Revista em Cena 16

37
Ano XIII - Número 16 Março/Abril 2010 CENA EM SEGUNDA FAMÍLIA Quando menos se espera, os profissionais da saúde se transformam na segunda família de quem precisa se internar num hospital. Confira o que pensam os trabalhadores e conheça a história de um jovem que está ha´três anos em tratamento . BRINDE: TABELA DA COPA DO MUNDO

description

Revista em Cena 16

Transcript of Revista em Cena 16

Page 1: Revista em Cena 16

Ano XIII - Número 16Março/Abril 2010

CENAEM

SEGUNDA FAMÍLIAQuando menos se espera, os profissionais da saúde se transformam na segunda família de quem precisa se internar num hospital. Confira o que pensam os trabalhadores e conheça a

história de um jovem que está ha´três anos em tratamento .

BRINDE: TABELA DA COPA DO MUNDO

Page 2: Revista em Cena 16
Page 3: Revista em Cena 16

março/abril 2010 - EM CENA - 3

índi

ce

EDITORIAL

CARTA DO LEITOR

ESPECIALSegunda família

PERSONAGEM DA SAÚDESebastião Mattos

CULTURABlu-ray

ATUALIDADEEleições biométricas

BELEZATransformação

CADERNO VIPDia Internacional da MulherVisitas ao Rancho da SaúdeInauguraçãoOfisaec

SAÚDE/BEM-ESTARDança

SAÚDE/COMPORTAMENTOPais e filhos

ECONOMIASalário

MODAOutono/inverno

ATUALIDADEVeto 12 de maio

TURISMOPanorama

NA INTIMIDADE

FATOS E FOTOSDracena

março/abril 2010

4

6

14

21

64

5

70

68

20

66

12

16

72

74

7778

Page 4: Revista em Cena 16

Dar assistência e viven-ciar diariamente as dores, os sofrimentos e as fragilidades dos seres humanos nos estabelecimentos de saúde coloca os profissionais da saúde em geral diante de sua própria vida, saúde, doença e frustrações. Eles ainda estão

submetidos em suas funções com tensões de várias fontes, como o receio de cometer erros, relações com pacientes difíceis, dentre outros. Sendo assim, cuidar de quem cuida é condição suficiente para desenvolver projetos voltados para os profissionais da saúde que devem receber fortes investimentos e ser valorizados, pois neles reside o resultado das políticas públicas deste setor. Ainda que existam muitas propostas visando à implantação de programas de humani-zação na assistência à saúde, poucos são os projetos voltados para a formação dos trabalhadores da saúde.

Acreditamos que a humanização do sistema deve ter início na atenção e no preparo dos profissionais da saúde. Afinal, a base das relações com os pacientes é feita por estes trabalhadores, que estão diariamente nos estabelecimen-tos de saúde, e o princípio básico deve ser a melhoria das condições gerais para realizar seu trabalho de modo digno e com qualidade.

Fortalecer os mecanismos técnicos e éticos, que são apre-sentados diariamente aos pacientes pela presença solidária do profissional, deve ser o princípio do que se denomina, atualmente, a política de saúde humanizada. Por humana, deve ser entendida a relação dos trabalhadores da saúde, independente do setor em que cada um se insere, com os pacientes, garantindo uma relação de compreensão e no sentimento de confiança e solidariedade que deve prevalecer desta relação.

O Sinsaúde Campinas e Região tem uma forte atuação em programas educativos que visam o aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores da área, seja em nível técnico, levando mais conhecimentos sobre as atividades inerentes aos setores básicos de um estabelecimento, até a abordagem ética que deve prevalecer nas relações pacientes-profissionais da área. Os avanços desta política, que é preciso destacar, é uma iniciativa da própria entidade e que, atualmente, não conta com nenhum subsídio governamental, são notórios e podem ser medidos pelos depoimentos de pacientes que

fazem questão de ressaltar o tratamento recebido.A começar pelos profissionais da área administrativa,

que fazem o acolhimento dos pacientes; passando pelos que atuam no setor de enfermagem, responsáveis pelos cuida-dos gerais de medicação, controle dos sinais vitais, dentre outros; até os profissionais do setor de apoio, que garantem o funcionamento dos equipamentos, a nutrição adequada, higienização de roupas e do espaço hospitalar. Juntos, estes profissionais formam uma rede interligada de cuidados com os pacientes. Cada qual no seu setor, realizando com profis-sionalismo e espírito ético suas funções, formam a segunda família que todos precisamos quando necessitamos de uma consulta médica, realizar um exame ou quando é imperiosa a decisão de internação num hospital para o restabelecimen-to da saúde.

É essa segunda família que garante o retorno mais rápi-do às atividades diárias e é a que assiste ao paciente e à famí-lia até os últimos instantes de vida. Pesquisas realizadas em hospitais brasileiros mostraram que quando se trabalha com profissionais preparados é grande a melhora do ambiente hospitalar. Dentre as vantagens estão benefícios, como a redução do tempo de internação, aumento do bem-estar geral dos pacientes e funcionários e diminuição das faltas ao trabalho entre a equipe de saúde, e, como consequência, o hospital também reduz seus gastos, trazendo benefícios para todos.

E neste mês de maio, quando comemoramos o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde (12 de maio), reivindi-camos das autoridades governamentais da saúde a adoção de programas de aperfeiçoamento voltados para os traba-lhadores da saúde da rede conveniada, responsável por 70% do atendimento no Brasil. Queremos também mostrar aos trabalhadores que seu trabalho exige mais que conhecimen-to técnico; exige dedicação, responsabilidade e comporta-mento ético.

Buscamos, por fim, mostrar à população o quanto esses trabalhadores devem ser valorizados e a responsabilidade que cada cidadão tem de exigir do governo maior qualidade de atendimento e condições de aperfeiçoamento profissional de quem atua na área da saúde.

Afinal, quando menos se espera, os trabalhadores da saúde se tornam, efetivamente, a nossa segunda família.

edito

rial

4 - EM CENA - março/abril 2010

Edison Laércio de OliveiraPresidente

Trabalhar na área da saúde exige conhecimento, dedicação e responsabilidade

Page 5: Revista em Cena 16

ex

pedi

ente

- ca

rta

do

leit

or

EXPEDIENTE

Esta é uma publicação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campinas (Sinsaúde)site: www.sinsaude.org.br e-mail: [email protected]: 22 mil exemplaresPresidente: Edison Laércio de OliveiraDiretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do Nascimento

Redação e Criação: DOMMA Comunicação Integradasite: www.domma.com.br e-mail: [email protected] responsável: Sirlene Nogueira (Mtb 15.114)Redação: Sirlene Nogueira, Aline Frediani (Mtb. 55.951), Andressa Vilela (Mtb. 57.810), Vera Bison (Mtb 12.391) e Martha RomanoProjeto Gráfico: Javé Editoração: Felipe TeixeiraFotografia: Ari Ferreira e Gustavo TílioCapa: Ari Ferreira e Jones Stecca

março/abril 2010 - EM CENA - 5

““Gostaria de parabenizar a

todos da revista Em Cena pelas

matérias publicadas. Sou aluno

de uma escola da periferia de

Campinas, estou no segundo

ano do ensino médio. O

conteúdo da revista me fez

refletir mais sobre a literatura

e como ela é importante

para nós, que não temos

oportunidades de acesso à

internet e a outros meios

de comunicação do gênero

literário.”

Rafael Rocha Lima,

estudante da EE Parque

Oziel Alves Pereira -

Campinas

“Gostaria de parabenizar a

revista Em Cena por suas

ótimas matérias e várias

curiosidades, que nos

oferece muitos recursos

de conhecimento. Gostaria

também de agradecer por

terem nos enviado a revista,

nos dando a oportunidade

de conhecer novos gêneros

literários.”

Rayane Maikele F. Quinino,

estudante da EE Parque

Oziel - Campinas

“Parabéns à equipe editorial da revista Em Cena por produzir matérias leves, informativas e gostosas de ler. Achei muito interessante a história do Sindicato e saber que nesses 70 anos muita coisa mudou para o pessoal que trabalha na área da saúde. A sede ficou muito bonita e a infraestrutura deve atender todo o contingente de seus associados. Parabéns pela nova estrutura organizacional!” Izabel Vicente de Oliveira,

advogada - Campinas

“Gostaria de parabenizar todo

pessoal responsável pela revista

Em Cena e elogiar o belo

trabalho desempenhado na

revista, com matérias ótimas e

reportagens contemporâneas e

gostosas de ler.”

Maristela Jesuíno da

Costa, secretaria da Clínica

Psicológica Profissão - Pinhal

“A revista Em Cena sempre

surpreende, trazendo pra gente

matérias informativas, leves e

bem diagramadas. Leio sempre

a revista e a cada edição deparo

com surpresas, como, por

exemplo, a escola especializada

na área da saúde que o Sindicato

mantém. Achei muito importante,

assim como a sede nova deve ter

ficado muito bonita. Parabéns a

toda a diretoria do Sindicato pela

bela revista que nos apresenta!”

Fernando César R.

Nascimento - técnico de

enfermagem - Hospital

Madre Theodora - Campinas

Sua opinião ou sugestão é importante!Correspondências para esta seção:Por e-mail: [email protected] ou [email protected] carta: Avenida João Jorge, 170, Vila Industrial - CEP 13035-680 – Campinas/SP

Page 6: Revista em Cena 16

6 - EM CENA - março/abril 2010

espe

cial

- se

gund

a fa

míli

a

Segunda famíliaRelatos de um paciente e quatro trabalhadores da

saúde homenageiam o dia 12 de maio

As pessoas quando passam em frente a algum hospital, dificilmente, imaginam que um dia precisarão ficar internadas ali. Tampouco fazem ideia de como o

apoio de cada profissional que trabalha no local pode ajudar na recuperação dos pacientes. Com Nicolas Ivan Roldan Roldan não foi diferente.

Há três anos, o são-paulino, de 28 anos, so-freu um acidente de moto que o deixou preso a uma cadeira de rodas. Situação que, segundo ele, não será permanente. Na ocasião, a motocicleta de Nicolas foi fechada por um caminhão em um balão localizado no bairro Taquaral, em Campinas. “O erro foi do outro motorista, tanto que ganhei o processo civil e o criminal”, revela.

Dos dias que sucederam o incidente, que deixou

fraturas expostas por quase todo o corpo, ele recor-da apenas estar consciente nos minutos seguintes. Porém, não consegue se lembrar do momento em que chegou ao Hospital das Clínicas da Uni-versidade Estadual de Campinas (Unicamp), de onde foi transferido no mesmo dia para o Centro Médico Campinas. Lá, Nicolas teve uma convul-são. O resultado disso foi um coma de três meses. Depois de desperto, ele permaneceu mais um mês no hospital até receber alta.

“Eu gostava bastante do Centro Médico. Tinha uma psicóloga que eu adorava e também uma au-xiliar de enfermagem chamada Juliana, que sempre brincava comigo. Ela costumava me perguntar, como forma de incentivo, o que eu estava fazendo ali e que já era para eu voltar para casa. Isto era

Page 7: Revista em Cena 16

muito bom para mim”, relembra. Em virtude do tempo de internação, ele revela

que não pôde estar presente ao nascimento do filho, Matheos, fruto do relacionamento com a então noiva Vanessa. Ela não quis esperar pela recuperação de Nicolas e terminou o noivado. Matheos mora com a mãe em Anápolis (GO), mais de 800 quilômetros de Campinas.

“A última vez que o vi foi em outubro, quando comemoramos seu aniversário, atrasado. Fizemos um bolo e cantamos parabéns”, diz o pai coruja, que logo em se-guida pega dois álbuns para mostrar as fotos do filho. Matheos tem cabelos lisos e loiros, olhos castanhos-escu-ros e pele clara. Nota-se que deve ser um menino alegre. Em quase todas as fotografias ele aparece sorrindo. Leda, ajudante de Nicolas há mais de um ano, afirma que o ga-roto é a cara do pai quando era criança.

Assim como o filho, Ni-colas também é uma pessoa sorridente. Ao contar, por exemplo, que desenvolveu um traumatismo crânio-en-cefálico (TCE) causado pelo acidente, ele destaca os avan-ços obtidos até o momento e até solta um sorriso. Entre as sequelas, o TCE afetou, principalmente, suas habilidades de escrita, leitura e matemática. Mas depois de muito empenho, o pai de Matheos está voltando à antiga forma.

Quanto à recuperação dos movimentos, ainda faltam algumas cirurgias a ser feitas. A mais importante delas será realizada em São Paulo pela Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), entidade sem fins lucrativos que trabalha há 59 anos com portadores de deficiências. “Ainda não tem a data, mas espero que seja ainda este ano.”

Enquanto espera pela operação, Nicolas termina a Faculdade de Publicidade e Propaganda no Instituto

Paulista de Ensino e Pesquisa (Ipep), curso que fazia antes do acidente e que falta somente um semestre. Contudo, ele revela que seus planos estão longe da área publicitária. Seu sonho mesmo é voltar a traba-lhar com sucata de plástico e, é claro, voltar a andar o quanto antes. “Se eu quiser beber água, tenho que dar a volta na cozinha ou pedir para alguém. Mas eu não quero isso, quero fazer sozinho.”

Para se locomover de um endereço a outro, Nicho-las recorre ao táxi ou à carona da

mãe, com quem mora e que não economiza nos elogios. “Eu sei que ela nunca vai me abando-nar.”

Recepcionista por acasoDa mesma opinião que

Nicolas, a recepcionista do Hospital e Maternidade Celso Pierro (PUC), Jacira dos Santos Campos, 46 anos, acredita que os profissionais que trabalham na área da saúde são peças importantes na recuperação dos pacientes.

“Eu me coloco no lugar deles. Às vezes, quando estamos doentes ou temos algum familiar internado, ficamos muito vulne-ráveis. E se, ainda por cima, não contarmos com o apoio de nin-guém da área, a situação parece piorar. Por outro lado, se alguém nos ajuda, nos sentimos mais

reconfortados”, explica Jacira. Casada e mãe de dois filhos, a

recepcionista começou a trabalhar na área da saúde por acaso. Nesta época, ela estava desempregada há algum tempo. Em um determinado dia, Jacira estava passando em frente a um hospital e resolveu preencher uma ficha para concorrer a uma vaga

na Recepção. Entretanto, ela não esperava que a sorte estivesse a seu favor. A encarregada pela contratação a confundiu com outra mulher que também estava procurando emprego e a contratou por engano. Isto foi há 26 anos. Antes disso, ela tinha trabalhado como monitora em uma escola e com vendas.

Em consequência de todos esses anos de experiên-

março/abril 2010 - EM CENA - 7

““Eu gosto é de trabalhar em hospital, de lidar com as pessoas, pois sei que não vou ser negligente e que posso ajudar os

outros.”

Jacira dos Santos CamposRecepcionista

Page 8: Revista em Cena 16

8 - EM CENA - março/abril 2010

espe

cial

- se

gund

a fa

míli

acia, os colegas de Jacira costumam dizer, em tom de brincadeira, que ela pode até dar o diagnóstico dos pacientes só em olhar. Porém, apesar de ser feliz tra-balhan-do na Recepção de um hospital, só no Celso Pierro são mais de 14 anos, ela confes-sa que, às vezes, é difícil lidar com pessoas doentes, principal-mente com crianças.

“Lembro uma vez que fiz uma internação de uma criança com crise asmática. Quando ela che-gou, quase não conseguia respirar e foi direto para a UTI. Pouco tempo depois, a menina foi a óbito. Neste caso, eu recordo de ter ficado bem abatida.

A garota deveria ter uns 4 anos”, lembra.Apesar de situações como essa, Jacira afirma que

adora o emprego que tem. Moradora na cidade de Sumaré, 28quilô-metros de Campinas, ela pega dois ônibus lotados para chegar ao tra-balho antes das 8 horas e mais dois, às 16 horas, para voltar para casa. “Se

me colocarem em outro cargo não gostarei tanto. Eu gosto é de trabalhar em hospital, de lidar com as

pessoas, pois sei que não vou ser negligente e que posso ajudar os outros”, confessa.

De pacientes a amigosQuando deixou a cidade de Patrocínio (MG),

Ombro amigo - carinho e atenção são essenciais para o tratamento dos pacientes

A psicóloga Thais de Lima Bezerra, do Hospital e Maternidade Celso Pierro, (PUC), afirma que o apoio dos profissionais da saúde é muito importante para o tratamento dos pacientes. Segundo ela, por conviverem muito com enfermos, pequenos gestos de técnicos em enfermagem, copeiros, entre outros, acabam fazendo com que eles se sintam mais à vontade no ambiente hospitalar. Thais, que trabalha há quase cinco anos no Celso Pierro, revela também que apenas o fato de ouvir o que o paciente tem a dizer já pode ajudar muito. “Muitas vezes o que essas pessoas querem é apenas alguém para escutar o que elas têm a dizer.”

Em Cena - Qual a importância do apoio dos profissionais da saúde para a recuperação dos pacientes?Thais - O apoio dos profissionais da saúde é fundamental. O paciente quando está internado em um hospital, geralmente fica preocupado com a sua saúde. Se tratado com atenção e carinho, esse sofrimento poderá ser atenuado. Em Cena - Na sua opinião, além de desempenhar os papéis a que são designados, o que mais esses profissionais podem fazer para tornar a estada dos pacientes no hospital um pouco melhor?

Thais - Se cada profissional da saúde desempenhar somente as funções a que são designados, já será suficiente. Porém, como eles lidam com pessoas doentes, a maneira com que eles fazem seu trabalho também é de tamanha importância. Até porque são os copeiros, o pessoal da limpeza, os enfermeiros, entre outros, que estão com os pacientes no dia a dia como, por exemplo, nas refeições e no banho. E um tratamento mais atencioso, sem dúvidas, será muito valorizado.

Em Cena - Em muitos casos, os pacientes enxergam os profissionais da saúde como alguém com quem podem conversar ou até mesmo desabafar. Até que ponto esta conversa pode ajudar estas pessoas? Thais - Conversar com os pacientes é algo benéfico até certo ponto. Até porque o profissional não pode emitir opiniões sobre a vida deles. No entanto, muitas vezes o que esas pessoas querem é apenas alguém para escutar o que elas têm a dizer. E o simples fato de prestar atenção ao que o outro diz já pode ajudar.

Thais de Lima BezerraPsicóloga

““Nós passamos a ser uma segunda família para eles. Muitas vezes, alguns nos veem com mais frequência do

que parentes mais distantes.”

Milton César MartinsTécnico de enfermagem

Page 9: Revista em Cena 16

março/abril 2010 - EM CENA - 11

em 2001, Milton César Martins, 35 anos, já tinha certeza do que iria fazer em Campinas. O mineiro, que sempre se interessou pela área hospitalar, inscre-veu-se nos cursos de Auxiliar e de Técnico de Enfer-magem. Em 2002, já formado, estava pronto para exercer a mesma profissão da esposa. Com quem está casado há 14 anos. Hoje, ele trabalha na Unidade de Terapia Renal (UTR) e no Hospital Celso Pierro.

“É claro que o começo é sempre difícil. Mas com o tempo nos acostumamos a lidar com as pessoas doen-tes. O importante é tentarmos ajudá-las a superar as dificuldades da melhor maneira possível”, afirma.

Para Milton, uma das formas de contribuir para o tratamento dos pa-cientes é dar apoio a eles. “Geral-mente, eles ficam sabendo da do-ença de supetão. E o tratamento é bastante cansativo e desgastante. Por isso, um gesto ou uma palavra de carinho já faz a diferença.” Ele diz que costuma conversar com os pacientes sobre assuntos variados e tratá-los pelo nome.

No caso da UTR, os enfer-mos passam um longo período na clínica. Tendo que fazer hemodiálise três vezes por semana em sessões que duram cerca de quatro horas, os pacientes costumam fazer amizade com os funcionários. “Nós passamos a ser uma segunda família para eles. Muitas vezes, alguns nos veem com mais frequência do que parentes mais distantes.”

Recentemente, Milton conta, com tristeza, que uma paciente que frequentava o UTR há bastante tempo fa-leceu. “Todos nós gostávamos muito dela. Ela era uma pessoa muito alegre e comunicativa. Quando eu recebi a notícia da morte dela, fiquei muito sentido.”

Como ocorreu com Milton, o interesse de Maria Ju-liana de Assis, 26 anos, pela profissão também apareceu

cedo. Mais especificamente há oito anos, quando a mãe descobriu que estava com câncer de mama. Na ocasião, Juliana largou o trabalho no departamento de estoque de uma agência do Banco do Brasil em Campinas para cuidar dela.

Mas só depois que a mãe ficou curada, ela come-çou a estudar. E foi durante o curso de Técnica de Enfermagem que ela conheceu o noivo José Francisco de Brito Júnior. Os dois se casaram agora, em abril. Porém, ele seguiu outro rumo profissional e hoje toca seu próprio negócio.

Pernambucana radicada em São Paulo, Maria Juliana se mudou aos 3 anos para a capital paulista. No entan-

to, logo em seguida, a família se instalou na cidade de Sumaré. Ela, que atualmente trabalha na Maternidade de Campinas, afirma que o que mais gosta na profissão é ver as mães saindo felizes do hospital com o bebê no colo.

Maria Juliana entrou na Maternidade quando tinha no currículo o curso de Auxiliar de Enfermagem. De-pois do horário de trabalho, isto é, às 18 horas, ela ia para o curso terminar o Técnico. Quando conseguiu o diploma começou a trabalhar na função que desempe-nha hoje, a de técnica de enfermagem.

O início, de acordo com ela, não foi tão difícil. A técnica de enfermagem já trabalhou como voluntá-

““É para nós que elas vêm pedir ajuda, tirar dúvida

e até encontrar um consolo.”

Maria Juliana de AssisTécnica de enfermagem

Page 10: Revista em Cena 16

10- EM CENA - março/abril 2010

espe

cial

- se

gund

a fa

míli

a

ria por cinco anos na ONG Hospitalhaços, que desenvolve atividades lúdicas, realizadas pela figura do palhaço, em unidades pediátricas. “Era muito frequente eu brincar com uma criança em um dia e, no outro, ela não estar mais lá. Isso fez com que eu lidasse com a morte de uma maneira mais serena. Tento compreender e aceitar.”

Quanto ao dia a dia com os pacientes, Maria Ju-liana destaca o apoio que ela procura dar às gestan-tes e aos bebês. “Agora mesmo eu estava meia hora com uma mãezinha, segurando a mão dela antes de entrar no centro cirúrgico.” Segundo ela, este tipo de suporte é fundamental, ainda mais para as mães de primeira viagem.

Apesar da rotina corrida, ela ressalta que o traba-lho é recompensador. “É para nós que elas vêm pe-dir ajuda, tirar dúvida e até encontrar um consolo.” Além disso, Maria Juliana conta que há vários casos em que as pacientes viram amigas, trocando e-mails e até adicionando no site de relacionamento Orkut.

Quando é questionada se pretende ter filhos, ela responde: “Ainda não é o momento. Pretendo esperar uns dois ou três anos.”

Confidente Elaine Cristina Gomes Daniel Lemes, 26 anos,

é outro exemplo de profissional que valoriza o contato mais afetuoso com os pacientes. Ela traba-lha há dois anos e quatro meses na Casa de Saúde Campinas. Sendo um destes, prestando serviço na Copa e o restante, na Lactaria. “Mas sempre que precisam de mim na Copa, apareço lá para dar uma ajuda, pois já tenho experiência.”

Em contato constante com os enfermos, Elaine revela que faz questão de tratá-los de maneira atenciosa. “Se, no caso eu sou a copeira e entro no quarto com a cara emburrada, o paciente pode se sentir ainda pior. Por isso, depois que bato na porta, chamo a pessoa pelo nome e pergunto como ela está.”

Essa postura não passa em branco pelos pacien-tes. De acordo com ela, sempre aparecem algum deles com um presente, um abraço ou uma pala-vra de agradecimento. E são nestes momentos que Elaine percebe que está fazendo a coisa certa.

Essa proximidade também a torna, assim como a maioria dos profissionais da Copa e da Lactaria,

““Se, no caso eu sou a

copeira e entro no quar-to com a cara embur-rada, o paciente pode

se sentir ainda pior. Por isso, depois que bato na porta, chamo a pessoa pelo nome e pergunto

como ela está.”

Elaine Cristina Gomes Daniel LemesCopeira

Page 11: Revista em Cena 16

março/abril 2010 - EM CENA - 13

uma espécie de confidente. “Muitos deles falam com a gente sobre a vida. Tem até paciente que, se deixar, a gente não trabalha. Principalmente as pessoas de mais idade que, em alguns casos, se sentem abando-nadas. E, quando damos atenção, elas ficam muito felizes.”

Outro ponto que Elaine destaca são as amizades feitas ao longo dos anos de trabalho na Casa de Saú-de. Entre os pacientes, ela lembra da menina Letícia. A criança está sendo tratada pelo hospital desde os 5 meses. Hoje, com 1 ano, volta ao local periodicamen-te para tomar uma determinada medicação. “Teve um dia que eu perguntei por ela e, na mesma tarde, ela apareceu. E, sempre que a encontro é uma festa.”

Contudo, a discreta barriga de seis meses de gravidez anuncia que a profissional deverá se afastar do trabalho durante sua licença-maternidade. Mas ela revela que está balançada entre o serviço e ficar em casa. Uma das possibilidades é deixar a criança aos cuidados da mãe depois que voltar ao serviço. As duas moram no mesmo bairro na cidade de Hor-tolândia, a 45 quilômetros de Campinas. Elaine é casada há dez anos com Elexandre, com quem tem outro filho, chamado Jean Carlos.

“Minha filha deve nascer em julho. E, se tudo der certo, em dezembro estou de volta”, planeja.

ReabilitaçãoForam pessoas como Jacira, Maria Juliana, Milton

e Elaine que tornaram a permanência de Nicolas no hospital um pouco mais suportável. No caso dele, os profissionais foram outros, mas, assim como os cita-dos acima, tentaram ajudá-lo como podia.

Hoje, em casa, ele reconhece o empenho de todos. “O importante é a pessoa estar rodeada por profissio-nais qualificados e bem-humorados”, afirma.

Com relação a sua rotina, ele explica que recebe uma fonoaudióloga semanalmente para ajudá-lo na dicção, prejudicada pela traqueotomia e pelo tempo em que ficou entubado. Nicolas também faz, duas vezes por semana, sessões de fisioterapia.

“Quando voltei para casa foi muito difícil. Os exercícios eram muito doloridos e eu até chorava de dor. Mas, depois de todo esse tempo, já estou acostu-mado”, diz. Antes do acidente, ele morava em outro apartamento, onde não tinha elevador. Devido a isso, mudou-se para um prédio que conta com o serviço. Por toda a casa é possível encontrar barras de apoio.

Como lição, Nicolas afirma que aprendeu a va-lorizar a vida e que não quer mais ficar remoendo o passado. “Depois da revolta, percebi que o acidente foi algo que tinha que acontecer para eu dar valor a minha vida.”

Para o futuro, só tem uma única certeza: “ Eu sei que vou voltar a andar. Eu sei.”

“O importante é a pessoa estar rodeada por profissionais qualificados e

bem-humorados.”

Nicolas Ivan Roldan RoldanPaciente

Page 12: Revista em Cena 16

pers

onag

em d

a sa

úde

- seb

asti

ão m

atto

sA arte de ser

poeta

Antes de começar a rotina do trabalho e nos poucos minutos de folga, no silêncio da ma-drugada, as palavras se transformam em rimas pelas mãos de Sebastião Oliveira Mattos.

Carioca de 56 anos, há 25 em Campinas, o poeta, cronista, prosador é segurança do Hospital Celso Pier-ro (PUC), mas acima de tudo, é um apaixonado pelas letras. Nos momentos em que ele tem para descansar ou enquanto se prepara para mais uma noite de trabalho, rabisca seus versos. Foi assim que, segundo ele, nasceu a poesia ‘Infinito’, que lhe rendeu o 5º lugar no II Concur-so Internacional de Poesia da Biblioteca Adir Gigliotti. Realizado pelo Centro Auxiliar de Pesquisas Culturais (Cenapec), de Campinas, em março de 2007, concorreu com 406 pessoas inscritas de seis países: Portugal, Espa-nha, Itália, França, Guiné-Bissau (África) e Brasil. Ele não esperava por uma classificação, muito menos ficar em 5º lugar “com tantas pessoas de alto nível concor-rendo”, como diz ele.

Em 2008, participou novamente da 3ª edição do concurso, cujo tema era “Campinas - berço de Guilherme de Almeida” e conquistou o 2º lugar. “Foi uma surpresa muito grande e fiquei feliz, mas na verdade estes prêmios fortalecem meu maior desejo que é ver meu livro publicado”, revela ele.

Fonte de inspiração Sebastião conta que sua maior fonte de inspiração é

a esposa Berenice. Ela ocupa páginas e mais páginas dos seus manuscritos que vão se acumulando para ilustrar as páginas do livro. “A única coisa que falta para que eu possa realizar este sonho é um patrocinador”, diz ele, completando que 50 poesias já foram selecionadas.

O título do livro também já foi pensado. “Plantando amor, colhendo flores”.

A poesia ainda não lhe rendeu nenhum dinheiro, “somente o prazer de registrar no papel o que a alma me diz e voar num mundo cheio de horizontes”, poeti-za ele. Vale lembrar que dos concursos que participou, sua premiação foram medalhas e certificados, que Sebastião exibe com orgulho.

Os primeiros versos começaram na infância. Mal começou a dese-nhar as letras e o menino Sebastião de Oliveira Matos, aos 7 anos, já rabiscava no papel suas rimas poéticas.

A vida difícil, a falta de espaço e até um certo descrédito fizeram com que as primeiras poesias se perdessem. Meio século depois, dois concursos vencidos, a espe-rança se renova e numa caixa os poemas aguardam para ganhar espaço na história da literatura brasileira. Sebastião, pouco letrado na sua formação básica (estudou até o Técnico em Contabilidade), mas um intelectual reconhecido por sua sensibilidade.

Escrever poesia é uma arte. Antes de tudo, o poeta é um leitor de poesia.

Quem mergulha em obras, como Carlos Drummond de Andrade, Mário

Quintana, Vinícius de Moraes...sai de cada mergulho um pouco mais poeta, capaz de transformar o mundo num lugar mágico,

repleto de segredos e tesouros

Infinito

É recomeçar, recomeçando de nós,Porque a vida está corrida, agitada.

E o tempo? O tempo quer passar tão veloz.Mas não o posso deixar. Não, sem fazer nada.

O que fazer para parar o tempo?Recomeçar, revivendo o que lhe tenho dito.

Reviver palavras, abraços, momentos.E revivendo, fazer o tempo infinito.

Infinito, renovado, rebuscado, cheio de vida.Então o tempo se faz viagem, celebração,

Momentos, instantes, de você querida.Tão guardada, tão aceita, tão presente no meu

coração.

Infinito! Renovado, dia a dia, no amanhecer;Rasgando o peito, brotando o amor amigo,

Colorindo a vida, dando razão e bem querer,Fazendo de você, meu refúgio e abrigo.

Infinito! É esse sempre renovar,Poetizando o tempo, fazendo dele um celebrar.

Novo, constante, eterno grito de nossa voz.

12 - EM CENA - março/abril 2010

Page 13: Revista em Cena 16
Page 14: Revista em Cena 16

dica

cul

tura

l - b

lu-r

ayBlu-ray

substitui DVD

As fitas VHS, nos anos de 1970, entraram nas lo-cadoras, nos supermercados e nas casas ao redor do mundo. Porém, as videotecas e coleções de filmes em VHS logo iriam se tornar obsoletas.

O CD, lançado nos anos 80, era o indício de que mudan-ças na forma de se armazenar dados estavam próximas.

Com qualidade superior e tamanho inferior, o DVD, lançado na década de 90, ocupava apenas uma fileira nas locadoras, cheias de filme em VHS. Foi ganhando espaço até que os consumidores trocaram seus videocassetes por aparelhos de DVD, desfizeram-se ou regravaram todas as fitas no novo formato. Sumiu gradativamente o VHS, até ser extinto.

No ano 2000, uma nova troca começou e ganhou força em 2009. O nome Blu-ray está ficado conhecido aos poucos, timidamente ocupa prateleiras das locadoras e o futuro do DVD já se pode deduzir: vai ser substituído completamente em alguns anos.

Blu-ray Seu formato é parecido com o de um disco de DVD,

já que tem o mesmo tamanho. Porém, o que mudou foi seu conteúdo. Um disco com tecnologia Blu-ray é de alta definição, ao contrário do que acontece com os DVDs. O nome vem da tecnologia, que utiliza um laser violeta-azul para ler e gravar dados. É uma combinação de blue (azul, da cor do laser) e ray (raio óptico).

A novidade oferece melhor qualidade de som e ima-gens, além de discos com maior capacidade de armaze-namento de dados. Enquanto um DVD armazena até 4,7 GB, os discos Blu-ray armazenam 25 GB e 50 GB, ou seja, em

relação a dados, cabem de 5 a 10 DVDs em um disco da nova tecnologia. A qualidade das imagens é até seis vezes melhor.

A grande revolução da tecnologia é a interatividade. Com o Blu-ray não é necessário parar o filme para acessar o menu. É possível se conectar à internet para baixar legendas e extras sobre o filme, gravar um programa da te-levisão, enquanto assiste a outro, sem perda de qualidade, procurar automaticamente espaços vazios no disco para sobrepor as gravações. Nada disso é possível com DVD.

Mas os consumidores podem manter a calma, pois ao contrário do que aconteceu com as fitas VHS, os discos de DVD não precisarão ser jogados fora, ou regravados nesta nova tecnologia. Os aparelhos de Blu-ray leem DVD e até conseguem melhorar a qualidade da imagem destes discos.

A recíproca, no entanto, não é verdadeira. Os aparelhos de DVD não leem discos Blu-ray. Televisores sem alta de-finição também não oferecem a melhor qualidade possível a estas imagens.

O aparelho de DVD está com os dias contados. Como a evolução das tecnologias usadas no cotidiano é

ágil, esta maravilha que substituiu o videocassete e aumentou o espaço na prateleira ao fazer com que as fitas VHS fossem jogadas fora, agora também vai se aposentar. Uma nova tecnologia está ganhando o

mercado e as locadoras de filmes: o Blu-ray

Curiosidades

• A letra “e” foi retirada do nome de forma proposital para permitir o

registo da marca, já que a terminação “blue ray” é usada frequente-

mente e não pode ser registada.

• O disco Blu-ray é menos prejudicial ao meio ambiente. Em DVDs,

a camada superfícial, que adere os materiais, é normalmente feita de

policarbonato plástico. Já, no Blu-ray, é feita de papel, que é mais fácil

de ser absorvido pela natureza.

foto: divulgação

14 - EM CENA - março/abril 2010

Page 15: Revista em Cena 16
Page 16: Revista em Cena 16

atua

lidad

e - e

leiç

ões

biom

étri

cas

Biometria eliminará título de eleitor em papel

P ara quem não sabe, biometria é uma tecnologia que permite identificar uma pessoa por suas ca-racterísticas biológicas únicas, como íris, retina, impressão digital, voz e formatos do rosto e das

mãos. No caso das eleições, o eleitor será identificado pela digital e pela foto.

Nas eleições municipais de 2008, a tecnologia biomé-trica foi utilizada como projeto-piloto nas cidades de São João Batista (SC), Colorado do Oeste (RO) e Fátima do Sul (MS) e 43 mil eleitores usaram o sistema. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 51 municípios, do País, terão eleições biométricas neste ano, sendo a maioria de Alagoas, isto é, 3% do eleitorado nacional, o que corresponde a cerca de 3,9 milhões de eleitores, que terão de comparecer ao cartório eleitoral do seu municí-pio até o dia 5 de maio para fazer o recadastramento.

A estimativa do TSE é recadastrar os 130 milhões de eleitores brasileiros até 2018. O objetivo de se fazer o ca-dastramento biométrico, segundo o diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, é evitar a possibilidade de uma pessoa votar por outra. De acordo com ele, para votar, a lei exige que o eleitor apresente, pelo menos, o título de eleitor - que não tem foto -, portanto qualquer pessoa pode se apresentar com o documento eleitoral de outra

pessoa e votar. No caso da impressão digital isso não acontece porque ela é única em cada ser humano.

A urna biométrica garante maior segurança na identificação do eleitor. Outra novidade, nesta tecnologia, é que a urna é liberada automaticamente para o eleitor no momento que iden-tifica a impressão digital e não pelo mesário, como é hoje.

Projeto-pilotoA experiência com a primeira fase

de implantação de identificação biométrica realizada nas eleições municipais de 2008 nas cidades de São João Batista (SC), Fátima do Sul (MS) e Colorado D´Oeste (RO) foi tão positiva que o TSE deu continuidade ao cronograma. Se tudo der certo, em 2018 a identificação por meio da leitura de im-pressões digitais substituirá a apresentação do documento de identidade e do título de eleitor em todos os municí-pios brasileiros, mas devido ao alto custo dos equipamen-tos, o novo sistema será adotado de forma gradativa.

Nos municípios onde for implantado o sistema biomé-trico, os eleitores foram convocados pela Justiça Eleitoral para fazer o recadastramento. Para isso, terão até o dia 5 de maio para comparecer ao cartório da respectiva zona eleitoral com comprovante de endereço, para atualização dos dados. De cada eleitor serão colhidas foto e impressão digital de todos os dedos das mãos. Quem não atender à convocação da Justiça Eleitoral não poderá votar nas elei-ções de 2010 e sofrerá as sanções previstas na lei eleitoral. Para mais informações é só acessar o site do TSE (www.tse.jus.br) ou consultar o cartório eleitoral do seu muni-cípio.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faz recadastramento dos eleitores de 51

municípios brasileiros para as eleições de 2010. O motivo? Simples, nas eleições deste ano, os eleitores destas cidades só conseguirão votar se estiverem cadastrados no sistema biométrico

Municípios que terão eleições biométricas em 2010

Acre: Bujari; Alagoas: Rio Largo, Barra de Santo Antônio, Branquinha, Chã Preta, Igaci, Jaramataia, Poço das Trincheiras, Quebrangulo, São Miguel dos Milagres, Coité do Nóia e Maribondo; Amapá: Ferreira Gomes; Bahia: Pojuca; Ceará: Eusébio; Espírito Santo: Viana e Castelo; Goiás: Hidrolândia; Maranhão: Paço do Lumiar, Raposa; Minas Gerais: São João Del Rei, Pará de Minas, Curvelo e Ponte Nova; Pará: Capanema; Paraíba: Pedras de Fogo, Cabedelo; Pernambuco: Ilha de Itama-racá, Itapissuma, Rio Formoso e Tamandaré; Piauí: Piracuruca; Paraná: Balsa Nova; Rio Grande do Norte: Macau, Guamaré, Caraúbas, Alexandria, Pedro Avelino, Pilões e João Dias; Rondônia: Candeias do Jamari; Rio Grande do Sul: Canoas; Sergipe: Barra dos Coqueiros; São Paulo: Nuporanga; Tocantins: Pedro Afonso, Alvorada, Bom Jesus do Tocantins, Rio Sono, Talismã, Santa Maria do Tocantins e

Figueiropólis.

Athaide Fontoura FilhoDiretor-geral do TSE

foto

: div

ulga

ção

16 - EM CENA - março/abril 2010

Page 17: Revista em Cena 16
Page 18: Revista em Cena 16
Page 19: Revista em Cena 16
Page 20: Revista em Cena 16

Loira, morena, negra, cabelos curtos, compri-dos, lisos, encaracolados... Qual é a mulher que está contente com os cabelos?

Mas, hoje, com a evolução da cosmeto-logia, é possível mudar o tipo e a cor dos cabelos. Este sempre foi o sonho da trabalhadora da saúde, Vivian Cristina de Campos Miranda Manoel, telefonista da Radium Clínica Médica de Campinas, quando se ins-creveu para a coluna ‘transformação’. Morena, cabelos encaracolados e compridos, ela saiu da sessão realizada. “Foi um dia de sonho, me senti uma princesa, com a atenção de toda a equipe do salão voltada para mim”, afirma Vivian.

No Salão Loft Hair, as mãos mágicas de Sylvio Al-duino promoveram nos cabelos de Vivian uma tintura chocolate com luzes também na cor chocolate, em tom mais claro (tom sur tom). Após a preparação dos ca-belos, o profissional fez um corte médio, repicado nas pontas, para tirar o volume, terminando com escova.

Para completar o look, Sylvio fez uma ma-quiagem leve, “própria para ser usada durante o dia, no trabalho e até mesmo sair para um happy hour”, atesta o profissional.

O rosto de Vivian ganhou base para uni-formizar a pele e brush para dar luminosidade; os olhos, corretivo para olheiras e sombra mar-

rom-claro. Delineador e rímel completaram a maquiagem.

Vivian agradeceu a equipe de Sylvio pelo exemplar atendi-mento e também ao Sinsaúde por dar esta oportunidade de renovação. “Minha autoestima estava baixa, meu cabelo vivia preso, porque estava muito judiado e o Sinsaúde me possi-bilitou estar melhor com o espelho”, diz a profissional da saúde, complementando que “além de trabalhar para dar melhores condições de vida e de salários para os profissionais da saúde, o Sindicato também propõe recursos para levantar a autoestima, principalmente das mulheres, oferecendo um dia de transformação”, pontua Vivian.

Para finalizar a sessão, a profissional da saúde vestiu roupas e sapatos da Butique Lu Ismael, gentilmente cedidos para a produção de fotos.

Fonte: Salão Loft Hair - Rua Fernando de Andrade Jr.,

271 - Sousas - Campinas - telefone (19) 3258-9013.

Butique Lu Ismael - Shopping Gramado Mall - Ala-

meda dos Vidoeiros, 455 - Campinas

bele

za -

tran

sfor

maç

ão Corte que dá vida aos

cabelos e ao rosto

20 - EM CENA - março/abril 2010

PARTICIPESe você quer participar da coluna Transformação, entre em contato com a Diretoria de Comunicação do Sinsaúde pelo e-mail: [email protected] ou escreva para Rua Duque de Caxias, 368, Centro - CEP 13015-310 - Campinas/SP.

Page 21: Revista em Cena 16
Page 22: Revista em Cena 16

saúd

e/be

m-e

star

- da

nça Dançar

ajuda a perder a timidez e as gordurinhas a mais

64 - EM CENA - março/abril 2010

Sedentarismo e saúde não combinam. E para não ficarem paradas, pessoas que não gostam dos aparelhos das academias, preferem dançar para

queimar as gordurinhas e espantar a timidez. A dança modela o corpo, a cintura, deixa as pernas e os glúteos mais delineados e tonifica braços e costas. Ela aumenta a frequência cardíaca, estimula a circulação do sangue, me-lhora a capacidade respiratória e queima muitas calorias.

Por permitir a troca de experiências, a dança esti-mula o diálogo e aumenta a motivação e é por isso que academias e salões de dança estão lotados por pessoas que, se movimentando em ritmos variados, se divertem, melho-ram a coordenação motora e conhecem novos amigos.

A atendente de enferma-gem aposentada, Zimpia Rodrigues, de 65 anos, diz que no começo tinha ver-gonha, mas agora ela dança até forró. “É legal porque as aulas te obrigam a manter o contato com o outro. Como dança de salão tem de ser em dupla, perdi minha timidez em duas aulas”, revela. A fisioterapeuta Ludmilla Branco diz

que o ideal é dançar pelo menos três vezes na semana para eliminar gordura, seja nas aulas ou fora dela. “Quem faz dança, além de ter uma vida social mais ativa para colocar

em prática o que aprendeu, acaba se movimentando muito mais, mesmo sem perceber que aquele é um exercício físico, pois pratica fora da aula também”, diz, mas faz uma ressalva: “Antes de começar a praticar qualquer atividade físi-ca é bom procurar um médico e verificar se seu corpo está realmente em ordem para não prejudicar a saúde”, lembra Ludmilla.

Existem danças para todos os gostos e estilos musicais. Cada uma trabalha parte diferente do corpo e consome determinada quantidade de calorias. “Em uma aula avançada de dança é possível queimar até 300 calorias, dependendo do peso, idade, meta-

bolismo e fatores correlatos”, revela o personal trainer, Leandro Urbano.

A moda agora é requebrar para suar muito e emagrecer com saúde. A dança, seja de qual ritmo for, colabora para a perda de

peso e ajuda no convívio social. É a melhor opção para quem não gosta dos exercícios repetitivos de academia

Zimpia RodriguesAtendente de enfermagem

Ludmilla BrancoFisioterapeuta

Page 23: Revista em Cena 16

março/abril 2010 - EM CENA - 65

Ele explica que, como a dança exige habili-dade e mexe com a musculatura, os cursos são

geralmente divididos em três módulos nas academias: iniciante, intermediário e avan-

çado. “Existem diversas opções de dança, sendo as mais famosas a do ventre,

flamenca, o sapateado, street dance e outras mais moder-

nas, como a dança contemporânea,

todas divididas de acordo com o grau de dificul-dade”, diz.

Uma das mais

procuradas nas academias é a

dança de salão. Ela inclui canções e ritmos que vão

desde estilos antigos, a exemplo da valsa, a músicas atuais, como o forró universitá-

rio. São nestas danças que o par de dança-rinos mantém contato físico praticamente

o tempo todo.

Do salão para a telinha Filmes, como ‘Dança Comigo’, com

Jennifer Lopes, e ‘Vem Dançar’, com Antonio Banderas, utilizaram a dança de salão e a fizeram

entrar na moda. No primeiro, a personagem de Jennifer Lopes faz com que o homem, interpreta-

do por Richard Gere, saia do tédio dançando, o que melhora o relacionamento dele com a esposa.

Popularizando ainda mais a dança de salão, há os programas de televisão, estilo Dancing with the Stars (Dançando com as Estrelas). Exibido nos Estados Unidos, artistas participam de uma competição, dançando ritmos diferentes a cada semana. Copiado

no Brasil com o nome de ‘Dança dos Famosos’, o programa tem picos de audiência quando as celebridades entram em cena.

Como começou a dança de salão As primeiras danças sociais, como

eram chamadas as valsas em casais executadas exclusivamente por nobres e aristocratas, originaram-se entre os europeus do século 12.

A popularização das danças sociais deu-se em 1820 pelo minueto, de-senvolvendo-se o cotillos (semelhante

à ciranda) e a quadrille (dança em fila, parecida com quadrilha). Já, no início do século 19, a valsa começou a ser introduzida em bailes sofisticados. Em seguida veio a polka, o fox-trot e o tango, que também fizeram sucesso em salões de baile. A dança social passou então a ser chamada de dança de salão.

No Brasil, a dança de salão começou em São Paulo no ano de 1914, quando a suíça Louise Poças Leitão veio ao País fugindo da Primeira Guerra Mundial. Aqui ela ensinou, para a sociedade paulista, valsa, mazurca e outros ritmos tradicionais.

Leandro UrbanoPersonal trainer

Dance!

Confira alguns estilos de dança e seus benefícios:

Street dance – coreografias inspiradas nas danças de rua, que exigem força e movimentos bruscos. Melhora o condicionamento físico, a agilidade e a coordenação motora. Uma aula queima 500 calorias.

Tango e forró universitário – estimulam a cordenação motora, a memória, a percepção especial e a interação com outras pessoas. Queima 474 calorias.

Mix dance – mistura de rock, country e sertanejo. Trabalha os membros inferiores. Uma aula queima 200 calorias.

Gafieira – trabalho de glúteo, coxas e músculos das pernas e dos braços, por conter passos aéreos. Queima de 300 a 400 calorias.

Page 24: Revista em Cena 16

saúd

e/co

mpo

rtam

ento

- ed

ucaç

ão Pais e filhosunião de amor e educação

66 - EM CENA - março/abril 2010

Os pais de hoje são muito mais inseguros que os de antigamente. O estilo de vida das famílias mudou: as mães trabalham fora e os filhos passam a maior parte do tempo em escolinhas ou com a babá. Isto torna

constante a necessidade de adaptação na educação familiar, como explica a psicóloga Maria Carolina P. Rodrigues. “Estas mudanças tornam a educação dos filhos mais difícil, mas não impossível”, diz.

A psicóloga revela que os pais acreditam que a questão da edu-cação dos filhos depende do tempo que ficam com eles. “Porém, a questão é a qualidade do tempo e não a quantidade”, diz Maria Carolina. Ela explica que, de fato, quando os pais passam muito tempo longe dos filhos alguns acontecimentos são perdidos. Mas se os pais reservarem um tempo de qualidade para a criança, o respeito às regras será resultado desta relação construída com diálogo.

Priscila Vilela é mãe de primeira viagem e já sabe bem disso. Ela

Educar os filhos enquanto se concilia família e trabalho é preocupação da maioria dos pais atualmente. Mas existe uma receita para criar

bons jovens mesmo tendo uma rotina acelerada? Veja alguns exemplos de como isso é possível

Maria Carolina RodriguesPsicológa

Educar com autoridade e não autoritarismo é a receita da psicóloga Maria Carolina

Em Cena - O que mudou desde a geração passada no comportamento dos jovens quanto a obediência e respeito com os pais?

Maria Carolina - A mudança mais significativa talvez tenha sido compreender que para educar não é necessário autoritarismo e sim autoridade. Hoje, é possível haver diálogo, pais discutirem pontos de vista com seus filhos, sentarem para conversar e realizar atividades em conjunto. Antigamente, os pais eram intocáveis, principalmente o homem, que era visto como a autoridade máxima. Quem nunca

ouviu a frase da mãe: ‘Vai falar com seu pai. É ele quem decide. Se ele deixar, tudo bem.’ Hoje, os pais estão mais próximos de seus filhos.

Em Cena - Como estabelecer um equilíbrio entre a liberdade e as regras?

Maria Carolina - Sua liberdade termina onde começa a do outro. Valores devem ser passados pela família. A criança só aprende a noção de liberdade quando vivencia isso em casa. Posteriormente, na escola e em outros grupos sociais ela só vai praticar ou repetir o que já aprendeu.

Em Cena - Qual a recomendação para os pais

que trabalham fora manter o contato diário com os filhos?

Maria Carolina - Recomendo que visem à qualidade, estejam disponíveis quando estiverem junto dos filhos, demonstrem atenção e preocupação. Reservem um tempo “especial” para estar com eles. Receita não existe, o que existe é dedicação e amor!

Page 25: Revista em Cena 16

março/abril 2010 - EM CENA - 67

e o marido, Leandro, trabalham fora e o filho, Lucas, de 6 meses, fica no berçário. “É muito importante escolher uma escola adequada para deixar a criança, que tenha uma linha de ensino que combine com a educação passada pelos pais. Nos momentos em que o Lu-cas passa comigo e meu ma-rido, tomamos o cuidado de fazê-lo se sentir muito amado e respeitado”, diz Priscila.

O que comumente se escuta é que pais ausentes não conseguem educar seus filhos porque não acompanham seu desenvolvimento. “Não me sinto culpada por ter que trabalhar, como já ouvi muitas mães afirmarem, e não penso em deixar o emprego. Acho que a criança deve entender que o dia dos pais é no trabalho e o dela na escola e que isso é natural e agra-dável e não uma privação”, diz Priscila. “Além do mais acho saudável para a criança o contato com outras pessoas. Assim, ela ganha mais inde-pendência e torna-se sociável, o que eu acho muito positivo para seu desenvolvimento”, completa a jovem.

Segundo a psicóloga Maria Carolina, atribuir às crian-ças os princípios da família, servindo de exemplo para elas, é um ótimo meio para educar. “Ao se espelhar nos pais e aprender desde cedo como agir, as crianças aprendem que as regras são importantes e de-vem ser respeitadas e não são sinônimos de punição”, diz.

A agente de educação, Julicéia Matsumoto, tem esse mesmo princípio. Seu filho, Ian, de 10 meses, já aprende os valores da família. “Ele vai à igreja com a gente, o que é otimo para aprender nossos valores. Mesmo sendo tão pequeno já respeita nossas ordens, como o horário das refeições, e obedece quando negamos algo. Acredito que assim o Ian já conhece que é preciso ter

limites e que isso é sinônimo de amor, já que fazemos tudo com muito carinho para o bem dele”, diz.

Julicéia trabalha em uma escola infantil e tem a possibi-lidade de levar o filho com ela. “Tive sorte. Consegui um

emprego no qual, por enquanto, não preciso ficar preocupada com quem deixá-lo, pois qual-quer coisa eu já estou por perto. Fico mais tranquila e assim sei que a educação dele na escola está condi-zente com a que passamos em casa”, diz. “O amor dos pais é incondicional e quero ficar perto o tempo todo, mas procuro respeitar seu espaço e a convivência com outras pessoas”, garante Julicéia.

Nem todos os pais têm essa comodidade e, apesar de muitas mães e pais gostarem de trabalhar, às vezes, alguns preferem deixar o emprego. A ad-ministradora Cintia Regi-na fez esta escolha e abriu um escritório dentro de casa. “Gosto muito de trabalhar, mas após meu terceiro filho senti que precisava dar mais atenção no que acontece na escola e quem são as amizades das crianças. Assim, eu e meu marido ficamos mais tranquilos”, diz Cintia. Ela tem três filhos, Alana, de 14 anos; Ana Carolina, de 10; e o caçula, Gabriel, com 4.

O papel de educadores, é essencial por parte dos pais para impor limites

e transmitir valores. “Não tenho o tempo integral

com eles, pois o escritório, mesmo em casa, toma o tempo do horário comercial. Mas sempre procuro conversar com as crianças. Não deixo de explicar que somos amigos, mas antes de tudo sou mãe deles”, revela Cintia.

Priscila, Leandro Ferrari e o filho Lucas

Julicéia, Eduardo Matsumoto e o filho Ian

Cintia (ao centro), Gerdemilson Resende e os filhos Alana, Gabriel e Ana Carolina

Page 26: Revista em Cena 16

econ

omia

- sa

lári

o Reajuste salarial é favorecido pela economia

68 - EM CENA - março/abril 2010

Um dos maiores medidores da atividade econômica de um país é o Produto Inter-no Bruto (PIB). Ele representa a soma, em valores, de todos os bens e serviços

prontos para o consumidor, produzidos no país. O salário-mínimo subiu em 2010 baseado no PIB

do ano anterior. Em 2009, o PIB cresceu em relação a 2008, isto é, de R$ 2,9 trilhões para R$ 3,1 trilhões. O cálculo para aumentar o salário-mínimo é a reposi-ção da inflação do ano anterior mais o total do cresci-mento do PIB de dois anos anteriores. Isto possibili-tou o aumento, neste ano, do mínimo nacional de R$ 465,00 para R$ 510,00 o que refletiu diretamente no bolso dos trabalhadores que ganham este valor.

Mínimo paulistaQuatro Estados do Brasil adotam valores diferen-

tes para o salário-mínimo: Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. No caso do Estado paulista, a decisão foi to-mada em 2007, porque a região concentra mais

riquezas, o que possibilita que o salário seja maior do que média nacional. Como nas outras regiões, São Paulo estabeleceu três faixas de piso, que são aplicadas somente por empresas do setor privado.

Em abril de 2010, o governo paulista majorou os mínimos até então fixados em R$ 505,00, R$ 530,00 e R$ 545,00. Cada piso atende a uma categoria pro-fissional, como trabalhadores domésticos e motoboys, cujo piso subiu para R$560,00; a segunda faixa, que foi para R$570,00, é o piso de profissionais, como carteiros e operadores de telemarketing; já, a categoria da saúde se enquadra na terceira faixa, cujo piso é o mais alto e foi fixado em R$580,00.

Para efetuar o cálculo e definir o aumento, foram levados em consideração a inflação

É fato que quando uma economia vai mal ou bem o poder de compra do consumidor aumenta ou diminui, afetando a vida de todos, sem distinção. Para garantir um salário

compátivel com estas mudanças, como aconteceu com o aumento do salário-mínimo, o trabalhador deve entender o cenário econômico atual e ficar atento para não ser prejudicado

Cláudio DeddecaEconomista

Page 27: Revista em Cena 16

março/abril 2010 - EM CENA - 69

de São Paulo entre maio de 2009 e fevereiro de 2010 - medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - e a variação do Produto Interno Bruto (PIB) paulista. Isto possibilitou o aumento de 10,89% para a primeira faixa de salário, 7,55% para a segunda e 6,42% para a terceira.

Sem mobilização não há aumentosSe por um lado, quem ganha um salário-

mínimo teve aumentos, por outro, apesar dos bons índices da economia, quem ganha um valor diferente disto ou cujo sindicato de repre-sentação faz Acordos Coletivos para melhores salários, não terá aumento se não se mobilizar junto a sua entidade sindical. Em resumo, os trabalhadores que ganham outros valores, se não reivindicarem acabarão tendo o valor de sua remuneração parado no tempo. Isto porque, segundo a legislação trabalhista brasileira, nenhum empregador é obrigado a aumentar o salário dos funcionários que ganham mais que um salário-mínimo, nem mesmo repor a inflação acu-mulada durante o ano, como explica Edison Laércio de Oliveira, presidente do Sindicato da Saúde de Campinas e Região (Sinsaúde).

“A cada período, os trabalhadores sabem que precisam de aumento, porque o salário já não é suficiente para

sua sobrevivência. Para negociar em seu nome existem os sindicatos. No caso do Sinsaúde,

representamos os trabalhadores da saúde, mas profissionais de outras áreas

também têm seu sindicato de re-presentação e devem se unir a ele para garantir o reajuste de seus proventos”, avalia o presidente do Sinsaúde.

“O governo não dá nada para ninguém. Nós é que temos que buscar o nosso espaço”, afirma Edison de Oliveira.

Empresas devem se atualizarQuando há aumentos salariais determinados pelo gover-

no (salário-mínimo) ou então conquistados pelos Sindi-catos, as empresas são obrigadas a ajustar os vencimentos dos trabalhadores. Por isso, ainda de acordo com Edison de Oliveira, é preciso que todos os profissionais paulistas fiquem atentos nos períodos de mudanças.

“Todos os trabalhadores de quaisquer áreas devem, em primeiro lugar, estar cientes de qual é a sua remuneração de direito, isto é, qual foi o salário acor-dado entre o Sindicato e a empresa. Só assim poderão saber se o empregador está cumprindo a legislação. Caso haja alguma irregularidade, o funcionário deve procurar seu sindicato de representação para que este intervenha. Lembrando que é extremamente importante fazer valer o direito e que este é legítimo, visto que o novo mínimo é lei”, esclarece.

Reajuste e poder de compraDe acordo com o professor titular do Instituto de

Economia da Unicamp, Cláudio Deddeca, quem ganha um salário-mínimo está com maior poder de compra na prática. “O maior poder aquisitivo para o trabalhador que ganha o mínimo ocorreu porque a remuneração aumentou acima da inflação”, diz.

Ele faz uma ponderação sobre os demais salários. “A inflação do período está em torno de 4%, isto é, o preço dos produtos subiu nesta faixa, enquanto o salário-mínimo aumentou mais. Se a inflação faz aumentar os preços dos produtos e o trabalhador continua com o mesmo salário, o que acontece é que seu poder de compra diminui”, avalia Cláudio.

O presidente do Sinsaúde complementa esta análise. “Trabalhadores que não têm reajuste salarial acima da inflação, podem considerar que está ganhando menos, já que com o mesmo salário ele compra menos produtos. “Por isso é importante batalhar pelo aumento”, completa Edison.

Edison Laércio de OliveiraPresidente do Sinsaúde

Para suprir as necessidades básicas e ter garantidas as premissas da Consti-tuição brasileira, que diz que o homem tem direito a uma série de fatores para sua qualidade de vida, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez um levantamento em março deste ano do

valor que deveria ser o salário-mínimo.Para garantir os fatores descritos na

Constituição, segundo a qual o mínimo deveria suprir as despesas de um tra-balhador e da família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o valor correto seria R$ 2.003,30.

Trabalhador deveria ganhar pelo menos R$ 2.003,30, segundo Dieese

Page 28: Revista em Cena 16

mod

a - o

uton

o/in

vern

o 20

10O retorno da Elegância

70 - EM CENA - março/abril 2010

Mais uma tempo-rada de moda chega ao fim, abrindo espaço

para uma nova tendência. O ou-tono chegou, portanto arrume

seu armário, tire todas as suas roupas

de calor da

frente e coloque os lindos casacos, os chapéus de brim e as meias de lã à mostra para enfrentar o frio que logo mais estará batendo à porta. O São Paulo Fashion Week (SPFW) antecedeu esta época e no final de janeiro mostrou o que vai ser moda no outono/inverno: está de volta a elegância com um toque de anos 40, 70 e 80.

Austeridade e refinamento dos anos 40, com saias de lã, cujo layout foi influenciado pela Segunda Guerra Mundial, jaquetas com cintos e detalhes, como ombros exagerados e lapela, tipo xale, serão peças bem comuns neste inverno, além do chapéu largo de brim, que é um acessório para o ano todo.

Inspirada nos anos 70, as roupas

O frio está chegando. Aproveite para renovar o guarda-roupa e ficar na moda

Page 29: Revista em Cena 16

março/abril 2010 - EM CENA - 71

que seguem esta referência têm muito brilho nos tecidos. Peças aparecem com pedrarias, paetês ou até mesmo lurex, mais co-nhecido como tecido de brilho metálico.

Os anos 80 colaboram com os babados e volumes loca-lizados, os om-bros quadrados, cores vibrantes, meias semi-transparentes e os microcom-primentos de saias e vestidos.

O que usarAs peças

apresentadas nas passarelas nem sempre combinam com os desejos femininos, afinal nem tudo que se usa no SPFW é passível de ir para as ruas. As produções podem ser exageradas em exu-berância, mas guiam qual a tendência de roupas a ser, de fato, usada no cotidiano.

Os coletes prometem ser, mais uma vez, os coringas da esta-ção, compondo looks sobrepostos, que vão garantir um visual bem moderno para as mulheres. Para apostar na cor certa é sempre bom ter o preto básico, sem se esquecer do cinza, azul e verde escuros, pink, vermelho, laranja, amarelo e dourado,

que também estão em alta. Para acessórios, o ideal são os colares exagerados e superelaborados. Uma dica que não falha:

vestido de cor única com um colar extrava-gante por cima compõem um visual moderno e cheio de estilo. Os sapatos de plataforma, os salto grossos, botas-meias, ankle boots (botas que vão até tornoze-lo), da versão romântica à roqueira e as botas acima dos joelhos serão muito vistas nesta temporada.

Para os homens, o ideal é optar entre o casual e o formal. O terno tem mais de 300 anos de história e ao longo deste período foi se atualizando lentamente a cada século. Por outro lado, a roupa casual só tem 100 anos e vem ganhando terreno no mundo dos negócios. Uma possível combinação dos dois mundos é testada por estilistas. Assim, tecidos, como moletons e jeans, ganham cortes sofisticados de alfaiataria e as lãs, en-quanto tecidos tradicionais dos ternos, ganham silhuetas mais folgadas. Em ambos, a escolha é certeira.

fotos: divulgação

foto: divulgação

Page 30: Revista em Cena 16

atua

lidad

e - v

eto

12 d

e m

aio

Dia Nacional do Trabalhador da Saúde é

vetadoHomenagear aqueles profissionais

que lutam para que as pessoas sejam atendidas com qualidade e respeito. Este é o motivo pelo qual o Sinsaú-

de Campinas e Região move a ação para que os trabalhadores da saúde tenham um dia nacional voltado somente a eles. “É a forma que temos de agradecer por tudo o que fa-zem pela sociedade e mostrar o quanto o trabalho deles deve ser reconhecido”, diz Edison Laér-cio de Oliveira, presidente do Sinsaúde.

O objetivo estava quase sendo alcançado, até que no dia 19 de janeiro o presidente da Repúbli-

ca, Luiz Inácio Lula da Silva, vetou o Projeto de lei nº 156 (nº 1.310/07 na Câmara dos Depu-tados), proposto pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSDB/SP), que instituía o 12 de maio como Dia Nacional dos Trabalhadores da Saúde.

Lula foi contra um projeto que obteve o aval de todas as co-missões do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), sob alegação de que a existência do Dia Internacional da Saúde, comemorado em 7 de abril, seja o suficiente para presti-

Luta para o reconhecimento de toda uma categoria foi barrada pelo presidente Lula

Geraldo AlckminSecretário de Desenvolvimento do

Estado de São Paulo

72 - EM CENA - março/abril 2010

Rafael SilvaDeputado estadual

Page 31: Revista em Cena 16

giar a área e que por isso não é necessário o 12 de maio. “Não podemos aceitar esta decisão, pois seria a primeira vez que o País homenagearia uma classe e todas as suas categorias, desde o mais simples trabalhador até administradores e médicos”, protestou Edison.

No Estado de São Paulo, a data vigora desde janeiro de 2004 como Dia Estadual do Trabalhador da Saúde, inclusive com homenagem na Assembleia Legislativa todos os anos. Vinte e dois municípios também prestam homenagem aos trabalhado-res da saúde (veja detalhes no box abaixo).

Como é derrubado um veto presidencialO deputado federal Carlos Sampaio explica que

para derrubar um veto presidencial são necessários os votos de três quintos dos parlamentares de cada Casa (Câmara dos Deputados e Senado), em votação secreta, com deputados e senadores juntos.

Quem apoiar a iniciativa de criação do Dia Na-cional dos Trabalhadores da Saúde deve procurar os parlamentares eleitos por suas bases e exigir que se posicionem favoráveis à derrubada do veto presi-dencial. As manifestações também podem ser feitas

por meio de cartas ou e-mails para os deputados e senadores.

A Constituição Federal, artigo 66, parágrafo 4º, determina que “o veto será apreciado em ses-são conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em escrutínio secreto”.

Se na Câmara e no Senado houver a maioria das votações rejeitando o veto, o projeto é devolvido ao presidente da República, que terá 48 horas para decretar a lei, sob pena de o presidente do Congresso fazê-lo. O veto derrubado entra em vigor na data de sua aprovação.

1990 - A diretoria do Sinsaúde negociou com os empresários do setor da saúde a instituição do dia 12 de maio como feriado para os trabalhadores. A reivindicação foi aprovada e o direito passou a vigorar nos Acordos e nas Convenções Coletivas de Trabalho. Quem trabalha neste dia terá um outro dia de folga no mês ou receberá o dia como hora extra, ou seja, com pagamento em dobro.

2002 - Câmaras de Vereadores de Campinas e Marília aprovaram o 12 de maio como Dia do Trabalhador da Saúde em nível municipal. A partir daí, outros municípios fizeram o mesmo e hoje 22 cidades fazem esta homenagem aos trabalhadores.

2004 - Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo oficializou o dia 12 de maio como Dia Estadual do Trabalhador da Saúde. Na época, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou em lei (11.665/04) o Projeto de lei 1.052/03, do deputado estadual Rafael Silva (PL).

2007 - Carlos Sampaio, deputado federal, apresentou o projeto de nº 1.310, para aprovação da Câmara dos Deputados, instituindo o dia como Dia Nacional do Trabalhador da Saúde.

2009 - Projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado e encaminhado ao presidente Lula.

2010 - Vetado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 19 de janeiro.

Presidente Lula alegou não ser necessário o 12 de maio em nível nacional

Retrospectiva do 12 de maio

foto

s: d

ivul

gaçã

o

Carlos SampaioDeputado federal

março/abril 2010 - EM CENA - 73

Page 32: Revista em Cena 16

laze

r/tu

rism

o - n

atur

eza

Natureza,

74 - EM CENA - março/abril 2010

Observar o nascer ou o pôr do sol, ver as estrelas, sentir a chuva, a brisa, nadar, andar descalço pela grama ou areia, ouvir os pássaros, ficar longe

da poluição, do barulho e do estresse provocado por uma cidade densa em carros, prédios e população. Estas sensa-ções são consideradas prazerosas pelas pessoas quase por unanimi-dade. Para os pesquisadores das Universidades de Illinois e Michi-gan, ambas dos Estados Unidos, a natureza é um verdadeiro remédio.

Estudos e testes nas duas insti-tuições, realizados com pessoas de idades variadas - adultos e crianças - comprovaram que o contato com a natureza melhora o desempenho

cerebral. A Universidade de Michigan provou o bem

para a concentração que provoca o contato com a natureza. Em um dos testes realizados em adul-tos, submeteu-os a tarefas que exigiam atenção e concentração. Depois de mentalmente cansa-dos, a turma foi dividida em dois grupos: um deles foi levado para caminhar por um viveiro de plantas e o outro, em uma avenida movimen-tada. No retorno, o grupo que caminhou pela avenida, além de irritado, foi pior nos testes de concentração aplicados logo em seguida.

Na Universidade de Illinois, em Chicago, a pesquisadora e psicóloga Andréa Faber Taylor es-tudou por 10 anos, de 1999 até 2009, os efeitos provocados pelo meio ambiente no comporta-mento de crianças. Por meio de testes, constatou que crianças que caminhavam ao ar livre ou em

Estar em contato com a natureza é um momento apreciado pela maioria das pessoas, pois agrada e relaxa. Estas boas sensações fazem um bem não só superficial, como

também para o corpo e o cérebro: auxiliam na concentração, memória e na prevenção de doenças. Cidades tranquilas e de extensas áreas preservadas, como Panorama, são

procuradas por quem sente na pele estes benefícios

Raimundo Ferreira CamposPsiquiatra

um remédio abundante em Panorama

Page 33: Revista em Cena 16

março/abril 2010 - EM CENA - 75

parques tinham melhores notas na escola do que aquelas que não realizavam este tipo de atividade.

A explicação é que o cérebro do ser humano funciona como um radar, pron-to para captar ameaças. Em um ambien-te cheio de estímulos visuais e sonoros o cérebro fica constantemente em estado de alerta e isto gasta energia e provoca cansaço mental.

Prevenção de doençasPara o psiquiatra Raimundo Ferreira

Campos, se o indivíduo não reserva um tempo para o lazer, ele adoece mental e fisicamente. “Quando você tem um conflito, cabe ao cérebro absorver a situação. Dependendo do seu apare-lho mental, se ele está debilitado e não consegue lidar com aquele problema, o impacto vai ser descarregado no corpo”, explica Campos.

Ele diz que o lazer funciona como uma pausa para o cérebro repor as ener-gias para trabalhar bem e suportar os impactos do cotidiano. “Um trabalhador que vende suas férias, trabalha dobrado, não tem folga, tudo isso para aumentar sua remuneração e pagar contas de pro-dutos que ele adquiriu muitas vezes sem precisar, está prejudicando sua saúde. Isto porque, sem lazer, ele fica bruto, irritadiço e doente, o que é uma brutali-dade com seu próprio corpo e um passo para desenvolver uma doença mental, como a depressão. Por isso, aponto o lazer como a sustentação para a saúde”, avalia o psiquiatra.

Panorama, uma cidade relaxanteAlgumas cidades são procuradas por

oferecer lazer em contato com o meio ambiente. Mesmo sem saber tecnica-mente o que estes locais calmos e rode-ados de natureza provocam no cérebro e no corpo, turistas optam por estes espa-ços, ao invés de programar as férias ou um fim de semana para visitar grandes centros urbanos.

Destino procurado por quem quer re-laxar, a cidade de Panorama une diver-sos fatores atraentes e vitais para

Page 34: Revista em Cena 16

laze

r/tu

rism

o - n

atur

eza

se conquistar a máxima “mente sã, corpo são”. Une natureza (rios, como o famoso Rio Paraná, quedas d’água, lagos, peixes, pássaros, fauna e flora diversificadas), possui poucos habitantes (13 mil) e clima agradável, conferido pela tem-peratura amena do lugar (sempre próxima dos 23ºC). O Balneário Municipal e o comércio fundamentado no artesa-nato são atrações à parte.

Em Panorama é possível fazer trilhas, esportes náuticos, passear de lancha, caiaque, pedalinho e banana boat, além de nadar no Rio Paraná. A grande atração da cidade é a pesca esportiva por causa da grande variedade de peixes: doura-do, tilápia, piapara, corvina, piau, corimba, piracanjuba, lobó, tucu-naré, cascudo, pacu e armal.

Com o nome da cidade é possí-vel prever o que ela tem de melhor: as paisagens panorâmicas. Uma delas é a vista privilegiada do pôr do sol refletido nas águas do Rio Paraná, um espetáculo da natureza.

Onde se hospedarO Rancho da Saúde (fotos da página anterior),

mantido pelo Sindicato da Saúde de Campinas e Região (Sinsaúde), é uma ótima opção de hospe-dagem para todas as pessoas que viajam a Panora-ma e querem conforto e contato com a natureza.

Recentemente revitalizado, o Rancho possui seis chalés, uma casa com dois apartamentos, todos com ventilador de teto, fogão, geladeira e televisão. Dispõe também de churrasqueiras, vestiários, campo de futebol, píer para pesca e quatro barcos.

Daniele de Souza Simões, recepcio-nista da Irmandade Beneficente São José de Gália, conta sua experiência no Rancho. “As instalações do Rancho abrigam muito bem quem se hospe-da no local. É um espaço ótimo para descansar”, avalia Daniele.

Para saber como se hospedar e chegar à cidade, basta procurar a sede do Sinsaúde de sua região. O telefone e o endereço estão na última página desta revista e também no site www.sinsaude.org.br.

Rio Paraná

Balneário Municipal

Pôr do sol em Panorama

Ponte sobre o Rio Paraná

Daniele de Souza SimõesRecepcionista

76 - EM CENA - março/abril 2010 77 - EM CENA - março/abril 2010

Page 35: Revista em Cena 16

colu

na -

na

inti

mid

ade

77 - EM CENA - março/abril 2010

A mulher, aí pela casa dos 30 anos, nasceu na década de 70, passando a adolescência na virada dos anos 90. Ela adentrou este novo milênio ainda jovem, iniciando a vida adulta e prosse-

guindo na aceleração do século XXI.Honoré de Balzac teria que rever todo o perfil que

montou sobre ela, há quase duzentos anos, criação que veio adjetivá-la como “balzaquiana”. O próprio adjetivo não tem um vigor indelével. Talvez, ainda nas próximas décadas, sua importância seja apenas histórica.

A moça-mulher de hoje não se surpreende com a tecno-logia e enfrenta os últimos ranços machistas, os quais vão paulatinamente se dissipando, ainda que alguns se revelem muito persistentes.

A igualdade dos sexos é praticada, não é mais apenas uma busca teórica, mas implica algumas armadilhas.

Na perspectiva de equivaler ao homem, vivendo com autonomia, menos dependente de uma relação estável (mesmo as que já se casaram e divorciaram-se entram nesse panorama), a mulher tem conseguido conciliar seus anseios femininos basais e os da carreira profissional. Maternidade, família, obrigações domésticas convivem com os riscos do mercado, os compromissos dos empregos.

Até as que exercem profissões originalmente masculinas não perdem o charme feminino, mesmo que seja exercido em referencial machista: recentemente, uma bandeirinha (auxiliar de arbitragem de futebol) esteve em destaque erótico nas bancas de revista.

Em edição bem atual da mesma publicação para homens, outra moça (aliás, muito próxima da casa dos 40) também é destaque pelo corpo exposto e, mais ainda, como

protagonista de escândalo político.Para o papel de amante convencional,

a tradição exige uma mulher de estampa carnal, estética sustentada, alguma ousadia sensual, certa apresentação sexual explícita e menos idade do que a esposa do figurão.

Este é um pacote extremamente conhecido, nutrido por pa-drões conservadores e valores reacionários dos mais obsoletos.

A impregnação machista e a norma falocentrada que são observadas nesse horizonte chegam a ser enfadonhas, consternando os ânimos dos impulsos inovadores. Em todo caso, as transformações culturais seguem sua trajetória reformadora, pois a juventude, em sua cronologia natural, demanda essas variações de modo implacável, mesmo que cadenciado.

Nos tempos atuais, conforme o avanço da vida média e os recursos que aparentemente atrasam o envelhecimento, o auge da maturidade feminina projeta-se para algo em torno dos 55 anos. As balzaquianas (desgastemos o termo...) atuais terão que lidar com aproximadamente 25 - 30 anos de adaptações e fruições à frente.

O maior conflito não ligado ao desenvolvimento profis-sional para a mulher que inicia o amadurecimento é o que recicla a ambivalência diante dos relacionamentos amoro-sos. Ela se perguntaria: Qual a melhor conduta?

1 - Continuarei no meu espírito original de afeto: meu modelo de amor fiel, formadora e mantenedora do vínculo afetivo, amando do meu jeito, tentando fazer com que meu homem consiga me amar do mesmo modo. Estarei afetiva-mente aberta e transparente, sem fazer jogo nem política hipócrita. Prosseguirei lutando para que o homem venha a amar como a mulher. Na intimidade erótica, sempre farei sexo com amor.

2 - Vou aprender a ser uma pessoa diferente: serei como os homens, mais cafajeste, velhaca. Usarei máscara de boazinha, entrando nas relações com espírito de vantagem. Além de exigir o preservativo genital, resguardar-me-ei com uma “camisinha de coração” para não me envolver senti-mentalmente. Irei batalhando para que, a médio e longo prazos, a mulher venha a amar como o homem. Irei, cada vez mais, fazer sexo sem amor.

O meu lado feminino não abre mão da primeira condu-ta. Espero que a maioria feminina também.

Joaquim Zailton Motta

Novas mulheres, velhos valores

Joaquim Zailton Bueno Motta Médico psiquiatra, psicoterapeuta e sexólogo. Escritor, com sete livros publicados; o mais recente em maio de 2007; articulista do jornal Correio Popular há sete anos, com a coluna Sexualidade e professor do curso de especialização em Sexualidade Humana da Unicamp e da UniAraras. Faça comentários ou envie dúvidas pelo site: www.blove.med.br

Page 36: Revista em Cena 16

saúd

e em

fato

s e

foto

s - d

race

na

78 - EM CENA - março/abril 2010

O Sinsaúde Campinas e Região homenageia os trabalha-dores de sua base territorial que acreditaram na enti-dade, fazendo parte de suas lutas e conquistas para que

ela ultrapassasse as barreiras do tempo impingindo uma imagem positiva por mais de sete décadas.Os homenageados nesta edição são os profissionais da região de Dracena, dos mais variados setores, com diversas histórias de vida e jeito de ser, mas que integram uma só equipe, com os mesmos ideais, que podem ser traduzidos pela dedicação ao próximo. São também profissionais que lutam para ter seu trabalho respeitado e suas funções reconhecidas.Nas edições anteriores, tiveram destaque nesta coluna as cidades que compõem a base das Subsedes de Tupã, Araraquara, Ameri-cana, Amparo e Atibaia, que, como Dracena, são formadas por profissionais que acreditaram no Sinsaúde e apoiaram sua luta.Cada profissional, independente do trabalho que exerce, enfrenta desafios diários para salvar vidas e lutam diuturnamente para vencê-los. Entre ganhos e perdas, dores e alegrias, os profissionais da saúde de Dracena mostram que são capazes de enfrentar os problemas que a vida profissional lhes impõe. Homenageá-los nesta página da revista é uma forma de agradecer a dedicação e o esforço pelo bem-estar das pessoas que necessitam de seus cuidados.

Saúde em fatos e fotos

Santa Casa de Pacaembu

Santa Casa de Lucélia

Santa Casa de Junqueirópolis

Santa Casa de Adamantina

Santa Casa de Pacaembu

Page 37: Revista em Cena 16

sins

aúde

- d

iret

oria

Diretoria Efetiva

Presidente: Edison Laércio de OliveiraVice-presidente: Leide MengattiSecretário-geral: Pedro Alberto Tolentino1º secretário: Osvaldo Ferreira de SouzaTesoureiro-geral: Carlos Alberto Cairos1ª tesoureira: Beatriz Campos de PaulaDiretora social: Maria Aparecida dos SantosDiretor de Patrimônio: Vicentina da Silva Melo AndréDiretor de Esportes e Lazer: João de FátimaDiretora de As. Culturais: Maria de Lourdes Carvalho CruzDiretora de Orientação Sindical: Débora C. R. AzevedoDiretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do Nascimento Diretor de Assuntos Jurídicos: Anselmo Eduardo Bianco

Diretoria Suplente: Peter Douglas Sawinski da Silva, Rosalina de Souza, José Carlos Marciano de Souza, Rosa de Lourdes dos Santos Gonçalves, Regina Ap. Camargo, Isilda Grassi Cola Choquetta, Rita de Cássia Gonçalves, Edson Eugênio, Gilvan Pereira de LimaConselho Fiscal - Efetivos: José Ricardo Doná, Vicentina Natalina Rodrigues, Maria Rosa CarvalhoConselho Fiscal - Suplentes: Márcia Regina Lima Alves, Ana Paula da Silva Augusto, Aparecida Bernadete Soares SalesDelegados representantes na Federação Efetivos: Moacir Pizano e José Augusto de SousaSuplentes: Olavo Sabino de Carvalho, Antonio Luiz dos Santos

Sede Central:Rua Duque de Caxias, 368 - Centro CEP 13.015-310 - Campinas - SPFone (19) 3739-4277 Site: www.sinsaude.org.brE-mail: [email protected] SubsedesAmericana: Padre Epifânio Estevam , 510 Centro - Fone (19) 3462-1680E-mail: [email protected]: Carlos Roberto Resende FigueiredoTesoureiro: João Carlos da SilvaAmparo: Rua 13 de Maio, 69/2º andar/sala 5 - Centro - Fone (19) 3807-5225 E-mail: [email protected]: Nilza Maria ContenteTesoureira: Maria Margaretti M. Ribeiro da SilvaAraraquara: Rua Padre Duarte, 2.084 Centro - Fone (16) 3335-1218E-mail: [email protected]: Antônio Aparecido dos SantosSecretário: Vladimir Sarandi Neto Tesoureiro: Clarice Aparecida BelliniSuplente: Leonilda Baptista de SouzaAraras: Rua Presidente Roosevelt, 110, Jardim Belvedere - Fone (19) 3541-8032E-mail: [email protected]: Tereza Aparecida MendesSecretário: Gilson Aparecido FurlanTesoureiro: Manoel Antônio de CamposSuplente: Carlos César PolettiAtibaia: Rua José Bim, 349/1º andar/sala 2 - Centro - Fone (11) 4412-4428E-mail: [email protected] responsável: Vicentina da Silva

Melo AndréPosto de Atendimento em Bragança Paulista: Rua Cel. Assis Gonçalves, 774 Fone (11) 4033-7028Diretora responsável: Vicentina da Silva Melo AndréDracena: Av. Expedicionários, 1.256 Fone (18) 3821-5392E-mail: [email protected]: Luis Carlos GuilhermeTesoureiro: José Sérgio de FreitasSuplente: Jesus Gomes da SilvaEspírito Santo do Pinhal:Rua Senador Saraiva, 260 - Centro - Fone (19) 3651-4135E-mail: [email protected]: Paulo GonçalvesTesoureira: Aparecida de Fátima FernandesSuplente: Damaris Bertuqui CavinattiPosto de Atendimento em São João da Boa Vista: Rua Oscar Janson, 13 - Centro Fone (19) 3623-1834Diretor responsável: José Ricardo Doná Itapira: Rua da Penha, 318 - Bairro Santo Antonio - Fone (19) 3863-0950E-mail: [email protected]: Ana Aparecida Lazari BubulaSecretária: Maria Regina Marcondes PicoloTesoureira: Roseli Aparecida Silva GarciaSuplente: Ademir Aparecido NaniPosto de Atendimento em Mogi Guaçu: Av. Nove de Abril, 425 - Sl. 4 - Centro Fone (19) 3818-4442E-mail: [email protected]

Diretora responsavel: Isilda Grassi Cola ChoquettaIndaiatuba: Rua Adhemar de Barros, 126 Centro - Fone (19) 3825-0755 E-mail: [email protected]: Renata Cristina B. MartinsSuplente: Nereide Ap. Ribeiro Jundiaí: Rua Rangel Pestana, 1.344 - Centro - Fone (11) 4586-6655E-mail: [email protected]: Anéres Fernandes de MatosSecretária: Marilza de Fátima Gonçalves ServilhaSuplente: Ivone Maria de MeloLimeira: Rua José Cristovam Cardoso, 509 - Vila Cláudia - Fone (19) 3441-3473 E-mail: [email protected] responsável: José Ricardo DonáSecretário: Marcos Vinicius Leite da SilvaMarília: Rua Amazonas, 52 - bairro Marília Fone (14) 3413-1147E-mail: [email protected]: Aristeu Carriel Secretário: Benício dos Santos FerreiraTesoureiro: Cláudio de Oliveira SilvaSuplente: Roberto Carlos TurolaEspaço Sindical em Garça:Rua Padre Leite, 252, Centro - Garça Fone (14) 3471-0103Diretor responsável: Aristeu CarrielTupã: Rua Cherentes, 1.005 - Centro Fone (14) 3496-1936E-mail: [email protected]: Orides Sávio ViviSecretária: Sônia Maria Santos de MeloTesoureira: Ivanilde da Silva

Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de CampinasSite: www.sinsaude.org.brE-mail: [email protected]: Edison Laércio de OliveiraDiretora Departamento de Comunicação: Sofia Rodrigues do Nascimento

Filiado à: