Revista da Extensão UFRGS #01

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A Extensão vista de PERTO MARATONA DE EMPREENDEDORISMO DA UFRGS ESPAÇO PARA AS IDÉIAS INOVADORAS DA COMUNIDADE CURSO DE CERÂMICA PARA CEGOS AS VAGAS DO CURSO ESTÃO ESGOTADAS MAS A PROCURA NÃO CESSA. UNIMÚSICA 2010 PERCUSSIONISTAS TRAZEM DE VOLTA A MÚSICA INSTRUMENTAL PARA O PROJETO CORAL DA UFRGS 50 ANOS DE VERSATILIDADE MUSICAL DENTRO DA UNIVERSIDADE

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Edição #01 da Revista da Extensão

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A Extensão vista de PERTO

MARATONA DE EMPREENDEDORISMO DA UFRGSESPAÇO PARA AS IDÉIAS INOVADORAS DA COMUNIDADE

CURSO DE CERÂMICA PARA CEGOSAS VAGAS DO CURSO ESTÃO ESGOTADAS MAS A PROCURA NÃO CESSA.

UNIMÚSICA 2010PERCUSSIONISTAS TRAZEM DE VOLTA A MÚSICA INSTRUMENTAL PARA O PROJETO

CORAL DA UFRGS50 ANOS DE VERSATILIDADE MUSICAL DENTRO DA UNIVERSIDADE

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EditorialÉ com muito orgulho que fechamos o segundo exemplar da

Revista da Extensão, a segunda edição em um ano em que o Núcleo de Divulgação da Pró-Reitoria de Extensão se consolida de vez. Queremos – e estamos no caminho – para estabelecer este veículo como a principal forma de comunicação e troca de conhecimento com os extensionistas, pois queremos a participa-ção efetiva nestas páginas de quem realiza a extensão diariamente dentro da Universidade.

Assim como no número ZERO, procuramos abordar algumas ações de extensão que se destacaram e que de alguma forma representam o enorme leque de diversidade que é a extensão. Dentre os projetos acompanhados, está o Unimúsica, que se es-tabelece cada vez mais como um dos maiores festivais de música do Estado; o Curso de Cerâmica para Deficientes Visuais, que merece toda a visibilidade e orgulho da Universidade, pelo serviço que presta à comunidade, e o Cursinho Pré-Vestibular Esperanca Popular Restinga, que tenta quebrar o estereótipo que o bairro car-rega ajudando jovens a ingressar em um curso superior.

Ficamos lisonjeados com a contribuição de Ana Beatriz Zaccaron e Rosalina Medeiros, as primeiras extensionistas a contribuírem com a revista. Esperamos que elas sirvam de exemplo para que todos aqueles que desenvolvem e praticam extensão dentro da Universidade contribuam com este material com as suas palavras, suas visões e as suas percepções. Neste trimestre convidamos o projeto Coral da UFRGS para ocupar a sessão do Espaço do Ex-tensionista, onde também abrimos espaço para as vozes da exten-são participarem. Fabiana Souza, representando o Coral, mostrou a importância e a grandiosidade de um projeto que é um dos mais reconhecidos da Universidade.

É desta forma que o Núcleo de Divulgação pretende continuar atuando: com dedicação, transparência e contando cada vez mais com a colaboração de todos que fazem parte deste mundo. Do nosso mundo, o mundo da extensão.

Faça extensão com a gente.

Núcleo de Divulgação das Ações de Extensão da UFRGS

Colabore com a Revista da Extensão!Você também pode ter seu texto publicado

aqui! Basta enviá-lo para [email protected] até o dia 15 de JUNHO de 2010. Seu texto deverá ter título, subtítulo e en-tre 3.500 e 4.000 caracteres (com espaço). O tema deve ser referente a assuntos concernen-tes à extensão – ações, eventos (participação em eventos externos à universidade ou eventos promovidos dentro da ação). A triagem dos tex-tos dos Extensionistas será feita pelo Conselho Editorial (ainda em formação). Após a avaliação do Conselho, os autores dos textos receberão parecer a respeito da publicação (ou não) dos seus artigos. Os textos aceitos serão publica-dos na sessão “Espaço do Extensionista”. Par-ticipe!

Ficha TécnicaReportagem: Luiza Muller, Isabel WaquilProjeto Gráfico: Fernando FreitasDiagramação: Isabel WaquilEditora-chefe: Sandra de DeusRevisão: BIbiana Nilsson, Isabel Waquil e Luiza MüllerColaboradores: Ana Beatriz Zaccaron, Rosalina Medeiros, Fabi-

ana Souza, José Francisco Machado da Rosa

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MODELANDO O OLHAR: CURSO DE CERÂMICA PARA DEFICIENTES VISUAIS Página 4

UNIMÚSICA 2010, SÉRIE PERCUSSIONISTAS Página 6

PRÉ-VESTIBULAR ESPERANÇA POPULAR RESTINGA - PARA VER A TINGA EM OUTRAS PÁGINAS DO JOR-NAL Página 8

ESPAÇO DO EXTENSIONISTA: SEDETEC PROMOVE MARATONA DE EMPREENDEDORISMO Página 10

COLABORADOR CONVIDADO: CORAL DA UFRGS Página 12

PROJETO SELENE - APRENDENDO COM A OBSERVAÇÃO - Página 14

ENSAIO FOTOGRÁFICO: OFICINA BARBATUQES Página 16

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ALÉM DE ESTIMULAR A CRIATIVIDADE, O CURSO DE CERÂMICA PARA DEFICIENTES VISUAIS OFERECIDO NO INSTITUTO DE ARTE PERMITE AOS PORTADORES DE DEFICIêNCIA VISUAL APRIMORAR MOVIMENTOS COM AS MÃOS.

O curso está com as vagas esgo-tadas, mas a procura pelas aulas não cessa. No Instituto de Artes da UFRGS, acontece todas as segun-das-feiras, o curso de cerâmica para portadores de deficiência visual. São treze alunos que aprendem técnicas de modelagem que os ajudam a de-senvolver coordenação motora ne-cessária para outras atividades.

É o caso, por exemplo, de Paulo Re-nato Buzza da Silva, 43 anos e cego há 13. Em 2007, Paulo iniciou as aulas de braile, mas devido às dificuldade que encontrou, resolveu buscar ajuda nas aulas de cerâmica, onde adqui-re maior habilidade com as mãos. A monitora Cláudia Flores, que acom-panha o curso desde o seu início, nota que os alunos procuram atividades que

melhorem o tato: “Eles buscam a questão da sensibilidade para desenvolver a parte motora, porque eles começam a ter uma sensibilidade muito fina na ponta dos de-dos”. Os alunos aprendem no início do curso a amassar o barro, e logo partem para outras atividades guiadas pela sua própria imaginação. “A gente faz uma proposta no início do semestre e eles acompanham, mas com a própria

Paulo Renato Buzza e Paulo César modelam o barro com a ajuda de uma das monitoras do curso.

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criatividade vão mudando aquilo. Esse semestre a gente propôs que os alu-nos mais antigos fizessem trabalhos pequenos para eles carregarem junto ao corpo, uma tentativa de fazer com que eles vivam um pouco mais a cerâ-mica”, explica Cláudia. Explorando a proposta, alguns dos alunos trabalha-vam a confecção de bijuterias no dia em que visitamos o curso.

História

A história do projeto começou no início de 2009, quando a professora e coordenadora atual da ação Cláu-dia Zanatta trouxe a idéia da atividade para ser executada com outra comu-nidade. Mas, faltando um mês para o início das aulas, os participantes não conseguiram arcar com trans-porte para ir até o IA, e, com isso, o público alvo do projeto se modificou. O curso passou a ser oferecido para deficientes visuais, mas na primeira turma apenas quatro alunos se inscre-veram, o que deu abertura para que outros participantes, não necessa-riamente cegos, se inscrevessem na atividade. Dessa forma, hoje na turma estão alunos que enxergam de for-mas diferentes – alguns com os olhos, outros com as pontas dos dedos. “A integração entre eles é perfeita. Eles se ajudam, se precisa levar ao banhei-ro um ajuda o outro, ajudam a pegar materiais, esse tipo de coisa. É muito legal”, explica Cláudia. Regina Veiga,

também monitora do curso, percebe que o uso de cores entre os portadores de defi-ciência também é muito in-teressante, pois eles fazem suas próprias ligações: “É muito subjetiva a escolha da cor. Eles sempre associam com alguma coisa, do tipo ‘ah eu quero verde porque é natureza’”. A curiosidade permeia todo o desenvolvi-mento das peças: “Depois que o trabalho está pronto que é legal, porque daí eles querem sentir o trabalho do colega, pedem para tocar o que o outro fez”, diz Regina.

Diferenças

É possível notar também que o modo como os alunos cegos aprendem é muito di-ferente dos que enxergam. Como não é possível estu-dar um material escrito, as professoras se concentram na técnica da repetição. É preciso repetir inúmeras ve-zes ao longo do semestre as técnicas de modelagem, pois é dessa forma que os alunos conseguem memo-rizar o que estão aprenden-do no dia a dia. Além disso, os alunos devem sempre tocar as mãos das profes-

soras quando elas estão demonstran-do o que deve ser feito. É através do tato que eles (re)aprendem o mundo a sua volta, por isso, é esse sentido que deve ser estimulado ao máximo du-rante as aulas. Em alguns momentos, as monitoras colocam sob a mesa as peças de cerâmica em diversas eta-pas do processo construtivo, para que eles possam tocar e entender como cada peça deve estar durante o exer-cício. Outra particularidade é o uso de instrumentos, como nota Cláudia: “A ferramenta se torna um obstáculo en-tre a argila e a mão da pessoa. Tudo que é feito com a mão eles tem condi-ções de fazer, mas quando eles têm que usar um instrumento diferente, a gente precisa adaptar isso a incapaci-dade de ver, e estimular um tato mais efetivo”.

No final da aula, depois da ginástica de amassamento e dos obstáculos do manuseio das ferra-mentas, o resultado é sempre gratifi-cante, não só para os alunos, como também para as monitoras. Elas aprendem a adaptar as técnicas de ensino para os alunos e desenvolvem maneiras de dar o mesmo conteúdo para alunos em diferentes situações. Como nota o aluno Paulo Buzza, “O ser humano se adapta a qualquer coi-sa. Tem que se adaptar”.

Rico em detalhes, um dos trabalho de um dos alunos do curso de cerâmica para deficientes visuais.

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A PERCUSSÃO DO BRASIL E DO MUNDO NA BOCA DO PALCO

REPORTAGEM E FOTOS LUIZA MÜLLER

Todos, de alguma maneira, crescemos experimentando os sons: batendo palmas, produzindo desalinhado compasso com o chocalho ou brincando com os barulhos que osobjetos são capazes de produzir. Porém, alguns levam a brincadeira para além da infância e transformam o barulho em música, em arte, em cultura: tornam-se percussio-nistas. De acordo com Lígia Petrucci, coordenadora do projeto Unimusica do Departamento de Difusão Cultural da PROREXT: “Apesar do trabalho percussivo ser um ritmo super mar-cante na nossa música, muitas vezes ele fica escondido da cena musical brasileira.” Com o intuito de levar para a “boca do palco” o que está sem mui-ta visibilidade, e trazer a música ins-trumental de volta para o projeto, os percussionistas foram escolhidos como protagonistas da edição 2010 do Unimúsica.

A diversidade da percussão

Gênero abrangente o bastante para englobar o erudito e o popular, com tão variadas configurações que faz uso tanto de qualquer lata vazia, como do mais bem fabricado tambor, a percussão é uma expressão demo-crática que abrange todos os ouvi-dos, todos os conhecimentos e todos os bolsos. Dentro do projeto do DDC, foram buscadas as mais diferentes possibilidades percussivas, de forma que cada show rompe com o anterior, inaugurando outra possibilidade musical. A primeira atração ocorreu em março com o show dos Barbatu-ques, grupo de percussão corporal. Esse projeto foi iniciado por Fernando

Fernando Barba, idealizador dos Barbatuques, auxilia aluna durante a oficina que fez parte da sua participação no Unimúsica 2010

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Barba, através de sua curiosidade por extrair sons do próprio corpo. Além da apresentação, foi realizada uma oficina que com técnicas pedagógicas desenvolvidas pelos próprios Barbatu-ques, trabalhou a utilização do corpo como instrumento musical, além da aprimoração da coordenação motora, da criatividade e da interação social. Atrações internacionais também são esperadas, como o uruguaio Hugo Fattoruso e seu grupo Rey Tambor, de candombe - ritmo afro-uruguaio que tem desempenhado importante papel na cultura do país por mais de 200 anos.

Sobre a história

Esse rompimento e inovação ocor-rem, da mesma maneira, de edição para edição do Unimúsica. Quan-do surgiu, em 1981, o projeto era voltado exclusivamente para a comunidade acadêmica, desenvolven-do-se durante uma época de abertura política, explorando aos poucos, novas possibilidades de formatos e conteúdos. Entre outras coisas, a dé-cada de 80 possibilitou o surgimento da “Geração Unimúsica”, uma série de músicos que, através do projeto lançaram suas carreiras, como Nelson Coelho de Castro, Vitor Ramil, Totonho Villeroy, Nei Lisboa, dentre outros. À me-dida que músicos de outras partes do Brasil, assim como artistas internacio-nais foram sendo incorporados, o for-mato do festival também foi mudando. Hoje, ele é realizado dentro de uma configuração temática, onde um mote é explorado a cada edição. O públi-co também ganhou um papel mais

ativo dentro do festival. Através de debates e oficinas, quem vai ao Unimúsica tem a oportunidade de interagir diretamente com os músicos e participar da construção e registro do conhecimento relacionado à cultura popular brasileira.

De acordo com Lígia Petrucci, a par-ticipação tanto nos debates, como nas oficinas, possui duas vias: a primeira é composta pelos profissionais que bus-cam, através da interação com outros músicos, a troca de experiências, além da busca por novas influências. Já a segunda via seria o público “leigo”, os amantes da música ou músicos ama-dores, que buscam nos debates infor-mações “direto da fonte”, ou seja, a partir da percepção dos profissionais da área. As oficinas, ainda segun-do a coordenadora do projeto, têm o mesmo objetivo, mas possuem um público mais abrangente e trabalham de maneira mais acessível, sendo assim uma fonte de conhecimento mais limitada que o debate, devido ao seu formato, mas ao mesmo tempo, mais interessantes pelo seu dinamismo.

Ao responder qual seria o grande diferencial do projeto, Lígia diz de pronto: o público fidelizado e sempre muito receptivo. Preparando-se para completar 30 anos da primeira edição, o Uni comemora uma trajetória de inovação e promoção da música lo-cal, construída em conjunto com seus espectadores. O Unimusica segue até dezembro, toda a primeira quinta-feira do mês. Para fazer parte dessa histó-ria, visite o site do DDC (www.difusa-oculturalufrgs.br) para mais informa-ções.

Ney Rossauro se apresentou na série Percussionistas no dia 1 de abril, mostrando o dinamismo da percussão sinfônica.(Foto Andrew Sykes)

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PARA VER A TINGA EM OUTRAS PÁGINAS DO JORNAL

REPORTAGEM LUIZA MÜLLER

Completando quatro anos de existên-cia em 2010, o Pré-vestibular Esperança Popular Restinga é um projeto construído pela comunidade com o intuito de mudar a realidade vivida pelo bairro e seus mora-dores. Segundo Rita Camisolão, diretora do Departamento de Educação e Desen-volvimento Social da PROREXT, a Uni-versidade deve estar envolvida na facilita-ção do ingresso no ensino público. Além da reserva de vagas e do desenvolvimen-

to de ações afirmativas que promovam a permanência do aluno, é necessário um trabalho prévio que amplie a possibilida-de da sua aprovação no vestibular. Para isso, precisa, em conjunto com projetos que tenham esse objetivo, buscar o de-senvolvimento de soluções para as ne-cessidades educacionais específicas de cada comunidade. Por isso, segundo a diretora do DEDS, a parceria da UFRGS com o cursinho restingueiro, como ação de extensão, é tão importante.

Ao oferecer uma alternativa viável de preparação para o concorrido ingresso no ensino superior público, o cursinho moti-va seus alunos a darem continuidade ao projeto, para que outras pessoas também tenham a chance de realizar seu sonho profissional. Esse é o caso de Alessandra Garcia, aprovada no vestibular de 2010 no curso de Letras/licenciatura, e que já

Aula inaugural do cursinho em 2010

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PARA VER A TINGA EM OUTRAS PÁGINAS DO JORNAL

REPORTAGEM LUIZA MÜLLER

faz parte do grupo de educadores volun-tários. Ela e Aline Andreoli, voluntária no cursinho desde sua fundação, contarão melhor essa história.

Um breve histórico de luta pela oportunidade

Por Aline Andreoli

O Pré-Vestibular Esperança Popular Restinga foi criado em 2006, a partir da iniciativa de alguns restingueiros, espe-cial de Dona Teresa (presidente da Asso-ciação de Moradores Núcleo Esperança I, na época) que, querendo trazer aos moradores do bairro uma chance de che-gar à Universidade, para “ver a Tinga em outras páginas do jornal”, propôs à UFRGS uma parceria que foi aceita e assumida pelo projeto Conexões de Saberes. O curso funcionou na própria associação até meados de 2007, quan-do foi transferido para a Escola Municipal Alberto Pasqualini, onde permanece até hoje.

Devido à aprovação de três alunos nos-sos no vestibular de 2008 e, ao fato de um deles ter saído em uma reportagem na ZH (realizando o sonho inicial de Dona Teresa), a procura pelo cursinho vem aumentando significativamente nos últimos anos e o curso está consolidan-do-se na comunidade. Já chegamos a ter mais de 200 inscritos para o curso, sendo necessário fazer um sorteio para contem-plar as 35 vagas existentes, mas nos-sos ex-alunos sempre têm suas vagas garantidas.

Em 2010, novamente tivemos três apro-vações no vestibular da UFRGS, estes ex-alunos, já se incorporaram ao grupo de educadores voluntários, do qual faço parte, e, nós todos estamos trabalhando na (re)construção coletiva do cursinho; contamos fundamentalmente com o apoio da comunidade restingueira, que está se articulando, desde janeiro para dar conti-nuidade ao pré-vestibular.

Embora não estejamos contando, neste ano, com o apoio financeiro do Programa Conexões de Saberes/UFRGS, a Univer-sidade continua nossa parceira: o curso foi registrado como Ação de Extensão na PROREXT/UFRGS, o que possibilitará a continuidade de apoio pedagógico e logístico ao curso.

Realizamos na segunda-feira, 19 de abril, nossa Aula Inaugural, na qual esti-veram presentes a Sr.ª Sueli (vice-direto-ra da Escola Municipal Alberto Pasqua-lini, sede atual do curso); Dona Teresa (idealizadora do projeto); Rita Camiso-lão e Daiane Moraes (representantes da PROREXT/UFRGS); o antropólogo Iosvaldyr Bittencourt Jr. (membro da comunidade e ex-coordenador do curso pelo Conexões de Saberes); os educado-res Aline Andreoli, Rodrigo Silva e Tassio Soares; a ex-aluna Alessandra Garcia (bixo da UFRGS em 2010 e nova educa-dora do cursinho); além dos novos alu-nos, seus familiares e demais membros da comunidade. A Aula Inaugural foi um sucesso!

Vivência acadêmica e restin-gueira

Por Alessandra Garcia

Sou moradora do bairro Restinga, te-nho 20 anos e fui aprovada no curso de Letras/ licenciatura no vestibular de 2010. Sempre gostei muito de ler e tive algumas professoras que contribuíram muito pra minha escolha, algumas por serem ótimas e outras por serem ruins e me fazerem querer ser diferente delas. Sendo assim, escolhi o curso antes de terminar o ensino médio. Procurei o Pré-vestibular Restinga porque sempre quis fazer uma faculdade e minha família não tinha condições de pagar um cursinho particular.

Minha maior motivação durante os es-tudos preparatórios foi meu sonho de ser professora. Eu jurei pra mim mesma que não desistiria enquanto não realizasse o meu sonho. Minha família, os educadores do cursinho e meus colegas também me deram força pra continuar na batalha.

O Pré-vestibular Restinga é um projeto muito importante, porque assim como eu, muita gente tem o sonho de cursar uma faculdade e pelos problemas no ensino público não conseguem entrar na UFRGS sem fazer um cursinho. Os cursinhos são caros e quem não tem condições muitas vezes tem que desistir do sonho. O Pré-vestibular Esperança Popular Restinga ajuda as pessoas da comunidade a luta-rem por uma vida melhor e correrem atrás da realização dos seus sonhos, mostran-do que com perseverança e dedicação tudo é possível.

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ANA BEATRIZ M. ZACCARON E ROSALINA D. MEDEIROS

O ensino do empreendedorismo tem sido considerado um fenômeno cultu-ral e, portanto, fortemente relacionado e embasado no processo educacional. Por intermédio do empreendedorismo e inovação, novas idéias, novas tecno-logias, novos modelos de negócios são desenvolvidos nas instituições e trans-feridos ao mercado, sob a forma de ne-gócios bem sucedidos, impulsionando a criação de pequenas e médias empresas inovadoras.

Acompanhando essa tendência, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou, em 2000, a Secretaria de De-senvolvimento Tecnológico (SEDETEC), diretamente subordinada à Reitoria da Universidade, cujo objetivo é fornecer à sociedade as condições necessárias à valorização e transferência do conhe-cimento científico e tecnológico gerado pela UFRGS.

A SEDETEC, respondendo de forma inovadora aos desafios que a Uni versidade enfrenta, vêm realizando, há

dez anos, dentro de seu Programa de Empreendedorismo e Inovação, a Maratona de Empreendedorismo da UFRGS, com o intuito de reforçar sua im-portância no contexto social em que está inserida e permitir um melhor resultado na interação da UFRGS com a sociedade. A Maratona é uma atividade de extensão vol-tada a atender estudantes, profissionais e empresários com o ensino médio concluí-do e que tenham uma idéia de negócio ino-vador. Através da disseminação da cultura

ESPAÇO DO EXTENSIONISTA

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empreendedora e da integração de co-nhecimento técnico e de mercado, o curso visa estimular e fornecer ferramentas adequadas ao desenvol-vimento de empreendimentos inovado-res, incentivando a vocação profissional no sentido de desenvolver um fluxo de demanda para o processo de criação e ampliação de empresas inovadoras, no-vas tecnologias e modos de gestão.

Como funciona

A Maratona é desenvolvida em duas etapas. A primeira compreende os módu-los voltados para a formação empreende-dora e a segunda compreende o Concur-

so de Plano de Negócios. Para os alunos que se inscrevem na segunda etapa são oferecidas consultorias para a elaboração do plano, sendo que os quatro melho-res são premiados no encerramento do evento.

Na edição de 2009 da Maratona de

Empreendedorismo, inseriu-se algumas inovações com a inclusão de atividades a distância, através da utilização do am-biente virtual de aprendizagem NAVi. O ambiente serviu de apoio para a inserção do material didático, suporte às dúvidas relacionadas aos módulos e consultorias sobre o plano de negócios.

Ao longo das dez edições realiza-das, já passaram pela Maratona cerca de 530 empreendedores, sendo que alguns montaram suas empresas e estão incubados nas incubadoras da UFRGS, enquanto outros já foram graduados e estão no mercado de trabalho. As áreas mais premiadas na Maratona foram: Tecnologia da Informação, com 37%; Ad-ministração, 24% e Engenharia, 18%.

Desempenho

Dentre os ex-maratonistas empresários, seis foram selecionados no programa PRIME – Primeira Empresa Inovadora, em 2009, da FINEP. Por indicação do Programa de Empreendedorismo da SEDETEC, o ganhador do 1º lugar da VIII Maratona de Empreendedorismo foi contemplado com uma bolsa de estudos no Programa de Formação de Alunos em Empreendedorismo na Babson College, EUA, concedida pelo Santander. Não há retorno mais positivo do que a evolução dos maratonistas que transformaram suas idéias de negócio em empresas crescentes e lucrativas, contribuindo para a elevação do potencial inovador das empresas da região.

Coordenação e ganhadores da Maratona 2009 (Foto Cadinho Andrade)Ao lado, turma da manhã que participou do projeto.

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FABIANA P. SOUZA

COLABORADOR CONVIDADO

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Um dos coros mais antigos do país em plena atividade, graças ao apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Coral da UFRGS é responsável por difundir, através do canto coral de excelência, a tradição dessa Universi-dade que prima pelo ensino de forma-ção profissional de altíssima qualidade. Sob a regência do Maestro Lucas Alves e preparação vocal da Soprano lírico Cíntia de los Santos, a Associação Artística Coral Universitário do Rio Grande do Sul – o Coral da UFRGS – completa, em 2010, 49 anos de atividades ininterruptas.

Inicialmente concebido para a interpretação de obras sinfônicas, para atuar junto a OSPA, o Coral da UFRGS foi fundado em 13 de agosto de 1961 pelo Maestro Pablo Komlós, na gestão do Reitor Elyseu Paglioli. No entanto, a partir de 1969 começa a se dedicar à música a cappella sob a condução do Maestro Nestor Wennholz e adquire a versatilidade musical como a sua maior característica. Seu repertório, então, passa a abran-ger peças de todas as épocas e estilos musicais. Atualmente, o Coral da UFRGS é formado por 40 cantores, entre alunos, ex-alunos, professores e funcionários da Universidade, bem como pessoas da comunidade.

Dedicação

O Coral da UFRGS entende o seu legado histórico na representação artística de um dos mais importantes pólos de produção

do conhecimento do Brasil e se empenha para cumprir essa meta com louvor. São dois ensaios semanais, apresentações, retiros e viagens que somam mais de 500h de atividades anuais. Tanta dedicação por parte dos seus cantores e profissionais só pode render bons resultados: “O Coral da UFRGS se alimenta de superações, pois são nos momentos mais difíceis que seus integrantes demonstram a garra necessária para colherem os melhores frutos”, relata o Diretor Artístico do Co-ral da UFRGS José Ricardo Zignani. De acordo com Clarice Eckert, Direto-ra Presidente do Coral, o ano de 2010 será marcado por intensas atividades relacionadas aos preparativos dos 50 anos, cujas festividades devem iniciar em 2011 e se estender até 2012. Projetos para essa grande comemoração não faltam. A remasterização de antigas gravações de áudio e o lançamento de um livro não estão descartados. Contudo, a tendência para esse ano é de manter um elevado número de apresentações pelo Estado, assim como nos anos anteriores.

Destaque

Um dos destaques de 2009 foi a participação do coro no espetáculo Carmina Burana, regido pelo Maestro Manfre-do Schmiedt e que teve como solista a Soprano lírico internacionalmente renomada Cíntia de los Santos, pre-paradora vocal do grupo desde 2008. Outro destaque do ano foi o jo-vem e talentoso Maestro Lucas Al-ves, que passou de regente auxiliar

a regente titular do Coral da UFRGS. Esbanjando carisma e energia inesgotáveis na coordenação do grupo, ele salienta a importância dos coros para a manutenção de uma sociedade saudável: “Podemos minimi-zar as diferenças sociais através da música, mais especificamente, do canto coral, pois é preciso boa vontade e cooperação de cada um dos participantes para que o conjunto funcione harmoniosamente. Quando todos cantam juntos a mesma música, o objetivo é um só”, resume o Maestro. Quanto ao seu trabalho no Coral da UFRGS, ele define do seguinte modo: “O Coral da UFRGS é um coro artístico performático que tem, por prin-cípio, desenvolver um trabalho musical de qualidade superior, buscando sempre o seu aprimoramento técnico com seriedade e es-pírito crítico e oferecendo, para a comu-nidade, um produto de alto nível”.

É fácil constatar que a música, como qualquer outra arte ou ciência, deseja a continuidade da sua reprodução a fim da hu-manidade ver-se viva e perpetuada em suas próprias obras. E é interpretando as obras dos grandes mestres que o Coral da UFRGS se torna cúmplice desses trabalhos e toma para si a responsabilidade de levar, adiante no tempo, concepções de uma vida pregressa. É a história viva da arte em ple-no movimento rítmico e pulsante, a celebrar cada minuto da existência e a cantar um futuro de gloriosas realizações. Vida longa ao Coral da UFRGS!

Visite a página www.ufrgs.br/coraldaufrgs e veja como participar do Coral da UFRGS!

* Fabiana Souza é diretora promocional do Coral da UFRGS

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DESCUBRA UM CÉU QUE VOCê NUNCA VIU ANTES

REPORTAGEM ISABEL WAQUIL

Observadores durante uma das noites do projeto, no pátio do Planetário.Foto de Marcelo Cavalcanti da Silveira

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Selene, na Grécia Antiga, era conhecida como a deusa da Lua. É da história grega que vem o nome do projeto desenvolvi-do no Planetário desde 1999, destinado à observação de astros através do teles-cópio. O Projeto Selene acontece uma vez por mês, é coordenado por Gilberto Klar Renner e conta com dois bolsistas que auxiliam a execução das atividades e respondem dúvidas de observadores – a maioria delas sobre distâncias e conste-lações.

O astro da noite

A Lua é, sem dúvida, o grande astro das noites de observação. “Em 2003, foram cerca de 3000 pessoas no pátio do Pla-netário observando o eclipse total da Lua. Foi memorável”, relembra o coordenador Gilberto. Através do telescópio, é possível vê-la com uma proximidade que chega a assustar os iniciantes. Podem ser vistas as crateras, o relevo, e a própria sombra da Terra no satélite. A professora Maria Helena Steffani, diretora do Planetário, comenta que a Lua não é uma boa refle-tora da luz solar, e ainda assim é de uma beleza incrível: “Imagina se ela refletisse bem a luz. Não teríamos noite, pratica-mente”.

Mas, como qualquer atividade observa-cional, o projeto Selene fica à mercê das condições do céu: em caso de tempo en-coberto, a atividade é cancelada. No dia em que acompanhamos o projeto, o céu estava nublado, com poucas condições de observação. Mas, aos poucos, as nuvens foram se deslocando e logo foi possível iniciar a atividade. “Embora Porto Alegre seja uma das capitais brasileiras com me-

nos quantidade de nuvens na média do ano, sempre estamos sujeitos ao tempo fechar rapidamente”, explica Gilberto.

No escuro

Para a realização das atividades, quan-to menos luz, melhor para a observação. Gilberto destaca que no Selene é possível ver até mesmo os anéis do planeta Sa-turno: “Geralmente não se espera que dê para ver em telescópio pequeno os anéis, e as pessoas se surpreendem”. Além de Saturno, pode ser visto também o planeta Marte, aglomerações estrelares, além da Lua até mesmo em momentos de eclip-se.

Anelise Audibert, 21 anos, começou a freqüentar o projeto como um hobby, e logo se apaixonou pela atividade. Passou a auxiliar o coordenador e virou bolsista em abril de 2009. Hoje ela cursa Física e quer seguir na astronomia. Gilberto en-

tende também que o projeto Selene é uma via de duas mãos, na qual tanto o público quanto os bolsistas passam por aprendiza-dos: “Muitos estudantes não tiveram contato com telescópios, então eles apreciam a pra-tica, e tem oportunidade de conversar com o público”. O bacharelado em astrofísica, oferecido pela primeira vez neste ano, vai permitir que mais estudantes tenham con-tato e experiências de estágios na área da astronomia.

O projeto Selene é aberto a toda comu-nidade, e acontece duas vezes por mês. As datas podem ser conferidas no site do Planetário (www.planetario.ufrgs.br) e, além dos habituais finais de semana ao longo do ano, 2010 reserva um grande evento astro-nômico para observação: no dia 21 de de-zembro o acontece o eclipse total da Lua. Novamente, o projeto Selene deve receber boas centenas de observadores para assis-tir mais um grande espetáculo da Lua.

Telescópio sendo montado no pátio do Planetário pela equipe do Observatório Educativo Itinerante, do Depto. Astronomia na Abertura do Ano Internacional de Astronomia no Planetário - 2009. Foto Gilberto Klar Renner

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DURANTE A OFICINA DOS BARBATUQUES NO UNIMÚSICA, NOSSA EQUIPE APROVEITOU PARA REALIZAR O SEGUNDO ENSAIO FOTOGRÁFICO DA REVISTA DA EXTENSÃO.

FOTOS LUIZA MÜLLER

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