Revista final marinha 13marco2015 pdf

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HISTÓRICO P.4 IMEDIATO E GABINETE P.5 ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL P.6 PROGRAMA NETUNO P.7 ASSESSORIA JURÍDICA P.8 ASSESSORIA DE INTELIGÊNCIA P.9 PROGRAMA SUBOFICIAL-MOR P.11 SUPERINTENDÊNCIA DE ENSINO - SE P.13 DEPARTAMENTO DE INSTRUÇÃO - DI P.15 COROEX 2014 P.24 ACISO EM ITAÓCA P.25 COMO O CIASC VEM IMPLEMENTANDO O ENSINO A DISTÂNCIA NO C-ESP-HABSO-FN/EAD P.26 ESCOLA DE LIDERANÇA P.27 PISTA DE LIDERANÇA SARGENTO LUCAS P.29 O CAOCFN DE ONTEM, HOJE E SEMPRE! P.32 EXERCÍCIOS NO TERRENO - CAOCFN P.34 DEPARTAMENTO DE ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO - DOA P.35 DEPARTAMENTO DE APOIO AO ENSINO - DAE P.36 ESCOLA DE GUERRA ANFÍBIA P.37 ESCOLA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS P.38 ESCOLA DE OPERAÇÕES DE PAZ P.39 DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - DAdE P.40 BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO P.42 A LIDERANÇA NO COTIDIANO MILITAR P.69 BIBLIOTECA DO CFN P.52 CENTRO DE JOGOS DIDÁTICOS-CJD/2014 P.53 DEPARTAMENTO DE PESSOAL P.54 DEPARTAMENTO DE INTENDÊNCIA P.56 DEPARTAMENTO DE SAÚDE - DEFE P.58 DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA P.59 DEPARTAMENTO DE MATERIAL P.61 DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE DADOS P.63 ENTREVISTA COM O SEU HÉLIO P.64 ENTREVISTA COM OS ESTAGIÁRIOS DO CIASC P.65 PALAVRAS DO COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS P.67 MAREXAER P.71 ENCONTRO AVCFN P.73 FORMATURA GERAL P.86 PRIMEIROS COLOCADOS MEDALHA SG BORGES P.88 CIASC EM NÚMEROS P.92

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HISTÓRICO P.4

IMEDIATO E GABINETE P.5

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL P.6

PROGRAMA NETUNO P.7

ASSESSORIA JURÍDICA P.8

ASSESSORIA DE INTELIGÊNCIA P.9

PROGRAMA SUBOFICIAL-MOR P.11

SUPERINTENDÊNCIA DE ENSINO - SE P.13

DEPARTAMENTO DE INSTRUÇÃO - DI P.15

COROEX 2014 P.24

ACISO EM ITAÓCA P.25COMO O CIASC VEM IMPLEMENTANDO O ENSINO A DISTÂNCIA NO C-ESP-HABSO-FN/EAD P.26

ESCOLA DE LIDERANÇA P.27

PISTA DE LIDERANÇA SARGENTO LUCAS P.29

O CAOCFN DE ONTEM, HOJE E SEMPRE! P.32

EXERCÍCIOS NO TERRENO - CAOCFN P.34DEPARTAMENTO DE ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO - DOA P.35

DEPARTAMENTO DE APOIO AO ENSINO - DAE P.36

ESCOLA DE GUERRA ANFÍBIA P.37

ESCOLA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS P.38

ESCOLA DE OPERAÇÕES DE PAZ P.39DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - DAdE P.40

BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO P.42

A LIDERANÇA NO COTIDIANO MILITAR P.69

BIBLIOTECA DO CFN P.52

CENTRO DE JOGOS DIDÁTICOS-CJD/2014 P.53

DEPARTAMENTO DE PESSOAL P.54

DEPARTAMENTO DE INTENDÊNCIA P.56

DEPARTAMENTO DE SAÚDE - DEFE P.58

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA P.59

DEPARTAMENTO DE MATERIAL P.61

DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE DADOS P.63

ENTREVISTA COM O SEU HÉLIO P.64

ENTREVISTA COM OS ESTAGIÁRIOS DO CIASC P.65PALAVRAS DO COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS P.67

MAREXAER P.71

ENCONTRO AVCFN P.73

FORMATURA GERAL P.86

PRIMEIROS COLOCADOS MEDALHA SG BORGES P.88

CIASC EM NÚMEROS P.92

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EDITORIAL

Dirlei Donizette CôdoCapitão-de-Fragata (FN)

Editor-Chefe

O Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo, Organização Militar de Ensino do Corpo de Fuzileiros Navais conhecida

como o “Templo do Saber”, conduziu, no ano de 2014, trinta cursos e trinta e dois estágios para ofi-ciais e praças, além de ter exercido a supervisão de outros vinte e nove cursos e estágios ministra-dos por outras Organizações Militares do CFN.

Os números expressivos supracitados de atividades de ensino fazem o CIASC se trans-formar em um ponto de convergência para to-dos os Fuzileiros Navais, que têm a honra de se encontrar neste Centro em algum momento da carreira, desde os Soldados que fazem o Cur-so de Especialização até os Capitães-Tenentes, que por sua vez fazem o Curso de Aperfeiçoa-mento de Oficiais.

Assim, juntos neste Centro de Excelência, onde os valores essenciais dos Fuzileiros Navais, - Honra, Competência, Determinação e Profissio-nalismo - são exaltados a todo tempo, “ombro a ombro”, Soldados, Graduados e Oficiais alunos, orientados pelos seus respectivos instrutores, bus-cam aprimorar seus conhecimentos e capacidades para melhor servirem à Marinha e ao Brasil. E fru-to desta convivência diária e objetivos comuns, desenvolve-se aqui, ainda mais, o “Espírito de Cor-po” dos Fuzileiros Navais, fortalecendo a coesão, camaradagem, altruísmo e respeito mútuo.

Constatada a necessidade de registrar essa experiência, que estimula o sentimento que move nossa instituição, surge então a revista ES-PÍRITO DE CORPO!

Esta publicação anual visa reportar as diver-sas atividades curriculares desenvolvidas pelo CIASC ao longo do ano letivo, bem como as tare-fas desenvolvidas pelos seus departamentos, de forma a proporcionar uma lembrança aos alunos e à sua tripulação.

Nessa universidade de cursos e estágios, o nosso Fuzileiro Naval percebe o quanto é neces-sário estudar e adestrar-se, pois a guerra moder-na e as novas ameaças exigem isso, e o quanto é importante conhecer e respeitar a diversidade de armas e especialidades, pois o somatório do todo tem sempre maior poder de combate que as ações individuais, ou seja, nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos!

Nesta primeira edição procurou-se também destacar os Exercícios no Terreno e Manobras Operativas realizadas pelos cursos e estágios, pois é fundamental por em prática no “General Terreno” as instruções aprendidas em sala de aula, visto que, de acordo com a pedagogia mo-derna, os alunos devem receber o máximo de estímulos diversificados, a fim de alcançar o ob-jetivo educacional. Missão cumprida!

“Instruir é construir” (Padre Antonio Viera)

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PALAVRAS DO COMANDANTE

Em 2014, 1.011 alunos passaram pelo Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo, o CIASC, realizando cursos de

carreira, sendo 133 Oficiais e 878 Praças. Além desses, outros 3.034 militares frequentaram nossas instalações fazendo cursos de menor duração, especiais e expeditos, e variados estágios de qualificação. Esses números iné-ditos impuseram um grande desafio ao nosso Centro: o de acolher e instruir um efetivo tão significativo sem deteriorar a excelência da qualidade de ensino, conquistada mercê da dedicação dos Comandos e Tripulações que nos antecederam.

Findo o ano, podemos considerar a meta plenamente alcançada, materializada na bri-lhante formatura realizada em 16 de dezem-bro. A missão do CIASC foi cumprida como consequência do trabalho diligente e profis-sional de seus Instrutores, do acompanha-mento pedagógico, ao detalhe, das atividades desenvolvidas, tanto em sala de aula quanto no terreno, de uma minuciosa coordenação de meios e recursos, sempre tão escassos, e de um contínuo apoio administrativo, presta-do por diversos setores, sem o qual a instru-ção não seria possível.

A sinergia obtida por esse trabalho em equipe, característica das lides do Fuzileiro Naval, foi decisiva para o sucesso alcançado. Decisivos também, e não menos importantes, foram os apoios prestados pelo Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais, em recursos hu-manos, e pela Força de Fuzileiros da Esquadra, a Força que vem do mar, com efetivos operati-vos e equipamentos.

O CIASC conduziu instruções em sete dos nove Distritos Navais da Marinha do Brasil, Cesar Lopes Loureiro

Contra-Almirante (FN) Comandante

em decorrência da exigência curricular de determina-dos Cursos de qualificar o aluno nos mais diversifica-dos ambientes operacionais. Nessas ocasiões, contou com o irrestrito suporte dos Comandos Distritais e das Organizações Militares de Fuzileiros Navais da área.

A Revista “Espírito de Corpo” procura retratar esse conjunto de fatores, internos e externos, de maneira a possibilitar ao leitor uma percepção realista da atual dimensão das tarefas executadas pelo Centro de Ins-trução em prol da qualificação do Combatente Anfí-bio da nossa Marinha, sua missão inalienável.

ADSUMUS

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HISTÓRICODaniel Marques RubinCapitão-de-Corveta (FN)

Instrutor do CAOCFN

Em 28 de dezembro de 1955, foi inaugurado o Centro de Instrução do Corpo de Fuzileiros Navais (CICFN). A ideia de se construir um

centro desse tipo nasceu bem antes dessa data. Desde a década de 30, alguns oficiais, dentre eles o então CT Sylvio de Camargo, constataram a ne-cessidade de melhorar a qualificação do pessoal no cumprimento das tarefas de cunho operativo, par-ticularmente as relacionadas à guerra anfíbia e ao combate terrestre.

Para a concretização dessa aspiração, vários obs-táculos tiveram que ser superados. A necessidade de uma área, própria do CFN, adequada para o es-tabelecimento das instalações do centro, demandou três anos de pesquisa e desapropriações (NUÑES, 2005). Nesse ponto, a criação do Campo da Ilha do Governador (CIG) se confunde com a própria cria-ção do CICFN. No CIG, seria instalado não somente o CICFN, mas Unidades de Desembarque, Artilharia e estrutura logística e de apoio.

Segundo Nuñes, outro grande desafio estava no preparo e na execução do projeto. Além da comple-xidade de se concretizar a obra, não havia recursos financeiros garantidos, suficientes para concluí-las. Nesse sentido, houve um grande esforço interno, no âmbito da MB, através do remanejamento de recursos, bem como um árduo trabalho de conven-cimento de autoridades quanto à importância da empreitada.

Talvez o maior dos desafios não tenha sido a falta de um terreno específico ou de verbas para a conclusão das obras, mas a quebra de paradigmas, que enraizavam o CFN numa mentalidade equivo-cada, voltada para atividades secundárias levadas a efeito na “pedreira” (NUÑES, 2005). O que se pro-punha à época era uma revitalização do CFN, ado-tando um rumo aproado com as Operações Anfíbias. Influenciados pelas doutrinas vigentes, em especial a do USMC, e pelo contexto pós guerra, alguns ofi-ciais ficaram convencidos da necessidade de voltar o

nosso CFN para o cumprimento de tarefas de cunho operativo, principalmente aquelas relacionadas às Operações Anfíbias (OpAnf).

Por essa razão, a criação do CICFN é considera-da um marco na história do CFN. Segundo Nuñes, o dia 28 de dezembro de 1955 “assinala o ponto de in-flexão dessa tropa na direção da modernidade e na adoção de um modelo voltado para o cumprimento de missões operativas”.

Já em março de 1956, os cursos de formação de cabos e os de formação e aperfeiçoamento de sar-gentos tiveram início, incluindo a abordagem de as-suntos específicos das OpAnf.

Para a oficialidade, ocorreu a implantação grada-tiva do Curso Preliminar, no mesmo ano, e o Curso Avançado de Operações Anfíbias (CAVANF), iniciado 10 anos depois, em 1966, cobrindo uma grande de-ficiência no conhecimento dos oficiais que saíam da EsAO especializados unicamente no combate terres-tre. Ambos os cursos deram origem aos atuais Curso de Especialização em Guerra Anfíbia (C-Espc-GAnf) e Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais do CFN (CAO-CFN), respectivamente.

Ao longo dos seus 59 anos, o CICFN sofreu duas mudanças de nome. Em 1971, passou a ser chama-do de Centro de Instrução e Adestramento do CFN (CIAdestCFN). Em 1990, após o falecimento do seu grande mentor, passou a denominar-se Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), justa homenagem à pessoa que dedicou grande parte da sua vida à melhoria do preparo do combatente Fu-zileiro Naval.

Assim como Sylvio de Camargo, ao longo desses 59 anos, inúmeros oficiais e praças se comprome-teram com a formação, especialização, habilitação e aperfeiçoamento, em diversos cursos, de dezenas de milhares de Combatentes Anfíbios. Como diz a Canção do CIASC, são “anfíbios guerreiros, audazes fuzileiros”, que em prol de sua missão, ajudaram a construir o CIASC de hoje.REFERÊNCIAS:NUÑEZ, Cosme. O Centro de Instrução do Corpo de Fuzilei-ros Navais. Âncoras e Fuzis. Rio de Janeiro, ano XXV, n. 24, p. 10-21, 2005.SOUZA, F. L.; COSTA A. S. A; DE SOUZA, W. J.; LAGE L. L. O CIASC de Hoje. Âncoras e Fuzis. Rio de Janeiro, ano XXV, n. 24, p. 22-35, 2005.

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IMEDIATO, GABINETE E SECRETARIA

CMG (FN) GUSTAVO MOREIRA PIERRE

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A Assessoria de Comunicação Social com-preende as atividades das assessorias de imprensa, relações públicas e publici-

dade, sendo, também, um canal adicional por meio do qual o Comandante do CIASC toma co-nhecimento de demandas dos militares da tri-pulação. Para isso, o Assessor de Comunicação deve se relacionar diretamente com todos os responsáveis pelos diversos setores da OM.

De acordo com a Ordem Interna do setor, es-tas são as atividades de responsabilidade exclusi-va da assessoria:

I) Confeccionar todos os tipos de brindes da OM, bem como prismas para simpósios, Festa dos Veteranos e formaturas realiza-das pelo CIASC;II) Confeccionar anualmente um álbum de fotos contendo obras e eventos realizados na OM;III) Produzir anualmente a Revista do CIASC, confeccionada a partir de matérias relati-vas ao ano letivo anterior, produzidas por diversos departamentos;IV) Apoiar com cobertura fotográfica e fil-magem os eventos relevantes que ocor-rerem dentro da OM, incluindo palestras, formaturas, almoços, encontros e outras atividades pertinentes, além de fotografar as atividades práticas dos cursos, fora da OM, quando o comando julgar necessário; V) Produzir mensalmente o “Jornal Mural”, que contem informações de caráter geral,

tendo como objetivo participar às praças e oficiais da OM os eventos e atividades que envolvam a Instituição, bem como deixá--los informados sobre assuntos relaciona-dos à saúde, funcionamento dos departa-mentos, meio ambiente e bem-estar. Ele é fixado nos ambientes de café e em um mural do prédio de ensino;VI) Monitorar toda a comunicação disponi-bilizada pelos diferentes setores em murais espalhados pela OM, visando à uniformida-de das informações;VII) Confeccionar matérias sobre eventos ocorridos no CIASC para possível publica-ção na Intranet, na Internet e na Revista “Espírito de Corpo” ou em outras publica-ções, de acordo com o entendimento do Comandante;VIII) Utilizar os eventos externos do CIASC, como as viagens dos diversos cursos, para divulgar a Marinha do Brasil e o CFN;IX) Manter as páginas do CIASC na Intranet e Internet permanentemente atualizadas;X) Divulgar no âmbito interno as decisões do Comando; eXI) Apoiar, com os meios disponíveis na assessoria, os eventos realizados no CIASC por outras OM ou instituições.

Fonte: CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE SYLVIO DE CAMARGO. Ordem Interna 03-04: Or-ganização e funcionamento da Assessoria de Co-municação Social. Fev, 2014.

Flávia Costa de Jesus Pereira Baptista1ºTEN (RM2-T)

Assessora de Comunicação Social

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

SOCIAL

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Quando uma Organização Militar (OM) vol-ta seus esforços no sentido de aprimorar a sua gestão, na verdade ela está trabalhan-

do de acordo com o conceito de gestão de exce-lência, está em conformidade com a proposta de gestão apresentada pelo Programa Netuno.

Afinal, o que é o Programa Netuno?O Programa Netuno foi elaborado com base

no programa GESPÚBLICA, estabelecido no âmbi-to do Governo Federal pelo decreto nº 5.378, de 23FEV2005. Este modelo de excelência de gestão pública adotado é composto por critérios que, in-terligados, possibilitam a análise da organização segundo enfoques distintos, sendo que uma OM, para ser reconhecida como possuidora de uma gestão de excelência, precisa pautar sua adminis-tração por critérios e agir pautada em procedi-mentos bem delineados.

A excelência em matéria de gestão prevê que a OM deve sempre manter o foco na missão. Deve atentar no sentido de não desviar as boas práticas, não deixar de empreender esforços nos processos principais, naqueles que vão garantir os resulta-dos. Na verdade, ela vai atentar para tudo aquilo que é correto fazer e vai executar ações buscando o melhor grau de qualidade possível. Vai atentar para com o cidadão, a sociedade, a força de tra-balho, a tecnologia da informação, a estrutura, o clima organizacional, a cultura organizacional, o mundo dos negócios em que ela está envolvida, enfim, a todas as perspectivas existentes. Porém, essas ações não podem se reduzir a produzir com máxima eficácia e qualidade. É obrigatório que o seu foco principal esteja nos resultados, pois só assim ela de fato terá condições de concorrer no processo de OM de excelência.

Falamos do foco no resultado, mas também devemos falar dos critérios para que uma gestão seja reconhecida como excelente. Dentre esses critérios, podemos trazer à baila, por exemplo, a liderança. Sendo o líder a pessoa que vai influen-

ciar as demais, ele deverá estar atento no que se diz respeito à maneira de conduzir os homens que, principalmente, estão debaixo de sua res-ponsabilidade. Na verdade, ele deve começar a se perguntar como tem se comportado diante dos erros, como se relaciona com os demais, como anda a sua atuação e como são tomadas as suas decisões, quem participa com ele no processo de-cisório e, depois que decide, como os demais inte-ressados tomam conhecimento disso. Enfim, a li-derança traz pressupostos que exercem influência elevadíssima no ambiente organizacional e produz efeitos diretos na produtividade. Sem uma boa li-derança, certamente os resultados serão tímidos. É como dizem: “É melhor ter ovelhas lideradas por um leão do que ter vários leões liderados por uma ovelha”. As organizações, ao pensarem em líderes, devem pensar em leões, líderes que sabem exer-cer o seu papel com muita propriedade. A ideia de ovelha, nesse caso, não se aplica, pois ela sofre sem reclamar; aponta para o tipo de líder que não gosta de conflitos. Entre corrigir o que está errado através da emersão do contraditório, da exortação, da chamada razão, do ambiente não favorável ao erro, do ambiente de conflito, prefere optar por um ambiente de falsa paz e com prejuízos diretos na produtividade. Líder tipo ovelha tem dificulda-de de assumir que apresenta atitudes e compor-tamentos errados perante a OM, por isso sua lide-rança não é benéfica para os negócios de sua OM.

Deixemos a continuidade desse assunto para uma próxima oportunidade, tendo em vista que o programa se encontra nos seus primeiros anos de implantação e o CIASC ainda está engatinhando diante de tudo isso, embora sendo uma OM com mais de meio século de existência. A bem da ver-dade, se formos felizes, assim como fomos com a metodologia de avaliação do ensino, os resultados de excelência na área de gestão não vão demorar.

Hoje, é parte da nossa visão de futuro ser uma OM reconhecida como excelente, tanto na área do ensino como na área da gestão; tanto dentro como fora da MB. Assim como as demais OM, queremos contribuir para que a Marinha do Brasil apresente as melhores condições para estar pron-ta e adequada à estrutura político-estratégica exi-gida pelo nosso Brasil.

Uilson Vilas Bôas de OliveiraCapitão-de-Corveta (T)

Assessor do Programa NETUNO

PROGRAMA NETUNO

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A Assessoria Jurídica do CIASC é parte com-ponente do Sistema de Assessoria Jurídi-ca Consultiva da Marinha (SAJCM), sendo

responsável por assessorar o Comandante do CIASC em assuntos de natureza jurídica, no cum-primento da Portaria 319/MB, de 12JUN2013 do CM, da DGPM-315 (2ª Revisão) e da SGM-102 (3ª Revisão). Cabe também à Assessoria Jurídica: co-ligir elementos de fato e de direito e preparar as informações que devam ser prestadas em man-dados de segurança, habeas corpus e habeas data, visando subsidiar o Comandante do CIASC, quando este for a autoridade impetrada; prepa-rar as informações a serem prestadas à AGU na defesa dos interesses da União – MB (CIASC), em Ações Mandamentais e demais Ações judiciais; auxiliar o Comandante do CIASC na elaboração de documentos que contenham elementos de fato e de direito, a fim de cooperar com a Ad-vocacia-Geral da União nos feitos em que for parte a União, nas informações que devam ser prestadas aos órgãos do Poder Judiciário, Minis-tério Público e Advogados; examinar, prévia e conclusivamente, no âmbito da MB, os textos de edital de licitação (concorrência, tomada de pre-ços, concurso, leilão e pregão), bem como os dos respectivos contratos ou instrumentos congêne-res, emitindo Nota Técnica – salvo os adendos e os termos de recebimento, a serem celebrados e publicados pelo CIASC; examinar a legalidade dos requerimentos e recursos administrativos, que não sejam de rotina, submetidos à aprecia-ção ou julgamento do Comandante do CIASC e instruir aqueles que devam ser levados à decisão de autoridades superiores; acompanhar o anda-mento das ações judiciais contra a União – MB (CIASC) e as ações judiciais contra outra OM da MB, em que o CIASC seja interessado; controlar os registros e arquivos, orientar os encarregados na elaboração de Inquéritos Policiais Militares,

Sindicâncias, Investigações Provisórias de Deser-ção, Conselhos de Justificação e Disciplina, Pro-cedimentos Administrativos Disciplinares contra Funcionários Civis, bem como elaborar as respec-tivas minutas de Portarias de Instauração; asses-sorar o Comandante do CIASC nos assuntos jurí-dicos administrativos atinentes aos militares do CIASC submetidos à ação da justiça, bem como manter registro e arquivo dos respectivos docu-mentos; assessorar os demais elementos organi-zacionais nos assuntos jurídicos, quando deter-minado pelo Comandante do CIASC; e executar quaisquer outros encargos de natureza jurídica que lhes forem cometidos pelo Regimento Inter-no ou pelo Comandante do CIASC.

COMPOSIÇÃO DA ASSESSORIA JURÍDICA (AsseJur)

A Assessoria Jurídica é composta, atualmente, pelo SO-FN-AT FRANCISCO ALVES DE MELO, Au-xiliar Técnico-Jurídico, pós-graduando em Direito Militar e pelo 2ºSG-FN-CN LEONARDO LOUZADA COUTINHO, Auxiliar da Assessoria Jurídica, pós-gra-duando em Direito Penal e Processo Penal Militar.

Os integrantes da Assessoria Jurídica atuam também como instrutores eventuais nas seguin-tes disciplinas: Ética Profissional Militar, com ênfase na temática dos Direitos Humanos, mi-nistrada ao Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargentos (C-Esp-HabSG); Noções Básicas de Direito Penal, abordando os principais aspectos da teoria do crime e dos crimes em es-pécie previstos na legislação penal, relacionados à liberdade pessoal, ministrada ao Curso Espe-cial de Negociação em Conflitos com Tomada de Reféns (C-Esp-NeConRef-Of), e palestras para os alunos do Curso Especial de Habilitação para Pro-moção a Sargentos (C-Esp-HabSG) e do Curso de Especialização (C-Espc) sobre militares submeti-dos a processos administrativos e criminais.

Bibliografia:1. ASSIS, Jorge César de. Direito Militar. Juruá. Curitiba. 2005. 2. CORREA, Getúlio. Direito Militar. História e Doutrina. Artigos Inéditos. AMAJME. Florianópolis. 2002. 3. CARNEIRO, Mario Tibúrcio Gomes. Estudos de Direito Militar. Editor Borsoi. Rio de Janeiro. 1959. 4. Ordem Interna nº03-05, de 21/03/2012 do CIASC - Organização e Funcionamento da Assessoria Jurídica.

Francisco Alves de MeloSuboficial (FN-AT)

Auxiliar Técnico-Jurídico

ASSESSORIA JURÍDICA

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As Atividades de Inteligência, embora pre-sentes ao longo da história da humanida-de, nem sempre foram adequadamente

interpretadas, definidas e compreendidas, prin-cipalmente por aquelas pessoas que, mesmo não as exercendo diretamente, poderão vir a se tor-nar objetos de seu estudo e de seu trabalho. Um dos principais fatores que contribuem para essa reduzida compreensão da importância e do signi-ficado das Atividades de Inteligência se apoia no sigilo necessário para o desenvolvimento dessas Atividades, fazendo-as adquirir matizes um tanto

sombrias, sendo, por vezes, confundidas com es-pionagem.

Apesar dessa aura misteriosa, essas Ativida-des objetivam a obtenção, a análise e a dissemi-nação de conhecimentos sobre fatos e situações com imediata ou potencial influência no proces-so decisório1 em instituições ou organizações pú-blicas ou privadas que podem atuar em esferas locais, regionais, nacionais ou internacionais, vi-sando à salvaguarda e à segurança dos recursos humanos, materiais e intelectuais que compõem esses organismos.

Waldeck Guilherme PereiraCapitão-de-Corveta

Assessor de Inteligência

ASSESSORIA DE INTELIGÊNCIA

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Não obstante, as Atividades de Inteligência permeiam as relações humanas, afetando am-plamente o relacionamento entre os povos mais remotos. Um dos mais antigos registros sobre es-sas atividades é encontrado no livro de Números, um dos livros do Antigo Testamento da Bíblia, es-crito por volta de 1400 a. C.2:

Nesse contexto, a Marinha do Brasil, visando atender ao propósito de proporcionar aos diver-sos níveis de Comando dentro de sua estrutura organizacional os conhecimentos necessários ao processo de tomada de decisão, estruturou um conjunto de Órgãos de Inteligência, denominado Sistema de Inteligência da Marinha (SIMAR). O SI-MAR é composto pelos Órgãos de Cúpula: Estado--Maior da Armada (EMA), Comando de Operações Navais (ComOpNav) e Centro de Inteligência da Marinha (CIM) e de diversas Agências e Células de Inteligência, responsáveis pela implementa-ção, supervisão, coordenação e execução das Ati-vidades de Inteligência, através de normas e pro-cedimentos previamente especificados em uma doutrina própria e comum, dentro da estrutura do Comando da Marinha.

Dentro dessa ótica, o Centro de Instrução e Adestramento Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), como importante elemento organiza-cional dentro da estrutura da Marinha do Brasil, possui, dentro de sua própria estrutura organiza-cional, uma Assessoria de Inteligência, setor dire-tamente subordinado ao Comando do CIASC, que tem a responsabilidade da execução das Ativida-des de Inteligência de obtenção e análise de da-dos, de produção e difusão de conhecimentos e de salvaguarda dos recursos da OM e da Marinha do Brasil contra ameaças e ações adversas, contri-buindo para o processo decisório do seu Coman-dante. Dentre outras, a Assessoria de Inteligência executa as tarefas de credenciamento de seguran-ça de pessoal para o exercício de função sensível ou sigilosa, expedição de crachás de identificação e acesso de pessoal, controle e restrição de aces-so pessoal civil, controle de acesso e de estaciona-

mento de viaturas particulares, expedição de car-tões provisórios de identidade, acompanhamento e normatização das atividades de serviço e segu-rança, divulgação de normas e procedimentos de segurança através de palestras e notas em Plano de Dia, objetivando a implementação de uma mentalidade de segurança na tripulação.

Concluindo, podemos observar que, desde o passado mais remoto da humanidade, vislum-brou-se a importância de atividades que permi-tissem o acesso a conhecimentos, o mais próximo possível da realidade, que pudessem fundamen-tar ou balizar as decisões sobre assuntos de inte-resse ou de possíveis ameaças à integridade de povos, nações ou quaisquer outros tipos de insti-tuições. Essa necessidade foi ampliando-se ao lon-go dos séculos, estendendo-se até os nossos dias, em função do frequente e constante aumento das complexidades das relações humanas e de seus interesses sociais, políticos, econômicos e milita-res, como também da diversificação de recursos materiais e intelectuais incorporados à socieda-de pelos avanços das ciências.

No contexto atual, no qual vivemos uma ver-dadeira democratização do acesso à informação, estendida em escala mundial através de redes cada vez mais amplas e complexas de sistemas, in-terligando satélites, computadores e outros equi-pamentos sofisticados e eficientes, temos imposta a necessidade da adoção e da modernização cons-tante da doutrina e dos procedimentos nas Ativi-dades de Inteligência que, numa vertente, devem estar aptas a operar neste ambiente, de forma a melhor obter e trabalhar com os dados e conhe-cimentos disponíveis de forma rápida e eficiente, e noutra vertente, detectar, obstruir e impedir o acesso ou interferência clandestina aos dados, co-nhecimentos e interesses de nossa instituição, a Marinha do Brasil. Este desafio é constante e di-nâmico, como dinâmica é a evolução dos sistemas que compõem a atual Tecnologia da Informação, onde o presente se torna obsoleto com rapidez e o futuro se faz presente todos os dias.

Assessoria de Inteligência

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A Marinha do Brasil, por intermédio da Dire-toria-Geral do Pessoal da Marinha (DGPM), iniciou, no ano de 2013, um projeto pio-

neiro e inovador nas Forças Armadas brasileiras: o Projeto Piloto do Programa “Suboficial-Mor”. Cabe ressaltar que essa empreitada teve como ponto de partida o programa “Command Master Chief”, da Marinha americana, sendo desenvolvi-da sob orientação do Comandante da Marinha.

O objetivo dessa inovação é analisar a viabi-lidade de sua implantação à nossa cultura mili-tar, cujo foco principal é contar com um subofi-cial que desfrute de prestígio entre seus pares, subordinados e superiores, capaz de demonstrar valores e atributos de liderança. Dessa forma, o Suboficial-Mor representa um canal direto com o Comandante da OM, via Imediato, sendo um porta-voz das necessidades e anseios da guarni-ção, contribuindo para um melhor clima organi-zacional da OM.

Para participar desse projeto, de forma em-brionária, foram escolhidas apenas quatro OM em toda a Marinha brasileira: Comando-Geral do CFN, Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo, Batalhão de Operações Especiais do CFN e a Fragata Independência. Os respectivos Comandantes, com o apoio da Oficialidade, es-colheram o Suboficial que seria submetido à ava-liação de uma comissão organizada pela DGPM.

É importante ressaltar que as OM escolhidas foram estrategicamente elencadas, pois se tratam de organizações do mais variados segmentos de atuação da Marinha: administrativo, ensino, ope-rativo e a representatividade de nossa Esquadra. Esse experimento está sendo devidamente testa-do e acompanhado, por um período de dois anos, por uma comissão composta por representantes dos mais variados setores da Marinha.

Em 2013, foram selecionados quatro Subofi-ciais para darem início ao processo de formação

dessa nova função, sendo eu o escolhido pelo CIASC. Dessa forma, os Suboficiais selecionados, incluindo eu, foram submetidos a uma prova es-crita, composta por questões que englobavam todo o currículo do Curso de Formação de Sar-gentos, Curso de Habilitação a Suboficial e uma redação. Além disso, fomos igualmente submeti-dos a uma avaliação psicológica pelo Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha (SSPM) e parecer da Comissão de Promoção de Praças (CPP), que avaliaram o perfil da carreira de cada militar.

Após esse período de avaliação, fomos devi-damente aprovados e matriculados no Curso Es-pecial de Preparação para Suboficial-Mor, com a duração de dois meses.

A OM escolhida para a realização desse curso foi o Centro de Instrução Almirante Alexandrino, que teve em seu currículo disciplinas em prol do aprimoramento técnico profissional do grupo, na área de oratória e escrita, liderança, práticas de gestão, assuntos atinentes à carreira das Praças e os programas sociais oferecidos pela MB, que em sua maioria, apesar de vivermos em plena era da informação, não é de domínio dos nossos militares.

Após esse curso, em setembro de 2013, assumi a função de Suboficial-Mor no CIASC e atrelado a esta vieram os desafios. De imediato, esta função mostrou que não se tratava de uma tarefa qualquer e a primeira crise, talvez a mais árdua, foi relacio-nada à questão hierárquica e ao choque cultural, já que nossos pilares são a disciplina e a hierarquia.

Nesse contexto, foi extremamente impor-tante o apoio do Contra-Almirante (FN) Nélio de Almeida, na época comandante da OM, ao me apresentar à oficialidade como Suboficial--Mor, falando dos objetivos do programa. Nessa ocasião, manifestou a todos que para o sucesso desse ato inovador seria imprescindível o apoio e envolvimento de todos.

Após esse momento, realizou outra reunião com os Suboficiais mais antigos do que eu, res-saltando que a escolha não desmerecia nenhum deles, pois se pautava apenas no que se refere a perfil funcional, deixando claro que de forma al-guma eles estavam perdendo suas prerrogativas e que, semelhante aos oficiais, seria necessário o

PROGRAMA SUBOFICIAL-MOR

Manoel Pedro Cavalcanti SO-FN-MO

Suboficial-Mor

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devido apoio de cada um. Para isso, nos orientou que fizéssemos reuniões periódicas com o intuito de deliberarmos juntos acerca dos assuntos que seriam levados ao comando, pois traduziria maior segurança e credibilidade.

Entretanto, os desafios permanecem, a meu ver, perenes, conforme nos disse em uma reunião o Capitão-de-Fragata (FN) Alexandre Barbosa, membro da comissão de implantação do projeto: “Estamos navegando em um mar com pouca vi-sibilidade e precisamos ser cautelosos”. Essas pa-lavras tomam sentido literal à medida que venho exercendo essa nobre e importante função em mi-nha OM, no trato com superiores e subordinados.

Na Marinha americana, a função, por força histórica, tem infinitamente maior notoriedade e aceitação, havendo também o aspecto cultural, tendo em vista que o comando lá é trino: Coman-dante, Imediato e Suboficial-Mor, que tomam as decisões em conjunto. Aqui em nosso país man-teve-se a indivisibilidade do comando, permane-cendo uno.

Porém, nós, Suboficiais-Mores, não vemos nesses óbices nenhum problema, e sim encara-mos como desafios a serem sobrepujados. Por isso, devemos labutar para quebrarmos alguns pa-radigmas e com determinação, profissionalismo e, acima de tudo, com ética, moral e lealdade aos princípios que nos norteiam, construirmos uma Marinha mais moderna.

Tratando-se de modernidade, em hipótese al-guma podemos desprezar nossas tradições, que se constituem em nossas raízes, mas também não podemos nos tornar tradicionalistas a ponto de não evoluirmos e esse ousado programa cor-robora com essa ideia. Estamos convictos que o Comando da Marinha foi visionário ao implantar o “Suboficial-Mor” e que futuramente colherá os devidos frutos de sua ousadia.

No pleno exercício da minha função, rotinei-ramente, tenho crescido exponencialmente como profissional e, acima de tudo, como pessoa. Por força funcional tenho sido mais exposto e, com isso, constantemente procurado pelas Praças e também por alguns Oficiais.

No que tange as Praças, temos compartilhado dos mais diversos problemas, seja no campo pro-fissional, pessoal ou social. Com isso, tenho per-cebido cada vez mais que por trás de uma farda

PROGRAMA SUBOFICIAL-MOR

há um ser humano envolto por toda complexida-de do viver. A nossa mente é de fato um univer-so desconhecido, trocamos sorrisos e ideias, mas não conhecemos o outro. Precisamos desenvolver um ambiente amistoso que contribua para o bem estar social e o melhor rendimento profissional, construindo um ambiente de valorização da opi-nião da equipe.

E graças ao bom Deus e ao apoio do Coman-do do CIASC, todas as necessidades, ao menos as mais graves, foram devidamente atendidas, como Licença para Tratar da Saúde, tanto do militar, quanto da família, movimentações a pedido, justi-ficadas como necessárias, entre tantas outras.

Por outro lado, o relacionamento com os meus superiores hierárquicos têm se constituído numa verdadeira escola da vida, pois recebo as mais va-riadas orientações, contribuindo significativamen-te para a realização de um trabalho com maior qualidade. Entretanto, é natural que às vezes di-vergências ocorram, o que é bastante saudável, e nessas ocasiões, de um modo geral, temos encon-trado uma linha de ação mais sólida.

Não poderia deixar de registrar o apoio que tenho recebido do comando do CIASC, pois per-cebo tanto do Comandante, quanto do Imediato, uma valorização do meu assessoramento. Além disso, caminhamos para um estreitamento no re-lacionamento profissional, capaz de tornar o am-biente mais amigável, aumentando, dessa forma, a minha confiança na execução das tarefas, cujo objetivo final é ajudá-los nessa árdua missão de elevar o nome do nosso Centro de Instrução, com uma tripulação vibrante e motivada.

E por fim, agradeço a todos os meus amigos: Praças, Servidores Civis e empreiteiros, que den-tre tantas qualidades, demonstram zelo na execu-ção das tarefas, espírito de corpo e empenho para um melhor convívio a bordo. Acreditem, todos fa-zemos parte desse barco e compete à nossa gera-ção conduzi-lo com maestria e segurança. Mesmo quando a situação, por força da missão, se mos-trar adversa, juntos seremos mais fortes.

Concluo com um pensamento que resume meus ideais de vida: “Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, cora-gem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir entre elas” (Reinhold Niebuhr).

Liderar é preciso!Adsumus!

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Wagner Junqueira de SouzaCapitão-de-Mar-e-Guerra (Refº-FN)

Superintendente de Ensino

SUPERINTENDÊNCIA DE ENSINO - SE

A Superintendência de Ensino (SE) do CIASC é uma organização de elevada complexi-dade advinda da diversidade de tarefas

sobre as quais é responsável, dentre as quais a coordenação, o controle e a supervisão de uma variada gama de departamentos e de cursos e es-tágios ministrados dentro de suas dependências ou fora delas. Atualmente, os diversos departa-mentos da superintendência são responsáveis pela condução, apoio e supervisão pedagógica e educacional de vinte e dois cursos de carreira, entre os de oficiais e de praças, quarenta cursos/estágios realizados em suas dependências e vinte e nove cursos/estágios realizados nas Organiza-ções Militares Executoras (OME), sendo estes úl-timos supervisionados pedagogicamente e sujei-tos à administração escolar do CIASC, perfazendo um total de noventa e um cursos.

Esta complexidade está assentada, também, nos exercícios curriculares de vulto, a maior parte em ambiente externo ao Complexo Naval da Ilha do Governador (CNIG), onde o CIASC está locali-zado, sendo que, destes, vários são realizados em outros estados da federação, incluindo a Região Amazônica, o Pantanal Matogrossense e a Região de Caatinga, no Nordeste Brasileiro. A maioria

destes exercícios demanda o emprego de meios orgânicos e outros, envolvendo meios navais, ae-ronavais e de fuzileiros navais (não pertencentes à sua dotação), além de aviões da Força Aérea Brasileira e unidades do Exército Brasileiro. Deve ser acrescentado, também, o fato de vários des-tes eventos estarem revestidos de riscos eleva-dos, como aqueles conduzidos com o emprego de munição real envolvendo movimento de tro-pa, manuseio de explosivos e os conduzidos sob intensa demanda psicofísica, combinados com ambientes extremamente inóspitos como os de selva, caatinga e pantanal.

É interessante acrescentar a esta complexi-dade, a gama de conhecimentos diversos ne-cessários à condução dos diferentes cursos, a necessidade de revisar seus currículos quando assim julgado necessário e a consequente altera-ção dos projetos específicos, sendo estas tarefas realizadas concomitantemente com os afazeres diários na condução das aulas e/ou exercícios curriculares, além da participação na tabela de serviços da OM.

Dentro deste panorama foram realizadas profundas modificações curriculares nos anos de 2011, 2012 e 2013, ocasião em que foram

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revistos todos os currículos dos cursos de carrei-ra, fossem de oficiais ou de praças, e criadas as Ordens Internas Estruturantes (documento que estabelece as normas, procedimentos e deve-res no âmbito de cada curso). Além disso, outros cursos não enquadrados como de carreira mas julgados como possuidores de maior peso espe-cífico, como por exemplo o do C-Esp-ComAnf e o do C-Espc-GAnf/E-E-GAnf também tiveram seus currículos revisados e suas Ordens Internas Es-truturantes criadas. Estas revisões tiveram como norteadores o alinhamento dos conteúdos com os interesses do Setor Operativo e, é claro, com o estado da arte vigente.

Para a realização de suas tarefas a SE é consti-tuída por diversos departamentos, sendo alguns envolvidos diretamente com a atividade fim da OM e outros com as atividades de apoio e/ou su-pervisão/orientação, que passarei a citá-los, bem como suas tarefas mais amplas:

• Departamento de Curso de Aperfeiçoa-mento de Oficiais - tem como propósito o de aperfeiçoar Capitães-Tenentes (FN/QC-FN/AFN) para o exercício das funções de Estados-Maiores de Unidades Operati-vas / Grupamentos Operativos até o nível Grupamento de Desembarque de Bata-lhão (GDB);

• Departamento de Instrução - possui sob a sua responsabilidade a condução e a coordenação das escolas que ministram os conteúdos dos cursos de carreira de praças das diversas especialidades, quais sejam: Infantaria, Artilharia, Engenharia, Blindados, Motores e Máquinas, Comu-nicações Navais e Eletrônica, Corneta e Tambor, Música, Habilitação a Promoção a Sargento e Escrita e Fazenda;

• Departamento de Cursos Operacionais - responsável pelo suporte administrativo e a coordenação e controle das necessi-dades das escolas a ele agregadas quais sejam: a Escola de Operações Especiais,

a Escola de Guerra Anfíbia e a Escola de Operações de Paz;

• Departamento de Apoio ao Ensino - é o grande provedor de todos os meios ne-cessários aos exercícios curriculares de todos os cursos ministrados no CIASC, bem como o grande gerenciador interno dos recursos instrucionais necessários à instrução;

• Departamento de Orientação e Avaliação – principal guardião dos aspectos relaciona-dos à pedagogia e à orientação educacio-nal no âmbito dos cursos, além de ter sob sua responsabilidade o acompanhamento na obtenção e análise de todos os dados considerados nas diversas dimensões que compõem o Sistema de Avaliação do Ensi-no Naval, instrumento que avalia as insti-tuições de ensino na MB;

• Departamento de Administração Escolar – responsável direto pela coordenação e acompanhamento dos cursos e estágios extracarreira e pela parte documental re-ferente aos cursos/estágios;

• - Escola de Liderança – responsável pela realização de intervenções sobre o tema nos cursos de carreira ao longo do ano, e pela aplicação da Pista de Liderança, seja nos cursos do CIASC ou quando solicitada por elementos externos;

• Núcleo de Ensino a Distância – responsável pela condução do Curso Especial de Habi-litação para Promoção Suboficial por meio da internet/intranet, utilizando-se do Am-biente Virtual de Aprendizagem (AVA).

É esperado que este texto tenha fornecido ao leitor uma visão ampla da Superintendência de Ensino do CIASC bem como da complexidade das tarefas que lhes são pertinentes. Nas pági-nas seguintes poderá ser encontrado um maior detalhamento das atividades dos diversos depar-tamentos / cursos que compõem esta Superin-tendência.

Superintendência de Ensino

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Leonel Mariano da Silva Júnior Capitão-de-Fragata (FN)

Chefe do Departamento de Instrução

DEPARTAMENTO DE INSTRUÇÃO - DI

Compete ao Departamento de Instrução (DI) do CIASC ministrar todos os cursos e está-gios de carreira para as Praças Fuzileiros

Navais, à exceção do Curso de Formação de Sol-dados. Desta forma, o DI tem, sob sua responsa-bilidade, os seguintes Cursos: Especiais de Habi-litação a Suboficial e a Sargento, de Formação de Sargentos Músicos e de Aperfeiçoamento e Espe-cialização em Infantaria, Artilharia, Engenharia, Comunicações Navais, Eletrônica, Motores e Má-quinas, Corneta e Tambor, Escrita e Blindados. Inclui-se ainda nesta lista o Estágio de Habilitação a Sargento.

Além disso, o DI ministra cursos e estágios ex-tracarreira em áreas com estreita relação com os cursos de carreira acima listados, para Oficiais e Praças do CFN, a saber: Cursos Especiais de Ma-nutenção Orgânica de Viaturas e de Oficiais de

Comunicações, Curso Expedito de Reparo e Ma-nutenção de Instrumentos Musicais, Estágios de Qualificação Técnica Especial de Preparação para Mudança de Categoria de CNH, Pelotão de Petre-chos, Pelotão de Morteiros 81 mm, Pelotão Anti-carro, Pelotão de Metralhadoras Pesadas, Prepa-ração de Instrutores em Táticas de Subunidades e Frações, Motorista Militar de Viaturas Operativas Leves e Motorista Militar de Viaturas Operativas Pesadas e Estágio de Atualização de Corneteiros.

Alguns desses Cursos e Estágios não são re-alizados todo ano, mas há outros que têm mais de uma execução nesse período. Em 2014, por exemplo, foram 38 cursos e estágios ministrados, o que é motivo de orgulho e satisfação profissio-nal para todos os tripulantes do DI, que em 2014 foram em número de dez oficiais e 122 praças instrutores.

Departamento de Instrução – 2014

Para a realização de suas tarefas, o DI se divide em Escolas: Infantaria, Artilharia, Engenharia, Comu-nicações Navais e Eletrônica, Motores e Máquinas, Habilitação e Formação, Música e Corneta e Tambor, Escrita e Blindados. A seguir, abordaremos detalhadamente as atividades de cada uma dessas Escolas.

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ESCOLA DE INFANTARIA

A Infantaria compreende o conjunto das tro-pas de um exército particularmente apto para re-alizar o combate a pé, ainda que se utilizando de meios de transportes terrestre, aéreos ou aquáti-cos para o seu deslocamento. É, por excelência, a arma do combate aproximado, apta a operar em qualquer tipo de terreno e sob quaisquer condi-ções de tempo e visibilidade. Na ofensiva, a sua missão é cerrar sob o inimigo para destruí-lo ou capturá-lo, utilizando-se, para isso, o fogo, o mo-vimento e o combate aproximado. Na defensiva, sua missão é manter o terreno, impedindo, res-tringindo ou repelindo o ataque inimigo por meio do fogo e do combate aproximado, expulsando--o ou destruindo-o pelo contra-ataque. Devido às suas características, torna-se também instru-mento decisivo quando empregado na garantia da lei e da ordem.

A partir de 2011, a Escola de Infantaria iniciou um trabalho de modificação dos currículos dos C-Ap-IF e C-Espc-IF, a fim de torná-los mais práti-cos e melhorar a verticalização do conhecimento. O currículo do C-Ap-IF teve por princípios básicos a atualização de conhecimentos e a mudança na formação do Sargento, a qual extrapola a simples Formação do CB a Sargento. Esta nova formação prevê preparar o sargento para ser o substituto eventual do comandante de pelotão.

Dentre essas diversas mudanças, podemos destacar as Instruções de Escola do Pelotão, GC

e ET, que integraram os conhecimentos de téc-nicas de progressão, formações, técnica de tiro das frações e comandos. Os cursos são divididos em fases ou blocos que são ciclos de instruções que seguem uma sistemática de ensino-aprendi-zagem audaciosa e inovadora, com o intuito de capacitar o aluno a trabalhar como um elemento do sistema de combate. As instruções se iniciam com aulas teóricas em sala de aula, onde se tra-balha a área cognitiva do conhecimento. Depois, inicia-se uma pequena prática, na qual, agora, o aluno desenvolverá a área psicomotora do co-nhecimento daquela disciplina. Após um conjun-to de ciclos de um grupo de disciplinas, os alu-nos realizam um exercício no terreno chamado de Prática de Infantaria, onde são avaliados, na prática, tudo o que aprenderam até aquele mo-mento. Para o curso de Aperfeiçoamento, existe uma terceira fase deste ciclo, chamada de Pista de Aplicação Militar (PAM), onde os alunos de-senvolvem os atributos da área afetiva - atributos estes de extrema relevância para o exercício da li-derança nas pequenas frações de infantaria. Esta pista nada mais é do que um resumo de tudo que já foi estudado e visto pelos alunos, inseri-dos em uma situação que tenta imitar a realida-de do combate, e é nesta “imitação do combate” que os instrutores buscam verificar se os alunos sabem aplicar tudo o que já foi visto de forma integrada, além de desenvolver um nível mínimo de experiência em “combate” em época de paz.

Instrutores da Escola de Infantaria do ano de 2014

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Pista de Aplicação Militar – Oficina de GC Ponta na Marcha de Aproximação

Formatura de verificação de material

Ataque Coordenado Diurno Técnica de Tiro do GC

Oficina de Operações com Blindados

ESCOLA DE ARTILHARIA

No ano de 2014, a Escola de Artilharia condu-ziu os cursos de Especialização em Artilharia para os alunos Soldados Fuzileiros Navais e de Aper-feiçoamento em Artilharia para os 3º Sargentos Fuzileiros Navais da especialidade de Artilharia oriundos do Curso de Habilitação a Sargentos. Durante os cursos, foram enfatizados ensinamen-tos técnicos de Artilharia, visando aprofundar os conhecimentos dos militares para o exercício das funções nas Unidades da FFE.

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No Curso de Aperfeiçoamento em Artilharia, os alunos puderam acompanhar alguns exercí-cios junto ao Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais durante as Escolas de Fogo realizadas em Três Corações – MG e Formosa – GO. Nesse últi-mo, contando também com a presença dos alu-nos da Especialização em Artilharia, onde ambos os cursos participaram efetivamente da realiza-ção dos tiros das peças de Artilharia, atividades essas nas quais os alunos são divididos em gru-pos e distribuídos pela Linha de Fogo, Central de Tiro e Posto de Observação.

Ao longo dos cursos, também são realizadas visitas ao simulador de apoio de fogo no Bata-lhão de Artilharia e visita à Fábrica de Munição Almirante Jurandir da Costa Müller de Campos, localizada no Bairro de Campo Grande – RJ.

ESCOLA DE ENGENHARIA

No decorrer do ano de 2014, a Escola de En-genharia do CIASC participou de diversos exercí-cios no terreno, tais como TRANSPOEX, em Ita-guaí-RJ; MARAMBEX, na Ilha da Marambaia-RJ; e COROEX, em Itaoca-ES, nos quais foram aplicados

os conhecimentos teóricos adquiridos. Ao longo do ano, foram ministradas instruções sobre Or-ganização e Emprego da Engenharia, Explosivos e Destruições, Minas Terrestres e Armadilhas, Solos e Estradas de Campanha, Equipamentos de Engenharia, Organização do Terreno, Trans-posição de Cursos D’água e Tratamento D’água. Foram realizadas também visitas externas na IMBEL, CEDAE e DNIT, que contribuíram para o estreitamento de laços e enriquecimento de co-nhecimento dos alunos e instrutores.

Nestes exercícios, os alunos dos Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização em Engenha-ria puderam familiarizar-se com as tarefas per-tinentes ao BtlEngFuzNav do CFN, contribuindo assim para comporem no futuro frações de en-genharia a cargo de ampliar o poder de combate dos diversos Grupamentos Operativos de Fuzilei-ros Navais, apoiando sua mobilidade, contramo-bilidade e proteção.

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ExplosivosMinas, Armadilhas e Obstáculos

ESCOLA DE COMUNICAÇÕES NAVAIS E ELETRÔNICA

O Curso de Aperfeiçoamento capacita o aluno a se tornar técnico em eletrônica, desenvolvendo a função de encarregado de oficina, aprendendo circuitos de pulso, circuitos de telecomunicação, circuitos digitais, circuitos elétricos, e manuten-ção de sistemas de equipamentos de campanha e sistemas eletrônicos. O Curso de Especializa-ção habilita os alunos às funções de auxiliares de técnico de eletrônica, despertando para os novos conhecimentos, como eletricidade básica,

eletrônica básica e digital, telecomunicações e segurança de oficinas, entre outros.

O Laboratório de Eletrônica é um auxílio fundamental no processo prático de ensino de eletrônica, onde são testadas todas as teorias ensinadas na sala de aula, tendo todos os equi-pamentos necessários numa bancada, poden-do também proporcionar o desenvolvimento de projetos dos instrutores se necessário à OM quando representada em algum congresso, feira científica ou defesa tecnológica.

O ambiente industrial do Centro Tecnológico do CFN coopera na preparação dos novos técni-cos e auxiliares em eletrônica, cujas funções são inerentes à eletrônica industrial. A equipe de instrutores elabora, prepara e ministra as aulas, usando de sua experiência voltada à montagem e desmontagem de antenas, carregamento de ba-terias e soldagens.

ESCOLA DE MOTORES E MÁQUINAS

Além das aulas expositivas em sala de aula, também são programadas aulas práticas para fixar o aprendizado e proporcionar o contato in loco do aluno com as viaturas e técnicas profis-sionais. Próximo ao término do curso, os alunos participam de exercícios no terreno (MOTOREX) para efetivamente colocarem em prática os ensi-namentos técnicos adquiridos no curso.

O exercício no terreno (MOTOREX) tem o pro-pósito de suplementar as atividades dos alunos dos cursos de aperfeiçoamento e especialização utilizando viaturas operativas.

Consiste na aplicação prática, coordenação e preparação do exercício, e manutenção das viatu-ras antes, durante e depois do exercício. Durante o exercício, os alunos de aperfeiçoamento são di-vididos em equipes, as quais entram num rodízio para serem instruídas a respeito das diversas ati-vidades, tais como: orientação e navegação com viaturas, apoio logístico (fornecimento de ração e água), simulação de manutenção de viaturas em pane, reparos de fortuna, manobra de força e so-corro de viaturas, incluindo viatura socorro.

A cada dia de exercício, uma equipe de alunos de aperfeiçoamento fica de prontidão para efe-tuar reparos de rotina e emergência nas viaturas

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envolvidas na instrução. Os alunos da especiali-zação são divididos em equipes de acordo com a quantidade de viaturas disponíveis, onde são aplicadas as instruções de orientação e nave-gação com viatura, técnicas de transposição de curso d’água, reparo de emergência, manobra de força, condução de viatura em Qualquer Ter-reno - QT, comboio, colunas de marcha cerrada, aberta e por infiltração, utilização de OVN, linha de escurecimento parcial (LEP - luzes militares) e linha de escurecimento total (LET).

ESCOLA DE HABILITAÇÃO E FORMAÇÃO

Esta Escola ministra cursos e estágios que ha-bilitam praças à promoção a Suboficial e Sargen-to, além da formação de Sargentos Músicos.

O Curso Especial de Habilitação a Suboficial é ministrado por meio da modalidade de ensino a distância. Os alunos, depois da conclusão do Curso de Habilitação a Suboficial serão promovi-dos após o final do interstício.

Os alunos do C-Esp-HabSG adquirem conhe-cimentos nas disciplinas inerentes ao curso, tais como: Formação Militar Naval, Grupamento Operativo, Etiqueta, Administração Naval, Lide-rança, dentre outras.

No decorrer do curso, são realizados alguns exercícios para que os alunos pratiquem os co-nhecimentos adquiridos nas disciplinas inerentes aos cursos particularmente na pista de Liderança.

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No período de Adaptação, os candidatos ao Curso de Formação de Sargentos Músicos, oriundos da vida civil, se apresentam no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo para se adaptarem à nova vida da caserna. Durante o curso, os alunos têm a oportunidade de colocar em prática o conhecimento militar adquirido nas primeiras semanas, contribuindo, dessa forma, para o aprendizado e a formação dos futuros Sargentos.

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ESCOLA DE MÚSICA E CORNETA E TAMBOR

Desde a chegada da Família Real ao Brasil em 7 de março de 1808, as bandas militares assu-mem um papel fundamental no desenvolvimento da identidade cultural brasileira. O CIASC constitui peça fundamental nesse processo, pois desde a década de 50, os respectivos Comandos desenvolvem ações variadas para o sucesso e evolução da música na MB. Dentre essas ações, a que merece maior destaque é a criação da Escola de Música do CIASC, que nasceu praticamente, junto com a OM. A EM, hoje, ao mesmo tempo em que democratiza o ensino de música militar na Marinha, contribui para a formação de seus militares nos diversos níveis da carreira.

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Muitas atribuições foram confiadas à referida escola desde o seu surgimento, entretanto, citare-mos as de maior relevância:

• Preparar o 3º Sargento Fuzileiro Naval Músico/Corneta e Tambor, e o Cabo Fuzileiro Naval Corneteiro para atuar em bandas de músicas e marcial em diversas Organizações Militares da Marinha do Brasil, executando, dessa forma, seus respectivos instrumentos;

• Participar de treinamentos, formaturas e evoluções da banda de música e marcial, levando aos demais militares a noção de patriotismo e civismo; e

• Executar hinos, marchas e canções que reproduzem e perpetuam as tradições militares.

Os alunos, após a conclusão do Curso de Formação de Sargentos, são promovidos à graduação de Terceiro Sargento Músicos e, em seguida, iniciam o Curso de Aperfeiçoamento. Nessa fase, eles par-ticipam de disciplinas como: Prática Instrumental, Estudo de Softwares Musicais, Percepção Musical, Harmonia e Regência, além de Canto do Cerimonial Militar e Teoria Musical. Já os alunos do Curso de Especialização adquirem conhecimentos nas disciplinas de Prática Instrumental, Teoria Musical, Percep-ção Musical e outras. Depois de formados, são promovidos à graduação de Cabo e são distribuídos nas diversas OM, a fim de desempenharem a função de corneteiros.

Os instrumentos musicais também têm prazo de validade e, dessa forma, necessitam de continu-ada manutenção. A Escola de Música disponibiliza militares especializados no reparo de instrumentos musicais para ministrarem aulas teóricas e práticas aos militares que estão no processo de movimen-tação, para que possam dar continuidade ao trabalho nas Bandas de fora de sede.

ESCOLA DE ESCRITA

Diante da dinâmica no aprimoramento dos processos organizacionais, aliada à constante atuali-zação normativa e de sistemas gerenciais, quais sejam, atinentes à área de gestão de pessoas, orça-mentária, material e financeira, torna-se essencial criar meios e condições para o aperfeiçoamento do Sargento Escrita Fuzileiro Naval. É esse profissional que nos mais diversos setores da administração, em todos os níveis, executará os procedimentos, exercerá o assessoramento técnico, bem como tor-nará possível a comunicação administrativa do CFN com as demais instâncias da Administração Naval.

Para tanto, ao Curso de Aperfeiçoamento de Escrita, coordenado pela Escola de Escrita no CIASC, é fundamental dispor de material humano e meios para a prática educativa. É, principalmente, por meio de um corpo docente comprometido, motivado e, permanentemente, atualizado que as atividades poderão ser desenvolvidas.

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Ao longo do curso, foram desenvolvidas as atividades previstas no currículo, incluindo as ex-traclasse, entre elas: visita à Pagadoria do Pessoal da Marinha, Palestras sobre Carreira, Liderança, Treinamento sobre o Sistema Integrado de Ges-tão de Pessoal do CFN (SiGeP) e, ainda, palestra no CEFAN com integrantes da Advocacia Geral da União (AGU), abordando o tema “Atualização e Pontos Fundamentais em Processos Licitatórios”.

ESCOLA DE BLINDADOS

Em 06 de setembro de 2013, o Comandante da Marinha, o Almirante de Esquadra Júlio Soa-res de Moura Neto, aprovou a criação da nova especialidade no Corpo de Fuzileiros Navais, a Escola de Blindados (BD).

Nas últimas décadas, tem ocorrido acentuado crescimento do emprego de blindados pelo Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), em consonância com o conceito de emprego das mais atualizadas For-ças Militares. Atualmente, a mobilidade, a pro-teção blindada e a consequente ação de choque, proporcionadas pela utilização de tais meios, representam importantes características, das quais os Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) não podem prescindir. Nas mais recentes e variadas operações realiza-das pelo CFN, os blindados têm exercido papel de inegável relevância. Nas Operações Anfíbias, os Carros Lagarta Anfíbio (CLAnf) representam, inequivocamente, o maior símbolo da capacida-de de projeção de poder do CFN. A participação em Operações de Paz, como a MINUSTAH, por

outro lado, evidenciou a importância das viatu-ras blindadas sobre rodas na proteção de nossas tropas, resultando na aquisição e incorporação das Viaturas Blindadas Especiais Sobre Rodas (VtrBldEsp SR) 8X8 PIRANHA IIIC. Nas recentes e inusitadas operações de apoio às Forças de Segurança no Rio de Janeiro, o papel exercido pelos blindados do CFN, incluindo, além das via-turas já mencionadas, as Viaturas Blindadas Es-peciais Sobre Lagartas (VtrBldEsp SL) M-113A1, as mais antigas do nosso acervo, foi decisiva para o sucesso alcançado, com enorme repercussão nacional e internacional.

A Escola de Blindados vem trabalhando exaustivamente a fim de cumprir as determina-ções a ela impostas para o cumprimento das di-versas missões que irá realizar no ano de 2015. Para tanto, realizou em 2014:

Análise dos currículos da Especialização e do Aperfeiçoamento, que vêm sofrendo diversas re-visões e implementação de novas atividades nos currículos;

• Desenvolvimento de tarefas na consonân-cia a elaboração dos projetos específicos;

• Envio de instrutores aos Batalhões de Blindados e Viaturas Anfíbias para seu efetivo aperfeiçoamento e habilitando-os em novas Viaturas Blindadas, tais como a realização do Estágio na Vtr Bld Piranha 8X8 IIIC e o Curso de Comandante de Fra-ção do Carro Lagarto Anfíbio; e

• Participação de Pedido de Cooperação e Instrução no Exército Brasileiro, na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul.

Departamento de Instrução

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No período de 8 a 20 de novembro foi rea-lizado, em Itaoca – ES, o exercício CORO-EX/2014, representando o coroamento

prático do que foi ministrado, durante o ano letivo, nos Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização em Infantaria, Engenharia e Comunicações Navais.

Durante o evento, os alunos de Infantaria se exercitaram em Ataque Coordenado e Noturno, Operações Anfíbias, Ribeirinhas e com Blindados, Patrulha, Defensiva e Marcha para o Combate. Já os alunos de engenharia executaram prática de explosivos e destruições, reconhecimento técnico, patrulha, organização e emprego da engenharia

Hélio Paiva da Silva JuniorCapitão-de-Corveta (FN)

Encarregado da Escola de Infantaria

COROEX2014

e campo minado. Os alunos de comunicações navais receberam instruções práticas de equipa-mentos rádio, postos de retransmissão, antenas expeditas e RC-292 e procedimento fonia, além de exercitarem o estabelecimento e manutenção da rede de comunicações de uma Força de De-sembarque.

Com a realização deste exercício, os diversos cursos envolvidos puderam concluir, com acentu-ado êxito, suas atividades letivas do ano de 2014, demonstrando o alto grau de profissionalismo e espírito de corpo dos instrutores e alunos pre-sentes ao evento.

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Flávia Costa de Jesus Pereira Baptista 1ºTEN (RM2-T)

Assessora de Comunicação Social

ACISO EMITAÓCA

Em 20 de novembro de 2014, foi realizada a reinauguração da Escola Municipal Plurido-cente de Ensino Fundamental de Afonsos .

Esta ação é o resultado de um trabalho que foi executado por militares do Centro de Instrução Almirantes Sylvio de Camargo em parceria com a Prefeitura de Marataízes-ES. Esta atividade foi criada com o intuito de amenizar possíveis trans-tornos causados pelos exercícios operacionais que nossos alunos realizam durante o período da COROEX.

A reinauguração é apenas um dos trabalhos realizados. Por 23 dias acontecem ações parale-las, sendo elas: cadastramento das famílias resi-dentes próxima a escola, palestras com temas de interesse dessa comunidades e uma Ação Cívico--Social (ACISO).

O trabalho de cadastramento das famílias é realizado por uma equipe de 11 militares, que saem a campo batendo de “porta em porta”, se apresentando e explicando o porquê da refor-ma da escola, e ainda, tomando conhecimen-to do quantitativo de pessoas para palestras e ACISO.

A realização das palestras foi a forma encon-trada para levar informação aos moradores. Os

temas expostos (reaproveitamento de alimentos, orientação profissional, correção postural, como ingressar na Marinha do Brasil, Orçamento do-méstico, combate as drogas, orientação sexual e saúde bucal) são definidos junto as Secretarias de Saúde e Assistência Social e Emprego.

A Ação Cívico-Social é realizada no mesmo dia da reinauguração da Escola. Nesse dia atividades como: recreação infantil, corte de cabelo, aten-dimento de fisioterapia médico e odontológico, distribuição de roupas e cestas básicas,são reali-zadas para comemorar o término das atividades.

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ESCOLA DELIDERANÇA

Ana Paula Nascimento GonçalvesCapitão-de-Corveta (T)

Chefe do Departamento de Orientação e Avaliação

COMO O CIASC VEM IMPLEMENTANDO

O ENSINO À DISTÂNCIA NO

C-Esp-HabSO-FN/EAD

O Curso Especial de Habilitação a Subofi-cial (C-Esp-HabSO) é um curso de carreira destinado a preparar os 1º SG-FN para o

exercício das funções de SO-FN, habilitando-os como auxiliares diretos dos Oficiais. O curso vi-nha empregando uma metodologia onde o en-sino a distância contava apenas com materiais didáticos escritos, entregues por meio de envelo-pes, os quais seguiam pelo serviço postal distrital da Marinha. Contudo, os responsáveis pelo curso buscaram desenvolver a metodologia do Ensino A Distância (EAD) utilizando a plataforma virtu-al e o “e-learning”, ansiando por tornar o curso mais interativo.

A busca pela melhoria e pelo aperfeiçoamen-to didático-pedagógico do curso exigia, cada vez mais, mudanças na metodologia e o desenvolvi-mento de novas formas de interação por meio da tecnologia.

O primeiro passo foi buscar desenvolver um ambiente virtual para o curso, e para isso foi utilizado o ambiente moodle, já emprega-do pela Diretoria de Ensino da Marinha. Para isso, contou-se com a intensa participação do CT (FN) Villarmosa, que orientou todo o desen-volvimento do software. Foi criado, no CIASC, o Núcleo de Ensino a Distância (NuEAD), que tem a função de apoiar os cursos que doravante uti-lizem a metodologia de EAD. A partir de então, buscou-se organizar uma equipe multidiscipli-nar, com tutores, autores, pedagogos, Web de-signer e outros.

Foi proposta a criação do C-Esp-HabSO-FN/EAD e o currículo foi aprovado pela DEnsM em 8 de outubro de 2013, que avaliou também o Am-biente Virtual de Aprendizagem desenvolvido.

Neste ano, o CIASC iniciou sua primeira ex-periência com o EAD, empregando o e-learning, sendo organizada a Turma Experimental do C--Esp-HabSO-FN/EAD, que teve início em 12 de maio de 2014, sendo concluído em 05 de agosto do mesmo ano, com a participação e aprovação de 23 alunos. Uma segunda turma experimental com trinta alunos completou a experiência dos profissionais do CIASC na execução das ativida-des do CAD-WEB, sendo coroada o sucesso. A partir de 2015, todo o C-Esp-Hab50 será realiza-do nessa modalidade.

Este Centro de Instrução tem buscado aperfei-çoar seus cursos, capacitar seus instrutores, orien-tar pedagogicamente atividades curriculares em sala e no campo. Nesse sentido, o EAD tem-se constituído num avanço relevante, pois com o emprego do e-learning, das novas tecnologias, com a utilização de fóruns e chats, dentre outros meios, tem sido possível ampliar laços entre tuto-res e alunos e a economia de meios. Ressalta-se o ganho no desenvolvimento do processo ensino--aprendizagem, a partir de um ambiente virtual com layout simples e agradável, no qual o aluno navega e busca construir seus conhecimentos com autonomia. ADSUMUS!

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Em uma época marcada pela crise de identi-dade e ruptura dos valores morais e éticos, as Forças Armadas brasileiras dão provas ir-

refutáveis de verdadeiro patriotismo e civismo, cultuando suas tradições sem temer a moderni-dade, conquistando assim a credibilidade face à sociedade.

Ao falarmos sobre esses valores que nossos heróis nos legaram, nos deparamos com a ár-dua missão de, em nossa geração, servirmos de exemplos capazes de influenciar essa juventu-de e desse modo, escrever não apenas em suas mentes, mas em seus corações o verdadeiro sig-nificado de ser um Fuzileiro Naval. Eis o desafio do líder nessa era pós-moderna.

E foi com essa finalidade que o Capitão-de--Mar-e-Guerra (Ref-FN) Sérgio Marques Soares, num ato visionário e inconformado com a falta de um setor no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) que tratasse exclusivamente sobre liderança, re-solveu, em 2010, sugerir ao Vice-Almirante (FN) Alexandre José Barreto de Mattos, na época

comandante do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), a criação de uma Es-cola de Liderança, com o intuito de centralizar os estudos e pesquisas nos temas afetos à liderança e que fosse a disseminadora desse assunto.

Diante desse quadro, o Comandante Mar-ques Soares buscou como diretiva inicial apoiar--se em documentos e normas que tratam sobre liderança na MB: em primeiro lugar, referenciou a Ordem do Comandante da Marinha (ORCOM P-7), bem como a orientação do Comandante- Geral do CFN (ORISET AD-H-11) e por fim, aquela que se traduz na “Bíblia” da liderança para a MB, o EMA-137 1ª Rev (Manual de Doutrina de Lide-rança). Tais publicações, em linhas gerais, orien-tam e incentivam o estudo, a prática e sistemati-zação da liderança.

Inicialmente, foi criada uma Assessoria de Li-derança na estrutura do CIASC, que evoluiu para a atual Escola de Liderança, conforme o Boletim do Orcom e Notícias (BONO) 445, de 22 de Junho de 2011, do Comando-Geral do CFN.

ESCOLA DELIDERANÇA

Manoel Pedro CavalcantiSO-FN-MO

Auxiliar do Encarregado da Escola de Liderança

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Dessa forma, desde a sua criação a Escola vem buscando cumprir sua missão, promovendo eventos em proveito da formação profissional do CFN. Dentre as atividades desenvolvidas, citamos diversas palestras, simpósios e jornadas que fo-ram ministradas ao longo desses três anos para os cursos de carreira deste Centro de Instrução, incentivando o debate e a reflexão sobre o tema liderança.

Além das atividades supracitadas, destaca-mos a exibição da peça teatral “O Monge e o Executivo”, realizada em proveito do enriqueci-mento cultural e acadêmico dos nossos alunos, fortalecendo seus valores morais e éticos.

Um fato muito marcante para a Escola foi a aprovação da Canção da Liderança, através da Circular nº09/2012 do CGCFN, com o título “LI-DERAR É PRECISO”, letra do Capitão-de-Corveta (T) Sidney da Costa Rosa e do SO-FN-MU Deildo dos Santos e música do Capitão-de-Corveta (T) Sidney da Costa Rosa. Esse título veio a se tor-nar não apenas o nosso lema, mas o brado que ecoa entre os nossos alunos em suas atividades rotineiras.

Não poderíamos deixar de destacar a cria-ção e regulamentação do Estágio de Qualifica-ção Técnica Especial em Liderança (EQTEsp-Lid) pela Portaria N° 112/CPesFN, de 13 de feverei-ro de 2014, com o objetivo de suplementar a habilitação técnico-profissional de Oficiais, Su-boficias e Sargentos em liderança. O primeiro estágio foi realizado com doze alunos, no perí-odo de 17 FEV 2014 a 25 MAR 2014, tendo sido o primeiro colocado o 3° SG-FN AT Emerson Go-mes da Costa.

Uma das melhores ferramentas gerenciais que possuímos e que tem gerado uma enorme demanda é a Pista de Liderança, cujo propósito é contribuir para o desenvolvimento dos atri-butos de liderança de Oficiais e Praças da MB, assim como de outras forças.

Esta pista foi inaugurada em 29 de agosto, pelo Comandante Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, o Almirante-de-Esquadra (FN) Fernando

Antonio Siqueira Ribeiro e nessa ocasião o seu idealizador, o Comandante Marques Soares, salientou que a nossa pista foi adaptada do modelo da Marinha americana e que somente quatro países possuem pistas de liderança.

Ainda sobre a pista, é digno de nota a home-nagem feita pelo Contra-Almirante (FN) Nélio de Almeida, na época Comandante do CIASC, ao saudoso SG-LUCAS que falecera dias antes da sua inauguração, fazendo com que recebesse o nome de Pista de Liderança Sargento Lucas. Isso ocorreu em reconhecimento ao seu carisma e amor pelo CFN, pois mesmo após tornar-se ca-deirante devido a um acidente de viatura, sem-pre nos representou brilhantemente nas com-petições desportivas.

Dada a importância e relevância dessa fer-ramenta, temos realizado essa atividade para todos os cursos de carreira deste centro e apoia-do as inúmeras OM que nos solicitam, inclusive extra-MB, a exemplo da Escola de Aperfeiçoa-mento de Oficiais da Aeronáutica.

Finalizando as atividades da escola, em aten-dimento a algumas solicitações, apoiamos a reali-zação de um programa de liderança denominado “Liderança In Extremis”, no qual são conduzidos exercícios práticos de liderança para um grupo de alunos civis trazidos por empresas, que numa intensa interação com gestores do mundo corpo-rativo, ampliou o nosso horizonte em relação a complexa arte de liderar.

Por fim, cabe ressaltar que essa nova, porém importante Escola vem se firmando no cenário pedagógico como um importante marco e divisor de águas no que se refere ao desenvolvimento do tema liderança no CFN. Seus integrantes es-tão cientes dos grandes desafios que lhe são pro-postos e em decorrência disso, compreendem a constante necessidade de pesquisa.

Mas nosso lema há de transcender as barrei-ras do tempo e do espaço, afinal - LIDERAR É, E SEMPRE SERÁ, PRECISO! ADSUMUS!

Escola de Liderança

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A pista de liderança Sargento Lucas do Cen-tro de Instrução Almirante Sylvio de Ca-margo (CIASC) foi inaugurada em 29 de

agosto de 2013 pelo Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante-de-Esquadra (FN) Fernando Antonio de Siqueira Ribeiro.

Ao iniciarmos esta breve matéria, é impor-tante salientar que o trabalho pré-inauguração foi extremamente complexo, sendo necessária a organização de um grupo de trabalho interdis-ciplinar: pedagogia, psicologia, psicopedagogia, instrutores de liderança, instrutores das mais va-riadas especialidades do CFN e militares com cur-so de negociador de reféns.

Esse intenso desprendimento de trabalho e mão de obra ocorreu em virtude da complexida-de da natureza do projeto e pelas dificuldades en-contradas para se ajustar a realização dos eventos com a avaliação dos atributos da liderança lista-dos no EMA-137 1ª Rev. Entretanto, após muitas reuniões e estudos, chegamos a um resultado que foi julgado satisfatório, e não uma obra acabada, porque temos a compreensão de que a pista sem-pre estará em contínuo aperfeiçoamento.

Com o intuito de padronizar a aplicação da pista, foi elaborada uma Ordem Interna que tem por propósito estabelecer, de forma minuciosa, as normas para a avaliação e execução, e contempla assuntos da seguinte natureza: medidas prelimi-nares e de segurança, organização da instrutoria e os três módulos de pista com as suas respectivas avaliações.

Dentro das medidas preliminares, está previs-ta a realização de um briefing com os instruendos,

onde se comenta sobre a obrigatoriedade da uti-lização do Equipamento de Proteção Individual (EPI); que o tempo destinado para o cumprimen-to das missões é de treze minutos; abordam-se as formas de avaliação e a constituição das equipes; e conclui-se com um breve aquecimento, que visa evitar distensões musculares e melhorar o de-sempenho das equipes, afinal, essa é a filosofia da pista.

A avaliação é um dos pontos mais importantes do processo e, com a finalidade de melhorarmos esse quesito, a Escola de Liderança vem realizan-do Estágios de Qualificação Técnica Especial em Liderança, que tem como objetivos suplementar o conhecimento técnico profissional dos militares e habilitá-los como avaliadores da pista. Desse modo, os erros são minimizados. A ferramenta se constitui num excelente indicador de desempe-nho das nossas tropas e alunos e aumenta a sua credibilidade.

Inicialmente, nossas avaliações se concentra-vam nos líderes, porém a prática nos fez enxergar que havia uma distorção e inversão de valores, principalmente no que se refere ao espírito de corpo e à ética, pois parte dos alunos só se empe-nhava quando estava efetivamente à frente dos seus grupos.

Por essa razão, o foco foi modificado e lan-çamos mão da avaliação 360°, onde todos são avaliados e interagem como avaliadores. Nesse processo, o instrutor ressalta os pontos fortes e as qualidades e habilidades que necessitam ser desenvolvidas, afinal, o ser humano sempre es-tará num processo evolutivo. Os avaliadores são

PISTA DE LIDERANÇA SARGENTO LUCAS

Manoel Pedro CavalcantiSO-FN-MO

Suboficial-Mor

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orientados para agirem com tato para não causar desmotivação e constrangimentos, visto que o resultado desejado é o contínuo crescimento dos alunos, tornando-os cada vez mais competentes.

A pista de liderança foi organizada em três módulos e apresenta as seguintes características:

• Básico – Criado para ser aplicado aos Cur-sos Extra-Carreira e de Especialização;

• Avançado – Tem um enfoque no raciocí-nio lógico e destina-se aos Cursos de For-mação de Oficiais e Sargentos; e

• Tema tático – É aplicado a tropas com ele-vado nível de adestramento (Operações Especiais).

Além dessas modalidades, estamos em fase final de criação de uma pista itinerante que visa otimizar o tempo e possibilitar que outras OM re-alizem esse evento em suas próprias instalações.

Durante esse período de pouco mais de um ano, temos visto a mudança de comportamento dos militares in loco, pois iniciam a pista como

um grupo e durante o processo se transformam numa equipe. Ao término, é feito um debriefing, reforçando a necessidade de se transpor esse comportamento para suas atividades rotineiras.

Nessa ocasião, reforça-se a necessidade do outro, a complexidade do trabalho em grupo e que nem sempre podemos ser autocráticos, prin-cipalmente nas atividades em grupo. Cria-se a noção de que uma equipe se constrói com respei-to e profissionalismo – aqui enfatizamos o verbo construir, sinalizando que equipes não nascem prontas e por isso demandam trabalho e dedica-ção – a verdadeira arte de liderar.

Outro aspecto importante na avaliação é que foi desenvolvida uma ferramenta em forma de planilha que tem por objetivo distinguir os grupos e os militares individualmente. Nela são lançadas todas as avaliações feitas durante o evento e, com isso, podem-se destacar os militares que ficaram abaixo da média e as equipes que lograram me-

Pista de Liderança Sargento Lucas

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lhores resultados, e isso pode ser comentado em momento posterior.

Nesse encontro, reforça-se a ideia de que a avaliação é diagnóstica e pontual. Face a caracte-rística situacional da liderança, o sucesso de hoje não garante o “pódio” de amanhã e o oposto, por silogismo, também é verdadeiro. Ademais, deve-se traduzir para o avaliado os pontos que necessitam ser desenvolvidos por ele, a fim de promover uma evolução pessoal e profissional e não depreciá-lo.

As deficiências detectadas podem subsidiar o Comando da OM apoiada bem como as pró-prias escolas de formação a intensificarem e replanejarem seus adestramentos em áreas es-pecíficas, dada a variedade das tarefas da pista que permeiam áreas técnicas, tais como: monta-gem e desmontagem de armamentos, combate a incêndios, procedimentos de segurança orgânica e valores morais e éticos.

A Pista de Liderança em 2014 foi utilizada pe-los alunos dos seguintes cursos de carreira: Curso de Formação de Oficiais do CFN (50 alunos); Cur-so de Habilitação a Sargentos (450 alunos); e Cur-so de Especialização (500 alunos). Além disso, é aplicada também aos seguintes Cursos Extra-Car-reira: Curso Expedito de Guerra Anfíbia (50 alu-nos); e Curso de Medicina Operativa (20 alunos).

Além desses cursos, a Pista de Liderança foi procurada por diversos seguimentos da Marinha do Brasil. Este ano, o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), em 24 de fevereiro de 2014, trouxe os atletas de alto rendi-mento recém-incorporados ao Programa Olímpi-co da Marinha (PROLIM). Outras OM realizaram a pista, como por exemplo o Presídio da Marinha, que em dois dias trouxe grande parte da sua tri-pulação, um grupo de instrutores do Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves, os Aspirantes do 3º ano da Escola Naval e uma Com-panhia do 3º Batalhão de Infrantaria de Fuzileiros Navais, Batalhão Paissandú.

Esses encontros tornaram possíveis realizar comparações entre as diferentes culturas e reali-dades nos diversos seguimentos da Marinha: OM

administrativas, OM de ensino e uma OM opera-tiva, e, com isso, fechamos um ciclo de laborató-rio para ajustar a aplicação da pista com vistas a se alcançar melhores resultados.

Ainda em 2014, realizaram a Pista dos Instru-tores da Universidade da Força Aérea (UNIFA) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) mnifestou interesse em utilizá-la.

A Empresa Trupe, cujo presidente é o pro-fessor da Fundação Getulio Vargas Randes Enes, desenvolveu um projeto intitulado de “Lideran-ça in Extremis”, que consiste em 24 horas con-secutivas e ininterruptas de atividades destina-das a empresários, executivos e gerentes.

Por intermédio dessa parceria, vivenciamos choques culturais de alta intensidade causados pela junção da liderança militar com a visão cor-porativa. Recebemos a bordo de nossa OM fun-cionários das mais variadas Companhias e com cargos bem diversificados: Engenheiro de Pro-dução da Petrobrás, executivo do Grupo Pão de Açúcar, funcionário da Rede Globo, Presidente de Empresa Gráfica, Diretora de hospital, etc.

O resultado que mais nos marcou foi a de-claração de uma, diretora de hospital: “O curso mudou não apenas a minha vida profissional, mas principalmente a mim como pessoa, pois au-mentou a minha alto-estima e me fez repensar a minha qualidade de vida”. E esse é o combustível que alimenta essa nobre e valente equipe – o pra-zer de transformar vidas.

A equipe da Pista de Liderança acredita que seu trabalho é de suma importância para a ma-nutenção do nosso slogan “Geração de Fuzileiros fortalecendo o Espírito de Corpo”, e com isso vis-lumbramos num futuro próximo a conscientiza-ção de que a pista é uma excelente ferramenta gerencial e por isso contribui significativamente para melhorias no clima organizacional.

Liderar é preciso!Adsumus!

Pista de Liderança Sargento Lucas

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Durante muito tempo, nossos Oficiais Fuzi-leiros Navais foram aprimorados na Esco-la de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO)

do Exército Brasileiro. No final da década de 60, alinhado com as iniciativas que estavam em an-damento para materializar sua vocação anfíbia, o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) decidiu realizar no CIASC um Curso Avançado de Operações Anfí-bias (CAVANF) a fim de complementar os conhe-cimentos obtidos pelos nossos Oficiais durante seu aperfeiçoamento na EsAO. Cerca de 20 anos após sua criação, em 1990, a EsAO e o CAVANF foram substituídos pelo Curso de Aperfeiçoa-mento de Oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CAOCFN). Deste ponto em diante, o aperfeiçoa-mento dos nossos Oficiais Fuzileiros Navais pas-sou a ser conduzido integralmente no âmbito do CFN, marcando o início da busca de uma identi-dade própria que nunca mais parou de evoluir.

Nos dias de hoje, o CAOCFN é considerado por todos os Fuzileiros Navais como um curso de excelência, que alcançou ao longo dos seus 25 anos de existência um elevado padrão de eficiên-cia na qualificação dos nossos Oficiais. O produto final “Capitão-Tenente aperfeiçoado” que o CAO-CFN devolve para nossas Organizações Militares é reconhecidamente um Oficial completamente

diferente daquele apresentado ao CIASC para re-alizar o Curso. Ouve-se nas nossas Unidades da Força de Fuzileiros da Esquadra que existem dois tipos de Oficiais Fuzileiros Navais: os Oficiais com CAOCFN e os sem CAOCFN. A explicação para tal grau de eficiência no cumprimento da sua nobre missão está no passado.

Desde a época do CAVANF, o processo de seleção de Oficiais-Instrutores do Curso sempre recebeu uma atenção especial da Alta Adminis-tração Naval do CFN. A relação dos Oficiais pré--selecionados passa pelo crivo do Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais e do Comando-Ge-ral do CFN. Os Oficiais designados para servirem no CIASC como instrutores do CAOCFN sempre foram militares reconhecidos pela sua experiên-cia profissional e pelo profundo conhecimento dos assuntos afetos à nossa doutrina anfíbia. Além de muito bem qualificada, a equipe de ins-trutores trabalha a maior parte do tempo com sua tabela de dotação (oito instrutores) com-pleta. Normalmente, um instrutor permanece na função por um período mínimo de dois anos, o que gera excelentes condições de trabalho.

O produto final deste ambiente de trabalho que se aproxima do ideal são aulas muito bem preparadas e ministradas por meio de diversas

José Emílio de Oliveira Rodrigues Capitão-de-Fragata (FN)

Encarregado do CAOCFN

O CAOCFN de Ontem, Hoje e Sempre!

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técnicas de ensino que foram sendo aperfeiçoa-das ao longo do tempo. Cada geração de instru-tores que chega ao CAOCFN coloca o seu “tijolo” nas aulas preparadas pelo seus antecessores, gerando um processo contínuo de refinamento do processo ensino-aprendizagem que não tem fim. Muitas dessas aulas são eminentemente práticas e baseadas em casos esquemáticos ou temas sobre problemas militares que também foram sendo refinados detalhadamente ao longo do tempo. Por exemplo, o primeiro Tema-Base de Assalto Anfíbio foi criado pela equipe de ins-trutores do CAVANF-81/82 na região de Aracaju. Trinta e quatro anos se passaram e o CAOCFN continua indo para aquela região para estudar o mesmo assunto.

Essas viagens que o CAOCFN realiza anual-mente também contribuem significativamente para o êxito do Curso no cumprimento de sua missão. Atualmente, cerca de 20% da carga horá-ria do Curso é dedicada à realização de Exercícios no Terreno, oportunidade única para os alunos identificarem a exequibilidade dos seus planeja-mentos à luz de um dos principais fatores da de-cisão. Atualmente, o Curso leva seus alunos para as regiões de Seropédica-RJ, Macaé-RJ, Itaóca-ES, Aracaju-SE, Itajaí-SC e Manaus-AM. Essas “Idas ao Terreno” representam um grande diferencial do Curso, principalmente, quando ele é comparado aos cursos semelhantes realizados por outros pa-íses, inclusive, pelos Estados Unidos. Ninguém vai ao “TERRENO” mais do que o CAOCFN.

Cabe ressaltar que ao mesmo tempo em que o CAOCFN preserva a essência dos valores do passado, o Curso não para de caminhar em dire-ção ao futuro. No passado, toda vez que nossos alunos defendiam ideias não respaldadas ou ba-seadas nos nossos manuais, eles recebiam “chi-neladas” dos instrutores. Assim, os planos pro-duzidos pelos alunos seguiam rigidamente nossa doutrina anfíbia em vigor. Consequentemente, os trabalhos ficavam muito parecidos com os de anos anteriores, além de serem fracos em criati-vidade e com baixo grau de flexibilidade.

Desde que a filosofia de combate conhecida como “Guerra de Manobra” foi adotada como

eixo estruturante do CFN, o Curso gradativa-mente está permitindo que os alunos “pensem fora da caixa” doutrinária, desde que seus ar-gumentos sejam coerentes e convincentes. Os resultados obtidos até o presente momento são bastante satisfatórios. Soluções criativas e dife-rentes para os problemas militares estudados estão gradativamente substituindo soluções pa-dronizadas e cheias de jargões ou “carimbos”. O grande desafio futuro do CAOCFN é continuar tri-lhando este caminho da aplicação dos conceitos de “Guerra de Manobra” nos seus trabalhos de Estado-Maior, sem perder a linha do vento tra-çada pela doutrina em vigor e sem abandonar o valioso princípio de guerra: Simplicidade.

Os recursos didáticos e as técnicas de ensino empregados durante o Curso também não param de melhorar. A atual equipe de instrutores tem à sua disposição uma ampla gama de ferramentas, que quando corretamente empregadas, apresen-tam resultados excelentes. A sala de aula do CA-OCFN tem uma rede “Wi-Fi’ para os alunos aces-sarem a internet/intranet. Além disso, no início do Curso, cada Oficial-aluno recebe um “tablet” para acessar o Portal do CAOCFN, uma ferramenta extraordinária baseada na plataforma “Moodle” da Diretoria de Ensino da Marinha. Nesse Portal, que pode ser acessado em qualquer lugar com acesso à internet, inclusive em casa, o aluno en-contra tudo o que precisa para estudar, desde manuais, aulas e arquivos dos temas estudados até documentos administrativos. A cada ano que passa, o CAOCFN está mais digitalizado e atento aos avanços da tecnologia da informação.

Este é o CAOCFN de Ontem, Hoje e Sem-pre: uma célula do Sistema de Ensino Naval que desde os tempos do embrionário CAVANF nun-ca mais parou de evoluir; um Curso que avan-ça continuamente em busca da excelência no cumprimento da sua nobre missão de capacitar nossos jovens Capitães-Tenentes Fuzileiros Na-vais a exercerem funções de Oficiais de Estado--Maior nas Unidades da Força de Fuzileiros da Esquadra, preservando o que de bom foi feito no passado, mas sempre com “suas vistas volta-das” para o futuro.

O CAOCFN

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DEPARTAMENTO DE ORIENTAÇÃO E

AVALIAÇÃO - DOA

Dirlei Donizette Côdo Capitão-de-Fragata (FN)

Encarregado do CAOCFN

Exercícios no Terreno - CAOCFN

Durante o ano letivo de 2014, o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CAOCFN) fez-se ao ter-

reno várias vezes, como tradicionalmente ocorre desde sua criação em 1990.

“Aquilo que escuto eu esqueço, aquilo que vejo eu lembro, aquilo que faço eu aprendo.”

Confúcio (filósofo chinês, 551 a.C.-479 a.C.)

Desta forma, fiel aos ensinamentos do pen-sador chinês e à uma receita de sucesso que foi desenvolvida e aprimorada ao longo dos anos, foram realizados os seguintes Exercícios no Ter-reno, ou nossos conhecidos “ET”:

No primeiro semestre:• ET QUEBRA COXA, realizado na região de SERO-

PÉDICA-RJ, onde foram explorados os conheci-mentos atinentes às Operações Terrestres Ofen-sivas de Caráter Naval.

• ET JAPERI-RJ, realizado na região metropolitana de mesmo nome, onde foram explorados os co-nhecimentos atinentes às Operações Militares em Áreas Urbanas (OMAU).

• ET BALUARTE, realizado na região de SEROPÉDI-CA-RJ, onde foram explorados os conhecimentos atinentes às Operações Terrestres Defensivas de Caráter Naval.

No segundo semestre:• ET LOGÍSTICA, realizado na região de ITAÓCA-ES,

com apoio fundamental da Força de Fuzileiros da Esquadra, a Força que vem do mar, particu-larmente a Tropa de Reforço, que montou e mo-biliou inúmeras instalações de Apoio e Serviços ao Combate, de forma a ilustrar o gradativo cres-cente logístico de uma Operação Anfíbia.

• ET MACAÉ-RJ, realizado na região de mesmo nome e na localidade de RIO DAS OSTRAS-RJ, onde foram apresentados os Temas-Base de As-salto Anfíbio e de Incursão Anfíbia.

• ET ARACAJU-SE, realizado nas regiões PIRAMBU--SE, BARRA DOS COQUEIROS-SE e ESTÂNCIA-SE, onde foram avaliados Trabalhos de Estado-Maior de Assalto Anfíbio-1 e de Incursão Anfíbia.

• ET ITAJAÍ-SC, realizado nas regiões de NAVEGAN-TES-SC e BOMBINHAS-SC, onde foi avaliado o Trabalho de Estado-Maior de Assalto Anfíbio-2 e desenvolvido o ETPEA (Embarque, Travessia, Planejamento, Ensaio e Assalto).

• ET MANAUS-AM, realizado nas regiões de IRAN-DUBA-AM e MANACAPURU-AM, onde foram apresentados o Temas-Base de Operações Ribei-rinhas e de Controle de Linhas de Comunicações Fluviais/Bloqueio Fluvial, bem como, foi avaliado o Trabalho de Estado-Maior de Operações Ribei-rinhas.

Seguros de que “ir ao terreno” é fundamental para a preparação dos Oficiais Aperfeiçoados, os ET supracitados foram realizados com muito es-forço da administração naval, devido aos parcos recursos alocados para deslocamentos e diárias. Mas com honra, determinação, competência e profissionalismo essenciais aos Combatentes An-fíbios, a prática foi feita!

Adsumus!

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O Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo é a maior organização de ensino do Corpo de Fuzileiros Navais. Nele, são

ministrados ao todo 91 cursos/estágios, dentre Cursos de Carreira, Cursos Especiais, Expeditos e Estágios. A Superintendência de Ensino é respon-sável pela condução, supervisão e controle desses cursos e conta com o Departamento de Orienta-ção e Avaliação (DOA) para realizar a Orientação Pedagógica e Educacional a todas as atividades didático-pedagógicas realizadas.

Responsável por realizar o acompanhamento pedagógico dos cursos, a Divisão de Orientação Pedagógica (DOP) desenvolve atividades direcio-nadas ao corpo docente, tais como organização dos Sistema de Cadastro de Docentes (SISCDI), a realização de avaliação das aulas dos instrutores, com a qual a qualidade das aulas ministradas é verificada, proporcionando orientações que apri-morem a qualidade das mesmas. A DOP realiza a análise de documentos do ensino, como Currícu-los, Projetos Específicos, Planos de Aula, Mapas de Programação de cursos, Detalhes Semanais de Aula etc, e realiza a orientação para a elaboração desses documentos de ensino.

A qualificação dos instrutores também é orga-nizada pelo DOA, por meio do Plano de Capacita-ção e Qualificação de docentes, onde os instruto-res e professores realizam cursos na MB ou extra MB, a fim de se qualificarem.

O DOA organiza anualmente o ENCONTRO PEDAGÓGICO DO CIASC, também buscando capa-citar continuamente os docentes. Este ano, o En-contro contou com a presença do Professor Vasco Moretto, que abordou o tema “Competências”, e da Professora Penna Firme, que enfocou a “Avalia-ção por Competências”.

A Divisão de Orientação Educacional (DOE) é responsável por assistir os alunos, providencian-

do técnicas de estudo, orientações sobre o ensino e acompanhando o desempenho acadêmico dos discentes. A DOE é responsável pelo SavSEN, que é um programa onde são aplicados questioná-rios, sendo verificado o resultado dos cursos, bem como suas condições e formação dos docentes.

A Divisão de Avaliação Institucional mantém o contínuo acompanhamento dos setores do CIASC e é responsável pela implementação da metodolo-gia de avaliação do Sistema de Ensino Naval (SEN), que iniciou no CIASC em 2006, sendo este Centro de Instrução a primeira OM de ensino a alcançar o conceito Excelente na Avaliação Externa. Este ano, foi realizada a avaliação Interna, e o CIASC perma-neceu com o Conceito Excelente, apesar de estar passando por dificuldades em relação ao quanti-tativo de instrutores.

A Divisão de Medidas da Aprendizagem é o setor responsável por avaliar pedagogicamente todas as provas aplicadas neste Centro de Instru-ção, bem como receber as notas e computar as médias finais. Foi criado em 2014 o Laboratório de Elaboração de Provas, espaço no qual os instruto-res elaboram suas provas, contando com o sigilo necessário.

A Divisão de Orientação Pedagógica e Educa-cional aos Cursos Extra Carreira é responsável pelo acompanhamento pedagógico dos Cursos Espe-ciais, Expeditos e Estágios, que hoje totalizam 62 cursos, sendo 33 cursos ministrados no CIASC e 29 cursos ministrados nas OM Executoras sob super-visão didático-pedagógica do CIASC.

De forma sucinta, evidencia-se a importância da assistência pedagógica às atividades educacio-nais desenvolvidas, contribuindo para que o CIASC esteja integrado ao Sistema de Ensino Naval, bus-cando sempre qualidade da instrução ministrada, garantindo a adequada formação do Fuzileiro Na-val. Adsumus!

Ana Paula Nascimento GonçalvesCapitão-de-Corveta (T)

Chefe do Departamento de Orientação e Avaliação

DEPARTAMENTO DE ORIENTAÇÃO E

AVALIAÇÃO - DOA

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O Departamento de Apoio ao Ensino é o grande responsável pela coordenação das superintendências do CIASC, tendo funda-

mental importância no cumprimento do crono-grama anual de instruções e exercícios realizados por este Centro de Instrução. Podemos enumerar como principais tarefas do DAE, as seguintes: a) Prover meios instrucionais e operativos para as

atividades das diversas escolas; b) Administrar as salas de aula e laboratórios; c) Administrar as publicações ostensivas forneci-

das aos alunos; d) Administrar a Seção de Reprografia, em apoio a

todas as Escolas; e) Administrar o Auditório do CIASC e a Sala Almi-

rante Santa Cruz; f) Subsidiar as necessidades de meios operati-

vos, armamento, munição e de transporte para cada ano letivo;

g) Realizar coordenações com a FFE, a Esquadra e os Distritos Navais quando houver necessida-de de obtenção de apoio externo às atividades deste Centro; e

h) Organizar mensalmente a agenda do Conselho de Gestão do CIASC.Para que seja possível a execução das tarefas

supramencionadas, além das gerências junto aos Departamentos da Superintendência de Adminis-tração, visando a manutenção, reparo e compra dos recursos instrucionais necessários, o Departa-mento de Apoio ao Ensino viabiliza apoio aos diver-sos exercícios curriculares que ocorrem ao longo do ano letivo, sendo este o seu esforço principal.

A coordenação inicial é feita com a elaboração do calendário escolar, que define as datas das ati-vidades dos cursos do Departamento de Instrução

(Aperfeiçoamento e Especialização de Praças), do C-Espc-GAnf, do C-Esp-ComAnf, do CAOCFN, do C--Exp-TE e dos diversos cursos extracarreira, entre outros. O documento supracitado permite que o emprego das salas de aula, recursos de instrução e meios operativos possam ser equilibrados ao lon-go do ano, evitando conflitos de necessidades dos diferentes cursos, bem como permitindo que este Centro se mantenha dentro da sua capacidade de apoio. O efeito desejado é o de permitir que os currículos possam ser cumpridos integralmente, sem restrições ou interferências de caráter admi-nistrativo.

Até sessenta dias corridos antes do início da missão ou exercício curricular, os diversos De-partamentos confirmam ao DAE a necessidade de apoio, conforme previsto no calendário, infor-mando a previsão inicial de militares envolvidos, as necessidades de apoio de meios operativos, EIBC e outros materiais de acantonamento. Além disso, caso seja necessário fazer o pedido de uti-lização de áreas pertencentes a outras entidades extra-Marinha, o Departamento apoiado deverá, igualmente, confirmá-lo. Tal coordenação permiti-rá ao Departamento de Apoio ao Ensino a correta programação (para o caso dos meios pertencen-tes ao CIASC) dos meios necessários e a solicitação tempestiva de apoios externos para os casos em que as demandas superem a capacidade de apoio do próprio Centro de Instrução.

A coordenação final é feita nas reuniões sema-nais de coordenação, quando se reúnem os seto-res apoiadores e apoiados para juntos verificarem se as necessidades de apoio estão sendo atendidas corretamente e se há eventuais falhas no processo de preparação para os eventos instrucionais.

Com a conformação do seu modelo atual, o DAE vem tendo amplo sucesso no cumprimento de sua missão, que se caracteriza no suporte ofe-recido aos diversos cursos apoiados ou adminis-trados pelo Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo. Revestidos do autêntico espírito de Antônio, “o infante”, estamos presentes, ajudando a construir o Corpo de Fuzileiros Navais do presen-te e do futuro.

Marco Antonio Nepomuceno da Costa Filho Capitão-Tenente (FN)

Chefe do Departamento de Apoio ao Ensino

DEPARTAMENTO DE APOIO AO ENSINO - DAE

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A Escola de Guerra Anfíbia (EsGAnf) é subordinada ao Departamento de Cursos Operacionais (DCOp) e está encarregada

de ministrar o Curso de Especialização de Guer-ra Anfíbia (C-Espc-GAnf), o Estágio Especial em Guerra Anfíbia (E-E-GAnf) e umas das fases do Curso de Formação de Oficiais (CFO).

Em 1992, foi criado o Estágio Básico do Com-batente Anfíbio (EsBaCoAnf), para ser realizado pelos 2º Ten (FN e QC-FN) recém-nomeados com a finalidade de aprimorar a capacidade de rea-ção desses Oficiais, por meio da aplicação prática de procedimentos técnicos e suas combinações, em face das situações táticas, tendo por base o nível de Comandante de Pelotão de Fuzileiros Navais. O EsBaCoAnf foi realizado até 1994, quan-do, então, foi criado o Curso de Especialização em Guerra Anfíbia (C-Espc-GAnf), realizado, obriga-toriamente, pelos GM (FN) no Ciclo Pós-Escolar do Curso de Graduação de Oficiais da Escola Naval, pelos 2º Ten (QC-FN) e, em caráter de voluntari-ado, pelos 2º Ten (AFN), egressos do CFO do Cen-tro de Instrução Almirante Wandenkolk (CIAW), que tem como propósito qualificar esses militares para o exercício das funções de caráter operativo do Comandante de Pelotão de Fuzileiros Navais, em complementação à formação do Oficial.

O EsBaCoAnf foi realizado no então Centro de Recrutas do Corpo de Fuzileiros Navais (CRCFN) que, a partir de 1994, juntamente com a criação do C-Espc-GAnf, passou a ser denominado Centro de Instrução Milcíades Portela Alves (CIAMPA). No ano de 2000, o C-Espc-GAnf passou a ser realizado no CIASC, onde é conduzido até os dias de hoje.

Em 2004, visando atender o preconizado na Lei de Ensino da Marinha e no Plano de Carreira de Oficiais (PCOM), o C-Espc-GAnf, destinado aos

GM (FN), passou a ser designado Estágio Especial em Guerra Anfíbia (E-E-GAnf), mantendo o seu conteúdo e propósito. Os referidos cursos pas-saram a ser conduzidos simultaneamente e de maneira única.

No ano de 2014, o C-Espc-GAnf/E-E-GAnf foi realizado no período de 27 de Janeiro a 23 de maio, onde foram abordadas as disciplinas de Trei-namento Físico Especializado, Instrução Básica de Combate, Armamento/Tiro e Explosivos, Planeja-mento e Ações Diversas, Operações Ofensivas, Operações Defensivas, Operações Ribeirinhas e Operações Anfíbias, sendo as instruções teóricas conduzidas à bordo do CIASC e os Execícios no Terreno no Complexo Naval do Guando do Sapê, Campo de Instrução de Gericinó, Itaboraí-RJ, Ladá-rio-MS e em Itaóca-ES. Por fim, vinte e três 2ºTen (QC-FN), quinze 2ºTen (AFN), trinta e dois GM (FN) e um Tenente de Navio (“Infante de Marina”) da Armada da República Bolivariana da Venezuela concluíram o curso/estágio com aproveitamento.

O CFO, que é conduzido pelo CIAW, possui di-versas fases, sendo que, a fase do Ensino Profis-sional (EP) dos GM (QC-FN e AFN) é realizada no CIASC, a cargo da EsGAnf. No ano de 2014, o EP dos GM (QC-FN e AFN) foi realizado no período de 1º de Setembro a 20 de novembro, no qual foram abordadas as disciplinas de Instrução Bá-sica de Combate, Operações de Fuzileiros Navais e Operações Anfíbias, sendo as instruções teóri-cas conduzidas à bordo do CIASC e os exercícios práticos no 1ºBtlInfFuzNav, 2ºBtlInfFuzNav e no CIAMPA. Participaram da fase do EP 29 GM (AFN) e 24 GM (QC-FN).

Após várias instruções ministradas e exercí-cios no terreno, a EsGAnf encerra o ano de 2014 com a certeza do dever cumprido e, principal-mente, com a convicção de ter criado um grande laço de amizade que envolveu tanto instrutores, quanto alunos, reforçando o Espírito de Corpo inerente ao combatentes anfíbios. Com muito or-gulho, podemos afirmar que formamos setenta e um novos Comandantes de Pelotão de Fuzileiros Navais e cinquenta e três novos Oficiais.

Guerra Anfíbia!!Adsumus!!

Thiago Dantas BarbosaCapitão-Tenente (FN)

Encarregado do C-Esp-GAnf

ESCOLA DE GUERRA ANFÍBIA

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Luiz FelipeCapitão-de-Corveta (FN)

Encarregado do C-Esp-ComAnf

ESCOLA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS

Subordinada ao Departamento de Cursos Operacionais (DCOp), a Escola de Opera-ções Especiais (EsOpEsp) é a divisão respon-

sável pelo preparo e execução do Curso Especial de Comandos Anfíbios (C-Esp-ComAnf) e do Es-tágio de Qualificação Técnica Especial de Opera-ções Especiais (E-QTEsp-OpEsp).

O CURSO ESPECIAL DE COMANDOS ANFÍBIOS

Criado em 1972, sendo conduzido no CIASC desde 2000, o C-Esp-ComAnf tem como propósi-to preparar oficiais e praças para o planejamento e execução de Operações Especiais (OpEsp) de Fuzileiros Navais.

O curso é constituído basicamente de três fases. A primeira compreende instruções bási-cas de combate, tais como: treinamento físico militar, natação utilitária, orientação, técnicas de patrulha, entre outras que têm por finalidade criar condições para uma adaptação do aluno à atividade de OpEsp. A segunda fase visa capaci-tar os alunos nas diversas técnicas especiais e no planejamento de ações de comandos e de reco-nhecimento, caracterizando o aprimoramento técnico dos mesmos. A terceira tem por finalida-de a aplicação prática das técnicas especiais e do planejamento por meio de missões nos diversos ambientes operacionais do território brasileiro, sendo assim uma etapa de consolidação de todos os conhecimentos obtidos nas fases anteriores.

O C-Esp-ComAnf atualmente realiza missões nas regiões de Petrópolis, Ilha da Marambaia, Bra-

sília-DF, Rio Grande-RS, Ladário-MS, Manaus-AM, Natal-RN, Nova Iguaçu, Rio das Ostras, Arraial do Cabo e Itaoca-ES. Tais exercícios propiciaram aos alunos vivenciar as dificuldades inerentes a cada ambiente operacional; desenvolver a capacida-de de planejamento e execução de OpEsp, com ênfase na sua aplicação em Operações Anfíbias (OpAnf); e permitir ao futuro combatente de OpEsp do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), inte-ragir com meios navais, aeronavais, de fuzileiros navais e ainda de outras Forças de todo o país.

O encerramento do curso é coroado com a chegada dos alunos no CIASC empregando a técnica de infiltração por helicóptero conhecida como “Fast Rope”. Esta cerimônia conta com a participação especial de seus respectivos familia-res, os quais trazem um brilho singular ao evento.

No ano de 2014 foram aprovados 42 candida-tos para iniciar o curso no dia 02 de junho. Após 25 semanas de intenso esforço e árdua superação de seus limites físicos e psicológicos, apenas 13 alunos concluíram o curso no dia 21 de novembro.

O ESTÁGIO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA ESPECIAL DE OPERAÇÕES ESPECIAIS

No ano de 2014 a Escola de Operações Es-peciais recebeu a tarefa de planejar, preparar e executar pela primeira vez o E-QTEsp-OpEsp. Até então conduzido pelo Batalhão de Operações Es-peciais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero), o estágio tem por finalidade formar Cabos e Sol-dados (FN) para executarem Operações Especiais como auxiliares dos Comandos Anfíbios.

Estes bravos e especiais guerreiros durante 5 semanas dedicaram-se ao máximo para superar todo tipo de adversidade, sendo extremamente testados nos atributos de coragem, abnegação, superação, iniciativa, destemor e espírito de equipe e de sacrifício. Além disso, precisaram provar que eram possuidores dos conhecimentos mínimos para cumprirem as tarefas de auxiliares dos Comandos Anfíbios, de forma a tornaram-se aptos à servir no Batalhão Tonelero.

Dos 29 alunos que iniciaram o E-QTEsp-OpEsp neste ano, somente 13 lograram êxito ao final.

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Fábio Rodrigues CavalcanteCapitão-de-Corveta (FN)

Encarregado da Escola de Operações de Paz

ESCOLA DE OPERAÇÕES DE PAZ

A Escola de Operações de Paz de Caráter Na-val (EsOpPazNav), subordinada ao Depar-tamento de Cursos Operacionais (DCOp)

do CIASC, possui como suas principais tarefas as seguintes:

01- Consolidar o conhecimento e as experiências adquiridas;

02- Ministrar a disciplina OpPaz no CAOCFN e em outros cursos de carreira;

03- Participar das atividades da Associação Lati-no Americana dos Centros de Operações de Paz (ALCOPAZ);

04- Acompanhar proativamente todas as ativi-dades ligadas às operações de paz em an-damento no país e, quando possível, enviar representante;

05 – Conduzir MOVIN, conforme Circular do CPesFN, a cerca da atuação dos Grupos de Visita e Inspeção / Guarnição de Presa (GVI/GP);

06- Ministrar o Estágio de Operações de Paz de Caráter Naval (E-OpPazNAVAL)

07- Ministrar o Estágio de Preparação de Contin-gentes de Tropa de Operações de Paz (EPrep-ContOpPaz) para os Contingentes da UNIFIL e MINUSTAH; e

08 – Conduzir o Curso Especial de Negociação em Conflitos com Tomada de Reféns.

A EsOpPazNav conta hoje com um efetivo de 03 militares: - 01 CC (FN) – Encarregado da Escola- 01 SO-RM1-FN-IF;- 01 1ºSG-FN-IF

No ano de 2014, a EsOpPazNav conduziu o EPrepContOpPaz para o 20º e o 21º contingentes do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais no Haiti, nucleados, respectivamente, nos Batalhões Riachuelo e Humaitá e para o 6º e 7º contingen-te da Nau Capitânia da FTM UNIFIL, as Fragatas Constituição e União, respectivamente. Conduziu também o E-OpPazNaval para os 8º e 9º contin-gentes do Estado-Maior da FTM-UNIFIL.

Em prol do adestramento dos contingentes da MINUSTAH, a Escola participa ainda do Ades-tramento do Batalhão de Proteção, AdestBtlProt, com as oficinas “Uso Gradual da Força” e “Patru-lha no Internal Displaced People – Camp (IDP)”.

Por ocasião da Copa do Mundo FIFA 2014, a Escola ministrou MovIn de GVI/GP para os navios do Grupamento Naval do Sudeste, que permane-ceram em segurança durante o evento. Recebe-ram a MovIn as seguintes embarcações: Navios Patrulha Oceânico Amazonas e “APA”, Navios Patrulha Macaé e Guaporé e Rebocador de Alto--Mar Tridente. Além destas OM, foi ministrada a MovIn para a Fragata Greenghalgh e para o Gru-pamento de Fuzileiros Navais do Rio Grande.

No período de 24 de outubro a 28 de novem-bro, a Escola conduziu o C-Esp-NeconRef, con-tando com a presença de instrutores e alunos de diversas OM da MB, inclusive de outros Distritos Navais e órgãos extra-MB, como o apoio presta-do pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro (BOPE) e a participação de um representante da Secretaria de Segurança Públi-ca de São Paulo.

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Os cursos extracarreira sempre foram uma necessidade para o CFN e são eles que es-tão diretamente ligados ao cumprimento

da missão determinada OM; são esses que quan-do realizados instruem o militar de como deter-minada viatura deverá ser manuseada ou manu-tenida ou mesmo estão relacionados ao emprego de determinado sistema de armas; dessa forma, os cursos extracarreira assumiram, ao longo do tempo, enorme importância para as OM do CFN, pois tratam da capacitação técnica de seu pesso-al. E é o Departamento de Administração Escolar (DAdE) que, dentro da estrutura organizacional do CIASC, organiza e dá suporte à condução dos cur-sos extracarreira, tanto para os cursos realizados no CIASC, como para as OM operativas do CFN – estas denominadas recentemente como a Organi-zações Militares Executantes (OME).

E com que propósito o DAdE foi criado? Fazen-do uma retrospectiva histórica, inicialmente exis-tia no CIASC, subordinada ao Departamento de Instrução (DI), a antiga Escola de Operações Anfí-

bias (EsOpAnf), que tratava dos cursos extracarrei-ra que eram realizados exclusivamente no CIASC. Neste período, em termos de cursos extracarreira, havia uma separação de responsabilidade dos cur-sos que eram ministrados pelo CIASC e dos que eram ministrados pelas OME, não havendo para estes a devida supervisão didático-pedagógica e controle administrativo. Os cursos que eram de “assuntos comuns a grande maioria das OME”, eram realizados pelo CIASC (como exemplos, o Curso Especial de Oficiais de Comunicações ou o antigo Curso Expedito de Motorista Militar, pois todas as OME precisam de militares com essas capacitações técnicas). As OME, por sua vez, con-tinuavam a suprir suas necessidades técnicas con-duzindo seus cursos extracarreira internamente e sem apoio. A EsOpAnf era exclusivamente voltada para os cursos do CIASC, tendo a atuação limitada, não indo, assim, em favor das OME.

Posteriormente, verificou-se, então, a neces-sidade de se criar um Departamento no CIASC para o gerenciamento dos cursos extracarreira,

Wladimir Soares Franco Capitão-de-Mar-e-Guerra

Chefe do Departamento de Administração Escolar

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

ESCOLAR - DAdE

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subordinado diretamente à Superintendência de Ensino (SE), com o propósito de dar suporte aos cursos extracarreira. Na medida em que esses ga-nhavam importância, crescia o número de cursos no próprio CIASC e o CFN recebia novos e com-plexos sistemas de armas. Criou-se, então, o De-partamento de Curso Extracarreira (DCEC), como evolução da EsOpAnf, estruturado e voltado para os cursos extracarreira ministrados apenas no CIASC, não sendo, ainda, preocupação deste Cen-tro de Instrução a supervisão didático-pedagógica e o controle administrativo dos cursos ministra-dos pelas OME. As OME continuavam conduzin-do seus cursos de forma isolada e limitada, sendo que para essas, o número de cursos também cres-cia. Sendo assim, apesar da criação do DCEC, era notável que as OME continuavam “órfãs”, quando da realização de seus cursos.

Em 2009, criou-se, então, o Departamento de Administração Escolar (DAdE) com tarefas mais amplas que a dos Departamentos antecessores. O DAdE, como Departamento, permanece direta-mente subordinado à Superintendência de Ensino (SE) e conta com duas divisões, uma de Apoio Ad-ministrativo e outra responsável diretamente pe-los cursos extracarreira.

O DAdE foi criado para assessorar diretamente o Superintendente de Ensino nos assuntos relati-vos à administração escolar dos cursos e estágios extracarreira, ministrados e supervisionados pelo CIASC, incluindo também os cursos extracarreira ministrados pelas OME. Há portanto, no momen-to, ligação direta do CIASC com as OME quando se trata de condução de cursos. Para tanto, é esta-belecido um Coordenador para cada curso, sendo este o responsável pela condução do mesmo. São passadas, tanto para o Coordenador como para os demais Instrutores, as orientações pedagógicas necessárias à condução dos cursos. Há acompa-nhamento dos planos de aulas, da consolidação de graus, conteúdos ministrados em cada curso, dias letivos, fornecimento de placa em reconheci-mento ao esforço do primeiro colocado do curso no dia de sua formatura, etc. Em termos admi-nistrativos, a Norma para Condução de Cursos e Estágios, elaborada pelo Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (CPESMARINST 30-01C), regula

o que deve ser realizado pelo DAdE e são várias as tarefas em contribuição as OME, por exemplo: a consolidação de dados para o Plano Geral de Adestramento do Comando de Operações navais (PGACON); a consolidação dos planos METAS IN-DIA e ZULU; solicitações de munição, transporte e diárias; repasses de meios logísticos e de recursos instrucionais.

Para a realização de suas tarefas, o DAdE, em sua tabela de lotação, possui um Oficial superior, um Oficial intermediário e cinco praças. Dentre tantas realizações, algumas tarefas realizadas pelo DAdE merecem destaques, como a confecção de todas as Ordem de Serviço (OS) relacionadas ao ensino e a confecção de diplomas e certificados de cursos e estágios. Nesses aspectos, o DAdE atua para todos os cursos e estágios ministrados no CIASC, tantos os de carreira como os extracar-reira, bem como os supervisionados e ministrados pelas OME. Portanto, todas as OS de matrícula, de cancelamento e trancamento de matrícula, de conclusão de curso e de contagem de Instru-toria para Instrutores são de responsabilidade do DAdE, que atua em concordância com o estabe-lecido na publicação “Normas para Administra-ção de Ensino no Âmbito do Corpo de Fuzileiros Navais, do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (CGCFN – 111)”. Em termos estatísticos, em 2013 o DAdE foi responsável pela confecção de quase trezentas OS relativas ao ensino e mais de dois mil diplomas e certificados de conclusão de cursos. Concomitante, todos os históricos escolar de cursos de carreira e extracarreira são também confeccionados pelo DAdE, para o registro de da-dos escolares de alunos. É, ainda, tarefa do DAdE, consolidar ao final do ano o Programa de Ensino para o ano seguinte e manter arquivo dos dados escolares de anos anteriores, para consulta de ex--alunos.

Para finalizar, não há como menosprezar a im-portância do DadE, tanto no CIASC, como para a própria condução dos cursos extracarreira. Isto se torna notável pela quantidade de cursos que o CIASC conduz e supervisona, pois são mais de oitenta cursos ao ano. À medida que os meios do CFN se modernizam e os sistemas de armas se tor-nam mais complexos, é fato que a importância e as tarefas do DAdE também tenderão a aumentar.

DAdE

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Arilson de Oliveira SilvaCapitão-Tenente (AFN)

BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO: Causas e

Consequências no Ambiente de Trabalho.

1º lugar no Concurso de Trabalhos Acadêmicos da DEnsM, na categoria de Alunos dos Cursos de

Aperfeiçoamento Oficiais

Resumo

O presente artigo apresenta as diversas for-mas de comunicação nas organizações. Serão abordados conceitos, métodos, pesquisas e

os principais elementos que podem prejudicar um processo comunicativo na organização.

Assim, no decorrer do trabalho, é possível com-preender que ainda são necessários ajustes para uma comunicação eficaz, e estes que devem ser executa-dos dentro e fora das empresas, para que emprega-dores e empregados obtenham uma comunicação clara e objetiva, alcançando-se um ambiente favorá-vel ao relacionamento interpessoal.

Em face disso, este artigo visa a promover a per-feita compreensão no que tange as barreiras à comu-nicação, especialmente no ambiente do trabalho, a fim de que tais barreiras, ou ruídos, sejam corrigidos oportunamente. Palavras chave: Comunicação; Barreira; Ruído; Comunicação Interpessoal; Comunicação nas Or-ganizações.

Introdução

A comunicação evoluiu com o passar dos anos, assim como a tecnologia (Pimenta, p.17). Para o estudo da comunicação, é preciso consi-derar essa evolução e seus aspectos, como como a comunicação corporal, a oral, a escrita e a digi-tal. Pensadores e pesquisadores das disciplinas de ciências humanas, como Filosofia, Sociologia, Psi-cologia e Linguística, têm dado contribuições em hipóteses e análises para o que se denomina “Teoria da Comunicação”, um apanhado geral de idéias que pensam a comunicação entre in-divíduos como fenômeno social. Dos processos de comunicação surgem as barreiras que impe-dem que a mesma seja efetuada de maneira efi-caz, isto é, de forma que o receptor compreen-

da exatamente o que foi dito pelo transmissor, seja de maneira verbal ou escrita. Dá-se então, a necessidade da clareza no conteúdo transmitido pelo emissor. Quando isso não ocorre, é preciso avaliar qual foi a barreira que impediu o sucesso deste processo comunicativo.

A comunicação é fundamental à ação individual e ao esforço conjunto. É o sis-tema nervoso da liderança, trabalho em equipe, cooperação e controle. Ela deter-mina a qualidade dos relacionamentos, os níveis de satisfação e a medida de nosso sucesso ou fracasso. Sua ruptura é umas das principais causas de discórdia ou conflito, mas sendo ela comunicação é o veículo fundamental para resolver di-ficuldades (Keeling, 2002, p. 229).

O presente trabalho abordará a estrutura do processo comunicativo e citará os principais ruídos, ou barreiras, que interferem na eficácia da comunicação, suas causas e consequências para o ambiente de trabalho, permitindo que o leitor tenha conhecimentos sobre os fatores que podem contribuir para a manutenção de um am-biente de trabalho propício ao relacionamento interpessoal, tão necessário ao bom convívio no ambiente organizacional. A obra também permi-tirá que o leitor conheça as comunicações ver-bais e não verbais, compreendendo que além da fala e da escrita, os gestos, postura e expressões faciais também são elementos que compõem a mensagem no processo comunicativo.

Esta obra abordará, ainda, os ruídos na co-municação e exemplificará como a filtragem, a percepção seletiva, a sobrecarga de informação, a defesa, a linguagem, o medo de comunicação, a rádio-peão podem interferir na eficácia do pro-cesso comunicativo.

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Comunicação

Segundo o dicionário Aurélio, comunicação é o ato ou efeito de comunicar (-se), podendo ainda ser definida como o processo de emissão, transmissão e recepção de mensagens por meios e métodos e/ou sistemas convencionados. Am-pliando tais definições, diz-se que é a mensagem recebida por esses meios e, ainda, a capacidade de trocar ou discutir ideias, de dialogar, com vista ao bom entendimento entre pessoas.

Comunicação é, ainda, um campo de conhe-cimento acadêmico que estuda os processos de comunicação humana, envolvendo a troca de informações e utilizando os sistemas simbóli-cos como suporte para este fim. Nesse processo estão envolvidas diversas maneiras de se comu-nicar: duas pessoas tendo uma conversa face a face, ou através de gestos com as mãos, mensa-gens enviadas utilizando a internet, a fala, a escri-ta que permitem interagir com as outras pessoas e efetuar algum tipo de troca informacional. No processo de comunicação em que está envolvido algum tipo de aparato técnico que intermedia os locutores, diz-se que há uma comunicação me-diada. O estudo da comunicação é amplo e sua aplicação é ainda maior. Pode-se afirmar que a comunicação confunde-se com nossa própria vida, pois estamos a todo tempo nos comunican-do, seja por meio da fala, da escrita, de gestos, de um sorriso e até mesmo através do manuseio de documentos, jornais e revistas. Em cada um desses atos que realizamos notamos a presença dos seguintes elementos: o emissor, o receptor, a mensagem, o código, o canal de propagação, o meio de comunicação, a resposta feedback e o ambiente onde o processo comunicativo se realiza. Com relação ao ambiente, o processo comunicacional sofre interferência do ruído e a interpretação e compreensão da mensagem está subordinada ao repertório.

Barreiras da Comunicação

Conforme exposto na acima, o processo co-municativo é composto por emissor, receptor, mensagem, ambiente, canal e código. Acrescen-tando a isso, podemos mencionar o feedback ou

retroação, que é o retorno dado ao emissor so-bre sua mensagem. É por meio do feedback que se pode concluir se a comunicação foi feita com sucesso ou não. Robbins instrui que “o feedback faz a verificação do sucesso na transmissão de uma mensagem como originalmente pretendia”. Ele determina se a compreensão foi ou não obti-da.” (ROBBINS, 2007, p. 180).

Pimenta, de maneira igual, define que:

o feedback (retroalimentação, retroa-ção) pode ser definido como: reação ao ato de comunicação. Ele possibilita que emissor saiba se a mensagem foi apro-vada, desaprovada, compreendida ou não (PIMENTA, 2009, p. 27).

Para que uma comunicação não sofra nenhu-ma alteração no entendimento ou na sua inter-pretação, o receptor da informação deve deco-dificar a mensagem exatamente como ela fora codificada, caso isso seja possível.

Robbins deixa isso bem claro em sua citação abaixo:

A comunicação perfeita, caso possível, seria como se um pensamento ou ideia fosse transmitido de uma pessoa para outra de tal forma que a figura mental percebida pelo receptor fosse idêntica à do emissor. (ROBBINS, 2007, p.184)

Barreiras da Comunicação

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Entretanto, tal perfeição dificilmente é obtida na prática. Desta forma, a comunicação passa a ter ruídos ou barreiras em seu ciclo, fazendo com que a mensagem não seja decodificada pelo re-ceptor da forma exata como fora codificada pelo emissor, gerando um feedback negativo no pro-cesso comunicativo. Nesse sentido, o termo ruí-do ou barreira, é definido por Pimenta (2009, p. 27) como “(...) qualquer interferência ou barreira que dificulte a comunicação”.

Este subcapítulo abordará as principais barrei-ras comunicativas que fazem com que o receptor não compreenda a mensagem do emissor con-forme fora codificada, apresentando suas conse-quências:

Filtragem

Robbins define filtragem como “manipulação da informação pelo emissor, para que ela seja vista de maneira mais favorável pelo receptor”. (ROBBINS, 2007, p.186). Tal manipulação ocorre quando se julga necessário não transmitir todos os detalhes de um determinado assunto a outra pessoa, selecionando apenas os pontos princi-pais do tópico. Consequentemente, a mensagem chega ao interceptor final com lacunas ou adul-terações.

Por exemplo: determinado Chefe de De-partamento precisa apresentar um relatório na próxima reunião de coordenação com o Co-mandante. Entretanto, não conseguiu reunir os dados suficientes para prestar um assesso-ramento completo. Tais informações deveriam ter sido prestadas por um outro departamento, que não o fez em tempo hábil. Mesmo assim, tal chefes de departamento apresenta o relató-rio, sem mencionar que o mesmo se encontra incompleto e, muito menos detalhar os dados que faltam, apenas com a intenção de cumprir o prazo predeterminado. Esse ato é chamado, no jargão popular de “embrulha e manda” ou, no jargão naval, conforme de Souza Maior (2003), “passar a bola”.

Com o exemplo citado acima, depreende-se que o superior, a partir do relatório apresenta-do, terá a sua tomada de decisão dificultada, correndo o risco de desconsiderar dados impor-tantes que não estão disponíveis.

De acordo com o raciocínio do autor (2007, p. 186), este tipo de ruído é comum em organi-zações com extensos níveis hierárquicos, onde é comum falar ao superior imediato apenas o que ele quer ouvir, revelando-se aqui se encontra a manipulação da informação, condensando e sin-tetizando a mensagem para que os superiores não sejam sobrecarregados com dados julgados supérfluos.

Percepção seletiva

A interpretação transforma e adapta o significado da mensagem recebida, fi-xando-a as atitudes e aos valores do des-tinatário até mudar, por vezes, radical-mente, o sentido da própria mensagem (WOLF, 1999).

Quando os interesses e as expectativas do in-terlocutor que está decodificando a mensagem passam a moldá-la conforme suas próprias con-veniências, pode-se identificar ali a percepção seletiva.

Stephen P. Robbins (2007) exemplifica que a percepção seletiva é aplicada com regularidade em processos seletivos.

O entrevistador que acredita que as mu-lheres sempre colocam a família antes do trabalho, ao selecionar novos funcio-nários, vai ver essa tendência em todas as candidatas, quer elas pensem dessa forma ou não. (ROBBINS, 2007, p. 187).

Além dos processos seletivos, podemos pon-tuar a percepção seletiva em outro exemplo na publicação de Robbins, ao falar dos problemas deste ruído na empresa Power Lift:

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A percepção seletiva atrapalhou C. Ri-chard Cowan, fundador e presidente da Power Lift, uma distribuidora de empilha-deiras. Depois de um ano no mercado, Co-wan comprou uma empresa concorrente, onde a maioria dos funcionários estava na casa havia pelo menos 15 anos. Per-cebendo o novo proprietário como jovem e inexperiente, 40 dos 200 funcionários pediram demissão, o que gerou rumores de que a Power Lift estava com proble-mas financeiros. Cowan colocou a culpa da situação na falha de comunicação, admitindo que deveria ter se encontra-do com os novos funcionários para ga-rantir-lhes a importância de seu papel na Power Lift, bem como a boa situação financeira da empresa. Agora, Cowan colocou a comunicação como priorida-de máxima, conversando pessoalmente com cada um de seus funcionários para conhecer suas preocupações. (ROBBINS, 2007, p.187)

A Percepção Seletiva pode ser percebida no ambiente do Corpo de Fuzileiros Navais, no fato de que muitos jovens, quando do seu ingresso nas fileiras da instituição, esperam uma vivên-cia exclusivamente operativa, sem considerar as demais atividades inerentes à profissão, tais como as administrativas e as de segurança. Isso se deve à interpretação incorreta da mensagem divulgada por meio da propaganda do concurso para ingresso na Marinha. A gama de atividades que o jovem militar encontrará no militarismo, além das operativas, muitas vezes gera uma in-satisfação e, até mesmo, decepção. Conclui-se, portanto, que na percepção seletiva a interpre-tação não é realizada baseando-se nos fatos ou na realidade, mas sim, fundamentando-se nos próprios valores para diagnosticar uma situação ou para decodificar uma mensagem. Com isso, cria-se uma barreira na comunicação, uma vez que a mensagem codificada pelo emissor passa por uma manipulação durante a decodificação

desta por parte do receptor, fazendo com que o assunto não seja tratado da forma como o emis-sor a elaborara.

Sobrecarga de informação

As pesquisas indicam, por exemplo, que a maioria de nós tem dificuldade de tra-balhar com mais de sete itens de infor-mação. Quando as informações com que temos de trabalhar excedem nossa capa-cidade de processamento, o resultado é a sobrecarga de informação. (ROBBINS, 2007, p.187)

A pesquisa supracitada se refere à feita por George A. Miller onde, em 1956, foram pesqui-sados os limites da nossa capacidade para pro-cessar informações. A eficácia da comunicação é percebida e não somente a transmitida, ou seja, o resultado da comunicação ocorrerá se todos os envolvidos conseguirem transmitir e receber a informação ou o conhecimento da forma como fora concebido.

Miller orienta que quanto maior for o núme-ro de informação que uma pessoa recebe, maior será o processamento e mais ignorante ela ficará em relação àquele tema. Por outro lado, quanto menos informação esta pessoa receber, menor será o processamento e menos ignorante ficará em relação a determinado assunto. Em sua pes-quisa, Miller discorre em suas explicações que o cérebro humano, na maioria, tem dificuldade em trabalhar com mais de sete itens de informação. (MILLER, 1956, 81-97).

Robbins, por sua vez, aponta que quando as in-formações com que temos de trabalhar excedem nossa capacidade de processamento, o resultado é a sobrecarga de informação, que é tratada por Mil-ler como ignorância, pois faz com que a pessoa per-ca o discernimento sobre o assunto. Essa ignorân-cia ou falta de discernimento pode ser justificada pela impossibilidade de processar e assimilar dados já que, conforme Robbins, a maioria dos pessoas, hoje em dia, reclama de sobrecarga de informação

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devido às demandas de atender a e-mails, telefo-nes, fax, reuniões e leituras profissionais.

O resultado da sobrecarga de informação, isto é, a posse de mais informações do que as pesso-as conseguem processar, organizar e utilizar traz resultados negativos à comunicação da empresa, uma vez que Robbins nos afirma que:

A tendência é selecionar, ignorar ou es-quecer informações. Ou podem se empe-nhar em um esforço de processamento para reduzir a sobrecarga. De qualquer maneira, os resultados são perda de in-formações e comunicação menos eficaz. (ROBBINS, 2007, p.187)

Defesa

Segundo Robbins (2007), esta barreira se ma-nifestará quando o indivíduo receptor da mensa-gem sentir-se ameaçado perante a informação transmitida pelo emissor. Como consequência, nessas ocasiões, é comum a ocorrência de ata-ques verbais, comentários sarcásticos, julga-mentos exagerados e questionamentos sobre os motivos dos outros. Em outras palavras, numa situação de ameaça, é comum o receptor criar uma situação onde o entendimento mútuo seja reduzido, intensificando a barreira para a comu-nicação eficaz.

Linguagem

“O significado das palavras não está nelas; está em nós.” (S. I. Hayakawa apud ROBBINS, 2007, p. 187). Dessa maneira, Robbins introduz seu pensamento de que as palavras têm signifi-cados diferentes para cada pessoa.

De acordo com o autor, existem variáveis que são interpretadas de formas distintas entre os in-divíduos. Como exemplo, podem-se mencionar as variáveis mais óbvias que podem influenciar na comunicação entre o emissor e receptor: a idade, o nível cultural e educacional, a profissão e o local onde vivem. Duas importantes variáveis que inter-

ferem na comunicação para que ela seja eficaz são o jargão e a gíria, e ambas serão tratadas a seguir.

Jargão

Em agrupamentos de profissionais de uma determinada área, cria-se uma linguagem técni-ca e específica para aquela atividade, para aque-le departamento. Robbins (2007) define jargão como sendo uma terminologia especializada ou linguagem técnica que membros de um grupo utilizam para ajudar a comunicação entre si. Es-ses termos específicos podem não ser comuns a todos os setores da sociedade.

Por exemplo, a linguagem empregada pelos Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil pode não ser compreensível para os profissionais de saúde ou metalúrgicos, mesmo que estes segmentos falem o mesmo idioma. Quando os militares são enviados para missões em outros países, passam a incluir no seu vocabulário os jargões de acordo com o país de origem, o que dificulta ainda mais a comunicação eficaz.

Gíria

Como forma de repúdio e reação ao con-dicionamento de uma norma linguísti-ca, grupos de pessoas se isolam e falam entre si uma linguagem especial, porém não técnica – diferenciando assim do jar-gão –, opondo-se ao uso comum da lin-guagem. (PRETI, 1984, p. 2)

Preti exemplifica como esta forma de comu-nicação pode criar uma barreira à comunicação eficaz, uma vez que ela é emitida para ser com-preendida por um grupo restrito de pessoas:

A criação dessa linguagem especial pode não apenas atender ao desejo de origi-nalidade, mas também servir a finali-dades diversas, como, por exemplo, ao desejo de se fazer entender apenas por indivíduos do grupo, sem ser entendido

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pelos demais da comunidade, de onde advém o seu caráter hermético. (PRETI, 1984, p. 2)

Ainda seguindo o pensamento de Dino Preti, a gíria diferencia grupos de pessoas, onde a men-sagem sofre dificuldades para ser decodificada por indivíduos distantes daquela comunidade.

Caracterizada como um vocabulário es-pecial, a gíria surge como um signo de grupo, a princípio secreto, domínio exclu-sivo de uma comunidade social restrita (seja a gíria dos marginais ou da polícia, dos estudantes, ou de grupos ou profis-sões). E quanto maior for o sentimento de união que liga os membros de peque-no grupo, tanto mais a linguagem gíria servirá como elemento identificador, di-ferenciando o falante na sociedade e ser-vindo como meio ideal de comunicação. (PRETI, 1984, p. 3)

Medo da comunicação

Pesquisas revelam que 5 a 20% da popula-ção sofre de medo da comunicação. Este medo, conforme Robbins (2007, p. 188), afeta toda uma categoria de técnicas de comunicação, fazendo com que as pessoas sintam tensão ou ansiedade, sem motivo aparente, em relação à comunicação oral ou escrita.

Quanto à comunicação oral, Robbins (2007) exemplifica que uma pessoa que sofre deste medo, encontra grande dificuldade em conversas telefônicas, além de tensão ou ansiedade quan-do da necessidade dessa conversa. Como conse-quência, e ainda de acordo com o raciocínio de Robbins, este indivíduo evitará falar em público ou fazer uma ligação e preferirá transmitir suas mensagens através de mensagens eletrônicas, memorandos e comunicados escritos, deixando de levar em consideração a agilidade e rapidez que o telefonema proporciona.

O autor também ressalta o fato de que pesso-as que sintam este bloqueio tendem a procurar ramos de atividade que exijam pouca interação, ao invés daquelas onde a comunicação verbal é requisito predominante, como a docência, dei-xando de levar em consideração que em qualquer atividade haverá a necessidade de interação.

Rádio Peão

Pela importância e impacto do que é produzido pela oralidade nos ambientes das empresas, poderíamos adicionar no mundo organizacional a expressão bo-ca-de-gestão, com o significado da co-municação oral produzida pelos gesto-res, de forma planejada ou não. Como antônimo, teríamos a boca-de-peão, cujo significado é a comunicação que se manifesta por meio de rumores. (NAS-SAR, 2006, p.20)

De acordo com Terciotti e Macarenco, a rá-dio peão pode ser descrita conforme segue: Po-demos definir a rádio peão, portanto, como o tipo de comunicação informal que se contrapõe à comunicação formal, que se origina em meio aos funcionários e que, na maioria das vezes, é comandado por eles próprios, com o objetivo de preencher as lacunas deixadas por uma comuni-cação oficial lenta, ineficaz, que não é democráti-ca nem transparente. (TERCIOTTI e MACARENCO 2009, p. 70).

Maria Alzira Pimenta define, ainda:

“Rádio Peão é uma rede de comunica-ção complexa, informal e muito eficien-te, pela qual circulam as mais variadas informações, notícias e rumores de inte-resses dos funcionários, não importando de sua hierarquia, formação profissional ou status.” (PIMENTA, 2009, p. 99)

Diante disto, conclui-se que fica sob responsa-bilidade dos emissores da comunicação elaborar

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mensagens que não permitam que haja possibi-lidade de interpretações contraditórias ou ambí-guas, que possam gerar rumores. Isto é, sempre que uma mensagem for enviada por um emissor, é importante que a linguagem utilizada, seja ela dada por textos, imagens, fala, vídeos, ou qual-quer que seja, não tenha lacunas para que outras interpretações.

Conclusão

Diante do que foi apresentado, depreende--se que praticar as habilidades de comunicação e aprender a superar as barreiras da comunicação é verdadeiramente útil para os indivíduos.

Atitudes defensivas, por vezes agressivas, faz com que muitas pessoas percam facilmente a razão quando são confrontadas com uma crí-tica ou um reparo menos favorável, deixando-se levar pelo lado emocional e reagindo de imedia-to com hostilidade. É importante manter uma postura equilibrada, ouvir o que a outra pessoa tem a dizer e defender a sua opinião com argu-mentos plausíveis, pois só assim a comunicação se pode fazer de forma eficaz.

Acrescente-se que, nos dias atuais, as dificul-dades de comunicação associadas a mensagens eletrônicas tanto podem acontecer quando um grande volume de informações é partilhado, como quando as mensagens são muito sintéti-cas e acabam por não transmitir uma mensagem compreensível, suscitando cuidados extras para evitar este tipo de falhas na comunicação.

É um erro pensar que o segredo de uma boa comunicação está no excesso de informação transmitida. O fato de não se limitar à informa-ção essencial e fazer o interlocutor perder mui-to tempo com pormenores irrelevantes, faz com que a paciência se esgote rapidamente e a aten-ção ao que está dizendo se perca, com prejuízo para informações que poderiam ser realmente

importantes. Assim, deve-se evitar que suas ex-posições orais se transformem em momentos aborrecidos para a audiência, indo direto ao pon-to que se quer abordar.

Enfim, pode-se dizer que uma comunicação fluida e eficaz é um requisito indispensável em qualquer ambiente de trabalho. Saber transmitir uma mensagem, garantindo que esta vai ser cor-retamente percebida por quem a recebe é, sem dúvida alguma, um ponto chave nas relações profissionais.

Referências

Instituto Harrop , Pesquisa de mercado e de opinião – Dis-ponível em <http://www.harrop.com.br/artigo-percepcao--seletiva.html> em 24 ago 2014.KEELLING, Ralph. Gestão de Projetos: uma abordagem glo-bal. São Paulo. Saraiva, 2002.MILLER, G. A. (1956), O número mágico sete, mais ou me-nos dois: Alguns limites na nossa capacidade de processar informação. Psychological Review, 63, 81-97NASSAR, Paulo. Tudo é Comunicação. São Paulo: Lazulli, 2005. 128p.PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação Empresarial: con-ceitos e técnicas para administradores. Campinas: Alínea, 2009. 223p.PRETI, Dino. A gíria e outros temas. São Paulo: T.A. Queiroz: Ed. da Universidade de São Paulo, 1984. 126p.ROBBINS, Stephen P. PLT Comportamento Organizacional. 9.ed. São Paulo: Pearson Education, Valinhos: Anhanguera Educacional, 2007.275p.Sapo Emprego, Portugal – Disponível em <http://emprego.sapo.pt/executivo/guia-carreira/artigo/10/artigo.htm> em 24 ago 2014 SOUZA MAIOR, Roberto Rolo de Japona. Dicionário/contos e crônicas do linguajar Marinheiro (praças); 1ªEd. – Rio de Janeiro, 2003.TERCIOTTI, Sandra Helena; MACARENCO, Isabel. Comu-nicação Empresarial na Prática. São Paulo: Saraiva, 2009. 204p.WOLF, Mauro – Teorias da Comunicações de massa – 2° ed. SP Martins Fontes, 2005

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Resumo

O presente artigo tem como objetivo identifi-car a importância da prática da liderança no ambiente naval. Inicialmente, foram apre-

sentados autores que de alguma forma utilizaram-se da arte da liderança para influenciar pessoas. Pos-teriormente, é apresentada a definição mais usual de liderança, utilizada pela Marinha do Brasil. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica base-ada na interdisciplinaridade, além de consultas em Manuais da Marinha do Brasil, como também, reali-zadas entrevistas com instrutores do Departamento de Instrução do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC). Dessa forma observou-se que os militares têm adotado uma postura pró-lideran-ça, entendendo que liderar é preciso.Palavras-chave: Prática. Liderança. Cotidiano.

Introdução

Desde os tempos remotos da história, os exem-plos dos feitos navais são utilizados para motivar as gerações de Fuzileiros Navais a cumprir suas mis-sões com honra e glória. Nota-se com isso que o Homem esteve presente em todas as conquistas, destacando-o como elemento principal em todas as batalhas. Da mesma forma, grandes pensadores civis utilizaram-se da arte de persuasão para intro-duzir novas percepções a respeito do relaciona-mento interpessoal.

Por isso, em um primeiro momento foi feito um apanhado histórico de forma a identificar alguns exemplos de mentores mestres da persuasão. Pos-

teriormente buscou-se uma aproximação dessas teorias com a doutrina da Marinha, de maneira a formar uma teia de informações que tem como fim o papel da liderança no ambiente militar. Em um se-gundo momento, buscou-se conceituar a importân-cia da liderança no ambiente naval a partir de relatos de instrutores do CIASC.

Por fim, serão apresentadas as considerações a respeito do tema e sua importância para o cotidiano militar, buscando ratificar todas as práticas positivas da arte de liderar na rotina de cada OM.

Liderança no campo pedagógico

Para extrair das coisas sua essência, é necessário transformar em ato algo que elas têm em potên-cia. Disso se encarrega o que Tomás de Aquino chama de inteligência ativa – em complementa-ção a uma inteligência passiva, com a qual cada um pode formar os próprios conceitos. A idéia transportada para Educação introduz um princí-pio pedagógico moderno e revolucionário para seu tempo: o de que o conhecimento é construí-do pelo estudante e não simplesmente transmi-tido pelo professor (Revista Nova Escola, Edição Especial, julho 2009, p. 22).

Tomaz de Aquino, ao pregar a razão e a prudên-cia, desafiou o pensamento medieval e tornou a re-lação entre professor e aluno mais humana. Outro pensador civil que de alguma forma utilizou-se dos conceitos pedagógicos para engrandecer as relações entre os que partilham da troca de saberes foi Paulo Reglus Neves Freire. Ele é considerado por muitos o mais importante educador brasileiro, por pensar a educação como interação e comunhão, sendo ela a práxis para a libertação:

O professor que realmente ensina, quer dizer, que trabalha os conteúdos no quadro da rigo-rosidade do pensar certo, nega, como falsa, a fórmula farisaica do “faça o que mando e não o que eu faço”. Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo (FREIRE, 1998, p.16).

Alex Delane Castelo de Amorim 3º SG-FN-ES

A LIDERANÇA NO COTIDIANO MILITAR

1º lugar no Concurso de Trabalhos Acadêmicos da DEnsM, na categoria de Alunos dos Cursos de

Aperfeiçoamento e Especialização de Praças

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O homem já foi considerado um ser passivo, receptor de informações, porém sabe-se que esse conceito está ultrapassado e o processo de ensino aprendizagem é uma via de mão dupla onde “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”(FREIRE, 1998, p.12). Comparando es-sas teorias com o ambiente militar onde líderes e liderados convivem diariamente, percebemos que é possível e necessário tornar essa relação mais hu-mana, proporcionando, dessa forma, um ambiente mais propício para a troca de saberes e aceitação por parte do liderado, de ser conduzido para o obje-tivo que se deseja atingir.

Voltando um pouco mais na história e fazendo uma analogia com o que se pretende abordar, des-tacam-se os ensinamentos do General Chinês Sun Tzu, que há cerca de 2.500 anos influencia o Oci-dente com seus ensinamentos na arte de liderar. Ele soube como ninguém superar as mudanças e inserir um novo método de organização com as experiên-cias que acumulou durante sua existência. Sun Tzu (2007, p.59) disse: “Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de or-ganização. Controlar muitos e poucos é uma mesma e única coisa. É apenas uma questão de formação e sinalizações.” Sun Tzu (2007, p.98) também cita a importância do trato com os soldados ressaltando o respeito à humanidade a ser considerada em cada um; “Se os soldados forem punidos antes mesmo de se afeiçoarem ao chefe, não demonstrarão respeito. Portanto, os soldados devem ser tratados primeira-mente com humanidade, porém mantidos sob con-trole e disciplina. Isso garantirá sua lealdade.”

Liderança sob a ótica militar

A Marinha do Brasil prepara os militares ao lon-go de suas carreiras na arte de liderar, desde as es-colas de formação até as de especialização e habili-tação. “A Marinha do Brasil define liderança como ‘o processo que consiste em influenciar pessoas no sentido de que ajam, voluntariamente, em prol dos objetivos da Instituição’” (EMA-137, 2004, p. 1-2). Para tanto, é necessário a capacitação dos gestores responsáveis por essa tarefa tão nobre. Essa capa-citação já pode ser percebida no âmbito do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Atualmente o CIASC, co-nhecido como “Centro de Excelência”, é exemplo da atuação da liderança na formação de militares. Neste

Centro foi formado um seleto grupo de instruto-res, capacitados através de cursos e intercâmbios no que se tem de mais atual sobre liderança. Esse corpo de instrutores tem influenciado signifi-cativamente as fileiras do CFN, entregando às OM da Marinha militares ca-pacitados para atuarem na Gestão do Pessoal Mi-litar e a liderarem dentro de seus círculos hierár-quicos.

A Liderança no Cotidiano Militar

Todos nós somos líderes naturais e em algum momento de nossas vidas essa liderança é posta a prova. Podemos citar, por exemplo, o soldado que muitas vezes é pai de família e tem de lidar com sua esposa e filhos. Mesmo não sabendo, ele exerce de alguma forma a liderança no seu lar, sendo exemplo para seus filhos e esposa. No quartel, por muitas vezes também exerce posi-ção de destaque por ser mais antigo que outros soldados e por exercer funções que é necessário a prática da liderança. Por isso o que pratica-mos no ambiente militar nos é útil, também, na vida pessoal. (Pesquisa de campo, agosto 2014, 1ºSG-FN-ES F.Andrade, Instrutor da Escola de Li-derança, CIASC)

Ainda em conversa com os instrutores do CIASC, destacamos as observações elencadas pelo SO-FN--ES (RM1) ROBERTO, que há mais de quatro décadas vem prestando relevantes serviços ao CFN. Segun-do ele, a liderança no cotidiano militar hoje é muito mais presente do que em sua época, e que a apro-ximação do superior hierárquico com o subalterno traz benefícios significativos para o rendimento do trabalho do militar a bordo. Além disso, ele cita o fato de os Fuzileiros Navais de hoje serem muito mais instruídos do que os de sua época, transfor-mando-os em militares e cidadãos mais conscientes de seus direitos. Com isso, cria-se um clima favorável para se atingir os objetivos da administração naval.

Certa vez, no auditório do CIASC, o SO-FN-MO CAVALCANTI, Suboficial MOR e Encarregado da

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Escola de Liderança, palestrava para os alunos do curso de Habilitação a Sargento da turma 2014, sendo, na ocasião, abordados aspectos psicológicos e filosóficos a respeito da arte de liderar. A palestra era atinente a um psicólogo americano chamado Abraham Maslow que criou uma teoria em que as necessidades humanas básicas são colocadas numa hierarquia. Segundo as explicações do SO MOR, Maslow sugeriu que nossas necessidades individu-ais têm um padrão. Essas necessidades seriam basi-camente Fisiológicas, de Segurança, Afetiva, de Au-toestima e de Autorrealização. Ainda dentro desta mesma teoria, o SO mencionou que uma vez satis-feita uma necessidade, automaticamente sentimos a necessidade de satisfazer as próximas. Com isso, percebe-se que todos devem ter suas necessidades básicas atendidas para que se possa criar um am-biente propício à prática da liderança, e consequen-temente, criar uma atmosfera para se galgar objeti-vos cada vez mais altos.

O Corpo de Fuzileiros Navais incentiva a prática da liderança através de premiações, como por exem-plo, “FUZILEIRO PADRÃO”, destinado à praça do CFN que, por meio de processo seletivo, destaca-se entre seus pares pelo alto padrão moral e profissional de-monstrado ao longo da carreira. No âmbito das OM, existem as premiações do “SO-MOR”, “SG LÍDER”, “CB ESCOL” e “SOLDADO PADRÃO”. Além do reco-nhecimento institucional e valorização por parte dos superiores hierárquicos, a liderança é internalizada e compreendida também pelas canções militares, destacando mais uma vez o CIASC como exemplo. Este utiliza o canto da música LIDERAR É PRECISO, de autoria do CC (T) SIDNEY DA COSTA ROSA e do SO--FN-MU DEILDO DOS SANTOS, como ferramenta de ensino. O trecho a seguir, retirado da música supra-citada, demonstra todos os valores e atributos que um líder deve possuir, colocado em forma de canção militar, favorecendo assim a internalização de con-ceitos tão importantes.

Liderar é preciso, mentores mestres da persu-asão, além do poder, influência ou razão, apri-morando a arte da influência, mostrar que é possível ir além, com exemplo a inspirar, todo líder faz a diferença extraindo para sempre o melhor. Com habilidade e perfeita sensatez, re-conhecida integridade pessoal a atingir sempre mente e corações, suas palavras elevam o mo-

ral, visão, caráter, carisma e confiança, atributos essenciais, líderes invocam com fervor a lutar e viver sempre audaz. 1

A canção foi executada pela primeira vez em ce-rimônia militar no CIASC, na formatura do Curso Es-pecial de Habilitação para a promoção a Sargento e do Curso de Formação de Sargento Músico 2014, re-alizada no dia 13 de junho e presidida pelo Coman-dante do Pessoal de Fuzileiros Navais, evidenciando a importância desse tema para a nova geração de Fuzileiros Navais.

Conclusões

Em virtude dos fatos mencionados, observou-se que tanto no meio civil como no militar, existe a pre-ocupação com a melhoria das relações interpesso-ais, tendo em vista a tendência de se usar a liderança para se alcançar objetivos com êxito. Para isso, todos devem estar voluntariamente de acordo ou pelo menos convencidos pelo líder de que devem utilizar todas as energias em prol do que se pretende. Logo, observa-se que as necessidades sociais, a qualidade do relacionamento interpessoal, o respeito pelos outros e o autorrespeito são essenciais no dia a dia de qualquer organização, tornando desta forma o ambiente de trabalho mais propício para que o líder mobilize os liderados a atingir os objetivos traçados pela instituição. Sobre esse aspecto, vale ressaltar que a Marinha do Brasil tem se preocupado cada vez mais em formar militares capacitados na arte de li-derar, entendendo que liderar no cotidiano militar é necessário.

Referências

BRASIL. Marinha do Brasil. Estado-Maior da Armada. EMA-137: Doutrina de Liderança da Marinha. Rio de Janeiro, 2004.Bushidô, Nikko. A Arte da Guerra: os treze capítulos ori-ginais/Sun Tzu; adaptação e tradução de Nikko Bushidô. São Paulo: Jardim dos Livros,2007.FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1998.Revista Nova Escola, Edição Especial, julho 2009.UNIVERSO ONLINE. Canção Liderar é Preciso. Disponível em: <http://www.bfnrm.mb/docs/Liderar%20%C3%A9%20preciso.wmv>. Acesso em: 25 ago. 2014 às 11:10min.

1 Fonte: www.bfnrm.mb, acesso em: 25/Ago/2014.

A Liderança no Cotidiano Militar

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Flávia Costa de Jesus Pereira Baptista 1ºTEN (RM2-T)

Encarregada da Biblioteca do CFN

BIBLIOTECA DO CFN

Inaugurada em dezembro de 2008, a Bibliote-ca do Corpo de Fuzileiros Navais tem como fi-nalidade contribuir para o aprimoramento do

saber, na formação profissional e educacional do Fuzileiro Naval, por meio da disseminação de in-formações pertinentes à Ciência Militar.

Os assuntos abordados pela Biblioteca são: Administração, Direito Militar, História Militar, Ciência Política, Liderança, Pedagogia, entre ou-tros.

O acervo da Biblioteca é composto por livros, periódicos, DVD, CD nacionais e internacionais. Está totalmente informatizada e é parte integran-te da Rede de Bibliotecas de Marinha (REDE BIM – Rede que visa à integração e o intercâmbio do acervo de todas as bibliotecas existentes no âm-bito da Marinha, em uma única base de dados, o Sistema Pergamum. Com apenas uma única con-sulta, é possível pesquisar além da Biblioteca do CFN, mais de 30 Bibliotecas que estão na Rede).

Entre os produtos/serviços que são disponi-bilizados podem ser listados os seguintes: Treina-mento de usuários, Catálogo on-line (possibilita a consulta do acervo da biblioteca via intranet

e internet, por meio do titulo, autor, assunto e termos livres. Apresenta o resultado da busca, como: localização da Biblioteca, localização da publicação na estante e disponibilidade para empréstimo), comutação bibliográfica (servi-ço que permite acesso a cópias de documentos técnico-científicos disponíveis nos acervos das principais bibliotecas brasileiras e em serviços de informação internacionais. Os documentos encontrados nesse serviço são periódicos, teses, anais de congressos, relatórios técnicos e partes de documentos), estação multimídia (espaço de aprendizagem reservado com oito microcompu-tadores com acesso a internet e ferramentas do Office), empréstimo, empréstimo entre bibliote-cas (participantes da REDE BIM e conveniadas), videoteca, normalização de referências bibliográ-ficas (orientação aos militares e militares/alunos quanto à normalização de trabalhos acadêmicos e referências bibliográficas) e pontos de rede.

O Horário de atendimento da Biblioteca do CFN é de segunda à sexta-feira, de 07h30 até 18h00.

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Daniel de Vasconcelos CamposCapitão-de-Corveta (FN)

Encarregado da Área de Processamento Geográfico

CENTRO DE JOGOS DIDÁTICOS-CJD/2014

A Simulação Construtiva[1] a Serviço do Corpo de Fuzileiros Navais - CFN

Centro de Jogos Didáticos-CJD/2014 – A si-mulação construtiva[1] a serviço do Corpo de Fuzileiros Navais - CFN

Breves Antecedentes

Em 1990, o CFN vislumbrou a necessidade da utilização de um sistema computacional que simulasse o desenvolvimento de uma Operação Anfíbia. A intenção inicial era permitir o ades-tramento do controle da ação planejada pelos oficiais-alunos do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais do CFN – CAOCFN.

Entre os anos de 1992 e 1997 foram envida-dos grandes esforços para a implementação do simulador. Nos momentos iniciais foram esgota-dos os recursos humanos da MB e, em um se-gundo momento, a partir de 1997 até o ano de 2012, foi realizada uma parceria com a PUC-Rio visando à solução dos problemas técnicos encon-trados bem como o desenvolvimento do simula-dor construtivo do CFN, batizado de Sistema de Jogos Didáticos-SJD. Devido à grande complexi-dade computacional envolvida, a primeira simu-lação realizada com sucesso só ocorreu no ano de 1998.

Dos idos da década de 90 até os dias atuais o SJD tem incorporado um sem-número de funcio-nalidades e recursos computacionais nas áreas de Banco de Dados, Computação Gráfica, Mo-delagem Matemática, Sistemas Geográficos de Informações e Redes de Computadores que, alia-dos ao desenvolvimento de “hardware” cada vez mais robusto, nos possibilitam uma aderência cada vez maior das simulações executadas com a realidade das Operações Anfíbias.

O CJD no ano de 2014

Dentre as diversas demandas atendidas pelo SJD, ao longo do ano de 2014, ressaltamos as seguintes:• Operação Carimbó, na Escola de Guerra Naval,

em proveito do Curso de Estado Maior para

Oficiais Intermediários (CEMOI), nos períodos de 09 a 21 de maio (Turma I) e 23 de julho a 04 de agosto (Turma II);

• Operação Clava, em Itaoca-ES, em proveito do Comando da Tropa de Reforço, no período de 17 a 20 de agosto;

• Operação QUADREX, em Itaoca-ES, em provei-to da Força de Fuzileiros da Esquadra, no perí-odo de 20 a 24 de agosto ;

• Operação Guilhotina, em Três Corações-MG, em proveito do Comando da Divisão Anfíbia, no período de 14 a 18 de setembro;

• Fórum de Simulação e Treinamento Militar - FSTM, em São José dos Campos-SP(Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA), no período de 30 de setembro a 02 de outubro.

• Operação AdestFER, em Formosa-GO, em pro-veito da Força de Fuzileiros da Esquadra, no período de 20 a 27 de outubro;

• Operação Mandrake, na Ilha do Governador--RJ, em proveito do CAOCFN, no período de 28 de novembro a 04 de dezembro (Figura 1);e

• I/ITSEC2014,Interservice/Industry Training, Simulation and Education Conference , em Orlando-USA, no período de 01 a 04 de de-zembro.

Figura 1: Execução da simulação em proveito do CAOCFN

Referência:[1] Wikipedia. Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Live,_virtual,_and_constructive. Acesso em 16 de dezembro de 2014.

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Sabemos que o maior patrimônio de uma organização é o seu pessoal. Por mais que a organização seja estruturada e possua os

melhores equipamentos e recursos tecnológicos, se nela não existirem pessoas atuando, ela pode ser chamada de qualquer coisa, menos de orga-nização. De fato, as pessoas são o que há de mais importante. A bem da verdade, pode-se obter resultados com pessoas atuando sem recursos (bens materiais e imateriais); agora, não temos como obter resultados se tivermos os recursos materiais e não tivermos ao menos uma parcela de recurso humano.

No processo de produção de uma organiza-ção (seja ela qual for), por exemplo, enquanto o material tem que ser moderno, as pessoas pre-cisam ser experientes. As pessoas atuam sem necessariamente possuir o material; porém, o material não atua sem as pessoas. Primeiro sur-giram as pessoas, depois o material. Aliás, foram as pessoas que inventaram o material, e não o contrário. Ainda bem que muito cedo as orga-nizações passaram a mobilizar uma parcela sig-nificava de seu pessoal para cuidar do recurso

humano e, em relação àquelas que alcançaram o resultado e sobrevivem até hoje, vale a pena salientar que não teriam obtido a mesma sorte se não tivessem aplicado o devido cuidado para com os seus funcionários, que são o seu patrimô-nio maior. De certo que a atitude de cuidar bem do pessoal que constitui a “mão de obra” de uma organização viabilizou melhores resultados e até garantiu e sobrevivência de muitas organizações, podendo algumas delas alcançar o bicentenário, como podemos destacar a igreja, o militarismo, e dentro dele a Marinha do Brasil, o Corpo de Fuzi-leiros Navais, entre outros.

Não obstante, o CIASC é uma organização de ensino que sabe muito bem da importância do seu pessoal, inclusive que a excelência é garanti-da não apenas com material adequado, mas, so-bretudo, com pessoal bem cuidado; tanto é que possui dentro da Superintendência de Adminis-tração um departamento chamado de Departa-mento de Pessoal (DPes), que tem como tarefa, em resumo, cuidar do pessoal em seus diferentes aspectos e viabilizar o preenchimento das lacu-nas de mão de obra nos diversos setores.

André dos Santos da SilvaCapitão-de-Corveta (T)

Chefe do Departamento de Pessoal

DEPARTAMENTO DE PESSOAL

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O DPes é constituído por duas divisões: uma, chamada de Divisão de Pessoal Civil, que cuida dos Servidores Civis, e outra, chamada de Divisão de Pessoal Militar, que cuida do pessoal militar. Suas principais tarefas são:

• Receber, selecionar e distribuir o pessoal pelos diversos setores do CIASC;

• Receber, consolidar e encaminhar as in-formações inerentes às necessidades de pessoal;

• Informar as necessidades de movimenta-ções de pessoal, visando salvaguardar a ad-ministração naval e a carreira do pessoal;

• Orientar o pessoal quanto aos seus direi-tos e deveres;

• Apreciar e encaminhar expedientes con-tendo requerimentos do pessoal;

• Escalar o pessoal para as fainas adminis-trativas e de segurança;

• Assessorar o comando nos diferentes as-pectos da carreira do pessoal;

• Executar lançamentos de dados nos as-sentamentos dos militares;

• Controlar os afastamentos do Serviço; e• Manter o controle de entrada e saída de

pessoal.O CIASC, sabedor da importância do seu pes-

soal, não abre mão de manter esse Departamen-to, assim como os demais, em boas condições de atuação, pois tornar-se parte das organizações centenárias que cresceram na perfeita valoriza-ção do seu pessoal, onde recurso material não foi valorizado em detrimento do recurso humano, é uma meta a ser seguida e conquistada.

O Departamento de Pessoal é responsável por diversas pastas funcionais, que envolvem desde o Soldado até o Comandante da OM. Es-sas pastas tratam de assuntos pessoais e admi-nistrativos, como Justiça e Disciplina, Carreira de Praças, Detalhe de Serviço, entre outros. Dessa forma, é preciso que se tenha muito profissiona-lismo ao tratar de assuntos tão importantes.

Justiça e Disciplina é uma pasta muito sen-sível. Os assuntos ali tratados envolvem milita-res que vão a audiências para esclarecer fatos e responder pelos seus atos. Nessa mesma pasta, tem-se a instauração de Sindicâncias e abertura de processos que esclarecem a presença de cri-

me, como o de Deserção. Tais funções precisam ter um cuidado especial para respaldar o Coman-do, por meio de parecer técnico, de forma a não deixar atos expostos, de acordo com as Leis e normas. Para isso, é importante que se tenha mi-litares comprometidos com a função para buscar o melhor assessoramento ao comando.

Na Carreira de Praças, tratam-se de todos os assuntos referentes à carreira profissional das Praças lotadas no CIASC. Nessa função, o mili-tar precisa estar atento a todas as informações oriundas do CPesFN e da DPMM, que são as OM responsáveis por gerenciar as carreiras de todos os militares da Marinha do Brasil, além de ficar atento às mudanças e inovações que são inseri-das nas normas que regem a carreira. É por meio desta pasta que todos os militares se remetem aos Órgãos de Direção Setoriais para iniciar os seus pleitos. Por isso, o militar que maneja esta pasta precisa estar atualizado e disposto a ajudar, para que se tenha um desenvolvimento adequa-do a fim de solucionar os problemas gerados nas carreiras.

Já o Detalhe de Serviço mexe com a vida de todos os militares da OM. Quando se detalha al-gum militar para o serviço, é preciso ter critérios para se seguir, pois tem que existir coerência e honestidade para ninguém sair lesado e para que todos possam se organizar em suas vidas particu-lares, tendo em vista que os militares do efetivo serviço não podem ir para suas casas nesses dias. Outro fator importante é a segurança; o pessoal de serviço fica responsável por toda a segurança do quartel. Assim, o militar que vai prover a se-gurança precisa ter a certeza de que não está so-brecarregado em relação aos demais integrantes da guarnição.

Por todos esses fatos expostos, entre outros, o Departamento de Pessoal vem trabalhando para incentivar, implementar processos e qualificar os militares que ali trabalham, para que sejam cada vez mais comprometidos e bem informados, pro-porcionando o melhor para os nossos militares. O Departamento entende que o atendimento ao cliente precisa ser eficiente e transparente. Des-se jeito, tem-se lisura nas ações realizadas pelos militares deste setor tão direcionado para a car-reira dos militares de bordo.

Departamento de Pessoal

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A Intendência na Marinha

A Intendência da Marinha remonta ao Bra-sil Colônia. Em 3 de março de 1770, José I de Portugal e o seu Primeiro Ministro

Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal, assinaram no Palácio da Ajuda o alvará de criação do Intendente da Marinha no Arsenal da Bahia, dando procedimentos para a Adminis-tração Fazendária da Colônia e definindo as atri-buições da junta da administração da Fazenda na mesma Capitania. Em 1796, foi instituída a Real Junta da Fazenda cujo presidente era sempre o Ministro e Secretário de Estado da Marinha e Do-mínios Ultramarinos.

Dando continuidade à estruturação do Ser-viço de Intendência na Marinha, foi criada, em 7 de janeiro de 1797, também por Alvará Régio, a função de comissário em cada um dos navios de Guerra, quando armados. Desse modo, cada esquadra portuguesa passou a ter uma Junta Especial de Fazenda, composta do Comandante-

João Luís Borges da SilvaCapitão-Tenente (T)

Chefe do Departamento de Intendência

DEPARTAMENTO DE INTENDÊNCIA

-em-Chefe e seu Major-General, três Coman-dantes de navios e do Comissário-Geral. Assim, o Intendente era um administrador específico, subordinado apenas à Real Junta de Fazenda da Marinha, órgão destinado a planejar e fornecer o necessário à construção Naval. Abaixo, vinham as juntas especiais das Esquadras com seu comissá-rio-geral e as naus com seus comissários. Com o sucesso destas medidas, foi estendido, em 12 de agosto do mesmo ano, o cargo de Intendente da Marinha e seus Armazéns Reais a todos os Arse-nais de Marinha das capitanias da América. Pelo alvará de 13 de maio de 1808, foi criada a Con-tadoria da Marinha no Arsenal Real da Marinha - primeira organização militar de intendência -, e os cargos de Contador, Escriturário, Comissário, Escrivão, Almoxarife, Fiel, Pagador e Tesoureiro Geral das Tropas. O seu símbolo tradicional é a folha de acanto, planta natural da costa leste do mar Mediterrâneo, da família das dicotiledône-as, que se caracteriza por folhas largas, verdes e recortadas.

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A Intendência no CIASC

O Departamento de Intendência do CIASC tem como objetivos principais dirigir e coorde-nar o Serviço de Intendência no âmbito da OM, assessorando o Comando na supervisão e fisca-lização dos acordos e convênios firmados e nos assuntos pertinentes aos diversos Planos de Me-tas; cumprindo a legislação pertinente ao Serviço de Intendência e a Sistemática do Plano Diretor, conforme estabelecido em Ordem Interna, bem como supervisionar e coordenar as atividades das Divisões subordinadas.

O Departamento de Intendência tem uma im-portância significativa nos processos de aprendi-zagem e está diretamente ligado não apenas aos setores responsáveis pelo ensino como também aos setores de apoio ao mesmo. Cabe destacar que sem o Departamento de Intendência, o Cen-tro de Instrução perderia a engrenagem principal

de funcionamento, visto que o setor é respon-sável pelo pagamento de pessoal, alimentação, aquisição de suprimentos de expediente, limpe-za, informática, de manutenção de bens móveis e imóveis, incluídos aí a manutenção dos diversos meios administrativos e operativos que o CIASC dispõe, bem como aquisição de equipagens ope-rativas utilizadas nos diversos cursos nele minis-trados.

A Intendência, pautada na correta e transpa-rente gestão dos recursos públicos, vem se aper-feiçoando no decorrer dos anos com seus meca-nismos de planejamento, execução e controle, visando, alinhar em suas ações, o trinômio eficá-cia, eficiência e efetividade inseridas no âmbito da Administração Pública. Tais ações contribuem pra que possamos lograr êxito no atendimento das necessidades do nosso público-alvo, nosso bem maior, “O ALUNO” do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo.

Departamento de Intendência

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Tendo como principal objetivo a excelência no atendimento médico, odontológico, fi-sioterápico, psicológico e de enfermagem,

o Departamento de Saúde contribui para a segu-rança e bem-estar da tripulação do CIASC.

Além das atividades rotineiras do Departa-mento, a Saúde está presente nas comemora-ções e eventos de grande vulto como, por exem-plo, a Festa dos Veteranos, a Corrida do Corpo de Fuzileiros Navais, a Ultramaratona de 24h, as provas para os diversos concursos do CFN e formaturas dos diversos cursos do CIASC, muitos com a presença de grande número de pessoas, característica principal destes eventos, exigindo deste Departamento atendimento técnico e hu-manizado.

Fatima Teresinha Luz VieiraCapitão-de-Corveta (Md)

Chefe do Departamento de SaúdeDEPARTAMENTO

DE SAÚDE

O Departamento de Saúde realiza a média de 6.000 atendimentos anualmente, mostrando em números a presença dos profissionais deste De-partamento na vida diária da tripulação.

A Saúde tem também como atribuições a re-alização das inspeções de saúde da tripulação do CIASC e das OM vizinhas, bem como o apoio às manobras e exercícios do CIASC e de outras OM, realizados ao longo do ano. Além disso, são ministradas instruções de Primeiros Socorros a guarnição e alunos.

Aprimorar o atendimento a cada dia, qualifi-cando e treinando seus profissionais para melho-rar a qualidade de vida da tripulação, é a meta do Departamento de Saúde.

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O Departamento de Educação Física (DEF) do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC) é formado pelos se-

guintes militares e civis: 1ºTen (RM2-T) Marluza, 1ºTen (RM2-T) Caetano, SO-FN-MO Coutinho, 1ºSG-EL Aldir, 2ºSG-EP Netto, 3ºSG-EP Lucke-si, 3ºSG-EP Lourenço, 3ºSG-EP Nobre, 3ºSG-EP Marlon, 3ºSG-EP Morais, CB-EP Clemerson e CB--EP Wanderson, Professor (doutorando) Marce-lo Sant’anna, Professora Ana Paula (PROFESP), Estagiária Amanda Furtado, Estagiária Larissa Camargo e Estagiária Raissa Ferreira (PROFESP).

Esses profissionais contribuem para o de-senvolvimento das seguintes tarefas: aplicação de cerca de 3.000 testes de aptidão física (TAF) ao longo do ano para a tripulação e alunos dos diversos cursos, condução semanal das aulas de treinamento físico militar (TFM), administração e treinamento das equipes de Rústica, Orientação e Pentatlo Militar, que representam a Marinha

no MAREXAER, e desenvolvimento do Projeto Forças no Esporte/Segundo Tempo (PROFESP).

Além dessas atividades, o DEF anualmente é responsável pela administração das equipes de Pentatlo Militar, Pentatlo Naval, Triathlon e Na-tação do setor CGCFN dentro do Campeonato Área Rio pelo pelotão representativo na corrida do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) e, nos últi-mos dois anos, pela participação na Ultramara-tona 24 horas dos Fuzileiros Navais.

Dentro da condução do TFM, são ministra-dos trabalhos específicos de corrida, natação e de força, além de circuitos de treinamento funcional e circuitos aeróbicos para os alunos. Além disso, é realizado um trabalho à parte para os alunos com mais dificuldade, para que os mesmos possam alcançar os índices mínimos necessários à aprovação na disciplina TFM de seus respectivos cursos.

Caetano Moreno Pauferro 1ºTEN (RM2-T)

Chefe do Departamento de Educação Física

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - DEF

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DEPARTAMENTO DE MATERIAL

Departamento de Educação Física

No âmbito do treinamento das equipes re-presentativas da Marinha no MAREXAER, o DEF conta com o apoio de militares que são desta-cados para realizar o treinamento técnico es-pecífico dos atletas: SO-FN-IF Duarte (Pentatlo Militar), 3ºSG-FN-IF Ferreira (Pentatlo Militar), CB-FN-EF Fabricio (Pentatlo Militar), 2ºSG-FN--IF Pugliese (Orientação), 3ºSG-FN-IF Diorge (Orientação) e 3ºSG-FN-IF Costa (Rústica).

Vale ressaltar que, dentro deste contexto, a Marinha, por intermédio do CIASC, vem obtendo resultados expressivos: pelotão vice-campeão na Corrida do CFN em 2012 e 2014, campeã da Rústi-ca do MAREXAER em 2012, campeão individual da Orientação no MAREXAER 2013. Além disso, obte-ve 8 medalhas nos últimos 2 anos do MAREXAER e atletas campeões nas equipes de Futebol e Judô (administradas pelo CIAA) em 2013 e 2014.

No âmbito de aula teórica, o DEF ministra aulas de anatomia, treinamento cardiovascular e treinamento de força nos cursos de Liderança para instrutores e no Estágio Preparatório para Instrutores do Corpo de Alunos (E-PrepInst-CA).

O Departamento de Educação Física coorde-na as atividades do núcleo do PROFESP/Segun-do Tempo, que conta com a participação de 100 beneficiados e desenvolve as seguintes ativida-des: atletismo, natação, futebol, basquete, lutas (karatê, jiu-jitsu e capoeira) e atividades comple-mentares: palestra de nutrição, higiene bucal, in-formática e gestão ambiental.

Outro diferencial do departamento é a utili-zação na preparação física de suas equipes des-portivas representativas no MAREXAER e no TFM dos alunos dos cursos de habilitação, aperfeiço-amento e especialização para praças do treina-mento funcional (é o que existe de mais moder-no em treinamento de força e preparação física).

Outro aspecto importante é que de forma ímpar, o Centro de Instrução, via seu DEF, con-seguiu a realização do Curso de Treinamento Funcional da empresa CORE 360 para 40 milita-res (que também contou com a participação de fisioterapeutas, inclusive do CEFAN).

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O Departamento de Material do CIASC, constituído pelas Divisões de Manuten-ção e Reparo, de Transporte e de Material

Bélico, tem como competência a supervisão dos diversos serviços relacionados a manutenção e o reparo geral das instalações e equipamentos da Unidade. É igualmente responsável pela coorde-nação e controle da execução de obras civis, con-trole de avarias (CAV), serviços e reparos relativos à energia elétrica, água, esgoto e refrigeração da OM, apoio de viaturas aos exercícios curriculares e atividades administrativas, e por fim, armaze-namento e manutenção do armamento orgânico até o nível de 2º escalão, contribuindo para a for-mação do aluno Fuzileiro Naval, que é a atividade fim deste Centro. E para cumprir esta tão impor-tante tarefa, o Departamento de Material conta com os seguintes elementos organizacionais:

a) Secretaria do Departamento de Material com as seguintes competências:

• Processar todo o expediente dirigido ao De-partamento e por ele expedido;

• Controlar o registro, fichário, protocolo e ar-quivo da correspondência administrativa do Departamento;

• Controlar as publicações sob a responsabilida-de do Departamento; e

• Executar os serviços relacionados a adminis-tração interna do pessoal do Departamento.

b) Divisão de Manutenção e Reparo com as se-guintes competências:

• Controlar a manutenção dos sistemas de água, esgoto e águas pluviais;

• Coordenar e controlar os reparos e serviços de obras civis;

• Controlar a manutenção dos sistemas de ener-gia elétrica e refrigeração;

• Manter o Controle de Avarias (CAV) em nível operacional adequado;

• Manter atualizado o CADIMA; e• Coordenar as atividades das Seções subordina-

das;

c) Seção de Reparos e Pintura da Divisão de Ma-nutenção com as seguintes competências:

• Executar os reparos e pinturas das edificações; e

• Executar a limpeza e manutenção dos telhados das edificações.

d) Seção de Oficinas da Divisão de Manutenção com as seguintes competências:

• Executar a manutenção e reparo de móveis, objetos e artefatos de madeira;

• Executar a manutenção e reparo das instala-ções elétricas prediais e equipamentos elétri-cos;

Claudemir Monteiro dos Santos Capitão-de-Corveta (RM1-T)

Chefe do Departamento de MaterialDEPARTAMENTO

DE MATERIAL

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• Executar a manutenção e reparo dos apare-lhos de ar-condicionado;

• Efetuar reparos e serviços de metalurgia;• Executar a manutenção e operação de CAV;• Operar e reparar os sistemas de água e esgoto,

e águas pluviais; e• Executar a limpeza das caixas e reservatórios

de água.

e) Seção de Prefeitura da Divisão de Manu-tenção com as seguintes competências:

• Providenciar a limpeza dos arruamentos e praias do aquartelamento;

• Providenciar a conservação e preservação das áreas gramadas, flora e fauna sob a res-ponsabilidade do CIASC; e

• Fiscalizar a retirada de lixo do aquartelamento.

f) Divisão de Transportes com as seguintes com-petências:

• Coordenar o serviço de transporte;• Coordenar a manutenção de 1º escalão das

viaturas orgânicas;• Coordenar o armazenamento, controle e dis-

tribuição de combustíveis, graxas, lubrifican-tes empregados na manutenção das viaturas;

• Verificar através de inspeções periódicas, a si-tuação de todo o material que lhe esta afeto;

• Providenciar os meios necessários para o repa-ro do material afeto à Divisão; e

• Coordenar as atividades das Seções subordina-das.

g) Seção de Manutenção da Divisão de Trans-portes com a seguinte competência:

• Realizar a manutenção de 1º escalão das viatu-ras orgânicas.

h) Seção de Transportes da Divisão de Trans-portes com a seguinte competência:

• Operar o serviço de transporte.

i) Seção de Abastecimento da Divisão de Trans-portes com as seguintes competências:

• Controlar e distribuir o material empregado na manutenção das viaturas orgânicas, mantendo atualizados registros da obtenção e consumo desse material; e

• Armazenar, controlar e distribuir os combus-tíveis, graxas e lubrificantes.

j) Divisão de Material Bélico com as seguintes competências:

• Coordenar e controlar o armazenamento e a manutenção do material bélico;

• Controlar e coordenar a distribuição da muni-ção;

• Proceder a escrituração pertinente ao material bélico; e

• Coordenar as atividades das Seções subordina-das.

l) Seção de Armamento da Divisão de Material Bélico com as seguintes competências:

• Controlar todo o armamento orgânico e efetu-ar a sua manutenção até o nível de 2º escalão; e

• Armazenar todo o armamento orgânico de acordo com as normas vigentes.

m) Seção de Munição da Divisão de Material Bélico com a seguinte competência:

• Controlar, armazenar e distribuir a munição.

n) Seção de Equipagens da Divisão de Material Bélico com a seguinte competência:

• Controlar, distribuir e manter em condições de pronto uso toda a equipagem e material de es-tacionamento.

Além disso, o Departamento de Material, no ano de 2014, recebeu como tarefa a entrega de seis novas salas de aula no prédio do Departa-mento de Instrução, possibilitando mais conforto para os alunos. Tal tarefa corrobora com a cres-cente demanda de espaço de ensino exigido pelo aumento do efetivo do CFN, refletindo igualmente em um aumento do número de alunos no CIASC.

Departamento de Material

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Quanto à sua organização, a Divisão de Pro-cessamento de Dados está subordinada à Superintendência de Administração.

São atribuições da Divisão de Processa-mento de Dados:I - Assessorar o Comandante e Imediato sobre as-suntos relativos à Tecnologia da Informação;II - Planejar e supervisionar as atividades de infor-mática no âmbito do CIASC;III - Orientar a aquisição, manutenção e adminis-tração dos recursos de informática, de acordo com as normas de Administração Naval em vigor;IV - Manter ligações com as Diretorias Especializa-das (DE), com Órgãos Técnicos e com o COMIM-SUP, no que se refere aos temas vinculados;V- Supervisionar a manutenção preventiva e cor-retiva dos equipamentos de informática;VI - Manter atualizadas as versões dos programas básicos e de apoio;VII - Padronizar e divulgar procedimentos relativos à utilização dos recursos deinformática; eVIII – Proporcionar suporte aos usuários.

Embora a Tecnologia da Informação (TI) atual-mente englobe vários segmentos de conhecimen-to, tanto técnicos quanto administrativos, para efeitos práticos e a fim de facilitar o trabalho de governança no âmbito da MB, procurou-se orga-nizá-la em três grandes áreas:A) Administração e Sistemas: • Coordenar assuntos administrativos do setor, a

fim de cuidar da carreira dos militares, como fé-rias, CR etc.;

• Aquisição de equipamentos de informática da rede local do CIASC. São eles: estação de traba-lho padrão, material de conectividade, impres-soras e material sobressalente da estação de trabalho padrão da MB, através de Ata de Regis-tro, Pregão eletrônico etc.;

• Gerenciar os sítios WEB e o Correio Eletrônico padronizado pela DCTIM;

• Realizar backup e restauração dos servidores WEB e do Correio Eletrônico;

• Monitorar o sistema de proteção contra amea-ças eletrônicas (EPO), relatando imediatamente possíveis ataques à DCTIM;

• Gerenciamento de acesso aos usuários na in-ternet MB pelo CIASC;

• Gerenciamento de acesso aos usuários no Por-tal MB;

• Relatório de Gestão de Risco Trimestral;• Relatório do Programa Netuno Mensal;• Relatório de Descarte de Material para o Gestor

Ambiental; e• Relatório SITREP ORISET anual.B) Suporte, Manutenção e Reparo: • Prestar suporte aos usuários das estações de

trabalho no que se refere aos sistemas homolo-gados pela MB;

• Prestar o primeiro atendimento ao usuário, a fim de evitar que a estação de trabalho seja re-colhida pela Seção de Manutenção;

• Padronizar e divulgar procedimentos relativos à utilização dos recursos de informática;

• Atualizar as estações de trabalho que não pos-suam as vacinas mais recentes pela Seção de Sistemas;

• Realizar a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de informática;

• Atualizar as versões dos programas básicos e de apoio nas estações de trabalho; e

• Cumprir as regras de padronização de instala-ção de softwares determinadas pela Seção de Sistemas.

C) Segurança e Conectividade: Fazer cumprir a segurança orgânica no que diz res-peito aos recursos de TI;Realizar auditorias internas programadas ou ino-pinadas para verificar o fiel cumprimento das nor-mas de SID na rede local;Gerenciar a Rede Local, de forma a mantê-la ope-rando dentro dos seus requisitos operacionais; eIdentificar e proteger os RCC (Segurança Física) e planejar possíveis expansões na infraestrutura, a fim de evitar redução na performance da rede.

Lídia Carla Marins Bezerra1ºTEN (RM2-T)

Encarregada do Departamento de Processamento de Dados

DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE DADOS

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Hélio Correa de Souza, 86 anos de idade, está completando 31 anos de trabalho no CIASC e tem muita história para contar.

Funcionário exemplar da empresa terceirizada de limpeza e conservação TECNISAN, Seu Hélio viu e participou ao longo de sua história do crescimen-to do Centro de Instrução Sylvio de Camargo.

Este artigo é uma homenagem ao entrevista-do, que é estendida a todos os funcionários res-ponsáveis pela manutenção e conservação das históricas instalações do CIASC. A eles, o nosso muito obrigado!

Seu Hélio guarda muitas lembranças dos seus longos anos de trabalho no CIASC, apesar da me-mória já não tão nítida devido à idade avançada. O auxiliar de serviços gerais conta da época em que participou da reconstrução de parte da OM, quando houve a explosão no paiol de armamen-tos da Ilha do Boqueirão, em 16 de julho de 1995, sentida até no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – Galeão: “Todos os vidros foram que-brados, foi um susto muito grande”. Ele também relembra com orgulho das viagens que fez junto aos militares do CAOCFN.

Homem simples e batalhador, construiu com as próprias mãos 10 casas na Ilha do Governador para garantir o sustento da família. Há também construções e incontáveis reparos feitos pelo Seu Hélio por todo o CIASC, como churrasqueiras e os bancos da área externa. Ele também obser-vou muitas transformações feitas na estrutura do Centro de Instrução ao longo do tempo, princi-palmente devido aos estragos feitos pela mare-sia, como o concreto que precisou ser substituí-do pelo piso atual no rancho das Praças.

O carinho da equipe com o octogenário é enorme. Adilson da Silva, também funcionário da empresa TECNISAN, 21 anos de CIASC, relata que, muito mais do que local de trabalho e sus-tento, a OM é fonte de amor para o Seu Hélio: “Aqui, todos têm muito cuidado e carinho com ele: compram remédios, providenciam consul-tas, prestam assistência jurídica. Eu o considero como um pai”.

Seu Hélio confirma o bom relacionamento com todos. Ele conta que gosta das brincadeiras e do convívio com os alunos, que o tratam com mui-to respeito. “Muitos dos que hoje são Sargentos e Cabos lembram de mim desde as suas primeiras passagens pelo CIASC!”, diz, com orgulho.

Mas nem tudo são flores em sua trajetória. Há um ano atrás, Seu Hélio sofreu uma grande per-da: o falecimento de sua esposa. Além disso, sua saúde está bastante debilitada; ele caminha com dificuldade e as dores nos joelhos são frequen-tes. Mesmo assim, ele não deixa de ir trabalhar: “Ele sempre foi um funcionário exemplar, nunca se atrasou ou faltou ao serviço. Mesmo durante suas férias, ele sempre veio nos visitar. Ele insiste em trabalhar, mesmo com a idade avançada, por isso cuidamos para que ele tenha uma rotina leve e mantenha o convívio com todos, o que para ele é fundamental, uma grande fonte de motivação, principalmente após a perda de sua companhei-ra”, conta Adilson.

Assim, apesar da idade e do seu estado de saúde, esse senhor querido por todos e, sem dúvida, marcante na história do CIASC, pode ser visto até hoje andando pelas alamedas do Cen-tro de Instrução Sylvio de Camargo, assobiando, sorrindo e brincando com os alunos, esbanjan-do simpatia e recebendo muito carinho de quem por ali passa.

Mariana Müller 2ºTEN (RM2-T)

Entrevistadora

ENTREVISTA COM O SEU HÉLIO

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EDUCAÇÃO FÍSICA

• Nome: Amanda Furtado da Silva• Instituição de Ensino que realiza o curso:

UFRJ – 7º período• Cursando: Bacharelado em Educação Fí-

sica• Quanto tempo está estagiando: 1 ano e

3 meses

Como considera ter sido sua experiência no programa de estágio?

A minha experiência de estágio no CIASC não poderia ter sido mais proveitosa, tanto no aspec-to social - já fiz vários amigos - e contatos, quanto profissional e acadêmico, uma vez que tive mui-tas oportunidades de participar de simpósios, congressos, palestras e cursos que engrandece-ram meu currículo. Sem contar com as aulas quase que diárias (formais e informais) com o Prof. Santana e os outros profissionais da DEF, que são extremamente competentes na área. A possibilidade de poder trabalhar com turmas

grandes de militares e conseguir ministrar algu-mas aulas supervisionadas me fez ficar muito mais segura ao manejar uma turma lá fora. Não tenho do que reclamar, só a agradecer a oportu-nidade e o reconhecimento pelo meu trabalho.

Daria algum conselho para os jovens que de-sejam ingressar no mercado de trabalho?

O melhor conselho que eu poderia dar aos jovens seria que, independente de qualquer coi-sa, o seu melhor tem que ser feito. Não importa se tem alguém observando ou não, se tem outro que ganha o mesmo que você e não faz nem a metade, nada disso importa; quando o melhor é feito de coração e com boa vontade, uma hora ou outra o reconhecimento virá, assim como aconteceu comigo agora.

Paula Fernandes 2ºTEN (RM2-T) Entrevistadora

Entrevista com osestagiários do CIASC

PEDAGOGIA

• Nome: Juliana Machado de Jesus• Instituição de Ensino que realiza o curso:

Estácio de Sá• Cursando: Pedagogia – 7º período• Quanto tempo está estagiando: 7 meses

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Como considera ter sido sua experiência no programa de estágio?

O estágio vem me proporcionando um apren-dizado constante; é o lugar onde coloco toda a te-oria aprendida na faculdade em prática, assim me preparando para enfrentar o mercado de traba-lho, que cada vez se torna mais concorrido. Meu estágio é realizado no DOA, Departamento de Orientação e Avaliação, que é um setor de grande importância no CIASC, pois é através do DOA que os cursos realizados no CIASC e em outras OM são supervisionados. Tal atividade nos permite apren-der a todo o momento. Sempre há algo novo para nos desafiar, nos tornando cada vez mais prepara-dos para o futuro e inspirados para seguir na car-reira militar.

Daria algum conselho para os jovens que de-sejam ingressar no mercado de trabalho?

Aproveite cada instante do estágio, indepen-dente da instituição, pois é através dele que nos preparamos para o mercado de trabalho. Viver e observar a rotina do estágio nos propiciará a expe-riência tão requisitada pelo mercado de trabalho.

INFORMÁTICA

• Nome: Helen Esteves de Souza• Instituição de Ensino que realiza o curso:

Estácio de Sá• Cursando: Sistemas da Informação • Quanto tempo está estagiando: 9 meses

Como considera ter sido sua experiência no programa de estágio?

A oportunidade de estagiar no CIASC me pro-porcionou realização profissional e pessoal, onde adquiri conhecimento e aprendi o significado de disciplina, respeito, liderança e responsabilidade. Junto ao DPD (Departamento de Processamento de Dados) realizei tarefas, adquiri experiência, venci obstáculos e pude vivenciar a real essência do “espírito de corpo”, ao lado de uma equipe excelente, verdadeiros líderes, sendo muito mais do que colegas de trabalho, mas uma família.

Daria algum conselho para os jovens que de-sejam ingressar no mercado de trabalho?

Aos jovens que pretendem ingressar no mer-cado de trabalho e querem um futuro promissor, tenham foco, força e perseverança, pois só não alcança seus objetivos quem desiste!

Entrevista com os estagiários

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Ao raiar do dia, no Centro de Instrução Al-mirante Sylvio de Camargo (CIASC), já se pode ouvir nossos alunos entoando hinos

e canções de forma vibrante e com passos firmes para mais uma jornada de atividades. No TFM, as Companhias mostram toda sua vibração e en-tusiasmo, entoando as famosas “Charlie Mike”, ou seja, as canções militares, que ecoando pe-las ruas e trilhas do Complexo Naval da Ilha do Governador (CNIG) saúdam os nossos honrados Batalhões de Fuzileiros Navais, que serão suas moradas em um futuro bem próximo.

O Corpo de Alunos tem em sua estrutura um Comandante, um Imediato, um Departamen-to de Apoio aos Estrangeiros, uma Secretaria e cinco Companhias de Alunos, sendo três do Cur-so de Habilitação e Aperfeiçoamento e duas do Curso de Especialização, estrutura esta que ten-de a se ampliar para atender aos novos desafios

que se avizinham. Para comandar estas Compa-nhias e suas frações, o Corpo de Alunos dispõe de militares experientes, em geral Suboficiais e Primeiros-Sargentos, que por sua trajetória no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), expressam os mais altos valores da profissão militar. O instrutor do Corpo de Alunos conduz seu pelotão com foco na conduta exemplar e transmissão de experiên-cias, conquistando corações e mentes em prol de um objetivo único, que é elevar o nome de nossa Instituição.

Por fim, temos em nossas mãos a nobre mis-são de formar líderes, jovens que seguiram sua vocação de serem valentes e guerreiros Fuzilei-ros Navais, e que agora nos cabe lapidá-los, cui-dadosamente, como um artífice faz com sua jóia mais rara, observando os detalhes do seu ofício. Estes guerreiros irão liderar outros guerreiros e manterão sempre aceso o fogo sagrado que nos conduz à vitória.

Liderar é preciso! Adsumus!

Imediato do Corpo de Alunos

Quando fui informado que assumiria a função de Imediato do Corpo de Alunos (ImCA), senti um misto de surpresa, orgulho e vaidade. A surpre-sa ocorreu devido ao fato de, em meio a tantos oficiais qualificados, ter sido eu o merecedor da confiança do Comando. O orgulho é fácil explicar, afinal, ao receber em minhas mãos uma função de tamanha importância, tive a certeza de que meu senso profissional e pessoal estão na rota certa. Por último, a vaidade, que fez sentir-me muito importante para minha instituição.

Em 22 de fevereiro de 1986, iniciou-se o Cur-so de Formação de Soldados, turma I, no Centro de Adestramento de Brasília-DF (Cadest). Naque-le dia, comecei minha carreira. Confesso que, no auge da juventude, nem sabia ao certo o que es-tava fazendo. Em Brasília, fui acolhido e adotado pela família de outro recruta de lá, hoje meu ir-mão de coração, RC-FN 112 GUEDES, com quem

Alex Silva da Costa Capitão-de-Corveta (FN)

Comandante do Corpo de Alunos

PALAVRAS DO COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS

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mantenho os mesmos laços de amizade e afeto daquela época até hoje.

Dessa forma, minha consolidação como FN começou no Batalhão Humaitá, onde tive o privi-légio de servir na 2ª Cia. Foi um grande aprendi-zado. Em 1988, fui apresentado ao então Centro de Instrução e Adestramento (CIAdest), nosso atual Centro de Instrução Almirante Sylvio de Ca-margo (CIASC), e assim me formei um Cabo Fuzi-leiro Naval da arma de Infantaria.

No ano de 1993, retornei ao CIASC. Nessa épo-ca, de maneira mais intensa, fui forjado sargento. O olhar da minha família, no dia da formatura, me deu a certeza do valor da minha conquista. Mais uma vez, voltei à minha casa, o Batalhão Humai-tá, lá na inesquecível 2ªCia (só quem foi mem-bro sabe a que me refiro), tive a oportunidade de exercer os ensinamentos obtidos neste Centro e a sorte de, junto aos meus pares, sob o Coman-do do então CT (FN) Guimarães, aprender muito mais. Formamos uma grande família, unida des-de os corridões no TFM, até os sofrimentos nas operações, quer fossem reais ou exercícios. A ca-minhada continuou, vieram muitas alegrias e al-gumas tristezas, mais uma vez saí, e em 2005 re-tornei. No fim do ano seguinte, participei do 6º Contingente da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, que perdurou até junho de 2007. Considero essa missão como o ápice da minha carreira, pois pude exercer a minha função de Auxiliar de Operações em uma condi-

ção real, bem como atuar junto ao 4ºPelFuzNav nas várias operações realizadas, empregando os conhecimentos aprendidos neste Centro e mol-dados nas unidades operativas do CFN.

Aprovado, em 2009, para o Curso de Forma-ção de Oficiais, após sacrifícios pessoais e fami-liares, em 2010 tornei-me Oficial. Agora, na con-dição de Imediato do Corpo de Alunos, sinto-me na obrigação de repartir com os alunos as experi-ências que tive. Dirijo-me a eles, sempre expres-sando minhas convicções, alicerçadas em princí-pios e valores que norteiam a profissão militar, buscando despertar em cada um deles o que eles têm de melhor a oferecer.

Hoje me foi concedida a oportunidade de, como ImCA, fazer por esses jovens o que outros experientes Fuzileiros fizeram por mim. Peço constantemente a Deus dignidade para cumprir minha missão e desejo enorme e continuado su-cesso aos alunos de hoje e futuros companheiros nas diversas Organizações Militares do CFN.

O Corpo de Alunos é o farol, que no mar re-volto das incertezas mostra a raia segura para o Desembarque Anfíbio na graduação alcançada.

Adsumus!!!CELSO MARTINS OLIVEIRAPrimeiro-Tenente (AFN)Imediato do Corpo de Alunos

Parada Escolar

A Parada Escolar, que para nós recebe alcunha de “Paradão do ComCA”, tornou-se o momen-to no qual o Comandante do Corpo de Alunos (ComCA), o Capitão-de-Corveta (FN) Alex Siva da Costa, se dirige a todos os alunos, em formatura. Essa cerimônia semanal tem como foco a divul-gação de ordens, a conclamação a uma reflexão sobre temas voltados à liderança e à disciplina, bem como inspeções de uniforme e as avalia-ções dos desfiles dos Pelotões dos diversos cur-sos. Essas avaliações servem de parâmetro para a acirrada disputa entre os Pelotões para serem reconhecidos, por um período de três meses, como “Pelotão Sylvio de Camargo” e “Pelotão na Vanguarda”, por se destacarem nos itens relacio-nados à disciplina e à motivação.

Palavras do Comandante do Corpo

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Com o passar dos dias, no decorrer do ano letivo, torna-se nítida a transformação que aos poucos vai ocorrendo. Logo as tímidas passadas nos deslocamentos, em sua maioria de desco-nhecidos, cede lugar à marcialidade e firmeza de ânimo. Os alunos passam a criar a identidade de suas Companhias e Pelotões. Após algumas se-manas, nossos alunos da especialidade de músi-cos, sob a batuta do Mestre da Banda, saem da formatura e passam a tocar as canções e dobra-dos que dão um brilho especial à cerimônia.

Os alunos têm a oportunidade de exercitar sua liderança por meio da condução dos pelotões e controle sobre sua fração. Após as palavras do Comandante do Corpo de Alunos e o canto da canção “Na Vanguarda”, expressão da alma e do sentimento dos Fuzileiros Navais, ocorre o desfile em continência ao ComCA, momento em que os alunos fazem deferência ao seu Comandante, em sinal de consideração e respeito.

A Parada Escolar se mostra como uma das mais importantes ferramentas do Corpo de Alu-nos. Nela, é possível praticar a Ordem Unida, le-var os alunos a raciocínios e reflexões, fortalecer o “Espírito de Corpo”, tocar e despertar o orgu-lho pela profissão, além, obviamente, de expor o grau de prontificação e destreza.

Alunos: indiscutivelmente, o Paradão do ComCA é o seu cartão de apresentação!

Adsumus!!!

Corrida de Calça e “Boot”

Uma das atividades iniciais que têm por obje-tivo criar unidade nas turmas é o “Corridão de cal-ça e boot”, como denominamos. Nele, os alunos começam a despertar o “sentimento de turma”. A disputa pelos cantos mais altos e vibrantes, os guiões das Companhias e dos Pelotões à frente da tropa, a coluna coberta e alinhada e a imagem da estrada do CNIG totalmente tomada pelos alunos compõem este cenário vibrante. Em seu retorno ao CIASC, fazendo o “chão tremer e as paredes racharem”, os alunos mostram o seu valor. Como expressão de satisfação e entusiasmo, ao término desta atividade, finalizamos com nossa maior sau-dação: “Para posição de flexão, um, dois!!!”

Palavras do Comandante do Corpo

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Dia do ComCA

Dia dedicado a atividades extracurriculares que visam à integração, reflexão, engrandeci-mento cultural, prática esportiva, valorizando a boa convivência, camaradagem e o Espírito de Corpo. Dentre as atividades propostas neste ano, podemos destacar as competições esporti-vas entre as companhias, apresentações teatrais sobre temas relevantes, palestras, entre outras que fizeram parte da programação para este dia especial. Neste ano, tivemos dois dias com este propósito. No primeiro, 26SET, os alunos dos Cur-so de Aperfeiçoamento e Curso de Especialização foram brindados com uma apresentação teatral, também com a exibição do documentário “Al--Qaeda” e, finalizando, assistiram à palestra pro-ferida pelo ex-Comandante Geral da Polícia Mi-litar do Rio de Janeiro, Coronel Mário Sérgio, no período da tomada do Complexo do Alemão pela Força de Pacificação, em 2010. Já no segundo, 07OUT, ocorreu uma Competição Esportiva que abrangeu as modalidades de natação, futebol, cabo de guerra e o “naval de ferro”, que é com-posta de desmontagem e montagem de arma-mento, flexão ao solo, natação e corrida.

Peça Teatral

No dia 26 de outubro, como parte do “Dia do ComCA”, tivemos a apresentação de uma peça

teatral encenada pela Companhia do Humor, que tratou do tema “Violência Doméstica”. Este im-portante assunto, que aflige não só a nossa so-ciedade, mas diversos países ao redor do mundo, foi desenvolvido de forma leve, porém não com menos seriedade que exige, e contribuiu para o despertar de um pensamento reflexivo sobre os fatos, proporcionando uma maior conscientiza-ção da importância da família.

Palestra

Os alunos dos Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização tiveram a oportunidade de assistir à palestra do Cel (PMERJ) Mário Sérgio, ex-Co-mandante Geral da corporação, por ocasião das operações que retomaram os Complexos do Cru-zeiro e Alemão, com o apoio do CFN. Atualmente, é Secretário Municipal de Políticas de Segurança, do Município de Duque de Caxias – RJ, autor dos livros: “Incursionando no Inferno – A verdade da tropa” e “Libertando o Alemão”, proferiu a pa-lestra “Conflitos Urbanos de baixa intensidade na cidade do Rio de Janeiro”. O entusiasmo do palestrante contagiou a plateia, especialmente quando fez menção, em tom vibrante, ao apoio dos “Cavalos de Aço” dos Fuzileiros Navais, alu-são às nossas viaturas blindadas, que tiveram pa-pel decisivo naquela operação.

Palavras do Comandante do Corpo

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Marluza Castelo Branco 2ºTEN (RM2-T)

Chefe do Deptº de Educação Física

MAREXAER

A MAREXAER surgiu como competição oficial a partir de 1996, objetivando reprisar, entre as Es-colas de Formação de Sargentos das Forças Armadas, as competições esportivas que se reali-zaram, com absoluto sucesso, entre as escolas Preparatórias de Cadetes e as Academias Mili-

tares. A primeira MAREXAER foi realizada em 1996, no Rio de Janeiro, nas modalidades de Atletismo, Basquete, Futebol, Judô, Natação, Corrida Rústica e Voleibol.

No decorrer de dezoito edições, a MAREXAER foi conquistando seu espaço, graças à garra de seus atletas e ao perfeito preparo dos organizadores e colaboradores. Dessa forma, passou a fazer parte do calendário esportivo da CDMB, e nele foram incluídas as modalidades de Pentatlo Militar, Orien-tação e a participação feminina nas modalidades de orientação e voleibol. O objetivo da competição é estimular o congraçamento e a sã camaradagem entre os integrantes das Escolas de Formação de Sargentos das FFAA, bem como despertar não só o gosto pela prática dos esportes, mas também conscientizá-los sobre a importância de identificação dos valores das áreas afetiva e psicomotora.

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A MAREXAER acontece anualmente, sendo realizada no Centro de Instrução Almirante Ale-xandrino (CIAA), no Rio de Janeiro-RJ, na Escola de Sargentos das Armas (EsSA), em Três Cora-ções-MG e na Escola de Especialistas de Aero-náutica (EEAR), em Guaratinguetá-SP.

O CIASC tem sob sua responsabilidade três equipes representativas: o Pentatlo Militar, Orientação e Corrida Rústica, que são disputadas pelos alunos do Curso Especial de Habilitação a Sargentos/Aperfeiçoamento (C-EspHabSG/AP) e do Curso de Especialização (C-Esp), que vem ob-tendo resultados significativos ao longo dos anos.

A equipe de Corrida Rústica do CIASC sagrou-se campeã em 2012 e campeã individual da Orienta-

ção em 2013, além de ter obtido 8 medalhas nos úl-timos 2 anos e de ter sido campeã nas modalidades de futebol e judô com atletas do CIASC em 2013.

Em 2014, conquistamos o 1º e 3º lugares no Cross Country (uma das provas do pentatlo mi-litar), 1º lugar no lançamento de granadas, 1º lugar geral individual na Corrida Rústica e fomos campeões nos 1.500 e 5.000 do atletismo, ambos com o SD-FN Renan.

No ano de 2014,, a MAREXAER ocorreu em Três Corações-MG, na Escola de Sargentos Das Armas - EsSA e, em 2015, acontecerá no Rio de Janeiro-RJ, distribuído pelas instalações do CEFAN, CIAA e CIASC.

MAREXAER

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Flávia Costa de Jesus Pereira Baptista 1ºTEN (RM2-T)

Assessora de Comunicação Social

ENCONTRO DE VETERANOS – AVCFN

No dia 17 de maio de 2014, foi realizado o tradicional Encontro de Veteranos. Promovido pela Associação de Veteranos de Fuzileiros Navais (AVCFN), a festividade contou com a presença do Comandante Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante-de-Esquadra (FN) Fernando Antonio de Siqueira Ribeiro, autoridades civis e miliares.

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A 40 anos, a festa é realizada pelo Comando Geral do Corpo de Fuzileiros Navais em parceira com o Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo, reunindo gerações de Fuzileiros Navais, amigos e familiares.

O intuito do Encontro é valorizar as tradições navais e seus combatentes de outrora, revigorando o Espírito de Corpo.

Encontro AVCFN

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CAOCFN

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FORMANDOS DOS CURSOS DE CARREIRA EM 2014

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C-Esp-GAnf

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1º Pelotão / 1ª Companhia - Curso de Aperfeiçoamento - Máquinas e Motores

2º Pelotão / 1ª Companhia - Curso de Aperfeiçoamento - Comunicações Navais

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3º Pelotão / 1ª Companhia - Curso de Aperfeiçoamento - Artilharia / Engenharia de Combate

1º Pelotão / 2ª Companhia - Curso de Aperfeiçoamento - Infantaria

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2º Pelotão / 2ª Companhia - Curso de Aperfeiçoamento - Comunicações Navais

3º Pelotão / 2ª Companhia - Curso de Aperfeiçoamento - Infantaria

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4º Pelotão / 2ª Companhia - Curso de Aperfeiçoamento - Infantaria

1º Pelotão / 3ª Companhia - Curso de Aperfeiçoamento - Escrita e fazenda / Máquinas e Motores

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2º Pelotão / 3ª Companhia - Curso de Aperfeiçoamento - Música/Corneta e Tambor/Eletrônica

1º Pelotão / 4ª Companhia - Curso de Especialização - Máquinas e Motores

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2º Pelotão / 4ª Companhia - Curso de Especialização - Comunicações Navais

3º Pelotão / 4ª Companhia - Curso de Especialização - Artilharia/Corneta e Tambor

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4º Pelotão / 4ª Companhia - Curso de Especialização - Engenharia de Combate/Eletrônica

1º Pelotão / 5ª Companhia - Curso de Especialização - Infantaria

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2º Pelotão / 5ª Companhia - Curso de Especialização - Infantaria

3º Pelotão / 5ª Companhia - Curso de Especialização - Infantaria

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4º Pelotão / 5ª Companhia - Curso de Especialização - Infantaria

5º Pelotão / 5ª Companhia - Curso de Especialização - Infantaria

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Em dezessete de dezembro de dois mil e qua-torze, presidida pelo Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante-de-

-Esquadra (FN) Fernando Antonio de Siqueira Ribeiro, foi realizada a cerimônia de formatura dos cursos ministrados no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo. Os alunos do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais do Corpo de Fu-zileiros Navais, dos Cursos de Aperfeiçoamento de Sargentos, do Estágio de Habilitação a Sargen-to, dos Cursos de Especialização e do curso Espe-cial de Comandos Anfíbios concluíram mais uma etapa de suas carreiras em uma das mais belas cerimônias de formatura já vistas neste Centro.

Com seus uniformes tradicionais e repertório peculiar, a Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais abriu a solenidade, despertando emoção e expectativa dos que esperavam para assistir aos principais homenageados, que entraram logo em seguida: os alunos. Entoando a canção que sim-boliza o Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo, Templo do Saber, os alunos cobriram o gramado do pátio Comandante Gilberto com gar-bo e marcialidade.

Um dos momentos mais emocionantes do evento foi a premiação dos primeiros colocados e dos alunos que se destacaram pela liderança em seus cursos. Eles foram premiados por dife-rentes Organizações Militares e entidades extra--marinha, como a Poupex. Merecendo destaque: no CAOCFN, o CT (FN) DAVID PEIXOTO MANHÃES JUNIOR, primeiro colocado e o CT (FN) DALTON PEREIRA ALVES JUNIOR, destaque de liderança. O 3º SG-FN-MO 06.9952.92 CRISTIANO PEIXOTO DA FONSECA, destaque de liderança no C-Ap; o CB-FN-CT JOÃO ALVARO BARBOSA, primeiro co-locado no Est-Hab-SG. o CB-FN-IF MARCIO MAR-CIAL VIANNA, destaque de liderança no Est-Hab--SG; e o CB-FN-CN 10.1357.23 SÉRGIO MACEDO DA SILVA, destaque de liderança no C-Espc.

Além da premiação, os primeiros colocados nos cursos de Aperfeiçoamento e Especialização foram agraciados com a Medalha-prêmio Sar-gento Francisco Borges de Souza: o 3ºSG-FN-CN

GUSTAVO SEVERIANO COSTA, primeiro coloca-do no C-Ap-CN; o CB-FN LUCAS GALDINO ROSA, primeiro colocado no C-Esp-CN; o 3º SG-FN-CT SAULLO DE SOUZA RIBEIRO, primeiro colocado no C-Ap-CT; o SD-FN ÉRICK LIMA VALDES, primei-ro colocado no C-Esp-CT; o 3ºSG-FN-MO SIDNEY DA SILVA LUCIO, primeiro colocado no C-Ap-MO; o SD-FN DAVI LINO BORGES, primeiro coloca-do no C-Esp-MO; o 3ºSG-FN-AT CELSO DA SILVA T.EIXEIRA JUNIOR, primeiro colocado no C-Ap-AT; o SD-FN ABRAÃO LUIZ DA COSTA LEAL, primeiro colocado no C-Esp-AT; o 3ºSG-FN-EG MAXSUEL BARBOSA BOSSATO, primeiro colocado no C-Ap--EG; o SD-FN NEIDSON NASCIMENTO DE JESUS, primeiro colocado no C-Esp-EG; o 3ºSG-FN-ET JORGE LUIZ SANTOS DE JESUS, primeiro colocado no C-Ap-ET; o SD-FN MARKUS RUBEM PEIXOTO DE OLIVEIRA, primeiro colocado no C-Esp-ET; o 3ºSG-FN-IF DANIELE MÁRIO DE OLIVEIRA BAL-DANZI, primeiro colocado no C-Ap-IF; o SD-FN LEONARDO MOURA F. DE OLIVEIRA, terceiro colocado no C-Esp-IF; o 3ºSG-FN-IF PHILLIP DE CASTRO CARVALHO ZANITH, segundo colocado no C-Ap-IF; o SD-FN RAFAEL BATISTA DE ARAU-JO RANGEL, segundo colocado no C-Esp-IF, o 3ºSG-FN-IF FRANCISCO EDINALDO DE CASTRO, terceiro colocado no C-Ap-IF; o SD-FN JORDENIL-SON LOPES GALVÍNCIO, primeiro colocado no C--Esp-IF; o 3ºSG-FN-ES WALTER IVAN DOMICIANO RODRIGUES, primeiro colocado no C-Ap-ES; e o 3ºSG-FN-MU JOÃO CARLOS DA SILVA, primeiro colocado no C-Ap-MU.

A cerimônia transcorreu para os momentos finais quando, guiada pelo Comandante do Cor-po de Alunos, a tropa desfila em continência ao Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais e encerrando-se com o aluno mais antigo coman-dando o ‘fora de forma’ com o brado: “Liderar é preciso”, exaltado com tamanho vigor e entusias-mo que denota não só o sentimento dos alunos de gratidão ao CFN, como também a sensação de dever cumprido por mais uma etapa concluída.

ADSUMUS

Jaqueline Nascimento de Carvalho2o Tenente (RM2-T)

Encarregada da Escola de Escrita e Fazenda

FORMATURA GERAL

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Formatura Geral

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PRIMEIROS COLOCADOS E MEDALHA SG BORGES

2º Ten (FN) GABRIEL BARROS FERREIRA

CT (FN) DAVID PEIXOTO MANHÃES JÚNIOR

2°TEN(AFN) MAURICIO GOMES DE FARIAS

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PRIMEIROS COLOCADOS E MEDALHA SG BORGES

3ºSG-FN-MU JOÃO CARLOS DA SILVA 3ºSG-FN-CN GUSTAVO SEVERIANO COSTA

3ºSG-FN-IF DANIELE MÁRIO DE OLIVEIRA BALDANZI3ºSG-FN-MO SIDNEY DA SILVA LUCIO

MEDALHA SG BORGES

3ºSG-FN-ES WALTER IVAN DOMICIANO RODRIGUES3º SG -FN-CT SAULLO DE SOUZA RIBEIRO

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CB-FN-AT ABRAÃO LUIZ DA COSTA LEALCB-FN-ET MARKUS RUBEM PEIXOTO DE OLIVEIRA

CB-FN NEIDSON NASCIMENTO DE JESUSCB-FN-EF RODRIGO AZEVEDO VELASQUE

MEDALHA SG BORGES

3ºSG-FN-EG MAXSUEL BARBOSA BOSSATO 3ºSG-FN-AT CELSO DA SILVA TEIXEIRA JUNIOR

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CB-FN-MO DAVI LINO BORGES

CB-FN-CN LUCAS GALDINO ROSA

CB-FN-CT ÉRICK LIMA VALDES

CB-FN-IF JORDENILSON LOPES GALVÍNCIO

MEDALHA SG BORGES

CB-FN-ES GIUVANI ARAÚJO NERGI

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Por ser um Centro de excelência, o Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo é res-ponsável pela condução da maioria dos cursos inerentes aos militares do Corpo de Fuzileiros Navais, além de supervisionar os cursos de interesse da Marinha do Brasil que são conduzidos

pelas OM executantes. Este artigo tem o intuito de exibir detalhes, tanto sobre os Cursos de Aper-feiçoamento, Especialização, de Formação, Especiais, Expeditos e Estágios conduzidos pelo CIASC (ver Tabela 1 a 6), quanto os Cursos e Estágios conduzidos por OM executante sob supervisão do CIASC (ver Tabela 7) e no ano de 2014. Ao consultar a Tabela 8, será possível identificar em números a dimensão da quantidade de cursos, estágios, alunos, dias de manobra e exercício, refeições e a quantidade de oficiais e praças que compuseram a tripulação desse importante Centro de Instrução em 2014.

Tabela 1 - Cursos de Aperfeiçoamento conduzidos pelo CIASC

Curso Período Alunos Matriculados Alunos Concludentes DME

CAOCFN 10FEV-05DEZ 38 36 47

C-Ap-IF 16JUN-28NOV 185 183 33

C-Ap-MU 16JUN-28NOV 28 28 -

C-Ap-CT 16JUN-28NOV 12 12 -

C-Ap-AT 16JUN-28NOV 30 30 18

C-Ap-CN 16JUN-28NOV 55 55 13

C-Ap-ET 16JUN-28NOV 07 07 -

C-Ap-EG 16JUN-28NOV 26 26 18

C-Ap-MO 16JUN-28NOV 52 52 5

C-Ap-ES 16JUN-28NOV 33 33 -

Total 466 462 134

Tabela 2 - Cursos de Especialização conduzidos pelo CIASC

Curso Período Alunos Matriculados Alunos Concludentes DME

C-Espc-GAnf 10FEV-22MAI 42 39 41

C-Espc-IF 14ABR-28NOV 244 237 33

C-Espc-AT 14ABR-28NOV 30 28 18

C-Espc-CN 14ABR-28NOV 55 55 18

C-Espc-ET 14ABR-28NOV 10 10 5

C-Espc-EG 14ABR-28NOV 31 30 23

C-Espc-MO 14ABR-28NOV 60 60 10

C-Espc-CT 14ABR-28NOV 20 20 5

Total 492 479 153

Vítor do Nascimento Pereira Capitão-Tenente (FN)

Editor Adjunto

CIASC em Números

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Tabela 3 - Cursos Especiais conduzidos pelo CIASC

Curso Período Alunos Matriculados Alunos Concludentes DME

C-Esp-ComAnf 02JUN-21NOV 41 14 99

C-Esp-NeConRef-OF 27OUT-25NOV 9 9 -

C-Esp-HabSO Correspondência 196 196 -

C-Esp-HabSG 17FEV-30MAI 453 450 5

C-Esp-MecAL 21JUL-10OUT 26 26 -

Total 725 695 104

Tabela 4 - Cursos de Formação conduzidos pelo CIASC

Curso Período Alunos Matriculados Alunos Concludentes DME

CFO (período do Ensino Profissional para QC-FN/AFN) 01SET-21NOV 53 53 2

C-FSG-MU 17FEV-30MAI 27 27 5

Total 80 80 7

Tabela 5 - Cursos Expeditos conduzidos pelo CIASC

Curso Período Alunos Matriculados Alunos Concludentes

C-Exp-TE I 11MAR-31MAR 25 25

C-Exp-TE II 06MAI-27MAI 22 22

C-Exp-TE III 24JUN-18JUL 27 27

C-Exp-TE IV 05AGO-25AGO 25 25

C-Exp-TE Extra 28ABR-21MAI 9 9

Total 108 108

CIASC em Números

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Tabela 6 - Estágios conduzidos pelo CIASC

Estágio Período Alunos Matriculados Alunos Concludentes DME

E-E-GAnf 10FEV-22MAI 32 32 41

E-QTEsp-PelMrt81mm 24FEV-11ABR 29 28 12

E-QTEsp-PelPtr 24FEV-11ABR 29 29 12

E-QTEsp-MoMil I 24MAR-11ABR 30 30 5

E-QTEsp-PelAC 26FEV-11ABR 27 27 12

E-QTEsp-PelMtrP 26FEV-11ABR 26 26 12

E-QTEsp-OpEsp 10MAR-11ABR 32 13 16

Est-HabSG 22SET-28NOV 54 54 -

E-QTEsp-MoMiP 21JUL-05SET 22 22 5

E-QTEsp-MoMil II 05NOV-28NOV 5

E-QTesp-PrepInst-CIASC 10FEV-14FEV 24 24

E-QTEsp-PITatSub-Frações 17FEV-21FEV 25 25

E-QTEsp-DNBQR 07ABR-23MAI 90 90

E-OpPazNaval I 12MAI-16MAI 22 22

E-OpPazNaval II 10NOV-14NOV 12 12

E-QTEsp-EPMil I 24ABR-25ABR 245 245

E-QTEsp-EPMil II 03SET-04SET 256 256

E-PrepContOpPaz I Haiti 15ABR-25ABR 245 245

E-PrepContOpPaz II Haiti 01SET-05SET 256 256

E-PrepContOpPaz I Libano 02ABR-11ABR 53 53

E-PrepContOpPaz II Libano 07OUT-10OUT 76 76

E-QTEsp-Lid 17FEV-25MAR 12 12

E-AtuCtCFN 10MAR-21MAR 8 8

E-QTEsp-PMC I 10MAR-24MAR 4 4

E-PrepInst-CA 24FEV-07MAR 9 9

E-QTEsp-PMC II 31MAR-15ABR 5 5

E-QTEsp-PMC III 28ABR-14MAI 5 5

E-QTEsp-PMC IV 26MAI-10JUN 8 8

E-QTEsp-PMC V 24JUN-14JUL 3 3

E-QTEsp-PMC VI 21JUL-05AGO 5 5

E-QTEsp-PMC VII 11AGO-25AGO 5 5

E-QTEsp-PMC VIII 08SET-22SET 7 7

Total 1656 1636 120

CIASC em Números

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Tabela 7 - Cursos e Estágios conduzidos por OM executante sob supervisão do CIASC

Estágio/Curso Período Alunos Matriculados Alunos Concludentes OME

E-QTEsp-Art-OF 17FEV-10ABR 2 2BtlArtFuzNav

C-Esp-MntRepLG 04NOV-03DEZ 15 15

E-QTEsp-EngComb-OF 18FEV-10ABR 4 4 BtlEngFuzNav

C-Esp-OpCLAnf 11MAR-29JUL 18 18BtlVtrAnf

C-Esp-ComFCLAnf 06AGO-02SET 9 9

C-Exp-DPqd I 17FEV-28MAR 5 5

BtlOpEspFuzNavC-Exp-DPqd II 14ABR-23MAI 6 6

C-Esp-SaL 29SET-28OUT 30 28

C-Esp-AdestCães 04AGO-30OUT 20 20 CiaPolTrpRef

C-Esp-AdestCães 25AGO-10NOV 25 25 CiaDefQBN-ARAMAR

C-Esp-OpCC 05MAR-28ABR 12 12

BtlBldFuzNav

E-QTEsp-OpMntVtrBldM-113 19MAR-28ABR 15 15

E-QTEsp-OpVtrBldEspSR 8x8

Piranha IIIC15JUL-03SET 29 29

E-QTEsp-MntChCCeOpVtrBldSoc 04AGO-29AGO 6 6

E-QTEsp-MntToCCeOpVtrBldSoc 08SET-26SET 6 6

C-Exp-MotocMil 17MAR-26MAI 18 16

CiaPolBtlNav

C-Esp-DstSEB I 10MAR-10JUN 39 38

C-Esp-ConTran 29SET-20OUT 25 25

C-Esp-SAI-PR I 05MAI-16MAI 41 41

C-Esp-SegProtAut 28JUL-02SET 29 28

E-Prep-DstSEB 18AGO-29SET 56 56

E-Prep-SvPol-MB 29JUL-04AGO 19 19

E-Prep-PROVITA 17NOV-28NOV 11 11

C-Esp-SegProtAut-FN 15SET-21OUT 31 31

C-Esp-SAI-PR II 06OUT-17OUT 35 35

C-Exp-NEBrasil 10NOV-21NOV 22 22

C-Exp-TE 14ABR-01MAI 27 27

GptFNLaE-QTEsp-MoMil 10FEV-28FEV 25 25

E-QTEsp-MoMiP 20-ABR-06JUN 11 11

Total 561 557

CIASC em Números

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Tabela 8 - Números Totais Consolidados

Cursos/Estágios conduzidos pelo CIASC 62

Cursos e Estágios conduzidos por OM executante sob supervisão do

CIASC29

Alunos Matriculados 4118

Alunos Concludentes 4045

DME do CIASC no ano 187

Total de DME dos cursos 518

Total de Refeições por dia Café da manhã: 1600 Almoço: 1600 Jantar: 180 Ceia: 180

Viaturas Operativas: 17 Administrativas: 19 Total: 36

O CIASC do Futuro

Alinhado com o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB) e com as orien-tações do Comando de Pessoal de Fuzileiros Navais, o Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camar-go vem, ao longo dos anos, remodelando a sua capacidade de instruir, inaugurando novos cursos, reajustando a carga horária e adaptando-se à novas capacidades máximas de alunos. A partir de 2015, além de conduzir os cursos ministrados em 2014, o CIASC apresentará algumas inovações.

A inovação mais significativa será a condução dos primeiros cursos de Aperfeiçoamento e Espe-cialização para a nova especialidade de Blindados, que serão conduzidos pela recém-criada Escola de Blindados, subordinada ao Departamento de Instrução. Em princípio, a capacidade máxima para o C-Ap será de 42 alunos, enquanto que, para o C-Espc, será de 30 alunos.

Outra inovação relevante será o aumento da capacidade do C-Espc-GAnf/E-E-GAnf. O curso e o estágio são realizados concomitantemente, onde os 2ºTen (QC-FN e AFN) são mesclados com os GM (FN). Em 2015, a capacidade máxima do curso/estágio será aumentada para 90 alunos, visando cum-prir a política de aumento de efetivo preconizado pelo PAEMB.

O CIASC também ministrará alguns cursos que não foram realizados em 2014, como o C-Esp-Me-cAP, o C-Exp-EmbCar, o C-Esp-MntOV, o C-Esp-OfCom e o E-PrepPortMilEstr, bem como continuará a conduzir o E-QTEsp-OpEsp por meio da Escola de Operações Especiais do Departamento de Cursos Operacionais, uma vez que, em 2014, teve a sua primeira realização no CIASC, pois, anteriormente, era conduzido pelo BtlOpEspFuzNav.

Em suma, o Centro de Excelência está em constante evolução, de modo a atender a demanda da melhor qualificação dos militares e as mudanças inerentes à doutrina, aos equipamentos e ao empre-go dos fuzileiros navais, formando mais de 4000 alunos no ano de 2014.

Adsumus!

CIASC em Números