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SANDRA LUCI PEREIRA ROCHA NASCIMENTO AVALIAÇÃO DE RESULTADO DO CAIXA HOSPITAIS Monografia apresentada ao II Curso de Especialização em Orçamento e Políticas Públicas da Associação Brasileira de Orçamento Público e ao Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da Universidade de Brasília, para obtenção do título de Especialista em Políticas Públicas. Aprovada em______/______ /________ BANCA EXAMINADORA ___________________________________ Prof. Paulo Carlos du Pin Calmon Universidade de Brasília Brasília 2007

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SANDRA LUCI PEREIRA ROCHA NASCIMENTO AVALIAÇÃO DE RESULTADO DO CAIXA HOSPITAIS

Monografia apresentada ao II Curso de Especialização em Orçamento e Políticas Públicas da Associação Brasileira de Orçamento Público e ao Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da Universidade de Brasília, para obtenção do título de Especialista em Políticas Públicas.

Aprovada em______/______ /________

BANCA EXAMINADORA ___________________________________ Prof. Paulo Carlos du Pin Calmon Universidade de Brasília

Brasília

2007

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AGRADECIMENTOS

À minha família que deposita em mim a mesma confiança de sempre.

À Caixa Econômica Federal, por meio da Superintendência Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social – SUDEN, pelo financiamento de parte deste

curso.

À Superintendente Nacional, Claudia Brandão de Serpa e à Gerente

Nacional Jaira Maria Alba Puppim, pela oportunidade de fazer o curso.

A toda a equipe da Gerência Nacional de Políticas Sociais – GEPOS,

pela ajuda na coleta das informações e revisão do conteúdo desta monografia,

especialmente aos colegas Lélio Alberto Sartini, Fernanda Martins Viana de Castro,

Abigail Vieira Queiroga, Leonardo Linhares Ruivo, Daniella Fernanda Aguiar de

Almeida, Adriana Carvalho da Silva, Aline de Sousa Chaves de Oliveira e Thiago

Máximo de Andrade.

Ao Senhor Paulo Carlos du Pin Calmon, pelo auxílio na revisão,

editoração e normalização da monografia.

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RESUMO

NASCIMENTO, S. Avaliação de Resultado do CAIXA Hospitais. Monografia apresentada a Associação Brasileira de Orçamento e ao Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da Universidade de Brasília como requisito para a obtenção do título de Especialista em Políticas Públicas, 2007.

Essa monografia foi elaborada como requisito para o curso de Pós-Graduação de Latu

Sensu em Orçamento e Políticas Públicas da Associação Brasileira de Orçamento e

Universidade de Brasília – UnB, e apresenta uma avaliação de resultado da operação de

crédito CAIXA Hospitais, de gestão da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Esse

trabalho tem a finalidade de verificar o desempenho operacional e de resultado social

alcançado pela linha de crédito CAIXA Hospitais operacionalizado pela CAIXA, na

qualidade de agente financeiro, e o Ministério da Saúde – MS, como agente repassador

dos recursos do SUS, às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

Palavras-chave: Hospitais filantrópicos, linha de crédito, avaliação, SUS.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS.......................................................................................... 2

RESUMO.............................................................................................................. 3

SUMÁRIO............................................................................................................ 4

LISTA DE SIGLAS .............................................................................................. 5

1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 7

2 A SAÚDE NO BRASIL......................................................................... 9

2.1 Histórico da Saúde no Brasil ..................................................................9

2.2 A criação do SUS................................................................................. 16

2.3 A descentralização do SUS .................................................................. 20

2.4 As Santas Casas no Brasil .................................................................... 21

2.4.1 As Santas Casas e o SUS ..................................................................... 23

3 A OPERAÇÃO CAIXA HOSPITAIS .................................................. 25

3.1 O início da operacionalização na CAIXA............................................. 25

3.2 Público Alvo ........................................................................................ 27

3.3 Atores Envolvidos ............................................................................... 28

4 AVALIAÇÃO ..................................................................................... 29

4.1 Metodologia......................................................................................... 29

4.2 Avaliação: Conceito e especificidade ................................................... 31

4.3 Apresentação do problema................................................................... 32

4.4 Apresentação dos Resultados ............................................................... 33

5 CONCLUSÃO..................................................................................... 36

6 BIBLIOGRAFIA ................................................................................. 40

ANEXO A – QUESTIONÁRIO .......................................................................... 42

ANEXO B – MODELO PESQUISA SEMI ESTRUTURADA............................ 44

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LISTA DE SIGLAS

ABH – Associação Brasileira de Hospitais

ABOP – Associação Brasileira de Orçamento Público

ABRAMGE – Associação Brasileira de Medicina de Grupo

AIS – Ações Integradas de Saúde

BACEN – Banco Central do Brasil

BNDES – Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social

CAIXA – Caixa Econômica Federal

CEOPP – Curso de Especialização em Orçamento e Políticas Públicas

CIT – Comissão Intergestores Tripartite

CMB – Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades

Filantrópicas

CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social

CONASP – Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária

CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde

CONASEMS – Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde

CSN – Conselho Nacional de Saúde

DNERU – Departamento Nacional de Endemias Rurais

FNS – Fundo Nacional de Saúde

GECOL – Gerência Nacional de Apóio aos Colegiados

GEPJU – Gerência Nacional de Pessoa Jurídica

GEPOS – Gerência Nacional de Políticas Sociais

GEPRE – Gerência Nacional de Precificação

INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

INCA – Instituto Nacional do Câncer

INPS – Instituto Nacional da Previdência Social

LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social

MEC – Ministério da Educação e Cultura

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social

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MN – Manual Normativo

MPAS Ministério da Previdência e Assistência Social

MS – Ministério da Saúde

NOB – Norma Operacional Básica

NP3 – Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas

PAB – Piso de Atenção Básica

PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PIASS – Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento

PSF – Programa de Saúde da Família

SIAPI – Sistema de Aplicações Financeiras

SIATE – Sistema de Atendimento

SICRS – Sistema de Custos, Receitas e Resultados Segmentados

SUCAM – Superintendência de Campanhas de Saúde Pública Ministério da Saúde

SUDEN – Superintendência Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

SUDS – Sistema Único Descentralizado de Saúde

SUPLA – Superintendência Nacional de Planejamento Financeiro

SUS – Sistema Único de Saúde

UnB – Universidade de Brasília

VIURB – Vice-Presidência de Desenvolvimento Urbano e Governo

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1 INTRODUÇÃO

Encontrar respostas para a destinação dos recursos utilizados na

implementação de projetos e programas é um desafio para analistas e estudiosos em

avaliação. Esse desafio quando deslocado para o poder público e às instituições

responsáveis pela elaboração, implementação e acompanhamento destas iniciativas,

remete o executor a um olhar crítico para a efetiva solução dos problemas sociais e o

retorno dos impostos a quem deseja uma vida melhor: a sociedade.

Os projetos sociais sempre têm um objetivo nobre, uma proposta de

melhoria, um foco específico para a distribuição dos recursos arrecadados, de forma a

beneficiar determinada população. Mas aspectos que envolvem a má gestão destes

recursos podem corromper e macular a administração daquele propósito maior se este

não estiver impregnado de uma intenção principal que é a transparência no trato do bem

público. Como conseqüência, possibilitar, benefícios à sociedade dignidade e respeito,

principalmente a que vive à margem do processo de desenvolvimento.

Esse trabalho tem a finalidade de verificar o resultado social alcançado

pela linha de crédito CAIXA Hospitais. O CAIXA Hospitais é uma linha de crédito

destinado a hospitais privados filantrópicos, na forma de antecipação de recursos a

receber do Ministério da Saúde – MS, referentes aos serviços ambulatoriais e de

internações hospitalares prestados ao Serviço Único de Saúde – SUS. O objetivo do

crédito é aportar capital de giro sem destinação específica.

A linha é operacionalizada pela CAIXA, na qualidade de agente

financeiro, por meio de sua Superintendência Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social – SUDEN e da Gerência Nacional de Políticas Sociais – GEPOS, como

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gestores dessa linha de crédito. Além disso, participa da operação o Ministério da Saúde

– MS, como agente repassador dos recursos do SUS, às Secretarias Estaduais e

Municipais de Saúde, na qualidade de Intervenientes Anuentes.

Considerando que avaliar significa transmitir uma visão pessoal, elaborar

um juízo de valor, esta monografia é uma reflexão sobre os procedimentos e dos

alcances da operação, por meio de uma avaliação de resultados. Essa avaliação terá

como variável de análise e verificação, as informações disponíveis nos sistemas

corporativos da CAIXA, aplicação de um questionário distribuído a algumas Entidades

que tomaram o crédito na operação CAIXA Hospitais e pesquisa semi-estruturada com

técnicos da CAIXA envolvidos com a operação.

A escolha da avaliação do CAIXA Hospitais como objeto de estudo

deveu-se ao envolvimento no dia-a-dia com o processo operacional. O trabalho, nesse

sentido, tem o propósito de evidenciar possíveis vícios da operacionalização, bem como

propor mudanças que melhorem o CAIXA Hospitais. Têm-se ainda a intenção de

oferecer serviço de qualidade às Entidades que carecem sanar suas necessidades de

crédito.

Dessa forma, a presente monografia está estruturada em seis capítulos. O

Capítulo 1 é a introdução ao trabalho. O 2º capítulo descreve a saúde no Brasil, por

meio de um histórico que contempla da criação do Sistema Único de Saúde, das Santas

Casas e a relação dessas com o SUS. O capítulo seguinte descreve a operação CAIXA

Hospitais, seu início, operacionalização, público-alvo, atores envolvidos. O quarto

capítulo descreve a avaliação, metodologia, conceito e especificidade, apresentação

problema e resultado da avaliação realizada no presente trabalho. O último capítulo traz

a conclusão deste estudo.

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2 A SAÚDE NO BRASIL

2.1 Histórico da Saúde no Brasil

O Brasil de 1500 até o primeiro reinado era um país colonizado, que não

dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde da população e nem mesmo o interesse,

por parte do governo colonizador (Portugal), em criá-lo. Deste modo, a atenção à saúde

limitava-se aos próprios recursos da terra (plantas, ervas) e, àqueles que, por

conhecimentos empíricos (curandeiros), desenvolviam as suas habilidades na arte de

curar. A vinda da família real ao Brasil criou a necessidade da organização de uma

estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte ao poder que se instalava na cidade do

Rio de Janeiro.

Até 1850, as atividades de saúde pública estavam limitadas à delegação

das atribuições sanitárias as juntas municipais e controle de navios e saúde dos portos,

sendo o interesse primordial limitado ao estabelecimento de um controle sanitário

mínimo da capital do império, tendência que se alongou por quase um século.

A inexistência de uma assistência médica estruturada fez com que

proliferassem pelo país os Boticários (farmacêuticos), que cabia a manipulação das

fórmulas prescritas pelos médicos, mas a verdade é que eles próprios tomavam a

iniciativa de indicá-los, fato comum até hoje.

Do início da República em 1889 até 1930, a falta de um modelo sanitário

para o país, deixava as cidades brasileiras a mercê das epidemias. No início desse

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século, a cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro sanitário caótico

caracterizado pela presença de diversas doenças graves que acometiam à população,

como a varíola, a malária, a febre amarela, e posteriormente a peste, o que acabou

gerando sérias conseqüências tanto para saúde coletiva quanto para outros setores como

o do comércio exterior, visto que os navios estrangeiros não mais queriam atracar no

porto do Rio de Janeiro em função da situação sanitária existente na cidade.

Rodrigues Alves, então presidente do Brasil, nomeou Oswaldo Cruz,

como Diretor do Departamento Federal de Saúde Pública, que se propôs a erradicar a

epidemia de febre-amarela na cidade do Rio de Janeiro, criando um exército de 1.500

pessoas que passaram a exercer atividades de desinfecção no combate ao mosquito,

vetor da febre-amarela. Este modelo de intervenção ficou conhecido como campanhista,

e foi concebido dentro de uma visão militar em que os fins justificam os meios, e que o

uso da força e da autoridade eram considerados os instrumentos preferenciais de ação.

A onda de insatisfação se agrava com outra medida de Oswaldo Cruz, a

Lei Federal nº. 1261, de 31 de outubro de 1904, que instituiu a vacinação anti-varíola

obrigatória para todo o território nacional. Surge, então, um grande movimento popular

de revolta que ficou conhecido na história como a revolta da vacina. Neste período

Oswaldo Cruz procurou organizar a diretoria geral de saúde pública, criando uma seção

demográfica, um laboratório bacteriológico, um serviço de engenharia sanitária e

profilaxia da febre-amarela, a inspetoria de isolamento e desinfecção, e o instituto

soroterápico federal, posteriormente transformado no Instituto Oswaldo Cruz.

Em 1920, Carlos Chagas, sucessor de Oswaldo Cruz, reestruturou o

Departamento Nacional de Saúde, então ligado ao Ministério da Justiça e introduziu a

propaganda e a educação sanitária na técnica rotineira de ação, inovando o modelo

campanhista de Oswaldo Cruz que era puramente fiscal e policial.

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Criaram-se órgãos especializados na luta contra a tuberculose, a lepra e

as doenças venéreas. A assistência hospitalar, infantil e a higiene industrial se

destacaram como problemas individualizados. Expandiram-se as atividades de

saneamento para outros estados, além do Rio de Janeiro e criou-se a Escola de

Enfermagem Anna Nery.

Enquanto a sociedade brasileira esteve dominada por uma economia

agro-exportadora, acentada na monocultura cafeeira, o que se exigia do sistema de

saúde era, sobretudo, uma política de saneamento destinado aos espaços de circulação

das mercadorias exportáveis e a erradicação ou controle das doenças que poderiam

prejudicar a exportação. Por esta razão, desde o final do século passado até o início dos

anos 60, predominou o modelo do sanitarismo campanhista (MENDES: 1992).

Com o controle das epidemias nas grandes cidades brasileiras o modelo

campanhista deslocou a sua ação para o campo e para o combate das denominadas

endemias rurais, dado ser a agricultura a atividade hegemônica da economia da época,

modelo de atuação amplamente utilizado pela SUCAM no combate a diversas endemias

(Chagas, Esquistossomose, e outras), sendo esta posteriormente incorporada à Fundação

Nacional de Saúde.

Dentre as investidas no setor da saúde pública, no período de 1930 a

1960, destacam-se a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, com

desintegração das atividades do Departamento Nacional de Saúde Pública (vinculado ao

Ministério da Justiça), e a pulverização de ações de saúde a outros setores.

Em 1941, instituiu-se a reforma Barros Barreto, em que se destacavam as

ações de instituição de órgãos normativos e supletivos destinados a orientar a

assistência sanitária e hospitalar, criação de órgãos executivos de ação direta contra as

endemias mais importantes (malária, febre amarela, peste), fortalecimento do Instituto

Oswaldo Cruz, descentralização das atividades normativas e executivas por oito regiões

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sanitárias, destaque aos programas de abastecimento de água e construção de esgotos,

no âmbito da saúde pública, atenção aos problemas das doenças degenerativas e mentais

com a criação de serviços especializados de âmbito nacional (Instituto Nacional do

Câncer).

A escassez de recursos financeiros associado à pulverização destes

recursos e de pessoal entre diversos órgãos e setores, aos conflitos de jurisdição e

gestão, e superposição de funções e atividades, fizeram com que a maioria das ações de

saúde pública no estado novo se reduzisse a meros aspectos normativos, sem efetivação

no campo prático de soluções para os grandes problemas sanitários existentes no país

naquela época.

Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde, que na verdade limitou-se a

um desmembramento do antigo Ministério da Saúde e Educação sem que isto

significasse uma nova postura do governo e uma efetiva preocupação em atender aos

importantes problemas de saúde pública de sua competência.

Em 1956, foi criado o Departamento Nacional de Endemias

Rurais (DNERU), incorporando os antigos serviços nacionais de febre amarela, malária,

peste.

No período militar foram desenvolvidas ações com vistas a organizar a

saúde pública no Brasil; quais sejam: promulgação do Decreto Lei 200 de 1967,

estabelecendo as competências do Ministério da Saúde, formulando e coordenando a

política nacional de saúde; responsável pelas atividades médicas ambulatoriais e ações

preventivas em geral e controle de drogas, medicamentos e alimentos e pesquisa

médico-sanitário.

Em 1970, foi criada a SUCAM (Superintendência de Campanhas da

Saúde Pública), com a atribuição de executar as atividades de erradicação e controle de

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endemias, sucedendo o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERU) e a

campanha de erradicação da malária.

Em 1975, foi instituído no papel, o Sistema Nacional de Saúde, que

estabelecia de forma sistemática o campo de ação na área de saúde, dos setores públicos

e privados, para o desenvolvimento das atividades de promoção, proteção e recuperação

da saúde.

Esse documento reconhece e oficializa a dicotomia da questão da saúde,

afirmando que a medicina curativa seria de competência do Ministério da Previdência, e

a medicina preventiva de responsabilidade do Ministério da Saúde.

No entanto, o governo federal destinou poucos recursos ao Ministério da

Saúde, que dessa forma foi incapaz de desenvolver as ações de saúde pública propostas,

o que significou na prática uma clara opção pela medicina curativa, que era mais cara e

que, no entanto, contava com recursos garantidos através da contribuição dos

trabalhadores para o INPS, tornando-se o Ministério da Saúde um órgão burocrato-

normativo mais do que executivo de política de saúde.

Com o surgimento em 1976 do Programa de Interiorização das Ações de

Saúde e Saneamento (PIASS), o processo de descentralização da saúde passa a ter a

participação do governo federal. Esse programa concebido na Secretaria de

Planejamento da Presidência da República, recebeu influência em sua elaboração, de

técnicos que partilhavam das idéias do incipiente sanitário; tratava-se de um programa

de medicina simplificada que tinha por principal finalidade expandir a rede de postos e

centros de saúde para atendimento das doenças mais comuns. Inicialmente a expansão

do modelo ocorreu no Nordeste e posteriormente, em todo país. Ocorreram mudanças

estruturais no sistema de saúde, entre estas destacam-se importantes modificações na

composição de recursos humanos, com a criação da carreira de sanitarista e a

incorporação ao sistema de grande números de atendentes da saúde pública. Passou a

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ocorrer também maior envolvimento das secretarias estaduais de saúde e das prefeituras

com o sistema de saúde do país” (SILVA: 1996, p.59).

Baseado na experiência do PIASS surgiu, no início dos anos 80, nova

proposta de política de saúde, o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde, que

ficou conhecido como PREV-SAÚDE. Essa proposta, influenciada também pela VII

Conferência Nacional de Saúde de 1980, apareceu em contexto de grave crise da

Previdência Social, inflação galopante e recessão econômica, com mais de quarenta

milhões de brasileiros sem acesso aos serviços de saúde. O Prev-Saúde foi um

ambicioso projeto conjunto do Ministério da Saúde – MS e do Ministério da

Previdência e Assistência Social, que tinha como objetivo a “reorientação do sistema de

saúde, mediante a integração programático-funcional entre os dois ministérios e as

secretarias estaduais e municipais de saúde” Além de reforçar a Atenção Primária à

Saúde, o Prev-Saúde previa a reorganização do sistema de saúde, com regionalização,

hierarquização, participação da comunidade e atenção integral. Apesar de constituir-se

em política classificada como racionalizadora, assim como o PIASS, o Prev-Saúde não

saiu do papel. O programa contrariou muitos interesses e não foi implementado por

resistências diversas dentro do próprio governo (burocracia do INAMPS), e fora dele

(ABH – Associação Brasileira de Hospitais e ABRAMGE – Associação Brasileira de

Medicina de Grupo). (MAGALDI: 1995; CHIORO: 1997, PAIM, 1999:491, apud

SILVA: 2001, p.61).

Em 1982, a crise financeira da Previdência Social levou o governo a

propor medidas racionalizadoras para enfrentar as despesas crescentes com assistência

médico-hospitalar. Surgiu, o Plano de Reorientação da Assistência no Âmbito da

Previdência Social, por iniciativa do Conselho Consultivo da Administratação da Saúde

Previdenciária. Esse plano desencadeou várias modificações no sistema de saúde e

acabou tendo importância significativa nas etapas subseqüentes do processo de

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descentralização da saúde. Incorporou propostas do Prev-Saúde e do movimento

sanitário, entre as quais a regionalização dos sérvios e a integração entre os diferentes

escalões de governos na assistência à saúde. O objetivo do plano era a eliminação da

ociosidade dos recursos públicos, para ampliar a produtividade e a eficiência do sistema

de saúde. (SILVA: 2001. p.61)

Em 1984, mediante portaria interministerial envolvendo o Ministério de

Educação e Cultura (MEC), o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e

o Ministério da Saúde (MS), é criado o Programa das Ações Integradas de Saúde (AIS),

que representou um reforço à descentralização, ao propiciar a assinatura de convênios

entre União, estados e municípios, voltadas para o desenvolvimento de ações de saúde

pública e assistência médica. O período caracterizou-se ainda pela intermediação

clientelista de políticos situacionistas da bancada federal na expansão dos

convênios/AIS, devido o expressivo volume de recursos financeiros envolvidos, que

correspondiam a cerca de orçamento global do INAMPS. (SILVA: 2001, pág.63).

Em 1987, por decreto presidencial é criado o Sistema Unificado e

Descentralizado de Saúde (SUDS). Esse sistema foi concebido pelos técnicos do

movimento sanitário como “estratégia ponte”, preparatória para implementação do

SUS. Durante sua vigência, segundo alguns autores, ocorreu “um processo radical de

alteração nas regras do processo decisório vigente”. Nesse período o gerenciamento da

assistência médica previdenciária, deixou de ser de sua responsabilidade e passou para

estados e municípios, de forma a torná-la controladora e cofinanciadora do sistema de

saúde. (MENDES, 1993:43 apud SILVA: 2001, p.64-65).

Em 1990 o Governo edita as Leis 8.080 e 8.142, conhecidas como Leis

Orgânicas da Saúde, regulamentando o SUS – Sistema Único de Saúde, criado pela

Constituição de 1988.

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O financiamento do sistema público de saúde brasileiro é basicamente

originário de contribuições sociais vinculadas à seguridade social e, portanto destinadas

ao custeio do seguro social, da assistência social e da saúde. Entre essas fontes está a

contribuição sobre a folha de salários (empregados e empregadores), mas esta, desde

1993, vem sendo destinada exclusivamente ao financiamento da Previdência Social

(pensões e aposentadorias). (PIOLA, CONSUELO, VIANNA: 2001, p.14).

2.2 A criação do SUS

A constituinte de 1988 no capítulo VIII da Ordem social e na secção II

referente à Saúde define no artigo 196 que: “A saúde é direito de todos e dever do

Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do

risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e

serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

O SUS é definido pelo artigo 198 do seguinte modo:

“As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada

e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes

diretrizes”.

I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,

sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - Participação da comunidade.

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Parágrafo único - O sistema único de saúde será financiado, nos termos

do artigo 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

O texto constitucional demonstra claramente que a concepção do SUS

estava baseada na formulação de um modelo de saúde voltado para as necessidades da

população, procurando resgatar o compromisso do Estado para com o bem-estar social,

especialmente no que refere a saúde coletiva, consolidando-o como um dos direitos da

CIDADANIA.

Apesar do SUS ter sido definido pela Constituição de 1988, ele somente

foi regulamentado em 19 de setembro de 1990 por meio da Lei 8.080, que define o

modelo operacional, forma de organização e funcionamento.

Foram definidos como princípios doutrinários do SUS:

UNIVERSALIDADE - o acesso às ações e serviços deve ser garantido a

todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras

características sociais ou pessoais;

EQUIDADE - é um princípio de justiça social que garante a igualdade da

assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.

INTEGRALIDADE - significa considerar a pessoa como um todo,

devendo as ações de saúde procurar atender a todas as suas necessidades.

Destes derivaram alguns princípios organizativos:

HIERARQUIZAÇÃO - conjunto articulado e contínuo das ações e

serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em

todos os níveis de complexidade do sistema; referência e contra-referência;

PARTICIPAÇÃO POPULAR - democratização dos processos decisórios

consolidado na participação dos usuários dos serviços de saúde nos chamados

Conselhos Municipais de Saúde.

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DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA ADMINISTRATIVA -

consolidada com a municipalização das ações de saúde, tornando o município gestor

administrativo e financeiro do SUS.

Os objetivos e as atribuições do SUS foram assim definidos:

Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e

determinantes da saúde;

Formular as políticas de saúde;

Fornecer assistência às pessoas por intermédio de ações de

promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações

assistenciais e das atividades preventivas;

Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica;

Executar ações visando à saúde do trabalhador;

Participar na formulação da política e na execução de ações de

saneamento básico;

Participar da formulação da política de recursos humanos para a

saúde;

Realizar atividades de vigilância nutricional e de orientação

alimentar;

Participar das ações direcionadas ao meio ambiente;

Formular políticas referentes a medicamentos, equipamentos,

imunobiológicos, e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua

produção;

Controle e fiscalização de serviços, produtos e substâncias de

interesse para a saúde;

Fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo

humano;

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Participação no controle e fiscalização de produtos psicoativos,

tóxicos e radioativos;

Incremento do desenvolvimento científico e tecnológico na área da

saúde;

Formulação e execução da política de sangue e de seus derivados.

O SUS ao longo da sua existência sempre sofreu as

conseqüências da instabilidade institucional e da desarticulação organizacional na arena

decisória federal que aparecem para o senso comum como escassez de financiamento.

Apesar das dificuldades enfrentadas pode-se afirmar que ao nível

da atenção primária o SUS apresentou progressos significativos no setor público, mas

enfrenta problemas graves com o setor privado, que detém a maioria dos serviços de

complexidade e referência a nível secundário e terciário. Estes setores não se interessam

em integrar o modelo atualmente vigente em virtude da baixa remuneração paga pelos

procedimentos médicos executados, o que vem inviabilizando a proposta de

hierarquização dos serviços.

Durante a 10ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em

setembro de 1996, o Diário Oficial da União publicava a NOB 01/96, fruto de um ano

de pactuação na CIT e no CSN, com vistas a aprofundar e a ampliar os conceitos da

NOB 01/93. Em 1997, a CIT voltou-se para a questão do financiamento das propostas

contidas na NOB 01/96, com a criação, pela Portaria 1882, de dezembro de 97, do PAB,

que modificou alguns artigos da NOB. Por sua vez, as Instruções Normativas 01/97 e

01/98 de 15/05/1997 e 02/01/1998, respectivamente.

Com esses novos instrumentos, aumentou consideravelmente o

interesse de gestores municipais em se habilitar para uma das duas condições de gestão

preconizadas – a Plena da Atenção Básica de Saúde e a Plena do Sistema Municipal de

Saúde. A grande novidade, introduzida pela portaria 1882, foi a de possibilitar a

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descentralização, com incentivos a atividades como à de vigilância sanitária e a de

carências nutricionais.

2.3 A descentralização do SUS

Com realização da VII Conferência Nacional de Saúde, em 1986,

em plena transição democrática, foi aprovada a proposta que mudaria radicalmente a

forma como vinha sendo tratada a questão da saúde no país. A proposta previa a criação

do SUS e a municipalização da saúde, idéias que acabaram sendo inscritas na

Constituição de 88, com sua posterior regulamentação por meio das leis 8080 e 8142, de

1990. "A saúde é um direito de todos e dever do Estado", diz o texto constitucional, ao

adotar o modelo do SUS, consubstanciado em três diretrizes básicas: a descentralização,

o atendimento integral e a participação da comunidade. O novo modelo, segundo se

estatuiu nos diplomas legais, deve levar em conta que a questão da saúde não pode ser

vista isoladamente, mas associada às políticas públicas de saneamento, moradia,

alimentação, transporte, emprego e lazer (YUNES: 1999, p.65-70).

A descentralização de gestão de programas sociais, como é o caso

do SUS na experiência brasileira, é conceituada e formulada em estreita associação com

o Estado Federal. Dentro da concepção estrutural do Sistema Único de Saúde, que

envolve Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de

Saúde, cada uma dessas instâncias, com atribuições diferenciadas, onde a esfera federal

concentra mais atribuições e recursos, especialmente os financeiros. A municipalização

é um processo de descentralização da gestão pública na esfera do governo local, tendo

como pressuposto o entendimento de que as políticas públicas se concretizam nesta

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instância, onde está localizada a população a quem devem atender. A esfera Estadual

cumpre definir políticas públicas, geri-las, executa-las e fiscaliza-las como conjunto das

especificidades, interesses e necessidades de cada estado-membro da Federação.

(FALEIROS, SILVA, VASCONCELLOS, SILVEIRA: 2006, p.24,25).

No caso das políticas públicas de saúde no Brasil, a

descentralização de sua gestão tem se materializado devido ao processo participativo,

que proporciona a criação de canais de defesa de interesses, debates, conflitos,

consensos e pactuação. Essa descentralização significa não só a consideração da

diversidade regional e municipal, mas a articulação de política integrada nacionalmente.

2.4 As Santas Casas no Brasil

No Brasil, as Santas Casas e Hospitais Beneficentes e Filantrópicos

surgiram logo após o descobrimento quando Braz Cubas, em 1543 fundou a primeira

delas em Santos, São Paulo. Fundaram-se entre os anos de 1545 e 1551 a do Espírito

Santo; em 1539 a de Olinda, não mais existente; em 1564 a de Ilhéus; entre 1549 e 1572

a da Bahia; em 1745 a de Minas Gerais; em1582 a do Rio de Janeiro; em 1689 já existia

em São Paulo, Itamaracá, Goiânia, Sergipe, Paraíba, Ceará, Maranhão, Pará e outras

províncias, com datas imprecisas, mas que tiveram atividades de Misericórdia, visto que

o Estado propriamente dito não se encontrava socialmente organizado para dar socorro

aos deserdados da saúde (CONFEDERAÇÃO INTERNACIONAL DAS

MISERICÓRDIAS: 1986, p.105).

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Existem, hoje, mais de duas mil e quinhentas em todo o território

nacional, responsáveis por cerca de 50% dos leitos hospitalares existentes no País,

muitas vezes constituindo-se em Centros Regionais de Referência e Excelência Médica.

No Brasil, a tradição luso-brasileira sempre esteve presente nas ações das

Irmandades e Ordens Terceiras, ambas de origem medieval, leigas e ligadas, direta ou

indiretamente, à Igreja Católica. As Ordens Terceiras estavam diretamente vinculadas a

uma ordem religiosa, a quem cabia permitir o seu funcionamento e eram mantidos pelas

Ordens Terceiras de São Francisco da Penitência e de Nossa Senhora do Monte do

Carmo.

As Irmandades, por sua vez, eram uma reunião de leigos em torno do

culto de um santo determinado, à beneficência e à ajuda mútua. A mais famosa é, sem

dúvida, a Irmandade de Nossa Senhora, Mãe de Deus, Virgem Maria da Misericórdia,

que contava com hospital, asilo, orfanato etc. para a realização de suas obras de

caridade, um conjunto que forma a Santa Casa da Misericórdia. Ao lado da Santa Casa,

outras irmandades mantinham suas obras de caridade, incluindo a manutenção de

hospitais. Em um passeio pelas ruas do Rio antigo, sobretudo o Rio oitocentista, não é

difícil encontrar hospitais mantidos pelas diversas irmandades que existiam na cidade

(SANDANGLARD: 2003).

O setor hospitalar filantrópico é responsável por cerca de 1/3 do parque

hospitalar no Brasil, a maioria prestadores de serviços ao SUS. Esta enorme rede,

espalhada por todo território nacional, apresenta uma grande heterogeneidade nas suas

estruturas gerenciais, tecnológicas, perfis e práticas assistenciais e, naturalmente, quanto

à clientela. Ela cumpre desde funções básicas e isoladas em termos de vinculação a rede

de serviços, particularmente no interior do país, até práticas médicas de última geração e

elevado grau de complexidade, sobretudo nos grandes centros urbanos, sendo alguns

estabelecimentos referências tecnológicas e assistenciais para a saúde no Brasil. A

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enorme complexidade e diversidade desta rede trazem consigo muitos e vários desafios,

seja no nível mais elementar da operação básica de cada unidade hospitalar, seja na

necessidade de políticas governamentais para manutenção e desenvolvimento deste

setor histórico e essencial para a saúde no país (PORTELA e BARBOSA: 2002, p.11).

2.4.1 As Santas Casas e o SUS

Essas instituições filantrópicas, investidas de grande obstinação em

oferecer melhores condições de vida e possibilitar assistência ambulatorial e de

internação à sociedade, em especial, a mais carente, tem como maior fonte de receita os

pagamentos pelos serviços prestados ao SUS, realizados pelo Governo Federal, na

figura do Ministério da Saúde – MS, órgão que administra o Fundo Nacional de Saúde –

FNS, gestor financeiro do SUS. Estas instituições atuam na saúde com a finalidade de

encontrar a resposta para uma simples equação: possibilitar o acesso a toda população

brasileira carente dos serviços básicos de saúde, sem distinção, e encontrar o seu

equilíbrio econômico-financeiro.

As Entidades Filantrópicas prestam serviço gratuito de natureza variada à

comunidade, visando atender necessidades daqueles que não dispõem de recursos

suficientes; segundo a LOAS, a assistência social objetiva a proteção à família, à

maternidade, à infância, à adolescência e à velhice.

O termo Filantropia, significa "amor à humanidade", "humanitarismo",

tradicionalmente está relacionado às atividades de pessoas abastadas que praticam ações

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sociais sem fins lucrativos ou doam recursos para entidades beneficentes, atualmente,

tem se restringido a doações de particulares para causas sociais.

No entanto, para que uma Entidade se habilite junto ao Ministério da

Saúde para prestar serviços ao SUS, faz-se necessário que esteja enquadrada na

condição de filantrópica, mediante a apresentação do Certificado de Entidade

Beneficente de Assistência Social, conforme normas estabelecidas pelo CNAS

(Conselho Nacional de Assistência Social), vinculado ao MDS (Ministério do

Desenvolvimento Social) e 60% de todos os procedimentos realizados nas entidades

sejam destinados ao Sistema Único de Saúde.

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3 A OPERAÇÃO CAIXA HOSPITAIS

3.1 O início da operacionalização na CAIXA

Em 1997, em atendimento a demanda do Ministério da Saúde a operação

foi criada na CAIXA como uma modalidade de empréstimos e tendo como garantia de

pagamento a antecipação de recursos que essas entidades têm a receber do Ministério da

Saúde, referentes aos serviços ambulatoriais e de internações hospitalares prestados ao

Sistema Único de Saúde - SUS, e não tem destinação específica.

A linha de crédito CAIXA Hospitais, desde sua implementação em 1997,

efetivou 2.543 operações e disponibilizou recursos financeiros no montante de R$

1.532.408.295,84 bilhões, com uma média de contratação de R$ 602.598,62.

A operação possui saldo em carteira no mês de março de 2007, no valor

de R$ 269.603.146, sendo realizadas 80 concessões, no valor total de R$ 88.322.444,00.

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Tabela 1 – Quantidade de Contratação da Operação CAIXA Hospitais

UF QTDE CONTRATADO

(R$) % SALDO EM CARTEIRA

(R$) AC 0 0 0,00% 0 AL 1 5.324.800 6,03% 9.915.520 AM 0 0 0,00% 1.381.221 BA 2 966.822 1,09% 6.521.341 CE 1 40352 0,05% 5187576 DF 0 0 0,00% 0 ES 1 364752 0,41% 821.695 GO 0 0 0,00% 849.673 MA 2 5327786 6,03% 5459808 MG 34 35.751.046 40,48% 53.600.324 MS 0 0 0,00% 6.456.202 MT 1 1.476.825 1,67% 7.036.188 PA 2 3076755 3,48% 6483202 PB 0 0 0,00% 3.391.760 PE 0 0 0,00% 4.874.110 PI 0 0 0,00% 475.107 PR 1 50990 0,06% 13289214 RJ 3 7.714.914 8,73% 22.609.528 RN 4 650336 0,74% 872.112 RO 0 0 0,00% 0 RR 0 0 0,00% 0 RS 8 11.565.283 13,09% 29.438.289 SC 3 2069800 2,34% 2.729.572 SE 1 50.688 0,06% 4.717.868 SP 16 13891294 15,73% 77000172 TO 0 0 0,00% 492.664

Total 80 88.322.444 100,00% 269.603.146 Fonte: Sistema de Aplicação – SIAPI

Segue abaixo, a demonstração das taxas cobradas pela CAIXA, no

decorrer da operacionalização da linha de crédito.

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Tabela 2 – Taxas cobradas na Operação CAIXA Hospitais

MÊS ANO

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

1997 - 2,43 2,43 2,43 2,43 2,43 2,43 2,43 2,43 2,43 3,57 3,57 1998 3,57 3,57 3,57 3,10 3,10 2,97 2,50 2,50 2,09 3,11 3,11 2,75 1999 2,75 2,75 3,00 3,00 2,78 2,55 2,22 2,23 2,18 2,09 1,99 1,99 2000 2,17 2,05 2,02 2,01 1,85 2,02 1,93 1,87 1,87 1,87 1,87 2,53 2001 2,53 2,53 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2002 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2003 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,80 2,80 2,40 2,40 1,99 1,99 1,80 2004 1,80 1,80 1,80 1,80 1,80 1,80 1,80 1,80 1,80 1,80 1,80 1,80

2005/12 meses 1,80 1,80 1,96 1,96 1,96 1,99 1,99 1,99 1,99 1,99 1,99 1,70 2005/24 meses - - - - - 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 1,95 2006/12 meses 1,70 1,70 1,70 1,70 1,70 1.70 1,70 1,65 1,65 1,65 1,65 1,65 2006/24 meses 1,95 1,95 1,95 1,95 1,95 1.95 1,95 1,70 1,70 1,70 1,70 1,70 2006/36 meses - - - - - - - - - - - 1,80 2007/12 meses 1,65 1,65 1,65 2007/24 meses 1,70 1,70 1,70 2007/36 meses 1,80 1,80 1,80 Fonte: CAIXA

3.2 Público Alvo

O público a que se destina essa operação creditícia são as Santas Casas,

Hospitais e Associações filantrópicas, entidades que têm um papel significativo junto às

camadas sociais mais carentes da população, especificamente no que se refere à saúde,

que vai da maternidade, passando pelas atividades básicas de assistência ambulatorial,

até os sofisticados equipamentos cirúrgicos e exames de grande complexidade em que,

sem a ajuda dessas instituições, a sociedade não poderia ter acesso.

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3.3 Atores Envolvidos

A fim de que a linha de crédito pudesse ser operacionalizada na CAIXA

em 1997, ocorreu à assinatura do Convênio nº. 005/1997, de 27/02/1997, com o

Ministério da Saúde, por meio do qual a CAIXA concede empréstimos aos hospitais,

santas casas e associações filantrópicas, na forma de antecipação de recursos referentes

aos serviços ambulatoriais e internações hospitalares prestados ao SUS. Os atores

envolvidos são:

CAIXA - responsável pela análise dos fluxos mensais de receitas das

Entidades, enquadramento das operações, análise de risco de crédito, definição dos

limites de crédito, contratações e respectivos retornos.

Entidades Filantrópicas - Santas Casas, Hospitais e Associações

filantrópicos, conveniadas com o SUS há mais de um ano e que tenham recursos a

receber do MS por prestação de serviços, relativos a procedimentos realizados de

internações ambulatoriais.

Ministério da Saúde - atua na transferência dos recursos financeiros para

quitação das prestações e/ou amortizações da operação.

Gestores Estaduais e Municipais de Saúde - De acordo com o regime de

gestão dos municípios, os gestores comparecem nos contratos, na qualidade de

intervenientes anuentes, de forma a garantir o repasse dos créditos da tomadora junto ao

SUS para fazer face ao pagamento das prestações.

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4 AVALIAÇÃO

4.1 Metodologia

A metodologia adotada para a avaliação de resultados da linha de crédito

CAIXA Hospitais, que se encontra vigente, terá como variáveis de análise e verificação,

entrevista semi-estruturada, aplicação de questionário distribuído a 97 Entidades

localizadas no Estado de Minas Gerais, que tomaram crédito na linha de crédito e as

informações disponíveis nos sistemas corporativos da CAIXA.

A pesquisa semi-estruturada com técnicos da CAIXA, envolvidos hoje

na operacionalização da linha de crédito, além daqueles que já trabalharam com essa

atividade, de forma a colher sua opinião quanto ao conceito, finalidade, objetivos,

pontos positivos e negativos, bem como as melhorias que poderiam ser proporcionadas

na linha de crédito.

A definição de entrevista semi-estruturada segundo Trivinos:

“...em geral, parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses, que vão surgindo, à medida que se recebem as respostas do informante. Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de pensamento e de experiências dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa”. (TRIVINOS: 1987, p.146).

Sabe-se que a entrevista semi-estruturada não é uma verdade absoluta,

mas uma ocasião de interação. Trata-se de um momento, de imersão para coleta de

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informações, tornando-se um instrumento muito importante para o fornecimento das

informações.

O questionário foi elaborado levando em consideração as respostas

apuradas na pesquisa semi-estruturada, a fim de elaborar perguntas pertinentes à linha

de crédito, de modo a entender com clareza as necessidades dos representantes das

instituições filantrópicas, por meio de suas manifestações.

As informações relativas às entidades que tomam empréstimo

encontram-se disponíveis no Sistema de Aplicações – SIAPI, e são utilizados para o

acompanhamento e manutenção da linha de crédito.

A escolha das Instituições de Minas deveu-se ao fato de que o Estado

possui um dos maiores números de Entidades Filantrópicas e de ser um dos maiores

tomadores do empréstimo da linha de crédito CAIXA Hospitais, perfazendo 40,48% do

total de contratações.

Para o acompanhamento das atividades da avaliação, foi realizado um

planejamento para o desenvolvimento das tarefas a serem executadas, conforme segue:

Tabela 3 – Planejamento das tarefas

# Atividade Fonte Tratamento Data término

1 Levantar informações das entidades SIAPI Montar planilha dos

hospitais 12/02/2007

2 Elaborar pesquisa semiestruturada Empregados CAIXA Distribuir aos

pesquisados 13/02/2007

3 Organizar banco de dados Empregados CAIXA Tabular informações

coletadas 21/02/2007

4 Elaborar Questionário

Resultado da pesquisa semiestruturada

Encaminhar às entidades filantrópicas 01/03/2007

5 Apresentar resultados Resposta dos questionários

Analisar/apresentar conclusões 26/03/2007

NASCIMENTO, S. Planejamento das Atividades: 2007.p.31.

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4.2 Avaliação: Conceito e especificidade

O planejamento da política social utiliza-se da avaliação para escolha do

melhor projeto ou programa a ser investido, bem como rever os rumos após sua

implementação, possibilitando ratificar/retificar ações e apontar caminhos para o

alcance de melhores resultados.

Nesse sentido, para Cohen e Franco, avaliar é ter

“... a pretensão de comparar um padrão almejado (imagem-objetivo em direção à qual se orienta a ação) com a realidade (a medida potencial na qual esta vai ser modificada, ou o que realmente ocorreu como conseqüência da atividade empreendida) e, por outro lado, a preocupação em alcançar eficazmente os objetivos propostos.” ( COHEN e FRANCO: 2004; p. 73).

No entanto, para Banner, a avaliação “... mede até que ponto um

programa alcança certos objetivos.” 1

A avaliação não pode ser confundida com acompanhamento ou

monitoramento, pois estes representam.

“... uma atividade gerencial interna que se realiza durante o período de execução e operação, a avaliação pode ser realizada tanto antes ou durante a implementação como ao concluir a mesma ou mesmo algum tempo depois, para quando se prevê que o projeto provocou todo o seu impacto.” (COHEN e FRANCO: 2004; p. 77).

As avaliações se diferenciam de acordo:

Com o tempo de sua realização e os objetivos procurados;

Com quem as realiza;

A natureza que possuem a escala que assumem; e.

A que alçada decisória são dirigidas.

1 BANNER, D.K., DOCTORS, S.I. & GORDON, A.C. The Politics of Social Program Evaluation. Ballinger Publishing, Cambrigde, Mass, 1975, p.13.

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4.3 Apresentação do problema

A operação CAIXA Hospitais é uma linha de crédito gerida pela CAIXA

desde 1997, que utiliza recursos próprios dessa Instituição Financeira com o objetivo de

aportar capital de giro sem destinação de crédito.

No entanto, o desafio é grande, pois os recursos financeiros disponíveis

são finitos e a população que depende desse atendimento, aumenta em ritmo acelerado

principalmente, a parcela mais desprovida de condições financeiras. Ressalta-se que o

SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e o único a garantir

assistência integral e gratuita para a população.

Nesse contexto, o apoio financeiro realizado por esta linha de crédito da

CAIXA tem um papel importante, no entanto não encontrou ainda, seu objetivo

principal que é propiciar o equilíbrio econômico-financeiro e a modernização gerencial

das santas casas e hospitais filantrópicos. Por quê? Quais os fatores que a impedem de

alcançar esse objetivo? Se alguns fatores fossem excluídos ou minimizados, poderiam

essas entidades ter sucesso em conciliar o fato de serem filantrópicas e obter equilíbrio

econômico-financeiro? É possível? Algumas respostas não serão respondidas neste

trabalho, mas será objeto na busca de entendimento e nortearão para que, ao seu final,

possamos entender a importância desse assunto e quais devem ser os caminhos a serem

propostos para enfrentar os problemas destas instituições do setor da saúde que têm o

objetivo de realizar um trabalho que é oferecer um atendimento de qualidade à

sociedade.

Encontrar a solução para os problemas da operação CAIXA Hospitais

não será o foco deste trabalho, mas sim entender o que pode ser melhorado para

alcançar seu objetivo, e conseqüentemente, ajudar a promover o sucesso das instituições

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de saúde, especificamente as que praticam a filantropia e, quem sabe, estender este

benefício às outras instituições com fins lucrativos, fortalecendo assim, o Sistema de

Saúde do País.

Para tanto, foi avaliado o objetivo real da operação CAIXA que é a

necessidade de disponibilização pela CAIXA de crédito com menor taxa e maior prazo

para os financiamentos. Além disso, foram avaliados os objetivos que, mesmo não

constando do normativo, são regras que conduzem à operação, identificadas pela

maioria dos atores que responderam a pesquisa semi estruturada, dentre eles a

necessidade realizarem uma análise mais aprofundada da linha de crédito, de modo a

avaliar a manutenção de entraves legais, que talvez possam ser removidos, por meio de

autorização das instâncias decisórias da CAIXA.

4.4 Apresentação dos Resultados

Na pesquisa semi-estruturada realizada com técnicos da CAIXA, uma

das questões identificadas pelos atores foi a necessidade da CAIXA disponibilizar

crédito com menor taxa e maior prazo para os financiamentos. Além disso, todos os

envolvidos percebem como um dos alcances da operação o aspecto social, de

fortalecimento do SUS. Isso é possível delinear não apenas na entrevista, como também

nos relatórios da operação e, sobretudo, na vinculação do produto à Gerência de

Políticas Sociais.

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Na análise dos objetivos da operação, apenas dos onze questionários dos

97 encaminhados às Entidades localizadas no Estado de Minas Gerais foram recebidos.

Dentre os analisados, tem-se que:

Das 11 Entidades que responderam o questionário, sete disseram que

tomaram conhecimento da operação CAIXA Hospitais por meio de visita do gerente da

CAIXA, que corresponde a 63,64% dos entrevistados. Duas entidades por meio de

evento da confederação/federação e visita ao site da CAIXA, que corresponde a

18,18% e duas por meio de propaganda institucional, correspondente a 18,18%.

O questionamento de que os recursos da operação CAIXA Hospitais

atendiam as necessidades financeiras mais prementes da sua Entidade, oito responderam

que sim e três que em parte.

A pergunta de que, quantas vezes sua Entidade recorreu ao

financiamento, foi respondido por uma entidade que, apenas uma vez, e outra que

tomou o financiamento 3 vezes, correspondem a 18,18%; cinco que tomaram 2 vezes,

correspondente a 45,45%; e quatro instituições recorreram mais de quatro vezes ao

empréstimo, correspondente a 36,36%.

Quanto perguntadas qual a finalidade do financiamento: dez

responderam que tomaram o empréstimo para capital de giro, que correspondem a

90,90%; uma para compra de equipamentos, correspondente a 9,09%.

Para o questionamento de que, além do CAIXA Hospitais, existem

alternativas para obtenção de crédito no mercado que satisfaça as necessidades

financeiras dos hospitais filantrópicos: cinco responderam que não existe alternativa de

crédito por outras instituições financeiras, que correspondem a 45,45% e seis, disseram

que sim, e citaram Bancos BMC, Real, BNDES, BIC BANCO e Convênios com o

Ministério da Saúde, correspondente a 54,54%.

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Para a pergunta se os recursos proporcionados pelo Caixa Hospitais

afetam, de maneira significativa, a melhoria dos serviços ambulatoriais e de internações

de sua Entidade: dez responderam que sim, que correspondem a 90,90% e apenas uma

que afetava em parte, corresponde a 9,09%.

Questionadas quanto o que uma nova operação deveria contemplar para

atender as necessidades financeiras da Entidade: sete responderam que a disponibilidade

de crédito mediante o aumento do limite de comprometimento para 30% dos

procedimentos do SUS, executados pela Entidade, que correspondem a 63,63%; sete

que o aumento no prazo do financiamento, correspondendo também a 63,63% .

Indagadas, sobre quais são os pontos passíveis de aperfeiçoamento na

operação CAIXA Hospitais: Menor taxa e maior prazo no pagamento do empréstimo,

menor prazo de renovação, a operação atende as necessidades, taxa menor no

financiamento, aumento no prazo do financiamento, aumento no limite de

comprometimento, maior flexibilidade de negociação. Diminuição na burocracia nas

exigências de documentação, menor taxa de juros, aumento do prazo e aumento de

carência, maior prazo e menor taxa, aumento do prazo e aumento de carência e monos

burocracia, na assinatura do contrato. Os pontos passíveis de melhoria, em percentuais,

ficaram assim distribuídos: 45,45% para apresentação de menor taxa e maior prazo;

18,08% sugeriram menor prazo de renovação do crédito; 9,09% que a operação atende

as necessidades financeiras da entidade; 9,09% sugeriu aumento do limite de

comprometimento de 30%; 9,09% solicitou maior flexibilidade de negociação, quando

da concessão do empréstimo; 9,09% posicionou contra a burocracia na exigência da

documentação exigida para a contratação.

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5 CONCLUSÃO

Na finalização deste estudo, cabe informar que o maior dificultador para

apresentação de números mais consistentes deveu-se ao fato de que das Entidades

investigadas, apenas 11,34% responderam ao questionário. Os fatos que levam a

imaginar a apresentação de um percentual tão baixo, decorre dos seguintes fatores: falta

de cultura de auxílio ao pesquisador, por parte dos representantes das entidades, nesse

caso, com a figura de um entrevistador.

Além disso, cabe destacar que existe o temor de que as informações

prestadas, por medo de que as mesas sejam utilizadas para uma finalidade diferente do

proposto. Muitas Entidades ainda não apresentam transparência na divulgação de seus

dados, principalmente, os contábeis e financeiros. Nesse caso, ser entrevistado por um

pesquisador que é empregado de uma Instituição da qual a Entidade toma crédito pode

ser entendido como um empecilho ou encarado com receio, ainda que o pesquisador

enfatize que se trata de um trabalho acadêmico.

Quanto suas considerações, o estudo ora apresentado compete reafirmar

a sua proposta inicial que é a de investigar os resultados alcançados pela linha de

crédito, bem como possibilitar que seja um instrumento norteador de futuras

intervenções, com foco no apoio financeiro às instituições filantrópicas. Nesse sentido,

este trabalho buscou perceber se a operação CAIXA Hospitais atendia seu objetivo

legal, de emprestar capital de giro, e o objetivo identificado pelos atores, de ser um meio

rápido e menos burocrático de dar crédito aos hospitais, visando o fortalecimento do

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Sistema Único de Saúde. Cabe destacar, que por melhoria do SUS, os atores

identificam, fundamentalmente, a manutenção ou aumento no número de leitos nos

hospitais beneficiados com o CAIXA Hospitais.

Com referência ao objetivo real da operação, de oferecer capital de giro

para as Entidades, as respostas dos entrevistados, bem como as observações dos atores

envolvidos, apontam para o atendimento, em parte, desse objetivo. Hoje, o CAIXA

Hospitais é tido como uma operação de sucesso, tanto para a Entidade, que consegue

capital sem burocracia, quanto para o Ministério, que dispõe de operacional mínimo

para a operação, como inclusive para a CAIXA.

No entanto, apesar de a CAIXA dispor de taxas inferiores às cobradas

pelo mercado, da linha de crédito possuir análise econômico-financeira simplificada,

apresentar agilidade e rapidez na decisão e liberação dos recursos, o prazo de até 12, 24

e 36 meses para pagamento do empréstimo, observa-se que as Entidades pesquisadas

apontam para a necessidade de a CAIXA disponibilizar uma linha de crédito que possua

maior prazo para pagamento e período de carência.

Por sua vez, a análise dos objetivos desenhados pelos atores, uma linha

de crédito sem burocracia, que promove o fortalecimento do SUS, foi verificado que

as necessidades são atendidas, pois todos os entrevistados responderam que o

empréstimo ajuda a preservar os leitos disponíveis para o atendimento da população

mais carente e que, as obrigações financeiras, são resolvidas com a tomada do

financiamento.

Diante do exposto, cabe pontuar que o CAIXA Hospitais é uma linha de

crédito com uma finalidade social, de fortalecimento do SUS. Além disso, enquanto

linha de crédito simplesmente, a operação atende as Entidades e oferece juros baixos.

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Entretanto, para potencializar os resultados do CAIXA Hospitais,

principalmente os sociais, sugere-se que os resultados demonstrados no presente estudo

sejam discutidos, por meio da criação de um grupo de trabalho. Esse grupo estudaria

maneiras/novas operações que tivessem estreita ligação com resultados sociais,

vislumbrando possibilidades não apenas de crédito para capital de giro, mas a

vinculação desse crédito a melhoria da gestão hospitalar, compra de materiais, aumento

de números de leitos, dentre outros.

Assim, para que sejam conciliados pelas instituições da saúde os

interesses beneficentes e o seu equilíbrio econômico-financeiro é importante que seja

oferecida linha de crédito de forma subsidiada, que possua maior prazo para pagamento

e período de carência.

Sugere-se também que, visando potencializar o objetivo mapeado pelos

atores, de tornar o CAIXA Hospitais cada vez mais uma operação rápida, seja

desenvolvido pela equipe de técnicos da Gerência de Políticas Sociais da CAIXA um

sistema de monitoramento da operação, que acompanhe não apenas a contratação, mas

avalie o uso desse crédito pelos hospitais, bem com o acompanhamento dado hoje à

essas Entidades pelos demais atores (agência, Ministério e secretarias de Saúde).

É sempre oportuno lembrar que saúde é uma política pública prioritária,

se não a mais importante. Não podem as Entidades, e nesse sentido a população dela

beneficiária, permitir que haja má gestão dos recursos, com pouca transparência e sem

controle social. A mesma lógica se aplica aos demais atores. O tema é sempre pauta

central da agenda da administração pública. E para a CAIXA, o compromisso perpassa

o de uma operação bancária comum.

Nesse sentido, é importante perceber que os esforços para melhorar a

instituição filantrópica são primordiais para o atendimento e oferecimento de serviços

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de saúde à população. Cabe pontuar, portanto, que para o alcance da auto-sustentação, é

necessário que se faça valer da Emenda Constitucional 29, que prevê recursos de forma

continuada dos três níveis de governo, garantindo o retorno da arrecadação dos tributos

para a população, fazendo justiça aos hospitais que praticam a filantropia.

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ANEXO A – QUESTIONÁRIO

1. Como você tomou conhecimento da operação CAIXA Hospitais

( ) Visita do Gerente da Caixa Econômica Federal;

( ) Em evento promovido pela Confederação;

( ) Propaganda institucional impressa;

( ) Outros. Cite-os _________________________________________________

2. Os recursos da operação CAIXA Hospitais atendem as necessidades

financeiras mais prementes da sua Entidade?

( ) Sim

( ) Em parte

( ) Não

3. Quantas vezes sua Entidade recorreu a esse financiamento?

( ) Nenhuma vez

( ) Apenas 1 vez

( ) 2 vezes

( ) 3 vezes

( ) Mais de 3 vezes

4. Qual a finalidade do financiamento?

( ) capital de giro

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( ) compra de equipamentos

( ) melhoria das instalações físicas

( ) Outras. Cite-as: ________________________________________________

5. Em sua opinião, além do CAIXA Hospitais, existem alternativas para

obtenção de crédito no mercado que satisfaça as necessidades financeiras

dos hospitais filantrópicos?

( ) Sim. Cite pelo menos uma: _________________________________________

( ) Não

6. Os recursos proporcionados pelo Caixa Hospitais afetam, de maneira

significativa, a melhoria na qualidade dos serviços ambulatoriais e de

internações de sua Entidade?

( ) Sim

( ) Não

7. Uma nova operação para atender as necessidades financeiras da Entidade,

deveria contemplar?

( ) Disponibilidade de crédito mediante o aumento do limite de comprometimento

para 30% dos procedimentos do SUS, executados pela Entidade.

( ) Aumento no prazo do financiamento

( ) Disponibilidade de crédito para investimentos.

( ) Outros: Cite-os___________________________________________________

8. Em sua opinião, quais são os pontos passíveis de aperfeiçoamento na

operação CAIXA Hospitais?

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ANEXO B – MODELO PESQUISA SEMI ESTRUTURADA

1. O que é a operação CAIXA Hospitais?

2. Quais os pontos positivos da operação?

3. Quais os pontos negativos da operação?

4. O que poderia ser melhorado na operação?

5. Qual a importância da operação para as Santas Casas?

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