SEXTA – 19 – 29.02.2008

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SEXTA29 de Fevereiro de 2008 | Ano 1 | N.º 19 | Semanário | Gratuito

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SEXTADirector: João Bonzinho

29 de Fevereiro de 2008 | Ano 1 | N.º 19 | Semanário | Gratuito

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Histórias de sobrevivênciaDESTAQUE �� >18/19

As crianças com fomeOPINIÃO �� !� �� " >12

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DESPORTO

Sporting e Benfica jogam este do-mingo. Para o treinador dos encarna-dos, José Antonio Camacho, é o re-gresso a um palco, Alvalade, ondeganhou duas vezes. A primeira vitóriavaleu-lhe um telefonemado Rei de Es-panha a dar-lhe os parabéns. >22

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TEMA DE CAPA

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ARTES

Basta olhar para as montrasdas livrarias. Quais são os livrosem destaque? Este País Não ÉParaVelhos, Expiação, O Assassínio deJesse James pelo Cobarde RobertFord, O Lado Selvagem. Os filmesvendem cada vez mais livros. >14

Dívidas sufocam credoresda Câmara de Lisboa�� 4�� 1 �� 5�� ! �� #6��/�� 7�� +�� $( �� 8( �� 9 �� > 8/9

> ENTREVISTA Chamam-lhe o maior actor americano vivo. E Tommy Lee Jonesmostra-se à altura do elogio em Este País Não é Para Velhos, o campeão dosÓscares deste ano. Homem de poucas falas, entendeu-se às mil maravilhas com os

realizadores Ethan e Joel Coen, que, nas suas palavras, «fizeram tudo bem». TommyLee Jones olha para a história do filme e vê nela o reflexo das dificuldades de todauma geração – a sua – para lidar com as novas faces do mal. >20

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2007, o ano do «ou�� 4�� *�� =- �� %�� $� ��1 �� *��

Asprevisõessobreosresultadosrelativos a2007 que aGalp iráapresentar na próxima quar-ta-feira estão a dividir os ana-

listas. Se a Caixa Banco de Investimen-to prevê uma quebra de 40 milhões deeurosnoresultadolíquidoajustadoemrelação a 2006, para os 428 milhões,em contrapartidao Millennium bcp In-vestimentos estima que subam 102 mi-lhões de euros.

Discrepânciasàparte, é inegávelque2007 foi uma espécie de ano do «ouronegro» para a petrolífera portuguesa.Os sucessivos anúncios de descobertasde petróleo foram animando a cotaçãoda empresa na Bolsa de Lisboa, fazen-do as acções subir, entre Janeiro e o úl-timo dia do ano, 166 por cento. E aju-dando a cimentar a boa imagem daempresa. Se estaganhou, mais sorri-ram os pequenos accionistas queadquiriramos papéis a5,52 eu-

rosefestejaramapassagemdoanocomos mesmos a valerem 18,39 euros.

O melhor exemplo desta fúria deconfiança dos investidores foi o anún-cio, a 8 de Novembro, da actualizaçãodos resultados do poço Tupi-Sul, emáguasprofundasdaBaciadeSantos, noBrasil, que permitem à Galp aumentaras reservas de 50 para 500 milhões debarris. O bloco é operado pela brasilei-ra Petrobras (65 por cento) e a Galptemaquiapenas10porcento. Nessediae no seguinte, cada acção da petrolífe-ra valorizou-se 3,43 euros.

Estratégia «à la»Ferreira de OliveiraAimagemde empresadinâmicatem-se

acentuadodesde2004,quandoaGalp

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4� %�� 9 >��POLÍTICA DE EXPANSÃO

O abecedário da Galp Energia éhoje de AaV: aempresatem negóciosde Angola à Venezuela, passando porvários outros países, sobretudo africa-nos e com os quais Portugal tem afi-nidades históricas. A maior parte estájáemconcretização, outros não passamde compromissos assinados no papel.

Angola foi o primeiro país estran-geiro onde a Galp se lançou na pros-pecção de hidrocarbonetos, em 1981.O então bloco 1 estáabandonado, maso único poço com produção está tam-bém no país, no bloco 14, onde temuma quota de 9%, num negócio do-minado pela Chevron. Os blocos 32 e33 são operados pela Total e Exxon ea Galp tem apenas 5%. No país a Galpestá também no negócio dos combus-tíveis líquidos e nos insecticidas.

Nos países africanos, a petrolíferaestá quase sempre em sociedade coma Sonangol. Nos últimos dias, a em-presa angolana criou algum mal-estarna Galp afirmando que em Cabo Ver-de (onde dividem o negócio de gaso-lineiras) é a Sonangol que manda emostrando que é suaintenção termais

podernas várias sociedades em África.Na Guiné-Bissau, a Galp tem com-

bustíveis, lubrificantes e GPL. Em Mo-çambique tem 10% de um bloco coma ENI, vende combustível, GPL e estána construção.

No Brasilsão 61 blocos petrolíferos,em terrae no mar, nas baías de Santos,Potiguar, Espírito Santo e Pernambu-co-Paraíba. EmTimor-Leste tem10% decinco blocos com aENI. E em Espanhavende combustíveis e gás natural.

Em Novembro, a portuguesa assi-nou com aPetróleos de Venezuelaumacordo parao desenvolvimento de pro-jectos conjuntos na área do gás natu-ral liquefeito e petróleo, sob o «pa-trocínio» de Mário Soares. Continuapor acertar o acordo entre a Gazprome Américo Amorim para a entrada dosrussos no capital da Galp – esteve atéagendado um jogo de futebol paraco-memoraro facto poralturadavindadePutin aLisboa. Só que aGazprom gos-ta de liderare a Sonangol não cede naquotamaioritáriaque tem naAmorim.

Em breve a Galp poderá compor oseu abecedário até ao Z. M.L.

A Galp no mundo

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começou a apostar forte nas conces-sões de exploração de blocos petrolí-feros no Brasil. São sempre em con-sórcio – a Petrobras é o seu sócio deeleição –, onde a Galp Energia tem nomáximo 50 por cento, mas a portu-guesa começa então a surgir como ooperador. Anível global, o portfólio daGalp inclui actualmente 61 blocos noBrasil (44 onshore e 17 offshore), cin-co em Angola, quatro em Portugal (na

Quem manda� �� +�@ 33,34%%�� +�� 33,34%��A�� 7%�� @ 3,99%#�� &�� 4��*�� 1%:�� 21,32%

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PORTUGAL

4TEMA DE CAPA SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

ro negro» da Galp�� $� �(� �� $�� <* ��

Bacia Lusitaniana, ao largo da costaalentejana e da costa oeste), um emMoçambiqueecincoemTimor-Leste. Oano marcou a entrada nos últimos trêspaíses e o reforço no Brasil, onde ga-rantiu, em leilão, mais sete blocos.

A larga maioria dos blocos encon-tra-seemfasedeavaliaçãocomercial, osportugueses estão em prospecção, o

moçambicano e os timorenses es-tão em avaliação sísmica,

e apenas o bloco

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aempresaganhouaconcessãodosblo-cos 32 e 33 em Angola e o sumarentoblocobrasileirodeTupiforatambémne-gociado por Ferreira de Oliveira, em-boratenhasidooficializadojáem2000,depois da sua saída da empresa.

Nem só de petróleo vive a Galp. Noano passado aempresafirmou acordospara exploração de gás natural; obtevealicençaparacomercializargás naturalemEspanha(anunciou emJaneirodes-te ano o seu primeiro cliente, o GrupoSaint-Gobain);conseguiu uma licençade comercializador de electricidade; oconsórcio por si liderado ficou em pri-meiro lugar no concurso público paraatribuição de licenças para a produçãode energia eólica.

A empresa também anunciou quevai apostar na produção de bio-

combustíveis de segundageração.

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A imagem de empresadinâmica tem-seacentuado desde2004, quando a Galpcomeçou a apostarforte nas concessõesde exploração deblocos petrolíferosno Brasil, sempreem consórcio

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>ALGUNS NÚMEROS

14, em Angola, é explorado.FoitambémdeAngolaquechegaram

boasnotíciasem2007: foramfeitassetedescobertas de petróleo no bloco 32(detido pela Total, em que a Galp temquota de cinco por cento), localizadonumaáreade grande profundidade, nacosta angolana.

Os louros do sucesso na pesquisadehidrocarbonetosnãovãoapenasparao actual presidente, mas é incontorná-velqueManuelFerreiradeOliveiraéumdosresponsáveispeloactualportfóliodeblocos de exploração com futuro da

Galp. Foi na sua anteriorpassagempelapetrolífera, nofinalda

década de 90, que

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TEMA DE CAPA5SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

Entre Aspas«Os meus mais profundosagradecimentos aos membros daAcademia por me darem umatrancada com a moca mais bonitada cidade»

DANIEL DAY�LEWISReacção do vencedor do Óscar paraMelhor Actor atribuído pela Academia25 de Fevereiro

«Este caso vem mostrar a profundaintolerância que algumas pessoasligadas ao futebol continuam a terface à crítica livre»

RUI SANTOSDeclarações do comentador da SIC àimprensa depois da tentativa deagressão de que foi vítima.25 de Fevereiro

«Se eu pudesse escolher, chamavao Baía de volta para o que restarda Liga dos Campeões»

MIGUEL SOUSA TAVARESReferindo-se ao momento de forma doguarda-redes Helton, do FC Porto.26 de Fevereiro

«Através dele [Raúl Castro], Fidel,o líder carismático, continuaráa mandar.»

MÁRIO SOARESSobre a renúncia de Fidel Castroà presidência de Cuba.26 de Fevereiro

«Os preços do mercado mundial[dos cereais] são puramenteespeculativos»

JAIME SILVAComentário à notícia que dava contade aumento de 50% no preço do pão.27 de Fevereiro

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Notas de 20 a 0 >

16'��STO umbigo dos americanos é enor-

me, já se sabe, e o de Hollywood seráparticularmente bonito. Ganha, porisso, aindamais notoriedade o facto deaAcademiade Hollywood sercapazdever mais longe e distinguir actores es-trangeiros. Os Óscares serão mais umsinal de que a atitude da América estáa mudar?

16>�� 2��EleitaPersonalidade doAnode 2007

pela Associação de Imprensa Estran-geiraem Portugal, VanessaFernandes,22 anos, campeãdo mundo de triatlo,aproveitou a cerimónia de entrega doprémio parareclamarmais apoio parao desporto português. Os grandes sãoassim: sabem usar a sua notoriedadepara defender causas.

8+�� É estranho que uma pessoa inteli-

gente como Eduardo Barroso não vejaincompatibilidade no facto de a suamão esquerdaentregaro dinheiro queasuamão direitarecebe. O directordoServiço de Transplantação do HospitalCurry Cabral demitiu-se de presiden-te da Autoridade para os Serviços deSangue e da Transplantação. Fez bem.

8<��O Sporting lançou uma ambiciosa

campanha para angariação de sócios.Nacurtaapresentação de Filipe SoaresFranco citada no site do clube, as pa-lavras «Benfica» e «benfiquistas» apa-recemsete vezes; «sportinguistas» ape-nas uma. Arivalidade é salutar, mas, emvésperas de derby, tudo isto soa de-masiado acomplexo de inferioridade.

6<�� : �(��Hámilhares e milhares de multas de

trânsito por pagar que poderão pres-crevernasequênciadaextinção daDi-recção-Geralde Viação. Ou seja, quempagou logo, pagou; quem arrastou ospés, não vai pagar. O cidadão cumpri-dor sente-se um idiota. E depois vemo Estado pedir às pessoas que denun-ciem os incumpridores...

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6PESO & MEDIDA SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

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Longa se torna a espera�� % #6�� 7�� ,-�? ��$�� ! �� $�� JI- ��$�� 0�� #�� /�� (�� )��

Para garantir o pagamento dosalário dos sete trabalhadorese aprópriasobrevivência, aem-presaJoão Antunes Amaro Lda,

que fornece tintas e produtos higiéni-cos e de limpeza à Câmara de Lisboa(CML), teve de contrair um emprésti-mo. EstácredoradaCMLde cerca170mileuros, umpouco menos do que os226.544,48 que tinhapararecebera31de Julho de 2007. Pegar no telefone ereclamaré aúnicaformade pressionar.O dinheiro pode nem parecer muito,mas são quantias como esta que es-trangulamdezenas de empresas no roldos credores da edilidade alfacinha.

Os credores contactados pelo SEX-TA reconhecem o esforço do presi-dente António Costaque, desde que as-sumiu a presidência, já saldou muitasdívidas, em particular no último se-mestre de 2007. Confirmam-no, por

exemplo, aOrquestraMetropolitanadeLisboa(recebeu 320.000 euros), aHen-rique Cayatte Design Lda(37.213,55),o Centro Paroquial S. Maximiliano Kol(10.800), a Associação Portuguesa deParalisiaCerebral-Região Sul(320.000)ou a instituição particular de solida-riedade socialEntrajuda(51.000), pre-sidida por Isabel Jonet.

Apoios sociais em riscoJosé Manuel Antelo, da Associação deParalisia Cerebral, revela que foi ne-cessário pedir dinheiro ao BES paracontinuaraproporcionarassistênciaacentenas de pessoas, nos lares resi-denciais, em centros ocupacionais, oupara manter as actividades da associa-ção, como a hidroterapia ou a hipote-rapia. Nada faltou a empregados oudoentes. Só lamenta ter perdido umconcurso do programa PARES, no va-lor de 150 mil euros, por não ter re-cebido, emtempo útil, umadeclaração

de cedência de um espaço, por 20anos. Vai tentarsensibilizaraCMLparareduzir o prejuízo.

A situação na Associação de Recu-peração de Toxicodependentes Aresdo Pinhal é pior. A 31 de Julho, esta-va credora de 303.853,80 euros. Ovice-presidente Jorge Silva confirmaque a dívida, entretanto, aumentou.Este projecto, que começou com doisgabinetes de assistência no Casal Ven-toso e se alargou pela cidade, tem vá-rias unidades móveis, para adminis-tração de medicamentos e metadona.

«Tem sido muito difícil levaraáguaao moinho», desabafaJorge Silva, queconfirma o não pagamento dos salá-rios de Janeiro. A Ares do Pinhal temperto de três dezenas de empregados,mais os enfermeiros e médicos, estesem duplo emprego. «Atendemos 120pessoas pordia. Tambémestamos ade-ver, mas não podemos parar», argu-menta. Observa, porém, uma «manei-

ra mais responsável de abordar aquestão» deste Executivo municipal.

Muito dinheiro, poucas palavrasA CML é a maior cliente da Parques eJardins Projectos e Construção —a 31de Julho tinha1.935.369,30 euros porreceber. Com cerca de 100 funcioná-rios, continua a assegurar a manuten-ção de alguns parques e jardins, emMonsanto e Belém, por exemplo. Ofi-cialmente, a empresa prefere evitarqualquer comentário sobre o assun-to. O SEXTA sabe, porém, que o cré-dito sobre a Câmara aumentou.

A administração da Nordigal, em-presade catering, «não estáinteressadaemfalarsobre o assunto». EmJulho doano passado, a Câmara devia-lhe1.647.824,52 euros. Foram, entretan-to, facturadas algumas despesas, masa dívida é ainda maior.

Sejaporumaquestãodeéticaoupornão ser oportuno, neste caso um eufe-

mismoparadisfarçaralgumreceio, mui-toscredoresnãofalam. NãoéocasodopadreFranciscoPereiraCrespo, doCen-tro ParoquialSão Vicente de Paulo, quetem parte da dívida de 122.500 euros(a 31 de Julho de 2007) saldada. Acre-dita, porém, que a CML tem o resto dodinheiroretido. Nãodeviaporestaremcausa«umprojectodaUniãoEuropeia».E precisa dele para pagar aos funcio-nários e técnicos que prestam apoioem diversas áreas, como a fisioterapiaou estomatologia, e melhoram avidaamaisdesetecentenasdepessoasemAl-cântara, noCasalVentosoe naSerafina.

É também em tom de desabafo queArmando Afonso SilvaRamos, daBon-diluz (instalações eléctricas), diz quenão pode ficaradevermuito mais tem-po e que 25 mil euros lhe fazem mui-ta falta. Recebeu «com desagrado» adecisão do Tribunal de Contas. Mas,como o padre Francisco PereiraCosta,tem fé. «A Câmara é pessoa de bem.»

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%�� ACIDENTES FATAIS NAS FALÉSIAS DE SAGRES

Hámuitos pescadores e turistas quemorremnasequênciade quedas das es-carpas da Costa Vicentina, no Algarve,e numerosas teorias sobre arazão por-que isto acontece. Eduardo Campos,de 60 anos, tem a sua. Numa tarde dedomingo, no alto de uma falésia, opescadordesportivo portimonense ga-rante que não se mete em aventuras,apesar de aproveitar para contar algu-mas das suas proezas, cometidas empesqueiros na zona de Sagres, comoqualquer pescador que se preze.

Só este ano, em menos de dois me-ses, o mar já levou cinco pessoas, trêsdas quais não devolveu. As últimas ví-timas foram dois turistas alemães, nofim-de-semana passado. Já houve umano em que se registaram, nestazona,15 mortes de pescadores desportivosque tentavam a sua sorte e acabarampor ficar sem ela. O problema atingiutaldimensão que o governadorcivildeFaro quer lançar uma campanha de

sensibilização para os perigos das fa-lésias na Costa Vicentina.

Para Eduardo Campos, na base demuitas destas quedas está «a ganân-cia», avontade de levarmais peixe paracasado que os outros. «Muitos só vêemeuros», sentencia. A esta ânsia jun-tam-se outros factores, como o azar, ocansaço, umadistracção e o descuido,nomeadamente na hora de tentar evi-tar que um peixe mais vivaço fuja.«Quando a malta vai para pesqueirosbaixos e a rocha está toda molhadacom água nova, como agora, arris-cam-se a ser levados», explica, en-quanto apontavaparao marrevolto embaixo, que galgavacom inquietante fa-cilidade as altas escarpas do Beliche.«Quando vem uma vaga maior...»

Vagas assassinasAmaioriadas quedas acontece emdiasde tempestade, quando o mar batecom mais força nas falésias e chega

mais alto. Foi o que aconteceu a 11 deFevereiro último, dia em que um pes-cador de 33 anos foi arrastado para oAtlântico depois de ter sido surpreen-dido poruma vaga, num pesqueiro si-tuado dez metros acima do nível domar, a Norte do cabo de São Vicente.

Esta última vítima das traiçoeirasescarpas da ponta sudoeste de Portu-gal tinha quase tantos anos de vidacomo os que José Francisco tem comopescador na Costa Vicentina. Apanharpeixes, para ele, é um hobbie de fim-de-semana e, apesar dos 28 anos quededicou aestapaixão, nuncateve «ne-nhum azar».

O pescadorde 70 anos, homemafá-vel mas de poucas palavras, guarda namemória uma ocasião triste: a quedade «ummoço vizinho ao mar, que nun-ca foi encontrado». Mas nem todas ashistórias acabam em tragédia. «Um ca-maradameu, o João, tambémcaiu e sa-fou-se», lembra, à medida que guarda

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8PAÍS SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

26 FEVEREIRO | FENPROF> Fenprofestima que ministério da Educação tenha dedesembolsar 3,2 milhões de euros para pagamento dasaulas de substituição como trabalho docente extraordinário.

CONTADORES> É publicado diploma que proíbe cobrar taxas de contadores para os serviçospúblicos considerados essenciais a partir do dia 26 de Maio.

27 FEVEREIRO | PRESERVATIVOS> BE denuncia que milhares de preservativos semqualidade foram distribuídos no fim de 2007 em zonaslisboetas de prostituição em acções com o apoio da CNIS.

PROTESTO> Movimento entrega 50 mil assinaturas na Assembleia da República em defesada reabilitação do Mercado do Bolhão, no Porto.

28 FEVEREIRO | DROGA> Onze toneladas e meia de droga(heroína, liamba, cocaína e haxixe) sãoqueimadas na Valorsul, em São João daTalha, Loures.

LÂMPADAS > Quercus entrega um mega-postal de quatro metros noministério da Economia pedindo que sejam banidas até 2011 as lâmpadasincandescentes. Permitirá poupar 25 por cento da energia gasta hoje.

22 FEVEREIRO | CORRUPÇÃO> Parlamento aprova pacote legislativo para reforçarcombate à corrupção.

SEDES> Associação para o Desenvolvimento Económico e Social alerta para «mal-estar» em Portugal que pode criar «crise social de contornos difíceis de prever».

23 FEVEREIRO | ARRASTADOS> Casal de turistas alemães é arrastado por uma ondajunto ao Forte do Beliche, em Sagres (Algarve).

PJ PORTO> Almeida Pereira é o novo director da Polícia Judiciária do Porto, substituindoVítor Guimarães que se demitiu do cargo na segunda-feira

24 FEVEREIRO | ACIDENTE> Dez pessoas ficam feridas na sequência de um graveacidente ocorrido na EN229, que liga Viseu ao Sátão.

RELATÓRIO> Segundo relatório da União Europeia Portugal é um dos oito países da UEonde se registam os níveis mais elevados de pobreza nas crianças.

25 FEVEREIRO | BANCO ALIMENTAR> Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa é consideradoo maior e mais eficiente dos 230 em 18 países da Europa.

DEMISSÃO> Presidente da Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação(ASST), Eduardo Barroso, anuncia publicamente a sua demissão do cargo.

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no carro «duas sardinhas e algumascavalas» antes de voltar para casa.

Muitas histórias de acidentes compescadores desportivos na Costa Vi-centina acabam bem devido à ajudados surfistas que escolhemas praias dosconcelhos de Vila do Bispo e Aljezurpara praticar desporto.

João Mealhaé umdeles e gere, des-de 2001, aEscolade SurfFree Ride, emSagres. É, porisso, um conhecedordarealidade locale temumaopinião bemdefinida sobre a razão de tantas mor-tes. «Muitas pessoas que vêm para Sa-gres pescar não sabem para onde vãonem para onde devem ir. Vêm passaro fim-de-semana e pescar, mas não seinformam sobre a amplitude das ma-rés, que é muito grande aqui, nem so-bre o estado do mar. E, de vez emquando, lá vai um», diz.

«Guerra territorial»Mas os pescadores inexperientes nãosão os únicos a cair ao mar. Há nume-rosos relatos de pessoas que já pesca-vam naquelas falésias há muitos anose tambémforamtragados pelo oceano.

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Nestes casos, João Mealhaacreditaquehá, por vezes, «excesso de confiança»e, noutrasocasiões, faltadepreparação.

Outro problema que existe é aqui-lo que João Mealhaclassificade «guer-ra territorial». Cada pescador tem osseus pesqueiros de eleição, parte dosquais de difícil acesso. Em alguns ca-sos, os pescadores arriscam descer asescarpas, recorrendo a «métodos ar-caicos», como cordas velhas, «que, emalguns casos, estão lá há anos», ou«pregos ferrugentos». Noutros casos, háque andar durante muito tempo, porvezes mais de uma hora, para acederao pesqueiro ideal.

Mas estes pesqueiros não são se-cretos e podemestarjáocupados. Casoisso aconteça, muitos pescadores op-tam porimprovisare encontrarum lo-cal, aindaque pouco seguro, que com-pense o trabalho tido para ali chegar.Além de se arriscarem a cair, tambémacabam porse verenvolvidos em con-flitos com os que já lá estavam.

Como bem sintetizaEduardo Cam-pos, «nestas rochas acontece de tudo».

Hugo Rodrigues

PAÍS9SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

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22 FEVEREIRO | NUCLEAR> Argentina e Brasil acordam o desenvolvimento de «ummodelo de reactor nuclear» para satisfazer as necessidadesenergéticas de ambos os países.

CÓLERA> Cientistas japoneses estão a desenvolver variedade dearroz geneticamente modificado que tem os mesmos efeitosque a vacina contra a cólera, diz o jornal japonês Nikkei.

23 FEVEREIRO | INSULTO PRESIDENCIAL> Vídeo que mostra Nicolas Sarkozy a insultar um homemque recusou estender-lhe a mão torna-se êxito na Internet.O idoso repudiou o cumprimento do presidente. «Entãová embora, pobre imbecil», respondeu o líder francês.

CINEMA> A cerimónia dos Independent Spirit Awards é dominada pelo filme Juno, deJason Reitman, que vence três dos maiores galardões distribuídos: MelhorFilme, Melhor Actriz e Melhor Guião.

24 FEVEREIRO | CHIPRE> Candidato comunista Demetris Christofias vence asegunda volta das eleições presidenciais no Chipre, com53,63% dos votos, contra 46,6% do conservador IoannisKasoulides. Christofias torna-se no único chefe de Estadocomunista num sistema presidencial no seio da União Europeia.

RAZZIES> A edição dos prémios que escolhem os piores da indústria cinematográficaelege Eddie Murphy e Lindsay Lohan como os piores actores do ano.

25 FEVEREIRO | CUBA> Parlamento cubano elege como sucessor de Fidel Castroo irmão, Raúl Castro, que promete assegurar a continuidadeda revolução. Fidel estava no poder desde 1959.

EUROVISÃO> «Dustin, o Perú» é o fantoche que vai representar a Irlanda na edição doFestival da Eurovisão este ano, um concorrente inédito na competição. Oboneco é o popular protagonista de um programa infantil da televisãoirlandesa e venceu o Festival da Canção da ilha.

26 FEVEREIRO | INGLATERRA> Oposição conservadora britânica está em progressãoperante os trabalhistas do primeiro-ministro Gordon Brown,revela sondagem. Os tories de David Cameron situam-seactualmente nos 41% das intenções de voto, enquanto que o«labour» se mantém nos 30%.

PRESIDENCIAIS EUA> George W. Bush afirma acreditar que os eleitores americanos escolherãopara a presidência um sucessor republicano para «manter a luta» no Iraque.

27 FEVEREIRO | PEREGRINAÇÃO> Seis milhões de peregrinos xiitas encontram-se emKerbala, onde se celebra esta semana uma grande festareligiosa. Além dos seis milhões de iraquianos, sãoesperados 80.000 estrangeiros durante os próximos dias.

ÊXODO> Pela primeira vez na história, a maioria da população mundial viverá nascidades em 2008, revela um estudo demográfico da ONU, adiantando que oshabitantes citadinos do planeta duplicarão em 2050.

28 FEVEREIRO | ESTUDO> Por ano morrem 50 mil pessoas de ataque cardíaco e 200mil passam a sofrer de doenças de coração na UniãoEuropeia devido ao excesso de ruído rodoviário eferroviário. O custo chega aos 40 mil milhões de euros/ano.

FRAUDE> Relatório interno do ParlamentoEuropeu denuncia fraudes orçamentaiscom pagamentos excessivos a funcionários.

ACONTECEU

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No estúdio, uns agradáveis 21 grauscentígrados. O ambiente aqueceu logono início do primeiro debate entre Ma-riano Rajoy (PP) e Rodríguez Zapate-ro (PSOE), principais candidatos àseleições de Espanha, que se realizama9 de Março. Diziao conservadorqueo adversário vivianumaespécie de paísdas maravilhas enquanto as gentes so-frem e chegam sem dinheiro ao fim domês; defendia-se o socialista com ocrescimento económico.

Há13 anos que nãohaviadebate en-tre candidatos à presidência do Go-verno espanhol e este foi à moda an-tiga. O terrorismo foi temadeterminante e quando Rajoy acusouZapatero de ter um acordo com a ETAouviu o adversário dizer-lhe que men-

tia. Enfim, dizem as sondagens quenão houve vencedor e que continua oPSOE com ligeira vantagem nas inten-ções de voto.

Se não saiu beliscado no frente-a-frente com Zapatero, acredita-se queMariano Rajoy tenha sido prejudica-do pelo anúncio do escritorVargas Llo-sa de que deixou de ser apoiante doPP. O peruano naturalizado espanhol,que tem estado para a direita comoGabriel García Marquez para a luta daesquerda, agendou o lançamento do li-vro Política Razoável precisamentepara o dia do grande debate entre oslíderes dos dois maiores partidos e aspalavras caíramcomo umabomba–pa-recia algo irreal.

Campo em que Zapatero aparece

em vantagem é na cultura, principal-mente depois de serconhecido o apoiodos prémio NobeldaLiteraturaJosé Sa-ramago (1998) e GuntherGrass (1999).Aliás, apoios de peso não faltam a Za-patero no campo das artes. A bela Pe-nélope Cruz declarou-se apoiante dosocialistae até aproveitou adeixaparacriticar George W. Bush.

Não recolhe grandes simpatias jun-to das maiores figuras da cultura, mashá alguns dias Rajoy mostrou-se bemmais cómodo entre desportistas comoo ex-futebolista Emilio Butragueño,MartaDomínguez (campeãdaEuropade 5000m), Abel Anton (duas vezescampeão mundial da maratona) ouNiurka Montalvo (campeã do mundode salto em comprimento).

O sonho americanoestá a renascer�� !�� #$�� )�$� �� ! �� $� ��( ��F 3�� 1 8( �� *�� ) ��

Oque é que Obama tem deespecial para conseguirdespertarestaondade mo-bilização que deixou

Hillary Clinton para trás? Como con-seguiu passar, em menos de quatroanos, de figura desconhecida para omais provável sucessor de George W.Bush na presidência dos Estados Uni-dos da América (EUA)?

Para perceber o fenómeno, vale apena ir às raízes do senador do Illi-nois, que poderá vir a ser o quartoPresidente mais jovem da história dosEUA, com 47 anos. Para começar, onome: Barack Hussein Obama. Seriapossível ter nome mais especial? Todoo seu percurso revela um perfil capazde desafiar qualquer limitação.

Filho de pai queniano e mãe bran-ca do Kansas, deixou de ter a figurapaterna por perto logo aos dois anos.Foi viver para a Indonésia, com a mãee o padrasto, mas regressou aos Es-tados Unidos, aos dez anos, para casados avós maternos.

A sociedade dizia-lhe que era ne-

gro, ele vivia com referências de umafamília branca. O dilema atravessou-lhe aadolescênciae Barackconfessa-ono livro A Audácia da Esperança.

O que pareceria ser um enormeproblema está a revelar-se a chave doseu sucesso: a mensagem de unir asdiferenças. Obama é negro, mas nãoé o candidato «dos negros» – se fos-se apenas isso não teria hipóteses es-tatísticas de ganhar.

Aideia de fazer pontes capazes deacabar com as dicotomias bran-cos/negros, hispânicos/asiáticos, de-mocratas/republicanos, ricos/pobresé poderosa nas palavras deste ora-dor brilhante, de voz séria e ar res-ponsável. «Nós somos aqueles dequem estávamos à espera» é uma dasfrases com as quais leva as massas aodelírio.

Formado em Ciências Políticas,pela Universidade de Columbia, e emDireito, em Harvard, foi o primeironegro a dirigir a revista de leis da-quela prestigiada universidade. Foiviver para Chicago, deu aulas, masfoi como líder comunitário que re-velou qualidades para inspirar «pes-soas comuns a fazer coisas extraor-dinárias».

Há quem diga que Obama será, no

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10MUNDO SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

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imaginário americano, o sucessor deKennedy. Caroline, filha de JFK, édessa opinião: «A América precisavade alguém com a capacidade mobi-lizadora e inspiradora que o meupai tinha como Presidente. Temosessa oportunidade agora, com Ba-rack Obama», escreveu no New YorkTimes.

Eleito senadorhá apenas três anos,meses depois de ter surpreendido a

América com um poderoso discursona Convenção Democrata em 2004,Obama tem feito uma ascensão me-teórica. Rumo à Casa Branca?

«Si, se puede�»Para concretizar o sonho, já só faltaultrapassar os testes do Texas e doOhio. Mesmo que Hillary ganhe osdois grandes estados, dificilmente ob-terá vantagens tão folgadas que lhe

permitam recuperar a liderança.As esperanças da senadora resi-

dem no peso do voto hispânico no Te-xas – mas as últimas votações têmmostrado que Obama está a conseguirengolir os bastiões da rival. Para fa-zer KO sobre Clinton, só lhe faltamesmo conquistar o voto dos lati-nos.

Mas até aí tem havido novos si-nais: o «Yes, We Can» [Sim, nós po-

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demos] está a ser ouvido nos comí-cios do Texas com gritos de «Si, se pue-de!».

E depois da poesia?O fenómeno Obama explica-se pelaânsia dos americanos em poderemvoltar a acreditar em algo de absolu-tamente novo. Mas há sempre quemtorça o nariz. John McCain, o candi-dato republicano, já piscou o olho

aos cépticos: «Combaterei em todosos dias desta campanha uma retóri-ca eloquente, mas vazia.»

Haverá o risco de os encantos deObama se revelarem muito estilo,mas pouca substância? Só o choqueda realidade o dirá. Uma coisa é cer-ta: o senador do Illinois está a con-duzir uma das campanhas políticasmais estimulantes da história ame-ricana.

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MUNDO11SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

A ESCOLA PÚBLICA É DE UM GOVERNO?Como é que é possível em demo-

cracia alguém achar que a actual mi-nistra da Educação é competente eque está a fazer um bom trabalho,quando não tem o apoio de nenhumpartido daoposição parlamentar, nemde nenhum sindicato ou entidade li-gada à educação e até personalidadesdamaioriaparlamentar, ligadas ao en-sino, abertamente discordam no es-sencial do que está a fazer?

João Pereira, Oeiras

OS POBRES PORTUGUESESA pobreza, que afecta primeira-

mente os idosos e as pessoas menosqualificadas, coloca-se nitidamentecomo o grande desafio político daspróximas gerações. (...) Em Portugal,(...) o subsídio de desemprego e o ren-dimento social de inserção têm salvomuitas famílias damisériadegradante.Existe muita pobreza envergonhada,não só nos particulares como nas em-presas, que entram em falência. Só noano passado foram quatro mil! A pardisto, temos o desemprego, que afec-ta, paradoxalmente, sobretudo os jo-vens diplomados (...).

Gonçalo Tapadas, Lisboa

AS DÍVIDAS DOS PARTIDOSAcomunicação social escrita divul-

gou o que devem (passivo e dívidas)os cinco maiores partidos políticos (PS,PSD, CDS/PP, PCP, BE). O montanteglobal ascende a (grosso modo) cercade 25 milhões de euros. (...) Peranteestes dados, pergunto: que gestorescredíveis terão os referidos partidosparaendireitarem as finanças públicase governar o país, se não sabem go-vernar as suas próprias casas?

José Amaral, V.N. Gaia

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Sextadimensão

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Omelhor barómetro para um país é a forma como trata as suas crian-ças. Em Portugal, 20 por cento dos menores está em risco de pobre-za. E nenhum discurso moderno de Sócrates pode apagar esta misé-ria. Somos o segundo membro daUE –pior, só aPolónia–onde esse

risco é maior, abrangendo crianças que vivem em lares sem desemprego. Per-tencemos ao grupo comníveis altos de pobrezanas crianças, extremamente ele-vados em trabalhadores e fraca assistência social.

E a situação tem piorado. O desemprego aumenta, o nível de vida diminui.Baixos salários, precariedade, magras transferências sociais. As consequênciastambém são evidentes: abandono escolar, trabalho infantil, formação deficien-te. Um ciclo vicioso.

Em países com políticas sociais consistentes, como a Suécia ou a Noruega,este risco baixa. Já no Reino Unido ounos EUA, com níveis de riqueza seme-lhantes, as taxas de pobrezainfantilsãoelevadas. Nos EUA, até têm vindo a su-bir. Um estado social sólido consegue,efectivamente, diminuiro impacto dasdesigualdades. Apenasassimsepodein-vocar, semcontrabando ou cinismo, asoportunidades para todos e a promo-ção do mérito. Um país com um cres-cimento económico que beneficiaumapequena fatia, enquanto remete umapercentagem significativa, desde quenasce, ao definhamento, não é umpaísdesenvolvido. Escusado serádizerquenão pode bradar pela meritocracia. EPortugal exibe das maiores desigual-dades de distribuição da UE. Uns sãopés descalços. Outros usamsapatos ita-lianos. Os privilégios, mordomias eabastançaopíparade uns quantos, quenão cessam de engordar, são uma in-fâmia.

Vários estudos indicam que quemnasce pobre, assim morre. E essa per-centagem aumenta entre as minoriasétnicas. A vida ainda é determinada pela classe, educação e etnia dos pais. Pior.Os efeitos são irreversíveis. Aos três anos, uma criança pobre já apresenta umano de atraso. O desenvolvimento é afectado pelo stress resultante de condiçõesprecárias, advindo em défices de memória e linguagem. O que pode impedir a

fuga à pobreza para o resto da vida. Conclusão: baixa probabilidade de escapar.E, mesmo que se consiga, não será sem sérias consequências. A miséria não dánovas oportunidades.

Mesmo assim, há quem pretenda reduzir este debate à subsidiodependên-cia, alegando que esses apoios só dificultam a inclusão. Porém, nenhuma inter-venção social comporta apenas vantagens. Do mesmo modo, é impossível erra-dicar totalmente a fuga aos impostos. Pode robustecer-se o combate, mas não épor causa dos devedores que terminam as contribuições.

As excepções negativas, os que recebem sem precisar ou não lutam para dis-pensar subsídios, são ampliadas poralguns. Por más razões. A sua preocu-pação não é defender os mais vulne-ráveis. Se fosse, nunca fariam pagar ojusto pelo pecador. Se fosse, indigna-vam-se mais com as pensões e indem-nizações dos ricos. A pobreza infantildevia conduzir a uma profunda altera-ção da perspectiva social. Para muitos,leva à arte de apurar desculpas.

Os subsídios nem sempre são o ca-minho. Alguns agregados ficam, de fac-to, dependentes e demoram a cons-truiras suas próprias capacidades. Massão casos residuais e, até nesses, fre-quentemente não há alternativa. O Es-tado deve protegeras crianças emtem-po útil, pautando-se por critériosdiferentes dos aplicados a outras ida-des. Cinco anos, para uma criança pe-quena, porexemplo, éajaneladeopor-tunidade. A pobreza infantil obriga aintervenções incisivas e céleres. Nãohátempo aperder. O Estado não podeesperar. Será sempre tarde demais.

Por cá, acenar com o fantasma dosparasitas é inaceitável. Como referido, muitas crianças em risco de pobreza vi-vem com pais empregados. Uma parcela importante dos trabalhadores portu-gueses é pobre. Muitos esforçam-se de sol a sol, não conseguindo o suficientepara dar de comer aos seus filhos.

Sóquandopararmos de varrerestainjustiçaparadebaixodotapete opotencialdeixará de estar alienado. Entretanto, que amanhã para quem condena à fome,desde o dia zero, um quinto do seu futuro?

genecanhoto@gmail

GeneCanhoto �� D�� %�� 4��

Amanhãsfamintos

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>CONSELHOSAlterações no IRS de 2007�� A �� 1 9� � �� @:< �� ,--. �� !�� !�� $��

São várias as alterações intro-duzidas nas declarações de IRS,não só a nível de taxas, dedu-ções e escalões, mas também

nos impressos, que deveráterem con-sideração durante a entrega.

De acordo com as actualizações fis-cais, os solteiros, reformados e defi-cientes vão pagar mais. Solteiros e ca-sados são colocados em igualdade,com adedução de um montante equi-valente a 55% do salário mínimo na-cional (SMN) para ambos, ao contrá-rio dos 50% e 60%, respectivamente,do ano passado. Nos reformados omontante sobre o qual não recai qual-quer imposto foi reduzido de 7500para6100 euros –os pensionistas comreformas superiores a435 euros men-sais passam a pagar impostos.

Os deficientes com grau de invali-dez igualou superiora60% deixamdeestar isentos sobre 30% do que rece-berem dos rendimentos de trabalhodependente ou independente, até13.774,86 euros e passam a deduzir

1209 euros, o equivalente a três SMN.Em relação aos benefícios fiscais,

os montantes a deduzir foram actuali-zados em 2,1%, ou seja, abaixo da in-flação de 2006 (3,1%), àexcepção dosencargos comlares e ascendentes, cujolimite aumentou 3,5%. Os Planos Pou-pançaReformavoltaramaintegraralis-

ta dos benefícios, bem como o crédi-to à habitação e os seguros de vida esaúde, que deixam assim de ser con-siderados como despesas.

«Não houve qualquer alteração àlei apesar da reformulação. A diferen-ça é que os benefícios fiscais são tem-porários, como verificámos comos Pla-

nos Poupança Reforma, que saem eentram. Já as despesas pressupõe-seque sejam de carácter definitivo. Nes-taperspectivaamudança, do ponto devista logístico, pode facilitar o desapa-recimento do crédito àhabitação e se-guros das declarações de IRS», expli-cao fiscalistadaDECO António ErnestoPinto. Porfim, aúltimaalteraçãodizres-peito aos rendimentos de capitais. Jápoderá reinvestir o dinheiro da vendade um imóvelnumacasacompradanaUnião Europeia, Noruega, Islândia eLiechtenstein sem que amais-valia lheseja tributada.

Alterações nos formuláriosForam introduzidas alterações nos im-pressos do IRS que podem gerar al-guma confusão. No modelo 3, os por-tadores de deficiênciaterão de indicarograunoquadro7B. Os anexos E(ren-dimentos de capitais como acções) eH (benefícios fiscais e deduções) foramcompletamente remodelados –o con-tribuinte teráde recorreràs instruçõesparaos conseguirpreencher, devido àcolocação de códigos.

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ECONOMIA13SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

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2�� CERIMÓNIA DOS ÓSCARES PERDEU SEIS MILHÕES DE ESPECTADORES

Há muitos anos que os talentos darepresentação europeiasaltamo Atlân-tico para arrebatar Hollywood. Masnão há memória de uma coisa assim:nos quatro prémios para actores atri-buídos pelaAcademiana80.ªedição,asorte coube a quatro intérpretes doVelho Continente.

DanielDay-Lewis (Haverá Sangue),recebeu sem surpresa a estatueta deMelhorActor; e aMarion Cotillard (LaVie en Rose) coube o Óscar de MelhorActriz. Nos secundários, a votação di-

tou Javier Bardem (Este País Não éPara Velhos) e TildaSwinton (MichaelClayton - Uma Questão de Consciên-cia) como vencedores. Swinton pro-tagonizou a surpresa da noite, ao ar-recadaro Óscarque pareciadestinadoa Cate Blanchett (I’m Not There).

A cerimónia, que decorreu na ma-drugada de segunda-feira (hora por-tuguesa) cumpriu o protocolo, semgrandes inovações ou exuberâncias.Segundo a Nielsen Media Research, oeventofoiomenos vistode sempre des-

de que é transmitido paratodo o mun-do, tendo registado 38,8 milhões de te-lespectadores nos EUA, menos seis mi-lhões do que em 2007.

Nas restantes categorias, não hou-ve vitórias inesperadas. Os irmãos Coenforam os grandes laureados da noite,com os Óscares para Melhor Filme,MelhorRealização e MelhorArgumentoAdaptado, porEste País Não ÉPara Ve-lhos. Olhando paraas nomeações, Ex-piação (sete) e Haverá Sangue (oito)foram os derrotados da noite. H.B.

Do ecrã para os tops das livrarias�� >�� $( ��5� �� 8( �1 �� A�� F �� +� �� \�� (�� $�� ( �� %� �� G� ��H ��

Este País Não é Para Velhos(Relógio D’Água), Expiação(Gradiva), O Assassínio deJesse James pelo Cobarde Ro-

bert Ford (Magnólia) e O Lado Sel-vagem (Presença). Pode não pare-cer mas é de livros que falamos.Todos, sem excepção, são igualmentetítulos de filmes actualmente nas sa-las portuguesas, baseados em obrasliterárias agora editadas (ou reedi-tadas) com sucesso assinalável.

O método é sempre o mesmo:em vésperas da chegada de mais umfilme (normalmente norte-america-no) aos cinemas, as editoras prepa-ram a edição dos livros (normal-mente homónimos) que inspiramrealizadores e eternizam persona-gens em Hollywood. As capas, es-sas, são ilustradas com imagens dasfitas. A associação é evidente. E re-sulta.

Curiosamente, Este País Não éPara Velhos,livro em que os irmãos

Ian McEwan em Portugal, diz que «ofilme relançou o livro», lembrandoque o mesmo aconteceu com As Ho-ras, romance de Michael Cun-ningham adaptado ao cinema em2002.

O L ado Selvagem , de JonKrakauer, «alcançou os 4000 exem-plares vendidos», revela Inês Mou-rão, da Presença. O livro, que contaa história de um jovem norte-ame-ricano que se refugia no Alasca, foilevado ao ecrã por Sean Penn e já ti-nha atingido sucesso de vendas nosEUA. Ainda da Presença, P.S. - EuAmo-te, de Cecelia Ahern, que deuorigem ao filme homónimo estreado

a 14 de Fevereiro, já é dos títulosmais vendidos nos armazéns livrei-ros de todo país.

Editora especializadaem filmesEm Portugal, falar de livros com fil-mes na capa é ter que referir a Edi-torial Magnólia. Jorge Reis-Sá, editorda estampa, diz ao SEXTA que «aaposta é para manter» mas confessaque «a expectativa inicial era maiorque os resultados apresentados».

Para além de O Assassínio de Jes-se James pelo Cobarde Robert Ford,de Ron Hansen, nos cinemas comtítulo homónimo e Brad Pitt comoprotagonista, a Magnólia tem váriasobras editadas segundo a mesma ló-gica: O Último Rei da Escócia, deG. Foden, livro que inspirou um ven-cedor do Óscar de Melhor Filme(2007); Million Dollar Baby, assi-nado por F. X. Toole, que deu origemà fita de Eastwood; O Bom Alemão,de J. Kanon; e Zodiac, de R. Grays-mith.

Haverá livro?Suspeita-se de perseguição ao filmeHaverá Sangue, de Paul Thomas An-derson. Depois de ter sido quase ig-norado pela Academia no que respei-ta a Óscares, a fita é também a únicanomeada de peso cujo livro que a ins-pirou não está publicado entre nós.

É certo que P.T. Andersonse afastoudahistóriaque UptonSinclairescreveuemOil!(1927), mas acuriosidade acer-ca da obra deste norte-americano agu-ça-se depois de vista a epopeia petrolí-feraprotagonizadaporDanielDay-Lewis.Ficaapergunta: haverásangue(ououronegro) na capa de um livro?

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Coen se basearam para conceber ogrande vencedor dos Óscares, é parajá o menos vendido dos quatro tí-tulos. Da autoria de CormacMcCarthy – autor até bastante con-siderado por cá –, «teve uma pri-meira edição de 2000 exemplares, deque já se venderam cerca de 1500»,avança a Relógio D’Água. A editoraprepara, no entanto, uma segundaedição do livro, com mais 3000exemplares.

Expiação vai na quinta edição econta um total de 11 mil exemplares,que lhe vale presença nos tops daslojas Fnac e Bertrand. Helena Ra-fael, da Gradiva, editora da obra de

Jorge Reis-Sá, editorda Magnólia, falado «cruzamentode diferentes formasde arte, com o intuitode criar sinergias».

14ARTES SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

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HIGH SCHOOL MUSICAL NO TEATRO TIVOLI

Está tudo a postos para o grandedia. Esta sexta-feira, 29, marca a es-treia de High School Musical, O Es-pectáculo, no Teatro Tivoli, emLisboa.A partir das 21h30, os 26 actores queintegram o musical apresentam o pro-jecto adaptado do filme homónimo daDisney ao público português.

Entre o elenco jovem, algumas ca-ras conhecidas, como Paulo Vintém,que interpreta Troy, um dos protago-nistas da história, Jorge Kapinha, queveste o papel do treinador Bolton, ouCatarina Pereira, que participou re-centemente no programa da SIC, Fa-mília Superstar, e será Gabriella, ou-tra das protagonistas.

«É aminhaprimeiraexperiêncianaárea da representação mas estou mui-to satisfeitaporque é umpapelque jun-ta canto e representação. Não estava àespera de ficar com o papel de prota-gonista», revela, sorridente, Catarina,que faráparromântico com Paulo Vin-tém. É o primeiro projecto do ex-

D’ZRT, depois do fim da banda. «Estáa dar-me um prazer enorme fazer opapel, que junta três coisas que ado-ro: cantar, dançar e representar. Vouadorar estar em palco com algumaspessoas com quem já trabalhara.»

Os vilões serão interpretados porMaria Sampaio, que participou na pri-meira série Morangos com Açúcarcomo Liliana, e Bruno Veloso, que in-tegrou o elenco de Diário de Sofia eBando dos Quatro.

O espectáculo é falado em portu-guês, no entanto as músicas forammantidas na língua original: inglês. Aencenadoraexplicaque decidiramnãotraduzir as músicas para portuguêsporque «estão muito presentes name-mória de todos os fãs do High SchoolMusical e até foram realizadas algu-mas experiências mas em todas as mú-sicas perdiam qualidade.»

O espectáculo estaráemcenano Ti-voli até 21 de Março. O preço dos bi-lhetes variaentre 7,5 e 25 euros. J.G.

ARTES15

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Há mais de dois meses que o vul-cão do monte Pelée, naMartinica, davainquietantes sinais de mau humor. Masninguém pareceu levá-lo muito asério–o jornal local chegou ao extremo denão publicar avisos sobre a actividadevulcânica. O governadordo território,uma possessão francesa, apelou aoscidadãos da cidade de Saint-Piérre,onde haveriaeleições parabreve, paraque não partissem. Então, namanhãdodia 8 de Maio de 1902, numa das maiscatastróficas erupções vulcânicas dahistória, o Pelée explodiu com violên-cia extrema e lançou uma «nuvem ar-dente» que levou tudo à sua frente. Omundo travava conhecimento com amais assassina das manifestações vul-

cânicas, o fluxo piroclástico, um mis-to de gases e lava a centenas de grausde temperatura que se desloca a maisde 300 km/h. Os habitantes de Saint-Piérre pagaram caro a sua decisão deficar. Todos os 30.000 habitantes daci-dade pereceram nos minutos seguin-tes. Todos, não. Três sobreviveram,mas apenas umficou nahistória: Louis-Auguste Cyparis, ou LudgerCilbaris, o«homem maravilhoso». Detido na so-litáriadepois de umazaragatanumbare acusado de homicídio, Cyparis, umoperário de 27 anos, foi protegido pe-las paredes sem janelas da sua cela.Encontrado quatro dias depois, foiper-doado e passou o resto da sua vidaviajando pelaAméricacomo circo Bar-num & Baileys’s. Só ele podia contara história do Dia do Juízo Final.

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Todas as grandes montanhas exi-bem uma mistura de beleza selvageme forçabruta, umacombinação de mag-netismo irresistível e orgulhosa so-branceria. Mas há que desconfiar ain-damais quando umadelas se chama…Ogre. Esta espiral de rocha e gelo er-gue-se a 7285 metros de altitude noNorte do Paquistão e foi escalada pelaprimeira vez em 1977. À custa de umsofrimento paraládo imaginável. ChrisBonington, um dos grandes aventu-reiros do século XX, e Doug Scott, oprimeiro britânico no cume do Eve-reste, não erammeninos de coro quan-do se atiraram ao gigante. Alcançaramo cume a13 de Julho, mas depois tudocorreu mal: quando desciaem rappel,

no meio de umatempestade, Scott es-corregou no gelo e foiprojectado con-tra as rochas. Partiu as duas pernaspelo tornozelo e o resto da descidatransformou-se numaodisseiaque fazparte dahistóriado alpinismo mundial.Scottandou de gatas, literalmente, du-rante seis dias, ajudado por um Bo-nington que entretanto fracturara vá-rias costelas e contraíra pneumonia.Perseguidos pelomau tempo, passaramvárias noites ao relento sem comida equando chegaram ao campo base des-cobriram que a expedição já partira,dando-os como mortos. Sobreviverame Bonington classificou o Ogre comoa montanha mais difícil do mundo. Averdade é que só voltou a ser escala-da mais uma vez, em 2001, depois de25 tentativas falhadas.

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Acima de tudo, a vida��;� �� 4�� 1�� $( ��

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Haverá maior símbolo de sobrevi-vênciae futuro do que aimagemde umrecém-nascido? Nos dias que se segui-ramaosismode 1985 naCidade doMé-xico, um violento abalo de 8.1 na es-cala de Richter seguido de outro (a

que dificilmente se poderá chamarré-plica) de 7.5, estava muito mais emjogo do que apenas o simples encan-to da vida que continua. Porque aque-la vida estava a ser resgatada dos es-combros emque se tinhatransformadoaexistêncianacapitalmexicana. Acon-teceu nas maternidades de dois gran-

des hospitais, o Benito Juarez e o Cen-tro Medico: centenas de pessoas, coor-denadas porequipas internacionais desocorro, esgravataram dias a fio. Asversões variam entre 22 e 44 bebés, onúmero exacto será o menos impor-tante. Porque uma cidade, um país in-teiro, colou-se à televisão para acom-panhar o esforço de salvamento. Decada vez que uma pequena trouxa viaa luz do dia nos braços de um socor-rista, amultidão que rezavaparaládasbarreiras de segurança rompia em lá-grimas e aplausos. Os «bebés milagro-sos» foram surgindo, um após outro.O último a ser salvo saiu da prisão deescombros mais de oito dias depoisdo sismo. Não é um recorde (emhttp://pdm.medicine.wisc.edu/21-1%20PDFs/macintyre.pdf, três acadé-micos norte-americanos compilaramdados entre 1985 e 2004 e mostramca-sos de sobrevivência que roçam a bar-reira tida como limite dos 14 dias).Mas os bebés da Cidade do Méxicocontinuam a ser o símbolo por exce-lência da pulsão de viver.

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18DESTAQUE SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

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«Um bocadinho de chocolate, águae puradeterminação.» Segundo o pró-prio Tony Bullimore, esta foi a receitaparaasuasobrevivênciaquando o iateem que participava na Vendée Globe,regata volta ao mundo em solitário,capotou nos mares austrais, as maisremotas e violentas águas do planeta.Foi em 1997. Juntem-se à garra e co-ragemde Bullimore mais dois factores:a tecnologia (o seu barco tinha umemissor GPS de emergência) e o es-forço das equipas de salvamento daMarinha australiana. Mas, lá no fun-do, tudo assentou na tal «pura deter-minação» de viver, encurralado du-rante cinco dias numa bolsa de ardentro do casco virado do iate Exide

Challenger, sacudido porvagas gigan-tes e rodeado de milhares de quiló-metros de vazio. Bullimore tinha ves-tido um fato de sobrevivência, o queo ajudou a suportar as baixas tempe-raturas das latitudes próximas da An-tárctida, mas dispunha apenas de umpequeno chocolate para comer e o arpreso dentro das zonas não inundadasdo casco só tinha oxigénio para maisum ou dois dias. Quando os mergu-lhadores da Marinha australiana bate-ram no casco, presumindo não haverpossibilidades de sobrevivência, ouvi-ramumas pancadas de resposta. EntãoBullimore nadou para o exterior e,afectado apenas porleves sintomas dehipotermiae desidratação, subiu abor-do daembarcação de salvamento e pe-diu um chá.

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Era uma sexta-feira 13. De Outu-bro de 1972, para sermos mais con-cretos. O Fairchild F-227 da Força Aé-rea uruguaia levantava voo deMendoza, na Argentina, rumo à capi-taldo Chile, Santiago. Abordo seguiam40 passageiros, na sua maioria ele-mentos de uma equipa de râguebi, ecinco membros da tripulação. Alguressobre os Andes, o aparelho despe-nhou-se, partiu-se em dois e lançouum grupo de pessoas para uma dasmaiores odisseias de sobrevivência deque há registo. Durante 72 dias, en-frentando temperaturas de 30 grausabaixo de zero, os jovens passageirosorganizaram-se, improvisaram, recu-peraram um rádio... e comeram os ca-

dáveres dos mortos. O relato desta in-crível jornada ao que de mais básico oser humano pode resumir-se para so-breviver chocou o mundo – o espíri-to de entreajuda e férrea vontade deviver ficaram, subitamente, mancha-dos por esse «crime hediondo»: os ra-pazes tinham-se tornado canibais.Quando os escassos mantimentos quetinham conseguido salvar se esgota-ram, os sobreviventes, refugiados naparte dianteira da cabina do avião, to-maram a mais difícil das decisões: co-meracarne dos que iammorrendo. Sóa 22 de Dezembro, depois de dois de-les terem atravessado as montanhasdurante dez dias à procura de ajuda,os passageiros do FairchildF-227foramresgatados. Houve 16 sobreviventes.E isso é que conta.

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ERNEST SHACKLETON6:�� 9 ��

Quando tudo parece estar a corrermal, até onde podem iraforçade von-tade e o carisma de um homem? Nãohá resposta definitiva, mas para mui-tos o explorador britânico ErnestShackletonestabeleceu o paradigmado

que deve ser a actuação de um gran-de condutor de homens em momen-tos de crise. Nasuaterceiraexpediçãoà Antárctida, em 1914, Shackleton di-vidiu aequipaem dois grupos. Um di-rigiu-se de barco para o Mar de Ross,onde deveriaesperarachegadado ou-tro, guiado pelo próprio Shackleton,

após uma travessia, que seria inédita,do continente gelado a partir do Marde Weddel. Mas as coisas não forambem assim. O barco de Shackleton fi-cou preso no gelo e, após um Invernointeiro à espera, o degelo da Primave-ra, em vez de libertar o navio, acaboupor lhe desfazer o casco. A expediçãoacampou aliperto, mas cinco meses de-pois o gelo partiu-se e tiveramde se me-ter nas baleeiras, para remarem setedias até Elephant Island. Daí, Shackle-ton voltou a fazer-se ao mar com umgrupo escolhido adedo. Duas semanase quase 1300 kmde navegação emma-res assassinos levaram-nos até àGeórgiado Sul. O líder da expedição atraves-sou a pé o interior montanhoso dailha durante 36 horas para, finalmen-te, chegarao posto baleeiro. Faltavares-gataros companheiros de ElephantIs-land. Após duas tentativas infrutíferas,a 30 de Agosto de 1916 Ernest Shack-leton conseguia finalmente juntar-seàsuatripulação. Tinham passado maisde dois anos desde apartidaparaaAn-tárctida. Número de baixas: zero.

tem de continuar

MICHAEL MANGAL2�� >��

A primeira onda arrastou-o para omar, asegundavoltou adeixá-lo emter-ra. Enquanto o mundo descobria, hor-rorizado, os efeitos de uma das maisdevastadoras catástrofes naturais dahistória, Michael Mangal acordava en-tre os destroços na ilha onde semprevivera. Mas que agora não era de maisninguém. O tsunami de 26 de De-zembro de 2004 varrera as ilhas Nico-bar, 1200 km ao largo da costa da Ín-dia, e matara todos os habitantes dePillowpanja, umafaixade terratão pe-quena que nem aparece na maioriados mapas. Sozinho, Michael lutouparasobreviverao trauma. Encontrouuma faca e uma Bíblia (tal como amaioriados habitantes do arquipélago,ele é católico). Rezava e comia cocos,dormiaemsobressalto, esperavaamor-te. Foi assim durante 25 dias, os aviõesde socorro passando ao longe. Nuncafoi visto. «Pensava que ia morrer e,pior, que iamorrersozinho.» Quase ummês depois, a 19 de Janeiro, este náu-frago na sua própria ilha foi finalmen-te salvo. Ouviu umbarco e improvisouumabandeiracom as próprias roupas.Acenou desesperadamente e depoisestatelou-se na areia. «Quando chegá-mos ao pé dele, não disse nada. Ficouali, parado, a olhar para nós sem mos-trarqualqueremoção», relatou umdoshomens que o resgataram.

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DESTAQUE19SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

«Os irmãos Coenfizeram tudo bem»4��)�� 0��S 7�� D�� 6��7?� >,� 8 7� ;�� \�� 8�� $� �� %��

Directo, de poucas falas,TommyLee Jones revê-se naatitude sóbriae empenhadade Ethae JoelCoen. Depois

do sucesso de Este País Não é Para Ve-lhos, que ontem se estreou em Portu-gal, o actorjápensavoltaravestiro fatode realizador. Desta vez para adaptarum romance de Ernest Hemingway.

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– Passou-me pela cabeça, mas nãoachei que fosse uma questão impor-tante. Era uma proposta muito atrac-tiva, participar no esforço de passarpara o ecrã um dos livros de CormacMcCarthy, especialmente na compa-nhia de Ethan e Joel Coen.

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–De Cormac ou dos irmãos Coen?Vi todos os filmes dos Coen e o quemais admiro é asuaoriginalidade. E co-nheço Cormac McCarthy. Normal-mente tomamos o pequeno-almoçojuntos sempre que estou em SantaFé.Acho que ele é simplesmente o melhorestilista vivo da prosa americana.

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–Sem dúvida. Daprimeiravez queli o livro, pareceu-me que estava a lerum argumento para cinema e per-guntei-me porque é que CormacMcCarthy faria tal coisa. O meu se-gundo pensamento foi que, se aquilorealmente pareciaumargumento paracinema, então era a melhor proposta

estavam suficientemente preparados,todos nós estávamos suficientementepreparados para fazer com que fossedesnecessária muita conversa.

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– Cresci no oeste do Texas, San Sa-baé aminhacasa. E recomendeipron-

tamente que não tentássemos fazerpassar o Novo México por essa partedo Texas, que é única. Argumentei,ainda que brevemente, para que fil-mássemos ali as grandes panorâmicasdaquelas montanhas e paisagens e foiisso que fizemos. Obviamente, assimque passámos a filmagens mais deta-lhadas e para os interiores, fez todo osentido mudarmos de Estado e irmos

para o Novo México, onde há inúme-ros e generosos incentivos paraos rea-lizadores de cinema trabalharem.

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–Eles estão muito preparados. Nãosei se existirão muitos realizadoresque, para além de mim e de ClintEastwood, se preparem tão bem quan-to eles. Não são do tipo de realizador

de guião que eu algumavez tinhalido.> �0� ,)�-�)6)�=+ � ,=2)0+ ,+

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– Isso é o que ele pensa que com-põe o seu dilema, no começo. Mas aperspectiva alarga-se com o avançarda história. Julgo que o livro, o guiãoe o filme são umacontemplação de mo-ralidade e que o xerife Bellse sente umpouco ultrapassado. Ele não está ha-bituado a ver toda aquela droga atra-vessaro rio, não estáhabituado às coi-sas horríveis que ela faz às nossascrianças e não estáhabituado apessoassempre dispostas a matar-se umas àsoutras pelo dinheiro que ela gera.

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– Fiquei a saber tudo o que preci-sava para o papel ao ler o livro e oguião. Os irmãos Coennão são de mui-tas falas, o que se adequa a mim. Eles

que vai para um sítio, monta a câma-ra, mete alguns actores à frente da ob-jectiva e tenta encontrar uma cena.Aqui, todaagente sabe o que tem afa-zer todos os dias mesmo antes do diacomeçar. Eles confirmaram a minhacrença numa forte preparação e emestarrelaxadoe atento. Os irmãos Coenfizeram tudo bem. Eu não teria feitonada de maneira diferente.

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– Fiquei com a impressão de queeles partilham praticamente todos osaspectos do processo de realização.Parecem ter uma única mente e nun-ca assisti a qualquer desentendimen-to ou divisão de trabalho entre eles. Setinhaumaquestão paraumdeles, o ou-tro estava normalmente ali ao lado,pelo que isso nunca foi um problema.

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– Penso que são duas belas perfor-mances de dois excelentes actores.

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– O xerife Bell sente-se um poucoultrapassado. A afirmação aqui é a deque o mal muda constantemente deface, enquantoque obemtemumafaceconstante. E é a isso que Bell assiste:à mudança de face do mal.

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– Já quase no final, Bell vai visitaro tio e este acusa-o de vaidade, diz-lheque ele não é o centro do universo, quenemtudo giraàsuavolta. Conta-lhe atéa história do seu próprio tio, que foiatacado por seis homens a cavalo queo balearam na sua própria proprieda-de e o deixaram a sangrar nos braçosda mulher. Esta é a parte do livro e dofilme que, para mim, é uma contem-plação de moralidade.

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– Conheço este país em que o fil-me se passa, vivi nele toda a minhavida. E sei de umasérie de homens ve-lhos que porlávivemmuito contentes.Naverdade, espero serumdeles daquia dez ou 15 anos.

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–Detenho os direitos de adaptaçãoao cinema do último livro de ErnestHemmingway, As Ilhas da Corrente, eescrevi um guião parao filme com umamigo. Esperamos rodaresse filme embreve. Também fui contratado paraes-crever o guião do livro Meridiano deSangue, de Cormac MacCarthy. Achoque o guião está bastante bom e tam-bém gostaria de dirigir esse filme.

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– Pelo menos a mesma que nessaépoca, sim.

Entrevista Universal Studios

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20ENTREVISTA SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

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SPORTING SOFRE NA TAÇA DE PORTUGALUm golo Purovic nos descontos, contra o E. Amadora,qualificou o Sporting para as meias-finais da Taça. FC Porto,Benfica e V. Setúbal também seguiram em frente.

CABRAL FERREIRA MORREUO presidente da SAD do Belenenses morreu terça-feira, 26,vítima de doença prolongada. Nos jogos da bwin Liga, estefim-de-semana, irá observar-se um minuto silêncio.

ABRAMOVICH QUER INVESTIRSão 130 milhões que o magnatarusso, dono do Chelsea, tem parainvestir em reforços no Verão.

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3 �� LUÍS LOUREIRO E O ENCANTO DE MARCAR NO «DERBY»

Luís Loureiro bem pode ser consi-derado o senhor dos derbies. Em Bra-ga viveu com intensidade o grandeduelo com o Vit. Guimarães, este fim-de-semana procura ser feliz pelo Boa-vista no dia em que mede forças como FC Porto e o que não consegue es-quecer é o início da época 2005/06quando foi aplaudido de pé em Alva-lade por ter marcado ao Benfica. «Foia melhor exibição com a camisola do

Sporting. O golo é inesquecível, mar-carnumclássico é diferente, marcaraomaior de todos os rivais tem outro sa-bor. É fantástico!», diz.

Afirma o médio que apesar disso ogolo não foi a maior das virtudes: «Aforçadaequipaesteve no meio-campo.Recordo-me que marqueipoucodepoisda meia-hora e o Benfica acabou porchegar ao empate num livre de Simãonas raras vezes que se conseguiram

aproximardaárea. Liedsonresolveu nasegunda parte e houve justiça.»

Não foi conquista que tivesse gran-des celebrações porque era início deépoca e Luís Loureiro acredita que sepoderá repetir essa sensação: «O pri-meiro lugar está entregue, o FC Portovaisercampeão. Não faltarámotivaçãopor ser dia de Sporting-Benfica, nosderbies há sempre um encanto espe-cial, mas assim não é amesmacoisa...»

Rei de Espanha ligou a Camachodepois da vitória em Alvalade��%�� D�� %�� #��$ �� *�� %� �� D�� 1 �� $� �� $� ��

Umsalto, umacorrida, umpu-xão, um carrinho. Argel fezdetudoparatravarJardelenofinaldodia7deDezembrode

2002 haviafestanumdosbalneáriosdovelhinho Estádio de Alvalade. O defesarecorda que foi dos melhores em cam-po porque foi irrepreensível na marca-ção ao mais temível dos avançados quepassaramporPortugal... Jardel. Nãomar-cou Super Mário, quem teve a arte dechegar ao golo foram os benfiquistasZahovic e Tiago.

O maiorde todos os derbies vive dehistóriasfantásticasqueporvezesficampor contar. Argel recorda que nos pri-meiros dias de Dezembro de 2002 es-tavam os jogadores do Benfica a adap-tar-se aos métodos de José AntonioCamacho quando tiveram de se deslo-caraAlvalade. Umdesafioimensoopri-meirojogoemqueotreinadorespanholse sentou no banco para comandar oBenfica. Vitória inesquecível e, garanteo defesa, até houve umtelefonemaquedeixou o homem do leme com um sor-riso de orelha a orelha. «O Sporting ti-nhaumaequipafantástica, oJardel, Cris-

tianoRonaldo, RicardoQuaresma, JoãoVieira Pinto. Camacho não nos dissenada de especial. Sabem aquele jeitodele, muito calmo? Napalestraafirmouque podiasero diadanossaafirmação,que tínhamos tudo a ganhar e conse-guimosumavitóriafantástica. Deviamvercomo ele ficou feliz... até o Rei de Es-panha, Juan Carlos, lhe ligou para lhedar os parabéns.»

No quarto com JardelJogos na casa do Sporting trazem boasrecordaçõesaArgel, dizobrasileiroquefaziamsempreboasexibiçõesenessedia

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nãofoidiferente. «NoFC Portoeracom-panheirodequartodoJardel, achoquesabiacomoninguémosseuspontosfra-cos. Foi daqueles raros dias que nãomarcou e Camacho disse-me que fui omelhor em campo», conta.

Lá foi dizendo o brasileiro que ocompatriota«erafabuloso», recordandoquecertodiativeramosdoisderecebero Real Madrid no Estádio do Dragão ejuntosterminaramcom«umjejumdevi-tóriasquedurou20anos». Depois. Bem,depois olhou com nostalgia para a ac-tualidade: «O Benfica tinha muita qua-lidadeeoSportingtalveztivessemaista-lento. Mas é estranho o que se passoudepois: o FC Porto tem sabido manterumaequipaexcelente e consegue estartão forte como antes, enquanto os doisde Lisboadeixaramsairos melhores jo-gadoresesãohojeequipasbemmaisfra-cas. Adiferença pontual no campeona-to espelha bem a realidade dos trêsgrandes. Apesar de tudo, acredito queo Benfica vai ganhar o derby.»

No meio estava... Paulo BentoRecuemos novamente a Dezembro de2002. O ataque do Sportingeratemívelenocentrodoterrenohaviaumhomemcom o número 17 nas costas que sem-pre revelou grande facilidade em ler ojogo. Paulo Bento acaba por estar liga-doàestreiavitoriosadeJoséAntónioCa-macho no Benfica como jogador, eleque enquanto treinador nunca conhe-ceuosabordaderrotanograndederby.

O actual treinador dos leões esteveem campo apenas 45 minutos e jácomasuaequipaaperderpor0-2 deu lugarao romeno Niculae. Mas isso de poucointeressa quando domingo o treinadordos verde-e-brancos lutar pela saboro-sainvencibilidadecontraomaiordeto-dos os rivais.

22DESPORTO SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

O BOM FILHO À CASA TORNAMauricio Macri voltou à presidência do Boca Juniors, depoisde anulado o mandato de Pedro Pompilio. Macri acumularáo cargo com a presidência da Câmara de Buenos Aires.

EDUARDO DA SILVA JÁ TEVE ALTAO avançado do Arsenal, que fracturoua perna esquerda, deixou o hospital,após quatro dias de internamento.

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Campeão provoca Rossi�� '� 3 ��1 �� #��S <�� >�� :�� 1 �� #�� /�� B � /�� $� 4�� 3 �� ( � ��

Éjáno próximo fim-de-semana(a 9 de Março), no Qatar, quearranca o Campeonato doMundo de Moto GP. O aus-

traliano CaseyStoneriniciaadefesadeum título conquistado de forma ines-perada e, mesmo que vá dizendo ocontrário, averdade é que o maiordosrivais é o multicampeão Valentino Ros-si. Aolharparao que fazemos dois mo-tociclistas-voadores está Dani Pedro-sa, o aspirante que nasceu emSabadelle é detentor da esperança espanhola.

Há um ano era Casey Stoner umdesconhecido porquemnemligamui-to àcompetição das motos. Mas o aus-traliano foi ganhando corridas, supe-rando o mítico Valentino Rossi e nofinal celebrou o título de campeão. Eentre eles ainda ficou o espanhol Da-ni Pedrosa. Por isso, o campeão fala...

à campeão: «O meu rival é Pedrosa,Rossi ficou em terceiro na época pas-sada. De qualquermodo, é melhorserperseguido do que perseguir.»

Stoner tem condução espectaculare a atracção pelo risco é coisa de ber-ço, jáque o campeão mundialcedo co-meçou a ouvir o ruído dos motores. A

família era fanática por motos e resol-veu deixar a Austrália e mudar-se paraaEuropa. Haviaque dartodas as opor-tunidades ao menino, que mostrou ta-lento incomparável desde pequeno.

É agora campeão e diga Casey Sto-ner o que disser, Il Dottore ValentinoRossi tem tudo para ser o principalcandidato na linha da sucessão. Já sesagrou campeão do mundo na classerainha cinco vezes (mais uma em 500cc), foi o melhor em 250 cc e tambémem 125 cc. Nas últimas épocas foi pas-sado para trás, mas garante o italianoque voltará em grande depois de re-solvidos os problemas com o fisco quelhe roubavamconcentração. Rossiche-gou a acordo com a Fazenda italianaparapagar19 milhões de euros de im-postos referentes ao período de 2001a 2004, verba que ascenderá a 35 mi-lhões depois de contabilizadas as re-ceitas que conseguiu até 2006.

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PORTUGUESA NO TOPO DO MUNDODaniela Teixeira será a primeira mulher portuguesa a tentar subir o Evereste semrecurso a oxigénio, a carregadores e transportadores de material. A expediçãocomeça a 5 de Abril e está previsto que dure cerca de dois meses.

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D. Sandinenses III Div. Série C 0 22 10�98

Caranguejeira III Div. Série D 0 22 6�67

G D de Boassas A F Viseu I Div. N. 1 19 10�90

F C Carvalheira A F Coimb. I D. S. B 1 18 10�68

Arentim A F Braga S. A 1 18 9�63

Aguiar A F Évora I D. S. A 1 15 8�51

S. Domingos FC A F Beja II D. S. A 1 12 6�53

Motor Clube A F Leiria I D. S. N. 2 19 20�61

C D Moitense A F Leiria I D. S. Sul 2 17 13�59

Carção A F Bragança H. 2 16 9�55

EM PORTUGALCLASSIFICAÇÃO

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SS S. Giovanni (S. M.)13 0 0 13 6�39 0

C. do Benfica (A.) 13 0 1 12 4�54 1

Estudiantes (Aruba) 12 0 1 11 11�55 1

Canterbury U. (N. Z.) 15 0 2 13 12�42 2

Mantab U. (S. C. e N.) 9 0 2 7 4�23 2

NO MUNDOCLASSIFICAÇÃO

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�� ATÉ FAZ «ESPÉCIE»

Nopróximoanocomemoram-se150anossobreapublicaçãodeAOrigemdasEspécies, ondeCharlesDarwinexplanouateoriadaevolução. Aindahojeháquemdiscorde, mas não em Mamarrosa, dis-trito de Aveiro. O massagista do clubeprometesocorrerqualquercanídeoqueveja à beira da estrada, até porque eles«são seres humanos como nós», name-dida em que comem e bebem. MiguelFontes sabe o que diz, já que, acres-centa, o primeiro humano foi um ma-caco. Abiologiapode sermá, mas as in-tenções são as melhores.

NoMamarrosaas coisas andammal,oclubeesteveparaacabar, masresistiu.Já em Abaças, em pleno Douro Vinha-teiro, as perspectivas são mais negras.Numa zona marcada pela sangria daemigração, não há gente para apoiar oclube, que está em último da I Div. da

AssociaçãodeFutebol(AF) deVilaReal.No último jogo contámos 21 especta-dores, incluindo o presidente e sete fa-miliares. Oproblema, explicaamatriarcaD. Livração, é demográfico. «Não an-dam a fazer meninos» e os que vêm aomundo são alimentados com «pito deaviário». Estadietatiraasforças, aocon-trário da carne de vaca velha.

O pelado do Abaças estava poucocomposto porque decorria no largo daaldeia o Leilão do Menino Jesus. Umleiloeiro, vindodeumafreguesiavizinha,puxavapelos lances sobre bolos, bolas,leitões e vinho oferecidos pelos paro-quianos. Oslotesarrematadoseramlogoalidevorados, numamisturadedevoçãoao Menino e ao prazerde reveramigos.

Enquantoisso, oAbaçaslátentavare-sistir. O clube estácadavez mais em úl-timo e o presidente diz que esta é a úl-

tima época. O campo já tem destino,poderá servir para ampliar o cemitériolocal. O actual está sobrelotado e já háadeptos que se imaginam a ter o des-canso finalalionde os jogos se iniciam,no centro do terreno.

Se Darwin tinha razão e sobrevivemosmaisfortes, entãoAbaçaseMamarrosairão ter futebol durante muito tempo.

Em ResumoEsta semana a Liga dos Últimos foi atéTrás-os-Montes para ver o último classi-ficado, oAbaças, daIDiv. daAFVilaReal,aserderrotado por0-5 pelo S. Tomé doCastelo. Numa viagem a Aveiro, assisti-mosaoMamarrosa-BomSucesso, daIIIDiv. SérieSuldaAFAveiro. Osvisitantes,primeiros classificados, ganharam por1-3 ao último classificado. Para com-pensar, a equipa do Bom Sucesso tevequeempurraracarrinhaoficialparacon-seguir iniciar a viagem até casa.

Goleadas da SemanaDenorteasulumaondadegoleadaspor8-0 varreu o país. NaTocha, os DragõesSandinensesforamderrotadosporessetotal, num jogo a contar para a III DivSérieC. Maisnocentro, oMarinha-Tur-queldaIDiv. -Série Sul. AFLeiria, ficoutambém em 8-0. A sul, na II Div. AF Al-garve, oQuarteiratambémmarcouoitosem resposta ao Boliqueime.

Liga dos Últimos, sábado, 14h30,RTPN e terça-feira, 00h15, RTP1

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> CROMO DA SEMANA Dino Meiracantava «Voltei, voltei, voltei de lá.Ainda ontem estava em França e hoje jáestou cá.» Aplica-se maravilhosamente aManuel Grilo. Diz que é o Presidenteda República de Abaças. Este durienseveio de terras gaulesaspropositadamente para o Leilão doMenino Jesus. Bebeu, cantou, bebeu emostrou o seu carinho pelo MeninoJesus. Promete para Agosto regressar devez à casa que construiu na terra natal.«Já trabalhei, agora que trabalhem osoutros», sentencia: fechando com«Adeus Guiné, cumpri a minha missão.»

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A queda do bom malandro�� &�� 7�� <�A� /�� @�� $�� 5�� *�� !�� + �$� �� *��

Amaratona de Gazza com dro-gas e álcool trouxe às primei-ras páginas uma vida repletade reviravoltas dramáticas, de-

pois de a polícia ter sido chamada a in-tervir num hotel de Newcastle, cidadequeconsiderasuacasa. ODesportosen-tiu-se angustiado e embaraçado. Comofoi possível permitir que um homemcom tanto talento caísse num poço tãofundo? Onde estavam os guardiões doenglish gamequandoeraprecisotravara longa e penosa espiral de destruição?

Pareceinconcebívelcomoninguém,durante estalongacaminhada, foi inca-pazdeintervir. Masofuteboleavidapú-blica inglesas são assim. As estrelas sãocelebradas, osseuscaprichosperdoados.Alcançamfamaefortuna. Mas, muitasve-zes, estas vêm de braço dado com umatortuosa viagem ao abismo.

Anossaobsessão pelas celebridadesassegura que as coisas aconteçam as-sim. Fabricar estrelas é uma das nossasespecialidades, sóultrapassadapelasuadestruição, quandoestassaemdalinha.

Oantigojogador, agoracom40anos,sempre precisou de forte orientação,masraramenteateve. Osparasitasacom-panham-nohámuito, embora, comosecompreenda, não tivessem preocupa-ções altruístas. Gazza pode não sertãointeressante parao mercado ou tão bo-nito quanto David Beckham, mas foi oantecessor divertido do Goldenballs[Beckham]. Eradiferentedetodosos jo-gadores que o futebol inglês tinha pro-duzidoenãoapareceu, entretanto, nin-guém como ele. Conquistou, por isso,os corações da nação.

Bravura, força e finessePoucos esquecerão o golo que marcoucontra a Escócia, em Wembley, no Eu-ro-96, quando passou a bola por cimade Colin Hendry, com um toque de péesquerdo, e disparou, com o direito,paraofundodabaliza. Assuaslágrimas,no Mundial-90, depois da eliminação,nas meias-finais, com a Alemanha, fa-zemparte, também, dosmomentosmaisdramáticos e lendários da história dofutebol inglês. A criatividade e as des-lumbrantesqualidadestécnicasdeGas-

coigne só podem ser comparados comas de muito poucos compatriotas.

OBrasiltemacapacidadedeproduzirtalentos como uma linha de produção,mas os ingleses estão habituados a que

os seus heróis combinem bravura, for-çaealgumafinesse. Essaé, aliás, umadasrazões porque o lamento pela quedade Gazza é tão comovente. Ele faz lem-braraos amantes do futebolaquilo que

a selecção precisa desesperadamente.A selecção tem bons jogadores mas

nenhum tão bom quanto Gascoigne.Os resultados estão aí para prová-lo.WayneRooneyéamaioresperançaetemtodasascondiçõesparamarcarumage-ração. Asua agressividade, juventude eforte ligaçãoaoManchesterUnited, po-rém, aindasãoobstáculosparacapturaro coração do público em geral.

O louco a quem tudo se perdoaGazza transcendeu alealdade ao clubedevidoàs suas qualidades técnicas. Masnão apenas porisso. Ele erao bom ma-landro. Que, poracaso, até jogouporvá-rios clubes. Newcastle, Tottenham, La-zio e Rangers foram portos de abrigopara o antigo médio. E todos os adep-tos o veneraram.

O papel de bom malandro levou aque os seus erros fossem perdoados eajuda a explicar porque um homem al-coólico e que bateu na mulher ainda éum herói. Talvez isso também o tenhaafastado da ajuda de que precisou.

Depois de os seus dias de futebolis-tateremacabado, abriram-seportasparaoutros (embaraçosos) trabalhos, comocomentador de televisão ou treinador.

O gosto de Gascoigne por chocola-tesMars, palhaçadasepartidastornou-oconhecidocomo«burrocomoumapor-ta», naspalavrasdoantigoseleccionadorBobby Robson. Na altura pareceu en-graçado. Agora já não.

*Jornalista inglês

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CINEMA

Inspirado no velhinho conto deHans Christian Anderson, o filme con-ta a história das vidas de Ratso e Feio,que formam uma estranha e hilarian-te família.

O primeiro é um rato muito ambi-cioso que não olha a meios para atin-gir a fama como produtor de espectá-culos, mas que literalmente tropeçanamudançadasuavidaquando umpa-tinho feio o adopta como mãe no mo-mento em que nasce. O rato é obriga-do a assumir essa responsabilidade e,apesar de não gostar da ideia, vê emumaoportunidade de famanafaltadebeleza do pato. Mas ao longo da via-gem até à grande exibição de Feio,Ratso percebe que afinal o patinhonão podia ser só um negócio.

Aversãoportuguesaapresentaas vo-zes dos actores Paulo Pires e Rita Pe-reira, ambos estreantes naarte das do-bragens.

O Patinho Feio e Eu, que contacoma participação do canal Disney fran-cês, chega às salas de cinema portu-guesas no próximo dia 6 de Março.

HISTÓRIA DA MONARQUIA PORTUGUESA EM DVDA Filmes Unimundos II lançou pela primeira vez em DVDtoda a história da monarquia portuguesa: a série documentalReis de Portugal.

DRUMMING INTERPRETA OBRAS DE JOHN CAGEAté ao dia 30 de Março, sempre às 21h30, no Auditório deSerralves (Porto) o grupo Drumming interpreta obras deJohn Cage. Preço: 7,50 euros.

MISSÃO ADOPÇÃODomingo, dia 2 (15h) no Terreiro doPaço (Lisboa), a Pedrigee realiza umacampanha de adopção de animais.

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VIRGEM 21AGO/20SET3 DE OUROS >� �� % �� G3�� _��H + �*�� $�� !)�� b �� % <�� )��( �� 6��

BALANÇA 21SET/20OUTO IMPERADOR 3 @�� !�� 6�� 1 �� % �� <�� 1 ��8� �!�� $�� 6�� )��$ �� ;� �� 1 ��$� �� $� � ��;� �� ! ��

ESCORPIÃO 21OUT/20NOV9 DE ESPADAS % <�� )�$� �� $�� )�� + �� " �� ;� �� )�� )�� ;� �� ( ��(� � �� +�� )��)�;�� ()�;� � ��

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Chamem-lhes ousados, de-sempoeirados até. Afinal,são dez os miúdos (reparti-ção equitativa de sexos) des-

ta companhia amadora, com idadesentre os oito e os dez anos, que su-geriram o tema que o Teatro Infantilde Massamá-Belas (TIMB) leva à cena,nos próximos dias 15 e 16 de Março,às 16h, no Teatro Armando Cortez,Casa do Artista. Ei, Pessoal!... VamosFalar de Sexo é o nome da peça, a pri-meira sobre o delicadíssimo tema in-terpretada por crianças.

Psicóloga clínica, encenadora efundadora do grupo, há cinco anos,Pilar Estevez regozija-se pela alegriadestas crianças aprenderem nas artesdo palco as realidades da vida.

A sexualidade, abordada numaperspectiva didáctica e divertida (hámúsica, há...) domina a acção no pal-co. Haverá algum pai, avô ou familiaradulto que, mais tarde ou mais cedo,nunca tenha sido confrontado com assacramentais dúvidas dos mais novosa propósito do assunto? Quem nãopassou, já, pelo embaraço de ter desatisfazer a curiosidade das crianças?

Luís Rodrigues, animador cultu-ral, divide com Pilar Estevez a con-dução dos ensaios e confirma a evo-

lução da satisfação dos mais novosnuma peça onde apenas entra umadulto: Zeca Santos, na peça o pro-fessor de uma aula de Estudo doMeio, que tem de esclarecer a miu-

dagem com bom senso e linguagemapropriada.

«As vivências, os receios, as dúvi-das de quem está a crescer e a ver ocorpo mudar, na perspectiva da res-

ponsabilidade que implica a sexuali-dade, tudo acompanhado com mui-ta música e diversão», diz Pilar Este-vez, prometem fazer as delícias dosespectadores, paramais apreços mini,para apreciar teatro: o bilhete custatrês euros.

«A prevenção dos perigos a queestão sujeitos, quando mal informa-dos, a explicação em linguagem aces-sível do que é a pedofília, as doençasque há que ter presente, o conheci-mento da evolução dos próprios cor-pos, o acto sexual como namoro e for-ma de reprodução e a menstruação»são alguns dos tabus descodificados.

O professor fica entre a espada ea parede pelas questões que qual-quer adulto já sentiu na pele — a di-ficuldade em responder aos mais no-vos: «Professor, porque é que asmaminhas das meninas crescem tan-to? Os pénis não são todos iguais?Como se fazem, exactamente, os be-bés?»

Nunca se viu assim atrapalhado?Então agradeça a salutar e pedagógi-ca forma de alguém ensinar aos seusaquilo que, provavelmente, os seuspais não lhe ensinaram... ou que andaa adiar ou evitar explicar aos seusherdeiros. Esta peça de teatro faz-lhea papinha toda. Louve-se o pionei-rismo e a audácia.

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Sexualidade explicada por crianças�� 3 0�� @� �� /��(;�� 6�� 7��CDDD ;0�� $�:�� =N � =I� /�� 0�� %�� #�� 3� �� + �� $ ��

26SUGESTÕES SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

COLECÇÃO OUTONO/INVERNO 09 DESFILA NA MODA LISBOARealiza-se entre 6 e 9 Março a 30.ª edição da Moda Lisboa,que inclui pela primeira vez uma mostra de cinema, noSalão Preto e Prata do Casino Estoril.

LUÍS REPRESAS LANÇA 9.º ÁLBUM: OLHOS NOS OLHOSO 9.º álbum reúne 12 inéditos e conta com a participaçãoda brasileira Simone, dos cubanos Pablo Milanés e LiubaMaria Hévia, entre outros. Preço: 16,95 euros.

BILHETES À VENDA PARA ROCK IN RIOJá estão à venda os bilhetes para oRock in Rio (30, 31 de Maio e 1 deJunho, 5 e 6 Junho). Preço: 53 euros.

Feira das Tasquinhas de Rio Maior, queestará abertas dias úteis das 19h às 24he fins-de-semana das 12h às 24h.

FEIRA DO DISCO EM COIMBRAExpositores com milhares de CD e vinilna Praça da República, Coimbra, até 4Março. De sábado a segunda-feira, das11h às 23h, e terça-feira, das 11h às 20h.

PESCA DE GRÂNDOLA7.º Salão de Pesca de Grândola até aodia 29, no Parque de Feiras e Exposiçõesde Grândola, com mostra gastronómicae exposição de barcos (pesca e recreio).

FESTIVAL DE TUNAS TRAÇADINHONa Aula Magna este sábado, dia 1, às21h, festival de tunas Traçadinho, comTFIST; TFISEL; Barítuna e TUNAFE.Preço: 3,50 e 4,50 euros.

EXPO CRIANÇADias 5 e 9 Março o maior evento do paísdedicado às crianças está no CentroNacional de Exposições de Santarém.

DANÇA | WORKSHOPSRoda Pé vai pôr tudo a mexer no CentroCultural de Belém. De 29 Fevereiro a 2Março – tango; de 28 a 30 Março –salsa; de 11 a 13 Abril – hip-hop, RAP,break-dance, graffitti; de 16 a 18 Maio –danças orientais.

AR LIVRE | PASSEIO PEDESTREPasseio pedestre Trilhos de Descoberta,este domingo, dia 2. Início marcadopara as 9h30 junto ao Moinho de Maréde Alhos Vedros (Moita).

InfantilO CAPUCHINHO ENCARNADO, NEMTODOS OS LOBOS SÃO MAUSNa floresta, quem manda é o lobo.Não há folha que caia, que ele nãoveja, não há esquilo que espirre, queele não ouça, não há flor quepolarize, que ele não cheire, não hámorango que… ele não prove, nãohá estação ou apeadeiro, que ele nãosinta… O capuchinho entra nafloresta, o lobo entra na casa da avó...É assim a pacata vida do lobo. De 1 a23 de Março, sáb. e dom. às 16h, naCasa de Teatro de Sintra.

QARIBÓDirigido às crianças a partir dos 6anos, Qaribó é um teatro dentro doteatro, onde se pode apenas entrarpor uma pequena porta. A acçãodecorre no palco do Teatro Virgínia,onde as crianças são convidadas aentrar e a conhecer a humilde casa deSerafim. Pais e filhos entram numacaixa mágica onde tudo acontecemesmo em frente aos seus olhos. 1Março, às 16h, Torres Novas.

> > CinemaESTREIAS DA SEMANAFilme: Este País Não é Para VelhosDe: Ethan Coen, Joel CoenCom: Tommy Lee Jones, JavierBardem, Josh Brolin, WoodyHarrelsonTexas, anos 80. Um traficante dedrogas é encontrado no deserto porum caçador pouco esperto, que peganuma mala cheia de dinheiro mesmosabendo que em breve alguém iráprocurá-lo por isso. Logo AntonChigurh, um assassino psicótico semsentido de humor e piedade, éenviado à sua procura. Porém, paraalcançar Moss, ele precisará de passarpelo xerife local, Ed Tom Bell.

Filme: AcordadoDe: Joby HaroldCom: Hayden Christensen, JessicaAlba, Terrence Howard, Lena OlinPara um jovem que tem tudo –dinheiro, recém-casado com umalindíssima mulher e uma carreiralucrativa –, o que Clay Beresford,herdeiro de um banqueiro, precisa, éde um transplante de coração que irásalvar-lhe a vida.

«BOX OFFICE» | 14/02 A 20/02Filme espectadoresJumper 63.210Astérix nos Jogos Olímpicos 54.832P.S. I Love You 25.257John Rambo 20.811Sweeney Todd 20.560

Fonte: ICA

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EXPOSIÇÃO | PINTURAS SOBRE ROCKA série Espelho Meu – História do RockPortuguês em 38 Pinturas estará patenteno espaço Santiago Alquimista, a partirdeste sábado, dia 1.

XIII SEGUNDOS NO PORTOA Galeria Arthobler.com (Porto) mostrade sábado, 1, até 15 de Abril a exposiçãoXIII Segundos do artista Paulo Robalo.De terça a sábado, das 15h às 19h30.

INGLESA PINTA PAISAGEM MINHOTAO Axis Golfe, em Ponte de Lima, tempatente uma exposição da pintorainglesa Rebeca Davis, que retrata a suavisão do Minho, até 15 Março.

TEATRO | CICLO EMMA DANTEO Centro Cultural de Belém apresentaaté 9 Março um ciclo de peças de EmmaDante. Dias 29 e 1, Carnezzeria, às 21h;3, 4 e 5, Vita Mia, às 21h e 7, 8 (21h) e9 (16h), Mishelle di Sant’Oliva.

AS MARAVILHAS DA MOITAEste sábado, dia 1, às 21h30, aBiblioteca Municipal Bento de JesusCaraçao (Moita) recebe As Maravilhasda Moita. Preço: 5 euros.

VARIAÇÕES EM ALMADATeatro Municipal de Almada apresentaVariações à beira de um lago, na SalaExperimental, até 30 Março, de quarta asábado (21h30) e domingos (16h). Dia21 não há sessão. Preço: 5 a 11 euros.

UMA ORAÇÃO PARA FRANCISCO DE ASSISGrupo de Teatro da UATIP (UnivesidadeAutónoma da Terceira Idade Porto),apresenta no dia 1 Março, às 15h, naCasa da Beira Alta (Porto), Uma Oraçãopara Francisco de Assis.

MÚSICA | BRUXAS, MENTIRAS E BICHOSDia 29 (11h às 19h), e 1 Março (16h) váDescobrir a Música na Gulbenkian comconcertos comentados para jovens:Pedro e o Lobo, O Lago Encantado,Kikimora e Baba-Yaga. Preço: 5 euros

CARTA BRANCA A JORGE PALMAO cantor Jorge Palma junta-se aoQuarteto Lacerda esta sexta-feira, dia 29,no Centro Cultural de Belém, às 21h.Preço: 5 a 20 euros.

FEIRA | TASQUINHAS DE RIO MAIORAté 9 Março realiza-se a 23.ª edição da

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SUGESTÕES27SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

Passatempos

&�� Difícil

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SOLUÇÕES:

JULIANO | PORTO Judite, és a maior. Umbeijo.

BORRACHA | R. MONSARAZ Este Governotirou tudo. Até as esperanças aos jovens.Que todos eles paguem tudo cá na terra.

BORRACHA | R. MONSARAZ Este Governotirou tudo. Até as esperanças aos jovens.Que todos eles paguem tudo cá na terra.

CAROLINA | LISBOA Sou mulhersolteirade37 anos e gostava de conhecer rapaz hu-milde e simples para assunto sério963034262.

RUI RODRIGUES | SENHORA DA HORA Tãolonge e tão perto, amormeu gentilque par-tiste.

ARMANDO | ESPINHO Princesa, és amulherda minha vida. Nunca te esqueças. Amo-te para sempre. Beijos.

ALDINY SANTOS | GAIA Bertinho, estamensagem especial é para te dizer que teamo! Beijinhos, Dy.

CARMO | LISBOA Reformados da FunçãoPública de 2007 não tiveram os dois porcento de aumento.

ELÍSIO | AMADORA Xana, Loures. Não res-pondes a toques? E a choques?

ADEMAR | PÓVOA DEVARZIM Portuenses,ajudaiaobraMAC mãoamigacristãsedeadaem Costa Cabral, no Porto.

ANA MAORIM | BOBADELA Pedro, as sau-dades apertam-me o coração. Preciso tan-to de ti. Faz-me 1 sinal e vamos ser felizes.Vale a pena tentar de novo.

FRANCISCO | GUIA Ele não dizia o nomedo S.Sabrosa, eu não digo o dele,mas quelhe caiu a máscara, lá isso,caiu.

HORIZONTAIS 1. ��$�� 2. #�� (�� $�� 3. #1 �� 5� �� 6�� % �� 4. 0��$ �� )�� 1� &�� G�� H� 5. 3 �� %�� :��)�$ � (�� G��H� 6. 2�� 7. >�� (�� )�� #�� /�� G��H� 8. �� (�� 6�� +��(�� 9.%�� 1 G7��H� 10. >�� )�� $� �� 11. 4� �� *��VERTICAIS 1. #�� G�� H� +�� (�� A�� A�� 2. 3 �� 1 �� 8 �� $�� #*�� 3.>�� !�� :�� )�� 4. :�� 9 �� 0�� *�� 5. %�� 4�� G�� H� 2�� :��)��1� 6. :�1� 4�� 7. 4� �� G�� H� >�� )�� /�� (�� $�� 8. �� )�� #��1� 9. /��! �� !��/��!��G�� H� 10. \�� $��*�� (�� 0�� 11. %��&�� G�� H�

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denominado Casa da Mãe Joana,baptizado com a referência ao nomeda sua proprietária. A casa erafrequentada pelos homensimportantes do Brasil, quecostumavam marcar encontros noestabelecimento. Como eram elesquem mandava e desmandava nopaís, «casa da Mãe Joana», mais tardealterado para «isto aqui é o daJoana», passou a ser sinónimo delugar onde ninguém manda.

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Como deve es-crever a suamensagem: digi-te no telemóvela palavra SEXTAseguida de es-p aç o e u mam e n s a g e mcom o máximode 150 caracte-res e envie parao 3666. Obriga-tório para verpublicada a suamensagem noSEXTA: que in-clua a sua iden-tificação (nomee localidade).Custo de cadamensagem: 0,35euros( já comIVA incluído).

(dromedário) foi substituída pelatorre. Mudar a torre, no jogo dexadrez, ainda se chama rocar.» Paraalém desse significado, a expressão«sem rei nem roque» emprega-seigualmente para caracterizar algoanárquico, desordenado, desmandado.Nessa mesma acepção também seemprega a expressão «isto aqui é o daJoana», de origem brasileira. Noperíodo da infância de D. Pedro II,imperador do Brasil, existia na cidadedo Rio de Janeiro um prostíbulo

LÓGICA %�� A�� D�� #��"

SEM REI NEM ROQUEEsta é uma expressão que,

segundo o Dicionário deProvérbios e Curiosidades, de

R. Magalhães Júnior, significa:«Em situação difícil,periclitante. Trata-se de

locução portuguesa, fundada nojogo do xadrez. É o mesmo quedizer: ‘Sem rei nem torre.’ O

xadrez, de origem oriental, foiadaptado na Europa, onde apedra chamada ‘roch’

Subsídio de informação

SMS

28INTERACTIVO SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

ARTISTA DO MÊS DE MARÇO: SAM THE KIDA originalidade do trabalho valeu-lhe o reconhecimento dopúblico e da crítica, tornando-o uma das referências do hip-hop em Portugal. MTVYo: segunda, 3 de Março, às 00h.

MAGAZINE EM ESTREIA NA SICO Fama Show marca o regresso de Daniel Oliveira à SIC.Apresentado por Liliana Campos, Cláudia Borges, RitaAndrade, Orsi Feher e Vanessa Oliveira. Domingo, às 14h.

ESPECIAL «NÓMADAS»O National Geographic estreia uma série documental comimpressionantes imagens de parapente, esqui, BMXe windsurf. Quartas-feiras de Março, às 21h00.

A NOSSA SELECÇÃOINFANTIL>

ENTRETENIMENTO>

SÉRIES> FILMES>

INFORMAÇÃO>

DESPORTO>

DOCUMENTÁRIOS>

> SEXTA�FEIRA > SEXTA�FEIRA20H10 As Novas Aventuras de

Christine - FoxLife20H45 Friends - RTP2

> SEXTA�FEIRA

OS MAIS VISTOS>

> 20/02 A 26/02Programa audiênciaNuremberga-Benfica (TVI)1.664.942Fascinios (TVI) 1.598.723Especial Informação (TVI)1.598.723V.Setúbal-Sporting (TVI) 1.579.803Gala 15º Aniversário (TVI)1.551.424

15H00 Entre Vidas - SIC15H30 Prison Break - RTP116H15 Sombras em Palm Springs -RTP120H45 Os Simpsons - RTP222H00 Conta-me como Foi - RTP1

Rádio Renascença / PÚBLICO Estasemana entrevista com Vítor Bento

22H10 60 Minutos - SIC Notícias

> DOMINGO21H00 As Escolhas de Marcelo

Rebelo de Sousa - RTP121H00 Grande Reportagem - SIC22H40 Câmara Clara - RTP2

NOVELAS>

> SEXTA�FEIRA18H30 Sete Pecados - SIC

21H30 Gato Fedorento - RTP123H45 Aqui não há quem Viva - SIC

22H00 Fascínios - TVI22H15 Desejo Proibido - SIC23H00 Deixa-me Amar - TVI23H15 Duas Caras - SIC

> SÁBADO22H30 Desejo Proibido - SIC23H45 Deixa-me Amar - TVI23H45 Resistirei - SIC

> DOMINGO21H15 Morangos com Açúcar - TVI22H30 Duas Caras - SIC01H45 Amazónia - SIC

16H00 Batman Regressa - RTP1

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07H15 Zig Zag - RTP215H00 Maratoon Fillmore - Disney15H00 Homem-Aranha - Hollywood15H45 Desenhos Animados - RTP

Memória

> SÁBADO08H30 Caçadores de Dragões -

Panda12H00 Batman do Futuro - RTP213H45 Viver com Derek - Disney

17H15 O Desafio das Gémeas - RTP119H30 Inspector Gadget -

Hollywood20H30 Uma Casa dos Diabos -

Disney23H00 Escaflowne - Panda

> DOMINGO12H55 Capuchinho Vermelho, AVerdadeira História - TVC1

20H30 Futebol: Sporting - Benfica -SportTV122H30 Futebol: São Luiz - Juventude-PFC

18H00 Desportos Motorizados:Campeonato do Mundo FIA deTurismos, Curitiba, Brasil -Qualificação - Eurosport19H10 Futebol: Leixões - Académica- SportTV120H00 Futebol: Fluminense -Cabofriense - PFC21H15 Futebol: Boavista - FC Porto -TVI

> DOMINGO12H10 Futebol: Penafiel - Trofense

- SportTV113H30 Futebol: Bolton - Liverpool

- SportTV214H00 Futebol: Juventus - Fiorentina

- SportTV116H00 Desportos Motorizados:Campeonato do Mundo FIA deTurismos, Curitiba, Brasil - 1ª Corrida- Eurosport17H30 Futebol: Atlético MG -Ituiutaba - PFC20H00 Futebol: Flamengo - Resende- PFC

> SEXTA�FEIRA15H00 Ténis: Torneio WTA, Dubai,Emirados Árabes Unidos - Meias-Finais- Eurosport17H00 Saltos de Esqui: Taça doMundo, Lahti, Finlândia - HS 130,Qualificações - Eurosport20H30 Futebol: SP. Braga - V.Guimarães - SportTV121H00 Futebol: Noroeste - Paulista -PFC01H30 Basquetebol: San AntonioSpurs - Dallas Mavericks: NBA2007/08 - SportTV1

> SÁBADO15H00 Futebol: Fulham - ManchesterUnited- SportTV117H00 Futebol: AS Roma - Parma -SportTV1

> SEXTA�FEIRA21H15 Euromilhões - TVI22H30 Sexta à Noite - RTP1

> SÁBADO11H30 Delux - TVI14H15 Top+ - RTP114H15 Êxtase - SIC21H00 Contra - RTP121H15 Dança Comigo - RTP121H45 A Hora da Sorte - RTP2

> DOMINGO14H15 Só Visto! - RTP1

21H00 Ondas Vivas - MOV22H40 Irmãos e Irmãs - RTP2

> SÁBADO14H00 Eureka - TVI15H45 A Missão de Joan - RTP117H15 Casos Arquivados - FoxCrime18H00 Life - AXN21H10 Kingpin - SICRadical

> DOMINGO12H30 Mr. Bean - RTP1

21H30 Borat - TVC123H45 Dragão Vermelho Hollywood00H15 A Fúria do Herói - TVI00H30 Joe Dirt - SIC01H00 Gloria - RTP1

> SÁBADO15H15 A Mulher da Casa - SIC17H15 O Conde de Monte Cristo -

SIC20H30 O Falcão Inglês - MOV23H15 Silverado - RTP223H15 A Feira das Vaidades - RTP1

00H22 Hannibal - Fox

> DOMINGO16H00 Nunca fui Beijada - SIC17H00 Os Comandos de Navarone -

Hollywood18H00 Flubber, o Professor Distraído

- SIC22H00 Alien, o Oitavo Passageiro -

Hollywood22H10 A Cor do Dinheiro - TVC400H45 A Morte Soube-nos tão Bem -

RTP1

> SEXTA�FEIRA20H30 Eu Criança - Odisseia21H15 O Olho do Leopardo - RTP221H22 Starstruck - Jennifer Lopez -

Hollywood22H36 Sobrevivi! - DiscoveryS.

> SÁBADO11H30 Cães de Tóquio - RTP112H00 Nosso Mundo - SIC16H00 Assim era a América doNorte: A Terra do Mamute - Odisseia

> DOMINGO11H00 O Homem dos Leões - RTP111H30 Planeta Selvagem - RTP113H30 Segredos da Natureza - RTP212H00 BBC Vida Selvagem - SIC

> SEXTA�FEIRA14H00 Sociedade Civil - Um futuro

sem Deus? - RTP223H10 Expresso da Meia-Noite

- SIC Notícias

> SÁBADO21H00 Diga lá, Excelência - RTP2

TELEVISÃO29SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

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LOURDES

Lourdes está em festa até 8 de De-zembro de 2008. Acomemoração dos150 anos daprimeiraaparição de Ima-culada Conceição a Bernardette Sou-binours é o motivo das celebrações.

O dia11 de Fevereiro de 1958 mar-cou a história de uma pequena vilafrancesa e a vida de uma criança de 14anos. Bernardette Soubinours contouque foi visitada 18 vezes pela imagemde Imaculada Conceição, entre 11 deFevereiro e 16 de Julho de 1858, nasgrutas de Massabielle, onde hoje é osantuário de Lourdes e estão edifica-das abasílicae amodernaIgrejade San-ta Bernardette.

As comemorações já começaramem Dezembro de 2007, mas prolon-gam-se até Dezembro do presente ano.O santuário tem preparado um amploprograma de formação e divulgaçãodo sentido teológico, devocionale cul-tural para esta marcante data.

A pequena cidade situada no cora-ção dos Pirenéus recebe, por ano, demais de 140 países, cerca de seis mi-lhões de visitantes, muitos deles doen-tes que esperam ser curados pelaságuas da nascente da gruta de Massa-bielle.

Lourdes, hoje, é mais do que umlu-gar de espiritualidade. Com o cresci-mento do número de visitas, a cidadetransformou-se num centro cosmo-polita, com um património cultural enatural muito rico, que se adaptou àevolução turística e espiritual, ofere-cendo inúmeros serviços e estruturasaos seus visitantes.

Acidade é conhecidapelas suas pe-regrinações e milagres, mas agora afama estende-se ao turismo, pela suaprivilegiadalocalização. É umponto departidaidealparasairàdescobertadasmontanhas dos Pirenéus e oferece con-dições para a prática de diversos des-portos.

A grande oferta de actividades, tu-rísticas ou de âmbito religioso, leva aque Lourdes tenha que albergar mi-lhões de visitantes. Para isso, na re-gião, existem mais de 230 hotéis, fa-zendo com que seja considerada asegunda região hoteleira de França.Só a capital, Paris, consegue ultrapas-sar a cidade de Lourdes.

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29/2, um dia raro��"�� #��)�� $8� �� 4�� +�� 4�� :�� (�� :��!�� $�� >(�� A�� 8��)�� 9 ��

Odia de hoje é, sem dúvida,umdiararo. Afinal, 29deFe-vereiro só acontece de qua-tro em quatro anos. É, por

isso, o dia ideal para lembrar as Doen-ças Raras e as pessoas que têm proble-mas de saúde agravados pela sua rari-dade. Ainiciativapertence àEurordis –Europe Organization for Rare Diseases–, que lançou a cada organização na-cional o desafio de assinalareste diadeacordo com a sua realidade específica.

EmPortugal, aRaríssimas, AssociaçãoNacional de Doenças Mentais e Raras,quer aproveitar este dia 29 para sensi-bilizarcentros de decisão, profissionaisde saúde e público em geral. O progra-ma é extenso. Todos são convidados aparticipar, queécomoquemdiz, aolharpara o que se passa mesmo ao lado.

O que são?NospaísesdaUniãoEuropeiaumadoen-ça é considerada rara quando atingeapenas umapessoaem cadaduas mil equandoimpliqueriscodevidaoudein-validezcrónica. Sãoconhecidasmaisdesetemildoençasraras, 80porcentodasquaissãodeorigemgenética. Asuapre-valência, individualmente, é reduzida.Mas tendoemcontaque existemtantasdoençasraras, elasafectam, globalmente,uma percentagem significativa da po-pulação, ou seja, seis a oito por cento.

Na Europa, estima-se que existamcerca de 20 a 25 milhões de doentes eem Portugal 600 a 800 mil. O facto denão serem doenças comuns dificulta aevolução do conhecimento científcoacerca delas, mas também o dia-a-dia

dosdoentesafectados. AUniãoEuropeia,consciente da necessidade de acçõesconcertadas, estabeleceu em 1999 asDoenças Raras como uma prioridadenas políticas de saúde pública.

NoâmbitodesteesforçofoicriadooOrphanetemsetepaíses, incluindoPor-tugal. Trata-se de uma base de dadoson-line, deacessolivreegratuito, sobreasdoençasraraseosmedicamentosór-fãos – medicamentos que não são pro-duzidos pelos laboratórios por razõeseconómicas (não oferecerem retornodo investimento), mas que são neces-sários paraquem é afectado poralgunsdestes problemas.

Estabeleceram-se também incenti-vosparaaindústriafarmacêuticapoderdedicar-se à investigação e desenvolvi-mentodemedicamentos. Onúmerodedoenças para as quais não existe trata-mento é actualmente estimado entrequatro e cinco mil.

RaríssimasCriada em 2002 com o objectivo maiorde «dar voz a quem não a tinha», a Ra-ríssimas cresceu. E cresceram tambémos seus projectos. «Divulgar, informareinterferir junto do poder político foi onosso primeiro objectivo», afirma Pau-la Brito e Costa, presidente da associa-ção. «Anossaacçãopassadesdelogopordar informação às famílias, mas muitasvezes não é portermos os médicos queprecisam, édocontactocompessoasque

estejamaviveramesmasituação. Pomosmuitas famílias em contacto umas comas outras», conta.

A construção de um centro de refe-rênciaparaasdoençasrarasquesejatam-bém residência para adultos e residên-cia autónoma para crianças é agora ograndeobjectivodaRaríssimas. Vaicha-mar-se Casa dos Marcos e será, segun-do PaulaBrito e Costa, ummodelo úni-co no mundo: «É um grande projecto,queenvolvetécnicosespecializadosnes-tasdoençasevaitercapacidadepara24adultosnaresidênciapermanenteecin-coutentesnaresidênciaautónoma. Aquipretende-sequepossamatingiromaiorretorno das suas capacidades e, se pos-sível, receber formação numa activida-de em que possam profissionalizar-se.»

E acrescenta: «Já tivémos contactosdeassociaçõesdeoutrospaísesqueque-rem importar o modelo da Casa dosMarcos.» Para já, existe um terreno desete mil metros quadrados – cedidopela C.M. da Moita – e procuram-seapoios para que o sonho possa tornar-se realidade. «Não é à custa de caroliceque vamos poder construir a Casa dosMarcos. Sãoprecisostrêsmilhõesemeiode euros», contaPaula. UmMarco, sím-bolo deste projecto, estará à venda porcinco euros, em todo o país.

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«São precisos trêsmilhões e meio deeuros» para construira Casa dos Marcos,contabiliza PaulaBrito e Costa

30VIDA SEXTA� ,B � 2� �� ,--C

À sexta-feira, este semanário integra as edições dos jornais A BOLAe PÚBLICO, tem distribuição gratuita de rua na Grande Lisboa

e no Grande Porto e está ainda disponível na internet em www.sexta.ptRedacção: Tv. Queimada, 23 - 3.º, 1249-113, Lisboa. Telf: 21 323 21 45 Faxe: 21 323 21 98 E-mail: [email protected] V Dep. comercial e distribuição: Rua Viriato nº13, 1069-315 - Lisboa, tel: 21 011 1366

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AUMENTOS

O euro renovou esta semana novomáximo histórico ao negociar nos1,5144 dólares. À hora de fecho destaedição o euro recuava0,20% mas con-tinuava acima dos 1,50 dólares.

Já o petróleo atingiu novo recordede preço, com o barril a ser negocia-do a 102,08 dólares na Bolsa de NovaIorque. Na quinta-feira o crude conti-nuavapróximo dos 100 dólares. Quan-to ao trigo, ultrapassou pela primeiravez a barreira dos 13 dólares nos EUA.

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EXÍLIO

Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro tailandês e actual dono doManchester City, regressou na quin-ta-feira ao seu país, depois de17 me-ses de exílio. Shinawatra – que em2006 sofreu um golpe militar que oobrigou a afastar-se da Tailândia –fez-se acompanhar dos jogadores KasperSchmeichel, filho do antigo guarda-redes do Sporting, e de Kelven Etuhu.O ex-líder vai ser julgado em tribunal.

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PRÉMIO

Uma quantidade quase recorde decandidatos, 197, está na disputa aoprémio Nobel da Paz, cujo vencedorserá anunciado no início de Outubro.

«Este é o segundo maiornúmero nahistória do Nobel, depois de 1995,quando houve 199 candidatos», disseà agência France Presse o director doInstituto Nobel, Geir Lundestad.

Alistade candidaturas conta33 or-ganizações e 164 pessoas. A identida-de dos aspirantes não é revelada peloInstituto mas alguns nomes podemsurgir caso decidam tornar pública acandidatura.

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> ATRÁS DE UMA GRANDE MULHER... Passadeira vermelha na chegada aNdjamena, capital do Chade. Carla Bruni, Primeira Dama de França, ao lado deHinda Deby. Os poderosos presidentes Idriss Deby e Nicolas Sarkosy com pose deEstado seguiam, respeitosamente, um pouco mais atrás. Na primeira visita oficial

em que teve a companhia da bela modelo e cantora italiana, o Presidente francêsesteve também na África do Sul e igualmente por aí as máquinas fotográficas iamdisparando a ritmo frenético quando Carla Bruni se juntou a Zanele Mbeki,mulher do presidente daquele país africano, Thabo Mbeki.

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BENEFICÊNCIA

Ângelo Felgueiras, piloto daTAP, al-pinista e «aventureiro por vocação»,prepara-se para escalar as Pirâmidesde Carstensz(Oceânia) nomês de Abril,sendo que por cada metro escaladoseráatribuído o valorsimbólico de umeuro à Associação Cultural Moinho daJuventude, instituição de apoio socialsituada no bairro da Cova da Moura,Amadora.

Em comunicado, o piloto diz quequererfazerdestaviagem ao cume dasCarstensz(4884 metros) «aescaladademuitos», e convidacadauma«compraros metros que quiser», donativos essesque reverterão emparte parao Moinhoda Juventude Cada metro «custa» umeuro, não há limite máximo e podemser «comprados» até 15 de Abril atra-vés de um depósito na conta 00070000 00407275938 23, aberta expres-samente para o efeito.

CANTAR ATÉ ENTRAR PARA O GUINESSDavid Antunes, em conjunto com outros músicos, começa a amanhã, no barBellissimo Caffe (Cartaxo), a tentativa de bater o recorde Guiness para o maislongo concerto do mundo: 184 horas ininterruptas de música.

MÚSICA EM BELÉMJá estão à venda, no CCB e na Internet, os bilhetes para asegunda edição do festival Dias da Música em Belém, adecorrer entre 18 e 20 de Abril.

SIEMENS NÃO DESPEDE EM PORTUGALA reestruturação da Siemens,que implica o despedimento de 3800trabalhadores, não afectará Portugal.

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>!�� <�� DIRECTOR DE «A BOLA» EDITA LIVRO DE CONTOS

Muitas mãos cheias de amigos, mui-tos livros e pastéis de Belém a acom-panhar. Foiassim, nasecularFábricadosPastéis de Belém, em Lisboa, que o di-rector de A BOLA, Vítor Serpa, apre-sentou naterça-feiraSalão Portugal, li-vro de contos que marca a estreia doautor nos domínios da ficção.

Estiverampresentes várias figuras li-gadas ao desporto, como Luís FilipeVieirae HermínioLoureiro, assimcomopersonalidades de outros quadrantes.O poeta Manuel Alegre compareceu efalou sobre o texto do amigo de lon-gadata, considerando-o «umbelo livrosobre Lisboa, uma Lisboa que já nãohá», e acrescentando: «É um livro emque um escritor se revela.»

Em Salão Portugal, livro editadopela Dom Quixote, Vítor Serpa es-creve as memórias de uma infância jádistante, traça o retrato de uma cida-de (Lisboa) e de um bairro (Belém)que eram o seu mundo e o seu país.Serpa nasceu no já distante ano de1952.

O SEXTAexperimentou, por curio-sidade, olharexactamente para a pági-na 52 das 174 que compõem SalãoPortugal e, acaso ou não, encontrouesta passagem no começo de um pa-rágrafo: «Quanto me senti um pouco

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mais confortável, enfiado numimensosofá de um veludo-verde-macio, partià descoberta.»

O contextoé, evidentemente, outro.Mas personificao modo de olharavidaque Serparelatalogo no primeiro con-to: «Nemsempre me conformeicomosdestinos inevitáveis, mas cedo entendique, quandoumacriançanasce, omun-do é sempre do seu tamanho.»

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SEXTA – 19 – 29.02.2008

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