Roteiro FÉ - Versão Final

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CONFRONTO COM MEU EU Não queria ter desistido sabe, mas não consegui suportar. O começo da caminhada foi tão bom e agradável. Eu lembro que era só sorrisos e alegria, e.... e eu me sentia completa, com uma paz e um amor que queimava dentro de mim como fogo que nunca se apaga. Era algo que eu não conseguia conter, e então eu gritava aos 4 cantos para que todos soubessem desse amor. Desse amor que me fazia mais forte e que me fazia diferente a cada dia. Mas..., mas logo vieram os primeiros ataques, ataques esperados, todos haviam me falado que eles viriam. E eles realmente vieram, primeiro os pequenos desertos, as pequenas muralhas que mais pareciam muros. Mas eu não me abalei, continuei de pé, e assim fui vencendo, balançando, mas não caindo, focada e firme. Até que vieram os grandes desertos, os falados gigantes, as muralhas tão temidas, no inicio eu resisti e acreditei que ia vencer, mas minhas forças foram se esgotando e não eram renovadas, as muralhas não caiam e as montanhas não se moviam. E os gigantes? Esses continuavam intactos diante dos meus olhos, e nada do que eu fizesse conseguia derruba-los. Confesso, que eu caí, derrubada pelo gigante, impedida de prosseguir pelas muralhas do medo e da derrota. Toda vez que me levantava, as ondas apareceriam diante de mim, gritando meu nome e rindo. Lembrando-me de todas as vezes, em que eu tentei antes e falhei. E elas falavam-me

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Peça Teatral sobre fé

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CONFRONTO COM MEU EU

Não queria ter desistido sabe, mas não consegui suportar. O começo da

caminhada foi tão bom e agradável. Eu lembro que era só sorrisos e alegria, e.... e

eu me sentia completa, com uma paz e um amor que queimava dentro de mim

como fogo que nunca se apaga.

Era algo que eu não conseguia conter, e então eu gritava aos 4 cantos para

que todos soubessem desse amor. Desse amor que me fazia mais forte e que me

fazia diferente a cada dia.

Mas..., mas logo vieram os primeiros ataques, ataques esperados, todos

haviam me falado que eles viriam. E eles realmente vieram, primeiro os pequenos

desertos, as pequenas muralhas que mais pareciam muros. Mas eu não me abalei,

continuei de pé, e assim fui vencendo, balançando, mas não caindo, focada e firme.

Até que vieram os grandes desertos, os falados gigantes, as muralhas tão temidas,

no inicio eu resisti e acreditei que ia vencer, mas minhas forças foram se esgotando

e não eram renovadas, as muralhas não caiam e as montanhas não se moviam. E os

gigantes? Esses continuavam intactos diante dos meus olhos, e nada do que eu

fizesse conseguia derruba-los.

Confesso, que eu caí, derrubada pelo gigante, impedida de prosseguir pelas

muralhas do medo e da derrota. Toda vez que me levantava, as ondas apareceriam

diante de mim, gritando meu nome e rindo. Lembrando-me de todas as vezes, em

que eu tentei antes e falhei. E elas falavam-me repetidamente, "Menina, você nunca

vencerá, você nunca vencerá. ".

Quem sou? Sou alguém, que assim como você passa por lutas, e esse é um

pedaço da minha história, então não se espante se for parecida com a sua...

Jess e Abraham entram conversando....

JESS: Sabe Abraham, acho que não tenho mais forças para prosseguir. Estou

tão cansada, tão frustrada. Não sei mais o que fazer, não sei mais para onde ir.

Tenho tentando tanto, e quando penso que consegui me levantar, eu tropeço

novamente.

ABRAHAM: Vamos sentar ali...

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JESS: O que eu preciso fazer? A cada dia que passa, meu coração fica mais

frio. Eu não oro como orava antes, eu não louvo como louvava antes, eu não o

adoro como o adorava antes. Estou vindo para igreja, estou indo para célula..., mas,

mas eu me sinto tão distante de Deus. O que eu preciso fazer? O que me falta?

ABRAHAM: Fé...

JESS: Fé? Eu tenho fé, eu acredito em Deus.

ABRAHAM: Tem uma bíblia aí??

JESS: Tenho.

Abraham pega a bíblia e abre em Mateus 17:20

ABRAHAM: Ele respondeu: "Por que a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes

asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer

a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível.

Sabe, todos nós nos defrontamos diariamente com problemas, com

dificuldades, que se avolumam como montes na nossa frente. E é nesses momentos

que almejamos, por ter uma fé maior, para poder vencermos tudo isso. É

justamente aí que precisamos aprender a mudar nossa maneira de pensar, pois

Jesus diz: “se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a

este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. ” Em outras palavras: nossa fé não necessita

ser particularmente grande para transferir montes – simplesmente é suficiente

“termos fé”.

JESS: Eu não consigo...

ABRAHAM: Sabe Jess, se o grão de mostarda tivesse a possibilidade de

olhar para si mesmo e conseguir se enxergar, ele teria tudo para desanimar, pois

veria como ele é frágil e muito pequeno. E muitas vezes, nossa vida é assim:

olhamos para nós e vemos uma fé relativamente pequena, limitada, e então

ficamos desanimados. Mas o grão de mostarda não faz isso. Ele não olha para si

mesmo. Não, ele simplesmente se deixa plantar na terra, ali começa a crescer, e

finalmente se torna aquilo que deve ser, uma árvore cujos ramos “aninharam-se as

aves do céu” como diz em Lucas 13.19.

O caminho da fé é simples, não se trata de fazer grandes esforços

espirituais, mas simplesmente de confiar naquilo que nos é oferecido em Cristo.

Quando entender isso, alcançará grandes resultados da fé como um grão de

mostarda. Agora tenho que ir, e acho que você precisa falar com Alguém.

Page 3: Roteiro FÉ - Versão Final

JESS: Obrigado Abraham.

Abraham saí, Jess se levanta...

JESS: É isso que eu tenho feito, tenho olhado para as minhas fraquezas,

tenho lembrado todas as vezes que levantei para tentar lutar e falhei. E isso tem

me desanimando, me enfraquecendo. Mas dessa vez vai ser diferente, não confiarei

mais na minha força, não olharei mais para minhas fraquezas. Dessa vez eu olharei

para Ele, Jesus é minha força e eu tenho certeza que com Ele eu vencerei...

Pai, que eu venha ser como um grão de mostarda em suas mãos, planta-me

em terra fértil, para que....

O acusador entra batendo palmas...

ACUSADOR: Ora, ora, ora. Espera aí, é isso mesmo que acabei de ouvir?

Você vai vencer? Mas você já não havia desistido? Jess, Jess, me escuta. Deixa disso,

você não pode vencer, e você sabe disso.

JESS: Cala a boca, dessa vez vai ser diferente.

ACUSADOR: Diferente? Quem daquela vez que você voltou culto? Ou aquela

vez que você veio da vigília? Do monte? Do grupo de oração? Não melhor.... Lembra

daquele encontro com Deus. Eu lembro, lembro muito bem. Você saiu de lá cheia

do poder de Deus, mudada, cheia de esperanças, cheia de fé. Fé, me dá nojo essa

palavra fé.... Confesso que daquela vez eu pensei que não te teria mais em meus

braços Jess. Você definitivamente tinha fechado todas as brechas para mim. Mas eu

sou insistente, e durante dias eu te sondei, até encontrar uma brecha no teu

coração, e te trazer de novo para os meus braços. Agora me diz, depois de lembrar

de tudo isso, você ainda que prosseguir?

JESS: Eu vou mudar, eu não vou desistir, eu vou vencer você.

ACUSADOR: Jess, deixa disso, eu tenho muito a te oferecer. Pra quer sofrer

novamente...

JESS: Você é um mentiroso, e tudo aquilo você me dá só tem me matando.

Eu amo a Jesus, eu vou lutar por Ele.

ACUSADOR: CALA A BOCA. MENINA TOLA. Você não pode me vencer, você

nunca derrotará o gigante que tenho colocado na sua frente, nunca destruir as

muralhas que eu mesmo construí ao seu redor. Você não pode me derrotar. (Joga

Jess no chão)

JESS: E SE EU PUDER? E se eu puder te derrotar?

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ACUDADOR: Me derrotar? Como? Como das outras vezes?

JESS: Com a semente, a semente de mostarda. Jesus disse que eu posso

mover uma montanha.

ACUSADOR: Mover uma montanha. Hahahahahaha. Você não consegui nem

ficar de pé. Você sempre correu de tudo, sempre se escondeu, nunca soube o que

fazer diante dos problemas.

JESS: Verdade. Eu queria vencer com minhas próprias forças, mas agora sei

quem lutou por mim.

ACUSADOR: Não vem com papinho de Jesus Cristo morreu e luta por mim,

que seu ego, orgulho, egoísmo sempre tomarão a frente e no fim é você quem irá

assumir o controle e de novo não irá vencer nada.

JESS: Sim eu fui fraca, sim eu pequei, tentei e por muitas vezes eu falhei. Eu

não queria machuca-lo, mas cada vez que eu me entregava aos meus desejos, as

minhas vontades, ao pecado, eu o entristecia. Mas eu não vou desistir, eu não posso

desistir. Ele não desistiu de mim, Ele lutou até o final, Ele morreu por mim naquela

Cruz.

ACUSADOR: Cala a boca. Sua emocionada, você só está emocionada, assim

como das outras vezes.

JESS: NÃO VOU CALAR. Eu fiquei calada por muito tempo, preza pelo meu

medo, pelo meu desanimo. Mas agora eu darei um passo, para fora da minha zona

de conforto, para dentro do mundo desconhecido onde Jesus está a minha espera e

eu lutarei, por menor que eu venha ser, o meu Deus é maior, e o Espirito Santo

habita em mim.

Um olha para o outro e fala

JESS E ACUSADOR: Eu vou te derrotar.