Semmais jornal 28 Abril 2012

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www.semmaisjornal.com Director: Raul Tavares Sábado | 28.Abril 2012 semanário - edição n.º 712 5.ª série - 0,50 € região de setúbal Aniversário Distribuído com o VENDA INTERDITA Pub. Pub. Pub. União total para regenerar bairro sadino da Bela Vista ACTUAL A Câmara de Se- túbal e os moradores do bairro da Bela Vista e áreas envolventes es- tão a preparar uma ope- ração de grande mon- ta com vista à regenera- ção urbana e social da- quela que é considera- da a zona mais proble- mática do concelho sa- dino. O projecto corpo- riza um conjunto de ac- ções imateriais, com a participação directa da população local e um vasto programa de obras de requalificação de pré- dios, pátios e zonas inte- riores dos blocos habita- cionais. Estas acções de- correm em paralelo com o RUBE orçado em qua- tro milhões. Romaria cumpre tradição na Moita Portucel soma e segue em 2012 Santiagro com cartaz de luxo Porto de Sines com máximo histórico Palmela recebe nacional de BMX ABERTURA A 12.ª edição da Cavalga da Moita juntou 500 romeiros e 300 cavalos, numa das maiores tradições daquele con- celho, com rituais muito sui generis e animação a rodos. A organização diz tratar-se da mais célebre cavalgada do país. Fizemos a reportagem. +NEGÓCIOS No arranque des- te ano as exportações da Portucel atingiram 289 milhões de euros, uma tendência que tem vindo a consolidar-se desde que a nova fábrica de papel, na Mitrena, em Setúbal, ini- ciou as operações. ACTUAL Os GNR, Paulo Gonzo e os Chave D’Ouro são os cabeças de cartaz da 25.ª edição da Santiagro, a Feira Agro- -pecuária e do Cavalo que anima de 1 a 3 de Junho a cidade de Santiago do Cacém. A autarquia confia no mesmo sucesso do ano passado e prevê gastar menos. +NEGÓCIOS O movimento do Porto de Sines no primeiro tri- mestre deste ano ditou um novo máximo histórico. Durante este período foi registado um cresci- mento da ordem dos 22,2 por cen- to no movimento de mercadorias, com os granéis sólidos a cresce- rem mais de 25 por cento e os gra- néis líquidos a dispararem quase 22 por cento. +DESPORTO Cem pilotos oriundos de todo o país vão estrear o campe- onato nacional de BMX na pista do Forninho, em Palmela. A região vai estar representa- da pelo Núcleo de Bicross de Setúbal que procura ga- nhar em ‘casa’. PÁG. 4 PÁG. 15 PÁG. 15 PÁG. 5 PÁG. 2 PÁG. 14 O Sul Jornal de cultura e debate Caderno

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www.semmaisjornal.comDirector: Raul TavaresSábado | 28.Abril 2012 semanário - edição n.º 712 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbal

Aniversário

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

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União total para regenerar bairrosadino da Bela VistaACTUAL A Câmara de Se-túbal e os moradores do bairro da Bela Vista e áreas envolventes es-tão a preparar uma ope-ração de grande mon-

ta com vista à regenera-ção urbana e social da-quela que é considera-da a zona mais proble-mática do concelho sa-dino. O projecto corpo-

riza um conjunto de ac-ções imateriais, com a participação directa da população local e um vasto programa de obras de requalificação de pré-

dios, pátios e zonas inte-riores dos blocos habita-cionais. Estas acções de-correm em paralelo com o RUBE orçado em qua-tro milhões.

Romaria cumpre tradição na Moita

Portucel soma e segue em 2012

Santiagro com cartaz de luxo

Porto de Sines commáximo histórico

Palmela recebe nacional de BMX

ABERTURA A 12.ª edição da Cavalga da Moita juntou 500 romeiros e 300 cavalos, numa das maiores tradições daquele con-celho, com rituais muito sui generis e animação a rodos. A organização diz tratar-se da mais célebre cavalgada do país. Fizemos a reportagem.

+NEGÓCIOS No arranque des-te ano as exportações da Portucel atingiram 289 milhões de euros, uma tendência que tem vindo a consolidar-se desde que a nova fábrica de papel, na Mitrena, em Setúbal, ini-ciou as operações.

ACTUAL Os GNR, Paulo Gonzo e os Chave D’Ouro são os cabeças de cartaz da 25.ª edição da Santiagro, a Feira Agro--pecuária e do Cavalo que anima de 1 a 3 de Junho a cidade de Santiago do Cacém. A autarquia confia no mesmo sucesso do ano passado e prevê gastar menos.

+NEGÓCIOS O movimento do Porto de Sines no primeiro tri-mestre deste ano ditou um novo máximo histórico. Durante este período foi registado um cresci-mento da ordem dos 22,2 por cen-to no movimento de mercadorias, com os granéis sólidos a cresce-rem mais de 25 por cento e os gra-néis líquidos a dispararem quase 22 por cento.

+DESPORTO Cem pilotos oriundos de todo o país vão estrear o campe-onato nacional de BMX na pista do Forninho, em Palmela. A região vai estar representa-da pelo Núcleo de Bicross de Setúbal que procura ga-nhar em ‘casa’.

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O SulJornal de culturae debateCaderno

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Abertura

Pub.

Partiram da Moita quarta-feira e chegam hoje a Viana do Alentejo. À

frente da 12ª Romaria segue o carro-andor, puxado por dois cavalos. Leva a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem. Pela «Canada Real», também conhecida como «estrada dos espanhóis», a comitiva aumenta à medida que a mais célebre caval-gada do país soma edições. Mais de 300 cavalos e cerca de 500 romeiro integram a tradição.

Dezenas de charretes voltam a dar um colorido

especial à aventura, como se de umwestern se tratasse. A romaria que une fés e tradi-ções, entre a Moita e Viana do Alentejo, volta a «pisar» os caminhos de terra batida, entre quintas, vinhas e montes. Hoje, os romeiros chegam ao destino para assistirem amanhã à tradi-cional missa campal, com o Santuário de Nossa Senhora d´Aires em pano e fundo.

Apesar da chuva que está a marcar a romaria este ano, a comitiva tem cumprido o roteiro, sublinhando a tradição de pernoitarem no campo, graças a uma logís-tica formada por tendas,

roulottes e carrinhas.Antes da partida, o presi-

dente da Câmara da Moita, João Lobo, alertou para coin-cidência da data com o feriado do 25 de Abril, lembrando que apesar do momento difícil na economia

nacional «a organização tentou fazer o melhor possível, para ir ao encontro de todos», garantindo que «o êxito alcançado com esta iniciativa demonstra que fez todo o sentido retomar esta tradição.»

Ritual com largas décadas

Amanhã os romeiros participam na Procissão de Nossa Senhora d'Aires, a quem vão pedir a bênção dos seus animais. Um ritual que durante largas décadas foi praticado pelos agricultores ribatejanos, mas que há mais de 70 anos viria a ser inter-rompido, para «ressuscitar» em 2000 por um grupo de amigos.

Os agricultores da Moita deslocavam-se anualmente a Viana do Alentejo com os seus animais para, no dia da Procissão de Nossa

Senhora d'Aires, pedirem à padroeira a protecção do gado e boas colheitas. O crescente abandono da acti-vidade agrícola, mergulhada numa crise estrutural que conduziu ao abandono da terra, levou ao desapareci-mento da tradição.

Recorde-se que apesar do carácter religioso na sua génese, nos dias de hoje, a romaria assume uma vertente mais lúdica, de convívio entre os romeiros, que se deslocam de todo o país e do estrangeiro para participarem no evento promovida por uma comissão organizadora.

Cavalga da Moita pela “Canada Real” Quinhentos romeiros e trezentos cavalos compuseram a romaria com largas tradições na Moita, que transporta a imagem da Nossa Senhora da Boa Viagem pela “Canada Real”. É a mais célebre cavalga do país.

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As charretes fizeram grande furor numa tradição que não morre

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3S á bado | 2 8 . Ab r. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com Espaço Público

Ainda hoje estamos por saber exactamente o que Manuela Ferreira Leite queria dizer com a necessidade de interromper a democracia por seis meses? A ex-líder do PSD e ex-governante, que não morre de amores por Passos Coelho, nunca explicou se esse desiderato nos levaria a este período actual em que não estando a democracia em causa - porque temos o cardápio dos órgãos de soberania eleitos pelo povo e de forma legítima – dá impressão que está hibernada ou mesmo em coma.

O Governo corta a torto e a direito, conduzindo o país e os portugueses à anunciada pobreza, celebra acordos de concertação que não cumpre, sonega informação ao Parlamento e esconde dos portugueses, sem nenhum pudor (porque o afirma), decisões que corrompem as regras mais balizares de um Estado democrático.

Mais: pede apoio aos descami-sados lusos e à dita oposição responsável e faz tábua rasa dos seus sentimentos e posições.

Não sei se Mário Soares fez bem em não marcar presença na simbolicamente bonita sessão comemorativa do 38.º aniversário da Revolução. Depende do ponto de vista. Soares quis marcar uma posição que, afinal, é secundada pela larga franja dos portugueses que sofrem no dia-a-dia os rebuços de uma campanha. Pior que isso, é perante a situação de emergência que estamos a viver nada de palpável ter saída da ‘Casa de Abril’ em favor de um revigoramento da democracia, de que é exemplo o discurso de Cavaco, omitindo o óbvio e pavoneando frases gastas de uma imagem exterior que não corresponde ao que por cá se passa. Uma governança autoritária, injusta, com duas caras, que mantém os portugueses reféns de um futuro que lhes é merecido e abra asas a meio dúzia de usurpadores financeiros, capitalistas e burocratas, quais abutres de garras afiadas aos despojos de uma crise que os próprios fizeram emergir.

E a democracia pá…

Editorial // Raul Tavares

ficha técnica

Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Joaquim Guerra; Redacção: Anabela Ventura, Bruno Cardoso, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Marisa Batista. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Tel.: 265 538 810; Fax.: 265 538 813. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Escrevo estas linhas com o propó-sito do espírito natalício que o SemMais Jornal atravessa e que

merece de todos nós, principalmente daqueles que têm exercido atividade no nosso Distrito, uma referência de felicitações e de ânimo para os tempos difíceis que atravessamos e aos quais a comunicação social também não é imune. Por isso, as minhas primeiras palavras vão para a equipa. Através do seu Diretor e Fundador, os meus agradecimentos e felicitações pelo ótimo trabalho desempenhado.

Aproveito esta efeméride para fazer uma pequena reflexão sobre a comunicação social regional e local que muito tem feito pelas suas comu-nidades e que muitas vezes tem sido muito mal tratada. Não é fácil agradar a todos e, por vezes, não se pode agradar a ninguém porque a verdade deve ser sempre um princípio que devemos procurar atingir, seja em que atividade fôr ou em que aspetos da nossa vida nos mobilizarmos.

A imprensa regional muitas vezes mal compreendida e também muitas vezes com deficiências significativas

tem resultado num imenso trabalho de valorização das suas regiões e aprofundamento das preocupações e anseios das comunidades que serve. Um trabalho difícil, muitas vezes incompreendido pelos diferentes protagonistas, quer sejam autarcas, deputados, empresários, artistas, ou cidadãos anónimos que atribuem aos outros a responsabilidade de representarem os seus anseios e as suas vontades.

Neste mês de abril, em que há 38 anos se renovou a esperança e o desejo de vermos Portugal desen-volvido, moderno e respeitado no palco das Nações, assalta-me a depri-mente convicção que ainda há um longo caminho a percorrer, uma longa mudança cultural a promover e uma forte crise estrutural a debelar. Nestes momentos, como aliás a História sempre demonstrou é preciso convocar todos para que os desa-fios se vençam sem dramatismos exacerbados, nem rituais folclóricos pincelados de seriedade extrema e transparência absoluta.

Ao fim de trinta e oito anos de

busca do desenvolvimento do nosso País, resolvemos entregar o nosso destino coletivo à voragem dos mercados financeiros como se eles fossem a solução para os males deste pequeno retângulo atlântico, mas enorme e pujante centro de inter-seção multicultural capaz de cumprir o seu desígnio, não se rendendo aos adamastores que só admitem a fata-lidade do seu fado.

O distrito viu, nos últimos anos, projetado um conjunto significativo de investimentos que visavam, de forma integrada e complementar, tornar esta região um dos polos de desenvolvimento económico do País com visão estratégica, com comple-mentaridade territorial e com soli-dariedade cidadã. Os desafios colo-cados pelo desenvolvimento e complementaridade dos portos de Sines e de Setúbal, o investimento lançado e realizado na rede de apoio social, a modernização da ferrovia, a progressão da rede de plataformas logísticas, a melhoria da rede viária, a captação de investimento estran-geiro e nacional, pela melhoria das condições de operação que as novas empresas podiam aceder, a promoção vitivinícola da região, o reforço terri-torial da importância da região no espaço da área metropolitana de Lisboa e do Alentejo Litoral, a segmen-tação dos investimentos com o conse-quente aproveitamento das poten-

cialidades locais, a promoção do património histórico e cultural da região, foram pétalas deste cravo que Abril desabrochou.

Tal como o clima que se vem vingando dos abusos que os homens cometeram sobre ele, assistimos ao murchar deste cravo, símbolo da nossa alegria e da nossa coragem enquanto Povo. É preciso regar o cravo, e quer se concorde ou descorde das posições assumidas, é necessário compreender que a Associação 25 de Abril e homens como Mário Soares e Manuel Alegre demonstraram com a sua atitude que não é aceitável conti-nuar a regá-lo com água suja e restringir-lhe a quantidade de rega porque poderá matá-lo.

Acredito que vamos levar de vencida mais esta dura batalha mas não podemos esquecer que alguns dos nossos marinheiros, talvez por não perceberem que o facto de usarem um emblema na lapela não faz deles melhores portugueses do que os outros, estão, consciente ou inconscientemente aliados aos nossos adamastores da atualidade que tolhem o caminho do futuro.

Mas iremos navegar por mares nunca dantes navegados… e levar de vencida a tormenta que nos tolhe o raiar dos raios de felicidade que o Sol nos quer oferecer.

*Ex-Governador Civil de Setúbal

Neste 25 de Abril (nesta quarta-feira), o Sporting Clube Vinhense decidiu

homenagear António Figueiredo, para o que contou, segundo o cartaz-programa, com o apoio do PCP. Uma questão de causas comuns, mas em consequência da sua morte em Setembro do ano passado.

O que nos permite, neste persistente local de leitura, conti-nuarmos a reafirmar que o período que atravessamos (mas não por ter acabado a crise) tem sido e é propício a um maior surto da venda da edição comemora-tiva dos 50 anos de «Quando os Lobos Uivam», de Aquilino Ribeiro, lançada exactamente na Festa Maior de 2008 pela Edito-rial Avante!. Nela vem a lume o prefácio inédito de Álvaro Cunhal (1963) e as ilustrações suscitadas a João Abel Manta, os quais já nos permitiram escrever que o livro é belíssimo e tem um peso d’oiro porque expande pela graça das nossas emoções a ligação da aldeia à cidade (por exemplo), lá onde decorre «A reunião» de cons-piradores (1955) no consultório de Francisco Pulido Valente, a quem Aquilino, como que em «carta», o dedica. Acrescentando hoje que a primeira edição deste último grande romance de Aqui-

lino verificou-se precisamente em Dezembro, mês frio para a ditadura já que, mal a PIDE correu a apreendê-lo, dos seus 9000 exemplares «restavam apenas 32 nas livrarias» (página 15), e estando hoje o PCP a preparar o seu XIX Congresso tal como há quatro anos preparava o XVIII, então nada nos impede que sejamos de novo arrastados para uma mesma torrente de cultura - desta feita nas confluências de Alhos Vedros, Baixa da Banheira e Vale da Amoreira - transpor-tando um inesgotável sentimento de dádiva.

No Vinhense fica marcada a memória daquele que na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal, não escondera a dificuldade em aceder de imediato à edição vermelha de «Quando os Lobos Uivam» e por isso pediu que lhe assegurasse-mos a compra. Ao receber em mãos o exemplar reagiu com uma excla-mação onde precipitadamente julgaríamos indiciar-se um tom de quase incredulidade: «O Partido?...» Era porém a extravasão de um regozijo, porque ele que frequentou tantas e tantas livra-rias sem preços à vista estava a falar seguro de si próprio: «O Partido das artes».

*Militante do PCP

Mais um nome

E a propósito…Mário

Cristovão*

ValdemarSantos*

No que se relaciona com a atuação em geral dos contribuintes, e no que

respeita, em particular, às decla-rações por eles prestadas nos termos previstos na lei, organi-zadas de harmonia com a legis-lação fiscal, vigora a presunção de verdade e de boa-fé.

Porém, não raras as vezes, muitos contribuintes não cumprem com a obrigação fiscal de entrega de declaração de rendimentos. Nestas circunstâncias, a Autori-dade Tributária procede à fixação do conjunto dos rendimentos líquidos sujeitos a tributação, com base nos elementos que esta disponha. São as designadas liqui-dações oficiosas.

No entanto, antes da elaboração da referida liquidação oficiosa, o Sujeito Passivo é notificado, para cumprir a obrigação em falta, no prazo de 30 dias. A notificação aqui em referência, mais não é que um “convite” da Autoridade Tributária ao Sujeito Passivo, para este parti-cipar nas decisões que lhes digam respeito, e de assim, vir sanar a sua falta, apresentando a respetiva declaração de rendimentos.

Importa no entanto referir que,

por vezes, as liquidações oficiosas são deveras penalizadoras já que, são apenas efetuadas as deduções previstas na alínea a) do nº 1 do artº 79º do CIRS (dedução pessoal do sujeito passivo) e nº 3 do art.º 97º do CIRS (retenções na fonte e pagamentos por conta).

Nos casos de rendimentos da categoria B, o imposto é calculado em conformidade com as regras do regime simplificado de tribu-tação, com aplicação do coeficiente mais elevado.

E se é verdade que as liquida-ções oficiosas, não resultam de qualquer critério arbitrário na determinação da matéria cole-tável e respetivo apuramento de imposto, mas sim, no cumpri-mento estrito da legislação apli-cável, não menos verdade que tal apuramento acaba por penalizar os contribuintes faltosos. E isto porque, quando alguém se furta ao cumprimento das suas obri-gações fiscais a que está legal-mente obrigado, cria desigual-dades subjetivas e agride, de forma clara, os restantes cidadãos, nomeada e especialmente, aqueles que satisfazem atempadamente as suas obrigações tributárias.

LiquidaçõesOficiosas

Paulo Janela

[email protected]

Notas Físcais

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Actual

QUANDO Ana Sofia Martins, jovem de 25 anos oriunda de Lisboa, resolveu participar no MTV VJ Casting, estava longe de imaginar que isso a levaria a sagrar-se vencedora da etapa do Almada Fórum. «Estava confiante mas não convencida», conta ao Semmais a modelo que quer apostar na «transição da moda para a tele-visão». Ana Sofia, incentivada pela «vontade dos amigos» reconheceu a qualidade dos restantes participantes mas mostrou-se satisfeita pelo pela vitória e «aguarda mais desafios, pois só assim é possível demonstrar o verdadeiro talento», perspectivando a sua participação nas restantes etapas.

Para Rosalina Oliveira, que faz parte do departamento de Marketing do Almada Fórum, esta foi uma inicia-tiva que contou com uma «boa adesão»

e valoriza o facto da MTV Portugal conseguir desenvolver projectos que «alimentam os sonhos» de vários jovens. Para este MTV VJ Casting – que teve Luísa Barbosa como vence-dora da última edição – o canal de música procura pessoas com «energia, garra, personalidade, carisma e 100% talento», afirma Marta Caeiro, direc-tora de Marketing da MTV, membro pertencente do júri desta etapa composto ainda pelo humorista Pedro

Fernandes e pelo cantor Virgul.Depois da passagem por Guima-

rães, Aveiro, Viseu, Coimbra, Sintra, Lisboa e Almada, hoje será encon-trado o vencedor do Fórum Montijo, faltando apenas apurar os finalistas do Fórum Madeira e Fórum Algarve. O Fórum Sintra será o palco da grande final, que receberá os vários vencedores no dia 21 de Julho.

Bernardo Martins

Os moradores da Bela Vista e de toda a sua envolvente vão ser os protagonistas

de um programa de acção que vai transformar aquela zona de Setúbal num sítio irreconhecível e melhor para viver. A população não tem dúvidas do sucesso do Programa Integrado de Participação e Desen-volvimento da Bela Vista e Zona Envolvente e quer orgulhar-se, futu-ramente, de um espaço «melhor, onde todos têm lugar».

A presidente da autarquia de Setúbal, Maria das Dores Meira, diz que o programa «será um marco na vida» do município. «A edili-dade, os moradores e outras enti-dades têm o dever de preservar o espaço comum e de não pensar que outros virão resolver os problemas», acrescenta. Na prática, este programa formaliza as condi-ções para a participação activa e permanente dos moradores dos bairros nas acções de melhoria da Bela Vista e da sua zona envol-vente.

O programa vai aliar a acção imaterial e a participação â obra física. São 62 as intervenções e obras em curso nos bairros da Bela Vista, Forte da Bela Vista, Alameda das Palmeiras, Quinta de Santo

António e Manteigadas, que vão abranger um total de dois mil fogos habitacionais, o equivalente a uma população de sete mil habitantes.

Além da pintura de fachadas de prédios, das galerias interiores

e a reabilitação de pavimentos e escadas edifícios e pátios, consti-tuíram-se já dois condomínios no bairro da Bela Vista, que podem ser o «início de um processo de maior dimensão para a organi-zação colectiva dos moradores». Estão previstas acções ao nível da intervenção com jovens, da educação, da formação e emprego, da imagem dos bairros, da vida em comunidade e da promoção da participação das pessoas.

A presidente da Câmara Muni-cipal de Setúbal enfatiza ainda as inúmeras empreitadas de reabili-tação de entradas, fachadas, gale-rias, corrimões e pavimentos, num total de cinquenta acções, para as quais a autarquia vai disponibi-lizar materiais, ao abrigo da Lei do Mecenato. Algumas destas emprei-tadas, incluídas na iniciativa “Setúbal Mais Bonita”, vão decorrer já em Maio.

Regeneração urbanaavança em paralelo

Este programa de participação e desenvolvimento decorre em articulação com a Regeneração Urbana dos Bairros da Bela Vista e Zona Envolvente (RUBE), orçado em quatro milhões de euros e que a câmara municipal candidatou a apoios comunitários. A edilidade já executou nove projectos ao abrigo deste programa, mas tem ainda em curso empreitadas que visam reconverter os espaços comuns do bairro da Bela Vista, reabilitar a rede de combate a incêndios, beneficiar o complexo das piscinas das Manteigadas, entre outras.

Acções imateriais e população com mais protagonismo que obra física prevista

Moradores e câmara sadinaunem-se para reabilitar Bela VistaPresidente da câmara diz que iniciativa «é um marco na vida da cidade». Programa decorre em paralelo com regeneração urbana daquela zona degradada, orçada em quatro milhões de euros.

::::::::::::::::::: Bruno Cardoso :::::::::::::::::::

É uma iniciativa positiva. As pessoas estão satisfeitas, mesmo tendo de trabalhar e de colaborar com a câmara para melhorar o espaço. Acho que as pessoas vão respeitar o trabalho feito. As obras vieram um pouco tarde, mas é melhor tarde do que nunca.

Ninguém foi morar para o bairro tal como ele agora está. As pessoas estão a receber bem esta inicia-tiva. Vou pintar e rebocar se for caso disso. Acredito que a maior parte da população vai zelar pelos espaços depois de estes serem recuperados.

António Teixeira, 53 anos, morador na Alamedadas Palmeiras

Teresa Martinho, 48 anos, moradora do bairroda Bela Vista

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A FUTURA Casa da Cultura de Setúbal deverá abrir portas ao público já no próximo mês de Julho, mas a inauguração prevista inicialmente deveria ter acontecido no passado dia 25 de Abril. A nova data foi avan-çada por Maria das Dores Meira, presidente da câmara sadina, durante uma visita às obras da empreitada, ocasião em que «destacou a quali-dade de uma obra que perpetuará para sempre os ideais de Abril».

O projecto da Casa da Cultura prevê a instalação no piso térreo de uma galeria de exposições e de um café das artes. No rés-de-chão foi ainda recuperado um antigo espaço ao ar livre, localizado perto do café das artes, que vai passar a ser desig-nado “Pátio do Dimas”, em home-nagem a Dimas Pereira, fundador do Círculo Cultural de Setúbal.

O novo equipamento contempla, do mesmo modo, a instalação no piso térreo da Casa Municipal da Juventude. Já o Centro de Docu-mentação, Estudo e Promoção da Canção Popular Portuguesa, a cargo da Associação José Afonso, e um espaço das artes, da responsabili-dade da Artiset, deverão ser insta-lados no primeiro piso. A futura casa da cultura inclui ainda a criação de uma escola da música, no segundo andar, apoiada por áreas especí-ficas, incluindo ensaios e três para ensino de música. Um espaço para o Centro de Estudos Bocageanos está também previsto para este piso.

O projecto, orçado em 2,2 milhões de euros, nasceu da neces-sidade de refuncionalizar o edifício onde funcionou o Círculo Cultural de Setúbal, a partir de 1975, e da expectativa de algum associati-vismo da cidade em ver alargadas as suas actividades.

Casa da Cultura deve abrir portas em Julho

MTV VJ Casting ‘encheu’ Almada Fórum

RESPONDER à adesão da comunidade às provas de ingresso no ensino superior para estudantes maiores de 23 anos, o Instituto Poli-técnico de Setúbal decidiu prolongar o período de inscrições.

De acordo com a decisão tomada pelo IPS, os interessados poderão ainda apresentar a candi-datura às provas, que vieram subs-tituir o extinto exame ad-hoc, até ao próximo dia 15 de Maio.

Recorde-se que a este meio de acesso podem candidatar-se, inde-pendentemente das habilitações literárias actuais, cidadãos nacio-nais ou estrangeiros maiores de 23 anos completados até ao dia 31 de Dezembro de 2012. Das três

provas de avaliação obrigatórias (currículo escolar e profissional; carta de motivações; prova de conhecimentos e competências na área do curso escolhido), será a avaliação curricular a que terá maior peso na nota final de acesso.

As candidaturas poderão ser efectuadas na Divisão Académica do IPS ou através do envio, pelo correio, do boletim de inscrição, fotocópia do bilhete de identidade ou cartão do cidadão, fotocópia de certificado de habilitações, carta de motivações, ficha curricular e documentos comprovativos que possam ser considerados úteis para demonstrar as respectivas habi-litações.

Politécnico alarga prazo para maiores de 23

A finalista e os jurados de um casting que levou muito entusiasmo ao Fórum

Meira satisfeita com as apostas num dos bairros sadinos mais problemáticos

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AS ACTUAÇÕES musicais dos GNR, Paulo Gonzo e Chave D’Ouro prometem levar milhares de pessoas ao parque de exposições de Santiago do Cacém durante os três dias da Santiagro, a tradicional feira agropecuária e do cavalo do município, que chega em 2012 à sua 25.ª edição. Vítor Proença, presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, não tem dúvidas sobre o sucesso de mais uma edição do certame e diz que este continua a ser «importante no desenvolvimento económico da região, do concelho e de todos os seus produtos».

A mesma posição é partilhada por José Rosado, vereador na autar-quia com a pasta das Feiras e Mercados, que promete «a melhor edição de todos os tempos, embora realizada com o menor orçamento de sempre», cerca de 120 mil euros. «A Santiagro, que arranca no próximo dia 1 de Junho, vai conti-nuar a estar muito centrada nas actividades económicas, aliando

a componente do cavalo à da agri-cultura, pecuária e floresta», desvenda.

Secretário de Estadoe Futre marcam inauguração

A inauguração oficial da Santiagro 2012 vai contar com a presença de Daniel Campelo, Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, e do ex-futebolista Paulo Futre, presente para uma sessão de autó-grafos. Uma área de divertimento dedicada aos mais pequenos deverá fazer as delícias de perto de 1100 crianças, que deverão visitar a Santiagro na manhã do primeiro dia, por ocasião da Comemoração do Dia Mundial da Criança.

Além da realização de dois coló-quios subordinados às temáticas da Política Agrícola Comum após 2013 e da inseminação artificial como factor de evolução técnica e económica da suinicultura, está também prevista a realização de uma prova morfofuncional do

cavalo de toureio e de uma corrida de toiros, que juntará o grupo de forcados de Lisboa e Beja e os toiros da ganadaria Brito Paes, na come-moração dos seus 50 anos, aos nomes bem conhecidos de Luís Rouxinol e de Sónia Matias.

Porém, serão os show-foods a primar pela novidade nesta 25.ª edição da Santiagro. Os chefes José Bengaló e Diogo Lacerda vão confec-

cionar pratos com produtos bem característicos do concelho. De 1 a 3 de Junho estará também presente uma exposição permanente de equinos, bovinos, ovinos e caprinos.

O preço da entrada diária na Santiagro será de 3 euros, um valor que duplica caso o visitante adquira o bilhete para os três dias do certame.

Bruno Cardoso

Secretário de Estado e Futre inauguram certame que chega à 25.ª edição

GNR e Paulo Gonzo animam Santiagro 2012Edil da Câmara de Santiago do Cacém, Vítor Proença, aposta em mais um êxito, numa edição que conta com colóquios, exposições, baptismos de cavalo e corrida de toiros.

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Friso de autarcas e representantes dos principais patrocinadores do evento

OS CONCELHOS de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira juntaram-se numa central de compras para acederem a preços mais competitivos no mercado.

A medida foi aprovada na última reunião da CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, de que estes cinco municípios fazem parte, tendo a denominada Central de Compras como outros objectivos centralizar a função compras e, com isso, «retirar partido desse mecanismo recorrendo aos meios de contratação electrónica».

De acordo com as orientações dos cinco municípios, a missão da Central de Compras passa por «fomentar a concorrência, o que se traduz em preços mais competitivos e na conse-quente redução da despesa», promo-vendo, ao mesmo tempo, «a eficiência e a eficácia, a transparência e redução de custos de aquisição para as autar-quias».

Para concretizar o projecto, vão ser celebrados contratos entre uma ou várias entidades adjudicantes e uma ou mais entidades fornecedoras.

Alentejo litoral cria central de compras

Page 6: Semmais jornal 28 Abril 2012

6 S á bado | 2 8 . Ab r. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

PolíticaEditalMARIA DAS DORES MARQUES BANHEIRO MEIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE SETÚBAL: ------------FAZ PÚBLICO QUE o Município de Setúbal levará a efeito, no dia 10 de maio de 2012, pelas 10,00 horas, na sala de sessões da Câmara Municipal, nos Paços do Município, perante a Comissão designada para o efeito, a hasta pública para ocupação de bancas, lojas e mesas dos Mercados Municipais 2 de Abril e Nossa Senhora da Conceição, sendo que os espaços dispo-níveis no Mercado 2 de Abril, são os constantes no quadro abaixo:

Banca/Loja Piso Área (m2)

Valor taxa mensal/m2

Valor mensal (tabela taxas)

Valor base licitação (24 mensalidades) Setor de venda adequado

Banca de peixe n.º 3 0 2,00 n\a 37,80€ 907,20€ Peixe (bancada na zona de venda de peixe);

Banca de peixe n.º 4 0 2,00 n\a 37,80€ 907,20€ Peixe (bancada na zona de venda de peixe);

Loja interior n.º 25 0 10,00 4,30€ 43,00€ 1.032,00€ Fruta e legumes;

Loja interior n.º 27 0 10,00 4,30€ 43,00€ 1.032,00€ Fruta e legumes;

Loja exterior n.º 1 0 10,00 3,45€ 34,50€ 828,00€Qualquer ramo exceto cabeleireiro, estética,

massagens, próteses dentárias, restauração e bebidas, venda de queijos, mercearia;

Loja exterior n.º 2 0 10,00 3,45€ 34,50€ 828,00€Qualquer ramo exceto cabeleireiro, estética,

massagens, próteses dentárias, restauração e bebidas, venda de queijos, mercearia;

Loja exterior n.º 14 0 10,00 3,45€ 34,50€ 828,00€Qualquer ramo exceto cabeleireiro, estética,

massagens, próteses dentárias, restauração e bebidas, venda de queijos, mercearia;

Loja exterior n.º 24 0 10,00 3,45€ 34,50€ 828,00€Qualquer ramo exceto cabeleireiro, estética,

massagens, próteses dentárias, restauração e bebidas, venda de queijos, mercearia;

Loja interior 1,01 PA 1 18,25 3,45€ 62,96€ 1.511,10€Qualquer ramo exceto cabeleireiro, estética,

massagens, próteses dentárias, restauração e bebidas, venda de queijos, mercearia

Loja interior 1,04 PA 1 18,25 3,45€ 62,96€ 1.511,10€Qualquer ramo exceto cabeleireiro, estética,

massagens, próteses dentárias, restauração e bebidas, venda de queijos, mercearia;

Nota: As lojas exteriores podem trabalhar além do horário praticado no Mercado, mediante requerimento dirigido à Sra. Presidente de Câmara e será acrescido no valor base do m2 de 3,45€ para 4,30€ conforme Tabela de Taxas em vigor, para o cálculo mensal.

Os espaços disponíveis no Mercado Municipal Nossa Senhora da Conceição, são os constantes do quadro abaixo;Descrição da Loja/

MesaÁrea metros

linearesValor mensal

(tabela de taxas)Valor base licitação (24 mensalidades) Sector de Venda Notas

Mesa n.º 1 - Sector horto (mesa de 1ª) 3,40 ml 23,65 € 567,60 € Hortofrutícola Banca situada na rua

Sul do mercadoMesa n.º 5 - Sector horto (mesa de 2ª) 2,30 ml 15,25 € 366,00 € Hortofrutícola Banca situada na rua

Sul do mercadoMesa n.º 6 - Sector horto (mesa de 2ª) 2,30 ml 15,25 € 366,00 € Hortofrutícola Banca situada na rua

Sul do mercadoMesa n.º 15 - Sector horto (mesa de 1ª) 3,40 ml 23,65 € 567,60 € Hortofrutícola Banca situada na rua

Norte do mercadoMesa n.º 25 - Sector horto (mesa de 2ª) 2,30 ml 15,25 € 366,00 € Hortofrutícola Banca situada na rua

Norte do mercadoMesa n.º 27 - Sector horto (mesa de 2ª) 2,30 ml 15,25 € 366,00 € Hortofrutícola Banca situada na rua

Norte do mercadoMesa n.º 33 - Sector horto (mesa de 2ª) 2,30 ml 15,25 € 366,00 € Hortofrutícola Banca situada na rua

Norte do mercadoMesa n.º 36 - Sector horto (mesa de 1ª) 3,40 ml 23,65 € 567,60 € Hortofrutícola Banca situada na rua

Norte do mercadoMesa n.º 2 - Sector peixe (mesa de 1ª) 2,40 ml 28,25 € 678,00 € Peixe e Mariscos Banca situada na rua

Este do mercadoMesa n.º 6 - Sector peixe (mesa de 1ª) 2,40 ml 28,25 € 678,00 € Peixe e Mariscos Banca situada na rua

Este do mercado Mesa n.º 7 - Sector peixe (mesa de 1ª) 2,40 ml 28,25 € 678,00 € Peixe e Mariscos Banca situada na rua

Este do mercado Mesa n.º 8 - Sector peixe (mesa de 1ª) 2,40 ml 28,25 € 678,00 € Peixe e Mariscos Banca situada na rua

Este do mercado Mesa n.º 9 - Sector peixe (mesa de 1ª) 2,40 ml 28,25 € 678,00 € Peixe e Mariscos Banca situada na rua

Este do mercado Mesa n.º 14 - Sector peixe (mesa de 2ª) 1,20 ml 18,90 € 453,60 € Peixe e Mariscos Banca situada na rua

Este do mercado Mesa n.º 15 - Sector peixe (mesa de 1ª) 2,40 ml 28,25 € 678,00 € Peixe e Mariscos Banca situada na rua

Este do mercado Mesa n.º 17 - Sector peixe (mesa de 1ª) 2,40 ml 28,25 € 678,00 € Peixe e Mariscos Banca situada na rua

Este do mercado

Loja nº 3 (com abertura exterior) 11m2 47,30 € 910,80 €

Talho, restauração e bebidas, congelados, engomadoria, serviços,

mercearia, estética, cabeleireirosLoja situada na rua

Sul do mercado

Loja nº 4 (com abertura exterior) 11m2 47,30 € 910,80 €

Talho, restauração e bebidas, congelados, engomadoria, serviços,

mercearia, estética, cabeleireirosLoja situada na rua

Sul do mercado

Nota: A atribuição de horário para além do praticado no Mercado, quanto às lojas exteriores tem de ser requerido à Sra. Presidente de Câmara, sendo o valor base do m2 de 4,30€ conforme Tabela de Taxas em vigor, para o cálculo mensal.

---------Todos os elementos respeitantes a este processo estão disponíveis para consulta pública, na Divisão de Atividade Económica, Sector de Atividades Económicas, durante o horário normal de funcionamento dos serviços. --------------A Hasta Pública para a ocupação de bancas, lojas e mesas dos Mercados Municipais 2 de Abril e Nossa Senhora da Conceição, será sujeita às condições aprovadas em Reunião de Câmara de 28 de março de 2012:-------------------------1.A adjudicação será efetuada por banca, loja ou mesa, iniciando-se a licitação pela ordem apresentada no Edital;2.Não serão aceites lances inferiores a €20,00 (vinte euros);3.A quem for adjudicado o direito de ocupação da banca, loja ou mesa, deverá pagar no primeiro dia útil, a seguir à hasta pública, a importância correspondente ao valor da arrematação. O depósito será efetuado na Tesouraria desta Câmara Muni-cipal, importância que não será devolvida em caso de posterior desistência por parte do concessionário;4.A quem for adjudicado o direito de ocupação da banca, loja ou mesa, deverá iniciar a atividade no prazo de 30 dias a contar da entrega do alvará de ocupação; 5.Não poderão ser feitas quaisquer beneficiações ou modificações sem autorização da Sra. Presidente da Câmara Muni-cipal, ou de quem delegar e quando implica a realização de obras, deverão elas ser requeridas nos termos legais e sujeitas ao pagamento das respetivas licenças, conforme o art.º 8º, da alínea 2 do Regulamento dos Mercados Municipais de Setúbal;6.A realização de quaisquer benfeitorias não confere ao titular da concessão o direito a qualquer indemnização, conforme o art.º 9º do Regulamento dos Mercados Municipais de Setúbal;7.A concessão de bancas, lojas ou mesas não isenta do pagamento das taxas previstas no regulamento dos Mercados Muni-cipais e das Taxas do Município e respetivos impostos em vigor;8.A quem for adjudicado o direito de ocupação da banca, loja ou mesa, deverá efetuar o pagamento da taxa de ocupação mensal, conforme tabela de taxas em vigor;9.Os interessados na ocupação de lugares devem reunir as condições exigíveis para o exercício da atividade de comerciante e possuir a situação contributiva e fiscal devidamente regularizada para o qual devem apresentar documento comprovativo respeitante ao pagamento das contribuições e impostos do referido exercício do comércio, indústria ou profissão;10.É reservado à Câmara Municipal o direito de não adjudicar o direito de ocupação da banca, loja ou mesa;- Que a Comissão encarregue de promover a presente hasta pública seja composta pelos seguintes elementos: PRESIDENTE: Elsa Morais Lopes – Diretora do Departamento de Ambiente e Atividades Económicas; VOGAIS: Rodrigo Parreira Mateus – Chefe da Divisão de Atividades Económicas; SECRETARIO: Marcelo Alves Pujol – Coordenador Geral dos Mercados; SUPLENTES: Helena Soares – Chefe da Divisão de Contratação Pública; Vânia Maria Correia Seromenho Raminhos – Secção de Património e Notariado.---------E para constar, se mandou lavrar o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume.

A PRESIDENTE DA CÂMARA Maria das Dores Meira

Pub.

PSD às turras com PS e CDU em Sesimbra

Os dirigentes do PSD Sesimbra lamentam que o PS tenha votado contra a moção apresentada

na semana passada, em Assembleia Municipal, que defende a implan-tação de um aeroporto ‘low-cost’ na Base Aérea do Montijo, uma vez que se trata de um projecto que vem «beneficiar» a região.

Segundo fonte ‘laranja’, a moção apresentada em Sesimbra tinha como objectivo «unir as várias forças políticas na defesa de um investimento considerado bastante importante para o desenvolvi-mento do distrito e que pode criar muitos postos de trabalho».

Contudo, essa «concertação de esforços» não foi conseguida devido aos votos contra do PS e de um eleito independente. A moção contou ainda com o voto favorável da CDU, tendo o BE optado pela abstenção.

O líder do grupo municipal do PS, Manuel José Pereira, esclarece que os socialistas votaram contra a moção “No desafio do desenvol-vimento do país, o distrito de Setúbal afirma “Presente!”, não por não concordarem com a hipótese de localização no Montijo de um aeroporto vocacionado para os voos civis tipo ‘low-cost’, mas por esta moção «não apresentar funda-

mentação, resultando numa mera opinião, sendo, face aos estudos em curso, efectuada fora de tempo».

Os deputados ‘laranja’ também estão preocupados com a reorga-nização da rede hospitalar na região, tendo já solicitado ao Ministro da Saúde uma reunião com carácter de urgência para que sejam escla-recidas as dúvidas existentes.

Os social-democratas subli-nham que o distrito foi uma das regiões «mais afectadas pelas más políticas» do anterior Governo, nomeadamente ao nível da Saúde, onde foi suspenso o investimento na recuperação e na construção de novas infra-estruturas, mas também na «deficiente gestão dos recursos humanos e materiais».

O DEPUTADO municipal do Bloco de Esquerda, Ricardo Caçoila, acaba de solicitar ao município do Montijo que revele quais os terrenos rústicos ou expectantes de que é proprietário e que pode-riam ser cedidos às populações para que possam cultivar a sua própria horta social.

O deputado reconhece que são «muitas as famílias» que atraves-sando «grandes dificuldades» e

gostariam de desenvolver a sua própria cultura hortícola, preen-chendo, desse modo, alguma das suas necessidades alimentares.

O BE considera que compete também aos municípios tomar «medidas proactivas e sustentáveis» que atenuem os efeitos das medidas de austeridade e que permitam, igual-mente, contribuir para a «ocupação positiva de solos desocupados e abandonados» pela autarquia.

Bloco de Esquerda sugere a criação de hortas sociais

OS DEPUTADOS do PS questio-naram o Ministério da Educação sobre os empréstimos de instituições bancá-rias a alunos do Ensino Superior que, segundo notícias provenientes de potenciais candidatos, estarão a ser recusados por estar esgotado o ‘plafond’ para este fim.

Na pergunta ao Governo, os deputados, entre os quais Eurídice Pereira, recordaram que esta linha de crédito, onde o Estado se assume como fiador, foi implementada em 2007 com o objectivo de permitir aos estudantes e bolseiros do Ensino Superior usufruir de um sistema de empréstimos destinados à obtenção, em melhores condi-

ções, de financiamento junto de instituições bancárias.

Os deputados sublinham que já recorreram a estes empréstimos mais de 16 mil estudantes.

O PS considera «urgente averi-guar a situação e encontrar solu-ções que evitem o abandono escolar».

Neste sentido, os deputados pretendem que o Ministro escla-reça quantos empréstimos já foram concedidos neste ano lectivo e qual o montante disponibilizado, bem como se tem conhecimento do esgotamento do ‘plafond’ e que medidas pretende tomar para suprir as necessidades financeiras dos estudantes que se candidatam.

Eurídice preocupada com crédito a alunos do Superior

Mendes Dias, líder do PSD local

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Page 7: Semmais jornal 28 Abril 2012

ano: 2012 . nr 21 . mês: Abril . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €

http://jornalosul.hostzi.com

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Um dos efeitos mais positivos da actual crise europeia – ou, mais exactamente, da União Europeia – foi o de ter tornado (de novo) evidente que a única entidade política realmente consistente é a do Estado-Nação.Durante anos, para não dizer décadas, foi-nos “ensinado” que a figura do “Estado-Nação” estava completamente ultrapassada – era, garantiram-nos, um anacronismo, um dos muitos atavismos entretanto enterrados no caixote do lixo da história.Os Estados, em particular no âmbito da União Europeia, pareciam pois destinados a dissolverem-se através de transferências de soberania cada vez mais amplas e profundas. Para o bem dos próprios, assegu-ravam-nos. Os grandes problemas decorrentes da globalização já não se coadunavam com respostas a nível nacional – eis o argumento maior de todo este processo que se foi concretizando ao longo das últimas décadas.Até que a actual crise da União Europeia fez cair todas as máscaras. Afinal, todos os Estados, mesmo aqueles que mais tinham embarcado na retórica anti-soberanista, defendiam, antes de tudo o mais, os seus interesses. O que só pode ter surpreendido os mais ingénuos.Com efeito, se em tempos de fartura económica os inevitáveis “egoísmos nacionais” podem aparentemente desaparecer – pois que há quanto baste para todos –, em tempos de crise eles voltam inevitavelmente à tona – e com renovado vigor. Pela simples mas suficiente razão de que os Estados-Nação são, de facto, as únicas entidades políticas realmente consistentes. Quanto tudo o mais se dissolve, apenas elas realmente resistem…A razão para tal também se explica facilmente. As comunidades políticas realmente sólidas são aquelas que correspondem a comunidades histórico-culturais. Só nestas se pode gerar uma comunidade de afectos, única base da tão proclamada “solidar-iedade”. É pois tão simplesmente por isso que a “solidariedade europeia” sempre foi

uma farsa, ainda que tal só agora se tenha tornado evidente; pela crise e, não o esqueçamos, pela aus-

ência de qualquer inimigo externo…Com efeito, ainda que hoje isso pareça fazer parte de

uma história hoje já muito distante, o grande “cimento” da construção europeia foi a ameaça que o bloco soviético,

que, como sabemos, se estendeu a toda a Europa de Leste. Constituiu-se como tal, durante quase meio século, para a

Europa ocidental, bem como também a posição subalterna que a Alemanha aceitou, como expiação da sua culpa pela II Guerra

Mundial. A Alemanha (falamos, obviamente, antes da reunifica-ção, da Alemanha ocidental) não poderia afirmar-se politicamente,

apenas financiar todo o projecto político da construção europeia. E deveria até mostrar entusiasmo por isso.

Com o fim da ameaça soviética e com a reunificação alemã, era inevi-tável que também essa derradeira máscara caísse. A Alemanha reunificada

voltou a ser, naturalmente, um país como os outros – não mais do que os outros, mas também não menos. Para mais, acedeu ao poder uma geração que já não carregava sobre os seus ombros esse peso histórico da “culpa alemã”. O que a Alemanha tinha a pagar, já o havia feito. Agora, defenderia simplesmente os seus interesses, tal como todos os outros países europeus. Quem a poderia impedir?E eis como inevitavelmente se encerrou o último acto da farsa da “solidarie-dade europeia”.

Renato EpifânioPresidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono

www.movimentolusofono.org

O FIM DA FARSA DA “SOLIDARIEDADE EUROPEIA”

Page 8: Semmais jornal 28 Abril 2012

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Centro Histórico de Setúbal, património vivo a revitalizarO Concelho de Setúbal é o cen-

tro de uma paisagem única, repleta de características prontas a serem descobertas pelos seus visitantes.

Com a serra da Arrábida, a Oeste, a Reserva Natural do Estuário do Sado, a Este, e a baía considerada uma das mais belas do mundo, a banhar a extensa frente Sul, Setúbal oferece um contraste entre a agitação urbana e a paz da Natureza reforçada pela sua panóplia de cores.

As praias são uma das mais-va-lias mais apreciadas durante a época balnear pelas suas condições e beleza inigualáveis. Esta região é conhe-cida pela qualidade gastronómica do peixe (Sardinha Assada foi eleita uma das 7 Maravilhas Gastronómi-cas de Portugal), choco frito, vinhos e doces regionais de Azeitão. A sua diversidade relativamente à flora e fauna é bastante marcante.

O Centro Histórico é a zona onde incide a cultura e identidade da ci-dade, sendo este a porta de entrada de turistas que podem disfrutar da nossa História, Monumentos, Co-mércio e Serviços.

A Associação do Comércio e Ser-viços do Distrito de Setúbal (ACSDS) tem como principal objetivo o apoio aos empresários, sendo o reforço

do associativismo uma forma de fortalecer as suas defesas. Desta forma, intervém ativamente junto de instituições, agrupamentos, con-federações e redes.

O panorama económico e so-cial actual obrigou as empresas a tomar várias medidas em termos de reestruturação, para que pudessem evoluir e, deste modo, acompanhar as alterações sentidas.

Numa época, em que o individu-alismo é salientado na nossa socieda-de, é importante que se mantenham valores inerentes ao Comércio Tra-dicional que tanto contribui para a economia local.

Uma das características do co-mércio tradicional é o atendimento personalizado onde existe um bom relacionamento entre o vendedor e o cliente que se traduz num aconselha-mento mais específico e adequado, que contrasta com a agressividade do atendimento estandardizado.

A ACSDS não se opõe à abertura das grandes superfícies, mas conti-nuará a defender, intransigentemen-te, as micro e pequenas empresas, e respetivos colaboradores, que em tanto contribuem para a economia nacional. Deste modo, tenta criar atrativos que correspondam às ex-

pectativas da real procura, para que não venhamos a assistir à deserti-ficação de uma zona dotada de um enorme potencial.

Tendo em conta a conjuntura atual, é necessário que se unam es-forços em prol de um bem comum, ou seja, cada vez é mais urgente que todos coloquemos em prática o espí-rito de entreajuda para que se alcan-cem objetivos que beneficiem toda a sociedade, pois esta é uma missão que compete a toda a comunidade, num envolvimento de união, entre as várias entidades competentes e sua população.

É fulcral que, cada vez mais, se criem sinergias e parcerias entre en-tidades de vários setores para des-poletar melhorias das condições do ordenamento do território para que as acessibilidades correspondam às necessidade e as pessoas possam movimentar-se com facilidade.

Continuaremos a trabalhar para algo que nos é precioso, que é a nossa cidade, pois só deste modo conse-guiremos ultrapassar os obstáculos que se têm vindo a impor.

Fernando PiedadeAssociação do Comércio e

Serviços do Distrito de Setúbal

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Sinopse:Quatro saltimbancos, um filosofo, o seu lobo, uma cega e um jovem no qual a sociedade fez gravar um sorriso horrendo, viajam de terra em terra numa misteriosa carroça, cenário do seu espectáculo, Cara-caos. Símbolo duma humanidade destruída, entregue a vaidade e a infâmia, eles são as sementes da revolta dum povo esmagado pelo poder. A sua viagem é o principio duma marcha em frente que pre-tende acabar com este mundo corrupto eternamente a deriva. As personagens inspirados da obra “o Homem que ri” de Victor Hugo, deram origem a este fábula burlesca onde os protagonistas são os heróis da sua própria historia.

“O Cerco de Leningrado”

Sinopse:Este espectáculo é uma criação baseada no olhar, na acção e nas memórias de duas mulheres que vivem encerradas num vel-ho teatro, lutando e nunca se rendendo, contra a sua demolição anunciada. “Teatro” como metáfora para tudo o que desmorona e que tem o fim anunciado por imposições tecnocratas e eco-nomicistas.

Page 9: Semmais jornal 28 Abril 2012

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MAIS UMA VELHACARIA DOS NOVOS NEGREIROS

Economia política das prisões

Os queridos governantes, que constituem com os queridos capitalistas uma boa réplica dos negreiros de séculos atrás, decidi-ram acelerar a barbárie com que esmagam dia-riamente o povo.

Aflitos com o paga-mento à Troika do nos-so descontentamento, vão reeditar uma or-denação medieval para nos extorquirem não os cereais, azeite, vinho e outros bens agríco-las medievos espoliados aos cam-poneses de antanho para que os amos abarrotassem as suas arcas senhoriais, mas sim os euros que os ataques desenfreados dos novos barões nos arrancam da carteira.

Assim exararam, tal qual os seus antepassados senhores de es-cravos, um novo édito absolutista legalizando a extorsão que exer-cem sobre nós. A partir de agora todo aquele que tiver a infelicidade de não passar o crivo da apertada malha da legalidade fiscal, arrisca pura e simplesmente dar com os costados no cárcere.

Mas, como lhes convém, essas medidas não se aplicam a todos os portugueses. Também aqui, há cidadãos de primeira e de se-gunda, amos e servos. Estes são

os humilhados e oprimidos, que tudo sustentam e laboram sem descanso para que não faltem aos privilegiados as mordomias que

não prescindem. Por isso, os pobres e ofendidos poderão ser encarcerados, se não preencherem a papelada do IVA se-gundo ordens dos burocratas. Obvia-

mente, os senhores das armas e do capital, que fazem as leis e as impõem, não correrão semelhante risco. Era o que faltava, os se-nhores não vão parar à prisão.

Como bem de-monstra o facto destas medidas carcerárias só se aplicarem às gentes de rendimento singular. Às empresas e seus proprietários, em particular aque-las de maior dimensão refugiadas em paraísos fiscais e escritórios de peritos nestas tra-móias, não se aplica semelhante pena.

A arraia-miúda que rebente a trabalhar, na busca de emprego ou na sobrevivência possível, e pague

os impostos forçadamente. Senão, resta-lhe um destino, o cárcere.

E, para os mais pobres entre os pobres, os senhores do mando reservam um apoio, a sopa dos po-bres por todo o país, uma esmola que consideram digna dos maiores encómios, enquanto escamoteiam as razões da miséria que lançam entre os famintos.

E assim vai este rincão. Um bando de seduzidos pelo poder controla tudo, não se limitando á propaganda diária semeada de

abundantes bastona-das distribuídas entre os servos. Agora já nos metem na prisão por causa dos impostos, amanhã sabe-se lá porquê.

A mente tortuosa dos novos negrei-ros não tem limites quando se trata de manter e reproduzir as condições dos seus privilégios e da nossa

servidão.Já não nos despacham para

o pelourinho, para as plantações das Américas e para as costas de África, como os seus antecessores, a realidade presente não o permite.

Nem para um novo Guantana-

mo, como fazem os seus mentores, pese a cruel imitação da cadeia de Monsanto. A cadeia já aguarda quem se engane no obrigatório preenchimento da papelada que assegura a pagamento de impostos dos trabalhadores.

Mas nunca a prisão receberá os que nos enganam, que prometem o

que não cumprem e nos saqueiam o presente e o futuro. Para esses o castigo é interdito. Não são per-mitidas punições aos negreiros na pátria dos negreiros.

José Luís FélixEconomista

O número de prisioneiros não pára de crescer. São cer-ca de 10 milhões de pessoas presas para 7 biliões de ha-bitantes da Terra, e portanto 140 presos por cada 100 mil habitantes.

A d i s t r i b u i ç ã o d o s p r i s i o n e i r o s não é equi ta t iva , Pelo contrário: há a Índia com 32 presos por 100 mil habi-tantes, ou o Nepal ali lado com 24, a Mauritânia com 26, ou Timor Leste com 20. Mas há também os EUA com 748 ou a Rússia com 598. Sem dúvida, os pa-íses protagonistas da Guerra Fria e da modernização são os campeões do encarceramento.

É e s p e c i a l m e n t e c u r i o-so o caso da Finlândia, país que com a queda do muro de Berlim deixou de ser soviético, com altas taxas de encarcera-mento, e voltou a ser escan-dinavo, com baixo número de prisioneiros. A modernização não implica necessariamente

a emergência de práticas mas-sivas de encarceramento.

Estes dados, e a nova aten-ção que estão a merecer cada vez mais dos intelectuais e dos

governantes à pro-cura das raízes dos problemas a que se pode chamar a crise do fim do predomí-nio ocidental sobre o m u n d o , p o d e m ser interpretados de várias maneiras.

O Chile, uma das raras democracias na América do Sul em meados do sé-culo XX, foi palco da mais conhecida experiência políti-co social encenada pelos discípulos de

Milton Friedman: a ditadura de Pinochet. Ainda hoje o Chile, bem perto do Brasil, famoso pela des igualdade socia l e pela violência associada, é o país da América Latina com mais presos, junto com o Su-riname e a Guiana Francesa. Parece ser um dado favorável à explicação economicista: o encarceramento em massa se-

ria funcional com o modelo de desenvolvimento capitalista das últimas décadas. Trata-se de excluir ou conter o cresci-mento populacional numa fase do ciclo económico em que a produtividade e a deslocaliza-ção dispensam trabalhadores, a quem o capital recusa consi-

derar fornecer meios de sub-sistência aos indivíduos agora livres também do trabalho e, portanto, do consumo útil. Me-nos ainda quer saber das suas famílias e dos serviços sociais que as apoiam. A multidão de indigentes terá, nesse caso, de ser controlada. Portanto

ameaçada , impedida de se reproduzir, explorada na me-dida do possível à margem do sistema principal de relações sociais – ao que o encarcera-mento longo e impeditivo de uma vida social regular parece poder bem dar resposta. Mas uma resposta imoral.

Mobilizada para servir de moços de fretes no comércio ilícito de drogas, esta força de trabalho precarizada e margi-nalizada serve uma classe in-ternacionalizada de transporte de drogas, armas e pessoas, para lucros de quem tenha a protecção política suficiente para beneficiar dos negócios mais lucrativos.

As principais vítimas desta política são os estigmatizados – estrangeiros, negros, ciganos – porque uns são presos e ou-tros estão no temor de serem confundidos com os presos, tal como muitos dos políticos portugueses temem ser con-fundidos com os gregos.

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“ Parece ser um dado favorável à explicação economicista: o encarceramento em massa seria funcional com o modelo de desenvolvimento capitalista das últimas décadas.

“ Também aqui, há cidadãos de primeira e de segunda, amos e servos.

“ A mente tortuosa dos novos negreiros não tem limites quando se trata de manter e reproduzir as condições dos seus privilégios e da nossa servidão.

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BOREAL

Camaradas, uma história mundial do comunismo

Robert Service é um dos nomes mais destacados da historiografia contemporânea, há mesmo quem admita que ao nível do estudo da Rússia Soviética o seu nome é imbatível, insubstituível, pela qualidade da investigação e pela originalidade da refle-xão. As suas biografias dedicadas a Lenine e a Estaline são indispen-sáveis para entender não só o marxismo-leninismo na sua ver-são soviética como a história mundial ao longo do séc. XX (es-tão publicadas na co-lecção “Grandes Bio-grafias” de Publicações Europa-América).

Escuso de me penitenciar dizendo que não se pode es-tar atento a tudo e que só agora, largos meses depois da sua publi-cação em português, é que li esta obra capital que é uma narrativa sumária sobre o comunismo em todo o mundo. O livro é prodigio-so pela síntese, pelo rigor da refle-xão que deixa em aberto, postos os dados sobre a mesa. Chama-se singelamente “Camaradas, uma história mundial do comunismo” e pergunto-me se é possível estudar o mundo contemporâneo sem o conhecer. A leitura é indispensá-vel, é um verdadeiro monumento da divulgação histórica e cultural, atrevo-me a questionar se não é a leitura abrangente do comunismo, doravante de referência obrigatória (Publicações Europa-América).

O investigador revela no pre-fácio a gama de questões para as quais pretende resposta na nossa contemporaneidade: o comunismo

é despótico por inerência ou po-tencialmente libertador? Até que ponto a experiência soviética foi singular? Foi um exercício político original, uma verdadeira revolução na estrutura organizativa do Estado e da sociedade ou um pragmatismo,

uma prática política maleável que sufo-cou a frio ou adaptou talentosamente tradi-ções nacionais pree-xistentes? Podemos viver, hoje em dia, sem explicar o comunismo, os sucessivos golpes de sorte da sua con-solidação ter ocorrido num espaço precaria-mente industrializado com o nome de Rússia, com um forte pendor imperialista? Em que divergiu o clientelismo comunista das outras ordens sociopolíticas vigentes? O comu-

nismo desmoronou-se porque perdera coesão inter-continental ou, muito simplesmente, por ter deixado de entender que o proletariado deixara de ser o que fora antes do triunfo da sociedade de con-sumo e da revolução numérica?

Robert Service adverte-nos no ter-mo da sua obra: “Os impulsos que levaram ao comu-nismo não estão adormecidos. Em-bora os antigos impérios tenham desaparecido, persiste o domínio do mundo ditado pelos interesses próprios por um punhado de gran-des potências. A segurança pessoal, as oportunidades educativas e a

garantia de acesso à comida, ha-bitação e emprego ainda estão por proporcionar a milhares de milhões de pessoas...É pouco provável que o comunismo regresse na forma que tinha na URSS e na China maoís-ta. Na verdade, a sua restauração de uma forma abrangente é cer-tamente inconcebível. Tem sido completamente desacreditado entre a intelectualidade e o público em geral, embora seja provável que ainda sobrevivam alguns grupos de verdadeiros crentes no seio das democracias liberais. As ideologias e políticas podem sofrer mutações e espalhar-se como um vírus que contraria todos os esforços médi-cos para o isolar e erradicar. Foi o que aconteceu com o comunismo. Lenine e os bolcheviques trilharam hesitantemente o caminho para a criação do seu novo tipo de Estado. Este tornou-se o estereótipo para os sistemas comunistas em toda a parte; e a própria URSS sofreu variações internas nas décadas subsequentes. As ideias, institui-ções e práticas totalitaristas do marxismo-leninismo tiveram um impacto profundo na extrema-direita. Lideres como Mussolini, Hitler e bin Laden, detestavam o comunismo. Dedicaram-se ao seu aniquilamento. Contudo, foram influenciados pelos precedentes comunistas, mesmo quando o consideravam o bacilo de uma praga. O comunismo provou ter características metastizantes. Irá continuar vivo, mesmo depois do desaparecimento do último Estado comunista”.

Esta advertência final tem a ver com uma questão ve-lha e relha: os debates sobre o comunismo são tão antigos como a teoria comunista, o que nos faz saltar para uma questão que não é puramente acadé-mica: por que é que houve diferentes co-munismos no mundo, onde falhou a sintonia no internacionalismo

proletário? Foi uma maldição obri-gatória os comunistas chegar ao poder e liquidarem impiedosamen-te os partidos rivais? E é assim que Robert Service nos prepara para o início da história mundial do co-munismo.

Porque houve uma história, das

ideias, antes e depois de Marx e En-gels. Por coincidência, o fervilhar intelectual sentiu-se no interior do mundo mais industrializado (Ale-manha, Reino Unido, França). Na Rússia, emerge o fenómeno Leni-ne, a 1ª Guerra Mundial precipita a implosão que vai desencadear a Revolução de Outubro. Nascia assim o primeiro Estado comu-nista, os bolcheviques chegaram ao poder sem qualquer preparação para a nova ordem do Estado. É verdade que houve poucas condi-ções para um grande debate interno, a der-rota militar deixara sequelas gravíssimas, houve a guerra civil, os tumultos, os comunis-tas impuseram-se pelo terror. Robert Service enuncia os zigueza-gues da nova ordem, a experiência impôs-se, periclitante, o ideal comunista propaga-se por outros países, serão experiências que irão culminar em banhos de sangue, no Ocidente. Em Moscovo decide-se a criação da Internacional Comu-nista, a esquerda vai-se dividindo em todo o mundo, comunistas de um lado, sociais-democratas do outro. O co-munismo mundial revela confiança, estrutura-se na Europa, espalha-se pela Ásia e pelas Américas. Esses anos 20 anunciam autoritarismos que se vão confrontar com toda a brutalidade na 2ª Guerra Mundial. O modelo soviético é definido pela linha de Estaline, ele será a alavanca da estratégia mundial, prestigiada e temida com a vitória sobre o nazi-fascismo, em Maio de 1945. A ideo-logia estalinista vinga e mostra-se eficiente na construção da Europa de Leste, totalmente subordinada a Moscovo. Mas entrara-se numa nova era, era o armamento termo-nuclear quem iria ditar as novas regras: uma guerra fria baseada no equilíbrio pelo terror. O bloco soviético expande-se na Europa e na Ásia com a nova ordem chinesa, a partir de 1949. Robert Service é minucioso a explicar as nuances da nova organização do comunismo, o modo como a China não podia aceitar a liderança ideológica da

URSS. No final dos anos 50, o co-munismo é uma realidade ideo-lógica, económica, cultural e até militar. Só que no mundo ocidental a prosperidade era inquestionável e iniludível. Depois o conflito sino-soviético exigiu um repensamen-to do comunismo, os intelectuais ocidentais de esquerda, depois os terceiro-mundistas entraram na discussão, apresentando-se como alternativa. A questão de autoridade

central do Estado iria ser o ponto de fricção que tornaria volátil ou contingente a su-premacia soviética. A descolonização, o fenómeno cubano, a guerra do Vietname, começam a escapar às superpotências, isto enquanto a internacio-nalização económica se iria encontrar com uma catadupa de no-vos paradigmas que irão minar as clássi-cas respostas do co-munismo, e de que são exemplo: as ameaças ambientais globais, a consagração dos direitos humanos, a crescente repugnân-cia pelos fenómenos ditatoriais e, sobretu-

do, o advento da era electrónica. Gorbachev chega ao poder quando toda a estrutura económica sovié-tica estava minada pelo imobilis-mo e pela corrupção. O resto, é um pouco mais ou menos conhecido por todos, com a queda do Muro foi o desmantelamento, o descré-dito e o progressivo abandono da ordem comunista. Remeto o lei-tor para as conclusões de Robert Service, e aquela advertência que as injustiças actuais vão manter o ideal comunista vivo a despeito da total falência da sua prática desde a Revolução de Outubro até ao fim da URSS. A história poderá não ser edificante, mas foi aquela que se viveu e que determinou (e continua a determinar) o nosso tempo.

Por favor, ponham esta obra na lista das urgências das próximas leituras.

Beja SantosDocente Universitário

“ Podemos viver, hoje em dia, sem explicar o comunismo, os sucessivos golpes de sorte da sua consolidação ter ocorrido num espaço precariamente industrializado com o nome de Rússia, com um forte pendor imperialista?

“ (...) 1 ª Guerra Mundial precipita a implosão que vai desencadear a Revolução de Outubro. Nascia assim o primeiro Estado comunista, (...)

“ A ideologia estalinista vinga e mostra-se eficiente na construção da Europa de Leste, totalmente subordinada a Moscovo. Mas entrara-se numa nova era, era o armamento termonuclear quem iria ditar as novas regras: uma guerra fria baseada no equilíbrio pelo terror.

O livro que faz ver setúbal nu!Tal como veio ao mundo!

Já nas Bancas!

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Pub.

Em catorze anos de activi­dade ininterrupta o Semmais continua a ser o único jornal

de referência do distrito de Setúbal e a amplificar a sua presença no mercado, tendo atingido o ano passado uma audiência média estimada em mais de um milhão de leitores.

São catorze anos vertiginosos de acompanhamento da região e dos seus agentes, sentindo o pulsar alegrias e tristezas, sempre guin­dados por um jornalismo actuante e inovador. «É um jornal de refe­rência, com dinamismo e inovação, que aceita desafios e supera difi­culdades», diz João Lobo, presi­dente da Câmara da Moita. E tem sido igualmente, como refere Ana Teresa Vicente, a edil de Palmela, «um espaço de debate» sobre as questões centrais do distrito e das suas gentes.

O Semmais tem procurado contribuir para a coesão regional. È um dos seus chapéus mais visí­veis, dada a sua natureza intrinse­camente regionalista. E esta a opinião do presidente da Associação de Municípios do Distrito de Setúbal e da Câmara do Seixal, Alfredo Monteiro: «Olha a região com sentido de identidade e dá voz e rosto aos grandes projectos regionais».

O jornalismo positivo e a defesa

do desenvolvimento desta grande região têm levado a um olhar atento à economia. «Os aspectos da vida económica e das empresas» são t r a t a d o s «sem pre com isen ­ção e o b j e c ­tividade». E esse é, diz Carlos Lopes, presidente da administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, «um dos seus grandes contri­butos». Considerado indispensável na vida económica, o Semmais é «uma referência e um meio de comuni­cação pre ­ cioso para os agentes económicos da região», sustenta Melo Pires, o director­geral da Autoeuropa.

Também a investigação e a sua performance jornalística são trunfos do projecto. Amélia Antunes, presidente da Câmara do Montijo, gaba «o trabalho de afir­mação num tipo de jornalismo de

investigação plural e isento». Uma função essencial à credibilidade, tal como sugere Cardoso Ferreira,

presidente da Misericórdia de Setúbal: «O Semmais tem cumprido um papel relevante de forma irre­preensível, pela qualidade, abran­gência e isenção».

As questões sociais, sempre presentes no perfil editorial do jornal são igualmente reconhe­cidas, como enfatiza Eugénio

Fonseca, o presidente da Caritas, ao afirmar que o Semmais tem sido «uma das armas» no domínio dos

p r o b l e m a s sociais, ao mesmo tempo «produz pensa­mento para uma acção transfor­madora da so ­ciedade». Um jornalismo que põe no centro da discussão os grandes pro ­blemas re gio ­

nais, cons­tituindo, como sa ­lienta o presidente do Banco A limentar de Setúbal, A n t ó n i o Alves, ao sublinhar

que «o Semmais é um foro de reflexão» que tem ganho «a confiança e a credibilidade» dos seus leitores, despertando a respon­sabilidade e a participação».

Um jornal «jovem e maduro», como reconhece Graziela Dias, do Teatro Estúdio Fontenova, mas também «rigoroso e assíduo», como

aponta Rodrigo Francisco, do Teatro de Almada e que, no dizer de Carlos Curto, do Teatro Animação de Setúbal «tem progres­sivamente crescido, evoluído no conteúdo e na distribuição».

Afinal, após catorze anos de exis­tência, o Semmais apresenta, «uma frescura tal que parece ter sido fundado ontem», diz Pedro Paredes, presidente da Câmara de Alcácer do Sal. E acrescenta: «Há empenho, dedicação e espírito crítico».

Catorze anos de jornalismo sempre a subir

Aniversário

O portal do Semmais e a adesão ao facebook são complementos relevantes do projecto. Com cerca de um milhar de amigos no ‘face’, a interactividade com os leitores aumentou de forma consolidada e é apenas um primeiro passos das novas ferramentas que estão a ser projectadas no âmbito da revo-lução tecnológica que estamos a preparar. Esta relação com o público verifica-se também na atribuição de convites ofertados pelo Semmais ao longo do anos, sendo que o ano passado levamos mais de seiscentos leitores ao Jardim Zoológico, mais de mil ao circo e oitocentos a espec-táculos teatrais e musicais.

Novas ferramentase ofertas ao serviçodos fiéis leitores

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Ana Teresa VicentePr. Câmara de Palmela

Ao longo dos úl ­timos anos, o Semmais tem contri­buído para a divulgação das potencialidades da região e para dar a conhecer perso­nalidades e projetos que fazem a diferença. Ao mesmo tempo, constitui espaço de debate sobre os temas e as questões que nos preocupam e que continuam a afetar o distrito.

Num momento de grandes dificuldades e desafios, o acesso à informação é um contributo inegável para a transparência, para o escla­recimento e para o diálogo, imprescindíveis ao exercício pleno da cidadania.

Saúdo o Semanário pelo seu 14.º aniversário, com votos de sucessos continuados para toda a equipa.

Alfredo Monteiro Pr. AMRS

A imprensa regional desempenha um papel funda­mental na divulgação dos agentes, projectos e acções locais, promovendo o chamado jornalismo de proxi­midade.

O Semmais faz parte desse leque que olha a Região com sentido de identidade e que dá voz e rosto aos grandes projectos regionais, como é o caso da Arrábida Património Mundial ou o Setúbal Penín­sula Digital, ambos promo­vidos pela AMRS e que têm merecido o destaque da publi­cação. Parabéns pelos 14 anos. Que assim continue por muito tempo!

António Alves Pr. Banco Alimentar Contra a Fome de Setúbal

Tenho acompanhado, na qualidade de leitor e de presi­dente do Banco Alimentar Contra a Fome de Setúbal, a vida do jornal Semmais. Ao longo destes 14 anos da sua existência pode dizer­se que o jornal constitui um foro de reflexão de distintos pontos de vista: económico, político, ambiental e social. A infor­mação e os textos quer dos seus profissionais, quer de outros colaboradores,

merecem sempre uma leitura atenta.

É, pois, com grande admi­ração que constato a confiança e a credibilidade que o jornal merece dos seus leitores. Nem a austeridade que hoje se vive, influenciou as posições do jornal no que respeita às questões que afectam as pessoas e a região, que têm no Semmais um acér­rimo defensor.

Um aniversário é sempre uma data importante. No caso presente é mais um ano de vida partilhado com os seus leitores que, tal como o jornal, estão de parabéns pelo privi­légio que representa poder­se contar com um meio de comunicação que nos faz chegar notícias de senti­mentos e emoções.

Parabéns por terem mantido os desafios da defesa dos interesses desta grande região e de levar pelo sonho, nem sempre concretizável, novas mensagens em cada semana. Em dia tão especial, os meus votos vão para uma larga vida do Semmais, ao serviço da informação e da Região onde se acolheu e ao serviço da qual esteve e estará para todo o sempre.

Estamos no Ano Mundial

do Envelhecimento Activo. Que o Semmais vá fazendo anos e mantenha toda a vita­lidade jornalística que só a experiência e o diálogo entre gerações torna profícua. Obri­gado ao Semmais por pretender despertar nas pessoas a responsabilidade social e a participação na sociedade e, ao mesmo tempo, promover o espírito de solidariedade de que o nosso Banco Alimentar Contra a Fome se sente agradecido.

Antóniode Melo PiresDirector­geral da Volkswagen Autoeuropa

O Semmais comemora, em Abril de 2012, 14 anos de actividade. Jornal regional de referência na Península de Setúbal, conquistou a simpatia das populações que serve e é um meio de informação precioso para os agentes económicos da região. O prestígio que alcançou ao longo destes 14 anos é a prova de que vale a pena fazer bom jornalismo. Quando os recursos são limi­tados e com uma conjuntura desfavorável, manter vivo um projeto com a qualidade e o

rigor ético do Semmais é uma tarefa certamente difícil. A minha saudação muito espe­cial para o seu director, para os seus jornalistas e também para todos os seus colabora­dores.

Carlos LopesPr. da APSS

O Conselho de Adminis­tração da APSS, SA felicita o Semmais por mais um aniver­sário, agradecendo o rele­vante contributo na divul­

gação e comunicação das notícias e informações sobre as questões que preocupam a região e também os aspectos positivos da vida económica das empresas, sempre reali­zado com isenção e objecti­vidade.

Os Portos de Setúbal e Sesimbra não podiam deixar de se associar a este momento de festa para o Semmais e seus leitores, com votos de êxito e continuidade no bom trabalho.

Pedro da Cunha ParedesPr. Câmarade Alcácer do Sal

O Semmais apresenta uma frescura tal que parece ter sido fundado ontem. No entanto já serve a região há catorze anos, com empenho, dedicação e espírito crítico. Razões para que se dê os para­béns à sua administração, à sua equipa de jornalistas e comerciais, e para que se lhes deseje uma vida longa e sempre dedicada à paixão de informar.

João Manuel LoboPr. Câmara da Moita

O Semmais está de Para­béns! Mas esta felicitação não se restringe apenas à passagem do seu 14º aniver­sário, ela é extensível ao dina­mismo e inovação. Um jornal que tem procurado novas formas de chegar aos seus leitores, um jornal que aceita desafios para superar as difi­culdades, e que é um exemplo de como os meios de comu­nicação social não se sobre­põem e podem trabalhar em paralelo.

O Semmais afirma­se como um órgão de comuni­cação social de referência na nossa região, um veículo privi­

Pub.

Aniversário Saudações

Constitui espaço de debate sobre temas que afectam o distrito”

Jornal dereferência e um meio precioso para agentes económicos da região”

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Pub.

Saudações

legiado de informação cada vez mais próximo das popu-lações e um bem tão neces-sário quando outros meios silenciam o trabalho do Poder Local Democrático, que enfrenta a maior ofensiva de sempre.

Esperando que o Semmais continue o seu trabalho e dedi-cação à causa pública que é a liberdade de informação e de expressão, felicito toda a equipa

Maria Amélia Antunes Pr. Câmara do Montijo

A passagem do 14º aniver-sário do Semmais Jornal é uma demonstração inequí-voca de que a imprensa local e regional, independente-mente das dificuldades, continua o seu trabalho de afirmação persistente e plura-lista. A imprensa regional contínua a ser uma fonte de lucidez crítica e de espírito construtivo, muito mais que a nacional. Muitas vezes subs-titui-se ao próprio Estado na informação das iniciativas governamentais junto das populações, tornando-se num fator de reflexão, de espírito crítico e de defesa dos valores democráticos.

Nestes 14 anos de exis-

tência, o Semmais procurou fazer um jornalismo de inves-tigação, plural e isento, não obstante as dificuldades com que se debate o próprio jornal e toda a imprensa regional e local. Por consideramos a importância da imprensa local e regional para o exer-cício da cidadania ativa, saudamos o 14º aniversário do Semmais e desejamos as maiores felicidades e sucessos ao seu diretor e colaboradores.

Eugénio FonsecaPr. Cáritas Diocesana

A imprensa local é um instrumento fundamental para o desenvolvimento regional integrado. Viabiliza informa-ções e determinados tipos de conhecimento são hoje mais que nunca, uma arma para a solução de problemas pessoais e comunitários. Mas também produz pensamento, contri-buindo assim para uma acção transformadora da sociedade.

Tudo isto tem sido o Semmais. Com muito esforço. Melhor: com uma heroica dedi-cação do seu proprie-tário, do director e dos colaboradores. Parabéns a este

semanário com votos que viva por muitos anos para bem da nossa região que será o nosso bem.

Graziela DiasTeatro Estúdio Fontenova

14 Anos do Semmais. Que jovem e que maduro! Jovem numa informação refres-cada, renovada e apaixo-nada. Maduro na forma pensada, elaborada, ponde-rada, rigorosa e sempre ao serviço de uma comunicação imparcial. A comunicação social é também um veículo importante na consciência de nos lermos a nós próprios, para rescrevermos colecti-vamente uma sociedade mais humanizada e mais demo-cratizada. Pela vossa forma de estar, os meus Parabéns!

Rodrigo FranciscoTeatro Municipal de Almada

Ao longo dos seus 14 anos de existência, o Semmais tem

dado provas de que a imprensa regional pode dar um contributo bastante útil ao País, se tratar próxima e rigorosamente as informa-ções relacionadas com a região em que está inserido, sem nunca deixar de as pers-pectivar no contexto nacional. No que toca ao Teatro Muni-cipal de Almada, o Semmais tem dado um importante exemplo do que é manter os seus leitores informados, de uma forma rigorosa e assídua, acerca da nossa actividade .

Carlos CurtoDirector do Teatro Animação de Setúbal

Desde há muito tempo que lamento Setúbal não ter uma imprensa pujante, que excedesse o regionalismo implícito, que possuísse uma opinião elevada sobre os imensos problemas que afectam esta região cada vez mais empobrecida por uma implosão cultural. O Semmais tem vindo gradualmente a

afastar-se deste meu racio-cínio. Progressivamente tem crescido, evoluído, não só no conteúdo, mas também na distribuição, fruto de uma inteligente cooperação com o semanário “Expresso”. Neste seu 14.º aniversário, não posso deixar de me congratular enquanto cidadão e agente cultural, pela existência perse-verante deste órgão de comu-nicação que prestigia a imprensa regional.

Cardoso Ferreira Provedor da Misericórdia de Setúbal

Nestes tempos contur-bados e difíceis que atraves-samos, a Comunicação Social tem um papel de grande rele-vância no esclarecimento e informação dos cidadãos.

O Semmais, tem cumprido essa função, no âmbito regional, de uma forma irrepreensível, pela qualidade, abrangência e isenção. É assim um grato prazer, na qualidade de cidadão, mas também de responsável máximo de uma Instituição Social, com mais de cinco séculos de existência, a Santa Casa da Mise-

ricórdia de Setúbal, assinalar mais um aniversário de tão importante órgão da imprensa escrita.

Ao seu director e a todos os colaboradores os meus parabéns e votos de continu-ação do bom trabalho.

Mariadas Dores MeiraPr. Câmara de Setúbal

Os 14 anos de existência do Semmais é o reflexo de um projeto editorial de refe-rência na região e na defesa do pluralismo, no reconhe-cimento da diversidade de opiniões que sustenta uma sociedade mais justa e informada.

Setúbal tem conseguido ser palco de projectos sustentados e, no caso deste órgão de comunicação social, em prol de uma informação livre e de qualidade. A toda a equipa que semanalmente dá corpo a um jornal de refe-rência o município de Setúbal deseja as maiores felicidades.

Produz pensamento e contribui para a acção transformadora da sociedade”

Projecto de referência da região, plural, que reconhece a diversidade”

Jornal jovem e maduro, de informação rigorosa e imparcial”

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Anti-stress

DIA MUNDIAL DA DANÇA: COMEMO-RAÇÕESDIA 28 DAS 10H00 ÀS 12H30 na Praça do Bocage – Anima-ção e demonstração de aulas pelos alunos da Dança & Compa-nhia. | Às 14h00 no Pavilhão da Juventude Azeitonense – 2º Campeonato Regional de Setúbal de Danças de Salão.DIA 29 DAS 15H00 ÀS 19H00 no Club Setuba-lense – Matinê de danças sociais, a primeira aula às 15h00 é de salsa e ritmos latinos, e às 17h00 sessão de danças de salão pela escola Dança & Companhia. | A professora Leónia de Oliveira ensina passos de dança tradicionais europeias às 16h00 e às 18h00.

DESPORTO DIA 28 DAS 14H30 ÀS 19H00 e DIA 29 DAS 09H00 ÀS 13H00 – Provas de atletas federados das categorias de iniciados, juvenis, juniores e seniores, competem no Campeonato Regional em 5000 e 10.000 metros.DIA 6 ÀS 10H00 – 23ª Marato-na Internacional de Setúbal – Mini Maratona das famílias. | +info: www.meiamara-tonasetubal.pt.vu

EXPOSIÇÃOATÉ DIA 28 na Casa Bocage - “Process”, pintura sobre tela, de Ricardo Crista, que desafia o espetador, ao lançá-lo num jogo construído a partir de um realismo disfar-çado de abstração| Ter a sab, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.

Escolhas SadinasPor Ana Sobrinho

O espectáculo “One (Her)man Show”, do conhecido e conceituado humorista

Herman José, sobe ao palco do Cine-Teatro S. João, em Palmela, este sábado, pelas 21h30. O artista, acompanhado pelo piano e viola, promete duas horas de música, revelar histórias de carreira e muito ‘stand-up’.

Herman José reconhece que os espectáculos, que anda a apre-sentar de norte a sul de Portugal, têm registado um «bom feedback» do público em geral. «Luto sempre por uma taxa de agrado de cem por cento e parece-me que o tenho conseguido».

Tony Silva, Serafim Saudade, Maximiana, Nelo e José Esteves são os ‘bonecos’ que não faltam em “One (Her)man Show”, pois todos eles marcaram, de certa forma, a carreira de Herman José e fizeram

rir milhares de portugueses. Além do espectáculo de

Palmela, Herman José fez a passagem de ano no Casino de Tróia, passou por Azeitão, Sesimbra, Barreiro e Seixal, e sublinha que está «ansioso» que o Forum Luísa Todi, em Setúbal, esteja concluído, uma vez que faz «muita falta» para que a capital de distrito possa receber espec-táculos de qualidade.

No futuro, Herman José tenciona expandir o seu espectá-culo. Este ano, depois de Toronto, Luanda, Moçambique e Luxem-burgo, “One (Her)man Show” passará por Zurique, com os Xutos & Pontapés, e voltará a Macau, em Setembro. Além disso, vinca que irá manter o seu “Herman 2012”, na RTP-1, aos sábados à noite, «bem vivo e cheio de força e imaginação».

Herman diverte a região com melodias e bonecos cómicos

No Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer, em Lisboa, continua em cena a divertida revista “Ora Vira & Troika o Passos”, com Florbela Queiroz e Paulo Vasco nos principais papéis. O espectáculo, com texto de Francisco Nicholson, faz uma dura crítica à classe política nacional. Para se habilitar aos convites, ligue 918 047 918 ou enviar um e-mail para: [email protected]. Veja outros passatempos em www.semmaisjornal.com

Ganhe convites para revista popularOferta Semmais

Herman promete dar show no S.João

DR

Pub.

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Social Democracia em Risco?

BOREAL

Parece que o grande problema dos partidos social democratas, hoje ,não está tanto nos objectivos que pretendem,mas em não con-seguir leva-los à pratica quan-do atingem o poder.

E é fundamental que quando o atingem, não seja para o manter só como tal , mas explicar nos que estratégias vão desenvolver para alcançar os objectivos propostos.

Para outros, a questão está no pântano ideológico em que caíram. Na verdade a Interna-cional Socialista desapareceu da cena política desde o Eng. Guterres,e agora o mais que se fala é na Partido Socialista Europeu,aliás, com diversas sen-sibilidades.

Mas o que é a social democra-cia ?Na linha dos socialistas por-tugueses, é a Liberdade,igualdade, solidariedade,universalidade justiça social , desenvolvimen-to humano e soberania popular. Voltaremos a isto no final . Outros sintetizam isto em três ideias : a igualdade entre os cidadãos , o bem estar material da sociedade, e a democracia.

Ate´à década de 70 do século passado, houve um grande desen-volvimento nos países do Ocidente Norte e as desigualdades sociais dimínuiram, mas depois dos anos 80 ,com a chegada do tatcharismo, reaganismo, o neoliberalismo da escola de Chicago, começam -se a sentir dificuldades,e estes parti-dos não conseguem travar o cres-cendo das desigualdades sociais, que se iniciam nos seus países ,ao mesmo tempo que cai o Estado Soviético,que nos servia de emu-lação social,para provar a bon-dade da nossa Democracia com Liberdades. Nem Blair, nem Clinton , nem Schroeder conseguem tra-vam essa tendência, e nos anos 2000 - 2005 com Schroeder na Alemanha , pronunciaram -se mui-to estas desigualdades. Começam então os sociais democratas a ser uma espécie de alinea social de-mocrata do neo liberalismo.

Com a crise económica e fi-nanceira que entretanto começou,

dimínuiram as capacidades distributivas dos Estados,mas cresceram as exigências de apoios sociais, e a impotência de os resol-ver. Há creio por detrás disto duas

questões importantes: uma eco-nómica, outra política .A económi-ca tem a ver com o modelo aceite, baseado na hipertrofia do sector financeiro sem regulamento, da prestação do credito fácil como motor de desenvolvimento,e na política de beneficios dos impostos permiti-dos ao grande capi-tal , e o aumento dos impostos indirectos que prejudicam muito mais quem trabalha. Pelo meio a globali-zação ,uma crise total ,holística , e o ressur-gir dos chamados países emergentes, com quem houve sempre dificuldades em compreender o sentido,pois a Eu-ropa e o Ocidente estavam habituado a uma hegemonia que se está a perder a favor deles,e nao se conformam com isso - Por ou-tro lado,mudanças estruturais no projecto europeu, que na verdade limitam muito o poder democrati-co, foram apoiadas pelos partidos sociais democráticos . Referirei a independencia dos bancos cen-trais, que se permitiram fazer o desenho institucional da uniaõ europeia com as suas politicias restritivas do deficit que nos le-vam á “Regra de Ouro”, sem terem mandato popular para tal . Depois , as concessões feitas á Comissão Europeia com os seus oligarcas, os comissários europeus , todos eles carentes de mandato popular,mas todos bem concertados em ques-tões ideologicas, que passam mais por respostas tecnicas, do que politicas, e nem por isso sao responsáveis perante a Cidada-nia. Não é pois de admirar qeu a social democracia tenha pago a crise de 2008 e todos os governos desta côr tenham sido substituidos e arredados do poder,para dar lugar aos partidos mais á direita que sao na verdade os verdadei-ros promotores da crise,e os qeu defendem o neo liberalismo com toda a convicção.

Mas como a crise não passa , os povos começaram a perceber que embora a social democracia dis-

tribua pouco e menos do que pro-mete os partidos da direita liberais distribuem muito menos e favo-recem muito mais os detentores do capital. Apesar da critica pro-

funda à partidocracia e á corrupçao em que muitos se viram en-volvidos directa ou indirectamente,. e do descontentamento que grassa, a verda-de é que o espaço até agora, está livre para eles se nao aparecer ninguem a ocupa- lo , com um discurso vá-lido que dê nova es-perança aos povos . Daí que agora a so-cial democracia sinta um novo fôlego com a vaga de eleiçoes que se aproximam e que os podem trazer ao poder, por si sós ,ou

em alianças com outros partidos ,desta vez mais á esquerda.

Em França há a esperança de ver eleger F. Holande ,lider do partido socialista a presidente da república.Trata-se de uma escolha de segunda linha dado que o homem caris-mático era Domini-que Strauss Khan, ex homem forte do FMI ,que estragou a sua vida toda, com escan-dalos sexuais ,que o tornam inelegivel por muito tempo.

N a A l e m a n h a os olhos estão pos-tos nas eleições ge-rais de 2013 em que se espera que o SPD consiga um resulta-do convincente para governar a Alemanha e assim inverter-se definitivamen-te a lógica da austeridade que tem sido o designio único dos partidos liberais, ou de direita.

Todos perceberam que para revolucionar a social de-mocracia tal não pode partir de um só país, e que os motores tem de ser a França a Alemanha e a Inglaterra que podem dar alento aos outros partidos irmãos.

Provavelmente será bom re-

fundar a Internacional Socialista ,mas será sobretudo muito útil que nas eleiçoes europeias de Maio-Junho 2014 apresentem um candidato único para a presiden-cia da Comissão, e não se dividam como aconteceu antes, com os ingleses, espanhóis e portugueses a apoiarem Durão Barroso! Têm de procurar encontrar uma agen-da comum, partilhada, que tenha em atenção as diversas culturas politicas dos estados do Norte da Europa e do Sul Mediterrânico.

Têm de deixar claro que não querem uma economia dirigi-

da pelo Estado, mas tambem não pactuam mais, com a economia de casino, e de capita-lismo selvagem como a que temos, e põe em causa as próprias bases da Democracia, tal como a concebe-mos.

Em Portugal o P.S terá de rever a sua politica de alianças, o Bloco Central defini-tivamente tem de ser demarcado da direita, e então pode ser assu-mido em aliança com a esquerda. É dificil porque o PCP tem ele-

gido o P.S como inimigo principal, desde o 25 de Abril,e ainda não se curou da implusão da Cortina de Ferro. O BE não tem sido um interlocutor fácil, defraudando expectativas, que aliás, lhe fazem perder base social de apoio.

Mas uma coisa é certa: o PS tem de descolar e criar fortes-distâncias deste Governo que é uma extensão fundamentalista da Troika, em Portugal, com este

país ocupado, por fiscais tecnicos, que não olham às pessoas , mas aos números , a questões orça-mentais verdadeiramente imorais, e tecnicamente erradas. Os so-cialistas em nome dos seus ver-dadeiros principios não podem continuar a pactar com tal, senão correm o risco merecido, de esva-ziarem-se, ou implodir, (veja-se a bancada parlamentar, e as amea-ças da UGT), e poderem dar lugar a vários populismos, todos eles muito perigosos. A assinatura do Tratado Europeu, para cumprir uma questão dita de palavra,não foi um bom augúrio. Mário Soares avisou ,mas agora têm mesmo de impor a sua nova agenda de de-senvolvimento e trabalho, apesar, e até, contra politicas restritivas. Percebam que há que olhar para as novas energias alternativas, novas atitudes e processos de consumo, para a ecologia, para a criatividade da sociedade do conhecimento, para os jovens ,para Cultura, para o património histórico, lusofonia e, sobretudo, para uma agenda de Direitos Hu-manos que condiciona sempre os avanços democráticos, e por con-sequência avanços na estrutura produtiva do país. As próximas eleições locais de 2013, e as políti-cas de alianças que fizerem, vão ser a prova dos nove para o futuro. Já agora vamos ver como se passam em Setúbal?

António SerzedeloEditor do programa de

radio Vidas Alternativas [email protected])

“ Mas como a crise não passa ,os povos começaram a perceber que embora a social democracia distribua pouco e menos do que promete os partidos da direita liberais distribuem muito menos e favorecem muito mais os detentores do capital.

“ Todos perceberam que para revolucionar a social democracia tal não pode partir de um só país, e que os motores tem de ser a França a Alemanha e a Inglaterra que podem dar alento aos outros partidos irmãos.

Dia 25 de Abril Inauguração da exposição “Arte de trincheira”

no La Bohéme, das colecções da Prima Folia - Cooperativa Cultural, CRL.

Dia 11 de Maio Academia Problemática e Obscura, 21.30h.

Concerto de João da Ilha

Dia 18 de Maio

Academia Problemática e Obscura, 21h. Debate aberto - “Há cultura suburbana?”,

com agentes culturais da Margem Sul

Dia 27 de Abril Academia Problemática e Obscura, 20h.

Jantar cultural comemorativo dos 75 anos do Guernica,com palestra de António Galrinho

Dia 4 de Maio Academia Problemática e Obscura, 21.30h.

palestra ´”A greve geral de 1912”,de Álvaro Arranja

Programação Academia Problemática e Obscura

Rua Fran Paxeco nº 178 . Setúbal . primafolia.blogspot.com . [email protected] . Tel. 963 883 143

Page 16: Semmais jornal 28 Abril 2012

CULTURA06

O Arquivo e a Biblioteca na-cionais deviam ser ligados. Não só institucionalmente mas também fisicamente.

O formato electrónico pode estar a tornar-se cada vez mais frequente e influente… mas não substitui, nunca substituirá, o papel, nem nunca o su-perará em importância e em predominância. Pelo que se deve con-tinuar a assegurar que as instituições que têm como missão guardar e proteger (e divulgar e valorizar) livros e do-cumentos têm todas as condições necessárias – financeiras e não só – à prossecução das suas actividades.

Em Portugal as instituições com mais poderes e responsabilidades nes-ta área são o Arquivo Nacional/Torre do Tombo e a Biblioteca Nacional. O primeiro tem como objectivo principal preservar «documentos originais des-de o séc. IX até à actualidade» e tam-

bém «os novos arquivos electrónicos no âmbito de actuação do organismo, a par do mandato explícito para dar execução à lei que estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural, na sua vertente de património arquivísti-co e património fotográfico.» A segun-

da tem como objectivo principal «proceder à recolha, tratamento e conservação do pa-trimónio documental português, em língua portuguesa e sobre Portugal, nos vários ti-pos de suporte em que este se apresente, bem como assegurar o seu estudo, divulgação e as

condições para a sua fruição e garan-tir a classificação e inventariação do património bibliográfico nacional.»

Não seria preciso ler estes enun-ciados para saber que as duas insti-tuições têm practicamente tudo em comum, diferindo apenas nas carac-terísticas dos objectos… em papel com

que costumam trabalhar. O ANTT lida preferencialmente com folhas (mais ou menos) soltas, individualizáveis, isoladas; a BNP lida preferencialmente com folhas… agrupadas em volumes. Ou nem isso. Os pontos de contacto entre ambas são pois bastantes, as áre-as de intersecção – e até de sobrepo-sição – várias. Pelo que se justificaria inteiramente proceder-se à integração, à fusão, do Arquivo Nacional/Torre

do Tombo com a Biblioteca Nacio-nal, criando-se assim… o Arquivo e Biblioteca Nacional/Torre do Tombo.

Seria uma união institucional com evidentes vantagens em termos de eficiência e de eficácia, de eventual aumento de capacidades e de racio-nalização de custos. Mas não só: dadas as actuais localizações de ambas, em Lisboa, a pouca distância uma da ou-tra, poder-se-ia pensar seriamente em

também uni-las fisicamente. Estando uma na Alameda da Universidade e outra no Campo Grande, talvez fosse viável – tecnicamente, e financeira-mente assim que o Orçamento de Estado o permitisse… - construir um complexo de túneis, galerias e gabi-netes subterrâneos que fosse de «A» a «B», e que constituísse igualmente o espaço principal, e privilegiado, de depósito, com prioridade aos docu-mentos e livros mais importantes e/ou raros. Dispondo de sistemas de transporte e de comunicação próprios e modernos, embora condicionado, quase inevitavelmente, pelas linhas do Metropolitano que passam muito perto…

Enfim, um trabalho, uma tarefa para os melhores arquitectos e en-genheiros, e à altura do que poderia passar a ser o «templo» - e «estação», e «quartel-general» – principal da cul-tura em Portugal.

Octavio dos [email protected]

John Carpenter é uma obses-são antiga e omnipresente. Uma que habita e compõe o meu ima-ginário desde a juventude. Toda a juventude é triste. Corrijo: toda a vida é triste. Triste e trágica. E todo o escape possível desta é um escape necessário. A arte é um veículo propício à coisa. E Carpenter foi – e é – uma artista. E como não? E como não, de facto.

Mas, calma: quem é John Carpenter? Não, não, não. De-finitivamente, não. O leitor não acabou de me fazer essa pergunta. Um leitor meu nunca me faria essa pergunta. Porque certamente sabe que Carpenter é tão só e apenas o mestre do horror por detrás de filmes como “Hallo-ween” (1978), “The Fog” (1980), “The Thing” (1982), ou “Christine” (1983). Esqueçam tudo o resto. Foi aqui que tudo começou. Princi-palmente em “Halloween”. Óbvio que Carpenter não inaugurou o género. Esse já existia fazia anos

e anos. Na literatura. Na pintura. E no cinema também. Carpenter tem influências e admite-as. Al-fred Hitchcock é apenas a mais óbvia. Mas seria Carpenter quem acabaria por inaugurar a sua for-ma definitiva. Tudo aquilo que hoje em dia constitui a base do horror cinematográfico está lá.

Mais: começou lá, e de lá seria posterior-mente recapitulado vezes sem conta em filmes que escapam à conta. O cliché de hoje foi uma inovação de ontem. De quem? Exactamente: de John Carpenter.

É dele a habilida-de do “cheap scare”,

o susto barato, que consiste na simples conjugação de elementos – a ambiência claustrofóbica, os movimentos de câmara, os jogos de sombra e a música que em si mesma é já um aviso do terror eminente – com a proposita-da intenção de desviar a nossa atenção de modo a possibilitar o sobressalto inesperado. É a hoje vulgar “misdirection”. Bons tem-pos. Simples tempos. O talento, esse, claro, esteve sempre lá.

John Carpenter, o “Mestre do Horror”. John Carpenter, o “Prín-cipe das Trevas”. Uma constatação justíssima. Mas uma constata-ção redutora ainda assim. Porque Carpenter é isso e muito mais. “Escape from New York” (1981) e “Escape from L.A.” (1996) são filmes de pura acção com uma vaga notação política, que fa-riam por apresentar o memorável anti-herói Snake Plissken (pelo sempre excepcional Kurt Rus-sell) ao mundo; “Big Trouble in Little China” (1986) uma divertida e preciosa aventura no ramo do fantástico, tal como o é “Memoirs of an Invisible Man” (1992) com um hilariante Chevy Chase; e o muito injustamente subvalorizado e esquecido “Starman” (1984) – um dos meus francamente preferidos – uma extraordinária e bela his-tória de um amor improvável e, em último caso, impossível, com um sempre genial Jeff Bridges.

Falei de uns. Omiti outros. Uma injustiça necessária: o tempo urge. Eis o que eu queria dizer: John Carpenter esteve ausente vários anos. O seu último filme, “Ghosts of Mars”, datava de 2001. Verdade que, no entretanto, aca-baria por assinar dois episódios

para a série “Masters of Horror”: “Cigarette Burns” (2005) e “Pro-Life” (2006) que, julgo, nunca che-garam a passar pelas televisões do nosso país. Felizmente a tristeza acabou. Em 2010, Carpenter as-sinou “The Ward” que acabaria estreado em Portugal em 2011 no “MOTELx – Festival Internacional de Terror de Lisboa”.

Vi. Digo mais: vi e gostei. Muito. História simples: Kristen (Amber Heard) é uma rapariga problemática que acaba institu-cionalizada num hospital psiqui-átrico. Colocada na ala feminina encontra quatro companheiras que, uma por uma, não tardam

a ser brutalmente assassinadas. Kristen procurará a evasão e a consequente sobrevivência. E é assim que um aparente conto acerca do paranormal rapida-mente se torna num thriller psi-cológico. Não quero denunciar o final inesperado. Melhor ver. Melhor apreciar. Deixo apenas uma questão para ponderação: afinal, será possível fugirmos de nós próprios?

Certezas, certezas, apenas uma: John Carpenter vive. Vive e recomenda-se, claro.

Tiago Apolinário [email protected]

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2012

A Obsessão e o seu Dia

De «A» a «B»: ABN/TT

FICHA TÉCNICA:Propriedade e Editor: Prima Folia - Cooperativa Cultural, CRL . Morada: Rua Fran Paxeco nr 178, 2900 Setúbal . Telefone: 963683791/969791335 . NIF: 508254418 . Director: António Serzedelo . Subdirector: José Luís Neto, Leonardo da Silva Consultores Especiais: Fernando Dacosta e Raul Tavares . Conselho Editorial: Catarina Marcelino, Carlos Tavares da Silva, Daniela Silva, Hugo Silva, José Manuel Palma, Maria Madalena Fialho, Paulo Cardoso . Director de Arte: Dinis Carrilho . Consultor Artístico: Leonardo Silva . Morada da redacção: Rua Fran Pacheco n.º 176 1.º andar 2900-374 Setúbal . E-mail: [email protected] . Registo ERC: 125830 . Depósito Legal: 305788/10 . Periodicidade: Mensal . Tiragem: 45.000 exemplares . Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro

“ (...) justificaria inteiramente proceder-se à integração, à fusão, do Arquivo Nacional/Torre do Tombo com a Biblioteca Nacional

“ John Carpenter, o “Mestre do Horror”. John Carpenter, o “Príncipe das Trevas”. Uma constatação justíssima.

John Carpenter Vive

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Berta Menezes de Bragança - Um Mulher de Goa.1911-1993

CULTURA

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Foi-me difícil escrever este tex-to, pois Berta Menezes de Bragança, além de uma figura histórica, foi uma grande amiga. Tive o privilé-gio, durante o tempo que com ela partilhei, de receber a sua amizade e amor. Assim, existe uma verten-te histórica, documentada, e uma pessoal, de amizade e carinho.Seu pai, Luis Menezes de Bragança, descendente da aris-tocracia indiana, es-creveu sobre assuntos políticos. Tristão Bra-gança da Cunha, seu tio materno, sendo um aluno brilhante, discordava do ensi-no que, em Goa, era controlado pela Igreja Católica. Foi, então, estudar para Pondicherry, no sul da Índia, dominada pelos franceses, cujo sis-tema de ensino era secular. Depois, segue para Paris, onde se forma em Engenharia e exerce a sua profissão durante 18 anos.Regressa a Goa, ainda sob domínio Português, em 1928. Funda o “Goa Comitte”, orga-nização formada por jovens de Goa. Berta Bragança é uma das primei-ras mulheres a tornar-se sócia. Na História portuguesa e goesa o ano de 1928 é importante, pois começa o regime ditatorial de Salazar.

Desde este ano, esta organi-zação integra o “Indian National Congress”, em Calcutá, com forte apoio de Jawaharlal Nehru, futuro Primeiro Ministro da Índia. Era o começo do nacionalismo em Goa e, desde este momento, Tristão passa a ser o “pai do nacionalismo em Goa”.

Os preparativos para a organi-zação deste movimento passavam-se em casa da, ainda menina, Berta. Seu pai não confiava nas escolas de Goa, por isso decidiu que Ber-ta e seus irmãos fossem educados em casa e que aprendessem, para além do Português, o Francês, e o Inglês, em particular, língua de comunicação do futuro. Recebiam em casa todos os jornais em Lín-gua Inglesa, publicados na Índia,

incluindo o jornal de Mahatma Gandhi, “Harijan”.

Berta foi a primeira mulher de Goa a tornar-se activista política contra o regime, fazendo parte do movimento cujo líder era seu tio Tristão. Numa entrevista, Berta declarou: “Faço uma grande dis-

tinção entre o povo e o governo Portu-guês. Conheço mui-tos portugueses com sentimentos nobres, mas que foram co-locados à margem do desenvolvimento progressivo.”Muitos

democratas portugueses apoia-vam a luta de Goa e alguns esti-veram presos, como o Dr. Baptista de Sousa, Virgínia Moura, Dr. José Morgado, Prof. Ruy Luis Gomes, Albertina Macedo e Lobão Vital. Alguns deles foram companheiros de seu tio, na cadeia de Peniche.Em 1935 Berta iniciou a sua carreira de professora, na Escola Feminina, em Margão. Seus objec-tivos eram políticos e não aceitou qualquer remuneração. Foi uma fase muito importan-te da sua vida, como mulher empenhada na libertação da condição das Mulheres.

Influenciada pelo pensamento de Ghan-di, defendia que a edu-cação das mulheres, em todos os países, era fundamental para a sua liber-tação e igualdade social. Disse: “A libertação total das mulheres só será atingida quando elas puderem ser Chefes de Estado”.

Durante o tempo em que lec-cionou, Berta foi uma excelente professora de História e Inglês. Mais tarde, introduziu outra dis-ciplina, “Informação e Novidades do Mundo Actual”, em que permitia a livre expressão das alunas, atra-vés de debates acerca de aconteci-mentos políticos dados em todos os

países do Mundo. Desejava que as jovens de Goa tomassem consciên-cia do que se passava com outras mulheres, na Índia e noutros luga-res do planeta. Simultaneamente, iniciou um Movimento Geral para as jovens discípulas, continuan-do, durante 15 anos, este trabalho gratuito. Entretanto, a Direcção da Escola foi informada por um agente da PIDE que aquela seria encerrada por ordem do Governo, caso Berta Bragança continuasse a leccionar na referida escola. Após 15 anos de docência, a Direcção informou-a das ordens superiores, pelo que Berta seria obrigada a deixar de prestar a sua cooperação.

A partir de 1945, Berta passa a ocupar as funções de secretá-ria da “Goan Youth League” e, em 1946, participa no movimento das liberdades civis. Reivindicam o fim da censura e a liberdade de expressão. Esta luta inicia-se com uma palestra pública, sem autori-zação do Governo, por um socia-

lista indiano, Dr. Ram Manohar Lohia, dou-torado em economia por uma universidade de Berlim. No início da sessão, o Dr. Lohia foi abordado por um agente da PIDE, que lhe apontava uma pis-tola. A esta provoca-ção, o Dr. Ram Mano-har Lohia respondeu: “Estou na minha terra, não preciso de autori-

zação de estrangeiros”. Com esta atitude, o Dr. Lohia é deportado para Bombaim. Tristão divulga este acontecimento através de diversos panfletos. Ao tomar conhecimento deste procedimento, a PIDE prende Tristão. O Tribunal Militar declara-o culpado e envia-o para a prisão de Peniche.

Durante 8 anos, Berta e seu marido, António Furtado, juiz em Goa e formado em Coimbra, têm problemas com a PIDE, que não respeitava as mulheres indianas.

Pelo baptismo, Berta era católica, mas sempre se vestiu segundo os preceitos da cultura indiana, usan-do o sari, pelo que era considerada uma “criada” indigna. O regime sa-lazarista em Goa funcionava como uma espécie de continuação da Inquisição.

O Dia da Independência da Índia do Colonialismo Britânico foi celebrado em Goa, sob o olhar atento da PIDE. Como o casal continuava a ter problemas com a PIDE, refugiou-se numa parte indepen-dente da Índia, onde Berta visitou as maio-res cidades do Norte do país, explicando as razões da luta de Goa.Em 1953, Berta fundou em Bombaim o “Free Goa”, com o fim de divulgar o sistema repressivo naquela cidade. Este jornal exis-tiu até à libertação de Goa, sendo enviado para o MPLA, a FRELIMO, o PAIGC e, ainda, para o Brasil, Ca-nadá e Londres. A “Goa Political Covention”, emergiu em 1960, na campanha do Comité Nacional. Em 1961, realiza-se no Cairo a 1ª Confe-rência Internacional das Mulheres Afro-asiáticas, para a qual Berta foi convidada como representante da luta das Mulheres de Goa. Foi com Aruna Asaf Ali (1909 – 1996). Antes de Aruna, nenhuma mulher nem nenhum comunista fora eleito Presidente. Aruna era, desde 1958, Presidente da Câmara Municipal de Nova Dehli, capital da República da índia.

Nesta conferência, Berta parti-cipou na secção das Colónias Por-tuguesas, argumentando de forma muito lúcida. O Conselho Indiano para África organizou uma sessão em que a Rússia teve um papel im-portante. As intervenções de Berta foram de tal modo contundentes que foi convidada a visitar Mosco-vo, onde realizaria várias

palestras acerca do regime do

Dr. Salazar, das condições da ge-neralidade das Mulheres de Goa, bem como das Mulheres de Angola, Moçambique e Cabo Verde. Após um exílio de 15 anos em Bombaim, Berta regressou feliz a Goa, enfim libertada.Berta participou no Con-gresso Mundial para a Paz, em Hel-sínquia, em 1965, como membro da Delegação da índia. Aí, encontrou-se com líderes de países africanos.

Nas pr imeiras eleições livres na Ín-dia, Berta foi a única Mulher e a primeira militante do Partido Comunista a con-correr. Mais tarde, disse-me, a rir: “Anil, eu perdi. Nunca tive esperança na vitória, mas a minha candida-tura foi um dever polí-tico em representação

das Mulheres. Depois disto, nunca mais participei na vida política da Índia”. D. Berta foi sempre contra o imperialismo e as tendências to-talitárias, contudo sempre sentiu um profundo amor por todos os povos do Mundo, em especial pelas Mulheres. Em 1979, Maria de Lur-des Pintasilgo foi eleita Primeira-ministra em Portugal e Berta, em conversa com amigos, manifestou a sua alegria, dizendo que a eleição de Pintasilgo “era um sinal da verda-deira Democracia”.O pensamento político de Berta Menezes Bragança está claramente expresso na sua obra “Land Marks in My Time” (1992).Muito significativo da sua personalidade, é o facto de, tendo nascido e crescido no seio de uma família aristocrática, entre um pai anti-clerical e um tio agnóstico, Berta se ter tornado, ao longo da sua vida, uma figura distinta na História da Índia, através da sua luta pela Liberdade.

Anil SamarthProfessor

[email protected]

“ Berta foi a primeira mulher de Goa a tornar-se activista política contra o regime (...) “ Após 15

anos de docência, a Direcção informou-a das ordens superiores, pelo que Berta seria obrigada a deixar de prestar a sua cooperação.

“ Influenciada pelo pensamento de Ghandi, defendia que a educação das mulheres, em todos os países, era fundamental para a sua libertação e igualdade social.

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+ Região

“O Sonho” de Setúbal sensibiliza para cuidados básicos de saúde

Montijo finta crise e apoia festas tradicionais

Alcochete celebrapoder local democrático

Assembleia de Almada não quer Jumbo aberto

“WikiSeixal” ganha prémio tecnológico

Sesimbra promove leituraem África

APESAR dos cortes orçamentais, a autarquia montijense vai continuar a apoiar, do ponto de vista logístico, as festas tradicionais de Santo Isidro.

A promessa foi deixada pela presidente da Câmara, a socia-lista Maria Amélia Antunes, durante uma visita à freguesia. Num encontro com a Comissão de Festas em Honra de Santo Isidro, a presidente da Câmara expressou as dificuldades finan-ceiras que a autarquia enfrenta que «não permitirão o apoio finan-ceiro às diversas comissões de festas do concelho, ainda assim Amélia Antunes comprometeu-se a apoiar, em termos logísticos, e deixou a promessa que, «se a arrecadação de receita prove-niente do Imposto Municipal sobre Imóveis, em Maio, for signi-ficativa poderá ser possível afectar despesa às diversas comissões de festas».

Na reunião com o executivo da Junta, foi apresentado o projecto do Centro Escolar de Santo Isidro de Pegões que, segundo a verea-dora do pelouro da Educação, Maria Clara Silva, «quando abrir candi-daturas ao QREN, a Câmara apre-sentará a candidatura e, se for apro-vada, mediante a disponibilidade financeira da autarquia, será lançado o concurso».

35 ANOS de poder local é o nome da mostra que a Câmara de Alco-chete tem aberta ao público para celebrar a democracia nas autarquias.

A Galeria Municipal acolhe a mostra até 17 de Maio, repro-duzindo a importância do municipalismo no desenvol-vimento do concelho.

Composta por 14 painéis, a exposição destaca algumas das principais intervenções nas três freguesias, dos dife-rentes executivos municipais dos últimos 35 anos.

Partindo da actualidade, o visitante é convidado a fazer uma viagem na história recente de Alcochete até 1976, ano em que se realizaram as primeiras eleições autárquicas e conhecer os candidatos, os eleitos e as suas obras.

As áreas de intervenção são diversas deste a edificação e reestruturação de equipa-mentos escolares, culturais e desportivos, passando pela requalificação do espaço público, garantindo zonas de estar e de lazer, até às infra-estruturas de saneamento básico.

A ASSEMBLEIA Municipal de Almada aprovou por unanimidade uma moção em que apela ao Jumbo da cidade para não abrir a 1 de Maio, salien-tando a importância do Dia Mundial do Trabalhador para os seus funcionários.

O documento, que foi proposto pelo Bloco de Esquerda, mereceu o voto favorável de todos os partidos representados na Assembleia Municipal: CDU, PS, PSD, BE e CDS.

A moção refere que se teve conhecimento da intenção do Jumbo de Almada em abrir as portas a 1 de Maio, o que seria a primeira vez desde o 25 de Abril de 1974.

Os horários e dias de abertura das grandes superfícies em Almada já levaram à apresentação de uma providência cautelar pela Auchan (Jumbo), Leroy Merlin e Deca-thlon, que acabou por suspender o que está previsto no regulamento municipal.

Ao abrigo do Regulamento

Municipal de Horários de Funcio-namento dos Estabelecimentos Comerciais de Almada, as grandes superfícies do concelho estariam obrigadas a encerrar aos domingos e feriados depois das 13 horas entre Janeiro e Outubro e durante todo o dia a 25 de Abril, 1.º de Maio, Natal e 1 de Janeiro.

A PLATAFORMA de conhecimento Wiki Seixal foi, esta semana, considerada um dos dez melhores projectos tecnoló-gicos em Portugal, pelo que recebeu a distinção com o CIO Award, um prémio atribuído a soluções inova-doras na área das tecnologias de informação.

Esta plataforma de gestão e promoção do conhecimento da

Câmara do Seixal, baseada em tecnologia web 2.0, está dispo-nível para todos os trabalhadores da autarquia, com informação acessível, estruturada, actuali-zada e disponível para toda a orga-nização. A sua grande mais valia é o facto de não ser um mero repo-sitório de informação, pois permite e incentiva a troca de informação e conhecimento entre

colaboradores.As características inovadoras

da Wiki CMSeixal levaram a que fosse distinguida entre os 65 projectos candidatos aos CIO Awards. Estes prémios são orga-nizados pela IDC Portugal e dão a conhecer a aposta de empresas e organizações governamentais na dinamização e inovação da acti-vidade.

O ESPAÇO Soli-dário de Sesimbra acabou de oferecer 732 volumes didácticos à Earth For All Organization (EFAO), uma organização não-governamental, que desenvolve projectos na área de cooperação para o desenvolvimento no conti-nente africano.

A oferta tem por objectivo estimular o hábito da leitura e facilitar o acesso à cultura e língua portuguesa junto das populações mais desfavorecidas promovendo a educação e a formação. A iniciativa, intitulada Um Livro Para uma descoberta, visa ainda recolher livros para a criação de uma biblioteca na cidade da Praia, Ilha de Santiago, em Cabo Verde, e na cidade de

Maputo, em Moçambique.A autarquia sesimbrense do

comunista Augusto Pólvora asso-ciou-se ao projecto, por consi-derar de «grande importância o livro na educação e formação das

novas gerações». Esta acção pretende envolver

particulares, associações e empresas na doação de manuais para distribuição em diversas instituições.

A INSTITUIÇÃO particular de solidariedade social “O Sonho”, sedeada em Setúbal, vai levar a efeito, no dia 9 de Maio, das 9 às 19h30, as iniciativas “Ajude-nos a ajudar” e “Uma gota de nós para vós”, no local onde funcionou o antigo restaurante Quinta de Santo António, à Terrôa.

Desta feita, no período da manhã, irão ser efectuados exames à visão e audição, bem como aos cuidados básicos de saúde, nomeadamente outros exames de diagnóstico, como a diabetes e o colestrol. Da parte da tarde, é a vez da recolha de sangue e de medula óssea.

Segundo o presidente da insti-tuição, Florival Cardoso, pretende-se com este projecto «desenvolver esforços no sentido da prevenção e do controlo da saúde, de forma a potenciar o hábito da população de efectuar consultas de rotina, privilegiando a prevenção».

Além da recolha de sangue e de medula óssea, está também prevista uma iniciativa com

carácter pedagógico que envolve outras actividades ligadas à saúde. Todos os exames e colheitas são gratuitos para a população em geral.

“O Sonho”, que celebra este ano os 31 anos de existência, presta apoio a cerca de trezentas crianças, nas valências de creche, pré-escolar e rendimento social de inserção, bem como a 50 famílias de idosos nas áreas do rendimento social de

inserção, formação de adultos, o programa alimentar europeu contra a fome e a distribuição de bens alimentícios do Banco Alimentar Contra a Fome. A instituição trabalha ainda com as valências Gabinete de Inserção Profissional e Contrato Local de Desenvolvi-mento Social. O cantor/actor David Carreira é o padrinho artístico desta instituição particular de solidarie-dade social.

DR

D.R

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David Carreira é o padrinho artístico da instituição “O Sonho”

Todos votaram favoravelmente

A campanha de recolha está a mobilizar todos pelas crianças africanas

SESIMBRA

SEIXAL

MONTIJO

ALCOCHETE

SETÚBAL ALMADA

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Pub.

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Executivo de Santiago do Cacém rejeita extinção do tribunal

Seniores de Palmela apostam nas novas tecnologias

Vicentinos da Moita querem mais solidariedade

Edil barreirense ‘torce o nariz’ à reforma da administração local

Alcácer do Sal mostra-se na Ovibeja

Sines vai oferecer remédios aos pobres

Grândola lança campanha por São Tomé

ARRANCAM em Maio, acções de sensibilização e formação na área das novas tecnologias para a população com mais de 55 anos, no âmbito do projecto “Clique Sem Idade”.

Além das acções de noções

básicas de informática, o projecto propõe, até final de Junho, a reali-zação de oficinas que permitem relacionar os novos conheci-mentos com outras áreas de inte-resse, como a leitura, a escrita, a fotografia e a actividade física.

O “Clique sem Idade” é um projecto municipal de informá-tica, dirigido à população adulta e sénior que possibilita o acesso a novas aprendizagens, através do contacto com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

A democratização da utili-zação das TIC, de forma a garantir o exercício dos direitos de cida-dania, o reforço das relações de convívio e a aproximação das gerações, são alguns dos prin-cipais objectivos deste projecto que se alarga às cinco fregue-sias do concelho.

A CONFERÊNCIA Vicentina da Paróquia da Moita, que ajuda mensalmente 600 pessoas, apela a uma maior soli-dariedade.

O apelo foi lançado nas come-morações dos 65 anos da instituição, tendo, na altura, um dos desafios sido lançado para «o rejuvenesci-mento, num quadro de cinco anos, tendo em conta os grupos mais velhos de catequese e de algumas secções dos escuteiros».

Os responsáveis lançaram um apelo aos fiéis da paróquia da Diocese de Setúbal, para aumen-tarem a ajuda aos mais caren-

ciados, especialmente com géneros alimentares, dado que os apoios institucionais têm vindo a diminuir.

A Conferência Vicentina da Paróquia Moita integra a Socie-dade de São Vicente de Paulo, inspirada no santo francês com o mesmo nome que viveu entre 1581 e 1660.

A instituição, fundada em Paris, em 1833, por um grupo de estudantes liderados pelo Beato Frédéric Ozanam, chegou a Portugal em 1859, quando foi criada a primeira Conferência, em Lisboa.

A REFORMA da administração local vai provocar impactos na vida dos munícipes, alerta o presidente da Câmara do Barreiro. Para o autarca comunista, Carlos Humberto, a reforma preco-nizada pelo Governo.

A redução do corpo de diri-gentes, a redução de funcionários, a Lei dos Compromissos, ou a redução de 5 por cento do IMI «são medidas que vão deixar consequên-cias nos cidadãos», avisou o autarca, entrevistado ontem pela TVI.

Quanto à redução de dirigentes considera que a câmara «não tem chefias a mais», acrescentando, ainda, que «os cortes são pouco adaptados à vida dos municípios». As medidas «têm de ser feitas na

base do conhecimento, com grande envolvimento das pessoas. Os diri-gentes são seres humanos, pelo que são medidas que acabam por afectar o trabalho e não vão ajudar a economia nacional», sustenta o edil, ao lembrar que «a maior parte das chefias estão no topo das carreiras e por isso o seu salário não será muito diferente».

Referindo-se às dificuldades financeiras do município, Carlos Humberto salientou que a autar-quia vive dificuldades económicas fruto de vários factores: «a redução da transferência do Orçamento de Estado, da redução da actividade económica, a diminuição de receitas ao nível do urbanismo e da redução de população».

A CÂ -MARA de Alcácer do Sal pretende «dar oportu-nidade» aos produtores do concelho de se mostrarem na 29ª Ovibeja, que decorre até 1 de Maio.

«Numa época de restrições económicas, este é mais um contri-buto para dinamizar a economia do concelho, ajudando os sectores tradicionais a mostrar as suas potencialidades “fora de portas», afirma

o executivo do socialista Pedro Paredes.

A autarquia lançou o desafio e os produtores vão poder dispor de espaço para apresentar e vender os seus produtos no stand duplo do município.

Recorde-se que este ano a Câmara de Al -cácer do Sal também esteve presente na BTL-Bolsa de Turismo de Lisboa, pela primeira vez de forma autónoma, o que foi considerado um êxito.

A CERCI-SIAGO realiza, entre Abril e Julho, uma campanha de angariação de medicamentos nos concelhos de Sines, Santiago do Cacém e Odemira.

O projecto, desig-nado “Um medicamento por uma causa”, deve-se à «necessidade contínua que a Cercisiago tem de adquirir grandes quan-tidades de medica-mentos, o que acarreta elevados custos», afirma

a instituição.Aos munícipes que

queiram participar na campanha basta adquirir um medica-mento e depositá-lo no recipiente próprio para o efeito colocado na sua farmácia habitual. Os medicamentos contem-plados são comple-mentos vitamínicos, antipiréticos, antigri-pais, desinfectantes, analgésicos, xaropes, pomadas, pensos rápidos e higiénicos.

MENINOS de Rua é o projecto de reinserção social de Grândola que tem na rua uma campanha de recolha de alimentos para ajudar centenas de famílias carenciadas de São Tomé e Príncipe.

A própria autarquia, que se associou ao projecto, lança agora o apelo aos cidadãos do concelho, no sentido de doarem alimentos não perecíveis como leite em pó, arroz, sumos em pó, cereais, bola-chas, gelatinas, marmelada, compotas, salsichas e atum.

Os munícipes podem fazer a sua dádiva em diversos locais do concelho, nomeadamente o Espaço I Agora, no antigo BNU de Grân-dola, entre as nove da manhã e as

cinco da tarde, de segunda a sexta-feira; bem como no Estúdio Jovem, instalado no complexo desportivo municipal José Afonso, das dez da manhã às seis da tarde, também de segunda a sexta-feira.

O projecto é da responsabili-dade do município, em colabo-ração com a Associação Lusófona para o Desenvolvimento do Conhe-cimento e a Associação de Mulheres Empreendedoras.

O ENSAIO para a Reorganização da Estrutura Judi-ciária não agrada ao presidente da Câmara de Santiago do Cacém, que esta semana pediu uma reunião à ministra da Justiça.

Na reunião com Paula Teixeira da Cruz, o edil Vítor Proença vai abordar as alterações previstas nas competências da Comarca do Alen-tejo Litoral, criada em 2009.

O autarca entende que, só por si a implementação do modelo proposto para a comarca do Alen-tejo Litoral «é incoerente, desade-quada, desproporcional e agra-vado pelo contexto económico, apta a colocar em causa os direitos de acesso à justiça constitucional-mente consagrados».

O Ensaio prevê uma política de alteração do mapa judiciário que passa pelo abandono da lógica de divisão territorial por NUTS para Distritos Administrativos e Regiões Autónomas, em que corres-ponde cada distrito administra-tivo e região autónoma a uma

comarca, cuja sede é a capital do distrito. Um único tribunal de distrito, com secções a funcionar em diversos pontos do distrito, deixando os tribunais, nos vários pontos do distrito, de funcionar como tribunais autónomos.

Com esta medida, o autarca diz que o que se pretende é que os tribunais de Santiago do Cacém,

Alcácer do Sal, e Grândola, «deixem de existir, enquanto tribunais autó-nomos». Segundo argumenta, estes tribunais «passariam a ser enten-didos como secções do tribunal de distrito, o que equivale a dizer-se que há uma extinção substan-cial do Tribunal de Santiago do Cacém, por esvaziamento de competências».

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Idosos aprendem novas tecnologias

Alimentos recolhidos no concelho vão ajudar centenas de famílias

PALMELA

SINESALCÁCER

GRÂNDOLABARREIRO

SANTIAGO

Proença acusa Governo de pretender acabar com a autonomia do tribunal

MOITA

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+ Desporto

UM GOLO aos 93 minutos valeu ao FC Barreirense o triunfo, por 2-1, frente à AD Quinta do Conde, na final da Taça da Associação de Futebol de Setúbal (AFS), realizada na quarta-feira, no campo Vale d’Abelha, em Paio Pires.

Apesar das complicadas condições climatéricas – vento e chuva – as duas equipas proporcionaram, na presença de uma signi-ficativa massa de adeptos, uma emocionante partida que justificava plenamente o prolongamento.

Os barreirenses (I divisão distrital) adian-

taram-se no marcador aos 39 minutos, por inter-médio de João Nuno, após cobrança de uma grande

penalidade. Lance capital no jogo que resultou ainda na expulsão de um quin-tacondense, deixando a

equipa da II distrital a jogar com 10.

Na etapa comple-mentar, os jogadores da Quinta do Conde deram tudo para chegar à igual-dade, o que acabou, justa-mente, por acontecer a cinco minutos dos 90, num golo espectacular assinado por Gustavo.

Foi já em tempo de compensação, que o avan-çado Amadeu correspondeu da melhor forma a um cruzamento da esquerda e fechou as contas da Taça.

Os barreirenses feste-jaram a vitória da edição 2012 da Taça AFS, evento coroado com uma exce-lente organização da AFS.

Meia maratona de Setúbal a 6 de MaioA organização da Meia maratona de Setúbal, competição que vai para a estrada no dia 6 de Maio, espera contar com um total de 2000 participantes. Nesta altura estão inscritos 600 concorrentes.

Telma Monteiro quatro vez campeã da Europa A judoca almadense Telma Monteiro ganhou esta quinta-feira, em em Chelyabinsk, na Rússia, o título europeu na categoria de – 57 kg. Com este resultado a melhor judoca lusa de todos os tempos eleva para quatro os títulos europeus conquistados na carreira.

Recentemente (e a contra-gosto…) dedicámos este espaço ‘croni-queiro’ ao infausto aconte-

cimento da morte de Jaime Graça, um sadino-benfiquista que ninguém deve esquecer. Referimos, então, o elogiável ‘protectorado’ de seu irmão Emídio, sempre vitoriano, também ele internacional A de créditos firmados.

E foi essa dupla de irmãos que nos deu o mote para a curiosidade seguinte – a de evocar outras duplas de manos que marcaram posições de relevo no futebol luso.

Em Coimbra, também nos anos 60/70, tal qual a dos manos Graça, pontificaram os irmãos Campos (Mário e Vítor) ambos médicos, oriundos de Torres Vedras para plenos sucessos conseguidos ao serviço da Académica.

Na década anterior podemos citar a dupla dos Vasques, de Vila Real de Santo António (João e Luís) e, quase de seguida, na transição dos anos 60/70, os Pintos (José Manuel e Custódio), divididos pelos ‘teams’ do Barreirense, Guimarães e FC Porto.

Em grande evidência, à escala nacional, afirmaram-se Matateu e o seu ‘guri’ Vicente, colega ‘magriço’ de Jaime Graça, figuras emblemá-ticas do ‘clássico’ Belenenses.

E uns tempos antes, já há mais de meio século, brilharam no Boavista os irmãos Caiado, com Fernando na principal posição, somando 18 internacionalizações.

No Vitória de Setúbal, que nos lembre, houve ainda a presença, em simultâneo, entre 67 e 71, dos irmãos Baptista, o talentoso (e tão desregrado!) Vítor e o possante Eduardo, que não fez carreira idên-tica (em tudo…) à de seu irmão.

A fechar esta fraterna evocação revelemos um caso muito curioso rela-tivo a irmãos gémeos, profissionais de futebol, a fazerem pela vida muito longe da sua terra natal – Sesimbra.

São o Marco e o Flávio Paixão, a actuarem no Irão como dian-teiros de bom rendimento compe-titivo que decerto, se reflectirá nas suas contas bancárias.

Os manos Paixão iniciaram-se nas equipas jovens do GD Sesimbra, rumaram ao FC Porto, passaram por Espanha e Escócia. Agora são imigrantes asiáticos em Teerão.

E é este o fecho da prometida curiosidade que o saudoso Jaime Graça e seu primogénito Emídio, cidadãos de Setúbal, suscitaram para mais uma crónica no Semmais.

Dos manos Graça aos Campos e Pintos sem esquecer Matateu e Vicente

DavidSequerra

A EQUIPA de futsal sénior do GD Fabril, que há uma semana garantiu o título nacional da série B e consequentemente o acesso, pela primeira vez, à I divisão da modalidade, encerra esta tarde, às 16 horas, no seu pavilhão as contas do campeonato secun-dário.

Na 26ª e última jornada, os fabrilistas recebem o CS São João, num jogo de consagração dos campeões.

A última equipa da região a competir na I divisão de futsal foi o CR Piedense em 2005/06.

O Campeonato Nacional de BMX Race 2012 realiza-se hoje, a partir das 14 horas,

na pista do Forninho, na freguesia do Poceirão, em Palmela. A mais importante competição desta espe-cialidade velocipédica realiza-se pela primeira vez na região e deixa antever uma jornada de grande entusiasmo e promoção da modalidade.

Ao longo da tarde mais de uma centena de atletas masculinos e femininos vão medir forças pelo apuramento das corridas finais em busca dos cinco títulos nacionais individuais que vão estar em disputa nas categorias de cadetes, juniores, elites, masters e cruisers.

Para conquistarem vaga nas corridas decisivas, os pilotos terão

de ultrapassar as respectivas fases de eliminatórias que serão discu-tidas em corridas de oito concor-rentes numa única volta à pista de BMX palmelense que tem uma extensão de 350 metros e que é tida como sendo rápida, técnica e que permite saltos de grande quali-dade. Características de um circuito que faz as delicias dos atletas e que

foi renovado recentemente permi-tindo a realização de provas oficiais.

NBC correpor títulos

Com duas dezenas de anos de vida o Núcleo de Bicross de Setúbal (NBS) é a referência da modalidade na nossa região. Com três títulos

colectivos e vários individuais já conquistados o emblema sadino quer voltar a festejar triunfos desta vez ‘em casa’. «Esperámos ganhar títulos nesta campeonato. A prova realiza-se na pista onde habitual-mente treinam os nossos atletas, apesar de estar a mais de 20 quiló-metros da nossa localização, o que não acontece com outros clubes adversários que têm condições quase ao pé da porta», destaca o presidente do clube sadino, Sérgio Conceição.

Refira-se que o NBS conta actu-almente com 22 atletas federados, entre os 5 e os 42 anos de idade.

O Nacional de BMX é organi-zado pela Federação Portuguesa de Ciclismo com a Associação de Ciclismo de Setúbal, o Forninho Futebol Clube e o Núcleo de Bicross de Setúbal, e tem o apoio da autar-quia palmelense.

A LUTADORA quin-tacondense Liliana Santos (na foto, 2ª a contar da direita), 48 kg, conquistou a medalha de bronze no Torneio Europeu de Qualificação Olímpica que decorreu em Sofia, na Bulgária, no fim-de-

semana, mas falhou, para já, o apuramento inédito para os Jogos de Londres.

Liliana Santos e Vânia Guerreiro, também atleta da região, têm ainda dois torneios, na China e na Finlândia, para conse-guirem a qualificação.

OS VELEJADORES barrei-renses Álvaro Marinho e Miguel Nunes, em 470, asseguraram esta terça-feira a presença nas Olimpíadas de Londres, naquela que será a sua quarta presença

consecutiva nos Jogos.O apuramento foi garan-

tido, depois da dupla passar ao grupo de regatas de Ouro, na Semana Olímpica Francesa. «Nunca pensámos competir

em quatro Jogos consecutivos, ainda por cima com tantos sucessos desportivos e pessoais pelo meio... Falta-nos conquistar o mais importante!» Destacou Álvaro Marinho.

Fabril festejalugar históricona I divisão

Barreirense levantou a Taça AFS

Luta feminina tentapresença nos Jogos

Dupla do Barreiro já navega para Olimpíadas de Londres

Uma centena de atletas competem pelos títulos nacionais de BMX

A festa alvi-rubra prolongou-se no relvado com os adeptos

Nacional de BMX acelera pela primeira vez em Palmela

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::::::::::::::::: Joaquim Guerra :::::::::::::::::

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+ Negócios

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O GRUPO Portucel registou um volume de negó-cios de 353 milhões de euros no primeiro trimestre de 2012, contra os 362 milhões do ano passado, no mesmo período. Este decréscimo de 4,4 por cento deve-se essen-cialmente, segundo fonte da empresa, à queda verificada no preço e na quantidade da pasta. O valor das exporta-ções atingiu os 288, 8 milhões de euros.

Do lado do papel, o mercado manteve-se bastante estável, reflectindo um maior equilíbrio entre a oferta e a procura, na sequência da concretização dos fechos de capacidade que haviam sido acumu-lados. O índice de referência do papel manteve-se inal-terado relativamente ao primeiro trimestre de 2011, situando-se o valor médio em 861 euros/toneladas. As

vendas de papel manti-veram-se relativamente está-veis, em volume e valor, apesar da quebra expressiva do consumo aparente veri-ficada na Europa compara-tivamente com o período homólogo do ano anterior.

Também do lado dos custos se verificou alguma estabilidade ao longo do trimestre, nomeadamente no que toca ao preço médio de abastecimento de madeira

e aos produtos químicos. Neste cenário, os resultados operacionais, incluindo as amortizações e provisões, consolidados foram de 93,6 milhões de euros, o que representa uma redução de 9,8 por cento.

Já a dívida líquida remu-nerada totalizava, a 31 de Março deste ano, 397,7 milhões de euros, uma dimi-nuição de 25,1 milhões em relação ao final de 2011. A

geração de caixa no trimestre foi negativamente afectada pela intensificação da polí-tica de apoio a fornecedores de madeira, pelo desembolso dos pagamentos finais de investimentos efectuados em períodos anteriores e pelo atraso nos reembolsos de IVA.

No que se refere a pers-pectivas futuras, o grupo vai continuar a trabalhar a cem por cento da sua capacidade

produtiva, em resultado do reconhecimento da quali-dade dos seus produtos, da forte penetração e notorie-dade das marcas próprias e da capacidade de alargar o leque de países onde vende os seus produtos. Fonte da empresa refere que o mercado da pasta BEKP mantém-se sustentado por uma forte procura dos mercados asiáticos, em parti-cular da China.

Portucel com negócios positivos

O SEGUNDO encontro gastronómico “Adega sem Fronteiras”, promovido pela Adega Cooperativa de Palmela, vai juntar este domingo, às 13 horas, a Confraria Gastronómica da Chanfana e a sua congé-nere que promove a gastro-nomia de Angola.

Com sede em Vila Nova de Poiares, a Confraria Gastronómica da Chanfana preside actualmente à Fede-ração Portuguesa das Confrarias Gastronómicas e é uma das mais activas do actual movimento confrádico gastronómico.

Já a Confraria da Gastronomia de Angola nasceu de um grupo de angolanos residentes na zona de Setúbal e assume

o objectivo de divulgar e preservar as tradições gastronómicas daquele país, em Portugal.

Na sequência do primeiro almoço, que decorreu com assinalável sucesso, esta iniciativa é aberta a todos os gastró-nomos que pretendam participar neste ‘casamento’ entre as gastronomias de várias regiões e países e os vinhos da Adega Coopera-tiva de Palmela.

Integrado na progra-mação de “Palmela - Cidade Europeia do Vinho”, esta iniciativa vai promover um almoço mensal, com a parti-cipação de confrarias e outros agentes ligados à gastronomia nacional e internacional.

Cooperativa de Palmelamostra comida angolana

Porto Setúbal reforça Tarros

A LINHA de Serviço Regular da Tarros, que passou a ter de uma frequência semanal no Porto de Setúbal, adicionou agora à sua rotação o porto italiano de Génova.

Deste modo, passa a ligar os portos de La Spezia e Salerno, na Itália; Piraeus e Salónica, na Grécia; Istambul e Mersin, na Turquia, e, para Oeste, os portos de Alexan-dria, no Egipto; Nápoles, La Spezia e Génova na Itália; e Casablanca, em Marrocos.

A oferta engloba, igual-mente, ligações para os portos do Mar Negro, via Istambul, enquanto a partir de Mersin ou Alexandria ficam ligados os portos de Lattakia, Beirute e Port Said; de La Spezia são servidos os portos líbios, tuni-sinos e argelinos.

O PRIMEIRO trimestre deste ano fechou em grande, com o porto de Sines a atingir um máximo histórico de 22,2 por cento no crescimento do movimento de mercado-rias, com os principais segmentos de carga a regis-tarem um comportamento exemplar.

O relatório trimestral da administração portu-ária explicita que os granéis sólidos cresceram 25,2 por cento, os granéis líquidos cresceram 21,9 por cento e atingiram o total de 4,27 milhões de tone-ladas de mercadorias e a carga geral registou um crescimento de 21,1 por cento, o que corresponde a 1,54 milhões de toneladas de mercadorias.

Sines exportamáximohistórico

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