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Seminário 4 – Unidade II

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Seminário 4 – Unidade II

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Introdução

Para quem vê “de fora” muitas vezes parece que em uma roda de Capoeira há apenas um ritmo, que a música quase não muda. No entanto, existem diversos ritmos possíveis de conseguir com um berimbau e a bateria de instrumentos utilizados em uma roda de capoeira. E para cada toque há um tipo de jogo.

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IntroduçãoNeste trabalho apresentarei os seguintes toques: Angola (São Bento Grande de Angola) São Bento Pequeno São Bento grande de Bimba (Hino da Capoeira

Regional) Benguela Iuna Cavalaria Samba de Roda Maculelê

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Angola (São Bento Grande de Angola) É o toque para um “jogo de dentro”, lento rasteiro, praticado com a mão no chão, chamado jogo de angola, onde o capoeirista mostra força e equilíbrio; é jogo solto de mandingueiro.

É o toque que rege as rodas de Capoeira Angola

Na capoeira “contemporanea”, comumente, é utilizado para a abertura da roda de Capoeira.

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Angola (São Bento Grande de Angola) Normalmente, começa com uma

“ladainha” (cuja a letra é um desafio, um aviso ou uma história) cantada pelo mestre, acompanhada pelos instrumentos e pelas palmas, porém sem jogo.

Esta ladainha, geralmente, começa com uma saudação: “iê!” e segue até a indicação para o coro, chamando os “camaradas” ou “camaradinhas”. Só então se começa o jogo

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São Bento Pequeno

 É um toque de berimbau cadenciado e lento.

Executado com duas batidas apenas com o apoio do dobrão sobre o aço, seguida rapidamente de uma terceira batida marcada pelo dobrão, uma batida no aço solto e um balanço do caxixi.

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São Bento Grande de Bimba Toque criado pelo Mestre

Bimba, emblemático da Capoeira Regional.

O jogo é o mais característico da Capoeira Regional, rápido, alto, vigoroso, tal como o toque que o determina.

É muito usado em apresentações públicas, rodas de rua, batizados e outros eventos e também nas rodas técnicas das academias para testar o nível de agilidade dos alunos.

Mestre Bimba tocando berimbau

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Benguela Executado mais

lentamente do que o São Bento Grande de Bimba, apela ao raciocínio, e à concentração.

Mestre Bimba utilizava-o quando o jogo tendia para a violência, como forma de acalmar os ânimos mais exaltados, apelando para a mandinga.

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Iuna É usado apenas para o jogo dos mestres, e

contra-mestres e algum instrutor, professor ou aluno graduado se, por ventura, seu mestre autorizar e lhe ce der a vez de jogar.

Os demais alunos são platéia, não jogam nem batem palmas.

No toque de Iúna não há canto. Mestre Bimba costumava desenvolver neste

ritmo a chamada “cintura-desprezada” ou “balões cinturados” que consistía em uma seqüência de balões (movimentos em que um jogador é lançado para o alto e precisa cair em pé), geralmente exigido ao aluno graduado.

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Cavalaria

É um toque de aviso e não para ser usado em jogo de capoeira.

Antigamente, quando os capoeristas eram perseguidos, criou-se o Esquadrão de Cavalaria de Guarda Nacional que teve, numa determinada época , como incumbência maior, combatê-los. Daí originou o Toque de Cavalaria.

Um capoerista ficava com um berimbau em uma colina ou numa esquina, um pouco distante de onde formava-se a roda de capoeira e, quando a Cavalaria da Guarda Nacional aproximava-se , o capoerista que estava vigiando dava início ao Toque do mesmo nome, avisando aos camaradas que fugiam ou então se preparavam para enfrenta-los em violentas batalhas.

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Outros toques

Amazonas é o toque festivo usado para saudar mestres

visitantes de outros lugares e seus respectivos alunos. É usado em batizados e encontros.

Santa Maria é o toque usado quando o jogador coloca a

navalha no pé ou na mão. Um dos toques mais bonitos do berimbau, o tocador precisa desenvolver uma escala de notas e retornar ao começo da escala que da ao ritmo uma caracteristica muito diferente dos demais toques da capoeira, em especial da capoeira regional.

Idalina Também é um toque para jogo de navalha.

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Outros toques

Apanha Laranja no chão tico-tico: nas festas de Santa Bárbara, era usado para

o "torneio" que consistia no seguinte: dois capoeristas exibiam-se tentando apanhar com a boca um lenço branco que era jogado no meio da roda, consagrando-se vencedor, aquele que o apanhava O referido toque é acompanhado da melodia do mesmo nome, que originou-se deu uma brincadeira de roda, muito conhecida em rodas que tem a presença de mestres antigos que botam uma cédula no meio da roda e começam a jogar em busca dela.

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Samba de Roda Momento festivo, ao

final da roda de capoeira Momento em que são

“reverenciadas” outras formas da cultura afro-brasileira trazida com os escravos

Também é um momento de “exibição”, em que se pode “comprar o jogo” e dançar com o par do outro

Muitas vezes termina com todos ocupando a roda e sambando juntos.

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Maculelê O Maculelê é uma dança, um jogo de bastões,

remanecente dos tempos da escravidão, e portanto contemporâneo da Capoeira.

A sua característica principal é a batida dos bastões, em tempos definidos da percussão do atabaque, único instrumento musical utilizado.

Seus são muito semelhantes aos do frevo pernambucano, com saltos, agachamentos, cruzadas de pernas, etc.

As batidas dos paus não servem apenas para preencher os espaços cantados, mas também dão ritmo fundamental para a execução de muitos dos passos dos dançarinos.

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Maculelê - origem

A história contada pelos defensores da origem indígena...

Os defensores da origem africana...

...refere-se à de um indivíduo, de seu nome Maculelê, que era considerado pelos outros elementos da tribo um homem ocioso e covarde, que nunca se dispunha a participar nas de tarefas da tribo, pois nunca se prestava a ir caçar com os restantes homens, ou a ajudar de qualquer outra forma. Certo dia, quando os homens da tribo tinham partido para uma caçada, a aldeia foi invadida por uma tribo rival, colocando todas as mulheres e crianças em risco. Foi então que Maculelê, pegando em dois pedaços de pau, lutou com todos os inimigos, derrotando-os e salvando a sua aldeia. Quando os homens chegaram da caçada, encontraram os seus inimigos derrotados, e Maculelê, vitorioso, foi aclamado como o herói da aldeia.

... afirmam que o Maculelê surgiu como uma maneira encontrada pelos escravos que trabalhavam no corte da cana-de-açúcar para extravasar o ódio que sentiam pelos feitores e pela sua condição de vida. Os instrumentos utilizados no corte da cana são, precisamente, bastões de madeira (porretes) e facões. Os escravos cantavam músicas que exprimiam a sua revolta no seu dialecto nativo, e descarregavam o seu ódio nas batidas dos porretes e dos facões. Quando as colheitas eram boas, os senhores permitiam aos escravos realizarem uma comemoração, e nessa altura, os escravos treinavam ao ritmo do atabaque e ao som dos seus cânticos, disfarçando uma preparação para a revolta. Quando a hora da luta chegava, os negros se defendiam com largas cruzadas de pernas, saltos, e poderosas pancadas que visavam atingir o rosto ou as pernas dos capatazes. Diz-se ainda que durante a noite, os negros treinavam, junto da senzala, com paus em brasa, de maneira a aumentar o perigo resultante de um ferimento.

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Maculelê

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Conclusão Após este estudo podemos concluir que a

arte da Capoeira apresenta uma grande diversidade ritmica.

Percebemos que a música não é apenas um complemento mas sim peça fundamental no jogo da Capoeira, pois é atravez do toque marcado pelo berimbau e pelo restante da bateria é que se sabe a maneira de jogar a cada instante.

Por fim, ressaltamos a importância de conhecer cada um dos toques, sua função na roda e o tipo de jogo apropriado para evitar constrangimentos e “gafes” na roda de Capoeira.

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Referências

http://360graus.terra.com.br/geral/default.asp?did=2059&action=geral

http://www.magalicapoeira.com/historia-da-capoeira/toques-de-capoeira

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/capoeira/toques-da-capoeira.php