Revista Verniz Ano01 Ed02

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artes visuais Agora trimestral! O Artista de Oaxaca Primeira Demão Irving Herrera Pela Lente da Arte Xilo em Capa de Cordel O Grito Destaque Verniz Toque de Mestre João Fucci Especial Xilogravura Carlos Henrique Toy Art Munch Octávio Novaes Charge com muita arte! ano 1 | n°2 | junho/julho/agosto 2013

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Segunda edição da revista Verniz Artes Visuais. Uma publicação que fala sobre arte voltada para artistas plásticos pintores. Destaque nesta edição: - Octávio Novaes - Irving Herrera - João Fucci - Carlos Henrique Toyarte: O Grito

Transcript of Revista Verniz Ano01 Ed02

Page 1: Revista Verniz Ano01 Ed02

artes visuais

Agoratrimestral!

O Artista de OaxacaPrimeira Demão Irving Herrera

Pela Lente da Arte

Xilo em Capa de Cordel

O Grito

Destaque VernizToque de MestreJoão Fucci

Especial XilogravuraCarlos Henrique

Toy ArtMunch

Octávio Novaes

Charge com muita arte!

ano 1 | n°2 | junho/julho/agosto 2013

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editorial | 6arte na moda | 8Endossa uma loja colaborativa com muita artE!

cozinha da pintura | 10Por quê usar solvEntEs?

dicas culturais | 14sugEstõEs dE livros dE cavalEtE imPortados

primeira demão | 16irving HErrEra o artista dE oaxaca

arte na tecnologia | 20aPlicativos Para auxiliar o artista: luz, sombra E PErsPEctiva

análise da obra | 22a virgEm das rocHas

burburinho | 26tHEatro municiPal dE são Paulo

bruncH do mostEiro dE são bEnto dE são Paulo

destaque verniz | 30novaEs, cHargE com muita artE!

arte e consumo | 40dog.art artE com rEsPonsabilidadE!

dicas de materiais | 42EsPEcial lukas

A importância dos solventes e seu uso correto na preparação

de sua obra.

Um bate papo com o renomado artista da nova geração das Artes Plásticas Mexicana.

Alegria da Charge na arte de um pintor chargista.

sumário

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5

toque de mestre | 44joão Fucci, PEla lEntE da artE

mercado da arte | 50acomPanHando o mErcado. rElEitura,

Plágio E FalsiFicação

espaço de arte | 54PinacotEca do Estado dE são Paulo:

um lugar Para todos!

sketchbook | 58rick corrEia

toy art | 60o grito dE muncH

verniz visita | 68um PassEio bom "Pra cacHorro" !

história da arte | 74maria martins, uma brasilEira além

dos tróPicos

dicas de pintura | 78dicas do joão Fucci: quadriculado

com Elástico

eventos | 80ExPosição lEonardo di stasi

WorksHoP rocco caPuto

especial xilogravura | 86xilogravura Em caPa dE cordEl

leitores de talento | 90kEti stEFanini | marcos PHiliPE

lEandro sErPa | mariana costa

karla ruas | rim cHiaradia

Entrevista com o pintor fotógrafo que traduz o movimento em pura arte!

Do Sketchbook com colorido digital para a arte na pele!

Grande representante da arte nacional nos conta sobre a xilogravura na capa dos Cordéis.

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6

É com muito carinho que lançamos a segunda

edição da Revista Verniz! Tivemos uma grande

surpresa com os resultados, muitos elogios,

críticas construtivas e muitas, mas muitas visitas

na nossa página do Facebook, que atualizamos

diariamente com dicas para que sempre possam

aprimorar e apreciar o que há de novidades no

nosso mundo da arte.

Somente temos a agradecer pelo retorno, pelas

palavras de incentivo e pela credibilidade do

nosso trabalho!

Esta segunda edição já é um resultado desse

carinho que recebemos, fomos acolhidos por

instituições e artistas que apostam nessa

empreitada!

Temos ainda muito para amadurecer, e contamos

com vocês a participar deste processo de

crescimento!

Recebam mais esta edição que conta com

pessoas muito especiais!

Muito Verniz! Boa leitura!

editorial

Aos meus amigos leitores

Texto: Camila Giudice

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7

Editor / IdealizadorCamila Giudice | MTB: 72.164/SP

Design Gráfico e DiagramaçãoRaimund Schmidt

Marketing e EstratégiaMarkus Runk

RedatoresCamila Giudice

Conselho EditorialCamila GiudiceRaimund SchmidtMarkus Runk

ColunistasMárcio AlessandriMarcel Bernardi

Colunistas ConvidadosMaria Silvia Eisele FarinaJoão Carlos Lopes dos Santos

ColaboradoresBeatriz Mendes Scolamieri

Twitter:@vernizarteFacebook: www.facebook.com/vernizartes

Distribuição: eletrônicaPublicidade: [email protected]

Os artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução parcial de textos, fotos e ilustrações por qualquer meio sem a prévia autorização dos artistas ou do editor da revista. Para colaborar com a Verniz, envie seu material para: [email protected] é uma Marca Registrada ® Todos os direitos reservados.

Verniz da Casa

ano 1 | n°2 | junho/julho/agosto 2013

Capa: Octávio Novaes (Imagem original)

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Nesta edição a Verniz escolheu

a Endossa por ter um concei-

to colaborativo e com peças

muito diferentes, de vestuário,

acessórios, decoração, cader-

nos estilosos, tudo isso em

um mix de lojinhas alternativas

dentro de um grande espaço!

O que é mais divertido, é a

grande renovação de produtos

que faz de sua visita uma ex-

periência única!

Surpreende pelos variados de-

signers, produtos, sempre com

um toque de arte! Quem gosta

de coisas diferentes e muito le-

gais, vai adorar dar “algumas”

passadinhas na loja! Uma loja

muito colorida!

Endossauma loja colaborativa

com muita arte!

arte na moda

Texto: Camila Giudice | Imagens: Endossa

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9

Acesse o site e

descubra onde

encontrar as

lojas Endossa!

www.endossa.com

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10

cozinha da pintura

Page 11: Revista Verniz Ano01 Ed02

11

Quando se adiciona solvente à tinta, principal-

mente quando em excesso, a mistura (solvente

mais tinta) cresce em volume tornando-se mais

líquido, sendo possível cobrir uma área maior e

mais facilmente. O solvente como todo material

volátil, evapora e "acomoda" a tinta na super-

fície de forma diferente. O filme que se forma

sobre a superfície é mais frágil pois a tinta não

foi aplicada com a mesma massa corpórea que

preserva as partículas de pigmento presas num

veículo elástico.

A superfície resultante do uso excessivo de sol-

vente é tão fraca que se parecem com a super-

fície de um trabalho de pastel seco. Se passar-

mos o dedo na superfície do filme, veremos que

grande parte do pigmento está solto, devido a

adulteração que quebra a proporção óleo/pig-

mento, criando um efeito opaco característico

da pouca quantidade de veículo. 

O solvente não contribui em nada para com a

elasticidade do filme, ele evapora abandonando

a mistura após ter promovido uma drástica mu-

dança (liquidez da tinta). A proporção de óleo e

pigmento das tintas em tubo é feita de maneira

a dar corpo suficiente para promover a cober-

tura sem precisar de adulterações. Portanto, é

perfeitamente possível pintar sem o uso do sol-

vente ou materiais adicionais.

Caso o artista esteja insatisfeito com sua marca

de tinta habitual e ache necessário maior flui-

dez, existem algumas medidas que podem ser

tomadas. A medida mais prática e sadia é ex-

perimentar outra marca de tinta. As variações

de pastosidade são bem consideráveis entre as

Por quê usar

solventes?Texto e Imagem: Marcio Alessandri

Conheça melhor a Cozinha:

www.cozinhadapintura.com

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marcas, sendo possível encontrar tintas profis-

sionais de fatura industrial com excelente mo-

bilidade e alastramento. Caso a mudança para

outra marca não seja suficiente é possível usar

a adição de algum medium para mudar a con-

sistência e conseguir maior fluidez. O medium

pode conter solvente contanto que seja numa

proporção que não quebre a catálise pastosa da

tinta. Lembre-se: quando usamos um medium,

isto é, uma mistura de óleo vegetal que pode

levar solvente, resinas ou agentes inertes, esta-

mos dividindo a "carga" de solvente com outras

substâncias que compensam a perda de elasti-

cidade da tinta. É bem diferente dos casos em

que só se usa solvente.

Os benefícios de um processo livre de solvente

são inúmeros. Não somente temos a proporção

óleo/pigmento inalterada, como espalha-se a

tinta com a pastosidade correta sobre o supor-

te. Isso é garantia de um filme saudável e du-

radouro. Em segundo lugar, eliminamos o odor

do solvente, que pode trazer irritação aos mais

sensíveis. Os solventes também encurtam a vida

útil de pinceis de pêlos naturais, portanto sua

eliminação pode prolongar o uso de ferramentas

caras como os pincéis kolynsky, sable, mongoo-

se, texugo, esquilo e outros pêlos nobres.

Os solventes dos Velhos Mestres eram substân-

cias relativamente diferentes dos solventes mo-

dernos e não eram usados amplamente como

hoje. Há poucos relatos de seu uso misturado

a tinta a óleo nos antigos tratados, sendo a

maioria dos registros de um período posterior

a revolução industrial. Pintar com solvente não

faz muito sentido. O pintor é condicionado pelo

hábito de professores, lojas e livros de pintura

que aconselham seu uso. Mas quantos pintores

ousam perguntar o "por que", e experimentar

não usá-lo? Teriam a grata surpresa da desco-

berta de que o procedimento livre de solvente

além de possível é libertador de inúmeras ma-

neiras.

"Os benefícios de

um processo livre

de solvente são

inúmeros."

cozinha da pintura

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MAYER; Ralph; Manual do Artista; Martins Fontes; 1950; 1957 e 1970.MOTTA, Edson; SALGADO, Maria; Iniciação a Pintura; Editora Nova Fronteira; 1976.

LAURIE; A.P.; The Painter´s Method´s and Materials; Dover; 1967. AMIEN; Art Materials Information and Education Center; 2011.

Imag

em: Po

ntus

Ede

nber

g

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14

How to Paint Like the Old Masters by Joseph Sheppard (Author) Editora Watson Guptill Um achado para quem aprecia os velhos mestres. São estudos de técnicas e demonstração das etapas de pintura recriadas. Exemplos de Tiziano, Veronese, Caravaggio, Vermeer, Hals, Rubens e Rembrandt. Ótimo para aprimorar o processo dos trabalhos, com diferentes visões.

Anatomy for the Artist by Sarah Simblet (Author) , John Davis (Photographer) - Editora DK Um dos melhores livros de referências fotográficas de anatomia para estudar. São mais de 200 páginas de nus (masculino e feminino) em expressões corporais e desenhos do esqueleto e musculatura. Essencial para o trabalho do corpo, não tem expressão da face. Para quem é fã de pintar nu, uma excelente aquisição.

dicas culturais

Color Mixing Recipes: Mixing recipes for more than 450 color combinationsColor Mixing Recipes for Portraits: More than 500 Color Combinations for skin, eyes, lips & hair Color Mixing Recipes for Landscapes: Mixing recipes for more than 400 color combinationsby William F Powell (Author) - Editora Walter Foster Esse trio de livros, deveria ser obrigatório como fonte de consulta para qualquer artista. Práticos demais, eles trazem a receita de cada mistura de cores nas tintas a óleo, acrílica e aquarela. Com esses três livros, vendidos separadamente, dá para tirar qualquer dúvida, e ainda tem uma página especial onde você pode preparar suas misturas com a medida correta! Simplesmente o máximo!

“livros de cavalete”Sugestões de

importadosTexto: Camila Giudice | Imagem: amazom.com

A Verniz selecionou 5 livros

para dar aquela “turbinada” na

técnica.

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primeira demão

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A Revista Verniz fez um “bate-bola” exclusivo com o artista Irving

Herrera em sua breve passagem por São Paulo por conta do SP

Estampa 2013 no Centro Cultural. Conheça o trabalho deste gran-

de destaque das artes mexicanas.

Irving nasceu no México, em Oaxaca e é Licenciado em Artes

Plásticas. Co-fundador de diversos ateliês de gráfica popular em

Guaca, México, se dedica totalmente à arte.

Pertence a uma nova geração de artistas mexicanos, mas o seu

grande diferencial é que procura estudar e aprimorar técnicas

antigas, ao contrário do grupo que busca por criação de técnicas

na arte contemporânea.

Retrata em suas obras temas cotidianos, familiares, sua identida-

de e também a unificação do ser humano com a natureza.

IrvingHerrera

O artista de OaxacaTexto: Camila Giudice | Imagens: Irving Herrera

Qual palavra o

descreve? “Trabajo.

Trabajo describe

Irving Herra.”

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primeira demão

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19

Tem como forte referência a gráfica alemã, a

americana e o expressionismo alemão.

Acompanha os trabalhos de artistas brasileiros

e se surpreende com nossa arte contemporânea,

as tendências, experimentações gráficas e a am-

plitude do discurso na criatividade.

Quando pergunto qual palavra o descreve, a res-

posta é muito simples e vem acompanhada de

um sorriso satisfeito: “Trabajo. Trabajo describe

Irving Herra.”

Uma mensagem que deixa a todos artistas bra-

sileiros é que não importa se não tem dinheiro

ou recursos para fazer arte. Qualquer um pode

se dedicar a arte, porque a arte não diferencia

classes sociais.

Para conhecer mais sobre este

simpático ar tista, acesse o site:

http://irvingherrera.plaztika.com

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Aplicativos para auxiliar o artista:

luz, sombrae perspectiva

Desta vez ao invés de falar sobre aplicativos para criar arte no iPad,

gostaria de falar sobre dois aplicativos que acredito serem muito

úteis no auxilio de criação de arte tradicional. O primeiro deles é

o “Wooden Doll 3d”, um aplicativo muito simples que nos traz o

famoso boneco articulado de madeira. Desenvolvido por Jeremie

Daigle ele nos permite manipular não apenas o boneco articulado

para qualquer pose desejada, mas também a posição de câmera e

luz que incide sobre o mesmo. Se desejado também é permitido

que se coloque o boneco já em pose e iluminado sobre uma foto,

que pode ser tirada na hora, criando assim mais um material de

referência para a criação de um desenho ou pintura.

arte na tecnologia

Texto: Marcel Bernardi | Imagens: Divulgação

AT&T

Page 21: Revista Verniz Ano01 Ed02

O outro aplicativo é mais voltado para cenários e natureza morta,

seu nome é “iTracer HD” criado por Fabio Policarpo ele é ideal

para criação de referências de perspectiva e iluminação. De uma

maneira muito simples, é permitido que se crie formas primitivas

básicas em 3D, como esferas, cubos, cones, etc., colocando estas

primitivas no angulo desejado, através da manipulação de uma

câmera. Também podemos alterar as configurações dos materiais

destes objetos, como sua cor, transparência, reflexão e refração.

Com a possibilidade de se criar mais de uma fonte luminosa, com

características de cor e luminosidade independentes, podemos

gerar a simulação de iluminação e sombras incidentes sobre nossa

cena. Finalizamos o processo ao “renderizar” a imagem, que con-

siste no cálculo que o aplicativo executa para gerar a imagem final

com todas as configurações de iluminação e materiais, para então

salvá-la no álbum de fotos para futuras referências.

21

Download na Appstore!

AT&T

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análise da obra

Virgem das RochasÓleo sobre PainelLeonardo Da Vinci

1495 – 1508189,5 cm × 120 cm

Londres, National Gallery

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A popularização dos métodos a óleo para pin-

tura de cavalete aconteceu durante o renasci-

mento italiano. As técnicas pictóricas que vi-

riam a influenciar todo o ocidente proliferaram,

configurando-se até os dias de hoje como a

base fundamental da pintura clássica. Dentre os

grande nomes do período Leonardo Da Vinci é

obviamente um dos grandes Mestres, sempre

representando o mais soberbo exemplo do perí-

odo. Apesar de muitos livros de história da arte

indicarem que Leonardo é o criador do que hoje

chamamos de chiaro/scuro, assim como o sfu-

mato, é certo que os flamengos já utilizavam

dessa técnica e conceitos de forma apurada na

representação de ambiência e profundidade,

com passagens sempre muito suaves e ma-

cias. Leonardo talvez tenha popularizado esses

procedimentos na Itália, mas somente após ter

visto a evolução dos primitivos flamengos ou

A Virgem das

Rochasde outros mestres italianos que já haviam sido

influenciados pelos mesmos. Trata-se de uma

“evolução” gradual que ocorre entre a uniformi-

dade medieval e a volumetria mais naturalística

do Renascimeto.

A Gioconda pode ser a pintura mais famosa do

mundo, e a mais reproduzida, mas existem ou-

tras obras do artista que merecem mais atenção,

de maior interesse principalmente aos pintores,

pois mostram algo que a mais famosa das pintu-

ras não nos revela: a interrupção de sua produ-

ção. Como uma vez disse o colega pintor Rocco

Caputo, é através de uma obra inacabada que

temos a rara chance de entender como um pin-

tor começa ou dá desenvolvimento a uma pintu-

ra, pois nessa instância, temos sempre uma ver-

dadeira lição de pintura. A Virgem das Rochas,

de Leonardo Da Vinci encontra-se na respeitada

instituição National Gallery, em Londres. Quase

Texto: Marcio Alessandri | Pintura: Leonardo da Vinci (Divulgação)

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24

análise da obra

idêntica à versão que se encontra na França, a

versão que se encontra em Londres é provavel-

mente uma cópia da primeira. Foi uma enco-

menda para adornar o altar da capela de San

Francesco Maggiore, em Milão, e comprada em

1880 pela National Gallery.

Podemos tirar algumas lições técnicas e pro-

cessuais ao analisar essa pintura de Leonardo

que servem de grande utilidade ao pintor inte-

ressado em técnicas históricas tradicionalmente

usadas durante o período. Um dos mais impor-

tantes, peça chave no entendimento da técnica

é o uso de uma abordagem de pintura indire-

ta, isto é, por camadas finas de velaturas, para

compor uma base inicial chamada pelos norte

americanos de underpainting, e pelos italianos

de sottostrato ou sotto dipinto: uma espécie

de fundação monocromática usada para mode-

lar somente os valores iniciais que compõem a

imagem, com inúmeras passagens transparentes

que juntas formam os valores finais. O uso de

tal base lhe dava grande facilidade de planeja-

mento, separando assim o “pensamento” pictó-

rico entre chroma (cor) e valor. Livre para se pre-

ocupar somente com o claro e escuro, Leonardo

concentra-se somente no modelado dos elemen-

tos fundamentais. Sem o uso de inúmeras vela-

turas para construir essa base, seria impossível

atingir o patamar de volumetria alcançado pelos

renascentistas. Os pintores que desejam alcan-

çar o mesmo tipo de atmosfera em suas obras

necessita mergulhar nesse tópico de modo mais

incisivo.

Tão importante quanto o uso de velaturas para

a formação de uma base inicial, está o uso di-

minuto e muito controlado de cores. É a opção

de poucas cores que nos dá nossa fundação

praticamente monocromática e também a pro-

messa de uma maior facilidade de pensamento

e organização durante o processo. Note como

nesse caso, Leonardo fez uso de algumas terras

"É o uso de uma abordagem de pintura indireta, isto é, por camadas finas de

velaturas, para compor uma base inicial"

Sottostrato

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escuras, destacando-se o Sombra Natural. Para

as luzes, o provável uso de Amarelo Nápoles,

para evitar que as luzes fiquem frias demais,

pois seria o caso se fizesse uso exclusivo de

branco puro, e nos últimos toques de luzes

altas, finalmente finas camadas de Branco de

Chumbo. Em algumas áreas específicas, toques

de Vermillion e outras cores que dão meio-tom

a cor local de elementos como as vestes e a

carnatura de Jesus e da Madonna. Novamente,

mais um pintor da antiguidade que nos chama

a atenção para a simplicidade na escolha das

cores de uma paleta. É justamente com a es-

colha de uma paleta limitada que podemos ter

tranquilidade em nossas decisões e em nossa

organização processual, mostrando que o pintor

pode se beneficiar mais da intimidade com um

número limitado de tintas do que das surpresas

geradas por uma profusão multicolorida de op-

ções.

Somente essas duas observações acerca dos

procedimentos usados por Leonardo já nos re-

velam valiosas lições de pintura. Podemos nos

beneficiar tecnicamente de todas as outras pin-

turas do artista, e não somente dele. Numa aná-

lise mais atenta, é sempre possível ir um pouco

além, como em alguns detalhes dos cabelos que

nos revelam o uso da retirada de tinta fresca

para “abrir” algumas luzes, entre outros tipos in-

teressantes de aplicações e procedimentos pos-

síveis de serem observados nos Velhos Mestres.

As observações feitas anteriormente são jóias

perdidas das técnicas da antiguidade, consti-

tuindo sua mais robusta estrutura primordial. É

importante que o pintor esteja antenado com

sua própria época, mas não devemos nos es-

quecer que a história da arte nos brinda com um

imenso histórico repleto de lições e ensinamen-

tos em inúmeros museus ao redor do mundo.

Dar as costas ao passado é ignorar essas lições

e limitar nossos caminhos para o entendimento

de técnicas que podem dar rumos para novos

meios de expressão.

É a opção de poucas cores que nos dá nossa fundação praticamente monocromática e também a promessa de uma maior facilidade de pensamento e organização durante o processo.

Controle de Cor

Mais sobre Renascimento e obras de Leonardo da Vinci, na Verniz nº01, seção Toyar t.

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Texto: Camila Giudice | Imagem: site http://noitepassada.zip.net/

de São Paulo

burburinho

Theatro Municipal

A Verniz escolheu dois lugares muito charmosos de São

Paulo, para um almoço especial com muita

ar te e história!

Page 27: Revista Verniz Ano01 Ed02

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Respire arte e mais arte! Sinta-se em uma volta

no tempo em um dos restaurantes mais charmo-

sos da cidade. Envolva-se no ambiente de puro

glamour de antigamente no Restaurante do The-

atro Municipal de São Paulo. O restaurante ofe-

rece opções de café da manhã e almoço, e nos

horários de espetáculo funciona como um bar.

Vale para buscar inspiração em um dos “tem-

plos“ das grandes artes paulistas projetado

pelo arquiteto Ramos de Azevedo e pelos italia-

nos Cláudio Rossi e Domiziano Rossi, e admirar

o local em toda sua grandiosidade e esplendor.

Dica muito válida: Veja a programação dos es-

petáculos, e vá prestigiar! Não há nada de mais

fabuloso em São Paulo! O Theatro por si só já

é um grande espetáculo!

Outra dica é agendar uma visita monitorada e

aprender a história de cada pedacinho deste

lugar tão especial!

De segunda a sexta-feira, Café da Manhã das 9h às 11, e Almoço das 12h às 15h. Aos sábados, o atendimento se estende até às 15h.

Nos horários de espetáculo o local não serve refeição, mas funciona como bar, com cardápio variado de salgados e bebidas.

Informações e reservas pelo telefone: 3331-1874

Praça Ramos de Azevedo, s/nº - Centro - SPTelefone: (11) 3397-0300

email: [email protected] w w. p re f e i t u ra . s p. g ov. b r / c i d a d e / s e c re t a r i a s / c u l t u ra /

theatromunicipal/

Horário de funcionamento:

Aonde:

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28

Texto: Camila Giudice | Imagem: divulgação Multipla Eventos

Mosteiro de São Bentode São Paulo

Brunch do

burburinho

Page 29: Revista Verniz Ano01 Ed02

29

Quer fazer um passeio mais do que especial e

diferente? Esse já é um investimento na progra-

mação.

Nos segundos e últimos domingos de cada mês,

o Mosteiro de São Bento de São Paulo promove

um Brunch, após a missa das 10h que é em-

balada por cantos Gregorianos e acompanhada

pelo Grande Órgão da Basílica. Um espetáculo

incrível, que faz você se sentir em outro século!

Nesse passeio incluso em um pacote pago do

Bunch, após a missa na Basílica, os visitantes

participam de uma atividade cultural (como con-

certos), duração de 30 min, seguido do Brun-

ch com o Buffet do mês, repletos de iguarias

sofisticadas dos Monges e da gastronomia de

grandes chefs de cozinha. Após é realizada uma

visita monitorada pelos Monges. O evento tam-

bém é regado por atrações de música clássica e

contemporânea e exposições de arte sacra bar-

roca e contemporânea.

Dica muito válida: Reserve com antecedência

seu ingresso, pois o evento é muito concorrido.

Acompanhe também a programação do Mosteiro

de São Bento, que oferece cursos gratuitos de

canto gregoriano e missas maravilhosas!

Informações de valores, programação e como adquirir ingressos para o Brunch (pacote com visita)

Multipla Eventos(11) 2440-7837 com Silvia

Para outras informações sobre o Mosteiro de São Bento: Largo de São Bento, s/no. - CentroCEP: 01029-010 - São Paulo - SP

Em frente à Estação São Bento do MetrôTelefone: 11 3328-8799

www.mosteiro.org.br

Horário de funcionamento:

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30

destaque verniz

Page 31: Revista Verniz Ano01 Ed02

31

Charge com muita arte!

Intensidade! Define uma vida

dedicada a criações em charge,

pintura, sempre com uma boa

dose de humor, traços diverti-

dos e com a alegria que rege

a vida deste artista chargista e

pintor Novaes!

Em uma incrível entrevista

Octávio Novaes abriu as por-

tas de seu ateliê recheado de

livros e muita arte para nos

contar como foi sua trajetória

no mundo das charges e como

pintor!

Único dos irmãos que seguiu a

carreira de seu pai, o chargista

Otávio, lutou para conquistar

seu espaço na certeza do cami-

nho que queria seguir.

Novaes teve a primeira publica-

ção de um desenho seu em jor-

nal, aos 4 anos. Ele conta que

ficava na beira da prancheta do

seu pai, observando seu traba-

lho, e depois fugia para o seu

quarto e copiava os desenhos.

Quando pequeno já sabia fazer

caricatura do Jânio Quadros,

Ademar de Barros e Juscelino.

Começou a trabalhar com 17

anos como chargista no Jornal

Notícias Populares. Depois se-

Texto e Fotografia: Camila Giudice | Pinturas: Novaes

Novaes,

Page 32: Revista Verniz Ano01 Ed02

32

guiu como colega de seu pai,

no Jornal Folha da Tarde, onde

ilustrou crônicas do Mário de

Moraes. Ele fazia a charge da

primeira página e seu pai a da

terceira página (a principal).

Por 15 anos ficou na FT. O úl-

timo trabalho em jornal foi na

Gazeta Mercantil.

Sempre procurou fazer traços

mais autorais, e diz hoje que

não tem um estilo muito defi-

nido, cada hora faz um traço

diferente. Mas demonstra uma

atenção especial aos desenhos

em bico de pena, cheio de de-

talhes. Perfeitos!

Ganhador do Prêmio HQ Mix,

também foi autor de histórias

em quadrinhos, sempre com

destaque verniz

Page 33: Revista Verniz Ano01 Ed02

33

Page 34: Revista Verniz Ano01 Ed02

34

destaque verniz

uma pitada de humor.

Hoje, com o advento da internet, sempre publica tirinhas e diz

que ficou muito mais fácil para divulgar seu trabalho, e que no

Brasil não se tem o hábito de comprar livros de chargistas.

A criação dos personagens é abrangente! Pergunto para ele como

que funciona essa criação e ele me diz que é de acordo com o

funcionamento de sua cabeça. A cada dia faz uma coisa diferente,

e busca mudanças para não se cansar.

Novaes atua em várias frentes de criação: tem uma devota paixão

por minuciosos trabalhos em bico de pena, que já perdeu a conta

de quantos fez. Mostra uma pasta recheada de bicos de penas e

esboços de obras, cada um mais incrível que o outro, com fases

diferentes de criação do artista.

O uso do detalhe é a característica que também transparece em

suas pinturas em tinta acrílica. Cada obra é um árduo exercício

Page 35: Revista Verniz Ano01 Ed02

35

"Cada obra é um árduo exercício de paciência e cores que enchem os olhos pela alegria que

transborda!"

de paciência e cores que en-

chem os olhos pela alegria que

transborda!

Ele se diz uma pessoa ansio-

sa, e pergunto como é possível

uma pessoa ansiosa trabalhar

em tantas cores e detalhes?

E ele nos conta o segredo:

sempre dá um tempo em suas

obras e quanto retoma, regula

os detalhes, às vezes estão pe-

quenos e se tornam maiores,

depois pequenos novamente.

Cada etapa reflete o momento

em que ele se encontra.

Page 36: Revista Verniz Ano01 Ed02

36

Novaes reflete também sobre como as pessoas observam as obras

de arte em geral. Que nem todos param para prestar atenção em

um quadro que foi executado há mais de 500 anos, e pensar em

cada pincelada, no momento, na energia do artista, na história

por trás da criação da obra.

Outro ponto que comenta com muita sensatez, é sobre a influên-

cia da sensibilidade da obra de arte na vida das pessoas, quando

diz que quando uma pessoa tem contato com arte, em qualquer

forma, se sensibiliza, e isso permite que sua visão de mundo

mude, tirando a força da violência.

Em suas criações reflete muito a questão da sensibilidade, e diz

que faz o que gosta e o que é mais plástico, dos movimentos,

como dança, a influência da música, e gatos, pela flexibilidade

de seus movimentos. As criações são regadas por muita música.

Quando está muito inspirado, o Tango é uma ótima escolha.

Sempre estuda as constantes ideias que tem para realizar um tra-

balho e só fica triste quando não consegue passar a ideia de um

trabalho para o papel. O resto vem sempre com alegria.

destaque verniz

"...uma pessoa tem contato com ar te, em qualquer forma, se sensibiliza, e isso permite que sua visão de mundo mude, tirando a força da violência"

Page 37: Revista Verniz Ano01 Ed02

37

Page 38: Revista Verniz Ano01 Ed02

38

destaque verniz

Veja mais trabalhos do Novaes em:

http://novacharges.wordpress.com

http://novaeshumorar te.blogspot.com

Page 39: Revista Verniz Ano01 Ed02

39

Um grande mestre: Pablo Picasso

Uma técnica: Bico de pena

Não pode faltar para o artista: Saber ver

Sua inspiração diária: A vida e seus detalhes

Charge ou pintura: Hoje, a pintura

Melhor lugar para pintar: Lugar fechado, arejado, com muita luz.

Tela ou papel: Papel

Objeto de desejo: Um atelier

Material favorito: Pena e nanquim

Uma mania: Comprar livros de arte

Um sonho: Ser disciplinado

O segredo do sucesso: A quantidade leva à qualidade

Uma cor: Azul

Uma obra que te intriga: La Gioconda

Um recado para os artistas: A arte está nos olhos dos que vêem...

Pincelada

Uma das frases que ele leva consigo é de um

cronista, que diz que a pior coisa que você pode

ter nesta vida é uma ideia, pois se não conseguir

executá-la, mata uma ideia genial, e executá-la é

um sacrifício, onde você sofre muito até alcançar

o ideal desejado.

E se podemos dizer algo do Novaes, é que ele

tem boas ideias!

Novaes vive para, e dê sua arte. Atualmente dá

aulas de desenhos, vende seus quadros, e se

prepara para expor. Nos deixa com um gostinho

de quero mais! Um artista muito interessante de

se conhecer!

"A pior coisa que você pode ter nesta vida é uma ideia, pois se não a conseguir executar, mata

uma ideia genial, e se executar é um sacrifício que você sofre muito

até alcançar o ideal desejado."

Page 40: Revista Verniz Ano01 Ed02

40

Texto: Camila Giudice | Imagens: dog.art (Divulgação)

O dog.art é um projeto que cria esculturas em fibra de vidro de

cachorros em tamanho natural, e cada uma delas é customiza-

da por artistas. Foram feitos seis modelos:buldogue, dachshund,

dogue alemão, galgo sentado, galgo deitado e vira-lata, com a

ideia de ressaltar a diversidade do animal e nossas próprias di-

ferenças.

Um dos objetivos desse projeto é chamar a atenção das pes-

soas e da mídia à necessidade de atitudes que possam trans-

formar essa realidade, educando crianças e jovens para

que aprendam a amar e respeitar os animais e apresentan-

do aos adultos as inúmeras formas de ajudar, contribuin-

do para a construção de um mundo mais harmonioso e justo.

A Verniz faz a sua parte e divulga as obras que ainda estão dis-

poníveis para venda, e também alguns trabalhos dos artistas que

participaram da ação.

Arte comresponsabilidade!

dog.artA

Vern

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arte e consumo

5Consulte valores e disponibilidade no site:

www.dog.art.br

Page 41: Revista Verniz Ano01 Ed02

41

1 2

3

4

76

1 - Keti Stefanini2 - Penélope Nova

3 - Ancel Lopes4 - Marcelo Médici

5 - Giuseppe Ranzini6 - Marcos Miranda & Pedro Ludolf

7 - Beatriz de Carvalho

Page 42: Revista Verniz Ano01 Ed02

42

Para quem tem alergia e achava que seria impossível pintar a óleo, a Lukas tem a solução: linha de tinta óleo Berlin (composta de óleo emul-sionável, que pode ser diluída com água). A Lukas desenvolveu um pro-cedimento especial e garantido que possibilita que a tinta a óleo seja a prova d’água e resistente a água, após a secagem. O tempo de seca-gem é igual a tinta a óleo normal disponível em 30 cores em tubos de 37 ml. Preço sob consulta.

Tinta a oléo antialérgica

Lukas

dicas de materiais

EspecialLukas

Texto: Camila Giudice | Imagens: Lukas (Divulgação)

Page 43: Revista Verniz Ano01 Ed02

43

As moletas são usadas para agluti-nar o pigmento já moído, no veículo, deixando-o mais fino. A LUKAS dipõe de 2 tamanhos. Moleta pequena:  60 mm  e    Moleta  grande:   100 mm. Preço sob consulta.

Os pigmentos Lukas, da mais alta qualidade, desenvolvidos ao longo de 150 anos, são os mesmos usa-dos nas tintas a óleo, da Lukas. Com consistência e textura, são resisten-tes à luz e não se alteram com o passar do tempo. São 39 cores in-cluindo fluorescentes e metálicas. Preço sob consulta.

Moleta Lukas

Pigmentos profiss ionais

Lukas

Tabelas de cores, materiais e

contato disponíveis no site:

www.lukasdobrasil.com.br

Page 44: Revista Verniz Ano01 Ed02

44

toque de mestre

Page 45: Revista Verniz Ano01 Ed02

45

João Fucci,

da Artepela lente

João Fucci, engenheiro, bailarino, fotógrafo, esgrimista, inventor,

musicista, convive com a arte e ciência desde que nasceu. Hoje,

aos 50 anos, nos encanta com sua serenidade e alegria, na sua

vida e em suas obras marcantes que nos transportam para seu

interior.

A Verniz o visitou em seu atelier, em uma tarde muito agradável

regada de bom papo e deliciosos biscoitinhos caseiros prepara-

dos com muito carinho pela sua esposa. São estes detalhes que

revelam que tudo que este artista faz é com muito amor, prazer,

alegria e sinceridade.

Texto: Camila Giudice | Pinturas: João Fucci | Imagem: Camila Giudice

Page 46: Revista Verniz Ano01 Ed02

46

toque de mestre

celadas muito coloridas, com

cores muito fortes, alegres.

Todas suas obras tem muito

movimento, muita vida. O ob-

servador acaba se transportan-

do para o universo do criador,

o que desperta muitas interpre-

tações e sensações.

Ele brincava no começo de

montar cidades, com aspectos

e elementos de diversas partes

do mundo e transportar para

suas telas, do jeito que lhe

João Fucci nasceu em Taquari-

tinga (interior de São Paulo).

Sua mãe Artista Plástica e seu

pai Dentista. Morou 10 anos na

Europa e trabalha como fotó-

grafo de moda há mais de 20

anos.

Iniciou nas Artes Plásticas em

90, e desde então não parou

mais. Pintar é um prazer, que

reflete suas vivências e seu

apurado olhar de fotógrafo.

Tem como característica as pin-

Page 47: Revista Verniz Ano01 Ed02

47

Todas suas obras tem muito movimento, muita vida, a qual o observador acaba se transpor tando para o universo do criador, o qual desper ta muitas interpretações e

sensações.

Page 48: Revista Verniz Ano01 Ed02

48

toque de mestre

Page 49: Revista Verniz Ano01 Ed02

49

agradava o olhar.

Hoje, cria cenas com histórias,

que levam o nosso imaginário

a divagar em várias questões

de cada elemento no quadro,

tornando a experiência também

uma maneira lúdica de apreciar

seu trabalho.

Uma das principais questões

que a pintura lhe dá prazer, é

justamente a quebra da visão

da fotografia, que na maioria

das vezes é direcionada, para

que se torne livre para criar o

que mais gosta que é a espon-

taneidade de movimentos, de

expressão e a naturalidade do

contexto da cena.

Gosta de realizar cada etapa

da criação, desde o desenho,

trabalhar nos detalhes com es-

mero e diz não precisar de um

ritual para começar um traba-

lho, que pode ser inspirado até

mesmo de um sonho.

Cria suas referências, e também

faz questão de períodos para

amadurecimento entre suas

criações, para novas ideias.

Comercializa suas obras em

Galerias, e hoje busca novas

experiências. Já adianta para a

Verniz que em breve teremos

novidades!

Acredita que a arte é uma ques-

tão de gosto muito pessoal, e

respeita muito os questiona-

mentos e que ninguém é dono

da verdade sobre o que é arte,

pois cada conceito somente

terá a resposta para cada ser

do que é o belo.

Para conhecer mais sobre João Fucci, acesse:

https://www.facebook.com/joaofucci.ar t

Page 50: Revista Verniz Ano01 Ed02

fals

o

50

plagio

Acompanhandoo Mercado.

Releitura, plágio e

falsificação

mercado da arte

Texto: João Carlos Lopes dos Santos | Imagens: Divulgação

Page 51: Revista Verniz Ano01 Ed02

releitura

51

plagio

Declaro-me sempre contra todos os tipos de có-

pias. Quem é artista cria e não copia. No Manual

do Mercado de Arte, deixo claro que cópia é

antiarte e apresento, na minha ótica, os seus

desdobramentos. Lá, falo do pintor camaleão,

da síndrome dos heterônimos, do crooner, do

autocopista, do cover, do importador de criati-

vidade, do falso artista plástico, do enganador,

do impostor, do retroprojetista, do industriário

e do falsificador. Sou de opinião que só há ta-

lento, onde se detecta criatividade. Quando o

assunto é cópia, não há o que se falar de talen-

to, mas sim em habilidade, em destreza.

O que é releitura artística?

A releitura artística acontece quando se obje-

tiva criar uma nova obra de arte, tomando por

base um motivo utilizado por outrem, usando-

-o de forma diversa, sem qualquer compromis-

so com a verossimilhança, no que se refere à

obra, objeto da releitura. No Manual do Mer-

cado de Arte, abro uma exceção para a releitu-

ra, que agora intitulo de releitura criativa. Lá,

destaco: "A propósito, na excelente mostra do

colombiano Fernando Botero (1932), no Museu

Nacional de Belas Artes, em julho de 1998, entre

belíssimos trabalhos estava Mona Lisa, um óleo

sobre tela de 1977, medindo 183x166 cm. Não a

do italiano Leonardo da Vinci (1452-1519), mas

sim o de autoria de Botero. O que me chamou

a atenção naquela pintura foi, de fato, a perso-

nalidade pictórica do autor. Ao lado, um texto

de Botero explicava:"Minha Mona Lisa não é a

do Leonardo. Pode-se usar um mesmo tema e

criar um quadro totalmente diferente. Aí reside

a verdadeira originalidade, tomar emprestados

personagens que todos já tenham feito e fazê-

-los de maneira diferente". A releitura de Botero

sobre o tema de Leonardo é um procedimento

correto, corretíssimo! Ao pintar aquela tela, Fer-

nando Botero estabeleceu a diferença entre a

releitura artística e o plágio.

Page 52: Revista Verniz Ano01 Ed02

52

copia

original

O que é plágio de obra de arte?

Plágio ocorre quando o executor deliberadamen-

te procura imitar, total ou parcialmente, a obra

de um artista plástico; nela, o plagiador, dissi-

mulando ou não, objetiva fazer parecer àqueles

não iniciados em mercado de arte, que aquela

criação artística é dele, já que a assina.

O que é falsificação de obra de arte?

A falsificação, diria, é o plágio total - inclusive

da assinatura e demais caracteres secundários

que denotam a autoria, encontrados na obra do

artista falsificado – que busca a verossimilhança

absoluta do estilo de uma criação artística de

outrem, objetivando fazer parecer que aquela

obra é da lavra de um artista que não a execu-

tou.

Qual é a diferença?

A diferença entre releitura artística e plágio,

como disse acima, Fernando Botero já estabele-

ceu. A diferença entre o plágio e a falsificação

de uma obra, fundamentalmente, está no mo-

mento em que o executor coloca uma assinatura

no anverso ou reverso do trabalho. No instante

em que ele coloca a sua própria assinatura ou a

de outro artista – pretendendo insinuar, sugerir

ou induzir aos desavisados que aquela obra é

da autoria de outrem –, o executor da pintura

cristaliza o plágio ou a falsificação.

As medidas cabíveis

Cabem medidas judiciais contra quem relê, pla-

gia ou falsifica obras de arte? Já definidos re-

leitura artística, plágio e falsificação, dentro dos

limites das artes plásticas e seu mercado, temos

que fazer uma reflexão sobre o que é um ato

- deliberado ou não - de causar prejuízo a ter-

ceiros, aqui, nomeadamente, no que toca aos

direitos morais e patrimoniais sobre uma criação

artística. A Justiça objetiva proteger direitos e,

quando feridos, sempre haverá a possibilidade

de se procurar prestação jurisdicional e aí tudo

é passível de discussão.

O texto legal

Reza a Lei nº 9.610, de 19.02.98, no seu artigo

7º - "São obras intelectuais protegidas as cria-

ções do espírito, expressas por qualquer meio

ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou in-

tangível, conhecido ou que se invente no futuro,

tais como: VIII - as obras de desenho, pintu-

ra, gravura, escultura, litografia e arte cinética."

Aqui, só citei o que é pertinente ao nosso as-

sunto, o inciso VIII. Se for do seu interesse, leia

o texto integral do artigo em questão.

Na releitura artística

Na releitura artística, como no exemplo da Mona

Lisa do Botero, não vejo como se alegar dano

aos direitos morais e patrimoniais sobre a obra

anteriormente criada, pelo contrário, analiso-a,

concluindo que é uma homenagem ao grande

mestre Leonardo Da Vinci, se até vivo fosse. Afi-

nal, outro mestre – Fernando Botero – fez outra

obra de arte; aliás, outra fantástica criação.

No plágio

No que toca ao plágio, pode o artista plagiado

procurar na Justiça os seus direitos; contudo,

terá que provar, em juízo, que a obra plagiada é

personalíssima, ou seja, a sua condição de cria-

dor original. O plagiador pode ter duas motiva-

ções, que podem ser concomitantes: a vaidade

de alardear a sua destreza ao copiar o artista

mercado da arte

Page 53: Revista Verniz Ano01 Ed02

53

copia

original

famoso; e a frustração pelo não reconhecimento

de sua obra. Além disso, pode querer auferir lu-

cros, quando o plagiador copia obra alheia e a

vende, quase sempre por preço bem abaixo dos

registros de mercado das obras originais. Em

ambas as intenções do plagiador, haverá como

se provar as perdas e danos pela ofensa aos

direitos morais e patrimoniais do autor, sobre a

obra anteriormente criada.

Na falsificação

O que foi dito acima sobre o plágio cabe para

as falsificações de obras de arte, com a dife-

rença que, além das medidas judiciais cíveis, o

executor e seus cúmplices estarão passíveis de

medidas judiciais na área criminal.

Epílogo muito importante

Lembro, em todas as oportunidades, da impor-

tância do diálogo, antes da propositura de qual-

quer ação judicial, e que este artigo tem cará-

ter genérico. Quando você estiver diante de um

caso concreto, aconselhe-se com o seu advo-

gado que, decerto, irá analisar o seu problema

à luz da legislação então vigente e da jurispru-

dência pertinente, tendo sempre como lhe dar o

melhor aconselhamento.

Para saber mais veja o si te:www.consultar te.com.br

Page 54: Revista Verniz Ano01 Ed02

54

Paixão! Foi o que levou a escolha deste espaço

para esta edição! Mas foi muita paixão! A paixão

nos olhos de Stella, quando contava sobre seu

maravilhoso trabalho, uma verdadeira missão de

amor em uma das maiores instituições de arte

do País!

Nosso encontro foi um dos maiores aprendizados

que poderíamos ter em relação a um espaço que

acolhe grandiosas produções de arte! Foi um

aprendizado de respeito, integração, valorização

e educação. E principalmente, porque eles fazem

valer o lema da arte para todos!

A melhor coisa em ser recebido em qualquer

local, é ser bem tratado por todos que estão

lá, e melhor ainda saber que eles tem total

consciência de sua função e valorização em seu

espaço.

Pinacoteca do Estado de São Paulo:Um lugar para todos!

Espaço de Arte

Texto: Camila Giudice | Imagens: Divulgação

Page 55: Revista Verniz Ano01 Ed02

55

A melhor coisa em ser recebido

em qualquer local, é ser bem

tratado por todos que estão lá, e

melhor ainda saber que eles tem

total consciência de sua função

e valorização em seu espaço.

É o diferencial que traz o respeito a essa entidade.

A Pinacoteca é um dos maiores exemplos

em todos seus setores. Tanto em questão de

estrutura, curadoria de exposições, segurança,

restauro, valorização de seus funcionários que

é seu público interno e o carinho por TODOS os

visitantes, que são acolhidos com muita alegria

e respeito pelas suas necessidades individuais.

A Pinacoteca apresenta um programa interno para

os seus funcionários, o Consciência Funcional,

coordenado pela Maria Stella da Silva, que nos

recebeu com muito entusiasmo para contar um

pouco mais sobre este e demais programas que

visam oferecer o melhor de uma instituição para

a comunidade na sua totalidade.

Page 56: Revista Verniz Ano01 Ed02

56

Espaço de Arte

O que é o Consciência Funcional?

A Pinacoteca com a preocupação de estabelecer

um vínculo maior e preparar as pessoas que

cuidam do patrimônio artístico, insere todos

funcionários em uma imersão na qual se

valoriza a função de cada um, descrevendo

sua importância, lida com sua autoestima e

promove o conhecimento da arte, da instituição

por meio de atividades que recebem e acolhem

os novos funcionários à instituição; produz

materiais informativos internos sobre as

exposições temporárias da Pinacoteca; organiza

visitas educativas; promove formações técnicas

e experimentações plásticas, além de realizar

uma atividade especial anual em comemoração

ao Dia das Crianças, para filhos e parentes de

funcionários. É uma maneira dos funcionários

entenderem que fazem parte de todo o processo

e quão importante eles são. A reação é muito

positiva, tanto no retorno com o público como na

vida pessoal, onde ocorrem grandes mudanças

até mesmo no modo que a família os enxerga.

É notável a diferença de atendimento dos

funcionários e a satisfação nos visitantes,

quando você pode perguntar para qualquer

um alguma informação e eles vão te auxiliar

da maneira correta, de uma maneira segura, e

com muito orgulho! Os funcionários recebem o

público como se estivessem na casa deles! É

uma relação muito forte com a instituição que

Page 57: Revista Verniz Ano01 Ed02

57

A Pinacoteca oferece programas para público

escolar, crianças, famílias, idosos, grupos

de inclusão sociocultural, públicos especiais

com recursos multissensoriais, que garantem

um passeio inesquecível, com muita cultura,

diversão e a certeza que serão bem recebidos,

para voltar sempre!

E para o artista?

Não há maior satisfação do que poder estudar

grandes obras e saber que são cuidadas com

tanto carinho e respeito. É o desejo de qualquer

um que sonha em ocupar estas paredes, e ter a

certeza que quem estiver lá perpetuará teu feito,

com muito orgulho.

gera um vínculo profundo e os motiva para o

crescimento profissional.

Os resultados que os visitantes recebem dos

programas:

A Pinacoteca trata o assunto de inclusão

sociocultural de maneira muito séria. A

instituição está adaptada para receber a TODOS!

Não importa a classe social, condições mentais

e físicas, o espaço é de TODOS!

TODOS serão bem recebidos e tratados com

muito respeito, com visitas especiais para

quem necessita de algum suporte e também

de programas específicos com Educadores,

nos quais trabalham muito a questão de

sensibilidade.

Visite a Pinacoteca!

Consulte a programação e

sejam sempre bem vindos!

www.pinacoteca.org.br

Page 58: Revista Verniz Ano01 Ed02

58

Rick Correia, tem 26 anos e é tatuador do estúdio The

Last Dragon Tattoo. Por influência do tio e amigo

Renato Correia, tatuador há 26 anos, aos 19 anos

começou sua carreira como tatuador e desenhista.

Devido a seu trabalho, diz não possuir um estilo

definido, já que a tatuagem exige a diversificação.

Atualmente foca seus estudos na arte realista,

com o mestre Paulo Frade .

Gosta muito de carttoon, artes fantasiosas e

oriental. Tenta mesclar tudo com o objetivo

de criar um estilo próprio. É influenciado por

artistas  como Joe Capobianco, Jee Sayalero , J.

Scott Campbell  entre outros.

Sua mídia de trabalho principal é a tatuagem,

mas procura experimentar tudo que pode.

Utiliza giz pastel seco ,marcadores,  lápis   e

agora se aventura no digital.

RickCorreia

sketchbook

Texto: Camila Giudice | Imagens: Rick Correia

Imag

en: Pa

ulo

Frad

e

Você viu?

Paulo Frade é o

Destaque Verniz da

edição 01.

Confira!

Page 59: Revista Verniz Ano01 Ed02

59

Page 60: Revista Verniz Ano01 Ed02

toy art

Page 61: Revista Verniz Ano01 Ed02

61

"Os meus amigos

continuaram a andar,

enquanto eu ficava para

trás tremendo de medo

e senti o grito enorme,

infinito, da natureza."

A obra O Grito, de Edvard Munch 1893 já foi

roubada duas vezes, uma em 1994 e outra em

2004. Teve uma de suas versões em pastel data-

da de 1895, vendido em 2012 por $120 milhões.

Tornou-se resultado mais alto da Sotheby para

qualquer venda impressionista e moderna. Em

maio de 2013 foi anunciado pelo município de

Oslo um acordo para a construção de um novo

museu destinado a receber a maior coleção de

obras deste pioneiro do expressionismo.

Fontes dizem que “O Grito retrata a seguinte

experiência de Edvard Munch:

“Caminhava eu com dois amigos pela estrada,

então o sol pôs-se; de repente, o céu tornou-

-se vermelho como o sangue. Parei, apoiei-me

no muro, inexplicavelmente cansado. Línguas

de fogo e sangue estendiam-se sobre o fiorde

preto-azulado. Os meus amigos continuaram a

andar, enquanto eu ficava para trás tremendo

de medo e senti o grito enorme, infinito, da na-

tureza.”

O GritoEdvard Munch

Texto: Camila Giudice | Imagens: Divulgação | Toy Art: Raimund Schmidt

Page 62: Revista Verniz Ano01 Ed02

62

toy art

Munch imortalizou esta impressão no quadro O

Desespero, que representa um homem de car-

tola e meio de costas, inclinado sobre uma ve-

dação num cenário em tudo semelhante à da

sua experiência pessoal. Não contente com o

resultado, Munch tentou uma nova composição,

desta vez com uma figura mais andrógina, de

frente para o observador e numa atitude menos

contemplativa e mais desesperada.

Variadas interpretações da obra citam a questão

da angústia do homem moderno, do sofrimento,

do pânico.

As palavras de Ben Davis, explicam: “A química

emocional da obra-prima de Munch é a pura dú-

vida e a decadência da Europa do fin-de-siècle,

colorida pelas experiências de vida do modernis-

ta esquisito e doentio que a pintou. Os detalhes

da sua biografia são familiares, mas talvez valha

à pena remoer, com atenção nas forças contradi-

tórias que formaram o trabalho do artista. Este

é um homem nascido quando o mundo estava

se transformando dramaticamente, quando a

crença estava dando lugar à dúvida e os costu-

mes sexuais tradicionais estavam caindo. Munch

tinha seus pés nos dois mundos; é daí que toda

angústia vem. Por outro lado, ele vem de uma

família severa e profundamente religiosa. Seu

O Desespero, 1892

Óleo em Tela - 92 x 67cm

Page 63: Revista Verniz Ano01 Ed02

63

local. Os anarquistas de Kristiania eram lidera-

dos por um homem chamado Hans Jaeger, que

pregava amor livre, poligamia, era contra a sub-

jugação da mulher e contra a família. Os manda-

mentos bastante dramáticos de Jaeger, que seus

seguidores tentavam seguir, incluíam as seguin-

tes instruções: “Vós deveis escreverdes vossas

vidas; vós deveis separardes as raízes da famí-

lia; vós deveis assumirdes vossas vidas.” Foi Ja-

eger que encorajou Munch a pintar diretamente

da sua alma e a resistir a convenções artísticas,

estimulando seu colapso artístico. Quando o

guru boêmio foi preso por suas crenças anti-

-burguesia, Munch lhe deu de presente uma pin-

tura de uma mulher seminua para entretê-lo na

cela.”

pai, um médico militar, casou com uma mulher

aos 20 anos, e seu primeiro filho foi saudado

por um clã que uma vez foi afortunado, e que

caiu nos tempos difíceis. Ela teve cinco crianças,

das quais Edvard foi a segunda, e ela morreu

cedo, deixando para trás uma carta trágica para

a família dizendo, “Nós todos, que Deus teve

tanto cuidado para unir, talvez nos encontremos

no Paraíso para nunca mais nos separarmos.” O

pai de Munch ficou sombrio e fanático; ele leria

esta carta em voz alta para seu clã na mesa de

jantar, regularmente, e ensinaria suas crianças

sobre o horror do inferno que os esperava se

eles se desviassem do caminho certo. Esta at-

mosfera fatalista coloriu definitivamente a visão

de mundo de Munch.

Por outro lado, quando a família se mudou para

a capital da Noruega, Kristiania, Edvard se viu

poderosamente atraído pela cena anarquista

Fontes: http://br.blouinartinfo.comwww.munch.museum.no

http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.brhttp://operamundi.uol.com.br

Fonte de Pesquisa:

Page 64: Revista Verniz Ano01 Ed02

64

1. Imprima as páginas 66 e 67 no formato A4 ou tamanho Ofício, conforme sua preferência. Aconselhamos o uso de papel com gramatura entre 160g e 240g.

2. Com a página já impressa, utilize uma ferramenta para vincar, marque as dobras pontilhadas e as alças de encaixe. Tome cuidado para vincar exatamente na área de dobra. Dessa maneira a toy art terá um acabamento melhor.

3. Com os vincos feitos, é hora de utilizar um estilete e cortar as linhas internas da toy art. Na cabeça, além do queixo, as marcações: 9, 10, 22, 23, 28 e 29. No corpo, as marcações: 12, 13, 16 e 17. Para todas as peças, não esqueça dos cortes nas alças que receberão os encaixes.

4. Agora com uma tesoura, recorte todas as peças cuidadosamente. Preste especial atenção nos encaixes. É importante que a área do "dente" da alça seja preservada. Caso contrário, a fixação das peças pode não ficar adequada e balançar demais.

Preparação

O quê você vai precisar:• Impressora jato de tinta ou laser;• ferramenta para vincar;• estilete;• tesoura.

DICA:

Se não tiver a

ferramenta específica,

você pode usar um clip

de papel pequeno ou

uma caneta sem tinta.

toy art

Page 65: Revista Verniz Ano01 Ed02

Montagem

65

1. Monte as peças: Braço Direito e o Braço Esquerdo.

2. Encaixe as peças Braços, já devidamente montadas, na peça Corpo ainda desmontada. Dobre as alças 12, 13, 16 e 17 para dentro, rente com a peça Corpo.

3. Já com os braços encaixados, monte a peça Corpo.

4. Monte as peças Mão Direita e Mão Esquerda.

5. Encaixe as peças Mãos, já devidamente montadas, na peça Cabeça ainda desmontada. Dobre as alças 22, 23, 28 e 29 para dentro, rente com a peça Cabeça.

6. Encaixe a peça Corpo, já com as peças Braços encaixadas, na peça Cabeça, ainda desmontada.

7. Monte a peça Cabeça.8. Pronto! Agora você pode acompanhar

sempre O Grito e lembrar do poder que a natureza exerce no ser humano!

Sua Toy Ar t ficou demais no atelier ou no escritório? Compar tilhe

conosco. Mande para a Verniz fotos da sua

ar te!

Page 66: Revista Verniz Ano01 Ed02

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Braço Direito

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Corpo

Mão Esquerda Mão Direita

Braço Esquerdo

toy art

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Cabeça

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Um passeio bom“prá cachorro”!

verniz visita

Texto e Imagens: Camila Giudice

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Quer levar seu melhor amigo canino para um

passeio bem diferente com muita arte?

A Verniz visitou a Matilha Cultural, espaço de

artes localizado no Centro de São Paulo.

Nossa visita foi acompanhada pela Nina e pelo

seu mascote Tófi, o “funcionário do mês” da

Matilha.

A Matilha Cultural é um espaço que abriga

diversos cenários culturais, apoiados na ideia

de conhecimento para todos, onde possam ter

acesso sem burocracia e sem dificuldades para

o que acontece na cidade.

A ideia da Matilha surgiu há 6 anos, dentro

de um grupo de uma produtora de cinemas

a OLLDOG Filmes, que já trabalhava com os

mesmos temas da Matilha, que são as questões

sócio ambientais, proteção animal e cena

independente da cultura geral.

É um espaço ligado a ativismo, sempre tem

algum objetivo por trás de suas ações, tem a

relação de não ser a arte somente pela arte, e

sim para tocar, sensibilizar.

Fazem parcerias com ONGs, principalmente na

adoção de animais, com uma feira de adoção

todos os domingos e uma loja próxima ao

espaço com serviços para os animais a preços

populares.

Enfatizam muito a questão do trabalho social,

Page 70: Revista Verniz Ano01 Ed02

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verniz visita

ImagensA- Marcel MelloB- Erica MaradonaC- Luis SchiavonD- A.L. (Alan)

A

C D

B

Page 71: Revista Verniz Ano01 Ed02

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com ações diversas em um trabalho também com

os moradores de rua do centro de São Paulo. Em

Setembro terá o projeto Setembro Verde onde

arte e sustentabilidade se encontram.

No mês de Junho aconteceu o praCACHORRO

2013, que contou com exposição das fotos do

Cãocurso de fotografias, exposição de telas

alusivas ao tema dos artistas plásticos: Tarik

Klein (vide quadro informativo), Marcel Mello,

Luis Schiavon, Erica Maradona, Max Martinez,

Guilherme Rodrigues Barboza, Simone Sapienza

Siss, André Vanin, Verônica Nuvem e Marcio Sick

e uma escultura de cachorro feita por Andréia

Cristina de Souza regados a muita música e

cinema.

A programação cultural é intensa, o espaço

Nina e o

funcionário do

mês da Matilha,

Tófi.

Page 72: Revista Verniz Ano01 Ed02

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sempre conta com exposições, shows, cursos,

eventos, happy-hours, filmes e durante todo ano

é permitido acessar o espaço em companhia de

seu cachorro (até mesmo no cinema).

O espaço conta com sala de cinema, duas

galerias e Café Bistrot Vegetariano.

O que mais gostamos na Matilha, além de todo

o conceito, é a possibilidade do encontro de

várias “tribos”, já que a diversidade cultural

é muito grande no local, que às vezes abriga

3 atividades diferentes ao mesmo tempo com

a vantagem de estar com nossos amigos de

quatro patas!

Qualquer

semelhança

não é mera

"cãocidência".

Confira na

página 60!

Saiba mais sobre a Matilha Cultural

e sua programação no site:

www.matilhacultural.com.br

Rua Rêgo Freitas, 542 | Centro

São Paulo | SP | Tel: 11 3256-2636

verniz visita

Page 73: Revista Verniz Ano01 Ed02

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TARIK KLEIN

30 anos, argentino radicado no Brasil. Autodidata, trabalha com diversos tipos de artes: pinturas, xilogravuras, esculturas, entalhes, graffiti, ilustrações. Participou de exposições coletivas e individuais com passagem no: Museu do Imigrante, Jardim Botânico do Rio, Casa Da Xiclet, Coletivo Galeria, Espaço Zé Presidente, Espaço Urucum, Casa de Maria Madalena e Matilha Cultural, esta com releituras de quadros famosos com cachorros como protagonistas. Desenvolve etrabalhos que representam o caos do espaço urbano, baseado sempre na Cidade de São Paulo, onde vivo desde 1986. Mais do Tarik:

http://www.flickr.com/photos/tarikklein/

http://www.behance.net/

ImagensTarik Klein

Page 74: Revista Verniz Ano01 Ed02

74

história da arte

Uma brasileira além dos trópicos

Maria Martins

Texto e Imagens: Maria Silvia Eisele Farina

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Começa a esculpir,no seu momento figurativo, em jacarandá, esculturas de grandes dimensões e desenvolve trabalhos em cerâmica. No mesmo ano suas esculturas foram incluídas numa exposição de um grupo de arte latino-americana no Riverside Musem em Nova York.

Nessa exposição foram apresentadas 18 obras, figurativas, em material diversificado: gesso, terracota, bronze, e três tipos exóticos de madeira tropical, jacarandá, imbuia e Peroba. A maioria das peças destaca-se, por apresentar grandes dimensões chegando até 2,50m de altura. Alguns temas foram inspirados na origem brasileira de Maria: Samba , Noite no Salgueiro, Refugiados (referente aos primeiros anos da guerra) e temas bíblicos, tais como Salomé, Eva, São Francisco e Cristo. Nessa época, ela se torna amiga de Fernand Leger que faz desenhos de suas esculturas

Alternava a arte com o glamour das recepções da embaixada. Dedicava-se durante o dia à escultura e à noite às recepções como embaixatriz. Assinava apenas Maria, como artista, fazia extrema questão do seu nome artístico.

Maria de Lourdes Faria Alves (1894-1973)

1894 | Nasceu em Campanha, Minas Gerais.

1915 | Casa-se pela primeira vez com Otavio Tarquínio de Souza (1889-1958).

1926 | Seu segundo casamento com Carlos Martins Pe-reira e Souza, diplomata brasileiro.

1934 | Carlos Martins foi nomeado embaixador brasileiro no Japão,a família vai morar para Tókio, Maria encanta--se pela cerâmica japonesa.

1936 | Muda-se para Bélgica, onde aprende escultura com o escultor belga Oscar Jespers (1887 – 1970).

1939 | Muda-se para Washington e dedica-se à escultura.

14 de outubro de 1941Um catálogo que na capa tem um desenho, a bico de pena, do perfil de uma mulher, assinado por Candido Portinari, registra a abertura da primeira exposição indi-vidual de Maria Martins, na galeria de arte Cocoran, em Washington.

1940 e 1950 Seu trabalho artístico se desenvolve de forma progres-siva e significativa, na Europa e Estados Unidos. En-quanto estava em Nova York conhece o escultor Jacques Lipchitz, com quem aprende o processo de fundição em bronze .

O Rito do Ritmo7m de altura

Page 76: Revista Verniz Ano01 Ed02

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história da arte

1941/42A artista aluga um estúdio em Nova York. Nessa época, conhece o artista Jacques Lipchitz (1891 – 1973) que en-sina à Maria a técnica da fundição em bronze. Enquanto Maria estava em Washington, o grupo do Breton estava em Nova York e isso lhe proporcionou um contato maior com o surrealismo.

Maio de 1942A Valentine Gallery, em Nova York, exibiu 21 esculturas da atista

1947Participa de exposições internacionais ligadas ao movi-mento do Surrealismo, entre elas, a grande mostra Le Surréalisme na Galerie Maeght (1947), em Paris, orga-nizado por André Breton. O próprio Breton a reconhece como uma artista surrealista e passa a assinar textos de catálogos das exposições de Maria

1948Muda para Paris, onde Maria aluga um estúdio na Vila d’Alesia, em frente ao estúdio do artista Brancusi. Os dois escultores se tornam grandes amigos.

1960A escultura monumento O Rito do Ritmo (7m de altura) foi criada para a inauguração de Brasília, em 1960, por encomenda do então presidente, Juscelino Kubstichek.

Até 1942, seus trabalhos eram figurativos, quando, a partir da série Amazônia inicia uma concepção voltada para o surrealismo, na qual figuras inventadas do seu imaginário transcenderam o real, as quais apresentam-se numa miríade de formas abstratas e figurativas, Flora e seres monstruosos em um hibridismo formal entre vegetais, animais e seres reinventados da Floresta Amazônica. A singularidade da Maria Martins como brasileira está em jogo quando apresenta Amazônia na escolha dos temas Aspectos míticos, crenças e lendas da Amazônia.São oito as obras da Amazônia: Yemanjá, Yara, Apuseiro, Uirapuru, Cobra Grande, Macumba, O Boto e Aiokâ.

Nada é totalmente exposto, incitando um pensar, um sentir, uma sensibilidade que mobiliza também o racional. Um mergulho no inconsciente de “maneira consciente”. Na conjugação de suas fases existe um fio condutor poético: LIBERDADE. As linhas entrelaçam-se, mas não se prendem e nem se perdem, os espaços vazados proporcionam uma não contenção. O surrealismo, recriado por Maria Martins, introduziu a identidade brasileira no surrealismo internacional.

Maria foi uma das principais organizadoras da Bienal Internacional de São Paulo. O contato que tinha com os artistas fora do país, facilitou a participação de grandes nomes desta exposição internacional.

A Soma de Nossos Dias 1954/55, 330,9 x 190, 7x 64,9 cm sobre uma base de madeira de 18,0 x 144,0 x 64,0cm - em sermolite e estanho no acervo MAC/USP

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Maria Mar tins: metamorfosesGrande Sala Curadoria: Veronica StiggerVisitação: 12 de julho  a 15 de setembro de 2013Museu de Arte Moderna de São Paulo (Sala Paulo Figueiredo)Endereço: Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3)Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h) Telefone: (11) 5085-1300 Ingresso: R$ 6,00Sócios do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada. Aos domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo o diaAgendamento gratuito de visitas em grupo pelo tel. 5085-1313 e e-mail [email protected] Fonte imagem: www.mam.org.br

“Quando no limiar comovente da humanidade o homem,

pela primeira vez, tomou conhecimento de sua vida

espiritual e a consciência de sua vida mental, nesse dia

nasceu a Ar te”. A verdadeira obra de ar te guarda em

si muito mais que a imagem representa, guarda a magia

de uma dupla vida a que lhe deu o ar tista, na grande

aventura da criação e a que cada qual lhe empresta,

quando da emoção de contemplá-la”. Maria Mar tins

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dicas de pintura

Quadriculado com elástico

Dica do João Fucci:

Texto e Imagens: Camila Giudice

Uma dica muito válida para quem gosta de

quadricular as telas para desenhar, e toda vez

precisa usar a régua, sujar a tela com lápis e

tudo mais, é substituir por tiras elásticas!

Esses rolos elásticos são vendidos em qualquer

armarinho.

É só medir a tela, cortar a tira do tamanho

necessário e amarrar. Faça o mesmo processo

de marcar as distâncias na tela e coloque os

elásticos. Depois é só desenhar!

Para ver o resultado

da técnica do João

Fucci, confira seus

trabalhos na página

44!

Page 79: Revista Verniz Ano01 Ed02

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Page 80: Revista Verniz Ano01 Ed02

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eventos

A Revista Verniz em parceria com a Farol Marketing Estratégico,

realizou na semana de 22 a 29 de Junho, no Hall da ACM Centro,

em São Paulo a exposição do artista plástico mais inovador,

Leonardo Di Stasi.

A exposição contou com a curadoria de Camila Giudice, com 18

obras apresentadas, dentre telas à óleo e criações com recicláveis.

Uma mostra bem diferente, que culminava em uma explosão de

cores, movimento, energia e criatividade. Foi muito bem recebida

tanto pela instituição como pelos frequentadores, que não

conseguiam passar no espaço sem parar para olhar e deixar uma

mensagem para o artista.

Muito elogiada pela criatividade, sustentabilidade e originalidade,

agradou a todas as faixas etárias, principalmente pelos aspectos

lúdicos de algumas obras e também pela qualidade e técnica

aplicada.

A Revista Verniz parabeniza o artista pelo sucesso e retorno da

exposição!

Aguardem mais novidades do Leonardo Di Stasi!

Leonardo Di Stasi

Exposição

Texto e Imagens: Camila Giudice

Page 81: Revista Verniz Ano01 Ed02

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Gostou do trabalho

do Leo? Confira a

matéria dele na 1

edição da Verniz.

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A VERNIZ compareceu ao Workshop ministrado pelo Mestre Rocco

Caputo no dia 09 de Junho, oferecido pela Cozinha da Pintura.

Mestre Rocco é formado pela Accademia di Belle Arti di Foggia, e

bebeu na fonte dos velhos mestres do Barroco.

Foi uma excelente oportunidade para os alunos que estavam em

São Paulo aprender as técnicas antigas em uma demonstração ao

vivo com o Mestre.

Demonstrou que com muita simplicidade é capaz de obter

excelentes resultados, num jogo de luz e sombra e mistura correta

da paleta de cores e também como o artista deve conduzir o

olhar do expectador na obra.

Todo o processo foi muito bem detalhado e muito claro aos

participantes, que puderam acompanhar todas as etapas do

preparo da obra.

Tudo isso envolvido em uma atmosfera que remetia a uma volta

ao passado com o Mestre e seus pupilos.

Os participantes também puderam aproveitar a oportunidade para

comprar materiais com os representantes da LUKAS, presentes no

evento.

eventos

Rocco Caputo

Workshop

Texto e Imagens: Camila Giudice

Conheça mais

sobre a Lukas

na página 42 !

Page 83: Revista Verniz Ano01 Ed02

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Mais informações sobre o ar tista:www.facebook.com/atelierroccocaputo

Page 84: Revista Verniz Ano01 Ed02

SAVE T H E DATE

Page 85: Revista Verniz Ano01 Ed02

Aguardem mais informações no www.facebook.com/vernizartes

SARAU DAS ARTES COM PARTICIPAÇÃO DE ARTISTAS DA VERNIZEM SÃO PAULO

14|09|2013

Page 86: Revista Verniz Ano01 Ed02

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especial xilogravura

em capa de CordelXilogravura

Texto: Camila Giudice | Imagem: Camila Giudice

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Carlos Henrique é um exemplo para a arte

brasileira, que de maneira sustentável

desenvolve a maravilhosa e tradicional arte da

capa de Cordel.

Pessoa de sorriso fácil, e grande brilho nos

olhos quando nos conta sobre sua paixão pela

xilogravura e o carinho com que se relaciona

com a arte e o grande respeito pela natureza!

Conheça mais sobre este incrível artista!

Nascido e criado em Crato (CE), escultor

autodidata, desde 1984 começou a trabalhar com

xilogravura para capas de cordéis. Atuou como

Xilógrafo oficial da Academia dos Cordelistas do

Crato do ano 2000 à 2012 ocupando a cadeira

de número 20.

Todo seu trabalho remete muita criatividade e

consciência ecológica.

Demonstra que com instrumentos do nosso dia

Xilogravura

a dia podemos criar ferramentas para esculpir

e tudo pode ser reaproveitado, formando uma

vasta gama de formatos de entalhadeiras,

que possibilitam inusitados resultados na

xilogravura.

Tudo vira ferramenta em suas mãos: haste de

guarda-chuva, facas, pregos, parafusos, garfos,

pedras e o que mais lhe parecer interessante.

Nada é descartado e tudo feito com muito

capricho e também com segurança para uma

boa execução da xilogravura.

Explica para Verniz como funciona o trabalho da

composição do cordel:

Cada Cordel tem 16 ou 36 estrófes e esse texto

possibilita a criação de mais de 100 imagens

para que o artista possa ilustrar a capa. Carlos

gosta de ler os textos por e-mail (para evitar

uma perda ecológica de papel), e já entalha

Page 88: Revista Verniz Ano01 Ed02

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direto na madeira a imagem que acha mais

compatível com a história. Leva para a gráfica

e tem como grande parceiro o Sr. Vicente,

tipógrafo da Academia de Cordelistas do Crato,

que faz a correção do texto e monta, letra por

letra, cada verso/estrófe e prensa para formar o

cordel, quando pronto entregue ao poeta autor.

Diz que a capa de Cordel ainda é muito produzida

por artistas da região e houve um aumento no

pedido de produção, inclusive para utilização em

artesanatos locais como cerâmicas, sandálias,

camisas.

Na gráfica todas as gerações trabalham em

conjunto na transmissão desta arte tradicional.

Carlos também tem preferência por trabalhar

ACADEMIA DOS CORDELISTAS DO CRATO

A Academia dos Cordelistas do Crato é uma entidade sem fins lucrativos que se rege por estatuto próprio, regimento interno e demais dispositivos legais; considerada de Utilidade Pública, pela Lei Municipal 1.879/99, de 11 de junho de 1999.

Fundada em 1991, por doze poetas cordelistas, encabeçado pelo saudoso mestre Eloi Teles de Morais, com o firme propósito de preservar o Cordel , singularidade cultural do Nordeste Brasileiro.

Composta por poetas que ocupam importantes cadeiras, cujos patronos contribuíram para as letras nacionais. Além dos poetas, ocupantes como xilógrafo, tipógrafo e apologista.

A ACC tem mais de mil títulos publicados e mais de um milhão de folhetos, levando o Nordeste para o mundo.

Fonte pesquisa: Cordel ACC

especial xilogravura

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Para conhecer mais sobre o seu trabalho

e de seus parceiros, acessem o site:

http://xicra.wordpress.com

com a madeira de Imburana, árvore típica do

Nordeste, que oferece uma madeira melhor com

veios mais finos que permite possibilidades de

criar diversas texturas, e também por ser uma

madeira que tem maior facilidade de encontrar

em Cariri.

No seu caso, um tronco de 1 metro rende

trabalho por 5 anos, e quanto mais seca melhor.

A Imburana, por reservar muita água, requer

uma espera maior antes de ser trabalhada. Todo

material é retirado da natureza com consciência

e com a promoção também do reflorestamento.

Ressalta que qualquer madeira serve para

fazer xilogravura, e com qualquer ferramenta

"Árvore típica do Nordeste,

que oferece uma madeira

melhor com veios mais finos

que permite possibilidades de

criar diversas texturas."

Imburana

consegue executar o trabalho. Sempre trabalhou

com o que tinha em mãos, desde tacos de piso

até casca de Cajá.

Hoje o trabalho de xilogravura brasileira é bem

reconhecido no exterior com uma identidade

muito forte.

Aconselha para quem quer iniciar o trabalho

de xilogravura procurar cursos na sua região

e também aproveitar os materiais que tem em

mãos, sempre usar muito a criatividade e que

nunca é tarde para começar.

Carlos também ministra cursos em Universidades,

escolas, Centros Culturais, etc, por todo país.

Imag

en: w

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ares

.sap

o.pt

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StefaniniKeti

leitores de talento

A Verniz escolheu o trabalho de seis leitores de talento.Parabéns a todos!

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PhilipeMarcos

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leitores de talento

SerpaLeandro

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CostaMariana

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RuasKarla

Para par ticipar da coluna, envie seu trabalho e uma

breve descrição para:contato@vernizar te.com.br

leitores de talento

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ChiaradiaRim

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