SERESTAR...os estudos no bandolim (seu principal instrumento), rabeca, violão-tenor, percussão e...

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SERESTAR O espetáculo musical Serestar é, para todos seus partícipes, mais que busca. Dentro da linguagem tradicional sonora brasileira, se permite direcionar sobretudo para a percepção e para o sentimento. A justificativa é a mesma pela qual caminha, quando bem cuidada, esta linguagem: de quando em quando, com mudanças de paisagens tão bruscas, é necessária uma conscientização que somente a música tão bem nos dá. Um olhar de dentro para fora em dueto com o inverso. Se desenvolve com a referência musical frutífera do Brasil perante o mundo e seu repertório faz com que esta justiça seja feita, tanto na composição quanto na escolha do caminho do arranjador. Lavrado com alma brasileira, o espetáculo apresenta o compositor e multi-instrumentista Rui Kleiner e prefacia o que será seu primeiro disco solo. Como as serestas presentes na vida do músico, abrange cenas musicais determinantes para a formação cultural da América Latina; ou seja, de maneira principal, os gêneros que compõem o universo do Choro - assim como outros gêneros pelo mundo, de importância ímpar para seu país. A todo instante seus elementos dialogam com outros setores aparentemente distantes da arte provando outras interconectividades. O espetáculo prima pelo servo trabalho de cunhos social e transformador a partir de sambas, choros, polcas, modinhas, maxixes, lundus, schottisches, habaneras, baiões, gêneros regionais e outros que compõem o imaginário brasil. Serestar é como um partícipe de um dom natural da tradição sem ser particípio. Fruto de vinte anos de experiências e pesquisas, Rui Kleiner o dedica aos momentos de reflexão e à tal compreensão de nossa história, como o faz por toda sua carreira. E é a esta forma que a composição e a concepção do autor se entrelaçam e se contraponteiam. A busca pelo eterno retorno. Atemporal, é de várias formas dentro da história. É a linha tênue passante por entre ser e estar.

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SERESTAR O espetáculo musical Serestar é, para todos seus partícipes, mais que busca. Dentro da linguagem tradicional sonora brasileira, se permite direcionar sobretudo para a percepção e para o sentimento. A justificativa é a mesma pela qual caminha, quando bem cuidada, esta linguagem: de quando em quando, com mudanças de paisagens tão bruscas, é necessária uma conscientização que somente a música tão bem nos dá. Um olhar de dentro para fora em dueto com o inverso. Se desenvolve com a referência musical frutífera do Brasil perante o mundo e seu repertório faz com que esta justiça seja feita, tanto na composição quanto na escolha do caminho do arranjador. Lavrado com alma brasileira, o espetáculo apresenta o compositor e multi-instrumentista Rui Kleiner e prefacia o que será seu primeiro disco solo. Como as serestas presentes na vida do músico, abrange cenas musicais determinantes para a formação cultural da América Latina; ou seja, de maneira principal, os gêneros que compõem o universo do Choro - assim como outros gêneros pelo mundo, de importância ímpar para seu país. A todo instante seus elementos dialogam com outros setores aparentemente distantes da arte provando outras interconectividades. O espetáculo prima pelo servo trabalho de cunhos social e transformador a partir de sambas, choros, polcas, modinhas, maxixes, lundus, schottisches, habaneras, baiões, gêneros regionais e outros que compõem o imaginário brasil. Serestar é como um partícipe de um dom natural da tradição sem ser particípio. Fruto de vinte anos de experiências e pesquisas, Rui Kleiner o dedica aos momentos de reflexão e à tal compreensão de nossa história, como o faz por toda sua carreira. E é a esta forma que a composição e a concepção do autor se entrelaçam e se contraponteiam. A busca pelo eterno retorno. Atemporal, é de várias formas dentro da história. É a linha tênue passante por entre ser e estar.

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Ficha Técnica - FORMATO SOLO (Rui Kleiner) Rui: voz e violão, bandolim e violão tenor - FORMATO TRIO (Rui Kleiner +2) Rui: voz, violão, bandolim e violino; Músico 2: cavaquinho e violão; Músico 3: percussão - FORMATO COMPLETO (Rui Kleiner +4) Rui: voz, violão, bandolim e violino; Músico 2: violão de 7 cordas; Músico 3: cavaquinho e violão; Músico 4: piano e acordeon; Músico 5: percussão * Outros formatos podem ser aceitos conforme a necessidade do contratante, seja por tema ou requisito do evento. DURAÇÃO: 60 minutos (uma hora). * podendo ser também alterada de acordo com a necessidade do espaço de do evento.

Repertório sugerido 1 - Olhos morenos (Yuri Reis e Rui Kleiner) 2 - Longe de casa (Eduardo Gudin e Paulo Vanzolini) 3 - Formosa cidade (Rui Kleiner)

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4 - Cuitelinho (tema recolhido por Paulo Vanzolini) 5 - O balaio do Barão (Rui Kleiner) 6 - Valsa dos tempos (Rui Kleiner e Consuelo de Paula) 7 - Será? (Mauricio Carrilho e Rui Kleiner) 8 - Bela Vista (Rui Kleiner) 9 - Marcha alvinegra (Rui Kleiner) 10 - Cordial (Pedro Amorim) 11 - Face a face (Maurício Carrilho e Rui Kleiner) 12 - Muito sal, pouco bem (Saulo Ligo e Rui Kleiner) 13 - Santa Olímpia (Rui Kleiner) 14 - Carrilhando (Rui Kleiner e Paulinho Leme) 15 - Indiferença (Mauricio Carrilho e Rui Kleiner) 16 - Sonhando (Chiquinha Gonzaga) 17 - Vamos pra roda (Mauricio Carrilho) 18 - Feia (Jacob do Bandolim) 19 - Tia Lulu (Rui Kleiner) 20 - Qui nem jiló (Luiz Gonzaga) 21 - Ondina (Rui Kleiner e Paulinho Leme) 22 - Porto da ilusão (Yuri Reis e Rui Kleiner)

* Repertório sugerido e sujeito a alterações de acordo com o formato

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Rui Kleiner Multi-instrumentista, compositor, escritor e pesquisador.

(Rio Claro - 07/02/1979)

Começou na música aos sete anos como aprendiz de violinista. Foi integrante e atuante de várias orquestras do país sob as regências de Ernst Mahle, Eleazar de Carvalho, Jamil Maluf e Júlio Medaglia. Aos 13 anos passou a frequentar serestas de Piracicaba e região, eventos que marcam seu trabalho até hoje. A partir do ano de 1996 começou seus estudos no violão, como

autodidata. Mais tarde iniciou, também como autodidata, os estudos no bandolim (seu principal instrumento), rabeca, violão-tenor, percussão e cavaquinho.

Graduado em música pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estudou harmonia, história, composição e análise com Maurício Carrilho, Cristóvão Bastos, Carlos Sandroni, Marcílio Lopes, Paulo Aragão, Luciana Rabello, Roberto Gnattali, Guinga, H. J. Koellreuter, entre outros. Como bandolinista, passou pelas mãos de Joel Nascimento e Pedro Amorim. Sua carreira de compositor começou no ano de 2000 e, desde então, sua músicas vêm sendo gravadas e tocadas por grupos como o Corta Jaca (MG), Pano pra Manga (SP) , Rabo de Gato (SP), e outros artistas e grupos de outros países como Suíça, Cuba, Dinamarca, Japão, Argentina e Alemanha.

Membro do Grupo Arvoredo e sempre presente em rodas e

manifestações culturais de várias regiões do país, possui parcerias com Mauricio Carrilho, Consuelo de Paula, Yuri Reis, Saulo Ligo, Heron Coelho, Délcio Carvalho, João Borba, Paulinho Leme dentre outros.

É professor da Escola Portátil de

Música (Núcleo Leme-SP) onde exerce a função de professor de Teoria, História e Apreciação Musical. Ainda, é autor do projeto "Memória Popular Brasileira" que visa cultivar a produção cultural do Brasil desde o séc. XVIII, além de educar crianças, adultos, profissionais, leigos e amadores a partir da música brasileira. O

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projeto se estende no campo de palestras, aulas, workshops, contatos com artistas de vários gêneros e apresentações, sempre visando a preservação histórica da sonoridade brasileira.

Participou de montagens teatrais, como os espetáculos “Ibicaba, a terra prometida” e “João Pacífico – o poeta do sertão”, (espetáculo premiado em vários festivais de teatro e ganhador do Mapa Cultural Paulista 2008), ambos com roteiro e direção de Roberto Vignati.

No cinema, trabalhou no filme Nhô Quim, o Caipira

Centenário (documentário lançado em 2014, dirigido por Bruna Epiphanio, que retrata boa parte da história esportiva e cultural da região de Piracicaba) nas funções de trilha sonora, roteiro e pesquisa.

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Já dividiu trabalhos em palco e em estúdio com

Eduardo Gudin, Paulinho da Viola, Paulo Vanzolini, Silvio Caldas, Paulo César Pinheiro, Toquinho, Guinga, Fátima Guedes, Inezita Barroso, Altamiro Carrilho, Monarco da Portela, Zé Ketti, Alceu Valença, Antonio Rago, Renato Teixeira, Mônica Salmaso, Cristina Buarque, Zé Renato, Maria Alcina, Carlinhos Vergueiro, MPB-4, Quarteto em Cy, Ná Ozzetti, Fabiana Cozza, Célia e Celma, entre outros, além de apresentações por diversos países dentre shows, oficinas, palestras, programas de rádio e TV, sempre na busca da divulgação e preservação da arte brasileira.

Outros projetos - MÚSICA BRASILEIRA - Um tema a ser descoberto Palestra especialmente criada para o conhecimento e aprimoramento em história da música brasileira aplicada ao ensino e ao cotidiano. Para músicos (de qualquer nível), leigos e também para escola (afim de discutir e auxiliar na carga cultural dos alunos aplicada à toda grade curricular). - PRÁTICA DE GÊNEROS BRASILEIROS Oficina prática e também teórica sobre a vasta riqueza de gêneros e ritmos do Brasil. O método ensina, de maneira conjunta, os gêneros agregados especialmente ao Choro. Necessária uma mínima experiência musical por parte dos participantes. - CINEMA E MÚSICA BRASILEIRA Exibição de filmes com mais de 80 filmes disponíveis e relacionados para fins didáticos. Importantes componentes históricos para o conhecimento do assunto, abrindo a mente e o precedente para a realização de debates.

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Sinopse

RUI KLEINER

Fonte: Jornal de Piracicaba (10/03/2005)

Músico de Piracicaba tem projeto que ensina história da Música Popular Brasileira.

O bandolinista, compositor, pesquisador, professor e arranjador Rui Kleiner desenvolve um projeto de resgate da cultura musical brasileira através de palestras, aulas, apresentações, oficinas e shows onde ele apresenta a história da música popular brasileira através das tendências musicais de cada década desde os meados do séc. XIX até os dias atuais. “Apresento a história através das músicas e peculiaridades de cada artista”, disse Kleiner.

Estão marcadas para os dias 9 e 10 de abril uma Oficina de Choro e outra Oficina de História da Música Brasileira no Sesc Piracicaba, como parte desta iniciativa.

O projeto já foi desenvolvido com alunos da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) durante todo o ano passado, com aulas semanais que atenderam cerca de 300 alunos.”O objetivo é desenvolver aulas para cada faixa etária, respeitando suas peculiaridades e preferências”, disse. Há materiais específicos para cada período escolar, desde o ensino fundamental até para alunos universitários, além de um material prático para os alunos que se interessarem em praticar os determinados gêneros e ritmos. Além da Esalq, o projeto já foi desenvolvido com crianças carentes da cidade de São Carlos, pela UFSCar, bem como empresas e outras entidades.

Uma dos enfoques do projeto é o estudo da cultura popular de Piracicaba e região (Tietê, Capivari, Campinas). “Sabe-se que os gêneros que aqui existem (apesar de quase extintos), como o samba-lenço, a umbigada, o jongo, a catira, dentre outros, foram fundamentais para a construção de muitos outros gêneros, inclusive pelo ‘sotaque’ paulista que se emprega a todos os outros gêneros”, disse Kleiner.

Do ponto de vista cultural, o projeto visa atingir os alunos que nunca tiveram a chance de conhecer a produção cultural popular brasileira desde séculos atrás ou mesmo despertar o interesse desses pelo assunto. Os costumes, os pensamentos, as situações e as necessidades das classes econômicas, passando pela escravidão, são fatores determinantes de tudo o que vem se passando até aqui. Entender o avanço tecnológico, o descaso com a cultura por parte da mídia, a invenção da gravação elétrica e do rádio é fundamental não só se tratando de música, mas também da política, história, sociedade, economia e outros mais.

O curso é, inicialmente, dividido baseando-se nos gêneros a serem discutidos e analisados sempre com textos preparados a partir de materiais de pesquisadores, professores, psicólogos, críticos, instrumentistas e compositores devidamente organizados para este curso, além de informações sempre atualizadas. No conteúdo dos encontros fica programado a audição de gravações, projeção de slides, mostra de instrumentos musicais de épocas, participação de músicos ao vivo e até a participação prática dos alunos, mesmo que não tenham nenhuma aptidão musical. Vale lembrar que o único pré-requisito é o interesse pelo assunto.

O ponto chave do projeto é a divisão de gêneros, destacando os mais importantes (“choro”, “samba”, “valsa”, “maxixe”, “polca”, “xótis”, “habanera”, “tango-brasileiro”, passando pelos primórdios “modinha” e “lundu”), bem como a mistura que se pratica com todos eles). A partir dessa divisão, coloca-se em evidência todos os compositores e intérpretes de cada época, bem como os instrumentistas e as gravações.

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Fonte: Jornal de Piracicaba (28/06/2005)

Bandolinista piracicabano grava disco dedicado ao choro Na segunda quinzena de julho, Rui Kleiner, que integra o grupo Corta Jaca, começa trabalho nos estúdios da Acari Records, no Rio

A terra do mestre Pixinguinha será palco para a

arte de um compositor e multi-instrumentisita piracicabano. Na segunda quinzena de julho, o bandolinista Rui Kleiner, estudioso do chorinho, entra nos estúdios do selo Acari Records, no Rio de Janeiro, especializado em choro, para gravar um CD com o grupo de choro, polcas e maxixes Corta Jaca, de Belo Horizonte, do qual passou a ser integrante, e que participa de vários festivais na capital mineira. Com 12 faixas, o disco do grupo (um projeto que tem apoio da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet) contará com a gravação da polca instrumental "Santa Olímpia", uma homenagem de Kleiner ao bairro piracicabano fundado por imigrantes trentinos, onde o compositor tem amigos. Gênero que remonta ao século 19, a polca é um dos pilares musicais do choro e do maxixe, base do álbum que terá a composição "Primeiro Nós", uma das últimas inéditas de Pixinguinha, e cuja partitura estava na França. O compositor, professor, pesquisador e instrumentista de 26 anos, que cursa Faculdade de Música na Unicamp (Universidade de Campinas) e toca bandolim há seis, conheceu o Corta Jaca – Lúcia Campos (percussão), Marcelo Chiaretti (flauta), Ariana Pedrosa (fagote), Du Macedo (cavaquinho), Juliana Perdigão (clarineta) e Agostinho Paolucci (violão de sete cordas) – em dezembro de 2004, durante o primeiro Festival Nacional de Choro de Mendes (RJ) e passou a integrar o grupo este ano. Maurício Carrilho e Paulo Aragão serão os produtores. Maurício é sobrinho de Altamiro Carrilho, considerado um dos maiores flautistas do mundo. Na época, Kleiner havia acabado de compor a polca, que apresentou durante participação especial em um show do grupo, em Belo Horizonte. "Comecei com uma participação especial no grupo e saí como integrante", brinca o multi-instrumentista, que ainda toca violão, violão tenor, rabeca, percussão e violino, além de participar de trabalhos como o da intérprete Mônica Salmaso, como violinista e bandolinista. Apesar de ser piracicabano, sua única ligação musical com a cidade onde mora é o grupo de choro Fogo de Palha, que se apresenta nos fins de semana na Rua do Porto. Preferiu assim por questões ideológicas e em respeito à sua liberdade de tocar. "Aqui em Piracicaba a gente fica muito preso aos eventos", justifica o músico, que já engatou parcerias com os violonistas Alessandro Penezzi e Sérgio Belluco (do grupo piracicabano Som Brasileiro), seus inspiradores. Também lamenta a falta de espaço para quem se dedica a gêneros como o choro. "Isso faz com que a saída, para muitos músicos, seja fazer carreira fora do Brasil." DE VOLTA – O gênero criado pelo flautista Joaquim Callado, em 1880, chegou a cair no esquecimento na própria cidade onde foi criado, o Rio de Janeiro. Lá, por diversas vezes sua data (13 de abril) foi esquecida pelas autoridades oficiais, que não anunciaram nenhuma programação comemorativa. Mas se houve antes um período marcado pelo hiato do gênero, agora existe um ensaio para sua revitalização. Em Piracicaba, grupos como o Corda Solta, formado em sua maioria por jovens músicos, e o grupo de samba e de chorinho Essência Feminina, composto por mulheres, e o próprio Kleiner é uma prova de que o choro luta para sobreviver. Além de compor, o instrumentista também dedica parte de seu tempo a pesquisar suas bases musicais. É um estudioso do choro, da polca e do maxixe, que, acredita, vêm sendo revitalizados. "É um resgate importante, já que remete à formação de nossa própria identidade musical", acredita Kleiner, autor do projeto "Memória Popular Brasileira", que tem por objetivo cultivar a produção cultural no Brasil e educar para a música. ESTÍMULO – O interesse de Kleiner pela música teve início na infância, aos 7 anos, quando começou a tocar violino estimulado pelo avô, que decidiu estudar piano aos 70 anos. Aos 13, teve a oportunidade de acompanhar Sílvio Caldas (1908-1998) ao violino, por ocasião de uma visita do cantor e compositor a Piracicaba. Um fato inusitado o aproximou do bandolim. Durante homenagem a dona Zica (mulher de Cartola), em um Festival de Curitiba, teve a corda de seu violino rompida. Foi a deixa para que pedisse emprestado o bandolim de um músico que passava pelo local e prosseguisse com a homenagem. A partir daí, ele não mais se separaria do instrumento. Foi nesse mesmo festival que o músico conheceu seu primeiro professor, o bandolinista Joel Nascimento, discípulo de Jacob do Bandolim, um músico que elevou o bandolim a patamares do virtuosismo.

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Fonte: Jornal de Piracicaba (25/02/2005)

Práticas da MPB é o novo curso da Empem Diversos gêneros musicais, com ênfase no choro, serão abordados pelo músico Rui Kleiner

Trabalhar um conteúdo programático, baseado nos gêneros musicais, como o maxixe, a polca, mazurca, canção, "schottisch", modinha, lundu, com ênfase no choro – gênero criado a partir da mistura de elementos das danças de salão européias e da música popular portuguesa, com influência da música africana no século 20 – é a proposta do curso práticas da MPB, que será ministrado pelo músico e compositor piracicabano, Zé Rui Kleiner, nas dependências da Empem (Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle), a partir de hoje. Estudar a estrutura musical – ritmo, harmonia e melodia – a percepção, diversidade de estilos dentro da música popular brasileira, elementos sonoros, história da música e como tocar um determinado ritmo em diferentes instrumentos são algumas das possibilidades de aprendizado do curso. Segundo o professor Kleiner, a idéia é que o curso proporcione referências culturais musicais para os alunos. "Quero fazer um resgate, levar um pouco de Brasil para esses alunos, com o objetivo de que conheçam a própria cultura sem estarem presos às partituras", explica. As aulas, que se estendem até o final do mês de junho, abordarão compositores de renome internacional, como Pixinguinha (1897-1973), Jacob do Bandolim (1915-1969), Cartola (1908-1980), Noel Rosa (1910-1937), entre outros. "Não podemos esquecer de Donga (1889-1974), o primeiro compositor de samba que tivemos", completa Kleiner. Para o músico, um momento importante do curso são as aulas de história da música, pois elas trazem referências de tempo, estilo, gênero e formas que permeiam todo o trabalho que vai ser desenvolvido. "Saber de onde tudo veio é primordial. A metodologia do curso inclui fotos, vídeos e claro, muita música", conta Kleiner. CURRÍCULO – Com 7 anos de idade, Rui Kleiner começou a aprender violino na Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle. Aos 13, já tocava em orquestras na região. "A música sempre foi tudo na minha vida. Com 13 anos eu toquei na orquestra de Americana e Rio Claro. Adolescente, eu já sabia que era isso que eu queria fazer e já ganhava dinheiro com música". O músico, que aos 15 tocava violão, descobriu seu instrumento favorito, seis anos depois. "Fui tocar violino em uma roda de samba, em Curitiba em 1999. Quando estava tocando, uma corda do meu instrumento arrebentou, aí D. Zica, esposa do falecido Cartola, me disse para tocar o bandolim. Toquei naquele dia e não larguei mais", conta Kleiner, que ao longo da sua carreira, acompanhou os compositores Guinga, Zé Renato, Cristina Buarque, Moraes Moreira, Inezita Barroso, Fátima Guedes, Mauricio Carrilho, Alceu Valença, Silvio Caldas, MPB 4, Quarterto em Ci, entre outros. O artista, que já se apresentou em grande parte das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e "ficou

devendo apresentações pelo Nordeste", sempre está se atualizando. "Viajo muito para tocar e ter aulas com os mestres do bandolim, como Joel Nascimento (RJ), Hamilton de Holanda (Bsb) e Pedro Amorim (RJ)", conta o músico, que hoje também dedica parte do seu tempo ao violão tenor, instrumento quase extinto no cenário da música brasileira. Tradicional roda do Bar do Alemão, em São Paulo

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Fonte: Jornal de Limeira (11/04/2007) CONCERTO DA SINFÔNICA HOMENAGEIA O CHORO COM SOLISTA A Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria da Cultura e da Sociedade Pró-Sinfônica de Limeira, realiza o II Concerto da Temporada 2007 da Orquestra Sinfônica de Limeira. A apresentação ocorre no dia 19 de abril, às 20h30.

No mês de aniversário de Pixinguinha, um dos maiores nomes da música brasileira, mesmo mês em que é comemorado o Dia do Choro, a Orquestra traz para o concerto os arranjos sinfônicos escritos nas primeiras décadas do século 20. Ao lado de Pixinguinha, compositores como Ernesto Nazareth, Zequinha de Abreu, André Correa, Chiquinha Gonzaga, Ary Barroso e Patápio Silva completam o programa. Outras músicas apresentadas durante o concerto, serão “Gaúcho”, de Chiquinha Gonzaga, “Zinha”, de Zequinha de Abreu, e “Brasileirinho”, de Waldir Azevedo. A Orquestra terá como solista o bandolinista Rui Kleiner (foto). A apresentação terá valsas, polcas e choros, com a participação de

solistas da Sinfônica limeirense, como, Luciano Negri (Flauta), André Zocca (Clarineta) e Cristian Brandão (Violoncelo). Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro, ao preço de R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). Outra opção é a série de assinaturas 2007, que pode ser adquirida na Sociedade Pró-Sinfônica de Limeira, localizada no Palacete Levy. O evento conta com patrocínio da Unimed-Limeira e da Botica Bella Terra, com apoio cultural da Limel Bagueteria e do Hotel Ventura Inn.

Rui Kleiner e Guinga – momento de Brasília em 2001

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Fonte: A Tribuna de Piracicaba (9/06/2010)

GRUPO ARVOREDO NO MUNICIPAL Proposta do grupo é fomentar a música brasileira e promover maior respeito quanto ao gênero

Por Erick Tedesco

Será uma noite intimista, com a plateia próxima ao grupo. O “calor”, mesmo em época de noites geladas, é uma característica da Sala 2 do Teatro Municipal “Dr. Losso Netto”, onde o Quarteto Arvoredo se apresenta hoje, às 21 horas. Optar por este espaço no projeto Prata da Casa foi certeira, porque reforça um dos princípios que os quatros músicos idealizaram – há cerca de um ano – quando iniciaram este trabalho musical: aproximar as pessoas do samba e apresentá-lo como um gênero rico em melodias e palavras.

Como exalta o bandolinista Zé Rui Kleiner, este show será especial. Pela primeira vez, como Quarteto Arvoredo, ele, Saulo Ligo (cavaquinho e voz), Maicon Araki (percussão) e Marcus Godoy (violão de 7 cordas) se apresentam no Municipal, local tido como necessário para qualquer músico piracicabano que almeja louros no ofício. “O show será todo autoral, com sambas, choros e outros gêneros”, conta Kleiner, que assina as composições em parceira de Ligo.

Três músicas do Arvoredo foram outrora executadas ao vivo em uma apresentação no Centro Cultural Lao, em fevereiro deste ano.

Naquela oportunidade, o quarteto testou a receptividade e funcionalidade das canções, já maquinando outras novas. E, como o bandolinista sempre ressalta, a pesquisa sobre a história e possibilidades do samba acontece a toda hora, isto é, um movimento de estudar as influências, praticá-las no informal, criar músicas autorais com base nesta referência e, enfim, tocá-las.

Neste processo, o que o Arvoredo tem como intuito é mostrar aos apreciadores do estilo que é possível, sim, dar sangue novo ao samba e gêneros relacionados. “A proposta é explorar os ritmos brasileiros mais difundidos, importantes e propagados no país, respeitando e buscando referências em outros peculiares também da cultura brasileira, como o maxixe, a valsa, o baião e a música caipira, símbolo da cidade”. E deste amor pela terra natal nasceu a ideia de conceber uma nova versão para o hino do XV de Piracicaba. “Também estou compondo uma marcha sobre o Nhô Quim”, adianta.

Quanto às novas músicas autorais, são elas: "Mundo sem dono", "Muito sal, pouco bem", "Demagogia, entre outras. “De diferente no repertório tem um lundu chamado ´Violando` e dois choros, o instrumental ´Bela Vista` e ´Olhos morenos`” (este, um choro canção da parceria Yuri Reis/Zé Rui), antecipa Kleiner. “O gênero "lundu" é um dos primeiros gêneros de música urbana no Brasil, o qual teve seus moldes principiados no século 18 e até hoje se tem uma assimilação muito rápida com o público”.

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