Rito de Heredom Ou de Perfeição

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RITO DE HEREDOM OU DE PERFEIÇÃO Transcrição do verbete RITO DE HEREDOM ou DE PERFEIÇÃO, in DICIONÁRIO DE MAÇONARIA, Joaquim Gervásio de Figueiredo, Ed. Pensamento, São Paulo, 4.ª edição Em 1758, um grupo de irmãos de altos graus inaugurou, em Paris, um Capítulo de Soberanos Príncipes Maçons, sob o título de Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, Grande e Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém. Seus membros, intitulando-se Poderosos Mestres do Grande Conselho das Lojas Regulares", eram, em sua maioria, homens descendentes da nobreza, de alta cultura e conhecedores das tradições místicas e gnósticas oriundas de longínquo passado. Herdaram não só os ritos de Clermont e as correntes escocesas de Kilwinning e de Heredom, mas, também, as tradições derivadas diretamente de fontes templárias e rosacrucianas e os poderes do rito egípcio. Não obstante seus profundos conhecimentos, eram, no entanto, homens eivados de muito orgulho, como soia acontecer com tantos nobres do "antigo regime"; e eles foram os criadores do Rito de Heredom ou de Perfeição, com 25 graus, cuja nomenclatura adotada foi a seguinte: Classes Graus Denominação 1.ª 1 Aprendiz 2 Companheiro 3.ª Mestre 2.ª 4 Mestre Secreto 5 Mestre Perfeito 6 Soberano Íntimo 7 Intendente dos Edifícios 8 Preboste e Juiz 3.ª 9 Mestre Eleito dos Nove 10 Mestre Eleito dos Quinze 11 lustre eleito Chefe das Doze Tribos 4.ª 12 Grão-Mestre Arquiteto 13 Cavaleiro do Real Arco 14 Grande Eleito Antigo Mestre Perfeito 5.ª 15 Cavaleiro do Oriente e do Ocidente 16 Cavaleiro Rosa-Cruz 17 rande Pontífice ou Mestre Ad Vitam 6.ª 18 atriarca Noaquita 19 stre da Chave da Maçonaria 20 do Líbano Grande Cavaleiro do Real Arco 21 do Sol Príncipe Adepto 7.ª 22 Grande Consistório 23 avaleiro Grande Comendador da Águia egra 24 mo Soberano Príncipe da Maçonaria 25 avaleiro SublimeComendador do Real

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RITO DE HEREDOM OU DE PERFEIÇÃO

Transcrição do verbete RITO DE HEREDOM ou DE PERFEIÇÃO, in DICIONÁRIO DE

MAÇONARIA, Joaquim Gervásio de Figueiredo, Ed. Pensamento, São Paulo, 4.ª edição

Em 1758, um grupo de irmãos de altos graus inaugurou, em Paris, um

Capítulo de Soberanos Príncipes Maçons, sob o título de Conselho dos Imperadores

do Oriente e do Ocidente, Grande e Soberana Loja Escocesa de São João de

Jerusalém. Seus membros, intitulando-se Poderosos Mestres do Grande Conselho

das Lojas Regulares", eram, em sua maioria, homens descendentes da nobreza, de

alta cultura e conhecedores das tradições místicas e gnósticas oriundas de

longínquo passado. Herdaram não só os ritos de Clermont e as correntes escocesas

de Kilwinning e de Heredom, mas, também, as tradições derivadas diretamente de

fontes templárias e rosacrucianas e os poderes do rito egípcio. Não obstante seus

profundos conhecimentos, eram, no entanto, homens eivados de muito orgulho,

como soia acontecer com tantos nobres do "antigo regime"; e eles foram os

criadores do Rito de Heredom ou de Perfeição, com 25 graus, cuja nomenclatura

adotada foi a seguinte:

Classes Graus Denominação

1.ª

1 Aprendiz

2 Companheiro

3.ª

Mestre

2.ª

4 Mestre Secreto

5 Mestre Perfeito

6 Soberano Íntimo

7 Intendente dos Edifícios

8 Preboste e Juiz

3.ª

9 Mestre Eleito dos Nove

10 Mestre Eleito dos Quinze

11 Ilustre eleito Chefe das Doze Tribos

4.ª

12 Grão-Mestre Arquiteto

13 Cavaleiro do Real Arco

14 Grande Eleito Antigo Mestre Perfeito

5.ª

15 Cavaleiro do Oriente e do Ocidente

16 Cavaleiro Rosa-Cruz

17 Grande Pontífice ou Mestre Ad Vitam

6.ª

18 Grande Patriarca Noaquita

19 Grão-Mestre da Chave da Maçonaria

20 Príncipe do Líbano Grande Cavaleiro do Real Arco

21 Cavaleiro do Sol Príncipe Adepto

7.ª

22 Chefe do Grande Consistório

23 Ilustre Cavaleiro Grande Comendador da Águia

Branca e Negra

24 Ilustríssimo Soberano Príncipe da Maçonaria

25 Grande Cavaleiro SublimeComendador do Real

Segredo

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Em 1762, sob os auspícios do mesmo Conselho, foram publicados os

Regulamentos e Constituições da Maçonaria de Perfeição e, em 25 de outubro

desse mesmo ano, foi, a sua classificação de graus, ratificada em Berlim. Esses

graus, cujos títulos não sofreram modificações desde 1762, foram, depois, adotados

pelas Grandes Constituições de 1.º de maio de 1786, que fixaram definitivamente

as bases do Rito Escocês Antigo e Aceito, de 33 graus, formalmente adotado pelo

Supremo Conselho Mundial de Charleston, VA, EUA, em 31 de maio de 1801.

Muitos escritores maçônicos, apologistas da diminuição do número de graus

ou da reforma simplificadores de 1717 de que resultou a expansão da Maçonaria

Especulativa, têm criticado acerbamente as reformas inclusivistas de 1758 e 1786,

pela multiplicidade dos graus adotados. No entanto, deve-se ter em vista que grande

número de lojas maçônicas, dentro e fora da Inglaterra, nunca havia aceito a

reforma de 1717 que, conseqüentemente, foi, progressivamente, aumentando seu

número de graus que, de dois primeiros, só concedíveis pela Grande Loja, passaram

para três, em 1725, concedíveis pelo Venerável da cada Loja, com a aprovação dos

Vigilantes e da maioria dos irmãos Mestres, e para quatro, em 1813, com o

acréscimo do grau Santo Real Arco aos três simbólicos, como conseqüência da

união operada entre os maçons "antigos", de York e os "modernos", de 1717, de

que resultou a constituição da Grande Loja Unida da Inglaterra.

Além do mais, os reformadores de 1717 parece terem tido um plano mais

modesto, circunscrito às ilhas britânicas, ao passo que os de 1758 visaram,

nitidamente, a uma reestruturação maçônica em escala mundial. Eis o preâmbulo de

seu plano de reforma:

Com o decurso dos tempos, a Maçonaria e a unidade de seu regime

primitivo sofreram grandes alterações, por efeito das catástrofes e das revoluções

que as subverteram, mudaram alternativamente a face do mundo e dispersaram os

maçons pelos diversos pontos do globo... Essa dispersão operou as divisões que

existem hoje, sob o nome de Ritos e cujo conjunto compõe a Ordem. Mas outras

divisões, saídas do seio dessas primeiras, deram lugar a novas associações, das

quais um grande número só tem, de comum com a Maçonaria, o nome e algumas

formas conservadas por seus fundadores para encobrir seus secretos desígnios. As

perturbações que essas novas associações trouxeram e, muitas vezes, mantiveram

na Ordem, são conhecidas e não fizeram mais do que expô-la a suspeitas, à

desconfiança de quase todos os chefes de governo e, mesmo, às perseguições de

alguns.

Os esforços dos Maçons virtuosos conseguiram acalmar tais perturbações, e

todos os seus votos são por uma medida geral que previna a sua reprodução e

consolide a Ordem, restituindo-lhe a unidade de sua direção, da sua organização

primitiva e de sua antiga disciplina. As novas e vivas representações que nos têm

sido dirigidas de todas as partes nos demonstram a urgência que há em opor um

poderoso dique aos progressos do espírito de intolerância, de seita, de cismas e de

anarquia, que inovadores recentes se esforçam por introduzir entre os irmãos, com

intuitos mais ou menos restritos, irrefletidos ou censuráveis, e apresentados sob

formas especiosas, capazes de desviar a verdadeira Maçonaria de seus objetivos,

desnaturando-a.

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Por conseguinte, adotando para a base de nossa reforma o título do primeiro

desses ritos (Heredom) e o número de graus hierárquicos do último (Perfeição), nós

os declaramos todos unidos e aglomerados desde esta data, numa só Ordem que,

professando o dogma e as doutrinas puras da Maçonaria primitiva, abrangerá todos

os sistemas do Escocismo, sob o título de Rito Escocês Antigo e Aceito.