SIManazine Regional Mensal N.º 1 - 1 de Agosto de 2011
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Transcript of SIManazine Regional Mensal N.º 1 - 1 de Agosto de 2011
Distribuição Gratuita | Segunda-feira 01 Agosto 2011| Ano 1 | Número 1 | www.simagazine.net | Directora: Elsa Lopes
|Ciência PÁGS. 8-9
Porque nos queimamos ao Sol?
SAÚDESaúde oral no verão.| Como prevenir a periodontite. Esta doença afecta a gengiva e o osso de suporte em redor dos dentes. Com a progressão da periodontite para um estado grave os dentes começam a perder o seu suporte e a ganhar mobilidade, o que faz com que em fases mais avançadas a sua perda seja inevitável. PÁG. 7
| Os cuidados para um sorriso bonito.Os aparelhos ortodonticos são hoje mais pequenos. Podem ser cerâmicos, ocultos e até praticamente invisíveis. Um bonito sorriso contribui para a melhoria da auto-estima e saiba como. PÁG. 7
A exposição ao sol faz com que a nossa pele “produza” Vitamina D, cuja principal função é manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue, ajudando por isso à formação e manutenção de ossos saudáveis… saiba mais.
| União de facto,uma tendência.
Muitos casais optam por viver juntos, quer seja por
convicção, por falta de recursos económicos ou como
preparação para o casamento.
Quais os direitos jurídicos desta situação? PÁG. 5
| Verão, dietas, alimentação.Saiba como a alimentação é fundamental para uma
vida saudável. PÁG. 6
| Desporto radical Onde praticar canoagem na Região Centro? PÁG. 6
| EconomiaO microcrédito, uma esperança para as pequenas e
médias empresas. PÁG. 11
2 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine
|Editorial
|Ficha Técnica
O jornal SIMagazine é um novo órgão de Comunicação Social, de distribuição gratuita e a nível regional. Aposta numa nova linha editorial, com um conteúdo dinâmico, informa-tivo e intemporal. Um formato criativo de jornal, com um design de magazine. Um jornal que proporciona assim, mensalmente, uma nova oferta junto dos leitores da Região Centro, com conteú-dos valorativos, qualificativos e explicativos dos diversos assuntos de interesse público. O SIMagazine assume-se no mercado como uma inovação dos jornais gratuitos, primando pela originalidade e criatividade, posicionando-se na região centro do país. O SIMagazine implementa, assim, uma nova forma de chegar até às pessoas, com a sua dinâmica na distribuição dos jornais em todos os pontos fortes da região, misturando a criatividade, inovação e originalidade com a imagem do jornal. Queremos assim, que esta dinâmica, chegue a cada leitor, de forma a que a SIMagazine faça parte do dia a dia da população da Região Centro e Norte. Este jornal terá várias rubricas de espaço livre onde vários especialistas de cada área vão falar de casos actuais da sociedade, da região, do país e do Mundo. Esta publicação é uma edição especial para dar o conhecimento geral do que serão os próximos números, com temáticas mais específicas e conteúdos mais dinâmicos. Este número é uma forma de apresentação das pessoas que mensalmente vão colaborar, para tornar este jornal activo e com a qualidade que os leitores merecem. Esperamos que este jornal se identifique com cada um de vocês para que atinja o nosso objectivo principal, agradar a todos com a eficácia desejada.
ELSA LOPES | Directora
PROPRIETÁRIA/EDITORA CRÓNICASOLTAS, UNIPESSOAL, LDA Sede: Av 25 deAbril, loja 2, 1º andar 3780-205 Anadia NIPC: 509 500 340 Natureza Jurídica: Sociedade por quotas CRC Coimbra sob o nº 509 500 340 Capital Social: €5000Detentora de 100% do capital - Elsa Lopes DIRECTORElsa Lopes [email protected] Nºde registo da ERC: 126049 Depósito legal: 331576/11 ISSN: 2182-2727 Tiragem: 10 000 exemplares Periodicidade: Mensal SERVIÇO DE APOIO AO [email protected] DEPARTAMENTO COMERCIAL [email protected] DESIGN Grupo Marques&Associadoshttp://blog.grupoma.eu/
TIPOGRAFIAFIG - Indústrias Gráficas, S.A. Rua Adriano Lucas 3020-265 COIMBRA Telefone: 239 499 922 Fax: 239 499 981 Email: [email protected] DISTRIBUIÇÃOGrupo motard “OS KIKOS”
Saber liderar é fundamental!
Sobre Liderar…
Vencer significa bater os concorrentes na
corrida pelo cliente. E é aqui que, tal como
no exército, numa equipa desportiva, num
país ou governação, é imprescindível que
a liderança seja de ter visão estratégica,
saber moldar o futuro e dar-lhe a forma mais
conveniente para enfrentar os desafios de um
hoje cada vez mais incerto.
O líder tem que desenvolver, instruir e inspirar
pessoas, conduzindo as suas equipas de
trabalho a uma performance de excelência.
Estas são as bases das grandes competên-
cias que um qualquer líder tem obrigatoria-
mente de ter.
Está muito na moda, associarmos á person-
alidade de um gestor o termo da resiliência.
Fazendo uma breve explicação, podemos
defini-la como a capacidade de um indivíduo
prosperar e realizar o seu potencial apesar
das muitas e possíveis tensões existentes.
Constatamos que este mesmo indivíduo
estará mais inclinado a ver os problemas
como oportunidades para incrementar o seu
crescimento e a encarar os insucessos como
oportunidades de aprendizagem e chaves
para alcançar o sucesso.
O líder de hoje tem de ser assim, um op-
timista consciente com uma boa dose de
estupidez natural, o que por sua vez é con-
sequência de uma boa saúde mental, da sua
capacidade de construir fortes e sustentadas
relações com o seu ambiente interno
e externo.
Defendo que o bom líder é aquele que se
rodeia de pessoas mais inteligentes que ele
próprio, que não tem medo de enfrentar uma
plateia de 500 pessoas deixando todos os
presentes a chorar com uma simples palestra
sobre a arte de descascar cebolas. Defendo
que o bom líder é aquele que não precisa
de fogo-de-artifício para brilhar, é aquele
que chora quando tem que chorar, e que ri
quando tem que rir, pleno de emoções.
A constante busca da satisfação das
pessoas deve ser o seu objectivo máximo,
uma pessoa motivada faz o trabalho de duas.
O líder começa a sua actividade quando
entra no portão e cumprimenta o segurança,
quando entra no escritório e tem o cuidado
de perceber se o filho da sua secretária já
recuperou da gripe que o levou ao hospital.
É exigente? É. Estará ao alcance de todos?
Não. Posso aprender a ser melhor líder do
que sou hoje? Sem dúvida nenhuma.
Henrique Emanuel Fidalgo
OPINIÃO
www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 3
1. Leituras de VerãoEm tempo de veraneio acolho, à sombra do
júbilo, uma sugestão da Drª ELSA LOPES
para cronicar para esta nova publicação.
Alguns parâmetros foram enunciados, como
balizas, para nos orientarem no nosso alinha-
var neste novo órgão de comunicação social:
informalidade na comunicação, atractividade
no design, originalidade na informação com
uma marca precisa de Região Centro Praias.
Lazer… E também a vida árdua - a de todos
os dias e de quase todos os portugueses.
Não! Não falo disso - do pessimismo; atiro-o
para o lado, para o lixo. Prefiro falar de OPTI-
MISMO. Uma amiga foi fazer férias ao México
(se fizesse férias em Portugal seria um con-
tributo para a nossa economia). Encontrei-a
com o marido depois de ELA ter ido comprar
LIVROS PARA LER NAS SUAS FÉRIAS.
De forma atrevida, quase deselegante, quis
conhecer as suas preferências para ler no
“verão mexicano”. Mostrou-me dois livros
sobre estilos de vida e meditações, conteú-
dos cruzados com optimismo. As mulheres
são cada vez mais uma agradável surpresa
e, por mais que sofram, têm sempre um
sorriso bonito e pensado para nos oferecer.
Trabalham o OPTIMISMO.
2. Modas Sei que (também) esta publicação irá
surpreender. Vai ter um design atractivo numa
altura em que o design é uma mais-valia
para a recuperação económica de Portugal.
Somos bons no fabrico de vestuário, mas
durante décadas faltou-nos o design; somos
bons no fabrico de cerâmica e porcelana,
mas durante décadas faltou-nos o design.
Fátima Lopes, o que nos diz? E o que nos
dizem as vanguardistas produções da Vista
Alegre-Atlantis? Uma questão de moda
e tendências. E de DESIGN.
De ORIGINALIDADE a ADICIONAR à
QUALIDADE.
3. Praias limpasPraias limpas é motivo de satisfação. Uma
empresa com trabalhadores felizes, activos
e empreendedores é êxito assegurado.
Trabalhadores do GRUPO CATARINO,
sedeado em FEBRES (CANTANHEDE)
atentos às suas responsabilidades sociais
para com a comunidade onde se insere, es-
tiveram, num destes últimos sábados, a limpar
uma Praia do Concelho. Acção importante
e a merecer destaque. E repetição noutras
empresas.
4. OriginalidadeNão pedimos apenas originalidade aos e nos
meios de comunicação social, nos têxteis, na
cerâmica, no vidro. A COZINHA CRIATIVA,
neste período de Verão, pode ser palco para
inesgotável fonte de criação. DOCES E
GELADOS dão colorido ao Verão.
Já pensaram como seria giro entrar numa
Gelataria e encontrar pipocas, como se fosse
bolacha crocante, a servirem de base a um
gelado de baunilha e morango tendo como
top uma camarinha? A imaginação floresce
no Verão.
5. Prefira Produtos PortuguesesApesar de ser Verão procuro manter-me
activo e desperto quando vou às com-
pras. Prefiro escolher o melhor que posso,
ponderando entre qualidade, quantidade,
preço, novidade...mas SEMPRE PRODU-
TOS PORTUGUESES... a não ser que estes
sejam significativamente mais caros do que
os importados. Quando compro produtos
portugueses estou a ajudar-me. O leitor faz
o mesmo?
Sansão Coelho | Jornalista Radiofónico
na Rádio Difusão Portuguesa | Professor
Universitário
BREVES & FRESCAS
4 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine
Os Contratos de Consumo como Contratos de Adesão: Remédios para as Cláusulas Abusivas.
Os Contratos de Adesão constituem fenómeno
corrente na vida dos consumidores e dos negócios
jurídicos de consumo em que se enlaçam.
Portugal disciplinou domínio semelhante em 1985,
adaptando sucessivamente o texto em vigor às
exigências impostas pela Comunidade Europeia/
União Europeia.
No entanto, ante as agressões de que padece
o ordenamento de consumidores, escassas serão
as hipóteses de facto suscitadas perante os órgãos
de judicatura. Escassas ante o volume de atropelos
quotidianamente registados na vida de cada um
e todos tocados por tais ofertas através de formu-
lários pré-elaborados para os “contratos prontos
a assinar”...
Para que se “mexa” na lei por forma a criar uma
outra “forma mentis”, curial será se sigam as
conclusões que nas recentes Jornadas de Trás-os-
Montes de Direito do Consumo, por nós promovi-
das, vieram a lume.
Ei-las para que os poderes tomem isto nas suas
mãos. A Justiça sem leis que valham é um exercício
falhado das missões terrenas dos homens
e mulheres que povoam os espaços com a esper-
ança numa vida feita de equilíbrios e harmonia, sem
agressões sejam de que ordem for.
Ei-las, pois:
1. Que, de molde a combater eficazmente
o fenómeno, se constitua um Comissão Nacional
das Cláusulas Abusivas, de composição
quadripartida (Conselho Superior da Magistratura,
Conselho Superior do Ministério Público, Ordem
dos Advogados e Associações de Empresários
e Consumidores) que previna e reprima o emprego
de cláusulas abusivas nos contratos-tipo e nos de
adesão, vale dizer, nos contratos pré-elaborados.
2. Que se reestruture o Registo Nacional das
Cláusulas Abusivas que, no quadro actual, é
imprestável e meramente anedótico, não presti-
giando nem o Estado nem a administração central,
nem servindo os objectivos que presidiram à sua
constituição no âmbito do, ao tempo, Gabinete
de Direito Europeu, da presidência do Saudoso
Conselheiro Neves Ribeiro.
3. Que se institua, como forma de abreviar as
delongas do procedimento judicial, à semelhança
do que ocorre no Brasil, a figura do Compromisso
de Ajustamento de Conduta, à disposição do
Ministério Público, para tornar efectivo o respeito
pelos equilíbrios contratuais e como meio de
eliminação das cláusulas abusivas dos formulários
de pré-adesão.
4. Que se amplie, no quadro das acções inibitórias
cujo objecto seja a da supressão e não
recomendação das cláusulas abusivas,
a legitimidade processual activa aos consumidores
individuais, quer hajam sido ou não, em concreto,
vítimas de quaisquer distorções neste particular,
em harmonia com o que prescreve o artigo 13 da
LDC.
5. Que sempre que em causa associações de
consumidores e consumidores individuais,
enquanto titulares da acção inibitória, se altere
a regra de competência dos tribunais, elegendo-se
a do domicíliode tais entes (o foro do demandante),
que não o da sede principal da empresa
demandada.
6. Que o caso julgado, em lugar de o ser, neste
particular, ultra partes, o seja erga omnes, de molde
a abranger os contratos do antecedente
celebrados e de evitar a inútil reprodução de
acções judiciais ou, a não haver o recurso a tal,
a permanente subsistência de atropelos por parte
dos pré-disponentes ante consumidores omissos
por mal informados ou insuficiência de meios para
se abeirarem dos tribunais em busca de justiça
para as situações que os afectam.
7. Que se permita indiscriminadamente, no domínio
das acções colectivas, a “quota litis”, a fim de se
estimular a propositura de acções pelos advogados
em exercício contra o arbítrio, a iniquidade
e a prepotência perpetrados pelos monopólios
e oligopólios que dominam o mercado de consumo
ou, nele, determinado segmentos.
8. Que se constitua um Fundo de Direitos Colec-
tivos para onde se carrearão as indemnizações
não reclamadas ou as que se destinarem directa-
mente a provê-lo, a fim de se poder proporcionar
aos legitimados, pessoas colectivas, os meios
indispensáveis a estimular o exercício de direitos
com a dimensão aqui implicada.
Teremos de ter esperança na nova ministra da
Justiça, a Dr.ª Paula Teixeira da Cruz, pelo seu
perfil, pelo seu carácter, pela consciência de
cidadã atenta a tais fenómenos. Sem lisonjas nem
subserviências. Mas há um tempo que é de todo
decisivo. Ou a esperança fenecerá! E os valores
degradar-se-ão, precipitando-se no seu contrário.
Como ora sucede, de resto.
É tempo! É hora!
Que a descrença se não instale de novo no
coração daqueles que aspiram a um mundo novo,
ainda que com os constrangimentos económi-
cos para a vida de cada um e todos que os
inimputáveis da política, caucionados pelo voto
popular, introduziram desassisadamente na vida de
comunidade que atingiram irremediavelmente na
sua justeza, equilíbrio e harmonia.
Contra as posições de senhorio económico e os
desajustamentos decorrentes de leis implacáveis
ditadas pelos predisponentes contra aqueles que
com eles contratam, não podendo – quantas vezes!
– para satisfação das suas necessidades contratar
com outrem. Porque não existe mais ninguém
a oferecer tal produto ou serviço!
É tempo! É hora! Na renovada esperança que se
abre em nossos corações, já tão fustigados pela
arrogância, pela jactância, pela incompetência
e pela iniquidade, arbitrariedade e prepotência dos
titulares dos poderes político e económico.
É tempo! É hora!
Mário Frota | director do CEDC
Centro de Estudos de Direito do Consumo de
Coimbra
www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 5
União de Facto, uma tendência.
NA ESCOLHA DOS DIREITOS E DEVERES.
Muitos casais optam por viver juntos, quer
seja por convicção, por falta de recursos
económicos ou como preparação para
o casamento.
A denominada “União de Facto” é uma
situação de facto constatada pela sociedade
e que se consubstancia numa “convivência
de habitação, conjugada com a existência de
relações sexuais a que a doutrina designa de
comunhão de leito, mesa e habitação”.
A união de facto não implica a existência
de qualquer contrato escrito, podendo ser
realizada com pessoas do mesmo sexo, não
sendo fonte de relações familiares entre os
seus membros e, consoante as perspectivas,
podendo ou não estabelecer-se uma plena
comunhão de vida no plano pessoal, mas
nunca no plano patrimonial.
O nosso ordenamento jurídico atribui relevân-
cia jurídica às uniões de facto que tenham
alguma estabilidade, durabilidade, definindo
o legislador que só terão relevância jurídica
se subsistirem há mais de 2 anos.
- Como provar a existência da relação
por período superior a 2 anos, se não
existe como no casamento, um registo
civil de onde se possa extrair certidão?
Tal prova far-se-á conforme os casos, através
de testemunhas ou através de uma mera
declaração, sob compromisso de honra, dos
unidos de facto, na falta de regulamentação
da Lei.
Efeitos da União De Facto A - Efeitos Pessoais:
1 – Os unidos de facto não usufruem do
direito de acrescentar ao seu nome o apelido
do outro, nem a sua relação lhes permite
a aquisição da nacionalidade.
2 – Permissão da adopção, se a relação
durar há mais de 4 anos, e os seus membros
tiverem mais de 25 anos.
3 – Direito de recusar-se a depor como
testemunha, (contra o outro).
4 – Direito de gozar férias no mesmo
período, se trabalhassem na mesma
empresa ou na Administração Pública,
|Correio do leitorExponha as suas ideias, coloque-nos as suas dú[email protected]
5 – Presunção da Paternidade, se existir,
no período legal de concepção, comunhão
duradoura.
6 – Deveres de respeito, fidelidade, coabi-
tação, cooperação e assistência – Embora
com alcance diverso do previsto para o casa-
mento. Há autores que entendem que não
existem deveres conjugais na união de facto,
excepção feita ao dever de coabitação. Os
outros deveres conjugais poder-se-ão exigir
ao companheiro, não por ser companheiro,
mas porque se exigem a todos os cidadãos.
Quanto ao dever de coabitação, ele existe
e a sanção à sua não verificação é a própria
extinção da união de facto, pois a coabitação
para além de dever, é condição da existên-
cia da união – A união de facto para existir
implica comunhão de habitação.
B – Efeitos Patrimoniais
1 - Na união de facto não existe um regime
legal de bens pré-definido com o objectivo
de regular o seu património comum, pelo que
aos unidos de facto aplica-se o regime geral
das relações obrigacionais e reais.
Os unidos de facto podem realizar os contra-
tos que lhes apetecer, sendo únicos
proprietários dos bens que compram, e
podendo vender, sem necessidade do con-
sentimento do outro, os seus bens próprios.
Agem como solteiros, estranhos. A regra é
a da propriedade exclusiva dos bens que o
unido adquire.
No entanto, há excepções, pois podem
adquirir bens para ambos (compropriedade)
e ainda bens de propriedade comum, como
por exemplo bens para fazer face às neces-
sidades da vida em comum – alimentos,
produtos farmacêuticos, etc., com dinheiro
de ambos, sendo da mais elementar justiça,
reconhecer-se que a propriedade de tais
bens, pertence a ambos.
2 – Dívidas Pessoais: Elas não se transmitem
ao outro membro, com excepção das que
são contraídas para fazer face aos encargos
normais da vida em comum – despesas para
a casa, alimentação, divertimentos, etc.
3 – Aplicação aos membros da união de
facto do regime de IRS, nas mesmas con-
dições dos sujeitos passivos casados e não
separados judicialmente de pessoas e bens.
Dissolução da União De Facto A união de facto dissolve-se com
o falecimento, vontade ou casamento de um
dos seus membros.
Implicações práticas:
Intrinsecamente ligada à dissolução da união
de facto, está a disposição relativa à casa de
morada de família e residência comum,
distinguindo a lei entre casa própria e
arrendada. Havendo separação, e sendo
o bem pertencente a ambos, qualquer dos
unidos pode requerer ao tribunal que este
lhe atribua a casa de arrendamento.
Pertencendo apenas a um deles, o outro
poderá, na mesma, solicitar o arrendamento.
Se a casa for arrendada, por acordo ou por
decisão do tribunal (a solicitação de um
deles), qualquer dos unidos poderá ficar com
o arrendamento.
Falecimento de um dos Membros da União De FactoA lei atribui o direito a alimentos e o direito
à casa de morada de família ou residência
comum ao membro sobrevivo.
Alimentos: - Tem que ser requerido no prazo
de 2 anos a contar da data da morte do
companheiro, sob pena de caducidade. Estes
alimentos pretendem oferecer ao membro
sobrevivo as condições indispensáveis ao
seu sustento, habitação, vestuário e, havendo
um menor, também abarca as despesas com
a sua instrução e educação.
Só haverá direito a alimentos, se o membro
sobrevivo não tiver forma de prover à sua
subsistência e estes serão proporcionais à
herança do membro falecido e às necessi-
dades do sobrevivo.
Casa de morada de família ou residência
comum: - Aparece como um direito real de
habitação e de um direito de uso do recheio,
pelo prazo de 5 anos a contar da morte do
membro da união de facto (direito de habitar
na casa por tal período).
Em caso de morte do proprietário da casa,
o outro pode continuar a residir aí durante
5 anos ou mais, se a união tiver sido mais
longa, caso em que, pode permanecer por
um período igual ao da relação. Este período
pode ser alargado por via judicial, tendo em
conta os cuidados dispensados ao falecido
ou a familiares seus, ou se estiver numa situ-
ação de especial carência.
Este direito perde-se se não se habitar
a casa durante mais de um ano, salvo por mo-
tivos de força maior, como um internamento
hospitalar ou assistência a um familiar doente.
Terminado o direito a habitar a casa, pode
permanecer enquanto inquilino, pagando uma
renda. Só não poderá ficar se os proprietários
(herdeiros do falecido) puserem fim ao con-
trato com base nos requisitos exigidos na lei.
Enquanto habitar a casa, o sobrevivo tem
preferência na compra. Estes direitos só são
válidos se não tiver casa própria no mesmo
concelho ou concelhos limítrofes, no caso
de Lisboa ou Porto. Quando a casa pertence
a ambos ou a um dos elementos, o tribunal
pode decidir que fica arrendada a apenas
um, face às respectivas necessidades e ao
interesse dos filhos.
Se o casal viver numa casa arrendada,
o direito ao arrendamento é transmitido ao
companheiro por morte do inquilino. Em caso
de separação, o casal pode decidir quem
fica na casa. Se não houver entendimento,
compete ao tribunal decidir, analisando as
necessidades de cada elemento, o interesse
dos filhos e outros motivos relevantes.
Em síntese, podemos referir que a união de
facto não é uma situação recente em Portu-
gal, ela tem aumentado consideravelmente
nos últimos anos, quer em número, quer em
visibilidade. A união de facto já não é hoje
uma situação específica de um dado grupo
social ou de uma determinada região do País,
mas começa a generalizar-se como uma situ-
ação alternativa ao casamento legal.
(Lei nº 7/2001, de 11.05 alterada pela
Lei nº 23/2010 de 30.08)
(Este artigo, não querendo ser exaustivo, não
dispensa a consulta e leitura da Lei ou
a consulta a um advogado)
Vera Rodrigues | Advogada
DIREITOS
6 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine
Há poucos anos, as chamadas actividades radicais,
até à data apenas praticadas por alguns,
perderam a sua radicalidade e tornaram-se
acessíveis ao grande público pela mão das empre-
sas de Animação Turística assumindo a designação
de Desporto Aventura. São muitos os programas
oferecidos pelas empresas que podem ir desde
a simples descida de rio ao fim de semana radical
mais completo. Pretende-se neste espaço divulgar
e explicar o funcionamento de algumas dessas
actividades. Com a chegada do verão e do tempo
quente, as actividades na água (mar ou rio) tornam-
se convidativas. A Canoagem é uma actividade
de lazer para toda a família, perfeitamente segura,
desde que devidamente enquadrada por monitores
ou por uma empresa de Animação certificada.
É quase unânime por parte das empresas,
a utilização de embarcações (kayaks) em plástico
tipo “sit-on-top” auto-esvasiantes, muito estáveis
e leves, que aliada à utilização obrigatória do colete
salva-vidas, fazem da Canoagem uma actividade
segura, mesmo para quem a pratica pela primeira
vez. Após as primeiras remadas, salvo algumas ex-
cepções, facilmente se controla um kayak ou canoa
num rio ou barragem e respeitando as normas de
segurança esta é uma excelente forma de passar
um dia de aventura.
São inúmeras as ofertas para a prática da Cano-
agem na zona centro, sendo o Rio Mondego a mais
popular e divulgada e muitas as empresas que
prestam esse serviço: Geo Aventura, Caminhos
d’água, Transerrano, Pioneiro do Mondego, entre
outras. A descida do Rio Mondego é uma excelente
forma de se iniciar na Canoagem. Começa em
Penacova e termina junto a Praia Fluvial do Casal
da Mizarela, bem perto de Coimbra, demorando
a descida entre 2 e 5 horas dependendo da
vontade de quem rema. Mais a norte encontramos
o Rio Vouga, a exigir um pouco mais de prática na
modalidade ou a Ria de Aveiro, bem mais acessível,
havendo ainda em algumas praias do litoral centro
a possibilidade de aluguer de canoas ou kayaks.
Como alternativa à Canoagem, encontramos
o Rafting praticado num barco insuflável de 4 a 8
pessoas, geralmente num rio bastante acidentado
(por exemplo Rio Paiva), mas a exigir mais esforço
físico, mais destreza e alguma coragem.
Cuidados a ter: utilizar sempre o colete salva-
vidas, usar protector solar em todo o corpo inclu-
sive as pernas, levar roupa e calçado para molhar,
evitar levar crianças com menos de 6/7 anos nas
descidas de rio, praticar a modalidade sempre devi-
damente enquadrado por profissionais certificados.
Pedro Vila Nova | Monitor certificado de Desporto
Aventura | Escalada, Manobras de Cordas, Ca-
noagem, BTT, Canyoning, Paint-Ball e Orientação.
O conceito de alimentação saudável é hoje
mais complexo do que no passado. Já não se
trata apenas de evitar deficiências nutriti-
vas, mas de escolher alimentos que ajudem
a melhorar a saúde e evitar os que agravem
os riscos de doenças crónico- degenerativas.
É importante saber que necessitamos de
proteínas, hidratos de carbono e gorduras
para sobreviver, mas agora devemos tam-
bém saber realizar melhores escolhas dentro
daquelas categorias.
Os macronutrientes (proteínas, gorduras e
hidratos de carbono) são a categoria básica
de nutrientes de que necessitam os seres
humanos. Produzem energia e permitem
que o organismo realize variadas funções bi-
ológicas. Uma alimentação saudável é aquela
que contém todos aqueles, embora não em
quantidades iguais.
Os hidratos de carbono estão presentes em
alimentos como o açúcar, a batata e cereais,
nomeadamente arroz e o trigo. Embora sejam
essenciais na alimentação, estudos recentes
mostram que de preferência deverão provir
na sua maioria de cereais integrais e fruta,
pois se forem muito refinados (pão branco,
batatas e arroz branco) o resultado é o au-
mento de peso e o risco de desenvolvimento
de doenças crónico-degenerativas.
As proteínas estão presentes em alimentos
como leite e derivados, carne, peixe e ovos,
embora estejam também presentes em
algumas leguminosas. Existem nos músculos,
nos ossos, na pele e em qualquer tecido do
nosso corpo e são fundamentais para quase
todas as funções básicas no organismo.
A ausência destas na alimentação pode
atrasar o crescimento, diminuir a massa mus-
cular, baixar as nossas defesas, enfraquecer
o coração e o sistema respiratório e até
provocar a morte. Para uma alimentação sau-
dável e rica em proteínas poderá ser benéfico
preferir alimentos proteicos com baixo teor de
gordura saturada (a mais prejudicial) como
peixe, leite desnatado, iogurte magro, feijão,
lentilhas, Tofu…
Durante muito tempo gordura e saúde eram
termos incompatíveis. Nos dias de hoje
sabe-se que é uma das principais fontes
de energia do nosso corpo, participando
também na absorção de certos nutrientes.
Uma alimentação pobre em gorduras não é
necessariamente mais saudável, a correcta
selecção destas é que poderá fazer
a diferença. As novas recomendações
apontam no aumento do consumo de
gorduras saudáveis. Estas são “boas” para
o coração, reduzem o risco de hipertensão
e permitem uma manutenção do peso ou
até mesmo a sua perda. Alimentos como
carnes vermelhas e gordas, queijos, óleos
animais e manteigas devem ser evitados pois
são constituídos essencialmente por gordu-
ras saturadas, responsáveis pelo aumento
dos níveis de “mau colesterol ou colesterol
LDL”no organisnmo. Os óleos parcialmente
hidrogenados como o caso da margarina e
alguns produtos cozidos e embalados como
bolos e biscoitos são piores que as gorduras
saturadas pois não só aumentam os níveis de
“mau colesterol” como também diminuem os
níveis de “bom colesterol ou colesterol HDL”.
As gorduras boas incluem as polinsaturadas,
essenciais para as funções vitais do nosso
corpo mas este não as consegue produzir.
Portanto o único meio para a sua obtenção é
proveniente da alimentação. Tanto os ácidos
gordos ómega-3 (provenientes do salmão,
atum, cavala e sardinha), como os ómega-6
(presentes em alguns óleos vegetais) são
muito vantajosos para a saúde. As gorduras
monoinsaturadas como o azeite e algumas
oleaginosas são também muito saudáveis
como substituição das gorduras saturadas
e dos ácidos gordos hidrogenados.
Comer frutas e legumes reduzem alguns
perigos
Toda a gente sabe que as frutas e os
legumes fazem bem à saúde, contém muitos
micronutrientes como vitaminas e minerais
que apresentam um inúmero leque de vanta-
gens. Uma alimentação rica em fruta e
legumes ajuda a diminuir o risco de
hipertensão, doenças cardíacas e AVC.
Vários estudos mais recentes chegam a mos-
trar que também podem reduzir o risco de
cancro da garganta, boca, pulmões, vesícula,
estômago, cólon, recto, mama e próstata.
As cores fortes são a chave de selecção mais
saudável, o licopeno existente no tomate
previne o cancro da próstata, a luteína
existente nos legumes de cor verde escura
ajuda a prevenir as cataratas. Assim,
hortaliças de folha escura, frutos e legumes
amarelos ou alaranjados assim como legumes
vermelhos, leguminosas e frutos cítricos são
os mais benéficos.
È importante salientar a importância da
redução do consumo de sal e produtos sal-
gados (produtos da charcutaria/salsicharia,
alimentos enlatados, batatas fritas, aperi-
tivos…), a substituição por ervas aromáticas
e especiarias é uma boa alternativa de
adicionar sabor e realçar a cor dos alimentos.
O que nos ensina então a nova roda dos
alimentos? A roda dos alimentos é uma
representação gráfica que tem como objec-
tivo principal ajudar a escolher e a combinar
os alimentos que deverão fazer parte da
alimentação diária. A sua imagem associa-se
propositadamente a um prato evitando uma
hierarquização dos alimentos e dando-lhes
igual importância. É composta por sete gru-
pos de alimentos de diferentes dimensões,
os quais indicam a proporção de peso em
que cada um deve estar presente na alimen-
tação diária. Embora a água não possua um
grupo próprio encontra-se no centro por
pertencer à constituição de quase todos os
alimentos, sendo imprescindível à vida. Cada
um dos grupos é constituído por alimentos
nutricionalmente semelhante, podendo ser
substituídos uns pelos outros de modo
a assegurar a variedade e representa, como
dito anteriormente, funções e características
nutricionais específicas, pelo que deverão
estar presentes na alimentação e não ser
substituídos entre si. De uma forma simples
a roda transmite as orientações para uma ali-
mentação saudável, ou seja, uma alimentação
completa (comer alimentos de cada grupo e
beber água diariamente), equilibrada (comer
maior quantidade de alimentos pertencentes
aos grupos de maior dimensão e vice-versa)
e variada (variar os alimentos dentro de cada
grupo) semanalmente e sazonalmente.
Deste modo, seguir as recomendações da
nova roda dos alimentos a praticar actividade
física moderada e regular é fundamental para
uma vida saudável.
Paula Beirão Valente | Nutricionista, licenci-
ada pela Faculdade de Ciências da Nutrição
e Alimentação da Universidade do Porto, a
tirar no momento presente o mestrado em
Nutrição Clínica na Faculdade de Medicina
da Universidade de Coimbra
As escolhas na mesa.Verão saudável com alimentação equilibrada
A canoagem na Região Centro Radicalidade nas margens centro.
DESPORTO
www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 7
Assistimos actualmente, a modificações nas estru-
turas económicas, sociais e familiares que limitam
a capacidade de acompanhar e cuidar das ge-
rações mais velhas, o que implica a reestruturação
de toda a organização social e das relações entre
as gerações (Fernandes, 1997).
Certo é que a circunstância de entrada num lar
pressupõe um vasto conjunto de alterações na
vida do indivíduo, conduzindo-o a abandonar
a sua residência, bem como os hábitos de vida
tão enraizados ao longo de décadas de existência.
Facto este com peso determinante no processo de
adaptação do idoso ao Lar.
O envelhecimento é um processo natural, durante
a velhice as capacidades de adaptação do ser
humano vão diminuindo e o bem-estar psicológico
está, muitas vezes, associado à satisfação em re-
lação ao ambiente familiar e residencial. Talvez por
isso a adaptação do idoso ao Lar seja um processo
moroso e difícil.
Na análise que pretendo fazer, destaco alguns
factores de relevo a observar que dificultam
a integração tais como a vergonha, uma vez que
a integração ainda está sujeita a associações estig-
matizantes; a recusa em abandonar o passado; o
sentimento de abandono por parte da familia;
a resistência em aceitar novas regras de convivên-
cia e alterar hábitos antigos; a necessidade de
cumprir horários e a própria adaptação aos pares.
A pessoa idosa chega á Instituição com hábitos
de vida muito enraizados, e com a ideia que o fim
da vida está proximo. Por este motivo consideram
desnecessário aprender e/ou cumprir um determi-
nado numero de regras que servem para facilitar
a convivência saudável entre os demais. Muitas
vezes este é um factor promotor de conflito.
O lar reúne no mesmo espaço pessoas idosas com
percursos de vida, em situação física e cognitiva
distintas. Com hábitos, valores e maneiras de estar
muito diferentes. A convivência entre pessoas
que carregam experiências de vida e vivências tão
diferentes torna-se muito complicada.
Sendo um dos maiores entraves á adaptação ao lar
o afastamento familiar e o sentimento de contrarie-
dade, embora mascarada para não entristecer a fa-
milia. Outras vezes mascaram esse sentimento para
se auto-convencerem e custar menos a ruptura
com a familia, a sua casa, com a sua vida…
Os idosos acabam por considerar como sua, a
vontade de integrar o Lar, quando na verdade estão
a tentar resolver o problema da familia, libertando-
a para seguir o dia-a-dia sem este “peso”, que os
idosos tao bem classificam como “não os estorvar
de seguir a sua vida”, “deixá-los governar a vida
É verdade que a maioria dos pacientes que
recorrem à Clínica do Cértoma manifestam
interesse em resolver um problema de ordem
estético.
Raramente a motivação da consulta médica
é referenciada com a dificuldade em mastigar
ou numa má oclusão. É, na área da ortodon-
tia, a especialidade da Medicina Dentária
que diagnostica, previne e corrige as mal-
oclusões dentárias e as complicações que
estas podem causar. Assim a importância de
uma boa oclusão fisiológica, como forma de
minorar futuras complicações em estruturas
anexas (dentes, gengiva, músculos e articu-
lação tempero-maxilar).
Deste modo, a ortodontia ajuda na resolução
da componente estética mas sobretudo da
funcional.
Com a colocação de aparelhos removíveis
ou fixos, ou até mais precocemente com
intervenção pré-ortodontica (preventivo–
interceptivo) tornando a intervenção mais
simples, mais económica, mais receptiva
e em menos tempo.
O período de utilização de aparelhos
ortodonticos pode variar entre 6 a 30 meses
e a idade da sua aplicação dos 6 aos 60
anos. Quanto à fase ideal para inicio de trata-
mento, não há. Depende de variadíssimos
factores e por vezes até temos que esperar
para intervir.
Os aparelhos ortodonticos são hoje mais
pequenos. Podem ser cerâmicos, ocultos
e até praticamente invisíveis. Podem ser
combinados com implantes, coroas fixas e
cirurgia gengival. Dentes mais “encavalitados”
costumam ser sinónimo de cáries e dentes
mais saídos (protroidos) significam uma
maior tendência a fracturas devido à maior
exposição. Damos cada vez mais importância
à saúde oral.
A sensação de beleza está relacionada com
sorriso estético.
Um bonito sorriso contribui, por certo, para
a melhoria da auto-estima de todos nós.
Dr. Phillip Fonseca
Clinica do Cértoma
Edif. Do Parque
Rua do Mercado
3780 – 214 Anadia
231516005
918139585
deles…”, “ tem os filhos …como podem tratar dos
velhos?…”. Estas expressões, que tão bem con-
heço, são bem exemplificativas do motivo porque
muitas vezes são os próprios a procurar a resposta
social de Lar.
O trabalho que tenho desenvolvido com idosos,
permite-me dizer que a maioria dos nossos idosos
haviam imaginado outras soluções para quando se
encontrassem numa fase mais debilitada da sua
vida. Entre os factores facilitadores estão
a presença da familia, as temporadas passadas em
casa na acompanhia da familia, não menos impor-
tante é o acolhimento por parte dos técnicos que
os recebem no lar, assim como os colaboradores e
residentes desta tão grande familia que é o Lar.
O lar desenvolve actividades organizadas, interes-
santes e variadas como forma de motivar e mobili-
zar os idosos, fazê-los sentirem-se úteis e valorizá-
los como pessoas capazes de realizar, construir. É
uma forma de destruir sentimentos de vazio, tristeza
e abandono. Promover autonomia, auto-estima e
a adaptação com respeito pela individualidade de
cada um.
Por vezes a ideia da morte, do fim da vida derruba
qualquer investimento no futuro. O trabalho dos
técnicos é fundamental no sentido de investimento
e motivação para que percebam que vale a pena
continuar a desenvolver um projecto de vida.
Em jeito de conclusão, podemos dizer que as
famílias actuais e os estilos de vida moderna se in-
compatibilizam com a situação de cuidar dos seus
idosos. Por este motivo recorre-se cada vez mais
as Instituições - Lares.
Contudo esta é uma questão um pouco contro-
versa, de um lado temos famílias impotentes com
encargos: filhos, prestações de casa, profissões
liberais que os absorvem, competitividade laboral,
horários prolongados. Do outro, temos idosos
débeis, dependentes, incapazes de assegurar as
suas necessidades básicas, a precisar do apoio de
terceiros quase permanente e sós.
A experiência diz-me que não há idosos que
verdadeiramente desejem o internamento, contudo
todos de forma geral concordam que em casa não
teriam a mesma qualidade de vida em termos das
suas necessidades básicas, de saúde, apoio social,
desenvolvimento pessoal e convívio social.
Teresa Lopes | Assistente Social
Directora Técnica IPSS
Ortodontia, necessidade e vantagens.
A minha opinião acerca de… “Adaptação de pessoas idosas ao LAR.”
GERONTOLOGIA|Saúde
Verão com um sorriso bonito
A Periodontologia (perio: em volta de, odonto:
dento) é a área da Medicina Dentária que tem
por objectivo a prevenção, diagnóstico
e tratamento das estruturas que rodeiam
e suportam o dente, gengiva e osso.
A patologia da gengiva inicialmente denomi-
na-se por gengivite (afecta apenas a gengiva)
mas numa fase mais avançada da mesma
establece-se uma periodontite (afecta
a gengiva e o osso de suporte em redor dos
dentes). Com a progressão da periodontite
para um estado grave os dentes começam
a perder o seu suporte e a ganhar mobili-
dade, sendo nas fases mais avançadas
a sua perda inevitável.
Um dos sintomas mais frequentes de
inflamação gengival é o sangramento das
gengivas, embora este esteja diminuído no
caso de pacientes fumadores.
O tratamento da gengivite / periodontite
passa numa fase inicial por uma tartarec-
tomia, vulgarmente chamada “limpeza dos
dentes”, e em fases mais avançadas por um
tratamento cirúrgico.
Na Clínica do Cértoma também disponibili-
zamos a nível da Periodontologia a cirúrgia
plástica periodontal com vista a melhorar
a relação estética dos dentes com as suas
gengivas.
Reabilitação oral Na nossa prática clínica diária na Clínica do
Cértoma é muito comum depararmo-nos com
situações de perdas dentárias provocadas
por cárie, traumatismo, doenças gengivais,
etc. Ao ocorrer uma perda é alterada a função
mastigatória, bem como a estética e a fala.
Como forma de readquirir um estado estético
e functional duradouro são feitas próteses
dentárias que têm como objectivo substituir
os dentes perdidos.
As próteses dentárias podem ser removíveis
ou fixas.
No caso das próteses removíveis, vulgar-
mente chamadas de placas, estas podem
ser colocas e retiradas pelo paciente. As
próteses removíveis podem ser esqueléticas,
no caso de terem uma base em “metal”, ou
acrílicas. Em relação às próteses fixas estas
apenas são retiradas pelo dentista e podem
ser suportadas ou por dentes naturais ou
então sobre implantes. Como próteses fixas
na Clínica do Cértoma temos ao seu dispor
facetas, coroas ou pontes que podem ser
cerâmicas ou metalo-cerâmicas sendo a sua
escolha baseada em rigorosos critérios.
A patologia da gengiva.Como prevenir a Periodontologia?
8 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine
os raios UV estão sempre mais fortes do que no Inverno). - a altitude da cidade (quanto mais alto se está, mais perigosa se torna a radiação UV). A escala que se utiliza para determinar os valores de radiação vai de 0 (radiação mínima) a 10 (radiação máxima).
*Texto cedido pela Ciência Divertida.
Com o Verão e as férias a pedirem uns dias na praia, fique a saber mais sobre os raios UV e as queimaduras solares…
É a energia do sol que suporta toda a vida na terra para além de fazer com que as plantas libertem oxigénio sem o qual os homens não podem viver. Há ainda outro aspecto muito importante, a exposição ao sol faz com que a nossa pele “produza” Vitamina D, cuja principal função é manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue, ajudando por isso à formação e manutenção de ossos saudáveis. Porque é que quando colocamos protector solar a nossa pele não se queima? Os protectores solares criam uma camada de protecção, absorvendo os raios ultravioletas evitando que eles penetrem na pele, provocando a dita queimadura solar. Os protectores solares funcionam por níveis de protecção e multiplicação. Por exemplo, se aguentas 10 minutos ao sol sem protector e se utilizares um factor
10, significa que podes ficar ao sol durante 100 minutos. Se não utilizamos protector solar, os raios penetram na pele provocando danos nas células epidérmicas. Para “remendar” este dano, há um aumento do fluxo sanguíneo para reparar as células danificadas. Por isso, ficamos vermelhos quando apanhamos um escaldão. Quanto maior a exposição ao sol, maior a quantidade de melanina produzida para uma maior protecção da pele. Mas há um problema quando estamos muito tempo ao sol, apanhamos escaldões porque a capacidade de produção de melanina não é suficiente para compensar a quantidade de radiação a que a pele está sujeita. Quanto mais clara for a pele, maior é a probabilidade de isso acontecer. Devem ter muita atenção porque apanhar demasiadas radiações
provoca danos graves na pele e nos olhos.
Não se esqueçam de evitar as horas de maior calor, usar sempre chapéu, óculos escuros e um protector solar adequado à vossa pele. O protector solar protege a pele, evitando que as radiações UV cheguem com tanta intensidade à pele. Já deves ter ouvido na rádio ou na TV a previsão dos raios UV para determinado dia. E se for elevada, aconselham-se cuidados redobrados com a exposição solar e o uso do protector.
Mas como é que esses raios são calculados? O índice de raios UV são calculados com base em diversos factores, são eles: - a espessura da camada de ozono sobre a cidade; - cobertura de nuvens na cidade; - época do ano (já sabes que no Verão
|Ciência
Porque nos queimamos ao Sol?| A exposição ao sol faz com que a nossa pele “produza” Vitamina D, cuja principal função é manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue, ajudando por isso à formação e manutenção de ossos saudáveis… saiba mais.
www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 9
“Nós, terráqueos, estamos admiravelmente
adaptados ao ambiente da Terra porque cresce-
mos aqui. As primeiras formas de vida, que não
estavam bem adaptadas, morreram. (...)
Os seres que tenham evoluído num mundo
totalmente diferente, certamente que também
cantam os seus louvores.”
Pela teoria vigente, o universo iniciou a sua
formação a partir de uma explosão – o big-bang.
De acordo com as melhores medições disponíveis
em 2010, as condições iniciais ocorreram por volta
de 13,3 a 13,9 bilhões de anos atrás. Conseguiu
comprovar-se, através da observação, que este se
mantém em expansão até aos dias de hoje. Esta
expansão foi fundamental no início dos tempos,
pois considera-se que inicialmente a temperatura
era muito elevada e à medida que foi ocorrendo
a expansão a quantidade de energia por unidade
de área foi diminuindo, levando a uma diminuição
da temperatura, o que permitiu que os primeiros
protões e neutrões se formassem. Esta fase foi
a base para a formação dos núcleos dos átomos e,
devido às forças gravitacionais as pequenas ”mas-
sas” foram-se agregando. As reacções termonu-
cleares que foram geradas nestes agregados de
elementos leves originaram outros elementos mais
densos. Pensa-se que o elemento mais pesado que
foi gerado a partir da nucleossintese foi o ferro, na
fase da supergigante.
Esta pequena descrição parece simples mas foram
processos muito morosos, levando alguns milhares
ou milhões de anos. O nosso sistema solar foi
assim formado, pertencendo a uma das galáxias
existentes. O nosso planeta, devido à distância da
trajectória de translação em torno do Sol, tem
a temperatura ideal para que exista água no estado
líquido. O aparecimento de água líquida permitiu
a existência e o desenvolvimento das primeiras
espécies de vida. Inicialmente todas as formas
de vida, desde as primeiras cianobactérias, eram
aquáticas. Estima-se que toda a radiação solar
emitida atingisse a Terra o que levaria a elevadas
oscilações de temperatura na superfície terrestre.
As características da água permitiram diminuir
essas oscilações e promover o desenvolvimento
de espécies aquáticas.
Pensa-se que a atmosfera primitiva era desprovida
de oxigénio, atingindo por isso a Terra toda
a radiação emitida pelo Sol. Principalmente a radi-
ação UV (ultra violeta) que é uma radiação muito
energética provoca graves alterações a todas as
formas de vida. Com o surgimento das primeiras
espécies fotossintéticas aquáticas iniciou-se
a produção de oxigénio (agregado de dois átomos
de oxigénio por uma ligação covalente dupla). Há
medida que se iam formando as moléculas de
oxigénio, este ia-se acumulando à superfície ter-
restre e nas camadas da atmosfera mais próximas.
A radiação mais energética- radiação ultra violeta
que atingia a superfície terrestre fazia com que
as ligações covalentes duplas se quebrassem,
formando-se radicais de oxigénio. Estes radicais em
contacto com as moléculas de oxigénio formam um
novo composto – o ozono. Uma molécula de ozono
é constituída por três átomos de oxigénio.
Estas novas moléculas que se formaram devido ao
aumento da quantidade de oxigénio, atingiram uma
camada da atmosfera designada por estratosfera.
Esta camada de moléculas de ozono foi “engros-
sando” há medida que iam surgindo novos seres
fotossintéticos. Foi então possível a sobrevivência
fora de água, a camada de ozono absorve a radi-
ação que nos é nociva permitindo a vida na Terra.
Temos então dois aspectos que são fundamen-
tais que permitem a existência de vida na Terra,
a camada de ozono e a atmosfera. Cada um tem
um papel fundamental, a camada de ozono “filtra”
a radiação nociva, pois esta é absorvida para
quebrar as ligações deste composto que por serem
instáveis se voltam a ligar e formam novamente
moléculas de ozono. Antes do início da industriali-
zação verificava-se que a velocidade de formação
de moléculas de ozono seria muito semelhante à
velocidade de destruição destas. Com a introdução
de compostos que tinham na sua constituição
moléculas de cloro os designados CFC (clorofluor-
carbonetos), muito utilizados na refrigeração,
sprays e indústria em geral este equilíbrio deixou de
se verificar, sendo que a velocidade de destruição
das moléculas de ozono aumentou. A camada de
ozono, que nos é fundamental foi ficando cada vez
mais rarefeita. A preocupação mundial começou
a verificar-se no momento em foram noticiadas as
espécies que ficaram cegas, devido ao aumento
drástico do número de casos de cancro de pele,
melanoma.
O outro aspecto fundamental para a vida na terra é
a camada de gases de que é constituída a atmos-
fera por permite o efeito estufa e não se verificam
variações drásticas de temperatura entre o dia e
a noite. Este efeito foi essencial para permitir a ex-
istência de vida na superfície terrestre mas, devido
novamente à industrialização e a uma sociedade
extremamente consumista, os valores de dióxido
de carbono aumentaram abruptamente. Este facto
tem um aspecto bastante negativo, permite que
parte da radiação emitida pelo Sol atinja a Terra
(70%), pois a restante é reflectida pela atmos-
fera- o albedo terrestre. A radiação atinge a Terra
e uma parte é absorvida e outra é reflectida pela
superfície, a radiação que é absorvida pertence a
uma ampla gama do espectro electromagnético,
enquanto a radiação que é emitida pela Terra é
radiação da zona do infravermelho. Esta radiação é
reflectida pela camada da atmosfera que cada vez
mais é constituída por moléculas de dióxido de car-
bono. Se a camada da atmosfera retém a radiação
isso faz com que a temperatura à superfície ter-
restre aumente cada vez mais, provocando graves
alterações nos ecossistemas. A vida na terra está
ameaçada devido aos nossos comportamentos é
fundamental que todos nós tenhamos consciência
de que todas as acções contam. Não queremos
destruir em alguns anos o que se construiu ao
longo de 14 bilhões de anos!
Carla Verdade | Gestora de Centro de
explicações | Área de Formação em Química
Aqui ficam alguns conselhos para Brincar em Segurança ao Sol! - Reduza a exposição ao sol entre as 11 e as 16 horas. - Aplique sempre um creme protector solar aos seus filhos, cerca de 30 minutos antes de os expor ao sol. - Ao adquirir um creme com índice de protecção solar (SPF) certifique-se que ele protege contra os Raios UVA e UVB e que é à prova de água. - Utilize sempre nas crianças um creme com um SPF 15, no mínimo. - Utilize um chapéu de abas largas. - Reaplique o creme protector solar, pelo menos, de 2 em 2 horas. - Relembre às crianças o ABC para brincarem ao sol em segurança: A- AFASTA-TE. Fica longe do sol a meio do dia. B- BLOQUEIA. Bloqueia os raios UV, usando um creme de protecção SPF 15. C- COBRE-TE. Usa sempre um chapéu.
| Faça voçê mesmo
Materiais: - Cartolinas coloridas
- Recortes ou objectos
Procedimento:1º Colocar por cima de uma cartolina colorida
um recorte ou objecto (folhas, conchas, etc.);
2º Colocar a cartolina com os recortes numa
janela ao sol;
3º Deixar ficar pelo menos uma semana, se
quisermos mais contraste deixar mais tempo;
4º Ter atenção que os objectos deverão ficar
sempre no mesmo local da cartolina, podendo
ser fixados com fita-cola; é muito importante
que a cartolina não se mova!
5º Passado esse tempo retirar as imagens/
objectos e temos a nossa impressão solar!
ExplicaçãoA exposição à luz solar faz com que a cor
do papel desapareça excepto no local onde
se encontram os objectos, resultando assim
numa fantástica silhueta do mesmo, numa
tonalidade mais escura que a da cartolina.
CIÊNCIA DIVERTIDA - O Big Bang
Sagan, C. (1984)
10 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine
Ainda, as manchas dispersas no limbo podem
coalescer e formar manchas de maior dimensão.
Nos bagos, o primeiro sintoma da doença é uma
pequena mancha circular, descorada, com poucos
milímetros de diâmetro, a qual se alarga rapida-
mente em extensão e profundidade conferindo ao
bago uma coloração escura com reflexos azulados,
um aspecto enrugado e mumificado com
pontuações negras características (picnídios).
Guignardia bidwellii não ataca, normalmente, todos
os cachos da mesma cepa, nem todos os bagos do
mesmo cacho (Foto 4).
Do ponto de vista económico, e apesar do “Black
rot” ser passível de causar estragos a qualquer
órgão verde como folhas, pecíolos, pâmpanos
e inflorescências, os prejuízos são fundamental-
mente ao nível dos cachos, uma vez que os bagos
atacados mumificam ou apodrecem (Foto 4), caso
a estação decorra chuvosa, e os vinhos resultantes
perdem intensidade de cor, frescura e aroma.
Procedimentos a ter no combate da doença. As vinhas devem ser vigiadas desde o início dos
primeiros focos de infecção (folhas e pâmpanos),
tendo presente que, sobre estes órgãos, se vem
a constituir o inóculo responsável pela infecção dos
cachos, onde os prejuízos podem ser elevados.
Medidas indirectas de luta, contributivas de
redução de hipotéticas fontes de inóculo, são de
adoptar. Aliás, em vinhas onde a doença já foi
“BLACK ROT”, uma doença da videira.
Não sendo uma doença recente na Europa,
alterações climáticas globais têm, todavia,
conduzido a que na última década a doença
“Black rot” assuma importância algo considerável
em países vitícolas como Itália, França, Alemanha
e, também, Portugal, onde a doença tem mostrado
importância crescente em regiões como Entre
Douro e Minho, Alentejo, Dão e Bairrada.
“Black rot”, referida por vezes como podridão
negra, ou podridão mácula, é uma doença da videi-
ra, causada pelo fungo Guignardia bidwellii Viala &
Ravaz (anamorfo Phyllosticta ampelicida (Englem.)
van der Aa = Phoma uvicola Berck. & Curtis,
originário da América do Norte.
É precisamente a partir da Primavera que, sob
condições de chuva, os esporos do fungo são
disseminados originando infecções em órgãos
herbáceos como folhas, pâmpanos, mas também
inflorescências e cachos em início de crescimento.
O fungo, que sobrevive em órgãos atacados no
ano anterior, sobretudo bagos mumificados caídos
ao solo e/ou presentes nos frutos que permanece-
ram na videira, desenvolve-se sob condições de
humidade, sendo normal a sua invasão
corresponder a um período chuvoso, e intensificar-
se em vinhas de vegetação densas. Ainda, vinhas
velhas e abandonadas, se infectadas, podem ser
responsáveis pela edificação do inóculo necessário
à contaminação de vinhas saudáveis e sem
qualquer registo da doença.
Os sintomas da doença são peculiares graças à
presença, nos órgãos atacados, de inconfundíveis
pontuações negras (picnídios), correspondentes às
frutificações do fungo e de onde serão libertados
os esporos responsáveis por novas contaminações.
Por exemplo, nas folhas (Fotos 1 e 2), os sintomas
traduzem-se em pequenas manchas circulares
a poligonais, inicialmente acinzentadas, tornando-
se castanho-claras, rodeadas de um halo castanho-
escuro e contendo as tais pontuações negras,
perfeitamente visíveis a olho nu (Foto 3).
observada em anos anteriores, é essencial eliminar
varas atacadas e proceder à apanha manual de
cachos mumificados. Mais, os órgãos atacados
(varas e cachos) devem ser retirados da vinha
e queimados. Quanto à luta química, é de referir
que o enxofre e o dinocape, usados no combate
ao oídio, e o folpete, e os cúpricos, utilizados nos
tratamentos contra o míldio têm-se revelado inefi-
cazes na luta contra o “Black rot”. Já fungicidas do
grupo dos ditiocarbamatos, estrobilurinas
e azóis (usados para o combate a míldio e/ou oídio
e/ou escoriose) têm sido referidos na literatura
estrangeira como adequados protectores contra
o “Black-rot”. Acresce mencionar que o facto de
os cachos apresentarem maior vulnerabilidade ao
fungo desde a fase de pré-floração até ao respec-
tivo fecho, um período coincidente com
a época de maior sensibilidade da videira ao oídio
e ao míldio, faz com que a luta contra o “Black
rot” nem sempre seja específica, aproveitando-se
normalmente eventuais tratamentos contra outras
doenças (escoriose, para ataques precoces; míldio
e oídio, para os mais tardios) desde que a selecção
do fungicida seja adequada. Por último, refira-se
que em Portugal, estão, desde 2010, homologados
os fungicidas Quadris (azoxistrobina) e Quadris
Max (azoxistrobina + folpete) para combate
ao “Black Rot”.
Anabela Andrade | Técnica superior da
DRAPC-MADRP
Fotografias de Anabela Andrade
Referências bibliográficas
Mendes, M.A.S. & Freitas, V.M. 2005. Es-
pécies invasoras potenciais e atuais para a
videira. Comunicado Técnico 129, Embrapa .
Rego C. and Oliveira H. 2007. “Black Rot”
da videira causado por Guinardia bidwellii.
Actas do 7º Simpósio de Vitivinicultura do
Alentejo, 23 a 25 de Maio, Évora, 107-114.
VITICULTURA
Foto 1. Black rot: Mancha típica na folha.
Foto 4. Black rot no cacho.
Foto 2. Black rot: Mancha típica na folha.
Foto 3. Black rot: Mancha necrótica com picnídios.
www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 11
A história da nossa gente.Os alunos da Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra (FEUC), através
dos seus núcleos de estudantes, terão
a possibilidade de escrever mensalmente
na SIMagazine. Sendo este o primeiro artigo,
começaremos pela apresentação da FEUC.
Esta faculdade foi criada em 1972, mas
apenas no ano seguinte a sua primeira
licenciatura (em Economia) entrou em fun-
cionamento. O ano de 1975 é importante na
história da FEUC, uma vez que foi nesse ano
que esta foi transferida da coluna universitária
da Universidade de Coimbra para instalações
próprias na Av. Dias da Silva. Nos anos de
1988, 1989 e 1995 foram criadas, respecti-
vamente, as licenciaturas em Sociologia, em
Gestão e em Relações Internacionais. Actual-
mente, a FEUC oferece também Doutoramen-
tos, Mestrados e Cursos de Pós-Graduação.
Como é hábito na Universidade de Coim-
bra, a FEUC integra para além das quatro
licenciaturas algumas organizações às quais
os estudantes se entregam: a AIESEC,
Associação Internacional de Estudantes
de Ciências Económicas e Comerciais; a
JEEFEUC, Júnior Empresa de Estudantes da
Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra, que permite aos estudantes aplicar
os conhecimentos adquiridos na sua
formação académica através da realização de
diversos projectos contratados por clientes
exteriores à FEUC; o Coral Quecofónico do
Cifrão, a Tuna da FEUC.
A marcar de toda uma geração. Finalmente, integram ainda a Faculdade
de Economia os seus quatro núcleos de
estudantes: o Núcleo de Estudantes de
Economia (NEE), o Núcleo de Estudantes
de Sociologias (NES), Núcleo de Estudantes
de Gestão (NEG) e o Núcleo de Estudantes
de Relações Internacionais – Faculdade de
Economia (NERIFE). Diversas actividades
têm sido realizadas em parceria entre os
vários núcleos, mas a mais mediática é
a organização semestral da Noite dos
Horários, uma das mais tradicionais da
Universidade de Coimbra. Estes organismos
têm como função representar os estudantes
dos respectivos cursos dentro e fora da
FEUC. Diversas iniciativas – desde pal-
estras, a eventos que fomentem a solidarie-
dade social, à recepção aos novos alunos
(portugueses e estrangeiros), ao apoio aos
estudantes ao nível de saídas profissionais
– têm sido imagem de marca dos quatro
núcleos desta faculdade. Hoje, numa época
de grande agitação socioeconómica a nível
nacional e internacional, os quatro núcleos de
estudantes optam por reunir os seus conheci-
mentos nas diferentes áreas de estudos, para
fornecer um melhor serviço na publicação
destes artigos.
Pedro Girão | Aluno de Gestão
da Faculdade de Economia
Transforme a realidade.Já alguma vez pensou criar um pequeno
negócio para aumentar os seus rendimentos
e conquistar um futuro melhor para si e para
os seus? Se já pensou nisso e quer mon-
tar um negócio, mas não sabe como obter
crédito para começar, o microcrédito é
a resposta de que precisa.
O microcrédito é um empréstimo de pequena
dimensão destinado à criação ou dinamiza-
ção de um negócio por pessoas em situação
de exclusão financeira, ou seja, pessoas
cuja situação profissional e pessoal não lhes
permite reunir as garantias exigidas pelos
bancos para obterem crédito. Esta prática
foi desenvolvida na Ásia nos anos 70, sendo
a experiência do Prof. Muhhamad Yunus, no
Bangladesh, a mais reconhecida interna-
cionalmente, tendo-lhe sido atribuído
o Prémio Nobel da Paz em 2006.
Num momento de crise como o que esta-
mos atravessar em Portugal, de crescente
desemprego e em que são pedidos sa-
crifícios a todos, não é fácil pensar que os
problemas podem ser vistos como desafios.
Contudo, olhando com atenção, é possível
identificar exemplos de empreendedores que,
contrariando o pessimismo instalado, tiveram
sucesso lançando novos negócios.
E entre estes exemplos, encontram-se vários
que recorreram ao microcrédito.
Em Portugal, o microcrédito está ligado à
Associação Nacional de Direito ao Crédito
(ANDC), uma associação privada sem fins
lucrativos criada no final de 1998. A ANDC
apoia pessoas a desenvolverem os seus pro-
jetos de negócio, atuando como intermediária
junto dos bancos, sem cobrar nada aos em-
preendedores. Mas o microcrédito é mais do
que um pequeno crédito. Para todos os que
trabalham na Associação, seja como técni-
cos de microcrédito seja como voluntários, o
objetivo é responder aos que nos contactam
dando-lhes ajuda na preparação do plano de
negócios e acompanhando-os permanente-
mente durante os primeiros anos de atividade.
Nos últimos 12 anos muitas pessoas inici-
aram pequenos negócios através da ANDC,
em áreas tão diversas como o comércio de
artigos desportivos, a agricultura biológica
ou a reciclagem de tinteiros, entre muitas
outras. Segundo dados do Instituto Nacional
de Estatística, em 2009 mais de 95% das
empresas em Portugal eram microempresas.
Começar pequeno e testar o negócio, dando
pequenos passos para o futuro constitui uma
solução inteligente no enquadramento atual.
Neste contexto, o microcrédito pode ser
o “empurrão” necessário para que a sua ideia
se transforme em realidade.
Joana Afonso | Técnica de
Microcrédito da ANDC
www.microcredito.com.pt
808 202 922
ECONOMIA
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Microcrédito uma oportunidade perto de si.
12 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine
PORTUGALIDADES, SA.
As Medidas.
Esta rubrica designa-se de Portugalidades,
SA., porque ainda estou na dúvida se no
fim deste texto me devo manter anónimo, tal
qual muito político enterrador de Portugal ou
dirigente desportivo, que sempre se escapa à
nossa quieta, quase parada mesmo, justiça…
ainda na semana passada ficamos a saber
que afinal determinada ex Presidente de
Câmara teve que ir de férias para o Brasil por
causa de uns míseros 117 euros . Um dos
intervenientes não está na medida certa, ou
a justiça, ou a respeitável (e bonita) senhora.
Os dois é que não ficam bem na fotografia…
Mas eu que dizia… perco-me com estas coi-
sas… e ainda agora me lembrei de algo entre
um construtor e presidente de um clube de
futebol e… alguém de uma Câmara Municipal
da… (lá está o político enterrador de Portugal
ou o dirigente desportivo) que raio de medida
explosiva. Mas… ah, já sei… questionava
se no fim do texto o leitor encontra mais um
anónimo de Portugal, ou se dou o peito às
balas e aparece lá o meu nome. Veremos.
Sempre fui curioso! Sim curioso. Daqueles
que espreita pela fechadura… Não! Nunca
fiz isso. Bem, confesso que tive vontade em
algumas circunstâncias! Ok, está bem. Se
calhar uma ou outra vez fui levado a espreitar
por uma curiosidade maior que o respeito.
Mas só uma ou outra vez. Lembro-me que
numa dessas vezes tirei as medidas a uma
rapariga que jogava andebol no mesmo clube
que eu. Deveria ser um 38 copa B. Para além
disso nada. Ou tudo. Uma vontade enorme
de confirmar se essa era a medida da minha
mão. Uma questão de medida. Somente isso.
A minha família sempre me olhou como
o menino mais respeitador, humilde e exem-
plar. Um dos meus primos sofria com isso.
Pois ele era tudo o contrário. O rebelde.
O afrontador. Eu é que era o exemplo.
O que ninguém sabia é que eu, sozinho e
em surdina era muito curioso. Lembro-me
de desfazer dois carrinhos só para perceber
como estava montado e como funcionava.
Ah! Claro, depois montava tudo direitinho,
pois a medida que me estava tirada era a do
bonzinho. E nenhum bonzinho e politicamente
correcto desfaz os próprios brinquedos.
Guarda-os com muita estima (aquela estima
que sai da ponta dos membros superiores
dos pais e quiçá, para os mais traumatizados,
dos inferiores). E se se brinca com eles, os
brinquedos, guardam-nos logo de seguida.
Muitos há que só os guardam na caixa para
que durem muito tempo e geralmente tanto
tempo que quando dão o grito do Ipiranga e
abalam, levam consigo os brinquedos… para
o contentor mais próximo
Ah! Já me perdi outra vez, mas falava de me-
didas. Um metro, um kilo, um litro, 86-60-86,
entre outras. Falava também de curiosidade.
Lembro-me de estar curioso de qual seria
o efeito de passar aguarrás no rabo de um
bichano… e será que soube?… deixo ao
imaginário do leitor Também me lembro de
pôr um sapo a fumar, por curiosidade. Deli-
cioso para miúdos de 12 anos. Hoje abomino
esse tipo de coisas. Continuo curioso,
muito mesmo, não obstante de coisas mais
sérias como a política, por exemplo. Eu disse
sérias?! Enganei-me. A única coisa séria da
política é o facto das acções pouco sérias da
maior parte dos políticos ter implicações de
verdade, portanto sérias, na vida das
pessoas.
Recentemente fui de Coimbra a Vila Real e
a determinada altura da viagem passei por um
sinal de informação de trânsito onde figurava
Vila Real 110. Perguntei-me a mim próprio
se me tinha enganado, uma vez que pelas
minhas contas de cabeça já deveria estar
mais perto. Porém, dei de barato. “Enganaste-
te ”, pensei. Normalmente nas viagens venho
com a cabeça na Lua, Marte, Vénus a ouvir
rádio e por vezes acontece-me o “Ups, acho
que era ali que tinha que virar, mas agora já
não posso!”. Enquanto pensava nas coisas
que ainda tinha que fazer naquele dia passo
por outra placa que informa Vila Real 118.
Fiquei curioso. Muito curioso. Como é pos-
sível!? Andei para trás? Sendo eu caranguejo
e distraído poderia ter sido possível, Mas não!
O meu GPE (Grande Possibilidade Erro)
estava certo. Porém desbaratinou por com-
pleto quando cinco quilómetros depois vi out-
ra placa informativa com Vila Real 86. VILA
REAL 86!!!!????? Tiraram mal as medidas?
Talvez, sei lá! Acho que sim… ou alguém não
sabe o que anda a fazer! Mas qual a minha
admiração… muitas pessoas deste e neste
país não sabem o que andaram e andam a
fazer…! Temos um Presidente que não per-
cebe nada de informática. Será que com se-
tenta anos também isso se deveria exigir...!?
Um (des)segredo de justiça. Um processo…
uns processos, que tentam medir a paciência
das pessoas – Apito Dourado, Casa Pia,
Noite Branca, Face Oculta, Freeport entre
outros. Greves gerais com um intervalo
de adesão que chegam a variar 80 pontos
percentuais. Governo ou Sindicatos… quem
tirou mal as medidas? Um desgoverno nas
contas públicas. Escutas telefónicas… de
brincadeirinha, já que não serviram para nada,
para além de todos ficarmos a saber
a verdade. Já agora… quem escuta os es-
cutadores? É que estes, a não ser escutados,
têm mais regalias que o Primeiro Ministro, ou
alguns dirigentes desportivos… Quero ser
escutador, não lhes tiram as medidas. Não!
Prefiro ser espectador de quem não sabe
a medida que lhe cabe no seu papel social,
embora o desejasse, se calhar perdi a me-
dida… acontece.
Já agora… prefiro deixar o SA para os
outros…
A.L. Cairrão | Professor Universitário
www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 13
O DECRETO Nº 6.583, DE 29 DE SETEMBRO
DE 2008, promulga o Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de
dezembro de 1990, estabelecido entre os países
de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé
e Príncipe).
Apesar de ter vindo para ficar, o Novo Acordo
Ortográfico ainda não se pode considerar
consensual. Para muitos, não passa de um
complicar da nosso língua, língua esta que se
encara estar a perder mas que, no entanto,
se deverá reaprender.
Apesar de ter entrado em vigor em janeiro de
2009, em Portugal, decorre, até 2015, um
período de transição, durante o qual se pode
ainda utilizar a grafia actual.
Vejamos o que muda, afinal, com o novo acordo ortográfico?Em primeira instância, o nosso alfabeto
passa de 23 para 26 letras, com a inclusão
definitiva do K (capa ou cá), do W (dáblio, dâ-
blio ou duplo vê) e do Y (ípsilon ou i grego).
- Os meses e as estações do ano: janeiro,
março, julho, verão, …
(Uso obrigatório da minúscula inicial)
- Os pontos cardeais: norte, sul, …
(Uso obrigatório da minúscula inicial)
- Títulos de livros: A Arte de Escrever Ro-
mances ou A arte de escrever romances
(Uso facultativo de minúscula ou maiúscula)
- Expressões de tratamento ou nomes
sagrados: Exmo. Sr. ou exmo. sr., Santa
ou santa Rita (Uso facultativo de minúscula
ou maiúscula)
- Sítios públicos e edifícios, nomes de ruas
e templos: Praça da República ou praça
da república (Uso facultativo de minúscula
ou maiúscula)
- Nomes de disciplinas escolares, cursos
ou campos do saber: História ou história,
Português ou português
(Uso facultativo de minúscula ou maiúscula)
- Os meses e as estações do ano: Janeiro,
Março, Julho, Verão, …
- Os pontos cardeais: Norte, Sul, …
- Títulos de livros: A Arte de Escrever
Romances
- Expressões de tratamento ou nomes
sagrados: Exmo. Sr., Santa Rita
- Sítios públicos e edifícios, nomes de ruas
e templos: Praça da República
- Nomes de disciplinas escolares, cursos
ou campos do saber: História, Português
EDUCAÇÃO
Universidade de Aveiro
Medidas EducativasA educação é uma área de formação,
inovação e investigação complexa e
multifacetada. Além dos especialistas,
que em Portugal e na comunicação social
raramente são considerados, muitas têm
sido as vozes que se fazem ouvir, mas cujos
fundamentos raramente são enunciados e
assumidos. É verdade que precisamos todos
de discutir questões variadas como: O que é
educar? Que educação queremos para estas
crianças, alunos e estudantes?
Todavia, outras existem que devem ser pon-
deradas e enquadradas em políticas educati-
vas e investigações sustentadas que têm sido
desenvolvidas em muitos países ocidentais e
também em Portugal. Nesta perspetiva e na
sequência do escrito no meu blog profis-
sional (blogs.ua.pt/ctspc) junto aponto as 10
medidas educativas que considero absoluta-
mente essenciais para os próximos dois anos,
especialmente no contexto económico e
social atual em Portugal, onde se afirma que
a educação é uma das vias para a mudança
e melhoria que urge:
1. Avaliar o modo como foi e está a ser
operacionalizado o processo de Bolonha
na formação inicial de Professores; depois,
articular esta com a formação continuada e
pós-graduada que se realiza nas instituições
de Ensino Superior; neste âmbito tornar coer-
ente este processo de formação com
o modelo de concurso de professores, espe-
cialmente os do 2º Ciclo do Ensino Básico;
2. Realizar meta-análises à investigação que
tem sido realizada em educação, especial-
mente em Portugal, divulgar as boas práticas
e implementar as consideradas prementes;
por exemplo, dadas as necessidades que têm
sido identificadas, continuar, mesmo que em
condições económicas diferentes, e alargar
os programas de formação de professores
iniciados no 1º CEB (Matemática, Ciên-
cias e L. Portuguesa) aos ciclos de ensino
seguintes; o mesmo em relação aos mega-
agrupamentos: Onde estão os estudos que
apontam as vantagens pedagógicas que têm
sido apontadas?
3. Avaliar o atual modelo de avaliação de
desempenho dos Professores e proceder
aos ajustes considerados necessários; um
dos aspectos a ter em conta nesta avaliação
ter a ver com a não existência de elementos
externos à escola neste processo;
4. Desenvolver novos Programas disciplinares
adaptados às necessidades atuais e que se
estimam para os próximos anos nas áreas e
disciplinas em que não existem, tal como as
de Ciências; só assim se poderá aproveitar
e dar continuidade a este esforço com o
“Projeto das Metas de Aprendizagem” (http://
www.metasdeaprendizagem.min-edu.pt/);
o mesmo em relação à educação pré-escolar,
particularmente para todas as crianças com 5
anos, para as quais defendo a definição das
competências consideradas alicerce;
5. Avaliar o que estão de facto os alunos
a aprender no ensino básico e no ensino
superior; ou seja, não basta ao próprio
sistema educativo realizar provas de aferição
a duas disciplinas; este processo deve ser
alargado a outras disciplinas e ser também
independente do sistema central; tem de ser
também coerente com o currículo nacional
e programas em vigor; mas ter atenção que
os exames nacionais não são um fim em si
mesmo!
6. Avaliar a qualidade das Novas Opor-
tunidades e dos cursos EFA sem deixar
de alargar com efetivas competências as
oportunidades de aprendizagem para jovens
e adultos; os relatos e práticas que têm sido
públicos não são abonatórias e devem ser
inspeccionados!
7. Com base em um amplo e alargado debate
da sociedade civil identificar as áreas prior-
itárias e emergentes de formação e quali-
ficação para se concentrar o investimento
público (quer no ensino secundário, profis-
sional, superior, …), como parece ser o caso
das TIC!
8. Valorizar a profissão docente com recon-
hecimento responsável da autoridade dos
Professores; não podemos continuar a as-
sistir às situações de desafio e desrespeito
sob pena de se hipotecar a educação do
futuro e o real êxito dos alunos e estudantes
Portugueses;
9. Avaliar as escolas/agrupamentos no seu
todo (incluindo o modo como as autarquias
têm exercido as suas competências nesta
área) com equipas mistas (Inspeção Geral
da Educação, Professores de Escolas e Do-
centes e investigadores do Ensino Superior
envolvidos na formação de Professores);
valorizar com base nesta, as condições,
recursos e mesmo a autonomia das escolas;
10. Compilar todos os relatórios, estudos
e pareceres sobre as áreas Curriculares
Não-Disciplinares e proceder às mudanças
necessárias, como a efetiva implementação
de áreas transversais como a da Educação
para a Cidadania, Educação para a Saúde,
com destaque para a Sexual e Reprodutiva.
(Texto escrito segundo o novo Acordo
Ortográfico)
Rui Marques Vieira | Docente Universitário
e Investigador em Educação
O Novo Acordo Ortográfico:Quais as mudanças?
ANTES AGORA
Estas três letras usam-se nos casos
seguintes:
- Em nomes de pessoas (antropónimos) e os
seus derivados provenientes de uma língua
estrangeira: Kant, kantiano, Byron, byroniano,
….
- Em nomes de localidades (topónimos) e os
seus derivados provenientes de uma língua
estrangeira: Kuwait, kuwaitiano, Malawi,
malawiano, …
- Em siglas, símbolos: W- oeste (West);
kg - quilograma, km – quilómetro, …
- Em unidades de medida de curso
internacional: yd - jarda (yard), watt, …
- Em palavras de origem estrangeira de uso
corrente: yoga, workshop, …
Adelaide Rosa | Professora licenciada
em ensino de português e francês pela
Universidade de Aveiro
As maiúsculas e as minúsculas obedecem a renovadas regras segundo o novo acordo:
14 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine
tecido da comunidade em que se encontram
inseridas, servindo-a e contribuindo para
o seu desenvolvimento educativo, cultural e,
consequentemente, social.
Não se esqueça, aproveite a ocasião, visite
muitas Bibliotecas e Leia mais neste Verão!
Um conselho da
Biblioteca Municipal de Anadia
Leia mais neste Verão.
Os hábitos de leitura, flutuantes por natureza,
partilham com a gíria turística a “época alta”
e a “época baixa”, pois costumam oscilar em
função de diversas condicionantes, sendo a
época do ano uma das mais determinantes.
O Verão, para a maioria dos portugueses, é
sinónimo de férias, de tempo livre,
o que se traduz num aumento dos índices de
leitura, pois o acto de ler casa na perfeição
com praia, com esplanada, …. e com um sem
número de outros prazeres indizíveis.
Não conheço mala que vá de férias e que
não contenha, pelo menos, um livro. É um
elemento indispensável, tal como o protector
solar ou os óculos de sol. É o livro e a leitura
que nos protegem da monotonia das horas
que passamos deitados ao sol ou sentados
na esplanada, ou...
Todavia, na eventualidade de um inusitado
esquecimento, aconselhamos a que não se
preocupe, pois ao contrário do protector
solar ou dos óculos de sol, para conseguir
o livro de que se esqueceu ou outros que,
entretanto, lhe apeteça explorar, não precisa
de agravar o seu orçamento, basta que visite
a Biblioteca mais próxima e garanto-lhe que,
certamente, haverá, no mínimo, uma, bem
próxima de si. A Rede Nacional de Biblioteca
Públicas cobre, praticamente, todo o país
com Bibliotecas modernas, equipadas com
múltiplos recursos e disponíveis para o servir
em toda a parte, até na praia.
As Bibliotecas, à semelhança das unidades
hoteleiras, preparam-se, com antecedência,
para o receber e satisfazer as suas
necessidades. Há toda uma preparação para
que, nas férias, a leitura seja uma constante.
Por exemplo, a nossa Biblioteca, para além
de já ter recebido todas as novidades
editoriais publicadas no último mês, ainda
aumentou o número de livros passíveis de
requisição domiciliária, dos habituais três
para cinco.
De facto, este é um período a que nenhuma
Biblioteca fica indiferente: as Bibliotecas
que se situam mais no interior ocupam-se de
abastecer quem vai para fora; as do Litoral,
encarregam-se de disponibilizar, quer aos
mais esquecidos, quer aos mais ávidos, esta
fonte inesgotável de descoberta e de prazer
que é o livro.
Numa época em que os recursos económicos
escasseiam, visite e use as Bibliotecas
Públicas, pois para além de serem um serviço
pago pelos contribuintes, logo, naturalmente,
pertença pública, possuem uma exponencial
variedade de títulos, desde os clássicos
aos contemporâneos, para não falar nas
diversas áreas do conhecimento. Lembre-se
que quanto mais usar, mais contribuirá para
melhorar qualidade das Bibliotecas Públicas
Portuguesas.
Só com utilizadores mais implicados é
possível que as Bibliotecas se cumprem
na sua plenitude, ou seja, que se tornem
www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 15
|Sugestão de Leitura
| O Cemitério de Praga| Deixe aqui a sua marca.
Durante o século XIX, entre Turim, Palermo e Paris, encontramos uma satanista histérica, um abade que morre duas vezes, alguns cadáveres num esgoto parisiense, um garibaldino que se chamava Ippolito Nievo, desaparecido no mar nas proximidades do Stromboli, o falso bordereau de Dreyfus para a embaixada alemã, a disseminação gradual daquela falsificação conhecida como Os Protocolos dos Sábios de Sião (que inspirará a Hitler os campos de extermínio), jesuítas que tramam contra maçons, maçons, carbonários e mazzinianos que estrangulam padres com as suas próprias tripas, um Garibaldi artrítico com as pernas tortas, os planos dos serviços secretos piemonteses, franceses, prussianos e russos, os massacres numa Paris da Comuna em que se comem os
ratos, golpes de punhal, horrendas e fétidas reuniões por parte de criminosos que entre os vapores do absinto planeiam explosões e revoltas de rua, barbas falsas, falsos notários, testamentos enganosos, irmandades diabólicas e missas negras. Um brilhante romance histórico de um dos maiores escritores contemporâneos.
ECO, Umberto. – Cemitério de Praga. – Lisboa: Gradiva, 2011. ISBN 978-989-616-408-9.