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FUTEB L em Ação Quem é o verdaeiro campeão brasileiro de 1987? Reportagem Especial Vitrória - ES, Terça-feira, 30 de junho de 2009 CAMPEÃO CAMPEONATO BRASILEIRO Botafogo depois da derrota para o Goias tenta diblar a fúria da torcida Fluminense per- deu o seu princi- pal jogador para o futebol árabe COPA DO BRASIL INTERNACIONAL OU CORINTHIANS quem levan- tará a taça de campeão e ser o primeiro repre- sentante brasileiro na Libertadores da América E MAIS ENTREVISTA COM DORIVAL JUNIOR TIME DOS SONHOS COPA DAS CONFEDERAÇÕES R$ 1,50

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COPA DO BRASIL COPA DAS CONFEDERAÇÕES E MAIS TIME DOS SONHOS INTERNACIONAL OU CORINTHIANS quem levan- tará a taça de campeão e ser o primeiro repre- sentante brasileiro na Libertadores da América Fluminense per- deu o seu princi- pal jogador para o futebol árabe Botafogo depois da derrota para o Goias tenta diblar a fúria da torcida Vitrória - ES, Terça-feira, 30 de junho de 2009 CAMPEÃO R$ 1,50

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FUTEB Lem Ação

Quem é o verdaeiro campeão brasileiro de 1987?Reportagem Especial

Vitrória - ES, Terça-feira, 30 de junho de 2009

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CAMPEONATO BRASILEIROBotafogo depois da derrota para o Goias tenta diblar a fúria da torcida

Fluminense per-deu o seu princi-pal jogador para o futebol árabe

COPA DO BRASILINTERNACIONAL

OU CORINTHIANS quem levan-

tará a taça de campeão e ser

o primeiro repre-sentante brasileiro na Libertadores da

América

E MAIS

ENTREVISTA COM DORIVAL JUNIOR

TIME DOS SONHOS

COPA DAS CONFEDERAÇÕES

R$ 1,50

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Entrevista

A direção do Vasco sofreu duras críticas de um ex-diretor e, dias depois, o clube foi eliminado das semifinais da Taça Guanabara. Como foi trabalhar a cabeça do elenco com essas “bombas”?O futebol está convivendo com alguns problemas já há algum tempo. Queira ou não, fazemos parte de um contexto e o Vasco está dentro desse processo. Todo atleta sabe que um ou outro clube está sempre apresentando dificuldades um pouco maiores e buscando soluções. Tivemos vários problemas, que acabaram se acumulando com outros fatos que vinham acontecendo. Somos profissionais e temos que procurar fazer o melhor possível, defend-er o clube de todas as formas. Tentamos mostrar aos jogadores que ali na frente tem alguma coisa boa que pode compensar todo o esforço que foi despendi-do nesse momento. Acredito que teremos coisas boas.

Seu salário foi comentado publi-camente durante esses dias. Isso te incomodou muito?Foi uma declaração indelicada [de José Roberto Coelho, ex-vice de marketing do Vasco]. Mas para mim, não interfere em nada. Transfiro meu trabalho para o campo e tenho certeza que os clubes que me contrataram, fi-caram satisfeitos com o que fiz. É um detalhe que passa desperce-bido para mim.

Você acha que o Vasco está es-truturalmente pronto, ou ao me-nos caminhando bem, para uma grande temporada?Temos que mudar muitas coisas e elas estão acontecendo. Em al-guns aspectos, ainda se demora em ter uma mudança completa e precisamos acelerar. Dentro de campo, as coisas têm aconte-cido e o trabalho dos jogadores tem até surpreendido. Espero que mantenhamos essa postura para que daqui a pouco esses fatos todos estejam resolvidos para

a equipe ter uma tranqüilidade maior.

Como você tem avaliado a pos-tura do Carlos Alberto no início de ano?Muito profissional em todos os as-pectos. Está interessado e tentan-do melhorar. Ele se entrega nos treinamentos e tem me surpreen-dido positivamente em todos os sentidos.

Por que aceitar trabalhar no Vasco em um cenário tão turbu-

lento?Acredito nas pessoas e no que me foi proposto como plano de trabalho. Espero que coloquemos tudo planejado em prática o quanto antes.

Você sente que ainda falta uma visão mais profissional aos clubes do Rio?Existe mesmo uma defasagem, que tem que ser vista rapidam-ente. Essa distância tem que di-minuir e tem tudo para ter clubes sólidos. O futebol carioca tem tudo para ter equipes que sem-pre abasteceram as seleções brasileiras. Mas realmente essa distância é grande e em outros estados estão mais estruturados que o Rio de Janeiro.

Você acha que a tua serenidade faria bem ao Cuca, que parece muito instável psicologicamente?Tenho um respeito muito grande por ele. É um amigo particular. O Cuca tem uma carreira vito-riosa em todos os sentidos e não avalio treinador só por títulos. Ele

Rio de Janeiro (RJ) - Dorival Júnior comanda a missão de resgatar o Vasco à primeira divisão. Apesar de sua serenidade, põe o dedo na ferida e cobra avanços no clube e no futebol do Rio.

Acredito nas pessoas e no que me foi pro-posto como plano de trabalho. Espero

que coloquemos tudo planejado em

prática o quanto an-tes.

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Dorival Junior em en-trevista conta como esta se sentindo agora no Vasco

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A caravela tem dono

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tem excelentes trabalhos, com sustentação, e o que vejo é que de repente está por acontecer uma grande conquista em razão do trabalho que ele tem desen-volvido.

O Keirrison não para de fazer gols. Você previa um sucesso tão grande? O que mais te impres-siona nele?Ele é um jogador iluminado. Sem querer comparar com um ou outro, mas são jogadores que aparecem e que brilham e tem luz própria. Do tipo de Romário, Bebeto e Careca. É especial, tem um poder de concentração acima do normal, mesmo em treinamentos. Tenho certeza que ele terá um caminho maravilhoso pela frente se mantiver a postura que teve comigo. Ele é acima da média.

Quem são os grandes treinadores do exterior?Acho que os grandes treinadores são os brasileiros. Vejo o Mourinho como um treinador que tem outro padrão de treinamento. Usa pouco o trabalho físico e valoriza o trabalho com bola. Só que tem uma vantagem que é de mudar o time como ele de-seja e contrata quem ele queira, por estar em equipes grandes. Mas já fez trabalhos bons em times menores, o que comprova que é um grande treinador. E é respeitado, alcança resultados, tem equipes equilibradas, com marcação por zona ou homem a homem, e a gente percebe vari-ações dentro do jogo. Na minha concepção, o Mourinho se de-staca dos demais.

Projeta uma carreira por lá para médio ou longo prazo?Nunca programei nada na minha vida e as coisas foram aconte-cendo naturalmente. Lógico que todo profissional gostaria disso e não fujo da regra. Mas acontece naturalmente, dentro do mérito de cada um. Tento sempre inovar e evoluir.

Como você avaliou o Felipão no Chelsea?Ele trabalha muito com a emoção do atleta e para isso é preciso ter uma oratória ex-celente. O Felipão usou bem no Brasil, em Portugal, e talvez não tenha tido esse tempo para adaptação no Chelsea. É um

treinador que exige, motiva, e a entonação da voz dele ajuda muito. Talvez essa tenha sido uma das dificuldades, para ele poder transmitir tudo isso com a emoção de sempre.

Que sensação ficou sobre a perda de pontos na Taça Guana-bara?Profissionalmente é ruim em todos os aspectos. É mais um fato que, queira ou não, faz parte do dia a dia do futebol e os problemas acabam aparecendo em uma entidade. A nossa teve isso e tem alguns problemas realmente, que estamos tentando solucionar para ter dias melhores.

Espera que o Vasco navegue sem sustos como o Corinthians?Tenho certeza que as coisas serão mais difíceis. Ano passado, o Corinthians chamou a atenção da maioria dos clubes e mostrou que todos terão de estar mais preparados, pois, queira ou não, o Corinthians, pela capacidade que teve e qualidade, se prep-

arou e conseguiu a condição de conquistar o campeonato bem antes do momento mais difícil da competição.

O que ficou de lição das passa-gens por Cruzeiro e Coritiba?Foram dois trabalhos que alca-nçaram seus objetivos. No Cru-zeiro, em um primeiro momento, havia dúvidas sobre a equipe e o Zezé Perrela falava que brig-aria contra o rebaixamento. Mas acreditaram no trabalho e as coi-sas foram acontecendo e rendeu vaga na Libertadores. Agora, é um grande trabalho do Adílson e o Cruzeiro promete muito nesse ano, por esse trabalho bem con-duzido por ele. Também existiu no Coritiba esse trabalho de refor-mular. Perdemos vários titulares e começamos com jogadores que só eram opções do René Simões. Remontamos o grupo e foi um trabalho bem conduzido, sério. Foi uma experiência muito impor-tante para minha carreira e es-pero que tenha contribuído para que essas duas equipes vivam hoje um momento melhor.

Você acha que, taticamente e fisicamente, o futebol brasileiro ainda deve muito ao da Europa?Físico em momento nenhum. Nós os superamos em todos os aspectos, mas não respeitamos aqui o que é fundamental para um trabalho de ponta, que é uma pré-temporada. Você inicia o trabalho no dia 5 e no dia 10 a equipe precisa estar jogando. É um absurdo do ponto de vista fisiológico. As equipes européias fazem pré-temporada de 40 dias e aqui já te cobram no primeiro

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Dorival se apresentando ao Vas-co da Gama

Dorival e o atual time do Vasco da Gama

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Time dos Sonhos

Todo mês, um jogador ou ex-boleiro escala a sua seleção dos sonhos. O time pode ter três zagueiros, três atacantes, líbero, ou seja, qualquer esquema tático. Além disso, um jogador pode ser impro-visado em outra posição,

que não a sua de origem. As personalidades do futebol também votam no seu técnico preferido. Futebol em ação fez uma seleção dos mais vota-dos: o Time dos Sonhos do Meu Time dos Sonhos. Deu para entender?

GOLEIRO1° Taffarel2° Dida3° Rogério Ceni4° Marcos5° Schmeichel

LATERAL DIREITO1° Cafu2° Leandro3° Carlos Alberto Torres4° Jorginho5° Arce

ZAGUEIRO1° Baresi2° Beckenbauer3° Aldair4° Luís Pereira5° Mozer

LATERAL ESQUERDO1° Maldini2° Roberto Carlos3° Júnior4° Nilton Santos5° Serginho

VOLANTE1° Falcão2° Zidane3° Gérson4° Makelele5° Dunga

MEIA1° Pelé2° Zico3° Maradona4° Ronaldinho Gaúcho5° Kaká

ATACANTE1° Romário2° Ronaldo3° Garrincha4° Careca5° Van Basten

TÉCNICO1° Telê Santana2° Luiz Felipe Scolari3° Cláudio Coutinho4° Vaderlei Luxemburgo5° Paulo Autuori

O time dos sonhos vencedor

Pode não ser uma formação

clássica, mas para todos aqueles que

votaram são os melhores de todos

os tempos

Os melhores de todos os tempo para os torcedores

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Se o lema dos americanos era “Yes, we can” (“Sim, nós podemos), imor-talizado pelo presidente Barack Obama, a seleção de Dunga mostrou que é brasileira e não desiste nun-ca. Após sair perdendo por 2 a 0 no primeiro tempo, virou na etapa final e conquistou neste domingo a Copa das Confederações pela terceira vez na história (ganhou também em 1997 e 2005) com a vitória de 3 a 2 sobre os Estados Unidos no estádio Ellis Park, em Joanesburgo. A tempera-tura na África do Sul marcava 7ºC, com sensação térmica de 2ºC. Frio, assim como será na Copa do Mun-do de 2010. Mas uma final quente, movimentada, e que os sul-africanos esperam ver novamente no ano que vem. No primeiro tempo, dois gols

americanos: Dempsey e Donovan. Na etapa final, três gols brasileiros: dois de Luís Fabiano, artilheiro do torneio com cinco, e um de Lúcio, que pela primeira vez levantou a taça como capitão do Brasil

Poderia ter tido mais, caso o ban-deirinha Henrik Andren tivesse marcado um de Kaká, também após o intervalo: a bola cruzou a linha an-tes de o goleiro Howard pegar, mas o auxiliar não viu e o árbitro sueco Martin Hansson mandou o lance seguir.

Com o título, o Brasil passa a ser o maior campeão nas duas com-petições oficiais da Fifa de futebol profissional: cinco Copas do Mundo e três Copa das Confederações (a França tem duas conquistas). Em

Jogadores brasileiros comemoram o título da Copa das Confederações

45 jogos com o técnico Dunga, são 31 vitórias, 10 empates e apenas quatro derrotas. Com os dois gols deste domingo, Luís Fabiano virou o artilheiro da era Dunga, com 16, um a mais que Robinho. Aos 24, Felipe Melo arriscou de longe e Howard voltou a defender. Aos 25, Kaká to-cou de calcanhar para Maicon pela direita e o lateral bateu cruzado, forte, mas o goleiro salvou de novo. E foi de Maicon o erro que originou o segundo gol americano. Aos 26, o camisa 2 saiu jogando errado no ataque, os Estados Unidos saíram rapidamente no contra-ataque com Donovan. O camisa 10 tocou na es-querda para Davies, que devolveu para Donovan driblar Ramires e bater sem chances para Julio Cés-

Brasil consegue virada maiúscula so-bre os Estados Unidos e leva a taçaSeleção conquista a Copa das Confederações depois de começar

com desvantagem de dois gols.

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Copa das Confederações

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Reportagem Especial

A polêmica Sport Recife e Flamengo

É uma verdadeira guerra de rubro-negros, que já completa 20 anos. De acordo com a Confederação Brasilei-ra de Futebol (CBF), que foi obriga-da pela Justiça federal a reconhecer o Sport como campeão, o título é do Sport. O time do Recife conquistou o módulo amarelo, que reunia equi-pes como o Guarani, vice-campeão brasileiro de 86, Vitória-BA, Atlé-tico-PR, Portuguesa-SP, Bangu-RJ e outros não que aceitavam ficar de fora do Módulo Verde e por isso a proposta do Conselho foi aprovada por todos os clubes.. Para o Flamen-

go, que conquistou o módulo verde, que reuniu os fundadores do Clube dos Treze, o título é dele.

O regulamento do Brasileirão de 87 previa o cruzamento dos campeões dos módulos verde e amarelo. Du-rante a competição, os clubes que disputavam o módulo verde, entre eles o São Paulo, decidiram não dis-putar o cruzamento. Com isso, Sport e Guarani, os dois primeiros do módulo amarelo, decidiram o título, vencido pelo rubro-negro pernambu-cano, e, posteriormente, representa-ram o Brasil na Copa Libertadores da América de 1988.

“É o único Brasileiro (1987) que não pode ser questionado porque é objeto de sentença transitada em julgado. Além da decisão da CBF, da Fifa, de o Sport ter ido à Liberta-dores e ter recebido o troféu, o Fla-

mengo questionou na Justiça. Gan-hamos em todas as instâncias, e o veredicto foi o de que o Campeonato Brasileiro de 1987 foi vencido pelo Sport”, diz Horacio Lacerda, presi-dente do time à época.

Como a decisão judicial transitou em julgado, não cabe mais recurso. “Nem que o Lula (presidente) qui-sesse, que o Congresso quisesse, que a CBF quisesse, ninguém pode (re-conhecer o Flamengo campeão de 87). É impossível. Encerrou o assun-to”, afirma Lacerda, que hoje é vice de futebol do Sport Clube Recife.

O fato é que a a CBF reconhece o time pernambucano como campeão brasileiro de 1987, e não o Flamen-go, que venceu o Módulo Verde (Copa União) naquele ano.

A verdade é que foi um campeonato complicado, mas a imprensa, até o inicio do brasileiro de 2007, não considerava em hipotese nenhuma, o Sport como campeão legitimado pela CBF, hoje já se fala em divisão

Quem é o verdadeiro

É o único Brasileiro (1987) que não pode ser

questionado porque é ob-jeto de sentença transita-

da em julgado.

do titulo entre Sport e Flamengo.Outro absurdo é que estão dizen-

do que o modulo amarelo represen-tava a segunda divisão, o que é um absurdo, pois como pode o Guarani vice campeão brasileiro de 1986 ter sido rebaixado em 1987? O America carioca, que foi o 3° em 1986? - De-pois dessa copa união começou a decadencia e fracasso desse clube, pois o “Pai de todos os Américas”, re-voltado por não participar da Copa União, não quis disputar o campe-onato do modulo amarelo, o que lhe levou a 3ª divisão, criada após esse “conflito”, para o ano de 1988.

Não se pode esquecer também, que a Copa União de 1987 ou Modulo Verde, foi disputada pelos maiores clubes da época - e que, se o Fla-mengo busca o reconhecimento do titulo, este talvez seja o seu maior trunfo. Mas o que vale é o que é de direito. E de fato e de direito, o Títu-lo Brasileiro de 1987, é do Sport Re-cife, restando ao glorioso Flamengo

Ao lado o time do Sport comemorando o campronato de 1987.

Abaixo o Flamengo se considera campeão

junto com o Sport

A Confederação Brasilei-ra de Futebol (CBF) con-siderar o Sport campeão de 1987, já os Clube dos Treze prefere dizer que o Flamengo é campeão

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Campeão Brasileiro de 1987?

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O INICIO DA GUERRADepois de tantos desmandos final-

mente no dia 15/09/87 é aprovada uma tabela e um regulamento para a competição possibilitando assim o seu inicio. A idéia inicial de Nabi Abi Chedid foi mantida e a 1ª divisão passou a ser constituída pelo módulo verde formado por Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Cru-zeiro, Atlético-MG, Grêmio, Interna-cional, Bahia, Coritiba, Goiás e San-ta Cruz, e o módulo amarelo formado por: Sport, Guarani, Bangu, Inter de Limeira, Náutico, América-RJ, Vitória, Atlético-PR, Criciúma, Join-ville, Rio Branco, Atlético de Goiás, Portuguesa, Ceará, CSA e Treze. O módulo amarelo seria dividido em duas chaves, A e B, da qual sairia um representante de cada uma para disputar o titulo do modulo amarelo e, por conseguinte, o titulo nacio-nal contra os vencedores do módulo verde.

Já no dia 16/09 o Sport faz sua estréia, na Ilha, empatando contra o Atlético PR em 1x1. Começou o campeonato e prosseguia a confusão. O América carioca não aceita o regu-lamento e se retira da competição, impetrando um mandato de segu-rança contra a CBF.

O Sport, em defesa de seus direi-tos, aciona a TV Globo, que tinha o direito de televisionamento exclu-sivo sobre o campeonato Brasileiro, pois só quem via a cor do dinheiro eram os componentes do clube dos 13. Também recebiam com exclu-sividade um milionário patrocínio da Coca-Cola e do açúcar União, que emprestou seu nome para batizar a disputa do modulo verde.

O clima fica feio entre a TV e o mod-lo amarelo que passa a ser boicotado pela mesma. Em retaliação a esse fato o Sport também boicota a tv e proíbe a comercialização de Coca Cola na Ilha do Retiro. No campo de jogo, o Sport vai vencendo seus ad-versários, sendo imbatível dentro da Ilha e irresistível fora dela.

Pra vc,quem foi campeão brasileiro de 87,Sport ou Fla-

mengo?

“O Flamengo foi, de fato, o campeão brasileiro de 1987.`` ´´O Clube dos 13 acionou o Con-selho Nacional dos Desportos que reconheceu, por unanimi-dade, o título rubro-negro como o verdadeiro título brasileiro.” Sérgio Vitor, estudante e fla-menguista

“Flamengo campeão legíti-mo de 1987, porque o Brasil inteiro acompanhou a Copa União como o Campeonato Brasileiro. O Sport não pode ser descartado, porque é ofi-cial. E eu preciso contar a história inteira. Por isso, em-bora eu julgue o Flamengo o campeão legítimo, quando me perguntam, digo: Flamengo e Sport são campeões de 1987. É o único jeito de alimentar a cu-riosidade e contar a história in-teira, como todo mundo merece saber.” Vitorhugo , estudante e Flamenguista

“Foi o Sporte porque a regra era clara que o campeão do módulo verde e amarelo deveriam se enfrentar. Como o bonitão do Flamengo não quis, perdeu o tí-tulo!” Drieli Volponi, torcedora do Sport

Pra mim, pra vc, e pra o resto do mundo, ponha uma coisa na sua cabeça: Sport Club do Recife, Campeão Brasileiro de 1987. Ana Elisa, estudante e torce-dora do Sport

A CBF pode te responder. Basta ver quem disput-ou a libertadores

88.

apenas a conquista da Copa União (campeonato Brasileiro não oficial).

A briga ainda vai durar por mui-tos anos, ainda mais, pelo fato do Flamengo ter entrado em campo, na partida contra o Cruzeiro, em 4

de novembro de 2007, com os atle-tas vestindo uma camiseta com os dizeres “Mengão é penta”.

Paralelamente a estes fatos, os principais clubes do Rio de Janei-ro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e o Bahia decidem se reunir e criar uma associação de-nominada Clube dos 13, presidida pelo então presidente do São Paulo Michel Aidar, que serviria exclusi-vamente para a formação de uma liga constituída somente por eles próprios e alguns outros poucos con-vidados, tentado assim, monopolizar toda mídia nacional e toda receita de patrocinadores a seu redor. As-sim, Otavio Pinto Guimarães e Nabi Abi Chedid, respectivamente presi-dente e vice-presidente da CBF na época, começaram a ser pressiona-dos de todos os lados pelo Clube dos 13, que contava com o apoio de Ma-noel Tubino, presidente do C.N.D., para que o campeonato Brasileiro daquele ano fosse disputado a seus moldes. Queriam escolher os par-ticipantes e toda renda publicitária mesmo que tudo isso ferisse os regi-mentos da confederação brasileira de futebol e os direitos adquiridos

O Sport venceu o Guarani na final da primeira fase por 1 x 0

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Campeonato Brasileiro

Derrota por 4 a 1 para o Goiás evidencia a insatis-fação da torcida do Bota-fogo com Lucio Flavio. Mas sobrou palavrão para quase todos

Os jogadores treinam para esque-cerem a derrota e serguir em frente

no campeonato

Na linguagem televisiva, palavrões são suprimidos com um “pi”. Para transcrever a revolta da torcida do Botafogo após a goleada por 4 a 1 para o Goiás, no sábado, tal artifício seria bastante necessário. Os pouco menos de sete mil torcedores que compareceram ao estádio não per-doaram a derrota e a permanência na zona de rebaixamento do Campe-onato Brasileiro.

Do goleiro ao ponta esquerda, in-cluindo o técnico Ney Franco e a di-retoria, todos foram xingados com um grito tradicional de hostilidade das torcidas cariocas. Houve os pou-pados. Leandro Guerreiro foi um deles, Victor Simões outro. Mas nem o goleiro reserva Castillo escapou da lista negra. No topo dela, aliás, está Lucio Flavio.

Depois de trocar de alvinegros e mudar-se para o Santos no início deste ano, o apoiador viu seu prestí-gio despencar. Mal no time paulista, rescindiu contrato e pediu abrigo na antiga casa. Até o momento, aqueles que o acolheriam foram cruéis: “... o Botafogo não precisa de você”, foi a canção nada amigável que ele rece-beu. E não foi só. Quando saiu ma-chucado para a entrada de Rodrigo Dantas, o ex-capitão teve de ouvir a maioria dos torcedores comemoran-do seu problema físico.

Também vítima de gritos hostis, Ney Franco compreende a postura do torcedor.

Mesmo quando eu sair nunca pode-ria reclamar da torcida do Botafogo. Independente se tem muitos torce-dores ou não, eles nos apóiam. A re-sponsabilidade é totalmente nossa. Temos que entender essa manifesta-ção porque há uma paixão pelo clube e quando o torcedor vê o time em situação desconfortável mexe com o sentimento de qualquer um – disse o treinador.

A derrota por 4 a 1 para o Goiás não derrubou Ney Franco no Bota-fogo. Protegido pela diretoria, o trei-nador reconheceu que o tropeço no Engenhão deixou o seu cargo em situação delicada.

Perdemos por um placar enorme e isso mancha todo mundo que está neste projeto. Mas a diretoria me deu uma prova de confiança no vestiário – disse o técnico, durante entrevista

coletiva na noite de sábado. Em 19ª lugar no Brasileiro, com

eis pontos e apenas uma vitória em oito jogos, o Botafogo pode terminar a rodada na lanterna se o Sport pelo menos empatar com o Grêmio, na Ilha do Retiro. Para o treinador, a possibilidade serve como ponto de partida para a reação.

É hora de colocar o pé no fundo do poço e arrancar. Sei que teremos mais uma semana turbulenta. Va-mos cobrar ao máximo dos jogadores e também nos cobrar. Não medirei esforços para mudar esta situação. Espero que semana que vem esteja aqui falando de coisas boas – disse Ney Franco.

Os próximos dois jogos do Alvine-gro são fora de casa contra Atlético-MG e Avaí.

Entre o aplauso e repúdio a joga-dores do passado, a torcida do Bota-fogo encontrou a ira destinada ao elenco que disputa o Campeonato Brasileiro. Na noite deste sábado, o Goiás passeou no Engenhão, goleou por 4 a 1 e deflagrou uma crise de relacionamento entre torcedores e jogadores alvinegros.

O segundo tempo do duelo, válido pela oitava rodada, praticamente foi dominado pelos gritos de protestos vindos das arquibancadas. Os xin-gamentos se multiplicaram – Lucio Flavio foi o principal alvo - e a ses-são nostalgia ganhou voz:

- Que saudade enorme, que eu sin-to de 89.

Momentos antes do jogo, diversos jogadores que participaram do títu-lo do Campeonato Carioca de 1989 foram ao gramado e receberam os aplausos da torcida. O mesmo trata-mento não teve Zé Roberto. O joga-dor está cotado para voltar ao clube, mas antes mesmo de a negociação avançar foi xingado e “homenagea-do” com uma faixa contra a sua contratação.

Em situação delicada no comando do Botafogo, Ney Franco foi “dispen-sado” pela torcida: “Fora, Ney Fran-co”, cantaram os botafoguenses.

O time está na 19º colocação, com seis pontos, e pode terminar a roda-da na lanternaIlha do Retiro.

Alvinegro inicia sua semana turbulenta

“É hora de colocar o pé no fundo do poço e arrancar”,

diz Ney Franco

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Campeonato Brasileiro

Treinador afirma que ataque do Flamengo, for-mado por Adriano e Em-erson, é muito poderoso e afirma ter quatro atletas que tem condições de at-uar no ataque com Fred

Enfrentar o atacante Adriano in-spirado não é moleza para as def-esas, mas Carlos Alberto Parreira disse que a zaga do Fluminense se comportou bem diante do Impera-dor, que deu algum trabalho para o goleiro Ricardo Berna. O treinador classificou o ataque rubro-negro de altamente poderoso.

A linha de frente do Flamengo não se restringe ao Adriano. Há o Emer-son, um jogador muito perigoso tam-bém. A nossa defesa se saiu muito bem no Fla-Flu e conseguiu neutral-izar as investidas deles, principal-mente no meio-de-campo – analisou Carlos Alberto Parreira.

O treinador não apenas elogiou a sua defesa. Ele fez questão de lem-brar de Diguinho, volante que atuou na armação, e de que o time não é dependente de Fred para fazer gols. Segundo ele, o Fluminense tem joga-dores importantes.

Diguinho ficou muito tempo para-do, mas voltou bem. Porém, acho que o primeiro tempo foi muito puxado, não só para ele, mas para todos os jogadores. Queremos que outros

jogadores também façam gols. Acho que não somos dependentes dele, mas Fred é o nosso jogador de refer-ência – completou o treinador.

Apesar de completar o terceiro jogo consecutivo sem vitória no Brasileirão, Ricardo Berna tem mo-tivos para comemorar. O goleiro mostrou-se feliz com a sua boa atu-ação no Fla-Flu, já que foi um dos principais responsáveis para que o placar continuasse em 0 a 0 até o fim.

Em se tratando de um Fla-Flu, um clássico tradicional e de imen-sa importância para ambos, posso considerar que foi uma das minhas melhores atuações com a camisa do Fluminense – afirmou, em entrev-ista à Rádio Brasil.

Quando perguntado sobre os lanc-es, o goleiro foi preciso ao apontar uma defesa decisivaForam pelo menos três defesas bas-tante difíceis, mas vou destacar aquela do primeiro tempo (aos 12 minutos), no lance que o Everton cruzou, a bola desviou no Mariano e quase me encobriu. Houve uma mudança de trajetória rápida, e ter conseguido defender naquela cir-cunstância foi muito importante – disse. Desde que assumiu a posição deti-tular, contra o Náutico, o goleiro só sofreu gols em dois jogos: contra o próprio Timbu, e diante do Avaí. No total, são cinco partidas e quatro

gols, com média de menos de um por jogo.Tartá, que pensa deixar o Flumi-nense porque diz não estar sendo aproveitado pelo técnico Carlos Al-berto Parreira, ganhou conselhos de um jogador que muito o admira. Thiago Neves, que vai para o Al-Hi-lal, da Arábia Saudita e se despediu dos tricolores no Fla-Flu, afirmou ter passado por algo semelhante quando defendia o Paraná Clube.

Já estive na situação dele e não me entreguei. Passei por isso no Paraná, não jogava muito e pouco ficava no banco de reservas. Disse a ele para não baixar a cabeça porque ele tem um bom futuro pela frente – disse Thiago Neves. O apoiador teve a preocupação de conversar com o pai de Tartá para tentar convencê-lo a não deixar o Fluminense. Thiago acredita que o momento do jovem meia de 20 anos vai chegar a qualquer momento. É só uma questão de tempo. No último treino que fizemos nas Laranjeiras, na véspera do Fla-Flu, conversei com Tartá e com o pai dele. Tartá é muito novo, mas é um grande amigo que fiz no Fluminense. Sei que ele vai pensar bem – disse Thiago. O ex-camisa 10 é tão ami-go de Tartá que já o indicou várias vezes para assumir o seu posto no time. Mas Thiago Neves lembra que esta decisão é de Carlos Alberto Par-

Parreira orienta os jogadores do fluminense depois da despe-dida de Thiago Neves

Depois do FLA-FLU a ordem é treinar

“Perdemos um ex-celente atacante,

mas temos out-ros jogadores que poderão entrar no

time.”

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Copa do Brasil

Quem será campeão ?

Jorge Henrique e o Fenô-meno anotaram os gols do triunfo por 2 a 0 dos paulis-tas, que agora podem até perder no Beira-Rio de 1 a o, mas o Inter continua na briga pelo título

O oportunismo de Jorge Henrique, o poder de decisão de Ronaldo e a ótima fase de Felipe - aliados ao con-tagiante apoio dos mais de 35 mil fiéis que estiveram no Pacaembu na noite desta quarta-feira - ajudaram o Corinthians a dar importante pas-so rumo ao tricampeonato da Copa do Brasil. Eficiente e vibrante, o Timão fez 2 a 0 no Internacional, na primeira final, e agora joga no dia 1º de julho, no Beira-Rio, em Porto

Alegre, com boa vantagem.Para ficar com o título e assegurar

vaga na Taça Libertadores de 2010, ano do seu centenário, o Timão pode perder por um gol de diferença no Sul ou até mesmo por dois gols com qualquer placar que não o 2 a 0. A missão do Internacional é vencer por 2 a 0 para levar a decisão aos pênaltis ou então por três gols de diferença para ser campeão.

No próximo domingo, ainda em clima de Copa do Brasil, Corinthi-ans e Internacional entram em cam-po pelo Campeonato Brasileiro. O Timão tem pela frente um clássico contra o São Paulo, às 18h30m, no Pacaembu. Já o Colorado atua fora de casa, no mesmo horário, diante do Flamengo, no Rio de Janeiro.

A esperança vermelha está em Nilmar. O atacante do Internacio-nal retornou nesta segunda-feira da seleção brasileira e deu de cara com

Caso leve um gol no Beira-Rio, o time

gaúcho tem que au-mentar a diferença

para três

uma realidade da qual ele não con-seguirá escapar: o papel de salvador da pátria colorada em uma decisão complicada, moldada com expres-siva desvantagem em sua primeira metade. Em São Paulo, sem Nilmar, o Inter levou 2 a 0 do Corinthians. Em Porto Alegre, com Nilmar, os torcedores do clube gaúcho clamam pelos três gols de diferença que po-dem tornar o Colorado bicampeão da Copa do Brasil.

Na divisão do bolo da responsabi-lidade entre os jogadores do Inter, a maior fatia ficou com Nilmar. Ele sabe disso. E mais: parece disposto a assumir o papel.

A minha responsabilidade sempre foi grande aqui. Sei da importância que tenho. Tudo isso só aumenta a minha confiança. Espero retribuir. Responsabilidade é algo que sem-pre tive no Inter, principalmente depois que voltei do Corinthi-ans. A cobrança sempre foi muito grande. Estou acostumado a isso. Vou procurar corresponder - disse

o jogador. Mas Nilmar faz um alerta: uma

decisão não passa apenas por um jogador. Ele quer que todos estejam em alto nível no duelo com o Corin-thians.

- Não é só um jogador que vai deci-dir. Precisamos de todo mundo - co-mentou o atacante.

Nilmar diz que está bem. Ele du-vida que possa ser atrapalhado pelo cansaço, mesmo que tenha acabado de voltar da África do Sul, onde con-quistou a Copa das Confederações com a seleção. A ansiedade faz com que o craque do Inter queira aceler-ar os ponteiros do relógio.

Faz tempo que não jogo. Estava treinando com a seleção, mas não é a mesma coisa. Queria que o jogo já fosse amanhã - afirmou Nilmar.

Os dois times estão treinando muito, o

campeão garante a vaga na Libertadores

da América do ano que vem

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