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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA ESTADO DA EDUCAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED.

DAVILMA GOMES DE AGUILAR

CADERNO PEDAGÓGICO

O PATRIMÔNIO CULTURAL DE SUA CIDADE

PONTA GROSSA – PR.

2011

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA ESTADO DA EDUCAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED.

DAVILMA GOMES DE AGUILAR

CADERNO PEDAGÓGICO

Caderno Pedagógico apresentado à SEED, Secretaria de Estado da Educação, como requisito obrigatório na participação do PDE Programa de Desenvolvimento Educacional sob a orientação do Professor Marco Antonio Stancik.

PONTA GROSSA – PR.

CLIO

A MUSA DA HISTÓRIA

Imagem n° 1 Clio, a musa da história. Fonte: www.educarencantando.blogspot.com

Último acesso: 10/06/2011 Na mitologia grega, Clio é a musa da história e da poesia. Filha de Zeus,

o rei dos deuses, e Mnemósine, a memória. Nesta pintura, Clio é representada como uma jovem coroada de louros, trazendo nas mãos um livro, símbolo do conhecimento.

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO.................................................................................... 03

2 EIXO TEMÁTICO I: CONCEITO DE TEMPO.......................................... 04

2.1 ATIVIDADE I........................................................................................... 06

2.2 ATIVIDADE II........................................................................................... 09

3 EIXO TEMÁTICO II: HISTÓRIA E IMAGENS............................................ 10

3.1 ATIVIDADE I........................................................................................... 12

3.2 ATIVIDADE II........................................................................................... 15

3.3 ATIVIDADE III..........................................................................................

3.4 ATIVIDADE IV ........................................................................................

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4 EIXO TEMÁTICO III: PATRIMÔNIO CULTURAL DA MINHA CIDADE.... 19

4.1 ATIVIDADE I........................................................................................... 21

4.2 ATIVIDADE II........................................................................................... 22

4.3 ATIVIDADE III.......................................................................................... 25

4.4 ATIVIDADE IV......................................................................................... 27

4.5 ATIVIDADE V ........................................................................................ 28

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 29

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APRESENTAÇÃO.

Ao estudar história, nos deparamos com fundamentações inerentes à

construção da identidade social do indivíduo, o que o faz perceber a sua ação

como sujeito da história, quando identifica as relações de diferentes grupos

humanos em espaços e tempos diversos (BRODBECK, 2009).

Este Caderno Pedagógico vai de encontro à reflexão acima ao

contemplar atividades relacionadas à disciplina de história, oferecendo ao

educando um estímulo para a compreensão de temas como: a noção da

passagem do tempo, a construção da história através da fotografia e o

conhecimento do patrimônio histórico da cidade.

A proposta pode ser trabalhada a partir da realidade de qualquer

município, mas nas atividades se encontram especificidades do Município de

Ipiranga, direcionadas para os educandos da 5ª série do Ensino Fundamental

do Colégio Estadual Dr. Claudino dos Santos.

Como toda proposta flexível, ainda pode ser adaptada e reestruturada

em algumas situações, objetivando construir conceitos sobre patrimônio e

preservação através de fotografias, análises e comparações.

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O PATRIMÔNIO CULTURAL DE SUA CIDADE

Eixo- Temático I CONCEITO DE TEMPO História e Temporalidade

Pensadores de diferentes áreas se perguntam desde a mais remota

idade o que é tempo. Podemos definir este vocábulo abrangente e complexo

como uma invenção que procura situar a ação humana em uma sucessão

diferenciada de acontecimentos. Não haveria sentido refletirmos sobre o tempo

se todos os dias fossem exatamente iguais.

O tempo existe porque para nós seres humanos cada dia é diferente do

outro. Neste contexto, o ontem difere do hoje que provavelmente será diferente

do amanhã.

É o tempo que dá sentido às ações das pessoas e, consequentemente

dá sentido à História, tornando possível identificar e localizar acontecimentos

do passado, presente e futuro. Na sociedade contemporânea, o calendário, se

apresenta como algo enraizado e parte da natureza do ser humano.

Se analisarmos o tempo da natureza podemos considerá-lo exterior e

homogêneo, pois o seu tempo é a contagem de movimentos naturais, o que

pode ser exemplificado pela repetição de movimentos da Lua, que não

apresenta irregularidades, é sempre o mesmo. Diferentemente do tempo

humano, considerando que o dia de hoje jamais se repetirá. Os calendários

contam a partir do tempo natural a duração das coisas. O tempo humano é,

portanto uma criação, o que o difere totalmente da natureza.

O calendário torna possível localizar ações ao longo da existência, seja

de pessoas, gerações, culturas ou sociedades. A noção de tempo possibilita ao

historiador a produção do conhecimento. Em termos históricos, não se pode

analisar nada, sem levarmos em conta a época em que determinado fato

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aconteceu. Para os historiadores, a pergunta “quando aconteceu?” é de

fundamental relevância.

Sendo assim cada fato histórico deve ser compreendido no tempo que

aconteceu. Desconsiderar o tempo dentro da história é um dos mais graves

erros de análise de eventos e fatos.

Procede desta afirmação a importância dos calendários como fontes de

referências, pois possibilitam as noções de passado, presente e futuro,

estabelecendo pontos fixos de referência e linearidade.

O relógio é outra forma de medirmos o tempo, e que para nós

contemporâneos é um objeto fundamental, contudo na história da humanidade

sua importância é muito recente. Além disso, o tempo pode variar seu ritmo se

compararmos a vida nas grandes cidades, onde se exige uma rapidez e

precisão cada vez maior, e a vida das pessoas que moram no interior.

(FERREIRA & FRANCO, 2007)

As formas como uma sociedade conta seu tempo dizem muito de sua

organização. As sociedades modernas das grandes cidades, cada vez mais

atarefadas, se organizam através do controle rígido do relógio. Embora sigam o

mesmo calendário, as sociedades que estão inseridas em pequenas cidades

do interior têm o seu passar do tempo de forma bem distinta. Por esta razão,

ressaltamos a importância da temporalidade no ensino de Historia. Portanto:

Ensinar História implica num trabalho diário com a temporalidade. Em

cada aula de História, há sempre um jogar com o tempo, isto é, pode-se

viajar do presente para um passado mais próximo ou para um tempo

mais remoto, de um século para outro, de um milênio para outro, num

átimo de tempo, num segundo. (SCHIMIDT & CAINELLI, 2006, p.75).

Assim, para um melhor entendimento por parte dos educandos de tais

concepções de percepção da dimensão do tempo, propõem-se duas atividades

direcionadas que objetivam elucidar a percepção da passagem do tempo na

natureza e as transformações ocorridas pela passagem do tempo na

sociedade.

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Atividade l

Imagem nº 2: Ampulheta Fonte: www.dominiopublico.com.br

Acesso: 10 jun. 2011

Como você entende a necessidade dos seres humanos marcarem a passagem do tempo? Em que situações tendemos a perceber o tempo passando mais rapidamente ou lentamente? Procedimentos:

- Em um dia ensolarado levar os educandos até o pátio;

- Organizar os mesmos em duplas;

- Enquanto um permanece imóvel, o outro marca com giz no chão a sombra

projetada do colega, ou seja, o seu contorno;

- Registrar o horário em que foi realizada a atividade;

- Uma hora depois retornar ao pátio e repetir a marcação;

- Solicitar aos educandos para registrar suas impressões sobre o que

observaram em relação à posição da sombra.

Complementando: - Esclarecer aos educandos sobre a mudança da posição da sombra estar

relacionada ao movimento que a Terra faz em torno do seu próprio eixo, a

rotação.

- Estabelecer a relação entre o fenômeno natural e a contagem do tempo.

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Algumas curiosidades sobre os primeiros relógios.

Imagem nº 3: relógio. Fonte: www.dominiopublico.com.br

Acesso: 10 jun.2011.

-Estudando os astros no céu e os fenômenos da natureza, os camponeses, os

artesãos, os marinheiros e, principalmente, os astrônomos aprenderam a

calcular a duração dos dias e das noites, a elevação das marés, a mudança

das estações, a chegada de um novo ano, o recomeço de tudo isso, ano após

ano.

- Graças a essas observações, criaram os primeiros instrumentos capazes de

medir o tempo, isto é, de calcular a passagem das horas (como os relógios) e a

sucessão dos dias, meses e anos (como os calendários).

- Os primeiros modelos foram os relógios de sol e as clepsidras (relógios de

água). Depois vieram as ampulhetas (com areia), as lamparinas (com óleo) e

as velas-relógio (com cera). Os relógios antigos eram bem criativos, mas

naturalmente, eles não eram tão exatos como os atuais.

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- Os relógios de sol mais antigos foram criados há mais de quatro mil anos,

justamente pelos egípcios, um povo que aprendeu desde muito cedo a

interpretar o tempo, graças à regularidade das cheias do Rio Nilo todos os

anos, entre os meses de junho e outubro. Prendendo uma haste ao solo ou a

uma superfície plana vertical, a sombra dessa haste vai mudando conforme o

Sol se desloca no céu. A sombra é menor ao meio-dia, quando o Sol está no

seu ponto mais alto e forte, e maior de manhã e à tarde, quando o Sol está

mais baixo e mais fraco.

- Em 1840, a Great Westem Railway (uma ferrovia inglesa) adotou o horário da

cidade de Londres paras todas as suas estações no Reino Unido. Mais tarde,

outras companhias inglesas se juntaram e passaram a usar como referência a

hora marcada pelo Observatório de Greenwich, próximo a Londres.

TURAZZI, M. I. ; GABRIEL, C. T. Teresa. Tempo e História.

São Paulo: Moderna, 2000.

Imagem n° 4: relógio cuco Fonte: www.dominiopublico.com.br

Acesso: 10 jun. 2011

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Atividade II O historiador e o trabalho com o tempo. Esta proposta de atividade consiste em observar as imagens e descrever a

produção cultural da humanidade e a passagem do tempo.

O professor deve apresentar na TV pendrive, imagens de veículos antigos,

moradias antigas e da contemporaneidade.

Procedimentos:

- Após a leitura de imagens e possíveis identificações sobre a passagem do

tempo solicitar aos educandos que:

-Pesquisem em revistas, na internet, imagens de moradias e meios de

transportes de várias épocas;

- A proposta final será a elaboração de um cartaz pelo grupo que exemplifique

e aborde as transformações produzidas pelo homem em suas moradias e

meios de transportes ao longo dos séculos;

-Solicitar aos educandos que para o próximo encontro tragam fotos antigas de

seus familiares ou de sua comunidade.

Para complementar:

Propor uma visita virtual ao Museu do Automóvel

www.museudoautomovelsp.com.br Acesso: 10 jun.2011.

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Eixo temático II CONSTRUINDO A SUA HISTÓRIA E DE SUA COMUNIDADE ATRAVÉS DA FOTOGRAFIA HISTÓRIA E IMAGENS.

Na produção histórica do século XIX, os documentos escritos eram

considerados preferenciais aos relatos orais e fontes visuais. A partir deste

contexto os historiadores fixaram sua atenção no uso deste tipo de fonte na

produção de seus trabalhos, criticando e desprezando as fontes orais e o uso

de imagens.

Com o advento da Escola de Annales, em 1929, diferentes fontes para a

pesquisa histórica, com a valorização inclusive das imagens, foram propostas.

Pinturas, fotografias e esculturas se apresentam como materiais de grande

valia no sentido de escrever a história.

Para apreendermos o significado dessas fontes, devemos considerar

que pintores, fotógrafos e escultores podem selecionar, enquadrar ou

simplesmente omitir alguns elementos e destacar outros, segundo o que lhes

for mais acertado conforme a realidade da época. (KOSSOY, 2001; LIMA &

CARVALHO, 2009)

Para entender as imagens, se faz necessário compreender o seu

contexto, bem como, quem as produziu e porque as produziu.

Segundo FERREIRA & FRANCO (2010), as imagens dentro desta

perspectiva podem ser entendidas não como uma reprodução fiel do real, do

fato ocorrido, mas como uma narrativa moldada ou influenciada por opiniões

em uma determinada sociedade. Sendo assim, as imagens não são apenas

meras ilustrações.

As imagens são representações de situações, personagens, eventos e

conjunturas da nossa História. Em se tratando de fotografia as possibilidades

do uso das imagens são muitas. Ao se registrar através da fotografia um ou

mais personagens, um evento, seja de uma forma pré-estabelecida ou

flagrante, pode-se inferir que as imagens podiam reproduzir os acontecimentos

dentro de uma única realidade, acreditando-se assim que a fotografia poderia

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ser um registro fidedigno da História. No entanto é preciso se levar em conta

neste processo que a fotografia não é neutra, pois traduz sempre um

significado, seja do ponto de vista do fotógrafo ou do ponto de vista da mídia

que dela faz uso. (BORGES, 2008; KOSSOY, 2001)

Os acervos iconográficos são meios importantes para o entendimento

dos mecanismos de construção da memória coletiva. Temos assim, na leitura e

interpretação das imagens um caminho para ensinar História e compreender

melhor o mundo ao nosso redor (FERREIRA & FRANCO, 2010).

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Atividade I A partir das fotos trazidas para sala de aula, de familiares e comunidade,

solicitadas no encontro anterior e previamente fotocopiadas, propor aos

educandos as seguintes questões:

1- Como você explica o que é a fotografia?

2- Por que e quando as pessoas fotografam?

3- Você já fotografou?

Solicitar aos educandos que observem as fotos trazidas e escolham uma

para leitura visual e prosseguir com os questionamentos.

4- O que a fotografia selecionada transmite a você, e por que você

a escolheu?

5- Descreva o que você vê na fotografia selecionada e tente

explicar o que o fotógrafo pretendeu mostrar.

Produzir em sala de aula um painel, utilizando as fotocópias das fotos

antigas, anexando datas, fatos e outras observações que os educandos

desejarem anexar.

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Para complementar: História e fotografia

“Pela primeira vez, a fotografia permite registrar vestígios duradouros e

inequívocos de um ser humano.”

Walter Benjamin. O ser humano se relaciona continuamente com o universo imagético,

seja através de suas próprias produções ou apreciação de imagens. Neste

universo podemos citar a fotografia que como arte captura um instante da

realidade (BORGES, 2008). Realidade esta que pode nascer de uma cena do

cotidiano ou simplesmente se originando da expressão do artista.

A fotografia nos põe em contato com diferentes formas de ver o mundo.

Quando apreciamos uma fotografia, seja pelo seu caráter informativo ou por

sua beleza, sempre nos deparamos com questionamentos e opiniões distintas,

pois uma fotografia está sempre sujeita a diferentes interpretações.

A fotografia expressa uma visão particular e ao mesmo tempo coletiva

do artista, pois em seu trabalho reflete a visão do mundo em que está inserido.

BUSSELE, M. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Pioneira, 1990, p.30-31.

Curiosidades sobre as origens da fotografia.

- O processo de fotografar teve início com Joseph Nicéphore Niepce em 1816

e, mais tarde, foi aperfeiçoado por Louis-Jacques Mandé Daguerre e William

Henry Fox Talbot, entre outros.

- Joseph Nicéphore Niepce é considerado a primeira pessoa a tirar uma

fotografia, em 1826. Contudo, o processo por ele criado, chamado heliográfico,

não possibilitava reproduções.

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- Louis-Jacques Mandé Daguerre (pintor, desenhista e cenógrafo de peças

teatrais) associou-se a Niepce em 1829. Em 1835, descobriu o processo que o

consagrou como o único inventor da fotografia prática.

-Daguerre guardou casualmente uma chapa sensibilizada com iodeto em um

armário e, no dia seguinte, ao abri-lo, encontrou uma imagem revelada.

Acredita-se que o agente revelador da foto tenha o mercúrio oriundo de um

termômetro quebrado.

- Em 1839, vendeu sua invenção, o daguerreótipo, ao governo francês e

recebeu em troca uma pensão vitalícia no valor de 6.000 francos.

-William Henry Fox Talbot (físico britânico) obteve uma imagem fotográfica

inalterável em máquinas-padrão em 1833; mas, só em 1840, ele inventou o

primeiro processo de cópias, usando um negativo.

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Atividade II

Procedimentos:

-Propor aos educandos a visualização através da TV pendrive de várias

imagens de máquinas fotográficas, iniciando com as mais antigas e finalizando

com as da atualidade;

- Após a leitura do texto abaixo propor uma colagem a partir de revistas e

jornais sobre a fotografia para anúncios ou publicitária, buscando evidenciar os

usos da imagem fotográfica com o objetivo de convencimento.

Um uso para o qual a fotografia se revelou uma importantíssima

ferramenta, em especial a partir do século XX, é a publicidade. Conforme

vimos, desde suas origens, tendeu-se a associar, equivocadamente, a

fotografia ao registro fiel da realidade. Diante de tal crença, amplamente

difundida ainda nos dias atuais, a publicidade, em seu esforço para convencer

o consumidor em relação aos supostos benefícios, ou à suposta necessidade

de consumir este ou aquele produto, tende a fazer largo uso de imagens

fotográficas.

Isso tem sido feito das mais variadas formas. Um exemplo facilmente

constatável é a apresentação de alguma personalidade do mundo artístico ou

esportivo que se encarrega de expor e discorrer da forma mais elogiosa

possível sobre um determinado produto. E assim, até recentemente, não era

raro nos depararmos com esportistas fazendo anúncios de cigarros! Prática

esta que nos últimos anos tendeu a cair no descrédito.

Outro recurso, muito empregado pelas agências de viagens, consiste em

expor belíssimas imagens de praias, cidades e outros recantos, nos quais tudo

parece perfeito, seja para o passeio, para a diversão, os estudos, ou quaisquer

outras finalidades que possam mobilizar as pessoas a buscar visitar aquele

lugar. Isso deve nos colocar em alerta no sentido de perceber tais estratégias

de convencimento adotadas pelas agências de publicidade, nas quais as

imagens fotográficas cumprem importante papel.

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JOLY, M. Introdução à análise da imagem. 13. ed. Campinas: Papirus, 2009.

Para complementar

- Solicitar aos educandos que tragam de casa algumas fotos suas (cinco)

desde o nascimento até hoje.

- Propor que tirem fotocópias das mesmas e confeccionem uma linha do

tempo.

-Solicitar que datem as fotos e descrevam o que elas registram.

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Atividade llI

Fotografias e Patrimônio.

- Propor e agendar com os educandos um passeio pelo centro da cidade.

-Solicitar aos mesmos que tragam para esta atividade sua máquina fotográfica

ou celular com câmera;

- O educador deverá disponibilizar uma máquina digital para que todos tenham

oportunidade de fotografar;

- Proponha uma observação mais atenta dos detalhes de cada espaço que

estão habituados a percorrer todos os dias e a partir de suas escolhas,

produzam fotografias;

- As fotos devem ser impressas pelo educador e levadas para sala de aula,

para observações e comentários.

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Atividade lV - Apresentar aos alunos imagens produzidas há algumas décadas e solicitar

que produzam um texto comparativo, anexando suas fotos atuais.

- Para complementar:

As fotos podem ser reveladas de uma maneira diferente (preto e branco ou

envelhecidas) e agrupadas em um painel expositivo.

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Eixo Temático III

O PATRIMÔNIO CULTURAL DA MINHA CIDADE

Sugestões para o trabalho com história local.

O trabalho com a disciplina de História pode atender também ao objetivo

de levar o educando a conhecer e valorizar o patrimônio histórico de sua

cidade, de seu país e do mundo. Assim algumas propostas podem ser

desenvolvidas para aproximar este conhecimento aos interesses do educando.

A UNESCO, em 1972, tornou consolidada a existência da designação

Patrimônio Mundial, Cultural e Natural para se referir ao conjunto de

monumentos, agrupamentos arquitetônicos, sítios naturais e bens culturais

móveis que possuem valor local, nacional e universal.

Entende-se por monumentos, obras de arquitetura, escultura ou pintura

monumental, que define interesses arqueológicos, artísticos, científicos,

técnicos ou sociais. Entre os conjuntos arquitetônicos, destacam-se os urbanos

e os rurais, que podem ser agrupados e delimitados geograficamente. Os sítios

são obras do homem ou conjuntas do homem e da natureza, igualmente

notáveis. Entre os bens culturais móveis, estão todos os testemunhos da

criação humana, da evolução da natureza ou da técnica, como obras de

pintura, escultura, desenho, manuscritos, livros e todos os objetos religiosos ou

profanos. Incluem-se ainda no conjunto designado como patrimônio todos os

produtos da cultura erudita e popular.

O trabalho com o patrimônio no ensino da História poderá ser

desenvolvido e embasado no estudo dos edifícios históricos, dos monumentos

ou da estatuaria e da toponímia.

Edifícios históricos - nome, localização, data da construção e reformas;

nome das pessoas e/ou empresas envolvidas na construção, causas da

construção, função do edifício, descrição dos aspectos relativos ao exterior e

ao interior da construção, estilo, descrição de detalhes relativos à

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construção, como vitrais, inscrições e ornamentos; relação do edifício com a

história local, nacional e universal.

Monumentos e/ou estatuária - personagens ou fatos representados no

monumento (biografia e descrições); tipo de monumento, características

materiais e simbólicas; localização, data, nome do criador, razões da

construção. Relação do monumento com a história local, nacional, universal.

Toponímia - inventário e classificação dos topônimos, como os relativos

ao cotidiano da cidade, a figuras ou personagens da vida da cidade

ou da história em geral, relacionados a acontecimentos relevantes ou a

atividades locais (SCHMIDT & CAINELLI, 2006).

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Atividade I O que é patrimônio histórico? O que é patrimônio cultural? Em nossa cidade, o que pode ser considerado como patrimônio cultural? Procedimentos:

Após tais questionamentos para a classe, escrever as respostas obtidas em

forma de plenário e produzir uma definição para patrimônio histórico e

patrimônio cultural.

- Organizar uma visita de estudo ao monumento escolhido, a Casa da Cultura.

Esta foi selecionada para a visita, entre outros motivos, como é o caso do seu

interesse histórico, também pelo fato de ali ter funcionado inicialmente a escola

Claudino dos Santos. Com isso, os educandos poderão também perceber os

diferentes usos do imóvel no correr do tempo.

- Preparar um roteiro para a visita.

- Organizar uma ficha de trabalho com alguns dados que serão levantados

como:

-Nome.

-Localização.

- Data da construção e reformas.

- Objetivos da construção.

-Função do edifício.

-Descrição dos aspectos relativos ao interior e exterior da construção

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- Diferentes usos do prédio ao longo do tempo.

- Em que ano ocorreu o tombamento.

- O que funciona neste local nos dias hoje.

- Características e estilo de sua arquitetura.

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Atividade II A Casa da Cultura de Ipiranga.

Imagem n° 5: Casa da Cultura de Ipiranga: déc. 1930 Fonte: Acervo particular da professora pesquisadora.

Alguém já visitou a casa da Cultura internamente? O que podemos

observar neste espaço cultural?

Como é a sua arquitetura? Que detalhes podem ser observados

internamente e externamente?

Apresentar aos alunos imagens fotográficas da Casa da Cultura de Ipiranga ou

outro espaço que constituí o patrimônio cultural de uma cidade e questioná-los

sobre detalhes do mesmo.

Procedimentos:

- Entrevistar e contactar antecipadamente uma ou mais pessoas da

comunidade que possam estar em sala de aula neste encontro e darem seu

depoimento a respeito da Casa da Cultura de Ipiranga.

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- Preparar imagens para a tv pendrive de várias fotos da Casa da Cultura em

várias épocas.

- Discorrer para os educandos a respeito do processo ensino-aprendizagem,

nos tempos em que a Escola Claudino dos Santos ali estava instalada.

- Registrar esta atividade com fotografias que poderão ser expostas

juntamente com as fotografias da cidade recente.

Para Complementar

IDENTIDADE E MEMÓRIA

A identidade aparece nos dias atuais como uma palavra de destaque, na

política, na mídia e nos estudos culturais. Há um grande interesse pela

sociedade contemporânea pelo processo de valorização da identidade e da

memória. Com a dissolução das fronteiras, a fragilização das tradições e dos

laços pessoais, as pessoas tendem cada vez mais a se agruparem em

identidades, sejam elas religiosas, étnicas, territoriais, entre outras. Tanto a

identidade pessoal quanto a coletiva constituem cada vez mais elementos

essenciais para as sociedades. Pode-se assim definir identidade como o

processo pelo qual uma pessoa se reconhece e constrói laços de afinidade,

tendo por base um atributo ou conjunto de atributos que os distingue dos

outros, seja pelo local de nascimento, religião, origem familiar ou profissão, por

exemplo. Assim, a noção de identidade pode referir-se às formas como

indivíduos ou grupos/coletividades se reconhecem ou se assemelham por meio

de um traço característico ou de uma diferença comum, constituindo, ao

mesmo tempo, um elemento distintivo e unificador.

Podemos destacar um ponto importante entre a identidade e memória: a

memória é um elemento constitutivo do sentimento de identidade, na medida

em que responde também pelos sentimentos de continuidade e de coerência.

Assim, é importante reter que as identidades são construídas e estão longe de

serem fixas e imutáveis. Essa construção não está, porém, isenta de

influências, negociações e transformações. Isso quer dizer que memória e

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identidade podem ser perfeitamente negociadas e não são fenômenos que

devem ser compreendidos como essências de uma pessoa ou de um grupo.

A memória, por sua vez, não deve ser vista apenas como um repositório

de dados sobre o passado. Ao contrário, ela é uma força ativa, dinâmica,

seletiva, que define o que se deve esquecer e o que se deve lembrar-se do

passado, e é também um instrumento e um objeto de poder. A memória não é

neutra e é recuperada sempre em função das demandas do presente. Assim,

falar de memória significa ter em mente uma relação que envolve o passado, o

presente e o futuro (FERREIRA & FRANCO, 2010).

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Atividade III

A PRAÇA

Imagem nº6: Praça de Ipiranga: déc.1940 Fonte: Acervo particular da professora pesquisadora.

O que as pessoas fazem neste local? Quais os objetivos da construção de uma praça como a da imagem? Que praça você conhece, você sabe o seu nome? Procedimentos: - Acompanhar os educandos em uma visita a praça de sua cidade para

fotografá-la.

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- Ao retornarem a sala de aula os educandos receberão fotocópias de fotos da

praça há algum tempo atrás (Praça de Ipiranga).

- Solicitar aos educandos que colem no seu material de Portfólio a gravura e

em outro momento providenciar as fotos tiradas no passeio.

- Distribuir as mesmas e pedir aos educandos que escrevam o que observaram

de diferenças fazendo uma comparação entre as mesmas.

Para complementar:

Solicitar aos educandos para pesquisarem outras praças em outras cidades,

através da Internet ou de postais e fotos.

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Atividade IV

Qual era uma das primeiras edificações que, em muitos casos

surgiam nas cidades brasileiras?

Habitualmente era uma capela onde os moradores pudessem participar

das celebrações, batizar seus filhos e casarem-se.

Historicamente muitas cidades do nosso estado foram construídas ao

redor ou a partir da fundação de uma capela ou Igreja. As mesmas

representam muitas vezes o legado cultural e religioso de toda uma

comunidade.

Procedimentos:

- Apresentar fotografias de igrejas, templos e outros espaços sagrados

locais acompanhados de imagens dos mesmos locais em outros períodos e

comparar através das seguintes questões:

-Nome.

-Localização.

- Data da construção e reformas.

-Descrição dos aspectos relativos ao interior e exterior da construção

- Em que ano ocorreu o tombamento.

- Características e estilo de sua arquitetura.

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Atividade V Comparando e expondo Após o término das atividades os educandos devem participar da

proposta de exposição dos trabalhos de todas as atividades realizadas. Caberá

ao educador orientar na pesquisa dos materiais que servirão como suporte

para as imagens resultantes da proposta. Pode-se enviar o convite aos pais e

comunidade para comparecerem na escola para acompanharem a

apresentação do projeto pela educadora e por alguns de seus educandos.

Estes poderão discorrer sobre determinado aspecto do conteúdo, orientados

pela educadora, e sobre suas concepções em relação ao patrimônio cultural de

sua cidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. BORGES, M. E. L. História e fotografia. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. BRODBECK, M. O ensino da história: um processo de construção permanente. Curitiba: Módulo Editora, 2009. BUSSELE, M. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Pioneira, 1990.

FERREIRA, M. de M.; FRANCO, R. Aprendendo História. São Paulo: Editora do Brasil, 2010. JOLY, M. Introdução à análise da imagem. 13. ed. Campinas: Papirus, 2009. KOSSOY, B. Fotografia e História. 2. ed. rev. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. LIMA, S. F.; CARVALHO, V. C. de. Fotografias: usos sociais e historiográficos. In: PINSKY, C. B.; LUCA, T. R. de (Orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009, p. 29-60. SCHMIDT, M. A. CAINELLI, M. Ensinar História. São Paulo: Editora Scipione, 2006. TURAZZI, M.I.; GABRIEL, C. Tempo e História. São Paulo: Moderna, 2000.