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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Samuel Barbosa de Deus ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DA ADERÊNCIA ENTRE O CONCRETO E BARRAS DE FIBRA DE VIDRO Santa Maria, RS 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Samuel Barbosa de Deus

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DA

ADERÊNCIA ENTRE O CONCRETO E BARRAS DE FIBRA DE VIDRO

Santa Maria, RS

2018

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Samuel Barbosa de Deus

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DA ADERÊNCIA

ENTRE O CONCRETO E BARRAS DE FIBRA DE VIDRO

Trabalho de Conclusão de curso apresentado

ao Curso de Graduação em Engenharia Civil

da Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM, RS), como requisito parcial para

obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Rogério Cattelan Antocheves de Lima

Santa Maria, RS

2018

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Samuel Barbosa de Deus

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DA ADERÊNCIA

ENTRE O CONCRETO E BARRAS DE FIBRA DE VIDRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Graduação em Engenharia Civil

da Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM, RS), como requisito parcial para

obtenção do título de Engenheiro Civil.

Aprovado em 16 de agosto de 2018:

____________________________________

Rogério Cattelan Antocheves de Lima, Dr. (UFSM)

(Presidente/Orientador)

____________________________________

Almir Barros da Silva Santos Neto, Dr. (UFSM)

____________________________________

André Lübeck, Dr. (UFSM)

Santa Maria, RS

2018

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RESUMO

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DA ADERÊNCIA

ENTRE O CONCRETO E BARRAS DE FIBRA DE VIDRO

AUTOR: Samuel Barbosa de Deu

ORIENTADOR: Rogério Cattelan Antocheves de Lima

Um dos maiores desafios na indústria da construção civil, atualmente, está relacionado com a

durabilidade das estruturas de concreto armado e com os respectivos custos de manutenção.

Geralmente, a queda na durabilidade destas estruturas está ligada ao fenômeno de corrosão,

sofrido pelas barras de aço. Para evitar reparos e futuros gastos com reforços estruturais, tem-

se buscado maior durabilidade através de novas técnicas e materiais inovadores. Assim sendo,

o emprego de armaduras provenientes de materiais não metálicos em substituição às barras de

aço no concreto armado torna-se uma alternativa atraente e ainda pouco estudada. A presente

pesquisa visa avaliar a aderência de armaduras compósitas, formadas por fibras de vidro

impregnadas com resina, GFRP (Glass Fiber Reinforced Polymer), ao concreto. Foram

realizados ensaios de arrancamento, baseados na RILEM/CEB/FIP RC6 (1983). Para efeitos

comparativos, também foram realizados ensaios de arrancamento em corpos de prova nas

mesmas condições, porém armados com barras de aço. As barras de GFRP utilizadas nos

ensaios apresentaram comportamento elástico-linear até a sua ruptura. Não foi possível

calcular a tensão de aderência exata, devido a fatores que comprometeram as leituras e os

resultados, todavia foi possível estabelecer um intervalo de tensões para a resistência de

aderência. Os modelos armados com PRFV apresentaram um maior deslizamento quando

comparados aos modelos armados com aço. A forma de ruptura dos corpos de prova foi de

arrancamento da barra para ambos os casos, sem que houvesse fendilhamento do concreto

circundante. Ao final do programa experimental foi possível concluir que as barras de GFRP

necessitam um comprimento de ancoragem maior que as barras de aço.

Palavras-chave: Fibra de vidro; tensão de aderência; arrancamento; compósito; GFRP.

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ABSTRACT

EXPERIMENTAL ANALYSIS OF BOND BEHAVIOUR BETWEEN CONCRETE

AND GLAS FIBER POLYMER BARS

AUTHOR: Samuel Barbosa de Deus

ADVISOR: Rogério Cattelan Antocheves de Lima

One of the biggest challenges in the construction industry today is related to the

durability of reinforced concrete structures and their associated maintaining costs. Generally,

the decrease in durability of these structures is linked to the phenomenon of corrosion,

suffered by steel bars. To avoid repairs and future expenditures whit structural

reinforcements, we have sought greater durability through new techniques and innovative

materials. Therefore, the use of no-metallic reinforcing material replacing steel bars in

reinforced concrete becomes an attractive alternative for study. The present research aims to

evaluate the bond of composite reinforcement, formed by GFRP (glass fiber reinforced

polymer), to concrete. Pull-out test was performed, based on RILEM/CEB/FIP RC6 (1983).

For comparative purposes, pullout tests were also performed on test specimens under the

same conditions, but with steel bars. The GFRP bars used in the tests presented elastic-linear

behavior until rupture. It was not possible to calculate the exact bond strength due to factors

that compromised the readings and results, but it was possible to establish a range of tensions

for the bond strength. The GFRP models presented a greater slip when compared to the

models armed with steel. The shape of rupture of the specimens was of pulling of the bar for

both cases, without there was cracking of the concrete. At the end of the experimental

program it was possible to conclude that the GFRP bars require a longer anchoring length

than the steel bars.

Keywords: glass-fiber; bond strength; pull-out; composite; GFRP

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 6 1.1 OBEJTIVOS ....................................................................................................... 7 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 7 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................... 8

2 BARRAS DE FIBRA IMPREGNADAS POR POLÍMEROS (FRP) .............. 9 2.1 DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........... 9 2.2 COMPÓSITO DE FRP ..................................................................................... 13 2.2.1 Matriz polimérica ........................................................................................... 14 2.2.2 Fibras ............................................................................................................... 15

2.3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DAS BARRAS DE FRP ............................ 16

2.4 PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DAS BARRAS DE FRP ........ 18 2.4.1 Densidade ........................................................................................................ 19

2.4.2 Dilatação térmica ............................................................................................ 20 2.4.3 Resistência e módulo de elasticidade a tração.............................................. 20 2.4.4 Resistência e módulo de elasticidade a compressão .................................... 25

2.4.5 Resistência ao cisalhamento e à fadiga ......................................................... 25 2.5 DURABILIDADE ............................................................................................ 25 3 ADERÊNCIA ENTRE O CONCRETO E A ARMADURA .......................... 27

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................ 27 3.2 COMPONENTES DA ADERÊNCIA .............................................................. 28

3.2.1 Aderência por adesão ..................................................................................... 28 3.2.2 Aderência por atrito ....................................................................................... 29 3.2.3 Aderência mecânica ........................................................................................ 30

3.3 MODOS DE RUPTURA DA ADERÊNCIA ................................................... 30 3.3.1 Ruptura por fendilhamento e esmagamento do concreto ........................... 30

3.3.2 Ruptura por arrancamento da barra ........................................................... 31 3.4 FATORES INFLUENTES NA TENSÃO DE ADERÊNCIA ......................... 32

3.4.1 Forma da seção transversal da barra ........................................................... 33

3.4.2 Conformação superficial das barras ............................................................. 33 3.4.3 Módulo de elasticidade na direção longitudinal .......................................... 33

3.4.4 Posição das barras na seção transversal do elemento de concreto ............ 34 3.4.5 Cobrimento de concreto ................................................................................. 34 3.4.6 Diâmetro das barras ....................................................................................... 34

3.4.7 Resistência do concreto à compressão .......................................................... 35 3.5 ENSAIO DE ADERÊNCIA ............................................................................. 36 3.5.1 Ensaio de arrancamento direto (Pull-out test) ............................................. 36

3.5.2 Ensaio de viga ................................................................................................. 38

3.5.3 Ensaio de arrancamento segundo RHEM e ELIGEHAUSEN (1979) ....... 39 4 PROGRAMA EXPERIMENTAL .................................................................... 40 4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................ 40

4.2 INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL ............................................................. 40 4.3 PROPRIEDADES DO CONCRETO ............................................................... 40

4.3.1 Cimento ........................................................................................................... 40 4.3.2 Agregado miúdo .............................................................................................. 41 4.3.3 Agregado graúdo ............................................................................................ 42 4.3.4 Água ................................................................................................................. 42 4.3.5 Dosagem, mistura e controle ......................................................................... 43 4.4 BARRAS DE GFRP ......................................................................................... 44

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4.5 ENSAIOS DE ARRANCAMENTO ................................................................ 50 4.5.1 Fôrmas, moldagem e cura .............................................................................. 50 4.5.2 Ensaio de arrancamento ................................................................................ 52 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO ......................................... 57 5.1 RESULTADOS EXPERIMENTAIS ............................................................... 57

5.1.1 Barras de GFRP ............................................................................................. 57 5.1.2 Ensaios de arrancamento ............................................................................... 59 6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 63 6.1 BARRAS DE GFRP 63 6.2 ENSAIO DE ARRANCAMENTO .................................................................. 63

6.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................... 64 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 65 APÊNDICE A – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS AGREGADOS70

A.1 – CURVA GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO MIÚDO ........................... 70 A.2 – CURVA GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO GRAÚDO ........................ 71 APÊNDICE B – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE COMPRESSÃO AXIAL . 72 B.1 – RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO .................................................................... 72

APÊNDICE C – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE TRAÇÃO DIRETA ......... 73 C.1 – ALONGAMENTO E DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA ...................................... 73

C.2 – DIAGRAMAS TENSÃO X DEFORMAÇÃO ................................................... 84 APÊNDICE D -RESULTADOS DOS ENSAIOS DE ARRANCAMENTO ......... 86

D.1 – BARRAS DE GFRP ........................................................................................... 86 D.2 – BARRAS DE AÇO ............................................................................................. 92

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1 INTRODUÇÃO

Na construção civil, as barras de aço são amplamente utilizadas como

armadura ativa e passiva nas estruturas de concreto. No entanto, sob certas condições

ambientais elas podem sofrer com a corrosão, causando sua deterioração ou até mesmo o

colapso progressivo dos elementos estruturais, conduzindo a elevados gastos para reparo e

reforço das estruturas deterioradas (COUTO, 2007).

A durabilidade das estruturas de concreto armado é muito influenciada por fatores

climáticos como elevadas umidades, variações bruscas de temperatura e ciclos de

congelamento de descongelamento que, em geral, contribuem para a ocorrência de

degradação do concreto por micro fissuração, lixiviação, e outras patologias. No Brasil,

devido ao seu vasto litoral, alguns dos fatores que afetam as estruturas de concreto armado

são o contato com a água salgada, maresia e outros agentes químicos (RIBEIRO et al, 2016).

De acordo com Beiral (2012), é sabido que a durabilidade de um material de uma

estrutura é fator crucial na determinação do custo total ao longo de sua vida útil e, assim, a

durabilidade continua com grande destaque nas pesquisas relativas ao concreto armado.

Conforme Tavares (2006), para a solução deste problema está sendo pesquisada uma

armadura constituída de materiais inertes à corrosão e a formação de campos

eletromagnéticos. Essa armadura consiste de um compósito formado por fibras impregnadas

por resina, as FRP (Fiber Reinforced Polymer) ou PRF em português.

Segundo Couto (2007), as propriedades físicas e mecânicas das barras influenciam no

mecanismo de transferência de tensões entre a armadura e o concreto, e controlam, o

espaçamento e a largura das fissuras, a espessura requerida de cobrimento e o comprimento de

aderência. Como salienta Bakis et al. (1998), a aderência entre as barras FRP e o concreto é

controlada pelas propriedades da barra, diferente da aderência entre as barras de aço

nervuradas e o concreto, onde a resistência à compressão do concreto é o parâmetro

controlador.

De acordo com Caetano (2008), o conceito da aderência engloba os mecanismos

responsáveis pela interação entre a armadura e o concreto e quando a aderência é efetiva,

ocorre a adequada transferência de esforços e a compatibilização das deformações.

Este estudo reflete o início do trabalho de aderência entre as barras de bibra de vidro

impregnada por Polímeros, GFRP, através de ensaios de arrancamento direto (pull-out)

baseados na RILEM/CEB/FIP RC6 (1983), sob o efeito de carregamento monotônico, no

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Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC), da Universidade Federal de Santa

Maria (UFSM).

1.1 OBEJTIVOS

OBJETIVO GERAL:

Este trabalho tem como objetivo geral realizar uma análise experimental do

comportamento da aderência entre o concreto e barras de GFRP.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Realizar uma abordagem sobre as barras de FRP, com ênfase nas barras de GFRP;

• Realizar ensaios de tração direta nas barras de GFRP;

• Abordar a diferença entre a tensão de aderência, em elementos armados com barras de

GFRP e em elementos armados com barras de aço.

1.2 JUSTIFICATIVA

A tecnologia em todas as áreas está sempre sendo atualizada com novos sistemas

produtivos, novos materiais e novos produtos são colocados à disposição do mercado.

Segundo Beiral (2012), nos últimos vinte e cinco anos têm-se assistido a um interesse

crescente em relação aos materiais de alto desempenho, tais como concreto de alta resistência,

aço de alta resistência e materiais compósitos, entre outros.

Conforme Couto (2007), a aderência entre as barras de aço e concreto tem sido

estudada há várias décadas, e uma extensa quantidade de trabalhos experimentais e teóricos

foram publicados nesse sentido. No entanto, as formulações utilizadas nas normas de projeto

de estruturas de concreto armado não fazem menção ao uso de outros materiais para

armadura, que não seja o aço.

A introdução das Barras de FRP, utilizadas como armadura para estruturas de

concreto, fez surgir a necessidade do desenvolvimento de normas abrangendo o uso de

armaduras compostas por diferentes materiais. Atualmente não se pode pensar em inserir um

material de importância primária em estrutura, como são as barras de FRP, sem que antes

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tenham sido realizados estudos que garantam os aspectos de segurança e durabilidade

inerentes a todas as estruturas (TAVARES, 2006).

A pesar da grande quantidade de trabalhos envolvendo a interação entre o concreto e o

aço, ainda são escassos os trabalhos envolvendo materiais alternativos como armaduras. Este

tema se justifica como uma contribuição aos estudos de estruturas de concreto com armaduras

de FRP.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

No capítulo 1, está apresentada a introdução, justificativa, os objetivos gerais e

específicos e a estrutura do trabalho.

Os capítulos 2 e 3 tratam-se de revisões bibliográficas. O capítulo 2 traz uma

abordagem sobre os compósitos de FRP, seu desenvolvimento e uso na engenharia civil, os

materiais componentes do compósito, os métodos de fabricação, suas principais propriedades

físicas e mecânicas e questões de durabilidade do material. O capítulo 3 aborda o

comportamento da aderência, sua importância no concreto armado, suas parcelas

componentes, seus principais métodos de ruptura, alguns fatores que podem influenciar seu

comportamento, os principais métodos de ensaio para a determinação da tensão de aderência,

entre a armadura e o concreto.

No capítulo 4, são apresentados os materiais e métodos de estudos utilizados. São

aprofundados os procedimentos sobre os ensaios de tração e módulo de elasticidade em barras

de FRP, além do ensaio de arrancamento direto (pull-out) em corpos prismáticos de concreto.

O capítulo 5 é destinado à apresentação dos resultados obtidos no programa

experimental, as conclusões e, também, são apresentadas possíveis sugestões para atividades

futuras, visando uma continuidade e complementação à pesquisa.

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2 BARRAS DE FIBRA IMPREGNADAS POR POLÍMEROS (PRF)

Este capítulo contém uma breve revisão bibliográfica relativa aos polímeros

reforçados com fibras, ou FRP. Foi adotada uma abordagem que envolveu a descrição dos

conceitos básicos sobre os compósitos de FRP, com foco especial no compósito de GFRP o

seu desenvolvimento e uso ao longo dos anos, suas principais aplicações no concreto e suas

principais características e propriedades.

2.1 DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Os materiais compósitos de FRP, já são utilizados na construção a mais de vinte anos,

todavia a maioria dos engenheiros não está familiarizada com suas propriedades e

características. Estes foram utilizados nas indústrias eletrônicas, aeroespacial e

automobilística durante várias décadas, mas sua aplicação na engenharia civil, como armadura

para o concreto armado, é relativamente recente (UMOTO et al., 2002).

A expansão do sistema rodoviário nos Estados Unidos da América (EUA) na década

de 1950 aumentou a necessidade de manutenção anual nas estradas, além disso, a aplicação de

sal se tornou comum durante o período de neve. Como resultado da adição do sal, a armadura

de aço, presente nessas estruturas, ficou vulnerável aos efeitos corrosão. Várias pesquisas

foram realizadas com a finalidade de solucionar o problema, incluindo cobertura galvanizada,

concreto polimérico, cobertura com epóxi e barras de GFRP. No entanto, as barras de GFRP

não foram consideradas uma solução economicamente viável até 70 (ACI 440 1R, 2006).

A indústria norte-americana “Marshall Vega” desenvolveu barras de GFRP como

armaduras para estruturas de concreto. Inicialmente, as barras de GFRP foram consideradas

uma alternativa de substituição das barras de aço em concretos polimérico, devido a não

compatibilidade entre os coeficientes de expansão térmica do concreto polimérico e das barras

de aço (ACI 440 1R, 2006).

Nos anos 80 ocorreu uma demanda de barras não metálicas na América do Norte,

principalmente em obras hospitalares onde são necessários materiais não-condutores

magnéticos, com isso, as barras de FRP se tornaram uma solução para este tipo de construção.

Em virtude do maior estudo e conhecimento das propriedades das barras não-metálicas, outros

tipos de construção começaram a utilizar esse tipo de armadura, especialmente estruturas

costeiras, pistas de decolagem dos aeroportos e laboratórios eletrônicos (BROWN e

BARTHOLOMEW, 1996 apud ACI 440 1R, 2006).

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O primeiro a introduzir diretrizes de projeto para concreto armado com FRP foi o

Japão em 1996 (FIB TG 9.3, 2007). Em 1991 foi publicado nos EUA o Código Normativo do

American Concrete Institute (ACI), apresentando o Estado da Arte dos Compósitos de FRP

(ACI 440 R, 1996). Em 2003, foi publicado o Código Normativo que prevê o

dimensionamento de elementos estruturais em concreto armado com barras de FRP, o qual foi

revisado em 2006 (ACI 440 1R, 2006), e em 2004, o Código Normativo contendo os

procedimentos de ensaio de estruturas em concreto armado com barras de FRP (ACI 440 3R,

2004). Em 2002, no Canadá, a Canadian Standards Association (CSA), publicou seu Código

Normativo, prevendo o projeto e a construção de estruturas de concreto armado com

compósitos FRP (CSA S806, 2002).

No Brasil, em 1998 foram publicados dois artigos no III Congresso de Engenharia

Civil em Juiz de Fora, Minas Gerais: Barras de Armação em FRP: Discussão de parâmetros

para normalização (ALVEZ, A. B.; CASTRO, P. F., 1998) e Comportamento de Vigas de

Concreto de Alta Resistência com Armadura Não Metálica Tipo FRP (RAYOL, J. O.;MELO

G. S., 1998). Também foram publicadas dissertações de mestrados, envolvendo o tema,

devendo ser salientado os trabalhos de TAVARES (2006), COUTO (2007) e BEIRAL (2012).

Couto (2007) e Beiral (2012) analisaram o comportamento da aderência entre o concreto e

barras de GFRP. Tavares (2006) estudou o comportamento de vigas armadas com barras de

FRP submetidas à flexão, como apresenta a Figura 2.1.

Figura 2.1 - (a) Ensaios das vigas armadas com FRP; (b) Ensaio de arrancamento com barras

de FRP.

(a) (b)

Fonte: (a) TAVARES (2006); (b) COUTO (2007).

Segundo Umoto et al. (2002), uma das principais causas é a percepção de que o aço,

tanto em construções de concreto armado quanto protendido, está propenso à corrosão,

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embora a patologia possa levar mais de vinte ou trinta anos para mostrar os sintomas. Essa

percepção, obviamente, estimula o desejo de usar materiais não corrosivos, como FRP,

especialmente em ambientes onde o aço se mostrou vulnerável.

A seguir serão apresentados alguns exemplos de aplicação das barras de FRP em

estruturas de concreto:

Hospital em San Antonio, Texas – EUA: em 1985, barras de GFRP foram usadas na

construção de pilares e vigas em hospitais no Texas (Figura 2.2). Optou-se pela utilização

deste tipo de armadura devido a sua não-condutividade magnética (ACI 440 R, 1996).

Figura 2.2 - (a) Hospital na cidade de San Antonio, Texas. (b) Armaduras de GFRP utilizadas

no hospital no Texas.

(a) (b)

Fonte: ACI 440 R (1996).

Sistema Railway de Levitação Magnética, Japão: No Japão, a maior parte nos

trabalhos inicias sobre o uso de compósitos em concreto foi impulsionada pelas pesquisas

sobre o sistema de levitação magnética ferroviária, Maglev (FIB TG 9.3, 2007). A Figura 2.3

apresenta o sistema Railway de levitação magnética.

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Figura 2.3 - Sistema Railway de Levitação Magnética, Japão.

Fonte: FIB TG 9.3 (2007).

Lajes pré-moldadas na Geórgia, EUA: foi usada armadura de GFRP na confecção

de lajes pré-moldadas de um piso (Figura 2.4). Estas lajes estão de acordo com uma

especificação de aquisição federal dos EUA para uma carga de serviço de 3 kN/m² e um fator

de segurança de 4. As placas são concebidas utilizando as propriedades especiais das barras

de GFRP (ACI 440 R, 1996).

Figura 2.4 – Construção e execução de lajes pré-moldadas, Geórgia.

Fonte: ACI 440 R (1996).

Passarela de concreto armado com barras de GFRP, Reino unido: em 1996 um

projeto da EUROCRETE implantou a primeira passarela de concreto armado totalmente com

barras de PRFV, conforme ilustra a Figura 2.5 (FIB TG 9.3, 2007).

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Figura 2.5 – A primeira passarela, da Europa, de concreto armada totalmente com FRP

Fonte: FIB TG 9.3 (2007).

Segundo Beiral (2012), as principais aplicações das barras de FRP são:

• Onde existem agentes químicos corrosivos;

• em construções onde a areia utilizada no concreto é salina;

• em obras construídas perto de água salgada;

• onde seja requerida baixa condutividade elétrica;

• onde se requeira transparência magnética;

• onde se use sal para derreter gelo.

De acordo com o ACI 440 R (1996), nos últimos anos, tem-se visto o aumento

contínuo no uso de obras de grande porte e de edificações, essencialmente aquelas próximas

ao ambiente de maresia, com o uso de barras de FRP, nos EUA e no Canadá. Infelizmente

ainda não é uma realidade expressiva no Brasil, devido ao baixo número de empresas

comercias que produzem estes materiais, sendo que algumas delas ainda então em fase de

implantação (BEIRAL, 2012).

2.2 COMPÓSITO DE FRP

O termo compósito pode ser aplicado a qualquer combinação de dois ou mais

materiais separados com uma interface identificável entre eles. Essa interface geralmente

recebe tratamento superficial para melhorar a adesão do componente com a matriz polimérica

(ACI 440 R, 1996).

As barras de FRP são feitas com fibras contínuas impregnadas com resina. Em

compósitos poliméricos fibrosos, fibras contínuas de altas resistência e alta rigidez são

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incorporadas e unidas pela matriz polimérica de baixo módulo. No caso de compósitos de

PRF, as fibras de reforço constituem a base do material e determinam sua força e rigidez na

direção das fibras (FIB TG 9.3, 2007).

Figura 2.6 – Estrutura da seção transversal do compósito de GFRP.

Fonte: ACI 440 R (1996).

Segundo Couto (2007), alguns fatores que afetam o desempenho físico dos compósitos

de PRF são as propriedades mecânicas das fibras, sua orientação, seu comprimento, seu

tipo e sua composição, as propriedades mecânicas da matriz polimérica e a adesão entre as

fibras e a matriz.

2.2.1 Matriz polimérica

A matriz polimérica é necessária para cumprir as seguintes funções: unir as fibras e

proteger sua superfície de danos durante o manuseio, fabricação e vida útil, além de transferir

as tensões para as fibras. Existem duas classes de matrizes poliméricas usadas em compósitos

FRP, as de resina termoestáticas e as termoplásticas (FIB TG 9.3, 2007).

As matrizes utilizadas na produção das barras não metálicas são, na sua maioria, as

termoestáticas pela maior facilidade de manuseio dessas resinas, pois ao contrário das

termoplásticas, essas resinas são manuseadas em estado líquido viscoso. Nesse estado, é

possível obter boa impregnação das fibras. Dentre as resinas termoestáticas as resinas mais

utilizadas, são as de poliéster, vinil éster e as de epóxi (UOMOTO et al., 2002). A Tabela 2.1

apresenta algumas das principais propriedades de matrizes poliméricas, termoestáticas,

utilizadas em compósitos de FRP.

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Tabela 2.1– Propriedades das matrizes poliméricas dos compósitos de FRP.

Fonte: adaptado FIB TG 9.3 (2003) apud COUTO (2007).

2.2.2 Fibras

Segundo Couto (2007), as propriedades dos compósitos são influenciadas pela escolha

das fibras. Na construção civil, três tipos de fibras podem ser usados no processo de

fabricação das barras de FRP: fibra de carbono, fibra de aramida ou fibra de vidro. A Tabela

2.2 apresenta algumas das principais propriedades das fibras utilizadas nos materiais de FRP.

Tabela 2.2 – Propriedades das fibras usadas em barras de FRP

Fonte: adaptado UMOTO et al. (2002) apud COUTO (2007).

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Ainda de acordo com Couto (2007), as fibras de Vidro são as mais baratas quando

comparadas às fibras de carbono e de aramida. As fibras de vidro mais comuns são feitas de

Vidro-E, Vidro-S e Vidro-AR. O Vidro-E é o mais barato e possui uma ampla aplicação (FIB

TG 9.3, 2007).

Segundo o ACI 440 R (1996), as fibras de vidro reagem com água e possuem

superfície muito ativa. Elas podem ser facilmente danificadas durante o manuseio, assim um

filme protetor deve ser aplicado imediatamente após o processo de fabricação da fibra. Este

filme além de proteger a fibra contra umidade, também é responsável por aumentar adesão

entre a matriz polimérica. As fibras de vidro são vendidas em diversas formas, a Figura 2.8

ilustra alguns exemplos.

Figura 2.7 - Formas de comercialização da fibra de vidro: (a) Fibra em forma de fio; (b)

Manta de fibra distribuída de forma aleatória; (c) Tecido de fibra.

(a) (b) (c)

Fonte: ACI 440 R (1996).

2.3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DAS BARRAS DE FRP

O ACI 440 R (1996) descreve três tipos de processos produtivos para componentes

estruturais de PRF: O processo chamado “Filament Winding” para a fabricação de tubos,

tanques e outros materiais normalmente cilíndricos; O processo de compactação a vácuo para

a fabricação de laminados e o processo de pultrusão.

Segundo Couto (2007), as barras de FRP são, geralmente, fabricadas pelo processo de

pultrusão (Figura 2.8). Este processo produz barras de seção transversal constante com

comprimento limitado apenas pelo transporte e pelo tamanho do galpão da fábrica. Os

filamentos das fibras são submetidos a um banho com resina, catalisador e outros aditivos, as

fibras são impregnadas nesse banho e o excesso de resina líquida é removida. Após isto, elas

são estiradas para a formação do perfil (ACI 440 R, 1996).

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Figura 2.8 – Processo de pultrusão de barras de FRP

Fonte: COUTO (2007).

De acordo com Bakis et al. (2002), para aumentar a aderência entre as barras de FRP e

o concreto, deformações superficiais são aplicadas na barra antes do seu endurecimento por

processos de: enrolar filamentos de fibra em forma de hélice ao longo do comprimento da

barra; moldando entalhes ao longo do comprimento da barra; enrolando um filme texturizado

ao longo do comprimento da barra, com posterior remoção deste; e impregnando agregados

finos na superfície da barra. A Figura 2.9 apresenta alguns tipos de superfícies de barras de

FRP.

Figura 2.9– Diferentes conformações superficiais das barras de FRP

Fonte: FIB TG 9.3 (2007).

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A velocidade de produção do processo de pultrusão pode chegar a três metros por

minuto (3 m/min), de acordo com o produto. O volume de fibras e seção transversal produzida

varia de 35 – 50 %, e as resinas mais utilizadas são de poliéster e vinil éster (BAKIS et al.,

2002).

2.4 PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DAS BARRAS DE PRF

Os materiais FRP possuem várias propriedades aprimoradas, tais como: a alta

resistência específica; a alta rigidez específica; a flexibilidade no projeto; a não corrosividade;

a alta resistência à fadiga e a facilidade de aplicação. Os compósitos de FRP têm chamado

atenção, também, para uso em estruturas protendidas, pois possuem alta resistência à tração,

baixa fluência e módulo de elasticidade moderado. Como os materiais FRP são não

magnéticos, não corrosivos e resistentes a vários tipos de produtos químicos, eles têm sido

cada vez mais utilizados no reforço externo das atuais estruturas de concreto armado

(BEIRAL, 2012).

Segundo Tavares (2006), a utilização de todo o material estrutural é intimamente

relacionada com as propriedades físicas e mecânicas do material. Para as barras de PRF as

variáveis envolvidas incluem a escolha dos constituintes, a quantidade da fração de fibra e

matriz, a orientação das fibras e o processo de produção. Efeitos dimensionais e o controle de

qualidade na produção também representam importantes fatores na determinação das

propriedades das barras. Estas propriedades estão sujeitas, também, às condições de

carregamento, temperatura e umidade da estrutura em questão (ACI 440 R, 1996). A Tabela

2.3 faz uma análise comparativa de algumas propriedades mecânicas de barras e cordoalhas

de FRP e aço.

Como o tema principal deste trabalho é utilização das barras de GFRP, mesmo sendo

apresentadas as propriedades de outros tipos de barras de PRF, como as CFRP (carbon fiber

reinforced polymer) e as AFRP (aramid fiber reinforced polymer), apenas serão discutidas as

propriedades das barras de GFRP.

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Tabela 2.3 – Propriedades de barras e cordoalhas de PRF comparadas ao aço.

Fonte: ACI 440 R (1996) apud Couto (2007).

2.4.1 Densidade

Segundo o FIB TG 9.3 (2007), a densidade do compósito pode ser obtida em termos

das densidades e da fração da quantidade de cada constituinte. A Tabela 2.4 apresenta a

densidade de barras com variação do volume das fibras de 50 a 70%.

Tabela 2.4 – Comparação entre a densidade típica para barras com volume de fibras entre 50 e

70 % e o aço (g/cm³).

Fonte: adaptado FIB TG 9.3 (2007).

AÇO

7,85

Tipo de Matriz GFRP

Epóxi 1,75 - 2,17

Pliéster 1,76 - 2,18

1,73 - 2,15Vinil éster

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2.4.2 Dilatação térmica

Os coeficientes de expansão térmica das barras de GFRP dependem dos tipos de fibra

e a fração de volume dos constituintes. As matrizes poliméricas e as fibras de vidro podem ser

consideradas isotrópicas. O coeficiente de dilatação longitudinal (αL), é determinado pelas

propriedades das fibras, enquanto o transversal (αT), é determinado, principalmente, pela

matriz de resina (FIB TG 9.3, 2007). A Tabela 2.5 apresenta os coeficientes de dilatação

térmica de barras de GFRP e do aço.

Tabela 2.5 – Comparação entre os coeficientes de expansão térmica das barras de GFRP e do

aço.

Fonte: adaptado FIB TG 9.3 (2007).

De acordo com o ACI 440 R (1996), o concreto armado, em si, é um material

compósito onde a armadura atua como material de fortalecimento, e o concreto atuam como a

matriz. Portanto, é imperativo que o comportamento entre dois materiais influenciados por

tensões originadas pela mudança de temperatura seja semelhante para que as tensões

diferenciais ocorrentes sejam minimizadas.

2.4.3 Resistência e módulo de elasticidade a tração

Segundo Umoto et al. (2002), as propriedades mecânicas como a força e o módulo de

elasticidade de um produto, estão relacionadas às propriedades e proporções dos seus

materiais constituintes. Dado o fato de que barras de FRP são utilizadas, no concreto armado,

como material para absorver os esforços de tração, é importante que o comportamento das

barras sob tensão seja entendido com precisão.

As barras de FRP não apresentam um comportamento plástico, o comportamento das

barras, quando submetidas a uma força de tração, consiste em uma relação linear elástica até

Direção

Longitudinal (αL

Transversal (αL)

Coeficiente de dilatação

térmica (x10e-6/ºC)

GFRP AÇO

6,0 - 10 11

21,0 - 23,0 11

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sua ruptura, a qual ocorre de forma brusca (ACI 440 1R, 2006). A Figura 2.10 apresenta os

diagramas tensão-deformação de barras FRP na direção das fibras e a Figura 2.11 apresenta a

forma de ruptura típica por tração de barras FRP.

Figura 2.10– Diagramas tensão-deformação de barras FRP com matriz epóxi: (a) GFRP; (b)

AFRP; (c) CFRP.

Fonte: Adaptado de FIB TG 9.3 (2007).

Figura 2.11– Ruptura típica por tração de barras de FRP.

Fonte: UMOTO et al. (2002).

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Ao contrário das barras de aço, a resistência à tração das barras de FRP é função do

seu diâmetro (ACI 440 R, 1996). Conforme Couto (2007), em virtude do efeito “Shear Lag”,

as fibras localizadas próximas à superfície da barra estão submetidas a maiores tensões que as

fibras localizadas próximo ao centro da barra.

Este fenômeno resulta em eficiência reduzida em barras de maior diâmetro. Por

exemplo, para uma barra de GFRP, produzida por um fabricante norte americano, a

resistência à tração varia de aproximadamente 480 MPa, para uma barra de 28,7 mm, para

890 MPa, para barras de 9,5 mm (ACI 440 R, 1996).

Para a determinação da resistência à tração e do módulo de elasticidade das barras de

PRF, devem ser realizados ensaios de tração direta nas barras baseados nas normas

americanas ASTM D 3916-02 (2002) e ACI 440 3R (2004).

A ASTM D 3916-02 (2002), deve ser previsto a utilização de um dispositivo de

alumínio para a fixação da barra na prensa durante o ensaio (Figura 2.12). O adaptador, tem

como objetivo garantir que a barra não sofra uma ruptura prematura provocada pelas garras da

máquina de ensaio.

Figura 2.12 - Dispositivo para ensaio de tração segundo a ASTM 3916-02

Fonte: COUTO (2007)

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Segundo Castro (1997), o adaptador, recomendado pela ASTM 3916-02, foi

desenvolvido para barras com superfícies lisas, e ensaios em barras com superfícies

preparadas para elevada aderência, entre a barra e o concreto, não apresentam repetibilidade e

reprodutibilidade de resultados significativos. Desta forma, Castro (1997) propôs um

adaptador para os ensaios de tração em barras de FRP nervuradas, conforme apresentado na

Figura 2.13.

Figura 2.13 – Adaptador para ensaio de tração direta

Fonte: CASTRO (1997)

O ACI 440 3R (2004), também prevê um adaptador de ancoragem, para facilitar o

agarramento das amostras de FRP pela máquina de ensaio, para vários testes realizados sob

carga de tração. O adaptador e as dimensões estabelecidas pelo ACI 440 3R, estão

apresentados na Figura 2.14 e na Tabela 2.6.

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Figura 2.14 - Dispositivo de ancoragem para ensaios de tração ACI 440 3R

Fonte: adaptado ACI 440 3R (2004)

Tabela 2.6 - Dimensões para o dispositivo de ancoragem ACI 440 3R

Fonte: ACI 440 3R (2004)

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O comprimento total da amostra deve ser o comprimento livre (L) mais duas vezes o

comprimento do dispositivo de ancoragem e comprimento livre deve ser de 40 vezes o

diâmetro da barra (db) ou maior (ACI 440 3R, 2004).

2.4.4 Resistência e módulo de elasticidade a compressão

Quando componentes de FRP são solicitados à compressão longitudinal, os modelos

aplicáveis ao comportamento à tração não são mais válidos, pois a ruína na compressão é

muitas vezes associada a micro fissuração das fibras com restrição da matriz polimérica.

Valores experimentais precisos da resistência à compressão são difíceis de serem obtidos, e

são altamente dependentes das propriedades dos materiais constituintes e do volume de fibras

(FIB TG 9.3, 2007).

Segundo o ACI 440 R (1996), o que se pode observar é que a resistência à compressão

para barras de FRP é menor que a resistência à tração. O módulo de elasticidade à compressão

para barras de FRP é em torno de 80% menor que o módulo à tração.

2.4.5 Resistência ao cisalhamento e à fadiga

Conforme Couto (2007), a resistência ao cisalhamento das barras de FRP é

determinada pelas propriedades da matriz polimérica e pela distribuição local das tensões, e

em geral é baixa. Um exemplo é a facilidade com que as barras de FRP podem ser cortadas

com serras comuns na direção perpendicular às fibras.

Barras de FRP possuem elevada resistência à fadiga. As barras de GFRP podem

suportar mais de quatro milhões de ciclos de carregamento antes de iniciar a ruptura na zona

de ancoragem (ACI 440 R, 1996).

2.5 DURABILIDADE

As propriedades mecânicas dos compósitos FRP degradam-se em condições

ambientais específicas, tais como: ambiente alcalino, umidade, altas temperaturas, ciclo de

congelamento e descongelamento, radiação ultravioleta (UV) e, ainda, sob elevadas cargas

permanentes (CRN-DT 203, 2007).

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A absorção excessiva de água nos compósitos pode resultar em perda significativa de

resistência e rigidez. A absorção produz alterações na resina e pode causar inchaço e

deformações no material (ACI 440 R, 1996).

Segundo Couto (2007), os compósitos podem sofrer danos pela ação dos raios

ultravioletas os quais causam reações químicas na matriz polimérica levando à degradação de

suas propriedades. Todavia, este dano não afeta as barras de FRP quando utilizadas no interior

de estruturas de concreto, pois os raios solares não são incididos de forma direta.

Diferente das barras de aço, as barras de FRP não são afetadas pela deterioração

eletroquímica, resistem à corrosão pelo efeito dos ácidos, sal, e materiais agressivos sob

consideráveis mudanças de temperatura COUTO (2007). De acordo com Tavares (2006), as

barras de GFRP têm se mostrado uma alternativa viável para armar estruturas em condições

críticas de exposição. Porém, existe grande preocupação quanto à durabilidade das fibras de

vidro no ambiente alcalino do concreto, daí a importância de resinas resistentes à alcalinidade

para a proteção das fibras de vidro.

Nos casos em que os materiais de FRP são usados dentro do concreto convencional,

eles precisam apresentar alta durabilidade a um ambiente alcalino (UMOTO et al., 2002). As

fibras de vidro danificam-se por dois processos: ataque químico na fibra pela alcalinidade do

cimento e concentração e crescimento dos produtos de hidratação entre filamentos individuais

(TAVARES, 2006).

Embora muitos estudos tenham sido realizados nesta área, ainda é muito difícil prever

o desempenho da GFRP no que concerne à durabilidade. São muitas variáveis envolvidas: o

mecanismo de degradação do material de GFRP com diferentes combinações dos materiais

constituintes, num ambiente alcalino e submetida a carregamentos sustentados, a sinergia dos

efeitos de tensão, alcalinidade e umidade, o tipo de teste e o controle de qualidade das

amostras (BENMOKRANE et al., 2002).

A durabilidade de materiais FRP, no concreto, tem sido avaliada, predominantemente,

por métodos de testes acelerados, os quais expõem os espécimes a ambientes mais duros do

que normalmente encontrariam em situações de serviço. Esses dados são usados para

extrapolar estimativas do provável desempenho de longo prazo do material compósito.

Mudanças na resistência à tração, cisalhamento interlaminar e força de adesão e módulo

elástico, são os melhores indicadores indiretos da durabilidade de compósitos FRP (FIB TG

9.3, 2007).

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3 ADERÊNCIA ENTRE O CONCRETO E A ARMADURA

Este capítulo tem como objetivo revisar, bibliograficamente, o comportamento da

aderência, entre o concreto e a armadura, em estruturas de concreto armado. Foi feita uma

revisão sobre os mecanismos da aderência entre o concreto e a armadura, as parcelas

componentes da aderência, seus modos de ruptura, fatores que podem influenciar o seu

comportamento, também serão apresentados alguns dos principais ensaios para a

determinação da aderência.

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A existência do concreto armado decorre essencialmente da solidariedade existente

entre os seus materiais componentes, concreto e armadura, a qual é garantida pela existência

de certa aderência entre os dois materiais (FUSCO 1995).

A aderência, no sentido mais literal, pode ser entendida como um fenômeno físico

derivado da atração molecular da superfície, que propicia certa união entre dois corpos e

impossibilita movimentos relativos entre duas partes. Este conceito também é válido para o

concreto armado, mas a aderência, neste caso, assume caráter mais complexo, devido às

variadas formas de interação entre a barra e a matriz de concreto circundante, que vão

permitir, em seu conjunto, que haja uma adequada transferência de tensões (CAETANO,

2008).

O fenômeno da aderência, desde o surgimento do concreto armado, sempre despertou

interesse em muitos pesquisadores. Conforme Alcântara et al. (2004), o estudo da tensão de

aderência é útil para que se possa compreender o comportamento mecânico e o desempenho

das estruturas de concreto armado, especialmente sob o ponto de vista da fissuração,

condições de trabalho e situações limites. A partir delas, são fixadas as hipóteses de cálculo,

as disposições dos elementos construtivos e demais aspectos construtivos que garante a

segurança da estrutura, como por exemplo, o comprimento de ancoragem.

O concreto e a armadura apresentam as mesmas deformações até que a tensão limite

do concreto seja atingida. Após este valor, nas regiões onde predominam as tensões de tração,

é a aderência que impede o deslocamento relativo entre os dois materiais. Esta ação solidária

entre os materiais é o que caracteriza o concreto armado e o define como material estrutural

(TAVARES, 2012).

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Conforme TASSIOS (1979) apud REYES (2009), a eficiência da ligação armadura-

concreto pode ser favoravelmente quantificada mediante a relação de aderência versus

deslizamento, a qual expressa o deslizamento relativo esperado quando se aplica uma

determinada tensão na interface dos dois materiais.

De acordo com Caetano (2008), o estudo do problema da ancoragem de barras

solicitadas à tração, de forma a permitir que os esforços sejam transmitidos ao restante da

estrutura, é bastante complexo. Atualmente ele se baseia, em grande parte, na realização e

modelagem numérica dos resultados de ensaios de arrancamento de barras, geralmente de aço,

de blocos de concreto, cujo objetivo é verificar como responde uma barra isolada ao

incremento de tensões de tração.

3.2 COMPONENTES DA ADERÊNCIA

Segundo Vale Siva (2010), na literatura encontram-se vários autores que concordam

na divisão esquemática da aderência em parcelas. Entretanto, é importante ressaltar que a

separação do fenômeno de aderência é meramente didática, não sendo possível determinar

cada uma delas separadamente.

O fenômeno de aderência em uma peça de concreto armado é resultado da combinação

de efeitos de adesão superficial, atrito e de uma parcela dominante que se refere à aderência

mecânica (COUTO, 2007).

3.2.1 Aderência por adesão

De acordo com Tavares (2012), a parcela de aderência por adesão química é originada

do processo físico-químico que atua na interface entre concreto e a armadura durante as

reações de hidratação do cimento, estando ligada à rugosidade e à limpeza da superfície da

barra. Esta parcela não é suficiente para uma boa aderência, pois é destruída no caso de

pequenos deslocamentos. A Figura 3.1 apresenta um tipo de ensaio para determinar esta

parcela de aderência.

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Figura 3.1 – Aderência por adesão

Fonte: FUSCO (1995).

3.2.2 Aderência por atrito

A aderência por atrito depende do coeficiente de atrito existente na interface concreto-

armadura, da rugosidade superficial da barra, bem como de pressões transversais que a barra

sofre por causa de retração, ou o confinamento do concreto e, também, por ações externas de

compressão (REYES, 2009). A Figura 3.2 apresenta essa parcela da aderência.

Figura 3.2 – Aderência por atrito.

Fonte: Fusco (1995).

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3.2.3 Aderência mecânica

Para Rossi (2002), a aderência mecânica é a parcela de aderência decorrente da

formação de consoles de concreto entre as nervuras das barras. Os consoles impedem o

deslizamento rápido no interior do concreto, transformando esse tipo de aderência na ligação

mais efetiva das três relacionadas.

Segundo Fusco (1995), a aderência depende da irregularidade da superfície da barra.

Isto significa que, quanto mais nervurada a conformação superficial da barra, maior será a

aderência, pois ocorrerá o efeito chamado “efeito cunha”.

Figura 3.3 – Aderência mecânica

Fonte: Fusco (1995).

3.3 MODOS DE RUPTURA DA ADERÊNCIA

Segundo FIB TG 9.3 (2007), a aderência entre as barras lisas e o concreto é

influenciada principalmente pela adesão entre a superfície da barra e o concreto adjacente a

ela. Em virtude da pequena resistência de aderência das barras lisas, a maioria das barras de

FRP possui superfície rugosa (COUTO, 2007).

Conforme Lutz e Gergeley (1967) apud CAETANO (2008), o deslizamento de barras

nervuradas pode ocorrer de duas formas distintas: pelo esmagamento do concreto, provocado

pelo “efeito de cunha”, ou pode romper o consolo de concreto por cisalhamento.

3.3.1 Ruptura por fendilhamento e esmagamento do concreto

De acordo com Caetano (2008), a tentativa de movimentação de uma barra submetida

a esforços de tração mobilizada a área de concreto entre as nervuras e a cunha de apoio que se

desenvolve a partir das nervuras. Esta configuração de esforços gera forças de compressão no

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concreto, que podem ser decompostas, em relação à inclinação da nervura, em duas

componentes: uma de atrito e a outra de compressão perpendicular às nervuras.

Segundo Fusco (1995), as tensões radiais de tração oriundas das tensões diagonais de

compressão ocasionam uma pressão no concreto em torno da barra, tornando esta região

microfissurada e sujeita ao fendilhamento paralelo ao eixo da armadura, conforme apresenta a

Figura 3.4. Conforme Couto (2007), como a conformação superficial das barras de FRP é

mais amena que as nervuras das barras de aço, o início das microfissuras transversais é

relativamente atrasado.

Para Al-Jahdali et al. (1994), o fendilhamento consiste da ruptura do prisma no

concreto junto à barra. Isso ocorre em devido ao aumento das tensões que superam a

capacidade resistente da peça, dando origem à fissuração intensa nas direções transversal e

longitudinal. Esse tipo de ruptura é caracterizado como frágil ou brusca.

Figura 3.4 – Fissuras transversais e de fendilhamento.

Fonte: TASSIOS (1979).

3.3.2 Ruptura por arrancamento da barra

Conforme Almeida Filho (2006), a ruptura por arrancamento só surge quando existe

um bom confinamento da armadura, o que permite atingir tensões que gerem o corte do

concreto entre as nervuras. A ruptura por arrancamento ocorre quando os consoles de

concreto são rompidos, permitindo o deslizamento da barra do interior do bloco de concreto.

Isto ocorre porque, ao mesmo tempo em que são gerados esforços nas cunhas, são geradas

solicitações de corte nos consoles de concreto (CAETANO, 2008), como ilustra a Figura 3.5.

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Figura 3.5 – Configuração esquemática da zona submetida ao maior esforço cortante nos

consoles de concreto.

Fonte: CAETANO (2008).

De acordo com Achillides e Pilakoutas (2004), os quais estudaram o comportamento

da aderência de diferentes barras de FRP por meio de ensaios de arrancamento, as barras de

FRP estudadas, apresentaram ruptura da aderência por arrancamento da barra. A resistência

ao cisalhamento, entre as fibras e a resina, controla a resistência de aderência, entre as barras

de FRP e o concreto, e a ruptura da aderência pode se desenvolver na interface entre as

diversas camadas de fibras, como apresenta a Figura 3.6.

Figura 3.6 – Ruptura nas camadas das barras de FRP.

Fonte: ACHILLIDES; PILAKOUTAS (2004).

3.4 FATORES INFLUENTES NA TENSÃO DE ADERÊNCIA

Estes fatores se comportam de modo diferente nas barras de FRP em relação as de aço,

por estas barras possuírem diferente propriedades mecânicas e capacidade de resistência

anisotrópica (BEIRAL, 2012). Conforme Couto (2007), a avaliação correta da influência

desses fatores no comportamento da aderência é crucial para o seu entendimento e para a

determinação do comprimento de ancoragem requerido. Os principais parâmetros são:

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3.4.1 Forma da seção transversal da barra

De acordo com Achillides et al. (1997) apud FIB TG 9.3 (2003), barras de seção

quadrada apresentam melhor resistência de aderência quando comparadas a barras de seção

circular, isto porque as arestas da seção transversal aumento o efeito de cunha.

A pesar das barras de seção quadrada desenvolver boa resistência de aderência, elas

podem levar ao aumento de forças de fendilhamento no concreto adjacente (COUTO, 2007).

3.4.2 Conformação superficial das barras

As conformações superficiais (rugosidades) das barras de FRP são importantes no

desenvolvimento da ancoragem mecânica e na mobilização da pressão lateral. As

conformações superficiais podem consistir em apenas resina, em fibras reforçando resinas ou

em resina contendo fibras contínuas na direção longitudinal (COUTO, 2007).

Ainda conforme Couto (2007), barras com pequena rugosidade superficial transferem

forças de aderência de pequena intensidade. Porém, quando submetidas a tensões elevadas, as

barras se tornam mais finas em virtude do efeito de Poisson, e ruptura por fendilhamento pode

se desenvolver no cobrimento do concreto.

Segundo FIB TG 9.3 (2003), o tamanho e inclinação das nervuras não determinam

apenas a magnitude da aderência mecânica, mas também a magnitude das forças de tração

responsáveis pelo fendilhamento do concreto. Barras com maior rugosidade apresentam

grande resistência de aderência sob boas condições de confinamento e maior tendência à

ruptura por fendilhamento do concreto quando comparadas às barras com superfície

impregnada por areia.

3.4.3 Módulo de elasticidade na direção longitudinal

Conforme Achillides (1998) apud FIB TG 9.3 (2003), as barras com pequeno módulo

de elasticidade (barras de GFRP) desenvolvem menores resistências de aderência que as

barras com maior módulo de elasticidade (barras de CFRP).

A deformabilidade das barras determina a geometria, o espaçamento o comprimento

das fissuras e consequentemente afeta a transferência de cisalhamento do concreto ao longo

das fissuras (COUTO, 2007).

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34

3.4.4 Posição das barras na seção transversal do elemento de concreto

Com a exsudação da água de amassamento, há acúmulo de água sob as barras

posicionadas horizontalmente, ainda, os agregados graúdos, durante o processo de

adensamento deslocam-se para a parte inferior da barra, e com a evaporação da água de

amassamento surgem vazios na parte inferior das mesmas como indica a Figura 3.7 (COUTO,

2007).

Figura 3.7 – Formação de espaços vazios e poros sob barras horizontais.

Fonte: LEONHARDT; MÖRNNIG (1997).

3.4.5 Cobrimento de concreto

De acordo com Beiral (2012), o cobrimento de concreto para uma armadura influencia

o mecanismo de ruptura de aderência em virtude do seu efeito de confinamento, embora este

aspecto seja menos importante para as barras de diâmetros maiores. Este efeito é semelhante

ao observado em elementos de concreto armados com barras de aço.

O cobrimento de concreto é uma consideração importante que deve ser feita nos

projetos para prevenir o fendilhamento, além disto, cobrimentos adequados devem ser

determinados para condições ambientais e proteção das barras de FRP à exposição ao fogo

(FIB TG 9.3, 2003).

3.4.6 Diâmetro das barras

Segundo Couto (2007), barras com diâmetros maiores apresentam em geral menores

resistências de aderência que barras de diâmetros pequenos. Isto acontece devido ao efeito

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35

“shear lag”, quando uma barra de FRP está submetida a uma força axial, de arrancamento por

exemplo, podem ocorrer deformações diferenciais entre as fibras situadas no centro da barra e

as próximas da superfície, resultando em uma distribuição não uniforme de tensões normais

na seção transversal da barra, como apresenta a Figura 3.8.

Figura 3.8 – Distribuição da tenção normal na seção transversal de uma barra de FRP sob

carregamento axial.

Fonte: ACHILLIDES; PILAKOUTAS (2004) apud COUTO (2007).

3.4.7 Resistência do concreto à compressão

Conforme Beiral (2012), o efeito da resistência à compressão do concreto não é

totalmente entendido para amostras com barras de FRP, uma vez que há apenas dados

limitados disponíveis para estas amostras. Nanni et al. (1995) investigou qual o efeito da

resistência do concreto sobre o comportamento da aderência utilizando amostras com ensaio

pull out e descobriu que a resistência do concreto não tem qualquer influência sobre a

resistência da aderência.

Para Couto (2007), a resistência do concreto circunvizinho está diretamente

relacionada com a ruptura da aderência durante o arrancamento. O valor da resistência do

concreto e a resistência ao cisalhamento da superfície da barra afetam o modo de ruptura do

FRP.

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36

3.5 ENSAIO DE ADERÊNCIA

Não existem ainda normas consolidadas para ensaio de arrancamento no Brasil. Dada

a falta de um corpo normativo estável e bem difundido, foi desenvolvida uma gama muito

grande de ensaios para a avaliação da aderência, resultantes da introdução de modificações,

propostas por vários pesquisadores, nos métodos tradicionais de ensaio (CAETANO, 2008).

Segundo Reyes (2009), a eficiência aderência pode ser convenientemente quantificada

através da observação da curva tensão de aderência versus deslizamento da barra, que

representa a mudança de tensão local na barra (τb) versus o deslocamento total da barra em

relação ao concreto adjacente.

Conforme Couto (2007), as propriedades da aderência são complexas e dependem de

diversos fenômenos, sendo necessários recorrer-se a análise experimental. Existem diversos

ensaios para se estimar os valores da tensão de aderência e deslocamento relativo da barra em

relação ao concreto e, além disto, verificar a influência de diversos fatores (resistência à

compressão do concreto, diâmetro da barra, sentido do carregamento, entre outros) no

comportamento da aderência.

Não existe ensaio padrão para avaliar o comportamento de aderência entre as barras de

FRP e o concreto, por isto recorre-se aos ensaios comumente realizados com barras de aço

(COUTO, 2007). Neste item serão abordados alguns dos principais ensaios de arrancamento,

os quais podem ser utilizados com as barras de FRP.

3.5.1 Ensaio de arrancamento direto (Pull-out test)

De acordo com Vale Silva (2010), um dos mais tradicionais ensaios de aderência,

consiste em arrancar uma barra posicionada no centro de um corpo de prova de concreto,

colocado sobre placas de apoio de uma máquina de ensaio. As duas extremidades da barra são

projetadas para fora do corpo de prova, medindo-se a força de tração aplicada a um dos

extremos e o escorregamento no outro extremo. Este ensaio de arrancamento é normalizado

pela RILEM/CRB/FIP RC6 (1983). A Figura 3.9 ilustra o formato do corpo de prova e a

Figura 3.10 representa as distribuições de tensões dentro do corpo de prova.

Conforme Barbosa et al. (2000) apud COUTO (2007), este ensaio possui vantagens

como: pequeno custo, simplicidade do corpo de prova, possibilidade de isolar variáveis que

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37

influenciam a aderência e a possibilidade de uma visualização do comprimento mínimo de

ancoragem.

É importante analisar a normalização do ensaio, pois alguns itens como forma e

dimensões do prisma, comprimento de ancoragem e direção da concretagem podem alterar

substancialmente os resultados (COUTO, 2007).

Figura 3.9 – Prisma para ensaio pull-out.

Fonte: Adaptado RILEM/CEB/FIP RC6 (1983).

Figura 3.10 – Ensaio de arrancamento e desenvolvimento das tensões no corpo de prova.

Fonte: LEONHARDT; MÖNNIG (1979) apud ALMEIDA FILHO (2006).

Com o rompimento da ligação, a barra se desloca com mais ou menos facilidade

dentro do bloco de concreto dependendo da rugosidade da sua superfície envolvida. O valor

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38

do pico de resistência permite calcular convencionalmente a tensão última da ligação (τbu),

obtida pela divisão da força máxima aplicada pela superfície nominal de ancoragem (VALE

SILVA, 2010).

Segundo Almeida Filho (2006), os ensaios de arrancamento direto (pull-out) e o

ensaio de viga (beam test) apresentam pouca variabilidade de resultados, os tornando

confiáveis.

3.5.2 Ensaio de viga

Conforme Caetano (2008), os ensaios em viga caracterizam-se por aproximar o campo

de tensões ao que surge em estruturas reais. Este tipo de ensaio simula a aderência em um

elemento inteiro, representando melhor as tensões e deformações. As principais desvantagens

desta técnica de ensaio são a complexidade de confecção e o tamanho de cada elemento, o que

dificulta o transporte e impossibilita, muitas vezes, a execução do ensaio em equipamentos

que permitam controlar de forma mais adequada a velocidade da aplicação da carga.

Segundo Danin (2010), o corpo de prova consiste em dois blocos retangulares de

concreto armado com uma barra na parte inferior (cuja aderência é estudada) e um perfil de

aço funcionando como rótula na parte superior. São feitas diferenciações nas dimensões do

corpo de prova conforme o diâmetro da barra. São aplicadas duas forças iguais e simétricas

em relação ao perfil de aço, medindo-se os deslocamentos em cada extremidade livre da barra

após cada incremento de força. A Figura 3.11 ilustra o corpo de prova segundo o

RILEM/CEB/FIB (1973).

Figura 3.11 – Corpo de prova para o modelo de viga.

Fonte: RILEM/CEB/FIB (1973).

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39

3.5.3 Ensaio de arrancamento segundo RHEM e ELIGEHAUSEN (1979)

Rhem e Eligehausen (1979), realizaram ensaios em corpos de prova cilíndricos

submetidos a ações de carregamento cíclico e o trecho de aderência variava de 3 a 18 vezes o

diâmetro da barra. O prisma deste ensaio de arrancamento consiste em um cubo de concreto

com uma barra centrada, possuindo dois trechos sem aderência nas duas extremidades do

prisma (COUTO, 2007). A Figura 3.12 ilustra o corpo de prova do ensaio.

Figura 3.12 – Prisma para ensaio de arrancamento segundo RHEM.

Fonte: RHEM; ELIGEHAUSEN (1979) apud COUTO (2007).

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4 PROGRAMA EXPERIMENTAL

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A investigação Experimental do comportamento da aderência entre as barras de GFRP

e o concreto foi realizado utilizando ensaios de arrancamento baseados na RILEM/CEB/FIP

RC6 (1983). Este ensaio foi escolhido por ser de simples realização e, também, por ser

comumente utilizado no meio técnico.

Foi utilizado concreto com resistência média à compressão de 19 MPa, e barras de

GFRP com diâmetro de 5 mm, além de barras de aço, as quais serão comparadas as de GFRP,

de 8 mm de diâmetro escolhidas devido à força de escoamento ser a mais próxima da força de

ruptura da barra de GFRP. O deslocamento foi medido através de um relógio comparador com

precisão de 1 micrômetro. Todos os ensaios foram realizados no Laboratório de Materiais de

Construção Civil (LMCC), da Universidade Federal de Santa Maria.

4.2 INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL

A investigação experimental foi dividida nas seguintes etapas:

• Ensaios preliminares para determinar as propriedades dos materiais constituintes

do concreto;

• Dosagem do concreto;

• Ensaio de compressão axial do concreto;

• Ensaios de tração e módulo de elasticidade das barras de GFRP;

• Ensaios de arrancamento das barras, de GFRP e barras de aço.

4.3 PROPRIEDADES DO CONCRETO

4.3.1 Cimento

Para a dosagem do concreto, foi utilizado o cimento CP IV – RS (Cimento Portland

Resistente aos Sulfatos), da marca Cimpor, da empresa Intercement. Não foi encontrada a

ficha técnica das propriedades do cimento. A empresa fornece, apenas, a informações de que

o cimento apresenta propriedades acima das estabelecidas pelas normas: ABNT NBR 5736:

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Cimento Portland pozolânico (1991) e ABNT NBR 5737: Cimento Portland resistente a

sulfatos (1992).

Foi realizado o ensaio de massa específica do cimento, conforme estabelece a ABNT

NBR 16605: Cimento Portland e outros materiais em pó – Determinação da massa específica

(2017), o qual resultou em um valor de 2,93 g/cm³.

4.3.2 Agregado miúdo

O agregado miúdo, empregado na dosagem do concreto, é uma areia fina quartzosa

proveniente da região de Santa Maria – RS. Sua composição granulométrica é apresentada na

Tabela 4.1, realizada seguindo as especificações da ABNT NBR 7217: Agregados -

Determinação da composição granulométrica (1987). As massas, específica e unitária, do

agregado miúdo, foram determinadas seguindo, respectivamente, as recomendações das

normativas: ABNT NBR 9776: Agregados – Determinação da massa específica de agregados

miúdos por meio do frasco Chapman (1987) e ABNT NBR NM 45: Agregados –

Determinação da massa unitária e do volume de vazios (2006).

Tabela 4.1 - Análise granulométrica do agregado miúdo

Fonte: Autor

0 0 100

0 0 100

1,32 1,32 98,68

4,54 5,87 94,13

11,76 17,63 82,37

16,40 34,03 65,97

42,14 76,16 23,84

18,71 94,87 5,13

4,98 100 0

4,75

2,30

1,55

2,63Massa Específica do Material (g/cm³)

Propeiedades Granulométricas do Agregado Miúdo

Peneira (mm)

9,5

Porcentagem

Acumulada

Módulo de Finura

Massa Unitária do Material Solto (g/cm³)

6,3

4,75

2,36

1,18

0,6

0,3

0,15

Fundo

Porcentagem

Retida

Dimensão Máxima Cracterística (mm)

Porcentagem Passante

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42

4.3.3 Agregado graúdo

O agregado graúdo, empregado na dosagem do concreto, é uma brita 0 de origem

basáltica, proveniente das pedreiras da região de Santa Maria – RS. Sua composição

granulométrica é apresentada na Tabela 4.2, e foi realizada seguindo as especificações da

ABNT NBR 7217, (1987). As massas, específica e unitária, do agregado miúdo, foram

determinadas seguindo as recomendações da ABNT NBR NM 53: Agregado graúdo -

Determinação da massa específica, massa específica aparente e absorção de água (2009), e

ABNT NBR NM 45, (2006).

Tabela 4.2 - Análise granulométrica do agregado graúdo

Fonte: Autor

O APÊNDICE A, apresenta a curva de distribuição granulométrica dos agregados,

miúdo e graúdo, juntamente com as curvas limites, estabelecidas pela ABNT NBR 7211:

Agregados para concreto - Especificação (2005).

4.3.4 Água

A água empregada na mistura é proveniente da rede pública de abastecimento de Santa

Maria – RS.

0 0 100

0 0 100

2,55 2,55 97,45

47,49 50,03 49,97

30,62 80,65 19,35

17,78 98,43 1,57

1,37 99,80 0,20

9,5

1255,03

2,41

19

12,5

9,5

6,3

4,75

Propeiedades Granulométricas do Agregado Graúdo

Peneira (mm)Porcentagem

RetidaPorcentagem Acumulada Porcentagem Passante

Massa Específica do Material (g/cm³)

Massa Unitária do Material Solto (Kg/m³)

Fundo 0,20 100

2,36

1,18

Dimensão Máxima Cracterística (mm)

0

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43

4.3.5 Dosagem, mistura e controle

A dosagem dos matérias para a confecção do concreto foi realizada segundo o método

do IBRACON (TUTIKIAN; HELENE, 2011). O teor de argamassa foi fixado em 52%, a

Tabela 4.3 apresenta o traço do concreto utilizado, a Figura 4.2 apresenta o crescimento da

resistência do concreto a compressão.

O APÊNDICE B, apresenta os resultados dos ensaios de compressão axial do

concreto. Para os ensaios de compressão foram moldados 3 corpos de prova para cada idade

seguindo as recomendações da ABNT NBR 5738: Concreto – Procedimento para moldagem e

cura de corpos de prova (2015). Os corpos de prova foram rompidos seguindo a ABNT NBR

5739: Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos (2018).

Os corpos de prova foram moldados na posição vertical e o adensamento foi realizado

em mesa vibratória. Foram desmoldados após 48 horas após a concretagem e levados para

câmara úmida, onde permaneceram até sua ruptura.

Tabela 4.3 - Traço em massa do concreto

Fonte: Autor

Figura 4.1 - Resistência do concreto para diferentes idades

Fonte: Autor

Traço em massa (Kg)

1: 2,12: 2,88: 0,62

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44

O abatimento do concreto foi fixado em 10 cm, com variação de 2 cm para mais e para

menos, e foi determinado seguindo a ABNT NBR NM 67: Concreto – Determinação da

consistência pelo abatimento do tronco de cone (1998). A mistura do concreto foi feita em

betoneira de eixo inclinado e os materiais foram adicionados na seguinte ordem:

• Mistura de toda a brita e 50% da água, por 1 minuto;

• Adição do cimento, misturando por mais 1 minuto;

• Adição da areia e do restante da água, misturando o traço por 3 minutos.

4.4 BARRAS DE GFRP

Para a realização da investigação experimental, foram utilizadas barras de fibra de

vidro, com diâmetro de 5 mm. Dados como: o processo de fabricação, o tipo de fibra de vidro

e a resina, utilizada nas barras, e as propriedades mecânicas, fornecidas pelo fabricante, não

puderam ser. Desta forma, as propriedades investigadas neste trabalho se limitam a resistência

a tração das barras de GFRP e seu módulo de elasticidade. As barras de GFRP utilizadas,

neste trabalho, são apresentadas na Figura 4.2

Figura 4.2 - Barras de GFRP

Fonte: Autor

Para a determinação da resistência à tração e do módulo de elasticidade das barras,

foram realizados ensaios de tração direta nas barras baseados nas normas americanas ASTM

D 3916-02 (2002) e ACI 440 3R (2004).

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Devido às limitações impostas pela prensa hidráulica universal, a qual limitava o

diâmetro externo máximo do tubo de aço em 18 mm e um comprimento de amostra em torno

de 60 cm, não foi possível a utilização das recomendações do ACI 440 3R (2004) e da ASTM

3916-02 (2002).

Desta forma, foi utilizado o adaptador de ensaio proposto por CASTRO (1997),

todavia o adesivo de alta resistência, por possuir elevada aderência, foi colocada diretamente

em contato com a barras de GFRP. A Figuras 4.3 e 4.4 apresentam as dimensões e os corpos

de prova utilizados nos ensaios de tração e módulo de elasticidade, respectivamente.

Figura 4.3 - Dimensões da amostra para os ensaios de tração

Fonte: Autor

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46

Figura 4.4 - Barras de GFRP utilizadas nos ensaios de tração

Fonte: Autor

O material para ancoragem utilizado foi o Adesivo Estrutural Tecbond MF

(Figura4.5), da empresa Quartzolit. Foi escolhido este produto devido a sua elevada

aderência, resistência e fluidez, o que permitia uma grande facilidade na moldagem dos

corpos de prova. A Tabela 4.4, apresenta as principais propriedades do produto.

Figura 4.5 - Adesivo estrutural Tecbond MF

Fonte: <www.quartzolit.weber>

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47

Tabela 4.4 - Propriedades e características do adesivo estruturas

Fonte: <www.quartzolit.weber>

Os ensaios de tração direta foram realizados em uma máquina hidráulica universal

Amsler, com capacidade de 20 toneladas. As normas da ASTM 3916-02 (2002), e do ACI 440

3R (2004) determinam que devem ser ensaiados no mínimo cinco corpos de prova para a

determinação da tensão ruptura e do módulo de elasticidade.

Neste trabalho, foram ensaiados noves corpos de prova para a determinação da

resistência última de ruptura e seis corpos de prova para a determinação do módulo de

elasticidade. A determinação do módulo de elasticidade foi realizada com o auxílio de um

extensômetro removível, as leituras de alongamento das barras foram realizadas até

aproximadamente 50% da carga de ruptura. A Figura 4.6 ilustra o ensaio de tração direta nas

barras de GFRP.

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48

Figura 4.6 - Ensaio de tração direta nas barras de GFRP

Fonte: Autor

Houve dois modelos distintos de ruptura desenvolvidos pelas barras de GFRP durante

os ensaios de tração direta. O primeiro consiste na ruptura das nervuras das barras de GFRP

devido ao cisalhamento entre as camadas de resina e fibra, já descrito por Achillides e

Pilakoutas (2004) e ilustrado na Figura 3.6. O segundo consiste na ruptura completa das

barras de GFRP como apresenta a Figura 4.7.

Figura 4.7 - Ruptura completa da barra de GFRP

Fonte: Autor

A Tabela 4.5 apresenta os resultados médios obtidos nos ensaios de tração direta, os

quais determinaram as propriedades das barras de GFRP utilizadas nos ensaios de

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49

arrancamento. A Figura 4.8 ilustra o comportamento do diagrama tensão x deformação das

barras de GFRP.

Tabela 4.5 - Propriedades médias das barras de GFRP

Fonte: Autor

Figura 4.8 - Diagrama tensão x deformação das barras de GFRP

Fonte: Autor

O APÊNDICE C, apresenta os resultados individuais do ensaio de tração direta de

todas as amostras de GFRP.

53,28

2697,22

1373,68

Carga de Ruptura (kgf)

Tensão de Ruptura (Mpa)

Mósulo de Elasticidade (Gpa)

Propriedades médias das barras de GFRP

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014

Ten

são

(M

Pa)

Deformação Específica ε (mm/mm)

Diagrama tensão x deformação

Amostra 4

Amostra 5

Amostra 6

Amostra 7

Amostra 8

Amostra 9

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4.5 ENSAIOS DE ARRANCAMENTO

Os ensaios de arrancamento foram realizados baseados nos procedimentos da

RILEM/CEB/FIP RC6 (1983). Os modelos de arrancamento foram ensaiados 28 dias, após

sua concretagem. Foram realizados ensaios em 12 corpos de prova armados com barras de

GFRP e 6 corpos de prova armados com barras de aço, totalizando 18 corpos de prova para os

ensaios de arrancamento. A Tabela 4.6 traz o resumo dos ensaios realizados.

Tabela 4.6 - Resumo do ensaio de arrancamento

Fonte: Autor

4.5.1 Fôrmas, moldagem e cura

Para a moldagem dos corpos de prova, foram utilizadas fôrmas de madeira, em forma

de prisma, que permitiam a concretagem de até seis corpos de prova, a Figura 4.9 apresenta o

detalhamento das fôrmas utilizadas. As armaduras eram dispostas na direção horizontal e o

trecho não aderente das barras, foi obtido através da introdução de um tubo de plástico.

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51

Figura 4.9 – Detalhamento das fôrmas para os modelos de arrancamento (em cm)

Fonte: Autor

Os modelos de arrancamento foram moldados na direção horizontal (Figura 4.10). O

concreto foi lançado em duas camadas e adensado através de vibrador mecânico, o qual era

colocado na face externa das fôrmas. Para evitar a perda de água para o ambiente, após a

concretagem, os corpos de prova eram cobertos por uma manta plástica. Após dois dias, os

modelos eram desmoldados e levados até câmara úmida, onde ficavam até sete dias antes da

sua data de ensaio devido a cura do adesivo estrutural do dispositivo de ancoragem. A Figura

4.11 ilustra o corpo de prova para os ensaios de arrancamento.

Figura 4.10 - Moldagem dos modelos de arrancamento

Fonte: Autor

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52

Figura 4.11 - Corpo de prova para ensaio de arrancamento (em cm)

Fonte: Autor

4.5.2 Ensaio de arrancamento

Os ensaios foram realizados aos 28 dias de idade do concreto. O prisma de concreto

foi apoiado em uma placa metálica, a qual possuía um orifício central que permitia a

passagem tanto da barra quanto do dispositivo de ancoragem. O ensaio foi realizado em uma

máquina hidráulica universal da marca Amsler, com capacidade de 20 toneladas.

Uma estrutura metálica foi feita para que houvesse a possibilidade de prender o prisma

à Amsler. A Figura 4.12 ilustra a estrutura feita para a fixação do prisma na prensa hidráulica

e o esquema de ensaio. Os ensaios foram realizados com o controle do deslocamento do

prisma de concreto em relação a barra. Os deslocamentos foram medidos através de um

relógio comparador.

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Figura 4.12 - Estrutura de fixação e esquema do ensaio de arrancamento

Fonte: Autor

A velocidade de aplicação da carga foi calculada seguindo as recomendações da

RILEM/CEB/FIP RC6 (1983), conforme a Equação 4.1. Devido a taxa de carregamento

calculada ser muito baixa, fazendo com que a prensa apresentasse uma queda na força

aplicada, ela teve que ser aumentada passando de 75 kgf/minuto para 120 kgf/minuto. A

Figura 4.13 apresenta a realização do ensaio.

𝑣𝑝 = 5. 𝜑2 (𝑘𝑔𝑓) (4.1)

Onde:

𝑣𝑝 – velocidade de aplicação da carga;

𝜑 – diâmetro da barra em cm.

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54

Figura 4.13 - Ensaio de arrancamento

Fonte: Autor

Para a realização do ensaio, foi necessário realizar um carregamento prévio dos corpos

de prova, pois era necessário que o relógio comparador estabilizasse e os efeitos do

alongamento das barras de fibra de vidro fossem diminuídos, evitando, assim, que ele afetasse

as leituras. Desta forma, foram realizadas leituras até os primeiros milímetros de

escorregamento por dois motivos: devido às limitações do cursor do relógio e pela

proximidade da carga de ruptura, para evitar danos ao relógio comparador. As Figuras 4.14 e

4.15 apresentam o comportamento das curvas tensão de aderência x deslizamento, dos ensaios

de arrancamento, dos modelos de GFRP e ACO.

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55

Figura 4.14 – Diagrama tensão de aderência x deslizamento modelos GFRP

Fonte: Autor

Figura 4.15 - Diagrama tensão de aderência x deslizamento modelos ACO

Fonte: Autor

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8

Ten

são

de

ader

ênci

a (M

Pa)

Deslizamento (mm)

Curva de aderência das barras de GFRP

GFRP - 1

GFRP - 2

GFRP - 3

GFRP - 4

GFRP - 5

GFRP - 6

GFRP - 7

GFRP - 8

GFRP - 9

GFRP - 10

GFRP - 11

GFRP - 12

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

Ten

são

de

ader

ênci

a (M

Pa)

Deslizamento (mm)

Curva de aderência das barras de aço

ACO -1ACO -2ACO -4

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Devido aos resultados apresentados pelos modelos ACO-3 e ACO-5, os quais ficaram

dispersos dos demais, ambos foram descartados e não participaram da análise de resultados. O

APÊNDICE D, apresenta todos os resultados obtidos nos ensaios de arrancamento.

A ruptura da aderência apresentada pelos corpos de prova, tanto os armados com

GFRP quando os de aço, foi a de arrancamento da barra. A barras de GFRP, tiveram seu

arrancamento devido a ruptura das suas nervuras, consequência do cisalhamento entre as

camadas de resina e fibra, ilustrada na Figura 3.6. As barras de aço tiveram seu arrancamento

como consequência do cisalhamento do concreto, provocado pelas solicitações de corte, as

quais são geradas juntamente com o efeito de cunha, debatido no Capítulo 3.3.2.

A Tabela 4.7 apresenta a tensão média de ruptura da aderência, por arrancamento,

paras os modelos GFRP e ACO. A Figura 4.16 apresenta a ruptura por arrancamento da barra

de GFRP.

Tabela 4.7 - Tensão média de ruptura da aderência

Fonte: Autor

Figura 4.16 - Ruptura por arrancamento da barra de GFRP

Fonte: Autor

AÇO 1375,00 10,94

Tipo de

Armadura

Carga de Ruptura

(kgf)

Tensão de Ruptura

(MPa)

GFRP 1085,00 13,81

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57

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO

5.1 RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Neste capítulo, serão discutidos os resultados obtidos por meio da investigação

experimental. Os resultados obtidos serão comparados com resultados obtidos por outros

autores e com informações contidas na literatura.

5.1.1 Barras de GFRP

A Tabela 5.1 apresenta os resultados do módulo de elasticidade e da tensão de ruptura

do material obtidos no programa experimental. A Figura 5.1 ilustra o comportamento médio

das curvas tensão x deformação para as barras de GFRP.

Tabela 5.1 - Resultados dos ensaios das barras de GFRP

Fonte: Autor

Desvio padrão 186,53 95,00 0,51

C.V (%) 6,92 6,92 0,95

52,37

53,30

53,08

53,25

53,84

53,24

A6

A7

A8

A9

Média

AMOSTRACARGA DE

RUPTURA (kgf)

Tensão de Ruptura

(MPa)

Módulo de Elastcidade

(MPa)

1497,33

1291,06

1293,61

1201,94

1373,68

-

-

-

53,60

1359,82

1431,12

1436,21

1451,49

1400,562750

2940

2535

2540

2360

2697,2

2670

2810

2820

2850

A1

A2

A3

A4

A5

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58

Figura 5.1 - Curva média tensão x deformação das barras de GRFP

Fonte: Autor

De acordo com os resultados obtidos nos ensaios experimentais, apresentados na

Tabela 5.1, as barras de GFRP apresentaram um comportamento homogêneo, com um

coeficiente de variação menor que 7%, para a tensão última de ruptura, e menor que 1% para

o módulo de elasticidade, indicando que os resultados encontrados são aceitáveis. Além disto,

os resultados estão de acordo com os limites apresentados pelo ACI 440 R (1996), os quais

são apresentados na Tabela 2.3.

A Tabela 5.2 apresenta resultados de ensaios de tração direta obtidos por TAVARES

(2006) e COUTO (2007).

Tabela 5.2 - Resultados encontrados na literatura

Fonte: adaptado TAVARES (2006); COUTO (2007)

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014

Ten

são

(M

Pa)

Deformação Específica ε (mm/mm)

Diagrama médio tensão x deformação

MÉDIA

Linear (MÉDIA)

Módulo de

Elasticidade (GPa)

37,17

38,16

42,7

44,9

9,53

15,88

GFRP

Tensão Última de

Ruptura (MPa)

598,04

510,72

714

624

Diâmetro (mm)

TAVARES6,8

10

Autor

COUTO

Tipo de

Armadura

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59

Os valores encontrados no programa experimental deste trabalho estão acima dos

valores encontrados por TAVARES (2006) e COUTO (2007). Uma pequena parcela pode ser

explicada pelo efeito “shear lag”, já debatido nos capítulos 2.4.3 e 3.4.6. Outros fatores

importantes que devem ser considerados são: os tipos de resina e fibra utilizados, a relação de

fibra-resina que compõem a barra e sua conformação superficial.

5.1.2 Ensaios de arrancamento

Conforme LEONHARD; MÖRNNIG (1977) e RILEM/CEB/FIP (1983), o valor de

cálculo da resistência de aderência (τb) corresponde ao valor referente ao deslizamento de 0,1

mm, conforme apresenta a Equação 5.1.

τb = P(0,1 mm) / π . lb . φ Eq. 5.1

Onde:

τb – Resistência da aderência;

P(0,1 mm) – Carga equivalente ao deslizamento de 0,1 mm;

lb – Comprimento da aderência;

φ – Diâmetro da barra.

Segundo COUTO (2007), a tensão última de aderência (τu) é muito maior que o valor

de cálculo, especialmente nos casos com barras de aderência mecânica, alcançando até o

dobro desse valor e deslocamentos de até 1mm. Assim como CAETANO (2008), se adotará

como critério de avaliação, para os ensaios de arrancamento simples, a máxima tensão obtida

nos ensaios. Também será apresentado os resultados para o deslizamento de 1mm

Para a análise dos resultados de arrancamento, será feita a avaliação do coeficiente de

variação (C.V) apresentado pelas amostras. Conforme ALMEIDA FILHO (2006), o qual

estabeleceu três valores limites para o coeficiente de variação visando um maior controle de

qualidade dos resultados e das amostras estudadas, para a classe A (bom), será aceito um

limite de 10% para o coeficiente de variação. Para a classe B (médio), o limite do coeficiente

de variação será de 15%. Para a classe C (ruim), será adotado como limite máximo 20%.

As Tabelas 5.3 e 5.4 apresentam os resultados obtidos nos ensaios de arrancamento.

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60

Tabela 5.3 - Resultados do ensaio de arrancamento das barras de GFRP

Fonte: Autor

Tabela 5.4 - Resultados do ensaio de arrancamento das barras de Aço

Fonte: Autor

Os resultados da tensão de aderência, para o deslocamento de 1 milimetro

apresentaram um coeficiente de variação muito alto, tanto para as barras de GFRP quanto para

as barras de aço, apresentando resultados ruins. Um dos motivos pode ser a forma como

foram feitas as leituras, o relógio comparador possuía base magnética a qual ficava fixada

diretamente à máquina hidráulica, podendo, desta forma, resultar em leituras incorretas.

Média

1,91150,12

13,811085,0

1000 12,73

1180 15,02

1150 14,64

1370 17,44

840 10,70

1050 13,37

870 11,08

1210 15,41

1150 14,64

1140 14,51

C.V (%) 25,74 25,74 13,84 13,84

GFRP - 9 275 3,50

GFRP - 10

GFRP - 11

GFRP - 12

230 2,93

185 2,36

158 2,01

Desvio padrão 52,30 0,67

1100 14,01

2,59203,2

GFRP - 7 210 2,67

GFRP - 8 195 2,48

GFRP - 5 285 3,63

GFRP - 6 185 2,36

GFRP - 3 165 2,10

GFRP - 4 160 2,04

GFRP - 1 270 3,44

GFRP - 2 120 1,53

960 12,22

AMOSTRACarga pra 1mm

(kgf)

Tensão para 1mm

(MPa)

Carga de Ruptura

(kgf)

Tensão de Ruptura

(MPa)

Desvio padrão 171,14 1,36 175,01 1,39

C.V (%) 29,07 29,07 12,73 12,73

Tensão para 1mm

(MPa)Carga Última (kgf)

Tensão de Ruptura

(MPa)

Média 588,8 4,69 1375,0 10,94

4,58

-

3,74

ACO - 1

ACO - 2

ACO - 3

ACO - 4

ACO - 5

ACO - 6 1310 10,42

1210 9,63

1210 9,63

1570 12,49

475

835

-

575

-

470

3,78

6,64

-

AMOSTRACarga pra 1mm

(kgf)

1610 12,81

1340 10,66

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61

De acordo com Almeida Filho (2006), a grande variabilidade pode estar atribuída à

pequena dimensão dos corpos de prova e do comprimento de aderência, pois uma variação,

mesmo que pequena, no comprimento de ancoragem pode gerar grandes variações nos

resultados.

A tensão última da aderência apresentou resultados satisfatórios para ambos os

modelos. O desvio padrão teve resultado abaixo de 15%, indicando resultados de média

qualidade seguindo os limites estabelecidos por Almeida Filho (2006).

Couto (2007) realizou ensaio de arrancamento direto e mediu as tensões de aderência

correspondentes aos deslocamentos de 0,01, 0,01 e 1 milímetros. A Tabela 5.5 apresenta

resultados obtidos por Couto (2007) em ensaios de arrancamento direto com barras de GFRP

de 9 milímetros e concreto com resistência a compressão de 30 MPa. A Tabela 5.6 apresenta

resultados obtidos por Couto (2007) em ensaios de arrancamento com barras de GFRP de 9

milímetros e concreto com resistência a compressão de 60 MPa.

Tabela 5.5 - Resultados obtidos por COUTO para concreto C30

*Ruptura por arrancamento

Fonte: COUTO (2007)

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62

Tabela 5.6 - Resultados obtidos por COUTO para concreto C60

Fonte: COUTO (2007)

As variações nas tenções de aderência encontradas por Couto (2007) e as encontradas

no programa experimental, principalmente a tensão de última (τu), podem ser justificadas,

principalmente, pela resistência do concreto, a conformação superficial das barras de GFRP e

pelo diâmetro das barras.

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6 CONCLUSÃO

6.1 BARRAS DE GFRP

Devido à baixa resistência ao cisalhamento transversal das barras, foi necessário a

introdução de um dispositivo de ancoragem para que pudesse ser realizado o ensaio de tração

direta. O dispositivo apresentou pouca eficiência, pois não conseguiu impedir que as barras

rompessem devido ao acúmulo de tensões nesta região de ancoragem.

As barras de GFRP apresentaram comportamento elástico-linear até a sua ruptura, a

qual ocorreu de forma brusca sem qualquer tipo de patamar de escoamento. Houveram duas

formas de rupturas desenvolvidas pelas barras de GFRP: a ruptura completa e a ruptura das

nervuras devido ao cisalhamento das camadas de fibra e resina.

As barras de GFRP apresentaram resistência a tração muito elevada e um módulo de

elasticidade muito baixo, o que justifica seu comportamento elástico-linear. Os resultados

encontrados são satisfatórios, pois encontram-se dentro de limites estabelecidos por

normativas e próximos a resultados experimentais apresentados por outros autores.

6.2 ENSAIO DE ARRANCAMENTO

Devido as leituras realizadas, possivelmente de forma inadequada devido à

interferência do alongamento das barras e da estabilização do relógio comparador, não foi

possível calcular o valor exato da tensão de aderência. Todavia pode-se estabelecer um

intervalo de valores de tensão para a resistência da aderência, o que em trabalhos futuros pode

ser de alguma importância. Utilizando as curvas de aderência encontrados no programa

experimental, o intervalo encontrado foi de 0,5 a 1,7 MPa para o deslizamento de 0,1 mm,

para as barras de GFRP, e 0,6 e 1,5 MPa para as barras de aço, o que não representa um

resultado satisfatório.

A forma de ruptura dos modelos foi a de arrancamento da barra sem que houvesse o

fendilhamento do concreto, indicando que o cobrimento de concreto era suficiente para

absorver as tensões geradas pelo arrancamento da barra. As barras de GFRP apresentaram

ruptura das nervuras da barra, gerada pelo cisalhamento das camadas de fibra e resina, e as

barras de aço por cisalhamento do concreto, gerado juntamente com o efeito de cunha.

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64

A corpos de prova armados com barras de GFRP apresentaram maiores deslocamentos

do que os armados com barras de aço. Isto justifica a maior tensão de aderência apresentada

pelos modelos de aço para o deslizamento de 1 milimetro.

Os modelos de GFRP apresentaram uma tensão ruptura da aderência maior que os

armados com aço. Uma das explicações pode ser o tamanho da nervura, a qual era maior na

nas barras de GFRP, favorecendo o efeito de cunha e aumentando a aderência, todavia são

necessários mais ensaios para que se possa entender os reais motivos.

De forma geral, os modelos de aço apresentaram um comportamento melhor que os

modelos de GFRP. Os maiores deslocamentos desenvolvidos pelas barras de GFRP, em

comparação às barras de aço, indicam a necessidade de comprimentos maiores de ancoragens

para elementos de concreto armados com este tipo de barra.

6.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A seguir são apresentadas algumas propostas para estudos futuros:

• Realizar ensaios de aderência com outros tipos de barras de FRP, com o objetivo

de avaliar o comportamento de barras, com diferentes tipos de fibras, com o

concreto;

• Realizar ensaios de aderência com barras de conformações superficiais diferentes;

com o objetivo de avaliar o efeito das diferentes superfícies;

• Realizar ensaios com diferentes classes de concreto, para avaliar os efeitos da

resistência do concreto na tensão de aderência;

• Realizar ensaios com diferentes modelos de determinação da tensão de aderência,

como o ensaio em viga por exemplo;

• Realizar ensaios em elevadas temperaturas, com o objetivo de avaliar o

desempenho residual da aderência, em modelos armados com barras de FRP.

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APÊNDICE

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70

APÊNDICE A – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS AGREGADOS

A.1 – CURVA GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO MIÚDO

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A.2 – CURVA GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO GRAÚDO

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72

APÊNDICE B – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE COMPRESSÃO AXIAL

B.1 – RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO

Resistência a compressão

Corpo de

Prova

Idade

(dias)

Carga de

Ruptura

(Kgf)

Área (cm²)

Tensão de

Ruptura

(Mpa)

Tensão de

Ruptura Média

(Mpa)

CP7-1

7

7900

78,54

10,06

10,23 CP7-2 7600 9,68

CP7-3 8600 10,95

CP14-1

14

10400

78,54

13,24

13,33 CP14-2 11000 14,01

CP14-3 10000 12,73

CP28-1

28

15000

78,54

19,10

19,29 CP28-2 15400 19,61

CP28-3 15050 19,16

CP37-1

37

18600

78,54

23,68

24,87 CP37-2 20000 25,46

CP37-3 20000 25,46

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73

APÊNDICE C – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE TRAÇÃO DIRETA

C.1 – ALONGAMENTO E DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA

Amostra 4

Carga

(Kgf)

Alongamento Tensão

(Mpa)

Deformação

Específica ε Alongamento (1/100

mm)

Alongamento

(mm)

70 0 0 35,651 0

90 5 0,05 45,837 0,00025

130 10 0,1 66,208 0,0005

150 15 0,15 76,394 0,00075

180 20 0,2 91,673 0,001

200 25 0,25 101,859 0,00125

220 30 0,3 112,045 0,0015

250 35 0,35 127,324 0,00175

290 40 0,4 147,696 0,002

300 45 0,45 152,789 0,00225

320 50 0,5 162,975 0,0025

350 55 0,55 178,254 0,00275

390 60 0,6 198,625 0,003

400 65 0,65 203,718 0,00325

440 70 0,7 224,090 0,0035

460 75 0,75 234,276 0,00375

490 80 0,8 249,555 0,004

520 85 0,85 264,834 0,00425

540 90 0,9 275,020 0,0045

580 95 0,95 295,392 0,00475

600 100 1 305,577 0,005

620 105 1,05 315,763 0,00525

650 110 1,1 331,042 0,0055

680 115 1,15 346,321 0,00575

700 120 1,2 356,507 0,006

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74

720 125 1,25 366,693 0,00625

730 130 1,3 371,786 0,0065

780 135 1,35 397,251 0,00675

805 140 1,4 409,983 0,007

830 145 1,45 422,716 0,00725

860 150 1,5 437,994 0,0075

890 155 1,55 453,273 0,00775

910 160 1,6 463,459 0,008

940 165 1,65 478,738 0,00825

960 170 1,7 488,924 0,0085

990 175 1,75 504,203 0,00875

1020 180 1,8 519,482 0,009

1040 185 1,85 529,668 0,00925

1060 190 1,9 539,854 0,0095

1090 195 1,95 555,132 0,00975

1120 200 2 570,411 0,01

1140 205 2,05 580,597 0,01025

1170 210 2,1 595,876 0,0105

1200 215 2,15 611,155 0,01075

1220 220 2,2 621,341 0,011

1250 225 2,25 636,620 0,01125

1290 230 2,3 656,992 0,0115

1300 235 2,35 662,085 0,01175

1330 240 2,4 677,363 0,012

1360 245 2,45 692,642 0,01225

1400 250 2,5 713,014 0,0125

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75

Amostra 5

Carga

(Kgf)

Deformação Tensão

(Mpa)

Deformação

Específica ε Alongamento (1/100

mm)

Alongamento

(mm)

90 0 0 45,837 0

110 5 0,05 56,023 0,00025

130 10 0,1 66,208 0,0005

160 15 0,15 81,487 0,00075

180 20 0,2 91,673 0,001

200 25 0,25 101,859 0,00125

230 30 0,3 117,138 0,0015

260 35 0,35 132,417 0,00175

290 40 0,4 147,696 0,002

310 45 0,45 157,882 0,00225

340 50 0,5 173,161 0,0025

360 55 0,55 183,346 0,00275

390 60 0,6 198,625 0,003

400 65 0,65 203,718 0,00325

430 70 0,7 218,997 0,0035

460 75 0,75 234,276 0,00375

490 80 0,8 249,555 0,004

510 85 0,85 259,741 0,00425

540 90 0,9 275,020 0,0045

560 95 0,95 285,206 0,00475

600 100 1 305,577 0,005

610 105 1,05 310,670 0,00525

640 110 1,1 325,949 0,0055

670 115 1,15 341,228 0,00575

700 120 1,2 356,507 0,006

720 125 1,25 366,693 0,00625

750 130 1,3 381,972 0,0065

770 135 1,35 392,158 0,00675

800 140 1,4 407,437 0,007

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76

820 145 1,45 417,623 0,00725

850 150 1,5 432,901 0,0075

880 155 1,55 448,180 0,00775

900 160 1,6 458,366 0,008

930 165 1,65 473,645 0,00825

950 170 1,7 483,831 0,0085

980 175 1,75 499,110 0,00875

1000 180 1,8 509,296 0,009

1030 185 1,85 524,575 0,00925

1050 190 1,9 534,761 0,0095

1090 195 1,95 555,132 0,00975

1110 200 2 565,318 0,01

1140 205 2,05 580,597 0,01025

1160 210 2,1 590,783 0,0105

1180 215 2,15 600,969 0,01075

1200 220 2,2 611,155 0,011

1230 225 2,25 626,434 0,01125

1260 230 2,3 641,713 0,0115

1280 235 2,35 651,899 0,01175

1310 240 2,4 667,178 0,012

1340 245 2,45 682,456 0,01225

1370 250 2,5 697,735 0,0125

1400 255 2,55 713,014 0,01275

Amostra 6

Carga

(Kgf)

Deformação Tensão

(Mpa)

Deformação

Específica ε Alongamento (1/100

mm)

Alongamento

(mm)

80 0 0 40,744 0

100 5 0,05 50,930 0,00025

125 10 0,1 63,662 0,0005

150 15 0,15 76,394 0,00075

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77

175 20 0,2 89,127 0,001

200 25 0,25 101,859 0,00125

225 30 0,3 114,592 0,0015

250 35 0,35 127,324 0,00175

275 40 0,4 140,056 0,002

300 45 0,45 152,789 0,00225

325 50 0,5 165,521 0,0025

350 55 0,55 178,254 0,00275

375 60 0,6 190,986 0,003

400 65 0,65 203,718 0,00325

430 70 0,7 218,997 0,0035

460 75 0,75 234,276 0,00375

490 80 0,8 249,555 0,004

520 85 0,85 264,834 0,00425

540 90 0,9 275,020 0,0045

575 95 0,95 292,845 0,00475

600 100 1 305,577 0,005

625 105 1,05 318,310 0,00525

650 110 1,1 331,042 0,0055

675 115 1,15 343,775 0,00575

700 120 1,2 356,507 0,006

725 125 1,25 369,239 0,00625

750 130 1,3 381,972 0,0065

775 135 1,35 394,704 0,00675

800 140 1,4 407,437 0,007

825 145 1,45 420,169 0,00725

850 150 1,5 432,901 0,0075

875 155 1,55 445,634 0,00775

900 160 1,6 458,366 0,008

925 165 1,65 471,099 0,00825

950 170 1,7 483,831 0,0085

975 175 1,75 496,563 0,00875

1000 180 1,8 509,296 0,009

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78

1030 185 1,85 524,575 0,00925

1060 190 1,9 539,854 0,0095

1100 195 1,95 560,225 0,00975

1120 200 2 570,411 0,01

1150 205 2,05 585,690 0,01025

1180 210 2,1 600,969 0,0105

1200 215 2,15 611,155 0,01075

1225 220 2,2 623,887 0,011

1250 225 2,25 636,620 0,01125

1275 230 2,3 649,352 0,0115

1300 235 2,35 662,085 0,01175

1325 240 2,4 674,817 0,012

1350 245 2,45 687,549 0,01225

1375 250 2,5 700,282 0,0125

1400 255 2,55 713,014 0,01275

Amostra 7

Carga

(Kgf)

Deformação Tensão

(Mpa)

Deformação

Específica ε Alongamento (1/100 mm) Alongamento

(mm)

80 0 0 40,744 0

100 5 0,05 50,930 0,00025

130 10 0,1 66,208 0,0005

155 15 0,15 78,941 0,00075

180 20 0,2 91,673 0,001

205 25 0,25 104,406 0,00125

230 30 0,3 117,138 0,0015

250 35 0,35 127,324 0,00175

280 40 0,4 142,603 0,002

305 45 0,45 155,335 0,00225

330 50 0,5 168,068 0,0025

355 55 0,55 180,800 0,00275

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79

380 60 0,6 193,532 0,003

405 65 0,65 206,265 0,00325

435 70 0,7 221,544 0,0035

460 75 0,75 234,276 0,00375

485 80 0,8 247,008 0,004

520 85 0,85 264,834 0,00425

550 90 0,9 280,113 0,0045

585 95 0,95 297,938 0,00475

600 100 1 305,577 0,005

625 105 1,05 318,310 0,00525

655 110 1,1 333,589 0,0055

680 115 1,15 346,321 0,00575

705 120 1,2 359,054 0,006

730 125 1,25 371,786 0,00625

760 130 1,3 387,065 0,0065

785 135 1,35 399,797 0,00675

810 140 1,4 412,530 0,007

835 145 1,45 425,262 0,00725

865 150 1,5 440,541 0,0075

890 155 1,55 453,273 0,00775

910 160 1,6 463,459 0,008

940 165 1,65 478,738 0,00825

970 170 1,7 494,017 0,0085

995 175 1,75 506,749 0,00875

1015 180 1,8 516,935 0,009

1040 185 1,85 529,668 0,00925

1060 190 1,9 539,854 0,0095

1100 195 1,95 560,225 0,00975

1115 200 2 567,865 0,01

1150 205 2,05 585,690 0,01025

1165 210 2,1 593,330 0,0105

1195 215 2,15 608,609 0,01075

1220 220 2,2 621,341 0,011

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80

1250 225 2,25 636,620 0,01125

1265 230 2,3 644,259 0,0115

1295 235 2,35 659,538 0,01175

1320 240 2,4 672,270 0,012

1350 245 2,45 687,549 0,01225

1370 250 2,5 697,735 0,0125

1395 255 2,55 710,468 0,01275

Amostra 8

Carga

(Kgf)

Deformação Tensão

(Mpa)

Deformação

Específica ε Alongamento (1/100 mm) Alongamento

(mm)

85 0 0 43,290 0

110 5 0,05 56,023 0,00025

135 10 0,1 68,755 0,0005

160 15 0,15 81,487 0,00075

185 20 0,2 94,220 0,001

210 25 0,25 106,952 0,00125

235 30 0,3 119,685 0,0015

260 35 0,35 132,417 0,00175

285 40 0,4 145,149 0,002

310 45 0,45 157,882 0,00225

340 50 0,5 173,161 0,0025

365 55 0,55 185,893 0,00275

390 60 0,6 198,625 0,003

415 65 0,65 211,358 0,00325

440 70 0,7 224,090 0,0035

460 75 0,75 234,276 0,00375

495 80 0,8 252,101 0,004

525 85 0,85 267,380 0,00425

555 90 0,9 282,659 0,0045

580 95 0,95 295,392 0,00475

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81

605 100 1 308,124 0,005

635 105 1,05 323,403 0,00525

660 110 1,1 336,135 0,0055

685 115 1,15 348,868 0,00575

705 120 1,2 359,054 0,006

735 125 1,25 374,332 0,00625

760 130 1,3 387,065 0,0065

785 135 1,35 399,797 0,00675

815 140 1,4 415,076 0,007

840 145 1,45 427,808 0,00725

870 150 1,5 443,087 0,0075

895 155 1,55 455,820 0,00775

920 160 1,6 468,552 0,008

950 165 1,65 483,831 0,00825

975 170 1,7 496,563 0,0085

995 175 1,75 506,749 0,00875

1015 180 1,8 516,935 0,009

1050 185 1,85 534,761 0,00925

1070 190 1,9 544,947 0,0095

1100 195 1,95 560,225 0,00975

1130 200 2 575,504 0,01

1150 205 2,05 585,690 0,01025

1180 210 2,1 600,969 0,0105

1200 215 2,15 611,155 0,01075

1230 220 2,2 626,434 0,011

1250 225 2,25 636,620 0,01125

1280 230 2,3 651,899 0,0115

1300 235 2,35 662,085 0,01175

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82

Amostra 9

Carga

(Kgf)

Deformação Tensão

(Mpa)

Deformação

Específica ε Alongamento (1/100 mm) Alongamento

(mm)

115 0 0 58,569 0

140 5 0,05 71,301 0,00025

170 10 0,1 86,580 0,0005

190 15 0,15 96,766 0,00075

215 20 0,2 109,499 0,001

240 25 0,25 122,231 0,00125

270 30 0,3 137,510 0,0015

290 35 0,35 147,696 0,00175

320 40 0,4 162,975 0,002

350 45 0,45 178,254 0,00225

380 50 0,5 193,532 0,0025

400 55 0,55 203,718 0,00275

430 60 0,6 218,997 0,003

455 65 0,65 231,730 0,00325

480 70 0,7 244,462 0,0035

510 75 0,75 259,741 0,00375

540 80 0,8 275,020 0,004

565 85 0,85 287,752 0,00425

590 90 0,9 300,485 0,0045

620 95 0,95 315,763 0,00475

645 100 1 328,496 0,005

670 105 1,05 341,228 0,00525

695 110 1,1 353,961 0,0055

720 115 1,15 366,693 0,00575

745 120 1,2 379,425 0,006

770 125 1,25 392,158 0,00625

800 130 1,3 407,437 0,0065

830 135 1,35 422,716 0,00675

855 140 1,4 435,448 0,007

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83

880 145 1,45 448,180 0,00725

905 150 1,5 460,913 0,0075

935 155 1,55 476,192 0,00775

965 160 1,6 491,470 0,008

990 165 1,65 504,203 0,00825

1015 170 1,7 516,935 0,0085

1040 175 1,75 529,668 0,00875

1070 180 1,8 544,947 0,009

1095 185 1,85 557,679 0,00925

1120 190 1,9 570,411 0,0095

1145 195 1,95 583,144 0,00975

1170 200 2 595,876 0,01

1190 205 2,05 606,062 0,01025

1220 210 2,1 621,341 0,0105

1245 215 2,15 634,073 0,01075

1270 220 2,2 646,806 0,011

1300 225 2,25 662,085 0,01125

1330 230 2,3 677,363 0,0115

1355 235 2,35 690,096 0,01175

1385 240 2,4 705,375 0,012

1405 245 2,45 715,561 0,01225

1430 250 2,5 728,293 0,0125

1455 255 2,55 741,025 0,01275

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84

C.2 – DIAGRAMAS TENSÃO X DEFORMAÇÃO

y = 53602x + 34,727R² = 0,9997

0,000

100,000

200,000

300,000

400,000

500,000

600,000

700,000

800,000

0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014

Ten

são

(M

Pa)

Deformação Específica ε (mm/mm)

Amostra 4

y = 52369x + 39,894R² = 0,9998

0,000

100,000

200,000

300,000

400,000

500,000

600,000

700,000

800,000

0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014

Ten

são

(M

Pa)

Deformação Específica ε (mm/mm)

Amostra 5

y = 53304x + 35,155R² = 0,9998

0,000

100,000

200,000

300,000

400,000

500,000

600,000

700,000

800,000

0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014

Ten

são

(M

Pa)

Deformação Específica ε (mm/mm)

Amostra 6

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85

y = 53076x + 38,521R² = 0,9998

0,000

100,000

200,000

300,000

400,000

500,000

600,000

700,000

800,000

0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014

Tensão (

MP

a)

Deformação Específica ε (mm/mm)

Amostra 7

y = 53247x + 40,765R² = 0,9999

0,000

100,000

200,000

300,000

400,000

500,000

600,000

700,000

0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014

Ten

são

(M

Pa)

Deformação Específica ε (mm/mm)

Amostra 8

y = 53835x + 57,527R² = 0,9999

0,000

100,000

200,000

300,000

400,000

500,000

600,000

700,000

800,000

0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014

Tensão (

Mpa)

Deformação Específica ε (mm/mm)

Amostra 9

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86

APÊNDICE D -RESULTADOS DOS ENSAIOS DE ARRANCAMENTO

D.1 – BARRAS DE GFRP

GFRP - 1

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

0 0 0 0,000

20 60 0,06 0,255 40 100 0,1 0,509

60 210 0,21 0,764 80 290 0,29 1,019

100 400 0,4 1,273

120 490 0,49 1,528 140 550 0,55 1,783

160 640 0,64 2,037 180 710 0,71 2,292

200 780 0,78 2,546

220 840 0,84 2,801 240 900 0,9 3,056

260 970 0,97 3,310 280 1030 1,03 3,565

300 1090 1,09 3,820 320 1170 1,17 4,074

340 1200 1,2 4,329

360 1280 1,28 4,584 380 1340 1,34 4,838

400 1410 1,41 5,093 400 1600 1,6 5,093

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87

GFRP - 2

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré tensão

0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0,509

60 0 0,764

80 0 0 1,019

100 210 0,21 1,273

120 680 0,68 1,528

120 700 0,7 1,528

120 800 0,8 1,528

120 900 0,9 1,528

120 1000 1 1,528

120 1200 1,2 1,528

GFRP - 3

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0,509

60 0 0,764 80 0 0 1,019

100 330 0,33 1,273

120 590 0,59 1,528

140 790 0,79 1,783

160 970 0,97 2,037

180 1080 1,08 2,292

200 1310 1,31 2,546

220 1480 1,48 2,801

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88

GFRP - 4

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0,509

60 0 0,764

80 0 0 1,019

100 300 0,3 1,273

120 540 0,54 1,528

140 870 0,87 1,783

160 1050 1,05 2,037

180 1230 1,23 2,292

200 1400 1,4 2,546

GFRP - 5

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0,509

60 0 0,764

80 0 1,019

100 0 0 1,273

120 150 0,15 1,528

140 300 0,3 1,783

160 390 0,39 2,037

180 510 0,51 2,292

200 620 0,62 2,546

220 700 0,7 2,801

240 810 0,81 3,056

260 910 0,91 3,310

280 990 0,99 3,565

300 1090 1,09 3,820

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89

GFRP - 6

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0,509

60 0 0,764

80 0 1,019

100 0 0 1,273

120 350 0,35 1,528

140 600 0,6 1,783

160 800 0,8 2,037

180 960 0,96 2,292

200 1120 1,12 2,546

220 1290 1,29 2,801

240 1390 1,39 3,056

260 1500 1,5 3,310

GFRP - 7

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0,509

60 0 0,764

80 0 1,019

100 0 0 1,273

120 270 0,27 1,528

140 480 0,48 1,783

160 670 0,67 2,037

180 830 0,83 2,292

200 940 0,94 2,546

220 1060 1,06 2,801

240 1190 1,19 3,056

260 1330 1,33 3,310

280 1430 1,43 3,565

300 1550 1,55 3,820

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90

GFRP - 8

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0 0,000

20 0 0 0,255

40 0 0 0,509

60 0 0 0,764

80 0 0 1,019

100 320 0,32 1,273

120 500 0,5 1,528

140 690 0,69 1,783

160 840 0,84 2,037

180 950 0,95 2,292

200 1100 1,1 2,546

220 1220 1,22 2,801

240 1330 1,33 3,056

260 1470 1,47 3,310

GFRP - 9

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0,509

60 0 0,764

80 0 1,019

100 0 1,273

120 0 0 1,528

140 180 0,18 1,783

160 300 0,3 2,037

180 430 0,43 2,292

200 590 0,59 2,546

220 670 0,67 2,801

240 790 0,79 3,056

260 920 0,92 3,310

280 1030 1,03 3,565

300 1150 1,15 3,820

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91

GFRP - 10

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão 0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0 0,509

60 200 0,2 0,764

80 370 0,37 1,019

100 500 0,5 1,273

120 610 0,61 1,528

140 680 0,68 1,783

160 760 0,76 2,037

180 830 0,83 2,292

200 900 0,9 2,546

220 960 0,96 2,801

240 1050 1,05 3,056

260 1120 1,12 3,310

280 1180 1,18 3,565

300 1250 1,25 3,820

GFRP - 11

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0,509

60 0 0,764

80 0 1,019

100 0 0 1,273

120 430 0,43 1,528

140 630 0,63 1,783

160 840 0,84 2,037

180 980 0,98 2,292

200 1150 1,15 2,546

220 1270 1,27 2,801

240 1400 1,4 3,056

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92

GFRP - 12

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,255

40 0 0,509

60 0 0 0,764

80 240 0,24 1,019

100 470 0,47 1,273

120 630 0,63 1,528

140 880 0,88 1,783

160 1020 1,02 2,037

180 1200 1,2 2,292

200 1350 1,35 2,546

220 1470 1,47 2,801

D.2 – BARRAS DE AÇO

ACO - 1

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) μm mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,159

40 0 0,318

60 0 0,477

80 0 0,637

100 0 0 0,796

120 200 0,2 0,955

140 300 0,3 1,114

160 380 0,38 1,273

180 430 0,43 1,432

200 490 0,49 1,592

220 530 0,53 1,751

240 580 0,58 1,910

260 620 0,62 2,069

280 655 0,655 2,228

300 690 0,69 2,387

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93

320 710 0,71 2,546

340 720 0,72 2,706

360 740 0,74 2,865

380 760 0,76 3,024

400 790 0,79 3,183

420 810 0,81 3,342

440 840 0,84 3,501

460 870 0,87 3,661

480 1020 1,02 3,820

500 1040 1,04 3,979

ACO - 2

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,159

40 0 0,318

60 0 0,477

80 0 0 0,637

100 70 0,07 0,796

120 130 0,13 0,955

140 170 0,17 1,114

160 190 0,19 1,273

180 210 0,21 1,432

200 240 0,24 1,592

220 250 0,25 1,751

240 270 0,27 1,910

260 285 0,285 2,069

280 295 0,295 2,228

300 305 0,305 2,387

320 315 0,315 2,546

340 330 0,33 2,706

360 340 0,34 2,865

380 360 0,36 3,024

400 370 0,37 3,183

420 380 0,38 3,342

440 400 0,4 3,501

460 415 0,415 3,661

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94

480 430 0,43 3,820

500 450 0,45 3,979

520 470 0,47 4,138

540 495 0,495 4,297

560 520 0,52 4,456

580 550 0,55 4,615

600 580 0,58 4,775

620 610 0,61 4,934

640 650 0,65 5,093

660 670 0,67 5,252

680 720 0,72 5,411

700 745 0,745 5,570

720 790 0,79 5,730

740 820 0,82 5,889

760 840 0,84 6,048

780 860 0,86 6,207

800 945 0,945 6,366

820 970 0,97 6,525

840 1010 1,01 6,685

860 1060 1,06 6,844

880 1090 1,09 7,003

ACO - 4

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,159

40 0 0,318

60 0 0,477

80 0 0,637

100 0 0,796

120 0 0 0,955

140 80 0,08 1,114

160 170 0,17 1,273

180 230 0,23 1,432

200 270 0,27 1,592

220 300 0,3 1,751

240 330 0,33 1,910

260 380 0,38 2,069

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95

280 420 0,42 2,228

300 450 0,45 2,387

320 480 0,48 2,546

340 510 0,51 2,706

360 560 0,56 2,865

380 610 0,61 3,024

400 660 0,66 3,183

420 690 0,69 3,342

440 730 0,73 3,501

460 780 0,78 3,661

480 810 0,81 3,820

500 840 0,84 3,979

520 890 0,89 4,138

540 930 0,93 4,297

560 970 0,97 4,456

580 1010 1,01 4,615

600 1050 1,05 4,775

ACO - 6

Carga (Kgf) Escorregamento

Tensão (Mpa) mm

Pré Tensão

0 0 0,000

20 0 0,159

40 0 0,318

60 0 0,477

80 0 0,637

100 0 0,796

120 0 0,955

140 0 0 1,114

160 190 0,1 1,273

180 280 0,19 1,432

200 360 0,27 1,592

220 390 0,3 1,751

240 460 0,37 1,910

260 530 0,44 2,069

280 600 0,51 2,228

300 685 0,595 2,387

320 760 0,67 2,546

340 800 0,71 2,706

Page 98: Samuel Barbosa de Deus - coral.ufsm.brcoral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2018/TCC_SAMUEL BARBOSA DE DEUS...universidade federal de santa maria centro de tecnologia curso de engenharia

96

360 860 0,77 2,865

380 895 0,805 3,024

400 940 0,85 3,183

420 990 0,9 3,342

440 1025 0,935 3,501

460 1080 0,99 3,661

480 1130 1,04 3,820

500 1180 1,09 3,979

520 1220 1,13 4,138

540 1260 1,17 4,297

560 1310 1,22 4,456

580 1370 1,28 4,615

600 1410 1,32 4,775

620 1470 1,38 4,934