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Vida de São Bento

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  • Sociedade das Cincias Antigas

    VIDA E OBRA DE SO BENTO

    1- Introduo

    A presente biografia foi baseada no, nico documento, referente a vida de So Bento, o livro do Papa So Gregrio Magno, escrito em 593 d. C., com o titulo de "Vida e Milagres do Venervel Bento" ou em uma traduo mais moderna: "Vida e Milagres de So Bento".

    Este livro baseia-se no relato de quatro discpulos de So Bento So Gregrio, conforme ele mesmo diz em seu prlogo: "No pude conhecer todos os feitos de sua vida (So Bento), mas os pouco que narro soube-os por ouvi-los de quatro de seus discpulos: Constantino, varo venerabilssimo que lhe sucedeu no governo do monastrio de Monte Cassino; Valentiniano, que esteve muitos anos frente do monastrio de Latro; Simplicio, o terceiro que depois dele dirigiu sua comunidade; e Honrato, que ainda hoje governa o monastrio de Subiaco, em que ele havia primeiro vivido".

    So Gregrio Magno, foi Papa de 590 a 604 d. C., filho de Santa Silvia, considerado Doutor da Igreja e chamado de "cnsul de Deus", foi ainda o nico a receber o cognome "Magno".

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    Ele foi um grande Papa, e o primeiro monge a sentar na cadeira de Pedro, um autntico pastor de almas que pregava o amor ao prximo. Conseguiu dirigir a igreja em tempos difceis e ainda fundou a escola de canto sacro que ficou sendo conhecido como Canto Gregoriano.

    Como "biografo" da vida de So Bento ocorreu aquela rara conjuno astral de um santo escrever sobre outro, e ningum como um santo para perscrutar os arcanos da alma de outro santo, principalmente se pertencem a mesma tradio.

    So Bento nasceu na regio da Nrsia (atual Norcia), pennsula Itlica, segundo a tradio no ano de 480 d. C., de famlia nobre, foi enviado por seus pais, junto com uma fiel ama de leite, Roma para l estudar Letras.

    importante ressaltar o perodo histrico em que viveu So Bento: O Imprio Romano desabava e tudo em volta era decadncia. Em 476 d. C., o ltimo imperador romano do ocidente foi deposto por mercenrios pagos pelo imperador romano do oriente. Roma e Itlia perderam sua posio de potncia mundial. Em 489 d. C., veio a invaso dos Godos e foi sob o domnio destes sobre a Itlia que So Bento viveu.

    Foi uma poca de muita misria, fome, grandes terremotos e pestes; uma situao to desesperada que em nada e ningum se podia confiar e quase todos os valores pareciam ter se perdidos. Quem quiser formular um conceito sobre So Bento e sua importncia no deve esquecer jamais destes sinais de decadncia.

    A instruo moral e religiosa de So Bento deve ter sido bastante rigorosa (So Gregrio diz dele: "Ainda criana, j trazia em si um corao de ancio", o que mostrava que So Bento, j na puberdade tinha um comportamento srio e ponderado) pois dando-se conta da decadncia moral daquela sociedade e vendo que muitos se deixavam arrastar para o caminho dos vcios resolveu abandonar os estudos literrios, a casa e a riqueza dos pais e concebeu o propsito de retirar-se ao

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    deserto, e se ps a caminho, seguido apenas de sua antiga ama de leite e com este sacrifcio ele venceria o que seria sua primeira grande tentao.

    Chegaram os dois a um lugar chamado Effide ou Enfide (atual Affile) e l se estabeleceram com a ajuda caridosa de algumas pessoas junto a Igreja de So Pedro.

    2- So Bento, Eremita e Asceta

    Em Effide So Bento realiza o primeiro milagre que se tem registro; Sem nada possurem, sua ama pede emprestado vizinhos um vaso de barro para limpar o trigo e por descuido deixa-o cair quebrando-o em duas partes. O venervel Bento chega em casa e sua ama chora desconsolada, ele recolhe ento o vaso e ora Deus em lgrimas e terminada a orao o vaso estava perfeito.

    O milagre se espalha e So Bento resolve fugir da glria mundana, sozinho, para um lugar chamado Subiaco, a 40 milhas de Roma; No caminho encontra um monge chamado Romano (So Romo) de um monastrio no distante que respeitou-lhe o segredo de seu desgnio e impe a Bento o hbito monstico, o que se supe que seja muito mais que simplesmente lhe dar uma vestimenta mas, muito provavelmente, lhe ensinou algumas prticas monsticas e religiosas.

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    Por 03 (trs) anos, So Bento, isolou-se em uma gruta pequenssima e de difcil acesso pois apenas So Romano sabia que ele estava ali e lhe levava po em uma cesta na qual estava amarrado um sino e era necessrio desce-la com uma corda at a gruta.

    Conta So Gregrio que o "antigo inimigo" (o demnio) atirara uma pedra fazendo cair o sino mas So Romano continuou ajudando-o como podia.

    3- So Bento, Pregador - Retorno ao Mundo

    So Bento s sairia de seu isolamento por interveno divina; Deus apareceu em viso um sacerdote que vivia bem distante de l e que havia preparado para si uma boa refeio para a festa da Pscoa, e lhe disse: "Tu preparas delcias para ti mesmo, enquanto o meu servo passa fome em tal lugar". Imediatamente, o sacerdote partiu em busca do homem de Deus, ao lugar referido, atravs das montanhas, vales e buracos daquelas terras, levando consigo a refeio da Pscoa. Encontrou So Bento em sua cova, rezou, bendisse a Deus e os dois se alimentaram e celebraram a Pscoa.

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    Aps o encontro, o sacerdote retornou a sua igreja e So Bento comeou a fazer seu apostolado com os pastores e habitantes da redondeza, que lhe davam o que comer em troca do alimento espiritual que recebiam em seus coraes.

    Aconteceu lhe ento a tentao carnal mais violenta que ele havia sentido e de certa forma a ltima. Veio a sua imaginao a memria de uma certa mulher que ele havia conhecido que se apresentava agora viva seus olhos inflamando o com sua beleza e enchendo seu corao de paixo.

    Pensou o santo em abandonar o deserto quando venceu a tentao se lanando nu em um matagal de espinhos e urtigas, fato este que marcaria sua regra, tanto na repreenso aos monges com varadas e outros castigos corporais quanto no aspecto militar da Ordem de So Bento; todos estamos sujeitos s tentaes ou, at melhor, ela extremamente necessria a evoluo espiritual e So bento propunha uma luta direta e uma disciplina militar contra ela, e as vezes, radicalmente, contra a nossa prpria natureza.

    O nome de So Bento tornou - se famoso por sua vida santa e por isso foi convidado por monges de um mosteiro das redondezas o qual o abade havia morrido. Negou por muito tempo avisando que seu modo de proceder no se ajustaria ao daqueles irmos mas cedendo imps no mosteiro a observncia da vida regular.

    Os irmos, depois, se irritaram com tanta severidade, e resolveram assassina-lo colocando veneno em seu vinho, mas beno com o sinal da cruz a taa quebrou e So Bento percebeu que havia ali bebida de morte pois no suportou o sinal da vida.

    4- Os Primeiros Mosteiros - Os Primeiros Discpulos

    Abandonando - os voltou a Subiaco e a sua solido mas sua vida santa congregaria em torno de si muitos discpulos, que queriam servir a Deus afastados das cidades e sob a tutela de So Bento.

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    Em Subiaco So Bento e seus discpulos construram 12 mosteiros aos quais foram constitudos por So Bento seus abades mas ele continuou formando alguns monges pessoalmente.

    Algumas famlias romanas comearam a lhes confiar a educao de seus filhos como foi o caso dos dois irmos So Mauro (Santo Amaro) e So Plcido.

    5- So Bento Abandona Subiaco e Construi Monte Cassino

    No vale de Subiaco, com seus 12 mosteiros, a fama do santo homem continuava a crescer e um presbtero de uma igreja no distante comeou a ter inveja do poder realizador daquele que viria a ser padroeiro da Europa.

    A inveja o cega a tal ponto que ele chega a enviar um pedao de po envenenado como presente. So Bento recebeu educadamente e agradeceu mas j previa o que ele continha. Havia um corvo que vinha todos os dias s refeies ser alimentado e So Bento lhe ordenou que levasse o po aonde no pudesse ser encontrado por ningum. O corvo pegou o po e aps 03 horas retornou para sua habitual refeio.

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    O presbtero ento, no conseguindo lhe tirar a vida, resolveu tentar seus discpulos, enviando mulheres nuas para passear nos jardins dos mosteiros. So Bento, humildemente, achou melhor abandonar Subiaco e tomou seu caminho junto com seus discpulos mas logo se retira, um acidente mata seu inimigo;

    Um monge os alcana e alegre o avisa "Volta pois o sacerdote que te perseguia j morreu". So Bento repreende fortemente o monge por sua alegria e chora amargamente tanto a morte de seu inimigo como a falta de compaixo de seu irmo.

    So Bento abandonou Subiaco em cerca de 529 d.c. O rei dos Godos, Teodorico, havia falecido e o Imprio Ostrogodo decaia tanto por suas dissidncias internas quanto pela presso do Imprio Romano do Oriente que a partir de 527 d.c estava nas mos de um imperador enrgico chamado Justiniano.

    So Bento e seus discpulos chegam ento a Monte Cassino e l encontra um templo antiqussimo dedicado ao culto de Apolo e resolve ali construir seu monastrio. Aonde era o templo ele ergueu um oratrio consagrado So Martinho de Tours e onde era seu altar, um oratrio So Joo.

    No local, o demnio lhe aparecia em chamas e todos podiam lhe ouvir seus gritos mas somente So Bento o via e o demnio lhe gritava: "Bento, Bento. Maldito s tu, e no bendito. Que tens tu comigo? Por que me persegues?"

    6- Os Dons e Poderes de So Bento

    So Bento mostrou em seus "milagres" possuir muitos dons. Ele tinha o dom da profecia, o poder da bi - locao, enxergava e se movia no astral, ensinou conscientemente atravs de sonhos, exorcizou, curou, operou ressurreies e sobretudo realizou muitos "milagres" atravs de uma orao e de uma beno extremamente poderosas.

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    Tudo isso contado em seus "milagres" mas muito mais se pode aprender com eles: a humildade, a disciplina e o amor a todos.

    Profecia - Bilocao - Sonhos

    Muitas so suas profecias, uma vez, So Bento viu que So Plcido, ainda menino, estava se afogando em um rio e enviando So Mauro, este andou sobre s guas sem perceber e salvou o menino.

    Posteriormente So Plcido afirmaria ter visto So Bento, por sobre os ombros do irmo a puxa-los para cima.

    Tambm o rei Ttila, dos Godos, sabendo de seus dom, tentou engana-lo enviando um oficial seu, vestido com suas roupas e jias, mas to logo chegou na frente do santo homem este o desmascarou.

    Depois, emocionado, o prprio rei foi visit-lo e So Bento lhe predisse em poucas palavras seu futuro que veio a se cumprir.

    Assim tambm previu a destruio do mosteiro de Monte Cassino e anunciou sua morte 06 dias antes aos seus discpulos.

    Alm da bilocao ocorrida no afogamento de So Plcido, So Bento visitava e ensinava em sonhos, como quando enviou seus discpulos Terracina para a construo de um mosteiro e prometeu - lhes estar tal dia com eles para lhes traar o plano da construo do edifcio.

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    Na noite anterior, o abade e prior tiveram em sonho,todos os detalhes da construo, ditados pelo santo homem mas no lhe deram crdito e continuaram lhe esperando para iniciar a construo. So Bento os repreendeu e lhes enviou de volta para que cumprissem o determinado.

    O Invisvel - Exorcismo

    Como vimos, So Bento exorcizou a taa que continha veneno e enxergava ao demnio em Monte Cassino mas muitas outras vezes isto se repete como quando da construo de Monte Cassino os monges no conseguiam mover uma pedra e sob ela o venervel enxergou um demnio e to logo ele abenoou a pedra ela pode ser removida.

    Outra vez foi com um monge que cujo o abade lhe havia reclamado sempre fugir da orao em abstrao e desateno. So Bento tomou So Mauro e foram lhe ver.

    So Bento ento disse: "Estais vendo quem que arrasta para fora o monge". So Bento orou e So Mauro pode tambm ver o pequeno demnio que atormentava o monge. Ele aplicou ao irmo varadas e expulsou o demnio que nunca mais voltou a perturb-lo.

    So Bento tambm enxergava nos planos superiores pois viu quando a alma de sua irm Santa Escolstica, na ocasio de sua morte, subindo aos cus e l entrou em forma de pomba e da mesma forma a alma de So Germano, Bispo de Cpua, sendo levada aos cus pelos anjos em uma bola de fogo.

    Curas - Ressurreio

    Suas curas foram muito numerosas, mas algumas foram bastante incomuns como a do monge esmagado por um muro que caiu, na construo de Monte Cassino, e que teve seus ossos esmigalhados a tal ponto que teve que ser levado ao santo homem em um lenol servindo como uma maca, de to destroado. So Bento pediu para deixa-lo em um lugar de orao e irem e logo ele retornou em sade perfeita para o trabalho.

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    Houve tambm um leproso, servo do pai de um monge, e o clrigo, o qual ele pediu que no mais comesse carne com a pena do demnio retornar junto com mal que lhe afligia. O padre, depois de um tempo, desobedeceu a prescrio do venervel e logo se viu atormentado por sua doena.

    O caso da ressurreio do filhinho de um campons nos mostra o conhecimento e a humildade de So Bento pois ele relutou muito e disse "Afastai-vos, irmos, afastai-vos; coisas dessas no cabem a ns, antes so prprias dos Santos Apstolos. Por que quereis impor - nos cargas que no somos capazes de suportar?".

    O pai da criana, porm, no desistiu at que So Bento lhe atendesse, e este erguendo as mos aos cus, junto ao corpo do menino, orou "Senhor, no olhes os meus pecados, mas a f deste homem que pede que se lhe ressuscite, e faz voltar a este corpinho a alma que dele quiseste levar".To logo ele terminou sua orao o menino voltou vida.

    E muitos outros "milagres" ele realizou pela orao e pela beno:

    Ele descobriu uma fonte de gua onde no havia; Um monge, que havia morrido saindo do mosteiro sem sua beno, fora enterrado varias vezes mas seu corpo amanhecia fora do tmulo at que o venervel lhe abenoou; Algumas irms religiosas foram proibidas por ele de receber a comunho pois mesmo sob o habito religioso no refreavam suas lnguas e morreram nesse estado. Uma amiga delas as via na igreja, todos os dias durante a missa, pois na hora da comunho elas saiam de suas tumba e se retiravam da igreja. Contando sua viso ao homem de Deus, este muito triste, prontamente interveio e elas puderam descansar em paz.

    A ferramenta que havia se perdido dentro de um lago e So Bento, colocando o cabo dentro e orando fez com que a ferramenta retornasse encaixando se ao cabo.

    7- So Bento, o Mstico

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    A viso de So Bento da alma de So Germano ascendendo aos cus foi na realidade somente parte de uma experincia mstica muito maior. Eis como nos conta So Gregrio:

    "So Bento, se antecipava a hora da orao noturna de p, junto a janela, e orava a Deus onipotente. E aconteceu que, viu projetar-se do alto uma luz que, difundindo se em redor, afugentava todas as trevas da noite e brilhava com tanto fulgor que, resplandecendo no meio da escurido, era superior do dia. Nessa viso sucedeu um fato maravilhoso, porque, como ele mesmo contou depois, apareceu diante de seus olhos o mundo inteiro como recolhido em um nico raio de sol."

    Depois ento ocorreu a viso da alma de So germano j descrita. No se pode compreender com a inteligncia tal expanso da alma, nem pode se expressa-la em palavras, porm So Gregrio tentou assim definir a Pedro, seu interlocutor:

    "Para a alma que v o criador bem pequena a criao inteira. Por pouco que ela veja da luz do criador, tornasse minsculo tudo o que criado. Por que na claridade da contemplao interior dilata-se a capacidade da alma, a sua expanso em Deus tal que se torna superior ao mundo".

    So Bento era um mstico, sua natureza interior era santa, pois era expansiva em sua contemplao e coaguladora em sua obra. Assim tantos se uniram a ele e lhes perscrutava os coraes e lia seus pensamentos pois participava da intimidade da natureza de tudo e de todos.

    8- A morte de So Bento

    Tradicionalmente tinha se o falecimento de So Bento como ocorrido em 543 d. C., mas estudos cronolgicos mais recentes fixam o ano de 547 d. C. para a sua passagem para a glria. Sua festa celebrada dia 11 de julho. A parte a histria, o fato que, alm de prever sua morte 6 dias antes, So Bento quis morrer de p, suportado pelos irmos de to fraco e doente, no oratrio que ele edificou, consagrado a So Joo Batista, em monte Cassino, aps receber a comunho ele expirou em orao.

    A hagiologia diz que um raio de luz teria levado sua alma aos cus. Iconograficamente se apresenta imberbe ou de barba, vestindo o habito dos beneditinos, original ou recentes, segurando a regra e as vezes tambm um cajado.

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    Seus atributos so: um vaso quebrado, vergastas (varas), um globo de fogo, um clice de onde sai uma serpente, um corvo com o po envenenado em seu bico e as vezes uma sineta quebrada. Todos em aluso aos "milagres" e acontecimentos j descritos.

    9 - So Bento e a Graa da Boa Morte.

    Santa Gertrudes foi uma mstica e um dia, arrebatada de seu corpo, teve uma viso da morte do santo homem e ao final ele lhe apareceu; ela ento ousou lhe pedir, a ela e suas irms, ter uma morte to honrada e santa e So Bento teria lhe prometido a todos que a ele rendessem homenagem, que ele prprio assistiria na hora da morte contra as investidas dos demnios.

    10 - A Medalha de So Bento

    No se pode definir com preciso a data da origem da medalha que foi difundida a partir do sculo XVII mas seus caracteres e forma se perderam no tempo. Pode se dizer porm que um pantculo perfeito, e o nico com caracteres latinos e pertencentes a tradio ocidental e que comprovadamente possui um poder de proteger contra o mal, curar males e nos ligar aos cus e a egregra beneditina.

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    Deve ser sempre usada como medalha e tambm junto ao tero ou rosrio para lhe dar fora. Sua forma mudou ao longo do tempo e hoje ela cunhada tendo So Bento segurando a cruz e a regra, do lado esquerdo um clice do qual sai uma serpente e do lado direito o corvo com o po envenenado, e em seu contorno a frase "Eius in obitu nro praesentia muniamur" (Sejamos confortados pela presena de So Bento na hora de nossa morte).

    Do outro lado, temos a cruz de So Bento e seus caracteres:

    Nos quadrantes: C S P B - Crux Sancti Patris Benedicti - Cruz do Santo Pai Bento

    Na cruz - vertical: C S S M L - Crux Sacra Sit Mihi Lux - Crus Sagrada Seja Minha Luz

    Na cruz - horizontal: N D S M D - Non Draco Sit Mihi Dux - O Drago No Seja Meu Chefe

    No contorno - acima da cruz a inscrio PAX ( paz) e V R S N S M V S M Q L I V B - Vade Retro Satana, Nunquam Suade Mihi Vana, Sunt Male Quae Libas, Ipse Venena Bibas - Retira te Satans, No Me Persuades de Tuas Vaidades, O que Ofereces o Mal, Bebe Tu Mesmo Teu Veneno.

    11 - Doutrina e Regra de So Bento

    A doutrina de So Bento foi deixada, por seu exemplo de vida de orao e dedicao a Deus, aos seus filhos espirituais em sua obra e no nico livro em que escreveu: a regra beneditina.

    No importa se ele escreveu ou copiou, se foi inspirado ou se bebeu nas fontes dos padres do deserto, o que importa que sua regra j era vivida por ele antes de escreve-la, j havia tido a experincia profunda e a regra mostra nos tambm que ele tinha um conhecimento profundo das sagradas escrituras.

    Ordem, Disciplina, Fidelidade e Obedincia

    A regra um modo de viver em ordem e disciplina e foi escrita para monges mas muito se pode retirar dela. So Bento no a transgredia de forma alguma, nem a pedido de sua irm Santa Escolstica que foi obrigada a pedir a Deus para que casse uma tempestade e ele passasse a noite fora de seu monastrio, o que proibido pela regra, e por suas virtudes foi atendida e eles ento puderam passar a noite em conversa espiritual. Somente o impossvel o fez transgredir seu modo de vida, ele era fiel em exemplo e sua regra reflete esta fidelidade.

    A regra no permite a desordem e a indisciplina, e se ns trazermos isto para nossa vida e adaptarmos ao nosso cotidiano, criando e obedecendo a nossa regra, mudando quando necessrio mas nunca permitindo a desordem e a indisciplina como regra e sim mantermos nos fiis sempre at que venham as tempestades e nos faam mudar. O mais importante termos e obedecermos a uma regra de vida e para isso devemos conhecer um pouco mais da doutrina de So Bento.

    Desconhecido no Mundo

    So Bento uma figura velada. O que se conhece dele sua obra a qual ele se escondeu atrs deliberadamente e seria praticamente uma lenda se um outro santo homem no quisesse nos mostrar suas virtudes e exemplo de vida. Lembremos nos mais uma vez que a caridade s existe quando se faz sem se deixar conhecer.

    Vida Interior

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    Assim comea o texto da Regra de So Bento: "Escuta, filho, os preceitos de teu Mestre, e inclina (abre) o ouvido de teu corao". So Bento nos convida a vida interior, ele diz, ouve teu corao, quando nossa prioridade est em criticar e agir. Ele incisivo: v ao seu interior e l obedea a regra que aceitou para sua vida.

    Cavaleiro de Cristo, Renncia dos Desejos

    Do texto: "A ti, pois, se dirige agora a minha palavra, quem quer que sejas que renunciando s prprias vontades, empunhas as gloriosas e poderosssimas armas da obedincia para militar para o Cristo Senhor, verdadeiro Rei".

    Percebemos aqui que So Bento queria formar uma milcia para servir ao Cristo Glorioso e apesar de seus rgidos castigos corporais ele no se espelha e nem almeja o Cristo sofredor mas nos exorta a renncia para servir a um rei interior.

    Temor Deus, Ateno aos Pensamento

    "O temor Deus o princpio da sabedoria". O santo homem escreve de forma clara "Interroguemos ao Senhor - Senhor, quem habitar na vossa tenda e descansar na vossa montanha santa? Depois dessa pergunta, irmos, ouamos o Senhor...". E ele responde: aquele da justia e da verdade, aquele que no fala e no faz mal ao prximo, o que reduz o maligno e suas sugestes a nada e "agarra seus pensamentos ainda ao nascer e quebra os de encontro ao Cristo", e ainda, aquele que no fica orgulhoso de si pois sabe que at o que tem de bom em si foi feito pelo Senhor.

    "Portanto, preciso preparar nossos coraes e nossos corpos para militar na santa obedincia dos preceitos; e em tudo aquilo que nossa natureza tiver menores possibilidades, roguemos ao Senhor que ordene sua Graa que nos preste auxilio. E, se, fugindo das penas do inferno, queremos chegar vida eterna, enquanto tempo, e ainda estamos neste corpo e possvel realizar todas essas coisas no decorrer desta vida de luz, cumpre correr e agir, agora, de forma que nos aproveite para sempre."

    Escola, Estabilidade

    "Devemos pois, constituir uma escola de servio ao Senhor". So Bento fez de sua Ordem uma escola de espiritualidade e conhecimento, pois achava a instruo essencial a evoluo do homem.

    Para tanto ele exigia a estabilidade da vida encerrada em um mosteiro para que os estudos e a espiritualidade fossem concentrados e no admitia peregrinos mas somente os que estivessem prontos para as razes da regra.

    Na nossa vida fora de um mosteiro seria o mesmo que dizer devemos procurar o equilbrio e a estabilidade em todas nossas aes e meios em que vivemos e achando um caminho pararemos nossa peregrinao e dediquemos e concentremos nos ao mximo a ele.

    Responsabilidade, Igualdade

    "Antes de tudo, que no trate com mais solicitude das coisas transitrias, terrenas e caducas, negligenciando ou tendo em pouco a salvao das almas que lhe foram confiadas, mas pense sempre que recebeu almas a dirigir, das quais dever prestar contas."

    Esta a carga de um chefe de qualquer egregra a qual ele exorta responsabilidade de "apresentar sempre coisas boas e santas mais pelas aes do que pelas palavras" e no haver distino de nenhuma forma entre irmos.

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    Temperana, Boas Obras

    So Bento ensina em sua regra como se deve procurar sempre a temperana das aes, as vezes tendo que agir com severidade e as vezes com afeto. Devemos levar este ensinamento s nossas famlias, a nossa vida profissional e social, para buscarmos sempre a justia e a misericrdia em nossas aes e pensamentos.

    So Bento tambm nos lista 74 Instrumentos das Boas Obras, alguns so somente para monges, mas outros so de extrema importncia em nossa vida, alm dos 10 mandamentos de Moiss e dos dois de Cristo, eis alguns:

    - No abraar as delicias

    - Reconfortar os Pobres

    - Honrar todos os homens

    - Visitar os enfermos

    - No Conceder paz simulada

    - Proferir a verdade de corao e de boca

    - Amar os inimigos

    - Ter diariamente diante dos olhos a morte a surpreend-lo.

    - Vigiar a toda hora os atos de sua vida.

    - Dar se freqentemente a orao.

    - Orar, no amor de Cristo, pelos inimigos.

    - Voltar paz, antes do por do sol, com aqueles com quem teve desavena.

    Silncio

    So Bento nos alerta para que no falemos muito para no cairmos em erro mais facilmente e ainda no murmuremos, pois para ele, isso era sinnimo de critica ou julgamento e mais ainda nos convoca para o silncio interior e se o barulho externo o atrapalha, evite-o.

    Humildade

    So Bento, procura dar em sua regra todos os graus de humildade necessrios para a escalada espiritual:

    1o Grau - Temor a Deus, evitar qualquer esquecimento

    2O Grau - No amar a prpria vontade

    3O Grau - Obedincia at a morte.

    4O Grau - Pacincia na adversidade e perseverana

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    6O Grau - Contente em qualquer situao

    9O Grau - Entregue se ao silncio.

    12O Grau - no ter a humildade somente nas palavras mas tambm nas aes e deixar

    transparecer em nossas posturas corporais.

    Salmos e Exerccios

    A regra dispe os 150 Salmos para recitao em uma semana. So Bento permite a mudana da ordem dos Salmos mas deve ser feito todo saltrio intercalado com antfonas e oraes, como o glria e o Pater.

    Os salmos so recitados com uma tcnica muito semelhante a da orao contnua dos Padres do Deserto mas com a complexidade dos salmos e o rigor dos horrios somente monges conseguem cumpri-los integralmente.

    Os beneditinos praticam ainda o exerccio da Lectio Divina que remonta do tempo dos apstolos.

    Orao e Trabalho

    So Bento nos escreve da orao: "Se queremos sugerir alguma coisa aos homens poderosos, no ousamos faze-lo a no ser com humildade e reverncia, quanto mais no se dever empregar toda a humildade e pureza de devoo para suplicar ao Senhor Deus de todas as coisas? E saibamos que seremos ouvidos, no com o muito falar, mas com a pureza do corao e a compuno das lgrimas."

    Do trabalho ele diz: "A ociosidade inimiga da alma". Por isso seus mosteiros eram muito produtivos j que todos tinham que trabalhar e ele considerava o verdadeiro monge aquele que vivia de suas mos.

    Com o trabalho, oraes e leituras, todo o tempo do dia esta preenchido com Deus e no devia sobrar espao e tempo para o mal.

    12 - ndice das Imagens

    1- Fragmento de pintura de Fra Anglico - So Bento entre So Francisco de Assis e So Bernardo

    2- So Gregrio entre seu pai Giordano e sua me santa Silvia.

    3- Panorama de Nursia - atual Nrcia.

    4- So Bento despede se dos pais para, na companhia da ama, estudar em Roma.

  • Biografia So Bento Sociedade das Cincias Antigas 17

    Obs. Foram pintados 35 cenas, em estilo renascentista, da vida de so Bento pelos artistas, Luca Signorelli e Sodoma, a partir de 1495.

    5- Enfide, atualmente Affile, a sul de Subiaco.

    6- Primeiro milagre de So Bento - O vaso quebrado - Pormenor do fresco de Sodoma.

    7- So Romo impe o hbito ao jovem Bento - Afresco de Sodoma.

    8- Rochedos sobranceiros ao mosteiro do Sacro Speco, em Subiaco, onde se situa a gruta eremtica de So Bento.

    9- So Bento alimentado por so Romo - Fresco de Sodoma.

    10- Mosteiro do Sacro Speco (Sec. XII) onde se situa a gruta de So Bento.

    11- Bento eremita instrui os pastores e camponeses - Fresco de Sodoma.

    12- So Bento vence a tentao da luxuria - Fresco de Sodoma.

    13- Monges pedem a So Bento para ser seu abade - Fresco de Sodoma.

    14- Monges e artfices na construo de um mosteiro - Fresco de Sodoma.

    15- Runas, nas montanhas de Subiaco, que remontam a poca romana e podem muito bem serem restos dos 12 mosteiros que So Bento fundou na regio.

    16- So Bento recebe os jovens Amaro e Plcido- o fresco mais rico de Sodoma.

    17- So Bento d a ordem ao corvo - Fresco de Sodoma.

    18- So Bento repreende o irmo que leva a noticia da morte de seu inimigo Florncio com alegria - Fresco de Signorelli

    19- O mosteiro de monte Cassino, sobre um monte de 519 m de altura, e que j foi destrudo totalmente 3 vezes.

    20- Monges derrubando a estatua de Apolo - Fresco de Signorelli

    21- Amaro salva Plcido de morrer afogado - Fresco de Sodoma.

    22- So Bento levanta do cho o rei dos Godos, Ttila - Fresco de Signorelli.

    23- So Bento liberta um monge obsesso do demnio que o desviava da orao - Fresco de sodoma.

    24- So Bento e sua irm Santa Escolstica no ltimo colquio - Fresco do sec. XIV do mosteiro do Santo Speco.

    25- So Bento pede a Deus a ressurreio do menino.

    26- A fonte de So Bento.

    27- So Bento v o mundo inteiro em um raio solar - miniatura de 1684

  • Biografia So Bento Sociedade das Cincias Antigas 18

    28- Morte de So Bento - miniatura de um cdice do sec. XI em Monte Cassino.

    29- Tmulo de So Bento na Baslica de Monte Cassino.

    30/31 - Medalha de So Bento - ltima verso.

    32- Cruz de So Bento.

    FIM