Revista Tema
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O desenvolvimento sustentável vai entrar na agenda política delíderes de todo o mundo em junho, e o Brasil estará no centrodos debates. A Rio+20 dará ao país não só a chance de confirmar sua vocação para organizar grandes eventos, mas dará
também a oportunidade inédita de liderança dessa discussão. Isso porque oBrasil concretizou conquistas importantes como a redução do índice dedesmatamento, a posse de uma matriz energética menos poluente que amédia dos países da OCDE e a melhoria de indicadores sociais.
Aliado a esses avanços, temos um elemento essencial: a tecnologia. Areportagem de capa desta edição da revista mostra justamente como ainovação tecnológica é primordial para o sucesso de um novo modelo decrescimento econômico sustentável. E essa teoria já está em prática naprópria organização da conferência, na qual a tecnologia é suporte para otripé de princípios que norteiam a realização do evento – acessibilidade,conectividade e sustentabilidade.
Parte da aplicação desse tripé só é possível porque o Serpro montou umainfraestrutura tecnológica compatível com a magnitude do encontro. A empresa foi contratada pelo Comitê Nacional de Organização da Rio+20 paraprestar consultoria na elaboração da arquitetura e especificação do sistemaque dará suporte à conferência e na hospedagem da ferramenta de monitoração contínua da logística do evento. Além desses trabalhos, o Serpro foiresponsável pelo desenvolvimento e produção do portal www.rio20.gov.br.
Ainda nesta edição, conheça a solução eProcesso desenvolvida peloSerpro, uma novidade que chegou para agilizar os serviços da Receita e darinício à era digital dos processos tributários no Brasil, diminuindo a dependência do papel. Confira também quais são os aplicativos para smartphonesque o governo está oferecendo aos cidadãos e, na seção Arte Digital, comoos Vjs estão criando novas obras nas ruas com ajuda de softwares livres.
MARCOS MAZONIPresidente do Serpro
REVISTA TEMA A Revista do SerproANO XXXVII • Nº 212 • MAIO/JUNHO • 2012ISSN 01005227Título depositado no INPI, sob no. 01125
A revista não se responsabiliza por artigos e opiniões assinadas.As matérias podem ser reproduzidas, desde que mencionadaa fonte.
Coordenação Estratégica de Comunicação Social doSerpro CECOMCarlos Marcos Torres carlos[email protected].: (61) 20217974
EditoraMabel Gomes maria[email protected].: (61) 20217964
Chefe de ReportagemAna Lúcia Carvalho ana[email protected].: (61) 20218181
Programação Visual e DiagramaçãoAndré Menezes, Demian Pontes, Edna Heringer, Edno Júnior,Rômulo Geraldino
RevisãoHenri Couto
DiretorpresidenteMarcos Vinícius Ferreira Mazoni
DiretorsuperintendenteGilberto Paganotto
DiretoresAntônio João Nocchi PareraJosé Luiz Maio de AquinoLaerte Dorneles MeligaRobinson Margato BarbosaWilton Itaiguara Gonçalves Mota
Conselho DiretorAlexandre Ribeiro Motta (MF)Delfino Natal de Souza (MP)Marcos Vinícius Ferreira Mazoni (Serpro)Pricilla Maria Santana (MF)Raimundo José Rodrigues da Silva (MF)
Conselho FiscalClício Luiz da Costa VieiraErnesto Carneiro PreciadoJuliêta Alida Garcia Verleun
EndereçoSede: SGAN, Q. 601, Módulo V70836900 Brasília / DF – Tel: (61) 20218181– Fax: (61)20218531
Regionais do SerproBrasília – Av. L2 Norte – SGAN, Quadra 601, Módulo G.70830900 – Tel. (61) 20219000Belém – Av. Perimetral da Ciência, 2.010. Bairro Terra Firme.66077830 – Tel. (91) 32164008Fortaleza – Av. Pontes Vieira, 832. São João Tauapé.60130240 – Tel. (85) 40082848Recife – Av. Parnamirim, 295. 52060901 Tel. (81) 21264120Salvador – Av. Luís Vianna Filho, 2355. Bairro Paralela.41130530 – Tel. (71) 21027830Belo Horizonte – Av. José Cândido da Silveira, 1.200.Cidade Nova. 31035536 – Tel. (31) 33116200Rio de Janeiro – Rua Pacheco Leão, 1.235. Jardim Botânico.22460905 – Tel. (21) 21593800São Paulo – Rua Olívia Guedes Penteado, 941. Socorro.04766900 – Tel. (11) 21731037Curitiba – Rua Carlos Piolli, 133. Bom Retiro.80520170 – Tel. (41) 33138430Florianópolis – Rodovia José Carlos Daux (Sc 401) Km 01, Nº600, Edifício Alfama, 2º andar, Bairro João Paulo88030000 – Tel. (48) 32318800Porto Alegre – Av. Augusto de Carvalho, 1.133.Cidade Baixa. 90010390 – Tel. (51) 21291287
Fotografia: Arquivo Serpro
TIRAGEM: 6 mil exemplares
IMPRESSÃO: Ellite Gráfica e Editora Ltda
DISTRIBUIÇÃO GRATUITAEsta revista é produzida com o uso de ferramentas livres eimpressa em papel reciclado.
TECNOLOGIA: O GRANDETRUNFO DA RIO+20
Arquivo Serpro
Boa leitura!
Quais os principais desafios para receberum evento como a Rio+20?
Temos desafios logísticos, referentes a umaconferência que possivelmente atrairá algo em torno de120 chefes de Estado ou Governo, e cerca de 50 mil pessoas para o Rio de Janeiro, com impactos naturais na própria infraestrutura da cidade. Esse sem dúvida é um testemuito bom para outros grandes eventos que ocorrerãono Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.O Brasil atua na conferência com dois chapéus: o primeiro, o de país anfitrião, presidente da conferência e,portanto, responsável por criar pontes de entendimentoentre várias posições distintas dos países. Ao mesmo
tempo, o Brasil atua como país, com ideias próprias,que defende a sua visão na área do desenvolvimentosustentável. Essa conciliação entre presidência da conferência e país membro com suas próprias ideias tambémé um desafio interessante.
Como o Brasil se apresentará na Rio+20?Retomará a Agenda 21? Vai apresentar propostas novas?
A Agenda 21 tem que ser e vai ser reafirmada. Ela é a base de atuação na área de sustentabilidade. Toda ação que fizermos e aprovarmos na Rio+20deve se basear nos princípios do Rio, na Agenda 21. Éimportante (e nisso o Brasil tem sido muito claro ao de
ENTREVISTA PRINCIPAL
6 | | MAI/JUN 2012
Foto de divulgação
O mundo hoje enfrenta diversas crises –sociais, ambientais e econômicas – e omomento é de correção de rumos: “Éhora de lançar um olhar crítico, porquecontinuar a fazer o que está sendo fei‐to e esperar que o resultado seja outroé uma loucura. Nós temos que entenderque algo está errado. Coletivamente”.Essa é a avaliação do embaixador LuizAlberto Figueiredo Machado, secretárioexecutivo da Comissão Nacional para aConferência das Nações Unidas sobreDesenvolvimento Sustentável, a Rio+20.Nessa entrevista à Revista Tema, elefala dos desafios que a realização daConferência impõe ao Brasil, do legadoque ela deixa para o país e da urgênciade se atacar os vícios do atual modelode desenvolvimento capitalista.
O QUE O
BRASIL TEM A
MOSTRAR PARA
O MUNDO?
É importante quenão hajaretrocessos emrelação ao que foiaprovado em 92.
MAI/JUN 2012 | | 7
fender) que não haja retrocessos em relação ao que foiaprovado em 92.Mas nós não vamos ficar só nisso, temos que olhar paraa frente. Rio+20 não é apenas um balanço dos últimos20 anos, mas principalmente um olhar de 2012 mais20. Temos que perguntar como será nosso futuro. “Ofuturo que queremos” é justamente o nome do documento final que será aprovado pela conferência.
Em termos práticos, o que podemos mostrar como exemplo para o mundo?
Em primeiro lugar, o Brasil está em uma posição única para realizar uma Conferência como essaporque não há outros exemplos tão claros como osnossos. Um país que teve, ao mesmo tempo, crescimento econômico juntamente com mostras extraordinárias de inclusão social e de proteção ambiental, comuma queda vertiginosa nas taxas de desmatamento. Eisso tudo feito em plena democracia.Não há país, em uma situação como a nossa, que tenhao que mostrar nas três áreas do desenvolvimento sustentável. Somos um exemplo claro de que é possível sedesenvolver economicamente, socialmente e com proteção ambiental ao mesmo tempo. É claro que os desafios seguem sendo muito importantes, mas isso nãoimpede o reconhecimento das conquistas.
Você conseguiria elencar o que mudou de1992 para hoje? Quais novas questões surgem demaneira emergencial?
O Brasil é outro país, completamente diferente do que era em 92. Mas o mundo também mudoubastante. A Rio92 acontece logo após a queda do muro de Berlim, do esfacelamento do bloco comunista, ehavia uma ideia da possibilidade de paz mundial e regulamentação das questões de interesse global. Isso, como tempo, mostrouse otimista demais.Mas, além disso, há temas que tinham um certo tipo deimportância em 92 e que hoje ganharam uma nova dimensão. Não que sejam novos, são preexistentes, porém com uma ênfase nova. O caso mais clássico é damudança climática. Em 92, adotamos a convenção dasNações Unidas sobre a mudança do clima. Portanto, sereconhecia que a questão era importante, era urgente,mas só muito recentemente a ciência nos mostrou inequivocadamente que a situação é mais grave do que seimaginava.A mesma coisa ocorre com temas como água. Por exemplo, de 92 para cá, percebese que a escassez e a má distribuição de água são problemas cada dia mais cruciais.Isso mostra que muitos temas podem ser revisitados parase buscar soluções adequadas.
A lógica do capitalismo é produzir e consumir cada vez mais. É possível o Brasil trabalhar
Quem fazdesenvolvimentosustentável não éapenas ogoverno, tambémsão os atoreseconômicos e osatores sociais.
para mostrar uma nova face disso, uma associação benéfica entre desenvolvimento econômico erespeito ao meio ambiente e ao social?
O mundo hoje atravessa crises. Crises quese manifestam curiosamente nos três aspectos do desenvolvimento sustentável. Na área ambiental, nós temos a crise do clima, a crise de perda da biodiversidade.Na área social temos a crise do desemprego, a crise dadesigualdade. Na área econômica, temos a crise financeira, a crise econômica, a crise da dívida. Portanto, oque isso deixa claro é que os modelos de desenvolvimento que estão sendo aplicados pelos países não sóperderam a sua capacidade de responder aos desafiosnovos mas, mais que isso, estão gerando crises.É hora de lançar um olhar crítico, porque continuar a fazer o que está sendo feito e esperar que o resultado sejaoutro é uma loucura. Nós temos que entender que algoestá errado. Coletivamente. Entender que temos quemudar, especialmente nessa área de padrões de produção e consumo. Por exemplo, enquanto o padrão globalde produção de bens incluir uma matriz energética combase em combustíveis fósseis, não se resolve a crise doclima. Tudo isso tem que ser alterado, senão vai continuar a alimentar essa crise.O Brasil fez progressos importantes nas três áreas do desenvolvimento sustentável e mostra boas práticas, medidas corretas, e políticas que deram certo. É claro que,como eu disse, restam desafios importantes, mas issonão impede que reconheçamos o muito que se avançou.
E o que a Rio+20 deixa para o país?Toda conferência como essa, antes de tu
do, deixa um grande legado. No caso da Rio92, o Brasilmudou completamente após a Conferência. E mudouno seu modo de pensar a sustentabilidade. Foi todauma geração criada com outro tipo de visão, de ummundo que tinha que ser diferente e um mundo emque se prestasse mais atenção na proteção ambientalcomo parte, e não como adversária, do desenvolvimento econômico.Esse tipo de legado nós também teremos agora porque é uma nova geração que precisa da mensagem dodesenvolvimento sustentável, da integração ambientalno projeto de desenvolvimento do país. Isso é o quetem que ficar cada vez mais claro. Porque quem fazdesenvolvimento sustentável não é apenas o governo,também são os atores econômicos e os atores sociais;são as empresas, é a família, são as pessoas. As decisões que cada núcleo toma, seja empresarial ou familiar, afetam diretamente as possibilidades desustentabilidade. Esse tipo de legado a Conferência,sem dúvida alguma, vai deixar, qualquer que seja oseu resultado oficial.
INTERAÇÃO
A Universidade Columbia demonstra interesse na revista do Serpro. Osalunos estão por dentro do que sai na publicação. A Tema onlinemelhorou os serviços de internet substituindo publicações em papel eformulários e, agora, compõe o clipping que circula no campus.Laura Randall – Columbia/Estados Unidos
A Revista Tema tem uma abordagem e uma linguagem fluente voltadapara a tecnologia. Ela traz uma fusão de informações, dando um giroholístico nas novas tecnologias a serviço do homem para aplicabilidadena sociedade. A Tema busca interagir não só com o princípio datecnologia, mas dá um enfoque global nas temáticas que estão emdestaque no Brasil e no mundo, contribuindo em larga escala para adifusão do conhecimento nas áreas de softwares. Eu sou suspeito parafalar da revista, tenho profundo prazer em receber e ler cada exemplarque chega na regional do Serpro em Fortaleza.Quer ficar antenado em tudo que rola no eixo dos softwares e das
N esta mesma seção da revista passada, foram destacados assuntos relevantes abordados pela publicação no decorrer dos seus 37 anos. A partir de agora, você está convidado a mergulhar continuamente nessa retrospectiva, emtodas as edições da Tema, para saber o que era notícia há dez, 20 e 30 anos nestas páginas. Mexendo no passado,é fácil perceber que o Serpro sempre buscou desafios que o colocassem como uma empresa de vanguarda.
TEMA GUARDA REGISTROS DOS AVANÇOS DAINFORMÁTICA BRASILEIRA
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tecnologias em uso no Brasil e no mundo? Então, leia a Revista Tema!Leitura que recomendo a todo corpo funcional do Serpro.José Evangelista Damasceno – Fortaleza/CE
A reportagem de capa da edição 210 da Revista Tema “As tendênciaspara a tecnologia em 2012“ fez um panorama interessante sobre o queo ano deve apresentar em termos de pesquisa e inovação. Destaquepara o movimento de redução de papel, tinta e água, que dá umimportante alívio para o meio ambiente. É a tecnologia promovendo, aomesmo tempo, redução de custos e menos impacto na natureza.Vanderlucio de Souza Belo Horizonte /MG
Há 20 anosA tecnologia utilizada nos efeitos de computação gráfica para o cinema e TV foi um dos destaques da revista Tema em 1992. O filme “O
Exterminador do Futuro II” e o clipe “Black or White”, do cantor MichaelJackson, foram referências do poder desta novidade que revolucionou a
produção de vídeos nos anos 90.
Há 10 anosEm 2002, a grande inovação era o lançamento do Sistema de Pagamento Brasileiro(SPB), implantado no Banco Central do Brasil. Sabe a TED? Foi aí que ela nasceu. Sócom o lançamento desse sistema, foi possível fazer transferência online entre bancos, até ali toda compensação levava pelo menos 24 horas para ser realizada. Essamudança trouxe maior segurança e agilidade ao sistema financeiro do país.
Há 30 anosNo Brasil, nada mais poderia render tanto assunto como os 50 anos de Copa do Mundo. E éclaro que na Tema não foi diferente. A revista, que nessa época era apenas interna,destacou a história e participação do Brasil ao longo desses anos, na edição de maio de1982. O texto com expressões como “a catástrofe de 50” deixava claro que futebol já erauma paixão nacional.
ERRATA: Na seção "Curtas", da Tema 211, o eCAC daReceita Federal foi identificado como Centro deAtendimento ao Contribuinte, porém o nome correto éCentro Virtual de Atendimento ao Contribuinte.
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C riar soluções no domínio da tecnologia
da informação para facilitar a vida dos
cidadãos e para aperfeiçoar a gestão
pública é um dos pilares da atuação do
Serpro. Além de atender aos ministérios da Fazen
da e do Planejamento, a empresa também cria e
executa produtos e serviços para diversos órgãos e
instituições públicas, como Dnit, Valec, Ministério
das Relações Exteriores, do Trabalho, Desenvolvi
mento Agrário, Justiça, Cidades e Presidência da
República, entre outros.
Mesmo contando com uma carteira de clientes
deste porte, o Serpro não planeja se acomodar. A
prospecção de serviços que gerem novas receitas é
uma das ações da empresa em 2012. Por isso, está
previsto no orçamento deste ano, cerca de R$ 200
milhões para investimentos em hardware, software
e infraestrutura. Mais de R$ 10 milhões foram des
tacados para capacitação das equipes e os concur
sos públicos vigentes permitem a renovação do
quadro profissional de acordo com a necessidade.
Para o atendimento de novos clientes e amplia
ção de serviços já prestados, o Serpro também tem
como base a maturidade alcançada nos seus pro
cessos de trabalho, a contínua internalização das
melhores práticas de mercado, uma estrutura ope
racional em todos os Estados e, ainda, uma política
comercial que estabelece preços competitivos.
Com a credibilidade, qualidade e confiança de
mais de 47 anos de atuação, o Serpro oferece, aos
entes da administração pública, soluções tecnoló
gicas de desenvolvimento e produção de sistemas e
sítios de internet, consultoria em tecnologia da in
formação, especialmente em software livre, e ad
ministração de redes locais e de longa distância.
Presta, ainda, serviços de acesso a bases de dados
governamentais, certificação digital, implantação e
administração da suíte de comunicação Expresso
em Nuvem, além de hosting e colocation.
O Serpro promove, incessantemente, a evolução
do relacionamento com seus clientes, mas voltase
também para a busca de novas parcerias, assegu
rando níveis elevados de segurança de dados e
ações efetivas de continuidade dos negócios. Dife
renciais que tornam singular a presença da empresa
no mercado.
SERPROCOLOCA SUAEXPERTISEA SERVIÇODE NOVOSCLIENTES
* por Marcio BrigidiSuperintendente de Relacionamento com
Clientes Especiais do Serpro
OPINIÃO
9MAI/JUN 2012
O Serpro promove,
incessantemente, a
evolução do
relacionamento com
seus clientes, mas
voltase também
para a busca de
novas parcerias
APLICATIVOS MOBILE GOVERNAMENTAIS
* por Loyanne Salles
GOVERNO
E m março de 2012, a Anatel apurou queno Brasil existem 250,8 milhões de linhasativas na telefonia móvel e que cerca de20% desses aparelhos já estão preparados
para a tecnologia 3G. O crescimento do número desmartphones no país abriu um leque de mercadopara o desenvolvimento de aplicativos mobile, e ogoverno já começa a entrar nesse nicho com tecnologias a serviço do cidadão.
“Um dos principais pontos das soluções móveisé a efetividade, e é por isso que não tem como ogoverno ignorar essas plataformas, pelo contrário,precisa investir nelas como ferramenta de comunicação, transparência pública e serviços ao cidadão”, defende Marcier Trombiere, assessor especialdo ministro das Cidades e chefe da comunicaçãodo ministério.
Por um trânsito mais seguroNo último carnaval, encontrar um táxi foi muito
mais fácil para quem já conhecia o aplicativo "Onde tem táxi aqui?", que foi uma das estratégias dacampanha "Bebida e Direção não combinam", doMinistério das Cidades. Nessa época em que osacidentes sempre aumentam, o governo lançouum aplicativo mobile que pega a localização dousuário pelo GPS e aponta onde estão os pontosde táxi e cooperativas mais próximos, de acordo
com cadastros do Google Maps. Marcier Trombiereexplica que o objetivo do Ministério foi incentivaralternativas de transporte nesse período, e o celular se tornou a melhor ferramenta, porque "ousuário, estando onde estiver, poderá receber asinformações necessárias", argumenta.
Outra proposta interessante do Ministério dasCidades é o "Mãos no Volante", um aplicativo quepermite ao usuário bloquear o recebimento de chamadas enquanto dirigir. Quem ligar para um telefone que tenha o programa instalado receberá amensagem: “Estou dirigindo. Ligo mais tarde”. Alémdisso, o aplicativo pode ter o tempo de atividadeprogramado para que desligue automaticamente.
"Sabemos que o motorista se preocupa com otelefone tocando e, por isso, acaba atendendo ecometendo uma infração de trânsito, quando nãoum acidente. Discutimos muito sobre uma possibilidade de conciliar esse conflito, e dessas discussões nasceu a ideia para o aplicativo", contaTrombiere. Ele destaca, inclusive, que a ferramentafoi baixada em vários países, como os EstadosUnidos, Canadá, Espanha e outros na Europa.
Diferentes órgãos públicos já criaramaplicativos para facilitar a vida dosbrasileiros e inauguram uma nova fasedo governo eletrônico
10 MAI/JUN 2012
“Um dos principaispontos damobilidade é aefetividade, e é porisso que não temcomo o governoignorar essasplataformas”
Marcier Trombiere
EMBARCANO MUNDOMOBILE
O Brasil no seu celularO “Brasil Mobile” é um aplicativo da Embra
tur destinado, principalmente, aos turistas estrangeiros. A tecnologia disponível em português, espanhol e inglês fornece informaçõessobre os destinos brasileiros, seus atrativos turísticos e opções de roteiros. As cidades contempladas são Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Curitiba,Natal e Cuiabá.
O dispositivo traz fotos das principais atrações ebelezas naturais dos destinos e um guia de conversação e rotas de acesso por meio do GoogleMaps. Walter Vasconcelos, diretor de marketing daempresa, indica que a intenção da Embratur aodesenvolver esta ferramenta foi auxiliar o planejamento da viagem por meio do celular, uma facilidade a mais para os turistas. “Além de apresentaraos visitantes a diversidade cultural e natural doBrasil e reforçar a imagem de modernidade dopaís, o aplicativo poderá facilitar a estadia do estrangeiro, desde a chegada no aeroporto", analisa.
Informação em tempo realO aplicativo Voos Online, da Infraero, permite
ao usuário consultar a situação dos voos de formarápida e simples. O aplicativo foi lançado dentro dacampanha “Fique Por Dentro”, que tinha comoobjetivo facilitar o acesso às informações dos aeroportos administrados pela Infraero. "Além dosdados sobre voos, o aplicativo traz o Guia do Passageiro, com dicas e informações importantesdesde a compra da passagem até o desembarque",acrescenta Cibele Nunes, gerente de publicidadeda Infraero.
O aplicativo já está na 2ª versão e nela foramagregadas as informações da distância do pontoque o usuário está até o aeroporto e a previsão dotempo na cidade. Outra funcionalidade é o compartilhamento dessas informações pelas redes sociais (Twitter e Facebook) e por mensagens decelular e email. Em seis meses de lançamento, oVoos Online chegou a primeira posição da categoria Viagens da App Store.
11MAI/JUN 2012
VOOS ONLINEDownloads: 400 milAno de lançamento: 2011Disponível para:
e sistemas baseados em
ONDE TEM TAXI AQUI?Downloads: Cerca de 47 milAno de lançamento: 2012Disponível para:
BRASIL MOBILEDownloads: 40 milAno de lançamento: 2010Disponível para:
e sistemas baseados em
MÃOS NO VOLANTEDownloads: Cerca de 37 milAno de lançamento: 2012Disponível para:
* O Ministério das Cidades ainda está em negociaçãocom a App Store (Apple), que por política interna nãoaceita um aplicativo que bloqueia a chamada do iPhone.
AMBIENTESESCALÁVEISPARA SGBD EMSOFTWARE LIVRE
ARTIGO
12 MAI/JUN 2012
Escalabilidade é a capacidade que um siste
ma, uma rede ou processo, tem de lidar
com o aumento da carga de trabalho. Um
sistema escalável é um sistema que está
preparado para crescer.
Um sistema de software é escalável quando é
possível aumentar o seu desempenho pelo acrésci
mo de recursos de hardware. Ou seja, quanto mais
processadores e mecanismos de armazenamento
forem adicionados, melhor será a performance do
software. A necessidade por sistemas escaláveis está
no custo da manutenção. Decisões de arquitetura
são difíceis de mudar. E se esta não for escalável, o
custo para modificar o software para que ele aceite
e faça uso dos recursos de hardware acrescidos é
bastante alto.
A demanda por informação só aumenta, assim
como a quantidade de dados que precisam diaria
mente ser lidos e gravados em grandes bases de da
dos. O Serpro chega a operar 6 bilhões de
transações online por ano nos serviços mainframe.
Os mainframes geram custos altíssimos, na com
pra, manutenção e profissionais qualificados para li
dar com eles. O mercado de clientes do mainframe é
restrito e tem dificuldades de se expandir, pois hoje
existem outras alternativas. Como a computação em
grade e a computação em nuvem, que permitem
utilizar conjuntos de máquinas de menor porte
trabalhando de forma distribuída, com igual ou su
perior poder de processamento. No entanto, só
equipamento não é suficiente. É preciso disponibili
dade de software escalável para a denominada 'pla
taforma baixa'.
Para manter e ampliar seus níveis de serviço, o
Serpro precisa investir em ambientes computacionais
escaláveis e eficientes para sistemas gerenciadores
de bancos de dados corporativos. A premissa do uso
de software livre é uma opção estratégica para per
mitir a evolução tecnológica desses ambientes de
forma segura e eficiente, sem o estabelecimento de
dependência de fornecedores e consequente aprisi
onamento tecnológico.
O PostgreSQL é um poderoso sistema gerencia
dor de banco de dados objetorelacional livre, com
mais de 15 anos de desenvolvimento ativo e uma
arquitetura, que ganhou forte reputação de confia
bilidade, integridade de dados e correção.
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR) existe
um centro de pesquisa, chamado C3SL (Centro de
Computação Científica e Software Livre), que possui
uma linha de pesquisa para sistemas computacionais
avançados e um projeto de persistência de dados em
O investimento em ambientes mais escaláveis e eficientespara sistemas de banco de dados, usando padrões de arqui‐tetura de alto desempenho e software livre, permite aoSerpro modernizar sua plataforma tecnológica reduzindocustos com licenças de software. Isso, resulta em benefíciostanto para empresa quanto para seus clientes.
* por Flávio Gomes
13MAI/JUN 2012
larga escala. E já existem projetos de pesquisa en
volvendo PostgreSQL na UFPR.
Em 2011, o Serpro assinou um convênio com a
UFPR para o desenvolvimento de uma pesquisa ci
entíficotecnológica em ambientes computacionais
escaláveis e eficientes para sistemas gerenciadores
de banco de dados corporativos, inteiramente base
ados em software livre. A pesquisa foi dividida em
três linhas temáticas:
• Teste de desempenho em ambiente escalável e eficiente
com PostgreSQL;
• Padrões de arquitetura de alto desempenho em software livre;
• Definição de estratégia de migração de banco de dados
relacionais para PostgreSQL.
A UFPR desenvolverá um projeto piloto para cada
linha temática, além de transferir conhecimento por
meio de seminários, artigos e relatórios técnicos. Até
o momento, os pesquisadores já apresentaram vári
os resultados de pesquisas em otimização de con
sultas, metodologia incremental de teste de
estresse, sistemas baseados em MapReduce e mi
gração colaborativa para PostgreSQL.
O presente artigo é baseado nas avaliações reali
zadas na Pesquisa Aplicada em Ambientes Compu
tacionais Escaláveis para Sistemas Gerenciadores de
Banco de Dados baseados em Software Livre.
FLÁVIO GOMES LISBOAAnalista de desenvolvimento de sistemas
do Serpro, desde 2005. Atuou na Supe
rintendência de Soluções de Desenvolvi
mento e agora trabalha na Coordenação
Estratégica de Tecnologia. É contribuidor
oficial do Zend Framework e autor de
três livros sobre essa plataforma de de
senvolvimento para PHP. Criou o branch
pgsqlbackend para o projeto open sour
ce Tine 2.0, que é a base do Expresso
3.0. É coautor da biblioteca PHP Serpro,
no padrão Zend. Foi funcionário de car
reira do Banco do Brasil, onde chegou a
analista da diretoria internacional. Tam
bém foi professor de pósgraduação e
atua como instrutor de desenvolvimento
com foco em software livre.
ENTENDA O PROCESSO DE SISTEMA ESCALÁVEL
14 | | MAI/JUN 2012
CAPA
MAI/JUN 2012 | | 15
Em junho, o Rio de Janeiro torna‐se palco da Conferênciadas Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, aRio+20. Líderes de todo o mundo discutem como alcançaro equilíbrio entre desenvolvimento econômico e social e apreservação do meio ambiente. A tecnologiaé essencial nesse caminho.* por Leonardo BarçanteA Rio+20 marca as duas décadas de realização
da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio92. Sua proposta é contribuir para a defini
ção de uma agenda global para o desenvolvimentosustentável nos próximos anos. Extinção de espécies,mudanças climáticas, desigualdades sociais, pobreza, intensificação de desastres naturais e contaminação da biosfera: todos esses tópicos, tão próximos e presentes nocotidiano de cada um dos mais de 7 bilhões de habitantes do planeta, ilustram bem a importância e a urgênciade se reconhecer e atacar o problema de forma conjunta, coordenada e em escala global.
Diante desse cenário, a inovação tecnológica podeser um caminho chave, mas só se vier orientada eacompanhada de vontade política e mobilização social.Essa é a opinião de Carlos Afonso Nobre, secretário de
Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento doMinistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “Sóa tecnologia não vai levar o mundo a esse novo patamar de desenvolvimento. Para chegarmos a isso, precisamos, além dela, de um posicionamento democráticoda sociedade, firme e resoluto, em direção às três dimensões interdependentes do desenvolvimento sustentável: o desenvolvimento social, intimamente ligado aodesenvolvimento econômico, intimamente ligado aouso racional do capital natural. Essas três coisas não seseparam nessa visão”, explica o secretário.
Doutor em Meteorologia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e com um Prêmio Nobel no currículo por integrar o Programa Internacional daGeosferaBiosfera (IGBP na sigla em inglês), Carlos Nobre afirma que a tecnologia é, na verdade, um instrumento importante para todas essas dimensões. “Não só
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no aspecto do mundo físico, da produçãoda energia limpa; é muito mais do que
isso. Por exemplo, um dos requisitospara um mundo sustentável é
uma nova visão de educaçãovoltada para a inovação.Nós temos que inovar as
relações sociais, de consumoe de uso dos recursos naturais.
São importantes transformações ea tecnologia está aqui para nos auxi
liar. Mas ela sozinha não dá conta dorecado, ela precisa das grandes decisões
sociais, políticas e democráticas da sociedade”, acrescenta.
Oportunidadede liderarNa avaliação de Carlos Nobre, a Rio+20 traz uma
oportunidade histórica para o Brasil exercer uma liderançanesse debate. “O Brasil de 2012 é muito diferente do de1992. Se ainda nos encontramos algo distantes de sermosum país plenamente desenvolvido, o fato é que todos osindicadores de desenvolvimento sustentável melhoraram.Vinte anos depois, o país não será apenas palco da conferência, pois apresenta resultados em vários aspectos, várias métricas de desenvolvimento sustentável”, afirma.
Entre esses aspectos, o secretário cita a redução doíndice de desmatamentos, a posse de uma matriz energética menos poluente que a média dos países mem
bros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a melhoria nos indicadoressociais, como segurança alimentar, redução da mortalidade infantil e da pobreza extrema, além de progressosna educação.
“O Brasil tem, escrito em lei, metas voluntárias de redução das emissões de gases de efeito estufa até 2020.É o único país em desenvolvimento que chegou tão longe ao colocar o compromisso em lei. Por tudo isso, hojeo Brasil está numa posição ímpar e lidera essa discussão.Liderar pelo exemplo, e não pela retórica”, argumenta osecretário do MCTI.
Agenda 21Há 20 anos, na Rio92, os países e a sociedade já
conheciam bem o problema que ameaça o equilíbrioda vida no planeta. E a solução orquestrada na épocafoi a aprovação de um documento histórico, a Agenda21, que pode ser considerada a mais abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetária,um novo padrão de desenvolvimento. Com 40 capítu
los, ela se define como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveisque concilia métodos de proteção ambiental, justiçasocial e eficiência econômica.
Entretanto, mesmo tendo se constituído como subsí
O Brasil tem, escritoem lei, metas voluntárias deredução das emissões até2020. É o único país emdesenvolvimento que chegoutão longe ao colocar isso emlei. Por tudo isso, hoje oBrasil está numa posiçãoímpar e lidera essadiscussão.
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dio importante para políticas públicas de combate à pobreza e ao desmatamento no Brasil, especialistas avaliam que ela não se aproximou da sociedade civil tantoquanto deveria, sendo um documento ainda desconhecido em várias localidades do país e do mundo.
A Rio+20 é a oportunidade para se resgatar esse esforço, corrigir rumos e adequar as propostas às novasquestões que surgiram em mais de duas décadas decrescimento populacional e aceleração do consumo derecursos naturais. De acordo com o Comitê Nacional deOrganização da Rio+20 (CNO), criado pelo governo federal para viabilizar o evento, esse é o objetivo da conferência: “renovação do compromisso político com odesenvolvimento sustentável, por meio da avaliação doprogresso e das lacunas na implementação das decisõesadotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto, alémdo tratamento de temas novos e emergentes”.
Para isso, a partir do dia 13 de junho, o Riocentropassará a ser território das Nações Unidas e palco daagenda intergovernamental da conferência, que contarácom cerca de 50 mil credenciados, distribuídos entre imprensa, sociedade civil e delegações oficiais dos 193 Estadosmembros da ONU, incluindo 100 chefes deEstado. Um grande evento, que além de gerar expectativa de respostas e soluções para inúmeras questões socioambientais, vai exigir um grande esforço de logísticae infraestrutura tecnológica dos organizadores.
OrganizaçãoQual será a marca do Brasil na organização da confe
rência? Segundo o ministro Laudemar Aguiar, secretário
do Comitê Nacional de Organização da Rio+20, os preparativos para o evento foram apoiados em um tripéformado pelos princípios da acessibilidade, conectividade e sustentabilidade. A assessoria de imprensa do CNOdestaca que a acessibilidade vai além da adequação deespaços para pessoas com deficiência. Busca tambémaspectos de mobilidade urbana e disponibilidade da informação, garantindo o acesso de todos aos conteúdospúblicos da conferência e às transmissões ao vivo.
Para o CNO, aí entra a conectividade, que está intrinsecamente ligada à inclusão social, pois a universalização do acesso e o compartilhamento da informação
que vai circular dentro daRio+20 é uma novidadeem relação à conferênciaanterior e pode ser um fator decisivo para o envolvimento da sociedade.Destaque para acesso semfio à internet nos locais doevento, webcast e transmissão ao vivo em alta definição das salas principais.
Do lado da sustentabilidade, o CNO informa que aRio+20 será orientada à minimização dos impactos ambientais decorrentes de suarealização. A ação mais importante nesse sentido, segundo o Comitê, será aadoção do conceito “paperwise”, que em portuguêssignifica papel com sabedoria e na prática quer dizeruso racional do papel. Paraisso, será montada uma nuvem de dados no Riocentroe será estabelecido um trâmite eletrônico para os documentos envolvidos nasnegociações entre os 193 países da ONU, o que vaiadicionar um nível alto de criticidade à rede local aser implantada.
Infraestruturade TIGrande parte dos aspectos de sustentabilidade, co
nectividade e acessibilidade só serão possíveis porqueestá sendo montada uma infraestrutura tecnológicacompatível com a magnitude do evento. O Serpro, empresa pública do governo federal, foi contratado peloCNO para prestar consultoria técnica na elaboração daarquitetura e especificação da solução tecnológica que
A tecnologia é umacondição absolutamentenecessária para aconstrução de um futurosustentável para oplaneta. Mas como tudoque tem a ver comtecnologia, ela não ésuficiente”.
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dará suporte à conferência e para a hospedagem do sistema que fará o monitoramento contínuo da logísticada Rio+20.
"Um evento dessa importância e com esse alcanceglobal deve estar preparado para que o acesso à informação e a disponibilidade de comunicação favoreçamos resultados esperados. Nós atuamos na elaboração enas especificações para a licitação. Estamos presentestambém na validação da solução proposta pelo vencedor do certame e daremosapoio no gerenciamento dasolução de TIC (Tecnologia daInformação e Comunicações)durante a conferência", detalha Marcio Brigidi, assessor daDiretoria do Serpro.
A empresa também é aresponsável pelo desenvolvimento e produção de umportal para a conferência(www.rio20.gov.br). “O ambiente utilizou os mesmos métodos e processos comunsaos sítios e portais desenvolvidos pelo Serpro, em plataforma aberta Zope/Plone, versão 3.3.5”, informa Brigidi. Opacote do portal contempla não só sua criação, mastambém serviços de hospedagem, monitoramento e
operação do sítio, armazenamento de dados deforma estruturada, infraestrutura de hardware,software e suporte técnico especializado para aprodução e monitoramento dedesempenho e segurança.
Já a estrutura geral do evento contarácom conexão porvideoconferência entreo Riocentro e os espaçostemporários na cidade, comcerca de 2500 computadores,entre desktops e notebooks,para uso das delegações internacionais, membros daONU e governo brasileiro,além de painéis eletrônicos eterminais de autoatendimento. Ainda segundo Brigidi, oCNO vai instalar dois links redundantes de 5 Gbps para oacesso sem fio à internet dos50 mil credenciados previstos.
“Esses serviços de TIC estarão distribuídos pelos diversosambientes que compõem o escopo da conferênciaRio+20, sendo o Riocentro o ambiente principal e as demais estruturas para atender a sociedade civil – PierMauá, Galpão da Cidadania, Museu de Arte Moderna,Vivo Rio, Aterro do Flamengo, Parque dos Atletas (Cidade do Rock) e Arena da Barra. Os pontos de informaçãodevem ser instalados em hotéis, aeroportos e a rede decomunicação deve garantir a atualização dos aplicativose do conteúdo”, acrescenta.
“A Rio+20 é um evento desafiador para nosso país”,destaca o diretorpresidente do Serpro, Marcos Mazoni.“Considero um dos eventos mais dramáticos em termosde teste para o Brasil. É um evento que instiga nossa criatividade porque temos um tempo muito curto para apreparação. O Ministério da Defesa assumiu a responsabilidade da mobilidade 'humana'. Nós, em parceria como governo do Estado do Rio de Janeiro, montamos a estrutura tecnológica para dar suporte a essa mobilidade”,explica Mazoni. Ele acrescenta que todos os ambientestecnológicos estarão disponíveis para os mais de dois
Podemos comparara Rio+20 como umgrande sistema no qualse faz necessária aintegração de váriosfatores, como humanos,tecnológicos e logísticos,para citar apenas osprincipais.
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saiba maisPortal Rio+20 URL: www.rio20.gov.br
Agenda 21 do Brasil URL: www.mma.gov.br/agenda21
mil jornalistas internacionais e para as mais de 100 milpessoas do mundo da ecologia que estarão na capitalfluminense para discutir sustentabilidade.
Conhecimentorumo àsustentabilidadePara Marcio Brigidi, o Serpro tem sido peça funda
mental no apoio ao governo brasileiro em relação à necessidade de suportar sistemas que exijam grandescapacidades, quer seja de guarda, de processamento ede comunicação de informação, quer seja de mobilização de recursos. Por isso, a empresa foi a escolhida paraapoiar o CNO no quesito tecnologia.
“Podemos comparar a Rio+20 como um grande sistema no qual se faz necessária a integração de váriosfatores, como humanos, tecnológicos e logísticos, paracitar apenas os principais. Nossa participação se concentrará na vertente tecnológica. Todos querem ummundo sustentável e o Serpro faz sua parte para contribuir com esse esforço. A empresa desenvolve soluções que contribuem para a redução do uso derecursos, como a Nota Fiscal Eletrônica, que promovem economia e agilidade, caso do Projeto Porto semPapel, e que buscam o uso cada vez mais eficiente eeficaz da tecnologia. Isso permite uma vida mais fácilao cidadão, com sistemas e serviços que evitam deslocamentos das pessoas e facilitam sua relação com opoder público”, explica Marcio Brigidi.
MERCADO DE TIFo
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oMERCADO DE TI
20 MAI/JUN 2012
Uma empresa precisa de 60 profissionais
para um projeto que deve começar em
15 dias. Ela oferece uma boa remunera
ção e benefícios. Em muitos casos, uma
oferta como essa seria logo preenchida. Porém,
quando se trata de profissionais de TI, o prazo para
contratação termina e as vagas não são ocupadas:
um cenário recorrente no país, que fechou 2011
com um déficit de 92 mil especialistas e prevê uma
carência de 115 mil em 2012.
“É nítido que falta mão de obra”, comprova
André Assef, diretor comercial da empresa Desix,
perita em recrutamento e seleção para o segmento
de TI. “Até 2020, serão necessários cerca de 750
mil novos profissionais para o mercado de tecno
logia”, estima Sérgio Sgobbi, diretor de educação e
recursos humanos da Associação Brasileira de Em
presas de Tecnologia da Informação e Comunica
ção (Brasscom). “Historicamente, o setor de TI
cresce a taxas acima do PIB, essa expansão do
próprio setor exige novos especialistas. E a tecno
logia é, e será, cada vez mais utilizada por empre
sas de outros setores e por toda a sociedade”,
lembra Sgobbi. “A tecnologia muda a todo instan
te, e a carência será permanente”, reforça Assef.
Luta contra a escassezPara driblar o desenvolvimento tecnológico
acelerado e a consequente falta de pessoal qualifi
cado, as empresas apostam em diferentes estraté
gias. “Constatamos dez funções em TI que
representam 93% das contratações no país, todas
são carentes de profissionais e com demandas
crescentes”, avalia Sérgio Sgobbi. “Mas não adi
anta, por exemplo, formar engenheiros de softwa
re se a procura em um local é por analistas de
sistemas. Estamos mostrando aos centros de for
mação do país quais são as reais demandas de
mão de obra para o mercado”, completa.
Outra ação é a batalha contra os 87% de eva
são nos cursos superiores de TI, índice que preju
dica o já carente setor. A proposta é desmistificar
estereótipos e atrair estudantes com perfil ade
quado para o segmento. “Esse jovem precisa ter
algumas características específicas, como capaci
dade analítica, meticulosidade e criatividade, para
ser um bom profissional de TI. Mas ele não tem
que ser um nerd”, esclarece Sgobbi. “Certamente o
aluno de TI não é um sujeito que estuda 24 horas
por dia. Ele tem rotina social intensa e preza pela
qualidade de vida”, completa o professor doutor
Empresas adotam estratégias para combater a carência de mão de obrano mercado brasileiro de tecnologia da informação * por Vanessa Borges
PROCURA-SEPROFISSIONAL DE TIPROCURA-SEPROFISSIONAL DE TI
Fabrício de Freitas
converteu a carência
de mão de obra em
TI em um trampolim
para sua carreira
21MAI/JUN 2012
Ricardo Gudwin, do Departamento de Engenharia
de Computação e Automação Industrial da Univer
sidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Além do foco em novos talentos, outro cami
nho trilhado é a reciclagem e a capacitação dos
que já estão no mercado de trabalho. “As empre
sas investem em programas de educação conti
nuada e pagam, em parte ou integralmente, espe
cializações, cursos de língua estrangeira e outros
estudos para seus funcionários. Quanto mais facili
dades, maior será a vontade de permanecer na
empresa”, analisa André Assef, da Desix.
Já Ricardo Gudwin acredita que a terceirização
pode ser uma das saídas para o déficit de compe
tências em TI. A opinião dele vai ao encontro de
um recente dado divulgado pela Computer Tech
nology Industry Association (CompTIA), que mos
trou que 38% das organizações dos Estados
Unidos optam por terceirizar suas equipes de tec
nologia para lidar com o problema.
“Ano a ano, percebemos que um grande nú
mero de nossos alunos não quer entrar no merca
do, e sim ser os donos desse mercado. Eles se
juntam para abrir o próprio negócio e começam a
vender serviços. Poderemos vivenciar um fenôme
no de terceirizações, as organizações vão adquirir
o serviço de outra empresa em vez de terem os
funcionários dentro de seus quadros”, prevê o
professor da Unicamp.
Sinônimo de oportunidadeFormar novos alunos, diminuir o abandono es
colar, treinar profissionais veteranos, empregar
políticas públicas, terceirizar mão de obra: seja
qual ou quais as medidas adotadas, o crescimento
do setor de TI continua um desafio para o país e,
ao mesmo tempo, é uma grande chance para
quem quer transformar carência em sucesso. Fa
brício de Freitas, de Goiânia, é um exemplo disso:
graduado em Sistemas de Informação há sete
anos, possui diferentes certificações e pósgradua
ções, cursa mestrado, e concilia as ações de ge
rente de TI em uma empresa do ramo imobiliário
com as atividades de professor universitário, de
consultor em infraestrutura e serviços, e ainda de
gerente de projetos em seu próprio empreendi
mento de tecnologia.
“O profissional de TI não trabalha mais em uma
salinha isolada. Ele está na ponta, interfere na to
mada de decisões, atua em diferentes áreas”,
compartilha Fabrício. “O segredo é se atualizar, se
relacionar com as pessoas, ficar de olho no merca
do, não parar jamais. Ainda que o setor tenha mi
lhares de vagas, é preciso melhorar e inovar
sempre”, ensina Fabrício. O professor doutor da
Unicamp concorda: “o profissional de TI deve estar
antenado às tecnologias de ponta que o mercado
traz”, ressalta Ricardo Gudwin.
Em atenção a esse cenário de escassez e neces
sidade de atualização profissional constante, o
governo federal contemplou o setor de TI no Pro
grama Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec), que oferece, para estudantes
ou empresas, bolsas de estudo e financiamento
para cursos de qualificação profissional. No total,
serão R$ 24 bilhões em investimentos até 2014.
por Vanessa Borges
“Até 2020, serão
necessários cerca de
750 mil novos
profissionais para o
mercado de
tecnologia”
Sérgio Sgobbi
Analista de desenvolvimento de sistemas
Analista de suporte computacional
Programador de sistema da informação
Técnico em manutenção de equipamentos de informática
Operador de computador
Técnico de apoio ao usuário de informática
Analista de redes e de comunicação de dados
Programador de internet
Analista de sistemas de automação
Operador de rede de teleprocessamento
EPROCESSO
* por Lea Cunha
CIDADÃOS
P endências com a Receita Federal doBrasil (RFB) podem deixar de ser umador de cabeça para os brasileiros. ARFB consolidou oficialmente a implantação do sistema Processo Admi
nistrativo Digital, o eProcesso, sendo agorapossível para o contribuinte acompanhar pela internet a tramitação do seu processo, além de resolver problemas pelo site da instituição. Asolução, desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), está disponíveldesde o fim do ano passado e a prerrogativa parausufruílo é ter certificação digital.
As vantagens também são sentidas dentro doórgão. Para Marcelo de Sousa Silva, assessor daSecretaria da Receita Federal e autor do livro “Implantação de um governo eletrônico: eGov” (editora Brasport, 2012), a celeridade processual
sempre foi uma meta da RFB. “Além de uma gestão eficaz, era preciso mudar o método de trabalho, dando um salto em eficiência. Os entraves dopapel não permitiam evoluir no ritmo em que desejávamos e os estoques de processo continuavamelevados”, lembrou.
O eProcesso está presente em todas as áreas daReceita, inclusive nas de Logística e de Pessoal. Elejá foi implantado, ainda, na Procuradoria Geral daFazenda Nacional e no Conselho Administrativo deRecursos Fiscais. São cerca de 700 unidades administrativas que já substituíram o papel pela imagem.
Marco históricoO sistema modernizou a gestão da informação
nessas instituições. Segundo o coordenador deNegócios eProcesso do Serpro, Alexandre Chevalier, a ideia desenvolvida e praticada pela solução
Sistema desenvolvido pelo Serpro facilita a vida daqueles que precisam deserviços da Receita e dá início à era digital dos processos tributários no Brasil
22 MAI/JUN 2012
MAIS PERTODO FISCO
oferece maior transparência e permite a troca dedados entre entes e os agentes responsáveis peloMacro Processo de Crédito Tributário no Brasil.
“O eProcesso cumpre um papel histórico,quebra paradigmas. O elemento central é permitiro Gerenciamento Eletrônico de Documentos, nocaso, o Processos Administrativo Digital comworkflow, surfando em dutos de fibra óptica emfração de segundos, reduzindo o tempo de tramitação entre as áreas afins. Além de ser um sistemaecologicamente sustentável – uma vez que eliminao uso do papel, também reduz significati vamentea necessidade do contribuinte se deslocar até oscentros de atendimento ao contribuinte da ReceitaFederal do Brasil”, disse.
Com a nova modalidade de serviço, a ReceitaFederal, representando o Brasil, concorreu com países do continente americano e europeu e ganhou oprêmio de melhor ação pública em 2011 no Con
curso de Innovación, outorgado pelo Centro Interamericano de Administrações Tributárias (CIAT). Em2012, o eProcesso venceu o Prêmio Enap de melhor inovação do governo federal, concedido peloMinistério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Benefício para gestores e usuáriosPara tornar o sistema efetivo, foram desenvolvi
dos módulos, cujos públicosalvo são atendidos apartir de dois cenários: o acesso via intranet, paraaproximadamente 35 mil servidores públicos quetrabalham com o serviço; e o acesso via internet,que permite o acesso à população.
Segundo Marcelo de Sousa, a iniciativa apontadiminuição nos gastos da Receita. “Somente com aeconomia de correios para movimentar os processos entre as unidades de lançamento até as de julgamento, já são cerca de R$ 20 milhões a menospor ano, valor superior a todo o custo de desen
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2003
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Constituiu-se um grupo de trabalho interdiscipl inar para estudar
e propor a criação de um processo administrativo digital
O grupo entregou à Receita Federal um pré-projeto com as
premissas necessárias e foi aberta oficialmente uma demanda
para a criação de um sistema que atendesse ao novo desafio
O projeto recebeu mais recursos financeiros e humanos,
canal izados para o início do seu desenvolvimento. O Serpro foi
acionado para levantamento de requisitos e para início da
construção do sistema
Em março, foi implantado e criado o primeiro processo digital
em produção na Delegacia da Receita Federal em Salvador
O começo dos processos digitais...
24 MAI/JUN 2012
A contadora Ana Amélia Dias, funcionária daorganização nãogovernamental ANDI Comunicação e Direitos, é usuária dos processos digitaisda Receita Federal. “Tudo agora é feito pela internet. Consultamos a situação fiscal e o Simples Nacional das empresas que receberão pagamentos,enviamos mensalmente o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais e a Declaração deDébitos e Créditos Tributários Federais”, detalha.
Ana Amélia lembra das dificuldades dos temposdo papel, quando a ANDI teve uma pendência naDeclaração do Imposto de Renda Retido na Fontee na Relação Anual de Informações Sociais. Comonão conseguiu emitir a certidão negativa, ela precisou ir em um posto de atendimento da Receita eesperar por seis horas em uma fila. Quando atendida, foi informada que precisava apresentar as informações previdenciárias de alguns anos anteriores. Teve que voltar à instituição, procurar os documentos no almoxarifado e só após esse trâmite,conseguiu dar baixa na pendência.
A situação hoje é diferente e mudou para melhor. “Já em 2011, tivemos uma pendência semelhante e tudo foi resolvido pelo site da Receita.Pagamos os documentos de arrecadação e a rápida resposta acelerou nosso trabalho. Fora que, pelo papel, vários documentos podiam estar preenchidos de forma errada ou incompleta, o que nosfazia ir e voltar ao posto de atendimento inúmerasvezes”, desabafa aliviada.
volvimento do sistema. Outro aspecto é a economia na impressão de papéis, antes necessários aosanexos do processo. Hoje, todos os documentoscriados na repartição são anexados eletronicamente”, apontou o assessor da instituição.
Renovação do atendimentoO assessor da Receita explica que já foram ini
ciadas sessões de julgamento virtual, com participação de servidores de diversas localidades, sem anecessidade de deslocamento, custo de passagense diárias. “Com essa mudança, esperase duplicar aprodutividade do julgamento dos processos feitosem lotes de temas comuns”, estimou.
A Receita pretende também investir na digitalização dos processos criados antes da chegada dosistema. A marca, hoje, supera um milhão de processos digitais. Algumas regiões fiscais, como a 8ªRF – São Paulo, tem como meta digitalizar o estoque de todas as suas unidades operacionais até ofinal de 2012.
O próximo passo será a construção de uma nova fase do Módulo Contribuinte, onde o cidadãopoderá solicitar o protocolo de qualquer processovia internet, além de ser atendido, por chat, pelosservidores da Receita. Os atendimentos não conclusivos serão encaminhados internamente viaprocesso digital.
Sem filas
A contadora AnaAmélia Dias aprovaa digitalização dosprocessos da Receita
Foto: Arquivo Serpro
Uma rede de computadores corporativa convencional conta com diversas ferramentas e soluções de segurança, como antimalware, IDS/IPS, firewalls, entreoutras, para garantir a integridade, a confidencialidadee a disponibilidade dos dados e informações pertencentes a essa organização.
A troca de informações entre essas várias ferramentas de segurança de uma rede pode ser utilizada paraincrementar a capacidade de detecção e reação a possíveis ataques em um ambiente de rede ou para melhorar o controle de acesso aos recursos por eladisponibilizados.
Nesse sentido, o Network Access Control (NAC) éuma solução que busca unificar as tecnologias de segurança disponíveis no mercado, com intuito de provermaior controle ao acesso de dispositivos clientes a umarede de computadores. Atualmente, existem no merca
CARCARÁ: UMA SOLUÇÃOCIENTE DE CONTEXTO PARACONTROLE DE ACESSOA REDES
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do várias implementações de NAC, mas com abordagens diversas e com pouca integração entre si, visto quea indústria não conseguiu ainda chegar a um consensoem relação a um padrão unificado. Em consequênciadesse cenário, os grandes fabricantes de soluções deNAC têm encontrado dificuldade em atender organizações que possuam um ambiente de rede heterogêneo,composto por diversas plataformas e sistemas operacionais, como é o caso do Serpro.
NETWORK ACCESSCONTROLA ideia central de uma solução de NAC (Figura 1) é
conceder ao cliente (Posture Agent), o acesso a um ambiente de rede, somente após uma série de verificações
Nº XLII 2012
A Tematec é uma publicação da Revista Tema cons
tituída por artigos técnicos sobre aplicações tecnoló
gicas. A participação na Tematec é aberta aos
empregados do Serpro, clientes e comunidade cien
tífica. Os interessados devem entrar em contato pelo
email: [email protected].
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TEMATEC
de segurança, de acordo com regras preestabelecidas em um servidor de monitoramento (Policy Server). Caso o cliente não esteja em conformidade com tais regras, é direcionado, via Network Access Device, para um segmento isoladoe especificamente configurado para permitir que suas vulnerabilidades sejam tratadas sem que haja comprometimento dos segmentos em produção (rede de quarentena).
A computação ubíqua ("em toda parte") é uma área de pesquisa emergente, interessada na abstração de novasformas de interação usuáriocomputador.
Uma relevante subárea do estudo da computação móvel e ubíqua é o reconhecimento de contexto. Os sistemasbaseados no reconhecimento de contexto adaptam seu comportamento automaticamente, de acordo com determinadas circunstâncias que podem, em princípio, ser algo fisicamente medido ou detectado, como a presença de umusuário, a hora do dia, a localização geográfica, dentre outros exemplos.
O Carcará é uma solução de NAC com capacidade de ciência de contexto, composta por um elemento principalintegrado a um conjunto de ferramentas de software livre.
Seu objetivo é controlar o acesso e a permanência de dispositivos em uma rede. Para tanto, deve interagir com ainfraestrutura de segurança existente, ou seja, com os diferentes sensores que a rede possui, como antivírus, sistemasde detecção de intrusão, ferramentas de análise de vulnerabilidades, entre outras.
O elemento principal do Carcará é um programa servidor que faz o papel de Policy Server, sendo composto portrês módulos (Figura 2):
RECONHECIMENTO DE CONTEXTO
O CARCARÁ
MAI/JUN 2012| | 3
CORENAC: módulo de controle, responsável pelaanálise de registros de eventos (logs) e pelo envio de instruções para os ativos de rede.
PLUGINS: Funciona como uma interface de comunicação do Corenac com cada tipo de ativo de rede.
CONFORM: Comunicase constantemente com asferramentas de segurança e de contexto, com o objetivode reportar para o Corenac qualquer inconformidadeem algum cliente específico.
O módulo Corenac interage com os módulos Conform e Plugins, para obter informações acerca do estadode conformidade dos dispositivos da rede e para reposicionar essas máquinas nos segmentos de rede mais adequados, através da aplicação dinâmica de VLANs (modoOutofBand), ou para isolálas através da aplicação deregras de firewall (modo InBand).
PROCESSODE ADMISSÃONo caso das estações de trabalho e notebooks utili
zados por funcionários, o processo de admissão deusuários na rede com o Carcará é feito utilizando autenticação com 802.1x, e o posicionamento ou isolamentodos dispositivos na rede é feito através de VLANs.
Dispositivos de redes, como impressoras e telefonesIP, não se autenticam na rede. Para esses casos, o Carcará utiliza no processo de admissão, um recurso presente nos modelos de switches atuais: o MAB (MACAuthentication Bypass). Para os dispositivos móveis defuncionários, que acessam a rede através de segmentos wireless, o processo de admissão é praticamente omesmo do processo seguido pelas estações e notebooks ligados à rede cabeada. No entanto, o controle deisolamento é realizado através da aplicação de regrasde firewall.
Por último, existe o processo de admissão para visitantes, que também acessam a rede através de segmentos wireless. Nesse caso, o controle de isolamento demáquinas inconformes também é realizado através daaplicação de regras de firewall. Adicionalmente, utilizaseum Captive Portal a fim de realizar o cadastramentotemporário de usuários.
AGREGANDO INFORMA-ÇÕES DE CONTEXTOFoi definido um conjunto de parâmetros que, uma
vez fornecidos pelo sistema operacional, permitissem conhecer o seu estado e o estado do hardware do dispositivo durante uma tentativa de ataque a esse cliente.
Esse conjunto de métricas proposto conta com informações, como o uso percentual da CPU; a quantidade
de memória RAM utilizada; a quantidade de processosem execução; além de outras.
Para realizar uma prova de conceitos dessas métricas,foi desenvolvido um software para smartphones comsistema operacional Android, responsável pela coletados contextos nessa plataforma.
Uma vez coletadas as informações de contexto, essesoftware agente as envia para um servidor de monitoramento e segurança. Esse servidor, por sua vez, analisa oseventos através de uma heurística própria, e envia umcomando para o Carcará, para que o mesmo possa adotar ações de acordo com a mudança de contexto identificada pela aplicação (Figura 3).
TESTES ERESULTADOSForam realizados com sucesso, em laboratório, al
guns testes de exploração prática dos principais conceitos envolvidos na solução proposta, com o objetivo dedemonstrar a aplicabilidade da solução em um ambiente real.
No teste de admissão de estações de usuários, oobjetivo foi examinar o controle de VLANs através daimplementação do módulo Plugin do Carcará. Já o teste do agente para smartphones consistiu em simularuma infecção por malware a fim de observar o comportamento das métricas previamente apontadas, investigando os efeitos do ataque na mudança decontexto do dispositivo.
TEMATEC
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Embora não esteja ainda totalmente implementada, de acordo com os testes e resultados mostrados anteriormente, a solução proposta mostrase bastante viável, e podeseconstituir em uma boa alternativa a ser adotada no ambiente do Serpro, que vem enfrentando dificuldades para encontrar no mercado uma solução que atenda plenamente aos requisitos e particularidades de sua rede.
Além disso, devido às suas funcionalidades de ciência de contexto, ainda pouco exploradas em ferramentas de segurança equivalentes, a adoção do Carcará tornaria a rede do Serpro adequada para receber o novo cenário de computação – complexo, heterogêneo eonipresente – que se aproxima, sem comprometer a segurança de seu ambiente.
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CLÁUDIO PEREIRA DA SILVAGraduado em Física pela UFRPE (2000) e Engenharia Eletrônica pela UPE (2005). Pósgraduado em Criptografia e Segurança em Redes pela UFF (2008). Mestre em Computaçãopelo CIN – UFPE (2010). Analista de Redes do Serpro. Atualmente, lidera o Setor Operacional de Infraestrutura emRecife. Instrutor Oficial Cisco, professor de graduação epósgraduação em diversas faculdades. Possui as certificações RHCSA, CCNA, CCAI, CCSP e CCIE Written.
PEDRO FRANÇA LIMA NETOGraduado em Engenharia da Computação pela UPE (2005) ePósgraduado em Criptografia e Segurança em Redes pelaUFF (2008). Analista de Redes do Serpro. Liderou a Divisão deSegurança em Infraestrutura de TIC em Recife e atualmenteintegra a equipe de segurança em Recife. Especialista em Segurança da Informação e Redes Móveis, professor de graduação e pósgraduação em diversas faculdades e incentivadordo Software Livre. Possui as certificações RHCSA e MCSO.
Graduado em Ciência da Computação pela UFPE (2004) ePósgraduado em Criptografia e Segurança em Redes pelaUFF (2008). Mestre em Tecnologias da Geoinformação pelaUFPE (2010). Analista de Redes do Serpro. Atualmente, lidera a Divisão de Especialização em Linux e Virtualização.Experiência em ambientes Unix/Linux e professor das disciplinas de Sistemas Operacionais e Arquitetura de Computadores em faculdades do Recife. Possui as certificações ITILFoundation v3, RHCE, LPII, LPIII e LPIIII.
INTRODUÇÃOA crescente preocupação da sociedade com ques
tões ambientais levou ao desenvolvimento do termo`sustentabilidade`, que é um conceito relacionado a nãoagressão do meio ambiente e ao uso racional dos recursos naturais do planeta. Seguindo nesse sentido, a TIVerde preza pela sustentabilidade tecnológica, ou seja, abusca pelo aperfeiçoamento contínuo do uso de equipamentos e demais recursos tecnológicos. Além das importantes questões ambientais, o presente estudo visaevidenciar que a adoção de práticas verdes pode contribuir para redução de gastos e melhoria da imagem corporativa perante o mercado.
TI VERDE – UM ESTUDO
APLICÁVEL ÀS EMPRESAS DE
DESENVOLVIMENTO DE
SOFTWARE
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PRINCIPAIS ÁREAS DATI VERDEA TI Verde pode ser subdividida em três grandes áre
as correlacionadas:
Economia de Energia ElétricaCorresponde ao uso racional de energia elétrica para
utilização e resfriamento de equipamentos eletrônicos.Essa área é o passo inicial para disseminar a cultura sustentável em uma organização.
Reciclagem de Resíduos EletrônicosOs diversos materiais que compõem computadores,
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TEMATEC
notebooks, entre outros, como cobre e chumbo, porexemplo, podem ser separados e reaproveitados. Empresas dedicadas exclusivamente à essa atividade têmse popularizado no país nos últimos anos.
Cadeia Produtiva SustentávelÉ o terceiro nível que é diretamente relacionado à
área anterior. Com o reaproveitamento de materiais, amatériaprima que antes seria extraída da natureza passa a reabastecer o processo de produção. Este ciclo pode ser visualizado na figura 1, a seguir.
APLICAÇÃO EM EMPRESASDE DESENVOLVIMENTO DESOFTWAREEmpresas de Desenvolvimento de Software são ge
ralmente compostas de diversos equipamentos tecnológicos, como servidores, computadores, notebooks,entre outros, que provém todo o ambiente necessáriopara o desenvolvimento de soluções de software.
Para manter estes equipamentos em pleno funcionamento e, muitas vezes, por tempo ininterrupto, é preciso que haja uma grande disponibilidade de energiaelétrica. Além deste fato, é proporcionalmente necessário que sejam empregados meios para resfriar o ambiente em que estes equipamentos estejam em operação.
Com base no cenário descrito anteriormente e visando delimitar o escopo do estudo, serão abordados osprincipais fatores que incidem sobre a economia deenergia elétrica em empresas de desenvolvimento desoftware. Mesmo que algumas práticas sejam consensoquando se fala em economia de energia é preciso quesejam reforçadas algumas recomendações, conformetabela 1 abaixo.
CASO PRÁTICONo caso prático, foi analisado o computador do ti
po desktop de um profissional da área de desenvolvimento de software durante os meses de julho aoutubro de 2011. Para realizar a coleta das informações do tempo de uso deste computador, foi utilizadoum simples serviço que registrava a data e hora emque o computador era ligado e desligado. As características do hardware do computador são: processadorPentium 4 HT 3ghz, 1 GB RAM DDR2 533mhz, HD160 GB SATA II e monitor CRT 19’’.
O computador tem uma fonte de 350 W, porém es
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te valor equivale à potência máxima que a fonte podeprover aos componentes do computador. Como ocomputador, geralmente, não utiliza sua capacidademáxima por longos períodos, foi considerada uma potência real de 250 W. Com o monitor CRT, cuja potênciaé de 100 W, considerouse como a potência média detodo o equipamento como 350 W.
Para fins de comparação, foi feita a coleta de informações para mensurar quanto seria o consumo doequipamento se apenas o monitor CRT fosse substituído por um LCD do mesmo tamanho, cuja potênciaé de aproximadamente 30 W. Utilizando como base adefinição do parágrafo anterior, substituindo o valordo monitor utilizado pelo de LCD, teremos a potênciatotal de 280 W. Para complementar a comparação,avaliouse a potência aproximada de um notebook,utilizado por analistas de negócio na empresa analisada. Um notebook de configurações semelhantes aodesktop descrito anteriormente, possui a potência total de aproximadamente 70 W.
De posse das informações anteriores, resta demonstrar o custo do KW/h cobrado na região da empresa analisada. De acordo com dados de 2011 daCEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), o custo do KW/h na cidade de Porto Alegre, é de R$ 0,31.Com os dados coletados pelo serviço instalado nocomputador durante quatro meses, foi possível observar que este ficou ligado durante 1165,37 horas. Nafigura 2 e na tabela 2, podem ser visualizados os valores calculados nos três cenários citados:
No gráfico exibido na figura 2, é possível concluirque a utilização de um desktop com monitor CRT é aopção mais cara no quesito custo de operação, chegando a custar R$ 126,44 apenas para manter o equipamento ligado nestes quatro meses. Apenas com asubstituição do tipo de monitor, trocandoo por umLCD, este valor foi reduzido para R$ 101,15 no mesmoperíodo, ou seja, uma diferença de cerca de 20%. Noentanto, em termos de menor custo de operação a utilização do notebook é indiscutível. Enquanto as duasopções anteriores são superiores a cem reais, o uso deum notebook é de apenas R$ 25,29, um valor 81%mais barato se comparado ao custo de um desktopcom CRT e 77% mais barato quando comparado aocusto de um desktop com monitor LCD.
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A sustentabilidade tem se tornado uma preocupação constante da sociedade. Apreservação e a utilização consciente dos recursos naturais do planeta têm se mostradoum cuidado que além de trazer vantagens ecológicas, também contribui para reduçãode despesas com energia elétrica em residências e também nas empresas.
Com as Empresas de Desenvolvimento de Software esta realidade não poderia serdiferente. Devido aos diversos equipamentos ligados, simultaneamente, a porta de entrada para práticas de TI Verde, nesses tipos de organizações, é a economia de energiaelétrica. Devido a sua simplicidade, essa prática permite avaliação do retorno do investimento em equipamentos mais econômicos sem grandes esforços.
A TI Verde é um vasto campo de estudos que abrange ainda, o uso de virtualização,green datacenters, reciclagem de componentes eletrônicos, entre outros, possibilitandonovas pesquisas na área.
GIORDANI DA SILVARAMOSBacharelando em Sistemas de Informação pelaFaculdade Dom Bosco dePorto Alegre/RS. Técnicoem Informática. Atua como Analista/Desenvolvedor de sistemas voltadospara a área de GestãoHospitalar na empresa Salux Informatização emSaúde. Dedicase a pesquisas relacionadas a melhores práticas noprocesso de desenvolvimento de software, segurança da informação e arelação da TI com demaisáreas de conhecimento.
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MMEEMMÓÓRRIIAA
* por Victor Freire
AURORA DO
P resentes na vida de todos os brasileiros, aurna eletrônica revolucionou a formacomo o povo brasileiro relacionase coma tecnologia e com o processo democrá
tico. A inovação possibilitou uma maior agilidade novoto dos mais de 137 milhões de eleitores existentes hoje, segundo dados da Justiça Eleitoral. E oSerpro teve uma participação especial nesta história.
Começamos voltando à relativamente distantedécada de 1980 e à regional Curitiba, onde a ideiade uma “máquina de votar” foi concebida. Quemajuda a contar essa história é Ricardo Telemberg,analista de atendimento do Serpro: “após as eleições de 1982, vislumbrávamos várias possibilidades de modernização da tabulação dos votos,promovendo agilidade, segurança e transparência”, pontua.
Na época, a totalização dos votos por meioeletrônico já era uma realidade, embora restrita erelativamente primitiva. O primeiro programa detotalização de votos foi feito por meio de umaparceria do Serpro com Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) de alguns Estados brasileiros, notadamente o TRE do Rio de Janeiro e de Santa Catarina.A parceria com este último seria crucial para o desenvolvimento da urna eletrônica.
Foi neste Estado que ocorreram dois eventosimportantes: o recadastramento de eleitores realizado em 1986 em parceria com o Tribunal SuperiorEleitoral (TSE) e a utilização de 400 computadorestipo PCXT, com dados concentrados em um único386, nas eleições presidenciais de 1989 em Florianópolis. Eram equipamentos de ponta, segundoJosé Gilberto Tissei, então empregado do Serpro e
Há 30 anos, nasciam as primeiras ideias que transformariam o sonho da“máquina de votar” em realidade com a chegada da urna eletrônica. Partedessa história começou no Serpro, que colaborou no desenvolvimento datecnologia das primeiras votações eletrônicas
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VOTO DIGITAL
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Bras
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um dos responsáveis pela concepção do sistema detotalização. “Os computadores chegavam a ter nomáximo 10 megabytes de disco rígido e 500 kbytes de memória”.
Em 1990, a proposta do TRESC a respeito dapossibilidade do uso de computadores para umplebiscito chegou ao Serpro. Era uma realidadenova em relação às eleições anteriores, mas o desafio foi aceito, como conta Telemberg. “As discussões e ideias evoluíram até chegarmos emuma solução inovadora,que já vínhamos sonhando mais intensamente e começamos atornar realidade”.
O município de Urussanga iria ser consultadoa respeito da separaçãodo então distrito de Cocal do Sul, em 1991, e atecnologia de voto eletrônico teria então seuprimeiro grande teste.Para tanto, foram adaptados computadores comuns, mas com uma proteção colocada sobre o teclado, contendo asopções de voto e as teclas “confirma” e “corrige”.A adaptação dos teclados foi feita pelo Centro deReferência em Tecnologias Inovadoras da Universidade Federal de Santa Catarina.
A votação foi um sucesso, e os quase 5 mileleitores interessados puderam votar sem problemas (o resultado, por sinal, foi a favor do desmembramento de Cocal do Sul). Daí em diante,outros plebiscitos foram realizados pelo TRE usan
do a tecnologia, segundo Carlos Rogério Camargo,analista de Tecnologia da Informação do tribunal.“Fizemos mais de 80 plebiscitos em todo oBrasil utilizando este equipamento e a nossa experiência”, conta.
Deste grupo de trabalho, participaram diversasempresas e centros de pesquisa brasileiros, e resultaram na moderna urna eletrônica. Carlos Camargo relembra alguns parceiros importantes:
“estiveram presentes oCentro Técnico da Aeronáutica (CTA), Instituto Militar de Engenharia(IME) e o Centro dePesquisa e Desenvolvimento da Telebrás, entre outras instituiçõespúblicas e privadas”.
Mesmo depois detantas etapas, o processo de evolução daurna não para: de acordo com Giuseppe Janino, secretário de Tecnologia da Informação do
TSE, estão previstos para ser incorporados sistemasde identificação biométrica do eleitor e o uso decertificados digitais para maior segurança contrafraudes. “A própria urna será capaz de reconhecero eleitor através de sua digital”, diz.
Segundo Giuseppe, outro motivo para comemoração é o significativo interesse pela urna emoutros países. “Mais de 50 nações já buscaram informações sobre nosso sistema e alguns já estabeleceram cooperação conosco”, entre eles Argentina, Paraguai, Equador, México e Haiti.
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Em 1990, a proposta do TRESCa respeito da possibilidade douso de computadores para umplebiscito chegou ao Serpro
Urna eletrônica: Serproparticipou da concepçãodas primeiras unidades
Mais de 50 naçõesjá buscaram informações
sobre nosso sistema ealguns já estabeleceramcooperação conosco
GIUSEPPE JANINO
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PÁGINAS VERDES
Apenas um sopro para iniciar um sistemaoperacional, um avatar que fala a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), aleitura do conteúdo na tela do computador ativada com um toque. Essas
invenções geniais já estãomuito próximas de se tornarem realidade no Brasil. Emfase de testes, brevementeserão incluídas no mercadode tecnologia assistiva (TA),um conceito abrangente, queenvolve produtos, estratégiase metodologias ligadas à autonomia das pessoas comdeficiência e que servem paramelhorar a qualidade de vida.
O Brasil, com seu grandepotencial tecnológico, já desenvolve TA, mas muitosprojetos de pesquisas andavam isolados. Para aglutinaressas iniciativas, o Ministérioda Ciência, Tecnologia e Inovação criou o Centro Nacional de Referência emTecnologia Assistiva (CNRTA),vinculado a outro centro, ode Tecnologia da Informação Renato Archer (CenPRA),e que nasce contando com a infraestrutura já existentenas unidades de pesquisa do ministério.
* por Concita Varella
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Fabiana Bonilha, uma das pesquisadoras responsáveis pela implantação do CNRTA, explica que oCentro vai democratizar o acesso à tecnologia assistiva, pois formará uma rede de pesquisa entre outrasinstituições e universidades ligadas ao estudo e de
senvolvimento de TA.“Quanto mais a gente conseguir fortalecer essa rede,mais os produtos estarãoacessíveis ao público”,constata. Além de pesquisadora, Fabiana é usuária deprodutos assistivos. Ela temdeficiência visual e emprestasua percepção como referência para os pesquisadores, na adaptação dosprodutos à realidade.
Horizonte promissor“O senso de urgência é
grande, não podemos esperar a maturação de umnovo projeto, por isso amobilização dessa rede”,justifica Victor Mammana,diretor do CenPRA. Segundo ele, estão sendo criados
vinte núcleos de pesquisa, com possibilidade deexpansão. Mammana considera que, mesmo comos riscos do processo de desenvolvimento tecno
EM PÉ DE IGUALDADEO governo investe em produtos assistivospara que pessoas com deficiência edelimitadas pelo envelhecimento –quase 24% da população ‐ tenhammais autonomia, segurança e inde‐pendência motora.
Cidadão com rendaaté 10 salários
mínimos pode obterlinha de crédito do
Banco do Brasil paracompra de produtos
assistivos. O valorfinanciado vai de R$
30 a 70 mil com jurosde 0,64% ao mês.
Novas linhas decrédito estão
previstas parauniversidades, centros
de tecnologia eempresas com açõese pesquisas no setor.
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O LianeTTS é umexemplo de tecno‐logia assistiva. De‐senvolvido emparceria entre oSerpro e a Univer‐sidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), é um sintetizador de voz para leitu‐ra de tela de computadores. Está disponível para downlo‐ad no portal do Serpro (www.serpro.gov.br).O programa transforma texto em áudio, permitindo quepessoas cegas ou com baixa visão tenham acesso ao con‐teúdo exibido na tela do computador. Disponível inicial‐mente para os sistemas operacionais Linux e Windows, atecnologia começa a funcionar assim que o usuário faz ologin na máquina.
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Aparelhos eletrônicos
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) opera R$ 150milhões dentro do programa. Segundo a chefe do Departa‐mento de Tecnologias Sociais, Patrícia Retz, cerca de R$ 20milhões não reembolsáveis serão destinados ao financia‐mento imediato de projetos cooperativos entre instituiçõescientíficas tecnológicas (ICT) e empresas brasileiras para odesenvolvimento e inovação de produtos assistivos.A Finep concluirá a chamada pública em julho de 2012. Naprimeira fase, 182 empresas brasileiras apresentaram pro‐postas para fabricação de produtos assistivos. Para a segundafase, a Finep selecionou outras 56. Nesta etapa, as propostassão apresentadas por algum ICT em parceria com a indústria,que desenvolverá o novo produto no prazo máximo de doisanos. A formação da rede de pesquisa já começou.Os projetos apoiados são os que atendem às demandas pre‐ferenciais do governo ou cujos produtos sejam de relevância
Incentivo à indústria nacional
A voz em português brasileiro é o diferencial em relaçãoa outros sintetizadores. Mas é possível baixar a basede fonemas de outros idiomas e inserir no programa,que pode passar por outras customizações. O manualtambém está disponível para download e, ainda, no CDde instalação.Ampla utilidadeO público que mais utiliza os sistemas de texto‐para‐fala,como o LianeTTS, é formado por pessoas com deficiênciavisual. No entanto, esse tipo de programa é comumenteusado por pessoas com dislexia e outras dificuldades deleitura, ou com deficiência severa de fala, bem como porcrianças pré‐alfabetizadas. Além de ser uma ferramentade tecnologia assistiva, sintetizadores de voz podem terainda aplicações pedagógicas e de entretenimento.
para a pessoa com deficiência. Também serão financiadosprojetos que resultem em efetiva redução de custos de fa‐bricação e na nacionalização dos produtos para atendimen‐to ao mercado interno, com custos menores de aquisição eo domínio da engenharia no país. Também devem se enqua‐drar nas linhas temáticas definidas na seleção pública, queincluem produtos para deficiência física, auditiva, visual, enecessidades múltiplas. A seleção prevê, por exemplo, odesenvolvimento de equipamentos esportivos assistivos paraos Jogos Paralímpicos Rio 2016.Financiamento para o cidadãoAtualmente, para o cidadão com renda até 10 salários míni‐mos, há possibilidade de obter linha de crédito do Banco doBrasil para compra de produtos assistivos. O valor financia‐do vai de R$ 30 a 70 mil com juros de 0,64% ao mês.
lógico, o trabalho em conjunto, com uma eficienteprospecção, pode acelerar o processo de criação denovos produtos. Esse futuro não é tão distante assim. Atualmente, o centro de tecnologia assistivatesta nove produtos de grande porte.
Entre os exemplos de TA já em experimentação nomundo estão: interfaces para uso de computadorespor pessoas com deficiências motoras, tecnologiasem três dimensões para planejamento de cirurgias e
de próteses, e, ainda, sistemas de visão computacional para auxiliar a leitura de pessoas com deficiência.
“Imagine um software que poderá ler o que tem escritoem uma folha de papel ou uma bengala que dê uma noçãoespacial?”, projeta Fabiana Bonilha. Para ela, todas as conquistas do presente são importantes, mas o fundamental épensar no horizonte promissor que todas essas invençõescriam, pois aproveitam todo o potencial tecnológico paraaprimorareavançarnoconhecimentodestaárea.
Vestuário especial
Próteses
Objetos adaptados
ARTIGO
Em um país de grandes dimensões como oBrasil e carente de informações adequadas para a tomada de decisões sobreproblemas urbanos, rurais e ambientais, ogeoprocessamento apresenta um enorme
potencial. Principalmente se baseado em tecnologiasde custo relativamente baixo, em que o conhecimento seja adquirido localmente. As técnicas de geoprocessamento podem ser um novo canal decomunicação entre governo e sociedade, possibilitando maior conhecimento acerca dos problemasque afligem a população e proporcionando melhoraplicação dos recursos governamentais.
O objetivo do projeto Fale é facilitar e ampliar odiálogo entre a sociedade e o governo, utilizando recursos de geoprocessamento em conjunto com conceitos de datawarehouse, Business Process Model eprocessos do ITIL. Assim, permite a comunicação direta da população junto aos governos federais, estaduais e municipais. O projeto Fale apresenta umconjunto de módulos: relato; filtragem e aferimentode veracidade de incidentes; gestão de problemas;classificação de problemas por região; e apresentaçãode informações geográficas.
* por Francisco Nauber Bernardo Gois
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O Módulo de Incidentes permitirá que a população comunique os problemas da sua cidade diretamente no Fale, dessa forma gerase um incidente.Este será processado por um módulo que classificaráa veracidade do relato, de acordo com critérios especificados, utilizando o conjunto de evidências anexadas ao incidente. Após a verificação de veracidade, oincidente será encaminhado ao órgão responsável,que dará o tratamento adequado comunicando asolução aplicada na ferramenta. O Módulo de Apresentação de Relatórios utilizará o padrão KML paraapresentação dos dados geográficos e permitirá aexecução de operações de Olap, capacidade paramanipular e analisar um grande volume de dados sobmúltiplas perspectivas. A solução deve ser desenvolvida utilizando o Framework Demoiselle e aderente aespecificação Java EE.
Na proposta do trabalho, o Serpro deverá atuar como gestor e mantenedor da solução, disponibilizandopara a população o sistema de inclusão e acompanhamento de relatos e o serviço de consulta aos dados geográficos, por meio de um datawarehouse que pode serutilizado pelos órgãos da administração pública. O projeto Fale apresentase como uma oportunidade de
OobjetivodoprojetoFaleé facilitar eampliar
odiálogoentreasociedadeeogoverno,utilizando recursosde
geoprocessamento emconjuntocomconceitos
de datawarehouse,BusinessProcessModel
e processos do ITIL
FALE: FACILITANDO E AMPLIANDO
O DIÁLOGO ENTRE A SOCIEDADE E
O GOVERNO FEDERAL
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Mestre pela Universidade de Fortaleza, possui Es‐pecialização em Desenvolvimento Web pela Universidade Federal do Ce‐ará. Certificado em Testes de Software pela ALATS. Possui certificaçãoSCJP. Atualmente, é analista de desenvolvimento do Serpro e professordo curso de graduação da Faculdade Lourenço Filho.
Francisco Nauber Bernardo Gois
negócio para o Serpro, oferecendo um novo serviçopara a sociedade e criando um barramento de informações que pode ser utilizado por um conjunto deoutros sistemas. Órgãos e departamentos, comoPolícia Federal, Ministério do Planejamento, governos estaduais e prefeituras, podem utilizar as informações disponibilizadas pelo Fale para aplicação emoutros sistemas.
Um sistema de segurança pública poderá obterestatísticas como, incidência de denúncias versus diminuição dos crimes praticados. Um sistema poderárelacionar a diminuição de problemas de infraestrutura das estradas com o aumento da aplicação derecursos ou a redução do número de reclamações. Aprevidência pública (INSS) poderá monitorar o andamento de seus serviços por estado e por cidade emtodo o país. As agências controladoras poderão receber reclamações e sugestões, aplicando seus esforços nos locais onde a prestação de serviço dasconcessionárias for mais deficiente.
O sistema poderá ser adaptado para receberquaisquer informações fornecidas pelos órgãos dogoverno por meio de webservices de inserção (Figura1). Informações como, rendimento de aplicações de
títulos do tesouro por cidade, aplicação de recursosfederais, número de cadastros no Bolsa Escola e outras poderão ser disponibilizadas pelo Fale. Dessaforma, criase um amplo barramento de informaçõesgeográficas para aplicação com os mais diversospropósitos. Além disso, o Serpro poderá fornecer oseu próprio serviço de GeoCoding para os demais órgãos do governo.
A arquitetura física da solução pode ser divididaem duas partes: uma delas é responsável pela realização e acompanhamento dos relatos; a outra é responsável pela implementação do datawarehouse.Nessa arquitetura, o Serpro deverá implementar umambiente de contingência para os servidores web,servidores de mensagens e banco de dados.
Figura 1
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Dizem que, dentre os três poderes da re
pública, o legislativo é o mais voltado
para o futuro. Isso porque a Câmara dos
Deputados e o Senado possuem, como
função principal, inovar a ordem jurídica. Nos próxi
mos meses, as duas casas vão discutir temas impor
tantes relacionados à tecnologia da informação.
Conheça os debates sobre assuntos como Marco
Civil na Internet, banda larga, software livre e regu
larização da profissão de analista de sistemas.
Uma das questões que mais dividem os parla
mentares é a da normatização do uso da internet. É
uma discussão intensa envolvendo valores como
democracia e responsabilização nas relações virtu
ais. Entre as opiniões diversas, há aqueles que dizem
que a web se tornou uma “terra de ninguém”, já
que a legislação atual não se mostra suficiente para
a tipificação dos chamados “crimes cibernéticos”.
Outros alertam para o perigo do cerceamento da li
berdade dos internautas e do fim do anonimato na
rede, que passaria a ser limitado em prol do interes
se das grandes corporações.
Responsabilização x liberdadeO debate acima é representado por dois projetos
de lei: o Marco Civil da Internet (PL 2126/2011) e o
PL 8489, que ficou conhecido por “Lei Azeredo”.
Considerado pelo exministro da justiça Luiz Paulo
Barreto a “constituição da internet”, o Marco Civil é
fruto de um processo de discussão de três anos, que
envolveu governo e diversos representantes da
sociedade civil. A ideia é a construção de um marco
regulatório que serviria como referência para as
condições de uso da Internet. Uma lei geral que
explicaria o papel do poder público, além de trazer
os direitos e deveres dos usuários, prestadores de
serviços e provedores de conexão. O projeto já se
encontra na Câmara e está sendo analisado por
uma comissão especialmente criada para estudar a
matéria. No dia 17 do mês de abril, aconteceu a
primeira de sete audiências públicas que serão rea
lizadas em diversas capitais brasileiras. A previsão é
de que em junho, após o fim das discussões, o
Marco Civil possa ser finalmente votado e encami
nhado ao senado.
DISCUSSÃO
32 MAI/JUN 2012
Conheça as discussões na Câmara e Senado que vão determinar as regras das Tecnologias da InformaçãoConheça as discussões na Câmara e Senado que vão determinar as regras das Tecnologias da Informação* por Alexei Kalupniek
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Senador Walter Pinheiro(acima): direitos dos
internautas, software livre e
formas diferentes para
regulamentação da profissão
de analista de sistemas.
DeputadoEduardoAzeredo(à direita): responsabilização
dos usuários da internet e
parcerias públicoprivadas para
a construção da banda larga
brasileira.
PLS Nº 607/2007• dispõe sobre a regulamentação do exercício da pro
fissão de analista de sistemas
33MAI/JUN 2012
Porém, para o deputado Eduardo Azeredo
(PSDB/MG), presidente da Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara,
o Marco Civil da Internet ficou restrito ao terreno
das boas intenções. “O projeto traz direitos e deve
res de uma forma simples, com um tom, até, de
obviedade como quando propõe simplesmente que
a internet deve ser segura, livre, democrática”, afir
ma. Segundo Azeredo o marco regulatório teria se
furtado a enfrentar pontos polêmicos, como o da
tipificação de crimes. Diante da suposta ausência de
regulação, o deputado defende a aprovação do PL
8489, que ficou conhecido como a "Lei Azeredo".
O deputado reconhece uma contribuição do Marco
Civil: estabelecer a guarda de logs, que permite sa
ber em que hora o computador de cada internauta
foi ligado e desligado. Ideia, segundo ele, tirada de
seu próprio projeto de lei: “era um ponto que algu
mas pessoas criticavam no PL 8499, mas que o go
verno acabou assimilando e colocando no Marco
Civil. A diferença é só o prazo de guarda, que pas
sou de três anos para um”, explica.
“Estamos participando de algo que é um marconão só em relação à internet no Brasil. Apósaprovação, teremos uma referência mundial”.
Sérgio Amadeu, convidado da comissão especialque analisa o Marco Civil da Internet
Conheça as discussões na Câmara e Senado que vão determinar as regras das Tecnologias da InformaçãoConheça as discussões na Câmara e Senado que vão determinar as regras das Tecnologias da Informação
PLS Nº 2126/2011• estabelece princípios, garantias e deveres para uso da
internet no Brasil (Marco Civil da Internet)
PLS Nº 8489/1999• dispõe sobre os crimes cometidos na área de
informática e suas penalidades
PLS Nº 7351/2010• institui o Índice Brasileiro de Inclusão Digital
PLS Nº 1592/2011• proíbe o uso de robôs, softwares e programas de
lances nos pregões eletrônicos
ALGUNS DOS PROJETOS DE LEI NA ÁREA DE TI
Total de projetosrelacionados à TIem análise noCongresso Nacionalaté o fechamentodesta matéria
PLS Nº 3199/2004• dispõe sobre o acesso pela rede mundial de
computadores aos dados do Sistema de Administração
Financeira do Governo Federal – SIAFI
Já o senador Walter Pinheiro (PT/BA), tem uma
opinião diferente. Membro da Comissão de Ciência,
Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática
do Senado, Pinheiro afirma que “não dá para trans
formar o Marco Civil em um Código Penal”. A ideia
seria, primeiro, garantir os direitos dos usuários da
internet com a aprovação do Marco Civil e só depois
discutir questões específicas quanto a leis de res
ponsabilização. “Não percebo esse suposto vácuo
jurídico, ou uma dificuldade de lidar com os crimes
cibernéticos. Esse tipo de ilícito está sendo comba
tido pela interpretação, por analogia, da legislação
penal já existente”, considera.
Exageros restritivosO sociólogo Sérgio Amadeu, defensor do soft
ware livre e da inclusão digital no Brasil, veio a Bra
sília participar da primeira audiência pública do
Marco Civil, à convite da comissão especial da Câ
mara. Amadeu, que tomou parte das discussões so
bre direitos dos usuários, considera que o Marco
nasceu justamente da luta contra exageros restriti
vos e propostas de bloqueio ao compartilhamento
na web. Para o sociólogo “estamos participando de
algo que é um marco não só em relação à internet
no Brasil. Após aprovação, talvez com algumas al
terações, teremos uma referência mundial”.
Porém, Amadeu é contra a proposta de guarda
dos logs que, segundo ele, viola o direito ao anoni
mato do cidadão. Esse é justamente um dos temas
para os quais sugere “algumas alterações”. Outra
questão é que a guarda traria dificuldades para o
funcionamento das tecnologias mesh, que são usa
das na replicação de sinais das chamadas redes
abertas. Essas redes permitem, por exemplo, que
uma pessoa em Londres possa se conectar, via WiFi,
a uma rede pública. “É um inconveniente para o
avanço tecnológico, além de colocar em risco a pri
vacidade e violar o princípio de que toda pessoa que
usa um IP é inocente até que se prove o contrário.
Para Azeredo é o contrário, todo mundo é culpado
até que se prove a inocência", polemiza o sociólogo.
Acarajé com açúcarMas nem só de Marco Civil vivem as comissões
de ciência e tecnologia do legislativo. O senador
Walter Pinheiro é autor do PL 2269, em tramitação
na Câmara, que incentiva a administração pública a
utilizar software livre. “Foi uma discussão que teve
início em 1999, quando eu ainda era deputado”,
relembra, “e fiquei convencido de que as soluções
livres promoveriam a indústria nacional de softwa
re”. O senador explica que, nessa época, alguns
desenvolvedores mundiais migraram para as plata
formas abertas e várias modificações passaram a ser
produzidas em solo brasileiro, o que criou uma in
fraestrutura a ser aproveitada. “Aprendi, então, que
o software livre é igual uma receita de acarajé. Te
mos os ingredientes listados mas, se alguém quiser
acrescentar açúcar, tudo bem. Fica ao gosto do fre
guês”, explica o senador baiano. Pinheiro também
considera que a administração pública não precisa
ser obrigada comprar apenas soluções livres. “Há
espaço para tudo. Mas, como o governo continua a
ser o maior comprador, devemos apoiar os interes
ses brasileiros”, defende.
Outros assuntos que devem gerar debates na
Câmara e Senado são a banda larga e a regulamen
tação da profissão de analista de sistemas. O depu
tado Eduardo Azeredo defende a utilização, para a
criação da infraestrutura de banda, do dinheiro do
FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Co
municação). A verba costuma ser usada para finan
ciamento da infraestrutura de telefonia celular em
localidades remotas. Já o senador Walter Pinheiro
considera que basta cobrar o que já ficou acordado
nos contratos já existentes. “A banda larga, para
mim, é algo já consolidado”, afirma. Quanto ao fu
turo dos analistas de sistemas, ambos os parlamen
tares são a favor da regulamentação. “Eu mesmo
sou formado em análise de sistemas”, informa Aze
redo. Pinheiro, por sua vez, considera que a solução
talvez não passe pela criação de um conselho
profissional. “Precisamos, ainda, discutir o tema
buscando formas diferentes de regulamentação
profissional”, pondera.
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“Foi uma discussão
que teve início em
1999, quando eu
ainda era deputado,
e fiquei convencido
de que as soluções
livres promoveriam a
indústria nacional de
software”
Senador Walter Pinheiro,autor do PL 2269
PL Nº 2126/2011MARCO CIVIL DA INTERNET
Art. 3º A disciplina do uso da Internet no Brasiltem os seguintes princípios:I garantia da liberdade de expressão, comunicação e
manifestação de pensamento, nos termos da Constituição;
II proteção da privacidade;
III proteção aos dados pessoais, na forma da lei;
IV preservação e garantia da neutralidade da rede,
conforme regulamentação;
V preservação da estabilidade, segurança e
funcionalidade da rede, por meio de medidas técnicas
compatíveis com os padrões internacionais e pelo estímulo
ao uso de boas práticas;
VI responsabilização dos agentes de acordo com suas
atividades, nos termos da lei; e
VII preservação da natureza participativa da rede.
SERPRO MARCAPRESENÇA NARIO+20 COM DOISTELECENTROSO Serviço Federal de Processamento de Dados Serproestará presente, de 15 a 23 de junho, na Cúpula dosPovos, uma das atividades da programação paralela daConferência das Nações Unidas sobre DesenvolvimentoSustentável Rio+20.A empresa instalará dois telecentros: um no Aterro doFlamengo e outro na Biblioteca Parque de Manguinhos.O público terá livre acesso aos cerca de 40equipamentos distribuídos nos dois espaços e poderáconhecer os cursos oferecidos pela Escola Aberta deInclusão Digital da empresa (inclusao.serpro.gov.br).
USO DE COMPUTADORES DOBROUNOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS
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CURTAS
Em um ranking de 87 nações, oBrasil ganha destaque noaperfeiçoamento dos mecanismosde transparência e controle dos
gastos públicos, segundo mediçãorealizada pelo International Budget
Partnership (IBP). O país ocupa o 9º lugarem transparência fiscal, segundo o Índice
de Transparência de Orçamento Aberto,criado pelo IBP. O Índice mede o grau de
acesso que cada governo oferece ao público por meio da disponibilização deinformações completas contidas em oito documentos orçamentários chave.Soluções como o Portal da Transparência, o Pregão Eletrônico, carrochefe doportal ComprasNet, o Siafi e a Lei de Acesso à Informação são alguns exemplos doesforço do governo federal para disponibilização de dados para a sociedade.
BRASIL É O 9º PAÍS NOMUNDO EM
TRANSPARÊNCIAFISCAL
Pesquisa divulgada pela Febraban, em abril, aponta que o setor bancário brasileiroinvestiu R$ 18 bilhões em Tecnologia da Informação em 2011. O investimento foimaior em hardware: R$ 4,5 bilhões, seguido de software de terceiros (R$ 3,6bilhões), telecomunicações (R$ 3,7 bilhões) e software “in house” (R$ 1,8 bilhão).O estudo mostra que a terceirização de desenvolvimento de software foi o tipode investimento que mais cresceu nos últimos dois anos.A pesquisa estima que os bancos brasileiros devem aumentar esse nível deinvestimento em 42% até 2015, o que vai representar 2,5 vezes a média globalno período, que será de 18%.
BANCOS BRASILEIROS INVESTEMR$ 18 BILHÕES NA ÁREA DE TI
Pesquisa do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola deAdministração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV),aponta que no Brasil há 99 milhões de computadores em uso, o querepresenta cerca de um equipamento para cada dois habitantes. Somadas asmáquinas usadas nos ambientes corporativo e doméstico, o total decomputadores em uso no país dobrou nos últimos quatro anos.Até o final de 2012, devem ser vendidos mais 17,9 milhões de unidades. A pesquisaestima que, em seis anos, o Brasil passará a ter um computador por habitante.
VIDEOGAMES E SAÚDE
“Sai desse videogamemenino, vai terminar ficando doente”. Houveum tempo, lá pelos idosdos anos 1990, que esse
eraodiscursoprediletodepais emãesaflitos como interessedemasiado dos filhos por jogos eletrônicos. Não demoroumuito, a criançada cresceu, incorporou a tecnologia em suasvidas e os games encontraram outras ocupações além dadiversão: transformaramse em valiosa ferramenta de promoçãodasaúdee recuperaçãodedoenças.
De estimulação cognitiva, a exercício físico, passando porcontrole de dietas para diabéticos ou obesos, os jogos eletrônicos mostramse produtivos também para adultos eidosos, para trabalhar aspectos sociais, físicos e mentais, inclusive como terapia. Pelo menos é a justificativa para os milhões de dólares e incontáveis horas de pesquisa emuniversidades e empresas de desenvolvimento de software ehardware. “Cada vez mais a tecnologia aliada à diversãocontribui para oferecer novas intervenções nos cuidados dasaúde, por meio de jogos digitais que já estão no mercadoou outros criados especialmente para isso" atesta BenSawyer, um dos fundadores da Digitalmill, empresa norteamericana especializada na criação de games para uso científicoedecuidadosdasaúde.
Para Sawyer, este é um campo emergente que deve garantir o futuro dos games. “O estudo científico de jogos ele
* por Aldo Maranhão
36 | MAI/JUN 2012|
trônicos bem como a pesquisa acadêmica a eles relacionadavão nos dar uma profunda compreensão dos videogames.Interagir com pesquisadores e instituições ao redor do mundo que tenham também esses objetivos é uma meta da Digitallmill” completa.
Outro que aderiu a essa linha foi o editorchefe do jornal Games for Health (Jogos para a Saúde), Bill Ferguson.Segundo ele, “a amplitude crescente e profundidade dapesquisa de jogos para saúde terão impactos fortes emtodas as fases da vida, desde o uso para crianças com autismo até em pacientes geriátricos que querem prolongar asua vida ativa”, afirma.
O uso de videogame como ferramenta auxiliar no processo de cura e recuperação não se resume aos EstadosUnidos. Existem experiências exitosas na Austrália, Singapurae no Brasil, onde a terapeuta ocupacional Alessandra Moreira, da Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, emNatal (RN), utiliza o Nintendo Wii como instrumento auxiliarpara reabilitação. “O tratamento consiste em deixar a criançajogar. Parece simples, mas o videogame proporciona muitomais do que diversão para quem está em tratamento e, aquina Casa, o maior objetivo é proporcionar aos pacientes independênciaeautonomiacomqualidadedevida”diz.
Alessandra cuida de crianças que sofreram ruptura emsua rotina: “muitas vezes, ela deixa de ser uma criança ativa etornase apática, dependente; nesses casos, o uso de videogame alia diversão ao processo de recuperação. A terapia,
VIDEOGAME É SAUDÁVELPraticar exercícios
físicos e atividadescognitivas faz muito
bem à saúde. Masdiferente do que se
poderia imaginar há15 anos, os jogos
eletrônicos tambémpossibilitam novas
formas de promoçãodo bemestar,
inclusive terapias
37| |MAI/JUN 2012
Revolucionou ao trazer umcontrole que permite usar
movimentos corporais paracontrolar os jogos. Games
de exercícios físicos, dançae esportes foram
reinventados com a novaforma de brincar.
com o console Nintendo Wii, ajuda nesse objetivo porqueatua nas áreas física, cognitiva e social. É uma ferramenta dereabilitaçãovirtual", explicaa terapeuta.
O uso de videogames na recuperação de pacientes éuma realidade nos centros de reabilitação, como explica oterapeuta ocupacional Luiz Carlos Gondim: “utilizamos essatécnica para a recuperação de pacientes pois os aparelhosfuncionam com sensores de movimento, trabalhando segmentos específicos do corpo durante o tratamento. A sessãoconsiste em colocar o paciente para jogar a partida de determinado jogo, proporcionando um setting terapêutico diferenciado, fora dos padrões convencionais, que para algunssão monótonos e repetitivos. Dessa forma ele irá se superarpara conseguir melhores resultados nos jogos, o que conduziráaumamelhor recuperação”.
Na School of Health Sciences (SHS) da Nanyang Politecnic, em Singapura, os fisioterapeutas vêem no Wii uma poderosa ferramenta de auxílio na recuperação de pacientes.“Usamos videogames juntamente com os métodos convencionais para o tratamento de pacientes com dificuldadesneurológicas, resultantes de AVC ou mal de Parkinson, e oresultado tem sido muito bom. Nem mesmo possíveis limitações como déficit de equilíbrio ou perda de funções dobraço atrapalham sua utilização”, explica o fisioterapeutachefe, JeanTan.
Além do Nitendo Wii, usase também o Xbox360 com atecnologia de detecção de movimentos denominada Kinect,que dispensa o uso de controles (joysticks). “Escolhemos ojogo e o jogador (player) de acordo com a patologia e a necessidade do paciente. Uma vez que o tratamento pode seraplicado à qualquer pessoa, depende apenas que o profissional esteja habilitado para o uso desse método. Cada etapaé analisada e avaliada para que alcance o resultado desejado.Nãoéapenas jogarpor jogar” complementaLuizGondim.
Vamos jogarOutro caso emblemático de uso dos jogos de computa
dor diz respeito à promoção de hábitos de saúde e melhoriado estilo de vida de idosos. “Os videogames fornecem estimulação cognitiva, interação social, exercício e diversão, tornando as pessoas mais cheias de vida e mais independentes”relata o editor Bill Ferguson. "Os idosos muitas vezes têm deabandonar suas atividades ao longo da vida em troca de segurança e cuidado. Nessa situação, os videogames oferecemuma fuga da rotina e podem melhorar o bemestar deles"completaFerguson.
O uso de videogames com fins terapêuticos ainda estáengatinhando no Brasil. Apesar disso, muitas instituições jáincorporam a diversão eletrônica em suas atividades. É o caso da clínica de reabilitação e qualidade de vida Bem Estar,em Natal (RN). “O uso do videogame hoje em dia não estámais vinculado ao que era remetido há alguns anos. Hoje,esta tecnologia é uma ferramenta importantíssima para trabalhar aspectos sociais, físicos e mentais” explica o terapeutae sóciodaclínica, EmmanuelAraújo.
No Brasil, o mercado de games tem um valor estimado em 700 milhões de dólarese, de acordo com a desenvolvedora de jogos, Ubisoft, a expectativa é de que sechegue a 4,5 milhões de consoles no país, até o final de 2012. Entre os mais popu‐lares, estão o Playstation, Wii e o Xbox.Nesta acirrada concorrência, eles buscaram novas formas de interação, em subs‐tituição aos usuais joysticks, o que acabou por ampliar o uso dos jogos eletrônicosna vida das pessoas, como na promoção da saúde.
Para não ficar para trás, aSony criou o controle
PSMove para a terceirageração do seu console. É
semelhante ao daNintendo, permitindo o
mesmo tipo de interação.
Foi além do uso dosjoysticks e criou uma
tecnologia que substituiu ouso manual de um
dispositivo para a detecçãode movimentos. A inovaçãopermite que o player use o
corpo todo para jogar.
WII
PLAYSTATION
XBOX
O JOGO DA CONCORRÊNCIA
REDES SOCIAIS
38 MAI/JUN 2012
REDES SOCIAIS
REDE DEAFINIDADES
Nova tendência nas mídias sociaisé a segmentação. Gastronomia,literatura, cinema, negócios,música e fotografia ganharamredes exclusivas onde a união depessoas por interesses em comumconduz os relacionamentos.
Ela destaca que os usuários das redes de massa
e das segmentadas as utilizam com diferentes ob
jetivos e cita, como exemplo, o Instagram, o apli
cativo de compartilhamento de fotos desenvolvido
inicialmente para Iphone, que recentemente foi al
vo de protestos quando passou a funcionar, tam
bém em Android. “Redes sociais segmentadas têm
seu sucesso e função. Houve protesto quando o
Instagram foi aberto porque muita gente fez dali
uma espécie de reduto longe das grandes redes”,
explica. “É quase um comportamento geral. Todo
mundo quer a 'grande rede' para saber novidades,
brigas, fofocas e uma rede pequena pra desabafar
com amigos”, teoriza Rosana.
Entre as redes sociais segmentadas, Rosana
destaca o Beautiful People, voltada exclusivamente
para pessoas bonitas; o Grindr, direcionada ao pú
blico GLS; e a Ravelry, destinada a um nicho bem
específico: quem faz tricô. Uma rede social seg
mentada que ainda não foi criada e faria muito su
cesso? Na opinião da blogueira, teriam muita
aderência as redes dos times de futebol. #ficadica
ALÉM DO CURTIR E COMPARTILHAR
Skoob - O nome significa “Books”, livro em inglês, ao
contrário. Com 3 anos e cerca de 420 mil participantes, a
rede brasileira permite organizar e classificar livros como
“Lido”, “Lendo”, “Vai ler”, “Relendo” e “Abandonou”.
• http://www.skoob.com.br
Filmow - Também com 3 anos e brasileira, a rede social
contém pouco mais de 100 mil participantes, que podem
marcar cada filme como “Quer ver”, “Não quero ver”, “Já
vi” – opção em que podese incluir o número de vezes que
já assistiu ou ainda marcar como favorito.
• http://www.filmow.com
Receitáculo - De acordo com as interações na rede, os
usuários atingem um nível hierárquico, representado por
mascotes, que vai de descascador de batata a officiel de
bouche. Existe há 4 anos.
• http://www.receitaculo.com/
Linkedin - Maior rede profissional do mundo. Fundada
em 2003, atualmente possui mais de 120 milhões de pro
fissionais cadastrados, mais de 4 milhões só do Brasil.
• http://www.linkedin.com
Instagram - É um aplicativo de compartilhamento e tra
tamento de fotos, onde é possível assinalar contatos e
personalizar perfis. Criado em 2010 para o sistema iOS do
iPhone, foi vendido para o Facebook por 1 bilhão de dóla
res em abril deste ano, 5 dias após o lançamento do apli
cativo no sistema Android.
* por Alexandre Paim
39MAI/JUN 2012
U m ambiente virtual em que pessoas
interessadas em literatura podem
avaliar e escrever resenhas sobre li
vros para compartilhar com outros
usuários; outro ambiente similar, mas para os
amantes da sétima arte, programas de TV e curtas;
e uma rede profissional em que disponibilizar cur
rículos e relacionarse com possíveis parceiros de
negócios é o mote principal. Skoob, Filmow e
Linkedin (ver quadro ao lado) são respectivamente
exemplos de redes sociais segmentadas voltadas
para estes assuntos.
Um outro exemplo é o sítio Receitáculo, onde
pessoas que moram sozinhas procuram receitas
práticas com os ingredientes que têm em casa.
Quem explica a rede, que conta atualmente com
pouco mais de 18 mil receitas e quase 6 mil mem
bros, é o curitibano Maicon Sanson, o criador. “No
início, queria fazer uma espécie de auxílio guerrilha
para aqueles que moram sozinhos e que não que
rem sair de casa para comprar algo e preparar um
prato. A ideia foi amadurecendo e virou uma rede
social lançada no começo de 2008”, conta.
Maicon, que já teve dois sócios, é a equipe do
seu site, desde o atendimento comercial até o de
senvolvimento da próxima versão. Trabalhando em
casa, ele afirma que “pode trabalhar em qualquer
lugar do mundo que tenha uma conexão de inter
net decente”. O baixo custo operacional indica
grandes possibilidades de ganhos. No entanto, os
anunciantes ainda possuem uma certa resistência
devido às grandes redes sociais, como o Facebook.
De acordo com ele, “a questão da quantidade
ainda é a preferência nacional. Números grandes
enchem os olhos e engordam gráficos. Por isso,
ações que envolvem o maior número possível de
pessoas são mais procuradas. Mas isso está mu
dando e muitas empresas já sentem a necessidade
de adicionar um filtro. Segmentação elimina ruído
e o conteúdo tornase melhor, mais pertinente e
relevante. Por consequência, as ações são mais
eficientes”, contextualiza Maicon.
Rede social para quem faz tricôDona do blog “Querido Leitor”, do portal R7,
Rosana Herman é formada em física e é blogueira
há mais de 12 anos. “Especialista em generalida
des”, como diz o lema do seu blog, Rosana é en
tusiasta e está sempre na vanguarda das novas
tecnologias, sendo a primeira Rosana a ter conta
no Gmail ([email protected]).
ARTE DIGITAL
AO SOM DASIMAGENSCom músicas, fotografias e até pinturas os Vjs cada vezmais popularizam seu trabalho nas ruas. Combinandoprojeções e trilhas, eles ampliam os limites das artesgraças às novas tecnologias em festas
Fotos: von_boot
* por Fabrício Janssen
O s seres humanos gostam declassificar, conceituar e rotular,nomeando tudo o que se vêpela frente. É uma forma desimplificar a comunicação eampliar mais rapidamente os
conhecimentos. Com a arte não é diferente. As artes, em ordem crescente da classificação datada de1923, são: música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura e a sétima delas, o cinema. Depois, atecnologia evoluiu ainda mais depressa e abriu espaço para novas manifestações, que, claro, logodemandaram novos nomes. Assim surgiram a fotografia, como oitava arte; a história em quadrinhos, como nona; e os jogos de computadorrepresentando a décima arte.
Na década de 1970, surgiu a 11ª: a arte digital,que definese somente como aquela produzida emambiente gráfico computacional. Os videojockeys,ou Vjs, são a principal expressão desta vertente artística e existem há mais tempo do que o própriotermo arte digital. Os primeiros VJs começaram aapresentar seus trabalhos nos anos 1970, nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, popularizaramse durante a década de 1990 com a chegada do canalde televisão MTV, no qual VJ era apenas aqueleprofissional que apresentava videoclipes.
Porém, o trabalho movimentado pelos VJs vaialém disso, passando por grande parte das artesanteriores. Eles utilizam músicas, filmes, imagens, desenhos e até pinturas para realizarsuas performances. Em ação, eles não tocam,como um músico ou DJ. O termo mais corretopara seu trabalho é o Vjing, que é a manipulação ao vivo de imagens e sons combinados.O palco destes artistas é bem versátil. Estãonas casas noturnas, nos festivais de música,em exposições e até nas ruas, com projeçõesem muros, fachadas e edifícios. Basta umcomputador e muita criatividade para que elesmanifestem sua arte, ou melhor, suas artes.
Vjing com software livreUm destes artistas atende pelo pseudônimo
de VJ Pixel, que não confessa o nome verdadeiro, mas conta que está trabalhando com arte digital há 10 anos, sendo que há 8, somente comsoftware livre. Aliás, ele é o primeiro VJ brasileiroa se apresentar utilizando somente programas decódigo aberto. “A minha primeira performancecom software livre foi em 2004, quando participei
do lançamento do Creative Commons no Brasil”,lembra o VJ. “Foi o primeiro show em que tocamosmúsicas e imagens livres. Foi quando eu decidi quedali em diante, só utilizaria programas livres nosmeus trabalhos”, conta.
LiVES: Produtor e Exibidor.O software que Pixel utiliza é o LiVES, que per
mite edição nãolinear de vídeos, em tempo real.“Foi o software que utilizei nesta primeira performance 'livre'. E depois, além de usálo, passei acolaborar no desenvolvimento”, afirma. “Assim,comecei também a interferir na evolução da ferramenta. Não era nem colaborador ainda, mas precisei de uma função e acionei os desenvolvedores.Apenas 4 horas depois, eu já tinha a função quenecessitava implementada. Sem dúvida, é uma dasvantagens do software livre, que não existe nouniverso do software proprietário”, avalia o VJ.
Pixel destaca que uma das principais características do LiVES é a versatilidade. “Você conseguefazer tudo com ele. Com outras ferramentas proprietárias e até livres você precisa preparar seumaterial em um software e depois, para exibir, você precisa de outro. No LiVES, você produz o conteúdo e reproduz na mesma ferramenta.”
41MAI/JUN 2012
Vj Xorume, desenvolvedordo QuaseCinema, adotou
esse nome artístico parahomenagear o líquido
que sai do lixo
Foto: Arthur Cordeiro
Quase‐Cinema: supertocadorOutro software exclusivo foi desenvolvido pelo
artista plástico Alexandre Rangel. O QuaseCinematambém faz manipulação de arquivos de vídeo emtempo real e tem seu código aberto. “Já desenvolvitrês versões do software. A mais nova é a FeijoadaRemix, que tem toda esta característica de colaboração, pois eu disponibilizei o código na internet jáno início do projeto”, detalha o artista, que assinaseus trabalhos como VJ Xorume. “O chorume éaquele líquido que sai do lixo. Escolhi esse nome,pois tem tudo a ver com meu trabalho, de fazeruma reciclagem de material digital que já havia sido descartado”.
Segundo Xorume, sua ferramenta é um supertocador de vídeo, multiplataforma e que vem sendo utilizada por VJs de vários países. No sítiohttp://www.quasecinema.org/, é possível acompanhar o registro de algumas performances ao vivodo VJ brasiliense. “Não costumo disponibilizar oarquivo final da apresentação que crio, pois ele ésó um ponto de vista e acaba descontextualizado.
42 MAI/JUN 2012
O registro tem de ser do lugar recebendo a projeção, pois a minha arte está em diálogo com a arquitetura, com a luz, com pessoas”, explica.
Arte em 3DEste diálogo a que Xorume referese é uma téc
nica já denominada há cerca de 5 anos como videomapping, ou mapeamento em vídeo. Derivada daarte digital, também é conhecida por vídeo performance e vem conquistando público maior a cadaapresentação. “O QuaseCinema é uma ferramentaperfeita para desenvolver esta arte. Aliás, o própriosoftware já é uma obra de arte”, defende o VJ.
Pixel também tem trabalhado com videomapping, enquanto se dedica a mais uma nova intervenção: arte através de QR Code, considerada aevolução do código de barras. Como os códigosagora podem armazenar muito mais dados, artistascomo ele já estão realizando seus primeiros experimentos com a tecnologia. Perguntado sobre qualo nome da nova arte, sua resposta foi bem direta.“Arte digital. Só isso”.
Programada em Perl, C e Python, a ferramenta, que conta com a colaboração do Vj Pixel no seudesenvolvimento, encontrase disponível em: http://lives.sourceforge.net/O LiVES tem 10 anos de existência, “fala” português, roda somente em Linux e sua última versão foi lançadaem 4 de fevereiro deste ano.
A ferramenta desenvolvida pelo VJ Xorume abrange um público maior do que o LiVES, por ser multiplataforma.Além de ser brasileiro, o “QuaseCinema” roda em Linux, Mac e Windows.No endereço http://www.quasecinema.org/, é possível baixar as versões 1 e 2 da ferramenta, além da versão“Feijoada Remix”, que já pode ser utilizada, mas que ainda está sendo desenvolvida de forma colaborativa.
Esse não é livre, tampouco funciona em Linux, mas é um dos líderes de mercado em softwares para VJ.No sítio http://resolume.com/, é possível fazer o download da ferramenta na íntegra, sem pagar.Porém, o inconveniente é que a projeção sai com a marca d'água do produto.Para usar a ferramenta sem inconveniências, só pagando. A licença para um computador custa € 299.00.Também tem versão em português.
Também não é livre e só funciona em Mac, mas é tão bem avaliado quanto o Resolume. A licença dele sai pelo mesmopreço, € 299.00, e sua versão Demo não permite muitas coisas. Nem salvar um projeto é possível sem pagar.
OS ARTISTAS ELETRÔNICOSAgora que você conheceu os artistas, saiba mais sobre seus principais parceiros eletrônicos:
7JAN/FEV 2012
E INFORMAR
SOFTWARE LIVRE
Contrariando o ditado popular que dizque santo de casa não faz milagre, oSistema Ouvidoria, desenvolvido peloServiço Federal de Processamento deDados (Serpro) para ser uma solução
caseira, se tornou um software público cada vez maisutilizado por órgãos federais. Criado como ferramentapara a Ouvidoria Interna do Serpro em 2001, a soluçãopossibilita a apresentação de elogios, reclamações esugestões, permite acompanhar o andamento da demanda e consultar a resposta à questão apresentada.“O sistema conta com rotinas que possibilitam receber,responder, redirecionar, reclassificar, pesquisar e efetuar o diagnóstico e análise das manifestações, representando um importante instrumento de gestão”,explica a Ouvidora do Serpro, Vera Moraes.
Serpro e Corregedoria Geral da União (CGU) iniciaram os entendimentos para a disponibilização públicado sistema em julho de 2011. As perspectivas, discutidas na primeira Reunião Geral de Ouvidorias Públicas,embasavam a proposta da Ouvidoria Geral da União(OGU) de apresentar um plano de ação para construirum sistema integrado para o setor.
Naquele momento, realizavase também o Seminário Internacional sobre Acesso à Informação: Desafios de Implementação. O evento, promovido emparceria com a Organização das Nações Unidas para aEducação, Ciência e Cultura (Unesco), contou com aparticipação de especialistas de vários países e foi umareferência para o Brasil desenvolver estratégias e práticas para a implementação do Sistema de Acesso à Informação Pública no Brasil, garantido pela Lei de Acesso à Informação, de 18 de novembro de 2011.
Um pouco depois, em dezembro, o Sistema Ouvidoria foi publicado no Portal do Software Público Brasileiro, gerido pelo Ministério do Planejamento,permitindo às ouvidorias a utilização da ferramenta. Ossoftwares públicos disponíveis no Portal ainda têm avantagem de contar com comunidades de desenvol
SOLUÇÃO LIV
RE
* por Lindiara Wentz
Criado há mais de dez anospara suprir demanda internado Serpro, o Sistema Ouvidoriapoderá ser chave para oGoverno Federal efetivar a Leide Acesso à Informação
44 | MAI/JUN 2012|
PARA OUVIR
45| |MAI/JUN 2012
Com a implementação da Lei de Acesso à Informação, que regulamenta o am‐plo acesso a documentos e informações públicas pelo cidadão, a expectativa éque o uso do Sistema Ouvidoria cresça, já que ele permite a gestão dos pedi‐dos que devem aumentar graças à nova lei.
Ouvidorias e acesso à informação
Os pedidos entrarão pelo Sistema de Acesso à Informação, disponí‐vel nos sites de todos os órgãos do Poder Executivo Federal, que
centralizará todas as demandas.
vedores e usuários que oferecem ajuda a quem tiverproblemas com as soluções. E é compromisso dousuário que toda melhoria feita no sistema seja devolvida à comunidade para que todos possam se beneficiar econtribuir para o avanço da ferramenta. Em quatro meses, a comunidade ultrapassou 650 integrantes.
Origem livreA solução foi desenvolvida totalmente com tecno
logias que usam licença de software livre, como a plataforma Java e banco de dados MySQL. Deste modo,não gera custo com licença de software e não possuicódigo proprietário, o que torna mais fácil sua manutenção e evolução.
O gestor da ferramenta no Serpro, o analista desistemas Marlony Gabriel, notou que todos os órgãosque assistiram às apresentações da solução tinham asmesmas características de fluxo no atendimento desuas ouvidorias: receber a manifestação, associar estamanifestação a um responsável por respondêla e enviar ou notificar o cidadão que sua manifestação foiatendida. “O Sistema Ouvidoria do Serpro é adequadopara atender qualquer órgão”, defende.
A OGU compartilha a mesma ideia. Para o ouvidorgeral substituto, Ricardo Garcia França, o interesse pelasolução mostra como ela atende a diversas demandas.“Desde novembro, as ouvidorias das diferentes esferasde poder e níveis de governo vêm se cadastrando nacomunidade do sistema. Este software preenche umalacuna importante, uma vez que as ouvidorias tinhamdificuldade em encontrar um sistema de gestão quefosse gratuito e em fonte aberta.”
É o caso da ouvidoria do Departamento Nacionalde Infraestrutura de Transportes (DNIT). “Foi precisofazer ajustes para adequar o sistema à nossa realidadee agora ele está em pleno funcionamento”, recorda aouvidora do DNIT, Ângela Mamede. Representantes dasede das entidades e de todos os Estados foram capacitados para utilização do sistema.
“Este software preenche uma lacunaimportante, uma vez que as ouvidoriastinham dificuldade em encontrar um sistemade gestão que fosse gratuito e em fonteaberta.”
Ricardo Garcia França, ouvidorgeral substituto
A partir daí, serão encaminhados ao Serviço de Informação ao Cida‐dão (SIC) dos órgãos responsáveis pela demanda. Neste momento,
os pedidos são recepcionados e geridos pelo sistema de ouvidoria in‐terno de cada ente.
Depois deste trâmite, retornarão ao Sistema de Acesso à Informaçãopara resposta direta ao cidadão.
Como serão geridos os pedidos de informaçãono Governo Federal?
Faça download do SistemaOuvidoria do Serpro:http://www.softwarepublico.gov.br
Conheça a Lei de Acesso à Informação:http://www.cgu.gov.br/acessoainformacaogov/
Foto
de
div
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açã
o
OPINIÃO
46 MAI/JUN 2012
O programa Imposto de Renda Pessoa
Física encerrase, mais uma vez, com
muitos elogios de especialistas em in
formática, tributaristas e especial
mente da imprensa. A liberação do programa na
internet, apenas para o preenchimento da declara
ção, desde o dia 24 de fevereiro, diminuiu a corre
ria para a realização de cópias do Programa
Gerador da Declaração (PGD) e do programa de
transmissão, o Receitanet, que tradicionalmente
era realizado no primeiro dia de entrega.
Essa decisão eliminou as reclamações de lenti
dão do sistema no primeiro dia de entrega, devido
à concorrência entre downloads do programa,
tanto que o número de declarações recebidas no
primeiro dia deste ano foi o dobro das declarações
recebidas no ano anterior (157 mil em 2011 e 300
mil em 2012).
Entre outras novidades, a mais importante diz
respeito ao parcelamento de débitos. Não foram
emitidos, de uma única vez, os oito Darfs para pa
gamento parcelado, mas apenas a primeira cota ou
cota única. O contribuinte deverá acessar a página
da RFB todo mês e emitir o Darf correspondente,
com o imposto corrigido pela taxa Selic. Esta medi
da deve evitar que o contribuinte coloque os Darfs
em débito em conta, esquecendose da incidência
da taxa Selic sobre as cotas e continue em dívida
com a Fazenda Nacional, sujeito portanto à aplica
ção de multas.
Outro grande destaque é a rapidez no proces
samento das declarações. O extrato da Declaração
do Imposto de Renda Pessoa Física/2012 já está
disponível no portal eCAC (Centro Virtual de
Atendimento ao Contribuinte). Acessando o extra
to o contribuinte pode:
• Identificar eventuais pendências que acarretam a retenção
da declaração em malha e como resolvêlas;
• Emitir os Darfs para pagamento das quotas;
• Conferir a correta quitação das quotas do IRPF;
• Solicitar, alterar ou cancelar débito automático das quotas;
• Identificar e parcelar eventuais débitos em atraso.
Também foram incluídas novas críticas no validador
impedindo, assim, que um grande número de de
clarações com erros fosse entregue. Por fim, para
coroar o sucesso do programa, foram recebidas até
o final do prazo, conforme estimado, mais de 25
milhões de declarações.
Para coroar o
sucesso do
programa, foram
recebidas até o
final do prazo,
conforme
estimado, mais de
25 milhões de
declarações.
O SUCESSO DO IMPOSTO DE RENDAPESSOA FÍSICA 2012 * por Joaquim Adir Vinhas Figueiredo
Supervisor Nacional do Imposto de Renda