Revista Business Portugal | Dezembro '13

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SEGUROS | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 1

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Gilead Sciences, Lda. Atrium Saldanha, Praça Duque de Saldanha n.º 1 – 8.º A e B, 1050-094 Lisboa – PortugalTel. 21 792 87 90 - Fax. 21 792 87 99 | N.º de contribuinte: 503 604 704

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Editorial

dezembro 2013

futebol e pespi: do que se faz um país

por diana ferreira

COMUNIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA

05 - CPLP08 - UCCLA10 - AIDA

VIH, FERTILIDADEE MEDICINA NUCLEAR

18 - GAT22 - Gilead35 - Diaton

SANTAS CASAS DAMISERICÓRDIA

48 - SCM Meda50 - SCM Mangualde

52 - SCM Almeida

NANOTECNOLOGIA58 - Nanovalor

60 - Smart Inovation

Fui um dos portugueses que não pôde ficar agarrado à televisão para saber se Portugal rumava ao Brasil. A edição

especial dedicada ao Cluster da Aeronáutica (a sua Revista Negócios Portugal foi a revista oficial do Aerospace

Meeting) obrigou alguns membros desta equipa a assistirem ao encontro futebolístico mais importante dos últimos

tempos apenas com um olho no ecrã, enquanto o outro se focava no trabalho. Foram uns longos 90 minutos!

E a cada relato mais efusivo por parte de Nuno Matos, a nossa atenção era desviada por completo para os 22

em campo.

Foi sofrido... ainda mais sofrido por não lhe dedicarmos a atenção que consideramos necessária! Até parece que

o jogo não vai correr bem só porque não o estamos a ver devidamente. Não fica com essa sensação, às vezes?

Mas vencida a batalha na Suécia, foi outro campo de guerra que se instaurou nos portugueses. A lamentável

acção de marketing da Pepsi levou uma nação inteira à revolta, grande parte dela expressada através das redes

sociais, com aqueles que afirmam que nunca mais beberão Pepsi na vida, à portuguesa TAP ponderar deixar de

servir esta bebida nas suas viagens ou até mesmo ao proprietário de um restaurante que destruiu uma máquina

de venda de bebidas por esta fazer publicidade ao refrigerante (apesar de ter que pagar pelo estrago da mesma,

quase de certeza).

Acredito que haja quem considere exagero ou até mesmo ridículo esta ‘sede’ de revolta que assolou grande

parte de nós. Mas também acredito que é nestas atitudes que se vê o orgulho de um país. O mais provável é que

amanhã grande parte se tenha esquecido do incidente e que depois de uma quebra nas vendas, que creio que

se fará sentir, a Pepsi volte ao mercado e continue a ser uma das bebidas mais consumidas. Mas, neste preciso

momento, é uma nação que se defende, que se orgulha do que é e que está disposta em manter-se firme e unida.

Sim, é só futebol, mas leva-nos a revelar o verdadeiro português, não acha?

*Diana Ferreira não segue o novo acordo ortográfico

Ficha Técnica

DIRETORFernando Silva

EDITORADiana Ferreira

([email protected])

REDAÇÃOAriana Ferreira

([email protected])

Cátia Fernandes

([email protected])

COLABORADORESAndreia Lobo

Balolas Carvalho

Bárbara Silva

Sara Freixo

Teresa Soares

([email protected])

PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGNTiago Rodrigues

([email protected])

SECRETARIADOPaula Assunção

([email protected])

GESTÃO DE COMUNICAÇÃOFernando Lopes

Filipe Amorim

Isabel Brandão

José Carneiro

Luís Silva

Manuel Fernando

Nuno Ferraria

Paulo Padilha

Pedro Paninho

([email protected])

EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADERua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2

4400-134 - Mafamude

([email protected])

CONTACTOSTlf: 223 754 806 (Geral)

Tlf: 224 109 098 (Redação)

DISTRIBUIÇÃOGratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID

Edição de dezembro

EDITORIAL | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 3

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comunidades de língua

portuguesae Internacionalização

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa trata-se de uma organização internacional formada por países

lusófonos, criada a 17 de julho de 1996. Composta inicialmente por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,

Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, acolheu Timor-Leste como país integrante em 2002, após a conquista

da independência.

Com uma missão assente na integração e desenvolvimento dos países que têm como fator comum a língua

portuguesa, a CPLP procura convergir as nações que representa para a unidade, através da reunião de esforços em

prole de ideais e ideologias sóciopolíticas comuns.

A CPLP goza de personalidade jurídica e é dotada de autonomia financeira. Os objetivos gerais que pautam a

atuação desta instituição centram-se na concentração político-diplomática entre os estados membros, na cooperação

alastrada a todos os domínios e na materialização de projetos de promoção e difusão da língua portuguesa.

O atual Secretário Executivo desta instituição sediada em Lisboa, o moçambicano Murade Murargy, tomou posse a

20 de julho de 2012, durante a IX Conferência de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Maputo.

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Há um certo orgulho patente quando o atual Secretário

Executivo da CPLP, Murade Murargy, relembra a história

dos Movimentos de Libertação Africanos como parte

integrante da própria biografia da entidade que hoje

representa. A união dos povos contra o colonialismo,

motivada pela óbvia necessidade em organizar e definir

estratégias, desembocou no afunilamento dos vários

movimentos em congregações, tais como o CONCP, que

partilhavam o mesmo intuito, para que se fortalecessem e

ganhassem, nas suas palavras, a ‘musculatura’ essencial

para suportar a luta pelas independências. Após a

conquista das mesmas, o espírito de solidariedade

prevaleceu e foi aproveitado em benefício de outras

vertentes de cooperação, de que são exemplo a política,

a economia e a diplomacia. No prolongamento desta

unidade entre nações, surgiu a institucionalização dos

CPLP para além da Língua Comunidade dos países de língua portuguesa

A herança histórica comum, o idioma, a cooperação em todos os domínios e a concertação político-diplomática estão na origem

da constituição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A desempenhar funções de Secretário Executivo desde

2012, o antigo embaixador de Moçambique no Brasil, Murade Murargy, empenha-se pela livre circulação entre os Estados membros

e pela passagem das palavras à ação.

COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 5

Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP),

que o nosso entrevistado não hesita em identificar como

o “embrião da CPLP”.

Ainda sobre a importância das nações africanas da CPLP

na disseminação da língua portuguesa, um dos ainda

propósitos chave desta comunidade, é-nos relembrada

a evolução interessante ocorrida durante o tempo da luta

armada e da libertação dos povos africanos. A estreita

cooperação mantida com países socialistas da Europa,

Ásia e Américas levou a que estes aprendessem a

língua, de modo a facilitar a comunicação entre todos.

É neste seguimento que Murargy afirma, taxativamente:

“os grandes precursores da língua portuguesa são,

justamente, os países africanos de expressão portuguesa

que durante a luta difundiram a língua pelos países que

os ajudavam”.

Criada a 17 de Julho de 1996, a comunidade conta

atualmente com oito países integrantes: Angola, Brasil,

Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São

Tomé e Príncipe e Timor-Leste, este último acolhido em

2002.

A união faz a força

Embora a Língua Portuguesa seja o foco unificador

mais evidente entre os países membros da comunidade,

entende-se que a mesma não se deva cingir a esta

questão, dada a existência de outros pontos comuns

capazes de tornar a CPLP mais dinâmica e mobilizadora.

Porém, como ressalva o Secretário Executivo, convém

não esquecer o enquadramento específico em que foi

criada, cujos contextos internos de cada país, como a

necessidade de recuperação dos estados em guerra

Murade Murargy Secretário Executivo

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ou saídos da guerra em África, a crise financeira vivida

no Brasil, ou mesmo a “euforia da entrada na União

Europeia”, por parte de Portugal, acabara por desviar

a atenção aos propósitos desta organização. “Ao

longo deste período, os nossos países, preocupados

com as suas situações internas, não tiveram muita

disponibilidade tanto em termos morais, políticos e

financeiros para porem esta máquina a funcionar com

toda a força pretendida”, lamenta, acrescentando, “a

CPLP tem de ser muito mais do que a língua, muito

mais do que política e diplomática”.

Sendo a língua “um instrumento de comunicação

essencial na negociação dos nossos compromissos, para

que estes sejam favoráveis e não se saia em prejuízo”,

e que se projeta em todas as dimensões inerentes

ao funcionamento dos Estados, a descontinuidade

geográfica da CPLP não pode ser entendida como um

obstáculo. “Estamos inseridos em blocos regionais. Se

uma empresa, se um consórcio de empresas de língua

portuguesa se instalar, por exemplo, em Moçambique

ou em Angola, precisamente por causa da língua a sua

produção terá um mercado vasto. Timor está situado

na Ásia, que é um mercado muito grande”, razões

pela qual a dispersão, no entender do diplomata, não

constitui problema. E, se com Portugal, por razões de

índole histórica, a relação de vê estreitada, o oposto

acontece do outro lado do Atlântico, onde o Brasil cultiva

relações com as Américas. “O Brasil está mais distante

mas precisa de estar mais próximo”, o que poderá ser

alcançado através das vertentes culturais, desportivas,

económicas e empresariais.

No que diz respeito à concertação político-diplomática

que se tem vindo a consolidar a nível das instâncias

internacionais, é seguro dizer que a vertente se encontra

de boa saúde, graças a uma estratégia de coordenação

de posições entre os assuntos de preocupação

comum. Um dos frutos mais recentes desta conjunção

de esforços foi a eleição do brasileiro José Graziano

para Diretor Geral da Organização das Nações

Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Outro

exemplo plausível, entre muitos outros, foi a eleição

do embaixador brasileiro Roberto Azevedo para Diretor

Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). A

colaboração entre os países que integram a comunidade

estende-se, no entanto, a outros planos.

Em relação à Segurança Alimentar e Nutricional, projeto

adotado na IX Conferência de Chefes de Estado e de

Governo da CPLP, em Maputo, pretende-se elaborar

“uma estratégia para garantir o direito à alimentação,

como direito humano fundamental das populações”. O

que passará, obrigatoriamente, por uma concentração

de “recursos para que os países mais necessitados

da nossa comunidade possam apoiar os pequenos

agricultores, para que vejam as suas produções e

produtividades aumentadas, de modo a que sejam auto-

suficientes na obtenção da sua dieta alimentar diária”.

Para tal, o incentivo da FAO, que instalou uma delegação

em Lisboa com o intuito de melhor acompanhar a CPLP

nesta demanda, é essencial. “Acabei de chegar de Cabo

Verde”, refere o embaixador Murargy, “onde participei

no «IV Simpósio sobre Segurança Alimentar na CPLP»

e na reunião de pontos focais desta área. Temos um

plano de trabalho a contemplar os eixos da Governança,

da melhoria das condições de vida de grupos mais

desfavoráveis e da Agricultura Familiar”. Brevemente,

“vamos ter uma campanha para a angariação de fundos

para a melhoria da situação alimentar e nutricional” e,

no final de novembro, “arrancamos com uma campanha

de sensibilização para a violência contra as mulheres

em todo o espaço da CPLP”, sublinha o embaixador

Murargy.

Nos campos da Ação e Proteção Social está prevista,

para breve, a assinatura de um acordo que permita aos

cidadãos que trabalhem noutros Estados membros,

com contribuições para a respetiva segurança social

beneficiar desses descontos no seu país de origem.

Um grande passo em frente, entendido como uma

“conquista extremamente importante”, com base na

noção de que a CPLP tem de servir “o cidadão. Ser uma

CPLP do cidadão e não apenas dos Governos”.

Contra a criminalidade, esta entidade implementou

em São Tomé o projeto ‘Meninos de Rua’ e o projeto

‘Capoeira’, que tem em vista a promoção da inserção

social de crianças de rua, através de atividades de

âmbito cultural. Direcionadas também para os mais

jovens, serão desenvolvidas ações com o intuito de

incutir cidadania nas escolas. A CPLP ambiciona um dia

poder criar uma cidadania própria, “mas é necessário

que a nível político não haja nem reservas, nem

desconfiança, nem complexos e queiramos um projeto

comum de comunidade. Porque hoje não temos uma

comunidade, temos uma organização. Comunidade

implica que comunguemos dos mesmos objetivos e

ideias. Para lá caminhamos... mas isso é muito mais do

que estamos a fazer até agora. Uma comunidade tem

de ser envolvente para que todos os cidadãos se sintam

envolvidos”.

Na área da Saúde, em Cabo Verde apostou-se na

formação de especialistas, “projeto que deixa a CPLP

muito satisfeita”, e na “relevância estruturante das Redes

das Escolas Nacionais de Saúde Pública, das Escolas

Técnicas em Saúde e dos Centros Técnicos de Instalação

e Manutenção de Equipamentos. Isto porque, a partilha

do conhecimento, da produção de conhecimento

em Saúde, vai fortalecer um sector fundamental do

desenvolvimento humano”, observa o Secretário

Executivo da CPLP. Outra aposta importante prende-

se com o reforço do ambiente de negócios favorável à

actividade empresarial entre os nossos países. Por isso,

“tenho dado muita atenção à cooperação económica

e empresarial como fonte de complementaridades e

sinergias, como fator de desenvolvimento”.

Motivações para o futuro

“Que comunidade é esta em que não podemos circular

sem restrições?”, questiona Murade Murargy perante o

maior desafio com que hoje se depara:“criar condições

para que o cidadão possa integrar e fazer parte da

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construção desta Comunidade”. Na sua opinião, urge

“harmonizar”, o que poderá passar pela criação de uma

regulação que contemple, em primeira instância, a livre-

circulação de determinados grupos que compõem a

nossa sociedade civil, como investigadores, académicos,

jornalistas, estudantes, desportistas e artistas para que

depois se possa caminhar para a abertura do espaço

comunitário ao cidadão comum. Inserida nesta

problemática da circulação, pesa também a necessidade

de criar condições para que os empresários possam

circular livremente. “Sem circulação estamos a enganar-

nos a nós próprios em relação à ideia de comunidade”,

garante. Daí que tenha sido peremtório no lançamento

de um debate sofre o futuro, agora que a CPLP se

aproxima do 18º aniversário. “Acredito que CPLP tem

um grande futuro”, reafirma, “mas para isso tem de

haver coragem para avançar”.

Naturalmente, há que apostar no capital humano. “O

Homem é o grande motor transformador, o grande

motor do desenvolvimento. Se o nosso cidadão não

estiver capacitado, não dominar o conhecimento,

não é possível caminhar para o desenvolvimento. A

CPLP enquanto organização tem todo o potencial de

se poder dedicar a esta área do desenvolvimento do

capital humano. Se nós conseguirmos que cada um dos

nossos países tenha zero por cento de analfabetismo,

que todos saibam ler e escrever, e se conseguirmos que

o desenvolvimento económico de cada um dos nossos

países se dê ao mesmo passo daríamos os nossos

objetivos como concretizados”.

A CPLP recebeu recentemente a delegação de uma

empresa de produção de petróleo de Timor-Leste,

que veio “lançar um desafio tremendo à comunidade”,

assente na proposta de uma associação com outras

empresas do setor presentes no espaço CPLP. “Uma

iniciativa para acarinhar e para se levar avante”, sendo

que “o nosso bloco é uma potência no que concerne

a petróleo e recursos energéticos. Temos imensos

recursos nesta área e na área da agricultura, mas falta-

nos o Homem”. Esta contínua dependência de mão de

obra estrangeira não se justifica, e a solução, de acordo

com o diplomata, está na abertura das universidades,

ou seja, mais uma vez, na circulação. “Não sou uma

pessoa de teorias, sou uma pessoa muito prática. Gosto

de ver as coisas acontecerem”, afirma, revoltado com

o impasse de toda esta situação, e remata, “não quero

que sejamos uma organização de discursos, mas sim

de atuação”.

Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP)

Como referido, a vontade da criação de uma entidade

que unificasse os povos que têm como característica

comum a língua portuguesa está na origem daquilo

a que mais tarde se veio a tornar na CPLP. Apesar

de idealizado no decorrer do primeiro encontro dos

Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua

Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,

Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe),

promovido pelo então Presidente brasileiro José Sarney,

em São Luís do Maranhão, em novembro de 1989, o

IILP só viu a luz da sua concretização dez anos depois,

durante a VI Reunião Ordinária do Conselho de Ministros

da CPLP. Responsável por uma gestão supranacional

da língua, atua na defesa, no enriquecimento e na

difusão da língua portuguesa, enquanto veículo de

cultura, informação e como mecanismo indispensável à

obtenção de conhecimento científico, tecnológico e de

utilização oficial em fóruns internacionais.

Na perspetiva do Secretário Executivo da CPLP, muita

da importância atual do IILP reside no apoio prestado

aos ditos países observadores associados, ou seja, na

formulação de projetos que ajudem à integração dos

países que pretendam ser membros plenos da CPLP.

Embora seja indiscutível que este instrumento de alta

importância continue a ser uma “boa aposta”, Murade

Murargy mostra-se consciente das condicionantes

financeiras dos dias que correm, que atrapalham o

bom funcionamento da instituição, e aponta para a

reformulação como o caminho mais viável a seguir.

“Nesta fase em que os recursos são menores, talvez

o IILP necessite de uma reflexão – de sofrer uma

reorganização, e de se adaptar a um modelo mais

dinâmico, para que a sua força seja renovada e a sua

incisividade aumentada”, justifica.

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Que motivações estão na origem da fundação da

UCCLA e que objetivos pautam a conduta desta

instituição?

A UCCLA foi criada antes da Comunidade dos Países

de Língua Portuguesa (CPLP), há 28 anos, pelo então

presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), o

engenheiro Nuno Krus Abecassis. A motivação que está

na sua origem é simples: a UCCLA surge no resultado da

necessidade das cidades, na altura capitais dos países

de língua portuguesa, estreitarem relações, uma vez que

há um acervo muito grande de relações afetivas entre os

nossos povos, mas também conceções arquitetónicas

das próprias cidades e da localização das mesmas que

resultam deste encontro secular de culturas entre os

nossos povos e países. É uma organização que conta

já com 28 anos.

Os objetivos são exatamente esses de estreitarmos

relações entre as cidades, e nesse domínio há todo

Nuno Pereira da Cruz Agente Oficial

Uma aposta

União das cidades capitais de língua portuguesa

Criada a 28 de Junho de 1985, a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) tem vindo a revelar-se essencial no

estreitamento de relações entre os países lusófonos. Uma missão que continua a orientar a conduta da instituição, como nos garantiu

Vitor Ramalho, Secretário-geral, em discurso direto para a Revista Negócios Portugal.

cultural e afetiva

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um conjunto de respostas que a UCCLA procura dar,

ao nível daquilo que são as chamadas redes temáticas

(interesses comuns das cidades), nomeadamente ao

nível da proteção civil e também no que respeita à

defesa dos centros históricos das cidades. Algumas

cidades são históricas e reconhecidas como património

mundial, como é o caso, por exemplo, da cidade Velha

de Cabo Verde, ou mesmo aquela que se encontra em

vias de apresentar uma candidatura à UNESCO, M’Banza

Kongo, em Angola. Portanto, para além destes dois

centros temáticos, há toda uma preocupação também

ao nível da própria sinistralidade. Num outro plano, há um

conjunto de ações que têm sido desenvolvidas do ponto

de vista da saúde, nomeadamente da prevenção dela,

concretamente no combate ao Dengue, onde têm sido

desenvolvidas ações muito meritórias em Moçambique e

em Cabo Verde, coroadas de êxito. No plano da cultura,

foi recentemente realizado, em Natal, o IV Encontro de

Escritores de Língua Portuguesa, integrado no Festival

Literário de Natal, onde levamos sempre muitos

escritores. Este ano, por exemplo, levámos 12 escritores

de vários países de língua portuguesa – de Angola, de

Moçambique, de Cabo Verde, e mesmo de Macau – e

também muitos portugueses, a dois dos quais (Afonso

Cruz e Nuno Camarneiro) foram recentemente atribuídos

dois prémios. Levámos, também, outros escritores de

nomeada, como o José Carlos Vasconcelos ou o

João de Melo, por exemplo, e até humoristas como o

Ricardo Araújo Pereira. Tudo isto no domínio da cultura,

para além da promoção de iniciativas culturais de outra

natureza que aqui se desenvolvem.

Paralelamente, desenvolvemos ações de formação

profissional e ações de formação dos próprios

empregadores nas cidades destinatárias dessas

necessidades, de modo a que se estabeleça todo um

conjunto de entreajuda entre as cidades em função das

prioridades que as próprias cidades determinam.

Como já foi referido, a UCCLA encontra-se a

caminho de completar o 29.º aniversário. Que

balanço pode ser feito destas quase três décadas

de trabalho?

O balanço é extremamente positivo e marcante. Timor

na sua requalificação é indissociável da existência

da UCCLA. Só para exemplificar, o Palácio do

Governo de Timor foi projetado na sua reconstrução

e requalificação através de iniciativa da UCCLA e em

concreto pelo arquiteto João Laplaine Guimarães. Os

próprios estabelecimentos de ensino de Díli e parques

desportivos para as crianças foram por nós projetados.

É uma marca que fica, como toda respeitante à cidade

da Praia onde a UCCLA deu um contributo idêntico ao

que se desenvolve aqui, em Portugal com os POLIS

(Programa de Requalificação Urbana e Valorização

Ambiental das Cidades). Mesmo os encontros de

escritores são determinantes, na medida em que são

abertas perspetivas sempre voltadas para o futuro,

permitindo que sejam criados laços de afetividade que

propiciam novos desenvolvimentos noutras paragens.

Toda a nossa atividade humana e toda a nossa atividade

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COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 9

institucional ou coletiva funciona por ciclos, como é

evidente. Nós próprios o sentimos a cada passo, nas

nossas próprias vidas, que vamos encetar um novo ciclo

na UCCLA. Tenciono, a esse propósito, levar a efeito

uma homenagem àqueles jovens que, nos anos 60

do século passado, vieram estudar para Portugal e que

depois deram lugar a uma ação que acabou por levar

a uma descolonização dos territórios então colonizados

por Portugal. Jovens esses que vinham para cá estudar

porque não havia universidades nas suas terras de

origem. A Casa dos Estudantes do Império foi uma casa

criada pelo regime anterior onde esses jovens que, para

cá vinham estudar, convergiam na sua convivencialidade

e com objetivos que, a partir de determinada altura,

eram indissociáveis da noção que a sua própria terra

de origem podia ser também auto determinada. Eles

também tiveram um papel muito importante aqui, em

Portugal, e posteriormente nos territórios e países de

origem, depois libertados, como foi o caso do Amílcar

Cabral, do Agostinho Neto, do Pedro Pires, do Joaquim

Chissano. O mesmo acontece com escritores de

enorme nomeada como o Pepetela, a Alda de Espírito

Santo, o António Jacinto, entre outros. Toda essa gente

nasceu para a cultura e para a política nessa Casa dos

Estudantes do Império, e por isso tencionamos levar a

efeito, como disse, uma homenagem que acontecerá,

aliás, em cooperação com a CPLP. O senhor Secretário

Executivo já respondeu positivamente a esse propósito

que eu lhe manifestei.

No plano internacional, apostamos no estreitamento

das relações com a União das Cidades Capitais Ibero-

americanas (UCCI), o que é muito importante porque

o português e o castelhano são duas das línguas mais

faladas no ocidente, e com uma potencialidade enorme,

porque são línguas económicas e com um fator de

dinamização deste mundo global muito importante.

Nós não podemos perder isto de vista e, nesse sentido,

desloquei-me recentemente a Madrid onde participei

numa reunião de diretores da UCCI, exatamente nessa

lógica de estreitamento de relações, propiciando a

que no futuro haja uma nova base de apoio para este

domínio.

Tenciono, numa terceira vertente, reforçar a relação com

o mundo empresarial. Vamos outorgar um protocolo

com a Agência para o Investimento e Comércio Externo

de Portugal (AICEP), o que propiciará que este ramo

tão importante seja ligado à própria cultura e sejam

articuladas iniciativas entre o mundo empresarial e o

mundo cultural nas cidades que são nossas associadas.

Tudo isto envolverá, nos planos cultural e económico,

uma articulação que responderá a este novo ciclo em

que vamos entrar, num período muito difícil em que

a imaginação tem de ser fértil e cada vez mais fértil,

porque há constrangimentos de toda a natureza. Temos

que dar largas à imaginação para responder, sobretudo,

a preocupações que podem ser almofadas por verbas

que as próprias empresas sintam que lhes possam

trazer utilidade.

Concretamente, que mecanismo a UCCLA tem

à sua disposição que lhe permitam garantir o

cumprimento dos objetivos enunciados?

A UCCLA vive, fundamentalmente, das contribuições

dos associados. Mas essas verbas são naturalmente

insuficientes para o suporte de todas as ações a que

nos propomos. Fundamentalmente, os objetivos que

prosseguimos têm respostas em candidaturas que

apresentamos à União Europeia (UE) e ao Instituto

Camões, quando abertas. Para além das contribuições

próprias dos associados, a UCCLA beneficia também

de parcerias que estabelece com essas cidades e que

acabam também por mitigar um pouco as dificuldades.

A CML tem aqui também um papel determinante,

uma vez que há um conjunto muito significativo de

quadros, muito qualificados desse organismo, que estão

destacados na UCCLA, para que possamos contar com

essas pessoas em domínios que são fundamentais de

intervenção técnica. A maioria das pessoas que aqui

trabalham são, de facto, colaboradores da CML.

* Leia esta entrevista na íntegra em www.revistanegóciosportugal.com

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Inicio esta entrevista perguntando-lhe, como

surge a Associação Industrial do Distrito de Aveiro

e qual o seu propósito.

A AIDA surgiu, em 1986, impulsionada por um

grupo de empresários que sentiu necessidade de

mobilizar o tecido empresarial da região no sentido

de o mesmo ganhar, junto do poder político, a força

e representatividade necessárias que lhe permitissem

reivindicar a criação de condições para o exercício da

sua atividade e a adoção de medidas que colmatassem

as necessidades sentidas pelas empresas.

Considerando o facto da região ser altamente

industrializada e dinâmica optou-se por constituir

uma associação de cariz multissetorial agregadora

dos variados setores de atividade, o que funcionou

também como forma de dar visibilidade à capacidade

empreendedora dos seus empresários.

Qual o vosso compromisso para com os vossos

associados?

O principal compromisso da AIDA sempre foi representar

os seus associados, assumindo o papel de interlocução

com os demais agentes económicos e, em simultâneo,

prestar um cada vez maior e melhor apoio às empresas,

Elisabete Rita Diretora Geral

Compromisso fiel com os

empresários aveirensesAssociação industrial do distrito de aveiro

10 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

através de serviços relacionados com a sua atividade.

A atuação da AIDA tem sempre por base uma relação

de estreita proximidade com o tecido empresarial,

imprescindível para que a associação tenha uma noção

objetiva da realidade.

Nesse sentido, está em permanente diálogo com os

empresários, incentivando-os a dirigir-se à associação,

não só manifestando as dificuldades sentidas no dia a

dia como propondo sugestões de melhoria, o que tem

permitido manter uma especial relação de confiança no

trabalho desempenhado.

Qual a realidade da indústria e dos empresários

aveirenses atualmente? Como tem conseguido

ultrapassar as dificuldades que atravessam o

país?

O atual contexto económico é, como se sabe,

particularmente adverso para a indústria portuguesa e

os empresários aveirenses ressentem-se, naturalmente.

O tecido empresarial da região é, tal como no resto

do país, constituído por uma grande percentagem de

micro e pequenas empresas que, na sua maioria, estão

dimensionadas para atuar no mercado interno que está

claramente esgotado.

A esta circunstância acrescem problemas como a

complexidade do sistema fiscal, morosidade da justiça

e elevados custos da energia que em nada facilitam a

vida das empresas.

Felizmente, os empresários da região têm dado provas

da sua obstinação e resiliência. A aposta, a que se tem

vindo a assistir, na reestruturação e recapitalização das

empresas e na criação de valor pela diferenciação tem

sido decisiva para as empresas da região que, apesar

dos obstáculos, estão a conseguir afirmar-se nos

mercados externos.

Quais os serviços disponibilizados aos vossos

associados?

A AIDA tem vindo, aos longo dos anos, a alargar o leque

de serviços prestados adequando a sua estrutura e

equipa técnica às necessidades das empresas.

De entre esses serviços destacam-se a prestação

de informações sobre os Sistemas de Incentivo

em vigor, o apoio na elaboração de candidaturas, o

acompanhamento de processos de licenciamento

industrial e gestão da qualidade, formação profissional,

consultoria jurídica, consultoria técnica e económica,

promoção de seminários especializados e workshops.

A internacionalização, nomeadamente da vertente

das exportações, é uma das áreas na qual a AIDA se

especializou, tendo em vista a prospeção de novos

mercados e a potenciação de oportunidades de

negócios. De referir que a associação realiza anualmente

uma em média dez missões empresariais, que se têm

revelado extremamente profícuas.

A título de exemplo note-se que todas as empresas

que, em 1991, participaram na 1.ª missão empresarial

organizada pela AIDA, e que teve Angola como destino,

mantêm atualmente relações comerciais com aquele

país.

A preparação de missões de importadores é outra

vertente da internacionalização à qual a AIDA se

encontra a dar ênfase.

Subjacente a este trabalho, está a auscultação das

empresas sobre os mercados alvo preferenciais e o

estudo daqueles que, pelas suas características, lhes

possam oferecer oportunidades de negócio.

Essencial é, também, o trabalho de acompanhamento

dado pela AIDA aos processos de internacionalização

Page 11: Revista Business Portugal | Dezembro '13

COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 11

uma vez que, como se sabe, trata-se de algo moroso e

que exige, em regra, reforço dos contactos.

Ao nível do associativismo empresarial, a AIDA promove

iniciativas através das quais procura incrementar a

proximidade entre os empresários da região e restantes

players nacionais, dos quais são exemplos o Fórum

Empresarial da Região de Aveiro (que conta já com

três edições) e a recente constituição do CER- Aveiro –

Conselho Empresarial da Região de Aveiro.

Falemos do SIGAME. Qual o seu propósito e

objetivo?

Este projeto, que é promovido pela AIDA em parceria

com a ANEME, tem como principal objetivo estreitar

as relações entre os empresários portugueses e a

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

designadamente Angola, Cabo Verde, Moçambique, S.

Tomé e Príncipe e Brasil (estado do Ceará).

No seu âmbito foram já criadas redes de suporte de

apoio à cooperação empresarial (uma por país),

constituídas por várias entidades governamentais e

associativas, tendo em vista promover, apoiar e incentivar

as empresas a integrar mecanismos de cooperação

interempresarial, assim facilitando o estabelecimento

de relações comerciais entre os países de língua oficial

portuguesa (PALOP).

O SIGAME coloca ao dispor das empresas serviços

como o acesso a concursos públicos e oportunidades

de negócios, simulações de proximidade a clientes

e fornecedores, ferramentas de autodiagnóstico de

cooperação e de internacionalização.

Este projeto está suportado num Sistema de Informação

Georreferenciada, que permite interligar toda a

informação e dados relativos às empresas e território

onde estão inseridas.

Como tem corrido esta aposta?

Os trabalhos têm decorrido de forma muito positiva,

havendo um elevado interesse por parte dos diferentes

países parceiros e respetivas empresas, sendo cada vez

maior o número de manifestações de interesse para

integrar a plataforma.

Entre julho e outubro, a AIDA e a ANEME promoveram

sessões internacionais nos diferentes países, que

visaram dar a conhecer o projeto e suas potencialidades,

bem como validar, junto dos parceiros internacionais e

empresas presentes, as funcionalidades da plataforma e

suas virtualidades.

Esta plataforma foi reconhecida por todos como uma

excelente ferramenta para dinamizar as trocas comerciais

entre os vários países e explorar conjuntamente novas

oportunidades de negócio.

Que projetos futuros estão na carteira da AIDA?

A AIDA prepara o futuro em duas frentes, uma que

passa pela consolidação dos resultados do trabalho

desenvolvido até ao momento e outra que passa pelo

reforço da sua representatividade, capacidade de lobbie

e pela implementação de novos projetos.

Entre esses projetos podemos destacar o INTEX –

Internacionalizar para Exportar, o IREAM AVEIRO II, o

B2G- Business Intelligente para o Mercado Alemão,

o GLOBAL PME - que promovem a competitividade

internacional das empresas, o aumento das exportações

e a diversificação de mercados, este último também em

colaboração com a ANEME.

O incentivo ao empreendedorismo e inovação será

efetuado através do EMPREENDER+ e ao nível da

eficiência energética e ambiente o +SUSTENTABILIDADE

+COMPETITIVIDADE e o C MARKET, a desenvolver em

parceria com a ANEME.

De forma a reforçar a participação de empresas

portuguesas em candidaturas de cooperação

internacional europeias (7.º PQ I&DT – Cooperação e

Capacidades), a AIDA continuará a dinamizar os projetos

HORIZON20VIEW, ProPOR e GetFP7.

Será igualmente promovido, com parceiros europeus,

o projecto METAL-INNOVA que tem como objetivo

promover a inovação e a constituição de redes estáveis

de cooperação em matéria tecnológica, focalizando-se

no setor da metalurgia.

Sessões internacionais para a divulgação do projeto SIGAME

Page 12: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Ricardo Lopes Ferro Diretor

Explique-nos qual o papel, objetivo e missão da

Bureau Veritas.

O Bureau Veritas, fundado em 1828, é um grupo

internacional que atua nos domínios de avaliação

de conformidade e de certificação aplicados às

áreas da Qualidade, Ambiente, Saúde e Segurança e

Responsabilidade Social.

As atividades do grupo consistem em inspecionar, testar,

auditar ou certificar, produtos, ativos (infraestruturas

Líder mundial na avaliação de conformidade e

certificaçãoBureau veritas

Líder mundial na avaliação de conformidade e certificação, são um parceiro de confiança para os seus clientes, oferecendo serviços

e desenvolvendo soluções inovadoras para reduzir o risco, melhorar o desempenho e promover o desenvolvimento sustentável.

12 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | INTERNACIONALIZAÇÃO

industriais, equipamentos, navios e edifícios, etc..) e

sistemas de gestão, nomeadamente Normas ISO, em

conformidade com referenciais regulamentares ou

voluntários.

Cada um das 8 linhas de negócio – Marinha; Indústria;

Inspeção e Verificação em Serviço; Saúde, Segurança

e Ambiente; Construção; Certificação; Produtos de

Consumo e Comércio Internacional – estão relacionados

com um leque específico de necessidades. Cada uma

oferece um portfolio de serviços dirigidos nos domínios

da gestão de activos, certificação, classificação,

consultoria técnica, inspeção e auditoria, ensaios

e formação, desenvolvidas para solucionar as suas

necessidades.

Quais os vossos principais valores?

Os valores estão presentes, desde 1828, no simbolo da

nossa organização.

São líderes mundiais na avaliação de conformidade

e certificação. Como se alcança este estatuto?

Somos uma empresa que desde a origem, 1818, se

posicionou como entidade independente e ao longo

dos ano soube manter essa independência, aliada

a um enorme rigor técnico suportado por um quadro

de pessoal altamente qualificado e experiente que

tem crescido sempre de forma sustentável, permitindo

aos novos colaboradores apreenderem a cultura e

procedimentos da nossa Organização.

Atualmente, o Bureau Veritas está presente em 140

países, com cerca de 60 mil colaboradores, através da

sua rede de mais de 1330 escritórios e laboratórios

servem mais de 400 mil clientes a nível mundial.

O que vos diferencia das restantes empresas da

área?

O forte compromisso de, apesar de sermos uma

multinacional, atuarmos localmente tendo em conta as

necessidades de cada país e do seu tecido empresarial,

investindo fortemente na capacitação local ao nível de

pessoas e equipamentos.

Page 13: Revista Business Portugal | Dezembro '13

INTERNACIONALIZAÇÃO | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 13

Em Portugal, nenhuma outra empresa multinacional

nossa concorrente investiu tanto na respetiva

capacitação local. Nos últimos 10 anos investimos

cerca de 10 milhões de euros e somos hoje mais de

250 colaboradores em Portugal com seis escritórios

e quatro laboratórios, que contrasta com os cerca 50

colaboradores e dois escritórios no final de 2002.

A atuação do Bureau Veritas fruto da globalização dos

negócios e a presença internacional dos vários parceiros,

obrigaram ao desenvolvimento de metodologias de

avaliação e controlo de fornecedores consistentes e

harmonizados, independentemente da parte do globo

aonde as mesmas sejam produzidas e a sua verificação

por parte de empresas como o Bureau Veritas tornou-se

incontornável.

Neste contexto, o Bureau Veritas auxilia as organizações

nacionais nos seus processos de internacionalização, de

melhoria da eficiência dos seus processos produtivos,

quer no auxílio à construção de um desempenho de

qualidade junto do cliente.

Atuam nas mais diversas áreas, nomeadamente

qualidade, segurança, proteção ambiental e

responsabilidade social. É um leque bastante

vasto… Que serviços disponibilizam?

A missão do Bureau Veritas consiste em inspecionar,

verificar e certificar bens, assim como, projetos, produtos

ou sistemas, de acordo com referenciais internos ou

externos, de forma a emitir um relatório de conformidade.

Dentro desta missão, estamos divididos em oito áreas

de negócio, sendo as áreas com maior expressão

em termos de volume de negócio a área de indústria

e inspecções e verificação em serviço com as

atividades de verificações de conformidade mandatória

a equipamentos e instalações industriais ou por

especificação do cliente, revisão de projetos, inspeção

na oficina (empreiteiro), inspeção da obra (estaleiro),

gestão de ativos, qualificação de pessoas, certificação

de equipamentos industriais e ensaios (ex. ensaios não

destrutivos).

Relativamente à Inspecção e Verificação em Serviço (IVS)

executamos inspeções periódicas de equipamentos e

instalações de acordo com regulamentos mandatórios

ou especificações do cliente e dispomos também de

serviços aplicados a instalações elétricas, sistemas de

segurança contra incêndio, equipamentos sob pressão e

de elevação e máquinas.

A terceira área em termos de faturação e número de

colaboradores é o Comércio Internacional representado

por serviços de Governo, tais como, inspeções pré e

pós-embarque, raio-x, verificação de conformidade de

bens importados e ainda verificação da conformidade

do produto em termos de construção e quantidade,

inspeção e controlo de mercadorias para importação e

exportação.

A área com maior exposição e notoriedade é a

Certificação, que atua na certificação de sistemas de

gestão, processos, produtos/serviços e pessoas nas

áreas da qualidade, saúde e segurança, ambiente e

responsabilidade social e auditorias de segunda parte

baseadas em especificações de clientes ou referenciais

desenvolvidos pelo BUREAU VERITAS Certification.

Na Construção, atuamos de forma a responder de forma

exaustiva a todas as exigências regulamentadas do setor

da construção, assim como, a todas as necessidades

de assessoria técnica. Operamos no controlo técnico

de qualidade, controlo técnico de caixilharia, gestão

do projeto, auditorias e peritagens, apoio técnico à

gestão do património, segurança durante a execução

da obra (coordenação de segurança e proteção da

saúde em obra, planos de prevenção e verificação de

conformidade durante a obra) e por último na assessoria

técnica na construção nas áreas da Qualidade, Ambiente

e Segurança.

No que diz respeito à Saúde, Segurança e Ambiente

(HSE) executamos inspecções, auditorias e medições

nas áreas de ambiente, saúde e segurança e

oferecemos assistência técnica para apoiar as

organizações a definirem estratégias para a gestão de

HSE, nomeadamente: Auditorias de aquisição “Due

Dilligence”, Prevenção de Riscos Laborais, Conselheiros

de Segurança, Avaliações de Conformidade Legal,

Planos Estratégicos, Planos de Gestão de Resíduos,

Estudos de Impacte Ambiental, Levantamentos

Ambientais e de Segurança, Avaliação de risco geral,

Avaliação de risco de incêndio, Planos de emergência e

de evacuação, Outsourcing Técnico.

Por último, refiro a atividade histórica do Bureau Veritas,

a Marinha com a classificação de Navios, certificação

de equipamentos, assessoria técnica e serviços de

outsourcing.

De forma transversal, somos entidade formadora em

todos os domínios e especialidades onde atuamos

tecnicamente.

A vossa aposta passa, essencialmente, pela

inovação. Esta é a vossa mais valia?

A possibilidade de trazer as mais inovadoras tecnicas,

metodologias e equipamentos, quando aplicável, na

verificação de conformidade, em sentido lato, é uma

mais valia que nós e as empresas nossas clientes têm

ao seu dispor para se colocarem nos lugares cimeiros

de qualidade e exigência a nível mundial nos respetivos

mercados.

Temos que fazer um esforço conjunto para por um

lado comunicar melhor e por outros que a sua adoção

seja mais generalizada. Este é um ponto de enorme

importância em que nós e os nossos clientes teremos

que dedicar mais atenção.

Nesta edição falamos de internacionalização

e da importância da certificação para a

internacionalização das empresas. Nota que

esta certificação torna mais fácil a entrada das

empresas portuguesas no mercado exterior?

A certificação permite evidenciar ao mercado, parceiros

e potenciais clientes que a empresa desenvolveu e

implementou um sistema de gestão com metodologias

de avaliação e controlo consistentes e harmonizados,

que garantem os cumprimentos legais. A certificação por

parte de um organismo internacional como o Bureau

Veritas Certification fornece um instrumento que garante

uma cadeia de fornecimento sólida e consistente com o

desiderato de estabelecimento de relações de parceria

que todos, de uma forma geral, pretendem.

E o futuro, como se avizinha?

O futuro para uma empresa como o Bureau Veritas

prevê-se, apesar de alguma reserva, otimista. Nós

estamos com as empresas que se internacionalizam,

com as que apostam na qualidade dos seus produtos

e na eficiência ambiental e para estas o mercado é

cada vez mais global e empresas como o Bureau

Veritas são naturalmente um parceiro incontornável para

esse futuro. Por isso, acredito que a transformação de

Portugal num país com maior peso exportador será

bom para o país e para o Bureau Veritas. Naturalmente

que o mercado nacional é para nós muito importante

e estamos a sofrer com este ajustamento, mas juntos

com as empresas nossas clientes estamos certos que

na medida nas nossas atividades vamos suportá-las

e auxiliá-las para serem mais eficientes e que o seu

bom desempenho e produtos sejam cada vez mais

reconhecidos internacionalmente.

Page 14: Revista Business Portugal | Dezembro '13

14 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MEDIAÇÃO

A mediaçãoLaranjeiro dos santos e associados

A mediação de conflitos é um meio alternativo

de resolução de conflitos, que de acordo com a

informação disponível no vosso sítio da internet,

privilegiam em todas as demandas que lhes são

confiadas. Porquê esta estratégia?

A primeira abordagem à Justiça (ou a um advogado)

é, regra geral, um recurso de última instância, as

pessoas preferem “automedicar-se” e apenas quando

já nenhum “receituário caseiro” parece fazer efeito

procuram um profissional do foro. A experiência diz-

nos que um dos motivos (senão o principal) deste

comportamento é a morosidade e complexidade do

sistema judicial. A mediação, enquanto mecanismo

alternativo é extremamente célere e simples, é por isso

uma excelente solução para um cliente que quer ver o

seu assunto resolvido em prazo relativamente curto e

de forma simples.

Nos Estados Unidos da América, no fim dos anos

60, surgiu a ideia do tribunal multiportas, em que os

cidadãos teriam ao seu dispor diversos serviços de

resolução de litígios, como a mediação, a conciliação,

a arbitragem – esta proposta atraiu várias pessoas, uns

que procuravam a solução para a falta de eficiência da

justiça, outros, acérrimos críticos do direito, buscavam

alternativas à resolução de litígios.

É neste contexto, de crítica e de crise do Direito, que

damos a conhecer a mediação ao cliente, como uma

das soluções possíveis.

Quais as diferenças e vantagens da mediação

de conflitos em relação a um processo normal,

digamos assim?

O princípio e fundamento da mediação é o empowerment,

i.e. o pleno domínio do processo pelas partes, num

processo judicial o domínio do processo compete ao

juiz, estando a parte numa posição subalternizada e

espartilhada pelos comandos processuais que permitem

(ou não) a sua intervenção e audição. Por exemplo, até

à reforma de setembro de 2013, em processo civil, as

partes apenas poderiam depor em Tribunal (i.e. serem

ouvidas de viva voz perante o juiz) para confessar factos

que lhes fossem desfavoráveis (depoimento de parte),

já se quisessem contar a sua versão dos factos estavam

impedidas de o fazer.

Na mediação são as partes e não um terceiro, que

controlam os procedimentos, desde o início até ao fim

do processo.

A grande vantagem da mediação é que assenta no

princípio “ganha-ganha” e não “ganha-perde”, ou seja,

a solução alcançada terá de satisfazer ambas as partes

em litígio. Acresce que é menos dispendiosa que um

processo judicial, mais célere e sigilosa.

Em nossa opinião, a mediação permite a preservar o

relacionamento entre as partes, por exemplo, no caso da

empresa X se o cliente Y tem uma dívida para com ela,

terão todo o interesse em resolver o assunto de forma

célere, sigilosa e de preferência extrajudicialmente, de

forma a preservar as relações comerciais, o mesmo

se passa com a situação empresa/fornecedor: pode

ter acontecido um problema com um fornecimento,

mas não é desejável que aquela situação contamine

toda a relação já estabelecida entre as partes – como

sabemos o recurso à via judicial a maioria das vezes

dificulta que assim seja.

Tem notado um aumento da mediação de

conflitos? Na sua opinião de profissional, o que

justifica essa realidade?

Os sistemas de mediação pública têm-se desenvolvido

de forma gradual em Portugal, iniciando-se com os

Julgados de Paz, seguiu-se em 2006 o sistema de

mediação laboral e, por último, em 2007, o sistema

de mediação penal e o alargamento do sistema de

mediação familiar a todo o território nacional (antes

apenas existia em Lisboa).

A diversificação das áreas de atuação da mediação

muito contribuiu para o aumento do número de casos

que recorrem à mediação. De igual forma a publicidade

do “boca a boca” é crescente. Conheço inúmeros casos

de pessoas que recorreram à mediação porque tinham

amigos ou familiares que já o tinham feito e solucionado

de forma muito satisfatória os seus problemas.

Acredita que a mediação de conflitos vai

continuar a merecer a preferência dos

portugueses?

Sim, sem dúvida, a recente reforma do processo civil,

com o desenvolvimento da conciliação é um reflexo

das intenções do legislador nesta área, cabe ao

cidadão (des)acreditá-la, mas estamos convictos que a

mediação já provou que é uma aposta segura e que

permite afirmar a Justiça!

Sandra Laranjeiro dos SantosAdvogada e Mediadora de conflitos

Page 15: Revista Business Portugal | Dezembro '13

INTERNACIONALIZAÇÃO | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 15

Rigor e especializaçãolegal link | Cavaleiro e Associados

A LEGAL LINK | CAVALEIRO & ASSOCIADOS é uma “boutique jurídica” que pugna por um aconselhamento rigoroso e especializado.

O projeto nasceu de advogados oriundos das melhores estruturas em Portugal, conferindo agora a mesma expertise jurídica com

total focalização no cliente.

João Quintela CavaleiroManaging partner

Nesta edição em particular falamos da aposta na

exportação de serviços jurídicos. Esta é já uma

realidade presente na Legal Link?

A LEGAL LINK |CAVALEIRO & ASSOCIADOS conta

com uma intensa atividade na assessoria a empresas

numa advocacia de negócios, com incidência no

suporte à decisão das Administrações, bem como

na internacionalização e captação de investimento

estrangeiro. Assessoramos cada vez mais os nossos

clientes nos seus processos de internacionalização e,

como consequência desse crescimento, abrimos em

2012 em Paris, em associação com uma “boutique

jurídica” francesa.

Uma das vossas áreas de atuação passa pelo

Direito Internacional. Que serviços prestam nesta

área específica?

O acompanhamento de projetos internacionais é

transversal a várias áreas, impõe aos nossos advogados

capacidade de diálogo multidisciplinar. Serviços

jurídicos como a celebração de contratos internacionais,

assessoria de investimento estrangeiro em Portugal,

assessoria de empresas portuguesas e investidores

nacionais no estrangeiro, serviços de representação

legal, interações com Bancos e organismos públicos

são alguns dos mais frequentes.

A prestação de serviços jurídicos internacionais

deve assentar num bom entendimento técnico, com

conhecimentos locais – entre advogados, entidades

públicas e privadas - e experiência em operações

anteriores.

É também por aqui que passa esta exportação de

serviços?

O sucesso dos projetos que temos acompanhado

motivou-nos para reforçar ainda mais esta área.

O conhecimento das necessidades das empresas

portuguesas e dos mercados tem facilitado o trabalho.

A exportação de serviços jurídicos continuará a crescer

se a qualidade oferecida corresponder às necessidades.

A presença do advogado no seio de transações

internacionais é um sinal de segurança. Estamos, por

isso confiantes, pois conhecendo a qualidade dos

nossos advogados, a exportação dos nossos serviços

jurídicos continuará a crescer. O acompanhamento

sempre presencial dos nossos clientes além fronteiras

tem sido uma das chaves de sucesso.

Como funciona? A Legal Link | Cavaleiro &

Associados trabalha com empresas portuguesas

que querem ir além-fronteiras, com empresas

estrangeiras que se querem implementar em

Portugal ou ambos?

Temos assistido ambos os casos. Assistimos muitas

empresas portuguesas que expandem a sua atividade

para mercados estrangeiros, como o mercado Francês

e o mercado Alemão, assim como os mercados

emergentes da América do Sul (Brasil e outros),

Moçambique, Angola e outros países do Norte de

África. Mas também temos sido procurados por clientes

internacionais - europeus e não só - que procuram as

oportunidades de investimento oferecidas pelo país no

momento atual, sendo que uma grande parte da nossa

atividade se centra na assessoria a multinacionais.

É mais frequente esta procura de serviços?

Esta procura de serviços tem vindo a aumentar desde o

início da sociedade. Se por um lado sentimos um forte

crescimento por parte dos nossos clientes nacionais em

processos de internacionalização, por outro lado temos

sido procurados por empresas e mesmo investidores

estrangeiros que sentem, que no momento atual,

há uma oportunidade de investimento a condições

vantajosas no mercado português. Estamos a reforçar

a aposta para 2014.

Por onde passa o futuro da Legal Link | Cavaleiro

& Associados?

O futuro da Legal Link | Cavaleiro & Associados passa

por dar continuidade ao que tem sido feito desde o início

da sociedade. O conceito de boutique faz parte da nossa

estratégia e é uma escolha consciente. A atenção dada

ao cliente, estudo profundo e especializado dos dossiers,

assim como a proximidade e disponibilidade dos sócios,

são alguns dos pilares sobre os quais erguemos o

nosso crescimento. Mas será sempre um crescimento

orgânico e ponderado, pois não queremos perder o

cariz de sociedade especializada, que conhece cada

pormenor de quem assessora, num trabalho de valor

acrescentado.

Page 16: Revista Business Portugal | Dezembro '13

VIHfertilidade

medicina nucleare mais saúde!

Em termos estatísticos, no que concerne à esperança média de vida, a taxas de natalidade e mortalidade, e na

generalização daquilo que entendemos como cuidados de saúde, temos caminhado ao mesmo passo da maioria

dos países desenvolvidos.

Consequentemente, há um aumento da longevidade que se traduz no aumento da esperança média de vida tanto

por altura do nascimento como ao longo da vida, e que se deve essencialmente aos avanços vários campos

da investigação científica, na melhoria progressiva dos cuidados de saúdes disponibilizados e pelos apoios e

incentivos de que auferem os cidadãos seniores, que lhes suportam e garantem a sua integração em comunidade. O

envelhecimento da população, por sua vez, tem origem na diminuição de nascimentos que se prendem a questões

de índole económica e à protelação da primeira gravidez em prole da carreira ou da obtenção de condições mais

favoráveis à constituição da família.

No que respeita à mortalidade, os cancros malignos, as doenças cerebrovasculares e as doenças isquémicas do

coração constituem as causas de mortalidade mais comuns em Portugal. Na base destas doenças encontram-se,

muitas das vezes, a relutância da maioria da população portuguesa em adotar um estilo de vida saudável. Ainda como

preocupações a não a descurar, encontram-se a diabetes e a obesidade.

Com o passar dos anos, os gastos em medicamentos têm acrescido, o que leva a que cada vez mais sejam

considerados os medicamentos genéricos e que o estigma inicial causado pela introdução desta alternativa no

mercado seja posto de parte.

Fonte: saude.sapo.pt

16 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

ViiV HealthcareA ViiV Healthcare é uma companhia global especializada em VIH/SIDA, criada pela GlaxoSmithKline e Pfizer em Novembro de 2009, empenhada no desenvolvimento de novos medicamentos e na assistência às pessoas que vivem infetadas pelo VIH/SIDA.VIH - Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH)

VIIVHIV HEALTHCARE, Unipessoal Lda - R. Dr. António Loureiro Borges nº 3 Arquiparque-Miraflores - 1495-131 Algés Portugal Telef. 210940801 Fax. 210940901 NIF: 509117961Para mais informações fale com o seu médico. PR

T/IN

S/00

07/1

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/201

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Page 17: Revista Business Portugal | Dezembro '13

ViiV HealthcareA ViiV Healthcare é uma companhia global especializada em VIH/SIDA, criada pela GlaxoSmithKline e Pfizer em Novembro de 2009, empenhada no desenvolvimento de novos medicamentos e na assistência às pessoas que vivem infetadas pelo VIH/SIDA.VIH - Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH)

VIIVHIV HEALTHCARE, Unipessoal Lda - R. Dr. António Loureiro Borges nº 3 Arquiparque-Miraflores - 1495-131 Algés Portugal Telef. 210940801 Fax. 210940901 NIF: 509117961Para mais informações fale com o seu médico. PR

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Page 18: Revista Business Portugal | Dezembro '13

grupo português de ativistas sobre tratamentos de vih/sida

Comecemos por fazer uma breve apresentação do

GAT e a sua principal missão.

O GAT – Grupo Português de Activistas sobre

Tratamentos de VIH/SIDA – Pedro Santos é uma IPSS

formalmente constituída em 2003 que junta pessoas

que vivem ou afetadas pelo VIH. O GAT tem como

missão promover o acesso à prevenção, diagnóstico

e tratamentos de qualidade para todos. Este trabalho é

baseado no conhecimento e na promoção dos direitos

humanos e participação plena das pessoas e grupos

mais vulneráveis à infeção pelo VIH.

Os portugueses estão conscientes do que é o VIH

Sida?

Os portugueses ouviram falar do VIH/SIDA mas na nossa

opinião não conhecem a dimensão enorme da epidemia

em Portugal. Continuam a ter preconceitos sobre formas

de transmissão. O estigma e a discriminação, incluindo

o auto-estigma, continuam, o que explica porque tão

poucas pessoas vivem publicamente com a infeção.

Como tem evoluído a doença no nosso país?

Portugal continua a ser um dos países com uma das

taxas mais altas de novos diagnósticos. A mortalidade

tem diminuído mas muito menos rapidamente do que

nos outros países da Europa Ocidental. O diagnóstico

em mais de 60 por cento das pessoas é feito muito

tardiamente. É uma doença que pode atingir qualquer

pessoa mas que continua concentrada em grupos

específicos mais vulneráveis como pessoas nas prisões,

o acesso à prevenção18 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

indocumentados, pessoas envolvidas em sexo comercial,

utilizadores de drogas, as mulheres transexuais e os

HSH (Homens que têm Sexo com Homens).

E no que diz respeitos às entidades competentes?

Sente que estas têm desempenhado o seu papel no

que concerne à prevenção e até desmistificação?

Na nossa opinião as entidades competentes têm tido

recursos humanos, técnicos e financeiros insuficientes

para uma prevenção à altura da dimensão da epidemia.

Note-se que o Estado português investe em medicação

mais de 200 milhões de euros/ano e o investimento

direto em prevenção tem sido inferior a 5 milhões de

euros/ano.

Ainda há muito para fazer neste âmbito…

Cremos que se pode dizer que se sabe o que deve

ser feito, como e com quem. No entanto, isso exige

recursos, sustentabilidade e monitorização da qualidade

e dimensão das respostas, que trabalhamos para que

venham a existir mas que temos de reconhecer ainda

não existem na qualidade e dimensão necessárias.

Os novos medicamentos, com avaliação prévia já

aprovada pelo INFARMED, estão disponíveis nos

hospitais?

Os novos medicamentos para o VIH e patologias

associadas, regra geral, demoram entre 18 meses a dois

anos entre a aprovação central Europeia e a aprovação

no INFARMED. Depois devem ainda passar pela inclusão

nas normas de orientação clínica, formulário hospitalar

e comissões hospitalares ou seja, geralmente estes

medicamentos chegam (quando chegam) aos doentes

em Portugal cerca de três anos depois.

Estás assegurada a equidade no acesso a estes

medicamentos em todo o SNS?

Na nossa perspetiva não está assegurada a equidade,

dado que pessoas em situações de saúde semelhantes

não têm o mesmo tipo de acesso nos diferentes centros.

O trabalho do GAT é também a favor da equidade e da

sustentabilidade do SNS.

Falemos de alguns projectos específicos do GAT. O

que têm feito junto das populações?

O GAT trabalha no acesso à literacia em saúde das

pessoas que vivem com VIH o que implica acesso a

formação e informação de qualidade. O GAT procura

aumentar a capacidade de ativismo, advocacia e

participação da comunidade, para políticas de saúde

baseadas na evidência. O GAT tem ainda projetos na área

da prevenção e rastreio em contextos comunitários para

as populações mais vulneráveis de que são exemplo o

CheckpointLX, o In-Mouraria PUD, In-Mouraria TS e o

In-Mouraria Migrantes. É parceiro fundador do Centro

Anti-Discriminação VIH/SIDA e trabalha em parceria

com organizações comunitárias e da sociedade civil

e instituições nacionais e europeias como o IHMT, O

ISPUP, INSA, IPO, ECDC, OMS e ONUSIDA entre outras.

Page 19: Revista Business Portugal | Dezembro '13

SAÚDE | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 19

Como correu a A III ConferênciaVIH Portugal?

A III Conferência do VIH Portugal cujo tema foi Zero novas

infeções, Zero casos de discriminação e Zero mortes

por sida, foi secretariada pelo GAT e contribuiu, cremos,

para o trabalho em conjunto dos vários stakhoklders e

para colocar na agenda política, científica, do Sistema

de Saúde, as prioridades para o controlo da epidemia.

“Zero casos de discriminação”…. É possível?

Zero casos de discriminação é para onde temos de

caminhar.

Por onde passa o futuro do GAT?

A sustentabilidade do GAT, bem como de muitas outras

ONG nesta área, está em risco pela redução cega de

apoios estatais. Temos trabalhado com algum sucesso

para diversificar internacionalmente os apoios ao GAT

e ao nosso trabalho mas a continuação da política de

financiamento zero em conjunto com a situação de

crise económica e social vai levar a que os indicadores

de saúde nesta área piorem rapidamente com custos

elevados para todos.

Page 20: Revista Business Portugal | Dezembro '13

“liga-te a nós”Liga portuguesa contra a sida

Para que possamos contextualizar os nossos

leitores, pedia-lhe que começássemos esta

entrevista por fazer uma breve apresentação da

LPCS e a sua principal missão.

A LPCS fundada em 1990, é uma IPSS sem fins

lucrativos, reconhecida como de utilidade pública e

como ONGD pelo IPAD, sendo, actualmente, a mais

antiga associação a actuar na área do VIH/SIDA.

Tem como principais objectivos o apoio às pessoas

infectadas e afectadas pelo VIH/SIDA e outras patologias

infecciosas e a promoção e educação para a saúde.

Os portugueses estão conscientes do que é o VIH

Sida?

Portugal continua a apresentar elevada incidência de

casos de infecção por VIH e de Sida. A situação do país

continua a ser preocupante. De facto, a nossa actuação

permite-nos perceber que embora muitas pessoas

estejam informadas sobre a infecção e conheçam

as suas formas de transmissão, continuam a ter

comportamentos sexuais de risco. Ou seja, informação

e conhecimento são necessários, mas por si só, são

insuficientes para mudar comportamentos. Continuam

a persistir muitos obstáculos quanto à utilização

consistente do preservativo e dificuldade em negociar

práticas sexuais mais seguras, quer devido à baixa

percepção de vulnerabilidade quer à subvalorização do

risco de contrair o VIH/SIDA.

É importante referir que o portador de VIH não

sofre apenas da infecção em si, certo? Há

outros problemas associados, como a solidão,

a marginalidade… Fale-nos um pouco desta

realidade subjacente…

Um diagnóstico positivo tem um grande impacto na

vida das pessoas, podendo, muitas vezes, conduzir a

sensações de incerteza e instabilidade. Não é apenas a

sua condição de saúde que se altera, com a necessidade

de apoio médico regular e tratamento contínuo, há

20 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

Maria Eugénia Saraiva Presidente

também fortes implicações no âmbito relacional e social,

afectando as relações interpessoais e toda a dinâmica

social em que se insere. As pessoas que vivem com o

VIH continuam a ter de se confrontar com o estigma e

a recear a discriminação, a rejeição e a possibilidade de

virem a ser marginalizadas, o que conduz muitas vezes

ao isolamento.

E no que diz respeito às entidades competentes?

Sente que estas têm desempenhado o seu papel no

que concerne à prevenção e até desmistificação?

O Programa Nacional para a Infecção VIH/SIDA

constitui um dos programas prioritários da DGS. No

actual Programa, o desenvolvimento de estratégias

de prevenção e diagnóstico precoce, nomeadamente

nas populações mais vulneráveis, assume um carácter

prioritário. No entanto, a actual conjuntura económica

do país, com repercussões no poder de decisão e

autonomia financeira da direcção do Programa, a

escassez de recursos humanos, não tem sido favorável

a que mais e melhor se consiga fazer. O exemplo da

não abertura de candidaturas para novos projectos das

ONG desde 2011, é realmente uma preocupação de

todas as instituições, uma vez que reforçará o papel

das estruturas de base comunitárias e fortalecerá os

programas de prevenção, de diagnóstico precoce e

de luta contra o estigma e a discriminação. Queremos

acreditar que todos juntos contribuiremos para o lema

da UNAIDS - Zero novas infecções, Zero casos de

Discriminação e Zero mortes por SIDA.

Ainda há muito para fazer neste âmbito…

Sim, há ainda muito a fazer ao nível da prevenção. São

necessários mais programas de prevenção dirigidos a

populações específicas, com mensagens preventivas

adequadas. É preciso informar mais, mudar crenças,

influenciar atitudes, promover competências, envolver

pares, envolver a comunidade, envolver as pessoas

que vivem com o VIH. É importante promover a

responsabilidade nas escolhas e decisões sexuais.

Capacitar os técnicos e profissionais de saúde para

a importância da prevenção e diagnóstico precoce.

Generalizar o acesso aos testes de rastreio, não só do

VIH, como também de outras IST. Acabar com o vírus

social associado à infecção.

Disponibilizam vários serviços aos doentes que

a vocês recorrem. Pode elucidar-nos um pouco

sobre os mesmos?

A LPCS, desde a sua fundação, tem mantido e

desenvolvido um conjunto de acções numa perspectiva

de apoio integrado, procurando abranger áreas de

intervenção prioritárias nas diferentes problemáticas

relacionadas com o VIH/SIDA. Nestas acções incluem-

se sessões de prevenção e (in)formação, bancas de

prevenção e sensibilização, a Linha SOS SIDA 800 10

20 40, confidencial, anónima e gratuita, a funcionar

todos os dias das 17h30 às 21h30 e apoios técnicos

especializados (psicológico, social, jurídico, nutricional

e grupos de inter-ajuda). Todas as actividades são

disponibilizadas de forma gratuita e confidencial aos

utentes.

Quais os que nota terem mais procura? Porquê?

No contexto dos centros de atendimento e apoio

integrado, Espaço Liga-te, em Lisboa e Cuidar de Nós,

em Odivelas, são os apoios psicológico e social os

que têm maior procura por parte dos nossos utentes.

Atendendo ao impacto do diagnóstico de infecção por

VIH, em que é comum a vivência de choque emocional

e perturbação psicológica intensa, muitos dos nossos

utentes, procuram apoio a nível psicológico, que irá,

não só, fornecer suporte emocional, como também,

promover recursos internos que conduzam à integração

do diagnóstico, reforçando sentimentos de controlo

e esperança. O apoio social é muitas vezes solicitado

para obtenção de esclarecimentos e informação sobre

inserção social, direitos e benefícios sociais, bem como,

pedidos relacionados com bens de primeira necessidade

como alimentos, produtos de higiene e artigos para o lar,

em grande medida devido às dificuldades causadas pela

actual conjuntura socioeconómica. O acompanhamento

dos utentes aos hospitais, para consultas e apos

realizarem os rastreios ao VIH, Hepatites Víricas e a outras

IST, na Unidade Móvel de Rastreios “Saúde+Perto” da

LPCS, tem igualmente sido bastante solicitado.

Por onde passa o futuro da LPCS?

O futuro da LPCS passará, certamente, por manter o

compromisso na concretização dos seus objectivos,

em conformidade com as orientações e estratégias

nacionais e internacionais. É nossa intenção continuar

a contribuir para que um número cada vez maior

de pessoas conheça o seu estatuto serológico e

tenha acesso a prevenção, cuidados de saúde e

tratamento mais atempado, procurando inovar, com

respostas cada vez mais adequadas e fundamentadas

em evidência científica, indo ao encontro das

necessidades de populações específicas. Mas para

assegurar a continuidade dos serviços e actividades

que desenvolvemos e a sustentabilidade da LPCS,

precisamos da solidariedade de todos os portugueses.

* Créditos: NB

Page 21: Revista Business Portugal | Dezembro '13
Page 22: Revista Business Portugal | Dezembro '13

gilead Portugal

Começava esta nossa entrevista por lhe pedir

que nos falasse um pouco sobre a Gilead,

nomeadamente sobre a sua missão.

A Gilead foi fundada em Foster City, na Califórnia,

em 1987 e em apenas 26 anos, tornou-se uma das

empresas do setor biofarmacêutico com mais sucesso

em todo o mundo, com um portfólio de medicamentos

em rápida expansão e um forte investimento em

atividades de investigação e desenvolvimento.

Qual o vosso compromisso?

Investigar e desenvolver novos medicamentos ajustados

às melhores expectativas e necessidades dos doentes

e dos sistemas de saúde, contribuindo para A nossa

missão é desenvolver e tornar acessíveis aos doentes,

terapêuticas inovadoras em áreas onde existe

necessidade médica não preenchida.

Quando falamos na Gilead falamos em

terapêuticas bastante específicas e até mesmo

delicadas, como é o caso do VIH/Sida, tema que

abordamos nesta nossa edição…

Sim, a investigação de soluções terapêuticas na área

do VIH/sida tem sido, desde muito cedo, uma das

prioridades da Gilead. Centrando-se no indivíduo

infetado, a empresa tem apostado no desenvolvimento

de terapêuticas inovadoras possibilitando a administração

os padrões do futuro

22 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

Cristina Bernardo Diretora geral

do regime terapêutico antirretroviral completo num só

comprimido, de toma única diária.

Temos naturalmente um grande orgulho em fazer parte

da história de sucesso da infeção por VIH/sida que, nas

últimas duas décadas, evoluiu de uma doença fatal para

uma doença crónica, com um incremento substancial,

não só da esperança de vida individual, como da

qualidade de vida das pessoas infetadas.

Existem ainda outras terapêuticas que merecem

a vossa atenção, como doenças do fígado,

cardiovasculares e respiratórias. Porquê a opção

por estas temáticas?

A prioridade da investigação da Gilead tem sido orientada

para o preenchimento de necessidades médicas ainda

não satisfeitas, onde as lacunas terapêuticas são

grandes. Globalmente, as áreas terapêuticas são seis:

infeção VIH/sida, hepatites virais crónicas B e C, infeções

fúngicas invasivas, fibrose quística e infeção pelo vírus

Influenza A e B, Oncologia e Inflamação, e as doenças

cardiovasculares em que se enquadra a hipertensão

arterial pulmonar e a cardiopatia isquémica.

Em Portugal, a Gilead comercializa cerca de 14

medicamentos em 4 áreas terapêuticas distintas: VIH/

sida, Hepatite crónica B, Infeções fúngicas invasivas e

Fibrose quística. Em breve contaremos ainda com um

medicamento destinado ao tratamento da hepatite C

crónica.

São áreas que requerem um know-how acrescido.

A inovação torna-se o vosso ponto forte nesta

matéria?

São efetivamente áreas muito específicas que, nalguns

casos, comportam também desafios significativos nas

áreas de produção pela complexidade dos processos

de fabrico. Atualmente, o desafio mais próximo para a

Gilead é a hepatite C, com um extenso programa de

desenvolvimento clínico.

Dizem criar padrões do futuro. Sentem mesmo que

a vossa presença e forma de estar no mercado são

capazes de determinar este futuro?

Quando se contribui significativamente para alterar

o percurso natural da história de uma doença, com

ganhos na esperança e qualidade de vida de tantas

pessoas afectadas por estas patologias, quando se actua

com responsabilidade ética e social centradas no doente

e na procura de uma gestão integrada da doença,

penso que poderemos afirmar que estamos a contribuir

positivamente para a criação desses padrões de futuro,

os quais é claro requerem os esforços de todos os atores

envolvidos – doentes, profissionais de saúde, órgãos de

decisão, indústria farmacêutica, entre outros.

Como é que se torna possível que os medicamentos

desenvolvidos pela Gilead possam estar acessíveis

a todos? Como conseguem tal abrangência?

Como líder no desenvolvimento de terapêuticas para o

tratamento da infeção por VIH/sida, é responsabilidade

da Gilead ajudar a garantir que os seus medicamentos

inovadores estejam disponíveis e acessíveis a todos os

que possam beneficiar deles e que deles necessitam.

Em 2003, foi criado um Programa de Acesso para

possibilitar a disponibilização dos medicamentos da

Gilead para o VIH, a preços substancialmente reduzidos

em cerca de 130 países, que representam dois terços

dos países do mundo e as regiões mais afetadas pela

epidemia VIH/sida.

Falemos agora um pouco do Programa Gilead

Génese. Em que consiste o mesmo?

O Programa Gilead GÉNESE é um programa Institucional

da Gilead em Portugal, criado com o objetivo de

incentivar, a nível nacional, a investigação e geração de

Page 23: Revista Business Portugal | Dezembro '13

SAÚDE | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 23

dados, a promoção de conhecimento e a implementação

de boas práticas de acompanhamento dos doentes em

áreas terapêuticas como a infeção VIH/SIDA, hepatites

virais crónicas, infeções fúngicas invasivas e fibrose

quística.

Com o lançamento deste Programa de apoios

Institucional, os objetivos da Gilead Sciences Portugal

foram, essencialmente, três:

- Promover a divulgação do Programa junto de novos

Parceiros por forma a dinamizar o desenvolvimento de

novos projetos e iniciativas

- Incentivar a realização de estudos científicos e de

carácter comunitário possibilitando a geração de dados

- Imprimir um carácter independente ao Programa Gilead

GÉNESE através da constituição de uma Comissão

Externa de Avaliação, composta por 5 peritos, de

áreas diferentes e complementares, a quem competiu

a apreciação dos projetos candidatos quanto à sua

pertinência e carácter inovador, qualidade, organização

e metodologia.

Quais as áreas de projeto deste programa?

A 1ª edição do Programa Gilead GÉNESE, que

decorreu em 2013, teve um âmbito bastante alargado,

contemplando várias áreas relacionadas com a atividades

da Gilead Sciences . Aceitaram-se candidaturas em

áreas de Rastreio e diagnóstico precoce; Geração

de dados clínicos, epidemiológicos e de avaliação

económica em saúde; Projetos de investigação básica e

translacional e de intervenção comunitária direcionados

a pessoas que vivem com infeção por VIH/SIDA ou com

outras infeções virais crónicas.

E porque falamos este mês de VIH, que tipos de

projeto apoiará a Gilead neste âmbito?

Na área do VIH salientaria os projetos de Rastreio e

diagnóstico precoce, que se insere nas prioridades

do Programa Nacional para a Infecção VIH/sida, e os

estudos na área da adesão e persistência aos antivirais,

qualidade de vida e preferência dos doentes.

Quem se pode candidatar ao Programa Gilead

Génese?

Podem candidatar-se ao Programa Gilead GÉNESE

pessoas coletivas como Instituições Académicas,

Hospitalares ou outras que se dediquem à investigação

científica e/ou clínica; Organizações ou Associações

de Profissionais de Saúde e da Sociedade Civil, como

Associações de doentes.

Esta é uma forma de incentivo à investigação.

Quais as expectativas que têm para este

programa?

Posso dizer-lhe, com bastante orgulho, que a 1ª edição

do Programa Gilead GÉNESE, lançado a 20 de Abril

de 2013 foi muito bem-sucedida. Foram recebidas,

através da plataforma informática criada para a gestão

do Programa, 43 candidaturas, das quais 30 oriundas

de Instituições Académicas ou de investigação científica

e/ou clínica e 13 provenientes de Organizações da

Sociedade Civil, nomeadamente Associações de

doentes.

A Comissão externa de avaliação do Programa Gilead

GÉNESE apreciou as 43 candidaturas e, de acordo com

os critérios de avaliação previamente estabelecidos,

selecionou 14 projetos que foram financiados pela

Gilead.

Estamos convictos de que o Programa Gilead GÉNESE

já reúne o reconhecimento das Comunidades Científica

e Comunitária enquanto instrumento impulsionador do

conhecimento científico e promotor de boas práticas

de acompanhamento dos doentes. Esta iniciativa

traduz ainda o papel ativo da Gilead   para a melhoria

da qualidade de vida das pessoas e dos resultados em

saúde.

O futuro da Gilead, por onde passa?

Pela consistente procura de terapêuticas inovadoras,

centradas no doente, que preencham necessidades

médicas não satisfeitas e contribuam positivamente

para o aumento da esperança e qualidade de vida dos

doentes. Passa também pela participação contínua, ativa

e responsável na discussão das políticas de saúde e de

acesso aos medicamentos, bem como pelo incentivo à

geração de dados e conhecimento científico no nosso

país, os quais nos parecerem fundamentais para melhor

suportar os processos de decisão.

Cláudia Delgado Diretora do Departamento Médico da Gilead

Page 24: Revista Business Portugal | Dezembro '13

1º Congresso:objetivo cumprido

SOS Hepatites

Emília Rodrigues faz o balanço do primeiro Congresso SOS Hepatites. E já há data para o próximo ano.

No passado dia 9 de novembro realizou-se o 1º

Congresso Nacional SOS Hepatites. Que balanço

pode ser já feito desse incentivo ao diálogo e à

reflexão em torno desta doença?

O melhor possível! Em primeiro lugar, queremos

destacar que, pela primeira vez, a Ordem dos Médicos

abriu as suas portas a uma associação de doentes

para a realização de um Congresso. Este facto é

importantíssimo porque demonstra uma parceria efetiva

entre médicos e doentes no combate às hepatites.

Estiveram presentes o presidente da World Hepatitis

Alliance (WHA), Charles Gore, da presidente da

Associação Europeia dos Pacientes Hepáticos (ELPA),

Tatjana Reic, e do presidente do Grupo Otimismo (Brasil)

e representante da AIGA - Aliança Independente dos

Grupos de Apoio, Carlos Varaldo.

Contámos também com a presença dos nossos

parceiros sociais, salientando a representação de outras

associações de doentes como a ANDAR (Associação

Nacional Doentes Artrite Reumatoide), a Liga dos

Combatentes, vários laboratórios de análises clínicas,

médicos das mais variadas patologias e ainda, os

deputados Ricardo Baptista Leite (PSD), Maria Antónia

Almeida Santos (PS) e João Semedo (BE) estiveram

também presentes a discutir o futuro das hepatites.

Apresentámos um estudo económico realizado pelo

economista Albuquerque Dias, com o título “QUANTO

CUSTA NÃO TRATAR AS HEPATITES EM PORTUGAL?”,

e conseguimos demonstrar que não tratar a hepatite

C, em Portugal, vai resultar num custo maior para o

erário público, nos próximos anos. Este custo estimado

inclui os valores das consultas, exames, internamentos,

tratamento da cirrose e até transplantes de fígado.

A Presidente da Comissão Parlamentar da Saúde, Maria

Antónia Almeida Santos, propôs à SOS Hepatites uma

campanha na Assembleia da República que, a seu

devido tempo, será realizada.

A indústria também esteve presente, na qualidade de

parceiros sociais.

Mas mais importante! Foi a primeira vez que os doentes

apareceram e deram a cara sem ser numa reunião

“fechada” onde só eles estão presentes.

Em entrevista à Revista Negócios Portugal

afirmaram que as vossas expectativas se centram

nas necessidades de informação e alerta face

doença, “porque é altura de alertarmos a sério”.

Trata-se de um objetivo cumprido?

Foi, na realidade, um objetivo cumprido. Temos, neste

momento, mais parcerias, e mais portas abertas para

o futuro, pelo que, continuamos a acreditar que todos

juntos conseguiremos lançar um alerta sério para a

problemática das hepatites.

Que consequências práticas, no que diz respeito

à investigação das doenças hepáticas, resultaram

deste encontro?

Neste encontro, com a presença dos três presidentes das

maiores Associações Mundiais, quisemos demonstrar a

realidade de todos os países e a necessidade urgente

de tratar os doentes de hepatite que tenham indicação

médica para tal, pois cerca de 20 por cento deles irá

desenvolver cirrose e/ou cancro do fígado (carcinoma

hepatocelular).

Existem hoje, inibidores de protease que associados ao

interferão e a ribavirina (do tratamento convencional)

proporcionam ao doente 75 a 80 por cento de hipótese

de cura.

Contudo, aguardamos com grande expectativa que, no

início de 2014, estejam no mercado novas terapêuticas

que proporcionam 90 a 95 por cento de cura! Alguns

destes tratamentos sem interferão e/ou ribavirina,

contribuindo significativamente para uma melhoria da

qualidade de vida destes doentes.

Quais acreditam ser, a longo, médio e curto prazo,

as repercussões do evento?

Acreditamos que, a longo prazo, a maioria da comunidade

esteja envolvida na problemática das hepatites; que, a

médio prazo, todos os doentes, com indicação para tal,

estarão em tratamento; e a curto prazo acreditamos que

o Ministério da Saúde, na pessoa do Senhor Ministro,

nos apoiará proporcionando a equidade no acesso ao

tratamento a nível nacional.

Que questões ficaram por discutir?

Consideramos que as questões mais importantes neste

momento foram todas discutidas no âmbito deste

congresso.

Para quando um próximo congresso?

O próximo Congresso realizar-se-á em novembro de

2014.

24 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

Emília Rodrigues Presidente

Page 25: Revista Business Portugal | Dezembro '13

vamos reescrevera história da hepatite c

A AbbVie está empenhada em criarimpacto na vida das pessoas com Hepatite C

abbvie.pt

Siga-nos em:

AbbVie, Lda.Estrada de Alfragide, 67 Alfrapark - Edifício D | 2610-008 AmadoraTelf. 211 908 400 | Fax. 211 908 403Contribuinte e Matrícula na Conservatória do Reg. Com. da Amadora n.º 510 229 050 | Capital Social 4.000.000€

10/2

013/

/MI/

101

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Page 26: Revista Business Portugal | Dezembro '13

2013: Year of Commemoration of the 30th anniversary of

Ophtec BVOphtec

The Ophtec BV was founded in 1983 in Groningen in the Netherlands and is a private equity firm that develops and manufactures

medical devices for ophthalmology, including intraocular lenses and other devices in the areas of cataract, refractive (myopia, hyperopia

and astigmatism) and trauma.

The company distributes its products through an interna-

tional network of representatives and is involved directly

in some countries through subsidiaries located in the

United States , Portugal , Spain , Korea, Germany, South

Africa and Asia Pacific.

Everything starts in 1958 , when Prof. . Jan Worst in

partnership with other greats of the era of Ophthalmology

, among which stand out S. Fyodorov , C. Binkhorst ,

developed the first artificial lenses for cataract treatment

, and performed the first surgery to treat this disease ,

constituting this moment , a milestone in the history of

ophthalmology .

Subsequently , Prof. Worst developed a unique concept

that adapted to their cataract lenses - the concept of the

Claw or pincer ‘’ lobster ‘’ - and that has to do with a spe-

26 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

Sandra Bayan General Manager

cific form of attachment to the patient’s eye , emerging

as the first Artisan lens ®. Again , we are witnessing a

revolution , which marks another major development in

the field of ophthalmology worldwide .

Later , Prof. . Worst , realizing that solutions / techniques

available at that time , to solve refractive errors were nei-

ther satisfactory nor predictíveis , develops the first lens

for the correction of myopia and born ® Artisan Myopia

lens ( at the time called lenses Worst Myopia Claw ) .

However, he had already been created by Ophtec BV

A.Worst , the wife of Prof. . Jan Worst in order to create

the necessary research and development structures

products devised by her husband .

The enterprise is born , with a strong research and de-

velopment which has always guided the guidelines for

Page 27: Revista Business Portugal | Dezembro '13

SAÚDE | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 27

the study and development of innovative products and

premium , using , for its design and production, the latest

technology . All this work has been developed in partner-

ship with a selected group of surgeons internationally,

each of which range referenced as KOL ‘s ( Key Opinion

Leaders ) in their area of specialty.

Erik -Jan Worst , current President and CEO of the Group

, has transformed in recent years , the company one

of the leading international players in terms of Ophthal-

mology

This partnership has allowed over the last 25 years ,

watching the development of a range of products de-

rived from the evolution of the Artisan lens , and this time

7 versions of this product including the so-called folding

version - artiflex ® -

This range of products covers the entire area of refractive

surgery , and who have given all the evidence of its safe-

ty and effectiveness for users and allowed the company

to reach the global leadership of implantable devices as

an alternative to prescription glasses , has always been

the core business of the company

After 25 years of success in this area , and the recogni-

tion by the professionals , it was decided to redesign the

product portfolio of the company , by creating 2 main

Family : Artilens Precizon ™ and the latter correspond-

ing to a strong investment in the segment premium lens

( cataract lenses with specific characteristics that include

younger segments of the population ) .

The Familia Artilens integrates all artiflex and Artisan lens-

es and Family Precizon part premium lens for cataract ,

which was internationally presented last month during the

European Congress on Refractive Surgery and Cataract .

Erik -Jan Worst , current President and CEO of the Group

www.ophtec.com

FamilySTABLE PL ATFORM, PREMIUM OPTICS, MICRO INCISION

PROVEN STABILITY

UNIQUE ASPHERIC TORIC SURFACE MORE TOLERANT OF MISALIGNMENT

2.2 MM MICRO INCISION

PREMIUM TORIC - SET

EXPECTED

EW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • NE, has transformed in recent years , the company one

of the leading international players in terms of Ophthal-

mology

In presentation of news , we are developing a com-

prehensive advertising campaign , directed primarily at

young , which includes an interactive website ( www.

artilens.nl ) where anyone can put their questions and

clarify any doubts regarding the surgery. There are also a

number of advertising materials and brochures for place-

ment in Hospitals and Clinics specialty .

The company is betting heavily on online communication

through the use of internet and social networks , Twitter

, Facebook , Youtube , eyetube . Thus , the company

intends to get closer to either of professionals or con-

sumers , who increasingly actively seeking information

about your eye problems and solutions available for

solving them .

Our main mission and driving force of our motivation is

the possibility, through the products we sell, can contrib-

ute significantly to improving the quality of life of many

thousands of people , enabling them to perform activities

they deemed impossible to implement .

Erik-Jan Worst Presidente e CEO

sta parceria, permitiu ao longo dos últimos 25 anos,

assistir ao desenvolvimento de um leque de produtos

que deriva da evolução das lentes Artisan, tendo

neste momento 7 versões deste produto incluindo

a versão dobrável denominada – Artiflex®

“E

Page 28: Revista Business Portugal | Dezembro '13

“Prezamos muito a qualidade Clinimer

Margarida Silvestre e Ana Peixoto, diretora administrativa e financeira e diretora clínica, respetivamente, fizeram um balanço da

atividade desenvolvida na Clínica de Medicina da Reprodução, localizada no Centro Cirúrgico de Coimbra, um hospital privado.

Especialistas em Ginecologia-Obstetrícia, com a sub-especialidade em Medicina da Reprodução, garantem que “a disponibilidade

para o atendimento aos casais”, aliado à qualidade certificada dos serviços, são os fatores que distinguem a CLINIMER.

Que tipo de trabalho desenvolve a CLINIMER?

Ana Peixoto (AP): Dedicamo-nos ao estudo e

tratamento de casais com problemas de fertilidade,

desde a realização dos exames complementares de

diagnóstico até aos tratamentos médicos, cirúrgicos e

também os de procriação medicamente assistida (PMA).

Como enquadra o problema da reprodução

medicamente assistida em Portugal?

Margarida Silvestre (MS): A taxa de infertilidade em

Portugal ronda os 10 por cento, segundo um estudo feito

há dois anos. Mesmo assim estamos a falar de quase

300 mil casais com problemas de infertilidade. A nossa

unidade pode surgir como uma mais valia por termos

a vantagem de estarmos integrados num centro de

maior dimensão. No decurso do estudo, podemos fazer

os diversos exames complementares de diagnóstico:

ecografia, histeroscopia, histerossalpingografia no centro

de radiologia, sob radioscopia. Realizamos as cirurgias

do atendimento”

necessárias, algumas de

diagnóstico, outras de

tratamento no âmbito da

fertilidade também as

diversas técnicas de PMA:

inseminação artificial,

fecundação in vitro e micro-

injeção de espermatozóide

no óvulo.

AP: O que é importante

referir é sobretudo a

nossa disponibilidade

para o atendimento dos

casais. Conseguimos

“perder tempo” a ouvir o casal e ouvindo os seus

problemas conseguimos orientar noutros sentidos se

necessário, nomeadamente para apoio psicológico,

com a nossa psicóloga clínica, ou de colegas de

outras especialidades, que aqui trabalham e connosco

colaboram sempre que necessário. E prezamos muito

a qualidade do atendimento. É importante referir,

sobretudo a nossa disponibilidade para o atendimento

dos casais. Conseguimos ter tempo para ouvir e ajudar

a solucionar os problemas encaminhando-os muitas

vezes para outras áreas nomeadamente, para apoio

psicológico, com a nossa psicóloga clínica, ou para

colegas de outras especialidades, que aqui trabalham e

connosco colaboram sempre que necessário. Presamos

muito a qualidade do atendimento.

MS: Acompanhado da qualidade do desempenho a

nível laboratorial, porque só assim é que podemos obter

as boas taxas de sucesso que temos nos tratamentos.

É sublinhar que estamos a falar de taxas num centro

privado, que tem uma percentagem muito grande de

doentes com mais de 40 anos. Portanto, são aquelas

mulheres que já não têm idade para entrar nos centros

públicos. A fertilidade vai diminuindo significativamente

com a idade e ora se nós temos essa parcela importante

da nossa população que há partida tem probabilidades

de êxito menores e se globalmente isso dá uma

percentagem que fica acima da média, significa que a

qualidade do trabalho é boa.

Qualidade que está certificada?

AP: Na última auditoria à nossa organização não tivemos

uma única não conformidade. Estamos com um forte

sistema de gestão da qualidade que tem sido muito

elogiado nas diversas auditorias.

MS: Começámos em final de novembro de 2008,

no ano em que o Conselho Nacional de Procriação

Medicamente Assistida lançou as normas e requisitos

de funcionamento dos centros. Fomos o primeiro centro

que começou a exercer já autorizado pela Direção Geral

de Saúde, como tendo os requisitos necessários ao seu

funcionamento. Em 2009 começamos imediatamente

com o processo de certificação.

Que critérios devem presidir à escolha de um

Centro de Reprodução?

MS: Os casais sentem que perdem muito tempo a

encontrar um sítio que lhes resolva o problema. Nós,

além de ginecologistas e obstetras gerais, temos

formação e muita experiencia nesta área específica.

Não faz sentido perderem tempo, procurando ajuda não

especializada. E o problema é esse! Se aos 25 anos

o tempo pode não ser tão importante, a partir dos 35

pode fazer toda a diferença, porque se inicia um declínio

a pique da fertilidade e as pessoas estão a perder

oportunidades em termos daquilo que querem.*Pode ler este texto na íntegra em www.revistanegociosportugal.com

Margarida Silvestre e Ana Peixoto Diretora administrativa e financeira e diretora clínica

28 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

Page 29: Revista Business Portugal | Dezembro '13
Page 30: Revista Business Portugal | Dezembro '13

30 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

Qual o compromisso da APDIS para com os seus

associados?

O compromisso passa por garantir o papel insubstituível

dos bibliotecários das Ciências da Saúde, na

promoção do acesso à informação. A força da APDIS

reside no envolvimento e na participação dos seus

associados, pelo que angariação de novos associados

é fundamental, bem como a dinamização de canais e

redes de comunicação interna.

Falamos de um tema bastante específico, a saúde.

Isso torna o vosso trabalho mais minucioso?

Minucioso e cada vez mais especializado. Os

bibliotecários, pelas suas competências, são um elo

essencial para o desenvolvimento da investigação e da

educação na área das Ciências da Saúde, promovendo

a melhoria dos cuidados de saúde.

Têm também formação disponível aos vossos

“Promovendo a melhoria dos cuidados de saúde”APDIS

A APDIS - Associação Portuguesa de Documentação e Informação de Saúde, é uma associação sem fins lucrativos, constituída em

1991. Agrega os profissionais de informação da saúde, contribuindo para a investigação, educação e desenvolvimento de cuidados

de saúde em Portugal. Sendo uma associação pequena, que conta com o trabalho voluntário dos seus associados, tem um papel

importante junto dos profissionais da informação e na cooperação com instituições da área das ciências da saúde.

associados...

A formação é uma área muito importante. Tanto a

área da saúde como as tecnologias de informação

estão em constante evolução e por isso a formação

é indispensável. Apesar da conjetura socioeconómica

pouco favorável, a APDIS promoveu algumas acções

de formação interna e em parceria com instituições

congéneres.

Outra grande aposta são as Jornadas e

Conferências...

As Jornadas realizam-se de dois em dois anos, desde

1993. Promovem o encontro, a partilha de experiências,

a atualização e enriquecimento dos conhecimentos.

A APDIS organizou também, com sucesso, duas

Conferências da EAHIL - European Association for

Health Information and Libraries. A primeira, em Coimbra

(1996) e a outra, em Lisboa, na Fundação Calouste

Gulbenkian e no Centro de Congressos do Estoril

(2010).

Neste momento, estamos a organizar as XI Jornadas

APDIS, subordinadas ao tema “Bibliotecas das Ciências

da Saúde: Que futuro?”, a realizar na Faculdade de

Medicina da Universidade de Lisboa, nos dias 27 e

28 de março de 2014. Sendo um encontro nacional,

contamos com a presença de colegas de outros países,

como Espanha, Brasil e Países Africanos de Língua

Oficial Portuguesa (PALOPs). Nestas jornadas, que

contarão com comunicações, posters e exposição de

editores de revistas científicas, teremos uma sessão

dedicada à “Rede ePORTUGUÊSe”, desenvolvida pela

OMS, e que promove a informação de saúde, em língua

portuguesa.

O período para submissão de resumos de comunicações

e posters decorre até 20 de janeiro de 2014 e os temas

estão disponíveis em http://www.apdis.pt/jornadas

Por onde passa o futuro da APDIS?

A APDIS tem investido na modernização das suas

estruturas. Procurou-se uma maior eficiência dos

serviços administrativos através da informatização

dos serviços de contabilidade e da organização do

arquivo. O reforço da identidade da associação passou

pelo desenvolvimento de um website com uma nova

abordagem técnica e visual. Esta modernização está

patente também nos dois recursos disponibilizados pela

APDIS: a LAO - Lista APDIS Online, que permite localizar

e requisitar artigos de revistas científicas existentes

em instituições da saúde portuguesas, fundamental

para a satisfação das necessidades de informação de

investigadores, professores, estudantes e profissionais

de saúde; e o RBAS – Repertório das Bibliotecas da Área

da Saúde. Um marco importante foi o estabelecimento

de um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa,

para a cedência de um espaço para a sede da APDIS.

Este permitirá conservar todo o espólio da associação,

bem como criar condições para o desenvolvimento de

todas as atividades a que nos propomos.

* Agradecemos à Biblioteca da FF | ULisboa que gentilmente nos acolheu nas suas

instalações para a realização desta entrevista.

Susana Henriques, Sílvia Lopes, Margarida Meira, Sofia Amador e Teresa Martins Direção da APDIS

Page 31: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Todos os dias, todo o ano, mesmo através de vidro ou nuvens, os raios UV (UVR) podem danificar todas as camadas da pele, até as mais profundas. Isto pode levar até 90% do envelhecimento prematuro da pele.

Ao contrário da maioria dos produtos, as novas fórmulas dos cremes de dia SERUM7, SERUM7 LIFT e SERUM7 RENEW protegem a sua pele em profundidade* dos raios UV (UVR), atrasando o aparecimento dos sinais do envelhecimento prematuro da pele.

VÁ A UMA FARMÁCIA E TORNE A JUVENTUDE DA SUA PELE NUM FACTO.

OS FACTOS ESTÃO À VISTA:UMA PELE CUIDADA PRECISADE PROTEÇÃO UV TODOS OS DIAS.

THE BEAUTY OF CERTA INTY

Boots Laboratories Portugal | www.boots-laboratories.com

* atua na superfície para proteger até as camadas mais profundas da pele 2 8 - 4 0 A N O S 4 0 - 5 5 A N O S + 5 5 A N O S

Page 32: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Que produtos compõem a gama Serum7 Renew,

lançada recentemente?

A Serum7 Renew, nova gama antienvelhecimento da

Boots Laboratories, é composta por quatro produtos

para o cuidado diário do rosto: Serum7 Renew Serum

Inovador, Serum7 Renew Creme Dia Reestruturante

SPF15, Serum7 Renew Creme Noite Reparador e

Serum7 Renew Contorno Olhos Remodelador.

Como é devem ser aplicados estes produtos e

quais são os seus principais pontos de atuação?

Que resultados prometem?

A Serum7 Renew tem resultados comprovados na

reativação dos genes das células da pele madura,

deixando-a com uma aparência visivelmente mais

jovem.

A pele fica renovada, e para se conseguir o efeito

máximo, deverá ser seguido o seguinte regime diário:

- de manhã, há que aplicar na pele limpa o Serum7

Renovador. De seguida, aplicar o Creme de Dia

Anti-idade, Pró JuventudeBoots laboratories

Aos 55 anos, a mulher dos dias de hoje ainda se encontra em plena atividade ao conciliar a sua vida profissional, afetiva e familiar

numa existência sobrecarregada que se abate sobre a idade e, consequentemente, sobre a pele. Dos conhecimentos que advêm

da experiência de mais de 160 anos da Boots Laboratories chega Serum7 Renew, uma nova gama antienvelhecimento que visa

contrariar as marcas do tempo e conferir às suas utilizadoras uma aparência mais concordante com a atitude jovem e energética que

empregam.

Reestruturante e o Contorno de Olhos Remodelador;

- À noite, volta a aplicar na pele limpa o Serum7

Renovador. De seguida, aplicar o Creme Noite Reparador.

Que inovações tecnológicas ao dispor dos vossos

laboratórios estão na origem da elaboração da

gama Serum7 Renew?

A grande inovação tem a haver com a nova pesquisa

avançada feita pela Boots Laboratories, que revelou que

à medida que a mulher envelhece, os seus genes são

desativados, fazendo com que as células da sua pele

não se comportem da mesma forma como quando

esta era jovem. Com o passar dos anos, os níveis de

colagénio e fibrilina diminuem, originando linhas e rugas.

As alterações hormonais e o acumular da exposição

UVR também aceleram o processo de envelhecimento

das pele. Os queratinócitos e os fibroblastos de uma

pela madura não se comportam como os de uma pele

jovem.

Que aspetos merecem destaque na composição de

Serum7 Renew e de que forma esses compostos

contribuem para a obtenção dos resultados

esperados?

A nova pesquisa avançada feita pela Boots Laboratories

revelou que os Complexos Age Defense e Renewal

Complex reativam os genes das células da pela madura.

O Age Defense Complex, comum a todas as gamas

Serum7, ajuda a proteger os níveis de colagénio e

fibrilina, que suportam a derme, e logo ajuda a reduzir

a aparência das rugas e rídulas. O Renewal Complex

reativa a renovação celular à superfície, e logo reduz a

aparência de manchas cutâneas e dá luminosidade ao

rosto.

Que pesquisa e que motivação estão na origem da

criação deste produto?

A motivação que está por trás da criação deste produto

tem a haver com as necessidades da pele nas diferentes

etapas da vida. Com o passar dos anos, a pele do rosto

32 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

Page 33: Revista Business Portugal | Dezembro '13

fica mais seca, com mais rugas, menos firme e com

manchas cutâneas. O processo de envelhecimento da

pele decorre da passagem do tempo, mas é também

consequência de outros fatores como a exposição aos

raios UV (UVR). As alterações hormonais têm também

um efeito direto no envelhecimento cutâneo prematuro

e é aí que aparece o Serum7 Renew.

O que diferencia esta gama de outras semelhantes

à venda do mercado?

A Gama Serum7 Renew tem uma fórmula inovadora e

completa, como já referimos atrás. Para além da fórmula

e dos resultados cientificamente comprovados, temos

igualmente de referir a cosmeticidade dos produtos

Serum7. Uma só aplicação do Serum Renovador é

suficiente para se sentir um efeito imediato, ficando a

pele com uma textura melhorada.

Que cuidados complementares recomendam às

utilizadoras destes produtos?

É muito importante referir que a pele deve ser

devidamente limpa, antes da aplicação de qualquer

cuidado diário da pele. Nesse sentido, a gama Serum7

tem três produtos de limpeza disponível para as suas

consumidoras: leite de limpeza revigorante, água

tonificante luminosa e o exfoliante renovador.

A que tipo de mulher é que se dirige este produto?

A nova Gama do Serum7 Renew está indicada para o

cuidado antienvelhecimento de uma pele madura, ou

seja, a partir dos 55 anos.

Dedicada à dermocosmética, a Boots Laboratories,

conta já com uma experiência de 160 anos.

É o know-how adquirido que está na base da

satisfação dos vossos clientes?

Sem dúvida – com mais de 160 anos de experiência,

a Boots Laboratories orgulha-se pelo desenvolvimento

de produtos cientificamente avançados com qualidade e

eficácia cientificamente comprovadas. Todos os produtos

da Boots Laboratories são testados em situação real e

só saem para o mercado depois dos resultados desses

testes serem muito satisfatórios para os consumidores.

A satisfação dos nossos consumidores é a nossa

prioridade. Por outro lado, um dos princípios fundadores

da Boots Laboratories tem a haver com o preço – o

nosso objetivo é sempre ter produtos de excelente

qualidade acessíveis a todos.

Onde podemos encontrar a gama Serum7 Renew?

A gama Serum7 Renew está disponível em farmácias.

SAÚDE | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 33

Page 34: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Como nasce esta Sociedade e quais os seus

principais propósitos?

A Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear (SPMN)

é uma associação científica, voluntária e sem fins

lucrativos, que tem como objetivos estatutários “estimular

e promover a discussão, a divulgação de ideias,

experiências e resultados, no campo do diagnóstico,

do tratamento, da investigação e da prevenção, em

Medicina Nuclear, com vista a um benefício da saúde

pública e da humanidade”.

A SPMN integra, entre os seus associados, elementos de

diferentes grupos profissionais envolvidos no exercício

da Medicina Nuclear, maioritariamente médicos, físicos,

farmacêuticos e técnicos de diagnóstico e terapêutica.

A Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear foi

fundada em 1978, como membro da Sociedade de

Ciências Médicas de Lisboa (SCML), destacando-se,

na sua história mais recente, os seguintes marcos, por

ordem cronológica:

- Em 1992, elementos da SPMN participam na

organização, em Lisboa, do Congresso Anual da

Sociedade Europeia de Medicina Nuclear;

- Em 1995, são dados os primeiros passos na criação

de grupos de estudos, com o objetivo de promover e

facilitar a troca de experiências nas áreas mais relevantes

da Medicina Nuclear;

- Igualmente em 1995, surge o Boletim Informativo da

SPMN, que pretende divulgar aos sócios as iniciativas da

Direção e estabelecer um canal de informação sobre os

acontecimentos ligados à Medicina Nuclear em Portugal;

- Em 1998, a SPMN autonomiza-se da SCML,

adquirindo a estrutura jurídica e estatutária atual;

- Em 1999, surge a primeira página web da SPMN

e é igualmente reformulado o Boletim Informativo,

com inclusão de alguns textos científicos e uma nova

apresentação gráfica;

- Em 2000, a SPMN organizou no Porto, conjuntamente

com o seu Congresso Nacional, o Congresso Ibero-

Americano de Medicina Nuclear (XVII ALASBIMN);

- Em 2001, é oficializado o logotipo atual da SPMN e

surge o primeiro número da sua Revista Científica.

Afinal, o que é a Medicina Nuclear?

A Medicina Nuclear é uma especialidade médica, criada

a Medicina NuclearSociedade Portuguesa de Medicina Nuclear

34 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

em Portugal em 1980, na qual se utilizam isótopos

radioativos, isoladamente ou ligados a fármacos,

com o objetivo de obter estudos de imagem da sua

biodistribuição através de imagens em câmara gama

ou tomógrafo de positrões (diagnóstico de imagem),

de estudos sem imagem (estudos funcionais) e de

tratamento (vertente de radioterapia metabólica).

Esta é cada vez mais importante na medicina, pelo

seu auxílio fundamental no diagnóstico...

Hoje sabemos que as alterações a nível da fisiologia

celular e a nível molecular precedem, claramente, as

alterações a nível de estrutura anatómica. Em Medicina

Nuclear são administradas moléculas marcadas com um

traçador radioativo e observada, através de aparelhagem

adequada, a respetiva biodistribuição. Assim sendo,

os diferentes exames de Medicina Nuclear equivalem

à observação in vivo das alterações fisiopatológicas

do metabolismo celular e dos tecidos que incorporam

os diferentes órgãos do corpo humano. Num certo

sentido, a Medicina Nuclear consegue visualizar os

processos patológicos a nível celular e tecidular. Pela

sua precocidade, o diagnóstico de diferentes patologias

a nível cerebral, cardíaco, oncológico, endocrinológico,

renal, ósseo e outras, torna-se cada vez mais necessário,

no que se refere ao custo-eficácia em medicina.

Acresce que algumas das moléculas utilizadas para

imagem, quando marcadas com isótopos emissores β

ou α, poderão ser utilizadas para a terapêutica.

Pergunto-lhe se os seus profissionais e também

pacientes correm algum risco por estarem

expostos à mesma.

Encontra-se claramente definida na legislação

portuguesa e europeia a utilização de substâncias

radioactivas em seres vivos. Nesta legislação encontram-

se definidos os limites anuais de exposição a radiações,

quer para as pessoas profissionalmente expostas,

quer para a população profissionalmente não exposta.

Todos os exames realizados num serviço de Medicina

Nuclear têm que estar requisitados por um médico e

têm que estar indicados para a utilização diagnóstica

ou terapêutica pretendida. Os serviços devem estar

certificados, fazendo parte do processo de certificação,

auditorias nas quais é observado o cumprimento de

todos os processos de funcionamento. Nos nossos

dias existe o cuidado, mas também, a desmistificação

do tema radiação. Por exemplo sabemos que, a nível

do mar, um ser vivo é submetido a uma radiação de

0,01µSv/h; que num avião é submetido a 0,10µSv/h

e que em altitude (p.e a 5000 metros) se submete a

0,5µSv/h; como tal, e aquando da realização de um

exame de Medicina Nuclear, é fácil de explicar ao doente

que o vai realizar, transformando a radiação a que vai ser

submetido em equivalentes da vida comum. A Medicina

Nuclear utiliza sempre, na sua atividade, o princípio

fundamental do ALARA (“As Low As Reasonably

Achievable”).

Como tem evoluído a Medicina Nuclear nos

últimos anos?

A evolução e crescimento da Medicina Nuclear deve-se

a dois fatores fundamentais: a investigação e a aplicação

clínica. Estes dois fatores têm sido observados nas áreas

da tecnologia e da farmacologia e química.

Quando comecei a dar os primeiros passos nesta

minha atividade (anos 80) utilizava-se aparelhagem

mais rudimentar, mas à data muito valiosa, tal como,

sondas de captação e aparelhos de gamagrafia linear,

Nos primórdios dos anos 80 surgiram em Portugal as

primeiras câmaras gama, as quais foram um enorme

avanço, com obtenção de estudos por imagem.

Nos anos 2000, em Portugal, surgem os primeiros

tomógrafos de positrões, com o subsequente acréscimo

de resolução das imagens obtidas.

No que respeita à farmacologia e à química, iniciou-se

todo um processo de investigação e aplicação clínica

de um maior número e variedade de moléculas que

permitem, na atualidade, pela sua especificidade, a

obtenção de exames quase equivalentes a uma biópsia

metabólica por imagem.

* Entrevista cedida por Jorge Gonçalves Pereira, presidente da SPMN

Page 35: Revista Business Portugal | Dezembro '13

SAÚDE | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 35

Uma ferramenta essencial à medicinaDiaton

A história da DIATON – Centro de Tomografia Computorizada Lda - começou por ser uma empresa ligada apenas à tomografia

computadorizada (TAC) ainda na década de 70.

João FariaDiretor

Depois abarcou sucessivamente as valências da

Medicina Nuclear (MN) e da Ressonância Magnética

(RM). Estas constituem hoje o core da sua atividade, que

ainda se estende a outras valências diagnósticas, como

imagiologia geral e diagnóstico laboratorial, através de

empresas suas participadas. “Neste momento dispõe

assim de capacidade para a prestação de um leque

alargado de meios auxiliares de diagnóstico”, conclui o

médico Faria João, especialista e diretor clínico na área

de Medicina Nuclear, com quem a Revista Negócios

Portugal esteve à conversa sobre Medicina Nuclear.

Medicina Nuclear tem alguma coisa a haver com

energia nuclear?

Tira partido de alguns aspetos das ciências nucleares

aplicadas à medicina. As bases da física da radiação

estão naturalmente subjacentes a esta área da medicina,

tanto nas vertentes diagnóstica como terapêutica, aliada

também a outros ramos da ciência com destaque para

a fisiologia, a biofísica, a biologia, a bioquímica, e a

imunologia.

Nem toda a medicina molecular é nuclear nem

vice-versa. Pode-nos explicar melhor essas

distinções?

As ciências médicas têm evoluído essencialmente a

partir de uma base interdisciplinar com o universo das

biociências, conforme já referido. Pode dizer-se que a

Medicina Molecular se iniciou com a descoberta do ADN

e teve o seu desenvolvimento inicial com os estudos

genéticos. Hoje não se estuda só um determinado

órgão ou a sua estrutura celular. Os conhecimentos

atuais situam-se já ao nível das moléculas que intervêm

nos processos metabólicos e que estão alterados

muito antes de haver manifestação clínica da doença.

Assim começou a haver tendência para a designação

de Medicina Molecular, no âmbito da Medicina Nuclear,

quando esta passou a ter possibilidade de marcar

com um elemento radioativo substâncias cada vez

mais específicas (pequenas moléculas), ou seja em

linguagem mais percetível, a procurar tendencialmente

dispôr de um ‘marcador’ para cada doença.

Como métodos de obtenção de imagem molecular

no âmbito da Medicina Nuclear o destaque vai para a

tomografia por emissão de positrões (PET), que utiliza

câmaras de PET acopladas a CT ou a RM, aliando

assim a informação metabólica (PET) com a estrutural

(CT ou RM). É ainda possível realizar alguns estudos de

imagem molecular em equipamentos de gamagrafia

convencional com a técnica de SPECT (tomografia por

emissão de fotão simples).

Deve contudo salientar-se que a designação de

imagem molecular é ainda referida a outras tecnologias

diagnósticas, com destaque para a Ressonância

Magnética.

Entre algumas das principais aplicações médicas da

imagem molecular deve realçar-se, por exemplo o

contributo nas áreas da Oncologia e das Neurociências,

tanto na vertente diagnóstica como terapêutica. A título

de exemplo cita-se o estudo das doenças de Parkinson

e síndromas demenciais, nomeadamente de tipo

Alzheimer.

Como chegou a esta área da Medicina?

Tive na fase de pré-graduação a perceção de uma

ciência que estudava bastante a fisiologia e os

processos metabólicos, as bases bioquímicas da própria

medicina e não apenas uma ciência de imagiologia em

que a informação obtida era essencialmente de índole

estrutural.

São estas particularidades inerentes à Medicina Nuclear

que a distinguem da radiologia convencional, atendendo

a que existe naturalmente tendência para estabelecer

algum paralelismo entre as duas áreas médicas,

embora com alguma tendência atual no sentido da sua

convergência, embora polémica.

Acredita que a área imagiológica é o futuro da

medicina?

Por um lado, se é já uma das áreas de grande impacto,

este será progressivamente mais relevante na medida

em que a aplicação das ferramentas fornecidas pelas

ciências ligadas à Medicina Molecular se torne mais

acessível, tendo necessariamente uma base de melhor

relação de custo/eficiência, com especial destaque

para as aplicações em Oncologia, em Neurologia,

em Cardiologia e na generalidade das doenças

degenerativas.

E a nível internacional, em que posição se coloca a

nossa Medicina Nuclear?

Não há dúvidas de que na generalidade está

qualitativamente bem posicionada a nível internacional,

tendo nomeadamente recuperado de algum atraso no

início da implementação e disponibilização da valência

de PET. Por exemplo, decorreu cerca de uma década

desde a existência de PET em Espanha até a sua

implementação em Portugal. A taxa da sua utilização

ainda se encontra, contudo, significativamente abaixo da

média europeia.

Page 36: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Um trabalho à imagem do

Análises Clínicas Dr. Luís Aguiar Soares

Jurista de formação, com pós- graduação em gestão para licenciados em Direito, obtidos na Universidade Católica do Porto, Miguel

Aguiar Soares, é o administrador da Análises Clínicas Dr. Luís Aguiar Soares. Do Direito à Saúde, a viragem acontece por razões

familiares: “O meu pai era médico patologista e fundou este laboratório”.

fundador

36 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

Chegou à empresa paterna em 2002, ano em que

atualizou a pós-graduação para um MBA na área da

gestão, tendo posteriormente frequentado outra de

Gestão de unidade de saúde e outra em marketing

da saúde. Frequentou a parte letiva do curso de

especialização em Administração Hospitalar, na Escola

Nacional de Saúde Pública.

“Por força da minha formação e a do meu irmão que

trabalha em engenharia eletrónica e telecomunicações,

desenvolvemos as competências de gestão,

começamos a gerir esta empresa e houve um novo

estímulo”, recorda Miguel Aguiar Soares.

Em S. João da Madeira, os Laboratórios Luis Aguiar

Soares, chegaram a representar uma percentagem

relevante da faturação do setor, assegura o administrador.

“É um negócio com uma particularidade, que nunca

pode ser esquecida, a de que lidamos com a saúde

das pessoas”.

Como se gere uma empresa, como diz, com

“padrões familiares”?

Maximizando o nosso bem-estar e o de quem trabalha

connosco e garantindo que o trabalho é feito com um

padrão de excelência. Não nos orientamos com o estrito

objetivo de maximização do lucro. Até porque há um

sócio que todos temos que só nos aparece nas alturas

em que corre bem, que é o Fisco (risos). As empresas

familiares gerem-se de duas maneiras: maximizando o

lucro pelo lucro em si, ou maximizando o bem estar da

empresa e de quem a rodeia e não propriamente o

lucro. Não investimos muito em publicidade. Fazemos

donativos e temos ofertas mensais em espécie, dos

nossos serviços a instituições de solidariedade, refiro-

me a Santas Casas da Misericórdia, e lares, só para dar

dois exemplos. Temos uma postura diferente. Fazemos

serviços externos ao domicílio com cinco viaturas e não

cobramos nada, ou seja, fazemos colheitas no sentido

de poupar aos utentes o tempo e algum incómodo de

virem até ao Laboratório.

O que o distingue dos concorrentes?

Somos um laboratório médico de análises clínicas e

gerimos as nossas estruturas sempre com parâmetros de

servir o melhor possível os doentes e quem nos procura.

Isto significa ajudá-los no diagnóstico o mais depressa

possível e proporcionar os tratamentos nas outras

estruturas. Mas onde temos excelência comprovada é

aqui. Somos o único laboratório médico de raiz entre

Arouca, Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis e S.

João da Madeira. A nossa equipa de direção clínica é

composta por três médicos patologistas, e especialistas

farmacêuticos em análises clínicas que perfazem uma

diferença de monta. De modo que há atos médicos que

nos são permitidos, nomeadamente o da prescrição.

Para além do Laboratório que outras valências

têm?

O nosso grupo compreende cinco clínicas. Mas ainda

colaboramos em mais meia dúzia delas. Com uma

vantagem que, para nós, é mais confortável do que para

os outros: não somos concorrentes dos nossos clientes,

nem dos nossos parceiros. Oferecemos também o

nosso know-how. A sede do grupo, nestas instalações,

é exclusivamente dedicada à atividade laboratorial. E,

temos uma organização habitual: um laboratório central,

com postos de colheita espalhados por várias clínicas.

Qual a importância das análises clínicas no âmbito

da saúde pública?

Não sendo o setor mais caro no espectro dos tratamentos

é o que tem o maior potencial de diagnóstico. Para ter

uma ideia, representando 2 a 3 por cento do custo

hospitalar, quando representa, chega a ter 80 por

cento de informação relevante do processo clínico dos

doentes. Isto é muito importante. Mas não deixámos de

ser meios complementares de diagnóstico. O médico é

o principal interlocutor e um meio de atingir o objetivo

fundamental do doente, que é velar a sua doença e obter

a cura. Quando os sintomas não são evidentes, o médico

auxilia-se de outros meios auxiliares de diagnóstico,

onde nós nos incluímos como laboratório.

Recuando um pouco à história do Laboratório...

O meu pai foi o fundador. Era médico patologista

especialista em análises clínicas e cirurgia. Frequentou

um dos primeiros cursos de Medicina do Hospital de

São João, no Porto. Este laboratório ostenta com muito

orgulho o seu nome. A marca Análises Clínicas Luís

Aguiar Soares está registada e é propriedade da família.

Será cedida a uma fundação entretanto criada em 2010,

Page 37: Revista Business Portugal | Dezembro '13

SAÚDE | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 37

também com o nome do pai: Fundação Doutor Luís

Aguiar Soares.

Inicialmente a empresa funcionou em Vale de Cambra,

depois transitou para S. João da Madeira em 1977. A

sua fundação acontece depois de o meu pai retornar de

Angola onde foi assistente de Daniel Serrão, professor

doutor. Curiosamente, muitos anos depois, também

eu fui aluno dele no curso de Direito onde lecionava

Medicina Legal. Fomos os dois alunos do mesmo

indivíduo em cursos completamente distintos. De resto,

a história do laboratório é pautada pela evolução normal

do setor.

Qual a missão da Fundação Doutor Luís Aguiar

Soares?

A Fundação foi criada para continuar uma postura

de benemerência que o meu pai tinha. Trabalhando

sobretudo em dois concelhos, Vale de Cambra e

Arouca (a origem do meu pai), visa atuar na área, muito

negligenciada, da Saúde Pública. Entendida segundo

a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS),

não como mera ausência de doença, mas como um

completo estado de bem estar físico, psíquico e social.

Há várias dimensões onde isto se pode enquadrar. Já

nos apresentaram muitos projetos, alguns que faziam

muito sentido serem apoiados. Chegamos a apoiar

iniciativas na área da música, porque entendemos que a

cultura é a expressão de saúde do povo. Esta Fundação

não tem uma dimensão assistencial normal. Queremos

trabalhar de uma maneira diferente e em coisas nas

quais a maioria das pessoas não está habituada. Por

exemplo, fazer um rastreio, mas um que seja relevante,

de fundo, pensado, estudado, com um comité científico

a acompanhar e resultados que permitam perceber o

seu impacto na população.

Desafios para o futuro?

Tendo em conta o estado da economia e conhecendo

bem o negócio, como conheço, as perspetivas para o

futuro são boas, mas não necessariamente risonhas. Não

obstante, estarmos num setor muito contingente e frágil

a intervenções da tutela. Num ímpeto podem-nos baixar

a tabela do serviço nacional de saúde em 30 por cento.

Como aconteceu, sendo que a tabela representa uma

larga fatia do que fazemos aqui. Sabemos ainda que

vivemos num mercado fechado, porque a demografia

na nossa região não conhece aumentos extraordinários,

nem sequer um aumento normal. A população de S.

João da Madeira é na ordem dos 24 mil habitantes, a

de Vale de Cambra, igual, portanto, se há crescimento

num lado, há diminuição no outro e as coisas vão

estando constantes. Oliveira de Azeméis, Arouca e Sever

do Vouga também não crescem muito. O próprio Porto,

também tem a mesma dificuldade. Mas tudo isto, claro

é um problema geral do país. Mas sabendo de tudo isso

e da existência de uma limitação à prescrição por parte

dos médicos, dos centros de saúde e das administrações

para contenção de custos, se ainda assim temos um

aumento do número de pessoas a vir cá, significa que

estamos a trabalhar bem e a ser reconhecidos por isso.

Gostava de ver a descendência a tomar conta do

negócio da família?

Eu tenho um filho, com 11 anos. Um sobrinho que vai

fazer 3 anos, outro que entrou este ano para o Instituto

de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, e mais

dois que manifestam já a vontade de seguir os passos

dos pais (ambos médicos) e do avô. A estrutura que

temos agora, no momento atual, está a ser gerida pela

minha mãe, pelos meus irmãos e por mim. Portanto,

não sucumbindo àquilo que é normal acontecer nas

empresas familiares em que a primeira geração cria,

a segunda aumenta e a terceira destrói, obviamente,

gostaria muito que a empresa continuasse na família,

como creio ser também a vontade dos restantes

membros.

Page 38: Revista Business Portugal | Dezembro '13

“Aqui respira-se saúde”

O ar é puro. Ao redor, uma extensão de três hectares de natureza convida ao lazer. Na Casa Ribeira – Centro Geriátrico respira-se

saúde. A localização é excelente, pois permite conjugar os benefícios de estar a dez minutos do Porto e ainda assim estar rodeada de

uma envolvente desafogada e contactar com a natureza. Situada em Valongo, esta é a Casa que promete oferecer, quer aos clientes

do lar quer aos de centro de dia, atividades que os permitirão encarar a vida com otmismo e vitalidade até porque, para Inês e Filipa

Pereira, mentoras deste projeto, “as pessoas não devem sentir que vêm para aqui para passar os seus últimos dias de vida, mas sim

para serem felizes. É esta a nossa missão!”.

Como é que surge o projeto Casa Ribeira?

A ideia foi crescendo e se apoderando de nós,

queríamos um conceito diferenciador dos demais que

promovesse o envelhecimento ativo e feliz. E tudo foi-

se compondo através de trocas de ideias e também

conhecendo o que existe em Portugal, no que se

refere a lares para idosos. Somos uma equipa jovem

e motivada com uma atitude diferenciadora no que

concerne aos cuidados geriátricos. Com base nesse

conhecimento geral e olhando para as potencialidades

do local identificamos que este projeto de lar de idosos

e centro de dia fazia sentido. Fizemos visitas a alguns

lares e o que encontrávamos era pouco satisfatório e

que se tivéssemos 70 ou 80 anos não gostaríamos de

estar nesses espaços. E então pensámos: porque não

fazermos algo ao nosso gosto, algo que corresponda

às nossas expectativas, que corresponda ao que, como

idosos, nos fizesse feliz?

O que vos distingue dos demais?

As instalações são de altíssimo nível, estando equipadas

com os mais modernos equipamentos geriátricos,

proporcionando todo o conforto. Temos piscina interior

aquecida, biblioteca, espaço para cabeleireiro e estética,

salão polivalente, quartos amplos com WC privativo,

jardins e extensos espaços exteriores que convidam

ao passeio e descontração. Toda a prestação de

cuidados geriátricos está focalizada no nosso cliente

e nesse sentido desenvolvemos parcerias de forma

a subcontratar serviços que são acessórios à nossa

atividade.

Porquê?

Para nos libertar, para nos dedicarmos totalmente aos

nossos idosos. Temos uma equipa jovem e especializada

em cuidados geriátricos, totalmente imbuída na nossa

missão de proporcionar bem estar e momentos de

felicidade aos nossos clientes. Pensámos em atividades

diferenciadoras e integradoras.

E que atividades são essas?

As potencialidades que este espaço poderá proporcionar

aos nossos clientes são inúmeras e sempre focadas no

desenvolvimento do bem estar físico, psíquico e social.

Nesse sentido, pretendemos desenvolver diversas

acividades em diferentes domínios:

- atividades físicas e de promoção do bem-estar como

aulas de ginástica para seniores, hidroginástica (em

piscina interior na Casa Ribeira), yoga, tai-chi entre

outras;

- interação com a natureza como o cultivo de hortas,

cuidar de animais de quinta, passeios na natureza,

jardinagem, e outras.

- sociais como canto, yoga do riso, festas temáticas,

aulas de inglês e internet e leitura. O contacto com

os seus familiares poderá ser através do facebook ou

skype, de forma a promover a interação familiar e social.

- culturais: teremos as visitas a museus, idas a teatro,

cinema, visitas temáticas a centros históricos.

- estética: cabeleireiro, manicure, pedicure, sessões

fotográficas.

O que pretendemos é oferecer qualidade de vida,

recriando o gosto pela vivência quotidiana.

Possibilitamos ainda que o cliente traga o seu animal

de estimação, temos boxes preparadas para receber

os animais. Poderá continuar a conviver com o seu

animal de estimação, ter esta ocupação diária fá-los-á

sentirem-se úteis, promovendo a auto-estima.

Temos também um campo de futebol, de voleibol e

baloiços. E porquê? Para promover o convívio familiar,

partilhando momentos únicos de lazer. Esta interligação

geracional é fundamental para o equilíbrio emocional.

38 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE

CeNtro geriátrico - lar de idosos e centro de dia

Page 39: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Queremos criar todas as condições para os familiares

venham e estejam cá, comungando do prazer da

partilha de momentos com os nossos clientes.

Têm capacidade para ter quantos idosos na Casa

Ribeira?

Vamos iniciar com seis pessoas no lar de idosos e

15 no centro de dia. Podemos crescer de seis até

nove pessoas no que se refere ao lar, mas para já

queremos arrancar com este número porque queremos

acompanhar os idosos de uma forma muito humanizada

e próxima. No centro de dia disponibilizamos o serviço

de transporte de e para casa.

Temos uma equipa especializada para acompanhar os

nossos clientes em todas as suas necessidades.

Existem também vários protocolos assinados. Ao nível

da assistência médica, temos já protocolo firmado com

uma clínica privada que é uma referência na prestação

de cuidados médicos de excelência que permitirá ter

assistência integral em todas as valências médicas,

desde medicina oral a fisioterapia passando pela

psicologia, entre outras.

Temos ainda protocolos com algumas ordens

profissionais como a Ordem dos Advogados, a Ordem

dos Economistas e várias associações profissionais.

SAÚDE | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 39

Page 40: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Mediação Imobiliária

das casas de luxo às casas de retoma

Legalmente regulada, a mediação imobiliária é uma atividade que consiste na imputação a uma empresa, por parte

dos seus clientes, na procura de destinatários para a realização de negócio que contemplem a constituição ou

“aquisição de direitos reais sobre bens imóveis, bem como a permuta, o trespasse ou o arrendamento dos mesmos

ou a cessão de posições em contratos que tenham por objeto bens imóveis”.

Para que possa ser exercida, a mediação imobiliária requer uma atribuição de licença de validade limitada emitida

pelo Instituto da Construção e do Imobiliário.

A concessão e atribuição desta licença implicam que os requerentes aufiram de posse de idoneidade comercial e

que aufiram de seguro de responsabilidade civil ou garantia financeira ou instrumento equivalente que o substitua.

Fonte: Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP)

40 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

Page 41: Revista Business Portugal | Dezembro '13

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Page 42: Revista Business Portugal | Dezembro '13

42 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

“Questão de status”Aransa

Com uma sólida trajetória de mais de 35 anos no setor imobiliário, o Grupo Aransa é considerado como uma empresa de referência

pela sua experiência e profissionalismo.

O Grupo, com grande diversidade geográfica e linhas

de negócio, abarca praticamente todos os aspetos

do processo, destacando-se entre eles a promoção

e construção de imóveis de todo o tipo de tipologias,

em todos os segmentos de mercado. A sua experiência

e vocação de liderança faz com que sejam avaliados

como uma empresa de referência dentro do setor

imobiliário em Espanha e, fundamenta a sua solidez no

âmbito internacional.

Apostando desde sempre na qualidade, o

empreendimento Boss Luxury Towers, na Boavista,

uma das zonas mais luxuosas da cidade do Porto,

é o exemplo perfeito de um empreendimento com a

assinatura Aransa.

Boss Luxury Tower & Apartments

Este é um empreendimento exclusivo, com localização

privilegiada e excelente qualidade. Integra apartamentos

T2, T3 e T4. Estas diferentes distribuições permitem-lhe

escolher o ambiente mais adequado.

Aqui, o design atual e materiais topo de gama conjugam-

se na perfeição. Os acabamentos são cuidados e

os serviços exclusivos, porque de acordo com o

administrador-delegado da Aransa, Gonzalo Álvarez, “um

edifício deve sastisfazer as necessidades e expectativas

dos clientes porque trata-se da sua casa , que é um

investimento importante na nossa vida. Devemos otimizar

os espaços sem renunciar a qualidade, a modernidade e

a comodidade porque é o lugar que partilhamos com a

pessoas que mais queremos”.

Dividido em dois estilos, Urban e Classic, o

empreendimento Boss foi desenhado para permanecer

inalterado com o passar dos anos. Para que assim

seja, foram eleitos materiais nobres de reconhecidos

fabricantes, de alta resistência, com excelente

comportamento térmico e acústico. Reduzindo gastos

e emissões de CO2, respeitando o ambiente sem que

para tal a beleza e elegância das habitações e edifício

sejam comprometidas. Moderno, atrativo, funcional,

tanto no exterior como no interior e primando pela

qualidade.

Decididos a marcar a diferença, o Grupo Aransa

estipulou que “Boss é muito mais do que apenas uma

habitação, é um estilo de vida”. Por isso, foi criado o

Club Boss , um serviço exclusivo para os moradores do

edifício que lhe permitirá desfrutar de uma seleção de

serviços ao seu redor.

O serviço pós-venda é outro dos pontos fortes deste

grupo imobiliário. “Nós queremos fidelizar clientes para

a vida. Por isso mesmo, a nossa ligação não termina

quando entregamos a chave de uma casa. Estamos

sempre presentes”, finaliza Gonzalo Álvarez.

O Grupo Aransa encontra-se organizado através dos

seguintes departamentos:

Arquitetura e engenharia: A sua equipa desenvolve

os projetos conforme o gosto e necessidade do cliente

privado e instituições.

Construção civil: A Aransa conta com uma empresa

construtora própria que se encarrega da execução de

projetos próprios e de terceiros, desenhados pelo Grupo.

Serviços imobiliários: O Grupo conta com uma rede

de vendas própria em Espanha, Portugal , Brasil e no

México, o que lhes dá um conhecimento exaustivo

e de primeira mão do preço e das possibilidades de

comercialização de qualquer ativo imobiliário.

Promoção residencial: Desde a fundação do Grupo

até aos dias de hoje, o volume de promoções que

levou a cabo cifra -se em mais de 10 mil habitações,

todas elas canalizadas através de diferentes sociedades

mercantis do grupo.

Industrial e retalho: AransaIBD surge como resposta

do Grupo Imobiliário Aransa às necessidades de

desenvolvimento de projetos e instalações destinadas

ao tecido empresarial.

Consultoria urbanística e imobiliária: Aransa Gestão

Imobiliária nasce na sequência de novas circunstâncias

de mercado, do qual é essencial ter um conhecimento

global e do negócio imobiliário, que permita assessorar

as entidades financeiras na gestão dos ativos imobiliários

adquiridos, na área geográfica nacional e internacional.

Page 43: Revista Business Portugal | Dezembro '13

“Questão de status”

Page 44: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Transparência e acompanhamento

Fracção exacta

A Fracção Exacta Imobiliária, sediada no Porto, opera nos distritos do Porto, Aveiro e Lisboa com um posicionamento e atitude original.

Perante o mercado tem como missão prestar um serviço de excelência. Com uma equipa jovem mas com bastante experiência no

mercado imobiliário, a Fracção Exacta assume como valores chave a transparência, orientação para o cliente e inovação.

Perante o número sempre crescente de crédito malparado

em Portugal, em 2008 nasce um projeto inovador, uma

rede imobiliária especializada na exploração de imóveis

de retoma, trabalhando exclusivamente para os bancos.

É sob este propósito que o Grupo Fracção Exacta criou

a marca Retoma de Bancos. “Esta é uma necessidade

cada vez mais presente no mercado, o escoar de

imóveis que foram entregues aos bancos, seja por

dações em pagamento, seja por ações judiciais”, revela

Jorge Fonseca, CEO do Grupo.

Este incumprimento bancário, fruto essencialmente da

subida de taxas de juro e consequente aumento das

prestações no crédito à habitação, levaram a que as

instituições bancárias ficassem com vários imóveis

em carteira. A Retoma de Bancos mostra-se, aqui,

a solução ideal para estas instituições e investidores. A

marca tem conseguido explorar com bastante sucesso

as necessidades que o mercado manifesta e aliá-las a

boas oportunidades de negócio.

Tratando-se de uma área com um perfil muito específico,

decidiu-se criar um departamento próprio, com um site

à medida e uma equipa dedicada.

Atualmente, a Retoma de Bancos, com sede em Vila

Nova de Gaia, opera nos distritos do Porto, Braga, Aveiro

e Lisboa, diferenciando o seu trabalho pela atitude

original e um serviço de excelência.

Com uma equipa jovem mas com bastante experiência

no mercado imobiliário, esta marca do Grupo Fracção

Exacta assume como valores chave a transparência,

orientação para o cliente e inovação.

Uma nova realidade

“Paralelamente ao que tem acontecido com os

imóveis avulso, ou seja imóveis de particulares que

deixaram de pagar a prestação das suas casas aos

bancos, estas entidades têm também ficado com

alguns empreendimentos, fruto de promotores que não

conseguiram cumprir com os seus compromissos”, diz

Jorge Fonseca.

Perante esta nova realidade, a Retoma de Bancos

torna a marcar pela diferença e a mostrar o seu valor,

ao ver-lhe confiada a promoção de um empreendimento

de luxo numa zona de destaque na cidade do Porto. “No

espaço de um ano já vendemos cerca de 80 por cento

dos imóveis”, revela.

Com condições especiais de financiamento e descontos

acima dos 40 por cento face ao valor do imóvel, a

Retoma de Bancos tem feito da Quinta dos Amieiros a

escolha de várias famílias portuguesas para viver.

Localizado junto a um dos mais importantes eixos

rodoviários da cidade do Porto, próximo do pólo

universitário e do Hospital S. João. Este empreendimento

classifica-se como um dos empreendimentos PRIME da

cidade.

A sua configuração em ‘U’ confere-lhe características de

segurança e comodidade exclusivas. Os apartamentos

apresentam elevados padrões de qualidade, com áreas

generosas, amplas varandas, cozinhas equipadas com

eletrodomésticos ‘De Dietrich” e uma extraordinária

garagem.

Se ficou curioso, aceda à página da internet da Retoma

de Bancos e conheça aquela que pode vir a ser a sua

casa de sonhos.

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44 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

Page 45: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Sempre atenta às necessidades do mercado, como,

aliás, já habituou os seus clientes, o Grupo Fracção

Exacta torna a surpreender. Com o termo ‘low cost’

a ganhar cada vez mais importância na vida dos

portugueses, a agência de viagens Voo Exacto chega

como uma lufada de ar fresco ao mercado português

e torna acessível o incrível mundo das viagens a todas

as carteiras.

“Aqui garantimos o preço mais baixo. A concorrência

não conseguirá oferecer um preço abaixo do nosso.

Essa é a nossa garantia”, afirma Jorge Fonseca, mais

uma vez mentor de um projeto inovador e que traz várias

vantagens aos seus clientes.

Preço baixo, qualidade acima da média

“Com a conjuntura atual, cada vez mais as pessoas se

preocupam em terem os serviços pelo menor preço

possível. Tendo presente essa realidade, o Grupo

decidiu apostar numa agência de viagens low cost”. Este

novo conceito da Fracção Exacta pretende manter a

sua estratégia de qualidade, qualidade essa a que os

seus clientes já se habituaram com o setor imobiliário

desenvolvido pelo Grupo.

Jorge Fonseca faz questão de frisar que o facto de ser

low cost não significa que a qualidade vai ficar aquém

das expectativas. “O Voo Exacto irá disponibilizar

destinos premium, as viagens de sonho dos nossos

clientes, mas sempre ao preço mais baixo do mercado”.

E isso é possível, questionamos nós. A resposta não se

fez tardar. “Tudo é possível neste segmento e vamo-

nos empenhar para sermos os melhores e sem nunca

descurarmos na qualidade de serviço”.

Realizar sonhos

Disponível a partir de dezembro, a Voo Exacto começa

por abrir portas na rede de lojas Retoma de Bancos,

contando com pessoal especializado e com experiência

no ramo do turismo. “No fundo, vamos rentabilizar

recursos, o que também nos permite conseguir o

mercado mais baixo do mercado, e aproveitar o know-

how e os conhecimentos que já fomos criando enquanto

agência imobiliária com os nossos clientes”, explica o

CEO da empresa.

“Com esta nova vertente de negócio não pretendemos

vender o que há de mau no mercado, muito pelo

contrário. Pretendemos, isso sim, ter uma oferta

diversificada por todo o mundo, mas sempre com o

melhor preço de mercado. O nosso objetivo é garantir

aos nossos clientes que não vão encontrar aquela

viagem com aquelas características por nenhum valor

mais barato. Este é o nosso compromisso”.

Continuando a marcar pela diferença, as agências de

viagens low cost Voo Exacto não cobrarão taxas de

reserva, uma característica comum das empresas do

ramo.

Além disso, as novas agências farão uma busca

incessante por todos os operadores para cumprirem o

seu compromisso no que ao valor diz respeito. “Vamos

trabalhar com todas as companhias aéreas, incluindo as

low cost, algo a que a maioria dos operadores turísticos

colocam algumas reservas por não ser lucrativo. Mas

não estamos preocupados com isso”, confessa Jorge

Fonseca.

Viagem “chave na mão”

Sem colocarem impeditivos ou apresentarem planos

de viagem inalteráveis, os profissionais das agências

Voo Exacto permitirão aos seus clientes planear a

sua viagem de sonho, sem que nada seja deixado ao

acaso. E há várias formas de o fazer. “O cliente pode-

nos apresentar o que quer fazer, que locais visitar

ou, por outro lado, apresentar-nos o valor que pode

disponibilizar para essa viagem e, mediante o tipo de

destino que pretender, nós apresentar-mos um pacote à

sua medida e ao seu gosto”.

Jorge Fonseca acrescenta que “não há impossíveis. É

importante que os nossos clientes e potenciais clientes

saibam que tudo é possível, até mesmo ir ao Funchal

de carro”, graceja, “e que tudo faremos para que a sua

viagem de sonho se concretize ao pormenor. Sempre

com a garantia de que temos o preço mais baixo”.

Saiba mais em www.vooexacto.com

fracção exacta em

novos voosFracção exacta

E depois do ramo imobiliário, o Grupo Fracção Exacta torna a revolucionar o mercado, desta vez na área do turismo. Mantendo-se

fiel ao seu conceito de inovação e serviço de excelência, a nova marca Voo Exacto trará ao seu cliente várias vantagens. A mais

significativa: a garantia do preço mais baixo do mercado.

MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 45

Page 46: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Santas Casas da

Misericórdiae Ação Social

As Misericórdias desempenharam um papel determinante na história de Portugal, no que toca à organização da

assistência aos pobres e aos excluídos, motivo pelo qual é justificado o seu reconhecimento. Hoje em dia, ainda

sobre a alçada da prestação de auxílio aos mais necessitados, estas instituições de cariz religioso incidem sobre as

mais variadas áreas, que vão desde os cuidados de saúde, ao acolhimento e integração social, não descurando as

vertentes culturais e lúdicas da população.

A partir de 1498, as Misericórdias disseminaram-se por todo o território nacional, incluindo os arquipélagos da

Madeira e dos Açores, acabando, naturalmente, por se tornarem de um símbolo do povo português.

Mantendo fortes ligações ao Estado, estas entidades mantêm-se ativas com uma margem de atuação específica

e organizam-se autonomamente. Os rendimentos atuais das misericórdias, posteriormente aplicados às atividades

de âmbito solidário que executam, advêm essencialmente dos lucros da Lotaria Nacional, Totobola e Totoloto, entre

outros jogos licenciados pelo Estado.

46 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MISERICÓRDIAS

Page 47: Revista Business Portugal | Dezembro '13
Page 48: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Uma Casa jovem e de boa

saúdeSanta Casa da Misericórdia meda

É em Meda que encontramos uma das Misericórdias mais jovens de Portugal. Com uma história ainda pequena para contar mas

uma missão muito vasta, a Santa Casa da Misericórdia de Meda surge a 20 de Agosto de 1926 para fazer face às carências de uma

população maioritariamente idosa. Hoje orgulham-se de serem uma das poucas Instituições do país que consegue manter uma boa

saúde financeira.

48 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MISERICÓRDIAS

Anselmo Antunes de SousaProvedor

Anselmo Antunes de Sousa, professor e presidente da

Câmara Municipal de Meda, está ligado à missão há vinte

anos, primeiro como membro da Mesa Administrativa e

atualmente como provedor. Conhece bem os cantos à

casa e orgulha-se do curto mas importante caminho

percorrido. Recorda que a instituição foi importante para

o concelho logo nos primeiros anos de existência mas

admite que foi a partir dos anos 80 que a Santa Casa da

Misericórdia de Meda se tornou numa referência para a

região. “Durante estes 15 anos acho que fizemos uma

excelente obra, criamos excelentes condições, neste

momento temos dois Lares de Idosos com capacidade

para 100 utentes o que para o nosso concelho é

muito bom. Além do lar temos a valência de Centro

de Dia, Apoio Domiciliário, Atividade de Tempos Livres

e Cantina Social”. Garante que estão sempre prontos

a atender a qualquer carência social no concelho

mas é nos idosos que encontramos a grande missão

desta instituição. “Infelizmente a nossa população está

bastante envelhecida e pelo contrário temos cada vez

menos crianças, a desertificação é o grande problema

do interior. Neste momento temos cerca de 100 utentes

e uma lista de espera enorme, estou convencido que

se tivéssemos mais vagas, teríamos utentes para

preencher”.

Em Meda, a Santa Casa assume a sua importância na

área da saúde mas também na economia. A instituição

é o maior empregador a seguir à Camara Municipal,

contam com 80 funcionários. “Temos a nossa instituição

dotada de um corpo técnico muito bom, temos

assistentes sociais, diretores técnicos, dois enfermeiros

a tempo inteiro e um médico”.

O Natal para os idosos de Meda

A poucos dias do Natal o provedor não deixa a data

passar em branco. “Temos agendado um convívio com

todos os idosos do concelho, é a nossa festa de Natal”

celebra, ”Não tenho dúvidas que uma tarde de convívio

com muita animação é uma boa terapia para o idoso,

pode até ser melhor do que uma consulta médica. Nas

nossas festas trazemos sempre um grupo de música e

até mesmo os idosos que têm mais dificuldades cantam

e dançam, vê-se que sentem uma alegria tremenda

nestes convívios”.

Anselmo Antunes de Sousa admite que nunca imaginou

vestir a farda de provedor e presidente de câmara

em simultâneo e até recordou que as eleições para

a provedoria da Santa Casa da Misericórdia de Meda

estão aí à porta. “Estou a ponderar se vou continuar ou

não à frente da instituição mas a verdade é que criei um

grande amor por esta Casa”.

O futuro: Unidade de Cuidados Continuados

Quanto ao futuro o provedor anuncia que o grande

projeto em cima da mesa é “uma Unidade de Cuidados

Continuados porque penso que aqui para o nosso

concelho é uma mais-valia. Neste momento temos uma

ameaça constante do encerramento do centro de saúde

e se assim for ficamos muito limitados. Neste momento

sempre que há algum caso mais grave os utentes têm de

fazer 70 km até a Guarda”. Garante que têm condições

para avançar com a construção até porque além de a

instituição estar bem consolidada ao nível financeiro o

provedor admite que “o governo está a voltar a apostar

fortemente nas misericórdias porque a saúde fica muito

mais barata nas instituições do que nos hospitais.” A

futura Unidade de Cuidados Continuados já tem destino

“em princípio será construído nas antigas instalações do

lar antigo”. O provedor estima que a unidade custará

à instituição um milhão e meio de euros mas finaliza

que não só será um investimento na população idosa

do concelho mas também uma forma de criar emprego.

Page 49: Revista Business Portugal | Dezembro '13
Page 50: Revista Business Portugal | Dezembro '13

400 anos a praticar o bemSanta Casa da Misericórdia de Mangualde

O lema diz tudo e é seguido à risca na Santa Casa da Misericórdia de Mangualde. Foi há 400 anos, em março de 1613, que dentro

da corrente assistencialista da época iniciado pela rainha Dª Leonor, surgiu um movimento local no sentido de levantar a Irmandade

da Santa Casa da Misericórdia em Mangualde. Não se sabe muito sobre os 100 anos que se seguiram mas foi com a família Pais

do Amaral que esta Santa Casa ganhou um novo fôlego quando construíram a Igreja da Misericórdia, a primeira sede oficial desta

instituição.

400 anos volvidos, o provedor Fernando D’Amleida

orgulha-se da obra feita. A mais recente é a Unidade

de Cuidados Continuados de Longa Duração inaugurada

em março de 2012. Representou um investimento de

2.7 milhões de euros. “Foi uma altura difícil, abrimos na

altura em que o Governo teve de parar para fazer contas”

conta o provedor que lamenta o sufoco financeiro que

a Misericórdia então viveu graças ao investimento na

Unidade de Cuidados Continuados. Atualmente a UCC

integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados

Integrados tem as 38 camas ocupadas e dá emprego

a uma equipa de 38 jovens e dinâmicos profissionais

da saúde. Apesar das dificuldades financeiras esta

misericórdia orgulha-se de estar num dos poucos

concelhos em Portugal onde o desemprego não toma

proporções devastadoras, Fernando D’Almeida diz que

“felizmente estamos numa zona onde o desemprego

50 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MISERICÓRDIAS

não é tão gravoso devido a algumas empresas que

empregam grande parte da população”. A saúde é uma

tradição centenária nesta misericórdia que para além da

UCC dispõe ainda de dois lares com lotação para 140

utentes. O Lar Morgado do Cruzeiro é o mais antigo,

foi inaugurado em 1975 e sofreu obras de ampliação

em 1983. Já o Lar Nossa Senhora do Amparo foi

inaugurado em 1994. Ambos surgem na tentativa de

quebrar o isolamento dos mais velhos.

Para além da missão de cuidar dos idosos que estão

na Santa Casa da Misericórdia, o provedor mostrou-

se sobretudo preocupado com os que estão isolados

e não estão sinalizados. Fernando D’Almeida admitiu

que o Conselho Local de Ação Social (CLASM), do qual

também fazem parte todos os presidentes de junta do

concelho, irá reunir em breve para “os sensibilizar para a

existência destes casos isolados”.

“Cuidar com amor”

Mas não só para pessoas idosas se faz esta casa que em

março de 2007 inaugurou a Cresce Mariazinha Lemos

sob o lema “Cuidar com amor”. O provedor conta que

“a cresce foi construída com base num donativo” e

funciona no edifício do Lar Nossa Senhora do Amparo.

Foi pensada para acolher crianças dos quatro meses

aos três anos. Fernando D’Almeida lamenta no entanto

que a cresce se tenha tornado num problema devido à

perda de natalidade ao longo dos últimos anos, conta

que no início “a procura era bastante e depois caiu”.

Culpa sobretudo a “emigração por levar os jovens do

concelho e o desemprego que faz com que as mães

optem por cuidar das crianças em casa. A cresce já

obrigou mesmo à movimentação interna de pessoal,

ainda conseguimos fazer isso mas temos medo que as

coisas se agravem”, conta o provedor.

Melhorar as condições

Quanto ao futuro o provedor diz que “o apoio domiciliário

está na agenda dos Cuidados Continuados mas

idealizamos um apoio mais abrangente e que preste

um serviço completo à pessoa que dele necessite”.

Fernando D’Almeida admite no entanto que este será

um projeto a médio prazo sobretudo porque “exige

muito pessoal e neste momento não é comportável

mas temos em mente que isto possa passar para uma

próxima geração”. Quanto ao futuro próximo, o objetivo

do provedor é melhorar as condições existentes em

áreas como a segurança e a climatização.

Fernando D’Almeida Provedor

Page 51: Revista Business Portugal | Dezembro '13
Page 52: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Resistir ao despovoamentoSanta Casa da Misericórdia de Almeida

Foi em dezembro de 1520 que um escudeiro real da Coroa de D. Manuel I propôs a criação de uma Misericórdia no concelho de

Almeida, uma terra distante do litoral populoso, mas central no que toca às rotas europeias. Nasce assim a Santa Casa da Misericórdia

de Almeida para fazer face à pobreza na região.

52 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MISERICÓRDIAS

Carlos Pereira chegou a esta instituição como médico,

foi vice-provedor durante nove anos e em 2012

ascendeu a provedor após o falecimento de António

José de Sousa. Já conhece bem os cantos à casa e fala

com orgulho das valências em Almeida mas considera

que ainda tem muito para aprender. “Estou a fazer uma

aprendizagem, é muito diferente ser vice-provedor sem

grandes responsabilidades ou ser provedor e assumir

toda a responsabilidade desta instituição”.

“Se há interior, nós estamos no interior do interior”

A sede desta Misericórdia situa-se num dos mais antigos

edifícios desta terra, num antigo hospital concelhio

dentro da área muralhada de Almeida. O edifício sofreu

grandes obras nos últimos anos, da década de noventa,

hoje as antigas dependências são um Lar de Grandes

Dependentes com capacidade para 17 utentes. “Neste

Carlos Pereira Provedor

momento é a nossa sede por razões históricas mas

também porque aqui funciona um Lar de Grandes

Dependentes”. Também anexado ao antigo hospital

existe uma Igreja que recentemente sofreu obras de

renovação.

Fora da área muralhada foi construído de raiz um

complexo de dois hectares onde funciona um Lar de

Terceira Idade com capacidade para 60 utentes e que

está numa fase de conclusão de obras para a instalação

de um sistema de controlo de incêndios que inclui portas

e janelas corta-fogo. Um lar com condições acima da

média onde todas as casas de banho são acessíveis

a pessoas com mobilidade reduzida. “Aqui, apesar da

assistência prestada, dos todos os idosos podem ser

independentes e tomar banho na cadeira de rodas”,

diz o provedor orgulhoso das condições do lar. Desde

que adquiririam uma viatura adequada ao transporte de

alimentos esta Santa Casa faz ainda esta distribuição a

famílias carenciadas da comunidade, através do plano

anual da distribuição de géneros alimentícios.

Ainda dentro do complexo, num recente edifício

separado do lar, a Instituição dispõe das valências

creche e jardim de infância. “A creche é muito recente,

tem cinco anos”, conta o provedor que lamenta no

entanto que “no ano em que a inauguramos, foi criado

um jardim infantil oficial. Nós aqui já somos um concelho

tremendamente despovoado onde o envelhecimento é

visível mesmo para quem anda distraído, a população

estudantil está em queda abrupta e portanto se

tínhamos poucos, ficamos com ainda menos crianças,

fomos mesmo obrigados a dispensar uma educadora”.

Carlos Pereira diz-se um “apaixonado pela terra mas um

pessimista em relação ao futuro”, recorda o tempo em

que nasciam 120 crianças no concelho e lamenta que

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Page 54: Revista Business Portugal | Dezembro '13

no ano passado tenham nascido apenas 23. Apesar de

admitir que a creche e o jardim de infância não são um

bom negócio do ponto de vista financeiro, acredita que

a Santa Casa tem o dever de manter estas valências.

Para além destas valências, o provedor tem em

mãos uma obra muito maior que está em fase de

conclusão, a construção de uma Unidade de Cuidados

Continuados de Longa Duração que “se o cronograma

for cumprido estará concluída no fim deste ano”. A UCC

terá capacidade para 30 utentes e estará no auge da

modernidade de Cuidados Continuados. Entre outros

equipamentos e facilidades o provedor conta que “vamos

ter enfermagem, salas de apoio, sala de eletroterapia,

sala de fisioterapia, tanque de recuperação”.

Dar mérito a quem merece

Questionado sobre o empenho dos funcionários que

servem esta causa nobre, o provedor não hesitou em

admitir que alguns veem esta casa como uma empresa,

mas não quis deixar de destacar aquele que considera

ser “o motor da Instituição”. José Fareleira tem 80 anos,

é mesário e tesoureiro e diz o provedor que a ele se

deve muito do sucesso desta casa. “Há aqui algumas

pessoas que merecem um destaque diferente, o nosso

tesoureiro, é um homem que esta aqui há muitos anos,

é o melhor funcionário que cá temos sem ser funcionário

porque quando a casa abre ele já ca está e quando os

outros vão embora ele fica cá”, conclui o provedor.

54 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MISERICÓRDIAS

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56 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | NANOTECNOLOGIA

NanotecnologiaSempre presente

Nanotecnologia é o nome dado à ciência que estuda a manipulação da matéria em contexto de escalas anatómicas

e moleculares. Atua, portanto, em estruturas cujas medidas variam entre um a 100 nanómetros. Um nanómetro,

milimícron ou milimicro é a subunidade do metro correspondente a um milionésimo de milímetro, ou seja, a um

bilionésimo do metro.

Desenvolvida no Japão, esta área promissora tem como ideia base a construção de estruturas e de novos materiais

a partir dos átomos. Apesar de se encontrar ainda numa fase muito recente da sua história, os desenvolvimentos no

campo têm sido surpreendentes.

O debate, porém, está mais que estabelecido, e muitas são as questões que se colocam face às suas futuras

implicações, nomeadamente no que concerne à toxicidade e impacto ambiental dos nanomateriais, seja que haja

quem advirta cenários apocalípticos. Será seguro afirmar, portanto, que o futuro da nanotecnologia terá de passar,

obrigatoriamente, pela regulamentação.

Fonte: wikipedia

Page 57: Revista Business Portugal | Dezembro '13
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Nanotecnologia,

a aposta do futuroNanovalor

Quando lhe falamos em nanotecnologia, talvez o leitor associe de imediato a algo complexo e difícil de perceber. Não deixa de ser

verdade, é um facto. Afinal, estamos a falar de uma tecnologia que mexe partículas mil vezes mais pequenas que um milímetro. Mas

se lhe dissermos que lida com a mesma diariamente no seu telemóvel, no seu televisor LED, no seu computador, no seu automóvel,

nos seus cosméticos e nalguns casos até mesmo na sua roupa, talvez já sinta a nanotecnologia como algo mais familiar. A propósito

desta temática, a Revista Negócios Portugal conversou com Vasco Teixeira, um expert português em nanotecnologia.

Foi na cidade de Braga que Vasco Teixeira, professor,

investigador e coordenador do projeto NanoValor

nos recebeu simpaticamente para uma ‘aula’ de

nanotecnologia. Apaixonado por esta ciência, o nosso

interlocutor deixa à vista a sua dedicação e empenho

aos projetos que integra a cada simples explicação que

nós dá sobre nanotecnologia e suas aplicações.

Começamos esta nossa conversa com a pergunta da

praxe, obviamente. Afinal, o que é a nanotecnologia?

“A nanotecnologia não é mais do que a manipulação

a uma escala muito pequena de átomos, moléculas ou

nanopartículas para assim construirmos novos materiais,

alguns dos quais que lidamos no dia a dia. Podemos

considerar uma televisão com monitor OLED que apesar

de ter um ecrã muito grande foi construído com finas

camadas de nanomateriais, utilizando-se processos de

micro- e nanotecnologia, que ultimam naquela peça de

tamanho substancial. Outro exemplo é o da construção

de painéis fotovoltaicos com células fotovoltaicas à base

de filmes finos de silício amorfo”, explica-nos logo Vasco

Teixeira.

“Ultimamente vários jornais e outros meios

de comunicação têm dado alguma atenção à

nanotecnologia. E estamos aqui no Minho, que

se reconhece como a região da inovação, do

empreendedorismo e da nanotecnologia. Foi em 2005

que os governos de Portugal e Espanha decidiram

a criação e operação conjunta de um Instituto de

Investigação e Desenvolvimento em Nanotecnologia.

Foi assim aprovada a construção do maior laboratório

ibérico de nanotecnologia (o INL), que está sediado em

Braga. A primeira pedra foi lançada na XXIII Cimeira

Ibérica, que se realizou nos em janeiro de 2008 em

Braga”, começa por nos contar o professor. “Com

o INL, a Universidade do Minho que também detém

muitas competências científicas em nanotecnologia, o

CENTI e empresas da região que operam na área dos

nanomateriais, podemos considerar esta região com um

grande potencial e capacidade de promover projetos

neste domínio que aumentem a competitividade das

nossas empresas”, acrescenta.

“Há que perceber e encarar a nanotecnologia como

uma ciência que permite construir e desenhar novos

materiais, para dispositivos e componentes à nanoescala.

“Ou seja, é possível a partir de nanoestruturas efetuar-

se uma assemblagem para no final conseguirmos um

produto, e que às vezes nem nos apercebemos que foi

conseguido através de processos de nanofabrico”.

No que concerne à aplicabilidade destes produtos, a

variedade é imensa! “Atualmente, a nanotecnologia

está a despoletar como o domínio científico e

tecnológico de maior expansão de Investigação e

Desenvolvimento (I&D). Um dos principais objetivos é

que a nanotecnologia permita melhorar a segurança e

qualidade de vida das populações e também oferecer

soluções para problemas industriais através de técnicas

de nanofabricação resultantes”.

Sendo uma tecnologia em ascensão, a nanotecnologia

torna o impossível em realidade. Contudo “há ainda

muito caminho a percorrer no que diz respeito às

aplicações tecnológicas e industriais, pelo que a aposta

em investir em I&D no domínio da nanotecnologia tem

sido fundamental para acrescentar valor aos produtos”.

Assim, a nanotecnologia pretende tornar um produto

específico mais eficiente para apresentar funções

e capacidades extra, que seja produzido por uma

tecnologia limpa, de baixo consumo energético, com um

longo período de durabilidade e com um custo baixo.

NanoValor

São vários os projetos de I&DT que o nosso interlocutor

integra, todos eles tendo em vista a promoção e

divulgação da nanotecnologia e do trabalho de

investigação desenvolvido nesta área tão específica.

Assim nasceu, há sensivelmente três anos, o Projeto

NanoValor, que tem por propósito a criação de um

Vasco Teixeira Professor, invertigador e coordenador

58 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | NANOTECNOLOGIA

Page 59: Revista Business Portugal | Dezembro '13

NANOTECNOLOGIA | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 59

pólo de competitividade para a nanotecnologia

para capitalização do potencial de investigação e

desenvolvimento tecnológico nas regiões do norte de

Portugal e Galiza. Este projeto POCTEP, co-financiado

pelo FEDER, pretende transformar o I&D desenvolvido

em novos produtos e serviços.

“O NanoValor tem permitido transferir o conhecimento

que é gerado nos laboratórios das universidades, nos

centros de investigação e centros tecnológicos para

as empresas, ou seja valorizar economicamente o

conhecimento em nanotecnologia”, revela.

Laboratório Ibérico Internacional de

Nanotecnologia - INL

Fruto de um memorando entre o Ministério da Ciência,

Tecnologia e Ensino Superior Português e o Ministério

da Educação e Ciência Espanhol, o Laboratório

Ibérico Internacional de Nanotecnologia é um pólo

de excelência e referência dedicado à investigação

aplicada em nanotecnologia. Sediado em Braga, o

Laboratório coloca à disposição da região infraestruturas

tecnológicas e também científicas internacionalmente

competitivas. “A Universidade do Minho já é reconhecida

há muito como uma instituição credível e reconhecida

internacionalmente pela qualidade da sua investigação

e cursos de pós-graduação ligados a nanociências

e nanotecnologia. Aliada ao Laboratório Ibérico

Internacional de Nanotecnologia, torna a região bastante

competitiva nesta índole”, conclui.

Nanotecnologia, o que é?

A nanotecnologia trata da manipulação de átomos e/ou

moléculas para a produção de materiais, de dispositivos

e até mesmo de máquinas.

Um nanómetro é a subunidade do metro, correspondente

a 1×10−9 metro, ou seja, um milionésimo de milímetro

ou um bilionésimo do metro. Tem como símbolo  nm.

“para se ter uma ideia deste reduzido tamanho; por

exemplo nanopartículas com 10 nm de diâmetro

utilizadas pelos cientistas no fabrico novos materiais,

refira-se para comparação que o diâmetro de um fio

de cabelo tem cerca de 80 mil nanómetros”, esclarece

Vasco Teixeira.

Perfil

Vasco Teixeira é considerado por muitos um dos

mais conceituados investigadores e fomentador da

nanotecnologia em Portugal. Mas, depois de vermos o

seu curriculum, a distinção faz todo o sentido. O professor

foi Pró-Reitor para a Investigação na Universidade do

Minho (UM) entre outubro de 2009 e novembro de

2013, é docente na mesma instituição desde 1989.

Empreendedor e investigador em nanotecnologia,

nanomateriais, engenharia de superfícies e revestimentos

nanoestruturados, é também autor e co-autor de mais

de uma centena de artigos científicos publicados em

diversas revistas internacionais da especialidade, editor

de três volumes de revistas científicas ISI, cinco capítulos

de livros, quatro prémios de Mérito/Inovação Industrial e

Empreendedorismo Tecnológico e proferiu mais de 30

palestras convidadas em conferências internacionais.

A somar a esta já longa lista, Vasco Teixeira é ainda

Editor-in-Chief do Journal of Nano Research. Encabeçou

e participou em vários projetos nacionais e europeus

de I&D e Inovação, organizou e co-organizou várias

conferências nacionais e internacionais nas áreas

de nanotecnologia, nanomateriais, revestimentos,

transferência de tecnologia e empreendedorismo.

É ainda mentor tecnológico e sócio fundador de empresas

de base tecnológica na área de nanotecnologias,

engenharia de superfícies e revestimentos técnicos para

a indústria de moldes e injecção e metalomecânica.

Foi galardoado com três Prémios de Inovação/Melhor

Plano de Negócios e de Empreendedorismo e foi ainda

distinguido com o Prémio Janus em 2012 pelo Instituto

de Estudos Avançados da Universidade de S. Paulo,

Brasil.

Page 60: Revista Business Portugal | Dezembro '13

Será o céu o limite?Smart inovation

É já no mês de dezembro que a Smart Inovation inaugura a Smart Factory, um espaço criado de raiz para produção de nanoparticulas

(100Ton/mês), um espaço de I&D com um laboratório de experimentação e outro de caracterização além de um espaço para

incubação de novos projetos. Pedro Pinto (CEO) e César Martins (CKO) são dois dos rostos deste projeto.

Pedro Pinto e César Martins CEO e CKO

A tecnologia desenvolvida pela Smart Inovation

é inovadora e única consistindo numa matriz de

nanopartículas que permite transportar substâncias

ativas e ligar-se a diversos materiais conferindo-lhes

assim novas propriedades e características.

“A nanotecnologia vai revolucionar o mundo industrial

e terá o mesmo impacto na vida das pessoas como

teve a luz, o telefone e até os computadores” diz

Pedro Pinto CEO da empresa. “Com a nanotecnologia

podemos tornar possível o impensável e aplica-la em

diversas áreas desde a construção civil, agricultura,

saúde, ambiente e desporto… a lista é interminável”,

acrescenta

Gostava de ter uma casa à prova de mosquitos? Pois

a Smart Inovation tornou o sonho realidade. Basta

adicionar as nanoparticulas “SI REPEL MOSQUITO” à

tinta que usa para pintar a casa e pronto poderá dormir

sossegado pois os insetos não o irão picar e incomodar.

“Estamos a falar de uma tecnologia amiga do ambiente,

www.smartinovation.com

versátil, fácil de utilizar e

acessível em termos de

custo”. Refira-se que as

tintas com inseticidas foram

proibidas recentemente

na Europa pela que o

“SI REPEL MOSQUITO”

sendo um repelente é

uma ótima alternativa para

os produtores de tintas

e utilizadores finais que

queiram proteger as suas

casas dos insetos.

Esta tecnologia também

poderá ser aplicada

em redes mosquiteiras,

uniformes escolares, fardamentos militares, toalhitas,

têxteis e vestuário, cortinas, etc.

Outra das potencialidades destas nanoparticulas passa

pela área da saúde. A Smart Inovation desenvolveu o

“SI BACTERICIDA” que é um produto eficaz e inovador

sem qualquer risco de utilização que pode minorar

substancialmente os custos provocados pelas infeções

nosocomiais como também em outro tipo de situações.

Pode ser utilizado na roupa hospitalar, uniformes para

médicos e enfermeiros, hospitais, clinicas, meias, roupa

interior, etc.

“O papel da prevenção é fundamental na área da saúde

não só pela redução de custos que o Estado pode

ter bem como na melhoria da qualidade de vida das

pessoas” diz Pedro Pinto.

Ainda aliada à temática da saúde a empresa conta na

sua equipa com dois médicos prestigiados com vasta

experiência como é Sousa Basto, dermatologista e

Afonso Inácio, especialista de medicina geral e familiar

que nos tem permitido desenvolver soluções altamente

inovadores e diferenciadores em relação ao que existe

no mercado como sejam o “SI PÉ DIABÉTICO”, “SI PÉ

DE ATLETA”, “SI FRIEIRAS” para aplicação em meias e

luvas.

Além-fronteiras

África e Mercosul são os destinos prioritários para Pedro

Pinto, pelo que os esforços de penetração nesses

mercados têm sido uma preocupação constante.

Internacionalizar a tecnologia através da criação de

parcerias nos diversos países para que ela chegue às

pessoas e organizações será por estes tempos o nosso

grande desígnio. “Temos produtos muito atraentes e as

negociações têm decorrido a bom ritmo” revela Pedro

Pinto.

Credibilidade e sustentabilidade

Como empresa de I&D é fundamental criarmos parcerias

duradouras com entidades de referência no SCT

como é o caso da Universidade Minho, Universidade

Coimbra, IHMT, CITEVE, etc. “É fundamental consolidar

o papel do Conselho Consultivo e Cientifico (CCC)

da Smart Inovation liderado pelo Prof. Vasco Teixeira

que tem o papel importante na vigilância tecnológica,

captação de novos projetos e divulgação da tecnologia

Smart Inovation mantendo-nos assim no topo do

desenvolvimento na área da nanotecnologia“, diz o

nosso interlocutor.

“Somos uma empresa de tecnologia, podemos criar

muito mais a partir do que já foi feito e iremos trabalhar

muito para sermos reconhecidos no mercado da

nanotecnologia. Queremos ser uma referência para os

empresários que querem mudar o paradigma do seu

negócio” finaliza Pedro Pinto CEO da Smart Inovation.

60 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | NANOTECNOLOGIA

Page 61: Revista Business Portugal | Dezembro '13
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Pelos ‘trilhos’ da inovaçãoThales

A Thales em Portugal iniciou a sua atividade no início de 1990, trabalhando na modernização da rede ferroviária portuguesa. O grupo

emergiu como líder no mercado de transporte integrado em Portugal com as suas soluções de comunicação e de sinalização a serem

utilizadas ao longo de mais de 1.200 quilómetros da linha ferroviária nacional.

Comecemos esta nossa entrevista por conhecer

um pouco da Thales Portugal. Como chega o

Grupo Thales ao nosso país?

A Thales Portugal é a subsidiária portuguesa do Grupo

Thales e foi criada em 2007, na sequência de uma

operação de transferência de atividades e ativos entre

os grupos Alcatel e Thales. Neste contexto, a equipa que

a Alcatel construiu desde o fim dos anos 80, dedicada

sobretudo aos transportes, autonomizou-se e constituiu-

se como Thales Portugal. Anteriormente, as atividades

do Grupo Thales em Portugal desenvolviam-se quase

exclusivamente no setor da defesa e eram resultado

de iniciativas com origem em diferentes unidades

estrangeiras da Thales, diretamente ou  suportadas

por agentes  locais. Desde a sua criação, a Thales

Portugal manteve o foco nas competências e atividades

principais da equipa que a integrou, os transportes, e

gradualmente alargou ao setor da proteção de infra-

estruturas críticas e ao setor da defesa.

São já líderes de mercado em sistemas de

transportes integrados em Portugal. Como se

alcança este marco e, principalmente, como se

preserva este estatuto?

A posição atual da Thales Portugal resulta da

concorrência de dois atores fundamentais: a existência

de um plano de modernização ferroviária no qual o

grupo teve um papel importante, e a vontade de com

esse plano assegurar a transferência das competências

do grupo para Portugal, aumentando assim o valor

local. Adicionalmente, o facto de o grupo ser o único

grupo industrial  com capacidade e competências para

endereçar, com soluções próprias, os domínios das

telecomunicações e da sinalização ferroviária, permitiu

ter uma presença mais completa e endereçar de modo

integrado estes dois domínios que na prática são muito

interdependentes.

Assim, a existência de um plano de modernização da

rede ferroviária nacional permitiu que a equipa portuguesa

tivesse oportunidade de desenvolver e consolidar os

seus conhecimentos e experiência, levando a que o

grupo lhe reconhecesse estas capacidades ao ponto de

a tornar Centro de Competência Mundial desde 1996.

Como Centro de Competência competia à unidade

portuguesa a conceção, integração e implementação

de complexos projetos multidisciplinares de

telecomunicações  e sinalização ferroviária.

Adicionalmente e a fim de complementar a oferta e

portfólio do grupo, a equipa portuguesa da Thales iniciou

na mesma altura a constituição de um centro de I&D

para o desenvolvimento de produtos que respondem

às necessidades dos setores ferroviário e security,

como sejam os sistemas de informação ao passageiro,

infotainment  e as plataformas de gestão vídeo. Entretanto

estas atividades de I&D alargaram-se a outros domínios,

através de parcerias com Universidades e participação

de projetos de I&D, encontrando-se a Thales Portugal

em domínios de vanguarda em várias tecnologias e

soluções tecnológicas para os setores já mencionados.

Participam em todas as fases de vida de um

projeto. É possível elucidar os nossos leitores

sobre esta temática? Quais as várias fases de um

projeto desta índole e de que forma atuam nas

mesmas?

Os projetos que a Thales Portugal desenvolve e

onde melhor se destacam as suas competências e

valor acrescentado,   apresentam uma complexidade,

multidisciplinaridade e duração significativa. A

implementação   deste tipo de projetos desenrola-se

ao longo de etapas bem definidas, nas quais a Thales

Portugal aplica todas as suas competências e recursos.

As etapas/tarefas fundamentais que marcam o ciclo de

vida de um projeto deste género são:

- Interface único com o cliente e responsabilidade pelo

desempenho da solução integrada apresentada;

- Análise de requisitos e desenho/adaptação das

soluções aos requisitos do cliente;

- Integração e interface entre sistemas e entre as

diferentes entidades intervenientes no projeto;

- Elaboração dos projetos de detalhe para as fases de

João Araújo Presidente do Conselho de Administração

62 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | INOVAÇÃO

Page 63: Revista Business Portugal | Dezembro '13

INOVAÇÃO | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 63

instalação, testes e colocação em serviço;

- Gestão global do projeto com vista ao cumprimento

das obrigações contratuais, boa execução dos trabalhos,

planeamento temporal, e orçamento;

- Suporte à operação e atividades de manutenção.

Em que áreas tecnológicas atuam?

Como já foi referido a Thales Portugal implementa

projetos nos seguintes domínios:

- Sistemas eletrónicos de regulação e  controlo de

tráfego ferroviário, integrando as suas componentes de

equipamentos, software e serviços, sendo os produtos

predominantemente Thales, mas não limitados ao grupo;

- Sistemas integrados/multidisciplinares/multisserviços

de telecomunicações para o meio ferroviário;

- Sistemas integrados/multidisciplinares/multisserviços

de telecomunicações e controlo para a proteção de

infra-estruturas críticas;

- Desenvolvimento de produtos e soluções de

informação ao público bom como de plataformas de

gestão de vídeo.

Apesar de sediados em Portugal, esta célula do

grupo reflete-se em vários países. De que forma?

Tal como referido, após o reconhecimento das suas

competências pelo Grupo e a criação do Centro de

Competências, a atual equipa da Thales Portugal

iniciou as suas atividades de exportação de projetos,

inicialmente limitados aos sistemas de telecomunicações

e posteriormente alargado aos sistemas de sinalização

ferroviária e security. Assim, a Thales Portugal está hoje

presente em 18 países através de projetos integrados,

representando cerca de 80 por cento do seu volume

de negócios.

O grupo Thales é sinónimo de inovação?

Sim e de modo acentuado. O Grupo Thales promove

internamente a inovação, investindo nestas atividades

cerca de 20 por cento do seu volume de negócios. A

Thales Portugal é uma das unidades que contribui para

esta comunidade com uma equipa local.

Por onde passa o futuro do grupo em Portugal?

O futuro do Grupo em Portugal passa claramente pela

continuidade do seu papel líder no setor dos transportes,

estando atentos às iniciativas que se desenvolvem e

desenvolverão no futuro, de modo a contribuir na tarefa

que iniciou nos fins dos anos 80, a modernização da

rede ferroviária nacional.

Em termos de exportação a Thales Portugal mantém

continuamente uma pressão sobre os mercados

de exportação seja por iniciativas do grupo, seja

pela abordagem direta desses mercados, de modo

a aumentar a sua presença e a captura de novas

oportunidades.

Ao nível tecnológico, a Thales Portugal mantém

também uma atividade constante na aquisição de novas

competências, seja pela experiência que novos projetos

lhe trazem, seja pelas suas atividades de I&D. É também

foco da Thales Portugal, assumir um papel cada vez

mais preponderante no seio do grupo, no que respeita à

sua política e estratégia tecnológica e de produto.

O desenvolvimento do setor da defesa é já uma realidade

na Thales Portugal, com o objetivo que a sua intervenção

seja cada vez maior e com maior incorporação local,

tanto para as Forças Armadas nacionais como na

exportação.

Para tal, o reforço da posição acionista na EDISOFT

permitiu que o grupo Thales se dotasse em Portugal

de massa crítica e conhecimentos para de uma forma

consistente dar uma melhor e mais próxima resposta

aos diferentes ramos das Forças Armadas e da

Segurança Nacional.

Este investimento traduz, numa altura de dificuldades

económicas e de incerteza no país, o empenho,

reconhecimento e expectativa que o Grupo Thales

coloca sobre Portugal, sobre a capacidade da equipa

da Thales Portugal, sobre o setor da Defesa Nacional e

sobre as competências que a EDISOFT adquiriu, desde

há 25 anos quando a Thales assumiu um papel de

acionista na Edisoft.

Thales Portugal S.A

212 484 848

[email protected]

www.thalesgroup.com/portugal

Page 64: Revista Business Portugal | Dezembro '13

No motivar é que está

o ganhoPolopique

Se dependesse da vontade política, de acordo com Luís Guimarães, diretor da Polopique, o setor da indústria têxtil, um dos mais

rentáveis em território nacional, “estaria morto há mais de 20 anos”. Um cenário contrariado pela empresa que gere, que tem na

motivação dos funcionários a sua principal estratégia.

Quando se trabalha por paixão e se vão aglomerando

vastos conhecimentos na área, voar sozinho é sinónimo

de seguir em frente. Assim o fez Luís Guimarães, cujo

percurso se inaugurou a bordo de uma empresa familiar,

e que há 17 anos se deixa desafiar pela Polopique,

Comércio e indústria de Confecções, S.A.

Detida pela Polopique SGPS (que detém também a

Polopique Tecidos e a Polopique Acabamentos), a

designação desta empresa, fundada em 1996, deve-

se ao facto de, inicialmente, comprar, transformar a

matéria-prima básica e executar o produto acabado em

regime de subcontratação, ou seja, “puro outsourcing”.

Contudo, há cerca de dez anos viram-se obrigados a

orientar a sua estratégia para a industrialização e hoje

são totalmente verticalizados, colhendo até o seu próprio

algodão. Uma escolha motivada pela dificuldade em

encontrar no mercado indústrias que pudessem prestar

o apoio adequado.

As razões que justificam a mudança de panorama no

contexto português e o encerramento de várias fábricas

passam pelos esforços que o poder político concentrou,

a partir dos anos 80, na promoção de indústrias

alternativas para região do Vale do Ave. O fator que mais

estará na origem desta opção cingir-se-á à reputação

do setor enquanto explorador de mão de obra barata.

Na opinião do empresário, que contabiliza 33 anos de

experiência, trata-se de um cenário que não tem razão

de ser, e sublinha, “o que se sabe da indústria têxtil é

aquilo que os sindicatos e que os políticos querem que

se saiba da indústria têxtil”. Será essa mesma falta de

noção face à realidade, por culpa da exposição dos

casos de fechos e despedimentos e da informação

veiculada por estas entidades, parte importante do

problema. Por outro lado, o abandono da indústria por

parte das entidades competentes e dos empresários

subsídio-dependentes, regidos por interesses, também

contribuiu.

O desapoio é notório, igualmente, por parte da banca,

uma situação irreal para com uma indústria que, para

além de exportadora, é responsável por 10 por cento do

PIB nacional. Luís Guimarães ressalva que o mesmo não

se passa no resto da Europa e refere a Alemanha e a

Áustria como países em franca ascensão têxtil. Também

em Espanha, a história é outra: “Espanha, ainda há bem

pouco tempo, tinha uma força laboral na área têxtil maior

que a nossa. Tentaram tudo por tudo para que a indústria

têxtil não fosse desmantelada. Facilitaram na contratação,

reduziram aos impostos... Tentaram reunir os industriais

à volta disso e só não puderam fazer mais porque têm o

mesmo problema que nós, são governados por políticos

que estão à distância da realidade das coisas”.

Atualmente, o maior obstáculo ao avanço têxtil são os

custos energéticos. Portugal tem das taxas de energia

mais elevadas e as despesas de luz e eletricidade

têm demasiado peso no orçamento das empresas.

Luís Guimarães acredita que esse é motivo pelo qual

“muitos empresários não têm a coragem de pagar mais

Luís Guimarães Diretor

64 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | INDÚSTRIA TÊXTIL

Page 65: Revista Business Portugal | Dezembro '13

aos seus trabalhadores”. Os sucessivos aumentos

nesse sentido não podem ser traduzidos no aumento

de custo do produto, para que os negócios não sejam

inviabilizados. É também a este nível que descarta a

atuação das associações e fundações do setor que nada

parecem fazer para que as mesmas benesses de que

auferem outras instituições sejam aplicadas à indústria.

Em relação à banca, demonstra, mais uma vez, o

seu descrédito. Em contacto direto com a realidade

dos fornecedores, que procura ajudar na criação de

mecanismos para o que o dinheiro das encomendas

seja realizado rapidamente, conhece bem o resultado

da aplicação das taxas de juro elevadas. Apesar de

gozarem de boa saúde financeira, a Polopique, Tecidos

e a Polopique Acabamentos candidataram-se, pela

primeira vez, aos “Sistemas de Incentivo à Inovação”, no

âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional.

Por amor à camisola foi comprada uma tecelagem em

vias de encerramento, e os investimentos avultados que

esta requereu motivaram as candidaturas, cujo resultado

é aguardado com algum ceticismo.

Condicionantes à parte, Luís Guimarães tem muita

confiança na empresa que gere, garantindo que o

percurso percorrido “foi baseado e alicerçado porque

sempre acreditei na indústria têxtil portuguesa. Tenho

a felicidade de fazer aquilo que gosto, o que é muito

importante”. O sentimento mantém-se face ao futuro

do setor. “Portugal tem um know-how invejável e não

estamos a saber tirar partido dele. Há quem diga que

não se deve ser otimista e nem é uma questão de

ser otimista, sou realista e penso muito nas coisas”,

confessa. Desde que haja visão, não há limites para

o crescimento da indústria têxtil. É, porém, essencial,

motivar a classe trabalhadora, o que passará, em

primeiro lugar, pela atribuição de salários condizentes.

A Polopique orgulha-se de privilegiar o pagamento

de bons salários e de destinar aos seus funcionários

parte do lucro da empresa, até porque compreende

a desmoralização de um operário mal pago e que

este se sinta mais aliciado pelas regalias do fundo de

desemprego quando não é devidamente valorizado.

Assegura também seguros de saúde e de vida e criou

um fundo destinado a melhorar a reforma de todos

os colaboradores. De salientar no estreitamento das

relações entre patronato e proletariado está também a

festa de Natal, organizada anualmente, que promove a

convivência entre todos.

“Temos bons profissionais e bons criativos”, e por isso

mesmo Luís Guimarães deita por terra a ameaça das

indústrias do Extremo Oriente. Crê, aliás, que acalentar

um clima de medo face às mesmas é contraproducente.

Continuamos a beneficiar de melhor localização e a

produção massiva deixou de ser uma vantagem numa

indústria que se renova criativamente a cada instante.

Para continuar competitivo, o país deveria apostar

na formação dos colaboradores. Estes não deveriam

estar dependentes “da nossa boa vontade e da nossa

necessidade, que faz com que façamos nós essa

formação. Criaram-se novos benefícios para quem

contrata desempregados, mas isso não chega. Estamos

a contratar alguém que nunca viu um tear à frente,

por exemplo e que são obrigados a aprender com a

paciência dos mais velhos. É uma pena porque temos

muito boa gente”.

Uma batalha desleal que terá de ser travada a “trabalhar

com muito brio, muito profissionalismo e muito rigor,

acreditando nas nossas capacidades e nas dos nossos

criadores, e acreditando, sobretudo, que sabemos fazer

melhor que os outros”.

Concorrência e clientes

Face à concorrência, a estratégia é simples: “não pensar

nela”. Na Polopique a ordem contraria a competição

desenfreada e estabelece uma relação salutar com os

colegas da área. Apesar das desconfianças que isso

possa suscitar, Luís Guimarães tem uma visão diferente,

que passa pela ajuda – “Eu sozinho não faço nada.

INDÚSTRIA TÊXTIL | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 65

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Nada sobrevive dessa forma. Não estou bem se à minha

volta os outros não estiverem bem”. Uma atitude que

não negligencia, no entanto, a certeza de que há que

sobreviver no mercado. Nesse sentido, o investimento

constante em recursos humanos e técnicos é primordial.

“Não podemos jogar à defesa, temos de estar sempre

a jogar ao ataque”, reflete o diretor, numa altura em que

as inovações tecnológicas surgem com tanta frequência.

Como exemplo, refere a fiação com cerca de um ano

que montou com equipamento recente, e que, numa

parceria com os fornecedores, já alojou nova maquinaria

para ser testada. “, conclui.

Quando aos clientes, a aposta foca-se em prestar

um serviço cada vez melhor, tirando-lhes trabalho

e, sobretudo, fazendo com que não se esqueçam da

empresa, praticando para isso uma conduta de “bons

profissionais, que oferecem um serviço inovador e

de qualidade. Daí que o custo de investimento nesta

empresa seja muito alto. As áreas de desenho e de

desenvolvimento de produto têm pesos de custo

bastante altos e isso é importantíssimo”.

Desde 2002, no setor destinado ao vestuário, a

dedicação é feita em exclusivo para a distribuidora

Inditex. O que poderia ser uma decisão perigosa não o é,

tendo em conta a abrangência e a pluralidade de marcas

do grupo, que acaba também por impor uma exigência

que requer uma total disponibilidade de atenção. Para

além de todas as condicionantes a nível financeiro, “não

conseguia ser tão bom fornecedor tendo um leque de

clientes tão diferente. Preferi especializar-me e dar um

serviço melhor ao cliente e tirar partido da proximidade”,

justifica.

Responsabilidade Social

Manter os trabalhadores motivados é, como já se

verificou, uma prioridade, daí que as políticas de

responsabilidade social praticadas pela Polopique

passem, obrigatoriamente, por essa preocupação.

A este respeito está a ser criado um departamento

de Responsabilidade Social, com previsão de

funcionamento para 2014, que contemplará as mais

diversas valências e concentrará esforços na resolução

dos problemas dos colaboradores. Uma ideia que, de

acordo com Luís Guimarães, surge da necessidade de

colmatar as falta de resposta do Estado social.

Fora do contexto da empresa, a Polopique presta ainda

apoio a diferentes entidades sociais, de que são exemplo

organizações que se dediquem aos cuidados de idosos

e crianças. “Fazemos o que devia ser feito pelo Estado.

Temos uma fatia do nosso orçamento mensal destinada

a esses fins. As empresas e as indústrias não servem

apenas para ganhar dinheiro. Têm que o ganhar, mas

também de o saber distribuir”, defende o diretor.

Quanto a políticas ambientais, o empresário garante

que todos os requisitos são cumpridos, e que a atuação

nesse campo apenas não é maior devido aos custos

elevados que acarreta – “Ainda agora estamos a

reformar as empresas e a respeitar tudo o que nos é

pedido por lei”. Porém, a prioridade reside na “área

social, que é a maior lacuna do nosso país e onde

estamos a apostar fortemente”.

À margem da Política

Luís Guimarães é perentório: “Sou contra os políticos

do nosso país porque considero, infelizmente, que

tivemos e continuamos a ter políticos incompetentes”.

Ainda este ano o empresário foi agraciado com uma

medalha de ouro de mérito municipal concedida pela

autarquia de Vizela, que declinou imediatamente. Apesar

de considerar tratar-se de uma atribuição merecida, esta

rejeição acentua a postura de afastamento para com o

poder político que patenteia o seu discurso. “Chamarem-

me para ser condecorado por fazer aquilo que deveria

ser feito pelo Estado parece-me um perfeito disparate.

Não poderia, de forma alguma, compactuar com essa

situação”, remata.

A criação de postos de trabalho é o ponto forte do

impacto da Polopique na área circundante, mais

concretamente nos concelhos de Santo Tirso e Vizela. Ao

longo deste ano, empregou mais de 150 trabalhadores.

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Ação proativa pelo

ambienteApetro

A Apetro, Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas tem como missão “fomentar o estabelecimento e desenvolvimento de

condições envolventes apropriadas que facilitem uma operação responsável e lucrativa do setor petrolífero em Portugal”.

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Que medidas estão na origem do cumprimento

deste objetivo e que lacunas vem a Apetro

preencher no contexto do setor petrolífero a nível

nacional?

O objetivo de qualquer associação setorial é a promoção

e a defesa de interesses comuns às empresas suas

associadas, no sentido de contribuir para a criação de

condições que possibilitem o desenvolvimento da sua

atividade.

No caso da indústria petrolífera, não falaríamos em

preenchimento de lacunas mas sem dúvida que a

criação da Apetro veio permitir uma ação mais proativa

no estabelecimento e desenvolvimento de condições

adequadas para que melhorem ou para que pelo menos

se mantenham níveis de rentabilidade e competitividade

aceitáveis, capazes de manter a atividade sustentada do

setor, e permitir o investimento.

Esta difícil e aliciante tarefa cobre áreas tão abrangentes

como a representação da indústria petrolífera ao nível

dos processos legislativos e regulamentares, as relações

públicas e a comunicação, as áreas de formação e de

desenvolvimento e a promoção de altos padrões de

qualidade, quer a nível da segurança, em todas as sua

vertentes, quer das operações e serviços.

Fundada em setembro de 1992, a Apetro

advoga uma postura de total independência

e isenção relativamente a interesses políticos

e institucionais. Por que (outros) valores de

índole ética se regem e de que forma pautam o

desenvolvimento da vossa atividade?

Os elevados padrões éticos de gestão e condução de

negócios que defendemos, incluem uma postura de

total independência e isenção relativamente a interesses

políticos e institucionais, a promoção de informação

clara e transparente aos consumidores no que respeita

à indústria petrolífera e o incentivo ao estabelecimento

de Normas e Boas Práticas de Procedimento e Conduta

nas áreas de segurança e proteção ambiental.

Num contexto económico de grande adversidade,

haverá despesas no que concerne a preocupações

de natureza ambiental que poderão ser encaradas

como fator de inibição para os vossos associados.

Como é assegurado o cumprimento das normas

ambientais? De que estratégias de incentivo neste

campo dispõem?

O contexto económico não pode inibir a contínua aposta

numa cultura de segurança e de respeito pelo ambiente.

O cumprimento das normas ambientais é essencial

numa indústria como a petrolífera, com os riscos

humanos, materiais e ambientais que esta envolve. Para

além das questões económicas, a sustentabilidade dos

nossos negócios está dependente de uma atuação

ambientalmente responsável, com enfoque na gestão

do risco e na minimização dos impactes ambientais

associados às atividades desenvolvidas.

Quais são, atualmente, as vossas maiores

preocupações ambientais e que iniciativas lhes

estão associadas?

Pela natureza das atividades desenvolvidas pelas nossas

associadas, as preocupações ambientais da Apetro são

muito diversificadas, incluem temas como a eficiência

energética, as emissões industrias, a responsabilidade

ambiental, para destacar apenas alguns.

Gostaríamos de salientar o trabalho desenvolvido no

âmbito da responsabilidade ambiental. Com a publicação

do Decreto-Lei n.º 147/2008, de 28 de junho, a

Apetro identificou algumas lacunas que punham em

causa a adequada implementação deste regime legal.

Proativamente, propusemos à Agência Portuguesa do

Ambiente (APA) a promoção da partilha de informação e

a elaboração de guias setoriais, aplicáveis às atividades

de armazenamento, distribuição e comercialização

de produtos petrolíferos, tendo sido estabelecido um

protocolo de colaboração entre as duas entidades.

Estes guias, disponibilizados no nosso site, tiveram

como objetivo definir uma a metodologia de avaliação

de riscos para cada atividade, selecionada em função

das características, do grau de heterogeneidade e do

potencial de risco de cada uma. Para a armazenagem,

foi definida uma metodologia de risco ad hoc já utilizada

no âmbito da prevenção de acidentes graves, tendo

apenas de ampliar a avaliação para todos os cenários

de acidente, uma vez que existem novos recetores

não considerados na Seveso. Para a distribuição e a

comercialização foram desenvolvidas ferramentas de

cálculo de ponderação do risco com base na avaliação

de parâmetros que se consideram representativos desse

risco (características técnicas e operacionais e envolvente

onde se realiza a atividade). Estas ferramentas estão

disponíveis, gratuitamente, no site da Apetro, permitindo

a todos os operadores interessados calcular o risco da

sua atividade.

Este projeto incluiu também a realização de sessões de

divulgação dos guias, com a participação da APA, aos

parceiros de negócio e outras entidades relevantes para

as atividades em causa.

Continuamos a apostar no desenvolvimento de

procedimentos e boas práticas de atuação na área

do ambiente para o setor petrolífero, em antecipação

aos novos requisitos legais. Um bom exemplo é o

novo protocolo de colaboração que estabelecemos

com a APA para desenvolvimento de um guia setorial

para proteção de solos e águas subterrâneas no setor

petrolífero.

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15% das empresas em Portugal deslocalizaram atividade

15,3% das empresas em Portugal com mais de 100 colaboradores deslocalizaram atividades para o estrangeiro.

Esta deslocalização teve como destinos preferenciais a União Europeia e PALOP. Os dados divulgados pelo INE

apontam ainda que 12% das empresas em Portugal planeiam fazê-lo entre 2012 e 2015.

Segundo os dados do inquérito europeu às Cadeias de Valor Globais, Portugal surge no 4.º lugar entre os países

participantes com empresas a realizarem ‘sourcing’ internacional.

Face ao período 2001-2006, a percentagem de empresas que recorreram ao ‘sourcing’ internacional aumentou 3,1

pontos percentuais, nota o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Entre as empresas que deslocalizaram atividades para o estrangeiro entre 2009 e 2011, 72% faziam parte de um

grupo económico.

275 horas para pagar impostos em Portugal

São 275 horas que demora, em média, por ano, uma empresa portuguesa no cumprimento das obrigações fiscais.

Oito pagamentos anuais para manter em dia as obrigações fiscais, que têm um peso de 42,3%.

A nível global, Portugal está classificado na 81ª posição entre 189 economias analisadas, tendo caído quatro

posições no espaço de apenas um ano, segundo o estudo “Paying taxes 2014” da autoria da consultora PwC do

Banco Mundial.

É nos países do Médio Oriente que é mais fácil pagar os impostos e onde a carga dos mesmos tem um peso menor

no balanço das empresas, com o pódio a ser ocupado pelos Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita. O

top 10 do ranking fica completo com Hong Kong, Singapura, Irlanda, Bahrein, Canadá, Omã e Kiribati, na Polinésia.

O estudo indica, no entanto, que a queda de Portugal deveu-se à melhoria de outros países, que “introduziram

reformas fiscais e outras medidas que melhoraram os seus sistemas fiscais”, e não a uma degradação da situação

no país.

negócios em portugal

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