Saliva - Fisiologia

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Saliva - Tipos de glândulas: Glândulas mucosas de células únicas, células mucosas ou células caliciformes: atuam basicamente em resposta à irritação local do epitélio: secretam muco diretamente na superfície epitelial, que age como um lubrificante para proteger as superfícies da escoriação e da digestão. Criptas de Lieberkuhn: são imaginações do epitélio na submucosa do intestino delgado e contêm células secretoras especializadas. Células tubulares: presentes em grande número no estomago e no duodeno superior. Glândulas salivares, pâncreas e fígado: produzem secreções para digestão e emulsificação dos alimentos. Essas glândulas localizam-se fora das paredes do trato alimentar e, neste ponto, diferem de todas as outras glândulas alimentares. Elas contêm milhões de ácinos revestidos com células glandulares secretoras; esses ácinos abastecem um sistema de ductos que finalmente desembocam no próprio trato alimentar. Mecanismos de estimulação das glândulas do trato alimentar Efeito do contato com o epitélio: a presença mecânica do alimento em um dado segmento do trato gastrointestinal geralmente faz com que as glândulas daquela região e de regiões adjacentes, produzam sucos. Parte desse efeito local resulta da estimulação por contato direto das células glandulares superficiais com o alimento. A estimulação epitelial local também ativa o sistema nervoso entético da parede do trato gastrointestinal. O tipo de estímulos que o faze são: Estimulação tátil Irritação química Distensão da parede do trato gastrointestinal Os reflexos nervosos resultantes estimulam tanto as células mucosas da superfície epitelial como as glândulas profundas da parede do trato gastrointestinal a aumentarem sua secreção. Estimulação autônoma da secreção Estimulação parassimpática: a estimulação dos nervos parassimpáticos para o trato alimentar quase sempre aumenta as taxas de secreção das glândulas. Estimulação simpática: a estimulação dos nervos simpáticos causa um aumento pequeno a moderado na secreção de algumas glândulas locais. Todavia, a estimulação simpática também resulta na constrição de vasos sanguíneos que

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Saliva

- Tipos de glândulas:

Glândulas mucosas de células únicas, células mucosas ou células caliciformes: atuam basicamente em resposta à irritação local do epitélio: secretam muco diretamente na superfície epitelial, que age como um lubrificante para proteger as superfícies da escoriação e da digestão.

Criptas de Lieberkuhn: são imaginações do epitélio na submucosa do intestino delgado e contêm células secretoras especializadas.

Células tubulares: presentes em grande número no estomago e no duodeno superior.

Glândulas salivares, pâncreas e fígado: produzem secreções para digestão e emulsificação dos alimentos. Essas glândulas localizam-se fora das paredes do trato alimentar e, neste ponto, diferem de todas as outras glândulas alimentares. Elas contêm milhões de ácinos revestidos com células glandulares secretoras; esses ácinos abastecem um sistema de ductos que finalmente desembocam no próprio trato alimentar.

Mecanismos de estimulação das glândulas do trato alimentar

Efeito do contato com o epitélio: a presença mecânica do alimento em um dado segmento do trato gastrointestinal geralmente faz com que as glândulas daquela região e de regiões adjacentes, produzam sucos. Parte desse efeito local resulta da estimulação por contato direto das células glandulares superficiais com o alimento.

A estimulação epitelial local também ativa o sistema nervoso entético da parede do trato gastrointestinal. O tipo de estímulos que o faze são:

Estimulação tátil Irritação química Distensão da parede do trato gastrointestinal

Os reflexos nervosos resultantes estimulam tanto as células mucosas da superfície epitelial como as glândulas profundas da parede do trato gastrointestinal a aumentarem sua secreção.

Estimulação autônoma da secreção

Estimulação parassimpática: a estimulação dos nervos parassimpáticos para o trato alimentar quase sempre aumenta as taxas de secreção das glândulas.

Estimulação simpática: a estimulação dos nervos simpáticos causa um aumento pequeno a moderado na secreção de algumas glândulas locais. Todavia, a estimulação simpática também resulta na constrição de vasos sanguíneos que suprem as glândulas. Portanto, a estimulação simpática pode ter um efeito duplo: primeiro aumenta um pouco a secreção, e depois, a estimulação simpática geralmente reduz a secreção, às vezes de maneira significativa, principalmente devido à redução do suprimento de sangue pela vasoconstrição.

Regulação da secreção glandular pelos hormônios: no estomago e no intestino, vários hormônios gastrointestinais regulam o volume e as características químicas das secreções. Esses hormônios são liberados pela mucosa gastrointestinal em resposta à presença de alimento no lúmen do trato intestinal. Os hormônios são, então, secretados no sangue e transportados para as glândulas, onde estimulam a secreção. Esse tipo de estimulação é particularmente importante para aumentar a produção de suco gástrico e suco pancreático, quando o alimento entra no estomago ou no duodeno.

Propriedades lubrificantes e protetoras do muco

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Muco é uma secreção espessa composta principalmente de água, eletrólitos e uma mistura de diversas glicoproteínas. O muco difere um pouco nas várias partes do trato gastrointestinal, mas tem características comuns que fazem dele um excelente lubrificante e protetor da parede do trato gastrointestinal.

Possui qualidades de aderência que lhe permitem aderir ao alimento ou a outras partículas e espalhar-se Tem consistência suficiente para revestir a parede gastrointestinal e evitar contato direto das partículas de

alimentos com a mucosa Tem baixa resistência ao deslizamento, de maneira que as partículas deslizam pelo epitélio com facilidade Faz com que as partículas fecais adiram umas às outras para formar as fezes É muito resistente à digestão pelas enzimas gastrointestinais Possuem propriedades de tamponamento

Resumindo, o muco tem capacidade de permitir o deslizamento fácil do alimento pelo trato gastrointestinal e evitar danos excoriativos ou químicos ao epitélio.

Uma pessoa consegue perceber as qualidades lubrificantes do muco quando as glândulas salivares não secretam saliva, porque fica difícil deglutir alimentos sólidos.

Secreção de saliva

As principais glândulas salivares são:

Glândulas parótidas – secreção serosa Submandibulares – secreção serosa e mucosa Sublinguais – secreção serosa e mucosa

* As glândulas bucais só secretam muco.

A secreção diária de saliva normalmente é de 800 a 1500 ml e cerca de 0,5 ml a cada minuto. Mas, durante o sono, a secreção diminui bastante. A saliva tem um pH entre 6,0 e 7,0, uma faixa favorável à ação digestiva da ptialina.

* A saliva secretada é quase que inteiramente do tipo mucoso.

A saliva contém 2 tipos principais de secreção de proteína:

Secreção serosa: contém ptialina (uma α-amilase) que é uma enzima para a digestão de amido Secreção mucosa: contém mucina para lubrificar e proteger as superfícies.

Secreção de íons na saliva – a saliva contém quantidades especialmente elevadas de íons potássio e bicarbonato. Por outro lado, as concentrações tanto de íons sódio quanti de íons cloreto são menores na saliva do que no plasma.

A secreção de saliva é um operação em 2 estágios: o primeiro envolve os ácinos e o segundo os ductos salivares. Os ácinos produzem uma secreção primária que contém ptialina e/ou mucina em solução de íons em concentrações não muito diferentes daquelas típicas dos líquidos extracelulares. À medida que a secreção primária flui através dos ductos, ocorrem 2 processos de transporte ativo que modificam bastante a composição iônica da saliva.

Primeiro, os íons sódio são reabsorvidos ativamente nos ductos salivares e íons potássio são ativamente secretados em troca de sódio. Portanto, a concentração de íons sódio da saliva reduz-se, enquanto a concentração de íons potássio torna-se maior.

A reabsorção de sódio excede a secreção de potássio, o que cria uma negatividade elétrica nos ductos salivares fazendo com que os íons cloreto sejam reabsorvidos passivamente. Portanto, a concentração de íons cloreto no líquido salivar cai a um nível muito baixo, equiparado à concentração de íons sódio.

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Em segundo lugar, íons bicarbonatos são secretados pelo epitélio ductal para o lúmen do ducto. Isto é causado pela troca de bicarbonato por íons cloreto e por um processo secretório ativo.

Função da saliva na higiene oral – a boca é repleta de bactérias patogênicas que podem destruir facilmente os tecidos e causar cáries dentárias. A saliva ajuda a evitar processos de deterioração de diversas maneiras.

1º) O fluxo de saliva em si ajuda a lavar a boca das bactérias patogênicas, bem como das partículas de alimentos que proveem suporte metabólicos a elas.

2º) A saliva contém vários fatores que destroem as bactérias. São eles os íons tiocianato e diversas enzimas proteolíticas – a mais importante é a lisozima. Essas enzimas atacam as bactérias, ajudam os íons tiocianato a entrar nas bactérias, onde se tornam bactericidas, e digerem partículas de alimentos, ajudando assim a remover ainda mais o suporte metabólico das bactérias.

3º) A saliva contém anticorpos proteicos que podem destruir as bactérias orais, incluindo algumas das que causam cáries dentárias.

Na ausência de salivação, os tecidos orais normalmente tornam-se ulcerados e até infectados, e as cáries dentárias podem tornar-se frequentes.

Regulação nervosa da secreção salivar

As glândulas salivares são controladas principalmente por sinais nervosos parassimpáticos que se originam nos núcleos salivatórios superior e inferios no tronco cerebral.

Os núcleos salivatórios são excitados por estímulos gustativos e táteis da língua e de outras áreas da boca e da faringe.

A estimulação simpática também pode aumentar um pouco a salivação.

Um fator secundário que afeta a secreção salivar é o suprimento de sangue para as glândulas, porque a secreção sempre requer os nutrientes adequados do sangue. Os sinais nervos parassimpáticos que induzem a salivação abundante também dilatam moderadamente os vasos sanguíneos. Além disso, a própria salivação dilata diretamente os vasos sanguíneos, proporcionando assim maior nutrição das glândulas salivares, necessária às células secretoras.