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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Patrick Maboni
AVALIAÇÃO DAS SOLUÇÕES DE RESTAURACÃO DA RSC 287 A PARTIR DA ANÁLISE MECANICISTA
Santa Maria,RS 2018
Patrick Maboni
AVALIAÇÃO DAS SOLUÇÕES DE RESTAURACÃO DA RSC 287 A PARTIR DA ANÁLISE MECANICISTA
Trabalho de conclusão de curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), como requisito para a obtenção do título de Engenheiro Civil.
Aprovado em, __04 de junho de 2018______:
________________________________________ Prof. Dr. Luciano Pivoto Specht (UFSM)
(Presidente/ Orientador)
________________________________________ Prof. Dr. Deividi da Silva Pereira (UFSM)
________________________________________ Doutorando Lucas Dotto Bueno
Santa Maria, RS
2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço:
- À minha família, meus pais, Valdemar Maboni e Oneida Angelina Franceschi
Maboni e minha irmã Priscila Maboni que me ajudaram a superar os desafios e
obstáculos durante essa longa caminhada longe de casa.
- Aos meus amigos, principalmente Caroline Jioucoski e Gláucio Gonçalves de
Souza por serem minha família em Santa Maria.
- Ao pessoal do GEPPASV em especial ao meu professor orientador de
iniciação cientifica e também orientador deste trabalho, o Prof. Dr. Luciano Pivoto
Specht. Outra pessoa de fundamental importância e que faz parte do grupo de
pesquisa é o doutorando Lucas Dotto Bueno que não mediu esforços para me auxiliar
em algumas etapas deste projeto.
- À empresa Della Pasqua Engenharia e Construções Ltda. que me acolheu por
2 anos e meio durante meu estágio, onde pude aprender muito na área de rodovias e
foi onde tive o acesso ao projeto do CREMA da RSC 287 para desenvolver este meu
estudo.
- E a todas as pessoas que de uma forma ou outra me ajudaram a crescer ao
longo deste caminho.
RESUMO
AVALIAÇÃO DAS SOLUÇÕES DE RESTAURACÃO DA RSC 287 A PARTIR DA ANÁLISE MECANICISTA
AUTOR: Patrick Maboni ORIENTADOR: Luciano Pivoto Specht
Os métodos vigentes de dimensionamento de pavimento, tanto para estruturas novas (baseados no CBR) quanto para reforço (baseados na deflexão máxima), possuem uma base empírica que foram desenvolvidas a partir de observações para um dado tipo de material, clima e local. Isso acaba gerando resultados superficiais. Assim, há uma necessidade de elaborar uma nova técnica capaz de trazer melhorias nos projetos de pavimentação em termos de eficiência estrutural. Dessa forma, surge o método mecanístico-empírico, que é fruto da calibração de modelos teóricos com dados experimentais obtidos em campo e em laboratório. Baseado nisso, a ideia deste trabalho foi fazer uma análise do projeto CREMA de restauração da RSC-287 feito pelo DAER, que utilizou o DNER-PRO-11/79 para dimensionamento, e utilizar o método mecanístico-empírico para fazer uma avaliação da área trincada por fadiga através do programa chamado MeDiNa v1.00. O software está em fase de testes, por isso foi necessário fazer algumas adaptações relacionadas a questão de fresagem, aos coeficientes de regressão de fadiga dos materiais, além de suposições em relação a estrutura do pavimento existente. Para realizar a análise é necessário conhecer os módulos de resiliência das camadas, e a técnica utilizada foi a da retroanálise. Na etapa de utilização do MeDiNa dividiu-se o procedimento em duas fases: a primeira foi verificar se a área trincada por fadiga ao final da vida útil do pavimento seria menor ou igual à 30%, utilizando as espessuras de projeto; já a segunda fase foi redimensionar os segmentos que não atenderam ao critério de fadiga mencionado na primeira fase. Em conclusão, foi constatado que em quase 70% da rodovia necessitou-se de um aumento da espessura que ficou em média 80% maior que a solução inicial. Isso gerou um acréscimo de custo no entorno de 35%, porém uma durabilidade em média 2 anos maior. Outro fator importante está relacionado com a necessidade da caracterização dos materiais, visto que, os parâmetros de fadiga apresentam uma grande influência nos resultados. Caso, não seja utilizado valores coerentes poderá levar à um erro de projeto.
Palavras-chave: Pavimentos. Dimensionamento de reforço. Método mecanístico-empírico. MeDiNa. Fadiga. Retroanálise
ABSTRACT
AVALIAÇÃO DAS SOLUÇÕES DE RESTAURACÃO DA RSC 287 A PARTIR DA ANÁLISE MECANICISTA
(EVALUATION OF RSC-287 ROAD REHABILITATION SOLUTIONS UTILIZING MECHANISTIC ANALYSIS)
AUTHOR: PATRICK MABONI ADVISOR: LUCIANO PIVOTO SPECHT
Existing pavement design methods, both for new (based on CBR method) and reinforced design for flexible pavement (based on maximum deflection), have an empirical basis that have been developed from observations for a given type of material, climate, and location. This method gets in superficial results. Thus, there is a need to elaborate a new technique capable of bringing improvements in paving projects in terms of structural efficiency. Therefore, the mechanistic-empirical method emerges which the result of the calibration of theoretical models with experimental data is obtained in the field and in the laboratory. Based on this, the idea of this paper was to make an analysis of flexible pavement rehabilitation on RSC-287 road in Brazil made by the Rio Grande do Sul Department of Transportation, and to use the mechanistic-empirical method to make an evaluation of the cracking area caused by fatigue using the program called MeDiNa v1.00. The software is in the test phase, so it was necessary to make some adaptations related to the milling off, the fatigue regression coefficients of the materials, as well as assumptions regarding the existing pavement structure. To perform the analysis it is necessary to know the resilience modules of the pavement layers, and the technique used was the backcalculation. In the MeDiNa stage, the procedure was divided into two phases: the first one was to verify if the cracking area caused by fatigue at the end of the pavement life was less than or equal to 30%, using the designed thicknesses. The second phase was to redesign the segments that did not meet the fatigue criterion mentioned in the first phase. In conclusion, it was found that almost 70% of the highway requires an increase in thickness that was on average 80% higher than the initial solution. Related to cost, there was an increase around 35%, but an average durability of 2 years to more. Another important factor is related to the necessity of the characterization of the materials, since; the fatigue parameters present a great influence on the results. If do not be used consistent values it could lead to design errors. Keywords: Asphalt pavement. Reinforcement. Mechanistic-Empirical analysis. Software MeDiNa. Fatigue. Backcalculation.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2.1 Modos de comportamento dos revestimentos asfálticos ao carregamento repetido.................................................................... 16
Figura 2.2 Deformação permanente ou plástica por camada do pavimento. 18
Figura 2.3 Fluxograma de classificação dos segmentos homogêneos – DAER-RS............................................................................................ 30
Figura 2.4 Fluxograma de um método de dimensionamento mecanístico-empírico de pavimentos asfálticos.................................................. 35
Figura 2.5 Fluxograma do método de dimensionamento de pavimentos asfálticos – SisPav.......................................................................... 38
Figura 2.6 Fluxograma do MEPDG da AASHTO (2004) ................................ 41
Figura 3.1 Mapa do trecho estudado da RSC 287.......................................... 43
Figura 3.2 Mapa de contagem RSC 287......................................................... 45
Figura 3.3 Interface do programa BackSisPav v.1.1.1.0................................ 57
Figura 3.4 Interface MeDiNa v.1.00................................................................. 60
Figura 3.5 Porcentagem de representatividade de cada solução de projeto da RSC 287 sobre sua extensão total.............................................. 62
Figura 4.1 Resultado da retroanálise de uma bacia utilizando o BackSisPav.................................................................................. 64
Figura 4.2 Dimensionamento de uma estrutura de pavimento utilizando MeDiNa v1.00................................................................................. 67
Figura 4.3 Análise da necessidade de nova solução nos segmentos homogêneos (SH) .......................................................................... 71
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Valores típicos de coeficiente de Poisson....................................... 21
Tabela 2.2 Valor Z em função de n................................................................... 24
Tabela 2.3 Fator de correção sazonal – Fs....................................................... 25
Tabela 2.4 Coeficientes equivalência estrutural por tipo de material................ 27 Tabela 2.5 Classificação dos segmentos homogêneos conforme IS112/13
DAER-RS........................................................................................ 29 Tabela 2.6 Catálogo de Soluções de restauração DAER-RS........................... 31 Tabela 2.7 Catálogo soluções SWAP – DNIT................................................... 33 Tabela 3.1 Dados da contagem de veículos posto P3...................................... 46 Tabela 3.2 Dados da contagem de veículos posto P2...................................... 47 Tabela 3.3 Dados da contagem de veículos posto P5...................................... 48 Tabela 3.4 Dados da contagem de veículos posto P4...................................... 49
Tabela 3.5 Sondagens executadas na RSC 287.............................................. 51 Tabela 3.6 Parâmetros de projeto e dimensionamento pelo método DNER
PRO-11/79 para cada um dos trechos homogêneos...................... 53 Tabela 3.7 Catálogo de soluções CREMA – DAER/RS para cada um
dos trechos homogêneos................................................................ 54
Tabela 3.8 Quantitativo de retroanálise............................................................. 57
Tabela 3.9 Valores de Coeficiente de Poisson adotados nesta pesquisa........ 58
Tabela 3.10 Critério de confiabilidade para retroanálise..................................... 59 Tabela 3.11 Número de Segmentos Homogêneos (SH) e número N por
sondagem........................................................................................ 60
Tabela 3.12 Solução adotada pelo autor deste trabalho com espessuras......... 61 Tabela 3.13 Combinações de propriedades de materiais ensaiados no
MeDiNa v1.00.................................................................................. 63
Tabela 4.1 Resultados da retroanálise por sondagem...................................... 65 Tabela 4.2 Porcentagem de área trincada por fadiga em cada segmento
homogêneo...................................................................................... 69
Tabela 4.3 Média da % de área trincada por tipo de solução adotada............. 70 Tabela 4.4 Vida útil dos segmentos homogêneos que não atenderão ao
critério de fadiga ao final dos 6 anos do projeto do DAER.............. 72 Tabela 4.5 Resultado das novas espessuras para atender ao critério de
fadiga............................................................................................... 72
Tabela 4.6 Levantamento dos custos da execução do concreto asfáltico........ 73
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
σ Tensão
σd Tensão de desvio
σi Tensão inicial
σ1 Tensão principal (vertical, maior)
σ3 Tensão confinante (horizontal, menor)
ε Deformação específica instantânea
εi Deformação inicial
ε (%) Erro percentual admissível para ajuste entre bacias medidas e calculadas
ε1 Deformação elástica resiliente axial (vertical)
μ Coeficiente de Poisson
AASSHTO American Association of Highway and Transportation Officials
AEMC Análise Elástica de Múltiplas Camadas
AMP Asfalto Modificado por Polímero
AT Área Trincada por fadiga
ATR Afundamentos em trilha de roda
BDI Bonificação de Despesas Indiretas
BGS Brita Graduada Simples
BGTC Brita Graduada Tratada com Cimento
cm Centímetro
CA Concreto Asfáltico
CAP Cimento Asfáltico de Petróleo
CBR California Bearing Ratio
CREMA Contrato de Restauração e Manutenção
CCR Concreto Compactado com Rolo
COPPE Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
CV Coeficiente de Variação
D0 Deflexão máxima, medida abaixo do ponto de aplicação da carga
DAER Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem
Dc Deflexão característica
DC Deformação Controlada
Di Deflexão obtida pelo sensor “i”
DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
DP Desvio Padrão da amostra
FS Fator Sazonal para cálculo da deflexão de projeto
FWD Falling Weight Deflectometer
h Espessura
IES Índice de Estado de Superfície
IGG Índice de Gravidade Global
IGGE Índice de Gravidade Global Expedito
IRI Índice de irregularidade internacional
ISC Índice de Suporte Califórnia
k1, k2, k3, k4 Coeficientes de Regressão linear obtidos em laboratório
kg Quilograma
km/h Quilômetros por hora
kN Quilo Newton
LVC Levantamento Visual Contínuo
m Metro
MeDiNa Método de Dimensionamento Nacional
MEPDG Mechanistic-Empirical Program of Design Guide
mm Milímetro
MH Macadame Hidráulico
MR Módulo de Resiliência
MS Macadame Seco
N Número de solicitações do eixo equivalente ao eixo padrão de 8,2t
Nf Número de ciclos de fadiga
PRO Procedimento
RS Rio Grande do Sul
SC Solo cimento
SCA Solo cal
SH Segmento homogêneo
SMC Solo melhorado com cimento
SNV Sistema Nacional de Viação
TC Tensão Controlada
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
USACE United States Army Corps of Engineers
VDM Volume diário médio
Z Coeficiente de majoração em função do número de amostras
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 11
1.1 OBJETIVO ................................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 14
2.1 DESEMPENHO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS ..................................... 14
2.1.1 Deflexão admissível na superfície do pavimento ................................... 14
2.1.2 Trincamento por Fadiga ............................................................................. 15
2.1.3 Deformação permanente ........................................................................... 17
2.2 PARAMETROS ELÁSTICOS DOS MATERIAIS DE PAVIMENTAÇÃO ....... 19
2.2.1 Módulo de resiliência ................................................................................. 20
2.2.2 Coeficiente de Poisson .............................................................................. 20
2.3 DIMENSIONAMENTO DE REFORÇO DE PAVIMENTO ............................. 21
2.3.1 PRO 11/79 – Procedimento B .................................................................... 23
2.3.2 Catálogos de Soluções CREMA ................................................................ 27
2.3.2.1 Instrução de serviço CREMA – DAER-RS (IS-112/13) ................................ 27
2.3.2.2 Catálogo de soluções CREMA 2ª ETAPA - SWAP-DNIT ............................ 32
2.4 MÉTODO MECANÍSTICO-EMPÍRICO ......................................................... 34
2.4.1 Método mecanístico-empírico de projeto de reforço .............................. 36
2.4.1.1 Retroanálise ................................................................................................. 36
2.4.2 O software MeDiNa v1.00 ........................................................................... 37
2.4.3 Método de dimensionamento AASHTO .................................................... 40
3 METODOLOGIA .......................................................................................... 42
3.1 PLANEJAMENTO ........................................................................................ 42
3.2 ESTUDO DO CASO - RSC 287 ................................................................... 43
3.2.1 Tráfego ........................................................................................................ 44
3.2.2 Avaliação Funcional ................................................................................... 49
3.2.3 Avaliação Estrutural ................................................................................... 50
3.2.4 Sondagens .................................................................................................. 51
3.2.5 Soluções de projeto catálogo DAER ........................................................ 52
3.3 RETROANÁLISE DO MÓDULO DE RESILIÊNCIA ...................................... 56
3.4 DIMENSIONAMENTO UTILIZANDO A FERRAMENTA MeDiNa v1.00 ....... 59
3.4.1 Parâmetros de regressão k1 e k2 para fadiga ......................................... 62
4 RESULTADOS ............................................................................................. 64
4.1 RESULTADOS DA RETROANÁLISE........................................................... 64
4.2 RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO .................................................. 67
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 74
5.1 CONCLUSÃO ............................................................................................... 74
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................... 75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 76
APÊNDICE ................................................................................................... 79
11
1 INTRODUÇÃO
Albernaz (1997) cita que apesar do crescimento na melhoria da malha viária no
país, o Brasil ainda possui uma densidade de rodovias pavimentadas muito baixa se
comparado a outros países da américa latina. Segundo o sistema nacional de viação
(SNV,2016) existem apenas 212.866 km de rodovias pavimentadas, contra 1.365.426
km de rodovias não pavimentadas.
Os principais defeitos nas rodovias que são trincas causadas por fadiga e
deformação permanente, podem surgir precocemente devido a diversos fatores tais
como: erro de projeto; erros na seleção, dosagem ou produção de materiais; erros e
inadequações construtivas, erros ou inadequações nas alternativas de conservação e
manutenção (BERNUCCI et al, 2010).
Um dimensionamento é considerado adequado quando a repetição de carga
não deteriorará precocemente o pavimento por fadiga e todas as camadas estejam na
espessura correta para não ocorrer afundamentos em trilha de roda (FRANCO, 2007).
No Brasil, o método mais utilizado de dimensionamento de pavimentos tem sido
o método empírico, desenvolvido pelo extinto DNER, atual DNIT, em 1966 e
atualizado em 1981. Baseado em regras desenvolvidas a partir de observações e
experiência com certos tipos de pavimentos, para certos materiais de pavimentação e
condições específicas de clima. Este método empírico apresenta caráter generalista,
em função de ensaios de CBR, onde várias situações são tratadas de forma
simplificada. Sua maior limitação é que não pode ser generalizado com confiabilidade
para outras condições senão àquelas para o qual foi desenvolvido, levando a uma
análise não muito precisa sobre a situação e especificidades das diversas variáveis
que influenciam no desempenho funcional e estrutural de um pavimento (FRANCO,
2007; COUTINHO, 2011).
Da mesma forma que a metodologia empírica de dimensionamento de
pavimentos novos possui limitações, a de reforço também apresenta.
Durante muito tempo, desde a década de 1950, o principal parâmetro para a
avaliação estrutural e dimensionamento de reforço do pavimento é a deflexão máxima
sob a carga das rodas. Na década de 1970, houve o reconhecimento de que somente
as deflexões máximas não eram suficientes para avaliar a estrutura do pavimento
12
(FONSECA, 2013; MEDINA e MOTTA, 2015).
A rede temática de asfaltos que compreende a Petrobrás, o DNIT,
Universidades Federais e alguns pesquisadores capacitados da área rodoviária, têm
feito estudos e ensaios em pistas testes em várias partes do país para extrair dados
locais para elaboração de um modelo empírico de calibragem dos fatores campo-
laboratório que juntamente com a fundamentação mecanicista teórica, permitirá uma
adequada análise das estruturas de pavimentos novos ou restaurados e decisões
sobre vida útil em termos de fadiga e afundamento em trilha de roda, principais
defeitos estruturais dos pavimentos asfálticos e que são os principais indicadores de
desempenho calculados pelo software MeDiNa v1.00 (Método de Dimensionamento
Nacional) uma atualização do SISPAV desenvolvido por Franco em sua tese de
doutorado em 2007.
Segundo FRANCO (2007), o método mecanístico-empírico vem da busca
constante de se melhorar os projetos de pavimentação em termos de eficiência
estrutural, onde seja possível utilizar materiais dos quais não se tem um devido
conhecimento em campo, além de se considerar os efeitos das condições ambientais
e de tráfego, diferentes daquelas para as quais os métodos empíricos foram
desenvolvidos.
1.1 OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo geral realizar uma análise das soluções de
projeto de restauração da RSC 287, utilizando um método mecanicista para
avaliação de áreas trincadas por fadiga.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Com base no objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos:
a) Análise do projeto de restauração da RSC 287 que foi feito utilizando um dos
métodos atuais de dimensionamento de reforço, o DNER PRO 11/79;
13
b) Realizar uma retroanálise dos módulos de resiliência das camadas do
revestimento através dos ensaios de sondagens e de deflexão do projeto
utilizando o software BackSisPav;
c) Verificar a porcentagem de área trincada por fadiga das soluções originais do
projeto utilizando o software MeDiNa v1.00;
d) Calcular novas soluções para casos que tiverem área trincada superior ao limite
especificado;
e) Apresentar uma breve comparação de custos entre o método atual e
mecanístico-empírico.
14
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 DESEMPENHO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS
Muitos fatores afetam o desempenho do pavimento, tais como: a magnitude do
tráfego, as propriedades dos materiais das camadas e sua heterogeneidade, o tipo de
solo do subleito, condições de drenagem, aspectos ambientais e as práticas de
manutenção rotineira. Diversos indicadores podem quantificar o desempenho de um
pavimento, desde uma avaliação funcional até uma avaliação estrutural para levantar
os defeitos nas vias, dos quais, se destacam a deflexão máxima admissível na
superfície do pavimento, a deformação permanente, que causa afundamento em trilha
de roda, e os trincamentos causados por fadiga do material asfáltico e das bases
cimentadas.
2.1.1 Deflexão admissível na superfície do pavimento
Segundo Medina e Motta (2015) a deflexão máxima admissível na superfície
do pavimento é um fator que pode representar um controle da resistência a fadiga e é
utilizado como critério de degradação estrutural pela sua facilidade de controle no
campo.
A deflexão máxima recuperável é um indicador global de desempenho do
pavimento, e está ligada com a concepção estrutural do pavimento e as características
elásticas de suas camadas. A deflexão de uma seção de pavimento é considerada
nos métodos de reforço de pavimento como principal fator a afetar o cálculo da sua
espessura, como ocorre nos métodos PRO 10/79, PRO 11/79, PRO 159/85 e PRO
269/94 (DNIT, 2006).
Preussler (1983) propôs expressões para estimar a vida de fadiga baseada na
deflexão máxima recuperável da estrutura do pavimento devido a um carregamento
conhecido e que faz parte do método de dimensionamento de reforço de pavimento
DNER - PRO 269/94. Esse mesmo autor dividiu o modelo em duas expressões
(Equação 2.1 e 2.2) a fim de tornar o método mais apurado.
15
log(𝐷) = 3,148 − 0,188 ∗ log(𝑁𝑓) para h < 10 cm (2.1)
log(𝐷) = 3,479 − 0,289 ∗ log(𝑁𝑓) para h > 10 cm (2.2)
Onde,
Nf, é a vida de fadiga expressa em número de solicitações de carga;
h é a espessura do reforço.
2.1.2 Trincamento por Fadiga
A fadiga dos pavimentos asfálticos está relacionada com a repetição de cargas
solicitando o pavimento à níveis de tensão inferiores àquelas de ruptura, pouco a
pouco isso resulta na perda das características originais, o que gera um processo de
microfissuração progressiva que causa o desenvolvimento de fraturas e, por fim, o
rompimento do material (BALBO, 2007).
Medina e Motta (2015) citam que essas trincas iniciam na parte inferior e são
propagadas para parte superior, onde atingem a superfície.
Ainda conforme explicado pelos autores citados anteriormente, o ensaio de
compressão diametral é o mais utilizado no país para avaliação de fadiga. As cargas
solicitantes verticais devem induzir tensões normais no plano vertical diametral de 10
a 50% da tensão da ruptura estática. O ensaio é feito à tensão controlada (TC), ou
seja, a tensão vertical aplicada não se altera até a ruptura do corpo de prova. A outra
modalidade a de deformação controlada (DC), é mais difícil de se executar se não
possuir de um servomecanismo retroalimentador que permite ajustar a força aplicada
em função dos desvios de deformação. A TC ocorre em pavimentos de revestimento
muito mais rígidos do que a camada de base. Já a DC corresponde a pavimentos de
revestimento delgado e fraco em relação a base (a deformação do revestimento é
influenciada pelas camadas inferiores). Na Figura 2.1 estão esquematizados os
gráficos da variação da tensão (σ) e da deformação (ε), nos ensaios TC, DC e
intermediário, realizados por Pinto (1991).
16
A expressão da correlação estatística entre a vida de fadiga Nf, tensão σ e a
deformação ε no centro do corpo de prova comprimido diametralmente é definido
pelas equações 2.3 e 2.4.
𝑁𝑓 = 𝐾1 ∗ (1
σ𝑖)
𝑛1
(2.3)
𝑁𝑓 = 𝐾2 ∗ (1
𝜀𝑖)
𝑛2
(2.4)
Onde,
Nf, é a vida de fadiga expressa em número de solicitações de carga;
σi e εi, são tensão e deformação iniciais;
K e n parâmetros de fadiga determinados nos ensaios.
Figura 2.1 – Modos de comportamento dos revestimentos asfálticos ao carregamento repetido
Fonte: Pinto, 1991
17
A fim de melhorar o comportamento a fadiga e buscando uma lei geral, a
COPPE/UFRJ, Shell Oil, e a AASHTO, desenvolveram modelos de fadigas baseados
na deformação inicial de tração e no módulo de resiliência da mistura. Os modelos
possuem a forma apresentada pela Equação 2.5.
𝑁𝑓 = 𝑘1 ∗ 휀𝑘2 ∗ 𝐸𝑚𝑖𝑥𝑘3 (2.5)
Onde,
Nf é o número de aplicações de carga até a ruptura;
ε é a deformação máxima inicial de tração;
Emix é o módulo de resiliência ou rigidez da mistura;
k1, k2 e k3 são constantes de regressão.
Segundo FRANCO (2007) os métodos para previsão de fadiga e deformabilidades
devem ser coerentes com a técnica adotada no programa de dimensionamento.
2.1.3 Deformação permanente
A deformação permanente é caracterizada pelo afundamento em trilha de roda
(ATR) e por irregularidades na superfície do pavimento que dificultam a drenagem da
água e agravam a possibilidade de ocorrência de aquaplanagem (FRANCO, 2007).
Em sua tese de doutorado, MOTTA (1991) explica que no Brasil a deformação
plástica não é tão significativa em rodovias devido do dimensionamento ser feito pelo
método do CBR saturado e devido à baixa umidade das camadas.
Porém, há um crescimento na deformação permanente causada apenas pela
camada de revestimento em locais com grande concentração de cargas, como
corredores e paradas de ônibus. Isso é uma questão mais de dosagem do que de
dimensionamento (FRANCO, 2007).
A medição da deformação permanente segue a norma do DNIT 006/2003-PRO
onde se utiliza uma treliça de alumínio de 1,20 m de base, que tem uma régua vertical
corrediça no centro. Também é possível realizar o ensaio com perfilômetro inercial a
laser, que simula uma treliça, para medir o ATR.
18
Os modelos de previsão de deformação específica permanente têm sido
desenvolvidos em laboratórios a partir de ensaios triaxiais de carga repetida para
solos e materiais granulares (FRANCO, 2007).
Medina e Motta (2015) desenvolveram um esquema simplificado de cálculo da
deformação permanente através do somatório das deformações plásticas ou
permanente de cada camada, conforme Figura 2.2.
Figura 2.2– Deformação permanente ou plástica por camada do pavimento
Fonte: Medina e Motta, 2015
A expressão da deformação total causada por uma carga P pode ser expressa
pela Equação 2.6.
𝛿𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙= ∑ (휀𝑃(𝑖)
∗ ℎ𝑖)𝑛𝑖=1 (2.6)
Onde:
휀𝑃(𝑖) = deformação plástica média da camada;
ℎ𝑖 = espessura da camada de ordem, ou da subcamada de ordem 𝑖 quando as
camadas forem subdividias para efeito de cálculo;
O somatório se faz com as n camadas ou subcamadas.
Um dos principais estudos sobre deformação permanente é de Monismith,
Ogawa e Freeme (1975), da Universidade da Califórnia, Berkeley, conhecido como
modelo de Monismith onde o efeito cumulativo das deformações permanentes se
exprime por uma relação dada pela Equação 2.7:
19
휀𝑝 = 𝐴𝑁𝐵 (2.7)
Onde:
N é o número de repetições de cargas;
A e B são parâmetros experimentais.
Esses parâmetros A e B dependem da natureza do material ensaiado, das
condições de ensaio e do número de ciclos N.
GUIMARÃES (2009) desenvolveu em sua tese de doutorado um método
mecanístico-empírico para previsão de deformação permanente em solos tropicais. A
modelagem é feita pelo modelo seguinte (Eq. 2.11):
휀𝑝(%) = 𝜓1 ∗ (𝜎3
𝜌0)
𝜓2
∗ (𝜎𝑑
𝜌0)
𝜓3
∗ 𝑁𝜓4 (2.8)
Onde:
휀𝑝(%): deformação permanente;
𝜔1,𝜔2,𝜔3: parâmetros de regressão;
𝜎3: tensão confinante em MPa;
𝜎𝑑: tensão desvio em MPa;
𝜌0: tensão de referência, que é a pressão atmosférica igual a 0,1 MPa;
N: número de ciclo de aplicação de carga.
2.2 PARAMETROS ELÁSTICOS DOS MATERIAIS DE PAVIMENTAÇÃO
A iteração carga-estrutura de pavimentos deve ser abordada dentro de um
conceito de que tal estrutura constitui um conjunto de camadas, com espessuras e
propriedades reológicas distintas, respondendo aos esforços aplicados pelos
veículos. Os parâmetros elásticos mais empregados habitualmente para análise de
sistemas de camadas são o módulo de elasticidade ou módulo de resiliência dos
materiais de pavimentação, bem como seus respectivos coeficientes de Poisson,
estes utilizados para empregabilidade da lei de Hooke generalizada (BALBO 2007).
20
2.2.1 Módulo de resiliência
Em seu livro Pavimentação asfáltica: materiais, projetos e restauração BALBO
(2007, p 227) define módulo de resiliência como “A capacidade de o material não
resguardar deformações depois de cessada a ação de cargas”.
Todos materiais de pavimentação podem ser ensaiados para obtenção do
módulo de resiliência, desde os solos coesivos, materiais granulares (tratados ou não
com cimentos) até as misturas asfálticas (FERNANDES JUNIOR, 1994).
Segundo Medina e Motta (2015) para solos coesivos e materiais granulares
utiliza-se o ensaio de compressão triaxial de cargas repetidas. Já para misturas
asfálticas tem-se os ensaios: de viga a flexotração, de cilindros à compressão
diametral, de cilindro à compressão axial, de tronco de pirâmide à flexão em balanço,
etc. Sendo os mais utilizados triaxial de cargas repetidas (solos coesivos e materiais
granulares) e o compressão diametral de cargas repetidas (materiais asfálticos).
O módulo de resiliência de solos pode ser expresso pela Equação 2.12 a seguir:
𝑀𝑅 =𝜎𝑑
𝜀1 (2.12)
Onde,
𝜎𝑑 =tensão de desvio = 𝜎1 − 𝜎3;
𝜎1 = tensão principal maior (tensão vertical, variável);
𝜎3 = tensão principal menor (tensão horizontal, confinante);
ε1= deformação elástica resiliente axial ( vertical).
2.2.2 Coeficiente de Poisson
O coeficiente de Poisson (μ), é necessário para análise de sistema de camadas
elásticas, e é dado pelo inverso da relação entre a deformação vertical imposta ao
material pela deformação horizontal sofrida no corpo-de-prova durante ensaio
uniaxial. Na Tabela 2.1 encontra-se valores típicos de coeficiente de Poisson segundo
BALBO (2007).
21
Tabela 2.1 – Valores típicos de coeficiente de Poisson
Material Faixa Variação
Concretos asfálticos 0,32 - 0,38
Concreto de cimento Portland 0,15 - 0,20
BGS, MH, BC 0,35 - 0,40
CCR, BGTC 0,15 - 0,20
SC, SMC 0,20 -0,30
SCA 0,25 - 0,30
Solos Arenosos 0,30 - 0,35
Areias Compactadas 0,35 - 0,40
Solos Finos 0,40 - 0,45
Fonte: Balbo, 2007
2.3 DIMENSIONAMENTO DE REFORÇO DE PAVIMENTO
Segundo Balbo (2007) reforço de pavimento é a construção de uma nova
camada de revestimento sobre um pavimento antigo que se encontra deteriorado.
Essa nova camada irá propiciar uma melhoria nas condições funcionais e estruturais
do pavimento.
Para definir as soluções de restauração são feitas análises para determinar a
condição atual do pavimento. Assim, é procedido por uma análise funcional e
estrutural do pavimento.
A análise funcional verifica a condição da superfície do pavimento através de
levantamentos de defeitos superficiais e irregularidade longitudinal (IRI). Os
problemas identificados nessa etapa são: área trincada utilizando métodos como
levantamento visual continuo – LVC ou Índice de gravidade global – IGG, deformações
permanentes através do levantamento de trilhas de roda - ATR e irregularidade
longitudinal - IRI.
Já a análise estrutural se baseia em levantamentos não destrutivos para
verificar o suporte de cargas do pavimento. Nesta etapa é feito o levantamento
22
deflectométrico, que consiste na aplicação de uma carga na estrutura. Essa avalição
está associada ao conceito de capacidade de carga do pavimento. Os defeitos
resultam, normalmente, da repetição de cargas e vincula-se às deformações elásticas
e plásticas (permanentes). As deformações elásticas são avaliadas por
deflectômetros. Eles medem os deslocamentos verticais, denominados “deflexão” do
pavimento. Elas são responsáveis pelo surgimento da maioria dos trincamentos ao
longo da vida útil, o que pode levar a fadiga. As deformações plásticas são
acumulativas durante anos de vida de um pavimento e resultam em defeitos do tipo
afundamento localizado ou nas trilhas de roda (BERNUCCI et al.,2010).
Segundo Pessoa (2012) a avaliação estrutural tem como objetivo conhecer os
elementos necessários para um projeto de reforço. Esta avaliação pode ser realizada
por três métodos: destrutivos, semidestrutivos ou não destrutivos. O destrutivo é
realizado através da abertura de trincheiras ou poços de sondagens, podendo ser
verificado espessura de camadas, módulos de resiliência, materiais utilizados. O
semidestrutivo é aquele que se vale de aberturas menores no pavimento, que pode
ser feito uma correlação com o índice de suporte Califórnia – ISC. O método não
destrutivo em pavimentos emprega equipamentos de alta tecnologia para identificação
de espessura de camadas e tipos de materiais existentes no pavimento. Neste ensaio
podem ser utilizados carregamento quase estático (ensaio de placa e viga
Benkelman), carregamento vibratório (Dynaflect) e carregamento por impacto (Falling
Weight Deflectometer – FWD).
No Brasil atualmente existem quatro métodos de dimensionamento de reforço
de pavimento, são eles:
a) DNER PRO 10/79 – Procedimento A;
b) DNER PRO 11/79 – Procedimento B;
c) DNER PRO 159/85;
d) DNER PRO 269/94 – TECNAPAV.
Será abordado neste trabalho o método PRO 11/79-Procedimento B. Como o
projeto analisado pertence ao DAER/RS, o órgão utiliza também a instrução de serviço
IS 112/13 para propor as soluções de catálogos baseadas nas avaliações funcionais
23
e estruturais do pavimento da RSC 287. Por fim, será abordado de uma forma geral o
SWAP, o catálogo de soluções do DNIT, utilizado no programa CREMA 2ª etapa.
2.3.1 PRO 11/79 – Procedimento B
É um método de dimensionamento de reforço baseado no critério de
deformabilidade dos pavimentos flexíveis, que na verdade são expressos pelas
deflexões recuperáveis.
De acordo com a norma DNER-PRO 11/79 a estrutura do pavimento está
submetida a três fases de vida: consolidação, elástica e fadiga. E justamente nessa
última fase se não se tomarem medidas para recuperação do pavimento, observara-
se, um processo acelerado de degradação.
Os estudos necessários para aplicação do método se dividem em dois grandes
grupos:
a) Estudos preliminares: tem como objetivo fornecer uma ideia geral da
constituição do pavimento, das solicitações por ele já suportadas e as que irão
suportar durante um novo projeto de exposição ao tráfego.
b) Estudos definitivos:
- Demarcação de estações de ensaio: em rodovias de pista única com duas
faixas de tráfego, as estações para determinar as deflexões devem ser
marcadas em ambas faixas, onde em um mesmo sentido a distância fique em
40 m e entre estações consecutivas contando ambos os lados fique em 20m.
Em rodovias de pista dupla a cada 20m na faixa externa.
- Determinação das deflexões recuperáveis: na trilha de roda externa, em
todas as estações demarcadas. Deve ser obtido dados para cálculo do raio
de curvatura que é determinado a cada 200m. Com o objetivo de enriquecer
o projeto pode ser coletado dados referentes a parcela transitória da
deformação para determinação da bacia de deformação. O aparelho utilizado
para ensaio é a Viga Benkelman ou outro já normatizado, desde que
estabelecida a correlação com as medidas pela viga Benkelman.
- Inventário do estado de superfície do pavimento existente: deve ser feito um
levantamento do estado apresentado pela superfície do pavimento.
24
- Sondagens complementares a pá e picareta: Deve ser feito sondagens com
espaçamento máximo de 200m para possíveis casos onde só a deflexões não
é suficiente.
-Definição dos segmentos homogêneos: a rodovia será dividida em trechos
que possam serem considerados iguais, ou seja, homogêneos
estruturalmente. Deve ser levado em conta os valores de raio de curvatura, a
constituição do pavimento existente, a natureza e os defeitos verificados na
superfície. A indicação é manter segmento entre 200 m e 2000 m.
-Análise estatística das deflexões recuperáveis: Primeiro tabula-se os valores
individuais das deflexões (Di), calcula-se a média aritmética (D), determina-se
o desvio padrão da amostra (DP), em seguida estabelece o intervalo de
aceitação para os valores individuais definidos através dos limites D+ Z* (DP),
onde o sinal é adota sempre a favor da segurança e Z é estimado em função
de n (número de amostras) mediante Tabela 2.2 a seguir:
Tabela 2.2 – Valor Z em função de n
n Z 3 1,0 4 1,5
5-6 2,0
7-19 2,5
> 20 3,0
Fonte: DNER-PRO 11/79
A seguir, elimina-se todos os valores individuais fora do intervalo
definido, procedendo um novo cálculo de D e DP, bem como a fixação de
novos limites de aceitação. O procedimento deve ser repetido quantas vezes
forem necessários. O coeficiente de variação CV é determinado para cada
uma das distribuições sendo CV = (DP) /D, sendo um valor considerado limite
o próximo de 30%.
O valor da deflexão característica é determinado para cada uma das
distribuições através da expressão 2.13 abaixo:
25
𝐷𝑐 = 𝐷 + (DP) (2.13)
Onde,
Dc é a deflexão característica;
D é a deflexão do ensaio com Viga Benkelman ou do FWD corrigido;
DP é o desvio padrão da amostra.
- Deflexão de projeto: a melhor época para realização do ensaio de deflexão
é após a estação chuvosa, quando o subleito está com o máximo de umidade.
Como isto nem sempre é possível, costuma-se utilizar fatores de correção
sazonal, conforme Tabela 2.3, para corrigi-las para épocas mais
desfavoráveis.
Tabela 2.3 – Fator de correção sazonal – Fs
Natureza do subleito Fator de Correção Sazonal - Fs
Estação Seca Estação Chuvosa
Arenoso e Permeável 1,10 – 1,30 1,00 Argiloso e Sensível à umidade 1,20 – 1,40 1,00
Fonte: DNER-PRO 11/79
A deflexão característica corrigida é:
𝐷𝑝 = 𝐷𝑐 ∗ 𝐹𝑠 (2.14)
Onde:
Dp = Deflexão de projeto (0,01mm);
Dc = deflexão característica obtida pelo levantamento deflectométrico
(0,01 mm);
Fs = Fator de correção sazonal.
Para que não surjam trincas no pavimento é necessário manter a deflexão
abaixo de um valor denominado deflexão admissível (Dadm). Esse valor depende dos
materiais do revestimento e base, bem como do número N de solicitações de eixos
equivalentes ao eixo padrão de 8,2 t. Para pavimentos flexíveis de revestimento de
26
concreto betuminoso executado sobre base granular, o valor da deflexão admissível
(Dadm) em 0,01 mm é dado pela expressão 2.15 abaixo:
log 𝐷𝑎𝑑𝑚 = 3,01 − 0,176 log 𝑁 (2.15)
Onde:
Dadm = Deflexão admissível, em 0,01mm;
N = número de repetições do eixo padrão de 8,2 t.
Para pavimentos semirrígidos, com base de solo-cimento ou base de brita
tratada com cimento, deve ser adotado a metade do valor obtido pela expressão 2.15.
Para revestimentos com tratamento superficial, executados sobre base granular, deve
ser adotado o dobro do valor encontrado pela expressão 2.15.
O dimensionamento de reforço é feito pela expressão 2.16 que segue abaixo:
ℎ = 𝐾 ∗ 𝑙𝑜𝑔𝐷𝑝
𝐷𝑎𝑑𝑚 (2.16)
Onde:
h = espessura do reforço, em cm
Dp = deflexão de projeto, em 0,01mm
Dadm = deflexão admissível, em 0,01 mm
K = fator de redução de deflexão próprio do material usado no reforço do
pavimento
Para cálculo do reforço de pavimento, hcb, em termos de concreto betuminoso,
deve ser usado o valor 40 para o K.
Quando a espessura da camada de reforço for superior a 5 cm, devem ser
estudadas outras soluções de reforço em camadas múltiplas. E para cálculo de
camadas não constituídas de material betuminoso, deve ser adotado os coeficientes
de equivalência estrutural recomendados pelo DNER, conforme Tabela 2.4
27
Tabela 2.4 – Coeficientes equivalência estrutural por tipo de material
Componentes do reforço do pavimento Coeficiente de equivalência
estrutural
Concreto betuminoso 2,00
Pré misturado a quente de graduação densa 1,70
Pré misturado a frio de graduação densa 1,40
Macadame betuminoso por penetração 1,20
Brita graduada com ISC > 80 1,10
Material granular com ISC > 60 1,00
Solo-cimento com resistência à compressão a 7 dias superior a 45
Kg/cm²
1,70
Solo-cimento com resistência à compressão a 7 dias entre 45 Kg/cm² e
28 Kg/cm²
1,40
Solo-cimento com resistência à compressão a 7 dias inferior a 28
Kg/cm²
1,00
Fonte: DNER-PRO 11/79
Assim, a espessura das camadas inferiores será obtida pela expressão:
ℎ = 2,00
𝐶𝑜𝑒𝑓.𝑒𝑞𝑢𝑖.𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 (2.17)
2.3.2 Catálogos de Soluções CREMA
O CREMA é um contrato de restauração e manutenção de rodovias que é
utilizado tanto por órgãos estaduais, neste caso o DAER-RS, como pelo órgão federal
o DNIT. Neste trabalho, será abordado a instrução de serviço CREMA do DAER-RS,
que foi utilizado no projeto as RSC 287, e para fins de comparação o Catálogo SWAP
do DNIT.
2.3.2.1 Instrução de serviço CREMA – DAER-RS (IS-112/13)
O programa CREMA-RS tem como objetivo instituir um processo sistemático e
contínuo de conservação, por meio de ações de restauração e manutenção, da malha
de rodovias pavimentadas. Os serviços deverão atender indicadores de desempenho
definidos para um período de intervenções e obras de cinco anos.
28
Segundo o IS 112/13, os serviços deverão ser realizados em algumas etapas:
serviços preliminares, levantamentos, execução dos projetos e apresentação dos
serviços. Os serviços preliminares consistem no plano de trabalho e estaqueamento
do trecho (20 em 20 m). Os levantamentos deverão ser:
a) Levantamento contínuo dos defeitos da rodovia (LVC) conforme norma DNIT
008/2003-PRO, porém, os dados levantados deverão ser cadastrados a cada
200m no sentido crescente dos marcos do sistema rodoviário estadual (SRE).
b) Medidas de irregularidade longitudinal (IRI) e de trilha de rodas (ATR) deverão
ser feitos com equipamento de avaliação direta, com, no mínimo, cinco
sensores a laser. O ensaio deverá ser feito nas trilhas de roda interna e externa.
O IRI será feito de 200 em 200 m e o ATR de 20 em 20m.
c) Medidas de deflexão: Deverá ser realizado com equipamento tipo FWD com
aplicação de carga equivalente ao eixo padrão de 8,2t, na trilha externa da faixa
direita de rolamento segundo a norma DNER PRO 273/96.
d) Cadastros dos dispositivos de drenagem, sinalização horizontal e vertical,
passivo ambiental, vegetação, obras-de-arte especiais.
e) Contagem de tráfego e cálculo do número N deverão seguir a IS-110/10 DAER
com contagem bidirecional e classificatórias, devendo os volumes de tráfego
ser totalizados a cada hora e terão frequência mínima de um dia (com período
mínimo de 16h), ocorrendo sempre terça, quarta ou quinta feira.
f) Sondagem do pavimento deverão ser feitas sempre, a critério do projetista, que
a solução de restauração do catálogo para o segmento exigir o conhecimento
da espessura do revestimento do pavimento.
Com bases nos levantamentos, será elaborado o projeto de restauração, onde
todos deverão contemplar soluções que permitam o atendimento dos indicadores de
desempenho durante o período proposto nas seguintes etapas:
a) A fase do diagnóstico visa definir os segmentos homogêneos baseado na
análise dos defeitos de superfície, irregularidade e deflexões utilizando o
método PRO 11-79. Os segmentos homogêneos segundo a IS 112/13 deverão
ter mínimo 200 m e máximo 3000 m. Nos trechos de reconstrução o valor
mínimo é 50m. Os segmentos deverão ser classificados conforme Tabela 2.5,
fluxograma da Figura 2.3 e o catálogo da Tabela 2.6.
29
Tabela 2.5 – Classificação dos segmentos homogêneos conforme IS112/13 DAER-RS
CPR DGP/DAER
CLASSIFICAÇÃO DOS SEGMENTOS HOMOGÊNEOS
Estado do Pavimento
ÓTIMO OT Pavimentos novos e bem executados e/ou conservados que necessitam apenas de manutenção rotineira.
BOM BO
Pavimentos em bom estado de conservação com algum desgaste superficial, trincas pouco severas em áreas limitadas e poucos reparos superficiais (menos de 2 ocorrências a cada 200m) e ATR<7mm.
REGULAR RE
Pavimento trincado em áreas restritas (FC-2 ou FC-3) ou grandes extensões com trincamento tipo FC-2, panelas e reparos pouco frequentes (menos de 5 ocorrências a cada 200m) com irregularidade transversal e longitudinal aceitáveis (IRI<3,0 e ATR<10mm), podendo apresentar desgaste.
RUIM
Pavimento com defeitos generalizados
R1 Pavimento com irregularidade muito elevada IRI>3,0.
R2 Pavimento com panelas e reparos frequentes (mais de 5 ocorrências a cada 200m).
R3 Pavimento com trilha de roda >10mm (R3a) ou defeitos de massa (R3b).
R4 Pavimento com trincamento severo, tipo FC-3.
PÉSSIMO PE Pavimento com defeitos generalizados e correções prévias. Degradação do revestimento e das demais camadas - infiltração de água e descompactação da base.
Fonte: IS-112/13 DAER/RS, 2013
Restauração do pavimento: deverá ser aplicado o catálogo de soluções
do DAER correspondente ao tipo de revestimento (delgados ou CA – Concreto
Asfáltico) conforme a Tabela 2.6. O catálogo de soluções engloba tipologias de
intervenções descontínuas e contínuas. As descontinuas envolve execuções
apenas em parte do pavimento como, remendos localizados, fresagens
descontinuas e reperfilagem descontínua. Já as contínuas envolvem
microrrevestimento asfáltico, recapeamento com CA (3, 4 ou 5cm),
intervenções combinadas de reperfilagem e CA, reforço estrutural com CA em
espessura Hx determinada pelo DNER-PRO11-79, fresagem contínua e reforço
com CA e reconstruções. As soluções de catálogo têm limite de aplicação para
30
N superior 1x107 e deflexão superior 120x10-2. O projeto deve contemplar os
procedimentos PRO 11-79B e/ou PRO 269-94 e/ou análise mecanicista.
Figura 2.3 – Fluxograma de classificação dos segmentos homogêneos - DAER-RS
Fonte: IS-112/13 DAER/RS, 2013
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Fonte
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32
2.3.2.2 Catálogo de soluções CREMA 2ª ETAPA - SWAP-DNIT
Para parâmetro de comparação será abordado, de forma geral, o catálogo
utilizado pelo departamento nacional de infraestrutura e transporte (DNIT). O método
utilizado pelo DNIT divide o programa em duas etapas: CREMA 1ª ETAPA que tem
um caráter de correção funcional da via e dura 2 anos e o CREMA 2ª ETAPA tem um
caráter não só de manutenção funcional, mas também estrutural e tem duração de
cinco anos. O CREMA 2a ETAPA prevê soluções para vida útil de 10 anos, utilizando
método de reforço DNER-PRO 11/79 e uma comparação com o DNER-PRO 269/94
(TECNAPAV). Os critérios de avaliação para realizar o dimensionamento levam em
conta: irregularidade longitudinal do pavimento (IRI), deflexão recuperável de projeto
(Dp), deflexão admissível (Dadm), índice de gravidade global (IGG) (FONSECA 2013).
O CREMA 2ª ETAPA prevê dois catálogos de soluções: um para pavimento em
revestimento asfáltico e outro para tratamentos superficiais. Será abordado aqui o
catálogo para revestimentos asfálticos, visto que, é o mais utilizado em rodovias no
Brasil. Esse catálogo consiste em uma tabela com 80 células (conforme Tabela 2.7)
com soluções conforme os valores encontrados nas avaliações funcionais e
estruturais do pavimento, sendo um catálogo baseado no catálogo SWAP fornecido
pelo banco mundial (FONSECA 2013).
34
2.4 MÉTODO MECANÍSTICO-EMPÍRICO
O dimensionamento de pavimento novo, baseado no método do CBR
(DNER,1966), de natureza empírica, não considera o fato das camadas de
revestimentos asfálticos e de bases e sub-bases, asfálticas ou cimentadas
trabalharem em flexão e, portanto, estarem sujeitos à fadiga (BALBO 2007).
Motta (1991) explica que para ter um novo método de dimensionamento de
pavimentos, é preciso ter seus fundamentos teóricos e experimentais bem
esclarecidos, que irão se mostrar confiáveis na opinião de especialistas e futuros
usuários e deve apresentar vantagens em relação ao método atual. A Figura 2.4
mostra um fluxograma elaborado pela mesma autora em sua tese de doutorado, em
1991, indicando os passos para elaboração de um dimensionamento, que engloba as
novas técnicas de ensaio de materiais, métodos racionais de tensão-deformação,
influência do clima, conceitos de serventia e parâmetros de tráfego.
Conforme verificado na Figura 2.4, existem vários fatores que afetam e
influenciam no dimensionamento do pavimento pelo método proposto pela autora
citada acima:
a) Fatores ambientais: eles são importantes porque em cada região varia a
umidade, a velocidade do vento, a temperatura do ar, a radiação solar, a
precipitação, a evapotranspiração, e estes são fatores que precisam ser
analisados porque influenciam na trabalhabilidade das camadas do pavimento.
b) Tráfego: é necessário conhecer o tipo de carga que será aplicada no
pavimento para estimar de alguma forma o efeito destrutivo que cada
passagem de veículo ocasionará, bem como o número de veículos que
utilizarão a rodovia durante a vida útil.
c) Materiais disponíveis: os mesmos devem ser estudados de forma intensa,
visando definir as variabilidades e modelos de comportamento à tensão e
deformação, que são baseadas em estudos de sistemas em camadas por
teorias elásticas de forma a compatibilizar espessuras e esforços.
d) Técnicas construtivas: deve haver um intenso controle tecnológico e uso de
técnicas em campo que permitam uma boa confiabilidade.
35
Figura 2.4 - Fluxograma de um método de dimensionamento mecanístico-empírico de
pavimentos asfálticos
Fonte: Motta 1991
e) Parâmetros de projetos: uma junção de todos os itens anteriores em um certo
nível de aceitabilidade a ser exigido.
f) Métodos de cálculo: devem atender aos métodos mecanicistas da mecânica
dos pavimentos desenvolvidas por Boussinesq em 1885 e Burmister em 1943.
Boussinesq desenvolveu a solução geral formal para os vários tipos de
carregamento, cargas concentradas ou uniformemente distribuídas, aplicados
em um meio semi-infinito, elástico, homogêneo e isotrópico. Já a teoria
desenvolvida por Burmister, foi formulada para meios estratificados de duas e
três camadas elásticas, portanto, é mais adequada em se tratando de
pavimentos.
g) Dimensionamento final: deve levar em conta o consumo de fadiga para que o
pavimento dura o maior tempo possível.
36
2.4.1 Método mecanístico-empírico de projeto de reforço
Desde a década de 1950 a deflexão máxima sob a carga de rodas tem sido o
principal parâmetro para avaliação estrutural e dimensionamento de reforço.
A concepção do método de dimensionamento apresentado no item anterior
para pavimentos novos, serve também para dimensionamento de reforços. Segundo
Medina e Motta (2015), a dificuldade maior no projeto de reforço é determinar os
valores do módulo de resiliência do pavimento atual que irá ser restaurado, devido à
falta de informação. Existem duas saídas: ou faz-se avaliação destrutiva com abertura
de sondagens e ensaio em laboratório ou procede-se a avaliação não destrutiva, com
medidas de deflexão e retroanálise da deformabilidade das camadas do pavimento.
Para o dimensionamento de reforço de pavimento utilizando o método
mecanicista-empírico os mesmos autores citados acima mostram as etapas que
devem ser seguidas:
a) Determinar no trecho a ser restaurado, as bacias de deflexão, utilizando FWD
ou Viga Benkelman;
b) Utilizar um programa confiável de retroanálise das bacias (para cálculo do
módulo de resiliência) do qual se conheça os princípios e métodos de cálculo;
c) Utilizar um programa confiável de cálculo de tensões e deformações no qual
serão usados os módulos retroanalisados e as espessuras das camadas;
d) Comparar tensões ou deformações calculadas com valores admissíveis em
função do tráfego de projeto;
e) Pode-se simular também processo de reciclagem, com ou sem adição de novos
materiais e espessura adicional.
2.4.1.1 Retroanálise
Os módulos de resiliência obtidos em laboratório dependem da preparação do
material e carga aplicada, o que pode ser diferente da realidade no campo (BALBO,
2007). O agravante é para dimensionamentos de restauração onde são necessários
os valores do módulo de resiliência que em laboratório seria praticamente inviável,
visto que se extrair amostras estas não refletirão o comportamento conjunto de todas
37
as peças que compõem uma camada da rodovia. Dessa forma, com auxílio das bacias
de deslocamento em campo é possível extrair os módulos de resiliência utilizando o
método da retroanálise, que é a representação teórica da bacia de deflexões.
Retroanálise é um processo pelo qual, conhecendo-se as respostas em
termos de deformação ou tensões da estrutura real, medidas por meio de
algum instrumento, procura-se simular uma teoria condizente com o
comportamento da estrutura em questão, verificando-se para quais
parâmetros (em geral, os parâmetros geométricos e de carregamento são
conhecidos a priori) o modelo teórico (analítico ou numérico) consegue
representar, com maior fidelidade possível, as medidas reais obtidas em
campo ( BALBO, José Tadeu 2007 p 478).
Segundo Preussler (2000) os módulos de resiliência retroanalisados são
aproximações do valor real, onde destacam as desvantagens do método como
cálculos simplificados; necessidade de sensibilidade do usuário do programa na
escolha dos parâmetros iniciais de entrada; variabilidade na possibilidade de
soluções. Mas destacam, também, vantagens no uso do método, como: eliminação
da necessidade de inspeção e coleta de amostras (menos custo); melhor avaliação
do pavimento na situação atual, já que a avaliação é feita nas condições ambientais
em que se o material se encontra em campo.
2.4.2 O software MeDiNa v1.00
O MeDiNa é uma atualização do software SisPav, desenvolvido na tese de
doutorado de Franco (2007), que leva em conta a análise do tráfego para diversos
tipos de eixos dos caminhões, para diversas variações sazonal do tráfego e diversos
tipos de materiais de comportamento elástico tanto linear como não linear. Além disso,
engloba também, modelos de previsão de danos desenvolvidos a partir de ensaios
brasileiros, parâmetros dos materiais de pavimentação e bacias deflectométricas
calculadas para controle de execução no campo e análise de confiabilidade.
Franco (2007) desenvolveu um fluxograma (Figura 2.5) do método de
dimensionamento mecanístico-empírico, que compreende uma sequência
praticamente igual ao do fluxograma apresentado por Motta (1991).
38
Para desenvolver o programa, Franco (2007) utilizou a teoria da elasticidade
como método para cálculo de tensões, deformações e descolamentos na estrutura do
pavimento, tendo como base a análise elástica de múltiplas camadas - AEMC. O
programa foi desenvolvido em Visual C++ onde buscou-se a praticidade, agilidade e
velocidade de cálculos.
Figura 2.5 - Fluxograma do método de dimensionamento de pavimentos asfálticos – SisPav
Fonte: Franco, 2007
Segundo o relatório parcial VI do método de análise mecanístico-empírico
desenvolvido pela rede temática de asfaltos em 2017, o software considera a
sobreposição de camadas sobre o pavimento asfáltico antigo. A fresagem foi
considerada no estabelecimento da função de transferência. Porém o software não foi
calibrado para situações de fresagem, devendo procurar dados de trechos reais já
feitos com esta técnica. O software também não prevê reflexão de fissuras.
39
O MeDiNa v1.00 calcula o dano acumulado - DA a partir do dano médio (ΔD),
empregando a hipótese de Miner. Este dano médio é estimado numa malha distribuída
em 110 pontos da camada de revestimento, permitindo ainda, calcular o dano em até
duas camadas asfálticas. O programa calcula para cada período, o dano médio
distribuído nestes 110 pontos, em uma grade de 10 pontos distribuídos na direção
horizontal a partir do centro do carregamento (considerando o eixo padrão) – ponto 0
cm até 32,85 cm e 11 pontos distribuídos na direção vertical à 0,01 mm da superfície
igualmente distribuídos em função da espessura da camada asfáltica. O dano médio
de cada ponto da malha é calculado pela divisão do nº atual de aplicações de eixos
de carga (n) pelo nº permissível de aplicações de eixos de carga (N). A temperatura
não é uma variável incluída no cálculo do ΔD. São levados em conta o tipo de eixo de
carga (c) e o tempo (t) conforme equação 2.18 abaixo:
𝐷𝐴 = ∑ ∆𝐷 = ∑ (𝑛
𝑁)
𝑡,𝑐 (2.18)
Com o dano acumulado, o MeDiNa calcula o dano reduzido empregando uma
função matemática S (fator de desvio ou shift factor):
𝐷𝑟𝑒𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 = 𝐷𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑋 𝐹𝑢𝑛çã𝑜 "𝑆" (2.19)
Finalmente tem-se a Função de Transferência (FT) que transforma o dano
reduzido em área trincada prevista, por meio de duas constantes C1 e C2 definidas
no processo de calibração.
𝐴𝑇𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 = 𝐶1 𝑋 (𝐷𝑟𝑒𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜)𝐶2 (2.20)
A diferença de área prevista com área observada dá origem ao erro da função
transferência. Esse somatório de erro é a diferença ao quadrado da ATprevista menos
ATobservada. Quanto menor o somatório de erro melhor é o ajuste da FT.
Para utilizar o MeDiNa v1.00, deve ser inserido no programa dados coletados
como espessura das camadas, módulo de resiliência, coeficientes de regressão dos
modelos de fadiga, coeficiente de Poisson, coeficientes de deformação permanente
40
para materiais granulares e solos e o valor do ensaio de Flow Number para materiais
asfálticos.
Ainda de acordo com o relatório parcial VI do método de análise mecanístico-
empírico, são propostos dois níveis hierárquicos quanto as características dos
materiais e clima:
a) Nível A que se baseia nos ensaios do módulo de resiliência para todos os
materiais das camadas e do subleito, deformação permanente dos materiais
da base, sub-base e subleito por ensaio triaxial de carga repetida e fadiga das
misturas asfálticas e materiais cimentados por compressão diametral de carga
repetida. A biblioteca disponível no MeDiNa deve ser utilizada somente para
anteprojeto. Para projeto todos os materiais devem ser ensaiados.
b) Nível B que deve ser utilizado para altos volumes de tráfego, e valem as
recomendações do nível A quanto aos ensaios para base, sub-base e subleito.
Porém para misturas asfálticas os ensaios serão módulo dinâmico e de fadiga
por tração direta. Este nível ainda está em fase de conclusão não fazendo parte
da versão atual do MeDiNa v1.00.
2.4.3 Método de dimensionamento AASHTO
O método de dimensionamento de pavimentos da AASHTO (American
Association of State Highway and Transportation Officials) está fundamentado na
análise estatística dos resultados obtidos na pista experimental da AASHO Road Test.
O experimento se destacou pelo modo de quantificação das condições de ruptura do
pavimento, que foram baseadas na opinião subjetiva dos usuários e na mensuração
objetiva dos defeitos nos pavimentos. Esse modo de avaliação ficou conhecido como
serventia do pavimento. Essa medida varia de 0 a 5. Onde o valor 5 representa o
melhor índice de serventia possível. As equações de dimensionamento estão
baseadas no binômio serventia-desempenho: serventia é a habilidade de um
pavimento de cumprir suas funções em um momento particular do tempo;
desempenho é a medida da história de serventia de um pavimento ao longo do tempo
(BALBO, 2007).
Em 2002, vários estados dos Estados Unidos se reuniram para desenvolver um
41
projeto em busca de novos procedimentos de dimensionamento que considerassem
fatores críticos, como diferentes condições climáticas sazonais, a necessidade de
controle de processos de danificação mais críticos nos pavimentos e a previsão de
desempenho em pavimentos.
A AASHTO evoluiu para um método mecanístico-empírico de
dimensionamento onde o projetista deve ter uma abordagem iterativa, e após a
escolha das espessuras iniciais deve efetuar a análise dos critérios de deformação
permanente (ATR), trincas por fadiga de baixo para cima (bottom-up) e de cima para
baixo (top-down), trincas térmicas e irregularidades longitudinais (IRI) (MEDINA e
MOTTA, 2015).
A Figura 2.6 mostra a estrutura básica de análise do MEPDG – Mechanistic-
Empirical Paviment Design Guide, que é um fluxograma típico semelhante ao
apresentado por Motta (19910 e Franco (2007) em suas teses de doutorado. O
esquema segue uma lógica semelhante: começa com os parâmetros de entrada, as
respostas em termos de tensões, deformações e deslocamentos, depois a calibragem
dos modelos de desempenho, a confiabilidade, e pôr fim a aceitabilidade ou não da
estrutura.
Figura 2.6 – Fluxograma do MEPDG da AASHTO (2004)
Fonte: Medina e Motta, 2015.
42
3 METODOLOGIA
3.1 PLANEJAMENTO
O estudo visa analisar o projeto de restauração CREMA (Contrato de
Restauração e Manutenção de Rodovias) da RSC 287 feito pelo Departamento
Autônomo de Estradas de Rodagens do Estado do Rio Grande do Sul - DAER em
2015 (A realização dos estudos e elaboração dos projetos foram decorrentes do
Contrato nº AJ/CD/063/14, firmado entre o Consórcio STE-PAVESYS e DAER),
utilizando um método mecanístico-empírico desenvolvido no trabalho de doutorado de
Franco 2007 na COPPE/UFRJ, o SisPav, que hoje atualizado chama-se MeDiNa. O
programa vem sendo aprimorando ao longo do tempo, onde vários pesquisadores, em
diferentes estados do país, trabalham juntos em uma iniciativa chamada Rede
Temática de Asfaltos, para recolher dados experimentais em campo e realizar a
devida calibragem empírica campo-laboratório.
O trabalho consiste em uma primeira etapa na análise do projeto da RSC 287
filtrando as informações úteis para a avaliação, a segunda etapa é a retroanálise dos
módulos de resiliência a partir dos dados do projeto e de outros complementares, a
última etapa é o dimensionamento pelo método mecanístico-empírico.
Primeira etapa: análise do projeto da RSC 287. Todas as informações foram
retiradas do projeto, desde as avaliações funcionais até as estruturais.
Segunda etapa: cálculo dos módulos de resiliência utilizando o método da
retroanálise, através dos dados do ensaio não destrutivo realizados com FWD do
projeto. O software utilizado foi o BackSisPav v.1.1.1.0 (versão de retroanálise do
SisPav).
Terceira etapa: dimensionamento das espessuras de reforço utilizando o
software MeDiNa v.1.00 aplicando os dados encontrados no projeto e fazendo as
devidas correlações.
43
3.2 ESTUDO DO CASO - RSC 287
O trecho estudado da RSC 287 fica entre ERS-502 (Conteda) e ERS-509
(Camobi) do segmento km 176,68 ao km 232,54, totalizando 55,85 km de extensão
conforme Figura 3.1.
As soluções do reforço apresentado no projeto são para uma vida útil de 6 anos
e toda a manutenção e restauração ficará por conta da empresa detentora do contrato
durante todo esse período.
Figura 3.1 – Mapa do trecho estudado da RSC 287
Fonte: Relatório de projeto CREMA – DAER RSC 287 Anexo 4 Vol. 1, 2015
Para concepção do projeto o DAER fez o estudo e levantamento de várias
informações necessárias para aplicação do catálogo de soluções (mencionado
anteriormente na revisão de literatura). No projeto o DAER disponibilizou os resultados
dos levantamentos realizados no primeiro semestre de 2015, são eles: levantamento
44
visual contínuo com vídeo registro (LVC), levantamento de irregularidade longitudinal
(IRI) e transversal (ATR) com perfilômetro laser e levantamento deflectométrico com
FWD. Esses levantamentos foram atualizados pelo consórcio através da realização
de levantamentos adicionais, uma vez que os dados fornecidos pelo DAER não mais
representavam a realidade verificada em campo. Ainda, foram efetuados
levantamentos para cadastro de fornecedores de materiais (comerciais) na região e
realização de contagens de tráfego.
3.2.1 Tráfego
Uma das primeiras etapas para concepção do projeto é a contagem volumétrica
de veículos para estimativa do número N durante a vida útil do pavimento que segue
a Instrução de Serviço 110/10 do DAER-RS. O número N consiste no somatório de
eixo simples de rodas duplas (ESRD) de carga padrão 8,2 t e pneus com 0,56 MPa
que será solicitado na rodovia ao longo de um dado período e seu cálculo se dá pela
Equação 3.1.
𝑁𝑖 = 𝑉𝐷𝑀𝑐𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑖 ∗ 𝐹𝑉𝐷𝐴𝐸𝑅 ∗ 𝑛 ∗ 𝐹𝐹 ∗ 𝐹𝑅 ∗ 𝐹𝐸 ∗ 106 (3.1)
Onde,
Ni: eixos equivalentes que trafegaram por faixa na rodovia no ano “i”;
VDMcomercial i: volume diário médio de tráfego projetado para veículos da
categoria no ano “i”;
FVDAER: fator de equivalência veicular ao eixo padrão do DAER (no projeto
não consta a origem desse fator, nem se ele se origina do sistema USACE ou
AASHTO);
n: número de dias no ano;
FR: fator climático regional;
FE: fator de expansão para contagens reduzidas;
FF: fator de distribuição do tráfego para as faixas disponíveis.
As contagens foram feitas em ambos os sentidos por um período de 3 dias
típicos com duração de 24 horas. Os postos de contagens P2, P3, P4 e P5
45
implantados no km 187,00 (P2 e P3) e km 213,20 (P4 e P5), localizados no mapa de
contagem da RSC 287 na Figura 3.2. Os levantamentos foram realizados nos dias 21,
22 e 23 de julho de 2015 para os postos P3 (Tabela 3.1) e P2 (Tabela 3.2) e nos dias
28, 29 e 30 de julho de 2015 para os postos P5 (Tabela 3.3) e P4 (Tabela 3.4).
O cálculo do número N se estendeu por um período de 8 anos, mas para fins
de dimensionamento foi estimado uma vida útil de 6 anos. Logo, foi utilizado o N
acumulado do sexto ano, que corresponde ao ano 2021, conforme pode ser analisado
nas Tabelas 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4. A taxa de crescimento do tráfego estimada pelo DAER
foi de 5% ao ano.
Figura 3.2 – Mapa de contagem RSC 287
Fonte: Relatório de projeto CREMA – DAER RSC 287 Anexo 4 Vol. 1, 2015
46
Tabela 3.1 – Dados da contagem de veículos posto P3
IDENTIFICAÇÃO
RODOVIA RSC 287 CÓDIGO TRECHO SRE 287RSC0172
TRECHO Entr. ERS 502 (Contenda) - Entr. ERS-509 (Camobi)
SUBTRECHO Entr. ERS 502 (Contenda) - Entr. ERS 348(B) (P/Agudo)
CONTAGEM
CATEGORIA Passeio Coletivo Carga
TOTAL Leve Média Pesada Ultra Pesada
ANO DE CONTAGEM 2015 VDM 4.403 133 404 402 396 71 5.809
% DA CATEGORIA 76% 2% 7% 7% 7% 1% 100%
TAXA 5% a.a. Med Pista
2.201 66 202 201 198 35 2.904
TRÁFEGO E NÚMERO N
Ano Passeio Tx Coletivo Tx Carga Tx TOTAL 1 VDMA N N
Acumulado
2015 2.201 5% 66 5% 633 5% 2.900 5.800 6,15E+05 0,00E+00
2016 2.311 5% 69 5% 665 5% 3.045 6.090 6,45E+05 6,45E+05
2017 2.427 5% 73 5% 698 5% 3.198 6.395 6,78E+05 1,32E+06
2018 2.548 5% 76 5% 733 5% 3.357 6.715 7,12E+05 2,04E+06
2019 2.675 5% 80 5% 769 5% 3.524 7.050 7,47E+05 2,78E+06
2020 2.809 5% 84 5% 808 5% 3.701 7.403 7,85E+05 3,57E+06
2021 2.950 5% 88 5% 848 5% 3.886 7.773 8,24E+05 4,39E+06
2022 3.097 5% 93 5% 891 5% 4.081 8.162 8,65E+05 5,26E+06
2023 3.252 5% 98 5% 935 5% 4.285 8.570 9,08E+05 6,16E+06
Horizonte 8 Fatores de veículo
Coletivo: 0,3450
Fator Climático 1,00 Carga Leve: 0,0630
Fator de expansão 1,00 Carga Média: 1,3710
Fator de faixa 1,00 Carga Pesada: 4,9860
Abertura ao tráfego 2016 Carga Ultra Pesada 11,2050
Fonte: Relatório de projeto CREMA – DAER RSC 287 Anexo 4 Vol. 1, 2015
47
Tabela 3.2 – Dados da contagem de veículos posto P2
IDENTIFICAÇÃO
RODOVIA RSC 287 CÓDIGO TRECHO SRE 287RSC0172
TRECHO Entr. ERS 502 (Contenda) - Entr. ERS-509 (Camobi)
SUBTRECHO Entr. ERS 348(A) (P/Agudo) - Entr. ERS 149(A) (P/Restinga Seca)
CONTAGEM
CATEGORIA Passeio Coletivo Carga
TOTAL Leve Média Pesada Ultra Pesada
ANO DE CONTAGEM 2015 VDM 3.687 126 359 348 371 66 4.957
% DA CATEGORIA 74% 3% 7% 7% 7% 1% 100%
TAXA 5% a.a. Med Pista 1.843 63 179 174 185 33 2.478
TRÁFEGO E NÚMERO N
Ano Passeio Tx Coletivo Tx Carga Tx TOTAL
1 VDMA N
N Acumulado
2015 1.843 5% 62 5% 570 5% 2.475 4.950 5,70E+05 0,00E+00
2016 1.935 5% 65 5% 599 5% 2.599 5.198 5,99E+05 5,99E+05
2017 2.032 5% 68 5% 628 5% 2.729 5.457 6,29E+05 1,23E+06
2018 2.134 5% 72 5% 660 5% 2.865 5.730 6,60E+05 1,89E+06
2019 2.240 5% 75 5% 693 5% 3.008 6.017 6,93E+05 2,58E+06
2020 2.352 5% 79 5% 727 5% 3.159 6.318 7,28E+05 3,31E+06
2021 2.470 5% 83 5% 764 5% 3.317 6.633 7,64E+05 4,07E+06
2022 2.593 5% 87 5% 802 5% 3.483 6.965 8,02E+05 4,88E+06
2023 2.723 5% 92 5% 842 5% 3.657 7.313 8,42E+05 5,72E+06
Horizonte 8 Fatores de veículo
Coletivo: 0,3450
Fator Climático 1,00 Carga Leve: 0,0630
Fator de expansão 1,00 Carga Média: 1,3710
Fator de faixa 1,00 Carga Pesada: 4,9860
Abertura ao tráfego 2016 Carga Ultra Pesada
11,2050
Fonte: Relatório de projeto CREMA – DAER RSC 287 Anexo 4 Vol. 1, 2015
48
Tabela 3.3 – Dados da contagem de veículos posto P5
IDENTIFICAÇÃO
RODOVIA RSC 287 CÓDIGO TRECHO SRE 287RSC0190
TRECHO Entr. ERS 502 (Contenda) - Entr. ERS-509 (Camobi)
SUBTRECHO Entr. ERS 149(A) (P/Restinga Seca) - Entr. ERS 348(B) (P/Faxinal do Soturno)
CONTAGEM
CATEGORIA Passeio Coletivo Carga
TOTAL Leve Média Pesada Ultra Pesada
ANO DE CONTAGEM 2015 VDM 4.197 159 364 385 376 72 5.553
% DA CATEGORIA 76% 3% 7% 7% 7% 1% 100%
TAXA 5% a.a. Med Pista 2.098 79 182 192 188 36 2.776
TRÁFEGO E NÚMERO N
Ano Passeio Tx Coletivo Tx Carga Tx TOTAL
1 VDMA N
N Acumulado
2015 2.098 5% 79 5% 597 5% 2.774 5.548 5,98E+05 0,00E+00
2016 2.203 5% 83 5% 627 5% 2.913 5.825 6,28E+05 6,28E+05
2017 2.313 5% 87 5% 658 5% 3.058 6.117 6,59E+05 1,29E+06
2018 2.429 5% 91 5% 691 5% 3.211 6.423 6,92E+05 1,98E+06
2019 2.550 5% 96 5% 726 5% 3.372 6.744 7,27E+05 2,71E+06
2020 2.678 5% 101 5% 762 5% 3.540 7.081 7,63E+05 3,47E+06
2021 2.812 5% 106 5% 800 5% 3.717 7.435 8,01E+05 4,27E+06
2022 2.952 5% 111 5% 840 5% 3.903 7.807 8,41E+05 5,11E+06
2023 3.100 5% 117 5% 882 5% 4.098 8.197 8,83E+05 5,99E+06
Horizonte 8 Fatores de veículo
Coletivo: 0,3450
Fator Climático 1,00 Carga Leve: 0,0630
Fator de expansão 1,00 Carga Média: 1,3710
Fator de faixa 1,00 Carga Pesada: 4,9860
Abertura ao tráfego 2016 Carga Ultra Pesada
11,2050
Fonte: Relatório de projeto CREMA – DAER RSC 287 Anexo 4 Vol. 1, 2015
49
Tabela 3.4 – Dados da contagem de veículos posto P4
IDENTIFICAÇÃO
RODOVIA RSC 287 CÓDIGO TRECHO SRE 287RSC0200
TRECHO Entr. ERS 502 (Contenda) - Entr. ERS-509 (Camobi)
SUBTRECHO Entr. ERS 348(B) (P/Faxina do Soturno) - Entr. ERS 509 (P/Camobi
CONTAGEM
CATEGORIA Passeio Coletivo Carga
TOTAL Leve Média Pesada Ultra Pesada
ANO DE CONTAGEM 2015 VDM 6.472 213 430 421 419 76 8.031
% DA CATEGORIA 81% 3% 5% 5% 5% 1% 100%
TAXA 5% a.a. Med Pista 3.236 106 215 210 209 38 4.015
TRÁFEGO E NÚMERO N
Ano Passeio Tx Coletivo Tx Carga Tx TOTAL 1 VDMA N N
Acumulado
2015 3.235 5% 106 5% 671 5% 4.012 8.024 6,59E+05 0,00E+00
2016 3.397 5% 111 5% 705 5% 4.213 8.425 6,92E+05 6,92E+05
2017 3.567 5% 117 5% 740 5% 4.423 8.846 7,27E+05 1,42E+06
2018 3.745 5% 123 5% 777 5% 4.644 9.289 7,63E+05 2,18E+06
2019 3.932 5% 129 5% 816 5% 4.877 9.753 8,01E+05 2,98E+06
2020 4.129 5% 135 5% 856 5% 5.120 10.241 8,41E+05 3,82E+06
2021 4.335 5% 142 5% 899 5% 5.376 10.753 8,83E+05 4,71E+06
2022 4.552 5% 149 5% 944 5% 5.645 11.291 9,27E+05 5,63E+06
2023 4.780 5% 157 5% 991 5% 5.928 11.855 9,74E+05 6,61E+06
Horizonte 8 Fatores de veículo
Coletivo: 0,3450
Fator Climático 1,00 Carga Leve: 0,0630
Fator de expansão 1,00 Carga Média: 1,3710
Fator de faixa 1,00 Carga Pesada: 4,9860
Abertura ao tráfego 2016 Carga Ultra Pesada 11,2050
Fonte: Relatório de projeto CREMA – DAER RSC 287 Anexo 4 Vol. 1, 2015
3.2.2 Avaliação Funcional
A avaliação funcional é fundamental porque visa caracterizar o desempenho do
pavimento sob o ponto de vista do usuário (conforto e rolamento na pista).
No projeto de restauração da RSC 287 foram feitos três levantamentos
funcionais: levantamento visual continuo – LVC, irregularidade longitudinal – IRI e
afundamento em trilha de roda – ATR.
50
A avaliação dos defeitos superficiais foi feita utilizando a metodologia LVC com
vídeo registro em um veículo que percorre o trecho a uma velocidade de 40 km/h,
equipado com velocímetro/odômetro conforme norma técnica PRO008 (DNIT,2003)
que também avalia as condições de acostamento e degraus entre pista e
acostamento. A compilação de dados se deu a cada 200 m. Através da avaliação é
possível calcular o ICPF – índice de condição de pavimentos flexíveis ou semirrígidos
e propiciar também o cálculo do IGGE – índice de gravidade global expedito e do IES
– índice do estado de superfície. Segundo a norma são adotadas nomenclaturas para
os diversos tipos de defeitos: Trinca: Trincas isoladas (TR); Trincas interligadas tipo
jacaré (TJ); Trincas interligadas tipo bloco (TB). Remendos (R) Panelas (P)
Afundamento: Afundamento plástico e de trilhas de roda (AF); Ondulações:
Ondulações e/ou corrugações (O). Outros defeitos: Escorregamento do revestimento
betuminoso (E); Exsudação (EX); Desgaste (D).
O levantamento de irregularidade longitudinal (IRI) e afundamento em trilha de
rodas (ATR) foi utilizado perfilômetro a laser com cinco sensores, os levantamentos
devem ser feitos com velocidades superiores a 30 km/h. os resultados do IRI são
apresentados a cada 200 m e do ATR a cada 20 m.
3.2.3 Avaliação Estrutural
No projeto de restauração da RSC 287 foi utilizado o ensaio não destrutivo
FWD. O ensaio consiste em levantar pesos à uma altura pré-determinada e deixá-los
cair sobre uma placa de 30 cm de diâmetro com uma força na ordem de 40 kN. Os
levantamentos foram realizados a cada 40 m na trilha de roda externa na faixa da
esquerda e da direita. Para construção da bacia de deflexão foram levantados valores
nos seguintes espaçamentos: 0; 20; 30; 45; 60; 90; 120 (em centímetros). O ponto 0
está sob o prato de carga do sensor D1. O equipamento fez registro de temperatura
do ar e da superfície do pavimento no mesmo instante em que foi feito a coleta das
bacias deflectométricas.
51
3.2.4 Sondagens
Foram realizadas sondagens no trecho com o intuito de levantar informações
necessárias para a aplicação do catálogo de soluções do DAER. A execução foi
realizada com pá e picareta sendo garantido a execução de uma sondagem pelo
menos a cada 5.000m. No total foram feitas 15 sondagens ao longo da rodovia
conforme Tabela 3.5.
Tabela 3.5 – Sondagens executadas na RSC 287
So
nd
ag
em
MATERIAL Espessura
(cm)
Reve
sti
men
to
Base Sub-base Subleito
Reve
sti
men
to
Base
Su
b-b
ase
1 C.A.* B.G. Marrom -
Argila Arenosa Marrom e Vermelha
16 26 -
2 C.A. B. G.** Marrom
M.S.*** (água retida) Argila Arenosa Rosa (Saturada) 8 34 13
3 C.A. B.G. Marrom
- Argila Arenosa Marrom c/ Pedregulho
14 16 -
4 C.A. B.G. Marrom
M.S. (água retida) Argila Arenosa Marrom (Saturada)
8 28 19
5 C.A. B.G. Marrom
M.S. (água retida) Argila Arenosa Marrom (Saturada)
11 21 22
6 C.A. B.G. Marrom
M.S. Argila Arenosa Rosa 10 15 26
7 C.A. B.G. Marrom
M.S. (água retida) Argila Arenosa Variegada c/ Pedregulho
10 15 30
8 C.A. B.G. Rosa - Argila Arenosa Variegada 10 28 -
9 C.A. B.G. Rosa - Argila Arenosa Marrom 13 35 -
10 C.A. B.G. Rosa - Argila Arenosa Rosa 12 28 -
11 C.A. B.G. Rosa - Areia. Arg. Rosa (Arenito) 13 26 -
12 C.A. B.G. Rosa - Argila Arenosa Rosa 14 32 -
13 C.A. B.G. Rosa - Argila Arenosa Rosa (Arenito) 28 22 -
14 C.A. B.G. Rosa Argila Arenosa Marrom c/ Seixo
Argila Arenosa Variegada c/ Seixo (Saturada)
11 23 15
15 C.A. B.G. Marrom - Areia Argilosa Rosa (Arenito) 20 20 -
Fonte: Adaptado do relatório de projeto CREMA – DAER RSC 287 Anexo 4 Vol. 1, 2015
Legenda: *CA = Concreto Asfáltico; **BG= Brita Graduada; ***MS = Macadame Seco
52
3.2.5 Soluções de projeto catálogo DAER
O trecho foi classificado conforme metodologia do DAER, onde os segmentos
de 200 m são classificados com base nos resultados dos defeitos de superfície (LVC),
resultados de trilhas de roda (ATR) e de irregularidade longitudinal (IRI). Os
segmentos homogêneos para o projeto de restauração foram aqueles indicados pelas
classes de intervenção, onde foram feitas algumas subdivisões adicionais em função
de variações importantes do IRI e condição geral dos pavimentos avaliada na visita
em campo. De forma geral, toda a extensão do segmento em estudo possui
características semelhantes, ou seja, a rodovia apresenta grande número de defeitos
envolvendo essencialmente a última camada de reforço aplicada. Além disso, foi
constado que em mais de 30% do trecho possui bastante área trincada grau FC-3
(sendo que em quase 40% dos segmentos possuem grau FC-2 de trincamento), em
mais de 35% dos segmentos possuem valores de IRI elevada (>3m/km) e no geral as
deflexões característica não superaram as deflexões admissíveis em quase 70% do
trecho (Dp<Dadm)
Conforme o projeto CREMA/DAER-RS RSC 287 foi utilizado o método DNER
PRO-11/79 e os resultados encontram-se na Tabela 3.6. Após o dimensionamento foi
aplicado o catálogo de soluções do DAER para misturas densas (apresentado neste
trabalho no item 2.3.2) já que a solução adotada na pista será executada com Asfalto
Modificado por Polímero (AMP) 60/85 com polímero e os resultados encontram-se na
Tabela 3.7. Os trechos sombreados são Obras de artes especiais (OAE) que não
foram utilizadas na análise.
53
Tabela 3.6 – Parâmetros de projeto e dimensionamento pelo método DNER PRO-11/79 para cada um dos trechos homogêneos.
(Continua)
Segmento Homogêneo Parâmetros PRO 11/79
N.
Se
gm
en
to
Km
in
icio
Km
fim
Ex
ten
são
(k
m)
Np
US
AC
E
(PP
= 6
an
os
)
Cla
ss
ific
aç
ão
IRI
mé
dio
(m/k
m)
AT
R
ca
rac
terí
sti
co
Dc
(m
m 2
)
Ra
io d
e
Cu
rva
tura
Da
dm
(P
RO
01
1)
h (
PR
O 0
11
)
1 176,68 178,23 1,55 4,39E+06 RE 2,53 3,9 35,1 1711,4 69,3 -11,8
2 178,23 178,27 0,04 4,39E+06 OAE - - - - - -
3 178,27 178,9 0,63 4,39E+06 RE 2,46 3,9 38,7 1460,6 69,3 -10,1
4 178,9 179,14 0,24 4,39E+06 R1 7,9 4,2 45,2 436,8 69,3 -7,4
5 179,14 179,38 0,24 4,39E+06 R1 10,32 3,6 57,4 254,9 69,3 -3,3
6 179,38 181,9 2,52 4,39E+06 R1 4,39 3,1 65,9 482,3 69,3 -0,9
7 181,9 182,8 0,9 4,39E+06 R2 5,08 3 48,2 347,6 69,3 -6,3
8 182,8 183,6 0,8 4,39E+06 R1 3,69 3,1 52,5 317,4 69,3 -4,8
9 183,6 184,49 0,89 4,39E+06 R4 3,36 3,4 58,7 196,5 69,3 -2,9
10 184,49 185,1 0,61 4,39E+06 R1 3,35 2,8 62,2 345,7 69,3 -1,9
11 185,1 186,6 1,5 4,39E+06 R2 4,55 3,1 72,4 241,3 69,3 0,8
12 186,6 187,13 0,53 4,39E+06 R2 3,76 3,5 51 280,8 69,3 -5,3
13 187,13 187,5 0,37 4,07E+06 R4 3,51 2,8 47,4 331 70,3 -6,8
14 187,5 188,76 1,26 4,07E+06 R4 2,42 3,3 53,8 251,9 70,3 -4,6
15 188,76 188,79 0,03 4,07E+06 OAE - - - - - -
16 188,79 189,58 0,79 4,07E+06 RE 2,63 3,6 52,4 283,2 70,3 -5,1
17 189,58 189,62 0,04 4,07E+06 OAE - - - - - -
18 189,62 190 0,38 4,07E+06 R1 3,21 3,3 45,2 308,4 70,3 -7,7
19 190 190,28 0,28 4,07E+06 R1 2,87 3,4 60 321,5 70,3 -2,8
20 190,28 190,7 0,42 4,07E+06 OAE - - - - - -
21 190,7 191 0,3 4,07E+06 R1 3,77 2,7 45,5 220,3 70,3 -7,6
22 191 191,7 0,7 4,07E+06 RE 2 2,6 51,7 289,2 70,3 -5,3
23 191,7 191,79 0,09 4,07E+06 OAE - - - - - -
24 191,79 194 2,21 4,07E+06 RE 2,3 3,5 46,9 280,7 70,3 -7,0
25 194 195,9 1,9 4,07E+06 R4 2,27 3,4 44 244,2 70,3 -8,1
26 195,9 197,21 1,31 4,07E+06 RE 1,98 3 48,1 325,8 70,3 -6,6
27 197,21 198,4 1,19 4,27E+06 R4 2,87 3 41 243,4 69,7 -9,2
28 198,4 201,2 2,8 4,27E+06 RE 2,07 3,4 36,7 338,8 69,7 -11,1
29 201,2 201,4 0,2 4,27E+06 R1 3,56 3,4 37,5 331,4 69,7 -10,8
30 201,4 202,62 1,22 4,27E+06 RE 2,22 3,5 50,4 272,4 69,7 -5,6
31 202,62 202,66 0,04 4,27E+06 OAE - - - - - -
32 202,66 203,9 1,24 4,27E+06 RE 2,15 4 50,7 240,9 69,7 -5,5
33 203,9 205 1,1 4,27E+06 R4 2,37 3 50 252,6 69,7 -5,8
34 205 207,8 2,8 4,27E+06 RE 2,63 3,3 51,6 350 69,7 -5,2
35 207,8 208 0,2 4,27E+06 R4 2,1 4,1 46,5 356 69,7 -7,0
36 208 210,6 2,6 4,27E+06 RE 2,61 3,3 52,1 311 69,7 -5,1
37 210,6 211,2 0,6 4,27E+06 RE 3,07 3,2 86,5 234,9 69,7 3,8
38 211,2 211,8 0,6 4,27E+06 R4 3,69 3,4 104,9 169,8 69,7 7,1
39 211,8 212,2 0,4 4,27E+06 R4 2,53 3,9 91,5 189,2 69,7 4,7
40 212,2 213,22 1,02 4,27E+06 R4 3,24 3 120,6 162,6 69,7 9,5
41 213,22 213,8 0,58 4,71E+06 R1 3,84 6,8 92,1 243,5 68,5 5,1
42 213,8 215,5 1,7 4,71E+06 RE 2,36 8,6 100,8 206,2 68,5 6,7
43 215,5 216,2 0,7 4,71E+06 R4 2,86 5,9 86,1 258,4 68,5 4,0
44 216,2 216,6 0,4 4,71E+06 RE 2,26 4,9 71,9 232,2 68,5 0,8
45 216,6 216,8 0,2 4,71E+06 R2 2,06 3,3 43,7 326,4 68,5 -7,8
46 216,8 218,6 1,8 4,71E+06 R1 2,59 4,6 60,1 287,6 68,5 -2,3
47 218,6 218,8 0,2 4,71E+06 R4 2,32 4,3 48,8 585,5 68,5 -5,9
48 218,8 219,5 0,7 4,71E+06 R4 2,83 4,4 71 240,5 68,5 0,6
49 219,5 220 0,5 4,71E+06 R2 2,79 4,4 75,8 315,2 68,5 1,8
54
Tabela 3.6 – Parâmetros de projeto e dimensionamento pelo método DNER PRO-
11/79 para cada um dos trechos homogêneos.
(Conclusão)
Segmento Homogêneo Parâmetros PRO 11/79
N.
Se
gm
en
to
Km
in
icio
Km
fim
Ex
ten
são
(k
m)
Np
US
AC
E
(PP
= 6
an
os
)
Cla
ss
ific
aç
ão
IRI
mé
dio
(m/k
m)
AT
R
ca
rac
terí
sti
co
Dc
(m
m 2
)
Ra
io d
e
Cu
rva
tura
Da
dm
(P
RO
01
1)
h (
PR
O 0
11
)
50 220 223 3 4,71E+06 R4 3,84 4,5 67,3 318,5 68,5 -0,3
51 223 224,1 1,1 4,71E+06 RE 2,03 5,7 48,1 289,8 68,5 -6,1
52 224,1 225 0,9 4,71E+06 RE 2,39 5,9 57,9 258,7 68,5 -2,9
53 225 226,26 1,26 4,71E+06 RE 2,31 5 67,4 337,1 68,5 -0,3
54 226,26 226,3 0,04 4,71E+06 OAE - - - - - -
55 226,3 227,46 1,16 4,71E+06 RE 2,46 6,6 60,9 265,7 68,5 -2,0
56 227,46 227,48 0,02 4,71E+06 OAE - - - - - -
57 227,48 227,5 0,02 4,71E+06 RE 1,99 7,8 69,7 182,4 68,5 0,3
58 227,5 227,86 0,36 4,71E+06 R4 2,27 6,3 83,8 174,2 68,5 3,5
59 227,86 227,88 0,02 4,71E+06 OAE - - - - - -
60 227,88 228,9 1,02 4,71E+06 R4 2,85 4,9 87,1 216,6 68,5 4,2
61 228,9 228,92 0,02 4,71E+06 OAE - - - - - -
62 228,92 229,6 0,68 4,71E+06 R4 2,51 5,4 74,9 547,5 68,5 1,6
63 229,6 230 0,4 4,71E+06 R1 3,61 4,6 80,9 266,4 68,5 2,9
64 230 230,7 0,7 4,71E+06 RE 2,25 7,8 69,1 201,6 68,5 0,2
65 230,7 231,34 0,64 4,71E+06 R4 2,41 10,6 77,2 427,8 68,5 2,1
66 231,34 232,54 1,2 4,71E+06 R1 3,58 10,7 42,9 408,7 68,5 -8,1
Fonte: Relatório de projeto CREMA – DAER RSC 287 Anexo 4 Vol. 2, 2015
Tabela 3.7 –Catálogo de soluções CREMA – DAER/RS para cada um dos trechos homogêneos.
(Continua) Segmento Homogêneo Solução Pista
N.
Segm
ento
Km
in
icio
Km
fim
Catálogo soluções DAER Solução adotada em concordância com o DAER/RS
1 176,68 178,23 R + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 10% 4 + CAp4
2 178,23 178,27 - (FRES+REC) Cont 4
3 178,27 178,9 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
4 178,9 179,14 R + (FRES+REC) Cont x RECON (MS20+BG20+CAp5)
5 179,14 179,38 R + (FRES+REC) Cont x RECON (MS20+BG20+CAp5)
6 179,38 181,9 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+RECp) Cont 4
7 181,9 182,8 R + (FRES+REC) Cont x (FRES+RECp) Cont 4
8 182,8 183,6 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+RECp) Cont 4
9 183,6 184,49 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+RECp) Cont 4
10 184,49 185,1 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+RECp) Cont 4
11 185,1 186,6 R + (FRES+REC) Cont x + CAx RECON (MS20+BG20+CAp5)
12 186,6 187,13 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+RECp) Cont 4
13 187,13 187,5 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+RECp) Cont 4
14 187,5 188,76 R + (FRES+REC) Desc y% x + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
15 188,76 188,79 - (FRES+REC) Cont 4
16 188,79 189,58 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
17 189,58 189,62 - (FRES+REC) Cont 4
55
Tabela 3.7 –Catálogo de soluções CREMA – DAER/RS para cada um dos trechos
homogêneos.
(Conclusão) Segmento Homogêneo Solução Pista
N.
Segm
ento
Km
in
icio
Km
fim
Catálogo soluções DAER Solução adotada em concordância
com o DAER/RS
18 189,62 190 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+RECp) Cont 4
19 190 190,28 R + (FRES+REC) Desc y% x + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
20 190,28 190,7 - MRAF (*)
21 190,7 191 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
22 191 191,7 R + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
23 191,7 191,79 - (FRES+REC) Cont 4
24 191,79 194 R + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
25 194 195,9 R + (FRES+REC) Desc y% x + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
26 195,9 197,21 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
27 197,21 198,4 R + (FRES+REC) Desc y% x + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
28 198,4 201,2 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
29 201,2 201,4 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+RECp) Cont 4
30 201,4 202,62 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
31 202,62 202,66 - (FRES+REC) Cont 4
32 202,66 203,9 R + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
33 203,9 205 R + (FRES+REC) Desc y% x + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
34 205 207,8 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
35 207,8 208 R + (FRES+REC) Desc y% x + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
36 208 210,6 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
37 210,6 211,2 R + MRAF (*) RECON (MS20+BG15+CAp5)
38 211,2 211,8 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA x RECON (MS20+BG15+CAp5)
39 211,8 212,2 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA x RECON (MS20+BG15+CAp5)
40 212,2 213,22 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA x RECON (MS20+BG15+CAp5)
41 213,22 213,8 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA x RECON (MS20+BG15+CAp5)
42 213,8 215,5 R + MRAF (*) RECON (MS20+BG15+CAp5)
43 215,5 216,2 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA x (FRES+REC) Cont 4 + CAp4
44 216,2 216,6 R + MRAF (*) (FRES) Cont 4 + CAp5
45 216,6 216,8 R + (FRES+REC) Desc y% x + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
46 216,8 218,6 R + (FRES+REC) Desc y% x + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 10% 4 + CAp4
47 218,6 218,8 R + (FRES+REC) Desc y% x + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
48 218,8 219,5 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA x (FRES) Cont 4 + CAp5
49 219,5 220 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA x RECON (MS20+BG15+CAp5)
50 220 223 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA 4 (FRES+RECp) Cont 4
51 223 224,1 R + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
52 224,1 225 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
53 225 226,26 R + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
54 226,26 226,3 - (FRES+REC) Cont 4
55 226,3 227,46 R + MRAF (*) (FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
56 227,46 227,48 - (FRES+REC) Cont 4
57 227,48 227,5 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
58 227,5 227,86 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA x (FRES+REC) Cont 4 + CAp4
59 227,86 227,88 - (FRES+REC) Cont 4
60 227,88 228,9 R + (FRES+REC) Desc y% x + CA x (FRES+REC) Cont 4 + CAp4
61 228,9 228,92 - (FRES+REC) Cont 4
62 228,92 229,6 R + (FRES+REC) Desc. y% x + CA x (FRES) Cont 4 + CAp6
63 229,6 230 R + (FRES+REC) Desc. y% x + CA x (FRES) Cont 4 + CAp7
64 230 230,7 R + MRAF (*) (FRES+RECp) Cont 4
65 230,7 231,34 R + (FRES+REC) Cont x + CAx RECON (MS20+BG15+CAp5)
66 231,34 232,54 R + (FRES+REC) Cont x (FRES+RECp) Cont 4
Fonte: Relatório de projeto CREMA – DAER RSC 287 Anexo 4 Vol. 1, 2015 Legenda: CA Concreto Asfáltico com asfalto convencional, conforme DAER ES P16/91; CAp Concreto Asfáltico com asfalto polímero, conforme DAER ES P16/91;
56
BGS Brita Graduada Simples, conforme DAER ES P 08/91; MRAF Micro revestimento Asfáltico a frio, conforme DER/PR ES P30/05; RECON Reconstrução do pavimento; MR Manutenção Rotineira; R Reparos Localizados; PMF Pré-Misturado a Frio, conforme DAER ES P 19/91; *MRAF: Micro revestimento asfáltico a frio em 2 camadas; FRES Fresagem do revestimento existente, conforme DNIT 159/2011 ES (FRES); MS Macadame Seco, conforme DAER ES P 07/91; TSS Tratamento Superficial Simples, conforme DNIT 146/19; TSD Tratamento Superficial Duplo, conforme DAER ES P15/19; RECIC Reciclagem de Base com recicladora, e do revestimento existente e adição de brita e de cimento; REEST Reestabilização de base com escarificação da base e revestimento existente e adição de brita; REP Reperfilagem com CA Faixa A do DAER e = 2,5 cm, conforme DAER ES P 16/91; (FRES+REC) Desc. y%x Fresagem Descontínua e Recomposição de CA na % de área y% espessura x (cm); (FRES+REC) Cont. x Fresagem Contínua (toda área do segmento) e Recomposição de CA espessura x (cm); RECp Recomposição de CAp espessura x (cm); HR Solução de restauração da camada de revestimento do acostamento; H2 = Solução de restauração da camada de base do acostamento; B12 = escarificação e geração de camada de base de 12 cm; MFRES = inclusão de material fresado na espessura x (MFRESx);
3.3 RETROANÁLISE DO MÓDULO DE RESILIÊNCIA
Após a análise do projeto foram separados os dados necessários para as
próximas etapas. Para o dimensionamento, é preciso conhecer os módulos de
resiliência das camadas. Assim, foi utilizado um método que não necessita de ensaios
em laboratórios para caracterização dos valores dos módulos de resiliência: a
retroanálise, utilizando o BackSisPav (software que faz parte do SisPav desenvolvido
por FRANCO (2007). Sua interface pode ser vista na Figura 3.3).
Para utilização do BackSisPav, é necessário informar as espessuras de cada
camada, valores mínimos e máximos do módulo de resiliência, coeficiente de Poisson,
decidir pelo sistema de camadas aderidas ou não aderidas, a temperatura do ar e do
pavimento, a carga aplicada e o raio da base da célula de carga do equipamento que
foi realizado o ensaio, neste caso o FWD. O software permite importar uma planilha
direto do Excel com os dados das bacias deflectométricas de campo que foram
retiradas do projeto da RSC 287 (onde foi utilizado para o ensaio o equipamento
chamado FWD).
57
Figura 3.3 – Interface do programa BackSisPav v.1.1.1.0
Fonte: Printscreen do BackSisPav v1.1.1.0 utilizando Windows 10
Para obter os resultados da retroanálise é preciso conhecer as espessuras das
camadas do pavimento. No projeto foram feitas apenas quinze sondagens ao longo
dos quase 56 km do trecho estudado. Dessa forma foi anotado a localização de cada
sondagem e as bacias de deflexão próximas de cada amostragem. Procurou-se não
se distanciar muito do ponto da sondagem, visto que não se pode saber a variabilidade
do solo e dos materiais que estão no local. Nos locais onde a estaca da sondagem
coincidiu com o de uma bacia deflexão, utilizou-se 3 bacias para cada sondagem e
nos pontos onde não coincide utilizou-se 4 bacias (totalizando 52 bacias conforme
Tabela 3.8).
Tabela 3.8 – Quantitativo de retroanálise
km N. de bacias km N. de bacias Sondagem 1 177+490 4 Sondagem 9 203+000 3 Sondagem 2 180+900 3 Sondagem 10 208+000 3 Sondagem 3 183+995 4 Sondagem 11 213+000 3 Sondagem 4 185+195 4 Sondagem 12 216+400 3 Sondagem 5 186+510 4 Sondagem 13 221+400 3 Sondagem 6 187+130 4 Sondagem 14 226+000 3 Sondagem 7 192+130 4 Sondagem 15 231+000 3 Sondagem 8 197+130 4 Total 52
Fonte: autor
58
Em relação ao coeficiente de Poisson, foi utilizado conforme a Tabela 3.9 que
foi baseado em valores de Balbo (2007).
Tabela 3.9 – Valores de Coeficiente de Poisson adotados nesta pesquisa
Material Coeficiente de Poisson
Concreto Asfáltico 0,35
Brita Graduada Simples 0,40
Macadame Seco 0,40
Subleito 0,45 Fonte: autor
Os intervalos de módulos de resiliência para serem inseridos no programa
foram baseados em Medina e Motta (2015) que apresentam uma tabela de valores
médios calculados por Nobrega (2003). Baseado em Bueno (2016), foram utilizados
valores baixos para evitar compensação modular de uma camada por outra. Dessa
forma, para revestimentos asfálticos iniciou-se com valores próximos de 1000 a 2000
MPa, para camadas granulares de 50 a 200 MPa e para o Subleito de 20 a 150MPa.
Esses valores foram os utilizados inicialmente, ao longo da iteração houveram
variações conforme a necessidade de convergência.
O conceito de camadas aderidas ou não aderidas estão relacionados com o
fato de haver imprimação, pintura de ligação e travamento da base e sub-base
adequados. Neste trabalho foi utilizado camadas aderidas, devido as considerações
feita por Bueno (2016), onde ele encontrou valores menores para camadas aderidas.
Devido ao fato de todas as cargas estarem próximas dos 40 kN e da
temperatura entre pavimento e ar não estarem tão distantes, optou-se em não corrigir
esses valores.
Com relação ao critério de parada, foi utilizado o método do erro relativo
(proposto por Fernandes, 2000), conforme Tabela 3.10 e Equação 3.2, que tem uma
boa acurácia e não é tão exigente igual a outros métodos.
휀 (%) = ((𝐷𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜− 𝐷𝑟𝑒𝑡𝑟𝑜𝑎𝑛á𝑙𝑖𝑠𝑒)
𝐷𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜) ∗ 100 (3.2)
59
Onde,
D é a deflexão característica no ponto analisado
Tabela 3.10 – Critério de confiabilidade para retroanálise
Distância do ponto de aplicação de carga (mm) Erro admissível – ε (%)
0 10
200 10
300 10
450 10
600 20
900 20
1200 50
Fonte: FERNANDES, 2000
3.4 DIMENSIONAMENTO UTILIZANDO A FERRAMENTA MeDiNa v1.00
A terceira e última etapa é a aplicação dos conceitos da método mecanístico-
empírico utilizando o software MeDiNa v1.00. A ideia é calcular as áreas trincadas por
fadiga no fim da vida útil do pavimento e, se esse valor for superior a 30% (rodovia
principal com confiabilidade de 75%), será feito um novo dimensionamento,
apresentando novas espessuras da camada de reforço. A interface do programa é
simples, como mostra Figura 3.4, e para o estudo deste trabalho, onde será avaliado
apenas fadiga, é necessário informar o tráfego, o tipo de material utilizado, as
espessuras das camadas, o módulo de resiliência, o coeficiente de Poisson e os
coeficientes de regressão de fadiga.
Como o trecho de quase 56 km tem apenas 15 sondagens e 66 segmentos
homogêneos (SH), foi preciso fazer uma divisão da representatividade de cada
sondagem para cada trecho, o critério utilizado foi o da distância média entre as
sondagens e o valor do número N acumulado. A Tabela 3.11 mostra o resumo final
desse arranjo. Observa-se que os segmentos homogêneos que são obras de arte
especiais (OAE) foram desconsiderados no dimensionamento. Dessa forma dos 66
segmentos, foram utilizados 56 deles.
O software possui uma base de dados de materiais com ensaios feitos pela
COPPE/UFRJ e também tem a opção de adicionar valores de projeto.
60
Figura 3.4 – Interface MeDiNa v1.00
Fonte: Printscreen do MeDiNa v1.00 utilizando Windows 10
Nas propriedades de cada material deve ser informado os parâmetros,
características e os coeficientes de regressão para fadiga (materiais asfálticos e bases
cimentadas), dos coeficientes de deformação permanente (bases granulares e solos),
e do Flow Number para assegurar que o revestimento do pavimento executado com
material asfáltico resistirá à deformação permanente. Neste trabalho de conclusão de
curso não foram determinados os afundamentos em trilha de roda limite, logo não
foram utilizados valores de coeficientes de regressão para deformação permanente,
nem valores do ensaio de Flow Number, pois esse não é um defeito recorrente em
restaurações de rodovias.
Tabela 3.11 – Número de Segmentos Homogêneos (SH) e número N por sondagem
SH N acumulado (USACE) SH N acumulado (USACE)
Sondagem 1 4 4,39E+06 Sondagem 9 4 4,27E+06
Sondagem 2 2 4,39E+06 Sondagem 10 3 4,27E+06
Sondagem 3 2 4,39E+06 Sondagem 11 4 4,27E+06
Sondagem 4 2 4,39E+06 Sondagem 12 7 4,71E+06
Sondagem 5 1 4,39E+06 Sondagem 13 4 4,71E+06
Sondagem 6 3 4,07E+06 Sondagem 14 6 4,71E+06
Sondagem 7 7 4,07E+06 Sondagem 15 5 4,71E+06
Sondagem 8 2 4,27E+06 Total 56
Fonte: autor
61
A Tabela 3.12 apresenta as oito diferentes soluções adotadas pelo projeto do
DAER ao longo dos 55,84 km do trecho. Devido a limitação imposta pelo MeDiNa
v1.00, não é possível utilizar novas espessuras menores que 5 cm; dessa forma, foi
adotada uma nova solução baseado nesse limite. Também nos casos em que havia
fresagem descontinua, foi desconsiderado e considerado apenas a capa. Para
dimensionamento, a parte fresada foi subtraída da espessura antiga do revestimento
conforme os resultados de sondagens nas espessuras indicadas na Tabela 3.12.
Tabela 3.12 – Solução adotada pelo autor deste trabalho com espessuras finais utilizadas
Segmentos Homogêneos
Solução Adotada DAER
Solução Adotada pelo autor
Espessura revestimento asfáltico (cm)
Fresada Nova
1;46 (FRES+REC) Desc 10% 4 +
CAp4 CAp5 - 5,0
3;6-10;12-14;16;18;19;25-
30;33-36;50;52;57;64;66
(FRES+RECp) Cont 4 (FRES+RECp) Cont 5 5,0 5,0
4;5;11 RECON (MS20+BG20+CAp5) RECON
(MS20+BG20+CAp5) - 5,0
21;22;24;32;45;47;51;53;55
(FRES+REC) Desc 5% 4 + CAp4
CAp5 - 5,0
37-42;49;65 RECON (MS20+BG15+CAp5) RECON
(MS20+BG15+CAp5) - 5,0
43;58;60 (FRES+REC) Cont 4 + CAp4 (FRES+RECp) Cont 4 +
CAp 4 4,0 8,0
44;48 (FRES) Cont 4 + CAp5 (FRES) Cont 4 + CAp5 4,0 5,0
62 (FRES) Cont 4 + CAp6 (FRES) Cont 4 + CAp6 4,0 6,0
63 (FRES) Cont 4 + CAp7 (FRES) Cont 4 + CAp7 4,0 7,0
Fonte: autor
A Figura 3.5 mostra a representatividade de cada uma das 8 soluções
adaptadas para o MeDiNa v1.00 em relação à extensão total da rodovia. A solução de
maior representativa é a da (FRES+RECp) Cont 5 que perfaz quase 57% do trecho e
a de menor representatividade é a (FRES) Cont 4 + CAp7 em menos de 1% do trecho.
Figura 3.5 – Porcentagem de representatividade de cada solução de projeto da RSC
287 sobre sua extensão total
62
Fonte: autor
3.4.1 Parâmetros de regressão k1 e k2 para fadiga
Devido à falta de ensaios de fadiga nos materiais de campo da rodovia e dos
materiais novos utilizados na restauração do projeto CREMA RSC 287, foi necessário
buscar dados de coeficientes de regressão já ensaiados. Por não ter dados para os
materiais do pavimento antigo, foi considerado coeficientes de regressão de materiais
novos.
Por se tratar de uma obra em Santa Maria - RS, optou-se por escolher
parâmetros de materiais ensaiados aqui no Rio Grande do Sul que foram retirados da
dissertação de Rossato (2015) e da tese de Specht (2004) e, para fins de comparação,
foram utilizados dados da tese de Fritzen (2016) com ensaios realizados no Rio de
Janeiro com materiais de diversas partes do país. A Tabela 3.13 apresenta valores
dos coeficientes de fadiga k1 e k2 e os módulos de resiliência das camadas novas
para as combinações entre camada antiga de campo, que foi executada com CAP
50/70, e camada nova, que pelo projeto será executada com AMP 60/85 com
polímero. Também para fins de comparação foi considerado, para fazer a
combinação, que a camada antiga de revestimento se comporta como material
21%
56%
4%
11%
4%
2%1%
1%CAp5
(FRES+RECp) Cont 5
RECON (MS20+BG20+CAp5)
RECON (MS20+BG15+CAp5)
(FRES+RECp) Cont 4 + CAp 4
(FRES) Cont 4 + CAp5
(FRES) Cont 4 + CAp6
(FRES) Cont 4 + CAp7
63
granular pelo fato de existir número elevado de trincas no pavimento. Conforme a
Tabela 3.13 foram utilizadas 6 combinações por segmento em um total de 56
segmentos homogêneos, totalizando 336 diferentes estruturas de pavimento
analisadas. A tabela apresenta o tipo de ligante utilizado, o módulo de resiliência para
camada nova e os coeficientes de fadiga (k1 e k2). O módulo de resiliência da camada
antiga são os valores encontrados pela retroanálise da estrutura original, devido à falta
de informações a respeito dos coeficientes de fadiga, teve que ser adotado valores de
k1 e k2 da literatura para pavimentos novos.
Tabela 3.13 – Combinações de propriedades de materiais ensaiados no MeDiNa v1.00
Cód. Camada
nova MR
(MPa)
Coeficiente de Fadiga Camada antiga
Coeficiente de Fadiga
k1 k2 k1 k2
a AMP 65-90
Fritzen (2016) 3184 3,00E-11 -3,535
CAP 50/70 19,1mm Fritzen (2016)
1,00E-12 -3,599
b AMP 65-90
Fritzen (2016) 3184 3,00E-11 -3,535 Material Granular - -
c AMP 60/85
Rossato (2015) 4104 3,52E-01 -1,19
CAP 50/70 Specht (2004)
5,55E-06 -2,03
d AMP 60/85
Rossato (2015) 4104 3,52E-01 -1,19 Material Granular - -
e AMP 60/85
Rossato (2015) 4104 3,52E-01 -1,19
CAP 50/70 19,1mm Fritzen (2016)
1,00E-12 -3,599
f AMP 65-90
Fritzen (2016) 3184 3,00E-11 -3,535
CAP 50/70 Specht (2004)
5,55E-06 -2,03
Fonte: autor
O AMP 65/90 (FRITZEN, 2016) possui propriedades semelhantes ao AMP
60/85 de projeto, o que não influenciou tanto em sua utilização na comparação
Para não distorcer tanto o resultado optou-se por fazer a comparação entre
vários coeficientes de regressão e utilizar o pior caso, já que não foram feitos ensaios
de caracterização dos materiais.
64
4 RESULTADOS
Neste capitulo serão apresentados todos os resultados dos ensaios de
retroanálise e dimensionamento mecanístico-empírico, também será feita uma
discussão sobre os valores encontrados e as devidas considerações.
4.1 RESULTADOS DA RETROANÁLISE
A retroanálise é um processo que facilita a obtenção de valores, visto que um
ensaio de módulo de resiliência é mais caro e demorado, porém, a retroanálise ainda
é um causador de dúvidas no meio técnico.
Para finalizar a iteração foi utilizado, como critério de parada, o limite do erro
relativo conforme explicado na metodologia. A Figura 4.1 apresenta o resultado
apresentando da bacia 35 da sondagem 10 no km 207+980. Nota-se que o
comportamento da curva de deflexão em azul, com a calculada em vermelho ficaram
bem próximos. O valor do módulo calculado está situado na quarta coluna da segunda
Tabela da Figura 4.1.
Figura 4.1 – Resultado da retroanálise de uma bacia utilizando o BackSisPav
Fonte: Printscreen utilizando o Windows
65
Como os ensaios de FWD do projeto da RSC 287 são extensos (foram
realizados a cada 20 m no trecho de 55,86 km) optou-se por apresentar neste trabalho
apenas as tabelas com as 52 bacias utilizadas na retroanálise explicadas na
metodologia. Assim, encontra-se no APÊNDICE uma tabela com os valores das
deflexões calculadas pelo FWD e com módulos de resiliência encontrados para cada
bacia utilizando o BackSisPav. Com esses valores foi feito uma análise estatística
(será explicada a seguir) dos dados e os resultados da média, desvio padrão e
coeficiente de variação estão apresentados na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Resultados da retroanálise por sondagem
Módulo de Resiliência (MPa)
Módulo de Resiliência (MPa)
MR1 MR2 MR3 MR4 MR1 MR2 MR3 MR4
1
MÉDIA 3506 248 168 -
2
MÉDIA 4350 193 180 140
DESV.PAD 854,98 70,42 2,63 - DESV.PAD 353,55 10,61 28,28 0,00
CV (%) 24,38% 28,45% 1,57% - CV (%) 8,13% 5,51% 15,71% 0,00%
3
MÉDIA 1161 81 159 -
4
MÉDIA 4818 124 110 144
DESV.PAD 210,91 16,07 9,95 - DESV.PAD 736,09 39,02 34,11 12,95
CV (%) 18,17% 19,90% 6,28% - CV (%) 15,28% 31,41% 31,15% 9,01%
5
MÉDIA 2793 146 203 193
6
MÉDIA 3498 157 192 173
DESV.PAD 1784,71 78,20 27,23 32,79 DESV.PAD 1518,22 77,74 51,77 11,90
CV (%) 63,89% 53,56% 13,45% 17,03% CV (%) 43,40% 49,67% 26,93% 6,90%
7
MÉDIA 3537 182 236 210
8
MÉDIA 5823 278 296 -
DESV.PAD 677,65 61,15 30,67 8,52 DESV.PAD 3875,27 229,11 79,73 -
CV (%) 19,16% 33,60% 13,00% 4,06% CV (%) 66,55% 82,56% 26,91% -
9
MÉDIA 1753 199 218
10
MÉDIA 2554 209 170 -
DESV.PAD 137,18 1,41 3,54 - DESV.PAD 160,51 50,91 0,00 -
CV (%) 7,83% 0,71% 1,63% - CV (%) 6,29% 24,36% 0,00% -
11
MÉDIA 1275 45 101 -
12
MÉDIA 1550 75 132 -
DESV.PAD 35,36 5,00 6,36 - DESV.PAD 268,70 7,07 8,49 -
CV (%) 2,77% 11,11% 6,33% - CV (%) 17,34% 9,43% 6,43% -
13
MÉDIA 725 28 147 -
14
MÉDIA 2934 95 95 170
DESV.PAD 35,36 3,54 19,09 - DESV.PAD 23,33 7,07 7,07 0,00
CV (%) 4,88% 12,86% 13,03% - CV (%) 0,80% 7,44% 7,44% 0,00%
15
MÉDIA 700 17 125 -
DESV.PAD 34,65 2,12 7,07 -
CV (%) 4,95% 12,86% 5,66% -
Fonte: autor
66
Para sondagens com 3 camadas: revestimento, base e subleito, foi utilizado a
nomenclatura MR1, MR2 e MR3, respectivamente. E onde haviam 4 camadas:
revestimento, base, sub-base e subleito, foi chamado de MR1, MR2, MR3 e MR4,
respectivamente. Dessa forma para cada sondagem foi calculado o desvio padrão
amostral (DESV.PAD) e o coeficiente de variância (CV) dos MR1’s, depois dos MR2’s
e assim por diante. Com o valor do desvio padrão, foram determinados o limite
superior e o limite inferior e verificado quais valores estavam fora desse limite para
serem descartados e considerados só os que estavam dentro para cálculo da nova
média, novo desvio padrão e novo coeficiente de variância (CV).
Buscou-se manter um CV menor ou igual a 30%, porém devido à escassez de
sondagens no projeto, precisou-se fazer uma consideração em função da distância
média de cada segmento homogêneo para cada sondagem. Isso pode ter causado
uma suposição diferente daquela encontrada no campo, o que gerou valores muito
altos de CV, por exemplo, para as sondagens 5, 6 e 8. Para solucionar esse problema
mais sondagens seriam necessárias.
Em uma análise geral das 15 sondagens foi determinado o módulo de
resiliência característico para cada um dos tipos de materiais encontrados nas
camadas do pavimento. Para todos os revestimentos executados com concreto
asfáltico, feitos com CAP 50/70, obtiveram valores entre 700 MPa e 5823 MPa com
média de 2731 MPa e desvio padrão de 1547,5 MPa. Já para camadas de base ao
longo do trecho foram utilizados dois tipos de materiais: Brita Graduada Rosa com
valores entre 28 MPa e 278 MPa tendo uma média de 133 MPa e desvio padrão de
96 MPa; Brita Graduada Marrom com valores entre 17 MPa e 248MPa, média de 143
MPa e desvio padrão de 71 MPa. E por último, a camada de subleito com valores
entre 101 MPa e 296 MPa, média de 170 MPa e desvio padrão de 46,97 MPa.
Além do fato da limitação em ensaios de sondagem, a grande variabilidade
também pode ser originada pelo fato de que a rodovia passou por diversas
intervenções ao longo do tempo, o que ocasiona a presença de materiais com
diferentes idades e qualidades.
67
4.2 RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO
Com as soluções da Tabela 3.12 foi realizado o dimensionamento utilizando o
software MeDiNa v1.00, que ainda se encontra em fases de testes. A Figura 4.2
apresenta o resultado de um dimensionamento feito no programa.
O software apresenta de forma simples as camadas, seus materiais e suas
propriedades e os dados do tráfego do pavimento. A utilização do software se deu em
duas etapas: primeiro foi feito uma análise da estrutura, onde foi calculado a
porcentagem de área trincada – AT (neste caso para 6 anos). O software só aceita
valor mínimo de projeto para 10 anos, dessa forma o N acumulado final foi ajustado
para que o N total fique igual ao N do projeto para o período de 6 anos. O valor da
deformação permanente não foi levado em conta, visto que, não foram inseridos
parâmetros de regressão para ser possível ter valores condizentes. A segunda etapa
consistiu no redimensionamento dos segmentos que tiveram uma AT > 30%.
Figura 4.2 – Dimensionamento de uma estrutura de pavimento utilizando MeDiNa v1.00
Fonte: Printscreen utilizando o Windows
68
Foi definido como pior caso entre as 6 combinações de estruturas que
aparecem na Tabela 3.13, aquelas que tinha o maior valor de área trincada. Após
processar as 336 diferentes estruturas da combinação da Tabela 3.12 com a Tabela
3.13 chegou-se a conclusão, conforme a Tabela 4.2, que a pior combinação foi o “a”.
O caso “a” é a estrutura AMP 65/90 (Fritzen, 2016) no revestimento novo e CAP 50/70
(Fritzen, 2016) no revestimento antigo. Porém, foi encontrado valores próximos para
o caso “e” que é composto por AMP 60/85 (Rossato,2015) no revestimento novo e
CAP 50/70 (Fritzen, 2016) no revestimento antigo. Como os valores do caso “e” deram
parecidos com o do caso “a” (com exceção da reconstrução que teve uma grande
variabilidade devido ao fato do material utilizado nos casos “c”, “d” e “e” terem módulo
de resiliência maior (Rossato, 2015) do que dos outros casos (Fritzen, 2016)), optou-
se por escolher como valores críticos a porcentagem de área trincada do caso “e” pelo
fato de que no caso “e” foram utilizados materiais da região para execução dos
ensaios para o cálculo dos coeficientes de regressão.
Nos casos “b” e “d” são, respectivamente, AMP 65-90 (Fritzen, 2016) no
revestimento novo e Material Granular simulando o revestimento antigo, e AMP 60/85
(Rossato, 2015) no revestimento novo e Material Granular simulando o revestimento
antigo. Essa consideração de Material Granular no revestimento antigo foi feita devido
ao elevado número de trincas FC-2 e FC-3 na pista, porém no dimensionamento
constatou-se que as % de área trincada deram valores muito baixos, talvez devido ao
fato de ter sido utilizado um módulo de resiliência alto (da retroanálise do revestimento
asfáltico).
Nos casos “c” e “f” são, respectivamente, AMP 65-90 Rossato (2015) no
revestimento novo e CAP 50/70 Specht (2004) no revestimento antigo, e AMP 60/85
Fritzen (2016) no revestimento novo, e CAP 50/70 Specht (2004) no revestimento
antigo. Para essas duas situações não houveram porcentagens significativas de área
trincada, apenas uma comprovação da influência do módulo de resiliência nos
resultados, onde o caso “c” apresentou % de área trincada menor que o caso “f”,
devido ao fato do MR em “c” ser levemente superior ao do MR em “f”.
A Tabela 4.3 apresenta as médias encontradas para cada um dos 8 diferentes
tipos de soluções utilizadas no dimensionamento.
69
Tabela 4.2 – Porcentagem de área trincada por fadiga em cada seg. homogêneo
So
na
ge
m
Seg. Homogêneo
Solução adotada
% área trincada
No
va
So
luç
ão
?
a b c d e f
1
1 CAp5 12,04 2,10 5,84 0,57 11,43 6,00 Não
3 (FRES+RECp) Cont 5 23,87 4,85 7,76 0,71 22,47 8,03 Não
4 e 5 RECON (MS20+BG20+CAp5) 39,71 39,63 1,61 1,61 1,61 39,71 Não
2 6 e 7 (FRES+RECp) Cont 5 58,42 15,51 11,58 1,18 55,69 12,27 Sim
3 8 e 9 (FRES+RECp) Cont 5 99,00 23,57 21,71 1,38 99,00 22,98 Sim
4 10 (FRES+RECp) Cont 5 69,72 41,53 12,69 1,36 65,79 14,08 Sim
11 RECON (MS20+BG20+CAp5) 45,35 45,25 1,70 1,69 1,70 45,35 Não
5 12 (FRES+RECp) Cont 5 85,96 19,19 14,65 1,28 82,53 15,55 Sim
6 13;14 e 16 (FRES+RECp) Cont 5 74,99 19,76 12,72 1,28 71,49 13,60 Sim
7
18; 19; 25 e 26
(FRES+RECp) Cont 5 67,43 16,87 11,95 1,21 64,27 12,64 Sim
21; 22 e 24 CAp5 28,07 6,04 7,97 0,77 26,24 8,30 Não
8 27 e 28 (FRES+RECp) Cont 5 26,52 9,20 7,98 0,94 25,10 8,26 Não
9 29; 30 e 33 (FRES+RECp) Cont 5 82,12 11,99 13,84 1,06 79,12 14,34 Sim
32 CAp5 43,13 6,66 10,15 0,80 40,96 10,15 Sim
10 34; 35 e 36 (FRES+RECp) Cont 5 67,11 10,35 12,28 1,05 64,14 12,77 Sim
11 37 - 40 RECON (MS20+BG15+CAp5) 50,49 50,23 1,77 1,77 1,77 50,49 Não
12
41 e 42 RECON (MS20+BG15+CAp5) 53,48 53,25 1,81 1,81 1,81 53,48 Não
43 (FRES+RECp) Cont 4 + CAp 4 80,58 20,62 14,35 1,32 74,69 15,37 Sim
44 (FRES) Cont 4 + CAp5 99,00 19,23 19,70 1,30 99,00 20,93 Sim
45-47 CAp5 76,33 9,99 14,11 0,99 72,74 14,76 Sim
13
48 (FRES) Cont 4 + CAp5 78,90 11,19 14,54 1,04 75,82 15,13 Sim
49 RECON (MS20+BG15+CAp5) 50,49 50,20 1,77 1,76 1,77 50,49 Não
50 (FRES+RECp) Cont 5 85,40 11,77 15,41 1,06 82,35 16,06 Sim
51 CAp5 54,72 9,61 11,77 0,97 52,17 12,18 Sim
14
52 e 57 (FRES+RECp) Cont 5 99,00 29,71 18,03 1,51 98,55 19,75 Sim
53 e 55 CAp5 49,81 8,43 11,06 0,92 46,32 11,69 Sim
58 e 60 (FRES+RECp) Cont 4 + CAp 4 58,62 22,10 11,83 1,35 53,22 12,75 Sim
15
62 (FRES) Cont 4 + CAp6 99,00 27,74 24,57 1,50 99,00 26,34 Sim
63 (FRES) Cont 4 + CAp7 99,00 27,95 21,88 1,50 99,00 23,56 Sim
64 e 66 (FRES+RECp) Cont 5 99,00 29,56 30,01 1,54 99,00 32,18 Sim
65 RECON (MS20+BG15+CAp5) 57,38 57,00 1,87 1,87 1,87 57,38 Não
Fonte: autor
70
Tabela 4.3 – Média da % de área trincada por tipo de solução adotada
Solução de projeto % área trincada
a b c d e f
CAp5 47,52 7,57 10,56 0,86 44,92 10,99
(FRES+RECp) Cont 5 73,01 18,01 14,57 1,20 70,71 15,46
RECON (MS20+BG20+CAp5) 41,59 41,50 1,64 1,64 1,64 41,59
RECON (MS20+BG15+CAp5) 52,10 51,83 1,79 1,79 1,79 52,10
(FRES+RECp) Cont 4 + CAp 4 65,94 21,61 12,67 1,34 60,38 13,62
(FRES) Cont 4 + CAp5 88,95 15,21 17,12 1,17 87,41 18,03
(FRES) Cont 4 + CAp6 99,00 27,74 24,57 1,50 99,00 26,34
(FRES) Cont 4 + CAp7 99,00 27,95 21,88 1,50 99,00 23,56
Média total 70,89 26,43 13,10 1,38 58,11 25,21
Desvio Padrão 22,97 14,40 8,39 0,30 39,46 14,53
Coeficiente de Variação - CV 32,4% 54,5% 64,1% 21,5% 67,9% 57,6%
Fonte: autor
Conferindo os valores na coluna de pior caso, a “e”, foi classificado cada
segmento homogêneo na necessidade ou não de nova solução (onde AT> 30%). O
coeficiente de variação alto no caso “e” ocorreu por conta das soluções de
reconstrução. Se desconsiderar essas soluções, o CV para caso “e” fica em 38%
contra 29% do caso “a”.
Com auxílio da Tabela 4.2 é possível identificar quais os tipos de soluções que
possivelmente não atenderão ao critério de fadiga no final dos 6 anos de projeto do
reforço feito pelo DAER. Dos 18 segmentos que não precisaram de nova solução,
apenas 7 não é reconstrução. A Figura 4.3 apresenta cada solução adota com a
necessita ou não de nova solução expressa em porcentagem de segmentos
homogêneos, também é apresentado o número total de segmentos para cada solução
no trecho.
Ficou bem visível que a solução de fresagem de 5 cm com recomposição de
capa com 5 cm de espessura não ficou adequado, conforme essa análise mecanicista
para o tipo de rodovia escolhido em relação à fadiga: quase 90% dos segmentos
homogêneos com esta solução necessitam de novo dimensionamento. E esse tipo de
solução perfaz quase 60% da extensão do trecho. Já a solução de capa com 5 cm de
espessura (CAp5) apesar de ser positiva para alguns trechos, o projeto considera
fresagem descontínua nessas soluções, o que pode agravar o problema de reflexão
71
de fissuras. Nos outros trechos considerando a fresagem, está supondo uma correção
no problema da reflexão.
Figura 4.3 - Análise da necessidade de nova solução nos segmentos homogêneos (SH)
Fonte: autor
Utilizando o projeto do DAER, a vida útil de 6 anos não seria atingida por todos
os segmentos homogêneos, ou seja, irá surgir área trincada maior que 30% antes do
prazo. A Tabela 4.4 mostra o tempo (em anos) dos segmentos homogêneos que terão
a porcentagem limite de AT atingida antes do prazo de vida útil de projeto da RSC
287, determinada pelo DAER. Os segmentos piores são os 64 e 66 com previsão de
atingir os 30% em apenas 1,5 ano. Por isso, houve a necessidade de aumentar as
espessuras desses segmentos.
A segunda etapa consistiu no dimensionamento automático (disponível na
versão v1.00) dos segmentos que tiveram AT>30% e precisam de nova solução
conforme mostrado na Tabela 4.2. O programa calcula a espessura mínima
necessária para que a área trincada seja próxima de 30% que é o limite imposto pelo
software neste tipo de rodovia considerado para RSC 287 (rodovia principal).
A Tabela 4.5 apresenta as espessuras mínimas necessárias para cada
segmento homogêneo. Houve um aumento considerado nas espessuras com uma
variação percentual entre 38,75% até 238%.
63,6%88,9% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
36,4%11,1%
100,0% 100,0%
CA
P5
(F
RE
S+
RE
CP
)
CO
NT
5
RE
CO
N
(M
S2
0+
BG
20
+C
AP
5)
RE
CO
N
(M
S2
0+
BG
15
+C
AP
5)
(F
RE
S+
RE
CP
)
CO
NT
4 +
CA
P
4
(F
RE
S) C
ON
T
4 +
CA
P5
(F
RE
S) C
ON
T
4 +
CA
P6
(F
RE
S) C
ON
T
4 +
CA
P7
% D
E S
H
SOLUÇÃO ADAPTADA DO PROJETO RSC287 DAER
Necessita de Redimensionamento Não necessita de Redimensionamento
11 SH 27 SH 3 SH 8 SH 3 SH 2 SH 1 SH 1 SH
72
Tabela 4.4 – Vida útil dos segmentos homogêneos que não atenderão ao critério de fadiga ao final dos 6 anos do projeto do DAER, calculado pelo MeDiNa v1.00.
Sondagem SH AT (6 anos) - % Tempo até atingir 30% AT (anos)
2 6 e 7 55,69 4,0
3 8 e 9 99,00 2,0
4 10 65,79 4,0
5 12 82,53 3,0
6 13;14 e 16 71,49 3,5
7 18; 19; 25 e 26 64,27 4,0
9 29; 30 e 33 79,12 3,5
32 40,96 5,0
10 34; 35 e 36 64,14 4,0
12
43 74,69 3,5
44 99,00 2,0
45-47 72,74 3,5
13
48 75,82 3,5
50 82,35 3,0
51 52,17 4,5
14
52 e 57 98,55 3,0
53 e 55 46,32 4,5
58 e 60 53,22 4,5
15
62 99,00 2,0
63 99,00 2,0
64 e 66 99,00 1,5
Fonte: autor
Tabela 4.5 – Resultado das novas espessuras para atender ao critério de fadiga
SH Espessura projeto DAER
(cm) Nova espessura
Mínima (cm) %
aumento % área trincada
caso “e”
6 e 7 5,00 8,80 76,00 28,66
8 e 9 5,00 14,00 180,00 29,54
10 5,00 9,10 82,00 29,6
12 5,00 10,60 112,00 30,01
13; 14 e 16 5,00 9,50 90,00 29,77
18; 19; 25 e 26 5,00 9,10 82,00 29,88
29;30 e 33 5,00 10,80 116,00 29,89
32 5,00 7,00 40,00 29,59
34; 35 e 36 5,00 9,40 88,00 29,87
43 8,00 13,30 66,25 30,03
44 5,00 13,30 166,00 30,03
45; 46 e 47 5,00 10,60 112,00 29,13
48 5,00 11,30 126,00 30,07
50 5,00 11,90 138,00 29,81
51 5,00 8,90 78,00 29,79
52 e 57 5,00 12,00 140,00 29,6
53 e 55 5,00 7,50 50,00 29,43
58 e 60 8,00 11,10 38,75 29,76
62 6,00 16,40 173,33 30,06
63 7,00 16,50 135,71 29,67
64 e 66 5,00 16,90 238,00 29,92
Fonte: autor
73
A espessura média passou de 5 cm para 9 cm, um acréscimo de 80%. O que
gera um grande impacto financeiro na obra. A Tabela 4.6 apresenta o custo médio por
metro cúbico do concreto asfáltico com polímero Faixa C DNIT através da planilha
disponível de custos SICRO – DNIT do mês de novembro/2017, o valor do AMP 60/85
da tabela da Agência Nacional do Petróleo (ANP) do mês de março de 2018, e o
transporte que está baseado em informações do projeto da RSC 287. Não foi
considerado a Bonificação por Despesas Indiretas (BDI).
Tabela 4.6 – Levantamento dos custos da execução do concreto asfáltico
Descrição Item Custo /m³
Concreto asfáltico com asfalto polímero - faixa C - areia e brita comerciais R$ 258,14
AMP 60/85 com polímero R$ 386,56
Transporte Massa asfáltica para DMT = 45,76 Km R$ 84,72
Transporte AMP 60/85 com polímero com DMT = 283 Km R$ 289,80
Custo sem BDI R$ 1.019,23
Fonte: autor
Com as soluções do DAER, teria um consumo de 19.259 m³ de Concreto
asfáltico a um custo de R$ 19.629.250,14 reais, já com o MeDiNa v1.00 um consumo
de 32.938,4 m³ a um custo de R$ 33.571.687,09 reais. Um aumento de 13.679,4 m³
que representa um montante a mais de R$ 13.942.436,95 reais. Isto representa, a
curto prazo, um aumento de quase 70%. Porém, precisaria de um estudo mais
detalhado, fazer uma análise mais minuciosa das possíveis soluções para verificar a
viabilidade. Já que, como foi mostrado, utilizando o projeto do DAER ocorreria elevado
número de áreas trincadas por fadiga antes de atingir a vida útil de 6 anos do
pavimento.
74
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 CONCLUSÃO
Seguindo os objetivos deste trabalho, foram executados os procedimentos de
análise da estrutura projetada pelo DAER para cálculo da porcentagem de área
trincada por fadiga. Os segmentos que tiveram área trincada por fadiga maior que
30%, foram redimensionados para buscar a nova espessura necessária.
Após a análise, verificou-se que, dos 56 segmentos homogêneos, 38 atingiram
área de trincas causadas por fadiga maior que o permitido, ou seja, quase 70% dos
segmentos homogêneos. A grande parte dos segmentos tinham como solução a
fresagem de 5 cm de espessura com recomposição em CA de 5 cm. Com a nova
solução final de projeto deste trabalho, as espessuras passaram de 5 cm para 9 cm.
Já com relação ao consumo de concreto asfáltico, houve um aumento de 71%
a um custo final no projeto em torno de 35% maior. Porém a solução pelo MeDiNa
duraria os 6 anos contra a média de 4 anos para as soluções de projeto do DAER.
O MeDiNa v1.00 é um software que está em fase de testes e necessita de
aprimoramentos. Para realização deste trabalho foi necessário fazer várias
considerações. O programa não prevê trechos que serão fresados, não foi analisado
a variação do módulo de resiliência antes e após a fresagem. Também, as sondagens
do trecho eram insuficientes, o que precisou ser assumido intervalos de validade para
cada sondagem baseado na distância média entre elas. Outra questão está
relacionada ao fato de não haver dados suficientes dos coeficientes de regressão
linear de fadiga k1 e k2, que são importantes parâmetro para a avaliação. Por causa
disso, houve uma expressiva variação nos resultados. A melhor solução seria recolher
amostras do material em campo e fazer os devidos ensaios para caracterização dos
materiais do pavimento.
Com esse trabalho, tem-se uma noção da necessidade de mudança do método
atual, onde há necessidade de buscar novas informações acerca dos materiais
utilizados no país e realizar a devida calibração campo-laboratório.
75
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Sugere-se as seguintes atividades para dar continuidade ou melhorar a acurácia
dos valores encontrados neste trabalho:
a) Fazer análise de bacias de deflexão com viga Benkelman ou FWD antes e após
a execução dos serviços de fresagem, é importante saber quão expressiva é
essa variabilidade, visto que essa diferença influência nos valores de módulo
de resiliência;
b) Realizar ensaios laboratoriais de caracterização dos materiais locais para
cálculo, por exemplo, dos parâmetros de regressão k1 e k2 que conforme
mostrado ao longo desse trabalho, possuem uma fundamental importância no
resultado final;
c) Realizar estudos utilizando geogrelhas, geossintéticos ou outro material como
camada antirreflexão de fissuras para avaliar a melhoria na porcentagem de
área trincada ao final da vida útil do pavimento.
76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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77
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78
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79
APÊNDICE
(Continua)
Bacias Deflectométricas obtidas pelo FWD e MR calculados por retroanálise
Sondagem Bacia D0 D20 D30 D45 D65 D90 D120 MR_1 MR_2 MR_3 MR_4
1
1 BACIA CAMPO 316 239 193 144 96 76 55
2275,000 250,000 170,000
BACIA RETRO 322 240 197 148 105 74 54
2 BACIA CAMPO 293 259 206 151 98 77 55
3800,000 170,000 165,000
BACIA RETRO 308 246 208 161 115 79 56
3 BACIA CAMPO 273 230 190 138 91 70 52
3700,000 230,000 170,000
BACIA RETRO 286 227 192 149 108 76 55
4 BACIA CAMPO 240 210 181 142 95 75 54
4250,000 340,000 166,000
BACIA RETRO 263 212 182 145 109 80 59
2
5 BACIA CAMPO 441 342 266 192 126 102 80
4600,000 185,000 200,000 140,000 BACIA RETRO 485 343 259 177 121 87 65
6 BACIA CAMPO 510 370 270 181 112 90 67
4100,000 -1 160,000 140,000 BACIA RETRO 529 370 275 183 121 86 63
7 BACIA CAMPO 507 327 247 176 98 84 37
-1 200,000 -1 -1 BACIA RETRO 505 337 246 163 109 76 55
3
8 BACIA CAMPO 559 416 293 169 94 64 48
1200,000 84,000 160,000
BACIA RETRO 559 375 277 177 108 72 53
9 BACIA CAMPO 506 378 274 185 95 71 49
1444,000 80,000 169,000
BACIA RETRO 529 364 271 175 106 69 51
10 BACIA CAMPO 584 392 287 182 102 68 50
1000,000 99,000 145,000
BACIA RETRO 595 392 289 187 118 80 59
11 BACIA CAMPO 657 445 307 176 91 63 49
1000,000 60,000 160,000
BACIA RETRO 659 431 309 189 109 71 54
4
12 BACIA CAMPO 567 417 325 224 132 78 57
5000,000 138,000 92,000 133,000 BACIA RETRO 582 425 325 218 139 92 66
13 BACIA CAMPO 601 515 389 231 120 77 53
5500,000 88,000 70,000 150,000 BACIA RETRO 644 475 359 229 131 77 54
14 BACIA CAMPO 505 373 295 206 122 84 55
5000,000 173,000 138,000 133,000 BACIA RETRO 515 374 286 196 132 92 68
15 BACIA CAMPO 626 420 316 198 109 73 51
3772,000 98,000 138,000 159,000 BACIA RETRO 631 432 308 186 108 71 53
5
16 BACIA CAMPO 385 301 234 159 94 66 43
4900,000 121,000 240,000 165,000 BACIA RETRO 389 296 235 165 109 74 54
17 BACIA CAMPO 549 263 227 143 83 60 40
550,000 255,000 175,000 180,000 BACIA RETRO 546 298 209 141 96 68 50
18 BACIA CAMPO 390 279 195 125 62 44 29 3056,000 138,000 195,000 240,000
80
Bacias Deflectométricas obtidas pelo FWD e MR calculados por retroanálise
Sondagem Bacia D0 D20 D30 D45 D65 D90 D120 MR_1 MR_2 MR_3 MR_4
BACIA RETRO 395 273 201 126 74 48 35
19 BACIA CAMPO 532 379 276 162 86 58 39
2667,000 70,000 200,000 185,000 BACIA RETRO 542 381 281 174 99 62 46
6
20 BACIA CAMPO 424 326 241 156 89 66 46
4611,000 123,000 185,000 170,000 BACIA RETRO 427 315 243 164 105 71 52
21 BACIA CAMPO 305 238 184 124 79 58 44
5000,000 270,000 260,000 190,000 BACIA RETRO 329 242 190 135 93 66 49
22 BACIA CAMPO 506 332 254 161 88 61 42
2167,000 138,000 190,000 165,000 BACIA RETRO 507 338 245 158 102 72 54
23 BACIA CAMPO 602 411 295 180 98 68 45
2214,000 95,000 134,000 165,000 BACIA RETRO 609 412 295 181 108 72 53
7
24 BACIA CAMPO 301 240 188 125 74 53 36
4500,000 270,000 265,000 198,000 BACIA RETRO 325 234 181 127 87 62 46
25 BACIA CAMPO 416 293 213 134 74 49 33
3278,000 150,000 210,000 210,000 BACIA RETRO 418 287 210 135 84 58 43
26 BACIA CAMPO 391 272 190 111 69 49 31
2925,000 175,000 260,000 215,000 BACIA RETRO 392 262 190 122 80 57 42
27 BACIA CAMPO 418 284 208 132 72 46 30
3444,000 133,000 209,000 217,000 BACIA RETRO 418 288 210 133 81 55 41
8
28 BACIA CAMPO 184 154 131 104 68 53 37
11600,000 500,000 250,000
BACIA RETRO 202 159 131 99 71 51 37
29 BACIA CAMPO 248 187 156 119 79 56 37
4500,000 450,000 220,000
BACIA RETRO 270 195 153 112 80 58 42
30 BACIA CAMPO 429 316 220 123 52 27 20
3525,000 90,000 315,000
BACIA RETRO 443 300 210 116 56 32 25
31 BACIA CAMPO 457 309 214 107 43 16 15
3667,000 70,000 400,000
BACIA RETRO 468 316 219 115 48 23 19
9
32 BACIA CAMPO 386 275 201 140 99 58 43
-1 200,000 -1
BACIA RETRO 387 274 213 138 99 69 50
33 BACIA CAMPO 377 256 185 116 67 50 37
1656,000 -1 220,000
BACIA RETRO 380 251 186 123 80 55 40
34 BACIA CAMPO 383 259 192 121 71 51 41
1850,000 198,000 215,000
BACIA RETRO 383 259 194 129 83 57 42
10
35 BACIA CAMPO 407 283 212 142 80 59 45
2440,000 173,000 -1
BACIA RETRO 407 284 214 142 90 60 44
36 BACIA CAMPO 316 251 199 141 91 65 47
-1 245,000 170,000
BACIA RETRO 346 259 207 151 105 73 53
81
Bacias Deflectométricas obtidas pelo FWD e MR calculados por retroanálise
Sondagem Bacia D0 D20 D30 D45 D65 D90 D120 MR_1 MR_2 MR_3 MR_4
37 BACIA CAMPO 617 465 347 220 111 69 48
2667,000 -1 170,000
BACIA RETRO 622 463 357 230 128 70 48
11
38 BACIA CAMPO 868 661 536 366 201 120 58
-1 40,000 96,000
BACIA RETRO 868 654 515 349 210 127 87
39 BACIA CAMPO 903 706 573 402 241 147 71
1250,000 45,000 -1
BACIA RETRO 953 702 546 367 224 141 100
40 BACIA CAMPO 845 638 484 339 170 116 56
1300,000 50,000 105,000
BACIA RETRO 849 613 469 307 182 112 81
12
41 BACIA CAMPO 658 485 379 264 148 90 47
1360,000 70,000 126,000
BACIA RETRO 680 490 378 252 153 95 67
42 BACIA CAMPO 622 469 382 280 167 96 42
1740,000 -1 138,000
BACIA RETRO 645 480 376 254 151 89 60
43 BACIA CAMPO 505 390 309 207 117 72 37
-1 80,000 -1
BACIA RETRO 525 391 308 210 128 78 54
13
44 BACIA CAMPO 574 453 365 257 152 92 43
-1 30,000 160,000
BACIA RETRO 611 413 332 242 157 93 57
45 BACIA CAMPO 497 410 328 231 132 78 31
700,000 25,000 -1
BACIA RETRO 546 376 304 221 142 81 46
46 BACIA CAMPO 463 365 307 235 146 98 51
750,000 -1 133,000
BACIA RETRO 499 343 282 215 152 103 71
14
47 BACIA CAMPO 529 388 297 197 107 68 46
-1 100,000 100,000 170,000 BACIA RETRO 535 390 297 194 115 71 51
48 BACIA CAMPO 449 330 238 167 92 66 47
2950,000 -1 -1 170,000 BACIA RETRO 453 323 245 164 105 72 53
49 BACIA CAMPO 569 421 320 218 119 86 61
2917,000 90,000 90,000 -1 BACIA RETRO 573 419 321 210 124 76 54
15
50 BACIA CAMPO 1031 792 596 364 176 86 40
-1 18,000 130,000
BACIA RETRO 1105 727 541 336 175 88 57
51 BACIA CAMPO 622 455 357 244 136 86 51
675,000 -1 120,000
BACIA RETRO 636 431 336 235 152 100 71
52 BACIA CAMPO 766 567 448 268 131 58 18
724,000 15,000 -1
BACIA RETRO 768 540 417 268 138 58 27
Nota1: Valores suprimidos após realizar a análise estatística e eliminar dados fora do limite inferior
e/ou superior.