Revista IFAPIANA - Ano I - Nº 01

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Revista do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá

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EXPEDIENTE EDITORIAL

A Revista Ifapiana é uma publicação produzida pela equipe da Assessoria de Comunicação do Instituto Federal do Amapá (Ifap).

INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ (IFAP)

ReitorEmanuel Alves de Moura

Pró-reitor de EnsinoPedro Clei de Macedo

Pró-reitor de Pesquisa e InovaçãoRonne Franklim Dias

Pró-reitora de ExtensãoÉrika Bezerra

Pró-reitor de AdministraçãoAriosto Silva

Pró-reitor de Desenvolvimento InstitucionalMário Rodrigues

Diretor-geral do câmpus Laranjal do JariVinícius Campos

Diretora-geral do câmpus MacapáMarialva Almeida

Diretor-geral do câmpus Porto GrandeJosé Itapuan Duarte

Diretora-geral do câmpus SantanaÂngela Utzig

Revista IfapEditora e jornalista responsável: Suely Leitão (975-DRT-PA)

Redação: Alexandre Brito (câmpus Macapá), Dione Amaral (câmpus Macapá), Suely Leitão (Reitoria) e Viviane Fialho Campos (câmpus Laranjal do Jari)

Colaboração: Jefferson Souza (bolsista Pronatec)

Fotografia: Alexandre Brito, Suely Leitão e Viviane Fialho Campos

Projeto gráfico e diagramaçãoJefferson Camilo Nunes

ImpressãoCidade Indústria Gráfica

Tiragem: 3.000

CirculaçãoNacional

PeriodicidadeAnual

Quatro anos de atividades e uma enorme história para re-gistrar em poucas dezenas de páginas. Foi diante desse desafio que nós da equipe da Revista Ifapiana nos encon-trávamos há alguns meses atrás. Como contarmos tudo

o que aconteceu desde 2010 até aqui? A ideia do “tudo” logo foi descartada na nossa reunião de pauta e começamos a esquematizar em um pedaço de papel aquela que parecia até então uma tarefa gi-gantesca. Com sentimento de dever cumprido com muito carinho, temos hoje a satisfação de entregar a você, leitor, esta primeira edição da Revista Ifapiana. Este projeto editoral de comunicação institucional nasceu da necessidade de tornar o Instituto Federal do Amapá mais conhe-cido da sociedade com o objetivo de possibilitar à sociedade que usufrua dos serviços disponíveis. Afinal, o próprio Instituto surgiu recentemente. Em 25 de outubro de 2007, foi criada a Escola Téc-nica Federal do Amapá (Etfap), transformada em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap) pela Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Menos de dois anos depois, foram iniciadas efetivamente as atividades de ensino e de lá pra cá são muitas as realizações em benefício da educação. Para dar a você, leitor, uma noção real dessa trajetória do Ifap - que pode ser considerada ainda prematura se comparada a outros institutos que têm mais de cem anos de existência -, entrevis-tamos o reitor Emanuel Alves de Moura. Primeiro servidor efeti-vo da instituição, transferido do então Centro Federal de Educação Tecnológica de Roraima, ele começou sozinho a tornar realidade esse projeto do então presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, de garantir ao Amapá, bem como a outros estados, a presença da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O formato de entrevista “ping-pong” - que no linguajar jornalístico sig-nifica que as perguntas e as respostas são publicadas na íntegra e na sequência em que foram realizadas - foi escolhido por nós para que cada detalhe pudesse ser apreendido dessa longa conversa publicada na seção Entrevista nesta edição. As primeiras atividades realizadas, bem como a infraes-trutura física construída, impactaram positivamente no cenário e na vida da população dos municípios onde o Instituto Federal está ins-talado, como se pode conferir nas reportagens da seção Conheça os câmpus, que mostram a implantação em Laranjal do Jari e Macapá. Mesmo com o Instituto já funcionando a pleno vapor, as obras ainda não cessaram, como constatado nas reportagens sobre a construção dos ginásios poliesportivos e a expansão da rede física. O Ifap já está chegando a quatro novos municípios: Santana, Porto Grande, Oia-poque e Pedra Banca do Arapari! Uma escola federal que prepara jovens e adultos para o mercado de trabalho e para a vida, o Ifap oferta muito mais que o ensino de sala de aula propriamente dito. As reportagens da revista mostram em diversas seções um pouco dessa educação ampla, atra-vés do incentivo à pesquisa desde os cursos de nível médio, das ações de extensão que aproximam alunos e servidores da comunidade ex-terna, e da participação em competições esportivas e de conhecimen-to. E nada seria possível sem o comprometimento e a permanente ca-pacitação do corpo funcional, tema da seção Qualificação no serviço público. Portanto, se não podemos mostrar tudo, buscamos destacar nesta edição, que é especial por ser a primeira, um pouco de cada as-pecto da atuação do Instituto. Esperamos que a leitura seja como um ato educativo na visão do grande pensador brasileiro Paulo Freire: “Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!”

EndereçoReitoria: Rodovia BR 210 KM 3, s/n - Bairro Brasil Novo. Macapá - AP. CEP: 68.909-398

Email: [email protected] Telefone: (96) 3198-2165Twitter: @ifap_oficial Facebook: /institutofederaldoamapa Suely Leitão

Assessora de Comunicação

Revista do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amapá

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ÍNDICE

CONHEÇA OS CÂMPUSInstalação do Ifap atrai desenvolvimento para a Zona Norte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7ASSISTÊNCIA ESTUDANTILEstudantes superam dificuldades para conquistar sonho de uma vida melhor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30INOVAÇÃOAutomação residencial utiliza copos descartáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38IFAP OLÍMPICOAlunos se destacam em todas as olimpíadas na área da educação . . . . . . . . . . . . . . . .33

CONHEÇA OS CÂMPUSInstituto se destaca como uma das obras mais importantes de Laranjal do Jari

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PERFILUm exemplo de dedicação ao serviço público

55INTERCÂMBIOO mundo abre caminhos para busca de conhecimentos

32ACESSO AO EMPREGOPronatec: cursos e oportunidades que mudam vidas

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EXPANSÃOAmapá amplia acesso à educação profissional com a presença do Ifap em mais quatro municípios

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ENTREVISTA“Temos que recuperar esses 100 anos em dez”

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INICIAÇÃOBolsas incentivam primeiras experiências de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40

ACESSIBILIDADENapne busca inclusão social nos câmpus . . . . . . . . . . .49

QUALIFICAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICOServidores têm treinamentos permanentes e capacitação em nível de mestrado . . . . . . . . . . . . .51

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CONHEÇA OS CÂMPUS

Instituto se destaca como uma das obras mais importantes de Laranjal do Jari

As cores branca e verde podem ser vistas de longe por quem está a caminho do bairro Ca-jari. O câmpus do Instituto

Federal do Amapá se tornou uma refe-rência para a população e os visitantes de Laranjal do Jari (¹), sul do estado, e não só porque foi construído em um ter-reno elevado ou pelos seus diferenciados traços arquitetônicos. Ali foi dado início à história da Rede Federal de Educação

Profissional, Científica e Tecnológica na região sul do Amapá, 100 anos depois do restante do Brasil. O câmpus aten-de, em média 900 alunos, estudando em cursos superiores, técnicos e profis-sionalizantes de rápida duração (cursos FIC², através dos programas Pronatec e Mulheres Mil). Em 2013 foram for-mados 270 profissionais técnicos e, até o final de 2014, mais 154 serão benefi-ciados, ultrapassando o número de 400

técnicos formados em quatro anos no câmpus Laranjal do Jari. Donato Silva, de 50 anos, mo-rador da cidade, diz que se orgulha da escola que tem beneficiado tantos alunos e suas famílias. “Havia uma carência na área educacional do município e com a implantação do Ifap esse problema foi solucionado”, afirmou, durante um evento ocorrido em 2012 para marcar a inauguração do câmpus. “O Jari é uma

Fotos: Viviane Fialho Campos

Câmpus Laranjal do Jari possui uma área total de seis hectares, com bloco pedagógico, laboratórios, bloco administrativo e área de convivência, além de estacionamento, ginásio e outros espaços voltados à educação profissional

Por Viviane Fialho Campos

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região próspera, com um potencial so-cial, turístico e econômico muito gran-de. Vejo que o Ifap veio sanar a carên-cia de conhecimento existente aqui. A produção de saberes só irá enriquecer e desenvolver a região do Vale do Jari que aposta em dias melhores”, pontuou o di-retor da Escola Estadual Vanda Cabête e vereador Aldo Souza Oliveira, de 33 anos. “A inauguração do câmpus plasma a história dos pioneiros e sina-liza o compromisso para um futuro de progresso da humanidade, em especial, a da sociedade do Vale do Jari”, sintetiza a ex-diretora geral do câmpus Ângela Utzig. “A implantação do Ifap signifi-ca uma oportunidade ímpar aos alunos que não têm a chance de estudar em grandes centros, de obter formação e educação de qualidade”, destacou o juiz Heraldo Nascimento da Costa.

A ex-prefeita de Laranjal do Jari Euricelia Cardoso relembra o es-forço do município. “Em 2006 veio a chamada pública para implantação no município e nós prontamente corremos atrás para que o Instituto fosse implan-tado. Foram meses de lutas, pelas pró-prias exigências do edital. A contrapar-tida do município era extensa, muitas obrigações, mas nós não perderíamos essa oportunidade de ouro”. A prefeitura municipal fez a doação do terreno e o Ifap iniciou as obras de construção no ano de 2008. As atividades de ensino começaram em 6 de setembro de 2010, atendendo, a princí-pio, 280 alunos, em salas de aula cedi-das em escolas públicas pelo governo do Amapá e pela Universidade Federal do Amapá (Unifap). Os primeiros cursos Técnicos de nível médio na modalidade Subsequente implantados foram defini-dos em audiências públicas, com foco

nos arranjos produtivos locais - foram os de Informática, Secretariado Geral e Secretariado Escolar. A conclusão da primeira parte da obra se deu em janeiro de 2012. As instalações contam com dez salas de au-las, quatro laboratórios de Informática e três laboratórios, além de cinco blocos de banheiros adaptados, um bloco ad-ministrativo, Sala dos Professores e uma área de convivência. O câmpus possui uma área total equivalente a seis hectares. A área construída está assim distribuída: Blo-co Pedagógico - 2.495,00m²; Bloco Laboratório - 369,35m²; Bloco Admi-nistrativo - 396,00m²; Blocos de Ba-nheiros - 98,35m²; Área de Convivência - 324,00m²; Guarita - 118,95m²; Pas-sarelas - 595,00m²; Estacionamento - 600,00m²; e o Ginásio de Esportes, com uma área de 1.250,00m².

Câmpus Laranjal do Jari possui uma área total de seis hectares, com bloco pedagógico, laboratórios, bloco administrativo e área de convivência, além de estacionamento, ginásio e outros espaços voltados à educação profissional

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CONHEÇA OS CÂMPUS

Cursos ofertados atendem ao potencial econômico do município

Ampliações melhoram a qualidade da educação

O câmpus Laranjal do Jari começou suas atividades com 14 servido-res. Hoje, mais de 80, sendo 44 professores efetivos, quatro substi-tutos e um temporário, além de 35 técnicos administrativos em edu-cação (TAEs). Com a construção de novos blocos de salas de aula e laboratórios para novos cursos, o câmpus terá capacidade de atender 1.20 alunos. O câmpus de Laranjal do Jari trabalha com três eixos tecnológicos: Ambiente, Saúde e Segurança; Gestão e Negócios e In-formação e Comunicação. Desde 2014, oferta o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Entre os cursos técnicos ofertados estão o de Informática, Meio Ambiente, Florestas, Secretariado Geral e Secre-tariado Escolar. O curso Técnico em Comércio é ofertado através dos Programas Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos (Proeja), com 40 vagas no período noturno. O câmpus oferta ainda cursos dos pro-grama Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e Mulheres Mil, como Auxiliar Administrativo, Operador de Micro-computadores, Agente de Desenvolvimento Socioambiental e Auxi-liar de Fiscalização Ambiental, Agente de Observação de Segurança na Indústria, Agente de Combate a Endemias, Programador Web, Administrador de Banco de Dados, Recepcionista e Libras Básico, além do curso técnico concomitante em Administração.

Recentemente, o câmpus Laranjal do Jari foi ampliado com uma Área de Convivência onde os alunos podem des-frutar do espaço para jogos, atividades recreativas e lanche diário. O Instituto Federal do Amapá está projetando ain-da a construção de mais cinco salas de aula, um auditório mais amplo e estacio-namento, além de todo o calçamento do câmpus Laranjal do Jari. O câmpus também ficou mais seguro, com o muro de mil metros de extensão e 2,40m de altura,chegando bem próximo ao rio Jari que fica ao fun-do do câmpus. Laboratórios também foram construídos - Florestas, Histologia,

¹ O município de Laranjal do Jari tem a terceira maior concentra-ção populacional do Amapá, com 44.777 habitantes, também integra a região do Vale do Jari, que agrega os Municípios de Vitória do Jari (14.045 habitantes) e Almeirim, no Pará (33.466 habitantes).

² Curso de Formação Inicial e Continuada, com curta duração (mínimo de 120 horas), voltados à capacitação e aperfeiçoamento profissional.

Florestas, Citologia e de Informática--Manutenção de Redes -, com área de 64mx32,90m, permitindo a realização das aulas práticas dos cursos técnicos e dos cursos de nível superior em Licen-ciatura em Ciências Biológicas. Para o técnico administrativo do câmpus e ex-aluno do curso técnico de Informática Wandreison Soares, 28 anos, as melhorias trarão motivação para estudar por causa da qualidade na infra-estrutura das obras. “O laboratório de Manutenção de Redes vai facilitar a me-todologia dos professores, fazendo com que os alunos possam se adaptar ao cur-so de forma mais prática. Vai ser decisivo para a comunidade escolar”, destaca.

Hora do intervalo: área de convivência incentiva atividades recreativas

Novos laboratórios: aulas práticas dos cursos técnicos e de nível superior

Qualidade no ensino para formar profissionais capacitados e éticos

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Instalação do câmpus Macapá atrai desenvolvimento para a zona norte

Desde a instalação do Institu-to Federal do Amapá (Ifap) na zona norte da capital amapaense, a população

adjacente vem acompanhando o desen-volvimento da área. De linha de ônibus à iluminação pública, várias outras mu-danças foram implementadas para aten-der aos servidores e alunos que usam os serviços públicos para chegar ao Institu-to diariamente. As mudanças e avanços ainda são gradativos e resultado de esforços da Direção do câmpus Macapá e da Reitoria junto aos órgãos públicos da Prefeitura de Macapá e do Governo do Estado do Amapá. “O grande passo na instalação do Instituto Federal foi trazer

CONHEÇA OS CÂMPUS

103 anos de atraso da Educação Profis-sional no Amapá e uma das políticas da rede federal é possibilitar um ensino de qualidade às pessoas carentes que não tem condições de acesso a essa política de ensino”, destacou o reitor do Ifap, professor Emanuel Alves de Moura. Próximo ao Instituto, o KM 9 está localizado na saída da cidade de Macapá. Escola e oportunidades de tra-balho começam a aumentar na região, que mais cresce na capital. O Ifap mo-vimentou a área e fez com que Cláudia Calandrini, 38 anos, voltasse a estudar depois de 20 anos longe da sala de aula. Inscreveu-se e passou em um dos pri-meiros cursos de “Operador de Micro-computador” oferecidos pelo programa

Mulheres Mil. “A minha filha fez o cur-so do Pronatec e no final do curso ela me falou sobre as inscrições do Mulheres Mil, então como eu queria entrar mui-to aqui, fiz a prova e passei, agora estou lutando para colocar meus três filhos no Ifap”, explicou. Apenas no câmpus Macapá, passam diariamente mais de mil alunos nos turnos da manhã, tarde e noite e quase 300 servidores de segunda-feira a sábado. São turmas de cursos técnicos na modalidade integrada, subsequente, cursos superiores e de Formação Ini-cial e Continuada como os do Progra-ma Mulheres Mil e Pronatec. Michelle Yumi, 18, é aluna do curso técnico in-tegrado em Alimentos desde 2011. Sua

Foto: Alexandre Brito

Câmpus Macapá: capacidade para mais de três mil estudantes até 2015, ano em que a estrutura ficará completa

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identificação com o curso foi tão grande que pretende cursar na Universidade, a graduação em Engenharia de Alimen-tos. “Recebemos uma boa base teórica de conteúdo por meio dos professores que vai me subsidiar para minha profis-são”, disse a aluna que sempre estudou em escolas públicas e tem um irmão que faz o curso técnico integrado de Mine-ração no Ifap. O fato de morar no bairro In-fraero foi um dos pontos fundamentais para que Elizeuma Pelaes, 25 anos, con-seguisse um emprego de serviços gerais no Ifap. “Era um dos requisitos para a seleção, quando soube da chamada de emprego não pensei duas vezes em par-ticipar”, afirmou a colaboradora que, agora, aguarda uma oportunidade para estudar no Instituto.

ESTRUTURAO câmpus Macapá prepara-se para abrigar mais de três mil alunos até 2015, período em que a estrutura fica conclu-ída. As turmas são distribuídas para os cursos técnicos integrado, subsequen-tes, Licenciatura, Tecnológicos, Proeja, Mulheres Mil, Pronatec e Profuncioná-rio. Jakeline Souza Matias de 20 anos deixou seu tempo livre para se de-

CONHEÇA OS CÂMPUS

dicar aos estudos, a instalação do Ifap próximo à sua residência foi a oportu-nidade que esperava para se qualificar. A jovem é moradora do bairro São José, localizada na Zona Norte de Macapá. “O Ifap foi a chance que eu esperava para fazer um curso de qualificação, estou muito satisfeita com o que venho aprendendo e as horas que dedico para a sala de aula e no meu estágio”, disse a aluna do curso integrado subsequente de Alimentos. As obras do Ifap, câmpus Ma-capá, estão em pleno andamento. Quan-do estiver 100% prontas, os alunos e

servidores do Instituto irão contar com uma área total construída de 19.723,60 m², composta por 24 salas de aula, bloco administrativo, pedagógico, laboratórios de Mineração, Química, Informática e Edificações, ginásio múltiplo uso, área de convivência composta pelo refeitório e assistência ao estudante com reprogra-fia, ambulatório, consultório médico, consultório odontológico, psicólogo, assistência social, pavimentação externa, com passarela coberta para os pedestres, estacionamento para carros, motos e bi-cicletas e pórtico de entrada com a insta-lação de uma agência bancária.

Foto: Suely Leitão

Foto: Alexandre Brito

Localizado na BR-210, câmpus agora tem como vizinho o conjunto habitacional Macapaba, que terá no total 20 mil moradores

Cursos técnicos de nível médio na forma integrada recebem concluintes do ensino fundamental e aliam a formação regular com a formação profissional

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Segundo o departamento de Engenharia e obras do Ifap, es-tão previstas ainda a colocação de cerâmica nas áreas externa, piso tátil para portadores de deficiência visual e rampa de acesso ao 2º piso. “A estrutura atende aos cursos atu-ais, mas também estará preparada para receber outros que poderão surgir”, explicou o engenheiro do Ifap, Francisco Soares.

CRESCIMENTOPara chegar à sede definitiva, os 19 servidores, quatro turmas e 140 alunos do câmpus Macapá come-çaram uma maratona que começou em setembro de 2010 na Escola de tempo integral Darcy Ribeiro. “Foi um impacto muito grande, sem estrutura, mas o grupo incor-porou esse trabalho e deu o melhor pela Educação profissional”, disse Klenilmar Lopes Dias, então dire-tor geral do câmpus Macapá. Em 2011, com quase 500 alunos a es-trutura foi transferida para a Esco-la Estadual Graziela Reis Miran-da, também com pouca estrutura. Em março de 2012, hou-ve a mudança para o câmpus de-finitivo na BR 210. O terreno foi doado pela Prefeitura Municipal e a estrutura física foi financiada com recursos do Governo Federal. Ela integra a expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Minis-tério da Educação (MEC). Em 5 de dezembro de 2012, a presidenta Dilma Roussef fez a entrega da placa de inaugu-ração dos câmpus Macapá e La-ranjal do Jari, em Brasília para ser instalada em cada câmpus. “A en-trega simbólica do Instituto Fede-ral pela Presidência da República deu um destaque para a educação federal que é conduzida pelos Ifs e marca a força que os Institutos têm diante a presidente Dilma”, reiterou o reitor do Ifap, Emanuel Alves. “Dos cinco novos Institutos que foram criados em 2008, o Ifap foi o único que teve os dois câm-pus inaugurados no tempo deter-minado”, completou o reitor.

CONHEÇA OS CÂMPUS

Fotos: Alexandre Brito

O câmpus Macapá está em processo de ampliação de sua infraestrutura física, bem como de conclusão dos blocos de laboraórios, que já começaram a ser usados pelos alunos

Infraestrutura cresce para melhorar formação do alunoAtualmente, o câmpus Macapá está em processo de ampliçaão de sua infraestru-tura física. Foram iniciadas as obras de construção dos blocos C e D (convivên-cia), garagem e almoxarifado do câmpus Macapá. Trata-se da segunda etapa da construção do câmpus conforme o plano de implantação do Instituto Federal do Amapá. De acordo com o Departamento de Engenharia (Dens) do Ifap, que ge-rencia os trabalhos da empresa contrata-da, a obra tem orçamento total de R$ 4,6 milhões e será executada no prazo de 210 dias corridos. “O Ifap tem como missão for-mar profissionais habilitados ao atendi-mento das necessidades do mercado de trabalho do Estado do Amapá e, para isso, precisa dar aos alunos e aos servido-res condições adequadas de ensino, o que inclui assistência a saúde e uma área com espaço suficiente para convivência”, afir-ma o reitor Emanuel Alves de Moura. O bloco C é destinado às ativi-dades de assistência ao estudante, sendo constituído de pátio coberto, sala de re-

prografia, setor de assistência ao estu-dante, consultório médico e odontológi-co, ambulatório, salas para atendimento psicossocial e lavatórios. O bloco D ser-virá como lanchonete e refeitório, tendo pátio coberto destinado à convivência e a atividades culturais, cozinha, despensa e copa, além de lavatórios. A fim de preservar e garantir a guarda do patrimônio do câmpus, tam-bém será construído o bloco destinado ao almoxarifado e à garagem de veículos. No almoxarifado, haverá o setor de ma-nutenção, o setor de patrimônio, a sala de recebimento e o almoxarifado propria-mente dito, com depósito de materiais diversos, além de material médico-hospi-talar e inflamável. Com capacidade para seis automóveis e dois ônibus, a garagem terá salas para recepção, administração e dos motoristas, além de copa e lavatório. “O Ifap, com seus câmpus ampliados, está se tornando a mais completa insti-tuição de ensino do estado e uma das me-lhores do Brasil”, conclui o reitor.

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ESPORTES

Os câmpus Laranjal do Jari e Macapá estão gradati-vamente melhorando suas infraestruturas físicas a fim

de proporcionar as condições de ensi-no, pesquisa e extensão que tornam a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica tão diferencia-da. Exemplos de avanços são os ginásios poliesportivos, construídos de forma a oferecer o ambiente propício à prática da educação física, tão importante na for-mação do aluno do ensino médio, além dos outros níveis, bem como fomentar o esporte e as atividades artísticas, não só dos estudantes do Ifap, mas também da comunidade. Como atendem aos princi-pais padrões técnicos, os ginásios devem se tornar referência para torneios espor-tivos oficiais nos dois municípios. “É melhor ginásio da região do Vale do Jari”, avisa o diretor geral do

câmpus Laranjal do Jari, Vinícius Cam-pos. Para o professor de Educação Físi-ca André Zanella, a construção atendeu a um anseio antigo de toda comunidade escolar. “Há muito tempo os alunos pra-ticam suas atividades esportivas na Qua-dra de Esportes “João da Silva Nery”. Agora, teremos o nosso próprio espaço para treinar os alunos que estão felizes e entusiasmados com a casa nova. Esse gi-násio é certamente uma grande conquis-ta para o Ifap, seus alunos e servidores”. “Tudo que foi adquirido para o Ginásio Poliesportivo do câmpus é de primeira qualidade. Tudo foi pensado para que os nossos alunos sejam atendi-dos com excelência”, garante a diretora administrativa Elizabeth Rocha. Orçado em aproximadamente R$ 3,3 milhões, o ginásio do câmpus Laranjal tem 64mx32,90m, com piso especial trabalhado em madeira, arqui-

bancadas, alambrados de proteção, 45 refletores, vestuários masculino e femi-nino e banheiros adaptados para porta-dores de necessidades específicas. No piso superior, foram construídas quatro salas de aula, uma copa e uma sala admi-nistrativa. No térreo, há duas salas para academia, mais uma sala administrativa e um depósito para material esportivo. “É uma obra de grande porte com uma infraestrutura muito boa que beneficiará todos os alunos. Será a me-lhor quadra do município de Laranjal do Jari. Vamos poder praticar as ativi-dades esportivas em nossa própria casa. Há muitos alunos ansiosos com o desejo de estrear a quadra, principalmente nos Jogos Interclasses”, afirma o aluno do 3º ano do curso técnico de Informática Raryson Costa, de 17 anos. Desde 2010, quando iniciaram as aulas no câmpus, os alunos utilizam a quadra de Esportes da Praça João da Silva Nery. Agora, poderão usufruir do Ginásio Poliesportivo no qual poderão praticar todas as modalidades esporti-vas.

Ginásios poliesportivos representam avanço para os alunos e a população

Fotos: Viviane Fialho Campos

Por Viviane Fialho Campos

Anseio antigo: ginásio poliesportivo do câmpus Laranjal do Jari está concluído

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ESPORTES

Segunda etapa das obras vai garantir espaço de primeira linha em Macapá

Alunos do Ifap participam dos Jogos dos Institutos Federais desde 2010

Já o ginásio do câmpus Macapá, que deve ficar pronto em 2015, está orçado em R$ 6 milhões nesta segunda etapa. A primeira etapa havia sido concluída em 2012 “É uma felicidade muito grande vermos que as obras do nosso ginásio estão sendo reto-madas, um ginásio que foi muito esperado pelos alunos. Daqui a algum tempo teremos um lugar para praticar atividades fisicas e desenvolver outras atividades o que vai ser muito produtivo para nós alunos”, declara Camila Nascimento Magalhães, aluna da turma do 3º ano do curso técnico integrado de Alimentos. Para a diretora geral do câmpus Macapá, Marialva Almeida, o ato de assinatura da ordem de serviço da segunda etapa da obra transformou o dia 19 de agosto de2014 em uma data simbólica. “É um momento especial porque houve uma luta, no bom sentido, para colocar em prática aquilo que toda comunidade do Ifap, especialmente do câmpus Macapá, tanto ansiava. Ter dentro do nosso espaço físico todas as atividades desportivas. A gente vai ter até abril do ano que vem um espaço não só adequado mas ímpar no estado do Amapá para as ativi-dades desportivas dos nossos alunos e da própria comunidade”, afirmou.

Marialva destacou o esforço da equipe do de-partamento de engenharia e a condução dada pelo reitor, com o apoiamento do câmpus Macapá, para que a obra finalmente fosse deflagrada e adiantou que outros proje-tos já estão sendo planejados para a melhoria das condi-ções de infraestrutura do câmpus, como piscina semio-límpica e campo de futebol. “Todos nós sabemos o quanto o desporto é vital para a atividade educativa e o ginásio é a porta aberta para isso. Que façamos desse espaço um es-paço de congregação, de prática e de crescimento dentro do Instituto Federal do Amapá”, afirmou a diretora geral. Por ter características de um ginásio poliespor-tivo, o local vai abrigar atividades desportivas e artísti-cas. A obra prevê a finalização do ginásio, incluindo piso, acabamento e pintura das paredes, instalações elétricas e hidráulicas, bem como a instalação de tabela de basquete móvel hidraúlica com cronômetro, traves de futebol de salão, placar eletrônico. alambrados pintura e demarcação da quadra e plataforma de elevação para PNE. Além da quadra e das arquibancadas, haverá salas para atividades de aulas e atividades artísticas.

Desde que as primeiras turmas foram implan-tadas pelo Ifap, os alunos participam dos Jogos dos Institutos Federais (JIFs), que anualmen-te são realizados em algum Instituto Federal. De 2010 a 2014, foram muitas conquistas que vão consolidando a prática esportiva entre os estudantes. Na estreia, 26 alunos de Macapá e Laranjal do Jari representaram o Ifap na sé-tima edição dos Jogos dos Institutos Federais da Região Norte (Jifen), realizada em Belém, em novembro de 2010. Na mais recente parti-cipação, a delegação do Ifap voltou dos Jogos dos Institutos Federais (JIFs) 2014 com duas

medalhas de ouro e uma de bronze no judô. Michele da Cruz, 15 anos, aluna do 1º ano do curso de Redes de Computadores, foi a responsável por duas conquistas doura-das e a aluna Débora Magina, aluna do 1º ano curso Técnico em Mineração, conquistou a medalha de bronze. Depois de passar pela peneira entre as atletas do norte do país, na etapa regional do JIFs, as amapaenses foram convidadas pela coordenação nacional dos jo-gos para defender o Ifap na etapa nacional da competição, que aconteceu em Natal/RN, en-tre os dias 18 e 23 de setembro de 2014.

Por Suely Leitão

Espaço completo: obras da segunda etapa já iniciaram

Além da quadra, haverá salas para atividades artísticas

Foto: Arquivo Pessoal

Fotos: Suely Leitão

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EXPANSÃO

A política do governo federal de ampliar o acesso à educa-ção profissional é uma reali-dade no Amapá. Com cantei-

ros de obras em pleno andamento, após cumpridas todas as exigências legais, o Instituto Federal do Amapá (Ifap) che-ga a outros municípios do estado. Pre-vistos na terceira fase de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, lançada em 2011 pela presidenta Dilma Rousseff, os câmpus Santana e Porto Grande, em sua capaci-dade total, irão beneficiar cerca de 2.400 estudantes com cursos regulares, sem contar os cursos de pequena duração. O Ifap também alcança o extremo norte do país, no município de Oiapoque, onde instalações doadas pelo governo estadu-al vão abrigar um câmpus avançado. No município de Pedra Branca do Amapari, foi aberto o primeiro Centro de Referên-cia do Pronatec. As obras de construção do câmpus Santana estão adiantadas na ro-dovia Duca Serra. A ordem de serviço para o início das obras foi dada em 2013 após um longo período de articulações políticas para doação do terreno. A pre-

Amapá amplia acesso à educação profissional com a presença do Ifap em mais quatro municípios: Santana, Porto Grande, Oiapoque e Pedra Banca do Arapari

visão de conclusão é 2015. A presença do Ifap vai beneficiar a população do segundo município do Amapá, com 108.897 habitantes, de acordo com as estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), garantindo ensino profissional e superior da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. A área de 10 hectares onde está sendo construído o câmpus Santana, ao lado do câmpus da Universidade Fede-ral do Amapá (Unifap), foi doada pelo Prefeitura de Santana. O governo do Amapá também colaborou para a obra, com o licenciamento ambiental e a lim-peza do terreno, tornando possível dar início aos trabalhos iniciais de constru-ção, em junho de 2013. De acordo com fiscal da obra, engenheiro Francisco França, são duas frentes de trabalho em execução para-lelamente, porque foram resultados de licitações diferentes - uma é a constru-ção dos prédios do câmpus e a outra do muro. O pavimento térreo já está com grande parte das paredes levantadas e já foi iniciada a concretagem da laje. Tam-bém foi iniciada a construção do auditó-

rio e da biblioteca do câmpus. Com contrato de construção no valor de R$ 8,4 milhões, o projeto ar-quitetônico desenvolvido pela equipe da Coordenação de Desenvolvimento de Projeto do Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE) possui 12 salas de aula, seis laboratórios básicos, auditó-rio, biblioteca, teatro de arena, refeitório, área de convivência, quadra poliesporti-va coberta e dois grandes laboratórios especiais. Com 5,5 metros quadrados de área construída, o câmpus terá seis blo-cos distintos, interligados por uma pas-sarela coberta: auditório, bloco de acesso e biblioteca; bloco pedagógico/adminis-trativo; bloco de serviços e convivência; quadra poliesportiva coberta e bloco de ensino profissionalizante. O bloco pe-dagógico/administrativo terá dois pavi-mentos, sendo o térreo para Diretoria, Secretaria, Coordenação pedagógica, Coordenação de estágio, sala de profes-sores/reunião e seis laboratórios básicos (biologia, química, física, matemática, línguas e informática), entre outras sa-las. As doze salas de aula serão localiza-das no pavimento superior.

Fotos: Alexandre Brito / Suely Leitão

Com duas frentes de trabalho, obras de construção do câmpus Santana estão adiantadas na rodovia Duca Serra: mais educação de qualidade

Por Suely Leitão

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Revista do Instituto Federal do Amapá 13

EXPANSÃO

No dia 29 de agosto, o Ifap realizou em Santana a audiência públi-ca com objetivo de identificar as demandas e os indicadores populares para os cursos a serem ofertados pela instituição no município. A au-diência aconteceu na Câmara Municipal de Vereadores e contou com a presença de autoridades, servidores do Ifap, organizações sociais de apoio a juventude, representantes da iniciativa privada e alunos da rede pública. O momento mais significativo da audiência pública corres-pondeu à apresentação da instituição e da proposta da Comissão Mista para os cursos. A diretora de Ensino do câmpus Santana, Hanna Pa-trícia, destacou os eixos tecnológicos e os cursos técnicos sugeridos: Eletromecânica, Comércio Exterior, Logística, Marketing, Transporte Aquaviário, Comunicação Visual, Rádio e Televisão, Paisagismo e Pu-blicidade. Os presentes na audiência pública preencheram um formu-lário com sugestão de cursos com base na proposta apresentada. O re-sultado vai embasar a elaboração do Plano de Metas do Ifap para 2015.

Audiência pública propõe cursos a serem previstos no Plano de Metas

Enquanto o câmpus definitivo é construí-do, o Ifap começou a funcionar em Santana em instalações provisórias concedidas pela Prefeitura de Santana e aprovadas pelo Mi-nistério da Educação. No prédio alugado pela prefeitura, com 12 salas de aula, foi dado início no segundo semestre de 2014 o curso técnico subsequente de Logística. Aprovados em processo seletivo, 70 alunos constituem a primeira turma. “O Instituto está aqui em pelo mesmo compromisso social que está em todo o Brasil e quando estiver plenamente implantado terá mais de seis mil alunos em toda a sua capacidade, somente nos cursos regulares, sem contar os cursos FIC (For-mação Inicial e Continuada) e do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego), que são de menor carga horária. Em quatro anos de implan-tação no Amapá, já temos três unidades em funcionamento e ainda teremos Oiapoque e o centro de referência em Pedra Branca do Arapari, onde o prefeito teve o mesmo compromisso que em Santana”, afirmou o pró-reitor de Desenvolvimento Institucio-nal, Mário Rodrigues, durante a aula inau-gural do curso, quando estava como reitor em exercício. Mário Rodrigues agradeceu a

Instalações provisórias garantem início do primeiro curso em Santana

parceria com a Prefeitura de Santana, que é responsável pelos custos de alu-guel do prédio provisório, bem como fez a doação do terreno do câmpus definitivo. “Estamos realizando uma obra de R$ 8 milhões no câmpus San-tana, que irá atender o total de 1.200 alunos. Mas esse é um mérito de toda a comunidade de Santana”, afirmou. Também presente à aula inaugural, o prefeito Robson Rocha disse que a parceria com o Ifap trata-se de uma política pública que deverá ter continuidade independentemente de quais sejam os novos gestores mu-nicipais. Robson Rocha disse que não considera o aluguel do prédio para o Ifap, no valor de R$ 15 mil, como um custo nas contas do município, mas sim um investimento. “O importante

é investir na qualificação das pessoas, no conhecimento”, destacou.A diretora geral do câmpus Santana, Ângela Utzig, lembra que as atividades do Ifap em Santana começaram com a atuação da Pró-Reitoria de Extensão, ainda na gestão da professora Ma-rialva Almeida, hoje diretora geral do câmpus Macapá, através da oferta de cursos do Pronatec, e que anteciparam a instalação do primeiro curso regular graças ao empenho e decisão do reitor Emanuel Alves de Moura e a parceria da Prefeitura de Santana. “O Instituto Federal é uma porta de aprendizagem para fazer um Brasil melhor, um Ama-pá melhor e uma Santana melhor. E te-nho certeza que o câmpus Santana será um centro de referência em educação profissional e tecnológica”, disse.

Foto: Alexandre Brito

Maquete do câmpus Santana: instalações modernas para atender 1.200 estudantes

Câmara Municipal foi palco da audiênciapública sobre novos cursos

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Revista do Instituto Federal do Amapá14

Localizado no sudeste do estado do Amapá e com pouco mais de 16 mil habitantes (Cen-so 2010), o município de Porto Grande terá um câmpus do Ifap com vocação agrícola, ou seja, com cursos na área agropecuária que irão beneficiar também os moradores dos demais municípios amapaenses. Serão realizadas audi-ências públicos para definir os cursos a serem ofertados, provavelmente, a partir de 2015. De acordo com o projeto arquitetôni-co desenvolvido pela equipe da Coordenação de Desenvolvimento de Projeto do Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o câmpus terá seis blocos para abrigar 12 salas de aula, seis laboratórios básicos, auditório, biblioteca, teatro de arena, refeitório, área de vivência, quadra poliesportiva coberta e dois grandes laboratórios especiais a serem ocupa-dos de acordo com as especificidades regio-nais, como, por exemplo, locais para criação de animais. Às margens da rodovia BR-210, o câmpus Porto Grande terá capacidade para atender até 1.200 alunos com cursos voltados à capacitação de mão-de-obra para atividades agrícolas. Afinal é ali o principal corredor agrí-cola do Amapá. “É um privilégio para Porto Grande ter o Ifap no município. Já podemos imaginar os empregos gerados, além de todos os benefícios que serão trazidos pela escola, aproveitando as expertises do nosso municí-pio. Quem vai ganhar é a população”, afirmou o prefeito Antônio Pereira.

Mais uma etapa na expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tec-nológica sai do papel e chega à fronteira do Brasil com a Fran-ça. Foram iniciadas as obras do câmpus avançado do Ifap no município de Oiapoque, ex-tremo do Amapá e do Brasil e que faz fronteira com a cidade

de Saint George, na Guiana Francesa, território ultramarino da França na América do Sul. Trata-se da reforma e ampliação do antigo Hotel deTrânsito de Oiapoque doado pelo Governo do Amapá ao Ifap. “Oiapoque é um município estratégico para o desenvolvimento do estado pela localização geográfica. É importante ressaltar que vislumbramos a possibilidade de implantar a escola binacional para atender os brasileiros e franceses.”, afirmou o reitor do Ifap, Emanuel Alves de Moura, que foi ao Oiapoque acompanhar o início dos trabalhos da empresa vencedora da concorrência pública realizada pelo Ifap a partir de julho deste ano. Também participaram da visita o diretor do Departamento de Engenharia e Serviços, Alexandre Sobral, e o engenheiro Francisco França, fiscal da obra. De acordo com a ordem de serviço, a obra no valor de R$ 4,5 mi-lhões tem prazo de conclusão em 300 dias. Com a reforma e ampliação, as instalações ficarão compostas pelo bloco pedagógico em pavimento térreo constituído por seis salas de aula, uma sala de supervisão e orientação e cir-culação; bloco de laboratórios, bloco administrativo e biblioteca, além da área de convivência. Vinculado ao câmpus Macapá, o câmpus avançado atenderá a popu-lação dos municípios de Oiapoque e Calçoene, com população estimada em 23.628 e 9.979 habitantes, respectivamente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Ifap irá ofertar cursos técnicos de nível médio presenciais e a distância. Com base em indicadores socioeconômicos apontados em pesquisa de mercado, bem como a fim de atender as perspec-tivas e potencialidades do arranjo produtivo local, além de outras demandas de crescimento futuro, serão definidos cursos dentro dos Eixos Tecnológicos de Gestão e Negócio, Informação e Comunicação, Turismo Hospitalidade e Lazer. Também poderão ser ofertados cursos FIC e de pós-graduação.

O Curso do Técnico em Logística inaugurou o Centro de Referência do Pronatec em Pedra Branca do Amapa-ri. O curso tem por objetivo aplicar os principais procedimentos de transporte,

Porto Grande terá vocação agrícola para fomentar a economia amapaense

Escola na fronteira vai fortalecer relações

internacionais

EXPANSÃO

armazenamento e logística, bem como de executar ações referentes ao agen-damento de utilização de equipamentos colaborando com gestão de estoque em empresas ou instituições. A aluna Suvelina Guede disse que esperava com ansiedade o curso. A interlocutora municipal do Pronatec, professora Zoelma dos Santos, confir-ma: “Esperamos não só formar esta turma, mas muitas outras porque nosso povo realmente precisa.” O prédio do Centro de Re-

ferência do Pronatec foi doado ao Ifap pela Prefeitura de Pedra Branca do Amapari, com a aprovação da Câmara dos Vereadores. Populares participaram da sessão legislativa exibindo cartazes onde pediam a doação do prédio ao Ifap. Também foi aprovada emenda do presidente da Câmara, vereador Wilson Júnior, que destina 18% da compensa-ção social paga ao município pelas mine-radoras ali instaladas para a compra de computadores para os alunos dos cursos técnicos a serem Instituídos pelo Ifap.

Centro de Referência do Pronatec implanta primeiro curso técnico

Fronteira: câmpus avançado do Oiapoque começa a se tornar realidade

Centro de Referência do Pronatec em Pedra Branca do Amapari

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ENTREVISTA

Temos que recuperar esses 100 anos em dezEmanuel Alves de Moura, reitor

Para sair do papel, em 2007, até se firmar como uma instituição de ensino respeitada, com um quadro

qualificado de servidores públicos fe-derais, três câmpus em funcionamento e mais de quatro mil alunos formados, anualmente, em cursos de diversos ní-veis,modalidades e formas, o Instituto Federal do Amapá (Ifap) tem uma his-tória longa de desafios, parcerias, inves-timentos, decisões governamentais e, principalmente, de dedicação de pessoas comprometidas. Para falar dessa traje-tória, ninguém melhor que o reitor pro tempore, professor Emanuel Alves de

Moura, convidado pessoalmente pelo então ministro da Educação, Fernan-do Haddad, para dirigir a implantação da Escola Técnica Federal do Amapá (Etfap), instituída pela Lei nº 11.534, de 2007. Nomeado pela Portaria MEC nº 1199, de 12 de dezembro de 2007, ele chegou ao Amapá sozinho, sem equipe própria de servidores, para colocar a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica em funciona-mento, no Amapá, depois de 100 anos de atraso. O professor de Educação Fí-sica ocupava, naquele final de 2007, o cargo de diretor de Administração e Pla-

nejamento do Centro Federal de Edu-cação Tecnológica de Roraima, onde já havia sido diretor-geral nas duas gestões anteriores, ainda como escola técnica. Aceitou o convite com a certeza de estar contribuindo com um projeto de âmbito nacional, de efetivar a presença da Rede Federal em todos os estados brasileiros. A experiência foi fundamental na to-mada de decisões, como na escolha dos terrenos onde os câmpus do Ifap seriam construídos. Na entrevista a seguir, ele conta em detalhes como foi possível tor-nar o Instituto Federal do Amapá uma realidade e diz que tem pressa.

Fotos: Alexandre Brito

Emanuel Moura, reitor: "A partir de 2007, com a criação da então Escola Técnica Federal do Amapá, passamos a viabilizar a implantação"

Por Suely Leitão

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Revista do Instituto Federal do Amapá16

ENTREVISTA

Nós temos pressa em dotar essa instituição não só de uma infraestrutura compatível

com a necessidade de formação dos profissionais, dos alunos que por aqui

passam, mas também da valorização das pessoas que aqui trabalham

Quando resgatamos o proces-so histórico de implantação do Instituto Federal do Ama-pá, podemos perceber que da criação em lei, em 2007, ainda como Escola Técnica, até que a primeira aula aconteces-se, em 2010, foram percorri-dos três poucos mas intensos anos. Gostaria que o sr. falasse a partir do seu ponto-de-vista dessa transformação, do papel à realidade. O que passou pela sua cabeça quando recebeu essa missão e como foi possí-vel cumprir essa tarefa?Na verdade, assumir a responsabilidade de implantar uma autarquia foi motivo de muito orgulho para mim, enquanto profissional, uma vez que o ministro da Educação, à época, conferiu a mim essa missão. Já tinha uma experiência anterior de implantação de uma insti-tuição do mesmo porte em outro estado da federação. A partir de 2007, com a criação da então Escola Técnica Fede-ral do Amapá, passamos a viabilizar a implantação. Foram três anos de muito trabalho e muita luta porque quando nós chegamos aqui no estado éramos eu e mais uma pessoa somente. Como não conhecia a gestão do estado realmente demorou um certo tempo para que nós convencêssemos os gestores à época da importância da implantação desta autar-quia no estado. Passamos então a fazer todas as conversas, as tratativas, com o secretário de estado da Educação, com o governo do Estado, no sentido de via-bilizar a cessão ou doação de um imóvel ou terreno, como contrapartida do es-tado, para que pudéssemos construir a Escola Técnica Federal do Amapá. Os imóveis que estavam disponíveis não atendiam a nossa necessidade. Foi ofer-tado um terreno de dois hectares. Mas como estávamos em processo de discus-são da transformação das escolas técni-cas em institutos federais nós impomos ao governo do estado uma certa área que pudesse contemplar não só a implanta-ção, mas a ampliação. Foi quando nós tivemos o sinal verde do governo em buscar um terreno. Por isso esta demora com relação ao início das obras. Não só isso. Além da infraestrutura, era neces-sário formar o quadro de técnicos e do-

centes. Tivemos o apoio do então Cefet (Centro Federal de Ensino Técnico) do Pará, que foi a instituição que o Minis-tério da Educação designou como sendo a tutora, a implantadora, da nossa escola técnica hoje instituto. Então passamos a articular com o então diretor do Cefet Pará no sentido de viabilizar o concurso público, que aconteceu no primeiro se-mestre de 2010 e já no segundo semes-tre daquele ano recebemos os nossos pri-meiros servidores e os nossos primeiros alunos. Além disso, já em 2008, o MEC nos autorizava também a implantar o câmpus em Laranjal do Jari, que tam-bém passou por esse mesmo processo de buscar junto à prefeitura um terreno que fosse adequado e tivesse uma dimensão apropriada para implantação e amplia-ção. Tanto em Laranjal do Jari e como em Macapá tivemos o início das ativida-des no segundo semestre de 2010.

Qual a sua percepção como educador e como gestão da educação dessa implantação. Foi difícil? O desafio se compli-cou de alguma forma pelo fato de não ter um quadro próprio inicial? Qual a sua avaliação hoje dessa implanatação?Esperávamos que essa implantação fosse mais tranquila, até pela vivência de uma implantação em 2003 de uma escola da mesma natureza em outro estado. Mas não ocorreu da forma como tínhamos planejado. Enquanto lá foram neces-sários seis meses, aqui passamos prati-camente três anos para colocar a escola

para funcionar. Tivemos dificuldades nas tratativas no âmbito do governo do estado. Tivemos também alguns pro-blemas com a nossa instituição tutora, no caso o Cefet Pará, uma vez que todo recurso para implantação foi destinado para aquela instituição, que também ti-nha uma missão de fazer a essa expan-são da Rede no seu estado. Vejo que o Amapá de certa forma foi prejudicado, não por intenção do gestor do Pará, mas porque ele tinha que priorizar suas ações no âmbito do Cefet Pará. Então nós tivemos também esse problema na administração dos recursos orçamen-tários financeiros para implantação. E também por não termos esse quadro de servidores. Era um quadro muito res-trito de colaboradores, que vieram do Pará, do ex-território, era uma equipe muito pequena, no máximo dez anos. O reitor geral do Cefet Pará colocou uma servidora para nos auxiliar nesse proces-so, que é a professora Marialva. A partir daí tivemos a colaboração do ex-territó-rio, com cessão de dois servidores. Ti-vemos também o apoio da Universidade Fedaral do Rio Grande do Norte, com a cessão também de dois servidores, que foram os professores Harim e Rose, os primeiros pró-reitores de Ensino e de Pesquisa do instituto. E redistribuimos dois servidores, o professor Clodoaldo, do Rio Grande do Norte, e a técni-ca Raimunda Palha, do Maranhão, de onde veio depois também redistribuída a Elícia França. E também tivemos que fazer nomeações extraquadros para for-talecer a nossa equipe.

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ENTREVISTA

Como a rede federal é cente-nária, o Amapá amargava um atraso de 100 anos - na verda-de, de cerca de 60 anos desde a criação do Território Federal - devido à ausência de uma instituição de ensino técnico federal. Esse tempo “perdido” significa muito para a educa-ção e o mercado de trabalho, principalmente, quando com-paramos com outros estados, mesmo na região Norte?Com certeza. Nós temos dito e já é comprovado que a rede federal tem dado uma contribuição muito gran-de ao desenvolvimento local, regional e nacional. A ausência da rede federal no nosso estado de certa forma provo-cou um colapso na formação de técnicos especializados, principalmente, na área

da indústria e do comércio. Com isso, tenho essa clareza de que nesses 100 anos perdidos o estado foi prejudizado porque não tínhamos uma instituição de educação profissional do porte dos câm-pus do Instituto Federal na qualificação, na formação do trabalhador amapaense.

A que se deve essa demora já que outros estados que tam-bém eram territórios federais começaram antes? Por que o Amapá ficou entre os últimos?Essa é uma pergunta difícil de respon-der. Mas talvez o interesse dos gestores do estado explique. A vontade política de trazer essa instituição. O Acre e o Ama-pá ficaram prejudicados nesses 100 anos perdidos. Rondônia já tinha implantado uma escola agrotécnica que também é da Rede, mas não tinha uma escola técnica,

que é o perfil atual. Penso que são as oportunidades e os interesses à época dos gestores de trazer essa instituição.

E a de que se deve a mudan-ça?Essa mudança ocorreu em nível nacio-nal, Foi a partir do governo do presi-dente Lula que ocorreu não só a criação destas novas autarquias, mas a expansão da rede federal para todo o país. Foi a política de levar a Rede aos estados que ainda não possuíam e, principalmente, interiorizar essa Rede. O presidente Lula tomou essa decisão e foi uma de-cisão política de implantar em todos os estados da federação uma instituição da rede federal e a partir daí o estado do Amapá é contemplado. Iniciamos com a escola técnica e depois com a unidades descentralizada de ensino em Laranjal do Jari.

De que forma a atuação do Instituto Federal poderá fazer com que o Amapá recupere esse tempo perdido, se é que isso é possível.O que passou passou. Temos que recu-perar esses 100 anos em dez anos. Essa é a nossa proposta. Nós tempos pressa em dotar essa instituição não só de uma infraestrutura compatível com a neces-sidade de formação dos profissionais, dos alunos que por aqui passam, mas também da valorização das pessoas que aqui trabalham. Nós ficamos muito fe-lizes em saber que em três anos de fun-cionamento, enquanto que as institui-ções centenárias passaram 80, 90 anos, o Instituto Federal já tem implantado os cursos superiores, não só na capital, mas também em Laranjal do Jari. Es-tamos sim conseguindo recuperar esse tempo perdido, implantando os cursos em todas as modalidades, formas e em todos os níveis de ensino. Com apenas três anos de efetivo exercício, temos aí os cursos técnicos integrados, subse-quentes, proeja, cursos superiores de tecnologia, as licenciaturas e a pós-gra-duação em nível de especialização lato sensu. Eu vejo que com o compromisso das pessoas que aqui estão, com vonta-de de trabalhar, nós haveremos sim de, em dez anos, estarmos, não exatamente no mesmo patamar, mas até acima das instituições que compõem a nossa rede.

Tenho certeza que o nosso quadro de servidores é de altíssimo nível, o que favorece o nosso trabalho, apesar de muitos não terem essa experiência de serviço público. Tivemos que investir

pesado na capacitação, principalmente na parte administrativa

Emanuel Moura, reitor: "Estamos sim conseguindo recuperar esse tempo perdido, implantando os cursos em todas as modalidades, formas e em todos os níveis de ensino"

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ENTREVISTA

Esse atraso pode ser suplan-tado pela vantagem de o Ifap ter surgido em uma ou-tra condição do país e pelo fato de os institutos funcio-narem em rede. O sr. vindo de outro estado, Roraima, é um exemplo disso. Gostaria que o sr. falasse dessas con-dições vantajosas do Ama-pá.É um bônus que se tem ao implantar uma instituição, buscar as experiên-cias exitosas na rede, o que deu cer-to nós trazemos, adequando à nossa realidade. A experiência é muito im-portante nesse processo de implanta-ção. Esse momento na definição dos ambientes é determinante. Quando cheguei aqui para implantar a escola do Amapá nos foi ofertado um terre-no de dois hectares. A nossa área em Roraima é de 7 hectares e não tem mais para onde crescer. Visualizan-do isso, eu solicitei do governo do Amapá pelo menos o dobro da área que nos estava sendo oferecida. Outra questão é a formação do corpo técnico administrativo e docente. Tivemos con-dições de estruturar a instituição dentro da realidade do estado no sentido de fa-zer uma equipe que pudesse dar conta da qualidade de ensino dos cursos que nós estávamos implantando aqui. Tam-bém é importante o conhecimento junto ao Ministério da Educação e aos outros ministérios no sentido de viabilizar re-cursos e ações para fortalecer a nossa instituição. Então essa experiência an-terior foi muito válida. Claro que cada projeto tem as suas diferenças. Aprendi muito aqui porque nem toda a experi-ência de um lugar pode ser aplicada a outro. Cada instituição, cada povo, tem sua realidade.

Até julho de 2010 não havia servidores do quadro próprio, já que os primeiros servidores concursados foram nomeados em agosto de 2010. De lá pra cá, quantos concursos foram realizados e quantos servido-res o Instituto dispõe hoje? Com os novos câmpus, vão ser realizados outros concursos?Nós fizemos já dois concursos para

professor efetivo. O primeiro foi orga-nizado pelo Instituto Federal do Pará, um para docente, que também realizou outro concurso para técnico, ambos em 2010. Em 2013, realizamos o primeiro concurso gerenciado e organizado pela nossa instituição e estamos em vista de realizar um segundo concurso, desta vez para técnico administrativo, a fim de atender os câmpus Macapá, Laranjal do Jari, Porto Grande e Santana, além do câmpus avançado do Oiapoque. Hoje temos 291 servidores, além de alguns servidores cedidos que compõem a nos-sa instituição, chegando a 300 trabalhan-do efetivamente, sendo 132 professores. A implantação dos câmpus Santana e Porto Grande deverá fluir de uma for-ma mais tranquila uma vez que já temos essa massa crítica de pessoas que já estão trabalhando e já têm experiência.

Qual o perfil do servidor do Ifap, em termos de qualifica-ção, e também em relação à origem regional?Temos servidores praticamente de todos os estados da federação, com uma ênfa-se no estado vizinho, o Pará, e também do Amapá. Os concursos são em nível nacional e temos representantes do país

inteiro. Os servidores que passam em nossos concursos são bem qua-lificados, e, em algumas situações, nós exigimos pós-graduação lato sensu e, em outras, também stric-to sensu. E há casos de técnicos que chegam a passar em cargos de médio já com nível superior ou pós-graduação. Tenho certeza que o nosso quadro de servidores é de altíssimo nível, o que favorece o nosso trabalho, apesar de muitos não terem essa experiência de ser-viço público. Tivemos que inves-tir pesado na capacitação, princi-palmente na parte administrativa. Temos incentivado a qualificação desses servidores, principalmente, na parte de licitações e contratos, já que por sermos autarquia to-das as licitações e contratos são realizados pela nossa instituição. Mas não só isso. Temos buscado alguns programas de mestrado fora, já estamos na segunda turma de 30 servidores, entre docentes e

técnicos, dos câmpus e da Reitoria, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Além dos cursos de curta du-ração, do incentivo à qualificação tanto de graduação como de pós-graduação. Neste ano (2014), nós tivemos alocados R$ 800 mil para capacitação, mas como firmamos esse convênio com a Rural do Rio de Janeiro disponibilizamos mais R$ 300 mil, portanto mais de R$ 1 mi-lhão é disponibilizado por ano para qua-lificar os servidores.

A vaga no serviço público fe-deral é muito almejada, mas percebemos que na área de educação, especialmente no caso dos institutos, o movi-mento sindical, seja ligado aos docentes, mas, principalmen-te, aos técnicos, reclama bas-tante da situação dos salários e carreira. Como o Ifap está ligado ao Ministério da Educa-ção, como é administrada essa questão salarial e de carreira dos servidores?Os docentes têm uma carreira e os téc-nico-administrativos têm outra carreira. Nós reitores não temos ingerência em termos da definição dessas carreiras. O

Emanuel Moura, reitor:"As pessoas que aqui chegaram procuraram fazer o melhor de si para implantar uma instituição de referência na oferta de educação profissional”

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ENTREVISTA

Conif, que é o nosso conselho de reito-res, tem uma participação, mas não é de-cisivo. Muitas das vezes procura mediar quando há o conflito. Enquanto autar-quia não temos autonomia. As questões salariais e de carreira ficam a cargo de Casa Civil, Ministério da Educação e Ministério do Planejamento.

Antes da implantação das primeiras turmas do ensino foram realizadas audiências públicas para que fossem indi-cados os cursos a serem ofer-tados e para que esses cursos atendessem às necessidades sociais e econômicas do esta-do. Gostaria que o sr. falasse desse processo e avaliasse, se hoje, os cursos escolhidos es-tão formando profissionais es-perados pelo mercado?Realizamos duas audiências públi-cas em Macapá e uma em Laranjal do Jari. Nossa avaliação é que os primeiros alunos que saíram dos nossos câmpus estão sendo colocados no mercado de trabalho. Mas ainda não temos implan-tado na nossa instituição, o que deverá ocorrer em breve, um sistema de acom-panhamento do egresso. A partir daí te-remos uma clareza se realmente a nossa instituição está cumprindo com sua mis-são de formar profissionais para atender o mundo do trabalho local e regional. O aluno quando sai da instituição ele simplesmente passa ali na frente, ele não volta para dar esse feed back. Mas nós estamos buscando um programa para ter essa interação com o aluno egresso, onde ele está, se está trabalhando na área onde foi formado, qual é a situação dele, o que ele precisa. No mundo do trabalho é que o aluno vai sentir se a formação

que nós estamos dando aqui está coe-rente com as necessidades do mundo do trabalho.

O próprio Instituto na sua con-cepção prevê a verticalização do ensino. E já estamos vendo hoje que os alunos que fazem os cursos iniciais retornam para realizar cursos mais avan-çados.Isso é um indicador de que, apesar de toda a dificuldade nesse momento inicial de implantação, a instituição tem credi-bilidade, é diferenciada. Tem problema sim de infraestrutura, mas temos no cor-po de servidores a grande força de fa-zer uma instituição de qualidade. Então quando você vê um aluno que fez um curso FIC (Formação Inicial e Continu-ada) voltar para fazer um curso técnico ou superior é uma indicação de que esta instituição está no caminho certo.

Sabe-se que a construção dos primeiros câmpus, Laranjal do Jari e Macapá, sofreu atra-sos. O sr. poderia nos explicar o que houve e como isso foi resolvido? E ainda: o que os alunos e os servidores desses câmpus ainda receberão em termos de melhoria das condi-ções físicas?As primeiras obras e os primeiros equi-pamentos foram licitados pelo nosso tutor, o Instituto Federal do Pará. Ti-vemos problemas sim, principalmente na construção do câmpus Macapá, uma vez que a empresa não concluiu os ser-viços, inclusive os laboratórios. Houve um problema judicial entre a empresa e o Instituto Federal do Pará, o que atra-sou e de certa forma atrapalhou e vem

atrapalhando a implantação. Eles pas-saram pelo menos um ano discutindo como reiniciar a obra e quando chega-ram a um consenso o contrato já havia vencido e a empresa não poderia mais realizar a obra. Então existe ainda uma pendência judicial da empresa com o Instituto do Pará. Mas no final de 2013 recebemos a orientação de trabalharmos em nova licitação para concluir a obra. Reunimos com os nossos professores dos cursos técnicos e eles apresentaram uma proposta para redimensionamen-to, adequação e finalização do bloco de laboratórios, já que o projeto anterior havia sido pensado pelos professores do Pará, em 2007. Agora haverá uma adequação às necessidades dos nossos cursos. Quanto a melhorias, no câmpus Macapá, temos duas obras sendo re-alizadas, uma área de convivência e de apoio ao estudante, bem como o almo-xarifado e a garagem. Além disso, temos a segunda etapa do ginásio poliesportivo e eu acredito que até o início do próximo ano os nossos alunos já poderão usu-fruir desse ginásio, que não é somente para educação física, mas também para as artes. Não é uma obra simples de se fazer, é uma obra que vai encher os olhos da nossa comunidade. É um ginásio ofi-cial, com quadras de dimensões oficiais, que poderá receber quaisquer jogos, in-clusive nacionais. Estamos trabalhando para deixar essa infraestrutura consoli-dada, que não seja um puxadinho, seja definitiva. É melhor esperar um pouco e ter uma infraestrutura perene em vez de estarmos fazendo adaptações que a meu ver não resolvem o problema. Po-dem resolver de imediato, mas pro fu-turo não resolve. Foi uma obra dividida em duas etapas. Na primeira utilizamos um recurso que não tinha sido utilizado

Estamos trabalhando para deixar essa infraestrutura consolidada, que não seja um puxadinho, seja definitiva. É melhor esperar um pouco e ter uma infraestrutura perene

em vez de estarmos fazendo adaptações que a meu ver não resolvem o problema

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Revista do Instituto Federal do Amapá20

e conseguimos direcionar esse recurso para iniciar a construção do ginásio, mas não de forma imediatista. Como não dava para atender toda a construção, di-vidimos em duas partes. O Pará licitou a primeira parte, já concluída, e agora estamos fazendo a segunda parte. No câmpus Laranjhal do Jari, licitamos todo o ginásio, que também é oficial, constru-ímos mais um bloco de laboratório, in-clusive para atender o curso superior, e o muro do câmpus para dar segurança ao patrimônio. O ginásio atenderá não só a comunidade interna, mas o município de Laranjal do Jari. Aqui não tem privi-légio de câmpus A ou B. Laranjal é um município menor, por isso um câmpus menor. Lá a escola é para 1.200 alunos e Macapá para 3.800 alunos. O tamanho do imóvel tem que ser compatível com as ações a serem desenvolvidas por cada câmpus. Mas lá em Laranjal não tive-mos os mesmos problemas de gestão do Instituto Federal do Pará com a empresa de construção ocorridos com o câmpus Macapá. A obra foi toda concluída e os laboratórios já estão funcionando.

E já que estamos falando em obras, gostaria que o sr. falas-se sobre a expansão do Ifap. Como estão as construções dos câmpus Oiapoque, Porto Grande e Santana?Os câmpus Santana e Porto Grande foram licitados pela nossa instituição, houve um atrapalho apenas no início das obras em função das fortes chuvas da região. Eu acredito que com essas duas obras, não teremos grandes atrasos e até julho do próximo ano serão concluídas. Com relação à Oiapoque até março do próximo ano deve estar concluído.

Obras públicas requerem lici-tações. Como o Ifap tem feito para garantir a realização das licitações dentro da legalida-de, da ética e da moralidade?Temos aqui o acompanhamento da nossa auditoria interna, implantada na nossa autarquia, e do controle feito pela CGU (Controladoria Geral da União) que faz toda a auditoria de nossos pro-cessos. E também as nossas contas são aprovadas pelo Tribunal de Contas da

União. Não tivemos até então nenhum problema de irregularidades nas nossas licitações e nos nossos contratos. Numa instituição que está se implantando há algumas falhas, muito por conta da inex-periência das pessoas que chegaram sem a vivência, o conhecimento da coisa pú-blica. Então tivemos que fazer todo esse processo de treinamento, valorização e capacitação dos nossos servidores, o que de certa forma fez com que errássemos menos. Qualquer dúvida que temos procuramos tirá-la com a CGU e tam-bém com o apoio de outras instituições que fazem parte da rede, até porque a rede é muito cooperativa. Nós temos o fórum de pró-reitores de Administração que também socializa todos os editais, atas de registro de preços. Então com isso a gente consegue fazer uma gestão transparente, que não tem vergonha de perguntar pra CGU, TCU, controle in-terno ou pra outras instituições. E con-seguimos errar muito pouco. Todas as denúncias feitas no Ministério Público e Polícia Federal, que estamos sempre res-pondendo, não tiveram fundamento. E nossas contas foram aprovadas em todos os anos. Esse compromisso com a coisa pública tem feito com que nossas licita-ções ocorram sem problemas. É claro que falhas de edital às vezes ocorrem, alguma empresa faz uma observação e temos que revogar a licitação, aquele artigo está mal escrito, está dando du-pla interpretação, a gente corrige e lança novamente. Mas isso aí sem nenhum problema de irregularidade ou de cor-

rupção dentro da nossa instituição e isso é bom porque dá mais credibilidade.

Voltando à questão educacio-nal, qual o diferencial do Insti-tuto na educação profissional em relação a outras escolas públicas e principalmente às privadas?Por ser uma autarquia federal nós temos a possibilidade de investir mais princi-palmente na questão da valorização do servidor e da infraestrutura. Esse é o diferencial da rede federal. É um ensino contextualizado. A gente sabe que para montar um laboratório não é barato. E aí está a diferença entre uma instituição federal, como a nossa, e uma estadual ou particular. Porque para você montar uma infraestrutura, que atenda às neces-sidades de determinados cursos, prin-cipalmente na área da indústria, você demanda muitos recursos. E o governo federal tem apoiado a montagem dessa infraestrutura ideal para o desenvolvi-mento das aulas, das atividades nos la-boratórios. O nosso aluno é diferenciado porque tem um ensino contextualizado, alia a prática à teoria e também viven-cia o mundo do trabalho através dos estágios que são obrigatórios nos nossos currículos. Todos os nossos servidores, tanto técnicos como docentes, são se-lecionados por concurso público e essa força de trabalho que chega é qualifica-da. Recebemos doutores, mestres. Essa equipe faz o diferencial nas nossas ins-tituições.

A gente consegue fazer uma gestão transparente, que não tem vergonha de

perguntar pra CGU, TCU, controle interno ou pra outras instituições. E conseguimos

errar muito pouco. Todas as denúncias feitas no Ministério Público e Polícia Federal, que estamos sempre respondendo, não tiveram

fundamento

ENTREVISTA

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ENTREVISTA

E aluno do Ifap tem o mesmo nível de formação do aluno dos demais Institutos Fede-rais?Eu sempre digo que as instituições mais novas têm que ser as melhores. Quando você está implantando você recebe pes-soas que têm esse compromisso e essa vontade de fazer o melhor. Eu entendo que hoje o nível dos nossos alunos não deixa a desejar a nenhum outro da nossa rede federal. Tanto é que temos alunos representando o estado em eventos na-cionais e internacionais. Eles estão sim no patamar compatível com a rede fede-ral.

Além do ensino propriamente dito, ou seja, aulas teóricas e práticas, o aluno do Ifap tem contato com a extensão e a pesquisa. Como isso ocorre?Essa é uma característica da rede, ainda muito recente. Como Cefet, escola téc-nica ou agrotécnica, não tinha isso. Com a transformação em Instituto Federal, onde passamos a ser Instituto de Ensino Superior, a questão da pesquisa e da ex-tensão aparece. É claro que não tão forte quanto o ensino, mas inicia essas ativi-dades. O importante é que a pesquisa e a extensão também são verticalizadas, perpassam em todos os níveis, do FIC à pós-graduação. Nas universidades, a pesquisa é muito forte na pós-graduação e nas instituições privadas isso provavel-mente não acontece antes. E o entendi-mento da rede é que a pesquisa perpasse em todos os níveis e acabe com esse mito de que só exista na pós-graduação.

Considerando que esses cinco anos de existência, o sr. acre-dita que, internamente, o Ifap está amadurecido como insti-tuição? Os servidores vestiram a camisa da Rede Federal de Educação Profissional?Penso que sim, apesar de ser tudo ser um aprendizado. Os institutos são no-vos. A grande maioria dos nossos servi-dores tem essa visão, esse entendimento do que é a instituição. Muita coisa há que se fazer. Mas há o compromisso fir-mado com o povo brasileiro pelos ser-vidores que aqui estão. Conseguimos visualizar esse compromisso do que é

uma instituição pública federal no nosso estado. As pessoas que aqui chegaram - algumas já foram embora porque passa-ram em outros concursos - procuraram fazer o melhor de si para implantar uma instituição de referência na oferta de educação profissional e tecnológica em todos os níveis, modalidades e formas. Vieram com essa intenção e isso fez com que, apesar de todos os problemas, ti-véssemos condições de implantar com sucesso a nossa instituição.

Hoje já podemos falar que o Instituto Federal do Amapá está plenamente implantado? Como o sr. avalia a inserção do Ifap no cenário educacional do estado e do país?Plenamente implantado não, porque estamos nessa fase de transição para consolidação. Quando você começa a implantar um, surge outra demanda. Plenamente implantado será quando nós tivermos os nossos câmpus Porto Grande, Santana e Oiapoque e o Centro de Referência de Pedra Branca do Ama-pari em funcionamento, com as aulas e as atividades de ensino, pesquisa e ex-

tensão. Mas nos câmpus Macapá e La-ranjal certamente uma boa parte da im-plantação já foi feita, agora é consolidar, ampliar o número de vagas, número de cursos, e aí sim estaremos consolidados. Se imaginar que em 2007 não tínhamos nenhuma instituição implantada e hoje temos duas em consolidação, mais uma iniciada, que é Santana, e em 2015 te-remos Porto Grande, penso que essa missão foi cumprida. São desafios que apareceram e hoje já temos três e em 2015 teremos cinco câmpus. O Amapá terá uma rede capilarizada, com uma instituição na capital, uma no sul, uma no extremo norte e uma no centro, que é Porto Grande, além de Santana e Pedra Branca. Proporcionalmente à população o Amapá será o estado melhor servido da rede. Não vislumbro outros câmpus em função da baixa densidade popula-cional. Mas se comportar mais câmpus que venham e que recuperemos esses 100 anos perdidos. Teremos seis mu-nicípios atendidos de forma presencial, mas a nossa intenção é levar educação a distância a todos os municípios amapa-enses.

O nosso aluno é diferenciado porque tem um ensino contextualizado, alia a prática à teoria e também vivencia o mundo do trabalho através dos estágios que são

obrigatórios nos nossos currículos

Emanuel Moura, reitor: "A rede federal tem dado uma contribuição muito grande ao desenvolvimento local, regional e nacional "

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ENSINO SUPERIOR

Professores dos câmpus Laranjal do Jari e Macapá, peda-gogos, diretores de Ensino, coordenadores e pró-reitores participaram da palestra "Legislação do Ensino Superior", ministrada pela pró-reitora de Ensino do Instituto Federal do Pará (IFPA), Maria Neusa de Lima Pereira. Durante dois dias, a educadora, natural de Roraima, falou sobre as normas que regem a educação superior, além de com-petências necessárias à gestão dos cursos nas instituições. Para o professor e primeiro coordenador do cur-so superior em Ciências Biológicas Joádson Freitas, de Laranjal do Jari, a palestra trouxe muitos conhecimentos positivos para a prática educacional no Ifap. "Estamos progredindo, agora é só dar continuidade", afirmou. A programação da palestra foi dividida nos temas "Marco regulatório da educação superior", "Lei do Sinaes nº 10.861/2004", "Elaboração de Normativa Interna para autorização de curso" e "O coordenador do curso: perfil, competências e atuação", entre outros.

Licenciatura em Ciências Biológicas inaugura cursos superiores em Laranjal do Jari

O Vale do Jari teve a partir de 2014 uma nova pers-pectiva quanto ao

ensino superior. O câmpus Laranjal do Jari oferta a gra-duação em Licenciatura em Ciências Biológicas. Com in-gresso pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e com notas do Exame Nacional do Ensi-no Médio (Enem), os alunos têm a oportunidade de estudar na instituição que possui uma infraestrutura completa, além de pessoal capacitado e o que é melhor: o curso é totalmente gratuito. As aulas são reali-zadas no turno da noite para atender às pessoas que traba-lham. Uma comissão foi formada para trabalhar na implantação do curso de ní-vel superior em Biologia no câmpus Laranjal do Jari. Essa comissão discutiu, entre outras coisas, a questão da construção de um novo bloco de laborató-

rios e toda infraestrutura que dá suporte ao curso. Segundo o diretor de Ensino, Willians Almeida, com o a realização do concurso público para ingresso de novos professo-res foi possível atender às deman-das do curso. Para o professor Vinícius Campos, diretor geral do câmpus, o curso atende uma demanda re-primida no Vale do Jari. “Temos muitos jovens que acabam indo embora para outras cidades e es-tados porque não encontram aqui uma oportunidade de formação de nível superior. E o curso vai resgatar essa possibilidade, sem contar que o curso em Biologia tem um campo muito vasto de trabalho e o curso mais próximo daqui é em Santarém, no Pará. É uma oportunidade ímpar para os nossos jovens”, completou. A primeira turma é for-mada por 40 alunos, dos quais 16 são ex-alunos do Ifap já formados através dos cursos técnicos oferta-dos pelo próprio câmpus.

Fotos: Viviane Fialho Campos

Implantação: selecionados para a primeira turma do curso superior do câmpus Laranjal do Jari na realização da matrícula

No laboratório de Biologia, aluno orientado pelo professor analisa a anatomia de mosquitos causadores de doenças

Por Viviane Fialho Campos

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ENSINO SUPERIOR

A verticalização do ensino é uma das missões que vêm sendo buscadas pelo Ifap. De cursos de formação ini-

cial continuada a de Pós-Graduação, os alunos poderão entrar no Instituto para fazer um curso de curta duração, como os dos programas federais Pronatec, Certific ou o Mulheres Mil e sair com títulos de especialistas, mestres e futura-mente doutores. O câmpus Macapá está caminhando nesse rumo e já conta com quatro cursos de ensino superior e três pós-graduações. “O profissional formado pelo Ifap deve seguir preceitos morais e cí-veis de convívio em sociedade, senso crítico e impulsionar o desenvolvimento regional, integrando formação técnica à cidadania”, descreve o professor Hilton Prado, ex-coordenador dos cursos supe-riores do câmpus Macapá. Os primeiros cursos de Ensino Superior foram lançados em agosto de 2011: Licenciatura em Informática e Química. Nas primeiras turmas foram selecionados 160 alunos através do Sis-tema de Seleção Unificada (SiSU). Em 2012, continuou o plano de expansão dos cursos superiores com a oferta das graduações em Tecnólogo em Análi-se e Desenvolvimento de Sistemas (40 vagas) e Tecnólogo em Construção de Edifícios (40 vagas). Dois cursos de Li-cenciatura e dois Tecnológicos. O processo seletivo do Ifap é

Verticalização norteia escolha dos cursos

feito por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), sistema informati-zado gerenciado pelo MEC, por meio do qual as instituições públicas partici-pantes selecionam candidatos pela nota obtida no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). No Amapá, apenas o Ifap e a Unifap aderem ao Sistema. Em pouco mais de um ano, desde a instalação dos primeiros cursos de ensino superior, os alunos aproveitam os incentivos ofertados pelo Instituto, como as bolsas de formação e de inicia-ção científica e em docência, participa-ções em Feiras e aulas diferenciadas. “Os cursos foram estruturados para atender à carência do estado e a formação volta-da para o mercado de trabalho”, afirma a diretora-geral do câmpus Macapá do Ifap, Marialva Almeida. Samilly Caroline Braga da Silva, de 20 anos, é da primeira turma do curso de Licenciatura em Química. Vinda da Escola Estadual Alexandre Vaz Tavares, é a primeira de seis irmãos a entrar numa Instituição de Ensino Su-perior. “Essa conquista foi comemorada pela minha familia que pela primeira vez teve alguém da familia aprovada em um curso superior”, disse a acadêmica. Em agosto de 2012, foi lança-do no Ifap o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (Pibid) que ofertou 30 vagas para os alunos de licenciatura em Química e Informática. Emanuela da Silva do Nascimento, 19,

do curso de Licenciatura em Química foi uma das contempladas. Iniciou seus estudos no Ifap em março de 2012 e é reconhecida pelos seus professores como uma aluna dedicada. “Estudava no Rio de Janeiro, e pretendia fazer Farmácia ou Engenharia Química. “O curso no Ifap superou as minhas expectativas, por ser uma instituição nova, e ver o com-prometimento dos professores”, disse a aluna que é uma das bolsistas do Pibid, na Escola Estadual Alexandre Vaz Ta-vares, na disciplina de Química. “Meu papel é dar suporte aos alunos que têm necessidade com a supervisão do profes-sor em sala de aula”, explica Emanuela.

LICENCIATURAEM INFORMÁTICAOs alunos do curso de Licenciatura em Informática são preparados para atuar em sala de aula do Ensino Fundamental, Médio e Técnico. Estarão aptos para utilizar os avanços da Informática para gerar inovações nos processos de ensino e aprendizagem, agindo como agentes integradores entre as diversas discipli-nas da formação do estudante. Além da docência, o futuro profissional poderá atuar em empresas de consultoria e as-sessoria em informática, empresas de desenvolvimento de software educacio-nal e empresas que utilizam a tecnologia de informática para capacitação de fun-cionários. Antenado com as oportuni-dades do mercado de trabalho, o aluno de Licenciatura em Informática David César da Silva, 21 anos, sabe onde vai atuar quando concluir o curso. “A for-mação nessa área é a necessidade que o mundo globalizado tem, porque a ini-ciação à informática começa desde cedo, no computador da família, é o que vai garantir nas escolas públicas que todos saibam usar de maneira correta e edu-cativa as tecnologias dessa área”, disse o estudante que também cursa o técnico em subsequente de Mineração no Ins-tituto. “Poderei integrar as duas áreas, a área de Licenciatura me possibilita ser um professor ou um pesquisador. Como técnico de Mineração poderei usar os conhecimentos de informática para de-senvolver softwares a serem usados na Mineração”, explicou o aluno.

Câmpus Macapá já conta com quatro cursos de nível superior definidos pelo critério da verticalização do ensino

Foto: Alexandre Brito

Por Dione Amaral

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Revista do Instituto Federal do Amapá24

ENSINO SUPERIOR

LICENCIATURAEM QUÍMICAO Licenciado em Química terá uma formação generalista, mas sólida e abrangente em conteúdos dos diver-sos campos da Química. A dedicação do aluno, futuro professor dos ensinos Fundamental e Médio é fundamental para o sucesso profissional em sala de aula. “O professor e a família são as chaves para que o aluno seja um cida-dão do mundo. O professor vai mar-car a vida do aluno positiva ou nega-tivamente”, disse a aluna Emanuela da Silva do Nascimento, 19, do curso de Licenciatura em Química.TECNÓLOGO EM REDES

DE COMPUTADORESO tecnólogo em Redes de Computadores é o profissional que elabora, implanta, gerencia e mantém projetos lógi-cos e físicos de redes de computadores locais e de longa distância. Tem habilidades ainda em conectividade entre sistemas heterogêneos, diagnóstico e solução de proble-mas relacionados à comunicação de dados, segurança de redes, avaliação de desempenho, configuração de servi-ços de rede e de sistema de comunicação de dados são áreas de desempenho desse profissional, entre outras. Segundo o coordenador do curso, Célio do Nascimento Rodrigues, o mercado amapaense é muito carente de profissionais nessa área, apesar de o curso do Ifap ser o quarto a ser oferecido no estado e o único de uma instituição pública. “Quando os laboratórios do Ifap estiverem montados, nós teremos a melhor estrutu-ra do Amapá. O nosso quadro de professores é composto por cinco mestres e cinco especialistas, desses, três estão fazendo mestrado”, justificou o professor.TECNÓLOGO EM

Fotos: Alexandre Brito

CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOSO tecnólogo em construção de edifícios atua no ge-renciamento, planejamento e execução de obras de edifícios. Ele é o profissional que orienta, fiscaliza e acompanha o desenvolvimento de todas as etapas deste processo, incluindo desde o planejamento e acompanhamento de cronogramas físico-finan-ceiros, até o gerenciamento de resíduos das obras, objetivando, em todas estas etapas, segurança, oti-mização de recursos e respeito ao meio ambiente. A formação desse profissional visa suprir a carência de profissionais especializados em gerenciamento de obras, atendendo a uma grande demanda de for-mação específica de profissionais qualificados para a administração de obras de Construção Civil.

Licenciatura em Química: formação sólida e abrangente em conteúdos dos diversos campos da química

Tecnólogo em Redes de Computadores: habilidades em conectividade

Tecnólogo em Construção de Edifícios: grande demanda no mercado

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Revista do Instituto Federal do Amapá 25

PROEJA

Afinal, para que serve o estudo? Dizem por aí que o estudo é uma pedra preciosa única, pois não tem um preço. E o melhor de

tudo é que a idade não é um limite. Apren-der é um dom para a vida toda. É por isso que o Instituto Federal do Amapá (Ifap) é um dos realizadores do Programa Nacio-nal de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), do Ministério da Educação (MEC). “Vergo-nha é não estudar nem depois de velho”, afirma convicto o estudante Ruvenete Joite Cunha Lima, de 56 anos. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2003 mostram que 68 milhões de jovens e adul-tos trabalhadores brasileiros com 15 anos e mais não concluíram o ensino fundamental e, apenas, seis milhões (8,8%) estão ma-triculados em EJA. A partir desses dados e tendo em vista a urgência de ações para ampliação das vagas no sistema público de ensino ao sujeito jovem e adulto, o governo federal instituiu, em 2005, no âmbito fede-ral o primeiro Decreto Proeja nº 5.478, de 24 de junho de 2005, em seguida substitu-ído pelo Decreto nº 5.840, de 13 de julho de 2006, que introduz novas diretrizes que ampliam a abrangência do primeiro com a inclusão da oferta de cursos Proeja para o público do ensino fundamental da EJA. O Proeja tem como perspecti-va a proposta de integração da educação profissional à educação básica buscando a superação da dualidade trabalho manual e intelectual, assumindo o trabalho na sua perspectiva criadora e não alienante. Isto impõe a construção de respostas para diver-

Jovens e adultos

têm novas oportunidades

de estudar

Foto: Viviane Fialho Campos

Perspectiva criadora: exposição de biojóias com açaí fez parte de um projeto integrador da turma de Comércio Proeja

Por Viviane Fialho Campos

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sos desafios, tais como, o da formação do profissional, da organização curricular integrada, da utilização de metodologias e mecanismos de assistência que favore-çam a permanência e a aprendizagem do estudante, da falta de infraestrutura para oferta dos cursos dentre outros. A primeira turma do ano de 2012 do câmpus Laranjal do Jari per-tence ao eixo de Gestão e Negócios e abriu 40 vagas para o curso Técnico em Comércio. O curso funciona no perío-do noturno com o objetivo de atender os trabalhadores que queiram continuar os seus estudos, possuindo duração de 2.650h. O curso foi escolhido através de uma audiência pública realizada em 2011, onde a própria população optou pela área do comércio, que é bem pujan-te no Município de Laranjal do Jari. No processo seletivo, os alunos foram selecionados através de entrevis-tas e participação em palestras em que descobriram tudo sobre o curso que ora estavam ingressando. Alguns alunos já estavam sem estudar há mais de dez anos, como é

PROEJA

o caso da Kelly Ross, de 33 anos, que disse que o Proeja veio trazer um novo sentido a sua vida. “Tenho orgulho de estudar aqui no Instituto Federal do

família para mim. Os professores são excelentes e sempre nos incentivam a ir além”, destacou. Para o aluno Manoel Oliveira da Conceição, de 51 anos, a entrada no

Instituto Federal do Amapá significou uma alavancada em sua vida. “Saí de um estado de marasmo em relação aos meus estudos porque estava parado há oito anos e, hoje, me sinto muito mais útil e produtivo. Quero seguir meus estudos e, de preferência, aqui. Tenho aprendido bastante. Devo muito a esse curso”, ar-gumentou. “Nunca é tarde demais para estudar ou recomeçar uma nova vida. Muitos só têm essa oportunidade agora e estão sabendo aproveitar melhor que muito jovem solteiro que nem sequer trabalha. É uma pena, mas essa é a dura realidade no nosso País. Estava há qua-tro anos sem estudar. Tenho dois filhos e mesmo assim me esforço para estar aqui todos os dias. Graças a Deus conto com o apoio do meu marido”, observou a

aluna Patricilene Rodrigues Pereira, de 26 anos. A aluna Vivian Vieira Nunes, de 33 anos, pretende terminar os estudos e adquirir uma profissão. “Ao me formar quero abrir meu próprio negócio. Tenho aprendido coisas novas. Conhecimento é tudo hoje em dia e era o que me fal-tava. Uma das coisas que mais me cha-ma a atenção é a união da nossa turma. Cada vez que um pensa em desistir vem outro e o anima, motivando-o a prosse-guir. Estar aqui é uma realização pessoal muito importante pra mim”, disse. No encerramento das ativida-des anuais, a turma participou de um projeto integrador com o tema "Açaí". Houve apresentação de poemas, música e exposição de biojóias feitas com o fruto amazônico.

Amapá. Só quero me formar e conti-nuar progredindo. Antes eu era muito acomodada. Ao en-trar no Ifap agucei meu senso crítico. Meu marido afir-ma que estou mais comunicativa em casa e sabendo ge-renciar melhor até os problemas fami-liares que surgem. Segundo ele, estou mais flexível. O Ifap é uma grande

Foto: Viviane Fialho Campos

Em sala de aula, alunos do Proeja discutem assuntos diversos e desenvolvem consciência crítica

Realização pessoal e profissional é meta na turma do Proeja

Voltar a estudar em busca de conhecimentos

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Revista do Instituto Federal do Amapá 27

Educação a Distância é implantada no câmpus Laranjal do Jari

Projeto “Livro Vivo” ouve idosos que contam a história de Laranjal do Jari

O câmpus Laranjal do Jari a partir de 2013 começou a ofertar Educação a Dis-tância (EaD) para toda a

população do Vale do Jari. Os cursos técnicos em Serviços Públicos e Se-gurança no Trabalho são desenvolvi-dos através do Programa e-Tec Brasil na modalidade subsequente no perí-odo noturno, com presença do aluno uma vez por semana no câmpus. São 200 alunos estudando no câmpus Laranjal do Jari na moda-lidade EaD, com mais 80 vagas sendo ofertadas para início das aulas no mês de agosto. A Diretoria de Educação a Distância do Instituto Federal do Amapá foi a responsável pela implan-tação da EaD no câmpus. A dinâmica funciona da se-guinte maneira: os alunos participam uma vez em sala de aula com um tutor presencial e realiza os seus trabalhos e

O câmpus de Laranjal do Jari ficou movimentado com a presença de algumas pesso-as idosas e conhecedoras da

história do terceiro maior município do estado do Amapá. Oito idosos participaram deste primeiro momento do projeto intitulado “Livro Vivo” coordenado pela professo-

atividades na plataforma Moodle, com avaliação diária. É pelo processo seletivo que os alunos da EaD ingressam no Ifap. Os cursos são gratuitos e com probabi-lidade de expansão.

LABORATÓRIO MÓVELOs cursos através de Laboratório Mó-vel também terão aulas presenciais e virtuais com sistema televisivo. As aulas serão interativas com dois professores, além de um conferencista que ministra-rá as atividades ao vivo, via satélite. Os materiais como telão, pro-jetor multimídia, aparelho de DVD, caixas de som, amplificador, computa-dor, telefone sem fio, linha telefônica, entre outros, já se encontram no câm-pus Laranjal do Jari. Através desse sistema, duas ofertas de cursos podem ocorrer de for-ma simultânea em que dezoito alunos ficarão sentados dentro do Laboratório

ra Karoline Siqueira e pela jornalista Vi-viane Fialho. No primeiro momento, os idosos participaram de uma confraternização. Em seguida, foram entrevistados na Área de Convivên-cia do câmpus. “De posse das gravações

de tudo que foi falado aqui no câmpus, os alunos irão trans-crever para o papel. A nossa proposta é escrever posteriormente um livro de contos sobre o município de Laranjal do Jari”, disse a professora. Segundo a professora Karo-line Siqueira, os alunos ficaram muito empolgados com o desenvolvimento do projeto. “Depois dessa etapa, passare-mos para a parte da pesquisa documen-

que possui bancada e computadores. Houve um curso preparatório e intensivo em EaD aos servidores do câm-pus com abertura de vinte vagas no qual todos foram capacitados para trabalhar com tutoria na plataforma Moodle. Programa e-Tec Brasil - Lançado em 2007, o sistema Rede e-Tec Brasil visa à oferta de educação profissional e tecno-lógica a distância e tem o propósito de am-pliar e democratizar o acesso a cursos téc-nicos de nível médio, públicos e gratuitos, em regime de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios. Os cursos são ministrados por instituições públicas. O MEC é responsável pela assis-tência financeira na elaboração dos cursos. A estados, Distrito Federal e municípios cabe providenciar estrutura, equipamen-tos, recursos humanos, manutenção das atividades e demais itens necessários para a instituição dos cursos. A meta é estrutu-rar mil polos de EaD em todo o País.

tal, porque temos outro projeto que é a elaboração de um vídeo documentário sobre Laranjal do Jari. Tudo será feito com o propósito de perpetuar a história tão rica desse município”, argumentou Siqueira. “Seu Gama” como é mais co-nhecido, com 93 anos, também par-ticipou desse projeto contando todas as suas experiências vividas desde que chegou a Laranjal do Jari há 47 anos. Ele foi aplaudido pelos alunos quando adentrou a Área de Convivência, numa atitude de muito respeito e consideração com quem sabe tanto sobre o município. “Não tem coisa melhor do que você saber verdadeiramente a história do lugar onde você mora ainda mais sendo contada por alguém com tanta experiên-cia no assunto, que viveu muitas coisas, como o seu Gama, por exemplo,”, des-tacou a aluna pesquisadora Kariane da Silva Oliveira.

Por Viviane Fialho Campos

GERAL

Foto: Viviane Fialho Campos

Estudantes conversam com pessoas idosas da comunidade

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Revista do Instituto Federal do Amapá28

A transição entre a escola e o mercado de trabalho é um processo gradual e, no intui-to de diminuir esse “fosso” o

Instituto Federal do Amapá (Ifap) im-plantou Programa Formação.O objetivo é proporcionar um aprendizado in loco onde o bolsista tem a oportunidade de desenvolver habilidades e competências necessárias ao seu processo de formação, sendo para muitos estudantes sua pri-meira experiência profissional, como é o caso de Lainna Cristina Andrade, de 15 anos, do câmpus Laranjal do Jari, que foi bolsista do setor financeiro. “Hoje, levanto-me mais motivada a aprender mais e a dar o melhor de mim”, contou. Os bolsistas atuam em diversas áreas dentro da Instituição entre elas na Coordenação Pedagógica, Setor de Co-municação, Financeiro, na Coordenação de Apoio ao Estudante (CAE), na Co-ordenação de Pesquisa e Extensão e nas Coordenações dos cursos de Secretaria-

Programa ajuda a preparar estudantes para o futuro mercado de trabalho

Por Viviane Fialho Campos

FORMAÇÃO

do, Informática, Meio Ambiente pelo Proeja. “Este é o momento ímpar que o bolsista tem de conhecer a organiza-ção, a estrutura administrativa de uma instituição de educação profissional como o Ifap”, ressaltou a coordenadora Marianise Paranhos. A execução do programa é de competência da Pró-Reitoria de Ensino (Proen) e dos órgãos de cada câmpus como a Diretoria de Ensino e Coorde-nação de Apoio ao Estudante (CAE). O programa foi implantado em 2011 e no início havia nove bolsistas no câmpus Laranjal do Jari. No último processo seletivo, 35 alunos se inscreveram para concorrer a 16 vagas. Tudo é feito para que o aluno não saia prejudicado em seus estudos. Prova disso é que eles permanecem na instituição apenas quatro horas por dia. Os bolsistas ganham 60% do salário mínimo. De um lado, a ocupação é vis-

ta como meio para a própriaformação profissional e para continuidade daedu-cação escolar. De outro, o trabalho tam-bémpermite a esses jovens a possibili-dade deexperimentar a condição juvenil em esferascomo a da sociabilidade, do lazer, da cultura edo consumo (de rou-pas, aparelhos eletrônicos,entre outros) podendo até juntar a renda para fazer uma viagem e ou tão somente comprar um presentinho para os pais ou namo-rado (a). O aluno do 3º ano do curso técnico em Informática Raryson Cos-ta, de 17 anos, disse que resolveu par-ticipar da seleção porque queria ter sua primeira experiência profissional. “Essa experiência tem contribuído muito com o meu aprendizado. Quando entrei aqui não tinha noção de como desempenha-ria as atividades, mas com o passar dos dias fui descobrindo o quanto sou capaz. Com o dinheiro que tenho ganhado, já comprei livros e apostilas de estudos,

Experiência de trabalho e ganho financeiro: bolsistas como Rayson Costa conciliam estudos com as atividades do programa

Fotos: Viviane Fialho Campos

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Revista do Instituto Federal do Amapá 29

Concluinte tem ingresso no mercado de trabalho antecipado

um notebook e ainda estou reformando o meu quarto”, disse o bolsista. A bolsista e aluna do 3º ano do curso técnico em Informática Sara Ro-sângela Souza da Silva, de 18 anos, dis-se que “a cada dia tem aprendido coisas novas e adquirido uma boa bagagem profissional no Setor Pedagógico onde atua”. Ela afirma que conciliar o traba-lho com os estudos só fica complicado no período das avaliações, mas se conside-ra muito feliz em poder ver um de seus sonhos concretizados: a casa própria. Através de sua participação no Programa Bolsa Formação, ela tem podido com-prar materiais para a construção de sua casa. Segundo ela, se pudesse, gostaria de ter esse prazo renovado mais uma vez.

Prestes a concluir o curso técni-co subsequente de Meio Am-biente do Instituto Federal do Amapá (Ifap) em Laranjal do

Jari, o aluno Jádson Alan de Lima Rosa, de 24 anos, conquistou o primeiro em-prego. Ele foi aprovado no processo se-letivo de uma grande empresa da região do Vale do Jari, enchendo de orgulho a família e a equipe do Ifap, que colhe o esforço de oferecer ensino profissional de qualidade, capaz de garantir o ingres-so de um jovem no mercado do trabalho na sua área de formação. Jádson conta que chegou a pensar em desistir do curso, mas rece-beu incentivo dos professores e perma-neceu estudando. “Um dia tive uma

recebem noções de ética, valores e prin-cípios, de como se portar no ambiente de trabalho, entre outros. Um dos itens para ser obser-vado no programa é que para o aluno se inscrever ele tem que pertencer a uma família de baixa renda per capita, ou seja, renda de até 1,5 (um salário míni-mo e meio) vigente. Outra condição para ingres-so é a de que os alunos sejam regular-mente matriculados no Ifap nos cursos Técnicos de Nível Médio, na forma Integrada e Subsequente e nos cursos superiores de Licenciatura e Tecnólogo dos câmpus Macapá e Laranjal do Jari. Entre as exigências feitas pelo programa aos alunos estão a de não fi-

car reprovado em nenhum componente curricular ao longo da vigência da bol-sa,seja por nota ou frequência; cumprir as orientações emanadas pelo responsá-vel do setor no qual exercerá as ativida-des de bolsista; comparecer à Diretoria de Ensino e/ou à Coordenação de Assis-tência ao Estudante, sempre que solici-tada a sua presença, além de comunicar à Coordenação de Apoio ao Estudante, qualquer problema eventual ou impedi-mento que implique risco à permanência dele na Instituição.

Vínculo empregatício: A relação do compromisso entre o Instituto Fede-ral do Amapá e o estudante bolsista não gera vínculo empregatício de qualquer natureza e, consequentemente, não terá validade para contagem de tempo de serviço, ou seja, para a aposentadoria. Os recursos financeiros para atender ao Programa Formação estão garantidos na ação de Assistência ao Estudante da Educação Profissional.

População jovem: No último Cen-so demográfico, Laranjal do Jari apre-sentou uma população jovem de 4.447 pessoas, sendo 2.280 mulheres e 2.167 homens.

FORMAÇÃO

A bolsista Sara Rosângela trabalha no Setor Técnico Pedagógico

conversa com o professor Vinícius e ele foi um dos que mais me incentiva-ram a continuar na mi-nha caminhada estudan-til – destacando que “as melhores oportunidades de trabalho sempre che-gam para quem estuda”, disse. O aluno acredi-ta que o Instituto Federal do Amapá proporcionou

Segundo Maria-nise Paranhos, a seleção para a escolha dos bol-sistas tem sido cada vez mais criteriosa. O aluno é avaliado pelas notas do boletim, participa de uma entrevista na qual é obser-vado o seu desempenho, escreve uma Carta de In-tenção em que é observada a escrita formal da Língua Portuguesa e, por fim, to-dos eles são capacitados e

a ele a realização de um sonho. “Eu so-nhava com esse emprego há muito tem-po e, agora, o sonho se transformou em realidade. Se não fosse o curso Técnico em Meio Ambiente, eu não faria parte

agora da equipe que trabalhará no La-boratório de Análises do Solo. Hoje eu entendo o quanto ter uma formação téc-nica é fundamental para se ingressar no mercado de trabalho”, reconheceu.

Jadson com o professor Vinícius: “Eu ia desistir”

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Revista do Instituto Federal do Amapá30

ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

Transporte, moradia, uni-forme, material didático e alimentação são condições básicas para que o estudante

desenvolva os seus estudos de maneira apropriada. Mas nem sempre todos dis-põem do apoio familiar ou mesmo dos recursos próprios necessários. É o caso do aluno Albenir de Oliveira Ferreira, que iniciou em 2013 o curso de Redes de Computadores na forma integrada, no câmpus Macapá, mas desistiu duas vezes por não ter onde morar na capital - já que a família permanece no muni-cípio de Tartarugalzinho - e nem como se alimentar adequadamente. A partir de 2014, o aluno passou a fazer parte do Programa de Assistência Estudantil do Instituto Federal do Amapá (Ifap), desenvolvido através da Pró-Reitoria de Ensino (Proen) com a execução das Coordenações de Apoio ao Estudante (CAE) nos câmpus, e hoje recebe o au-xílio-alimentação e o auxílio-uniforme. “Representa uma grande me-lhora para mim, sei que na CAE tem alguém para me amparar agora, para

Estudantes superam dificuldades para conquistar sonho de uma vida melhor

estar do meu lado. Porque eu desisti duas vezes por falta de alimentação aqui na cidade. Tudo tem que ter dinheiro”, afirma Albenir, que tem o sonho de se formar em técnico para quebrar o ciclo de miséria da família. O pai faz bico como pescador e na construção civil, tem mês que ganha, tem mês que não, e a mãe é cozinheira em uma escola da rede estadual. Os pais sustentam ainda as famílias das irmãs, que tiveram filhos muito cedo. Para realizar o sonho, Al-benir se inscreveu no processo seletivo do Ifap e, ao ser classificado, não pensou duas vezes, mesmo tendo que deixar a mãe chorando em Tartarugalzinho. “Eu tinha visto que ia ter prova pro Ifap na televisão, na internet. Meus colegas diziam que eu não tinha chan-ce. Trabalhei com o papai, pescando, para ganhar dinheiro e pagar a inscri-ção. Consegui vir para Macapá fazer a prova. No dia do meu aniversário, em novembro de 2012, vi meu nome, era o último, na primeira lista do processo seletivo. Mamãe ficou trise, ela sempre me apoiava para fazer a prova, mas não

pensava que eu ia passar. Sempre estu-dei em escola pública. Expliquei que eu não queria ter a vida igual a dos meus irmãos. E vim”, recorda o estudante, que inicialmente morou na casa de fami-liares, onde teve problemas de relacio-namento. “Para minha idade, era uma tempestade muito grande. Emagreci nove quilos desde que vim de Tartaru-galzinho. Comecei a ter crise de con-vulsão, minha cabeça começava a doer muito forte” Quando procurou a CAE, per-cebeu que podia ter o apoio necessário. “Me levaram para visitar três lugares onde eu poderia morar. Hoje estou mo-rando na casa de um amigo, mas estou juntando dinheiro. Para mim, terminar Redes dá um futuro mais próximo. Eu tenho um grande sonho de vencer na vida. Porque eu acredito que o tamanho do teu sonho é o tamanho da tua reali-zação. Quero pensar grande e alcançar o que é grande”, afirma o convicto Albe-nir, que, frequentemente, recebe a mãe Altamira em Macapá. Também com a família longe,

Chance de mudança: mesmo a contragosto da mãe, dona Altamira, Albenir Ferreira se inscreveu no processo seletivo do Ifap e hoje estuda na instituição

Fotos: Alexandre Br

Por Suely Leitão

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Revista do Instituto Federal do Amapá 31

ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

Conheça mais sobre o Programa de

Assistência Estudantil

Seleção dos alunos

Jônatas Aragão Lino, 28 anos, do curso Licenciatura em Informática, entrou no primeiro semestre de 2012 e já na-quele ano 2012 conseguiu o auxílio-alimentação e, a partir de 2013, o auxílio moradia. “Tem sido muito bom, já que te-nho 28 anos. Não sou mas tão novo e meu pai não tem mais dever de me sustentar. Meus pais moram em Porto Grande e eu estou só aqui em Macapá. Com o auxílio, pago quase todo o aluguel e isso ajuda muito porque tem mês que meu pai não me manda nada porque não tem condições”, conta o aluno. Para atender alunos com esse perfil, o Ifap aderiu ao Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) do Ministério da Educação, que, de acordo com o Decreto nº 7.234, de 19 de julho de 2010, tem como objetivosdemo-cratizar as condições de permanência dos jovens na educa-ção superior pública federal; minimizar os efeitos das desi-gualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação superior, reduzir as taxas de retenção e evasão; e contribuir para a promoção da inclusão social pela educação. As ações de assistência estudantil devem considerar a necessidade de viabilizar a igualdade de oportunidades, contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico e agir, preventivamente, nas situações de retenção e evasão decor-rentes da insuficiência de condições financeiras. Seão aten-didos no âmbito do PNAES prioritariamente estudantes oriundos da rede pública de educação básica ou com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio, sem prejuízo de demais requisitos fixados pelas instituições fede-rais de ensino superior. O programa foi iniciado com as primeiras turmas, em 2010, tanto no câmpus Laranjal do Jari, como em Ma-capá, e hoje, também abrange o câmpus Santana, benefi-ciando, no total, mais de 900 alunos. Considerando os qua-tro anos de execução, o programa já atendeu mais de 2.500 estudantes.

BENEFICIADOSEstudantes regularmente matriculados, com situação ativa nos cursos técnicos de nível médio (integrado e subsequen-te) e nos cursos superiores (tecnólogo e licenciaturas), nas modalidades presencial e EaD, que apresentam a docu-mentação exigida no edital e que possuam renda per capita familiar de até um salário mínimo e meio (R$ 1.086, em 2014), ou seja, a soma de toda a remuneração familiar di-vidida pelo número de integrantes da família.

AUXÍLIOSOs repasses dos valores serão depositados diretamente na conta bancária do estudante selecionado durante o ano/se-mestre letivo, sendo interrompidos nas férias ou recesso escolar. • Auxílio-transporte - Consiste na concessão de um valor financeiro mensal para o transporte durante o semestre/ano letivo. Valor: calculado de acordo com os dias letivos e itinerário de cada aluno contemplado (resi-dência-câmpus-residência) e tendo como referência a tarifa de estudante vigente cobrada pelos serviços de transporte urbano e intermunicipal. Também pode ter como base de cálculo a variante de 10% a 30% do salário mínimo vigen-te, levando em consideração a especificidade na localização da residência do aluno contemplado. • Auxílio-alimentação - Consiste na concessão de auxílio financeiro mensal, para a refeição diária durante o semestre/ano letivo. Valor: calculado conforme os dias leti-vos de cada mês, tendo como base o valor de uma refeição de R$ 7 por dia letivo, ou o valor total de 20% do salário mínimo vigente. • Auxílio Moradia - Destina-se a despesas com aluguel de imóvel. Valor de 217,20 (em 2014), correspon-dente a 30% do salário mínimo vigente. • Auxílio Material Didático - Caracteriza-se pela oferta de condições para aquisição de material didático conforme a necessidade do estudante que se encontra em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Valor: R$ 181 (em 2014), correspondente a 25% do salário mínimo vi-gente. • Auxílio Uniforme - Consiste no repasse anual de auxílio financeiro ao estudante para compra do unifor-me padrão do Ifap (camisa, calça ou saia jeans, tênis, roupa de educação física, jaleco e agasalho). Valor: R$ 181 (em 2014), correspondente a 25% do salário mínimo vigente.

A seleção é constituída das seguintes etapas:I - Análise do questionário socioeconômicoII - Análise dos documentos apresentadosIII- Entrevista com o aluno, quando necessário (será realizado no decorrer do processo e/ou semestre)IV- Visita domiciliar, quando necessário (será realizado no decorrer do processo e/ou semestre).

Nova perspectiva: filho e mãe esperam futuro melhor

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Revista do Instituto Federal do Amapá32

O mundo abre caminhos para busca

de conhecimentos

Conhecer outros países, levar e trazer conhecimentos para enriquecer a sua formação é uma rica oportunidade que já

faz parte da realidade dos estudantes do Instituto Federal do Amapá (Ifap). A pioneira nessa experiência foi Vera Lú-cia Leal, do curso Integrado de Alimen-tos do câmpus Macapá, que participou em 2013 da expedição “De la Selva del Darién a la Europa de Carlos V”, uma viagem de um mês, ao lado de 200 jo-vens de 50 países, inspirada na rota per-corrida pelo navegador espanhol Vasco Nuñes de Balboa em 1513. Ao lado de um estudante do Colégio Dom Pedro II, do Rio de Janeiro, Vera representou o Brasil graças aos seus conhecimentos da língua espanhola e à articulação fei-ta pelo reitor Emanuel Alves de Mou-ra, através do Conselho Nacional dos Reitores dos Instituto Federais (Conif), para garantir uma das vagas na viagem ao Ifap.

Em comemoração ao Quinto Centenário do Descobrimento do Oce-ano Pacífico, a expedição marítima fez do Programa de Intercâmbio Educativo Cultural Ruta Quetzal BBVA, fruto da cooperação Brasil-Espanha. A viagem incluiu o Panamá e a costa dos países iberoamericanos do Oceano Pacífico, além de cidades ao sul da Espanha e da Bélgica. Houve ainda visitas a im-portantes instituições europeias, como o Parlamento e o Conselho da Europa. “Acredito que para o Ifap é o primeiro passo para a internacionalização das experiências de nosso alunos, uma vez que Vera Lúcia servirá de incentivo para outros alunos participarem de outros in-tercâmbio internacionais”, afirma a as-sessora internacional Lucinei Monteiro. Outro intercâmbio realizado pelo Ifap foi a participação no projeto piloto articulado pela Secretaria de Edu-cação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação, Coorde-

nação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional das Instituições da Rede Fede-ral de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). De fevereiro a abril deste ano, o professor Klessis Lo-pes Dias realizou estágio em um college do Canadá com o objetivo de adquirir conhecimentos e competências na gestão e organização das ações de pesquisa arti-culada com o setor produtivo. O Ifap também é um dos dez integrantes da Rede Federal de Educa-ção Profissional, Científica e Tecnológi-ca selecionados no programa de estagi-ários da Embaixada da França. Graças ao intercâmbio, a estudante de mestrado Eva Claverie, da Universidade Paul Va-léry, de Montpelier, está desde setembro de 2014 no câmpus Macapá para reali-zar atividades do estágio, que inclui um curso de Língua Francesa para servido-res e alunos do Ifap, além da comunida-de externa.

INTERCÂMBIO

Fotos: Arquivo Pessoal

Estudante francesa ministra curso no Ifap

Experiência de conhecimento e aventuras: estudante Vera Leal participou de uma expedição patrocinada pelo governo espanhol, juntamente com 200 jovens de 50 países

Viagem incluiu visita a aldeias indígenas e percorreu a mesma rota do navegador espanhol Vasco Balboa feita em 1513

Por Suely Leitão

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Revista do Instituto Federal do Amapá 33

IFAP OLÍMPICO

Espírito de competição e treinamento garantem bons resultados nas olimpíadas de educação

Alunos do câmpus Laranjal do Jari participam de pratica-mente todas as Olimpíadas Estudantis realizadas, como

a Olimpíada Brasileira de Física (OBF) e Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (Obfep), Olimpíada de Biologia, Olimpíada de Matemáti-ca das Escolas Públicas (Obmep) e a Olimpíada Brasileira de Língua Portu-guesa (OLP). “As olimpíadas têm de-senvolvido nos alunos senso de estudo, responsabilidade e compromisso com o seu futuro”, disse o diretor de Ensino, Willians Almeida. Classificado na Obmep, nas duas Olimpíadas de Física e com uma pontuação considerada alta na Olimpí-ada de Biologia, o aluno Edivan Da-macena Ribeiro diz que “a sua maior motivação em participar das diversas Olimpíadas é o aprendizado. “Quero me graduar e ser aprovado em concur-sos públicos. Graças a Deus tenho fa-

pantes. A participação não é obrigatória. Na OBF de 2013, por exemplo, foram inscritos 258 alunos, mas só participa-ram 40, dos três foram classificados para a segunda fase. São eles - Jarleson dos Santos Lima, Edivan Damacena Ribei-ro e Vítor Fernando dos Santos Oliveira. Os alunos do câmpus também participaram da OBFEP, que, anterior-mente, só ocorria nas escolas do estado de São Paulo e de outras duas capitais. Para o diretor de Ensino, Willians Al-meida, que é professor de Física, a moti-vação dos alunos é visível. “Nossos alu-nos têm melhorado a cada dia a questão do interesse pelo aprendizado da disci-plina de Física”. Os alunos também participam desde 2013 da Olimpíada de Biologia. Ao todo, 386 alunos fizeram a prova, mas não houve nenhum classificado. O professor de Biologia Joádson Frei-tas disse que o resultado insatisfatório se deu em função de que as questões

cilidade de aprender e até ensino meus colegas. A minha expectativa é continu-ar crescendo e aprendendo ainda mais”, afirmou. Para o aluno Adriano Oliveira do curso técnico em Informática, o re-sultado da sua classificação para a se-gunda fase da Obmep foi uma surpresa. “Sempre participo das Olimpíadas por incentivo da minha mãe. Participar da Obmep trouxe-me uma nova visão de mundo, sendo uma experiência muito gratificante. Meu objetivo é adquirir mais conhecimentos e crescer em minha trajetória estudantil”, pontuou. O aluno do 4º ano do curso técnico de Meio Ambiente na forma in-tegrada Jarleson Lima recebeu Menção Honrosa pela participação na OBMEP de 2013. A dinâmica para a participa-ção nas Olimpíadas é feita da seguinte maneira: ou se inscreve a Instituição de Ensino ou cada um dos alunos partici-

Fotos: Viviane Fialho Campos

Pró-reitor de Extensão da Universidade Federal do Amapá (Unifap), Steve Wanderson, ministra oficina de Matemática aos alunos que participaram da Obmep

Por Viviane Fialho Campos

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Revista do Instituto Federal do Amapá34

da Olimpíada de Biologia se referiram a temas referentes ao 1º, 2º e 3º ano e que os alunos inscritos são apenas de 1º e 2º ano. “Aqui, temos alunos muito es-forçados, motivo de orgulho para pais e mestres”, ressaltou Freitas. Já a Olimpíada de Matemáti-ca das Escolas Públicas não é novidade para os alunos do câmpus Laranjal do Jari. Todos os alunos da modalidade In-tegrada participam. Segundo a professo-ra de Matemática Patrícia Pitanga, após ver o anúncio na TV sobre o evento ela fez a inscrição do Ifap e começou a pre-parar os alunos para a competição. Em 2013, 200 alunos participaram da pri-meira fase e dez alunos foram classifica-dos para a segunda. “Resolvi inscrever o Ifap com o sonho de que os alunos pos-sam visualizar algo maior para as suas vidas, ver descortinado um novo mundo de possibilidades a eles, além dos prê-mios e títulos que a Obmep oferece”, destaca a professora. São realizadas várias atividades de preparação dos alunos, inclusive um projeto de extensão desenvolvido pela professora Patrícia Pitanga, com mi-nicursos e oficinas preparatórias para a prova. O pró-reitor de Extensão da Universidade Federal do Amapá (Uni-fap) e coordenador regional da Obmep em 2013, professor Steve Wanderson Calheiros, visitou o câmpus Laranjal do Jari para incentivar os alunos. Dezesseis alunos foram clas-sificados para a segunda fase. São eles: Adriano Oliveira Andrade, Allana Fon-seca de Souza, Bryan Alexander Ribeiro de Sousa, Deise Ellen Ferreira Santos,

Deuzilene Santos Pinho, Edivan Dama-cena Ribeiro, Felícia Vlasta Souza Costa, Gabrielle da Silva Ferreira, Ingrid Silva Alves, João Pedro Santana Lira, Jôna-tas Fernando Ramalho Cunha, Maicon Penha dos Santos, Nadiane Conceição Costa, Noêmia Repolho de Oliveira, Ruana da Silva Cardoso e Tyson Pantoja Pombo. A professora Patrícia Pitanga realizou uma cerimônia de entrega de medalhas aos três primeiros colocados na classificação da segunda fase da Ob-mep, com a presença do Pró-reitor de Extensão da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e coordenador regio-nal da Obmep, professor Steve Wander-son Calheiros. Em sua terceira edição pelo País, a Olimpíada de Língua Portugue-sa (OLP) foi um marco para o câmpus Laranjal do Jari, que mesmo participan-do pela primeira vez em 2013, obteve excelentes resultados. Com a realização

de Oficinas de Produção Textual, os alu-nos do câmpus foram treinados para es-crever sobre Artigo de Opinião e Crôni-ca que eram os gêneros textuais exigidos na competição. Após toda a maratona de prática da escrita dois alunos foram clas-sificados para a etapa estadual da OLP - Érica Lueza Gomes dos Santos e Cris-tóvão Melo da Silva. A aluna Érica Lueza Gomes dos Santos contou que recebeu o resul-tado com muita surpresa. “Eu não espe-rava que o meu texto fosse um dos sele-cionados. Mas, confesso que me esforcei para isso. Moro em Vila Munguba, dis-tante de Laranjal do Jari - 25 km, tenho que atravessar na balsa e todas as vezes que foram agendadas as oficinas eu vim. Nunca medi esforços para participar e sempre contei com o apoio da minha fa-mília, no caso a minha irmã. Por morar com ela e ser menor de idade, ela teve que autorizar a minha participação no evento. No começo eu não tinha noção do quanto a Olimpíada é importante. Para mim, acrescentou muito em minha vida estudantil”, argumentou a estudan-te do curso técnico em Secretariado. O aluno Cristóvão Melo teve o seu texto selecionado para a etapa nacional da Olimpíada de Língua Por-tuguesa. Com o tema “Maravilhas do Meu Mundo” - a crônica esteve entre os cento e vinte e cinco melhores tex-tos do País. Como premiação, o aluno e o professor ganharam medalhas e um Tablet. Para Cristóvão de Melo, chegar até a etapa nacional significou muito. “A vitória veio com muita persistência. As Oficinas de Produção Textual nos aju-daram bastante”.

IFAP OLÍMPICO

Alunos do câmpus Laranjal do Jari classificados para a segunda etapa da Obmep

Estudantes Cristóvão Melo, ao lado da ex-diretora Ângela Utzig e do professor Fabiano Cavalcanti

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Revista do Instituto Federal do Amapá 35

IFAP OLÍMPICO

Participações projetam o Ifap no cenário nacional

Alunos e professores do câm-pus Macapá projetaram o Ifap no cenário nacional com as boas colocações em com-

petições organizadas por instituições de ensino nacionais tradicionais desde 2011. Estamos falando das Olimpíadas Científicas Brasileiras, feiras científi-cas e concursos de redação. No ano de 2011, o Ifap participou de quatro Olim-píadas brasileiras, além de cinco projetos aprovados na Fundação Tumucumaque. Em 2012, esse número dobrou passan-do para participações em dez competi-ções, além da submissão de trabalhos no Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi). Em 2011, o Ifap participou das Olimpíadas Científicas de Português, Química, História, Robótica, Mate-mática e Física. Aos 16 anos, Lucas Fauro participou de várias Olimpíadas, como Matemática, História e Robótica junto com outros alunos e foi reconhe-cido. "Temos que quebrar as barreiras de que a Robótica é algo futurístico, de

pak como isolante térmico” da aluna Vera Lúcia Leal, então com 15 anos, do curso técnico em Alimentos do câmpus Macapá e “Robótica Pedagógica: uma experiência construtiva” dos alunos do curso integrado de Redes de Computa-dores dos alunos Lucas Fauro, Mardo-queu Carneiro, Everton da Silva Coelho e Vitor de Oliveira Garcia. “Nosso es-forço e dedicação enquanto professores é pensar o projeto não só para o aluno mas para o profissional que está sendo formado pelo Ifap”, disse a professora Érika Bezerra, coordenadora do projeto Robótica Pedagógica do Instituto. Com os resultados positivos na Mostratecsa, os alunos de Robóti-ca ganharam credencial para participar da Feira Brasileira de Ciências e En-genharia (Febrace) em São Paulo e a aluna Vera Lúcia ganhou uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e uma credencial para o acampamento cientí-fico que acontecerá na cidade de Entre Rios, na Argentina. “Nessa pesquisa, eu reuni in-formações bibliográficas sobre a eficiên-cia desse material como isolante térmi-co. Essas embalagens têm composição de polietileno, papel e alumínio, por isso têm um índice de reflexão de 95% da ra-diação infravermelha do sol, isso faz com que a temperatura interna de uma casa diminua em torno de 8 ºC, por exemplo. A ideia é fazer uma manta dessas em-balagens e colocar a uns 10 centímetros abaixo do telhado, com a parte de alumí-nio voltada para cima, como uma subco-bertura”, explicou Vera Lúcia, que viaja-rá para a Argentina em outubro de 2013 para apresentar seu projeto. A estudante já planeja outras atividades. “Eu tenho intenção de executar o projeto na prática em 2013. Estamos pensando em fechar parceria com o Instituto de Meteorolo-gia do Estado do Amapá, porque lá tem equipamentos que vão dar um suporte muito bom para a pesquisa”, adiantou.

conhecimento muito elevado. Para fazer Robótica, basta entender um pouco de Física e tecnologia", disse Lucas Fauro, do curso integrado de Redes de Compu-tadores. A aluna Andressa Isabelly Nunes, que foi classificada para a etapa nacional da Olimpíada de Robótica em 2011, em São João Del Rei (MG), dá dicas para quem quer participar de com-petições como essa. "Os alunos podem se interessar pela Robótica, praticando e aprendendo. E isso ajuda, inclusive, no rendimento escolar". Em 2012, foi a vez dos alunos Helder Barbosa, Rafael Ca-valcante, Eller Souza e Andrew Oliveira levarem a melhor na seletiva estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica e re-presentarem o Amapá na etapa nacional em Fortaleza. Em novembro do mesmo ano, o Ifap foi representado na Mostra Re-gional de Ciência e Tecnologia do Sul do Amapá (Mostratecsa) realizada no município de Laranjal do Jari com dois projetos: “O uso de embalagens tetra

A dedicação levou o Ifap para conquistas importantes nas competições acadêmicas

Por Dione Amaral

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Revista do Instituto Federal do Amapá36

INCENTIVO À PESQUISAO Instituto apoia por meio do Departamento de Pesquisa do Câmpus Macapá, criado em agosto de 2011, a participação dos alunos em olimpíadas, concursos, feiras e em bolsas de pesquisas. O papel do setor é pesquisar os edi-tais externos abertos, e ainda orientar professo-res e alunos durante a elaboração dos projetos. Estão vinculados ao Departamento, editais externos como o Pibic, Pibid, Pibiti, Fundação Tumucumaque e Programa Jovem Cientista. Em 2013, serão implementados mais dois edi-tais de pesquisa interno, o Pibic para alunos do Ensino Superior e o Pibic júnior para alunos dos cursos técnicos integrado. Também há o projeto Ifap Olímpico, que visa à inserção do câmpus em 14 Olim-píadas do conhecimento que acontecem anual-mente no Brasil. Cada Olimpíada tem um pro-fessor coordenador responsável por trabalhar os temas propostos pelos regulamentos e ainda fomentar no aluno dos cursos médio integrado a independência de resolução diante de situa-ções problemas. O projeto oferece aulas especiais pre-paratórias para as Olimpíadas Brasileiras de Física, Matemática, Química, Língua Portu-guesa, Astronomia, Geografia, Meio Ambien-te, Biologia, Robótica e Informática. A pre-paração para essas competições édesenvolvida pelos professores coordenadores com material didático próprio e específico, como resolução dos exercícios nos moldes das olimpíadas brasi-leiras, pesquisas em laboratórios e qualquer ou-tro mecanismo proposto pelos coordenadores. No Brasil, as Olimpíadas científicas têm recebido apoio do CNPq para suas realiza-ções, propiciando ao aluno brasileiro a inserção em competições que objetivam melhorar a qua-lidade do ensino desenvolvido no Brasil. Para o estudante, o universo das olimpíadas científicas vai além de vencer uma competição.

IFAP OLÍMPICO

CONCURSOSA aluna Bianca Melissa Holanda dos Santos do curso técnico inte-grado de Mineração é bicampeã no Concurso de Trabalhos escri-tos e desenhos promovido pela Organização das Nações Uni-das para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 2011 ganhou menção honrosa com o trabalho intitulado “Mulher: um desafio no tempo” e em 2012 ficou em 1º lugar na categoria desenho do Concurso. “É mui-to importante que uma aluna do Ifap tenha tido um desempenho de destaque. Isso mostra para nossos outros alunos que eles po-dem, que eles são capazes de ven-cer desafios e que em próximas oportunidades eles podem ser um dos alunos premiados”, incentiva a professora Emmanuele Andra-de. Outra aluna do Ifap, Ketle Figueiredo Gonçalves, também foi classificada entre os dez primeiros colocados e ganhou

menção honrosa na categoria trabalho escrito, sob a orientação do professor André Adriano Brun. “O mais grati-ficante, além do prêmio, é perceber a alegria e a vivência que nossos alunos adquirem ao sair do estado e conhecer outras culturas. Ver nosso aluno des-cobrindo que ele é capaz de concorrer de igual pra igual com alunos de outras regiões do país é sempre motivador”, compartilha Emmanuele Andrade, pro-fessora de Química do câmpus Macapá. Ainda na área de Química, o câmpus Macapá tem muito o que come-morar. A aluna Gracielly Santos Dias, do curso integrado de Alimentos recebeu em 2012 três menções honrosas Olimpí-ada Amapaense de Química, Olimpíada Brasileira de Química e XVIII Olim-píada Norte/Nordeste de Química. “A Química é um dos componentes curri-culares que eu mais gosto, e graças às aulas que temos no Ifap, estamos tendo colocações em várias olimpíadas”, disse a aluna, que no mesmo ano se inscreveu nas Olimpíadas de Matemática, Física, Português e Robótica. O aluno Caio Muniz, do curso de Tecnologia em Redes de Computa-dores, foi selecionado entre 77 mil estu-dantes de graduação de Universidades e Institutos Federais do Brasil. foi apro-vado no Programa Jovens Talentos para a Ciência da Coordenação de Aperfei-çoamento de Pessoa de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de De-senvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Durante um ano, a bolsa men-sal de R$ 400 permitiu ao aluno dedica-ção total no projeto de pesquisa. “Estou motivado em prosseguir com meus es-tudos, pois sei que terei um retorno no futuro”, disse Caio.

Fotos: Arquivo Pessoal

Estudantes receberam medalhas em Olimpíada Científica

Professor e estudante: parceria e determinação para alcançar resultados

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Revista do Instituto Federal do Amapá 37

EXTENSÃO

No Instituto Federal do Amapá (Ifap), as atividades de extensão fazem parte da formação do aluno e tem a

participação de professores e técnico-ad-ministrativos dos câmpus e da Reitoria. Projetos com temáticas culturais, am-bientais e sociais ocorrem dentro e fora das instalações do Instituto e colaboram para uma relação positiva entre o Ifap e a sociedade. “Educação Ambiental a par-tir das cantigas de roda”, “Vamos em-brailar o campus?”, “Xadrez Esportivo e Pedagógico: Raciocínio Campeão” e “Inclusão no ensino profissionalizante em informática de alunos surdos” são algumas das ações desenvolvidas em 2014. “As atividades têm como pre-missa que a extensão é um processo educativo, cultural e científico que, arti-culada de forma indissociável ao ensino e à pesquisa, viabiliza a relação entre a

Relação Ifap e comunidade é enriquecida com ações culturais, ambientais e sociais

A 1ª Mostra de Artes do Ifap, que fez parte da programação da 2ª Jornada de Extensão , apresentou a produção artística dos estudantes, nas categorias de artes visuais, dança, mú-sica e poesia. Em 2014, a 2ª Jornada foi concomitante à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT e teve ain-da como novidade o “Talk show: papo literário”, uma entrevista com a partici-pação de 10 escritores e artistas macapa-enses, mediada por estudantes. O envolvimento nas ações de extensão rende até premiação nacional. Foi o caso da aluna Kelmira Ferreira dos Santos, do câmpus Laranjal do Jari, bol-sista do projeto “Ideias Sustentáveis”, coordenado pelo professor Vinícius Campos. Kelmira foi finalista e premia-da do Prêmio Jovem Embaixador Am-biental 2013, promovido pela empresa multinacional Bayer. A aluna ganhou como prêmio uma viagem a um destino ecológico no Brasil. Além do programa de bolsas de extensão, a Proext desenvolve outras atividades, como a oferta de, no mínimo, 200 cursos de Formação Inicial e Con-tinuada (cursos FIC's), o acompanha-mento das atividades de estágios curri-culares, em consonância com os Planos de Curso dos câmpus, a coordenação do Programa Nacional de Acesso ao Ensi-no Técnico e Emprego (Pronatec), pro-grama Pensamento Digital, cursos de robótica pedagógica e de robótica téc-nica, projeto Jogada de Mestre, Curso de Aperfeiçoamento Proeja e Escola de Conselhos, com a capacitação de conse-lheiros tutelares.

instituição e a sociedade”, destaca a pró--reitora de Extensão, Érika Bezerra. Em 2014, a Pró-Reitoria de Extensão (Proext), abriu 68 vagas de bolsas, no valor de R$ 410, para os es-tudantes participarem de ações do Pro-grama de Bolsa Acadêmica de Extensão (Pbaext), da 2ª Jornada de Extensão e do programa Mostre-se: Formação, Trabalho e Tecnologias. Na Jornada de Extensão, rea-lizada anualmente a partir de 2013, os participantes dos projetos apresentam os resultados à comunidade interna e exter-na. “É importante porque mostra o que a instituição está fazendo para levar para a comunidade externa o conhecimento gerado nos câmpus Laranjal do Jari e Macapá, onde fazemos esporte, cultura e, claro, educação. Também demonstra o resultado das parcerias com outras or-ganizações públicas e privadas”, comen-ta o reitor Emanuel Alves de Moura.

Kelmira Santos (de uniforme, à esq.), premiada pelo projeto de extensão Ideias Sustentáveis

Abertura com marabaixo, dança típica amapaense

Demonstração dos resultados dos projetos

1ª Jornada de Extensão: talentos musicais

Por Suely Leitão

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Revista do Instituto Federal do Amapá38

Automação residencial utiliza copos descartáveis

A automação residencial está cada dia facilitando mais a vida dos moradores. Unin-do tecnologia e comodidade,

alunos do curso técnico de Informática do câmpus Laranjal do Jari utilizaram a ligação de lâmpadas dentro de uma residência através da internet. As peças são reutilizáveis, inclusive algumas são de impressoras que iam para o descarte. Tudo é feito sob a orientação do profes-sor Clayton Jordan do Nascimento, que se reuniu com os alunos por várias vezes para a realização dos testes e correção de rumos. Os alunos utilizaram como “lustres”copos descartáveis. Com o kit arduíno foi possível programar as cores que se queria ligar na lâmpada, e com o auxílio da internet, conseguiram desta-car três cores diferentes - verde, azul e vermelho. Os testes foram feitos na bi-blioteca do câmpus. O aluno Emanoel Câncio Freires também foi selecionado para trabalhar com este mesmo kit na área de assessoramento em automação e robótica. O controle local e pela internet foram testados e aprovados com 100% de êxito. A conexão foi feita direto do notebook do professor sendo enviado para o chip do arduíno. Também foram realizados testes de desligamento do computador, apenas com um simples comando para o arduíno. Tudo funcio-nou com a mais alta perfeição. Nesses projetos, estão envolvi-dos os alunos Vítor Fernando Oliveira, Bianca Soares Costa, Benício Matheus do Nascimento Moraes, Emanoel Cân-cio Freires, Érica Rafaela Bata Santos, Matheus Saraiva, Joabkleyson França Sousa e Gustavo de Jesus Magno. Imagine trocar todas as lâmpa-das de sua casa ou escritório por peque-nos LEDs, iguais àqueles que brilham nos computadores e aparelhos eletrôni-cos, e ter seu ambiente iluminado por uma lâmpada que gasta um mínimo de energia e dura quase indefinidamente? Este é outro projeto que foi desenvolvi-do pelos alunos - a utilização de LEDs com caráter de embelezamento nas em-presas e ou residências de Laranjal do Jari.

As lâmpadas hoje utilizadas em todas as residências e empresas são construídas no interior de invólucros de vidro. Nas lâmpadas incandescentes o invólucro mantém o vácuo para que um filamento fique incandescente sem se queimar, emitindo luz e muito calor. Nas lâmpadas fluorescentes, um gás inerte é que é mantido fechado e emite luz ao ser atravessado por elétrons. LEDs são feitos de semicon-dutores, do tamanho de grãos de areia, cobertos com lentes plásticas de diversos tamanhos. Eles têm sido cada vez mais utilizados na fabricação de semáforos de trânsito, na iluminação interna de auto-

móveis e em uma série de outros equipa-mentos de sinalização. O sucesso deve-se a razões muito convincentes: duram muito mais e consomem muito menos energia do que as lâmpadas convencionais. Mas a maioria dos LEDs atuais ainda não possui brilho suficiente para substituir as lâmpadas de uma sala, por exemplo.Desta forma, os LEDs são mais utili-zados como sinalização, iluminação de destaque, luminosos, e etc.Suas princi-pais vantagens são: melhor efeito visual (variedade de cores), baixo consumo de energia, compactação e longa durabili-dade. Os módulos de LEDs são constituídos por um arranjo de LEDs individuais, montados em placas de cir-cuito impresso com componentes ativos e passivos. As placas são eletrônicas e seus componentes ficam expostos e, por esse motivo, devem estar protegidos por luminárias adequadas. Os alunos confeccionaram as

luminárias de LEDsde materiais reci-cláveis utilizando copos descartáveis, com fiação embutida dentro de canudos plásticos, a base de isopor e os cabos de rede que iriam para o lixo, foram reutili-zados no projeto. No display é mostrada a cor vigente e escolhida que pode ser: azul, verde e vermelho. “Os alunos aceitaram encarar os desafios. A motivação foi geral tanto da minha parte quanto da deles. Senti que eles querem ser os melhores e traba-lharam duro para isso. Estou orgulhoso do que vi e do que pode ser produzi-do até o momento. Sei que podemos ir muito mais longe e o melhor disso tudo, é que os alunos têm consciência disso também”, argumentou o professor e orientador dos projetos, Clayton Jordan do Nascimento. Os alunos vão apresentar agora o projeto a algumas empresas de Laran-jal do Jari e ir em busca de patrocínio. “O desafio foi trabalhar o kit arduíno - entender como funcionava, mas com a ajuda do professor consegui compreender esta tecnologia que até então era desconhecida para mim. Eu gostei muito de trabalhar nesse projeto, porque através dele, adquiri conheci-mentos importantíssimos na minha área de atuação como futuro técnico em In-formática. Trabalhar com as luminárias de LEDsem material reciclável tam-bémme fezsentir um cuidador do meio ambiente. Com este projeto, poderemos decorar ambientes e ganhar dinheiro”, destacou o aluno Vítor Fernando Oli-veira. “Quando apresentei a ideia em sala de aula, os alunos aceitaram “de cara” a proposta. Houve um interesse redobrado pela área de robótica e da au-tomação, com despertamento da criati-vidade. No início, o projeto foi pensado com outros materiais, mas vimos que demandava um alto custo - trocamos então por materiais recicláveis, que além de baixar o custo, tornou-o ainda mais atrativo caso alguém quisesse financi-á-lo. Nossos alunos têm demonstrado muita força de vontade e capacidade de aprendizagem. Estou feliz com todos os resultados alcançados até agora”, ressal-tou o professor.

INOVAÇÃO

Por Viviane Fialho Campos

Sustentabilidade: estudantes estudam a reutilização de materiais

Foto: Viviane Fialho Campos

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Revista do Instituto Federal do Amapá 39

Por Viviane Fialho Campos

Alunos produzem hortas com utilização de garrafas pet

Os alunos do câmpus Laranjal do Jari desenvolveram um projeto sobre “Utilização de garrafas pet para produção de

hortas”. O nome é extenso, mas segun-do o professor e orientador do trabalho Vinícius Campos, os alunos mostraram que é possível otimizar o espaço de uma casa que não possui quintal e ou de um apartamento para desenvolver hortas e até de forma suspensa com a utilização e reutilização de materiais que possivel-mente iriam para o lixo como aro de bi-cicleta, arames, punhos de rede, garrafas

to espaço”, ressaltou o professor. Os alunos do 3º ano do curso técnico de Meio Ambiente plantaram coentro, cebolinha, alface, chicória, além de plantas medicinais como a hortelã. Quase oitenta alunos estiveram envolvidos nesse projeto que funcionou, segundo o orientador, como instrumen-to avaliativo da disciplina de Educação Ambiental. Entusiasmados, eles expuse-ram as plantas e hortaliças na Área de Convivência do Instituto Federal do Amapá - câmpus Laranjal do Jari.

pet, cabos de vassoura, entre outros. “Os alunos vêm desenvolven-do uma série de trabalhos que envol-vem temas ambientais. Podemos citar a campanha da dengue em que eles con-feccionaram cartazes, folderes e spots para tratar do assunto e envolvendo a conscientização da população; a criação dos Jogos Ambientais Educativos, pro-jeto dos Vídeos de Conscientização Am-biental e, neste último trabalho com as garrafas pet, eles mostraram que é possí-vel inovar quanto à produção de mudas, hortaliças e plantas medicinais num cur-

INOVAÇÃO

Fotos: Viviane Fialho Campos

Na Área de Convivência do câmpus, estudantes e o professor orientador Vinícius Campos expõem o resultado do projeto

Na Área de Convivência do câmpus, estudantes e o professor orientador Vinícius Campos expõem o resultado do projeto Garrafas pet se tornaram suporte para produção de mudas

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Revista do Instituto Federal do Amapá40

Bolsas incentivam primeiras experiências de pesquisa

O ensino ofertado pelo Insti-tuto Federal do Amapá aos seus alunos vai muito além das atividades de sala de

aula propriamente ditas e entre os di-ferenciais estão a iniciação científica e a pesquisa em docência, no caso dos alu-nos das licenciaturas. O Instituto pro-porciona aos seus estudantes, tanto de nível técnico como superior, programas de bolsas que possibilitam desenvolver habilidades que certamente vão enri-quecer a formação obtida nos cursos. São o Programa Institucional de Bol-sas de Iniciação Científica (Pibic/Ifap), o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Ensino Médio (Pi-bic¬Jr/Ifap), o Programa de Bolsas de Iniciação Tecnológica e Industrial (Pi-bit) e o Programa Institucional de Bolsa à Docência (Pibid). Em 2014, o Pibic/Ifap contem-plou 15 projetos de iniciação científica, com bolsa no valor mensal de R$ 400 e vigência de um ano (novembro/2014 - novembro/2015). Enquanto que para o Pibic-Jr/Ifap 30 projetos de pesquisa foram contemplados, com bolsa no va-lor mensal de R$ 150 com vigência em igual período. Os projetos de pesquisa, desenvolvidos pelos alunos com coorde-nação dos professores, são apresentados anualmente durante a Jornada de Inicia-

ção Científica. Já o Pibid aumentou de 50, em 2013, para 80 o número de bolsas ofer-tadas para alunos dos cursos de licencia-tura em Informática e Química, tendo como inovação a pesquisa de saberes tradicionais em quilombolas e aldeias in-dígenas. O programa tem como agência financiadora a Coordenação de Aperfei-çoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Para este ano aprovamos um projeto de quatro anos, com 80 bolsas, 12 supervisores e seis escolas parceiras, onde o licenciando vai desenvolver o en-sino, a pesquisa e a extensão. O projeto tem caráter interdisciplinar porque em cada escola parceira serão desenvolvidas atividades tanto de Química como In-formática”, explica a coordenadora ins-titucional do Pibid, professora Natalina Paixão. O projeto do Pibid no Ifap é intitulado “Valorização das culturas tradicionais, seus saberes linguagens e tecnologias como inclusão em esco-las estaduais do ensino médio em Ma-capá”, com o objetivo de promover um ensino-aprendizagem multicultural a partir dos saberes tradicionais amazô-nicos, suas linguagens e tecnologias. O programa é feito em parceria com escolas estaduais, onde os professores

participam como supervisores. Em cada escola, serão desenvolvidos projetos de Informática e Química. O grande diferencial deste ano será a pesquisa em comunidades tradi-cionais - quilombolas e aldeias indígenas - onde os bolsistas buscarão conheci-mentos que serão aplicados nas ativida-des de ensino de Informática e Química. “Coordenadores e bolsistas irão a esses locais realizar pesquisa e levarão esses conhecimentos para as escolas, podendo assim conciliar a teoria com a prática. Atividades relacionadas ao Dia do Índio ou da Consciência Negra, por exemplo, serão realizadas durante todo o ano e não apenas nos dias comemorativos”, adianta Paixão. Na opinião da coordenadora institucional, o projeto contempla o que o educador Paulo Freira preconiza no li-vro “Pedagogia da autonomia” quando fala que “não há ensino sem pesquisa” e, com isso, os alunos das licenciaturas do Ifap terão uma formação diferenciada e poderão desenvolver uma prática tam-bém diferenciada. “É o que hoje se es-pera da formação do professor nos tem-pos atuais, o conhecimento aliado com a prática”, defendeu a professora, que é mestra em Ciências e Matemáticas.

INICIAÇÃO

Foto: Suely Leitão

Docência: programa de iniciação aumentou de 50, em 2013, para 80 o número de bolsas ofertadas para alunos dos cursos de licenciatura em Informática e Química, tendo como inovação a pesquisa de saberes tradicionais em quilombolas e aldeias indígenas

Por Suely Leitão

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Revista do Instituto Federal do Amapá 41

INICIAÇÃO

O QUE É O PIBID?

É um programa financiado pela Capes, visando ao aperfeiçoamento e à valori-zação da formação de professores da educação básica, através da inserção de acadêmicos de licenciatura no contexto das escolas da educação básica, desde o início da sua formação acadêmica, para que desenvolvam atividades didá-tico-pedagógica sob a orientação de um docente da licenciatura e de um profes-sor da escola onde será desenvolvido o projeto.

O QUE SÃO O PIBICE O PIBIC JÚNIOR?

Os programas financiados pelo Conse-lho Nacional de Desenvolvimento Cien-tífico e Tecnológico (Cnpq) têm como objetivo despertar a vocação científica e talentos potenciais entre os estudantes do ensino médio Integrado e dos cur-sos superioresmediante participação em projeto de pesquisa orientado por do-centes pesquisadores da instituição.

O QUE É O PIBIT?

Programa financiado pelo Conselho Na-cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq) a fim de estimular os jovens do ensino superior nas ativi-dades de metodologias, conhecimentos e práticas próprias ao desenvolvimento tecnológico e processos de inovação, mediante participação em projeto de pesquisa, orientados por pesquisador qualificado.

Alunos do 3º ano do curso técnico de Informática, do câmpus Laranjal do Jari, são exemplos de que a iniciação científica dá bons frutos no Ifap. Ayane Ferreira de Almeida e Emanoel Júnior Câncio Freires participaram da Feira de Ciências e Engenharia do Amapá (Feceap), em setembro de 2014, em Ma-capá, e foram premiados com Certificado emitido pela Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (ABRIC) com o Prêmio ABRIC de destaque em Ini-ciação Científica. As várias enchentes ocorridas no município de Laranjal do Jari ins-piraram os estudantes a desenvolver o projeto “Sistema automatizado de alerta a enchentes - SAAE”, com orientação do professor Clayton Jordan do Nasci-mento e coorientação do professor Rafael Costa. O Instituto disponibiliza os materiais utilizados, como placas de arduíno. “Parabenizo os alunos por terem vestido a camisa do projeto nesses seis meses. A dedicação deles nos motiva a continuar fazendo sempre o melhor. Quero agradecer a parceria com a Pró-reitoria de Extensão por todo apoio dado ao projeto. A geração dos alunos de hoje tem uma grande preocupação em resolver os problemas sociais - então feiras desse tipo contribuem com os aqueles que se transformarão nos pesquisadores de amanhã”, pontuou o coor-denador Clayton Jordan do Nascimento. “Trabalhar nesse projeto ampliou nossa visão em como podemos co-laborar com a nossa comunidade. Atitudes simples e dedicação aos estudos fazem toda a diferença. Fiquei muito feliz em conquistar o prêmio na Feceap e não vamos parar por aí”, disse a aluna Ayane Ferreira de Almeida. Entenda o projeto: É composto por um tubo de PVC de 3m de altu-ra, com quatro boias e cada uma delas possuindo um circuito. A partir do mo-mento que a água iça uma das boias, o circuito fecha e manda informações do sensor. As informações são processadas e pode-se saber qual boia foi acionada e o nível do rio naquele exato momento. O circuito envia uma mensagem à prefeitura, que poderá tomar as devidas providências, retirando, por exemplo, as famílias das áreas de risco.

Sistema automatizado de alerta a enchentes rende prêmio em evento estadual

Solução para comunidade: Ayane Ferreira de Almeida e Emanoel Júnior Freires, com os orientadores

Por Viviane Fialho Campos

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Revista do Instituto Federal do Amapá42

A partir da diversidade frutífera da Amazônia e do fato de o Brasil ser um grande produtor de soja, a professora do Instituto Federal do Amapá (Ifap) Gilvanete Ferreira, orientando a aluna Karita dos Santos, do 3º ano do curso integrado de Alimentos, desenvolveu receitas de sorvetes a partir de polpas de cupuaçu e açaí com base de extrato de soja substituindo o leite bovino. Os resultados obtidos no expe-rimento fizeram parte de um artigo intitulado “Sorvetes Regionais: fonte de fibras, alimen-to funcional e teste de aceitabilidade e prefe-rência mercadológica no Amapá/Brasil”, se-lecionado para o XII Encontro de Química dos Alimentos, que aconteceu em setembro de 2014, na Universidade de Lisboa, Portu-gal, com a participação da aluna do Ifap. O trabalho foi apresentado para um auditório lotado. “Fiquei nervosa no momen-to da apresentação. O auditório estava cheio, é muito diferente de apresentar um trabalho em sala de aula, mas aos poucos eu fui me acalmando e deu tudo certo. Quando eu ter-minei minha apresentação um pesquisador de lá me perguntou há quanto tempo eu esta-va fazendo este trabalho. Então respondi que era uma pesquisa ainda recente, mas que já tínhamos conseguido bons resultados”. Esse é o segundo evento lusitano que aprova a participação de projetos desen-volvidos por professores e alunos do Ifap. A direção geral do câmpus Macapá tem se em-

Estudante do curso técnico de Alimentos apresenta sorvete regional em encontro científico em Lisboa

INICIAÇÃO

penhado em viabilizar as condições necessárias para que os estudantes possam realizar as viagens para participar de eventos científicos e socializar os projetos que estão sendo desenvolvidos e fomentados na instituição. Através deste fomento, alunas como Karita, que realizou sua primeira viagem para outro país, po-dem incrementar sua formação escolar média e conhe-cer trabalhos com um nível de pesquisa mais elevado. Para a aluna, foi uma oportunidade única. “Lá, pude conhecer pesquisas realizadas em várias partes do mun-do relacionadas a minha área de interesse que são os ali-mentos funcionais, isso sem falar da experiência que é viajar sozinha para outro país. Aprendi muito. Aqui no Ifap, o aluno que quer se envolver com a pesquisa tem apoio, basta querer e estudar”.

Por Alexandre Brito

Repercussão : na foto superior, amostras do sorvete desenvolvido com extrato de soja pela estudante Karita dos Santos com orientação da professora Gilvanete Ferreira

Darah Mendonça e Daniele Pantoja apresentaram projeto na Feira Nacional de Matemática

Fotos: Alexandre Brito

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Revista do Instituto Federal do Amapá 43

INICIAÇÃO

Dez projetos científicos de estudantes do Amapá foram apresentados na III Feira Nacional de Matemática, que aconteceu em setembro de 2014, em Salvador-BA. Quatro trabalhos foram desenvolvidos por professores e alunos de cursos técnicos de nível médio do Instituto Federal do Amapá - “Kig's dome”, “Miniempresa kids: matemáti-ca financeira no mundo dos negócios”, “As relações geométricas presentes nos hidrocarbonetos ciclanos” e “Plantas de lavagem: cálculos de funcionamento”. Para o professor do Ifap Már-cio Prado, que coordenou a delegação amapaense no evento nacional, “esse é um número expressivo de projetos. Na edição anterior, nós participamos com apenas dois trabalhos, ambos do Ifap. Neste ano, podemos perceber uma di-versidade maior de instituições e de ní-veis de ensino. A delegação amapaense vai com trabalhos do ensino fundamen-tal, médio e superior e temos chances reais de nos destacarmos nesse evento de nível nacional”. Em abril deste ano, os pro-fessores que compõem o colegiado de matemática do câmpus Macapá do Ifap realizaram a primeira feira de matemá-tica da região norte do país. O que se viu durante o evento foram trabalhos que mostravam a aplicabilidade de princípios matemáticos em áreas tão diversas como mineração, arquitetura, agricultura familiar e carpintaria naval. Alunos e professores de diversas esco-las da rede pública e privada, do ensino fundamental ao superior, inscreveram iniciativas criativas que desenvolvem em suas instituições buscando a aplica-ção, o ensino e a pesquisa da matemáti-ca de maneira contextualizada. A comissão julgadora do evento selecionou 10 projetos, que re-presentaram o Amapá na III Feira Na-cional de Matemática.Além de Márcio Prado, os professores orientadores de alunos do Ifap foram Elma Daniela, Emanuel Tiago e André Ferreira.

III Feira Nacional de matemática recebe quatro trabalhos do Ifap

BOLSAS DE PESQUISA CONCEDIDAS AOS ALUNOS DO IFAP

BOLSAS FINALIZADAS

PROGRAMA PERÍODO Nº BOLSISTAS

PIBIC/SETEC 2012/2013 5

PIBIC/CNPQ 2012/2014 8

PIBITI/CNPQ 2012/2013 2

PIBID/CAPES 2012/2014 30

PIBIC/IFAP 2013/2014 8

PIBIC-JR/IFAP 2013/2014 20

TOTAL - 73

BOLSAS VIGENTES

PROGRAMA PERÍODO Nº DE BOLSAS

PIBID/CAPES 2014/2018 80

PIBIC/IFAP 2014/2015 15

PIBIC-JR-IFAP 2014/2015 20

TOTAL - 115

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq)

Dez projetos científicos de estudantes do Amapá foram levados para a III Feira Nacional de Matemática, em 2014

Foto: Márcio Prado

Por Alexandre Brito

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Revista do Instituto Federal do Amapá44

Pronatec: cursos e oportunidades que mudam vidas

Quando a presidenta da Re-pública, Dilma Rousseff, sancionou a lei que cria o Programa Nacional de

Acesso ao Ensino Técnico e ao Empre-go (Pronatec) com o objetivo de oferecer bolsas de estudo e financiamento para cursos de qualificação profissional em outubro de 2011, o Instituto Federal do Amapá estava em fase de implantação e a realidade da educação profissional nos moldes da Rede Federal era uma grande novidade no Estado. O objetivo do go-verno foi expandir a oferta de educação profissional no Amapá pela Rede Fede-ral de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e pelo Pronatec. A criação do Pronatec e a im-plantação do Instituto Federal possibi-litaram o processo significativo de avan-ços na educação para a população local, sobretudo, os menos favorecidos com oportunidades de qualificação profis-sional. Nestes três anos de presença do Pronatec a educação profissional através

de cursos de formação continuada, em várias modalidades, foi levada para os mais distantes, e até inimagináveis, lu-gares do Amapá. Os desafios surgidos pelo caminho para a realização de cada etapa não se comparam às transforma-ções sociais e benefícios que trouxe para tantas vidas. No primeiro ano do programa, em 2012, somente na capital Macapá foram abertas 350 vagas para cursos que atendiam a demanda carente do mercado de trabalho local na área administrativa e construção civil com aproveitamento de cerca de 96% e levando ao merca-do de trabalho novos profissionais, um número significativo para a época, com impactos no mercado de trabalho. Em 2013 com a expansão das atividades do Pronatec o crescimento correspondeu em torno de 105% de aproveitamento com novos cursos e novos profissionais certificados com a qualidade IF. Para 2014, a expectativa é ul-trapassar estes números mantendo o

crescimento e a qualidade da formação ofertada pelo Instituto Federal do Ama-pá. A meta do programa de ampliar a oferta de cursos de educação profissional técnica, de formação inicial e continua-da e de qualificação gradualmente tem se consolidado com uma equipe gestora eficiente, profissionais qualificados para atuação como docentes, apoio adminis-trativo, coordenadores e orientadores. Uma das justificativas para o bom desempenho das ações diz respeito às parcerias estabelecidas. Prefeituras, secretarias de Estado, fundações e en-tidades filantrópicas correspondem aos principais demandantes de beneficiados pelo programa atendido pelo Ifap. Um exemplo é o caso da oferta do curso de horticultor orgânico adoles-centes internados no Centro Sócio Edu-cativo de Internação (Cesein), vinculado à Fundação da Criança e do Adolescente (Fcria) e que recebe menores infratores e em vulnerabilidade social. O progra-ma teve a oportunidade de certificar oito

ACESSO AO EMPREGO

Foto: Alexandre Brito

Oportunidades: jovens e adultos encontram nos cursos do Pronatec ofertados pelo Ifap a alternativa para ingressar no mercado de trabalho

Por Jefferson Souza

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Revista do Instituto Federal do Amapá 45

Internas do sistema penal fazem curso de aplicação de revestimento cerâmico

O desafio de educar e oportunizar no-vos horizontes não viu barreiras para lidar com situações difíceis e nem am-

internos que aplicavam as técnicas aprendidas em sala de aula no pró-prio Centro de Internação. O resul-tado foi a montagem de uma horta para o cultivo de pequenos vegetais próprios para o consumo do dia-dia. Os resultados vão além das metas e números para as instituições envolvidas no processo de qualifi-cação profissional. Também repre-senta na vida de muitos alunos que veem a chance de êxito profissional. Uma destas histórias correspon-de ao jovem Rafael Nunes, aluno do curso de assistente de produção cultural. Segundo ele, o curso apre-sentou uma ampla visão do campo de trabalho na cultura e possibilitou uma formação a mais no currículo. Rafael foi um dos alunos atendidos pelo Pronatec Cultura. Uma das áreas mais significativas do Estado, pela primeira vez a pro-dução cultural do Amapá recebeu reconhecimento com a realização de diversos cursos no âmbito da cultu-

ACESSO AO EMPREGO

Foto: Cézar Palheta

bientes desafiadores. Como é o caso da primeira turma de internas do Institu-to de Administração Penitenciária do

ra. Novos e experientes agentes culturais tiveram seu trabalho reconhecido através da certificação que o programa lhes con-cedeu. “O Estado é muito carente de pro-dutores qualificados e com essa formação

dos alunos do curso do Pronatec deu uma ampla visão de como produzir os even-tos”, disse Rafael, que teve a expectativa de atuar na área de produção e por em prática o que aprendeu no curso.

Amapá (Iapen). No início deste ano 14 alunas receberam dentro do complexo penitenciário feminino aulas teóricas e práticas do curso de aplicador de reves-timento cerâmico. O curso foi ofertado em parceria com a vice-governadoria do Estado do Amapá e teve como resultado das aulas práticas a reforma da cozinha do presídio feminino. Para uma das alunas internas do Iapen Carla Michele, participar do curso foi “uma experiência incrível, é difícil saber expressar o que estamos sentindo”. “Este é um aprendizado que eu vou levar para a vida toda. Estamos muito felizes por ver nosso esforço e o resultado dos nossos trabalhos na refor-ma da cozinha”, afirmou.

Novas perspectivas: colandos do curso Organizador de Eventos comemoram conquista

Aula inaugural do curso no Iapen contou com a presença do reitor Emanuel Moura e da vice-governadora Dora Nascimento, entre outros

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Revista do Instituto Federal do Amapá46

Programa Mulheres Mil transforma vulnerabilidade em inclusão social

Inclusão social de mulheres com baixa renda e sem escolaridade, formação profissional e tecnológica, empregabi-lidade. Essas expressões não são me-

ras palavras quando se trata do programa Mulheres Mil. As primeiras mulheres ca-pacitadas pelo Instituto Federal do Amapá (Ifap) através do programa conquistaram o tão sonhado espaço no mundo do trabalho. Formadas no Curso Básico de Qualificação Profissional em Assentamento de Cerâmica e Porcelanato, realizado no primeiro semes-tre de 2012, no câmpus Macapá, 30 profis-sionais foram contratadas para as obras do Conjunto Habitacional Macapaba, na zona

norte da cidade. O conjunto foi inaugurado em junho de 2014, pela presidenta da Re-pública, Dilma, Rousseff, e as ex-alunas do Ifap tiveram presença privilegiada. A dona de casa Maria das Graças Andrade da Silva, 49 anos, mãe de 7 filhos, é uma das mulheres beneficiadas. "Quando terminei o curso no Ifap, imaginei que era apenas mais um. No entanto, agora tenho a certeza de que, pela primeira vez, depois de quase 50 anos de vida, vou ter a oportunida-de de ganhar o meu próprio dinheiro. Por isso eu agradeço, primeiramente, a Deus, depois, ao Governo do Estado, por essa oportunidade", afirma.

ACESSO AO EMPREGO

Os cursos do pro-grama são desenvolvidos pe-los Institutos Federais, que compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Cien-tífica e Tecnológica. O Ifap, através da Pró-Reitoria de Extensão, tem dois núcleos do programa Mulheres Mil - os câmpus Laranjal do Jari e Macapá. O Programa Mu-lheres Mil possibilita que mulheres em vulnerabilidade social e baixa renda tenham formação profissional de qua-lidade. O crescente investi-mento na construção civil e os avanços de obras federais e estaduais na região mostram que este ramo tem se tornado um dos campos com maiores oportunidades de emprego. Conhecendo esta demanda e considerando o êxito das pri-meiras experiências, os cursos do eixo da construção civil atraem mulheres de todas as idades e de todas as histórias para o Instituto Federal. Sandra Lima, can-tora popular, conhecida nas noites amapaenses pelo tim-bre de voz marcante, viu sua

Foto: Suely Leitão

Foto: Alexandre Brito

Encontro especial: presidente Dilma com mulheres capacitadas pelo Ifap e que trabalharam na obra do conjunto Macapaba, do programa Minha Casa Minha Vida, inaugurado em junho de 2014

Conhecimentos: aprender a usar o computador empolga as alunas do programa Mulheres Mil

Por Jefferson Souza

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Revista do Instituto Federal do Amapá 47

Capacitação da equipe gestora garante escolhas inovadoras

história de vida mudar quando deci-diu participar de um dos cursos do Programa Mulheres Mil. A aluna conta que na primeira oportunidade o curso de revestimento cerâmico e assentamento de porcelanato lhe possibilitou conhecimento para tra-balhar na própria residência em fase de construção. Já com o segundo curso, pedreiro de alvenaria, além de conti-nuar a construir a própria casa, San-dra sonhou mais alto, almejou novas oportunidades e viu nascer o desejo de concluir os estudo e ingressar numa faculdade. “Eu já estava há muito tempo parada de estudar e o Mulheres Mil deu uma engrena-da na minha vida. Isso me motivou a voltar a estudar”, afirma a aluna. “Vejo nesta oportunidade um novo horizonte na minha vida, não quero deixar de fazer o que faço, mas quero ter uma profissão, ser uma profissio-nal”, ressalta. Um dos pontos altos do programa foi a parceria com a Coor-denadoria de Políticas Públicas para as mulheres da prefeitura municipal de Macapá e a paróquia Nossa Se-nhora de Nazaré, localizada na zona norte da capital. Com estas insti-tuições o Programa Mulheres Mil pode realizar a implantação de novos cursos e novas vagas. Os cursos de agente de de-senvolvimento cooperativista, arte-são de biojoias, cobrador de ônibus coletivo urbano, confeccionador de

bijuterias, horticultor orgânico, pedreiro de alvenaria garantiu a formação e certifi-cação de mulheres moradoras de uma das áreas de maior carência da cidade. Além de possibilitar serviços e orientação atendendo as circunstâncias de vulnerabilidade social. Certamente o programa marca uma guinada profissional e de qualidade de vida para muitas mulheres que participam dos cursos ofertados.

A flexibilizando do mercado de trabalho abre espaço para mulheres desempe-nharem funções tradicionalmente mas-culinas. Isso requer, no entanto, alguns pré-requisitos e, entre eles, figuram com destaque a escolaridade e a qualificação profissional. Sem alcançar esses dois itens, uma boa parte da mão-de-obra feminina que poderia estar ativa, pro-duzindo, gerando renda e melhorando a qualidade de vida das famílias brasi-leiras, fica ociosa. Montar uma equipe para implementar as ações propostas pelo programa foi o desafio que antece-deu a seleção das mulheres com perfil desejado. O projeto buscou então estra-tégias de formação dos profissionais que iriam gerir o programa em todo territó-rio nacional. “Quando nós fomos convida-das para sermos gestoras do programa, nós fomos antes fazer um curso de capa-citação e lá os instrutores nos apresenta-

ACESSO AO EMPREGO

Foto: Alexandre Brito

Mudança: solenidade de certificação dos cursos do Mulheres Mil representa momento marcante na vida das mulheres beneficiadas

Por Alexandre Brito

ram muitas experiências que deram cer-to em outros estados. Aquele momento foi encantador para nós. Quando nós retornamos para Macapá, nós viemos com a vontade de fazer algo diferente, de inovar” contextualiza a assistente so-cial Gilceli Moura. A ex-gestora relata que era comum no Brasil que o programa mi-nistrasse cursos de artesanato, corte e custura, cozinha entre outros. “Nós queríamos fugir disso. Vendo o grande momento da construção civil no estado nós tivemos a ideia de propor o curso de cerâmica e porcelanato que é a parte de acabamento das obras. Nós nos pergun-tamos então porque não ofertar esse cur-so para as mulheres já que elas são mais atentas aos detalhes, são mais atenciosas. Nossa proposta foi ousada, queríamos com elas quebrar barreiras através dela”, conta.

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Revista do Instituto Federal do Amapá48

Mulheres extrativistas aprendem nova profissão em Laranjal do Jari

Em Laranjal do Jari, as aulas iniciaram em dezembro de 2011 para as 100 mu-lheres vinculadas à Cooperativa Mista Extrativista Vegetal dos Agricultores de Laranjal do Jari (Comaja), que frequen-tam cursos de Almoxarife e Auxiliar Administrativo. Em Macapá, cem mu-lheres, em vulnerabilidade social, dos bairros Brasil Novo e Loteamento Açai realizaram o primeiro curso em 2012. De lá foram milhares e diversas áreas de capacitação profissional. “Os cursos são definidos pela própria comunidade. Realizamos reuniões com as mulheres e pesquisamos quais as demandas daquela comunidade”, explica a pró-reitora de Extensão, Érika Bezerra. “O câmpus Laranjal do Jari tem orgulho de receber essas mulheres e proporcionar qualificação a elas. Es-tamos felizes em poder colaborar com o crescimento humano e profissional de cada uma”, ressaltou a coordenado-ra do programa em Laranjal do Jari, a psicóloga Carmem Angela Tavares. É perceptível a alegria delas em fazer parte da família do Instituto Federal do Ama-pá. Em cada depoimento, a satisfação é nítida. “Estou aqui em busca de conhe-cimento, de uma profissão. Moro sozi-nha e não tinha muita perspectiva. Vejo a minha entrada aqui como uma porta que Deus abriu para mim. Já mudei até o meu jeito de ser. Estou amando a pos-sibilidade de trabalhar com o público, de conhecer pessoas novas, de me reno-

var”, disse entusiasmada a aluna Carla Wennever Oliveira Pinto, de 20 anos, do curso de Almoxarife. Para Nalda Paula Silva Sousa, 52 anos, do curso de Recepcionista de Eventos, a entrada no Instituto Federal do Amapá significa uma nova esperança, uma nova vida. “Já fiz vários cursos pela secretaria de Ação Social do Município, mas nada que se compara a estar aqui. Sonhei em estudar neste câmpus. Sou recepcionista na igreja em que congre-go e o curso está ajudando-me bastante. Mudou sensivelmente minha maneira de ver a vida”, disse. A aluna Raimunda Lucinda Nery Oliveira, de 59 anos, do curso de Almoxarife, destacou que ao ter conhe-cimento sobre os cursos através de um folder do Programa “Mulheres Mil”

imediatamente fez a sua inscrição para o curso. “Minha nora trabalha no Ifap e me incentivou a estudar. A melhor coisa que tem é a gente se sentir útil. Minha satisfação vem disso e da possibilida-de de prosseguir meus estudos aqui no Instituto Federal porque depois posso fazer a prova para o processo seletivo e ingressar em cursos técnicos e de ní-vel superior. Não quero mais parar de crescer. Venho para sala de aula até com dores de cabeça. Mas, não deixo de vir. É importante eu estar aqui. Até minha autoestima melhorou”, ponderou a alu-na. “Orgulho-me de fazer parte dessa equipe. Somos mulheres guer-reiras querendo crescer, se desenvolver. Estou aqui com um objetivo muito sim-ples: prosseguir meus estudos e ingres-sar no mercado de trabalho, conquistar meu espaço, minha independência fi-nanceira. Aqui na turma, uma incenti-va a outra quando alguém quer desistir. Desde o ano de 2006 estava parada sem estudar. Moro distante do câmpus, no Loteamento Sarney, mas não coloco isso como empecilho para estar aqui. Muito pelo contrário, faço disso meu desafio diário e ‘corro’ atrás dos meus sonhos. Com esforço, garra e determinação, sei que posso chegar lá”, argumentou a alu-na Maria Raimunda Paiva de Souza.

ACESSO AO EMPREGO

Fotos: Viviane Fialho Campos

Com o Mulheres Mil, alunas adquirem não só conhecimento, mas resgatam autoestima

Coordenadora Carmen com estudantes do programa em Laranjal do Jari

Por Viviane Fialho Campos

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Revista do Instituto Federal do Amapá 49

ACESSIBILIDADE

Napne busca inclusão social nos câmpus

Inclusão social é a palavra-chave que norteia o trabalho do Núcleo de Atendimento a Pessoas Porta-doras de Necessidades Específi-

cas (Napne) e está direcionado para a acessibilidade dos alunos que precisam de atendimento especializado e para co-laborar com os docentes na organização e elaboração de aulas e materiais para atingir a diversidade e a inclusão em sala de aula e em atividades de pesquisa e ex-tensão. O objetivo principal do Napne é estimular a criação da cultura da edu-cação para a convivência, aceitação da diversidade, quebra das barreiras arqui-tetônicas, educacionais e atitudinais e o avanço na adoção da educação inclusiva. O núcleo segue alguns princí-pios em toda a rede federal de educa-ção profissional e tecnológica, em que podemos destacar a não discriminação, a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade, respeito pela diversidade, igualdade de oportunidades, acessibili-dade e o respeito pelo desenvolvimento das capacidades individuais. Entre as áreas de trabalho do Napne estão a acessibilidade e a edu-cação. Na acessibilidade destacamos o desenvolvimento, implementação e o monitoramento de ações e diretrizes mínimas para acessibilidade das insta-

lações dos câmpus, dotando os edifícios e instalações de sinalização apropriadas, promovendo o acesso a novos sistemas e tecnologias da informação e comunica-ção, inclusive a internet. Já na área educacional pode-mos ressaltar a promoção do pleno de-senvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade e autoestima, do máximo desenvolvimento possível da personalidade e dos talentos e da cria-tividade, assim suas habilidades físicas e intelectuais, as adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais, oferecendo apoio necessário para efetiva educação e maximização do desenvolvi-mento acadêmico e social, além da edu-cação na e para a diversidade. O câmpus Laranjal do Jari possui no momento cinco alunos com necessidades educacionais especiais, distribuídos nas modalidades Integrada, Subsequente e Proeja. A equipe fez um levantamento das necessidades estruturais e encami-nhamentos de Plano de Trabalho e PDI, conversando com cada um dos alunos e verificando as dificuldades e as perspec-tivas. Os professores do câmpus participaram de uma Oficina de Libras com o intuito de atender alunos com deficiência auditiva que ingressarem no

câmpus. O Napne também criou grupos de estudo e discussão sobre inclusão, de maneira a envolver os alunos dos cursos na modalidade integrada e subsequente, docentes e técnicos. O setor também tem promovi-do eventos voltados com os segmentos da comunidade que também tem relação com a inclusão (Apae, prefeitura muni-cipal e Instituições de ensino da região). Os próximos passos serão a implantação de sala multifuncional e a promoção de cursos de formação para a comunidade. Programa TECNEP - As ba-ses desse programa são a Tecnologia, Educação, Cidadania e a Profissiona-lização para pessoas com necessidades específicas, trabalhando a inclusão, per-manência e a saída com sucesso de pes-soas com necessidades específicas para o mundo do trabalho. Este programa promove a in-serção e o atendimento aos alunos com necessidades educacionais específicas nos cursos de nível básico, técnico e tec-nológico, nas Instituições Federais de Educação (IFEs), estabelecendo parce-rias. A equipe é composta por psicó-logo, assistente social, pedagogos, pro-fessores, técnicos em assuntos educa-cionais, técnico em audiovisual e outros técnicos desenvolvendo atividade volun-tária, podendo contar com a participação de alunos. O programa é destinado a quem possui deficiência física, defici-ências múltiplas, deficiência auditiva, (baixa audição), deficiência visual (bai-xa visão), cegos, jovens em risco social, comunidades quilombolas, negros e afro descendentes, surdez, terceira idade e transtornos globais do desenvolvimento.

Fotos: Alexandre Brito

Napne incentiva a cultura da educação para a convivência, aceitação da diversidade, quebra das barreiras arquitetônicas, educacionais e atitudinais e o avanço na adoção da educação inclusiva

Por Viviane Fialho Campos

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Revista do Instituto Federal do Amapá50

EMPREENDEDORISMO

No câmpus Macapá tem empreendedorismo e é protagonizado pelos alu-nos dos cursos técnicos integrados, sob a coor-

denação da professora Darlene Del-Tet-to e da Ong Júnior Achievement. Dessa parceria, já surgiram duas miniempresas e outros projetos que vem adicionando ao dia a dia dos alunos o conceito do Empreendedorismo social e sustentável. A primeira iniciativa de Em-preendedorismo no Ifap surgiu com o 1º Seminário das Profissões, em 2011, quando empresas do estado fizeram abordagens sobre o mercado de traba-lho. A partir desses contatos, surgiu a parceria com a Organização não gover-namental (Ong) Júnior Achievement, vinculada ao Sebrae. Em junho de 2012, teve a culminância do projeto “Geração Em-preendedora” que buscou estimular os alunos a expandir os projetos feito em salas de aulas. "É um método embasa-do na educação empreendedora, em que os alunos são formados de acordo com as demandas do mercado de trabalho, e sendo o Ifap um instituto de ensino profissionalizante, nossos alunos são motivados a empreender na área que escolheram atuar", disse Darlene do So-corro Del Tetto Minervino, diretora de Ensino Técnico do Ifap. A Júnior Achievement com a perspectiva da educação empreende-dora está presente no Ifap desde março

de 2012 e já selecionou duas turmas de ensino médio de 40 alunos cada. Eles participam do programa mini-empresa, que proporciona experiência prática em economia e negócios, na organização e operação de uma empresa. Cada grupo teve 15 encontros semanais de três horas e 30 minutos, sempre no contraturno das aulas. “Nos quatro meses que a Jú-nior fica instalada no Ifap, os alunos são responsáveis por toda a operacionaliza-ção da empresa, da definição do projeto a comercialização do produto final”, ex-plicou Darlene Del Tetto. A primeira empresa a parti-cipar do projeto foi a Folhas Secas que utiliza filtros de café no revestimento de caixas e garrafas. “Criamos embalagens de presente e garrafas para a decoração de ambientes”, disse Amanda Cristina Farias Teixeira, 17, presidente da mini empresa. “O projeto nos ensinou que temos que valorizar o meio ambiente, e a forma que nós encontramos é essa de utilizar filtros de café, caixas, garrafas que seriam despejadas no meio ambien-te”, avaliou Amanda, aluna do curso de Redes de Computadores. Inspirada no mundo da moda, a miniempresa Arte Coisa e Tal produz bolsas do tipo carteiras feitas de emba-lagens Tetra Pak (caixas de leite, suco, etc). A produção iniciou em agosto de 2012 e em 13 de dezembro, dia da for-matura da Júnior Achievement foi esco-lhida como a melhor empresa destaque em lucratividade e atendimento. “A rela-

ção custo e benefício da nossa empresa é excelente, porque recolhemos um mate-rial que é descartado no meio ambiente e utilizamos para fazer as carteiras”, disse Wanne Araújo, presidente da Arte Coisa e Tal. Foram produzidas 144 bolsas car-teiras, cada uma foi vendida por R$ 20. A venda era diferenciada, nas exposições do produto, o grupo estava sempre bem vestido. “Usamos técnicas de atendi-mento ao cliente e marketing pessoal para vender nosso produto”, completou a presidente, que é aluna do curso técni-co integrado de Alimentos. Com esses projetos desenvolvi-dos no Ifap, a professora Darlene busca solidificar juntos aos alunos o empreen-dedorismo social e sustentável. “Quan-do eu trouxe a educação empreendedora para dentro do instituto busquei possibi-litar que a formação deles de sala de aula seja complementada com a perspectiva de como vai funcionar o mercado de trabalho, mas não numa demanda so-mente mercadológica, de consumo, de atendimento, mas com uma visão social, participativa, de sujeito crítico e ativo da sociedade”, afirmou a professora. Com a conclusão e formação das duas miniempresas, serão selecio-nados os alunos que mais se destacaram para participarem de projetos de pes-quisa. “A previsão é que esses alunos passem a compor o Núcleo Tecnológico das empresas incubadoras, projeto a ser desenvolvido futuramente pelo Ifap”, adiantou Darlene. “Com os destaques desses dois projetos, o Ifap se consolida como parceiro efetivo da Júnior Achie-vement, o que possibilita ao aluno a ter mais chance de inserção no mercado de trabalho, especialmente junto às empre-sas que são mantenedoras da Ongs”, fi-nalizou. Voluntariado - A Júnior Achie-vement é a maior e mais antiga organi-zação de educação prática em economia e negócios. Criada nos Estados Unidos, em 1919, é uma associação educativa sem fins lucrativos, financiada pela ini-ciativa privada. Atualmente, 124 países aplicam seus programas, com a atuação exclusiva de voluntários, beneficiando mais de 9,5 milhões de jovens ao ano.

Miniempresários no Câmpus Macapá

Foto: Alexandre Brito

Estudantes viram miniempresários e são responsáveis por toda a operacionalização da empresa, da definição do projeto à comercialização do produto. final”

Por Dione Amaral

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Revista do Instituto Federal do Amapá 51

QUALIFICAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO

O Instituto Federal do Amapá (Ifap) preza pela garantia de um serviço público de qua-lidade, seja na sua área-fim,

que é a educação, seja em todas as ativi-dades consideradas meio, isto é, aquelas que permitem que a missão institucional seja realmente cumprida. Para isso, os mais de 300 servidores do Instituto es-tão em permanente processo de aperfei-çoamento e capacitação. Não é a toa que o investimento financeiro desde 2010 já ultrapassou a marca dos R$ 2 milhões, de acordo com levantamento do Depar-tamento de Planejamento e Finanças (Depfin). Além dos treinamentos para atualização dos conhecimentos nas ativi-dades exercidas em sua unidade de lota-ção, os servidores também contam com programas de incentivo, com concessão de bolsas de graduação e pós-graduação,

Servidores têm treinamentos permanentes e capacitação em nível de mestrado

Também em 2012, o Ifap ini-ciou uma cooperação com a Universi-dade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), permitindo a 61 servidores, entre professores e técnicos, até o mo-mento, realizar o Mestrado do Progra-ma de Pós-graduação em Educação Agrícola (PPGEA). “Quando concluí o meu mestrado, tive o sonho de possi-bilitar aos servidores do Instituto, que naquele ainda estava sendo implantado, esta oportunidade, que certamente re-presenta a valorização do nosso corpo funcional”, afirmou o reitor Emanuel Alves de Moura, que é mestre em Ciên-cias pelo PPGEA, ao falar na solenida-de de abertura da segunda turma de ser-vidores do Ifap, em setembro de 2014. Realizado em 24 meses, o mes-trado tem módulos de aulas programa-dos no câmpus da UFRRJ, localizado no município de Seropédica-RJ, e no

bem como a oportunidade de realizar cursos de formação inicial e continuada, como o Francês, e até mesmo de mes-trado subsidiados pelo Instituto Federal. Técnicos da Diretoria de Tecnologia da Informação e da Diretoria de Enge-nharia e Serviços estão participando de mestrados profissionais em instituições externas. Em 2012 e 2013, foi promo-vido o curso de Pós-Graduação em Docência na Educação Profissional e Tecnológica através da Coordenação de Pós-Graduação vinculada à Pró--Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tecnológica (Propesq), em parceria com o câmpus Macapá. Entre os 30 alunos, estavam professores e téc-nicos do Ifap, além de funcionários do Senai, Centro de Educação Profissional do Amapá (Cepa) e Centro de Educa-ção Profissional Cândido Portinari.

Por Suely Leitão

Foto: Suely Leitão

Investimento: mestrado na UFRRJ já está na segunda turma de servidores do Ifap, que iniciaram atividades em setembro de 2014, em Seropédica-RJ

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Revista do Instituto Federal do Amapá52

INVESTIMENTO ANUAL EM CAPACITAÇÃOAno Valor2010 R$127.048,552011 R$ 219.909,902012 R$ 268.251,042013 R$ 760.310,942014 R$ 962.228,00** Até o mês de setembro de 2014Fonte: Departamento de Planejamento e Finanças (Depfin)

QUADRO DE SERVIDORESUnidade Técnicos- Docentes administrativosCâmpus Laranjal do Jari 32 43Câmpus Macapá 66 95Câmpus Santana 2 7Reitoria 61Total 306** Até o mês de setembro de 2014Fonte: Diretoria de Gestão de Pessoas (Digep)

QUALIFICAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO

câmpus Macapá do Ifap, sendo os deslocamentos custeados com recursos da instituição. A Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq) é a unidade que coordena internamente o mestrado. Os 31 integrantes da segunda turma, entre professores e técnicos dos câmpus Laranjal do Jari, Macapá e Santana, além da Reitoria, foram selecionados através de processo seletivo realizado pela Coordenação do Ppgea em duas fases, atendendo às determi-nações do edital divulgado publicamente. Na primeira, houve apre-sentação de documentos e de pré-projeto, sendo selecionados 53 candidatos para a fase final, que constou de entrevistas. Um dos mestrandos, o professor Alain Rodrigues, foi selecionado antes de ser nomeado pelo Ifap, porque participou da seleção de demanda social do PPGEA. Outra nova mestranda é a técnica Graça Auxiliadora No-bre Lopes, que se tornou a primeira aluna cega do PPGEA desde a sua criação, em 2003. Lotada no Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne) do câmpus Macapá, Graça se diz pronta para o desafio. “Estou acostumada. Quando tiver que ler um texto impresso, vou digitalizá-lo e ler com o ledor de tela do computador”, afirma a mestranda, que vai pesqui-sar, no mestrado, exatamente a ferramenta tecnológica que utiliza no trabalho e nos estudos. O tema do projeto da servidora é “Tecnolo-gias da Informação e Comunicação: o uso dos ledores de tela como ferramenta educacional da pessoa cega no município de Macapá”.

Valorização: primeira turma de 30 servidores do Ifap no mestrado da UFRRJ

Aperfeiçoamento: curso de língua estrangeira faz parte das atividades dos servidores

Estudantes e professores do curso de especialização em Docência na Educação Profissional e Tecnológica

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Revista do Instituto Federal do Amapá 53

ORIGENS

Do Norte a Sul do país, os servidores do Ifap trazem suas experiências e, espe-cialmente, o compromisso

com a Educação Profissional e Tecno-lógica. O Concurso Público para con-tratação de servidores em 2010 chamou a atenção de candidatos de todo o Brasil. Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sul e Sudeste, sotaques se misturam aliados à experiência que cada um traz de sua terra natal. Filho de Alenquer no Oeste do Pará, Raimundo Valente, técnico do câmpus Macapá passou no Concurso do Ifap em 2010 e não pensou duas vezes em morar em Macapá para assumir a vaga em 2012. “Gosto do Amapá, gosto do jeito de ser do povo daqui, sem con-tar que a minha esposa já estava aqui e precisava ficar do lado dela”, disse o ser-vidor. Do Oiapoque ao Chuí, do ser-tão ao litoral, eis algumas das pessoas que dão rosto ao Instituto Federal do Amapá em Laranjal do Jari. O câmpus conta com representantes de todas as re-giões do País. A diversidade dá o tom. Para o professor doutor Viní-cius Campos, de 30 anos, que veio de Monteiro - PB, vir trabalhar no câm-pus de Laranjal do Jari é uma grande mudança em sua vida. De uma família de mais de 20 filhos e 55 netos e sendo ele o primeiro neto doutor na família - a aprovação no concurso só lhe encheu de esperança de poder colocar em prática seus projetos e ideais em prol da comu-nidade do Vale do Jari. “Sei que minha família se orgulha de mim. Poderia es-tar lá agora, mas sinto que preciso dar minha contribuição a essa comunidade muitas vezes tão carente. E eu continuo acreditando na educação como o viés de transformação do País”, destacou.

Diversidade regional é uma marca entre os servidores do Ifap

“Gosto das peculiaridades lo-cais. Acredito que o Instituto Federal do Amapá tem muito a acrescentar não só na área de educação, mas também em ciência e tecnologia”, afirma Campos. Da região Sudeste do Brasil, do estado de Minas Gerais, da cidade de Belo Horizonte, a professora Cristi-na Pereira chegou ao Amapá em julho de 2008, logo entendeu que aqui o me-lhor negócio são os concursos públicos. “Quando saiu o edital do Ifap fiquei muito animada pela possibilidade de trabalho, mas também por ter chegado em um órgão tão importante para o es-tado”, lembrou. Ela fez o concurso em 2010 e foi chamada em maio de 2011 para o câmpus Macapá. “É a primeira vez que trabalho num Instituto Federal, antes trabalhei em escolas públicas e pri-vadas”, disse. Para a servidora, o suporte pedagógico, psicológico, de assistência social, faz o trabalho do professor ficar mais leve. “Dessa forma, podemos rea-lizar projetos que antes era impossível, hoje eu posso junto com os alunos dar passos que antes não era possível, por exemplo, o nosso envolvimento com a Olimpíada de História. Quando o pro-fessor trabalha sem ter a sensação que

está sozinho, ele consegue fazer mais e melhor”, finalizou. O assistente de alunos Vandson Silva Pedrado, de 23 anos, há 15 anos mora em Laranjal do Jari. Já foi ven-dedor numa loja de sapatos e trabalhou também com atendimento ao público. Para ele, o que chamou sua atenção para prestar o concurso do Ifap foi a estabi-lidade financeira. “O Ifap abriu uma porta para que eu desejasse um futuro melhor. Aqui é melhor do que eu espe-rava e creio que a tendência é melhorar ainda mais. Depois que ingressei aqui, pude comprar minha casa própria e sei que crescerei profissionalmente. Quan-do a gente trabalha numa instituição de ensino, pensamos mais em nos qualifi-car, em não parar de estudar, a almejar coisas grandes. É isso que eu quero”, argumentou. A professora de Matemática Patrícia Pitanga veio de Senhor do Bon-fim - BA para realizar o sonho de ser ser-vidora pública federal. “Aqui, conquistei meu sonho. Há quinze anos lecionava no estado da Bahia e passei uma tempo-rada em 2010 prestando concursos pelo País a fora. Fui a segunda colocada no Ifap e fiquei aguardando minha chama-da. Não conhecia Laranjal do Jari. Ao

Futuro melhor: Vandson da Silva Pedrado, ex-vendedor de sapatos em busca de estabilidade financeira

Foto: Viviane Fialho Campos

Por Dione Amaral e Viviane Fialho Campos

Campos con-ta ainda que em 2009 concluiu o seu mestra-do pela Universidade Federal da Paraíba em Engenharia Agro-nômica e em 2012 concluiu o doutorado também na mesma área pelo Centro de Tecnologia e Recursos Naturais da Universi-dade Federal de Cam-pina Grande - PB.

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Revista do Instituto Federal do Amapá54

ORIGENS

chegar aqui, tomei um choque, porque a cidade é muito diferente da minha em muitos aspectos. Mas estava determina-da a vencer. Minha grande dificuldade é a distância da minha família, de quem eu amo muito. Profissionalmente, posso dizer que estou feliz e realizada pela pos-sibilidade de crescimento e de contribuir com os conhecimentos que possuo. Givanilce Socorro Dias da Sil-va é da cidade de Almeirim - PA. Le-ciona na área de Língua Portuguesa há quinze anos. Tomou posse no Instituto Federal do Amapá, em 29 de fevereiro de 2012. “Eu me via muito presa às sé-ries iniciais. Quero desenvolver grandes

projetos na minha área. Sem-pre tive vontade de trabalhar com o público do ensino médio e visualizei no Ifap essa opor-tunidade. Aqui, tenho estímu-lo para dar o melhor de mim. Os alunos me motivam. Que-ro que eles transformem seu comportamento, tenha mais autonomia, gosto pela leitura, escrita, pelo saber”, ressaltou. O servidor do câm-pus Laranjal do Jari que veio de mais longe é um dos profes-sores de Educação Física, An-dré Luiz Zanella. De Itapema - SC, está distante de sua cida-de 4.200 km. For-mado desde o ano de 2000, conta que já morou em outros

países a exemplo da Inglaterra, Itália, tendo fica-do longe do Brasil por três anos. Já dormiu em acampa-mento, na rua, já trabalhou de forma braçal, cortou sala-da para uma grande rede de fast food, ainda muito jovem participou da seleção de vôlei, acumulando muitas experiên-cias em sua vida profissional. Zanella fez um per-curso profissional em direção ao Norte do Brasil. Durante cinco anos trabalhou como professor da Universidade Estadual do Pará (Uepa) na

cidade de Altamira - PA. Nesse período ficou sabendo que o concurso do Ifap es-tava aberto e resolveu fazer a prova. Juntamente com mais 15 professores chegou ao Amapá e foi um dos aprovados. Tomou posse em 24 de janeiro de 2011 e considera a sua aprovação uma vitória ímpar. Para chegar enfrentou 27 horas de uma viagem de barco. Teve que pedir uma rede emprestada porque não sabia que iria preci-sar. Mais 120 km de estrada de chão, queda de moto e passagem por locais de difícil acesso, assu-miu o cargo de professor. “Foi um verdadeiro rally. Mas, vim

contemplando paisagens belíssimas, im-pressionantes”, relembra. O professor conta ainda que não se acostumou com o calor de La-ranjal do Jari. “A região é muito quente, mas muito promissora também. Tenho plena convicção de que o Ifap tem con-tribuído na formação estudantil e cidadã dos alunos. Claro, que a nossa estrutura precisa melhorar. O Ginásio Poliespor-tivo está quase pronto e aí sim podere-mos desempenhar um trabalho a altura do que os nossos alunos precisam. O meu desejo é que a oferta de cursos su-periores possa aumentar para atender o maior número possível de pessoas que carecem de formação. Desejo fazer o

Emmanuele Andrade: oportunidade de trabalho é diferencial

Raimundo Nonato Valente: “Gosto do Amapá, gosto do jeito de ser do povo daqui, sem contar que a minha esposa já estava aqui”

André Luiz Zanella: mesmo longe de casa, feliz em poder contribuir com a educação no Vale do Jari

Foto: Viviane Fialho Campos

Foto: Suely Leitão

Foto: Alexandre Brito

meu doutorado para então pensar em casar e ter filhos”, conclui. A professora Emmanuele Ma-ria Barbosa Andrade é de Camaragi-be, região metropolitana de Recife. Foi aprovada no primeiro concurso público realizado pelo Ifap em 2010. Estabilidade profissional e novas oportunidades foram os requisi-tos principais para prestar a prova, que soube pela internet. “Estou plenamente adaptada à cidade, e em relação à Recife não é tão violenta e a rotina de Macapá é mais tranquila, a oportunidade de tra-balho é outro diferencial”, reforça a pro-fessora.

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Revista do Instituto Federal do Amapá 55

Dona Raimunda Palha Nu-nes se aposentou em 2013. Quando foi criado o Ins-tituto Federal do Amapá

(Ifap) em 2009 foi uma das primeiras servidoras a abraçar a oportunidade de voltar à terra natal após morar oito anos no Maranhão. Aos 66 anos, completa-dos no dia 9 de abril de 2014 completou 33 anos de tempo de serviço, prestados a empresas privadas, órgãos municipais, estaduais e federais. Natural de Calçoene, seu pri-meiro emprego foi em Macapá, como servente na Empresa Duartecon Duarte Construções Engenharia e Comércio Ltda no dia 1º de janeiro de 1981. Lá, ficou um ano, cinco meses e 29 dias. Após atuar na iniciativa privada, traba-lhou cinco anos, quatro meses e sete dias como servente da Prefeitura Municipal de Macapá. Em outubro de 1988, passou no Concurso da Secretaria Estadual de Educação como agente administrativo. Por lá, ficou 13 anos até ser redistribuí-da em 17 de junho de 2001 como agen-te de portaria para o Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão (Cefet-MA). Foram oito anos trabalhando na Reitoria do Cefet, hoje intitulada Ins-tituto Federal do Maranhão (IFMA). “Até que um certo dia o professor Ema-noel apareceu por lá convidando servi-dores para ajudá-lo na implantação do Ifap”, lembra Raimunda ao referir-se ao reitor Emanoel Alves Moura. “Não perdi a oportunidade de voltar para Macapá e ficar perto da minha família”, completou a servidora, que tem sete fi-lhos, 26 netos e sete bisnetos. No período que trabalhou no Ifap, cumpriu uam rígida rotina diária. Ela morava só, em uma...Fazendinha. Saía de casa de segunda a sexta-feira, às 5h30 da manhã para pegar o primeiro do total de dois ônibus para o trabalho. Era mais de uma hora de viagem, per-corrido diariamente, fazia chuva ou sol. Exerceu sua função no gabinete da Rei-toria, desde 5 de agosto de 2009, quan-

Raimunda Palha Nunes: Um exemplo de dedicação

ao serviço público

do chegou a Macapá. “Fui convidada para ser cedi-da durante um ano, mas antes mesmo de completar o período, o reitor pediu minha redistribuição para o Ifap”, disse. Quando chegou ao Amapá, o Ifap que ficava localizado na avenida Ernestino Borges, tinha menos de cinco servido-res. Do Maranhão, veio ela e a pedago-ga Elícia França. Os computadores e os móveis eram poucos e tinham que ser revesados entre os servidores Por iniciativa própria, dona Raimunda decidiu dar apoio nos servi-ços gerais e na copa, o que conquistou o carinho e a confiança dos antigos e no-vos servidores que chegaram no Institu-to, após Concurso Público realizado em 2010. O ápice desse reconhecimen-to aconteceu no dia 26 de setembro de 2011 quando a servidora do então an-tigo ex-território federal foi agraciada com a Comenda Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prêmio concedido pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). “De fato, foi um reconhecimento aos serviços prestados não só ao Ifap, mas à Educa-ção Profissional, Científica e Tecnológi-ca do Brasil”, disse o reitor pró-tempore do Ifap, Emanoel Alves. A cerimônia foi organizada pelo Conif, em Poços de Caldas (MG). A Comenda é para poucos. E a dona Raimunda é uma das poucas ex-ceções do serviço público. Em 33 anos de serviços, nunca teve uma falta, nem por atestado médico. Parabéns dona Raimunda, que possa servir de exemplo para os antigos e futuros servidores do serviço público. Dona Palha, como carinhosa-mente era chamada pelos colegas, apo-sentou-se a partir de abril de 2013, dei-xando saudades.

PERFIL

Fotos: Arquivo Pessoal

Por Dione Amaral

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