Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

13
FOTO: ARQUIVO SINPOL-DF REVISTA SINPOL-DF A REVISTA SINPOL-DF É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DO SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS DO DISTRITO FEDERAL • USO DE ARMAS NÃO-LETAIS EXIGE TREINAMENTO [Pág.12] • CONVÊNIOS GARANTEM DESCONTOS AOS FILIADOS [Pág.20] WWW.SINPOLDF.COM.BR | ANO XX EDIÇÃO NÚMERO 2 | FEVEREIRO · MARÇO/2015 GDF APOSTA NO PACTO PELA VIDA MESMO COM MENOR EFETIVO DA POLÍCIA CIVIL EM 21 ANOS GDF APOSTA NO PACTO PELA VIDA MESMO COM MENOR EFETIVO DA POLÍCIA CIVIL EM 21 ANOS Implantação do programa não garante melhorias das condições de trabalho. Secretário diz que resultados dependem do compromisso das forças policiais PÁGS.8 e 9 EM AÇÃO EM AÇÃO Agentes policiais de custódia têm como desafio garantir a integridade dos presos PÁG.11 ENTREVISTA ENTREVISTA Eric Seba diz que vai buscar diálogo para motivar policiais PÁGS.4 a 7

description

Revista institucional do Sindicado dos Policiais do Distrito Federal (Sinpol-DF). A veiculação é bimestral e a distribuição é gratuita.

Transcript of Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

Page 1: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

FOTO

: AR

QU

IVO

SIN

POL-

DF

REVISTA SINPOL-DFA REVISTA SINPOL-DF É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DO SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS DO DISTRITO FEDERAL

• USO DE ARMAS NÃO-LETAIS EXIGE TREINAMENTO [Pág.12] • CONVÊNIOS GARANTEM DESCONTOS AOS FILIADOS [Pág.20]

WWW.SINPOLDF.COM.BR | ANO XX • EDIÇÃO NÚMERO 2 | FEVEREIRO · MARÇO/2015

GDF APOSTA NO PACTO PELA VIDA MESMO COMMENOR EFETIVO DA POLÍCIA CIVIL EM 21 ANOS

GDF APOSTA NO PACTO PELA VIDA MESMO COMMENOR EFETIVO DA POLÍCIA CIVIL EM 21 ANOSImplantação do programa não garante melhorias das condições de trabalho. Secretário diz que resultados dependem do compromisso das forças policiais PÁGS.8 e 9

EM AÇÃOEM AÇÃOAgentes policiais de custódia

têm como desafio garantir a integridade dos presos

PÁG.11

ENTREVISTAENTREVISTAEric Seba diz que vai buscar diálogo para

motivar policiais PÁGS.4 a 7

Page 2: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

EXPEDIENTE EDITORIAL

PALAVRA DO POLICIAL

PRESIDENTE Rodrigo Fernandes Franco (Gaúcho)1º VICE-PRESIDENTE Renato Rincon2º VICE-PRESIDENTE Marcele AlcantaraSECRETÁRIO GERAL Paulo Roberto Sousa1ª SECRETÁRIA Celma LimaTESOUREIRA Elcimar Nunes1º TESOUREIRO João Paulo PinheiroDIRETOR JURÍDICO ADJUNTO Bruno CançadoDIRETOR DE COMUNICAÇÃO Luciano GarridoDIRETOR DE COMUNICAÇÃO ADJUNTO Luciano VieiraDIRETOR DE RELAÇÕES SINDICAIS Cadu CostaDIRETOR DE REL. SINDICAIS ADJUNTO Fernando Ferreira (Fernandão)DIRETOR DE PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO Marcão DHDIRETOR DE PLANEJ. E ADM. ADJUNTO Lidenberg Rodrigues MeloDIRETOR DE CULTURA E ESPORTES Marcelo FerreiraDIR. DE CULTURA E ESPORTES Yáskara CordeiroDIRETORA DE FORMAÇÃO SINDICAL Andréia SilvaDIRETORA DE CULTURA E ESPORTES ADJUNTO Sergio CangussuDIRETOR DE ASS. DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS Robson LimaDIRETOR DE POL. SINDICAL ADJUNTO Alexandre RochaDIRETOR DE POLÍTICAS SINDICAIS Arthur SvidzinskiDIR. DE ASS. DE APOSENTADOS E PENS. ADJUNTO Apolonio Camelo (POPÓ)DIRETOR DE INFORMÁTICA Saulandre MoraisDIRETOR DE INFORMÁTICA ADJUNTO Rodrigo MenesesDIRETOR MÉDICO Renato SantosDIRETORA MÉDICA ADJUNTA Áurea CherulliCONSELHO FISCAL Francisca Camelo (Chiquinha) Washington Lima (Esopo) Johny Marcos Malaquias Maria Madalena Reis (Madá) Cidney Santana

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO - PROATIVA COMUNICAÇÃO (61 3242.9058 / [email protected]) Editor: Flávio Resende / RP 4903-DF Redação: Andressa Guimarães, Caroline Esser, Diógenes Santos, Edson Camargo e Maria Vitória Flor. Diagramação: Proativa Comunicação - Everton Pinheiro Projeto Gráfico: Proativa Comunicação - Everton Pinheiro Revisão: Proativa Comunicação - Kadydja Albuquerque

• Tiragem: 8 mil exemplares

O papel utilizado possui certificação que garante sua produção com madeira de florestas plantadas, isso reforça nosso respeito ao meio ambiente.

RODRIGO FRANCOPRESIDENTE DO SINPOL-DF

O lá, policiais civis! Um novo ano se inicia. Renovam-se as esperanças após as festas e férias, e as baterias estão carregadas. Entretanto, 2015 será um ano duro. Os cenários político e econômico, tanto

no governo local, quanto no nacional, apontam para dificuldades. Apesar disso, o Sinpol-DF permanecerá firme na defesa dos interesses dos seus filiados.

No ano passado, tivemos um grande avanço no que tange ao nosso reconhecimento de Nível Superior. Nosso PL 8.078/14 encontra-se no Congresso Nacional e pretendemos vê-lo aprovado o quanto antes. Trabalhamos nesse sentido no final de 2014 e voltaremos à carga no início do ano legislativo. Continua-remos com forte presença na Câmara Federal e no Senado, acompanhados de uma Assessoria Técnica. Temos atuado em todas as PECs e projetos de lei dos policiais do DF, ativos e inativos, tanto naqueles que visam garantir nossos direitos quanto nos que pretendem retirar nossas conquistas.

Podemos dizer que já houve certo avanço quanto aos três pilares em que baseamos nossa proposta de gestão: reconhecimento de nível superior, redefinição de atribuições e realinhamento salarial. Há um Projeto de Lei, de iniciativa do Governo Federal, reconhecendo os cargos da PCDF como de nível su-perior. O grupo de trabalho que iria discutir nossas atribuições não saiu do papel no governo anterior. Buscaremos a instauração de novo grupo ao governo atual para discutir e redefinir as atribuições dos cargos da carreira de Policial Civil.

Quanto ao realinhamento salarial, é imperioso que tenhamos uma definição. Nossa carreira ficou es-tagnada no tempo. Nossa perda salarial remonta a 2007. Várias carreiras foram reestruturadas no GDF e no executivo federal, restando apenas a PCDF e o DPF, basicamente. A insatisfação, desmotivação e falência financeira são imperiosas nos nossos quadros. É preciso que o governo tenha visão e disposi-ção para ajustar esta situação rapidamente.

O Programa Pacto Pela Vida (PPL) parece ser um dos pilares da nova gestão do GDF. Ainda não o co-nhecemos. Não sabemos qual será a missão dos policiais civis neste projeto. De outro lado, podemos afirmar que já trabalhamos, há alguns anos, com aferição de metas e resultados. Batemos todos os recordes de prisões e apreensões ano a ano. Contudo, em vez de sermos premiados ou estimulados, o que vemos é a redução de investimentos na PCDF e a estagnação de nossos salários.

Os policiais estão cansados, insatisfeitos e desmotivados. Muitos encontram-se com problemas de saú-de e financeiros. Se o Programa PPL não tiver o viés de observar o lado do profissional, de modo a per-cebermos que algum investimento está sendo feito no lado humano, acreditamos que as estatísticas de criminalidade continuarão aumentando.

Ainda há muito a fazer em prol dos policiais civis e da instituição PCDF. Precisamos de uma Policlínica que não atue como se fosse uma Corregedoria e, sim, que atenda ao ser humano adoentado. Precisamos de um concurso de remoção que não permita que policiais civis sejam tratados como simples moeda de troca ou apenas uma matrícula. Queremos assistência à saúde nos mesmos moldes que nossos irmãos militares possuem, ou seja, plano de saúde integral, universal e desburocratizado. Queremos melhores condições de trabalho, melhores mobiliários, melhores armamentos e equipamentos.

Enfim, há muito o que se fazer, muito o que melhorar. O Sinpol-DF tem inúmeras demandas e irá con-tinuar trabalhando em várias frentes para mudar a atual situação da nossa polícia. Esperamos contar com cada policial nesta luta que é de todos e de cada um. Afinal, Juntos Somos Fortes!

BENEFÍCIOS “Gostei muito dessa edição da revista, principalmente do texto que trata dos serviços de Assistência Jurídica aos quais os sindicalizados têm direito. A matéria ficou muito clara e os benefícios muito bem explicados.”Maria do Rosário Pereira Baia, telefonista

GESTÃO “A revista resumiu bem todo o trabalho que a nova gestão do Sinpol-DF teve para colocar a casa em ordem, e os esforços da nova equipe em renovar e organizar o sindicato.”Sandra Helena dos Santos, secretária

CONTEÚDO “A revista me agradou muito, pois apresentou um conteúdo interessante. Achei excelente! Vou, inclusive, levá-la para mostrar aos meus amigos policiais em Goiânia.”José Antônio Sobrinho, policial da PCDF aposentado

MUDANÇAS “As mudanças que fizeram na revista ficaram muito boas. Gostei muito da edição que recebi.”Wilton Silva, agente de policia

Sinpol-DF segue firme na defesa dos filiados

SINPOL-DFSite: www.sinpoldf.com.br Sugestões de Pauta e Críticas: [email protected]: SCLRN 716, Bloco F, Entrada 61, Loja 59, Edifício do Policial Ci-vil. Brasília-DF. CEP 70770-536. Telefones: (61) 3701-1300 / 3701-1334E-mail: [email protected] Filial: QNA 29, Casa 06, Taguatinga Norte. Brasília-DF. CEP 72110-290.Telefones: (61) 3352-6429. E-mail: [email protected]

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 3WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/20152

Page 3: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 5WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/20154

ENTREVISTAENTREVISTA

Revista Sinpol-DF Não é novidade que há uma grande defasagem na Polícia Civil. Enquanto isso, te-mos um grupo de 500 aprovados no último concurso já formados pela academia, apenas aguardando a no-meação. Há alguma previsão de convocá-los?

Eric Seba Já conversei com o governador, com o secretário Arthur Trindade e com o secretário Hé-lio Doyle. Temos batido, sistematicamente, na con-tratação desses policiais. O argumento que eu te-

nho levado pra eles, e que eles se sensibilizaram, é o seguinte: são pessoas que já realizaram o curso, houve todo um investimento e, fundamentalmen-te, o principal: nosso efetivo, mesmo que haja um aporte desses policiais, considerando os que são apenas agente de polícia, não consegue atingir nem o efetivo previsto em 1993. Eu ouvi de uma pessoa do governo o seguinte: não vamos mais trabalhar com contratações sistemáticas porque nós temos

que mudar em razão de ques-tões financeiras. Nós não vamos tratar de aumento de efetivo, pois não estamos tratando nem da reposição do efetivo de 1993. Nós temos que nos preocupar com a qualidade. É preciso tem-po para equilibrar as contas. Es-tamos trabalhando nisso para ter a resposta no momento mais oportuno.

RS Mas ainda que se atinja o efe-tivo de 1993, houve a publicação, em 2013, da Lei 2.203, que cria mais 3.029 vagas. E, até agora, não se cogita a contratação delas.

ES Eu estou conduzindo da se-guinte forma: temos 500 poli-ciais prontos para entrar. Vamos trazê-los para dentro para, de-pois, trabalhar em uma segun-da fase, que são essas demais vagas. Estamos trabalhando em cima disso. Isso já foi levado ao governo e estamos discutindo. No mundo ideal, seria bacana [ter as 3.029 vagas], pois se con-tinuar do jeito que está, nós va-mos falir. Não tem como, tem que aumentar. Um dos nossos objetivos – se eu conseguir esse, está bom - é sistematizar os concursos. Em vez de realizar poucos concursos com grande número de vagas, realizar con-cursos mais frequentes, com entradas menores. Isso impacta menos na entrada e na saída, mantendo a estrutura oxige-nada. O governador gostou da ideia. É um trabalho de con-vencimento. Mas, hoje, não se consegue pensar em outra coisa que não seja tentar equilibrar as contas do GDF.

RS Um problema grave, alvo de reclamações dos policiais, é a escala de trabalho de 24h por 72h. Ela já foi condenada pela

“Eu acredito em uma polícia só, ganhando muito

bem e com todo mundo comprometido”

Em entrevista à Revista Sinpol-DF, o novo diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, fala sobre o resgate da autoestima

dos policiais e dos desafios que a corporação enfrenta

O novo diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) é um velho conhecido

dos policiais: Eric Seba de Castro, 52 anos, sendo 30 deles na corporação, assumiu

o cargo no dia 8 de janeiro, com uma lista de desafios que não consideravam a cri-

se financeira pela qual passa o Governo do Distrito Federal. O mais simbólico deles é o déficit

no efetivo, problema que tem gerado prejuízos grandes não só aos policiais, mas à população.

Seba chega a uma PCDF forte, mas desmotivada. As razões para isso são várias: vão desde a

defasagem salarial a problemas na infraestrutura das delegacias, que tem tornado o trabalho

já exaustivo dos policiais ainda mais difícil. Em entrevista à Revista Sinpol-DF, durante uma

reunião com a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), o novo

diretor da instituição mostrou-se aberto ao diálogo; a ouvir as reivindicações; e a trabalhar para

sanar as dificuldades, embora tenha ficado claro que as soluções vão exigir ainda mais paciên-

cia dos policiais civis. Leia abaixo:

“Não é brigando entre a gente,

nem com autofagia que

vamos conseguir”, diz Eric Seba

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

Page 4: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 7WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/20156

Organização Internacional do Trabalho (OIT), pois é fato que afeta a saúde do policial. Algumas dele-gacias já funcionam com as modalidades de 12h por 24h e 12h por 72h. É possível estender a toda PCDF?

ES É uma exigência da Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública] que não haja um turno maior de 12 horas de trabalho. Eu era entusiasta da escala de 24h por 96h. Eu puxei alguns plantões de 12h por 24h ou 12h por 72h durante a Copa do Mundo e não tenho dúvida alguma de que os plantões são a me-lhor opção para todo mundo: para o servidor, para a sociedade e para a instituição. Porque quando você está chegando a um nível alto de desgaste e pressão, você folga. Então, eu não tenho dúvida, hoje, de que essas escalas funcionam, principalmente onde há DCA’s e Central de Flagrante. Nesses locais, é impen-sável sair dessa escala e a ideia que temos, em defi-nitivo, é uma coisa que só tende a se expandir. O que temos de pensar, hoje, quando se fala na expansão dessa escala para as outras unidades são dois motivos básicos: o primeiro é que não há efetivo para mon-tar a quinta equipe nas unidades; o segundo é que caso consigamos montar a quinta equipe, temos que pensar em como vão funcionar as centrais.

RS Independentemente da entrada dos 500 apro-vados, é possível implantar essas novas escalas com os agentes de custódia que virão para a PCDF?

ES Eu vou ser sincero: minha visão administrati-va, neste momento, é, com os agentes de custódia, reforçar a carceragem para permitir uma estrutu-ra de mobilidade, tirando os agentes de polícia da custódia hospitalar, algo que pra mim é importante. Eventualmente, podemos ter uma ou duas equipes disponíveis para fazer o suporte, em uma necessi-dade de emergência, em um plantão de uma de-legacia. Aí, nós teríamos mobilidade. Não ficaría-mos com equipes engessadas. Minha visão para os

agentes de custódia, hoje, seria essa. Uma outra coi-sa que talvez seja preciso buscar, mas precisamos analisar todos os lados, é, de repente, desafogar as centrais dos registros corriqueiros de ocorrên-cia. Mas precisamos ver o impacto. Estou dando as ideias, que vamos amadurecer à medida em que as pessoas forem chegando.

RS Uma reivindicação urgente da categoria é um reajuste na restituição do plano de saúde. Hoje, o policial recebe um valor que varia entre R$ 80 e R$ 120. Mas esse ressarcimento atinge um público pe-queno: 30%, pois há uma burocracia grande nesse processo. Como é possível desburocratizar o res-sarcimento e universalizá-lo, de forma que todos recebam os valores automaticamente?

ES A burocracia vai cair. Eu sou extremamente desburocratizador. Gosto das coisas bem simples. Quanto ao modelo do plano, eu tenho algumas ideias. Não conheço a fundo o plano de saúde ainda. Eu mesmo já desisti do ressarcimento por causa da burocracia. É humilhante. Na minha opinião, esse valor é muito baixo. Os planos de saúde estão muito caros e esse ressarcimento não os acompanha. Va-mos trabalhar no sentido de buscar alguma solução. Já recebi muitas ideias: a de criar um Hospital da Po-lícia Civil – o que é uma estrutura onerosa – ou bus-car convênios. Não sei qual é o melhor modelo, mas acho fundamental, importantíssimo, que se busque uma solução.

RS Outro alvo de queixas recorrentes entre a catego-ria é o atendimento da Policlínica. A situação se agra-vou desde a publicação da Instrução Normativa 155 [que dispõe sobre a concessão de licença médica]. É possível mudá-la para que ela reflita a realidade atual, que é a de um policial estafado, cansado?

ES Li muito sobre essa instrução normativa, mas não me aprofundei. Não posso fazer uma crítica

dizendo se está certa ou errada, mas sei que ela tem que ser reformulada, não tenho dúvida. Pa-rece-me extremamente perigoso você criar um mecanismo normativo para dificultar a licença médica. Tudo o que for necessário para acolher-mos, dar atenção ao policial que precisa de aju-da, ele terá. Na questão da Policlínica, tem sido recorrente a menção ao atendimento insatisfató-

rio; às vezes até há recusa. Precisamos entender o que ocorre lá dentro. Queremos que a Policlíni-ca tenha visão mais humana; que acolha o policial. Uma das ideias é transformá-la numa estrutura um pouco maior, talvez até numa forma de depar-tamento, e subordiná-la à Direção da Polícia Civil. Entendo que esse contato direto com a Policlínica tem que ser com a direção. Ninguém melhor do que o diretor da Polícia Civil para entender os problemas do policial como um todo. A saúde do servidor tem que estar diretamente ligada ao diretor. Não posso, aqui, adiantar decisões. Mas vai haver mudanças.

RS Nós sentimos um clima geral de desmoti-vação entre os policiais. Sabemos que há várias razões para isso. O que o senhor acredita que é necessário para mudar esse cenário?

ES Não vejo fórmula mágica. Nossa autoestima, hoje, está como um caminhão descendo um mor-ro. A primeira coisa a ser feita não é voltar esse caminhão pra cima, mas fazê-lo parar; tem que

freá-lo. Depois, você pen-sa como ele vai voltar. É um processo. Talvez ele não se encerre neste governo. Estou sendo bem pragmático, mas vamos iniciar esse processo. As medidas serão de buscar o diálogo - pois as pessoas reclamam muito que não são ouvidas, não apenas os poli-ciais. Não há como cultivar uma equipe em uma delega-cia se o delegado-chefe não se sente valorizado. Esse é um trabalho que passa, ne-cessariamente, pelo sindi-cato. Nós temos que deixar de nos vermos como adver-sários. Todos fazemos parte de um mesmo grupo. E esse grupo só será fortalecido com união. Eu gostaria que a nos-sa carreira fosse constituída da seguinte forma: a diferença entre um delegado em final de carreira e um agente em início de carreira fosse de 3 mil reais, no máximo. Porque aí você valoriza todo mundo, acaba com essa sanha irracional, na minha opinião, de busca

por gratificação. Hoje, a gratificação é mais impor-tante que a carreira; muito mais importante, fi-nanceiramente, do que a atividade a exercer. Não é brigando entre a gente, nem com autofagia que vamos conseguir.

Eu acredito em uma coisa que eu já vi acontecer e que pode ser retomada: uma polícia só, ganhan-do muito bem, todo mundo muito próximo, todo mundo muito comprometido. O que vemos, hoje, é diferente. Já estive dos dois lados. Nosso interesse é o bem-estar de todos.

A burocracia vai cair. Eu sou extremamente desburocratizador. Gosto das coisas bem simples.

Queremos que a Policlínicatenha visão mais humana;

que acolha o policial.

Eric Seba, diretor-geral da PCDF

Eric Seba, diretor-geral da PCDF

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

Em vez de realizar poucos concursos com grande número de vagas, realizar concursos mais frequentes, com entradas menores

ENTREVISTAENTREVISTA

Page 5: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 9WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/20158

CAPACAPA

A maior aposta do governa-dor Rodrigo Rollemberg, e principal projeto na área da segurança pública para

reduzir a criminalidade no Distrito Fe-deral, é o programa “Pacto pela Vida”, importado de Pernambuco onde trou-xe resultados na redução do número de homicídios no estado durante sete anos consecutivos. Para o DF, o plano prevê o es-tudo, identificação e elaboração de propos-tas de ações para cada cidade de Brasília, onde polícias Civil e Militar, além do Corpo de Bombeiros, Detran e outros órgãos atuarão em conjunto.

Arthur Trindade, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), afir-ma que a participação dos policiais civis e militares será crucial para o funcionamen-to do “Pacto pela Vida”. “Os bons resultados do programa dependem do compromisso das forças policiais”, destaca.

Uma das propostas do projeto é a responsabilização de comandantes e delegados sobre o desempenho das unidades policiais. Além disso, Rollemberg e o secretário Arthur Trindade anunciaram a criação da Sub-secretaria de Gestão de Informações, que tem o intuito de melhorar a análise das ocorrências e auxiliar na elaboração das estratégias policiais. No Distrito Federal, segundo informações da Secretaria de Seguran-ça, apesar do número de homicídios apresentar queda de 2,7% em 2014, casos como roubo de veículos e furto a pedestres aumentaram 69% e 61%, respectivamente.

De acordo com Rodrigo Franco, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), um dos problemas enfrenta-

dos pelas forças policiais é a falta de políti-cas para a área. “A percepção dos policiais, assim como a da sociedade, é de que há uma grande sensação de insegurança, o que exige uma discussão sobre um novo modelo de segurança pública”, destaca. O presidente do Sinpol-DF comenta, ainda, que o efeti-vo policial é o menor dos últimos 16 anos. Além disso, houve redução de 15% no número de agentes de polícia e 19% de escrivães. “No último concurso público realizado em 2013, cerca de 500 agentes e escrivães fizeram a academia de polícia e, até agora, aguardam nomeação”, afirma Franco.

Enquanto os novos policiais esperam a no-meação, o atendimento nos plantões tem ocorrido de forma mais lenta devido ao número de policiais disponíveis. “A escala de 24 horas de trabalho por 72 de descanso é desumana. O ingresso de mais agen-

PACTOPELAVIDA

é o principal projeto para a área de segurança pública no Distrito Federal. Veja alguns dos pontos do programa:

Responsabilização de comandantes e delegados sobre o

desempenho das unidades

policiais

Definição de indicadores de resultados, como a redução do número de homicídios e o aumento de armas apreendidas

Criação da Subsecretaria de Gestão de Informação, responsável pelo levantamento de análises criminais a fim de identificar os delitos mais comuns em cada região do DF

Reuniões mensais não só com gestores da área de segurança, mas também com

tomadores de decisões de outros órgãos, como

administrações regionais, escolas e

conselhos comunitários

Adoção do policiamento de

proximidade, uma interação maior entre

policial e comunidade. Um exemplo é fazer

com que PMs criem o hábito de fazer visitas às casas para saber

se os moradores têm demandas na área de

segurança

Arte

: Agê

ncia

Bras

ília

Intensificação das operações com a polícia goiana no

Entorno do DF. Além disso,

parcerias com as prefeituras dessas cidades para que elas fortaleçam e

executem programas de prevenção à

violência

NOVOS RUMOS PARA A SEGURANÇA PÚBLICA

Programa Pacto pela Vida é esperança do governo para melhorar a sensação de segurança no Distrito Federal

Os bons resultados do programa Pacto pela Vida

dependem do compromisso das forças policiais

Arthur Trindade, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal

tes possibilitaria uma carga horária reduzida e mais agilidade nas investigações”, comenta. Ainda de acordo com o presidente, a reposição do quadro, por meio de concurso, deve ocorrer de forma planejada e constante. “Além da nomeação imediata dos aprovados acredi-tamos que são necessários processos seletivos gradu-ais e contínuos para ingresso na carreira policial, com a realização de concursos em um menor período de tempo”, explica Rodrigo Franco.

Para o secretário de Segurança Pública, a qualidade dos serviços prestados à população depende da motivação dos policiais civis e militares. “Nosso compromisso é apoiar as ações de valorização profissional. Para isso, criamos uma subsecretaria de ensino e valorização profissional”, garantiu Trindade.

CAPACITAÇÃO

Recentemente, foi sancionada a lei 13.060/14, deter-minando que os órgãos de segurança pública devem priorizar o uso de “instrumentos de menor potencial ofensivo” em suas ações. Com isso, itens como spray de pimenta, gás lacrimogênio, cassetetes, balas de borra-cha e armas de eletrochoque farão parte da rotina poli-cial. Rodrigo Franco lembra que a doutrina do Uso Pro-gressivo da Força é ensinada nas academias de polícia há um bom tempo. “Nem sempre os policiais eram trei-nados adequadamente ou recebiam os equipamentos não letais”, ressalta.

A nova legislação estabelece que as armas de menor po-tencial ofensivo devem ter preferência de uso sempre que a situação não gerar risco para os agentes de segurança. “A eficácia desta nova lei depende da aquisição dos equipa-mentos, do treinamento das polícias e da criação de proto-colos de procedimento”, afirma Arthur Trindade.

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

FOTO

: AN

DR

É BO

RG

ES /

AGÊN

CIA

BRAS

ÍLIA

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ESFO

TO: A

ND

BOR

GES

/ AG

ÊNCI

A BR

ASÍL

IA

"A eficácia desta nova lei depende da aquisição dos equipamentos, do treinamento das polícias e da criação de protocolos de procedimento", diz Arthur Trindade"

Diretoria do Sinpol-DF em reunião com o secretário Arthur Trindade

Page 6: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

EM AÇÃO

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 11

Rotina dos agentes de custódia envolve muita dedicação e colaboração mútuaProfissionais driblam as dificuldades do efetivo deficitário e garantem a segurança nas atividades que envolvem a integridade e o bem-estar dos detentos no Distrito Federal

R icardo Cardoso, 48, é diretor da Divisão de Custódia e Controle de Presos da Polícia Ci-vil (DCCP) e agente de polícia. Pouco antes

das nove horas, quando a equipe da Revista Sinpol-DF chega à Divisão, ele tem um compromisso inadiável: acompanhar a transferência dos presos da carceragem do Complexo da Polícia Civil para o Centro de Detenção Provisória (CDP).

O processo é repetido duas vezes por semana, quando são transferidos de 160 a 200 presos por semana. Apenas naquele dia, 92 deixaram a carceragem.

Assim que são acomodados nos carros, os presos deixam o Complexo da Polícia Civil acompanhados por cinco motos do Departamento de Trânsito (De-tran) e mais duas viaturas da Diretoria de Operações Especiais (DOE). A ação conjunta aumenta a segurança da escolta. Horas depois, a equipe deve voltar trazendo uma média de 20 a 30 novos detentos.

Os agentes se esforçam para diminuir falhas de segu-rança e embarcar todos os presos sem incidentes. O diretor se orgulha do bom trabalho que sua equipe vem desempenhando e do reconhecimento tanto dos ór-gãos fiscalizadores, como o Ministério Público, quanto do próprio preso, segundo Ricardo, o principal “cliente”. “A função do agente policial de custódia é cuidar da inte-gridade e bem-estar do preso”, relata.

Diretor adjunto da DCCP e agente de polícia, Gerson Barbosa, 49, também participa da transferência acompa-nhando os presos na saída do pátio. Para ele, poder mul-tiplicar o conhecimento que adquire na DCCP é a melhor parte do trabalho. “Em cada divisão da Polícia Civil você aprende muito. E eu estou aprendendo e repassando esse conhecimento”, diz.

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

Ricardo Cardoso, diretor

do DCCP. Para ele, todos os agentes têm um objetivo comum. “O

pensamento é no coletivo, não

temos rótulo”

Todos os agentes são treinados e usam armas não-letais durante a transferência dos detentos

Melissa Nunes Rubinstein Warmling, 40, é agente policial de custódia e trabalha na Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) da DCCP. A agente e suas colegas têm o trabalho de garantir que toda a documentação do preso esteja correta – e todos os procedimentos e mandados cumpridos -, antes da passagem do detento pelo sistema de identificação do plantão.

Para Melissa, a maior dificuldade do DCCP é o efetivo reduzido, que não é um problema exclusivo da Divisão de Custódia, mas de toda a Polícia. Assim também pensam Gerson e Ricardo que consideram que, por causa da defasagem de pessoal, o trabalho conjunto realizado pelos agentes policiais de custódia tem importância capital. “Um agente sozinho não faz nada, mas com trabalho em equipe nós conseguimos minimizar os riscos e dividir o serviço”, destaca Ricardo.

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/201510

ARTIGO

TRABALHO EM EQUIPE

A necessidade urgente de aumento no efetivo da Polícia Civil do Distrito Federal é um as-sunto que vem sendo amplamente discutido

e reivindicado junto ao Governo do DF. Um levanta-mento realizado pelo Sinpol-DF indica que há um dé-ficit em praticamente todas as carreiras policiais exis-tentes na estrutura da PCDF, problema que se arrasta há mais de 20 anos.

A situação é agravada pela quantidade de policiais cedidos a outros órgãos ou desviados da função policial dentro da própria corporação, e que têm executado trabalhos burocráticos, de aspecto mera-mente administrativo.

Esse desvio de função ocorre, sobretudo, por causa da falta de servidores administrativos de nível supe-rior e médio especializados na execução dos servi-ços auxiliares policiais. A contratação de servidores administrativos resultaria na liberação imediata dos servidores policiais para atuarem diretamente no com-bate ao crime.

Publicado em 2005 pela Secretaria Nacional de Segu-rança Pública (Senasp), o Plano de Modernização das Polícias Civis prevê a criação de carreiras exclusiva-mente administrativas de analistas e técnicos dentro das organizações policiais, que serão ocupadas por um servidor completamente alinhado com os obje-tivos institucionais, porém absolutamente voltado para funções estritamente administrativas. Trata-se de um apoio direto às equipes de investigação, libe-rando assim o profissional de polícia para atuação de campo, trazendo uma maior mobilidade do que a prática atual.

O documento considera, ainda, que o emprego de ser-vidores policiais em função meramente administrati-vas como uma das contradições mais sérias das orga-nizações policiais brasileiras.

Carreira administrativa: a saída para uma PCDF mais dinâmica e eficiente

O Distrito Federal, porém, segue na contra-mão: a carreira de Apoio Administrativo da PCDF encontra-se em extinção, completamente abandonada, sem a realização de concurso público desde 1994. Em 2011, de acordo com dados do Portal da Transparência do DF, havia 547 servidores dessa categoria na ativa - 270 deles lotados na Secretaria da Segurança Pública. Destes, 60 optaram, em 2014, por sair para a carreira de Políticas Públicas e Gestão Governamental do DF.

Trata-se de um fato alarmante, pois, enquanto a carreira está quase sendo extinta, ela precisaria contar com mais de 2 mil servidores. Além disso, desde 2008, mais de mil vagas criadas por meio da Lei Distrital 4.244/08 (alterada, posteriormente, pela lei 5.206/13) e aguardam a realização de concurso, faltando, apenas, a publicação do edital. A Polícia Federal (PF), que passava pelo mesmo problema, criou, em 2003, a carreira de Servidores do Plano Especial de Cargos. Com isso, permitiu-se que vários policiais voltassem à atividade-fim, ou seja, de investigação. Atualmente, existem três mil servidores administrativos para 12 mil policiais, o que representa, proporcionalmente, um administrativo para quatro policiais.

É importante destacar que a realização de um con-curso para as carreiras tipicamente policiais deman-da tempo - em média 18 meses desde o lançamen-to do edital até a nomeação dos servidores, e a um custo alto. Enquanto isso, a efetivação da carreira administrativa ocorre em um curto espaço de tempo, sem necessidade do curso de formação, com a imediata nomeação e a um custo menor.

Com a reestruturação do quadro administrativo na PCDF, será possível otimizar o aproveitamento dos policiais já em exercício e dos servidores que ingressarem nessa carreira futuramente. É primordial fazer da Polícia Civil do DF uma polícia mais dinâmica e eficiente.

FOTO

: DIV

ULG

AÇÃO

Luciano Vieira*[email protected]

*Luciano Vieira é diretor-adjunto de Comunicação do Sinpol-DF e lotado na 2ª DP

Page 7: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

As balas de borracha não conseguem perfurar a pele, mas, ainda assim, podem ser

letais se não forem utilizadas corretamente. Recomenda-se atirar a pelo menos 20 metros de distância.

Bombas e granadas estarão disponíve is apenas para o De-partamento

de Operações Especiais (DOE). Bombas de efeito moral emitem um som muito alto e deixam as vítimas desorientadas.

Por meio da Capsaicina, retirada de plantas picantes, o desconforto do spray de

pimenta pode levar de 20min a 2h para passar. Recomenda-se não borrifar extensa quantidade e disparar a alguns metros de distância.

O Taser (lê-se "têizer) ou arma de eletrocho-que), é outra alternativa de baixa

le talidade. Dispara uma des-carga elétrica que age sobre o sistema nervoso do crimino-so, paralisando suas ações, permitindo que seja rendido e algemado sem ferimentos.

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 13WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/201512

LEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃO

POLICIAIS DEVEM SER TREINADOS PARA USO DE ARMAS NÃO LETAISNova legislação estabelece o uso dos equipamentos desde que o policial não esteja em risco

A rmas não letais como gás lacrimogêneo, balas e cassetetes de borracha, spray de pimenta e arma de eletrochoque, também conhecida como taser, devem ganhar preferência nas operações policiais

de todo o país. É o que determina a lei 13.060/14, aprovada em dezembro do ano passado.

A nova legislação estabelece que as armas de menor potencial ofensivo devem ter preferência de uso sempre que a situação não gerar risco para os agentes de segurança.

De acordo com o texto aprovado, as armas não letais têm baixa probabilidade de causar mortes ou lesões permanentes e são projetadas para conter, debilitar ou incapacitar pessoas temporariamente.

Desde que o uso do armamento não coloque em risco a vida do agente de segurança ou de terceiros, é proibida a utilização de armas de fogo contra veículos que desrespeitem o bloqueio policial, ou nos casos de abordagem à pessoa desarmada em fuga.

Para utilizar o equipamento de forma correta, o policial deve participar de cursos de formação e capacitação. No entanto, desde meados de 2007, que a Polícia Civil adota a doutrina do Uso Progressivo da Força, ensinada nas

A eficácia da lei depende da aquisição dos equipamentos, treinamento das polícias e

criação de protocolos de procedimento.

Arthur Trindade, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal

academias de polícia e orientada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.

Na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), equipamentos como granadas lacrimogêneas ou de efeito moral, balas de borracha e pistola de eletrochoque estão disponíveis apenas para o Departamento de Operações Especiais (DOE). De acordo com Dantas, agente de polícia lotado no DOE, nem todos os equipamentos estão disponíveis. “O spargidor químico - nome técnico do spray de pimenta, está acessível a todos os policiais que possuem o curso necessário”, ressalta.

“A eficácia da lei depende da aquisição dos equipamentos, treinamento das polícias e criação de protocolos de procedimento”, afirma Arthur Trindade, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

A utilização das armas tem como objetivo reduzir as ocorrências graves por agentes de segurança pública

Page 8: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

A combinação entre as atividades exercidas e a falta de reconhecimento profissional criam condições favoráveis ao surgimento de patologias psíquicas entre os policiais.

Comportamento agressivo e solidão são sintomas comuns de um possível desequilíbrio emocional. Aspectos que podem, em casos extremos, levar ao suicídio.

De acordo com a psicóloga Ana Magnólia Mendes, profes-sora da Universidade de Brasília (UnB), lidar de forma co-tidiana com as chamadas situações-limite, que envolvem violência, morte e que provocam sensação de insegurança e medo, contribui para o surgimento de transtornos men-tais. Ana concedeu entrevista à TV Sinpol em janeiro, opor-tunidade em que levantou uma ampla discussão sobre saúde mental no trabalho. As consequências de um am-biente de trabalho desestruturado e o contato com situa-

ções de vulnerabilidade e sofrimento alheio atingem até mesmo pessoas bem resolvidas e maduras. “Em organiza-ções com carência de valores como solidariedade e con-fiança, há uma desumanização que extingue o espaço para se falar em fracassos, fragilidades ou medos. Com o tempo, as defesas pessoais passam a se enfraquecer”, afirma a psicóloga.

O cenário descrito até aqui não é estranho àquilo que vive atualmente os servidores da Polícia Civil do DF. Diante da grande sobrecarga de trabalho e da falta de reconheci-mento profissional, é esperado que policiais experimen-tem problemas de saúde variados, principalmente por doenças relacionadas, diretamente, ao estresse profissio-nal. O afastamento do trabalho, embora necessário, pode-ria ser evitado se a busca por ajuda ocorresse ainda com os primeiros sintomas. Em muitos casos, o diagnóstico

ocorre tardiamente porque a procura por apoio psicológico enfrenta resistências dentro da ins-tituição. No imaginário coletivo, a imagem do policial como um “super-herói”, imune a todos os males, faz com que a busca por acompanha-mento médico ou psicológico se torne indício de fraqueza ou loucura, respectivamente.

Segundo Luciano Garrido, diretor de Comunicação do Sinpol-DF, que também é graduado em Psicologia, é de suma importância que haja, dentro da Polícia Civil, inspeções periódicas e profissionais capacitados para detectar precocemente problemas desse tipo dentro da corporação.

“É preciso combater essa postura em nossa cultura organizacional. Às vezes, o policial pode não admitir que precisa de auxílio, mas determinados padrões de comportamento, que repercutem na sua vida familiar, social e profissional, indicam que a assistência psicológica se faz necessária”, afirma Garrido. “Muitos problemas de saúde mental podem se tornar problemas disciplinares quando não tratados de forma preventiva ou diagnosticados precocemente”, acrescenta.

A assistência psicológica, de acordo com Ana Magnólia, deve ser desenvolvida sem que o paciente seja totalmente excluído do ambiente de trabalho. “O importante é que a corporação trate dele, assumindo também como sua a responsabilidade”, explica. A importância do trabalho na recuperação do paciente é central porque, segundo ela, assim como ele se tornou um fator precipitante para a doença, também poderá ser um meio de cura. “Há uma centralidade psíquica no trabalho, que é uma força estruturante da personalidade, fortalecendo a identidade, a busca da realização e um sentimento de utilidade da pessoa. Num trabalho onde haja um ambiente cooperativo, acolhedor, a pessoa pode se curar, se desenvolver e se transformar”, declara.

Saúde mental do policial está relacionada ao ambiente de trabalhoResistência em buscar tratamento e a ausência de profissionais para detectar e lidar com problemas psicológicos dos agentes agravam a situação

Num trabalho onde haja um ambiente cooperativo, acolhedor,

a pessoa pode se curar, se desenvolver e se transformar.

Ana Magnólia Mendes,professora de Psicologia na UnB

Assistência psicológica deve ser desenvolvida sem que o paciente seja totalmente

excluído do ambiente de trabalho

Psicóloga e professora da UnB participou da TV Sinpol, ao lado do diretor Luciano Garrido (esq.),

onde abordou assuntos relacionados à saúde mental dos policiais

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 15WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/201514

BEM-ESTARBEM-ESTAR

Page 9: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

Diferentemente de Amorim, que trabalhou por 24 anos na Pa-puda, Amélia mudou de lotação quando foi convidada a traba-lhar na Penitenciária Feminina do DF (Colmeia), na época da inauguração. Foi a primeira diretora da penitenciária e viu sua estrutura ser construída.

Amélia e Amorim compartilham muitas memórias. A mais marcante é a rebelião de 1986, a maior da história do Com-plexo. Enquanto Amélia estava no pátio externo do Comple-xo, Amorim estava dentro da Papuda e participou das nego-ciações com os líderes da rebelião. Amélia viveu momentos de angústia enquanto esperava pelo fim das negociações.

“Estava muito preocupada não só com meu marido, mas com os colegas feitos reféns pelos presos”, lembra.

Comprometidos com a instituição, o casal nunca enfrentou problemas na Polícia e fez muitos amigos du-rante os anos de serviço. “Sabíamos separar muito bem trabalho e relacio-namento”, diz Amélia. Em casa, tam-bém não misturavam as coisas. Evi-tavam assistir a programas policiais e não conversavam sobre trabalho nas horas de lazer. “A cabeça precisa-va descansar e se desligar da rotina”, conta Amorim.

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 17WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/201516

TALENTOSGENTE

Amor à prova de rebelião De colegas de profissão a marido e mulher: conheça a história de Amorim e Amélia, casados há mais de 30 anos

FOTO

: AR

QU

IVO

PES

SOA

L

A última semana do ano de 2014 reservou uma surpresa desa-gradável aos policiais do Distrito Federal: o colega Flavio Viana de Castro havia sido covardemente assassinado. As evidências dessa triste notícia começaram quando o carro dele foi encon-trado em uma ponte próxima ao Gama com perfurações de tiro. No banco de trás, havia sangue. O extintor foi usado para apagar possíveis impressões digitais.

O corpo de Flávio não estava ali: foi encontrado, mais tarde, na Ponte Alta do Gama. A descoberta dos responsáveis por esse crime, que ceifou a vida de um nobre colega com uma longa lista de serviços prestados à sociedade e a Polícia Civil, não demorou.

Policiais do DF e de Goiás trabalharam em conjunto e, ainda no sábado, dois deles já haviam sido identificados: um adolescente apelidado por “Paulinho” e outro homem identificado como Sassá. “Paulinho” foi preso nas primeiras horas do domingo, 28, dia sub-

Antônio Amorim, 66, prefere ser chamado apenas de Amorim - o “nome de guerra”, segundo ele. O então agente penitenci-ário trabalhava no Complexo Penitenciário da Papuda, onde conheceu Amélia Amorim, 59, em 1979, dois anos depois de ingressar na Polícia Civil. Amélia também era agente peniten-ciária e colega de Amorim na Papuda.

De colegas se tornaram amigos, e logo iniciaram um namoro. Casaram-se no dia 26 de dezembro de 1981. Juntos, tiveram dois filhos: Andrea Amorim, professora de Educação Física; e Antônio Júnior Amorim, estudante de Direito. Amorim, contu-do, já tinha uma filha, Adriana.

Morte de Flávio Viana une policiais civis e militares

sequente ao crime. Na mesma data foram presos Gilson Costa da Conceição, o “Cambão”, e Diego Jesus Barros. Faltava um: Saélio Aires da Silva, o "Sassá", foi preso no dia 7 de janeiro por agentes da Polícia Rodoviária Federal, dentro de um ônibus interestadual na cidade de Gurupi (TO).

Foram muitas as homenagens prestadas pelos colegas policiais. No entanto, a dor da perda persiste para amigos, colegas de tra-balho e para a família do bravo Flavio Viana de Castro. Mais um policial civil foi vítima daquilo que dedicou sua vida e vocação a combater: a criminalidade e a violência, que crescem em boa me-dida por puro descaso das autoridades.

FOTO

: AR

QU

IVO

SIN

POL-

DF

“POPÓ” E SEUS MOSAICOS

F oram 28 anos de trabalho na Polícia Civil. Apolônio Camelo, o “Popó”, como é conhecido entre os amigos, 55 anos, ingressou

em 1983 na Polícia Civil do Distrito Federal como agente penitenciário e, em 1985, após ser aprovado em outro concurso, tornou-se agente de polícia. Em 2010, aposentou-se, mas suas vocações não se limitavam às capacidades ne cessárias à atividade policial. Um encontro com a arte se aproximava.

Em uma viagem a João Pessoa, na Paraíba, Apolônio visitou várias lojas de artesanato. As paredes revestidas com pequenos fragmen-tos de vidro e azulejos, compondo belas fi-guras, despertaram-lhe admiração e curiosi-dade. Apreciou aqueles trabalhos por horas, que, lembradas hoje, tornaram-se únicas e marcantes, pois possibilitaram a descoberta de seu talento escondido.

Apolônio, então, resolveu perguntar aos vendedo-res quem eram os autores daqueles trabalhos. Após alguns minutos, entrou em contato com alguns ar-tesãos e descobriu que aquelas peças se denomi-navam mosaicos, a também chamada arte musiva. Tendo um primeiro contato com algumas técnicas e estilos, decidiu: “quero aprender e fazer os meus próprios mosaicos”.

De volta a Brasília, o policial procurou a artista plás-tica Vera Oliveira, com quem fez um curso básico de dois meses, e outros vieram na sequência. A pesqui-sa e a busca de conhecimento não pararam. “Depois de algum tempo, você começa a caminhar com suas próprias pernas, sem esquecer, é claro, que sempre temos de nos aperfeiçoar”, observa Apolônio Came-lo, afirmando que, hoje, o mosaico é parte de sua vida

O encontro do policial aposentado Apolônio Camelo com os segredos de uma arte encantadora

QUER CONTAR A SUA HISTÓRIA? Entre em contato: [email protected]

diária. “Faço quadros, painéis, vasos e todo tipo de trabalhos que possam ser revestidos com azulejos e pastilhas de vidro”.

Seu mais recente trabalho concluído chama-se Flores de Ypês. Nele, podem ser conferidos os conheci-mentos adquiridos em sua especialização em mural, obtida por meio da participação em um curso minis-trado por dois mestres do mosaico: Fernanda Jaton e Christian Gibaut.

“Cada trabalho tem uma história”, reflete Apolônio. “E é sempre gratificante ver o resultado final, lembrando-se das primeiras ideias, dos primeiros passos, e do cuida-do com os detalhes ao longo da realização da obra”.

Popó participa de feiras e exposições por todo o país. Os trabalhos podem ser adquiridos diretamente com ele, pelo telefone (61) 9293-4629.

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

Amélia e Amorim: casal se conheceu

enquanto trabalhava na Papuda

Page 10: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 19WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/201518

GESTÃOGESTÃO

SINPOL-DF E ENTIDADES DE TODO O PAÍS BUSCAM MELHORIAS NA SEGURANÇA PÚBLICAO Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-

DF) participou, em janeiro, junto a diversas entidades

representativas dos profissionais de segurança pública,

de uma reunião para discutir a elaboração de uma pauta

conjunta de discussões, ações e mobilizações das forças

policiais. A percepção é de que o momento atual exige

uma discussão sobre um novo modelo de Segurança

Pública. Outros temas serão abordados pelas entidades,

que devem realizar manifestações públicas em prol de

causas como o aumento da morte de policiais, a redução

da maioridade penal e a falta de efetivo nas polícias.

APROVADO NO SENADO FEDERAL PROJETO QUE RENOMEIA O CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO

SINDICALIZADOS SUGEREM CRIAÇÃO DE CLUBE DE TIRO

POLÍCIA CIVIL DO DF ABRE 417 VAGAS EM NOVO CONCURSO PÚBLICO

Começou no dia 9 de fevereiro – e vai até 16 de março - o período de

inscrições para três concursos públicos promovidos pela Polícia Civil do

Distrito Federal (PCDF). São 417 vagas, sendo 200 para delegado (100

chances imediatas e 100 para cadastro reserva), 157 para papiloscopista

(50 imediatas e 107 para cadastro) e 60 para perito médico-legista (20 vagas

imediatas e 40 para cadastro). Cinco por cento delas foram reservadas

para pessoas com deficiência. O cargo de delegado exige dos candidatos

formação superior em direito e três anos de prática jurídica ou atividade

policial. Quem tem qualquer curso de nível superior pode concorrer às vagas

para papiloscopista. Formados em Medicina puderam concorrer ao posto de

perito – é preciso, ainda, ter registro no conselho de classe.

ERIC SEBA DE CASTRO TOMA POSSE COMO DIRETOR-GERAL DA PCDFO delegado Eric Seba de Castro tomou posse como diretor-

geral da Polícia Civil do Distrito Federal no dia 8 de janeiro,

em solenidade realizada no auditório do Complexo da PCDF.

À mesa, junto ao novo diretor, estavam o governador Rodrigo

Rollemberg e o secretário de Segurança Pública, Arthur

Trindade. Diretores do Sinpol-DF prestigiaram o evento. “O

sindicato cumprimenta o novo diretor-geral da PCDF, na

expectativa de que seja realizado o melhor trabalho possível

no que diz respeito à valorização do policial civil”, declarou

Renato Rincon, 1º vice-presidente do sindicato.

FOTO

: AR

QU

IVO

SIN

POL-

DF

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

O Plenário do Senado aprovou, no dia 10 de de-

zembro de 2014, o projeto que renomeia o cargo

de agente penitenciário de carreira da Polícia Civil

do Distrito Federal para agente policial de custódia.

Na prática, o projeto permite que os agentes peni-

tenciários sejam lotados, definitivamente, na insti-

tuição de origem. A proposta foi apresentada pela Presidên-

cia da República, passou pela Câmara dos Deputados e foi

aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

(CCJ) do Senado após encaminhamento favorável do relator

Um grupo de policiais filiados lançou, em dezembro de

2014, a ideia da criação de um Clube de Tiro Esportivo do

Sinpol-DF. A proposta é trazer benefícios como a melhoria

do exercício da atividade policial, possibilitar a aquisição

de armas importadas de diversos calibres e o apostila-

mento da atividade de recarga, facilitando o acesso do po-

licial à munição de treinamento. Os associados também

poderão participar de competições que visem o aperfeiço-

amento e a troca de experiências. As atividades são su-

pervisionadas pelo Exército Brasileiro, em estande de tiro

situado no Setor Militar Urbano. Para a criação do clube,

APP FACILITA TRABALHO DA POLÍCIA E A APROXIMA DOS JOVENS Por meio do WhatsApp, a PCDF tem recebido 200 denúncias por semana

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

FOTO

: AR

QU

IVO

SIN

POL-

DF

FOTO

: DIV

ULG

AÇÃO

senador Gim Argelo. Ainda senador, o atual governador do DF,

Rodrigo Rollemberg, manifestou-se no plenário sendo favorá-

vel ao projeto. Ele declarou que “a Polícia Civil e a sociedade

brasiliense ganham com a aprovação desse pleito”.

A Polícia Civil do Distrito Federal

(PCDF) mantém um perfil no aplicativo

WhatsApp para receber denúncias da

população. O serviço foi inaugurado em

junho de 2014 e se tornou alternativa de

aproximação da instituição com os bra-

silienses, que podem contribuir para que

o trabalho dos policiais seja ainda mais

rápido e eficaz. Por semana, são rece-

bidas cerca de 200 denúncias. As infor-

mações são centralizadas na Divisão de

Controle de Denúncias e Ocorrências Ele-

trônicas (Dicoe), onde é feita uma triagem

e, depois, encaminhadas às diversas uni-

dades da Polícia Civil do DF.

Ao realizar a denúncia por

meio do WhatsApp, é possí-

vel aumentar o nível de informações com

fotos, vídeos e textos.

“Houve uma melhora das estatísticas

em relação às prisões e número de

denúncias após a implantação do apli-

cativo. Isso nos aproximou mais da po-

pulação, em especial, dos mais jovens.

Como resultado, temos conseguido

mais facilidade na hora da investiga-

ção”, explicou, em nota, a Assessoria

de Comunicação da PCDF.

em convênio com a Federação de Tiro Prático do DF, será

necessário um pequeno investimento mensal de R$ 50.

Basta enviar uma mensagem via WhatsApp para o número (61) 8626-1197. O aplicativo pode ser baixado por celulares com sistemas Android, iOS ou Windows Phone.

PARA DENUNCIAR:

Page 11: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

Saúde e bem-estar dos filiados são prioridadesMais de 30 parcerias foram firmadas na atual gestão, com empresas de vários segmentos

P ela natureza do trabalho que exercem, os policiais civis precisam manter-se

saudáveis e bem condicionados. A atividade física constante, além de prevenir doenças, estimula integração social e o bem-estar mental dos praticantes.

Nesse sentido, além de parques e atividades ao ar livre, as academias de ginástica são uma boa alternativa para cuidar da saúde. O Sinpol-DF sabe disso e trabalha firmando convênios com empresas da área. “O bem-estar do profissional é muito importante para nós”, destaca Marcos Antônio de Campos, o “Marcão”, diretor de

TERAPIAO Espaço Iara Nárdia oferece consultoria na área sexual e de relacio-namento há mais de 18

anos em Brasília. Os sindicalizados podem obter descontos para serviços de relaciona-mento de casal, cursos para trabalhar auto-estima profissional, visual e sexual e pales-tras empresariais com objetivo de promover o bem-estar da família. Para mais informa-

ções, ligue (61) 9212 0028 / 8122 8312.

DESCONTO EM ESCOLA

Pautando-se por princí-pios religiosos aliados às conquistas didáti-

co-pedagógicas da atualidade, o Centro Educacional Nossa Senhora do Rosário oferece desconto de 30% sobre o valor das mensalidades da Educação Infantil e do Ensino Fundamental aos associados do Sinpol-DF. Para mais informações, ligue

(61) 3242 1134 / (61) 3443 7758.

PÉS BEM CUIDADOS

O Centro de Tra-tamento dos Pés

possui uma equipe de profissionais preparada para atender diversas espe-cialidades, entre elas Podologia Infan-til, Podogeriatria e atendimento a dia-béticos. O convênio dá direito a 15% de desconto para qualquer tratamen-to e pagamento facilitado. Para mais

informações, ligue (61) 3039 7047.

NOVOS CONVÊNIOS:

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/2015 21WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/201520

CONVÊNIOS

Administração do sindicato. É esse o setor que firma os convênios em benefício dos sindicalizados. Apenas na atual gestão, já são 30 parcerias. Entre elas estão cinco academias de ginástica: Tribus, ClubeCoat; Any Shirley, Five Rounds Academia de Lutas e Quattor – estas duas, as mais recentes.

Na ClubeCoat, que fica no Setor de Clubes Sul, além de desconto na mensalidade, os filiados não pagam taxa de adesão para os planos se-mestral e anual. Já na Five Rounds, que fica no SIG, o benefício é um desconto de 15% nas mensalidades.

Assim como em todos os convênios, os filiados ao Sinpol-DF têm im-portância fundamental no processo de escolha de novas parcerias. As sugestões podem ser feitas durante as assembleias gerais, ou em con-tato com a Diretoria de Administração. O sindicato busca garantir que os associados tenham economia no acesso aos mais diversos serviços. O Sinpol-DF não recebe nenhum tipo de comissão. “Preferimos sem-pre garantir um desconto maior para o sindicalizado”, diz Marcão.

FOTO

S: S

HIR

LEY

MA

RQ

UES

SINPOL-DF NA MÍDIA

Page 12: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

WWW.SINPOLDF.COM.BR | FEVEREIRO • MARÇO/201522

ESPAÇO DO POLICIAL

Bateu o estresse? Pare, respire, exercite-se e relaxeO policial aposentado, e agora massoterapeuta, Francisco Silva (foto), indica exercícios simples que ajudam a prevenir dores musculares.

Os três movimentos indicados

abaixo ajudam a relaxar e a di-

minuir a tensão nos músculos, prevenindo a dor nas costas, braços

e pescoço e também lesões relacionadas ao próprio trabalho. São

exercícios simples e podem ser realizados no próprio local de traba-

lho, uma ou duas vezes ao dia, e servem para aumentar a circulação

sanguínea, combatendo a fadiga muscular e o cansaço, e devem ser

realizados diariamente, durante pelo menos 20 minutos.

FOTO

: SH

IRLE

Y M

AR

QU

ES

FOTO

S: W

IKIH

OW

.CO

M

Deve-se ficar sentado ou de pé, esticar um dos braços com o polegar voltado para cima. Com o outro braço deve trazer o braço que será alongado para mais perto do peito. Permaneça parado nesta posição por 30 segundos. Depois repita o mesmo exercício com o outro braço.

Tente apoiar a cabeça nos ombros. Para auxiliar, pode utilizar uma das mãos. Permanecer parado nesta posição por 30 segundos. Depois repita o mesmo exercício com o outro braço.

Deve-se esticar os dois braços à frente do corpo, entrelaçando os dedos, tentando alongar os músculos das costas. Permaneça parado nesta posição por 30 segundos.

1

23

Outras dicas importantes para evitar a dor nas costas são evitar levan-

tar pesos de forma inadequada e sentar-se corretamente mantendo a

coluna ereta, especialmente durante as horas de trabalho. No entanto,

se houver algum incômodo nas costas, também poderá aliviá-la com

um bom banho de água quente ao final do dia.

A MULHERMãe cósmicaMãe terraMãe dos oceanosContém ao mesmo tempo:O uno e o versoDe todo o universo Seio fecundoDe onde jorra o leite da vidaOlhar misteriosoDe onde emana a luz da criaçãoVoz encantadoraDe onde vibram sublimes cançõesUm coração palpitante De onde se ausculta os mistérios de DeusLucigênita como as estrelasSagrada em sua plenitudeDetentora da dinvindadeMãe soberana de Cristo Esposa de José carpinteiro Companheira fiel de SalomãoSeja na figura de Brigitte, de EvaDe Maria mãe de Jesus de NazaréOu na figura de Simone de BeauvoirA mulher encerra em sua voz o cantoQue o mundo inteiro quer ouvir.

MÃE DA LUA, de autoria do Agente de Polícia Civil Emerson Vaz Borges, lotado na Secretaria de Inteligência.

Poema

Filmes

Livr

os

José Geraldo Guerra, 47 anos, trabalha no plantão da DCCP e é agente de polícia. Indica o filme “Click” (2006). “O filme me fez refletir sobre o tempo que investimos no trabalho e o que dedicamos à família. Às vezes, as prioridades precisam ser revistas”, pondera.

Juliana Simaan, 36 anos, agente de polícia, trabalha na Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Decap). Indica o filme francês “Os intocáveis” (2011). “Um filme emocionante”, resume.

Inara Caminha Amorim, 33 anos, agente de polícia, trabalha na Decap. Indica o livro “A Cabana”, de William P. Young. “A leitura é simples e fluida, e o livro passa uma mensagem muito profunda e bonita”, diz.

Suzana Pericin, 42 anos, agente de polícia, trabalha na Decap. Indica o livro “50 maratonas em 50 dias”, de Dean Karnazes. “Uma ótima leitura para quem se interessa por corrida”, afirma.

Bruno Araújo, 35 anos, agente de polícia, trabalha na Decap. Leu recentemente e indica a trilogia “1808”, “1822” e “1889”, de Laurentino Gomes. “São livros que mostram outro lado da História, sob um ponto de vista diferente”, explica.

JUNTOS, SOMOS FORTES E

PODEMOS MUDAR ESSE QUADRO!JUNTOS, SOMOS FORTES E

PODEMOS MUDAR ESSE QUADRO!

Page 13: Revista Sinpol-DF - Edição 2 - Fev. a Mar. 2015

FIQUE CONECTADO COM O SINPOL-DFConheça os nossos canais de comunicação:

SEDE: SCLRN 716, Bloco F, Entrada 61, Loja 59, Edifício do Policial Civil. Brasília-DF. CEP 70770-536.Telefones: (61) 3701-1300 / 3701-1334E-mail: [email protected]

FILIAL: QNA 29, Casa 06, Taguatinga Norte. Brasília-DF. CEP 72110-290.Telefones: (61) 3352-6429E-mail: [email protected]

facebook.com/SinpolDF youtube.com/user/Sinpoldf/videos @sinpol_df @sinpoldf_ feed://sinpoldf.com.br/feed/

s i n p o l d f . c o m . b r