Sistema de Água
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__________________________________________________________________ Sistemas de gua I - Aula 4 - Captao de gua de superfcie (Parte I e Parte II) 22/10e 29/10/2013
Aula 4 - Captao de gua de superfcie (Parte I)
4.1 - Introduo
O tratamento da gua comea na sua captao
A parte mais importante de um servio de gua potvel o
seu manancial e a respectiva captao de suas guas.
Da escolha adequada do manancial, da sua proteo, alm
da correta construo e operao de seus dispositivos de
captao depende o sucesso das unidades do sistema.
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Tanto no que se refere quantidade como qualidade da
gua a ser disponibilizada aos consumidores.
Deve ser dedicada ateno para a escolha e proteo do
manancial e do local de sua captao
Para a elaborao do projeto e para a construo e
operao das estruturas e dispositivos que compem a
unidade de captao de gua.
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Captao de guas: um conjunto de estruturas
e dispositivos, construdos ou montados junto a
um manancial, para a retirada de gua
destinada a um sistema de abastecimento.
NBR 12213 - Projeto de captao de gua de superfcie para
abastecimento pblico.
Mananciais superficiais: Crregos, Rios, Lagos, Represas.
Mananciais subterrneas: Aquferos fretico e artesiano.
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As obras de captao devem ser projetadas e construdas para:
Funcionar ininterruptamente em qualquer poca do ano.
Permitir a retirada de gua para o sistema de
abastecimento em quantidade suficiente e com a melhor
qualidade possvel.
Facilitar o acesso para a operao e manuteno do
sistema.
Quando o manancial encontra-se em cota inferior da
cidade, haver a necessidade de uma estao elevatria.
Neste caso as obras de captao so associadas s obras
de uma estao elevatria.
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4.2 - Escolha do manancial e do local para implantao
Requisitos mnimos dos mananciais:
Aspectos quantitativos: Vazes.
Aspectos qualitativos: caractersticas qumicas, fsicas
biolgicas (bacteriolgicas).
Devem ser levados em conta: tipos de estudos a realizar;
condies gerais a serem atendidas pelo local de captao;
inspeo de campo e consulta comunidade.
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Tipos de estudo a realizar (as informaes, levantamentos e
estudos necessrios para a escolha do manancial e do local
de implantao de sua captao):
Levantamento planialtimtrico da rea a abastecer e da
regio no seu entorno.
O tipo de manancial e a localizao de sua captao.
Ambos tm influncia tcnica e econmica na concepo
do sistema de abastecimento: (i) tipo de tratamento de gua;
(II) comprimento, acesso, perfil topogrfico e desnvel altimtrico de aduo;
(III) aproveitamento de unidades de abastecimento de gua existentes;
(IV) racionalidade na disposio das unidades de reservao e distribuio.
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Estimativa da vazo mnima (e mxima) dos mananciais em
estudo.
Conhecimento das vazes disponveis para captao
segundo o rgo responsvel pela gesto de recursos
hdricos;
Levantamento de dados ou estimativas sobre os nveis de
gua mximo e mnimo, com a indicao dos provveis
perodos de retorno.
Levantamento sanitrio da bacia hidrogrfica a montante dos
possveis pontos de captao.
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Caracterizao dos principais usos da terra e da gua.
Ateno para as atividades degradadoras da vegetao e
poluidoras da gua, do solo e do ar;
Conhecimento dos usos da gua a jusante dos pontos de
captao em estudo.
Levantamento das caractersticas fsicas, qumicas e
biolgicas da gua.
Avaliao do transporte de slidos, em pocas
representativas do ano;
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A maior ou menor complexidade dos elementos depender:
da grandeza da vazo necessria a captao de maiores
vazes exige a utilizao de mananciais de maior porte
estes so mais raros, mais difceis de proteger e apresentam
maiores dificuldades para a captao de suas guas;
da disponibilidade de recursos hdricos na regio de
interesse em reas onde h a escassez de bons mananciais
de gua, em quantidade ou qualidade, mais difcil torna-se a
pesquisa para a sua identificao.
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Nos casos que envolvem comunidades maiores ou regies
carentes de recursos hdricos (em quantidade ou qualidade),
os estudos devero ser de maior abrangncia e exigiro maior
nvel de detalhes.
Quando se tratar de pequenas comunidades localizadas em
regies em que os bons mananciais sejam facilmente
identificveis, esses estudos podero ser simplificados.
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Principais fatores que alteram a qualidade da gua dos
mananciais:
Urbanizao;
Eroso e assoreamento;
Desmatamento e supresso da mata ciliar;
Recreao e lazer;
Indstrias e mineraes;
Resduos slidos;
Contribuies de crregos e guas pluviais;
Resduos agrcolas;
Esgotos domsticos;
Acidentes.
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Medidas de controle dos fatores que alteram a qualidade
da gua dos mananciais.
Carter corretivo: medidas que visam corrigir uma
situao existente, para melhorar a qualidade das guas.
Carter preventivo: medidas que evitam ou minimizam a
piora na qualidade das guas.
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Controle Corretivo:
Implantao de ETEs nas fontes poluidoras localizadas na
bacia hidrogrfica do manancial.
Medidas aplicadas ao manancial.
Eliminao de microrganismos patognicos
Remoo de algas
Combate a insetos, crustceos e moluscos
Remoo do lodo e sedimentos
Aerao da gua
Eliminao da vegetao aqutica superior
Instalao de ETA adequada qualidade da gua bruta.
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Controle Preventivo:
Planejamento do uso e ocupao do solo.
Controle da eroso, do escoamento superficial e da
vegetao.
Controle da qualidade da gua das represas.
Avaliao prvia de impactos ambientais.
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Condies gerais a serem atendidas pelo local de captao
Situar-se em ponto que garanta a vazo demandada pelo
sistema.
Situar-se a montante da localidade a que se destina e a
montante de focos de poluio.
Situar-se em cota altimtrica superior da localidade a ser
abastecida para que a aduo se faa por gravidade (desde
que a distncia de aduo no inviabilize economicamente
essa alternativa).
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Caso a aduo por gravidade seja invivel, o local de
captao deve situar-se em cota que resulte menor altura
geomtrica e que possibilite a condies apropriadas de
bombeamento e de aduo por recalque.
Situar-se em terreno que apresente condies de acesso,
caractersticas geolgicas, nveis de inundao e condies de
arraste e deposio de slidos favorveis ao tipo e porte da
captao a ser implantada.
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Situar-se em trecho reto do curso de gua ou em local prximo
sua margem externa evitando sua implantao em trechos que
favoream o acmulo de sedimento.
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As estruturas de captao devem ficar protegidas da ao erosiva
da gua e dos efeitos da variao de nvel do curso d'gua.
Resultar no mnimo de alteraes no curso de gua
(implantao das estruturas e dispositivos de captao),
inclusive no que se refere possibilidade de eroso ou de
assoreamento.
O projeto de captao deve incluir tambm as obras para
garantir o acesso permanente a essa unidade.
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4.3 Tipos de captao de gua de superfcie
As captaes de gua de superfcie podem ser de cinco tipos:
captao direta ou a fio de gua;
captao com barragem de regularizao de nvel de gua;
captao com reservatrio de regularizao de vazo
destinado prioritariamente para o abastecimento pblico de
gua;
captao em reservatrios ou lagos de usos mltiplos;
captaes no convencionais.
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A captao a fio de gua aplicada em cursos d'gua que:
possuam vazo mnima utilizvel superior vazo de
captao (ou seja, a vazo necessria menor que a vazo
mnima do rio)
apresentam nvel de gua mnimo para o
posicionamento da tubulao ou dispositivo de tomada.
A captao com barragem de regularizao de nvel de gua
tambm se aplica a cursos de gua de superfcie com vazo
mnima utilizvel superior vazo de captao.
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Porm cujo nvel de gua insuficiente para o posicionamento
da tubulao de tomada.
O nvel mnimo de gua elevado por meio de uma barragem
de pequena altura (soleira), cuja finalidade dotar o
manancial do nvel de gua mnimo necessrio sua captao.
Assim, uma barragem de nvel (ou enrocamento): eleva o nvel
de gua do manancial (mas no regulariza vazes), garante
N.A. mnimo na captao.
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A captao com reservatrio de regularizao de vazo destinado
prioritariamente ao abastecimento pblico de gua empregada
quando vazo mdia do curso d'gua superior necessidade de
consumo, entretanto, a vazo mnima inferior vazo de captao
necessria.
Neste caso, torna-se necessria a construo de barragem de maior
altura, suficiente para permitir o acmulo de volume de gua que
possibilite a captao da vazo necessria em qualquer poca do ano
hidrolgico.
Deve ainda garantir o fluxo residual de gua em quantidade adequada
manuteno da vida aqutica e a outros usos a jusante da barragem.
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uma obra cujo projeto e construo so mais complexos do
que os demais tipos de captao.
A captao em reservatrios ou lagos de usos mltiplos
aquela que se d em reservatrios artificiais ou em lagos
naturais cujas guas no tenham o seu uso prioritrio
relacionado ao abastecimento pblico de gua.
As captaes no convencionais so concebidas para permitir
o emprego de equipamentos de elevao ou recalque de gua
movidos por energia no convencional como a elica, a solar
ou as provenientes de transiente hidrulico (golpe de arete).
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4.4 - Dispositivos constituintes das captaes de gua:
Tomada de gua (ocorre em todo o tipo de captao).
Barragem de nvel ou soleira, (eleva o nvel de gua do manancial
garantindo N.A. mnimo na captao).
Reservatrio de regularizao de vazo (situaes em que a vazo
mnima do manancial for menor do que a vazo de captao).
Grades e telas, geralmente presentes em todo o tipo de captao.
Desarenador (caixa de areia), que utilizado quando o curso de
gua apresenta transporte intenso de slidos.
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Tomada de gua: o conjunto de dispositivos que tem por
finalidade conduzir a gua do manancial para as demais partes
constituintes da captao.
Tipos de tomada de gua com base no grau de complexidade:
a) tubulao de tomada;
b) caixa de tomada;
c) canal de derivao;
d) poo de derivao;
e) tomada de gua com estrutura em balano;
f) captao flutuante;
g) torre de tomada.
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a) Tubulao de tomada: o dispositivo de tomada de gua
constitudo por tubulao simples, que conduz a gua desde o
manancial at a unidade seguinte.
Principais cuidados (segundo a NBR 12213 - Projeto de captao
de gua de superfcie para abastecimento pblico):
Velocidade nas tubulaes/canais da tomada de gua no
deve ser inferior a 0,60 m/s.
Prever dispositivo anti-vrtice.
A tubulao de tomada provida de um crivo em sua extremidade
de montante, localizado dentro do curso de gua.
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Tubos perfurados: opo preferida quando o curso de gua possua
margem de pequena declividade ou quando a sua lmina de gua
seja de pequena espessura.
Tomada de gua direta com conjunto motobomba (bombas
anfbias): uma soluo que dispensa a construo de casa de
bombas (minimiza as obras na margem) e no fica limitada por
problemas de altura mxima de suco (o equipamento instalado
dentro do curso de gua).
H a necessidade de uma altura mnima de lmina de gua no local
de sua instalao.
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Tubulao de tomada com crivo, descarregando em desarenador
Tubulao de tomada com crivo, descarregando em caixa de passagem
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Tubulao de tomada com crivo, descarregando em poo de suco de uma elevatria
Tubulao de tomada com crivo ligada diretamente suco de bomba
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Tubulao de tomada com tubos perfurados
Tomada de gua com bomba anfbia modular
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No dimensionamento da unidade de tomada so utilizadas:
A frmula de Hazen - Williams (clculo da perda de carga na
tubulao de tomada):
= ,.,.,.,
Q = vazo (m3/s).
D = dimetro (m).
J = perda de carga unitria (m/m).
C = Coeficiente adimensional que depende do material.
A equao geral para o calculo das perdas de cargas localizadas:
= .
.
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Tubulao de tomada constituda de tubos perfurados (clculo da
perda de carga nos orifcios de tubo feito pela frmula gerel para
pequenos orifcios):
= .. (..),
Q = a vazo por orifcio, calculada dividindo-se a vazo de captao pelo nmero de
orifcios a serem perfurados nos tubos de tomada (m3/s).
S = a seo de cada orifcio (m2).
Cd = coeficiente de descarga (0,6).
h = perda de carga (m).
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Exemplo 1- Dimensionar uma tubulao de tomada de uma captao de
gua de superfcie destinada a uma comunidade com populao de projeto
de 1942 habitantes, consumo per capita mdio de gua macromedido de 150
L/hab.dia e coeficiente do dia de maior consumo (k1) igual a 1,2. As unidades
de produo de gua devero ser projetadas para funcionarem no mximo
16 horas por dia. O comprimento da tubulao de tomada de 5 m e ela
descarrega num poo de tomada.
Adotar:
C=130 para tubo de ferro fundido revestido internamente com argamassa de
cimento.
crivo comercial : k = 0,75
vlvula de gaveta: k = 0,20
sada de tubulao: k = 1,00
Vazo da ETA = 3%
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b) Caixa de tomada: empregada quando o curso de gua
apresenta regime de escoamento torrencial ou rpido.
Isso coloca em risco a estabilidade de tubulaes, pela
possibilidade da coliso destas com slidos transportados pelo
curso de gua em pocas de fortes chuvas.
Nessas situaes, mais indicado que a tubulao de tomada seja
substituda por uma caixa de tomada instalada na margem do
curso de gua.
As caixas de tomada so dotadas de grade em sua entrada.
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Caixa de tomada de gua em captao a fio de gua
c) Canal de derivao: utilizado em captaes de mdio ou
grande portes, cumprindo ao mesmo tempo as funes da caixa de
tomada e do canal que interliga unidade subseqente.
No se aplica a captaes de pequena vazo devido prescrio da
velocidade mnima de 0,60 m/s.
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Canais para pequenas vazes com essa velocidade teriam
dimenses diminutas para viabilizar sua construo e manuteno.
Geralmente os canais de derivao so dotados de grade em sua
entrada.
Canal de derivao e desarenador afastado da margem do curso de gua
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Canal de derivao e desarenador posicionados junto ao curso de gua
d) Poo de derivao: consiste de uma tubulao construda na
margem de rios ou ribeires que seja inundvel e que apresente
declividades acentuadas.
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Poo de derivao com apenas uma tomada de gua
Quando a variao de nvel de gua do rio for acentuada, pode-se
adotar mais de uma tubulao de tomada.
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Poo de derivao com duas tubulaes de tomada
Antigamente esse tipo de soluo s era vivel em cursos de gua com
reduzido transporte de slidos.
Com a entrada no mercado das bombas resistentes abraso (conjuntos
motobomba submersveis para gua bruta), esse tipo de soluo passou
a ser utilizado em cursos de gua cujo transporte de slidos maior.
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Conjuntos motobomba submersveis x motobomba convencionais:
Maior preo de aquisio, menor rendimento, menores vazes,
menores alturas manomtricas, maior risco de danos por choques
com slidos flutuantes de maior massa, arrastados pelo rio.
Essas desvantagens tornam-se tanto mais significativas quanto
maiores forem as vazes envolvidas
Mesmo com as desvantagens apresentadas, isso possibilita
solues mais simples e baratas, com poos de dimenses
reduzidas e sem apresentar inconvenientes de ser inundado.
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Assim o poo de tomada funciona como proteo do conjunto motor-
bomba contra o seu arraste pela gua e contra o seu impacto com
corpos de maior peso arrastados pela correnteza.
e) Tomada de gua com estrutura em balano: a tomada de gua feita
por um conjunto motobomba, resistente abraso, que fica suspenso
dentro do curso de gua, por meio de uma corrente integrada a uma
talha que pode se movimentar ao longo de uma viga em balano.
Aplica-se a rios com grande oscilao do nvel de gua, tanto em
profundidade como no afastamento s margens.
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Tomada de gua com estrutura em balano
f) captao flutuante: se aplica em lagos e represas ou em rios com
regime de escoamento tranqilo, sem arraste freqente de slidos
flutuantes de grandes dimenses.
Tem sido mais utilizada em sistemas de pequenas e mdias
comunidades (como uma alternativa mais econmica as torre de
tomada), de custo mais elevado.
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Pode ser de trs diferentes tipos:
com motor e/ou bomba no submersveis, instalados em balsa.
com conjunto motobomba submersvel suspenso por
flutuadores.
com tomada de gua flutuante.
A captao com conjunto motobomba no submersvel instalado
em balsa aplica-se a situaes em que no seja economicamente
indicada a utilizao de conjuntos submersveis.
Em contrapartida, tem-se que a alternativa de conjunto
motobomba submersvel suspenso por flutuadores tende a
apresentar menor custo do que a construo da balsa.
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A adoo de uma ou de outra das duas primeiras alternativas vai
depender da realizao de estudo tcnico-econmico comparativo.
H a tendncia de que a alternativa com balsa seja mais vantajosa
nos sistemas de maior porte (com maiores vazes de captao),
enquanto que a modalidade que emprega flutuadores mais
indicada para as captaes de menores vazes.
A terceira modalidade, em que apenas a tomada de gua
flutuante, tem a sua viabilidade econmica dependente:
da variao do nvel do manancial; da topografia; da geologia e da
extenso da rea inundvel no local onde ficar o poo que ir
receber a gua da tomada flutuante.
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Qualquer que seja a modalidade de captao flutuante
escolhida, dever ser dada ateno especial ancoragem da
estrutura flutuante, principalmente quando ela instalada em
rios, em que a ao de arraste pela gua mais significativa.
Outra caracterstica: a necessidade de que a tubulao seja
flexvel, o que facilitado pela existncia de tubos de material
plstico de grande resistncia a esforos internos e externos.
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Tomada de gua com conjunto motobomba flutuante instalado em balsa
Tomada de gua com conjunto motobomba suspenso por flutuadores
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Tomada de gua flutuante
Fonte: Zambon e Contrera (2013)
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Fonte: Zambon e Contrera (2013)
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Fonte: Zambon e Contrera (2013)
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g) Torre de tomada: a modalidade em que a tomada de gua
feita por meio de uma torre de grandes dimenses, com entradas
de gua em diferentes nveis.
Fonte: Zambon e Contrera (2013)
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Pelo seu maior custo indicado para grandes sistemas de
abastecimento de gua (captao se faz em lagos, em reservatrios
de regularizao de vazo ou em grandes rios) com grande variao
no posicionamento do nvel de gua.
A NBR 12213 estabelece que a sua utilizao deve ser precedida de
estudo tcnico-econmico que considere tambm as outras
alternativas tecnicamente viveis.
A torre de tomada pode funcionar apenas como um dispositivo de
tomada de gua ou como tomada de gua e elevatria. Isso vai
depender do porte do sistema e das condies topogrficas do
terreno nas suas imediaes.
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Os equipamentos de bombeamento de gua so geralmente
conjuntos motobomba de eixo prolongado, ficando o motor no
piso situado acima do NA mximo do manancial e a bomba
centrfuga, instalada no poo com gua, abaixo do NA mnimo.
importante levar em considerao, alm das oscilaes de nvel,
as variaes da qualidade da gua em funo da profundidade.
As guas represadas favorecem o desenvolvimento de algas
(cianobactrias), principalmente nas camadas superiores, onde
mais elevada a temperatura e mais intensa a penetrao de luz .
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Nas camadas inferiores ocorre gua com teores excessivos de
matria orgnica e metais como ferro e mangans, favorecendo o
desenvolvimento de compostos causadores de cor, odor e gosto
desagradveis.
Este fenmeno acentua-se nos perodos de temperatura mais
elevada, em que o processo de decomposio mais intensa.
Para "resolver" esse problema fundamental a adequada operao
das entradas de gua que ficam posicionadas em diferentes
profundidades na torre de tomada, alm da correta gesto e
manejo do lago ou represa e de sua bacia hidrogrfica.
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Subsistema de Castelo do Bode. Imagem retirada de http://sandrafernandes.pbworks.com
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Pindobau - Vertedouro e torre de tomada vista da margem direita para esquerda
Cerb - Companhia De Engenharia Ambiental e Recursos Hdricos da Bahia
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Barragem de regularizao de nvel (soleira): um muro de
pequena altura (1 a 2 metros) construdo no curso de gua
com a finalidade de dot-lo de altura de lmina de gua
suficiente para a derivao ou captao de suas guas.
Aplica-se a cursos de gua de superfcie cujo nvel de gua
mnimo (NAmin) seja reduzido.
Na situao mais rudimentar, construda com blocos de
rocha simplesmente colocados no curso de gua, quando
recebe a denominao de enrocamento.
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Captao com barragem de nvel: configurao tpica
Altura: deve ficar a pelo menos 0,60 m acima do fundo e a pelo
menos 0,20 m acima do NA mnimo. A altura dificilmente superior a
1,5 m.
Base da barragem de nvel: deve resistir ao empuxo da gua pelo seu
prprio peso.
Construda em concreto simples ou em alvenaria de pedra (trabalhar
somente compresso).
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A resultante das foras que sobre ela atuam deve passar pelo
tero mdio de sua base:
Esquema para dimensionamento da base
hc: altura mxima da lmina de gua sobre a soleira do vertedor; h : altura externa da barragem no seu vertedor; H: altura mxima da lmina de gua sobre a base da barragem (soma de hc com h); E: empuxo da gua sobre o macio da barragem; P: peso do macio da barragem; b: largura da base da barragem que se deseja calcular; H/3 e b/3: posio dos pontos de aplicao, respectivamente, das foras E e P; a: peso especfico da gua; b: peso especfico do material de construo do macio da barragem.
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O clculo da largura (b) da base feito pela equao:
= . +
Costuma-se adotar para o vertedor da barragem o perfil Creager
(extravasor de barragens):
Perfil Creager para vertedor de barragem
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Perfil Creager para vertedor de barragem
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Para se obter a vazo que passa por um perfil Creager
usaremos a frmula proposta por Azevedo Netto et al., 1998:
Q= 2,2 . L . H 3/2 em que:
Q: vazo que escoa pelo vertedor (m3/s);
L: comprimento da soleira do vertedor (m);
H: altura da lmina da gua sobre a soleira do vertedor (m) =
(hc no caso de vazo de cheia).
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Uma maneira prtica de se achar o perfil Creager de um vertedor
usar os valores da tabela seguinte (Azevedo Netto et al, 1998).
Os valores da tabela seguinte so vlidos para hc = 1m (altura
mxima da lmina de gua sobre a soleira do vertedor = 1m).
Para outros valores de hc, os valores dessa tabela devem ser
multiplicados pelo valor real de hc.
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Exemplo 2: Dimensionar uma barragem de nvel em concreto
simples ( = 2400 kgf/m3), com perfil Creager, para a vazo de
cheia igual a 1200 L/s. A largura do crrego no local da
barragem de 3 m e a vazo residual para atender aos usos
de jusante e vazo ecolgica de 40 L/s.
Adotar h = y = 1,0 m, de modo a garantir a altura de 0,7 m
para o dispositivo de tomada de gua, em relao ao fundo
do crrego (para evitar arraste de lama), e uma lmina
dgua de 0,3 m para afogamento do dispositivo de tomada
(para evitar entrada de ar e possibilitar o escoamento por
gravidade.
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Grades e telas: so dispositivos para reterem materiais
flutuantes ou em suspenso de maiores dimenses.
As grades so constitudas de barras paralelas e destinam-se a
impedir a passagem de materiais grosseiros.
As telas so formadas por fios formando malhas que tm por
finalidade reter materiais flutuantes no retidos na grade.
Ou seja, as telas devem ser sempre instaladas aps as grades.
Existem dois tipos de grades.
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Grade grosseira: destinada reteno de material de dimenses
superiores a 7,5 cm (cursos de gua sujeitos a regime torrencial). O
espaamento entre as barras paralelas de 7,5 cm a 15 cm.
Grade fina: utilizada para a reteno de material de dimenses
inferiores a 7,5 cm. A distncia entre as suas barras paralelas varia
entre 2 cm e 4 cm.
Espessuras das barras:
Grade grosseira: 3/8 (0,95 cm), 7/16 (1,11 cm) ou 1/2 (1,27 cm);
Grade fina: 1/4 (0,64 cm), 5/16 (0,79 cm) ou 3/8 (0,95 cm).
Quanto maior a altura da grade, maior deve ser sua espessura, para
conferir-lhe maior rigidez .
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As telas so de uso mais restrito em captaes de gua. So
constitudas por fios metlicos ou material plstico, formando
malha com 8 a 16 fios por decmetro da tela.
Grades e telas podem ser de limpeza manual ou mecanizada. Os
equipamentos de limpeza mecanizada, pelo seu elevado custo, so
restritos s captaes de grandes vazes (> 1 m3/s).
Dimensionamento das grades e telas (NBR 12213)
rea das aberturas da grade: em relao ao nvel mnimo de gua, deve
ser igual ou superior a 1,7 cm2 para cada litro por minuto de vazo
captada (a velocidade resultante deve ser igual ou inferior a 10 cm/s);
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Perda de carga: calculada pela frmula das perdas de cargas
localizadas considerando como obstruda 50% da seo de passagem.
Coeficiente de perda de carga (k) em grades:
k = .(s/b)1,33.sen.
: coeficiente adimensional, que funo da forma da barra
s: espessura das barras;
b: distncia livre entre barras;
: ngulo da grade em relao horizontal.
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Formas geomtricas e coeficiente b das sees transversais das barras de grades
Coeficiente de perda de carga (k) em telas:
k = 0,55.[(1-2)/2]
: porosidade, igual razo entre a rea livre e a rea total da tela, sendo:
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a) para tela de malha quadrada: = (1-n.d)2
b) para tela de malha retangular: = (1-n1.d1).(1-n2.d2) em que: n, n1, n2: nmero de fios por unidade de comprimento;
d, d1, d2: dimetro dos fios (mesma unidade utilizada para a definio de n).
Exemplo 3: Dimensionar uma grade para captao de 20 L/s num
ribeiro, utilizando caixa de tomada. O manancial apresenta regime de
escoamento torrencial em perodos de chuva, com transporte de
slidos flutuantes de grandes dimenses. As alturas das lminas de
gua mnima e mxima do ribeiro sobre a laje de fundo da caixa de
tomada (colocada 0,40 m acima do leito do curso de gua) so,
respectivamente, de 0,30 m e 1,20 m.
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Grade na captao de gua da cidade de Cardoso
Fonte: Zambon e Contrera (2013)
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Desarenador (caixa de areia): uma instalao complementar tem por
finalidade remover da gua captada a areia de uma dada granulometria.
Segundo a NBR 12213 deve ser utilizada quando o curso de gua
apresenta transporte intenso de slidos (concentrao 1,0 g/L).
So geralmente projetados com seo retangular em planta. O seu
comprimento pelo menos 3 vezes maior do que a sua largura, para
minimizar a possibilidade de curto circuito da gua no seu interior.
No seu interior ocorre a chamada sedimentao de partculas discretas
(partculas que no tm alterado o seu tamanho, forma ou peso ao se
sedimentarem).
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Planta e corte de um desarenador com duas clulas
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O dimensionamento consiste na determinao do comprimento L,
necessrio para que o gro de areia que estiver entrando na parte
superior do desarenador (situao mais desfavorvel) nele fique retido
ao final do seu movimento descendente at o fundo do desarenador.
As partculas de areia tem dois movimentos:
movimento horizontal: devido movimentao da gua nessa direo.
Se faz com velocidade constante (vh), igual velocidade da gua.
movimento vertical: resultante da ao da fora da gravidade,
contraposto pelo empuxo da gua e pela fora de atrito do gro de areia
com a gua, em seu movimento descendente.
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Essa velocidade denominada velocidade terminal de sedimentao ou
simplesmente velocidade de sedimentao (vs), e seu valor
determinado experimentalmente.
Velocidade terminal de sedimentao de gros de areia (g=2650 kgf/m3)
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Desenho esquemtico para dimensionamento de desarenador
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Se esse gro de areia em posio mais desfavorvel ficar retido,
todos os demais gros de areia com dimenses iguais ou superiores
ao primeiro tambm ficaro.
Equacionamento:
movimento vertical: h = vs.t t = h/vs (1)
movimento horizontal: L = vh.t t = L/vh (2)
equao da continuidade: Q = vh (b.h) vh =Q/(b.h) (3)
Substituindo (2) em (1): L /vh = h /vs L = h.(vh / vs) (4)
Substituindo (3) em (4): L = Q/(b.vs) (5)
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Da equao 5: vs = Q/(b.L) = Q/A (6)
Sendo A rea em planta do desarenador: A = b.L
As equaes mostram que a altura da lmina de gua (h) no
interessa para o clculo do comprimento do desarenador, porque:
Por um lado, a altura menor implica vh maior;
Por outro, vh maior implica menor tempo (t) para o
movimento desde a superfcie at o fundo.
A duas variveis, vh e t, compensam-se e o comprimento L do
desarenador permanece o mesmo, qualquer que seja h.
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Entretanto, a altura da lmina de gua (h) importante para evitar o
arraste da areia, devendo possuir um valor mnimo que possibilite
que a velocidade horizontal no seja superior a 0,30 m/s.
Existem duas maneiras de verificar o valor da velocidade de
sedimentao (vs) para a qual o desarenador foi dimensionado:
vs = h/t e vs = Q/A
A relao Q/A conhecida como taxa de escoamento superficial
ou, mais simplesmente, taxa de sedimentao.
Sua unidade de medida costuma ser m3/(m2.dia), equivalente a
m/dia ( unidade de velocidade).
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Esta unidade significa que cada 1 m3/dia de vazo do lquido a ser
sedimentado requer uma rea de sedimentao de 1 m2.
Condies para de projeto de desarenadores (NBR 12213):
o desarenador deve ser instalado entre a tomada de gua e a
adutora;
devem existir preferencialmente dois desarenadores,
dimensionados, cada qual, para a vazo total, ou seja, um deles
deve funcionar como unidade de reserva;
o desarenador pode ser dispensado quando se comprovar que o
transporte de slidos sedimentveis no prejudicial ao sistema;
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os desarenadores devem ser dimensionados para a sedimentao
de partculas de areia com vS 0,021m/s (para reterem partculas
com d 0,2 mm);
a velocidade de escoamento horizontal (vh) deve ser menor ou
igual 0,30 m/s;
o comprimento do desarenador obtido no clculo terico deve
ser multiplicado por um coeficiente de segurana de 1,5;
o desarenador com remoo por processo manual deve ter:
a) depsito capaz de acumular o mnimo equivalente a 10% do
volume do desarenador;
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b) largura mnima (B) que facilite a construo e a limpeza do
desarenador (e possibilite tambm que vh 0,30 m/s).
Largura dos desarenadores em funo de sua altura
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Exemplo 4 - Dimensionar um desarenador para a
vazo de 20 l/s, a ser construdo anexo captao
de gua de um ribeiro. No ponto escolhido para a
captao, o NA mnimo do ribeiro apresenta
altura de 0,95 m em relao ao seu leito. J no
local previsto para a construo do desarenador, a
superfcie do terreno fica a 1,25 m acima do NA
mnimo do rio.
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Tomada de gua com barragem de nvel, gradeamento, caixa de areia e estao elevatria
Fonte: Zambon e Contrera (2013)
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Captao no rio Una, com barragem de nvel, tomada de gua e caixa de areia mecanizada
Fonte: Zambon e Contrera (2013)
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Captaes no convencionais: (emprego de equipamentos movidos por energia no convencional). Captao conjugada a roda de gua: a roda de gua um dos equipamentos mais antigos empregados pelo homem para a elevao da gua (antigo imprio egpcio a cerca de 5.500 anos) Com a atual crise da energia eltrica, a roda de gua volta a ser usada, agora conjugada a bomba de mbolo (pisto): A captao deve proporcionar um desnvel geomtrico em relao ao local de instalao da roda de gua, de modo a resultar vazo adequada para fazer girar a roda com o nmero de rotaes necessrio para o funcionamento da bomba a ela conjugada.
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Captao de gua conjugada a roda de gua (CATLOGO DA HIDROTEC BOMBAS HIDRULICAS)
Uma indstria do Estado de So Paulo fabrica rodas de gua para o recalque de vazes variando de 2.200 L/dia (0,025 L/s) a 84.000 L/dia (0,97 L/s), contra alturas manomtricas de at 100 mca.
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Captao conjugada a carneiro hidrulico (arete hidrulico): neste tipo de instalao, o local da captao deve propiciar uma altura de gua sobre o equipamento de recalque (carneiro ou arete hidrulico). Esse equipamento gera uma seqncia de rpidos e contnuos transientes hidrulicos (golpes de arete) que resultam sobrepresses na linha adutora, possibilitando a elevao ou o recalque de vazes de gua. Os carneiros hidrulicos fabricados comercialmente no Brasil permitem o recalque de vazes que variam de 12 L/hora (0,0033 L/s) a 800 L/hora (0,22 L/s) e altura de recalque que pode chegar at 60 mca, no caso da vazo mxima de 800 L/hora.
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Captao conjugada a carneiro hidrulico
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