Revista Tema

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Revista do serpro.

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O desenvolvimento sustentável vai entrar na agenda política delíderes de todo o mundo em junho, e o Brasil estará no centrodos debates. A Rio+20 dará ao país não só a chance de confir­mar sua vocação para organizar grandes eventos, mas dará

também a oportunidade inédita de liderança dessa discussão. Isso porque oBrasil concretizou conquistas importantes como a redução do índice dedesmatamento, a posse de uma matriz energética menos poluente que amédia dos países da OCDE e a melhoria de indicadores sociais.

Aliado a esses avanços, temos um elemento essencial: a tecnologia. Areportagem de capa desta edição da revista mostra justamente como ainovação tecnológica é primordial para o sucesso de um novo modelo decrescimento econômico sustentável. E essa teoria já está em prática naprópria organização da conferência, na qual a tecnologia é suporte para otripé de princípios que norteiam a realização do evento – acessibilidade,conectividade e sustentabilidade.

Parte da aplicação desse tripé só é possível porque o Serpro montou umainfraestrutura tecnológica compatível com a magnitude do encontro. A em­presa foi contratada pelo Comitê Nacional de Organização da Rio+20 paraprestar consultoria na elaboração da arquitetura e especificação do sistemaque dará suporte à conferência e na hospedagem da ferramenta de moni­toração contínua da logística do evento. Além desses trabalhos, o Serpro foiresponsável pelo desenvolvimento e produção do portal www.rio20.gov.br.

Ainda nesta edição, conheça a solução e­Processo desenvolvida peloSerpro, uma novidade que chegou para agilizar os serviços da Receita e darinício à era digital dos processos tributários no Brasil, diminuindo a depen­dência do papel. Confira também quais são os aplicativos para smartphonesque o governo está oferecendo aos cidadãos e, na seção Arte Digital, comoos Vjs estão criando novas obras nas ruas com ajuda de softwares livres.

MARCOS MAZONIPresidente do Serpro

REVISTA TEMA ­ A Revista do SerproANO XXXVII • Nº 212 • MAIO/JUNHO • 2012ISSN 0100­5227Título depositado no INPI, sob no. 01125

A revista não se responsabiliza por artigos e opiniões assinadas.As matérias podem ser reproduzidas, desde que mencionadaa fonte.

Coordenação Estratégica de Comunicação Social doSerpro ­ CECOMCarlos Marcos Torres ­ carlos­[email protected].: (61) ­ 2021­7974

EditoraMabel Gomes ­ maria­[email protected].: (61) ­ 2021­7964

Chefe de ReportagemAna Lúcia Carvalho ­ ana­[email protected].: (61) ­ 2021­8181

Programação Visual e DiagramaçãoAndré Menezes, Demian Pontes, Edna Heringer, Edno Júnior,Rômulo Geraldino

RevisãoHenri Couto

Diretor­presidenteMarcos Vinícius Ferreira Mazoni

Diretor­superintendenteGilberto Paganotto

DiretoresAntônio João Nocchi PareraJosé Luiz Maio de AquinoLaerte Dorneles MeligaRobinson Margato BarbosaWilton Itaiguara Gonçalves Mota

Conselho DiretorAlexandre Ribeiro Motta (MF)Delfino Natal de Souza (MP)Marcos Vinícius Ferreira Mazoni (Serpro)Pricilla Maria Santana (MF)Raimundo José Rodrigues da Silva (MF)

Conselho FiscalClício Luiz da Costa VieiraErnesto Carneiro PreciadoJuliêta Alida Garcia Verleun

EndereçoSede: SGAN, Q. 601, Módulo V70836­900 ­ Brasília / DF – Tel: (61) 2021­8181– Fax: (61)2021­8531

Regionais do SerproBrasília – Av. L2 Norte – SGAN, Quadra 601, Módulo G.70830­900 – Tel. (61) 2021­9000Belém – Av. Perimetral da Ciência, 2.010. Bairro Terra Firme.66077­830 – Tel. (91) 3216­4008Fortaleza – Av. Pontes Vieira, 832. São João Tauapé.60130­240 – Tel. (85) 4008­2848Recife – Av. Parnamirim, 295. 52060­901 Tel. (81) 2126­4120Salvador – Av. Luís Vianna Filho, 2355. Bairro Paralela.41130­530 – Tel. (71) 2102­7830Belo Horizonte – Av. José Cândido da Silveira, 1.200.Cidade Nova. 31035­536 – Tel. (31) 3311­6200Rio de Janeiro – Rua Pacheco Leão, 1.235. Jardim Botânico.22460­905 – Tel. (21) 2159­3800São Paulo – Rua Olívia Guedes Penteado, 941. Socorro.04766­900 – Tel. (11) 2173­1037Curitiba – Rua Carlos Piolli, 133. Bom Retiro.80520­170 – Tel. (41) 3313­8430Florianópolis – Rodovia José Carlos Daux (Sc 401) Km 01, Nº600, Edifício Alfama, 2º andar, Bairro João Paulo88030­000 ­– Tel. (48) 3231­8800Porto Alegre – Av. Augusto de Carvalho, 1.133.Cidade Baixa. 90010­390 – Tel. (51) 2129­1287

Fotografia: Arquivo Serpro

TIRAGEM: 6 mil exemplares

IMPRESSÃO: Ellite Gráfica e Editora Ltda

DISTRIBUIÇÃO GRATUITAEsta revista é produzida com o uso de ferramentas livres eimpressa em papel reciclado.

TECNOLOGIA: O GRANDETRUNFO DA RIO+20

Arquivo Serpro

Boa leitura!

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Quais os principais desafios para receberum evento como a Rio+20?

Temos desafios logísticos, referentes a umaconferência que possivelmente atrairá algo em torno de120 chefes de Estado ou Governo, e cerca de 50 mil pes­soas para o Rio de Janeiro, com impactos naturais na pró­pria infraestrutura da cidade. Esse sem dúvida é um testemuito bom para outros grandes eventos que ocorrerãono Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.O Brasil atua na conferência com dois chapéus: o pri­meiro, o de país anfitrião, presidente da conferência e,portanto, responsável por criar pontes de entendimentoentre várias posições distintas dos países. Ao mesmo

tempo, o Brasil atua como país, com ideias próprias,que defende a sua visão na área do desenvolvimentosustentável. Essa conciliação entre presidência da confe­rência e país membro com suas próprias ideias tambémé um desafio interessante.

Como o Brasil se apresentará na Rio+20?Retomará a Agenda 21? Vai apresentar propos­tas novas?

A Agenda 21 tem que ser e vai ser reafir­mada. Ela é a base de atuação na área de sustentabili­dade. Toda ação que fizermos e aprovarmos na Rio+20deve se basear nos princípios do Rio, na Agenda 21. Éimportante (e nisso o Brasil tem sido muito claro ao de­

ENTREVISTA PRINCIPAL

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Foto de divulgação

O mundo hoje enfrenta diversas crises –sociais, ambientais e econômicas – e omomento é de correção de rumos: “Éhora de lançar um olhar crítico, porquecontinuar a fazer o que está sendo fei‐to e esperar que o resultado seja outroé uma loucura. Nós temos que entenderque algo está errado. Coletivamente”.Essa é a avaliação do embaixador LuizAlberto Figueiredo Machado, secretárioexecutivo da Comissão Nacional para aConferência das Nações Unidas sobreDesenvolvimento Sustentável, a Rio+20.Nessa entrevista à Revista Tema, elefala dos desafios que a realização daConferência impõe ao Brasil, do legadoque ela deixa para o país e da urgênciade se atacar os vícios do atual modelode desenvolvimento capitalista.

O QUE O

BRASIL TEM A

MOSTRAR PARA

O MUNDO?

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É importante quenão hajaretrocessos emrelação ao que foiaprovado em 92.

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fender) que não haja retrocessos em relação ao que foiaprovado em 92.Mas nós não vamos ficar só nisso, temos que olhar paraa frente. Rio+20 não é apenas um balanço dos últimos20 anos, mas principalmente um olhar de 2012 mais20. Temos que perguntar como será nosso futuro. “Ofuturo que queremos” é justamente o nome do docu­mento final que será aprovado pela conferência.

Em termos práticos, o que podemos mos­trar como exemplo para o mundo?

Em primeiro lugar, o Brasil está em uma po­sição única para realizar uma Conferência como essaporque não há outros exemplos tão claros como osnossos. Um país que teve, ao mesmo tempo, cresci­mento econômico juntamente com mostras extraordi­nárias de inclusão social e de proteção ambiental, comuma queda vertiginosa nas taxas de desmatamento. Eisso tudo feito em plena democracia.Não há país, em uma situação como a nossa, que tenhao que mostrar nas três áreas do desenvolvimento sus­tentável. Somos um exemplo claro de que é possível sedesenvolver economicamente, socialmente e com pro­teção ambiental ao mesmo tempo. É claro que os desa­fios seguem sendo muito importantes, mas isso nãoimpede o reconhecimento das conquistas.

Você conseguiria elencar o que mudou de1992 para hoje? Quais novas questões surgem demaneira emergencial?

O Brasil é outro país, completamente dife­rente do que era em 92. Mas o mundo também mudoubastante. A Rio­92 acontece logo após a queda do mu­ro de Berlim, do esfacelamento do bloco comunista, ehavia uma ideia da possibilidade de paz mundial e regu­lamentação das questões de interesse global. Isso, como tempo, mostrou­se otimista demais.Mas, além disso, há temas que tinham um certo tipo deimportância em 92 e que hoje ganharam uma nova di­mensão. Não que sejam novos, são preexistentes, po­rém com uma ênfase nova. O caso mais clássico é damudança climática. Em 92, adotamos a convenção dasNações Unidas sobre a mudança do clima. Portanto, sereconhecia que a questão era importante, era urgente,mas só muito recentemente a ciência nos mostrou ine­quivocadamente que a situação é mais grave do que seimaginava.A mesma coisa ocorre com temas como água. Por exem­plo, de 92 para cá, percebe­se que a escassez e a má dis­tribuição de água são problemas cada dia mais cruciais.Isso mostra que muitos temas podem ser revisitados parase buscar soluções adequadas.

A lógica do capitalismo é produzir e con­sumir cada vez mais. É possível o Brasil trabalhar

Quem fazdesenvolvimentosustentável não éapenas ogoverno, tambémsão os atoreseconômicos e osatores sociais.

para mostrar uma nova face disso, uma associa­ção benéfica entre desenvolvimento econômico erespeito ao meio ambiente e ao social?

O mundo hoje atravessa crises. Crises quese manifestam curiosamente nos três aspectos do de­senvolvimento sustentável. Na área ambiental, nós te­mos a crise do clima, a crise de perda da biodiversidade.Na área social temos a crise do desemprego, a crise dadesigualdade. Na área econômica, temos a crise finan­ceira, a crise econômica, a crise da dívida. Portanto, oque isso deixa claro é que os modelos de desenvolvi­mento que estão sendo aplicados pelos países não sóperderam a sua capacidade de responder aos desafiosnovos mas, mais que isso, estão gerando crises.É hora de lançar um olhar crítico, porque continuar a fa­zer o que está sendo feito e esperar que o resultado sejaoutro é uma loucura. Nós temos que entender que algoestá errado. Coletivamente. Entender que temos quemudar, especialmente nessa área de padrões de produ­ção e consumo. Por exemplo, enquanto o padrão globalde produção de bens incluir uma matriz energética combase em combustíveis fósseis, não se resolve a crise doclima. Tudo isso tem que ser alterado, senão vai conti­nuar a alimentar essa crise.O Brasil fez progressos importantes nas três áreas do de­senvolvimento sustentável e mostra boas práticas, medi­das corretas, e políticas que deram certo. É claro que,como eu disse, restam desafios importantes, mas issonão impede que reconheçamos o muito que se avançou.

E o que a Rio+20 deixa para o país?Toda conferência como essa, antes de tu­

do, deixa um grande legado. No caso da Rio­92, o Brasilmudou completamente após a Conferência. E mudouno seu modo de pensar a sustentabilidade. Foi todauma geração criada com outro tipo de visão, de ummundo que tinha que ser diferente e um mundo emque se prestasse mais atenção na proteção ambientalcomo parte, e não como adversária, do desenvolvimen­to econômico.Esse tipo de legado nós também teremos agora por­que é uma nova geração que precisa da mensagem dodesenvolvimento sustentável, da integração ambientalno projeto de desenvolvimento do país. Isso é o quetem que ficar cada vez mais claro. Porque quem fazdesenvolvimento sustentável não é apenas o governo,também são os atores econômicos e os atores sociais;são as empresas, é a família, são as pessoas. As deci­sões que cada núcleo toma, seja empresarial ou famili­ar, afetam diretamente as possibilidades desustentabilidade. Esse tipo de legado a Conferência,sem dúvida alguma, vai deixar, qualquer que seja oseu resultado oficial.

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INTERAÇÃO

A Universidade Columbia demonstra interesse na revista do Serpro. Osalunos estão por dentro do que sai na publicação. A Tema on­linemelhorou os serviços de internet substituindo publicações em papel eformulários e, agora, compõe o clipping que circula no campus.Laura Randall – Columbia/Estados Unidos

A Revista Tema tem uma abordagem e uma linguagem fluente voltadapara a tecnologia. Ela traz uma fusão de informações, dando um giroholístico nas novas tecnologias a serviço do homem para aplicabilidadena sociedade. A Tema busca interagir não só com o princípio datecnologia, mas dá um enfoque global nas temáticas que estão emdestaque no Brasil e no mundo, contribuindo em larga escala para adifusão do conhecimento nas áreas de softwares. Eu sou suspeito parafalar da revista, tenho profundo prazer em receber e ler cada exemplarque chega na regional do Serpro em Fortaleza.Quer ficar antenado em tudo que rola no eixo dos softwares e das

N esta mesma seção da revista passada, foram destacados assuntos relevantes abordados pela publicação no decor­rer dos seus 37 anos. A partir de agora, você está convidado a mergulhar continuamente nessa retrospectiva, emtodas as edições da Tema, para saber o que era notícia há dez, 20 e 30 anos nestas páginas. Mexendo no passado,é fácil perceber que o Serpro sempre buscou desafios que o colocassem como uma empresa de vanguarda.

TEMA GUARDA REGISTROS DOS AVANÇOS DAINFORMÁTICA BRASILEIRA

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tecnologias em uso no Brasil e no mundo? Então, leia a Revista Tema!Leitura que recomendo a todo corpo funcional do Serpro.José Evangelista Damasceno – Fortaleza/CE

A reportagem de capa da edição 210 da Revista Tema “As tendênciaspara a tecnologia em 2012“ fez um panorama interessante sobre o queo ano deve apresentar em termos de pesquisa e inovação. Destaquepara o movimento de redução de papel, tinta e água, que dá umimportante alívio para o meio ambiente. É a tecnologia promovendo, aomesmo tempo, redução de custos e menos impacto na natureza.Vanderlucio de Souza ­ Belo Horizonte /MG

Há 20 anosA tecnologia utilizada nos efeitos de computação gráfica para o cine­ma e TV foi um dos destaques da revista Tema em 1992. O filme “O

Exterminador do Futuro II” e o clipe “Black or White”, do cantor MichaelJackson, foram referências do poder desta novidade que revolucionou a

produção de vídeos nos anos 90.

Há 10 anosEm 2002, a grande inovação era o lançamento do Sistema de Pagamento Brasileiro(SPB), implantado no Banco Central do Brasil. Sabe a TED? Foi aí que ela nasceu. Sócom o lançamento desse sistema, foi possível fazer transferência on­line entre ban­cos, até ali toda compensação levava pelo menos 24 horas para ser realizada. Essamudança trouxe maior segurança e agilidade ao sistema financeiro do país.

Há 30 anosNo Brasil, nada mais poderia render tanto assunto como os 50 anos de Copa do Mundo. E éclaro que na Tema não foi diferente. A revista, que nessa época era apenas interna,destacou a história e participação do Brasil ao longo desses anos, na edição de maio de1982. O texto com expressões como “a catástrofe de 50” deixava claro que futebol já erauma paixão nacional.

ERRATA: Na seção "Curtas", da Tema 211, o e­CAC daReceita Federal foi identificado como Centro deAtendimento ao Contribuinte, porém o nome correto éCentro Virtual de Atendimento ao Contribuinte.

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C riar soluções no domínio da tecnologia

da informação para facilitar a vida dos

cidadãos e para aperfeiçoar a gestão

pública é um dos pilares da atuação do

Serpro. Além de atender aos ministérios da Fazen­

da e do Planejamento, a empresa também cria e

executa produtos e serviços para diversos órgãos e

instituições públicas, como Dnit, Valec, Ministério

das Relações Exteriores, do Trabalho, Desenvolvi­

mento Agrário, Justiça, Cidades e Presidência da

República, entre outros.

Mesmo contando com uma carteira de clientes

deste porte, o Serpro não planeja se acomodar. A

prospecção de serviços que gerem novas receitas é

uma das ações da empresa em 2012. Por isso, está

previsto no orçamento deste ano, cerca de R$ 200

milhões para investimentos em hardware, software

e infraestrutura. Mais de R$ 10 milhões foram des­

tacados para capacitação das equipes e os concur­

sos públicos vigentes permitem a renovação do

quadro profissional de acordo com a necessidade.

Para o atendimento de novos clientes e amplia­

ção de serviços já prestados, o Serpro também tem

como base a maturidade alcançada nos seus pro­

cessos de trabalho, a contínua internalização das

melhores práticas de mercado, uma estrutura ope­

racional em todos os Estados e, ainda, uma política

comercial que estabelece preços competitivos.

Com a credibilidade, qualidade e confiança de

mais de 47 anos de atuação, o Serpro oferece, aos

entes da administração pública, soluções tecnoló­

gicas de desenvolvimento e produção de sistemas e

sítios de internet, consultoria em tecnologia da in­

formação, especialmente em software livre, e ad­

ministração de redes locais e de longa distância.

Presta, ainda, serviços de acesso a bases de dados

governamentais, certificação digital, implantação e

administração da suíte de comunicação Expresso

em Nuvem, além de hosting e colocation.

O Serpro promove, incessantemente, a evolução

do relacionamento com seus clientes, mas volta­se

também para a busca de novas parcerias, assegu­

rando níveis elevados de segurança de dados e

ações efetivas de continuidade dos negócios. Dife­

renciais que tornam singular a presença da empresa

no mercado.

SERPROCOLOCA SUAEXPERTISEA SERVIÇODE NOVOSCLIENTES

* por Marcio BrigidiSuperintendente de Relacionamento com

Clientes Especiais do Serpro

OPINIÃO

9MAI/JUN 2012

O Serpro promove,

incessantemente, a

evolução do

relacionamento com

seus clientes, mas

volta­se também

para a busca de

novas parcerias

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APLICATIVOS MOBILE GOVERNAMENTAIS

* por Loyanne Salles

GOVERNO

E m março de 2012, a Anatel apurou queno Brasil existem 250,8 milhões de linhasativas na telefonia móvel e que cerca de20% desses aparelhos já estão preparados

para a tecnologia 3G. O crescimento do número desmartphones no país abriu um leque de mercadopara o desenvolvimento de aplicativos mobile, e ogoverno já começa a entrar nesse nicho com tec­nologias a serviço do cidadão.

“Um dos principais pontos das soluções móveisé a efetividade, e é por isso que não tem como ogoverno ignorar essas plataformas, pelo contrário,precisa investir nelas como ferramenta de comuni­cação, transparência pública e serviços ao cida­dão”, defende Marcier Trombiere, assessor especialdo ministro das Cidades e chefe da comunicaçãodo ministério.

Por um trânsito mais seguroNo último carnaval, encontrar um táxi foi muito

mais fácil para quem já conhecia o aplicativo "On­de tem táxi aqui?", que foi uma das estratégias dacampanha "Bebida e Direção não combinam", doMinistério das Cidades. Nessa época em que osacidentes sempre aumentam, o governo lançouum aplicativo mobile que pega a localização dousuário pelo GPS e aponta onde estão os pontosde táxi e cooperativas mais próximos, de acordo

com cadastros do Google Maps. Marcier Trombiereexplica que o objetivo do Ministério foi incentivaralternativas de transporte nesse período, e o celu­lar se tornou a melhor ferramenta, porque "ousuário, estando onde estiver, poderá receber asinformações necessárias", argumenta.

Outra proposta interessante do Ministério dasCidades é o "Mãos no Volante", um aplicativo quepermite ao usuário bloquear o recebimento de cha­madas enquanto dirigir. Quem ligar para um telefo­ne que tenha o programa instalado receberá amensagem: “Estou dirigindo. Ligo mais tarde”. Alémdisso, o aplicativo pode ter o tempo de atividadeprogramado para que desligue automaticamente.

"Sabemos que o motorista se preocupa com otelefone tocando e, por isso, acaba atendendo ecometendo uma infração de trânsito, quando nãoum acidente. Discutimos muito sobre uma possibi­lidade de conciliar esse conflito, e dessas discus­sões nasceu a ideia para o aplicativo", contaTrombiere. Ele destaca, inclusive, que a ferramentafoi baixada em vários países, como os EstadosUnidos, Canadá, Espanha e outros na Europa.

Diferentes órgãos públicos já criaramaplicativos para facilitar a vida dosbrasileiros e inauguram uma nova fasedo governo eletrônico

10 MAI/JUN 2012

“Um dos principaispontos damobilidade é aefetividade, e é porisso que não temcomo o governoignorar essasplataformas”

Marcier Trombiere

EMBARCANO MUNDOMOBILE

Page 11: Revista Tema

O Brasil no seu celularO “Brasil Mobile” é um aplicativo da Embra­

tur destinado, principalmente, aos turistas es­trangeiros. A tecnologia disponível em portu­guês, espanhol e inglês fornece informaçõessobre os destinos brasileiros, seus atrativos tu­rísticos e opções de roteiros. As cidades con­templadas são Belo Horizonte, Brasília, Floria­nópolis, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Reci­fe, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Curitiba,Natal e Cuiabá.

O dispositivo traz fotos das principais atrações ebelezas naturais dos destinos e um guia de con­versação e rotas de acesso por meio do GoogleMaps. Walter Vasconcelos, diretor de marketing daempresa, indica que a intenção da Embratur aodesenvolver esta ferramenta foi auxiliar o planeja­mento da viagem por meio do celular, uma facili­dade a mais para os turistas. “Além de apresentaraos visitantes a diversidade cultural e natural doBrasil e reforçar a imagem de modernidade dopaís, o aplicativo poderá facilitar a estadia do es­trangeiro, desde a chegada no aeroporto", analisa.

Informação em tempo realO aplicativo Voos Online, da Infraero, permite

ao usuário consultar a situação dos voos de formarápida e simples. O aplicativo foi lançado dentro dacampanha “Fique Por Dentro”, que tinha comoobjetivo facilitar o acesso às informações dos ae­roportos administrados pela Infraero. "Além dosdados sobre voos, o aplicativo traz o Guia do Pas­sageiro, com dicas e informações importantesdesde a compra da passagem até o desembarque",acrescenta Cibele Nunes, gerente de publicidadeda Infraero.

O aplicativo já está na 2ª versão e nela foramagregadas as informações da distância do pontoque o usuário está até o aeroporto e a previsão dotempo na cidade. Outra funcionalidade é o com­partilhamento dessas informações pelas redes so­ciais (Twitter e Facebook) e por mensagens decelular e e­mail. Em seis meses de lançamento, oVoos Online chegou a primeira posição da catego­ria Viagens da App Store.

11MAI/JUN 2012

VOOS ONLINEDownloads: 400 milAno de lançamento: 2011Disponível para:

e sistemas baseados em

ONDE TEM TAXI AQUI?Downloads: Cerca de 47 milAno de lançamento: 2012Disponível para:

BRASIL MOBILEDownloads: 40 milAno de lançamento: 2010Disponível para:

e sistemas baseados em

MÃOS NO VOLANTEDownloads: Cerca de 37 milAno de lançamento: 2012Disponível para:

* O Ministério das Cidades ainda está em negociaçãocom a App Store (Apple), que por política interna nãoaceita um aplicativo que bloqueia a chamada do iPhone.

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AMBIENTESESCALÁVEISPARA SGBD EMSOFTWARE LIVRE

ARTIGO

12 MAI/JUN 2012

Escalabilidade é a capacidade que um siste­

ma, uma rede ou processo, tem de lidar

com o aumento da carga de trabalho. Um

sistema escalável é um sistema que está

preparado para crescer.

Um sistema de software é escalável quando é

possível aumentar o seu desempenho pelo acrésci­

mo de recursos de hardware. Ou seja, quanto mais

processadores e mecanismos de armazenamento

forem adicionados, melhor será a performance do

software. A necessidade por sistemas escaláveis está

no custo da manutenção. Decisões de arquitetura

são difíceis de mudar. E se esta não for escalável, o

custo para modificar o software para que ele aceite

e faça uso dos recursos de hardware acrescidos é

bastante alto.

A demanda por informação só aumenta, assim

como a quantidade de dados que precisam diaria­

mente ser lidos e gravados em grandes bases de da­

dos. O Serpro chega a operar 6 bilhões de

transações on­line por ano nos serviços mainframe.

Os mainframes geram custos altíssimos, na com­

pra, manutenção e profissionais qualificados para li­

dar com eles. O mercado de clientes do mainframe é

restrito e tem dificuldades de se expandir, pois hoje

existem outras alternativas. Como a computação em

grade e a computação em nuvem, que permitem

utilizar conjuntos de máquinas de menor porte

trabalhando de forma distribuída, com igual ou su­

perior poder de processamento. No entanto, só

equipamento não é suficiente. É preciso disponibili­

dade de software escalável para a denominada 'pla­

taforma baixa'.

Para manter e ampliar seus níveis de serviço, o

Serpro precisa investir em ambientes computacionais

escaláveis e eficientes para sistemas gerenciadores

de bancos de dados corporativos. A premissa do uso

de software livre é uma opção estratégica para per­

mitir a evolução tecnológica desses ambientes de

forma segura e eficiente, sem o estabelecimento de

dependência de fornecedores e consequente aprisi­

onamento tecnológico.

O PostgreSQL é um poderoso sistema gerencia­

dor de banco de dados objeto­relacional livre, com

mais de 15 anos de desenvolvimento ativo e uma

arquitetura, que ganhou forte reputação de confia­

bilidade, integridade de dados e correção.

Na Universidade Federal do Paraná (UFPR) existe

um centro de pesquisa, chamado C3SL (Centro de

Computação Científica e Software Livre), que possui

uma linha de pesquisa para sistemas computacionais

avançados e um projeto de persistência de dados em

O investimento em ambientes mais escaláveis e eficientespara sistemas de banco de dados, usando padrões de arqui‐tetura de alto desempenho e software livre, permite aoSerpro modernizar sua plataforma tecnológica reduzindocustos com licenças de software. Isso, resulta em benefíciostanto para empresa quanto para seus clientes.

* por Flávio Gomes

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13MAI/JUN 2012

larga escala. E já existem projetos de pesquisa en­

volvendo PostgreSQL na UFPR.

Em 2011, o Serpro assinou um convênio com a

UFPR para o desenvolvimento de uma pesquisa ci­

entífico­tecnológica em ambientes computacionais

escaláveis e eficientes para sistemas gerenciadores

de banco de dados corporativos, inteiramente base­

ados em software livre. A pesquisa foi dividida em

três linhas temáticas:

• Teste de desempenho em ambiente escalável e eficiente

com PostgreSQL;

• Padrões de arquitetura de alto desempenho em software livre;

• Definição de estratégia de migração de banco de dados

relacionais para PostgreSQL.

A UFPR desenvolverá um projeto piloto para cada

linha temática, além de transferir conhecimento por

meio de seminários, artigos e relatórios técnicos. Até

o momento, os pesquisadores já apresentaram vári­

os resultados de pesquisas em otimização de con­

sultas, metodologia incremental de teste de

estresse, sistemas baseados em MapReduce e mi­

gração colaborativa para PostgreSQL.

O presente artigo é baseado nas avaliações reali­

zadas na Pesquisa Aplicada em Ambientes Compu­

tacionais Escaláveis para Sistemas Gerenciadores de

Banco de Dados baseados em Software Livre.

FLÁVIO GOMES LISBOAAnalista de desenvolvimento de sistemas

do Serpro, desde 2005. Atuou na Supe­

rintendência de Soluções de Desenvolvi­

mento e agora trabalha na Coordenação

Estratégica de Tecnologia. É contribuidor

oficial do Zend Framework e autor de

três livros sobre essa plataforma de de­

senvolvimento para PHP. Criou o branch

pgsqlbackend para o projeto open sour­

ce Tine 2.0, que é a base do Expresso

3.0. É co­autor da biblioteca PHP Serpro,

no padrão Zend. Foi funcionário de car­

reira do Banco do Brasil, onde chegou a

analista da diretoria internacional. Tam­

bém foi professor de pós­graduação e

atua como instrutor de desenvolvimento

com foco em software livre.

ENTENDA O PROCESSO DE SISTEMA ESCALÁVEL

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14 | | MAI/JUN 2012

CAPA

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MAI/JUN 2012 | | 15

Em junho, o Rio de Janeiro torna‐se palco da Conferênciadas Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, aRio+20. Líderes de todo o mundo discutem como alcançaro equilíbrio entre desenvolvimento econômico e social e apreservação do meio ambiente. A tecnologiaé essencial nesse caminho.* por Leonardo BarçanteA Rio+20 marca as duas décadas de realização

da Conferência da ONU sobre Meio Ambien­te e Desenvolvimento, conhecida como Rio­92. Sua proposta é contribuir para a defini­

ção de uma agenda global para o desenvolvimentosustentável nos próximos anos. Extinção de espécies,mudanças climáticas, desigualdades sociais, pobreza, in­tensificação de desastres naturais e contaminação da bi­osfera: todos esses tópicos, tão próximos e presentes nocotidiano de cada um dos mais de 7 bilhões de habitan­tes do planeta, ilustram bem a importância e a urgênciade se reconhecer e atacar o problema de forma conjun­ta, coordenada e em escala global.

Diante desse cenário, a inovação tecnológica podeser um caminho chave, mas só se vier orientada eacompanhada de vontade política e mobilização social.Essa é a opinião de Carlos Afonso Nobre, secretário de

Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento doMinistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “Sóa tecnologia não vai levar o mundo a esse novo pata­mar de desenvolvimento. Para chegarmos a isso, preci­samos, além dela, de um posicionamento democráticoda sociedade, firme e resoluto, em direção às três di­mensões interdependentes do desenvolvimento susten­tável: o desenvolvimento social, intimamente ligado aodesenvolvimento econômico, intimamente ligado aouso racional do capital natural. Essas três coisas não seseparam nessa visão”, explica o secretário.

Doutor em Meteorologia pelo Massachusetts Institu­te of Technology (MIT) e com um Prêmio Nobel no cur­rículo por integrar o Programa Internacional daGeosfera­Biosfera (IGBP na sigla em inglês), Carlos No­bre afirma que a tecnologia é, na verdade, um instru­mento importante para todas essas dimensões. “Não só

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no aspecto do mundo físico, da produçãoda energia limpa; é muito mais do que

isso. Por exemplo, um dos requisitospara um mundo sustentável é

uma nova visão de educaçãovoltada para a inovação.Nós temos que inovar as

relações sociais, de consumoe de uso dos recursos naturais.

São importantes transformações ea tecnologia está aqui para nos auxi­

liar. Mas ela sozinha não dá conta dorecado, ela precisa das grandes decisões

sociais, políticas e democráticas da socieda­de”, acrescenta.

Oportunidadede liderarNa avaliação de Carlos Nobre, a Rio+20 traz uma

oportunidade histórica para o Brasil exercer uma liderançanesse debate. “O Brasil de 2012 é muito diferente do de1992. Se ainda nos encontramos algo distantes de sermosum país plenamente desenvolvido, o fato é que todos osindicadores de desenvolvimento sustentável melhoraram.Vinte anos depois, o país não será apenas palco da confe­rência, pois apresenta resultados em vários aspectos, vári­as métricas de desenvolvimento sustentável”, afirma.

Entre esses aspectos, o secretário cita a redução doíndice de desmatamentos, a posse de uma matriz ener­gética menos poluente que a média dos países mem­

bros da OCDE (Organização para a Cooperação e De­senvolvimento Econômico), a melhoria nos indicadoressociais, como segurança alimentar, redução da mortali­dade infantil e da pobreza extrema, além de progressosna educação.

“O Brasil tem, escrito em lei, metas voluntárias de re­dução das emissões de gases de efeito estufa até 2020.É o único país em desenvolvimento que chegou tão lon­ge ao colocar o compromisso em lei. Por tudo isso, hojeo Brasil está numa posição ímpar e lidera essa discussão.Liderar pelo exemplo, e não pela retórica”, argumenta osecretário do MCTI.

Agenda 21Há 20 anos, na Rio­92, os países e a sociedade já

conheciam bem o problema que ameaça o equilíbrioda vida no planeta. E a solução orquestrada na épocafoi a aprovação de um documento histórico, a Agenda21, que pode ser considerada a mais abrangente ten­tativa já realizada de promover, em escala planetária,um novo padrão de desenvolvimento. Com 40 capítu­

los, ela se define como um instrumento de planeja­mento para a construção de sociedades sustentáveisque concilia métodos de proteção ambiental, justiçasocial e eficiência econômica.

Entretanto, mesmo tendo se constituído como subsí­

O Brasil tem, escritoem lei, metas voluntárias deredução das emissões até2020. É o único país emdesenvolvimento que chegoutão longe ao colocar isso emlei. Por tudo isso, hoje oBrasil está numa posiçãoímpar e lidera essadiscussão.

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MAI/JUN 2012 | | 17

dio importante para políticas públicas de combate à po­breza e ao desmatamento no Brasil, especialistas avali­am que ela não se aproximou da sociedade civil tantoquanto deveria, sendo um documento ainda desconhe­cido em várias localidades do país e do mundo.

A Rio+20 é a oportunidade para se resgatar esse es­forço, corrigir rumos e adequar as propostas às novasquestões que surgiram em mais de duas décadas decrescimento populacional e aceleração do consumo derecursos naturais. De acordo com o Comitê Nacional deOrganização da Rio+20 (CNO), criado pelo governo fe­deral para viabilizar o evento, esse é o objetivo da confe­rência: “renovação do compromisso político com odesenvolvimento sustentável, por meio da avaliação doprogresso e das lacunas na implementação das decisõesadotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto, alémdo tratamento de temas novos e emergentes”.

Para isso, a partir do dia 13 de junho, o Riocentropassará a ser território das Nações Unidas e palco daagenda intergovernamental da conferência, que contarácom cerca de 50 mil credenciados, distribuídos entre im­prensa, sociedade civil e delegações oficiais dos 193 Es­tados­membros da ONU, incluindo 100 chefes deEstado. Um grande evento, que além de gerar expecta­tiva de respostas e soluções para inúmeras questões so­cioambientais, vai exigir um grande esforço de logísticae infraestrutura tecnológica dos organizadores.

OrganizaçãoQual será a marca do Brasil na organização da confe­

rência? Segundo o ministro Laudemar Aguiar, secretário

do Comitê Nacional de Organização da Rio+20, os pre­parativos para o evento foram apoiados em um tripéformado pelos princípios da acessibilidade, conectivida­de e sustentabilidade. A assessoria de imprensa do CNOdestaca que a acessibilidade vai além da adequação deespaços para pessoas com deficiência. Busca tambémaspectos de mobilidade urbana e disponibilidade da in­formação, garantindo o acesso de todos aos conteúdospúblicos da conferência e às transmissões ao vivo.

Para o CNO, aí entra a conectividade, que está intrin­secamente ligada à inclusão social, pois a universaliza­ção do acesso e o compartilhamento da informação

que vai circular dentro daRio+20 é uma novidadeem relação à conferênciaanterior e pode ser um fa­tor decisivo para o envolvi­mento da sociedade.Destaque para acesso semfio à internet nos locais doevento, webcast e trans­missão ao vivo em alta de­finição das salas principais.

Do lado da sustentabilida­de, o CNO informa que aRio+20 será orientada à mini­mização dos impactos ambi­entais decorrentes de suarealização. A ação mais im­portante nesse sentido, se­gundo o Comitê, será aadoção do conceito “paperwise”, que em portuguêssignifica papel com sabedo­ria e na prática quer dizeruso racional do papel. Paraisso, será montada uma nu­vem de dados no Riocentroe será estabelecido um trâ­mite eletrônico para os do­cumentos envolvidos nasnegociações entre os 193 países da ONU, o que vaiadicionar um nível alto de criticidade à rede local aser implantada.

Infraestruturade TIGrande parte dos aspectos de sustentabilidade, co­

nectividade e acessibilidade só serão possíveis porqueestá sendo montada uma infraestrutura tecnológicacompatível com a magnitude do evento. O Serpro, em­presa pública do governo federal, foi contratado peloCNO para prestar consultoria técnica na elaboração daarquitetura e especificação da solução tecnológica que

A tecnologia é umacondição absolutamentenecessária para aconstrução de um futurosustentável para oplaneta. Mas como tudoque tem a ver comtecnologia, ela não ésuficiente”.

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18 | | MAI/JUN 2012

dará suporte à conferência e para a hospedagem do sis­tema que fará o monitoramento contínuo da logísticada Rio+20.

"Um evento dessa importância e com esse alcanceglobal deve estar preparado para que o acesso à infor­mação e a disponibilidade de comunicação favoreçamos resultados esperados. Nós atuamos na elaboração enas especificações para a licitação. Estamos presentestambém na validação da solução proposta pelo vence­dor do certame e daremosapoio no gerenciamento dasolução de TIC (Tecnologia daInformação e Comunicações)durante a conferência", deta­lha Marcio Brigidi, assessor daDiretoria do Serpro.

A empresa também é aresponsável pelo desenvolvi­mento e produção de umportal para a conferência(www.rio20.gov.br). “O ambi­ente utilizou os mesmos mé­todos e processos comunsaos sítios e portais desenvolvi­dos pelo Serpro, em platafor­ma aberta Zope/Plone, versão 3.3.5”, informa Brigidi. Opacote do portal contempla não só sua criação, mastambém serviços de hospedagem, monitoramento e

operação do sítio, arma­zenamento de dados deforma estruturada, infra­estrutura de hardware,software e suporte técni­co especializado para aprodução e monitoramento dedesempenho e segurança.

Já a estrutura geral do evento contarácom conexão porvideoconferência entreo Riocentro e os espaçostemporários na cidade, comcerca de 2500 computadores,entre desktops e notebooks,para uso das delegações in­ternacionais, membros daONU e governo brasileiro,além de painéis eletrônicos eterminais de autoatendimen­to. Ainda segundo Brigidi, oCNO vai instalar dois links re­dundantes de 5 Gbps para oacesso sem fio à internet dos50 mil credenciados previstos.

“Esses serviços de TIC estarão distribuídos pelos diversosambientes que compõem o escopo da conferênciaRio+20, sendo o Riocentro o ambiente principal e as de­mais estruturas para atender a sociedade civil – PierMauá, Galpão da Cidadania, Museu de Arte Moderna,Vivo Rio, Aterro do Flamengo, Parque dos Atletas (Cida­de do Rock) e Arena da Barra. Os pontos de informaçãodevem ser instalados em hotéis, aeroportos e a rede decomunicação deve garantir a atualização dos aplicativose do conteúdo”, acrescenta.

“A Rio+20 é um evento desafiador para nosso país”,destaca o diretor­presidente do Serpro, Marcos Mazoni.“Considero um dos eventos mais dramáticos em termosde teste para o Brasil. É um evento que instiga nossa cri­atividade porque temos um tempo muito curto para apreparação. O Ministério da Defesa assumiu a responsa­bilidade da mobilidade 'humana'. Nós, em parceria como governo do Estado do Rio de Janeiro, montamos a es­trutura tecnológica para dar suporte a essa mobilidade”,explica Mazoni. Ele acrescenta que todos os ambientestecnológicos estarão disponíveis para os mais de dois

Podemos comparara Rio+20 como umgrande sistema no qualse faz necessária aintegração de váriosfatores, como humanos,tecnológicos e logísticos,para citar apenas osprincipais.

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Page 19: Revista Tema

MAI/JUN 2012 | | 1 9

saiba maisPortal Rio+20 ­ URL: www.rio20.gov.br

Agenda 21 do Brasil ­ URL: www.mma.gov.br/agenda21

mil jornalistas internacionais e para as mais de 100 milpessoas do mundo da ecologia que estarão na capitalfluminense para discutir sustentabilidade.

Conhecimentorumo àsustentabilidadePara Marcio Brigidi, o Serpro tem sido peça funda­

mental no apoio ao governo brasileiro em relação à ne­cessidade de suportar sistemas que exijam grandescapacidades, quer seja de guarda, de processamento ede comunicação de informação, quer seja de mobiliza­ção de recursos. Por isso, a empresa foi a escolhida paraapoiar o CNO no quesito tecnologia.

“Podemos comparar a Rio+20 como um grande sis­tema no qual se faz necessária a integração de váriosfatores, como humanos, tecnológicos e logísticos, paracitar apenas os principais. Nossa participação se con­centrará na vertente tecnológica. Todos querem ummundo sustentável e o Serpro faz sua parte para con­tribuir com esse esforço. A empresa desenvolve solu­ções que contribuem para a redução do uso derecursos, como a Nota Fiscal Eletrônica, que promo­vem economia e agilidade, caso do Projeto Porto semPapel, e que buscam o uso cada vez mais eficiente eeficaz da tecnologia. Isso permite uma vida mais fácilao cidadão, com sistemas e serviços que evitam deslo­camentos das pessoas e facilitam sua relação com opoder público”, explica Marcio Brigidi.

Page 20: Revista Tema

MERCADO DE TIFo

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oMERCADO DE TI

20 MAI/JUN 2012

Uma empresa precisa de 60 profissionais

para um projeto que deve começar em

15 dias. Ela oferece uma boa remunera­

ção e benefícios. Em muitos casos, uma

oferta como essa seria logo preenchida. Porém,

quando se trata de profissionais de TI, o prazo para

contratação termina e as vagas não são ocupadas:

um cenário recorrente no país, que fechou 2011

com um déficit de 92 mil especialistas e prevê uma

carência de 115 mil em 2012.

“É nítido que falta mão de obra”, comprova

André Assef, diretor comercial da empresa Desix,

perita em recrutamento e seleção para o segmento

de TI. “Até 2020, serão necessários cerca de 750

mil novos profissionais para o mercado de tecno­

logia”, estima Sérgio Sgobbi, diretor de educação e

recursos humanos da Associação Brasileira de Em­

presas de Tecnologia da Informação e Comunica­

ção (Brasscom). “Historicamente, o setor de TI

cresce a taxas acima do PIB, essa expansão do

próprio setor exige novos especialistas. E a tecno­

logia é, e será, cada vez mais utilizada por empre­

sas de outros setores e por toda a sociedade”,

lembra Sgobbi. “A tecnologia muda a todo instan­

te, e a carência será permanente”, reforça Assef.

Luta contra a escassezPara driblar o desenvolvimento tecnológico

acelerado e a consequente falta de pessoal qualifi­

cado, as empresas apostam em diferentes estraté­

gias. “Constatamos dez funções em TI que

representam 93% das contratações no país, todas

são carentes de profissionais e com demandas

crescentes”, avalia Sérgio Sgobbi. “Mas não adi­

anta, por exemplo, formar engenheiros de softwa­

re se a procura em um local é por analistas de

sistemas. Estamos mostrando aos centros de for­

mação do país quais são as reais demandas de

mão de obra para o mercado”, completa.

Outra ação é a batalha contra os 87% de eva­

são nos cursos superiores de TI, índice que preju­

dica o já carente setor. A proposta é desmistificar

estereótipos e atrair estudantes com perfil ade­

quado para o segmento. “Esse jovem precisa ter

algumas características específicas, como capaci­

dade analítica, meticulosidade e criatividade, para

ser um bom profissional de TI. Mas ele não tem

que ser um nerd”, esclarece Sgobbi. “Certamente o

aluno de TI não é um sujeito que estuda 24 horas

por dia. Ele tem rotina social intensa e preza pela

qualidade de vida”, completa o professor doutor

Empresas adotam estratégias para combater a carência de mão de obrano mercado brasileiro de tecnologia da informação * por Vanessa Borges

PROCURA-SEPROFISSIONAL DE TIPROCURA-SEPROFISSIONAL DE TI

Fabrício de Freitas

converteu a carência

de mão de obra em

TI em um trampolim

para sua carreira

Page 21: Revista Tema

21MAI/JUN 2012

Ricardo Gudwin, do Departamento de Engenharia

de Computação e Automação Industrial da Univer­

sidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Além do foco em novos talentos, outro cami­

nho trilhado é a reciclagem e a capacitação dos

que já estão no mercado de trabalho. “As empre­

sas investem em programas de educação conti­

nuada e pagam, em parte ou integralmente, espe­

cializações, cursos de língua estrangeira e outros

estudos para seus funcionários. Quanto mais facili­

dades, maior será a vontade de permanecer na

empresa”, analisa André Assef, da Desix.

Já Ricardo Gudwin acredita que a terceirização

pode ser uma das saídas para o déficit de compe­

tências em TI. A opinião dele vai ao encontro de

um recente dado divulgado pela Computer Tech­

nology Industry Association (CompTIA), que mos­

trou que 38% das organizações dos Estados

Unidos optam por terceirizar suas equipes de tec­

nologia para lidar com o problema.

“Ano a ano, percebemos que um grande nú­

mero de nossos alunos não quer entrar no merca­

do, e sim ser os donos desse mercado. Eles se

juntam para abrir o próprio negócio e começam a

vender serviços. Poderemos vivenciar um fenôme­

no de terceirizações, as organizações vão adquirir

o serviço de outra empresa em vez de terem os

funcionários dentro de seus quadros”, prevê o

professor da Unicamp.

Sinônimo de oportunidadeFormar novos alunos, diminuir o abandono es­

colar, treinar profissionais veteranos, empregar

políticas públicas, terceirizar mão de obra: seja

qual ou quais as medidas adotadas, o crescimento

do setor de TI continua um desafio para o país e,

ao mesmo tempo, é uma grande chance para

quem quer transformar carência em sucesso. Fa­

brício de Freitas, de Goiânia, é um exemplo disso:

graduado em Sistemas de Informação há sete

anos, possui diferentes certificações e pós­gradua­

ções, cursa mestrado, e concilia as ações de ge­

rente de TI em uma empresa do ramo imobiliário

com as atividades de professor universitário, de

consultor em infraestrutura e serviços, e ainda de

gerente de projetos em seu próprio empreendi­

mento de tecnologia.

“O profissional de TI não trabalha mais em uma

salinha isolada. Ele está na ponta, interfere na to­

mada de decisões, atua em diferentes áreas”,

compartilha Fabrício. “O segredo é se atualizar, se

relacionar com as pessoas, ficar de olho no merca­

do, não parar jamais. Ainda que o setor tenha mi­

lhares de vagas, é preciso melhorar e inovar

sempre”, ensina Fabrício. O professor doutor da

Unicamp concorda: “o profissional de TI deve estar

antenado às tecnologias de ponta que o mercado

traz”, ressalta Ricardo Gudwin.

Em atenção a esse cenário de escassez e neces­

sidade de atualização profissional constante, o

governo federal contemplou o setor de TI no Pro­

grama Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e

Emprego (Pronatec), que oferece, para estudantes

ou empresas, bolsas de estudo e financiamento

para cursos de qualificação profissional. No total,

serão R$ 24 bilhões em investimentos até 2014.

por Vanessa Borges

“Até 2020, serão

necessários cerca de

750 mil novos

profissionais para o

mercado de

tecnologia”

Sérgio Sgobbi

Analista de desenvolvimento de sistemas

Analista de suporte computacional

Programador de sistema da informação

Técnico em manutenção de equipamentos de informática

Operador de computador

Técnico de apoio ao usuário de informática

Analista de redes e de comunicação de dados

Programador de internet

Analista de sistemas de automação

Operador de rede de teleprocessamento

Page 22: Revista Tema

E­PROCESSO

* por Lea Cunha

CIDADÃOS

P endências com a Receita Federal doBrasil (RFB) podem deixar de ser umador de cabeça para os brasileiros. ARFB consolidou oficialmente a im­plantação do sistema Processo Admi­

nistrativo Digital, o e­Processo, sendo agorapossível para o contribuinte acompanhar pela in­ternet a tramitação do seu processo, além de re­solver problemas pelo site da instituição. Asolução, desenvolvida pelo Serviço Federal de Pro­cessamento de Dados (Serpro), está disponíveldesde o fim do ano passado e a prerrogativa parausufruí­lo é ter certificação digital.

As vantagens também são sentidas dentro doórgão. Para Marcelo de Sousa Silva, assessor daSecretaria da Receita Federal e autor do livro “Im­plantação de um governo eletrônico: e­Gov” (edi­tora Brasport, 2012), a celeridade processual

sempre foi uma meta da RFB. “Além de uma ges­tão eficaz, era preciso mudar o método de traba­lho, dando um salto em eficiência. Os entraves dopapel não permitiam evoluir no ritmo em que de­sejávamos e os estoques de processo continuavamelevados”, lembrou.

O e­Processo está presente em todas as áreas daReceita, inclusive nas de Logística e de Pessoal. Elejá foi implantado, ainda, na Procuradoria Geral daFazenda Nacional e no Conselho Administrativo deRecursos Fiscais. São cerca de 700 unidades admi­nistrativas que já substituíram o papel pela imagem.

Marco históricoO sistema modernizou a gestão da informação

nessas instituições. Segundo o coordenador deNegócios e­Processo do Serpro, Alexandre Cheva­lier, a ideia desenvolvida e praticada pela solução

Sistema desenvolvido pelo Serpro facilita a vida daqueles que precisam deserviços da Receita e dá início à era digital dos processos tributários no Brasil

22 MAI/JUN 2012

MAIS PERTODO FISCO

Page 23: Revista Tema

oferece maior transparência e permite a troca dedados entre entes e os agentes responsáveis peloMacro Processo de Crédito Tributário no Brasil.

“O e­Processo cumpre um papel histórico,quebra paradigmas. O elemento central é permitiro Gerenciamento Eletrônico de Documentos, nocaso, o Processos Administrativo Digital comworkflow, surfando em dutos de fibra óptica emfração de segundos, reduzindo o tempo de trami­tação entre as áreas afins. Além de ser um sistemaecologicamente sustentável – uma vez que eliminao uso do papel, também reduz significati­ vamentea necessidade do contribuinte se deslocar até oscentros de atendimento ao contribuinte da ReceitaFederal do Brasil”, disse.

Com a nova modalidade de serviço, a ReceitaFederal, representando o Brasil, concorreu com paí­ses do continente americano e europeu e ganhou oprêmio de melhor ação pública em 2011 no Con­

curso de Innovación, outorgado pelo Centro Inte­ramericano de Administrações Tributárias (CIAT). Em2012, o e­Processo venceu o Prêmio Enap de me­lhor inovação do governo federal, concedido peloMinistério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Benefício para gestores e usuáriosPara tornar o sistema efetivo, foram desenvolvi­

dos módulos, cujos públicos­alvo são atendidos apartir de dois cenários: o acesso via intranet, paraaproximadamente 35 mil servidores públicos quetrabalham com o serviço; e o acesso via internet,que permite o acesso à população.

Segundo Marcelo de Sousa, a iniciativa apontadiminuição nos gastos da Receita. “Somente com aeconomia de correios para movimentar os proces­sos entre as unidades de lançamento até as de jul­gamento, já são cerca de R$ 20 milhões a menospor ano, valor superior a todo o custo de desen­

23MAI/JUN 2012

2003

2004

2005

2006

Constituiu-se um grupo de trabalho interdiscipl inar para estudar

e propor a criação de um processo administrativo digital

O grupo entregou à Receita Federal um pré-projeto com as

premissas necessárias e foi aberta oficialmente uma demanda

para a criação de um sistema que atendesse ao novo desafio

O projeto recebeu mais recursos financeiros e humanos,

canal izados para o início do seu desenvolvimento. O Serpro foi

acionado para levantamento de requisitos e para início da

construção do sistema

Em março, foi implantado e criado o primeiro processo digital

em produção na Delegacia da Receita Federal em Salvador

O começo dos processos digitais...

Page 24: Revista Tema

24 MAI/JUN 2012

A contadora Ana Amélia Dias, funcionária daorganização não­governamental ANDI ­ Comuni­cação e Direitos, é usuária dos processos digitaisda Receita Federal. “Tudo agora é feito pela inter­net. Consultamos a situação fiscal e o Simples Na­cional das empresas que receberão pagamentos,enviamos mensalmente o Demonstrativo de Apu­ração de Contribuições Sociais e a Declaração deDébitos e Créditos Tributários Federais”, detalha.

Ana Amélia lembra das dificuldades dos temposdo papel, quando a ANDI teve uma pendência naDeclaração do Imposto de Renda Retido na Fontee na Relação Anual de Informações Sociais. Comonão conseguiu emitir a certidão negativa, ela pre­cisou ir em um posto de atendimento da Receita eesperar por seis horas em uma fila. Quando aten­dida, foi informada que precisava apresentar as in­formações previdenciárias de alguns anos anterio­res. Teve que voltar à instituição, procurar os do­cumentos no almoxarifado e só após esse trâmite,conseguiu dar baixa na pendência.

A situação hoje é diferente e mudou para me­lhor. “Já em 2011, tivemos uma pendência seme­lhante e tudo foi resolvido pelo site da Receita.Pagamos os documentos de arrecadação e a rápi­da resposta acelerou nosso trabalho. Fora que, pe­lo papel, vários documentos podiam estar preen­chidos de forma errada ou incompleta, o que nosfazia ir e voltar ao posto de atendimento inúmerasvezes”, desabafa aliviada.

volvimento do sistema. Outro aspecto é a econo­mia na impressão de papéis, antes necessários aosanexos do processo. Hoje, todos os documentoscriados na repartição são anexados eletronica­mente”, apontou o assessor da instituição.

Renovação do atendimentoO assessor da Receita explica que já foram ini­

ciadas sessões de julgamento virtual, com partici­pação de servidores de diversas localidades, sem anecessidade de deslocamento, custo de passagense diárias. “Com essa mudança, espera­se duplicar aprodutividade do julgamento dos processos feitosem lotes de temas comuns”, estimou.

A Receita pretende também investir na digitali­zação dos processos criados antes da chegada dosistema. A marca, hoje, supera um milhão de pro­cessos digitais. Algumas regiões fiscais, como a 8ªRF – São Paulo, tem como meta digitalizar o esto­que de todas as suas unidades operacionais até ofinal de 2012.

O próximo passo será a construção de uma no­va fase do Módulo Contribuinte, onde o cidadãopoderá solicitar o protocolo de qualquer processovia internet, além de ser atendido, por chat, pelosservidores da Receita. Os atendimentos não con­clusivos serão encaminhados internamente viaprocesso digital.

Sem filas

A contadora AnaAmélia Dias aprovaa digitalização dosprocessos da Receita

Foto: Arquivo Serpro

Page 25: Revista Tema

Uma rede de computadores corporativa convenci­onal conta com diversas ferramentas e soluções de se­gurança, como antimalware, IDS/IPS, firewalls, entreoutras, para garantir a integridade, a confidencialidadee a disponibilidade dos dados e informações perten­centes a essa organização.

A troca de informações entre essas várias ferramen­tas de segurança de uma rede pode ser utilizada paraincrementar a capacidade de detecção e reação a pos­síveis ataques em um ambiente de rede ou para me­lhorar o controle de acesso aos recursos por eladisponibilizados.

Nesse sentido, o Network Access Control (NAC) éuma solução que busca unificar as tecnologias de segu­rança disponíveis no mercado, com intuito de provermaior controle ao acesso de dispositivos clientes a umarede de computadores. Atualmente, existem no merca­

CARCARÁ: UMA SOLUÇÃOCIENTE DE CONTEXTO PARACONTROLE DE ACESSOA REDES

MAI/JUN 2012 | | 1

do várias implementações de NAC, mas com aborda­gens diversas e com pouca integração entre si, visto quea indústria não conseguiu ainda chegar a um consensoem relação a um padrão unificado. Em consequênciadesse cenário, os grandes fabricantes de soluções deNAC têm encontrado dificuldade em atender organiza­ções que possuam um ambiente de rede heterogêneo,composto por diversas plataformas e sistemas operacio­nais, como é o caso do Serpro.

NETWORK ACCESSCONTROLA ideia central de uma solução de NAC (Figura 1) é

conceder ao cliente (Posture Agent), o acesso a um am­biente de rede, somente após uma série de verificações

Nº XLII ­ 2012

A Tematec é uma publicação da Revista Tema cons­

tituída por artigos técnicos sobre aplicações tecnoló­

gicas. A participação na Tematec é aberta aos

empregados do Serpro, clientes e comunidade cien­

tífica. Os interessados devem entrar em contato pelo

e­mail: [email protected].

Page 26: Revista Tema

2| | MAI/JUN 2012

TEMATEC

de segurança, de acordo com regras preestabelecidas em um servidor de monitoramento (Policy Server). Caso o clien­te não esteja em conformidade com tais regras, é direcionado, via Network Access Device, para um segmento isoladoe especificamente configurado para permitir que suas vulnerabilidades sejam tratadas sem que haja comprometimen­to dos segmentos em produção (rede de quarentena).

A computação ubíqua ("em toda parte") é uma área de pesquisa emergente, interessada na abstração de novasformas de interação usuário­computador.

Uma relevante subárea do estudo da computação móvel e ubíqua é o reconhecimento de contexto. Os sistemasbaseados no reconhecimento de contexto adaptam seu comportamento automaticamente, de acordo com determi­nadas circunstâncias que podem, em princípio, ser algo fisicamente medido ou detectado, como a presença de umusuário, a hora do dia, a localização geográfica, dentre outros exemplos.

O Carcará é uma solução de NAC com capacidade de ciência de contexto, composta por um elemento principalintegrado a um conjunto de ferramentas de software livre.

Seu objetivo é controlar o acesso e a permanência de dispositivos em uma rede. Para tanto, deve interagir com ainfraestrutura de segurança existente, ou seja, com os diferentes sensores que a rede possui, como antivírus, sistemasde detecção de intrusão, ferramentas de análise de vulnerabilidades, entre outras.

O elemento principal do Carcará é um programa servidor que faz o papel de Policy Server, sendo composto portrês módulos (Figura 2):

RECONHECIMENTO DE CONTEXTO

O CARCARÁ

Page 27: Revista Tema

MAI/JUN 2012| | 3

CORENAC: módulo de controle, responsável pelaanálise de registros de eventos (logs) e pelo envio de ins­truções para os ativos de rede.

PLUGINS: Funciona como uma interface de comuni­cação do Corenac com cada tipo de ativo de rede.

CONFORM: Comunica­se constantemente com asferramentas de segurança e de contexto, com o objetivode reportar para o Corenac qualquer inconformidadeem algum cliente específico.

O módulo Corenac interage com os módulos Con­form e Plugins, para obter informações acerca do estadode conformidade dos dispositivos da rede e para reposi­cionar essas máquinas nos segmentos de rede mais ade­quados, através da aplicação dinâmica de VLANs (modoOut­of­Band), ou para isolá­las através da aplicação deregras de firewall (modo In­Band).

PROCESSODE ADMISSÃONo caso das estações de trabalho e notebooks utili­

zados por funcionários, o processo de admissão deusuários na rede com o Carcará é feito utilizando auten­ticação com 802.1x, e o posicionamento ou isolamentodos dispositivos na rede é feito através de VLANs.

Dispositivos de redes, como impressoras e telefonesIP, não se autenticam na rede. Para esses casos, o Car­cará utiliza no processo de admissão, um recurso pre­sente nos modelos de switches atuais: o MAB (MACAuthentication Bypass). Para os dispositivos móveis defuncionários, que acessam a rede através de segmen­tos wireless, o processo de admissão é praticamente omesmo do processo seguido pelas estações e notebo­oks ligados à rede cabeada. No entanto, o controle deisolamento é realizado através da aplicação de regrasde firewall.

Por último, existe o processo de admissão para visi­tantes, que também acessam a rede através de segmen­tos wireless. Nesse caso, o controle de isolamento demáquinas inconformes também é realizado através daaplicação de regras de firewall. Adicionalmente, utiliza­seum Captive Portal a fim de realizar o cadastramentotemporário de usuários.

AGREGANDO INFORMA-ÇÕES DE CONTEXTOFoi definido um conjunto de parâmetros que, uma

vez fornecidos pelo sistema operacional, permitissem co­nhecer o seu estado e o estado do hardware do disposi­tivo durante uma tentativa de ataque a esse cliente.

Esse conjunto de métricas proposto conta com infor­mações, como o uso percentual da CPU; a quantidade

de memória RAM utilizada; a quantidade de processosem execução; além de outras.

Para realizar uma prova de conceitos dessas métricas,foi desenvolvido um software para smartphones comsistema operacional Android, responsável pela coletados contextos nessa plataforma.

Uma vez coletadas as informações de contexto, essesoftware agente as envia para um servidor de monitora­mento e segurança. Esse servidor, por sua vez, analisa oseventos através de uma heurística própria, e envia umcomando para o Carcará, para que o mesmo possa ado­tar ações de acordo com a mudança de contexto identi­ficada pela aplicação (Figura 3).

TESTES ERESULTADOSForam realizados com sucesso, em laboratório, al­

guns testes de exploração prática dos principais concei­tos envolvidos na solução proposta, com o objetivo dedemonstrar a aplicabilidade da solução em um ambi­ente real.

No teste de admissão de estações de usuários, oobjetivo foi examinar o controle de VLANs através daimplementação do módulo Plugin do Carcará. Já o tes­te do agente para smartphones consistiu em simularuma infecção por malware a fim de observar o com­portamento das métricas previamente apontadas, in­vestigando os efeitos do ataque na mudança decontexto do dispositivo.

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TEMATEC

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Embora não esteja ainda totalmente implementada, de acordo com os testes e resulta­dos mostrados anteriormente, a solução proposta mostra­se bastante viável, e pode­seconstituir em uma boa alternativa a ser adotada no ambiente do Serpro, que vem enfren­tando dificuldades para encontrar no mercado uma solução que atenda plenamente aos re­quisitos e particularidades de sua rede.

Além disso, devido às suas funcionalidades de ciência de contexto, ainda pouco explora­das em ferramentas de segurança equivalentes, a adoção do Carcará tornaria a rede do Ser­pro adequada para receber o novo cenário de computação – complexo, heterogêneo eonipresente – que se aproxima, sem comprometer a segurança de seu ambiente.

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CLÁUDIO PEREIRA DA SILVAGraduado em Física pela UFRPE (2000) e Engenharia Eletrô­nica pela UPE (2005). Pós­graduado em Criptografia e Segu­rança em Redes pela UFF (2008). Mestre em Computaçãopelo CIN – UFPE (2010). Analista de Redes do Serpro. Atu­almente, lidera o Setor Operacional de Infraestrutura emRecife. Instrutor Oficial Cisco, professor de graduação epós­graduação em diversas faculdades. Possui as certifica­ções RHCSA, CCNA, CCAI, CCSP e CCIE Written.

PEDRO FRANÇA LIMA NETOGraduado em Engenharia da Computação pela UPE (2005) ePós­graduado em Criptografia e Segurança em Redes pelaUFF (2008). Analista de Redes do Serpro. Liderou a Divisão deSegurança em Infraestrutura de TIC em Recife e atualmenteintegra a equipe de segurança em Recife. Especialista em Se­gurança da Informação e Redes Móveis, professor de gradua­ção e pós­graduação em diversas faculdades e incentivadordo Software Livre. Possui as certificações RHCSA e MCSO.

Graduado em Ciência da Computação pela UFPE (2004) ePós­graduado em Criptografia e Segurança em Redes pelaUFF (2008). Mestre em Tecnologias da Geoinformação pelaUFPE (2010). Analista de Redes do Serpro. Atualmente, li­dera a Divisão de Especialização em Linux e Virtualização.Experiência em ambientes Unix/Linux e professor das disci­plinas de Sistemas Operacionais e Arquitetura de Computa­dores em faculdades do Recife. Possui as certificações ITILFoundation v3, RHCE, LPI­I, LPI­II e LPI­III.

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INTRODUÇÃOA crescente preocupação da sociedade com ques­

tões ambientais levou ao desenvolvimento do termo`sustentabilidade`, que é um conceito relacionado a nãoagressão do meio ambiente e ao uso racional dos recur­sos naturais do planeta. Seguindo nesse sentido, a TIVerde preza pela sustentabilidade tecnológica, ou seja, abusca pelo aperfeiçoamento contínuo do uso de equi­pamentos e demais recursos tecnológicos. Além das im­portantes questões ambientais, o presente estudo visaevidenciar que a adoção de práticas verdes pode contri­buir para redução de gastos e melhoria da imagem cor­porativa perante o mercado.

TI VERDE – UM ESTUDO

APLICÁVEL ÀS EMPRESAS DE

DESENVOLVIMENTO DE

SOFTWARE

MAI/JUN 2012| | 5

PRINCIPAIS ÁREAS DATI VERDEA TI Verde pode ser subdividida em três grandes áre­

as correlacionadas:

Economia de Energia ElétricaCorresponde ao uso racional de energia elétrica para

utilização e resfriamento de equipamentos eletrônicos.Essa área é o passo inicial para disseminar a cultura sus­tentável em uma organização.

Reciclagem de Resíduos EletrônicosOs diversos materiais que compõem computadores,

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6| | MAI/JUN 2012

TEMATEC

notebooks, entre outros, como cobre e chumbo, porexemplo, podem ser separados e reaproveitados. Em­presas dedicadas exclusivamente à essa atividade têmse popularizado no país nos últimos anos.

Cadeia Produtiva SustentávelÉ o terceiro nível que é diretamente relacionado à

área anterior. Com o reaproveitamento de materiais, amatéria­prima que antes seria extraída da natureza pas­sa a reabastecer o processo de produção. Este ciclo po­de ser visualizado na figura 1, a seguir.

APLICAÇÃO EM EMPRESASDE DESENVOLVIMENTO DESOFTWAREEmpresas de Desenvolvimento de Software são ge­

ralmente compostas de diversos equipamentos tecnoló­gicos, como servidores, computadores, notebooks,entre outros, que provém todo o ambiente necessáriopara o desenvolvimento de soluções de software.

Para manter estes equipamentos em pleno funcio­namento e, muitas vezes, por tempo ininterrupto, é pre­ciso que haja uma grande disponibilidade de energiaelétrica. Além deste fato, é proporcionalmente necessá­rio que sejam empregados meios para resfriar o ambi­ente em que estes equipamentos estejam em operação.

Com base no cenário descrito anteriormente e visan­do delimitar o escopo do estudo, serão abordados osprincipais fatores que incidem sobre a economia deenergia elétrica em empresas de desenvolvimento desoftware. Mesmo que algumas práticas sejam consensoquando se fala em economia de energia é preciso quesejam reforçadas algumas recomendações, conformetabela 1 abaixo.

CASO PRÁTICONo caso prático, foi analisado o computador do ti­

po desktop de um profissional da área de desenvolvi­mento de software durante os meses de julho aoutubro de 2011. Para realizar a coleta das informa­ções do tempo de uso deste computador, foi utilizadoum simples serviço que registrava a data e hora emque o computador era ligado e desligado. As caracte­rísticas do hardware do computador são: processadorPentium 4 HT 3ghz, 1 GB RAM DDR­2 533mhz, HD160 GB SATA II e monitor CRT 19’’.

O computador tem uma fonte de 350 W, porém es­

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MAI/JUN 2012| | 7

te valor equivale à potência máxima que a fonte podeprover aos componentes do computador. Como ocomputador, geralmente, não utiliza sua capacidademáxima por longos períodos, foi considerada uma po­tência real de 250 W. Com o monitor CRT, cuja potênciaé de 100 W, considerou­se como a potência média detodo o equipamento como 350 W.

Para fins de comparação, foi feita a coleta de infor­mações para mensurar quanto seria o consumo doequipamento se apenas o monitor CRT fosse substi­tuído por um LCD do mesmo tamanho, cuja potênciaé de aproximadamente 30 W. Utilizando como base adefinição do parágrafo anterior, substituindo o valordo monitor utilizado pelo de LCD, teremos a potênciatotal de 280 W. Para complementar a comparação,avaliou­se a potência aproximada de um notebook,utilizado por analistas de negócio na empresa analisa­da. Um notebook de configurações semelhantes aodesktop descrito anteriormente, possui a potência to­tal de aproximadamente 70 W.

De posse das informações anteriores, resta de­monstrar o custo do KW/h cobrado na região da em­presa analisada. De acordo com dados de 2011 daCEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), o cus­to do KW/h na cidade de Porto Alegre, é de R$ 0,31.Com os dados coletados pelo serviço instalado nocomputador durante quatro meses, foi possível obser­var que este ficou ligado durante 1165,37 horas. Nafigura 2 e na tabela 2, podem ser visualizados os va­lores calculados nos três cenários citados:

No gráfico exibido na figura 2, é possível concluirque a utilização de um desktop com monitor CRT é aopção mais cara no quesito custo de operação, che­gando a custar R$ 126,44 apenas para manter o equi­pamento ligado nestes quatro meses. Apenas com asubstituição do tipo de monitor, trocando­o por umLCD, este valor foi reduzido para R$ 101,15 no mesmoperíodo, ou seja, uma diferença de cerca de 20%. Noentanto, em termos de menor custo de operação a uti­lização do notebook é indiscutível. Enquanto as duasopções anteriores são superiores a cem reais, o uso deum notebook é de apenas R$ 25,29, um valor 81%mais barato se comparado ao custo de um desktopcom CRT e 77% mais barato quando comparado aocusto de um desktop com monitor LCD.

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A sustentabilidade tem se tornado uma preocupação constante da sociedade. Apreservação e a utilização consciente dos recursos naturais do planeta têm se mostradoum cuidado que além de trazer vantagens ecológicas, também contribui para reduçãode despesas com energia elétrica em residências e também nas empresas.

Com as Empresas de Desenvolvimento de Software esta realidade não poderia serdiferente. Devido aos diversos equipamentos ligados, simultaneamente, a porta de en­trada para práticas de TI Verde, nesses tipos de organizações, é a economia de energiaelétrica. Devido a sua simplicidade, essa prática permite avaliação do retorno do investi­mento em equipamentos mais econômicos sem grandes esforços.

A TI Verde é um vasto campo de estudos que abrange ainda, o uso de virtualização,green datacenters, reciclagem de componentes eletrônicos, entre outros, possibilitandonovas pesquisas na área.

GIORDANI DA SILVARAMOSBacharelando em Siste­mas de Informação pelaFaculdade Dom Bosco dePorto Alegre/RS. Técnicoem Informática. Atua co­mo Analista/Desenvolve­dor de sistemas voltadospara a área de GestãoHospitalar na empresa Sa­lux Informatização emSaúde. Dedica­se a pes­quisas relacionadas a me­lhores práticas noprocesso de desenvolvi­mento de software, segu­rança da informação e arelação da TI com demaisáreas de conhecimento.

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MMEEMMÓÓRRIIAA

* por Victor Freire

AURORA DO

P resentes na vida de todos os brasileiros, aurna eletrônica revolucionou a formacomo o povo brasileiro relaciona­se coma tecnologia e com o processo democrá­

tico. A inovação possibilitou uma maior agilidade novoto dos mais de 137 milhões de eleitores existen­tes hoje, segundo dados da Justiça Eleitoral. E oSerpro teve uma participação especial nesta história.

Começamos voltando à relativamente distantedécada de 1980 e à regional Curitiba, onde a ideiade uma “máquina de votar” foi concebida. Quemajuda a contar essa história é Ricardo Telemberg,analista de atendimento do Serpro: “após as elei­ções de 1982, vislumbrávamos várias possibilida­des de modernização da tabulação dos votos,promovendo agilidade, segurança e transparên­cia”, pontua.

Na época, a totalização dos votos por meioeletrônico já era uma realidade, embora restrita erelativamente primitiva. O primeiro programa detotalização de votos foi feito por meio de umaparceria do Serpro com Tribunais Regionais Eleito­rais (TRE) de alguns Estados brasileiros, notada­mente o TRE do Rio de Janeiro e de Santa Catarina.A parceria com este último seria crucial para o de­senvolvimento da urna eletrônica.

Foi neste Estado que ocorreram dois eventosimportantes: o recadastramento de eleitores reali­zado em 1986 em parceria com o Tribunal SuperiorEleitoral (TSE) e a utilização de 400 computadorestipo PC­XT, com dados concentrados em um único386, nas eleições presidenciais de 1989 em Floria­nópolis. Eram equipamentos de ponta, segundoJosé Gilberto Tissei, então empregado do Serpro e

Há 30 anos, nasciam as primeiras ideias que transformariam o sonho da“máquina de votar” em realidade com a chegada da urna eletrônica. Partedessa história começou no Serpro, que colaborou no desenvolvimento datecnologia das primeiras votações eletrônicas

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VOTO DIGITAL

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um dos responsáveis pela concepção do sistema detotalização. “Os computadores chegavam a ter nomáximo 10 megabytes de disco rígido e 500 kby­tes de memória”.

Em 1990, a proposta do TRE­SC a respeito dapossibilidade do uso de computadores para umplebiscito chegou ao Serpro. Era uma realidadenova em relação às eleições anteriores, mas o de­safio foi aceito, como conta Telemberg. “As dis­cussões e ideias evoluí­ram até chegarmos emuma solução inovadora,que já vínhamos so­nhando mais intensa­mente e começamos atornar realidade”.

O município de Urus­sanga iria ser consultadoa respeito da separaçãodo então distrito de Co­cal do Sul, em 1991, e atecnologia de voto ele­trônico teria então seuprimeiro grande teste.Para tanto, foram adap­tados computadores comuns, mas com uma pro­teção colocada sobre o teclado, contendo asopções de voto e as teclas “confirma” e “corrige”.A adaptação dos teclados foi feita pelo Centro deReferência em Tecnologias Inovadoras da Universi­dade Federal de Santa Catarina.

A votação foi um sucesso, e os quase 5 mileleitores interessados puderam votar sem proble­mas (o resultado, por sinal, foi a favor do des­membramento de Cocal do Sul). Daí em diante,outros plebiscitos foram realizados pelo TRE usan­

do a tecnologia, segundo Carlos Rogério Camargo,analista de Tecnologia da Informação do tribu­nal.“Fizemos mais de 80 plebiscitos em todo oBrasil utilizando este equipamento e a nossa expe­riência”, conta.

Deste grupo de trabalho, participaram diversasempresas e centros de pesquisa brasileiros, e re­sultaram na moderna urna eletrônica. Carlos Ca­margo relembra alguns parceiros importantes:

“estiveram presentes oCentro Técnico da Ae­ronáutica (CTA), Institu­to Militar de Engenharia(IME) e o Centro dePesquisa e Desenvolvi­mento da Telebrás, en­tre outras instituiçõespúblicas e privadas”.

Mesmo depois detantas etapas, o pro­cesso de evolução daurna não para: de acor­do com Giuseppe Jani­no, secretário de Tecno­logia da Informação do

TSE, estão previstos para ser incorporados sistemasde identificação biométrica do eleitor e o uso decertificados digitais para maior segurança contrafraudes. “A própria urna será capaz de reconhecero eleitor através de sua digital”, diz.

Segundo Giuseppe, outro motivo para come­moração é o significativo interesse pela urna emoutros países. “Mais de 50 nações já buscaram in­formações sobre nosso sistema e alguns já estabe­leceram cooperação conosco”, entre eles Argenti­na, Paraguai, Equador, México e Haiti.

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Em 1990, a proposta do TRE­SCa respeito da possibilidade douso de computadores para umplebiscito chegou ao Serpro

Urna eletrônica: Serproparticipou da concepçãodas primeiras unidades

Mais de 50 naçõesjá buscaram informações

sobre nosso sistema ealguns já estabeleceramcooperação conosco

GIUSEPPE JANINO

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PÁGINAS VERDES

Apenas um sopro para iniciar um sistemaoperacional, um avatar que fala a Lin­guagem Brasileira de Sinais (Libras), aleitura do conteúdo na tela do com­putador ativada com um toque. Essas

invenções geniais já estãomuito próximas de se torna­rem realidade no Brasil. Emfase de testes, brevementeserão incluídas no mercadode tecnologia assistiva (TA),um conceito abrangente, queenvolve produtos, estratégiase metodologias ligadas à au­tonomia das pessoas comdeficiência e que servem paramelhorar a qualidade de vida.

O Brasil, com seu grandepotencial tecnológico, já de­senvolve TA, mas muitosprojetos de pesquisas anda­vam isolados. Para aglutinaressas iniciativas, o Ministérioda Ciência, Tecnologia e Ino­vação criou o Centro Nacio­nal de Referência emTecnologia Assistiva (CNRTA),vinculado a outro centro, ode Tecnologia da Informação Renato Archer (CenPRA),e que nasce contando com a infraestrutura já existentenas unidades de pesquisa do ministério.

* por Concita Varella

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Fabiana Bonilha, uma das pesquisadoras respon­sáveis pela implantação do CNRTA, explica que oCentro vai democratizar o acesso à tecnologia assis­tiva, pois formará uma rede de pesquisa entre outrasinstituições e universidades ligadas ao estudo e de­

senvolvimento de TA.“Quanto mais a gente con­seguir fortalecer essa rede,mais os produtos estarãoacessíveis ao público”,constata. Além de pesqui­sadora, Fabiana é usuária deprodutos assistivos. Ela temdeficiência visual e emprestasua percepção como refe­rência para os pesquisado­res, na adaptação dosprodutos à realidade.

Horizonte promissor“O senso de urgência é

grande, não podemos es­perar a maturação de umnovo projeto, por isso amobilização dessa rede”,justifica Victor Mammana,diretor do CenPRA. Segun­do ele, estão sendo criados

vinte núcleos de pesquisa, com possibilidade deexpansão. Mammana considera que, mesmo comos riscos do processo de desenvolvimento tecno­

EM PÉ DE IGUALDADEO governo investe em produtos assistivospara que pessoas com deficiência edelimitadas pelo envelhecimento –quase 24% da população ‐ tenhammais autonomia, segurança e inde‐pendência motora.

Cidadão com rendaaté 10 salários

mínimos pode obterlinha de crédito do

Banco do Brasil paracompra de produtos

assistivos. O valorfinanciado vai de R$

30 a 70 mil com jurosde 0,64% ao mês.

Novas linhas decrédito estão

previstas parauniversidades, centros

de tecnologia eempresas com açõese pesquisas no setor.

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O LianeTTS é umexemplo de tecno‐logia assistiva. De‐senvolvido emparceria entre oSerpro e a Univer‐sidade Federal do

Rio de Janeiro (UFRJ), é um sintetizador de voz para leitu‐ra de tela de computadores. Está disponível para downlo‐ad no portal do Serpro (www.serpro.gov.br).O programa transforma texto em áudio, permitindo quepessoas cegas ou com baixa visão tenham acesso ao con‐teúdo exibido na tela do computador. Disponível inicial‐mente para os sistemas operacionais Linux e Windows, atecnologia começa a funcionar assim que o usuário faz ologin na máquina.

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Aparelhos eletrônicos

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) opera R$ 150milhões dentro do programa. Segundo a chefe do Departa‐mento de Tecnologias Sociais, Patrícia Retz, cerca de R$ 20milhões não reembolsáveis serão destinados ao financia‐mento imediato de projetos cooperativos entre instituiçõescientíficas tecnológicas (ICT) e empresas brasileiras para odesenvolvimento e inovação de produtos assistivos.A Finep concluirá a chamada pública em julho de 2012. Naprimeira fase, 182 empresas brasileiras apresentaram pro‐postas para fabricação de produtos assistivos. Para a segundafase, a Finep selecionou outras 56. Nesta etapa, as propostassão apresentadas por algum ICT em parceria com a indústria,que desenvolverá o novo produto no prazo máximo de doisanos. A formação da rede de pesquisa já começou.Os projetos apoiados são os que atendem às demandas pre‐ferenciais do governo ou cujos produtos sejam de relevância

Incentivo à indústria nacional

A voz em português brasileiro é o diferencial em relaçãoa outros sintetizadores. Mas é possível baixar a basede fonemas de outros idiomas e inserir no programa,que pode passar por outras customizações. O manualtambém está disponível para download e, ainda, no CDde instalação.Ampla utilidadeO público que mais utiliza os sistemas de texto‐para‐fala,como o LianeTTS, é formado por pessoas com deficiênciavisual. No entanto, esse tipo de programa é comumenteusado por pessoas com dislexia e outras dificuldades deleitura, ou com deficiência severa de fala, bem como porcrianças pré‐alfabetizadas. Além de ser uma ferramentade tecnologia assistiva, sintetizadores de voz podem terainda aplicações pedagógicas e de entretenimento.

para a pessoa com deficiência. Também serão financiadosprojetos que resultem em efetiva redução de custos de fa‐bricação e na nacionalização dos produtos para atendimen‐to ao mercado interno, com custos menores de aquisição eo domínio da engenharia no país. Também devem se enqua‐drar nas linhas temáticas definidas na seleção pública, queincluem produtos para deficiência física, auditiva, visual, enecessidades múltiplas. A seleção prevê, por exemplo, odesenvolvimento de equipamentos esportivos assistivos paraos Jogos Paralímpicos Rio 2016.Financiamento para o cidadãoAtualmente, para o cidadão com renda até 10 salários míni‐mos, há possibilidade de obter linha de crédito do Banco doBrasil para compra de produtos assistivos. O valor financia‐do vai de R$ 30 a 70 mil com juros de 0,64% ao mês.

lógico, o trabalho em conjunto, com uma eficienteprospecção, pode acelerar o processo de criação denovos produtos. Esse futuro não é tão distante as­sim. Atualmente, o centro de tecnologia assistivatesta nove produtos de grande porte.

Entre os exemplos de TA já em experimentação nomundo estão: interfaces para uso de computadorespor pessoas com deficiências motoras, tecnologiasem três dimensões para planejamento de cirurgias e

de próteses, e, ainda, sistemas de visão computacio­nal para auxiliar a leitura de pessoas com deficiência.

“Imagine um software que poderá ler o que tem escritoem uma folha de papel ou uma bengala que dê uma noçãoespacial?”, projeta Fabiana Bonilha. Para ela, todas as con­quistas do presente são importantes, mas o fundamental épensar no horizonte promissor que todas essas invençõescriam, pois aproveitam todo o potencial tecnológico paraaprimorareavançarnoconhecimentodestaárea.

Vestuário especial

Próteses

Objetos adaptados

Page 38: Revista Tema

ARTIGO

Em um país de grandes dimensões como oBrasil e carente de informações adequa­das para a tomada de decisões sobreproblemas urbanos, rurais e ambientais, ogeoprocessamento apresenta um enorme

potencial. Principalmente se baseado em tecnologiasde custo relativamente baixo, em que o conheci­mento seja adquirido localmente. As técnicas de ge­oprocessamento podem ser um novo canal decomunicação entre governo e sociedade, possibili­tando maior conhecimento acerca dos problemasque afligem a população e proporcionando melhoraplicação dos recursos governamentais.

O objetivo do projeto Fale é facilitar e ampliar odiálogo entre a sociedade e o governo, utilizando re­cursos de geoprocessamento em conjunto com con­ceitos de datawarehouse, Business Process Model eprocessos do ITIL. Assim, permite a comunicação di­reta da população junto aos governos federais, esta­duais e municipais. O projeto Fale apresenta umconjunto de módulos: relato; filtragem e aferimentode veracidade de incidentes; gestão de problemas;classificação de problemas por região; e apresentaçãode informações geográficas.

* por Francisco Nauber Bernardo Gois

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O Módulo de Incidentes permitirá que a popula­ção comunique os problemas da sua cidade direta­mente no Fale, dessa forma gera­se um incidente.Este será processado por um módulo que classificaráa veracidade do relato, de acordo com critérios espe­cificados, utilizando o conjunto de evidências anexa­das ao incidente. Após a verificação de veracidade, oincidente será encaminhado ao órgão responsável,que dará o tratamento adequado comunicando asolução aplicada na ferramenta. O Módulo de Apre­sentação de Relatórios utilizará o padrão KML paraapresentação dos dados geográficos e permitirá aexecução de operações de Olap, capacidade paramanipular e analisar um grande volume de dados sobmúltiplas perspectivas. A solução deve ser desenvol­vida utilizando o Framework Demoiselle e aderente aespecificação Java EE.

Na proposta do trabalho, o Serpro deverá atuar co­mo gestor e mantenedor da solução, disponibilizandopara a população o sistema de inclusão e acompanha­mento de relatos e o serviço de consulta aos dados ge­ográficos, por meio de um datawarehouse que pode serutilizado pelos órgãos da administração pública. O pro­jeto Fale apresenta­se como uma oportunidade de

OobjetivodoprojetoFaleé facilitar eampliar

odiálogoentreasociedadeeogoverno,utilizando recursosde

geoprocessamento emconjuntocomconceitos

de datawarehouse,BusinessProcessModel

e processos do ITIL

FALE: FACILITANDO E AMPLIANDO

O DIÁLOGO ENTRE A SOCIEDADE E

O GOVERNO FEDERAL

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Mestre pela Universidade de Fortaleza, possui Es‐pecialização em Desenvolvimento Web pela Universidade Federal do Ce‐ará. Certificado em Testes de Software pela ALATS. Possui certificaçãoSCJP. Atualmente, é analista de desenvolvimento do Serpro e professordo curso de graduação da Faculdade Lourenço Filho.

Francisco Nauber Bernardo Gois

negócio para o Serpro, oferecendo um novo serviçopara a sociedade e criando um barramento de infor­mações que pode ser utilizado por um conjunto deoutros sistemas. Órgãos e departamentos, comoPolícia Federal, Ministério do Planejamento, gover­nos estaduais e prefeituras, podem utilizar as infor­mações disponibilizadas pelo Fale para aplicação emoutros sistemas.

Um sistema de segurança pública poderá obterestatísticas como, incidência de denúncias versus di­minuição dos crimes praticados. Um sistema poderárelacionar a diminuição de problemas de infraestru­tura das estradas com o aumento da aplicação derecursos ou a redução do número de reclamações. Aprevidência pública (INSS) poderá monitorar o anda­mento de seus serviços por estado e por cidade emtodo o país. As agências controladoras poderão re­ceber reclamações e sugestões, aplicando seus es­forços nos locais onde a prestação de serviço dasconcessionárias for mais deficiente.

O sistema poderá ser adaptado para receberquaisquer informações fornecidas pelos órgãos dogoverno por meio de webservices de inserção (Figura1). Informações como, rendimento de aplicações de

títulos do tesouro por cidade, aplicação de recursosfederais, número de cadastros no Bolsa Escola e ou­tras poderão ser disponibilizadas pelo Fale. Dessaforma, cria­se um amplo barramento de informaçõesgeográficas para aplicação com os mais diversospropósitos. Além disso, o Serpro poderá fornecer oseu próprio serviço de GeoCoding para os demais ór­gãos do governo.

A arquitetura física da solução pode ser divididaem duas partes: uma delas é responsável pela reali­zação e acompanhamento dos relatos; a outra é res­ponsável pela implementação do datawarehouse.Nessa arquitetura, o Serpro deverá implementar umambiente de contingência para os servidores web,servidores de mensagens e banco de dados.

Figura 1

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Page 40: Revista Tema

Dizem que, dentre os três poderes da re­

pública, o legislativo é o mais voltado

para o futuro. Isso porque a Câmara dos

Deputados e o Senado possuem, como

função principal, inovar a ordem jurídica. Nos próxi­

mos meses, as duas casas vão discutir temas impor­

tantes relacionados à tecnologia da informação.

Conheça os debates sobre assuntos como Marco

Civil na Internet, banda larga, software livre e regu­

larização da profissão de analista de sistemas.

Uma das questões que mais dividem os parla­

mentares é a da normatização do uso da internet. É

uma discussão intensa envolvendo valores como

democracia e responsabilização nas relações virtu­

ais. Entre as opiniões diversas, há aqueles que dizem

que a web se tornou uma “terra de ninguém”, já

que a legislação atual não se mostra suficiente para

a tipificação dos chamados “crimes cibernéticos”.

Outros alertam para o perigo do cerceamento da li­

berdade dos internautas e do fim do anonimato na

rede, que passaria a ser limitado em prol do interes­

se das grandes corporações.

Responsabilização x liberdadeO debate acima é representado por dois projetos

de lei: o Marco Civil da Internet (PL 2126/2011) e o

PL 8489, que ficou conhecido por “Lei Azeredo”.

Considerado pelo ex­ministro da justiça Luiz Paulo

Barreto a “constituição da internet”, o Marco Civil é

fruto de um processo de discussão de três anos, que

envolveu governo e diversos representantes da

sociedade civil. A ideia é a construção de um marco

regulatório que serviria como referência para as

condições de uso da Internet. Uma lei geral que

explicaria o papel do poder público, além de trazer

os direitos e deveres dos usuários, prestadores de

serviços e provedores de conexão. O projeto já se

encontra na Câmara e está sendo analisado por

uma comissão especialmente criada para estudar a

matéria. No dia 17 do mês de abril, aconteceu a

primeira de sete audiências públicas que serão rea­

lizadas em diversas capitais brasileiras. A previsão é

de que em junho, após o fim das discussões, o

Marco Civil possa ser finalmente votado e encami­

nhado ao senado.

DISCUSSÃO

32 MAI/JUN 2012

Conheça as discussões na Câmara e Senado que vão determinar as regras das Tecnologias da InformaçãoConheça as discussões na Câmara e Senado que vão determinar as regras das Tecnologias da Informação* por Alexei Kalupniek

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Senador Walter Pinheiro(acima): direitos dos

internautas, software livre e

formas diferentes para

regulamentação da profissão

de analista de sistemas.

DeputadoEduardoAzeredo(à direita): responsabilização

dos usuários da internet e

parcerias público­privadas para

a construção da banda larga

brasileira.

Page 41: Revista Tema

PLS Nº 607/2007• dispõe sobre a regulamentação do exercício da pro­

fissão de analista de sistemas

33MAI/JUN 2012

Porém, para o deputado Eduardo Azeredo

(PSDB/MG), presidente da Comissão de Ciência e

Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara,

o Marco Civil da Internet ficou restrito ao terreno

das boas intenções. “O projeto traz direitos e deve­

res de uma forma simples, com um tom, até, de

obviedade como quando propõe simplesmente que

a internet deve ser segura, livre, democrática”, afir­

ma. Segundo Azeredo o marco regulatório teria se

furtado a enfrentar pontos polêmicos, como o da

tipificação de crimes. Diante da suposta ausência de

regulação, o deputado defende a aprovação do PL

8489, que ficou conhecido como a "Lei Azeredo".

O deputado reconhece uma contribuição do Marco

Civil: estabelecer a guarda de logs, que permite sa­

ber em que hora o computador de cada internauta

foi ligado e desligado. Ideia, segundo ele, tirada de

seu próprio projeto de lei: “era um ponto que algu­

mas pessoas criticavam no PL 8499, mas que o go­

verno acabou assimilando e colocando no Marco

Civil. A diferença é só o prazo de guarda, que pas­

sou de três anos para um”, explica.

“Estamos participando de algo que é um marconão só em relação à internet no Brasil. Apósaprovação, teremos uma referência mundial”.

Sérgio Amadeu, convidado da comissão especialque analisa o Marco Civil da Internet

Conheça as discussões na Câmara e Senado que vão determinar as regras das Tecnologias da InformaçãoConheça as discussões na Câmara e Senado que vão determinar as regras das Tecnologias da Informação

PLS Nº 2126/2011• estabelece princípios, garantias e deveres para uso da

internet no Brasil (Marco Civil da Internet)

PLS Nº 8489/1999• dispõe sobre os crimes cometidos na área de

informática e suas penalidades

PLS Nº 7351/2010• institui o Índice Brasileiro de Inclusão Digital

PLS Nº 1592/2011• proíbe o uso de robôs, softwares e programas de

lances nos pregões eletrônicos

ALGUNS DOS PROJETOS DE LEI NA ÁREA DE TI

Total de projetosrelacionados à TIem análise noCongresso Nacionalaté o fechamentodesta matéria

PLS Nº 3199/2004• dispõe sobre o acesso pela rede mundial de

computadores aos dados do Sistema de Administração

Financeira do Governo Federal – SIAFI

Page 42: Revista Tema

Já o senador Walter Pinheiro (PT/BA), tem uma

opinião diferente. Membro da Comissão de Ciência,

Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática

do Senado, Pinheiro afirma que “não dá para trans­

formar o Marco Civil em um Código Penal”. A ideia

seria, primeiro, garantir os direitos dos usuários da

internet com a aprovação do Marco Civil e só depois

discutir questões específicas quanto a leis de res­

ponsabilização. “Não percebo esse suposto vácuo

jurídico, ou uma dificuldade de lidar com os crimes

cibernéticos. Esse tipo de ilícito está sendo comba­

tido pela interpretação, por analogia, da legislação

penal já existente”, considera.

Exageros restritivosO sociólogo Sérgio Amadeu, defensor do soft­

ware livre e da inclusão digital no Brasil, veio a Bra­

sília participar da primeira audiência pública do

Marco Civil, à convite da comissão especial da Câ­

mara. Amadeu, que tomou parte das discussões so­

bre direitos dos usuários, considera que o Marco

nasceu justamente da luta contra exageros restriti­

vos e propostas de bloqueio ao compartilhamento

na web. Para o sociólogo “estamos participando de

algo que é um marco não só em relação à internet

no Brasil. Após aprovação, talvez com algumas al­

terações, teremos uma referência mundial”.

Porém, Amadeu é contra a proposta de guarda

dos logs que, segundo ele, viola o direito ao anoni­

mato do cidadão. Esse é justamente um dos temas

para os quais sugere “algumas alterações”. Outra

questão é que a guarda traria dificuldades para o

funcionamento das tecnologias mesh, que são usa­

das na replicação de sinais das chamadas redes

abertas. Essas redes permitem, por exemplo, que

uma pessoa em Londres possa se conectar, via WiFi,

a uma rede pública. “É um inconveniente para o

avanço tecnológico, além de colocar em risco a pri­

vacidade e violar o princípio de que toda pessoa que

usa um IP é inocente até que se prove o contrário.

Para Azeredo é o contrário, todo mundo é culpado

até que se prove a inocência", polemiza o sociólogo.

Acarajé com açúcarMas nem só de Marco Civil vivem as comissões

de ciência e tecnologia do legislativo. O senador

Walter Pinheiro é autor do PL 2269, em tramitação

na Câmara, que incentiva a administração pública a

utilizar software livre. “Foi uma discussão que teve

início em 1999, quando eu ainda era deputado”,

relembra, “e fiquei convencido de que as soluções

livres promoveriam a indústria nacional de softwa­

re”. O senador explica que, nessa época, alguns

desenvolvedores mundiais migraram para as plata­

formas abertas e várias modificações passaram a ser

produzidas em solo brasileiro, o que criou uma in­

fraestrutura a ser aproveitada. “Aprendi, então, que

o software livre é igual uma receita de acarajé. Te­

mos os ingredientes listados mas, se alguém quiser

acrescentar açúcar, tudo bem. Fica ao gosto do fre­

guês”, explica o senador baiano. Pinheiro também

considera que a administração pública não precisa

ser obrigada comprar apenas soluções livres. “Há

espaço para tudo. Mas, como o governo continua a

ser o maior comprador, devemos apoiar os interes­

ses brasileiros”, defende.

Outros assuntos que devem gerar debates na

Câmara e Senado são a banda larga e a regulamen­

tação da profissão de analista de sistemas. O depu­

tado Eduardo Azeredo defende a utilização, para a

criação da infraestrutura de banda, do dinheiro do

FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Co­

municação). A verba costuma ser usada para finan­

ciamento da infraestrutura de telefonia celular em

localidades remotas. Já o senador Walter Pinheiro

considera que basta cobrar o que já ficou acordado

nos contratos já existentes. “A banda larga, para

mim, é algo já consolidado”, afirma. Quanto ao fu­

turo dos analistas de sistemas, ambos os parlamen­

tares são a favor da regulamentação. “Eu mesmo

sou formado em análise de sistemas”, informa Aze­

redo. Pinheiro, por sua vez, considera que a solução

talvez não passe pela criação de um conselho

profissional. “Precisamos, ainda, discutir o tema

buscando formas diferentes de regulamentação

profissional”, pondera.

34 MAI/JUN 2012

“Foi uma discussão

que teve início em

1999, quando eu

ainda era deputado,

e fiquei convencido

de que as soluções

livres promoveriam a

indústria nacional de

software”

Senador Walter Pinheiro,autor do PL 2269

PL Nº 2126/2011MARCO CIVIL DA INTERNET

Art. 3º ­ A disciplina do uso da Internet no Brasiltem os seguintes princípios:I ­ garantia da liberdade de expressão, comunicação e

manifestação de pensamento, nos termos da Constituição;

II ­ proteção da privacidade;

III ­ proteção aos dados pessoais, na forma da lei;

IV ­ preservação e garantia da neutralidade da rede,

conforme regulamentação;

V ­ preservação da estabilidade, segurança e

funcionalidade da rede, por meio de medidas técnicas

compatíveis com os padrões internacionais e pelo estímulo

ao uso de boas práticas;

VI ­ responsabilização dos agentes de acordo com suas

atividades, nos termos da lei; e

VII ­ preservação da natureza participativa da rede.

Page 43: Revista Tema

SERPRO MARCAPRESENÇA NARIO+20 COM DOISTELECENTROSO Serviço Federal de Processamento de Dados ­ Serproestará presente, de 15 a 23 de junho, na Cúpula dosPovos, uma das atividades da programação paralela daConferência das Nações Unidas sobre DesenvolvimentoSustentável ­ Rio+20.A empresa instalará dois telecentros: um no Aterro doFlamengo e outro na Biblioteca Parque de Manguinhos.O público terá livre acesso aos cerca de 40equipamentos distribuídos nos dois espaços e poderáconhecer os cursos oferecidos pela Escola Aberta deInclusão Digital da empresa (inclusao.serpro.gov.br).

USO DE COMPUTADORES DOBROUNOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS

MAI/JUN 2012 | | 35

CURTAS

Em um ranking de 87 nações, oBrasil ganha destaque noaperfeiçoamento dos mecanismosde transparência e controle dos

gastos públicos, segundo mediçãorealizada pelo International Budget

Partnership (IBP). O país ocupa o 9º lugarem transparência fiscal, segundo o Índice

de Transparência de Orçamento Aberto,criado pelo IBP. O Índice mede o grau de

acesso que cada governo oferece ao público por meio da disponibilização deinformações completas contidas em oito documentos orçamentários chave.Soluções como o Portal da Transparência, o Pregão Eletrônico, carro­chefe doportal ComprasNet, o Siafi e a Lei de Acesso à Informação são alguns exemplos doesforço do governo federal para disponibilização de dados para a sociedade.

BRASIL É O 9º PAÍS NOMUNDO EM

TRANSPARÊNCIAFISCAL

Pesquisa divulgada pela Febraban, em abril, aponta que o setor bancário brasileiroinvestiu R$ 18 bilhões em Tecnologia da Informação em 2011. O investimento foimaior em hardware: R$ 4,5 bilhões, seguido de software de terceiros (R$ 3,6bilhões), telecomunicações (R$ 3,7 bilhões) e software “in house” (R$ 1,8 bilhão).O estudo mostra que a terceirização de desenvolvimento de software foi o tipode investimento que mais cresceu nos últimos dois anos.A pesquisa estima que os bancos brasileiros devem aumentar esse nível deinvestimento em 42% até 2015, o que vai representar 2,5 vezes a média globalno período, que será de 18%.

BANCOS BRASILEIROS INVESTEMR$ 18 BILHÕES NA ÁREA DE TI

Pesquisa do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola deAdministração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV),aponta que no Brasil há 99 milhões de computadores em uso, o querepresenta cerca de um equipamento para cada dois habitantes. Somadas asmáquinas usadas nos ambientes corporativo e doméstico, o total decomputadores em uso no país dobrou nos últimos quatro anos.Até o final de 2012, devem ser vendidos mais 17,9 milhões de unidades. A pesquisaestima que, em seis anos, o Brasil passará a ter um computador por habitante.

Page 44: Revista Tema

VIDEOGAMES E SAÚDE

“Sai desse videogamemenino, vai terminar fi­cando doente”. Houveum tempo, lá pelos idosdos anos 1990, que esse

eraodiscursoprediletodepais emãesaflitos como interessedemasiado dos filhos por jogos eletrônicos. Não demoroumuito, a criançada cresceu, incorporou a tecnologia em suasvidas e os games encontraram outras ocupações além dadiversão: transformaram­se em valiosa ferramenta de pro­moçãodasaúdee recuperaçãodedoenças.

De estimulação cognitiva, a exercício físico, passando porcontrole de dietas para diabéticos ou obesos, os jogos ele­trônicos mostram­se produtivos também para adultos eidosos, para trabalhar aspectos sociais, físicos e mentais, in­clusive como terapia. Pelo menos é a justificativa para os mi­lhões de dólares e incontáveis horas de pesquisa emuniversidades e empresas de desenvolvimento de software ehardware. “Cada vez mais a tecnologia aliada à diversãocontribui para oferecer novas intervenções nos cuidados dasaúde, por meio de jogos digitais que já estão no mercadoou outros criados especialmente para isso" atesta BenSawyer, um dos fundadores da Digitalmill, empresa norte­americana especializada na criação de games para uso cien­tíficoedecuidadosdasaúde.

Para Sawyer, este é um campo emergente que deve ga­rantir o futuro dos games. “O estudo científico de jogos ele­

* por Aldo Maranhão

36 | MAI/JUN 2012|

trônicos bem como a pesquisa acadêmica a eles relacionadavão nos dar uma profunda compreensão dos videogames.Interagir com pesquisadores e instituições ao redor do mun­do que tenham também esses objetivos é uma meta da Di­gitallmill” completa.

Outro que aderiu a essa linha foi o editor­chefe do jor­nal Games for Health (Jogos para a Saúde), Bill Ferguson.Segundo ele, “a amplitude crescente e profundidade dapesquisa de jogos para saúde terão impactos fortes emtodas as fases da vida, desde o uso para crianças com au­tismo até em pacientes geriátricos que querem prolongar asua vida ativa”, afirma.

O uso de videogame como ferramenta auxiliar no pro­cesso de cura e recuperação não se resume aos EstadosUnidos. Existem experiências exitosas na Austrália, Singapurae no Brasil, onde a terapeuta ocupacional Alessandra Morei­ra, da Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, emNatal (RN), utiliza o Nintendo Wii como instrumento auxiliarpara reabilitação. “O tratamento consiste em deixar a criançajogar. Parece simples, mas o videogame proporciona muitomais do que diversão para quem está em tratamento e, aquina Casa, o maior objetivo é proporcionar aos pacientes in­dependênciaeautonomiacomqualidadedevida”diz.

Alessandra cuida de crianças que sofreram ruptura emsua rotina: “muitas vezes, ela deixa de ser uma criança ativa etorna­se apática, dependente; nesses casos, o uso de video­game alia diversão ao processo de recuperação. A terapia,

VIDEOGAME É SAUDÁVELPraticar exercícios

físicos e atividadescognitivas faz muito

bem à saúde. Masdiferente do que se

poderia imaginar há15 anos, os jogos

eletrônicos tambémpossibilitam novas

formas de promoçãodo bem­estar,

inclusive terapias

Page 45: Revista Tema

37| |MAI/JUN 2012

Revolucionou ao trazer umcontrole que permite usar

movimentos corporais paracontrolar os jogos. Games

de exercícios físicos, dançae esportes foram

reinventados com a novaforma de brincar.

com o console Nintendo Wii, ajuda nesse objetivo porqueatua nas áreas física, cognitiva e social. É uma ferramenta dereabilitaçãovirtual", explicaa terapeuta.

O uso de videogames na recuperação de pacientes éuma realidade nos centros de reabilitação, como explica oterapeuta ocupacional Luiz Carlos Gondim: “utilizamos essatécnica para a recuperação de pacientes pois os aparelhosfuncionam com sensores de movimento, trabalhando seg­mentos específicos do corpo durante o tratamento. A sessãoconsiste em colocar o paciente para jogar a partida de de­terminado jogo, proporcionando um setting terapêutico di­ferenciado, fora dos padrões convencionais, que para algunssão monótonos e repetitivos. Dessa forma ele irá se superarpara conseguir melhores resultados nos jogos, o que con­duziráaumamelhor recuperação”.

Na School of Health Sciences (SHS) da Nanyang Politec­nic, em Singapura, os fisioterapeutas vêem no Wii uma po­derosa ferramenta de auxílio na recuperação de pacientes.“Usamos videogames juntamente com os métodos con­vencionais para o tratamento de pacientes com dificuldadesneurológicas, resultantes de AVC ou mal de Parkinson, e oresultado tem sido muito bom. Nem mesmo possíveis limi­tações como déficit de equilíbrio ou perda de funções dobraço atrapalham sua utilização”, explica o fisioterapeutachefe, JeanTan.

Além do Nitendo Wii, usa­se também o Xbox360 com atecnologia de detecção de movimentos denominada Kinect,que dispensa o uso de controles (joysticks). “Escolhemos ojogo e o jogador (player) de acordo com a patologia e a ne­cessidade do paciente. Uma vez que o tratamento pode seraplicado à qualquer pessoa, depende apenas que o profissi­onal esteja habilitado para o uso desse método. Cada etapaé analisada e avaliada para que alcance o resultado desejado.Nãoéapenas jogarpor jogar” complementaLuizGondim.

Vamos jogarOutro caso emblemático de uso dos jogos de computa­

dor diz respeito à promoção de hábitos de saúde e melhoriado estilo de vida de idosos. “Os videogames fornecem esti­mulação cognitiva, interação social, exercício e diversão, tor­nando as pessoas mais cheias de vida e mais independentes”relata o editor Bill Ferguson. "Os idosos muitas vezes têm deabandonar suas atividades ao longo da vida em troca de se­gurança e cuidado. Nessa situação, os videogames oferecemuma fuga da rotina e podem melhorar o bem­estar deles"completaFerguson.

O uso de videogames com fins terapêuticos ainda estáengatinhando no Brasil. Apesar disso, muitas instituições jáincorporam a diversão eletrônica em suas atividades. É o ca­so da clínica de reabilitação e qualidade de vida Bem Estar,em Natal (RN). “O uso do videogame hoje em dia não estámais vinculado ao que era remetido há alguns anos. Hoje,esta tecnologia é uma ferramenta importantíssima para tra­balhar aspectos sociais, físicos e mentais” explica o terapeutae sóciodaclínica, EmmanuelAraújo.

No Brasil, o mercado de games tem um valor estimado em 700 milhões de dólarese, de acordo com a desenvolvedora de jogos, Ubisoft, a expectativa é de que sechegue a 4,5 milhões de consoles no país, até o final de 2012. Entre os mais popu‐lares, estão o Playstation, Wii e o Xbox.Nesta acirrada concorrência, eles buscaram novas formas de interação, em subs‐tituição aos usuais joysticks, o que acabou por ampliar o uso dos jogos eletrônicosna vida das pessoas, como na promoção da saúde.

Para não ficar para trás, aSony criou o controle

PSMove para a terceirageração do seu console. É

semelhante ao daNintendo, permitindo o

mesmo tipo de interação.

Foi além do uso dosjoysticks e criou uma

tecnologia que substituiu ouso manual de um

dispositivo para a detecçãode movimentos. A inovaçãopermite que o player use o

corpo todo para jogar.

WII

PLAYSTATION

XBOX

O JOGO DA CONCORRÊNCIA

Page 46: Revista Tema

REDES SOCIAIS

38 MAI/JUN 2012

REDES SOCIAIS

REDE DEAFINIDADES

Nova tendência nas mídias sociaisé a segmentação. Gastronomia,literatura, cinema, negócios,música e fotografia ganharamredes exclusivas onde a união depessoas por interesses em comumconduz os relacionamentos.

Page 47: Revista Tema

Ela destaca que os usuários das redes de massa

e das segmentadas as utilizam com diferentes ob­

jetivos e cita, como exemplo, o Instagram, o apli­

cativo de compartilhamento de fotos desenvolvido

inicialmente para Iphone, que recentemente foi al­

vo de protestos quando passou a funcionar, tam­

bém em Android. “Redes sociais segmentadas têm

seu sucesso e função. Houve protesto quando o

Instagram foi aberto porque muita gente fez dali

uma espécie de reduto longe das grandes redes”,

explica. “É quase um comportamento geral. Todo

mundo quer a 'grande rede' para saber novidades,

brigas, fofocas e uma rede pequena pra desabafar

com amigos”, teoriza Rosana.

Entre as redes sociais segmentadas, Rosana

destaca o Beautiful People, voltada exclusivamente

para pessoas bonitas; o Grindr, direcionada ao pú­

blico GLS; e a Ravelry, destinada a um nicho bem

específico: quem faz tricô. Uma rede social seg­

mentada que ainda não foi criada e faria muito su­

cesso? Na opinião da blogueira, teriam muita

aderência as redes dos times de futebol. #ficadica

ALÉM DO CURTIR E COMPARTILHAR

Skoob - O nome significa “Books”, livro em inglês, ao

contrário. Com 3 anos e cerca de 420 mil participantes, a

rede brasileira permite organizar e classificar livros como

“Lido”, “Lendo”, “Vai ler”, “Relendo” e “Abandonou”.

• http://www.skoob.com.br

Filmow - Também com 3 anos e brasileira, a rede social

contém pouco mais de 100 mil participantes, que podem

marcar cada filme como “Quer ver”, “Não quero ver”, “Já

vi” – opção em que pode­se incluir o número de vezes que

já assistiu ou ainda marcar como favorito.

• http://www.filmow.com

Receitáculo - De acordo com as interações na rede, os

usuários atingem um nível hierárquico, representado por

mascotes, que vai de descascador de batata a officiel de

bouche. Existe há 4 anos.

• http://www.receitaculo.com/

Linkedin - Maior rede profissional do mundo. Fundada

em 2003, atualmente possui mais de 120 milhões de pro­

fissionais cadastrados, mais de 4 milhões só do Brasil.

• http://www.linkedin.com

Instagram - É um aplicativo de compartilhamento e tra­

tamento de fotos, onde é possível assinalar contatos e

personalizar perfis. Criado em 2010 para o sistema iOS do

iPhone, foi vendido para o Facebook por 1 bilhão de dóla­

res em abril deste ano, 5 dias após o lançamento do apli­

cativo no sistema Android.

* por Alexandre Paim

39MAI/JUN 2012

U m ambiente virtual em que pessoas

interessadas em literatura podem

avaliar e escrever resenhas sobre li­

vros para compartilhar com outros

usuários; outro ambiente similar, mas para os

amantes da sétima arte, programas de TV e curtas;

e uma rede profissional em que disponibilizar cur­

rículos e relacionar­se com possíveis parceiros de

negócios é o mote principal. Skoob, Filmow e

Linkedin (ver quadro ao lado) são respectivamente

exemplos de redes sociais segmentadas voltadas

para estes assuntos.

Um outro exemplo é o sítio Receitáculo, onde

pessoas que moram sozinhas procuram receitas

práticas com os ingredientes que têm em casa.

Quem explica a rede, que conta atualmente com

pouco mais de 18 mil receitas e quase 6 mil mem­

bros, é o curitibano Maicon Sanson, o criador. “No

início, queria fazer uma espécie de auxílio guerrilha

para aqueles que moram sozinhos e que não que­

rem sair de casa para comprar algo e preparar um

prato. A ideia foi amadurecendo e virou uma rede

social lançada no começo de 2008”, conta.

Maicon, que já teve dois sócios, é a equipe do

seu site, desde o atendimento comercial até o de­

senvolvimento da próxima versão. Trabalhando em

casa, ele afirma que “pode trabalhar em qualquer

lugar do mundo que tenha uma conexão de inter­

net decente”. O baixo custo operacional indica

grandes possibilidades de ganhos. No entanto, os

anunciantes ainda possuem uma certa resistência

devido às grandes redes sociais, como o Facebook.

De acordo com ele, “a questão da quantidade

ainda é a preferência nacional. Números grandes

enchem os olhos e engordam gráficos. Por isso,

ações que envolvem o maior número possível de

pessoas são mais procuradas. Mas isso está mu­

dando e muitas empresas já sentem a necessidade

de adicionar um filtro. Segmentação elimina ruído

e o conteúdo torna­se melhor, mais pertinente e

relevante. Por consequência, as ações são mais

eficientes”, contextualiza Maicon.

Rede social para quem faz tricôDona do blog “Querido Leitor”, do portal R7,

Rosana Herman é formada em física e é blogueira

há mais de 12 anos. “Especialista em generalida­

des”, como diz o lema do seu blog, Rosana é en­

tusiasta e está sempre na vanguarda das novas

tecnologias, sendo a primeira Rosana a ter conta

no Gmail ([email protected]).

Page 48: Revista Tema

ARTE DIGITAL

AO SOM DASIMAGENSCom músicas, fotografias e até pinturas os Vjs cada vezmais popularizam seu trabalho nas ruas. Combinandoprojeções e trilhas, eles ampliam os limites das artesgraças às novas tecnologias em festas

Fotos: von_boot

Page 49: Revista Tema

* por Fabrício Janssen

O s seres humanos gostam declassificar, conceituar e rotular,nomeando tudo o que se vêpela frente. É uma forma desimplificar a comunicação eampliar mais rapidamente os

conhecimentos. Com a arte não é diferente. As ar­tes, em ordem crescente da classificação datada de1923, são: música, dança, pintura, escultura, tea­tro, literatura e a sétima delas, o cinema. Depois, atecnologia evoluiu ainda mais depressa e abriu es­paço para novas manifestações, que, claro, logodemandaram novos nomes. Assim surgiram a fo­tografia, como oitava arte; a história em quadri­nhos, como nona; e os jogos de computadorrepresentando a décima arte.

Na década de 1970, surgiu a 11ª: a arte digital,que define­se somente como aquela produzida emambiente gráfico computacional. Os videojockeys,ou Vjs, são a principal expressão desta vertente ar­tística e existem há mais tempo do que o própriotermo arte digital. Os primeiros VJs começaram aapresentar seus trabalhos nos anos 1970, nos Es­tados Unidos. Aqui no Brasil, popularizaram­se du­rante a década de 1990 com a chegada do canalde televisão MTV, no qual VJ era apenas aqueleprofissional que apresentava videoclipes.

Porém, o trabalho movimentado pelos VJs vaialém disso, passando por grande parte das artesanteriores. Eles utilizam músicas, filmes, ima­gens, desenhos e até pinturas para realizarsuas performances. Em ação, eles não tocam,como um músico ou DJ. O termo mais corretopara seu trabalho é o Vjing, que é a manipu­lação ao vivo de imagens e sons combinados.O palco destes artistas é bem versátil. Estãonas casas noturnas, nos festivais de música,em exposições e até nas ruas, com projeçõesem muros, fachadas e edifícios. Basta umcomputador e muita criatividade para que elesmanifestem sua arte, ou melhor, suas artes.

Vjing com software livreUm destes artistas atende pelo pseudônimo

de VJ Pixel, que não confessa o nome verdadei­ro, mas conta que está trabalhando com arte di­gital há 10 anos, sendo que há 8, somente comsoftware livre. Aliás, ele é o primeiro VJ brasileiroa se apresentar utilizando somente programas decódigo aberto. “A minha primeira performancecom software livre foi em 2004, quando participei

do lançamento do Creative Commons no Brasil”,lembra o VJ. “Foi o primeiro show em que tocamosmúsicas e imagens livres. Foi quando eu decidi quedali em diante, só utilizaria programas livres nosmeus trabalhos”, conta.

LiVES: Produtor e Exibidor.O software que Pixel utiliza é o LiVES, que per­

mite edição não­linear de vídeos, em tempo real.“Foi o software que utilizei nesta primeira perfor­mance 'livre'. E depois, além de usá­lo, passei acolaborar no desenvolvimento”, afirma. “Assim,comecei também a interferir na evolução da ferra­menta. Não era nem colaborador ainda, mas pre­cisei de uma função e acionei os desenvolvedores.Apenas 4 horas depois, eu já tinha a função quenecessitava implementada. Sem dúvida, é uma dasvantagens do software livre, que não existe nouniverso do software proprietário”, avalia o VJ.

Pixel destaca que uma das principais caracterís­ticas do LiVES é a versatilidade. “Você conseguefazer tudo com ele. Com outras ferramentas pro­prietárias e até livres você precisa preparar seumaterial em um software e depois, para exibir, vo­cê precisa de outro. No LiVES, você produz o con­teúdo e reproduz na mesma ferramenta.”

41MAI/JUN 2012

Vj Xorume, desenvolvedordo Quase­Cinema, adotou

esse nome artístico parahomenagear o líquido

que sai do lixo

Foto: Arthur Cordeiro

Page 50: Revista Tema

Quase‐Cinema: supertocadorOutro software exclusivo foi desenvolvido pelo

artista plástico Alexandre Rangel. O Quase­Cinematambém faz manipulação de arquivos de vídeo emtempo real e tem seu código aberto. “Já desenvolvitrês versões do software. A mais nova é a FeijoadaRemix, que tem toda esta característica de colabo­ração, pois eu disponibilizei o código na internet jáno início do projeto”, detalha o artista, que assinaseus trabalhos como VJ Xorume. “O chorume éaquele líquido que sai do lixo. Escolhi esse nome,pois tem tudo a ver com meu trabalho, de fazeruma reciclagem de material digital que já havia si­do descartado”.

Segundo Xorume, sua ferramenta é um super­tocador de vídeo, multiplataforma e que vem sen­do utilizada por VJs de vários países. No sítiohttp://www.quasecinema.org/, é possível acompa­nhar o registro de algumas performances ao vivodo VJ brasiliense. “Não costumo disponibilizar oarquivo final da apresentação que crio, pois ele ésó um ponto de vista e acaba descontextualizado.

42 MAI/JUN 2012

O registro tem de ser do lugar recebendo a proje­ção, pois a minha arte está em diálogo com a ar­quitetura, com a luz, com pessoas”, explica.

Arte em 3DEste diálogo a que Xorume refere­se é uma téc­

nica já denominada há cerca de 5 anos como vide­omapping, ou mapeamento em vídeo. Derivada daarte digital, também é conhecida por vídeo perfor­mance e vem conquistando público maior a cadaapresentação. “O Quase­Cinema é uma ferramentaperfeita para desenvolver esta arte. Aliás, o própriosoftware já é uma obra de arte”, defende o VJ.

Pixel também tem trabalhado com videomap­ping, enquanto se dedica a mais uma nova inter­venção: arte através de QR Code, considerada aevolução do código de barras. Como os códigosagora podem armazenar muito mais dados, artistascomo ele já estão realizando seus primeiros expe­rimentos com a tecnologia. Perguntado sobre qualo nome da nova arte, sua resposta foi bem direta.“Arte digital. Só isso”.

Programada em Perl, C e Python, a ferramenta, que conta com a colaboração do Vj Pixel no seudesenvolvimento, encontra­se disponível em: http://lives.sourceforge.net/O LiVES tem 10 anos de existência, “fala” português, roda somente em Linux e sua última versão foi lançadaem 4 de fevereiro deste ano.

A ferramenta desenvolvida pelo VJ Xorume abrange um público maior do que o LiVES, por ser multiplataforma.Além de ser brasileiro, o “Quase­Cinema” roda em Linux, Mac e Windows.No endereço http://www.quasecinema.org/, é possível baixar as versões 1 e 2 da ferramenta, além da versão“Feijoada Remix”, que já pode ser utilizada, mas que ainda está sendo desenvolvida de forma colaborativa.

Esse não é livre, tampouco funciona em Linux, mas é um dos líderes de mercado em softwares para VJ.No sítio http://resolume.com/, é possível fazer o download da ferramenta na íntegra, sem pagar.Porém, o inconveniente é que a projeção sai com a marca d'água do produto.Para usar a ferramenta sem inconveniências, só pagando. A licença para um computador custa € 299.00.Também tem versão em português.

Também não é livre e só funciona em Mac, mas é tão bem avaliado quanto o Resolume. A licença dele sai pelo mesmopreço, € 299.00, e sua versão Demo não permite muitas coisas. Nem salvar um projeto é possível sem pagar.

OS ARTISTAS ELETRÔNICOSAgora que você conheceu os artistas, saiba mais sobre seus principais parceiros eletrônicos:

Page 51: Revista Tema

7JAN/FEV 2012

Page 52: Revista Tema

E INFORMAR

SOFTWARE LIVRE

Contrariando o ditado popular que dizque santo de casa não faz milagre, oSistema Ouvidoria, desenvolvido peloServiço Federal de Processamento deDados (Serpro) para ser uma solução

caseira, se tornou um software público cada vez maisutilizado por órgãos federais. Criado como ferramentapara a Ouvidoria Interna do Serpro em 2001, a soluçãopossibilita a apresentação de elogios, reclamações esugestões, permite acompanhar o andamento da de­manda e consultar a resposta à questão apresentada.“O sistema conta com rotinas que possibilitam receber,responder, redirecionar, reclassificar, pesquisar e efetu­ar o diagnóstico e análise das manifestações, repre­sentando um importante instrumento de gestão”,explica a Ouvidora do Serpro, Vera Moraes.

Serpro e Corregedoria Geral da União (CGU) inicia­ram os entendimentos para a disponibilização públicado sistema em julho de 2011. As perspectivas, discuti­das na primeira Reunião Geral de Ouvidorias Públicas,embasavam a proposta da Ouvidoria Geral da União(OGU) de apresentar um plano de ação para construirum sistema integrado para o setor.

Naquele momento, realizava­se também o Semi­nário Internacional sobre Acesso à Informação: Desa­fios de Implementação. O evento, promovido emparceria com a Organização das Nações Unidas para aEducação, Ciência e Cultura (Unesco), contou com aparticipação de especialistas de vários países e foi umareferência para o Brasil desenvolver estratégias e práti­cas para a implementação do Sistema de Acesso à In­formação Pública no Brasil, garantido pela Lei de Aces­so à Informação, de 18 de novembro de 2011.

Um pouco depois, em dezembro, o Sistema Ouvi­doria foi publicado no Portal do Software Público Bra­sileiro, gerido pelo Ministério do Planejamento,permitindo às ouvidorias a utilização da ferramenta. Ossoftwares públicos disponíveis no Portal ainda têm avantagem de contar com comunidades de desenvol­

SOLUÇÃO LIV

RE

* por Lindiara Wentz

Criado há mais de dez anospara suprir demanda internado Serpro, o Sistema Ouvidoriapoderá ser chave para oGoverno Federal efetivar a Leide Acesso à Informação

44 | MAI/JUN 2012|

PARA OUVIR

Page 53: Revista Tema

45| |MAI/JUN 2012

Com a implementação da Lei de Acesso à Informação, que regulamenta o am‐plo acesso a documentos e informações públicas pelo cidadão, a expectativa éque o uso do Sistema Ouvidoria cresça, já que ele permite a gestão dos pedi‐dos que devem aumentar graças à nova lei.

Ouvidorias e acesso à informação

Os pedidos entrarão pelo Sistema de Acesso à Informação, disponí‐vel nos sites de todos os órgãos do Poder Executivo Federal, que

centralizará todas as demandas.

vedores e usuários que oferecem ajuda a quem tiverproblemas com as soluções. E é compromisso dousuário que toda melhoria feita no sistema seja devolvi­da à comunidade para que todos possam se beneficiar econtribuir para o avanço da ferramenta. Em quatro me­ses, a comunidade ultrapassou 650 integrantes.

Origem livreA solução foi desenvolvida totalmente com tecno­

logias que usam licença de software livre, como a pla­taforma Java e banco de dados MySQL. Deste modo,não gera custo com licença de software e não possuicódigo proprietário, o que torna mais fácil sua manu­tenção e evolução.

O gestor da ferramenta no Serpro, o analista desistemas Marlony Gabriel, notou que todos os órgãosque assistiram às apresentações da solução tinham asmesmas características de fluxo no atendimento desuas ouvidorias: receber a manifestação, associar estamanifestação a um responsável por respondê­la e en­viar ou notificar o cidadão que sua manifestação foiatendida. “O Sistema Ouvidoria do Serpro é adequadopara atender qualquer órgão”, defende.

A OGU compartilha a mesma ideia. Para o ouvidor­geral substituto, Ricardo Garcia França, o interesse pelasolução mostra como ela atende a diversas demandas.“Desde novembro, as ouvidorias das diferentes esferasde poder e níveis de governo vêm se cadastrando nacomunidade do sistema. Este software preenche umalacuna importante, uma vez que as ouvidorias tinhamdificuldade em encontrar um sistema de gestão quefosse gratuito e em fonte aberta.”

É o caso da ouvidoria do Departamento Nacionalde Infraestrutura de Transportes (DNIT). “Foi precisofazer ajustes para adequar o sistema à nossa realidadee agora ele está em pleno funcionamento”, recorda aouvidora do DNIT, Ângela Mamede. Representantes dasede das entidades e de todos os Estados foram capa­citados para utilização do sistema.

“Este software preenche uma lacunaimportante, uma vez que as ouvidoriastinham dificuldade em encontrar um sistemade gestão que fosse gratuito e em fonteaberta.”

Ricardo Garcia França, ouvidor­geral substituto

A partir daí, serão encaminhados ao Serviço de Informação ao Cida‐dão (SIC) dos órgãos responsáveis pela demanda. Neste momento,

os pedidos são recepcionados e geridos pelo sistema de ouvidoria in‐terno de cada ente.

Depois deste trâmite, retornarão ao Sistema de Acesso à Informaçãopara resposta direta ao cidadão.

Como serão geridos os pedidos de informaçãono Governo Federal?

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Conheça a Lei de Acesso à Informação:http://www.cgu.gov.br/acessoainformacaogov/

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OPINIÃO

46 MAI/JUN 2012

O programa Imposto de Renda Pessoa

Física encerra­se, mais uma vez, com

muitos elogios de especialistas em in­

formática, tributaristas e especial­

mente da imprensa. A liberação do programa na

internet, apenas para o preenchimento da declara­

ção, desde o dia 24 de fevereiro, diminuiu a corre­

ria para a realização de cópias do Programa

Gerador da Declaração (PGD) e do programa de

transmissão, o Receitanet, que tradicionalmente

era realizado no primeiro dia de entrega.

Essa decisão eliminou as reclamações de lenti­

dão do sistema no primeiro dia de entrega, devido

à concorrência entre downloads do programa,

tanto que o número de declarações recebidas no

primeiro dia deste ano foi o dobro das declarações

recebidas no ano anterior (157 mil em 2011 e 300

mil em 2012).

Entre  outras novidades, a mais importante diz

respeito ao parcelamento de débitos. Não foram

emitidos, de uma única vez, os oito Darfs para pa­

gamento parcelado, mas apenas a primeira cota ou

cota única. O contribuinte deverá acessar a página

da RFB todo mês e emitir o Darf correspondente,

com o imposto corrigido pela taxa Selic. Esta medi­

da deve evitar que o contribuinte coloque os Darfs

em débito em conta, esquecendo­se da incidência

da taxa Selic sobre as cotas e continue em dívida

com a Fazenda Nacional, sujeito portanto à aplica­

ção de multas.

Outro grande destaque é a rapidez no proces­

samento das declarações. O extrato da Declaração

do Imposto de Renda Pessoa Física/2012 já está

disponível no portal e­CAC (Centro Virtual de

Atendimento ao Contribuinte). Acessando o extra­

to o contribuinte pode:

• Identificar eventuais pendências que acarretam a retenção

da declaração em malha e como resolvê­las;

• Emitir os Darfs para pagamento das quotas;

• Conferir a correta quitação das quotas do IRPF;

• Solicitar, alterar ou cancelar débito automático das quotas;

• Identificar e parcelar eventuais débitos em atraso.

Também foram incluídas novas críticas no validador

impedindo, assim, que um grande número de de­

clarações com erros fosse entregue. Por fim, para

coroar o sucesso do programa, foram recebidas até

o final do prazo, conforme estimado, mais de 25

milhões de declarações.

Para coroar o

sucesso do

programa, foram

recebidas até o

final do prazo,

conforme

estimado, mais de

25 milhões de

declarações.

O SUCESSO DO IMPOSTO DE RENDAPESSOA FÍSICA 2012 * por Joaquim Adir Vinhas Figueiredo

Supervisor Nacional do Imposto de Renda

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