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 RESUMOS DOS SIMPÓSIOS:  ESTUDOS LITERÁRIOS 

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  • RESUMOSDOSSIMPSIOS:ESTUDOSLITERRIOS

  • 1 Proponente

    Nome Completo Milton Hermes Rodrigues

    2 Proponente

    Nome Completo Silvana Oliveira

    TEXTUALIDADES. CULTURA E SOCIEDADE NA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORNEAResumo

    O termo "diversidade" define bem a literatura brasileira contempornea, aquela pratica nos anos de 1970 at nossos dias. Essadiversidade suscita um sem nmero de indagaes, de abordagens, desde aquelas consideradas tradicionais, interessadas nasrelaes entre Literatura e Histria, entre Literatura e Sociedade, Literatura e Psicologia, Literatura e Linguagem, at as maisrecentes (ou assim consideradas). voltadas para embates culturalistas, para o "discurso", para a "recepo", as "minorias",expresses nem sempre satisfatrias, mas que podem atestar, pela variedade do arsenal metodolgico (com frequnciaentrecruzando-se, em maior ou menor grau) a referida diversidade. Na poesia, por exemplo, ocorrem o resgate ou acontinuidade da "alegria" (desprendimento formal e temtico) modernista, a assimilao da conteno "cerebral" cabralina, oaproveitamento do ludismo grfico concretista, para citar apenas algumas tendncias mais criticamente referencializadas, queno devem minimizar, todavia, a importncia de outras manifestaes. Na fico contempornea conhecemos a "exploso" doconto nos anos 70 (iniciada na dcada anterior), gnero submetido a notveis variaes temticas e estruturais, reincidindo numexperimentalismo por vezes demasiado pessoal, fenmenos, todos, e mais outros aqui omitidos, observveis tambm noromance. Tanto a prtica potica quanto a ficcional se ressentiram, pelo menos durante certo tempo, de dois (simplificandobastante) fatos histricos de vulto: no Brasil, a vigncia do regime militar e, no plano internacional, a guerra fria com seussuportes ideolgicos aparentemente bem alinhavados, os quais, com o tempo, foram considerados demasiado maniquesticas,incompletos, o que tornau mais compreensveis, em certa medida, algumas mobilizaes "rebeldes", por vezes tomadas, nocampo cultural, como movimentos contraculturais, j ento conciliados, ou buscando conciliar-se, com padres do gostopopular, massivo, entre eles o rock`n roll, que aparece ainda como atitude privilegiada. Passado o perodo de apreensespolticas, de um lado, e de "desbunde", de outro (no necessariamente excludentes), os autores novos, embora vivendo emparte essa herana, procuraram caminhos mais libertos, por vezes mais individualistas, atentos, entre outras opes, sexperincias malogradas do sujeito nos centros populosos, refratrios normalmente s vivncias da individualidade. Essasmarcaes temticas e formais, necessariamente reduzidas aqui, mal sugerem, nas suas generalizaes, a amplitude daspossibilidades interpretativas. O simpsio aqui proposto abre a oportunidade para que alguns pesquisadores possam comunicarsituaes e fenmenos da literatura brasileira contempornea (a partir dos anos 70). Para o que interessa imediatamente aqui,entende-se cada participao como um depoimento, como uma reflexo sobre o fato literrio enquanto infomao da vidascio-cultural, de textualidades relacionadas realidade brasileira, em particular.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Marisa Corra Silva

    2 Proponente

    Nome Completo Acir Dias da Silva

    TEORIA E LITERATURA: PARADOXOS E INTERPRETAESResumo

    Teoria e Literatura: paradoxos e interpretaes O presente simpsio objetiva reunir pesquisadores cujo trabalho seja resultadode, ou envolva diretamente, reflexes sobre aspectos literrios (poeticidade, lirismo, narratividade etc.) em obras hbridas comocinema, encenao teatral, fotografia, pintura etc. e sobre a adaptabilidade de teorias que no foram criadas visandoespecificamente a anlise de obras literrias compreenso dessas obras (Teoria crtica, Teoria Cultural, feminismo,materialismo lacaniano etc). O dilogo entre formas literrias e no-literrias representa um desafio ao pesquisador, cujaconsecuo depende de um entendimento rigoroso das especificidades tanto do meio no qual a obra escolhida se apresentaquanto das origens e contexto no qual o pensamento terico foi desenvolvido. Para levar a cabo com sucesso uma pesquisanesses moldes, fundamental que se faa uma reflexo no apenas sobre a teoria em si, mas sobre a aplicabilidade do seuinstrumental ao objeto, ou aos objetos, especfico(s) de cada estudo, o que, por vezes proporciona uma contribuio importantepara os rumos da prpria teoria; no caso das obras hbridas, por vezes promove iluminaes sobre aspectos especficos decada meio, ora por contraste e por conscincia de sua irredutibilidade aos outros, ora pela revelao de paralelismosimportantes, nem sempre bvios. Ao lanar mo daquilo que, para descrever o objeto do simpsio, chamaremos de olharescruzados, o pesquisador depara no somente com a necessidade de rigor e de cuidados, mas tambm com o desafio dacriatividade. A pesquisa que lana o olhar cruzado nunca vem com resultados previsveis; ou, se o faz, f-lo sobre um terrenominado e no mapeado. preciso reinventar solues que j pareciam consolidadas, estilhaar certos pressupostos de outras,criar solues novas e, principalmente, no ceder ao temor do novo. O exerccio crtico se torna renovado e, no limite,libertador. A reverberao do pensamento aqui desejado no se limita ao campo da produo acadmica tout court, mas podeoferecer alternativas viveis, suplementao prtica ou abordagens inovadoras para, por exemplo, as prticas de ensino, aspolticas de educao ou as discusses contemporneas cujo foco ainda polmico, como a relao entre os jovens e ainternet etc. Este simpsio deseja estimular o debate sobre esse desafio, incluindo no apenas trabalhos que apresentemsolues felizes aos dilemas propostos pelas anlises mas tambm comunicaes que apontem e debatam problemas depercurso a serem resolvidos futuramente, bem como releituras de tericos consagrados, tanto no sentido de mostrar lacunasquanto para evidenciar a atualidade do pensamento deles, uma vez corrigidas distores de contexto scio-histrico dasreleituras de seus textos. Ao abordar obras no-literrias, o enfoque que mais interessa a este simpsio o da aplicabilidade denomenclatura e de conceituao a aspectos literrios, promovendo uma aproximao entre formas artsticas distintas ereiterando a necessidade do pensamento interdisciplinar e ou multidisciplinar no desenvolvimento de uma massa crticarelevante no mbito das Cincias Humanas.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Marly Catarina Soares

    2 Proponente

    Nome Completo Nncia Ceclia Ribas Borges Teixeira

    O QUE APARENTA SER NO O : FIGURAES DE GNERO E RAA NALITERATURA BRASILEIRA

    Resumo

    Nos ltimos anos, muito se discute sobre diversidade cultural, de gnero e de sexualidade nos diferentes campos doconhecimento. Vivemos em um mundo em que nada mais definitivo e duradouro, e o que aparenta ser no o . Conceitossedimentados com base num patriarcalismo tradicional perderam seu espao hegemnico frente a interminveis lutas dasminorias. Nas ltimas dcadas, a literatura tem visto expandir o nmero de mulheres que se firmaram como escritorascolocando a lume seu mundo, seus problemas, o universo que as cercam. A proposta deste simpsio partiu de uma indagaosobre a produo literria das minorias que abrange no somente a mulher, mas a mulher negra e o homoafetivo. O que estesautores escreveram ou escrevem sobre sua condio de minoria que, por vezes, subalterna e que os faz excludos. Sabemosque as lutas reivindicatrias da mulher comearam a ganhar forma desde o sculo XIX, quando estas se viram excludas pelaspromessas de liberdade, igualdade universal e direitos polticos estendidos a todos durante a Revoluo Francesa (Scott, 2001).Para Scott (2001), o protesto feminista contra a excluso poltica da mulher visava eliminar as diferenas sexuais na poltica,entretanto, ao defender as mulheres na tentativa de eliminar a diferena sexual, o feminismo, em nome dessas mulheres,alimentava, ainda mais, essa diferena. "Esse paradoxo a necessidade de, a um s tempo, aceitar e recusar a diferenasexual permeou o feminismo como movimento poltico por toda sua longa histria de acordo com a autora (SCOTT, 2002,p.27). A excluso das mulheres da vida poltica, intelectual e cultural levou-as, gradativamente, a posicionar-se contra asprticas machistas assumindo uma postura cada vez mais clara e responsvel dentro da perspectiva da poltica feminista pelaconquista dos direitos civis. Dentre esses direitos pode-se destacar o direito educao e profisso. Tal postura assumidapelas mulheres representou um grande avano na caminhada do movimento feminista, e pode ter tido um reflexo imediato naliteratura escrita por mulheres. Zahid Muzart (2003) afirma que a principal ligao do feminismo com a literatura aconteceu nosculo XIX quando as mulheres resolveram sair do fechamento domstico. Para Muzart (2003), as mulheres que escreveram,que desejaram viver da pena, terem profisso de escritoras, pode-se dizer que foram feministas, pois s o fato de sarem daesfera domstica era um indcio de possurem o desejo de subverso. Mais recentemente, o direito da mulher em se fazer ouvirem todas as esferas da vida pblica tem sido preservado e de certa forma respeitado. Mas qual o espao das minorias naliteratura enquanto produo? Qual o espao dessas minorias no mbito acadmico, como objeto de investigao? A propostadeste simpsio dar visibilidade literatura de autoria feminina, negra e homoafetiva. Para viabilizar o debate proposto, estesimpsio espera congregar pesquisadores/as que desenvolvam pesquisas nessa esfera.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Edison Bariani

    2 Proponente

    Nome Completo Mrcio Scheel

    LITERATURA E CINCIAS HUMANAS: LIMITES, APROXIMAES EDISTANCIAMENTOS

    Resumo

    As relaes entre literatura e cincias humanas sempre foram mais estreitas, complexas e profcuas do que parte considerveldos cientistas e dos crticos literrios gostaria de admitir. Plato lanou mo dos mitos, elemento essencial ao discurso potico,como forma alegrica de expresso do conhecimento filosfico. Aristteles defende, na Potica, a ideia de que a diferenafundamental entre o poeta e o historiador no est na forma de expresso de suas obras, mas naquilo que expressam: ohistoriador remete-se aos acontecimentos tais como foram, ao passo que o poeta concebe os fatos como poderiam ter sido. Emfins do sculo XVIII, os romnticos alemes, influenciados por Kant, tornam-se representantes fundamentais do pensamentoidealista da poca, solicitando que poesia e filosofia se aproximassem novamente, exigindo uma criao literria cada vez maisaberta reflexo crtica, ao exerccio do pensamento. A literatura realista-naturalista adere fortemente aos princpioscientificistas do perodo, dando origem, inclusive, noo de romance experimental de tese, sendo que o conceito deexperimental no est de nenhum modo associado aos ideais modernos de experimentalismo formal, mas sim aos princpioscientficos estabelecidos pelo mdico e fisiologista francs Claude Bernard. Experimental como parte de um processo empricode recolher fatos, estabelecer uma hiptese, isolar um ambiente, experimentar, observar, analisar, verificar, explicar edescrever. Nesse sentido, o sculo XX viu desenvolver-se, no campo dos estudos literrios, um amplo conjunto de mtodoscrticos que pressupunham, desde seus fundamentos tericos, a utilizao de um arsenal conceitual e metodolgicoestreitamente articulado com a cincia. Tambm a literatura, a partir da modernidade, preocupa-se no somente em narrar,mas, sobretudo, em interpretar o mundo que narra, mormente as relaes entre os homens, j to distantes da natureza, e suaexistncia num mundo que j eminentemente social, puramente social, segundo Ferenc Fehr. As cincias sociais, desdeseu nascimento no sc. XIX, lanaram mo do texto e da viso literrios para recolher informaes e mesmo explicar a vidasocial: Marx, por exemplo, recorre a Balzac para entender e exercitar sua crtica vida e atitudes burguesas. Mais ainda, ascincias sociais a despeito de posies naturalistas, positivistas e cientificistas tomadas como formas de gerao deconhecimento por meio da criao, da originalidade, da inveno, da renovao e da interpretao especfica, tambmaproximam-se da forma esttica, especificamente a literria, como j o afirmaram Robert Nisbet, ao asseverar a sociologiacomo uma forma de arte, e Richard Brown, ao mencionar uma potica da sociologia. Assim, a criao esttica e literriapermeia o fazer cientfico seja como fato, elemento de informao/descrio, documento, interpretao, criao e mesmo estilo.Em obras como as de Marx, Weber, Mannheim, Wright Mills na sociologia j clssica; como as de Gilberto Freyre e SrgioBuarque de Holanda, no Brasil; e, atualmente, escritos de Mafesoli, Elias, Bauman, configuram a proximidade e distanciamento,o dilogo rico e crtico entre cincia (social) e esttica (literria). Sendo assim, nosso interesse pensar de que modo se doessas aproximaes entre literatura e cincias, bem como os limites que elas insistem em romper.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Nilce Maria Pereira

    2 Proponente

    Nome Completo John Milton

    ELEMENTOS VISUAIS EM TRADUOResumo

    Os estudos da imagem em suas variadas faces vm ganhando cada vez mais espao nos estudos da traduo: sua tmidaassociao na dcada de 1990, com a insero da anlise de ilustraes literrias na considerao da traduo de obrasilustradas, incrementada, atualmente, com estudos que envolvem das imagens de marketing e propaganda s histrias emquadrinhos, e que se do do nvel de suas relaes e mtua influncia, ao da prpria imagem como forma de traduo,examinada luz de teorias tradutrias e fazendo uso de suas ferramentas. Uma evidncia dessa tendncia o nmerocrescente de simpsios enfocando a traduo de quadrinhos, por exemplo, em conferncias tradicionais da rea de traduo,como ocorreu no ltimo congresso da ABRAPT, em 2013; bem como os prprios eventos inteiramente dedicados traduo eos estudos imagticos, como foi o caso, em 2010, da dcima conferncia anual em estudos da traduo da Universidade dePortsmouth, "Image, Music, Text...? Translating Multimodalities", e, em 2012, da conferncia "Dickens and the VisualImagination", promovida pela Universidade de Surrey e The Paul Mellon Centre, de Londres, sobre os romances ilustrados deCharles Dickens, que inclua a anlise de tradues. E , igualmente, notvel a abertura de peridicos e publicaes de renomepara a divulgao de pesquisas sobre as relaes entre texto e imagem em traduo. O volume Across Boundaries:International Perspectives on Translation Studies (Cambridge Scholars Publishing, 2007), organizado por Dorothy Kenny eKyongjoo Ryon, a partir do simpsio The Visual and The Translator (na I Conferncia da IATIS, em 2004) um exemplo, maspode ser citada, ainda, a incluso do item "Advertising" (de autoria de Ira Toresi), sobre a traduo de propaganda e queenvolve diretamente a anlise imagtica, na edio revisada e ampliada da Routledge Encyclopedia of Translation Studies(Routledge, 2009); o que funciona, tambm, como medida da importncia da imagem nos estudos tradutolgicos. Levando emconta esses aspectos, este simpsio prope a interseco dos estudos que abordem elementos visuais na anlise de traduesliterrias. Sero aceitos trabalhos voltados para a anlise de imagens estticas em traduo, que podem incluir as ilustraesliterrias, as ilustraes em livros infantis e nas histrias em quadrinhos, as imagens que acompanham textos jornalsticos ou apropaganda impressa, capas figurativas de livros e paratextos visuais, entre outros; e que, embora no limitados a estestpicos, incluam, principalmente, a traduo de livros ilustrados; a traduo de livros infantis; a traduo de histrias emquadrinhos; a traduo de propaganda impressa; a traduo de jornais e revistas; a traduo de paratextos; a prpria imagemcomo traduo (intersemitica) do texto. Entre os principais objetivos do simpsio esto a elaborao de um panorama daposio desses trabalhos no paradigma atual dos estudos da traduo e a promoo da continuao de sua visibilidade junto aoutras ramificaes da rea.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Vera Teixeira de Aguiar

    2 Proponente

    Nome Completo Alice urea Penteado Martha

    A LITERATURA JUVENIL NO SISTEMA CULTURAL: DA REFLEXO AOResumo

    Quarenta anos de reflexo sobre a literatura para crianas contriburam para o reconhecimento de uma produo diferenciada,com autores e obras que compem, inclusive, uma histria da literatura infantil e contam com crtica altamente especializada,cujos resultados podem ser avaliados em publicaes de valor indiscutvel. Os estudos realizados especialmente a partir dadcada de 70, do sculo XX, foram fundamentais para a o reconhecimento do estatuto artstico da literatura infantil e influramde forma decisiva para a compreenso do vazio que se abria em relao ao estabelecimento de um especfico juvenil, traosque se apresentam em obras que ocupam espaos entre aquelas voltadas s crianas e a literatura destinada a adultos. Omercado editorial volta-se a esse pblico, oferta produes diferenciadas, com grande quantidade de publicaes,configurando-se um campo literrio autnomo, composto por agentes muito diferentes entre si por suas propriedades e suasdisposies. Apesar da macia produo da literatura juvenil nas ltimas dcadas, com publicao de inmeros ttulos ecirculao marcante no contexto escolar, em meio aos muitos produtos culturais que inundam o mercado e disputamavidamente a ateno dos jovens, os estudos acadmicos tm sistematicamente ignorado a questo do especfico juvenil. Soba ambgua rubrica literatura infantojuvenil, utilizada, alis, at este ponto sem maior questionamento, todos os problemasparecem estar resolvidos, ainda que depois se revelem contradies internas nas obras tericas, que acabam explcita ouimplicitamente trabalhando com a diferenciao de conceitos. Apesar do peso significativo que possui atualmente a literaturapara os jovens no campo editorial, movimentando cifras considerveis; da vasta produo de ttulos em nveis de literariedadedos mais artsticos aos mais comerciais; dos vrios autores j consagrados ou novatos que produzem no gnero; dalegitimao que a literatura juvenil acaba por receber de diferentes instituies (prmios, diretrizes curriculares, disciplinas degraduao e ps-graduao, congressos), possvel constatar que a pesquisa sistemtica sobre o assunto ainda precria, oque propicia uma reflexo sobre a posio da literatura juvenil no sistema literrio brasileiro. H enorme trabalho a realizar narea, tanto no sentido da pesquisa terica e crtica, quanto daquela voltada para a questo da leitura e a superao gradativados problemas relativos formao de leitores literrios permanentes, o que justifica a proposio deste simpsio, empenhadoem compreender melhor o gnero juvenil nas suas mltiplas dimenses, bem como os modos de sua produo, circulao erecepo. Frente ao exposto, o simpsio receber trabalhos que levantem obras que circulem sob a rubrica de literatura juvenil;debatam o gnero em seus elementos esttico/formais; realizem reflexo sistemtica sobre a existncia de um especficojuvenil no campo mais amplo da literatura; discutam e proponham questes relativas ao ensino da literatura juvenil; analisem oprocesso de mediao e recepo dos textos literrios no contexto escolar, em suas mltiplas variveis; discutam polticaspblicas voltadas leitura de obras juvenis.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Lcia Osana Zolin

    2 Proponente

    Nome Completo Marl Tereza Furtado

    LITERATURA DE AUTORIA FEMININA: ENTRE PRTICAS E REPRESENTAESResumo

    A literatura de autoria feminina brasileira, cuja trajetria, intimamente ligada trajetria do movimento feminista, tem seu pontode partida s na segunda metade do sculo XIX, vem empreendendo importantes fraturas nas representaes femininastradicionais e, nesse sentido, se configurando como resistncia opresso da mulher. Trata-se de um conjunto de produesliterrias que parece ir se consolidando e ganhando certos contornos, medida que o pensamento feminista vai sedimentandoa credibilidade no espao sociocultural brasileiro: os primeiros textos literrios escritos por mulheres no Brasil representamfiguras femininas oprimidas pela ideologia patriarcal que silenciava a mulher e lhe tolhia a liberdade. So textos que internalizamos valores vigentes, reduplicando a tradio, tanto no que se refere s questes ticas e ideolgicas, quanto no que tange sestticas, de tal modo que a postura crtica que, timidamente, da se abstrai acerca da ento disfrica situao social da mulher da ordem do simples registro da opresso, numa espcie de desabafo velado, sem maiores discusses e reivindicaes. Odado dissonante estaria no fato de as vozes femininas estarem se fazendo ouvir na seara literria, at ento, reservadaexclusivamente aos indivduos do sexo masculino/dominante. Ainda assim, h que se entenderem essas primeiras iniciativas deescritoras pioneiras como uma espcie de resistncia ao secular silenciamento imposto mulher. Mais tarde, em meados dosculo passado, quando Clarice Lispector publica Perto do corao selvagem (1944), uma nova fase da literatura brasileira deautoria feminina inaugurada. De modo geral, a obra clariceana estrutura-se em torno das relaes de gnero, trazendo para oprimeiro plano das discusses as diferenas sociais cristalizadas historicamente entre os sexos, as quais vinham cerceandosobremaneira as possibilidades de a mulher atingir sua plenitude existencial. A exemplo do que ocorre com a fico de ClariceLispector, a maioria das escritoras que vo surgindo na esteira de sua produo literria tambm tem suas obras caracterizadaspela problematizao do modo de a mulher estar na sociedade regulada pelo pensamento patriarcal. Isso implica dizer quedurante quase toda a segunda metade do sculo XX a fico nacional escrita por mulheres desnudou, discutiu, questionou alegitimidade da dominao masculina e da consequente opresso feminina, configurando-se como um lugar de resistncia e deprotesto face ideologia patriarcal. Aps a dcada de 1990, todavia, as temticas memorialistas, autobiogrficas, com nfaseno universo feminino domstico e no eu, que dominaram a literatura de mulheres por vrias dcadas vo, aos poucos, cedendoespao para temticas diversas, que dizem respeito no apenas s mulheres, mas humanidade em geral. como se a mulherescritora j se sentisse vontade para falar de outras coisas, talvez, por ver minimizada, com o declnio do patriarcalismo, aopresso que tradicionalmente incidia sobre seu sexo. E, sendo assim, representa e, ao representar, constroi a/as mulher/escuja/as identidade/es passeia/am em seu imaginrio. Trata-se de inscrever, no lugar da memria da opresso feminina,engendrada pelo pensamento patriarcal, a memria da descolonizao que o feminismo conferiu mulher e s relaes entreos sexos nas ltimas dcadas. Tendo isso em vista, o presente simpsio pretende reunir pesquisadores/as que desenvolvempesquisas relacionadas com a produo literria escrita por mulheres, preferencialmente no Brasil, com o objetivo de dar-lhevisibilidade, perscrutar o modo como constroem representaes de gnero, bem como promover o mapeamento das tendnciasestticas dessa produo. O simpsio, tambm, pretende agregar trabalhos que analisam a literatura de mulheres a partir deperspectivas multidisciplinares, bem como a partir do vis dos Estudos Culturais.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Luciane Alves Santos

    2 Proponente

    Nome Completo Rogrio Caetano de Almeida

    INSLI(TUDO): O FANTSTICO NA LITERATURA E EM OUTRAS LINGUAGENSResumo

    A palavra fantstico, como adjetivo, pode ser associada a uma multiplicidade de mundos imaginrios e diferentes manifestaesculturais, tais como a pintura e o cinema, uma vez que se refere a um fenmeno visual, uma iluso de tica e est intimamenteligada a uma apario, uma surpresa ou estranhamento (STEINMETZ, 1990). Trata-se de uma modalidade expressiva que nosremete a um arsenal simblico de temas, situaes e cenrios que se desdobram em uma enorme experincia esttica. Se danatureza humana empreender as representaes da linguagem por meio da figurao e do simblico, podemos considerar que,no cerne de seu procedimento, o fantstico encontra espao para encarnar diferentes textos, literrios ou no, sem territriodelimitado. Assim, seguramente, todas as artes podem produzir mais ou menos o frisson do estranhamento (VAX, 1979). Aprpria histria do fantstico feita de rupturas, transformaes, metamorfoses e hibridizaes inverossmeis em determinadapoca e geografia. Atuando em diferentes formas, ele se apresenta como demonstrao de liberdade, como exteriorizao dequestionamentos ao improvvel que rodeia o pensamento individual e social, a arte que desestrutura a capacidade decompreenso do mundo real e que engendra uma nova forma de apreenso da realidade. Para no nos estendermos a muitaslinguagens, exemplificamos com as pinturas de Bosh, Delacroix, Goya, os pintores das vanitas barrocas, sem pormenorizar osmestres do Expressionismo e do Surrealismo, entre outros, que ilustram e legitimam o poder de deslocamento da ordem do realpara outros campos de representao alm do literrio. Na literatura, dentre muitas experincias da crtica especializada, oblgaro Tzvetan Todorov (1992) foi o primeiro a estudar de maneira sistemtica os caminhos do fantstico, definindo-o comognero narrativo e fixando seu nascimento a partir do sculo XVIII. Todorov tem o mrito de estabelecer claramente umametodologia de anlise para os textos pertencentes a essa modalidade. A originalidade de seu estudo reside no ponto de vistaadotado para a anlise de determinados textos, seu projeto aponta para a formulao de uma estrutura que contempla vriasobras, determinando, assim, os pilares de um novo gnero. Se a partir da era romntica muitos estudos se propuseram aanalisar e categorizar narrativas fantsticas, o mesmo no ocorreu com a arte de forma geral, pois a maior parte dos estudosacerca da representao do inslito em outras manifestaes artsticas aparece atrelada aos estudos tericos do campoliterrio. Resguardados os cdigos especficos e as margens tericas da cannica definio de Todorov, considera-se que osentimento evocado pelo universo fantstico anterior a toda e qualquer classificao e remonta aos primrdios da arte. Paraalm do artefato cultural, do literrio, ele tambm pode ser construdo a partir de outras experincias que nascem da hibridaoentre o real e as diversas manifestaes do inslito. Afinal, existe entre a arte e o fantstico um paradigma, um ponto deinterseco que reside no desencadeamento da surpresa, do desconforto e do estranho. Considerando suas possibilidades deleitura, o simpsio intitulado com o neologismo insli(tudo) se debrua s reflexes tericas sobre o fantstico em literatura,precipuamente, e em outras linguagens artsticas, aproveitando-se, tambm, do conceito de obra aberta, de Umberto Eco.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Renata Junqueira de Souza

    2 Proponente

    Nome Completo Fabiane Verardi Burlamaque

    LEITURA LITERRIA: SUPORTES E GNEROSResumo

    As reflexes sobre o ensino da leitura e da escrita tm sido permeadas, contemporaneamente, pela discusso sobre aimportncia da presena de diferentes e diversos gneros literrios e suportes em sala de aula. Tal presena contribui para odesenvolvimento de diferentes habilidades presentes no ato de ler e que precisam ser fomentadas desde a mais tenra idade. Aomesmo tempo, a leitura do texto literrio na escola tem sido tema de vrias literaturas. Houve na ltima dcada uma crescenteproduo de livros para crianas de 0 a 5 anos, como livros brinquedos, livros de pano e de plstico, poesias infantis, livroscartonados e livros com cheiro e com estimulao sonora musical ou com rudos incidentais. Editores, autores e ilustradorestm ampliado os gneros literrios voltados para crianas que se encontram cursando as sries iniciais do Ensino Fundamental,disponibilizando no mercado livros de contos de fadas, lendas, cordel para crianas, histrias em quadrinhos, poesia, livros emsries para todos os pblicos. Ainda, ao segmento de pblico adolescente e jovem, alunos das sries finais do EnsinoFundamental e do Ensino Mdio, tem sido oferecida uma gama cada vez mais variada e maior de ttulos nacionais eestrangeiros que se desdobram em suportes audiovisuais e digitais como e-games e blogs. Se o mercado editorial brasileirotem se preocupado em ampliar tanto quantitativa, quanto qualitativamente os gneros literrios e suportes, as polticas pblicasde leitura como o PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola) tambm tm selecionado uma diversidade de livros, devrios gneros literrios para compor os acervos de creches, escolas de educao infantil e de Ensino Bsico brasileiras. Nestecontexto, constata-se que hoje temos um nmero maior de obras que podem ser lidas pelas crianas, adolescentes e jovensseja em casa, com auxlio dos pais, seja em bibliotecas escolares, ou na escola, ou ainda em bibliotecas comunitrias, declubes recreativos ou de outros tipos de organizaes. Entretanto, um problema, ainda afeta a leitura da obra literria emespaos escolares, quando esses espaos por meio de seus sujeitos orientam a leitura do texto literrio pelo vis da pedagogia,ou seja, fazem desses textos pretexto para o ensino de alguma disciplina curricular, enaltecendo a funo de instrumento paraoutro fim, que no aquele da criao artstica. O uso do texto literrio adquire desta forma um carter didtico e tem suaespecificidade anulada enquanto arte. Se por um lado isso acontece porque os professores no tiveram formao para o usoadequado de gneros literrios na escola, por outro, as universidades j oferecem nas grades curriculares de seus cursos adisciplina Literatura Infantil e Juvenil que pode auxiliar futuros professores a compreenderem as caractersticas do texto literrioevitando assim sua didatizao. Este simpsio tem como proposta reunir experincias de ensino, bem como, de prticas daleitura e compreenso do texto literrio envolvendo diversos gneros e tipos (do livro brinquedo aos livros em sries), e suportesdestinados a crianas, adolescentes e jovens, seja experincias em sala de aula, bibliotecas escolares, ou ainda comestudantes que se preparam para ser professores. Nosso objetivo maior identificar e divulgar experincias de leituraenriquecedoras, em que a literatura se mostre como uma realidade possvel, ativadora da imaginao e do conhecimento dooutro e de si mesmo.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Paula Mastroberti

    2 Proponente

    Nome Completo Rodrigo Borges de Faveri

    QUADRINHOS E MULTIMODALIDADE: DA PRODUO LEITURAResumo

    O crescente interesse da rea acadmica pelas histrias em quadrinhos em sua aplicao como ferramenta didtica na Escola, na maior parte das vezes, restrito aos seus aspectos discursivos verbais, enquanto que os aspectos grficos e visuaisacabam, se no completamente omitidos, recebendo ateno deficiente ou superficial. Que programas como o PNBE(Programa Nacional Biblioteca da Escola) tenham se preocupado, a partir dos ltimos editais, em prover as prateleiras escolaresno apenas com material literrio estrito senso, mas com narrativas ilustradas em quadro , certamente, significativo: afinal,significa o reconhecimento e a valorizao do gnero, aps dcadas preconceitos e de marginalizao, conforme testemunhamou apontam os especialistas brasileiros cujos estudos e depoimentos narraram essa histria. Contudo, tomada como materialparadidtico exclusivamente pelo professor de lnguas, a narrativa grfica tem sua leitura empobrecida, ainda que esseprofessor possa, eventualmente, interessar-se por ressaltar suas qualidades grfico-visuais, quando sabemos que elasentrelaam pelo menos dois campos semiticos no suporte que os substanciam (seja ele impresso em papel ou formatowebcomic). No que tange ao sistemas de produo e de publicao do gnero no pas, percebe-se, por parte do mercadoeditorial livreiro, subitamente interessado mas pouco experiente, uma forte tendncia em tom-lo como um produto subliterrio,simples facilitador compreenso de textos cannicos; tal viso influi diretrizes quanto publicao, determinando umapreferncia seletiva por adaptaes quadrinizadas de textos j consagrados ou pr-existentes, inibindo a produo de roteirosinditos ou recriados de forma livre, em que a retrica pensada e exercida j modalizada em acorde com as tessiturasgrfico-visuais. A linguagem dos quadrinhos, cuja leitura exige dupla competncia ao envolver conhecimentos em arte eliteratura, requer uma abordagem interdisciplinar capaz de dar conta de suas relaes intersemiticas (sejam suas artesrealizadas a partir de roteiros originais ou de adaptaes de textos pr-existentes) com finalidade a localiz-la na socioculturatendo em vista a produo, a retrica e a leitura multimodal. Grande parte dos seus elementos, tais como os recordatrios, aslinhas de movimento, as calhas e os mais variados tipos de bales, de onomatopeias e outros signos grficos, constituemrecursos narrativos peculiares e exclusivos; variando conforme o tratamento e o estilo, eles contribuem para a modulao danarrativa. Isso declarado, pretendemos abrir, com este simpsio, dadas as caractersticas da nossa formao e as localidadesacadmicas as quais pertencemos, um espao interdisciplinar para discutir e aprofundar as reflexes que cercam o gnero, apartir dos recursos tericos da multimodalidade, da [socio]semitica em geral tendo em vista a produo, a educao e a leitura,sem excluir os demais estudos cujas temticas abracem o gnero dos quadrinhos como expresso esttica e comunicativa, oucomo arte cuja potica pode envolver, conforme terminologia de preferncia, operaes de traduo ou transcriao, verso ouadaptao.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Alexandre Villibor Flory

    2 Proponente

    Nome Completo Allan Valenza da Silveira

    DRAMATURGIA E TEATRO NOS ESTUDOS LITERRIOSResumo

    Nos ltimos anos vem se tornando cada vez mais ntida a importncia dos estudos sobre dramaturgia e teatro para opensamento crtico da rea de humanidades, neste caso em especial para os estudos literrios. Embora paradoxal, serjustamente pela valorizao dos estudos culturais e de novas categorias de construo, anlise e de recepo no contexto dasnovas mdias e de campos como os de literatura e ciberespao que a milenar arte teatral retoma importncia alm, claro, dariqueza de suas formas e do modo peculiar como materializa a relao entre arte e sociedade, entre esttica e histria. No casodas novas mdias, a valorizao dos estudos sobre a recepo e as mudanas nesse campo com projetos de recepointerativa como a estrutura narrativa dos jogos ou a recepo produtiva das fanfictions remete, numa volta dialtica degrande alcance, ao teatro e sua recepo imediata por um pblico que, invariavelmente, influencia no resultado final doprocesso artstico. Se as teorias da recepo so uma relativa novidade no campo da narrativa, elas sempre estiveram vontade no teatro por sua prpria estrutura, da construo dramatrgica subida aos palcos. Em suma, as mesmas mdias quepromovem alteraes significativas em todos os mbitos da vida social e, por conseguinte, da arte e isolam os sujeitos emilhas cada vez mais isoladas e virtuais contribui para o recrudescimento de sua crtica mais radical na exigncia da presenafsica que marca o teatro. Essa argumentao vale como prova da atualidade dos estudos teatrais na contemporaneidade, emtodas as suas correntes e possibilidades. O aumento das disciplinas de teatro nos cursos de Letras, sua discusso em nvel deps-graduao e a formao de grupos de teatro promovendo intenso debate esttico e social so tambm resultados dascrises contemporneas e do posicionamento crtico frente a elas. Ao menos desde o final do sculo XIX, com as correntesnaturalistas, a produtiva crise do teatro vem propondo perspectivas sejam dramatrgicas, espetaculares, tericas, crticas para estar altura das questes contemporneas em termos artsticos e sociais. Se o romance desbancou as formastradicionais do teatro como gnero por excelncia de representao das mediaes do mundo burgus, o teatro rapidamentesoube rever seus pressupostos criticamente para no perder o ritmo da histria. No Brasil, no entanto, diferentemente da fortetradio teatral europeia, o enfrentamento desse passado no foi exigido como um momento do desenvolvimento das artes emgeral, deixando o debate em torno do teatro em segundo plano, especialmente no campo dos estudos teatrais visto que anossa produo teatral no era nada desprezvel. Alm disso, como nos outros campos artsticos, o teatro brasileiro no podeser entendido fora de suas relaes com o teatro estrangeiro e a agenda de seus estudos. Em resumo, embora parea nadarcontra a corrente, nunca foi to necessrio e estimulante o estudo do teatro na rea de letras. A abertura dos estudos culturaispara outras reas faz com que no apenas a literatura dramtica, mas tambm a encenao ganhe espao nos estudosliterrios. Nesse Simpsio, estamos abertos a receber comunicaes que tratem de dramaturgia e de teatro, em todas as suasvertentes, para estabelecer contatos decisivos para essa linha de pesquisa e marcar posio no mbito dos estudos literrios.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Jaison Lus Crestani

    2 Proponente

    Nome Completo Marco Antnio Domingues Sant'Anna

    A ARTE DA NARRATIVA BBLICA E SUAS RESSONNCIAS NA LITERATURAResumo

    Composta por histrias, personagens e situaes narrativas complexas, que no se reduzem a meras alegorias de fundomoralizante, a Bblia se apresenta como uma das fontes mais influentes da literatura, da filosofia e do pensamento intelectual doOcidente. Em O cdigo dos cdigos, Northrop Frye nega-lhe o status de obra autenticamente literria, mas enfatiza a suaatuao determinante na construo da tradio imaginativa ocidental, reconhecendo-a como o Grande Cdigo da Arte. Dessemodo, considerando-a como um livro que atinge seus efeitos por meio do trabalho com a linguagem, este simpsio pretendepromover a confluncia de estudos crticos da Bblia pautados em critrios lingusticos e literrios. O tratamento concedido aostextos bblicos costuma estar vinculado, de modo geral, a interpretaes doutrinrias e/ou subjetivas que, frequentemente,ignoram as propriedades formais e lingusticas efetivamente presentes nesse repertrio. A importncia de se traar umaabordagem literria da Bblia est, portanto, na possibilidade de se atingir um conhecimento mais autntico da sutileza da suaarte narrativa e da complexidade e diversidade dos recursos lingstico-literrios empregados: a organizao formal e temticada narrativa, as escolhas lexicais, sintticas e estilsticas, os deslocamentos e variaes do ponto de vista, o uso estratgico dodilogo, contrastes e simetrias, as permutaes de convenes narrativas e a inclinao ao exerccio ldico empenhado emdespertar o prazer esttico. Pretende-se demonstrar tambm a relevncia da Bblia enquanto obra de referncia parainumerveis produes literrias, exercendo uma ntida influncia tanto em termos de enfoque temtico quanto na escolha dosgneros e formas literrias. Alm das incontveis aluses a imagens e eventos bblicos, diversos autores utilizaram-se degneros discursivos prprios da tradio bblica, como o caso da parbola, que influenciou decisivamente as produesliterrias de Sren Kierkegaard, Bertolt Brecht, Franz Kafka, Friedrich Nietzsche, Gibran Khalil, Murilo Rubio, Raduan Nassar,entre outros. O gnero da parbola apresenta, como uma de suas caractersticas primordiais, a flexibilidade de adaptao adiversos contextos e situaes. De acordo com Thomas C. Oden, na introduo ao livro Parables of Kierkegaard, a parbola ,por definio, uma forma discursiva destinada a ser difundida oralmente, memorizada e ajustada s mais diversascircunstncias, inclusive em ignorncia ao seu contexto original de produo. Em funo dessa versatilidade, as parbolas edemais narrativas bblicas desempenham um papel crucial na tradio intelectual do Ocidente, constituindo um referencialcriativo fundamental para um conjunto inumervel de obras literrias e filosficas. Portanto, este simpsio almeja acolher, nosomente os estudos centrados especificamente em textos bblicos, mas tambm as ressonncias desse repertrio no conjuntoda literatura universal, com o intuito de averiguar o sentido das apropriaes, transformaes e deslocamentos do cdigo,formas e gneros bblicos.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Mnica Luiza Socio Fernandes

    2 Proponente

    Nome Completo Marly Gondim Cavalcanti Souza

    RELAES ENTRE A LITERATURA E OUTRAS ARTES: UM DILOGO PERMANENTENA AMPLIAO DO SENTIDO DE TEXTOResumo

    Este simpsio um espao para reunir as pesquisas, as reflexes e as discusses centradas nas relaes entre a Literatura eas outras artes (msica, pintura, dana, cinema, teatro). Um tema cada vez mais discutido, especialmente, por trazer ampliaoda perspectiva crtico-interpretativa e aprofundamento dos estudos da Literatura Comparada. O assunto tem assumido destaqueno Brasil, terra mestia por excelncia, encontrando-se no cerne do tema da sexta edio da FLIP Festa LiterriaInternacional de Paraty (RJ), acontecida no perodo de 2 a 6 de julho de 2008, colocando a literatura em dilogo com diversasreas do conhecimento (UOL, on line). Porm, no somente no Brasil esse tema atualidade: em 2001, o IV CongressoInternacional da Associao Portuguesa de Literatura Comparada (APLC), acontecido na cidade de vora (Portugal), com otema: Estudos literrios/estudos culturais, produziu nada menos que um volume (o III) publicado com o ttulo: Literatura eOutras Artes. Vrias so as publicaes surgidas sobre o assunto, envolvendo pesquisadores amantes das artes e daliteratura. Como exemplo, podem ser citados: Pierre Brunel & Yves Chevrel (Orgs.). Compndio de Literatura Comparada(2004), cujo captulo intitulado: Literaturas e Outras Artes expe uma linha de evoluo desses estudos, tericos, escolas epublicaes; o livro Angulos: literatura e outras artes, de autoria de Evandro Nascimento (UFJF, 2002), com textos sobreliteratura e cultura brasileira, explorando no somente a teoria, mas a obra de Guimares Rosa e Machado de Assis; o livroDilogo entre literatura e outras artes (UFPB/Realize, 2009) e Dilogo entre a literatura e outras artes, Vol.2 (UFPB/Realize,2011) , organizados por Marly Gondim Cavalcanti Souza, reunem textos de autores de vrias partes do Brasil, focalizandoestudos aplicados a obras literrias em interao com outras artes (cinema, msica, dana, pintura); a revista JIOP, lanada nodia 7 de outubro de 2010, na Universidade Estadual de Maring, mais uma empreitada na divulgao de trabalhos realizados narea. Da, no se pode mais pensar em uma expresso artstica sem que se considere a relao de complementaridadeexistente entre as mais diversas formas usadas pelo ser humano para comunicar suas ideias e sentimentos, chamadas dearte. As artes surgem como uma alternativa prtica de estudo e de anlise de obras literrias, fundada na relao interartstica,tanto pela capacidade de envolver e seduzir o leitor, na sua dinamogenicidade, como constituindo o ponto inter-relacional para odilogo entre obras literrias na perspectiva da intertextualidade, bem como entre a literatura e outro sistema semitico artstico,considerando a presena de outros sistemas semiticos no texto literrio e/ou a relao metafrica, de similaridade estrutural.Este simpsio prope-se a dar continuidade a um trabalho de pesquisa iniciado em 2007, cujos resultados podem serobservados em diversas publicaes, troca de experincias e participao de pesquisadores em grupos de pesquisa em outroscentros acadmicos, enriquecendo o conhecimento mtuo da Literatura Comparada.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Maria Celeste Tommasello Ramos

    2 Proponente

    Nome Completo Adriana Lins Precioso

    A LITERATURA ITALIANA PELO VIS DO FANTSTICO OU DO MARAVILHOSOResumo

    Este Simpsio objetiva reunir os trabalhos de pesquisa na rea de Literatura Italiana, assim como aqueles que investiguem talLiteratura na perspectiva comparada, principalmente tendo como corpus obras literrias produzidas durante os sculos XX eXXI, mas tambm aquelas produzidas desde o incio da Literatura Italiana at hoje, e que enfoquem aspectos relacionados aoFantstico ou ao Maravilhoso. Orientaro as discusses as consideraes a respeito do Fantstico e as discusses sobre oslimites entre tal gnero ou modo e o Maravilhoso. Assim, primeiramente, os estudos de Todorov (1970) sero considerados, porserem o ponto de partida para as discusses tericas sobre o assunto. O estudioso encara o Fantstico como um gnero noqual a essncia reside na irrupo, no mundo real, de um acontecimento que no pode ser explicado pelas leis racionais e,diante dele, cria-se uma hesitao. nesse momento que surge a ambiguidade, a incerteza diante de um fato aparentementesobrenatural. Para o estudioso, o sentimento de dvida causado no leitor permite a classificao do texto como fantstico. Se oleitor decide explicar os fenmenos por meio de leis da realidade (coincidncia, sonho, loucura, drogas, etc), a obra entopertence ao gnero estranho. Se, ao contrrio, ele decide que se deve admitir novas leis da natureza, pelas quais o fenmenopode ser explicado, entramos no gnero maravilhoso (TODOROV, 1970, p. 156). O Maravilhoso entendido como o gneroque cria um mundo parte, no qual no h hesitao sobre sua existncia ou no, e local onde se pode inserir o mundo criadonas fbulas. J Furtado (1980) postula que o Fantstico se d por meio de uma organizao dinmica de elementos que,mutuamente combinados ao longo da obra, conduzem a uma verdadeira construo de equilbrio difcil (p. 15), tal manuteno rigorosa e dela, segundo o estudioso, tanto no plano da histria como no do discurso, que depende a existncia dofantstico na narrativa (Idem). Alm dos estudos de Todorov e Furtado, que concebem o Fantstico como gnero, tambmsero levadas em conta as consideraes de Ceserani que aborda o Fantstico como um modo literrio, que teve razeshistricas precisas e se situou historicamente em alguns gneros e subgneros, mas que pde ser utilizado e continua a ser,com maior ou menor evidncia e capacidade criativa em obras pertencentes a gneros muito diversos (2006, p. 12) e os deVolobuef (2000), que prope alargar as fronteiras do que se entende por Fantstico, indo alm das caractersticas de romancesdo sculo XIX que exploravam o susto, o medo, visto que, com o decorrer do tempo a narrativa fantstica, segundo a estudiosa,foi se transformando de maneira a ficar mais sutil e abandonou a sucesso de acontecimentos surpreendentes, assustadores eemocionantes para adentrar algumas esferas temticas bem complexas, entre elas a mitolgica. Assim, a narrativa fantsticapassou a tratar de assuntos inquietantes para o homem atual, como as angstias existenciais, os avanos da tecnologia, aopresso, a burocracia, a desigualdade social e outros. O texto fantstico deixou de ser apenas narrativa de entretenimento,pois no cria mundos fabulosos, distintos do nosso e povoados por criaturas imaginrias, mas revela e problematiza a vida e oambiente que conhecemos do dia-a-dia (VOLOBUEF, 2000, p.110). Assim, os textos literrios tomados como corpus daspesquisas, sero abordados pelo vis do Fantstico ou do Maravilhoso.

  • 1 Proponente

    Nome Completo MIRIAN HISAE YAEGASHI ZAPPONE

    2 Proponente

    Nome Completo Clia Regina Delacio Fernandes

    ENSINO DE LITERATURA NO BRASIL: HISTRIA, POLTICAS, TEXTOS EMETODOLOGIAS

    Resumo

    No campo das Letras, criou-se uma tradio de estudos, talvez balizada pela associao das mesmas com a formao debacharis, de que o estudo da literatura quase sempre uma abstrao, j que seu objeto revestido da aura ou de umaquintessncia tpica dos objetos que se revestem de valor artstico. Assim, muitos dos estudos e teorias da literatura objetivarame objetivam a descrio do(s) modo(s) de composio presentes nos textos literrios que lhes concedem carter esttico. Nessepercurso, a dimenso social da literatura, tal como proposta por Candido, em sua Formao da Literatura Brasileira (1959), bemcomo por Escarpit (1969) relegada a segundo plano. Embora para alguns a literatura interesse, efetivamente, por seu carterartstico, ela no sobrevive sem sua encenao material e social: para haver literatura, preciso que haja autores, obras epblicos, elementos intrinsecamente demarcados social e historicamente. Nesse sentido, como lembram Lajolo (2008), Lajolo eZilberman (1991), para que literatura exista, preciso que se articulem inmeras instncias que se interpem entre os trselementos do sistema literrio (autores, obras, pblicos) apontado por Candido (1959). Entre esses elementos, interessamneste simpsio as relaes estabelecidas entre autores e pblicos j que sem eles, o texto no existe, como bem ensinam asteorias da recepo. A fim de propiciar uma discusso que desloque os eixos tradicionais de investigao na rea de Letras, osimpsio Ensino de Literatura no Brasil: histria, polticas, textos e metodologias objetiva realizar discusses em torno daliteratura e de seus leitores, particularmente aqueles situados em um espao privilegiado: a escola, instituio responsvel pelodesenvolvimento de prticas letradas que estimulam a produo e consumo da literatura. Tendo como eixo principal as relaesentre literatura e ensino, este seminrio pretende tambm resgatar uma importante tarefa da universidade em relao ao EnsinoBsico brasileiro que a reflexo metodolgica sobre os problemas da formao de leitores em nosso pas. Sendo assim, seroaceitos trabalhos que reflitam sobre: 1) polticas voltadas para a leitura e leitura literria, 2) teorias de leitura que privilegiem otexto literrio, 3) metodologias de ensino de literatura, 4) histria do ensino de literatura no Brasil, 4) estudos de materiais elivros didticos nos quais se trabalhe o texto literrio, 5) o ensino de literatura nos diversos nveis de escolarizao (bsico euniversitrio), 6) relaes entre vestibular e literatura, 7) o papel de bibliotecas na formao do leitor escolar, 8) a formao doprofessor de literatura, 9) ensino de literatura e novas tecnologias, 10) o ensino de literatura e sua figurao dentro dos textosliterrios, 11) a produo literria destinada ao pblico mirim alm de outros temas relevantes que permitam refletir sobre asituao do ensino da literatura em nosso pas no momento atual em relao com seu passado histrico.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Slvia Maria Azevedo

    2 Proponente

    Nome Completo Ana Paulo Franco Nobile Brandileone

    DA CRTICA LITERRIA NO JORNAL PARA A CRTICA MIDITICA: PROCESSOSDE CANONIZAOResumo

    Com o advento do jornalismo no Brasil em meados do sculo XIX, a literatura ganhou espao privilegiado, de um lado pelo fatode o jornal servir como principal meio de divulgao do literrio seja atravs da publicao obras literrias, seja como notciade lanamentos de livros, notas sobre escritores ou ainda por exercer a funo de difundir artigos crticos, resenhas, entrevistas tornando, desse modo, a literatura mais acessvel ao leitor. Por outro lado, o jornal prestou-se como fonte de renda para osescritores, concedendo-lhes no s condies mnimas de independncia econmica, mas tambm libertando-os, ainda queprovisoriamente, das demandas ticas e estticas dos mecenas. O primeiro abalo sofrido pelo jornal como privilegiado suportede difuso da literatura foi motivada pela passagem de uma crtica literria ligada fundamentalmente no-especializao damaior parte dos que se dedicavam a ela, denominada crtica de rodap e exercida nos jornais, para uma gerao de crticosinteressados na especializao, e cujas formas de expresso dominantes eram o livro e a ctedra; resultado, aponta FloraSssekind (1993), da formao universitria que se fez sentir no final dos anos 40. A consequncia disso foi no s oafastamento do leitor comum, que se viu apertado entre perodos longos e rebarbativos da dico universitria, mas tambm oconfinamento cada vez mais acentuado desses crticos-scholars ao campus universitrio, sobretudo devido ao desaparecimentopaulatino das revistas e suplementos literrios. O segundo abalo deu-se por conta do agenciamento das prticas literrias pelainternet. Com o uso da internet e da tecnologia eletrnica aplicada literatura, por meio da apropriao de novos dispositivoscomo, por exemplo, o orkut e o blog, a circulao de textos tornou-se muito mais fcil e rpida, bem como uma vitrine paranovos autores. Por isso, o meio eletrnico permite uma outra interatividade entre escritor e leitor, que assume o papel tanto decrtico quanto de coautor do texto escrito, uma vez que o processo de criao literria tornou-se um processo coletivo econcreto, elaborado a inmeras mos, diluindo, assim, as fronteiras entre leitor e autor. Desse modo, o texto literrio ganhouuma nova dimenso no s pela velocidade da criao, mas tambm pela transmisso e recepo dos textos, muitas vezesassociada a debates inflamados sobre textos e autores. A fim de dar conta das complexas e mltiplas contradies queengendram a presena da literatura brasileira, sobretudo da crtica literria, nos diferentes meios de comunicao, que esteSimpsio pretende congregar trabalhos voltados para a discusso dos processos de canonizao de autores e obras. Paratanto, considera-se que no se pode compreender os processos de formao cannica sem levar em considerao, segundoPierre Bordieu (2005, 2009), as relaes que eles mantm com o campo das instncias de conservao, consagrao elegitimao, isto , com os museus, os sistemas de ensino, incluindo ainda os aparelhos do Estado, como a universidade e asAcademias, as fundaes e associaes que concedem bolsas de criao literria ou atribuem prmios valorativos, alm dasrelaes que o campo literrio mantm com o campo poltico e religioso, bem como com as dinmicas e singularidades domercado.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Rauer Ribeiro Rodrigues

    2 Proponente

    Nome Completo Grenissa Bonvino Stafuzza

    O CRCULO DE BAKHTIN: PROSA/POESIAResumo

    Ao pensar na contribuio terica do pensamento filosfico da linguagem do Crculo de Bakhtin para os estudos lingusticos eliterrios observamos que tais estudos nem sempre se apresentam de modo estanque, sendo possvel relacion-los napesquisa de discursos. possvel estabelecer uma relao de dilogo entre prosa e poesia ao se analisar o discurso literrio,segundo se depreende de Bakhtin dos estudos presentes em Problemas da potica de Dostoivski e em Questes de literaturae esttica. Boris Schnaiderman, por exemplo, analisa um conto da juventude de Dostoivski em Dostoievski - Prosa Poesia,mostrando os efeitos de sentido que o ficcionista russo obtm no conto O Senhor Prokhartchin, valendo-se tambm doconceito de carnavalizao desenvolvido por Bakhtin em A cultura popular na Idade Mdia e no Renascimento: o contexto deFranois Rabelais. A partir da descrio do fenmeno lingustico observado por Bakhtin em obras da maturidade de Dostoievski,o conceito Prosa/Poesia, tratado assim interligado, ou com os seus dois termos didaticamente isolados, frequentam, no Brasil,os estudos bakhtinianos, tanto os desenvolvidos nos Estudos Literrios quanto aqueles cujo escopo epistemolgico secircunscreve aos Estudos Lingusticos. Assim surgem nos volumes organizados por Beth Brait, Bakhtin Conceitos-Chave eBakhtin Outros Conceitos-Chave, bem como em Literatura e outras linguagens e em Bakhtin, dialogismo e construo desentido, e no Introduo ao pensamento de Bakhtin, de Jos Luiz Fiorin. Assim tambm est em Entre Prosa Poesia, no qualCristovo Tezza valoriza as interfaces e os vasos comunicantes entre linguagem, lingustica e literatura. Os trabalhos que esteGT pretende reunir tm, pois, tais confluncias como ponto de partida, observando a visada lingustica e a literria de modosimultneo nos estudos de discursos, em especial no discurso literrio. A partir do referencial do Crculo de Bakhtin, o corpusque se pretende como objeto definido no mbito da literatura, independente se na lrica, se na fico ou se no texto teatral, emtrabalhos de anlise dos efeitos de sentido construdos na polissemia dialgica do texto eleito. Aceitar-se-, tambm,discusses tericas sobre o(s) conceito(s) pensados na obra do Crculo de Bakhtin que debatam os aspectos lingusticos eliterrios de um determinado discurso, esperando - se for o caso - que elas venham documentadas e homologadas por obrasliterrias. Bibliografia de Bakhtin: BAKHTIN, Mikhail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem Problemas fundamentaisdo Mtodo Sociolgico na Cincia da Linguagem. Prefcio de Roman Jakobson. Apresentao de Marina Yaguello. Traduode Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira com a colaborao de Lcia Teixeira Wisnik e Carlos Henrique D. Chagas Cruz. 9. ed.So Paulo: Hucitec, 1999. BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Mdia e no Renascimento: O contexto de FranoisRabelais. Traduo de Yara Frateschi. 4. ed. So Paulo: Hucitec; Braslia: Edunb, 1999. BAKHTIN, Mikhail. Esttica da criaoverbal. Introduo de Paulo Bezerra. Prefcio edio francesa de Tzvetan Todorov. Traduo de Paulo Bezerra. 4. ed. SoPaulo: Martins Fontes, 2003. BAKHTIN, Mikhail. Problemas da potica de Dostoivski. 2. ed. Revista. Traduo de PauloBezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 1997. BAKHTIN, Mikhail. Questes de literatura e de esttica A teoria doromance. Traduo de Aurora Fornoni Bernadini, Jos Pereira Jnior, Augusto Ges Jnior, Helena Spryndis Nazrio e HomeroFreitas de Andrade. 3. ed. So Paulo: Hucitec; EdUnesp, 1993.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Brigitte Monique Hervot

    2 Proponente

    Nome Completo Marcos Antonio Moraes

    CORRESPONDNCIA DE ESCRITORES: PERSPECTIVAS DE ABORDAGEM CRTICAResumo

    J se tornou comum entre os estudiosos do gnero epistolar afirmar que a correspondncia de escritores, enquanto objeto depesquisa, pode ser considerada uma importante via de acesso para a apreenso de figuraes autobiogrficas, dofuncionamento da rede de sociabilidade intelectual e dos arquivos da criao literria. Crticos da literatura muitas vezesconsideram os depoimentos dos autores no procedimento hermenutico. Bigrafos frequentemente se valem dacorrespondncia como fonte, considerando-a manancial de informaes. A crtica gentica, em sua interface com a literatura,encontra na epistolografia elementos fecundos para refletir sobre a natureza e os meandros dos processos criativos, aorecuperar circunstncias da produo de obras, etapas de sua elaborao, a moldagem de significados e de valores estticos.Linguistas, fillogos, gramticos e estudiosos da anlise do discurso lanam mo da carta de personalidades do terreno literriopara perscrutar o funcionamento de determinados fatos e procedimentos discursivos, em perspectiva sincrnica e/ou diacrnica.Muitos escritores, como Guy de Maupassant, Mrio de Andrade e Monteiro Lobato, se debruaram sobre a prpria escritaepistolar, colocando em pauta as complexas estratgias de autorrepresentao e de seduo intelectual, bem como o carterartstico de suas missivas. Em face desse notvel interesse pela carta em nosso tempo, em diversas reas do conhecimento, osimpsio pretende discutir a variedade de perspectivas de estudo da correspondncia de escritores do sculo XIX at aatualidade. Considerando-se a ampla fortuna crtica do assunto, ambiciona-se instituir consistentes dilogos crticos comreconhecidos pesquisadores do gnero epistolar, no Brasil e na Frana, entre os quais Alain Pags, Brigitte Diaz, FranoiseSimonet-Tenant, Genevive Haroche-Bouzinac, Jean-Marc Hovasse, Jos-Luis Diaz, Vincent Kaufman e Walnice NogueiraGalvo. O simpsio acolhe comunicaes de pesquisas que exploram diferentes abordagens crticas da produo epistolar deescritores. Trata-se, preliminarmente, de refletir sobre a potencialidade das cartas de ficcionistas, poetas, dramaturgos etc.,enquanto laboratrio da criao obra, bem como sobre as vicissitudes da anlise e interpretao desses documentosmarcados por encenaes do autor em face de seus interlocutores. Procura-se sublinhar, em termos fenomenolgicos, ascaractersticas gerais desse tipo de correspondncia, como tambm as suas peculiaridades, tendo em vista as estratgiasdiscursivas que mobilizam os dilogos epistolares. Tenciona-se, igualmente, discutir, em bases tericas, as relaes entreepistolografia e estudos literrios/genticos, assim como os vnculos entre expresso da intimidade, relato testemunhal edimenso esttica, apontando para a questo da literariedade, no vis proposto por Brigitte Diaz, em Lpistolaire ou la pensenomade (2002): a carta enquanto enunciado que excede, pela sua poeticidade, o simples horizonte funcional da comunicao.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Alba Krishna Topan Feldman

    2 Proponente

    Nome Completo Srgio Paulo Adolfo

    REPRESENTAES DO SAGRADO: CULTURA E RELIGIO NAS LITERATURASPS-COLONIAISResumo

    A cultura inevitavelmente perpassa e se torna produo literria, seja escrita ou na oralidade, dos povos que a vivem. Talproduo, ao mesmo tempo em que pode agir como a voz de povos e civilizaes que, muitas vezes, no tem outra forma deexpressar-se, tambm pode tornar-se instrumento de sua supresso ou o decreto da morte de certas tradies, pela imposiode uma cultura sobre as demais ao se utilizarem de veculos como jornais e livros para a disseminao de obras literrias queabordam tais aspectos. O convvio entre culturas pode causar modificaes, hibridizaes e, muitas vezes, perda de tradies emodos de pensamento e foco tradicionais em detrimento de novas vises, geralmente a viso do dominante, do colonizador. Deforma similar ou conectada, a religio vai determinar aspectos essenciais importantes tanto para os povos dominantes quantopara os povos dominados. Para os dominantes, pode representar uma forma de opresso e de imposio de poder com efeitosde destruir ou segregar populaes, como nos processos de cristianizao da frica, das Amricas e da Austrlia, a criao deescolas internas para educao dos povos nativos ou a perseguio de seguidores de outras religies antigas, como osdenominados pagos e bruxos na Europa, ou os pajs e medicine men nas amricas. Por outro lado, pode tambm servir comoforma de resistncia, como os rituais afrodescendentes na Amrica Central e do Sul, ou os rituais indgenas na Amrica doNorte, liberados pelo governo estadunidense apenas aps a dcada de 70 (Walker, 1991), cuja existncia, embora contestadapelas religies consideradas oficiais, ainda existem e conquistam uma grande quantidade de praticantes. Este simpsio busca adiscusso de aspectos culturais, especialmente aspectos religiosos, que levantam a seguinte problemtica: o que fazer com acultura e a religio do diferente, do no-cannico, dos povos que sofreram o processo de colonizao? Quais so os processose estratgias que transformam a cultura e especialmente a religio em instrumento de dominao ideolgica e, por fim, emaparato de poder, muitas vezes violento? Autores como Joseph Campbell (1904-1987) analisam os mitos que surgem nasdiversas religies no-crists. Mircea Eliade (1907, 1986) debrua-se sobre as tradies e religio indgena, enquanto FranzBoas (1858-1942) afirma sobre a cultura no poder ser vista ou estudada como algo absoluto ou um produto final, dando a esteconceito o nome de relativismo cultural. Zora Neale Hurston (1891-1960), romancista e poeta, aluna de Boas, estuda asmanifestaes de origem religiosa africana no Caribe. Textos religiosos sagrados como o Mahabharata e o Ramayana, dareligio Hindu, so picos incontestveis, com diversos aspectos literrios, religiosos e culturais que ainda deixam muitosaspectos para serem estudados, tanto em sua abrangncia como literatura, quanto em suas nuances de relao com o divino ea religiosidade. Outro ponto de relevncia abordado por esse simpsio a representao dos mitos, costumes, tradies,rituais, figuras mticas, hericas e sagradas na literatura, especialmente na literatura moderna, como Thomas King, indgenaque nasceu nos EUA e cresceu no Canad que utilizou os mitos originais de sua tribo, Cherokee, entre outros mitos de comumtradio entre os ndios, como o Coiote, para escrever diversas de suas obras atuais, com temas atuais. Assim, sero aceitostrabalhos que abordem tanto novas leituras de textos tradicionais que abordem aspectos culturais e religiosos / sagrados delonga tradio oral e/ ou escrita, como reescritas desses aspectos na forma de obras modernas e ps-modernas que abordemelementos tradicionais por parte de escritores modernos e contemporneos.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Eliane Aparecida Galvo Ribeiro Ferreira

    2 Proponente

    Nome Completo Hiuda Tempesta Rodrigues Boberg

    LITERATURA INFANTIL E ENSINO DE LITERATURA

    Resumo

    Este simpsio tem como proposta agregar trabalhos cujas abordagens ocorram no campo da interseco entre os estudosliterrios sobre obras infantis narrativas, poesia, teatro e as metodologias de ensino voltadas s prticas de sala de aula.Como desdobramento, espera-se que os participantes apresentem estudos como: a) reflexes sobre as prticas correntes coma literatura infantil em sala de aula; b) reflexes sobre as metodologias propostas para o trabalho com a literatura infantil emsala de aula; c) anlise de casos sobre o ensino de literatura na escola; d) anlise de instrumentos de pesquisa usados naaferio de horizontes de leitura de alunos leitores de literatura infantil em ambiente escolar; e) comparao entre metodologiasde ensino de literatura, com textos de literatura infantil, no contexto de sala de aula; f) reflexes sobre polticas pblicas, emquaisquer esferas governamentais, sobre a promoo da leitura literria na escola; g) anlise de aes de entidades noescolares no fomento literatura infantil dentro e fora da escola; h) anlise da representao da escola em textos de literaturainfantil; i) estudos de recepo do texto literrio direcionado ao pblico infantil em contexto escolar; j) estudos sobre horizontesde leitura de docentes que abordem textos literrios direcionados ao pblico infantil em sala de aula; k) apresentao deresultados de pesquisa de carter sociolgico sobre formas de apropriao da literatura infantil em contexto escolar; l)apresentao de resultados de pesquisa sob diferentes enfoques, cujo objeto seja a relao do leitor escolarizado com aliteratura infantil; m) apresentao de resultados de aes extensionistas, envolvendo o trabalho com a literatura infantil em salade aula; n) relatos de experincias sobre prticas docentes focadas no trabalho com o ensino de literatura; o) relato de prticasde leitura em bibliotecas; p) reflexes crticas sobre as metodologias de ensino e suas respectivas teorias de base sobre arelao entre a leitura de literatura infantil e a atuao docente; q) reflexes crticas sobre aspectos epistemolgicos dasmetodologias praticadas, divulgadas e/ou propostas para o ensino de literatura na escola; r) cotejo de concepes tericassobre o tratamento do texto literrio direcionado ao pblico infantil em diferentes contextos das reas cientficas ou acadmicas;s) anlise de aspectos mercadolgicos relevantes na relao entre o livro literrio, o mediador de leitura e o leitor de literaturana escola; t) estudos de carter diacrnico sobre as prticas de leitura do texto literrio infantil e crianas em processo deescolarizao e/ou alfabetizao e/ou letramento; u) grupos de Pesquisa paranaenses: propostas para a leitura literria detextos infantojuvenis; v) Leitura da imagem no livro infantil: teorias e prticas; x) adaptao literria para HQ: o ldico na sala deaula. Para todas essas possibilidades, sugere-se que os participantes desenvolvam seus trabalhos com vistas a abordagensteoricamente consistentes, mesmo quando se trate notoriamente de um relato de experincia. Sugere-se, ainda, a proposiode alguns questionamentos que permitam aos outros apresentadores e ao pblico presente o estabelecimento de discussosobre os trabalhos apresentados.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Marcos Vincius Scheffel

    2 Proponente

    Nome Completo Luiz Simon

    A CRNICA BRASILEIRA E LATINO-AMERICANA: DO RODAP DOS FOLHETINS SMALHAS DA WEB

    Resumo

    A relao entre a crnica e seus suportes de publicao tem garantido a maleabilidade do gnero desde o sculo XIX. No seutrnsito por esses suportes o jornal, a revista, o livro, o rdio, a televiso, as mdias digitais , a crnica absorve ou transgridecaractersticas de seu portador, mas, de qualquer modo, sempre estabelece alguma forma de dilogo com esses canais emsuas respectivas trajetrias. Essas diversas peculiaridades do gnero do feio prpria crnica produzida em determinadapoca e, ao mesmo tempo, legam possibilidades de expresso que se renovam em cada suporte (o comentrio dos fatos dasemana, marca tpica da crnica do sculo XIX, com Jos de Alencar, Machado de Assis e seus coetneos, continua a serpercebido ainda hoje, por exemplo, nas variadas manifestaes dos cronistas em atividade, como Luis Fernando Verissimo,Xico S, Antonio Prata, Tati Bernardi, Eliane Brum e Fabrcio Carpinejar, entre outros). Uma dessas possibilidades correspondeao enfoque das questes tecnolgicas proporcionadas tanto pelo percurso da crnica na relao com os diferentes suportesquanto pelo acompanhamento das inovaes no mbito da tecnologia que se engendram na vida cotidiana h mais de umsculo e moveram os escritos de cronistas como Olavo Bilac e Manuel Bandeira, Joo do Rio e Lima Barreto, Rubem Braga eMario de Andrade, Rachel de Queiroz e Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino e Moacyr Scliar, alm de muitosoutros. Assim, pode-se dizer que a crnica filha do jornalismo e da literatura, das inflexes prosaicas e das inclinaes lricas,da simplicidade e da sofisticao, da falta de assunto e do excesso de assuntos etc. Com todas essas ambiguidades (deve-serecordar que Afrnio Coutinho cunhou interessante expresso para a crnica: uma literatura anfbia, apta, portanto, a circularpor mais de um ambiente), cabe examinar em que medida os adeptos do gnero os citados aqui e um elenco muito numerosocomposto por cronistas que esto espera de pesquisas expressivas representam o convvio com a tecnologia em pocasdiversas e sob mltiplos olhares. O presente simpsio pretende abordar a diversidade da obra de cronistas brasileiros elatino-americanos, desde seu nascimento no sculo XIX at produes mais contemporneas, a partir da acolhida deinvestigaes sobre as relaes do gnero com seus diversos portadores: jornais, revistas, rdio, televiso, internet, e deavaliaes que contemplem variadas instncias nas relaes entre crnica e tecnologia, como, por exemplo, os significadosatribudos s publicaes impressas em livros, inclusive considerando o confronto com outros formatos e fenmenos recentes,como o livro eletrnico. Nesse sentido, os trabalhos, em articulao com contribuies tericas, crticas e historiogrficas sobrea crnica, podero tratar de questes referentes s particularidades estilsticas, temticas, ideolgicas suscitadas pelo contatodo gnero com esses portadores e pela experincia de interpretar literariamente o impacto dos movimentos da tecnologia nocalor da hora.

  • 1 Proponente

    Nome Completo Salma Ferraz de Azevedo de Oliveira

    2 Proponente

    Nome Completo Antonio Carlos de Melo Magalhes

    O RISO E O HUMOR NAS NARRATIVAS BBLICAS DO JUDASMO E DOCRISTIANISMO E SUA INTERFACE COM A LITERATURA

    Resumo

    O Riso e o Humor nas Narrativas Bblicas do Judasmo e do Cristianismo e sua interface com a literatura Judasmo eCristianismo nascem e se expandem em forma literria, conhecendo diferentes estilos, temas, narrativas, negando, assim, aideia de que religio vive somente em torno de doutrinas e dogmas. A existncia da religio em forma literria significa tambma existncia de uma literatura em formas teolgicas de grande criatividade e heterodoxia. O riso e o humor pertencem longahistria da religio crist e judaica, assim como protagonizada na narrativa bblica e nas muitas narrativas literrias acerca docristianismo e do judasmo. Os deuses riem e as tradies fizeram do riso e do humor dois dos seus mais importantes artifciose recursos, e isso com consequncias profundas para a forma como a divindade interpretada pelos seus seguidores. Nosomente os deuses riem, mas seus seguidores riem deles e riem de si mesmos, escrevendo, dessa forma, pginas muitasvezes esquecidas pela crtica literria e pelos estudos da religio. A proposta do simpsio reunir trabalhos que tratem dessetema to presente nas narrativas e ainda to pouco contemplado pela crtica literria e pelos estudos da religio. O riso e ohumor no so somente fugas, mas so formas de constituir uma viso de mundo, de concepo da divindade e da prpria f,lembrando que, muitas vezes, s os que riem so capazes de produzir a revoluo e imaginar mundos novos. Segundo a obraHenri Bergson O Riso Ensaio sobre a Significao do Riso , no h comicidade fora do que propriamente humano: j sedefiniu o homem como um animal que ri, mas poderia ser definido tambm como animal que faz rir. O cmico exige algo comocerta anestesia momentnea do corao para produzir todo o seu efeito. Ele se destina inteligncia pura; o nosso riso sempre o riso de um grupo: no desfrutaramos o cmico se nos sentssemos isolados - o riso parece precisar de eco, decumplicidade com outros galhofeiros, reais ou imaginrios; O riso deve ter uma significao social. Quando certo efeito cmicoderivar de certa causa, quanto mais natural a julgarmos tanto maior nos parecer o efeito cmico: rimos j do desvio que se nosapresenta como simples fato. Mais risvel ser o desvio que virmos surgir e aumentar diante de ns, cuja origem conhecermos ecuja histria pudermos reconstituir; o cmico inconsciente - ele se torna invisvel a si mesmo ao tornar-se visvel a todos.Carlos Ceia em seu Dicionrio de Termos Literrios nos informa que o cmico tenta conciliar ideias e/ou situaesaparentemente irreconciveis e paradoxais. O cmico exige um raciocnio engenhoso com a inteno de produzir o riso atravsdo texto literrio. A matria cmica presta-se a uma dupla interpretao, dupla impresso. O cmico resolve a tenso atravs doriso. Por outro lado, o cmico no tem apenas um carcter ldico associado ao prazer. O riso aparece muito frequentemente notexto literrio associado a uma funo didctica e crtica, cumprindo a clebre mxima latina: Ridendo castigat mores ( com oriso que se corrigem os costumes).

  • 1 Proponente

    Nome Completo Mrcio Roberto do Prado

    2 Proponente

    Nome Completo Jaime dos Reis Sant'Anna

    LITERATURA E COMUNICAO DE MASSA: QUESTES TERICAS E DE PRTICADE ENSINO

    Resumo

    No panorama da contemporaneidade, as reflexes sobre o fenmeno literrio trazem consigo a necessidade de se pensar talfenmeno em um contexto cada vez mais dialgico e convergencial, tendo em mente diversas prticas comunicacionais eartsticas que se aproximam da literatura estabelecendo uma zona de indistines e problematizaes de limites. Assim, osquadrinhos, as animaes, os games, e mesmo manifestaes mais assentadas como obras cinematogrticas e produestelevisivas contribuem, no caso da literatura, para inseri-la em uma esfera de comunicao que, no raras vezes, se d demaneira massificada. Tal dinmica, alm de trazer a questo da fronteira entre as mais diversas artes, tambm traz, por contade sua inevitvel problematizao valorativa, questes sobre o cacnico e sobre os processos de legitimao. Por sinal, nombito dos estudos literrios, as discusses sobre o cnone ocupam uma posio relevante e sempre trouxeram a necessidadede reflexes sobre seus limites, seus pressupostos e seus preconceitos. Longe de se constituir como uma instncia alm dequalquer contestao na atualidade, o cnone ainda capaz de fomentar profcuas discusses que se desenvolvem em tornoda fundamental questo do valor e da maneira como esse valor, enquanto conceito e dinmica, pe em movimento uminstigante jogo de legitimao de obras e autores, relegando, sobretudo no mbito acadmico, alguns deles a um impiedosoIndex que perdura em pleno sculo XXI. Assim, o presente simpsio pretende discutir as relaes entre literatura ecomunicao de massa, relacionando a literatura dita tradicional a obras que fujam do contexto cannico, com destaque parabest-sellers e outras produes da cultura de massa que dialoguem com diversas dinmicas comunicacionais alm da literria,como quadrinhos, games e produes televisivas e cinematogrficas. No intuito de levar a cabo tais discusses, serobem-vindos trabalhos que abordem o recorte proposto tanto a partir de um vis terico quanto aqueles que proponhamreflexes de cunho prtico, levando em conta questes de ensino de literatura, uma vez que o cenrio descrito implicatransformaes significativas na identidade e na atuao do professor. Deste modo, com a abordagem das variadas facetas dasquestes suscitadas pela articulao entre Teoria da Literatura e Metodologia do Ensino de Literatura, destacando em especialaquelas que enfoquem as atuais demandas tecnolgicas e comunicacionais, emergir um cenrio no qual a literatura aindapode se colocar como questo urgente, mesmo que sob a gide de uma relao transidentitria e com a necessidade de novasperspectivas e novo instrumental terico. Por fim, atravs dos diversos dilogos entre fronteiras e limites, entre legitimao eexcluso, tomar forma uma viso mais colaborativa e interativa do professor e do pesquisador, viso esta capaz de ilustrarcom eloquncia que a prtica sem teoria diletantismo, ao passo que a teoria sem a prtica alienao.

    CAPA CADERNO RESUMOS DOS SIMPSIOS LITERATURAsimposios_estudos_literriossimposios estudos literrios-1