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ROSI DE FATIMA TEIXEIRA BRITO o ENSINO DAS ARTES VISUAlS NA EDUCACAO INFANTIL: CRIANCAS DE 5 A 6 ANOS Monografia apresentada para obten,iio do titulo de Especialista no Curso de P6s- Gradua,ilo em Educa,ao lnfantil: Alfabetizal'ao e Pre-Escola, Setor de Ciencias HlUnanas, Letras e Artes, Universidade Tuiuti do Parana. Orientadora: Prof'. Vanda Lucia Matioda. CURITIBA 2000

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ROSI DE FATIMA TEIXEIRA BRITO

o ENSINO DAS ARTES VISUAlS NA EDUCACAO INFANTIL:

CRIANCAS DE 5 A 6 ANOS

Monografia apresentada para obten,iio dotitulo de Especialista no Curso de P6s-Gradua,ilo em Educa,ao lnfantil:Alfabetizal'ao e Pre-Escola, Setor deCiencias HlUnanas, Letras e Artes,Universidade Tuiuti do Parana.

Orientadora: Prof'. Vanda Lucia Matioda.

CURITIBA

2000

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I. INTRODUC;:AO

Este trabalho refere-se ao processo de ensino e aprendizagem das Artes

Visuais, nas institui90es de educayiio infantil na rede pilblica especificamente

dirigido para crianyas na faixa etaria de 5 a 6 anos de idade.

A finalidade do mesmo e Illostrar que Illesmo em situayoes que nao

oferecem grandes recursos como: sal a propria para 0 ensino das Artes Visuais,

espayo amplo, grande variedade de materiais disponiveis, ninnero de allUlos

compativel e possivel desenvolver um trabalho com qualidade.

Para que isto venha a ser comprovado segue-se a exposiyiio dos principais

topicos deste trabalho:

A contextualizay30 da Arte na sociedade e na educa930; proposta de

trabalho; a priltica pedagogica; as diferentes linb'llagens utilizadas nas Artes

Visuais; as referencias sobre os elementos fom,ais da lingnagem das Artes

Visuais: linha, cor, plano, volume e textura; observayoes sobre as produyoes

artisticas das crianyas na faixa eta ria de 5 a 6 rums nas diferentes linguagens das

Alies Visuais; linguagem do desenho; linguagem da pintura; linguagem da

colagem; lingnagem da historia em quadrinhos; lingua gem da modelagem;

linguagem da construyiio tridimensional e comentarios sobre a proposta de

trabalho contida no Referencial Curricular Nacional para a Educa9ao lnfantil e a

pnitica pedagogica.

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1.1 A CONTEXTUALlZA<;:Ao DA ARTE NA SOCIEDADE E NA

EDUCA<;:AO

Sabemos que a arte faz parte da vida das pessoas desde os primordios da

civilizayao como diz 0 autor Emst FISCHER: "A Alte e quase tao al1tiga quanta

o homem. E lima fonna de trabalho, e 0 trabalbo e uma atividade caracteristica

do homem" (FISCHER, 1979, p. 21).

o mesmo afinna Alfredo BOSI: "A arte e uma produyao; logo, sllpoe

trabalho", porem este autar acrescenta que "a aJie e lim fazer. A al1e e lim

conjunto de atos pelos quais se muda a forma, se transfomla a materia oferecida

pel a natureza e pel a cultura" (BOSI, 1985, p. 13).

Dentro deste contexto 0 autor Luigi PAREYSON ressalta que "a arte e

tarnbem invenyao" e complementa: '''a arte e, portanto, um fazer em que 0

aspecto realizativo e particulamlente intensificado, lUlido a um aspecto

inventivo" (PAREYSON, 1984, p. 32).

Portanto e necessario que 0 professor antes de pensar na importancia da

arte na educayao, esteja preparado para entender a fllnyao da 31te dentro da

sociedade por esta razao fizemos estas colocayoes.

Sabemos que dentro da educayao a Arte mio recebeu a importancia

devida, poise

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"A5 referencias que se encontram sabre Atte na escola e sell en sino sao

pouco rreqlienles, esparsas e excessivamenle gerais" (BARBOSA, 1978, p. 13)'

e isla e reforyado em outro momento quando a mesma autara em outra obra diz

que:

"Ate 1970 nao existia nenhum livro de Alte-Educayao traduzido no

Brasil" (BARBOSA, 1978, p. 35)'.

Dentro desse processo historico observa-se que somente em 1996, 0

en sino da arte foi oficialmente reconhecido, em confonnidade: "com a Lei n°.

9.394/96 revogarn-se as disposiyoes anteriores e Arte e considerada obrigatoria

na educ39ao basica: '0 ensino da arte cOl1stituira componellte curncular

obrigatorio, nos diversos niveis da educayao basica, de fonna a promover 0

desenvolvimento cultural dos alunos' (art. 26, § 2°)" (PARAMETROS

CURRICULARES NACIONAlS, 1997, p. 30).

Diante destas constatayoes compete a nos professores buscannos a

valorizayiio do ensino da arte, demonstrando 0 nosso interesse por esta area,

atraves de nossas ayoes jlUltO a nossos alunos desde a educayao infanti!.

I BARBOSA. Ana Mae T,w:lrcs BasIos. Artc cduc.u;iio no Brasil: das OI-iJ!cns:to modcmismo. SaoPaulo: Pcrspcctiva. 1978. p. 13.

2 BARBOSA. Ana Mae Tavares Bastos. Tcoria C]Iralic ••£la cducm;flo artisticll. Sao Paulo: Cultrix.1978, p. 35.

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2. PROPOSTA DE TRABALHO

Minha proposta sera dirigida especial mente ao trabaUlO com crianyas qlle

estao na primeira etapa da edllcayao basica, Oll seja, na educayao infantil,

especificamente na faixa etaria de 5 a 6 anos.

Com enfase na metodologia para 0 desenvolvimento das Iingllagens

visuais, ou seja, Artes Visuais, confonne 0 proposto pelo REFERENCIAL

CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCA<;:Ao INFANTIL, na Slla

lntrodUl'30: "as Artes Visuais sao Iingllagens e, portanto, lima das fonnas

importantes de expressao e comwlicay3o humana. 0 que, par si 56, justifica sua

presenl'a no contexto da edllcal'ao, de modo geral, e na educayao infantil,

particularmente" (1998, p. 85).

Portanto, de acordo com est a diretriz 0 trabalho nas Artes Visuais deve ser

desenvolvido de modo integrado, entre 0 exposto no Projeto Politico Pedag6gico

da instituil'ao infantil e as novas propostas contidas no REFERENClAL

CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCA<;:Ao rNFANTIL.

Ou seja, 0 trabalho no ensino da arte deve ser realizado de maneira qlle a

crianya compreenda qlle "a at1e possui lim senti do e lima funyao, Oll seja, lim

significado hist6rico-social" (CURRiCULO sAslCO DA REDE MUNICIPAL

DE EN SINO, 1996, p. 347) e tambem que "as ideias qlle norteiam a arte sao

detenninadas pelas relayoes sociais do homem de acordo com a tempo e a

espayo" (CURRiCULO sAslCO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO, 1996,

p.346).

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Assim sen do, 0 professor deve proporcionar a crian,a, uma situa,iio de

aprendizagem engajada com os valores s6cio-culturais. Conforme apontam as

autoras Maria Heloisa FERRAZ e Maria de REZENDE e FUSARl:

Para reconhecer e rnelhorar a compreensao que temos sabre a arte e sua hist6ria, bern

como sabre as influencias culturais ai presentes, e necessaria assumirmos uma

disposiCao atenta a urn gradativo aprofundamento dos conhecimentos sabre as pniticas

artisticas. E preciso perceber e analisar de que maneira as inter-relacoes artisticas e

estt~ticas vern ocorrendo ao longo do processo historico-social da humanidade. Alem

disso, e preciso verificar como tais relacoes culturais mobilizam valores. concepcoes

de mundo, de ser humano, de gasto e de grupos sociais (l993, p. 18).

A tim de se estabelecer rela,oes coerentes entre 0 passado, 0 presente e 0

futuro dentro do processo de desenvolvimento cultural como LUll todo, 0 que vai

contribuir para que 0 professor possa ter uma pnitica pedagogica eficiente.

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3. A PRA TlCA PEDACOCICA

o encaminhamento metodol6gico, deve estar sistematizado de maneira

que exista uma articula,ao entre 0 trabalho priltico e 0 embasamenlo teorico

segundo a autora Ana Mae Tavares Bastos BARBOSA: "so a perfeita integravao

entre teoria e pnilica pode dar racionalidade ao ensino. A reflexao teorica deve

presidir toda pnitica na qual se pretenda envolver 0 aluno" (1978, p. 69)'-

E necessario 0 dominio da metodologia de trabalho, ou seja, 0 domillio do

conjunto dos procedimentos t"cnicos utilizados para conduzir 0 trabalho pratico

em Artes Visuais.

Desta mane ira cabe ao professor no encaminhamento metodologico,

oferecer 0 maior IlllmerO passivel de infom1390es, para que a criaoya possa

concretizar suas 3yOeS realmente com sentido e assim desellvolver a

sensibilidade, a percep,ao, a imagina,ao, a intui,ao e a reflexao de modo

simultaneo e integral como indicam as autoras FERRAZ e FUSARJ:

o maior compromisso do professor e, portanto, adequar 0 seu trabalho para 0

desenvolvimento das expressoes e percep\=oes infantis, que assim vao confi!:,'lIrar-se em

grandes problematizac;:oes do curso de Arte. Atraves deste trabalho com 0

aprimoramento das potencialidades perceptivas das criancras, pode-se enriquecer suas

experiencias de conhecimento artistico e estetico. E isto se da quando elas sao

orientadas para observar, ver, ouvir, toear, enfim perceber as coisas, a natureza e os

objetos a sua volta (1993. p. 56).

3 BARBOSA, Ana Mac Tav<JrcsBastos. Tcori" c IIniticll da cduclwi'm arti"stica. Sao Paulo: Cultrix.1978, p. 69.

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Portanto cabe ao professor na sua prlitica pedagogica, ser receptivo a

mudanyas no sell estilo de trabaillO e que Ihe possibilite fazer 0

acompanhamento das conqllistas obtidas pel a crianya, ao longo do seu processo

de criavao individual.

Para tanto, 0 professor deve trabalhar com as diferentes linguagens

utilizadas nas Artes Visllais.

3.1. AS DIFERENTES UNGUAGENS UTlLIZADAS NAS ARTES

VISUAlS

As diferentes linl,'ll3gens lItilizadas nas Artes Visuais vao dar condiyoes

para que 0 professor na sua pnitica pedagogica, possa diversificar as alividades.

o professor ao fazer com que a crianya tenha a oportunidade de entrar em

contato com as diferentes Iinguagens utilizadas nas Artes Visuais, pode

constatar que "ao acompanhar 0 desenvolvimento expressivo da crianya

percebe-se que e1e resulta das elaborayoes de sensayoes, sentimentos e

perceP90es vivellciadas intensamente. Por isso, quando ela desenha, pinta, danya

e canta, 0 faz com vivacidade e muita emoyao", como afinnam as autoras Maria

Heloisa FERRAZ e Maria de REZENDE c FUSARf (1993, p. 55).

Desenha, pinta 4 e 0 que vai para 0 enfoque do nosso trabatho devido it

importancia dessas ayoes na evoluyiio do trabalilo em Artes Visllais.

4Griromcu

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Para 0 desenvolvimento do trabalho com as diferentes Iinguagens do

desenho, da pintura, da colagem, da hist6ria em quadrinhos, da modelagem e da

constmyao tridimensional 0 professor deve fazer com que a criany3 entre em

contato com diversos tipos de materiais para desenvolver-se como dizem

FERRAZ e FUSARI: " .. pode-se ajudar a crian9a a conhecer os materiais, as

tecnieas, os modos utilizados nas constm90es artisticas da visualidade bi e

tridimensional, as ftm90es e flllalidades das obras e fonnas, enfim, ajuda-Ias a

en tender a vida cultural e artistica em que vivem" (1993, p. 112).

Ou seja, 0 professor nao deve traball,"r a linguagem pela Iinguagelll, mas

sim no contexto das rela\,oes sociais desenvolvidas pelo hom em como alinna

Jorge COLI: "Os objetos artisticos encontram-se intimamente ligados aos

contextos culturais: eles Ilutrem a cultura, mas tambem sao nutridos por ela e 56

adquirem razao de ser nessa rela\,ao dialetica, s6 podem ser apreendidos a partir

dela" (1981, p. 118).

Tambem 0 professor deve dar oportunidade para que a criru19a atraves de

jogos e brincadeiras se aproprie das diferentes Iinguagens utilizadas nas Artes

Visuais como ressaltam as autoras Maria \-leloisa FERRAZ e Maria de

REZENDE e FUSARI: "A experimenta\,ao, a criayao, a alividade It,dica e

imaginativa que sempre estao presentes nas brincadeiras, 110 brinquedo e no

jogo, sao tambem os elementos basicos das aulas de arte para crian9as" (1993, p.

89).

Somente atraves da utiliza9ao de todos esses recursos e que 0 professor

podeni fazer a contextualiza\,iio e a articula9aO, entre as diferentes linguagens

utilizadas nas Artes Visuais e os elementos fonnais que compoem as Artes

Visuais.

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3.2. AS REFERENCLAS SOBRE OS ELEMENTOS FORMAlS DA

LINGUAGEM DAS ARTES VISUAlS: LlNHA, COR, PLANO,

VOLUME E TEXTURA.

Pois ao trabalhar com os elementos da linguagem das Artes Visllais 0

professor deve deixar bem claro para a crianl'a 0 significado de cada elemento,

bern como a funl'ao de cad a urn. Seguudo FERRAZ e FUSARl:

Durante as crialtoes ou fazendo atividades de seu dia-a-dia, as crian~as vao aprendendo

a perceber os atributos constitutivos dos objelos ou fenomenos it sua volta. Elas

aprendem a nomear esses objetos ou fenomenos, sua utilidade, seus aspectos fonnuis

(tais como linha, volume, cor, tamanho, texturas, etc.) ou qualidades estt~ticas, bern

como a conhecer suas principais flln~oes(1993, p. 57).

Assim sendo, na condllyao do trabalho com as linhas mostrar qlle elas

podem ser classificadas como: relas, onduladas, longas, cllrvas, interrompidas,

com cruzamentos, etc.

Assim como elas tambem estabelecem limites entre lim espal'o e outro.

Cabe ao professor esclarecer para a crianl'a que as linhas por si s6 nao

constroem significados, mas que estao sempre inseridas em urn contexto. Como

diz Fayga OSTROWER: "a linha (cada segmenlo linear) cria, essencialmente,

wna dimensao no espal'o. Ela e vista como portadora de movimento direcional"

(1991, p. 67).

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E ressalta que: "ao participar de uma composiyao, cada elemenlo visual

configura 0 espayO de um modo diferenle. E, ao caracterizarem 0 espayO, os

elementos lambem se caraclerizam" (OSTROWER, 1991, p. 65).

No que se refere a cor infonnar a flllWao social das cores, pois a cor e

utilizada em varios setores da sociedade como: no transito, na arquitetura, na

decorayao, na midia, elc. Que a cor assume diferenciadas funyoes que variam de

acordo com 0 tempo e 0 espayO em que e utilizada. Como afinna Fayga

OSTROWER: "0 vennelho, 0 verde, ou qualquer outra cor, pode vir a ler

significados multiplos e ate bem diversos, uma vez que a expressividade da cor

dependera das nmyoes que desempenhe" (1991, p. 235).

No que diz respeito ao plano podemos trabalhar a representayiio

bidimensional que se refere as duas dimensoes: altura e largura e no trabalho

com volume uma terceira dimensao aparece: comprimento ou profundidade.

Portanto, 0 trabalho com 0 volwne ultrapassa os limites da bidimensionalidade,

tomando-se tridimensional.

Compete ao professor fazer com que a crianya perceba esla terce ira

dimensiio pel a observayiio da organiza,iio do espa,o onde vivemos: na

arquitetura, na escultura, nos objelos, elc.

Desla maneira poderemos dizer que as manifesta,oes do volume nas

estruturas artislicas esliio relacionadas com a produ,iio cullural do homem,

confonne 0 proposto no CURRiCULO SASICO DA REDE MUNICIPAL DE

ENSINO:

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No trabalho com 0 volume, uitrapassamos a estrutura bidimensional, au seja, a

dimensao limitada pela largura e pela altura, valendo-nos tambem do comprimento.

Issa significa que 0 volume no espa(,':o bidimensional, no entendimento da ohra de arte,

constr6i a no~ao de profundidade, caracterizando uma determinada superficie. No

trabalho com a tridimensionalidade definida pela comprimento, largura e altura,

podemos partir para a construyao de urn significado maior de amplitude, com a

interferencia da forma num detenninado ambiente como no casa da escultura. A

produyao social tambem vai cornalldar a manifestayao do volume nos objetos artisticos

(1996, p. 351).

Assim como as demais elementos viSlJais, a textura tambem

condicionada par fatores culturais.

Textura e a agrega,ao de elementos num espa,o delimitado. Podemos

classifica-Ia em dais grupos: textura tatil e textura grafica.

A textura tMil pode ser percebida pelo tato e pela visao.

Na textura gratica as elementos agregados sao percebidos, principalmente

pel a sentido da visao. A textura grafica pode ser observada em azulejos, na

estampa de tecidos, cartazes, etc.

o !rabalho com a textura se diferencia de acorda com cada epoca.

Para que a crian,a possa compreender as rela,5es dos elementos da

Iinguagem das Artes Visuais, com a realidade e necessaria que a professor fa,a

a analise de todos as elementos contextualizados nas obras de arte.

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Os elementos da linguagem das Artes Visuais: linlla, cor, plano, volume e

textura compoem a fonna. Segundo Fayga OSTROWER: "A fonna e 0 modo

par que se relacionam os fen6menos, e 0 modo como se configuram certas

relayoes dentro de lUn contexto" (1987, p. 79).

Complementando "todas as f1lnyoes, agora definidas, se conjugam e se

integram em lUlla fonna. E ela a portadora do significado" (OSTROWER, 1987,

p.98).

E como fil1alizayiio a autora afirma que:

Desde que a forma e estrutura e ordenac;ao, todo fazer abrange a fanna em seu 'como

fazer' Para nos nao ha nada, nem 0 existir em si. que nao contenha urna medida de

ordenaQao. Esta, nos a vivenciamos. E a forma das caisas que corresponde - nac

poderia deixar de corresponder - ao conteudo significativo das caisas (OSTROWER,1987, p. 79).

Ao exame desse texto percebe-se que a fonna, agrega 0 conjunto de todos

os elementos fonnais utilizados na Iinguagem das Mes Visuais.

E que podem ser observados nas produyoes artisticas, realizadas pelas

crianyas dentro das diferentes linguagens trabalhadas nas Artes Visuais.

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3.3. OBSERVAC;:OES SOBRE AS PRODUC;:OES ARTisTICAS DAS

CRIANC;:AS NA FATXA ETAATA DE 5 A 6 ANOS NAS DlFERENTES

LINGUAGENS DAS ARTES VISUAlS.

3.3.1. Linh'uagem do Desenho

Esta atividade foi desenvolvida apos a contextualizal'ao

professor, atraves da observal'ao dos elementos caracterizadores das Artes

Visuais presentes na reprodul'iio da obra "Curitiba 300 Anos", do attista Juarez

MACHADO.

Segundo as autoras Maria Heloisa FERRAZ e Maria de REZENDE e

FUSARJ: "Pode-se problematizar 0 convivio das crianl'as com obras do

patrimonio cultural da cidade5 (escultura, pintura, milsica, artistas) e com isso

desvelar alguns conhecimentos referentes as estmturas, fiUlcionalidade,

materiais, caracteristicas de epoca, importancia historica, social,6 etc:' (1993,

p.50).

Devido 0 uso pelo professor da obra "Curitiba 300 Anos" do artista Juarez

MACHADO, na contextualizal'ao deste conteudo, consideramos muito

importante que 0 professor estabelel'a reial'oes, entre os locais que estao

representados na obra e que fazem parte do patrimonio cultural de nossa cidade

e a fiUll'iio historica e social dos mesmos dentro da nossa realidade.

SGrifomcu6 Grifo IllCU

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As crianl'as fizeram as suas produl'oes artisticas, reelaborando a paisa gem

visual, dos diferentes espal'os cultmais e recreativos construidos pelo homem.

(Ver anexo 11,pags. 30-34)

Utilizaram os elementos caracterizadores da linguagem das Altes Visuais:

linha, cor, plano e textura no trabalho criador.

o professor pode observar que 0 prazer esteve presente no processo de

produl'ao artistica das crianl'as, assim como a opiniao de cada crianl'a sobre a

sua produl'ao foi estimulada e respeitada. Con forme a afinnal'ao de FERRAZ e

FUSARl: "Quando 0 educador sabe intennediar os conhecimentos, ele e capaz

de incentivar a constnll'ao e habilidades do ver, do observar, do ollvir, do sentir,

do imaginar e do fazer, assim como suas represental'oes" (1993, p. 63).

Realmente foi isto que oconeu, durante 0 desenvolvimento da atividade

com a linguagem do desenho. Assim como na linguagem da pintura.

3.3.2. Linguagem da Pintura

o ponto de partida para a realizal'ao desta atividade foi a observal'ao e

exploral'ao do espal'o fisico, dos elementos da natureza presentes ao redor da

instituil'ao infantil, ou seja, da Creche Municipal "Vila Fanny".

Como dizem as autoras Maria Heloisa FERRAZ e Maria de REZENDE e

FUSARI: "Qualquer conceito estetico ou artistico pode ser trabalhado a partir do

cotidiano, tanto da natureza quanto da cultura como lim todo" (1993, p. 49).

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Ap6s esse primeiro momento, as crianyas retomaram para a sal a de aula,

onde tiveram a oportunidade de conversar sobre 0 que observaram.

Na seqUencia, 0 professor opOItunizou a oferta de materiais como: tinta

guache de varias cores, pinceis e papeis para que as crianyas atraves da

manipulayao dos mesmos realizassem as suas produyoes artisticas, tambem

tinllam a sua disposiyao potes com agua e pequenos pedayos de panos, para

serem utilizados de acordo com a necessidade.

Durante a execuyiio do fazer artistico, 0 professor pode observar a

utilizayiio dos elementos caracterizadores da linguagem das Artes Visuais na

execuyao do trabalho criador. Tambem foi observado pelo professor a utilizayao

pelas crianyas de procedimentos adequados para pintar, confonne os materiais

que foram usados por elas; assim como 0 cui dado que tiveram no uso dos

mesmos e da sala de aula.

Durante 0 desenvolvimento global do processo, 0 que chamou a atenyao

do professor, foi no momento da exposiyao das produyoes artisticas no hall de

entrada da instituiyao infantil (Ver anexo Ill, pags. 35-40)

Nesta etapa as criany3s falaram sabre as semelhanyas ocorridas nas

produyaes feitas por elas e justificaram dizendo:" que 0 lugar observado

realmente era assim ... ".

FERRAZ e FUSARI ressaltam: "A crianya reflete continuamente suas

impressaes do meio circlmdante" (1993, p. 63).

Nesta situayao de interayao 0 professor pode constatar que a observayao, a

percepyao, a sensibilidade, a ayao, 0 pensamento e a cogniyiio foram reativados.

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Devido a estas constatayoes 0 professor propos urn novo desafio para as

crianyas, wn trabalho a ser reahzado atraves de diferentes propostas, que foram

desenvolvidas na linguagem da colagem. (Ver anexo IV, pags. 41-47)

3.3.3. Linguagem da Colagem

Esta hnguagem foi desenvolvida em LUllasequencia de alividades:

A seqOencia de atividades se constitui em uma serie planejada e orientada de tarefas,

com objetivo de promover uma aprendizagem especifica e definida. Sao seqOencias

que podem fornecer desafios com diferentes graus de complexidade, auxiliando as

crian~asa resolverem problemas a partir de diferentes proposi~5es(REFERENCIAL

CURRlCULAR NACIONAL PARA A EDUCA<::AO INFANTlL, 1998, p. 108).

Ou seja, com a intenyiio de que a crianya a partir da interferencia colocada

previamente no papel, no caso uma colagem da parte de uma figura, fizesse

avanyos em relayao aos formatos dos diferentes objetos tecnol6gicos constmidos

pelo homem e que foram reelaborados na paisagem visual.

Segundo as autoras Maria Heloisa FERRAZ e Maria de REZENDE e

FUSARl: "Por isso, em 1l0SS0 trabalho de intermediayiio educativa em arte

devemos focalizar tambem as midias, 0 universo tecnol6gico, as mais recentes

produr;.5es de design e de comunicar;.ao visual, musical au outras que

compollham nossa ambiencia" (1993, p. 44).

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Cabe ao professor deixar claro para a crianya que para cada epoca 0

design exigiu uma ful1yao.

Pode-se observar durante a eXeCUy30 do fazer artistico, que as crianyas

fizeram usa dos elementos caracterizadores da linguagem das Artes Visuais e

utilizaram 0 giz de cera como um material de apoio.

Observou-se tambem a troca de experiencias, entre as crianyas na hora da

conversa, quando realizaram a reflexilo sobre as produyoes artisticas realizadas

por elas, nesta situayao 0 professor pode constatar a demollstray30 da

valorizay30 das produyoes artisticas das crianyas entre si. Confonne 0 proposto

no REFERENClAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCACAo

fNFANTlL: "Pennitir que elas falem sobre suas criayoes e escutem as

observayoes dos colegas sobre seus trabalhos e um aspecto fundamental do

trabalho em artes" (1998, p. 105).

Mais lUna vez a interay30 esteve presente. durante a desenvolvimento do

processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Contribuindo para a

arnpliayao das relayoes sociais entre as crianyas. E fOl11ecendo subsidios para 0

professor, em relayao ao novo conteildo a ser trabalbado, ou seja, 0 conteildo

relacionado a Iinguagem da historia em quadrinhos. (Ver anexo V, pags. 48-52)

3.3.4. Linguagem da Hist6ria em Quadrinhos

Esta atividade foi realizada com 0 objetivo de identificar os diferentes

espayos ocupados pel as crianyas, quando estao fora do ambiente da instituiyao

infantil.

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o professor pode observar que tanto meninos quanto meninas, gostam de

detenninado tipo de brinquedo no caso a bicicleta, como tambem a preferencia

dos meninos par carrinhos e a preferencia das men mas par bonecas.

As crianyas demonstraram momentos de grande interayiio e prazer,

quando foi realizada a con versa sobre as produyoes artisticas feitas por elas,

devido a identificayao nos gostos pelas mesmas escolhas ao brincar.

Afirmam FERRAZ e FUSARI (l993, p. 45):

Dentre as linguagens de comunicacrao social sugerirnos, par exernplo, as historias em

quadrinhos, peJo interesse que despertam em criancras e jovens e par suas

possibilidades interativas e imaginativas.

As histarias em quadrinhos podern ser observadas e analisadas de inumeras maneiras,

como uma producrao que se encontra muito proxima das criancras e csta hoje

fortemente sustentada peJa industria cultural.

De fato 0 professor pode comprovar, que as hist6rias em quadrinhos

motivam as criany3s, em razao do grande entusiasmo que elas demonstraram,

durante todo 0 processo de desenvolvimento da linguagem.

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3.3.5. Linguagem da Modelagem

Como conseqiiencia das observayoes feitas pelo professor, ao h·abalhar 0

contel,do referente as vivencias do cotidiano das crianyas onde elas revelaram

grande interesse em relatar suas brincadeiras favoritas, que sao baseadas

principal mente nos desenhos vistos pel a televisao.

Como ressaltam as autoras Maria Heloisa FERRAZ e Maria de

REZENDE e FUSARJ: "De um modo geral, as crianyas apropriam-se das

imagens, sons e gestos contidos nas mensagens veiculadas pelas midi as,

reelaborando-os e reutilizando-os 113 maioria das vezes de uma maneira

pessoal". (1993, p. 44).

Em funyao dessa necessidade apresentada pela tumla, 0 professor ampliou

essa atividade e na continuidade as crian~as, atraves da linguagem da

modelagem iniciaram 0 seu fazer artistico pleno de sentido, pois a iniciativa para

a arnpliayao do trabalilo partill das proprias crianyas.

Foi possivel observar no desenvolvimento do processo criador a satisfayao

na escolha das cores, 0 manllseio adequado do material (massa de modelar), 0

cllidado com 0 local onde estavam realizando as produyoes artisticas, a interayao

entre as Criany3S quando trocavam opini5es sabre suas produ~oes artisticas, os

sons e os gestos realizados nesses momentos, 0 prazer em observar as produyoes

dos oulrOs colegas de gmpo.

Como finalizayao its produyoes artisticas foram colocadas em exposiyao

em local escolhido pelas crianyas. (Ver anexo VI, pags. 53-54)

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De acordo com 0 proposto no REFERENCIAL CURRlCULAR

NACIONAL PARA EDUCA<;:AO [NFANTlL: "A exposi,ao dos trabalhos

realizados e uma fonna de propiciar a Ieitura dos objetos feitos pelas crian,as e a

valoriza,ao de suas produ,oes" (I 998, p. I0 I).

Em todas as Iinguagens que possibilitaram a exposi,ao das produ,6es

artisticas, percebeu-se momentos de grande interayao e de alegria, demonstrados

pelas cnan,as ao verem suas produ,oes artisticas colocadas em locais de

destaque dentro da institui,ao infanti!.

3.3.6. Linguagem da Constru,ao Tridimensional

lnicialmente 0 professor proporcionou as crianyas a oportunidade de

obse,varem e manipularem, objetos tridimensionais presentes na sala de aula.

Com a intenyao que elas recebessem informayoes sobre 0 contel,do: os

diferentes espa,os urbanos construidos pelo homem reelaborados na paisagem

visual. Na sequencia 0 professor fez a contextualiza,ao do contelldo.

Em segundo momenta, 0 professor ofereceu as criaT1~as uma variedade de

material de sucata, que naa of ere cia perigo ao manuseio.

"Com rela,ao as sucatas e importante que se fa,a llma selel'ao, garantindo

que nao ofere yam perigo II sal,de da cnanl'a, que estejam em boas condil'oes e

que sejam adequadas ao lISO" (REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL

PARA A EDUCA<;:AO [NFANTlL, 1998, p. 112).

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Apes a obscrvac;ao e 0 manllscio pclas clianc;:as do material ofcliado, clas

fizeram lima seievao das sucatas que irialll utilizar fuhlramentc. Na cOlltinuidadc

do proccsso, 0 professor ofcrtou papeis de diferentcs texturas e cores para que as

crianyas fizessclll 0 sell IllCllll1Seio, C1p6s csses procedimcntos, elll pequcnos

grupos as crian<;:as cobriram as Silcatas selecionadas, utilizando as papeis

coloricJos c cola.

Em Dutro momenta 0 grande grupa sc rcunitl em circul0 e scntaclos no

chao, com a mcdiayao do professor as criany<1s f"izcram varias tcntativas, Imea

de icieias. ate chegarcm a composiyao final cia COllstruyao tridimensional.

Como finalizayao hOllve a exposic;:ao cia COllstnlyao tridimensional em

local de destaque cia instituiy30 illf'<lnttl, 011 seja, cia Creche Municipal "Vila

Fann)''' (Ver anexo VII, pags. 55-56)

Somente realizanclo a atividadc elll etapas pode·se conseguir 0 resultado

esperado.

<'-As criavocs Iridimcnsionais dcvclll sel" reitas em ctapas, pais exigell1

divcrsas ayoes, como colagclll, plIllura, lllontagcm (REFERENCIAL

CURRICULAR. NACtONAL PARA II loDUCAc:;AO TNFANTIL, 1998, p

101)

Aconteceram varios momentos de interayao entre 0 grupo, como tambem

com 0 proressor, devido a diversidade de ideias surgidas durante toda a

dinamica do trabalho.

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Para FERRAZ e FUSARJ (1993, p. 55): "Com efeito, e sempre em

continuo cantato com as pessoas e as coisas que a crianya aprimora sellS

pellsamentos, suas descobertas e seu fazer em arte".

Realmente isto foi constatado pelo professor, durante todo 0

desenvolvimento do trabaUlO, com as diferentes linguagens utilizadas pelas

Artes Visuais.

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4. COMENTARIOS SOBRE A PROPOSTA DE TRABALHO

CONTIDA NO REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA

A EDUCA<;:AO INFANTIL E A PRA.TlCA PEDAGOGICA.

A proposta de trabalho apresentada no REFERENClAL CURRICULAR

NACIONAL PARA A EDUCA<;:i\.O INFANTlL, no que se refere Ii area de

Artes Visuais e bastante ampla.

No que diz respeito as Orienta~oes Didilticas, dirigidas a faixa etaria de 4

a 6 anos percebe-se a enfase dada ao desenvolvimento do desenho da crian~a

como nesta citayao: "Ha varias intervenyoes possiveis de serem realizadas e que

cOlltribuem para 0 desenvolvimento do desenho da crian~a" (REFERENCIAL

CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCA<;i\.O INFANTIL, 1998, p.

100).

Deixando novamente de referir-se aos outros componentes que

contribuem para 0 desenvolvimento da crian~a, nas outras Iinguagens utilizadas

dentro do contexto das Artes Visuais, com 0 mesmo destaque.

Acredito que se as outras linguagens tivessem sido abordadas com maior

amplitude, 0 professor ao consultar as Orienta~5es DidMicas, teria uma visao

mais completa referente as diferentes possibilidades de se trabalhar as outras

linguagens, que fazem parte do conjunto das Artes Visuais e que igualmente

interferem na constru~ao do processo criativo como lUll todo.

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Outro ponto que gostaria de salientar refere-se as Orienta<;oes Gerais para

o Professor, no item que diz que 0 professor na sua a<;ilo educativa deve ga.-antir

que:

"A crian<;:a possa compreender e conhecer a diversidade da produ.;ao artistica na

medida ern que estabeJece contato com as imagens das artes nos diversos meios, como

Iivros de arte, revistas, visitas it exposiyoes, contato com artistas, filOles, etc."

(REFERENClAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCACAo TNFANTfL,

1998, p. 107).

Acrescentaria que todo esse processo deveria ser desenvolvido, em

articula<;ao com 0 contexto hist6rico e social do homem de acordo com 0 tempo

e 0 espa<;o a ser analisado dentro da totalidade da estrntura artistica confonne

estudo feito pelas autoras Maria Heloisa FERRAZ e Maria de REZENDE e

FUSARI: "No encontro que se faz entre cultura e crian<;a situa-se 0 professor

cujo trabalho educativo sera 0 de intennediar os conhecimentos existentes e

oferecer condi<;oes para novos estudos" (1993, p. 49).

Fa<;ominims as palavras das autoras.

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5. CONSIDERACOES FINAlS

Atraves das observayoes dos resultados, obtidos nas produyoes artisticas

elaboradas pelas crianyas, podemos dizer que obtivemos exito ao trabalhannos

em perfeita interavao, professor com crianv3s e CriallyaS entre si. Nesta nossa

tentativa de resgatar, a importancia do estudo das Artes Visuais dentro do

contexte educacional.

Principal mente no que se refere a Educayao [nfantil e especificamente

dirigida a faixa etaria de 5 a 6 anos de idade.

Temos consciencia que ITIuito ainda ha par fazer, em relalYao a ampliavao

de novos estlldos, referentes a esta area do conhecimento tao POllCOconhecida

na sua profundidade e tambem pouco valorizada, pela releviincia que tem para 0

desenvolvimento das crianyas, nesta faixa etaria e que rrequentam as nossas

instituiyoes de educayiio infanti\.

Pelas experiencias adquiridas na faixa etilria levantada, acho oportuno que

sejam desenvolvidos novos estudos com crianyas na faixa etaria de 7 a 10 anos.

Nas minhas observayoes sabre as prodllyoes artisticas, das crianyas nas

diferentes linguagens das Altes Visuais, todos as contelldos foram

contextllalizados historicamente, visando 0 entendimento pela crianya das

relayoes sociais desenvolvidas pelo homem de acordo com 0 tempo e 0 espayO

em que foram produzidas.

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Todas as atividades foram realizadas em sala de aula, com espa90s

adaptados, de acordo com a conteudo previamente selecionado pelo professor e

desenvolvido com uma tunna de Jardim Ill, composta par 30 crianl'as, na faixa

etaria de 5 a 6 anas de idade da illstituil'ao infantil, chamada de Creche

Municipal "Vila Fanny".

A reprodul'ao da obra "Curitiba 300 Anos", do artista Juarez Machado

consta em anexo. (Ver anexo I, pag. 28).

Todas as produl'oes artisticas das crianl'as, realizadas nas diferentes

Iinguagens das Artes Visuais constam em anexo. (Ver anexos, pags. 31-52).

Todas as produ90es artisticas, que foram colocadas em exposil'iio nas

dependencias da instituil'ao infantil, foram fotografadas e constam em anexo.

(Ver anexos, pags. 54-56).

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12. . Universos da arte. 9 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

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1984.

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