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Cavaco Silva, Mário Soares, Ramalho Eanes, Vasco de Mello, Ferraz da Costa, Francisco van Zeller, Silva Peneda... Revista de Empresários e Negócios Trimestral • Edição Abril / Maio / Junho 2014 • N.º 100 • 3,5€ NESTA EDIÇÃO ARTIGOS DE... EDIÇÃO ESPECIAL

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Cavaco Silva, Mário Soares, Ramalho Eanes, Vasco de Mello,

Ferraz da Costa, Francisco van Zeller, Silva Peneda...

Revista de Empresários e NegóciosTrimestral • Edição Abril / Maio / Junho 2014 • N.º 100 • 3,5€

NESTA EDIÇÃO

ARTIGOS DE...

EDIÇÃO ESPECIAL

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António Saraiva PRESIDENTE DA CIP

A CIP está nesta data a completar 40 anos de existência e atividade. Tantos anos de vida como aqueles que o país tem de de-mocracia e liberdade.Enquanto atual Presidente da Direção, te-nho a responsabilidade de ser o fiel depo-sitário de um legado notável e riquíssimo, constituído pela CIP e a sua própria His-tória.À CIP deve a indústria nacional um vasto conjunto de relevantes serviços em diver-sos momentos históricos.À CIP deve a democracia portuguesa um papel absolutamente essencial na sua pró-pria construção ao longo destas 4 décadas.E à CIP é o país devedor do enorme esfor-ço que desempenhou na consolidação de uma verdadeira economia de mercado.Durante estes 40 anos de vida, a CIP notabilizou-se pela defesa de causas que conseguiram marcar decisivamente a vida económica e social do país.Defendemos a economia de mercado e a iniciativa privada. Promovemos o empreendedorismo e a de-fesa das empresas e dos empresários.Ajudámos a dinamizar a concertação social e o diálogo entre os parceiros sociais. Contribuímos para a criação de mais e me-lhor emprego.E tivemos a coragem de fazer frente a to-dos os poderes, sempre que os legítimos interesses que temos a obrigação de de-fender foram colocados em causa.Este passado de fidelidade aos nossos princípios fundadores não é apenas um exemplo de coerência. Muito mais impor-tante do que isso, é a garantia de que as empresas e a economia portuguesa pode-rão continuar a contar com a CIP no pre-sente e no futuro.Somos livres e independentes e, por tal facto, nunca deixámos nem deixaremos de defender, acima de tudo, aqueles que são os verdadeiros interesses do país.Os portugueses têm clara noção da forma responsável e institucional com que a CIP

sempre interveio na economia e na socie-dade.E essa é seguramente uma das razões para que a CIP seja unanimemente reconhecida como um parceiro absolutamente idóneo e de uma credibilidade ímpar.Da mesma forma que conseguimos marcar positivamente 40 anos de democracia por-tuguesa, temos agora a obrigação acresci-da de ajudar a moldar o futuro do país.Nesse sentido, podem os portugueses es-tar absolutamente certos de que esta con-federação se manterá fiel às suas causas matriciais, na defesa das quais será sem-pre intransigente.E serão seguramente essas causas, os pi-lares da nossa intervenção nos próximos anos.Não seria responsável estar aqui, agora, a antecipar a intervenção pública da CIP nos próximos 40 anos.Mas seria igualmente irresponsável que não assumisse os nossos propósitos para o futuro mais próximo. Vamos continuar a sustentar o primado da iniciativa privada e da economia de mer-cado, a aposta na produção de bens e serviços transacionáveis, a defesa das em-presas independentemente da respetiva di-mensão e ainda a promoção do empreen-dedorismo e a defesa dos empresários.Iremos renovar sucessivamente o compro-misso de colocar a CIP ao serviço do de-senvolvimento económico e social do país.Continuaremos a dar particular prioridade à resolução do problema do financiamento da economia, uma condição que é indispensá-vel para a retoma da economia portuguesa.

Não deixaremos de reclamar o pagamen-to das dívidas do Estado às empresas enquanto esta se mantiver, a adoção de medidas de estímulo ao investimento em-presarial e à criação de emprego e ainda a definição de uma estratégia de consoli-dação orçamental baseada na redução es-trutural da despesa, de modo a possibilitar a redução da carga fiscal e políticas que favoreçam o investimento.Insistiremos na necessidade de contenção dos custos energéticos das empresas e na redução dos custos de contexto, nomea-damente nos domínios da justiça, da buro-cracia e do licenciamento.E no atual contexto de crise que assola o país e a economia, a Reforma do Estado terá de ser sempre apontada como de-vendo ser um elemento central da estra-tégia de desenvolvimento pós-troika. Já o disse publicamente e aqui faço questão de repetir: “é imprescindível acabar com o monstro e criar um Estado ágil e eficaz que responda às necessidades dos cidadãos e empresas.”Gostaria de assumir publicamente, em nome dos membros dos órgãos sociais da CIP, que é uma verdadeira honra poder servir as empresas e os empresários por-tugueses.Saibam todos aqueles que representamos que poderão sempre contar connosco em defesa do país e da economia de merca-do. E esperamos estar sempre à altura da confiança que nos é depositada, certos de que quanto maior for a nossa cumplicidade e a nossa coesão, maior será seguramente também a força da nossa razão.

EDITORIAL

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Construir o futuro a partir de um passado notável

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DiretorAntónio Saraiva

Diretor AdjuntoDaniel Soares de Oliveira

Conselho EditorialAntónio AlfaiateGregório Rocha NovoJaime BragaManuela GameiroNuno BiscayaPatrícia GonçalvesPedro CapuchoCarla SequeiraSofia Baião Horta

SecretariadoFilomena MendesFrancisco Carrera

Administração e PropriedadeCIP – Confederação Empresarial de PortugalPraça das Indústrias1300-307 LisboaTel.: 213 164 700 Fax: 213 579 986E-mail: [email protected]: 500 835 934

N.º de registo na ERCS - 108372Depósito Legal 0870 - 9602

Produção e Edição

Bleed - Sociedade Editorial e Organização de EventosAv. da República 41, 3.º Andar – 3051050-187 LisboaTel.: 217 957 045 / [email protected]

Diretor EditorialMiguel [email protected]

Diretor ComercialMário [email protected]

Gestor de MeiosDiogo Camacho

Editor FotográficoSérgio Saavedra

Design e PaginaçãoJosé Santos

ImpressãoJorge FernandesRua Quinta Conde de Mascarenhas, 92825–259 Charneca da Caparica

PeriodicidadeTrimestral

Tiragem10.000 exemplares

Editorial

CIP – 40 Anos- A Visão dos Presidentes da República- A História- A Visão dos Presidentes da CIP- A Visão dos Parceiros- A Visão dos Associados

Conjuntura

Energia- Soluções de Eficiência PME- A energia que dá competitividade às PME portuguesas

Regeneração Urbana- “Comércio Investe” e “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana” – separados à nascença?, por João Barreta

Formação- O CENFIM e a sua contribuição para o crescimento do setor metalúrgico e electromecânico, por Manuel Grilo- Roadshow do Ensino Profissional: uma aposta na proximidade e na relevância da dupla certificação, por Gonçalo Xufre Silva- Portugal recebe primeiras Academias Siemens no Mundo

Segurança no Trabalho - Segurança e Saúde no Trabalho no contexto actual da economia, por João Vilarinho Santos

Tecnologia- Sew-Eurodrive - Sistemas de acionamento mecatrónico: MOVIGEAR e motor eletrónico DRC- Atlas Copco: Compromisso para a produtividade Sustentável

Opinião- A mudança da Indústria Portuguesa nos últimos 40 anos, por Ricardo Lopes Ferro

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ÍNDICE

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www.cip.org.pt

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A CIP e as associações que a integram têm uma responsabilidade determinante na mobilização do sector empresarial

É COM O MAIOR gosto que me associo à comemoração dos 40 anos da CIP – Con-federação Empresarial de Portugal. Deve-mos, antes de mais, reconhecer o papel histórico que a CIP desempenhou na defe-sa da liberdade empresarial em Portugal e o seu contributo para que a sociedade civil se identificasse com o pluralismo democrá-tico, com o projeto europeu e com o mode-lo económico, social, político e até cultural que lhe está subjacente. A CIP desempe-nhou ainda uma ação do maior relevo na instauração, no nosso País, de uma cultura de concertação social, semelhante à que vigora nas nações mais desenvolvidas da Europa, com benefícios mútuos para em-pregadores e trabalhadores.Ao longo de quatro décadas, a CIP notabi-lizou-se também pelo persistente trabalho que desenvolveu em prol do fortalecimento e da coesão do tecido empresarial portu-guês, pelo sentido de defesa do interesse nacional sempre assumido nas suas to-madas de posição públicas e pelo diálogo aberto, esclarecido e leal que tem sabido manter com os outros parceiros sociais e

Aníbal Cavaco Silva PRESIDENTE DA REPÚBLICA

com os órgãos de decisão política nacio-nais, regionais e autárquicos.No atual contexto histórico, o papel da Confederação Empresarial de Portugal é hoje, mais do que nunca, de enorme im-portância. A CIP e as associações que a integram têm uma responsabilidade deter-minante na mobilização do sector empre-sarial, estimulando os agentes económicos para que estes possam responder cabal-mente aos desafios que se colocam ao de-senvolvimento do País e, em especial, no que se refere ao reajustamento do universo das pequenas e médias empresas, à con-solidação do investimento sustentável, do emprego qualificado, da competitividade e da internacionalização.Estou certo de que Portugal continuará a

contar com o empenhado contributo da CIP, seja no apoio mobilizador ao desenvol-vimento das atividades dos nossos empre-sários, seja através do diálogo institucional nos espaços de concertação em que tem presença, seja ainda na sensibilização da opinião pública para as políticas económi-cas nacionais e europeias e para a realida-de do nosso tecido empresarial.Felicitando calorosamente a CIP pelo seu 40º aniversário, formulo votos dos maiores sucessos na sua atividade futura, estando plenamente convicto de que do êxito des-sa atividade dependerá, em boa medida, o desempenho da economia nacional, a cria-ção de riqueza e de emprego e, em conse-quência, a melhoria da qualidade de vida dos Portugueses.

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CIP 40 ANOS

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Crescimento sustentável da economia portuguesa

CIP tem sempre contribuído para a valorização social das empresas

SE A “EMANCIPAÇÃO HUMANA não é [só] um problema de remodelação do Esta-do, mas sim um problema de organização [e adequação] da Sociedade Civil”1, perce-be-se que se impõe remodelá-la, ajustá-la organizacionalmente a novas exigências, de tempo e lugar, conferindo-lhe as condições necessárias para bem responder, quer às novas oportunidades, quer às novas vulne-rabilidades. Reconstruir a Sociedade Civil é, na verda-de, torná-la múltipla de organizações de diversa índole e diversificada dimensão, todas elas voluntárias, democráticas, não controladas pelo Estado, partidos políticos ou grupos económicos. Só reconstruída, reconfigurada, por aquelas diferentes e dinâmicas organizações, a Sociedade Ci-vil consegue não só «descolonizar-se» do Estado como personalizar-se e tornar-se competente e eficaz na interacção, siste-mática e exigentemente responsável que deve estabelecer e manter, nomeadamente com o Estado e com a economia, asse-gurando, assim, a indispensável unidade popular através da “um pacto não escrito”2 dos valores “de liberdade, solidariedade e de responsabilidade”3. “Descolonização” e interacção, estas, de absoluta necessidade e urgência, sobretudo neste novo tempo de aceleradas mudanças, de uma glo-balização cujo “dinamismo suscita crises

António Ramalho Eanes PRESIDENTE DA REPÚBLICA 1976-1986

Mário Soares PRESIDENTE DA REPÚBLICA 1986-1996

múltiplas e variadas à escala planetária”4. E de absoluta necessidade e urgência por forçarem o Estado a ser uma instituição da Sociedade Civil e, como tal, a servi-la, cuidando, controladamente, da realização do “bem comum”, levando as democracias multipartidárias modernas, em ousada e lú-cida dialógica relação com a Sociedade Ci-vil, a encontrar a via estratégica (a da visão e compromisso a longo prazo) que permita não só ultrapassar os riscos mas, também, aproveitar as oportunidades que a crise da mundialização comporta (pois se sabe, como disse Hölderlin, que “lá onde cresce o perigo, cresce também o que salva”5).Só assim o Estado poderá ser só, e bem, uma instituição da Sociedade Civil, e esta, como lhe compete, ser fonte e motor da democracia (democracia que, assim, seja a forma e o fim da sociedade moderna). E isto só será alcançável mediante um ciclópico e concertado trabalho de estratégico nortea-mento, via e método, do Estado, das orga-

nizações da Sociedade Civil e da virtuosa interacção entre eles.De quanto se referiu, fácil é inferir quão im-portante é a emergência de novas organi-zações na Sociedade Civil e, em especial, a preservação de uma que confedera os acto-res-governantes da indústria portuguesa, a CIP, que, agora, perfaz 40 anos. Importância que se sobreleva tendo em conta a situação do País ao tempo da sua criação, caracte-rizada, em parte, por uma acção política de cerco, apropriação colectiva e, mesmo, de destruição do tecido empresarial privado do País, com expressão de sistemática conti-nuidade.Na verdade, em 1974-1975, já em plena re-novação do capitalismo, que tendia a subs-tituir a internacionalização pela mundializa-ção, Portugal opta, não pelas indispensáveis e inadiáveis reformas modernizantes, eco-nómicas nomeadamente, mas pela utópica, e já tão mal sucedida mundialmente, «apro-priação colectiva dos meios de produção».

1. Associo-me com todo o prazer às come-morações dos 40 anos da Confederação da Industria Portuguesa (CIP).2. Tem feito um trabalho incessante e ex-tremamente positivo no plano económico e financeiro.3. Aprecio muito o seu Presidente que pes-soalmente estimo, António Saraiva, que te-nho o gosto de conhecer pessoalmente.Não quero esquecer também o meu amigo e antigo ministro da indústria Prof. Doutor José Veiga Simão, recentemente falecido.

4. A CIP tem sempre contribuído para a va-lorização social das empresas, domínio da maior importância na crise em que Portugal vive.

5. Espero que a CIP dirigida por António Sa-raiva, como brilhantemente tem sido, conti-nue activamente o trabalho tão importante que tem realizado.

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1 - MÚGICA, Fernando – La sociedad civil en contexto. In ALVIRA, Rafael et ali, ed. – Sociedad civil. La democracia y su destino. Pamplona: EUNSA, 1999 (col. Filosófica, nº 144). p.82 - DELORS, Jacques – L’unité d’un homme. Entretiens avec Dominique Wolton. Paris: Éditions Odile Jacob, 1994. p.3513 - DELORS, Jacques – L’unité d’un homme. Entretiens avec Dominique Wolton. P.III4 - MORIN, Edgar - La Voie pour l’avenir de l’humanité. S.l. : Fayard, 2011. p.215 - MORIN, Edgar - La Voie pour l’avenir de l’humanité. p.316 - www.cip.org.pt – Quem somos / História / Os primeiros anos7 - www.cip.org.pt – Quem somos / História / Os primeiros anos8 - www.cip.org.pt – Quem somos / História / Os primeiros anos9 - www.cip.org.pt – Quem somos / História / Os primeiros anos10 - DAHRENDORF, R. – Ley y orden. Cit. In. MÚGICA, Fernando – La sociedad civil en contexto. p.18

Numa vaga serôdia de sísmico utopismo, procedeu-se, então, com as nacionaliza-ções, à destruição, sobretudo, dos grandes grupos económicos, indispensáveis à mo-dernização da nossa economia e, também, ao desenvolvimento social. Erro trágico, esse, que constituiu passivo que afectaria a vida do País, a de então e a futura.Erro crasso que não só tardámos a corrigir como, ainda, corrigimos mal. Tarde porque só na segunda revisão da Constituição da República nos debruçámos seriamente so-bre essa crucial questão económica; mal porque não soubemos, ou não quisemos, devolver as empresas, os grupos empresa-riais aos seus titulares à altura das naciona-lizações. Antes preferimos as desnacionali-zações por aquisição, sabendo, bem, que, estando descapitalizados, esses líderes empresariais só poderiam concorrer a essas aquisições endividando-se no estrangeiro, com todas as consequências negativas que o tempo, em breve, se encarregou de nefas-tamente demonstrar.A Confederação da Indústria Portuguesa, representando cerca de 47.000 empresas portuguesas, assume, com clareza, que procurou ser “a resposta dos empresários ao clima instalado de destruição da livre iniciativa, de entrave à actividade provada e de destruição do aparelho do Estado”6. Clareza que, aliás, reitera em Agosto de 1974, em documento público, ao definir, nos seus Estatutos, que tem por objecto: representar, interna e externamente, a acti-vidade económica nacional; contribuir para o progresso da economia de mercado e da iniciativa privada; apoiar as empresas de todas as dimensões e sectores, com au-tonomia e independência; ser o porta-voz das empresas, assumir e defender os seus interesses e propostas junto das instâncias económicas, políticas e sociais, aí incluídas também as organizações sindicais, a nível nacional, europeu e internacional; ser um parceiro essencial do diálogo social e nego-ciar, em nome das empresas, com os par-ceiros sociais e o poder político, tanto a nível nacional como europeu e internacional; ser um agente de mudança em diálogo com a sociedade civil, promovendo e assegurando o crescimento sustentável das empresas e

da economia portuguesa, no quadro da glo-balização”.Contra as nacionalizações sem indeminiza-ções se manifestou, também, a CIP: “pela primeira vez [só em 1977] denuncia interna-cionalmente o escândalo de não pagamen-to de indeminizações”7.Desde o início da sua existência procurou a CIP bifurcar a sua acção:− Internacionalmente, tornando-se, logica-mente, membro de organizações interna-cionais de empregadores (que agrupava “87 federações patronais de 79 países”8, com “estatuto consultivo junto das Nações Unidas e da organização internacional do trabalho”9)− Nacionalmente, através da realização de congressos da indústria portuguesa (o pri-meiro teve lugar logo em 1975). Sobretudo a partir de 1976 teve, a CIP, uma acção interventiva notável, no campo eco-nómico, social e político, também. Exempli-ficativamente se refere:− Um “contrato social entre governo, sindi-catos e empresários”, proposto pela CIP em Fevereiro de 1976;− O programa “Medidas para vencer a crise” (em 1976);− O documento “Salvar Portugal, preparar o futuro” (1977).Papel de relevante importância teria, ainda, a CIP, em várias outras alturas e situações. Aconteceu assim com a adesão de Portugal à CEE, a abertura da Banca privada, a coo-peração com os países africanos.Relação assídua e gratificante, proporcio-nada pelas funções que exerci (como Pre-sidente da República), tive com António Vasco de Mello, primeiro presidente da CIP. Da actuação da CIP discordei diversas ve-zes. Reconhecer devo, no entanto, como aliás já referi, o seu papel, quer na institucio-nalização e constitucionalização da demo-cracia e na afirmação e participação, como força social, não só nas actividades econó-micas, como no acontecer público nacional, em geral e na modernização do País.Neste último campo, acção relevante teve a CIP na modernização das empresas por-tuguesas, na sua acrescida aptidão para responderem às crises e mudanças, na sua capacidade para mudar, sem cessar, para vencer as ameaças de efemeridade gera-

das, ou potenciadas, pela evolução dos contextos económicos, nacional, europeu e mundial, para ganhar perenidade através da maior qualificação dos gestores e dos outros trabalhadores, através de novas es-tratégias, processos e produtos.Longa, já, é a via de afirmação socioecono-micamente realizante da CIP, “como parcei-ro social ou membro especializado, em qua-se uma centena de órgãos institucionais, comissões e grupos de trabalho nas áreas económica, financeira, fiscal, laboral, social, ambiente, energia, ensino e formação – in-fluenciando deste modo a adopção de de-cisões relevantes para a economia e as em-presas, num quadro de maior envolvimento dos agentes económicos na formação da regulamentação que lhes é aplicável”, con-tribuindo, assim, para a defesa dos interes-ses dos empresários, da indústria nacional e, mesmo, da concertação social no País.Trabalho de mérito, o da CIP, que consa-gração pública teve, em 1999, com a atri-buição da Ordem de Mérito Empresarial da Classe Industrial. Trabalho, este, realizado sempre sob a liderança lúcida e forte da sua governação e seus presidentes, em que referência merecem, além do seu pri-meiro presidente, António Vasco de Mello, os seus sucessores Pedro Ferraz da Costa, Francisco van Zeller e António Saraiva, por terem-lhe dado “forma uma e outra vez (…), ou seja, construindo-a à imagem das opor-tunidades de liberdade abertas (…) em cada momento dado”10.Por tudo quanto a CIP proporcionou ao País a felicito, na pessoa do seu actual pre-sidente (do Conselho Geral e da Direcção), António Saraiva. Certo estou que na sua continuidade não só respeitará o essencial configurativo da sua unidade, feita de ambi-ciosa acção, em prol dos empreendedores industriais e do País, mas muito lhe acres-centará para a sua virtuosa e actualizada personalização. E certo estou pela acção competente, ambiciosa, prudencial e eficaz, desenvolvida por António Saraiva e o seu governo, durante o seu primeiro mandato e pela sua capacidade para realizar o seu ambicioso programa de tão importantes e ajustados objectivos para o triénio 2014-2016.

NOTAS

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CIP 40 ANOS

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CIP - 40 anos em revista1974 representa não só a implantação de um regime democrático em Portugal mas também o nascimento da CIP – Confederação da Indústria Portuguesa que, na sua declaração de princípios, se assume como defensora de uma democracia industrial, baseada na livre iniciativa e que conduza a uma efetiva economia de mercado e que surge como uma resposta dos empresários ao clima até então instalado de destruição da livre iniciativa, de entrave à atividade privada e da destruição do aparelho do Estado

O ANO DE 1974 é não só sinónimo de um novo ciclo político em Portugal mas também de uma nova realidade no que às empresas e à sua organização diz respeito.Em julho de 1974, a CIP - Confederação da In-dústria Portuguesa surge como resposta dos empresários à necessidade de promoção e defesa da livre iniciativa e da atividade privada.Um documento de Agosto de 1974 expressa de forma muito clara o ambiente da época e sintetiza os objetivos estratégicos da CIP: “A CIP nasceu como expressão do pensamento democrático dos empresários, da capacidade de organização dos industriais e do seu sen-tido das responsabilidades, constituindo-se como um bastião contra os projetos de coleti-vização da economia e da defesa dos interes-ses das várias Associações no sentido de ser assegurada a democracia industrial, baseada na livre iniciativa e no âmbito de uma fecunda economia de mercado”.A nova Confederação representa, através dos seus Associados, cerca de 47 mil empresas portuguesas, e chama a si a responsabilidade da defesa dos interesses das várias Associa-ções que a compõem.Na sua declaração de princípios, a CIP as-sume-se, assim, como defensora de uma democracia industrial que conduza à efetiva economia de mercado.António Vasco de Mello é eleito Presidente, cargo que manterá até 1981. Segundo as suas palavras, em maio de 2007, “nos primei-ros tempos não havia tempo para pensar com muita profundidade o que se estava a fazer: era só uma certa intuição, talvez também uma certa dose de teimosia e perseverança. Já ha-via então uma noção muito clara, pelo que se via na Europa e também nos Estados Unidos, da importância e valor para um País (que se arrogava de “Finalmente Livre”) de nele haver

1975 – Arménio Cardo, Pedro Ferraz da Costa e António Vasco de Mello, Presidente da CIP

1975 - I Congresso da Indústria Portuguesa

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um sector privado ativo e dinâmico na sua economia. Só nas áreas politicamente afeta-das é que essa questão era contestada – mas acreditava-se que isso acabaria por desapare-cer em consequência da força das realidades económicas, o que de facto veio a acontecer. Afastei-me da CIP quando percebi que essa “guerra” estava ganha.”

O PERCURSO DA CIP

1974A CIP é criada e admitida como membro de pleno direito da Organização Internacional dos Empregadores, que agrupa 87 Federações Patronais de 79 países. A OIE, com sede em Genebra, tem estatuto consultivo junto das Na-

1979 – I Congresso das Atividades Económicas

1986 – III Congresso da Indústria, que contou com a presença do primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva e do Presidente da República, Mário Soares

ções Unidas e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e, nesta última, desempenha a função de secretariado do sector patronal.A CIP fica sedeada na Av. 5 de Outubro, em Lisboa.

1975Na madrugada do dia 12 de março, a sede da CIP é assaltada e saqueada, tendo sido rou-bados ficheiros, processos jurídicos e projetos de estudo sobre o desenvolvimento da eco-nomia. Os assaltantes destruíram telefones, máquinas de escrever, arquivos, mobiliário e material de impressão. O Presidente da CIP declara, na altura: “Sem um sector privado dinâmico e eficiente não é possível conceber, manter e garantir a independência nacional,

pois a ausência de iniciativa privada significa-rá a destruição da indústria nacional, a que se seguirá a liquidação de todo o sistema eco-nómico”.Em dezembro, a CIP organiza o I Congresso da Indústria Portuguesa.

1976Abre a Delegação da CIP no Porto e é lança-do, ainda nesse ano, o inquérito de conjuntura industrial, que passou a ser emitido com uma periodicidade bimestral.

1978Realiza-se, no Porto, o I Encontro dos Indus-triais Portugueses, que reúne mais de vinte mil empresários em defesa da iniciativa privada e é apresentado o documento “As Confedera-ções perante um projeto de dimensão Nacional - Adesão de Portugal à CEE”, subscrito pelas três Confederações Patronais, CIP, CAP e CCP.

1979Tem lugar o I Congresso das Atividades Eco-nómicas, promovido pela CIP, CAP e CCP, e é criado o Gabinete da CIP para a Integração Europeia e de apoio à Exportação. Em no-vembro, na sequência do I Congresso das Atividades Económicas, é criado o Conselho Nacional das Empresas Portuguesas - CNEP, constituído pela CIP, CAP e CCP, organismo que assumiu por objetivo coordenar as posi-ções das três Confederações a nível global e prosseguir na defesa da economia de merca-do e da livre-iniciativa empresarial.

1980Com o intuito de desenvolver as atividades li-gadas à promoção do comércio internacional, a CIP assina um protocolo de colaboração com o World Trade Center - Lisboa e patro-cina a constituição do Conselho Empresarial Portugal-Brasil.

1981Surge, em janeiro, a publicação “Indústria em Revista” e, em julho, Pedro Ferraz da Costa assume a presidência da CIP. Nesse mesmo ano realizam-se o II Congresso Nacional das Atividades Económicas e a I Reunião Nacional de Exportadores (RENACEX). No final do ano, na sequência de uma missão empresarial a Bruxelas, liderada por Pedro Ferraz da Costa, a CIP é admitida como membro de pleno di-reito da UNICE – União das Indústrias da Co-munidade Europeia, apesar de Portugal não

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CIP 40 ANOS

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1993 – Assinatura pública da declaração conjunta “Reforçar a Estrutura Associativa Portuguesa - Potenciar a Intervenção da Confederação da Indústria Portuguesa”

2002 - Constituição do CEP - Conselho Empresarial de Portugal

ser ainda um país integrado na Comunidade Europeia.

1984O Porto recebe o II Congresso da Indústria.

1986Portugal adere à CEE – Comunidade Econó-mica Europeia e a CIP passa a estar represen-tada no Comité Económico e Social Europeu (CESE) em Bruxelas. Realiza-se em maio o III Congresso da Indústria, cujo tema central foi a reprivatização da economia portuguesa.

1989Dá-se a filiação da Associação Industrial Por-tuense na CIP, o que contribui, de acordo com

o pedido de filiação desta Associação, para a “unificação formal do empresariado industrial português”. Nesse mesmo ano, a CIP torna público o documento “Modernização e Re-conversão da Indústria Portuguesa”, no qual sublinha mais uma vez a necessidade de se criarem condições de confiança aos investi-dores nacionais, promovendo e garantindo o regular funcionamento do mercado e da concorrência, a par de um horizonte de es-tabilidade política adequado à dimensão dos desafios que Portugal tinha pela frente.

1990Entre a CIP, a CAP e a CCP é formalmente constituído o CNEP - Conselho Nacional das Empresas Portuguesas, cuja assinatura tem lugar a 15 de janeiro de 1990. Com o CNEP, pretende-se “dar um passo fundamental no

reordenamento do associativismo empresarial em Portugal, passando a representar a cúpula do empresariado português e a facilitar a ado-ção de ações concertadas entre as três Con-federações”. O Texto de Apresentação Pública do CNEP realça que, “em sede de concertação social, as 3 confederações patronais são reco-nhecidas como únicos parceiros de diálogo em representação de 200.000 agricultores, 47.000 empresas industriais e 250.000 empresas do comércio e serviços, responsáveis por um vo-lume de emprego, no País, que ultrapassa os 3 milhões de postos de trabalho, ou seja, mais de ¾ da população ativa portuguesa”.

1992Houve 3 temas que marcaram a atividade da CIP: a Presidência Portuguesa da CEE, a entrada em funcionamento do Conselho Eco-nómico e Social (CES) e a procura de uma solução unitária para o movimento associativo empresarial em Portugal.

1993Dando continuidade ao processo de procura de uma solução unitária para o movimento associativo empresarial em Portugal, foi as-sinada, a 27 de maio de 1993, a declaração conjunta intitulada “Reforçar a Estrutura Asso-ciativa Portuguesa - Potenciar a Intervenção da Confederação da Indústria Portuguesa”. O documento é subscrito pela CIP, pela AEP, pela AIP e por 35 Associações. Nesse mesmo ano, a CIP alarga o seu âmbito, passando a representar, interna e externamente, as ativi-dades nacionais de produção, distribuição ou venda de produtos ou serviços, na globa-lidade dos seus aspetos socioeconómicos e passando a abranger também as associações representativas desses sectores e ainda as empresas, pertencentes a esses sectores, em que não estejam constituídas Associações.

1997É assinado o Código de Boas Práticas Comer-ciais, documento que resulta de mais de dois anos de negociações entre a CIP e a Associa-ção Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), visando a necessária melhoria do rela-cionamento entre a Indústria e a Distribuição.

1999Comemoram-se os 25 anos da Confederação da Indústria Portuguesa. No discurso proferi-do pelo Presidente da Direcção, no jantar rea-lizado a 4 de maio, para assinalar aquela data - e que reuniu os fundadores da CIP, os órgãos

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sociais dos últimos 25 anos e uma longa lista de colaboradores – é feito um balanço do que se conseguiu e do que falhou em relação a um número muito restrito de grandes objetivos e áreas de atuação: o sistema político, o sistema constitucional, a integração europeia e o siste-ma económico. A concluir a sua intervenção, Pedro Ferraz da Costa afirma: “À medida que os desafios da participação na União Eco-nómica e Monetária se forem tornando mais evidentes, mais clara se tornará a razão desta nossa opção por nos centrarmos na melhoria das condições de enquadramento da ativida-de económica, num melhor funcionamento dos mercados e na competitividade do País, bem como na manutenção dos equilíbrios macro-económicos fundamentais, que aliás, numa ótica nacional, se reduziram. Portugal integra o grupo de países fundadores da Moe-da Única. É portanto altura de se retomar pu-blicamente a questão das implicações e das alterações estruturais que devemos fazer”.Ainda no âmbito destas comemorações, a CIP realiza um Congresso nos meses de Junho e Julho no Centro de Congressos da FIL e no Europarque, respetivamente. A síntese deste Congresso reflete as posições da indústria por-tuguesa sobre a necessidade de reformas es-truturais, como forma de poder haver resposta nacional positiva à globalização da economia.Nesse mesmo ano, a CIP é agraciada com o título de Membro Honorário da Ordem de Mé-rito Agrícola, Comercial e Industrial (Classe de Mérito Industrial), pelo Presidente da República.

2001Rui Nogueira Simões sucede a Pedro Ferraz da Costa como Presidente da CIP e toma posse numa cerimónia que contou com a presença do Primeiro-Ministro, António Guterres, órgãos sociais, representantes das associações, perso-nalidades da vida política, económica e sindical.

2002Tem lugar a constituição do Conselho Em-presarial de Portugal (CEP), a 19 de fevereiro, englobando num único organismo CIP, CAP, CCP, AEP e AIP. Reforma e modernização do Estado e a reforma fiscal são as principais rei-vindicações do CEP.No dia 1 de abril falece em Lisboa o Presiden-te da CIP. Rui Nogueira Simões tinha 72 anos de idade e uma vida exclusivamente dedicada às grandes causas do empreendimento por-tuguês. Este triste acontecimento obrigou a uma reestruturação da direção da CIP, tendo Francisco van Zeller, até então Vice-Presiden-te, ocupado o lugar de Presidente, para o qual seria posteriormente eleito.

2004São aprovados novos estatutos para a CIP, prevendo a criação do Conselho Na-cional, constituído pelos Presidentes das Associações e empresas filiadas na CIP e por dez personalidades a indicar pela Di-reção.

2010António Saraiva é eleito, a 7 de janeiro, Pre-sidente da CIP – Confederação da Indústria Portuguesa.Também nesse ano é assinado um acordo entre a CIP - Confederação da Indústria Por-tuguesa, a AEP - Associação Empresarial de Portugal e a AIP-CE - Associação Industrial Portuguesa Confederação Empresarial, pas-sando a CIP - Confederação Empresarial de Portugal a assumir as funções de natureza institucional, de representação e de “lobby” que eram desenvolvidas por aquelas três en-tidades.Em outubro, são aprovados novos estatutos segundo os quais a CIP integra as confede-rações, federações, uniões, associações e câmaras de comércio e indústria em que se organizem as empresas, bem como empre-sas de todos os sectores de atividade, que a ela adiram, nos termos previstos na lei e nos estatutos.

2011António Saraiva é eleito Presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal ten-do José António Barros como Presidente da Mesa da Assembleia-Geral e Jorge Rocha de Matos como Presidente do Conselho Fiscal.A CIP muda a sua sede para a Praça das In-dústrias, em Lisboa e a Delegação do Porto para Leça da Palmeira, para as instalações da AIP e AEP, respetivamente.

2014António Saraiva é reeleito Presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal. Os Órgãos Sociais da CIP passaram a incluir uma Comissão Executiva com os seguintes ele-mentos:• António Saraiva (Presidente da Direção);• José António Barros (1.º Vice-Presidente da Direção);• Armindo Monteiro (2.º Vice-Presidente da Direção);• José Eduardo Carvalho (3.º Vice-Presidente da Direção);• Carlos Cardoso (4.º Vice-Presidente da Di-reção);• João Almeida Lopes (5.º Vice-Presidente da Direção);• Rafael Campos Pereira (6.º Vice-Presidente da Direção).

Rui Nogueira SimõesPresidente em 2001 e 2002

Pedro Ferraz da CostaPresidente de 1981 a 2001

Francisco van ZellerPresidente da CIP de 2002 a 2010

António Vasco de MelloPresidente da CIP de 1974 a 1981

António SaraivaPresidente da CIP desde 2010

GALERIA DEPRESIDENTES1974 - 2014

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“Isolado não se vai a parte nenhuma”

SEMPRE ME INTERESSEI pelo associa-tivismo; não me conformava com a incapa-cidade de associação dos portugueses pois acreditava – e acredito, hoje ainda mais, que isolado não se vai a parte nenhuma. Logo no início da minha vida profissional achei que tinha um contributo a dar, e comecei a mi-nha experiência nesta área no então chamado Grémio dos Metalúrgicos do Sul.Em meados da década de ’60, fui eleito mem-bro da Direcção da AIP em representação do Grupo Previdente que era um grupo familiar de empresas da área da metalomecânica, fabricante de arames e derivados onde traba-lhava.Aí as relações eram mais sérias, e as compli-cações na AIP começaram em 1971, com as actividades da InterSindical acabada de nas-cer.A grande manifestação do surgimento, orga-nização e capacidade de intervenção desta foi uma onda de greves por ela organizadas e geridas que começou nas fábricas de cortiça do Montijo e só veio a parar meses depois lá para as bandas de Vila Franca. Foi uma demonstração clara de uma forte e disciplinada organização, bem à vista de toda a gente.Nesse tempo as greves podiam durar no má-ximo 48 horas. A InterSindical promovia as greves até à 47ª hora.Uma hora depois estava tudo acabado, e acto

António Vasco de Mello 1º PRESIDENTE DA CIP

contínuo começava outra greve na fábrica ao lado. Em pouco tempo a cintura industrial de Lisboa foi toda impactada com estas paragens, com greves que começaram em Alcochete, depois no Montijo, passando pelo Barreiro, pela Side-rurgia, pela Lisnave – tudo do lado de lá do Tejo; depois do lado de cá em Carnaxide e por aí fora até aos Cimentos de Alverca… Foram dois meses ou mais de sucessivas gre-ves, rigorosamente dentro da Lei e sem nada que se pudesse fazer para as evitar.Em face disto defendi na AIP que a solução para o problema passava por aprofundar o associativismo e formar uma associação dos diversos ramos da indústria, que estavam divi-didos nos vários grémios sectoriais. Esta proposta foi mal recebida e, por sua causa, eu ia sendo afastado da Direcção da AIP... Se então tivesse havido uma aposta forte no associativismo, talvez a História da década de 1970 tivesse corrido de forma diferente…A criação da CIP em Maio de 1974, já depois

do 25 de Abril, teve uma génese muito influen-ciada por esta “aversão” ao associativismo de então.O conceito da Confederação nasceu em con-sequência de nenhuma das grandes Associa-ções – as duas Industriais (Lisboa e Porto) e as duas Comerciais (também Lisboa e Porto) queria perder a sua “História” – isto é, no fun-do: influência.E a razão é fácil de compreender.O regime corporativo de então tinha a sua estrutura representativa oficial nos Grémios e nos Sindicatos, e todos “se davam muito bem” na Câmara Corporativa, que funcionava em S. Bento na Sala do Senado onde estive muitas vezes.Mas o Regime – e toda a gente – sabiam mui-to bem que isso era só cenário.Para falar com os “Patrões” deixou crescer e desenvolverem-se as já antigas Associações de Direito Privado acima referidas.Ter assento nestas, em particular nas suas Di-recções, era um importante “passaporte” para ir falar com o Governo: era um esquema muito eficaz para ambos as partes.O conceito CIP era por isso fazer uma organi-zação onde se instalavam as 4 Associações, rodando as presidências, fundindo as Direc-ções, e servindo como que um “para cho-ques” contra “surpresas desagradáveis”.A 1ª “Direcção” iria assim ter uns 40 membros ou mais, correspondendo ao somatório das 4 Direcções; para a gestão efectiva foi constituí-da uma Comissão Directiva de 13 membros da qual eu fazia parte.Só que pouco tempo depois este esquema mostrou-se inviável, as pessoas desaparece-ram – e na sequência desse facto coube-me a mim ficar com o bebé na mão.O trabalho da verdadeira criação da CIP a partir do Verão de 1974 foi desenvolvido por

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um “trio” de pessoas amigas – José Manuel Morais Cabral, Miguel Monteiro e eu – e, em toda a verdade, com uma interessante e não displicente ajuda de uma pessoa de quem hoje injustamente pouco ou nada se fala: Artur Portela.Foi o Artur Portela que criou a primeira ima-gem pública de CIP, imagem fundamental pois que lhe deu a força para se aguentar nesses tempos complicados – e até enfrentar alguma “concorrência” de onde menos se esperava.Permitiu ter o tempo para criar uma estrutura capaz de falar e até discutir com os poderes então vigentes, e chegar a um primeiro e gran-de momento de afirmação a nível nacional que foi o primeiro Congresso da Indústria no IST em 1975.Eu penso que se tivesse sido possível criar um associativismo sólido antes de 1974 isso teria facilitado o recomeço da actividade empresa-rial no período pós revolucionário. Mesmo assim, fraca e com poucos recur-sos, a CIP conseguiu juntar e reorganizar as estruturas gremiais, dando o exemplo depois seguido pelas Associações Comerciais – nas-cendo então a Confederação do Comércio (CCP), e pela Agricultura, a Confederação da Agricultura (CAP). Fez frente às nacionalizações, travando muitas delas; e aceitou o “Plano Melo Antunes”, pois considerava que este daria tempo para que a “poeira assentasse” e a economia se pudesse manifestar. E foi da CIP que saiu toda a estrutura (humana e não só), conceitos e equilíbrios que permi-tiram a criação do hoje essencial Conselho Económico e Social. A força que a CIP adquiriu – o que surpreen-deu muita gente − deveu-se no meu entender basicamente a dois factores:- NUNCA se ter “encostado” a nenhum Par-tido, nem de qualquer deles ter recebido um tostão, ajuda, ou favor.Viveu pobre anos a fio, com ajudas de em-presários nacionais e estrangeiros e algumas Estruturas Patronais estrangeiras. Mas do Estado ou dos Partidos nunca vieram − nem sequer se pretendeu que viessem, quaisquer ajudas. - Em todas as relações com os sucessivos Governos, Partidos, Sindicatos fosse o que fosse, a linha base foi sempre a defesa e pro-moção intransigente de uma Iniciativa Privada séria, trabalhadora e não especulativa, sem preocupação com as dimensões das em-presas, procurando sempre nas negociações colectivas encontrar um equilíbrio justo e cor-recto entre o Capital e o Trabalho.Muitas vezes fui criticado e até atacado por estas linhas de política, mas tenho a consciên-cia tranquila.

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Pedro Ferraz da Costa 2º PRESIDENTE DA CIP

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Construir uma visão estratégica para o futuroENTREI NA CIP pela primeira vez em Ou-tubro de 1974 e assisti, com espanto, a uma conversa sobre o que se previa ser a inevitá-vel nacionalização da Banca. O espanto vinha do facto de um dos membros da Comissão Executiva, administrador de uma das maiores e mais rentáveis empresas industriais do País, achar que não só era inevitável como até seria bom, pois que isso poderia significar os indus-triais deixarem de ir pedir dinheiro emprestado à Banca de chapéu na mão. Como se os no-vos banqueiros públicos viessem a aceitar o chapéu na cabeça. A tal empresa foi também nacionalizada, na primeira leva a seguir à da Banca… Já nessa altura o acesso ao finan-ciamento era a obsessão dos empresários, como se fosse possível construir um tecido empresarial, ou agora reconstrui-lo, com base em endividamento bancário. Saí em 2001 e recusei o convite para ficar como Presidente da Assembleia Geral por prever que o que tinha feito, a título pro bono durante 26 anos de intenso trabalho, não iria ter continuidade. Principalmente em termos de ambição estratégica, que é para mim a característica essencial de uma organização que tem que defender, não só os interesses estratégicos das empresas que representa, mas também uma visão global e motivadora do desenvolvimento económico do País. Já era evidente, em 2001, que tínhamos entra-do numa década de crescimento anémico, de endividamento crescente e que não tínhamos interiorizado, nem as empresas nem o País, as exigências da participação no Euro. Recordo, aliás, como muitos empresários me pediam que deixasse de falar das exigências, pois que estava tudo a correr tão bem. Acho muito mais importante aproveitar este espaço que me é gentilmente posto à dispo-sição, para falar dos próximos 20 anos e não dos últimos 40.Sendo característica dominante do nosso disfuncional sistema político competir eleito-ralmente com promessas irrealistas e políticas de curto prazo, maior é a responsabilidade dos agentes económicos em particular, e da sociedade civil em geral, em assegurar uma visão estratégica para o futuro e lutar pela im-plementação de políticas de longo prazo que

comprometam os políticos e que assim se possam tornar sustentáveis. Os desequilíbrios que estoiraram ruidosa-mente em 2011 não serão corrigidos com o refazer do passado. Portugal só terá viabilida-de económica que sustente a sua soberania política se se reconfigurar como uma econo-mia essencialmente virada para o exterior. E o exterior significa, neste caso, diminuir o peso das relações com a Europa do Euro e apostar decididamente noutras paragens. Principal-mente naquelas onde através da nossa língua, do nosso engenho e capacidade para enten-der diferentes gentes e mercados, poderemos ter sucesso. Mas só se nos prepararmos para isso, e para isso desenvolvermos competên-cias e vocações. Atrair investimento directo estrangeiro na agri-cultura, na indústria e nos serviços internacio-

nalmente competitivos, bem como constituir--nos em local privilegiado para a localização de actividades de comércio internacional, principalmente entre continentes, deverá ser a nossa primeiríssima prioridade. E para isso te-remos de abandonar, quer a ilusão de crescer com base num mercado interno ridiculamente pequeno num mundo global, quer a ilusão de que o objectivo é ser medianamente atractivo. Naquilo em que apostarmos – e não temos dimensão para mais do que um número li-mitado de sectores ou actividades – teremos que ambicionar e conseguir ser os melhores. Ninguém procura nem uma localização média mas sim a melhor, nem uma vantagem qua-se inexistente para apostar para o futuro. Se alguém precisar de exemplos, olhe para a Di-namarca, para a Suécia, para a Holanda, para a Suíça. Têm pior localização do que nós para um mundo global e não têm recursos naturais. Mas têm gente muito bem formada, em todos os níveis hierárquicos, nas áreas que lhes in-teressam e uma aposta nacional explícita em criar e manter vantagem. A tarefa da CIP, e das outras organizações pa-tronais, é portanto: • construir uma visão estratégica para o futuro• seleccionar os sectores para apostar • apoiar o declínio inevitável dos sectores não estratégicos, mas dizendo-o claramente• identificar as vantagens comparativas a al-cançar ou a defender• definir as políticas transversais necessárias, com destaque para as educativas• medir os progressos alcançados, as difi-culdades existentes e as políticas correctivas necessáriasTratando-se de um programa que assenta na capacidade de mudança, é fundamental con-quistar a confiança e a colaboração dos traba-lhadores e dos sindicatos para as mudanças que nestas áreas são indispensáveis, também para valorizar o mérito e o esforço.

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17INDÚS TR IA • Junho 2014

Francisco van Zeller 4º PRESIDENTE DA CIP

Unificação da cúpula associativa patronal

NO OUTONO DE 2001 o Eng. Rui Nogueira Simões, que meses antes havia sucedido ao Dr. Pedro Ferraz da Costa na presidência da CIP, começou a sentir que algo não ia bem com a sua saúde.Dada a sua enorme discrição a Direcção não sabia bem qual a situação nem o grau de gravidade da doença. As suas vindas à CIP e às reuniões semanais foram-se tornando irregulares ao longo do Inverno, já em 2002, e por essa razão os meus colegas directores pediram-me para funcionar como porta-voz, o que me levava a visitá-lo frequentemente trazendo-lhe notícias e levando de volta orien-tações que ele sempre continuou a dar-nos.Um almoço que esteve marcado para o dia 20 de Março no seu hotel, já não foi possí-vel e nesse dia, em sua casa, ele finalmente falou-me da fatalidade que se aproximava.O seu funeral, com todas as honras e a pre-sença da mais alta sociedade portuguesa de todos os quadrantes, teve lugar nos Jeróni-mos no dia 3 de Abril.No dia seguinte houve o almoço habitual da direcção na CIP e o assunto da sucessão na Presidência foi apenas ligeiramente aborda-do. Nenhum de nós estava preparado para aquela eventualidade, ou talvez não quería-mos encará-la de frente. Foi só uma semana depois que, em reunião de direcção e olhan-do para os estatutos, que se decidiu que o novo Presidente teria de ser cooptado entre os vice-presidentes, entre os quais eu me encontrava. Talvez devido ao meu anterior papel de porta-voz, ou porque era o mais

disponível dos vice-presidentes, fui escolhido para Presidente, a meu pedido apenas até ao final do ano.Esta aceitação “provisória”, como se sabe, tornou-se definitiva como sempre acontece nestes casos.Devido a uma alteração de estatutos propos-ta por mim, o meu tempo na presidência ter-minou no final de 2009.Durante estes anos, a CIP trabalhou intensa-mente com os três Governos que se foram sucedendo e muito com os outros parceiros sociais, patronais e sindicais, para compen-sar a instabilidade governativa. Chegamos mesmo a assinar um protocolo na Concer-tação Social apenas entre nós, Confedera-ções, e sem a participação do Governo.Vale a pena relembrar a importância vital da CIP na elaboração do Código do Trabalho, com a grande colaboração da UGT e do Eng. João Proença e mais tarde na reforma, agora em causa, do sistema de cálculo das pensões da Segurança Social. Entre muitas outras a simplificação administrativa, o licen-ciamento, a legislação sobre formação pro-fissional, energia e ambiente tiveram interven-ções e muito trabalho da CIP.Mas a mais importante estratégia que perse-

guimos em todos aqueles anos foi a unifica-ção da cúpula associativa patronal. As tenta-tivas já vinham do Eng. Nogueira Simões e eu tinha assistido a várias reuniões exploratórias com ele, a AIP - Jorge Rocha de Matos - e a AEP - Ludgero Marques.Em cada encontro se ia notando, em simul-tâneo, uma grande vontade de avançar a qualquer preço e o reconhecimento das dife-rentes especificidades, compromissos, per-cursos históricos, dependências do Governo e...pouco falado, mas sempre presente, a situação financeira de cada instituição.Tentaram-se vários formatos, tipos de finan-ciamento e governança e até uma tentativa AIP/AEP excluindo a CIP, o que obviamente foi inviável. As outras confederações patro-nais, CTP (turismo) CCP (comércio) e CAP (agricultores) recusaram sempre alinhar nesta estratégia por temerem que o seu peso na Concertação Social viesse a ser diminuído.O tema era de tal modo importante para o país que a certa altura aceitamos a interven-ção de “facilitadores”, o Sr. Alexandre Soares dos Santos e o Dr José Roquette, para nos ajudar a montar a operação de unificação.Esteve tudo pronto para a assinatura final mas uma grave suspeita de desvio de acordos pro-visórios já estabelecidos, deitaram tudo a per-der e a CIP desistiu do processo, perdendo-se o trabalho de anos e muito da confiança e ami-zade que já ia existindo. Foi um rude golpe do qual só se veio a recuperar depois da minha saída, tendo finalmente o actual Presidente da CIP, Sr. António Saraiva, terminado o trabalho começado muitos anos antes pelo Presidente Nogueira Simões e aceitado constituir a CIP--Confederação Empresarial de Portugal.Nesta data de aniversário, a CIP merece muito mais do que Parabéns. À CIP é devido o re-conhecimento nacional pelo seu insubstituível papel de concertação social e modernização da economia em todas as suas vertentes.

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José Albino da Silva Peneda PRESIDENTE DO CES

Valorizar a obtenção de compromissosDURANTE A MINHA atividade política tive oportunidade de ter muitos contactos, con-versas e negociações com os vários dirigen-tes da CIP, seja durante os anos que exerci as funções de Ministro do Emprego e da Segurança Social, nas décadas de oitenta e noventa do século passado, quer, já neste século, como Presidente do Conselho Eco-nómico e Social.A história da CIP nestes 40 anos está asso-ciada a momentos marcantes da vida coletiva do País. Numa primeira fase, a CIP esteve na primeira linha da defesa de princípios e valores essenciais ao desenvolvimento de uma eco-nomia de mercado, por oposição a outras e diferentes visões de pendor coletivista. Numa segunda fase, a CIP afirmou-se como um par-ceiro social de referência na participação de formas de diálogo com o governo e com es-truturas sindicais na busca de soluções com vista à ultrapassagem dos mais diversos pro-blemas de natureza económica e social.A CIP como organização evoluiu muito ao longo destes 40 anos. Sou testemunha da forma muito profissional como ultimamente os seus representantes se apresentam nas diferentes reuniões em que tenho participa-do, exibindo uma consistência e coerência argumentativa que não pode ser fruto da ins-piração do momento, mas que revela altos níveis de análise e de conhecimento sobre os pontos das agendas da cada reunião.No que se refere à Concertação Social a CIP tem-se distinguido como um dos parceiros socais que valoriza a obtenção de compro-missos como a melhor solução para resolver os graves problemas estruturais da economia e da sociedade portuguesa. Prova disso foi o empenho posto na obtenção do Acordo so-bre Competitividade, Crescimento e Emprego, assinado em janeiro de 2012 e a forma muito ativa com que tem participado nos mais diver-sos Pareceres aprovados pelo Conselho Eco-nómico Social, ao longo destes últimos anos. Sou dos que acreditam nas virtualidades do diálogo e da concertação social. Nos dias de hoje penso que as melhores soluções para o País passam, em larga medida, pela capaci-dade de sabermos construir pontes entre os diferentes grupos de interesses.

As sociedades são hoje cada vez mais com-plexas, mais fragmentadas e apresentam-se com maior diversidade e mobilidade. Como consequência, vão surgindo novas formas de organização, que exercem pressão sobre os centros de decisão para que os processos de elaboração de políticas públicas sejam alargados a novos participantes. O impacto das redes sociais na nossa vida quotidiana são as faces mais visíveis desta evolução. Por outro lado, assistimos a uma crescente horizontalidade da sociedade, que vai subs-tituindo as relações de verticalidade que im-peravam no passado. Hoje podemos dizer que ganha força a ideia de quem manda não é necessariamente quem mais sabe, nem quem está mais acima. Estas caraterísticas que marcam a evolução das sociedades do nosso tempo apontam para a vantagem do reforço dos mecanis-mos de diálogo que conduzam a formas de compromisso. Se a democracia formal é um terreno de con-frontação natural entre maiorias e minorias, sendo que estas últimas têm como ambição serem um dia maiorias, nos processos de diálogo estruturado as coisas passam-se de forma diferente. Nesta sede não se procuram vencedores, nem vencidos, mas antes a bus-

ca do compromisso, o que é algo de novo no processo democrático liberal. Sabemos que a conflitualidade faz parte da vida de qualquer sociedade. Do que se trata aqui é de privilegiar um método que permita resolver os problemas daí decorrentes, não por imposição, mas através do compromisso. Os processos de diálogo estruturado não podem assim ser vistos nem como uma tentativa de neutralizar o confronto ideológico, nem como um processo concorrente com os mecanismos da democracia formal. Pelo contrário, o desen-volvimento de formas de diálogo estruturado, visto como uma nova forma de governar, se for bem gerido, pode transformar-se num valioso instrumento que poderá contribuir para o re-forço da legitimação política de quem exerce o poder e para robustecer a coesão social. Porque defendo estas ideias e porque a CIP tem contribuído, ao seu modo, para ajudar a concretizá-las no nosso Pais, aqui fica regis-tada a minha homenagem aos sucessivos dirigentes da instituição e formulo votos que continuem a defender, com entusiasmo e determinação, os interesses dos vossos as-sociados e a dar o vosso contributo para o desenvolvimento do diálogo e da concertação social como instrumento ao serviço do desen-volvimento do País.

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CIP 40 ANOS

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João Machado PRESIDENTE DA CAP

Quatro décadas a formar uma economia livre e a construir uma sociedade participativa

AO LONGO DESTAS QUATRO décadas de democracia, de afirmação do movimento associativo português e de consolidação da sociedade civil de uma forma geral, muito temos vindo a beneficiar com o posiciona-mento que os representantes da CIP sem-pre souberam assumir em defesa de uma economia de mercado equilibrada e repre-sentativa de todos os setores de atividade.Assim, a posição responsável e ponderada que a CIP sempre soube interpretar no vá-rios momentos de evolução da democracia portuguesa ao longo destes 40 anos con-tribuiu de forma decisiva para que tenha-mos não apenas uma democracia madura, consolidada e irreversível, mas também um sistema de concertação social funcional, que nos momentos mais críticos assume as suas responsabilidades, contribuindo de forma decisiva para que o país se apresente ao exterior de forma credível e promissora.Foram quatro décadas em que o país tran-sitou de uma economia isolada para uma integração plena na União Europeia e para uma preponderância do setor terciário, face aos setores produtores de bens transacio-

náveis, nomeadamente a agricultura e a indústria. Antes da gravíssima crise econó-mica e financeira que ainda estamos a atra-vessar, perante o deslumbramento tecno-lógicos dos governos e da opinião pública, quando acreditámos que tudo poderíamos comprar sem nada produzir, apenas os se-tores primário e secundário, a agricultura e a indústria, defendiam intransigentemente a produção de bens transacionáveis como princípio fundamental de sustentabilidade da nossa economia.Hoje a situação é, felizmente, diferente e as exportações comprovam-no. No entanto, em muitos momentos destes 40 anos de crescimento da sociedade portuguesa nem sempre a opinião pública compreendeu e valorizou a agricultura e a indústria, mas

sempre foi evidente que CIP e CAP rema-vam para o mesmo lado, em defesa de uma economia livre e fundamentada nos valores da iniciativa privada e da competitividade das empresas portuguesas.Numa imagem que é cara ao setor agríco-la, não temos dúvidas em considerar que as sementes que a CIP tem vindo a lançar à terra, ao longo da sua história, em favor da competitividade das empresas e em de-fesa da produção de bens transacionáveis deram origem a plantas que apresentam já frutos visíveis, nomeadamente nos nos-sos índices de exportação e no movimento de equilíbrio da balança comercial do país. Contamos, por isso, com a CIP para con-solidar e garantir estes princípios para os próximos 40 anos.

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João Vieira Lopes PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA CCP

A CCP, ENQUANTO estrutura de cúpula do movimento associativo do comércio e serviços e enquanto Parceiro Social teve, naturalmente, oportunidade de acompanhar o trabalho desenvolvido pela CIP, nas últi-mas décadas, na promoção de um diálogo social eficaz, na sua sede por excelência, a Concertação Social.Nos momentos de crescimento, mas tam-bém nos momentos mais difíceis foi possível desenvolver com a CIP, bilateralmente ou em concertação, um diálogo construtivo em torno do objectivo de crescimento económi-co, como único meio eficaz de se alcançar o progresso e a paz social.Exemplos disso, foram os Acordos realiza-dos no final da década de 80 para controlar a inflação, e na década de 90 os Acordos temáticos e os primeiros Acordos de médio prazo.Foram, igualmente, tempos de consolida-ção das Confederações Patronais e sindi-cais enquanto parceiros sociais, num pro-cesso sem dúvida de aprendizagem mútua.Para a CCP, o diálogo social tem demons-trado ser uma ferramenta eficaz de moder-nização económica e social, em múltiplos domínios, de que são exemplo a organiza-ção do trabalho, a protecção social ou a for-mação; e em todas estas áreas a CIP tem contribuído activamente para as soluções encontradas. No entanto, também teremos que reconhecer que, por vezes, se demorou tempo demais, ou simplesmente não se foi tão longe quanto o necessário.Desde o eclodir da crise, em 2009, os Par-ceiros Sociais foram chamados inúmeras vezes, a participar na definição de soluções que contribuíssem para ultrapassar os pro-blemas com que se defronta a economia portuguesa. Nunca, como nos últimos anos e de uma forma tão efectiva, os Parceiros Sociais, na sua maioria, colocaram os inte-resses do País, à frente dos interesses que

Diálogo construtivo em torno do objectivo de crescimento económico

legitimamente representam. Os Acordos de Concertação de 2011 e 2012 são disso um bom exemplo e, hoje, poderemos dizer que os progressos económicos, entretanto alcançados, embora ténues, são também resultado do esforço e empenho que fomos imprimindo à Concertação.No entanto, e apesar dos progressos re-gistados ao nível da legislação laboral, da simplificação administrativa e da Reforma do IRC, para citar algum exemplos, muito continua ainda por fazer e é neste quadro que poderemos/deveremos falar na neces-sidade de um novo processo negocial em torno do que temos vindo a designar por uma “agenda para o crescimento”. Estamos obviamente a pensar em áreas em que os problemas persistem e que exigem uma res-posta de curto prazo como o investimento e o financiamento das empresas, e os custos de contexto Mas estamos, ainda a pensar noutras reformas cuja discussão não pode ficar adiada. Por exemplo, na necessidade de alterar o nosso sistema de pensões pro-curando um melhor equilíbrio entre o siste-ma de repartição e o sistema de capitaliza-ção. Estamos ainda a pensar num programa ambicioso de qualificação dos portugueses ajustando as qualificações dos nossos acti-vos ao modelo de desenvolvimento econó-mico do futuro.Actuar sobre os factores determinantes da competitividade exige políticas articuladas em múltiplos domínios e obriga, em última

análise, como a experiência já vai demons-trando, a refundar não só as relações entre empresas e trabalhadores mas, principal-mente, as relações entre os cidadãos e o Estado, em síntese, o modelo social que conhecemos.A crise que estamos a viver e a necessida-de de reduzir a despesa pública e o nosso deficit orçamental, envolvendo medidas gra-vosas para a generalidade dos portugueses e implicando reformas num conjunto de sis-temas públicos, devem ser objecto de uma profunda discussão e negociação em sede de concertação social, devendo inserir-se na necessidade de o Estado e o poder executi-vo colocarem em cima da mesa, não o con-junto de medidas avulsas, desenquadradas e de feito reduzido, mas um novo contrato social para o Portugal do século XXI. Este deve assentar numa nova partilha de res-ponsabilidades entre o público e o privado e numa reformulação do serviço público, em áreas como a segurança social, a saúde ou a educação, que assegurem a continuação dos princípios orientadores e fundadores do “modelo social europeu” mas enfrentem a necessidade de o ajustar às novas realida-des e desafios que estamos a viver. Estamos certos que também nesta matéria teremos todos capacidade para encetar um novo processo negocial construído em tor-no dos objectivos essenciais do crescimen-to e do emprego, neste período a que temos vindo a chamar, o pós-troika.

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CIP 40 ANOS

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Francisco Calheiros PRESIDENTE DA CTP

“A união faz a força”UMA ECONOMIA MODERNA e saudável depende de um sector privado forte, com empresas robustas e sustentáveis. Elas garantem progresso e desenvolvimento socioeconómico, ao gerar riqueza ao país e postos de trabalho, mas é essencial que estejam unidas na prossecução destes ob-jectivos. A expressão desta vontade mate-rializa-se no associativismo empresarial, que concilia interesses necessariamente indivi-duais com interesses colectivos como a de-fesa da economia e a melhoria da qualidade de vida das populações que serve. É desta união que nasce a força e terá sido esta a ideia subjacente à reunião realizada no longínquo dia 7 de Maio de 1974, que juntou na AIP as organizações empresariais de então - AIP, AEP e Associações Comer-ciais de Lisboa e Porto – bem como vários empresários, entre eles, António Vasco de Mello, que viria a tornar-se o primeiro Presi-dente da CIP. A constituição formal de uma estrutura associativa empresarial orientada para o crescimento das empresas e, consequente-mente do nosso país, foi o primeiro passo de uma longa caminhada, feita de sucessos mas também de obstáculos, sempre pre-sentes nas vidas das pessoas e das orga-nizações que nunca desistem de lutar por uma sociedade melhor. Ao longo dos últimos 40 anos, muitos foram os empresários que se evidenciaram nesta luta. Destaco – correndo o risco de cometer as injustiças sempre inerentes a este exercí-cio - António Vasco de Mello, Francisco Van Zeller, José Morais Cabral e Pedro Ferraz da Costa, figuras ímpares da história do asso-ciativismo português que deixam um legado de coragem e cidadania. Mantendo sempre actuais os valores que se encontram na sua génese, a CIP – Confede-ração Empresarial de Portugal é hoje muito mais do que uma conjugação de interesses individuais e colectivos. Tem um papel es-sencial na defesa do diálogo e da concer-tação social, sendo uma voz sempre activa e vigilante na promoção da coesão econó-mica e social do país. A CIP – Confedera-ção Empresarial de Portugal é hoje uma das confederações mais representativas a nível nacional, ao congregar entidades associati-vas sectoriais e regionais, bem como todas as Câmaras de Comércio e Indústria de Por-tugal. Sempre com o propósito de defender

os interesses das empresas portuguesas. E num momento crucial da nossa histó-ria – em que urge apostar no progresso da economia de mercado e no aumento da competitividade – dificilmente a CIP Confe-deração Empresarial de Portugal poderia ter melhor presidente. Voltando a correr o risco de cometer uma injustiça e com a imparcia-lidade intrínseca a uma relação que supera a institucional, não posso e sobretudo não quero deixar de assinalar a importância de ter uma figura como António Saraiva ao leme desta confederação. Tendo dele já uma opinião muito positiva e

assente num percurso pessoal e profissio-nal a todos os títulos notável, tive oportuni-dade de reforçar este juízo quando assumi, em 2012, a presidência da Confederação do Turismo Português. Por força destas circunstâncias, a nossa relação intensificou--se e pude comprovar de perto o empenho, dedicação e contributo dado na defesa das empresas nacionais. Hoje posso dizer, sem hesitações, que encontrei em António Sarai-va mais do que parceiro institucional e mais do que um homem que já admirava à dis-tância, um amigo. E um amigo, como diria Miguel Torga, “que belo é ter um amigo”.

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A dinamização da indústria e o pleno empregoA CGTP-IN FELICITA a CIP pelo seu 40º aniversário. Quarenta anos pode ser um tempo curto para fazer história, mas foi o tempo suficiente para afirmar a CIP como Organização congregadora das associa-ções empresariais da indústria e a interlo-cutora dos seus interesses junto das insti-tuições políticas, económicas e sociais do país.O aniversário da CIP coincide com os qua-renta anos da Revolução de Abril e a imple-mentação da liberdade e da democracia em Portugal. Um momento histórico que abriu novos horizontes à intervenção dos parcei-ros sociais na discussão e resolução das questões laborais e sociais indissociáveis de uma projecto de sociedade que depois de adiado tem vindo a ser violentamente ata-cado, face a imposições externas e a sub-missões internas que deixaram o país mais pobre e dependente.Numa altura em que os direitos fundamen-tais das pessoas são questionados e as de-sigualdades e o empobrecimento atingem níveis brutais, o diálogo social tem de ser di-rigido para dar uma resposta séria aos pro-blemas dos trabalhadores e das empresas.Uma resposta que passa necessariamente por romper com o modelo de baixo valor acrescentado que nos empurra para a cau-da da Europa e deixa o país numa situação ainda mais periférica.Os tempos que vivemos exigem um esforço acrescido dos parceiros sociais para com-bater a crescente instrumentalização da CPCS por parte do Governo. Os problemas da competitividade não se resolvem com mais flexibilidade laboral, a aceleração da caducidade das convenções colectivas e a redução da retribuição dos trabalhadores. Esta é a receita que nos leva da recessão à estagnação para daqui a uns tempos sair-mos da estagnação para cairmos de novo na recessão.Sendo importante a aposta nas exportações (que desejavelmente devem ser suportadas por produtos e serviços de valor acrescen-tado) é fundamental termos presente a im-portância do mercado interno para a esma-gadora maioria das nossas empresas.Tal facto, só por si, justifica uma reflexão

Arménio Carlos SECRETÁRIO-GERAL DA CGTP-IN

séria do país que queremos para nós e as futuras gerações. O investimento na produ-ção nacional em simultâneo com uma outra distribuição do rendimento para melhorar o consumo é fundamental para responder às necessidades das empresas e da econo-mia. Este é um elemento determinante para reduzir as importações e a divida e aumen-tar a capacidade de resposta do Estado, no que concerne à prestação de serviços públi-cos à população, indissociáveis da coesão económica, territorial e social do país.Daqui resulta que Portugal tem de se libertar do espartilho de um Tratado Orçamental que trata de forma igual países que são comple-tamente diferentes. A obsessão da redução do défice a qualquer custo, está a acentuar as injustiças e as desigualdades, a levar ao empobrecimento e à exclusão um número significativo de crianças, desempregados e idosos e a tornar a dívida insustentável.A realidade dos factos demonstra que a in-tenção do governo de fazer da CPCS uma caixa de ressonância de uma politica que não responde aos verdadeiros problemas da economia e dos trabalhadores, para além de errada é geradora de posturas que

conduzem ao não cumprimento dos acor-dos aí celebrados, que o SMN é exemplo.Esta negação dos princípios e fundamen-tos básicos do diálogo social por parte do governo, constitui um forte ataque ao fun-cionamento de um órgão, onde o respeito pelos intervenientes, o rigor, a confiança, a seriedade no debate e a procura de solu-ções para os diversos problemas, deveria estar sempre presente.Por tudo isto, ainda que com pontos de par-tida diferentes e uma visão da Sociedade tão distinta quanto os interesses que repre-sentamos, pensamos que o diálogo social nas suas diversas vertentes tem de ser con-duzido numa outra vertente.Neste sentido, e no momento em que a CIP comemora o seu aniversário propomos que registando o passado, nos debrucemos na procura de respostas para o presente e o futuro do país.O diálogo bilateral é em nossa opinião, funda-mental para a partir de propostas concretas, estabelecermos as aproximações neces-sárias com vista a dinamizar a indústria e a economia e assegurar o pleno emprego, ou o trabalho digno como designado pela OIT.

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CIP 40 ANOS

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Carlos Silva SECRETÁRIO GERAL DA UGT

O DIÁLOGO SOCIAL, desde a sua introdu-ção em Portugal em 1984 através do Conse-lho Permanente de Concertação Social, tem sido um dos maiores contribuintes líquidos do progresso e da paz social em Portugal. É graças ao diálogo social, muito em particu-lar devido à forte intervenção e influência dos parceiros sociais em sede de concertação social, que foi possível desenhar um futuro mais próspero e democrático para todos os trabalhadores e empresários portugueses, le-vando inclusive ao fortalecimento da coope-ração entre forças ativas da sociedade civil, com o estabelecimento do Conselho Econó-mico e Social em 1991.Para a UGT, o diálogo social é hoje uma ferra-menta essencial, pela qual deve passar par-te da acção governativa, pois só com uma efetiva concertação de posições poderemos responder às legítimas aspirações e preocu-pações dos nossos concidadãos.Falar do Conselho Económico e Social, sem mencionar os contributos dos parceiros so-ciais, de forma muito assertiva os provenien-tes da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, ao longo das últimas décadas, se-ria uma injustiça, porque pese embora a UGT esteja do lado oposto da mesa negocial, tal não significa que não reconheçamos a sua permanente disponibilidade para o diálogo profícuo e para a negociação.A valorização dos recursos humanos será, sem dúvida, um dos grandes desafios da so-ciedade portuguesa a médio e a longo prazo, onde a criação de empregos de qualidade deverá condicionar a definição de qualquer estratégia de desenvolvimento para o país. A complexidade da sociedade portuguesa, cada vez mais diversificada e mais interde-pendente, requer dos parceiros sociais um elevadíssimo sentido de responsabilidade, ao qual, reconheçamos, a CIP nunca se descar-tou, sendo por isso considerada fator ativo na promoção do progresso económico e social.No entanto, à medida que este novo sé-culo vai passando, e com o crescimento e domínio do poder financeiro sobre o poder

politico, novos desafios se colocam aos par-ceiros sociais. O crescimento económico, a redução do desemprego e a criação de empregos com direitos sociais são hoje os grandes desafios que Portugal e a Europa enfrentam. A situação económica e social é hoje muito preocupante. O desemprego mantém-se em níveis elevados, sobretudo entre os mais jovens e mais qualificados, e a pobreza alastra de uma forma sem prece-dentes, sacrificando sobretudo aqueles que menos responsabilidades têm no estado a que o país chegou.A UGT sempre entendeu que um desenvolvi-mento equilibrado e sustentado, potenciador de uma verdadeira coesão económica e so-cial é o objetivo último de qualquer estratégia de crescimento e de desenvolvimento.Por detrás de cada objetivo delineado há sempre muito esforço, elaboração de diag-nósticos e discussão, mas os objetivos têm de ser alcançados. Em todos os processos existem formas de diálogo e de concertação entre diferentes interesses e diferentes áreas de saber. Temos de ter a consciência de que uma só visão não consegue por si só mudar um país, que por definição é plural e diversifi-cado, o que nos obriga à mobilização e con-vergência de distintas posições, mas cuja interacção contribuirá para o melhoramento e a estabilidade do país.Esta estratégia de desenvolvimento eco-nómico e social do país, necessariamente apoiada numa abordagem transversal, sem-pre contou com os contributos da CIP e da UGT e com a consensualização entre o Go-verno e os parceiros económicos e sociais, tanto a nível nacional como regional.Bertold Brecht afirmou que " Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam

um ano e são melhores, há os que lutam mui-tos anos e são muito bons. Mas há os que lu-tam toda a vida e estes são imprescindíveis"Portanto, não é de mais salientar que, ape-sar de defendermos interesses distintos, mas complementares, a comemoração do 40º aniversário da CIP é para a UGT, e certamen-te também para o país, motivo de regozijo, ao qual nos associamos, formulando votos para que muitos mais anos de sucesso se avizinhem, ao serviço das empresas portu-guesas e do trabalho digno, no profundo res-peito pela manutenção do equilíbrio das for-ças sociais necessárias ao desenvolvimento de Portugal e à melhoria das condições de vida dos portugueses.À CIP e aos seus dirigentes e associados. Bem Hajam.

Permanente disponibilidadepara o diálogo profícuo e para a negociação

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OS 40 ANOS DA CIP

Quando em Maio de 1974 um grupo de empresários se juntou com a AIP, AEP e as Associações Comerciais de Lis-boa e Porto sabiam intuitivamente da necessidade para o País da existência de uma economia de mercado, com em-presas privadas que criassem emprego e riqueza.A CONFEDERACÃO da INDUSTRIA PORTUGUESA aparece assim como a instituição agregadora dos empresários dos diversos sectores industriais que entenderam ser esta or-ganização a indicada para defender os interesses e simul-taneamente responder às exigentes questões económicas, políticas e sociais que se entreviam.E nos quarenta anos que leva de vida este traço primordial de agregar e defender a importância das empresas priva-das e a valia do mercado foi o fio condutor das suas inter-venções, que com reconhecida independência tem levado a cabo, tanto interna como externamente.Ao longo de 4 décadas, por vezes em situações muito ad-versas, a CIP defendeu o associativismo, produziu rela-tórios e estudos, promoveu Conferências, testemunhou publicamente o apoio ou a oposição a medidas que afec-tassem as empresas, tomou posição sobre os temas trans-versais da Economia Portuguesa e Europeia.De facto matérias tão diversas como a Politica Fiscal e o Mercado de Capitais, a Legislação Laboral e a Formação, a Saúde, o Ambiente, a Energia ou a Justiça, a que se deve juntar a participação constante e empenhada nas activi-dades da Business Europe, Confederação Europeia de Em-presas, foram e são objecto de intervenção, comentário e propostas, tornando o desempenho e o contributo da CIP únicos no quadro económico português.Nesta data de aniversário os votos de muitos mais 40 anos, vigorosos e interventores na defesa de uma economia de mercado e do associativismo empresarial e uma palavra de gratidão para com todos e todas, os que com o seu tra-balho e empenho ajudaram a CIP até hoje.

João Gomes Esteves, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da CIP

PILAR DO ASSOCIATIVISMO PORTUGUÊS

A AEC – Associação Empresarial de Cantanhede, vem por este meio felicitar a CIP – Confederação da Industria Portuguesa, pelo seu 40º Aniversário, pelo profícuo trabalho desenvolvido ao longo dos 40 anos de existência, em prol do Associativis-mo Empresarial e do tecido económico nacional.A CIP é um importante parceiro económico e social, reconhe-cido pela influência, idoneidade e coerência das suas posi-ções, tomadas com coragem e determinação nos momentos oportunos e através dos meios adequados. É sem dúvida o pilar do associativismo Português!Com a recente transformação estatutária a CIP conseguiu unir um conjunto de vasto de “players” do movimento associativo nacional, sabemos que nem tudo está feito, mas também sabe-mos que o nosso presidente Antonio Saraiva, com a sua postura

AGENTE DE MUDANÇA

Ao longo da sua existência, a CIP tem sido uma das vozes mais ativas na defesa do empreendedorismo nacional. Pro-vocando de forma consistente e informada a atenção para as questões relevantes que condicionam a actividade das empresas portuguesas, a CIP tem-se assumido claramen-te como agente de mudança, procurando construir sólidas pontes de diálogo, tendentes à criação de um ambiente mais favorável para os negócios. É nesse quadro que se tem reve-lado um parceiro essencial no processo de modernização do País, seja através da promoção de competências avançadas no domínio da inovação, seja pela dinamização e incentivo ao trabalho em rede e ao estabelecimento de parcerias estra-tégicas que nos permitam ganhar escala e reconhecimento internacional. No ano em que se comemoram 40 anos da sua existência, formulo sinceros votos para que prossiga o seu meritório trabalho da forma isenta e independente como o tem feito até aqui, procurando, sempre com a mesma tena-cidade, desbloquear os obstáculos que ainda condicionam a competitividade das nossas empresas.

Nuno Botelho, Presidente da ACP/CCI

A Visão dos Associados

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DEFESA DE SALÁRIO MÍNIMO ATUALIZADO

No âmbito das comemorações do 40º aniversário da CIP, fo-mos convidados a escrever algumas palavras sobre o seu aniversário, pelo facto de atualmente exercermos o cargo

REFORMA DO ESTADO DEVE SER UM ELEMENTO CENTRAL DA ESTRATÉGIA

Ao celebrar o seu 40º aniversário, a CIP encontra-se num momento crucial para afirmar a sua voz, em prol de todos aqueles que representa. Recentemente apresentado, o do-cumento de estratégia orçamental vem publicamente re-conhecer que não haverá, no horizonte 2014 – 2018, uma redução da carga fiscal sobre as empresas, o que coloca seriamente em causa a sua competitividade e, com ela, a economia nacional e a capacidade de Portugal conseguir sa-tisfazer os seus compromissos externos.Assim, urge implementar uma profunda e eficaz reforma do estado, que reflita concretamente as funções que devem ser mantidas na esfera do estado e quais as que devem ser atri-buídas a terceiros, de modo a permitir uma redução signi-ficativas dos encargos do estado e, simultaneamente, uma redução sustentada da carga fiscal.Esta foi, aliás, a afirmação mais forte e mais importante do Presidente da CIP no discurso da tomada de posse para o seu novo mandato, ao sublinhar que “A CIP considera que a Reforma do Estado deve ser um elemento central da estra-tégia de desenvolvimento …”, sem a qual “… não será possí-vel passar de uma lógica de cortes transversais e potencial-mente reversíveis, a uma lógica de redução estrutural da despesa corrente primária”.

José António Barros, Presidente da Mesa da AG da AEP

e força de vontade vai conseguir dar passos bastante importan-te para que este processo de união se complete. Formulamos sinceros votos de muito êxito na continuação da sua acção, que desejamos que se prolongue por muitos anos.

Luís Roque, Presidente da Direcção da AEC

de Presidente da Associação Empresarial da Póvoa de Var-zim, Associação que congrega cerca de 2700 associados de âmbito transversal, e que é associada da CIP.O que podemos afirmar é que as Instituições são constituí-das por pessoas e é pelo esforço e capacidades destas pes-soas que elas crescem, adquirem caracter e marcam a vida das sociedades em que se inserem.Lembra-me de há cerca quarenta anos como trabalhador estar envolvido na UGT e do lado de lá da barricada estava o carismático Presidente da CIP Ferraz da Costa.Hoje a CIP tem um Presidente que também trilhou o lado de lá e por isso conhece também, muito bem, ambos os lados da barricada.Naturalmente que todos os empresários por regra são ou foram trabalhadores por conta de outrem ou criaram a cus-to o seu próprio negócio, e por isso defendemos um salário mínimo atualizado, ao contrário dos políticos.Ao Presidente, António Saraiva e a toda a equipa que o ro-deia desejo um feliz aniversário.

José Gomes Alves, Presidente da AEPVZ

LIDERANÇA DINÂMICA, RIGOROSA E ESTRATÉGICA

Após 40 anos, o renascimento da CIP como Confederação Empresarial de Portugal, veio constituir a cúpula do Associa-tivismo Empresarial Português, tão necessária para que as vozes das nossas empresas, empresários e empreendedores, se façam ouvir pelos agentes decisores das políticas econó-micas e sociais de toda a esfera nacional e internacional.São, sem dúvida, uma responsabilidade e um peso institu-cional enormes, que requerem uma liderança dinâmica, ri-gorosa e estratégica, reconhecida plenamente ao Presidente António Saraiva, que saudamos nesta data.A AERLIS - Associação Empresarial da Região de Lisboa, como membro do Conselho Geral, congratula-se com este aniversário e faz votos de longa vida para a CIP, consciente do muito trabalho que ainda há por fazer em prol de um melhor Associativismo Empresarial em Portugal.

António Ferreira de Carvalho, Presidente da AERLIS

CIP 40 ANOS

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DEFENDER E PROMOVER A INDÚSTRIA EM PORTUGAL

“Realmente, vivemos tempos sombrios! A inocência é lou-cura. Uma fronte sem rugas denota insensibilidade. Aquele que ri ainda não recebeu a terrível notícia que está para chegar.” (Bertolt Brecht)Parabéns à CIP por 40 anos de corajoso combate, atraves-sando “tempos sombrios”, em defesa das empresas portu-guesas e em particular da indústria.Desde o PREC, no qual a CIP e os seus dirigentes enfren-taram ameaças e agressões, lutando contra a loucura ins-talada e os ímpetos vanguardistas de nacionalização ou estatização da economia, a CIP manteve uma postura de realismo e integridade que lhe permitiu ganhar o respeito dos opositores.Em anos mais recentes, em que a indústria foi vista como dispensável na ilusão de construção dum país pós-moderno que viveria apenas de serviços, a CIP manteve a sua voz lú-cida, clamando por vezes no deserto, incompreendida por quem a considerava defensora dum segmento da economia destinado à progressiva extinção.O tempo veio dar-lhe razão! Honra lhe seja feita. Que continue por muitos anos a defender e promover a in-dústria em Portugal.

Tomás Moreira, Presidente da AFIA

O ASSOCIATIVISMO IMPÕE-SE

Os crescentes, e cada vez mais complexos, desafios que se co-locam ao tecido empresarial, em especial industrial, impõem que os seus representantes sejam dinâmicos, proactivos e ca-pazes de fazer das fraquezas forças, contornando os constran-gimentos que a sua dimensão possa causar.O associativismo impõe-se, assim, mais do que nunca num momento em que a vitalidade da economia portuguesa está, no essencial, dependente do desempenho e resultado da ini-ciativa privada, nomeadamente, no aumento das exportações e na substituição de importações.Ao congregar diversas associações industriais de cariz nacio-nal e regional e definindo, de forma organizada, metas e objec-tivos comuns, a CIP tem-se revelado como uma referência no panorama nacional.Neste momento festivo, em que se assinala o 40.º aniversário da CIP, a AIDA não pode deixar de realçar a forma inteligente e sagaz como a CIP tem intermediado o relacionamento entre as suas associadas e os decisores políticos, fazendo chegar junto destes a realidade concreta do sector produtivo português e reforçando a sua capacidade de lobbie.De salientar, neste processo de representação, o esforço efec-tuado pela CIP no sentido de envolver activamente as suas associadas em todo o trabalho desenvolvido, seja auscultan-do-as previamente sobre a tomadas de decisões estratégicas e emissão de pareceres, seja divulgando informações/conclu-sões retiradas dos vários grupos de trabalho nos quais está envolvida.O papel da CIP tem sido ainda decisivo ao nível da projecção internacional de Portugal e da sua representação ao nível de instituições como a Organização Internacional do Trabalho e acompanhamento das questões europeias.É por isso com orgulho que a AIDA integra a CIP, cujos dirigen-tes e colaboradores felicita pelo empenho e profissionalismo colocado na dedicação ao associativismo e à indústria.

Fernando Paiva de Castro, Presidente da Direção da AIDA

LONGA VIDA À CIP

Tratou-se da primeira Confederação Empresarial no histó-rico movimento reorganizativo após o corporativismo do Estado Novo.Nos primeiros tempos, a CIP com a sua visão vertical, só se focou na indústria, mas felizmente, neste novo ciclo, a CIP as-sumiu uma postura politicamente mais firme, promovendo um diálogo transversal, focada na estratégia global da eco-nomia portuguesa, e de todos os seus agentes económicos. Esta reforma deve-se à visão, ao querer e à capacidade de liderança de um homem, com provas dadas, e experiência feita, António Saraiva.

Por isso, e desde a primeira hora, foi com muito prazer e empenho, que a AHRESP aceitou o honroso convite para o desafio da refundação da CIP, na nova Confederação Empre-sarial de Portugal.A CIP desempenha hoje um papel destacado, e incontorná-vel, na representatividade do nosso tecido empresarial.Desejamos muitas mais comemorações, e continuação de excelentes sinergias, como até aqui têm pautado o nosso re-lacionamento, em prol da força e dinâmica das nossas em-presas, e da economia nacional. Longa vida à CIP.

Mário Pereira Gonçalves, Presidente da Direção da AHRESP

CIP 40 ANOS

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DEFESA DE UM SETOR PRIVADO FORTE

Assumi a Presidência da AIMMP – Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal em 29 de Julho de 2011, al-tura em que passei a representar esta associação de interesse público no Conselho Geral da CIP, sob a Presidência do nosso António Saraiva.Rememoro, com satisfação e orgulho, a forma como a CIP tem

VALORIZAR O PAPEL DA EMPRESA E DO EMPRESÁRIO

Os 40 anos da CIP confundem-se com o “novo” País, a partir de Abril de 1974. Um País de liberdade incompleta e condicionado pela apropriação pública dos meios de produção e da propriedade.É nesse enquadramento que surge ativamente a CIP, sem se deixar amarrar e condicionar, a lutar pela afirmação da ini-ciativa privada, tendo uma ação decisiva de apoio à iniciativa empresarial e ao associativismo livre.Por isso, devemos felicitar todos os que, nesses tempos difíceis, tornaram possível o aparecimento da CIP desafiando funda-mentalismos e promovendo a liberdade e a afirmação da ini-ciativa empresarial privada.A CIP esteve, e está, em todos os momentos críticos de apoio e de promoção da liberdade de iniciativa privada e do valor do empresário. Além de tudo fazer para a melhoria das condições para o desenvolvimento empresarial a CIP é uma Instituição, hoje com ontem, incontornável para a discussão e promoção dos temas mais atuais para o desenvolvimento empresarial e, em resultado disso, para o desenvolvimento do País.Em síntese, a CIP, ao longo de 40 anos, defendeu e promoveu o papel da iniciativa privada e soube valorizar permanentemen-te o papel da empresa e do empresário no desenvolvimento socio-económico do País.

António Marques, Presidente da AIMINHO

A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA CIP

Ao longo da sua história, a AIMMAP tem servido empenhada-mente as empresas portuguesas do setor metalúrgico e meta-lomecânico, defendendo os seus interesses e empenhando-se em torná-las cada vez mais fortes e competitivas.Sem falsas modéstias, temos a noção de que esse trabalhado desenvolvido pela AIMMAP tem contribuído decisivamente para que o setor por si representado seja o mais significativo da indústria transformadora nacional.Mas temos igualmente a convicção de que esse bom trabalho da AIMMAP não teria o mesmo impacto se não tivesse conta-do com o enorme apoio da CIP.

Num momento em que a nossa confederação atinge 40 anos de uma vasta e notável atividade, a AIMMAP faz questão de deixar a aqui a sua homenagem.A CIP é para nós, empresários da indústria do metal, o ver-dadeiro paradigma do serviço às empresas. E é também um magnífico exemplo de uma organização de causas.Mais do que nunca, a AIMMAP continua a rever-se totalmente na CIP e nas suas políticas. E continua a não ter quaisquer dú-vidas de que ela é a mais genuína e representativa entidade de cúpula do associativismo empresarial português. Durante estes primeiros 40 anos da sua existência a CIP con-seguiu defender com grande êxito os legítimos interesses que representa, tendo obtido inúmeros sucessos negociais num vasto conjunto de dossiers e matérias.Não obstante, mais do que em discussões ou negociações con-junturais, a marca da CIP irá ficar indelével nos grandes prin-cípios estruturantes.Sem o combate e o empenho da CIP, o país seria muito dife-rente para pior. Na verdade, a CIP foi decisiva na construção da Democracia portuguesa, na defesa de uma verdadeira eco-nomia de mercado e até numa correção das mentalidades de muitos empresários portugueses, os quais, muito por força do discurso livre da CIP, olham agora para o Estado e seus agentes como os servidores que são e não como os tutores que a cultu-ra do Estado Novo inventou.Neste momento histórico em que Portugal sofre o vexame de viver sob intervenção estrangeira, uma vez mais tem vindo a CIP a ser um garante de estabilidade e bom senso, tendo sido em mais do que uma ocasião verdadeiramente decisiva para o bom funcionamento das instituições.Temos a esperança de que a intervenção exterior cesse rapi-damente, não só do ponto de vista formal mas também em termos substantivos.Quando isso suceder, ficaremos à espera de que os responsá-veis políticos do país tenham aprendido esta amarga lição de vida e que tenham o bom senso de ouvir mais e melhor os parceiros sociais. Nesse domínio, não temos quaisquer dúvi-das de que o papel da CIP será uma vez mais verdadeiramente essencial para o futuro de Portugal.

Rafael Campos Pereira, Vice-presidente executivo da AIMMAP

CIP 40 ANOS

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VISÃO DE REFORMA E INOVAÇÃO

A ALF – Associação Portuguesa do Leasing, Factoring e Ren-ting aderiu à CIP em 2013, tendo assim uma experiência

sido liderada, bem como as intervenções positivas e decisivas que tem adoptado, no seu todo, para a recuperação do nosso País e para o aliviar da intervenção externa a partir de um con-texto macroeconómico próximo da insolvência de Portugal.A CIP, Confederação Empresarial de Portugal, tem um grande futuro! Já não restam dúvidas, a ninguém, da importância e do valor de uma Confederação aglutinadora de ideais, ideias, conceitos e estratégias de defesa de um setor privado forte e de interesse público para o crescimento económico, geração de emprego, criação de riqueza e bem-estar social.Que a lucidez, a paz corporativa e o equilíbrio organizacional perdurem no tempo, por muitos e muitos anos, e que a missão da CIP/CEP seja reconhecida e acarinhada por todos em prol de um Portugal melhor.

Vítor Poças, Presidente da AIMMP

TRABALHO SÉRIO E DINÂMICO

Na qualidade de Presidente da AICCOPN e da AIMMP coo-perei com a nossa Confederação em dois períodos distin-tos porque distintos foram também os dois Presidentes da CIP com quem trabalhei.Entre 1977/1978, quando exerci o cargo de presidente da AICCOPN, trabalhei com o Presidente Vasco de Melo, ho-mem dinâmico, que lutou pela defesa da Industria em Por-tugal, num período muito difícil e confuso do nosso País.A CIP promoveu, nessa época, diversas manifestações de em-presários pelo País, da qual destaco a reunião magna do Palá-cio de Cristal no Porto que, na altura, fez com que os nossos governantes, à época, olhassem para a CIP com o respeito que esta merecia e que Vasco de Melo bem remarcou.No início da década de oitenta, já como Presidente da nossa AIMMP, volto ao contacto com a CIP sob a Presidência do Fer-raz da Costa, personalidade e forma de trabalhar bem dife-rentes do anterior. Fiz parte do seu concelho de Presidentes. No meu entender, a CIP tem sido uma Confederação da maior importância para o associativismo português e, nestes últimos mandatos, está a fazer um trabalho sério e dinâmico em prol da Industria Portuguesa. Para a CIP e seu Elenco Diretivo os maiores êxitos.

Alberto Mesquita, Vice-Presidente da AIMMP

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rante da coesão nacional. Desenho dinâmico, naturalmen-te, como exige a própria essência da vida – “que é feita de mudança”. - Eis porque, ao longo dos quarenta anos já de-corridos, sempre a CIP - como Confederação da Indústria ou como Confederação Empresarial - esteve presente, enquanto actor relevante, nos debates e na formação das decisões que, em tempos de maior alívio ou em condições de muito duras dificuldades, têm exigido dos mais aptos, conscientes e res-ponsáveis de todos nós a partilha solidária dos encargos que o interesse nacional reclama.2. Não é uma mera figura de retórica que a CIP se reveja e identifique como instituição de referência, estruturante da comunidade nacional, e que, em consequência, com toda a legitimidade invoque essa condição para exigir o reconheci-mento objectivo do estatuto não já de utilidade mas de ser-viço público.Não é irrelevante a distinção, como o não é a corresponden-te pretensão, se tomada em devida conta a substância dos contributos aportados pela Confederação: em sede nacional, por envolvimento directo nas tarefas da concertação social e nas múltiplas representações em que assegura a partici-pação do universo empresarial em funções institucionais de proposição, análise crítica e consensualização de soluções de interesse nacional; no plano internacional, em que, quadro da UNICE - União das Confederações Patronais Europeias, assegura a representação de todo o universo empresarial português.Os quarenta anos de compromisso com a nação registam episódios menos conseguidos ou até objectivamente mar-cados por equívocos lamentáveis; manda a verdade afirmar, contudo, terem sido algumas fragilidades largamente supe-radas por muitos mais testemunhos de generosidade e dedi-cação gratuitas, inspiradas pela pulsão do compromisso com o dever de servir.A CIP é, por isso mesmo, na pureza e seriedade do seu de-sempenho, um baluarte de confiança e solidez institucional: pontua as intervenções públicas por um rigoroso imperativo de responsabilidade e submete, contra todos os interesses ar-ticulares, os deveres da representação que lhe está conferida à primazia do interesse nacional.3. A riqueza das nações resulta, naturalmente, da conver-gência de múltiplos factores - relativos à geografia, ao solo e ao subsolo, à continentalidade ou à cercania do mar, à me-teorologia, à envolvente internacional, ao potencial humano e à sua qualificação, à história e à cultura -; raramente nos detemos na consideração do contributo decisivo aportado aos outros activos nacionais pelas vocações específicas, plu-rais e empenhadas, das instituições públicas e privadas na estruturação do Estado. O associativismo empresarial reúne e titula representações e serviços que, no conjunto dos res-pectivos planos e âmbitos, constituem e alimentam a rede vital da economia - afinal o domínio onde se cruzam os con-tributos da técnica, da estética e da ética com a dignidade e as necessidades das pessoas. É no saldo deste encontro - se for equilibrado e justo, digamos até virtuoso -, que se pode identificar a fracção verdadeiramente substancial da nossa riqueza colectiva! - A missão institucional da CIP - Confede-ração Empresarial de Portugal, colhe deste entendimento e realiza-se na prática deste serviço!

José de Oliveira Guia, Presidente da ANEME

recente, mas reduzida face aos 40 anos que agora se ce-lebram. Sendo uma Associação do sector financeiro, ade-rimos a uma Confederação onde não encontramos pares no sentido estrito. No entanto, integrámo-nos na grande representatividade e diversidade do tecido empresarial e in-dustrial Português e neste encontro, a troca de experiências tem sido vantajoso e salutar para todos os seus intervenien-tes. Encontrámos ainda diversas pontes de diálogo, especia-lizadas nas respectivas temáticas, que abordam os temas de uma forma prática, focada e eficiente.Fazemos votos de continuado sucesso para o futuro e de uma visão de reforma e inovação, que permita, entre outras, enquadrar e consolidar o sector financeiro no seio da CIP, de forma a poder estreitar e enriquecer os laços entre a inicia-tiva privada nacional e as instituições que a esta fornecem financiamento em prol do desenvolvimento continuado das empresas e da economia nacional.Parabéns pelo excelente trabalho realizado neste quase meio século de vida.

José Beja Amaro, Presidente da ALF

CIP: QUARENTA ANOS DE SERVIÇO!

1. A CIP - Confederação Empresarial de Portugal é titular, com representação acrescida, do legado da Confederação da In-dústria Portuguesa - por sua vez nascida nos alvores do golpe militar que, em Abril de 1974, mudou radicalmente a natu-reza e a estrutura do Estado, reduziu as geografias territorial e humana da nação ao primitivo desenho medieval e iniciou o que bem se pode classificar de mais recente período de re-fundação da Pátria.A cada uma das grandes rupturas de que foi feita a nossa história colectiva - a crise de 1383; a perda da independência (1580) e sucessiva restauração (1640); a revolução constitu-cional (1820); a implantação da República (1910); a emergên-cia do Estado Novo (1926) e a revolução de Abril (1974) - sem-pre corresponderam processos de reestruturação política, administrativa e institucional que naturalmente traduziram, em cada momento e circunstâncias, novas relações de poder geradas por reequilíbrios…sempre, por definição, precários.Foi justamente pela pressão da necessidade de reequilíbrio político-social que, em 1974, nasceu a CIP! - Reunidos pelo medo (ou pela coragem!) os homens mais responsáveis do universo que viria ser conhecido, anos mais tarde, por “socie-dade civil”, saíram ao desafio da anarquia acéfala mascarada de democracia.popular e ergueram, a partir das estruturas de representação sectorial, herdeiras da tradição gremial, e com o apoio esclarecido das duas principais Câmaras de Co-mércio e Indústria, a organização de cúpula que inaugurou o desenho institucional ainda hoje parceiro estratégico e ga-

CIP 40 ANOS

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SEM INVESTIMENTO NA INDÚSTRIA NÃO HAVERÁ CRESCIMENTO ECONÓMICO EM PORTUGAL

Ao comemorar 40 anos de existência da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, não podemos deixar de recordar o que foi a trajectória desta Instituição ao longo dos anos, marcada sobretudo pelos Senhores Presidentes da Dire-ção – Eng.º Vasco Melo, Dr. Ferraz da Costa, Eng.º Francisco van Zeller e atualmente o Sr. António Saraiva que, pelo seu prestígio e dedicação, acompanhados de muitos e ilustres colaboradores, construíram esta prestigiada Confederação.O 1º Encontro dos Industriais Portugueses ocorrido em 1978, na cidade do Porto, fez-me recordar as palavras do Secretário Geral da Organização Internacional dos Em-pregadores, M. Raphaël Lagasse, que na sua intervenção afirmou “uma política de progresso social, num quadro de consenso democrático resultante dos votos de todos, só pode, em resumo ser construída sobre uma economia sã, fundada sobre uma das liberdades fundamentais, recen-temente readquirida em Portugal – a liberdade de criar”!Foi esta Confederação Industrial que assistiu à evolução do quadro da economia portuguesa e que, com claro pesar, viu a desindustrialização do País acentuar-se, proletariza-rem-se as relações de trabalho, baseadas em direitos ad-quiridos não tendo em conta a economia real e, em suma, a retracção no emprego e a redução da competitividade.Nos dias de hoje, a Confederação Empresarial de Portugal, com a esclarecida orientação do Senhor António Saraiva assiste a uma mudança de paradigma do sistema produ-tivo e económico português, que terá, assim esperamos, enormes consequências para o futuro de Portugal. Sendo mais abrangente, a atual CIP que para além das Associa-ções Setoriais contém Associações Regionais e Empresas de Serviços e de Valor Acrescentado, não deve perder a sua identidade e matriz de confederar os industriais portugue-ses, aonde terá de assentar o crescimento das exportações, da competitividade de bens transacionáveis e de maior va-lor acrescentado. Sem investimento na indústria, não ha-verá crescimento económico em Portugal.A Direção da ANIMEE – Associação Portuguesa das Em-presas do Setor Elétrico e Eletrónico, com 42 anos de existência, enquanto Associação, não pode deixar de se congratular e felicitar a CIP por este seu aniversário que é simultaneamente o acompanhamento dos últimos 40 anos da vida nacional, e em que foi construído um outro Portugal, mais livre e melhor! Parabéns!

Carlos Manuel da Silva Cardoso, Presidente da ANIMEE

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DAS EMPRESAS

É inequívoca a contribuição da CIP no apoio ao desenvolvi-mento económico e social do País, quer na posição de porta--voz das empresas, defendendo os seus interesses junto de várias instâncias, sendo sempre um parceiro essencial ao diálogo e negociações com parceiros sociais e o poder polí-tico, quer a nível nacional, europeu e mundial.Agindo de acordo com os seus objectivos, a CIP desempe-nha um papel preponderante nas negociações colectivas de trabalho, por forma a promover e assegurar o crescimento sustentável das empresas e da económica portuguesa.

Jorge Mira Amaral, Presidente da ANIET

MODERNIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO LABORAL

Venho manifestar junto de V.Exª todo o apreço que a minha Associação tem pela CIP-Confederação Empresarial de Portu-gal, alicerçado num acompanhamento do trabalho desenvol-vido, desde há já vários anos, e uma vez que a ANICP deve ser das mais antigas associações filiadas na Confederação.Com efeito, a CIP tem sido, desde sempre, um intransigente defensor dos mais legítimos interesses das nossas Empresas e da economia nacional, tanto no nosso País, como no exterior, e nomeadamente, junto das instâncias da União Europeia.Todavia, pensamos que o papel mais relevante da actuação da CIP tem sido sobretudo ao nível da concertação social, onde tem conseguido inegáveis resultados, tendo em vista a moder-nização da nossa legislação laboral, no sentido de permitir o desenvolvimento do tecido empresarial português.Pena é que ainda se não tenha conseguido unificar o movi-mento associativo em torno da CIP, por forma a coloca-lo a falar a uma só voz.Pela nossa parte temos de reconhecer à CIP, todo o incontor-nável trabalho que tem desenvolvido, ao longo destes 40 anos da sua existência, de relevante importância para as empresas e para o nosso País.

Sérgio Real, Presidente da ANICP

CIP 40 ANOS

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40 ANOS DE MODERNIDADE

Ao percorrer estes 40 anos, o traço que retenho com mais satisfação e orgulho é a capacidade sempre renovada, que a CIP evidenciou para se ajustar proactivamente - e muitas vezes promover ela própria - às profundas alterações quer do tecido empresarial quer do exigente contexto que o con-dicionou.O nascimento do Associativismo livre como alternativa à velha arquitetura Corporativa do Estado Novo teve lugar num período de grandes tensões e de decisões de impulso e arrebatadas (próprias do período revolucionário) - como por exemplo as nacionalizações e a legislação laboral - que foram em sentido totalmente inverso ao da livre iniciativa empresarial por que pugnamos.A capacidade de resiliência e a determinação dos dirigentes de então e dos membros da CIP - em que a APICCAPS orgu-lhosamente se inclui -foram decisivas e moldaram quer o perfil dos dirigentes futuros quer a importância da Confe-deração na Sociedade Portuguesa.Passados os principais efeitos dos “anos da brasa”, foi pos-sível iniciar um processo de modernização acelerada do te-cido empresarial, reforçando a livre iniciativa cujo mérito é avaliado pelo mercado, no cumprimento estrito da legis-lação vigente e com uma marca forte de “responsabilida-de social”, que sempre também caracterizou a ação da CIP, como é particularmente notório na postura responsável e construtiva adotada no domínio da concertação social.A integração europeia constituiu o grande desafio seguinte.O papel da CIP e das Associações Empresariais foi decisivo na mobilização dos empresários para vencer esta etapa. Foi possível combater, com sucesso, a enorme intensificação da concorrência internacional e transformar os desafios em oportunidades que Portugal foi capaz de transformar em vantagens. Particular atenção foi conferida ao período de

VISÃO AGREGADORA DE OPORTUNIDADES E DESAFIOS

Ao longo dos 40 anos de existência que este ano se assina-lam, a CIP tem desempenhado um papel de extrema rele-vância na defesa da economia, das empresas, dos empre-sários, e do associativismo empresarial, contribuindo, com independência, para o desenvolvimento económico e social do país. Enquanto órgão de cúpula do associativismo, dispõe de uma visão agregadora das oportunidades e dos desafios que as empresas e os empresários enfrentam, aspecto essencial para a geração de consensos e equilíbrios que tenham em

UM DOS PRINCIPAIS AGENTES DE MUDANÇA DA SOCIEDADE PORTUGUESA

É com muito agrado que felicito a CIP pelos seus 40 anos de atividade. Enquanto cidadão, empresário, dirigente associa-tivo e associado da CIP, não posso deixar de louvar o papel fundamental que a Confederação teve no aprofundamento da economia de mercado em Portugal, com tudo o que isso significou em termos de promoção da iniciativa privada, de modernização do tecido produtivo, de dinamização da com-petitividade empresarial e de diminuição do peso do Estado no sistema económico. Recordo que, em Portugal, a CIP foi pioneira na defesa de uma atividade empresarial moderna, independente e em-preendedora. Nestas quatro décadas, a Confederação ba-teu-se pelos legítimos interesses dos empresários, apoiou empresas de todas as dimensões e promoveu o acesso à atividade empresarial. Merece, por isso, ser reconhecida como um dos principais agentes de mudança da sociedade portuguesa e uma instituição de referência da nossa jovem democracia. Impõe-se, pois, um agradecimento à CIP pelo muito que fez pelo desenvolvimento do tecido empresarial e pela liberda-de económica no nosso país.

João Rafael Koehler, Presidente da ANJE

linha de conta as diversas dimensões da economia. Nesse contexto, a sua actuação como Parceiro Social, e membro do Conselho Económico e Social, é, a todos os níveis, mani-festamente reconhecida.Num momento de grandes desafios, como aquele que hoje enfrentamos, a missão da CIP assume relevância acrescida, porquanto dificilmente uma economia sem boas empresas e bons empresários poderá ser saudável. A esse respeito, o dinamismo que a Confederação evidencia, após 40 anos de existência, permite uma expectativa optimista quanto à forma com que continuará a desempenhar o seu papel no futuro.

André Albuquerque, Presidente da APEQ

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FAZER PARTE DA CIP É UMA MAIS-VALIA

A apigraf representa os interesses das empresas gráfi-cas, de comunicação visual e transformadoras do papel em Portugal há mais de 35 anos, e a CIP é uma organiza-ção importante para o cabal cumprimento desta missão. Acreditamos firmemente no associativismo como forma de congregar interesses comuns, potenciar ações e otimi-zar esforços, e ser membro na CIP é, nesta medida, uma mais-valia para a apigraf e para os seus membros.A CIP é, também, uma mais-valia para o país, expressando os interesses de um universo empresarial fundamental para a economia nacional e para a recuperação do país, com uma ação que não se limita a reagir ao presente mas visa proactivamente preparar o futuro, como esta edição comemorativa da revista comprova.Congratulamo-nos com a comemoração de efemérides em curso, mas ainda mais com a energia, vitalidade e competência que a CIP continua a demonstrar, e que con-tribuem para que esta organização continue a ser um par-ceiro essencial do sucesso das empresas portuguesas.

José Augusto Constâncio, Presidente da APIGRAF

NÃO PARA DIVIDIR, MAS SIM PARA UNIR

Em primeiro lugar PARABÉNS à CIP pelos 40 ANOS! PARABÉNS pela existência desta Confederação que duran-te quatro décadas se dedicou ao serviço da INDÚSTRIA, das EMPRESAS, dos EMPRESARIOS não esquecendo o Associati-vismo Empresarial!PARABÉNS a todos a queles que nela trabalharam/colabora-ram, tornando possível chegar com sucesso aos dias de hoje, atravessando períodos de grandes dificuldades sob os mais variados aspectos, mas continuando a lutar e a defender as Empresas Portuguesas.Como Associação Sectorial que somos, sabemos bem que não é fácil trabalhar e, em simultâneo, conciliar os interesses

VALORIZAÇÃO DO ASSOCIATIVISMO EMPRESARIAL

No ano em que a CIP – Confederação Empresarial de Portu-gal celebra o seu 40º aniversário, é fundamental assinalar a maturidade que atingiu, sabendo responder aos desafios que as últimas décadas trouxeram a Portugal e mantendo a defesa da economia nacional e das empresas.Em 40 anos, a CIP desenvolveu-se e aprendeu, tal como o fi-zeram as associações empresariais que a constituem, sendo hoje uma entidade capaz de propor soluções e de conjugar vontades em torno de objectivos que promovem e apoiam um setor privado ativo e dinâmico.A APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farma-cêutica, que acompanha este percurso de sucesso desde o início, saúda a valorização do associativismo empresarial que a CIP tem sabido promover e apoia o seu esforço em prol do desenvolvimento económico e social de Portugal.

João Almeida Lopes, Presidente da APIFARMA

pré-adesão e o alargamento da actividade a uma represen-tação permanente em Bruxelas, após a adesão plena, foi de-terminante para os resultados obtidos.Idêntica postura foi adaptada em todas as fases subsequen-tes do processo de aprofundamento da integração europeia, em particular com a criação da União Económica e Monetá-ria. E é precisamente nesta fase particularmente exigente, que a CIP revelou mais uma vez a sua capacidade de reno-vação, concluindo, com sucesso, um processo de integração com as demais Confederações e Associações Nacionais. A iniciativa empresarial privada pode, finalmente, expressar--se a uma só voz, reforçando, deste modo, a eficácia da sua intervenção.A celebração do quadragésimo aniversário da CIP ocorre no momento em que Portugal recupera uma parte da sua au-tonomia de decisão, criando assim condições para recupe-rar alguma da reputação perdida.O início dessa recuperação tem já um aspeto positivo que é o do cumprimento, no essencial, do programa de ajusta-mento a que o país se obrigou.Queremos agora contribuir, decisivamente, para aprofundar essa recuperação através do progresso das nossas empre-sas, intensificando ainda mais o investimento em Inovação e na promoção de um crescimento significativo das expor-tações de bens transacionáveis, maximizando o seu valor acrescentado nacional.Estamos prontos para esse desafio. Confiamos no Futuro.

Fortunato Frederico, Presidente da APICCAPS

CIP 40 ANOS

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UMA HISTÓRIA DE CORAGEM E DETERMINAÇÃO

Ao comemorarmos 40 anos da CIP, hoje Confederação Em-presarial de Portugal, a primeira palavra que nos surge, ca-paz de resumir o seu longo, difícil e determinado trajeto, é - coragem.Coragem para ter nascido num ambiente adverso à inicia-tiva privada e ao empreendedorismo, em que o frentismo e as forças políticas prevalecentes à época, inspiradas pelo marxismo-leninismo, pela demagogia e pela desordem que caracterizava os tempos que sucederam à “Revolução dos Cravos”, faziam estigmatizar, com rancor, o empresário ou o industrial como um pária social, incitando à sua persegui-ção e aniquilação.Será necessário mais algum tempo e distanciamento his-tórico adequado para se perceber em toda a sua extensão o valor e a coragem dos fundadores da CIP, que ousaram, contra tudo e quase todos (os que temporariamente impu-seram o delírio do seu comando), criar uma organização disposta a defender os valores da democracia representati-va, da economia de mercado, da livre iniciativa e do mérito pessoal.E se a CIP teve um papel fundamental na construção de uma sociedade democrática e de uma economia de mer-cado, na génese de um tempo novo, mas altamente instá-vel para Portugal, o seu contributo não foi menor ao longo das diferentes décadas que se lhe seguiram, em que sempre corporizou os interesses positivos da comunidade empresa-rial na formação de um país mais moderno e mais próspero, suportando e reforçando as opções políticas por um Estado de Direito, pela privatização da economia, resgatando-a à aventura suicida do PREC, pela adesão à Comunidade Euro-peia, que definiu e enquadrou a nossa normalização, entre muitos outros momentos decisivos que se desenvolveram na formatação da História portuguesa contemporânea.À coragem podemos adicionar a independência da sua voz, nunca comprometida com o regime, e menos ainda com as forças políticas que, em cada momento o dominaram, es-

CONFEDERAÇÃO EMPRESARIAL FORTE, UNIDA E COESA

Enquanto Presidente da ATIC – Associação Técnica da In-dústria de Cimento, é com muito gosto que felicito a CIP por estes 40 anos de intensa actividade, em prol da Indús-tria e da Economia nacionais.Vários têm sido os contextos e desafios enfrentados pe-las empresas do sector cimenteiro ao longo das últimas quatro décadas. Neste momento de crise, durante o qual enfrentamos perdas de competitividade significativas, não só na Europa mas também, e principalmente, face a países terceiros, é fundamental que os interesses da Indústria es-tejam representados por uma Confederação empresarial forte, unida e coesa.É nosso entendimento que o papel desempenhado pela CIP assume importância vital para a generalidade dos sectores industriais que se estão a adaptar e reinventar, no sentido de poder ultrapassar os constrangimentos económicos e financeiros actuais.Os elevados padrões que sempre pautaram a actuação

de tantos Sectores Industriais, razão pela qual entendemos como extremamente meritório todo o trabalho que a CIP tem desenvolvido, nas mais diversas áreas abrangendo os mais diversos sectores da Indústria e com um enorme leque de domínios de intervenção.Não iremos enumerar todas as áreas, assuntos, aconteci-mentos em que a CIP foi interveniente, pois decerto haverá quem o faça com muito mais pertinência e saber.Contudo, não podemos deixar de mencionar e louvar, pela importância de que se reveste, pelo enorme esforço que re-quereu e pelo impacto futuro que irá ter, a consolidação em 2010 do grande Projecto Associativo CIP – Confederação Em-presarial de Portugal.Como a própria CIP referiu é um “Projecto envolvente, que não foi criado para dividir, mas sim para unir – não só nas grandes questões transversais, mas também nas questões que digam respeito mais directamente a cada sector da ac-tividade económica. Pretende, igualmente construir uma es-trutura Associativa empresarial forte, coesa e determinada na defesa sistemática da iniciativa privada e da economia de mercado, tendo como objectivo último o Crescimento Econó-mico Nacional.”Desejamos que o Futuro da CIP – Confederação Empresarial de Portugal seja promissor, de modo a conseguir auxiliar as empresas e as suas Associações a trilhar o caminho que nos conduza a um País com maior progresso e estabilidade.

Marcel de Botton, Presidente da APIP

da CIP e a referência que a mesma representa, como polo aglutinador das diversas realidades da Indústria portugue-sa, são uma excelente base para os muitos anos que se seguirão.Resta desejar à CIP um futuro auspicioso e que o trabalho desenvolvido resulte a prazo numa realidade mais favo-rável para a Indústria e para os parceiros envolvidos na Confederação.

Luis Fernandes, Presidente da ATIC

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INDÚS TR IA • Junho 201438

FOCO NAS EMPRESAS E EMPRESÁRIOS

As associações empresariais encontram-se perante um desafio que, num contexto de alterações socioe-conómicas, não deixa de ser aliciante, mas difícil e complexo é verdade. Portanto, não podemos deixar de refletir no percurso do Associativismo dos últimos 40 anos, ponderar, desenhar a estratégia adequada para um novo modelo económico, que o País vai ter que adotar, e como é apanágio dos empresários, correr ris-cos e repensar modelos de representatividade empre-sarial. Desenganem-se aqueles que consideram que o mo-delo encontrado sobrevive apenas com um quadro fi-nanceiro adequado, que assegure a sobrevivência das organizações associativas, o desafio é saber estar do lado de quem dá soluções e impulsiona, é encontrar outras formas de ser parceiro ativo e credível junto dos nossos pares, sejam eles os nossos associados, sejam os nossos governantes e as suas instituições, seja o País no seu todo. Custa-me, e julgo que custa a qualquer dirigente associativo, ser olhado por “ mais um que quer fundos”, ou “mais um que fica bem na fotografia”.Não é difícil reconhecer que todos cometemos erros. O País não estaria no estado em que está se os cul-pados fossem simplesmente os dirigentes políticos.

a ouvir em processos de tomada de decisões que dizem respeito às empresas portuguesas.No ano em que se completam quatro décadas da sua fun-dação, neste novo ponto de viragem em que se encontra a economia portuguesa, que enfrenta grandes desafios, a CIP, parceira social representativa por excelência do sec-tor empresarial, mantem-se numa defesa acérrima dos interesses das empresas. As linhas orientadoras que tra-çou para o crescimento da economia portuguesa, onde salientamos a internacionalização das empresas, a refor-ma do Estado e a denúncia de uma Justiça que condicio-na fortemente a actividade das empresas, entre outras, demonstram a comunhão da linha de pensamento entre a CIP e a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa.Quatro décadas volvidas, queremos dar os parabéns pelo caminho que a CIP tem percorrido e fazer votos para que esta defesa constante de um crescimento sustentável do país seja cada vez mais frutífera.

Bruno Bobone, Presidente da CCIP

POSIÇÃO DE PESO NA SOCIEDADE CIVIL DO PAÍS

Fundada com coragem numa época em que se viviam tempos singulares de mudança profunda em vários sec-tores da economia portuguesa, a CIP ganhou uma posi-ção de peso na sociedade civil do país. Destacando-se en-quanto organização de cúpula do movimento associativo empresarial, é um dos parceiros sociais mais relevantes

tando sempre pronta para, cumprindo a sua missão, defen-der os seus ideais e, com uma vontade inquebrantável, os superiores interesses que representa - afinal a sua visão de um país mais próspero, mais moderno e mais equilibrado.Esta trajetória afirmativa de coragem, que prossegue, conti-nua a caracterizar a CIP, mesmo nos tempos que vivemos e nas circunstâncias difíceis que se perfilam para o futuro, ao exigir uma sociedade civil mais liberta do peso opressivo do Estado, afinal a raiz de muitos dos males que tolhem o nos-so desenvolvimento social e económico e põem em causa a nossa sustentabilidade futura, como tão eloquentemente foi demonstrado nos últimos anos, em que a necessidade do resgate económico-financeiro da “troika”, e a austeridade que dele emanou, mais não foi do que a consequência de uma governação doméstica irresponsável e inconsequente.O futuro de Portugal não está ainda escrito com sucesso, apesar dos sinais presentes de recuperação económica, pois o essencial está ainda por realizar e a generalidade das re-formas estruturais por empreender, e sem elas o país não se afirmará no quadro da globalização e do desafio da com-petitividade internacional, que é implacável, por mais que a histeria de algumas vozes internas, pouco sérias e inconse-quentes, menorizem ou enjeitem. Os próximos quarenta anos serão tão ou mais exigentes, tão ou mais decisivos do que os que agora se completam, pelo que a coragem continuará a ser essencial. Coragem para ser perseverante, para ser determinado, para querer um Portu-gal melhor para as gerações que se seguem.Há 40 anos, a ATP, então APIM e ANITAF, ainda não fusio-nadas, não enjeitaram o desafio de serem também prota-gonistas na criação da CIP, que faz parte do seu património associativo e que muito nos orgulha. E, honrando essa tra-jetória afirmativa de persistente e consistente intervenção, permanecemos firmes na determinação de não enjeitar os compromissos que assumimos com a sociedade e com a economia portuguesa, no quadro da Confederação, porque é essa a razão primacial da nossa existência.Hoje, como ontem, como amanhã. E sempre.

João Costa, Presidente da ATP

CIP 40 ANOS

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INDÚS TR IA • Junho 201440

APOIAR AS EMPRESAS A ULTRAPASSAR DESAFIOS E CONSTRANGIMENTOS

Ao longo dos anos a CIP tem-se assumido como um par-ceiro incontornável da Indústria Portuguesa, apoiando e defendendo o desenvolvimento económico e social do nosso País. A Confederação tem contribuído decisiva-mente para apoiar as empresas a ultrapassar desafios e constrangimentos que condicionam a evolução da econo-mia portuguesa.O papel desenvolvido em sede de concertação social, as-sumindo e defendendo os interesses e as propostas da Indústria nacional, tem sido estratégico para garantir ní-veis de competitividade às empresas, assegurando uma dinâmica de crescimento sustentável.Destacamos ainda a interatividade e diálogo mantido ao longo dos últimos anos com as Associações sectoriais, so-licitando regularmente informação que permita um co-nhecimento mais profundo das especificidades de cada área industrial, agregando e adequando a defesa de inte-resses a necessidades concretas das diferentes tipologias de empresas e sectores.Há que manter esta estratégia e prosseguir esforços para estimular a promoção do desenvolvimento da Indústria Portuguesa, destacando capacidades e competências, estimulando o progresso e o investimento, contribuindo para o sucesso empresarial e económico de Portugal. Parabéns pelos 40 anos de atividade.

João Faustino, Presidente da CEFAMOL

EMPREENDEDORISMO, ISENÇÃO E CREDIBILIDADE

Empreendedorismo, isenção e credibilidade são algumas das características mais evidentes do trabalho desenvol-

Se é verdade que são eles que definem no final a es-tratégia, verdade é que muitas vezes ficámos calados e convivemos com o desaire anunciado. Não é difícil reconhecer que aqui e ali errámos no caminho que traçámos para as nossas associações, mas acredito que o saldo é bastante positivo, porque ajudámos a criar riqueza, porque contribuímos para a responsa-bilidade empresarial, porque ajudámos a modernizar o tecido empresarial, aprendemos e evoluímos e, num momento tão exigente para a Nacionalidade, as Asso-ciações Empresariais, os empresários e as empresas foram capazes de fazer parte da solução. Sabemos que existe um patamar de competitividade que é necessário atingir e que não podemos deixar de o ambicionar para o País, sabemos bem que é um caminho difícil e exigente, de persistência, reconhece-mos que o conceito já faz parte do menu da governan-ça do País, mas não nos podemos deixar iludir porque não passámos do meio da ponte. O Associativismo Empresarial sabe que só seremos verdadeiramente competitivos se o todo o for (fatores de contexto, empresas, trabalhadores, sistema finan-ceiro, sistema judicial, infraestruturas de transporte) e que se interligue numa verdadeira rede operativa focada no objectivo essencial, criar valor distribuível, ou seja para que a sociedade num todo evolua de for-ma equilibrada e que esse equilíbrio se transforme em bem estar social.É neste contexto que os desafios que se colocam a todos, também às Associações Empresariais que têm que acompanhar a resiliência das Empresas e Empre-sários. O CEC é uma jovem confederação de associa-ções empresariais, pouco mais que 20 anos, e cada ano é um desafio na procura incessante de consensos e de ultrapassar antagonismos diversos, naturais num processo evolutivo. Tivemos a serenidade de irmos consolidando esses mesmos consensos, dando voz a todos, grandes e pequenos, fortes e fracos. Hoje, sem termos perdido o nosso foco fundamental, ser parcei-ro no desenvolvimento na região que representamos (Região Centro), desenvolvemos toda a nossa estra-tégia num princípio básico, dos primórdios da União Europeia, o princípio da subsidiariedade, ou seja a ní-vel dos Municípios temos as nossas associadas (asso-ciações), ao nível das Nuts III temos os nossos Con-selhos Empresariais Regionais (oito, um por NUT III que constitui atual Região Centro), ao Nível da NUT II, estamos nós CEC, e ao nível do País estamos nas confederações Patronais.Julgamos que contribuímos para um sistema associati-vo e fica claro que ao participarmos, desde sempre, no modelo preconizado pela CIP/CEP pretendemos a exis-tência de um Associativismo verdadeiramente repre-sentativo à escala Nacional e Regional. Todos têm um papel a desempenhar, desde que o foco seja direciona-do para as empresas e para os empresários.

José Couto, Presidente da CEC

CIP 40 ANOS

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41INDÚS TR IA • Junho 2014

PROMOVER A INTERNACIONALIZAÇÃO, INCENTIVAR A REINDUSTRIALIZAÇÃO

Os aniversários são sempre momentos marcantes. E, no caso da CIP, a comemoração dos seus 40 anos de existên-cia, é certamente ocasião para relembrar quem somos e como chegámos ao ponto em que nos encontramos.

ESPELHO DE UMA DINÂMICA EMPRESARIAL RENOVADA

As empresas portuguesas enfrentaram nas últimas quatro décadas grandes desafios, desde a mudança de regime, pas-sando pela entrada na então denominada CEE até aos dias de hoje onde podemos contabilizar o terceiro resgate externo.A CIP soube sempre estar ao lado dos agentes económi-cos e dos empresários, assumindo com determinação a discussão das novas realidades e enfrentando com sapiên-cia as negociações mais delicadas. Soube também fazer o seu próprio percurso, adaptando-se às novas realidades e modernizando a sua estrutura, antecipando muitas vezes futuras conjunturas. Os vários momentos marcantes não poderiam ter sido en-frentados sem uma voz forte e interventiva das estruturas associativas, acumulando a Confederação não só mérito da representação transversal dos vários setores, mas aci-ma de tudo o facto de ser hoje parte indissociável dos últi-mos 40 anos da história de Portugal. Nos quatro anos mais recentes este papel tornou-se ainda mais evidente, com uma maior focalização nos associados, forte intervenção pública e uma incansável dedicação à re-solução dos principais problemas das empresas e das filei-ras, sem nunca esquecer a relevância das PME.Deseja-se agora que a CIP seja uma parceira inquestionável da tão esperada recuperação económica e que seja o espe-lho de uma dinâmica empresarial renovada, virada para as oportunidades externas e cada vez mais competitiva.

Jorge Tomás Henriques, Presidente da FIPA

40 ANOS DE INTERVENÇÃO POSITIVA NA SOCIEDADE E ECONOMIA PORTUGUESA

Quando a CIP nasceu corriam tempos atribulados em que a agitação social marcava a ordem do dia. Hoje os tempos que correm, apesar de muito diferentes, não são mais fá-ceis. Ao longo destas 4 décadas, o ciclo de avanços e recuos na Economia Portuguesa foi constante e a Confederação soube reforçar a sua influencia e capacidade de inter-venção. Hoje, como ontem, a certeza num futuro melhor significa trabalhar para que as empresas, principais ge-radoras de emprego e prosperidade, tenham as melhores condições possíveis para cumprirem a sua função. A Cen-tromarca é, desde 1997, membro ativo da CIP e o seu com-promisso absoluto com os grandes objectivos estratégicos da Confederação, agora Empresarial, mantém-se inaltera-do. O caminho para uma sociedade mais prospera passa necessariamente pelo desenvolvimento de um sector in-dustrial relevante e pujante onde a cultura de marca seja universalmente acolhida. O papel no mundo de Portugal e dos Portugueses disso depende.

João Paulo Girbal, Presidente da CENTROMARCA

vido pela CIP - Confederação Empresarial de Portugal. Ao longo dos seus 40 anos de actividade, muitas foram as oca-siões em que o seu rigor e isenção contribuíram para o desenvolvimento económico e social do País. Uma participação centrada na defesa de um modelo de desenvolvimento assente na economia de mercado e na livre iniciativa das instituições, mas sobretudo na defesa de uma estratégia de crescimento, de consolidação e de competitividade das empresas portuguesas nos mercados internacionais. Incontornável é também o papel exercido pela CIP ao ní-vel da responsabilidade social, tendo contribuído de forma decisiva para o diálogo social, para a criação de consensos junto da sociedade civil, marcos só possíveis pela credibi-lidade conquistada, pelo seu rigor, idoneidade e determi-nação. A Celpa saúda a CIP e faz votos que a mesma continue a desempenhar um papel activo na defesa da competitivida-de das empresas nacionais para alinhar interesses, elimi-nar dificuldades e actuar em parceria com os responsáveis governamentais e as forças sociais, ao serviço do interesse do País.

Diogo da Silveira, Presidente da CELPA

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Dar voz às empresas e batalhar por soluções viáveis para o desenvolvimento económico e social do País, tem sido claramente a “marca indelével” deixada pela CIP na so-ciedade portuguesa, ao longo dos seus longos 40 anos de existência.Assente na premissa de que o diálogo social é essencial para a construção das soluções de que o País precisa, a CIP tem vindo a intervir ativamente na defesa de grandes cau-sas que lhe têm valido o reconhecimento de organização associativa patronal forte, influente e consistente em to-das as matérias do interesse da economia e das empresas.Merecerão, porventura, especial destaque, os importantes valores pelos quais se tem batido - tais como o primado da iniciativa privada e da economia de mercado, a aposta na produção de bens e serviços transacionáveis, a promoção do empreendedorismo e a defesa dos empresários – fruto da sua visão de futuro alargada. Ao logo de várias décadas de existência, a CIP prosseguiu, com determinação e exemplaridade, objetivos estratégicos essenciais que lhe permitiram contribuir, nos diferentes domínios da sua intervenção, para a resolução das dificul-dades e dos bloqueamentos que têm vindo a condicionar a evolução da economia portuguesa.Promover a internacionalização, incentivar a reindustria-lização, concretizar a Reforma do Estado, promover o con-senso com os parceiros sociais nas áreas fundamentais do Direito do Trabalho e incentivar a regeneração urbana, são algumas das matéria de grande relevância, a nível nacio-nal, que a CIP mais recentemente aprofundou, e sobre as quais assumiu diversas tomadas de posição, com vista a prosseguir o grande imperativo da Competitividade e do Crescimento.A nível internacional, tem sido igualmente extenso o tra-balho desenvolvido pela CIP, na prossecução da sua missão de participar em iniciativas comuns destinadas a alcan-çar progressos em várias áreas, como a inclusão social e emprego, capital humano, sustentabilidade e eficiência no uso de recursos, respeitando sempre as especificidades próprias de cada país.No domínio das negociações entre os Parceiros Sociais Eu-ropeus, merecerá particular destaque a posição recente-mente adotada pela CIP, enquanto membro da Comissão PME e Empreendedorismo da BUSINESSEUROPE, sobre a nova iniciativa de financiamento das PME e da Smart Re-gulation, com efeitos positivos na criação de empresas de alta tecnologia e/ou especializadas em atividades de ele-vado valor acrescentado.E estes resultados, que a todos nos orgulham, fazem-nos olhar para o passado com o pensamento virado para o futu-ro, naquilo que a CIP quer continuar a construir e a crescer.A CIP, tão dignamente representada pelo seu Presidente António Saraiva, continuará a ser alvo de desafios perma-nentes que a obrigarão a continuar a lutar afincadamente pela defesa sistemática da iniciativa privada e da econo-mia de mercado, tendo como objetivo último o crescimen-to económico de Portugal.A FNABA cá estará para a apoiar a fazer, porque, enquanto associada, também é fiel depositária deste importante le-gado que hoje comemoramos.

Francisco Banha, Presidente da FNABA

REPRESENTANTE DE PORTUGAL NO MUNDO

A direção da Associação Empresarial da Região de Cas-telo [NERCAB], não pode deixar de realçar o magnífico trabalho que os corpos dirigentes da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, têm feito pelas empresas e pela economia nacional, nomeadamente a nível de concerta-ção social, contribuindo indiscutivelmente para o desen-volvimento socioeconómico do nosso País.

40 ANOS EM DEFESA DA ECONOMIA, DAS EMPRESAS E DO PAÍS

A CIP comemora o seu 40º aniversário de grande asso-ciação empresarial, que tem vindo a afirmar-se ao longo das décadas na defesa dos interesses das empresas por-tuguesas. Com a convergência da CIP, em 2010, com a AIP e a AEP, na CIP - Confederação Empresarial de Portugal, o movimento associativo deu um enorme passo em frente, ganhou mais força e prestígio na defesa dos direitos e interesses das em-presas e da economia, na sociedade portuguesa e perante os poderes públicos.A CIP-CEP, consciente da grave conjuntura económica, financeira e social que o país atravessa, numa atitude firme e responsável, tem-se esforçado para afirmar ob-jetivos de luta, propostas e compromissos económicos e sociais realistas. Tendo sempre presentes os interesses das empresas, a economia e os equilíbrios sociais.A CIP-CEP tem consciência de que os desafios que as em-presas e o país têm vindo a viver não terminaram. O movimento associativo empresarial vai continuar a ser chamado a grandes desafios. A CIP-CEP, com o apoio das associações e das empresas que a compõem e a ação fir-me dos seus dirigentes, vai continuar a estar à altura das suas responsabilidades.

Vítor Neto, Presidente da NERA

CIP 40 ANOS

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POSIÇÕES CLARAS E COERENTES

É com grato prazer que a NERVIR – Associação Empresarial e eu próprio, nos associamos à comemoração do 40º Aniversá-rio da CIP – Confederação Empresarial de Portugal.A importância da CIP, enquanto representante de uma parte muito significativa das empresas portuguesas, é reconhecida e valorizada. A sua intervenção em defesa dos interesses das empresas, em particular das pequenas e médias empresas, tem sido caracterizada por posições claras e coerentes e os seus resultados bastante positivos.A CIP consubstancia de igual forma o movimento de agre-gação das estruturas representativas da classe empresarial, de âmbito nacional e regional que foi iniciado há mais de 25

INFLUÊNCIA, COERÊNCIA E IDONEIDADE AMPLAMENTE RECONHECIDA

Felicito a CIP pelo seu 40º aniversário e pelo trabalho que tem vindo a desenvolver em prol do associativismo empresarial, da nossa economia e empresas. Surgida numa altura conturbada e de grandes mudanças po-líticas, sociais e económicas, a CIP, que entretanto se soube re-novar e fortalecer, é hoje um ator incontornável da sociedade portuguesa, um parceiro económico e social, cuja influência, coerência e idoneidade é amplamente reconhecida na defesa dos interesses das empresas, a nível nacional e internacional.De forma determinada, independente e imune a todos e quaisquer poderes e grupos de pressão a CIP, enquanto órgão de cúpula do tecido empresarial nacional, tem, de modo obje-tivo, trazido para discussão pública os problemas que afetam a nossa economia, em especial as PME`s apresentando sempre soluções muito concretas, embora nem sempre consensuais. Quero deixar uma palavra de apreço e reconhecimento ao tra-balho desenvolvido pelas anteriores e pela atual liderança, e que fizeram da CIP o que ela é hoje.

Maria Salomé Rafael, Presidente da Direção da NERSANT

DEFESA DOS INTERESSES EMPRESARIAIS

O desenvolvimento das sociedades modernas como a nossa, passa, entre variados outros aspetos, pela repre-sentação organizada dos interesses dos atores que nela assumem uma maior importância para o seu desenvol-vimento.É neste contexto que a CIP – Confederação Empresarial de Portugal, tem vindo ao longo dos seus 40 anos a desenvol-ver um relevante papel, intervindo activamente na defesa dos interesses empresariais, enquanto fator determinan-te na evolução da economia portuguesa. Tendo sabido ajustar-se aos variados contextos político--económicos que o país atravessou, tem igualmente desenvolvido uma intervenção cada vez mais ativa no processo de recuperação económica em que nos encon-tramos, pugnando por um tecido empresarial mais coeso em termos associativos e mais competitivo, num modelo económico em que a globalização nos obriga a um grande esforço de reindustrialização e internacionalização das nossas empresas.É pois com base neste passado que olhamos com grande confiança o nosso futuro na CIP, felicitando todos os que souberam conduzir até aqui os seus destinos.

António Pedro Ramos Tavares, Presidente da NERGA

Com a criação da nova confederação denominada CIP - Confederação Empresarial de Portugal, a Associação Empresarial [NERCAB] tornou-se associada da mesma e integrando o Conselho Geral. Acompanhámos assim de perto as atividades levadas a cabo nos últimos anos, atividades essas que se têm relevado de estrema impor-tância.A CIP tem sido um agente de mudança em diálogo com a sociedade civil, promovendo o crescimento numa con-juntura de crise que o Pais atravessou. É uma represen-tante das empresas e suas associações no universo da economia portuguesa. É indiscutivelmente uma repre-sentante de Portugal no Mundo.Ao comemorar 40 anos de existência desejamos que continuem a ser um parceiro privilegiado no panorama nacional dialogando e negociando em nome do tecido empresarial com os parceiros sociais e o poder político, a nível nacional, europeu e internacional.Agradecemos e desejamos a continuidade de um traba-lho profícuo em prol do desenvolvimento.

António Trigueiros de Aragão, Presidente da NERCAB

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INDÚS TR IA • Junho 201444

DEFESA DA PRODUTIVIDADE, INVESTIMENTO E ESTABILIDADE

Há 40 anos - tantos quantos conta a democracia - que a CIP-Confederação Empresarial de Portugal marca indele-

“A VOZ”

O grupo Solvay encontra na CIP, hoje Confederação Empresarial de Portugal, um parceiro interventivo e influente, determinante das con-dições em que se enquadra a atividade industrial e dos serviços no país.Há longos anos, ainda os nossos negócios decorriam sob a de-nominação Soda Póvoa, os gestores que (então) administravam os interesses da Solvay em Portugal saudaram a constituição da CIP, felicitaram-se pelo ideário que se fixou e aderiram aos seus propósitos. Temos razões para crer que a Solvay terá sido, mesmo, das primeiras empresas a filiar-se diretamente na Confederação, em acréscimo à representação assegurada através da Associação das Empresas Químicas (APEQ).A Solvay identificou na CIP, nos “anos quentes”, em que se tra-varam combates difíceis, a legítima representante da economia privada, a aliada por quem os agentes empresariais ansiavam. E ainda hoje, guiados pelos mesmos princípios, consideramos que a CIP desempenha um papel insubstituível na vida nacio-nal e deve perseguir, com firmeza, o objetivo de se afirmar como “a voz” dos industriais em Portugal.

Jorge Oliveira, Administrador-Delegado SOLVAY PORTUGAL

A CIP É NECESSÁRIA

A fundação da Confederação da Indústria Portuguesa respondeu a uma necessidade dos empresários confrontados com as incer-tezas, as oportunidades e as ameaças do período de fundação do regime democrático. A urgência de estruturar uma plataforma de racionalização estratégica que tivesse as competências ade-quadas para poder representar os empresários em processos de negociação, com os responsáveis políticos e com as organizações sindicais, correspondia a uma resposta às incertezas da época, mas também era um contributo indispensável para a construção de um regime político democrático pluralista.Era uma urgência premente, porque se receava (e se confirmou) que os processos de descolonização e de nacionalização de em-presas – num clima de hostilidade em relação ao papel dos em-

EM PROL DA SUSTENTABILIDADE E COMPETITIVIDADE

Na passagem dos 40 anos da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, cabe-nos felicitá-la e aos seus quadros e incen-tivar a que continuem, no futuro, a ter o papel interventivo e forte em prol da sustentabilidade e competitividade das em-presas e organizações.É também com um sentimento de orgulho e de honra que a RELACRE – Associação de Laboratórios Acreditados de Portu-gal, como membro da CIP, se associa a esta comemoração.

Álvaro Ribeiro, Presidente da RELACRE

anos e que recentemente foi concretizado em torno da Con-federação.É pois, com certeza da importância da CIP no seio do mo-vimento associativo empresarial, que felicito todos quantos, ao longo destes 40 anos contribuíram para a sua criação, fortalecimento e projeção. A NERVIR, enquanto associada e membro dos seus Corpos Sociais, tudo fará para contribuir positivamente para o reforço desta importância.

Luís Tão, Presidente da NERVIR

presários no investimento, na criação de emprego e no desen-volvimento económico – provocassem uma destruição do capital empresarial sem precedente em qualquer outra economia eu-ropeia.Quatro décadas depois, presos numa crise de endividamento que implica a dependência de centros de decisão externos, confirma--se que a incerteza e as ameaças dos tempos da fundação da CIP não foram controladas e que as oportunidades não foram aproveitadas. Hoje, ainda com menos recursos do que então, a CIP continua a ser necessária, mantendo-se a sua razão de ser.

Vasco de Mello, BRISA

CIP 40 ANOS

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ESPAÇO ESSENCIAL NO CRESCIMENTO

Ao longo dos seus quarenta anos de atividade, a Confedera-ção Empresarial de Portugal (CIP) tem contribuído de forma ativa para que o associativismo empresarial ocupe um espa-ço essencial no crescimento de Portugal.Estas quatro décadas de trabalho foram marcadas por perío-dos de adversidade e de crescimento. Em todas estas fases, a CIP mostrou aos seus associados e à sociedade portuguesa que com perseverança e capacidade de adaptação, é possível ultrapassar os obstáctulos e criar um tecido empresarial fo-cado na qualidade e na diferenciação da sua oferta.Como tal, a leitura que faço destes quarenta anos é franca-mente positiva. Congratulo a CIP pelo suporte que tem dado ao desenvolvimento de empresas de vários sectores e dimen-sões, prestando assim um serviço de alto valor acrescentado à economia portuguesa.

António Pires, AUTOEUROPA

SERVIR O PAÍS COM INDEPENDÊNCIA

A História de uma nação é determinada pela acção ou apa-tia dos seus agentes.Nas últimas quatro décadas, a CIP sempre pautou a sua in-tervenção pela coerência dos seus princípios, actuando com coragem e determinação na defesa da livre iniciativa, mes-mo em contextos políticos manifestamente desfavoráveis e, até, hostis.Este posicionamento conferiu-lhe, desde o início, grande credibilidade junto não só da generalidade do tecido em-presarial português que a ela recorreu depositando-lhe a sua confiança mas, também, dos restantes parceiros sociais onde a sua voz, desde sempre, se fez ouvir com influência e desassombro.A acção da CIP assume, actualmente, um peso e responsa-bilidade incontornáveis nas decisões de maior significado para a economia nacional e para o reforço do papel e desen-volvimento das empresas portuguesas como fonte de rique-za e de emprego, para serviço do bem comum.

velmente o panorama do associativismo empresarial na-cional. Percebeu esta confederação, antes dos outros, que era crucial que Portugal dispusesse de um sector empre-sarial privado dinâmico, pujante e independente que, em tempos de turbulência política e social, servisse de farol à economia nacional e se erigisse como garante de estabili-dade e confiança aos olhos de investidores e empreende-dores. Esse papel desempenhou-o bem e é justo felicitá-la por isso e por tudo o que desde então tem feito em prol da indústria e das empresas portuguesas, como é também justo felicitar António Saraiva pela sua reeleição - em ano de efeméride - à frente dos destinos da CIP. Que a confede-ração saiba agregar os empresários portugueses e prosse-guir uma defesa intransigente da produtividade, do inves-timento e da estabilidade no nosso país é o que desejamos para os próximos 40 anos.

Servir o País com independência e rigor tem sido o desíg-nio que a Confederação Empresarial de Portugal tem sabido honrar e que justifica a sua existência.

Gonçalo Figueiredo de Barros, TRIVALOR

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CONJUNTURA

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Conjuntura Económica ENVOLVENTE INTERNACIONALO FMI divulgou em abril as suas projeções para o crescimento da economia mundial, sem alterar significativamente as perspetivas avançadas em janeiro- ver gráfico 1.O FMI dá conta do fortalecimento da ativida-de económica global, esperando que conti-nue a melhorar em 2014/2015. Face a 2013, regista-se a melhoria do desempenho das economias desenvolvidas em cerca de um ponto percentual. A evolução nas economias emergentes ficou aquém das expectativas, embora continuem a contribuir em mais de dois terços para o crescimento global.Apesar da conjuntura se ter tornado menos incerta, o FMI continua a alertar para os ris-cos dos mercados emergentes, da inflação mais baixa do que o esperado nas econo-mias desenvolvidas e do ressurgimento de riscos geopolíticos.A principal recomendação é no sentido de evitar um prematuro abandono da política monetária acomodatícia nas economias de-senvolvidas.Segundo dados revistos, o PIB dos EUA re-gistou um crescimento homólogo de 2.6% no quarto trimestre, em termos reais. As pri-meiras estimativas para o primeiro trimestre de 2014 apontam para um abrandamento do crescimento homólogo para 0.1%. O contri-buto positivo do consumo privado terá sido compensado pelas restantes componentes da procura (exportações, investimento e con-sumo público).As estimativas do Eurostat para o primeiro trimestre de 2014 apontam para um cres-cimento de 0.2% do Produto Interno Bruto (PIB), em cadeia, na zona do euro, mantendo o resultado do trimestre anterior (0.9% em termos homólogos, contra 0.5% no último trimestre de 2013). Com um crescimento em cadeia de 0.8%, a Alemanha surge como o principal impulsionador da economia euro-peia, mas os resultados obtidos pela França (0%) e pela Itália (-0.1%) pesaram desfavora-velmente no desempenho da zona do euro.As previsões da primavera da Comissão Eu-ropeia continuam a apontar para um cresci-

ABRIL E MAIO DE 2014

mento económico da zona do euro de 1.2% em 2014 acelerando um pouco em 2015, para 1.7%. Para a totalidade da União Euro-peia, prevê-se uma taxa de crescimento do PIB de 1.6% em 2014 e de 2.0% em 2015.No contexto de retoma da atividade econó-mica global, a procura interna deverá tornar--se o principal fator da recuperação da ativi-dade.A Comissão Europeia destaca o facto de a recuperação envolver as economias mais vulneráveis. Para 2014, são esperadas taxas de crescimento positivas em todos os Esta-dos-membros (com exceção do Chipre e da Croácia) e em 2015 todos deverão estar em terreno positivo.

COTAÇÕES INTERNACIONAISA cotação média mensal do euro face ao dólar aumentou de 1.366 dólares em feverei-ro, para 1.381 em março, o que traduz uma apreciação de 1.1%, mantendo-se quase inalterada em abril (1.382) - ver gráfico 2. A apreciação prosseguiu no início de maio, ten-do atingido um máximo muito perto de 1.4 dólares no dia 8, corrigindo depois para níveis já inferiores a 1.37 dólares (1,361 em 30 de maio).

No que se refere ao petróleo (brent), a cota-ção média baixou de 108.8 dólares por barril, em fevereiro, para 107.4 em março, voltando a registar uma tendência em alta ao longo do mês de abril (107.9 dólares por barril, em média mensal) – ver gráfico 3. Em maio, os preços continuaram a subir, ultrapassando os 110 dólares a partir de meados do mês.

PORTUGALO Governo aprovou no dia 28 de abril o Documento de Estratégia Orçamental para 2014/2018, que prevê a redução gradual do défice orçamental até 0.0% em 2018, por forma a gerar saldos primários compa-tíveis com a redução da dívida pública para 116,7% do PIB naquele ano.Para 2015, foram detalhadas as medidas de consolidação orçamental (no montante glo-bal de 0.8% do PIB) necessárias para atingir a meta de 2.5% para o défice público.Do lado da despesa, as medidas concen-tram-se na redução dos consumos intermé-dios e nas despesas de pessoal, apesar da reversão parcial (em 20%) da taxa de redu-ção remuneratória aplicada atualmente.Do lado da receita, destaca-se o aumento da taxa normal do IVA de 23% para 23,25%,

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bem como o aumento em 0.2 ponto percen-tuais das contribuições dos trabalhadores para os sistemas de previdência social. Estas medidas foram apresentadas como contri-butos para a sustentabilidade da segurança social, no quadro da substituição da Contri-buição Extraordinária de Solidariedade por uma Contribuição de sustentabilidade que proporcionará uma menor receita.Prevê-se também um incremento de impos-tos específicos sobre o consumo (ainda não detalhados).Em 2015, as medidas do lado da receita pe-sarão ainda 38% no esforço de consolidação orçamental.A 12ª e última avaliação do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro foi con-cluída com sucesso no dia 2 de maio. A de-claração divulgada pela troika nesta ocasião confirma as metas de 4% e 2.5% para o dé-fice público em 2014 e 2105, respetivamen-te, e considera que a estratégia orçamental até 2018 apresentada pelo Governo está conforme aos compromissos assumidos no Programa. A troika considera essencial que Portugal se comprometa com políticas eco-nómicas sólidas a médio prazo e alerta para riscos na execução orçamental decorrentes de “desafios jurídicos”. A troika reconhece ainda as difíceis condições de financiamento da economia, bem como a necessidade de um mercado do trabalho mais dinâmico e de um crescimento robusto para reduzir o nível de desemprego.No mercado secundário, a tendência foi de significativa descida das taxas de juro da dí-vida soberana portuguesa, até ao dia 8 de maio, em que a rentabilidade da dívida a dez anos chegou a fixar-se abaixo dos 3.5%. A tendência inverteu-se nos dias seguintes, com aquela taxa a regressar, no dia 20, aos níveis em torno dos 4% registados no início de abril, mas retrocederam depois para valo-res mais baixos (3.63% em 30 de maio).As estimativas rápidas do INE para a evo-lução do PIB no primeiro trimestre de 2014 apontam para um crescimento de 1.2% face ao primeiro trimestre de 2013, mas uma re-dução de 0.7% face ao trimestre anterior, interrompendo uma série de três trimestres seguidos de crescimento em cadeia - ver gráfico 4.Ainda sem números relativos às diversas componentes do PIB, o INE adiantou que esta diminuição em cadeia do PIB se deve ao abrandamento das exportações de bens e serviços, e à aceleração das importações. Pelo contrário, a procura interna apresentou um contributo positivo mais significativo, refle-tindo sobretudo a evolução do Investimento.O Governo reagiu a esta estimativa justifican-

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CONJUNTURA

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do o pior desempenho da economia com “fatores irrepetíveis”: a paragem da refinaria de Sines durante 45 dias para manutenção da infraestrutura, o que causou uma forte quebra nas exportações da GALP durante os três primeiros meses de 2014; a paragem de seis dias na produção da Autoeuropa, e efeitos de calendário, com a celebração da Páscoa no primeiro trimestre.Com efeito, de acordo com os números do INE, no primeiro trimestre, as exportações de mercadorias aumentaram 1.7% em termos nominais mas, excluindo a rubrica de com-bustíveis, a evolução teria sido de 5.2%.Refira-se ainda que a taxa de crescimento homóloga no 4º trimestre de 2014 foi revista em baixa para 1.5% e a taxa de crescimento em cadeia do mesmo período de 0.6% para 0.5%.Em abril de 2014, o indicador coincidente mensal para a atividade económica, calcu-lado pelo Banco de Portugal, registou uma ligeira diminuição, o que fez abrandar a sua taxa de crescimento homóloga para 0.6% (0.7% em março). Em contrapartida, o indi-cador de clima económico do INE recuperou ligeiramente, fixando o valor mais elevado desde outubro de 2010.Quanto à atividade industrial, destaca-se, em março:(i) A queda de 1.3% da produção industrial (após seis meses de crescimento homólo-go) e o ligeiro aumento do crescimento do volume de negócios na indústria (0.3% após 0.1% em fevereiro, recuperando da queda re-gistada em janeiro). Esta evolução do volume de negócios na indústria decorre do aumento de 2.7% (1.1% em fevereiro) no mercado na-cional, enquanto o índice relativo ao mercado externo diminuiu 2.7% (redução de 1.1% no mês precedente) – ver gráfico 5.(ii) A variação homóloga de -0.4% do índice de emprego na indústria, prosseguindo a tendência de gradual abrandamento da sua diminuição registada ao longo de 2013. O índice de horas trabalhadas na indústria tam-bém diminuiu 0.4%. Por seu lado, o índice de remunerações aumentou 0.4% em termos homólogos – ver gráfico 6.A taxa de desemprego em Portugal diminuiu no primeiro trimestre de 2014 para 15.1% (menos 2.4 pontos percentuais do que no tri-mestre homólogo de 2013 e menos 0.2 pon-tos percentuais do que no trimestre anterior).No 1º trimestre, o número de desemprega-dos era de 788.1 mil pessoas, menos 19.9 mil do que no 4º trimestre de 2013 (e menos 138.7 mil do que no 1º trimestre de 2013)A redução do desemprego face ao trimestre anterior resultou exclusivamente (em termos líquidos) da diminuição da população ativa

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A redução do emprego concentrou-se, tam-bém, nos trabalhadores por conta própria e a tempo parcial.A diminuição do número de trabalhadores por conta de outrem foi apenas de 1.2 mil pessoas, o que leva a relativizar o significado destes números.Ainda em termos trimestrais, a diminuição de postos de trabalho teve origem no setor primário e nos serviços. Na indústria, cons-trução, energia e águas, foram criados, em termos líquidos, 14.7 mil empregos, reforçan-do assim os resultados do trimestre passado (mais 1.1 mil empregos), que interromperam uma longa série de trimestres com destruição líquida de emprego neste setor.passando para 4505.6 mil pessoas.A taxa de inflação aferida pelo Índice de Pre-ços no Consumidor (IPC) manteve-se em abril, pelo terceiro mês consecutivo, num valor negativo (-0.1%) – ver gráfico 8. O in-dicador de inflação subjacente, medido pelo índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, registou uma taxa de variação homóloga de 0.1%, re-gressando a valores positivos após a queda de 0.2% registada em março.A variação média anual do IPC manteve-se em 0.2% pelo segundo mês consecutivo.

CIP - Direção de Assuntos Económicos (elaborado com informação até 02-06-2014)

(61.8 mil pessoas), dado que a população empregada diminui (menos 42 mil empregos).Os dados do INE refletem um enfraqueci-mento do fluxo da situação de desemprego para o emprego e um aumento do fluxo do desemprego para a inatividade.Ter-se-á mantido também alguma emigra-ção, uma vez que a população residente com mais de 15 anos diminuiu em 22.2 mil pessoas.A taxa de desemprego jovem reduziu-se de 42.5% no 1º trimestre de 2013 para 37.5% no 1º trimestre de 2014 (mas aumentou face aos 36.1% registados no 4º trimestre de 2013).

A taxa de desemprego de longa duração diminuiu de 10.3% no 1º trimestre de 2013 para 9,6% no 1º trimestre de 2014. No 4º tri-mestre de 2013 era de 9.7%.O emprego aumentou em termos homólogos (72.3 pessoas, ou seja, 1.7%), mas diminuiu (menos 42 mil pessoas, ou seja -0.9%) em relação ao último trimestre de 2013. Inter-rompeu-se assim um ciclo de três trimestres consecutivos em que se observou criação líquida de emprego em Portugal.Em termos trimestrais, esta redução do em-prego concentrou-se fortemente na faixa etá-ria de mais de 65 anos, no escalão de me-nores habilitações escolares e nos homens.

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ENERGIA

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A energia que dá competitividade às PME portuguesas

A EDP COMERCIAL, no âmbito da sua atuação, pretende criar um relacionamento cada vez mais próximo dos seus clientes e apresentar soluções globais e diferenciado-ras para estes. É com esse objectivo que surgem as Soluções de Eficiência PME, um conjunto de serviços de energia que procuram que a EDP Comercial, para além do fornecimento de eletricidade e gás natu-ral, funcione como um verdadeiro parceiro de negócio para as PME em tudo o que es-teja relacionado com a energia.Desta forma, pretendemos contribuir para

o aumento de competitividade das PME, um segmento que apresenta uma elevada importância na estrutura empresarial portu-guesa, em termos de número de empresas, criação de valor e fonte de emprego. Em particular pretendemos que as PME façam uma gestão e utilização da energia mais eficaz e eficiente, que consigam re-duzir os custos associados à energia e que garantam um bom funcionamento das ins-talações. Tudo isto sem preocupações, de forma a poderem concentrar-se no seu ne-gócio. O desenvolvimento das Soluções de Efi-ciência PME teve como princípio base as necessidades específicas das empresas. Assim, e dada a diversidade do espetro de actividades das PME em Portugal, este con-junto de serviços foi desenvolvido de forma segmentada e com o objetivo de responder às necessidades energéticas de 5 setores: Indústria, Comércio e Serviços, Agricultura,

Instituições de Ação Social e Hotelaria e Restauração.Em particular, a Indústria assume enorme relevância dado o seu papel dinâmico e empreendedor, apresentando-se como um pilar para o crescimento e globalização da economia portuguesa.Assim sendo, foram analisadas as principais necessidades energéticas das indústrias portuguesas e definida uma oferta de ser-viços de energia específica para este setor. Entre as várias soluções possíveis desta-cam-se a minigeração, iluminação eficiente, manutenção de instalações elétricas, otimi-zação do funcionamento de motores, siste-mas de ar comprimido, sistemas de AVAC, produção de água quente, sistema para a gestão de consumos e certificação e audi-torias energéticas.Um dos casos de sucesso das Soluções de Eficiência PME é o Calçado Centená-rio, uma empresa portuguesa de calçado artesanal de qualidade, com um forte reco-nhecimento nos mercados internacionais. O projeto de iluminação eficiente desenvolvido na fábrica permitiu a obtenção de poupan-ças significativas na fatura elétrica e assim ganhar competitividade no seu negócio.Saiba tudo sobre as Soluções de Eficiência PME, em energia.edp.pt/empresas.

Soluções de Eficiência PME

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REGENERAÇÃO URBANA

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“Comércio investe” e “Fazer acontecer a Regeneração urbana” – separados à nascença?

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Quem conheça os princípios do novo Programa de Incentivos “Comércio Investe” e a filosofia subjacente à iniciativa “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana”, questionar-se-á sobre a lógica (ou falta dela!) de não ter sequer emergido a ideia de se poder articular ambos os processos. Constata-se que, de facto, se sucedem novos Programas, mas continua a não se ter a arte e o engenho para desenhar Programas, de facto, novos.

QUANDO HÁ mais de duas décadas se começou a dar os primeiros passos, em Portugal, no que se refere ao desenho de sistemas de incentivos vocacionados para a modernização do tecido económico, o Comércio foi contemplado, à semelhança do que ocorreu com a Agricultura, a Indús-tria e o Turismo. Até aqui tudo bem, pois ter-se-á conseguido afirmar a ideia de que existia a necessidade de modernizar uma actividade económica que começava, en-tão, a conhecer uma concorrência diferen-te, de maior dimensão, mais apetrechada, com melhores competências, enfim, su-postamente mais sabedora e bem mais competitiva.A importância que o sector assumia no contexto da economia nacional não era pois ignorada, apesar de algumas corren-tes de opinião entenderem que a existên-cia de sistemas de incentivos com uma tal vocação representaria uma forma evidente de discriminação positiva daquilo a que in-sistentemente, e de forma errónea, se ape-lidou de comércio tradicional.Assim, no que se refere em concreto ao sector do Comércio, recordo-me do SIMC (Sistema de Incentivos à Modernização do Comércio), que data de 1991, no âmbito do I Quadro Comunitário de Apoio. Outros se seguiram, em Quadros Comunitários posteriores, uns de maior notoriedade que outros, mas dos quais destacaria, por mo-tivos de afeição profissional, o PROCOM (Programa de Apoio à Modernização do Comércio). A um, pelo pioneirismo, a outro pela multifacetada abrangência, foram-lhes sendo reconhecidos méritos distintos. Passados mais de vinte anos, oito Gover-nos Constitucionais depois, dezenas de Ministros e outros tantos Secretários de Estado que tutelaram as Actividades Eco-nómicas, e o Comércio, em particular, o que parece ter-se retirado da experiência e do trabalho desenvolvido fica muito aquém daquilo que era possível.É certo que já tivemos (entenda-se, nós, o Comércio), Ministério “próprio”, Secretaria de Estado, Direcções Gerais, Direcções de Serviços, Divisões, Equipas Multidisciplina-res, inclusive um Observatório, mas daqui-lo que se produziu, em qualidade e quan-tidade, parece pouco efeito ter surtido, e

a prova disso é que hoje pouco ou nada disso existe, embora alguns lhes possam vir a sentir a falta. Uma explicação possível para a reincidên-cia em incorrer nos mesmos erros, no que se refere à essência dos novos Programas, e de que o recente “Comércio Investe” é mais um exemplo, residirá na ignorância quase completa da Administração no que diz respeito ao sector do Comércio e, ar-riscaria mesmo, em quase tudo o que se refere às Actividades Económicas e sua relação com a vida e a necessária regene-ração urbana. No “Comércio Investe”, insiste-se em sis-temas de incentivos para destinatários “in-dividuais”, como já ocorreu com o SIMC, o RIME, o PROCOM, o MODCOM, etc…, o que pode revelar que a própria Admi-nistração acaba por fomentar aquilo que, muitas vezes, identifica como ameaça ou ponto fraco, do Comércio, ou seja, o indivi-dualismo e a pouca propensão para o as-sociativismo, projectos conjuntos, gestão comum, etc….Insiste-se em projectos “conjuntos”, como já ocorreu com o PROCOM, o URBCOM, o MODCOM, etc…, quando já se devia ter percebido que terão de ser os destinatários a percepcionar a necessidade e não surgir como uma espécie de imposição para po-der aceder a determinado tipo de “elegibili-dades” e eventuais “majorações”.Neste campo, apesar do mérito de se pre-ver projectos conjuntos, tal desvanece-se por completo quando é limitado o leque de actividades (de Comércio), isto é, os fun-damentos para a importância do projecto conjunto acabam por ser contrariados logo à partida quando se corta a possibilidade de acesso a actividades económicas, diria, fundamentais para sustentar um projecto conjunto – a restauração, algumas tipolo-gias de serviços (lavandarias, cabeleireiros, sapateiros, alfaiates/costureiras,…), quios-ques, pontos de venda em mercados mu-nicipais (por hipótese os que tenham en-trada pelo exterior e que pratiquem horário

consentâneo com o restante comércio do centro/baixa), etc…, etc…. O atractivo do projecto conjunto e os seus impactos resultarão, em, larga medida, da massa crítica que se consiga reunir para executar o projecto, pelo que limitar o uni-verso de adesão abdicando de uma visão, também de conjunto, daquilo que é o cen-tro da cidade, será algo incompreensível. Persistindo-se em seguir caminhos já tri-lhados, e ainda que o destino não tives-se sido o idealizado, enveredando-se por programas de incentivos de vocação sec-torial, dificilmente se conseguirá trabalhar a regeneração urbana como projecto ou estratégia desta ou daquela cidade. Tei-mando na necessidade de meras articu-lações de programas existentes, sem que as partes compreendam a necessidade do colectivo, do projecto integrado ou mesmo da criação de um programa global de regeneração urbana, em que os envol-vidos abdiquem de protagonismos e dos fantasmas corporativistas, não produzirá bons resultados.Por conseguinte, assim como não interes-sará ter mais comércio, mas sim comércio mais … dinâmico, competitivo, empreen-dedor, inovador e criativo, também não bastará ter novos programas de incentivos, mas sim programas … novos. A inovação não se impõe, cria-se. A criati-vidade não se impõe, inova-se. Não me pa-rece curial que um programa de incentivos tente de certo modo classificar o que é ino-vador, o que é criativo, o que é empreen-dedor. Incentivar tais princípios e práticas não se revela compatível com a ideia de estabelecer critérios e limites, para efeitos de elegibilidade. No Comércio tais concei-tos emanam do empresário, do investidor, e não das tipologias pré-classificadas de investimento em que o mesmo aposta. Talvez a inovação devesse ser despoletada aquando da fase do desenho dos progra-mas de incentivos, pois isso não tem acon-tecido, e também, neste caso, seria crucial “Fazer Acontecer”.

João BarretaECONOMISTA

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FORMAÇÃO

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O Cenfim e a sua contribuição para o crescimento do setor metalúrgico e eletromecânico

O TEMA deste número da Revista Indús-tria, “CIP 40 ANOS COM A INDÚSTRIA NA-CIONAL”, não poderia ser mais atual para evidenciar a importância do Setor Metalúrgi-co e Eletromecânico, e da sua influência no desempenho da economia nacional. Alguns indicadores que o atestam, por vezes igno-rados ou omitidos por individualidades deste País, pelo que nunca será demais referi-los: cerca de 23.000 empresas implicando mais de 200.000 empregos, representando 18 % do PIB, com um volume de exportações em 2013 de 12.587 M€ para mais de 200 mer-cados e com um crescimento superior a 20% desde 2010.Embora os números falem por si, é evidente que se trata de um dos setores mais impor-tantes da indústria transformadora, que tem atravessado estes anos de crise em contraci-clo, em especial nos subsetores de acentuado valor acrescentado, tendo os seus empresá-rios sabido adaptar-se e promover a reconver-são das suas empresas não só numa perspe-tiva de valorização da sua cadeia de valor, mas também na qualificação dos seus RH, a par dos investimentos em tecnologia.Para isso têm contribuído alguns fatores de diferenciação: Qualidade, Responsabilidade Social, Salários, Internacionalização, Proprie-

Manuel GriloDIRETOR DO CENFIM

dade Industrial, Formação Profissional e I&D entre outros, fazendo com que as empresas do setor sejam empregadoras, contrariando esse flagelo nacional do desemprego. Aliás, a carência de profissionais qualificados tem sido um obstáculo a um crescimento ainda supe-rior, como referem muitos empresários.O CENFIM, Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, centro protocolar tem, ao longo dos seus 29 anos de atividade, procurado contribuir para o cresci-mento sustentável das empresas do setor que desenvolvem um relevante trabalho de coope-ração, diretamente ou por intermédio das suas Associações, evidenciando as suas necessida-des de qualificação e colaborando na prepara-ção do plano de formação, porque reconhecem a relevância do nosso trabalho para a melhoria das competências dos seus RH.Embora com cerca de 14.000 formandos/ano, sendo 11.000 activos e 3.000 em qua-lificação inicial, (com uma empregabilidade técnica de 100%) não tem tido a capacidade de resposta que lhe é exigida, face a constran-gimentos que urge ultrapassar, merecendo

destaque: i) o estatuto jurídico (baseado num Dec. Lei de 1985) desvirtuado ao longo dos anos e que carece de uma rápida clarificação e adaptação aos modernos modelos de ges-tão e ii) a grande confusão, face às permanen-tes alterações nos cursos de cariz profissional, e do próprio Sistema de Educação que não reconhece explicitamente os cursos de Apren-dizagem que têm em muito contribuído, com selo de qualidade, para a dupla certificação, escolar e profissional, tanto para os jovens como para as empresas que colaboram na sua formação e lhe garantem o emprego.Consideramos assim importante que seja ga-rantido estatuto equivalente entre o sistema de educação clássico e o designado sistema de formação dual (designação agora “importada” da Alemanha, mas com longa tradição em Por-tugal) e simultaneamente a necessidade de se criar uma oferta única de formação dual, de jo-vens até aos 25 anos, permitindo a estes e aos seus representantes terem uma ideia clara de escolha do futuro, que deverá abarcar todos os níveis de qualificação (2,3,4 e 5), i.e. do ensino básico ao pós secundário ou pré universitário, acabando com a confusão de oferta: profis-sional, vocacional, educação e formação de jovens, educação e formação de adultos…etc.Temos a certeza que num sistema deste tipo, as empresas sendo chamadas a intervir, fá-lo--ão com todo o empenho, pois o seu futuro depende da qualificação dos seus profissio-nais, e a CIP, como é seu apanágio, estará com elas.

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Gonçalo Xufre SilvaPRESIDENTE DO CONSELHO DIRETIVO DA ANQEP

ROADSHOW DO ENSINO PROFISSIONAL

Uma aposta na proximidade e na relevância da dupla certificaçãoÉ RECONHECIDA a relevância, para o de-senvolvimento do país, da aposta nas mo-dalidades de educação e formação de dupla certificação. Apenas através da valorização do ensino profissional se alcançará a apro-ximação das escolas ao tecido empresarial e às necessidades do mercado de trabalho. Esta valorização ganha redobrada impor-tância, se atentarmos ao estigma social que rodeia estas mesmas modalidades educati-vas e formativas. Por motivos históricos, o ensino profissional não tem sido encarado como uma prioridade para os jovens, para as suas famílias e inclusivamente para o te-cido empresarial – um preconceito que não é condizente com a qualidade dos cursos de dupla certificação.Por essa razão, a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), em parceria com a Direção Geral dos Esta-belecimentos Escolares (DGESTE), o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), o Instituto do Emprego e Formação Profissio-nal (IEFP) e vários municípios, realizou, até ao início deste mês, uma iniciativa que levou aos jovens que se encontram a finalizar o 9.º ano de escolaridade diversas mostras de cursos profissionalizantes pelos quais podem optar, integradas num único projeto: o Roadshow do Ensino Profissional. Nas diferentes mostras, as atividades foram asseguradas e dinamizadas por outros jo-vens que já se encontram nesses percursos de nível secundário. Em 16 distritos de Por-tugal Continental (todos à exceção de Lis-boa e Porto, já cobertos pela participação desta Agência nos eventos de educação e formação Futurália e Qualifica), os jovens que se encontram em modalidades profis-sionalizantes demonstraram as suas com-petências nas mais diversas áreas do saber e interagiram com os visitantes. A escolha por esta vertente itinerante pres-supôs um duplo objetivo: para além de pretender ir ao encontro dos jovens, ultra-passando a barreira da informação escrita, teve em vista a articulação com as autar-

quias, empresários e outros agentes locais, possibilitando realçar as valências e apostas estratégicas específicas de cada região. Através desta abordagem de proximidade, em que escolas, poder local e tecido em-presarial se reuniram num mesmo espaço, estreitaram-se efetivamente as relações en-tre a educação, a formação e o emprego. As estruturas recentemente criadas com o de intuito de aproximar as margens entre estes três mundos – os Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP) – marcaram também presença em todas as mostras do roadshow, fornecendo à população em geral informação sobre os diferentes percursos de qualificação disponíveis e procedendo ao en-caminhamento (quer de jovens, quer de adul-tos) para soluções de qualificação ajustadas ao perfil de cada qual e ainda às necessida-des de qualificação requeridas pelo tecido empresarial local e/ou regional.De resto, esta abrangência de opções pro-

fissionalizantes, concretizada na diversidade de percursos que se adaptam aos diferentes perfis e objetivos dos jovens, aliada à quali-dade do trabalho desenvolvido no terreno, constituiu uma inquestionável vantagem na promoção das modalidades de dupla cer-tificação. De igual forma, foi este o trunfo utilizado na desmistificação de uma ideia pré-concebida quanto às ofertas profissio-nalizantes, com consequências negativas para o país. Além disso, a presente crise económica e as consequências que esta acarreta des-pertaram os jovens para a necessidade de possuírem competências relevantes para o mercado de trabalho. Neste Roadshow, procurámos capitalizar este novo interesse pelos percursos mais práticos e orientados para o emprego, revestindo o ensino profis-sional de uma imagem mais apelativa e con-dizente com as características e o contexto da sociedade em que vivemos.

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FORMAÇÃO

INDÚS TR IA • Junho 201456

Portugal recebe primeiras Academias Siemens no Mundo

As Academias Siemens são uma aposta na formação técnica qualificada, essencial para que o país reforce a passagem para a nova era da indústria, assente maioritariamente em automação e software. As Academias de Product Lifecycle Management (PLM) e de Automação localizadas no Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) vão dar resposta à necessidade de recursos humanos especializados sentida pelo sector industrial em Portugal, e pelas indústrias locais em particular

A SIEMENS PORTUGAL, o Instituto Po-litécnico de Leiria (IPL) e a Cadflow inau-guraram recentemente, na presença do Mi-nistro da Educação e Ciência, Nuno Crato, as primeiras Academias Siemens de PLM e de Automação a nível mundial.Estas academias materializam um projeto de promoção da qualificação técnica de recursos e de dinamização da emprega-bilidade que pretende potenciar a cola-boração entre estas entidades. Ao dotar os estudantes de mais competências e conhecimentos técnicos nas áreas de En-genharia, Software e Automação industrial, estas Academias irão proporcionar um contacto antecipado com a tecnologia que os estudantes irão encontrar mais tarde nas empresas em que vão trabalhar.Tendo como objectivos principais contribuir

para a revitalização da indústria nacional e dinamização da empregabilidade, atra-vés da aposta numa formação qualificada, estas Aca-demias vêm dar resposta à ne-cessidade de formação de colaboradores especializados, sentida pelas indústrias locais, algumas tradicionais portuguesas, como é o caso da indústria de moldes ou do vidro.A qualificação e a especialização técnica dos recursos humanos são, por isso, um factor crítico para o sucesso destes e de outros sectores da indústria portuguesa que se encontramem forte expansão mun-dial e que se caracterizam por um elevado carácter inovador e alta intensidade tecno-lógica.Neste sentido, foi assinado um Protocolo de Cooperação entre o IPLeiria, a NERLEI-

Associação Empresarial da Região de Lei-ria, a CEFAMOL - Associação nacional da indústria de moldes e a Siemens Portugal que facilitará a integração dos estudantes das Academias de formação nas empresas da região de Leiria.Para a Siemens «estas Academias refor-çam o compromisso da empresa com o país, e o investimento que tem vindo a fa-zer no desenvolvimento da engenharia por-tuguesa», referiu Carlos Melo Ribeiro, CEO da Siemens Portugal. «A qualificação de re-cursos e criação de conhecimento de ele-vado valor acrescentado são um passo im-portante na aproximação entre o ensino e o contexto industrial, essenciais para levar o país para a nova era da indústria,assente maioritariamente em automação e softwa-re», afirmou.

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SEGURANÇA NO TRABALHO

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Segurança e Saúde no Trabalho no contexto actual da economiaA ACTUAL CONJUNTURA, negativa mesmo que apresente sinais de melhoria, aumenta os desafios da função de Segu-rança e Saúde no Trabalho (SST). Contudo, aquilo que parece ser óbvio não deve dis-pensar o apoio de estudos de investigação que identifiquem e valorizem o impacte de ambientes económico-sociais adversos no aumento dos riscos laborais, quer por desinvestimento na prevenção quer por comportamentos facilitadores ou desa-dequados, com consequências na saúde da população laboral, e por essa via na “saúde” das empresas, das economias e das sociedades. É a competitividade e a sustentabilidade que perdem em nome de vitórias de perna curta e de danos futuros elevados. Portugal não está sozinho, nem no proble-ma nem nas soluções. A Europa assume--se como um exemplo de modelo social a nível global num jogo de competitividade, equilíbrios e de demonstração da sua efec-tividade. E não é por menos. Trata-se de um espaço de elevado valor moral e social - cerca de 2 milhões de mortes anuais por doenças profissionais e acidentes de traba-lho a nível mundial, de acordo com a OIT – e de elevado valor económico. O custo deste quadro negativo representará perto de 4% do PIB mundial (OIT) e estará na UE entre 2,6 e 3,8% (OCDE entre outros),

pago pelas famílias, empresas, segurado-ras e sistemas de segurança social (e estes números poderão estar subestimados). O custo é enorme, comprometendo o próprio crescimento, e tende a aumentar na ausên-cia de uma acção concertada.Devemos prevenir e estar atentos aos si-nais de incremento dos riscos em am-biente de trabalho que podem surgir pelo aumento do stresse laboral, pela redução da vigilância das condições de trabalho e da saúde dos trabalhadores, pelo retroces-so nas atitudes e hábitos saudáveis com maior desequilíbrio na alimentação, redu-ção do exercício físico, aumento de consu-mo de álcool, tabaco e outras substâncias de “refúgio”. A Agencia Europeia de Segurança e Saúde no Trabalho (AESST ou EU-OHSA) subor-dina a campanha para o biénio 2014-2015 ao título “Lidar com os riscos de natureza psicossocial: factores de sucesso e obs-táculos” dedicada à gestão do stresse e

João Vilarinho SantosADMINISTRADOR DELEGADO DA SAGIES

dos riscos psicossociais relacionados com o trabalho. Segundo estudos da AESST, 74% das empresas europeias não gere o stresse no local de trabalho e outros ris-cos de natureza psicossocial, apesar da ameaça crescente que estes representam. Actualmente, mas com tendência crescen-te, assume-se que cerca de 55% dos dias de trabalho perdidos estão relacionados com riscos psicossociais e estima-se que as perturbações da saúde mental custem anualmente 240 mil milhões de euros à UE.As organizações que assumirem este cená-rio como uma ameaça à sua sustentabilida-de e continuidade não deixarão de investir em SST pelo reconhecimento do seu valor intrínseco. É igualmente requisito o envolvi-mento e participação activa dos colabora-dores para o sucesso de qualquer objecti-vo nesta matéria. A execução adequada da função de SST é um dos elementos-chave para ultrapassar este desafio de contornos primordialmente ocidentais.

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TECNOLOGIA

Eficiência energética IE4 para instalações descentralizadas

Sistemas de acionamento mecatrónico: MOVIGEAR® e motor eletrónico DRCO AUMENTO dos preços da energia não é a única razão para os fabricantes e operado-res de máquinas fazerem face aos desafios da economia de energia. A redução de cus-tos e o aumento da rentabilidade também são tidos em conta quando se planeiam no-vos sistemas ou a expansão de unidades de produção existentes.As instalações descentralizadas já são utili-zadas desde o final da década de 90 como uma alternativa, rentável, às soluções cen-tralizadas para grandes máquinas ou sis-temas de produção. É, em particular, em grandes unidades de produção que os con-ceitos de instalação descentralizada podem ajudar a obter uma impressionante redução de custos. Ao contrário das soluções cen-tralizadas, o espaço do quadro elétrico e a quantidade de cabos é significativamente reduzida. Por exemplo, o sistema de acio-namento mecatrónico MOVIGEAR® ou o motor eletrónico DRC com comunicação SNI (Instalação em rede de linha única) re-quer apenas um cabo para transferência de energia e informação.Os componentes descentralizados da SEW--EURODRIVE sempre foram inovadores. O MOVIMOT®, moto-redutor com conversor de frequência integrado, é utilizado com su-cesso há décadas em muitos sistemas de transporte e nos mais diversos setores. O sistema de acionamento mecatrónico MO-VIGEAR® e o motor eletrónico DRC são duas soluções da SEW-EURODRIVE com classe de eficiência energética IE4.

Duas soluções com IE4:MOVIGEAR® e motor eletrónico DRC

Com o MOVIGEAR®, sistema de acio-namento mecatrónico para a tecnologia de movimentação horizontal de materiais, a SEW-EURODRIVE estabeleceu, já em 2008, padrões totalmente novos em termos

de rentabilidade e de funcionalidade. O MO-VIGEAR® não só combina um redutor com um motor e os componentes eletrónicos num único produto, como também, e acima de tudo, garante que as vantagens técnicas e económicas destes três componentes de acionamento sejam mantidas e utiliza-das de uma forma otimizada. Além disso, o MOVIGEAR® está em conformidade com a classe de eficiência IE4 (Super Premium Efficiency). Desde o início de 2012 que o motor eletró-nico DRC deu novo impulso às instalações descentralizadas: o seu campo de utilização versátil, devido à sua flexibilidade na mon-tagem em qualquer tipo de redutor e freio mecânico opcional, fazem com que o mo-tor eletrónico DRC represente a tecnologia inovadora de acionamento e um produto de elevada qualidade "made by SEW-EURO-DRIVE".

A melhor eficiência energética possível reduz os custos de energia e de operação

O recurso a qualquer oportunidade para economizar energia não é apenas uma con-tribuição importante para a conservação do meio ambiente, pois também compensa fi-nanceiramente. Isso afeta a seleção e o pro-jeto da moderna tecnologia de acionamen-tos. A tecnologia de acionamento utilizada e a sua eficiência global desempenham um papel crucial na redução, de forma susten-tável, do consumo de energia em aplica-ções industriais.Uma equação simples ilustra isso:

PEntrada = PSaída+ PPerdasIsto significa que os custos da energia elé-trica à entrada (PEntrada) são calculados a partir da energia mecânica efetivamente ne-cessária (PSaída) mais as perdas resultantes da eficiência global (PPerdas). O seguinte

aplica-se se não considerarmos a aplicação e o sistema: os custos de energia só podem ser reduzidos se as perdas de energia du-rante a operação da instalação forem manti-das o mais baixo possível.

O potencial de poupança de energia até 50% reconhecido por entidades inde-pendentes

Duas entidades independentes reconhece-ram o potencial de economia de energia do acionamento mecatrónico MOVIGEAR®: o Departamento de Ciências Aplicadas à En-genharia da Universidade de Ciências Apli-cadas de Kaiserslautern e a TÜV SÜD."Uma comparação dos resultados dos tes-tes mostra uma vantagem significativa de eficiência do acionamento MOVIGEAR® ao longo de todo o perfil carga."A TÜV SÜD confirma que o MOVIGEAR® requer até 50% menos energia, em compa-ração com outros sistemas de acionamento disponíveis no mercado, e atribui ao sistema de acionamento mecatrónico o certificado "Energy-Efficient Plant Technology".

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TECNOLOGIA

INDÚS TR IA • Junho 201460

Compromisso para a produtividade Sustentável

ATLAS COPCO

A ATLAS COPCO é um grupo industrial, líder mundial no fornecimento de soluções para a produtividade sustentável dos nos-sos clientes. Onde quer que estejamos, es-forçamo-nos para garantir resultados con-fiáveis e duradouros com o uso responsável dos recursos: humanos, naturais e capital.Fundada em 1873 na Suécia, a atlas Copco está presente em Portugal desde 1958, con-tando actualmente com quatro áreas de ne-gócios distintas e cerca de 150 funcionários.O nosso objectivo é sermos First in Mind—First in Choice ®. Isto significa que nos em-penhamos para ser a primeira marca em que nossos parceiros pensam - first in mind - quando ponderam a compra e deveremos também ser a empresa que selecionam como fornecedor (ou empregador), ou seja, first in choice.Os nossos valores fundamentais são: a Inte-ração, o Compromisso e a Inovação.Interação refere-se à nossa capacidade de ouvir e compreender as diversas necessi-dades dos nossos clientes e parceiros, jun-tamente com a nossa capacidade de criar novas e melhores soluções.Assumimos o compromisso com o negócio dos nossos clientes e envolvemo-nos com todos os projetos que realizamos juntos. Acre-ditamos em relacionamentos duradouros.Acreditamos também, que há sempre uma melhor maneira de fazer as coisas. Isso ex-plica por que a Atlas Copco está continua-mente a esforçar-se para chegar a soluções melhores e mais eficientes. Este espírito ino-vador é uma parte vital da nossa maneira de fazer negócios.As nossas conquistas são também reco-nhecidas externamente e somos vistos como uma indústria referência em muitas áreas. Por exemplo, durante o Fórum Eco-nómico Mundial, em Davos, na Suíça, fo-mos listados como uma das empresas mais sustentáveis do mundo.Temos clientes em todas as áreas da indús-tria, e qualquer indústria no mundo é um cliente ou potencial cliente, seja na indústria mineira, construção civil, têxtil, alimentar, médica ou Petroquímica.A Divisão de Compressores da Atlas Copco fornece compressores industriais, soluções

de vácuo, turbo expansores, equipamentos de tratamento de ar e gestores de centrais de compressores, para todas as indústrias.

Sabemos que a satisfação do cliente é cria-da através de um serviço profissional e con-fiável. O nosso serviço de após venda apoia os nossos clientes com manutenção, for-necimento de peças e contratos de manu-tenção para garantir operacionalidade dos nossos equipamentos. O objectivo da Atlas Copco é que os nossos clientes sejam mais produtivos, mais rentáveis, mais eficientes energeticamente e mais seguros.O espírito de inovação é crucial para o su-cesso da Atlas Copco pois sabemos que há sempre uma forma melhor de fazer a coisas, e cada novo produto deve ser mais produti-vo e eficiente que o anterior. Investimos em investigação e desenvolvimento na tecnolo-gia mais avançada, do que resulta sermos reconhecidos líderes mundiais nas nossas áreas de negócio.A Atlas Copco está focada na inovação, na sustentabilidade e na ética, ao desenvolver novos produtos e serviços para atender ou ex-ceder as expectativas dos nossos clientes.

Jorge Miranda DIRETOR GERAL - DIVISÃO DE COMPRESSORES

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OPINIÃO

INDÚS TR IA • Junho 201462

Ricardo Lopes Ferro DIRETOR DA BUREAU VERITAS

A mudança da Indústria Portuguesa nos últimos 40 anosESTA EDIÇÃO comemora os últimos 40 anos da Indústria e realçam-se as profundas transformações que se viveram na mesma nas últimas 4 décadas. Não obstante, estas transformações são indissociáveis a um fac-to político, o 25 de Abril.A Indústria mudou, desde os grandes “cam-peões” da Indústria do passado, como os principais mercados, assim como os pro-dutos exportados são significativamente di-ferentes. Do Cluster Naval, passamos para o Cluster Automóvel, facto a que decisões políticas não são alheias. Grandes Indústrias de hoje, como a GALP e a sua capacidade de refinação de produtos petrolíferos, a In-dustria Florestal e a pasta de papel e a corti-ça, entre outros sectores têm hoje um peso na economia e na exportação radicalmente mais significativo.Um facto incontornável é o facto do mer-cado das empresas Portuguesas ser hoje, o Mundo. É certo que também têm como concorrentes directos empresas de qual-quer geografia. Esta nova perspectiva trou-xe a obrigação de nos transformarmos, ino-varmos, adaptarmo-nos e cooperarmos. As mudanças organizacionais e tecnológicas, os objectivos e sistematização dos proces-

sos de inovação, as joint-venture, os progra-mas conjuntos de promoção do produto, como são os casos da cortiça, do vinho e do calçado são algo pouco provável no pas-sado. A cooperação com as Universidades, tão reclamada pela Indústria no passado, é hoje uma feliz aliança com espaço ainda para progredir.A Internacionalização trouxe igualmente novas obrigações, como a qualificação in-ternacional dos técnicos (ex. Soldadores), verificação de conformidade de equipamen-tos e instalações, certificações (Qualidade, Ambiente, Saúde e Segurança, etc.), entre outros. Nestes desafios e prova de confian-ça para os novos mercados e parceiros, entidades como o Bureau Veritas, estiveram presentes e continuam a estar para apoiar a Industria a evidenciar o cumprimento com a

legislação, normas e boas práticas interna-cionais. Com 186 anos e 40 em Portugal, através da Rinave (hoje Bureau Veritas Rina-ve) e uma presença em 140 países tem sido uma escolha natural para empresas que pretendem internacionalizar-se para novas geografias, obrigações distintas das nacio-nais e com necessidade darem confiança a novos clientes, o Bureau Veritas tem auxi-liado, pelo reconhecimento internacional e isenção das suas avaliações.Pelo exposto, o Bureau Veritas, continuará pre-sente para apoiar as empresas Portuguesas a cumprir com as boas práticas internacionais, avaliar a capacidade de novos fornecedores noutras geografias, bem como facilitar, pelo profundo conhecimento e presença em 140 países, os processos de internacionalização das Empresas Portuguesas.

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