Revista Sindipi Nº 27

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Revista Laguna Cidade marco histórico de Santa Catarina mira o futuro Nautimodelismo Regularização da pesca do polvo Pescado, fonte de proteína e muito mais Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT março/abril de 2008 - Ano VI - Número 27 Informativo Bimestral do Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região - SC 68008235/2005-DR/SC SINDIPI Entrevista com Dario Vitali Presidente do SINDIPI

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Revista Sindipi Nº 27 - Referente aos meses Maio e Junho 2008.

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Revista

LagunaCidade marco histórico de Santa Catarina mira o futuro

Nautimodelismo Regularização da pesca do polvo Pescado, fonte de proteína e muito mais

Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT

março/abril de 2008 - Ano VI - Número 27

Informativo Bimestral do Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região - SC68008235/2005-DR/SC

SINDIPI

Entrevista com Dario VitaliPresidente do SINDIPI

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2 Revista SINDIPI

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Divulgação

A Revista Sindipi é uma publicação do Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e RegiãoDiretoria do Sindipi: Dario Luiz Vitali (Presidente); Giovani Genázio Monteiro (Vice-Presidente); Márcio Andriani (Tesoureiro)- De-partamento Jurídico: Marcus Vinícius Mendes Mugnaini(OAB/SC 15.939)- Sede: Rua Lauro Muller, 386, Centro, Itajaí, Santa Catari-na- Cep:88301-400; e mail: [email protected] Fone: (47)3348.1083 site: www.sindipi.com.br. Coordenação Editorial: Dario Luiz Vitali. Jornalista Responsável: Daniela Maia (SC.01259-JP); Reportagens: Luciana Zonta; Colaboração: Marília Massochin; Designer Gráfico: Geraldo Rossi; Direção Comercial: SINDIPI; Fotografia: Marcello Sokal. Impressão: Gráfica Coan - Circulação: setor pesqueiro nacional, profissionais do setor, parlamentares, imprensa.As matérias jornalísticas e artigos assinados na Revista Sindipi somente poderão ser reproduzidos, parcial ou integralmente, median-te autorização da Diretoria. A Revista Sindipi não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados. Eles não represen-tam, necessariamente, a opinião da revista.Fale conosco: REDAÇÃO: envie cartas para a editora, sugestão de temas e opiniões: [email protected]: com Antônio Carlos Corrêa, Fone: 47 33431456 / 47 84080721; e-mail: [email protected]

Índice

Capa: Farol de Santa Marta, Laguna (SC). foto: Marcello Sokal

w w w . s i n d i p i . c o m . b r

Marcello S

okal

Editorial....................................................................................................................4

Entrevista - Dario Luiz Vitali, presidente do Sindipi.................................................6

Entidade - Voz feminina na pesca..........................................................................10

- Diálogo:setor produtivo em busca de padronização...........................11

- Reunião da Câmara Setorial do arrasto e do camarão sete barbas...12

Embarcações - Serviços e reparos em embarcações de madeira......................14

Pesquisa - Pesquisadores produzem isca-viva em laboratório.....................16

- Concentrar proteinas para aumentar o consumo de pescado...........20

Legislação - Sindipi quer regularizar a pesca do polvo.......................................22

- Setor propõe mudanças no permissionamento de barcos..........24

Meio-Ambiente - ONG inicia avaliação de estoques pesqueiros........................26

Turismo - Laguna: cenário que integra o antigo ao presente..............................28

Exposição - Passeio ecológico e educativo em parque temático.......................32

- O universo marinho em exposição intinerante..................................34

Arte - A arte de Amílca Mênciar...............................................................................36

Livro - Natureza brasileira em detalhes..................................................................38

Gastronomia - Restaurante Cantaloup: foco na cozinha moderna.....................40

- Senac Bistrô: pedagogia x gastronomia......................................42

- Diversidade e sofisticação no restaurante Ecco.....................43

Eventos - Festa Nacional do Pescador.................................................................44

- TJ instala Fórum Universitário em Itajaí....................................................46

- III Simpósio de Controle do Pescado em São Paulo...............................47

Notas - Conchas marinhas nos selos dos correios...............................................48

Mensagem - O mar................................................................................................50

Pesquisa - Iscas-vivas

Legislação - registro de barcos

Marcello S

okal

Turismo - Laguna para sempre

Evaristo M

iranda

Livro - Beleza natural

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Editorial

Marcello Sokal

A primeira edição de 2008! Que expectativa... Inicia-mos o ano comemoran-do a casa nova, a sede própria do Sindipi e as

boas vindas ao novo presidente Da-rio Vitali. Como é bom interagir com o leitor cada momento de conquista da entidade e conseqüentemente do setor pesqueiro local e nacional. E para marcarmos 2008, a equipe da Revista se dedicou na produção de cada reportagem. Confira nesta edição a entrevista com o Presiden-te do Sindipi, um perfil da armadora Madalena Marques, a 1a mulher a fazer parte da diretoria do Sindicato. Na área da pesquisa a divulgação do trabalho sobre a concentração de proteínas em pescado (FURG) e a reportagem da 2a etapa do Proje-to Isca-Viva. Aproveitando o assun-to vou compartilhar com o setor a sugestão da pesquisadora Marília

Oetterer que defende a unificação das pesquisas no Brasil por tema, assim o trabalho dos profissionais rende mais e quem ganha é o setor produtivo.

A regularização da pesca do pol-vo em SC é um dos temas de desta-que nesta edição.

Agradeço a participação do ar-mador Hilson Siqueira, autor da mensagem publicada, agradeço também o Deputado Federal Mi-chel Temer pelo telegrama sobre a Revista. E agradeço principalmente a Deus em compartilhar diversas in-formações do setor pesqueiro, além de arte, cultura, gastronomia atra-vés da Revista do Sindipi, distribu-ída gratuitamente no Brasil.

Um abraço e uma excelente lei-tura,

Daniela MaiaEditora

Participe com sugestões de matéria para a revista:

[email protected] Fone: 47 3348-1083

Rua Antônio Hülse, 1153 - Bairro Humaitá - Tubarão - SC - Fone: (48) 3632-9545 - [email protected]

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Rua Antônio Hülse, 1153 - Bairro Humaitá - Tubarão - SC - Fone: (48) 3632-9545 - [email protected]

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Entrevista

O País tem que desonerar o setor produtivo para criar competitividade

O empresário e novo presidente do Sindi-cato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), Da-

rio Vitali, costuma brincar que tro-cou a pena pela escama. Há 15 anos, quando ainda se dedicava aos negócios que a família manti-nha com aves, decidiu pular para o ramo da pesca. A mudança surgiu a partir do convite de um amigo. E até hoje ele não se arrepende de ter aceitado.

Hoje, Dario é sócio-proprietário da Vitalmar Comércio e Indústria de Pescados Ltda, empresa de beneficiamento de pescados cap-turados no Sul e Sudeste do País. “Me identifiquei muito com o dina-mismo do setor”, explica. Dario se empolga quando fala de pesca. Poderia passar horas divagando sobre o tema. O empresário não só conhece muito bem a atividade, como confia plenamente no poten-cial de crescimento do Brasil para a pesca oceânica.

Defensor da captura sustentá-vel, ele é um dos principais incen-tivadores de projetos como o Isca-Viva, que busca alternativas para a captura de sardinha destinada à pesca do atum em alto-mar. Conheça um pouco mais sobre o novo representante do setor pro-dutivo catarinense nesta entrevista exclusiva concedida à Revista do Sindipi.

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cello

Sok

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Revista do Sindipi - Quais as principais metas da nova diretoria?

Dario - Uma das metas que já definimos é que vamos focar nossos esforços para ampliar os estudos sobre as reservas pesqueiras. Que-remos saber efetivamente o que te-mos e em que volume nós podemos capturar. O setor quer colaborar nes-te sentido. O peixe é a matéria-prima que dá sustentabilidade ao setor e nada mais lógico do que nós parti-ciparmos do processo de pesqui-sa e saber até onde podemos ir no tocante aos recursos. Para buscar nossos objetivos sempre focamos no diálogo, como a maior ferramen-ta de conquista e democracia.

Revista do Sindipi - Durante muito tempo a indústria da pesca era despreocupada com a possibilidade de fim dos recursos pesqueiros. O que fez mudar o olhar do setor?

Dario - A pesca, como qualquer atividade extrativista onde você não tem a dimensão exata do que pode ou não fazer, acaba indo sempre adiante. A idéia que tínhamos é que o recurso existia em abundância. É lógico que, com o tempo, o volume de captura de algumas espécies co-meçou a declinar. Isso acendeu uma luz vermelha dentro do setor, onde o empresariado acabou percebendo que precisava fazer alguma coisa para que a atividade tivesse longevi-dade e sustentabilidade. Daí derivou esta consciência que temos que tra-balhar de forma ordenada.

Revista do Sindipi - O Projeto Isca-Viva é um exemplo disso ?

Dario - Sim, o Projeto Isca-Viva está indo muito bem, obrigado, e é um exemplo exato disso. Nós es-tamos buscando parceria e apoio junto aos órgãos que hoje regem as normativas do setor para que possa-mos caminhar unidos nestas ques-tões.

Revista do Sindipi - Hoje, sa-bemos que o Brasil não implemen-

ta toda a capacidade de esforço de captura na pesca oceânica. Os bar-cos estrangeiros estão aí batendo na porta. Qual a solução para o País desenvolver melhor a pesca oceâni-ca e impedir que barcos de fora cap-turem nosso peixe?

Dario - Primeiro de tudo, o que temos que fazer é não nos precipi-tarmos. Os recursos estão aí e são nossos por direito. É claro que va-mos explorá-los em seu devido tem-po. Está se criando pânico dentro do setor pesqueiro nacional para que a gente acelere o processo de exploração destes recursos. É óbvio que já deveríamos ter iniciado, mas

por exemplo, estão à nossa fren-te. Eles têm uma relação de longa data com a atividade pesqueira. Isso vem desde o tempo das gran-des navegações, sempre foram muito eficientes na exploração dos recursos do planeta. Foi muito im-portante o Brasil conquistar a pre-sidência do ICCAT para dar tempo ao País se reorganizar.

Revista do Sindipi - O que mudou na pesca desde a criação da Secretaria Especial de Aqüicul-tura e Pesca (Seap)? Ela tem aten-dido as expectativas do setor?

Dario - A Seap ainda é um

estamos num processo de mudan-ças de comportamento e postura. Já enxergamos onde está o horizon-te e o ponto onde queremos chegar. E para que cheguemos lá, precisa-mos caminhar gradativamente. Um processo que levou décadas para se instalar não pode se reverter da noite para o dia. Se o Brasil ficou um pouco atrasado em relação ao de-senvolvimento pesqueiro no tocan-te à tecnologia, isso não quer dizer que nós tenhamos que abrir mão destes recursos em favor de países que alcançaram isso muito antes. Temos muito potencial, destacando a perseverança dos industriais da pesca e dos armadores brasileiros que acreditam e trabalham de forma comprometida no nosso país. É lógi-co que países europeus e asiáticos,

O peixe é a matéria-prima que dá sus-

tentabilidade ao setor e nada mais lógico

do que nós participarmos do processo

de pesquisa e saber até onde podemos

ir no tocante aos recursos.

órgão novo dentro do governo e, como tal, ela ainda precisa criar uma “musculatura” maior, fortale-cer-se como secretaria e depois possivelmente transformar-se em ministério. Inicialmente, eu diria que vem cumprindo o seu papel. Ela também precisa que o setor a respalde para que vá ganhando força e espaço dentro do corpo ministerial. E para que amanhã ela possa ter um orçamento compa-tível com as necessidades que o setor pesqueiro tem atualmente. Os integrantes da Secretaria não estão medindo esforços no sen-tido de ampliar estas fronteiras, mas nós entendemos que existem limitações de ordem financeira e estrutural. De uma forma geral, es-tão indo no caminho certo. O setor

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quer trabalhar justamente nesta condição, para que a pesca tenha seu órgão representativo próprio e que não estejamos vinculados a outros órgãos ou ministérios como era em outras épocas. Às vezes, eu escuto o discurso de “que nas outras épocas era melhor, na épo-ca da Sudepe”. Mas os tempos também eram outros, havia mais recursos disponíveis. O Brasil so-freu uma mudança muito grande e nós sabemos que, dentro desta mudança, não dá para contemplar todos ao mesmo tempo. E por ser um órgão novo, a Seap também não tem os mesmos privilégios de um ministério, onde já existe um foco e uma estrutura.

mais a reestruturação da frota pes-queira para que a gente possa, num período mais curto, explorar a pesca oceânica. É preciso tirar alguns en-traves dos processos de liberação destes recursos, garantindo uma maior agilidade.

Revista do Sindipi - A idéia é discutir a fórmula?

Dario - Sim, precisamos discutir a fórmula junto com o governo para sua agilização.

Revista do Sindipi - Desde 2002, o setor conseguiu fechar o ca-nal do Rio Itajaí-Açu, em Itajaí (SC), para reivindicar uma série de pedi-dos ao governo federal e estadual, a

mia nacional, a baixa do dólar fez despencar as exportações. Mas as importações aumentaram?

Dario - Com toda certeza. Este é um motivo de muita discussão no Sindipi. Em se tratando de Bra-sil, qualquer um pode importar. Mas quando nos deparamos com uma situação cambial como a que nós vivenciamos, o resultado é um pa-norama totalmente desfavorável para o setor, prejudicando a produ-ção industrial e conseqüentemente a geração de empregos. No Brasil a facilidade é grande para quem quer importar. É uma concorrência des-leal com as indústrias pesqueiras, já que os custos do importador são menores.

Revista do Sindipi - Mas as grandes indústrias pesqueiras tam-bém estão importando para manter os estoques, não?

Dario - Algumas empresas da região importam, mas não todas. A Gomes da Costa, a Femepe e a Pepsico, que são as nossas enla-tadoras, estão importando sardinha para suprir as suas necessidades diárias. Hoje, os estoques que eles têm não contemplam isso. Este tipo de importação é considerado ne-cessário e benéfico. O que não é be-néfico são as importações de itens que as nossas indústrias produzem e que fazem uma concorrência dire-ta dentro do mercado consumidor através de distribuidoras e terceiros. Enfim, qualquer empresa de outro segmento, como por exemplo no período da Semana Santa importa pescado. E é aí que sofremos con-corrência desleal.

Revista do Sindipi - Historica-mente, o setor sempre se ressentiu da falta de incentivos e programas governamentais específicos para a atividade. Esta realidade mudou?

Dario - Mudou um pouco. Ainda não estamos atendidos plenamente neste aspecto. Os governos têm nos contemplado com alguns benefícios,

exemplo do subsídio ao óleo diesel marítimo. Hoje, as principais reivin-dicações estão atendidas?

Dario - A maioria, ainda é preci-so colocar em dia o repasse destes recursos conforme previsto em lei. Cabe sempre salientar que estas manifestações sempre foram fei-tas de forma organizada e pacífica. Buscou-se tão somente aquilo que o setor necessita para a sua sobrevi-vência. Todas elas tiveram um único objetivo que é o de buscar dentro do governo as condições ideais para dar sustentabilidade ao setor.

Revista do Sindipi - Assim como em outros setores da econo-

A partir da aprovação da Lei da Pesca,

entendemos que as coisas passarão a

tomar outro rumo. O País tem que deso-

nerar o setor produtivo e, a partir disso,

criar uma maior competitividade .

Revista do Sindipi - Os pro-gramas de financiamento hoje existentes para a construção e aperfeiçoamento de barcos são eficientes?

Dario - Eles ainda são muito burocráticos. Há muitos pleitos para construção de embarcações oceânicas e o que constatamos é uma morosidade muito grande na liberação destes recursos.

Revista do Sindipi - É até um contra-senso o Brasil querer desenvolver este tipo de atividade e impor tantas regras rígidas para construir...

Dario - Isso atrasa cada vez

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no âmbito federal, e principalmente no estadual.

Revista do Sindipi - E o que ainda falta?

Dario - Um dos fatores que temos debatido bastante é a Lei da Pesca, que está tramitando no Congresso Nacional. Esta lei, que prevê a regulamentação da ativida-de, vai nos colocar numa situação semelhante a que outros segmen-tos da economia já obtiveram. Isso nos colocaria em pé de igualdade em vários aspectos, a exemplo da questão tributária. O projeto estava há vários anos engavetado e agora foi resgatado para fazer as devidas correções. A partir da aprovação da Lei da Pesca, entendemos que as coisas passarão a tomar outro rumo. O País tem que desonerar o setor produtivo e, a partir disso, criar uma maior competitividade. Um exemplo são os equipamentos importados. O governo precisa re-duzir estas alíquotas para determi-nados equipamentos de tecnologia de captura. São estes entraves que ainda emperram um crescimento mais rápido. Mas penso que esta-

Hobby: Futebol.

Livro de cabeceira: Cem anos de Solidão.

Filosofia de vida: Ajudar a construir um amanhã melhor.

Frase: A falta do conhecimento torna-se um campo fértil para a proliferação de vícios.

Família: Porto Seguro.

Gastronomia: Pratos a base de frutos do mar.

Pesca: Uma paixão.

Político: Ético e atuante.

Empresário: Com responsabilidade social.

Viagem dos sonhos: Todo lugar novo.

Música: Eclética.

Brasil: A Pátria que todos querem ter.

mos no caminho certo, o do reorde-namento e da discussão de ordem associativa.

Revista do Sindipi - Inicialmen-te, o setor enxergou com preocupa-ção o projeto de aprofundamento do canal do Rio Itajaí Açu acima do porto para nove metros, onde estão localizadas várias empresas de pes-ca. Como o setor enxerga este as-sunto no momento?

Dario - Antes de mais nada, quero colocar que somos totalmen-te favoráveis ao desenvolvimento. Que fique sempre muito claro isso. Mas nós não podemos compro-meter o nosso futuro e incorrer em erros que num período muito breve estarão batendo na nossa porta. Nós somos favoráveis a dragagem e a que outros setores da econo-mia local se desenvolvam, mas não criem entraves para o desenvolvi-mento do setor pesqueiro. Nós te-mos um ponto em comum que é o rio, onde navegam as embarcações mercantes e as pesqueiras. Temos que ordenar o tráfego marítimo e observar o impacto que esta dra-gagem vai causar. Eu tenho falado

isso em reuniões e especialmen-te para os representantes da as-sociação dos terminais privados que desenvolveu o projeto. Num primeiro momento, tudo pode parecer alegria e empolgação, mas nunca fica descartada a possibilidade de qualquer um entrar com uma ação pública de embargo destas obras. Eles pre-cisam se atentar a isso. Quando se faz um projeto desta magnitu-de, é necessário analisar todos os pontos. O que isso vai causar nas cidades próximas, especial-mente em Navegantes? O que isso vai causar de impacto para a pesca artesanal? O que isso vai causar para a navegação? O que vai causar para a própria população? O desenvolvimento por si só não se justifica. Temos que analisar sob todos os aspec-tos. Como estaremos daqui a 20 anos? Temos que trabalhar estas questões com toda a sociedade organizada. As discussões são válidas e necessárias para que nós possamos chegar a um mo-delo ideal.

JOGO RÁPIDO

Texto: Luciana Zonta

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Entidade

Conversas sobre embar-cações, defeso da sardi-nha e safras da espécie são assuntos tão co-muns quanto a educa-

ção dos filhos ou os afazeres da casa. A relação com o mar e com a pesca da sardinha no Litoral Sul e Sudeste do Brasil identifica de imediato Maria Madalena Carbaldo Martinez Feller, 45 anos. Na atividade desde a ado-lescência, ela acaba de fazer história junto ao setor: é a primeira mulher a fazer parte da diretoria do Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi).

Madalena – que é uma das de-legadas da nova formação adminis-trativa do sindicato – está à frente da empresa José Vasques Martinez, de captura de pescados. Formada em Administração de Empresas pela Uni-vali, a armadora detém com a mãe e mais cinco irmãos as traineiras José Antônio V e José Antônio VII, embar-cações que abastecem empresas como a GDC Alimentos e atravessa-dores que vendem para o mercado público municipal.

Na atividade desde os 14 anos - quando foi ajudar o pai pescador José Vasquez Martinez na administra-ção dos barcos de pesca – Madalena sempre foi bem atuante junto ao sin-dicato. Há 20 anos, quando começou a participar de reuniões do Sindipi, era a única mulher do grupo. “Meu pai, que era muito quieto, me levava junto porque sabia que eu gostava de falar e participar das discussões”, lembra.

Na empresa, ela gerencia uma

Voz feminina na pescaMadalena Martinez Feller faz história no setor ao ser a primei-ra mulher a fazer parte da diretoria do Sindipi, como uma das delegadas da nova formação administrativa da entidade.

estrutura de três funcionários – todos homens – e mais um grupo de 32 pescadores, 16 por embarcação. “A melhor coisa de trabalhar com a pes-ca é quando a gente consegue con-tabilizar um bom volume pescado de-pois do escuro e faz uma boa partilha dos lucros entre todos”, comenta. Em casa e no trabalho, ela tem a ajuda do marido, encarregado dos barcos.

A ligação com a pesca chega a ser herança de família. Filho de espa-nhóis, José Vasques Martinez já era pescador na Espanha. O avô de Ma-dalena também. A inserção na pesca foi um processo natural desde a in-fância, quando ela e os irmãos já ab-sorviam a atividade como a fonte de renda de toda a família. A empresa, que já teve sete traineiras e 11 cami-

nhões na década de 1980, hoje atua com duas embarcações. “O inves-timento de manutenção dos barcos tem sido muito grande”, observa.

As histórias contadas pelo pai, que saía para pescar em alto mar com seus próprios barcos, ainda mantém José Vasques Martinez vivo na memória da família. Para Madale-na, os relatos de golfinhos que acom-panhavam a embarcação a caminho do peixe e as temíveis tempestades são algumas das lembranças mais fortes das histórias de pescaria que o pai contava.

João Souza

Texto: Luciana Zonta

Madalena Feller durante a diplomação da diretoria em janeiro no SINDIPI

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Paulo Mundt, sup. do INMETRO de SC, Dario Vitali, pres. do Sindipi e Luzaldo Pscheidt entre os representantes da indústria pesqueira.

O Sindipi através dos repre-sentantes das indústrias pesqueiras está realizan-do uma série de reuniões para discutir o tema: “Pa-

drão de rotulagem em pescado con-gelado”. A iniciativa do setor busca o aprimoramento nas informações, com orientações ao consumidor. A proposta do setor é apresentar na embalagem do produto o peso líquido (quantidade do peso efetivo do produto dentro da embalagem) e do peso desglaciado (quantidade do peso efetivo do produ-to sem o líquido de glaciamento). Além de esclarecer ao consumidor termos técnicos, como glaciamento, processo industrial que visa envolver o produto com uma camada de gelo, com o objeti-vo de evitar a desidratação e a oxidação no decorrer da estocagem congelada. A proposta também inclui a orientação padronizada nas embalagens quanto a forma de descongelamento do produto.

O Presidente do Sindipi, Dario Luiz Vitali, o Deputado FederalOdacir Zonta e o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

Em Brasília, associados do Sindipi, engenheiros e autoridades no Ministério da Agricultura

Diálogo: setor produtivo em busca da padronização A iniciativa das indústrias pesqueiras é aprimorar as orientações ao consumidor, inclusive o modo de descongelar o produto, com informações no rótulo do pescado congelado.

Fotos:divulgação

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Entidade

As Câmaras Setoriais do Sindipi foram criadas para oferecer apoio técnico das atividades desenvolvidas e praticadas no setor de

cada categoria econômica repre-sentada. Nos encontros, são apre-sentadas sugestões, propostas e orientação técnica à Diretoria Exe-cutiva. O objetivo é tornar mais efi-caz as atividades econômicas. Na avaliação do Presidente do Sindipi, Dario Vitali, a iniciativa das câmaras setoriais criadas na gestão passa-da é sinônimo de democratização e conseqüentemente o crescimento do setor produtivo.

Câmara Setorial do Arrasto e Camarão Sete Barbas

Com a visão no futuro da pesca, acreditando na importância da pesqui-sa, o Sindipi celebra o primeiro convênio em

2008 com a Univali, Universidade do Vale do Itajaí. O termo de cooperação dará respaldo para o convênio assi-nado no ano passado entre a Seap/PR e Univali que tem como objetivo monitorar a pesca costeira industrial das frotas de arrasto, emalhe e trai-neira. Segundo o professor Roberto Wahrlich, da Univali, a parceria com o Sindipi será primordial para gerar dados para pesquisa e avaliação das espécies capturadas(coleta de

Acordotécnico Sindipi eUnivaliA primeira reunião na sede própria do

Sindipi foi realizada no início do ano com a participação de diversos armadores.A proposta é realizar encontros periódicos com todas as modalidades.

Em cima: reunião das Câmaras Setoriais do Arrasto e Camarão Sete Barbas.

Em baixo, registramos a participação das mulheres na pesca, as armadoras Aureci Marques dos Santos, Rosania Cardoso Flores e Benta Noêmia Francisco.

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O presidente do Sindicato da Indústria da Pesca de Itajaí (Sindipi), Dario Vita-li, empresários e o secre-tário de Pesca Manoel

Xavier de Maria, estiveram reunidos com o prefeito Volnei Morastoni, no dia 20 de fevereiro pela manhã. Eles vieram pedir o apoio do prefeito para celebrar um convênio entre Município, Sindicato e Ministério da Agricultura. Através desse convênio seria possível a Prefeitura ou o próprio sindicato con-tratar agentes fiscais para emissão de certificados.

Já existe um convênio semelhante onde a Prefeitura de Itajaí, disponibili-za para as empresas de pesca, dois médicos veterinários que já auxiliam na emissão de certificados do Minis-

tério da Agricultura. O Ministério não consegue atender a demanda e esses profissionais são necessários para agilizar a liberação do pescado. O peixe só pode ser despachado com o certificado de liberação do Ministério da Agricultura.

A proposta do Sindipi é que a Pre-feitura firme um convênio com o Minis-tério e Sindicato para contratar quatro profissionais. “Vale lembrar que esta-mos falando de empresas que geram mais de quatro mil empregos no mu-nicípio”, destaca Vitali.

O prefeito entendeu perfeitamente a importância do pleito e vai se reu-nir com as equipes do jurídico e de convênios para ver a possibilidade de atender ao pedido do Sindicato.

Texto: Valdelice Siqueira

Presidente do Sindipi se reúne com prefeito de Itajaí

Representantes parlamentar da pesca no Gabineti do Prefeito Volnei Morastoni

Parceria facilitará o intercâmbio téc-nico e científico, o desenvolvimento de pesquisas, projetos, cursos, levantamen-tos e consultorias, na área de utiliza-ção e conservação de recursos pes-queiros.

dados no desembarque e a bordo), a fauna acompanhante, as condi-ções de conservação a bordo do produto e outro ítens. “Vamos trocar experiências, aprender juntos e divi-dir as informações”, relata o profes-sor Wahrlich.

De acordo com o Presidente do Sindipi, Dario Luiz Vitali, a estatística pesqueira é fundamental para o or-denamento do setor, segundo Vitali, o termo de cooperação terá valida-de por dois anos.

Entidade apresenta proposta de convênio com a Prefeitura com objetivo de colaborar com os serviços de emissão de certificado obrigatórios nas indústrias.

João Souza

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De acordo com o Sincona-vin, Sindicato das Indús-trias da Construção Naval de Itajaí e Navegantes, a pesca costeira industrial

em Santa Catarina é feita através de uma frota de embarcações, com com-primentos entre 13 a 37 metros, com tempo de uso médio de 15 anos. A grande maioria das embarcações de madeira medem de 13 a 28 metros.

Estas embarcações de madeiras, motivadas pelo seu tempo de uso adi-cionado com a falta de uma manuten-ção periódica efetiva, na sua grande

maioria, não oferecem as condições de garantia, um padrão exigido para manutenção de uma rentabilidade e

segurança dos tripu-lantes no mar.

Embora a Marinha de Guerra do Brasil exija periodicamen-te uma manutenção, esta é feita com tra-tamentos tipo meia sola, que visualmen-te atende e a disfar-ça para a vistoria a ser efetuada pelo pe-

Serviços e reparos de embarcações de madeirasA manutenção das embarcações de pesca de madeira é necessária para a garantia da produtividade, porém a falta de recursos em caixa dificulta este reparo anualmente.

rito solicitado pela Marinha. Esta ma-nutenção (tipo meia sola) ocorre não por falta de orientação dos estaleiros e/ou sensibilização dos armadores e embarcados. Eles estão conscientes dos danos que isto causa à seguran-ça e rentabilidade da embarcação,

mas por falta real de recursos e a necessidade que têm de conti-nuar um processo de renda para atender as demandas de sobre-vivência. Isto os obriga a poster-gar para a próxima docagem, a reforma correta e assim se verifica uma prorroga-ção continua.

O aumento constante do percentual dos cus-

Embarcações

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tos operacionais das embarcações de madeira; motores com o tempo de manutenção vencidos, gerando pouco desempenho, cascos com infiltrações, equipamentos deteriorados (porões térmicos, guinchos etc.), promovem frustrações de viagens (retornos ante-cipados, por avarias, para manutenção do pescado) e gastos excessivos de óleos e combustíveis (desperdícios) além das perdas de ranchos e iscas.

Queda da rentabilidade da pesca industrial

A queda sistemática da rentabi-lidade da pesca industrial originária das embarcações de madeiras em nossa região vem ocorrendo com maior intensidade do que a da queda da piscosidade em nossa costa. Este é o resultado das depredações ocor-ridas pelas postergações contínuas das manutenções efetivas destas embarcações. Pressionados pela di-minuição da piscosidade os levam a promover suas pescas em águas mais profundas, indo até 60 milhas da costa e

isto é altamente conflitante com as condições atuais de suas embarca-ções, gerando um risco muito alto para tripulação.

Falta de apoioA rede bancária evita créditos em

médio prazo para estes tipos de ar-madores: na maioria são pessoas físi-cas; histórico de credibilidade promo-vido ocorridas no século passado e/ou pela baixa rentabilidade atuais de suas pescarias; a crença da não existência de seguros para este tipo de embarca-ção (temos conhecimento de indeniza-ções pagas pela seguradora do Bra-desco para barcos de madeiras). Se existe um risco de vida de tripulantes, se não for tomadas providências, res-tam duas opções: acionar um meca-nismo político para gerar um financia-mento para estas reformas com juros equivalentes aos agrícolas, assistido

da criação de um fundo de aval para as-segurar à rede bancária sua aplicação ou de seus tripu-lantes.

Valores médios de manutenção

O Sinconavin solicitou um levanta-mento de um valor médio de um re-paro de uma embarcação de madeira de 24 metros, em boas condições de conservação, necessitando apenas de manutenção anual, seria basicamente a docagem, lixação do casco, calafe-tação, pintura geral, revisão de hélice e eixo propulsor, revisão mecânica do motor principal e auxiliar e reversor, revisão da linha hidráulica de leme, manutenção de guincho de pesca e acessórios de pesca (roldanas, mani-lhas, cabo de aço etc.), manutenção elétrica e eletrônica, e mais materiais de pesca e de navegação. Este custo ficaria em torno de R$ 200.000,00 (du-zentos mil reais).

Mas sabemos que a maioria das nossas embarcações está precisando de uma manutenção maior, devido a sua falta de manutenção anual duran-te vários anos consecutivos. Assim, é necessária a troca de madeiras do costado, convés, borda falsa e outras partes da embarcação, madeiras es-tas que estão seriamente comprome-tidas e que coloca em risco a vida dos tripulantes destas embarcações, bem como a troca de guinchos mais mo-dernos e mais seguros, e para fazer isso, seu custo de manutenção é mui-to elevado, chegando a média de um custo de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), valores estes que o armador muitas vezes não dispõe, e acabam deixando de fazer a manutenção.

Acreditamos que a viabilidade des-tes, através de créditos, as respostas seriam imediatas, demonstrando em curto prazo, um aumento da rentabili-dade das mesmas. Isto que assegura-rá ao armador de pesca, condições de pagar suas prestações mensais e com uma carência de três meses, após a saída do estaleiro (acerto de contas atrasadas), garantir as manutenções preventivas recomendadas pela Mari-nha, de uma maneira eficaz ,capaz de promover a segurança e rentabilidade necessária para a remuneração justa de seus tripulantes.

Texto: Paulo Dutra Presidente do Sinconavin

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16 Revista SINDIPI

Pesquisa

Pesquisadores produzem isca-viva em laboratórioProjeto Isca-Viva, que tem o apoio do Sindipi, prevê o crescimento e reprodução de sardinha em cativeiro. A nova estratégia prevê a adaptação, monitoramento e manejo de indivíduos juvenis e adultos.

A manutenção de um lote de sardinhas juvenis em laboratório e em tanque-rede promete dar um novo fôlego ao Projeto Isca-Viva.

Coordenado pelo Cepsul e Ibama, através de uma parceria com o Sindi-pi e uma série de outros apoiadores, o projeto avalia o desenvolvimento tecnológico do cultivo de sardinhas e manjubas para a produção de isca utilizada na captura de atum. A estru-tura laboratorial para realização dos experimentos é disponibilizada pelo CEMar/Univali.

A obtenção de um novo lote de peixes dá início à terceira etapa do projeto, iniciado em abril de 2005. Estrutura utilizada para produção de alimento vivo.

Fotos: divulgação

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Revista SINDIPI 17

Segundo o oceanógrafo Gil Reiser, profissional contratado pelo Sindipi, a nova estratégia prevê a adaptação, monitoramento e manejo de indivídu-os juvenis, além dos adultos já testa-dos, fazendo com que eles engordem e cresçam em cativeiro. “Aproveitamos a ocorrência de sardinhas verdadeiras jovens na Armação do Itapocoróy, no município de Penha, para capturar e realizar uma série de testes. Antes, capturávamos os adultos para induzí-los à reprodução em nossos tanques. Agora, vamos acostumar o peixe des-de cedo a viver em cativeiro.”, explica Gil.

A lógica do processo é fazer com que os peixes alcancem o tamanho e período reprodutivo, mesmo estando fora de seu habitat natural. O trabalho com sardinhas juvenis permite apro-fundar o conhecimento do processo de coleta, transporte, estocagem nas tinas, e manejo (alimentação e lim-peza) no cativeiro. O que, segundo o oceanógrafo, aprimora as técnicas de trabalho focado principalmente na re-dução da mortalidade provocada pelo manuseio.

Segundo o oceanógrafo, na natu-reza os peixes levariam cerca de um ano para atingir a primeira matura-ção. Em cativeiro, os pesquisadores do Projeto Isca-Viva acreditam que as sardinhas cresçam e se desenvolvam até a próxima temporada reprodutiva de verão. A coordenadora do projeto, Daniela Occhialini, explica que todo o processo de manutenção e manejo da sardinha tem sido um grande apren-dizado, já que o método de estudo é inédito. Atualmente, o orçamento anu- Estrutura utilizada para produção de alimento vivo.

Método para contagem de juvenis nos tanques de cultivo

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18 Revista SINDIPI

Inédito em nível internacional, o Projeto Isca-Viva envolve além da produção de sardinhas em laborató-rio, o desenvolvimento a bordo dos atuneiros do Protocolo da Isca-Viva. A proposta é aumentar a sobrevivên-cia das iscas nas tinas dos barcos, reduzindo o desperdício, custos e o tempo de atividade iscadora.

O desenvolvimento do protocolo da isca-viva surgiu durante um em-barque de Gil Reiser no atuneiro Vi-viane F. Nesta primeira experiência,

al para manutenção do projeto é de R$ 150 mil. Daniela acredita que no-vos investimentos devem ser obtidos ainda este ano, visando a estruturação de um parque aquícola em ambiente marinho.

O acordo firmado entre o Sindipi e o Cepsul, em 2007, previu a con-tratação de dois oceanógrafos para o Isca-Viva. Além de Gil, que atua no Laboratório de Psicultura Marinha da Univali, em Penha, o sindicato também mantém a consultora técnica Fabíola Schneider, responsável pela logística e estruturação do banco de dados.

foram monitorados diversos ítens divi-didos entre infra-estrutura e métodos de trabalho. Segundo o oceanógrafo, esses procedimentos influenciam di-reta ou indiretamente na sobrevivência das iscas nas tinas.

O desenvolvimento desta ação permitirá esclarecer como estes itens utilizados desde a captura da isca até o momento da pesca dos atuns efetivamente refletem na sobrevivên-cia dos peixes nas tinas. Da mesma forma, o protocolo visa identificar e

Projeto pioneiro

Povoamento do laboratório com sardinha-juvenil

Tanques utilizados para manutenção dos peixes vivos no Laboratório de Piscicultura Marinha – LPM do CEMar/UNIVALI

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Revista SINDIPI 19

SindipiCepsulIbamaUniversidade do Vale do Itajaí (Univali)Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj)Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Pesca de SC (Sitrapesca)Sindicato das Indústrias de Pesca de Florianópolis (Sindifloripa)EngepescaCaptura e Comércio de Pescados Cabral LtdaPescados ChicoVerde Vale IVFemepeBernauer Aqüicultura Ltda

caracterizar os métodos de trabalho que resultam em taxas elevadas de sobrevivência das iscas nas tinas das embarcações.

Já a criação e reprodução dos ju-venis em cativeiros podem gerar, mais tarde, uma opção de investimento dentro do próprio setor pesqueiro. “Podemos ter, quem sabe, empresá-rios que invistam exclusivamente na produção e engorda de iscas-vivas para a pesca do atum”, exemplifica Gil. A idéia principal é agilizar o aces-so dos atuneiros à isca-viva, através da produção em laboratório. Neste caso, ao invés dos barcos captura-rem isca nas baias e enseadas para

depois zarparem para alto-mar, o processo ficaria bem mais simples. Reservatórios de iscas-vivas pode-riam abastecer atuneiros antes da partida, mais ou menos como se faz com combustível do barco.

Além de reduzir o tempo da pescaria de atuns, o desenvolvi-mento do cultivo de isca-viva pode-rá fortalecer a cadeia produtiva dos pescados enlatados. Por um lado otimizando a logística da captura de atuns, hoje limitada pela escas-sez de isca-viva; por outro, favore-cendo a recuperação dos estoques naturais de sardinhas através da redução do uso deste recurso.

Parceiros do Projeto Isca-Viva

Coleta de sardinha juvenil no ambiente natural.

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20 Revista SINDIPI

“Segundo a FAO, o pescado é a fonte protéica de origem animal mais consu-mida no mundo (en-

tre 15 e 20 Kg per capta), mas o Brasil, avançando na contramão, apresenta um baixo consumo de pescado (6 Kg per capta)”. Esta e outras afirmações são feitas pelo pesquisador Carlos Prentice, coordenador do Programa de Pesquisas em Processamento de Produtos Marinhos e chefe do Labo-ratório de Tecnologia de Alimentos da FURG, situada na cidade do Rio Grande, um pólo pesqueiro do sul do Brasil. Para tentar reverter este caso, uma das alternativas mostradas pelo

Concentrar proteínas para aumentar o consumo de pescadoEsta técnica origina géis com características diferentes. Segundo o pesquisador Carlos Prentice existem trabalhos fora do Brasil que estudam as possibilidades desta tecnologia a partir de diferentes pescados.

grupo, seria a oferta de produtos protéicos à base de pescado de baixo valor comercial, utilizando tecnologias diferenciadas, como a concentração das pro-teínas para obtenção de isolados protéicos.

O pescado é con-sumido principalmente como fonte de proteína, sendo o músculo com-posto de proteínas de elevado valor nutritivo por conter alta porção de aminoácidos essenciais, particular-mente aqueles que são limitantes em

proteínas de origem vegetal. Segundo William Cortez, aluno do mestrado em

Pesquisa

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Revista SINDIPI 21

Engenharia e Ciência de Alimentos da FURG, uma saída tecnológica utilizada com relativo sucesso para evitar estes contratempos é a ob-tenção de concentrados protéicos de pescado como o surimi, mas o rendimento deste processo é baixo devido a que envolve muitas etapas de lavagem. “A obtenção de surimi não tem sido bem sucedida usan-do matérias-primas não tradicio-nais, em parte devido à abundân-cia de lipídios oxidativos instáveis e muitos pró-oxidantes o que resulta em problemas de cor e oxidação”, diz William.

A equipe liderada por Carlos Prentice e Myriam Salas, conta ain-da com Gustavo Fonseca, e um grupo de mais de 20 alunos de doutorado, mestrado e iniciação científica, pesquisando produtos como os isolados protéicos, a partir da solubilização e precipitação da proteína, uma nova alternativa para concentrar proteínas de pescado, diminuindo a quantidade de lipídios e de cinzas. Um atributo indiscutível desses processos é que a fração

das proteínas sarcoplasmáticas da carne é retida junto com a miofibri-lar. Antes se acreditava que essas proteínas interferiam com a gelei-ficação da fração miofibrilar domi-nante, mas vários estudos indicam que elas poderiam melhorar a for-ça do gel produzido. O incremento no rendimento é também uma van-tagem muito importante devido a que a matéria-prima pode ser me-lhorada com responsabilidade.

Esta nova forma de concentra-ção das proteínas do pescado ori-gina géis com características dife-rentes. Segundo Carlos, “existem trabalhos fora do Brasil que es-tudam as possibilidades desta tecnologia a partir de diferentes pescados, onde se estuda a influência de deter-minadas substâncias num surimi alterna-tivo, elaborado por precipitação isoelé-trica e sua influência sobre a geleificação, e poderia se avaliar sua aptidão tecnológica para

rentes. Segundo Carlos, “existem trabalhos fora do Brasil que es-tudam as possibilidades desta tecnologia a partir de diferentes pescados, onde se estuda a influência de deter-minadas substâncias

e poderia se avaliar sua aptidão tecnológica para

ser empregado como substituto de gordura na elaboração de derivados cárneos hipo-calóricos, incorporado em diferentes pro-porções em produtos cárneos tradicionais como salsicha, mortadela e presunto”.

Foto: (da esquerda para a direita) professor Carlos Prentice, com William

Cortez e Gustavo Fonseca

Colaboração: Carlos PrenticeProfessor de Tecnologia de Carnes e Pescado

Lab. de Tecnologia de Alimentos, Dep. QuímicaFURG – Fund. Universidade Federal do Rio Grande

http://www.furg.br/projeto/promar

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22 Revista SINDIPI

Após mais de dois anos, constata-se que a legis-lação exis-

tente da pesca do polvo não permitiu estabelecer uma pescaria regulamen-tada e controlada no sul do Brasil. Diante deste panorama, a entidade sindical teme que esta situação pos-

sa trazer prejuí-

z o s p a r a o desen-volvimento de uma pesca altamente seleti-va, de alto valor comercial.

Segundo o oceanógrafo Marco Aurélio Bailon, a pesca do polvo é uma das melhores alternativas para se reduzir a pressão sobre outros re-cursos já sobreexplotados.

Como ação imediata, o Sindipi soli-citou a abertura de um novo processo

Sindipi quer regularizar a pesca do polvoA entidade apresenta argumentos aos órgãos competentes para acelerar o processo de permissionamento específico para a pesca de polvo com potes na região sul do Brasil.

de permissionamento específico para a pesca de polvo com potes, permi-tindo o ingresso de embarcações que operam de forma exclusiva na Região Sul do Brasil. O Sindicato encaminhou um ofício em fevereiro à Seap/PR, Se-cretaria de Aqüicultura e Pesca sobre o assunto.

De acordo com o Presidente do Sindipi, Dario

destas normas. Estas distorções de-vem ser corrigidas de forma urgente, evitando assim prejuízos ao desenvol-vimento sustentável da atividade pes-queira”, alerta.

A importância da pescaria de polvo

O início da pescaria de polvo com potes ocorreu no ano 2003. Os pri-meiros desembarques realizados em Itajaí/SC despertaram, no meio em-presarial, uma grande expectativa em relação a esta nova forma de capturar polvos, que surgiu como alternativa à pesca tradicional realizada com redes de arrasto em que o polvo era captura-do como fauna acompanhante. Esta

inovação possibilitou a abertura de novos mercados, sobretudo

na Comunidade Européia, em função da alta qualidade do

produto oriundo da pesca com potes.

Diante deste novo nicho de mercado,

diversas embar-cações que es-

tavam operando em outras moda-

lidades de pesca foram adaptadas para a pesca com potes. O desenvolvimento de uma nova pescaria desencadeou efeitos ainda em outros segmentos da ca-deia produtiva, tais como a confec-ção de apetrechos de pesca e pro-dução de embalagens adequadas para exportação.

Luiz Vita-li, a revisão das normas na fase inicial de uma pescaria, como é o caso da pesca de polvo, deve ser considerada de gran-de prioridade. “A rápida evolução do mercado e das estratégias de pesca gera distorções na proposta original

Diante deste panorama, a entidade sindical teme que esta situação pos-

sa trazer prejuí-

z o s p a r a o desen-volvimento de uma pesca altamente seleti-va, de alto valor comercial.

Segundo o oceanógrafo Marco

De acordo com o Presidente do Sindipi, Dario

pescaria de polvo O início da pescaria de polvo com

potes ocorreu no ano 2003. Os pri-meiros desembarques realizados em Itajaí/SC despertaram, no meio em-presarial, uma grande expectativa em relação a esta nova forma de capturar polvos, que surgiu como alternativa à pesca tradicional realizada com redes de arrasto em que o polvo era captura-do como fauna acompanhante. Esta

inovação possibilitou a abertura de novos mercados, sobretudo

na Comunidade Européia, em função da alta qualidade do

produto oriundo da pesca com potes.

foram adaptadas para a pesca com potes. O desenvolvimento de uma

Luiz Vita-li, a revisão das

Legislação

Marcello Sokal

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Revista SINDIPI 23

Em fevereiro de 2004, alguns arma-dores de Santa Catarina solicitaram ao escritório estadual da SEAP/SC, a in-clusão, em suas permissões de pesca, da modalidade de armadilhas para a pesca de polvo. Desta forma, estes ar-madores buscam regularizar a situação das embarcações que haviam sido di-recionadas para a pesca de polvo com potes, sendo pioneiras neste novo tipo de pesca.

Em abril de 2005 foi publicada a IN 03/2005, que estabeleceu critérios e procedimentos para o ordenamento da pesca de polvo, com a limitação da frota em 25 barcos. Enquanto que a IN 03/2005 entrava em vigor, os armado-res que haviam solicitado a alteração das permissões de pesca continuavam aguardando o atendimento de seus pleitos por parte da SEAP/PR.

Para surpresa deste grupo de arma-dores catarinenses, suas embarcações não estavam na lista de contemplados com permissões para a pesca de polvo com potes. Nesta lista havia 19 embar-

A busca pela regulamentação cações do Estado de São Paulo, duas do Rio de Janeiro e apenas uma de Santa Catarina. Dentre as 22 embarca-ções permissionadas para a pesca de polvo para potes, é bastante conheci-do o fato de que quase a metade desta frota não está efetivamente operando na pescaria. Outra questão é que o li-mite de 25 embarcações não foi atingi-do no processo de permissionamento, tanto que a própria SEAP disponibilizou três licenças de construção de embar-cações para esta pescaria, no âmbito do Profrota.

Outro aspecto a ser considerado é que as embarcações com permis-são de pesca para polvo, quase todas sediadas no porto de Santos, concen-tram suas operações ao largo do lito-ral de São Paulo. Fatores como a au-tonomia limitada das embarcações, a proximidade do mercado consumidor e a disponibilidade do recurso naquela região, são vantagens suficientes que as embarcações paulistas não tenham interesse em operar na Região Sul. Em

conseqüência de uma sucessão de fatos, foram criados problemas para o monitoramento biológico da pescaria, devido ao vazio de informações dos fundos de pesca do extremo sul da ZEE brasileira.

De acordo com Instrução Normativa 03/2005, as permissões de pesca de polvo com potes têm validade de dois anos. Ao se findar este prazo, o setor pesqueiro de SC defende a revisão dos critérios para uma nova concessão das permissões. Na definição destes crité-rios, o Sindipi solicita que seja prioriza-da a legalização da frota que opera na costa sul do Brasil, o que não acarre-taria qualquer prejuízo aos fundos de pesca no sudeste do Brasil, permitindo o acesso dos armadores aos incenti-vos do governo para a modernização da frota através do Profrota. Em contra-partida, permitiria melhores condições para o monitoramento das operações de pesca na Região Sul, garantindo as-sim a exploração sustentável do polvo na região.

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24 Revista SINDIPI

Representantes do setor produtivo industrial do Sul e Sudeste pretendem apresentar à Secretaria Especial de Aqüicultura

e Pesca (Seap) uma contraproposta unificada de permissionamento das embarcações. A estratégia só será possível porque o prazo para consulta pública, que encerraria no dia 29 de fevereiro, foi prorrogado até o 14 de abril.

O debate em torno da portaria 255/2007 apresentada pela Seap teve início em dezembro de 2007, durante uma reunião com o setor industrial de Itajaí. O docu-mento prevê novas regras para permis-s ionamento das embarca-ções para

os diferentes tipos de pesca ao lon-go do Litoral brasileiro. Para a Seap, o novo modelo padroniza os proces-sos de concessão das permissões de pesca marinha, com o objetivo de unificar os procedimentos, de acordo com a legislação ambiental e com as características de cada região.

Na permissão, devem estar ne-cessariamente discriminados as es-pécies-alvo, os métodos e petrechos a serem empregados na captura e a

área de operação da embarcação. Segundo o vice-presidente

do Sindicato da Indústria da Pesca (Sindipi), Giovani

Genásio Monteiro, sindi-

catos do setor produtivo do Rio Gran-de do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro debaterão em conjunto uma proposta única a ser apresenta-da para a Seap em março.

Entre os questionamentos sobre a nova proposta do governo está o limi-te de profundidade imposto a pratica-mente todas as espécies capturadas com rede de arrasto no Sul e Sudeste do Brasil. No caso do camarão rosa, por exemplo, a profundidade estabele-cida é de entre 40 e 100 metros. “Mas, dependendo da época do ano, a es-pécie aparece a apenas 30 metros. Queremos os mesmos parâmetros do Norte/Nordeste, que não recebeu limi-tes de pescaria. Afinal, o objetivo é uni-ficar os parâmetros”, aponta Giovani.

Legislação

Setor propõe mudanças ao permissionamento de barcosSindicatos do Sul e Sudeste querem fazer contraproposta unificada às novas regras para registro das embarcações. A idéia é debater o assunto em Brasília até o final de março.

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Revista SINDIPI 25

Já para a modalidade de cerco, utilizada para a captura de sardinha e sardinha lage, a idéia é propor que as espécies listadas como pesca alterna-tiva (anchova, tainha e bonito) sejam migrados para a categoria de pesca principal. O Sindipi também quer pro-por uma série de medidas que, se-gundo o vice-presidente da entidade,

Principais reivindicações do Sindipi Rever limite de profundidade imposto a praticamente todas as espécies capturadas com rede de arrasto no Sul e Sudes-te do Brasil. A idéia é se igualar aos parâmetros do Nordeste, que não recebeu limites de pescaria

Para a modalidade de cerco, utilizada para a captura de sardinha e sardinha lage, a idéia é propor que as espécies lista-das como pesca alternativa (anchova, tainha e bonito) sejam migrados para a categoria de pesca principal

Limite mínimo de 3 milhas para a captura de qualquer espécie de pesca na frota industrial

Defeso de três meses (março a maio) para todas as espécies capturadas na pesca de arrasto

Defeso de dois meses (dezembro e janeiro) para as espécies capturadas pela pesca de emalhe

Segundo o sub-secretário de Desenvol-vimento de Aqüicultura e Pesca da Seap, Karim Bacha, a prorrogação dos prazos de consulta pública irá facilitar os debates en-tre as várias regiões do país. “A idéia é jus-tamente harmonizar um sistema de gestão único no país”, enfatiza. Ele explica que o governo está aguardando as propostas para debater tecnicamente cada uma delas.

Karim antecipa, no entanto, que a dife-renciação entre limites de profundidade en-tre o Sul/Sudeste e Norte/Nordeste ocorre pelos diferentes tipos de espécie existentes em cada região. “O priramutaba, por exem-plo, ocorre próximo a desembocaduras de rios no Norte. Não há como comparar”, diz. Os defesos, segundo ele, também precisam ser instituídos de acordo com cada espécie. “Eles têm período de reprodução em épocas diferentes. Cada caso é um caso”, pontua.

visam a conservação de várias espé-cies capturadas ao longo do nosso litoral.

A primeira das sugestões é im-por limite mínimo de 3 milhas para a captura de qualquer espécie de pesca na frota industrial. “Antes dis-so, temos muita área de procriação que precisa ser preservada”, opina.

Sugestões de dois tipos de defeso deverão ser incluídos na mesma lis-ta. O primeiro deles é para todas as espécies capturadas na pesca de ar-rasto. Neste caso, o setor sugere pa-ralisação geral entre março e maio. Para o caso da pesca de emalhe, a proposta é de defeso entre dezem-bro e janeiro.

Debate em Brasília

Texto: Luciana Zonta

Entenda maisToda embarcação pesqueira que captura espécies controladas (como sardinha, corvina, camarão-rosa e camarão sete-barbas) precisa ter uma permissão de pesca que a autoriza a pescar. A permissão de pesca, concedida pela SEAP, define a espécie que poderá ser capturada, a modalidade de pesca empregada (espinhel, emalhe, linha etc.) e a área de operação do barco. Santa Catarina – que é o maior produtor de pescado do país – tem cerca de 700 embarcações pesquei-ras industriais e 5 mil artesanais em atuação.

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26 Revista SINDIPI26 Revista SINDIPI

Meio Ambiente

A equipe da Revista entrou em contato com o entre-vistador José Henrique para saber da pesqui-sa realizada através de

questionários ao setor (como o que segue). Ele declarou que a pesquisa está em andamento e os resultados poderão ser avaliados só a partir do segundo semestre de 2008, onde as ações serão intensificadas.

Greenpeace - Qual é a atual si-tuação da pesca em escala global? E no Brasil?

Kowalsky - Onde somente se colhe e nada se planta tudo pode acabar. Alguns países preservam suas espécies em épocas de de-sova, outros não, todavia os peixes migram pelos oceanos e são captu-rados por aqueles que não preser-vam. Os oceanos são as latas de lixo dos humanos, que poluem das mais variadas formas.Assim sendo, não há muita esperança a nível glo-bal e muito menos para o Brasil.

Greenpeace - É possível man-ter o atual nível de exploração dos estoques pesqueiros ou estamos rumo ao colapso?

Kowalsky - Sim é possível, a sardinha é um bom exemplo disto. Os defesos impostos pelo Ibama através dos anos têm mantido os níveis de captura e até em alguns anos aumentado o número de to-

neladas capturadas, todavia isto não acontece com a maioria das espécies, falta trabalho sério por parte do gover-no, pescadores, indústrias etc.

Greenpeace - Quais as deficiên-cias no Brasil em relação à gestão e

Greenpeace - O governo Lula instituiu em uma Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, com status de Ministério. Como tem sido a atuação desse órgão?

Kowalsky - Em minha opinião, bem ou mal, este órgão deve continu-

Ong inicia avaliação de estoques pesqueirosConfira o ponto de vista do empresário da pesca José Kowalsky sobre o tema estoques pesqueiros. Entrevista realizada por José Henrique Cordeiro ao Projeto Oceanos do Greenpeace.

manejo da pesca? Quais são os prin-cipais atores envolvidos na questão?

Kowalsky - Seap e Ibama, estes são os atores, nem eles se enten-dem. Falta principalmente pesquisa, ninguém sabe realmente o que está correto, os defesos para desovas são escolhidos sem critério, em salas de reunião entre burocratas do setor público e iniciativa privada. Norma-tivas são publicadas todos os dias baseadas em relatos de estudantes de universidade que pouco puderam pesquisar, pois os barcos de pesquisa do Governo estão sempre quebrados nos portos por falta de manutenção e por falta de verbas federais que são escassas e que nunca chegam.

ar existindo, é uma porta para o diálo-go com o governo que não havia em administrações anteriores.Atualmente deixa muito a desejar por ser burocra-ta demais, como tudo no Governo, e desta forma produz pouco. Pouco somos consultados, não há reuniões para discutir os diversos problemas da pesca, a Seap é um amigo distante.

Greenpeace - Qual tem sido a postura do governo brasileiro em rela-ção ao manejo da pesca no país?

Kowalsky - Normativas, norma-tivas e mais normativas e às vezes portarias e mais portarias. Quase nada é planejado juntamente conos-co, firmado em cima de conclusões

“Falta principalmente pesquisa, ninguém

sabe realmente o que está correto, os de-

fesos para desovas são escolhidos sem

critério, em salas de reunião.”

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Revista SINDIPI 27

cies mais comercializadas e as mais ameaçadas?

Kowalsky - São as espécies que se usam nas enlatadoras, ou seja, as sardinhas e os atuns e por incrível que pareça as menos ameaçadas. Creio

de comum acordo e embasado em pesquisas sérias feitas por pesquisa-dores competentes e modernamente aparelhados. Falta ordenamento pes-queiro sério e comprovado cientifica-mente.

José Kowalsky, empresário da pesca

o problema. Diga-se de passagem, nossa empresa colabora com os dois institutos com o uso de Tori-li-nes, anzóis circulares e embarque de pesquisadores em nossas em-barcações.

Greenpeace - Como é a acei-tação das medidas mitigadoras por parte de pescadores e armadores de pesca?

Kowalsky - Em relação aos nossos pescadores, a problemática foi muito bem conduzida, primeira-mente houve o contato por parte do Tamar e do Projeto Albatroz, depois palestras e exibição de vídeos e por última a implementação das medidas mitigadoras a bordo.A aceitação dos pescadores foi surpreendente, hoje todos têm o entendimento que de-vemos preservar estas espécies mi-gratórias, no entanto, ainda há muita coisa a ser feita a nível de Brasil.

Greenpeace - De que forma o Greenpeace pode colaborar no que se refere ao manejo pesqueiro? E com a implementação de medidas mitigadora pela indústria pesqueira?

Kowalsky - Gostei da palavra colaborar, sempre se houve que o Greenpeace aparece somente para protestar e inibir atividades que su-postamente degradam a natureza sem o conhecimento profundo de uma determinada atividade.Assim sendo, é importante que o Greenpe-ace exija primeiramente que o gover-no comprove por meio de documen-tos autênticos que suas normativas e portarias estão realmente corretas e com relação as medidas mitiga-doras podem ajudar disseminando o trabalho de conscientização dos pescadores a nível nacional.

Greenpeace - Há um intercâmbio satisfatório de ações e troca de idéias entre governo e comunidade pesquei-ra, empresas de pesca e exportação?

Kowalsky - Sem comentários, o que falei até agora já responde esta pergunta.

Greenpeace - A legislação bra-sileira é boa para administrar nosso estoque pesqueiro e regulamentar a atividade?

Kowalsky - Há um código de pes-ca tramitando no Congresso há muito tempo que talvez resolva esta ques-tão. Por enquanto estamos a deriva...

Greenpeace - Como outros pa-íses lidam com a questão? Poderia citar exemplos de bons projetos rea-lizados lá fora?

Kowalsky - Infelizmente não co-nheço a legislação de outros países, todavia sei que na Espanha, um dos países mais produtores e consumido-res de peixes do planeta, a legislação é séria, transparente, rigorosa e res-peitada. Mas no entanto, quando seus barcos operam em águas internacio-nais, também deixam a desejar, já ouvi muitas histórias tristes.

Greenpeace - Quais são as es-pécies e populações brasileiras de peixes mais comercializadas atual-mente? Existe relação entre as espé-

que exista neste caso uma atenção em especial por conta de Governo e iniciativa privada.

Greenpeace - Quais as espécies acidentalmente capturadas pela pesca comercial (by-catch) – aves, cetáceos e tartarugas – que estão mais ameaçadas?

Kowalsky - Capturam-se aves e tartarugas acidentalmente no Brasil, todavia o Tamar e o projeto Albatroz fazem um ótimo trabalho no que diz respeito à implementação de medidas mitigadoras nas frotas nacionais e es-trangeiras para minimizar ao máximo

“A aceitação dos pescadores foi surpreen-

dente, hoje todos têm o entendimento que

devemos preservar estas espécies migrató-

rias, no entanto, ainda há muita coisa a ser

feita a nível de Brasil.”

Revista SINDIPI 27

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28 Revista SINDIPI

Turismo

LAGUNALocalizada há 120 Km da capital, a terceira cidade mais antiga de SC, mistura traços da colonização açoriana, visível nos antigos casarios do centro histórico e o agito de uma das praias mais movimentadas.

cenário que integra o antigo ao presente

28 Revista SINDIPIMarcello Sokal

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Revista SINDIPI 29

estátua de Anita Garibaldi, simboliza a luta pela liberdade defendida pela guerreira, conhecida como a “heroí-na de dois mundos”. A Casa de Anita também é parada obrigatória, lugar onde a companheira de Guiuseppe Garibaldi, se vestiu para o casamento com o sapateiro Manuel Antônio de Aguiar, em 1821.

Seguindo adiante, a Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos, que substi-tuiu a capela de pau-a-pique constru-ída pelo fundador Domingos de Brito Peixoto, em 1696, reúne traços barro-co e imagens sacras. Na seqüência, a Fonte da Carioca, também chamada de “Fonte dos Namorados”, construí-da por escravos, em 1863. Ao lado, a Casa Pinto D´Ulyssea, réplica de uma quinta portuguesa, revestida com azu-

lejos importados de Portugal, ergui-da em 1866.

Lugar es-

colhido pelos turistas para tirar fotos e possuir uma imagem inesquecível, as docas da Lagoa Santo Antônio dos Anjos, onde Guiuseppe Garibaldi desembarcou para defender a pro-clamação da República Juliana, era o ponto de venda de peixes antigamen-te. Junto às docas está o Mercado Público, construído em 1954, onde são vendidos frutos do mar e artesa-natos locais.

Chegando às praias que costeiam a cidade, os molhes da barra espan-tam pela grandeza e ousadia do ho-mem. Invadindo o oceano, uma exten-são de pedra e terra prolonga-se por um quilômetro de extensão, forman-do um canal de entrada das embar-cações na lagoa Santo Antônio dos Anjos, principalmente os navios que atracam no porto pesqueiro. Usado, muitas vezes, para pescar e observar a “apresentação” dos botos que se con-

centram no local. Situado na en-trada do canal, os Molhes

dividem a praia, de um lado, o

Mar

Laguna, um verdadeiro mu-seu ao ar livre está disponí-vel aos interessados em his-tória. Entrando na cidade, ao lado da lagoa Santo Antônio

dos Anjos, o visitante se depara com o centro histórico, tombado em 1985 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, onde 600 edificações de característica açoriana se espalham entre inúmeros atrativos turísticos.

O Memorial Tordesilhas, marco simbólico do Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, que dividiu terras entre Portugal e Espanha. A poucos metros dali está o Museu Anita Gari-baldi, onde em 1839 foi proclamada a República Juliana, durante a revolução

farroupilha. Em frente, uma

Revista SINDIPI 29Marco Bocão

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30 Revista SINDIPI

Grosso, do outro lado a praia do Tamborete. Durou mais de 50 anos para ficar pronto.

Ao entrar na praia do Mar Gros-so os inúmeros prédios dão um “ar” moderno à cidade, local onde con-centra-se o maior número de vera-nistas. Na alta temporada, diversas atrações estão disponíveis com o Projeto Verão, que oferece ativida-des esportivas e recreativas para o público, desde yoga a capoeira. O balneário conta com bares, restau-rantes, pizzarias, casas noturnas, lojas, artesanatos locais e toda a badalação que o turista precisa.

Laguna tem praia para todos os gostos, ao todo são 20. Tem aquela

Texto: Gisele Elis e Taís Sutero

mundo em al-cance, foi construído por franceses em 1891. Tem 29 metros de altura e alcance de 92 quilôme-tros geográficos - referência para navios em alto mar. É a maior es-trutura do planeta construída com argamassa e óleo de baleias. Fica 17 quilômetros distante do centro da cidade. Para chegar, o visitante precisa atravessar de balsa até a região da ilha.

Ao sul, um famoso marco tu-rístico e histórico localizado na região da ilha é parada obrigató-ria, o Farol de Santa Marta. Con-siderado o maior das Américas e o terceiro do

ideal para o surf, outras procuradas por famílias que buscam a tranqüi-lidade, algumas são costeadas por morros que abrigam vegetações exuberantes, até as mais agitadas, preferência dos jovens.

Na região norte da cidade um ponto turístico chama a aten-ção. A Pedra do Frade, localizada na extre-midade da Praia do Gi, desafia a lei da gra-vidade ao sustentar-se sobre u m a s u p e r -fície incli-nada. Essa formação ro-chosa de nove metros de altura e cinco metros de diâmetro recebeu o nome pela seme-lhança com um padre franciscano. Estudiosos relatam duas histórias sobre o monumento: a primeira diz que a Pedra do Frade foi colocada estrategicamente pelos índios pré-históricos que habitavam a região há três mil anos. A outra, mais co-nhecida, aponta a Pedra do Frade como o marco oficial do Tratado de Tordesilhas, acordo assinado entre Portugal e Espanha, em 1494. Foi considerado o primeiro cartão pos-tal do Brasil.

Docas da Lagoa Santo Antônio dos Museu Anita Garibaldi

O chafariz e a igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos

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Revista SINDIPI 31

Um lugar perfeito para quem busca um

passeio repleto de atrações, Laguna,

conhecida como um dos

berços da

cultura

catarinense,

ainda tem

muita história

para contar.

Carnaval: tradição túristica Esporte e natureza unidos no mar

para contar.

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Mais informações você pode encontrar no site www.laguna.sc.gov.br

Marco de Tordesilhas

Fotos: Marco Bocão

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32 Revista SINDIPI

O parque temático, co-nhecido como Memo-rial do Descobrimento busca contribuir no processo pedagógico

de maneira interdisciplinar e diferen-te, possibilitando lembrar um pouco da história do Brasil, a organização da frota portuguesa e um pouco das belezas naturais do país.

No local, uma réplica de uma das treze embarcações portugue-sas que chegaram a costa brasileira no ano de 1.500, “A Espera”. Com 30 metros de comprimento, toda em ipê, com mais de 8 metros de boca, 27 metros de lastro, em escala real.

Ao visitar a embarcação (NAU) as pessoas conhecem um pouco mais sobre o cotidiano da tripula-ção durante a viagem “além mar” (alimentação, saúde, higiene, alo-

Passeio ecológico e educativo em parque temático Em uma área de 56 mil m² às margens de um lago e a poucos metros da BR 101, os irmãos Molon, do grupo Sinuelo inauguraram em 2000 um parque temático, em comemoração aos 500 anos do Brasil.

Na embarcação A Espera pode-se conhecer o cotidiano da tripulação durante a viagem

Exposição

Carla Vagas

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Revista SINDIPI 33

jamento, mentalidades e o avanço tecnológico do período medieval). Quando há grupos de estudantes, as informações são enriquecidas com palestras sobre a construção da NAU, diálogos, leitura de objetos, curiosidades da viagem, os motivos que trouxeram os europeus para a América do Sul, o contato dos eu-ropeus com os primeiros habitantes destas terras, os nativos (índios), etc.

No local, há uma ilha onde foi re-construída uma aldeia Guarani, com exemplares da árvore pau-brasil e o monumento à 1º missa rezada no Brasil, em 26 de abril de 1500.

O Parque Temático Memorial do Descobrimento também possui outros aspectos históricos relacio-nados ao Descobrimento do Brasil, como: uma montagem de uma al-deia guarani; exemplares da nos-sa árvore símbolo o pau-brasil; um monumento a primeira missa rezada no Brasil; uma reserva nativa, com caminhada ecológica por trilhas e pomares de acerolas, cerejas e pi-tangas e uma diversidade de espé-cie de aves exóticas.

Professores graduados em histó-ria monitoram os visitantes durante a “viagem imaginária” ao tempo his-tórico do “Descobrimento do Brasil”, vivenciando fatos, aprendendo e se divertindo. A proposta é contribuir com a formação educacional do ci-dadão brasileiro, apresentando os primeiros momentos do Descobri-mento do Brasil de maneira interdis-ciplinar e prática.

EndereçoBr-101-Km 71- CEP: 89245-000 Araquari – SCFone47 3452-0000 – ramal 21 e-mail [email protected]

IngressoR$ 1,00 (por aluno)

ObservaçãoTodas as visitas deverão ser agendadas com antecedência.

Os professores têm ingresso livre.

Réplica em escala real de uma das treze embarcações portuguesas que chegaram a costa brasileira no ano de 1.500, com 30 metros de comprimento, toda em ipê, com mais de 8 metros de boca, 27 metros de lastro.

Fotos: Divulgação

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A exposição “Viagem Sub-marina” percorreu diver-sos Estados brasileiros, inclusive Santa Catarina. Três tubarões vivos, além

de 40 espécies de outros peixes exó-ticos. A exposição atrai a atenção de crianças, jovens e adultos em função dos peixes serem vivos. De origem marinha e também de água doce, os diversos peixes multicores e principal-

O universo marinho em exposição itinerante

Exposição

Uma estrutura aquática propor-ciona ao público conhecer de perto diversas espécies de peixes, como moréias, cavalos-marinhos, peixe-pedra, peixe pa-lhaço (nemo) e até tubarões vivos.

Daniela Maia

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Revista SINDIPI 35

mente os tubarões - o peixe mais te-mido do mar - impressionam a todos. As espécies vieram de Vitória, Espírito Santo.

A estrutura do evento é composta de 26 aquários de porte médio de 100 a 400 litros d’água e um aquário prin-cipal com 20 mil litros de água onde

ficam os tubarões. Além das espécies expostas, tam-

bém é exibido um vídeo informativo que trata das curiosidades, dados técnicos e tudo sobre a vida marinha, como o documentário sobre o tubarão branco e a possibilidade de harmonia com o homem.

Os Tubarões

São 3 vivos, sendo todos da espécie tubarão lixa (Giglim-nosoma Cirratum), medindo respectivamente 1.90m, 1.70m, e um filhote de 70cm, com idade média de 1 a 7 anos. Essa espécie é encontrada no litoral brasileiro, mais especificamente no Espírito Santo, se alimenta de outros peixes e tem um po-der de sucção potente.

Os peixes exóticos Somando aproximadamente 50 peixes, de 40 espécies. Estão na exposição as moréias, cava-los-marinhos, peixe-pedra, peixe palhaço (nemo), baiacú, lagostas, peixe-dragão, peixe-morcego, peixe-papagaio, camarões, entre outros, que atraem a atenção pelas cores e formatos.

Cerca de 80% das mais de 350 espécies conhecidas de tubarões crescem menos de 2 metros, enquanto metade deles mede menos de 1 metro.

O “Baleia” é o maior tubarão medindo até 18 metros, em contra-partida o “Pigmeu” é a espécie que possuí o menor comprimento, 25 centímetros.

A força da mordida de um tubarão pode chegar a 560 quilos, força suficiente para arrancar um braço

Curiosidade

Fotos: divulgação

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36 Revista SINDIPI

A Arte de Amílcar MênciaO admirado modelista naval de Santa Catarina mostra seu talento na riqueza dos detalhes. Para o artista, o nautimodelismo além de ser um hobby é uma terapia que contempla os olhares dos apreciadores.

Arte

Como trabalho manual, descanso para o cérebro e relaxamento, o modelismo naval é incomparável. Amílcar Sérgio Mência quem o diga.

Almicar conta que há alguns anos, comprou do colega e amigo Luciano da Cunha Silveira

um kit para montar um modelo de barco bastante simples (hoje ele considera simples...) e foi dessa maneira que iniciou seu hobby: montar miniaturas de barcos.

Com o tempo, as dificuldades e os desafios foram aumentando: depois do primeiro kit, Almicar montou o mesmo barco em outra escala, fabricando então todas as peças.

A partir do sucesso dessa experiência, passou a montar os barcos a partir das plantas reais, fabri-cando as peças sempre que possível e seguindo uma escala pré-definida, para retratar com toda a fidelidade o barco pretendido.

São utilizados folhas de madeira, materiais alternativos e maquinário. Ele não utiliza nada pré-fabricado nos seus modelos. Almicar fa-brica todas as peças de madeira, sempre em escala, algumas com as plantas, outras apenas copiando “de olho”, ou seja, um dom divino que tem como resultado obras maravi-lhosas.

As peças e detalhes são estudados, pesquisa-dos e executados com o maior cuidado, técnica e pa-ciência, e os materiais selecionados com grande critério e muitas horas dispensadas em pesquisas. As técnicas são aprimoradas a cada trabalho executado.

Almicar se considera detalhista, observador, crítico e dedicado ao modelismo naval. Este exemplo de modelista naval em SC relata que esta arte desenvolve as aptidões artísticas, apri-

mora as técnicas, auxilia o desenvolvimento intelectual. Segundo o artista, a internet é considerada fundamental porque mantém os adeptos sempre atu-

alizados e em contato com quase todos os museus do mundo. Almicar pratica o nautimodelismo com disciplina, utilizando algumas horas diariamente. O amor a esta arte é comparti-

lhado com a família. Almicar ainda confessa em tom de descontração: “a família reclama um pouco do tempo

passado em minha oficina, mas ninguém duvida que esse trabalho manual, além de funcionar como excelente exercício para o cérebro, torna a pes-soa bem mais calma - é o que diz Carmem, minha esposa... Hoje, não consigo passar sem essa terapia”!

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Amílcar Sérgio MênciaContato: [email protected](48) 8413-2073

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Nautimodelismo EstáticoPor definição todo modelo que procure representar um navio, nave ou sim-

plesmente um barco a remo, é considerado um modelo naval (nautimodelo). Por extensão considera-se como modelo naval todo conjunto ou peças que apresente aparência de navio ou uma instalação ou cena de tipo náutico ou marinheiro.

O modelismo naval é tão antigo como o espírito criativo da hu-manidade. Os modelos mais antigos que existem são os do Antigo Egito, confeccionados com o material mais conhecido na época, o barro do Rio Nilo. Reproduziam com perfeição as primitivas embarcações desses remotos tempos, incluindo até suas tri-pulações.

Foram encontrados modelos nas tumbas de quase todas as dinastias, revelando que os povos que ha-bitavam as margens do Rio Nilo dos famosos fara-ós dominavam com maestria na arte do modelismo naval.

Além do barro do Nilo, diversos tipos de ma-teriais foram utilizados para a confecção de mo-delos, de acordo com as possibilidades dos artistas da época.

São célebres os modelos feitos com osso e marfim, dos quais ainda existem algumas peças nos museus. São modelos de grande beleza e fina-mente trabalhados, pois o marfim é um material de ex-cepcional qualidade para peças delgadas, com detalhes minúsculos e finos.

A madeira, por suas carac-terísticas especiais de textura,

cor e outras qualidades sempre foi o material mais utilizado. Exis-

tem grandes coleções de mode-los guardadas a sete chaves em museus de quase todo planeta.

Praticamente não existe cidade marítima ou fluvial que não possua sua co-leção. No Brasil há belos modelos no Museu Histórico da Marinha no Rio

de Janeiro, que eventualmente ministra cursos sobre a arte do modelismo naval.

A Inglaterra possui a coleção mais valiosa do mundo em quantidade de unidades e exatidão de detalhes. Por decreto real, a partir do século XVII, todo navio antes de ser construído deveria ter um modelo em esca-la, normalmente 1:50, para verificação da sua construção, sendo que os modelos passariam a pertencer ao Almirantado.

A construção desses modelos iniciava-se como os barcos reais, ou seja, pela quilha, seguindo pelos costados, formando o casco, ponte, mastros, amarras, vergas, etc. Muitos deles encontram-se atualmente no Science Museum, em South Kensington, sendo seu valor incalculável, tan-to pelo seu lado histórico como também pela delicadeza dos detalhes, obras de verdadeiros artífices especializados.

Fotos: Carmem Costa Mência e Luciana Costa Mência

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LivroD

aniela Maia

A simplicidade dos deta-lhes da natureza brasileira nunca foi tão bem exposta como agora, neste quarto livro da Série Olhar Brasil,

dedicada à fotografia documental au-toral.

Une textos sensíveis do cientista, agrônomo e ecólogo Evaristo Edu-ardo de Miranda, elaborados a par-tir das espetaculares fotografias de Fabio Colombini, criando uma obra singular e bela. Dividido em doze capítulos, expressa fielmen-te a biodiversidade da natureza brasileira contida em peque-

NATUREZA BRASILEIRA EM DETALHE

O quarto livro da Série Olhar Brasil tem uma dupla participação de talentos: o texto do agrônomo e ecólogo Evaristo Eduardo de Miranda e 140 imagens do fotógrafo Fabio Colombini.

nos detalhes que, em grande parte, passam despercebidos do

olhar cotidia-

no. É uma seqüência reveladora de tirar o fôlego, enfim, um convite ao prazer literário e visual sem parâme-tros no universo da macrofotografia

da natureza brasileira.Realizado com apoio da Lei

Federal de Incentivo à Cultura, inicialmente, foi levado á público numa tiragem de 4.000 exempla-

res. Atualmente, na segunda edi-ção (mais 4.000 exemplares), está sendo vendido em livrarias de todo

o país. São 120 páginas, com a co-ordenação editorial e gráfica de Ro-

naldo Graça Couto, direção de arte e projeto gráfico de Dora Levy

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Tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), SP

Curicurubu (Pionopsitta vulturina), Maués, AM

Louva-a-deus comendo borboleta (Agraullis vanillae), Valparaíso, SP Libélulas acasalando (Odonata, Zygoptera), Pedra Azul, ES

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Gastronomia

Um dos ícones da gastro-nomia contemporânea de São Paulo, o restaurante Cantaloup completa mais de dez anos em excelente

fase. Parte dela é a chegada de um novo chef, um talento da gastronomia nacional que o Brasil só agora come-ça a conhecer. O catarinense Renato Carioni, 31, desembarcou no País de-pois de construir uma sólida carreira durante nove anos na Europa, onde passou por restaurantes estrelados pelo guia Michelin na Inglaterra, Fran-ça e Itália. Ainda nos primeiros meses de volta à terra natal, Renato foi indi-cado aos prêmios Gula e Paladar.

No Cantaloup, o novo chef usa bases da clássica cozinha francesa combinadas à pluralidade de técni-cas da gastronomia contemporânea para criar pratos cheios de bossa, como a Cavaquinha banhada com verbena.

O Restaurante Cantaloup apre-senta uma culinária sem fronteiras,

com foco na nova cozinha moderna brasileira. O resultado é um cardápio criativo, aberto a novos sabores e sensações. Essa culinária em cons-tante mutação tem sido marcada por

seu caráter ousado, que combina o clássico e o contemporâneo, buscando o que há de melhor nessa alquimia.

Tão inovador quanto a proposta culinária, o proje-to de arquitetura de interio-res do Cantaloup também é um dos pontos altos da casa, desde sua abertura, em 1996. O espaço amplo da antiga fábrica de pães, que funcionava no endere-

ço, foi convertido neste projeto elegan-te e arrojado, que leva a assinatura do arquiteto Arthur de Mattos Casas.

Madeiras nobres, tijolos de demo-lição, pé direito alto e estruturas de ferro aparente ganham vida integra-dos aos móveis, luminárias e peças de design exclusivo e de vanguarda.

Uma década depois, Casas foi escalado para renovar o projeto de arquitetura do restaurante, incluindo uma nova lareira, novos pisos e ma-térias e iluminação de Franco e For-tes. Destaca-se também o pátio com teto de vidro e espelho d’água, além do paisagismo exuberante, assinado por Gilberto Elkis. A imponente ade-ga, com os refinados vinhos da casa, completa a decoração.

Restaurante Cantaloup: foco na cozinha modernaO Chef Renato Carioni mantém a vocação contemporânea, trazendo na bagagem experiência em restaurantes estrelados da Europa, explorando o que existe de mais rico em diferentes culturas gastronômicas.

Projeto arquitetônico elegante e arrojado em um amplo espaço interno

Divulgação

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Para 4 pessoas Ingredientes

• 400gr de robalo (filé ou salmão)• 400gr de atum• 4 camarões grandes• 12 vieiras• 8 talos de palmito fresco (assados)• 12 shitakes

molho

• 1 colher de sopa de manteiga• 1 cebola • 1 folha de louro• 5 grãos de pimenta• 200ml de vinho branco• 300ml de creme de leite fresco• 2 envelopes de açafrão

Melange de friuts de mer

Modo de preparo

Para o molho refogue a cebola na manteiga, acrescente a pimenta, o louro e vinho branco. Deixe reduzir até a metade, depois adicione o açafrão e o creme de leite e deixe ferver até engrossar um pouco, coe e reserve.

Grelhe os frutos do mar e os cogu-melos respeitando o ponto de cocção individual de cada item. Disponha em um prato de maneira harmoniosa, re-gue com o molho de açafrão e sirva em seguida.

Restaurante Cantaloup Rua Manoel Guedes, 474 – Itaim

Tel.11- 3078.3445

O Chef catarinense Renato Carioni

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42 Revista SINDIPI

Gastronomia

O Senac Bistrô é uma uni-dade especializada na área de turismo e hospi-talidade, que contempla cursos nas sub-áreas

de alimentos e bebidas. Além de pro-mover eventos de elevado nível de sofisticação com serviços inusitados, disponibiliza uma biblioteca especiali-

zada em culinária para seus alunos e freqüentadores.

No local há cursos livres (forma-ção inicial e continuada) e workshops com temas específicos. O espaço de aprendizagem prática na escola con-templa uma cozinha, uma copa e dois salões.

Os cursos longos visam formar pro-

fissionais para atividades em cozinhas comerciais e domésticas. O aluno que conclui os cursos tem base e conheci-mento capazes de fazê-lo dominar as técnicas culinárias para a produção em cozinhas internacionais dos mais altos níveis, além de ser credenciado para organizar e operar centros de preparação de alimentos.

Senac Bistrô: propostapedagógica em gastronomiaBlumenau-SC tem um espaço que nasce com a determinação de tornar-se referência nacional na área de Gastronomia no sul do país.

Ingredientes• 1kg de camarão grande com cauda• 2 ovos batidos• 1 litro de óleo de algodão• 300 g de queijo parmesão em pe-daço• Qb sal e pimenta• 600 g de batata salsa• 50-70ml de suco concentrado de maracujá• 100g de creme de leite fresco• 2 colheres de sopa de manteiga• 2 bananas grandes

Modo de PreparoColocar as batatas para cozinhar, quando prontas fazer um purê tradi-cional com manteiga, creme de lei-te, sal e pimenta, por ultimo o suco de maracujá.

Para o chips de banana fatiar bem fino a mesma e levar ao forno em 80 graus até secar.

Temperar o camarão com sal e pimenta, passar no ovo e no queijo, fritar em óleo quente.Servir conforme demonstração.

Camarão empanado em queijo com purê e chips de banana

SENAC Bistrô Johannastift - Restaurante EscolaAl. Rio Branco, 165 – Jardim Blumenau – Blumenau – SC

www.sc.senac.br/bistro

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Um mix de restaurante e pizzaria, Ecco apresen-ta uma cozinha criativa e diversificada, além do ambiente aconchegante,

que o tornam um verdadeiro sucesso

Restaurante Ecco: inovação

Nove anos de su-cesso marcam a trajetória e a culiná-ria do Restaurante Ecco. Uma das suas marcas é a presen-ça do chef Francis-co das Chagas, com seu estilo único de preparar iguarias.

Ingredientes• 12 camarões cozidos na água, sal e tomilho• 160g de rúcula• 1 pé de alface roxa• 1 pé de alface americana• 1 cenoura crua ralada• 200g de palmito• 100g de queijo coalho

Ingredientes para o molho• ½ mamão papaia maduro (com algumas sementes)• 50ml de vinagre• 50ml de azeite extra virgem• Sal a gosto

Modo de preparo do molhoNum liquidificador bata o papaia com poucas sementes, acrescente o vinagre e o azeite. Tempere com sal a gosto.

ao longo de seus nove anos de exis-tência.

Seu amplo ambiente conta, também, com um espaço reservado projetado para acomodar confortavelmente até 12 pessoas para ocasiões que reque-

rem privacidade. A sala fechada com painéis em vidro permite a visualização da casa sem comprometer a privacida-de do local. O sistema Wi-Fi possibilita, ainda, a realização de reuniões de ne-gócios com o uso de laptops.

Salada Maresiasporção para 4 pessoas

Ecco Rua Amauri, 244 – Jardim Paulistano São Paulo - SP

Fotos: José Am

aral

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Eventos

Para a Festa Nacional da Pes-ca, prevista para julho deste ano, os organizadores estão preparando uma série de programações. O objetivo

principal é resgatar as tradições e a cultura açoriana da região do Vale do Itajaí e valorizar o trabalhador da pes-ca, destacando sua importância no cenário sócio-econômico da região e do País.

Segundo a comissão organiza-dora, o evento terá ações que esti-mulam a criatividade, como a oficina para a confecção de bonecos gi-gantes e o aproveitamento de mate-riais reciclados. Além disso, a Festa terá outras atrações: feira de ar-tesanato, mostra de cultu-

Festa Nacional da PescaO evento na cidade de Navegantes - SC terá o apoio da Lei Federal de Incentivo a Cultura - Lei Rouanet

ra açoriana com apresentações de grupos artísticos e culturais, shows musicais.

O evento assemelha-se a Festa do Pescador na cidade de Navegantes/SC, que teve sua primeira edição realizada em julho de 2003 numa promoção conjunta entre a ONG - Ação So-cial Machados e a pa-róquia Santa Luzia. Em sua última realização, em 2005, a Festa reuniu aproximadamente 20 mil pessoas e ga-

nhou o status de Festa Nacional pelas atrações e participação de colaboradores de outras regiões do Brasil.

Para realizar a 1ª Festa Nacional da Pesca, a comissão or-ganizadora contará com os bene-fícios da Lei Federal de Incentivo a Cultura, a Lei Rouanet.

Através deste mecanismo de apoio, os colaboradores e patroci-nadores do evento poderão abater integralmente do seu imposto de renda o valor investido na Festa.

Na prática significa que empre-sas ou pessoas físicas que auxilia-rem neste evento terão a possibili-dade de se beneficiar gratuitamente com a publicidade institucional.

Qualquer empresa que tenha como opção o pagamento de seu imposto de renda com base no lucro real pode abater até 4% do imposto devido no ano. No caso das pes-

soas físicas, este limite é de 6%, mas somente poderão se beneficiar com a isenção as pessoas físicas que fa-zem opção de pagamento com base no formulário completo do imposto de renda.

A Lei Rouanet, Lei Federal 8.313, é gerenciada e fiscalizada pelo Minis-tério da Cultura, e apesar das exigên-cias legais para o trato com recursos públicos, o procedimento para partici-pação é bem simples.

De acordo com o produtor cultu-ral do evento, Marcos Montagna, o projeto da festa já está aprovado pelo Ministério da Cultura, que irá abrir uma conta bancária exclusiva para este projeto. “Os interessados em apoiarem ou patrocinarem o pro-jeto podem efetuar o depósito do

Leis de In- centivo a Culturavalor e recebem dos organizado-res um recibo padrão. No próximo pagamento do imposto de renda, a empresa apresenta o recibo e obtém o desconto do imposto de renda conforme a legislação”, ex-plica.

Montagna esclarece que a em-presa pode efetuar o patrocínio ao projeto até um ou dois dias antes de pagar sua parcela do impos-to de renda, e, em seguida obter as vantagens da isenção. “A van-tagem das empresas que inves-tem em projetos da Lei Rouanet é a publicidade a custo zero, sem mencionarmos ainda os benefícios sociais e outros que os patrocina-dores e colaboradores poderão alcançar,”avalia.

Mais informações:Marcos Montagna

Fone: 47 48028085

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Eventos

O presidente do Tribunal de Justiça de SC, desem-bargador Pedro Manoel Abreu em janeiro de 2008 inaugurou o Fórum Uni-

versitário Genésio Nolli, no antigo pré-

TJ instala Fórum Universitário em Itajaí“Ao reinaugurarmos o antigo Fórum, procuramos preservar o local como um instrumento vivo de memória para o Poder Ju-diciário e para o Município”, declara o presidente do TJ-SC.

dio do Fórum da Comarca de Itajaí. O local abrigará o Juizado Especial Cível, o Escritório Modelo de Advocacia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e outros serviços ligados à Justiça. No evento, uma placa em homenagem

ao desembargador Gené-sio Nolli (in memorian) que atuou na magistratura cata-rinense de 1968 a 2003.

O Juizado Especial Cível ganha um amplo espaço em sua nova localização: salas para secretaria, cartó-rio, setores de distribuição e contadoria, além de ga-binete de juiz e assessoria. Com quase três mil ações em tramitação, a unidade funciona em parceria com a Univali, onde acadêmicos e bacharéis de Direito atuam como conciliadores. A mu-dança de local se deu pela

intenção do Judiciário junto ao Poder Público Municipal e à Instituição de Ensino de unir serviços de cidadania num único estabelecimento

O Executivo Fiscal Municipal - per-tencente à Vara da Fazenda Pública -, Executivos Fiscais, Acidentes do Tra-balho e Registros Públicos, e Procu-radoria Fiscal do Município, Conselho Tutelar e Procon também funcionarão no novo espaço.

O TJ investiu R$ 275 mil na reforma do prédio, com recursos provenientes do Fundo de Reaparelhamento da Justiça.

Entre as autoridades que prestigia-ram a cerimônia estavam o correge-dor-geral da Justiça, desembargador Newton Trisotto; o 3º vice-presidente, Wilson Augusto do Nascimento; os desembargadores Marco Aurélio Gas-taldi Buzzi, Torres Marques e Irineu João da Silva, magistrados e servido-res da Comarca.

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Programa Preliminar

04/06/2008 - quarta-feira 8:30h Recepção, Inscrições e entrega de material aos participantes.9:30h Solenidade de abertura 10:30h Coffee break11:00h Conferência de Abertura: “Política do Alimento Seguro” - Dr. Marcio Portocarrero - SDC -MAPA12:00h Almoço13:30h Palestra: Sistema APPCC na América Latina – Dr. Carlos Alberto Lima dos Santos - Red Pana mericana de Inspección, Control de Calidad y Tecnología de Productos Pesqueros - REDPAN14:15h Panorama Mundial do Controle de Histamina em Pescado15:00h Coffee break15:30h A Busca pela Inocuidade: Da Teoria à Prática – Prof.Dr.Bernadete D.G.M Franco – FCF - USP16:15h Mesa-redonda: Segurança Alimentar em Pescado

05/06/2008 - quinta-feira8:30h Mini-cursos 12:00h Almoço13:30h Moisture Control and Glazing Process14:15h Realidade da Indústria de Pescado: Adequações às Diretivas da UE15:00h Coffee break15:30h Perspectivas do Aproveitamento dos Sub-produtos da industrialização do Pescado – Dra Alexandra Oliveira - Fishery Industrial Technology Center - School of Fisheries and Ocean Sciences - University of Alaska16:15h Mesa Redonda: Inovações Tecnológicas17:00h I I Encontro de Tecnólogos do Pescado – mediador: Dra. Marília Oetterer - ESALQ - USP Sugestões: atuação na REDPAN – Dr. Carlos Alberto Lima dos Santos; atuação do GI-Pescado

06/06/2008 - sexta-feira8:30 Mini-cursos (3)12:00h Almoço13:30h Mercado interno de Pescado na América Latina: Projeto FAO – Dr.Nelson Avdalov – INFO PESCA – Montevideo - Uruguai14:15h Mercado Brasileiro de Pescado - Francisco Abraão Oliveira Neto -SEAP15:00h Coffee break15:30h Aspectos econômicos do Mercado Brasileiro de Pescado – Dra. Ana Luisa de Souza Soa-rez – UNIVALI - SC16:15h Mesa Redonda: Agronegócio do Pescado: Tendências de Mercado (mediador – Dr. Nelson Avdalov)

III Simpósio de Controle do Pescado em SPO Centro de Convenções da Costa da Mata Atlântica de São Vicente (SP) vai sediar o evento que trará como tema central a Segurança alimentar, inovação tecnológica, além das perspectivas para o mercado.

Entre os dias 4 a 6 de ju-nho de 2008 acontece o SIMCOPE, III Simpósio de Controle do Pescado em São Vicente,SP. Especialis-

tas de diferentes segmentos do ramo estarão presentes para discutir o pa-norama e as perspectivas para o agro-negócio do pescado. De acordo com a pesquisadora Érika Fabiane Furlan, da comissão organizadora, o evento é uma oportunidade para atualização e difusão de conhecimentos técnicos e científicos na área de Ciência e Tecno-logia do Pescado.

Para este ano, o debate reúne bra-sileiros e estrangeiros do setor para discutir o tema Segurança Alimentar, Inovação tecnológica e Mercado. Em paralelo ao Simpósio ocorre o II En-contro de Tecnólogos de Pescado. Profissionais, técnicos e especialistas da área vão trocar experiências sobre as pesquisas desenvolvidas para im-pulsionar o setor pesqueiro nacional.

Entre o público alvo estão indus-triais, pescadores, aqüicultores e de-mais integrantes da cadeia produtiva do agronegócio do pescado; gerentes, diretores e supervisores de produção, distribuição e controle de qualidade de indústrias alimentícias; profissionais em vigilância sanitária; profissionais que atuam na comercialização em su-permercados, comércio atacadista e varejista; professores e universitários das áreas afins.

Data: 4 a 6 de junho de 2008Local: Centro de Convenções da Costa da Mata Atlântica de São Vicente Rua Capitão Luis Pimenta, 811, Parque Bitarue mail: [email protected] www.pesca.sp.gov.brTel: 13-3261-2653

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Notas

Ao caminhar descalço pe-las areias praianas, quem nunca parou para catar conchas e ficou encanta-do com a sua diversidade

de cores e formas? Quem nunca se admirou observando o maravilhoso artesanato manufaturado a partir das conchas e n c o n -tradas na areia? São c o l a r e s , pulse i ras, b r i n c o s , pingentes, bibelôs, es-pelhos, flo-res, cinzeiros e tantas ou-tras obras de arte expostas ao longo do li-toral brasileiro.

Autênticos esqueletos ex-ternos que pro-tegem o corpo dos moluscos, as conchas são for- mações à base de carbonato de cálcio geradas a partir da secreção dos próprios or-ganismos que delas se utilizam.

Mas a poluição que vem matando os moluscos torna suas conchas cada vez mais raras em nossas praias, ame-açando a existência de aproximada-mente 1.600 espécies marinhas ainda encontradas no Brasil.

Os Correios, cientes da importância desse rico patrimônio natural, regis-

Conchas Marítimas nos selos dos Correios Beleza, delicadeza e formas misteriosas estão registrados em papel através das imagens de três das belas espécies de conchas marítimas do Brasil.

O Bloco de selos

O bloco com 3 selos apre-senta, artisticamente, o ha-bitat natural das conchas,

arenoso, com peixes e corais, lodo e pequenas conchas. Na parte arenosa, foram desenvolvidos os três selos, que apresentam a bele-za, na sua riqueza de detalhes, de

cada espécie objeto da emissão: Cochlespira elongata, Charonia va-riegata e Chicoreus beauii. As téc-nicas utilizadas foram lápis de cor sobre papel canson e computação gráfica.

As espécies focalizadas nesta emissão se constituem de impor-tante material, do ponto de vista cultural e científico, para pesquisa-dores, conquiliologistas (especia-listas nos estudos sobre conchas), biólogos e estudantes em geral.

Colaboração: Lauro BarcellosDir. do Museu Oceanográfico

Prof.Eliézer RiosFund. Univ. de R. Grande – FURG

tram três das belas espécies de nos-sas conchas marítimas: Cochlespira elongata, Charonia variegata e Chico-reus beauii, que encantam os nossos olhos pela beleza, pela delicadeza e pelo mistério de suas formas. Os lo-

cais de lançamento foram: Porto de Pedras/AL, Salvador/BA, Acaraú/CE, Vitória/ES, Tibau/RN, Rio Grande/RS e Ubatuba/SP, com a impressão na Casa da Moeda do Brasil.

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Mensagem

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Te vi calmo com sorrisos ao luarvi também que sonhos não consegui concretizare por saudades de ti hoje fico a divagarpor um tempo fiz parte de ti hoje penso sem parardas grandes saudades que plantei a deriva no teu meiome vejo um marujo ,um filho do mar,tua força é supremavendo tua fúria destruir com tua força sem igual,mas vejo as energias que me deu,que lindos gingados me proporcionouando leve, solto num balanço de amor,tenho ordem e respeitopor quem me criou,foste a minha casa, meu sustento por longos tempossaudades em terra deixei ,saudades do mar ainda tenho,onde lindas paisagens mostrou ,praias belas contemplei,ilhas quase virgens desembarquei,noites estreladas vi ,relâmpagos a te ferir,onde senti tua dor numa fúria incontrolável me levou,me deixando numa reza com ardor ,me benzi e deixei levaraguardando tua fúria e tempestade passar,mas não consigo controlar o amor de marujoa navegar num mar calmo com pássaros e peixes a nadar

o Mar

Poesia do armador Hilson Manoel Siqueira, mais conhecido no setor como Hilson Barão

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Foto: Marcello Sokal

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