Revista e-kletic@ dezembro 2015

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e-kletic@ revista

Nº 0004

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Revista e-kletic@

[email protected]

Ano 01

Número 04

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Porque a e-kletic@ é digital?

O preço da brancura

Os impactos da produção do papel já são bem conhecidos, e tão desastrosos que há anos a Europa tratou de "terceirizar" o

setor. É claro, para os países em desenvolvimento, onde a fragilidade das leis ambientais, a carência por postos de trabalho e a

necessidade de gerar divisas acenaram, e ainda acenam, com boas-vindas para essa que é uma das mais impactantes indústrias do

planeta.

Para produzir uma tonelada de papel são necessárias duas a três toneladas de madeira, uma grande quantidade de água (mais

do que qualquer outra atividade industrial), e muita energia (está em quinto lugar na lista das que mais consomem energia). O uso de

produtos químicos altamente tóxicos na separação e no branqueamento da celulose também representa um sério risco para a saúde

humana e para o meio ambiente - comprometendo a qualidade da água, do solo e dos alimentos.

O alto consumo de papel e seus métodos de produção insustentáveis endossam o rol das atividades humanas mais nocivas ao

planeta. O consumo mundial cresceu mais de seis vezes desde a metade do século XX, segundo dados do Worldwatch Institute,

podendo chegar a mais de 300 kg per capita ao ano em alguns países. E na esteira do consumo, cresce também o volume de lixo, que

é outro sério problema em todos os centros urbanos.

De acordo com algumas pesquisas científicas, a monocultura do eucalipto, por exemplo, consome tanta água que pode afetar

significativamente os recursos hídricos. Só no norte do Espírito Santo já secaram mais de 130 córregos depois que o eucalipto foi

introduzido no estado.

Quando a indústria de celulose chegou ao Espírito Santo na década de 1960, se iniciou um rápido processo de devastação da

Mata Atlântica e expulsão de comunidades rurais. "A empresa Aracruz Celulose invadiu áreas indígenas em processo de demarcação

e expulsou índios tupiniquins e guaranis de 40 aldeias. No norte do estado, a empresa ocupou terras quilombolas, expulsando cerca

de 10 mil famílias".

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Matéria-prima básica da indústria do papel, a celulose é um material fibroso presente na madeira e nos vegetais em geral. No

processo de fabricação, primeiro a madeira é descascada e picada em lascas (chamadas cavacos), depois é cozida com produtos

químicos, para separar a celulose da lignina e demais componentes vegetais. O líquido resultante do cozimento, chamado licor negro,

é armazenado em lagoas de decantação, onde recebe tratamento antes de retornar aos corpos d'água.

A etapa seguinte, e a mais crítica, é o branqueamento da celulose, um processo que envolve várias lavagens para retirar impurezas e

clarear a pasta que será usada para fazer o papel.

Mesmo com o tratamento de efluentes na fábrica, as dioxinas permanecem e são lançadas nos rios, contaminando a água, o solo e

consequentemente a vegetação e os animais (inclusive os que são usados para consumo humano). No organismo dos animais e do

homem, as dioxinas têm efeito cumulativo, ou seja, não são eliminadas e vão se armazenando nos tecidos gordurosos do corpo.

Texto retirado do site http://www.ecolnews.com.br/papel.htm

Por isso somos digital!

Por isso somos verde!

Por isso somos e-kletic@!

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Ao Leitor

A e-kletica de número quatro nasceu a partir de um pensamento de Albert Einsten onde ele diz que: “Nem tudo o que pode ser

contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado”.

E então nos veio à pergunta: O QUE REALMENTE CONTA?

E a partir dessa pergunta nos surge todo material da nossa revista que está cheia de tudo aquilo que conta.

Através das receitas da nossa colunista e Chef Assayo Horisawa que nos presenteou com uma verdadeira ceia de natal e

também nos relata uma particularidade de sua vida e o que ela teve que fazer para renascer, literalmente, das cinzas. Um momento de

muita intimidade e confiança a nós e aos nossos leitores.

Sem falar de tudo que realmente conta e que está em nossa CONVERSA E-KLETIC@ que tanto nos atrai com os textos dos

nossos colaboradores e também amigos.

A revista também está recebendo mais uma vez, as fotografias da Gabriela Gonçalves nossa entrevistada da edição número um

e que traz agora um editorial de moda de sua autoria.

Temos mais uma participação do nosso também amigo e colaborador de Moçambique Miguel Luís com dois sonetos de sua

autoria e que nos rementem a esse tempo que está chegando e que também deve ser de grande valia separa um momento de nossas

vidas nestas semanas que antecedem o natal e nos perguntamos o que realmente conta.

E com uma imensa alegria nós trazemos uma entrevista com outro autor lá de Portugal chamado Samir Karimo que nos

procurou e nos confiou uma cópia inteira do seu livro SOBRENATURAL. Para nós da e-kletic@ esta procura veio coroar o nosso

trabalho já que desta vez não procuramos e sim fomos procurados para fazermos a divulgação de um trabalho e isso sim realmente

conta!

Desde já agradecemos a todos e desejamos nosso primeiro feliz natal a todos e um ano novo de muitas vitórias.

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Sobrenatual é um livro realmente

maravilhoso. Fomos procurados pelo autor

para que pudéssemos estar divulgando o seu

trabalho. Para nossa surpresa, ao pedirmos

uma parte do livro para que pudéssemos dar

uma olhada, fomos surpreendidos com o

envio do livro todo. E foi algo de mais

gostoso ainda poder ter toda a noção do que

se tratava no livro de Samir Karimo.

Como eu mesmo disse a ele, passeei por

vários autores. Senti-me comendo um

pouco de cada um dos autores que tanto

admiro. Algo realmente de uma literatura

fantástica.

Samir consegue nos levar para lugares

dos mais intrigantes e maravilhosos.

Agora vamos bater um papo com ele e

saber um pouco mais dessa mente criativa

que é a mente de Samir Karimo.

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E-kletic@: Antes de qualquer coisa gostaria que falasse um pouco sobre você,

sobre o que faz e sobre ser escritor.

Samir: Antes de mais nada, muito obrigado pelo interesse demonstrado. Chamo-me Samir Karimo, vivo em

Lisboa e, além de escritor, sou também tradutor. Exerço esta profissão

há mais de quinze anos e posso dizer que é uma atividade fascinante

que me permite alargar os horizontes e utilizar os conhecimentos

adquiridos para a criação literária. Posso mesmo afirmar que a

Tradução sustenta o meu trabalho literário. Por enquanto ainda não é

possível viver da escrita, mas espero que este primeiro livro de

originais corra bem e que chegue ao maior número de leitores possível.

Em relação à escrita, já escrevo há já algum tempo, há cerca de

dezoito anos. Posso dizer que publiquei os meus primeiros poemas

numa revista literária de tiragem limitada em 1998 na Faculdade de

Letras de Universidade de Lisboa onde me formei em Línguas e

Literaturas Modernas, e em Tradução. Mas comecei a ter mais vontade

de escrever quando quis impressionar uma certa rapariga. Posso dizer

que, no livro, o leitor vai encontrar a referência a uma das minhas

musas inspiradoras. Ser escritor é apaixonante, pois permite criar

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mundos alternativos e criar situações que, à partida, não existem no mundo real.

Tento captar nos escritos aqueles pormenores que podem passar despercebidos às pessoas, estou atento à maneira de

falar, de agir. Capto pequenos detalhes, junto “num caldeirão” e crio um personagem, pois cada personagem tem uma

história…. Mas, como dizia, este é o meu primeiro livro de originais, pois em 2013 publiquei o CONTOS INFERNAIS DE

CHARLES NODIER com o pseudónimo S. Nodier que é uma tradução, adaptação e seleção dos melhores contos do

Infernaliana deste ilustre autor.

Partindo da premissa que Charles Nodier me entregou o livro antes de morrer, crio o personagem S. Nodier para

divulgar a sua obra. Mas a vida de um escritor incipiente não é fácil, pois primeiro que consiga publicar é uma etapa

complicada, há sempre contratempos que há que saber superar. Um conselho que digo a todos que vão começar esta vida

literária, não tenha medo de assumir o vosso texto, lutem sempre e sejam persistentes, pois, mais cedo ou mais tarde, os

frutos surgirão.

Antes de me despedir gostaria de dar uma palavra de apreço ao escritor espanhol Juan Miguel AGUILERA, por me

ter feito a capa e também por me ter aberto as portas do mundo literário. Aliás, foi após ter trocado algumas mensagem

com este ilustre amigo que cheguei a conhecer o Sr. Álvaro Holstein, que publicou dois contos meus na revista Fénix

FANZINE. Os dois contos chamam-se Delirios Fantasmales e Santa Claus Sideral y la Gota de Oro Navideña e, depois,

foi uma sucessão de acontecimentos que culminou neste livro. Escrevo num blog, o Samireskos, mas colaboro também no

blog mexicano ESCRITORES ESCONDIDOS e no blog brasileiro chamado DIÁRIO DO ESCRITOR.

E-kletic@: Sobre o título Sobrenatural. De onde veio à ideia e o porquê de criar um

texto referente a esse título?

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Samir: Em relação ao título, por acaso pensara em Su(pe)rreal, ou seja Surreal, pois os textos mais do que

sobrenaturais são verdadeiramente surrealistas ou então su(pe)rrealistas, mas depois pensei em fazer um jogo de palavras, que

o leitor vai encontrar constantemente no texto com sobrenatural, ou seja sobre o natural. Aliás, desde pequeno sempre senti um

fascínio enorme por tudo o que envolva o Paranormal, o Surreal, o Mundo Dos Fantasmas e Espíritos…. Até que ponto o

Espírito pode influenciar o Material ou vice-versa….

E-kletic@: Lendo seu livro, passei por Don Quixote, me senti entre os personagens de

Shakespeare e mergulhei por um sem fim de livros e autores que eu já li e sobre essa forma

de criar que gostaria de saber, quais foram suas influências para a criação desse livro?

Samir: Fui profundamente influenciado por Miguel de Unamuno e Pirandello. Aliás, para mim, além de Pessoa, estes

são dos meus autores favoritos. O que mais me fascina é aquela questão do Ser ou não Ser, sou uma pessoa, um personagem,

que papel desempenho no grande teatro do mundo, como posso melhorar o ambiente que nos rodeia. Mas além destes autores

também gosto de Calvino… no conto IMAGINEMOS QUE UM DIA, o leitor vai mergulhar numa história que desemboca

noutra história, são dois contos ao mesmo tempo em que a última frase do conto corresponde à última frase do título. Mas

como escritor que preze também tenho as minhas musas inspiradoras, num dos contos, o leitor vai ler um conto especialmente

dedicado a uma das minhas musas inspiradoras. Em relação ao conto Valquíria é uma homenagem às grandes epopeias

europeias e asiáticas. Não podia deixar de mencionar o grande Homero, mas também Valmiki e Vyasa. Em relação a Kafka,

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há certas menções diretas no texto Liebe mas o pré-texto Palavras Malditas é uma homenagem a Kafka, principalmente o texto

Na Colónia Penitenciária. Mas queria mencionar, sobretudo, a intemporalidade literária, fazer um hino à Literatura, e aos

grandes mestres como Cervantes e não só. Aliás, quando falo de pré-textos quero dizer que são pretextos para um novo livro.

Portanto este pré-livro é um livro que, de certeza, terá continuação…..

E-kletic@: Até onde o Sobrenatural já levou Samir?

Samir: Posso dizer que me fez ir até onde nunca pensei, de ilustre desconhecido já começo a ser conhecido pouco a

pouco. O primeiro passo já foi dado, agora cabe aos leitores decidirem se gostam do estilo destes contos ou pré-textos.

E-kletic@: Até onde Samir já levou o Sobrenatural?

Samir: Este livro foi publicado em castelhano e em português, simultaneamente. Já consegui chegar a certo público

de língua espanhola e começo a chegar ao público de fala portuguesa.

Segue contatos de Samir Karimo para poder se informar melhor sobre seus escritos:

www.facebook.com/samir.karimo samiresko.blogspot.pt/

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Sacrifício, por um soneto de natal

Do ponto mais alto

Em socos de proeminente asfalto Maluco o cintilante e nascente Para este exaltar ascendente

Não é um esmero de versejar

Que o expõe a essência, Natal que mistérios me rouba o desejar

Neste mês, que em vivências o sentir me suplica clemência.

A vida, esse cano à deriva, somente se sente aos gorgolejos,

A palavra em ziguezague de beijos, O natal, com esse espírito renascente,

o vivemos em nós. Instigado por bondades desse Cristo,

À moda vermelho e verde, me desbotôo Para do natal nascer o novo redentor, o meu soneto.

Ano fora do sepulcro

Neste contínuo acto

De escrever e viver vidas Transcendi o meu resiliente pacto E suprimi o nada.

À conta gotas

Caminhas para o sepulcro Ano, que antes te ressuscito em hossanas Bandeirando a alegria, nossso fulcro.

Viver transcende o querer

Entre milhares de tudo ser Por acendimento deste novelo...

Não lhe rogo reviver Tudo que em pontes mordisquei, para o ano

Rogo-lhe, porém, ser vida nua que faz a alegria desensombrecer.

Feliz natal e próspero ano novo!

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Fotografia: Gabriela Paula Gonçalves

Editorial de Moda

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instagram/euprecisodissoo Facebook/euprecisodissoo

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A fotógrafa!

Gabriela Paula Gonçalves

Contatos: Page: www.facebook.com/inefavelart

Flickr: http://www.flickr.com/photos/ggoncalves

Instagram: http://instagram.com/inefavelart

Pinterest: http://www.pinterest.com/contatoinefavel

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O que realmente conta é que neste Natal tenhamos nossos corações gratos a Deus por ter comida em nossa

mesa.

Mediante a crise política e financeira que paira sobre o nosso planeta, em meio ao caos da guerra e tantas

pessoas desempregadas em nosso país, é meio louco estar comemorando enquanto tantos vão ter uma noite infeliz em

alguma parte do planeta.

Há 3 anos pra mim o Natal não tem mais graça.

Naquele ano tudo aconteceu, me divorciei, perdi meus pais e mais 1 tio e as 3 tias que eu mais amava e ainda

uma amiga muito próxima. Isso tudo em 6 meses...ah ...ainda fui mandada embora 3 dias depois que meu pai faleceu.

Não sabia mais o que poderia vir depois de tanta tragédia.

Mas sempre é tempo de se ter esperança que dias melhores virão...todos os dias tem gente morrendo e gente

nascendo,e a vida que segue. Do meio ao caos que se encontrava a minha vida, me redescobri e engatei na profissão

que escolhi. Renasci das cinzas.

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Hoje o Natal pode não ter tanta graça pra mim, mas fico muito feliz em alegrar o coração dos meus amigos preparando uma

deliciosa ceia no Natal . E para fazer a alegria de nossos seguidores vamos apresentar 3 receitas econômicas para vocês fazerem nas

festas de fim de ano!!!

Um Natal cheio de paz para todos !!!

Vamos à receita: PANETONE SALGADO CAPRESE :

Ingredientes:

1 kg farinha de trigo

50 g de fermento biológico fresco

2 colheres de sopa de açúcar

1 colher de sopa de sal

3 colheres de sopa de margarina

4 colheres de sopa de leite em pó

5 gemas de ovos

1 lata de cerveja branca

4 dentes de alho picados

1 cebola grande picada

3 colheres de sopa de salsinha picadas

150 de muzzarela de búfala

150 gr de tomate seco

Folhas de rúcula picadas

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MODO DE PREPARO: Misture o fermento com um pouco de farinha e água separados. Aguarde 20 min. para ver se o fermento está bom e a massa cresce.

Acrescente o restante da farinha, o açúcar, o sal, a margarina, o leite em pó, as gemas.

Acrescente água e cerveja aos poucos, amassando bem para dar liga.

Quando a massa estiver quase no ponto (brilhante, lisa e com uma textura fina quando se puxa) acrescente o alho, a cebola e a salsinha.

Recheie com o tomate seco, a rúcula e a mussarela de búfala.

Coloque em uma forma para panetone e aguarde crescer por 30 minutos.

Levar ao forno médio por aproximadamente 40 minutos.

Pronto!

Agora, basta saborear esta delícia receita de Panetone Salgado de Cerveja.

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RABANADAS RECHEADAS :

INGREDIENTES

1 pacote pão de forma

1 lata de leite condensado

1 colher de margarina

Leite

Ovos

Açúcar e canela para polvilhar

Óleo para fritar

MODO DE PREPARO: Corte as pontas do pão de forma e reserve Colocar na panela o leite condensado com a

margarina e levar ao fogo até ficar no ponto de

brigadeiro

Quando estiver pronto recheie o pão com 1 colher

de doce e dobre o pão ao meio

Passe no leite e no ovo e frite no óleo bem quente

Depois polvilhe com açúcar e canela

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TORTA DE FRUTAS VERMELHAS :

BASE

100g de TÂMARAS SECAS

200g de OLEAGINOSAS (nesta receita, usei

castanhas-do-pará, nozes pecan e amêndoas em

lasca)

100g de COCO RALADO SECO sem açúcar

RECHEIO - GELEIA DE FRUTAS

VERMELHAS

450g de FRUTAS VERMELHAS (usei groselha, mirtilo, framboesa e amora)

70g de PASTA DE TÂMARAS

1 colher de sopa de PIMENTA ROSA

Raspas de 1 LARANJA

1/2 colher de chá de GENGIBRE EM PÓ

1/2 colher de chá de NOZ MOSCADA ralada na hora

DECORAÇÃO

CHANTILLY BATIDO a gosto

FRUTAS VERMELHAS a gosto

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MODO DE PREPARO: BASE

Processe as tâmaras até obter uma pasta. Se elas estiverem muito

secas, adicione um pouco de água morna para ajudar a formar a pasta.

Junte as oleaginosas da sua escolha com o coco ralado e 80g da pasta de tâmaras, depois processe tudo até obter uma massa.

Isso leva mais ou menos 5 minutos.

Forre o fundo e as laterais de uma forma redonda com a massa acima e leve para assar a 200˚C por aproximadamente 15

minutos.

DICA: Deixe a massa bem compactada na forma para que a sua torta fique mais crocante e saborosa!

RECHEIO

Leve todos os ingredientes ao fogo médio e cozinhe por 10 minutos com a panela tampada.

Após os 10 minutos, tire a tampa da panela e cozinhe por mais 5 minutos, mexendo sempre.

Sirva a geleia ainda quente sobre a massa, já fria, ou leve à geladeira se preferir servir gelada.

Decore com um pouco de chantilly batido e algumas frutas vermelhas.

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e-kletic@ Conversa

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‘Onde estiver o seu

tesouro, aí estará o seu

coração’, tá na Bíblia

eu acho.

Já que é pra falar sobre o valor das coisas vou começar – e terminar – falando daquilo que o palhaço tem de

mais precioso: seu nariz vermelho. Em geral confeccionado em látex, temos a menor máscara do mundo’ (se bem

que já ouvi dizer que existe uma máscara bem menor que a do palhaço, mas essa informação fica pra uma outra

conversa ) como símbolo-mor da nossa existência e é neste ponto que essa tal menor máscara, a que menos esconde

e a que mais revela serve para dizer a nós um pouco sobre aquilo que realmente deve ser levado em conta.

‘É preciso perder para dar valor’... Isso não tá na Bíblia, mas deveria estar e nós os palhaços sabemos sobre

perder. Mas e quando o palhaço perde aquilo que lhe há de mais precioso? E quando um palhaço perde seu nariz? E

quando isso acontece minutos antes do show começar?

Vou lhes contar uma história:

Cá entre nós, há artistas que não são muito ligados a essa questão da necessidade do nariz. Há

até alguns que já aboliram o seu uso durante o trabalho, mas uma coisa é abolir por livre e

espontânea vontade o uso de uma ferramenta de trabalho, outra é estar com o espírito ávido

por usá-la e ter suas expectativas quebradas como vidraça. Nesse caso a conta não fecha!

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Naquele dia um palhaço perdeu o seu nariz, ou melhor, há quem ouse dizer que o nariz insistia em esconder-se

do seu palhaço. Outra coisa que se deve sempre salientar sobre narizes de palhaços: eles são travessos. Eles

arrebentam no meio do show, eles afrouxam durante o espetáculo e o pior de tudo, eles somem!

Ao comentar com os colegas sobre o acontecido, uma alma brilhante lhe deu um conselho: “Carregue sempre um

nariz reserva!”. Excelente ideia essa de ter sempre às mãos um nariz, mas e coração reserva, como faz pra

conseguir? O problema não foi a perda do nariz, foi a perda do seu coração de palhaço. Ok, talvez ele nem tenha

perdido seu coração mas ali, ele não o estava sentindo mais. É esse o ponto crucial: o que faz um palhaço não é

nada exterior. Não é sua indumentária, seu figurino, seus jogos, suas habilidades, nada! O que faz um palhaço é

seu coração e talvez naquele dia ele estivesse mesmo sem seu coração de palhaço e perder o nariz apenas jogou

isso na cara dele como se fosse um soco bem na boca do estômago. E foi isso.

Ali, naquela coxia, sem seu nariz ele estava vulnerável e transtornado. O show era muito mais circense do que de

costume. Ele faria, além dos números cômicos solo, números duo e acrobacias coletivas de solo e aéreas. Ele

estava preparado e nada parecia capaz de dar errado. Ele havia treinado e estava afiadíssimo - talvez afiado além

da conta – para aquele show, mas esqueceu-se de seu coração de palhaço. Estava tão pronto que esqueceu-se de

se abrir para o novo e o imprevisível. Mas podem por isso na conta do nariz. O nariz vermelho não perdoa.

Como se resolve esta encrenca? Ainda houve uma outra boa alma na coxia que ao perceber o atordoamento do

palhaço sugeriu: ‘se pinte!’, foi o que ele fez. Pintou-se de alegria, fez um quadro felicidade e pôs uma moldura

de apreensão. É como não diz a Bíblia ‘o que não tem remédio...’

Talvez tenha sido um teste. Ao final do show todos aplaudiram, elogiaram demais o conteúdo dramático daquele

clown. Ah se eles soubessem que por dentro aquele jovem palhaço se sentia vazio, triste e deslocado... Ninguém,

se ele contasse, imaginaria a força colossal que ele teve que desprender para manter sua cabeça focada no ali e

no agora. Durante todo o show foi uma tarefa hercúlea impedir que sua cabeça de palhaço fosse para qualquer

outro lugar. Mas ás vezes era inevitável. E quando isso acontecia, lá se ia sua dupla acrobática para o chão.

Durante todo o show ele se perguntava os motivos do seu coração e nariz terem sumido, onde os encontraria de

novo e em que estado eles estariam nesse reencontro. Cada questionamento era um erro novo, se a mente saía do

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presente e ia para os não presentes um erro vinha a tona, mas o palhaço já calejado contornava tudo e o erro

virava brincadeira.

Por fim a tortura acabou junto com o show e enquanto refazia sua mala... voialà! O nariz reaparece em canto

escondido da mala. O palhaço entrou em prantos e chorou de soluçar. O nariz sacana estava ali o tempo todo,

não nele mas com ele. Se aquilo era um teste ele não sabia se havia passado, mas se usasse as ovações do público

como termômetro provavelmente todos diriam que ele passou. Se medido pelo resultado, poucos afirmaram ver

os erros. Para eles era parte do jogo. Para eles, o palhaço era tão bom e tão habilidoso que era perito até mesmo

em errar. ‘Seus erros foram o ponto alto do jogo’, foi o que disseram. E ‘se você contar todo esse drama

ninguém vai acreditar que você estava triste naquele dia’.

Pois é, talvez o palhaço seja isso. Dar ao público o que nem mesmo nós temos muito bem: afeto, alegria e esperança. Levou um

tempo até perceber que seu coração de palhaço estava com ele o tempo todo. E que é isso o que realmente conta.

Por Deus e pelas contas do rosário, que eu já até perdi as contas de quantos narizes este palhaço perdeu depois disso. É que

agora ele já entendeu que o que deve ser levado em conta é justamente aquilo que não está em conta. Seu coração estava escondido dos

seus próprios olhos, mas estava ali, exibindo-se aos olhos atentos da plateia.

E terminando assim acho, então, que menti. Eu não vou terminar falando do nariz, vou falar do coração porque para um palhaço

ter um coração atento e liberto é o que realmente conta. Isso também não está na Bíblia, mas acho que deveria ficar assim afinal a

Bíblia já está muito bem contada.

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O Natal é uma festa tradicionalmente cristã celebrada no mundo todo. Uma comemoração de referência

familiar. Quando se ouvi falar em natal depois do consumo exagerado e do Noel. No cristianismo é celebrado o

nascimento do menino Jesus. Afinal você sabe qual a origem do natal?

A palavra natal significa nascimento isso explica o sentido familiar de se celebrar o Natal, porém existi outra

teoria relacionada à origem do natal como o dia em que Jesus nasceu, historiadores acreditam que não foi em 25 de

dezembro, pois a Bíblia não relata a data exata.

Segundo a mitologia babilônica dia 25 de dezembro é atribuído ao nascimento do deus do sol chamado de

Tamuz. Um dia o jovem Tamuz foi para floresta caçar e um porco selvagem o atacou sua mãe Semíramis juntamente

com as mulheres que a seguiram, encontraram o jovem morto em cima de um pinheiro. Diante da tragédia elas e

choraram e jejuaram por 40 dias. O resultado de acordo com a lenda foi que Tamuz havia ressuscitado. Sendo

considerado um deus na mitologia babilônica as pessoas que acreditavam passaram a comemorar seu aniversário no

dia 25 de dezembro, compartilhando presentes, enfeitando árvores principalmente o pinheiro, pois representava

Tamuz.

Desconstruir a comemoração natalina não é a intenção, mas qual o sentido? Acredito que o natal deve ser

todos os dias porque devemos compartilhar coisas boas uns com os outros e não só uma vez por ano. Em meio ao

mundo louco em que vivemos ainda arrisco em dizer que o significado de nascer de novo com um novo pensamento

de fazer o bem é o que realmente importa. E para você o que realmente conta no natal?!

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Somos multidão.

O que realmente conta em nossas vidas? Fiquei cá com meus botões pensando o que é isso que nos

impulsiona todos os dias a levantar de nossas camas e cumprir alguma espécie de rotina, que nos garanta casa e

subsistência. Mas será que é apenas para isso que viemos ao mundo? Nascemos e aprendemos a viver socialmente,

adquirimos algumas habilidades, conhecimentos e em algum momento decidimos vender nossa força de trabalho

para sobreviver?

Somos afinal sobreviventes?

Indo e vindo todos os dias com a imensa expectativa de sermos felizes, sem saber que a felicidade não se

encontra nesta rotina exposta. Sem saber que é nos meandros dela, nas lacunas, nas “horinhas de descuido", como

Guimarães Rosa que ela se inventa e nasce.

Quando nos despojamos de todo esse excesso de expectativas e nos damos conta que a felicidade genuína não

depende exatamente do que temos, de nosso saber acumulado ou mesmo de quem esteja ao nosso lado, nos

deparamos com uma sensação de paz e liberdade. Percebemos haver um outro sentido em nossos dias, que em nada

se relaciona com as expectativas de poder e prazer. Somos imbuídos de um certo altruísmo que nos define e nos faz

identificar como uma só raça.

Assim, ao tirar os olhos unicamente de nossos objetos pessoais, podemos despertar por assim dizer, para a

generosidade que nos torna mais felizes e satisfeitos. Nossa vida afinal reverbera e toca o outro. Este jogo de afetos,

onde eu posso afetar e ser afetado pelo outro é o que nos faz retornar a nossa natureza última: o amor, sem correr o

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risco de pensar que a construção de projetos pessoais ou o desejo de crescimento e sucesso, sejam necessariamente algo negativo.

Começamos então a compreender que se aliamos aos nossos desejos, sabedoria e compaixão, dificilmente seremos tragados pela

ganância cega que a tantos faz adoecer.

Neste tempo natalino, aonde ouvimos belas mensagens de amor e paz, onde nos reunimos para rever a família e pessoas a quem

ousamos amar, eu me pergunto: Afinal, o que realmente conta? Presentes e festas? Roupas e boa comida? Nada disso terá sentido se

não nos perguntarmos o quão estamos sendo gentis e agradecidos com a vida? Ao passar por esta trajetória, que estamos deixando?

Que sentido haverá em nossos dias para além deste de nos mantermos vivos?

Ataques como o da França, Nigéria ou mesmo a tragédia de Mariana, nos forçam a lembrar de nossa finitude neste mundo.

Haveremos nós de continuar a procurar uma felicidade que sempre foge a nosso alcance? Como encontrar esta satisfação que nada tem

de medíocre ou ingênua?

Há algumas semanas Dalai Lama nos disse que precisamos parar de contar com poderes divinos para melhorar nossas vidas e

por fim melhorar o mundo. O que Dalai dizia era que a fé não era suficiente para mudar tais tragédias se em nosso dia a dia

continuássemos a cometer pequenas covardias e injustiças. Que a mudança começa em nós. Papa Francisco em um recente

pronunciamento, disse ser esta festa de Natal, não um momento para grandes comemorações, mas para a reflexão do que podemos

fazer em nossas vidas para mudar quem somos e assim o nosso redor.

Em ambas as palavras, uma mesma mensagem: comecemos a olhar para dentro. Comecemos então sendo gratos. Comecemos

admirando exatamente aquilo que temos e nos rodeia. A gratidão tem o poder de produzir sentimentos nobres. E sentimentos nobres

podem mudar o nosso mundo e o mundo do outro. Isto sim é revolução.

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Trago Boas Novas: Um Ano Novo Está Prestes a

Nascer!

“Mais um ano chega ao fim e, com ele, chega também a renovação das esperanças para um ano melhor.

As frustrações podem fazer parte desse processo. Creio que 2015 tenha sido um ano muito difícil, principalmente para os brasileiros. A sensação de frustração deve-se aos projetos e sonhos que não foram concretizados.

O Brasil afundou-se na pior crise econômica da história nacional. Consequentemente, muitos brasileiros

perderam seus empregos e não terão ao menos condições de terem uma ceia de natal farta como nos anos anteriores. A sensação que muitas pessoas tiveram foi a de uma energia muito pesada que acompanhou todo o ano de 2015. A boa notícia é que falta menos de um mês para um ano novinho em folha, onde teremos mais 365 dias de

oportunidades de fazer diferente.

Não adianta também somente esperar do ano. A gente precisa fazer a nossa parte e agir para que aconteça o melhor possível em nossas vidas no ano que vai chegar. Ter atitudes em relação ao que almejamos é imprescindível para um novo período de conquistas.

O ano de 2015 está indo embora e levando junto todas as mazelas e energias negativas. É hora de erguer a

cabeça e olhar pra frente, esquecendo o que de ruim passou. O futuro está cada vez mais perto e bem ao alcance dos nossos olhos.

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É momento de olhar pra dentro de si, buscando extrair os seus valores e usando-os para tudo o que se deseja. É momento de

deixar a tristeza de lado, pois um novo ciclo está prestes a começar. A vida é feita de altos e baixos e, as vezes, temos de passar por grandes dificuldades antes de segurar o troféu.

É necessário passar pela tempestade para depois ser capaz de sentir os raios dourados do sol iluminando o rosto, junto ao azul

do céu anunciando a chegada da fase da felicidade.

Vamos abrir passagem para a nova fase e para as oportunidades que estão por vir!

Desejo um maravilhoso, doce e recheado 2016 para todos nós!"

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A escuridão que precede a luz

Tudo o que se vive na maioria das

vezes é uma representação da

realidade, pois os indivíduos,

buscam viver sob o signo de uma

aparência do que são --- Guy Debord

Dia 27 de novembro, dia da festa litúrgica de Nossa Senhora das Graças, invocação esta que está relacionada a

duas aparições Marianas á Irmã Catarina Ladouré, mais tarde santificada, na mesma data em uma correlação profana

talvez, a liturgia comercial da sexta – feira negra ou Black Friday, surgido nos Estados Unidos em uma sexta após o

feriado de ação de graças.

As pessoas invadem as lojas adentrando os portais do paraíso varejista, pelo direito de adquirir a sacralidade

do consumo, enfrentando filas enormes rumo á salvação efêmera. Em uma equação associando as aparições Marianas

+ Black Friday, me ocorre o tema das Madonas Negras e a Deusa Freya, explico:

A Madona Negra é a mãe Terra, o princípio feminino, nossa mãe primordial, símbolo da sabedoria e

integração e resolução dos opostos. A escuridão que precede a luz, simbolicamente representada pela escuridão do

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útero feminino geradora de vida. Já a sexta- feira, do inglês Friday, foi uma homenagem a Deusa pertencente ao panteão nórdico Freya,

deusa tríplice da magia e da adivinhação.

O tempo urge e logo chegamos ao Natal, uma criança pede a papai Noel uma viagem em uma máquina do tempo, o mesmo á

concede. A viagem realizada em uma cabine contendo um enigma no topo: Se o que sou é o que tenho e se o que eu tenho se perde

quem então, sou eu. A criança desembarca em uma Israel High Tech, no exato momento do nascimento de NeoJesus , em uma

manjedoura de fibras ópticas, fruto de uma comunhão espiritual entre Trinity Maria e José Morpheus. Logo em seguida chegam os três

reis magos pós modernistas, são eles : Zygmunt Bauman, Jean Baudrillard e Gilles Lipovetsky. Cada um com cartões de memória para

serem introduzidos na glândula pineal de Neojesus.

De Zygmunt Bauman temos o seguinte ensinamento: O objetivo crucial, talvez decisivo, do consumo na sociedade de consumidores,

mesmo que raras vezes declarado com tantas palavras e ainda com menos frequência debatido em público, não é a satisfação de

necessidades, desejos e vontades, mas a comodificação ou recomodificação do consumidor, elevar a condição dos consumidores a de

mercadorias vendáveis.

De Jean Baudrillard: Todas as situações se inspiram em um objeto, um fragmento, uma obsessão atual, jamais em uma ideia. As ideias

vêm de toda parte, mas elas se organizam ao redor de uma surpresa objetiva, de uma deriva material, de um detalhe. A análise como a

mágica se exerce sobre energias infinitesimais.

Gilles Lipovetsky: Numa sociedade em que a melhoria contínua das condições de vida materiais, praticamente ascendeu ao estatuto de

religião, viver melhor tornou-se uma paixão coletiva, o objetivo supremo das sociedades democráticas um ideal por demais exaltado.

Entramos assim numa nova fase do capitalismo. A sociedade do hiperconsumo. Eis que nasce um terceiro t ipo de Homo

Consumericus, voraz, móvel, flexível, liberto da antiga cultura de classes, imprevisível nos seus gostos e nas suas compras e sedento

de experiências emocionais e de mais bem estar, de marcas, de autenticidade e de comunicação. Tudo passa, como se doravante, o

consumo funciona como um império sem tempos mortos cujos contornos são infinitos. Mas estes prazeres privados originam uma

felicidade paradoxal; nunca o indivíduo contemporâneo atingiu tal grau de abandono.

Depois dessa epifania, a criança é conduzida por um falcão gigante e vislumbra mais acontecimentos, descobre que Roberto Carlos

cancela seu especial de fim de ano e em uma jornada empreendedora, realiza um cruzeiro intergalático rumo a Marte. Fato esse que

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gera um entrave diplomático com o planeta Terra. Marte Declara guerra. Em um shopping Center, simulacro de realidade, papai Noel

tortuosamente segue seu calvário, ele é crucificado no hall central em um obelisco. Pessoas sem rosto, dóceis, sem identidade e

passíveis tiram fotos deste momento. Nas ruas os excluídos e desajustados incineram milhares de discos da Simone. Em uma fogueira

ritualística cracudos pagãos se abraçam e choram copiosamente.

A máquina do tempo retorna ao momento presente, a criança estende as mãos para os céus e com uma voz vibrante entoa: Que acabe o

ano de dois mil e cris, que os espíritos se renovem, que o amor triunfe em nossas mentes e nossos corações.

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A sua

opinião

importa...

Um olhar novo sobre o que está acontecendo

Na e-kletica você lê, reflete, divulga e pode dar sua opinião.

Diga o que gostaria na próxima edição.

E se quiser trocar uma ideia: [email protected]

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Maior evento de Natal do mundo,

reúne mais de dois milhões de turistas todos

os anos para contemplar os eventos que essa

charmosa cidade prepara todos os meses de

Dezembro.

São mais de 500 atrações, entre elas: shows, apresentações, desfiles, paradas, concertos, teatros, e outros.

De Terça à Domingo, você certamente terá algum evento para assistir e se deliciar com o clima natalino que

cerca toda a Gramado.

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As festividades começaram dia 30 de Outubro de 2015 e

se estenderão até 17 de Janeiro de 2016.

Confira a programação e informações sobre os

espetáculos no site abaixo e programe-se:

www.natalluzdegramado.com.br/

Feliz Natal à todos!

Viaje mais! Seja você, seja e-kletic@!

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...Quero cantar prá você, segunda feira de manhã...

Era quarta feira. Mas acordei totalmente segunda. Agradeci mentalmente não ter Pilates nesse dia. Dava prá ficar na cama mais um pouco. Virei pro lado e os olhos se abriram. Nesses dias ficar na cama é pior. Você nem volta a dormir, nem quer se levantar. Lembrei da minha vizinha,

Eliana, que quando acordava assim, voz rouca, advertia do perigo: - Hoje eu não tô boa!

- Putz! Pensei. Vai ser um dia daqueles... Levantei da cama com duzentos anos e me arrastei prá cozinha, numa jornada que deve ter durado umas oito horas. - bom dia! Ivone me desejou, enquanto me preparava uma tapioca.

- Na sua opinião! Pensei em responder. Mas apenas resmunguei algo que deveria ser 'bom dia', de volta. Enquanto o rádio me passava uma desinformação qualquer sobre o possível impeachment da presidente, Ivone já

comentava de um acidente de moto que matou uma conhecida sua. Era oficial: o dia ia ser uma merda! Uma música que Elis Regina cantava me veio à cabeça. O Primeiro Jornal. Mas só o título. A música tem um astral

bem diferente daquele inferninho pessoal que eu tava vivendo naquele momento. Comi minha tapioca com um certo prazer.

Poucas coisas conseguem estragar meu apetite, devo admitir. Lembrei disso e ri. Um pouco a contragosto, por que dias de mau humor exigem respeito. Sai da mesa pro banheiro. Dessa vez o trajeto foi mais rápido.

Me olhei no espelho rapidamente, fiz o que tinha de fazer e liguei o chuveiro. A água desceu abundante e eu fiquei parado um tempo. Eu e um tubo de água olhando um pro outro. Botei o pé

primeiro... Quem nunca? A água tava gostosa. Me joguei embaixo daquele chuveiro e a melodia d'O Primeiro Jornal' chegou junto: quero cantar prá você, segunda feira de manhã...

Já sai do banheiro cantando e pensando em me vestir de azul e branco, que eu adoro usar essas cores. Me perfumei todinho, me vesti de marinheiro de primeira viagem, pedi prá Ivone preparar peixe pro almoço, desci

pra pegar o carro e Severino, o porteiro que tem o melhor sorriso do mundo, me desejou bom dia!

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- Bom dia, Severino! Respondi animado!

What?!?! No caminho pro consultório, xinguei um motorista que não ligou a seta, lembrei que não tinha feito Daimoku ( recitação budista do

Nam Myoho Rengue Kyo), que faço todo dia e fiz no carro mesmo. Quando cheguei no trabalho, Tânia me deu bom dia rindo. Não sorrindo. Retribui o cumprimento e perguntei por que ela estava rindo.

- o que foi isso com seu cabelo? Lembrei que não tinha penteado os cabelos.

Eu sei o que acontece com eles quando secam sozinhos, no ar condicionado do carro. Total desobediência às leis da boa apresentação. Fui no banheiro do consultório, joguei mais água na cabeça e tentei algum arranjo. Sai dali rindo enquanto Tânia me perguntava se eu queria meu chá quente ou gelado.

Nós dois rindo muito. Um colega chegou na sala, naquele momento:

- Acordou de bom humor hoje, hein? Pensei no começo do dia. Ri ainda mais, meu amigo sem entender... Agradeci mentalmente aos deuses da música, que me salvaram o dia, plantando a voz de Elis na minha cabeça.

Resolvi que a tapioquinha que Ivone preparou também teve seu mérito. Depois, a chuveirada!

Agora a música na minha cabeça tinha a voz de Bethânia: ...a vida que me é dada, eu e água, eu e água, eeeeeuuu...

Trilha Sonora*

O Primeiro Jornal - Sueli Costa e Abel Silva Eu e Água - Caetano Veloso *audição altamente recomendável!

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