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Seminário de Pesquisa em Psicologia Ana Cristina Dias A internação de adolescentes em conflito com a lei Jana Gonçalves Zappe II – Resumo A vida é desafio – Racionais MC’s É necessário sempre acreditar que o sonho é possível Que o céu é o limite e você, truta, é imbatível Que o tempo ruim vai passar, é só uma fase E o sofrimento alimenta mais a sua coragem Que a sua família precisa de você...” Trago esta música dos Racionais MC’s para mostrar outro lado, não se trata somente de crime, esta cultura (do rap) também é responsável por ensinamentos valiosos que não seriam ensinados em outros locais. A pesquisa apresentada fala sobre toda uma rede de conceitos, práticas, lugares. Foi falado principalmente sobre a relação dos adolescentes em conflito com a lei, foi falado sobre a identificação com o crime que pensava-se que alguns adolescentes tinham, sobre a prática de violência ser uma possibilidade de se defender, sobre um certo “status” de bandido e uma certa valorização dos crimes mais pesados, falou-se também sobre a identificação dos adolescentes com os pais e com as mães. Relatou-se sobre uma certa ordem dos acontecimentos, sendo do uso de drogas, ao problema de saúde, às práticas

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A internação de adolescentes em conflito com a lei

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Seminrio de Pesquisa em Psicologia Ana Cristina Dias

A internao de adolescentes em conflito com a leiJana Gonalves ZappeII ResumoA vida desafio Racionais MCs necessrio sempre acreditar que o sonho possvelQue o cu o limite e voc, truta, imbatvelQue o tempo ruim vai passar, s uma faseE o sofrimento alimenta mais a sua coragemQue a sua famlia precisa de voc...Trago esta msica dos Racionais MCs para mostrar outro lado, no se trata somente de crime, esta cultura (do rap) tambm responsvel por ensinamentos valiosos que no seriam ensinados em outros locais.A pesquisa apresentada fala sobre toda uma rede de conceitos, prticas, lugares.Foi falado principalmente sobre a relao dos adolescentes em conflito com a lei, foi falado sobre a identificao com o crime que pensava-se que alguns adolescentes tinham, sobre a prtica de violncia ser uma possibilidade de se defender, sobre um certo status de bandido e uma certa valorizao dos crimes mais pesados, falou-se tambm sobre a identificao dos adolescentes com os pais e com as mes.Relatou-se sobre uma certa ordem dos acontecimentos, sendo do uso de drogas, ao problema de sade, s prticas infracionrias, levando ento a uma necessidade de proteo, primeiramente trata-se de um problema social, que futuramente se torna um problema judicial.Tenta-se pensar sobre como a violncia participa dos processos de identificao e construo de identidades, foi falado que talvez a violncia seja uma interferncia neste processo de construo. Por fim falou-se sobre uma certa flexibilidade destes adolescentes por conseguirem se comportar de diferentes formas em diferentes locais, entre eles mesmos predominam as grias, as malandragens, entre os psiclogos j h outra forma de comportamento que possibilita um outro olhar sobre estes jovens.Acredito que trabalhar com esta flexibilidade uma boa possibilidade, normalmente vemos pacientes totalmente institucionalizados, rgidos, neste caso aparentemente se tem o contrrio, provavelmente haveriam boas respostas a possveis intervenes.

III Apreciao crticaa) Creio ser bem importante o objeto desta pesquisa, e principalmente as vidas afetadas por estas instituies de enclausuramento, pensar estas questes e principalmente querer mudar algo, intervir extremamente necessrio, possibilitar mesmo que minimamente melhores condies de vida, possibilitar novos modos de funcionamento e de operao do corpo e da mente dentro de locais que normalmente tiram e esmagam a autonomia do sujeito. Alm disso, achei muito interessante ver esta ideia de que h toda essa valorizao do crime e este status de bandido como algo bom se desmanchando, mostrando o lado flexvel destes adolescentes e a capacidade de adaptao. tambm muito importante entender e intervir nestes locais como Fase, Case-SM, e outros tantos locais que prendem crianas e adolescentes.b) Penso que a articulao terica est bem montada, foi interessante ver um trabalho que mudou o prprio entendimento ao longo do tempo, pensar em problemas na construo de uma identidade, nas interferncias nesta construo, em vez de pensar na identidade bandido como um ideal um grande avano.c)Creio que sim, h clareza e a justificativa do trabalho parece boa, entender para intervir, pensar para agir. Os aspectos metodolgicos passaram meio batidos por mim. Mas algo que me tocou foi sobre a oficina de dana, creio que isto algo para ser incentivado.e) Minha sugesto seria trabalhar mais com oficinas, com propostas de unir a arte psicologia, de trabalhar o corpo e a expresso, pode-se pensar na escrita, na msica, no teatro, em pinturas... Acredito que estas oficinas, estas produes poderiam passar um certo senso de utilidade, penso que deve ser algo bem significativo ver o prprio trabalho, ver a valorizao do trabalho, deve ser importante se sentir reconhecido frente a outras pessoas, principalmente quando se excludo e marginalizado, trazer a potncia criativa para dentro destas instituies algo que penso ser de extrema importncia, ajudando na desinstitucionalizao, na promoo de autonomia, na busca de olhares que qualifiquem a experincia do sujeito e que deem um lugar para alm do cmodo em que dormem.