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Drible na sazonalidade diálogo urbano | março de 2009

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Uma revendedora, que na Rede Asta é chamada de conselheira, já que são consideradas responsáveis pela promoção do consumo cons-

ciente, vai até a casa ou local de tra-balho do interessado com um catálo-

go e faz a apresentação dos produtos, orientando a compra e tirando dúvidas. O

pedido é feito à conselheira que entra em contato com a central de distribuição. Em 15

dias, o produto chega na casa do cliente.“Quem geralmente consome os produ-

tos Asta é o público das classes A e B. A nos-sa força de venda é muito grande na Zona

Sul do Rio, pelo conceito e pela história de cada peça produzida”, informa Ali-

ce Freitas, coordenadora executiva do Instituto Realice.

Drible na sazonalidade

A criação da Rede Asta vai ao encontro de um dos maiores problemas enfrentados por pequenos grupos artesãos: a sazonalidade dos pedidos. Em 2003, o Ins-tituto Realice criou o projeto Mãos Brasil apoiando a formação de dois grupos produtivos, um em Campo Grande e outro em São Gonçalo, que utilizavam ma-teriais reaproveitados para fazer suas peças, principal-mente o jornal e papelão. Além de capacitar, o projeto apoiava no escoamento da produção, o que garantia a sustentabilidade a curto prazo.

Essa experiência fez com que o Instituto Realice buscasse novas formas para que esses grupos pudes-sem ter vendas constantes e se tornassem autossus-tentáveis.

“Muitas vezes os produtos também ficavam esque-cidos em lojas de artesanatos. Percebemos que, para vender, era preciso divulgar todo o conceito que es-tava por trás das peças, contar a história e estar mais próximos do consumidor”, conta Alice Freitas.

Foi nesse momento que surgiu a ideia de criar a Rede Asta, uma rede de venda direta que unisse re-vendedores autônomos com os grupos de artesãos, criando uma força de vendas para a marca basea-da na sustentabilidade, atendimento personalizado e confiança.

A sede do Instituto Realice funciona como estoque de produtos para atender prontamente as demandas que chegam. Toda a divisão de custos é transparente. 50% é de custo do produto; 22% é a comissão da con-selheira e 28% fica para a gestão da rede.

“Nossa meta é chegar a ter 500 conselheiras até 2011. É um grande desafio, mas não impossível. Hoje a atividade da rede gira em torno de 40% e gera ren-da de algo em torno de R$ 300,00 por mês. Quando atingirmos a marca de 500 conselheiras, esta receita subirá para R$ 2 mil por mês para cada grupo”, infor-ma Alice.

Hoje 28 grupos produtivos fazem parte da rede, 250 artesãos trabalham diariamente e existe um ca-dastro de profissionais reservas, de 270 pessoas, para grandes demandas. O número de conselheiras é de 101, que atuam em todo o Estado do Rio.