da força de MMI em atletas de MMA.

Conclusão: Os atletas do nosso estudo se mostraram melhor condicionados quanto a flexibilidade, resistência muscular e força de MMII que atletas avaliados em estudos prévios. A resistência muscular localizada de atletas profissionais de MMA parece melhorar após temporadas regulares de treinamento.

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Título: Fratura de stress na fíbula após maratona em corredor de rua: relato de caso

Autores: LUCAS AFONSO MAIA FERREIRA, Êdio Fernandes De Miranda, Fernando Henrique Vasconcelos Dos Santos, Vicente de Araújo Magalhães Neto, Murilo Oliveira Pollhuber, Flavio Tavares Freire da Silva

Instituições: (Centro Universitário do Pará) - belém - Para - Brasil, CAEEX (Centro de Avaliação de Esporte e Exercício) - belém - Para - Brasil, LAMEESP (Liga Acadêmica de Medicina do Exercício e do Esporte) - belém - Para - Brasil, UFPA (Universidade Federal do Pará) - belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A fíbula é classificada como um osso longo da face externa da perna, classificada anatomicamente em cabeça, corpo e maléolo lateral, a qual junto com a tíbia, ajuda na sustentação do corpo. Na perna a fíbula é o menor osso de tamanho e estrutura, e ela possui duas articulações, uma proximal com a tíbia e uma distal com o tálus. O tecido ósseo não é estático e é submetido constante renovação e absorção e precisa estar em perfeita harmonia para que não ocorra perdas prejudiciais ao tecido. O estresse ósseo constante resulta em microtraumas no tecido ósseo, levando ao desequilíbrio no local, favorecendo a reabsorção e assim a lesões. O grupo de maior risco, são mulheres, atletas de esportes intensos e a idade avançada.

Casuística e Método: Paciente do sexo feminino,43 anos de idade, praticante de corrida,4 vezes por semana, faz fisioterapia preventiva 2 vezes por semana. Realizou maratona de 42 quilômetros de distância e apresentou dor na perna esquerda ao final da prova, de intensidade leve no início e piorava gradualmente o que levou a cessar o “sprint”. Pós prova, relatou dor de alta intensidade em escala de dor referida que irradiava para o pé esquerdo e edema maciço no terço proximal da perna esquerda que a impedia de sustentar seu corpo e realizar movimentos. Durante a fase aguda, a paciente foi medicada com corticoide injetável, além de um vasoconstritor oral. A queixa de dor permaneceu até a definição do diagnóstico 5 dias depois com auxílio de uma ressonância magnética. A atleta foi submetida a tratamento conservador com a realização de fisioterapia, utilização de anti-inflamatórios e de vasoconstritor oral para reduzir o edema. A evolução após 1 semana com melhora da dor e sem perda de movimentação, Além de suspensão das atividades físicas.

Resultados: Após ressonância magnética, constatou-se edema em medular óssea no terço proximal da fíbula com imagens lineares de permeio relacionado a fratura por estresse associado a extenso edema nas adjacências.

Discussão: Fraturas por estresse são resultados de vários fatores, entre eles extrínsecos (tipo de treino, de esporte, calçado) e intrínsecos (idade, sexo, etnia), aspectos nutricionais e hormonais (deficiência de vitamina D, carência de cálcio) e por fim, atletas mulheres tem mais riscos de sofrer uma fratura por estresse. As fraturas por estresse são comuns em maratonistas, pois estão submetidos a repetitivos traumas e fazem o uso mais intenso do tecido ósseo devido ao esporte. No caso da atleta referida, o exercício extenuante, a idade o sexo feminino, ajudaram na evolução da fratura da fíbula por estresse. Essas fraturas costumam causar dor intensa, edema e limitação de movimento. O diagnóstico se dá levando em conta os sintomas e auxílio com exames de imagem como: radiografia e ressonância magnética. O tratamento conservador é de escolha quando se define a estabilidade da fratura, com administração de anti-inflamatórios e fisioterapia.

Conclusão: A fratura da fíbula é relacionada a diversos fatores, porém ela é mais comum em atletas que praticam exercícios exaustivos, aliado a um período de recuperação inter-treinos curto. O manejo eficiente da restauração pré e durante as provas longas são necessárias e devem ser discutidas por alunos e treinadores, sendo o principal meio de prevenção das fraturas por estresse.

Título: Frequência cardíaca nos limiares ventilatórios da ergoespirometria em homens fisicamente ativos

Autores: HENRIQUE CALHEIROS SOARES PINHEIRO, Felix Albuquerque Drummond, Fernando Antonio Willington F, Douglas Santos Soares

Instituições: Instituto de Medicina do Esporte - Hospital Mãe de Deus - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: A Ergoespirometria (Teste de esforço cardiopulmonar) é um método diagnóstico utilizado para avaliação cardiológica e funcional, sendo considerado padrão ouro para medida da capacidade aeróbica de um indivíduo através da medida do VO2 máximo e é útil na determinação indireta dos limiares aeróbico e anaeróbico. O objetivo deste trabalho foi analisar os valores de frequência cardíaca (FC) encontrados nos limiares e verificar sua relação com os percentuais da FC máxima.

Casuística e Método: A amostra constou de 20 indivíduos do sexo masculino, assintomáticos, fisicamente ativos, de diferentes modalidades, com idade média de 34,85 ± 8,17 anos e que não apresentavam patologias e não faziam uso de medicações ou suplementos com efeito nas respostas ao exercício. Os testes foram realizados em um centro de medicina esportiva utilizando protocolo de rampa, por médico do esporte com experiência na realização e na análise dos dados, em temperatura e umidade padronizadas. O ergômetro foi uma esteira rolante Super ATL e o analisador de gases do modelo VO2000, sendo os limiares analisados no software ErgoMet13 v1.0.2.9 HeartWare e determinados pelo médico do esporte. Os dados foram analisados no programa SPSS, para windows, versão 24.0.0.

Resultados: Nenhum exame apresentou anormal idade cardiorrespiratória. Todos os avaliados atingiram esforço máximo na análise da razão de trocas (R). O valor médio de VO2 máximo foi de 38,68 ± 7,25 ml.kgO2/min. A média de FC encontrada no limiar aeróbico foi de 136,65 ± 12,30 bpm. A média de FC encontrada no limiar anaeróbico foi de 162,3 ± 11,32 bpm. A média da FC máxima foi de 179 ± 9,21 bpm. Na análise de teste T pareado, encontrou-se correlação entre o valor da FC no limiar aeróbico com o valor de 75% da FC máxima estimada, que é de 138,86 ± 6,13 bpm (p=0,408) e o valor da FC no limiar anaeróbico com o valor de 90% da FC máxima estimada que é de 166,63 ± 7,35 bpm (p=0,056).

Discussão: Amplamente utilizada e consolidada na medicina do esporte na avaliação de atletas de alto rendimento, a ergoespirometria pode ser aplicada na população em geral que pratica exercícios e busca otimização dos treinos através do uso dos dados dos limiares ventilatórios. Os valores obtidos no teste são mais fidedignos do que a simples utilização de fórmulas, e podem auxiliar no controle e monitoramento do treinamento desportivo. No presente estudo não encontramos relação entre a FC no limiar aeróbico com o valor estimado de 70% da FC máxima, o que a literatura relaciona como valor atribuído ao primeiro limiar. Nosso trabalho, por outro lado, encontrou um valor de FC no segundo limiar concordante com a maioria dos trabalhos. Na amostra de homens esportistas analisada encontramos os valores de 75% e 90% da FC máxima como sendo atribuídos aos limiares ventilatórios aeróbico e anaeróbico. Algumas diretrizes recomendam a faixa de treinamento com FC mais baixa no primeiro limiar, em torno de 55%, o que poderia limitar a realização do esforço a cargas mais baixas.

Conclusão: Os valores de frequência cardíaca encontrados nos limiares ventilatórios da ergoespirometria na amostra estudada apresentam correlação com os valores percentuais de 75 e 90% da FC máxima, respectivamente. O teste de esforço cardiopulmonar pode auxiliar na adequada orientação do treinamento desportivo.

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Título: Functional Movement Screen como preditor de lesões em população fisicamente ativa

Autores: FERNANDO ANTONIO WILLINGTON FILHO, Henrique Calheiros Soares Pinheiro, Felix Albuquerque Drummond, Douglas Santos Soares

Instituições: Instituto de Medicina do Esporte - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: O Functional Movement Screen (FMS) é uma avaliação de mobilidade e estabilidade na qual o avaliado realiza 7 testes individuais (agachamento profundo, passo por cima da barreira, avanço em linha reta, mobilidade do ombro, elevação da perna estendida, estabilidade do tronco, estabilidade de rotação) com pontuação de 0 a 3 totalizando no máximo 21 pontos. Revisões sistemáticas recentes mostraram que não podemos utilizar o FMS, com o ponto de corte menor ou igual a 14, como preditor de lesões. Entretanto, essa avaliação funcional é amplamente utilizada. O objetivo desse trabalho é descrever a pontuação total e nos testes individualmente em uma população fisicamente ativa e relacionar com incidência de lesões subsequentes a realização do teste com as publicações atuais acerca dessa avaliação como preditor de lesões.

Casuística e Método: Um total de 84 pessoas fisicamente ativas, 40 mulheres e 44 homens com idades entre 15 e 71 anos (média de idade: 39 anos), completaram o FMS com avaliador certificado. Realizada revisão de prontuários médicos no Centro de medicina do esporte localizado na cidade de Porto Alegre, para indentificar lesões relacionadas ao esporte nos 6 meses subsequentes ao teste. Os dados foram analisados no programa SPSS, para windows, versão 24.0.0. e executado uma curva ROC para avaliar sensibilidade e especificidade do método de maneira isolada e dos testes individualmente.

Resultados: Um total de 84 pessoas fisicamente ativas, 40 mulheres e 44 homens com idades entre 15 e 71 anos (média de idade: 39 anos), completaram o FMS com avaliador certificado. Realizada revisão de prontuários médicos no Centro de medicina do esporte localizado na cidade de Porto Alegre, para indentificar lesões relacionadas ao esporte nos 6 meses subsequentes ao teste. Os dados foram analisados no programa SPSS, para windows, versão 24.0.0. e executado uma curva ROC para avaliar sensibilidade e especificidade do método de maneira isolada e dos testes individualmente.

Discussão: A utilização do FMS como preditor de lesões relacionadas ao esporte está cada vez mais controversa. A área sob a curva ROC extremamente próxima de 0,5 indica que o FMS e seus testes isolados não tem capacidade para prever lesões relacionadas ao esporte. Apenas a avaliação de estabilidade de tronco apresentou um ponto de otimização de sua sensibilidade e especificidade. Corroborando a literatura atual, Bakken em publicação de 2017 obteve valores similares de área sob a curva (0,508 X 0,48). Conforme a tabela de sensibilidade e especificidade da curva ROC pontuações de 13,5 e 14,5 apresentam uma sensibilidade de 72 e 88% e especificidade de 76 e 88%, respectivamente, justificando o ponto de corte de 14. O teste isolado que apresentou a maior sensibilidade e especificidade foi o de estabilidade de tronco 92% e 100% respectivamente com pontuação maior que 2.

Conclusão: O FMS é limitado como ferramenta para prever de lesões esportivas em uma população fisicamente ativa. A avaliação de estabilidade do tronco poderia ser testada em mais estudos de maneira isolada como método previsor de lesões.

Título: Impacto da prescrição de exercício físico regular na função cardiovascular de pacientes com doença falciforme: Mito ou Verdade?

Autores: JONAS ALVES DE ARAUJO JUNIOR, Tainá Fabri, Daniele Andressa Antonelli Rossi, Maryanne Zilli Canedo Silva, Newton Kay Hokama, Meliza Goi Roscani

Instituições: UFSCAR Faculdade de Medicina de São Carlos - São Carlos - Sao Paulo - Brasil, UNESP Faculdade de Medicina de Botucatu - Botucatu - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução: Doença falciforme (DF) é uma anemia hemolítica hereditária caracterizada por mutação da hemoglobina A para padrão S. As moléculas de hemoglocina S formam polímeros de desoxigenação favorecendo as crises de falcização, responsáveis por oclusão da microvasculatura e comprometimento de múltiplos órgão, como o sistema cardiovascular. A prescrição de exercício físico sempre foi muito questionada para esses pacientes, pois há indícios de que pode ser fator desencadeante das crises de falcização. No entanto, a maioria dos pacientes com DF são jovens e estudos mostram prejuízo significativo da qualidade de vida (QV), capacidade funcional (CF) e autoestima desses doentes. Objetivo:� Avaliar o impacto da prescrição de exercício físico regular na função cardiovascular, CF e QV de pacientes com DF.

Casuística e Método: Casuística e Método: Estudo prospectivo que contemplou 7 pacientes com mais de 18 anos, encaminhados do ambulatório de DF, livres de crises de falcização há pelo menos 3 meses. Esses pacientes foram submetidos à prescrição de exercício físico aeróbio, 3 vezes por semana por 2 meses. Antes e após a intervenção foram realizadas avaliação clínica e antropométrica, ecocardiograma transtorácico, teste ergométrico e avaliação da QV pelo SF-36. Análise estatística com teste T pareado foi realizada para comparação antes e após a intervenção. Para correlação entre variáveis diferentes foi realizada regressão linear.

Resultados: Resultados: Os pacientes apresentaram idade de 32 ± 10 anos e Hemoglobina de 10,2 ± 1,7 mg/dl. Após o programa de exercício, houve aumento da massa magra (p< 0,001), handgrip dominante (p=o,016), melhora da CF avaliada pelo VO2 METs (p = 0,006) e redução da Frequência Cardíaca no repouso (p=0,014), melhora da fração de ejeção pelo Simpson (p= 0,007) e da QV nos quesitos capacidade funcional (p=0,01) e limitação física (p=0,007). O exercício melhor tolerado pelos pacientes foi a caminhada (p=0,031). Quatro pacientes apresentaram infra-desnivelamento no ponto Y de -1,17 ± 0,08 com melhora significativa (p=0,043) no teste ergométrico pós protocolo de exercício (0,01 ± 0,15).

Discussão: Nesse estudo observou-se que após dois meses de exercício físico regular ouve melhora significativa da capacidade funcional avaliada pelo VO2 METs. Essa melhora da capacidade funcional pode estar associada com a diminuição significativa do freqüência cardíaca de repouso, aumento da massa magra, melhora na fração de ejeção, diminuição da isquemia cardíaca e da qualidade de vida. Esses achados, são compatíveis com estudos de Faes et. al (2013) o qual, observou que a melhora da capacidade funcional de pacientes falciformes, está associada a melhora de variáveis cardiovasculares inflamatórias além de melhorar a composição corporal dessa população. Estudos com exercício físico regular em pacientes falciformes são escassos sendo assim mais estudos são necessários para confirmar os benefícios do exercício físico nessa população.

Conclusão: Um programa regular de exercício físico é capaz de causar impacto favorável na tolerância ao exercício aeróbio, função sistólica do ventrículo esquerdo e QV de pacientes com DF. Além disso, pode estar implicado na redução da disfunção endotelial, devido à normalização do segmento ST nesses pacientes.

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Título: Incidência de Lesões em um Campeonato Esportivo Universitário no Sul da Bahia

Autores: JOAO ROBERTO LIMA COUTO, Rhuan Victor Pereira Morais, Danielle Leite Silva, Vanessa Brito Miguel Couto, Alef De Carvalho Vieira, Ana Clara Rodrigues Santos

Instituições: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Salvador - Bahia - Brasil, Universidade Estadual de Santa Cruz - Ilhéus - Bahia - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução: Já é comprovado que a prática de esportes/atividade física gera inúmeros benefícios para saúde humana em diversos âmbitos – psíquico, social e na prevenção de doenças. Porém, infelizmente está muitas vezes vinculada à ocorrência de determinadas lesões, que podem variar em tipo, gravidade e local. Hoje, um dos assuntos mais discutidos no ramo da Medicina do Esporte é a prevenção de lesões em atletas das mais diversas modalidades. Além disso, é fundamental que exista o conhecimento acerca dos tipos mais comuns de lesões e quais seus possíveis fatores de risco. Diversas são as causas descritas na literatura dentre elas, sedentarismo, assimetria da força muscular, alterações de postura e marcha, presença prévia de lesões, entre outras. Objetivo: Realizar um levantamento acerca da incidência de lesões e seus possíveis fatores de risco durante um campeonato universitário do curso de Medicina da Universidade Estadual de Santa Cruz - Bahia (Interturmas - 2016).

Casuística e Método: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo com aplicação de formulário eletrônico construído pelos pesquisadores, em 36 estudantes que participaram do campeonato.

Resultados: Primeiramente, a amostra pesquisada caracteriza-se por uma maioria feminina (58,3%), com idade entre 20 e 24 anos (58,3%) e que cursava o 3º ou 4º ano da graduação na época em que o campeonato ocorreu, correspondendo juntos a 83,4%. De acordo com os dados obtidos através do formulário, constatou-se que a taxa de incidência de lesões durante o campeonato foi de 38,9%, sendo que a coxa foi o local mais frequente de ocorrência de lesões (33,3%). Além disso, os tipos de lesão mais descritos foram dor (26,7%) e hematoma (26,7%). Outros dados importantes foram também colhidos, como por exemplo, se o mecanismo do trauma foi com ou sem contato físico, observou-se que em 66,7% das lesões não houve contato físico e a modalidade que mais se associou à ocorrência de lesões foi o futsal (86,7%). Por fim, quando questionados acerca da prática regular de atividade física antes do campeonato, 61,1% afirmaram que já realizavam algum tipo de atividade.

Discussão: Alguns resultados nos levam a pensar em determinadas hipóteses para que os mesmos tenham ocorrido. O primeiro ponto a ser analisado foi o local mais comumente lesado - a coxa, que provavelmente guarda relação íntima com a modalidade que mais lesou (futsal). Outro quesito de extrema relevância para o estudo é a associação entre a prática prévia regular de atividade física e a incidência de lesões, que demonstrou uma compatibilidade esperada entre a quantidade de estudantes que não praticam atividade física regularmente e a quantidade que sofreu algum tipo de lesão durante o campeonato.

Conclusão: Diante do exposto, constatou-se que ocorreu maior índice de lesões em coxas, na modalidade de futsal, sendo caracterizadas por dor e hematoma como tipos mais comuns. Ademais, a prática de atividade física regular, além dos diversos benefícios já comprovados para saúde humana, mostrou estar associada a um menor risco de lesões durante uma realização “aguda” de uma modalidade esportiva. O que corrobora com a hipótese de que o sedentarismo, levando a uma redução da força estática e dinâmica, da endurance muscular e da mobilidade aumenta também os riscos de acidentes e lesões do aparelho locomotor.

Título: Incidência de orientação profissional para realização de treinos por corredores amadores na cidade de florianópolis, santa catarina

Autores: THAISE LYRA, Marina Gubert

Instituições: Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB - blumenau - Santa Catarina - Brasil

Introdução e Objetivo: Os corredores amadores necessitam de um acompanhamento profissional para aperfeiçoar o desempenho esportivo, o que demanda um conhecimento sobre os principais sistemas energéticos utilizados pelo esporte. Uma técnica correta dos movimentos colabora para economia de energia e evita gastos com movimentos desnecessários. O objetivo do presente estudo foi determinar qual a incidência e tipo de orientação profissional mais prevalente em um grupo de praticantes amadores de corridas de rua em provas de 5 km, 10 km e 21km. E também demostrar características básicas dos treinos realizados.

Casuística e Método: Foram entrevistados 382 corredores amadores, posteriormente classificados de acordo com a presença ou não de orientação profissional para a realização de seus treinos. Foi observado também, qual o profissional mais citado e características dos treinos. O estudo de abordagem quantitativa, foi realizado com participantes de corridas de rua nas provas Meia de Floripa, Maratona Turística de Florianópolis e Corrida Volta a Lagoa da Conceição, entre os meses de junho e agosto de 2016. Foram entrevistados corredores que se dispuseram a responder as questões após receberem esclarecimentos sobre a pesquisa. Mediante recusa o corredor não foi incluído na pesquisa. A identificação dos corredores não foi relevante para os resultados, portanto, o sigilo foi assegurado.

Resultados: Dos 382 participantes das três modalidades entrevistados 248 afirmaram ter orientação profissional para seus treinos. Destes, 235 citaram o educador físico como um dos profissionais de escolha, correspondendo a 94,75% da amostra. Já o médico (15,32%) e o fisioterapeuta (4,43%) não foram mencionados de maneira tão expressiva. Em relação aos aspectos dos treinos de corrida observou-se que a maioria dos participantes corre entre um e três anos (27,48%), sendo que a maior parte já participou de outras competições previamente (94,24%). Em relação a frequência de treino semanal, a que teve maior prevalência foi entre duas e quatro vezes (61,52%), e a duração dos treinos, com maior adesão foi de até 60 minutos (57,85%).

Discussão: Ainda que corredores amadores não sejam submetidos a elevados níveis de estresse fisiológico, se comparados com atletas profissionais, sem dúvida precisam de um cuidado especial em relação ao treinamento visando melhorar o desempenho, e sobretudo, evitar lesões. Um percentual expressivo de participantes (64,92%) respondeu positivamente quanto à orientação profissional. Entretanto, mesmo que resultados positivos foram obtidos nesse quesito, é preocupante a baixa procura de avaliação médica. A orientação do educador físico, apesar de bastante qualificada, se realizada de maneira conjunta com a do médico se mostraria mais abrangente e segura.

Conclusão: Os participantes da pesquisa, que em sua maioria correm há aproximadamente 3 anos, entre 2 à 4 vezes por semana durante cerca de 60 minutos, possuem o educador físico como principal profissional orientador.

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Título: Índices de obesidade infantil nas regiões brasileiras e a importância da atuação do médico do esporte na redução dessas estatísticas

Autores: IVAN LUCAS PICONE BORGES DOS ANJOS, Caroline Sbardellotto Cagliari, Camylla Santos De Souza, Bianca Alves De Miranda, Leandro Teixeira Cacau, João David De Souza Neto

Instituições: Universidade Severino Sombra - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A obesidade é um dos maiores problemas reversíveis de saúde pública no mundo. O excesso de peso durante a infância é um fator de risco para o desenvolvimento de obesidade na idade adulta: estima-se que cerca de 60% das crianças que se apresentem nestas condições antes da puberdade, manterão o excesso de peso enquanto jovens adultos, com efeitos adversos a curto e longo prazo.Avaliar os índices de obesidade infantil nas regiões brasileiras e a importância da atuação médico do esporte na redução dessas estatísticas.

Casuística e Método: Estudo descritivo transversal com base em dados do DATASUS, bem como revisão de literatura através de pesquisa nas plataformas Scielo e PubMed.

Resultados: No Brasil, nos últimos 5 anos, estima-se 660 internações por obesidade na faixa etária pediátrica, com predomínio do sexo feminino (465 vs 195 internações masculinas). O Sul foi o que mais internou (339), seguido do Sudeste (253). Dentro da faixa etária pediátrica, houve mais internações de 15-19 anos (626), seguida da faixa de 10-14 anos (21), sendo a faixa que menos internou de 1-4 anos (2). 429 eram brancos, 98 pardos, 26 negros, apenas 1 amarelo e 106 sem informação. Registrou-se apenas 1 óbito por obesidade infantil como causa principal. Em décadas passadas, a obesidade era basicamente uma doença da faixa etária adulta.Tal aumento na faixa pediátrica ocorre por reflexo de mudanças sociais como sedentarismo infantil, industrialização alimentar e transição epidemiodemográfica observada em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Discussão: Desta forma, mais crianças acabam por sofrem com as repercussões desta doença sindrômica, que afeta o sistema cardiovascular com muito impacto, e gera uma preocupação de saúde pública. É neste contexto que o médico do esporte tem um importante papel, visto que, se apoiado por políticas públicas e organização de saúde, poderia agir no sentido preventivo, a fim de evitar a instalação destes quadros, principalmente por sedentarismo, indicando atividades adequadas à faixa etária infantil.

Conclusão: Nota-se que os índices de obesidade infantil vem crescendo exponencialmente, principalmente em crianças do sexo feminino. O médico do esporte é responsável por atuar nos segmentos da especialidade esportiva, adequando as melhores opções para cada indíviduo e para sua condição. Desta forma, a implantação de médicos do esporte em todos os segmentos de saúde se faz importante para prevenir e tratar a obesidade infantil.

Título: Lesão muscular em atletas de base do futebol carioca - o momento de retorno ao campo

Autores: LUIZA CATHARINA BRUSASCO GRANDINI, Priscilla Haui De Oliveira Galuzzi Fonseca, Carlos Bruno Reis Pinheiro

Instituições: Departamento Médico Clube de Regatas do Flamengo - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: As queixas musculoesqueléticas são as mais comuns tanto no setor privado, quanto no setor público, sendo a lesão muscular a causa mais frequente de incapacidade física na prática esportiva. Particularmente, em atletas de elite, para quem as decisões relativas à volta ao campo têm significativo valor financeiro, há um enorme interesse em otimizar o processo de diagnóstico e tratamento das lesões musculares. Entretanto, mesmo com tanta importância, não existe consenso sobre a melhor forma de definir a gravidade, o tratamento mais adequado e reabilitação mais eficiente. O grande desafio para o tratamento da lesão muscular está relacionado ao momento exato em que o paciente lesionado possa retornar à atividade esportiva em alto desempenho, visto que a maioria dos critérios é extremamente subjetivo, o que resulta em elevadas taxas de recorrência. A avaliação com métodos complementares como a ultrassonografia seria útil então na avaliação das diferentes etapas de regeneração do tecido muscular possibilitando assim diagnósticos mais precisos e a definição de condutas específicas para cada atleta.

Casuística e Método: O presente trabalho consiste na apresentação de um estudo descritivo na forma de caso clínico. Foi selecionado um paciente de base de um clube de futebol profissional carioca com lesão muscular em compartimento posterior de coxa para acompanhamento clínico e radiológico – ultrassonografia e ressonância magnética - entre os meses de junho e novembro de 2015. Desse modo pôde ser feito uma comparação sequencial entre a clínica do paciente e seus exames de imagem, possibilitando assim acompanhar a evolução da lesão uma vez que foram utilizados os mesmos equipamentos para a avaliação da imagem assim como o mesmo operador.

Resultados: Devido à grande inespecificidade dos critérios utilizados para avaliação do retorno do atleta ao campo, enquando clinicamente o paciente mostrou-se sem alterações de força muscular, dor e com confiança para retorno às atividades normais, radiologicamente foi evidenciado a manutenção de defeito estrutural e de matriz de regeneração, achados sugestivos de lesões ainda parcialmente abertas e propícias à ocorrência de novas lesões.

Discussão: Lesões musculares profundas podem levar a uma maior dificuldade de avaliação por meio de técnicas palpatórias, assim, a detecção dessas no exame físico se torna de dificil realização, aumentando as chances de erro durante sua avaliação o que poderia resultar por exemplo, na subestimação de sua extensão, assim como sua gravidade.

Conclusão: Exames de imagem como a ultrassonagrafia tornam-se portanto de elevada relevância para avaliação de de diagnóstico e prognóstico de lesões musculares em atletas. Nas primeiras horas detectanado falhas estruturais pequenas ou profundas que passariam desapercebidas no exame físico e no final do tratamento, para a detecção de lesões ainda não cicatrizadas não identificadas no exame clínico ou ainda com a presença de matriz de regeneração. Em suma, o uso do exame de ultrassonografia de forma rotineira nesses atletas poderia reduzir a taxa de reincidência de lesão nos mesmos e consequentemente, reduzir o tempo de afastamento de atletas das atividades esportivas e gastos dos clubes.

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Título: Lesões do ligamento cruzado anterior, complexo medial do joelho e tendão patelar em atleta profissional de futebol: relato de caso

Autores: MARIA CAROLINA FERRETE GARCIA DE FIGUEIREDO, Daniel Eugênio Espíndola De Amurim, Matheus Da Silva Ferreira, Alfredo Pinheiro Neto, Eloy Xavier Guimarães Pereira, José Martins Juliano Eustáquio

Instituições: Universidade de Uberaba - Uberaba - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: Observa-se aumento dos casos de lesões complexas do joelho em atletas de futebol profissional, devido à natureza do esporte e à iniciação esportiva de alta demanda em idades cada vez mais precoces, sem que o praticante tenha uma maturidade esquelética satisfatória para prevenir o surgimento de futuras lesões. O objetivo deste estudo foi descrever um relato de atleta profissional de futebol que apresentou, após entorse de grau leve do joelho, rupturas simultâneas do tendão patelar, ligamento cruzado anterior e complexo medial do joelho.

Casuística e Método: Estudo de relato de caso de paciente do sexo masculino, 21 anos de idade, atleta profissional de futebol, com história de entorse em joelho esquerdo ao realizar movimento rotacional no solo, durante treinamento. Evoluiu com dor súbita e impotência funcional imediata. Ao exame físico na fase aguda apresentava uma restrição de extensão do joelho, derrame articular 3+/4+, gap palpável em topografia de tendão patelar, testes ligamentares Lachman e estresse em valgo a 0 e 30 graus positivos. Exame radiográfico não apresentou alterações. O estudo de ressonância nuclear magnética realizado após 24 horas evidenciou ruptura da substância média do tendão patelar, avulsão distal do compartimental medial do joelho (ligamentos colaterais medial profundo e medial superficial e tendões da pata anserina, com presença da lesão de Stenner) e ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho. Optou-se pela realização do reparo em fase aguda (após 03 dias do entorse) do complexo medial do joelho e do tendão patelar, com reconstrução do ligamento cruzado anterior em um segundo tempo.

Resultados: Através de incisão linear (08 cm) ântero-medial no joelho, no ponto médio entre a tuberosidade anterior da tíbia e sua face póstero-medial, foi realizado o reparo direto do tendão patelar, com fio inabsorvível (Ethybond), e reparo de todo o compartimento medial através de sutura transóssea e reforço com âncora metálica. O atleta permaneceu durante três semanas com órtese inguinomaleolar em extensão total e com carga parcial com auxílio de um par de muletas. Após este período, foi iniciado ganho progressivo de arco de movimento e treino de marcha, com retirada total da órtese na sexta semana. Evoluiu de forma satisfatória, com ganho total da amplitude de movimento e bom trofismo muscular com 12 semanas de pós-operatório. Após 16 semanas do primeiro procedimento, foi submetido a reconstrução do ligamento cruzado anterior, com tendões flexores contralaterais. Adotado protocolo padrão de reabilitação para este último procedimento, evoluiu com critérios de alta e retorno ao esporte após 07 meses do segundo procedimento cirúrgico.

Discussão: As rupturas do tendão patelar são de tratamento preferencial na fase aguda, devido à possibilidade de retração tendínea e necessidade futura de técnicas cirúrgicas de maior morbidade. Em relação à abordagem das lesões do complexo medial do joelho, observa-se bons resultados com o tratamento conservador. Porém, há uma tendência na atualidade de se indicar o tratamento cirúrgico quando há associação com rupturas ligamentares do compartimento central do joelho.

Conclusão: Neste relato de caso,a opção de abordagem do complexo medial do joelho na fase aguda, em procedimento simultâneo ao tratamento cirúrgico obrigatório da ruptura do tendão patelar nesta fase, possibilitou, através de acesso cirúrgico único e técnica operatória simples, condições biomecânicas mais satisfatórias para o bom resultado da cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior.

Título: Lesões meniscais do joelho uma nova proposta de classificação por ressonância magnética e artroscopia

Autores: RAFAEL FONSECA RODRIGUES DE SOUZA, Sergio Mainine, Jose Couto, Mario Ferretti, Rogerio Carvalho

Instituições: HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - SAO PAULO - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Pensando nas limitações encontradas nos padrões de descrições das lesões meniscais, associado a necessidade de uma classificação universal mais completa, estamos propondo uma nova forma de classificar as lesões meniscais pela sua localização de acordo com seu padrão vascular meniscal, associado aos padrões morfológicos de lesão meniscal e sua posição em relação ao número de horas do relógio.

Casuística e Método: Após o desenvolvimento da classificação realizamos um estudo piloto para quantificar a relação interobservador para a classificação proposta. Quatro ortopedistas especialistas em cirurgia do joelho e dois radiologistas independentes analisaram dez imagens de Ressonância e seus respectivos vídeos de artroscopia de 45 segundos demonstrando lesões meniscais, os vídeos e as imagens demonstraram uma variedade de lesões meniscais medial e lateral. Como critérios de inclusão foram selecionados pacientes com faixa etária de 18 a 35 anos com presença de lesão meniscal que tenham indicação cirúrgica de lesão meniscal, sendo excluídos pacientes com presença de cirurgia prévia no joelho do estudo. Os dez vídeos artroscópicos, foram feitos por um único cirurgião. Este número de vídeos foi avaliado para assegurar uma análise estatística adequada dos diferentes tipos de rupturas meniscais. As lesões meniscais foram definidas pela correlação da RM pré-operatória com a avaliação artroscópica completa do cirurgião. Os vídeos foram editados para mostrar a visão artroscópica da ruptura meniscal e suas medidas realizadas com um probe milimetrado. Cada observador recebeu uma folha de instruções com a classificação proposta, sem qualquer coaching adicional, e uma folha de repostas com esquemas de classificação. As imagens e vídeos foram avaliados quanto ao padrão morfológico de lesão, quanto ao suprimento vascular e quanto ao posicionamento em relação ao número de horas do relógio. A confiabilidade interobservador para variáveis categóricas foi avaliada usando a estatística k não ponderada para avaliadores múltiplos.

Resultados: Propomos neste estudo uma nova visão meniscal em analogia com os ponteiros de relógio para um corte axial de Ressonância de Joelho Direito. Para isso tomamos 3 pontos de referência, assim teremos o Tendão Patelar as 12 horas, o Ligamento Cruzado Posterior as 6 horas e a fíbula as 8 horas ; com isso teremos o corpo do menisco medial as 3 horas e o corpo do menisco lateral a 9 horas; mantendo assim um posicionamento fácil, prático e reprodutível do ponto de vista da análise da Ressonância Magnética e da descrição cirúrgica da artroscopia de joelho. Quanto aos tipos de lesão podemos lançar mão do modo clássico utilizando as iniciais em inglês. R . Lesões Radiais (Radial) L. Lesões Longitudinais (Longitudinal) O. Lesões Oblíquas ou Bico de Papagaio (Oblique /Parrot Beak) H. Lesões Horizontal ( Horizontal ) D. Lesões Degenerativas (Degenerative) C. Lesões Complexas (Complex)

Discussão: Consistência na documentação é essencial para avaliação válida do tratamento para lesões meniscais. Desacordo entre os cirurgiões na classificação de lesões meniscais pode invalidar testes clínicos destinados a avaliar os resultados do tratamento das mesmas. Atualmente nos deparamos com uma constante falta de paralelismo entre os laudo de ressonância e as lesões encontradas durante os procedimentos artroscópicos no tange as lesões meniscais, principalmente quanto ao posicionamento e extensão das lesões.

Conclusão: Embora seja uma proposta nova, o sistema permite que o cirurgião tenha uma planejamento pré operatório mais fiel por se tratar de uma classificação bastante objetiva e reprodutiva. Esta classificação tem se mostrado muito útil e reprodutível tanto pelo radiologista, ao preparar seu laudos, quanto para o cirurgião ao planejar suas cirurgias e ao descrevê-las, facilita a informatização e análise estatística dos dados. Consistência na documentação é essencial para avaliação e validação do tratamento para lesões meniscais.

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Título: Luxação da articulação acromioclavicular na pratica esportiva

Autores: EDIO FERNANDES DE MIRANDA, Patrick Abdala Gomes, Paulo Santos Cecim, Patricia Valesca Leal, Gustavo Vitória Gomes, Leonardo Stockler Araujo

Instituições: Centro Universitário do Estado do Pará - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A articulação acromioclavicular une a escapula e a clavícula. A estabilização dessa articulação se dá pela cápsula articular e pelos ligamentos acromioclaviculares e coracoclaviculares. A luxação dessa articulação tem prevalência de 9% das lesões traumáticas da cintura escapular e é responsável por 40 a 50% das lesões esportivas que envolvem ombro. A maioria ocorre em adultos jovens (20-39 anos), com maior incidência no sexo masculino (5:1). O mecanismo de lesão mais frequente é o traumatismo direto (queda sobre o ombro em adução), além desse, o indireto (força transmitida adjacente). Futebol, rugbi, lutas, hóquei e ciclismo são os esportes de maior incidência na literatura. O objetivo deste trabalho é apresentar os aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos da luxação acromioclavicular (LAC).

Casuística e Método: Elaborada uma revisão de literatura de artigos relevantes ao tema, publicados em banco de dados BVS, SciELO e Pubmed, no período de 2010 a 2017 de. As palavras-chave utilizadas foram: luxação, acromioclavicular, esporte.

Resultados: À pesquisa de literatura, obteve-se 104 referencias, nos quais 91 foram rejeitadas por tópicos irrelevantes pelo resumo (abstract). Foi incluído ao estudo 13 artigos envolvendo luxação acromioclavicular no esporte.

Discussão: A clínica da LAC revela dor em região adjacente e a mobilização, especialmente nos movimentos de adução e edema, pode ser visto “sinal da tecla” pela ascensão da clavícula. O diagnóstico por imagem é mandatório para classificação, inclui radiografia com incidência ântero-posterior de Zanca, o mais apurado para essas luxações. Podem ser classificadas em 6 tipos, de acordo com Rockwood : t i po I - ro tu ra parc ia l dos l i gamentos acromioclaviculares; tipo II- rotura completa dos ligamentos acromioclaviculares e parcial dos coracoclaviculares; tipo III- rotura completa de ambos os complexos l igamentares (espaço coracoacromial de 25-100%); tipo IV- luxação posterior através do trapézio; tipo V- semelhante ao tipo III (espaço coracoacromial entre 100-300%); tipo VI- luxação inferior da clavícula sob o acrômio ou coracoide. O tratamento é conservador nos tipos I e II com analgesia, infiltração com corticoide e suspensão com tipóia, com retomada as atividades de 3-5 semanas. A tipo III, especialmente no esportista, deve ter conduta cirúrgica por risco de desenvolver a LAC tipo IV e sucessivamente, apesar da tendência de conduta conservadora para a maioria das pessoas. O tratamento cirúrgico pode ser aberto ou artroscópico que tem por objetivo reduzir e estabilizar a clavícula, possuindo diversas técnicas e dispositivos. A alta para atividades esportivas se faz após devido fortalecimento com a fisioterapia depois de 12 semanas.

Conclusão: A elevada incidência da LAC e seus impactos sociais no atleta justifica condução de mais estudos e novas práticas de reabilitação e técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, a fim de diminuir sequelas e estabelecer alta precoce para as atividades competitivas.

Título: Miocárdio não-compactado em uma paratleta

Autores: EDNEI COSTA MAIA, Filippo Aragão Savioli, Sanna Roque Pinheiro, Leandro Santini Echenique, Japy Angelini Oliveira Filho

Instituições: Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: O Miocárdio não-compactado (MNC) é uma cardiomiopatia congênita rara, caracterizada pela presença de trabeculações anormais no VE, mais comumente no ápice, e pode estar associada à dilatação ou hipertrofia do VE, disfunção sistólica e/ou diastólica, ou ainda cardiopatias congênitas. O presente estudo tem por objetivo relatar o caso de uma paratleta de goalball com diagnóstico de miocárdio não-compactado.

Casuística e Método: Trata-se de um estudo descritivo básico, do tipo relato de caso e realizado através de coleta no banco de dados de um ambulatório especializado em cardiologia do esporte. Os dados utilizados dizem respeito às consultas ambulatoriais registradas em prontuário médico entre 2015 e 2017. Foram utilizados ainda dados de exames complementares, devidamente anonimizados, pertinentes a descrição do caso. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética institucional (número do parecer: 2.106.589).

Resultados: Descrevemos o caso de uma paratleta de goalball, 14 anos, sexo feminino, assintomática, treinando em média seis horas por semana, com história de alteração ao eletrocardiograma de repouso (ECG) durante avaliação pré-participação em outro serviço. Na história pessoal, a atleta referiu diagnóstico de síndrome do nistagmo infantil e negou outras comorbidades. A história familiar foi negativa para doenças cardiovasculares ou morte súbita. O exame físico não apresentou alterações significativas. Novo ECG evidenciou ritmo sinusal com extrassístoles ventriculares, eixo elétrico do QRS ≈ - 30°, frequência cardíaca de 56 bpm, bloqueio da divisão superior do ramo esquerdo e SVE pelo índice de Cornell (voltagem). A paciente foi afastada das atividades esportivas até elucidação diagnóstica. Os exames laboratoriais, o teste ergométrico, o ecocardiograma e o Holter de 24h realizados foram normais. Adicionalmente, foi realizada uma ressonância magnética cardíaca (RMC) que evidenciou a presença de não compactação miocárdica (relação entre camada não-compactada/compactada igual a 2,5), bem como disfunção sistólica biventricular leve, o que permitiu estabelecer o diagnóstico de MNC. Optou-se por instituir tratamento profilático com AAS na dose de 100mg/dia e manter seguimento clínico a cada três meses. Por fim, como a paciente permaneceu assintomática pelo período aproximado de um ano, ela foi liberada a prática competitiva de goalball, devendo ser reavaliada a cada seis meses.

Discussão: Os achados eletrocardiográficos nos casos de MNC são inespecíficos e podem ser encontrados tanto em pacientes com outras cardiopatias quanto em atletas saudáveis. Assim, o diagnóstico é realizado primariamente por métodos de imagem como a ecocardiografia bidimensional, a RMC ou a angiografia de VE. A RMC é particularmente útil nos casos em que o ápice cardíaco é de difícil visualização através da ecocardiografia. O critério de RMC mais aceito define uma relação camada não compactada/camada compactada maior que 2,3, medida no final da diástole. No geral, o tratamento do MNC é direcionado as três complicações mais frequentemente associadas, tais sejam insuficiência cardíaca, arritmias e complicações tromboembólicas. Recente posicionamento oficial da American Heart Association recomenda que a participação em esportes competitivos possa ser considerada para pacientes assintomáticos com diagnóstico de MNC, uma vez que apresentem função sistólica normal, sem evidência de taquiarritmias ventriculares importantes no controle ambulatorial ou no teste de esforço, e na ausência de histórico prévio de síncope inexplicável (Classe IIb; Nível de evidência C).

Conclusão: Não há consenso quanto aos critérios de elegibilidade para o esporte competitivo ou recreacional em pacientes com diagnóstico de MNC. Assim, é prudente que a decisão em relação à elegibilidade para a prática esportiva seja individualizada e considere a opção de participação em esportes competitivos para os casos de atletas assintomáticos e sem repercussões da doença.

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Título: Morte súbita em esportes de endurance: pheidippidis e a corrida fatal de atenas à esparta.

Autores: DANILLO XAVIER SANTOS, Gabriel Veloso Cunha, Guilherme da Silva Fernandes, Mateus Guimarães Pascoal, Arthur Ney Alves Donato, Luiz Gustavo Nunes De Lima

Instituições: Universidade Católica de Brasília - Brasília - Distrito Federal - Brasil

Introdução e Objetivo: Pheidippides foi um mensageiro grego responsável por correr de Atenas à Esparta para solicitar auxilio militar a fim de impedir uma invasão persa iminente. Além disso correu aproximadamente 40 quilômetros para informar a vitória ao seu povo. Ao chegar a Atenas teria sido capaz de transmitir a informação e, imediatamente depois, vir a óbito. O objetivo do presente trabalho é descrever as principais causas de morte súbita de etiologia cardíaca no exercício, com ênfase em sua etiologia e fatores de risco a fim de elencar as mais prováveis causas da morte do mensageiro grego, levando em consideração os aspectos do estilo de vida e alimentação pertinentes. A partir das informações expressas busca-se elencar as respostas mais prováveis para o questionamento: “de que morreu Pheidippides?".

Casuística e Método: Foi realizada uma revisão bibliográfica com o intuito de analisar os estudos que versaram sobre esportes de endurance, exercícios e morte súbita, sem limites temporais, nas bases de dados PubMed, SciELO e Bireme, sendo selecionados relatos de caso, boletins epidemiológicos, trabalhos experimentais e revisões de literatura pertinentes. As palavras chaves associadas para busca foram: "Sudden death"; "Exercise"; "Running"; "Heart Diseases". Foram elencadas como etiologias mais proáveis: anormalidades congênitas nas artérias coronárias e variantes da miocardiopatia hipertrófica.

Resultados: A morte súbita pode ter diversas causas em faixas etárias diferentes, sendo o grupo de indivíduos com mais de 30 anos a doença arterial coronária como principal causa, e o grupo com menos de 30 anos em ordem decrescente de frequência, são miocardiopatia hipertrófica em todas suas variantes, anormalidades congênitas nas artérias coronárias, doença arterial coronária e ruptura da aorta por síndrome de Marfan. O exercício físico pode ter um papel paradoxal, pois pode melhorar a condição cardíaca, possivelmente por aumentar a atividade autonômica parassimpática melhorando a estabilidade elétrica do coração, evitando a morte súbita em indivíduos praticantes de atividade física, mas pode também agravar o risco da morte súbita em indivíduos sedentários, provavelmente por ativar o sistema autonômico simpático e promover a ruptura de placas ateroscleróticas vulneráveis.

Discussão: O exercício físico não necessariamente é o responsável direto pela morte súbita, mas pode ser um ator coadjuvante junto a patologias que estão associadas ao coração, levando-o ao desequilíbrio anatomo-fisiológico. Durante análise criteriosa e comparativa com estudos presentes na literatura sobre esportes de endurance tem-se que para determinar com precisão a mais provável causa da morte do corredor grego seriam necessárias diversas informações não encontradas nos estudos presentes tais como idade estimada e histórico familiar. Considerando a baixa expectativa de vida na época, a provável boa aptidão física que o mensageiro possuía para ser capaz de possuir tal ocupação e os padrões alimentares notavelmente distintos da dieta ocidental hodierna, algumas hipóteses foram elaboradas. Para a análise do caso de morte súbita de Pheidippides, deve-se levar em conta os prováveis desequilíbrios hidroeletrolíticos decorrentes do esforço intenso realizado pelo corredor na semana que antecedeu seu óbito. O déficit de líquidos isotônicos e a existência de relatos de que o corredor teria chegado à Atenas ferido, indica que previamente pode ter havido depleção volêmica importante.

Conclusão: É evidenciado que a miocardiopatia hipertrófica com eventuais anormalidades congênitas das artérias coronárias associadas a distúrbios hidroeletrolíticos e a uma provável depleção volêmica são as principais etiologias que podem ser associadas à fatalidade presente nos relatos históricos.

Título: Níveis pressóricos em hipertensos e normotensos praticantes de atividade física

Autores: PEDRO ANTONIO DA SILVA MOREIRA, Thyago Bacelar Vieira, Pedro Kozlowsky De Alencar, Leandro Raider, Vinícius Moreira Paladino, Diogo Pantaleão

Instituições: Faculade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A pressão arterial alta é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares. Na atualidade é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil e no mundo. A hipertensão arterial sistêmica acarreta aumento do risco de acidente vascular cerebral, insuficiência renal, coronariana ou cardíaca, diabetes mellitus e hipertrofia ventricular esquerda. A realização de atividades físicas é extremamente recomendada. Quando realizadas regularmente exercem um papel terapêutico significativo na prevenção e controle da hipertensão, além de reduzir sobrepeso, obesidade e melhorar a resistência insulínica Há inúmeras evidências de que o exercício físico é capaz de promover diminuição da pressão arterial, tanto em hipertensos quanto em normotensos. O objetivo do presente estudo foi verificar se existe diferença dos níveis pressóricos (pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica) de hipertensos e normotensos praticantes de atividade física da cidade de Valença/RJ.

Casuística e Método: Estudo descritivo com delineamento transversal. A amostra foi composta por 243 indivíduos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 40-93 anos. Os dados foram coletados em uma praça da cidade de Valença/RJ pelos integrantes da Liga Acadêmica de Medicina do Esporte e do Exercício, que mantém no local um projeto de extensão universitária chamado “Mexa-se na melhor idade”. A coleta dos dados ocorreu durante o ano de 2016, aos domingos, durante a realização do projeto. Para verificar a pressão arterial, util izou-se do método auscultatório, seguindo as recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Para classificar os indivíduos praticantes e sedentário foi utilizado um questionário, sendo considerado praticante aquele que acumulava mais de 150 minutos semanais de exercício físico. Para a individualização da amostra foi utilizada a estatística descritiva e a normalidade da amostra foi analisada através do teste de Kolmogorov-Smirnov. Para comparação dos grupos foi aplicado o teste Mann-Whitney U para amostras independentes, sendo considerado um índice de significância de p<0,05. Na análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0.

Resultados: RESULTADOS O teste Mann-Whitney U mostrou que para a pressão arterial sistólica existe diferença significativa com p= 0,000, contudo na pressão arterial diastólica não ocorreu essa diferença entre hipertensos e não hipertensos com p= 0,078.

Discussão: Ao contrário do que foi constatado em nosso estudo, Henrique Monteiro et al defende a ideia de que a realização a longo prazo de exercício físico, cerca de quatro meses, já foram eficazes para a redução da PAS, mas não da pressão arterial média e PAD. Outros estudos analisados por Maria Rondon et al, evidenciaram que que o treinamento físico é capaz de promover um decréscimo de 3,8 a 11 mmHg na PAS e de 2,6 a 8 mmHg na PAD. Não obstante, Reinaldo Bifano et al demonstrou que a PAS eleva-se progressivamente com a idade e tende a se estabilizar em faixas etárias mais avançadas. Já a PAD sofre um acréscimo de acordo com a idade, mas tende a se estabilizar e diminuir a partir da quinta década. Vale ressaltar que o treinamento resistido com peso, apresentou melhoria da PAS e PAD. É importante dizer que apesar da maioria dos estudos supracitados não corroborarem com nossos resultados, existem variáveis a serem consideradas, como por exemplo: duração, intensidade e tipo do exercício físico. Além disso, segundo Mateus Laterza et al, 25% dos hipertensos não se beneficiam dos efeitos anti-hipertensivos dos exercícios físicos

Conclusão: Considerando a quantidade de variáveis interferentes e resultados contrapostos ao presente estudo, fica evidente a necessidade de uma avaliação mais criteriosa, valorizando idade do indivíduo, intensidade, tipo, duração do exercício físico correlacionado com a diminuição dos níveis pressóricos.

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Título: Nível de prontidão física dos moradores da comunidade Puruzinho, Humaitá – AM

Autores: MEL NAOMI DA SILVA BORGES, Amanda Carolina Candido da Silva, Olakson Pinto Pedrosa, Tiago Lins de Lima, Xênia de Castro Barbosa, Iranira Geminiano de Melo

Instituições: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - Porto Velho - Rondonia - Brasil

Introdução e Objetivo: A saúde de indivíduos e grupos é influenciada pelo estilo de vida por eles seguido, repercutindo tanto de forma positiva quanto negativa. Com o desenvolvimento da medicina, observa-se que as doenças que mais levam ao falecimento são aquelas relacionadas aos hábitos individuais (hipertensão, diabetes, obesidade, por exemplo) requerendo ações para a prevenção dessas doenças e de promoção de hábitos de vida saudáveis. A literatura tem mostrado que a prática regular da atividade física (AF) é um fator relevante na prevenção dessas patologias, e parte da população brasileira já tem conhecimento de alguns dos benefícios resultantes da prática de exercícios físicos. Realizar AF sem uma avaliação prévia pode trazer riscos à saúde do praticante. Para evitar que sucedam problemas ao indivíduo, é aconselhado determinar o estado de prontidão para realizar tais atividades. Quando não é possível realizar avaliações clínicas antes de ingressar em um programa regular de exercícios, a realização de uma triagem rápida pode auxiliar na detecção daqueles que necessitam de maior atenção. Nesse contexto, teve-se como objetivo avaliar a prontidão física dos moradores locais.

Casuística e Método: Uma das ferramentas mais utilizadas como anamnese é o Questionário de Prontidão para a Atividade Física (PAR-Q), composto de sete questões (cinco relacionadas a problemas cardiológicos, uma a respeito das condições óssea e articular e uma questão relativa a situação geral de saúde) sobre possíveis sintomas e doenças pré-existentes, às quais se deve responder afirmativamente ou negativamente, pois pode distinguir, por alguma resposta positiva, os que necessitam de avaliação médica prévia. O estudo foi realizado na comunidade Puruzinho, Humaitá – AM, que é um ambiente que apresenta uma série de dificuldades relacionadas à falta de políticas públicas efetivas. A pesquisa se caracteriza como de campo, do tipo descritivo, tendo como universo de estudo 164 pessoas divididas em 20 famílias, sendo excluídos os menores de 12 anos e aqueles que se recusaram a participar, resultando em uma amostra de 53 pessoas: 30 homens e 23 mulheres, de 12 a 73 anos (32,9±14,39). Após assinatura dos termos legais se iniciou a coleta de dados a partir do emprego do PAR-Q, desenvolvido em forma de conversa com o colaborador. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel 2010 e analisados a partir de estatística descritiva com o uso do Xlstat 2017.

Resultados: Os resultados revelaram que 43,40% das pessoas questionadas apresentavam dores no peito quando praticavam AF; 17,39% das mulheres e 33,33% dos homens sentiram dores no peito no último mês quando não se exercitavam; 24,53% das pessoas já perderam o equilíbrio quando sentiram tonturas ou já perderam os sentidos, desmaiando; 34,78% das mulheres e 16,67% dos homens tinham problemas nas articulações ou ossos que poderiam se agravar com AF; 21,74% das mulheres e 6,67% dos homens tomavam remédio para pressão alta ou problemas cardíacos; 100% das mulheres e 96,67% dizem não existir outra razão para evitar AF.

Discussão: Os dados gerais mostraram que apenas 39,13% das mulheres e 40% dos homens apresentavam prontidão para AF e 60,87% das mulheres e 60% dos homens precisavam consultar um médico antes de iniciar a prática de AF, pois apresentavam pelo menos um fator a ser avaliado. Em face aos dados apresentados, 60,38% dos pesquisados precisavam de avaliação clínica antes de iniciar a prática de AF, para evitar danos à saúde deles. Considerando esses dados, é indispensável a promoção da saúde na comunidade Puruzinho, desde avaliação médica até estratégias de sensibilização para alimentação saudável e hábitos ativos.

Conclusão: Para a integração em programas de promoção à saúde e melhoria na qualidade de vida dos moradores da comunidade a partir da realização de AF, estes precisam de acompanhamento de profissional de educação física após avaliação médica, a fim de obter os benefícios e evitar possíveis riscos.

Título: Nós médicos estamos praticando atividade física regularmente?

Autores: PAULO KERTZMAN, Mariana Kertzman, Mariana Tocchio

Instituições: Santa Casa de São Paulo - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Inúmeros trabalhos científicos comprovam os benefícios que a prática regular de atividade física pode causar aos pacientes tanto como prevenção de doenças como auxiliar no tratamento. Não encontramos na literatura trabalhos que avaliem se os médicos praticam atividades físicas. A Organização Mundial de Saúde recomenda atividades físicas moderadas por no mínimo 30 minutos cinco vezes por semana. O nosso objetivo foi avaliar se os médicos da Santa Casa tem realizado regularmente atividades físicas ou são sedentários. Avaliamos também se os médicos da Santa Casa recomendam a prática de atividades físicas aos seus pacientes.

Casuística e Método: Aplicamos um questionário chamado Ipaq que é reconhecido como uma boa ferramenta para este tipo de avaliação e avalia se na última semana o entrevistado praticou atividades leves, moderadas e intensas, quantas vezes por semana e por quanto tempo. Conseguimos 158 questionários totalmente preenchidos distribuídos entre clínicos, ginecologistas, ortopedistas, cirurgiões e pediatras de maneira semelhante. Além de perguntas sobre a pratica de atividade física incluímos questões pessoais sobre peso, altura, tempo de formado e se fuma. Incluímos ainda 3 perguntas: Se pergunta ao paciente durante a consulta se o mesmo realiza atividades, se Recomenda aos pacientes que realizem e se acha que a atividade física Faz Parte do tratamento das doenças.

Resultados: Quanto à prática regular de atividades físicas, 48% caminham pelo menos 5 vezes por semana porém menos de 30 minutos por semana. 06% praticam atividades físicas moderadas conforme recomendado pela OMS. 05% praticam atividades intensas. Quanto ao número de horas sentado durante a semana ou no final de semana tivemos 58% acima de 08 horas por dias sentado. Cerca de 65% conhecem o Programa Agita São Paulo que recomenda o mesmo que a OMS. Os médicos entrevistados estão acima do peso com IMC 26.2 58% dos médicos afirmam que perguntam ao paciente se o mesmo pratica atividades físicas durante a consulta, 68% recomendam aos seus pacientes que realizem e 99% consideram ser a atividade física importante no tratamento das doenças.

Discussão: A prática de atividades físicas regulares pode ajudar na prevenção e no tratamento das principais doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, dores articulares e depressão além de alguns tipos de câncer. A população mundial está cada vez mais obesa e sedentária atingindo segundo dados do Ministério da Saúde no Brasil cerca de 65% de sedentários. Infelizmente os médicos estão muito piores que a população geral apresentando 95% de sedentários!!! Acreditamos que campanhas de estímulo aos médicos a praticar atividades físicas regulares podem não só melhorar a saúde dos médicos como estimular os médicos a recomendar aos seus pacientes.

Conclusão: Os médicos são mais sedentários que a população em geral. Apesar de reconhecerem a importância da prática de atividade física como benéfica nem todos recomendam aos seus pacientes.

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Título: O desempenho no Teste de Agachamento Profundo e lesões musculoesqueléticas: uma revisão sistemática

Autores: PRISCILA DOS SANTOS BUNN, Glória de Paula Silva, Elirez Bezerra da Silva

Instituições: Laboratório de Pesquisa em Ciências do Exercício, Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Marinha do Brasil) - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O Teste de Agachamento Profundo (TAP) tem sido utilizado em avaliações pré-temporada de equipes esportivas e em cursos mi l i tares para c lass ificar o r isco de lesões musculoesqueléticas. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação do desempenho no TAP e o risco de lesões musculoesqueléticas.

Casuística e Método: Este estudo foi uma revisão sistemática redigida conforme as recomendações PRISMA e registrado no International prospective register of systematic reviews (PROSPERO). Foram incluídos os estudos de coorte que utilizaram o TAP como um teste de classificação de risco para lesões musculoesqueléticas durante a prática de exercícios físicos, com texto completo disponível, em que o TAP pode ter sido realizado como parte integrante de outros métodos de avaliação, desde que fosse realizada uma análise isolada de seu desempenho com risco de lesões. Foi realizada uma busca sem filtros de linguagem ou de tempo nas bases de dados National Library of Medicine (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO), SCOPUS, SPORTDiscuss, The Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) com as seguintes palavras-título: predição de lesões, risco de lesão e agachamento profundo em dezembro de 2016. Perfil dos participantes, tamanho da amostra, classificação das lesões musculoesqueléticas, tempo de seguimento, desenho do estudo e os resultados foram extraídos dos estudos. A análise do risco de viés foi realizada com a Escala Newcastle-Ottawa.

Resultados: Foram recuperados 116 estudos nas bases de dados. Após a remoção de títulos duplicados e de estudos que não atenderam os critérios de elegibilidade, foram selecionados cinco estudos, que apresentaram diferentes análises dos dados e resultados. Os estudos utilizaram amostras compostas de soldados, atletas de rugby, corredores, jogadores de futebol e bombeiros militares. O período de seguimento variou de quatro a seis meses. A definição de lesão adotada pelos autores levou ou não em consideração os seguintes critérios: ter sido decorrente da prática de exercícios físicos e promovido afastamento das funções superior a 24 horas. A razão de chances variou de 1,21 a 2,59 (IC 95% = 1,01-3,28); o risco relativo foi de 1,68 (IC 95% = 1,50 - 1,87), sensibilidade de 3 a 24%, especificidade de 90 a 99%, valor preditivo positivo de 42 a 63%, valor preditivo negativo de 72 a 75% e área sob a curva ROC de 51 a 58%. O risco de viés foi alto em três estudos, incerto em um estudo e baixo em um estudo.

Discussão: Todos os estudos incluídos apresentaram resultados mostrando a associação entre o escore do TAP com a ocorrência de lesões musculoesqueléticas. Entretanto, foram detectadas potenciais fontes de risco de vieses. Nenhum dos autores realizou o cegamento entre os avaliadores responsáveis pela avaliação com o TAP e o acompanhamento das lesões, além de não terem descrito a taxa de atrição. O cegamento dos avaliadores e o pareamento de potenciais variáveis de confundimento poderiam minimizar os riscos de viés dos estudos. Além disso, apenas um estudo permitiu o cálculo do RR, que é a análise mais apropriada para estudos de coorte.

Conclusão: O TAP pode ser um teste cuja presença de disfunções de movimento é um preditor do risco de lesões musculoesqueléticas em indivíduos que praticam exercícios físicos. No entanto, devido às limitações metodológicas apresentadas, sugere-se cautela ao interpretar esses resultados.

Título: O efeito dos diferentes tipos de treinamento físico para o emagrecimento saudável de pacientes obesos e com sobrepeso: uma revisão da literatura

Autores: ANNA LUIZA ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA, Maria Thaine Xavier De Oliveira Lima

Instituições: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Salvador - Bahia - Brasil, Universidade Federal da Bahia - Salvador - Bahia - Brasil

Introdução e Objetivo: A obesidade é uma doença causada por excesso de gordura, capaz de provocar diversos problemas de saúde como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares e até mesmo diversos tipos de câncer. O aumento da prevalência da obesidade, a nível mundial, é tão importante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera, atualmente, esta doença como a epidemia Global. Em 1980 tínhamos, aproximadamente, 857 milhões de obesos no mundo. A partir disso, ao longo dos anos percebeu-se um significativo aumento neste número. Na população brasileira 46,6% está acima do peso ideal, sendo mais prevalente no sexo masculino. A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, causada por aspectos hereditários e ambientais como dieta e nível de atividade física do indivíduo. Estudos mostraram que a redução do consumo calórico é o mais efetivo dos meios de perder peso e é potencializada quando associada com a prática de atividade física. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito dos diferentes tipos de treinamento físico para o emagrecimento saudável de pacientes obesos e com sobrepeso.

Casuística e Método: Foi realizado uma revisão de literatura sobre o efeito dos diferentes tipos de treinamento físico em pacientes obesos e com sobrepeso, nas bases de dados PubMed e Scielo, a partir dos artigos que continham os descritores: Obesidade e treinamento físico e seus respectivos em inglês, "obesity” e “physical training”. Os artigos selecionados obedeceram aos seguintes critérios: artigos envolvendo seres humanos; artigos publicados a partir de 2011; e relevância destes artigos para o desenvolvimento deste trabalho. Do total de artigos encontrados, 13 preencheram os requisitos necessários.

Resultados: De acordo com os artigos selecionados demonstra-se que o exercício aeróbico isolado não é uma terapia tão eficaz de perda de peso e de alterações nas características antropométricas (IMC e circunferência abdominal) de pacientes obesos e com sobrepeso. Entretanto, estes exercícios, seja ele aeróbico ou de resistência, fornecem benefícios modestos para a pressão arterial e níveis de lipídios e ainda pode ser uma terapia eficaz da perda de peso e emagrecimento saudável, mas quando aplicados conjuntamente com dietas próprias para cada indivíduo.

Discussão: Quando o exercício é associado com a dieta e comparado com a restrição calórica, a atividade física resulta na preservação da massa magra e diminuição de gordura. Assim, durante um programa de perda de peso somente com dieta, sem exercício, o resultado não é interessante, pois implica em uma maior redução da massa magra e menor redução da gordura corporal.

Conclusão: Pode-se concluir, a partir dos artigos revisados, que o exercício aeróbico ou de resistência isolado não é a escolha mais eficaz no emagrecimento saudável e na perda de peso em pacientes obesos ou com sobrepeso. Entretanto, o exercício, seja ele aeróbico ou anaeróbico, associado à dieta controlada e específica para cada paciente, acarreta conservação de massa corporal magra e, proporcionalmente, maior perda de gordura nesses pacientes.

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Título: O exercício físico induz a redução dos níveis de glutamato no tendão calcâneo melhorando a funcionalidade da marcha de ratos tenotomizados

Autores: DIEGO RODRIGUES DE PAULA, Waldo Lucas Luz da silva, Analu Alves Maciel, Thalita de Andrade almeida Moura, Karen Renata Matos de Oliveira, Martha de Souza

Instituições: Universidade Federal do Pará (UFPA) - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A ruptura total ou parcial de tendões representa a mais grave consequência da evolução de tendinopatias. Estudos demonstram que o processo de reparo tecidual após a ruptura tendínea se caracteriza por ser lento e altamente algésico. De fato, o conhecimento sobre os mecanismos bioquímicos que regulam o fenômeno de reparo do tendão lesionado ainda não são totalmente esclarecidos, contudo, já existem evidências que a liberação excessiva de glutamato (GLUT) no local da lesão está intimamente associada à geração de dor e por conseguinte a dificuldade de tratamento. Estudos prévios sugerem a eficácia do exercício forçado como estratégia preventiva contra os efeitos deletérios associados à ruptura do tendão calcâneo, contudo, pouco se sabe sobre as alterações bioquímicas relacionadas a este tratamento. Nesta perspectiva, a utilização de modelos animais como ferramenta para elucidar os fenômenos histológicos e bioquímicos associados à lesão tendínea vem ganhando bastante espaço na literatura. Assim, o presente estudo tem como objetivo verificar os efeitos do exercício físico sobre a liberação de glutamato no tecido lesionado, bem como, na recuperação funcional do tendão calcâneo de ratos após ruptura total

Casuística e Método: Ratos Wistar foram submetidos à tenotomia do tendão calcâneo, divididos nos grupos (n=11/grupo): MK-801 (tenotomia+antagonista NMDAr), Veículo (tenotomia+Salina0,9%), Ruptura (tenotomia) e Exercício (tenotomia+exercício físico) e comparados com o grupo Controle (sem intervenção). O protocolo de exercício físico por nado forçado consistiu de 30 min de nado diários durante 14 dias. As avaliações dos grupos controles e tenotomizados foram feitas no 14º dia pós lesão. Os animais foram anestesiados, sacrificados e seus tendões dissecados para incubação em tampão Hank por 20 min em estufa à 37ºC. A quantidade de GLUT (µg) no meio foi determinada por HPLC. A análise funcional foi medida pelo índice funcional de Aquiles (IFA) em 7 e 14 dias pós lesão. Os resultados foram expressos em média ± desvio padrão (ANOVA-pós-teste Tukey, p< 0,05).

Resultados: Nossos resultados demonstraram aumento dos níveis de GLUT no tendão do grupo Ruptura (15.31 ±2.0) em relação ao Controle (4.12 ±1.8). Observamos que os animais submetidos ao exercício forçado apresentaram diminuição significativa desta liberação (10.287±1.7) quando comparado ao Ruptura. Os valores de IFA também apontam que o exercício forçado acelerou a recuperação funcional (controle -5.290±12.3 vs Ruptura -85.7±29.5 vs Exercício -35.7±4.2). O uso do antagonista de receptor glutamatérgico não exerceu efeito significativo nos valores de IFA dos animais tenotomizados (MK-801 -52.072±8.7)

Discussão: O papel do GLUT no processo de regeneração tendínea ainda é palco de intensa discussão na literatura. Nossos resultados demonstraram que a lesão tendínea induz um aumento do GLUT no tecido lesionado, este resultado está de acordo com o descrito previamente na literatura. Contudo, nosso grupo demonstrou pela primeira vez que o exercício forçado diminui a liberação de GLUT induzida pela lesão tendínea, sugerindo um efeito benéfico do exercício no processo de recuperação tecidual. Ratificamos esta hipótese demonstrando que o exercício também induziu melhora funcional já nos primeiros 7 dias pós lesão. Não observamos melhora histológica e funcional significativa pela inibição dos receptores NMDA, o que sugere fortemente que o GLUT não participa dos mecanismos histológicos envolvidos no processo de reparo, mas somente dos eventos algésico que medeiam à recuperação

Conclusão: O exercício físico induz a diminuição dos níveis de glutamato no tendão e melhora significativa da funcionalidade motora desses animais. A ativação dos receptores glutamatérgicos do tipo NMDA parecem não estar envolvidos com o processo de recuperação tecidual do tendão lesionado. Destacamos a importância desses achados na compreensão da lesão a fim de aprimorar as abordagens terapêuticas.

Título: O papel do Coaching de Saúde na promoção da atividade física em pacientes com Diabetes Mellitus

Autores: AURISTELA DO CARMO DINIZ

Instituições: Centro Universitário Claretiano - Batatais - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: O Diabetes Mellitus (DM) é uma das maiores emergências mundiais de saúde do século 21. A cada ano, mais e mais pessoas são diagnosticadas com essa condição, que exige cuidados e monitoramento constantes. Em 2015, haviam 415 milhões pessoas com diabetes e outras 318 milhões com intolerância à glicose no mundo. Embora a prática de atividade física, bons hábitos alimentares e uso de medicação adequada sejam os pilares do controle do diabetes, há uma pequena e/ou parcial adesão dos pacientes a essas práticas. A prática de atividade física é de suma importância, no entanto, os estudos tem demonstrado o quão desafiador é promover esse hábito. O Coaching de Saúde (CS) é uma abordagem colaborativa, que utiliza ferramentas da Psicologia Positiva que facilitam a mudança e empoderam o paciente, permitindo que esse se torne responsável pela sua saúde. O CS tem se mostrado eficaz em ajudar pessoas a mudarem hábitos de forma duradoura, dessa forma, torna-se uma alternativa interessante para ajudar esses pacientes a promover as mudanças necessárias e ter sucesso em seu tratamento, evitando assim complicações e aumentando sua qualidade de vida. Todos os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar de suporte ao paciente com DM podem se capacitar e utilizar as técnicas de CS, com o intuito de promover o aumento da adesão ao tratamento. Entretanto, o Profissional de Educação Física tem grande potencial em incentivar pessoas e essa qualidade tem muita afinidade com o Coaching em si. O objetivo desse trabalho é avaliar o uso do CS no suporte aos pacientes com diabetes, sua efetividade na mudança de hábitos necessária ao sucesso do tratamento, com ênfase no aumento na prática de atividade física.

Casuística e Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica com base em estudos que abordam o diabetes, adesão ao tratamento, prática de atividade física, o Coaching de Saúde e sua utilização pelos profissionais de saúde.

Resultados: Os estudos avaliados demonstram que o Coaching de Saúde (presencialmente, via internet ou telefone) se mostrou eficaz nos grupos estudados, promovendo o aumento na prática de exercícios, melhor qualidade da dieta, diminuição do estresse e dos sintomas depressivos, diminuição da HgAc1 de forma significativa, além de diminuição de pressão arterial e maior adesão aos medicamentos.

Discussão: Os artigos utilizados na revisão abordaram as complexidades envolvidas no tratamento do diabetes, e dentre elas, motivar os pacientes a praticar atividade física tem se mostrado muito desafiadora. O Coaching em Saúde não é uma intervenção nova, embora ainda seja pouco estudada no Brasil. Existem evidências da efetividade do CS não só em termos do aumento da autoeficácia do paciente, adesão ao tratamento e mudança de hábitos mas também resultados fisiológicos na saúde dos pacientes e no uso dos serviços de saúde.

Conclusão: Embora mais estudos sobre a efetividade do Coaching de Saúde precisem ser realizados, incluindo estudos no Brasil, evidências apontam para resultados promissores. É necessária uma intervenção multidisciplinar de vários profissionais no suporte ao paciente com DM, dentre eles, o Profissional de Educação Física, que possui um contato direto e constante com o paciente nas sessões de treino. Dessa forma, o Coaching de Saúde torna-se uma grande oportunidade ao profissionais de saúde, especialmente ao Profissional de Educação Física, pois além de expandir sua atuação no mercado, aproxima esse profissional ao restante da equipe multidisciplinar e pode contribuir de forma mais efetiva, possibilitando o aumento da adesão ao tratamento como um todo, além da prática de atividade física.

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Título: O uso da circunferência de cintura para verificar o risco cardiovascular em praticantes de atividade física e sedentários moradores de valença-rj

Autores: LEANDRO RAIDER DOS SANTOS, Flávia Silva Cople, Lauro Siqueira Campos De Barros Filho, Gabriel Bresciani Rodrigues, Vinícius Moreira Paladino, Diogo Pantaleão

Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A obesidade e o sedentarismo representam problemas importantes para a saúde pública, devido ao aumento acelerado em suas prevalências e associação com efeitos adversos à saúde cardiovascular e metabólica, em idades cada vez mais precoces. Considerando essa tendência crescente do sobrepeso e obesidade na população brasileira e a sua associação com fatores de risco cardiovasculares, intervenções visando reduzir o peso corporal, em especial a gordura central, são de extrema importância para a prevenção e controle das doenças cardiovasculares na população. O excesso de tecido adiposo, na região abdominal, é considerado obesidade central, ou andróide, e apresenta risco diferenciado em relação a diversas morbidades, quando comparado a outras formas de distribuição de gordura corporal. O emprego de medidas úteis para triagem de grupos de risco − porém assintomáticos, que, possivelmente, em idades mais avançadas poderão apresentar danos irreversíveis à saúde − possibilitaria uma intervenção precoce e o estabelecimento de medidas preventivas. O sedentarismo, fator de risco para essas doenças, apresenta prevalência elevada em vários países. Evidências disponíveis sugerem que a prática de atividades físicas estruturadas e de intensidade vigorosa está inversamente associada à medida da circunferência da cintura. A circunferência de cintura (CC) tem sido apontada como a medida antropométrica melhor correlacionada à quantidade de tecido adiposo visceral. � O objetivo do presente estudo foi verificar se os indivíduos que praticam exercício físico regularmente possuem diferença na circunferência de cintura quando comparados aos sedentários.

Casuística e Método: Estudo descritivo com delineamento transversal. A amostra foi composta por 556 indivíduos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 40-75 anos. Os dados foram coletados em uma praça da cidade de Valença/RJ pelos integrantes da Liga Acadêmica de Medicina do Esporte e do Exercício, que mantém no local um projeto de extensão universitária chamado “Mexa-se na melhor idade”. A coleta dos dados ocorreu durante o ano de 2016, aos domingos, durante a realização do projeto. Para avaliar a circunferência de cintura, foram seguidas as recomendações da Organização Mundial de Saúde – OMS. Para identificar os indivíduos praticantes e sedentários foi utilizado um questionário, sendo considerado praticante aquele que acumulava mais de 150 minutos semanais de prática de exercício. Para a individualização da amostra foi utilizada a estatística descritiva e a normalidade da amostra foi analisada através do teste de Kolmogorov-Smirnov. Para comparação dos grupos foi aplicado o teste Mann-Whitney U para amostras independentes, sendo considerado um índice de significância de p < 0,05. Na análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0.

Resultados: Os valores médios encontrados na amostra foram de 92,5±11,5 cm para praticantes e 94,6±11,8 cm para sedentários. Na comparação entre os indivíduos praticantes de exercício físico e os sedentários, o teste Mann-Whitney U mostrou que existe diferença significativa entre os grupos, sendo superior em indivíduos sedentários (p=0,039).

Discussão: Diante do resultado encontrado no presente estudo, verificou-se que indivíduos praticantes de atividade física possuem uma circunferência de cintura menor quando comparados com pessoas sedentárias.

Conclusão: Por conta disso, ressalta-se a importância da atividade física regular, tendo importância significativa após os quarenta anos de idade. O estilo de vida reflete, em grande parte, a qualidade com que o corpo trabalha. Nesse sentido, como foi encontrada uma correlação positiva entre o nível de CC e o grau de atividade física, é possível afirmar que pessoas sedentárias estão mais propensas a desenvolver problemas cardiovasculares.

Título: O uso da relação cintura quadril (rcq) para verificar o risco cardiovascular em praticantes de exercício físico e sedentários

Autores: MATHEUS TEIXEIRA DE OLIVEIRA, Felipe Lacerda De Oliveira Pessôa, Gabriel Bresciani Rodrigues, Leandro Raider, Vinícius Moreira Paladino, Diogo Pantaleão

Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Estudos prospectivos mostram que a gordura localizada no abdômen é fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e alguns tipos de cânceres, como o de mama, de ovário e de endométrio. Independentemente do sobrepeso, a gordura abdominal é importante fator de risco para essas condições. Medidas antropométricas simples, como a circunferência abdominal e a razão cintura/quadril (RCQ), demonstraram ser adequadas para estimar a quantidade de gordura abdominal. Recentemente, foi sugerido que a RCQ define melhor indivíduos de risco para doença cardiovascular. É notória a relação entre doenças cardiovasculares e a relação cintura-quadril (RCQ) e, por isso, existem vários métodos utilizados para determinar a distribuição de gordura corporal, e elas têm origem dos recursos antropométricos de espessura de dobras cutâneas (EDC) e de circunferências corporais, Gomes e Colaboradores (2007). O objetivo do presente estudo foi verificar se os indivíduos que praticam atividade física regularmente possuem diferença na relação cintura quadril quando comparados aos sedentários.

Casuística e Método: Estudo descritivo com delineamento transversal. A amostra foi composta por 556 indivíduos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 40-75 anos. Os dados foram coletados em uma praça da cidade de Valença/RJ pelos integrantes da Liga Acadêmica de Medicina do Esporte e do Exercício, que mantém no local um projeto de extensão universitária chamado “Mexa-se na melhor idade”. A coleta dos dados ocorreu durante o ano de 2016, aos domingos, durante a realização do projeto. As medidas de circunferência de cintura e quadril e o cálculo da RCQ, seguiram as recomendações da Organização Mundial de Saúde – OMS. Para identificar os indivíduos praticantes e sedentário foi utilizado um questionário, sendo considerado praticante aquele que acumulava mais de 150 minutos semanais de prática de exercícios físicos. Para a individualização da amostra foi utilizada a estatística descritiva e a normalidade da amostra foi analisada através do teste de Kolmogorov-Smirnov. Para comparação dos grupos foi aplicado o teste Mann-Whitney U para amostras independentes, sendo considerado um índice de significância de p<0,05. Na análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0.

Resultados: Os valores médios encontrados na amostra foram de 0,90±0,75 variando entre 0,70–1,07 em praticantes e 0,91±0,74 variando entre 0,73–1,11 para sedentários. Na comparação entre os grupos o teste Mann-Whitney U mostrou que existe diferença significativa entre os grupos, sendo superior em indivíduos sedentários (p=0,035).

Discussão: Reforçando o resultado que encontramos no atual estudo, comprovamos ,através dos dados coletados no Município de Valença-RJ, que os indivíduos que praticam atividade física apresentam uma menor Relação cintura quadril (RCQ) em relação aos outros. Esta diferença de valores se mostrou significativa através do teste de Maan-Whitney. A RCQ de certa forma está intimamente ligada ao estilo de vida da pessoa, no geral, a maioria que não realizava atividade física apresentava uma maior RCQ. Por isso estes valores elevados combinados com outros riscos como sedentarismo, tabagismo, dentre outros põe estes indivíduos em um risco cardiovascular preocupante.

Conclusão: Conforme apresentado nos resultados e na discussão com base em artigos publicados, pode-se comprovar que, em Valença/RJ, a RCQ é superior em indivíduos sedentários quando comparados com indivíduos praticantes de atividade física. Devido a isso, ressalta-se a importância da prática frequente de atividade física, de modo a reduzir os riscos cardiovasculares.

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Page 62: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Obesidade central na população idosa residente em vitória, ES.

Autores: ELIANE CUNHA GONÇALVES

Instituições: FESV - VITÓRIA - Espirito Santo - Brasil

Introdução e Objetivo: O crescimento da população acima de 60 anos traz consigo o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), típicas dessa faixa etária, sendo as cardiovasculares, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM), as mais encontradas. Além de diminuir sua autonomia (BRASIL, 2007), a presença dessas doenças requer cuidados especiais e custos elevados pessoais e para o estado (MAZZOCCANTE, MORAES, CAMPBELL, 2013). A obesidade central aumenta o risco para doenças cardiovasculares, DM, HAS, doenças musculoesqueléticas e alguns tipos de câncer (OMS, 2017), além de diminuir a autonomia. Além disso, o acúmulo de gordura central altera o perfil metabólico, com diminuição da tolerância à glicose, redução da sensibilidade à insulina e perfis lipídicos (OMS, 2008), aumentando a probabilidade de inúmeras doenças, mesmo assim, apesar do aumento da população idosa no Brasil e no mundo, os estudos com essa população são escassos, sendo assim o objetivo do estudo é identificar à ocorrência de obesidade central na população idosa residente em Vitória, ES.

Casuística e Método: O presente estudo foi realizado em Vitória (ES) e faz parte do estudo Nível de Sarcopenia em Idosos na Terceira Idade de Vitória. Foi utilizado o n de 17 indivíduos de cada sexo para a análise estatística do grupo a ser selecionado para a amostra do estudo citado. A obesidade central foi investigada através da circunferência da cintura, medida com uma trena antropométrica da marca cescof®, com extensão de 2 metros e graduação em milímetros, para medida de circunferência da cintura. As técnicas de medição seguiram as recomendações da OMS (IBGE, 2011). A medida utilizada foi o ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. Esta técnica é recomendada pela OMS (1995) e pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), sendo utilizada por diversos estudos (LINHARES, et al, 2012; OMS, 1995; SANTOS e SICHIERI, 2005). Foram classificados como portadores de obesidade central com circunferência da cintura > 102 cm para homens e > 88 cm para mulheres (OMS, 1995). A coleta dos dados foi realizado pelo próprio pesquisador de acordo com os critérios propostos por Habicht (1974) e todos os participantes assinaram o TCLE. A análise estatística foi realizada com programa Stata 14. Adotou-se o nível de significância de 5% em todos os testes, ou seja, foram considerados como significativos os resultados que apresentavam o valor de p< 0,05.

Resultados: O presente estudo foi realizado com 34 individuos sendo 17 de cada sexo. A média de idade foi 69,82 anos ± 6,2, para as mulheres e 69,7 anos ± 4,8 para os homens. Entre os idosos estudados a circunferência da cintura encontrada foi de 89,32 anos ± 14,5 para as mulheres e 96,79 anos ± 8,7 para os homens. De acordo com a OMS, a prevalência de obesidade central foi mais significativa nas mulheres estando com risco elevado de contrair doenças cardiovasculares e DM, diferente dos homens que se encontram com prevalência menor. Quanto ao valor da circunferência da cintura houve diferença significativa e a circunferência dos homens corresponde a 90% da circunferência das mulheres.

Discussão: A prevalência de obesidade central foi maior no sexo feminino, de acordo com a maioria dos levantamentos realizados com idosos. Para indivíduos com 60 anos ou mais, Ukoli e cols.; Velazquez-Alva e cols. e Ostir e cols. identificaram maiores índices no sexo feminino.

Conclusão: Foi identificada a obesidade central nos idosos do sexo feminino, aumentando o risco para doenças cardiovasculares, DM, HAS, doenças musculoesqueléticas além da alteraçao do perfil metabólico, com diminuição da tolerância à glicose, redução da sensibilidade à insulina e perfis lipídicos diferente da população masculina estudada.

Título: Odontologia do Esporte e Biomarcadores Salivares na Análise de Rendimento

Autores: ALEXANDRE JUN ZERBINI UEDA

Instituições: FOUSP Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Os cuidados com a saúde utilizando a atividade física como ferramenta já está consagrada como alternativa a muitos anos, hoje com o número crescente de esportistas amadores investindo como se profissionais fossem. As avaliações de rendimento dos treinamentos executados estão se sofisticando a cada dia. Os estudos debruçados sobre os limiares são extensos. Apresentando se o método treinamento escolhido é, foi ou será eficaz. Nós do Departamento de Bio Materiais e Biologia Oral da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo desde 2012 estudamos as concentrações de testosterona, cortisol e lactato salivar em laboratório. Buscamos através desses estudos apresentar uma nova visão sobre a Odontologia do Esporte, acrescentar ao já popular ambiente de prevenção aos traumas, um meio de avaliação de rendimento com a saliva, veículo de muitos biomarcadores, esportivos inclusive. A saliva por apresentar-se mais segura e de fácil coleta, transporte, conservação, análise e descarte que o sangue e também com a técnica laboratorial de fácil execução, com isso lançamos os olhos para análise “na beira de campos e quadras, no palco dos eventos esportivos, onde os atores não sairiam de cena". O atual projeto utilizará papeis biossensíveis e análise com resultado em segundos, para auxiliar fisiologistas na decisão de aumentar a carga, diminuir ou colocá-los em repouso. Podemos ser mais ambiciosos e ir além dos treinos, por que não auxiliar na alteração de desenhos táticos durante uma partida. Nosso estudo busca sintonizar os valores analisados em laboratório e os analisadores portáteis, e com os resultados auxiliar a comunidade esportiva.

Casuística e Método: Utilizamos um equipamento portátil de leitor e análise de fluídos por refração de luz em onda luminosa pré-determinado para saliva, configurado para concentrações de biomarcadores testosterona, cortisol e lactato(Nipro oxygen analysis apparatus salivary amylase monitor 3 colors formerly heart meter CM-1.1). Tiras específicas para cada biomarcador, da mesma marca do fabricante do leitor. Volumes de 3 a 5 ml de saliva em tubetes, coletada de modo estimulados, para análise em laboratório, o outro modo da técnica de tiras é a inoculação das mesmas nos recipientes de saliva já coletados. Em conjunto com as análises de campo, faremos em laboratório as mesmas análises dessas amostras que serão processadas em analisador ELISA (ELetro-Imuno-Ensaio), com kits para os mesmos biomarcadores.

Resultados: Ainda em fase de contabilização.

Discussão: Exercícios físicos induzem alterações bioquímicas nos sistemas corporais e modificam a composição de componentes salivares, a análise dos componentes é utilizada como indicadora da reposta fisiológica. Os hormônios são produzidos pelo organismo em reposta às necessidades fisiológicas basais e a alguns estímulos externos, como os exercícios. Na fisiologia do exercício, estudos sobre a relação entre a liberação hormonal e desempenho envolvem principalmente o cortisol (glicorticóides) e a testosterona (esteroides), catabolizante e anabolizante, respectivamente. O lactato também, como identificador de fadiga em seus limiares. A determinação dos níveis de lactato, testosterona e cortisol em esportistas pode sugerir que os processos de treinamento que envolve as variáveis aplicadas à atividade física como intensidade, velocidade, carga, duração, frequência, sessões, número de exercícios, amplitude de movimentos e combinações de exercícios; mereçam a atenção adequada, prevenindo danos à saúde, bem como aperfeiçoar a manutenção do rendimento esportivo. Na intenção de acompanhar a evolução esportiva nosso grupo se coloca em oferecer conforto e precisão com as análises de biomarcadores em saliva.

Conclusão: A saliva recebe a atenção dos atletas por ter coleta fácil e indolor. Essa metodologia de análise em tiras se mostra de fácil operação. A velocidade de análise e resultado é um fator importante. Estamos aguardando os resultados para uso dos dados.

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Título: Os avanços da prática do crossfit nos últimos 5 anos e o seu impacto na saúde cardiovascular

Autores: LIVIA LIBERATA BARBOSA BANDEIRA, Camylla Santos Souza, Ivan Lucas Picone Borges Anjos, Bianca Alves Miranda, Vitória Mikaelly da Silva Gomes, Isabela Corrêa Cavalcanti Sá

Instituições: Centro Universitário de Volta Redonda - Volta Redonda - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade de Fortaleza - Ceará - Ceara - Brasil, Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Alagoas - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Ceara - Brasil, Universidade Severino Sombra - Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Nos últimos anos, houve um aumento de intervenções sobre o corpo, que englobam desde alimentação e dieta, exercícios e até cirurgias estéticas. Neste cenário, a busca pela estética corporal trouxe visibilidade para muitas práticas e, atualmente, o crossfit é uma das práticas físicas que mais crescem, seja pela divulgação em mídias sociais ou pela procura por um exercício de alta performance. Objetivo: Relacionar os avanços da prática do crossfit aos seus impactos para a saúde cardiovascular em uma retrospectiva de 5 anos.

Casuística e Método: Revisão de artigos de 2012 a 2017 encontrados nos bancos de dados PUBMED, MEDLINE e SCIELO.

Resultados: Estima-se que mais de 2 milhões de pessoas façam atividades físicas em países desenvolvidos. O crossfit se mostrou uma alternativa à prática de musculação isolada e ao uso de anabolizantes para ganho de massa, visto que a exigência corporal desta prática apresenta resultados tanto da parte aeróbica como da de ganho de massa magra esquelética. Não existem muitos estudos sobre as repercussões desta modalidade no Brasil, especialmente por ser uma vertente muito nova.

Discussão: A popularização do crossfit é percebida tanto entre jovens como na faixa etária de meia idade. Por ser uma prática que exige muito do corpo, as maiores discussões giram em torno das lesões e das preocupações osteomusculares, que com frequência ocorrem em praticantes sem experiência e/ou sem acompanhamento adequado. Em relação à saúde cardiovascular, há um paradigma entre os benefícios e os riscos da prática. Por exigir uma performance complexa, em praticantes iniciais ou sem preparo físico suficiente, ocorre um desequilíbrio quanto à demanda e oferta de oxigênio e de perfusão durante o exercício, que culmina no aumento da respiração anaeróbia com liberação de compostos láticos, o que pode ser prejudicial para portadores de doenças de base como hipertensão arterial, coronariopatias, cardiopatias e síndrome metabólica. Em contrapartida, a prática, quando realizada na proporção compatível com o nível específico do praticamente, compreende uma tendência benéfica para a saúde cardiovascular, visto que o treinamento de alta performance envolve adaptações do sistema autônomo, preservação do fluxo de reserva coronariano, proteção às fibras cardíacas e controle de taxas pressóricas. Além disso, os praticantes dessa modalidade tendem a seguir hábitos de vida saudáveis, com controle da alimentação, tendo baixa ingesta lipídica e de alimentos considerados inapropriados, e com depleção de maus hábitos como tabagismo e alcoolismo, o que soma a favor da prática como benefício cardiovascular.

Conclusão: Fica notável assim, apesar dos poucos estudos publicados até o momento, os inúmeros benefícios que a prática do crossfit pode trazer desde que sejam respeitados os limites do corpo. O acompanhamento de um profissional especializado é essencial na garantia de uma prática segura, trazendo boas adaptações ao sistema cardiovascular, neuromuscular e na composição corporal.

Título: Os efeitos do volume de treinamento de força na proteômica do músculo esquelético.

Autores: MARIANA DE OLIVEIRA LOBO, Gabriel Veloso Cunha, Ramires Alsamir Tibana, Octávio Luiz Franco, Jonato Prestes

Instituições: Universidade Católica de Brasília - Brasília - DF - Distrito Federal - Brasil

Introdução e Objetivo: O exercício físico é ferramenta essencial para melhorar diversos parâmetros da saúde. O treinamento de força (TF) resulta em ganhos relevantes no músculo esquelético (ME) e é sabido que o aumento do volume de TF resulta em ajustes neurais importantes, aumento da massa muscular e promoção de respostas metabólicas e endócrinas positivas. Número de exercícios, repetições realizadas por série, ou séries por exercício podem ser manipulados, a fim de promover progressivamente as adaptações de treinamento tornando-se assim, alvo de estudos. Por outro lado, o treinamento excessivo, incluindo o aumento do volume, pode resultar em peroxidação lipídica no ME e desempenho inferior relacionado à síndrome de overtraining. Embora as alterações fenotípicas induzidas pelo treinamento físico tenham sido amplamente descritas, os mecanismos moleculares, principalmente o perfil muscular proteômico, responsáveis pelas adaptações do ME não são totalmente compreendidos. O objetivo do presente estudo foi comparar os efeitos de 8 semanas de TF de baixo volume (TF4), volume elevado (TF8) e grupo de controle (CON) na proteômica do músculo gastrocnêmio usando espectrometria de massa por cromatografia líquida (LC-MS/MS) e na área de seção transversal (AST) de ratos.

Casuística e Método: Quatorze ratos Wistar machos com 5 meses foram divididos em 3 grupos: TF com 4 séries, TF com 8 séries e grupo controle e submetidos a protocolo de TF de 8 semanas, com 3 sessões de treinamento/semana. Cada sessão envolvia 4 (TF4) ou 8 (TF8) escaladas de escada vertical com cargas progressivamente mais pesadas (50%,75%,90% e 100% da carga máxima). Foram coletadas a parte central do músculo gastrocnêmio de todos os grupos experimentais (4 animais por grupo), sendo o fragmento proximal utilizado para avaliação da AST e o distal para avaliação proteômica. A análise estatística incluiu testes de Shapiro-Wilk, ANOVA unidirecional com o teste de Bonferroni, G*Power versão 3.1.3 para o poder do tamanho da amostra, Teste t de Student e o software SPSS versão 20.0.

Resultados: A análise proteômica identificou 51 proteínas, com 39 em comum entre os grupos, 2 em comum entre os grupos TF8 e CON, 1 em comum entre TF8 e TF4, 4 exclusivas no CON, 1 no TF8 e 4 no TF4. O grupo TF8 apresentou diminuição na abundância de 12 proteínas (envolvidas na síntese de proteínas musculares, metabolismo de carboidratos, ciclo de ácido tricarboxílico, defesa antioxidante e transporte de oxigênio) e 1 aumento (envolvido com transdução de energia) em comparação ao CON, enquanto não houve diferença entre os grupos TF4 e CON. Além disso, a AST foi maior no grupo TF8 em comparação aos grupos TF4 e CON. O grupo TF4 apresentou maior AST muscular em comparação ao grupo CON. No entanto, não foram encontradas diferenças entre os grupos TF4 e TF8 quando a AST do músculo gastrocnêmio foi normalizada pelo peso corporal total.

Discussão: Ao conhecimento dos autores, esse foi o primeiro estudo a avaliar os efeitos de 8 semanas de TF de baixo volume e alto volume no proteoma do músculo gastrocnêmio e a AST de ratos e comparar com um CON. As principais descobertas foram que o TF de alto volume induziu distúrbio nas proteínas do ME, enquanto que o menor volume de TF resultou em ganhos similares na hipertrofia do músculo esquelético, sem comprometimento das proteínas do ME.

Conclusão: O volume mais baixo de TF aumentou a AST do músculo gastrocnêmio em um grau similar em comparação ao de maior volume, sem interferência de importantes proteínas do ME. Assim, a hipótese inicial de que um maior volume de TF deve aumentar a AST muscular em maior medida sem alterações negativas na proteômica muscular, não foi confirmada. Além disso, a aplicação de TF de maior volume deve ser seguida de períodos de recuperação suficientes para evitar estresse celular excessivo.

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Título: Os impactos fisiológicos do exercício físico sobre o organismo das pessoas idosas em diferentes capacidades físicas: uma revisão de literatura.

Autores: KARINA BARROS DE LUCCA, Marcela Pereira De Lima E Silva

Instituições: Fundação Técnico Educacional Souza Marques - Escola de Medicina Souza Marques - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Há estimativa de que, até 2020, 84 a 167% dos idosos apresentarão moderada ou grave incapacidade. As evidências apontam que o exercício físico é fator preponderante na prevenção, controle e tratamento de condições crônicas, psicossociais e cognitivas associadas ao envelhecimento, possibilitando maior autonomia funcional. Objetivou-se descrever os efeitos fisiológicos do exercício físico no idoso em diferentes capacidades físicas.

Casuística e Método: Foi realizada uma revisão de literatura com 20 trabalhos científicos indexados datados de 1999 até 2017 sobre os efeitos fisiológicos do exercício físico nos idosos.

Resultados: Os exercícios de capacidade aeróbica, quando feitos regularmente, promovem efeitos crônicos como: aumento da capacidade do consumo máximo de oxigênio; redução dos níveis pressóricos de repouso e em exercícios submáximos; melhora da captação de vasodilatadores e oxigênio dos grupos musculares treinados; produz efeitos cardioprotetores, reduzindo fatores de risco aterogênicos; reduz a rigidez da artéria, melhorando a função endotelial e barorreflexa; aumenta o tônus vagal (queda da frequência cardíaca de repouso e em exercícios submáximos); melhora do desempenho contrátil miocárdico. Na composição corporal, há perda de gordura visceral. Nos efeitos metabólicos, aumento do controle glicêmico, uso da gordura como combustível muscular durante o exercício submáximo e em alta intensidade melhora a ação da insulina. Há o aumento de densidade óssea em mulheres pós-menopausa e diminui o risco de fratura. Os exercícios de força muscular promovem o aumento da força máxima, resistente e veloz (potência). Os exercícios de potência muscular estão mais associados ao desempenho funcional em comparação aos de força resistente por aumentar a qualidade muscular pelo maior recrutamento e descarga de unidades motoras. Os exercícios de resistência muscular promovem redução da ativação de unidades motoras necessárias para completar tarefas submáximas, redução da coativação dos músculos antagonistas, aumento da disponibilidade de fosfato de alta energia, mudança da expressão de isoformas de cadeia pesada de miosina, aumento da densidade mitocondrial e da capacidade oxidativa, redução da porcentagem de volume de miofibra disponível. Na composição corporal há aumento de massa magra e diminuição de gordura corporal. Há, também, aumento na densidade de massa óssea. Nos efeitos metabólicos e endócrinos há maior utilização da gordura como combustível, pelo aumento da oxidação lipídica e diminuição da oxidação de carboidratos e aminoácidos em repouso; redução do colesterol sérico e triglicerídeo; possíveis alterações de IGF-1; aumento das concentrações de repouso da testosterona total ou livre e a diminuição do cortisol em repouso, que favorecem a hipertrofia muscular. O treinamento do equilíbrio reduz o risco de quedas pela perda do equilíbrio, principalmente quando combinadas às outras capacidades físicas. O treinamento de flexibilidade aumenta a amplitude articular e do movimento. Outros efeitos relatados do exercício são o bem-estar psicológico, aumento da autoestima, diminuição do risco de depressão e ansiedade, redução do risco de demência e declínio cognitivo, melhorias na memória, atenção e tempo de reação.

Discussão: Embora os trabalhos estudados falem sobre algumas capacidades físicas isoladas, como principalmente dos efeitos dos exercícios aeróbicos, todos afirmam que o exercício físico melhora a capacidade funcional das pessoas idosas. Por isso, é importante fomentar o estudo de todas as capacidades físicas.

Conclusão: Conclui-se que o organismo do idoso possui plasticidade e reage aos estímulos do treinamento, e, por isso, as reduções funcionais normais da idade não devem limitar sua prática. Cada capacidade física provoca adaptações especificas ao organismo. No entanto, quando combinadas, parecem produzir benefícios físicos, cognitivos, psicológicos e sociais maiores e mais eficientes. Aumentando, assim, a longevidade e melhorando sua qualidade de vida.

Título: Osteoartrose em pacientes de baixo poder aquisitivo: qual o impacto na qualidade de vida ?

Autores: PRISCILLA HAUI DE OLIVEIRA GALUZZI FONSECA, Denise Haui De Oliveira, Silvio Domingos Galuzzi Fonseca, Luiza Catharina Brusasco Grandini

Instituições: Clínica da Familia Alkindar Soares Pereira Filho - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A osteoartrose (OA) é a queixa musculoesquelética mais comum na atualidade, atingindo 10% da população mundial acima de 60 anos. As alterações clínicas e funcionais geradas pela OA são capazes de influenciar a qualidade de vida daqueles acometidos por essa patologia. Pacientes idosos com doenças crônicas têm apresentado maior risco de não adesão às recomendações médicas, bem como taxa de mortalidade associada a sintomas depressivos. As doenças reumáticas caracterizam-se principalmente por seu comprometimento crônico e incapacitante. Dessa maneira, acarretam prejuízos físicos que limitam a capacidade funcional do paciente e interferem diretamente em suas atividades cotidianas. Objetivo é a avaliação do perfil epidemiológico de OA em população de baixo poder aquisitivo, bem como no impacto da qualidade de vida dos mesmos.

Casuística e Método: O trabalho apresenta uma série de casos, fornecida pela análise de todos os prontuários de uma determinada clínica da família (CF), em estudo transversal e observacional, esse reviu 74 prontuários do sistema Vita Care, em 27 de julho de 2016. Sujeitos da pesquisa Foram selecionados todos pacientes pertencentes a determinada CF com diagnóstico de 'osteartrose'; que constavam no sistema Vita Care. Critérios de inclusão Para a inclusão dos pacientes acompanhados, era necessário que os mesmos apresentassem um dos CIDs a seguir no VitaCare: M150, M170, M179,M199, M158 M158 ou M179 ativo. Critérios de Exclusão Comorbidade resolvida no sistema foi o critério de exclusão utilizado. Aspectos Éticos em pesquisa O projeto seguiu critérios exigidos pela instituição selecionada para o estudo. Foram cumpridas as exigências da Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (1996) do Ministério da Saúde.

Resultados: Todos os pacientes estudados residem em uma comunidade do Rio de Janeiro, e são assistidos por determinada CF. Entre os pacientes com um dos diagnósticos correspondentes à AO, do total de 74 pacientes 58 (77,1%) são do sexo feminino e 17 (22,9%) são do sexo masculino. Ao que cerne a idade, 28 (37,8) dos pacientes possuem a idade de 60 anos ou menos; 46 deles (62,1%) possuem mais de 61 anos. O diagnóstico de Gonoatrose compreende 25 dos pacientes (33,7%). Desses 74 pacientes, 56 (75,6%) apresentam algum transtorno na vida cotidiana por conta da patologia apresentada, as queixas mais comuns são: diminuição do ritmo de trabalho, limitação de movimentos como estender roupa e arrumar a casa.

Discussão: No presente estudo foi evidenciado que mais de ¾ da população é do sexo feminino e 60% são idosos. Não há diferença nesses fatores na população estudada e outros trabalhos realizados com outras populações. Quase totalidade demonstra transtorno na qualidade de vida, isso porque os pacientes portadores de OA tendem a aumentar sua limitação física, dor e restrição da funcionalidade com o avanço da doença. Dessa maneira, progressivamente estes indivíduos tem maior comprometimento nas suas atividades de vida diária, o que gera prejuízos nas relações de trabalho, lazer, convívio social, qualidade do sono, acarretando também, importante decréscimo em sua qualidade de vida. Particularmente, para população carente, para quem prejuízo nas relações de trabalho têm significativo valor financeiro, e o tratamento seja farmacológico, seja fisioterápico geram alto custo, é necessário focar na prevenção da doença.

Conclusão: Não obstante, reconhece-se que o envelhecimento populacional traz novos desafios. Assim, as demandas de saúde se modificam e revelam um maior peso das doenças crônico-degenerativas, dentre elas as patologias articulares. Não foi evidenciado diferença na epidemiologia do acometimento da OA em indivíduos de diferentes classes sociais. Nesse estudo foi demonstrado grande impacto negativo de uma condição de dor crônica e qualidade de vida do paciente. Dessa forma, é importante estimulo à prática de atividade física precoce, como forma de medicina preventiva.

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Título: Overtraining em atletas de endurance: uma revisão bibliográfica

Autores: ELAINE CRISTINA SILVA DOS REIS, Catia Irene Duarte Valente

Instituições: HZM – Instituto de Ensino e Pesquisa da Faculdade Ingá - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A busca constante de melhoria de resultados e a competitividade entre atletas faz com que os treinos se tornem cada vez mais intensos com aumento de carga de trabalho. O stress individual causado pelo treinamento físico excessivo leva à redução do desempenho do atleta, esse estado pode também ser associado a fatores externos, levando a um quadro de fadiga crônica de longa duração, que pode ser considerado como um desequilíbrio entre o treinamento e o tempo de recuperação com alterações de caráter fisiológico, imunológicos, hormonal e psicológicos, entre outros. Overtraining é um dos termos utilizados na literatura científica para definir a Síndrome do Excesso de Treinamento (SET), que tem se tornado um problema recorrente e de importância significativa na prática de esportes de alta performance, como provas de endurace. Apesar de bastante complexo, por depender de uma série de fatores e combinações, variando inclusive com a modalidade esportiva praticada

Casuística e Método: Revisão Bibliográfica Revisão sistematizada de 20 artigos

Resultados: Diante dos muitos fatores concorrentes para a identificação precisa do overtraining, vários estudos têm proporcionado o desenvolvimento de métodos de identificação, pesquisas, aplicação de questionários e outros processos que buscam esclarecer as dúvidas relacionadas ao assunto

Discussão: O overtraining, ou síndrome do excesso de treinamento, incide principalmente em atletas com programas de treinamento intenso, praticantes de esportes de alto rendimento e resistência como as provas de endurance. As características dessa modalidade esportiva, de competições de alto nível em que os limites do corpo são testados à exaustão, e a pressão para alcançar resultados cada vez melhores, faz com que os praticantes fiquem expostos à condições que propiciam o surgimento e evolução do quadro de overtraining, com uma incidência cada vez maior. Essa condição, também pode acometer indivíduos que se submetem à práticas esportivas sem a orientação adequada e especializada. A prevenção é considerado o meio mais eficaz de evitar os problemas causados pelo overtraining, o tratamento baseia-se na diminuição do volume de treinamento, ou mesmo repouso completo, no entanto, pela falta de critérios d iagnós t i cos bem es tabe lec idos , o t ra tamento requer acompanhamento intenso dos profissionais que acompanham o treinamento do atleta.

Conclusão: De modo geral, é necessário que os profissionais mantenham-se atualizados quanto ao conhecimento científico e prático da modalidade esportiva praticada. A definição da estratégia mais efetiva para a busca dos resultados esperados, otimiza o rendimento esportivo do atleta, adaptando os recursos disponíveis à fisiologia do atletas e às exigências da prática esportiva.

Título: Panorama das estatísticas de cardiopatias causadoras de morte súbita em indivíduos praticantes de esportes.

Autores: BIANCA ALVES DE MIRANDA, Camylla Santos de Souza, Ivan Lucas Picone Borges dos Anjos Lucas Borges, Anna Karoline Vasques de Almeida Karoline Almeida, Bianca de Negri Souza Souza, Angélica Smiderle Smiderle

Instituições: Centro universitário Estácio do Ceará - Fortaleza - Ceara - Brasil, Hospital Messejana - Fortaleza - Ceara - Brasil, UFC - Fortaleza - Ceara - Brasil, Ulbra - Canoas - Rio Grande do Sul - Brasil, UniFOA - Volta Redonda - Rio de Janeiro - Brasil, Unigranrio - Duque de Caxias - Rio de Janeiro - Brasil, Uss - Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução: O exercício físico é considerado um momento crítico, facilitador e coadjuvante no mecanismo que culmina em morte súbita, num sistema complexo que por vezes envolve uma patologia preexistente, na maioria das vezes, cardiopatias. Objetivo: Elucidar as cardiopatias envolvidas nos eventos de morte súbita em praticantes de esporte.

Casuística e Método: Introdução: O exercício físico é considerado um momento crítico, facilitador e coadjuvante no mecanismo que culmina em morte súbita, num sistema complexo que por vezes envolve uma patologia preexistente, na maioria das vezes, cardiopatias. Objetivo: Elucidar as cardiopatias envolvidas nos eventos de morte súbita em praticantes de esporte. Método: Dados do DATASUS, de 2010 e 2015, associada à revisão de literatura nas bases Scielo e Lilacs com os termos “cardiopatias morte súbita no esporte” e “cardiopatias congênitas e atividade física”.

Resultados: Introdução: O exercício físico é considerado um momento crítico, facilitador e coadjuvante no mecanismo que culmina em morte súbita, num sistema complexo que por vezes envolve uma patologia preexistente, na maioria das vezes, cardiopatias. Objetivo: Elucidar as cardiopatias envolvidas nos eventos de morte súbita em praticantes de esporte. Método: Dados do DATASUS, de 2010 e 2015, associada à revisão de literatura nas bases Scielo e Lilacs com os termos “cardiopatias morte súbita no esporte” e “cardiopatias congênitas e atividade física”. Resultados: De 2010 a 2015, o Brasil registrou 11.147 mortes súbitas de causa desconhecida. O Sudeste teve maior índice, seguido do Sul, sendo a maioria dos pacientes do sexo masculino. Entre os jovens, a idade de maior índice de morte súbita de causa desconhecida foi entre 15 a 19 anos. Segundo o Ministério do Esporte, pacientes de 6-10 anos obtiveram a maior média nacional de praticantes de esporte (37,9%), com maior índice no Sul (59,9%), seguido da faixa dos 11-14 anos (31,4%), sendo o maior índice no Norte (37,8%). Entre essas duas faixas etárias de praticantes de esporte, a que obteve o maior índice de morte súbita de causa desconhecida foi de 10 a 14 anos, tendo o Nordeste o maior índice, seguido da Sudeste. As duas regiões obtiveram um dos menores índices de praticantes de esporte entre os 11 aos 14 anos (32,5% no Sudeste e 32,9% no Nordeste).

Discussão: A principal causa de morte súbita em atletas com ≤30 anos é a cardiomiopatia hipertrófica, responsável por cerca de 50% dos óbitos. Pode apresentar-se de forma assintomática ou com vertigens, síncope relacionada ao exercício, dispneia, palpitações e dor torácica, sendo difícil a diferenciação de adaptações desencadeadas pelo treinamento intenso. Apesar disso, não se pode descartar outras possíveis cardiopatias como: anomalias congênitas nas artérias coronárias, aterosclerose coronariana prematura, doença aterosclerótica coronária, ruptura da aorta na Síndrome de Marfan, displasia arritmogênica do ventrículo direito (levando a taquicardia ventricular e ao risco elevado de morte súbita) e prolapso de válvula mitral, além de outras causas como miocardite, valvulopatias, anemia falciforme, a intensidade do exercício e a utilização de medicamentos e drogas.

Conclusão: Conclusão: Observa-se que jovens do sexo masculino, entre 15 a 19 anos, apresentaram maiores taxas de morte súbita de causa desconhecida, sendo a taxa de praticantes de esporte maior nas faixas dos 6 aos 14 anos de idade.

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Título: Perfil da prevalência de lesões osteomioarticulares no futebol: uma revisão da literatura

Autores: MARIA THAINE XAVIER DE OLIVEIRA LIMA, Anna Luiza Albuquerque De Oliveira

Instituições: Universidade Federal Da Bahia - Salvador - Bahia - Brasil

Introdução e Objetivo: O futebol é um esporte de grande relevância mundial, pois é um dos mais praticados. Estima-se que sejam mais de 265 milhões de jogadores e jogadoras pelo mundo. O Brasil encontra-se entre os cinco primeiros países do mundo em relação ao número total de jogadores, com números que extrapolam mais de 13 milhões. O futebol é um esporte que envolve uma grande variedade de movimentos e um intenso contato físico. Por isso, possui um elevado índice de lesões osteomioarticulares, sendo o responsável pelo maior número de lesões esportivas entre os atletas profissionais e não profissionais no mundo. Com isso, este esporte vem despertando um grande interesse dos profissionais da área de traumatologia esportiva, visando à prevenção, a recuperação, o tratamento e a promoção da saúde destes atletas e jogadores. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo traçar o perfil da prevalência das lesões osteomioarticulares que acometem os jogadores de futebol.

Casuística e Método: Realizou-se uma revisão de literatura sobre lesões osteomioarticulares nos jogadores de futebol, nas bases de dados PubMed e Scielo com artigos que continham os descritores: “futebol”, “lesões”, e seus respectivos em inglês, "football” e “injuries”. Os artigos selecionados obedeceram aos seguintes critérios: artigos envolvendo seres humanos; artigos publicados a partir de 2010; e artigos que apresentassem relevância para o desenvolvimento deste trabalho. Do total de artigos encontrados, 10 preencheram os requisitos necessários.

Resultados: De acordo com os artigos selecionados, a principal lesão que acomete os jogadores de futebol é a contusão, seguida por dores musculares, entorses, bursites e tendinopatias, dor articular, ferimentos, contraturas e, por último, as fraturas. A musculatura mais afetada, tanto na contusão quanto na dor muscular sem lesão anatômica, foram os músculos dos membros inferiores, destacando-se os localizados na região da coxa. É necessário destacar que a maioria das lesões ocorreram durante ou após os treinos e não durante ou após as partidas oficias. E os meio-campistas foram os mais lesionados, seguido dos atacantes e em terceiro os zagueiros.

Discussão: Analisou-se que a lesão mais acometida pelos jogadores de futebol e atletas é a contusão, que é uma lesão provocada pelo impacto ou trauma, encontrada com maior frequência nos membros inferiores, principalmente na coxa. Além disso, pôde ser observado que estas lesões estão mais incidentes nos treinos do que partidas oficiais e que os meio-campistas são, frequentemente, os jogadores mais lesionados.

Conclusão: Pode-se concluir, portanto, a partir da análise dos artigos selecionados que a contusão em membros inferiores (coxa) é a lesão que mais acomete jogadores de futebol, principalmente meio-campistas. O conhecimento desses dados é muito importante para a avaliação e prevenção de todas essas lesões, sejam elas ósseas, articulares ou musculares, tanto de atletas profissionais como dos esportistas amadores, visando principalmente à promoção da saúde de todos.

Título: Perfil das lesões osteoarticulares em praticantes de crossfit em Belém - PA

Autores: FELIPE RESCHKE DE ARAUJO, Álvaro Brandão Menezes Rocha, Flávio Tavares Freire da Silva, Iago Barbosa Guedes, Mikaelly Karoline Oliveira Pereira, Yago Melo Barros da Costa

Instituições: Centro de Avaliação do Esporte e Exercício - Belém - Para - Brasil, Centro Universitário do Pará - Belém - Para - Brasil, Liga Acadêmica de Medicina do Exercício e do Esporte do Pará - Belém - Para - Brasil, Universidade Federal do Pará - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: Crossfit é uma das modalidades esportiva mais comentadas no meio fitness e compreende uma série de exercícios variados, com alta intensidade e cargas gradualmente elevadas. Necessita de preparo físico básico e técnicas específicas para movimentos relacionados aos exercícios praticados, aumentando o índice de lesões osteoarticulares quando esses cuidados não são aplicados durante a execução dos exercícios. Esse estudo tem como objetivo analisar o perfil das lesões mais frequentes em praticantes dessa modalidade e assim auxiliar no planejamento da prevenção.

Casuística e Método: O presente estudo foi realizado de forma descritiva, observacional, transversal, com alunos praticantes de Crossfit em academias filiadas na região metropolitana de Belém. Foi aplicado um questionário com nove questões fechadas, abordando tópicos sobre o tempo de prática, a frequência por semana, prática do outras modalidades e diversos aspectos acerca das lesões presentes.

Resultados: Foram coletados 144 questionários, sendo 49,3% mulheres, 48,6% homens e 2,08% não identificados. Houve um predomínio de 38% de praticantes com faixa etária entre 18 e 25 anos. Foram mencionados um total de 30 lesões (21%), com predominância do ombro e zona lombar, como as áreas mais lesionadas, com 6 relatos (15%) cada região. Observou-se que a maioria das lesões ocorrem em praticantes que não fazem outra modalidade (57%), que praticam Crossfit há mais de um ano (60%) e que frequentam cinco vezes ou mais por semana a box de treino (63%). Das lesões mencionadas, 36,7% foram tratados com combinação de medicamentos e fisioterapia, 26,7% somente com medicamentos, 10% necessitaram de cirurgia, 16,7% não fizeram nenhum tipo de tratamento e 9,9% fizeram outro tipo de tratamento. Identificou-se também que 30% dos alunos lesionados ficaram menos de uma semana afastado dos treinos, outros 30% ficaram mais de quatro semanas.

Discussão: No estudo apresentado, encontrou-se um total de 21% de lesões (144 pessoas entrevistadas). Resultado divergente da literatura, Hak et al (2013) encontrou uma taxa de lesão de 73,5% em 132 praticantes. Porém, verificou-se a semelhança entre os dois estudos, no ponto de vista do local da lesão mencionada: ombro e zona lombar. Avaliou-se a diferença também contra o estudo de Costa T S (2016), o qual aponta uma menor taxa de lesão conforme o aumento de horas treinadas, contudo, o presente trabalho apontou uma taxa de 63,3% de lesões em indivíduos que praticam cinco vezes ou mais crossfit por semana, durante mais de um ano.Conclusão: A prática do crossfit tem sido alvo de muitas críticas devido utilizar de atividades de alta intensidade e intensidade constante, buscando melhorar o condicionamento físico e força de movimento funcional. No entanto, concluiu-se que a prática da modalidade pode estar ligadas as contusões relacionadas, devendo ser investigados possíveis fatores etiológicos ( inexperiência nas técnicas dos movimentos, sobrecargas e/ou falta de repouso necessário).

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Título: Perfil de estilo de vida de universitários da Amazônia: Um estudo na Universidade Federal de Rondônia

Autores: MEL NAOMI DA SILVA BORGES, Iranira Geminiano de Melo, Matheus Magalhães Paulino Cruz, Maria Enísia Soares de Souza, George Madson Dias Santos, Célio José Borges

Instituições: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - Porto Velho - Rondonia - Brasil

Introdução e Objetivo: O estilo de vida, atributo de comportamento identificável como atividade física, alimentação, controle do estresse, relacionamento e comportamento preventivo, pode ter um importante efeito na saúde dos seres humanos e está relacionado a diversos aspectos, que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades vidadas às pessoas. O objetivo desta pesquisa foi investigar o estilo de vida de acadêmicos da Universidade Federal de Rondônia, Campus Porto Velho.

Casuística e Método: Os procedimentos para desenvolvê-la incluíram a informatização do questionário “Perfil de estilo de vida” a partir de sua codificação em linguagem Personal Home Page (PHP) e, em seguida, foi feita a disponibilização on-line do questionário no site da Universidade. Visando a garantia de que a pesquisa fosse respondida apenas por acadêmicos do referido campus, foi realizada a exportação do cadastro de pessoas físicas (CPF) e nome dos discentes para o banco de dados, para que o formulário web realizasse uma verificação prévia, permitindo acesso somente aos usuários dos CPFs cadastrados. Como estratégia de coleta de dados, foram distribuídos banners e folders, disponibilizados computadores, em pontos estratégicos, onde se convidavam os acadêmicos a participar da pesquisa, que é um estudo quantitativo do tipo descritivo e com delineamento transversal. O período de realização da coleta de dados foi de abril a junho de 2016, obtendo-se uma amostra de 509 discentes, dos quais 307 mulheres e 202 homens, a idade mínima, 18 anos, e a máxima, 64 anos (25,73±7,94). Ao responder o questionário, o acadêmico poderia pontuar de zero a 18 em cada um dos cinco componentes: atividade física, alimentação, controle do estresse, relacionamento e comportamento preventivo. Os critérios de avaliação indicam que: se o entrevistado obtiver até seis pontos está em estado de alerta, necessitando mudar com urgência o comportamento avaliado; de sete a 23 pontos precisa melhorar e de 14 a 18 pode ir em frente com os hábitos avaliados.

Resultados: Os resultados mostraram que, de modo geral, os acadêmicos precisam melhorar o estilo de vida nos componentes atividade física (7,25±4,21), alimentação (9,44±3,79) e controle do estresse (9,40±3,94) e podem seguir os hábitos de comportamento preventivo (12,76±3,74 e relacionamentos (12,66±72).

Discussão: Os números mostraram que se um perfil de universitários sedentários, estressados e que se alimentam mal. Disponibilizar on-line o instrumento de coleta de dados, possibilitando aos discentes avaliar a qualquer momento seu estilo de vida, foi considerado um procedimento relevante, pois permitiu aos participantes da pesquisa conhecer o perfil de estilo de vida individual, viabilizando a reflexão a respeito da situação atual e a necessidade de modificações nos componentes avaliados. Além disso, os alunos podem voltar a realizar o preenchimento do questionário e fazer uma nova avaliação verificando o que mudou no perfil de vida, a partir da inserção dos dados em tempos variados.

Conclusão: Neste estudo, verificou-se que a informatização de formulários para estudos, na área da saúde, possibilita atingir um elevado número de participantes de forma rápida fornecendo, automaticamente, ao participante conhecimento a respeito da sua própria avaliação realizada a partir dos dados informados; beneficia também aos pesquisadores que, de posse dos dados, podem compilá-los transformando-os em diversos níveis de informações e estatísticas, pois estes dados sempre estarão à disposição, armazenados em um banco de dados e análise estatística a qualquer momento. Além disso, é possível vislumbrar contribuições relevantes que poderão auxiliar na tomada de decisão e na institucionalização de programas relacionados à promoção de saúde e qualidade de vida, no âmbito da Universidade Federal de Rondônia.

Título: Perfil de lesões nas categorias de base de futebol de um clube competitivo de São Paulo

Autores: TALINE SANTOS DA COSTA, Bruno Magnani Perez Peres, Carlos Tadeu Moreno, Bruno Moreira Mizutani, Caio Cezar Fortuna, Moises Cohen

Instituições: Sao Paulo Futebol Clube - São Paulo - Sao Paulo - Brasil, Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução: O futebol é um dos esportes mais populares do mundo que abrange todas as faixas etárias. Apresenta movimentos rápidos e não contínuos, além de envolver grande contato, favorecendo a ocorrência de lesões. O Brasil tem um grande número de praticantes, no entanto a coleta de dados sobre os tipos de lesões principalmente nas categorias de base é escassa, dificultando a prevenção, tratamento e reabilitação das lesões. Objetivo: Identificar a incidência de lesões e suas principais características em categorias de base de um clube competitivo de São Paulo.

Casuística e Método: Métodos: Realizado estudo retrospectivo através da análise de prontuários do departamento médico de setembro a dezembro de 2016. A amostra foi composta por 162 atletas de futebol do sexo masculino entre 14 e 20 anos.

Resultados: Resultados: A menor incidência de lesões foi encontrada na categoria sub 14, totalizando 75 lesões por 1000 horas de treino. Na categoria sub 20 observou-se a maior taxa de 100 lesões por 1000 horas de treino. Os atacantes e meio campistas foram as posições mais acometidas em todas as categorias. No entanto, há diferença quanto a etiologia da lesão encontrada. Atletas de categorias de maior idade cronológica apresentam mais lesões musculares por sobrecarga (64,3%) quando comparado aos de menor idade que apresentam predominantemente lesões de origem traumática (85,7%). Quanto a severidade, na categoria sub 14 e sub 20 observou-se lesões de gravidade menor, totalizando 42,9% e 42,4% respectivamente. No grupo sub 15 houve predomínio de lesões graves (36,8%). Em todas as categorias, observa-se que os membros inferiores foram os principais locais afetados, principalmente no joelho e na coxa.

Discussão: Existem fatores intrínsecos e extrínsecos que tornam as crianças mais vulneráveis às lesões do que os adultos. Dentre os fatores intrínsecos, as crianças apresentam uma proporção maior da cabeça em relação ao corpo, cartilagem mais vulnerável ao estresse e complexo motor de proteção menos desenvolvido (coordenação e propriocepção). Segundo o Colégio Americano de Medicina esportiva, mais da metade de todas as lesões esportivas na criança podem ser prevenidas. A atenção a deficiências físicas, métodos de treinamento, equipamentos de segurança e a saúde psicológica, principalmente na avaliação pré temporada pode reduzir a incidência de lesões.

Conclusão: Conclusões: Foram encontradas marcantes diferenças entre as categorias, ilustrando a importância de compreender as lesões esportivas na criança e no adolescente afim de reduzir a incidência de lesões.

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Título: Perfil do triatleta amador de distância olímpica

Autores: PAULO JOSE GOMES PUCCINELLI, Giscard Humberto Oliveira Lima, Paulo Roberto De Queiroz Szeles, Moises Cohen, Marília Dos Santos Andrade

Instituições: Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: O triathlon vem de forma progressiva aumentando o número de praticantes tanto profissionais como amadores. O conhecimento das variáveis que influenciam diretamente a performance esportiva deve acompanhar essa evolução do esporte. O objetivo do atual estudo é caracterizar o perfil antropométrico, fisiológico e genético, além de descrever o histórico médico e hábitos de vida diária de um grupo de triatletas amadores.

Casuística e Método: Estudo observacional transversal composto por 45 triatletas amadores (39 homens e 6 mulheres) que participaram da sexta etapa do 26o Troféu Brasil de Triathlon na distância olímpica. As seguintes medidas foram feitas no período pré competição: massa corporal, estatura, composição corporal (DEXA), consumo máximo de oxigênio (VO2max), limiares ventilatórios, velocidade aeróbia máxima (VAM) e economia de corrida. Foram aplicados questionários sobre histórico médico, rotina de treinamento, experiência esportiva e tipologia circadiana. Foram colhidos swab da mucosa oral para análise de 4 genes relacionados ao desempenho esportivo (gene que codifica a proteína muscular α-actina-3 – ACTN3; gene envolvido na expressão do receptor B2 de bradicinina – BDKRB2; gene envolvido no nível de angiotensinogênio sérico – AGT; e gene da enzima conversora de angiotensina-I – ECA).

Resultados: Não houve diferença de idade entre os gêneros. Houve diferença significativa entre sexos dentre todas as variáveis antropométricas e fisiológicas com exceção da economia de corrida. Os triatletas da pesquisa possuem 2,8±1,6 anos de experiência no triathlon. Treinam 13,5±4,1 horas/semana. Vinte e um participantes (46,7%) informaram não realizar seguimento médico periódico para a prática esportiva sendo que dezesseis (35,6%) relataram nunca ter sido submetidos a uma avaliação médica pré participação esportiva. Trinta voluntários (69%) possuem o perfil matutino enquanto apenas 2 voluntários (5%) são vespertinos. Houve um aumento na prevalência dos genótipos associados a melhor desempenho de esportes de endurance quando comparada com a população geral e entre atletas de modalidades de potência e força em três dos quatro genes estudados. No grupo masculino o VO2max, a VAM e a economia de corrida foram 59,9 ± 6,3 mL/kg/min, 17,8 ± 1,4 km/h e 1,17 ± 0,08 Kcal/kg/km, respectivamente. No grupo feminino o VO2max, a VAM e a economia de corrida foram 50,3 ± 6,1 mL/kg/min, 15,0 ± 1,4 km/h e 1,27 ± 0,10 Kcal/kg/km, respectivamente.

Discussão: Em relação aos profissionais, os atletas amadores voluntários da pesquisa são mais velhos, possuem estatura semelhante, maior massa corporal e maior porcentagem de massa gorda. A diferenças entre sexos do VO2max, limiares ventilatório e economia de corrida não refletiu em uma diferença significativa nos tempos totais. As maiores porcentagem de massa magra, VO2max e VAM dos homens podem ter sido contrabalanceados pelos maiores limiares ventilatórios das mulheres e ausência de diferenças estatísticas na economia de corrida. O baixo número de seguimento médico e avaliação pré-participação é alarmante. A aproximação e conscientização desses atletas sobre a importância do médico do esporte é necessária. O aumento na prevalência dos genótipos associados ao desempenho de modalidades de resistência é esperado pela característica predominantemente aeróbia do triathlon. O horário habitual dos treinos (realizados pela manhã para conciliar a pratica esportiva com o trabalho) pode ser decisivo na seleção de indivíduos com perfil matutino.

Conclusão: As características antropométricas, fisiológicas e genéticas do triatleta amador de distância olímpica diferem dos triatletas profissionais, atletas de outras modalidades e população em geral. O conhecimento de tais características pode auxiliar no planejamento do treinamento esportivo destes atletas.

Título: Perfil metabólico, hormonal e funcional antes e após competições de crossfit®: uma série de casos

Autores: GABRIEL VELOSO CUNHA, Ramires Alsamir Tibana, Carlos Ernesto Santos Ferreira, Matheus Baffi Silveira, Jonato Prestes, Fabrício Azevedo Voltarelli

Instituições: Laboratório de Corrêas - Petrópolis - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Católica de Brasília - Brasília - Distrito Federal - Brasil, Universidade Federal de Mato Grosso - Cuiabá - Mato Grosso - Brasil

Introdução e Objetivo: O CrossFit® é um programa de condicionamento extremo, com crescente popularidade, que visa otimizar as valências físicas por meio de exercícios funcionais, de alta intensidade e constantemente variados. É conhecido que a participação em competições esportivas induz alterações metabólicas transitórias, sendo o seu conhecimento fundamental para a prevenção de lesões e aprimoramento da performance. Este é o primeiro trabalho a avaliar creatinoquinase (CK), potência de salto (PS), questionário de bem-estar (QBE), dosagem sérica de imunoglobulina A (IgA), Cortisol, Testosterona Livre (TL), Testosterona Total (TT) e Proteína C Reativa (PCR) antes e após competições de CrossFit®, bem como composição corporal, força de preensão palmar e capacidade aeróbica (Vo2)

Casuística e Método: Esta série de casos avaliou um total de 9 atletas que participaram de competições de CrossFit® em Brasília-DF. As variáveis quantificadas antes da competição (tempo 0) e após 24, 48 e 72 horas foram: CK (Reflotron®), PS (sensor PUSH®), QBE previamente validado, e coletas de sangue para dosagem de Cortisol, IgA, TL, TT e PCR. Adicionalmente, 72 horas após a competição, foi avaliada a composição corporal (DEXA), força de preensão palmar e estimada Vo2 pelo desempenho no teste de corrida em pista de 1600 metros. As análises macrofuncionais e de CK foram realizadas nas dependências da Universidade Católica de Brasília (Brasília-DF), e as dosagens laboratoriais no Laboratório de Corrêas (Petrópolis-RJ)

Resultados: Os atletas apresentaram baixos percentuais de gordura corporal (9,2 ± 2,6%), bem como altos índices de massa livre de gordura (71,4 ± 6,7 Kg), Vo2 (50,15 ± 3,9 mL.kg–1. min–1) e força de preensão palmar (40,14 ± 6,0 Kgf). Foram observados altos índices de CK antes da competição (506,4 ± 211,2 U/L), parâmetro que apresentou um pico em 24 horas (698,6 ± 355,4 U/L) e decréscimo 48 horas e 72 horas após. Os valores de CK 72 horas após a competição foram significativamente menores quando comparados ao tempo 0 (p=0.002). A PS sofreu decréscimo entre o tempo 0 e 24 horas após (48,4 ± 4,8cm vs. 42,7 ± 4,2cm), sendo observado regresso progressivo 48 horas (44,7 ± 4,6 cm) e 72 horas (46,6 ± 5,2cm) após a competição, mas sem normalização do parâmetro em 72 horas. As menores pontuações no QBE ocorreram em 24 horas (16,4 ± 2,2 pontos), e as maiores 72 horas após a competição (20,0 ± 4,0 pontos). Os valores de Cortisol, TL e TT apresentaram pico antes da competição, redução significativa em 24 horas, menor valor 48 horas e ascendência em 72 horas, mas sem atingir os valores do tempo 0. Não foram observadas oscilações significativas nos índices de IgA. O valor médio de PCR foi duas vezes maior 24 horas após, quando comparado ao tempo 0 (0,08 ± 0,09 vs. 0,26 ± 0,25 mg/dL), sem diferenças entre os valores 24, 48 e 72 horas após a competição

Discussão: A aferição de CK é um método útil para quantificar a lesão muscular induzida pelo exercício, sendo os seus altos índices encontrados no tempo 0 indicativos de falhas no planejamento dos treinos que antecederam a competição. Apesar de o intervalo de 72 horas ter sido suficiente para normalizar os índices de CK, não foi hábil para reestabelecer a potência de salto após a competição. As curvas de Cortisol, TL e TT indicam que as alterações no perfil hormonal são leves e transitórias. Os altos valores encontrados de massa livre de gordura, força de preensão palmar e VO2 estimado são achados compatíveis com a alta demanda cardiovascular associada aos programas de condicionamento extremo

Conclusão: Foi percebida uma demanda de melhores adequações do treinamento nos dias que antecedem a competição. Adicionalmente, competições com intervalo menores que 72 horas devem ser evitadas pois apesar de haver normalização do marcador de lesão muscular e QBE, não foi encontrada regularização da potência de salto e perfil hormonal induzindo possíveis déficits de performance

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Título: Prevalência da insuficiência de vitamina D em pacientes saudáveis frequentadores de uma clínica privada na cidade de Fortaleza.

Autores: FLAVIO HENRIQUE MACEDO PINTO, Rebeca Benevides Pinto

Instituições: Centiser - Fortaleza - Ceara - Brasil

Introdução e Objetivo: A descoberta da vitamina D teve início com o reconhecimento do raquitismo, doença óssea infantil. Até hoje, alguns autores ainda a classifica como vitamina, outros como Ojeda et al. em seu artigo publicado por Memorias del Instituto de Investgaciones em Ciencias de la Salud, evidencia que a vitamina D é um pro hormônio mais que simplesmente uma vitamina. A hipovitaminose D é altamente prevalente e apresenta-se como um problema de saúde pública em todos continentes. Os estudos evidenciam sua alta prevalência em diversas regiões geográficas, incluindo nosso país. Podendo acometer mais de 90% dos indivíduos, dependendo da região estudada. Considerando a cidade de Fortaleza tendo sido Batizada de Loira Desposada do Sol pelos versos do poeta Paula Ney, e terra da luz, o presente estudo foi desenhado para mensurar níveis sérico de 25-hidroxivitamina D,25(OH) D, marcador sérico de vitamina D3, em pacientes atendidos em uma clínica privada situada na capital alencarina.

Casuística e Método: Foram avaliados 1586 pacientes, com idade entre 03 a 99 anos e com média de 52,32 ano, no período de 25/11/2014 a 25/04/2017 em uma clínica privada na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. Todos os exames para mensurar os níveis de 25(OH) D, foram realizados no mesmo laboratório pela técnica de eletroquimioluminescência, sendo um estudo transversal.

Resultados: Não houve diferenças significativas entre as médias dos níveis sérios de 25(OH) D nos sexos masculino e feminino, sendo 31,92 ng/mL e 31,81 ng/mL, respectivamente, apresentando uma média geral de 31,95 ng/mL. 763 pacientes (48,10%) apresentaram níveis com suficiência de Vitamina D (acima de 30 ng/mL), 692 pacientes (43,69%) apresentaram níveis com insuficiência de Vitamina D (entre 20 e 29 ng/mL) e 131 pacientes (8,25) com deficiência (níveis abaixo de 20 ng/mL). A idade com maior média de vitamina D foi 84 anos com 41,43 ng/mL e a com menor média foi 16 anos com 22,33 ng/mL. Os pacientes com idade < 30 anos, em um total de 198(12,48%), apresentaram média de vitamina D de 29,44 ng/mL. Já os pacientes > 50 anos, em um total de 971(61,22%), apresentaram médica de Vit D 33,13 ng/mL. A média da vitamina D foi de 31,85 ng/mL. Maior índice de vitamina D mensurado foi de 160 ng/mL e o menor 12,1 ng/mL.

Discussão: A vitamina D é dependente dos raios solares, existindo uma sazonalidade nos seus níveis, onde no final do verão temos os maiores níveis e no final do inverno o contrário. As fontes alimentares são fontes muito pobres de vitamina D, oferecendo cerca de somente 10% das necessidades diárias. A manutenção dos níveis serviços de vitamina D depende diretamente da exposição solar ou da suplementação oral da mesma. Os porteiros foram a profissão que apresentaram as maiores médias de vitamina D com 34,81 ng/mL, pode ser explicado pela a sua maior exposição solar. Os dentistas e os veterinários apresentaram menor média de vitamina D com 25,47 ng/mL e 25,66 ng/mL, respectivamente, podendo ser justificado pelo enclausuramento das suas atividades laborais. A idade de 13 anos apresentou maior percentual de pacientes com insuficiência de vitamina D com 66,66% dos pacientes, sinalizando uma tendência de nossos adolescentes estarem crescendo em ambientes fechados. Este dado mostra uma tendência desta geração não atingirem a formação do pico de massa óssea, caso não seja corrigido a insuficiência de vitamina D.

Conclusão: As fontes alimentares de vitamina D são escassas e os seres humanos dependem principalmente da síntese cutânea. Mesmo Fortaleza, tendo sol 365 dias por ano, estando localizada no litoral Atlântico, a uma altitude média de dezesseis metros, com 34 km de praias e o estado do Ceará com 578 quilômetros de litoral, 51,94% da população avaliada no presente estudo, apresentou níveis sérico de 25(OH) D abaixo dos limites de normalidade.

Título: Prevalência de lombalgia em praticantes de CrossFit no município de Uberaba (MG)

Autores: DANIEL EUGENIO ESPINDOLA DE AMURIM, Maria Carolina Ferrete Garcia de Figueiredo, Eloy Xavier Guimarães Pereira, Núbia Carvalho Pereira, Italo Barcellos de Souza, José Martins Juliano Eustáqio

Instituições: Universidade de Uberaba - Uberaba - Minas Gerais - Brasil

Introdução e Objetivo: O CrossFit é uma modalidade esportiva baseada em movimentos de alta intensidade, através de treinamentos de força e de condicionamento físico. Esta intensidade de trabalho pode desencadear sobrecarga do sistema musculoesquelético, com potencial risco de lesões. Porém, eles estimulam um trabalho biomecânico importante para o seguimento lombopélvico (core corporal), através do potencial ganho de flexibilidade e força muscular deste segmento, importantes para estabilização de todo movimento corporal e alívio álgico das lombalgias mecânicas. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência e as características da lombalgia entre os praticantes de CrossFit da cidade de Uberaba (MG).

Casuística e Método: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, do tipo transversal, no qual participaram 107 adultos jovens (idade média de 29 anos) praticantes da modalidade CrossFit no município de Uberaba (MG), que responderam a um questionário epidemiológico, composto por dados gerais e também específicos à presença de lombalgia. Todos os participantes com histórico desta patologia responderam também ao Questionário de Incapacidade de Roland Morris, relativo a duas avaliações distintas, com a primeira relacionada à dor antes do início da modalidade esportiva, e a segunda para os casos de lombalgia iniciada após o início do CrossFit. Este questionário é composto por 24 perguntas, com pontuação que varia de 0 (sem queixas) a 24 (lombalgia grave). Os resultados foram analisados através de estatística descritiva. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O trabalho foi aprovado pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa do Hospital Mário Palmério, de Uberaba (MG).

Resultados: Observou-se uma prevalência de lombalgia de 27% entre os participantes do estudo, com presença de 52% do sexo masculino e 48% do sexo feminino. Deste total, 83% já apresentavam o quadro antes do início da prática da modalidade. Além disso, 3% relataram piora, 17% início dos sintomas e 62% melhora do quadro clínico após iniciarem o CrossFit. Quanto ao Questionário de Roland Morris, houve uma redução da pontuação média de 64% após o início do CrossFit.

Discussão: O trabalho de estabilização biomecânica do seguimento lombopélvico é um dos mais importantes recursos terapêuticos no tratamento conservador das lombalgias mecânicas. Os resultados apresentados neste estudo, com altas taxas de melhora e baixas taxas de piora da sintomatologia após o início da modalidade, demonstram os reais benefícios da prática do CrossFit aos portadores desta patologia. Divulgado como uma modalidade que fortalece os estabilizadores dinâmicos da coluna lombar, mas rebatido em alguns estudos como grande causadora de lesões, o CrossFit, nesse estudo, demonstrou-se eficaz no controle e melhora da lombalgia.

Conclusão: A prática do CrossFit, executada através de controle adequado do volume de exercício e com supervisão do profissional de Educação Física, é um importante recurso terapêutico para os casos de lombalgia mecânica sem acometimentos do canal medular.

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Título: Prevalência dos achados cardiográficos das avaliações pré-participação de atletas de um clube de futebol profissional

Autores: FABRICIO LUZ CARDOSO, Marcos Vinicius Muriano Da Silva, João Saes Braga, José Antonio Galbiatti

Instituições: FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA - MARÍLIA - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A morte súbita relacionada ao exercício e ao esporte é definida como a morte que ocorre de modo inesperado, instantaneamente ou não,num período de 6 a 24 horas após prática de uma atividade física. No Brasil, após a morte de um jogador de futebol durante uma partida do Campeonato Brasileiro de 2004, houve uma maior produção de estudos relacionados a essa temática. Nosso estudo teve por objetivo analisar os resultados dos exames pré-participação de atletas de um clube de futebol profissional, com o intuito de confrontar os achados cardiográficos mais prevalentes com a literatura e incentivar o desenvolvimento de novas estratégias para a prevenção da morte súbita.

Casuística e Método: Este estudo é quantitativo de natureza retrospectiva. Teve como foco analisar os resultados dos exames pré-participação de atletas de futebol de um clube profissional na busca de alterações prevalentes, com a finalidade de promover a prevenção da morte súbita em atletas.A pesquisa foi desenvolvida em três etapas: 1) coleta de dados dos prontuários e laudos dos exames cardiológicos pré-participação de 110 atletas (sexo masculino) de um clube de futebol profissional realizados em clínica de cardiologia, num período de três anos (2015 a 2017). Fizemos a coleta, com auxílio de um f o r m u l á r i o , d e d a d o s r e l a t i v o s à a n a m n e s e cardiológica,eletrocardiograma,teste ergométrico e ecocardiograma dos atletas; 2) tabulação dos dados coletados utilizando os softwares Word e Excel Office 2010; 3) confrontação dos dados encontrados com os da literatura.

Resultados: A média de idade foi de 23,2 anos. Na anamnese,1 atleta apresentou história de dor torácica atípica negando palpitações ou síncope, 1 história de sopro cardíaco e 1 histórico de bloqueio atrioventricular prévio, 2 histórico familiar diabetes mellitus e 4 de infarto agudo do miocárdio. No eletrocardiograma, 61 atletas apresentaram bradicardia sinusal, 16 alteração na repolarização ventricular, 5 distúrbio de condução pelo ramo direito, 3 bloqueio átrio-ventricular de 1°grau, 2 padrão de repolarização precoce, 1 extra-sístoles ventriculares isoladas, 1 extra-sístoles supraventriculares isoladas e 1 hemi-bloqueio ântero-superior esquerdo. A média de FC de repouso foi 58.4 bpm. A média de PA sistólica 120.3 mmHg e a média de PA diastólica 77.7 mmHg. O ecocardiograma foi realizado em 81 atletas. Em 1 foi encontrado discreta hipertrofia concêntrica, em 9 valva mitral com movimento sistólico superior mínimo,em 2 fluxo sistólico turbulento no terço proximal do átrio esquerdo ao Doppler mitral, no Doppler tricúspide, 27 mostraram refluxo tricúspide mínimo, no Doppler pulmonar, 37 tiveram refluxo pulmonar fisiológico e o Doppler aórtico de todos demonstrou fluxo normal. A média do tamanho da parede posterior do ventrículo esquerdo foi 0,88 cm, a do diâmetro diastólico 5,1 cm, a do diâmetro sistólico 3,3 cm,a da fração de ejeção 0,64 e a da relação espessura/volume 0,35. No teste ergométrico,atingiram o estágio máximo 59 atletas, 51 interromperam o teste por cansaço físico. Não houve registro de dor precordial. Em relação às arritmias tivemos em: 24 extrassístoles ventriculares isoladas e raras,9 extrassístoles supraventriculares isoladas e raras,1 extrassístoles ventriculares e supraventriculares raras.

Discussão: A maioria das alterações encontradas é condizente com as adaptações da síndrome do coração de atleta que é um fenômeno adaptativo e não representa prejuízos a saúde do atleta e a prática esportiva. Na literatura estão descritas como alterações mais encontradas: de condução elétrica, bradicardia sinusal, arritmias fisiológicas e medidas morfofuncionais diferentes da população adulta normal.

Conclusão: Os achados dos exames pré-participação associados à anamnese e ao exame físico minuciosos possibilitam o médico do esporte observar cuidadosamente o estado do atleta e direcionam o profissional na tomada de condutas adequadas que visem, a partir do acompanhamento clínico do atleta, a prevenção da morte súbita.

Título: Prevenção de micose interdigital podal em atletas de futebol de base

Autores: GUILHERME GOMES AZIZI, Paula Leite Frisoni, Alexandre Gomes Azizi, Marco Antonio Alves Azizi

Instituições: Fluminense Football club - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Iguaçu - Nova Iguaçu - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A micose interdigital, tinha ou dermatofitose do pé (Tinea pedis) constitui manifestação freqüente em todas as partes do mundo predominando na idade adulta. A sudação, a umidade, os calçados anti-higiênicos e o descuido na higiene da pele, constituem fatores predisponentes para essa dermatite. A contaminação pode ocorrer diretamente do doente para a pessoa sã, porém a maior parte das vezes é indireta. Os indivíduos se infectam ao andar com os pés descalços sobre solo contaminado ou usar meias e calçados de pessoa com tinha, a contaminação também pode ocorrer a partir de pisos de banheiros e de vestiários. Os fatores climáticos, o modo de vida, as viagens e/ou migrações humanas, a influência de animais domésticos, a idade e as condições sócio-econômicas e a prática de esportes. Objetivo: Orientar a prevenção das micose aos atletas

Casuística e Método: Avaliados 50 atletas voluntários da categoria de base do Fluminense football Club durante 2016, através de exame clínico dos pés e das regiões interdigitais.

Resultados: Presença de áreas de micose intergiditais em 28 atletas (56%) dos avaliados, com prevalência principalmente no 4° espaço, caracterizando por área esbranquiçada, ou eritematosa, ou cor vermelha - viva, de superfície úmida e exsudante, às vezes com descamação.

Discussão: A importância clínica das micoses dos pés foi demonstrada no Projeto Achilles, fruto da Academia Europeia de Dermatologia e Venerologia, Sociedade Europeia de Unhas e Sociedade Brasileira de Dermatologia, que contou com o apoio financeiro do Laboratorio Jassen-Cilag, que no Brasil promoveu em 1998 e 1999, ampla investigação em vários Estados sobre a saúde dos pés. Das 33.523 pessoas atendidas, 65,4% apresentavam algum tipo de doença nos pés e não tinham consciência de tal fato, o que demonstrou que os brasileiros dão pouca importância à saúde de seus próprios pés. As infecções fungicas, acometeram nada menos que 62,8% dos pacientes pesquisados; destes 57,6% eram portadores de infecções que atingiam as unhas. Assim como estas, uma serie de outras anomalias simples que atingem os pés, tais como calos, as bolhas de atrito, as fissuras ou as verrugas plantares, onicocriptose, a onicomicose, a onicogrifose ou varias formas de atrofias ungueais. Na Europa, esse Projeto revelou a prevalência de 35% de infecções fúngicas na população em geral. Nos indivíduos acometidos, as doenças mais diagnosticadas foram a tinea pedis (22%) e a onicomicose (23%). Na Ásia, a prevalência da tinea pedis foi um pouco maior (37%), enquanto que a onicomicose (23%) mostrou resultados similares ao estudo europeu. No Brasil, o projeto não contemplou a realização de exames micológicos, mas entre as suspeitas clínicas de infecções fúngicas, a onicomicose isolada foi a mais freqüente (38,4%), sendo que os indivíduos do sexo masculino, os considerados obesos e os diabéticos apresentaram maior número de suspeitas de infecções nos pés.

Conclusão: As micoses interdigitais provocam uma ruptura da barreira cutânea abrindo uma porta de entrada para infecções; essas estão presentes na maioria dos casos e devido à sua reação pruriginosa favorecem as reinfecções quando o local é coçado. Qualquer lesão nos pés como uma calosidade, uma fissura no calcanhar, uma micose interdigital deve ser encarada como potencialmente desencadeadora da perda do membro ou da vida. Os fatores de risco gerais e locais que se destacaram para o surgimento da erisipela foram diabetes, neoplasias, linfedema e comprometimento prévio por erisipela ou celulite. A prevenção através de orientação e cuidados gerais com os materiais, como chuteiras, é o fator principal para que não surjam as micoses interdigitais.

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Título: Proposta de classificação de força isométrica em diferentes regiões corporais em atletas de judô

Autores: FELIPE NATALI ALMEIDA, Braulio Henrique Magnani Branco, Leonardo Vidal Andreato

Instituições: Unicesumar- Centro Universitário de Maringá - Maringá - Parana - Brasil, Universidade Estadual de Maringá - Maringá - Parana - Brasil

Introdução e Objetivo: No judô, cerca de 50% do tempo de uma luta é gasto em disputas no grip, tornando necessária a avaliação de força isométrica realizada por diferentes partes do corpo, com esta variável sendo de fundamental importância para o resultado final de uma luta. Em consequência disso, devido a escassez de material que buscou classificar os níveis de força isométrica em diferentes seguimentos corporais, nos propusemos com o presente estudo, elaborar uma tabela normativa de classificação de atletas de judô especificamente em relação a força de preensão manual, força de tração isométrica da região lombar, força de tração isométrica dos membros inferiores e força de tração isométrica da região escápulo-umeral, na qual atletas e treinadores possam se basear para direcionamento de treinamentos futuros que visem desenvolver esta valência física.

Casuística e Método: Foram utilizados 145 atletas de judô do sexo masculino de nível estadual, nacional e internacional. Para participar do estudo, o atleta deveria: se encontrar na faixa marrom ou preta; estar competindo regularmente em competições oficiais; entre 18-40 anos; realizar treinamento específico para judô ao menos quatro vezes semanais e treinamento de força ao menos três vezes semanais; não estar em processo de perda de peso; ter mantido rotina de alimentação normal durante a coleta dos dados; não apresentar nenhuma lesão que dificulte a realização dos testes; não utilizar substâncias banidas pela agência anti-doping. Todos os atletas enquadrados nas condições acima receberam uma explicação sobre todos os testes que seriam realizados e foram submetidos ao seguintes testes: análise da força de preensão palmar; análise de força de tração isométrica da região lombar; análise de força de tração isométrica dos membros inferiores e; análise de força de tração isométrica da região escápulo-umeral. Todos os testes foram realizados durante o período competitivo. Após coleta dos dados, foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para confirmar a normalidade dos dados e, posteriormente, os dados foram distribuídos em cinco níveis de classificação (muito baixo, baixo, regular, bom e excelente) de acordo com a distribuição dos dados (adaptado de Ramirez-Velez et al.). Todos os dados coletados estiveram de acordo com as normativas do Comitê de Ética da Universidade Estadual de Maringá (PR-Brasil) e os atletas só puderam participar da pesquisa após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

Resultados: Após coleta dos dados a classificação proposta foi a seguinte: (1)� Em relação a força de preensão palmar: muito baixo ≤ 77 kgf; baixo> 77 a 85,5 kgf; regular> 85,5 a 110 kgf, bom > 110 a 126,2 kgf; excelente > 126,2 kgf (2)� E m r e l a ç ã o a f o r ç a isométrica de região lombar: muito baixo ≤ 110 kgf; baixo > 110 a 122,5 kgf; regular > 122,5 a 162 kgf; bom > 162 a 170 kgf; excelente > 170 kgf (3)� Em relação a força isométrica de membros inferiores: muito baixo ≤ 110 kgf; baixo > 110 a 131 kgf; regular > 131 a 170 kgf; bom > 170 a 174 kgf; excelente > 174 kgf (4)� E m r e l a ç ã o a f o r ç a isométrica da região escapulo-umeral: muito baixo ≤ 31,6 kgf; baixo > 31,6 a 36,0 kgf; regular > 36 a 48,5 kgf; bom > 48,5 a 50 kgf; excelente > 50 kgf.

Discussão: Muito se observa em literatura sobre força isométrica em atletas de judô. Porém, em sua grande maioria, os trabalhos buscaram simplesmente avaliar esta valência física sem procurar elaborar uma criteriosa classificação para que programas de treinamento pudessem se basear. Em adição, a grande maioria dos dados procura analisar apenas a tração isométrica de preensão manual, abstendo-se da análise de outros seguimentos corporais importantes para o bom rendimento na atividade esportiva em questão.

Conclusão: Devido a sua proposta, os dados apresentados se tornam únicos, podendo servir como um modelo no qual atletas e treinadores possam se basear para elaboração de treinamentos para melhora desta valência física.

Título: Rabdomiólise pós infecção viral em atleta, relato de caso

Autores: FERNANDO ANTONIO WILLINGTON FILHO, Janaína Yacy Hess Ferreira, Rosemary Petkowicz

Instituições: Gremio Náutico União - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: A rabdomiólise é uma síndrome clínico-laboratorial na qual ocorre lise das células musculares com liberação enzimática e causando a liberação de mioglobina na corrente sanguínea. As causas são multifatoriais como esmagamento muscular, crise convulsiva, atividade muscular excessiva, alteração de temperatura corporal, infecciosas. O diagnóstico e a terapêuticas precoces são fundamentais para evitar a progressão para insuficiência renal aguda. O objetivo do presente estudo é relatar caso de paciente com episódio de rabdomiólise pós quadro infeccioso, O diagnóstico definitivo é efetuado através de exames laboratoriais, contendo elevada concentração de creatinoquinase no sangue, indicando lesão muscular, e presença de mioglobina sérica e urinária.

Casuística e Método: Atleta, masculino, idade 13 anos, pertencente a equipe de natação, categoria infantil, teve quadro gripal na semana anterior, tendo feito uso de medicação antigripal, contendo anti-histamínico e vasoconstritor sistêmico, permaneceu em casa, em repouso por 4 dias. Ao retornar aos treinos teve dificuldade de acompanhar o programa de treino do dia por sentir dor muscular principalmente nas panturrilhas. Consultou no Centro Médico devido à dor que se apresentava claudicante e, ao exame físico, apresentava dor discreta a palpação da panturrilha esquerda. Negava alteração de carga de treino e traumas. Foram coletados exames laboratoriais iniciais e de acompanhamento, que foram realizados em laboratório referenciado.

Resultados: 1° coleta de exames (13/06): Hg 13,5 g/dl Ht 41,1% Leucograma normal Plaquetas 158000 PCR 0,14 mg/dl TGO 162mg/dLTGP 51mg/dL GamaGT 21U/L Creatinoquinase total 6434 U/L Ureia 35mg/dL Creatinina 0,6mg/dL No dia seguinte à primeira coleta com a identificação dos resultados iniciais, é encaminhado o paciente para o serviço de emergência do hospital, onde foram coletados novos controles 2° coleta de exames (14/06): Hg 13,8 g/dl Ht 41,1% Leucograma normal Plaquetas 172000 Creatinoquinase total 4602 U/L Ureia 31mg/dL Creatinina 0,52mg/dL Exame Analítico de Urina pH 6,5 DU 1006 análise bioquímica normal. Após a segunda coleta (16/06): TGO 63mg/dL TGP 56mg/dL GamaGT 23U/L Creatinoquinase total 639U/L Ureia 27mg/dL Creatinina 0,5mg/dL Paciente retornou aos exercícios com evolução gradativa no dia 21/06, permanecendo assintomático 4° coleta de exames (24/06): Hg 12,4g/dl Ht 38,3% Leucograma normal Plaquetas 238000 TGO 21mg/dL TGP 27mg/dL GamaGT 18U/L Creatinoquinase total 184U/L Ureia 30mg/dL Creatinina 0,6mg/dL Exame Analítico de Urina pH 7,0 DU 1025 análise bioquímica normal.

Discussão: Entre as infecções virais relacionadas com quadro gripal, a infecção pelos vírus Influenza A e B é a causa mais frequente de rabdomiólise neste contexto, entretanto outros vírus como o parainfluenza, o adenovírus, o Coxsackie e o Epstein-Barr também podem causar quadros semelhantes. O vírus Influenza pode levar à destruição muscular após infecção do tecido muscular ou através da formação de miotoxinas. Dentro da realidade da medicina do esporte, é importante a realização do diagnóstico diferencial da elevação da creatinoquinase devido ao treinamento e competição, neste caso parâmetros como carga de treino, massa muscular, idade e gênero do atleta, assim como os valores séricos laboratoriais irão auxiliar o médico na diferenciação dos quadros.

Conclusão: O diagnóstico de rabdomiólise requer um elevado índice de suspeição, além de anamnese e contextualização do quadro bem elaborada. É indispensável que o diagnóstico seja realizado precocemente, pois a alta concentração de mioglobina no sangue pode ocasionar insuficiência renal aguda, condição grave e potencialmente fatal. Deve-se iniciar com reposição de fluidos assim que for realizado o diagnóstico, a fim de evitar complicações renais.

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Título: Reabilitação cardíaca pós infarto agudo do miocárdio em comprometimento extenso de ventrículo esquerdo - um relato de caso

Autores: ALIA SIQUEIRA VIEIRA, Antonio Lucas Albuquerque Sabóia, Sebastião Carlos de Sousa Oliveira, Marcus Vinícius Strozberg, Daniel de Castro Silva

Instituições: Universidade Federal do Ceará - Sobral - Ceara - Brasil

Introdução e Objetivo: As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte global e o estilo de vida sedentário é um dos principais fatores de risco. O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), principal evento coronariano, precede consequências negativas na qualidade de vida. Além das terapias farmacológicas e intervencionistas, que se firmaram como métodos de escolha para a recuperação dos que sofreram eventos coronarianos, tratamentos alternativos continuam surgindo. Dentre eles, há a reabilitação cardíaca baseada no exercício, cujo principal objetivo é melhorar a saúde e os resultados de pacientes com doença coronariana. Embora necessitando de maior quantidade de estudos, esse método apresenta resultados consistentes nos trabalhos disponíveis na literatura internacional. O presente estudo tem como objetivo relatar a evolução da função cardíaca a partir de uma conduta terapêutica baseada no tratamento farmacológico tradicional e reabilitação baseada no exercício, em um paciente pós-IAM.

Casuística e Método: F.E.M.A, sexo masculino, natural de Parnaíba – PI, antecedentes familiares com IAM. Em agosto de 2002 sofreu IAM por oclusão do ramo descendente anterior da Artéria Coronária esquerda. Houve comprometimento da função sistólica do ventrículo esquerdo. Na ocasião do evento estava com 49 anos, hipertenso, dislipidêmico, sedentário, fazia uso raramente de bebidas alcóolicas, não tabagista, 60 kg e estatura de 1,60 m. Na mesma data foi submetido à Angioplastia, porém, com intercorrência. Passou a fazer uso de Digoxina, Furosemida, Carvedilol, Monocordil, AAS e Aldactone. Foi encaminhado ao atendimento especializado em Medicina do Esporte para reabilitação cardíaca. Em agosto 2003, ao dar entrada no serviço, mostrou-se depressivo, fazia uso de Alprazolam. Apresentava aptidão cardiorrespiratória MUITO FRACA, VO2 máx. 22.67 ml/kg/min (Cooper), grupo funcional I pela classificação de New York Heart Association. O índice do limiar anaeróbico (LA), 14.70 ml/kg/min, próximo aos critérios de inclusão para transplante cardíaco (≥ 14.0 ml/kg/min). A fração de ejeção (Simpson) (FE), teve índice de 28% (normal acima de 58%) e a massa ventricular (MV) de 232g (normal 0.0 – 276g). Diante disso, foi sugerido um programa de condicionamento físico baseado em atividades aeróbias (corrida, caminhada, bicicleta, natação) com o intuito de melhorar o desempenho cardiopulmonar. O acompanhamento da progressão se deu por realização do teste ergoespirométrico e ecocardiograma a cada 6 meses, permitindo a adaptação da intensidade do programa de condicionamento físico à evolução cardiorrespiratória. Após um ano de submissão ao tratamento, a VO2 máx. estava em 27.37 (aumento de 20,73%), a VO2 LA em 21.54 (aumento de 46,5%) e FE em 40%. Nos 12 anos seguintes, os índices apresentados se mantiveram acima dos números descritos anteriormente à adesão ao programa. A variância amostral (VAR) dos valores obtidos para VO2 máx., de 2005 até 2016, foi de 3,79, assim como, para VO2 LA 5,65, FE 1,91 e a média da MV de 184.25.

Resultados: Os índices de VO2 levaram a paciente da categoria de aptidão cardiorrespiratória MUITO FRACA para BOA e melhoraram seu limiar anaeróbio. Houve aumento em mais de 40% da FE, porém, não atingiu o mínimo estabelecido para condições normais (58%). A hipertensão e a dislipidemia foram revertidas. O paciente relatou melhora do seu estado psíquico.

Discussão: Durante o programa de reabilitação o paciente fez uso concomitante de tratamento farmacológico, não sendo possível dissociar a atuação de cada terapia na sua recuperação. A melhora no limiar anaeróbico está atribuída ao sucesso terapêutico, pois, a VAR amostral do peso ao longo do tratamento é de 3.32.

Conclusão: A terapia baseada em exercício e tratamento farmacológico mostrou-se satisfatória na reabilitação cardíaca. Assim, além dos benefícios cardíacos adquiridos, também há acréscimos em relação à qualidade de vida abrangendo os aspectos físicos e psicológicos.

Título: Relação dos níveis de hdl com a prática de atividade física

Autores: VINICIUS MOREIRA PALADINO, Leandro Raider, Felipe Lacerda de Oliveira Pessôa, Flávia Silva Cople, Thyago Bacelar Vieira, Gabriela Leite de Souza Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A inclusão de prática regular de exercícios físicos na rotina diária é um modo melhorar a qualidade de vida de uma pessoa. Com o foco nos adolescentes e jovens adultos, deve-se estimula-los sempre a adquirir este hábito, uma vez que se não incorporarem este comportamento a sua rotina diária, na idade adulta estarão mais propensos a terem limitações funcionais e metabólicas. Neste quadro, as lipoproteínas de alta densidade (HDL-c) são de extrema importância, pois participam do transporte reverso do colesterol, sendo consideradas antiaterogênicas. Segundo estudos, sua concentração é inversamente proporcional a incidência de pato logias crônicas não t ransmissíveis, como doenças cardiovasculares, obesidade e dislipidemias. A herança genética individual influencia em cerca de 50% da concentração de HDL-c plasmático. E outros fatores como, peso corporal, tabagismo, exercício físico, consumo de álcool e hábitos alimentares respondem pelo restante. Assim, a prática regular de atividade física surge como um relevante fator para atividade para o desenvolvimento e a manutenção de níveis adequados de HDL-c plasmático. O objetivo do presente estudo foi analisar a relação entre a prática de atividade física e os níveis de HDL-c plasmático.

Casuística e Método: A amostra foi composta por 71 acadêmicos do 1º semestre do curso de medicina, com idades compreendidas entre 17 e 26 anos e de ambos os sexos. Os dados foram coletados no Hospital Escola Luiz Gioseffi Jannuzzi durante o primeiro semestre de 2017. Para identificar os indivíduos praticantes e sedentários foi utilizado o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), sendo considerado praticante aquele que foi classificado como “Muito Ativo” e “Ativo”. A estratificação dos níveis de HDL-c baseou-se no “Consenso Brasileiro para a Normatização da Determinação Laboratorial do Perfil Lipídico”. Os dados coletados foram armazenados em planilha do Microsoft Excel 2010 e para o tratamento estatístico utilizamos para análise descritiva dos dados.

Resultados: O presente estudo encontrou que 80,3% da amostra praticava atividade física regularmente e 19,7% era sedentária ou irregularmente ativa. Na avaliação do HDL-c sanguíneo, 12 indivíduos apresentaram níveis abaixo do recomendado (<40mg/dL), 46 com limítrofes (40 a 60mg/dL) e 13 com adequados (>60mg/dL). Dos acadêmicos considerados praticantes, 21,1% apresentou valores tidos como “adequados”, 61,4% como “limítrofes” e 17,5% como “abaixo” do recomendado. Dos caracterizados como sedentários, 7,1% apresentou valores tidos como “adequados”, 78,6% como “limítrofes” e 14,3% como “abaixo” do recomendado.

Discussão: Evidências científicas apontam que a prática insuficiente de atividade física apresenta associações de menor extensão com um perfil plasmático aterogênico quando comparado à ingestão excessiva de gorduras total e saturada e o tabagismo. Em estudos pontuais, foram encontrados dados que confirmam que indíviduos que tinham o hábito de se exercitar apresentavam níveis de HDL-c mais elevados do que os sedentários. Em análises longitudinais, a atividade física isoladamente ocasionou um aumento dos níveis de HDL-c, porém são descritos que são necessários no mínimo seis meses de prática regular para serem observadas variações consistentes.

Conclusão: Diante dos fatos apresentados, observou-se que a maioria dos acadêmicos apresentou níveis de HDL-c limítrofes, independentemente de praticar atividade física ou não. Porém quando analisados especificamente, os considerados praticantes apresentaram um percentual maior de níveis adequados de HDL-c, 21,1% contra 7,1% dos sedentários. Este dado sugere que o hábito de se exercitar teve influência no fator analisado por este estudo.

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Page 73: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Relação dos níveis de triglicerídeos com a prática de atividade física

Autores: VINICIUS MOREIRA PALADINO, Leandro Raider, Pedro Kozlowsky De Alencar, Vanessa Conceição Saar Mautone Lima, Matheus Teixeira De Oliveira, Pedro Antônio da Silva Moreira

Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - Valença - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A qualidade de vida e a saúde de uma pessoa podem ter uma sensível melhora com a adoção da prática regular de exercícios físicos em seu cotidiano. Já foi comprovado que indivíduos sedentários tem maior chance de ter um perfil lipídico desfavorável, favorecendo o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. Considerando este fato e analisando especificamente os níveis de triglicerídeos (TG), estudos demonstraram que o aumento na atividade da lipoproteína lipase no músculo esquelético e no tecido adiposo durante a atividades físicas, e no período pós-esforço, associado ao possível decréscimo da síntese hepática dos TG, possa ser ajustes metabólicos que favorecem as menores concentrações de lipídeos plasmáticos entre os sujeitos mais ativos fisicamente.. Portanto, fatores como mudança de hábitos alimentares e a prática de atividade física são medidas de estilo de vida que podem melhorar o perfil lipídico e ajudar na prevenção das doenças citadas anteriormente. O objetivo do presente estudo foi analisar se a prática de atividade física está associada com menores níveis de TG, em acadêmicos do 1º período do curso de Medicina.

Casuística e Método: A amostra foi composta por 71 acadêmicos do 1º semestre do curso de medicina, com idades compreendidas entre 17 e 26 anos e de ambos os sexos. Os dados foram coletados no Hospital Escola Luiz Gioseffi Jannuzzi durante o primeiro semestre de 2017. Para identificar os indivíduos praticantes e sedentários foi utilizado o I.P.A.Q. (Questionário Internacional de Atividade Física), sendo considerado praticante aquele que foi classificado como “Muito Ativo” e “Ativo”. A estratificação dos níveis de TG baseou-se no “Consenso Brasileiro para a Normatização da Determinação Laboratorial do Perfil Lipídico”. Os dados coletados foram armazenados em planilha do Microsoft Excel 2010 e para o tratamento estatístico utilizamos para análise descritiva dos dados.

Resultados: O presente estudo encontrou que 80,3% da amostra praticava atividade física regularmente e 19,7% era sedentária ou irregularmente ativa. Na avaliação da taxa de TG, 2 indivíduos apresentaram níveis elevados (>200mg/dL), 8 com limítrofes (150 a 200mg/dL) e 61 com adequados (<150mg/dL). Dos acadêmicos considerados praticantes, 89,5% apresentou valores tidos como “adequados”, 7% como “limítrofes” e 3,5% como “elevados”, pelo recomendado. Dos caracterizados como sedentários, 71,4% apresentou valores tidos como “adequados”, 28,6% como “limítrofes” e nenhum como “elevado”.

Discussão: Um fato, que necessita mais estudos, é a real eficácia da atividade física, isoladamente, reduzir a taxa de TG, visto que a maioria realiza estudos associados a outras medidas como adequação dos hábitos alimentares. Inúmeros estudos corroboram com os resultados encontrados nesta análise, em que indivíduos ativos fisicamente tem mais chance de apresentar um perfil lipídico dentro dos valores desejáveis, incluindo o nível de TG. Porém eles ressaltam que a atividade física deve ser regular e apresentar intensidade e frequência mínimas para que este resultado seja atingido.

Conclusão: Como observado, a maioria dos acadêmicos apresentou níveis de TG adequados, independentemente de praticar atividade física ou não. Porém quando analisados especificamente, os considerados praticantes apresentaram um percentual maior, 89,5% contra 71,4% dos sedentários. Este dado sugere que o hábito de se exercitar teve influência no fator analisado por este estudo, uma vez que indivíduos que praticam atividade física tinha maior chance de apresentar taxas de TG dentro do que seria adequado.

Título: Relação entre a gravidade da fadiga e o desempenho neurocognitivo em árbitros de futebol

Autores: JULIO CESAR TOLENTINO JUNIOR, Jorge Henrique Narciso, Paulo Roberto Da Silva Barroso, Erik Salum De Godoy, Jorge Fernando Rabello, Rubens Lopes Da Costa Filho

Instituições: Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Árbitros de futebol precisam tomar decisões de forma rápida e precisa, reagindo a inúmeros estímulos visuais durante uma partida. A sensação de fadiga (SF), ainda que seja considerada queixa subjetiva, tem sido associada ao desempenho físico e neurocognitivo. Diante da importância da função cognitiva em árbitros de futebol, foi realizado estudo para analisar a associação entre gravidade da fadiga e resultado de testes neurocognitivos (TNC) nesta população.

Casuística e Método: Estudo transversal no qual foram incluídos árbitros masculinos (centrais e assistentes). Foram excluídos indivíduos tabagistas, com doença, em uso de medicações e aqueles afastados da função no último ano. Foi investigada presença de SF nas últimas 2 semanas. Foram aplicados a escala de gravidade de fadiga (EGF), a Escala Visual Analógica da Fadiga (VASF) e os testes neuropsicológicos: Trail Making Test Parte A e Parte B (TMTA e TMTB), em milissegundos (ms) e o Digit Symbol Substitution Test. A distribuição das variáveis foi avaliada por meio de histograma e do teste de Kolmogorov-Smirnov. Para variáveis com distribuição normal (TMTA, TMTB, DSST, idade e tempo de arbitragem-TA), foram relatados a média e desvio-padrão. A correlação entre 2 variáveis contínuas de distribuição anormal (EGF e VASF) foi analisada através do coeficiente de correlação de spearman (ρ). Foi testada a diferença entre os escores de cada teste conforme a presença de fadiga (teste t para variáveis paramétricas e teste de Mann-Whitney para variáveis não paramétricas). Para todas as análises, considerou-se o nível de significância de 5%.

Resultados: Nos 51 árbitros (29 centrais e 22 assistentes), a idade variou de 22 e 46 anos (33,2 ± 6,8 anos) e o tempo de arbitragem (TA) foi 11,1 ± 5,5 anos. A SF foi detectada em 25,4% da amostra. Na comparação entre os grupos sem e com fadiga o TMA foi de 27,1±7,0 ms e 30,0±7,0 ms, respectivamente (p=0,78), enquanto no TMTB o resultado foi de 45,6±12,0 e 70,5±26,2, respectivamente (p=0,002). Entre estes grupos, a pontuação total do DSST foi de 53,9 ±8,7 e 48,6±7,6, respectivamente (p=0,06). A EGF e a VASF foram significativamente maiores no grupo com fadiga (ρ=0,02 e p<0,001, respectivamente). De acordo com a correlação de Sperman as pontuações da VASF e EGF apresentaram correlação positiva significativa (r=0,53; p<0,001). Na análise de regressão linear, foi observada relação positiva entre a pontuação da EGF e da VASF e o valor do TMTB (r=0,5; r2=0,3;p<0,001 e r=0,6; r2=0,4;p<0,001, respectivamente). Não houve significância estatística na relação entre EGF e VASF com as variáveis TMTA e DSST. Na análise por regressão multivariada, as variáveis idade, tempo de atividade aeróbica semanal e TR não estiveram relacionadas com TMTA, TMTB e DSST.

Discussão: Na amostra foi observado que o valor do TMTB foi significativamente menor naqueles com fadiga. Entre estes TNC, o TMTB é aquele que além de avaliar atenção e habilidade visuoespacial, permite melhor análise da função executiva e flexibilidade cognitiva. Apesar dos valores menores do TMTA e maior pontuação no DSST nos árbitros sem fadiga, não houve significância estatística (provavelmente pelo tamanho da amostra). Também foi encontrada relação linear positiva entre a mensuração do TMTB e a gravidade da fadiga, especialmente através da VASF, demonstrando que quanto mais grave a SF, pior o desempenho neste TNC. Após revisão da literatura, não foi encontrado estudo semelhante para comparação dos resultados.

Conclusão: Na amostra de árbitros de futebol do sexo masculino foi observada significativa relação entre gravidade da fadiga e pior desempenho neurocognitivo em teste que avalia fexibilidade cognitiva, atenção e função executiva.

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Título: Relação entre a prática de atividade física e o risco de desenvolver doença cardiovascular nos estudantes de medicina da cidade de valença

Autores: CAIO VEGGI MARINHO, Lara Souza Kodra, Caroline Guida Babinski, Vinicius Moreira Paladino, Leandro Raider

Instituições: Faculdade de Medicina de Valença - VALENÇA - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no mundo, com estimativa de ser responsável por 38% dos óbitos até 2020 na América do Sul. Os altos níveis de dislipidemia, bem como diabetes mellitus, obesidade abdominal e hipertensão arterial sistêmica são fatores de risco importantes para a ocorrência de doenças coronarianas. Nesse cenário, a prática de atividade física de forma regular é um determinante comportamental indispensável para a diminuição desses eventos cardiovasculares. O objetivo do presente estudo foi analisar a prática de atividade física e o risco de desenvolver doença cardiovascular.

Casuística e Método: A amostra foi composta por 71 acadêmicos do 1º semestre do curso de medicina, com idades compreendidas entre 17 e 26 anos e de ambos os sexos. Os dados foram coletados no Hospital Escola Luiz Gioseffi Jannuzzi durante o primeiro semestre de 2017. Para identificar os indivíduos praticantes e sedentários foi utilizado o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), sendo considerado praticante aquele que foi classificado como “Muito Ativo” e “Ativo”. A estratificação do risco de desenvolver doença cardiovascular foi analisada através do Escore de Framingham que leva em consideração o sexo, a idade, a dosagem mais recente de colesterol total e lipoproteínas de alta densidade (HDL-c), tabagismo, a realização de tratamento para hipertensão arterial e o valor da pressão arterial sistólica.

Resultados: O presente estudo encontrou que 80,3% da amostra praticava atividade física regularmente e 19,7% era sedentária ou irregularmente ativa. Na avaliação do risco de evento cardiovascular, em 10 anos, 94,4% dos participantes possuem chances menores que 1% de desenvolverem doenças coronarianas e 5,6% possuem risco de 1%, ambos na faixa etária de baixo risco global (menor que 10%). Contudo, dos acadêmicos com risco igual a 1% todos relataram ser irregularmente ativos.

Discussão: Evidências científicas comprovam que a prática da atividade física reduz os níveis séricos de colesterol total e aumentam o HDL-c. A pressão arterial sistólica e o tabagismo também podem diminuir com o exercício diário. Como evidenciado no presente estudo, os pacientes “muito ativos” ou “ativos” possuem valores dentro da normalidade para o colesterol total e HDL-c, contribuindo para a diminuição do risco cardiovascular. Estudos realizados em Santa Catarina e Ceará mostraram valores no escore maiores quando comparado o risco global de adultos jovens de desenvolver evento cardiovascular em 10 anos, que variaram de 2,3% a 3,7%. Sendo esses indivíduos sedentários ou praticantes de atividade física não orientada. Evidenciando assim o beneficio da atividade física.

Conclusão: Sendo a idade um dos quesitos relevantes para a estratificação do Escore de Framingham, os jovens se destacam, quando comparados aos idosos, por terem o risco cardiovascular mais baixo. Estudos afirmam que as exposições aos fatores de risco cardiovascular iniciam ao nascimento, refletindo na fase adulta. Assim, a prática da atividade física, para os jovens, é de caráter indispensável visando atenuar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares como foi mostrado pelos resultados apresentados por este estudo.

Título: Relação entre Gordura Visceral, IMC e Circunferência de Cintura em Militares do Exercito Brasileiro

Autores: ANDREA ROCHA E SILVA, Marcos Sá Rego Fortes

Instituições: IPCFEx - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Introdução. Estudos sobre perfil antropométrico baseiam-se em índices antropométricos, como o índice de massa corporal (IMC), o Percentual de Gordura (%G) e em medidas como, por exemplo, dobras cutâneas (DC) e circunferência de cintura (CC). Excesso de gordura na região abdominal pode levar a doenças como o infarto e acidente vascular encefálico (AVE). Existem outros métodos mais sofisticados como a Bio-impedância, a Ressonância Magnética, a Tomografia Computadorizada e o iDEXA, todavia esses métodos são caros, o que dificulta a utilização deles. Assim, a obtenção do IMC e da CC passam a ser alternativas baratas e de fácil obtenção. Não obstante, existe a necessidade de se comparar esses indicadores com um padrão-ouro para se confirmar a aplicabilidade na avaliação de possíveis riscos cardiovasculares. Objetivo: Investigar a associação entre IMC, CC e Gordura Visceral (GV), obtida através do iDexa, em militares da ECEME do Exército Brasileiro.

Casuística e Método: Casuística e Métodos: Foram avaliados 41 (38,9 ± 2,2 anos) militares brasileiros, do sexo masculino, que cursaram a Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME). A coleta de dados foi constituída da mensuração de massa corporal (MM) (kg); estatura em pé (EST) (cm) e Circunferência da Cintura (CC). A gordura visceral (GV) foi obtida com o aparelho de densitometria “Dual Energy X-Ray Absorptiometry” (DEXA), modelo iLUNAR-2015. O teste de Komogorov-Smirnov confirmou a normalidade das variáveis do estudo. Em seguida foi aplicado o teste de correlação de Pearson, com valor de p < 0,05. O processamento e análise estatística dos dados foram realizados através do software estatístico Statistics versão 7.

Resultados: Resultados: Foram encontradas correlações positivas e significativas entre a GV, obtida no iDEXA, a CC e o IMC (GV X CC r = 0,72 ; GV X IMC r = 0,73).

Discussão: Discussão: A CC é forte indicador de obesidade abdominal, estando diretamente relacionada com importantes alterações cardiometabólicas. A literatura tem indicado a utilização da CC como medida antropométrica melhor correlacionada à quantidade de tecido adiposo visceral. No presente estudo, o coeficiente de Pearson entre a GV e a CC foi de 0,72, o que demonstra uma associação significativa entre essas duas variáveis. O IMC, apesar das suas limitações, continua sendo um índice importante em estudos populacionais. Nosso estudo apresentou uma associação significativa entre o IMC e a GV (0,73), sendo portanto uma importante ferramenta para avaliação nutricional para militares na faixa etária em questão.

Conclusão: Conclusão: Esses resultados confirmam a associação entre a GV , IMC e CC. Portanto, para a prevenção, diagnóstico e tratamento daquelas doenças citadas anteriormente, sugere-se que a utilização da CC e do IMC como fatores de risco importantes na sua prevenção.

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Título: Relato de caso IAM atípico em atleta

Autores: CECILIA DE FARIA SARDENBERG, Patricia Pampuri Lopes Peres, Filippo Aragão Savioli

Instituições: Unicid - Sao Paulo - Sao Paulo - Brasil, Unifesp - Sao Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A doença arterial coronariana aterosclerótica (DAC) é a causa mais comum de morte súbita (MS) em atletas com idade superior a 35 anos. O exercício intenso aumenta o risco de IAM e MS em portadores de DAC. O infarto agudo do miocárdio de apresentação atípica é uma entidade estabelecida entre pacientes diabéticos, mulheres e idosos. Em atletas, pouco tem sido descrito na literatura a respeito deste tema. O objetivo deste trabalho é relatar um caso IAM de apresentação atípica em um atleta.

Casuística e Método: Foi realizado o levantamento de dados e exames com o paciente, sendo esses analisado e embasados na literatura publicada até o momento ; em bases de dados como Lilacs , Pubmed, Medline, Science Direct e Scielo usando descritores como " myocardial infarction atypical" e "athletes" objetivando uma maior discussão sobre IAM atípico em atletas.

Resultados: Relato do Caso: Paciente de 55 anos, sexo masculino, sem comorbidades prévias, assintomático, praticante de corrida de rua, com passado esportivo expressivo. 16 maratonas entre 1989 e 2003. De 2003 a 2012 manteve atividade física com musculação e provas menores de corrida, de 10 quilômetros (km). Avaliação pré-participação esportiva realizada em março de 2015, incluindo eletrocardiograma (ECG) não demonstrou nenhuma alteração. Ainda em 2015, em novembro, para cirurgia ortopédica do calcâneo direito, realizou novo ECG que evidenciou zona inativa de V1 a V4, suspeitando-se dessa forma, de um IAM antigo. Realizando questionário retrospectivo, constatou-se que em julho do mesmo ano, apresentou quadro de pirose com refluxo, o que o levou a consultar-se com um gastroenterologista, recebendo diagnostico de esofagite de refluxo sendo tratado como tal. Possivelmente neste momento ocorria a manifestação do evento isquêmico. Realizou ressonância magnética cardíaca que evidenciou acinesia anterior e anterosseptal medial e apical sem viabilidade miocárdica neste território e fração de ejeção de 51%. Cateterismo cardíaco demonstrou lesão única de artéria descendente anterior. Uma vez que o paciente é atleta não houve consenso entre 5 profissionais consultados , tendo estes indicado condutas distintas. Optando o paciente por tratamento clínico, retornando gradualmente as atividades físicas.

Discussão: Dor torácica causada por refluxo gastresofágico é uma das principais manifestações atípicas de dor no IAM, tal condição é muito comum em atletas; mais da metade dos atletas apresentam essa queixa, o que dificulta o raciocínio clinico para reconhecer a apresentação atípica de um IAM nesta população. Portanto faz-se fundamental ter em mente tal diagnóstico diferencial. Estudo recente relata a possibilidade de atletas de endurance de longa duração terem um maior risco para doenças coronarianas, sendo essencial maior discussão neste aspecto.

Conclusão: A apresentação atípica do IAM é um desafio diagnóstico para o médico. Atletas são vistos como pessoas saudáveis, o que dificulta o raciocínio para suspeitar de tal condição. É importante atentar-se sempre as possíveis manifestações atípicas nas diversas populações.

Título: Relato de Caso: Síndrome de QT longo induzido por fluorquinolonas em jogadora profissional de futebol.

Autores: CAROLINA RIBEIRO LOPES FERRER, Paulo José Gomes Puccinelli, Filippo Aragão Savioli, Leandro Santini Echenique, Japy Angelini Oliveira Filho

Instituições: Unifesp - SÃO PAULO - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A principal causa de morte não traumática no esporte é a morte súbita (MS), sendo 90% de etiologia cardíaca entre atletas de 12 a 35 anos, e a maioria dos casos (30%) são relatados em jogadores profissionais de futebol. Nessa faixa etária as principais causas de MS relacionada ao exercício são: a cardiomiopatia hipertrófica, as malformações de coronárias e a displasia arritmogênica de ventrículo direito. Dentre as causas menos comuns, mas de igual importância, pode-se citar: a Síndrome de Brugada, a repolarização precoce maligna e a síndrome do QT longo. A importância do relato se justifica pela potencial gravidade da síndrome do QT longo e sobre sua indução por uso de fluorquinolonas, pouco relatado na literatura científica.

Casuística e Método: As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com a paciente, registro dos métodos diagnósticos aos quais a paciente foi submetido e revisão da literatura.

Resultados: Relato: Feminino, 29 anos, branca, natural e procedente de São Paulo, solteira, jogadora profissional de futebol. Sem queixas na avaliação pré-participação esportiva. Em uso de Ciprofloxacino 500mg ao dia há X dias para tratamento de infecção de trato urinário. Ao exame clínico, ausência de sinais de alterações significativas. Eletrocardiograma (ECG) de repouso: intervalo QT de 400 ms (Bazett - 554 ms). Durante o teste ergométrico apresentou um encurtamento do intervalo QT no pico do esforço. Optado por afastar temporariamente a atleta das atividades esportivas e orientado a suspensão do antibiótico em questão. Após duas semanas, paciente retorna ao serviço com ECG de repouso sem alterações significativas sendo liberada a retornar a atividade esportiva, mantida em seguimento anual.

Discussão: O caso apresentado cita uma paciente do sexo feminino com aumento do intervalo QT secundário ao uso de uma quinolona. O valor normal do intervalo QT de atletas é um pouco maior do que a população em geral, sendo até 470 ms para homens e até 480ms para mulheres. O risco de desenvolvimento de TdP e Fibrilação ventricular é evidente quando há um prolongamento do QT maior que 60 ms e/ou QT > 500ms. A primeira droga relacionada com o QT longo foi a quinidina em 1922 por Levy, quando seu uso ainda era restrito ao tratamento de doenças infecciosas. Antiarrítmicos de classe III de Vaughan Williams como sotalol e amiodarona prolongam a repolarização e, consequentemente, o QT, porém é importante ressaltar que o prolongamento da repolarização secundário ao uso da amiodarona, é homogêneo e, neste caso, o QT longo não está associado com potencial risco de arritmias. Na maioria dos casos, o prolongamento do QT é secundário a inibição das correntes de potássio (IKr e IKs) por drogas, levando a um atraso na repolarização. O TdP secundário ao QT longo geralmente ocorre após a presença de extrassístole, seguido de uma longa pausa semelhante à que ocorre na síndrome do QT longo congênito tipo 2. Os fatores de risco para TdP são sexo feminino, idade, bradicardia, hipocalemia, hipomagnesemia, cardioversão recente, principalmente com drogas que prolongam o QT, QT longo congênito subclínico (oculto). No caso relatado apresentamos uma atleta profissional de futebol que, durante avaliação médica esportiva inicial apresentou ao eletrocardiograma de repouso intervalo QT maior que 500 ms, conferindo risco aumentado para arritmias ventriculares e morte súbita. O afastamento temporário das atividades físicas, até elucidação diagnóstica do quadro se torna compulsório. Com a resolução da alteração diminui-se o risco de eventos cardiovasculares. Porém, uma vez feito o diagnóstico de QT longo adquirido, faz-se necessário uma atenção maior a prescrição de medicamentos ao atleta.

Conclusão: De acordo com os dados obtidos é possível concluir que a avaliação pré-participação e reavaliações dos atletas precisam ser valorizadas e realizadas de modo correto, de maneira a evitar que achados como o do relato passem despercebidos.

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Título: Revisão bibliográfica de acupuntura e regeneração muscular

Autores: EDUARDO GIRARDI GONCALVES, Alberto De Castro Pochini, Benno Ejnisman, Carlos Vicente Andreoli, Paulo José Szeles, Nuria Ynae Kajimoto

Instituições: Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A acupuntura é uma ferramenta de intervenção em saúde que aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde-doença. Originária da medicina tradicional chinesa (MTC), a acupuntura compreende um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso de locais anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas filiformes metálicas. De acordo com a medicina tradicional chinesa, o fluxo de "qi" pode ser influenciado pela colocação de agulhas em pontos específicos do corpo, muitos dos quais estão ao longo dos meridianos. No meio ocidental, já é consagrada para tratamento de diversas patologias como fibromialgia, lombalgias, osteoartrite e patologias miofasciais. Atualmente sabe-se, que a estimulação de pontos de acupuntura libera, no sistema nervoso central, várias substâncias responsáveis pelas respostas de promoção de analgesia, restauração de funções orgânicas e modulação imunitária. Assim como localmente promove benefícios múltiplos como redução do edema e relaxamento muscular. Pesquisas mais recentes mostram que há aumento do '' Insulin growth factor 1'' (IGF-1), que aumenta a proliferação de células satélites musculares, que são protagonistas na regeneração muscular e estimulação do ''Myogenic Differentiation'' (MyoD), fator que regula à regeneração muscular. A lesão muscular, é a causa mais comum de dor grave crônica e incapacidade física, que afetam centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, sendo também a causa mais comum de lesão no esporte, responsável por 8,6 milhões de lesões ano passado no Estados Unidos, o que justifica pesquisas direcionadas a uma fer ramenta que possa atuar na regeneração muscular conservadoramente. Objetivo: Revisão da literatura baseada em pesquisa associando acupuntura e regeneração muscular.

Casuística e Método: Foram buscados artigos nas bases de dados PubMed e MedLine, com o termo ''acupuntura'' cruzando com os t e r m o s ' ' m u s c u l a r ' ' , ' ' m ú s c u l o ' ' , ' ' l e s ã o ' ' , ' ' e n t o r s e s ' ' , ''distensões'',''rasgar'', ''romper'', ''regeneração'', ''recuperação'', ''lesões relacionadas ao esporte", ''tratamento'' separadamente e em conjunto. Identificado o artigo, foi analisado sua metodologia, coerência e conteúdo. Foram excluídos aqueles que não preenchiam os pré-requisitos estabelecidos, não abordavam o assunto específico em parte ou na totalidade, não possuíam acesso completo ou não apresentavam texto em língua inglesa.

Resultados: Foram encontrados 20 artigos que apresentavam os termos associados. Quatro artigos foram excluídos por não apresentarem acesso integral, três artigos foram excluídos por não apresentarem texto em língua inglesa. Da totalidade uma pesquisa foi originária do Brasil, 10 delas de origem chinesa, 4 de origem americana, 2 origem japonesa, 1 artigo de origem francesa e romena. Quatro deles tratavam apenas sobre eletroacupuntura e o restante exclusivamente de acupuntura manual. Quatorze deles foram realizados em animais, 13 em ratos e 1 em cachorros.

Discussão: Apesar da grande variedade de artigos relacionados à acupuntura, a literatura apresenta-se escassa quando se associa acupuntura e regeneração muscular. Dos 20 artigos 18 apresentam resultados positivos que apontam a acupuntura como adjuvante ou co-adjuvante relacionados a regeneração muscular, associados ou não a eletroacupuntura(EA). Existe apenas 1 artigo que comparou a eficiência da acupuntura versus EA. Pesquisas mais recentes mostram que há aumento do IGF-1, que aumenta a proliferação de células satélites musculares, que são protagonistas na regeneração muscular e estimulação do MyoD, fator que regula a regeneração muscular, assim como melhora não somente dos padrões de dor como padrões Eletroneuromiográficos.

Conclusão: Ressalta-se a importância da pesquisa de tratamento da lesão muscular, devido ao seu grande impacto, apesar de poucas referências, há indícios que acupuntura pode acelerar o processo de recuperação muscular tanto na forma de agulhamento seco como na sua variante de Eletroacupuntura.

Título: Revisão de artigos de Medicina do Exercício e do Esporte publicados em periódicos brasileiros

Autores: FERNANDA SCATOLA, Filippo Aragão Savioli

Instituições: Universidade de Caxias do Sul - UCS - Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A produção de artigos científicos na área de Medicina do Exercício e do Esporte se torna relevante quando a divulgação do conhecimento e sua aplicabilidade são efetivos. Assim sendo, a publicação em revistas reconhecidas e qualificadas torna-se o principal objetivo da maioria dos autores, que acabam procurando revistas com maior fator de impacto para obterem maior visibilidade e pontuação acadêmica para seus trabalhos científicos. Uma possível alternativa a esse impasse seria uniformizar os critérios de qualidade das publicações nacionais, considerando também os critérios internacionais. Com isso, os mais distintos delineamentos poderiam ser melhor escalonados, elevando o nível de seleção da produção científica. Com esta questão verificada, procurou-se estudar o perfil das publicações de dois anos consecutivos com interesse em medicina esportiva, em quatro periódicos brasileiros atualmente indexados na base de dados SciELO.

Casuística e Método: Foram pesquisados nos anos de 2015 e 2016 artigos com possível interesse em medicina esportiva publicados em quatro periódicos brasileiros, atualmente indexados na base de dados SciELO (Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Revista Brasileira de Ciências do Esporte e Revista Brasileira de Medicina do Esporte). Os termos de pesquisa foram "exercise OR exercício AND 2015 OR 2016". Os artigos foram separados por revista e por desenho de pesquisa. Os resultados foram apresentados em tabelas. Foram selecionados 193 artigos relacionados com Medicina do Exercício e do Esporte.

Resultados: A distribuição por revista, por desenho de pesquisa na totalidade de revistas e por desenho de pesquisa especificamente na Revista Brasileira de Medicina do Esporte foram dispostas em três tabelas diferentes.

Discussão: A primeira tabela demonstrou uma tendência evidente de publicação na Revista Brasileira de Medicina Esportiva e em menor proporção nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. É indiscutível a maior abrangência da Revista Brasileira de Medicina Esportiva, assim como a grande divulgação dos trabalhos de bom nível da área. Devido a isto, acaba sendo o objetivo de publicação da maioria dos autores. A menor demanda nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia possibilita a inferência de que há um desequilíbrio na submissão de trabalhos neste periódico quando comparado aos demais. Esta constatação possibilita aos autores considerarem mais este periódico como destino de submissão, assim como sugerir ao corpo editorial que intensifique o estímulo à publicação neste segmento de interesse médico. A análise da segunda tabela deixou claro que os artigos publicados por estas quatro revistas se destacam na qualidade de produção. 76,7% de todos os estudos são de ensaios clínicos e estudos transversais, delineamentos considerados de qualidade acadêmica reconhecidamente maior. A terceira tabela evidenciou ainda mais o supracitado, visto que 80,5% dos artigos publicados no biênio 2015-2016 na Revista Brasileira de Medicina do Esporte correspondem a ensaios clínicos e estudos transversais. É ressaltado, ainda, a ausência de relatos de caso isolados, observando a diminutiva relevância acadêmica deste tipo de desenho científico, o que enaltece ainda mais a qualidade da revista analisada. Portanto, esse tipo de publicação é compatível com periódicos em fase de crescimento de impacto que passam a receber artigos cada vez melhores com o passar do tempo e aprimoramento editorial.

Conclusão: É fato que a melhoria da qualidade de publicações em medicina esportiva já se encontra em plena evolução no Brasil. Este processo depende cada vez mais de melhores artigos e revistas mais ágeis e em constante atualização criteriosa. Portanto, acaba se fazendo necessária uma melhoria na eficiência editorial das revistas direcionadas à medicina esportiva, viabilizando ao especialista maior fonte de referências e pesquisas.

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Título: Revisão sistemática da suplementação proteica de leucina no exercício resistido para hipertrofia muscular

Autores: AMINE WIENER VASCONCELLOS HADDAD, Cintia Barra e Bastos de Castro, Lara Barros Cecilio Mendes, Elisabeth Peres Biruel, Alberto de Castro Pochini, Carlos Vicente Andreoli

Instituições: UNIFESP - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: O uso de suplementação oral de proteínas (leucina) tem sido utilizado por praticantes de atividades físicas com o intuito de melhorar o desempenho esportivo e obter ganhos de força e hipertrofia muscular. O objetivo foi avaliar sistematicamente na produção bibliográfica, se a suplementação oral de leucina proporciona hipertrofia muscular em indivíduos praticantes de exercícios resistidos.

Casuística e Método: Trata-se de um mapeamento na literatura científica no rigor da Revisão Sistemática. As bases de dados pesquisadas foram: MEDLINE e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS e EMBASE, nos últimos 15 anos (2002-2017), além de documentos manuais e sites na Internet. Foram incluídos estudos que descreveram se a suplementação oral de leucina causa hipertrofia muscular em pessoas praticantes de treino resistido, treinados ou destreinados.

Resultados: Observou-se a existência de alguns estudos sobre esse assunto quando relacionados a hipertrofia muscular e treino resistido. Foram encontrados 21 artigos, onde selecionamos 4 estudos clínicos para avaliação.

Discussão: Relatos na literatura mostram que leucina apresenta melhor ação na síntese proteica com a presença da insulina ou de outros nutrientes (AA, proteínas e ate mesmo o carboidrato). O treino resistido intenso demonstrou aumentar no tecido muscular o balanço de proteínas por até 48 horas pós o treino. Portanto, quando aminoácidos essenciais ou proteína do leite são ofertados após este tipo de exercício, respostas anabólicas foram observadas, quando comparadas com indivíduos que treinavam apenas, sem uso de suplementos. Outros inúmeros estudos também demonstraram que o consumo de suplementos a base de proteína antes ou pós treino de musculação aumentam o ganho de força e hipertrofia muscular. A maioria dos autores obteve resultados positivos com uso de leucina no aumento da hipertrofia muscular em jovens treinados ou destreinados, realizando exercício resistido.

Conclusão: Os estudos identificaram que o uso da leucina isolada não teve impacto importante no ganho de hipertrofia muscular. Entretanto, quando consumida associada a outros suplementos, foi evidenciado efeito positivo na hipertrofia muscular no treino resistido.

Título: Rotator Cuff pathology in Elite Athletes and its correlation to ROM, Strength balance, Pain and Function

Autores: MOACIR SILVA NETO, João Alves Grangeiro Neto, Tania Hagen, James Irrigang

Instituições: CEMPRE - CENTRO DE MEDICINA PREVENTIVA E ESPORTIVA - BRASILIA - Distrito Federal - Brasil, EL MINDA - Israel, IMPACT - Estados Unidos, IPE HOME ( INSTITUTO DE PESQUISAS DO HOSPITAL HOME) - BRASILIA - Distrito Federal - Brasil, UBRAIN - BRASILIA - Distrito Federal - Brasil

Introdução e Objetivo: There is a very high prevalence of full-thickness Rotator Cuff (RC) tears in the general population, particularly in the athletic individuals. Asymptomatic rotator cuff pathology is also common and its relationship to function is not well stablished. The objective of this study is to determine the relationship between both painful and asymptomatic RC pathology evaluated via Ultrasound with functional variables such as Range of Motion, Strength, Functional Questionnaires, Pain, and Anthropometric Measurements including Height, Weight and Total Arm Length, in elite athletes of different sports.

Casuística e Método: The study investigated athletes that were participating in the Pan-American Games of 2007 held in Rio de Janeiro- Brazil. 132 athletes responded a general health questionnaire, the Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH)questionnaire and, a Visual Analog Scale (VAS) for left and right Shoulder Pain. Shoulder Strength was measured with a hand held dynamometer for abduction, internal and external rotation. ROM was determined by goniometry. Ultrasound Evaluation of the Dominant Shoulder of the athletes was performed by radiologists specialized in Muscle skeleton injuries, following the same protocol of evaluation looking for Subacromial Bursitis, Rotator Cuff Tendinosis and Tears

Resultados: 132 athletes of 24 different countries and 21 different Sports Modalities were evaluated. From these, 87 were evaluated via Ultrasound. Average age was 26 years and 41% were females. Ultrasound Findings � 41 indiv iduals (45,6%) had No Ultrasound Findings � 34 individuals (24,8%) had either Tendinosis or Bursitis � 15 individuals (11,4%) had Partial Rotator Cuff Tears � None had Complete Rotator Cuff Tears Those with ultrasound findings had a higher prevalence of pain on the dominant shoulder (P= 0,04). However, still 19% of those with Ultrasound findings did not report Pain. 31% of those with Rotator Cuff Partial Tears did not report any pain. There was statistically significant difference in height and total arm length in those with RC tears (P=0,016 and 0,024 respectively) DASH scores were significantly different only for those with bursitis and tendinosis, but not for those with RC tears in comparison to normal individuals. (P=0,002). A large analysis was performed between ROM and strength analysis between the different pathology groups and statistical significant changes were found in patients with rotator cuff tears, tendinosis and bursitis (P<0.043).

Discussão: In the elite athletic population studied, the incidence of rotator cuff pathology was high. It did show correlation to pain severity, but high incidence of asymptomatic injuries was also found. Relation to function as measured by DASH questionnaire as well as ROM and strength measurement was also stablished.

Conclusão: RCP, even when not symptomatic may cause strength and function deficits. The aim of all physicians should be not only to treat those injuries, but also to prevent them from happening. Strength analysis via hand held dynamometry is a simple and cheap method that can identify imbalances that may relate to rotator cuff pathology. Further longitudinal studies are still necessary to address weather those strength imbalances can be the cause or only consequences of rotator cuff pathology.

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Page 78: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Rotura de ligamentos laterais e tíbio-talar em atleta de jiu-jitsu: relato de caso

Autores: CAIRO DOS REIS SOUZA, Antônio Carlos Alves Sena Júnior, Flávio Tavares Freire da Silva, Felipe Almeida Nunes, Sérgio Bruno dos Santos Silva, Allan Rafael de Sena Ribeiro

Instituições: Centro de Avaliação do Esporte e Exercício - Belém - Para - Brasil, Centro Universitário do Pará - Belém - Para - Brasil, Liga Acadêmica de Medicina do Exercício e do Esporte do Pará - Belém - Para - Brasil, Universidade do Estado do Pará - Belém - Para - Brasil, Universidade Federal do Pará - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: O Jiu-jitsu é uma arte marcial que propicia o trabalho de variados componentes musculares e articulares, promovendo melhoria da coordenação motora e do equilíbrio. Princípios como o momento, resultante vetorial e distribuição de massa, são usados nos golpes de forma a imobilizar, derrubar, neutralizar ataques, pressionar ou até mesmo estrangular, hiperextender e torcer as articulações dos adversários. Devido às características das ações motoras empregadas, e pelo fato de constituir um esporte de contato, observa-se que os praticantes podem estar constantemente sujeitos a lesões decorrentes dos golpes, como também dos deslocamentos corporais dos atletas. O tornozelo é uma articulação complexa e sua estabilidade é garantida pela estrutura óssea e complexo ligamentar lateral e medial. Sendo sua estabilidade óssea máxima em dorsiflexão e função ligamentar máxima durante flexão plantar. As lesões de tornozelo são frequentes durante atividades esportivas, em torno de 40% são lesões ligamentares e estão relacionadas ao complexo ligamentar lateral: ligamento talofibular anterior (LTFA), calcâneofibular (LCF) e talofibular posterior (LTFP). O LTFA e o LTFP contêm o deslocamento anterior e posterior, respectivamente, do tálus em relação à fíbula e à tíbia. O LCF funciona como estabilizador das articulações tíbio-talar e subtalar. O mecanismo de lesão mais frequente no esporte ocorre pela flexão plantar e inversão exacerbada do tornozelo, onde a frequência de lesão do LTFA é maior.

Casuística e Método: Estudo descritivo de relato de caso A.C.A.S, 26 anos, masculino, atleta de Jiu-jitsu, referiu queixa de dor em face lateral de tornozelo direito e limitação funcional (flexão plantar) há 14 dias, após receber chave reta de pé (botinha) durante treinamento. Ao exame clínico, notou-se sinal do cacifo positivo ++/4, teste da gaveta anterior negativo, dor não irradiava e apresentava claudicação. Paciente foi submetido a exame diagnóstico por imagem (ressonância magnética nuclear).

Resultados: Após análise por método de imagem, ressonância magnética nuclear, foi diagnosticado rotura do ligamento talofibular anterior e estiramento dos ligamentos talofibular posterior e tíbio-talar. Com presença de derrame articular de moderado volume tíbio-talar e subtalar.

Discussão: O golpe recebido, chave “botinha”, culminou em entorse, grau III, de tornozelo devido movimento abrupto inversão do pé associada a flexão plantar. Por conseguinte, houve rotura do LTFA, devido mecanismo clássico de lesão. Fato singular na lesão deu-se por preservação do LCF, que estatisticamente é o segundo mais acometido neste tipo de trauma. Paciente foi submetido a tratamento conservador, incluindo o princípio PRICE (Protection- proteção, Rest- repouso, Ice- gelo, Compression- compressão, Elevation- elevação), uso de antiinflamatório não esteroidais, corticoide via intra-muscular e 40 sessões de fisioterapia. Após avaliação clínica, o mesmo encontrava-se assintomático após 12 semanas, através ressonância magnética de controle observou-se cicatrização das lesões ligamentares.

Conclusão: A lesão ligamentar de tornozelo tem alta incidência na prática esportiva, sendo comuns na faixa etária de 15 a 40 anos; principalmente em modalidades de contato, em que prevalece o vigor físico. A importância do tratamento adequado das lesões ligamentares deve-se ao fato de haver instabilidade ligamentar crônica, neste caso instabilidade varo, que pode comprometer o retorno a prática esportiva; que tende a evoluir para o tratamento cirúrgico.

Título: Saúde mental do idoso: o envelhecimento bem sucedido

Autores: EMMANUEL DE CARVALHO GOMES, Assunção De Maria Aires Costa, Maísa Carvalho Rezende Soares, Samir Seguins Sotão, Bruno Bavaresco Gambassi

Instituições: UNIVERSIDADE CEUMA - São Luís - Maranhao - Brasil

Introdução e Objetivo: Problemas de saúde mental podem melhorar com a pratica de Atividade Física além de proporcionar um bem-estar físico e favorecer a interação social. Aspectos como baixa autoestima e por sua vez, depressão são comuns durante o envelhecimento. O presente trabalho tem como objetivo investigar a saúde mental de idosos que praticam atividade física regular e idosos que não fazer exercício de forma sistematizada.

Casuística e Método: Foram avaliados 24 idosos, sendo doze praticantes de musculação (Grupo 1) do projeto de extensão da Universidade CEUMA e doze idosos não praticantes de exercício físico sistematizado (Grupo 2) com características socioeconômicas e idade semelhantes. A idade foi usada como critério de inclusão, somente idosos à partir de 60 anos poderiam participar da pesquisa, e o tempo mínimo de pratica de musculação estabelecido foi de seis meses para o grupo G1. Para avaliação da saúde mental foi usada a Geriatric Depression Scale (GDS) e na avaliação do nível de atividade física foi usado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) forma curta. Além desses questionários, realizou-se uma entrevista (anamnese) que teve por objetivo colher informações relativa à idade, estado civil e nível educacional. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sendo a pesquisa regida pelo protocolo de número 813.886.

Resultados: Dentre os 24 idosos avaliados 66,7% eram do sexo feminino e 33% do sexo masculino. A idade média dos participantes foi de 67,5 anos de idade. Neste estudo, observou-se que a 46% dos idosos tinha nível médio, 42% possuía nível superior e somente 12% com nível fundamental. De acordo com os resultados, observou-se que no Grupo 1 dois idosos eram muito ativos e 10 ativos, destes somente um (01) foi classificado com provável depressão sendo classificado no IPAQ como ativo. No grupo Grupo 2 nove foram classificados como ativos e três insuficientemente ativos, dentre os idosos do Grupo 2 dois estavam com provável depressão e eram ativos fisicamente.

Discussão: Podemos destacar neste estudo que a depressão pode estar presente nos idosos ativos fisicamente, no total três idosos classificados como ativos obtiveram pontuação significativa para depressão, representando 12,5% do total de pesquisados. Dentre os insuficientemente ativos (12,5% ) não houve nenhum caso de depressão, demostrando que a depressão não estar relacionada somente ao nível de atividade física. Ao demais pesquisados (66,7%), não apresentaram sinal de depressão.

Conclusão: A depressão é multifatorial e a prática de atividade física não é o único fator de atenção à pessoa idosa que previne o surgimento da depressão. Assim, é imprescindível que as políticas públicas de atenção à pessoa idosa garantam a implementação de programas voltados para o cuidado com a saúde mental em diversos ambientes sociais, no intuito de prevenir a depressão e consequentemente promover o envelhecimento saudável e com mais qualidade de vida.

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Page 79: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Síndrome de wolff-parkinson-white em atleta profissional de

futebol: relato de caso.

Autores: EDIO FERNANDES DE MIRANDA, Henrique Custodio

Silva, Mariseth Carvalho Andrade, Fábia Maués Sacramento, Lucas

Afonso Maia, Felipe Reschkes Araujo

Instituições: Centro Universitário do Estado do Pará - Belém - Para -

Brasil, Clube do Remo - Belém - Para - Brasil, Liga Acadêmica de

Medicina do Exercício e do Esporte do Pará - Belém - Para - Brasil,

Universidade do Estado do Pará - Belém - Para - Brasil, Universidade

Federal do Pará - Belém - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: As alterações elétricas do coração na pratica

profissional do futebol são achados frequentes. Entre elas podemos

citar as sobrecargas ventriculares, distúrbios do ritmo e da condução

atrioventricular. Essas variações ocorrem pela exacerbação vagal do

exercício, ou seja, adaptações fisiológicas ajustadas a condições de

alto debito cardíaco. Quando patológicas, estão associadas a doença

cardíaca previa. A síndrome de Wolff-Parkinson-White é um exemplo

de alteração patológica do grupo das síndromes de pré-excitação, que

são caracterizadas por despolarização ventricular precoce durante

condução do estímulo elétrico do átrio para o ventrículo, através de

uma ou mais vias acessórias. Pode estar associada a cardiopatia

hipertrófica, comunicação interatrial e anomalia de Ebstein. Manifesta-

se de forma assintomática ou apresenta palpitação rítmica de início e

término súbito, vertigem, síncope, dispneia, sensação de aperto e

precordialgia. Este trabalho objetiva a apresentação clinica da

Síndrome de Wolff-Parkinson-White, bem como estabelecer seu

diagnóstico e tratamento.

Casuística e Método: Relato de Caso: Paciente, 22 anos, sexo

masculino, atleta de futebol de time profissional do Estado do Pará,

assintomático, nega antecedentes mórbidos pessoais e mórbidos

familiais realizou exames de pré participação em dezembro de 2008.

Após análise do eletrocardiograma de repouso, observou-se intervalo

PR curto e onda delta, caracterizando diagnóstico de Síndrome de

Wolff-Parkinson-White. Como conduta foi estabelecido o afastamento

das atividades profissionais como atleta e encaminhado para estudo

de eletrofisiológico em centro de referência em hemodinâmica. Em

junho de 2009, foi submetido a ablação por radiofrequência após

determinação de via acessória, localizada na região antero-septal para

hissiano (próximo do feixe de his). Após aplicação da radiofrequência,

houve total desaparecimento da onda delta e condução atrioventricular

intacta no eletrocardiograma. Evolução com retomada as atividades

como atleta de alto rendimento no mesmo ano, sem necessidade de

marca-passo ou medicações antiarrítmicas.

Resultados: Diagnóstico de Síndrome de Wolff-Parkinson-White

(2008), evoluindo com cura após Ablação por radiofrequência (2009) e

alta para atividade profissional de futebol.

Discussão: Em se tratando da Síndrome de Wolff-Parkinson-White, o

diagnóstico pelo ECG se dá pela presença: intervalo PR curto

normalmente sendo menor que 0,12 segundos em adultos; QRS

alargado e espessado, geralmente com a duração superior a 0,12

segundos; espessamento do início do QRS com duração aproximada

de 0,03 a 0,06 segundos (onda delta); alterações secundárias da

repolarização com uma onda T e segmento ST. O tratamento definitivo

e padrão ouro é a eletrofisiologia invasiva cardíaca por cateter e

aplicação de radiofrequência em via acessória. A abordagem

farmacológica com propafenona e amiodarona pode ser adotada na

redução dos episódios de taquicardia. Evita-se bloqueadores de

canais de cálcio, beta-bloqueadores e digoxina pelo risco de ocorrer

bloqueio atrioventricular.

Conclusão: As diretr izes mais recentes recomendam o

eletrocardiograma de repouso (ECG) para todo atleta e não atleta que

deseja iniciar atividade física. Entre as patologias que desqualificam o

atleta do esporte estão: alterações de repolarização, ondas Q

patológicas, desvio do eixo elétrico, defeitos de condução

intraventricular, pré-excitação, intervalo QT curto/longo e Brugada. Um

simples eletrocardiograma de repouso pode demonstrar diversas

alterações elétricas de grande importância clínica, na presença de

condições eletrofisiológicas propícias.

Título: Tratamento cirúrgico de lesão do peitoral maior em atleta de

crossfit®: relato de caso.

Autores: PAULO ROBERTO DE QUEIROZ SZELES, gustavo toledo

mendes de castro, Alberto de Castro Pochini

Instituições: unifesp - sp - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: As rupturas do músculo peitoral maior são

lesões raras. Não existem relatos científicos prévios associados à

prática de CrossFit®. A mídia especializada entretanto, tem

reportado um crescente número de lesões neste músculo, chegando a

36 rupturas na última competição seletiva para o CrossFit Games nos

Estados Unidos. O objetivo deste relato é apresentar o tratamento

cirúrgico de uma lesão do músculo peitoral maior em um praticante de

CrossFit.

Casuística e Método: relato de caso

Resultados: Atleta de 25 anos, praticante de CrossFit® há 18 meses,

assintomático e sem lesões prévias relacionadas ao caso. Negou uso

de anabolizantes. Referiu perda de força e dor subida no ombro e peito

direito no início da fase concêntrica do movimento de abdução /

adução horizontal do ombro (Supino) em um treino de CrossFit®. A

ressonância nuclear magnética confirmou suspeita clínica de lesão

completa do músculo peitoral maior, sendo realizado tratamento

cirúrgico após 3 semanas. Foi submetido a reconstrução com tendões

flexores e fixação com botão cortical.

Discussão: Após 6 meses de reabilitação e fortalecimento específico

o atleta realizou avaliação isocinética bilateral sendo liberado de volta

aos treinos de CrossFit.

Conclusão: O tratamento proposto neste caso mostrou-se eficiente

para reestabelecer a prática de CrossFit® aos níveis prévios a lesão.

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Page 80: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Tratamento com meio condicionado de culturas primárias de tenócitos induz melhora histológica e funcional do tendão de aquiles de camundongos tenotomizados

Autores: ANALU ALVES MACIEL, Martha de Souza, Diego Rodrigues De Paula, Suellen Alessandra Soares De Moraes, Evander de Jesus Oliveira Batista, Karen Renata Matos Oliveira Instituições: Universidade Federal do Pará - Belém - Para - BrasilIntrodução e Objetivo: A ruptura parcial ou total do tendão de Aquiles representa um acidente bastante comum em atletas de alto desempenho ou em pessoas que desenvolvem atividade física recreativa. Em ambos os casos, a recuperação e o retorno rápido representam os principais objetivos do tratamento. O processo de regeneração tecidual é caracterizado por ser longo e acompanhado por intensa dor. No que refere aos tratamentos, aqueles considerados clássicos baseiam-se no uso de analgésicos e antiinflamatórios esteriodais ou não esteriodais, sendo a eficiência deste bastante questionável. Neste sentido, a utilização de terapias celulares representa uma alternativa que vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas. Estudos apontam que os tenócitos são importantes fontes de fatores de crescimento e substratos para recuperação da rede de colágeno que formam o tendão de Aquiles. No presente trabalho buscamos avaliar se o tratamento in loco com meio condicionado de culturas primárias de tenócitos é capaz de promover melhoras histológicas e funcionais no tendão de Aquiles em modelo animal de tenotomia seguida de sutura.Casuística e Método: As células dos tendões sadios de camundongos jovens foram cultivadas em meio celular (DMEM) suplementado com 20% de soro fetal bovino (FBS) mantidas em estufa CO2 a 37°C até total confluência da cultura. O condicionamento do meio foi realizado pela incubação das culturas primárias de tenócitos com DMEM sem soro por 6h. Após o período de condicionamento, o meio foi mantido a -15°C até sua aplicação no tendão dos animais experimentais. A ruptura do tendão Aquiles na pata direita foi realizada em camundongos adultos. Os grupos experimentais foram divididos em controle (CONT; n=9) e grupos lesão tratados com salina (SAL; n=9), DMEM sem soro (DMEM; n=9) e Meio Condicionado (MC, n=9), totalizando 36 animais. Os tratamentos foram realizados por injeção in loco a lesão a cada dois dias partir do 2° dia até 21°dia pós-lesão. Para análise histológica, os tecidos foram corados com hematoxilina e eosina e a funcionalidade foi mensurada pelos valores do Índice Funcional de Aquiles (IFA). Todas as análises foram feitas em 7, 14 e 21 dias após lesão. Os dados foram analisados utilizando ANOVA, seguido do pós-teste de Tukey sendo p ≤0,05.Resultados: Nossos resultados demonstraram que o tratamento com MC acelerou o processo de reparo histológico do tendão de animais tenotomizados. O grupo tratado com MC apresentou maior grau de organização das fibras de colágeno e morfologia celular dos tenócitos semelhante ao do controle não lesionado. Além disso, que o tratamento com MC induziu melhora funcional no 7° (MC=-40,46±12,60/ SAL=-88,82±15/DMEM= -76,55±11,72, p<0,01 ) e 14°(MC= -36,66±10,43/ SAL=-71,43±12,66/DMEM=-71,62±7,91, p<0,01) dias pós lesão.Discussão: O presente trabalho demonstra pela primeira vez a eficácia do tratamento com meio condicionado por culturas primárias de tenócitos após ruptura total do tendão de Aquiles. A aceleração do processo de reparo histológico e funcional já observado nos primeiros 7 dias sugere que os tenócitos mantidos in vitro são capazes de produzir e liberar componentes celulares que auxiliam o processo de reparo do tendão lesionado. Embora a natureza destes compostos ainda não seja esclarecida, trabalhos prévios sugerem que fatores tróficos e substâncias que potencializam a síntese de colágeno podem ser liberados a partir dos tenócitos. Nosso trabalho também propõe que o tratamento local com o meio condicionado, representa uma importante estratégia para potencializar os efeitos benéficos dos compostos produzidos pelos tenócitos in vitro. Desta forma, os achados do presente estudo corroboram com outros trabalhos que demonstram a eficiência da terapia celular para o tratamento de tendinopatias.Conclusão: Tenócitos mantidos in vitro produzem e liberam substâncias que quando injetadas no local da lesão aceleram o processo de reparo do tendão de Aquiles.

Título: Tratamento com Turkesterona não influencia o metabolismo de ratos Wistar obesos

Autores: MATHEUS DA SILVA FERREIRA, Victor Muhammad Soares Abu Zeid, Alfredo Pinheiro Neto, Rodolfo Nunes Almeida, Giuliana Cristina Marre Bruschi Thedei, Geraldo Thedei Jr.Instituições: Universidade de Uberaba - Uberaba - Minas Gerais - BrasilIntrodução e Objetivo: A obesidade é considerada uma doença crônica, com características inflamatórias, e está associada a vários riscos à saúde. Alguns estudos sugerem que o extrato da planta Ajuga turkestanica possui uma série de compostos bioativos denominados coletivamente “fitoecdisteróides”, análogos estruturais do hormônio Ecdisona, responsável pelo fenômeno de muda nos artrópodes. A avaliação da atividade farmacológica desses compostos tem ganhado muito destaque ultimamente, associando-os a ações tais como a síntese de proteínas, manutenção do estado anabólico, intensificação de massa muscular magra, e redução do tecido adiposo. Este trabalho teve como objetivo determinar o efeito da administração do extrato de Turkesterona no metabolismo de ratos obesos. Casuística e Método: Foram utilizados 25 ratos Wistar, com peso médio de 140 gramas no início do experimento. Os animais foram induzidos à obesidade pelo consumo de uma dieta padrão AIN93 (American Institute of Nutrition) modificada para se tornar hiperlipídico-proteica (67% das calorias na forma de banha de porco, 30% das calorias na forma de caseína láctea e 3% das calorias na forma de sacarose), durante 8 semanas. Em seguida, foram tratados por gavagem diariamente com Turkesterona (6mg/Kg ou 36 mg/Kg PC/dia) ou solução salina estéril, durante 4 semanas, período durante o qual foram alimentadas com dieta para ratos. O peso corporal foi monitorado semanalmente e ao final do experimento foram coletados os órgãos e amostras de sangue para avaliação bioquímica. Trata-se de um estudo experimental, aprovado pelo Comitê de ética em Experimentação Animal da Universidade de Uberaba (Processo 015/2015)Resultados: Os grupos que receberam Turkesterona tiveram uma redução do peso corporal, embora não significativa estatisticamente, quando comparada com o grupo controle. A análise dos órgãos e tecidos após o tratamento com a Turkesterona 6mg/Kg e 36 mg/Kg de PC revelou que não houve diferença significativa quanto ao peso relativo dos depósitos de gordura (tecido adiposo perirenal e periepididimal), nem do tecido muscular (músculos quadríceps e tibial anterior). A análise bioquímica revelou que o tratamento com a Turkesterona na dosagem 6mg/Kg ou 36 mg/Kg de PC não levou a alteração significativa no padrão bioquímico dos animais, uma vez que não se observou diferença estatisticamente significativa na glicemia, no perfil lipídico (triglicérides, colesterol total e frações), função hepática (proteína total, albumina, TGP, TGO, creatina fosfoquinase) e nem na função renal (ureia e creatinina). Discussão: No presente estudo foi empregado um extrato total de Ajuga turkestanica, como se encontra para consumo em farmácias de manipulação e é utilizado frequentemente por praticantes de atividade física, enquanto os estudos que observaram efeito anabólico em animais injetaram compostos ecdisteróides parcial ou totalmente purificados. Embora escassos, os estudos que testam a atividade do extrato de Turkesterona indicam a existência de efeito anabólico, embora menos pronunciado do que o induzido por esteroides anabolizantes clássicos. Assim sendo, a dosagem utilizada no nosso estudo (similar à recomendada em sites comerciais e dedicados á praticantes de musculação) pode ter sido abaixo da dose efetivamente eficaz para se observar os efeitos biológicos. Além disso, a forma de administração utilizada (gavagem 1x ao dia, e não duas vezes ao dia como se recomenda para seres humanos) pode ter afetado a eficácia, pois alguns estudos mostram que o tempo de meia vida da Turkesterona é muito curto.Conclusão: Nossos dados nos permitem concluir que a Turkesterona, administrada nas dosagens de 6mg/Kg ou 36mg/Kg de peso corporal/dia não tem eficácia na redução do tecido adiposo, no aumento da massa muscular ou em parâmetros bioquímicos de ratos Wistar obesos.

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Page 81: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Tratamento da fascite plantar em corredores. Revisão sistemática.

Autores: DIRANY LEITE SACRAMENTO, Fernando Zanatta Gonçalves, Carlos Vicente Andreoli, Elisabeth Biruel, Alberto De Castro Pochini

Instituições: Unifesp - São Paulo - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A fascite plantar é uma das patologias dolorosas mais comuns nos praticantes de corrida (sejam atletas profissionais, amadores ou recreacionais), com sintomas arrastados, recorrentes e prolongados, o que influencia de forma negativa no desempenho e prática esportiva. O tratamento, inicialmente conservador, pode mudar dependendo do insucesso de tratamentos anteriores e da disposição do paciente. O objetivo deste trabalho foi analisar sistematicamente e comparar os tipos de tratamento, tentando relacionar qual (ou quais) obteve melhor sucesso no controle da doença em corredores.

Casuística e Método: Foi realizada uma pesquisa de banco de dados eletrônico, usando a MEDLINE (1978 a Maio/2017); LILACS (2011 a 2016); IBECS (2001 a 2015) e LIS, sem limites de data ou idioma de publicação. Os artigos que descreveram resultados de tratamento foram considerados elegíveis. Estudos que relataram apenas a região anatômica, o tipo da lesão ou apresentaram dados incompletos foram excluídos. Dos 125 estudos encontrados, 19 abordavam exclusivamente Fascite Plantar, corredores e tratamento.

Resultados: Dos 19 estudos analisados, apenas 4 foram elegíveis para a revisão, apresentando tratamentos (invasivos e não-invasivos) que contribuíram para a melhora dos sintomas.

Discussão: Devido a alta recidiva da Fascite Plantar, o objetivo do tratamento visa o controle dos sintomas, uma vez que é quase impossível se falar em cura. Observou-se, porém a existência de poucos estudos sobre o tema. Apenas quatro estudos preencheram os critérios de inclusão dessa revisão. O estudo de Saxena (2004)6 mostrou que a fasciotomia plantar endoscópica uniportal permitiu que a maioria dos atletas voltasse ao esporte em menos de 3 meses, mesmo tendo um que não pudesse voltar a correr antes de 18 meses de pós-operatório. Ele atribuiu esse retardo a sintomas contínuos, ganho de peso e falta de tempo. Em seu estudo, Rompe at. al. (2003)7 observaram que três tratamentos com 2100 impulsos de ondas de choque de baixa energia foram um método seguro e eficaz para o tratamento da fascite plantar em corredores. Após 6 meses, a auto-avaliação da dor na primeira caminhada pela manhã foi significativamente reduzida de uma média de 6,9 para 2,1 pontos na VAS no grupo tratado e de uma média de 7,0 para 4,7 pontos no grupo controle. Saxena et al. (2012)8 concluiram que tanto a Terapia por Ondas de Choque Extra-Corpórea (ESWT), quanto o tratamento cirúrgico por Fasciotomia Plantar Endoscópica (EPF), neste caso biportal, são eficazes para controlar os sintomas da FP. Para avaliar os resultados, os autores utilizaram dois intrumentos: a Escala Visual Analógica (VAS) e a Escala de Roles-Maudsley (RM). Mesmo que o EPF tenha se mostrado superior nos resultados, os autores salientaram que o ESWT possa ser preferível por permitir que o atleta se mantenha ativo durante o tratamento. O melhor resultado global da EPF versus ESWT sugere que a cirurgia deve ser considerada com mais freqüência, mas eles recomendam que o ESWT seja oferecido aos atletas antes da cirurgia. Em seu trabalho, Gudeman et.al. (1997)9 perceberam que, em conjunto com as modalidades tradicionais de tratamento, a associação da iontoforese de Dexametasona a 0,4% proporciona uma redução imediata dos sintomas, sugerindo que a iontoforese da dexametasona para o tratamento da FP deve ser considerada quando são necessários resultados mais imediatos (ou seja, atletas de desempenho e pacientes ativos).

Conclusão: Com base nos estudos analisados, houve melhora dos sintomas tanto nos pacientes submetidos ao tratamento invasivo (cirurgia) quanto não-invasivo (iontoforese e Ondas de Choque) e não há evidências suficientes para eleger a técnica de tratamento mais efetiva. Como a maioria dos pacientes evolui bem com o tratamento conservador, o objetivo principal de qualquer tratamento instituido deve ser o de minimizar o tempo de recuperação de maneira rápida e econômica para o atleta.

Título: Tratamento de lesões do esporte com acupuntura: uma revisão da literatura

Autores: LUIZA BORGES GENTIL

Instituições: CENTRO UNIVERSITÁRIO INGÁ - Maringá - Parana - Brasil

Introdução e Objetivo: Com a popularização da prática de acupuntura no Brasil e no mundo, faz-se necessário estudar mais profundamente os benefícios e as possibilidades dessa modalidade de tratamento, especialmente porque a mesma é considerada rápida, com poucos efeitos colaterais e isenta de substâncias ilegais na prática esportiva. Dessa forma, parece uma boa opção a ser considerada como tratamento principal ou adjuvante em lesões relacionadas ao esporte. Com o objetivo de ampliar os conhecimentos acerca desse assunto, o presente estudo analisa as publicações do período entre janeiro 2012 e janeiro de 2017.

Casuística e Método: Primeiramente foi realizada busca por artigos na base de dados PUBMED utilizando as palavras-chave “acupuncture” e “sports injuries” ou “sport injuries”, publicados em inglês, português, espanhol ou francês entre 22 de janeiro de 2012 e 22 de janeiro de 2017. Concomitantemente, realizou-se pesquisa na base de dados Cochrane utilizando as palavras-chave “acupuncture” e “sport” e “injuries”, procurando artigos publicados no mesmo período. Foram encontradas 41 publicações contendo as palavras pesquisadas na plataforma PubMed e 8 publicações na plataforma Cochrane. Desses artigos, 11 preencheram os critérios de inclusão: dois relatos de caso, três ensaios clínicos e seis revisões de literatura.

Resultados: Embora todos os artigos analisados tenham apresentado resultados favoráveis com o uso de técnica terapêutica em questão, falhas nos desenhos dos estudos e a dificuldade de criar um grupo controle placebo em acupuntura prejudicam a qualificação dos artigos em escalas de nível de evidência.

Discussão: Os resultados positivos são corroborados pela literatura, que já demonstrou que a acupuntura produz efeito analgésico no sistema modulador descendente de dor e revisões sistemáticas revelaram que a acupuntura é eficaz no tratamento da fibromialgia, dor cervical e dor lombar crônica. Por outro lado, outras revisões não encontraram provas significativas ou não obtiveram informações suficientes para chegar a alguma conclusão quanto ao seu uso no tratamento de osteoartrite, dor no ombro e dor no cotovelo. Essa dificuldade na pesquisa provém de falhas metodológicas dos primeiros ensaios clínicos; dificuldades em analisar a utilização de um conjunto de terapias ou o fato de cada paciente ter seu tratamento individualizado; os problemas em acumular, randomizar e reter os participantes no ensaio; e ainda, a falta de identificação de intervenções placebo adequadas.

Conclusão: Segundo a literatura disponível, acupuntura parece ser eficaz no tratamento da dor miofascial aguda em atletas; diminuir a sensação subjetiva de dor; além de promover a recuperação dos músculos que apresentam uma possível contratura e/ou função irregular. No meio científico, devido a problemas nos desenhos nos estudos de acupuntura, ainda há dúvidas com relação à eficácia da acupuntura e sua relação com o efeito placebo. Assim, sugere-se aos pesquisadores que sejam publicados mais estudos com modelos experimentais em animais e estudos observacionais, assim como que sejam seguidas as recomendações STRICTA para melhorar o nível de evidência das pesquisas em acupuntura.

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Título: Traumatismo Cranioencefálico no futebol

Autores: ISAIAS PICCOLI SCHNEIDER, Ricardo Yuji Anami, Caio Bonavita Sant'Anna Da Silva, Renan Hélio Sens Leal, Lucas Cristo Medeiros, Marco Antonio Alves Azizi

Instituições: UNIG- Universidade Iguaçu - Nova Iguaçu - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: O traumatismo cranioencefálico (TCE) é qualquer agressão traumática que tenha como consequência lesão anatômica como fratura de crânio ou lesão do couro cabeludo, ou ainda o comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou seus vasos, podendo ser classificado como leve, moderado e grave de acordo o escore da escala do coma de Glasgow. Um dos problemas que mais desafiam os profissionais que trabalham com Medicina esportiva é o traumatismo cranioencefálico, levando em consideração a popularidade do futebol, um grande número de atletas e participantes está sob risco de traumatismos, principalmente aqueles que envolvem o crânio e a coluna vertebral, sendo estes dois últimos na maioria dos casos os mais graves. O futebol é o esporte mais praticado atualmente no mundo, e possui dados alarmantes quanto ao TCE, possuindo taxas de concussão por atletas iguais ao do futebol americano. Apesar de ser considerado seguro em relação a outros esportes, ele é listado pela mesma como esporte de contato/colisão. As colisões ocorrem com outros jogadores em 72% dos casos, com o solo em 10%, com as traves 3% e com a bola em 15%. Os objetivos deste trabalho é divulgar dados e alertar sobre os riscos e desafios da medicina esportiva na prevenção da incidência de traumatismo cranioencefálico no futebol.

Casuística e Método: Consiste em uma revisão literária, com consultas a artigos científicos nacionais e internacionais, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Federação Internacional de Futebol (FIFA), pesquisadores, profissionais e especialistas da área.

Resultados: O seguinte estudo foi realizado pela FIFA onde foram analisados 37 atletas amadores de futebol, com idade média de 31 anos que praticavam o esporte desde a infância, onde os mesmos relataram jogar futebol por um período aproximado de 22 anos. Ao classificar os atletas com base na frequência de cabeçadas na bola, foram feitos testes de memória antes e depois dos treinos de cabeçada. Ficou explicito que o desempenho da memória diminui entre 41% e 67% após os exercícios de cabeçada, sendo que os efeitos negativos da memória desaparecem após 24 horas, entretanto o atleta pode sofrer graves danos em longo prazo, prejudicando a saúde do cérebro. Entretanto, alguns artigos afirmam que os atletas com mais de 1.800 cabeçadas por ano, apresentaram pior memória em relação aos jogadores com menos cabeçadas anuais, confirmando o fato de que o acumulo de impactos na cabeça do atleta de uma forma geral, acarretando danos irreversíveis a saúde do cérebro.

Discussão: Os dados mostram que os atletas que cabeceiam a bola frequentemente durante muito tempo têm anormalidades semelhantes às encontradas em pacientes com traumatismo cranioencefálico leve, levando em consideração que em média, jogadores de futebol cabeceiam a bola de 6 a 12 vezes durante os jogos, sendo que ela pode viajar a velocidades de mais de 80 quilômetros por hora. Entretanto, durante os treinos, o dano é ainda maior pelo fato de que os jogadores em média cabeceiam a bola 30 vezes ou mais, dependendo de suas funções e treinamentos específicos. A cada impacto sofrido, o atleta sofre micro lesões no cérebro que no futuro pode acarretar patologias como a Encefalopatia Traumática Crônica, Alzheimer, Parkinsonismo, entre outras.

Conclusão: A prática esportiva contribui com a promoção da saúde física e mental. Infelizmente o traumatismo cranioencefálico, quando no meio esportivo, traz problemas principalmente aos atletas, ao clube do mesmo e também para os médicos, visto que o médico é que decide se um atleta está apto a retornar ou não a prática esportiva, o que pode levar a uma grande pressão tanto do atleta, como dos clubes, técnicos e patrocinadores. Apesar de os traumatismos cranioencefálicos não poderem ser totalmente eliminados do esporte, sua incidência vem diminuindo com o avanço da medicina esportiva e seus estudos clínicos.

Título: Treinamento de força e endurance paterno com repercussões no risco cardiovascular das proles

Autores: GABRIEL VELOSO CUNHA, Ramires Alsamir Tibana, Ivo Vieira Sousa Neto, Mariana De Oliveira Lobo, Felipe Carneiro Krier, Jonato Prestes

Instituições: Universidade Católica de Brasília - Brasília - Distrito Federal - Brasil, Universidade de Brasília - Brasília - Distrito Federal - Brasil, Universidade Federal de Mato Grosso - Cuiabá - Mato Grosso - Brasil

Introdução e Objetivo: A obesidade e suas comorbidades são epidemias no mundo moderno. Evidências recentes demonstraram que a obesidade e os fatores de risco cardiovascular associados podem ser programados ainda durante a vida uterina por mecanismos epigenéticos. É consenso que a prática regular de exercícios é um importante modulador do epigenoma e redutor do risco cardiovascular. Entretanto, ainda são restritos os dados disponíveis sobre os efeitos que o exercício paterno pode promover para as proles. O objetivo do presente estudo é analisar e comparar os efeitos do treinamento de força (TF) e do treinamento de endurance (TE) realizado pelo pai antes da fecundação e verificar como o modelo experimental interfere nos fatores de risco cardiovascular das proles

Casuística e Método: Ratos machos Wistar (n=8) foram submetidos a um protocolo de TF progressivo escalonado durante 8 semanas, ao passo que animais do grupo controle (n=8) permaneceram sedentários durante o período. Ambos os grupos acasalaram com fêmeas sedentárias, sendo analisadas nos filhos a capacidade aeróbia máxima (CAM), peso corporal e distância máxima percorrida em esteira (DPe). Posteriormente, outros ratos machos Wistar (n=8) foram submetidos a um protocolo progressivo de TE durante 8 semanas, e realizadas mesmas avaliações nas suas proles, assim como nas proles do segundo grupo controle (n=8) que permaneceram sedentários. Todos os grupos acasalaram com fêmeas sedentárias e receberam ração padrão e água fornecida ad libitum antes e durante o treinamento, antes e durante a gestação, bem com durante a lactação. Os testes de CAM e DPe foram realizados em esteira rolante (li 870, Letica Scientific Instruments, Barcelona, Espanha), e a pesagem dos animais em balança eletrônica digital (Marte®, modelo S-4000, com sensibilidade de 0,1g, Marte Balanças e Aparelhos de Precisão Ltda., Santa Rita do Sapucaí, MG, Brasil). Foi adotado p<0.05 como nível de significância. Todos os procedimentos foram realizados na Universidade Católica de Brasília e aprovados previamente pelo Comitê de Ética em Pesquisa pertinente

Resultados: No grupo submetido ao TF a massa corporal foi significativamente menor nos filhos de pais treinados, sem demais diferenças significativas na CAM e DPe nos filhotes machos. Nas fêmeas filhas de pais submetidos ao TF, a CAM foi maior no grupo de filhas de pais treinados, em relação ao controle (40,0 ± 2,2 m/min vs 32,4 ± 5,6 m/min; p<0.05), sem diferenças no peso corporal e DPe. No grupo submetido ao TE não foram encontradas diferenças nas variáveis analisadas para os filhotes machos, ao passo que as fêmeas demonstraram maiores índices de peso corporal (0,234±0,01Kg vs. 0,211 ±0,01Kg; t=2.1934; p=0.02), menor DPe (622,25 ± 49,09m vs. 639,50 ± 138,24m; t=-14.0339, p<0.01), sem diferenças significativas na CAM

Discussão: Apesar de o exercício ser um importante modulador do epigenoma, são restritos os dados que direcionem e quantifiquem os efeitos transgeracionais das diferentes modalidades de exercício. Os maiores índices de peso corporal e menor DPe no grupo filhas de pais submetidas ao TE é um indicativo que a modalidade de treinamento induza alterações predominantemente deletérias ao metabolismo energético e lipídico, ao passo que o TF deve ser considerada como uma intervenção transgeracional eficiente para a otimização de tais parâmetros macrofuncionais

Conclusão: Apesar de ambas as modalidades produzirem repercussões epigenéticas transgeracionais no risco cardiovascular, somente o TF demonstrou efeitos benéficos, de forma que o TE isolado se mostrou como uma intervenção desfavorável para os filhotes fêmeas. São necessários ainda estudos que reproduzam os achados em humanos e avaliem parâmetros bioquímicos e metabólicos para determinar os demais efeitos transgeracionais associados

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Título: Triagem cardiovascular pré participação esportiva em atletas universitários

Autores: IARA SAYURI FRANCO KAZUYOSHI, Isabel Morais Sales, Italo Lira Soares, Gisele Machado Peixoto Mano, Silvana Vertematti, Maita Poli de Araújo

Instituições: Universidade Anhembi Morumbi - SAO PAULO - Sao Paulo - Brasil

Introdução e Objetivo: A morte súbita relacionada ao exercício e ao esporte (MSEE) é definida como a morte que ocorre de forma abrupta, instantaneamente ou não, durante ou até 24 horas após a prática esportiva. Em atletas abaixo dos 35 anos de idade, faixa etária predominante nos atletas universitários, as causas mais frequentes de morte súbita são as cardiomiopatias e distúrbios do ritmo cardíaco, sendo a cardiomiopatia hipertrófica a mais prevalente. A literatura estima a incidência de parada cardíaca súbita ou morte em atletas universitários é de 1:50.000. Sob essa ótica o principal objetivo da triagem cardiovascular, em atletas de até 35 anos, na avaliação pré-participação esportiva é identificar precocemente os distúrbios cardíacos que predispõem a parada cardíaca seguida de morte súbita, com a intenção de reduzir a morbidade e a mortalidade através da estratificação do risco e posterior seguimento médico.Apesar de possuir algumas limitações, o eletrocardiograma de 12 derivações de repouso é recomendado como exame complementar à avaliação clínica pré-participação. Deve-se ressaltar que existem características próprias da síndrome do coração do atleta que promovem alterações eletrocardiográficas decorrentes das adaptações fisiológicas ao treinamento e devem ser levadas em conta pelo profissional durante a interpretação do exame. Objetivo: Realizar a triagem cardiovascular em atletas universitários através da anamnese, exame físico e eletrocardiograma de repouso complementar à avaliação pré participação

Casuística e Método: Estudo transversal, realizado entre estudantes de medicina, regularmente matriculados em uma Universidade de São Paulo no curso de Medicina, que participaram dos Jogos Universitários Pré-Jumed. Foram avaliados 26 indivíduos, de ambos os gêneros, entre os meses de março e abril de 2017. As variáveis quantitativas foram analisadas pela média, desvio padrão e porcentagens. A comparação das variáveis qualitativas foi feita pelo teste exato de Fisher. Fixou-se em 5% a hipótese de nulidade

Resultados: A média da idade dos participantes foi de 22±3 anos (18-30 anos), sendo a maioria do gênero masculino (54%). No exame físico cardiovascular, 11,5% apresentaram alteração do ritmo cardíaco. Dos eletrocardiogramas realizados 34,6% apresentaram alteração. Destes 33,3% apresentaram padrão de repolarização precoce, 11,1% atraso atrioventricular do estimulo, 66,6% distúrbio de condução do ramo direito, 11,1% aumento do átrio direito, 33,3% sobrecarga de ventrículo esquerdo e 33,3% bradicardia sinusal.

Discussão: A literatura afirma que aproximadamente 80% dos atletas com risco de parada cardíaca súbita não apresentavam sintomas na avaliação clinica pré-participação. O nosso estudo encontrou que 66,6% dos eletrocardiogramas alterados não obtinham sinais clínicos, demostrando que o eletrocardiograma aumenta a sensibilidade em detectar distúrbios cardíacos. Os 11,5% dos participantes que foram pos i t i vos no exame f ís ico também t iveram a l te rações eletrocardiográficas.

Conclusão: O eletrocardiograma foi eficaz na detecção de alterações que mereciam investigação morfológica com exames de imagens de maior especificidade para avaliação morfológica cardíaca como o ecocardiograma e assim afastar e indicar tratamento adequado ao universitário.

Título: Trombose venosa subclávio-axilar: Síndrome do Desfiladeiro Torácico associada a praticantes de musculação

Autores: ISAIAS PICCOLI SCHNEIDER, Simone Polo Schneider, Ricardo Yuji Anami, Lucas Cruz Ferreira, Kathleen Cardoso Dias, Marco Antonio Alves Azizi

Instituições: UNIG - Univercidade Iguaçu - Nova Iguaçu - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: A trombose venosa subclávio-axilar está relacionada intimamente à Síndrome do Desfiladeiro Torácico em praticantes de exercícios físicos intensos; especificamente nos de musculação. O propósito deste trabalho é enaltecer a ocorrência de trombose venosa em território subclávio-axilar na Síndrome do Desfiladeiro Torácico em praticantes de musculação.

Casuística e Método: Estudo retrospectivo, pela examinação de casos de um grupo de pacientes entre 19 e 39 anos de idade sindrômicos para Síndrome do Desfiladeiro Torácico; excetuando-se pacientes com histórico de patologias trombóticas, distúrbios coagulativos, hipertensão, diabetes, soropositividade para HIV e cirurgias endovasculares, residentes nos Estados Unidos que se consultaram em clínicas médicas, consultórios médicos e no setor de emergências médicas de hospitais com especialistas médicos que confirmaram clinicamente e laboratorialmente detentores da síndrome citada. A obtenção dos dados foi realizada pelo contato via email, videoconferência e ligação telefônica.

Resultados: Observou-se num universo contendo 94 pacientes, dentre estes 78 são homens e 16 mulheres, sindrômicos para Síndrome do Desfiladeiro Torácico. Destes, 17 pacientes são praticantes ativos de musculação por pelo menos 3 vezes/semana num período mínimo de 1 hora, que treinam com altas cargas, padecem ou padeceram de doença trombótica venosa profunda em veia subclávia decorrente de compressão vascular na região denominada de desfiladeiro torácico por parte da 1º costela. O grupo examinado não-praticante de musculação relata eventos, também, trombóticos em veia subclávia, todavia sua etiologia é proveniente de outros tipos de atividades físicas e de práticas labutais – curiosamente como em pintores, faxineiros e em pessoas que exercem profissão em escritórios por longo tempo teclando em seus computado

Discussão: Os casos de trombose venosa profunda em região subclávio-axilar em pacientes afetados pela síndrome do desfiladeiro torácico é comumente relacionada a pessoas que praticam musculação com cargas elevadas de peso; principalmente àquelas que realizam séries de exercícios para hipertrofia dos músculos deltóides e trapézio, que por conseguinte os músculos sinergistas como os escalenos médio e anterior se hipertrofiam também; e estes são fatores de pujante relevância para ocorrência de síndrome do desfiladeiro torácico associada a patologias trombóticas venosas profundas subclávio-axilares. A importância de enaltecer tal risco é de indispensável auxílio, haja vista o crescente número de ginásios de musculação e centros de treinamento físico, como no do Crossfiting. A abordagem terapêutica para o tratamento de sindrômicos para síndrome do desfiladeiro torácico possui caráter preocupante para com os sistemas de saúde (público e privado), pois o tratamento preconizado em indivíduos com iminente agravamento do caso, é a remoção transaxilar da 1ª costela a fim de reduzir a compressão óssea nas veias em região subclávio-axilar quando a resolução vascular completa não é efetiva, concomitantemente fazendo uso de angioplastias com balão e/ou stent; não excluindo o tratamento oral após o procedimento cirúrgico por pelo menos num período de 8 semanas.

Conclusão: Os resultados apresentados evidenciam que a incidência de trombose venosa profunda em território subclávio-axilar, relatada no século XIX pelo médico James Paget e Leopold Von Schroetter - Síndrome de Paget-Schroetter, possui caráter clínico relevante no âmbito social e médico atual, haja visto a recente e crescente adoção da prática da musculação; de 2007 a 2010 o número de academias de musculação dobrou no país. Hoje, o Brasil possui mais da metade das academias na América do Sul, com percentual de 3% de sua população as frequentando, segundo dados da International Health, Racquet & Sportclub Association (IHRSA).

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Título: Uma revisão bibliográfica sobre a cinemática das lesões no joelho e seus respectivos tratamentos.

Autores: IGOR FELLIPE DA SILVA BERALDINI, Leticia Barroso Mangelli Decnop, Pedro Henrique Quintaes Garcia Santos, Juliana Peixoto de Miranda Gomes, Vicente Carriello Celes, Yael Lahtermaher

Instituições: Escola de Medicina Souza Marques - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro – Brasil

Introdução e Objetivo: O aumento de praticantes de atividades físicas gerou uma elevação na ocorrência de lesões traumáticas, sendo a queda da propriocepção por fadiga física e metal um dos fatores de risco para as lesões. A articulação do joelho é muito requisitada possuindo uma grande incidência de lesões referentes ao desporto. Dentre estas lesões se destaca a do LCA. As lesões de joelho causam consequências anatomofisiologicas, como principal a limitação de movimentos, necessitando tratamento para não virarem crônicas. O tratamento das lesões deve ser imediato para que não ocorra uma piora do caso, sendo a aplicação de gelo um exemplo. A cirurgia só é utilizada quando não houver nenhum método não-agressivo eficiente, devido a sua agressividade. A recuperação das lesões é baseada nas sessões fisioterápicas. Em relação às sequelas pelas lesões, variam de leves, como cicatrizes, à graves como abandono do esporte. O objetivo do estudo em questão é realizar uma revisão bibliográfica para analisar a cinemática das lesões no joelho e reunir os tratamentos mais indicados para cada uma das lesões estudadas.

Casuística e Método: Foram usados artigos científicos selecionados através do banco de dados do SciELO e sbrate, a partir da fonte Lilacs. Foram selecionados 13 estudos sobre lesões mais comuns e 9 artigos sobre o tratamento dessas lesões, sendo usado ainda um livro de anatomia humana.

Resultados: Lesões no LCA totalizam mais de 250.000 casos ao ano, principalmente na faixa etária entre 20 e 30 anos. O futebol é o maior causador em diversas pesquisas. Em estudo feito pela SBOT com 240 pacientes, os mesmos perderam uma média de 40-55% do seu rendimento. Daniel e col. concluíram que 62% das lesões no LCA evoluíram bem sem tratamento cirúrgico. Segundo estudo publicado sobre lesão meniscal por fadiga pela Acta Ortopédica Brasileira com 435 pacientes com lesões meniscais isoladas, 44,60% apresentaram lesões traumática, 23,22% degenerativa e 32,18% por fadiga. Foram notificados 140 casos sem etiologia clara. Desses últimos, a lesão mais frequente foi no menisco medial, com 76,5% dos casos. Em casos de lesões degenerativas, o tratamento conservador é eficaz em 70% dos casos. Há ainda uma alta incidência de condromalácia patelar, sendo mais expressiva com o aumento da idade, mais comum em pacientes mulheres e com excesso de peso. Normalmente o tratamento para condromalácia é conservador e dificilmente reverterá o quadro de lesão da cartilagem.

Discussão: O joelho se relaciona com a flexão e extensão da perna. Sua cápsula articular é fortalecida por ligamentos extracapsulares e intracapsulares. A lesão no LCA é a mais freqüente, sendo causada por entorse .Outra lesão muito comum é no menisco, cartilagem presente na articulação tíbiofemoral. Há também a patela, a qual é acometida pela condromalácia patelar, um amolecimento seguido de fragmentação da cartilagem articular.Lesões no LCA apresentam tratamento conservador ou cirúrgico. O conservador se divide em duas etapas; a fase aguda e a crônica. Já intervenção cirúrgica é utilizada em lesões no LCA por meio da reconstrução intra-articular. Lesões no menisco também apresentam tratamento conservador e cirurgia. A intervenção cirúrgica pode ser feita por meio da meniscectomia e sutura meniscal. Além disso, o tratamento para condromalácia patelar costuma ser conservador e dificilmente reverterá a lesão. Entretanto, quando o conservador falha, a cirurgia é utilizada. A cirurgia é realizada por via artroscópica para restabelecer a uniformidade da superfície articular.

Conclusão: A lesão no LCA é a mais recorrente, e é tratada de forma cirúrgica na maioria dos atletas. O trabalho muscular e a propriocepção são fundamentais na recuperação. Uma vez que as lesões no joelho provocam uma queda acentuada no rendimento esportivo, o bom diagnóstico e a execução minuciosa de cada fase do tratamento são fundamentais para que o atleta volte à prática com qualidade semelhante à anterior à lesão.

Título: Uso da termografia no auxílio diagnóstico na periostite tibial: relato de caso

Autores: FLAVIO TAVARES FREIRE DA SILVA, Lucas Kallil Braga Mocbel, Rafael Marcus Braga Mocbel, Rodolfo Jose Leal Moraes, Giovanni Gustavo Gomes Barros, Patricia Valesca Leal Instituições: CENTRO DE AVALIAÇÃO DO ESPORTE E EXERCÍCIO - BELEM - Para - Brasil, CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ - BELEM - Para - Brasil, LIGA ACADÊMICA DE MEDICINA DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE - BELEM - Para - Brasil

Introdução e Objetivo: A periostite tibial, popularmente conhecida como canelite, é uma inflamação do principal da tíbia, ou dos tendões e músculos que nela se inserem. É uma lesão comum em corredores, principalmente em atletas de fundo e meio fundo. Em casos mais graves esta lesão pode desencadear numa fratura de stress na tíbia. É um distúrbio complexo e controverso que pode afetar qualquer atleta corredor e é definida como uma dor e desconforto na perna causada por corrida repetitiva numa superfície rígida ou por uso excessivo dos flexores do pé. O diagnóstico deve ser limitado á inflamações músculo tendíneas devendo, portanto excluir fraturas por stress ou distúrbio isquêmico. É uma condição que leva a dor na região póstero–medial da perna dos dois terços distais da tíbia. É muito comum pacientes apresentarem sintomatologia clínica exuberante e poucos achados radiológicos após análise complementar, principalmente no início da lesão. A termografia médica infravermelha é um instrumento de análise não invasiva e não radioativa, capaz de analisar funções fisiológicas relacionadas com o controle da temperatura da pele e mostrou-se um importante recurso diagnóstico e terapêutico na periostite tibial.

Casuística e Método: F.V.S, 43 anos, feminino, corredora de rua/maratonista, referiu queixa de dor na região anterior das pernas após treino de 21 Km. A mesma refere que treina em média 5 a 6 vezes por semana (aproximadamente 80 Km/semana). Ao exame clínico, dor a palpação e discreto edema local. Paciente foi submetido a investigação complementar por métodos de imagens e análise termográfica.

Resultados: Paciente foi inicialmente a exames radiográficos (sem alterações) e ultrassonografia (apresentou discreto edema de partes moles local). Após análise dos métodos anteriores, foi realizado complemento diagnóstico através de ressonância nuclear magnética, apresentando discreto edema da medula óssea tibial bilateralmente. A mesma foi encaminhada para análise termográfica onde observou-se aumento da temperatura tecidual na região anterior da tíbia direita e esquerda.

Discussão: Durante a corrida, observa-se na fase média da passada a pronação do pé para absorver o choque e se adaptar ao terreno. Nos casos de pisada pronada excessiva ou de maior velocidade de pronação a biomecânica da marcha é alterada gerando um estiramento do músculo sóleo medial. Essa hiperpronação combinada com o impacto repetitivo gera a periostite da borda póstero-medial tibial, induzida por tração muscular. Outros fatores relevantes: a possibilidade de lesão por sobrecarga (overuse)e distúrbios osteometabolicos. Exames por imagem são importantes para complementação diagnóstica (radiografia, ressonância nuclear magnética e cintilografia óssea), porém (principalmente na fase inicial), os mesmos podem apresentar poucas alterações significativas nos respectivos métodos. Tendo em vista o aumento do metabolismo tecidual na região tibial na marcha do corredor na análise da biomecânica durante a corrida, a termografia mostrou-se um importe recurso por possibilitar monitorar a temperatura da superfície corporal antes, durante e após o movimento e detectar mudanças na temperatura da pele causadas pelo exercício.

Conclusão: Embora vários estudos tenham procurado estabelecer as causas exatas para o surgimento da dor tibial anterior, esta questão permanece ainda não resolvida. Acredita-se que o aparecimento das tibialgias tem como fatores predisponentes: pronação excessiva do pé no movimento de corrida e aumento súbito da intensidade e volume do treino. A termografia parece ser bastante útil por ser um método confiável, não invasivo e bastante seguro no auxílio do planejamento diagnóstico e terapêuticos. A técnica bidimensional e não radiante fornece informações sobre estruturas superficiais. Deve-ser lembrar que o uso da termografia na medicina do esporte não é substituir o exame clínico.

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Título: Uso de esteroides anabolizantes e os seus riscos cardiovasculares no fisiculturismo

Autores: IVAN LUCAS PICONE BORGES DOS ANJOS, Camylla Santos De Souza, Bianca Alves De Miranda, Lucas Roberto Da Silva Barbosa, Emídio Germano Da Silva Neto, Marina De Paulo Sousa Fontenele Nunes

Instituições: Universidade Severino Sombra - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Nas últimas décadas, percebeu-se o aumento do cuidado com o corpo por meio da proliferação de dietas, técnicas de musculação e cirurgias estéticas. Neste cenário, a busca pelo corpo “perfeito” propiciou um aumento expressivo do uso de substâncias anabólicas, que são sintetizadas em laboratório, relacionadas aos hormônios, e facilitam os ganhos de massa magra esquelética. A problemática se dá quando há o uso indiscriminado dessas substâncias, sem orientação adequada sobre os efeitos, na presença de doenças de base e afins.Elucidar os riscos cardiovasculares envolvidos no consumo de anabolizantes.

Casuística e Método: Revisão sistemática de literatura de artigos dos últimos 10 anos nas bases de dados PubMed, Web of Science, LILACS e SciELO, uti l izando-se as palavras-chaves: “esteroides anabolizantes”, “risco cardiovascular” e “fisiculturismo”.

Resultados: Os esteroides anabolizantes foram inicialmente desenvolvidos com fins terapêuticos, para o tratamento de pacientes com deficiência natural de andrógenos, na recuperação de cirurgias e atrofias musculares, melhora do balanço nitrogenado em estados catabólicos, prevenção da perda de massa magra e de aumento de tecido adiposo, bem como no tratamento da osteoporose, do câncer de mama e anemias, uma vez que estimulam a eritropoiese. Cerca de 3 milhões de pessoas nos EUA fazem uso de anabolizantes, sendo que 2/3 dos usuários são praticantes recreativos de musculação, o que evidencia uma mudança no perfil dos usuários, que eram, mais comumente, atletas e fisiculturistas. No Brasil, estes levantamentos epidemiológicos são muito escassos. O uso abusivo de anabolizantes está associado a vários efeitos colaterais nocivos à saúde. No sistema reprodutivo acarreta desequilíbrio hormonal com redução nos níveis de testosterona endógena, podendo levar à ginecomastia, atrofia testicular, alterações na morfologia do esperma e infertilidade. Além disso, existem os fatores de risco cardiovasculares, com aumento de casos de hipertensão, hipertrofia ventricular, arritmia, trombose, infarto do miocárdio e morte súbita.

Discussão: Em Tagarakis et al. (2000), a associação de esteroides e treinamento físico em esteira induziam à hipertrofia moderada dos miócitos cardíacos, a qual não era acompanhada por aumento na microvasculatura cardíaca induzida pelo treinamento físico, desequilibrando a oferta e a demanda de O2 ao miocárdio. Ainda, a função cardíaca está prejudicada por uma redução na complacência ventricular esquerda, observada em experimentos com ratos na administração crônica de decanoato de nandrolona. Em Nottin et al. (2006), concluíram que o uso de anabolizantes associado ao treinamento de força em atletas levou à redução na função diastólica do ventrículo esquerdo. Alterações no controle reflexo e tônico no sistema cardiovascular foram demonstradas em animais tratados cronicamente com o esteróide anabólico, com surgimento de hipertensão arterial, hipertrofia cardíaca e alterações no controle barorreflexo da frequência cardíaca destes animais.

Conclusão: Apesar de os hormônios serem uma importante forma de tratamento para pacientes com deficiências hormonais, se usados de forma indiscriminada podem levar a importantes efeitos colaterais como infertilidade, hipertensão arterial, hipertrofia ventricular, trombose, infarto agudo do miocárdio e morte súbita. Além disso, é importante a realização de levantamentos epidemiológicos em território nacional, uma vez que não são feitos de forma substancial.

Título: Uso de suplementação alimentar por corredores amadores em provas de 5km, 10km na cidade de florianópolis, santa catarina

Autores: THAISE LYRA, Marina Gubert, Fúlvio Clemo Santos Thomazelli

Instituições: Fundação Universidade Regional de Blumenau - Blumenau - Santa Catarina - Brasil

Introdução e Objetivo: A corrida de rua, bastante popular atualmente, abrange um grande número de praticantes. Isso se dá pela facilidade, benefícios para saúde e baixo custo de sua prática. Nesse cenário o uso de suplementos alimentares vem sendo amplamente propagado. O uso de suplementação busca, de forma geral, melhorar desempenho físico habilidade atlética do corredor. O objetivo do presente estudo foi determinar a prevalência do uso de suplementos alimentares em praticantes amadores de corridas de rua em provas de 5 km, 10 km, verificar os tipos de suplemento mais utilizados. E por fim, analisar a percepção ou não de benefícios associados ao uso.

Casuística e Método: Foram entrevistados 245 corredores amadores, posteriormente classificados de acordo com o uso ou não de suplementação nutritiva, tipo de suplementação e percepção de melhora associada. Foi realizado um estudo de abordagem quantitativa, através do levantamento de dados com maratonistas amadores de corridas de rua nas provas Meia de Floripa, Maratona Turística de Florianópolis e Corrida Volta a Lagoa da Conceição, entre os meses de junho e agosto de 2016. Foram entrevistados 245 corredores amadores que se dispuseram a responder as questões após receberem esclarecimentos sobre a pesquisa. Mediante recusa o corredor não foi incluído na pesquisa. A identificação dos corredores não foi relevante para os resultados, portanto, o sigilo foi assegurado.

Resultados: Dos 245 participantes das duas modalidades entrevistados, 84 (34,28%) relataram fazer uso de suplementação esportiva. Apenas entre os corredores das provas de 5 km, 31,18% responderam positivamente quanto ao uso e entre aqueles que fizeram provas de 10 km, 36,18%. Quanto aos suplementos mais utilizados destacam-se os suplementos à base de proteína, os do tipo BCAA, e carboidrato. Entre esses o mais citados foram os proteicos, mencionados por 45,23% dos usuários de suplementação. A percepção de beneficio relacionado ao uso foi positiva para 68 dos 84 indivíduos que relataram fazer uso de suplementação. Melhora na sensação de cansaço (52,4%), no tempo (38,1%) e nas distâncias percorridas (32,14%) foram as principais melhorias citadas.

Discussão: Foi encontrado número expressivo de usuários de suplementos. Tal fato confirma a difusão deste tipo de produto entre os amadores. Analisando as quilometragens isoladamente, foi encontrado porcentagens semelhantes entre si e ao todo, não mostrando disparidade entre os praticantes das modalidades. Ao analisar os suplementos mais utilizados, destacaram-se os proteico-energéticos, esse acontecimento pode estar relacionado a uma busca de melhor performance. Outra variável avaliada foi a percepção de benefícios após o uso do suplemento, grande parte (80,9%) da amostra notou diferença, principalmente melhora da performance (sensação de cansaço, tempo e distâncias percorridas). Isso pode ser justificado, devido ação de suplementos a base de proteínas, aminoácidos e carboidratos, que combinados acarretam em uma importante recuperação do exercício, pois evitam o catabolismo proteico.

Conclusão: Os participantes deste estudo utilizam suplementação em cerca de 35% dos casos, chamando a atenção para o tema, principalmente por parte de profissionais de saúde, pois sabe-se que tal uso se feito de forma indevida pode causar riscos e toxicidades ao organismo. O suplemento mais predominante foi o proteíco e o beneficio mais associado foi melhora na sensação de cansaço.

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Page 86: Revista Brasileira de Medicina do Esporte · alimentação e exercícios na atividade da DPP-4 em portadores de DM2. O Objetivo é avaliar a atividade pós-prandial e o efeito de

Título: Vantagens do ultrassom como método diagnóstico dentro do Centro de Medicina do Esporte

Autores: ROSEMARY PETKOWICZ, Gabriel Azeredo de Magalhães, André Cruz da Silva, Letícia Meirelles dos Santos

Instituições: Grêmio Náutico União - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Introdução e Objetivo: A prática esportiva competitiva é caracterizada pela alta incidência de lesões. A utilização de exames de imagem, entre eles o ultrassom, é uma ferramenta diagnóstica importante. O uso do ultrassom possui baixo custo e a praticidade de poder estar localizado dentro do Centro de Medicina do Esporte junto ao local de treinamento dos atletas. Objetivo do presente estudo foi comparar o tempo necessário e o custo para realização do exame em clínicas privadas e no próprio departamento médico e descrever os principais achados dos exames realizados no clube Grêmio Náutico União/ Porto Alegre-RS.

Casuística e Método: Para a avaliação do tempo de demora na realização dos exames foi feito o levantamento entre 8 clínicas privadas de exames de imagem para identificar o tempo médio entre a marcação e a realização dos exames de ultrassom e emissão do laudo comparando com os exames realizados dentro do departamento médico do Clube Grêmio Náutico União. Os exames realizados no GNU foram feitos em ecógrafo com analise espectral por Doppler, marca GE Healthcare, modelo Logic E, com transdutor de alta frequência, o equipamento foi operado por médico do esporte experiente e treinado em ultrassonografia musculoesquelética, utilizando os padrões reconhecidos. Os dados de exames descritos foram coletados no período entre 10/09/14 e 09/05/17, as variáveis analisadas foram segmento corporal examinado, tipo de exame, muscular ou articular. Os dados foram analisados utilizando estatística descrititiva

Resultados: Para a análise de variáveis como custo do exame privado, tempo de espera para realização e recebimento do laudo final foi realizado contato com 8 clínicas privadas referenciadas localizadas em Porto Alegre-RS. O custo médio para a realização dos exames de ultrassom foi de R$ 155,62±33,8, não houve diferença de preço quando considerados outros segmentos corporais. A demora média para a marcação do exame variou entre os centros particulares contatados, sendo um período médio de 3,6 dias necessário para a realização do exame. Uma vez realizado o exame, o prazo estimado na emissão dos laudos oscilou entre entrega no ato até o tempo máximo de espera foi de 3 dias úteis. O exame de ultrassom, quando feito nas dependências do clube Grêmio Náutico União, possui o custo de uso do equipamento e da hora técnica do profissional médico, não havendo repasse de custo para os atletas, importante no caso dos atletas sem recursos financeiros ou plano de saúde. Na análise dos exames realizados dentro do Centro Médico do Grêmio Náutico União foram 235 exames realizados, destes 151 apresentavam alterações, 84 resultados foram normais. A faixa etária variou 8 a 46 anos, sendo 117 atletas do sexo feminino e 118 do masculino. A modalidade esportiva cujos atletas mais realizaram exames foi natação 28,08% dos exames realizados, seguida pelo judô 15,74% dos exames e o vôlei com 15,31% dos exames. O predomínio dos exames foi articulações 77,02%, sendo o ombro o segmento do corpo com maior porcentagem de ultrassonografias realizadas 23,40%. Entre os diagnósticos o estiramento muscular foi predominante, 15% dos exames. Dos exames realizados 27 (11,48%) atletas fizeram um novo exame de controle.

Discussão: A presença de um equipamento de ultrassonografia dentro do Centro de Medicina do Esporte e tendo profissional médico do esporte treinado e experiente na realização permitiu aos atletas lesionados mais rapidez de acesso ao exame de imagem. A facilidade de acesso pode ter aumentado o número de exames indicados, o que pode ser inferido pelo grande número de exames que não apresentaram alterações. Outro ponto a ser ressaltado possivelmente a facilidade de acesso ao ultrassom reduziu o número de exames mais especializados solicitados,

Conclusão: A presença do equipamento de ultrasson no Centro de Medicina do Esporte com profissional médico habilitado para execução dos exames reduziu o tempo de espera para a realização do exame de imagem.

Título: Variações nos diâmetros ventriculares esquerdos e na variabilidade da frequência cardíaca pré e pós competição em triatletas profissionais.

Autores: CHRISTIANE DA SILVA PRADO, Leonardo Giglio, Bernardo Cunha, Flavia Brasil, Marcelo Faccio, Fabricio Braga da Silva

Instituições: Casa de Saúde São José - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil, Federação de Triatlo do Estado do Rio de Janeiro - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil, Laboratório de Performance Humana - RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução e Objetivo: Fundamentos: A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é reconhecidamente hoje não apenas um parâmetro prognóstico em várias doenças cardiovascular como um marcador de intensidade de treinamento aeróbico. A sua avaliação também tem sido utilizada em pré e pós competição em vários desportos, como marcador de atividade simpática residual elevada e guia para o tempo de recuperação. Ainda, a presença de dilatação e disfunção ventricular esquerda pós atividade física tem sido descrita em ciclistas nadadores e corredores. Pouca informação ainda existe em relação a triatletas. Objetivos: Avaliar as variações de diâmetros cavitários (DC), função ventricular esquerda (FV) e da VFC no domínio do tempo antes e depois de uma competição em triatletas profissionais.

Casuística e Método: Materiais e métodos: Triatletas profissionais (60% homens) com participações em olimpíadas, campeonatos mundiais, jogos panamericamos e sul-americanos foram avaliados em dois momentos: 12 horas antes e nas 2 horas subsequentes a uma prova de triathlon do circuito Rio-Triathlon nas distâncias olímpica (1,5km de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida) e sprint (750m de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida). Em ambos os momentos os atletas foram avaliados com ecocardiograma (Vscan Dual Probe® -GE healthcare) para avaliação dos DC -diâmetros diastólico (DDF) e sistólico finais (DSF) e fração de ejeção (FE) por examinador experiente. Na sequência a medida da VFC (ECG-PC TEB®) era realizada durante 1 minuto. Apenas os valores do domínio do tempo foram analisados: SDNN, RMSSD e o pNN50. Devido ao curto período de avaliação da VFC e da presença de uma frequência cardíaca (FC) mais alta no pós-prova, a possível interferência da FC elevada na VFC foi avaliada pela correlação entre o delta de FC e o delta do RMSSD.

Resultados: Resultados: Vinte triatletas (60% homens; 95% distância olímpica e 28,4±5 anos) foram avaliados. Os DDF foram 52±5 e 51±4mm para respectivamente pré e pós-prova (p=0,1). Os DSF foram 35±5 e 34±3mm para respectivamente pré e pós-prova (p=0,7). As FE foram 61,2±8 e 59,6±6% para respectivamente pré e pós-prova (p=0,2). Os valores de RMSSD foram 93±41 e 29±28 para respectivamente pré e pós-prova (p<0,001). Os valores de SDNN foram 92±37 e 36±23 para respectivamente pré e pós-prova (p<0,001). Os valores de pNN50 foram 46±18 e 7±17% para respectivamente pré e pós-prova (p<0,001). O coeficiente de correlação (r de Pearson) entre o Delta de FC e RMSSD foi 0,676 (p=0,001).

Discussão: Discussão: Diferente do que tem sido observado em outros esportes, não houve aumento de diâmetro ou disfunção ventricular esquerda nessa amostra de triatletas. Talvez o tempo curto da prova (entre 1h49 e 2h20) tenha contribuído para a manutenção dos diâmetros e função ventricular. Já a VFC foi bem reduzida no pós-prova em relação ao pré-prova, porém a FC mais alta pode ser o único responsável por essa alteração.

Conclusão: Conclusão: Não houve alteração na função e diâmetros cavitários. A drástica redução da VFC pode ser apenas cortejo da FC mais alta. Avaliações mais tardias e prolongadas devem então ser testada na determinação do tônus simpático residual pós competição em triatletas.

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