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livraria.vidaeconomica.pt A Fiscalidade e as Organizações de Economia Social PUB Portugal tem uma estrutura de custos competitiva Pág. II SUPLEMENTO OUTSOURCING FERNANDO RIBEIRO MENDES DEFENDE Estado e setor privado devem ter sistema único de segurança social Págs. 16 e 17 www.vidaeconomica.pt Nº 1492 / 10 de maio 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20 www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA FALA NUMA REDUÇÃO DE 8% FACE AO PERÍODO ANTERIOR Nova PAC garante oito mil milhões para Portugal Págs. 4 e 5 PUB 9 720972 000037 01492 PUB A partir de 1 de Maio transporte em segurança com a Sage Não deixe para a última! Saiba mais em: www.sage.pt · 808 200 482 · [email protected] Karl Heinz Stock considera que as guias de transporte são hoje um “instrumento obsoleto” e não vão contribuir para o combate à economia paralela. O empresário alemão, criador do movimento “Deixem- nos respirar” , defende a suspensão e revogação do novo regime. Da parte do Governo não existe ajuda ativa a uma economia em dificuldades, mas sim medidas repressivas para eliminar a economia paralela, com custos pesados para as empresas que trabalham na legalidade — refere. Pág. 25 Karl Heinz Stock denuncia “ASAE e GNR estão ocupadas a arrecadar dinheiro das PME” MERCADOS Stéphane Garelli, diretor do IMD, defende Diferenças económicas tendem a diminuir Pág. 10 EMPRESAS Presidente da Câmara de Matosinhos Autarquias têm de criar um ambiente fácil para o investimento Págs. 22 e 23 BANCA Millennium bcp e BPI apresentam as melhores taxas para crédito pessoal Pág. 37 AUTOMÓVEL Banca tradicional perde terreno no financiamento Págs. 46 e 47

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livraria.vidaeconomica.pt

A Fiscalidade e as Organizações de Economia Social

PUB

Portugal tem uma

estrutura de custos

competitivaPág. II

SUPLEMENTO OUTSOURCING

FERNANDO RIBEIRO MENDES DEFENDE

Estado e setor privado devem ter sistema único de segurança social

Págs. 16 e 17

www.vidaeconomica.pt

Nº 1492 / 10 de maio 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA FALA NUMA REDUÇÃO DE 8% FACE AO PERÍODO ANTERIOR

Nova PAC garante oito mil milhões para Portugal

Págs. 4 e 5

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9 720972 000037

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A partir de 1 de Maio transporte em segurança com a SageNão deixe para a última! Saiba mais em: www.sage.pt · 808 200 482 · [email protected]

Karl Heinz Stock considera que as guias de transporte são hoje um “instrumento obsoleto” e não vão contribuir para o combate à economia paralela. O empresário alemão, criador do movimento “Deixem-nos respirar”, defende a suspensão e

revogação do novo regime. Da parte do Governo

não existe ajuda ativa a uma economia em difi culdades, mas sim medidas repressivas para eliminar a

economia paralela, com custos pesados para as empresas que trabalham na legalidade — refere.

Pág. 25

Karl Heinz Stock denuncia

“ASAE e GNR estão ocupadas a arrecadar dinheiro das PME”

MERCADOSStéphane Garelli,diretor do IMD, defendeDiferenças

económicas tendem

a diminuirPág. 10

EMPRESASPresidente da Câmara de MatosinhosAutarquias

têm de criar um

ambiente fácil

para o investimentoPágs. 22 e 23

BANCAMillennium bcp

e BPI apresentam

as melhores taxas

para crédito pessoalPág. 37

AUTOMÓVELBanca tradicional

perde terreno

no fi nanciamentoPágs. 46 e 47

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VÍTOR GASPAR

O primeiro grande erro de Gaspar foi o de não ter explicado de forma

convincente as razões objetivas para as medidas anunciadas. O ministro das Finanças conseguiu tornar o contexto de conflito ainda mais latente, ao invés de tentar apaziguar a crispação que reina na sociedade portuguesa. Também não se percebe que sejam sempre os mesmos a pagar a crise. Pior ainda, o ministério de Gaspar é aquele que tem dado o pior exemplo, na medida em que não tem sido sujeito a cortes. Afinal, o exemplo tem de vir de cima e não é isso que acontece em Portugal, com o Governo a transmitir uma péssima imagem de si próprio.

2 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

ABERTURA

Top da semana

CARLOS COSTA

O governador do Banco de Portugal tem revelado independência e bom senso nas afirmações

que faz. Chega mesmo a transmitir alguma tranquilidade aos mercados. Mas não deixa de afirmar aquilo que pensa. Muito recentemente, disse que cabe também às instituições financeiras criarem uma sociedade mais previdente. O que significa que as entidades devem promover o esclarecimento e evitarem a especulação com produtos complexos. Aliás, defende que muitos dos produtos complexos nem sequer deveriam ser negociados no retalho, mas através de canais específicos, o que não deixa de fazer sentido.

PAULO PORTAS

Portas deu uma lição política ao primeiro--ministro. A sua

comunicação ao país teve, no mínimo, dois grandes objetivos. Por um lado, quis dar a entender que não concorda com algumas das medidas assumidas pelo Governo e, por outro, conseguiu explicar as medidas de forma muito objetiva, como lhe é tão peculiar. Certo é que conseguiu o resultado esperado perante alguns cidadãos e o próprio partido, “salvar a face”, dando a entender que se mantém no Governo por um forte imperativo nacional e por dever de contribuir para a estabilidade política.

EXPANSIÓN

Setor privado cai na Zona Euro

A atividade do setor privado, na Zona Euro, registou um novo recuo no mês de abril. Tratou-se da décima nona descida nos últimos 20 meses e sugere que a recessão ganhou ainda mais força, em vez do esperado abrandamento.Depois de ter diminuído no primeiro trimestre, é provável que a desaceleração da economia da Zona Euro tenha ganho um novo ímpeto no segundo trimestre. Entre as principais economias, a Alemanha teve o pior resultado dos últimos cinco meses. A Espanha também ajudou na quebra, com o respetivo indicador a descer, no pior dado em quatro meses. Perante este cenário, os analistas receiam um acentuar da recessão no espaço da moeda única.

LES ECHOS

Alemanha pede frente comum para resolver a crise

O Governo alemão quer uma “mesma análise” no seio da União Europeia para resolver a crise, a qual vai durar ainda vários anos. A realidade é que nem sempre os países do Sul estão de acordo com as soluções preconizadas pelos responsáveis políticos da

maior economia da União Europeia.Considera o Governo germânico que as perspetivas devem ser verificadas todas da mesma forma, sendo necessário ainda muito trabalho nesse sentido. A Alemanha tem interesse num euro forte e estável. Admite este país que quando as coisas não vão bem na Europa, a Alemanha também é afetada. A crise vai ainda durar algum tempo, até porque os resultados das reformas não acontecem no momento da sua implementação. Será ainda necessário esperar anos até que se verifique uma redução do desemprego.

THE WALL STREET

JOURNAL

Comissão Europeia questiona medidas de austeridade

Alguns membros da UE começam a aproximar-se do pensamento defendido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O aumento dos impostos tende a ter um impacto muito menor no crescimento do que os cortes na despesa.Considera uma análise da Comissão que é cada vez mais necessário combinar as receitas fiscais, no curto prazo, com medida sobre a despesa ao longo do tempo. O que significa que é melhor aplicar aumentos fiscais do que reduzir na despesa, em termos de curto prazo. Quando os dois fatores decorrem em paralelo e em doses elevadas.

ImprensaEM REVISTA

Montepio ................ Pág. 05Banco de Inovação Social apoia negócios criados por desempregados

Atualidade .............. Pág. 09Acidentes graves aumentam na agricultura e nas florestas

Internacional ...........Pág. 11Vendas de tablets mais do que duplicam no primeiro trimestre

Negócios e Empresas Pág. 19América Latina abre inúmeras oportunidades às empresas portuguesas

Negócios e Empresas Pág. 21Portugal Lovers quer transformar turistas do Porto em viajantes

Empresas ................ Pág. 25“ASAE e GNR estão ocupadas a arrecadar dinheiro das PME”

Tecnologias ............ Pág. 35Plataforma Modelo 3 propõe otimizar reembolsos do IRS

Ócio e Negócios ..... Pág. 36E. Life lança solução informática de baixo custo para as empresas

Mercados ................ Pág. 37Millennium bcp e BPI apresentam as melhores TAEG para o crédito pessoal

Nesta edição

04 Atualidade

Estado e setor privado devem ter sistema único de segurança social

22 Negócios

e Empresas

“Norte nunca foi capaz de se sentar à mesa para estabelecer estratégia conjunta”

46 Automóvel

Banca tradicional perde terreno no segmento do financiamento automóvel

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta Araújo, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

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TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

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4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

As palavras que ora escrevo não serão mais do que palavras, porventura vazias, neste mundo que está virado de pernas para o ar. Escritos na água neste tempo opaco, rico em incertezas e prenhe de riscos que vem marcando uma etapa mais do trânsito da humanidade.

Há sinais inegáveis, porém, de uma rutura com o passado que nos colocam perguntas fortes e para as quais não alcançamos respostas, ou apenas algumas respostas frágeis, precárias.

Uma nova era marca já o nosso tempo. Não se trata de um mero tempo de mudança, mas de uma transformação radical, que vai às raízes das nossas vidas e as muda completamente. No entretanto desmembram-se continuidades que parece terem imperado no passado. Vejam-se alguns sinais. A Igreja Católica, que, quer se queira quer não, é um referencial incontornável da nossa mundividência, tem um novo Papa… ao lado de outro, dito emérito, mas que não deixa de carregar em si um certo passado que ainda é presente. Tão presente como o novo Papa Francisco, porventura o símbolo de algo novo, revolucionário mesmo. Não há, decerto, saber científico para perceber o que se passa e cada um tirará as suas ilações. Vale aqui, talvez, apenas

aquela reflexão de Santo Agostinho: “Credo ut intteligam… intellego ut credam” (creio para poder entender… entendo para poder crer) – porventura um imprescindível apoio para nos situarmos neste conturbado mundo.

O processo austeritário em curso – e sem fim à vista – agrava cada vez mais a nossa condição de vida, ainda que, a alguns, esteja a trazer cada vez mais riqueza e poder. Não sairemos dele, porém, seja quando for, com o mesmo modo de ser ou de estar.

O crescimento económico é, por outro lado, a ilusão que, agora, parece despontar no céu negro entre os trovões. Mas, nada estando assegurado, cabe, mesmo assim, perguntar: crescimento para quem? Crescimento de quê?

Entre a realidade e as promessas evidencia-se o desnorte que vai na vida pública em Portugal e no mundo. Na “troika”, que nos oprime, uns acham que basta de punição e apelam ao crescimento económico, enquanto outros convocam e impõem uma ainda mais dura austeridade numa dualidade de posições que mostra bem o desvario que vai na cabeça dos políticos. Por cá, neste país que apodrece em cada dia que passa, acontece um governo com dois primeiros-ministros (ou

três, além de Passos e Portas … Gaspar).Em casa onde não há pão (juízo) todos

ralham e todos têm razão.O início deste milénio há-de ficar

na História como um tempo de mediocridade – de gente sem escrúpulos na governação pública; de ideias estúpidas e políticas experimentalistas; de falta de solidariedade e de egoísmo; de fome e de mal-estar geral; de ausência de honra e de humanismo, também.

Em momentos de catástrofe é necessário projetar o pensamento para o período que se lhe há-de seguir e, daí, de novo, olhar com esperança o futuro. A isto se chama “catastrofismo esclarecido” (Jean-Pierre Dupuy, “La marque du sacré: essai sur une dénégation”, Paris, 2009), o que é algo que não tem sido objeto de devida atenção. Há que, com efeito, dizer a verdade sobre o presente sem minimizar o tamanho da catástrofe que se abateu sobre nós, mas lançar, também, pontes para o outro lado.

Os livros já foram todos lidos e as teorias são todas conhecidas da generalidade dos “mestres” que governam este tempo. Só falta, agora, dar um “jeitinho” e assumir uma ideia sobre Portugal – que não é um mero gabinete em Bruxelas, Nova Iorque ou Berlim com janela para a província.

Entre mundosHá sinais inegáveis de uma rutura com o passado.

Causas do dia-a-diaANTÓNIO VILAR [email protected]

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FERNANDA SILVA [email protected]

A Estratégia de Crescimento Económico definida pelo Governo poderá não ser sufi-ciente para compensar o impacto das medi-

das de austeridade contidas no Documento de Estratégia Orçamental.

O alerta foi deixado esta semana pelo eu-rodeputado Paulo Rangel durante o Primeiro Encontro Internacional da Rede Paex – Part-

ners for Excellence.“Embora compreenda muito bem” a Es-

tratégia de Crescimento Económico e o Documento de Estratégia Orçamental re-centemente aprovados pelo Governo, estes documentos revelam que a estratégia de cres-cimento que temos definida não é suficien-te para compensar as medidas que estão em causa”.

Por essa razão, Rangel defende que Portu-gal devia “começar a trabalhar com os nossos parceiros europeus da Europa do Sul para en-contrar uma espécie de ‘Plano Marshall’ que permita criar condições para o crescimento nos países sob ajustamento, para que se possa efetivamente fazer essa compensação”, pois, sem isso, será “extremamente difícil reabilitar o pacote de austeridade que foi aprovado”, sentenciou.

“Medidas pecam pela demora”

O eurodeputado afirmou ainda que estas medidas pecam pela demora. Mas “mais vale tarde do que nunca. Sempre disse que tais medidas deveriam ter sido feitas mais cedo. Antes de haver um agravamento fiscal de-veria ter havido uma maior preocupação no corte da despesa. Embora esteja ao lado do Governo neste corte colossal que é preciso fazer, evidentemente sempre fui crítico nesta abordagem, deveríamos ter apostado primei-

ro mais nos cortes do que nos impostos, o que teria efeitos económicos mais benignos e mais esperançosos para não afundar tanto a situa-ção portuguesa e, por outro lado, a estratégia para o crescimento deveria ter sido tomadano primeiro dia”.

Rangel lembrou também que “pode-se es-tar a cortar nas gorduras do Estado e estar ater investimento na economia”, ainda que tal não possa ser um “investimento ‘seco’, temde ser um investimento europeu”. Procuran-do explicar o seu ponto de vista, o deputa-do salientou ser “difícil reabilitar um pacotede austeridade como o que foi apresentadosem uma estratégia de crescimento para, por exemplo, as pessoas que saem da função pú-blica poderem ter emprego noutra área”. Da mesma forma, lembrou, “aumentar a idade da reforma vai ter impacto no desemprego jovem” e “aumentar o horário de trabalho dafunção pública dificulta o emprego jovem”.

Consentindo que, “como as nossas medi-das para o crescimento, embora positivas, nãotêm folga para de alguma maneira compen-sar o efeito depressivo que estes cortes terão”,Paulo Rangel só vê “uma possibilidade, que é agarrar-nos a um pacote europeu para ocrescimento de injeção de fundos europeus extraordinários. Todavia, para isso não basta o Governo português, é preciso uma política europeia, sobretudo dos países sob reajusta-mento, para se fazer isso”.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 3

A região do Tâmega e Sousa “tem sido um centro estratégico de afirmação de Portugal no mundo”, afirmou o secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social. Marco António Costa elogiou o dinamismo do setor empresarial, fortemente exportador, patente na capacidade das 13 associações empresariais se terem unido no Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa (CETS), considerando ser um ato onde “fica demonstrada a postura das gentes desta região”, para cujos empresários “mais vale lutar a desistir”.

O governante falava na sessão de assina-tura de um protocolo de cooperação entre a Fundação Inatel e o CETS, naquele que, con-forme afirmou, é “um novo caminho para a sustentabilidade económica” da instituição. Marco António Costa defendeu o papel da economia social no país, a qual representava, em 2010, o dobro do emprego gerado pelo setor financeiro, denominando-o de “terceiro pilar fundamental” da economia do país.

O secretário de Estado prometeu, em res-posta ao pedido do presidente da direção do CETS, interceder junto do ministro da Eco-nomia para resolver “o problema do progra-

ma Valorizar”. Luís Miguel Ribeiro pedira, na sua intervenção, uma resposta célere à “falta de instrumentos de apoio” à disposi-ção do CETS para poder intervir na região. “É preciso algum apoio para dar resposta às necessidades das empresas”, disse o dirigente, lembrando que o Tâmega e Sousa possui um “potencial enorme”, em resultado dos recur-sos naturais e humanos que detém, “para in-verter os indicadores negativos da região”.

O protocolo agora assinado entre as duas entidades insere-se na estratégia da Funda-ção Inatel de procura da “autossustentabili-dade e de novos mercados”, como revelou o vice-presidente José Manuel Soares, a qual foi delineada há cerca de seis meses. A partir de agora, as cerca de seis mil empresas associadas do CETS poderão recorrer aos equipamentos

da Inatel disponíveis em todo o país, não só para momentos de lazer mas, também, para realizar ações promocionais, encontros em-

presariais, programas de team building na-quela que é, para o responsável, “uma parceria muito alargada”.

PAULO RANGEL, DEPUTADO DO PARLAMENTO EUROPEU, CONSIDERA

Cortes na despesa pública deveriam ter avançado mais cedo

SECRETÁRIO DE ESTADO DA SOLIDARIEDADE DESTACA AÇÃO DO CONSELHO EMPRESARIAL DA REGIÃO

Tâmega e Sousa afirma Portugal no mundo

Portugal precisa de encontrar um “Plano Marshall”, defende Paulo Rangel.

Protocolo de cooperação assinado entre a Fundação Inatel e o CETS

APHORT quer intervenção reguladora no alojamento localÀ semelhança da recente decisão levada a cabo pelo Execvutivo espanhol, a APHORT – Asso-ciação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo pede ao Governo português que tome uma posição idêntica no combate à desregulação que atualmente se verifica no mercado do alojamento local. Esta associação entende que o aluguer turístico de curta duração deverá sermonitorizado e clarificado na lei do arrendamento urbano.

Com a assinatura do acordo, seis mil empresas passam a poder utilizar os serviços do Inatel.

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TERESA [email protected]

Vida Económica - Qual deverá ser, afinal, o montante financei-ro global destinado a Portugal na nova PAC 2014-2020?

José Diogo Albuquerque - As estimativas que temos prevêem para Portugal um montante global de oito mil milhões de euros para

2014-2020. Abordando estes nú-meros a preços constantes de 2011 (descontando o efeito da inflação a partir de 2011), estimamos uma perda que corresponde a cerca de 8% face ao período atual. Esta re-dução surge num contexto muito difícil, em que o orçamento co-munitário para a agricultura sofre uma redução global de 14% e em que os fundos estruturais se redu-zem em cerca de 10%. No entan-to, esta redução de 8% correspon-de a metade da média das perdas dos restantes Estados-membros.

Poderemos comparar com a negociação do último quadro de apoio, que ocorreu em 2005 e 2006 num cenário de crescimento do orçamento UE, e na qual Por-tugal teve um corte na PAC (a pre-ços constantes) de 12%. Por outro lado, os números são projeções e

os valores que o Governo tem di-vulgado têm sido de certa forma conservadores, pelo que vamos aguardar pela divulgação oficial dos números pela Comissão Euro-peia. Estamos convencidos que, a existir alguma margem de erro, a mesma não nos será desfavorável.

VE - Haverá, efetivamente, uma redução de 1000 milhões de euros, como tem sido avan-çado?

JDA - Esse número de 1000 milhões está inflacionado e conta com certas perdas na rubrica de mecanismos de mercado (POSEI, vinho), que não existirão. Temos tido reuniões ao nível técnico com a Comissão Europeia que nos têm assegurado a fiabilidade das nossas estimativas. É importante também esclarecer que os envelo-

SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA FALA NUMA REDUÇÃO DE 8% FACE AO PERÍODO ANTERIOR

PAC 2014-2020 garante oito mil

“Acreditamos que o orçamento da nova PAC poderá ser melhor orientado e será suficiente para continuar a promover o crescimento do setor agrícola”, garante José Diogo Albuquerque.

Ministra da Justiça abre Jornadas de Estudo de Solicitadoria 2013Hoje, pelas 15 horas, Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça, preside à cerimónia de abertura das Jornadas de Estudo de Solicitadoria – uma iniciativa da Câmara dos Solicitadores, que decorre entre 10 e 11 de maio no Hotel Meliá, em Braga. Na manhã de hoje, às 10 horas e no mesmo espaço, terá lugar a apresentação do projeto GeoPredial.

Grupo ANA serviu 30,5 milhões de passageirosEm 2012, o Grupo ANA serviu 30,5 milhões de passageiros, mais 1,4% que no ano anterior. O EBITDA recorrente gerado foi de 209,6 milhões de euros, que compara com 195,3 milhões de euros em 2011 (+7,4%), e o resultado líquido registado foi de 53 milhões de euros, traduzindo um decréscimo de 23,5 milhões de euros face a 2011.

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4 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

“Não existe um corte instituído de 5% nas ajudas diretas. Existe é a aplicação do mecanismo de disciplina financeira, através do qual a Comissão tem de ajustar o montante dos pagamentos a efetuar ao orçamento disponível”

Portugal deverá garantir, para o período 2014-2020, oito mil milhões de euros para a Agricultura, o que corresponde a uma redução de 8% face ao período atual (2007-2013), revela o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque.Em entrevista à “Vida Económica”, o governante assegura que “não haverá impactos negativos” para o país com a nova PAC (Política Agrícola Comum), mas reconhece que o fim das quotas leiteiras já em 2015 e a liberalização do setor do leite potencia o “risco de abandono das pequenas explorações” a favor da “concentração das produções nas regiões mais competitivas do Norte da Europa”. A solução, diz, é “trabalhar de forma articulada com outros Estados-membros em mecanismos alternativos de regulação”.

ATUALIDADE

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milhões de euros para Portugal

pes para o POSEI e algodão não são abrangidos pela redistribuição do novo envelope financeiro que é aplicável sobre os pagamentos diretos. As clarificações que temos obtido junto da Comissão Euro-peia apontam para um cenário em que, em 2015, estaremos a receber o mesmo ao nível dos pagamentos diretos de hoje. E com o efeito da convergência dos pagamentos di-retos prevêem-se ganhos significa-tivos a partir de 2016.

VE - Que diligências concre-tas o MAMAOT está a fazer no sentido de minimizar o impacto negativo para Portugal do orça-mento da nova PAC?

JDA - Acreditamos que não ha-verá impactos negativos, por duas

razões: a primeira é que o orça-mento não difere substancialmen-te do quadro anterior. A segunda é que acreditamos que o orçamento da nova PAC poderá ser melhor orientado e será suficiente para continuar a promover o cresci-mento do setor agrícola. Estamos confiantes que iremos atingir um dos nossos principais objetivos que é a autossuficiência em valor até 2020. E nas negociações ago-ra a decorrer estamos a trabalhar com o Conselho, a Comissão e o Parlamento Europeu para fazer assegurar um maior equilíbrio na convergência interna dos apoios aos agricultores, nomeadamente aumentar os montantes de pa-gamentos ligados à produção, permitir financiamento do rega-

dio nos fundos agrícolas e estru-turais, aumentar a taxa de apoio para investimentos na melhoria do desempenho económico das florestas, incentivar o aumento de escala e fusões de organizações de produtores com uma majoração do apoio de 20% e criação de um sistema de gestão de risco, com um aumento da taxa de apoio para 75% para os seguros de colheita.

VE – Falemos do subsetor

do leite. É ponto assente que as quotas leiteiras deverão ter-minar em 2015. Que impacto espera haver em Portugal na produção de leite?

JDA - Portugal tem batalhado desde sempre pela defesa da ma-nutenção das quotas leiteiras. Ali-

ás, começámos sozinhos e conse-guimos angariar o apoio de vários Estados-membros, entre eles a Polónia e a Espanha. O Conselho acabou por optar pela abolição das quotas, mas foi sensível aos impactos que esta decisão pode ter no setor, tanto mais que ficou agendada para setembro próximo uma conferência de alto nível para discutir o assunto. A verdade é que, num cenário de desregula-ção do mercado, todos os estudos apontam para uma concentração das produções nas regiões mais competitivas do Norte da Euro-pa, com o consequente risco de abandono das pequenas explora-ções com níveis de produtividade inferiores à média europeia. Mas estamos já a trabalhar de forma articulada com outros Estados--membros em mecanismos al-ternativos de regulação. Encon-tramo-nos atualmente numa fase de trílogos, ou seja, no processo de codecisão, que envolve ne-gociações Conselho/Comissão/Parlamento. O Parlamento Euro-peu tem agora a oportunidade de reforçar a necessidade de garantir a aplicação de instrumentos de regulação alternativos.

VE - Os critérios de cálculo na nova PAC para fixar as ajudas ao setor do leite são penalizadores para Portugal. Em que medida será ainda possível alterar esses critérios?

JDA - Com as propostas ini-ciais da Comissão, que previam uma forte convergência interna, os produtores de leite em Portu-gal poderiam perder cerca de 81% dos apoios. Nestas propostas a Comissão pretendia fazer conver-gir a 100% e até 2019 o nível das ajudas europeias recebidas pelos agricultores no interior de cada país ou região através da chamada convergência interna dos paga-mentos, isto é, passavam a rece-ber o mesmo montante de ajuda por hectare. Isto levaria a conse-quências graves no caso de setores como o leite, cuja ajuda por hecta-re é, normalmente, muito elevada em explorações de pequena di-mensão. Portugal tem conseguido minimizar esta convergência in-terna, tornando-a paralela à con-vergência entre Estados-membros. Com as propostas atualmente em discussão, prevê-se que o impac-to da convergência sobre o setor seja minimizado. No Conselho de Ministros da Agricultura realizado em março houve uma evolução

bastante positiva. Encontramo--nos agora na fase de trílogos, peloque é importante que, tambémnesta matéria, o Parlamento Euro-peu dê o seu apoio.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 5

“Existe um limiar – 5000 euros – abaixo do qual a disciplina financeira não se aplica. Confirmando-se este limiar, ficarão isentos em Portugal cerca de 87% dos produtores”

PRODER a funcionar em 1 de janeiro de 2014

O Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) já está a trabalhar de modo garantir que o novo PRODER entra em funcionamento em 1 de janeiro de 2014. Questionado pela “Vida Económica”, o secretário de Estado, José Diogo Albuquerque, garante que começaram a trabalhar “cedo” e que, “logo em maio do ano passado, apresentámos às organizações do setor um documento de orientação sobre o futuro programa”. Neste momento, estão já “elaboradas várias fichas de programação por medida e realizamos várias reuniões para consulta ao setor”. E a Comissão Europeia tem vindo a ser informada deste trabalho e tem até “elogiado a forma atempada como Portugal está a preparar o próximo Programa de Desenvolvimento Rural”. O objetivo, diz Diogo Albuquerque, é “não termos atrasos na nossa parte para que, em 2014, possamos ter o programa a funcionar, embora, para isso, tenhamos também de assegurar que a Comissão faz a sua parte e apresenta em breve as regras de transição”. Só assim ficará assegurado que não há “hiatos” e que “existe continuidade nas ajudas”.

Corte de 5% nas ajudas isenta 87%

dos produtores nacionais

A Comissão Europeia quer um corte de 5% nas ajudas diretas aos agricultores, com o objetivo de ajustar o montante dos pagamentos diretos para o novo período de programação financeira 2014-2020. Isto, tendo em conta a redução substancial do orçamento global para a agricultura, declarou a semana passada à “Vida Económica” o eurodeputado Luís Capoulas Santos.Questionado sobre quais os agricultores que serão penalizados com a medida, José Diogo Albuquerque faz um ponto de situação: “não existe um corte instituído de 5% nas ajudas diretas”. O que existe, diz, é “a aplicação do mecanismo de disciplina financeira, através do qual a Comissão Europeia tem de ajustar o montante dos pagamentos a efetuar ao orçamento disponível para o próximo quadro”.Deste modo, esclarece o governante, “o que poderá existir é uma redução linear aplicável transversalmente a todos os Estados-membros, que pode ser abaixo desse valor”. Aliás, “existe um limiar abaixo do qual esta disciplina financeira não se aplica” e, neste momento, o limiar é de 5000 euros, ainda que esse limiar também esteja “em discussão”, uma vez que “alguns Estados-membros têm pedido que desapareça”. Portugal, assegura o secretário de Estado da Agricultura, “já tomou uma postura formal com os outros Estados-membros no sentido de manter” esse limiar nos 5000 euros. E, se o mesmo se mantiver, “ficarão isentos em Portugal cerca de 87% dos produtores”.Será, pois, “muito bom” que, também aqui, Portugal possa “contar com o apoio do Parlamento Europeu” para sustentar esta posição.

CCILA apresenta estudo sobre vantagens comparativas de Portugal A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã vai divulgar publicamente um estudo sobre os fatores que influenciam as relações económicas entre Portugal e a Alemanha. Este trabalhode investigação, que foi elaborado em parceria pela Câmara Luso-Alemã e pela Roland Berger, será apresentado durante um jantar com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiro, Paulo Portas, no dia 16 de maio, no Convento do Beato em Lisboa, a partir das 20 horas.

AIP realiza Fórum “Cidadania, Participação e Crescimento”A Associação Industrial Portuguesa (AIP) apresentou, na última quarta-feira, as principais ideias e soluções para o desenvolvimento económico-social do país, lançadas pelos cidadãos e empreendedores regionais que se associaram à iniciativa be IN – Participar para Crescer durante os 14 fóruns realizados nas principais capitais de distrito. O fórum foi subordinado ao tema “Cidadania, Participação e Crescimento”.

Açúcar: “prolongamento de quotas até 2017 ou mesmo 2020”

“Portugal vai continuar a bater-se pela realocação de quotas” no setor do açúcar, não existindo ainda uma decisão final sobre este assunto a nível europeu, garante o secretário de Estado da Agricultura.Numa outra entrevista à “Vida Económica” em janeiro deste ano, José Diogo Albuquerque havia assegurado que o Ministério da Agricultura apoiaria um regresso à produção beterrabeira em Portugal se, em simultâneo, se verificassem quatro fatores: “continuidade das quotas (beterraba sacarina) para além de 2015, atribuição pela UE de quota (beterraba) para Portugal, existência de capacidade industrial para transformação da beterraba e viabilidade/competitividade da atividade”.Confrontado agora com esta situação, o governante não hesita: “pretendemos um prolongamento do regime de quotas até 2017 ou mesmo 2020, com realocação de quota aos Estados-membros que abandonaram toda a sua produção, como foi o caso de Portugal”.Salientando que “os produtores de beterraba reconverteram as suas produções, estando hoje

aptos a produzir outras coisas em função dos sinais do mercado”, José Diogo Albuquerque deixa, ainda assim, a porta aberta: “no final do regime de quotas será sempre possível optar por retomar esta produção, caso o mercado seja favorável”.Questionado pela “Vida Económica” sobre os apoios de Bruxelas à reconversão da fábrica da DAI, em Coruche, a única das três refinadoras (DAI, RAR Açúcar e a britânica Tate & Lyle) em Portugal que já refinou beterraba para produção de açúcar, o secretário de Estado explica: o novo PRODER “não vai apostar em setores específicos, mas irá privilegiar todos os projetos de investimento que gerem valor acrescentado. Por outro lado, e quanto ao futuro da indústria refinadora em Portugal, tendo em conta os constrangimentos (preço e disponibilidade) na aquisição de cana de açúcar, também deverão ser assegurados “mecanismos de mercado que garantam o abastecimento regular de ramas de açúcar para os refinadores”. E Portugal, garante o secretário de Estado, “tem defendido a necessidade de assegurar esses mecanismos”.

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Portugal regressa com sucesso ao mercado da dívida de longo prazoPortugal regressou ao mercado internacional de dívida de longo prazo, numa operação que resultou na obtenção de três mil milhões de euros. Os investidores revelaram forte apetência pela dívida nacional, de acordo com a XTB – Online Trading. Verificou-se o triplo da oferta relativamente ao montante disponibilizado. O juro fixou-se em torno dos 5,6% e a procura teve origem sobretudo na Europa e nos Estados Unidos. O mercado não foi pressionado com a emissão de demasiados títulos.

AGEPOR organiza oitavo congresso em ÓbidosA Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) realiza hoje o seu oitavo congres-so, sob o lema “O mar de amanhã”. Os trabalho decorrem em Óbidos e a parte da manhã será toda preenchida com um debate a propósito da interação do agente de navegação com as comuni-dades portuárias e com as entidades públicas. Na parte da tarde, os trabalhos são iniciados com a apresentação do novo site da associação, seguindo-se uma análise da atual situação económica do país. Dois outros temas estão em destaque, o agente de navegação no espaço europeu e o profis-sional perante as novas oportunidades que se lhe colocam, apesar do contexto difícil a nível global.

6 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

ATUALIDADE

Descrito pelos autores, Carlos Gonçalves e José Gabriel Quaresma, como “um guia para os profissionais do século XXI”, “Out of the Office”, a mais recente publicação da “Vida Económica”, aborda a temática do Escritório do Futuro e conceitos como escritório virtual, teletrabalho e “coworking”. A obra apresenta ainda vários casos reais, descrevendo histórias sobre pessoas e empresas que se tornaram exemplos de eficiência e produtividade ao apostarem em novos modelos de trabalho.FERNANDA SILVA [email protected]

Teletrabalho, escritórios virtuais e “co-working” são conceitos associados a novas tendências de trabalho onde predominam a flexibilidade e a mobilidade, e são tam-bém, para Carlos Gonçalves e José Gabriel Quaresma, os 3 pilares que representam o “Escritório do Futuro”.

Para os autores do livro “Out of the Office”, a interligação destas três formas de trabalhar permite “iniciar, continuar ou redimensionar a atividade dos profissio-nais liberais e das empresas” e, em muitas situações, “aumentar a eficiência e a pro-dutividade”. “Hoje em dia, a tecnologia veio facilitar o trabalho colaborativo e a in-terligação dos três modelos abordados no livro” e, por esse motivo, “a satisfação não pertence apenas às empresas, mas também aos seus colaboradores”, salientam.

A acrescentar a tudo isto, Carlos Gon-çalves e José Gabriel Quaresma asseguram que estas novas formas de trabalhar podem também ser uma mais-valia para a socieda-de pois “a sustentabilidade anda de mãos dadas com estes conceitos”. Na prática, “poupam-se toneladas de gases nocivos

que não são emitidos para a atmosfera, pois o tradicional percurso para o trabalho não é feito. Os países que apostam nestes padrões de trabalho (no Reino Unido 96% das empresas adotam formas de trabalho flexíveis) poupam milhões de dólares em impostos sobre o petróleo (combustível que não é gasto) e o ambiente agradece”.

Jovens trabalhadores e empreendedores

Questionados pela “Vida Económica” se estas ainda são realidades associadas a uma faixa etária de jovens trabalhadores e em-preendedores, os autores respondem que “essa é uma leitura errada”. Admitindo que os “jovens trabalhadores e empreendedo-res são faixas que encaixam nestas formas de trabalhar”, os autores garantem que “qualquer organização pode adotar estes modelos de trabalho, independentemente da faixa etária dos seus colaboradores, ou qualquer profissional liberal. Aliás, o “Out of the Office” retrata um “case study” no qual se faz a apologia das faixas etárias mais idosas, devido à sua experiência e know--how, e damos o exemplo de uma empresa portuguesa de consultoria estratégica cria-da há dez anos que sempre desenvolveu a sua actividade em regime de teletrabalho e escritório virtual”.

Frisando que o “escritório do futuro não tem fronteiras, nem físicas, culturais, etá-rias ou religiosas”, Carlos Gonçalves e José Gabriel Quaresma garantem que a ideia de

trabalhar fora do espaço de trabalho tradi-cional “nunca fez tanto sentido para tantas pessoas em todo o mundo” e lamentam que, “em Portugal, quando se fala de em-preendedorismo, fala-se num tom muito institucional”.

Ora, a realidade é “totalmente diferente e na maioria dos casos nem sequer é conhe-cida. Portugal já tem muitos profissionais, colaboradores e organizações a trabalhar e a produzir de acordo com estas tipolo-gias de trabalho, utilizando a internet, que permite total mobilidade, flexibilidade e alguns destes ‘case studies” estão retratados no livro”, rematam.

Diferentes formas de trabalhar com diferentes vantagens

Desafiados a clarificar as diferenças entre as três novas formas de trabalhar, Carlos Gonçalves explica que o “escritório virtual é utilizado por empresas que não necessi-tam de espaço físico permanente para fun-cionar”. O serviço é prestado por centros de negócios, tem um custo baixo associado (entre 50 euros e 80 euros, sensivelmente) e é gerido por uma equipa de secretariado profissional: um ‘back office’ permanente, no qual é feito o atendimento telefónico em nome da empresa e onde é recebida, tratada e encaminhada todo o tipo de cor-respondência. Este serviço inclui ainda a cedência de salas de reuniões e a utilização de uma morada de prestígio, sendo “extre-mamente vantajoso para quem trabalha a

partir de casa ou fora dos grandes centros urbanos”.

AUTORES DO LIVRO ASSEGURAM

“Out of the Office é um guia para os profissionais do século XXI”

Escritórios virtuais e “coworking” são conceitos associados a novas tendências de trabalho onde predominam a flexibilidade e a mobilidade, afirmam os autores do livro “Out of the Office”.

Teletrabalho pode ser uma alternativa

viável

“Hoje em dia, a tecnologia permite que tenhamos o acesso remoto ao escritório em casa, na esplanada ou no aeroporto” e, por isso, “os profissionais podem optar por trabalhar a partir de casa, ou de onde muito bem entenderem”, optando pelo teletrabalho. Para Carlos Gonçalves, coautor do livro “Out of the Office”, esta pode ser uma alternativa viável para “um profissional liberal ou uma empresa que esteja a iniciar atividade ou queira redimensionar-se”.Por fim, para combater a solidão, as constantes interrupções, para sociabilizar e criar parcerias e sinergias, existe ainda a possibilidade do espaço de trabalho partilhado. Na prática, o “coworking” resulta da união de um grupo de pessoas que continuam a trabalhar de forma independente mas que compartilham valores e procuram as sinergias que inevitavelmente surgem quando pessoas talentosas dividem o mesmo espaço, gerando um fluxo de troca de ideias e experiências. “O nosso livro identifica várias tipologias de coworking, sendo que este conceito é hoje uma tendência generalizada”, afirmam os autores.

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ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 7

Lucros da Corticeira Amorim caem 8%A Corticeira Amorim encerou os três primeiros meses com uma que-bra de 8,1% no resultado líquido, para 5,29 milhões de euros. As ven-das cresceram 1,7%, face a igual período do ano passado, para cerca de 133,5 milhões de euros. Todavia, este resultado reflete a entrada do grupo Trefinos, com vendas de seis milhões de euros. “A atividade foi afetada pela conjuntura económica internacional, sobretudo que no diz respeito à Europa, indoao encontro das previsões do final do ano passado”, refere a empresa em comunicado à CMVM.

Renegociação de créditos trava dações aos bancosNo primeiro trimestre, foram entregues 639 imóveis em dação para pagamento, o que se tra-duziu numa quebra de quase 73%, face a igual período do ano passado. Esta forte descida ficou a dever-se à renegociação dos créditos com a banca, a qual está mais sensível ao problema. Os bancos estão a optar pela renegociação dos créditos como primeira opção, no que toca às famí-lias, o mesmo já não sucedendo com os promotores imobiliários. Neste caso, houve um aumen-to das dações, face à dificuldade em escoar o produto. Posteriormente, muitos dos promotores fecham portas, como refere a APEMIP.

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Empresas britânicas procuram parceiros para Angola e MoçambiqueFERNANDA SILVA [email protected]

Quinze empresas britânicas estiveram recentemente em Lisboa, num evento organizado pela UK Trade & Investment em Portugal e pela embaixa-da do Reino Unido, em busca de parceiros portugueses para entrar em mercados lusófonos como Angola, Brasil ou Mo-çambique.

O encontro, que decorreu no Centro Cultural de Belém, teve como mote “Portugal como plataforma para mercados de língua portuguesa: Angola, Brasil e Moçambique” e contou com a presença do ministro do

Comércio e Investimento britâ-nico, Lord Green.

Em declarações à “Vida Eco-nómica”, Renata Ramalhosa, diretora do UK Trade & In-vestment em Portugal, reco-nheceu existirem dificuldades das empresas britânicas, nome-adamente das PME, em entrar neste tipo de países emergentes. Salientou, no entanto, a impor-tância do trabalho desenvolvi-do pela embaixada britânica, através da entidade que preside e que promove o comércio e in-vestimento, junto das empresas no sentido de encontrar par-ceiros, sobretudo nos setores de infraestruturas, educação,

saúde e telecomunicações, que “permitam a entrada em mer-cados como Angola, Brasil ou Moçambique”, pelo que, “se ar-ranjarem um parceiro em Por-

tugal que já exporte ou tenha presença nesses mercados, isso será uma nova maneira de en-trar”.

“Existe sobretudo uma ativi-dade cultural e económica mui-to grande entre estes dois paí-ses que lhes dá uma vantagem competitiva de perceber bem as dinâmicas de fazer negócios nesses locais”, refere.

Empresas portuguesas distinguidas

Integrada no evento, decor-reu também a 6ª edição dos UKTI Business Awards, uma distinção atribuída pelo UK

Trade & Investment em váriospaíses da sua rede internacional e que visa distinguir as empre-sas que investiram no ReinoUnido.

Nesta edição foram distingui-dos os investimentos concreti-zados em 2012 pelas empresas Active Space Technologies, Bri-ght Partners, Business ControlConsultoria, Guestcentric, Miranda Correia Amendoei-ra & Associados, Modelo 3, Science4You, Uniplaces, Vista Alegre e WIS International, nacategoria Internacionalização, e o Banco Espírito Santo Inves-timento – BESI, na categoriaExpansão de Negócios.

Embaixada britânica promove encontros entre empresas

Laços culturais e económicos potenciam investimentos

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“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”.

DN, 27 de Maio de 1984

“Não se fazem omeletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”.

DN, 01 de Maio de 1984

“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.”

JN, 28 de Abril de 1984

“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”

JN, 28 de Abril de 1984

“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível”

RTP, 1 de Junho de 1984

“A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós”

RTP, 1 de Junho de 1984

“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”.

RTP, 1 de Junho de 1984

“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”.

RTP, 1 de Junho de 1984

“[O desemprego e os salários em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do

livre jogo das empresas e dos trabalhadores (…). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”

JN, 28 de Abril de 1984

“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência… deve pura e simplesmente falir. (…) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade."

JN, 28 de Abril de 1984

“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira,

reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem o que o país caminharia, necessariamente, para a bancarrota e o desastre”.

RTP, 1 de Junho de 1984

“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”.

1ª Página, 6 de Dezembro de 1983

“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”.

DN, 19 de Fevereiro de 1984

“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com

menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar”

RTP, 1 de Junho de 1984

“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.”

Der Spiegel, 21 de Abril de 1984

“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”.

RTP, 31 de Maio de 1984

“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço”

La Republica, 28 de Abril de 1984

“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça, deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”.

Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984

“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro¬ministro. Não é agradável para a imagem de um político sê-lo nas condições actuais”

JN, 28 de Abril de 1984

“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”.

RTP, 1 de Junho de 1984

E ESTA PARA TERMINAR EM GRANDE:

“Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”.

6 de Junho de 1984

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

EM AGOSTO DE 1983, O GOVERNO DO BLOCO CENTRAL, ASSINOU UM MEMORANDO DE ENTENDIMENTO COM O FUNDO

MONETÁRIO INTERNACIONAL. OS IMPOSTOS SUBIRAM, OS PREÇOS DISPARARAM, A MOEDA DESVALORIZOU, O CRÉDITO

ACABOU, O DESEMPREGO E OS SALÁRIOS EM ATRASO TORNARAM-SE NUMA CHAGA SOCIAL E HAVIA BOLSAS DE FOME

POR TODO O PAÍS. O PRIMEIRO-MINISTRO ERA MÁRIO SOARES.

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Realizou-se mais uma edição da excelente iniciativa das conferências do Estoril e muitos dos presentes foram claros na mensagem que passaram – o grande fator-chave na competitividade das economias e sociedades é cada vez mais a aposta no capital humano e na sua capacidade central de renovar a cadeia de valor e as redes globais dos negócios. Precisamos por isso em Portugal de uma agenda estratégica para os talentos, centrada na mobilização de um espírito coletivo que dê às prioridades da economia portuguesa um contexto de estabilidade estratégica com uma participação social equilibrada e justa. O capital

humano deve ser assim a chave de uma agenda de modernidade para Portugal.

Mudar a agenda para agendar a mudança é um desafio coletivo no qual a participação individual se configura como estrategicamente mais do que necessária. O objetivo de consolidação da sociedade do conhecimento em Portugal não se pode fazer por mero decreto e face à dimensão estratégica assumida pelos objetivos da sustentabilidade torna-se fundamental que o Estado, as universidades e os “players empresariais” firmem um verdadeiro “pacto estratégico” sobre as parcerias a desenvolver para a implementação de plataformas em que os cidadãos se revelem nesta

nova lógica participativa que cada vez mais é o novo desafio que aí está.

É aqui que entram os talentos. Compete a estes atores de distinção um papel decisivo na intermediação entre as grandes multinacionais e outros centros globais de conhecimento e os diferentes pólos de competitividade nacionais. Só com um elevado índice de capital social se conseguirá sustentar uma participação consistente na renovação do modelo social e na criação de plataformas de valor global sustentadas para os diferentes segmentos territoriais e populacionais do país. A renovação do modelo competitivo nacional passa muito por esta nova intermediação estratégica, muito virada para a criação de valor e integração do país em redes globais altamente dinâmicas.

A participação empreendedora da sociedade civil neste amplo movimento de reflexão estratégica sobre as novas temáticas para o futuro do país fecha o circuito. São boas as notícias que nos chegam quanto à oportunidade de afirmação crescente que novas organizações como a Cotec continuam a ter no mundo empresarial. Também aqui a atualidade estratégica da temática competitiva veio ao de cima, corporizada na discussão profunda sobre as questões suscitadas pela opção dos diferentes caminhos aseguir. Trata-se duma matéria polémica e a sua abordagem torna-se fundamental para sustentar opções que se venham a fazer daqui para a frente.

A construção duma Sociedade da Inovação e Criatividade é um desafio complexo e transversal a todos os atores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos. Em 2013 Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infraestruturas de última geração, essenciais na perspetiva estratégica de aposta num novo modelo de Economia Sustentável, centrada na Inovação e Criatividade. Implica, por isso, saber dar resposta às solicitações das várias frentes e, acima de tudo, tomar de forma consciente opções sobre qual as melhores soluções a adotar para o futuro.

Em 2012, e no âmbito do Plano de Ação para o combate aos acidentes de trabalho na agricultura, florestas e pecuária, a Au-toridade para as Condições do Trabalho realizou, em parceria com outras entidades públicas e sociais, 75 ações de formação e sensibilização e quase 250 visitas inspeti-vas, envolvendo milhares de produtores, trabalhadores, técnicos e inspetores do tra-balho.

Em 2010, e perante uma subida inusi-tada dos acidentes mortais na agricultura, 28 mortes, uma Resolução da Assembleia da República recomendou ao Governo um conjunto de medidas a concretizar por diversos organismos da administração pú-blica nomeadamente pela ACT, Ministério da Agricultura e Ministério da Saúde.

O Plano de Ação desenvolvido pela ACT responde a esta recomendação da AR e tem duas valências fundamentais: sensi-

bilização, aconselhamento e formação, por um lado, e ação inspetiva, por outro.

Na vertente da formação e sensibilizaçãodestacam-se 13 seminários com a presença de 700 participantes e 14 workshops com406 dirigentes e técnicos de cooperativas eassociações agrícolas. Nas ações de sensibi-lização implementadas estiveram presentes cerca de 1700 produtores agrícolas, pecuá-rios e florestais.

Quanto à vertente inspetiva, de cariz for-temente pedagógico, foram realizadas 246visitas em 213 empresas e 219 locais de tra-balho, sendo abrangido um número superior a 1200 trabalhadores agrícolas e florestais.

Como resultado da intervenção realiza-da, verificou-se que quase 60% das 428medidas com prazo foram cumpridas e cerca de quase 40% das medidas encon-tram-se em acompanhamento por parte dos serviços desconcentrados da ACT.

ATUALIDADE/Opinião

Produtos alimentares polacos disponíveis em PortugalVários produtos alimentares polacos passaram a estar disponíveis na rede de lojas Apolónia. A sessão de apresentação do espaço re-servado a produtos polacos decorreu na loja de Almancil com a presença do embaixador da Polónia, Bronislaw Misztal, e do côn-sul honorário da Embaixada da Polónia em Albufeira e Luís Grilo, gerente da empresa Luzipleno, entre outros.

Gala Prémios LIDE Mar a 28 de maio O comité temático LIDE Economia do Mar, do LIDE Portugal – Grupo de Líderes Empre-sariais, vai realizar no próximo dia 28 de maio a primeira edição da Gala Prémios LIDE Mar, que pretende distinguir o mérito e a excelência nas mais diversas atividades ligadas ao mar desenvolvidas no País. O evento terá lugar no hotel The Yeatman, em Vila Nova de Gaia, e contará com o apoio institucional da Associação Fórum Empresarial da Economia do Mar (AFEM) e do Oceano XXI – Associação para o Conhecimento e Economia do Mar.

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Acidentes graves aumentam na agricultura e florestas

MOBILIZAR OS NOSSOS TALENTOS É UM IMPERATIVO CENTRAL PARA O FUTURO

O capital humano

Só com um elevado índice de capital social se conseguirá sustentar uma participação consistente na renovação do modelo social e na criação de plataformas de valor global sustentadas para os diferentes segmentos territoriais e populacionais do país.

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 9

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

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Programa cheque-dentista alargado aos jovens com 15 anosOrdem dos Médicos Dentistas e Ministério da Saúde assinaram esta semana o alargamento do programa cheque-dentista aos jovens com 15 anos completos e a rastreios, diagnóstico e tratamento do cancro oral. O documento prevê a realocação de recursos do programa de for-ma a poder abarcar as novas valências. A dotação orçamental do programa mantém-se nos 16,5 milhões de euros.

Microsoft termina suporte ao Windows XP e Offi ce 2003 A partir do dia 8 de abril de 2014 as organizações em Portugal e no resto do mundo deixarão de receber atualizações para Windows XP e Offi ce 2003. Entretanto, será disponibilizada de uma solução “on premisse” que permite às organizações modernizarem as suas infraestrutu-ras tecnológicas e integrarem as soluções tecnológicas de futuro e de crescimento, como sen-do a “cloud”.

Durante os últimos 25 anos, o mundo da competitividade foi marcado pela mudança de um mundo dividido para um mundo global. O comunismo ruiu, as economias de planeamento central, que representavam quase metade da população mundial, viraram-se para os princípios de mercado livre e a globalização avançou. Embora, como consequência, a economia mundial se tornasse mais aberta e as oportunidades de negócios mais acessíveis, os países mantiveram-se muito diferenciados nos seus padrões de vida e nas normas legais.

Nos próximos 25 anos, essas divergências económicas e sociais vão diminuir. Salários, padrões de vida, normas legais e mentalidades convergem gradualmente. Os países ainda serão diferentes e terão as suas próprias características nacionais. Mas irão aderir cada vez mais aos princípios internacionais. Em suma, eles serão mais compatíveis uns com os outros e haverá menos discrepâncias.

As diferenças económicas tendem a diminuir...

As economias convergem de várias formas, começando pelos custos do trabalho. Os salários chineses e indianos aumentam cerca de 20-25% ao ano e a maioria dos países emergentes segue um caminho similar. Pode demorar duas décadas até os seus custos laborais corresponderem aos das economias mais ricas, mas a vantagem comparativa de mão-de-obra barata será cada vez menos relevante. As contribuições sociais e as leis laborais também irão convergir, tal como acontece com os custos. Se a produtividade não segue a mesma tendência de crescimento, alguns países podem ficar fora do mercado.

Os sistemas fiscais e os princípios que estão na sua base tornar-se-ão mais harmoniosos. As controvérsias fiscais envolvendo empresas globais continuarão a surgir e as empresas serão cada vez mais solicitadas a pagar impostos nacionais que reflitam as suas operações em cada país. Os paraísos fiscais estarão sob ataque constante e os cidadãos mais ricos serão o alvo. Os governos precisam de dinheiro e estarão determinados a encontrá-lo onde estiver.

As aspirações de consumo também irão convergir. Os mercados emergentes passarão de uma economia de «primeira compra» que satisfaz as necessidades básicas das pessoas para uma «economia de substituição», onde o novo produto atualiza o mais antigo. Em suma, os consumidores evoluem cada vez mais de

uma mentalidade «eu preciso» para «eu quero.»

Em paralelo, os consumidores irão migrar para as cidades e o mundo será mais urbanizado, com cerca de 40 mega regiões responsáveis por dois terços do PIB mundial e 75% da tecnologia. Este mundo de cidades vai exigir novas competências de gestão para enfrentar problemas semelhantes como a segurança, o congestionamento do tráfego e a eficiência energética.

Finalmente, os recursos de energia serão melhor distribuídos em todo o mundo, assim como novas técnicas de exploração [como “fracking” (forma de extração de petróleo)] e as novas

reservas de petróleo, gás e energia renovável estarão disponíveis em todo o mundo. Em 2015, os EUA esperam produzir mais gás do que a Rússia e, em 2020, mais petróleo do que a Arábia Saudita. A questão passa de «temos recursos?» para «será que os queremos?» e aceitar as consequências ambientais e sociais.

…sistemas sociais harmoniosos...

Como o acesso à educação se expande, a inteligência barata vai substituir a mão-de-obra barata como uma vantagem competitiva para as economias emergentes de rápido crescimento. Além disso, um maior acesso das mulheres à educação e um maior reconhecimento do seu papel na sociedade irá proporcionar-lhes mais posições de liderança nos negócios, política e economia.

O envelhecimento e o bem-estar irão transformar a sociedade. Desde o homem das cavernas até cerca de 1800, a expectativa média de vida manteve-se relativamente estável em torno de 32-35 anos. Desde então, a esperança média de vida aumentou em cerca de cinco horas por dia e está agora acima de 80 anos na maior parte do mundo desenvolvido e além dele. O sucesso da ciência tem representado um grande desafio para a economia: como pagar

esse custo? As economias emergentes irão gradualmente introduzir sistemas de pensões e de saúde apoiados com dinheiro do governo e cada vez mais financiados através de impostos sobre o trabalho. Nas economias avançadas, o sistema de segurança social permanecerá sob forte tensão por muitos anos. A idade de aposentação aumentará em todos os países.

...e as mentalidades vão definir os vencedores

Como as sociedades se tornam mais ricas, a pressão sobre a liderança vai aumentar. Transparência e forte sentido ético tornar-se-ão padrões internacionais. A melhor gestão dos recursos-chave, tais como energia, água e comida, ganhará maior importância na agenda. A informação sobre as políticas e as pessoas estará cada vez mais disponível, impulsionada pela internet e meios sociais, e irá substituir o trabalho dos meios de comunicação tradicionais.

As mudanças nas mentalidades serão mais percetíveis do que antes. As economias de crescimento rápido ainda têm um sistema coletivo de valores, onde o sucesso é definido por um sentimento de pertença a um grupo ou a um país. Na China, 65% das pessoas entrevistadas acreditam numa mentalidade «trabalha duro, fica rico». Pelo contrário, nos EUA e na Europa ocidental, o sistema de valores tem evoluído ao longo do tempo do coletivo para o individual e atribui maior peso ao ego e ao equilíbrio trabalho-vida. Alguns chamam-lhe «euismo».

Com o tempo, todos os sistemas de valores coletivos convergem para uma abordagem mais individualista, onde cada pessoa desempenha um papel central, uma tendência exemplificada pela sociedade japonesa. Mas esteja atento ao novo desenvolvimento das redes supranacionais de indivíduos de mentalidades semelhantes a substituir gradualmente os sistemas de valores coletivos e individuais. Estas redes provocarão uma ampla gama de questões sociais desde o suborno à mudança climatérica. Usando a tecnologia (internet e dispositivos móveis) e prosperando nas redes sociais, elas vão preparar o terreno para um conjunto mais global de valores, que sustentam um mundo de convergência. Pela primeira vez, as empresas globais vão enfrentar uma sociedade global.

Competitividade Mundial 2.0: a próxima onda

STÉPHANE GARELLIdiretor de Competitividade do IMD World Center Competitiveness) e leciona no programa do IMD Orchestrating Winning Performance

Pode demorar duas décadas até os seus custos laborais corresponderem aos das economias mais ricas, mas a vantagem comparativa de mão-de-obra barata será cada vez menos relevante.

ATUALIDADE/Opinião

10 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

Volta a PortugalPor norma, vejo pouca televisão.

Mais por falta de tempo do que por qualquer atitude de protesto contra a programação/informação televisiva que nos é oferecida. Isso não me impede de andar sempre informado sobre o que de mais importante acontece no país.

Esta abstinência televisiva tem tido virtudes enormes. Muitas vezes dou comigo a pensar que o país real está longe do país que nos chega a casa através dos canais de televisão. Aqui e ali vou ouvindo que os noticiários estão repletos de notícias negativas, dramas sociais, desesperos familiares, crises económicas.

Muita da minha atividade é feita no terreno. No país real, no Portugal profundo. Corro este país, numa autêntica volta a Portugal, para estar com jovens agricultores e muitos potenciais agricultores.

Gente que se faz à vida e quer fazer uma vida melhor, para si e para os seus. Jovens que querem agarrar a oportunidade que a agricultura lhes dá. Querem aprender, ouvir, colocar questões, resolver dúvidas.

Nas últimas semanas, estive em Sever do Vouga, em Vila Verde, em Santa Maria da Feira, vim de Sesimbra vou para a Guarda, Guimarães e Braga. São visitas de estudo a diversas explorações de culturas como o mirtilo, a framboesa ou os maracujás.

Falo para plateias de dezenas e dezenas de pessoas, jovens, à semana e ao fim de semana. Fico depois a pensar que existe muito mais país para além das notícias da televisão. Existe um país que quer investir, evoluir, trabalhar e pôr a economia a crescer, a criar riqueza e postos de trabalho.

Este país, feito de gente concreta, com ideias concretas, com capacidade de lançar projetos de investimento sólidos, com competência e determinação, precisa de ser apoiado, precisa de ser visto como decisivo para sairmos desta situação.

O país cá fora é bem melhor do que aquele que nos é transmitido através de um estúdio de televisão, por analistas e comentadores que nunca saíram da sua zona de conforto para ir ao terreno conhecer a nossa realidade económica. O país é bem melhor do que aquilo que nos vendem.

JOSÉ MARTINO Engenheiro Agrónomojosemartino.blogspot.com

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As vendas mundiais de tablets mais do que duplicaram, no primeiro trimestre do ano. Um dinamismo que possibilitou aos fabricantes asiáticos obterem partes de mercado às princi-pais marcas, isto ainda que a Apple tenha man-tido a liderança.

A IDC, no seu mais recente relatório, adianta que foram vendidos 49,2 milhões de unidades, nos três primeiros meses do ano, o que corres-pondeu a um aumento de mais de 142% do que em igual período do ano passado. Os gran-des vencedores foram os fabricantes asiáticos, que estão a fornecer as cadeias de distribuição, como, por exemplo, a Staples. O crescimento

fez-se notar especialmente nas gamas mais bai-xas dos tablets disponíveis no mercado.

Acontece que entre 80 e 100 fabricantes ven-dem equipamentos de marca branca em todo o mundo e estes são procurados de forma cres-cente. São praticamente todos equipados com o sistema Androidda Google. A Samsung, a Asus, a Amazon e a Microsoft também assis-tiram a um acréscimo nas respectivas vendas, conquistando terreno ao grupo da maçã. A tendência actual é para continuar a aceleração nas vendas das partes mais baixas do mercado, de acordo com o gabinete de estudo especiali-zados IDC.

Vendas de tablets mais do que duplicam no primeiro trimestre

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 11

Lufthansa aumenta prejuízos em mais de 16%A companhia aérea alemã Lufthansa registou perdas de 459 milhões de euros, nos três pri-meiros meses do ano, o que se traduziu num aumento de 16,5%, face a igual período do anopassado. A empresa obteve um volume de negócios de 6,6 mil milhões de euros, ligeiramente acima do período homólogo. As perdas operacionais cifraram-se em cerca de 359 milhões de euros, sendo perto de 64 milhões destinaram-se a custos de reestruturação. A companhia garante que os números estão de acordo com as previsões e que tem conseguido impulsionar o factor de ocupação dos respetivos aviões.

Bruxelas investiga aval de sete mil milhões ao grupo PSAA Comissão Europeia decidiu avançar com uma investigação aprofundada para deter-minar se o aval de sete mil milhões de euros concedidos pelo Estado francês para a rees-truturação do grupo francês automóvel PSA está de acordo com as normas comunitárias sobre as ajudas públicas. A Comissão pretende sobretudo verificar se as hipóteses em que se baseia o plano de reestruturação são realistas, face à evolução recente do mercado au-tomóvel, para além de querer verificar se as normas de concorrência não foram colocadas em causa.

ATUALIDADE/Internacional

Os mercados emergentes, em particular, estão a revelar um forte interesse pelos equipa-mentos das gamas mais baixas, de acordo com o seu poder aquisitivo.

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RESPOSTAUma vez que se trata de um projeto de criação de empresa, poderá enquadrar-se no SI Inovação – Empreendedorismo Qualifi cado. Contudo, o Aviso de Concurso a este programa de apoio restringe o investimento elegível a 1,5 milhões de euros, para além de exigir o cumprimento de outras condições de acesso, nomeadamente:- verifi car uma intensidade de exportações igual ou superior a 15% no pós-projeto;- verifi car um peso dos trabalhadores qualifi cados no total de trabalhadores no pós-projeto igual ou superior a 10%, para as micro e pequenas empresas, ou 15%, para as médias empresas;- posicionar-se em setores de alta/média tecnologia, de forte intensidade de conhecimento, conforme a lista anexa ao referido Aviso de Concurso.Além da menor exigência no que respeita ao nível de inovação do projeto como condição de acesso ao concurso, uma das vantagens do Empreendedorismo Qualifi cado é a possibilidade de acesso à majoração “empreendedorismo feminino ou jovem”, a qual exige que a empreendedora ou jovem (entre 18 e 35 anos) empreendedor, respetivamente, detenham uma participação mínima de 50% no capital social, durante 2 anos, e desempenhem funções executivas (gerência) na empresa até 2 anos após a conclusão do projeto.Como o seu projeto ultrapassa o limite máximo à elegibilidade do investimento, a alternativa será o SI Inovação – Inovação Produtiva. As condições de acesso ao mesmo são mais exigentes, sendo necessário:- verifi car uma intensidade de exportações

igual ou superior a 30% no pós-projeto;- apresentar inovação mínima ao nível da empresa, no caso de PME, e ao nível do setor ou região, no caso das Grandes Empresas, sendo condição necessária que a inovação consubstanciada no projeto seja introduzida no mercado, no caso de inovação no produto, ou seja utilizada na empresa, no caso de inovação no processo;- inserir-se em setores de atividade transacionáveis, indicados na lista anexa ao Aviso de Concurso deste programa.A taxa base de apoio é de 45% da despesa elegível, podendo usufruir da majoração “tipo de empresa”, que corresponde a 10pp para as médias empresas e 20pp para as pequenas empresas. No caso do Empreendedorismo Qualifi cado, a estas taxas e majorações acresce a “empreendedorismo feminino ou jovem” já referida.Em ambos os programas, o apoio tem a natureza de subsídio reembolsável, sem juros. O prazo de fi nanciamento considerado é de 6 anos, com um período de carência de capital de 3 anos. Se cumprir as metas (económicas e operacionais) fi xadas em sede de candidatura, poderá obter uma conversão parcial (no máximo 75%) deste subsídio reembolsável em fundo perdido.Ambos os Avisos de Concurso encerram a sua última fase em 5 de Setembro de 2013.

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Empreendedorismo qualifi cado vs. inovação produtiva

A Energie está a construir uma unidade exclusiva para a produção de bombas de calor na fábrica de Póvoa de Varzim. A aposta neste produto vem diversifi car a oferta da empresa na área de poupança energética e dar resposta à procura sentida pelos agentes nacionais e, principalmente, internacionais.

A nova unidade de produção terá 1500 m² e capacidade de produzir 60 bombas de calor por dia. Este passo signifi ca um inves-timento de 2 milhões de euros, no qual está incluído o valor de Inovação & Desenvolvimento.

Tornar o planeta economica-mente mais estável através de um integral aproveitamento de recursos naturais é desde sempre o lema da Energie. O desenvol-

vimento de energia proveniente de fontes renováveis está estreita-mente associado ao aumento de efi ciência energética, pelo que a empresa continua a apresentar no mercado novas soluções de pou-pança, aumentando a sua infl u-ência no setor.

A Diretiva 2009/28/CE con-sidera as bombas de calor uma fonte de energia renovável, tendo surgido na sequência do projeto 20 da União Europeia, que visa reduzir em 20% as emissões po-luentes até 2020. Nesse sentido, a Energie tem soluções capazes de responder às necessidades de uma habitação ecoefi ciente.

Para conseguir produtos com padrões de qualidade e efi ciência energética superiores aos apresen-

tados pelas principais marcas eu-ropeias, a Energie tem protocolos com a Universidad de Vigo – Es-cuela Técnica de Ingenieros In-dustriales, ITW – Universidade de Stuttgart e NTB – Universi-dade Interestadual de Engenharia Suíça, onde projetam e desenvol-vem bombas de calor com a últi-ma tecnologia.

A Energie exporta desde 2003 e as bombas de calor não serão exceção. O internacional consti-tui um mercado muito forte para a empresa portuguesa onde o uso de bombas de calor é mais fre-quente. Em 2012, as exportações representaram 91% da faturação da empresa e deverá aumentar durante este ano.

A construção da nova fábri-

ca na Póvoa de Varzim tem um impacto positivo, uma vez que, além dos postos de trabalho cria-

dos, o recurso ao outsourcing vai infl uenciar cerca de 100 empresas fornecedoras da região.

NOVA UNIDADE FABRIL NA PÓVOA DE VARZIM

Energie investe dois milhões de euros na produção de bombas de calor

Fui sócio de uma empresa de metalomecânica que foi declarada insolvente. No âmbito das ações de investigação dessa empresa, foram desenvolvidos al-guns produtos inovadores, dos quais possuo as respetivas especifi cações. Com o objetivo de iniciar a produção de dois desses novos produtos, constituí nova empresa em 2013.

Contudo, o investimento necessário para começar a laborar ascende a 2 milhões de euros. Poderei obter algum apoio do QREN?

Warren Buffet compra empresa em IsraelWarren Buffet, o quarto homem mais rico do mundo, acaba de adquirir os últimos 20% da empresa israelita Iscar por 2,05 mil milhões de dólares. Buffet, através da Berkshire Hathaway, já de-tinha 80% da empresa de ferramentas metálicas de corte desde 2006, naquele que foi o seu maior negócio fora dos Estados Uni-dos.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

12 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

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A maioria das bombas de calor produzidas na Póvoa de Varzim vão ser ex-portadas.

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DORA TRONCÃ[email protected]

Em 2011 houve um aumento do recurso ao trabalho temporá-rio (TT) em cerca de 8,5%, con-clui o Quinto Relatório anual do Provedor da Ética Empresarial e do Trabalhador Temporário (PE-ETT).

Segundo o mesmo documento, a duração média dos contratos firmados baixou e aumentou o número de contratados na faixa etária de 35 e mais anos.

Os contratos apresentaram uma duração média de 3,7 meses. O valor médio de remuneração base ronda os 600 euros, sendo sobretudo contratado pessoal de

serviços diretos e de proteção e segurança (16%), seguindo-se a área dos serviços administrativos e apoio às empresas (13, 9%).

Salários iguais ou superiores a mil euros são escassos no univer-so do TT.

A região de Lisboa concentra grande parte do recrutamento, 41,3%, seguida do Norte, com

24,3%, e do Centro, com 17,7%.Mais recuada, surge a região do Alentejo, com 9,1%.

Face ao total de cedências, o TT abrangeu mais homens do que mulheres.

A população jovem (com ida-des entre os 16 e 24 anos) já de-tém nesta modalidade de traba-lho quase 24%.

Empresários nacionais visitam Indonésia

A recém-criada Câmara de Comércio e Indústria Portugal - Indonésia (CCIIP), em parce-ria com o BES, está a promover o primeiro intercâmbio efetivo entre os dois países. A iniciativa permitirá levar empresários por-tugueses em visita à Indonésia de 18 a 23 de maio, com o objetivo de desenvolver capacidades e os negócios entre os dois países.

Nesta primeira viagem de ne-gócios estão previstas reuniões com entidades governamentais da Indonésia e organizações em-presariais. As embaixadas da In-donésia em Lisboa e de Portugal em Jacarta desenvolvem um pa-pel fundamental em todo este processo. No final, uma parte dos empresários portugueses des-locar-se-á a Timor-Leste para es-tudar e debater com as entidades timorenses formas de intercâm-bio e desenvolvimento comercial, com o apoio das embaixadas em Lisboa e Deli. Para breve está igualmente prevista a vinda a Lisboa de uma missão empresa-rial da Indonésia e entre os vários objetivos salienta-se o interesse pelos vinhos portugueses.

Portugal e a Indonésia ainda mantêm um relacionamento co-mercial relativamente pequeno, representando menos de 1% do volume de negócios total de am-bos os países. Por outro lado, a Indonésia tem apresentado nos últimos 12 anos uma média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima dos 5%. Ao nível setorial, a relação entre os dois países começa a centrar-se com bastante interesse em áreas como o turismo, energias reno-váveis, recursos naturais, desen-volvimento de infraestruturas, agricultura e pescas, investigação e o ensino tecnológico.

Trabalho temporário sobe com contratos mais curtos

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Banif atenua prejuízosO Banif teve perdas de 69,2 milhões de euros no primeiro trimestre, o que compara com um prejuízo de 75,9 milhões em igual período do ano passado. O banco justifica o resultado ne-gativo com “a necessidade de realizar ajustamentos extraordinários nas participadas no Brasil”. As quedas no produto bancário e na margem financeira também prejudicaram os resultadosda instituição presidida por Jorge Tomé. A evolução do negócio melhorou no mercado nacio-nal, tendo passado de 49,1 milhões negativos para 6,4 milhões de euros também negativos.

Dachser investe 26 milhões em centro logístico no Reino UnidoO grupo Dachser, a operar no setor da logística e de transporte de mercadorias, em Portugal sob a marca Azkar, vai investir 26 milhões de euros num novo centro logístico no Reino Uni-do, perto de Northampton. O empreendimento estará operacional em 2014 e está previsto que permita duplicar a capacidade de resposta do grupo alemão naquele país. O novo espaço terá uma área de 66 mil m2 e vai integrar um terminal de trânsito, um armazém e um edifí-cio de escritórios.

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 13

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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EDP Renováveis aumenta lucros em 45%A EDP Renováveis registou ganhos de 90 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 45% face a período homólogo do ano passado. A produção de energia e os preços de vendas aumentaram cerca de 10%, nos três primeiros meses. A empresa liderada por Manso Neto logrou aumentar a capacida-de instalada e o fator de utilização para 36%, um dos mais elevados da Europa, de acordo com comu-nicado do grupo. O EBITDA cresceu 24%, para 327 milhões de euros, tendo os custos operacionais subido 20%, devido à introdução de um imposto em Espanha de 7% sobre as vendas de eletricidade.

Grupo LFM entra no mercado brasileiroO grupo LFM, empresa que opera na indústria fotográfica, vai instalar-se no Brasil, através da participada Dreambookspro. A operação envolve um investimento de cerca de dois mi-lhões de euros e resulta no reforço das equipas comerciais, a realização de eventos de proxi-midade e a aquisição de materiais. A marca Dreambooks atua junto do consumidor final e disponibiliza álbuns digitais, acessórios e revelação de fotografias. A LFM tem a sua sede no Marco de Canaveses.

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A morosidade e a complexidade da Justiça é “um obstáculo à reso-lução dos conflitos em tempo útil, quer para o fornecedor, quer para o comprador”. Razões que levaram a Confederação dos Agricultores

Portugueses (CAP) e a Associação Portuguesa das Empresas de Distri-buição (APED) a decidirem-se pela criação de um tribunal arbitral e pela figura de um provedor, como forma de garantirem a existência de “um quadro rápido, flexível e não excessivamente oneroso que

permita sanar os conflitos, prote-gendo as relações comerciais entre as partes”.

Em declarações à “Vida Econó-mica” após a assinatura do pro-tocolo, Luís Reis, presidente da APED, explicou que, para além do tribunal arbitral, existirá tam-

Produtores e distribuição criam tribunal arbitral

“Só em caso de não ter sido possível encontrar forma de dirimir o litígio é que haverá recurso ao tribunal arbitral”, explica Luís Reis à “Vida Económica”.

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bém uma Comissão Permanente de Avaliação, que terá “um papel central na construção dos neces-sários consensos e das soluções que garantam a melhor aplicação dos princípios e regras previstos”.

Isto, além do já referido pro-vedor, que terá a seu cargo “a elaboração de recomendações” relativas à aplicação do código de boas práticas entretanto também assinado entre a CAP e a APED. E “só em caso de não ter sido pos-sível encontrar forma de dirimir o litígio é que haverá recurso ao tribunal arbitral, que funciona como a ‘última instância’ ao abri-go deste código”, frisa Luís Reis.

Sobre o local onde deverá fun-cional o tribunal arbitral e quais os custos associados, o também administrador da Sonae explica que esse tribunal “constitui-se caso a caso e funcionará onde as partes acordarem”, podendo as mesmas optar sempre pelo Cen-tro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. Já quanto aos custos, os encargos que resultarem da ar-bitragem hão-de ainda resultar de uma tabela, a ser aprovada pela Comissão Permanente, na qual constem os honorários e os custos administrativos associados.

Instrumento de auto-regulamentação

Perguntado ainda sobre a ne-cessidade do Código de Boas Práticas assinado com a CAP, o presidente da APED dá a sua explicação: o Código “é um ins-trumento de auto-regulação, de iniciativa voluntária destas duas organizações e que visa aprofundar a cooperação entre os seus associa-dos, identificar as boas práticas e promover um mais eficaz relacio-namento entre os produtores e a distribuição”. E essa auto-regulação na cadeia alimentar, diz Luís Reis, muito embora sendo voluntária, “é um fator de competitividade e har-monização das relações ao longo da mesma, melhorando a eficiência da cadeia de valor nacional e o seu contributo para o crescimento da economia”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

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"Para quem gere pessoas e processos de mudança, a organi-zação é a mensagem: a forma como os trabalhadores estão organizados, como se distribuem pelo espaçodisponível e como interagem uns com os outros nos diferentes estádios de produção é mais determinante do que tudo o resto. É dis-so que nos fala esta obra: da necessidade de revermos, cada empresa e cada um de nós, a nossa relação com o trabalho.”

José Alberto de Carvalho, Novembro de 2011 In prefacio

“Este livro é inspirador para todos aqueles que, como nós, gos-tam de criar e desenvolver espaços de trabalho inovadores”.

Reinaldo Teixeira, CEO Grupo Enolagest

“Out of the Office, na verdade, é um livro interminável. Depois de ter visto o Escritório do Futuro nas suas vertentes mais ac-tuais, com profundas análises ao Coworking e ao Teletraba-lho, percebi que mais do que um livro adquirido, subscrevi um stream de informação actualizada sobre uma matéria que me interessa. E quando uma matéria nos chama a atenção, a informação que nos é servida de várias formas, não é informa-ção, é formação.”

Pedro Aniceto, Especialista da Apple

“Out of the Office” is not a book to read, instead a system to experience coworking. Coworking is the opportunity to col-laborate for developing innovative products or solutions, launching new startups, or solving major global problems.”

Praveen Gupta, Founding Editor-in-Chief of International Journal of

Innovation Science, and Director of IIT Center for Innovation Science and

Applications, Chicago, USA

“Carlos Gonçalves e José Gabriel Quaresma levam-nos “Out of the Office” através de uma reflexão “Out of the Box”, trazendo um contributo importante à reflexão sobre os escritórios do futuro, num contexto em que o processo de inovação tecnológica conduz a uma cres-cente desmaterialização do conceito dos escritórios, cuja evolução se encontra condicionada pela necessidade de nesta se enquadrar a natureza social do Homem e de criação e desenvolvimento de um sentimento de perten-ça a um grupo, elemento diferenciador das organizações na medida em que estas dependem das pessoas.”

Paulo Silva, Director-Geral da Aguirre Newman Portugal

Mantenha-se atento(a) às notificações que irá receber no seu smartphone ou tablet sobre novas histórias, vídeos ou animações 3D, através da app “Out of the Office”.

Mais informações em:www.outoftheofficebook.com

Este livronão tem fim!

Disponível em http://livraria.vidaeconomica.pt

Email: [email protected]

novidade

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A introdução do fator de sustentabilidade no cálculo das reformas “foi um avanço muito significativo no sistema”. E apesar de a sua aplicação retroativa, como defende o FMI, poder vir a levantar “problemas jurídico-constitucionais”, a ideia “é interessante” e “pode fazer sentido” no atual contexto económico-financeiro.Em entrevista à “Vida Económica”, Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de Estado da Segurança Social, mostra-se “absolutamente favorável” à convergência entre a Segurança Social (SS) e Caixa Geral de Aposentações (CGA) anunciada pelo Primeiro-Ministro, mas alerta para os efeitos da proibição das reformas antecipadas decretada pelo Governo. A medida, diz, “compreende-se”, mas é preciso não esquecer que ela “deu muito apoio ao tecido empresarial e à renovação dos recursos humanos das empresas”.

TERESA [email protected]

Vida Económica – O Primeiro--Ministro anunciou na última sexta-feira alterações no acesso à reforma, que apenas se pode-rá fazer sem penalização aos 66 anos e com aplicação de novas regras do fator de sustentabi-lidade (indexado à esperança média de vida e ao comporta-mento da economia). Está de acordo?

Fernando Ribeiro Mendes – O nosso sistema tem dois gran-des grupos: o sistema da SS e o

da CGA. Há, porém, um grande consenso de há muitos anos que é a ideia de convergência entre os dois sistemas [também anunciado por Pedro Passos Coelho] e para a qual a legislação, pelo menos desde 2002, aponta. O que está aqui em causa é o ritmo.

VE – Fala de convergência ao nível das contribuições e quan-to às regras de cálculo das pen-sões?

FRM – Falo em igualar de ma-neira a tornar-se absolutamente equivalente trabalhar no Estado ou no setor privado em maté-ria de direitos e de formação das pensões. Há um outro aspeto que se pode colocar: neste momento, estão suspensas as reformas ante-cipadas no regime de SS. Embora continuem a poder ser feitas para a CGA. A suspensão não é total, uma vez que quem passa para o desemprego continua a manter essa possibilidade [de se reformar antecipadamente após esgotar a concessão do subsídio]. Em todo o caso, a flexibilização da idade de acesso à reforma, que vigora desde

1999, deu muito apoio ao tecido empresarial, pois facilitou muito a renovação dos recursos humanos de muitas empresas de uma forma socialmente equilibrada. As difi-culdades atuais das finanças públi-cas levaram à suspensão – compre-ende-se isso –, mas porventura isso irá ser retomado, caso o sistema de cálculo da pensão incorpore vários elementos que mitiguem a taxa de substituição do salário.

VE – E houve a introdução do chamado fator de sustentabili-dade.

FRM – Exatamente. Ora bem, um ponto extremamente curioso foi levantado por um relatório do FMI de há uns meses atrás. É que poderia fazer sentido introduzir um fator de sustentabilidade re-troativo, isto é, para o período de 2002 (data em que houve alteração do sistema de SS) e o de 2008 (data em que foi aplicado pela primeira vez esse fator). Bom, a retroativi-dade levanta problemas jurídico--constitucionais, que outras pessoas saberão analisar com competência, mas, do ponto de vista económico,

é interessante e faz algum sentido equacionar isto. Aliás, o relatório do FMI levanta essa possibilidade e até com uma nuance muito inte-ressante, que é a de dizer que pode-riam ser isentados os muito baixos rendimentos da aplicação desse fator de sustentabilidade. E, a ser assim, faria sentido isentar também para o futuro os novos reformados relativamente à aplicação desse fa-tor ao grupo dos muito baixos ren-dimentos. Em todo o caso, o fator de sustentabilidade foi um avanço muito significativo no sistema para ajustar os montantes das pensões às novas condições demográficas da sociedade. Aliás, o nosso siste-ma, quer na parte da CGA, quer da SS, está já adaptado à evolu-ção da economia, por um lado, e à demografia, por outro. O que se pode discutir é se a adaptação deve ser implementada de forma mais rápida ou mais lenta.

VE – As pessoas com carreira contributiva já formada devem, portanto, ser salvaguardadas?

FRM – Até hoje, isso tem sido feito. Porventura com algum exa-gero, mas tem sido feito. No fu-turo, iremos ver o que é proposto, mas alguma salvaguarda terá de ser feita, sob pena de se cometer uma grande injustiça social. Não se pode pedir a uma pessoa de 64 anos, por exemplo, que a um ano da reforma altere completamente a estratégia de vida e prolongue du-rante muito mais tempo a inserção no mercado de trabalho. É que, in-dependentemente da vontade que a pessoa tenha, há uma situação objetiva que pode complicar tudo isso, que é a atual conjuntura de crise económica e a dificuldade de fazer um ‘donwgrading’ dos efeti-vos das empresas.

VE – Mas com estas alterações que obrigam a que as pessoas se reformem mais tardiamen-te não estamos precisamente a impedir o rejuvenescimen-to dos quadros das empresas, para mais com os problemas de desemprego jovem que hoje temos?

FRM – Na ausência de outras medidas, sim. O desemprego jo-vem é, de facto, um problema gravíssimo. Além disso, a econo-mia necessita de um processo de reindustrialização, mas a nossa reindustrialização é muito especial e não à maneira dos anos 40 ou 50 do século passado, pois é muito

FERNANDO RIBEIRO MENDES, EX-SECRETÁRIO DE ESTADO, DEFENDE

Estado e setor privado devem ter sistema de segurança social

Portucel faz emissão de empréstimo obrigacionistaA Portucel vai realizar uma emissão de obrigações no valor de 250 milhões de euros, com vencimento em 2020 e pagamento semestral de juros. As obrigações serão objeto de colocação exclusivamente particular no mercado internacional e junto de investidores institucionais. “Esta emissão destina-se a financiar as necessidades da atividade corrente da empresa, permi-tindo reforçar a sua flexibilidade financeira”, refere a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

BES com prejuízo de 62 milhões no primeiro trimestreO Banco Espírito Santo, liderado por Ricardo Salgado, surpreendeu pela negativa ao registar perdas de 62 milhões de euros, no primeiro trimestre. O que compara com lucros de 11,6 mi-lhões de euros, em igual período do ano passado. Os resultados foram atribuídos às provisões realizadas para crédito e à quebra nas receitas. Ainda assim, o presidente do BES admite que a instituição financeira poderá regressar aos lucros nos últimos três meses do presente exercício. As receitas do banco baixaram mais de 14%, para 453,7 milhões de euros.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

“Precisamos de equilibrar a defesa dos direitos sociais que decorre do sistema político e constitucional com a capacidade de gerar riqueza e de sustentar um Estado equilibrado financeiramente”

“A razão de adotar um novo mecanismo para fixar a idade legal da reforma não o deveria ser por causa dos ganhos em matéria orçamental de curto prazo, porque essa é uma medida que tem um impacto sobre o modelo de vida e do funcionamento do mercado de trabalho a longo prazo”, defende Fernando Ribeiro Mendes.

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TERESA [email protected]

O Montepio e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) juntaram-se a uma rede de 25 par-ceiros (autarquias, empresas e ou-tras entidades) e lançaram a semana passada, em Lisboa, o Banco de Inovação Social (BIS), compartici-pado em 100 mil euros pelo banco liderado por António Tomás Cor-reia e em 150 mil pela instituição que tem como provedor Pedro San-

tana Lopes. Trata-se de uma plataforma com

o objetivo de apoiar o empreende-dorismo e a inovação social, finan-ciando projetos de negócio apre-sentados por pessoas singulares em situação de desemprego, emprego precário ou à procura do primeiro emprego e promovendo ainda o en-velhecimento ativo e iniciativas de combate ao abandono escolar. As candidaturas aos apoios estão aber-tas até 31 de maio e as candidaturas

podem ser apresentadas através do site http://bancodeinovacaosocial.pt.

Questionado pela “Vida Econó-mica” sobre a criação do BIS, Pedro Líbano Monteiro, diretor do Mon-tepio, explica que este “é um proje-to que se destina a criar um mundo melhor, das pessoas e para as pesso-as”. O mesmo responsável diz ainda que têm “no ADN do Montepio a responsabilidade social e o apoio ao terceiro setor bem vincados”, assim

como “áreas especializadas que sededicam à economia social nasquais enquadramos esta iniciativa”.

Recorde-se que, de acordo comos dados divulgados no início des-te ano pela conta satélite do INEpara a economia social, em 2010 oterceiro setor representava em Por-tugal 2,8% do valor acrescentado bruto, 4,7% do emprego total e cerca de 5,5% do emprego remu-nerado, gerando mais emprego nopaís que o setor financeiro.

Banco de Inovação Social apoia negócios criados por desempregados

único

baseada em trabalho cada vez mais qualificado. E com muito capital humano. E se tivermos empresas que enfrentem muitas dificulda-des para rejuvenescer a sua força de trabalho, acabará por se manter um emprego muito menos qua-lificado, o dos mais velhos, e um desemprego dos mais novos e mais qualificados. E isso é muito com-plicado.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 17

Forecast escolhe Freeport para entrar em PortugalA marca de moda masculina Forecast escolheu o Freeport para abrir a sua primeira loja ou-tlet em Portugal, estando já presente em 13 mercados. A abertura da loja assinala o início da expansão, em modelo outlet, da Forecast em território português. A marca disponibiliza umacoleção completa e diversificada para responder às necessidades dos diferentes momentos do quotidiano. O Freeport conta com mais de 140 lojas em segmentos muito diversos, desde ovestuário até aos artigos para a casa, passando por mobiliário ou livraria.

Brasileiro à frente da Organização Mundial do ComércioO diplomata brasileiro Roberto Azevêdo será o próximo diretor-geral da Organização Mun-dial do Comércio (OMC), sucedendo a Pascal Lamy, que abandona o cargo no final do próxi-mo mês de agosto. O francês está à frente da organização desde 2005. O diplomata brasileiro torna-se o primeiro latino-americano a liderar a OMC desde a sua criação, há 18 anos. É um sinal claro do peso que a América Latina está a ganhar no comércio mundial. Foram necessá-rias três rondas para encontrar um vencedor.

“Não se deve

misturar a discussão

orçamental com

a da reforma da SS”

Estima-se que as mexidas na idade da reforma permitirão um ganho de 300 milhões de euros, mas Fernando Ribeiro Mendes recusa entrar na discussão se vale a pena prolongar a vida dos mais velhos no mercado de trabalho, em prejuízo da entrada dos mais jovens e mais qualificados, a troco de 300 milhões de euros. “Esses são dois problemas distintos que, realmente, são discutidos em conjunto, mas que têm pouco a ver um com o outro”, diz o ex-secretário de Estado da SS.Uma questão, diz, “é a dos cortes que é preciso garantir porque o país está sujeito à disciplina orçamental que resulta do programa de financiamento e das condições impostas pelos credores”. No entanto, “não se deve é misturar essa discussão com a da reforma da SS”, frisa Fernando Ribeiro Mendes. Isto, “embora haja impacto, com certeza”, mas “a razão de adotar um novo mecanismo para fixar a idade legal da reforma não o deveria ser por causa dos ganhos em matéria orçamental de curto prazo”, pois os efeitos da medida “só se farão sentir daqui a 10, 20 ou 30 anos”. E “seria errado adotar um modelo porque gera uma poupança ou uma receita adicional de curto prazo”. Assim, “qualquer alteração do sistema atual tem de ser justificada pelos ganhos a longo prazo” e deve-se “adaptar o mercado de trabalho e o sistema de pensões a essa evolução, no longo prazo”. A curto prazo, diz o mesmo especialista, “tem de haver uma análise que pondere os efeitos imediatos de poupança com os efeitos de renovação e de requalificação da força de trabalho que é preciso contemplar”.

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18 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

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É a partir do Norte do país, em Gon-domar, que a empresa de iluminação De-lightfull marca pontos fora de portas. A última novidade da marca relaciona-se com o facto de os seus produtos estarem a iluminar o Museu de Design da Vitra, em Well am Rhein, na Alemanha.

Esta empresa de design 100% nacional tem, no local, quatro candeeiros de sus-pensão Brubeck cujo objetivo passa por atribuir ao mítico local um toque de so-fisticação ao espaço interior. De salientar que o Museu de Vitra foi, recentemente, alvo de um intervenção por parte de um mediático português: arquiteto e Prémio Pritzker Álvaro Siza Vieira. A inspiração portuguesa está, assim, a impor-se naquele espaço cultural germânico.

A marca iluminação foi, assim, selecio-nada tendo em conta os critérios qualitati-vos que norteiam a renomada Vitra, a qual elegeu a Delightfull para figurar numa das casas mais emblemáticas do design. A ver-satilidade dos seus produtos foi um dos as-pectos mais valorizados por parte daquele museu alemão no que diz respeito à em-presa de iluminação.

Crescimento do design português além-fronteiras

De salientar que a marca portuguesa re-forçou, recentemente, a sua posição na se-mana de design de Milão, ao alargar a sua presença em vários pavilhões em parceria com outras marcas italianas de prestígio – Minotti, Lema e Novamobili - a chancela portuguesa debate-se com o volumoso nú-mero de solicitações diárias.

No que concerne ao mercado doméstico, a Delightfull reforça mais uma vez a alian-ça com os seus parceiros Brabbu e Boca do Lobo que a têm acompanhado na afirma-ção global por todo o mundo. Reforçar a presença internacional é o objetivo da em-presa gondomarense que se prepara, este ano, para aumentar o número de contactos, nomeadamente nos mercados emergentes.

Eleita pela publicação internacional Yat-zer como um dos destaques da semana de Milão, a Delightfull inicia, gradualmente, uma nova era no crescimento do design português além-fronteiras.

Empresa portuguesa iluminaMuseu de Design da Vitra na Alemanha

A Delightfull, com sede em Rio Tinto, con-celho de Gondomar, prevê faturar um milhão este ano.

Fundar, desenvolver e dar con-tinuidade a em negócio é o desejo natural de qualquer líder de uma empresa.

No caso de se tratar de uma em-presa familiar, ainda mais significa-tiva é esta preocupação. Para além de se pretender assegurar o bom governo da organização, também se pretende assegurar a manuten-ção ou, idealmente, o crescimento do património que se foi cons-truindo com muito esforço.

Esta passagem de testemunho, em especial o patrimonial, é ex-pectável que se processe para os descendentes e naturais herdeiros, algo que acontecerá se nenhuma ação contrária for desenvolvida.

Neste contexto, uma grande

preocupação deverá focar-se nestes sucessores, pois somente se forem devidamente preparados e motiva-dos para assumirem um ou vários dos possíveis papéis, acionistas, trabalhadores ou gestores, é que poderão corresponder às expetati-vas de todas as partes interessadas.

Falta de interesse dos herdeiros

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

Temas para reflexão:

negócio familiar?

semana na empresa cativá-los-á?

Vistapura torna website do Green Project Awards sustentávelA Vistapura, empresa especializada na neutralização de emissões de dióxido de carbono para websites e sistemas de tecnologias de informação, tornou-se parceira do Green Project Awards Portugal, na 6.ª edição. Esta parceria, que vai ao encontro do objetivo central de promoção da sustentabilidade, vai permitir transformar o website do Green Project Awards num ‘Green We-bsite’, neutralizando as emissões de dióxido de carbono associadas ao seu consumo de energia.

BotaMinuto recolhe 10 mil pares de sapatos para instituições de solidariedade socialA campanha “Dê rumo aos seus sapatos”, promovida pela empresa de consertos de sapatos BotaMinuto, culminou este ano com a recolha de um total de 9636 pares de sapatos que a empresa doou a 39 instituições de solidariedade lucrativos, que os farão chegar a milhares de pessoas carenciadas em todo o país.

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A implementação das novas regras para bens em circulação está a suscitar muitas dúvidas junto dos operadores económi-cos. O grupo Generix apresentou uma so-lução que atua através de uma plataforma de “integração robusta e que possibilita a simplificação do processo de comunicação dos dados dos documentos de transporte à Autoridade Tributária de forma automa-tizada”. Mário Maia, diretor de vendas da Generix, não deixa de revelar que existe um sentimento de estupefação quanto aos pra-zos colocados para o novo Regime dos Bens em Circulação (RBC).

“Foram criadas enormes dificuldades para agilizar o desenvolvimento das alterações necessárias, quer ao nível dos sistemas de in-formação, quer dos processos operacionais das empresas, para garantir o cumprimento do novo regulamento. Por outro lado, as empresas sentem-se desconfortáveis com a necessidade dos governantes de garantirem

o controlo à evasão fiscal, independente-mente das dificuldades introduzidas, para além de muitas já estarem em situação de rutura financeira.” Considera que as empre-sas se enquadram em dois grandes grupos, as que possuem software local (ou com re-presentação local) e cujos sistemas de infor-mação se encontram em território nacional e o das empresas internacionais, cujo siste-ma de informação está centralizado fora do território nacional ou ainda as empresas na-

cionais que utilizam software internacional sem representação local. Em ambos os casos há dificuldades, sobretudo no que toca ao segundo grupo.

Qualquer empresa pode responder adequadamente ao RBC

Apesar deste cenário, Mário Maia está oti-mista quanto aos próximos tempos, ainda que sejam evidentes algumas dificuldades. “Apesar da complexidade técnica normal no âmbito de processos de transação eletrónica de dados, qualquer empresa poderá respon-der efetivamente ao novo RBC. É o caso do serviço TrasportXpress. Por se tratar de uma solução disponível também em modo de outsourcing, o cliente não tem de ter sof-tware nas suas instalações, o que simplifica e agiliza a implementação da transmissão dos documentos de transporte à AT. Sabendo-se que algumas empresas ainda não têm o sof-

tware de faturação devidamente certificado pela AT, existe um desafio complementarpara essas organizações.”

Quanto à Generix, está no mercado des-de 1997 e tem “sempre defendido a agili-zação da informação, priorizando processosde transmissão eletrónica de dados, em de-trimento dos processos tradicionais”. Este projeto surge na sequência do que está para trás, como explicou à “Vida Económica”Mário Maia: “Com este novo projeto abre--se mais uma porta para a desmaterialização completa, prevendo-se que numa década a circulação de papel esteja praticamente abo-lida. Algumas empresas têm aproveitado a oportunidade para reverem a sua estratégia no que toca aos sistemas de informação, enquanto ferramenta para interação com osparceiros externos, de forma informatizada e automatizada, em tempo real e sem erros, o que nos dá uma perspetiva de crescimentobastante otimista.”

PAULO NEVES, PRESIDENTE DO IPDAL, CONSIDERA

América Latina abre inúmeras oportunidadesàs empresas portuguesas

NO ÂMBITO DO REGIME DOS BENS EM CIRCULAÇÃO

Prazos têm colocado dificuldades na transmissão de dados ao fisco

A América Latina representa um mer-cado de excelentes oportunidades para as empresas portuguesas. Por sua vez, Por-tugal detém uma posição geográfica alta-mente competitiva e estratégica. É o país menos periférico de todos os países eu-ropeus entre os africanos e latino-ameri-canos, referiu à “Vida Económica” Paulo Neves, presidente do Instituto para a Pro-moção e o Desenvolvimento da América Latina (IPDAL).

O nosso país tem uma série de vantagens competitivas que importa potenciar, como é o caso da antiga relação colonizadora, que possibilitou criar e estabelecer otimas relações sociais e comerciais nos países afri-canos e latino-americanos, constituindo-se assim um triângulo estratégico. O facto de a língua oficial ser a mesma também im-pulsiona fortemente a atividade comercial. “No caso da América Latina, são aspetos que potenciam o comércio em mais de 900% e, no caso de África, em mais de 200%, sendo que as áreas que movimen-tam mais volume de negócio são as obras públicas, as energias renováveis, os com-bustíveis, a alimentação e as bebidas. São muitos milhões de euros que respeitam a exportações para países como Colômbia, México, Brasil ou Angola”, de acordo com o responsável do IPDAL.

As principais oportunidades para Portu-gal nestes mercados são a construção de es-tradas, portos ou habitações, grande parte financiada por entidades governamentais ou organizações como o Banco Intera-mericano de Desenvolvimento. “O maior volume das exportações portuguesas para

os países da América Latina recai sobre o calçado, o vinho e o azeite. “Portugal é um país com muito boas referências nesses paí-ses e assistiu a uma duplicação das exporta-ções, nos últimos anos, como são os casos do México e da Venezuela.”

Dispara o número de pessoas pertencentes à classe média

Perante este cenário, Paulo Neves não

tem dúvidas em afirmar que existem inú-meras oportunidades para as empresas portuguesas na América Latina. O número de pessoas que ascendeu à classe média foi impressionante. Por exemplo, no caso do Brasil foram cerca de 60 milhões de pes-soas que passaram a deter um padrão de vida muito superior. “Os países da Améri-ca Latina apresentam taxas de crescimen-to muito elevadas e sustentáveis. Prevê-se que a média de crescimento seja de 4%,

este ano. Todos os países estão a apostar na construção de habitação social, estra-das, portos e hospitais. Também uma cada vez maior atenção às questões ambientais e energéticas. São áreas em que as empresas portuguesas são das mais competitivas anível mundial.”

Considera o presidente do IPDAL que os recursos naturais e a juventude das po-pulações latino-americanas e africanas – devidamente agregadas – poderão permitirà União Europeia obter sinergias para semanter competitiva, num contexto em queas economias asiáticas serão cada vez maisdominantes. Três grandes áreas merecem destaque, na perspetiva de Paulo Neves. “Ao nível do capital humano, o triângulo apresenta um claro potencial demográfico, contando com 38% da população jovem e32% da população ativa mundial. Quan-to aos recursos naturais, América Latina e África assumem um papel determinantenesta variável, já que detêm mais de umquarto das reservas de petróleo, metade da água potável e 50% da terra arável não explorada no mundo. Por fim, a proximi-dade cultural representa o aspeto mais im-portante e menos replicável do triângulo estratégico, devido à ligação histórica coma Europa.”

O Instituto para a Promoção e Desen-volvimento da América Latina é uma ins-tituição sem fins lucrativos, cujo objetivo é fortalecer as relações entre Portugal e a América Latina. É independente de gover-no e partidos políticos e integra represen-tações latino-americanas em Portugal.

Paulo Neves, presidente do Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina, diz que as obras públicas, as energias renováveis e os combustíveis são áreas com um forte potencial de crescimento para a internacionalização das empresas portuguesas.

O responsável da Generix acredita que qualquer empresa está em condições de dar uma resposta adequada no que respeita às novas regras de faturação

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 19

Construção sem obras e sem encomendasO setor da construção está numa situação dramática. Pela primeira vez, as encomendas emcarteira têm apenas 5,6 meses de produção assegurada. O que se traduz numa quebra de 46%,face a abril do ano passado. As obras são escassas, a que se junta uma forte retração na con-cessão de crédito. O número de desempregados continua a aumentar de forma assustadoraneste setor de atividade, como refere a Federação Portuguesa da Indústria da Construção eObras Públicas.

Larus selecionada para projeto europeu de reabilitaçãoA Larus, empresa portuguesa de mobiliário urbano, foi selecionada para mobilar o “Fortress Belt”, um projeto que implica a reabilitação da linha de fortificação que se estende da Antu-érpia, na Bélgica, até Barbante, na Holanda. A Larus será responsável pelo fornecimento de bancos, abrigos, escadas panorâmicas e estacionamento de bicicletas. Este programa de recu-peração é apoiado por fundos comunitários e a incursão da empresa nacional nos mercados holandês e belga decorre da criação de uma representação a nível local.

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EM JANTAR COM O MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Câmara Luso-Alemã apresenta vantagens comparativas de Portugal

Osram equipa navio de cruzeiro

Vinhos do Tejo no Lisboa Wine 2013Os “Vinhos do Tejo” vão marcar presença no Lisboa Wine 2013, que terá lugar nos próximos dias 10, 11 e 12 de maio, no mercado da Ribeira, em Lisboa, e que resulta de uma parceria entre a Comissão Vitivinícola da Região do Tejo (CVR Tejo), o Turismo de Lisboa e Vale do Tejo e as Comissões Vitivinícolas da Região de Lisboa e de Setúbal.

Lavoro coopera com FC PortoNo Segurex - Salão Internacional de Proteção e Segurança, que decorre até 11 de maio de 2013, a La-voro apresenta uma gama alargada do modelo Lavoro CUP em resultado de uma parceria com o Fu-tebol Clube do Porto. A Lavoro está já em negociações com outros clubes, nacionais e internacionais, o que lhe permitirá colocar no mercado modelos Lavoro CUP personalizados com outros emblemas.

Câmara de Comércio e Indústria Lu-so-Alemã vai divulgar publicamente um estudo sobre os fatores que influenciam as relações económicas entre Portugal e a Alemanha. Este trabalho de investiga-ção, que foi elaborado em parceria pela Câmara Luso-Alemã e pela Roland Ber-ger, será apresentado durante um jantar com o Ministro de Estado e dos Negó-cios Estrangeiro, Paulo Portas, no dia 16 de maio, no Convento do Beato em Lisboa, a partir das 20h00.

O estudo, intitulado “PORTUGAL-PLUS – Investimento e Exportação”, analisa as vantagens comparativas de Portugal enquanto destino do investi-mento direto alemão e debruça-se sobre o modo como essas vantagens deverão ser comunicadas aos decisores na Ale-manha. No que respeita às exportações

portuguesas para a Alemanha, o estudo examina os pontos fortes da produção nacional que podem representar mais--valias para as empresas alemãs e como estes serão transmitidos aos potenciais clientes alemães.

As relações económicas entre Portu-gal e a Alemanha têm raízes seculares e revestem-se hoje em dia da maior atuali-dade, com influência direta nos negócios das empresas dos dois países. Conhecer em profundidade os aspetos que influen-ciam este relacionamento é fundamental para o melhor futuro das relações bilate-rais, motivo que esteve na origem deste estudo.

As empresas interessadas em conhece-rem em primeira mão este trabalho de investigação podem inscrever-se junto da Câmara Luso-Alemã.

A Osram iluminou o décimo navio de cruzeiro da frota Aida com nove mil lâm-padas e mais de um km de tiras LED. A “cidade flutuante” tem um comprimento total de 253,33 metros, uma largura de 32,20 metros e oferece espaço para cerca de 2500 passageiros.

“Os navios de cruzeiro com o seu

complexo leque de exigências são na realidade faróis para aplicações de ilu-minação” comentou Martin Nüboldt, administrador da OSRAM e responsável pelo projeto. “Como um dos principais fornecedores de iluminação naval, esta-mos felizes em equipar algumas áreas do Aidastella”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

20 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

Sou presidente da direção de uma as-sociação privada sem fins lucrativos que, há mais de 20 anos, tem a sua sede num r/ch que então arrendou, tendo acabado de receber uma carta do senhorio na qual é proposta a “transição do contrato para o Novo Regime do Arrendamento Urba-no” sugerindo uma renda que é o dobro da praticada até agora e que o contrato passe a ser considerado com prazo certo pelo período de um ano.

Temos que aceitar o que nos foi pro-posto ou podemos opor-nos? Como?

Para além da atualização de renda, as alterações legislativas ao NRAU (Novo Regime do Arrendamento Urbano) que entraram em vigor em 2012 vêm possibilitar a transição do contrato para o regime do NRAU, tendo em vista a futura aplicação das normas deste regime aos contratos mais antigos, aos quais se têm aplicado normas transitórias.

Quando se fala em contratos mais antigos, pretende-se referir os arrendamentos habitacionais anteriores a 19.10.1990, data em que entrou em vigor o RAU (Regime de Arrendamento Urbano), e os arrendamentos não habitacionais celebrados antes da entrada em vigor do DL 257/95, que ocorreu em 05.10.2012, pelo que, se o arrendamento a que o leitor se refere tem mais de 20 anos, tudo indica que o senhorio tem o direito de tomar a iniciativa para a transição do contrato para o NRAU e para a atualização da renda.

Se a associação não responder à carta que agora recebeu do proprietário, o seu silêncio valerá como aceitação da proposta, ficando

o contrato submetido ao NRAU nos termos indicados pelo senhorio e devendo passar a pagar a renda proposta a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao termo dos 30 dias que o arrendatário tinha para apresentar a sua resposta.

Contudo, à semelhança do disposto para o arrendamento habitacional, a arrendatária, no prazo de 30 dias posteriores à receção da comunicação do senhorio, poderá aceitar expressamente a renda proposta ou poderá opor-se ao valor da mesma propondo um novo valor, ou, em qualquer destes casos, poderá pronunciar-se quanto ao tipo e à duração do contrato propostos pelo senhorio, ou, em alternativa, denunciar o contrato de arrendamento.

No acaso em análise, a arrendatária poderá invocar, ainda, na sua resposta, se for esse o caso, que se trata de uma associação privada sem fins lucrativos, regularmente constituída, que se dedica à atividade cultural, recreativa ou desportiva não profissional e declarada de interesse publico ou de interesse nacional ou municipal e, se assim for, a associação deverá juntar à sua resposta documentos comprovativos das circunstâncias invocadas, sob pena de não poder prevalecer-se das mesmas.

Caso se verifiquem as circunstâncias referidas o contrato só ficará submetido ao NRAU mediante acordo entre as partes ou, na falta deste, no prazo de 5 anos a contar da receção, pelo senhorio, da resposta do arrendatário.

Durante este período de cinco anos o valor atualizado da renda terá como limite máximo o valor anual correspondente a 1/15 do valor do locado indicado, como tal, na comunicação inicial do senhorio.

ARRRENDAMENTO URBANO

Arrendamento não habitacional anterior a 1995OPOSIÇÃO À TRANSIÇÃO DO CONTRATO PARA O NRAU

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

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O novo navio tem nove mil lâmpadas.

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A Portugal Lovers - Paixão pelo que é nosso acaba de fazer um ano. O con-ceito partiu de Cíntia Woodcock, que, depois de ter trocado Lisboa pelo Porto, se juntou a Filipa Moredo para criarem a Portugal Lovers®, criando o seu pró-prio emprego.

Paixão pelo que é nosso é valorizar a nossa cultura, o nosso património, as nossas pessoas. “Queremos trabalhar a cidade, com a cidade e para a cidade” – afirma Cíntia Woodcock.

A próxima iniciativa do Urban Ma-rket, marcada para 11 e 12 de maio, pretende sensibilizar os habitantes e “turistas” a serem “Travellers” – Viajan-tes.

“O turista anda pelo mundo com máquina fotográfica a tiracolo, guia no bolso, olha o que lhe indicam, compra o que lhe agrada, envia muitos postais, com uma agradável fluidez, sem apego nem compromisso. O viajante caminha com passos lentos, quer morar em cada coisa, cada esquina, ir à origem de tudo, amar loucamente cada aspeto do cami-nho – a essência da cultura do lugar” – refere a fundadora do Portugal Lovers.

A próxima edição do Urban Market vai decorrer no Hotel Carris Porto Ri-beira e envolver criadores portugueses de várias áreas (ilustração, joalharia, de-sign de moda, design de produto, food design, entre outras).

Portugal Lovers quer transformar turistas do Porto em viajantes

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à Vida Económica Johannes Ruckert, director.

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 21

Vulcano renova gama de ar condicionadoA Vulcano acaba de renovar a sua gama de ar condicionado, agora com classificação energética até A++, superando assim a normativa europeia de etiquetagem energética imposta para 2013. A nova gama de ar condicionado da Vulcano dispõe de uma tecnologia Inverter DC, que permite ao aparelho adaptar a sua capacidade para produzir frio ou calor, às necessidadesda habitação.

Kaizen desenvolve produtividade nos serviçosO Kaizen Institute Portugal promoveu esta semana no Porto a ação de formação Kaizen Lean Office Training. Destinada a organizações do setor de serviços, departamentos de su-porte administrativo e escritórios em geral, a formação teve por objetivo dar a conhecer ferramentas Kaizen para resolução de problemas e melhoria dos processos administrativos explicando também como é que se pode implementar um modelo de gestão da melhoria contínua.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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AQUILES [email protected]

Vida Económica – Como sur-giu a ideia de realizarem este ciclo de conversas dedicadas à internacionalização?

Guilherme Pinto – Matosinhos é a janela por onde o Norte esprei-ta o mundo e o mundo espreita o Norte de Portugal. Nada mais apropriado do que aqui fazermos um balanço do que são as expec-tativas e as possibilidades de per-corrermos o mundo e levarmos a nossa economia, as nossas ideias e os nossos projetos por esse mundo fora.

VE – Este fenómeno de in-ternacionalização e estas con-versas abordam as empresas, mas abordam sobretudo os pro-fissionais e os jovens. A ideia é desdramatizar o peso da palavra emigração?

GP – Pessoalmente, no mundo moderno, acho que o sítio onde conseguimos ganhar a vida, o sítio onde conseguimos impor as nossas ideias, é o nosso local. Portanto, o que está acontecer em Portugal é que, sendo parte da União Eu-ropeia, faz parte do mundo. Não temos de ter medo de sermos com-petitivos, já não podemos pensar no nosso território como uma imutabilidade onde nascemos, vi-vemos e morremos sempre no mes-mo sítio. Temos de ter uma mobili-dade diferente. Mas a vida também tem um sabor diferente, porque a conquista do mundo é um desafio que devemos impor a nós próprios, embora devamos dar condições às pessoas para se realizarem aqui no país, nada impede que o país pos-sa e deva concretizar aspirações de muitos jovens noutros pontos do mundo.

VE – Os jovens que estão a partir têm menos vínculo ao país. A ideia é que os jovens possam sair mantendo a ligação com o país, para que possam re-gressar?

GP – Se estamos a falar de uma diáspora de intelectualidade, é negativo. O que temos de fazer é formar pessoas para poderem contribuir onde entenderem e onde puderem para a sua vida e o seu percurso próprio, mas tam-bém para o país e atrair pessoas de

outras paragens para virem aqui exercer as suas profissões. Temos a geração mais bem formada que alguma vez houve em Portugal. Estamos, felizmente, a ultrapassar o paradigma de um país com falta de escolaridade, com recursos hu-manos com baixas qualificações e isso é excelente. Agora temos que nos adaptar a uma vida em que a economia global nos obriga a cons-tantes mudanças. Eu sei que, um dia destes vamos pensar num para-digma diferente, à escala global. Sei que, quando, nomeadamente, os países asiáticos quiserem ter meta-de da nossa qualidade de vida, va-mos ter um problema nos recursos que temos à nossa disposição. Mas cada geração enfrenta os seus pró-prios desafios. A minha geração, a geração que viveu o 25 de Abril, é uma geração que trouxe Portu-gal até níveis de modernidade que eram na altura insuspeitos. Deve-

mos ter uma palavra de otimismo. O mundo está à nossa frente e o fu-turo não está escrito por ninguém. Para cada um, uma profissão de fé nas suas capacidades, na sua vonta-de, na sua maneira de se entregar a um projeto coletivo e aos seus pro-jetos individuais, porque dificulda-des sempre houve e sempre haverá. Não há geração que não viva as suas dificuldades.

VE – O ciclo começa, no en-tanto, com Matosinhos e o facto de o país, a região e a cidade em particular poderem continuar a ser polos de atração. É possível incrementar essa atração da re-gião enquanto foco de investi-mento?

GP – Tudo isto tem que ter uma visão estratégica. Em Matosinhos a nossa opinião e perceção é que temos de ser a parte mais seduto-ra da Área Metropolitana do Por-

PRESIDENTE DA CÂMARA DE MATOSINHOS LAMENTA NÃO HAVER MAIOR INTERAÇÃO ENTRE OS MUNICÍPIOS DA REGIÃO

“Norte nunca foi capaz de se sen para estabelecer estratégia conjun

“Matosinhos é a janela por onde o Norte espreita o mundo e o mundo espreita o Norte de Portugal”, considera Guilherme Pi

MEDIA PARTNER

22 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

“Embora devamos dar condições às pessoas para se realizarem aqui no país, nada impede que o país possa e deva concretizar aspirações de muitos jovens noutros pontos do mundo”

Do Bojador à Boa Esperança

Ciclo de Conversas:

A Internacionalização

A Câmara Municipal de Matosinhos vai levar a cabo o ciclo de conversas “Do Bojador à Boa Esperança – 800 Anos de Internacionalização”. O presidente da autarquia, Guilherme Pinto, indica que o objetivo da iniciativa, que se vai realizar todas as semanas, de 22 de maio a 26 de junho, é fazer “um balanço do que são as expectativas e as possibilidades de percorrermos o mundo e levarmos a nossa economia, as nossas ideias e os nossos projetos por esse mundo fora”. A mesma fonte salienta, no entanto, que a cidade e a região têm, também, de “atrair pessoas de outras paragens”. A esse propósito, Guilherme Pinto lamenta não haver maior interação entre os municípios nortenhos. “Quando nos queixamos de Lisboa, devíamos queixar-nos de nós próprios, porque os autarcas e os atores da região nunca foram capazes de se sentar à mesa para estabelecerem uma estratégia conjunta para a região. Portanto, só se podem queixar de si próprios”, refere.

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O ciclo de conversas apontará, segundo Fernando Rocha, vereador da cultura, voluntariado e juventude da Câmara Municipal de Matosinhos, algumas saídas aos jovens que procuram saídas profissionais. “Queremos mostrar às pessoas que a saída do país pode ser um recurso, mas também pode ser uma oportunidade”, referiu.

Vida Económica – A falta de perspetivas pro-fissionais afeta os jovens de todo o país e Ma-tosinhos não é exceção. Estas conversas podem contribuir para melhorar esse cenário?

Fernando Rocha – Este conjunto de conversas tem o objetivo de abrir outras perspetivas aos jo-vens, nomeadamente aos do concelho de Matosi-nhos. Todos sabemos que há um índice elevadíssi-mo de desemprego nos jovens, nomeadamente nos

jovens licenciados e naqueles que estão à procura dasua primeira oportunidade profissional. O merca-do está praticamente fechado no nosso país e temosaquele a que se chama um mercado global. Comeste conjunto de conversas, queremos mostrar às pes-soas que a saída do país pode ser um recurso, mastambém pode ser uma oportunidade muito grande,porque há novas economias emergentes que podemdar oportunidades, podem permitir aos jovens rea-lizar um sonho que, infelizmente, em Portugal estámais difícil de cumprir. Há aqui uma ideia tambémde desdramatizar a situação, criando saídas para queas pessoas possam ser felizes. Porque todos sabemosque, no mercado de trabalho, as pessoas são muitomais felizes gostando do que estão a fazer. Procuramoscom esta iniciativa trazer experiências, conhecimentoe depois abrir oportunidades. Aí, ficará ao sentido deaventura de cada um. À boa maneira dos grandesnavegadores portugueses que foram à procura dodesconhecido e encontraram um porto seguro.

VE – É fácil desdramatizar a emigração juntodos jovens?

FR – Julgo que isso depois fica ao critério de cadaum. Quando alguém sai do seu país, habitualmente,o objetivo é regressar. Mas muitas das vezes isso nãovem a acontecer. Ficam cá as raízes, os laços, mas hásempre um regresso, não um regresso definitivo, masum regresso para matar saudades, para ver a família,para contactar com a nossa realidade. Sabemos quehoje em dia as ligações são tão simples e tão rápidasque o sentido de distância de hoje já não é o mesmode há 20 ou 30 anos. Mesmo de países mais longín-quos, hoje consegue-se fazer a ligação num tempobastante curto. Acreditamos que as pessoas podemsair, fixar-se, ser felizes. Porque as raízes estão sempre.Há muita gente, que não tendo hoje oportunidadeem Portugal, vai adquirir o know-how noutros paísese depois é-lhe reconhecido o mérito e se calhar regres-sa por uma porta muito maior, o que também é decerta forma o objetivo destas conferências.

VE – Como espera que seja a adesão dos jo-vens às conferências?

FR – Espero que os jovens adiram muito a estetipo de iniciativa. Naturalmente que apenas preten-demos abrir a porta e depois cada um utilizará ocaminho que entender. As pessoas precisam de res-postas e de saídas e é isso que estamos a fazer.

O comissário do ciclo de conversas “Do Bojador à Boa Esperança – 800 Anos de Internacionalização”, Rui Pinto Cunha, considera que o evento vai permi-tir dar informações importantes a jovens com grande competência. “Portugal tem hoje um conjunto de jo-vens que tem um conjunto de competências extrema-mente vasto e alargado. Não nos podemos esquecer que aqui na Área Metropolitana do Porto estão sediadas al-gumas das melhores universidades da Europa e algumas em posição de destaque no mundo”, disse.

A mesma fonte considera que “a existência de uma massa crítica que existe nos jovens recém-licenciados e que estão a fazer o seu percurso académico pode con-tribuir com este tipo de conversas para a obtenção de informações que visam essencialmente dotar os jovens das ferramentas e dos instrumentos que lhes permitam de alguma forma abordar outros mercados, para além do seu mercado natural, que é Portugal”.

tar à mesa ta”

into.

to. Como presidente do Fórum Europeu de Segurança Urbana, sei bem que a grande dificuldade é dizer, junto dos meus parceiros, onde fica e o que é Matosinhos. Quando referencio o Porto, nor-malmente toda a gente conhece. Numa altura em que temos de ser capazes de passar a nossa mensa-gem nos breves segundos que nos são dados para passar essa men-sagem, temos que ter uma estra-tégia. A estratégia de Matosinhos foi e é atrair ativos que permitam que este seja o ponto da Área Me-tropolitana do Porto, o ponto da região Norte mais dinâmico. Nes-sa matéria estou muito satisfeito. Fui, recentemente, ver as obras da Porto Business School, que é a escola de excelência da Univer-sidade do Porto, que vai ficar em Matosinhos. Fui ao Centro de In-vestigação e Aeronáutica que vai construir a sua nova unidade em

Matosinhos, passei pelo terminal de cruzeiros que vai ficar aqui em Matosinhos, o polo da Universi-dade do Porto para as ciências do mar que vai ficar aqui e esse é o papel que Matosinhos quer ter no futuro. Isto é, ajudar a Área Metro-politana do Porto a ser uma zona muito desenvolvida. Temos hoje uma universidade, que é porven-tura uma das melhores universi-dades do mundo, é com certeza a melhor universidade portuguesa e temos de criar aqui um clima. Há duas formas de estar na vida: ou se está na praia a dizer mal dos des-cobrimentos, como fazia o Velho do Restelo, ou se vai para dentro da nau e partimos à descoberta. Convido toda a gente a ir na nau e partir à descoberta, porque ser Velho do Restelo é uma atividade muito antiga, mas normalmente é sempre uma atividade muito pou-co sedutora.

VE – O raio de ação das au-tarquias nessa matéria está li-mitado?

GP – O raio de ação depende muito da criatividade de cada autar-quia, da capacidade que tiver para ser inovadora, para ter um ambiente fá-cil para o investimento e, sobretudo, para fazer com que a comunidade acredite que é possível uma dinâ-mica económica diferente. Bem sei que os tempos são diferentes. Mas as autarquias não podem refugiar-se nas suas limitações para ficarem quietas e nada fazer. Isso é a posição de muita gente que nunca tentou fazer coisa nenhuma e diz que não consegue. As autarquias têm de tentar remar con-tra a maré e em Matosinhos é o que estamos a fazer.

VE – A interação com os mu-nicípios da região satisfá-lo?

GP – Não. Infelizmente, cada autarca procura ser ator de uma determinada peça e aqui na região uns quiseram ser líderes regionais, outros quiseram mudar de autar-quia, nunca conseguimos que as pessoas se sentassem à mesma mesa para definirem uma estratégia para a região. Quando nos queixamos de Lisboa, devíamos queixar-nos de nós próprios, porque os autarcas e os atores da região nunca foram capazes de se sentar à mesa para estabelecerem uma estratégia con-junta para a região. Portanto, só se podem queixar de si próprios.

FERNANDO ROCHA, VEREADOR DA CULTURA, VOLUNTARIADO E JUVENTUDE, AFIRMA

“A saída do país pode ser um recurso mas também pode ser uma oportunidade”

RUI PINTO CUNHA, COMISSÁRIO DAS CONVERSAS

Informações para jovens com grandes competências

“Há aqui uma ideia também de desdramatizar a situa-ção”, refere o vereador da juventude de Matosinhos.

Rui Pinto Cunha é o comissário do evento.

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 23

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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A ANJE – Associação Nacional de Jo-vens Empresários promove, entre os dias 27 e 31 de maio, o TIL – Treino Inten-sivo de Liderança, um curso organizado em parceria com a Academia Militar. Tra-ta-se da 6ª edição da inovadora formação que, durante uma semana, decorre em várias infraestruturas militares, situadas na Grande Lisboa. Seis anos depois da primeira edição, o desafio surge consoli-dado em matéria de competências a de-senvolver e a liderança é reforçada pela gestão estratégica, a tomada de decisão e a gestão de planeamento. Os objetivos mantêm-se: formar, preparar e testar lí-deres empresariais de sucesso.

Durante os cinco dias de formação, en-tre atividades teóricas e práticas, indoor e outdoor, gestores e executivos experien-ciam estratégias e processos de formação das chefias militares. À semelhança de recrutas, os formandos veem também as suas capacidades serem testadas ao máxi-mo em sessões de treino físico e psicoló-gico que têm subjacentes lições de gestão de stress, gestão de conflitos, coordena-ção de equipas, inteligência emocional, autocontrolo, capacidade de motivação, influência e persuasão, comunicação as-sertiva, planeamento, estratégia, e pro-cessos de tomada de decisão.

“Provas de Situação - Adaptação ao Meio Ambiente”, “Provas de Orientação Topográfica” diurnas e noturnas e “Ses-sões de Treino Físico e de Desportos” são algumas das atividades práticas previstas pelo programa formativo. Atividades essas que se distribuem por diferentes infraestruturas utilizadas para fins peda-gógicos e preparatórios pela Academia Militar, nomeadamente as instalações da Academia Militar na Amadora, a Tapa-da Militar de Mafra, o Campo Militar de Santa Margarida, a Escola de Tropas Pára-quedistas de Tancos e o Centro de Tropas Comandos (exército), em Sintra.

Existente desde 2008, o Curso de Lide-rança resulta de um desafio lançado pela ANJE à Academia Militar, que aplicou então pela primeira vez os seus métodos formativos ao mundo empresarial. A as-

sociação procurou deste modo aliar a sua longa experiência ao serviço da formação do empresariado nacional ao reconheci-do know-how da Academia Militar em matéria de preparação de líderes. Enqua-drado no segmento de formação avan-

çada da ANJE, o curso revelou-se um sucesso desde a sua primeira edição, con-tando com a participação de empresários, gestores, bem como quadros médios e superiores, do sexo masculino e femini-no, oriundos das mais variadas áreas de negócio, desde a saúde à construção na-val, passando pela banca, pela indústria e pelos serviços.

A participação no TIL - Treino Inten-sivo de Liderança é limitada, pelo que a seleção dos participantes é feita de acor-do com o cumprimento dos requisitos de frequência e com a ordem de inscrição. Informações adicionais e inscrições em www.anje.pt/portal/til.

ANJE promove 6ª edição do curso de liderança em contexto militarO TIL – TREINO INTENSIVO DE LIDERANÇA DECORRE DE 27 A 31 DE MAIO EM DIVERSAS INSTA-LAÇÕES DA ACADEMIA MILITAR

24 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

Como usar os meios digitais para potenciar o negócio?Identificar os pontos críticos da gestão da presença online e as fer-ramentas mais práticas à disposição da promoção das empresas são os principais propósitos do curso “Como potenciar o seu negócio com o apoio dos meios digitais?”. Promovida pela ANJE – Asso-ciação Nacional de Jovens Empresários, nos dias 21 e 28 de maio, a iniciativa acontece na sede nacional da associação, no Porto.

Angola: uma alternativa? A ANJE promove, no próximo dia 21 de maio, nas suas instalações em Algés, o workshop “Angola: uma alternativa?”. A nova lei de inves-timento privado no país africano será um dos principais destaques de uma iniciativa dedicada também ao enquadramento do mercado nas perspetivas fiscal, laboral e de segurança social. Os incentivos ao inves-

timento e as restrições cambiais estarão também em análise.

New Business Acceleratorem Coimbra

A ANJE, no âmbito do Projeto Ino-vação Portugal e com o apoio de vários players estratégicos do ecossistema em-preendedor nacional, promove um con-junto de workshops do programa New Business Accelerator, nos dias 16 e 17 de maio, no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra. Trata-se de um acelerador de novos negócios que assume a missão de acompanhar jovens empreendedores de elevado potencial, desde a fase mais incipiente de formulação da ideia até à mais avançada, que visa a conquista de investidores.

O New Business Accelerator é des-tinado a jovens empreendedores, com mais de 18 anos, que sejam detentores de uma boa ideia de negócio, suscetível de ser transformada num business plan. Os autores de um plano de negócios, que pretendem testar e melhorar o pro-jeto inicial e os empreendedores em bus-ca de financiamento para um plano de negócios viável, já elaborado, são tam-bém alvos da iniciativa.

O programa promovido pela ANJE pretende identificar, estimular e apoiar projetos inovadores, qualificados, adap-tados e direcionados às exigências do mercado global e recorre a uma meto-dologia dividida em três fases: “Dream”, “Start” e “Invest”.

Em Coimbra, destacar-se-ão, no do-mínio “Dream”, os workshops temáticos “Inspiring to Action”, e “Como trans-formar a mudança em oportunidade”. Na categoria “Start”, os empreendedo-res serão conduzidos “Da ideia à opor-tunidade de negócio”, ficarão a par das “Tendências sociais” e serão ainda sen-sibilizados para as novas ferramentas de comunicação low cost, num workshop intitulado “Na comunicação, quem não tem cão caça com gato”.

A participação nos workshops New Business Accelerator é gratuita, mas su-jeita a inscrições na página www.anje.pt/portal/accelerator-coimbra.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

Cenários de guerra e de sobrevivênciaEntre as singulares experiências proporcionadas pelo TIL destacam-se o trajeto em carros blindados, os testes com meios de visão noturna e utilização de espaços de treino militar onde se simulam cenários de guerra e de sobrevivência. Todas as simulações e exercícios serão vivenciados

em analogia com a realidade empresarial, de modo a equiparar o comportamento dos formandos no terreno à sua capacidade de reação e de tomada de decisões perante as adversidades que transformam o quotidiano das empresas num desafio profissional cada vez mais exigente.

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“Se o objetivo for destruir a economia, esta é a forma certa de o fazer” – afirma Karl Heinz Stock sobre o novo sistema de guias de transporte que irá entrar em vigor a 1 de julho. O empresário alemão criou um movimento “Deixem--nos respirar” que contesta as obrigações burocráticas impostas às empresas portuguesas. Karl Heinz Stock considera que as guias de transporte são hoje um instrumento obsoleto e não vão contribuir para o combate à economia paralela, e defende a suspensão e revogação do novo regime. Karl Heinz Stock denuncia também a atitude de entidades como a ASAE e GNR que andam ocupadas a arrecadar dinheiro das PME, multando--as por erros ridículos e irrelevantes.

Vida Económica - As empresas, e em particular as PME, estão a ser confron-tadas o envio mensal do ficheiro SAFT com todas as faturas, estando previs-ta a comunicação prévia das guias de transporte a partir de 1 de julho. Estas obrigações prejudicam a atividade eco-nómica?

Karl Heinz Stock - Quanto mais restri-ções e obrigações administrativas forem im-postas às empresas, mais tempo de trabalho produtivo será perdido e menor será, conse-quentemente, o nosso PIB. Se o objetivo for destruir a economia, esta é a maneira certa de o fazer. Se o objetivo é dar um impulso à economia, há que conceder um mínimo de confiança às PME. Temos que respirar!

Nesta área, não concordo com a visão do Governo. A obrigação de registar essas guias eletronicamente nas Finanças não vai com-bater a economia paralela, mas sim a eco-nomia real. A economia paralela vai sempre encontrar alternativas para o transporte de mercadorias não declaradas, sendo a ma-neira mais fácil, obviamente, o transporte em carros particulares, em vez de veículos comerciais.

O que é possível em outros países euro-peus vai ser possível em Portugal também.

As ferramentas de controlo não existiam no passado. No entanto, eles já existem atual-mente e as guias são apenas uma medida desnecessária de controlo que não trazem quase nenhum valor acrescentado, apenas obstáculos intransponíveis.

VE - O sistema das guias de transporte

obrigatórias faz pouco sentido nos dias de hoje?

KHS - Foi introduzido inicialmente em 1980 (Decreto-Lei n.º 241/80, de 21 de ju-lho, o primeiro diploma legal que regulava mecanismos de controlo de documentos de transporte), quando não existiam outros instrumentos ao dispor das autoridades tributárias. Desde então foi alterado várias vezes.

A mudança para guias eletrónicas com comunicação prévia foi já adiada devido à sua notória impraticabilidade, também de-tetada pela administração.

É um instrumento arcaico de controlo obsoleto, de uma era em que quase não existiam computadores, pelo que deveria ser eliminado. Outros meios de controlo foram já implantados e podem cumprir as mesmas funções. Não se esperam benefícios fiscais adicionais, mas o que pode ser evitado são perdas injustificadas de tempo de trabalho produtivo numa economia já debilitada. Esta perda, em sectores específicos, repre-senta cerca de 30% de volume de negócios; o impacto económico final desta reforma poderá ser alvo de discussão, sobre se será 0,5, 1 ou até mesmo 2% do PIB, mas será sempre um valor capitalizado de vários mi-lhares de milhões, mesmo nos cenários mais pessimistas.

VE - A ação do Governo esquece o se-tor produtivo?

KHS - As medidas tomadas pelo Gover-no no momento são mais de natureza re-pressiva do que ajuda ativa para uma econo-mia em dificuldades. Tenho tido reuniões a nível de governativo, recentemente com o ministro das Finanças. A maior preocupa-ção é a economia paralela que o Governo acha que precisa de ser destruída ou pelo menos deslocada para o atividade legal. Esta é uma causa nobre, mas está à ser feita à cus-ta do setor produtivo e do trabalho respon-sável no país.

VE - A ASAE e a GNR têm um pa-pel essencialmente repressivo sobre os agentes económicos, dedicando-se a verificar papéis para gerar dinheiro em multas sobre infrações ridículas e irrele-vantes, prejudicando a ação de combate ao crime?

KHS - Se estas mudanças entrarem em vigor, é fundamental que a curto prazo al-gumas instituições, como a ASAE e a GNR, sejam aconselhadas a atuar com maior flexi-

bilidade, alterando a sua abordagem de pe-nalização, em prol de uma postura de ajuda e apoio à economia, concedendo prazos de-terminados para a solução dos problemas, de forma que a economia não sofra perdas tão avultadas.

Por exemplo: a ASAE e a GNR, devido aos desenvolvimentos relacionados com a austeridade e em vez de assumirem as res-ponsabilidades para as quais foram criadas, estão agora ocupadas em arrecadar dinheiro das PME, que dão todo o seu melhor, mul-tando-as por erros ridículos e irrelevantes.

Multar as pequenas e médias empresas irá trazer dinheiro ao Estado, mas, a longo pra-zo, irá custar 10 vezes mais em perda de ne-gócios e em custos sociais devido à falta de produtividade e aumento das insolvências.

VE - O balanço da transposição das diretivas europeias é negativo em Por-tugal por má interpretação e falta de avaliação dos efeitos sobre os agentes

económicos?KHS - Bruxelas traçou um objetivo

de associar as faturas no ato de emissão aum registo eletrónico com as autoridadestributárias; uma ferramenta para uma co-municação mais direta entre o Estado e asempresas, que criará um controlo eficientede movimentos de produtos e liquidez eexcelente informação macroeconómica emtempo real. No entanto, Portugal tenta as-sociar não só faturas, como recomendado,mas também aplicar esta medida sofisticadanum sistema arcaico de guias de transporte,há muito desatualizado. Isto não funciona!

A obrigatoriedade de comunicação préviae, obtenção de um código de identificaçãopara cada transporte doméstico é uma dis-criminação do transporte nacional de bens,pois tal obrigatoriedade não se impõe nocaso dos transportes intracomunitários eexportações. Estes requisitos dentro da leiportuguesa são claramente desproporcio-nais para o objetivo de luta contra a fraudee evasão fiscal.

KARL HEINZ STOCK DENUNCIA ATITUDE PERSECUTÓRIA NO NOVO REGIME DE GUIAS DE TRANSPORTE

“ASAE e GNR estão ocupadas a arrecadar dinheiro das PME”

Lamego recebe seminário internacional de enoturismoUm guia sobre enoturismo, um manual de boas práticas, um website e uma aplicação eletró-nica sobre o Douro serão apresentados no “Douro Wine Tourism International Seminar”, se-minário internacional que será realizado no próximo dia 7 de junho, em Lamego, no TeatroRibeiro Conceição. A iniciativa é organizada pela Beira Douro - Associação de Desenvolvi-mento do Vale do Douro, Associação do Douro Histórico e Douro Superior - Associação deDesenvolvimento.

EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 25

“A obrigação de registar essas guias eletronicamente nas Finanças não vai combater a economiaparalela, mas sim a economia real” – afirma Karl Heinz Stock .

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Vida Económica - Cinco meses de-pois, que balanço do “Harvard Trends”?

Pedro Barbosa - Superou todas as ex-pectativas, tanto minhas como da Vida Económica. O novo livro demorou pouco mais de um mês a vender o que o outro vendeu num ano e acho que isso fala por si, tendo em conta que o primeiro “Har-vard Trends” tinha já sido um “best seller”.

VE - Foi nesse registo que surgiu o convite do “Público”?

PB - Para mim, foi o crescimento natu-ral, mas claro que foi uma satisfação enor-me, porque o “Público” é um jornal de referência, uma publicação que dignifica o nome do jornalismo em Portugal. Por ou-tro lado, é um jornal que raramente aposta em livros novos, que encerram outros ris-cos. E finalmente porque não é um livro de ficção, que tende a ser mais fácil distribuir num registo de entretenimento. Associar o “Harvard Trends” ao jornal criou valor para todas as partes, mas o maior de todos os beneficiados foi o consumidor, que pas-sou a ter centenas de touchpoints com o livro. Se o livro, já estava no top de vendas nacional nessa altura, deu um salto enor-me com a edição especial do “Público”, de muitos milhares de unidades.

VE - Vai ser o livro do ano em Portu-gal?

PB - É ainda muito cedo para saber, por-que o segundo semestre é mais forte em vendas e não iremos avançar com novos “Harvard Trends” este ano, já que este é um livro com um espetro temporal de dois a três anos. Em qualquer caso, essa não é uma preocupação. O importante era ser um livro com boa distribuição e bem re-cebido pelos consumidores. Tornar-se um conceito de referência, porque isso acaba por influenciar a importância que os ges-tores, académicos e marketers dão ao tema.

VE - A importância que atribuem às tendências em si?

PB - Exatamente. Acho que essa acaba

por ser uma responsabilidade que eu te-nho, como primeiro autor em Portugal a tratar este tema. O estudo e conhecimento das tendências para os próximos anos nos mercados mais relevantes para cada um de nós são hoje da maior importância, mas são ao mesmo tempo uma novidade. É isso que faz do livro tão interessante para um vasto conjunto de pessoas: qualquer curio-so tem a ganhar com o conhecimento dos temas tratados, para se preparar a si e à sua organização para o que aí vem.

VE - E a sua colaboração em jornais, de que forma beneficia o livro?

PB - A colaboração com o “Metro” e o “Jornal de Negócios” não tem qualquer ligação com o projecto “Harvard Trends”. Quando muito, podem criar notoriedade. As presenças na “Marketeer” já têm algu-ma correlação. Claro que artigos como o da “Exame” deste mês criam uma ligação importante ao tema das tendências e ten-dem a poder ajudar a posicionar o livro naquilo que ele é, para todos os que não o conhecem ainda.

Brasil ainda sem acordo de distribuição

VE - E a internacionalização do livro?PB - Assumo a dificuldade que temos

tido em fazê-lo, como mercado periférico que somos e no estado crítico da maior parte do panorama editorial internacional.

Várias editoras de referência estão de tal forma desvitalizadas financeiramente que tornam qualquer importação impraticável, fruto dos custos de tradução. As experi-ências que tivemos em Espanha, México e Angola foram de um sucesso moderado, porque a distribuição não foi suficiente-mente cuidada. Faltam-nos ainda bases de apoio musculadas. Mas o Brasil é o maior mistério: apesar de ser um sucesso de ven-das na versão ebook, não se conseguiu ain-da um acordo editorial para a distribuição em papel na dimensão que o livro merece.

VE - E o mercado de língua inglesa?PB - Estamos quase a ter um acordo

para os Estados Unidos, pelo menos para a distribuição em alguns estados. Vamos ver como evolui nas próximas semanas.

PEDRO BARBOSA REVELA

harvardtrends.com é já a maior página O harvardtrends.com regista mais de 35 mil seguidores em quatro meses. “Já é a maior página de tendência em língua portuguesa e uma das três maiores páginas de gestão e marketing em português no mundo”, adianta Pedro Barbosa, autor do “Harvard Trends”.Apesar de a versão em papel continuar a ser mais preferida pelos leitores, a versão ebook tem já compradores espalhados por 94 países, só na Amazon e Appstore. O Brasil é o maior comprador, seguido de Angola, França, Estados Unidos, Venezuela, Portugal e Alemanha.O novo “Harvard Trends” superou, em pouco mais de um mês, as vendas de um ano da primeira edição que tinha já sido um “best seller”.

“A maioria dos leitores preferem ler em papel, embora al

“No El Corte Inglés aprendo com os consumidores”

Pedro Barbosa tem estado permanentemente a falar de tendências, em universidades e conferências. Uma experiência que considera “gratificante. Gostava de o fazer muito mais vezes, mas tenho declinado a maioria dos convites, por incompatibilidade e agenda. Vou fazendo mais pelo Porto, porque a logística acaba por ser mais fácil para todos. Ou isso, ou online.” “No ano passado viajei imenso para fazer conferências, de Milão a Paris, de Barcelona a Madrid, de Londres ao Brasil. Descobri que não é isso que eu quero ser, um conferencista. Gosto de poder falar e ouvir, de partilhar e sentir a

opinião das pessoas, mas esse não é nem vai ser o core da minha vida profissional.”“O core são as funções que desempenho no El Corte Inglés, que me permitem aprender todos os dias. Aprendo com uma empresa que sabe operar num mercado extremamente competitivo, mantendo uma elevação e ética acima de todos standards. Aprendo com os consumidores, em cada segundo, em cada operação. São eles as nossas rodas motrizes, a razão de ser do nosso trabalho. Todo o restante trabalho surge como complemento que acaba por criar valor também para as minhas principais funções.”

Vendas da Quinta do Portal no exterior crescem 20%O crescimento de vendas no mercado externo do produtor viníco-la do Douro Quinta do Portal cifrou-se nos 20% só no último ano. A empresa reforçou a sua vertente exportadora. As vendas cresceram 5,2%, atingindo os 5,3 milhões de euros. O passivo foi reduzido em cerca de dois milhões de euros, passando a autonomia financei-ra para 55%.

26 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

Imóveis entregues por famílias desce 72,6% No primeiro trimestre de 2013 foram entregues 639 imóveis em da-ção em pagamento, uma quebra de 72,6% face ao período homólo-go, informa a APEMIP. As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentraram 31% dos imóveis entregues em dação em pagamento. Montijo, Fafe, Vila Real, Vouzela e Portel registam o maior aumento

das dações, representando mais de metade da totalidade dos imóveis entregues.

EMPRESAS

harvardtrends.com tem mais de 35 mil seguidores em quatro meses

Harvard Trends ebook é um sucesso de vendas no Brasil

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de tendência em língua portuguesa

Leitores preferem edição em papel

VE - Papel ou e book: o que preferem os leitores?

PB - Papel. Não há dúvida que a maioria dos leitores preferem ler em papel, embora alguns o leiam em versões digitais por uma questão de comodidade, distância. Raramen-te a razão é o custo. Embora o digital esteja a crescer de uma forma muito significativa, o papel continua a ter outro encanto. E penso que é essa razão que continuará a fazer o livro resistir à revolução digital, embora as versões digitais tendam a ser mais distribuídas do que as físicas. O que não quer dizer que se-jam consumidas da mesma forma.

VE - Quais as diferenças?

PB - O ebook é para leitura quando há tempo. No metro, no avião, na espera por isto ou aquilo. O papel é um misto de prazer com conhecimento, que mere-ce ser mostrado e partilhado. Por outro lado, como o custo marginal de uma có-pia do digital é uma infinitésima parte das versões em papel, a lógica passa a ser que as pessoas compram ebooks por me-nos custo, mas que nem sempre vão ler. Muitas vezes têm para dar uma vista de olhos e consultar se for preciso. Eu arris-caria dizer que poucos leitores do “Har-vard Trends” não lêem a versão papel in-teira, mas em digital o comportamento é distinto: procuram os temas que mais gostam, consomem-nos e mudam rapi-damente para outros livros, cujo custo é também menor. É neste registo que a

tendência passa por versões online com 30 a 50 páginas, ao contrário das 200 a 300 do papel.

Brasil lidera compras em ebook

VE - De onde vêm estes compradores do Harvard Trends em ebook?

PB - De todo o lado. São 94 países com compras do “Harvard Trends”, só na Ama-zon e Appstore! O Brasil lidera as compras, seguido de Angola, França, Estados Uni-dos, Venezuela, Portugal e Alemanha. Mas o México tem também imensos downloa-ds, o que é impressionante, porque a base de emigrantes é baixa e a língua oficial não é a portuguesa. A penetração não é muito diferente da página Harvard Trends.

Mais de 35 mil seguidores em quatro meses

VE - O Harvard Trends no facebook?PB - Sim, saltámos de dois para mais de

35 mil seguidores em quatro meses, um resultado que nos está verdadeiramente aimpressionar. Já é a maior página de ten-dência em língua portuguesa e uma das trêsmaiores páginas de gestão e marketing emportuguês no mundo. É ao mesmo tempo uma satisfação e uma responsabilidade, a que procuramos corresponder todos os dias com competência e entrega, filtrando as-suntos e temas com interesse, com alguns comentários e discussões. Informação há que chegue na Internet, a diferença está emsaber selecionar a mais importante.

VE - É a realidade aumentada das ten-dências?

PB - Sim, podemos descrever o harvar-dtrends.com como a realidade aumentadadas tendências de gestão, marketing e re-des sociais, numa versão centrada na lín-gua portuguesa, uma opção arriscada, masconsciente.

VE - De entre os temas tratados noHarvard Trends, qual tem suscitado mais pedidos de informação e curiosida-de dos leitores?

PB - Talvez o comportamento do consu-midor e as redes sociais sejam os assuntosque mais interessam a uma larga maioria dos leitores. O “Harvard Trends” explora e especula sobre um assunto da maior impor-tância para quem gere a presença online de organizações no Facebook, por exemplo. A desmistificação do Edgerank e compreen-são dos seus princípios é um dos temas que mais debates e perguntas tem gerado.

VE - Já nos confidenciou que não es-creverá um novo “Harvard Trends” este ano, mas sabemos que tem estado a trabalhar num projecto novo. Pode-nosdestapar o véu?

PB - Tenho estado a trabalhar em algo verdadeiramente novo para mim. Um gran-de passo para mim, um pequenino contri-buto para a humanidade. Porque a ideia é aprender e evoluir, sem ter de necessaria-mente continuar sempre no mesmo registoe na mesma área. Porque sair da zona deconforto cria-nos a inquietude de que osnossos dias precisam, para não serem sem-pre iguais a si próprios.

lguns o leiam em versões digitais por uma questão de comodidade, distância. Raramente a razão é o custo”, afirma Pedro Barbosa.

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO DE 2013 27

EMPRESAS

ANETIE leva empresas à BITS 2013A ANETIE – Associação Nacional das Empresas das Tec-nologias de Informação e Eletrónica promove, entre os dias 13 e 17 de maio, a participação de empresas tecnológicas nacionais no feira BITS 2013, a decorrer em Porto Alegre, no Brasil. Desenvolvido em con-junto com a plataforma internacional CeBIT, o evento brasileiro representa uma oportunida-de de negócio privilegiada na América Latina.

Vantagem+ lança certificação de RSCA Vantagem+, empresa de formação para profissionais em Por-tugal, acaba de lançar a sua primeira Certificação em Respon-sabilidade Social Corporativa. Dirigida a empresas, organiza-ções públicas, ONG e entidades do sector social, entre outras,

esta nova certificação tem como objectivo permitir que empresas e organizações integrem ou alinhem o seu próprio sistema de gestão de responsabilidade social corporativa.

A ideia é aprender e evoluir, sem ter de necessariamente continuar sempre no mesmo registo e na mesma área

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vados, sobretudo na área des-portiva, “uma vez que o mer-cado das grandes obras quer desportivas quer de espaços verdes está neste momento pa-rado em Portugal”.

Com viveiros em Benfica do Ribatejo, a Vasverde “é um dos

principais produtores nacionais de relva natural”, acondiciona-da em rolos prontos a usar, e “referência de qualidade em ter-mos nacionais e internacionais”, tanto em termos de produção e comercialização, como de apoio pós-venda.

Tendo surgido em 2011, como resultado da fusão da Sito-flor Ibéria, empresa de produção e comercialização de relva em tapete, adquirida em 2010 por MBO (Management Buyout) ao grupo francês Darbonne, com a Vasverde, empresa criada em

1994 por Ana Caldeira Cabral como empresa de consultadoria para relvados, a empresa conjuga a iniciativa e inovação e compe-tência técnica nacional com a tradição e know-how na produ-ção de relva dos mais antigos da Europa.

FERNANDA SILVA [email protected]

Numa altura de crise econó-mica, a Vasverde “é um caso de sucesso” do empreendedorismo nacional. A empresa, especialista em tapetagem de relva, atingiu em 2012 “os melhores resultados de sempre” com um volume de negócios superior a 1,1 milhões de euros, “o que representou um crescimento de cerca de 33% face ao ano anterior”, afirma Ana Caldeira Cabral.

Para a CEO da Vasverde, estes resultados deveram-se, “sobretu-do, quer a uma maior ‘garra’ da Vasverde em termos comerciais, quer um trabalho de organiza-ção e gestão de procedimentos e custos, muito bem conseguido, onde a qualidade do produto, o controlo apertado, e o preço competitivo com acompanha-mento pós-venda de excelência, funcionam como a pedra de to-que da Vasverde”.

Apesar das limitações decor-rentes do facto de a relva em rolo ser “um produto vivo e perecível”, as exportações, es-sencialmente para Espanha e países do Magreb, represen-tam já cerca de 30% do volu-me de negócios. Ainda assim, Ana Cabral admite que um dos “maiores desafios” da Vasverde é, neste momento, a procura de novos mercados”, quer na vertente da produção de relva e sua comercialização, quer na vertente da consultadoria a rel-

Taylor’s tem o melhor Vintage 2011 do mundo“Taylor’s Vargellas Vinha Velha Vintage 2011 pode ser o melhor vinho feito em 2011 no mundo inteiro”, afirma Jancis Robinson, influente e reconhecida crítica de vinho – Fi-nancial Times e www.jancisrobinson.com. Os vintages Taylor’s Vargellas Vinha Velha, Taylor’s e Fonseca foram os únicos que obtiveram a classificação mais elevada de 19,5 pontos.

Mercado à Moda Antiga regressa a Oliveira de AzeméisO centro histórico de Oliveira de Azeméis vai voltar ao final do século XIX e início do século XX no fim-de-semana dos dias 25 e 26 de maio. Cerca de 50 associações do concelho e 1500 figurantes vestidos a rigor vão retratar os usos e costumes de tempos idos e abrilhantar a 17ª edição do Mercado à Moda Antiga, considerado um dos principais eventos da Área Metro-politana do Porto.

EMPRESAS

28 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

Um dos maiores desafios para poten-ciar o crescimento do seu negócio reside na criação de sinergias entre o marketing e as vendas…

O marketing e as vendas têm de estar integrados para potenciarem o cresci-mento da sua empresa!

Existem duas alternativas: o marketing passa todos os contactos para as vendas ou o marketing só passa para as vendas os contactos qualificados – os contactos “quentes”.

Se opta por passar todos os contactos para as vendas, muitos não se encontra-rão no segmento alvo que pretende ou no ciclo de compra adequado. Isso irá provocar uma dispersão dos recursos da sua equipa de vendas e consequentemen-

te desperdício e desgaste emocional.Se pretende só passar os contactos

mais “quentes”, necessita de encontrar bons critérios de qualificação, que não desperdicem vendas (e recursos).

Na minha coluna de opinião anterior expus-lhes alguns critérios demográficos, assim com fatores negativos, isto é, que reduzem a probabilidade do contacto se tornar seu cliente.

Aqui vai outra perspetiva de qualifica-ção dos seus contactos…

Monitorize a forma como o contacto interage com o seu website. Se alguém acede a um determinado número de pá-ginas do seu website ou páginas específi-cas, está mais qualificado. Por exemplo, se alguém entrou em dez páginas dife-

rentes do seu site website, é porque está claramente interessado na sua empresa. Se alguém entrou na sua página de pre-ços, pode indicar que está mais próximo da compra.

Aumente e monitorize as possibilidades de interação no seu processo de marke-ting. Por exemplo, se alguém fez o dowlo-ad de vários conteúdos do seu website, é porque está mais próximo da compra.

Considere também o tipo de conteú-dos que os interessados acedem… Por exemplo, se o seu contacto solícita uma versão de demostração ou experimenta-ção é porque está mais próximo da com-pra.

O processo de qualificação nunca é perfeito. Deverá promover reuniões fre-

quentes entre as vendas e o marketing para rever aquilo que funciona e aquilo que não funciona. Promova a adaptação do modelo de qualificação. A gestão de topo, nomeadamente o empresário, de-verá estar presente nestas reuniões para ajudar a resolver conflitos e atuar como árbitro.

Aproveite essas reuniões também para rever os seus objetivos. Quando os seus objetivos não estão a ser atingidos, de-verá examinar as suas táticas, assim que possível, e corrigi-las.

A redução das barreiras entre o marke-ting e as vendas é muito importante para acelerar o crescimento da sua empresa.

Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

Como melhorar as relações entre o marketing e as vendas

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.QuantumCrescimentoNegocios.com

Ana Caldeira Cabral , CEO da Vasverde

EXPORTAÇÕES JÁ REPRESENTAM 30% DO VOLUME DE NEGÓCIOS

Vasverde aposta em novos mercados

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DIREITOS

LEGAL & ILEGAL

A liberalização do gás naturalOuvi falar da extinção das tarifas

reguladas para o gás natural. O que altera e que medidas devo adotar?

MÓNICA RODRIGUES MACHADOGabinete de advogados António Vilar, Luís Cameirão & [email protected]

Com o Decreto-Lei n.º 74/2012, de 26 de março, consagrou-se o regime destinado a permitir a extinção gradual, por escalão de consumo anual, de todas as tarifas re-guladas de gás natural, a clientes finais no território continental. Com efeito, este di-ploma legal transpõe para o ordenamento jurídico português a Diretiva n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do Conse-lho, de 13 de julho de 2009, e, bem as-sim, o estipulado no Memorando de En-tendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica, celebrado entre a República Portuguesa e o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional, no quadro do programa de auxílio financeiro a Portugal, no segmento relativo ao setor energético.

Com a liberalização do mercado do gás natural pretende-se um aumento da con-corrência entre operadores, com reflexo ao nível dos preços e da melhoria da qualida-de de serviços, procurando-se uma maior satisfação dos consumidores. Assim, na prossecução deste objetivo, desde janeiro de 2010, todos os consumidores podem optar livremente pelo seu comercializador de gás.

Aspira-se, com este novo regime, que os preços e as condições comerciais sejam livremente estabelecidos por cada comer-cializador, observadas as regras da concor-rência, a lei geral e os regulamentos apli-

cáveis – os interessados podem consultar, por exemplo, o Regulamento de Relações Comerciais, na página da Entidade Regu-ladora dos Serviços Energéticos na Inter-net (www.erse.pt). Na verdade, a fixação do preço é o principal elemento diferen-ciador, dado que no regime regulado este é estabelecido pela ERSE.

Com a extinção gradual das tarifas re-guladas ambiciona-se que os comerciali-zadores atuem num contexto de efetiva concorrência, almejando-se as melhores condições para os clientes. Neste sentido, a partir de 1 de julho de 2012, foi extinta a tarifa regulada para os consumos anu-ais superiores a 500 m3 mas inferiores ou

iguais a 10 000 m3, dispondo os clientes de um período transitório, até ao final de 2014, para mudar para um comercializa-dor em regime de mercado. Sendo que, como só em 31 de dezembro de 2012 foi extinta a tarifa para consumos inferiores ou iguais a 500 m3, o período transitó-rio neste caso prolonga-se até ao final de 2015.

Enquanto os consumidores não exer-cerem o seu direito de mudança, podem continuar a ser fornecidos pelo comercia-lizador em regime regulado, aplicando-se nestes casos a tarifa de venda transitória. Esta é fixada trimestralmente pela Entida-de Reguladora dos Serviços Energéticos e

inclui um fator de agravamento, que visa incentivar e fomentar a adesão ao merca-do liberalizado. Ou seja, pretende-se que os consumidores que ainda não o fizeram cessem os contratos de fornecimento com os comercializadores de último recurso e celebrem, assim, novos contratos em regi-me de mercado, até ao final dos períodos transitórios supra aludidos.

Todos os novos contratos de forneci-mento de gás celebrados após a data de ex-tinção da respetiva tarifa serão obrigatoria-mente celebrados em regime de mercado, exceto para os consumidores vulneráveis, que poderão continuar a ser abastecidos por um comercializador de último recurso, mantendo o direito aos descontos previs-tos na tarifa social e no ASECE – Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia.

De ressalvar que o processo de mudança é gratuito, não exige a alteração de conta-dor e deve ser concluído num curto espaço de tempo.

No mercado liberalizado o cliente conti-nua totalmente protegido, na medida em que este está sujeito às regras definidas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energé-ticos (ERSE), procurando-se a salvaguar-da e proteção dos interesses e direitos dos consumidores.

Face ao exposto, se ainda não procedeu à mudança para um fornecedor em regime de mercado, deve ponderar fazê-lo, equa-cionando todas as hipóteses de que dispõe – estar informado é imprescindível para obter as melhores condições contratuais –, dado que o preço a pagar será menor, aten-ta a concorrência, bem como pelo facto de não pagar o fator de agravamento.

PLMJ e parceiros nacionais debatem Direito Empresarial A rede de Parcerias Nacionais PLMJ, que integra os escritórios de PLMJ e seus parcei-ros nos Açores, Coimbra, Guimarães e Viseu, reúnem-se para debater temas de Direito Empresarial, num encontro marcado para hoje, em Ponta Delgada, nos Açores. Em de-bate vão estar o Estatuto do Gestor Público, o impacto da “Lei dos Compromissos” nas participações sociais do Estado, entre outros temas.

“Tomei conhecimento que os ban-cos podem ser objeto de medidas de resolução. Ora, tenho receio sobre o que possa acontecer aos meus de-pósitos bancários. Gostaria que me esclarecessem sobre este assunto.”

ZEFERINO FERREIRAGabinete de AdvogadosAntónio Vilar, Luis Cameirão & [email protected]

No âmbito do esclarecimento da questão colocada, cumpre, desde já, esclarecer que o Decreto-Lei 31-A/2012, de 10 de fevereiro, veio alterar o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), através da consagração de novos poderes de intervenção do Banco de Portugal sobre as entidades por si supervisionadas, em caso de desequilíbrio financeiro. Além disso, procedeu à criação do Fundo de Resolução.No seguimento das alterações introduzidas, o RGICSF passou a dispor que nas situações de desequilíbrio financeiro grave existe a

possibilidade de aplicação de uma ou mais medidas de resolução. Estas medidas só poderão ocorrer quando as medidas de intervenção corretiva, previstas no art.º 141.º do RGICSF, não permitirem recuperar a instituição de crédito ou quando tais medidas sejam consideradas insuficientes.Entre as medidas possíveis de adotar, salienta-se aquela que consta no art.º 144.º, al. b), do RGICSF, ou seja, a aplicação de uma medida de resolução, se tal for indispensável para assegurar a continuidade da prestação dos serviços financeiros essenciais; para acautelar o risco sistémico; para salvaguardar os interesses dos contribuintes e do erário público, bem como para salvaguardar a confiança dos depositantes. Com efeito, será necessário que essa medida seja indispensável para a prossecução dos identificados fins e, bem assim, o Banco de Portugal considere não ser previsível que a instituição de crédito consiga, em prazo apropriado, executar as acções necessárias para regressar à solidez e ao cumprimento dos rácios prudenciais.

Esta situação é verificável através da existência de prejuízos que não cubram o capital social, da insuficiência dos ativos face às respetivas obrigações e, ainda, se a instituição estiver numa situação de impossibilidade de cumprimento das obrigações assumidas.As medidas de resolução que podem ser adotadas passam pela alienação (total ou parcial) da atividade a outra instituição ou pela transferência da actividade a bancos de transição. Ora, da aplicação de tais medidas deve procurar-se assegurar que os acionistas e os credores da instituição assumam prioritariamente os prejuízos da mesma, de acordo com a respetiva hierarquia e em condições de igualdade dentro de cada classe de credores. Contudo, o art.º 145.º-B do RGICSF esclarece que essa responsabilidade não abrange os depósitos garantidos (arts.164º e 166.º do RGICSF), ou seja, os depósitos constituídos em Portugal ou noutro país da União Europeia, junto de instituições de crédito com sede em Portugal, bem como aqueles que sejam

constituídos em Portugal, junto de sucursais como sede fora de países da União Europeia, sem que estejam cobertos por um sistema de garantia equivalente. Estes depósitos garantidos têm como limite o montante de 100.000 J por instituição e titular.Acresce que estes créditos (os abrangidos pelo fundo de garantia de depósitos) gozam de privilégio geral sobre os bens móveis das instituições depositárias e privilégio especial sobre os imóveis próprios dessas instituições, ainda que agora o Fundo de Resolução também goze desses mesmos privilégios creditórios.Em conclusão, deve-se concluir que os depósitos da consulente continuam a estar garantidos até ao limite dos 100 000 J por instituição e titular, bem como que as próprias medidas de resolução visam aumentar a segurança dos depositantes contra fenómenos de risco sistémico e aumentar a sua confiança no sistema bancário e financeiro, assegurando, ainda, a manutenção dos serviços financeiros essenciais.

LEGAL & ILEGAL

AS MEDIDAS DE RESOLUÇÃO NO SISTEMA BANCÁRIO E A SALVAGUARDA DOS DEPOSITANTES

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 29

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PRÁTICA FISCAL

A tributação autónoma dos bónus e ou-tras remunerações variáveis pagas a admi-nistradores, gerentes ou gestores passou por profundas alterações através da Lei nº3-B/2010, de 28 de abril. Passados três anos sobre a implementação deste regime, o gabinete de advogados PLMJ assume que existem dúvidas práticas decorrentes da sua interpretação. Sobretudo, os interessados devem ter em conta o enquadramento fiscal que se lhes aplica.

A primeira grande questão que se co-loca prende-se com o que se entende por remuneração anual relevante. “Tanto os bónus como as gratificações por aplicação de resultados, quando atribuídos de forma regular, ainda que o respetivo valor não es-teja previamente fixado ou o seu pagamento garantido, devem considerar-se incluídos no conceito de remuneração anual para efeito de tributação autónoma dos bónus e das re-munerações variáveis. O valor deve ter por referência a remuneração fixa e variável atri-buída a cada um dos responsáveis durante o período a que o bónus ou a remuneração variável respeitam e em que o respetivo gas-to foi devidamente reconhecido.” Para efei-to do cálculo do limite, os gastos relativos a bónus reconhecidos num ano fiscal (ano n), mas pagos no período de tributação se-guinte (ano n+1), devem ser considerados primeiro exercício.

Coloca-se também a questão de saber qual a base de incidência para efeito da apli-cação da tributação autónoma. De acordo com a Autoridade Tributária, a taxa de 35% deve incidir sobre a totalidade dos bónus ou das remunerações variáveis atribuídas no período em que as mesmas foram reco-nhecidas como gasto, desde que se mostrem cumpridos os pressupostos de incidência e não se apliquem as condições de exclusão de tributação constantes da norma. Por sua vez, “os requisitos de sujeição à tributação

autónoma devem ser aferidos numa base individual, o que significa que os montan-tes de bónus e/ou remunerações variáveis relevados como gastos num determinado período de tributação devem ser verificados beneficiário a beneficiário, sendo de aplicar a taxa de 35% apenas relativamente àqueles casos em que sejam ultrapassados os limites dos 25% e 27 500 euros e não estejam reu-nidas as condições de exclusão previstas no CIRC”.

Tratamento contabilístico e fiscal dos gastos ou encargos

Do ponto de vista jurídico, diz a PLMJ que o tratamento contabilístico e fiscal dos gastos ou encargos também levanta dúvidas. A lei impõe que o pagamento de uma parte não inferior a 50% da remuneração variá-vel seja diferido por um período mínimo de três anos e condicionado ao desempenho positivo da sociedade ao longo desse tempo, o que significa que está a condicioná-lo à verificação de uma condição suspensiva. Ou seja, sempre que os planos remuneratórios condicionem o efetivo pagamento de uma parte não inferior a 50% da remuneração variável ao desempenho positivo da socie-

dade, coloca-se a dúvida de saber se a em-presa deverá especializar o custo. “O CIRC é omisso nesta matéria, remetendo-se para o princípio geral da atribuição do custo ou gasto ao período a que respeita, indepen-dentemente do momento da sua colocação à disposição.”

A PLMJ adianta que importa notar que a AT tem entendido que apenas os bónus e outras remunerações variáveis que sejam pagas no momento da sua atribuição de-vem ser reconhecidas como gasto fiscal do período a que respeitam. “Nesta medida, e relativamente aos restantes 50%, cujo paga-mento seja diferido, o seu reconhecimento fiscal apenas poderá ocorrer quando tais im-portâncias se tornem exigíveis, ou seja, uma vez operada a condição suspensiva.”

Já os pagamentos com base em ações – efetuados aos trabalhadores e a membros dos órgãos estatutários em razão da presta-ção de trabalho ou de exercício de cargo ou função – concorrem para a formação do lu-cro tributável do período de tributação em que os respetivos direitos ou opções sejam exercidos, pelas quantias liquidadas ou, se aplicável, pela diferença entre o valor dos instrumentos de capital próprio atribuídos e o respetivo preço de exercício pago.

NO ÂMBITO DOS BÓNUS E OUTRAS REMUNERAÇÕES PAGOS A ADMINISTRADORES

Tributação autónoma obriga à aplicação de novos modelos de desempenho

MAIO

Até ao dia 10

- Periodicidade Mensal – Entrega via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Março e pagamento do respetivo imposto.

- Entrega da Declaração Mensal de Remunera-ções pelas entidades devedoras de rendimen-tos do trabalho dependente sujeitos a IRS, bem como os que se encontrem excluídos de tribu-tação, para comunicação daqueles rendimen-tos e respetivas retenções de imposto, das de-duções efetuadas relativamente a contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde e a quotizações sindicais, relativas ao mês anterior.

Até ao dia 15

- Periodicidade trimestral - Entrega via Internet da declaração periódica relativa às operações efectuadas pelos contribuintes do regime nor-mal trimestral no 1º trimestre de 2013 e paga-mento do respectivo imposto.

- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos No-tários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo pre-dial, das relações dos atos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos, bem como a relação dos atos ou contratos su-jeitos a IMT praticados no mês anterior.

Até ao dia 20

- Entrega das importâncias re-tidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS).

- Entrega das importâncias retidas, no mês an-terior, para efeitos de Imposto sobre o Rendi-mento das Pessoas Coletivas.

- Entrega das importâncias retidas, no mês an-terior, para efeitos de Imposto do Selo.

- Pequenos Retalhistas - Entrega da declaração Modelo P2 ou da guia Modelo 1074, consoan-te haja ou não imposto a pagar, relativo ao 1º Trimestre de 2013.- Declaração Recapitulativa - Entrega da De-claração Recapitulativa pelos sujeitos passivos do regime normal mensal que tenham efetu-ado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso excedido o montante de J 50.000.

DOCUMENTOS

DE TRANSPORTEComunicação à AT

a partir de Julho

No passado dia 23 de Abril foi publicada a Portaria n.º 161/2013, de 23.4, diploma que vem regulamentar o modo de cumprimento das obrigações de comunicação dos elementos dos documentos de transporte, previstas no regime de bens em circulação (após as alterações que lhe foram introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24.8) estabelecendo que o novo regime apenas entrará em vigor no dia 1 de ju-lho de 2013.Esta portaria, estabelece-se ainda a exclusão das obrigações de comunicação dos documen-tos de transporte sempre que o destinatário ou adquirente seja consumidor final. Recorde-se que a principal alteração introdu-zida no regime de bens em circulação passa pela obrigação de comunicação à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) dos elementos dos documentos de transporte.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADEA Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) realizam, no próximo dia 11 de junho, em Santarém, um seminário subordinado ao tema “A contabilidade e a fiscalidade na atividade agrícola”. Os trabalhos vão contar com a participação de especialistas da Autoridade Tributária e Aduaneira, empresários e da Ordem, os quais vão debater os desafios que se colocam ao setor agrícola, tendo em conta as novidades que ocorreram nas áreas da contabilidade e da fiscalidade. A inscrição é gratuita.

Ficam dispensados de efetuar o pagamento especial por conta os sujeitos passivos, entre outros, que tenham deixado de efetuar vendas ou prestações de serviços e tenham entregue a correspondente declaração de

cessação de actividade a que se refere o artigo 33º do Código do IVA [alínea c) do nº 11 do artigo 106º do CIRC].De notar, que, segundo o conceito de cessação de actividade para efeitos de IVA, designadamente, não haverá cessação da atividade enquando se não esgotar o ativo da empresa pela venda dos bens que o constituem ou pela sua afetação a uso próprio do titular ou, em geral, a fins alheios à mesma, bem como pela sua transmissão gratuita (artigos 33º

e 34º do CIVA).Mas, havendo, de facto, cessação da atividade nos termos do referido artigo 34º do CIVA, uma vez esgotados os bens e apresentada a correspondente declaração de cessação de atividade a que se refere o artigo 33º do CIVA, fica o sujeito passivo, nessas condições e só assim dispensado de efetuar o pagamento especial por conta, nos termos da referida alínea e) do nº 11 do artigo 106º do CIRC.

PEC

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

30 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

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Governo lança medidas para reduzir aos atrasos nos pagamentosO Governo aprovou um diploma que estabelece medidas contra os atrasos no pagamento de transações comerciais, transpondo uma diretiva comunitária que introduziu medidas adicionais neste âmbito. A diretiva regula todas as transações comerciais, independentemente de terem sido estabelecidas entre empresas – a estas se equiparando os profissionais liberais – ou entre empresas e entidades públicas, tendo em conta que estas são responsáveis por um considerável volume de pagamentos às empresas. Foi também estabelecido um valor mínimo para a taxa de juros legais de mora comerciais nos termos previstos na diretiva.

FISCALIDADE

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 31

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, enviou uma missiva aos chefes de Estado dos vinte e sete a pedir que na cimeira de 22 de maio sejam acele-radas as iniciativas para combater a fraude fiscal, especialmente no que toca à troca automática de informação.

“Numa altura de consolidação orçamen-tal, os Estados-Membros não estão a obter o máximo das receitas fiscais e a questão da equidade é absolutamente prioritária”, refere Durão Barroso na carta. Os núme-ros são evidentes. Os cálculos de Bruxelas apontam para que apenas 50% das receitas do IVA entrem nos cofres dos estados, ten-do em conta a fraude que se verifica. Por exemplo, a Grécia só obtém cerca de 40% das receitas possíveis. Assim, o presidente

da Comissão Europeia pede aos líderes po-líticos que facilitem a aprovação de medi-das para combater a fraude, em particular a diretiva sobre fiscalidade dos rendimen-tos, até agora bloqueada pelo Luxemburgo e a Áustria.

Outras iniciativas prioritárias são a ela-boração de uma lista europeia de paraísos fiscais e o combate ao planeamento fiscal agressivo. Neste último caso estão as mul-tinacionais, as quais utilizam esquemas complexos para contornarem o pagamento de impostos. A troca de informação deverá ser extensiva a todo o tipo de rendimen-tos, na ótica de Bruxelas. A intenção é a Comissão apresentar uma nova proposta legislativa para ampliar o alcance dessa troca de informação. Neste âmbito, é im-portante a União Europeia garantir uma posição sólida no G8, no G20 e junto da OCDE, de modo a que a troca automática de informação “se transforme numa nova norma mundial”, adianta a referida carta.

A política energética será outro dos te-mas em debate na referida cimeira. Durão Barroso pede “um mercado de energia ple-namente operacional, interligado e inte-grado. Esse mercado é imprescindível para a competitividade europeia e não deve estar fragmentado”. Acontece que os con-sumidores têm preços muito diferentes, de acordo com o país onde estão. A Comissão pretende reduzir os preços que se encon-tram a níveis demasiado elevados. Só assim será possível impulsionar o investimento nesta área.

“Depois da declaração de guerra que o primeiro-ministro dirigiu a todos os fun-cionários públicos e pensionistas, seria ab-surdo continuar a agressão contínua a que temos estado sujeitos por este Governo.” São palavras muito duras com que o Sindi-cato dos Trabalhadores dos Impostos abre uma nota informativa. Fica claro que o STI está contra as políticas do atual Execu-tivo e que não está na disposição de manter um relacionamento de cordialidade. Até porque as suas reivindicações continuam a não ser atendidas.

“Chegou o momento de deixar de lado a atitude expectante e de abertura que o STI tem adotado, fruto do papel institucional e responsável que é nosso apanágio e en-veredar por uma atitude de repúdio e de concertação social, política e sindical mais alargada que conduza à imediata demissão deste Governo. Se não o fizermos, temos a consciência, diremos mesmo a convicção, de que seremos nós, funcionários públicos,

em geral, e trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira, em particular, que ficaremos excluídos de futuro”, refere a di-reção nacional do STI em comunicado.

Mais uma vez, é chamada a atenção para o facto de estarem por resolver toda uma série de problemas que afetam os profis-sionais, bem como os próprios contribuin-tes. Desde logo, o STI insiste que há uma evidente falta de pessoal nos serviços de Finanças, bem como no que respeita à ins-peção. O que resulta em elevadas perdas para os cofres do Estado. As condições em que trabalham estes profissionais também são fortemente contestadas, colocando em sérios riscos a qualidade do trabalho desen-volvido. Entretanto, o sindicato diz que continua por definir a carreira dos traba-lhadores dos impostos, uma situação que já se arrasta há demasiado tempo. Perante este cenário, os responsáveis sindicais não colocam de parte partir para outras formas de ação.

Bruxelas quer acelerar medidas de combate à fraude fiscal

Trabalhadores dos impostos entram em “rota de colisão” com o Governo

Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia.

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MARTA ARAÚ[email protected]

Vida Económica - O Youngnetwork Group (YNG) existe há 12 anos e lan-çou agora uma nova imagem. Trata-se, de alguma forma, de um ponto de vi-ragem?

João Duarte - Sim e não. Do ponto de vista de imagem e organização de marcas, sim. Mas do ponto de vista de viragem, di-ria que a nossa viragem começa com a in-ternacionalização do grupo, com a entrada na Croácia em 2008, e com a entrada nas áreas de criatividade, eventos e digital.

VE - Organizaram as vossas marcas em quatro grupos – Alice, JD Young, Poppins e Taylor - que se juntaram à agência criativa do grupo, a Carmen.

Pretende ser uma forma de mostrar ao mercado versatilidade?

JD - Esta nova era e o assumir destas no-vas marcas, enquanto áreas independentes no universo YoungNetwork, acontece fru-to das solicitações que o mercado nos tem imposto. As empresas precisam de agên-cias verdadeiramente globais - em serviços e países de atuação - mas com flavours lo-cais e especializações por área.

VE - A aquisição de pequenas empre-sas e agências do setor é um dos segre-dos do crescimento do grupo?

JD - Já adquirimos algumas empresas, mas a nossa força é o crescimento orgâ-nico. É a forma mais saudável de crescer. Agora, pela dimensão que o grupo atingiu, para conseguirmos crescimentos iguais ao

passado, crescimentos médios superiores a 30%, é provável que tenhamos de fazer aquisições. Mas repito, não há forma mais saudável de crescer do que a orgânica.

VE – Têm, atualmente, 180 funcioná-rios e a meta passa por crescer. Numa época em que crescem os depedimen-tos no setor, trabalhar a comunicação de forma integrada é uma espécie de forte contra o despedimento?

JD - Acreditamos em estratégias e tra-balhos de comunicação integrados, mas não é por isso que destruímos as nossas áreas de especialização. Antes pelo contrá-rio – numa altura em que na nossa área têm havido vários despedimentos, integra-ções e fusões de áreas e agências e se usam os mesmos recursos para acionar serviços de áreas distintas, nós fazemos o inverso. Mantemos a aposta nas estratégias globais e integradas, mas com claras especializa-ções das nossas marcas e pessoas. Porque só sabemos trabalhar para vencer.

VE - O grupo prevê, este ano, crescer um milhão de euros e atingir 8 milhões de faturação. Qual é o peso do mercado doméstico (Portugal) nestes números, tendo em conta a atual conjuntura?

JD - O mercado doméstico representará menos de 50%.

VE - Qual é o comportamento do mer-

cado português, neste momento? Quem são os vossos principais clientes?

JD - Temos muitos clientes em Portugal. CGD, ANA, Kero, TvCabo, Adidas, Tim-berland, IBM, Dell, Inland, Sporting, etc.

VE - Ao nível internacional, têm cres-cido uma média de 30% ao ano. Qual é a estratégia utilizada para conquis-tar mercados internacionais?

JD - Temos crescido 30% ao ano, mas como um todo. Internacionalmente esta-mos a crescer mais. Estratégia para con-quistar? Inovar e investir. Estamos neste momento a montar quatro novas empre-sas.

VE - Mantém-se o objetivo de crescer fora de portas em 2013? Quais são os mercados alvo e porquê?

JD - Os mercados alvo serão apresenta-dos em breve. Teremos uma abertura na Europa, e uma abertura num novo conti-nente.

JOÃO DUARTE, CEO DO YOUNGNETWORK GROUP

“Só sabemos trabalhar para vencer”O Youngnetwork Group está a afirmar-se como uma das maiores multinacionais portuguesas na área da comunicação. E são os números que falam por si: com 12 anos de vida, têm crescido uma média de 30% ao ano, em 2012 faturaram sete milhões de euros e este anos as perspetivas apontam para que aumentem este número em um milhão de euros. Em 2008 iniciaram o processo de internacionalização na Croácia e hoje têm escritórios em Cabo Verde, Angola, Moçambique, Sérvia e Macedónia, para além de Lisboa e Porto. Atualmente, o mercado doméstico representa menos de metade do volume da faturação. O grupo vai apostar, este ano, em novas aberturas: uma na Europa e outra num novo continente.

Para João Duarte, “o crescimento orgânico é a forma mais saudável” para fazer evoluir o grupo.

Comunicação da Xerox a cargo da InforpressA Xerox é a mais recente conquista da Inforpress. A consulto-ra fica, assim, responsável pelo planeamento, gestão e ativação da comunicação externa, relações públicas e institucionais da multinacional em Portugal. “Reforçar o posicionamento e a perceção da marca no mercado português” são os principais objetivos, explica Ana Margarida Ximenes, Country Manager da Inforpress.

MARKETING

32 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

CGD, ANA, Kero , Adidas, Timberland, IBM, Dell, Inland, Sporting são alguns dos clientes do Youngnetwork Group

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A HUMANIDADE É A NOSSA MISSÃO E A LUSOFONIA POLO DE CONVERGÊNCIA

DE POVOS E ESPAÇOSIV Seminário Rotário dos Países de língua Ofi cial Portuguesa

LISBOA, 21 e 22 JUNHO 2013CHAIRMAN : Manuel Cardona, Governador do Distrito 1970 – 1987/1988

DIA 21 09h30-10h00 Sessão ofi cial de abertura/Intervenções formais

10H00-11H15ROTARY E AS COMISSÕES INTER PAÍSES NO ESPAÇO DA CPLPManuel Cardona Governador do Distrito 1970 - 1987/1988

O ROTARY EM ANGOLAANA LEITE, ROTARY CLUB DE LUANDA

O ROTARY NO BRASILSizenando Affonso, Governador do Distrito 4610 – 1991/1992

AS CIP’S NO BRASILCarlos Gueiros, Governador do Distrito 4610 – Coordenador Nacional CIP’s

AS CIP’S COM OS PALOPCecília Sequeira, Geminação de Clubes/ Comissões Inter-Países, Distrito 1970

AS CIP’S EM PORTUGAL Luís Delgado, Governador Distrito 1960 - 1999/2000, Coord. Nacional CIP’s

11H30 - 13H00CULTURA, DEFESA E PRESERVAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESAHenrique Maria Alves Governador do Distrito 1970 - 2008/2009

O ROTARY E A EDUCAÇÃO NA SENDA DA PAZAntónio Olavo Rocha, Governador do Distrito 9101 - 2013/2014

O ENSINO SUPERIOR EM ÁFRICA Salvato Trigo, Reitor da Universidade Fernando Pessoa

A FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN Eduardo Marçal Grilo, Administrador

ESCRITOR LUÍS CARDOSO “TAKAS” DE TIMOR12H30-14H30 ALMOÇO

14H30 – 16H00TURISMO E PATRIMÓNIOMarcelo Rebelo de Sousa Distrito 1960TURISMO EM PORTUGAL Secretaria de Estado do Turismo do Governo Português AICEPPedro Reis, Presidente da Ag. para Investimento e Comércio Externo Portugal

O PATRIMÓNIO COMO POLO DE ATRAÇÃOCABO VERDE. CÂMARA DE COMÉRCIO E TURISMOGualberto do Rosário, Presidente

MOÇAMBIQUE EmbaixadaFilomena Malalane, Conselheira ComercialESCRITOR GONÇALO CADILHE

16H30-18H30SAÚDE E A CONTRIBUIÇÃO DE ROTARYDiamantino Gomes Governador do Distrito 1970 - 2004/2005O MINISTÉRIO DA SAÚDE PORTUGUÊSPaulo Macedo, Ministro do Governo Português

BIALLuís Portela, Chairman

EDUCAÇÃO EM SAÚDEHelena Alves, Rotary Club Porto-Foz

BIOÉTICA Daniel Serrão, Rotary Club Porto-Foz

END POLIO Henrique Pinto, Governador de Distrito 1970 - 2002/2003

20H00-23H00 JANTAR OFICIAL

DIA 22

09H30-10H15 ROTARY E O MEIO AMBIENTEJosé Carlos Estorninho Governador de Distrito 1960 – 1990/1991

GESTÃO DE ÁGUA POTÁVELMANUEL FREXES, ADMINISTRADOR DAS ÁGUAS DE PORTUGAL

RECURSOS HÍDRICOS JOÃO BETTENCOURT, GOVERNADOR DE DISTRITO 9210 – 2011/2012WATER TEAM INTERNATIONALGEORGE LEWIS

10H30-11H30EMPREENDEDORISMOBernardino Pereira Governador de Distrito 1970 - 2007/2008

O MICRO CRÉDITO EM PORTUGAL Caixa Geral de DepósitosPROJETO DE MICRO CRÉDITO DE PORTUGALManuel Cardoso, Rotary Club Porto-Foz

PROJETO DE MICRO CRÉDITO DE CABO VERDELúcia dos Passos, Presidente da MORABI

AEP NO EMPREENDEDORISMOJosé António Barros; Presidente EMPREENDEDORISMO NOS PALOPDomingos Simões Pereira, Secretário Executivo da CPLP 2008-2012

11H30-13H00 CONCLUSÕES Chairman do Seminário, Manuel Cardona e Sessão ofi cial de encerramento/Intervenções formais.

Inscrições em: www.seminariorotario.pt

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MARKETING

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 33

Dolce Vita e Vivaci lançam nova marcaOs centros comerciais Dolce Vita e Vivaci Maia aliaram-se para criar uma nova marca para o segmento família: a Traquinices. A revista é dedicada ao público infantil e contém conteúdos específicos para este target, marcando ainda presença no online. A publicação conta com a participação da blog-ger Sónia Morais Santos, autora do “Cocó na Fralda”.

Meo é marca líder de recordação espontânea mas Vodafone foi a que mais cresceuO Meo continua a liderar o ranking das marcas cuja publicidade é mais recordada pelo público, mas, em março, a Vodafone disparou na recordação publicitária, quin-tuplicando o valor face ao mês anterior. Os resultados são do estudo Publivaga, da Marktest, apresentados esta semana.

A Google lançou uma ver-são local do YouTube em Portugal e já está disponível para os anunciantes portugue-ses os anúncios TrueView no YouTube, o qual proporciona a quem vê a escolha sobre o anúncio e, por isso, os anun-ciantes só pagam quando o espetador escolhe visualizar todo o anúncio.

A vantagem desta metodo-logia é que, quando um utili-zador decide ver um anúncio específico, aumenta a proba-bilidade de ele estar interes-

sado na marca ou no produto que está a ser promovido.

A empresa responsável pelo primeiro anúncio na página oficial do YouTube em Portu-gal é a Zon Multimédia, atra-vés da Zon Audiovisuais, com o anúncio do filme "Olympus has fallen" (Assalto à Casa Branca).

O YouTube deixa ainda al-gumas sugestões para que os anunciantes tirem partido da plataforma. Sugerindo que a anunciantes optem por contar uma história como forma de

captar a atenção do público--alvo, envolvam a comunida-de, criem conteúdos originais, promovam os vídeos, sejam claros e concisos, mas tam-bém interativos.

Mil milhões de utilizadores únicos visitam todos os meses o YouTube. A cada minuto são carregadas 72 horas de vídeo, mais 30% do que em janeiro de 2012. Com o lançamento do YouTube em Portugal, a plataforma de vídeo passa a estar localizada em 56 países e em 61 idiomas.

Marcas portuguesas ganham novo espaço no Youtube

A cada minuto são carregadas 72 horas de vídeo no YouTube

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SUSANA MARVÃ[email protected]

Apesar de o atual contexto económico não ser o mais favorável, e onde o investimento nas Tecnologias de Informação tem sofrido significativas reduções, a agap2 espera cres-cer em 2013 e atingir os 10 milhões de fa-turação em Portugal. A empresa assume-se como uma organização global de consultoria a nível europeu que assenta a sua estratégia em dois eixos de desenvolvimento: a agap2 Information Technologies, que represen-ta 40% do volume de faturação, e a agap2 Sciences & Technologies, que representa os 60% restantes. A ligação internacional da agap2 é um dos elementos fundamentais da estratégia delineada para a atuação da con-sultora, presente enquanto rede com escri-tórios também na Alemanha, Bélgica, Fran-ça, Espanha e Suíça. Face à estagnação do mercado português, o aumento da despesa em soluções de TI de 5,7% a nível mundial surge como alternativa fundamental.

Franck Deschodt, administrador da agap2, disse à “Vida Económica” que os clientes escolhem a empresa basicamente porque é uma “organização de fortes valores

e promovemos a sua defesa de uma forma inexorável, num mercado concorrencial, em todas as relações profissionais”.

Por outro lado, o responsável garante que a valorização das ideias de cada um dos co-laboradores promove não só o seu bem-estar mas também realça o espírito empreende-dor. “O facto de cada um trazer uma verda-deira mais-valia à organização permite-nos ser mais fortes e mais capazes em termos de conhecimentos. E, de uma forma natural, estes conhecimentos são partilhados com os nossos clientes e parceiros. Por conseguinte, originamos uma linha de valor que apoia o nosso parceiro a ser mais eficaz e racional na gestão dos seus recursos internos, na redução dos seus custos operacionais, no aumento da produtividade e, consequentemente, a estar mais preparado para o futuro no que diz res-peito a desafios tecnológicos”. Mas Franck Deschodt afiança que tudo isso, sem dúvida, não poderia ser possível “sem os talentos que temos e, claramente, a nossa capacidade de identificar estes talentos! Queremos recrutar os melhores, e que estes colaboradores se tornem ao longo dos anos uma peça funda-mental do nosso crescimento e estratégia”.

Mercado industrial em Portugal é inexistente

Em Portugal, a agap2 atua quase a 100% no mercado dos Sistemas de Informação. “De facto, o mercado português é um mer-cado de serviços onde se encontram poucas oportunidades no mercado industrial. É a este sector que a agap2 Sciences & Techno-logies pode trazer uma mais-valia forte, tal como já acontece com clientes como ARE-VA, Technip, Total, Alstom, Siemens, Suez, entre outras”. Esta é, aliás, uma característica que distingue o nosso mercado: “Nos ou-tros países onde estamos presentes – França, Bélgica, Alemanha, Suíça e Espanha, encon-tram-se muitas oportunidades no mercado industrial de forma geral. Um mercado que é quase inexistente hoje em dia em Portu-gal.” Ou seja, basicamente, existe uma clara falta de investimentos em projetos indus-triais de dimensão nacional e internacional.

Não há necessidade de alterar estratégia

O administrador diz que a empresa, ape-

APESAR DE ATENTA À SITUAÇÃO ECONÓMICA ATUAL, CONSULTORA AINDA NÃO TEVE NECESSIDADE DE REPENSAR A SUA ESTRATÉGIA

Agap2 quer evoluir em contraci e faturar 10 milhões em Portu A agap2 espera crescer em 2013 e atingir os 10 milhões de faturação em Portugal. Para isso, vai-se fazer valer da sua ligação internacional que Franck Deschodt, administrador, considera ser um elemento fundamental da estratégia de atuação da consultora. Enquanto rede, têm escritórios também na Alemanha, Bélgica, França, Espanha e Suíça. Ou seja, face à estagnação do mercado nacional, o aumento da despesa em soluções de TI de 5,7% a nível mundial surge como alternativa fundamental.

Franck Deschodt, administrador da agap2.

Meta4 avança para a América LatinaA Meta4 assinou uma aliança estratégica com a Toutatis Client Services do Brasil, uma empresa brasileira de BPO que se vai materializar numa oferta conjunta no mercado para toda a América Latina, com base na plataforma de tecnologia Meta4 PeopleNet e os serviços de outsourcing prestados pela Toutatis.

TECNOLOGIAS

34 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

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clo gal

2ª FASE PARA ENTREGA DAS DECLARAÇÕES DECORRE ATÉ FINAL DE MAIO

Plataforma Modelo3 propõe otimizar reembolsos do IRS Disponível desde o ano passado e criada por uma startup nacional, Modelo3 reclama que em 2012 esta plataforma otimizou 200 mil euros de reembolsos de IRS. Não é necessário instalar nada no computador e é totalmente compatível com o Portal das Finanças, permitindo que se faça a declaração apenas uma vez.

O Modelo3, disponível desde o ano passado em www.modelo3.pt, é uma pla-taforma online criada com o objetivo de facilitar a relação dos contribuintes com o fisco. Conta já com 44 mil utilizadores registados, tendo o ano passado otimizado cerca de 200 mil euros nas declarações de IRS. Desde 1 de maio que está disponível a entrega das declarações anuais dos tra-balhadores independentes, cuja média de maximização do reembolso foi, o ano pas-sado, maximizado em 295 euros por utili-zador do Modelo3, garante a empresa em comunicado enviado à imprensa.

“O ano passado, comprovámos que os trabalhadores independentes são o grupo de profissionais com mais necessidade de apoio na entrega da sua declaração de IRS, para quem o Modelo3 é de facto uma so-lução atrativa. É também nestes casos que existe maior potencial de maximização, dada a maior complexidade da sua ativida-de profissional”, disse Celso Pinto, respon-sável pelo desenvolvimento deste serviço.

A plataforma é totalmente compatível com o Portal das Finanças, permitindo que se faça a declaração apenas uma vez. A “Vida Económica” testou e, apesar de não ter enviado por este meio a sua declaração, tentou, com sucesso, importar a declara-ção pré-preenchida do Portal das Finan-ças, o que foi, de facto, bastante intuitivo e fácil de realizar. Para isso bastou inserir os mesmos dados que são pedir no Portal das Finanças, ou seja, o número de con-tribuinte e a palavra passe. Relativamente à proteção e confidencialidade dos dados dos clientes, a empresa garante que cada ligação ao Modelo3 está protegida por SSL de 128bits e os servidores têm o mesmo nível de segurança físico utilizado pelos bancos, pelo que é uma questão de alta prioridade no Modelo3.

A simulação da declaração no Modelo3 é gratuita, mas submeter a declaração ao portal das Finanças e toda a ajuda inerente de como aumentar o reembolso tem um custo de 14,99 euros. Este serviço inclui otimizações automáticas do reembolso, entrega da declaração via internet e alertas e aconselhamento automatizados ao longo do ano.

sar de muito atenta à situação económica atual, ainda não teve necessidade de repensar a sua estratégia. “Possuímos uma estratégia de consolidação e expansão a nível europeu, e mesmo se os indicadores económicos não são os melhores, continuamos (em contra-ciclo) a investir fortemente. Investimos em Portugal no recrutamento de consultores, RH, Marketing Managers e Business Ma-nagers tanto em Lisboa como no Porto, e continuamos a nossa estratégia de expansão, promovendo o empreendedorismo, com a abertura de novos países como a Alemanha e a Bélgica, mais recentemente”.

Em 2013, a meta é alcançar os 100 mi-lhões de euros, com alguns objetivos bem traçados. O primeiro passa pela consoli-dação da atividade em Portugal através do lançamento de uma oferta alargada e da ca-pacidade de ganhar projetos em nearshore (principalmente para países da Europa do Norte) que estão a desenvolver a partir do nosso país. Depois, Franck Deschodt quer aproveitar o desenvolvimento da oferta TI em França, “que tem um potencial muito forte e onde neste momento temos aproxi-madamente 250 profissionais a trabalhar nas nossas divisões. Pretendemos duplicar estes números nos próximos dois anos”.

Por último, o grande objetivo é crescer através de investimentos na Alemanha e Bél-gica. “O mercado precisa neste momento de empresas sérias, que tenham a capacidade de criar mais-valias para o mercado, no que concerne à inovação e à redução de custos. Temos a visão, a estratégia, as ideias e, so-bretudo, a força, abnegação e coragem para as implementar”.

A empresa admite que, permitindo a re-dução de custos de operações, a implemen-tação de serviços em nearshore mantém a proximidade geográfica e cultural com o local de realização dos processos, uma vanta-gem acrescida para organizações localizadas no Centro e Norte da Europa. “A minimi-zação de custos é efetiva, sendo garantia de uma relação facilitada com profissionais es-pecializados.”

Aliás, segundo a empresa, esta oferta acompanha uma tendência generalizada, potenciada pelo contexto económico mais difícil para as empresas, de redução e oti-mização de custos, com o investimento em TI a receber valores consideravelmente mais reduzidos. “Uma necessidade do mercado que cria uma aposta concreta em serviços específicos de cloud computing, racionali-zação das despesas de capital, externalização de serviços e virtualização. O atual contexto de risco acrescido torna-se também fator im-pulsionador do crescimento de plataformas de cloud computing, a par da procura de melhoria em sistemas de segurança e backup de dados.”

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 35

ESET descobre nova ameaça dirigida aos servidores ApacheOs investigadores da ESET descobriram uma nova ameaça que ataca os servidores webbaseados em Apache. Esta ameaça consiste numa backdoor muito avançada e que é uti-lizada para conduzir tráfego para sites maliciosos que possuem pacotes de exploits Bla-ckhole.

Infor alarga ofertaA Infor anunciou a disponibilização, para 2013, de um número significativamente maior de produtos, funcionalidades e integrações, comparativamente a outro período similar na história da empresa. O aumento do nível de inovação resulta do aumento do investimento em I&D para este ano, como também da expansão do departamento de desenvolvimento da Infor que teve lugar com a nova liderança da companhia. Nos últimos dois anos, a Infor contratou mais de 650 engenheiros de software e designers.

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DORA TRONCÃO [email protected]

O Buzzmonitor é a solução in-formática de baixo custo apresen-tada agora em Portugal pela E. Life “com o objetivo de alargar expo-nencialmente o número de clientes das empresas”.

A E. Life procura orientar as em-presas para “tirar o melhor partido

daquilo que fazem, auscultando clientes, apoiando as grandes mar-cas, ouvindo o que se diz nos ‘social media’ sobre os produtos, serviços ou campanhas”, segundo o CTO, Jairson Vitorino.

O CTO acredita que o Buzzmo-nitor “abrirá caminho para uma nova realidade de ‘business intelli-gence’ e relacionamento das redes

sociais” por permitir, “numa única plataforma, monitorizar tudo o que se diz nas redes sociais sobre as marcas e os concorrentes, relacio-nar-se diretamente com os utiliza-dores e ainda avaliar a performance e o retorno do investimento nestes canais”.

“Cada vez mais as empresas por-tuguesas têm a necessidade de estar

E. Life lança solução informática de baixo custo para empresas

Jairson Vitorino, CTO E. Life, acredita que o software de baixo custo Buzz-monitor será líder de mercados nos países de língua portuguesa e espanhola .

PUB presentes nas redes sociais, pois re-presentam um contacto direto com o público, a baixo custo – trata-se de uma inegável plataforma de fi-delização e atração de novos consu-midores. O Buzzmonitor é um ‘3 em 1’ a um preço muito ‘low cost’ por isso acreditamos que o merca-do vai reagir muito bem à nossa oferta”.

Mais de mil utilizadores em “free-trial”

O Buzzmonitor já tem mais de mil utilizadores em free-trial, bas-tando fazer o registo em buzzmo-nitor.pt para testar o software. O serviço arrancará depois para em-presas cujo “buzz” (interação com os consumidores) o justifique e o valor é J 390/mês para seis mil “posts”, sem limite de utilizado-res nem de pesquisa. A partir daí, o custo é de J 35 por cada mil “posts” adicionais. A E. Life espera terminar o ano de 2013 com 100 clientes Buzzmonitor nas mais di-versas áreas.

“Cada mercado tem as suas particularidades, mas avaliando o nosso mercado e o espanhol, onde estamos também muito ativos, não sentimos grandes diferenças. Há uma grande preocupação das empresas em acompanhar o fe-nómeno dos “social media”, pois já é claro que é por aí que vão conseguir conhecer bem os clien-tes e ajustar a sua comunicação e ofertas ao mercado”, frisa Jairson Vitorino.

Para os mercados de língua por-tuguesa e espanhola, “a experiência da E. Life representa uma vantagem competitiva, uma vez que assegura a cobertura dos respetivos idiomas. Com o Buzzmonitor, é nosso obje-tivo ser líderes de mercado em lín-gua portuguesa e espanhola através da cobertura da Península Ibérica e toda a América Latina. A realidade brasileira mostra-nos que cada vez mais pequenas e médias empresas investem em soluções de CRM e redes sociais de forma a aumentar o volume de vendas. Neste sentido, e apesar de a realidade dos países ser diferente, acreditamos que tam-bém em Portugal cada vez mais as pequenas e médias empresas terão, no futuro, um papel de destaque nos negócios online”.

Concurso Mundial de Bruxelas avalia vinhos nacionaisArranca hoje mais uma edição do Concurso Mundial de Bruxelas, que tem lugar em Bratisla-va, Eslováquia. Mais de três centenas de especialistas irão provar milhares de vinhos de todo o mundo, incluindo portugueses. A Vida Económica marca presença no evento, dando des-taque aos resultados e avaliações na edição do suplemento de Vitivinicultura, que será publi-cado na edição de 24 de Maio.

ÓCIO E NEGÓCIOS

36 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

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MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 37

Dow Jones 08/May ..... 15067,92

Var Sem ................................2,51% Var 2013 ..............................15,00%

Nasdaq 08/May .............3409,19

Var Sem ................................3,34% Var 2013 ..............................12,91%

IBEX 35 08/May ........... 8597,00

Var Sem ................................ 2,11% Var 2013 ................................5,26%

DAX 08/May ..................8249,71

Var Sem ................................4,25% Var 2013 ................................8.37%

CAC40 08/May .............3956,28

Var Sem ................................2,58% Var 2013 ................................8,66%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (08.05) 62266,33

0,29% Var. Semana

6160

6180

6200

6220

6240

6260

6280

6300

6320

6340

6360

6380

02 Mai 03 Mai 06 Mai 07 Mai 08 Mai

10,81% Var. 2013

Millennium bcp e BPI apresentam as melhores TAEG para crédito pessoalMARIA JOÃO AGUIARRODRIGO TRÊPATERESA GONÇALVESFEP Junior Consulting

O Millennium bcp e o BPI destacam-se pela positiva na oferta de crédito pessoal. Os cré-ditos pessoais oferecidos pelos bancos portugueses são bastan-te diferenciadores, apresentan-do um grande intervalo de taxa anual efetiva global (TAEG). Assim, para uma análise exten-siva, foram analisadas TAEG para montantes de 15 mil euros a 60 meses e de 2500 euros a 24 meses. Relativamente a um cré-dito no montante de 15 mil eu-ros com reembolso a 60 meses, destaca-se o Millennium BCP, com uma TAEG de 16,5%. Este crédito apresenta um período de empréstimo entre seis e 84 me-ses e montante de financiamen-to compreendido entre mil e 30 mil euros. Os seguros associados a este crédito incluem o seguro de vida e o plano de proteção de pagamentos.

Por outro lado, para um cré-dito no montante de 2500 eu-ros com reembolso a 24 meses é o BPI que apresenta melho-res condições, com uma TAEG de 14,59%, que representa um

valor inferior em quatro pontos percentuais à segunda melhor solução, o Banif. O Crédito Pessoal BPI pode ser contraído entre 12 e 120 meses com um montante de financiamento en-tre mil e 75 mil euros. Os se-guros associados são o seguro de vida e seguro de proteção ao crédito.

Comparando os prazos de empréstimo, o prazo mínimo disponibilizado é de seis meses (Millennium bcp, BES e BBVA) e o mais alargado de 132 meses (Caixa Geral de Depósitos). Pelo contrário, o Banif oferece apenas 60 meses de prazo máximo para montantes inferiores a cinco mil euros, sendo que para montantes mais elevados o valor mínimo que este prazo máximo assume é de 84 meses, apresentado por diversos bancos.

Em termos de montante de financiamento, o BPI apresenta a maior amplitude de valores, indo desde mil a 75 mil euros. O BBVA oferece o valor mínimo mais reduzido, apresentando um valor de 500 euros, sendo que o valor máximo mais elevado, 75 mil euros, é apresentado pelo BPI e pelo Montepio. Relativa-mente às TAEG, os bancos que

se destacam face aos valores ana-lisados são o Millennium BCP (16,50% para um montante de 15 mil euros) e o BPI (14,59% para um montante de 2500 eu-ros), como já foi referido. Pela negativa destaca-se o Crédito

Agrícola, que apresenta para os dois montantes analisados a TAEG mais elevada dos bancos analisados. De salientar que os valores da TAEG foram obtidos através dos simuladores on-line disponibilizados nos sites dos

bancos. Os seguros associados a cada crédito pessoal são com-postos maioritariamente por se-guros de vida e seguro de pro-teção ao crédito, não havendo nenhum banco que se destaque particularmente.

Banco ProdutoPrazo do empréstimo

(meses)Montante de

financiamento (J)Taxa de

Juro (TAEG) (1)

Taxa de Juro (TAEG)

(2)Seguros

Mínimo Máximo Mínimo Máximo

Millennium BCP Crédito Pessoal 6 84 1.000J 30.000J 16,50% * 20,20% * Seguro de Vida; Plano de Proteção de Pagamentos (opcional)

CGD Crédito PessoalCrediCaixa

n/a 132 5.000J n/a 17,97% n/a Seguro de Vida; Seguro de Proteção ao Crédito (opcional)

BPI Crédito Pessoal BPI 12 120 1.000J 75.000J 18,24% 14,59% Seguro de Vida; Seguro de Proteção ao Crédito (opcional)

BES Crédito Individual BES

6 84 2.000J 30.000J 19,00% 23,60% Seguro de Proteção ao Crédito (opcional)

Barclays Crédito Pessoal 12 84 2.500J 3.0000J 18,70% 21,10% Seguro de Vida; Seguro Plano Proteção de Pagamentos (opcional)

Banco Popular Crédito Pessoal n/a 96 1.250J n/a 17,10% 19,80% Seguro de Vida (obrigatório); Seguro Proteção Pagamentos (obrigatório para montantes superiores a 5.000J)

Montepio Crédito Consumo Montepio

12 120 2.000J 75.000J 18,71% 23,54% Seguro de Proteção ao Crédito (obrigatório)

Banif Crédito Pessoal 18 60 1.000J 5.000J n/a 18,72% Seguro de Vida (obrigatório)

39 120 5.001J 30.000J 18,75% n/a

Crédito Agrícola Crédito Pessoal Dinâmico

24 120 2.500J 30.000J 20,28% 24,64% Seguro de Vida; Seguro de Proteção ao Crédito (opcional)

BIC Super Crédito Pessoal 12 84 2.500J 25.000J 19,10% 19.3% Seguro de Vida (obrigatório); Seguro de Proteção ao Crédito (opcional)

BBVA Crédito Pessoal BBVA 6 120 500J 40.000J 17,52% 19,45% Seguro de Vida (obrigatório)

* Assumindo um indivíduo cliente Millennium BCP há mais de 30 dias. Caso o indivíduo não seja cliente há mais de 30 dias, o valor TAEG assume um valor de 17,3% para um montante de 15.000J a 60 meses e 26,5% para um montante de 2.5000J a 24 meses.(1) Pressupostos:

Montante de crédito de 15.000J Reembolso a 60 meses Sem proteção ao crédito Sem financiamento das comissões(2) Pressupostos:

Montante de crédito de 2.500J Reembolso a 24 meses Sem proteção ao crédito Sem financiamento das comissões

O BCP apresenta uma taxa de 16,5% e o BPI de 14,59% (prazos e montantes diferentes).

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Finalmente, vai crescendo na opinião pública nacional e internacional o sentimento de que é impossível manter a Zona Euro, e até da conveniência dos países do Sul da Europa, como Portugal, abandonarem o euro.

Neste artigo, pretendo dar resposta à questão de como será a estrutura da economia portuguesa fora do euro. Em breve, a resposta é a de que Portugal voltará à sua estrutura económica tradicional, com um aumento substancial do peso da agricultura e da indústria no PIB, em detrimento dos serviços.

A saída de Portugal da Zona Euro implicará que a moeda que vier a vigorar em Portugal se encontrará fortemente depreciada face ao euro e às outras principais moedas internacionais, como o dólar e a libra. As importações serão, portanto, bastante caras, pelo que os produtos de primeira necessidade, como são os bens alimentares, voltarão a ser produzidos no país, e primariamente para o consumo interno. Agricultura, pescas e pecuária voltarão a ganhar importância

económica no país e os excedentes serão exportados.

Na indústria, será o regresso às indústrias tradicionais, como os têxteis, o mobiliário, o vestuário, o calçado, produzindo primariamente para abastecer o mercado interno e subsidiariamente para a exportação. As indústrias extractivas, que possuem tradição em Portugal, também terão novo alento.

O sector sacrificado, aquele que sofrerá a maior contracção, será o sector dos serviços, e o dos serviços financeiros em primeiro lugar. O sector bancário, em particular, vai ter de ser reconstruído de novo, e adaptado à nossa tradição. Tal significa bancos pequenos, de proximidade, e orientados para a comunidade local. Bancos portugueses grandes e internacionalizados praticamente desaparecerão da cena. Na realidade, a internacionalização da banca portuguesa foi um dos maiores fiascos das últimas décadas.

No domínio das relações externas, o turismo voltará a ganhar proeminência como a principal indústria exportadora,

beneficiando de uma moeda mais fraca que torna o país um destino turístico mais barato. Portugal voltará a subir no ranking mundial dos países mais visitados por turistas, um ranking no qual tem vindo a cair por força do euro que o torna actualmente um destino muito caro.

A par do turismo, as indústrias tradicionais, incluindo a montagem de automóveis, serão as principais indústria exportadoras e a grande fonte das receitas externas que permitirá ao país alimentar a sua sede cultural de importações. As remessas dos emigrantes voltarão a ganhar proeminência como factor de equilíbrio das contas externas.

O emprego voltará a crescer no país e os portugueses vão ser chamados de novo a fazer aquilo que sempre souberam fazer – pescas, agricultura, pecuária, indústria transformadora e extractiva, as diversas actividades ligadas ao turismo, como a hotelaria e a restauração, a juntar ao tradicional e pequeno comércio local.

O Estado será mais pequeno e terá uma função orientadora na economia, e ao mesmo tempo reguladora. Terá com

a economia e a sociedade uma relação mais distante ou retirada, e muito menos omnipresente do que aquela que tem actualmente. Desaparecerão milhares de pequenas regulamentações que actualmente entravam a iniciativa privada e os negócios. Portugal fora do euro será, deste ponto de vista, uma economia muito mais liberal.

As relações externas, quer no que respeita à balança de transacções correntes quer no que respeita à balança de capitais, serão vigiadas pelo Estado, dada a propensão da cultura portuguesa para incorrer em défices comerciais que, não sendo controlados, invariavelmente arruínam o país. São de esperar restrições a certas importações, sobretudo através de direitos aduaneiros, e alguns controlos sobre os movimentos de capitais.

A saída do euro implicará um certo fechamento ou proteccionismo da economia portuguesa, mas isso será geral para todos os países. A globalização tem os dias contados.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Depois do euro

O mês de abril foi bastante po-sitivo para o comportamento dos mercados de ações, tendo o FT World registado o sexto mês con-secutivo de ganhos. A incerteza política em Itália foi, pelo menos para já, bastante mitigada pela ree-leição de Giorgio Napolitano para o cargo de presidente da Repú-blica e pela nomeação de Enrico Letta para o cargo de primeiro--ministro. A extensão de prazos de pagamento para algumas tranches do empréstimo da “troika” a Por-tugal permitirá um calendário de amortização de dívida mais espa-çado. Estes dois factos acabaram por potenciar a queda violenta das taxas de juro em mercado secun-dário da dívida soberana de Portu-gal, Espanha e Itália.

Nos Estados Unidos, o S&P500 renovou o seu máximo histórico, continuando a beneficiar de uma envolvente de liquidez global (com vários bancos centrais a manifestarem a intenção firme de continuação de medidas expansionistas) e local (com várias empresas de relevo a anunciarem aumento de divi-

dendos e planos de recompra de ações) bastante favorável.

No Japão, o Nikkei 225 su-biu pelo nono mês consecutivo (+11,8% no mês).

Em termos de atividade econó-mica, é de referir um enfraque-cimento generalizado dos indi-cadores de sentimento no setor industrial na comparação de abril com março.

Detalhando em termos geográ-ficos, a China, a Austrália, os Es-tados Unidos e a Índia apresenta-ram uma dinâmica mais negativa que a Zona Euro e o Japão. O Banco Central Europeu cortou a sua taxa de juro de referência em 25 pontos base, para um novo mínimo histórico, abrindo a por-ta à possibilidade de implemen-tação técnica de taxas de juro de depósitos negativas. A Comissão Europeia anunciou as suas pre-visões económicas da primavera, esperando uma contração econó-mica mais grave e uma redução dos défices públicos mais lenta. Nos Estados Unidos, a divulga-ção do relatório de emprego re-ferente ao mês de abril confirma a estabilização da taxa de parti-cipação da força de trabalho em valores mínimos desde 1979.

A composição das duas cartei-ras para dois perfis de risco distin-

tos tem como principal novidade a exposição à classe de ativos de mercados emergentes, utilizando para esse efeito dois ETF’s, um global (EEM), outro específi-

co para o Brasil (EWZ). O fra-co desempenho relativo desde o início do ano, conjugado com uma envolvente global de liqui-dez favorável, poderá funcionar

como um atrativo para que uma maior proporção de fluxos mar-ginais de investimento em ações se direcionem para os mercados emergentes.

Abril marcado por queda das taxas de juros da dívida

RICARDO ALMEIDAPortfolio Manager, Patris Gestão de Ativos

EspeculaçãoPEDRO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA

MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

-0,13% Var. Semana -0,010% Var. Semana 4,02% Var. Semana

-0,17% Var. 2013 -0,921% Var. 2013 -6,43% Var. 2013

Euro/Libra 08/May ....0,8467

Var Sem .......................0,051% Var 2013 ........................ -4,02%

Euro/Iene 08/May .130,3070

Var Sem ........................ -1,53% Var 2013 ...................... -12,27%

Euribor 3M 08/May ...0,2030

Var Abs Sem .................. -0,004 Var 2013 ......................... -0,798

Euribor 1Y 08/May ....0,4910

Var Abs Sem ................... -0,019 Var 2013 .......................... -1,013

Ouro 08/May ........1464,78

Var Sem ......................1,32% Var 2013 ................... -12,63%

Prata 08/May ............23,79

Var Sem ......................1,86% Var 2013 ...................-21,33%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (08.05) 1,3175 EURIBOR 6M (08.05) 0,3030 PETRÓLEO BRENT (08.05) 103,93

1.3

1.302

1.304

1.306

1.308

1.31

1.312

1.314

1.316

1.318

1.32

02 Mai 03 Mai 06 Mai 07 Mai 08 Mai0.296

0.298

0.3

0.302

0.304

0.306

0.308

0.31

0.312

0.314

02 Mai 03 Mai 06 Mai 07 Mai 08 Mai101.5

102

102.5

103

103.5

104

104.5

105

105.5

106

02 Mai 03 Mai 06 Mai 07 Mai 08 Mai

Classe ActivosPerfil de Risco

ISINConservador Agressivo

Liquidez 15,0% 0,0%

Obrigações 30,0% 15,0%

OT de Portugal 16/10/2017 15,0% 7,5% PTOTELOE0010

Portugal Telecom 24/03/2017 15,0% 7,5% XS0215828913

Forex 5,0% 10,0%

EURUSD 5,0% 10,0% CFD

Ações 50,0% 75,0%

Mapfre 2,5% 5,0% ES0124244E34

Telefonica 5,0% 7,5% ES0178430E18

Repsol 5,0% 7,5% ES0173516115

Ford 5,0% 7,5% US3453708600

Ericsson 5,0% 7,5% SE0000108656

Unilever 5,0% 7,5% NL0000009355

L'Oreal 5,0% 7,5% FR0000120321

Fortum 2,5% 5,0% FI0009007132

BNP Paribas 5,0% 5,0% FR0000131104

Ishares MSCI Emerging Markets 5,0% 7,5% US4642872349

Ishares MSCI Brazil Capped 5,0% 7,5% US4642864007

TOTAL 100% 100%

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Banif com cartões associados à músicaO Banif acaba de lançar os cartões pré-pagos, débito e crédito associados ao Banif Music, que dão acesso a uma plataforma digital de música. Estes novos car-

tões – com nove imagens diferentes – remetem para um universo icónico ligado ao mundo musical. Os cartões estão disponíveis nas três modalidades: pré-pago, débito e crédito. O ob-jetivo do Banif é “reforçar o posicionamento como uma marca dinâmica e inovadora”.

Banca portuguesa reduz três mil funcionários em dois anosMais de três mil pessoas saíram dos quadros de pessoal dos principais bancos portugueses en-tre 2010 e 2012. CGD, BCP, BES, BPI, Santander Totta, Montepio Geral e Banif passaram de perto de 48 mil trabalhadores, no final de 2010, para cerca de 44 700, no fim do ano pas-sado, segundo noticiou o “Diário Económico” esta semana. Dos oito maiores bancos a ope-rar em Portugal, apenas o Crédito Agrícola omitiu o número de colaboradores no relatório e contas do ano passado.

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 39

MERCADOS

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O Banco Popular lançou o depósito a prazo “Ser Mulher”. Este produto será comercializa-do até ao último dia deste mês (estando disponível já desde dia 1), que celebra o Dia da Mãe, e que promete ser “uma oferta para si que faz sorrir toda a fa-mília”, frase que dá mote à cam-panha.

O Depósito a Prazo “Ser Mu-lher” apresenta condições ex-clusivas para as subscritoras no feminino (só pode ser subscrito por mulheres e com novos mon-tantes), sendo que, a partir de um montante mínimo de 2500 euros e até um máximo de 250 mil euros, as clientes terão aces-so a uma taxa única de 3,50%

a nove meses (TANB). Durante aqueles noves meses, o montante não é mobilizável, sendo o paga-mento de juros efetuado no ven-cimento.

Além disso, as subscritoras deste produto serão presenteadas com a oferta de 50% de descon-to no plano 12 meses Eurovida Sorriso +, que poderá ser ativado para toda a família. O Eurovida Sorriso + é um plano que permi-te o acesso às clínicas dentárias da DentalRede, sem limite de capital e sem custo nos tratamen-tos de caráter preventivo – como visitas de rotina, destartarização, radiografias, etc. –, oferecendo custos inferiores aos tabelados nos restantes tratamentos.

O investimento em NPL (Non Performing Loans – expressão anglo-saxónica para créditos em incumprimento) em Portugal tem sido efetuado quase exclusivamente por investidores qualificados estrangeiros com ampla experiência neste sector. É um ramo de atividade pouco conhecido e publicitado, pois as entidades vendedoras de carteiras de crédito requerem muita discrição na hora de vender, limitando os concursos para a sua aquisição aos players habituais de mercado. Nesse sentido, pouco se sabe sobre estas transações. Algumas entidades chegam a limitar as vendas de carteiras a um único investidor com o qual mantêm uma relação estreita de entendimento e cooperação passada. Por outro lado, convém igualmente referir que o universo de investidores dispostos a investir neste sector ainda é bastante limitado, sobretudo nos portefólios de grande dimensão.

Quando falamos com os responsáveis da grande maioria das entidades financeiras a operar em Portugal, é muito comum ouvir que não têm problemas de crédito, que pelo contrário têm uma qualidade de crédito

muito boa devido a políticas de concessão de crédito muito rigorosas, e que por isso não anteveem vendas de carteiras de crédito, tendo as vendas do passado sido exceções à prática habitual, o que torna difícil muitas vezes descortinar quais as verdadeiras intenções dessas entidades financeiras. E este é um dos entraves a um maior interesse por parte de outros investidores: é muito difícil controlar o timing no fluxo de oportunidades de investimento, ao invés do que se passa em muitas outras classes de ativos.

No entanto, as alienações de portefólios de NPL em Portugal são operações mais frequentes do que se pensa e com tendência a aumentar no curto prazo devido ao crescente nível de delinquência no sector bancário, fortemente correlacionado com a situação económica que o país atravessa. As carteiras poderão ser de variados montantes, ter ou não ter garantias associadas aos créditos, e constituídas por créditos a pequenas empresas ou a particulares. Estamos a falar de crédito ao consumo, cartões de crédito, crédito conta corrente, crédito hipotecário, entre outros.

Numa altura em que o mercado de ações apresenta uma volatilidade muito acima dos níveis de volatilidade passada e, além disso, começa já a apresentar múltiplos historicamente altos, acredito que investir neste momento em ações apresenta um risco crescente. Por outro lado, as taxas de juro estão a níveis muito baixos, implicando uma taxa de juro real negativa à maioria dos ativos sem risco nos países desenvolvidos. Esta realidade, associada ao facto de os bancos centrais de as zonas mais ricas do planeta aplicarem políticas de expansão monetária, reforça a ideia das yields tenderem a diminuir ainda mais e forçando os investidores a escolherem ativos com mais risco na busca de rentabilidade. Isto trará algum suporte ao mercado de ações no curto prazo, mas não significa que o sustente a longo prazo. É esta realidade que me faz pensar que o sector dos NPL poderá trazer algo que o mercado precisa: rentabilidades esperadas altas e efeito de diversificação. O risco inerente será sempre mitigado pela correta avaliação do ativo e segmentação da carteira de maneira

a se poder prever o seu comportamento com base em séries históricas comparáveis. Comparativamente com o mercado de capitais, tem a desvantagem da pouca liquidez e de o investimento ser realizável a médio longo prazo. É um investimento que está intimamente ligado com os ciclos económicos e que reflete atualmente os níveis de desconto a que investidores estão dispostos a investir em Portugal. Assim sendo, a expetativa duma maior cooperação e solidariedade europeia e do início de crescimento da economia portuguesa em 2/3 anos irá certamente influenciar positivamente o comportamento destes ativos e provavelmente assistir-se-á a uma realidade bastante mais positiva do que o projetado atualmente.

Espero e antevejo um crescente apetite por parte dos investidores por este mercado pouco conhecido mas apetecível. Não será expetável que represente uma parte substancial do bolo de gestão de ativos financeiros, mas sim uma pequena franja com o intuito de dar “yield picking” a uma carteira corretamente diversificada.

Investimento em NPL em Portugal

JOÃO BOULLOSAManaging Partner

Prémios BPI Capacitar e BPI Seniores vão atribuir um milhão de euros a instituições de solidariedade

O BPI abriu as candidaturas para duas iniciativas de respon-sabilidade social, a quarta edi-ção do Prémio BPI Capacitar (deficiência) e a primeira edição do Prémio BPI Seniores (popu-lação com mais de 65 anos). As iniciativas visam apoiar institui-ções privadas sem fins lucrativos com donativos num total de um milhão de euros, o que consti-tui, segundo o banco, uma das mais relevantes ações de respon-sabilidade social corporativa em Portugal. “A política de respon-sabilidade social do Banco pri-vilegia o apoio a pessoas com maiores dificuldades de inclusão na sociedade, pelo que, após a experiência que recolhemos ao longo das três primeiras edições

do BPI Capacitar, decidimos promover o BPI Seniores como uma iniciativa adicional dirigida a um segmento cada vez maior da população portuguesa consti-tuído pelas pessoas com mais de 65 anos que sofrem muitas ve-zes de carências gritantes e que, mesmo quando ainda na posse das suas capacidades, se veem impedidas de ter um papel ativo na sociedade”, disse o presidente do BPI, Fernando Ulrich.

O período de candidaturas decorrerá até dia 15 de junho e o júri irá, segundo o BPI, “dis-tinguir projetos sólidos e inova-dores, que possam ser replicados por outras organizações”. Ba-seando a escolha final em dois principais critérios – a qualidade

técnica e a sustentabilidade da candidatura – o júri tem como objetivo fomentar o trabalho nestas áreas e alertar para o des-favorecimento frequente de que estas pessoas são alvo.

O milhão de euros será re-partido, em partes iguais, entre BPI Capacitar e BPI Seniores. Aqueles 500 mil euros serão dis-tribuídos da seguinte forma: um primeiro prémio cujo montante pode ascender até 200 mil euros, sendo estabelecido para os res-tantes projetos, em cada catego-ria, o limite máximo de 50 mil euros por projeto. O montante a atribuir a cada projeto pelo ban-co será sempre igual ou inferior ao montante global do próprio projeto.

CAMPANHA DISPONÍVEL ATÉ AO FIM DO MÊS

Banco Popular lança depósito temático “Ser Mulher”

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Os depósitos estão a cair mais do que o crédito às empresas portuguesas, segundo a síntese monetária do boletim estatístico do Banco de Portugal, que compara o cenário de fevereiro de 2013 e o mesmo mês de 2012. O crédito às empresas – que representa 36%, contra 45% no fim de 2008 – quebrou 9,4% em termos anuais, quando ao longo de 2011 a queda tinha sido apenas de 2%.ALBANO DE MELO [email protected]

Os depósitos estão a cair mais do que o crédito às empresas portuguesas, segundo a síntese monetária do boletim estatísti-co do Banco de Portugal (BdP), que compara o cenário de feve-reiro de 2013 face a igual mês do ano passado. Comparando aqueles meses homólogos, cons-tata-se em termos de saldos que o crédito interno total decaiu 7%, agravando ainda a situação de queda de 5% durante os 12 meses de 2012, a qual, por sua vez, fora antecedida por uma quebra de 0,7% em 2011. Esta evolução expressa a retração da conjuntura económica inerente às políticas restritivas em curso, que integram também o refor-ço da solvência das instituições bancárias.

Por sua vez, do lado dos pas-sivos os saldos dos depósitos totais evidenciam também uma quebra abrupta de 9,5%, agra-vando a queda de 8% ocorrida no ano de 2012, mas contra-riando a tendência positiva ocorrida nos anos anteriores (subidas de 9% em 2011, 0,6% em 2010 e 5,5% em 2009). Desta evolução conjunta resulta um agravamento no rácio global de crédito/depósitos: 152% em fevereiro último face a 148% em igual mês do ano passado, indiciando um retrocesso numa perspetiva de” desalavancagem” geral da economia. Refira-se que no fim de 2008, ano da cri-se financeira global, este rácio rondava os 165%.

Maior quebra anual deu-se no crédito às empresas

Nas contas do crédito inter-no total, o crédito às empresas – que representa 36%, contra 45% no fim de 2008 – quebrou 9,4% em termos anuais, quan-do ao longo de 2011 a queda tinha sido apenas de 2%. De salientar que, no período entre dezembro de 2008 e fevereiro de 2013, o saldo do crédito às empresas decaiu 1,3%. O agra-vamento do credito malparado foi exponencial, pois em feve-reiro era da ordem dos 10%, contra 7,2% há um ano atrás e apenas 2,2% no fim de 2008.

O crédito aos particulares caiu 4,5% entre fevereiro de 2012 e o mesmo mês de este ano, uma queda superior às constatadas nos 12 meses de 2012 (-4%) e em 2011 (-1,2%). Mas no perí-odo de Dezembro de 2008 e fe-vereiro de 2013 a evolução dos sados aponta para a estagnação. Quanto ao peso relativo, o cré-dito a particulares está nos 39% do total, contra 45% no fim de 2008.

Em termos de peso relativo no total do crédito concedido, o maior ganho vai para a Ad-ministração Pública, que passou de 3%, no fim de 2008, para 11,7%, em fevereiro último. Entre fevereiro do ano passado e deste ano, o valor acusou um pequeno crescimento de 2,6%, sendo que no período entre de-zembro de 2008 e fevereiro de 2013 foi de quase 300%.

Finalmente, na subdivisão do crédito interno total que tem a ver com o crédito a instituições financeiras não monetárias (que não são bancos), a queda anual verificada em Fevereiro de 2013 foi de 3,2%. O peso relativo deste tipo de crédito interno era em fevereiro de 13,6%, quando em dezembro de 2008 era de 8%. O crescimento desde aque-la data e o presente situa-se em 70%.

Depósitos de empresas caem 20%

No que se refere aos depósitos, os particulares que representam 60% dos depósitos totais, ti-

INDICA A SÍNTESE DO BOLETIM ESTATÍSTICO DO BANCO DE PORTUGAL

Depósitos caem mais que

American Express apoia Festa do Mar em MatosinhosA empresa de cartões de crédito American Express, representada em Por-tugal pelo BCP, está a apoiar a oitava edição da Festa de Mar em Matosi-nhos. Até outubro, peixe na brasa e marisco serão servidos nas esplanadas dedicadas dos mais de 40 restaurantes aderentes. Saiba mais em www.americanexpress.pt/pt/matosinhos.

Sonae distinguida pelo Kaizen InstituteA Sonae foi distinguida pelo Kaizen Institute pelo projeto de melhoria contínua implemen-tado na sua direção de serviços administrati-

vos. “Este prémio reconhece a melhoria na qualidade e no prazo de reporte da informação, que oferece à gestão melhores bases de apoio à decisão, favorecendo a criação de valor nos ne-gócios”, disse Domingos Sequeira, administrador do centro corporativo da Sonae.

MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

O socialismo fiscalNa última crónica, reproduzindo o clarividente alerta de Vladimir

Bukovsky, sobre as tentações de uma “União” Europeia (em propriedade, uma verdadeira EURSS!) ao protagonizar o pior do legado soviético, com políticas visando empobrecer os “ricos”, deixando no limiar da miséria um número cada vez maior de pobres, por uma asfixia a que vem sujeitando a generalidade dos contribuintes europeus. Portugal, tem na matéria, aliás, como vimos assinalando, o “melhor aluno” destas lições da burocracia instalada nos diretórios de Bruxelas e de Bona!

Um verdadeiro “socialismo fiscal” (europeu e luso), que a “Curva de Laffer” tão bem retratou, nesta bissetriz da Economia, do Direito e da Ciência Política, enquanto expressão que não se resume nem ao Princípio do “Benefício” nem à “Capacidade Contributiva”, mas como uma função derivada dos pontos pelos quais se nivela por baixo a Liberdade de cada um, no rumo de uma “sociedade sem classes” em que o Estado se afirma, pela via dos impostos e das contribuições que confisca aos contribuintes, como uma voraz máquina de destruição de riqueza.

Já lá vão mais de duas décadas em que, citando uma verificação que Jules Dupuit já havia perspetivado em 1844, sustentava: “se um imposto é gradualmente aumentado desde zero até ao ponto em que se torna proibitivo, o seu produto começa por ser nulo, depois cresce sucessivamente até atingir um máximo, depois do qual decresce progressivamente, até se tornar nulo de novo. Daí que quando o Estado precisa de cobrar uma dada soma através de impostos, há sempre duas taxas que preenchem essa necessidade, uma acima e outra abaixo daquela que produziria a receita máxima” (in “De la Mesure de l’Utilité des Travaux Publics”, cit. de CASTELA, M. Jorge C., 1991 e 2004).

Os impostos são, no entendimento sábio do comum dos cidadãos, um fator de constrangimento e enviesamento das suas decisões e comportamentos, um «mal necessário» (!?) a que se sujeitam, até certos limites...

Qualquer cidadão contribuinte sente, de uma forma mais ou menos evidente, a iniquidade, a ineficácia, a complexidade e a injustiça do sistema fiscal que vigora (na) e atrofia invariavelmente a economia do seu país. Raras são, de facto, as exceções a regimes fiscais marcados pela complexidade, materializada num número excessivo de impostos, sem qualquer objetivo financeiro, económico ou social de relevo; pela iniquidade, constatada pelas elevadas e crescentes taxas de imposto que incidem sobre o trabalho e o risco, pela fraude impune e provocante que leva à não tributação de diferentes ganhos ou à concessão de benefícios sem uma justificação aparente, ou mesmo à tributação efetiva de rendimentos intributáveis; pela ineficácia e injustiça, que passa pela incapacidade de corresponder ao propósito de, pelo seu lançamento, proporcionar a estabilização conjuntural a que se propõe, antes evidenciando as malhas de uma imensa teia burocrática, injustificada e injustificável, de uma Administração Pública ancilosada, corrupta, onerosa e parasitária.

Tem-se afirmado como indiscutível que o Estado e o sistema fiscal por que se oferece ao cidadão, longe de se imbuir do espírito do tal “bom pastor (que) tosquia as suas ovelhas sem lhes arrancar a pele”, se tem pautado por atitudes e comportamentos, em relação aos contribuintes líquidos que, longe de qualquer função “socia1”, de que se reclama, e distante do respeito pelos supra referidos limites (do insuportável), antes malbarata os seus recursos (que saca à sociedade) em meios que em quase nada recompensam os sacrifícios daqueles.

Dizia, também, o «nosso» Oliveira Martins, atual em 1883 como hoje, em referência ao nosso país, que “(...) urge reformar num sentido prático os sofismas que, sob o nome de «liberdades», corrompem até à medula o corpo desta sociedade. Urge moralizar a administração e extirpar o parasitismo que nos rói. Urge pôr ponto de ordem no desvairado rumo das finanças, no regime iníquo e absurdo do imposto (...). Urge, numa palavra, moralizar uma política desvairada, levantar uma autoridade abatida; e levantá-la não pela força, mas pelo respeito devido ao saber e ao carácter; urge restaurar as forças económicas de uma nação adormecida e o vigor floral de um povo atormentado” (MARTINS, Oliveira (novembro de 1883 – 2.ª ed. – Explicações), Portugal Contemporâneo, Guimarães & C.ª Editores, Lisboa, 1976 (8.ª ed.).

Palavras que a própria vida económica, em que nos vamos paulatinamente afogando até ao colapso final, se tem encarregado de corroborar, evidenciando que os poderes públicos, por exemplo, ao cobrarem os seus impostos, longe de os utilizarem de uma forma mais eficaz, deles se servem para fins estranhos aos interesses de quem os elege ou suporta. De facto, as políticas fiscais e a sua filosofia são, no quadro da atual política económica levada a cabo pela nesta “Europa” socialista e neste “Portugal de abril”, o exemplo que mais se assemelha à célebre “Lei Seca”, destruindo aquilo que pretendia promover!...

Chega, portanto, a ser (quase) ridículo assistir a um Governo que a oposição de “esquerda” acusa, ser de “direita” a reabilitar o que a mesma “esquerda” sempre pugnou, ao praticar taxas de impostos cujas consequências são uma profunda e artificial alteração dos preços relativos, da oferta agregada e da procura por si gerada, que leva, inelutavelmente, não a um crescimento económico, mas uma pura e simples destruição da riqueza, afetando as escolhas livres das pessoas, a distribuição dos seus recursos, do seu tempo, da sua paciência e do seu dinheiro.

O crédito interno total decaiu 7%, agravando ainda a situação de queda de 5% duran

M. JORGE C. CASTELA economista e [email protected]

Investor Relations

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o crédito às empresas

Resultado líquido do Banco Best sobe 27% no primeiro trimestre

veram uma quebra de apenas 0,5% entre fevereiro de 2012 e o mesmo mês deste ano, sendo que em anos anteriores tenham tido comportamentos positivos. De salientar que entre dezembro de 2008 e fevereiro último o va-lor destes depósitos triplicou.

Seguem-se os depósitos das empresas – cujo peso relativo é de 11,5% – que decresceram abruptamente em Fevereiro face a igual mês de 2012: perto de 20%. Este facto evidencia a queda da atividade económica e de liquidez imediata das em-presas e agravando a tendência

decrescente do ano de 2011 (-8,5%). De referir que, entre o final de 2008 e fevereiro último, a queda dos saldos dos depósitos das empresas foi de 11,3%.

Quanto aos depósitos da Ad-ministração Publica – cujo peso relativo é atualmente de 10% contra apenas 3,8% em Dezem-bro de 2008 – verificou-se um crescimento anual de 26% entre fevereiro de 2012 e 2013, mas é de registar que, face a dezembro de 2008, o crescimento foi de 3,2 vezes.

Os depósitos das instituições financeiras não monetárias –

cujo peso em fevereiro último era de 20% – registaram uma queda súbita de 25% no perío-do anual entre fevereiro de 2012 e de 2013, contrastando com os crescimentos positivos de 2011, 2010 e 2009. Entre dezembro de 2008 e o presente, o sado destes depósitos cresceu cerca de 20%.

Crédito ao consumo é o que mais cai

Retomando a análise do cré-dito aos particulares em função da sua finalidade – focada na atividade especifica dos bancos - importa destacar desde logo o crédito à habitação, que abarca 80% do crédito aos particulares e por isso é determinante na sua evolução, variável esta que, de-cresceu 3,6% no período anual de fevereiro de 2012 ao mesmo mês deste ano, agravando a que-da ligeira (de 0,5%) ocorrida em 2011.

Por sua vez, a evolução entre fins de 2008 e a fevereiro último foi de 4,5%, sendo de destacar no âmbito do rácio do crédito malparado uma tendência suave de agravamento (2% em feverei-ro contra 1,5% em Dezembro de 2008).

Já no chamado crédito ao consumo (e outros fins) – que a política de austeridade visa dras-ticamente conter – a queda anu-al em fevereiro de 2013 foi mui-to significativa, já que atingiu os 15,5%, sendo de 11,5% quando o ano de referência é 2008. O rácio de crédito malparado atin-giu em fevereiro último um va-lor de 12% quando há um ano atrás era de 10% e em dezembro de 2008 de apenas 5%.

Um dos indicadores que re-tratam a queda da atividade creditícia dos bancos assenta na abordagem, num curto período de tempo, da evolução do valor das novas operações de crédito.

Tendo em conta o período do último trimestre de 2012, em comparação com o período ho-mólogo de 2011, regista-se um decréscimo de 13% das novas operações de crédito às empre-sas, de 35,5% das novas opera-ções de crédito à habitação e de 20% no caso do consumo. Por sua vez quanto à captação de novos depósitos, e para o mes-mo período de análise, é de sa-lientar a queda de 30% no seg-mento dos particulares que não deixa de ser ago preocupante ainda que em termos marginais.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 41

Grupo Banco Popular reforça parceria com Europ AssistanceA Europ Assistance passou a ser a responsável pela prestação dos serviços de assistên-cia em viagem incluída nos cartões de crédito do Banco Popular Portugal. Os deten-tores do cartão Visa Classic, Visa Gold, Business Silver ou Business Gold que tenham um imprevisto em viagem paga com o cartão de crédito podem contar com a assistên-cia em viagem.

Banco de Portugal lança mercado monetário interbancário com garantiaO Banco de Portugal disponibiliza, desde segunda-feira (6 de maio), uma plataforma para o registo e o processamento de operações de mercado monetário, através da qual as instituições residentes podem permutar fundos entre si, em euros, sendo estas transações garantidas por ativos. Este lançamento insere-se num conjunto de medidas “destinadas a fomentar o funcio-namento eficiente do mercado monetário interbancário doméstico”.

Está na hora de os barbeiros terem o seu almoço

No artigo anterior, fiz referência às palavras de Mário Soares relativamente ao não pagamento da dívida por parte de Portugal ou da saída do euro.

A saída de Portugal do euro não é solução, tal como ficou mostrado no mesmo artigo dando o exemplo referido por Mário Soares – a Argentina. Mas por que razão a saída do euro não é solução? Afinal, o Estado teria a capacidade de imprimir moeda e distribuir pelos vários participantes de mercado e isto com certeza aliviaria os efeitos da austeridade e até estimularia a economia, certo? Errado.

Hoje em dia, a sociedade moderna está tão habituada à troca de notas e moedas que muitas vezes acabamos por nos esquecer aquilo que o dinheiro realmente significa. Para tal precisamos de recuar no tempo.

Antes da invenção do dinheiro, as pessoas recorriam, à troca de bens, no entanto esse método era brutalmente ineficiente dado que para haver troca precisaríamos de encontrar alguém que produzisse o que pretendíamos, como tínhamos de ter a sorte de essa mesma pessoa querer o que nós igualmente produzíssemos. O dinheiro permite ultrapassar este problema, dado que representa a produção dos indivíduos, este pode trocar com outro indivíduo algo que este produza sem a necessidade desse indivíduo querer o bem ou serviço da nossa produção. Evita, por exemplo, que um barbeiro com fome tenha que andar numa busca incessante de donos de restaurantes que queiram um corte de cabelo. Portanto, dinheiro não é nada mais nada menos que um crédito na produção de terceiros, ou seja, um indivíduo que acumule dinheiro simplesmente providenciou vários serviços à sociedade, mas ainda não obteve desta qualquer serviço ou bem em igual valor desta – o equivalente do nosso barbeiro providenciar vários cortes de cabelo no mesmo dia a donos de restaurantes, sob a promessa de quando este tiver fome poder reivindicar o seu almoço que não havia sido consumido na altura, portanto um crédito sobre a produção futura do dono do restaurante. Isto acaba também por ser um outro obstáculo ultrapassado pelo conceito de dinheiro – o da acumulação da nossa produção.

Ao percebermos isto, fica clara a razão do qual imprimir dinheiro não nos faz mais ricos. Isto porque simplesmente a impressão de dinheiro não faz com que novos produtos e/ou serviços sejam criados e, como tal, o dinheiro tem o valor derivado dos produtos e serviços disponíveis.

Em última instância, duplicar o número de euros ou escudos existentes em circulação apenas faz espalhar o valor dos serviços e bens disponíveis por um maior número de euros ou escudos – aquilo que é denominado como inflação. Ora, um indivíduo poderá ter agora o dobro do dinheiro do que tinha anteriormente, no entanto os produtos e serviços custam agora o dobro, não fazendo de si mais rico.

Aquilo que podemos então concluir é que a riqueza não provém do dinheiro mas sim dos bens e serviços que são produzidos e, como bons portugueses que somos, está na hora de Portugal receber os nossos amigos barbeiros para uma almoçarada à nossa conta – o que até calha bem dado que a época das sardinhadas e das mariscadas está aí à porta.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

SALVADOR NOBRE DA VEIGAXTB

te os 12 meses de 2012.

Depósitos de empresas caem 20% num ano

Taxa anual (fev.13/fev.12)

Taxa variação (fev.13/dez.08)

Crédito Empresas -9,3% -11,3%

Crédito Particulares -4,5% 0,0%

Crédito Adm. Pública + 1,5% + 294%

Depósitos Empresas - 20,0% -11,3%

Depósitos Particulares - 0,5% + 13,4%

Depósitos Adm. Pública + 2,6% + 217%

Fonte. Boletim estatístico do Banco de Portugal – abril 2013

O Banco Best registou um re-sultado líquido de 2,8 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 27% em comparação com o período ho-mólogo do ano anterior, tendo o total de ativos de clientes sob cus-tódia atingido os 2,1 mil milhões de euros. “A intensificação da es-tratégia de inovação, bem como a adequação permanente da oferta às condições de mercado foram drivers fundamentais nestes três primeiros meses de 2013 em con-

traciclo com o mercado”, refere Isabel Ferreira, CEO do BancoBest.

No que diz respeito à indica-dores económicos e financeiros, o banco manteve “uma posição confortável ao nível do rácio de transformação de depósitos em crédito”, segundo os seus respon-sáveis. Aquele rácio situou-se nos 52%, refletindo já um crescimen-to dos volumes de crédito de 7%e uma redução nos depósitos de 6% no trimestre.

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O Crédito Agrícola continua a sua aposta no segmento feminino disponibilizando, para o efeito e pelo segundo ano consecutivo, um conjunto de produtos financeiros pensados especificamente para as mulheres. A campanha, denominada “CA Mulher”, inclui um seguro, um depósito a prazo, um produto de aforro, um crédito para efeitos de saúde e um cartão de crédito. A principal vantagem destas soluções relaciona-se com o baixo investimento que é necessário fazer (250 euros).

MARTA ARAÚ[email protected]

Aproveite o privilégio de ser mulherO Cartão de Crédito CA Mulher promete

ser um centro das atenções desta aposta do Crédito Agrícola. Em causa está o facto de quem subscrever o mesmo até ao dia 7 de ju-nho ter não só a primeira anuidade gratuita como o cartão apresentar vantagens, nomea-damente, a oferta de um vale de 50 euros para descontar na Halcon Viagens e descontos até 70% em diversos parceiros do Grupo Crédi-to Agrícola. No entanto, a TAEG aplicada ao uso de crédito deste cartão é de 24,67%.

O Seguro CA Mulher, por seu turno, está pensado para minimizar o impacto que uma eventual doença grave do foro feminino (can-cro da mama ou ginecológico) possa ter no dia a dia da mulher e no seu agregado fami-liar. Com as coberturas de morte, doença grave e segunda opinião médica, a subscrito-ra poderá optar por um capital seguro de 25 mil, 50 mil, 75 mil ou 100 mil euros.

Ainda a pensar nas especificidades da saúde do segmento feminino, o Seguro CA Clini-Card oferece um serviço privado de consultas de especialidade e clínica geral a preços con-vencionados, exames médicos e assistência médica no lar a todas as suas clientes, inde-pendentemente da sua idade e sem períodos de carência. Quem subscrever este seguro terá

a oferta de seis tratamentos de estética e uma sessão de depilação permanente.

Uma solução criada a pensar em siA Poupança CA Aforro, que consiste num

depósito simples, não à ordem, com a dura-ção de um ano, tem como principal missão apoiar no planeamento das poupanças. Para o efeito, exige 250 euros de montante mínimo de abertura, e igual valor de saldo mínimo de manutenção, e reforços a partir de 25 euros por mês. A taxa remuneratória deste pequeno investimento é variável, indexada à Euribor

a 6 meses, com um spread de -0,25%, com revisão semestral.

A pensar nos investimentos de mais curto prazo (3, 6, 12 ou 24 meses), está disponível o Depósito CA Mulher, com um montante mínimo de abertura de 250 euros, que per-mite renovação no vencimento e reforços, no caso de renovação e mediante um novo inves-timento mínimo, nessa altura, de 250 euros. Em troca, a TANB aplicada é de 0,650% na solução a três meses; 0,850% a seis meses; 1% na solução a 12 meses; e 1,255% na solução a 24 meses.

Compta agravou prejuízos no ano passadoA Compta, empresa de equipamentos e serviços de informática, teve um resultado líquido negativo de 1,2 milhões de euros, no ano passado. Ainda assim, o EBITDA cresceu conside-ravelmente, para cerca de 1,5 milhões de euros. Refere o grupo em comunicado a propósito dos resultados: “A crise envolvente, que continuou a fazer-se sentir no exercício de 2012, in-fluenciou desfavoravelmente a economia de exploração do grupo Compta. Não obstante, o volume de negócios aproximou-se do que se registara no exercício anterior.”

Credores aceitam plano de recuperação A Lisgráfica – Impressão e Artes Gráficas anunciou que os credores acordaram o plano de re-cuperação definido para a empresa. O conselho de administração viu ser aprovado o seu pla-no pela quase totalidade dos credores. O referido plano está integrado no processo especial de revitalização iniciado em dezembro do ano passado, no âmbito do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas. O documento foi de imediato enviado para o tribunal competente para se proceder à sua homologação.

O preço da maioria das matérias--primas entrou em colapso nos últimos 12 meses. Para além da debilidade económica dos países desenvolvidos, os mercados têm sido afetados pelo fraco crescimen-to na China. Apesar de o panorama

não ser dos melhores, existem al-guns fatores que dão a entender que o pior da correção já terá passado.

É uma realidade que as quebras foram espetaculares para alguns produtos e estiveram prestes a romper os níveis de apoio de mé-

dio prazo nos índices dos preços ajustados pelo dólar. No entanto, a descida que teve lugar não é em nada semelhante a outros períodos dos últimos três anos. O que sucede é que os níveis atuais deverão atuar como suporte, mais ainda numa

altura em que o dólar continua a perder valor face ao resto das moe-das. Com efeito, parte das descidas no preço das matérias-primas foi influenciada pelo elevado valor do dólar relativamente a divisas como o iene, a libra e, em menor grau, o

euro. A evolução do dólar facilitou a importante descida, desde o iní-cio do ano, nos preços do crude, dos metais preciosos e das matérias--primas industriais. É possível que, nos próximos meses, ainda se man-tenha a tendência de baixa.

Descida nos preços das matérias-primas vai abrandar

A NOSSA ANÁLISE

Crédito Agrícola aposta no segmento

feminino com soluções “low-cost” CONSELHOS

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

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Fixing08.mai.13

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1.3135 -0.42% 1.48% -0.45%

EUR/JPY 129.89 0.66% 4.34% 14.33%

EUR/GBP 0.8469 0.04% -0.26% 3.77%

EUR/CHF 1.2336 0.75% 1.46% 2.19%

EUR/NOK 7.5910 0.06% 1.93% 3.30%

EUR/SEK 8.5402 -0.12% 1.69% -0.49%

EUR/DKK 7.4535 -0.03% -0.02% -0.10%

EUR/PLN 4.1361 -0.25% -0.90% 1.52%

EUR/AUD 1.2873 0.02% 3.61% 1.27%

EUR/NZD 1.5629 0.57% 1.43% -2.59%

EUR/CAD 1.3190 -0.72% 0.43% 0.40%

EUR/ZAR 11.9058 0.40% 0.53% 6.56%

EUR/BRL 2.6347 -0.30% 1.10% -2.55%

Eur/Usd pressionado junto a mínimos de um mês

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Desde o início do ano que o PSI20 esteve em correção, por oposição ao movimento de alta anterior. Essa correção resultou em perdas aceleradas no final de Março, mas o índice conseguiu ressaltar por duas vezes nos 5550 pontos, que já tinham sido resistência no Outono anterior. Portanto, desde o início de Abril que a situação técnica é positiva para o PSI20, tendo à duas semanas conseguido ultrapassar a resistência dos 6230 pontos, abrindo assim espaço para uma visita até novos máximos do ano.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Esta semana o índice alemão renovou máximos históricos,reforçando o momento ascendente que se vinha registando desdefinais de 2011. Apesar de uma pausa no movimento de subidaregistada em meados de 2012, os 6000 pontos ofereceram osuporte correspondente, tendo este sido seguido por um forteretomar do momentum ascendente. Após algumas semanas de“pausa”, esta semana o teste conseguiu quebrar com sucessoos 8112 pontos.

O BCE acabou por fazer o que se previa na reunião de 2 de maio. Pressionado por maus indicadores económicos e pela baixa da inflação, baixou a sua taxa directora para 0,50%, mantendo a taxa de depósito inalterada em 0%. Como seria de esperar, o impacto a nível de taxas Euribor foi praticamente nulo até aos 6 meses, uma vez que é a taxa de depósito e não a de referência que atualmente serve de guia ao mercado interbancário. A liquidez em excesso na Zona Euro continua bem acima dos J 315 mil milhões, sendo que destes cerca de J 124 mil milhões continuam a ser diariamente depositados junto do BCE sem qualquer remuneração. Após esta atitude do BCE, passou-se a especular sobre a próxima. Os comentários de Draghi no sentido de que o Banco Central poderá voltar a atuar caso a economia continue a enfraquecer não fecham a porta a futuros cortes. Continua a haver membros a discordar da actual política, nomeadamente o luxemburguês Mersh, que voltou

a afirmar que, na sua opinião, há limites à eficácia de cortes de taxas de juro, afirmando que medidas deste tipo podem “comprar tempo” para fazer reformas, mas não substituí-las. Uma decisão importante, que aparentemente será adiada o máximo de tempo possível, passará pela instauração de uma taxa negativa nos depósitos pontuais. Portugal colocou 3 mil milhões de euros a 5,669%, com maturidade em fevereiro de 2014. Considerações políticas à parte, tratou-se de um evento positivo para Portugal e para a zona euro. Naturalmente, não se pode dizer que o país tem agora acesso livre aos mercados, dadas as características especiais da emissão e o contexto que a rodeou. A notação de crédito continua a afastar uma parte considerável dos investidores institucionais mundiais. Porém, é uma colocação com dois significados importantes. Por um lado, Portugal tinha definido o Outono deste ano como objetivo temporal de regresso às emissões de longo prazo. Esse

objetivo foi cumprido “com folga”, tendo a República emitido este semestre a 5 e 10 anos e com ampla visibilidade internacional. O outro aspeto a ter em conta, porventura mais importante, é que com esta emissão Portugal reconstrói a curva de rendimentos e assegura, pelo menos formalmente, parte das condições para ter acesso ao programa OMT anunciado pelo BCE – ter acesso ao mercado. Assim, Portugal e Irlanda podem invocar a utilização do OMT, caso necessário, o que reduz a probabilidade de ser necessário um segundo resgate completo e mais condicional. Não deixa de ser curioso que as taxas a 10 anos de Portugal estejam aos níveis de agosto de 2010 – antes da intervenção da “troika” – e que, comparando com essa data, o PIB é mais baixo, a dívida (absoluta e relativa) e o desemprego mais altos assim como as incertezas sobre o futuro da economia portuguesa. O mundo, realmente, está diferente.

ANÁLISE PRODUZIDA A 8 DE MAIO DE 2013

BCE corta taxas e Portugal regressa ao mercado

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd Desde o início de Fevereiro que

o Eur/Usd vem registando uma tendência de queda. Esse recuo foi suportado a 1,2750 dólares, sob a forma de um “duplo-fun-do”. A recuperação que se seguiu foi caracterizada por duas tentati-vas de negociação acima dos 1,32 dólares, no entanto ambas foram fortemente rejeitadas. Um teste ao suporte dos 1,3 dólares poderá estar para breve, podendo a sua quebra levar a valores perto dos 1,28 dólares.

Eur/JpyDe agosto a fevereiro o Eur/

Jpy esteve “imparável”, subindo de 95 para 126,50 ienes. A partir dessa altura o caminho passou a ser um pouco mais difícil, o que é natural em função da dimensão

do movimento. A zona de 130ienes por euro está a ser uma re-sistência algo complicada e queresulta dos 100 ienes no Usd/Jpy. A tendência permanece dealta, com dois suportes de médioprazo bem definidos – 119 e 125 ienes por euro.

Eur/GbpHá algumas evidências técnicas

no sentido de defender que a ten-dência de alta no Eur/Gbp – quelevou o “cross” das 0,7750 libras às 0,88 libras de julho a fevereiro, pode estar a alterar-se.

O máximo relativo registado recentemente não foi além de 0,8640 libras, bem abaixo dos0,88 libras anteriores, e forman-do um potencial “lower-high”. Aquebra de 0,84 libras confirmaria este cenário de inversão.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)30.abril13 31.outubro12 10.outubro12

1M 0.116% 0.118% -0.002 0.117% -0.001

3M 0.207% 0.207% = 0.000 0.210% -0.003

1Y 0.510% 0.520% -0.010 0.544% -0.034

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 2 de maio 2013

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,50%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

June 13 0.180%July 13 0.180%

August 13 0.180%December 13 0.215%

March 15 0.380%September 16 0.795%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.170 0.1903X6 0.170 0.1901X7 0.280 0.3003X9 0.280 0.300

6X12 0.299 0.34912X24 0.601 0.621

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0.377 0.3973Y 0.460 0.4805Y 0.736 0.7568Y 1.197 1.217

10Y 1.461 1.481

Obrigações 5Y 10Y 4.47 5.72

2.93 4.140.70 1.710.33 1.212.84 3.890.68 1.690.67 1.670.25 0.61

Fontes: Reuters e IMF

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 43

MERCADOS

Weekly QEUR=

1,23

1,275

1,245

1,205

1,2965

1,32

Price

USD

.1234

1,22

1,24

1,26

1,28

1,3

1,32

1,34

1,36

Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai

Q2 12 Q3 2012 Q4 2012 Q1 2013 Q2 2013

5.000

5.900

7.4207.200

8.112Price

EUR

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

6.500

7.000

7.500

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

2000 2010

5.456,2

5.160

4.400

6.375

5.697

6.150

Pric e

EUR

4.400

4.800

5.200

5.600

6.000

6.400

16 23 30 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 03 10 17 24 02 09 16 23 30 06 13 20 27 04 11 18 25 01 08 15 22 29 06 13 20 27 03 10 17 24 31 07 14 21 28 05 12 19 26 02 09 16 23 30 07 14 21 28 04 11 18 25 01 08 15 22 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17 24 31 07 14

Q4 2011 Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012 Q1 2013 Q2 2013

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Estado britânico perde 24 mil milhões com privatizações do Lloyds e do RBSA venda das partes detidas pelo Estado britânico nos bancos Lloysd e RBS vai representar me-nos-valias de cerca de 24 mil milhões de libras. O Governo conservador está desejoso de se libertar da totalidade ou da maior parte dos 39% que possui no Lloyds e dos 82% no Royal Bank of Scotland, já a partir do próximo ano. Nos últimos anos, o Estado injetou cerca de 65 mil milhões de libras naquelas duas entidades financeiras.

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Bolsa espanhola cai quase 10% nos primeiros quatro mesesO volume da contratação acumulada na bolsa espanhola, nos primeiros quatro meses, fixou-se em cerca de 219,8 mil milhões de euros, o que se traduziu numa quebra de 9,4%, face a igual período do ano passado. A atual situação da economia espanhola também se refletiu na atividade bolsista, a par do contexto pouco consistente a nível internacional. Os investidores, por sua vez, continuam a revelar uma certa aversão ao risco, o que tem penalizado a contratação em bolsa.

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 0.611 3.38% 1.259 0.528 0.018 0.080 33.944 7.637 -- 0.98% 08-05-2013 16:38:00

INDITEX 103.75 1.67% 111.800 63.970 4.245 4.765 24.441 21.773 1.83% 2.41% 08-05-2013 16:38:00

REPSOL YPF 18.2 2.25% 18.290 10.900 1.655 1.699 10.997 10.712 2.75% 5.36% 08-05-2013 16:38:00

TELEFONICA 11.175 0.31% 11.780 7.900 1.116 1.167 10.013 9.576 3.13% 6.82% 08-05-2013 16:38:00

FRA. TELECOM 8.159 0.43% 11.580 7.203 1.076 1.039 7.583 7.853 6.13% 9.52% 08-05-2013 16:35:21

LVMH 133.5 1.52% 143.400 111.000 7.529 8.407 17.731 15.880 2.17% 2.39% 08-05-2013 16:35:52

BAYER AG O.N. 83.3 5.15% 83.570 47.625 5.853 6.500 14.221 12.805 2.28% 2.49% 08-05-2013 16:35:02

DEUTSCHE BK 36.82 5.47% 38.730 22.110 3.926 4.815 9.366 7.637 2.04% 2.13% 08-05-2013 16:35:07

DT. TELEKOM 9.555 6.38% 10.060 7.688 0.700 0.732 13.671 13.074 7.29% 5.54% 08-05-2013 16:35:29

VOLKSWAGEN 150.7 2.10% 175.650 110.800 20.962 24.649 7.189 6.114 2.32% 2.80% 08-05-2013 16:35:19

ING GROEP 6.791 8.97% 7.905 4.440 0.997 1.100 6.811 6.174 -- 0.27% 08-05-2013 16:37:24

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield IndDiv. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1.979 0.71% 2.030 0.945 0.273 0.220 7.249 8.995 1.26% 1.16% 08-05-2013 16:35:00

B. COM. PORT. 0.104 -0.95% 0.120 0.047 -0.013 0.004 -- 26.000 -- 0.00% 08-05-2013 16:37:30

B.ESP. SANTO 0.825 -5.06% 1.190 0.434 0.027 0.082 30.556 10.061 -- 0.49% 08-05-2013 16:37:28

BANIF-SGPS 0.116 -3.33% 0.170 0.108 -- -- -- -- -- -- 08-05-2013 16:35:00

B. POP. ESP. 0.600 0.00% 1.163 0.520 0.018 0.080 33.333 7.500 -- 0.00% 08-05-2013 16:14:11

BANCO BPI 1.121 2.84% 1.380 0.338 0.077 0.101 14.558 11.099 -- 0.27% 08-05-2013 16:35:00

BRISA 2.210 - 2.760 1.620 0.106 0.107 20.849 20.654 -- 12.22% 10-04-2013 10-04-2013

COFINA,SGPS 0.497 -0.40% 0.730 0.300 0.040 0.030 12.425 16.567 2.01% 2.01% 08-05-2013 16:36:02

CORT. AMORIM 1.960 -1.51% 2.100 1.194 0.250 0.250 7.840 7.840 5.10% 4.59% 03-05-2013 03-05-2013

CIMPOR,SGPS 3.450 0.88% 5.700 2.930 0.430 0.470 8.023 7.340 0.47% 6.09% 08-05-2013 16:35:00

EDP 2.619 0.35% 2.633 1.628 0.261 0.278 10.034 9.421 7.06% 7.18% 08-05-2013 16:35:00

MOTA ENGIL 2.070 -1.43% 2.400 0.951 0.223 0.293 9.283 7.065 5.31% 5.46% 08-05-2013 16:35:00

GALP ENERGIA 12.560 3.21% 13.285 8.330 0.474 0.544 26.498 23.088 1.91% 2.20% 08-05-2013 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0.620 -3.13% 0.660 0.260 0.020 0.030 31.000 20.667 -- -- 08-05-2013 16:35:00

J. MARTINS 18.050 -0.19% 18.560 11.071 0.710 0.836 25.423 21.591 1.63% 1.99% 08-05-2013 16:35:00

MARTIFER 0.710 -4.05% 0.910 0.500 0.020 0.020 35.500 35.500 -- -- 08-05-2013 16:29:07

NOVABASE 2.839 -0.21% 3.080 1.660 0.223 0.250 12.731 11.356 -- 2.64% 08-05-2013 16:35:00

GLINTT 0.170 0.00% 0.210 0.090 -- -- -- -- -- -- 08-05-2013 16:35:00

P. TELECOM 3.970 0.23% 4.462 3.003 0.340 0.380 11.676 10.447 8.19% 8.31% 08-05-2013 16:35:26

PORTUCEL 2.820 2.29% 2.915 1.680 0.258 0.258 10.930 10.930 5.67% 7.16% 08-05-2013 16:35:00

REDES E. NAC. 2.330 0.69% 2.389 1.800 0.243 0.254 9.588 9.173 7.30% 7.12% 08-05-2013 16:35:09

S. COSTA 0.170 6.25% 0.330 0.120 0.030 0.070 5.667 2.429 -- -- 08-05-2013 15:31:31

SEMAPA 7.113 -0.93% 7.410 4.602 0.755 0.800 9.421 8.891 -- 3.70% 08-05-2013 16:35:00

SONAECOM 1.770 -0.45% 1.810 1.042 0.159 0.158 11.132 11.203 6.78% 3.67% 08-05-2013 16:35:00

SONAE,SGPS 0.750 1.63% 0.759 0.366 0.046 0.062 16.304 12.097 4.41% 4.27% 08-05-2013 16:36:42

SONAE IND. 0.555 2.40% 0.683 0.384 -0.165 -0.063 -- -- -- 25.23% 08-05-2013 16:35:00

SAG GEST 0.250 -3.85% 0.420 0.240 -0.050 -0.030 -- -- -- -- 08-05-2013 15:33:59

TEIX. DUARTE 0.450 0.00% 0.610 0.190 -- 0.050 -- 9.000 -- -- 08-05-2013 15:22:22

Z. MULTIMEDIA 3.470 1.76% 3.635 1.977 0.142 0.183 24.437 18.962 3.46% 4.29% 08-05-2013 16:35:00

O “pay-back” da boa gestãoEm conversa com um grande cliente do setor do comércio

de produtos para a indústria, fiquei impressionado com o seu entusiasmo, com a história da empresa e sobretudo com o seu contínuo crescimento e bons resultados. Uma empresa que cresce consecutivamente há mais de trinta anos, que gera cada vez mais empregos e que apresenta permanentemente resultados positivos parece perfeitamente deslocada do contexto atual. Mas existe de facto e continua a laborar sempre com o objetivo de manter este cenário. Aprofundando um pouco mais a conversa, procurei saber o segredo. A fórmula parece simples: um controlo de custos extremamente eficaz, colaboradores satisfeitos, motivados e implicados, vendedores com espírito vencedor e uma atenção permanente para com os clientes, as suas ambições e também as suas insatisfações. O próprio diretor-geral analisa as reclamações para manter uma certa “ligação à terra”, nesta área tantas vezes negligenciada pelas empresas. Em suma, uma empresa bem gerida.

Este caso despertou-me entretanto a atenção para outros negócios, que através de um simples olhar parecem apresentar o mesmo perfil de sucesso. O mais óbvio será talvez o dos restaurantes, sobretudo quando se encontram concentrados num mesmo local. É interessante verificar que sem qualquer esforço aparente, há restaurantes permanentemente lotados e outros, mesmo ao lado, por vezes com um angariador de clientes à porta, permanentemente vazios. O contraste chega a ser chocante. Observando o interior do restaurante que está cheio, vemos normalmente o dono a marcar ativamente a sua presença, os empregados motivados e atenciosos para com os clientes, a comida com qualidade e o ambiente positivo e animado. Num restaurante vazio, o dono está ausente ou encostado ao balcão e com um ar desiludido, que facilmente contagia todo o seu pessoal. Os empregados arrastam o olhar pelo chão, a comida normalmente deixa muito a desejar e todo este ambiente faz-nos nunca mais lá voltar. É a força terrível e implacável dos valores negativos!

Invariavelmente, só com muito entusiasmo, trabalho, inovação, boas práticas de gestão, pragmatismo nas decisões e uma atenção permanente às necessidades dos clientes, se consegue manter viva a chama de uma empresa. Por vezes esquecemo-nos destes princípios, pois a rotina do dia a dia leva-nos a tratar os assuntos de acordo com o seu grau de urgência e não com o seu grau de importância, mas cabe ao bom gestor parar para pensar no que é verdadeiramente importante para o futuro da empresa e organizar a sua agenda de forma a dedicar o tempo adequado a cada assunto.

Podemos aplicar esta análise a qualquer tipo de negócio, que vamos encontrar sempre os mesmos contrastes. E no futuro (muitas vezes já no presente) esta clivagem vai ditar o fecho de muitas empresas e o natural reforço e sucesso de outras, pela natural transferência de clientes e redução da concorrência.

Os tempos que correm são tempos de grandes desafios e felizmente houve quem se preparasse para eles. E mesmo no grupo dos que não se prepararam, há quem consiga reagir e apanhar o comboio, assim como há quem se deixe cair num estado de letargia e deite assim tudo a perder. É a lei mais básica da natureza a funcionar nos negócios. É nestas ocasiões que se faz a seleção natural entre as empresas saudáveis e as outras e só as primeiras terão futuro. Numa visão mais abrangente e distanciada, o país poderá beneficiar com esta seleção, contando no futuro com estruturas mais eficientes e geradoras de riqueza e emprego.

JOÃO GOMESdiretor-coordenador de operações ALD Automotive (grupo Société Générale)

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

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bases da economia”.Para tal, segundo o presiden-

te da AICEP, é preciso fazer uma agenda entre o sector pú-blico e o privado. “São os ban-cos, os escritórios de advogado, os consultores, em articulação com o setor público, que nos podem ajudar a trazer mais in-vestimento para Portugal”.

Pedro Reis aproveitou para

deixar o recado: “ainda há muito a fazer, seja a nível do ordenamento do território, do ambiental, da logística e da acessibilidade, dos custos de energia ou das diretivas euro-peias que têm que ser transpos-tas para Portugal. Tudo isto está a afetar e muito, infelizmente, o trabalho das empresas”, con-cluiu.

Internacionalização é garantia de futuro para empresas portuguesas

Para António Marques, “o futuro breve passa por uma política consistente e estável e com o fi nanciamento da economia e o problema fi scal resolvidos”.

PUB

Empresas da região de Santarém estudam entrada na Bolsa PortuguesaA Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) e a NYSE Euronext Lisbon (BolsaPortuguesa) e vão assinar, no dia 15 de maio, em Torres Novas, um protocolo de colaboraçãoque tem como objetivo trazer novas empresas para a Bolsa. Assinado o protocolo, a Nersant dará a conhecer, às empresas da região, o modo de fi nanciamento do tecido empresarial atra-vés do mercado de capitais.

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 45

A internacionalização não é uma poção mágica que, por si só, garanta sucesso e longevi-dade às empresas mas, a par do financiamento e das condições de ordem fiscal, é um caminho importantíssimo para o tecido empresarial português na atual conjuntura. A ideia é defendida pelo presidente da Associação Industrial do Minho (AIMi-nho), António Marques.

Presente na abertura das Conferências Global Portugal, realizadas realizadas na Uni-versidade do Minho, em Braga, sublinhou que a internaciona-lização “é um dos caminhos possíveis que não é condição necessária e suficiente, mas é importantíssimo, além do fi-nanciamento e das boas condi-ções de ordem fiscal, porque as empresas para serem competiti-vas têm que vender e ter lucro”.

António Marques sublinhou que, com um consumo a cair e com as medidas de austeridade, “as empresas não se podem fi-car pelo mercado interno, têm que exportar”. E perante este cenário, acrescentou, “o futuro breve passa por uma política consistente e estável e com o financiamento da economia e o problema fiscal resolvidos”. Já a questão da internacionalização “é decisiva, a médio prazo, para pôr as empresas a crescer e a criar emprego”.

Internacionalizar não é “bóia de salvação”

Já Pedro Reis, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), frisou a ideia de que a internacionalização “não pode ser encarada como uma bóia de salvação, mas tem que ser encarada como um prolonga-mento natural de uma estraté-gia e a chave perfeita para fugir aos constrangimentos”, logo, o Estado “ainda tem muito que fazer” como “amigo do inves-tidor”. Por tudo isto, o ano de 2013 é “decisivo” para Portugal.

O mesmo responsável mos-trou-se convicto do que 2013 será, para Portugal, um “ano de definição”, porque o que vai acontecer vai definir as próxi-mas décadas. “O mais difícil é a mudança de mentalidades, mas as exportadoras já o fizeram”, aplaudiu aquele responsável, esperando que seja possível “re-consolidar o equilíbrio exter-no, consolidar o equilíbrio das finanças públicas e relançar as

UMA ABORDAGEM PRÁTICA AO NÍVEL DAS PME’S:

Para a importância de ter uma equipa de gestão duma PME, motivada, com objetivos claros, e sabendo exatamente o que fazer, para que os objetivos da empresa possam ser alcançados com uma melhor gestão de todos os recursos.

Para a importância que tem na vida duma PME, a criação dum sistema de controlo de gestão, adaptado às necessidades de cada PME, a fim de possibilitar, o aumento da rentabilidade da empresa, a melhoria da sua situação financeira, a garantia da sua própria sobrevivência.

OBJETIVOS

Elaborar um orçamento de exploração.

Elaborar ferramentas de controle de gestão.

Utilizar mecanismos que aumentem a rentabilidade do negócio.

Determinar as necessidades de financiamento da empresa.

Resolver essas necessidades de financiamento

Resolver os conflitos comportamentais das equipas de gestão

Envolver toda a equipa de forma motivada na procura de resultados para a organização.

PROGRAMA

1. A preparação e o controlo de um orçamento de exploração numa PME

2. As restrições ao crédito e as implicações no controlo de gestão

3. Análise de um modelo prático de controlo de gestão para uma PME 4. Os conselhos de grandes empresários e gestores internacionais 5. As novas metodologias

6. Exercícios práticos

Formador:

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados.

social, nas ações de formação a Vida Económica criou uma quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação

uma cópia da última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.

Público Geral: G120

VE: G90(

DESTINATÁRIOSEmpresários

Quadros Superiores Chefias Intermédias

Quadros Médios Gestores

PORTO 21 e 24

maio14 h

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A “Vida Económica” pediu simulações de financiamento para cinco automóveis: BMW 116d, Mercedes A180 CDI, Opel Corsa 1.2, Renault Clio 0,9 TCe e Volkswagen Polo 1.2. Os valores mais competitivos são da financeira Montepio Crédito (ex- -Finicrédito) ou das entidades ligadas às próprias marcas.

AQUILES PINTO [email protected]

A banca tradicional está a perder com-petitividade em matéria de financiamen-to da aquisição de automóveis do que foram no passado, de acordo com uma simulação efetuada para a “Vida Eco-nómica” por várias entidades bancárias para cinco modelos. Conclui-se que os números mais competitivos são os apre-sentados pela Montepio Crédito (ex--Finicrédito) ou das entidades ligadas às próprias marcas. Em sentido inverso, o

BES apresenta os valores mais altos.Os modelos da nossa simulação são o

BMW 116d Efficient Dynamics (caixa manual), o Mercedes A180 CDI Blue-Efficiency (caixa manual), o Opel Corsa 1.2 Twinport Start/Stop Enjoy, o Re-nault Clio 0.9 TCe 90 cv e Volkswagen Polo 1.2 70 cv Match. Esta “seleção” foi feita entre as versões mais vendidas em março, segundo os dados da Associação Automóvel de Portugal. Quanto à ficha técnica, o “cliente” “Vida Económica” tem 40 anos e é trabalhador efetivo por conta de outrem com um rendimento anual líquido de 20 mil euros. A dura-ção do contrato são 60 meses e a entrada inicial é de 20% do preço de venda da viatura. De referir que houve mais duas entidades (ver caixas) a enviarem simula-ções ao nosso jornal, no entanto, tinham valor residual – 15% no caso do VW Bank e de 10% no Millennium bcp.

Montepio crédito é o mais competitivo

Há um denominador comum em to-das as simulações: a instituição finan-

ceira de crédito especializado (IFIC) Montepio Crédito vence em todos os modelos. Começando, por ordem al-

fabética, pelo BMW Série 1 (PVP de 27 950 euros), aquela entidade indica um valor mensal de 395,11 euros. O segundo valor mais competitivo é o do BMW Bank (420,06 euros), seguido do Santander Totta (434,13 euros). O montante mais elevado, 485,43 euros, é o do BES.

No Mercedes Classe A temos a mesma lógica. O mais competitivo é o Monte-pio Crédito (395,81 euros), seguido pela Mercedes-Benz Financiamento (422,72 euros) e o Santander Totta (435,13 eu-ros), sendo as contas fechadas pelo BES (486,29 euros).

Também no Opel Corsa a ordem é se-melhante. A entidade mais competitiva volta a ser a IFIC do grupo Montepio (212,04 euros), seguida pela Opel Rent. Com um valor de 232,51 euros, a finan-ceira, embora tenha a chancela da marca alemã, é, na realidade a financeira San-tander Consumer. O Santander Totta segue de perto (233,96 euros) a mensali-dade do financiamento da sua IFIC, dei-xando o BES a quase 30 euros por mês (262,07 euros).

No Renault Clio, a Montepio Crédi-to volta a oferecer o valor mensal mais competitivo (215,58 euros), mas neste

FINANCEIRA MONTEPIO CRÉDITO E BANCOS DAS MARCAS MAIS COMPETITIVOS

Banca tradicional perde ter

Os bancos das próprias marcas e as financeiras revelam mais competitividade do que a banca tradicional n

Prio.E inaugura espaço dedicado à mobilidade elétrica em duas rodas

FERNANDA SILVA [email protected]

O especialista em mobilidade elétrica Prio.E inaugurou, no Porto, a sua primeira loja Become Electric!, um espaço dedicado em exclusivo à mobilidade em duas rodas, desde bicicletas a motos e scooters 100% elé-tricas. O conceito visa, sobretudo, aproveitar o atual momento de crise para “oferecer al-ternativas de mobilidade mais sustentáveis e económicas, mas também mais práticas e fa-cilitadoras da intermodalidade com os trans-portes públicos”, afirma João Dias.

Defendendo que a mobilidade urba-na “será, cada vez mais, das duas rodas”, o CEO da Prio.E explica que “a grande van-tagem das bicicletas e scooters elétricas face aos carros elétricos é serem substancialmente mais baratos e ideais para uma utilização na cidade”. Consciente que, para além de uma maior preocupação e consciência ambiental, “a difícil conjuntura económica e o preço elevado dos combustíveis tem conduzido, cada vez mais, particulares e empresas a procurar soluções mais económicas de mo-bilidade”, o grupo pretende com este novo conceito “reforçar a posição de empresa de referência” neste segmento de mercado.

“Acreditamos que no futuro próximo mais pessoas e empresas se deslocarão em bici-cletas, scooters, motos e carros elétricos” e, por isso, “queremos ter os olhos postos no futuro e trazer soluções de mobilidade que vão ao encontro das preocupações de empre-sas e particulares. Queremos mudar a forma como nos movemos! E, deste modo, contri-buir para a importação de petróleo do nos-so pais, reduzir a nossa pegada de carbono, e ajudar a poupar tempo e dinheiro com a nossa mobilidade diária”, assegura João Dias.

“Facilitar o contacto”

Assim sendo, o novo espaço Become Elec-tric! pretende transmitir a cultura e o estilo de vida muito próprio da mobilidade elétri-ca num espaço urbano, “onde se cruza o vin-tage e o high-tech com veículos, acessórios e verdadeiros gadgets que prometem revolu-cionar a mobilidade na cidade”. O conceito tem igualmente como objetivo “facilitar o contacto” dos interessados com o mundo da mobilidade elétrica, através de “serviços de consultoria, aluguer, eventos, workshops, as-sistência técnica e, também, leasing e finan-ciamento”. Nesse sentido, o grupo prepara já a abertura de “uma rede de lojas físicas, uma loja online e uma loja móvel, que per-correrá todo o pais”.

Questionado acerca da recetividade do público a este novo espaço, o mesmo respon-sável garante que “a curiosidade e interesse por este veículos é enorme” e que, apesar de persistirem “alguns mitos relativamente aos veículos elétricos”, “quem experimenta uma bicicleta ou scooter elétrica não quer voltar atrás”, pois, na generalidade, “as pessoas fi-cam muito admiradas com a aceleração e boa performance destes veículos”.

Millennium bcp com TAEG entre 7,5%

e 8,3% e VW Bank de 6,76%

Houve mais duas entidades, além das referidas no artigo principal, a enviarem simulações à “Vida Económica”, o Millennium bcp e o VW Bank. No entanto, ambas as propostas, ao contrário do solicitado, tinham valor residual, 15% no caso do VW Bank e de 10% no Millennium bcp, pelo que ficaram de fora do comparativo principal.Podemos, contudo, referir que as TAEG do BCP se situam entre 7,5% (dos dois modelos mais caros, BMW e Mercedes) e 8,3% (no caso do Opel e Renault). O Volkswagen tinha um TAEG associado ao financiamento de 8,1%. No caso do VW Bank, financiar o Polo a 60 meses tem uma TAEG associada de 6,76%.

Chronopost reduz custos em combustível com eco-conduçãoA Chronopost, através da formação dos seus operadores de distribuição em eco-condução, obteve uma redução de 0,5litros de combustível por cada 100 km. “A formação dos nossos operadores de distribuição tem permitido reduzir os custos com combustível e melhorar o desempenho no que se refere à condução ecológica e segura”, dise Olivier Establet, adminis-trador-delegado da Chronopost Portugal.

AUTOMÓVEL

46 SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013

Montepio Crédito (ex-Finicrédito) oferece as melhores propostas. Em sentido inverso, o BES apresenta os valores mais altos

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Financiamento para cinco modelos

BMW 116d Efficient Dynamics Cx. Manual (PVP J27 950)

Entidade Prestação (60 meses c/ entrada 20%) TAN TAEG

BMW Bank J 420,06 4,61%+ Eur3m 5,72%

BES J 485,43 9,48%+ Eur6m 11,50%

Montepio Crédito J 395,11 n.d. n.d.

Santander Totta J 434,13 n.d. 6,72%

Mercedes A180 CDI BlueEfficiency Cx. Manual (PVP J28 000)

Entidade Prestação (60 meses c/ entrada 20%) TAN TAEG

Mercedes-Benz Financiamento J 422,72 n.d. n.d.

BES J 486,29 9,48%+ Eur6m 11,50%

Montepio Crédito J 395,81 n.d. n.d.

Santander Totta J 435,13 n.d. 6,72%

Opel Corsa 1.2 Twinport Start/Stop Enjoy (PVP J15 000)

Entidade Prestação (60 meses c/ entrada 20%) TAN TAEG

Opel Rent (parceria Santander Consumer) J 232,51 n.d. 6,00%

BES J 262,07 9,48%+ Eur6m 11,80%

Montepio Crédito J 212,04 n.d. n.d.

Santander Totta J 233,96 n.d. 7,57%

Renault Clio 0.9 TCe 90 cv (PVP J15 250)

Entidade Prestação (60 meses c/ entrada 20%) TAN TAEG

RCI Banque (grupo Renault)* J 239,00 8,35% 11,20%

BES J 266,39 9,48%+ Eur6m 11,80%

Montepio Crédito J 215,58 n.d. n.d.

Santander Totta J 236,96 n.d. 7,54%

VW Polo 1.2 70 cv Match (PVP J16 468)

Entidade Prestação (60 meses c/ entrada 20%) TAN TAEG

VW Bank n.d. n.d. n.d.

BES J 287,39 9,48%+ Eur6m 11,70%

Montepio Crédito J 232,80 n.d. n.d.

Santander Totta J 255,89 n.d. 7,41%

Fonte: entidades financeiras *No RCI Banque, o produto é o Cash Back, que inclui um apoio à entrada de J600

reno no financiamento automóvel

neste comparativo.

Opel Mokka já em PortugalO SUV compacto Opel Mokka já está em Portugal. Com 4,28 m de comprimento, o novo modelo tem, em Portugal, motores 1.6 a gasolina com 115 cv, 1.4 Turbo a gasolina com 140 cv e turbodiesel 1.7 CDTI com 130 cv. Além de tração às rodas dianteiras, o Mokka pode (no motor diesel) ter transmissão integral. Os preços iniciam--se em 21 720 euros (1.6) e 25 470 euros (diesel).

LeasePlan promove feira de usadosA LeasePlan vai promover mais uma feira de automóveis usados CarNext, de 11 a 19 de maio, no Welcome Center CarNext Docas, situado na Doca de Santo Amaro, em Lisboa. Ao todo, serão 300 automóveis em exposição. Os visitantes terão um voucher com um desconto de 750 euros na compra de um automóvel, a descontar até 30 de junho.

AUTOMÓVEL

SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO 2013 47

caso o banco da Renault, o RCI Banque, propõe uma prestação (239 euros) ligei-ramente mais alta do que a do Santander Torra (236,96 euros). O BES é, de novo, a proposta mais elevada: 266,39 euros.

Por fim, no Volkswagen Polo, o Mon-tepio Crédito volta a ter a melhor pro-posta: 232,8 euros por mês. Seguem-se Santander Totta (255,89 euros) e BES (287,39 euros). Como já foi referido, não incluímos o VW Bank, pois, apesar de o banco do grupo alemão nos ter en-viado uma proposta, esta tinha um valor residual de 15%.

Ficha técnicaIdade do cliente 40 anos

Situação profissional efetivo

Rendimento anual líquido

J20 000

Tipo de contrato crédito, leasing ou ALD, sem valor residual (ou simbólico)

Duração do contrato 60 meses

Entrada inicial 20%

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Caixa Geral de Depósitos com perdas de 36,4 milhões

A CGD registou perdas de 36,4 milhões de euros, no pri-meiro trimestre, contra lucros de 8,8 milhões em igual perí-odo do ano passado. O resul-tado terá sido afetado por im-paridades no valor de 147,3 milhões e pela quebra no cré-dito a clientes, na ordem dos 5,5%, para 78,3 mil milhões de euros. Já os depósitos apre-sentaram um acréscimo de meio ponto, para 65,3 mil milhões de euros.

A margem fi nanceira sofreu uma descida de 46,8%, nos três primeiros meses do ano, o que se terá fi cado a dever sobretudo à queda nas taxas Euribor, refere o banco esta-tal em comunicado. Entre-tanto, a Caixa vai continuar o processo de reestruturação, no sentido da sua adequação à atual realidade do mercado. No primeiro trimestre, cerca de 130 trabalhadores rescin-diram os seus contratos e fo-ram encerrados 30 balcões. A administração garante que o corte no pessoal será realiza-do por via de reformas e resci-sões. Também haverá menos contratações.

Número de processos em matéria fi scal dispara

O número de processos abertos pelo provedor de Jus-tiça, em matéria de infrações fi scais, registou um aumento de 125%, entre 2011 e o ano passado. As execuções fi scais e o IRS colocam-se no topo da lista desses processos, de acor-do com o relatório de ativida-des apresentado pelo prove-dor de Justiça.

A fi scalidade é o setor que apresenta o maior agrava-mento. De facto, foram aber-tos 1343 processos relativos aos direitos dos contribuintes, sendo que 631 respeitaram a matéria fi scal. No topo da lis-ta estão as execuções fi scais, as quais representaram cerca de 22% do total. Refere o relató-rio a este propósito: “As situ-ações reveladas nos processos são genericamente mais gra-ves do que as ocorridas nos processos de execução fi scal instruídos pela Autoridade Tributária. Por vezes não é a gravidade da questão de fun-do que mais choca, mas antes as enormes difi culdades que os cidadãos revelam sentir em conhecer, acompanhar e re-solver os problemas com que se deparam em termos de exe-cuções fi scais instruídas pelas secções de processo executi-vo.”

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www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedrático

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Vide artigos e gráfi cos:

http://economiadasemana.blogspot.pt

https://twitter.com/VasconcelloseSa

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO:

A Catalunha não só tem quase o dobro de turistas estrangeiros por cada habitante, como cresce mais 60% que Portugal, ano após ano.

Instituto de Liberdade Económica

Número de turistas estrangeiros2 per capita

Portugal (2,1%)1

Catalunha (3,4%)1

Notas:1 Valor entre parêntesis corresponde à taxa de crescimento média anual no período representado no gráfi co.2 Para Portugal o número de turistas é medido pelo número de hóspedes estrangeiros nos estabelecimentos hoteleiros, aldeamentos e apartamentos turísticos; para a Catalunha o número de turistas é medido pelo número de chegadas internacionais às fronteiras (excluindo os visitantes que apenas permanecem na região um dia).Fontes: INE Portugal, 2012; e INE España, 2012.

Pica-chouriços, feijões verdes e apalpadeiras

O empresário alemão Karl Heinz Stock tem vindo a

alertar para o absurdo que representa o novo regime de guias eletrónicas de transporte, adiado para 1 de julho próximo. A partir dessa data só será permitida a circulação de mercadorias mediante comunicação prévia com a descrição de todos os produtos enviada à Autoridade Tributária e confi rmada por esta através do envio de um código.

Esta nova obrigação constitui uma discriminação para as empresas portuguesas. Enquanto qualquer operador da União Europeia pode enviar e fazer circular em Portugal todo o tipo de produtos sem necessidade de comunicar previamente nem de obter autorização da Administração Fiscal do país de origem ou do país de destino, qualquer pequena empresa portuguesa que pretenda transportar em 100 metros o que quer que seja, mesmo uma embalagem de um litro de óleo lubrifi cante, fi ca obrigada a comunicar previamente e obter confi rmação da Autoridade Tributária.

Na entrevista que concedeu à “Vida Económica”, Karl Heinz Stock também afi rma que a ASAE e a GNR andam demasiado ocupadas a apanhar dinheiro às PME, multando-as de forma sistemática por infrações ridículas e irrelevantes.

A estratégia deliberada de aumentar as receitas não tributárias não causa apenas o prejuízo direto do valor das multas que são aplicadas. Acarreta às empresas custos indiretos muito superiores pelos atrasos imediatos com as operações de inspeção e o tempo perdido depois com os processos de contra-ordenação e a carga burocrática e o formalismo a que estão associados. As operações stop para fi scalização das mercadorias signifi cam para as empresas cumpridoras demoras, atrasos nas entregas, insatisfação dos clientes, prejuízos que não há forma de compensar.

A atração das autoridades pelo controlo físico das mercadorias não é uma novidade.

No tempo da ditadura, o controlo físico era assegurado pela Guarda Fiscal. Na gíria os seus agentes eram conhecidos pela designação de pica-chouriços porque utilizavam umas varas pontiagudas para inspecionar tudo o que era transportado. Ao espetar cargas moles, como feno, cereais, fruta ou pão, tentavam descobrir outros produtos de maior valor encobertos por uma aparência enganadora.

A comprovar a importância atribuída ao combate à economia paralela, a Guarda Fiscal era a única autoridade que podia fazer buscas domiciliárias, sem mandato judicial, uma liberdade de ação que nem a PIDE tinha. Bastava uma determinação do Comandante da Guarda Fiscal da região para que qualquer elemento revistasse o interior dos domicílios entre o amanhecer e o pôr do sol, devendo apenas ser acompanhado por duas testemunhas, que muitas vezes eram dois civis que estavam próximos naquele momento.

E nas zonas de fronteira havia também as apalpadeiras porque a economia paralela se escondia no interior das roupas. As senhoras utilizavam umas saias apropriadas, com bolsos grandes no interior – as mandranas –– que permitiam confundir a mercadoria oculta com a falta de elegância das utilizadoras.

Entretanto, os tempos mudaram. A Guarda Fiscal foi extinta e os seus elementos foram integrados na GNR. Os pica-chouriços converteram-se em “feijões verdes”, pela cor da farda, deixando de utilizar as tradicionais varas. A abolição das fronteiras terrestres também tornou obsoletas as apalpadeiras. Mas poderão estar de volta.

Karl Heinz Stock considera que o novo sistema é inefi caz porque vai aumentar o número dos que procuram alternativas para fugir, assustados pela tributação ou pela carga burocrática.

A alternativa mais simples será o transporte dos produtos em carros particulares. Mas como os governantes estão obcecados com o combate à economia paralela, vamos recuar no tempo, regressando em força os pica-chouriços, feijões verdes e apalpadeiras., associados às novas tecnologias.

Como acontece em todas as batalhas encarniçadas, há um momento em que se entra na luta corpo a corpo. O novo regime das guias de transporte marca essa nova fase da luta sem quartel contra a economia paralela. E as zonas íntimas não vão escapar às mãos fi nas da fi scalização.

NOTA DE FECHO

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1492 / 10 de maio 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Uma edição

livraria.vidaeconomica.pt

A atração das autoridades pelo controlo físico das mercadorias não é uma novidade.