Santillana 12 Livro Prof

14
Português EDUCATECA GUIA DE RECURSOS DO PROFESSOR Desenvolvimento curricular Fichas de avaliação diagnóstica e formativa A literatura portuguesa do século XX A literatura universal do século XX Vocabulário escolar Respostas CD áudio Registos do professor Todo o material deste livro está disponível no Livromédia do professor e em www.projetodesafios.com

Transcript of Santillana 12 Livro Prof

Page 1: Santillana 12 Livro Prof

Português

Português

2.ano1 EDUCATECA

EDUCATEC

A

GUIA DE RECURSOS DO PROFESSOR

Desenvolvimento curricular

Fichas de avaliação diagnóstica e formativa

A literatura portuguesa do século XX

A literatura universal do século XX

Vocabulário escolar

Respostas

CD áudio

Registos do professor

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Componentes do projeto:

Manual do alunoResumos e Análises (oferta ao aluno)Caderno de atividadesLivromédia

Só para professores:

Livro do professorEDUCATECA — Guia de recursos do professorLivromédia do professorCD áudio

www.projetodesafios.com

GU

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CURS

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Port

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EDUCAT

ECA

2.ano1 222

Conforme o novo Acordo Or tográfico da língua portuguesa

354947 CAPA.indd 1 12/02/28 09:42

Page 2: Santillana 12 Livro Prof

3

• Poesia do século XX (I) 192• Poesia do século XX (II) 196• O teatro europeu entre os séculos XIX e XX 200• A renovação do teatro 204

Vocabulário escolar 209

PARTE

5• Introdução 210• Verbos instrucionais 211

Respostas 223

PARTE

6• Respostas/sugestões de exploração das secções

«Antes de ler» e «Depois de ler» do manual 224• Respostas desenvolvidas do manual 230• Respostas do teste diagnóstico 233• Respostas das fichas formativas 234

CD áudio 241

PARTE

7• Guião do CD áudio 242

Registos do professor 263

PARTE

8• Ficha de avaliação 264• Registo de avaliação da produção oral 265• Registo de avaliação da leitura 266• Registo de avaliação de trabalhos de grupo 267• Tabela de avaliação contínua global 268• Registo de contrato de leitura 270• Registo de avaliação de trabalhos de casa 271• Ficha de autoavaliação do aluno 272• Código de correção de trabalhos escritos 273

FONTES FOTOGRÁFICAS E AGRADECIMENTOS 274

ÍndiceApresentação do Projeto Desafios 4 • Materiais do aluno 6• Materiais do professor 10

Desenvolvimento curricular 17

PARTE

1• Programa de Português do 12.º ano 18 — Conteúdos processuais (10.º, 11.º e 12.º anos) 18 — Conteúdos declarativos (12.º ano) 19 — Sequências de aprendizagem do 12.º ano 20• Planificação anual 27• Planos de aula 38

Fichas de avaliação diagnóstica e formativa 99

PARTE

2• Teste diagnóstico 100• FICHA FORMATIVA 1 (sequência 1) 104• FICHA FORMATIVA 2 (sequência 1) 107• FICHA FORMATIVA 3 (sequência 2) 110• FICHA FORMATIVA 4 (sequência 2) 113• FICHA FORMATIVA 5 (sequência 3) 116• FICHA FORMATIVA 6 (sequência 3) 119• FICHA FORMATIVA 7 (sequência 4) 122• FICHA FORMATIVA 8 (sequência 4) 125

A literatura portuguesa do século XX 129

PARTE

3• Literatura modernista: contexto e características 130 — Fernando Pessoa 134 — Mário de Sá-Carneiro 140 — Almada Negreiros 142• Literatura contemporânea até 1974:

contexto e características 144 — Geração da Presença 146 — Prosa até 1974 148 — Teatro até 1974 156• Prosa pós-1974 158

A literatura universal dos séculos XIX e XX 171

PARTE

4• O romance em língua inglesa do início do século XX 172• A renovação do romance inglês e norte-americano 176• O romance inglês da segunda metade do século XX 180• O romance francês do século XX (I):

a renovação do romance 182• O romance francês do século XX (II):

o existencialismo 186• O romance francês do século XX (III):

do nouveau roman até hoje 190

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29DeSaFIOS • Português • 12.oano • ©Santillana-Constância

1Parte

Desenvolvim

ento curricular

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354947 017-037 P1.indd 29 12/03/17 00:05

Page 4: Santillana 12 Livro Prof

30 DeSaFIOS • Português • 12.oano • ©Santillana-Constância

1Parte

Des

envo

lvim

ento

cur

ricu

lar

SEQ

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i

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rag

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raba

lho

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isa.

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lho

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esol

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epro

duçõ

es

dep

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ras.

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rios.

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mát

icas

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ncic

lopé

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.

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asd

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ção

•ava

liaçã

ofo

rmat

iva.

•ava

liaçã

osu

mat

iva.

•aut

oe

hete

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ção.

• Ava

liaçã

o

de c

ompe

tênc

ias

ava

liaçã

o

dac

ompr

eens

ão

eda

exp

ress

ão

oral

.

—a

valia

ção

da

esc

rita

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alho

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ritos

do

salu

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etc.

)e

dale

itura

.

• Ava

liaçã

o

de a

titud

es

e va

lore

s.

354947 017-037 P1.indd 30 12/03/17 00:05

Page 5: Santillana 12 Livro Prof

31DeSaFIOS • Português • 12.oano • ©Santillana-Constância

1Parte

Desenvolvim

ento curricular

SEQ

UÊN

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OS

ESPE

CÍFI

COS

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TEÚ

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AçãO

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RSO

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Func

iona

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tod

aLí

ngua

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sob

ree

sist

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osc

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func

iona

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dest

ase

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cia.

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izar

oc

onhe

cim

ento

exp

lícito

da

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anu

ma

pers

petiv

afu

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em

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icul

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co

ma

scom

petê

ncia

slin

guíst

icas

.

Educ

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par

aa

Cida

dani

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esen

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era

cap

acid

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dec

onhe

cim

ento

e

acei

taçã

odo

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ro.

•ava

liars

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õese

aco

ntec

imen

toss

ocia

ise

polít

icos

pro

blem

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os.

•Val

oriz

ara

cul

tura

ea

cria

ção

cultu

ral.

2.O

utro

sco

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liter

ário

se

cult

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s

•OM

oder

nism

o,a

poe

sia

eas

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icas

.

3.Fu

ncio

nam

ento

da

Líng

ua

•Con

solid

ação

de

cont

eúdo

sdo

10.

ºed

o11

.ºan

os:

rela

ções

sem

ântic

as

ede

gra

fia/s

ome

ntre

pa

lavr

as;

con

ecto

resd

odi

scur

so;

cla

sses

de

pala

vras

,su

bcla

sses

,asp

etos

de

flex

ão;

form

ação

de

pala

vras

e

enriq

ueci

men

tod

olé

xico

;

—a

cent

uaçã

ogr

áfic

a;

—ti

polo

gias

text

uais;

figu

rasd

ees

tilo.

•Lei

tura

par

ain

form

ação

e

estu

do:a

tivid

ades

de

com

pree

nsão

,int

erpr

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ão

eor

gani

zaçã

ode

info

rmaç

ão

dete

xtos

esc

ritos

eo

rais.

•Con

stitu

ição

de

fiche

iros

tem

átic

os.

•Con

trat

ode

leitu

ra.

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Page 6: Santillana 12 Livro Prof

39DESAFIOS  •  Português  •  12.º ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância

Desenvolvim

ento curricular

1PArtE

PlAnO DE AulA n.º 2 Português — 12.º ano

ESCOLA:    TURMA:    N.º DE ALUNOS: 

DOCENTE DA TURMA:    DOCENTE DE SUBSTITUIÇÃO: 

LIÇÕES N.os 3 e 4   DATA:   /   /    HORA:   h    SALA:    TEMPO: 90 MINUTOS

Conteúdos programátiCos/sequênCia de ensino-aprendizagem

•   Sequência 0 — Início do Ano

objetivos espeCífiCos

Compreensão e expressão oral•   Partilhar expectativas sobre conteúdos nucleares da matéria do 12.º ano;•   Interagir com os colegas em diálogos sobre questões linguísticas e literárias.

Leitura•   Consciencializar-se para a importância da leitura na construção da identidade pessoal e na vivência em comunidade;•   Desenvolver a motivação para o ato da leitura;•   Desenvolver métodos e técnicas de estudo;•   Organizar a informação recolhida.

Expressão escrita•   redigir textos descritivos e narrativos;•   Desenvolver a motivação para o ato da escrita.

reCursos

Manual do aluno

estratégias e atividades

•   realizar uma ficha/exercícios de diagnóstico, como, por exemplo, o teste de diagnóstico do manual.

avaliação trabalho para Casa

observações/sugestões

O professor pode optar por realizar algumas atividades da sequência 0 do manual.

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teSteDIaGNÓStICO(combasenotesteIntermédiodePortuguês,12.ºano,de2012)

nome: n.o: tUrma: data:

Leiaopoemaquesesegue.

QUÁSI

Umpoucomaisdesol—euerabrasa,Umpoucomaisdeazul—eueraalém.Paraatingir,faltou-meumgolped’asa…Seaomenoseupermanecesseaquém…

assombrooupaz?emvão…tudoesvaídoNumbaixomarenganadord’espuma;eograndesonhodespertadoembruma,Ograndesonho—ódor!—quásivivido…

Quásioamor,quásiotriunfoeachama,Quásioprincípioeofim—quásiaexpansão…Masnaminh’almatudosederrama…entantonadafoisóilusão!

Detudohouveumcomeço…etudoerrou…—aiadordeser-quási,dorsemfim…—eufalhei-meentreosmais,falheiemmim,asaqueseelançoumasnãovoou…

Momentosd’almaquedesbaratei…templosaondenuncapusumaltar…riosqueperdisemoslevaraomar…Ânsiasqueforammasquenãofixei…

Semevagueio,encontrosóindícios…Ogivasparaosol—vejo-ascerradas;emãosd’herói,semfé,acobardadas,Puseramgradessobreosprecipícios…

Numímpetodifusodequebranto,tudoenceteienadapossuí…Hoje,demim,sórestaodesencantoDascoisasquebeijeimasnãovivi...

Umpoucomaisdesol—eforabrasa,Umpoucomaisdeazul—eforaalém.Paraatingir,faltou-meumgolped’asa…Seaomenoseupermanecesseaquém…

Paris 1913 — maio 13.

Mário de Sá-Carneiro,Verso e Prosa,ediçãodeFernandoCabralMartins,Lisboa,assírio&alvim,2010.

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Fichas de avaliação diagnóstica e formativa

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responda,porpalavrassuasedeformacompleta,àsquestõesqueseseguem.

1 nopoema,assiste-seaumdramaqueapalavra«quási»sintetiza.explique,deacordocomosentidodopoema,emqueconsisteessedramavividopelosujeitopoético.

2 estabeleçaarelaçãodesentidoentreosversos«eufalhei-meentreosmais,falheiemmim,/asaqueseelançoumasnãovoou…»(vv.15-16).

3 releiaosdoisversosiniciaisdaprimeiraedaúltimaestrofes.expliciteaalteraçãodesentidoqueéproduzidapelamudançadetempoverbal.

4 indiquequatrodosprocessosutilizadosparamarcaroritmodopoema,fundamentandoarespostacomelementosdotexto.

ii1 Leiaotextoseguinte.emcasodenecessidade,consulteanotaapresentadaaseguiraotexto.

OcríticoinglêsHerbertreadindicoucerteiramentequeograudeculturavisualdeumpovopodeavaliar-sepelasuacerâmica(inThe Meaning of Art).Éumaartequeproduzobjetosresistentes,decoloridointenso;podeassumirvaloresescultóricosepicturais;podeserutilitáriaoudecorativa,polifuncional;podeserbarataoucara;estápresentenasgrandescerimónias,assimcomonavidaquotidianadetodasasclassessociais.

Ora,acerâmicaportuguesaéumadasmaisricasdomundo,pelasuadiversidade,nívelestéticoeapuramentotécnico.Osazulejos,deusomuitofrequente,assumiramcomespecialeficáciaatradiçãovisual

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abstrata,enquantoapinturaeruditaseconcentravanaconceçãofigurativa.algunsazulejosintervinhamnosefeitosespaciaisdaarquitetura,acentuando-osoucontrariando-osnosseusjogosóticos.emsuma:tornandomaissubtisosefeitosespaciaisarquitetónicos.NacidadedeLisboa,osazulejos,revestindoasfachadasdosprédios,eramaindamuitofrequentesnoiníciodoséculoxx.Osseusvidradosprolongavamnointeriordacidadeosreflexosdaluzsolarnaságuasdoriotejo;eosseuspadrõescoloridoscriavamritmosetexturas,comdiversasorganizaçõesóticas.

NestaexperiênciavisualenraízaumdosaspetosmaisoriginaisdapintoraMariaHelenaVieiradaSilva(1908-1992):acriaçãodeumespaçopuro.UmdosprimeirosquadrosemqueesseespaçoseadivinhaéO Quarto de Azulejos(1935),ondeaperspetivasugeridapelaslinhasretaséalteradapelojogocromáticodosquadriláteros,comassuassequênciasorganizadasemestruturaslibertasdequalquerfunçãoimitativa.Nestequadro,comoemMáquina Ótica (1937),VieiradaSilvaprecedeuoMovimento op1,desenvolvidointernacio-nalmenteapartirdofimdosanoscinquentaeassimdesignadoem1964.eéaindacomosazulejosdeLisboa—comosreflexosdeluzpropagando-sederuaemrua,dissolvendoarigidezarquitetónica—quesepodemrelacionaralgunsaspetosimpressionísticosdemuitaspinturasposterioresdeVieiradaSilva,comosseusbrancoseazuis.

aprópriapintoraconfirmouestainfluência:«emPortugal,encontram-semuitosquadradinhosdeloiça,osazulejos.apalavravemde«azul»,porqueeleseramazuis.Sãoummotivodedecoraçãotradicionalnascasasantigas.Issotambémmeinfluenciou.enfim,estatécnicadá-meumavibraçãoqueprocuroepermiteencontraroritmodeumquadro.»

Nãosepretende,porém,afirmarquetodaaobradeVieiradaSilvaderivadosazulejos.tambémnãosepretendedizerquetodososazulejossãoabstratos,nemapenasdeorigemárabeoudosuldaPenínsulaIbérica;tambémosháfigurativosedeinfluênciaholandesa.

rui Mário GonçalveS,A Arte Portuguesa do Século xx,Lisboa,temaseDebates,1998.

1.1 Pararesponderacadaumdositens,selecioneaúnicaopçãoquepermiteobterumaafirmaçãocorreta.

a) Segundooautor,osazulejos… 1. interferemativamentenoespaçovisualcitadino. 2. seguemomesmorumodapinturaerudita. 3. raramenteconstituemumamanifestaçãoartística. 4. têmnacorumrecursoestéticoexclusivo.

b) em«eramaindamuitofrequentes»(l.12)eem«eéainda»(l.22),osvaloresintroduzidospelosdoisconectoresdestacadossão,respetivamente…

1. detempoedeoposição. 2. deconcessãoedetempo. 3. deconcessãoedeadição. 4. detempoedeadição.

c) Nasfrases«Issotambémmeinfluenciou»(ll.27-28)e«estatécnicadá-meumavibraçãoqueprocuro»(l.28),ospronomespessoaisdesempenham,respetivamente,asfunçõessintáticasde…

1. complementoagentedapassivaecomplementoindireto. 2. complementoindiretoecomplementodireto. 3. complementodiretoecomplementoindireto. 4. predicativodosujeitoecomplementodireto.

1.2 Identifiqueoantecedentedospronomespessoaisqueocorremem«acentuando-osoucontrariando-osnosseusjogosóticos»(l.10).

1.3 Classifiqueaoraçãoiniciadapor«que»em«Nãosepretende,porém,afirmarquetodaaobradeVieiradaSilvaderivadosazulejos.»(ll.30e31).

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1Movimento op: correnteartística—Opticalart—surgidanaeuropaenosestadosUnidosdaaméricanadécadade1960doséculoxxequesecaracterizapelarepresentaçãodomovimentoatravésdeilusõesóticas.

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Fichas de avaliação diagnóstica e formativa

iii1 afirma-secomfrequênciaqueacorfazpartedanossaculturavisual.numtextobemestruturado,

comummínimodeduzentaseummáximodetrezentaspalavras,defendaumpontodevistapessoalsobreaimportânciasimbólicadascoresnanossasociedade.Fundamenteoseupontodevistarecorrendo,nomínimo,adoisargumentoseilustrecadaumdelescom,pelomenos,umexemplosignificativo.

nota:Concede-seumatolerânciadecincopalavrasaolimitedepalavrasimposto.Ultrapassadaessatolerância,cadapalavraamaisserápenalizadacomumponto,atéaomáximodecincopontos.

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Literatura modernista: contextoecaracterísticas

ComaafirmaçãodageraçãodoOrpheu,aliteraturaportuguesaentradefinitivamentenoséculoXX.emtermosestéticos,acaracterísticapredominanteéaruturacomopassadoecomnormasreguladoras.

AsvanguardasUmavitalidadeextraordináriaetumultuosa,quesemanifestanumcontínuoexperimentalismoàprocuradenovaslinguagensexpressivas,percorrealiteraturaeasartesplásticasnoiníciodoséculoXX.Surgem,umaapósoutra,asvanguardas,gruposdeescritoresedeartistasplásticos,queelaboramprogramas,lançammanifestos,organizamconferênciasoueventoscomafinalidadededesestabilizarasconvençõesqueregemacomunicaçãonasociedadeburguesa.

Umadelas,oFuturismo,alcançaumaenormeprojeçãopelamaneiraradicaleiconoclastacomquerecusatodasasformasartísticastradicionais,julgando-asinadequadasànovacivilizaçãodasmáquinascriadapelarevoluçãoindustrial.NoManifesto do Futurismo(Paris,1909),oescritoritalianoMarinetticontrapõeàliteraturadopassado,que«exaltouatéhojeaimobilidadepensativa,oêxtase,eosono»,umanovaliteraturaqueexalteo«movimentoagressivo,ainsóniafebril,opassodacorrida,osaltomortal,abofetadaeosoco»,ecelebreabelezadomoderno:

«Cantaremosasgrandesmultidõesagitadas,pelotrabalho,peloprazerepelarebelião;cantaremosasmarésmulticoloresoupolifónicasdasrevoluçõesnascapitaismodernas,cantaremosovibrantefervornoturnodosarsenaisedosestaleirosincendiadosporviolentasluaselétricas,asestações[…];aspontessemelhantesaginastasquegalgamosrios,balouçandoaosolcomumbrilhodefacas;ospaquetesaventurososquefarejamohorizonte,aslocomotivas[…]eovoodeslizantedosaeroplanos.»

aadesãoentusiastaaomundomodernoporpartedosfuturistascontrastacomaatitudedosartistasfinisseculares.Comovimos,estesreagiamcomdesgostoerepulsaperanteastransformaçõescausadaspelarevoluçãoindustrial,refugiando-senumisolamentoaristocrático.Osfuturistas,pelocontrário,queremintervirativamentenavidasocialepolíticadasnações,paradestruirtudooquetravaaexpansãodaenergiavitaldomoderno.

aexperiênciadasvanguardasteveefeitosdiferentesnaáreadaliteraturaenadasartesplásticas.Nestesegundocaso,ascriaçõesdeartistasdeextraordináriovalormodificaramdefinitivamenteoconceitotradicionaldeobradearte.

PeriodizaçãodoModernismoportuguêsemrelaçãoàliteraturaportuguesa,otermomodernismodesignaoperíododeafirmaçãodumgrupodepoetaseartistas,entreosquaissobressaemFernandoPessoa,MáriodeSá-CarneiroealmadaNegreiros,conhecidoscomoageraçãodoOrpheuporteremcolaboradonarevistacomestenomepublicadaem1915.Fundadacomopublicaçãotrimestral,arevista Orpheu nãofoialémdosegundonúmero,masoenormeescândaloquesuscitounomeioculturalesocialportuguêsfoisemelhanteaoquecostumavaacompanhar,noutrospaíses,oaparecimentodasvanguardas.

NoprimeironúmerocolaboramMáriodeSá-Carneiro(«ParaosIndíciosdeoiro»,poemas),oescritorbrasileiroronalddeCarvalho(«Poemas»),FernandoPessoa(«Omarinheiro»,dramaestático),alfredoPedroGuisado(«trezesonetos»),JosédealmadaNegreiros

FilippoMarinetti.

revistaOrpheu,número1(CasaFernandoPessoa,Lisboa).

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(«Frizos»,umasériedebrevespoemasemprosa),armandoCortes-rodrigues(«Poemas»),e,finalmente,umheterónimopessoano,ÁlvarodeCampos(«Opiário»e«Odetriunfal»).

ComaexceçãodascomposiçõesdeMáriodeSá-CarneiroedeÁlvarodeCampos,osoutrostextosnãoapresentamgrandesnovidades.Sãodecarizsimbolistaouseguemosditamesdumasuavariante,oPaulismo,lançadaporFernandoPessoaporalturadasuaestreiapoética,em1914,naspáginasdarevistaA Renascença,comopoema«Pauis»:

asucessãodefrasesnominais,oususpensas,asexclamações,amaiusculaçãoquedestacaalgumaspalavras-chave,asconstruçõessintáticasanómalas,sãooselementosmaisvistososdoPaulismo,queseinspiranosprincípiosestéticosquePessoaenunciaranosartigosescritosparaarevistaA Águia,em1912:ovago,asubtileza,que«substituiumasensaçãosimplesporumaexpressãoqueatornavívida,minuciosa,detalhada»,eacomplexidade,que«supõeumaintelectualizaçãodeumaemoção,ouumaemocionalizaçãodeumaideia».

Opredomínio,noprimeironúmerodarevistaOrpheu,decomposiçõesaindasubstancialmenteligadasaumaestéticasimbolista,éassinaladooportunamenteporFernandoPessoanumacartaquepensouenviaraoDiário de Notícias.Convémsublinhar,todavia,queoquesuscitouescândaloforamjustamenteostextosmaisinovadores,ouseja,osdeMáriodeSá-Carneiroesobretudoa«Odetriunfal»deÁlvarodeCampos,acercadaqualoredatordeA Capitalescreve:«cantaascoisasmenosdelicadasemenospoéticasdosnossostemposemespantosasexpressõesverbaisporvezespornográficas».

Pauis de roçarem ânsias pela minha alma em ouro…Dobre longínquo de Outros Sinos… Empalidece o louroTrigo na cinza do poente… corre um frio carnal por minh’alma…Tão sempre a mesma, a Hora!… Balouçar de cimos de palma…Silêncio que as folhas fitam em nós… Outono delgadoDum canto se vaga ave… Azul esquecido em estagnado…Oh que mudo grito de ânsia põe garras na Hora!Que pasmo de mim anseia por outra coisa que o que chora

[…]

Trepadeiras de despropósito lambendo de Hora os Aléns…Horizontes fechando os olhos ao espaço em que são elos de erro…Fanfarras de ópio de silêncios futuros… Longes trens…Portões vistos de longe… através de árvores… tão de ferro!

LEITURA

Futurismo e Intersecionismo

FernandoPessoa,emcartaassinadaporÁlvarodeCampos,engenheiroepoetasensacionista,edirigidaaoDiário de Notícias,quenãochegouaserenviada,assinalaasdiferençasentreoFuturismoeoIntersecionismo.

«Oquequeroacentuar,acentuarbem,acentuarmuitobeméqueéprecisoquecesseatrapalhada,queaignorânciadosnossoscríticosestáfazendo,comapalavra”futurismo”.FalaremFuturismo,querapropósitodo1.ºnúmerodoOrpheu,querapropósitodolivrodosr.Sá-Carneiro,éacoisamaisdisparatadaquesepodeimaginar.NenhumfuturistatragariaoOrpheu.OOrpheuseriaparaumfuturistaumalamentáveldemonstraçãodoespíritoobscurantistaereacionário.AatitudeprincipaldoFuturismoéaobjetividadeabsoluta,aeliminaçãodaartedetudoquantoéalma,quantoésentimento,emoção,lirismo,subjetividadeemsuma.

OFuturismoédinâmicoeanalíticoporexcelência.OrasehácoisaquesejatípicadoIntersecionismo(taléonomedomovimentoportuguês)éasubjetividadeexcessiva,asínteselevadaaomáximo[…].Eotédio,osonho,aabstraçãosãoasatitudesusuaisdospoetasmeuscolegasnaquelabrilhanterevista.[…]No2.ºnúmerodoOrpheuviráacolaboraçãorealmentefuturista,écerto.Entãosepoderáveradiferença,sebemquesejanãoliteráriamaspicturalessacolaboração.SãoquatroquadrosqueemanamdaaltasensibilidademodernadomeuamigoSanta-RitaPintor.[…]Aminha“Odetriunfal”,no1.ºnúmerodoOrpheuéaúnicacoisaqueseaproximadoFuturismo.Masaproxima-sepeloassuntoquemeinspirou,nãopelarealização—eemarteaformaderealizaréquecaracterizaedistingueascorrenteseasescolas.»(comadaptações).

FotografiadeSanta-ritaPintorpublicadanarevistaPortugal futurista.

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NosegundoeúltimonúmeroeditadodeOrpheucolaboramÂngelodeLima(«Poemasinéditos»),MáriodeSá-Carneiro(«Poemassemsuporte»),opoetabrasileiroeduardoGuimarães(«Poemas»),raulLeal(«atelier»,novelavertígica),ViolantedeCysneiros,pseudónimodearmandoCortes-rodrigues(«Poemas»),ÁlvarodeCampos(«Odemarítima»),LuísdeMontalvor(«Narciso»,poema)eFernandoPessoa(«Chuvaoblíqua»).

esteúltimopoema,divididoemseispartes,éumexemplodoIntersecionismo,outromovimentolançadoporPessoa,queconstituiumpassoemfrenteemrelaçãoaoPaulismo:emvezdeumasimplessucessãodeimagens,temosagoraumasobreposiçãodeimagens,umasvindasdoexterioreoutrasdointerior:

Nestesversos,quecorrespondemaoincipit,cruzam-seapaisagemrealeoportosonhado.ÉprovávelqueparaaideaçãodoIntersecionismotenhacontribuídooconhecimentodoCubismo,omovimentoartísticolideradoporPicassoeBraque,queprocuravarepresentarsimultaneamentenumasuperfícieplanaosváriosaspetosdeumobjeto.asreproduçõeshors-textesdequatroquadrosdeSanta-ritaPintoreopoema«Manucure»deMáriodeSá-Carneiroconferemumcarátermaisvanguardistaaestesegundonúmero.

Oterceironúmero,quetodavianãochegouaserpostoàvendaporfaltadefinanciamento,mantémaheterogeneidadedascolaborações,destacando-se,comoobrascapazesdesuscitaraindamaisescândalojuntodomeioculturallisboeta,opoema«acenadoódio»,dealmadaNegreiros,eacolaboraçãodopintoramadeodeSouza--Cardoso.

Oanode1917constituiosegundomomentoaltodaafirmaçãopúblicadoModernismo.a14deabriltemlugarumaconferênciafuturistanoteatrorepúblicapromovidaporalmadaNegreiros,queassimrelataoevento:

«Àminhaentradanopalcorebentouumaespontâneaetremendapateadaseguidadeumacalorosíssimasalvadepalmasqueeucorteideumgesto.reduzidaaplateiaàsuainexpressãonatural,tiveaglóriadeapresentarofuturistaSanta-ritaPintorqueopúblicorecebeucomumaovaçãounânime.ComeceientãoomeuultimatumàjuventudeportuguesadoséculoXX,eaplateia,costumadaaconferênciasexclusivamenteliteráriasepedantes,chocou-senitidamentecomavirilidadedasminhasafirmações,peloqueexecutavapremeditasecobardesreprovaçõesisoladasmassemefeitodeconjunto[…].Consegui,inspiradonarevelaçãodeMarinettieapoiadonogenialoptimismodaminhajuventude,transporessabitoladeinsipidezemquesegastaLisboainteira,eatingir,anteacuriosidadedaplateia,aexpressãodaintensidadedavidamoderna,semdúvidadetodasasrevelaçõesaqueémaisdistantedePortugal.»

Nomêsdenovembrode1917épublicadaarevistaPortugal Futurista.NonúmeroúnicocolaboramalmadaNegreiros(«Saltimbancos—contrastessimultâneos»,prosa;«Mima-fataxasinfoniacosmopolitaeapologiadotriângulo

Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinitoE a cor das flores é transparente de as velas de grandes naviosQue largam do cais arrastando nas águas por sombraOs vultos do sol daquelas árvores antigas…O porto que sonho é sombrio e pálidoE esta paisagem é cheia de sol deste lado…Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrioE os navios que saem do porto são estas árvores ao sol…

amadeodeSouza-Cardoso,A Cozinha da Casa de Manhufe(CentrodearteModernaJoséazeredoPerdigão,FundaçãoCalousteGulbenkian).

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feminino»,poema),FernandoPessoa(«episódioseficçõesdointerlúdio»,poemas)eÁlvarodeCampos(«Ultimatum»).SãopublicadostambémtrêspoemasdeMáriodeSá-Carneiro,quefaleceraem1916.Dacolaboraçãoestrangeira,devemdestacar-seostextosdeBlaiseCendraseGuillaumeapollinaire.

aintervençãodapolícia,queapreendeuatiragem,evitandoasuadistribuição,foiprovavelmentemotivadapelatranscriçãonovolumedasessãofuturistadoteatrorepública,que,alémdo«UltimatumfuturistaàsgeraçõesportuguesasdoséculoXX»,dealmadaNegreiros,incluíao«Manifestofuturistadaluxúria»,deMme.deSaint-Point.

Nosanos20,arevistaContemporânea(13númerosentre1922e1926),dirigidaporJoséPacheco,quetinhasidooautordascapasdosdoisnúmeroseditadosdaOrpheu,eaAthena(5númerosentre1924e1925),sobadireçãoderuyVazeFernandoPessoa,dãocontinuidade,emborajásemomesmoespíritovanguardista,àexperiênciadageraçãodoOrpheu.FernandoPessoa,aofalardaprimeira,emcartadirigidaaCortes-rodrigues,comenta:«É,decertomodo,asucessoradoOrpheu.Masquediferença!quediferença!» almadaNegreiros

naIConferênciaFuturista,emabrilde1917.

LEITURA

O Sensacionismo

Comovimos,acolaboraçãonosdoisnúmerosdarevistaOrpheurevela-seheterogénea.Aoladodecomposiçõesdecarátervanguardista,encontram-setextosqueaindapermanecemsubstancialmentenoâmbitodaestéticadoSimbolismo.Todavia,paraFernandoPessoa,queprojetavadivulgaraliteraturadeOrpheunomundoanglo-saxónico,estaaparentediversidadetinhaasuaorigemnasprópriascaracterísticasdomovimentoliterárioaquepertenciam,ouseja,oSensacionismo.Estemovimento,queultrapassaeenglobaoPaulismoeoIntersecionismo,naspalavrasdePessoa«diferedetodasasatitudesliteráriasemserabertoenãorestrito».Napassagemtranscritaaseguir,retiradadoquedeviaserprovavelmenteumaprimeiraversãodoprefáciodeumaantologiaorganizadaparaopúblicoinglês,Pessoasublinhaaoriginalidadedaliteraturasensacionistaemrelaçãoàdeoutrosmovimentosliteráriosmodernos.

«OSensacionismocomeçoucomaamizadeentreFernandoPessoaeMáriodeSá-Carneiro.Provavelmenteédifícildestrinçarapartedecadaumnaorigemdomovimento,ecomcertezaabsolutamenteinútildeterminá-la.Ofactoéqueamboslhederaminício.Mascadasensacionistadignodemençãoéumapersonalidadeàparte,e,naturalmente,todosexerceramumaatividaderecíproca.FernandoPessoaeMáriodeSá-Carneiroestãomaispróximosdossimbolistas.ÁlvarodeCamposeAlmadaNegreirossãomaisafinsdamodernamaneiradesentiredeescrever.Osoutrossãointermédios.

Ossensacionistasportuguesessãooriginaiseinteressantesporque,sendoestritamenteportugueses,sãocosmopolitaseuniversais.Otemperamentoportuguêséuniversal;esta,asuamagníficasuperioridade.OatoverdadeiramentegrandedaHistóriaportuguesa—esselongoperíododosDescobrimentos—éograndeatocosmopolitadaHistória.Cauteloso,científico,nelesegravaopovointeiro.Umaliteraturaoriginal,tipicamenteportuguesa,nãoopodeserporqueosportuguesestípicosnuncasãoportugueses.

Háalgodeamericano,comabarulheiraeoquotidianoomitidos,notemperamentointelectualdestepovo.Ninguémcomoeleseapropriatãoprontamentedasnovidades.Nenhumpovodespersonalizatãomagnificamente.Essafraquezaéasuagrandeforça.Essenãoregionalismoéoseuinusitadopoder.Éessaindefinidadedealmaqueodefine.

Quantoaderivação,pois:aenumeraçãodasnossasorigensseráoprimeiroelementoparaqualquercoisadeparecidocomumaexplicaçãointegraldomovimento.Descendemosdetrêsmovimentosmaisantigos—“simbolismofrancês”,oPanteísmotranscendentalistaportuguêseabaralhadadecoisassemsentidoecontraditóriasdequeoFuturismo,oCubismoeoutrosquejandossãoexpressõesocasionais,embora,parasermosexatos,descendamosmaisdoseuespíritodoquedasualetra[…].DerivamosdoSimbolismofrancêsanossaatitudefundamentaldeatençãoexcessivaàsnossassensações,anossa,porconseguinte,frequentepreocupaçãocomotédio,aapatia,arenúnciaanteascoisasmaissimplesemaisnormaisdavida.Istonãonoscaracterizaatodosnós,emboratodoomovimentosejaimpregnadopelaanálisemórbidaeaceradadassensações.Vejamosagoraasdiferenças.Rejeitamosporcompleto,excetoocasionalmente,comfinspuramenteestéticos,aatitudereligiosadossimbolistas[…].Alémdisso,rejeitamoseabominamosaincapacidadesimbolistadeesforçoprolongado,asuaincapacidadedeescreverpoemasextensoseasua“construção”viciada[…].QuantoàsinfluênciaspornósrecebidasdomovimentomodernoquecompreendeoCubismoeoFuturismo,devem-semaisàssugestõesquedelesrecebemosdoqueàsubstânciadassuasobraspropriamenteditas.Intelectualizámososprocessos.Adecomposiçãodomodeloquerealizam(fomosinfluenciadosnãopelaliteratura—seéquetêmalgoquecomaliteraturasepareça—maspelosseusquadros)situámo-lanósnaquejulgamosseraesferaprópriadessadecomposição—não as coisas, mas as nossas sensações das coisas.»

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