Serra da Freita

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2001/2002 Serra da Freita Caracterização

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Serra da Freita - Paisagens e costumes Arouca Portugal

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2001/2002

Serra da Freita

Caracterização

Arouca

O Concelho de Arouca é desde há milhares de anos habitado pelo homem – são frequentes os vestígios pré e proto-históricos (antas, castros, etc...)

A vila foi fundada no ano de 34 A.C, por César Augusto, com o nome de Araducta. Recebeu floral de D.Afonso em 1151. O novo floral foi-lhe atribuída por D.Afonso II em 1217 e finalmente um terceiro em 1513 por D.Manuel I.

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Arouca

É relevante a história do mosteiro, fundado no séc. VIII pelos monges Beneditinos.

Em 1220 a Infanta Beata D.Mafalda (filha de D.Sancho I), alterou os hábitos e os estatutos do Convento,passaram para os monges de Cister. O actual edifício, em estilo barroco, substituiu os anteriores destruídos por um incêndio onde encerra no seu interior notáveis obras de Arte Sacra e um valioso tesouro. Pertencente ao Maciço da Gralheira, juntamente com Arada e o Arestal, a Serra da Freita – em vias de se tornar área protegida – constitui o pitoresco troço de Natureza, rico e diverso nas vistas, na flora e na fauna.

Interior do Museu – Convento de Arouca

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Castanheira

Bonita e característica aldeia serrana, muito célebre por nela se encontrarem com abundância as famosas pedras parideiras. Trata-se de um afloramento granítico, parcialmente erodido onde estão embutidos pequenos discos de biotite (mica Preta), biconvexos, de dimensões semelhantes a um ovo estrelado e por isso denominadas assim pelos habitantes locais.

Por erosão física estes discos destacam-se da “rocha-mãe”, aglomerando-se no solo em grandes quantidades.

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Pedras Parideiras

Aglomerações de mica preta que reluzem ao sol como um mosaico de efeito surpreendente. Estas aglomerações, por vezes com a forma, características e as dimensões de ovos estrelados, separam-se com facilidade da rocha envolvente, devido à sua constante desagregação pelos agentes atmosféricos.

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Pedras Parideiras

Constituem raríssimo fenómeno geológico, com paralelo conhecido apenas num dos territórios da Ex-União Soviética

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Cabaços

Bonito lugar, serrano, rodeado de belíssimos campos de centeio.

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Albergaria da Serra

O seu nome deriva de uma antiga albergaria que ali houve e de que ainda há notícia em inscrição lapidar incorporada no muro do cemitério da localidade.

Altas horas da noite, tocava nessa albergaria uma buzina para guiar os viajantes transviados, principalmente os almocreves que se dirigiam às feiras da região de Viseu.

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Albergaria da Serra

O seu nome (Albergaria das Cabras), está relacionado com uma das suas mais importantes actividades económicas – a criação e pastoreio do gado caprino.

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Mizarela

Aldeia junto à frecha onde se poderá observar grandes afloramentos de xisto luzente e mosqueado com filões de quartzo.

É rodeada por campos de centeio os quais são irrigados por notáveis técnicas de regadio e pela utilização de sistema de pousio (repouso e rotação de culturas).

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Frecha da Mizarela

Aqui, Vale do Caima, passando o granito para o xisto, de desagregação mais fácil, torna-se rapidamente muito profundo dando origem a uma queda de nível de 60 metros, que não poderá deixar de produzir uma impressão inolvidável .É uma das principais quedas de água da Europa, e a maior da Península Ibérica.

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Frecha da Mizarela

Uma vez chegados à frecha da Mizarela é sem dúvida uma das maiores atracções da serra. Diz a lenda que um rei mouro em fuga terá escondido dois tesouros e uma caixa com a peste por detrás da queda de água. Sendo as probabilidades o que são, parece que, até hoje ainda ninguém se atreveu a procurar os tesouros

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Serra da Freita

Percurso 1 - Monte Calvo, Castanheira, Cabaços, Albergaria das Cabras, Mizarela

Percurso 2 - Albergaria das Cabras, Mizarela,Merujal e Srª da Lage

A caracterização do meio em questão,faz parte integrante de uma estratégia das AFEN direccionadas para um actopedagógico de desenvolvimento.É uma metodologia que permite que seja efectuada uma aprendizagemparticipativa e diferenciada em qualquer faixa etária.Neste contexto, numa perspectiva interdisciplinar e de uma forma lúdica, várias disciplinas poderão ser abordadas tais como a História, Biologia, Química, Ed. Física, Geologia e outras em funçãoda acção pretendida.

Serra da Freita

A Serra da Freita é um local privilegiado do Maciço da Gralheira com 1102 metros de altitude. Situada a Norte do Caramulo estende-se até à Serra de Montemuro. A cerca de 30 Km do mar é a primeira barreira orográfica do Douro Litoral, o que confere um clima muito húmido, chuvoso e frio à região.

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A neve na Serra

Na Serra, a neve constitui presença habitual nos meses de Inverno, mas apenas por períodos de tempo muito curtos, pois as influências do clima oceânico originam a sua rápida fusão.

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Casas de xisto

Nestas vertentes sustentam-se, de forma impressionante, algumas aldeias em que a rusticidade das casas de xisto constitui um fenómeno cada vez mais raro. A paisagem é por isso, constituída por aldeias como Canto, Tebilhão e Cabreiros, onde processos erosivos marcaram de forma decisiva a vida destas populações.

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Exploração de minas

Regoulfe e Rio de Frades onde as minas abandonadas são testemunhos de um próspero passado que nos remonta ao início do séc. XX, e, que com a queda dos preços no mercado internacional destes metais condenou estas aldeias no abandono e isolamento. Estas aldeias que aparentam ter ficado esquecidas no tempo, distantes umas das outras, separadas por obstáculos naturais que as vias de comunicação ainda não derrubaram, são reflexo de uma sociedade onde o comunitarismo agro-pastoril prevalece e em que a abertura à novidade é sempre encarada com desconfiança.

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Exploração de minas

A existência de alguns minerais potencialmente exploráveis, nomeadamente o volfrâmio, atraiu as atenções de empresas minerais estrangeiras. Apesar das aldeias de Rio de Frade e Regoulfe se localizarem na proximidade das minas das referidas empresas, onde funcionaram até ao fim da Segunda Grande Guerra, grande parte da sua população não tinha como principal fonte de renda a exploração dos minerais. O trabalho mais pesado e ingrato era praticado pelos “intrusos” que iam para ali à procura de um emprego, mas acabavam por formar agregados populacionais junto à mina, condenados ao isolamento pela segregação dos locais.

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Riqueza biológica

Aliado à riqueza geológica está o extraordinário património biológico. Os cumes agrestes abrigam algumas relíquias da flora portuguesa, de que são exemplo os cravos, o raro pinheiro-da-casquinha, e Murbekiella sousae Rothm, planta apenas existente em Portugal e restrita ás Serras do Marão, Lousã e Freita.

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Os seus vales fervilham de vida e , por entre os castanheiros, carvalhos e bétulas aparecem desde as “misteriosas” carnívoras até relíquias vegetais como a túlipa-silvestre (Túlipa sylvestris L.), Gagea nevadensis Boiss, o arando (Vaccinium myrtillus L.), e Lathyrus montanus Bernh., bem como o azevinho (Ilex aquifolium L). Outras plantas são também muito raras como a Melica unoflora Retz, e o Anarrhinum longipedicellatum R. Fernandes, que apenas ocorre em Portugal (endemismo lusitano), bem como o belo Narcissus Cyclamineus DC, um narciso muito raro.

Riqueza biológica

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A Fauna

Sob o ponto de vista faunístico a Serra da Freita permanece ainda envolta em mistério, muito pouco está estudado e poderemos vir a deparar-nos com agradáveis surpresas. Há a lamentar, para já o desaparecimento dos seus maiores vertebrados.

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Fauna

A Cabra Brava (Capra pyrenaica Schinz.) num passado já longínquo, o urso (Ursus arctus L.) e mais recentemente o corço (Capreolus capreolus L.). A ocorrência da raposa (Vulpes vulpes L.), da gineta (Genetta genetta L.), da lontra (lutra lutraL.), do gato bravo (Felis silvestris Schreber.) e do javali (Sus scrofa L.), mamíferos pouco frequentes em Portugal e quase todos em acentuado na Europa, merece destaque.

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Fauna

Mas o motivo de maior interesse é, sem dúvida, e presença do lobo (Canius lupusL.) nos locais mais remotos da Serra. Este, embora muito raramente observado, continua a gozar de péssima reputação junto dos populares motivando o seu abate furtivo. Como consequência talvez os seus filhos venham um dia a lamentar o facto de nunca terem visto nenhum.

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Avifauna

A avifauna também se encontra bem representada, é de particular interesse a presença do guarda rios( Alcedo atthis L.) e do melro de água (cinclus cinclus L.) bem como das rapinas águia de Bonelli (Hieraetus fasciatus Vieillot.) e Falcão abelheiro ( Pernis apivorus L.)

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As “Serras de Arouca”

A formação de todas as Serras que ladeiam a vila de Arouca foi influenciada, numa primeira fase pelos enrugamentos hercínicos e, secundariamente, pelos movimentos alpídicos, responsáveis pelo relevo actual. O carácter metamórfico dos xistos, micaxistos e quartezitos abundantemente presentes testemunha as gigantescas forças que moldaram o relevo desta região .

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As “Serras de Arouca”

Reflexos dos primeiros dobramentos são o sinclinal de Janarde e o anticlinal da Freita, que apresenta “granitos” sintectónicos no interior. Estes movimentos dobraram e fracturaram todos os sedimentos acumulados, resultantes da erosão das rochas anteriores ao período devónico, na direcção ONO-ESE o que se repercutiu na rede hidrográfica.

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Rios e afluentes

Os principais cursos de água do concelho de Arouca são os rios: Arda, Paiva, Paivô, Caima, Urtigosa, Marialva e as ribeiras de Ardena e de Rio de Frades.

O rio Paiva é de todos o mais caudaloso. É um rio típico de montanha correndo as suas águas agitadas, quase sempre, no fundo de desfiladeiros de vertentes abruptas mas deliciando-nos por vezes com a tranquilidade de praias fluviais como a Paradinha, Arainho, Meitriz, Vau e Espiunca.

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As suas águas, bem como as do seu afluente Paivô, são das menos poluídas da Europa abrigando uma fauna piscícola abundante e diversificada e irrigando em alguns locais uma vegetação esplendorosa e um pouco degradada.O rio Arda é igualmente importante pois atravessa todo o vale de Arouca, tornando-o fértil. O solo deste vale resulta da acumulação de sedimentos aluviais arrancados pela erosão As rochas circunvizinhas (essencialmente xistos e granitos), o que justifica a presença dominante de areias graníticas acompanhadas de minerais micáceos.

Rios e afluentes

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Serra da Freita

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Serra da Freita

Trabalho realizado por :

Belchior Duarte

2001/2002

Fotografias nº

3,4,5,6,7,8,9,10,1,11,12,13,14,16,17,18,19,20,21,2122,23,24,25,26

Belchior Duarte - 1991

Fotografias nº

1,2,15,22

Revista - Volta ao Mundo

Bliografia

-Acção do Prosepe

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