Rudimentos da doutrina facilitado

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SUMÁRIO Introdução 02 Sugestões Para Dirigir uma Reunião de Grupo Familiar 03 01. Autenticidade da Bíblia 05 02. A Bíblia e suas Divisões 08 03. A Existência de Deus 10 04. A Trindade Divina 13 05. Jesus Cristo 15 06. A Obra De Cristo: Sua Morte 18 07. A Origem do Homem 21 08. O Homem Natural 23 09. O Pecado 26 10. O Perdão 29 11. Arrependimento e Conversão 32 12. Novo Nascimento 34 13. Batismo nas Águas 36 14. Igreja – O Corpo de Cristo 38 15. A Ceia do Senhor 41 16. Doutrina da Fé Cristã 44 17. A Oração 46 18. O Espírito Santo 49 19. Batismo no Espírito Santo 52 20. Dons Espirituais 55 21. A Graça de Deus 58 22. A Lei de Deus 60 23. Idolatria 63 24. O Dia do Senhor 66 25. O Dia da Morte de Jesus 69 26. Alimentação e Saúde 73 27. Mordomia Cristã 77 28. Conduta Cristã 80 29. A Constituição Humana 85 30. O Inferno 88 31. As Ressurreições 91 32. A Vinda de Jesus 94 33. Milênio 97 34. Juízo Final 99 35. O Nascimento de Jesus 101 Bibliografia 107

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SUMÁRIO Introdução 02 Sugestões Para Dirigir uma Reunião de Grupo Familiar 03 01. Autenticidade da Bíblia 05 02. A Bíblia e suas Divisões 08 03. A Existência de Deus 10 04. A Trindade Divina 13 05. Jesus Cristo 15 06. A Obra De Cristo: Sua Morte 18 07. A Origem do Homem 21 08. O Homem Natural 23 09. O Pecado 26 10. O Perdão 29 11. Arrependimento e Conversão 32 12. Novo Nascimento 34 13. Batismo nas Águas 36 14. Igreja – O Corpo de Cristo 38 15. A Ceia do Senhor 41 16. Doutrina da Fé Cristã 44 17. A Oração 46 18. O Espírito Santo 49 19. Batismo no Espírito Santo 52 20. Dons Espirituais 55 21. A Graça de Deus 58 22. A Lei de Deus 60 23. Idolatria 63 24. O Dia do Senhor 66 25. O Dia da Morte de Jesus 69 26. Alimentação e Saúde 73 27. Mordomia Cristã 77 28. Conduta Cristã 80 29. A Constituição Humana 85 30. O Inferno 88 31. As Ressurreições 91 32. A Vinda de Jesus 94 33. Milênio 97 34. Juízo Final 99 35. O Nascimento de Jesus 101 Bibliografia 107

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INTRODUÇÃO “Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e o ensino sobre batismos e imposição de mãos, e sobre ressurreição de mortos e juízo eterno. E isso faremos, se Deus o permitir” Hebreus 6:1-3. Uma casa precisa ter um alicerce, pois senão ela será abalável e insegura; todavia, o alicerce não é a casa. Seria absurdo edificar um alicerce em cima de alicerce, e repetir este processo e nunca chegar a construir a superestrutura. O escritor de Hebreus nos diz que nós, que despendemos tanta atenção e energia com os princípios elementares da fé cristã, somos como um construtor que repete o lançamento do alicerce e nunca vai além, edificando a casa da vida. O alicerce é importante, mas não é a casa. Porém sem ele a casa não existe, nem subsiste. Alguém tem que realizar essa tarefa, ainda que, muitas vezes, não seja vista nem admirada pelas pessoas. Precisa-se apenas observar as doutrinas que compõem o alicerce da vida cristã, para saber que nenhuma superestrutura cristã pode ser construída sem esses elementos: Arrependimento de obras mortas; a doutrina do sumo sacerdócio de Jesus; a doutrina da fé; o ensino sobre batismos; a doutrina da ressurreição de mortos. Finalmente, a doutrina do juízo eterno. Ora, cada uma dessas doutrinas é básica para a fé cristã histórica. Todavia a assimilação destas doutrinas não é a intenção final de Jesus para os seus seguidores. Na verdade, o escritor nos mostra que os cristãos, já nos seus dias, se demoravam demais nestas doutrinas elementares, e se recusavam a prosseguir para a maturidade de discípulos maduros, que não mais vivem de leite, mas requerem carne, para dela obterem a vigorosa energia para realizar a obra de Deus no mundo. Será que nós, na igreja moderna, estamos gastando tanto tempo em tentar acrescentar membros às nossas instituições religiosas e treiná-los nos princípios elementares da fé, que não temos energia para cultivar a maturidade, que tem um magnetismo dinâmico como sua característica, que poderia atrair pessoas para o Salvador, mais do que todas as nossas atividades organizadas podem esperar fazer? Por tudo isso, o nosso propósito aqui é o de lançarmos os fundamentos básicos para a fé cristã, cabe porém a outros a tarefa de regar, ou seja produzir a maturidade cristã, e, com toda certeza, Deus irá produzir o crescimento (I Co. 3:6-15). Porém cada um veja como edifica. RUDIMENTOS DA DOUTRINA CRISTÃ vem ajudar o instrutor e capacitá-lo para toda boa obra. O cristão não deve buscar apenas o “conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria do mundo” (Dn. 1:17; I Co. 1:18-25), mas precisa, especialmente, “fazer uma acurada investigação” (Lc. 1:3) sobre “a sã Doutrina” revelada nas Escrituras (II Tm. 4:3). O lançamento deste livro, se faz na esperança de que algumas das mais profundas verdades que cimentam e edificam a nossa fé cristã sejam apresentadas em formas simples e concisa. De fato, nem todas as facetas dessa fé, foram aqui incluídas, visto que os limites do espaço proíbem tal tratamento. Nestes estudos encontramos fartas referências bíblicas, isso com o fito de ajudar aqueles que desejarem fazer estudo mais pormenorizados e profundos dessas doutrinas. Esperamos que todos os leitores tenham a nobreza característica do povo de Beréia, os quais “examinavam cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (Atos 17:11).

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SUGESTÕES PARA DIRIGIR UMA REUNIÃO DE GRUPO FAMILIAR I- QUANTO AO SEU PREPARO E ATITUDE

1. Oração. Nunca comece uma reunião de grupo familiar antes de uma oração a sós com Deus. Repasse mentalmente o que você gostaria de fazer, mas dê liberdade ao Espírito Santo para conduzir o estudo.

2. Horário. Comece o estudo no horário e termine-as dentro do prazo estabelecido. Isto gera seriedade e confiança no instrutor e no que ele diz.

3. Humor. Mantenha o bom humor e o bom senso. Não demonstre irritação, nem faça comentários negativos quanto ao seu ou outro grupo.

4. Entusiasmo. Seja entusiasmado, mostre que você gosta do que faz. Nunca reclame ou murmure, principalmente perto de visitantes. Um segredo para se estar cheio do Espírito Santo desde o começo do estudo é procurar ter tudo pronto uma hora antes para não chegar ao estudo aflito e correndo. Lembre-se que não devemos participar de nenhum ministério para o qual não temos tempo suficiente para interceder.

5. Críticas. Evite criticar outras religiões e seitas ou evangelizar alguém à força. Isto só conduz o indivíduo contra o evangelho.

6. Postura. Cuide para que todos se sentem próximos uns dos outros, pois isto ajuda na participação e envolvimento geral. Não se coloque de pé (a não ser em casos especiais), à frente do grupo; sente-se com todos junto ao grupo.

7. Compreensão. Lembre-se que no grupo você encontrará tipos diferentes de pessoas e temperamentos. Saiba identificá-los e entender como aproveitá-los no grupo. Por exemplo, pode-se pedir a uma pessoa, que fale muito, que ajude o grupo deixando espaço para que outras pessoas também aprendam

II- QUANTO AO ESTUDO

1. Preparo. Prepare bem o estudo para evitar que sejam semeadas no grupo posições sem base bíblica. Elabore pesquisas e anotações, buscando noutras fontes subsídios para a complementação dos estudos. Lembre-se: os comentários do estudo servem apenas para fornecer uma correta interpretação e comentário do texto ao instrutor.

2. Perguntas. Use boas perguntas. Lembre-se: as pessoas só aprendem quanto elas mesmas tomam parte ativa do processo do ensino. Não fale sozinho. Coloque uma pergunta e deixe as pessoas darem suas opiniões. Quando a discussão cai ou toma um rumo diferente do proposto, direcione o estudo por meio de outra pergunta e, novamente, deixe-os falar. Seja cuidadoso ao dirigir perguntas às pessoas tímidas. Evite palavras difíceis ou “chavões evangélicos”.

3. Versão. O instrutor não deve apegar-se apenas à uma versão da Bíblia. Os principais textos bíblicos, a serem lidos, aparecem no final de cada frase em negrito, sendo que os demais poderão ser citados ou não, conforme o caso.

4. Liberdade. Permita liberdade de expressão para que cada um exponha sua opinião, porém, mantenha em vista o objetivo da reunião e do estudo.

5. Respostas. Não se sinta obrigado a dar respostas às perguntas levantadas. Não se preocupe com perguntas difíceis que surgirem. Se as perguntas estão dentro do tema, responda-a de forma clara e concisa. Se não souber a resposta, diga que irá pesquisar durante a semana e que trará uma resposta no próximo encontro. Caso surjam perguntas fora do tema, agradeça a pessoa pela participação e diga que irá conversar com ela, depois do estudo, sobre o assunto.

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6. Resumo. No final, faça um pequeno resumo, recordando o que foi estudado. Isto ajuda a assimilar e ver se todos compreenderam o que ouviram. Se você puder reconhecer as pessoas que fizeram os comentários que está resumindo, com certeza gostarão muito!

III- QUANTO AO LOUVOR (OPICIONAL)

1. Adoração. Procure conduzir os participantes à presença de Deus. Este momento precisa ser expontâneo. Não force ninguém a cantar. Deixe o Espírito Santo conduzir a adoração.

2. Facilitação. Use uma folha de cânticos para ajudar todos a participarem. Tenha sempre cópias de canções sobrando para dar aos visitantes. A folha limita o número de canções, o que é bom para que os visitantes aprendam por meio de repetições.

3. Preparo. Demonstre preparo e zelo pelo grupo, escolhendo os cânticos antecipadamente, sendo no máximo três.

4. Instrumento. Se houver alguém no grupo com dom musical, ou que toque violão, poderá encarregar-se desta parte.

IV- QUANTO À ORAÇÃO

1. Anotação. O grupo pode ter um caderno para anotar os pedidos de oração. Estimule as pessoas a orarem pelos assuntos listados em casa. Peça que as pessoas indiquem respostas de orações ou bênçãos que tenham recebido na última semana. Desta forma poderão ver como Deus responde às orações e então louvá-lo por Seu amor.

2. Pedidos. Peça que o grupo compartilhe pedidos de oração. Pode-se pedir que as pessoas, ao lado de quem formular um pedido, fiquem orando de forma especial durante a semana.

3. Imposição de mãos. Identifique se a necessidade e situação favorecem um momento de oração com imposição de mãos do grupo sobre uma pessoa necessitada. Porém deve-se ter sensibilidade para não causar constrangimento aos presentes.

4. Atenção. Dê devida atenção ao momento de oração. A grande maioria das pessoas acaba sendo negligente, gastando todo o tempo da reunião com as primeiras partes. Se a duração da reunião for de uma hora, procure reservar pelo menos dez minutos para esta parte.

V- QUANTO AO ENCONTRO

1. Local. O ideal é que cada grupo de estudo tenha o seu encontro num local permanente, que possibilite a freqüência de todos.

2. Convites. Estimule os membros do grupo a fazerem pontes-de-amizade com seus vizinhos e, então, convidá-los para as reuniões do grupo. Todos deverão ser conscientizados da importância de trazer visitantes para a reunião.

3. Lanche. Normalmente a casa hospedeira pode prover água ou outra coisa para beber. Se houver lanche, deverá ser espontâneo.

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AUTENTICIDADE DA BÍBLIA

Introdução: As Escrituras Sagradas têm sido reconhecida como o maior livro de todos os tempos, devido à sua antigüidade, à sua circulação total, ao número de línguas para as quais foi traduzida, à sua extraordinária grandeza como obra literária, e por sua extrema importância para toda a humanidade. Nosso objetivo neste estudo é de aprendermos algo mais sobre este Livro precioso. I- A COMPOSIÇÃO DA BÍBLIA.

1. Quanto ao nome. A palavra Bíblia é de origem grega (Biblos) e significa “livros”. Dessa forma podemos dizer que a Bíblia é um conjunto de livros sagrados, ou seja, muitos livros encadernados em um só volume. A Bíblia, em geral, contém 66 livros, sendo que 39 são do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento. Há Bíblias que contém 7 livros a mais e, no decorrer dos estudos, iremos entender porque há essa diferença. O termo “Bíblia” não se encontra escrito na Bíblia. Quando fala dela mesma se refere como: Livro do Senhor (Is. 34:16); Palavra de Deus (Hb. 6:5); Escrituras (Jo. 5:39); Palavra de Cristo (Cl. 3:16); Palavra da verdade (II Tm. 2:15); e outros.

2. Quanto a autoria. A Bíblia foi escrita por cerca de 40 autores. Todos eles foram inspirados pelo Espírito Santo. Eles não registraram suas opiniões pessoais, mas a vontade de Deus. Seus autores eram homens diferentes, tanto em cultura como em poder aquisitivo. Lucas era médico, Amós era boiadeiro, Salomão era rei, Pedro pescador, etc. Muitos deles não se conheceram e viveram em épocas muito distantes uns dos outros. Eles escreveram sobre os assuntos mais controvertidos e mesmo assim seus escritos não se contradizem. Não houve oposição, contradição de um escrito com outro, porque foram todos inspirados pelo mesmo Espírito. A Bíblia tanto no Antigo como no Novo Testamento é como que uma engrenagem que trabalha encaixando-se harmoniosamente.

3. Quanto ao tempo de composição. Esses livros foram escritos num período aproximado de 1.600 anos. O primeiro livro escrito foi Jó, aproximadamente no ano 1500 a.C. O último livro composto foi o Apocalipse, no ano 97 d.C. Entre o livro de Malaquias e Mateus há, geralmente, uma página em branco entre os dois testamentos que representa um largo período de tempo que, segundo as melhores informações históricas hodiernamente aceitas, durou mais ou menos 400 anos. Esse período é conhecido como “Período Interbíblico”. Os 400 anos do Período Interbíblico caracterizam-se pela cessação da Revelação Bíblica, pelo silêncio profundo em que Deus permaneceu em relação ao seu povo, pois durante esse período, nenhum profeta se levantou em nome de Deus. Foi nesse período que os livros “apócrifos” foram escritos (para maiores detalhes ver Estudo 2).

4. Quanto a sua atualidade. A Bíblia é um livro antigo, mas, ao mesmo tempo, é atual e relevante para os dias de hoje. Ela nunca fica superada. Seus escritos são atualizados porque a Bíblia é a Palavra de Deus, e Deus sabe todas as coisas, assim como o passado, presente e futuro; portanto, Sua Palavra é para todos os tempos.

5. Quanto a sua importância. A Bíblia é o livro dos livros. Ela não é um escrito comum. Não há o que substitui o estudo da Bíblia, o que aprendemos na Bíblia não aprendemos em lugar algum. O conhecimento, os benefícios, os feitos que o estudo bíblico nos dá, não encontramos em nenhum outro livro.

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6. Quanto aos seus relatos históricos. A Bíblia é um livro que tem merecido confiança em seus relatos históricos. Tanto a arqueologia como a História comprovam isso. A Bíblia narra a história desde antes da criação do mundo, como este foi criado e a história da humanidade existente na época, seja em história ou em profecias. A Bíblia fala também sobre a vinda de Jesus, o chamado "fim do mundo", depois do fim do mundo, o destino eterno da humanidade.

7. Quanto aos seus ensinos. A Bíblia nos dá a sabedoria que nenhum livro poderá nos oferecer. Nela está revelada a vontade de Deus para com o homem. Ela nos ensina, consola, nos dá esperança e nos exorta. A Bíblia dá resposta segura para nossas perguntas, funciona como espelho para o homem. Ela mostra a situação de cada ser humano diante do seu criador e nos capacita a saber quem somos, o estado em que nos encontramos e, o que é de mais importante, mostra-nos a verdade apontando-nos o caminho para uma vida equilibrada e feliz. Ela nos orienta na educação dos nossos filhos, nos ensina a fazer negócios, enfim, tudo o que um ser humano precisa, espiritualmente, emocionalmente e moralmente.

II- A NATUREZA DA BÍBLIA

1. Palavra Eterna (Is. 40:7,8). 2. Fonte de vida eterna (Jo. 5:39). 3. Fonte de verdade (Jo. 8:32; 17:17). 4. Origem divina (II Pd. 1:19-21; Ec. 3:14). 5. É viva e eficaz (Hb. 4:12-13).

III- OBJETIVOS DA BÍBLIA

1. Falar à humanidade (Hb. 1:1). 2. Ensinar os princípios de Deus (II Tm. 3:16,17). 3. Produzir a fé (Rm. 10:17). 4. Preservar de pecar (Sl. 119:11: Mt. 22:29; Pv. 30:5). 5. Mostrar o caminho verdadeiro (Sl. 119:105). 6. Alimentar o homem (Mt. 4:4).

Conclusão: Devemos fazer da Bíblia Sagrada nossa fonte de entendimento, sabedoria e presença de Deus (Provérbios 2:3-5)

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A BÍBLIA E SUAS DIVISÕES

Introdução: A Bíblia, como a conhecemos hoje, tem 66 livros. Apesar disso, os livros bíblicos, em conjunto, constituem apenas uma única obra, um todo completo. Estes livros, de Gênesis a Apocalipse, constituem o cânon da Bíblia, ou seja, aqueles livros que foram escolhidos e catalogados pela Igreja Cristã nos primeiros séculos da era Cristã. A escolha desses livros específicos, e a rejeição de muitos outros, evidencia que o Autor divino não só inspirou a sua escrita, mas também cuidou meticulosamente da sua compilação e da sua preservação. Vamos então, neste estudo, conhecer algo mais sobre a Palavra de Deus e sua estrutura literária. I- DIVISÕES PRINCIPAIS DA BÍBLIA.

1. Antigo Testamento e Novo Testamento. A Bíblia é mais do que apenas um livro. É uma valiosa biblioteca de 66 livros agrupados em duas partes: 39 livros, escritos originalmente em hebraico e aramaico, compõem o Antigo Testamento; e 27 livros, escritos originalmente em grego, compõem o Novo Testamento. Hoje em dia é comum chamar as Escrituras escritas em hebraico e aramaico de “Antigo (ou Velho) Testamento”. Isto baseia na leitura de II Coríntios 3:14, em algumas versões bíblicas. No entanto, o uso de “antigo (ou velho) testamento” neste texto é incorreto. A palavra “Testamento” significa originalmente “pacto, aliança”, e este acordo se refere a uma forma de perdão dos pecados instituída por Deus ao homem. O apóstolo Paulo não se referia às Escrituras Hebraicas e Aramaicas na sua inteireza. Ele, antes, estava falando do antigo pacto da Lei, registrado por Moisés no Pentateuco e que constitui apenas uma parte das Escrituras pré-cristãs. Por este motivo ele disse no próximo versículo: “sempre que se lê Moisés”. Portanto não há base válida para as Escrituras Hebraicas e Aramaicas serem chamadas de “Antigo (Velho) Testamento”, e para as Escrituras Gregas serem chamadas de “Novo Testamento”. O próprio Jesus Cristo chamou a coleção dos escritos sagrados de “as Escrituras” (Mt. 21:42; Mc. 14:49; Jo. 5:39). O apóstolo Paulo chamou-as de “Sagradas Escrituras”, “Escrituras” e “sagradas letras” (Rm. 1:2; 15:4; II Tm. 3:15).

2. Capítulos e versículos. A subdivisão da Bíblia em capítulos e versículos não foi feita pelos escritores originais, mas foi uma adição utilíssima, realizada séculos depois. Os massoretas dividiram as Escrituras Hebraicas em versículos; daí, no século 13 da Era Cristã, acrescentaram-se as divisões em capítulos. Por fim, em 1553, a edição de Robert Estienne da Bíblia em francês foi publicada como a primeira Bíblia completa com as atuais divisões de capítulos e versículos.

II- CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIA DOS LIVROS DA BÍBLIA. A Bíblia está classificada em quatro tipos de literaturas: Históricos, poéticos, proféticos e . epistolas Vejamos como se classifica o Antigo Testamento:

1º. Históricos: Incluem os livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juizes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. 2º. Poéticos: Começam no livro de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão (ou Cântico dos Cânticos). 3º. Proféticos: Estão agrupados nos seguintes livros: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

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Vejamos agora a classificação do Novo Testamento:

1º. Históricos: Começando no Evangelho de Mateus, Marcos, Lucas, João, e Atos, achamos os livros históricos. Estes descrevem a história de Jesus Cristo, desde o nascimento, ministério, morte e ressurreição, bem como a origem da igreja. 2º. Epístolas: Ao todo são 21 epístolas (cartas), sendo que 13 delas foram escritas por Paulo. Estas são: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon e Hebreus. Estas são cartas específicas para igrejas daquela época. Do livro de Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas estão as epístolas gerais. 3º. Profético: Por fim temos o livro de Apocalipse (Revelação). Este é um livro profético escrito por João no final do 1º século na ilha de Pátmos.

III- OS LIVROS APÓCRIFOS Dependendo da editora, a Bíblia pode conter 73 livros, ou seja, 7 livros a mais: I e II Macabeus, Judite, Baruc, Tobias, Eclesiástico, Sabedoria e um acréscimo de dois capítulos (13 e 14) no livro de Daniel. Estes 7 livros e mais estes dois capítulos acrescentados no livro de Daniel não são inspirados pelo Espírito Santo porque foram escritos num período em que Deus não falou com Israel (400 anos). Os próprios autores de tais escritos não reclamam inspiração para eles, mas confessam a falta do Dom profético (I Macabeus 4:46; 9:27; 14:41). Esses livros recebem o nome de Apócrifos. A palavra “apócrifo” é grega e significa “escondido” ou “secreto”, e foi dada a esses livros porque os seus autores são desconhecidos. A data de seus escritos é também matéria duvidosa, embora seja geralmente colocada entre os anos 200 e 100 a.C. Apesar dos livros Apócrifos não serem inspirados pelo Espírito Santo, são de grandes valores históricos. O que nos leva a crer que estes livros não foram inspirados pelo Espírito Santo? Por que são os livros apócrifos rejeitados pelo protestantismo?

1º- Porque estes livros foram inseridos na Bíblia Sagrada em 1.546 no Concílio de Trento, 1200 anos depois da canonização da Bíblia Sagrada. 2º- Todos os livros do Antigo Testamento foram citados no Novo Testamento cerca de 453 vezes, mas os livros apócrifos nenhuma vez. (compare Hb. 2:6,7 com Sl. 8:4,5). 3º- O Senhor Jesus e Seus apóstolos nunca fizeram deles qualquer citação. Josefo (historiador judeu) rejeitou-os, e Jerônimo, ao traduzir a Vulgata (versão da Bíblia em Latim) recusou reconhecê-los. 4º- Em II Macabeus 15:35-39, o autor se desculpa, se caso não tinha sido claro em sua narração, o que torna claro não ter sido divina sua inspiração. 5º- Há controvérsias nos escritos apócrifos, isto é, contradiz em alguns de seus ensinos em relação aos demais livros inspirados conforme Tobias 12:9, que nos garante que a esmola nos livra da morte, apaga o pecado e nos faz encontrar a vida eterna (salvação pelas obras). A Bíblia toda nos ensina que o que nos livra da morte eterna é Jesus, mediante o nosso crer e aceitá-lo como Senhor e Salvador de nossa vida e vivermos como tal, e que nossos pecados somente serão perdoados mediante o nosso arrependimento, confissão e conversão. 6º- Falta ao apócrifos o planejamento progressivo e mútua interconexão das Escrituras do Novo e Antigo Testamentos. Erros históricos, inexatidões, e evidentes histórias e discursos de ficção aparecem. Por estas razões os livros apócrifos não são aceitos como canônicos. Por outro lado, se sua Bíblia contiver livros a mais não significa que ela não servirá para o estudo, pode usá-la normalmente, porém com esta observação que já mencionamos acima.

Conclusão: Que as Sagradas Letras reconhecidas tradicionalmente como Palavra de Deus, possam sempre nos edificar espiritualmente.

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A EXISTÊNCIA DE DEUS

Introdução: Neste estudo, vamos verificar o que a Bíblia ensina a respeito da pessoa de Deus. Numa época em que tantas idéias e conceitos a respeito de Deus são divulgados, é bom verificarmos o que o próprio Deus revelou a respeito de si mesmo. A Bíblia é a Palavra de Deus, é o único livro que pode falar, com autoridade, sobre o assunto.É muito importante saber que a Bíblia não procura provar a existência de Deus, mas parte do pressuposto de que Deus existe e que se revela aos que o buscam em espírito e em verdade. I- OS NOMES DE DEUS A palavra “Deus” não é nome. Refere-se antes a um título que usamos para designar o Ser supremo, o criador de todas as coisas. Todavia, Deus se revelou pelo nome. Os nomes na Bíblia têm significados, os quais geralmente transmitem alguma idéia quanto ao caráter da pessoa que usa o nome. Todos os nomes pelos quais a Bíblia designa Deus são significativos; e, assim, cada um deles permanece como o símbolo de alguma verdade relativa a Ele. Os três principais nomes da Divindade no Antigo Testamento são:

1. Eloim (Gn. 1:2,26,27). 2. Adonai (Gn. 15:1,2,8; Dt. 3:24). 3. Jeová (Êx. 3:14; Ex. 20:7; Is. 42:8).

II- A NATUREZA DE DEUS 1. Deus é espírito (Jo. 4:24). 2. Deus é infinito (I Re. 8:27; Rm. 11:33-36). 3. Deus é eterno (Êx. 15:18; Dt. 33:27; Sl. 90:2).

III- OS ATRIBUTOS NÃO-MORAIS DE DEUS

1. Deus é onipotente (Êx. 15:7; Mt. 19:26). 2. Deus é onipresente (Gn. 28:15; Sl. 139:7-12). 3. Deus é onisciente (Gn. 18:18; II Tm. 2:19). 4. Deus é soberano (Jr. 18:4-6; Mt. 20:15). 5. Deus é imutável (Ml. 3:6; Tg. 1:17).

IV- OS ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS 1. Deus é justo e santo (Êx. 15:11; Lv. 19:2). 2. Deus é bom (Sl. 25:8; Rm. 2:4). 3. Deus é amor (I Jo. 4:8-10).

V- O SER E A NATUREZA DE DEUS

1. Ele deve ser adorado (Jo. 4:23,24). 2. Ele deve ser servido (II Co. 5:15). 3. Ele deve ser proclamado (Atos 17:16, 22-31).

Conclusão: Deus é Deus. Nossa comunhão com Ele é também pela fé. Mesmo que ainda exista mistérios sobre a Sua pessoa, o que a Bíblia nos revela é suficiente para termos uma comunhão vitoriosa com este Ser Supremo, nosso Todo-Poderoso Deus.

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A TRINDADE DIVINA Introdução: Ao ensino de que há um só Deus em três pessoas distintas, separadas uma das outras, porém da mesma essência, chama-se Doutrina da Trindade. A palavra “trindade” não se encontra na Bíblia, mas o ensino encontra-se claramente ali, pois em o Novo Testamento existem 108 passagens comprobatórias. Muitos acham a doutrina de difícil compreensão. Nunca devemos imaginar que algo está errado, só porque não o compreendemos bem. I- A UNIDADE DE DEUS

1. A Bíblia afirma que há um só Deus (Dt. 6:4; Mc. 12:29). 2. As três pessoas divinas são um (I Jo. 5:7,8). 3. A unidade absoluta não desfaz a sua individualidade (Mt. 3:16,17).

II- A TRINDADE DIVINA

1. A Trindade no Antigo Testamento (Gn. 1:1,26). Todos os membros da trindade são mencionados no Antigo Testamento: a) o Pai (Is. 63:16;); b) o Filho de Jeová (Is. 9:6); c) o Espírito Santo (Is. 61:1).

2. A Trindade no Novo Testamento (II Co. 13:13). Dentro do Novo Testamento, a

doutrina da Trindade fica grandemente ampliada: a) o Pai é Deus (Mt. 6:8;); b) o Filho é Deus (Jo. 1:1-4,14,18); c) o Espírito Santo é Deus (Atos 5:3,4).

III- A TRINDADE E OS ATRIBUTOS DIVINOS

1. Eternidade. O Pai (Sl. 90:2); o Filho (Cl. 1:17); o Espírito Santo (Hb. 9:14). 2. Onipresença. O Pai (Jr. 23:24); o Filho (Mt. 18:20); o Espírito Santo (Sl. 139:7). 3. Onisciência. O Pai (Jr. 17:10); o Filho (Ap. 2:23); o Espírito Santo (I Co. 2:10,11). 4. Onipotência. O Pai (I Pd. 1:5); o Filho (II Co. 12:9); o Espírito Santo (Rm. 15:19). 5. Santidade. O Pai (I Pd. 1:16); o Filho (Atos 3:14); o Espírito Santo (Lc. 12:12). 6. Amor. O Pai (I Jo. 4:8,16); o Filho (Ef. 3:19); o Espírito Santo (Rm. 15:30). 7. Verdade. O Pai (Jo. 7:28); o Filho (Ap. 3:7); o Espírito Santo (I Jo. 5:6).

IV- A OBRA DA TRINDADE DIVINA

1. Na criação do universo (Gn. 1:2; Sl. 102:25; Cl. 1:16). 2. Na criação do homem (Gn. 1:26; 2:7; Jó 33:4; Cl. 1:16). 3. Na salvação do homem (Jo. 3:16). 4. Na ressurreição da humanidade (Jo. 5:21; Rm. 8:11).

Conclusão: A grande maravilha deste assunto é que apesar de Deus ser infinito, se preocupa conosco, criaturas tão imperfeitas e limitadas.

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JESUS CRISTO Introdução: Chegamos ao ponto central do cristianismo: Jesus Cristo, embora verdadeiro homem, era também verdadeiro Deus. Esta é uma das particularidades do cristianismo. A Bíblia no Antigo e Novo Testamento funciona como duas engrenagens trabalhando e encaixando-se harmoniosamente. Todos os livros do Antigo Testamento, direto ou indiretamente fazem referência a Jesus. Por tudo isso nosso objetivo neste estudo é pesquisarmos alguns aspectos fundamentais sobre o Senhor Jesus Cristo. I- JESUS EXISTIA ANTES DO SEU NASCIMENTO

1. O evangelista João dá testemunho da preexistência de Jesus (Jo. 1:1,2). 2. O Novo Testamento menciona claramente a preexistência de Cristo antes de seu

nascimento (Cl. 1:15-17). 3. O próprio Jesus declarou que viveu antes de vir a este mundo (Jo. 8:57,58).

II- JESUS VEIO EM FORMA HUMANA

1. Jesus era verdadeiramente Deus (Jo. 14:9). 2. Jesus era verdadeiramente homem (Fl. 2:6,7).

III- JESUS É DIVINO

1. Seu nascimento diferente (Lc. 1:26-35; Mt. 1:18-23). 2. Suas palavras e seus ensinos eram diferentes (Mt. 7:28,29; Jo. 3:10-12; 7:46). 3. O testemunho de seus discípulos (Jo. 20:28). 4. A maneira diferente como viveu (Hb. 4:15). 5. Sua gloriosa ressurreição (Rm. 1:3,4).

IV- A MORTE DE JESUS NA CRUZ

1. Antes de morrer seria escarnecido (Sl. 22:7,8; comp. Mt. 27:41-43). 2. Suas mãos e pés seriam furados (Sl. 22:16; comp. Lc. 23:33; Jo. 20:25-28). 3. Seria crucificado entre malfeitores (Is. 53:12; comp. Mt. 27:38). 4. Ele intercederia pelos seus algozes (Is. 53:12; comp. Hb. 9:24; I Jo. 2:1; Lc. 23:34). 5. Seus amigos o contemplariam de longe (Sl. 38:11; comp. Lc. 23:49). 6. Ele sentiria sede e lhe dariam vinagre e fel (Sl. 69:21; 22:15; comp. Jo. 19:28,29;

Mt. 27:34). 7. Ele seria abandonado por Deus (Sl. 22:1; comp. Mt. 27:46). 8. Seus ossos não seriam quebrados (Sl. 34:20; comp. Jo. 19:32,33). 9. Em uma sepultura de um homem rico colocariam seu corpo (Is. 53:9; comp. Mt.

27:57-60).

V- A RESSURREIÇÃO DE JESUS

1. A maravilha da ressurreição (Mt. 28:1-15). 2. A ressurreição de Jesus é a garantia da nossa (Rm. 6:9). 3. Nos traz nova vida (I Co. 15:17).

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VI- A ASCENSÃO DE JESUS

1. A maravilha da ascensão (Atos 1:9). 2. Mesmo na glória, Ele intercede por nós (Hb. 4:15,16; 7:24,25).

VII- A SEGUNDA VINDA DE JESUS

1. Ele está sempre conosco (Mt. 18:20, 28:20). 2. Ele voltará (At. 1:6-11). 3. Estaremos com Ele para sempre (Jo. 14:1-3).

VIII- JESUS CRISTO É SENHOR

1. Em nossas relações comerciais e de trabalho (Ef. 6:5-9; Cl. 3:22: I Tm. 6:1,2) 2. Em nossas relações domésticas (I Co. 6:15-20; Cl. 3:5; Hb. 13:4).

Conclusão: Jesus é o maior projeto de vida que possamos ter.

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A OBRA DE CRISTO: SUA MORTE

Introdução: Falamos da morte de Cristo como uma “obra” que Ele executou, porque não caiu sobre Ele inevitavelmente ou sem que Ele o soubesse, mas porque resultou de uma escolha definida da parte dEle. É também uma “obra” por causa do que trouxe para os beneficiários dessa morte. O uso do termo “obra” é claramente justificado pelo conceito bíblico e significação da morte de Cristo. I- A IMPORTÂNCIA DA MORTE DE CRISTO

1. É anunciada no Antigo Testamento (Gn. 3:15; Is. 53:4-6). 2. É proeminente no Novo Testamento (Mt. 16:21-23; At. 2:22-24). 3. É a principal razão da encarnação (Hb. 2:9,14; I Jo. 3:5). 4. É essencial para a nossa salvação (Jo. 3:14,15).

II- O SIGNIFICADO DA MORTE DE CRISTO

1. A morte de Cristo é vicária – no lugar de outro (Is. 53:5,6; II Co. 5:21). 2. A morte de Cristo é a expiação dos nossos pecados (Lv. 4:13-20; 6:2-7; Hb. 2:17,18). 3. A morte de Cristo é um resgate (Mc. 10:45; Hb. 9:12).

III- A EXTENSÃO DA MORTE DE CRISTO

1. Cristo morreu pelos eleitos (Mt. 20:28; I Tm. 4:10). 2. Cristo morreu pelo mundo inteiro (Jo. 1:29; I Tm. 2:6; I Jo. 2:2).

IV- A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

1. A importância da ressurreição de Cristo (Rm. 10:9,10). 2. A natureza da ressurreição de Cristo (Lc. 24:39-45). 3. Os resultados da ressurreição de Cristo (Rm. 1:4; 4:25).

Conclusão: Sem Jesus a vida não é vida. Com Ele tudo. Sem Ele nada.

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A ORIGEM DO HOMEM Introdução: Vivemos numa época em que muitas teorias são propostas, visando explicar a origem e a natureza do homem. É importante que se conheça o ensino da Bíblia, a respeito do ser humano. Através da Bíblia, encontramos a resposta e a orientação do próprio Deus sobre a origem, natureza e finalidade da existência do homem, sobre a face da terra, respondendo, assim, quatro perguntas fundamentais: De onde vim? O que sou? Por que vim? Para onde vou? I- A ORIGEM DO HOMEM

1. O homem é a mais elevada de todas as criaturas de Deus (Gn. 1:26-28). 2. O homem, como criado por Deus, é bom (Gn. 1:31). 3. O homem é uma criatura (Gn. 2:7). 4. O homem foi criado um ser inteligente (Gn. 2:15-20). 5. O homem foi criado à “imagem e semelhança de Deus” (Gn. 5:1; 9:6). 6. O homem é um ser moral (Ec. 7:29; Ef. 4:24).

II- A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM

1. A natureza física (Sl. 104:29,30). 2. A natureza espiritual (Jo. 4:24).

III- A RELAÇÃO DO HOMEM COM DEUS

1. O homem, por ser criatura, depende de Deus (Mt. 6:26-30) 2. A recusa do homem em reconhecer a sua relação com Deus (Jo. 3:3-6; I Co. 2:14). 3. O homem natural está perdido (Is. 53:6; Lc. 19:10). 4. Há salvação em Jesus Cristo (II Co. 5:17,18).

Conclusão: Deus nos fez incompletos para que completássemos nEle. Então a única dependência que devemos aceitar é a dependência de Deus em todas as situações, lugares e tempo.

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O HOMEM NATURAL Introdução: Sendo criado por Deus, o homem é um ser racional. Deus lhe concedeu o livre arbítrio, ou seja a liberdade de escolher entre o bem e o mal; de obedecer-lhe ou ignorar Seus mandamentos. A história da humanidade revela a seqüência de decisões tomadas pelo homem. Este, por sua vez, tornou-se rebelde, egoísta e orgulhoso. I- CONDENADO À MORTE.

1. Todos os homens possuem uma natureza pecaminosa e cometem pecados (Sl. 51:5). 2. Todos estão mortos nos delitos e pecados (Ef. 2:1). 3. O procedimento da pessoa sem Cristo é determinado (Ef. 2:2-3):

a) Pelos padrões do mundo (sistema mundial funcionando contra tudo o que é

verdadeiro em Jesus Cristo); b) Pelo príncipe da potestade e do ar (o diabo); c) Pelo espírito que atua nos filhos da desobediência; d) Pelas inclinações (maneira de pensar) da carne (princípio pecaminoso que

opera em nós) e dos pensamentos: vida centralizada em si mesmo e independente de Deus.

4. O fruto produzido por este tipo de vida (Gl. 5:19-21).

II- SEPARADO DA FAMÍLIA DE DEUS

1. Separado do povo de Deus (Ef. 2;12). 2. Escravo do maligno (Rm. 6:16). 3. Filho do diabo (Jo. 8:41, 44,47).

III- SEM ESPERANÇA NO MUNDO.

1. Está desprovido do salvador e em trevas.(I Pd. 2:9,10). 2. Não tem o direito de cidadania dentro da nação eleita (o povo de Deus). 3. Sofre privação espiritual, perdendo os privilégios e vantagens da aliança (Ef. 2:12). 4. Não tem esperança, pois está sem Deus no mundo.

IV- COMO SAIR DA CONDENAÇÃO DA MORTE?

1. Crer no sacrifício feito por Jesus na cruz (Jo. 3:16). 2. Crer que Jesus veio Trazer-nos a vida (Jo. 10:10). 3. Crer que Jesus é o único que pode nos dar a vida eterna (Jo. 17:2,3).

V- COMO PERTENCER A FAMÍLIA DE DEUS?

1. Pelo processo de adoção feito por Jesus (Jo. 1:12,13). 2. Deixando-nos guiar pelo Espírito Santo (Rm. 8:14-17). 3. Reconhecendo a Jesus como nosso irmão (Rm. 8:29).

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VI- COMO TER ESPERANÇA?

1. Crendo no livramento divino (Gl. 1:3,4). 2. Entrando pela única Porta da Salvação (Jo. 10:9). 3. Reconciliando-nos com Deus (Rm. 5:1-11). 4. Aceitando a Jesus como nosso Salvador (Atos 16:31; Rm. 10:9-11).

Conclusão: Deixemos de ser criaturas para sermos verdadeiramente filhos de Deus.

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O PECADO

Introdução: Deus nos ama e deseja que sejamos felizes. Ao mesmo tempo Ele quer que o amemos e depositemos nossa confiança nEle. É nosso amigo, e deseja que sejamos seus amigos Infelizmente, porém, o homem natural não confia em Deus como deveria. Em lugar de seguir Seus ensinos, quer andar pelos seus próprios caminhos. Reluta em depender de Deus e, sempre que deixa de realizar a vontade de Deus, para fazer a sua própria vontade, está pecando. I- O QUE SIGNIFICA PECADO?

1. Pecado é transgressão (Rm. 4:15; I Jo. 3:4). 2. Pecado é erro (Lv. 4:13,14; Mt. 18:15). 3. Pecar é errar o alvo (Lc. 15:18,21). 4. Pecado é uma intromissão da vontade própria na esfera da autoridade divina

(Rm. 1:18-32). 5. Pecado é iniqüidade e perversidade (Mt. 7:21-23; Rm. 4:7).

II- A ORIGEM DO PECADO

1. O pecado originou-se com Satanás levando o primeiro casal a opor-se à vontade de Deus (Gn.2:16, 17; 3:1-6).

2. A natureza humana caída sempre tende para o pecado (Tg.1:14, 15). III- A UNIVERSALIDADE DO PECADO

1. O pecado atingiu toda a raça humana existente (Rm. 3:23). 2. O pecado atingiu todo o homem como ser (Rm. 7:14-24). 3. O pecado atingiu toda a criação de Deus (Gn. 3:17-19; Rm. 8:21,22).

IV- AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO

1. Morte física (Gn. 3:22-24). 2. Morte espiritual (Is. 59:1,2, Ef. 2:1).

V- QUAL DEVE SER A NOSSA ESPERANÇA? A nossa única esperança está depositada em Cristo. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo. 1:29). Ele é aquele que fora prometido para esmagar a cabeça da serpente e derrotar o poder de Satanás (compare Gn. 3:15 com Ap. 12:9). Conclusão: Renovados e salvos podemos dizer como Paulo a Tito: “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt. 2:14).

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O PERDÃO Introdução: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”. Com certeza, estas palavras não são estranhas para ninguém. É a parte da oração do “Pai Nosso” – tantas vezes orada por todos nós – que fala sobre o perdão.O Deus que tem prazer em nos perdoar, deseja que tenhamos também um coração perdoador. Especialmente no contexto de nossa vida cristã, a prática do perdão deve ser algo presente sempre que se fizer necessário. I- O QUE É PERDÃO No Novo Testamento há dois termos gregos que são traduzidos como “perdoar”: “aphiemi”, que significa “remir ou deixar de lado”, e “apoluo”, que significa “libertar, colocar em liberdade”. Daí surgem duas definições básicas para o termo “perdoar”: 1) Parar de culpar alguém por alguma ofensa ou de ter ressentimento contra o ofensor; 2) Cancelar ou anular uma dívida. A palavra “perdoar” nos traz à mente diversos conceitos como: “quitar, absolver, anistiar, isentar, desculpar e eximir”. II- O ENSINO BÍBLICO SOBRE PERDÃO

1. O perdão divino está alicerçado sobre a misericórdia de Deus (Êx. 34:6,7). 2. O perdão dos pecados é uma prerrogativa divina (Sl. 130:4; Dn. 9:9). 3. O perdão depende diretamente da expiação de Cristo (I Jo. 1:9; 2:1,2). 4. O perdão dado por Deus é completo (Sl. 103:12; Is. 38:17).

III- O PERDÃO E A MISERICÓRDIA DE DEUS

1. O reconhecimento da culpa (Dn. 9:8). 2. Arrependimento e confissão (Sl. 51:1-4). 3. O abandono do erro (Pv. 28:13).

IV- OS MOTIVOS PARA COMPARTILHAR O PERDÃO

1. Por causa do exemplo dado pelo Senhor (Ef. 4:32; Cl. 3:13). 2. Por causa dos resultados que proporciona (Mt. 18:23-35). 3. Por causa da condição imposta pelo Senhor (Mt. 6:14,15).

V- OS LIMITES DO PERDÃO

1. Intensidade do perdão (Mt. 18:21,22). 2. Extensidade do perdão (Mt. 6:12). 3. Gravidade do perdão (Lc. 23:34; Atos 7:58-60).

Conclusão: Que a nossa grande dívida com o nosso semelhante seja o de amar e perdoar sempre, como o Senhor faz conosco.

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ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO

Introdução: O conhecimento da Palavra de Deus, que é a verdade, nos leva a tomar consciência da nossa situação diante de Deus, proporcionando em nós a análise da importância da Salvação em nossa vida. Mediante este conhecimento, esta análise, se nós abrirmos o coração, nasce em nós um desejo ardente de acertar a nossa situação, ou seja, romper essa separação que há entre nós e Deus. I- DEFINIÇÃO DE ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO.

1. Arrependimento (Lc. 18:13). 2. Conversão (Atos 26:20).

II- QUAIS SÃO OS PROPÓSITOS DO ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO?

1. Cancelar nossos pecados (Atos 3:19). 2. Produzir a salvação (Lc. 13:1-5). 3. Produzir cura física e emocional (Sl. 32:3; 51:1-13).

III- QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS ADQUIRIDOS?

1. Reatamos o relacionamento com Deus (Atos 2:37-39). 2. Renovamos nossa vida com Deus (II Co. 5:17). 3. Passamos o controle de nossa vida para Cristo (Gl. 2:20). 4. Somos livres da morte eterna (Ez. 33:9,11-20; Ap. 20:6). 5. Somos perdoados e temos nossas orações atendidas (II Cr. 7:14,15).

IV- COMO EXPERIMENTAR O ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO ?

1. Pela ação do Espírito Santo (Jo 16:7-11). 2. Pela ação da Palavra de Deus (Hb 4:12,13). 3. Pelo reconhecimento de que sou um pecador (Lc. 18:9-14; Rm. 3:23). 4. Pela confissão dos meus pecados (Pv. 28:13; I Jo. 1:9).

Conclusão: A confissão nem sempre é fácil. É necessário coragem e humildade para admitir que erramos e confessar que pecamos. Mas, só assim alcançaremos perdão (Lv. 5:5).

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NOVO NASCIMENTO Introdução: Um dos assuntos mais importantes para meditação da mente humana é o do novo nascimento. Jesus é categórico em afirmar que todos nós precisamos nascer de novo. Não basta apenas termos um assentimento intelectual sobre quem é Jesus ou sermos convencidos de quem Ele é o do que fez por nós. É preciso que todos passemos por um processo convulsivo e compulsivo de profundo arrependimento. I- O QUE O NOVO NASCIMENTO NÃO É – JOÃO 1:12,13

1. Um processo natural (Ef. 2:1,2). 2. Um produto de um esforço de vontade. “Nem da vontade da carne”. 3. O resultado da mediação humana. “Nem da vontade do varão, mas de Deus”.

II- O QUE É NOVO NASCIMENTO?

1. Novo nascimento é arrependimento (Jo. 3:5). 2. Novo nascimento é uma mudança espiritual (Tt. 3:4-6).

III- COMO ACONTECE O NOVO NASCIMENTO?

1. Pela regeneração produzida pela Palavra de Deus (Tg. 1:18I; Pd. 1:23-25). 2. Pela recepção do Espírito de Deus (Jo. 16:7-15; Ef. 1:13). 3. Pela fé no sacrifício substitutivo de Cristo (Jo. 3:14-16).

IV- POR QUE HÁ NECESSIDADE DE NASCER DE NOVO?

1. Por causa duma natureza espiritual que falta ao homem (Jo. 3:6). 2. Por causa dum reino espiritual que o homem natural não pode ver e no qual não

pode entrar (Jo. 3:3). 3. Por causa duma vida espiritual que o homem natural não possui (Ef. 2:1-6).

V- QUAIS SÃO AS BÊNÇÃOS DO NOVO NASCIMENTO?

1. A salvação (Jo. 3:15-17). 2. A absolvição do julgamento (Jo. 3:18; Rm. 8:1,2).

Conclusão: Não aceitemos viver a fé Cristã superficialmente. Naveguemos em águas profundas para a glória do Deus Altíssimo.

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BATISMO NAS ÁGUAS Introdução: Para ter significação, o batismo tem de ser o testemunho público de aceitação do que Deus já efetuou em nós, para habilitar-nos a ser membros da família de Deus. Sendo assim, nosso objetivo neste estudo é o de analisarmos o significado bíblico deste rito na igreja de Deus. I- ORIGEM DO BATISMO

O que significa a palavra batismo? A palavra “batizar”, usada na fórmula de Mateus 28:19,20, significa literalmente mergulhar ou imergir. Essa interpretação é confirmada por eruditos da língua grega e pelos historiadores da igreja. Mesmo eruditos pertencentes a igrejas que batizam por aspersão admitem que a imersão era o modo primitivo de batizar Qual é a origem do batismo? Como rito religioso ele se originou em tempos anteriores ao cristianismo. Foi praticado pelos Judeus como meio de receber prosélitos ao judaísmo. O batismo era também praticado pelos essênios (seita religiosa do judaísmo) em conexão com os seus ritos religiosos. II- QUE É BATISMO?

1. Batismo é confissão de fé (Atos 2:38, 41). 2. Batismo é o testemunho da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo e

expressão de novidade de vida (Rm. 6:3-6; Cl. 2:12,13). 3. Batismo é requisito prévio para unir-se à Igreja (Jo. 3:1-5).

III- QUE SIGNIFICA BATISMO?

1. Ele representa que Cristo é o Senhor de nossa vida (Gl. 3:27). 2. Ele representa que pertencemos ao Corpo de Cristo (I Cor. 12:12-14).

IV- COMO É MINISTRADO O BATISMO?

1. Em nome da Trindade Divina (Mt. 28:19). 2. Imersão na água (Mt. 3:13-17; Jo. 3:23).

V- A CONDIÇÃO ESSENCIAL PARA SER BATIZADO

1. Crer no Evangelho (Mc. 16:16). 2. Instrução nas Escrituras (Mt. 28:20). 3. Aceitação dos ensinamento bíblicos (Atos 8:12, 35-38; 18:8). 4. Arrependimento e conversão (Atos 3:19).

Conclusão: O batismo esvazia-se de conteúdo se não exprimir verdadeiramente a passagem da morte para a vida, através do arrependimento pelos pecados. A palavra “arrependimento” indica uma mudança de direção na vida da pessoa e significa muito mais do que apenas uma alteração mental de atitude, ou sentimento de remorso; significa o repúdio do modo de vida pecaminoso do ímpio.

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IGREJA – O CORPO DE CRISTO Introdução: A palavra “igreja” tem dois significados fundamentais no Novo Testamento. Na maior parte de suas ocorrências significa “congregação. Nesse sentido, a ênfase está no grupo local de cristãos, que se reúnem para adoração, companheirismo e serviço cristão (At. 8:1; Rm. 16:16). Outras vezes a palavra igreja é usada para descrever todos aqueles que aceitaram Jesus Cristo como Salvador. É o sentido global e mais amplo da palavra igreja (I Co. 15:9). I- O QUE É UMA IGREJA?

1. A igreja é um grupo de comunhão (Atos. 2:41-44). 2. A igreja é o corpo de Cristo presente no mundo (Rm. 12:3-9; I Co. 12: 12-27). 3. A igreja é um templo espiritual (I Pd. 2:5,9).

II- A ORIGEM DA IGREJA DE JESUS.

1. A igreja começou em Jesus Cristo (Mt. 16:16-18). 2. O fundamento da igreja é o próprio Jesus Cristo (Ef. 2:19-22). 3. A igreja está em processo de edificação (Ef. 2:21,22).

III- CARACTERÍSTICAS DA IGREJA VERDADEIRA.

1. Reconhecimento de Cristo como a cabeça do corpo ( Ef. 1:22). 2. Pregação de Cristo como Salvador e Senhor (I Co. 2:1,2). 3. Os seus membros vivem em comunhão e amor (Jo. 13:34,35). 4. Ensino da Bíblia como única regra de fé (Lc. 24:27; Atos 17:11). 5. Observância dos mandamentos de Deus (Ap. 12:17; 14:12).

IV- POR QUE DEVEMOS PERTENCER À IGREJA?

1. Um membro não tem vida independente (I Co. 12:12; Ef. 4:15,16). 2. É o meio estabelecido por Deus para o nosso crescimento (Hb. 10:24,25).

V- COMO PODEMOS PERTENCER À IGREJA?

1. Sendo ligados no Corpo de Cristo (I Co. 12:13). 2. Tendo convicção da salvação pela fé em Cristo (I Jo. 5:12). 3. Recebendo o batismo ordenado por Jesus (Atos 2:38).

Conclusão: Vivamos diariamente o Projeto Divino como Povo de Deus.

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A CEIA DO SENHOR

Introdução: A Ceia do Senhor é uma participação nos emblemas do corpo e do sangue de Jesus, como expressão de fé nele, nosso Senhor e Salvador. As passagens acerca da Ceia do Senhor encontradas em I Coríntios constituem o relato escrito mais antigo, a respeito da Ceia, em o Novo Testamento. Este rito é citado com nomes variados pelos apóstolos: 1) “O partir do pão”; 2) “A mesa do Senhor”; 3) “A Ceia do Senhor”; 4) “A Comunhão”. I- A CERIMÔNIA DA HUMILDADE – JOÃO 13:1-17

1. A ocasião. A Santa Ceia foi instituída por Jesus na noite anterior à Festa da Páscoa. Foi

nessa ocasião que Ele instituiu a cerimônia da humildade para a Igreja – o Lava-pés. As circunstâncias que favoreceram este rito se deu quando os discípulos disputavam entre si sobre quem era o maior no meio deles (Lc. 22:24-27). Ao chegarem no cenáculo, para comemorarem a Ceia da Páscoa, nenhum deles ofereceu-se a lavar os pés uns dos outros, pois o ato de lavar os pés antes da refeição era comum no meio judaico, mas nem mesmo aos escravos judeus se pedia executar tarefas tão servis. Jesus, porém, demonstrou que a grandeza verdadeira consiste não no lugar onde se assenta, mas no modo como se serve. Foi desta forma que ele instituiu este rito para sua Igreja celebrar antes da Santa Ceia.

2. 3. O significado do ato. Enquanto prosseguia a disputa pelo lugar mais elevado, Jesus

ajoelhou-se e lavou os pés dos discípulos. O Salvador abaixou-se para servir, demonstrando com isso o trajeto percorrido por Ele desde o trono de Seu Pai. O ato de lavar os pés demonstra assim a mais alta purificação feita na cruz do Calvário, limpando-nos dos pecados e da impureza, porém mostra-nos também a necessidade da confissão diária e reconhecimento de que constantemente nos vemos ainda enredados pelo pecado. Dessa forma podemos afirmar que o Lava-pés é uma preparação essencial para o serviço da comunhão. Pelo ato de nosso Senhor, esta cerimônia tornou-se uma ordenança consagrada. Devia ser observada pelos discípulos, a fim de poderem conservar sempre em mente Suas lições de humildade e serviço.

II- COMPREENDENDO A CEIA DO SENHOR

1. A ocasião (Mt. 26:26-30; Lc. 22:17-20). 2. Os elementos usados (I Co. 11:23-25). O pão e o vinho.

III- O SIGNIFICADO DA CEIA DO SENHOR – I CORÍNTIOS 11:25,26 1. Um memorial da morte de Cristo. 2. A proclamação da morte de Cristo (I Pd. 1:18-20). 3. A proclamação da vinda de Cristo. “Proclamamos a morte do Senhor até que ele

venha”.

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IV- COMO PARTICIPAR DA CEIA DO SENHOR

1. Os Cristãos devem participar da Ceia como membros do corpo de Cristo

(I Co. 10:16,17). 2. Fazer um exame pessoal antes da Ceia é de fundamental importância (I Co. 11:27-

28). 3. Não podemos participar da Ceia do Senhor de forma indigna (I Co. 11:29).

Conclusão: Não tratemos a ceia como mero ritual mas como um instante da mais íntima comunhão com o Corpo de Cristo (nossos irmãos) e com o Senhor das nossas vidas.

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DOUTRINA DA FÉ CRISTÃ Introdução: Não existe no mundo uma única pessoa que não tenha fé; a própria vida o prova quando fazemos coisas que exigem uma certa dose de convicção. Esse é o tipo de convicção que chamamos de fé natural. Mas entre tantas demonstrações de fé, falta ainda no coração do homem aquela fé essencial, sem a qual ele não pode viver em paz: a fé em Deus. Neste estudo vamos aprender sobre a “fé” que é o termo usado para identificar a verdade que o cristão dá crédito ou como qualquer outro termo para o cristianismo (Jd. 3). I- DEFINIÇÃO DO QUE É FÉ.

1. Fé é esperança no futuro (Rm. 4:16-21; Hb. 11:17-19). 2. Fé é convicção de fatos (Hb. 11:1).

II- A NECESSIDADE DA FÉ NA VIDA CRISTÃ.

1. Ela aproxima o homem de Deus (Hb. 10:22,23). 2. Ela abre o caminho da salvação (Rm. 10:8-10).

III- COMO RECEBER A FÉ.

1. Pela leitura da palavra de Deus (Rm. 10:17). 2. A fé resulta de uma aceitação do testemunho ou evidência (Jo. 5:46,47).

IV- FÉ E OBEDIÊNCIA.

1. A obediência da fé (Rm. 1:5; At. 6:7). 2. A obediência é simplesmente a fé em ação (Tg. 2:14-26).

V- OS RESULTADOS DA FÉ.

1. A fé assegura a salvação para o homem (Atos 15:9; Ef. 2:8). 2. A fé agrada a Deus (Hb. 11:6). 3. A fé traz paz e justificação ao coração do homem (Rm. 5:1).

Conclusão: A fé é indispensável a uma vida feliz, e só é feliz aquele que está em paz com Deus. Neste contato com o Criador é fundamental demonstrar fé nEle.

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A ORAÇÃO Introdução: “Oração é comunicação com Deus. É um diálogo entre duas pessoas que se amam mutuamente: Deus e o Homem”. Deus está interessado em tudo o que você faz. Assim sendo, Ele tem prazer na oração de seus filhos (Pv. 15:8). Comunicar-se com Deus é um dos grandes privilégios daqueles que já se tornaram filhos de Deus. A oração, dessa forma, é um dos elementos básicos da vida cristã.

1. Aprender a orar é uma grande necessidade (Lc. 11;1).

II- PROPÓSITOS DA ORAÇÃO. 1. Glorificar a Deus (Jo. 14:13,14). 2. Satisfazer as nossas necessidades básicas (Hb. 4:16). 3. Obter respostas de Deus para situações específicas (Mt. 7:7,8). 4. Obter vitória sobre as tentações (Mt. 26:41; Ef. 6:10-18). 5. Apresentar a Deus as nossas preocupações (Fl. 4:6,7).

III- SEGREDOS DA ORAÇÃO. 1. Pedir e crer (Mt. 21:22). 2. Pedir de acordo com a vontade de Deus (I Jo. 5:14,15). 3. Orar em nome de Jesus (Jo. 16:23,24). 4. Confiar na intercessão do Espírito Santo (Rm. 8:26). 5. Ser perseverante (Lc. 11:5-13). 6. Orar com sinceridade (Hb. 10:22).

IV- OBSTÁCULOS À ORAÇÃO.

1. Não pedir com fé (Tg. 1:5-8). 2. Pedir com motivos errados (Tg. 4:3). 3. Pecados não confessados (Sl. 66:18; Pv. 28:13). 4. Desobediência à Lei de Deus (Pv. 28:9). 5. Usar repetições vazias e orar para agradar pessoas (Mt. 6:5-8). 6. Problemas na vida familiar (I Pd. 3:7).

V- ELEMENTOS DA ORAÇÃO.

1. Louvor e adoração (Atos 16:24-26; Ap. 4:11). 2. Ações de graças (I Ts. 5:18). 3. Confissão (I Jo. 1:9). 4. Intercessão (Atos 12:5-10; I Tm. 2:1). 5. Petição (Jr. 29:12,13;Jo. 16:24).

VI- QUANDO ORAR?

1. Sempre (I Ts. 5:17). 2. Momentos específicos que separamos exclusivamente para oração (Mt. 6:6). 3. Em qualquer circunstância (Ne. 2:4). 4. Publicamente (Atos 4:23-31).

Conclusão: Orar é deixar Deus agir. Vivamos intensamente a nossa comunhão com quem nos criou, sustentou e comprou com o sangue de Jesus.

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O ESPÍRITO SANTO Introdução: Em todas as páginas da Bíblia encontramos referências sobre o Espírito Santo. Não poderia ser de outra maneira, pois as Escrituras Sagradas foram produzidas por seu intermédio (I Pd. 1:12). Logo no início, em Gênesis 1:2, encontramos a primeira menção da pessoa do Espírito Santo: “...o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.” I- O ESPÍRITO SANTO É:

1. Uma pessoa (Rm. 8:26,27). 2. Deus (Atos 5:3,4). 3. A Ele se atribuem as obras divinas (Gn. 1:2).

II- NOMES DO ESPÍRITO SANTO.

1. Espírito de Deus (I Jo. 4:2). 2. Espírito de Cristo (Rm. 8:9). 3. Espírito Santo (Lc. 3:16; 12:12). 4. Consolador (Jo. 14:16).

III- A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

1. A obra do Espírito Santo na vida do ser humano (Jo. 16:8; At. 1:8;Tt. 3:5). 2. A obra do Espírito Santo na Igreja de Deus (At. 9:31; 15:28; 20:28 1 Co. 12:7-11). 3. A obra do Espírito Santo no mundo (Jo. 16:9-11).

IV- O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO – GÁLATAS 5:22, 23

1. Em seu interior. O primeiro resultado da presença do Espírito Santo no cristão é sentido através do que se manifesta em seu interior: amor, gozo e paz.

2. Em sua vida exterior. O segundo resultado manifesta-se na vida exterior: benignidade, bondade e longanimidade (longo + ânimo),

3. Em seus relacionamentos. O terceiro resultado do Espírito Santo manifesta-se no íntimo relacionamento da pessoa consigo e com os outros: fidelidade, humildade, domínio próprio.

V- ATITUDES DO CRISTÃO PARA COM O ESPÍRITO SANTO

1. Devemos buscar a plenitude do Espírito (Ef. 5:18-21). 2. Não apagar a influência do Espírito Santo (I Ts. 5:19). 3. Evitar entristecer o Espírito Santo (Ef. 4:29,30). 4. Não resistir à sua voz (At. 7:51). 5. Não mentir ao Espírito Santo (At. 5:3,4). 6. Não blasfemar contra o Espírito Santo (Mt. 12:31,32).

7. Não ultrajar o Espírito Santo (Hb. 10:29).

Conclusão: Que o Espírito Santo seja nosso amigo em todas as áreas de nossas vidas, aqui, como na eternidade.

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BATISMO NO ESPÍRITO SANTO Introdução: Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no Espírito Santo. Por intermédio do Espírito Santo, Deus se manifesta de maneira singular entre o povo de Sua Igreja. Assim, podemos dizer que o Espírito Santo é o agente divino para o serviço do Senhor, revestindo os cristãos de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle (Atos 1:8). Esta obra relaciona-se com o batismo ou com a plenitude do Espírito Santo. Vejamos, então, no que consiste o Batismo no Espírito Santo. I- O QUE É BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

1. Batismo no Espírito Santo é uma promessa do Pai (Lc.24:49). 2. Batismo no Espírito Santo é plenitude (enchimento de poder) deste Ser

Maravilhoso (At. 2:1-4).

II- O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NAS PROFECIAS

1. O profeta Joel fala desse derramamento 750 a.C. (Joel 2:28-29). 2. O profeta Isaías também vaticinou a respeito do Espírito Santo (Is. 44:3). 3. O profeta Zacarias se referiu à promessa mencionando o tempo do cumprimento

(Zc. 10:1). 4. João Batista confirmou a profecia (Mt. 3:11; Mc. 1:8). 5. Jesus testificou que ele mesmo cumpriria Sua promessa (Atos 1:4-8).

III- O CUMPRIMENTO DA PROFECIA

1. O Espírito Santo seria dado após a glorificação de Jesus (Jo. 7:37-39; Atos 2:33). 2. O Batismo no Espírito Santo ocorreu no dia de Pentecostes (Atos 2:1-4).

IV- A EVIDÊNCIA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

1. Em Jerusalém (Atos 2:1-4). 2. Em Samaria (Atos 8:14-20). 3. Em Cesaréia (Atos 10:44-48). 4. Em Éfeso (Atos 19:1-7).

V- COMO RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

1. Precisamos crer em Cristo (Mc. 16:17-18). 2. Devemos obedecer a Deus (Atos 5:32). 3. Devemos pedir o Espírito Santo (Lc. 11:13). 4. Devemos crer (Jo. 7:39; Gl. 3:14).

Conclusão: Tenhamos a “vida abundante” que Cristo desejou para nós (Jo.10:10). Não aceitemos viver na periferia da fé. Deixemos Deus realizar de forma completa a Sua obra em nós.

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DONS ESPIRITUAIS Introdução: Neste estudo, nos propomos a demonstrar a importância dos dons espirituais. Segundo alguns expoentes, os dons dividem-se em ordinários e extraordinários. Na primeira classificação incluem-se os dons de natureza comum. Na segunda encontramos aqueles dons de caráter sobrenatural. Esses dons extraordinários são aqueles nove alistados em I Coríntios 12:8-10: 1) palavra da sabedoria, 2) palavra do conhecimento, 3) fé, 4) curas, 5) operação de milagres, 6) profecia, 7) discernimento de espíritos, 8) variedade de línguas, 9) interpretação de línguas. I- DIVERSIDADE DE DONS – I Coríntios 12:8-11

1. Dons de Revelação. Revelar significa: Tirar o véu; desvelar; fazer conhecer; divulgar; fazer conhecer sobrenaturalmente. Incluem a Palavra da Ciência, Palavra da Sabedoria e o Discernimento de espíritos.

2. Dons de Poder. Trata-se da virtude do Espírito; concedem poder para agir sobrenaturalmente. Incluem os Dons de Curar, Operação de Maravilhas e Fé.

3. Dons de Expressão. Expressão, nesse caso, refere-se à capacidade para falar de maneira sobrenatural. Incluem a Variedade de Línguas, Interpretação das Línguas e Profecia.

II- DONS DE REVELAÇÃO

1. Palavra da sabedoria (I Co 12:8). Por esta expressão entende-se pronunciamento ou da declaração de sabedoria. Revelação ou expressão de Deus, análoga à ocasião. Necessidade de conhecer e saber “como”.

2. Palavra do conhecimento (I Co 12:8). É um pronunciamento ou declaração de fatos, inspirado dum modo sobrenatural. Em suma é saber algo que Deus sabe, saber acerca de Deus, ou acerca de outras pessoas, ou situações, e que vem somente por revelação divina.

3. Discernimento de espíritos (I Co 12:10). Este dom dá capacidade à pessoa para distinguir, para julgar se é o Espirito de Deus que está atuando ou não na vida de uma pessoa. Esse dom capacita o possuidor para “enxergar” todas as aparências exteriores e conhecer a verdadeira natureza duma inspiração ou ação.

III- DONS DE PODER

1. Fé (I Co 12:9). Este Dom é uma dotação especial do poder do Espírito. Parece vir sobre alguns servos de Deus em tempos de crise e oportunidades especiais duma maneira tão poderosa, que não deixa dúvidas de que foi a ação de Deus que se fez presente. Podemos dizer que é esse tipo de fé que nos dá a palavra da divina autoridade.

2. Milagres (I Co 12:10,28). Literalmente: energia poderosa, poder dinâmico, força divina. Um poder sobrenatural, onde o poder divino é manifestado fora do comum, extraordinariamente. Outras palavras são usadas para designar esse dom: maravilhas, sinais, prodígios.

3. Dons de curar (I Co 12:9,28). Literalmente: Livramento das doenças, das piores enfermidades, males incuráveis. Dizer que uma pessoa tenha os dons, significa que são usados por Deus duma maneira sobrenatural para dar saúde aos enfermos por meio da oração. Não se deve entender que quem possui esse dom tenha o poder de curar a todos; deve dar-se lugar à soberania de Deus e à atitude e condição espiritual do enfermo.

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IV- DONS DE EXPRESSÃO - I CORÍNTIOS 12:10

1. Profecia. Falar claramente, anunciar. A profecia, geralmente falando, é expressão vocal inspirada pelo Espírito Santo de Deus. A profecia bíblica pode ser mediante revelação da Palavra do Senhor. Pode também ser extática, uma expressão de inspiração do momento. Significa também falar numa linguagem do poder do Espírito Santo. O propósito deste dom é edificar, exortar, confortar, instruir, consolar (I Co. 14:3,4,31). As profecias devem ser julgadas (I Co. 14:29) mas não desprezadas (I Ts. 5:20).

2. Línguas. Também conhecida como “variedade de línguas”. O Dom de Línguas é o poder de falar sobrenaturalmente em uma língua nunca aprendida por quem fala, sendo essa língua feita inteligível aos ouvintes por meio do Dom igualmente sobrenatural de interpretação. Seu propósito: para sinais (Mc. 16:17). Para a edificação pessoal (I Co 14:4). Para edificação, no culto público (I Co. 14:12,13,26-28,39,40).

3. Interpretação de línguas. Explicar, tornar conhecido o sentido da língua ou a sua significação. O propósito do dom de interpretação é tornar inteligíveis as expressões do êxtase inspiradas pelo Espírito Santo que se pronunciaram em uma língua desconhecida da grande maioria presente, repetindo-se claramente na língua comum ao povo congregado (I Co. 14:5).

V- O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS

1. Para “um fim proveitoso” (I Co. 12:7). 2. Edificação (I Co.14: 12,13). 3. Para que o mundo veja os sinais (Mc. 16:15-18; Hb. 2:4).

VI- A MANEIRA CORRETA DO USO DOS DONS ESPIRITUAIS 1. Valor proporcional (vs. 5-10). 2. Sabedoria (v. 20). 3. Autodomínio (v. 32). 4. Suscetível de ensino (vs. 36,37). 5. Ordem (v. 40).

Conclusão Quando o Espírito Santo está operando, há uma comoção e harmonia, de tal forma que todos que participam são edificados. Sejamos instrumentos do Espírito Santo, edificando de vidas para a eternidade.

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A GRAÇA DE DEUS Introdução: Um dos mais belos aspectos da fé cristã é o da graça de Deus. A palavra graça vem do grego “charis” (ocorre 156 vezes no Novo Testamento) e significa favor imerecido, referindo-se sempre ao infinito amor de Deus e a tudo que Seu amor O levou a fazer para a nossa salvação. A graça de Deus não somente abrange o imerecido favor estendido aos pecadores, mas também a dádiva de poder habilitar Seus filhos a cumprirem a Sua vontade. Sobre este assunto existem três posições teológicas, sendo que duas são extremas, e uma moderada. I- DOUTRINAS SOBRE A GRAÇA.

1. A doutrina da segurança eterna (Rm. 6:1,2; Jd. 4). 2. A doutrina da salvação pelas obras (Gl. 5:4). 3. A doutrina da salvação pela graça (II Co. 8:9).

II- A IMPORTÂNCIA DA GRAÇA NA VIDA CRISTÃ.

1. A salvação vem pela graça (Rm. 3:23,24). 2. A vida cristã depende da Graça (Tt. 2:11-14). 3. A graça é liberdade para crescer (II Pd. 3:18). 4. A graça enriquece e informa (I Co. 1:4,5, 26). 5. A graça é o poder pelo qual os cristãos realizam boas obras (II Co. 9:8,14).

III- LEI E GRAÇA NO ANTIGO TESTAMENTO

1. A graça no jardim do Éden (Gn. 3:15; II Tm. 1:9). 2. A graça de Deus na morte do cordeiro (Gn. 3:21; Ap. 13:8). 3. A graça de Deus na vida de Davi (Sl. 32:1,2; 51:1-12).

IV- DEBAIXO DA GRAÇA E NÃO DA LEI

1. Debaixo da lei (Rm. 6:14 a). Que significa a frase “debaixo da lei”? É evidente que em certo sentido todos os homens, a raça humana toda, estão debaixo da lei de Deus, debaixo de sua jurisdição, de seu domínio, uma vez que a Terra pertence a Deus e é parte de seu universo.

2. 3. Debaixo da graça (Rm. 6:14 b). Que significa estar “debaixo da graça”? Uma vez que

a graça é definida como favor, disposição de mostrar bondade, clemência, misericórdia, perdão, favor divino imerecido pelo homem, o estar “debaixo da graça” significa estar sob o favor de Deus, sob Sua misericórdia, sob Seu perdão.

Conclusão: Vivamos a liberdade doada pelo Filho de Deus (Jo. 8:32, 36) com responsabilidade.

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A LEI DE DEUS Introdução: Um dos assuntos mais importantes da teologia bíblica é a Lei. Este tema tem chamado a atenção de estudiosos desde o início da história do cristianismo.Na língua hebraica a palavra “lei” tem um sentido bastante abrangente designando um ensinamento dado por Deus para regular a conduta do homem. Pode-se dizer que a lei, dada a Israel sob a liderança de Moisés, é o eixo central do qual circula toda a vida do povo escolhido por Deus.A lei dos mandamentos também ocupa papel importante no Novo Testamento. Em resumo, pode-se dizer que, na visão do Novo Testamento (especialmente nos escritos de Paulo), ela tem o objetivo de apontar para Cristo, o único que pode salvar. “Porque a finalidade da Lei é Cristo para justificação de todo o que crê” (Rm. 10:4, A Bíblia de Jerusalém). I- A CLASSIFICAÇÃO DA LEI Mesmo um exame superficial dos textos que falam sobre este assunto, é capaz de mostrar como a lei do povo de Israel era ampla o bastante para cobrir uma vasta área de atividades. Um certo estudioso da Bíblia sugeriu que a lei do Antigo Testamento pode, significativamente, dividir-se em três aspectos: Cerimonial (as observâncias rituais que apontavam para a frente, para a expiação final em Cristo); Judicial ou Civil (as leis que Deus prescreveu para uso no governo civil de Israel), e Moral (corpo de preceitos morais de aplicação universal, permanente, a toda a humanidade). Poderíamos ainda classificarmos a Lei da seguinte forma:

1. Criminal ou Civil. O aspecto, dessa lei, abrange os preceitos dados a Israel para o governo do seu estado civil. Previa, inclusive, pena de morte para alguns delitos (Êx. 21:12,15,17; 22:18,20; Lv. 20:10-16,27, etc.).

2. Circunstancial. Lei que deveria ser aplicada conforme o caso, a circunstância ou a situação. Geralmente inicia-se com um “se”, que transmite idéia de condição. Os seguintes textos dão vários exemplos de leis circunstanciais (Êx. 22:1-17; Dt. 15:12-17).

3. Familiar. A instituição familiar tinha grande peso na vida do povo de Israel. Por isso havia leis que regulamentavam, por exemplo, o castigo aos filhos rebeldes (Dt. 21:15-21), a castidade e o casamento (Dt. 22:13-30), a herança dos filhos primogênitos

4 Cerimonial. Outro aspecto importantíssimo da vida de Israel era o culto ao Senhor. Diversas leis, que tratavam do ritual de culto, abrangiam os vários sacrifícios e ritos cerimoniais que serviram como figuras ou tipos que apontavam para o Redentor vindouro, conforme Hebreus nos capítulos 7 a 10. Vários textos do Antigo Testamento confirmam que os israelitas tinham concepção do significado espiritual desses ritos e cerimônias (Lv. 20:25,26; Sl.26:6; 51:17; Is. 1:16). Diversos textos do Novo Testamento diferenciam o aspecto cerimonial da lei e apontam para seu cumprimento em Cristo (Ef. 2:14,15; Hb. 7:26-28; 9:9-15; 10:1-12).

4. Sanitárias e alimentar. Havia também as chamadas “leis sanitárias”, que regulamentavam sobre a higiene, a alimentação, etc. Como exemplos de leis sanntares pode-se citar as coletâneas de leis que aparecem em Levítico

5. Caridade. Outra característica da lei de Israel, que freqüentemente é ignorada, é o aspecto humanitário que ela apresenta. Estas leis incluíam proteção aos fracos – viúvas, órfãos, levitas e estrangeiros (Êx. 22:21-24); justiça para com os pobres (Ex. 22:25); imparcialidade (Ex. 23:6-8); generosidade por ocasião da colheita (Lv. 19:9-10); respeito pelas pessoas e pela propriedade, mesmo de um inimigo (Ex. 23:4,5); o pagamento imediato de salários ganhos pelo trabalhador contratado (Lv. 19:13); sensibilidade para com as pessoas de quem se tomavam objetos como penhor (Ex. 22:26,27); consideração para com as pessoas recém-casadas (Dt. 20:5-7; 24:5) e até mesmo cuidado para com os animais, domésticos e selvagens, e com as árvores frutíferas (Dt. 20:19,20; 22:6,7; 25:4).

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6. Moral. Diz respeito aos Dez Mandamentos (Ex. 20:1-17). Esta lei reflete a natureza e perfeição moral de Deus. Uma vez que a natureza moral de Deus permanece inalterável, Sua lei também o é, e ela é tão aplicável ao crente hodierno quanto o foi aos crentes aos quais foi dada. O cristão está justificado do poder condenador da lei (Rm. 8:1-3), mas ainda permanece sob sua ordem de obediência como guia para a vida reta diante de Deus (Rm. 3:31; I Co. 6:9-20).

II- CONTRASTE ENTRE A LEI MORAL E CERIMONIAL

1. A Lei Moral (Ex. 20:1-17). A Lei Moral, os Dez Mandamentos, chamamos Lei de Deus. Esta lei vem da eternidade. Os princípios desta lei são a base do governo de Deus. Foi escrita pelo “dedo de Deus” em duas “tábuas de pedra” (Êx. 31:18), denotando, com isso, sua autoria e tempo de duração (eterna). É denominada: “a Lei Real” (Tg. 2:8). Ela era guardada dentro da Arca da Aliança, a qual foi vista por João, na sua visão, no templo de Deus (Êx. 40:20; Ap. 11:19). É uma lei perfeita (Sl. 19:7,8). Nem tampouco é anulada pela fé (Rm. 3:31).

2. A Lei Cerimonial (Ef. 2:15; Cl. 2:14). A Lei Cerimonial continha sete sábados semanais (Lv. 23:27; 23:32); foi desfeita por Cristo em seu sacrifício. Foi escrita por Moisés num livro, o qual foi colocado ao lado da Arca da Aliança (Dt. 31:9,24-26), denotando com isso a temporalidade da lei, freqüentemente chamada de “Lei de Moisés” – título dado aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento(Atos 15:5), veio a existir depois da queda do homem. A Lei Cerimonial “nenhuma coisa aperfeiçoou” (Hb. 7:19). Esta lei “consistia em manjares e bebidas, e várias abluções e justificações da carne” e sacrifícios, destinava-se a chamar a atenção para a primeira vinda de Jesus (Hb. 9:10). Com Sua morte, essa lei foi “cravada na cruz”; era transitória (Hb. 10:1).

III- A NATUREZA DA LEI DE DEUS

1. A lei é eterna e imutável (Mt. 5:18). 2. A lei é santa e justa (Rm. 7:12). 3. A lei é espiritual (Rm. 7:14). 4. A lei é boa (Rm. 7:16; I Tm. 1:8).

IV- OS PROPÓSITOS DA LEI

1. Santificação (Lv. 20:7,8). 2. Apontar o pecado (Gl. 3:19). 3. Conduzir a Cristo ( Rm. 10:4 ;Gl. 3:24).

V- CRISTO E A LEI

1. Jesus viveu sob a Lei (Gl. 4:4,5). 2. Jesus não ab-rogou a Lei (Mt. 5:17-19). 3. Jesus resumiu a Lei em dois mandamentos (Mt. 22:34-40).

Conclusão: É impossível viver sem lei civil, moral e espiritual. Vivamos com temor a nossa jornada Cristã.

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IDOLATRIA Introdução: Ao olharmos os ensinos bíblicos nos mandamentos do Senhor, encontramos de início a afirmação ao povo que deseja ser povo de propriedade exclusiva de Deus. Que deseja servir amorosamente Àquele que os libertou do cativeiro, da escravidão e da manipulação religiosa: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx. 20:3). O desafio deste texto inicial da Lei Moral, era promover a libertação interior do povo da idolatria e de toda forma de culto que não poderia subsistir na vida daqueles que foram libertos e resgatados pelo Único Deus, Vivo e Verdadeiro. I- DEFINIÇÃO DE IDOLATRIA

Ídolo é uma imagem, uma representação de algo, ou um símbolo que seja objeto de devoção passional, quer material, quer imaginado. De modo geral, idolatria é a veneração, o amor, a adoração ou reverência a um ídolo. A idolatria geralmente envolve alguma formalidade, cerimônia ou ritual.Os termos hebraicos usados para se referir a ídolos não raro sublinhavam a origem e a inerente inutilidade dos ídolos, ou então eram termos depreciativos. Entre estas há palavras traduzidas por “imagem esculpida ou entalhada” (literalmente: algo esculpido); “estátua, imagem ou ídolo fundidos” (literalmente: algo lançado ou despejado); “ídolo horrível; “ídolo vão” (literalmente: futilidade); e “ídolo sórdido”. “Ídolo” é a tradução usual da palavra grega “eídolon”, e significa “imagem, falso deus”. Idolatria, no sentido deste estudo, é o desvio da verdadeira adoração a Deus. II- CONCEITO BÍBLICO SOBRE A IDOLATRIA

1. Termos desprezíveis para os ídolos. Nas Escrituras, mencionam-se repetidas vezes os deuses falsos e os ídolos com termos de desprezo, como sendo imprestáveis (I Cr. 16:26); horríveis (I Re. 15:13); impudência (vergonhosa cousa) (Jr. 11:13); detestáveis (Ez. 16:36,37) e repugnantes (Ez. 37:23).

2. A descrição da idolatria na Bíblia. A idolatria é descrita como: Uma abominação a Deus (Dt. 7:25,26); odiosa a Deus (Dt. 16:22; Jr. 44:3,4); sanguinária (Ez. 23:39); sem proveito (Is. 46:7); irracional (At. 17:29); contaminadora (Ez. 20:7; 36:18).

3. O conceito de Deus sobre os ídolos (Is. 44:9-20). O próprio Deus nos leva a uma análise crítica sobre a idolatria, mostrando-nos como pode um ser tão inteligente, como o homem, adorar “coisas” feitas de madeira, pedra ou metal. Ele faz afirmações contundentes sobre os ídolos, dizendo que: a) eles não têm serventia; b) não têm vida nem sentidos (Sl. 115:4-8); c) servem para confundir e envergonhar; d) é feito por homens fracos e mortais; e) são feitos de materiais comuns e perecíveis; f) demonstram a insensatez do homem. Deus condena claramente a procissão de imagens de escultura (Is. 45:20), e ainda afirma que a imagem é mentira, pois não há vida nelas (Jr. 51:17,18).

4. A denúncia do profeta Jeremias (Jr. 44:17-26). A imagem de uma mulher com um menino no colo já era adorada nos tempos do profeta Jeremias. O nome da mulher era Semírames e o nome do menino era Tamúz. Com a “conversão” do Império Romano ao Cristianismo, mudou-se o nome da mulher e também do menino (Maria e Jesus), mas a imagem é a mesma. Até hoje é sustentado, pela tradição, a cor das vestes da Rainha do céu (Jr. 10:1-15). Os homens, no tempo de Jeremias, já se ajoelhavam diante das imagens e adoravam-nas (Jr. 1:16).

5. O conceito dos Santos Apóstolos (Rm. 1:21-23). No conceito do apóstolo Paulo,idolatria é:

a) desconhecimento de Deus; b) adoração falsa; c) falta de gratidão a Deus; d) insensatez;

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e) loucura; 6. f) degeneração. Paulo e Barnabé, após terem efetuado um milagre de cura, recusaram a

adoração por parte da sociedade de Listra (Atos 14:8-18). O apóstolo Pedro também recusou adoração, por também ser homem (Atos 10:25,26). Os próprios anjos de Deus não aceitaram adoração humana (Ap. 22:8,9; Mt. 4:9-10). Os fabricantes de imagens consideravam o cristianismo como uma ameaça a seu lucrativo negócio (Atos 19:23-27).

7. Com relação à idolatria, os cristãos devem: Resguardar-se dela (Js. 23:7); não ter pacto com os idólatras (Êx. 34:16). Os servos do Senhor precisam guardar-se dos ídolos (I Pd. 4:3; I Jo. 5:21), até mesmo hoje em dia.

III- PRIMÓRDIOS DA ADORAÇÃO DE ÍDOLOS NA HISTÓRIA B ÍBLICA

1. Idolatria antediluviana (Gn. 3:6,17; 6:3-5,11-13; Is. 14:12-14; Ez. 28:13-15,17). 2. A Idolatria nos tempos patriarcais (Gn. 10:9; 11:1-9, 27,28; Js. 24:2). 3. Idolatria nos tempos da Lei (Êx. 20:1-6; Dt. 7:5,6; 29:17).

IV- FORMAS DE IDOLATRIA

1. Prostituição cerimonial, o sacrifício de crianças, a bebedice e a autofragelação, a ponto de sangrar (I Re. 14:22-24; 18:28; Jr. 19:3-5; Os. 4:13,14; Am. 2:8).

2. Veneração dos ídolos, por partilhar com eles a comida e a bebida em festividades ou cerimônias em sua honra (Êx. 32:6; I Co. 8:10).

3. Curvar-se e oferecer sacrifícios aos ídolos, por meio de cânticos e danças diante de tais, a até mesmo por beijá-los (Êx. 32:8,18-20; I Re. 19:18; Os. 13:2).

4. Praticava-se também idolatria por preparar uma mesa com alimentos e bebidas para os deuses falsos, por fazer ofertas de bebidas, de bolos sacrificiais e de fumaça (incenso) sacrificial, e por chorar em cerimônia religiosa (Is. 65:11; Jr. 7:18; 44:17; Ez. 8:14).

5. A idolatria também consistia na adoração de corpos celestiais (astrologia), tais como a lua, o sol e as estrelas (Ez. 8:16; Dt. 4:15,19; 17:2,3; II Re. 17:16).

6. Adoração de animais, anjos, demônios e homens (Sl. 106:19,20,28; Cl. 2:8; Ap. 9:20). 7. Consistia também em fazer o filho passar pelo fogo, consultar adivinhos (búzios, tarô,

sortes etc.), prognosticador (astrologia), agoureiros e feiticeiros; procurar encantadores, mágicos e necromantes (Dt. 18:10-14).

V- AS CONSEQÜÊNCIAS DA IDOLATRIA

1. Desvia-se da verdadeira adoração a Deus (Jo. 4:23,24). 2. Presta-se culto aos demônios (I Co. 10:14,19-22). 3. Desfaz-se do verdadeiro mediador entre o homem e Deus (I Tm. 2:5). 4. Não herda-se o Reino dos Céus (I Co. 6:9,10; Ap. 21;8).

Conclusão: Adoremos e sirvamos exclusivamente àquEle que sonhou conosco desde os tempos eternos para honrar e testemunhar do Seu poder.

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O DIA DO SENHOR

Introdução: Vamos tratar de um assunto relevante, o Sábado. Um estudo cuidadoso a este respeito, tanto do ponto de vista doutrinário como histórico deixará bem claro que o dever do homem de guardar o Sábado permanece enquanto ele existir sobre a terra.A palavra “Sábado” vem do hebraico “shabath”, significa: desistir, cessar, acabar, pausa, interromper, donde vem a idéia de descanso. Logo depois que se completou a grande obra da criação, foi instituído o Sábado (Gn. 2:1-3), e, por causa da sua origem divina, é dia que se deve santificar perpetuamente. I- A INSTITUIÇÃO DO SÁBADO – GÊNESIS 2:1-3

1. O Sábado foi instituído no fim da Criação. 2. O Sábado foi abençoado e santificado por Deus.

II- O SÁBADO NO ANTIGO TESTAMENTO

1. O Sábado foi observado por Abraão, o pai da fé (Gn. 26:5). 2. O Sábado foi observado antes de ser dada a lei no Monte Sinai (Êx. 16:4,5,16-30). 3. A observância do Sábado foi incluída no quarto mandamento da Lei de Deus

(Êx. 20:8-11). III- CRISTO E O SÁBADO

1. O Sábado foi observado por Jesus em seu ministério terreno (Lc. 4:14-16,31). 2. O Sábado, e todos os demais mandamentos, foram defendidos por Jesus

(Mt. 5:17-20). 3. Jesus reafirmou a verdadeira instituição do Sábado (Mc. 2:23-28). ]

IV- OS APÓSTOLOS E O SÁBADO

1. O Sábado foi observado pelos seguidores de Jesus após sua morte (Lc. 23:54-56). 2. O Sábado foi observado pelos Apóstolos em Antioquia (Atos 13:14,15; 42-44). 3. O Sábado era observado mesmo onde não havia Igreja (Atos 16:12-15). 4. O Sábado foi também observado em Tessalônica e Corinto (Atos 17:1,2; 18:1,4,11).

V- TIRANDO DÚVIDAS SOBRE O SÁBADO

1. Diferença entre o Sábado moral e os Sábados cerimoniais (Ez. 20:12,20; Os. 2:11). 2. O Sábado que foi abolido por Deus (Cl. 2:14-17). 3. A instituição do Domingo como dia de guarda (Dn. 7:25).

Conclusão: Deus quer que tenhamos uma vida sadia. O sábado faz parte deste projeto. Sejamos física, emocional e espiritualmente equilibrados para louvor do Senhor, que tudo fez perfeito para sermos felizes.

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O DIA DA MORTE DE JESUS Introdução: Em que dia morreu e ressuscitou Jesus Cristo? Para a maioria dos cristãos a resposta à esta pergunta é: “morreu na Sexta-feira e ressuscitou no Domingo de Páscoa”. Porém não é tão simples assim. Examinando as Escrituras encontraremos a verdade sobre o dia da morte de Jesus na Cruz. O presente estudo tem como objetivo examinar uma série de textos bíblicos que o farão entender melhor os fatos que envolveram a pessoa de Cristo com relação à sua morte e ressurreição. I- A PÁSCOA: SUA RELAÇÃO COM A MORTE DE CRISTO

1. A instituição da Páscoa (Êx. 12:1-14; Dt. 16:6,16; Nm. 28:17,18). 2. Os elementos da Páscoa (Êx. 12:5). 3. A morte de Jesus e sua relação com o Páscoa (I Co. 5:7).

II- A DETERMINAÇÃO DA DATA DA MORTE DE JESUS

1. A profecia de Daniel (Dn. 9:24-27). O anjo explicou a Daniel que passaria 69 semanas proféticas desde a saída da ordem de restaurar e edificar Jerusalém até ao Messias, o Príncipe. Na profecia de Daniel, a palavra semana, segundo se entende no contexto, significam 7 anos. Tomando isso por base, faremos o cálculo para saber o tempo em que apareceria o Messias. Segundo as Escrituras, desde que se deu a ordem para a restauração de Jerusalém nos dias do rei Artaxerxes, que foi no ano 457 a.C. (Ne. 2:1), até o dia quando chegasse o Messias, passariam 483 anos (69x7 = 483 – 457 = 26). Este tempo cumpriu-se literalmente no batismo de Jesus, quando João o batizou no rio Jordão, iniciando, assim o seu ministério no outono do ano 27 d.C. Segundo a profecia, o Príncipe seria tirado (morto) no meio da septuagésima semana profética, ou seja, três anos e meio depois do concerto, o que se deu no ano 31 d.C.

2. A ano da Sua morte (Lc .3:1-3). Lucas declara que João Batista começou a batizar no décimo quinto ano do reinado de Tibério César, o imperador romano. Isso ocorreu 15 anos após o ano 12 d.C., quando começou a reinar com Augusto. Portanto, temos aqui o ano do batismo de Jesus, que se deu no ano 27 d.C. O ministério de Jesus foi de três anos e meio, o que somado aos 27, somos transportados ao ano 31 d.C. Sendo assim, temos o ano 31 como sendo o ano da morte de Cristo.

3. O sinal da sua morte (Mt. 12:40). Há três palavras gregas para designar milagres: a) “ teras”, coisa maravilhosa; b) “dunamis”, poder maravilhoso; c) “semeion”, uma prova ou sinal sobrenatural. Os judeus pediram um sinal para Jesus. Para confirmar a obra de Jesus, haveria o maior prodígio de todos. O tempo de permanência na sepultura foi dado por Jesus como o sinal da Sua messianidade. Esse tempo seria, segundo Jesus, de três dias e três noites. A analogia a Jonas serviu ao propósito de Jesus para apontar para Sua ressurreição.

III- O MINISTÉRIO DA ÚLTIMA SEMANA

1. Sexta-feira anterior à morte (Jo. 12:1; Lc. 13:22). Jesus saiu de Efraim e se dirigiu para Betânia. Isso ocorreu 6 dias antes da comemoração da Páscoa dos judeus. Isto significa que a referida saída ocorreu no dia 9. O percurso entre Efraim e Betânia não poderia ser feito senão em um dia comum de trabalho, em razão da distância, cerca de vinte quilômetros.

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2. Sábado anterior à morte (Lc. 13:10, 31-33; 14:1; 18:31-34; 19:1-5). Jesus ensina numa sinagoga. Neste mesmo dia vamos encontrá-lo participando de um banquete. De acordo com o costume judaico, o Senhor não teria prosseguido com Sua viagem no Sábado. No final daquele Sábado, Jesus foi informado de que Herodes procurava ocasião para matá-lo, e isso fez com que se retirasse dali com Seus discípulos para Jericó (Mc. 10:46,51-52). Porém, antes de sair, mandou dizer a Herodes que tinha uma agenda a ser cumprida, abrangendo três dias de intensa atividade e que só depois disso, seria consumado. Naquela noite, Jesus pousou na casa de Zaqueu, em Jericó.

3. Primeiro dia da semana anterior à morte (Mt. 20:29; 21:1-11). Pela manhã do primeiro dia da semana, Jesus juntou-se à uma caravana de peregrinos vindo da região da Peréia, dalém do Jordão, e com eles entrou em Jerusalém, montado em um jumentinho. Nesse mesmo dia expulsou os cambistas do templo (Lc. 19:45,46). À noite, retirou-se para Betânia, onde pousou (Mc. 11:11). Chegava ao fim o primeiro dia da sua agenda de trabalhos mencionada em Lucas 13:31-33.

4. Segunda-feira anterior à morte (Mt. 26:1, 14-16, 22). Jesus voltou à Jerusalém na manhã de Segunda-feira, dia 12 de Abibe, indo ao templo, onde ficou ensinando (os ensinos são os que estão em Mateus 21:23 a 25:46). Mateus registra que “daqui a dois dias é a Páscoa...”. E ele ainda acrescenta que é nesse dia que “o Filho do homem será entregue para ser crucificado”. Isto iria ocorrer no dia 14 de Abibe, numa Quarta-feira, o último dos 6 dias de João 12:1 e também o último dos 3 dias mencionados em Lucas. Ainda nesse mesmo dia Judas procurou o príncipe dos sacerdotes para combinar o preço da traição.

5. Terça-feira anterior à morte (Lc. 22:17-19). Ao pôr-do-sol daquele dia Jesus mandou preparar o local dos preparativos da Páscoa que seria comido ao entardecer do dia 14. Jesus, porém, antecipou para a noite do dia 13 (Terça-feira), comendo assim a Páscoa com seus discípulos uma noite antes do normal. Depois levantou-se da mesa e lavou-lhes os pés (Jo. 13:1-17) e instituiu a Santa Ceia (Mt. 26:26-29). Logo após anunciou a traição dando um bocado de pão a Judas que saiu para chamar os soldados, “e era já noite” (Jo. 13:30). Jesus deu as últimas instruções aos Seus discípulos (Jo. 13:31 a 17:26). Depois saiu com eles para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto “e Judas, que o traia, também conhecia aquele lugar” (Jo. 18:1,2). Logo após, Judas chega com soldados, “a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio ali com lanternas, tochas e armas” para prenderem a Jesus. Os discípulos fogem, deixando Jesus sozinho. Ainda nessa mesma noite, Ele foi levado perante Anás (Jo. 18:3,12,13).

IV- O DIA DA MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS Já pudemos observar que a última Páscoa comemorada por Jesus ocorreu no ano 31 d.C., e o cordeiro pascal, segundo as Escrituras, devia morrer exatamente no dia 14 do mês de Abibe. Vejamos agora em que dia ocorreu a morte do nosso Salvador.

1. O dia da Sua morte (Lc. 22:66-71; 23:6-12; Jo. 18:39,40). Cedo, de manhã, na Quarta-feira, dia 14 de Abibe, Jesus foi levado da casa de Caifás para a audiência com Pilatos. Antes, passou pelo julgamento formal diante do Sinédrio. Pilatos enviou Jesus a Herodes. Herodes enviou Jesus novamente a Pilatos, que soltou a Barrabás (Mt. 27:15,16,26). Jesus é coroado, espancado e forçado a levar a cruz até o monte do Gólgota, onde é crucificado entre dois ladrões (Mt. 27:27-38), e desde a hora sexta (meio-dia) até a hora nona (três horas após meio-dia) houve trevas. Houve um grande terremoto e o véu do templo se rasgou em duas partes (Mt. 27:45,51). À hora nona Jesus expirou, e caindo a tarde, José de Arimatéia foi ter com Pilatos para pedir o corpo de Jesus.

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2. A seguir, com Nicodemos, prepararam o corpo para o sepultamento (Mt. 27:57-60; Jo. 19:38-42), e o sepultaram num sepulcro novo, ao pôr-do-sol. A partir daqui começam “os três dias e três noites”.

3. A preparação dos Judeus (Mt. 27:62). Sendo Jesus crucificado na Quarta-feira, o dia imediato, Quinta-feira, era o dia chamado “o grande Sábado” (feriado judaico, Jo. 19:31); era o dia 15 de Abibe ou Nisã, o primeiro dia após o sacrifício do cordeiro pascoal. Este dia da preparação não era a Sexta-feira, mas sim o preparo dos judeus para a Páscoa (Mt. 26:1-5; Mc. 14:1,2). Esse é o motivo de Mateus não ter usado o termo “Sábado”, para não ser confundido com esse dia.

4. O dia da ressurreição (Mt. 28:1). Mateus registra que “no findar do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana”, as mulheres foram ver o sepulcro de Jesus. É importante notar que o dia hebraico termina no pôr-do-sol. Portanto, fica evidente que Jesus ressuscitou no pôr-do-sol do Sábado, e não no Domingo de manhã, como é ensinado por muitos. A ressurreição de Jesus teria de se dar no Sábado, ao pôr-do-sol, no momento exato quando se completariam os três dias e as três noites – no seio da terra. Relembremos aqui o tempo: Jesus passou na sepultura, as noites de: Quarta para Quinta; de Quinta para Sexta e de Sexta para o Sábado = três noites; passou os dias de: Quinta, Sexta e Sábado o dia todo até o momento da ressurreição, no findar do dia, segundo as Escrituras = três dias. Portanto, “três dias e três noites” (veja o diagrama).

Gráfico Ilustrativo

Sepultamento Ressurreição Mateus 27:57 Mateus 28:1

Noite Dia :

Lucas 13:31-33 Mateus 12:40 “Três dias e três noites” V- A HARMONIA DOS EVANGELHOS Há textos que se apresentam como forte objeção ao assunto; porém, o estudo dos mesmos ajuda a entender essas coisas. Quando comparados uns com os outros: a causa justa aparece. Vejamos como se harmonizam os evangelhos.

1. A preparação das mulheres (Mc. 16:1,2; Lc. 23:53-56). Lucas registra a preparação das mulheres antes do Sábado e Marcos depois do Sábado. Como se explica isso? É importante lembrar que aquela semana teve dois sábados: o Sábado pascal e o sétimo dia. O Sábado pascal era comemorado no dia 15 de Abibe (não importava o dia da semana em que caísse). Neste dia era feita a “santa convocação” (Lv. 23:6,7).

Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado

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2. Assim fica claro que as mulheres compraram as especiarias na Sexta-feira daquela semana, e que o escritor Marcos faz referência ao Sábado pascal, o qual ocorreu numa Quinta-feira, enquanto Lucas menciona o Sábado do sétimo dia da semana.

3. A ressurreição no primeiro dia da semana (Mc. 16:9). A Bíblia, quando foi escrita, não tinha as divisões de capítulos e versículos, como tem agora, tampouco, a pontuação, pois os textos eram escritos à mão e em ordem seguida, mesmo sem separação de palavras. Por conseguinte, a vírgula que aparece logo após a palavra “semana” não foi colocada por Marcos. Porém quando a pontuação entrou em vigor, foi colocada de acordo com o pensamento da ressurreição no primeiro dia da semana. Entretanto, o texto precisa ser lido com a pontuação da seguinte maneira: “E tendo Jesus ressuscitado, na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria madalena, da qual tinha expulsado sete demônios”. A referência do primeiro dia é então ao encontro de Jesus com Maria e não à ressurreição.

Conclusão: Nada está por acaso na Bíblia Sagrada. Deus quer creiamos em coisas verdadeiras. Aceitemos mais esta maravilhosa verdade.

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ALIMENTAÇÃO E SAÚDE Introdução: O criador de todas as espécies determinou ao homem o seu alimento sadio, puro, e, Ele mesmo, proibiu alguns por conhecer a espécie que não serve para alimento ao homem. As leis divinas dadas ao homem têm como finalidade orientá-lo em todo seu modo de proceder, porque o Criador quer o bem do ser humano, tanto na sua vida social, quanto na sua saúde (III Jo 2). Esta é a função da Lei de Alimentação e Saúde, exarada em Levítico 11 e Deuteronômio 14, tantas vezes depois referida nas páginas da Bíblia Sagrada. I- LEI CONHECIDA E PRATICADA

1. A alimentação antes do Dilúvio (Gn. 1:29,30; 6:21). 2. A alimentação prenunciada (Gn. 7:2,8,9). 3. A alimentação após o Dilúvio (Gn. 9:3,4). 4. A alimentação de Israel no deserto (Êx. 16:4,35).

II- A SEPARAÇÃO DOS ANIMAIS LIMPOS E IMUNDOS

1. Os quadrúpedes (Lv. 11:1-8). 2. Os peixes (Lv. 11:9-12). 3. As aves (Lv. 11:13-19). 4. Os insetos (Lv. 11:20-23). 5. Os répteis (Lv. 11: 27-32).

III- OUTRAS REGRAS DE ALIMENTAÇÃO E SAÚDE

1. Utensílios de barro (Lv. 11:32,33). 2. Animal dilacerado (Lv. 17:15). 3. Carne sufocada (Atos 15:20; 21:25).

IV- A LEI DA ALIMENTAÇÃO E SAÚDE NO NOVO TESTAMENTO

1. Pedro era fiel à essa lei (Atos 10:1-17,28,34). 2. Paulo reafirmou esta lei (I Tm. 4:1-5). 3. João fez menção às aves imundas (Ap. 18:2).

V- AS CONSEQUÊNCIAS DA DESOBIÊNCIA À LEI DA SAÚDE E ALIMENTAÇÃO

1. Torna-se imundo aos olhos do Senhor (Lv. 11:4). 2. Comete-se um pecado abominável (Lv. 11:12,13). 3. Fica sujeito ao juízo divino (Is. 65:2-6; 66:17).

VI- OBJEÇÕES E RESPOSTAS

1. O comer sem lavar as mãos (Mt. 15:1-20). A “tradição dos anciãos” era a tradição oral judaica e que, nesse caso, foi rejeitada por Jesus. O problema de lavar as mãos antes das refeições era de interesse ritual, em vez de sanitário, e os fariseus consideravam como uma marca de piedade. Se um judeu tocasse um gentio, ficava cerimonialmente impuro e teria que lavar-se muitas vezes (Mc. 7:3,4).

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2. Jesus, porém, rejeitou essa distinção ritual entre o puro e o impuro. Assim a discussão aqui não é em torno de comer ou deixar de comer, mas sim, de comer sem lavar as mãos (v. 20). Quando Jesus diz que o que entra pela boca não contamina o homem, não estava referindo-se a alimentos impuros, mas afirmando que o mal não está na natureza das coisas, dando a entender que a raiz do mal está no coração humano.

3. Os fracos na fé (Rm. 14:1-12). A questão debatida aqui refere-se ao fato de que as pessoas devem incluir a carne na alimentação, ou serem vegetarianas. Esses versos não indicam, entretanto, que o cristão pode comer de tudo. Paulo não está falando de alimentos nocivos à saúde. Ele não insinua que o cristão de forte fé pode comer de tudo, sem levar em conta o efeito que isso poderá ter sobre o seu bem-estar físico. Estes versículos referem-se bem definidamente aos vegetarianos. Alguns deles levantaram objeções contra a ingestão da carne de animais, por terem a idéia de que os animais eram sagrados, pelo que não deviam ser abatidos e comidos. Ora, Paulo pensava que os crentes que insistiam sobre essas coisas, como parte de suas convicções religiosas, são irmãos “débeis na fé”. Não há nada de errado em ser alguém vegetariano, se trata-se de uma preferência por razões totalmente pessoais; mas ninguém deve transformar isso numa regra de conduta cristã, uma norma de fé, como se isso fosse necessariamente um aspecto de sistema ético do cristianismo. Porém, para Paulo, a tolerância recomendava a abstenção em determinadas circunstâncias.

4. Alimentos sacrificados a ídolos (I Co. 8:1-13). Aqui temos uma resposta do apóstolo Paulo aos irmãos de Corinto sobre o tema: Coisas oferecidas aos ídolos. Muitas pessoas têm feito grande confusão sobre o assunto ao pensar que Paulo aqui está tratando de carnes limpas ou imundas. O assunto aqui não é saber se pode comer este tipo de carne ou não, ou se esta carne é limpa ou não. Aqui temos dois tipos de irmãos: Os que vieram do judaísmo e os que vieram do paganismo. Embora os dois grupos fossem cristãos, suas raízes eram muito diferentes. Os irmãos judeus, compravam a carne sacrificada aos ídolos sem nenhum problema, pois para eles, o ídolo não existia. O ídolo era apenas um pedaço de madeira, bronze ou ferro. Conheciam apenas Jeová, o único Deus. Por outro lado, os irmãos que vieram do paganismo, que viveram toda vida sacrificando alimentos aos seus deuses, não aceitavam de modo nenhum a idéia de um cristão comer algum alimento que tenha sido oferecido a qualquer deidade pagã. Para este cristão, comer desta carne era estar envolvido no culto ao deus pagão.

5. Alimentos e mercado (I Co. 10:19-33). O problema dos alimentos sacrificados e oferecidos aos ídolos era comum na sociedade de Corinto. O cristão enfrentava este problema no açougue, no mercado, nas casas dos amigos. Enfim, enfrentava esta delicada situação por toda parte. Aqui Paulo não está discutindo carne limpa ou impura, mas carnes que foram dedicadas aos ídolos e então levadas para o mercado, para ser vendida. Considerando que o ídolo não é nada, pois há um só Deus, a carne não tinha nenhum problema e nenhuma contaminação. O conselho de Paulo foi: “Não pergunte”, mas, se alguém vos disser: “Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais” (v. 28). Aqui Paulo aconselha aos irmãos para respeitarem a consciência de alguém que poderia ficar escandalizado, vendo comer um alimento, que para quem estava comendo não tinha nenhum problema, mas para ele teria.

Conclusão: Nosso corpo é Santuário do Espírito Santo (I Co. 6:19, 20), por isso até mesmo a nossa alimentação deve glorificar a Deus ((I Co. 10:31)

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MORDOMIA CRISTÃ Introdução: O termo “Mordomia” abrange várias fases da responsabilidade cristã tais como o dar o tempo e talentos tão bem quanto bênçãos materiais. Este estudo, no entanto será limitado ao que Deus ensina sobre a adoração do homem através da oferta. A Palavra de Deus tem muito a dizer a respeito disto. Nós estudaremos os princípios básicos sobre os quais a oferta cristã repousa. I- TODAS AS COISAS PERTENCEM A DEUS

1. Prata e ouro (Ag. 2:8). 2. Os rios (Ez. 29:9). 3. Toda a terra e pessoas (Sl. 24:1,2). 4. Nossos corpos (I Co. 6:19,20).

II- TODO CRISTÃO É UM MORDOMO

1. Somos administradores (Mt. 6:25-34). 2. Devemos ser fiéis (I Co. 4:2).

III- MORDOMIA É ENTREGA TOTAL

1. A entrega de Jesus por nós (II Co. 8:9). 2. A nossa entrega pessoal a Jesus (Rm. 12:1,2).

IV- O DÍZIMO COMO FORMA DE MORDOMIA

1. Sua prática voluntária (Gn. 14:18-20; 28:20-22). 2. Sua prática ordenada por Deus (Lv. 27:30-33). 3. Sua prática confirmada por Jesus (Mt. 23:23; Lc. 10:7). 4. Sua prática validada no ministério Apostólico (I Co. 9:7-14; II Co. 11:8).

V- AS OFERTAS VOLUNTÁRIAS COMO FORMA DE MORDOMIA

1. Sua prática ordenada por Deus (Dt. 16:16,17; Pv. 3:9, 10). 2. Sua prática confirmada pelos Apóstolos (Atos 4:34,35; II Co. 9:6-8).

VI- AS BÊNÇÃOS DE DEUS PARA OS MORDOMOS FIÉIS – MALAQUIAS 3:7-12

1. Deus promete voltar-se para nós com sua graça. 2. Deus promete abençoar-nos de forma abundante. 3. Deus promete abençoar nossos investimentos financeiros. 4. Deus promete abençoar nossa reputação social.

Conclusão: Sirvamos a Deus com alegria. Todo sacrifício de nossa parte ainda fica distante do que Jesus sofreu por nós na cruz.

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A CONDUTA CRISTÃ Introdução: Um ponto muito importante no evangelho é a restauração do ser humano. Ela abrange os aspectos mental, físico, espiritual e social. A autêntica vida cristã não significa que a pessoa não pode usar isto, ver aquilo ou fazer alguma coisa. Significa, isto sim, que ela pode resolver comer o que é bom; pode resolver usar o que é decente, modesto e saudável; pode decidir ver e fazer o que é melhor e mais útil. Se esta atitude significar o abandono de alguma prática ou hábito acariciado, o cristão sabe que isso é para o seu bem. A relação pessoal com Cristo é mais importante do que qualquer outra coisa na vida. I- A VIDA MAIS ABUNDANTE

1. A lei da semeadura (Gl. 6:7). 2. O direito de propriedade (I Co. 3:16,17; 6:19,20). 3. O perigo do escândalo (I Co. 10:23,31,32). 4. As obras da carne (Gl. 5:16-25).

II- A CONDUTA CRISTÃ - RESPONSABILIDADE DE TODOS

1. A prática do amor (I Pd. 3:8,9). 2. A prática do bem (I Pd. 3:10-12).

III- A CONDUTA CRISTÃ NA SOCIEDADE - I PEDRO 2:11-2 1

1. Abstenção das paixões carnais (v. 11). 2. Prática das boas obras (v. 12). 3. Liberdade com responsabilidade (vs. 15-17). 4. Respeito aos superiores (vs. 18-20). 5. Imitação de Cristo (v. 21).

IV- A CONDUTA CRISTÃ E O DEVER DO CASAL

1. As mulheres devem ter um comportamento honesto e cheio de temor (I Pd. 3:1,2). 2. Os maridos devem ter consideração e respeito para com as mulheres (I Pd. 3:7).

V- VESTUÁRIO E ADORNO

1. De acordo com Paulo (I Tm. 2:9,10). 2. De acordo com Pedro (I Pd. 3:3-5).

VI- A SAÚDE DO CRISTÃO

1. Com relação à alimentação (Lv. 11:1-20). 2. Com relação à bebida (Pv. 20:1; 23:19-23, 29-35). 3. Com relação às drogas (Ap. 21:8; 22:15). 4. Com relação aos exercícios físicos (I Co. 9:24-26; I Tm. 4:8; II Tm. 2:5).

VII- ENTRETENIMENTO EQUILIBRADO

1. Com relação ao que vemos (Mt. 6:22,23). 2. Com relação ao que ouvimos (Jó 12:11). 3. Com relação às palavras e ações (Ef. 5:4; Tg. 3:5-12). 4. Com relação aos pensamentos (Fl. 4:8).

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VIII- A VIDA DE JESUS COMO MODELO CRISTÃO

Pedro apresenta Cristo como modelo de vida, dizendo: “Porque para isso fostes chamados, porquanto Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas” (I Pd. 2:21). Imitar a Cristo na vida é a essência do Cristianismo. Jesus convocou as pessoas com uma ordem enfática: “segue-me” (Lc. 5:27; 9:23,57-62). Seguir a Cristo e imitá-lo são expressões que têm o mesmo significado. Jesus é o exemplo supremo para seus seguidores. Estes devem aprender com sua vida, suas reações, perante os acontecimentos, e procurar moldar-se para que seu exemplo seja seguido. Conclusão: Jesus disse: “aprendei de mim” (Mt. 11:29). Aprendamos mais de nosso Salvador.

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A CONSTITUIÇÃO HUMANA Introdução: Hoje em dia há grande interesse no assunto da vida após a morte. A idéia da imortalidade da alma tem impregnado as religiões da humanidade por muitos séculos. Por isso é muito importante conhecer a verdade sobre este assunto como salvaguarda contra a arremetida de filosofias e religiões que estão envolvendo numerosos cristãos e não-cristãos. I- A FORMAÇÃO DO HOMEM – GÊNESIS 2:7

1. O homem é produto das mãos de Deus. 2. O homem foi formado do pó da terra. 3. O homem tornou-se alma vivente.

II- O CONCEITO BÍBLICO DE ALMA

1. Como sendo a vida biológica (Lv. 17:14; Dt. 12:23; Gn. 35:18). 2. Como sendo a vida emocional (II Sm. 5:8; Sl. 35:9; Pv. 4:23; Jr. 13:17). 3. Como sendo a vida física (Gn. 12:5; Lv. 16:29; Atos 2:41; I Pd. 3:20). 4. É também aplicado aos animais (Gn. 1:24; Lv. 11:10;).

III- O CONCEITO BÍBLICO DE ESPÍRITO A palavra “espírito” constitui a tradução do vocábulo hebraico “ruáh”, o qual ocorre 378 vezes no Antigo Testamento. O equivalente grego usado no Novo Testamento é “pneuma”, que ocorre 220 vezes. Estas palavras têm diversos significados: Aragem, vento, brisa suave (Êx. 14:21); sopro da boca de Deus (Sl. 33:6; II Ts. 2:8); o princípio que dá vida ao corpo (Gn. 6:17; 7:15,22; Lc. 8:49-55); as emoções, funções intelectuais e atitudes de vontade (Gn. 41:8; Dt. 34:9; I Co. 2:11; II Co. 2:13).

1. O fôlego de vida como princípio animador (Sl. 104:29; Ec. 12:7). 2. As emoções, funções intelectuais e atitudes de vontade (Sl. 146:4; Ef. 4:23;

II Tm. 1:7; Ec. 9:5-10). 3. Fôlego de vida também aplicado aos animais (Gn. 7:22; Ec. 3:18-21).

Conclusão: A Bíblia mostra claramente que não há continuação da existência consciente por meio duma alma ou dum espírito que abandone o corpo por ocasião da morte. A sentença de Deus foi clara no Jardim do Éden: “Tu és pó e ao pó tornarás” (Gn. 3:19). Porém; o ser humano total "espírito, alma e corpo" deve estar preparado para a vinda do Senhor Jesus Cristo (I Tes.5:23).

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O INFERNO Introdução: Na Bíblia, desde o Antigo Testamento encontramos em algumas versões a palavra “inferno’. Muitos cristãos foram ensinados a crer num inferno de tormento, de dor e sofrimento. Mas, será que o sentido dado aos versos onde se traduzem as palavras “Hades (sheol, heb.), Geena e Tártaro” por inferno está correto? Vejamos como a Bíblia define esses termos. I- HADES E SHEOL - SEPULTURA

1. Definição de Hades. Segundo a mitologia, Hades era o deus das regiões dos mortos. Hades é uma transliteração comum para o português da palavra grega correspondente “hades”. A palavra é inúmeras vezes traduzida por inferno, mas o sentido próprio não significa isso, e sim: “o mundo subterrâneo como lugar dos mortos” ou ainda “o lugar não visto”.

2. Como é empregada esta palavra na Bíblia. A palavra “Hades”, ao todo, ocorre dez vezes nos mais antigos manuscritos das Escrituras Gregas Cristãs (Mt. 11:23; 16:18; Lc. 10:15; At. 2:27,31; Ap. 1:18; 20:13,14). Na versão Almeida (revista e corrigida), a palavra inferno é traduzida 28 vezes de “Sheol” e 7 vezes de “Hades”. Porém, nesta versão “Sheol” também é traduzido 27 vezes por “sepultura”, 5 vezes “sepulcro”, 1 vez “terra”, 1 vez “enterrados”, 1 vez “mundo invisível”, e 2 vezes é transliterado “seol”.

3. O uso correto da palavra Hades. É um grande erro ter o inferno como lugar de tormento, pois seu sentido único, nesse caso, é “sepultura”, ou seja, o lugar onde os mortos são colocados após a morte. Inferno também quer dizer “lugar de silêncio, parte inferior, lugar dos mortos”. Observe o que diz a Bíblia em Jonas 2:1,2: “E orou Jonas ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe, e disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, e Ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz.” Observe que, aqui, inferno não dá idéia de suplício, nem de fogo, nem de punição, tormento ou agonia, mas simplesmente de um lugar inferior; as profundezas do Mar Mediterrâneo.

II- GEENA – LUGAR DE JUÍZO

1. Definição de Geena. É a forma grega do hebraico Geh Hinnóm, significando “Vale de Hinom”. Este nome aparece 12 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs, e embora muitos tradutores tomem a liberdade de traduzir a palavra por “inferno”, diversas traduções modernas transliteram a palavra grega “geena” (Mt. 5:22,29,30; 10:28; 18:8,9; Mc. 9:43-48; Lc. 12:5). O estreito e fundo vale pertencia aos filhos de Hinom, por isso foi mais tarde conhecido por esse nome. Era um vale ao sul e ao sudoeste de Jerusalém. Nos dias dos reis judeus Acaz e Manassés, o Vale de Hinom serviu como local para ritos religiosos idólatras, inclusive era usado para sacrificar crianças vivas em honra ao deus Moloque (II Cr. 28:1,3; 33:1,6; Jr. 7:31-34; 19:6,7; 32:35). Mais tarde o Rei Josias acabou com a adoração idólatra realizada ali e tornou o vale impróprio para o uso na adoração (II Re. 23:10)

2. A Geena nos dias de Jesus. O Vale de Hinom era usado no tempo de Jesus como

depósito de lixo, detritos, cadáveres de malfeitores, corpos de animais e toda sorte de imundícies existentes na cidade. Era um depósito de lixo. Ali era acendido um “fogo que nunca se apagava”, isto é, estava constantemente aceso, haja visto o povo abastecê-lo com seu lixo. Em Mateus 5:30, a versão de J.B. Phillips, verte “Geena” como “montão de lixo”. Os condenados à pena Marcial eram esquartejados e jogados na Geena para serem queimados; assim também os condenados por Jesus, no dia do grande juízo, serão levados ao lago de fogo para serem consumidos.

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3. O uso correto do termo Geena. Os escribas e fariseus, como classe iníqua, foram

denunciados como “filhos para o inferno (Geena)”, (Mt. 23:13-15,33). Jesus, ao fazer uso da palavra, usa-a sempre como símbolo de juízo final, associando o fogo com a Geena. Tiago, irmão de Jesus, também fez uso dessa palavra de uma forma figurada em sua carta (Tg. 3:6). O comentador judeu David Kimhi (1160-1235? d.C.), no seu comentário sobre o Salmo 9:17, dá a seguinte informação histórica a respeito de “Gehinnom”: “E é um lugar no terreno adjacente a Jerusalém, e é um lugar repugnante, e eles lançam ali coisas impuras e cadáveres. Havia ali também um fogo contínuo para queimar as coisas impuras e os ossos dos cadáveres. Por isso, o julgamento dos iníquos é simbolicamente chamado de Gehinnom.”

4. 5. Como Jesus usava o termo Geena (Mc. 9:43-47). Jesus, segundo o evangelho de

Marcos, faz alusão a Isaías 66:24 ao descrever a “Geena” como lugar “onde o seu bicho não morre e o fogo não se apaga”. O profeta Isaías falando sobre a vida futura dos salvos na nova terra relata: “E sairão, e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu bicho nunca morrerá, nem seu fogo se apagará; e serão um horror para toda a carne”. Que este quadro figurativo não é de tortura, mas, antes, de destruição completa, é evidente no fato de que o texto de Isaías não trata de pessoas vivas, mas de cadáveres de homens que transgrediram contra Deus. Conforme a evidência disponível indica, se o Vale de Hinom, era um lugar de eliminação de lixo e de cadáveres, então o fogo, talvez aumentado em intensidade pelo acréscimo de enxofre (Is. 30:33), seria o único meio adequado para eliminar tal refugo. Onde o fogo não alcançava, proliferariam os vermes, consumindo tudo o que não fora destruído pelo fogo. Nesta base, as palavras de Jesus significariam que o efeito destrutivo do julgamento adverso de Deus não cessaria até se ter alcançado a destruição total. Nesse caso o uso bíblico de Geena corresponde ao “lago de fogo” no livro de Apocalipse 20:14,15. Dessa forma podemos dizer que “Geena” é o único termo significando inferno existente na Bíblia, mas nunca no sentido de tormento eterno, todavia no de aniquilamento eterno. Dizer que é o lugar de castigo sempiterno é ir contra a Bíblia, ao que ela afirma.

III- TÁRTARO – LUGAR DE PRISÃO

1. Definição de Tártaro. Conta-nos a mitologia grega, que “os Titãs rebelaram-se contra Zeus, e a sua guerra - a Titanomaquia - foi terrível; mas Zeus venceu-os e precipitou-os no Tártaro.” Tártaros, no contexto do Novo Testamento, passou a ser o termo clássico para indicar a esfera intermediária onde os anjos caídos aguardam o julgamento final.

2. O uso bíblico do termo (II Pd. 2:4). Já no tempo do apóstolo Pedro, sabia-se que a

palavra “tártaro” designava prisão. Assim, quando Pedro fez uso dessa palavra (veja Judas v.6), que é a única vez em que esse termo é empregado na Bíblia, o sentido da mesma quer abranger a própria terra, no sentido de prisão onde as hostes das trevas estão a aguardar o juízo. Apocalipse 12:7-12 retrata o arcanjo Miguel e seus anjos lutando contra Satanás (o dragão) e seus anjos, e precipitando-os na terra. Esta passagem de Pedro reflete a opinião comum da época neotestamentária de que havia anjos que haviam caído do seu lugar, outrora exaltado, do serviço de Deus. Aqui é declarado que Deus lançou-os no inferno. Assim a palavra traduzida como “inferno” aqui não é a Geena dos evangelhos, mas sim a palavra grega, “tártaro”, que, na mitologia grega, era o lugar de prisão.

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IV. EXPLICANDO O QUE É TORMENTO ETERNO

1. A destruição de Sodoma e Gomorra (II Pd. 2:6). 2. O lago de fogo e o tormento eterno (Ap. 19:20; 20:10). Aqui está aparentemente a

maior prova a favor do tormento eterno. Duas passagens em Apocalipse falam sobre o lago de fogo. João descreve aqueles que adoram a besta sendo consumidos pelo fogo e enxofre, e diz: “a fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos” (Ap. 14:11). Apocalipse 19 fala da besta e do falso profeta e do diabo sendo atormentados para todo o sempre no lago de fogo. Esses textos certamente parecem descrever um inferno de sofrimento eterno. Há uma coisa, porém, que deveríamos manter em mente. O livro de Apocalipse está cheio de linguagem simbólica. Não é uma narrativa literal. É literatura apocalíptica, um tipo de escrito profético que mostra eventos através de imagens, vívidas, mas simbólicas. O Apocalipse nos apresenta um cordeiro que abre um livro, fala de escorpiões movendo-se num abismo sem fundo, um dragão fazendo guerra com uma mulher grávida, e bestas horrendas saindo do mar. Nenhum teólogo estuda estas imagens literalmente. O dragão e a besta que são atirados no lago de fogo são figuras simbólicas. A fumaça do tormento subindo pelos séculos dos séculos também é simbólica. É uma forma poética de falar sobre uma terrível conclusão, a natureza irrevogável do julgamento final. Afinal de contas, o profeta Isaías usou a mesma linguagem para falar do julgamento de Deus contra a ímpia Edom. Ele usou a expressão “para sempre” (Is. 34:9,10). A terra (isto é, Edom) se tornaria “em piche ardente”, ele disse, e não se apagaria de dia nem de noite; sua fumaça subiria para sempre. Hoje, porém, a terra de Edom não está em chamas. O fogo se apagou muito tempo atrás. O que Deus queria dizer, então? Ele estava usando linguagem poética para enfatizar a meticulosidade da destruição total. Ele estava falando de um julgamento que seria final. Isto é o que o lago de fogo bíblico quer dizer. Destruição completa e total. Apocalipse 21:8, nos diz claramente que o lago que queima com fogo e enxofre é a “segunda morte”. Os ímpios serão totalmente consumidos, morrerão, perecerão, serão aniquilados.

Conclusão: Se a Bíblia diz claramente, nos ensinos de Jesus, ou nas cartas de Paulo, que os ímpios perecem, são destruídos, são aniquilados, experimentam a morte, então devemos usar estas passagens para entender as vívidas imagens do Apocalipse

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AS RESSURREIÇÕES Introdução: A ressurreição do corpo humano, a volta à vida a partir da ruína, da destruição, do esquecimento do túmulo, é um fato sobrenatural. Os mortos podem reviver? Há alguma força capaz de conquistar a morte? Há esperança de vitória sobre o túmulo? Esta tem sido a indagação, ansiosa e mesclada de lágrimas, de todas as épocas. I- A CERTEZA DA RESSURREIÇÃO

1. O ensinamento do Antigo Testamento quanto à ressurreição. Para começar, o Antigo Testamento registra a ressurreição de pelo menos três pessoas: o filho da viúva (I Re. 17:21,22), o filho da sunamita (II Re. 4:32-36), e o homem que reviveu quando tocou os ossos de Eliseu (II Re. 13:21). Abraão esperava que Deus levantasse a Isaque dos mortos no Monte Moriá (Gn. 22:5; Hb. 11:18). Jó confiadamente esperava ver a Deus em seu corpo ressurrecto (Jó 19:25-27). Davi também manifestou essa mesma certeza (Sl. 16:9-11). O fato disso incluir uma profecia da ressurreição de Cristo, não afeta o argumento (Atos 2:24-28). As declarações dos profetas Isaías, Oséias e Daniel também provam que essa doutrina era ensinada e aceita neste período bíblico (Is. 26:19; Os. 13:14; Dn. 12:1-3,13).

2. O ensinamento do Novo Testamento quanto à ressurreição. O Novo Testamento registra a ressurreição de muitas pessoas: a filha de Jairo (Mt. 9:24,25), o jovem de Naim (Lc. 7:14,15), Lázaro (Jo. 11:43,44), Dorcas (Atos 9:40,41). Quanto ao ensinamento de uma futura ressurreição, observamos o seguinte: o próprio Jesus ensinou isso (Jo. 5:28,29; 6:39,40,44,54); os Apóstolos ensinaram isso (Atos 24:15; I Co. 15:12-19; Fl. 3:11).

II- A NATUREZA DA RESSURREIÇÃO

1. O fato da ressurreição do corpo (Sl. 16:9; Rm. 8:23-25). 2. A natureza da ressurreição do corpo (I Co. 15:37-44).

III- AS RESSURREIÇÕES

1. Haverá duas ressurreições distintas (Jo. 5:28,29). 2. Haverá um intervalo de mil anos entre as ressurreições (Ap. 20:4-6).

IV- A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO

1. Se dará na vinda de Jesus (I Ts. 4:13-18). 2. Receberemos um corpo especial (I Co. 15:43-51). 3. Pela ressurreição receberemos a imortalidade (I Co. 15:51-54).

V- A SEGUNDA RESSURREIÇÃO.

1. Os não salvos serão mortos pela ocasião da vinda de Jesus (Is. 24:1; Jr. 25:33; Ap. 6:12-17).

2. Ocorrerá após o Milênio (Ap. 20:1-6). 3. Os ímpios mortos serão ressuscitados para o julgamento de Deus (Ap. 20:6,11-15).

Conclusão: Para os que temem à Deus, a morte não é o fim, mas uma breve pausa, até a ressurreição do último dia

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A VINDA DE JESUS Introdução: Uma das verdades mais solenes, e não obstante mais gloriosas, reveladas nas Escrituras Sagradas; é a da segunda vinda de Cristo, para completar a grande obra da redenção. A segunda vinda de Cristo é a grande esperança da Igreja. Será literal, pessoal e visível. Nosso propósito neste estudo é o de averiguarmos biblicamente os ensinamentos sobre a volta de Jesus. I- A PROMESSA DA SEGUNDA VINDA.

1. Afirmada pelo próprio Jesus (Jo. 14:1-3). 2. Confirmada pelos Anjos (Atos 1:8-11). 3. Pregada pelos Apóstolos (Atos 3:20; I Tm. 6:14; II Pd. 3:3-13).

II- COMO VIRÁ JESUS?

1. Ele virá de forma visível e pessoal (Ap. 1:7,8). 2. Ele virá com as nuvens (Mt. 24:30). 3. Ele virá acompanhado de Seus santos anjos (Mt. 25:31; Jd. 14). 4. Com grande alarido (Mat.24:31).

III- PARA QUE VIRÁ JESUS?

1. Para coroar os que O esperam para salvação (II Tm. 4:7,8 2. Para trazer a imortalidade ao salvos (I Co. 15:51-58). 3. Para ressuscitar os salvos e arrebatar sua Igreja (I Ts. 4:16,17). 4. Para recompensar os fiéis (Mt. 25:34). 5. Para trazer juízo sobre a Terra (Mt. 25:41).

IV- O TEMPO DA VINDA DE JESUS.

1. Apostasia religiosa (Mc. 13:5,6). 2. Guerras e conflitos entre as nações (Vs.7,8). 3. Perseguição e testemunho mundial da Igreja (Vs.9-13). 4. Distúrbios da ordem natural (Vs.24,25).

V- COMO AGUARDAR A VINDA DE JESUS?

1. Separados do mundo (Tt. 2:12-13). 2. Vivendo uma santidade pessoal (II Pd. 3:14). 3. Vivendo em vigilância (Mt. 24:42).

Conclusão: Quando as lutas nos sobrevierem de forma impiedosa, quando a dor for quase insuportável, quando esta vida não puder oferecer nada de especial.... lembre-se: Jesus em breve virá e nos levará para Ele, para o lugar do mais puro amor e da indescritível felicidade.

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MILÊNIO

Introdução: O estudo dos “mil anos” de Apocalipse 20 é essencial por diversas razões: 1) Ele aumenta nossa compreensão da vindicação final do caráter de Deus no fim do grande conflito; 2) Indica a recompensa dos justos e sua obra depois da Segunda Vinda de Jesus; 3) A correta compreensão do Milênio evita que aceitemos ensinos que se opõem ao que diz a Bíblia, tais como a doutrina do arrebatamento secreto antes do Milênio e a teoria da “segunda oportunidade” durante o Milênio. I- DEFINIÇÃO DO TERMO “MILÊNIO” A palavra “Milênio” não se encontra na Bíblia, mas provém de duas palavras latinas: “Mille” que significa “mil”, e “annum” que significa “anos”; assim, mil anos, seja o que for que esta passagem particular das Escrituras quer dizer. Somente em Apocalipse 20 temos a frase “os mil anos”, fator cronológico mencionado seis vezes em seis versículos. O Milênio começa com uma ressurreição e termina com outra ressurreição. II- ACONTECIMENTOS NO COMEÇO DO MILÊNIO

1. A volta de Jesus visível e pessoal (Mt. 24:30; Ap. 1:7). 2. Ressurreição dos justos mortos (I Ts. 4:13-16). 3. Justos vivos transformados e trasladados (I Ts. 4:17). 4. Os ímpios vivos são mortos (II Ts.2:7,8). 5. Satanás será aprisionado (Ap. 20:1-3).

III- ACONTECIMENTOS DURANTE O MILÊNIO

1. A terra ficará desolada (Jr. 4:23-27; 25:33). 2. Os santos reinarão no céu (Ap. 20:4-6).

IV- ACONTECIMENTOS NO FIM DO MILÊNIO

1. Ressuscitam os ímpios mortos (Ap. 20:5). 2. Satanás é solto por um pouco de tempo (Ap. 20:7,8). 3. A nova Jerusalém desce do céu (Ap. 21:2). 4. Satanás e os ímpios atacam a nova Jerusalém (Ap. 20:8,9). 5. Satanás e os pecadores serão destruídos (Ap. 20:9,10). 6. A terra será purificada e renovada (II Pd. 3:8-13).

Conclusão: Não é maravilhoso sonhar com o Paraíso restaurado e devolvido aos salvos para sempre?

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JUÍZO FINAL Introdução: Apesar das duas ressurreições já indicarem o futuro estado do homem, elas não impedem os julgamentos. Toda a filosofia dos julgamentos futuros se apoia sobre o direito soberano de Deus de punir a desobediência do homem (Is. 2:4). A consciência do homem demonstra que haverá um julgamento, tanto do justo como do injusto (Ec. 11:9; 12:14). Paulo diz que a consciência acusa ou então desculpa o homem, em vista do “dia em que Deus... julgar o coração dos homens” (Rm. 2:15,16). E Hebreus 10:27 declara que todos aqueles que pecarem deliberadamente, tem uma “certa expectação horrível do juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários”. Vejamos os fatos bíblicos relacionados aos julgamentos. I- QUEM SERÁ JULGADO?

1. A Besta, o falso profeta e seus exércitos (II Ts. 2:8). 2. Satanás e seus anjos (Is. 24:21-23; I Co. 6:2,3; Ap. 20:7-10). 3. Os mortos não-salvos (Ap. 20:11-15; 21:8).

II- LOCAL DO JULGAMENTO

1. Diante do trono branco (Ap. 20:11). III- A BASE DO JULGAMENTO – APOCALIPSE 20:12, 13

1. Os livros. Eles serão julgados “conforme o que se acha escrito nos livros”. Os “livros”, conforme alguns comentaristas, são os livros da Bíblia, especialmente as palavras de Cristo, conforme reveladas naqueles livros (Jo. 12:48). De acordo com outros comentaristas, esses “livros” contém os registros dos feitos de todos os homens. Porém, não se deve pensar que esses livros são literais, de papel e tinta. Antes, são símbolos espirituais que nos informam que nada escapa ao conhecimento de Deus, porquanto Ele sabe de tudo e que a sua justiça será absoluta (Ml. 3:16). Mas além dos “livros”, lemos a respeito de “outro livro”, e este é definido como o “livro da vida”. Este é, sem dúvida, o livro da graça divina, no qual os nomes dos herdeiros estão registrados (Lc. 10:20; Ap. 3:5; 13:8; 20:12,15; 21:27).

2. As “suas obras”. O cristão será galardoado de acordo com as suas obras (II Co. 5:10); mas o ímpio será julgado de acordo com elas. O homem é julgado com base no que ele fez com o que tinha na vida. Mateus declara que Jesus “retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mt. 16:27).

IV- A SENTENÇA FINAL

1. O lago de fogo (Ap. 20:15). 2. O aniquilamento eterno (Ml. 4:1-3).

Conclusão: Finalizando, dizemos, os ímpios desaparecerão sob a ação do fogo de Deus, junto com Satanás e suas hostes de maldade, e com esse fogo, que os destruirá para sempre, Deus purificará toda a terra, tornando-a apta para receber a volta do jardim do Éden e posteriormente doando-a em possessão eterna para os salvos (Mt. 5:5).

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O NASCIMENTO DE JESUS

Introdução: A base mais sólida sobre a qual se fundamenta o Cristianismo é o nascimento de Jesus. Todos os cristãos expõem sua fé e credo neste fato incontestável. O mais triste, e lamentável, é que a maioria dos líderes religiosos simplesmente ignoram o tempo exato do nascimento de Jesus. Os profetas desde os tempos mais remotos previam a vinda do Messias, de forma que a necessidade de resgatar e salvar a humanidade de seus pecados estava no Plano de Deus. Ainda no Éden, o homem quebrou sua relação normal com Deus e um abismo separou-o do ideal para o qual foi colocado nesta terra, “viver para sempre e livre de qualquer sofrimento.” O amor eterno de Deus através do seu Filho fez com que Ele formulasse um projeto de salvação (Hb. 2:14,15). Para salvar o homem de seus pecados enviou seu próprio Filho, que tomou a natureza humana para esta finalidade. I- OS PROFETAS E O NASCIMENTO DE JESUS

1. Nasceria em Belém (Mq. 5:2; Lc. 2:4,5,7). 2. Seria o Salvador (Gn. 49:10; Mt. 1:21). 3. Nasceria de uma virgem (Is. 7:14; Mt. 1:18-23). 4. Nasceria num lugar simples (Lc. 2:7).

II- A CRONOLOGIA DO NASCIMENTO DE JESUS O Calendário Gregoriano, que nos ajuda a dividir o nosso tempo em dias, semanas, meses e anos e que usamos até hoje, não existia na época de Jesus, pois o mesmo só foi elaborado no ano de 1.582 d.C., em homenagem ao Papa Gregório XIII. Depois de vários estudos, ele ordenou que o dia posterior a 4 de Outubro de 1.585 seria 15 de Outubro, resolvendo assim o atraso de 10 dias do Calendário Juliano (o qual vigorava desde 45 a.C.) A fim de que todos possam compreender a ordem de distribuição de sacerdotes é necessário mostrar a equivalência do Calendário hebraico com o Calendário Gregoriano (o atual). Os meses bíblicos se iniciam sempre com a lua nova, (I Sm. 20:24-27). Desta forma, o primeiro mês do ano hebraico, começa também com a lua nova, próximo do “equinócio de primavera” (ponto da órbita da terra em que se registra uma igual duração do dia e da noite, o que sucede nos dias 21 de Março a 23 de Setembro). O primeiro mês hebraico, Nisã ou Abibe (Et. 3:7), começa, de acordo com o nosso Calendário (o atual), no dia 21 de Março (veja diagrama n.º 1). Tendo-se isso em mente, vejamos a ordem dos acontecimentos para descobrirmos quando se deu o nascimento de Jesus, aqui na terra.

1. O sacerdócio de Zacarias (I Cr. 24:1,5,7-10,19; Lc. 1:5,11-13). Na época de Jesus

ainda estava vigente o Antigo Sistema Sacerdotal. Zacarias, sendo ele um descendente de Abias, ocupava o turno (ou ordem) do sacerdócio de seu pai, que era precisamente “o oitavo turno”. O Livro de Crônicas diz que a oitava (sorte) pertencia a Abias. De modo que, ao sacerdote Abias, correspondia-lhe ministrar no Tabernáculo na segunda quinzena do quarto mês bíblico, que correspondia ao mês de Tamuz (Junho/Julho), segundo sua sorte. A ordem, conforme o rei Davi a projetou, compunha-se de 24 sacerdotes que, durante o ano, ministravam no Tabernáculo (veja diagrama n.º 2). Deduzimos então que Zacarias começou os ofícios sagrados no dia 6 de Junho e findou no dia 20 do mesmo.

2. A gravidez de Isabel (Lc. 1:23,24). De acordo com o relato de Lucas, podemos ver que

Isabel ficou grávida depois do dia 20 de Junho (veja diagrama 3).

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3. A gravidez de Maria (Lc. 1:26,27,31,36). Na época em que o anjo Gabriel visitou Maria para lhe anunciar a vontade do Altíssimo, o versículo 36 claramente afirma que era “o sexto mês” de gestação de Isabel, a qual havia ficado grávida nos últimos dias do mês de Junho. Se contarmos os 6 meses, desde os últimos dias de Junho, como já vimos, a contagem nos levará para à primeira quinzena do mês de Janeiro (tebete – veja o diagrama n.º 4). A partir desse momento devemos contar os noves meses do processo intra-uterino. Nossa conta nos levará a primeira quinzena do mês de Outubro (Bul), quando então nasce Jesus Cristo, o Salvador (veja diagrama n.º 5).

4. O nascimento de Jesus (Lc. 2:1-14). A Bíblia nos informa que quando Jesus nasceu “havia... pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho”. Nunca os pastores se encontravam nos campos no mês de Dezembro. Estes recolhiam seus rebanhos das montanhas da Palestina a finais de Outubro, para protegê-los da fria temporada de chuvas que se seguia (Ed. 10:9,13; Jr. 36:22). Entre os pastores se acostumava enviar ovelhas aos desertos ao redor da Páscoa (Abril) e trazê-los ao começo das primeiras chuvas. As primeiras chuvas começavam a princípios do mês de Bul (Outubro/Novembro). Por conseguinte nosso Senhor não nasceu em 25 de Dezembro, quando não havia rebanhos no campo (veja diagrama n.º 6).

III- AS ENCICLOPÉDIAS E A ORIGEM DA FESTA DE NATAL

Como foi introduzida a festa de natal nas igrejas cristãs? Documentos históricos, que são uma autoridade nesta questão, nos informam que o Natal não foi comemorado por nenhum cristão durante os primeiros cem, duzentos ou trezentos anos da Era Cristã. O Natal se introduziu na Igreja durante o século IV proveniente do paganismo. Vejamos o que nos dizem algumas enciclopédias: 1. A Nova Enciclopédia Católica. Sendo que a celebração do Natal foi introduzida no mundo

pela Igreja Católica, não tem outra autoridade senão ela mesma, vejamos o que diz a respeito: “A data do nascimento de Jesus Cristo pode ser calculada apenas aproximadamente”. Sobre a data atribuída ao nascimento de Cristo, ela diz: “A data de 25 de dezembro não corresponde ao nascimento de Cristo, mas à festa do NATALIS SOLIS INVICTI (Nascimento do Vitorioso Sol), o festival romano do sol, no solstício... A festa do Natal não estava incluída entre as primeiras festividades da Igreja... os primeiros indícios dela são provenientes do Egito... os costumes pagãos relacionados ao inicio do ano se concentram na festa do Natal”. Na mesma enciclopédia encontramos que Orígenes, um dos chamados pais da Igreja, reconheceu a seguinte verdade: “Não vemos nas Escrituras alguém que haja celebrado uma festa ou um grande banquete no dia do seu natalício. Somente os pecadores (como Faraó e Herodes) celebraram com grande regozijo o dia em que nasceram nesse mundo”.

2. Enciclopédia Britânica. “O Natal não constava entre as antigas festividades da Igreja... O

Imperador Aureliano estabeleceu, em 275 d.C. a comemoração obrigatória da natividade do Sol Invicto no dia 25 de dezembro, data que foi adotada pela Igreja Romana a partir do ano 336 d.C. para a comemoração do Nascimento de Jesus, e como reação ao paganismo. O 25 de dezembro aparece pela primeira vez, no calendário de Philocalus (354 d.C.)... Não foi instituído por Jesus Cristo nem pelos apóstolos, nem pela autoridade bíblica... A partir do ano de 354 alguns latinos puderam mudar de 6 de janeiro para 25 de dezembro a festa que até então era chamada de Mitráica, o aniversário do invencível sol... os sírios e os armênios, apegando-se a data de 6 de janeiro acusavam os romanos de idólatras e adoradores do sol, sustentando que a festa de 25 de dezembro havia sido sustentada pelos discípulos de Corinto”.

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3. Enciclopédia Americana. “O Natal, de acordo com muitas autoridades, não se celebrou nos

primeiros séculos da Igreja Cristã. O costume do cristianismo não era celebrar o nascimento de Jesus Cristo, mas sua morte (a comunhão instituída por Jesus no Novo Testamento é uma comemoração da Sua morte). Em memória do nascimento de Cristo se instituiu uma festa no século IV d.C. No século V d.C., a Igreja Oriental deu ordem de que fosse celebrada para sempre, e no mesmo dia da antiga festividade romana, em honra ao nascimento do deus Sol, já que não se conhecia a data exata do nascimento de Cristo”.

4. A Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso de Schaff-Herzog. Sobre o artigo “Natal” explica o seguinte: “Não se pode determinar com precisão até que ponto a data desta festividade teve sua origem na pagã Brumália (25 de Dezembro), que se seguiu a Saturnália (17 a 24 de Dezembro) e comemora o dia mais curto do ano e do nascimento do deus sol. As festividades pagãs de Saturnália a Brumália estavam demasiadamente arraigadas aos costumes populares para serem suprimidas pela influencia crista. Estas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam os seus irmãos orientais de idolatria e culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã”.

IV- A ORIGEM DO NATAL O natal é uma das principais tradições do sistema corrupto chamado Babilônia e, como tal, tem suas raízes na antiga Babilônia de Ninrode. Assim, o natal data da época imediatamente posterior ao diluvio.

1. Ninrode e a idolatria. Ninrode, neto de Cão, filho de Noé, foi o verdadeiro fundador do sistema babilônico, sistema organizado de impérios e governos humanos, do sistema econômico do lucro, o qual tem se apoderado do mundo desde então. Ninrode construiu a torre de Babel, a Babilônia original, Nínive e muitas outras cidades. Organizou o primeiro reino deste mundo. O nome Ninrode deriva da palavra “marad”, que significa “rebelar”. De escritos antigos, aprendemos que foi este homem que começou a grande apostasia mundial organizada, que tem dominado o homem deste tempos antigos até agora. Ninrode era tão perverso que, segundo escritos antigos, casou-se com sua própria mãe cujo nome era Semíramis.

2. Semírames e o natal. Morto prematuramente, a chamada mãe-esposa, Semiramis propagou a perversa doutrina da reencarnação de Ninrode em seu filho Tamuz. Ela declarou que em cada aniversário de seu nascimento, Ninrode desejaria presentes em uma árvore. A data de seu nascimento era 25 de dezembro. Aqui está a verdadeira origem da árvore de Natal. Semiramis se converteu na “rainha do céu” e Ninrode , sob diversos nomes, se tornou o “divino filho do céu”. Depois de várias gerações desta adoração idólatra, Ninrode também se tornou em falso messias, filho de Baal, o deus-sol. Neste falso sistema babilônico, a “mãe e o filho” (Semiramis e Ninrode encarnado em seu filho Tamuz) se converteram nos principais objetos de adoração. Esta veneração da “mãe e do filho” se estendeu por todo o mundo, com variação de nomes, segundo os países e línguas. Por surpreendente que pareça, encontramos o equivalente da “Madona” muito antes do nascimento de Jesus Cristo.

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3. O paganismo na Igreja. Antes do século IV d.C., os cristãos eram poucos, embora estivessem aumentando em número, eram perseguidos pelo governo e pelos pagãos. Porém com a “conversão” do imperador Constantino, que se declarou cristão, elevou-se o cristianismo a um nível de igualdade com paganismo. O mundo romano passou a aceitar este cristianismo popularizado e os novos adeptos apareceram a centenas de milhares, trazendo consigo suas antigas crenças e costumes pagãos, dissimulando-os sobre nomes cristãos. Foi quando se popularizou também a idéia da “mãe e do filho”, especificamente na época do Natal. Os cartões de Natal, as decorações e as cenas do presépio refletem este mesmo tema. Nos costume pagãos, a principal festa idólatra era a que se comemorava no dia 25 de dezembro. No Egito sempre se creu que o filho de Ísis (nome egípcio da “rainha do céu”) nasceu no dia 25 de dezembro. Os pagãos em todo o mundo conhecido celebram esta data antes do nascimento de Cristo. É importante ressaltar que, nesse período, o cristianismo perdeu sua identidade e ordem de valores. A observância do Domingo por parte de Constantino, dia em que antes os pagãos adoravam o sol, e a influência do maniqueísmo, que identificava o Filho de Deus com o sol, deram motivos aos pagãos, agora convertidos em massa ao cristianismo, para adaptar à sua festa o dia 25 de dezembro (dia do nascimento do deus sol), dando título de dia do nascimento do Filho de Deus. O que se comemora hoje no dia 25 de dezembro é então o culto ao “deus sol”, só que de uma maneira adaptada. É ainda hoje herança que o paganismo trouxe para dentro do cristianismo. Foi assim que o Natal se introduziu no nosso mundo ocidental! Ainda que tenha outro nome, continua sendo, em espírito, a festa pagã de culto ao deus sol.

V- OUTROS COSTUMES PAGÃOS Além dos principais costumes natalinos de cada povo, tem-se adotado outros que são de origem pagã.

1. A coroa verde. A coroa verde adornada com fitas e bolas coloridas que enfeitam as portas de tantos lares é de origem pagã. Ela remonta aos costumes pagãos de se adornar edifícios e lugares de adoração para a festividade que se celebrava ao mesmo tempo do Natal.

2. As velas. Também as velas, símbolo tradicional do Natal, são uma velha tradição pagã, pois se acendiam ao ocaso para reanimar o deus sol, quando este se extinguia para dar lugar à noite.

3. O papai Noel. Papai Noel é o São Nicolau, bispo católico do século V d.C., santo venerado pelos gregos e latinos em 6 de dezembro. Conta-se uma lenda segundo a qual presenteava ocultamente a três filhas de um homem pobre e isso deu origem ao costume de se dar presentes, em segredo, na véspera do dia de São Nicolau, data que depois foi transferida para o dia do Natal. Daí a associação do Natal com São Nicolau.

4. A árvore de natal. Os povos, desde a antigüidade, possuíam o costume de utilizar a madeira bem como as árvores, com fins de idolatria (Jr. 40:2-6; Is. 44:14-17; Os. 4:13; Dt. 16:21). Muitas dessas árvores ou pedaços de madeira serviam para adoração e culto doméstico. O cristianismo originário de Roma avançou tanto na sua tentativa de cristianizar o natal pagão, que acabou consagrando até mesmo o pinheiro como símbolo natalino, não desconhecendo, por certo, que era esta a árvore preferida de Tamuz (Ez. 8:14-18). Segundo algumas autoridades no assunto, a Bíblia refere-se à celebração do natal pagão no livro de Jeremias (Jr. 10:3,4). A árvore de Natal, no Cristianismo, é de origem germânica, datando do tempo de São Bonifácio. Foi adotada para substituir os sacrifícios ao carvalho sagrado de Odin, adorando-se uma árvore, em homenagem ao Deus-menino. A história nos diz que a árvore de Natal foi de igual forma conhecida no Império Romano e no antigo Egito.

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5. No Egito essa árvore era uma palmeira, em Roma era um pinheiro; a palmeira simbolizava o Messias pagão como Baal-Tamar, o pinheiro se referia a ele como Baal-Berith. A mãe de Adonis, o Deus Sol, uma grande divindade mediadora, pretendia-se misticamente que ele tivesse sido mudado à uma árvore, e que seu filho deveria conhecer-se como “o homem real daquela árvore”.

6. A troca de presentes. A troca de presentes, entre amigos, é característico tanto do Natal como da Saturnália, e os cristãos seguramente a tomaram dos pagãos, como o demonstra com clareza o conselho de Tertuliano. A verdade é que o costume de trocar presentes com parentes e amigos durante a época natalina, não tem absolutamente nada a ver com o cristianismo! Com respeito aos presentes que os magos levaram quando Jesus nasceu (Mt. 2:1-11), não foi por ser o dia do seu nascimento, pois eles chegaram vários dias depois do seu nascimento. No Oriente não se costuma entrar na presença de reis ou pessoas importantes com as mão vazias. Este costume ocorre com freqüência no Velho Testamento e ainda persiste no Oriente em algumas ilhas do Pacífico Sul. Os magos procederam de acordo com este costume oriental, que consistia em levar presentes ao apresentar-se perante um rei. Eles foram pessoalmente à presença do rei do judeus. Portanto , levaram oferendas da mesma maneira que a rainha de Sabá levou a Salomão e assim como levam aqueles que hoje visitam chefes de estado.

VI- OS CONSELHOS DA BÍBLIA

1. Não devemos imitar as festas pagãs (Dt. 12:30,31; Jr. 10:2,3). 2. Não devemos observar preceitos humanos (Mt. 15:6,9).

Conclusão: Há tantas coisas maravilhosas nas Sagradas Escrituras para serem praticadas. Que as nossas práticas sejam àquelas aprovadas pelo Livro Santo. Que as eternas promessas do Senhor alcancem sua vida.

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