Revista Digital Passear Nº45 Versão Gratuita

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passear Nº. 45 . Ano IV . 2015 . PVP: 2 € (IVA incluído) sente a natureza Destino PR LOURIÇAL SALINAS DO SAMOUCO Património Basílica Real de Castro Verde Crónica AYERS ROCK, AUSTRÁLIA

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passearNº. 45 . Ano IV . 2015 . PVP: 2 € (IVA incluído)

sente a natureza

DestinoPR LOURIÇAL

SALINAS DO SAMOUCO

PatrimónioBasílica Real

de Castro Verde

CrónicaAYERS ROCK,

AUSTRÁLIA

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Registada na Entidade Reguladorapara a Comunicação Socialsob o nº. 125 987

Capa Fotografia

ReportagemSalinas do Samouco

(pág.10)

Correspondência - P. O. Box 242656-909 Ericeira - PortugalTel. +351 261 867 063www.lobodomar.net

Director Vasco Melo GonçalvesEditor Lobo do MarResponsável editorial Vasco Melo GonçalvesColaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves....

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Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Publicidade Lobo do MarContactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041e-mail [email protected]

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O regresso à normalidadeApós o período de férias vem o “regresso à normalidade” e as inúmeras iniciativas no panorama do Turismo de Natureza e Cultural.Gostaria de destacar alguns eventos dada a sua relevância. A autarquia de Vila de Rei vai inaugurar, no próximo dia 12 de Setembro, o seu troço de 45 km da Grande Rota do Zêzere. Em Outubro, a temática da observação de aves ganha um outro relevo com a sétima edição de Observanatura (10 e 11 de Outubro) em Setúbal e com mais um Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, em Sagres (1 a 4 de Outubro), no concelho de Vila do Bispo. A Spira organiza mais uma Feira do Património (de 9 a 11 de Outubro) no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha – Coimbra. Nos dias 25, 26 e 27 de setembro terão lugar as Jornadas Europeias do Património 2015, este ano subordinadas ao tema Património Industrial e Técnico.

Bons passeios e bom regresso de férias.

[email protected]

Veja os eventos sempre

actualizados em www.passear.com

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Sumário04 Atualidades

12 Reportagem:

Salinas do Samouco

16 Destino: Louriçal

24 Crónica: ULURU, o trilho do

rochedo em fogo.

30 BTT: Skytrail,

Lousã-Açor-Estrela (3ºDia)

36 dormidas : comidas : bebidas

40 Apresentação de artigos

do Passear (versão paga)

42 ASSINATURA Passear

44 Equipamentos

48 Destino:

Castelo de Silves

56 Património:

Basilica Real de Castro Verde

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Edição Nº.45

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CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DA BATALHA DO VIMEIRO COM INFORMAÇÃO DISPONÍVEL EM APLICAÇÃO PARA PLATAFORMAS MÓVEIS

O Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro lançou uma plataforma mul-timédia desenvolvida para equipamentos móveis (smartphones e tablets) que per-mite o acesso a toda a informação asso-ciada a este espaço. A aplicação “Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro” estará disponível em português e inglês e incluirá conteúdos so-bre a Batalha do Vimeiro e as exposições patentes no Centro, possibilitando uma visita interativa e dinâmica. Ao fazer download, o utilizador terá ain-da acesso aos percursos pedestres dis-poníveis no local, recebendo todas as orientações para que possa realizá-los de forma totalmente autónoma. Inclui tainda um quizz e durante a visita ao Centro o visitante pode ir “testando” os seus co-nhecimentos. A pensar no público mais jovem, esta nova aplicação contará tam-bém com uma versão do guia especifica-mente dirigida ao público infantil.Com o lançamento desta ferramenta, a edilidade pretende ainda contribuir para captar e reter fluxos turísticos para o CIBV e para o concelho, tornar a visita mais dinâmica, atrair novos públicos, incen-tivar os visitantes a percorrerem alguns percursos pelo exterior onde foi travada a Batalha e criar roteiros que não se limitem ao espaço interior e potenciem os percur-sos outdoor, incluindo passeios pela lo-

calidade do Vimeiro. O CIBV irá ainda disponibilizar tablets com a aplicação já carregada para utilização gratuita dos visitantes. Numa fase posterior, esta plataforma mó-vel também irá disponibilizar informação sobre o concelho, outros locais turísticos a visitar, restauração e alojamentos. Per-mitirá ainda incluir uma agenda de even-tos, que será disponibilizada a curto prazo. Esta aplicação, desenvolvida pela empresa Digital Impulse, foi apresentada no dia 21 de agosto, na cerimónia oficial da come-moração do 207º aniversário da Batalha do Vimeiro.

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FIM-DE-SEMANA EUROPEU DE OBSERVAÇÃO DE AVESO CISE e a Associação Aldeia / CERVAS irão realizar nos dias 3 e 4 de Outubro duas saídas de campo para Observação de Aves, integradas nas comemorações do Fim-de-semana Europeu de Observação de Aves 2015(EuroBirdwatch15).Esta atividade, destinada ao público em geral, pretende contribuir para o conheci-mento e divulgação da avifauna da serra da Estrela e tem como objetivos principais a observação das espécies de aves que ocorrem na região, no seu meio natural.Estas saídas pela serra da Estrela, com iní-cio no CISE pelas 08h30 e com final pre-visto para as 18h00, em ambos os dias, in-cluirá a visita a vários locais nos concelhos de Seia, Gouveia, Manteigas e Covilhã.Recomenda-se o uso de agasalho, imper-meável, calçado confortável, binóculos. O almoço é volante, pelo que se aconselha levar merenda.Este evento é gratuito e realizar-se-á com um mínimo de 5 e um máximo de 20 par-ticipantes.Pode fazer a sua inscrição on-line (www.cise.pt), através do endereço de correio eletrónico [email protected] ou através do telefone 238 320 300.

FEIRA DO PATRIMÓNIODe 9 a 11 de Outubro no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha – Coimbra.A Feira patrimonio.pt Millennium bcp é um evento pioneiro que pretende promover o setor do Património Cultural enquanto bem que cria valor económico e social, sendo fator de atração turística, gerador de re-ceitas e fomentador do emprego. A Feira é promovida pela Spira – empresa pioneira na estruturação de oferta patrimonial em Portugal e patrocinada pela Fundação Mil-lennium bcp e pelo Turismo de Portugal. O evento consiste num encontro de profis-sionais do meio, alargado a outros agen-tes económicos dos sectores da Economia e do Turismo e surge no seguimento da realização de outros eventos congéneres já consolidados, como por exemplo, em França, o Salon du Patrimoine Culturel e em Espanha, a Bienal AR&PA.

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FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE TURISMO ART&TUR

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De 20 a 24 de Outubro na cidade do Porto.Gala dos vencedores da 8.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Turismo ART&TUR. Este ano, as categorias temáticas a concurso são onze: Destinos Turísticos, Turismo Cultural, Desporto e Atividades ao Ar Livre, Ecologia e Biodiversidade, Hotéis e Resorts, Gastronomia e Vinhos, Turismo Religioso, Turismo Rural, Vida humana & Pessoas e Lugares, Turismo de Saúde e Bem-estar e Filmes de Animação.

O ROMÂNICO NO CAMINHO DE SANTIAGO

De 20 a 21 de novembro em S. Pedro de Rates – Póvoa do Varzim. II Colóquio Internacional dedicado aos Caminhos de Santiago, organizado pela Junta de Freguesia de S. Pedro de Rates, com a colaboração da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e da S.A. de Xestion do Plan Xacobeo – Santiago de Compostela e do Turismo de Portugal e Turismo Porto e Norte de Portugal. Os temas em debate são o Românico no Caminho de Santiago, a criação de um Centro de Estudos dedi-cado ao Caminho de Santiago, a sinali-zação do Caminho, o enquadramento do Caminho num Turismo sustentado e a sua importância nas relações entre o Norte de Portugal e a Galiza, entre outros.

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VILA DE REI: MUNICÍPIO INAUGURA O SEU PERCURSO DA GRANDE ROTA DO ZÊZERE

O Município de Vila de Rei organiza, no próximo dia 12 de Setembro, a inauguração do seu percurso pertencente à Grande Rota do Zêzere, com um total de 47 km.Este primeiro Passeio, com concentração marcada para as 09:00 horas junto ao res-taurante na aldeia da Zaboeira, irá ligar esta zona balnear, um dos principais pontos turísticos do Concelho, à praia fluvial das Fernandaires, numa extensão de aproxi-madamente 11 km.Os interessados em participar no Passeio Pedestre deverão realizar a sua inscrição na Receção da Câmara Municipal de Vila de Rei, através do telefone 274 890 010 ou do endereço de correio eletrónico [email protected] ou [email protected] Município de Vila de Rei garante o trans-

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porte de regresso entre os locais de final e início do percurso.A Grande Rota do Zêzere é um projeto conjunto de 14 Municípios que irá permitir percorrer todo o caudal do Rio Zêzere, desde a nascente, próximo de Manteigas, até à sua foz, em Constância, através de trilhos para percorrer a pé ou de bicicleta, ou ainda descer o rio em canoa.A participação de Vila de Rei na Grande Rota do Zêzere assume um importante pa-pel no delinear de todo o projeto, sendo um dos concelhos com maior extensão de percursos ao longo de toda a Rota, e ao possuir estações intermodais que permitem aos utilizadores alterar o seu modo de deslocação.

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OBSERVANATURA 2015

No fim-de-semana de 10 e 11 de ou-tubro de 2015,a Herdade da Mourisca, na Reserva Natural do Estuário do Sado, receberá a 7ª edição da feira ObservaNa-tura, dedicada, uma vez mais, ao tema do Turismo Ornitológico, uma modalidade do turismo de natureza dedicada à observação de aves, quer de forma direta quer com re-curso a binóculos ou telescópios. O programa inclui workshops, minicursos, ateliês, sessões de anilhagem e passeios para observação de aves na Reserva Natu-ral do Estuário do Sado, por terra e no rio. Nesta altura do ano podem-se avistar gar-ças, colhereiros e flamingos, entre outras espécies que procuram esta área protegi-da. Com entrada livre, a feira é organizada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)/ Reserva Natural do Estuário do Sado e pela Tróia-Natura, tendo o apoio do Turismo de Portugal, da Câmara Municipal de Setúbal, da Socie-dade Portuguesa para o Estudo das Aves, da Associação Baía de Setúbal e da Birds & Nature.

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esJORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO 2015 - PATRIMÓNIO INDUSTRIAL E TÉCNICOTerão lugar nos dias 25, 26 e 27 de setembro as Jornadas Europeias do Património 2015, este ano subordina-das ao tema Património Industrial e Téc-nico. Com o objetivo de sensibilizar os cidadãos para o seu valor e para a im-portância de um olhar atualizado acerca das suas potencialidades e do seu futuro, o tema destas Jornadas remete-nos para um vasto conjunto do nosso património; envolvendo-nos a todos, está permanente-mente presente no nosso quotidiano, e foi-nos deixando um legado que se reve-la em fábricas, pontes, moinhos, canais, linhas de caminho-de-ferro, lojas, vilas operárias, minas, portos, património da água e da luz, pequenas industrias arte-sanais, arquivos públicos e empresariais, entre muitas outras realizações da industria e da técnica, alguns ainda em uso e outros abandonados ou já reutilizados; todos eles são testemunho do engenho e criatividade de gerações passadas. Fonte: D.G. Do Património Cultural.

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10 UMA “AVENTURA” NA SERRA DA ESTRELA...

PASSEARSALINAS DO SAMOUCO E AS SUAS PAISAGENSEM PLENO ESTUÁRIO DO TEJO, AS SALINAS DO SAMOUCO SÃO UM ESPAÇO PRIVELIGIADO DE CONTACTO COM A NATUREZA E UMA FORMA DE RECORDAR UMA ACTIVIDADE ECONÓMICA COM GRANDE IMPACTO QUE É A PRODUÇÃO E TRATAMENTO DO SAL.

Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

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A Fundação para a Protecção e Gestão Ambiental das Salinas de Samouco surge como contrapartida da construção da pon-te Vasco da Gama. Em pleno estuário do Tejo, as salinas são um local de biodiver-sidade onde, cerca de de 170 espécies de aves, já foram avistadas nos 360 há que compõem o complexo das Salinas que, outrora chegou a ser o maior produtor de sal de Portugal.A Fundação propõe dois percursos sinali-zados, o Pernilongo com 7,8 km de ex-tensão e o o do Flamingo com 4,56 km. Ambos são circulares e com um grau de dificuldade reduzido. Durante o Verão, o visitante terá a oportunidade de ver a única salina em produção no estuário do Teja, a Salina do Canto. O espaço possui uma pequena loja onde são comercializa-dos alguns produtos nomeadamente, sa-bonetes de leite de burra, guias de aves e embalagens de Salicórnia Fresca (legumes do mar).Quando visitei (no verão e com guia) as Salinas do Samouco efetuei o percurso dos Flamingos e tive a oportunidade de obser-var diversas espécies de aves nomeada-

mente, Flamingo, Garça-branca-pequena, Garça-real, Pernilongo, Milherango, Chil-reta, Pilrito-de-peito-preto, Borrelho-de-coleira-interrompida, andorinhas dos beirais e águia-sapeira. Como estávamos no verão tive ainda a oprtunidade de presenciar a rapação do sal e respetivo processamento. Uma atividade dura que, na altura, contou com a colaboração de diversos voluntários.O que me agrada na paisagem de sapal é a dinâmica que o espaço tem devido às marés e, no caso das salinas, devido ao controlo existente da água através das com-portas. Estes fluxos de água determinam o posicionamento das aves em relação às margens e, por conseguinte, a sua ob-servação.A vegetação, apesar de não ser abundante devido ao sal, é interessante. A existência de esteiros cria formas na paisagem que mais parecem pequenos jardins contra-cenando com extensas paisagens com os centros urbanos como pano de fundo. O elemento água é uma constante que con-diciona a perspectiva que temos do espaço em função das marés ou da época do ano. Esta realidade conjugada com as diferentes

Comporta

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migrações de aves fazem das Salinas do Samouco um local de visita periódica.

FAUNASegundo a informação recolhida no site das Salinas do Samouco, “...As salinas do Samouco constituem, no seu conjunto, uma parte importante dos habitats dis-poníveis para as populações de avifauna nesta região. A grande maioria da avifauna que ocorre no estuário do Tejo, utiliza as salinas como local de repouso durante a preia-mar, quando escasseiam as zonas

não alagadas. É nesta altura que se podem observar grandes bandos mistos de limíco-las e gaivotas.Durante o Inverno podem ser observadas com regularidade mais de 15.000 aves. Incluindo as limícolas, aquáticas, rapinas e passeriformes, nas salinas ocorrem mais de 90 espécies de aves. Entre as limícolas mais abundantes figuram o maçarico-de-bico-direito, o pilrito-comum, pernilongo, o alfaiate, a tarambola-cinzenta e o perna-vermelha. No que respeita aos anatídeos, os mais comuns são o pato-real, o trom-

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mbeteiro e a marrequinha.Destaca-se ainda a presença da garça-real, da garça-branca-pequena, do colhereiro, da águia-sapeira e da águia-pesqueira. Na Primavera e Verão as salinas do Samouco assumem especial importância como local de nidificação para o borrelho-de-coleira-interrompida, o pernilongo e a andorinha-do-mar-anã...”

FLORAA grande especificidade dos biótopos do-minantes no complexo de salinas do Samouco, formações dunares em fixação e

zonas salinizadas, conferem uma reduzida diversidade florística ao local, sendo obser-vadas pouco mais de 21 espécies.Tanto o cordão dunar como os taludes das valas e os cômoros das salinas, eviden-ciam uma maior abundância relativa de Sarcocórnias, Salicórnia, Gramata-branca (Halimione portulacoides), Salgadeira (Ar-tiplex halimus) e Barrilha, espécies que demonstram estruturas adaptativas à ele-vada salinidade e humidade edáfica, e Es-torno, espécie característica de situações psamófilas, endémica do nosso país.

Gramata Branca

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Rapação do Sal

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CONTACTOSFundação para a Protecção e Gestão Ambiental das Salinas do SamoucoPalácio dos Pinheirinhos, Complexo das salinas do Samouco 2890-157 AlcocheteCoordenadas GPS: 38°44’39.41”N 8°58’50.80”OE-mail: [email protected] / http://www.salinasdosamouco.pt/Telefone: 212348070 - de Segunda-feira a Sexta-feira (excepto feriados) das 08:00 às 17:00 horasTelemóvel: 927984440

Rapação do Sal Roda Hidráulica

Flamingos

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16 UMA “AVENTURA” NA SERRA DA ESTRELA...

DESTINO: LOURIÇAL A TERRA DOS DOIS

TEMPEROS...

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Texto e Fotografia: Francisco Cordeiro (freelancer em ecoturismo)

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CONHECIDA COMO A TERRA DOS DOIS TEM-PEROS, LOURO E SAL, A PRIMEIRA REFERÊNCIA AO LOURIÇAL SURGE NO FORAL DE 1142, OUTOR-GADO POR D. AFONSO HENRIQUES A LEIRIA. JÁ COM D. MANUEL I, EM 1514, TORNOU-SE NUM ENORME CONCELHO RURAL, QUE DURANTE DOIS SÉCULOS XVII E XVIII, ASSISTIU A UM GRANDE DESENVOLVIMENTO, E QUE MUITO CONTRIBUIU O APOIO E A PRESENÇA DE NOBRES FAMÍLIAS, COMO OS ALMEIDA CASTELO BRANCO E OS MENESES.

Em pleno início do séc. XIX, o concelho do Louriçal é invadido pelas tropas francesas, que culminou com a sua extinção em 24 de Outubro de 1855. Localizada numa zona de transição do eixo Figueira da Foz – Leiria, onde a presença de água é notória, não estranhamos a existên-cia em tempos remotos, quer de louro, quer de sal. Actualmente com o recuo do mar, ficaram apenas os extensos campos agríco-las de cultivo de milho. Com forte ligação á

Campos de Arroz

Biscoitos Louriçal

Texto e Fotografia: Francisco Cordeiro (freelancer em ecoturismo)

Capela da Misericórdia

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agricultura, o Louriçal apresenta um vasto património construído ao longo da ribeira aqui existente. Em tempos, contaram-se 29 moinhos de água, dados que demonstram a forte ligação á terra destas gentes. Hoje em dia, somente três, ainda se encontram em perfeitas condições de uso e visita. Para conhecer toda a riqueza desta vila propomos uma visita e a realização do percurso pedestre Dois Temperos, sempre com o apoio de Gps. Com uma extensão aproximada de 9 km, o percurso pedestre dois temperos possibilita um contacto cons-tante com a natureza e património. Du-rante o percurso é possível ver azenhas, ex-tensos campos de arroz e ainda conhecer o património religioso da vila do Louriçal. Para além dos painéis informativos, existe sinalização direccional, com indicação de caminho certo, errado, virar a direita e virar a esquerda, que ajudarão no terreno. A-conselha-se a utilização de gps com o track

do percurso, para evitar alguns equívocos no terreno. Percurso Pedestre Dois TemperosCom uma extensão aproximada de 9 km, este percurso tem o seu início num aprazível parque de merendas, denominado Fonte da Pedra. Ao longo desta etapa podemos encontrar um vasto património natural e cultural, moinhos de água, lagar de azeite, a diversificada vegetação ribeirinha cons-tituída por amiais, salgueirais e outros bosques ribeirinhos. Nas encostas dos vales a produção de eucalipto e pinheiro, encon-traremos ainda alguns resquícios de diver-sas espécies de carvalhos que faziam parte da floresta original e as pequenas hortas tradicionais. Para os amantes de birdwat-ching, observam-se frequentemente, as es-pécies de zonas ribeirinhas, ainda o melro, o pintassilgo, alvéola cinzenta e ainda, o milhafre-preto, o tartaranhão-ruivo-dos-pauis, os comuns corvos.

Fonte da Pedra Mapa do Percurso

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19Mapa do Percurso Mercado do Louriçal

Depois de conhecer a vila e todo o seu esplendor, seguimos em direcção aos ex-tensos campos de arroz da freguesia. Terá sido aqui, provavelmente, que começou a delimitação dos campos de arroz do Mondego. Com uma paisagem diferente, não menos aprazível, podemos desfrutar de todo o potencial ornitológico, que os campos de arroz nos possibilitam. Não será de estranhar a existência de imensas aves aquáticas, apresentando-se em número significativo nas diferentes épocas do ano. Destaque para uma presença significativa, já residente, da cegonha branca, a frisada, o borrelho-grande-de-coleira ou galinha-de-Água, o pernilongo ou a garça-verme-lha, pontualmente, marcam presença nas margens destes campos. No final do percurso, poderá desfrutar de um merecido descanso no parque de me-rendas, pik-nik.

O QUE VERNO CENTRO DA VILAO Louriçal tem forte ligação á religião, destaque para o monumental Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento, exemplo da arquitectura religiosa barroca da época de D. João V e, onde ainda hoje, habitam em regime de clausura as Irmãs Clarissas. Recentemente recuperado o cen-tro histórico, apresenta a Igreja do Conven-to do Louriçal, o Pelourinho, o Aqueduto, mandado construir por D. João V, a Igreja da Misericórdia que ostenta um valioso re-tábulo maneirista do 1º quartel do séc. XVII. Adicionalmente a igreja matriz de são Tiago, séc. XVII, a igreja do recolhimento. Para quem busca a genuinidade destes lo-cais, aconselhamos a visita ao Louriçal, ao domingo. É neste dia que se realiza o mer-cado semanal, entre as 06h00 e as 13h00, aqui encontramos de tudo um pouco, fruta, legumes colhidos durante a madrugada e

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20Mercado Louriçal

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sempre frescos, portanto, vendedores de animais, enchidos, roupa, velharias, ces-taria entre outros produtos. O mercado do peixe é um dos locais mais concorridos, não estivesse o Louriçal localizado entre as melhores praias da região para o pescado, praia da Costa de Lavos, Praia da Leirosa e Praia do Osso da Baleia.Os biscoitos, a doçaria conventual, pastéis de amêndoa são uma referência da fregue-sia, que levam a vila do Louriçal além-fron-teiras. Este e outro património imaterial em conjunto com todo o património cultural, natural faz do Louriçal uma freguesia de excelência do concelho de Pombal que

merece ser visitada. Os festejos em Honra da Nossa Senhora da Boa Morte, realizados no dia 15 de Ago-sto, são o mote para o encontro de muitos emigrantes nesta pitoresca vila. Todos os anos, centenas de pessoas passam pelas festas do Louriçal, em busca de diversão, convívio e momento de lazer. Aqui o tradi-cional frango assado de churrasco ou as tradicionais farturas são os reis da comida nestas ocasiões e que permitem retemperar forças para os dias seguintes. Vale a pena conhecer o Louriçal, as suas origens, tradições a atracções.

Mercado Louriçal

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oMoinho do Salvador

Porta do Convento do Louriçal

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A VISITAR• Convento do Desagravo do

Santíssimo Sacramento• Aqueduto de D. João V • Capela da Misericórdia• Igreja Matriz de S. Tiago• Igreja do Recolhimento

ONDE COMER• Restaurante O Zé – Louriçal• Restaurante O Lavrador – Foitos• Restaurante – Lourigasol• Restaurante Jacinto’s – Vieirinhos• Café snack-bar O Pedro - Guia• Restaurante O Regalo - Almagreira• Restaurante O Carica – Marinha das

Ondas• Restaurante O Pote - Pombal

ONDE FICAR• Parque de campismo O Tamanco –

Outeiro do Louriçal• Hotel Lagoa do Linho - Guia• Casa Do Vale do Papo - Pombal• Terrabela AL - Pombal• Quinta de Sant’ana AL – Redinha• Quinta de São João TER - Redinha• Acquavilla House AG - Pombal• Cardal Hotel – Pombal • Hotel Pombalense - Pombal• SB Belém Hotel - Pombal

o que precisa

de saber

CONTACTOS ÚTEISJunta de freguesia do LouriçalBombeiros do Louriçal

MUNICÍPIO DE POMBALLargo do Cardal, 3100-440 Pombal +351 236 210 500

PONTOS DE INTERESSE• Parque de Merendas da Fonte da

Pedra• Parque de Merendas Pik nik• Fonte da Ribeira de Santo Amaro• Centro da Vila• Praia do Osso da Baleia• Estrada Atlântica

TRACK DE GPShttp://ridewithgps.com/routes/9799407

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a ULURU, O TRILHO DO ROCHEDO EM FOGOTexto: Luís Contente | Fotografias: Valério Conceição

Uluru, também designado por Ayers Rock, é o emblema mais famoso da Austrália e, se-guramente, o monólito mais conhecido em todo o planeta. Para o descobrir, as agên-cias de viagem presenteiam os clientes com dois momentos imperdíveis: o nascer do sol e o sunset. Com um programa e horários apertados, poucos viajantes têm a possi-bilidade de caminhar à volta desse ícone australiano, oportunidade única que tive o prazer de aproveitar.Parti ainda noite feita, pelas 6h15 da ma-nhã, deixando para trás o parque de cam-pismo onde pernoitei. Muitos autocarros e viaturas particulares circulavam a essa hora tão matinal. O sol tinha hora marcada para acordar,7h18, e ninguém queria perder o momento em que os raios solares começam a incendiar o rochedo. Passámos por uma espécie de pórtico que serve de bilheteira onde se adquirem as entradas para o Parque Nacional de Uluru. Foi ao som de

Shine on you crazy diamond que descobri uma volumosa sombra agachada na pe-numbra matinal. O momento teve algo de mágico, como se entrasse num universo sideral, com as primeiras notas do órgão embriagante dos Pink Floyd a planar no cosmos. Abandonámos de seguida o nosso trans-porte e dirigimo-nos a pé para os mira-douros, com o sol já a despontar no hori-zonte. Primeiro, um ponto vermelho ao longe. A seguir, uma claridade ténue. Por fim, uma mancha de luz avançando len-tamente sobre o Uluru que se revelou em todo o seu esplendor. Um bloco de arenito arredondado nasceu à nossa frente sob a acção dos raios solares. Centenas de tu-ristas tomaram os seus lugares para não perderem pitada deste renascimento quo-tidiano. Milhares de fotografias captaram esta magia. Foi um momento fascinante mas de curta duração.

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O nosso veículo deixou-nos de seguida junto a um carreiro que circunda o rochedo. En-quanto caminhava, pressenti que tinha en-trado em contacto com algo de muito forte, relacionado com a nossa existência mais profunda. A erosão desenhou formas estra-nhas nas vertentes. Um gigantesco esperma-tozoide a trepar pela encosta. Um rosto hu-mano, perfeito ser tridimensional emergindo do rochedo com olhos, nariz e boca. Mais à frente, fetos tomavam conta das paredes e uma derrocada deixou a descoberto um enorme cérebro humano seccionado longi-tudinalmente. Em certas cavidades, avista-vam-se células que se uniam umas às outras formando membranas internas do corpo hu-mano, como se fossem tecidos esponjosos. Este bloco de pedra é um livro aberto sobre a origem do mundo, o nascimento do homem e a criação da humanidade. Os aborígenes perceberam a mística do lugar muito antes de toda a gente. Souberam olhar para Uluru

e ver o que os nossos olhos corrompidos pela civilização já não são capazes de observar. Por isso, consideram que subir o rochedo é uma falta de respeito, uma profanação. Encontramos assim a expli-cação para a origem do homem, desde a procriação até à sua formação completa. Milhares de anos antes do microscópio, da radiografia e das ecografias que haveriam de revelar ao mundo a fabulosa aventura do nascimento, os aborígenes consegui-am transmitir às gerações seguintes esse maravilhoso milagre.A volta de 9km é muito agradável. Faz--se em pouco mais de 2h30 e passa por diferentes tipos de vegetação, ora mais arborizada ora mais rasteira, consoante a humidade. O terreno é plano e não ofere-ce dificuldade maior. O trilho está muito bem delimitado pelo que é impossível uma pessoa perder-se. De vez em quando, surgem uns abrigos com bancos de ma-

A caminho do topo

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Área de descanso

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deira onde sabe bem descansar um pouco. As paredes do monólito apresentam mais formações curiosas resultantes da erosão. Todo o percurso encontra-se balizado por esses seres em formação, escondidos nas frestas, emergindo das saliências, aqui um olho, ali uma boca gigantesca, acolá uma orelha, um útero perfeito mais à frente. E-xistem certas zonas tão sagradas que muitas placas indicavam que não se podiam tirar fotografias.A vegetação apresentava-se muito harmoni-osa e era um gosto descobrir mais uma flor viçosa, mais uma planta do deserto, uma árvore diferente, ou um bosque verdejante que surgia inesperadamente.Cheguei em poucas horas ao local onde os mais corajosos costumam fazer a ascensão do monólito. Subi um pouco para testar a inclinação, muito pronunciada, a pique, sem pontos de apoio nem vegetação, e com um piso muito deslizante. Tive a sensação

de estar a subir uma placa de metal fer-rugenta. Com as minhas botas de mon-tanha, que agarram bem ao solo, não tive nenhuma dificuldade, mas muitos tu-ristas calçados apenas com sapatilhas ou sandálias, arrastavam-se penosamente, escorregando várias vezes. Morre gente nesta subida. Desde que há registos, entre quedas e ataques cardíacos já se contam 77 pessoas mortas. Uma placa avisava que só pode subir quem estiver em boa forma física. Mas, das centenas de autocarros, sai muita gente inconsciente. Consegui ainda chegar a um patamar onde umas correntes garantiam alguma segurança. A vista so-bre a planície envolvente era magnífica. Não tive tempo suficiente para continuar e chegar ao topo. Também achei que não devia fazê-lo. Os aborígenes consideram que é uma falta de respeito subir. Quando as terras lhes foram restituídas, tornaram-se administradores e passaram a usufruir dos

crón

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Ao fim da tarde

Área de descanso

Australianos descendo o Uluru

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Vertente de acesso ao topo

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rendimentos que o sítio proporciona. Mas uma cláusula do contrato que fizeram com o governo obriga a que este esteja sempre aberto ao turismo. Este parque nacional é por isso uma gestão partilhada. Um com-promisso que se conseguiu encontrar entre as exigências dos brancos e os interesses dos nativos.O sunset é outro dos momentos imper-díveis. Muitos autocarros despejaram cente-nas de turistas que tomaram os seus lugares no miradouro destinado ao efeito. Alguns bebiam champanhe enquanto degusta-vam uns salgadinhos. Também participá-mos nessa celebração mas, felizmente, o guia conduziu-nos para um lugar longe da multidão, até um ponto privilegiado de ob-

servação. Preparámo-nos para o aconteci-mento. E o ocaso não demorou. As garra-fas abriram-se e o grande Uluru começou a sangrar sob o efeito do sol que declinava lentamente no horizonte. O vermelho do céu passou a laranja e todas as cores do dia que finda reflectiram-se na paleta do rochedo. Tornou-se ferruginoso até que es-cureceu e apenas permaneceu uma som-bra ao longe, escura como bronze negro. Estava na hora de nos recolher. Dissemos adeus ao mais maravilhoso monumento natural que vimos na Austrália. Após um dia de aventura extraordinária, o jantar e a cama aguardavam-nos. Um consolo bem merecido.

Aviso proibido filmar Entrada para o parque nacional

Erosão em forma de boca

Vista sul

Vertente de acesso ao topo

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SKYTRAIL, LOUSÃ-AÇOR-ESTRELA

3º DIA, DE ALVOCO DA SERRA À TORRE E DESCIDA PARA VIDE

Texto e Fotografia: António José Soares / http://coimbrasantiago.blogspot.pt/

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O EPÍLOGO DA JORNADA DE TRÊS DIAS PELO MACIÇO CENTRAL DA SERRA DA LOUSÃ, SÃO PEDRO DE AÇOR, ATÉ AO MACIÇO CENTRAL DA SERRA DA ESTRELA, TERMINOU DE FORMA FANTÁSTICA NA TORRE, EM 30 DE MARÇO DE 2015. NO MESMO DIA, A ARREPIANTE DESCIDA PARA VIDE, ATENDENDO ÀS VELOCIDADES ATINGIDAS, CONS-TITUIU A “MINI ETAPA” DE CONSAGRAÇÃO DE UMA VOLTA QUE DEIXOU NOS INTER-VENIENTES O IRRESISTÍVEL DESEJO DE REPETIR NO FUTURO PROEZAS SEMELHANTES.

Vista de Loriga

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Vista de Loriga

Loriga, pequeno almoço e reabastecimento

Loriga - Piscinas naturais

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Na povoação de Alvoco da Serra o grupo passou a contar com mais dois elementos, o André Baeta e o seu filho Miguel, que viajaram da Lousã, com o propósito de nos acompanhar na subida do Adamastor, de Loriga à Lagoa Comprida, com término na Torre.Os elementos do grupo que perfizeram a totalidade do percurso, talvez em razão da fadiga acumulada, passaram a noite num verdadeiro concerto polifónico, onde foi possível escutar originais e melodiosas formas de ressonar, o que deixou algu-mas das vítimas à beira de um ataque de nervos, impotentes para calar verdadeiros trombones e fagotes.Já depois, pela calada da noite, pequenos bichinhos invisíveis foram enchendo o pa-pinho picando aqui e ali, a seu bel-prazer, os alvos mais apetecíveis.Na manhã seguinte, a orquestra de so-

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pro deu lugar a um grupo de cordas, tal a destreza evidenciada pelo grupo, num verdadeiro coça - coça, a lembrar exímios guitarristas na execução de solos, neste caso substituindo as cordas por enormes brotoe-jas. Apenas escaparam os detentores de sangue ruim.A expectativa da subida à Torre fez crescer um pouco o grau de ansiedade do grupo. Na saida para a Loriga, a radiosa luz matu-tina colocou ainda mais à evidência os har-moniosos atributos da vila de Alvoco da Ser-ra, cuja fadiga da véspera prejudicou, em parte, a sua apreciação. De Alvoco à Torre, pode subir-se o vale glaciar por um trilho de pastores, percurso para 10km, a merecer a nossa atenção, em próxima oportunidade. Por fim lá partimos em direcção a Loriga, povoação beirã muito singular, recortada em socalcos entre duas vertentes. Banhada pela ribeira de seu nome, onde podemos

Cruzamento de Loriga

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encontrar uma soberba praia fluvial de rara beleza. E foi em Loriga que tratá-mos de tomar a primeira refeição do dia, aproveitando também para o reabasteci-mento indispensável.O André Baeta aguardou pelo grupo no cruzamento de Loriga para a Torre, onde estrategicamente estacionou a viatura, a fim de nos acompanhar. Quase todo o pelotão aproveitou para se livrar dos al-forges, indesejáveis para qualquer subida, quanto mais a do Adamastor. Apenas dois teimosos teimaram em levar a carga até ao fim, uma decisão que viria a ter os seus custos.O ritmo da subida não poderia ser muito forte, a percentagem de inclinação, aliada ao forte vento que se fazia sentir e ao peso dos alforges, ditaram uma subida esforça-da. Os momentos destinados à captação de imagens não ajudaram à manutenção

de um ritmo regular.A subida à Torre. por Loriga, parecia nunca mais acabar, quando finalmente foi alcan-çado o cruzamento da estrada Sabugueiro - Torre - Covilhã, um pouco acima da Lagoa Comprida, parece que ganhei novo alento, já pouco falta, pensava...Há momentos em que a força parece de-saparecer, mas, ultrapassada essa fase, com a reposição de elementos energéticos necessários e quiçá em razão da transfor-mação do cenário paisagístico, nova alma surge.Foi um pouco o que aconteceu, a expectativa do aproximar do alto da Torre e a contem-plação do maravilhoso cenário da Garganta de Loriga. Apesar da fadiga, resolvi imprimir um ritmo mais forte e constante, mesmo com o peso dos malditos alforges. O final da subida já foi percorrido entre a paisagem sarapintada de neve, que transmi-

A penosa subida com os alforges e vento de frente

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TGarganta de Loriga, na subida para a Torre

Serra da Estrela - Torre

tia alguma sensação de frescura, no meio do calor tórrido que se fazia sentir neste iní-cio de Primavera, procurando tirar o prazer de pedalar no planalto, com a agradável brisa a embater no rosto e já a pensar no delicioso pão com queijo da serra e presunto... Após a chegada à Torre, e à captação dos registos fotográficos para ilustrar o momen-to, a pausa foi aproveitada para a indis-

pensável “sandocha”.Mas a etapa ainda não terminara, e, após os momentos de convívio no alto da serra, ficou marcado encontro com a “Prince-sinha”, velhinha Toyota Hiace, para Vide, conduzida pelo Carlos, colaborador do pelotão. A descida foi louca, a uma veloci-dade incrível para a Trek de montanha.Notável e a merecer registo foi, sem dúvi-da, o espírito de sacrifício e a vontade em

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Serra da Estrela na Primavera

Em Vide à espera da “Princesinha”

ven-cer o Adamastor, extensível a todos, cada um a seu ritmo, todos com a mesma vontade. Como epílogo da viagem de três dias pelo maciço central da serras beirãs, um destaque especial, direccionado para o colectivo, pela forma como soube convi-ver, pela amizade, solidariedade e, acima de tudo, o saber estar. Mas, num pelotão maioritariamente constituído por homens, o destaque vai por inteiro para a Cata-

rina, única presença feminina no pelotão, merece, com toda a justiça uma referên-cia elogiosa pela resistência e capacidade física evidenciada, mas, sobretudo pelo ex-celente contributo na construção do espírito de grupo.Por fim um agradecimento à Sra. Gina Ma-ria Pinto de Brito, Presidente da Junta de Freguesia de Alvôco da Serra, pelo apoio logístico.

Ponte sobre o rio Alvoco, em Vide

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CASA DOS CASTELEJOS

UM PROJETO DO CORAÇÃO...FOI ASSIM QUE CREMILDE BRITO PAES DEFINIU O SEU PROJETO DE TURISMO RURAL CASA DOS CASTE-LEJOS SITUADO NO MONTE DO GUERREIRO, EM PLENO CAMPO BRANCO, JUNTO A CASTRO VERDE NO ALENTEJO.

TEXTO E FOTOGRAFIA: VASCO DE MELO GONÇALVES

A inauguração da nova casa resgatada a uma ruína foi o motivo para visitar este es-paço de Turismo Rural. A nova edificação encerra uma modernidade arquitetónica que simboliza, na perfeição, a transição do antigo Alentejo para o moderno Alentejo mais cosmopolita mas sem perder o sentido das suas raízes. Trata-se dum espaço har-monioso ao nível da decoração e do layout que consegue proporcionar o recolhimento

num dia de Inverno à lareira ou uma vista sem fim dos campos floridos da Primave-ra. Não sou muito de ligar aos pormeno-res de decoração ou de mobiliário, a minha atenção é direcionada à sensação de conforto e bem estar que um espaço me provoca. A nova Casa dos Castelejos tem esses ingredientes!A paisagem sem fim e o isolamento “obrigam-nos” a descansar mas, hoje em

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cerca de 1h e 30m num espaço reduzido de terreno (não mais de 300 metros) tive a oportunidade de avistar sete Abetardas, duas Garças-reais, um Guarda-rios, duas Cegonhas-brancas, dezenas de Garças-brancas-pequenas, um Peneireiro-vulgar, um Milhafre-preto e dezenas de indivíduos Picanço-real-meredional!No final da visita perguntei, a Cremil-de Brito Paes, a quem é que ela achava que se destinava este projeto. A resposta foi pronta, “às famílias e às pessoas que gostam da Natureza, que gostam do silên-cio, de apreciar os espaços do Alentejo. Nós oferecemos sensações e o espírito do Alentejo”.

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dia as pessoas têm um novo conceito de descanso que passa pela prática de ativi-dades e experiências. A Casa dos Castele-jos possui um leque diversificado de ofertas para os seus visitantes como birthwatching, passeios a cavalo, passeios de bicicleta, experiências gastronómicas e enoturismo. A meu ver, o birthwatching deverá ser a “joia da coroa”... Durante a minha esta-da, em pleno mês de Julho, aproveitei a manhã para efetuar um pequeno passeio junto a uma ribeira temporária situada a cerca de 400 m da casa. A minha inten-ção era apenas a de explorar o local e, por isso, levei os meus binóculos e guia de aves só a título de precaução. Durante

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CASA DOS CASTELEJOSINFORMAÇÃO:São Marcos da AtabueiraMonte do GuerreiroCastro Verde - Alentejo - Portugal+351 969 489 844 / +351 963 292 [email protected] / [email protected] 37º 40’ 22.43” N 7º 53’ 15.75” Whttp://www.casadoscastelejos.pt/

Tipologias:1ª Casa Grande: 5 quartos com casa de banho, cozinha e sala. 2ª Casa inaugurada este mês de Julho: 3 quartos com casa de banho, sala e cozinha de apoio.3ª Casa Pequena: quarto, casa de banho, sala e Kitchenette.

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