Revista Tela Viva - 87 Novembro de 1999

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www.telaviva.com.br A TELEVISÃO BRASILEIRA CHEGA AO EXTERIOR AS OPÇÕES DE PRODUÇÃO DO MERCADO CORPORATIVO Nº87 NOVEMBRO 99 AUDI  NCIA FORA DO AR AUDIÊNCIA FORA DO AR IBOPE PROÍBE DIVULGAR ÍNDICES AO VIVO

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Revista Tela Viva - 87 Novembro de 1999

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A TELEVISÃO BRASILEIRA

CHEGA AO ExTERIOR

AS OPÇÕES DE PRODUÇÃO

DO MERCADO CORPORATIVO

Nº87NOVEMBRO 99

AUDI  NCIA FORA DO ARAUDIêNCIA FORA DO ARIBOPE PROÍBE DIVULGAR ÍNDICES AO VIVO

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Í N D I C E

Rubens Glasberg

A modernização do parque de equipamentos das emissoras de TV no Brasil está devagar, quase parando. A digitalização dos sistemas de produção poderia estar sendo efetuada mesmo sem a definição do padrão nacional para as transmissões da DTV. Casos como os das TVs Fronteira Paulista e Alto Litoral, afiliadas da Globo em Presidente Prudente (SP) e Cabo Frio (RJ), respectivamente, que trocaram todos os seus equipamentos de aquisição e edição por sistemas digitais, são praticamente os únicos de que se têm notícias nos últimos tempos. A recessão econômica e a mudança cambial estancaram os planos da maioria dos broadcasters brasileiros. Os fornecedores travam verdadeiras batalhas, realizando demonstrações e apresentando as facilidades dos novos lançamentos, para aguçar o interesse dos empresários de TV. Mas estão conseguindo vender somente equipamentos e peças de reposição. E assim mesmo substituições que não podem ser adiadas para não comprometer a qualidade das transmissões. As novas concessões ainda não foram efetivadas e, conseqüentemente, os novos radiodifusores continuam no aguardo para montar as emissoras. Pode parecer inacreditável, mas não é difícil encontrar pelo interior do País emissoras trabalhando com obsoletos U-Matic e S-VHS. Há quase dois anos os fabricantes mundiais apostaram no mercado brasileiro. Salvo algumas excessões, o retorno que conseguiram é insignificante frente ao virtual potencial projetado por eles. O governo prometeu para março de 2001 entregar as primeiras autorizações para as transmissões em DTV. Mas salta aos olhos que apenas a Globo e a Record, no quadro societário atual das empresas, terão poder de fogo para, imediatamente, colocar no ar o sinal digital, seja ele em ATSC ou DVB. A transição nas demais cabeças-de-rede será mais lenta e nas emissoras locais é uma tremenda incógnita. O governo acena com um “reaquecimento já” da economia. Este finalzinho de ano e o último ano deste milênio prometem reacelerar o mercado. As emissoras que declararam quedas entre 16% e 20% no faturamento do primeiro semestre, esperam uma reação dos anunciantes nestes últimos meses de 99 e um crescimento na injeção das verbas publicitárias em 2000. O aumento do faturamento dos broadcasters vai estimular a atualização do parque televisivo. Somado a isso, a mudança na regra do jogo da radiodifusão brasileira, com emenda constitucional e uma nova legislação, possibilitará uma capitalização do setor. Serão recursos para investimentos tanto nacionais quanto externos em estruturas societárias modernas. É essa a única maneira, além da retomada da economia, de garantir o desenvolvimento do broadcasting na nova era das comunicações.

E D I T O R I A L

SCANNER 4

CAPA 12

TELEVISÃO 16

fESTIVAIS 20

PRODUÇÃO 22

mERCADO 24

mAKINGOf 28

PUbLICIDADE 32

PRODUTORAS 36

EQUIPAmENTOS 40

PROGRAmAÇÃOREGIONAL 42

fIQUEPORDENTRO 46

AGENDA 50

Índices de audiência

canais internacionais

Vii FestiVal de cinema

mercado corporatiVo

estúdios da ra produções

comerciais populares

espiral Filmes

teleprompters

minas Gerais

e VÍdeo de cuiabá

Este s ímbolo l iga você aos serv iços TELA VIVA na Internet .

Ô Guia TELA VIVA

Ô Fichas técnicas de comercia is

Ô Edições anter iores da TELA VIVA

Ô Legis lação do audiovisual

CAÇA ROTEIROSA produtora paulista Movi&Art está abrindo novas frentes no mercado de produção audiovisual. Ao lado de Oscar Caporalli, que deixou a parceria com Andrés Bukowinski na ABA Filmes, os sócios da Movi&Art fecharam acordo com a Global Media Distribution, empresa responsável pela distribuição das novelas da Televisa, do México, para a produção de programas que também possam ser comercializados no exterior. A Movi&Art vai selecionar roteiros brasileiros e idéias de programas para a TV e, sob a supervisão da Global Media, vai produzir para a venda em mais de 125 países.

BALANÇO SOCIALAlém do “Criança esperança”, da “Ação global” e outros projetos objetivando cumprir seu papel social, a Rede Globo veiculou nacionalmente 24 campanhas de utilidade pública de iniciativa própria e cedeu gratuitamente espaço para a veiculação de 82 campanhas concebidas por terceiros, durante 1998. Veja os números:

nº de valor em inserções R$

campanhas próprias 300.844 82.426.244,00

campanhas de terceiros 477.566 137.898.059,00

TOTAL NACIONAL 778.410 220.324.303,00

Além das mensagens nacionais as afiliadas da Globo desenvolveram campanhas locais, realizando 60.481 inserções num investimento de R$ 28.222.720,00

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S C A N N E RTROPPO DIVERSO

O mercado publicitário estava acostumado com as festas temáticas - regionais e nacional - produzidas por Toni L. Rodrigues, para a premiação dos vencedores do Profissionais do Ano, oferecido pela Rede Globo. Num ano totalmente atípico, os ganhadores das categorias Campanha e Mercado das etapas Sudeste Capitais, Sudeste Interior, Sul, Leste-Oeste e Norte-Nordeste foram surpreendidos por mais uma criação de Toni (que devido a um acidente infelizmente não esteve presente) e transportados para o início do século. Depois de levados a conhecer o Projac, no Rio, todos foram agraciados com um coquetel na Colônia dos Italianos e um jantar na Confeitaria, cenários “Terra nostra”. Lu Grimaldi e Antonio Calloni, que representam os personagens Bartolo e Lenora, da novela global, fizeram as honras da casa recebendo os convidados e entregando os prêmios. O clima da cidade cenográfica inspirou quase todos os participantes que, inclusive, receberam seus prêmios proferindo a palavra “grazie” (obrigado em italiano).

Os vencedores das categorias Mercado Nacional, Campanha Nacional e Serviço Público Comunitário foram conhecidos através de um “VideoShow Especial” levado ao ar no dia 31 de outubro. A relação de todos os vencedores pode ser conferida no site www.telaviva.com.br.

lu Grimaldi e antonio calloni

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VOLTA À TVÉ da Conspiração Filmes, com trilha da YB, o novo filme de Xerox do Brasil, que retorna à mídia eletrônica com o filme “Tulipa”, de 60 segundos. O filme começa com uma mulher comprando tulipas e mostra, em retrospectiva, todas as etapas do processo que fez as flores chegarem até aqui. A direção é de Breno Silveira e a criação de V&S Comunicações, com investimento de R$ 2,3 milhões.

TEMPO INTEGRALAlém de ser sócia e diretora musical do Tesis Audio Solutions, estúdio de áudio de São Paulo, Teresa Moranduzzo não dá folga para a música mesmo fora do trabalho. Forma com outros quatro saxofonistas o grupo “Com a boca na boquilha”, que costuma apresentar seu repertório de MPB em bares de São Paulo.

EQUIPE AFINADAQuando uma agência fecha um contrato de produção com a produtora Made to Create pode escolher entre um de seus diretores, mas certamente estará levando uma experiência mais rica em direção. Isso porque os diretores Ana Sardinha, Willy Biondani, Marcelo de Souza, Cao Hamburger e Luiz Villaça criaram uma forma interativa de dirigir filmes, contando sempre com a participação dos colegas de produtora em cada projeto. “Desenvolvemos uma forma de trabalho conjunto, na qual os filmes nunca são dirigidos por apenas um diretor da casa”, conta Ana Sardinha, a mais recente integrante do grupo.

O gerente comercial da Philips Digital Video Systems, Fredy Litowsky, esclarece que o switcher da DD35, incluído na matéria “Os novos switchers”, publicada na edição passada de Tela Viva (outubro/99 nº 86) oferece 32, 48 ou 62 entradas de vídeo; tem três keyers por M/E, com seis DSKs e capacidade para ter vários painéis de controle usados simultaneamente, dividindo o hardware em um único e-box; pode ter saídas tanto em HDTV quanto em SDTV - o que o torna compatível com estes dois padrões; pode ser configurado a um custo inferior a US$ 100 mil e acrescenta que “a grande vantagem da mesa da Philips é guardar a possibilidade do cliente poder vir a ter o corte de sinais HDTV, quando isso for necessário, com o mesmo investimento, bastando que seja feito um upgrade de seu crosspoint”.

A expressão usada “ir para o lixo”, incluída na frase “Dependendo do uso, pode até valer a pena investir num equipamento mais barato, mesmo considerando que ele pode ir para o lixo quando a HDTV tupiniquim for uma realidade” foi infeliz. A maneira mais correta para expressar a idéia que Tela Viva pretendia transmitir a seus leitores seria “Dependendo do uso, pode até valer a pena investir num equipamento mais barato, mesmo considerando que ele pode estar obsoleto quando a HDTV tupiniquim for uma realidade”. Explicamos ainda que a expressão não se refere a nenhum equipamento em especial, e sim à conjuntura do broadcasting brasileiro. Não é intenção da revista causar dano a nenhuma marca. Nosso objetivo apenas é informar de modo preciso.(R.G.)

DD35 - O SWITCHER DA PHILIPS 

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S C A N N E R ARTISTAS DA ALTEROSA

A Alterosa Cinevídeo, criada em 1986 é uma das maiores produtoras de Minas Gerais. Ramon de Abreu, Márcio Miguel Daneliczin,Carlos Alberto Oliveira, Caio Cesar e Aggeo

Simões estão delirando com as ferramentas do Flame e do Smoke, da Discreet, para a realização

dos trabalhos da produtora. Os dois equipamentos foram recém-adquiridos para implementar o parque da casa. Os “artistas” já finalizaram comerciais para a Telemar, BH Shopping e BH Trans no novo equipamento e não conseguem parar de sonhar como ficarão os comerciais que produzirão daqui para frente.

EM FAMÍLIATroca de mãos a direção de atendimento da produtora Miksom. Elisa Santa Rita assume o lugar da irmã, Eliana. “Meu estilo é basicamente o mesmo da minha irmã. Somos gêmeas”, explica Elisa. Semelhanças à parte, a troca de cadeiras diz respeito a uma busca por clientes de porte. Além de dirigir o departamento, Elisa vai atender às contas da General Motors, Rossi, Telesp Celular e Fischer/América. A equipe de atendimento também foi ampliada e ganhou dois reforços - Cristian Micuci (ex-Parmalat) e Daniela Ferraz (ex-Eugênio Propaganda).

carlos, márcio e ramon

Mais do que um vídeo institucional, a agência Bosel e a produtora Galileu Filmes criaram um

verdadeiro filme, rodado em 16 mm, para divulgar a fábrica da Fortilit, empresa fabricante de encanamentos e caixas d’água. No lugar de um roteiro convencional, com imagens da fábrica e dos produtos, sem vida, foi contratado um roteirista que

desenvolveu uma história com dois personagens. São dois encanadores que visitam a fábrica e interagem com os funcionários, mostrando que a fábrica não é feita só de máquinas e equipamentos. “O resultado foi além do esperado - mais do que um institucional, realizamos uma verdadeira peça de entretenimento”, comemora Eduardo Natividade, atendimento da agência.

LINGUAGEM RENOVADA

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S C A N N E RCARGA MÁXIMADurante mais de oito anos, Adriana Carvalho atuou na área de comunicação da extinta Rede Manchete. Em quase metade desse tempo gerenciou o departamento municiando toda a imprensa com as informações da emissora. Adriana deixou o antigo prédio da Glória, no Rio, onde funcionava a Manchete, e está devidamente instalada no 12º andar do prédio do Teleporto, na Av. Presidente Vargas (Centro), onde é a responsável pela divulgação da Rede TV! no Rio. Além da assessoria de imprensa, no mesmo andar funcionam a Opec e os departamentos Comercial, Marketing e Administrativo. O 10º andar abriga o jornalismo da rede. Com a estrutura carioca montada Adriana está trabalhando em plena capacidade e teve de adiar seu projeto de escrever um livro de contos. O título (já escolhido) é exatamente oposto à falta de tempo da escritora: “Dá p’ra ser agora?”. A resposta para a pergunta titular é: “Infelizmente, acho que não”. Resta aos futuros leitores esperar.

VOLTANDO À PRODUÇÃO

Marisa Guardia está de volta à produção comercial, depois de vários anos trabalhando em finalizadoras. Ao sair da Chroma Filmes, foi para o Estúdio Abertura e atualmente estava na finalizadora Espaço Digital. Agora, ela está na Julio Xavier Filmes, ao lado da incansável Ingrid, na coordenação de produção dos filmes de Julio Xavier.

adriana carvalho

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Entre os produtos da feira de Genebra que mais chamam a atenção, destaca-se um televisor portátil com tela plana da Nokia, que possibilita recepção de TV digital pelo padrão DVB-T e interatividade com o sistema GSM. Ou seja, permite também acessar a Internet. Esse produto pode ser usado em veículos, durante viagens e também numa rede residencial sem fio. Exibida pela Nokia em seu estande, o protótipo, que ainda não está disponível para comercialização, foi batizado de Mediascreen. Com sistema operacional Linux e do tamanho de um notebook, o Mediascreen tem serviços interativos

wireless via telefone a cartão GSM ou, no ambiente doméstico, conexão do tipo Bluetooth ou IEEE 802.11. Segundo a empresa finlandesa, trata-se do primeiro aparelho portátil com um número de telefone e um endereço IP.

MULTIMÍDIA PORTÁTIL

QUALIDADE TOTALO maior complexo de salas de cinema foi inaugurado em outubro na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. A empresa responsável pelo empreendimento é a Hoyts General Cinema, fusão entre a Hoyts Cinema Limited - uma das maiores exibidoras mundiais - e a General Cinema Theatres, pioneira no desenvolvimento de tecnologias para salas de cinema. São 15 salas, que consumiram investimentos de US$ 15 milhões.

A principal novidade, porém, é que duas das 15 salas têm a assinatura THX, tecnologia patenteada e certificada pela Lucas Films, de George Lucas.

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Luiz Melo e Denise Fraga, protagonistas do filme “Por trás do pano” receberam o prêmio de Melhor Ator e Melhor Atriz no Festival de Cuiabá. Na coluna Scanner da edição nº 86 da revista Tela Viva (Outubro/99, pág. 5, nota “Pano & Tela”) foi publicado que o filme de Luís Villaça ficara em cartaz “apenas uma semana em sete salas cariocas e 15 dias nos sete cinemas paulistanos”. O longa realmente ficou em cartaz durante esse período e nesse número de salas, mas

posteriormente continuou sendo apresentado nas duas cidades, só que em um número menor de salas de exibição. Foram mais quatro semanas no Rio de Janeiro e, até o fechamento desta edição, seguia em cartaz, pela quinta semana consecutiva, em uma sala de São Paulo. O filme também já foi exibido em Belo Horizonte, Blumenau,

Campinas, Criciúma, Joinville, Porto Alegre, Recife, Salvador, São José dos Campos e Santo André.

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S C A N N E R

BASTIDORES EM DESTAQUEEm sua segunda edição, o Festimof - Festival Internacional de Making Of - trouxe a São Paulo, na primeira semana de outubro, os bastidores de filmes e comerciais brasileiros e estrangeiros. O júri, composto da repórter e cineasta Marina Person, da MTV;

do repórter Maurício Kubrusly, da Rede Globo; e do videomaker Marcelo Tas, conferiu prêmios aos melhores do festival (veja relação no site www.telaviva.com.br) e os trabalhos nacionais foram premiados com créditos em horas/edição na Arquitetura de Cinema e em locação de equipamentos na Quanta e também com assinaturas da revista Tela Viva.

luiz melo e denise Fraga

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ADENDO

PARA OS MINEIROSVoltada para o mercado de áudio e vídeo profissional e broadcasting, a mineira Digital Memory está iniciando atividades para atuar no segmento de assessoria e comércio de equipamentos para televisão, produtoras de vídeo e de computação gráfica 2D/3D. Trabalhando com equipamentos Sony e Matrox, além de outros fabricantes, a empresa oferece ilhas de edição não-lineares real time, sem e com compressão, geradores de caracteres, still stores, sistemas para automação de TVs, câmeras e VTs.

REVISÃO DE PLANOSDepois de reestruturar em 90% o departamento comercial da Rede Record, que debandou para a Rede TV!, o diretor comercial da emissora, Rubens Carvalho, está finalizando um processo de “radiografia” da rede para conhecer as necessidades de cada praça, as possíveis divisões de sinais e a real necessidade de sua equipe. “Tive de montar novos departamentos comercial e de marketing em 30 dias. Entrei em setembro e a nova equipe começou em 1º de outubro”, conta o diretor.

Segundo Rubens Carvalho, a expectativa para este ano seria de 30% de crescimento sobre o ano anterior. As previsões, porém, tiveram de ser revistas em função de fatores como a queda do meio televisão em 16% no primeiro semestre e a saída de atrações como Ratinho e Ana Maria Braga da programação. Ele explica que a saída de Ratinho não afetou diretamente o faturamento da emissora, mas representou queda nos níveis gerais de audiência. Quanto a Ana Maria Braga, os anunciantes esperaram cerca de 90 dias para se assegurarem dos níveis de audiência.

NA APPLE“Após 12 anos trabalhando pela Apple, agora trabalho para a Apple”, a frase vem de Marco Fadiga, que já foi gerente de canais da Crosspoint, de onde saiu para abrir a sua própria revenda, a Post Solutions, que acabou juntando-se à NAB/Vasconcellos. Fadiga assumiu a gerência regional da Apple Computer Brasil para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Além de trabalhar diretamente com as revendas Apple, Fadiga espera cadastrar novas revendas nas áreas de áudio e vídeo.

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Estréia em novembro um dos primeiros programas da nova safra da Rede TV!. Dirigido por Fernanda Telles e apresentado por Fernanda Lima, o programa “Interligado” vai usar e abusar dos recursos de interatividade que o grupo proprietário da nova rede possui. Para quem não sabe, são eles os responsáveis pelas redes de telefonia dos programas com participação do público, como o “Você decide”.

Segundo Fernanda Telles, a idéia é criar uma rede de novos e pequenos produtores de vídeo conectados pela TV e pela Internet, oferecendo a possibilidade de exibição desse material e permitindo que o público escolha na hora o que quer assistir.

A dinâmica será a seguinte: os espectadores poderão enviar fitas com as imagens que produziram, mesmo em VHS, sobre temas pré-determinados pela produção e também de sua safra. Os vídeos exibidos serão votados ao vivo e on line pela audiência e estarão concorrendo a prêmios. Os espectadores também poderão votar em videoclips e outros programetes de curta duração, contando com a infra-estrutura de telefonia e Internet, que permitirá que o espectador escolha e imediatamente já assista ao que escolheu, como em um programa de rádio. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 14h00 às 15h00.

INTERATIVIDADE TOTAL

PROMOÇÃO NA TV1Vânia Ciorlia e Patricia Leite, foram promovidas a gerentes da TV1. Vânia já foi chefe de redação da Manager, editora assistente da Veja em S. Paulo e também foi esportista, defendendo a seleção brasileira de basquete ao lado de Paula e Hortência. Na TV1 desde 1989, Vânia assume agora a gerência de operações de eventos. Patrícia também tem um currículo de peso, atuou na área de marketing em empresas como Vasp, Unidas Rent a Car e S. Paulo Convention & Visitors Bureau. Trabalha na TV1 há mais de três anos e acabou de receber o cargo de gerente comercial de eventos

CONTRIBUINTESA jornalista Alice Maria deixou a Globo News para assumir a Diretoria Editorial de Entretenimento da Central Globo de Jornalismo (CGJ) comandada por Evandro Carlos de Andrade. A intenção é agregar aos programas de entretenimento produzidos pela Rede Globo a contribuição editorial da CGJ. Ela será a responsável pelo suporte jornalísticos necessário a todos os programas da grade - exceto os telejornais - que usam a estrutura da CGJ para produzir alguns quadros.

Luiz Gleiser e Alberto Luchetti (leia-se Ana Maria Braga e Faustão) são os dois novos diretores de criação/núcleo que ajudarão na descentralização de decisões, proposta para a nova estrutura de produção da grade de programação sob a responsabilidade de Daniel Filho, da Central Globo de Criação (CGCR), e de Manoel Martins, da Central Globo de produção (CGP).

Vânia e patricia

VÍDEO NA NETA produtora e pós-produtora Módulos está oferecendo um novo serviço ao mercado, ao converter imagens de vídeo para rodar na Internet. A experiência da produtora na captação e manipulação de imagens fez com que fossem desenvolvidos processos de tratamento e compressão de vídeo ideais para rodar na rede. Uma das opções oferecidas permite que o site contenha vários tipos de imagens, em diferentes compressões. Com isso, o site roda para cada usuário de acordo com a velocidade de seu modem.

DOCUMENTÁRIO   NA TELONA

O longa “Fé”, de Ricardo Dias, foi lançado no dia 5 de novembro no Cinesesc e Interlar Aricanduva, em São Paulo. O documentarista parte do princípio que religião não é o ópio do povo e durante um ano e quatro meses percorreu diversos estados brasileiros registrando as grandes festas religiosas, os rituais mais marcantes das diferentes religiões, seitas e cultos, os pastores e os fiéis. O filme recebeu o prêmio de Melhor Documentário no Festival de Biarritz (França) e está selecionado para os festivais de Havana e Amsterdã, que é dedicado ao formato.

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S C A N N E R

A qualidade de recepção sinal das transmissões de TV digital é apontada como um dos problemas mais sérios que a DTV enfrenta hoje nos EUA. A coreana Samsung anunciou recentemente que os testes realizados com seu chipset pela Association for Maximum Service Television Inc. (MSTV) recebeu classificação de “alta qualidade e satisfação”. O chip de segunda geração recebe o sinal do tuner da TV digital e o recupera com a mesma qualidade com que foi enviado pela emissora

de transmissão. O dispositivo é resultado da integração de dois circuitos integrados separados em um único chip, com um conversor embutido de analógico para digital. O chip de TV digital da Samsung tem preço estimado de entre US$ 15 e US$ 18, 70% menor na comparação com a concorrência. A corrida para desenvolver um chip para melhorar a recepção de sinais DTV tem uma explicação: este mercado deve movimentar cerca de US$ 1 bilhão até 2007.

BRASILEIROS EM HONG KONGTrês episódios da série “Viagens na fronteira”, produzida pelo Instituto Itaú Cultural, foram selecionados para um dos mais importantes eventos mundiais de arte eletrônica: o Microwave Festival, que será realizado em Hong Kong em janeiro do próximo ano, com 41 trabalhos de 18 países. Os episódios escolhidos são “São Gabriel da Cachoeira - San Felipe”, de Carlos Nader; “Oiapoque-L’Oyapock”, de Lucas Bambozzi, e “Bonfim-Lethen”, de Roberto Moreira. O Brasil estará presente com outros quatro trabalhos, formando a maior representação no evento. São eles: “Framed by curtains”, de Éder Santos; “Hanah”, de Márcia Anatabi; “Chatroom”, de Pedro Vilela e Paulo Vilela, e “Os VII pecados da capital”, realização coletiva de sete videastas.

BOLA DA VEZApesar de todas as queixas de agências e produtoras quanto à retração do mercado de comercias este ano, uma área cresce a olhos vistos. Este foi o ano das telecomunicações e da mídia interativa na TV. No primeiro semestre, salvou-se quem conseguiu pegar campanhas das empresas recém-privatizadas de telecomunicações e dos celulares pré-pagos. Agora, é a vez dos provedores de acesso e conteúdo e de produtos afins, como publicações e suprimentos.

CHIP SALVADOR?

REGêNCIADesde que começou a trabalhar no mercado publicitário, Marcelo Barros Ferreira vem atuando na área de finalização. Começou na finalizadora Casablanca, foi para a Tape House e agora é coordenador de finalização na produtora O2, ao lado de Flavia Vargas. A dupla é responsável pelo bom andamento dos trabalhos que estão sendo finalizados no Flame, no SoftImage|DS, nos dois Avid e nos dois Media 100 da casa, além de coordenar a telecinagem, que é feita em pós-produtoras.

PRODUÇÃO NACIONAL

Há dois meses, o diretor Jeff Chies mudou de casa: deixou a produtora Cinema Centro e foi para a Companhia de Cinema. Hoje, comemora a direção de cinco filmes e a perspectiva de crescimento ainda neste final de ano. Ao seu portfólio, foram acrescentadas uma campanha para o INSS, criada pela agência Ampla, de Recife, e uma para a Telemig, assinada pela DNA, de Belo Horizonte.

RETRÔO professor e roteirista Jean-Claude Bernardet lança em novembro seu documentário “Sobre anos 60”, uma reflexão sobre vários aspectos da arte - como cinema, artes plásticas, teatro e música - que procura provocar no esp0ectador a emoção e o clima dos anos 60. O documentário será exibido no Itaú Cultural entre 24 e 28 de novembro, como parte da série Panorama Histórico Brasileiro.

AnA CláudiA lAndi e edylitA FAlgetAno

Embo ra não ex i s t a um con sen so

en t r e a s em i s so ra s de TV , e s t á

p ro i b i do d i v u l ga r no a r o s

í nd i c e s de aud i ên c i a r eg i s t r ado s

pe l o s peop l e me t e r s do I bope .

Cenas como as protagonizadas por Sérgio Mallandro no último dia 15 de maio, quando bastante emocionado o apresentador comemorou ao vivo a chegada de seu programa (CNT/Gazeta) ao primeiro lugar na audiência, não deverão se repetir tão cedo. Desde julho, ele, Ratinho, Faustão, Gugu e todos os demais apresentadores não poderão mais divulgar no ar que estão liderando a audiência naquele horário. A determinação é do próprio Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) - a fornecedora dos dados em tempo real às emissoras.A divulgação dos índices de audiência ao vivo, que vinha sendo praticada por alguns apresentadores, fere tanto o Código de Ética da

Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão), quanto as normas do Ibope, que divulgou em julho um comunicado normatizando a situação.As manifestações contrárias ao alardeamento dos dados obtidos no people meter do Ibope, instalado nas emissoras, partiram da Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap) e do Grupo de Mídia de São Paulo. “A grande questão é que o que estava sendo divulgado no ar eram apenas prévias, balanços provisórios, que não chegam a representar de forma alguma o que será consolidado no final da apuração”, afirma o coordenador de audiência do Ibope, Derli Pravato.Ele lembra ainda que os dados que estão sendo divulgados naquele momento pelo apresentador do programa correspondem a uma realidade bastante restrita. “Geralmente, o que a TV está recebendo ao vivo é apenas o resultado parcial do que está ocorrendo na Grande São Paulo. Por mais que a região represente uma das parcelas mais significativas nos resultados finais da pesquisa, não podemos generalizar. O Ibope (leia box) sempre trabalhou bastante duro para construir a sua credibilidade. Não vai ser agora que isso vai mudar.”Segundo o diretor de marketing da

Record, Edson Benetti, a emissora não via como prejudicial ao público ou aos anunciantes a revelação dos números do Ibope, mas resolveu acatar a decisão “por uma questão de ética”. Apesar de serem quase unânimes em afirmar que irão atender à determinação do Ibope e suspender a divulgação das prévias de audiência no ar, as emissoras evitam comentar abertamente os reflexos que a medida poderá ter na parte financeira das empresas.

ego exace rbado

A resposta da maioria dos executivos das emissoras de TV quando o assunto é a influência da divulgação ao vivo dos índices real time é corroborada pelo diretor executivo do Ibope, Flavio Ferrari: “O mercado publicitário trabalha em cima dos relatórios consolidados do Ibope - RDP (Relatório Diário de Programa) e AIP (Audiência Individual por Programa), entre outros - fornecidos

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A fogueira da audiência

semanal e mensalmente aos assinantes do serviço que levam em consideração os diversos fatores que influenciam as pesquisas realizadas pelo instituto”. Wagner Yochihara, diretor de marketing da Bandeirantes, reconhece, entretanto, que a divulgação das prévias, da forma como estava sendo feita, poderia até influenciar um ou outro pequeno anunciante, “mas sempre de forma quase insignificante”. Yochihara não acredita que a divulgação das prévias fosse feita de forma “pensada” pelas emissoras. “Isso não funcionaria para os grandes empresários de marketing e publicitários. Esses, só trabalham com dados e pesquisas muito consolidados.” Ele vê o fato mais como uma decisão pessoal dos apresentadores, “naturalmente vaidosos”.“Não deixo de achar que isso tudo é uma grande bobagem. Mas, em todo o caso, não deixarei de cumprir”, afirma Gugu Liberato. O seu programa, o “Domingo legal” (SBT), tinha uma forma peculiar de comemorar a audiência. Todas as vezes que liderava o horário, apresentava um bonequinho com o polegar levantado. O recurso, segundo Gugu, deixou de ser utilizado. “Não acho que isso prejudique o telespectador ou o anunciante. Acho que, na verdade, são as outras emissoras que não gostam de saber que outra está na frente. Mas, independente disso tudo, aceito a decisão do Ibope”, diz.“Acompanhamos a concorrência. Se ninguém mostrar os dados, não iremos mostrar também”, afirma Gilberto Barros, o Leão do programa “Leão livre” (Record). Ele também credita a pressão pelo fim da divulgação das prévias às emissoras que estavam “perdendo”. Raul Gil, com programa na mesma emissora, tem opinião semelhante: “Todo mundo sabe que o Ibope é o verdadeiro

patrão da televisão. É bom saber que estamos na frente. isso atrai contratos, dinheiro. Mas, se acharem melhor não divulgar no ar, acato”.

amos t r a de sp ro t eg i da

O problema vai além da vaidade dos apresentadores e pode atingir o ego dos participantes da amostra. Flavio Ferrari explica que a divulgação das prévias pode prejudicar o próprio resultado das pesquisas. “Partimos do princípio de que todo o levantamento é realizado de forma absolutamente isenta, sem nenhum tipo de influência ou de pressão externa. Se o telespectador que faz parte da amostragem toma conhecimento das prévias, acaba, de certa maneira, sentindo o peso da ‘importância de sua colaboração’ e influenciado a ‘alterar’ a situação permanecendo

ou trocando de canal para que determinado programa continue líder de audiência ou não. Não podemos admitir esse risco.”O diretor da Central Globo de Marketing (CGM), Anco Marcio Saraiva, lamenta “o uso enganoso dos dados de audiência passados tanto para o público quanto para a imprensa”. “É inaceitável a menção de lideranças de audiências ao vivo baseados em dados do real time pelo perigo que representa para a amostra”, completa. A diretora de planejamento e pesquisa de mídia da agência de propaganda DPZ, Daina Godinho,

concorda. Especialista no assunto, ela afirma que a divulgação dos índices de audiência, da forma como estavam sendo realizados pelos apresentadores, não interessava a ninguém. “As prévias não representam o resultado final. Elas só servem para os próprios responsáveis pela programação avaliarem o desempenho da grade, de seus apresentadores ou artistas. Não acrescentam nada aos telespectadores e nem aos anunciantes, que podem ter uma idéia bastante equivocada do que está acontecendo com o programa em que resolveu investir.”Daina lembra ainda o fato de a decisão de proibir a divulgação dos índices ter sido discutida e aceita por agências, emissoras e o Ibope é a prova de que a medida interessa a todos. “Já pensávamos mesmo em adotar algum tipo de regulamentação. A questão é que isso tinha de ser feito de comum acordo”, acrescenta Pravato. Ele lembra que o Ibope não tenha muitos mecanismos para punir as emissoras que desrespeitarem a decisão. “Como esse nem é o nosso objetivo, buscamos alternativas para controlar o assunto.” Dessa forma, diz o coordenador, a emissora que descumprir a determinação do Ibope primeiro recebe uma advertência por escrito. Depois, deixa de receber os dados por 24 horas. Persistindo o problema, o corte vigora por quatro dias e, finalmente, por um mês.Na Globo, onde os programas da casa já têm o costume de não divulgar as prévias, a decisão

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A divulgação das 

prévias pode 

prejudicar o 

próprio resultado 

das pesquisas.

o ibope (instituto brasileiro de opinião pública e estatítica) existe há 48 anos. ele foi criado pelo proprietário de uma rádio que não deu certo. ao perceber que a sua emissora não saía do último lugar, resolveu abandonar a carreira de radialista e partir para o ramo de pesquisas. trouxe dos estados unidos um modelo de aferição de audiência e começou a comercializá-lo para empresários do setor em são paulo. com o tempo, o serviço de medição passou a ser aperfeiçoado para o uso em aparelhos de televisão e hoje é sinônimo de audiência.

L A N T E R N I N H A

tem pouca influência. “Acho que o Ibope tem as suas razões para decidir pela recomendação. Mas, para nós, pouca coisa muda. Nossos índices são divulgados apenas pelos meios competentes e sempre consolidados”, afirma Octávio Florisbal, superintendente comercial da Rede Globo.

instrumentos de poder

“O people meter é um ditador para os programas exibidos ao vivo, pois até a paginação dos telejornais pode ser mudada em função dos índices de audiência”, explica Antonio Athayde, vice-presidente de TV da Rede Bandeirantes. E completa: “As alterações que estamos fazendo na grade de programação, como exibir as sitcoms aos sábados, são baseadas nos relatórios consolidados”. A estratégia da Band em apresentar filmes após o término dos jogos de futebol valeu até a marca de 12 pontos de audiência para a emissora. A disputa pela liderança de audiência é velha conhecida. Entretanto se antes valia o hábito e a inércia do telespectador frente ao seu aparelho de TV, hoje os programadores das emissoras tem de lutar contra o efeito zap. “Houve uma mudança de paradigma. O controle remoto tem hoje uma penetração entre 70% e 80% nos lares brasileiros. Há cinco, seis anos não passava a casa dos 30%. Hoje vale a capacidade que a emissora tem de reter o telespectador”, explica Flavio Ferrari. O instrumento de medição de audiência em real time do Ibope é uma poderosa ferramenta na decisão do andamento de programas exibidos ao vivo. Através dele é possível saber se a atração está, ou não, agradando ao telespectador. Entretanto não influência o mercado publicitário, mas pode passar para o telespectador ou o anunciante uma informação de caráter duvidoso, tanto pela possibilidade de conter erros inerentes ao sistema quanto pela falta de consolidação dos dados nacionais.

O processo de medição de audiência do Ibope envolve várias etapas. Os cerca de 700 domicílios que compõem a amostra em São Paulo, por exemplo, foram escolhidos com base em dados preliminares do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cruzados com pesquisa sócioeconômica, também realizada pelo instituto. A amostra abrange, necessariamente, todas as faixas etárias e classes sociais. A Grande São Paulo foi dividida de forma espiral, em setores sensitários - existe um a cada 300 domicílios.Mapeada a cidade, os pesquisadores vão a campo para escolher as famílias que se encaixam nesses perfis e que aceitem fazer parte da amostra. Uma vez que a família concorde em participar, é instalado um aparelho, chamado people meter, no televisor da residência e os moradores são treinados para utilizá-lo. O people meter registra todas as operações do televisor, minuto a minuto e descarrega as informações - por meio de antenas de radiodifusão - na central.Cada família ou indivíduo da família tem uma senha de acordo com sua faixa etária ou social. Cada vez que ele ligar a TV, acionará a sua senha para indicar que é ele quem está assistindo ao programa. Já na central, um computador, monitorado 24 horas por dia, recebe todos esses dados e retransmite para os monitores das emissoras, agências de propaganda e demais assinantes. “Esses dados que são consolidados durante a noite é que são os oficiais. Isso porque, como ocorre com qualquer outro tipo de transmissão por radiodifusão, às vezes o minuto-a-minuto não transmite os dados de toda a amostra”, diz Pravato.Ainda de acordo com ele, até 1989, a audiência de televisão era medida apenas quantitativamente, ou seja,

a pesquisa não chegava a mostrar o perfil do telespectador. Isso só passou a acontecer após 1989, quando o Ibope trocou o tevêmetro pelo people meter.Em princípio, o serviço do Ibope era para ser de utilização estritamente interna, servindo como base para os produtores acompanharem o desempenho da programação. Com o tempo, no entanto, emis soras e apresentadoras passaram a utilizá-lo cada vez mais como forma de administrar a venda de anúncios e inserções.

t v s a cabo

A partir do ano que vem, o Ibope passará a medir a audiência das TVs por assinatura. A informação é do diretor executivo do instituto. Segundo ele, o trabalho está em fase final de implantação e São Paulo e Rio de Janeiro serão as primeiras praças a ter o serviço disponibilizado. “Só estamos fechando alguns dados sobre a penetração desse tipo de veículo e suas peculiaridades.”O instituto já encaminhou à Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) estudo sobre como se dará a pesquisa e seus custos. O coordenador de audiência do Ibope, Derli Pravato,acredita que a medição seria bastante importante para as operadoras. “Ajudaria a definir a programação, fazendo com que eles investissem nas programações certas.”Ele conta que o Ibope já capta os sinais dos canais a cabo que não são codificados e já há tecnologia suficiente para medir a audiência. “O problema ainda é a amostragem. Apenas 12% dos domicílios da mostra são assinantes da TV a cabo. Ou seja, a pesquisa terá de ser independente daquela que já existe. Terão de ser feitos mapeamentos totalmente diferentes.”

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c A p A

Como funciona

Não disponivel

Beto Costa*

para fora do país. Há mais de dois anos o sinal da

emissora do bispo Edir Macedo usa o satélite Intelsat 605 para chegar a todos os países africanos que falam português e também na capital da África do Sul, Johanesburgo, onde existe uma colônia de 50 mil brasileiros.A Globo começou a distribuir sinal em escala planetária há três meses, mas,

por enquanto, não disputa audiência com

a Record. A TV Globo Internacional chega hoje

às duas maiores colônias de migrantes brasileiros: Estados Unidos e Japão. Os sinais codificados da programação do canal internacional são enviados para o satélite IntelSat 806 para serem retransmitidos aos distribuidores internacionais. Nos EUA o canal está disponível através da plataforma DTH da Dish Network e a empresa responsável pela distri-buição é a KBS - Kelly Broadcasting Systems. No Japão a programação brasileira pode ser assistida através do canal IPC 33 da plataforma DTH Sky PerfectTV e o distribuidor é a IPC Television Network Corporation. A presença mais forte da Record está em Moçambique. O sinal da emissora chega a 80% do território. Na capital Maputo, a Record é dona de uma

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t e l e V i s ã oemissora, a TV Miramar, canal 27. Nas outras antigas colônias portuguesas da África, a Record é distribuída por operadoras de TV a cabo.

po t en c i a l

De acordo com dados da Direção Geral de Assuntos Consulares e Comu-nidades Portuguesas, do ministério das Relações Exteriores - Censo 1996, a comunidade de língua portuguesa residente no exterior é de 5,5 milhões de pessoas Deste total 2,2 milhões são brasileiros residentes fora do País. Esti-ma-se, entretanto, que existam quatro milhões de brasileiros morando lá fora e que se somados aos migrantes dos outros países de língua portuguesa, formem uma massa de dez milhões de pessoas. Sem contar os turistas que também fazem parte do público potencial dos canais internacionais. Para levar o Brasil para perto de quem está longe as duas emissoras disponibilizam boa parte de sua pro-gramação, totalmente em português, para levar informação e entreteni-mento do jeitinho que os brasileiros se acostumaram a ver TV. A programação da Record Interna-cional é distribuída gratuitamente e não há inserção publicitária. Nos intervalos comerciais entra um black. “Nós estamos entrando na fase de negociação para comer-cializar o sinal. Existe até a pos-sibilidade de fechar acordo com as TVs a cabo para venda do receptor. Primeiro queríamos cativar a audiên-cia”, explica Wander de Castro, gerente geral de rede da Record, contando que não há previsão de faturamento para o ano 2000. “Em Maputo nós disputamos a audiência com a RTP (Rádio e Tele-visão Portuguesa), mas em pouco tempo assumimos o primeiro lugar”, afirma Castro. A grade do canal 27, em Maputo, é for-mada basicamente da programação da Record acrescida de telejornais locais e programas de entrevista produzidos por lá. Para as demais praças que recebem o sinal, o que se assiste nos países afri-canos é exatamente igual à programa-

As redes reco rd e G lobo

rompem f ron te i ra s pa ra ma ta r

a saudade que o s b ra s i l e i ro s

que moram fo ra do pa í s sen tem

da p rogramação nac iona l . Um

negóc io que v i sa tan to o re to rno

i n s t i t u c iona l quan to a fe r i r l u c ro

num fu t u ro bem p róx imo .

CANAIS INTERNACIONAIS

Por que um broadcaster desembol-saria milhares de dólares para levar o sinal da sua emissora para países com hábitos, costumes e principal-mente idiomas tão diferentes da lín-gua pátria? Mesmo sendo um negó-cio pouco lucrativo (por enquanto), duas redes nacionais estão tril-hando esse caminho em busca, ini-cialmente, de retorno institucional para, em breve, conseguir o retorno financeiro dos pesados investimen-tos que estão fazendo para levar aos brasileiros que vivem no exte-rior ou povos que também falam português a programação consa-grada em solo brasileiro. A Record foi a primeira emissora brasileira a enviar sua programação

ção gerada pela cabeça-de-rede, em São Paulo, inclusive sem delay. A estratégia da Globo Internacional é diferente. A grade de programa-ção foi montada de tal modo que, independentemente do continente em que estiver, o telespectador terá disponível no horário nobre de sua região programas jornalísti-cos, novelas e shows. Ou seja, o objetivo é oferecer uma grade de programação o mais próxima pos-sível daquela que brasileiros vêem por aqui. A maioria dos noticiários é transmitida ao vivo, assim como os jogos de futebol cujos direitos internacionais sejam da Globo. A grade da Globo vista por lá é for-mada por um mix de programas da TV Globo e da Globo News.

i n ve s t imen to mo t i vado

O investimento da Record em uplink para chuveirar o sinal na África bateu na casa de US$ 1 milhão. A emissora também tem um gasto mensal de US$ 70 mil com aluguel de satélite. O sinal também está começando a chegar na Europa - Portugal, Espanha e Itália - mas apesar dos investimentos, a Record não está ganhando nenhum tostão para dis-ponibilizar o seu sinal.Quais motivos levaram então a Record a querer chegar primeiro na África? “A Igreja Universal do Reino de Deus tem uma forte pre-

sença naquele continente devido à quantidade de pessoas que falam a língua portuguesa. Não dá para dizer que a África é um belo mer-cado, mas nós pensamos no lado social também. O objetivo básico é de cunho social. É a carência deles que nos motiva”, justifica Wander de Castro. Nunca é demais dizer que a programação da Record de fim de noite e madrugada é basica-mente de caráter evangélico.Mas não se pode esquecer que TV é business. Por isso faz parte dos planos da Record marcar presença nos Estados Unidos, onde está a maior concentração de brasileiros fora do Brasil (as estimativas vari-am de 700 mil até 1,5 milhão de brazucas). E, não é de hoje que a emissora se prepara. Desde o final de 97 o sinal da Rede Família (a outra emissora de Edir Macedo, com programação emi-nentemente evangélica) chega aos Estados Unidos. Para recebê-lo basta ter um receptor MPEG-2 DVB. A crença dos executivos da Record é de que é preciso criar uma program-ação diferenciada para os brasileiros que vivem nos Estados Unidos e que possa ter atrativos também para a imensa comunidade hispânica que vive por lá. “Os programas serão produzidos no Brasil para atender a essa demanda”, conta Wander de Castro. A previsão é de que isto ocorra no ano que vem.

O investimento inicial da TV Globo Internacional foi US$ 800 mil. Os gastos com satélite para atender aos EUA e ao Japão chegam a US$ 150 mil por mês. “A nossa expectativa é que as contas se equilibrem daqui a dois anos. Na viabilização do projeto pesou muito o lado institucional”, revela Car-los Alberto Simonetti, diretor de ven-das internacionais da Globo.Os brasileiros que foram tentar a sorte nos EUA, para ver a programa-ção da Globo precisam desembolsar US$ 19 por mês. É o preço da assi-natura cobrado pela KBS, que tem um cardápio de canais étnicos. Estimativas indicam que 200 mil dekasseguis vivem do outro lado do mundo, onde o negócio tem outro formato. A Globo já podia ser vista há dois anos no Japão. Diferentemente dos americanos que compram o sinal e distribuem, os japoneses compram programação, montam a grade e adequam a grade aos horários. Além disso, a própria IPC produz noticiários locais falados em português. A Globo Internacional vê com simpatia a idéia de produzir em cada país telejornais locais para a colônia brasileira. A assi-natura mensal da Sky PerfectTV sai por US$ 32.

f u t u ro l og i a

Alguns programas precisam ser reeditados para não ferir os direitos autorais. Os direitos de exibição

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Não fique no escuro...

das inserções de Mister M no “Fantásti-co”, por exemplo, foram comprados só para o Brasil e por isso não faziam parte do tradicional programa das noites de domingo do Brasil veiculado além das nossas fronteiras. Nas transmissões esportivas a dimen-são do problema é ainda maior. E até com os clubes de futebol têm surgido conflitos. “A HMTF, detentora de 80% do Corinthians, proibiu a exibição de jogos do time no exterior”, conta Simonetti. Vale lembrar que o fundo norte-americano de investimentos HMTF detém 49% do capital da Traffic Marketing Esportivo, responsável pela produção da faixa de programação esportiva da Bandeirantes.As disputas de direitos não chegam a atrapalhar, por enquanto, a expan-são da TV Globo Internacional. Nos EUA, a KBS vai fechar o terceiro mês de funcionamento com 10 mil assin-antes. No Japão, a base de assinantes chega a 24 mil pessoas. A Globo não revela quanto recebe por assinatura vendida. A emissora conta com o

retorno a longo prazo. Ainda este ano a TV Globo Interna-cional será transmitida via satélite (pela plataforma Sky) na Argentina, Chile, Colômbia e México. A preten-são da emissora é levar o sinal até o começo do ano que vem à Europa, África e Austrália. Quer dizer, a concorrência com a Record fora do território brasileiro é uma questão de tempo. O SBT afirma ter projeto semelhante pronto, mas sem data para sair da gaveta.A Globo já lançou o esquema comer-cial para a inserção de comerciais no seu canal internacional. Os planos de mídia batizados de Platinum, Gold e

Silver já estão no mercado. No mundo globalizado potenciais anunciantes não devem faltar. Mas, a curto prazo, os canais internacionais não devem repre-sentar grande fonte de renda nem para a líder de audiência no Brasil e nem para aquela que tem o fixo objetivo de desbancar a Globo. Embora, literalmente, custe esperar mais um pouco, o retorno institucio-nal, tanto da comunidade internacional onde há mais uma chance de firmar a marca, quanto do telespectador que não vai precisar perder o hábito de assistir aos seus programas favoritos mesmo morando fora da terra natal, parecem valer o esforço das emissoras. E, como a globalização é um fenô-meno que vive pregando peças com suas novidades repentinas, uma das vantagens que estas redes planetárias que se desenham terão num futuro próximo é propiciar o lançamento de produtos mundialmente. Uma idéia que cairia como uma luva para as montadoras, por exemplo!

* colaborou edylita Falgetano

T E L E V I s ã o

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NO MUNDO GLOBALIZADO POTENCIAIS

ANUNCIANTES NÃO DEVEM

FALTAR.

Não disponivel

o fe s t i va l r ea l i zado na cap i t a l

ma to - g ro s s en se d i s c u t i u o

pape l do s c i n eg ra f i s t a s que

de s venda ram o i n t e r i o r do pa í s .

A sétima edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, ocorrida entre os dias 4 e 9 de outubro na capital do Mato Grosso, exibiu, entre uma seleção primorosa de longas e curta-metragens em competição, as imagens de vários cinegrafistas que acompanharam as mais importantes expedições científicas pelo interior do país neste século. Graças aos aportes da lei de incentivo estadual e ao estímulo dado pelas últimas edições do festival, inúmeros vídeos cuiabanos estiveram presentes na mostra competitiva de 1999. Márcio Moreira, autor do vídeo “Inexistências”, escolhido pelo júri oficial como melhor produção local na categoria, recebeu inclusive um estímulo extra, na forma de negativos, locação de equipamentos e serviços doados pelos patrocinadores do festival. O curta “A cilada com cinco morenos”, de Luís Borges, organizador do festival, produzido na região, foi exibido fora de competição no encerramento do evento.O seminário “Os viajantes” apresentou o depoimento de vários pesquisadores dedicados ao resgate de uma parte importante da memória audiovisual do

país, pouco conhecida do público em geral. No encerramento do evento, foi divulgada uma carta solicitando maior atenção do poder público na difusão e preservação desse acervo.

na memór i a

O sanitarista Noel Nutels, médico da expedição Roncador-Xingu, realizada nos anos 40, teve suas imagens apresentadas pela pesquisadora da Fundação Instituto Osvaldo Cruz Stela Penido, mestre em cinema com uma tese que abordava justamente o trabalho de Nutels. As expedições do antropólogo Claude Lévi-Strauss junto aos índios Bororo aparecem num trabalho comentado pela professora Edir Pina, do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). As imagens têm um valor inestimável, já que ilustram práticas rituais pouco comuns nos dias de hoje. O cinegrafista Jesco Von Puttmaker, tema do curta “Bubula - o cara vermelha”, de Luiz Eduardo Jorge, participante da mostra competitiva do festival, também foi tema de uma das palestras. Membro das expedições dos irmãos Villas-Boas, Puttmaker tem uma história de vida que, por si só, vale por vários filmes. Nascido na Alemanha, cedo mudou-se para o Brasil, retornando à terra natal justamente na época em que o nazismo chegou ao poder. Nesse período, esteve aprisionado em um campo de concentração, onde foi

inclusive mutilado. De volta ao Brasil, registrou imagens impressionantes de primeiros contatos entre tribos indígenas e o homem branco. Luís Reis, cinegrafista que acompanhou várias expedições do Marechal Cândido Rondon, teve suas imagens comentadas pelo pesquisador da Cinemateca Brasileira Carlos Roberto de Souza. Finalmente, Luís Borges falou sobre o trabalho do documentarista sueco Arne Sucksdorff, tema de um projeto de documentário a ser dirigido pelo próprio Borges.O resgate da memória é um dos pontos centrais da proposta de criação de um Pólo de Cinema no Estado do Mato Grosso, iniciada em 1998 e que, neste ano, ganhou apoio oficial, com a formação de um grupo de estudos solicitada pelo secretário estadual da fazenda, Walter Albano, que contará com a participação dos profissionais ligados ao setor audiovisual local e da Secretaria de Cultura. O grupo deve encaminhar estudos comparativos com os pólos de cinema de Brasília, Fortaleza e do Rio Grande do Sul. Entre os pontos mais importantes estão a criação de uma carteira de investimentos para co-produções rodadas no estado, com a participação do empresariado local; o estímulo à co-produção no Mercosul; a criação de um prêmio estímulo à produção de curtas locais; a recuperação e construção de salas de cinema na capital e interior do estado e a capacitação de mão-de-obra, através da criação de um curso de cinema na UFMT.O Festival de Cuiabá avançou em relação à última edição, tanto em termos de uma proposta de realização mais enxuta, quanto em termos de público. Cerca de mil pessoas acompanharam a mostra de filmes estrangeiros que serviu de aperitivo ao evento (entre os dias 23 e 30 de setembro). Na Mostra Oficial, o público atingiu cerca de 2,5 mil espectadores, uma média de mais de quatrocentos pagantes por sessão.Veja no site www.telaviva.com.br a lista de premiados no festival.

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CUIABÁ EXIBE OLHAR DOS

VIAJANTES

PAulo BoCCAto

F e s t i V a i s

Não disponivel

HAmilton RosA JR.

As p roduçõe s pa ra o me r cado

co rpo ra t i vo con tam com nova s

opçõe s t e cno lóg i ca s como

o DVD e a t r an sm i s são de

t e l e con f e r ên c i a s v i a s a t é l i t e .

A modernização da tecnologia audiovisual alterou profundamente a velocidade do fluxo da informação e o surgimento de sistemas de produção mais sofisticados exige que as agências de propaganda e marketing mantenham-se atualizadas. Criatividade é a palavra de ordem na apresentação de um projeto ao cliente, mas ela precisa estar aliada à multimídia, a conceitos como a interatividade, para não tornar sua empresa obsoleta. No Brasil, por exemplo, o suporte institucional e de treinamento de uma empresa já é oferecido no formato DVD ou pode ser transmitido via satélite para qualquer ponto do Brasil.O desenvolvimento de trabalhos em DVD (Digital Video Disc) é a atual

menina dos olhos da produtora TV1, de São Paulo. Na Supervia, do Grupo Cromamix, de Curitiba, o cartão de visitas é o aprimoramento do serviço de teleconferência, que permite a transmissão de palestra via satélite para várias praças. A TV1 destacou-se recentemente pelo lançamento dos DVDs corporativos da Motorola e da Philips. O trabalho é pioneiro e representa um avanço para o segmento no Brasil. O diretor da TV1, Sérgio Motta Mello, não esconde que houve dificuldades para agregar a novidade ao leque de ofertas da produtora, “mas estávamos há tanto tempo praticando o conceito de linguagem interativa em CD-ROM e nos sites desenvolvidos especialmente para os nossos clientes, que esta bagagem contou na hora de realizar o produto”.A reprodução de som e imagem são duas características bem difundidas do DVD. Mas o meio oferece uma variedade de outros recursos que, dependendo da criatividade da equipe, pode se abrir como um novo e rico mundo de possibilidades. O DVD da

Motorola foi criado como peça de treinamento de vendas de dois novos modelos de telefones celulares StarTac da companhia. “Os representantes estavam tendo dificuldades para manejar o produto, devido à grande gama de funções oferecidas e isso estava se refletindo na venda”, conta o empresário. A Motorola almejava produzir apenas um vídeo de treinamento, mas a direção da TV1 demonstrou que os problemas eram tão subjetivos e que o tempo de aprendizagem de cada grupo era tão variável, que o passo a passo seria melhor absorvido num meio em que as explicações acompanhassem a progressão de aprendizado do usuário. “Algumas pessoas se atrapalham mais para entender determinado assunto que outras. Mostramos que com o DVD poderíamos respeitar esse tempo, oferecendo ao vendedor maleabilidade para seguir o trajeto que quisesse”, afirma Motta Mello.

cu s t o/bene f í c i o

No trabalho encomendado pela Motorola há cerca de 200 variações de tela para explicar o funcionamento dos celulares, mais 13 situações de vendas interpretadas por atores e no final de cada dramatização, um esquete com os Sobrinhos do Ataíde, fazendo piada do quadro que eles acabaram de assistir. “Somando tudo, os institucionais e as situações de venda, não ocupamos mais de 25% do espaço do disco”, conta Marcelo Anthony, gerente de mídias interativas da TV1.Esta espantosa capacidade de memória (que varia de 4 Gb a 17 Gb, dependendo do tipo de DVD) proporciona ainda flexibilidade para uma reedição, com cenas atualizadas e modificações, que podem ser refeitas e inseridas ao gosto do freguês.Na opinião do diretor de atendimento Luís Tadeu Correia, da Video Track, a propaganda em cima da mídia

p r o d u ç ã o

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interativa foi grande, mas o mercado não correspondeu às expectativas. “O CD-ROM é um suporte que não se disseminou no ramo corporativo como podia e o DVD deve demorar para pegar no Brasil, porque o custo ainda não compensa.” Pedro Paulo Hatheyer, diretor da Helicon Recursos e Vídeos de Treinamento faz coro à observação de Correia: “Para o Brasil é muito cedo. Representamos a Video Arts, uma das principais empresas de treinamento do mundo e eles estão começando a investir nesse ramo interativo agora. Vi as primeiras experiências com DVDs corporativos em Londres recentemente e eles são vistosos e podem abrir uma nova era no treinamento empresarial, mas para trazer isso ao Brasil é preciso ter equipamentos, ou então comprar a tecnologia, que é cara. “Mas isso não impede que nos mantenhamos informados sobre o preço da tecnologia”, acrescenta Correia. Para Marcelo Anthony a transcrição é a parte mais cara da aventura, mas não a mais complexa. “Para produzir um vídeo normal formamos uma equipe de dez a 15 pessoas. No caso do DVD da Motorola, a criação do produto envolvia duas equipes, uma de vídeo e outra de mídia interativa. Na primeira reunião éramos 38 integrantes, sem contar os assistentes de cada área.”Mas sob o ponto de vista do diretor da TV1, Sérgio Motta Mello, o resultado foi compensador. A iniciativa acabou introduzindo a empresa num novo campo de atuação. “Já começamos a desenvolver um DVD para a gráfica Burti e estamos tendo encontros com muitos interessados. A tecnologia é cara, sem dúvida, mas favorece o cliente. Basta ele ponderar sobre seus problemas de ordem interna. Na Motorola, o treinamento dos funcionários implicava gastos com viagens, hospedagens, sem contar o fator tempo”, afirma.E num clima mais descontraído

desabafa: “Quer saber? Eu acho que a plataforma do vídeo vai morrer. A diferença entre os dois formatos é tão grande que o vídeo não vai sobreviver. Quanto tempo vai demorar? Não sei. Mas acredito que o DVD fará com o vídeo, o que o CD fez com o vinil, principalmente no mercado corporativo”.

r eun i ão v i a s a t é l i t e

A filosofia de teleconferência via satélite, que permite que várias unidades de uma empresa, cada uma localizada num ponto do país, participem de um encontro em tempo real, é outra tendência mundial. No Brasil quem está vendendo bem esse serviço é a Supervia, uma subsidiária da produtora de vídeo e áudio Cromamix, de Curitiba. O diretor superintendente, Paulo Siqueira conta que a Cromamix detém os direitos de uma linha de transmissão do satélite BrasilSat B1 Digital e vem fazendo testes para explorar o mercado corporativo há oito anos. “Trabalhamos com uma área de cobertura grande, que nos permite fazer negócios em qualquer ponto do Brasil e também no exterior. O satélite abrange todo o território nacional e também os países do Mercosul”, afirma Siqueira.Mas no ano passado, a Cromamix percebeu que a demanda pelo serviço estava crescendo rapidamente. “Então criamos a Supervia, para se dedicar especificamente a soluções empresariais de comunicação, enquanto a Cromamix ficou com a parte de produção de vídeo e áudio.” Entre os negócios que a empresa vem desenvolvendo atualmente, vale ressaltar um projeto de ensino à distância. “A Universidade de Tuiuti no Paraná nos contratou para produzir e transmitir um programa para professores de escolas estaduais em vários pontos

do estado. Montamos uma sala de aula no nosso estúdio e cada dia, um professor de uma determinada matéria (matemática, português, história...) ministrava uma aula, que era acompanhada por dezenas de professores simultaneamente e de uma forma interativa, quer dizer, em caso de dúvidas, o interlocutor podia esclarecê-la imediatamente”, conta. De acordo com Siqueira a repercussão foi tão grande que a Supervia vem sendo procurada por várias empresas para desenvolver tarefas semelhantes.Em julho, a produtora instalou seus transmissores/receptores em sete cidades para fazer a teleconferência da Spaipa, distribuidora de bebidas do Paraná, que trabalha com a Coca-Cola. “Na verdade em cada evento, montamos uma rede de exibição, com sistema de uplink, monitoramento do segmento espacial (do satélite) e downlink. Se o cliente preferir oferecemos também a produção. Temos estúdio, criamos cenários, fazemos filmagens...” Para o próximo ano, Siqueira pretende agregar a transmissão de dados ao sistema. “A situação será a seguinte: enquanto a reunião acontece, poderemos fazer conexões com os computadores dos diretores para que possam examinar documentos. Será como uma espécie de Internet via satélite”, define o empresário. Os receptores da Supervia, aliás, já são endereçáveis. “Nós habilitamos o cliente para que só ele tenha o código de acesso à comunicação”, explica. Mas este serviço será aprimorado a partir do momento em que a Supervia puder transmitir gráficos e documentos via satélite. “Para o mercado corporativo esse recurso será importante, porque as comunicações internas das empresa são altamente sigilosas e nem sempre podem ser ventiladas para os funcionários de outros departamentos. Então cada um poderá abrir um canal de comunicação pessoal de seu laptop e paralelo à teleconferência”.

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A RA Produções também tem câmeras e equipamento de iluminação próprios, mas a companhia não tem pretensões de oferecer a aparelhagem para os inquilinos. “Nós temos o equipamento e know-how para participar de qualquer etapa de uma produção. Já fizemos a produção de projetos internacionais. O filme “Nós, eles e os outros”, de Terence Hill, e os sete clips solos do Mike Jagger, por exemplo, foram coordenados por nossa equipe. Segundo o assessor houve um momento em que a RA cogitou a possibilidade de abrir o novo complexo para a locação de equipamentos. “Mas em cinema, a terceirização é a prática seguida por todos. Quando você precisa de um determinado produto, o melhor é você contratar quem faz o serviço específico. Percebemos que para oferecer o melhor equipamento, teríamos de correr atrás de tecnologia e como as coisas ocorrem muito rápido hoje, é preciso uma renovação constante da aparelhagem. Então, por enquanto, vamos oferecer apenas o espaço.”Francisco Paulo está longe de ser ufanista quando tece comentários, mas ele acredita no potencial de locação do Brasil, inclusive, para grandes produções internacionais. “A Itália virou lugar comum para locações, Los Angeles todo mundo conhece, a África desapareceu, e o Brasil vai virar um Eldorado para locações. Em torno do Rio de Janeiro, por exemplo, se você quiser procurar uma ambientação européia, você vai a Petrópolis ou Nova Friburgo, se preferir um deserto basta ir a Cabo Frio. Só não tem neve aqui no estado”, comenta o assessor. Mas na sua opinião, nestas horas até Deus ajuda. “Quando estivemos em Itatiaia filmando ‘O trapalhão e a luz azul’, precisávamos de um plano geral que desse a impressão que o cenário, uma cidade, ficava nas nuvens. Estávamos discutindo como faríamos o efeito visual disso, quando de repente uma nuvem baixou sobre o local e passou essa ilusão. Em que outro país você encontra esses benefícios?”

Hamilton rosa Jr.

NOVO ESTÚDIO NO RIO

Os meios de comunicação estão fazendo uma grande promoção em torno do lançamento do quadragésimo filme de Renato Aragão, “O trapalhão e a luz azul”. Mas pouca gente sabe que este novo projeto da RA Produções ofereceu mais desafios à equipe que qualquer um dos 39 projetos anteriores. Isso porque, ao mesmo tempo em que o filme passava pelas etapas de pré-produção e filmagem, o novo quartel general da companhia ganhava corpo literalmente de baixo dos pés dos atores. As duas obras ainda estão inacabadas. O filme fica pronto em dezembro e será lançado em circuito nacional no Natal. A construção já está com sua parte administrativa funcionando. Em praticamente seis meses, a RA Produções ergueu, num imenso terreno em Vargem Grande, a 30 km do Rio de Janeiro, um complexo com 50 mil m2 de área construída, que abriga quatro estúdios. Um deles foi montado em tempo recorde, para as filmagens da

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nova produção; os outros três estão em fase de acabamento, mas já têm a Rede Globo como futura locatária. A RA Produções ficava na Barra da Tijuca até 95. “Mas o local tornou-se inviável a partir do momento que começaram a levantar prédios em volta. A disposição do antigo estúdio era diferente também. Abrigávamos produções da Globo, como “O balão mágico”, mas não tínhamos infra-estrutura para tocar várias produções simultâneas”, explica Francisco Paulo Aragão, irmão e assessor de Renato. A nova sede da RA Produções está estrategicamente melhor localizada. Foi construída ao lado do Maciço da Pedra Branca, uma reserva ambiental, que empresta uma vista pitoresca de qualquer parte e qualquer ângulo em que se ajuste uma câmera. Um terreno amplo de 20 mil m2 no fundo permite ainda a gravação de externas. Continua próxima do Rio, mas está mais perto do Projac, o complexo que centraliza as operações da Rede Globo (o acesso é rápido, os dois estão interligados por uma estrada). Segundo Francisco Paulo, a conclusão dos outros três estúdios será feita em etapas. “A Globo já poderá utilizar um deles em dezembro. Os outros dois ficarão prontos em fevereiro ou março.”A equipe de cenografia da Globo acompanhará o acabamento das obras. Na análise do assessor do Departamento de Apoio Cenográfico da Globo, Ivo Carneiro, a divisão das salas está bem integrada com o set. “O acesso dos setores de contra-regra leve e pesado estão melhor resolvidos que os do Projac, e o pé direito é suficientemente alto (12 m) para não dificultar o trabalho de amarração de cenários”, comenta.

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m e r c a d o

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Cliente:Gessy LeverProduto:Dove LightAgência:Standard, Ogilvy & MatterCriação:Rubens Filho e Vítor AzambujaProdutora:JFX FilmesDireção:Paula Trabulsifotografia:Rodolfo SanchezDir.Arte:Ucho CarvalhoCasting:Roberto StraubTelecine:Ely (Estúdios Mega)montagem:AdemirTrilha:Thomas Roth (Lua Nova)finalização:Estúdios Mega

F I c H A T É c n I c A

C R I A Ç Ã O C O L E T I V A

para tratar da intimidade feminina ... ... foram criados cenários ...

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Lizandra de aLmeida

m a K i n G o F

- as mais jovens procuravam o reconhecimento externo com mais freqüência e comentavam sobre as impressões de namorados e amigos sobre os resultados do teste.A partir dessa pista, a produtora começou a selecionar um casting masculino - fato inédito em todo o mundo nas campanhas de Dove. Selecionados os rapazes, da mesma faixa etária do target, pediu-se que eles indicassem garotas para o teste. As garotas foram orientadas a não revelar qual era o produto e os rapazes foram estimulados a prestar atenção em possíveis mudanças nas garotas. “Conseguimos aguçar a percepção masculina, o que já consideramos um verdadeiro feito”, comenta Paula. “O importante é que os rapazes realmente notaram mudanças na pele de suas garotas”, completa Musa.Para transpor essa idéia para a tela, conta a diretora, a equipe de produção definiu a necessidade de se criar um look jovial, um conceito que envolvesse a idéia de “light”, com cores e luzes. “Como a imagem tinha de representar o que o produto refletia para os rapazes, usamos luzes refletidas neles”, diz Paula. “Para isso, dividimos os rapazes em dois grupos: os ‘secos’

e os ‘molhados’. Os secos são os mais tímidos, mais contidos, que receberam tons de ocre, laranja e amarelos. Os molhados são os mais comunicativos, representados por tons de azuis e verdes”, revela o diretor de arte Ucho Carvalho.Essas definições foram os pontos de partida para a criação dos ambientes para os “contadores de histórias”. “Como esse produto é inédito no mundo e tivemos a oportunidade de criar tudo a partir do zero, pudemos desenvolver todo o conceito de imagem e abordagem”, comemora Paula. As filmagens foram feitas em locações cenografadas, diferentes para cada personagem. A intenção era a de criar nichos que colocassem os rapazes à vontade e, dentro do mesmo espaço, vários locais onde pudessem se sentar. “O homem tem um discurso mais fragmentado, por isso optamos por colocá-los em posições diferentes a cada cena, o que também pode ser visto na montagem. Também percebemos que assuntos tão íntimos não poderiam ser tratados em ambientes externos - motivo da

Para realizar a campanha de lançamento do novo sabonete Dove Light, que conta com um teaser e seis filmes, cliente, agência e produtora criaram um relacionamento que vai além do que se pode chamar de parceria. Eles começaram a trabalhar antes de o produto sequer estar pronto e durante seis meses desenvolveram juntas o conceito e a linguagem dos filmes.Segundo a diretora Paula Trabulsi, o ponto de partida foi a campanha do sabonete Dove, que ela dirige desde seu lançamento no Brasil. Nos filmes de Dove, são captados depoimentos reais de mulheres que utilizam o produto e suas impressões sobre os resultados. O novo produto foi desenvolvido visando um público mais jovem - mulheres na faixa de 18 a 25 anos - o que exigiu um novo posicionamento nos filmes, mas sem perder a característica testemunhal.O diretor da conta de Gessy Lever, Luís Musa, explica que a agência começou a trabalhar oferecendo o produto a potenciais consumidoras, para teste. No lugar das respostas pessoais das mulheres de uma faixa etária maior - que, em geral, buscam sua satisfação pessoal

Cliente:Zip.Net

Produto:Institucional

Agência:F/Nazca S&S

Criação:Julio Andery e Eduardo Lima

Produtora:Cia. de Cinema

Direção:Rodolfo Vanni

fotografia:Lúcio Kodato

Telecine:Estúdios Mega

montagem:Vagner Piccolo

Trilha:Tesis Audio Solutions

Computaçãográficaefinalização:Vetor Zero

F I c H A T É c n I c A

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F ichas técn icas de c o m e r c i a i s www. te lav iva .com.br

C R I A Ç Ã O C O L E T I V A

o tratamento do layout da campanha ... ... é feito em computação gráfica.... de ambientes internos.

b E b ê E S P E R T I N h O

Um bebê muito malandrinho é o protagonista do primeiro filme de uma campanha de quatro peças do provedor de conteúdo Zip.Net. Todos os filmes têm o mesmo layout, com imagens no centro da tela, envolvidas por um quadrado preto e botões que imitam um site na Internet. O mote da campanha é que nem tudo na vida é tão fácil quanto navegar no site em questão.Nesse primeiro filme, o bebê está em um berçário e avista uma das enfermeiras com um generoso decote. Para chamar sua atenção, solta um sonoro pum e, ao ser atendido, ainda esguicha um xixizinho em sua cara. O diretor optou por filmar três crianças diferentes, visando escolher as melhores expressões faciais. O bebê escolhido já tem mais de um ano, por isso ri e faz naturalmente carinhas engraçadas. “Quem tem filhos e é um bom pai, pode ser um bom diretor de crianças”, compara Rodolfo Vanni. “Crianças dessa idade não respondem a estímulos lógicos, mas visuais. Por isso, tudo o que fiz foi brincar com elas como fazia com meus filhos.”A única cena trabalhada em computação gráfica, além do tratamento gráfico padrão dos filmes, com as tarjas e botões, é a do momento em que o bebê faz força para soltar seus gases. “Pegamos uma cena em que ele

estava de lado e fizemos um worp, ou seja, desenhamos a mão uma malha de pontos principais sobre a imagem e criamos um movimento dos pontos para fechar boca, olhos e franzir o nariz”, explica Marisa Ditleff, da Vetor Zero.Como esse processo resulta em imagens sem volume, um frame do olho foi substituído por outro, quando o bebê dá um espirro e igualmente fecha os olhos. Esse frame foi recortado e teve seu tracking ajustado para acompanhar o movimento. Depois, a pele foi trabalhada para uma perfeita fusão. No final, foi criada uma máscara de toda a cabeça do bebê e com isso alterou-se o matiz da imagem, para que no momento do esforço toda a cabeça ficasse avermelhada.

ambientação em cenários internos”, acrescenta a diretora.Os depoimentos são enriquecidos com reflexos coloridos, obtidos a partir da filmagem de objetos de cena transparentes ou que refletissem luz. A iluminação já foi pensada no sentido de criar highlights, mas as imagens ainda foram trabalhadas no telecine e no Flame para atingir o resultado de cor e textura desejados.Para captar os depoimentos, Paula Trabulsi usou três câmeras e travellings. A própria diretora e as assistentes de direção Irma Palma e Leca Machado revezaram-se como entrevistadoras, estimulando as respostas dos namorados, sempre com a presença de outras pessoas na sala, pois perceberam que eles sentiam-se mais à vontade assim.O arremate foi dado pela trilha sonora, que, segundo Paula, não foi criada para marcar os discursos ou os cortes do filme, mas apenas para sugerir sensações e percepções, como os próprios depoimentos. O diferencial entre o novo produto e o convencional é que ele leva loção hidratante no lugar de creme. A fórmula foi desenvolvida no Brasil e deve ser distribuída para o resto do mundo.

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Cliente:Elma Chips

Produto:Promoção

Agência:Almap BBDO

Criação:Luciana Pessanha e Alex Lezay

Produtora:Salatini Filmes

Direção:Luiz Ferré

fotografia:Lito

DesenhoAnimado:Daniel Messias

Telecine:Estúdios Mega

montagem:Cármine

Trilha:Supersônica

finalização:Estúdios Mega

F I c H A T É c n I c A

perseguição animada.

A Elma Chips está divulgando uma nova promoção que dá uma bicicleta ao vencedor e distribui figurinhas com personagens da Warner Bros. nos pacotes de salgadinhos. “Tínhamos a opção de usar os personagens no filme. Imagine se íamos perder a chance!”, diz Luciana Pessanha, uma das criativas.O filme mostra um garoto andando de bicicleta em uma praia deserta e sendo perseguido por três vilões da Warner, Coiote, Taz e Patolino, que querem roubar a bicicleta. A locução avisa que é mais fácil participar da promoção.

C E N á R I O D E A N I m A Ç Ã O“Apesar de sabermos o que cabe em 30 segundos, achei que três vilões fos-sem demais para o filme. Sosseguei quando vi o pencil test”, conta Luciana.As dificuldades do filme estavam em selecionar a melhor locação e atender aos polices dos personagens. “Encon-tramos uma praia perto de Parati que lembrava os cenários de cartoons, com pedras bem redondas e céu azul. O acesso é difícil, mas é incrível encon-trar um local deserto próximo de São Paulo e do Rio”, explica o diretor Luiz Ferré.Segundo Pessanha, enquanto alguns polices podem atrapalhar a criação, outros ajudam. Foi o caso do final do filme, cujo protagonista é o Patolino. “No roteiro, o personagem se arre-bentava e pronto. Mas a Warner exige que eles se recuperem. Por isso, acres-centamos o Patolino resmungando no pack shot, o que tornou o filme mais redondo. Outra exigência é que nada pode ameaçar a integridade física da criança: os desenhos podem se bater,

mas nunca na criança”, conta.As filmagens foram feitas em um dia. “Eram poucas horas de areia, por causa da maré, e de luz, porque havia uma montanha ao lado. Fizemos a marca-ção dos personagens antes”, diz Ferré. “Para filmar, optamos por uma luz mais plana e por isso usamos rebat-edores e butterflies para evitar som-bras duras. Tivemos de deslocar uma equipe só para isso.”

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môniCA teixeiRA

Do reclame à propagandaCrediários, prestações a perder de vista e a realização de velhos sonhos de consumo. O Plano Real transformou as classes sociais mais baixas em consumidores emergentes. Para fisgar este novo público os publicitários estão se despindo de preconceitos. Algumas agências de publicidade, caso da DM9DDB, chegaram a criar departamentos só para gerenciar as contas de clientes mais populares. Nizan Guanaes criou a DM9,99, parodiando as ofertas de varejo. Hoje, a sub-agência não existe mais, afinal depois da estabilidade econômica, o Real desestabilizou muitas empresas. O Mappin e a Mesbla, principais clientes da DM9,99, estavam entre elas. Mas o Real deixou uma lição para o mercado publicitário. Melhorou a qualidade dos comerciais, principalmente aqueles dirigidos às classes sociais mais baixas. Hoje, ser popular não é sinônimo de falta de qualidade. Os publicitários são unânimes ao defender este ponto de vista. “A publicidade está mais democrática”, afirma Sérgio Moura, gerente de propaganda e marketing da Promolider, a empresa que cria e

produz os comerciais da Telesena. Ou seja, quando o valor do produto anunciado não é proibitivo, acabou a nítida divisão entre o comercial para classes populares e o comercial mais sofisticado. Criada há um ano, a Promolider vem fazendo mudanças na estética dos comerciais do título de capitalização de Silvio Santos, a Telesena. Hoje, todos os comerciais são feitos em filme 35 mm e não usam tanto os artistas do SBT como garotos-propaganda. O investimento em qualidade, Moura justifica: “Nossos comerciais passam em breaks onde também passam comerciais de grandes produtos como Coca-Cola, Mercedes-Benz etc.”. O consumidor, mesmo sendo de classe C, D ou E está exposto a comerciais de alto nível. Para seduzi-lo, é preciso manter a qualidade da comunicação.

d i f e r en c i a l

Mas é claro que existem alguns artifícios para fisgar a atenção do público popular. Um dos comerciais de Telesena usou o cantor Leonardo como garoto-propaganda. “A maior

p u b l i c i d a d e

preocupação é estar próximo do nosso público”. E o cantor sertanejo provoca essa identificação: o homem simples, ex-catador de tomates que conseguiu vencer na vida. Ele é um exemplo para o público que a propaganda pretende atingir. Mas nem só de estrelas da música sertaneja e do pagode são feitas as propagandas da Telesena. A atriz Fernanda Montenegro já vendeu o tal título. “Ela sempre esteve nas novelas e o público que compra Telesena tem uma identificação com as novelas. Não é o nome Fernanda Montenegro, é o que ela representa para as pessoas”, analisa Moura. Antonio Fagundes também já fez o papel de galã do título de capitalização. Este tipo de estratégia acaba atingindo também pessoas das classes A e B. “As idéias são simples, mas têm de fazer parte do cotidiano das pessoas que queremos atingir. Nós vendemos um sonho e todo mundo sonha, não importa a classe social.”Quando se pensa em comerciais populares, a primeira imagem que vem à cabeça é a das propagandas

A pub l i c i dade e s t á t e ndo de s e

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p roduçõe s come r c i a i s .

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p U b L I c I D A D E

de ofertas de varejo. Preços piscando na tela e uma voz gritando: Você não pode perder! As Lojas Cem, rede especializada em móveis e eletrodomésticos, já aposentaram esta velha fórmula. “Os comerciais estavam muito iguais. Todos tinham uma cabeça (imagem do apresentador), ofertas e um encerramento. Havia necessidade de criar um diferencial na comunicação”, argumenta Maurício Gardenal, gerente de propaganda da Cem Publicidade. “Nós acreditamos que os 15 segundos destinados às ofertas são insuficientes para o consumidor fixar o preço, principalmente quando os produtos são móveis e eletrodomésticos. Estas compras são planejadas, e não feitas por impulso. As pessoas abrem uma cerveja por impulso, mas não compram um móvel por impulso.”Para se diferenciar das demais, a rede Lojas Cem aboliu as ofertas e investiu em uma linguagem bem humorada para fixar a imagem institucional da empresa. Ou seja, eles não vendem produtos, vendem a loja. A empresa investe R$ 7 milhões em publicidade por ano e produz, em média, um comercial novo para TV a cada mês. O novo conceito de propaganda da rede mostra situações populares, como rodas de pagode, festa junina ou um casamento caipira. Em todos eles, aparece o bordão “É bão!” e o jingle “Ainda bem que tem Lojas Cem”. O mais recente comercial da rede foi feito pensando em atingir também

consumidores das classes A e B. Para isso, bastou usar como cenário uma casa bonita, com empregada, mordomo, símbolos de status social. A linguagem, porém, continuou a mesma. O “É bão” não foi substituído por “é bom”. A expressão interiorana é proposital, pois a rede tem lojas espalhadas principalmente pelo Estado de São Paulo e sul de Minas Gerais. “A idéia é fazer com que as pessoas comentem o comercial depois, e isso acontece justamente por causa desse lado cômico”, justifica Billy Moreira, sócio-proprietário da Casa das Máquinas, produtora de Campinas responsável pelos comerciais das Lojas Cem. “O segredo é não subestimar a inteligência do consumidor. Não se pode partir do princípio de que se o público é popular, a comunicação tem de ser rasteira. Falta de dinheiro não é falta de gosto”, conclui Gardenal.

ho rá r i o nob re

Mas a concorrente direta das Lojas Cem continua fiel às ofertas. “É muito importante dar o preço e as condições de pagamento”, acredita Aluísio Guimarães, sócio-diretor da agência de publicidade Newcomm Bates, responsável pela conta das Casas Bahia desde abril deste ano. Mas a agência vem criando novas linguagens e renovando a cara dos comerciais. Para isso, elegeu porta-vozes da loja, como Renato Aragão, Lima Duarte e Chitãozinho, para contar suas histórias de vida e como

fizeram para conquistar o sucesso. Depois, usaram o próprio consumidor como personagem, mostrando o cotidiano dessas pessoas. E agora, também recorreram ao humor para vender as promoções de um jeito diferente. Por exemplo, para vender um refrigerador com freezer, o comercial mostra a seguinte situação: um menino pergunta à mãe se o sorvete está pronto. Ela pensa e responde: eu coloquei na geladeira na sexta, hoje é terça... depois de amanhã deve estar pronto! Eles descobriram que o humor é mais efetivo para convencer o consumidor do que a pressão de um narrador dizendo: “compre agora!”. “O nível dos comerciais melhorou e o consumidor está exposto a tudo. Nós não podemos nivelar por baixo, porque independentemente da classe social, as pessoas querem ver coisas de qualidade”. diz Guimarães. “É preciso usar a linguagem adequada, mas com qualidade, senão seria um desrespeito.”“A televisão é democrática. Estes comerciais podem atingir qualquer classe social.” A afirmação de Aluísio Guimarães é ainda mais verdadeira quando observamos os horários de exibição dos comerciais ditos populares. Normalmente, eles são veiculados nas três principais emissoras abertas (Globo, Record e SBT) no horário nobre. Disputam com produtos mais sofisticados a atenção do telespectador nos intervalos das

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novelas, do “Jornal Nacional” e de alguns programas de variedades.

b rega & ch i que

Raramente um produto popular vai estabelecer uma estratégia de mídia concentrada em programas como o do Ratinho, maior exemplo de audiência entre as classes mais baixas. Conclusão: um produto popular não precisa anunciar num programa de baixa qualidade. Ou seja, na faixa nobre das emissoras de TV, o telespectador está sendo bombardeado por comerciais que vendem todo tipo de produto. E mesmo o alvo sendo a classe de baixa renda, o tiro pode atingir o público de classe A, dependendo simplesmente da necessidade da pessoa naquele momento. A concorrência é tão grande que a publicidade hoje não pode excluir nenhum público. O intervalo passou a ser mais disputado e a competição acontece entre produtos de categorias diferentes. “Se eu faço um comercial de bicicletas, meus concorrentes não são simplesmente as outras marcas de bicicletas. São, por exemplo, as ofertas de uma viagem ou outro produto qualquer”, argumenta Ronaldo Gasparini, vice-presidente de operações da agência W/Brasil. Disputa-se onde o consumidor vai empregar aquele dinheirinho que ele tem sobrando. “Isso melhorou a qualidade dos intervalos e fez com

o telespectador ficasse menos entediado com essa invasão. O comercial é uma invasão”, diz Gasparini. O maior exemplo de que não é preciso ser brega para ser popular são os comerciais de um dos produtos mais usados pelo brasileiro de baixa renda: as sandálias Havaianas. Elas são um exemplo de ascensão social. Saíram dos pés dos descamisados, e foram parar na alta sociedade. O slogan “não soltam as tiras” foi substituído por “todo mundo usa”. Por trás dessa estratégia está a agência Almap/BBDO. “Constatamos através de pesquisas que a classe A gostava de Havaianas, mas tinha preconceito”, conta Alexandre Peralta, redator da agência e integrante da equipe de criação dos comerciais para as Havaianas. Para vender o chinelo para um público de maior poder aquisitivo, os publicitários recorreram a depoimentos de atores famosos dizendo que usavam Havaianas. “Ainda assim, continuou popular. Os comerciais têm identificação com o cotidiano das pessoas, são situações comuns e a linguagem usada é o humor, uma linguagem universal que cria identificação com qualquer classe social”, afirma Peralta. “Os comerciais das Havaianas não são sofisticados

para não fugir do universo das pessoas”. Quase tão popular quanto as Havaianas são os chinelos Rider. Por mês, são vendidos oito milhões de pares em todo o país. “O chinelo é o primeiro calçado que uma pessoa pobre põe nos

pés, mas para atingir outro tipo de público nós procuramos mostrar o lado prazeiroso de estar calçando um par de chinelos”, comenta Ronaldo Gasparini, da W/Brasil, responsável pela conta.O telespectador deve se lembrar dos testemunhais de famosos que diziam que quando queriam dar férias para os pés usavam um Rider. E agora, a virada pop da campanha com músicas de sucesso regravadas especialmente para os comerciais. A estratégia afastou o consumidor de baixa renda? Gasparini responde: “Nós nunca perdemos o público mais pobre porque o chinelo para ele é um utilitário. Mas a campanha também não deixa as classes C e D desamparadas porque a imagem transmitida pelos comerciais é o universo em que estas pessoas querem se projetar. Quando os telejornais mostram a fila do INPS, está todo mundo de chinelo nos pés. O comercial não pode mostrar a mesma coisa, é preciso encantar o telespectador”, conclui Gasparini. E este encanto não faz distinção de classe social.

É grande a disputa

nos intervalos

comerciais

e a competição se

dá entre produtos de

diferentes categorias.

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lizAndRA de AlmeidA

Uma história de produção

Há 25 anos, a Espiral Filmes abria suas portas para o mercado de cinema publicitário. Na época a televisão já era em cores, mas a transmissão dos comerciais era feita a partir de filmes de 16 mm. A captação, por sua vez, sempre foi em 35 mm. Durante todo esse tempo, a produtora executiva Rosa Jonas (leia box), proprietária da Espiral, acompanhou a evolução do mercado de produção, a revolução nos processos de transmissão e de tratamento de imagens, o que resultou em muita história para contar.Inaugurada em 1974, a produtora tinha ainda como sócio o cineasta George Jonas, que há quatro anos deixou a sociedade e montou outra empresa. Além de ser a produtora mais antiga do mercado brasileiro ainda em operação, a Espiral Filmes também foi pioneira em co-produções e produções para países da América Latina. “No primeiro filme que fizemos para o Chile tivemos de levar até a câmera”, conta Rosa Jonas.

p r o d u t o r a s

No começo, as produções não se restringiam aos comerciais. “Também fazíamos muitos audiovisuais empresariais e os ‘documentários’, que hoje são os vídeos institucionais. Muita gente pensa que são produtos recentes, mas na época a grande moda era a ‘multivisões’, que combinava slides sincronizados com música, dando uma idéia de movimento. Eram muito usados em convenções, como as atuais multimídias.” Nessa relação de trabalhos, se incluem o documentário de lançamento da primeira fábrica robotizada da Ford no Brasil e a documentação completa de toda a construção, durante três anos, do Pólo Petroquímico de Camaçari. Ao falar da trajetória da produtora,

A p rodu to ra E sp i r a l F i lme s

comp l e t a 2� ano s e gua rda

pa r t e do a ce r vo da h i s t ó r i a do

me r cado pub l i c i t á r i o b ra s i l e i r o

do f i na l do m i l ê n i o .

que se mistura com a de sua própria vida profissional, Rosa Jonas resume os ciclos por que passou a propaganda brasileira nesse período: para ela, foram os “gloriosos anos 80” e os “difíceis anos 90”. “Os filmes publicitários são o retrato do desenvolvimento econômico brasileiro. Com eles, percebemos o aparecimento e desaparecimento de costumes, a conotação da mulher dentro do contexto social e os fatos políticos e históricos mais importantes. Se hoje estamos vivendo um momento difícil, não podemos dizer que se trata de uma crise na propaganda brasileira. O problema é de toda a economia brasileira e se reflete no nosso negócio, como aconteceu com o Plano Collor e em tantas outras ocasiões.”

a t ravé s do t empo

Dentro das comemorações do aniversário da produtora, Rosa Jonas pretende disponibilizar em DVD o acervo da Espiral. Há dois anos, começou o trabalho de recuperação dos arquivos em negativo e está preparando as cópias no formato mais moderno que encontrou. Ao todo, são mais de três mil títulos de anunciantes brasileiros. “Sempre fui muito ligada em tecnologia. Acredito que o artista nunca perderá seu espaço, mas cada vez mais terá de saber manipular a tecnologia em seu favor, como uma ferramenta de trabalho.”Quando a produtora começou, o mercado brasileiro contava com os profissionais que tinham vindo ao Brasil para trabalhar na Vera Cruz. Profissionais europeus e argentinos de fotografia, cenografia e direção passaram pela produtora, como o diretor alemão Peter Overback. Ainda na década de 70, foi na Espiral Filmes que Carlos Manga estreou como diretor de comerciais. “Na ocasião, ele estava filmando ‘O marginal’ e fomos contratados para fazer um comercial baseado nas chanchadas, estilo musical, para as sandálias Havaianas. Nenhum diretor de publicidade tinha experiência nesse estilo, então resolvi arriscar e perguntei ao Manga se ele gostaria de dirigir o filme. Agradável surpresa: ele topou e por vários anos trabalhou conosco.”

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Ao longo dos anos, mais de 60 diretores passaram pela casa. A exemplo de outras produtoras abertas na época, a Espiral sempre foi o que se chama de “produtora de produtores”, ou seja, com vários diretores, fixos ou free lancers, e que contratava os demais profissionais de acordo com o tipo de projeto. Só algum tempo depois é que diretores começaram a criar suas próprias empresas. Essa peculiaridade é resultante do próprio perfil de Rosa Jonas, que reforça a necessidade de se trabalhar em equipe. “O cinema é uma arte coletiva e o produtor executivo é aquele que tem a capacidade de reunir pessoas em torno de uma idéia.”Além das novas mídias e da presença definitiva do vídeo como suporte para a transmissão, que se firmou com a implantação dos processos de telecinagem, a principal evolução nesses 25 anos aconteceu na pós-produção, com o surgimento dos efeitos eletrônicos, relembra Rosa Jonas. “Praticamente já existiam os fornecedores atuais, subdivididos da mesma forma, mas a pós-produção era

feita em trucas, quadro a quadro, com máscaras. O mais corriqueiro dos pack shots era feito em quatro ou cinco dias, coisa que hoje é resolvida em menos de três horas. Antes brigávamos por prazos de semanas para a realização de um filme e ainda assim estávamos sempre na correria. Hoje brigamos por minutos, produzimos

um comercial de varejo em 12 horas, vivemos uma verdadeira loucura.”O primeiro filme em computação gráfica feito pela produtora foi o do lançamento do Ford Escort, em parceria com uma casa de efeitos de Nova York. “Os técnicos vieram ao Brasil para orientar a filmagem, que teve de ser feita em bluescreen. Tivemos de importar até a tinta, que ainda não existia no Brasil.”Com as novas tecnologias e a mudança comportamental, o conceito também mudou. “Podemos exemplificar essa evolução de várias formas, seja pelo comportamento da mulher ou até pelos esportes radicais, já que ‘emoções fortes’ é um tema recorrente na propaganda. Naquela época, fizemos um filme em que um jipe descia as dunas de Cabo Frio. Hoje, qualquer criança vai a Natal e desce de jipe. O mesmo aconteceu com os cigarros. Fizemos um filme de cigarro em 1982 dirigido ao público feminino, que não foi ao ar por ter sido considerado muito moderno. Ainda na década de 80,

a história de rosa Jonas também merece registro. Formada em belas artes, fez mestrado em História da arte e participou da implantação da primeira tV educativa do país, na universidade Federal de pernambuco. Foi então que se apaixonou pela imagem em movimento e começou a perceber que poderia migrar para a área de comunicações. Veio para são paulo em 1970, convidada por lina bo bardi para trabalhar no museu de arte de são paulo (masp), onde aprendeu cenografia e direção de arte.do masp, foi para a Fundação padre anchieta e produziu programas educativos para a tV cultura. lá trabalhou com Walter dürst e começou a se interessar pela propaganda. “Fiquei entusiasmada com a possibilidade de desenvolver um trabalho criativo nessa área, que estava em um momento de euforia. Foi então que abri a produtora”, conta.

PERFIL

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p r o D U T o r A s

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um dos grandes anunciantes era a De Beers, empresa de diamantes que explorava o romantismo das jóias e costumava fazer filmes especiais para datas comemorativas. Hoje, no Dia dos Namorados, por exemplo, vemos comerciais de telefones celulares.”Outro marco na história da produtora foi o comercial “Primeiro sutiã”, da Valisére. Rosa Jonas destaca a importância do casting para essa e outras produções: “Nos filmes de Melissinha, descobrimos várias irmãs que foram sendo substituídas pelas mais novas conforme iam crescendo. Pessoas hoje famosas, como a Angélica, começaram nos comerciais. Achamos a primeira criança negra para estrelar um comercial de Tang e muitos outros personagens que se tornaram marcos na história da propaganda”.

2� ano s depo i s

Há cerca de cinco anos, a empresa deu início ao seu processo de modernização, adaptando-se à nova

realidade do mercado. Se na década de 80 contava com 110 funcionários fixos, teve de aderir à “moda” da terceirização e reduzir custos, como impunha o cenário econômico do País. O novo formato consiste na terceirização da equipe técnica, com a manutenção de diretores fixos e da infra-estrutura já existente para produção e off line.A Espiral se divide em uma sede e um estúdio, com carpintaria própria para confecção de cenários, o que Rosa Jonas chama de “hardware”

da produtora. Na sede, definida como “software”, ficam também os diretores e a produção, assim como os equipamentos de edição não-linear. “Acredito que o cinema é um laboratório de pesquisa, que exige tempo e concentração. As pessoas precisam ter recursos à mão para inovar a linguagem, por isso acho que não podemos prescindir de uma estrutura mínima.”Em 1996, a produtora abriu uma divisão especial de varejo, a Station P.A., criada especialmente para atender à conta da Companhia Brasileira de Alimentos, com todas as suas marcas de supermercados (Extra, Barateiro e Pão de Açúcar são as mais importantes). Com uma estrutura própria que inclui sede e estúdios dedicados, a Station P.A. garante a agilidade na produção de comerciais de varejo, com melhor custo/benefício para o cliente, que pode realizar o maior número de peças enquanto a produtora ganha no volume.

A trajetória da Espiral acom-

panhou todos os ciclos atravessados pela publicidade

brasileira.

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Uma nova ge ração de

t e l ep romp te r s começa a chega r

à s p rodu to ra s e em i s so ra s . com

d i sp l ay s de c r i s t a l l í q u i do e

so f twa re s com ma i s r e cu r so s ,

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ma i s l e ve s e e f i c i e n t e s . E s sa s

van tagen s ( obv i amen t e ) c u s t am

um pouco ma i s .

Os apresentadores de TV não têm a memória tão prodigiosa como imaginam os leigos. Quando eles erram, cometem equívoco na leitura, pois todo o texto que apresentam passa pelos teleprompters, localizados muito próximos à lente da câmera para que olham. Só que os monitores quadradões, as famosas “caixas de sapato”, estão virando coisa do passado. Produtoras e emissoras começam a investir numa nova tecnologia de telemprompter baseada em telas de cristal líquido.Um dos maiores fabricantes de TP do mundo, a QTV, desenvolveu um display disposto em tela plana de cristal líquido. O monitor Flat Display é bem mais leve do que o convencional. Existem versões de seis até 15 polegadas. O baixo peso e a portabilidade possibilitam o uso em travelling e gruas. O display da

QTV permite até que o sinal do ar seja comutado direto no display, dispensando o monitor de estúdio. “Ele tem a vantagem também de precisar de pouca manutenção. Basta trocar a lâmpada fluorescente. O tempo de vida é cinco vezes maior do que o de um monitor convencional”, afirma Leonardo Scheiner, diretor da Tacnet, representante da QTV no Brasil. O preço do display de cristal líquido vai de US$ 3 mil a US$ 5 mil, 30% mais caro do que os modelos convencionais. Uma das críticas que especialistas fazem à tela de cristal líquido é sobre sua tecnologia “não-tropicalizada”: temperaturas acima de 40º C podem causar estragos ao equipamento. A fragilidade também é apontada como outro inconveniente. Scheiner rebate as críticas dizendo que nunca teve problemas do gênero, destacando, inclusive, que a QTV é líder nos Estados Unidos, Canadá e Europa. Neste momento, a Tacnet está negociando com várias produtoras e emissoras aqui no Brasil.Um fabricante brasileiro também já entrou na era dos TPs “diet”. A ST Prompter de São Paulo produz o TP Digital nas versões de 12” e 15”. “Normalmente o cameraman não gosta de TP. Os modelos convencionais pesam de dez a 15 quilos. Isto incomoda, ele tem de rebalancear a câmera e recalibrar o tripé. O TP de cristal líquido é bem leve, pesa uns 2,5 kg”, explica Roberto Stutz, dono da ST Prompter. Stutz garante que a tela

de cristal líquido equipada com duas lâmpadas de reflexão permite a leitura de longe em ambientes de iluminação carregada. Ele cita os exemplos dos apresentadores Gugu Liberato e Fábio Jr., que vivem esta situação, e têm usado o TP Digital principalmente para leitura de testemunhais.

evo l u ção

O hardware e o software do TP Digital foram totalmente desenvolvidos no Brasil, mas a tela de cristal de líquido é importada. Ela responde por quase metade do custo do produto, algo em torno de US$ 7,5 mil. A ST Prompter já tentou desenvolver em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT - um display de cristal líquido, mas esbarrou na baixa qualidade da reflexão e no tratamento de titânio, que aos poucos foi saindo. “A demanda mundial por cristal líquido vai fazer o preço cair bastante daqui a uns dois anos”, espera Stutz. A ST Prompter vende e loca equipamentos, mas as 15 unidades de TP Digital produzidas até agora são destinadas basicamente para locação. O custo de uma diária com operador e transporte sai por R$ 300. Mas pacotes fechados por um período de um ano permitem um bom desconto. Neste caso é cobrada uma mensalidade de R$ 350 e os operadores recebem treinamento.

e q u i p a m e n t o s

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TELEPROMTER DIET

Os softwares para alimentação de teleprompter também têm evoluído bastante. O que eles buscam é evitar a famosa cintilada e aquelas trepidações que causam situações bastante propícias para os tropeços do apresentador. O Wincue Pro News da QTV permite interface com os sistemas de telejornalismo, os chamados newsroom. Entre eles o Avid News, AP News e News Star. A própria QTV também dispõe de um sistema de newsroom, o Wincue Net. “Com o Pro News você pode até mudar o texto enquanto o programa está indo para o ar”, conta Leonardo Scheiner. O programa permite ainda scroll suave e trabalhar com tipologia de letras diferenciadas, dando ênfase para algumas palavras. O programa custa entre US$ 2 mil e US$ 4 mil. A Rede Globo São Paulo é uma das usuárias do sistema.

so l u ção nac i ona l

Do Sul do Brasil também chegam novidades em sistemas de teleprompter, com tecnologia totalmente nacional. A Step, de Florianópolis, criou duas versões do TeleWin. O TeleWin2 conta com editor de texto para Windows, com importação de arquivos com extensão TXT, cálculo automático

do tempo estimado de leitura e geração de linhas em cue. O texto pode ser exibido com fontes de 20 caracteres por seis linhas na tela e movimento suave de caracteres com controle de velocidade, parada e sentido (15 níveis de velocidade para cada sentido). O TeleWin2 possibilita operação em rede e permite uso de conversor VGA com saída em vídeo composto. “A grande vantagem é que ele roda a partir de um 386. Você pode pegar um notebook mais antigo e sair para gravar uma externa tranqüilamente”, diz o diretor de produto da Step, Felisberto Barbosa. O TeleWin 2 custa R$ 2 mil. O TeleWin3 é a versão mais recente. Além das características do modelo anterior, pode trabalhar com múltiplas fontes de caracteres, faz movimento vertical, permite linhas invertidas, importa textos em Word 6, extensões TXT e RTF. Ele também tem um scroll horizontal que permite passar mensagens para o apresentador. O TeleWin3 é compatível a partir do Pentium 133. “Estes dois produtos são recomendados para produtoras e pequenas emissoras. Eles têm a vantagem de custar o equivalente a um terço dos importados”, contabiliza Barbosa.A Step também está entrando no mercado de newsroom. O WinScript

além de criar e gerenciar pautas, matérias e laudas, também permite o gerenciamento do teleprompter. O programa de exibição de TP tem controle de velocidade, sentido e parada de movimento e pode ser comandado em rede com plataforma PC usando sistema operacional DOS. O controlador de teleprompter do WinScript é exatamente igual ao de outro newsroom da Step, o TeleNet. Só que, como sistema de telejornalismo, o TeleNet oferece mais recursos. A TV Verdes Mares, afiliada da Globo em Fortaleza (CE) e a TV Anhangüera, afiliada global em Goiânia (GO), são usuárias do Winscript, que custa R$ 18 mil. O Win sai por menos, R$ 8 mil.Alguns desses produtos foram lançados na NAB’98 e já estão no mercado há quase um ano. Curiosamente, parece que só agora as emissoras e produtoras passaram a prestar mais atenção a essas novidades. A velha dália ainda é usada por aqueles que dispõem de poucos recursos para suas produções. Mas comenta-se que ela convive lado a lado com o TP nas gravações de determinados programas de TV. Acredite se quiser!

beto costa

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TELEPROMTER DIET

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PAulo BoCCAto

P R O G R A M A Ç ã O   R E G I O N A L

MINAS GERAIS Minas Gerais é um dos estados brasileiros com maior número de emissoras de TV e maior produção de programação local. Com 17,25 mil-hões de habitantes, o maior estado da Região Sudeste conta com 4 milhões de domicílios com aparelhos de TV (cerca de 87% dos domicílios do estado) e é responsável por 10,6% do potencial de consumo do Brasil, segundo o anuário Mídia Dados 99. No final do governo Sarney, graças a uma política de favorecimentos partidários, Minas Gerais recebeu um grande número de concessões de TV, muitas delas sequer utilizadas. Outra pecu-liaridade acarretada por essa situação foi o surgi-mento das chamadas retransmissoras educativas mistas, que têm permissão para produzir uma par-cela de programação. A situação tem data certa para terminar: maio de 2000, quando devem se adequar aos padrões das emissoras educativas ou assumir o papel de repetidoras de programação. A maioria dessas empresas está ligada à Rede Minas, que engloba canais de caráter educativo e cultural, mas tem existência autônoma. Indepen-dente das grandes redes, a TV Horizonte, canal 19 (UHF) da capital mineira, pertence à Arquidiocese de Belo Horizonte, e tem sua programação, total-mente gerada na cidade, retransmitida pela Rede Brasileira de Comunicação (RBC) em São Paulo (Canal de São Paulo/ TVA - canal 18), Caratinga (Super Cabo - canal 48) e Goiânia (TV Brasil Cen-tral), através de sinal digital no satélite BrasilSat B3. O projeto do canal foi elaborado por Walter Clark e a emissora privilegia a interatividade em sua programação, com grande abertura para a participação dos telespectadores nos programas. Os destaques são o “Horizonte revista”, jornalísti-co que coloca a comunidade em contato com figuras de expressão da política e da economia do estado; o “TVX”, programa infantil que apresenta brincadeiras simples e tradicionais, além de contar muitas histórias infantis; o “Toque de bola”, mesa de debates em que técnicos, jogadores de fute-bol e dirigentes encaram perguntas ao vivo dos telespectadores; o “Voz da comunidade”, que abre espaço para as reivindicações da população; o “Clip show”, com participação ao vivo de músicos e artistas em geral, e o programa “Canal direto”, apresentado pelo terapeuta do comportamento Antônio Roberto e recordista em participação do

público nas noites de domingo. Há um ano no ar, a TV Horizonte opera com câmeras DXC-D30 Sony, com VTs DSR-1 DVCAM e está fechando um acordo para retransmissão de alguns program-as com o canal Telefé, da Argentina.

o i t o m i n e i r a s

Com oito emissoras que cobrem a totalidade dos municípios do estado, a Globo é a maior rede de Minas Gerais. Além da TV Globo de Belo Horizonte, a empresa conta com mais sete afiliadas: TV União, de Araxá/Divinópolis, TV Ideal, de Ituiutaba/Ubera-ba, e TV Integração, de Uberlândia/Patos de Minas, ligadas ao Sistema Integrado de Minas Gerais; TV Sul de Minas, de Varginha, ligada às Emissoras Pio-neiras de Televisão (EPTV), com sede em Campinas (SP); TV Panorama, de Juiz de Fora; TV Leste, de Governador Valadares, e TV Grande Minas, de Montes Claros. Todas essas emissoras têm uma car-acterística comum quanto à programação regional: o privilégio ao telejornalismo. Cada uma delas pro-duz duas edições diárias do “MGTV” (na TV Sul de Minas, “Jornal regional”), a primeira variando entre 15 e 40 minutos de produção e a segunda, entre 12 e 20 minutos de produção. A TV Globo de Belo Horizonte (canal 12) produz também edições locais diárias do “Globo esporte” e do “Bom dia Minas”, que são repetidas integral-mente por todas as emissoras afiliadas situadas no estado. Completam a programação da emissora da capital, que atinge 6,12 milhões de habitantes em 195 municípios, o programa “Globo comunidade”, de serviços, notícias e entrevistas, exibido aos domingos pela manhã, e flashes jornalísticos de um minuto inseridos durante a programação diária. O Sistema Integrado de Minas Gerais, formado por três emissoras, passa por uma etapa de descentral-ização. A TV União, com dois anos de existência, tem sede em Araxá e uma unidade em Divinópolis. Sua programação local resume-se aos dois tele-jornais “MGTV” e atinge 1,2 milhão de habitantes em 75 municípios. A geradora da TV Ideal fica em Ituiutaba e a unidade de Uberaba tem expressiva participação tanto como pólo comercial e admin-istrativo quanto jornalístico. A emissora atinge 621 mil habitantes, em 29 municípios, e veicula também o dominical “Espiritismo no ar”, produzido pela TV

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Integração, de Uberlândia. Esta última alcança 34 municípios do estado, num total de 1,2 milhão de habitantes e tem uma grade de programação semel-hante à da parceira de Ituiutaba. Com uma unidade em Patos de Minas, a TV Integração produz também o “Jornal do meio-dia”, exibido diariamente e repeti-do pela TV Ideal.A TV Sul de Minas, canal 5 de Varginha, ligada à EPTV, que conta com emissoras em Campinas, Ribeirão Preto e São Carlos, no interior de São Paulo, produz apenas as duas edições do “Jornal regional” e o “EPTV comunidade”, mesma situação da TV Leste, canal 3 de Governador Valadares, com duas edições do “MGTV” e o dominical “Globo comunidade”, e da TV Grande Minas, canal 4 de Montes Claros, que tem o programa “Grande Minas rural” como substituto do “Globo comunidade”. Enquanto a primeira atinge uma região com 2,4 milhões de habitantes, espalhados em 140 municípios, a segunda alcança 123 municípios,

com 1,75 milhão de habitantes, e a última tem uma área de cobertura de 171 municípios, que até o final do ano será integralmente atingida por satélite, abrangendo cerca de 2,1 milhões de habitantes numa área correspondente a 40% do território mineiro. A programação local da TV Sul de Minas é completada pelo programa semanal “Terra da gente”, documen-tário jornalístico sobre temas da natureza produzido em Campinas e também veiculado pela TV Panorama, canal 5 de Juiz de Fora, que ocupa praticamente cada segundo da grade de programação local aberta pela cabeça-de-rede e cobre 128 municípios da Zona da Mata e Campo das Vertentes, num total de 1,7 milhão de habitantes. Com uma sucursal em Barbacena, pro-duz duas edições do “MGTV”, o dominical “Panorama comunidade”, o mensal “Panorama comunidade especial região”, abordando cultura, esportes e turismo de uma determinada cidade da área de cobertura, a “Santa missa em seu lar”, transmitida ao vivo dos estú-dios da emissora, além de vários programetes incluídos na programação diária: “Panorama cidade” (jornalísti-co), “Panorama serviço” (dicas) e “Nossas cidades” (informações e curiosidades).

j e i t o m i n e i r o

A rede do SBT conta com três emissoras em Minas Gerais: a TV Alterosa, canal 5 de Belo Horizonte e canal 4 de Varginha, e a TV Cancella, canal 3 de Ituiutaba. Com sucursais de jornalismo e vendas em Divinópolis, Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Claros e Uberaba, a emissora da capital produz dois programas diários: o “Jornal da Alterosa” e o “Alterosa esporte”. A emissora da capital alcança 701 municípios, num total de 13,6 milhões de habitantes. Pela emissora de Varginha, a Alterosa chega a mais 140 municípios e 2,4 milhões de habitantes, completando uma área de cobertura total que abrange 98,5% do estado. A empresa do sul do estado repete os telejornais produ-zidos na capital, mas também tem uma produção própria: o dominical “Caminhos da pesca” e o telejornal diário “Primeira edição”, exibido antes do esporte. Além disso, conta com dois pro-gramas de produção independente, que dividem a receita de comercialização com a emissora: o diário “Notícias agrícolas”, produzido pela empresa Olivídeo, de Campinas, e o semanal “Freqüência X”, programa de clipes realizado pela produtora Videon, de Varginha. A TV Cancella, que transmite a programa-ção da rede de São Paulo, passa por grandes reformulações, tendo mudado de proprietário e prestes a ganhar um novo nome, ainda indefinido. Por enquanto, produz apenas o “TJ

G E R A D O R A S   M I N E I R A S

CIDADE  EMISSORA  CABEÇA-DE-REDE  CANAL

Alfenas Alfenas RedeMinas 2Araxá União Globo 12BeloHorizonte Sociedade Record 2BeloHorizonte RedeTV! RedeTV! 4BeloHorizonte Alterosa SBT 5BeloHorizonte Bandeirantes Bandeirantes 7BeloHorizonte Minas RedeMinas 9BeloHorizonte Globo Globo 12BeloHorizonte Horizonte RBC 19BeloHorizonte Itatiaia CNT 32Divinópolis Candidés RedeMinas 13Gov.Valadares Leste Globo 3Itabira Cultura RedeMinas 35Ituiutaba Cancella SBT 3Ituiutaba Ideal Globo 7JuizdeFora Panorama Globo 5JuizdeFora Tiradentes Record 10JuizdeFora Cultura Educativa 12MontesClaros GrandeMinas Globo 4OuroPreto TopCultura RedeMinas 15Uberaba Universitária RedeMinas 5Uberaba Regional RedeTV! 7Uberlândia Universitária RedeMinas 4Uberlândia Integração Globo 8Uberlândia Paranaíba Bandeirantes 10Varginha Alterosa/MinasSul SBT 4Varginha SuldeMinas Globo 5Varginha Princesa RedeMinas 7Viçosa Viçosa RedeMinas 13

Horár io dos programas reg iona is www. te lav iva .com.br

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Cancella”, telejornal diário. Com retransmissor em Uberlândia e alcançando 820 mil habitantes em 22 municípios, a TV Cancella está abrindo o sinal também em Uberaba, planeja um upgrade de seus equipamentos de captação de U-Matic para Beta e quer colocar dois novos programas no ar antes do final do ano: “Videoclipe” e “TJ Cancella 2ª edição”.A programação das duas emissoras da Rede Record em Minas também é centrada no telejornalismo. Com 15 minutos de duração, o “Informe MG” é apresentado pela TV Sociedade, canal 2 de Belo Horizonte, de segunda a sexta em duas edições e aos sábados em uma edição. A programação da emissora da capital, que atinge 146 municípios e 9,95 milhões de habitantes, é completada, nos dias de semana, pelo “Record esportes”. A TV Tiradentes, canal 10 de Juiz de Fora, alcança 1,17 milhão de habitantes em 87 cidades, apresenta duas edições diárias do “Jornal regional”, além do tradicional “Mesa de debates”, programa jornalístico de uma hora que comenta, com a presença de vários convidados, os assuntos mais importantes do dia-a-dia. Aos domingos, a TV Tiradentes exibe um talk show, “Geraldo Mendes convida”, e reprisa os melhores momentos dos programas exibidos durante a semana (“Tiradentes semana” e “Mesa de debates - melhores momentos”). Ao grupo propri-etário da emissora também pertence a TV Cultura, canal 12 de Juiz de Fora, que retransmite integral-mente a programação da TVE-RJ.A Rede TV! e a CNT também contam com emisso-ras em Belo Horizonte, a primeira no canal 4, que deve começar a produzir programação local até o final do ano, e a segunda em UHF, no canal 32, a TV Itatiaia, que acaba de abrir uma divisão comer-cial na cidade, embora não tenha planos de incluir programas regionais antes do segundo semestre de 2000. A Rede TV! também tem uma retransmis-sora em Uberaba, a TV Regional, canal 7, que produz programação própria. Fundada em 1971, a Regional alcança todo o Triângulo Mineiro, com uma população total de 2,5 milhões de habitantes, e produz em S-VHS e U-Matic. Além do dominical “Destaque regional”, programa sobre agricultura produzido em Araxá e veiculado através de com-pra de horário, a emissora conta com duas edições diárias do “Jornal regional”; o programa de ent-revistas sobre política “Regional especial”, exibido nas noites de segunda; o jornalístico de entrevistas, variedades e prestação de serviços “Canal aberto”, exibido diariamente no horário do almoço e repri-sado à noite; o programa de entrevistas sobre temas cotidianos “Câmera dois”, com participação do público; dois programas sertanejos gravados ao vivo em estúdio próprio - “Toninho da Viola”, só com violeiros, e “Clube do campo”; além do

“Domingo show” e do “Sexta show”, programas de variedades e entrevistas sobre artes e cultura, completado por quadros de perguntas e sorteios.

b e m r e g i o n a l

A Rede Bandeirantes tem o maior espaço para programação regional entre as redes de TV privadas. Na emissora da capital, canal 7, há os jornalísticos de produção própria “Acontece” e “Entrevista coletiva”, além do diário “Minas esportes”, que tem parceria da produtora M Vídeo há 19 anos. Vários programas que compram horário completam a grade diária, em diversos formatos: colunismo social, com “Espaço VIP” e “Programa Paulo Navarro”; variedades para o público jovem no programa “O Q”; “Beleza mineira”, com dicas de estética feminina; o guia de compras “TV vitrine”; o programa de prestação de serviços “Betim na TV”, além de vários programas evangélicos. Nos finais de semana, entram outros programas independentes: “Roteiro de Minas”, especiais sobre as cidades do estado; o guia de compras “Gerais em foco”; o sertanejo “Paradão”; o programa de variedades “Expressão popular”, além do “Bingão bola de ouro”, do “Clube dos pescadores”, da “TV cidade” e do “Programa do cruzeiro”, sobre um dos times de futebol mais populares do estado. A emissora da capital atinge 15,7 milhões de habitantes em pratica-mente todo o estado, com exceção do Triân-gulo Mineiro, coberto pela TV Paranaíba, canal 10 de Uberlândia, com repetidoras em Araguari e Uberaba. Primeira afiliada da Bandeirantes no Brasil, fundada em 1978, a emissora atinge 46 cidades, incluindo algumas do noroeste de São Paulo e sul de Goiás, num total de 2,7 milhões de habitantes. O grande hit de sua programação é o matutino “Tudo na TV” um programa com jornalismo, prestação de serviços e utilidade pública, incluindo quadros como “Balcão de empregos” e “Piada do dia”. Diari-amente, a TV Paranaíba exibe também duas edições do “Jornal Paranaíba” e a edição local do “Esporte total”. Aos sábados, conta com uma feira de automóveis ao vivo, de produção própria, o “Shop car”. Para os próximos meses, novos programas devem estrear, ainda sem título definido: uma mesa-redonda de esportes e um programa de auditório no estilo Ratinho. O restante da programação vem de São Paulo, com exceção de algumas matérias jornalísticas produzidas pela emissora de Belo Horizonte e umaedição mensal do “Entrevista coletiva”, tam-bém da capital.

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e d u c a t i v a s

A Rede Minas é a maior rede estadual de emissoras públicas do país. A

cadeia surgiu a partir da TV Minas, canal 9 de Belo Horizonte, empresa gerida pela Fundação

TV Minas Cultural e Educativa, criada em 1984. A emissora da capital começou com um alcance de apenas 33 municípios, transmitindo durante seis horas diárias parte da programação da TVE-RJ. Sua primeira experiência de produção local foi o “Momento de Minas”, em 1987, semente para o atual “Jornal Minas”, que vai ao ar em duas edições diárias. Hoje, a TV Minas tem 16 pro-gramas de produção própria e oito de terceiros, atingindo 80% do estado, em 576 municípios. A Rede Minas tem 102 retransmissoras ligadas a pre-feituras, universidades e outras instituições públi-cas; são retransmissoras mistas e outras são gera-doras educativas. As 93 afiliadas do interior do estado e mais quatro produtoras independentes (em Lavras, Paracatu, Patrocínio e Araxá), ligadas à TV Minas pela Coordenação de Rede, colab-oram com o envio de matérias jornalísticas, apoio logístico para equipes de jornalismo enviadas ao interior e, em alguns casos, têm seus programas próprios veiculados pela TV Minas e pela Rede Pública de Televisão. A Rede Minas é hoje a TV educativa que mais participa dos jornais nacionais produzidos pela TVE-RJ, TV Cultura e TV Nacio-nal, além de ter intercâmbios com o Canal Futura, o Canal Rural (Porto Alegre), a ESPN Brasil e o CBS Telenotícias (Miami). Seu sinal também é captado em Juazeiro do Norte (CE), Campos (RJ), Itaperuna (RJ), Catalão (GO), Brasília (DF), Maringá (PR) entre outras cidades brasileiras. O suporte financeiro da rede vem do orçamento do estado, sendo completado pela veiculação de campanhas, apoios culturais e prestação de ser-viços de produção e teleconferência.Seus programas locais incluem a área de arte, cultura e entretenimento (“Agenda”, há 12 anos no ar; “Alto-falante”, revista eletrônica sobre música pop; “Cine magazine”; “Cores da história”, com documentários sobre a história e a cultura do país; “Curta Minas”, que divulga a produção audiovisual independente do País; “Especial Rede Minas”, com shows de música e dança; o talk show “Leila Entrevista”; “Minas, um livro aberto”, sobre grandes escritores mineiros), telejornalismo (“Palavra cruzada”, com um entrevistado ao vivo na área de política e economia; “Vice-versa”, debate sobre temas polêmicos; “Jornal Minas”, em duas edições diárias e edição especial aos sábados; “Jornal Visual”, para deficientes auditi-vos; “Brasil das Gerais”, com debates ao vivo) e

os esportes, com o “Jogada de classe”. Na área de programas de terceiros, há produções da Emater (“Minas rural”), Cemig (“TV Cemig”), Assembléia Legislativa (“Debate Assembléia” e “Repórter Assembléia”), Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (“Jornal BDMG), além da “Missa dominical” e dos programas “Vereda literária”, produção da TV Top Cultura, de Ouro Preto, e “Espaço ciência”, da TV Viçosa veiculado em rede nacional.Essas duas afiliadas destacam-se entre inúmeras out-ras. A Top Cultura alcança as cidades de Ouro Preto e Mariana pelo UHF. Mantida pelo Centro Universi-tário de Belo Horizonte e pela prestação de serviços na área de produção, a TV produz em S-VHS e privi-legia o trabalho com a comunidade e a divulgação do pensamento acadêmico. Com uma hora e meia de programas regionais, a grade é completada por pro-gramas da TV Minas, TVE-RJ, TV Cultura e TV Senac. Entre os destaques, estão o jornalístico “Top notícias”, o quinzenal “Comunidade”, que apresenta histórias da cidade contadas pelos próprios moradores, uma janela local de dez minutos dentro do “Opinião nacional” e o “Vereda literária”. A TV Viçosa, geradora do canal 13 que alcança dez cidades da região, é mantida pelo Sistema de Rádio e TV da Universidade Federal de Viçosa. Criada em 1992, produz em U-Matic e S-VHS, com destaque para “Espaço ciência”; “Jornal regional”, há sete anos no ar; “Sala especial”, que discute assuntos de inter-esse da região; “TV rural”; “TV saúde” e o interativo “Canal livre”. A TV Viçosa pode ser vista na Internet em tempo real, pelo sistema Real Player G2.Outras emissoras de destaque na Rede Minas são a TV Princesa, canal 7 de Varginha, que produz os programas “Jornal cidade”, “Conversa franca”, “TV campus” e “Bazar”, todos em DVCAM; a TV Cultura, de Itabira (canal 35), que produz, em S-VHS, o “Alô doutor”, programa ao vivo, o “Espaço cultural” e o “Espaço aberto”, transmitido de um auditório da prefeitura, com participação de políti-cos locais; a TV Alfenas, canal 2, com programas jornalísticos como o “Informa Alfenas”, o “Terça especial” e o “Esporte na TV”, alcança 300 mil habitantes em 13 municípios; a TV Universitária, canal 5 de Uberaba, criada em 1996, com os pro-gramas “UniJornal” e a feira de carros de produção independente “UniShop”, a produção em parceria “Tribuna do povo”, o debate sobre a imprensa escrita no “Imprensando” e a competição entre escolas do “Gincana 500”; a TV Candidés, canal 13 de Divinópolis, com uma série de programas terceirizados nas áreas de esporte, medic-ina, música e cultura em geral; e a TV Universitária de Uberlândia, canal 4, que transmite uma hora e meia de programação própria por dia, incluindo as transmissões das sessões da Câmara Municipal da cidade.

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A G E N D A

N O V E M B R O

16 a 1º/12 Treinamento de locução para TV. Senac, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722. Fax: (11) 3862-9199. E-mail: [email protected].

16 a 3/12 Curso básico de cinema: “direção, roteiro e produção”, com Walter Webb. Funarte, São Paulo, SP. Fone: (11) 251-4714.

17 a 19 Curso: “Paisagem sonora - musica étnica no cinema”. CIMC, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-6279. Fax: (11) 517-0854. E-mail: [email protected]. Internet: www.cimc.art.br.

18 a 26 Curso: “Formação em câmera”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

20 a 18/12 Cursos: “Oficina de animação” e “Especialização em Adobe Premier”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

22 a 26 Cursos: “Básico de iluminação” e “Formação em câmera”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

22 a 29 Curso: “Edição com GC e efeitos”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

22 a 20/12 Curso “Assistência de câmera para cinema”. Senac, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722. Fax: (11) 3862-9199. E-mail: [email protected].

24 a 30 Curso: “Especialização em Adobe Premier”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP.

Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

27 a 18/12 Curso: “Especialização em vídeo produção”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

29 e 30 I Encontro Profissional de marketing cultural. IMAM, São Paulo, SP. Fax: (11) 6952-7063. E-mail: [email protected].

29 a 3/12 Curso básico de iluminação. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

29 a 16/12 Curso “Produção para TV e vídeo”. Senac, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722. Fax: (11) 3862-9199. E-mail: [email protected].

D E Z E M B R O

1º a 7 Curso: “Edição não-linear”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

1º a 15 Curso: “Edição não-linear avançado Media100”. ProTV, São Paulo, SP. Fone/fax: (11) 829-2332. Internet: www.protv.com.br.

2 a 6 Curso: “Introdução à vídeo produção”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 573-4069. Fax: (11) 571-8659 E-mail: [email protected].

3 a 17 Curso: “Edição não-linear complementar Media100”. ProTV, São Paulo, SP. Fone/fax: (11) 829-2332. Internet: www.protv.com.br.

6 a 10 Cursos: “Edição não-linear” e “Edição corte seco”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

Diretor e Editorrubens GlasbergEditora Geral

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Arteclaudia intatilo (edição de arte e capa),

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