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Caso você queira contribuir com esse boletin, envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões para rua Washingtos Luiz, 9 -cobertura -Rio de Janeiro -RJ -CEP:20230-020 ou por e-mail:[email protected] As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Centro Excursionista Guanabara. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto àqueles que queiram contribuir. Aniversariantes do Mês Reuniões do CEG Social: Todas as quintas-feiras, a partir das 19:00. Tabelas de Preços Mensalidade: R$10,00 Matrícula ou Descongelamento: R$21,00 Curso Básico de Montanhismo: R$210,00 Diretoria Dezembro de 2000 Diretor Técnico: Flávio Peixoto Diretor de Divulgação: Rodolfo Campos Diretor de Meio Ambiente: Clésio Kleske Bibliotecário: Ivan Presidente: Regina Sarmento Vice Presidente: Francino Bontempo Tesoureiro: Luiz Alberto 1º Secretário: Fernanda Reis Colaboradores deste mês: Rodolfo, Fred, Beto, Juliana, Fernanda, Altair e Heleno Rua Washington Luiz, 9 cobertura - Centro - Rio de Janeiro RJ - CEP: 22.230-020 Tel.:(21)232-0569 www.guanabara.org.br IMPRESSO Montanhismo - RJ Edição de Dezembro de 2000 - 300 exemplares Notícias Artigos www.guanabara.org.br Churrasco de Fim de Ano Eleições no Guanabara Exposição de Fotos Churrasco de Fim de Ano Eleições no Guanabara Exposição de Fotos Ata das Reuniões A Escalada é um Esporte Seguro? GPS - Sistema de Posicionamento Global Ensaio Sobre Montanhas e Amizade Excursão na Ilha Grande O Buraco era Mais em Cima Para Quem Gosta de Caminhadas Alberto Araújo Alberto Araújo Frederico Noritomi Anderson Barata Custódio Heleno Andrade Altair e Fernanda Reis Alberto Araújo Ata das Reuniões Alberto Araújo A Escalada é um Esporte Seguro? Alberto Araújo GPS - Sistema de Posicionamento Global Frederico Noritomi Ensaio Sobre Montanhas e Amizade Anderson Barata Custódio Excursão na Ilha Grande Heleno Andrade O Buraco era Mais em Cima Altair e Fernanda Reis Para Quem Gosta de Caminhadas Alberto Araújo 02 02 06 07 07 07 08 09 10 10 11 11 12 12 12 13 14 14 14 15 Ailde C. de Velasco Carlos Alberto Fontoura Dacran F. Martignoni Graça Maria Rodrigues José H. Ewers Pires Benito Esteves R. Júnior Adhemyr de A. Silva Maria da C. Pinheiro Valeria M. Coelho Matias José Ivan N. de Azevedo Andréa Maria L. Teixeira Leonardo Vieira Pinheiro Yára da Silva Serra Lais Scuotto Ronaldo Ayrolla Marco Antonio V. Donato Rachel C. de Mendonça Arnaldo F. M. Filho Karin M. G. G. Freitas Armando de O. Schubach 15 15 16 16 17 18 20 20 20 20 20 20 21 21 21 21 22 22 22 22 Fátima Loureiro Antônio F. C. Lanzillotta Flávio José Peixoto Altiva Lobão Salgado Gomes de Lima Rodolfo Campos e Silva Raul F. de O. e Cunha Apolonia C. R. Campello André Luis Melo Ana Paula M. da C. Braga Sandra Pereira Palhano Sérgio Pascale Gil Xavier Lacerda José agostin Castillo Lara Wilson Abdo Abugeber José Carlos C. Robert Heitor de Brito Cintra Marta S. Lima Hubert Tatgé Alberto F. de Araújo 22 23 23 24 24 24 25 25 27 28 29 29 30 30 30 30 31 31 Helena Maria M. Pontes Maurício A. de Castilho Maria H. M. Monteiro Gil Einsfeld B. do Rego José Milton M. Piffer Maria Inês de C. Previtera Fred Wilson P. Mendonça Augustus Almeida Verônica Peixoto Rogério Abdalad Francisco H. de L. Lopes Dulce Helena G. Orofino Milden R. de Santa Rosa Sylvio Lucas Neyde Moysés Luiz Hernani V. L. da C. Braga Marcos V. G. da Silva Sérgio B. de Araújo31

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As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Centro Excursionista Guanabara. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto àqueles que queiram contribuir.

Aniversariantes do Mês

Reuniões do CEG

Social: Todas as quintas-feiras, a partir das 19:00.

Tabelas de Preços

Mensalidade: R$10,00Matrícula ou Descongelamento: R$21,00Curso Básico de Montanhismo: R$210,00

Diretoria

Dezembro de 2000

Diretor Técnico: Flávio PeixotoDiretor de Divulgação: Rodolfo CamposDiretor de Meio Ambiente: Clésio KleskeBibliotecário: Ivan

Presidente: Regina SarmentoVice Presidente: Francino BontempoTesoureiro: Luiz Alberto1º Secretário: Fernanda Reis

Colaboradores deste mês:Rodolfo, Fred, Beto, Juliana, Fernanda, Altair e Heleno

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A Escalada é um Esporte Seguro?

GPS - Sistema de Posicionamento Global

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Excursão na Ilha Grande

O Buraco era Mais em Cima

Para Quem Gosta de Caminhadas

Alberto Araújo

Alberto Araújo

Frederico Noritomi

Anderson Barata Custódio

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Altair e Fernanda Reis

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Ata das ReuniõesAlberto Araújo

A Escalada é um Esporte Seguro?Alberto Araújo

GPS - Sistema de Posicionamento Global Frederico Noritomi

Ensaio Sobre Montanhas e AmizadeAnderson Barata Custódio

Excursão na Ilha Grande Heleno Andrade

O Buraco era Mais em Cima Altair e Fernanda Reis

Para Quem Gosta de Caminhadas Alberto Araújo

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José H. Ewers Pires

Benito Esteves R. Júnior

Adhemyr de A. Silva

Maria da C. Pinheiro

Valeria M. Coelho Matias

José Ivan N. de Azevedo

Andréa Maria L. Teixeira

Leonardo Vieira Pinheiro

Yára da Silva Serra

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Flávio José Peixoto

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Raul F. de O. e Cunha

Apolonia C. R. Campello

André Luis Melo

Ana Paula M. da C. Braga

Sandra Pereira Palhano

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José Milton M. Piffer

Maria Inês de C. Previtera

Fred Wilson P. Mendonça

Augustus Almeida

Verônica Peixoto

Rogério Abdalad

Francisco H. de L. Lopes

Dulce Helena G. Orofino

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Hernani V. L. da C. Braga

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Dia Excursão Local Classificação Guia09 Pedra do Buraco do Ouro Teresópolis Caminhada Semi- Beto e

Pesada c/ esc. A1 Máeio Senna

10 Coringa Urca Escalada 3º Rogéria

10 CAT de Móveis Guaratiba ETG Miloni

16 CAT de Móveis Guaratiba ETG Miloni

17 P3 PNT Escalada 4º Manuel

17 Pico do Papagaio via Serrilha PNT Caminhada Leve Beto

17 Orgia Carnal PNT Churrasco

21 Eleição da Nova Diretoria CEG

21 Escolha dos Amigos Ocultos CEG Dir. Social

23 Escaladas na Face Norte do Urca Escaladas Diversas FredMorro da Urca

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Programação do Mês

Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões.Procure o guia responsável nas reuniões sociais, ou ligue para o clube quinta feira à noite (232-0569).

Novo endereço do site do GuanabaraAtenção Internautas! Nosso site agora tem domínio próprio. Nosso novo endereçoé www.guanabara.org.br. Não deixem de colocar no bookmark e de visitá-lo.

ceptor de GPS abriga um receptor de rádio,um relógio de quartzo, memória e a CPU,que realiza uma diversidade de cálculos.O receptor de GPS determina sua posiçãomedindo o tempo que os sinais de rádio le-vam, movendo-se à velocidade da luz, paraviajar de cada um dos quatro satélites até ele.Com esses dados, o receptor de GPS é capazde determinar sua distância para cada um dossatélites. Conhecendo a localização e a dis-tância exata de um satélite, o receptor podecomputar uma superfície esférica, centradano satélite, sobre a qual deverá estar sua po-sição. Adicionando um segundo satélite, ob-têm-se duas esferas, cuja interseção forma umcírculo sobre o qual estará o receptor. Comum terceiro satélite, a interseção entre o cír-culo e a terceira esfera gera dois pontos, so-bre um dos quais estará o receptor. O quartosatélite é necessário para aumentar a preci-são dos sistema, pois o relógio interno do re-

ceptor de GPS não é apurado o suficiente paramedir a distância de cada satélite com a pre-cisão de poucos metros. Com os dados doquarto satélite, o receptor tem mais medidasredundantes. Calculando-se a média dos pon-tos, são cancelados os erros de tempo.São necessários pelo menos 4 satélites paraque o receptor de GPS possa determinar suaposição tridimensional. No modo 3D, obtêm-se as coordenadas horizontais mais a eleva-ção. A maior parte dos GPS também traba-lha em modo 2D com apenas 3 satélites dis-poníveis, de maneira que apenas as coorde-nadas horizontais são obtidas.

Frederico Yasuo Noritomi

Fontes: GPS Land Navigation, MichaelFerguson;Wilderness Navigation, Bob burns, MikeBurns.

Convocação para as Eleições da nova Diretoria do GuanabaraAtenção associados do Guanabara. To-dos aqueles que estão em dia com as suasmensalidades devem comparacer dia 21de dezembro, a partir das 19:30h, na sededo CEG para a eleição da nova Direto-

ria. Pedimos a todos que se esforcem aomáximo para comparecer pois este é ummomento de extrema importância para onosso clube e o seu bom funcionamento.

Rodolfo Campos

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IntroduçãoO GPS é o mais importante avanço na nave-gação desde a invenção da bússola. Essatecnologia permite apontar a localização dousuário em qualquer lugar do mundo, a qual-quer hora, independentemente das condiçõesatmosféricas.Apesar de o GPS ter ganho popularidadeapenas no final desta década, não se trata deuma tecnologia tão nova. O sistema foi Pro-jetado pelo Departamento de Defesa dos Es-tados Unidos da América para uso militar hávárias décadas, e os primeiros satélites deGPS foram lançados em 1978.O uso civil do GPS foi implementado aospoucos, principalmente na navegação marí-tima. A Magellan introduziu no mercado, em1989, o primeiro GPS portátil para uso náu-tico, vendido a US$ 3.000,00. Posteriormen-te, difundiu-se em outras áreas, passando aser utilizado na aviação, em pesquisas e ou-tras atividades outdoor de recreação.Atualmente, utiliza-se essa tecnologia paraorientar veículos em ruas e estradas. Pode-seencontrar o GPS integrado a telefones celu-lares, rádios transceptores, carros de golfe erelógios de pulso. Receptores GPS portáteisde boa qualidade e com diversos recursos sãovendidos por preços inferiores a US$100,00.Desse “boom” de aplicações para o GPS, nãoficou de fora o Montanhismo. Os fabricantesestão investindo cada vez mais nacomercialização de modelos de receptoresportáteis projetados especificamente paraorientação terrestre em ambientes naturais,um excelente aditivo aos instrumentos bási-cos de navegação.Mesmo sendo um aparelho de fácil manuseio,para a melhor utilização dos recursos e para

O CEG realiza, mensalmente, reuniões de direto-ria e de corpo técnico e, eventualmente, assem-bléias gerais, em que são tomadas decisões querepercutem em todo o clube. Contudo, as atas des-sas reuniões não têm estado disponíveis para con-sulta, tampouco é elaborada e divulgada anteci-padamente a pauta com os assuntos a serem trata-dos. Diante disso, é importante uma revisão notratamento dado às reuniões.Em primeiro lugar, seguindo o princípio da trans-parência administrativa, as atas devem ter maiorpublicidade, inclusive na página do CEG nainternet, permitindo, desta forma, uma maiorintegração dos associados com a administraçãodo clube. A demora na elaboração das atas é ou-tro fator negativo. Toda reunião, como regra, de-veria começar com a leitura da ata da reunião an-

terior, para sua aprovação ou não. Não sei comoandam as coisas na diretoria, mas no corpo técnicoisso com certeza não ocorre.A elaboração e divulgação antecipada da pauta dasreuniões também deveria ser regra. Assim, não se-ria possível a inclusão de surpresa de algum assun-to polêmico, e permitiria que os membros da dire-toria se preparassem melhor para a discussão, tor-nando mais proveitoso o tempo despendido. Atual-mente, com a elaboração da pauta realizada no iní-cio da reunião, é impossível avaliar com antece-dência se há algum assunto polêmico ou importan-te que justifique um esforço maior em presenciar areunião.A transparência e a seriedade do processo decisório,mesmo de coisas simples, é um importante proces-so de integração e incentivo dos associados.

Alberto Fernandes Araújo

Ata das ReuniõesGPS - Sistema de Posicionamento Globala noção dos limites dos receptores de GPS, ousuário deve conhecer informações e conceitosque geralmente não constam nos manuais dosfabricantes.Serão abordados neste e em futuros boletins di-versos tópicos relacionados a GPS, explicandomais um pouco sobre o funcionamento dessatecnologia e mostrando sua aplicação em orien-tação terrestre.

COMO FUNCIONA O GPSOs receptores de GPS são apenas uma dastrês partes do sistema de posicionamentoglobal, que se vale de sinais de rádio paramedir distância, velocidade e tempo. Osistema completo é formado por um segmentode controle (estações terrestres demonitoramento de satélites), um segmentoespacial (os satélites em órbita) e o segmentodo usuário (os receptores de GPS).O segmento de controle é o sistema nervoso doGPS. Trata-se de uma rede de estações terres-tres que monitora constantemente os satélites,mantendo-os em suas órbitas, informando-lhessuas posições exatas e atualizando seus relógi-os atômicos.O segmento espacial consiste em uma constela-ção de 24 satélites (mais dois reservas), distri-buídos em seis órbitas, a aproximadamente20000 km de altitude e dando uma volta em tor-no da Terra a cada 12 horas. Os satélites sãodispostos de forma tal que, em qualquer lugarna superfície terrestre, a qualquer hora, pelomenos seis deles estarão acima do horizonte.Cada satélite abriga quatro relógios atômicos eemite continuamente sinais de rádio.O segmento do usuário é o receptor de GPS, oaparelho que calcula sua posição na Terra apartir dos sinais emitidos pelos satélites. O re-

Com muita tristeza recebi a notícia da morte doescalador santista, ocorrida durante um rappel noPão de Açúcar. Escutei e li muitas versões dife-rentes do acidente, mas parece que o rapaz caiurapelando a Via dos Italianos e não houve falhado equipamento. O acidente, portanto, teve comocausa falha humana.As circunstâncias de um acidente na montanhapodem ser muitas e não é exatamente isto que quepretendo ressaltar nesta matéria. O que mais cha-mou a minha atenção foi a facilidade com que osescaladores afirmam que o esporte é seguro, mes-mo diante de um acidente fatal.Após a tragédia, é muito comum que se tente jus-tificar o ocorrido, normalmente apelando-se paraa falta de experiência ou de conhecimento técnicoda vítima. Quando não falta nenhum dos dois, diz-se logo que a vítima foi imprudente, tentou esca-lar uma via além de suas capacidades. Mas o quedizer do último acidente em que nenhuma das si-tuações acima se enquadra? Ora, se a fatalidadeocorreu em uma via de dificuldade mediana, oescalador tinha a experiência e o conhecimento

A Escalada é um Esporte Seguro?técnico necessários e não houve falha do equipa-mento ou caso fortuito, afirmo que o acidente ocor-reu porque o montanhista acreditou que a escala-da é um esporte seguro.A provável causa do último acidente foi a negli-gência, comum quando não somos exigidos ao má-ximo, quando não estamos em situações extremase quando nos esquecemos que em qualquer esca-lada o menor dos erros pode resultar em morte. Orappel é um procedimento simples, fácil e justa-mente por isso está longe de ser seguro. Não é àtoa que mais da metade dos acidentes em monta-nha ocorrem durante o rappel em virtude de negli-gência em relação a procedimentos básicos de se-gurança.Acidentes como esse podem acontecer com qual-quer um. A escalada pode se tornar seguro, masnão se o escalador acredita que é seguro, relaxa evai escalar o Babilônia como quem vai jogar umapartida de futebol na praia.Acreditem, tratar o montanhismo como esporte derisco é o primeiro passo para evitar novos aciden-tes.

Alberto Fernandes Araújo

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A excursão para Ilha Grande foi marcada na 5ª feirana reunião social do CEG, dia 16/11/00. Estávamosmuito empolgados, planejando aproveitar ao máximoo feriadão. Sei que foi formado um grupo de 17pessoas, entretanto, apenas 8 chegaram à Ilha.Partimos cedo com o restante da galera paraMangaratiba, de onde planejávamos tomar a barcadas 08:00 hs para Ilha Grande. O tempo, contudo,conspirava contra nossa diversão, e fomos recebidosna cidade com uma decepcionante tempestade. Deinício, ficamos sem saber o que fazer, pois a Ilha nãotem muito atrativo com chuva. Mas logo aempolgação voltou a tomar conta e resolvemos partirpara Ilha, apostando que o tempo iria melhorar. Nessemomento, o Altair informou que desistira de vez,pois, de acordo com sua experiência e seu altoconhecimento, a chuva continuaria por mais uns trêsdias! Despediu-se do grupo e partiu com a Fernandapara outro destino.Chegamos na paradisíaca ilha por volta das 10:30 efomos direto para o Camping do Sr. Palmas (Nº 01)“EMILIA ECO CAMPING”. Com muita dificulda-de, armamos nossas barracas e partimos para LopesMendes, caminhando aproximadamente três horas.Retornamos sob uma grande chuva, chegando noCamping por volta das 20:00 hs. Muito cansados,tomamos banho e nos recolhemos em nossos sacosde dormir.Na manhã seguinte, fomos surpreendidos com o Lukemuito triste, dizendo que passara a noite com umsapo e, relembrando as velhas histórias de fadas, co-meçara a beijá-lo. Para sua infelicidade, o batráquionão virara um príncipe! O rapaz ficou frustrado, masacredito que esse sapo nos trouxe muita sorte - achuva parou totalmente!Partimos para Dois Rios, um lugarejo onde vivemaproximadamente 100 famílias. Lá há as ruínas doantigo presídio, que foi totalmente abandonado peloEstado. Aproveitamos o lindo dia de sol para curtiruma bela praia. Atravessamos um pequeno riacho eficamos no final da praia, onde tentamos sem obter

êxito escalar um boulder de cerca de 3,50 m. Na voltaa Raquel, com a inocência que lhe é peculiar e compreguiça de tirar a bota, pediu ao Luke e Sblen umacadeirinha de mão para atravessar o rio. Na metadedo caminho, os simpáticos rapazes soltaram-na depropósito, deixando que caísse na água. Não só suasbotas, mas toda sua roupa ficou molhada.Voltamos pela estrada, por onde trafegam apenas car-ros oficiais. Algumas pessoas do grupo com maisfôlego foram na frente, deixando-me para trás comAlice, Daiane, Raquel e Maria Alice. Para nossa sal-vação, apareceu uma Toyota Bandeirantes da polí-cia florestal, que prontamente atendeu nosso pedidode carona. Seguimos confortavelmente para Abraão,fazendo o grupo dos apressadinhos comer poeira.Chegando ao Camping, Alice preparou nosso jan-tar, um macarrão tão maravilhoso que rasparam apanela até não sobrar nem o cheiro da comida.Só nos restava uma bela noitada na pracinha doAbraão, onde tomamos muitas cervejas ouvindoMPB ao vivo. Por volta da meia-noite, partimos paravingança - ligamos várias vezes para o Altair per-guntando se ele conhecia algum creme para quei-maduras de sol! Ele ficou bastante irritado e até des-ligou seu celular.Último dia na Ilha, acordamos cedo. O Luke apare-ceu feliz da vida - “Gente, vocês não vão acreditar -o sapo virou Raquel!”... Partimos para a cachoeira epraia da Feiticeira - uma caminhada curta, porémum pouco difícil, pois existem várias subidas muitoíngremes. Chegando à cachoeira, fomos direto parao escorrega que fica um pouco acima da quedad’água. Era um tombo atrás do outro! Seguimos en-tão para a praia da feiticeira, a melhor da excursão,onde mergulhamos bastante.Voltamos correndo, pois o horário da barca estavabem próximo - se a perdêssemos, só no dia seguin-te! Desmontamos todo o acampamento e fomos parafila. Esse foi um final de semana maravilhoso, quemquiser conferir é só verificar nas fotos.

Heleno Aldo N. Andrade

Excursão na Ilha Grande

Memória de ElefanteEm recente excursão em Terê, Mario Senna interro-ga um pacato morador do local: O se\ nhor tem cer-teza que não se lembra de mim? Eu estive aqui re-centemente, em 1996!!!

Bicho EspertoA galera do CEG estava em plena caminhada emIlha Grande, rumo a praia de Lopes Mendes. Che-gando em Palmas, ficaram admirando a região eSblen mostrou um lago onde se dizia que os mora-dores criavam jacarés! Vendo uma camisinha boi-ando na superfície da água, Raquel concluiu:- Em lago que tem piranha, jacaré nada de cami-

sinha!

Novidade do BestiárioOs montanhistas devem tomar muito cuidado comuma nova espécie identificada no Pão de Açúcar: orato de pedra. Esse animal é muito perigoso porqueadora roer cordas e surrupiar equipamentos. Não sesabe ainda qual a sua população nas montanhas doRio de Janeiro, mas suspeita-se que logo entrará emextinção – tem muita gente querendo dar-lhe unstabefes!

Foto ComprometedoraNuma reunião social, a galera conversava animada-mente sobre as últimas excursões. Lembrando queo Sblen tirara fotos da travessia, Altair logo cobrou:– Pô, Sblen, cadê as fotos que você ficou de tra-

zer?Antes que nosso amigo pudesse responder, Luke in-trometeu-se na conversa, fazendo uma surpreendenterevelação:– Vocês estão falando das fotos da travessia! Puxa,

tem uma foto alucinante minha com o Garrafãoatrás...

A Primeira Vez a Gente Nunca EsqueceO Fred estava arrumando o material para escalar avia dos Italianos e notou que não tinha costuras sufi-cientes. Vendo que Altair estava todo orgulhoso exi-bindo um jogo de costuras novinhas, recémdesembarcadas da Europa, aproveitou para pedir-lhe umas quatro. O Alta disfarçou, fingiu que nãoouviu, olhou para outro lado, mas o Fred insistiu.Acabou cedendo:Olha, eu vou emprestar minhas costuras novas... mastrate todas com muito cuidado, pois estão sendo inau-guradas pela primeira vez!

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Uma mensagem a todos.Amigos. Nesses últimos meses tenho contribu-ído com o boletim do clube, coletando algumasinformações que considero interessantes e úteispara uma vida saudável. Não sou uma expertno assunto, mas além de gostar, acredito quetodos devemos cuidar de nosso corpo como umamorada sagrada, já que é nele que habita nossamente e nossa essência. Sempre ouço algumaspessoas falarem que o importante é viver e fa-zer tudo que se gosta, comer tudo que se quer.Eu não acho que devamos ser radicais, mas nãoconcordo muito com essa idéia. Afinal, tudotem um ciclo, nossa vida, nosso corpo. E o cui-dado maior ou menor vai determinar uma vidamais curta ou não, uma vida mais saudável ounão. Para nós, praticantes de esportes, princi-palmente o montanhismo, que é tão ligado anatureza, nada mais natural do que termos essapreocupação. Minha intenção com essa coletâ-nea de pequenos lembretes, informações e tex-tos resumidos, é despertar em vocês esse senti-mento, que sei que já existe em muitos. Nessefinal de ano, todos seremos vítimas de exces-sos. Muita bebida, muita comida, exageros detodo tipo. Não acho que devamos nos privar detudo isso. Apenas gostaria de deixar uma men-sagem especial, lembrando que nosso corpodá sinais. Basta que estejamos atentos. Vamostentar não agredir nosso organismo. Vamos sim,exagerar um pouco, mas ao primeiro sinal, va-mos pegar leve. Poder aproveitar todos os mo-mentos de confraternização depende tambémde nossas escolhas: o que, quanto e onde co-mer. O ato de comermos, também é um gestode amor. Então, vamos nos amar! Tenham to-dos um final de ano de muita alegria e saúde!

CuriosidadesDurante o curso de Orientação Alimentar quefiz há uns anos atrás, ministrado por RaquelBarros, anotei algumas dicas que acho quepodem ser úteis, a fim de desintoxicar o orga-nismo em caso de excessos:• para quem vai a um churrasco e quer pegar

leve, comer primeiro salada verde, uns 15minutos antes da carne, e depois comer so-mente um tipo de carne, sem acompanha-mentos;

• ainda pra quem adora um churrasco, e nodia seguinte quer fazer uma limpeza, adotea dieta do abacaxi, essa fruta tem um gran-de poder de desintoxicação, pois é rico emenzimas;

• se alguém tiver problema com o fígado, aívai uma receita para limpá-lo: durante 19dias, beber pela manhã, suco de 1 limão, no1o dia, 2 limões no 2o dia, até 10 limões no10o dia, 9 limões no 11o dia, 8 limões no 12o

dia, até 1 limão no 19o dia; se sentir náuseacomer uma banana – depois de 20 minutosingerir frutas;

• ervas, como chá, para o fígado: chapéu decouro, picão, boldo do chile;

• a uva, principalmente a roxinha, é um vali-oso estimulante digestivo, estimula o meta-bolismo, eliminando do organismo o ácidoúrico; também ajuda a restabelecer o equilí-brio ácido-alcalino do organismo;

• a maçã também é ótima, limpa os órgãointernos; em jejum tem um leve efeitodiurético e laxante;

• e, sempre, muita água, pelos menos 2 litrospor dia.

Bom proveito!

Sábado, 25 de novembro, sol e sono, muito sono.Seis da manhã, Pça. da Bandeira. Anderson, Beto,Francisco, Luís José, Marcelo Braga, Mário Sennae nós. Destino: Pedra do Buraco do Ouro, emTeresópolis. Após estacionarmos os carros em localadequado, fomos para a trilha... trilha??!! Quetrilha?!!!!... O CEB conquistou a montanha em 93,e a última vez em que se teve notícias de umaexcursão para lá foi nos idos de 1997,aproximadamente. Um dos habitantes locais nosindicou um começo de trilha, a tal que o CEB haviaaberto. Com vasto material para a orientação docaminho, Beto e Mário Senna tentavam se localizar,tentavam... Haviam algumas fotos do local, quefacilitaria bastante esta prática, se os guiasconseguissem descobrir de que ponto ela foi tirada...Mas lá em cima estava o Buraco do Ouro, e todosconcordavam que precisávamos subir sequiséssemos chegar ao cume. Com facões, pedaçosde pau que serviam como tal e amassando o matonas laterais com os pés, fomos abrindo a trilha.Calculo que fizemos aproximadamente 70% de

todo o percurso.Quase quatro horas da tarde, olhando para o cumebem ali pertinho, e sem conseguirmos dar nem maisum passo decidimos que voltaríamos breve paracontinuar a abrir a trilha. O lugar é lindo, e a vista(que ainda nem era do cume), é daquelas que deixama gente com o olhar perdido. Montanhas e imensidãoverde. Valeu a pena o esforço, o cansaço e assacanagens. Com direito à banho de cachoeira nofinal. Foi muito bom fazer parte do primeiro grupoa abrir aquela trilha (não fomos pela original abertapelo CEB), experimentamos uma sensação depaternidade, que gera a de proteção e orgulho.Voltamos cansados e felizes. Esperamos que,quando a trilha for finalizada, esta excursão torne-se entre para as agendas dos guias do CEG. E que aprática de conquistar novas montanhas seja maiscomum entre nós. Estamos precisando de novoslugares. Pedra da Gávea, Pico da Tijuca,Escalavrado e Alto Mourão, entre muitos outros,são bonitos, mas precisamos de coisas novas...

Altair e Fernanda.

O Buraco Era Mais Em Cima

Churrasco de Fim de AnoPrepare-se para muita carne e chopp noimperdível churrasco de fim de ano do CEG!Além de comida e bebida liberadas por um pre-ço módico, serão realizadas diversas excursõesna Floresta da Tijuca e a tradicional pelada!Não perca, dia 17/12, às 12 hs, no Bom Retiro!

Exposição de FotosQuem passar pelo Aeroporto Internacional doRio de Janeiro entre os dias 4/12 e 15/12 nãodeve deixar de ver as fotos sobre excursionismoque o Renatão do CEL está expondo no TPS 2- Mezanino, próximo ao Mc Donald’s.

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Nessas últimas semanas que passei na Europaeu tive a chance de visitar e conhecer váriaspessoas especiais que, de alguma forma,compartilharam um pedaço de sua históriacomigo por força de uma experiência nasmontanhas ou de uma afinidade por elas. Emlongas horas eu questionei: o que existe demágico na rocha inerte que torna as pessoas quea amam e desafiam tão ricas interiormente esedutoras? Não achei resposta, mas penso quemontanhas fazem as pessoas se lembrarem deque elas são pequenas partes de um mundomaior. Sou feliz porque não quis a naturezaencher o planeta de planícies, mas aparecerambelas montanhas cá e lá, e porque quis a históriaque nós ficássemos todos perto das melhores,que nos encontrássemos e fossemos amigos.Pessoas que gostam de montanhas são pessoasmelhores. Deixem-me falar sobre algumas delas.Em Paris eu conheci Jean Christophe,montanhista francês, sambista e o felizproprietário de um indisfarçável sotaque carioca.Conheci-o porque eu tinha uma tarefa, atribuídapela amiga Marta Zampiere: entregar-lheboletins do clube, pois ele viera várias vezes aoRio, sempre envolvido com o samba, e nuncaencontrara pessoas que gostassem de montanhasaqui. Figura franzina, que gosta de chopp geladoe mulatas de quadris largos, ele tem o bom humorde um membro do CEG (foi um desencontro dahistória ainda não tê-lo feito um). JeanChristophe não tem caminhado ou escaladorecentemente e se sente mal por causa disso. Masjá fez muita coisa, como eu descobri folheandoseus livros, ouvindo suas estórias e vendofotografias. Conversando com ele, eu percebi quesomos ingênuos em acreditar que nossas aven-turas são bárbaras, pois um montanhista normallá tira longas férias e vai para os Alpes e ficapulando de montanha em montanha durantesemanas, bivacando, sem tomar banho ecomendo alimento em conserva suficiente parapeidar a noite inteira. Mas eu queria vê-los nasselvas brasileiras, pois é impossível se perdernas florestas bonitas e monótonas que seespalham pela Europa.Reencontrei nossa querida amiga Karin em

Genebra, onde seu trabalho a exilou, mas nãodigo que os momentos mais alegres foram nessacidade, apesar de coisas legais terem acontecido.Nos dois finais de semana que passei com elanós fomos fazer caminhadas na França, aprimeira bastante leve e agradável na montanhade Salève, de onde se obtém a visão do MontBlanc. Como esquecer o susto que tomamos comos tiros de um caçador e os suíços ridiculamentetrajados que encontramos no caminho? Depoisde percorrer muitas cidades pela Suíça, voltei aGenebra e seguimos para Contamine, na França,onde subimos em direção a Tre-la-Téte, atingindoo refúgio e uma hora depois o glacier, sobre oqual perambulamos por longo tempo e tiramoslindas fotos. A caminhada em si foi deliciosa edeu-nos a oportunidade de conhecer o Noel.O reverendo Noel Suministrado é um pastorpresbiteriano filipino que mora em Genebra. Eleé guia de montanha, uma figura simpática e muitoengraçada, em especial quando começa a cantarbossa-nova (e como não falar de seu bigodinhosinistro!). Apaixonado por tudo a respeito doBrasil e particularmente nossa música, eleambiciona um dia conhecer nosso país e nessemeio tempo alegra as pessoas ao redor com seubom-humor. Eu, Karin e Noel conversamosmuito e percebi como ele encara a atividade deguia com seriedade e carinho. Prometemo-nostomar chopp depois de escalarmos alguma viano Rio, na mesma cordada, em um futuropróximo.Seis meses depois da partida deles, na Alemanhaeu visitei Gisela e Tobias, de quem a fotografiana Pedra da Gávea é uma das mais belas capasde boletim que o clube já teve. Num sábadotrabalhamos duro para organizar uma festaregada a muita cerveja e caipirinha (feita comum pedacinho de limão e o restante de xarope)na enorme casa onde eles moram com trintaoutras pessoas. Quase recuperados da festa, nodia seguinte pegamos algumas bicicletas e fomospara uma floresta próxima de Tübingen, ondenós pedalamos por trilhas e ladeiras até cair anoite, encontrando paisagens delirantes e mes-mo uma triste e pequena capela com mais de milanos. Pena que, sendo quase toda a Alemanha

uma imensa planície, é complicado achar lugarpara que eles continuem escalando. Conseguifurtar-lhes a promessa de voltarem ao Brasil logoque possível, pois sei que existem pessoas quequerem seus sorrisos por perto aqui.Finalmente, ela não é montanhista, mas a conhecilevando-a ao Costão do Pão de Açúcar. Ficamosjuntos enquanto com os amigos do CEGjogávamos bilhar na Lapa numa segunda-feirae esticamos nosso relacionamento até o sul daFrança. Foi mágico o tempo que passei com ElsaPrades, uma psicóloga francesa de arrebatadoresolhos verdes; foram lindos os castelos que visi-tamos e os que desenhamos em nossos pensa-mentos.Esse é um pequeno texto escrito sem pretensões,escrito numa madrugada insone, para falar de

coisas simples, de umas poucas pessoas, deamizade e encontros com vidas que entraram nasnossas vidas por causa das montanhas. Há quemsuspeite que montanhas e amizades são as ma-nifestações - material e abstrata - de uma mesmacoisa, a qual não se sabe dar nome. Eu não gostode tanta filosofia. Apenas acredito naquilo queescrevi no fim do primeiro parágrafo: pessoasque gostam de montanhas são pessoas melhores.E é muito bom tê-las por perto, seja qual for adistância física que nos separa. Espero reencon-trar Jean Christophe, Karin, Noel, Gisela, Tobiase Elsa logo, se possível, no Rio de Janeiro deladeiras, morros e festa, espero reencontrarpessoas de quem encontrei motivos para gostar,na cidade que amo tanto.

Anderson Barata Custódio

Ensaio sobre Montanhas e Amizades

Todos nós sabemos que o Guanabara tem umatradição de excursões mais voltadas paraescaladas do que para caminhadas, o que éconseqüência do perfil de seu corpo técnico.Essa disparidade traz alguns prejuízos ao CEG,especialmente ao desenvolvimento técnico dosassociados, que ficam limitados a um pequenoleque de caminhadas oferecidas.Em parte, o problema será minimizado com aformatura dos alunos da Escola Técnica deGuias em 2001, que aumentarão proporcional-mente o número de excursões, inclusive de ca-minhada.

Mas a quantidade não é suficiente para resol-ver o problema. Tendo isso em vista, resolve-mos marcar, no mínimo, uma excursão de ca-minhada inédita no clube ou de exploração pormês, dando sempre preferência a montanhas eregiões pouco freqüentadas. Alguns alunos docurso de guias estão animados e participarãodo projeto.Evidentemente a atividade será reduzida noverão, devido ao calor e às fortes tempestades,mas isso não significa que não faremos nada.Fiquem atentos à programação do mês e afiemseus facões.

Alberto Fernandes Araújo

Para quem gosta de Caminhadas