Sistema Muscular

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SISTEMA MUSCULAR Segundo REECE, 1996 o sistema muscular é responsável pelos movimentos do esqueleto, alterações no aporte de sangue para todas as partes do corpo, transporte de ingestão através do trato intestinal, geração de calor para o aquecimento do corpo e circulação do sangue são exemplos das funções dos músculos. E que devido a essas diversas funções orgânicas e também o trabalho considerável para desempenha-las, o peso corpóreo é representado por cerca de 40% a 50% por componentes do sistema muscular. Em KOLB, 1984 a musculatura dos animais de abastecimento constitui a carne. A natureza da constituição da carne e o seu rendimento dependem tanto da hereditariedade como da alimentação dos animais. A utilização de proteínas nas rações para a obtenção de proteínas na carne é diferente para os vários tipos de animais. A proporção da musculatura em relação ao peso corporal total da carne de abate é dependente da idade e da proporção de gordura corporal do animal. Após a retirada da pele, vísceras, cabeça e patas, obtém- se o peso corporal de abate, que corresponde em média a cerca de 75% do peso vivo em suínos, 55% em bovinos e 50% em ovinos. Em engordas intensivas com elevado aporte de nutrientes, a proporção da massa muscular diminui em relação ao peso corporal devido à elevação da proporção de tecido adiposo. Classificação: As células musculares do corpo do animal podem ser de três tipos: lisas, cardíacas e esqueléticas. 1. Musculatura Lisa Devido à ausência de estrias visíveis a musculatura lisa leva este nome. Os filamentos não são arranjados ordenadamente, no qual, colabora para a não visualização das estrias. Os músculos lisos são regulados pelo sistema nervoso autônomo e estão nas estruturas viscerais que requerem movimentos de natureza automática. Os agregados de miofilamentos na musculatura lisa são compostos de proteínas contráteis, a actina e a miosina. 2. Musculatura Cardíaca

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Resumo Sistema Muscular

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  • SISTEMA MUSCULAR

    Segundo REECE, 1996 o sistema muscular responsvel pelos

    movimentos do esqueleto, alteraes no aporte de sangue para todas as partes

    do corpo, transporte de ingesto atravs do trato intestinal, gerao de calor

    para o aquecimento do corpo e circulao do sangue so exemplos das

    funes dos msculos. E que devido a essas diversas funes orgnicas e

    tambm o trabalho considervel para desempenha-las, o peso corpreo

    representado por cerca de 40% a 50% por componentes do sistema muscular.

    Em KOLB, 1984 a musculatura dos animais de abastecimento constitui a

    carne. A natureza da constituio da carne e o seu rendimento dependem tanto

    da hereditariedade como da alimentao dos animais. A utilizao de protenas

    nas raes para a obteno de protenas na carne diferente para os vrios

    tipos de animais. A proporo da musculatura em relao ao peso corporal

    total da carne de abate dependente da idade e da proporo de gordura

    corporal do animal. Aps a retirada da pele, vsceras, cabea e patas, obtm-

    se o peso corporal de abate, que corresponde em mdia a cerca de 75% do

    peso vivo em sunos, 55% em bovinos e 50% em ovinos. Em engordas

    intensivas com elevado aporte de nutrientes, a proporo da massa muscular

    diminui em relao ao peso corporal devido elevao da proporo de tecido

    adiposo.

    Classificao:

    As clulas musculares do corpo do animal podem ser de trs tipos: lisas,

    cardacas e esquelticas.

    1. Musculatura Lisa

    Devido ausncia de estrias visveis a musculatura lisa leva este nome.

    Os filamentos no so arranjados ordenadamente, no qual, colabora para a

    no visualizao das estrias. Os msculos lisos so regulados pelo sistema

    nervoso autnomo e esto nas estruturas viscerais que requerem movimentos

    de natureza automtica. Os agregados de miofilamentos na musculatura lisa

    so compostos de protenas contrteis, a actina e a miosina.

    2. Musculatura Cardaca

  • O nome se trata por ser uma musculatura que somente encontrada no

    corao. Tambm uma musculatura controlada pelo sistema nervoso

    autnomo, mas ao contrario do liso, a musculatura cardaca apresenta estrias

    caracterizadas por bandas alternadas claras e escuras. Composta por clulas

    alongadas e ramificadas com contornos irregulares em suas junes com

    outras clulas. A rea de limite onde terminao de uma clula se

    anastomosa (junta) com a clula seguinte conhecida como disco intercalado.

    Sua membrana altamente especializada e facilita a transmisso dos impulsos

    nervosos de uma clula para a seguinte. Cada clula tem um ncleo ou at

    mesmo dois, que est localizado ao centro.

    3. Musculatura Esqueltica

    Na musculatura esqueltica as clulas (fibras) de muitos animais podem

    ser de um desses trs tipos:

    1) Vermelha ou escura essas fibras musculares tem essa

    caracterstica de cor por possuir mais mioglobina e mitocndrias

    que as fibras brancas.

    2) Branca ou plida -

    3) Intermediaria - com caractersticas intermediarias entre a

    vermelha e a branca;

    A maioria dos msculos apresenta uma proporo determinada de

    fibras musculares vermelhas e brancas. Msculos que no devem se fatigar,

    como por exemplo os da musculatura respiratria, contm maior proporo de

    fibras musculares vermelhas. Os msculos responsveis pelos movimentos

    rpidos dos cavalos contem igualmente uma proporo maior de fibras

    musculares vermelhas.

    Todos os msculos so uma mistura desses trs tipos, mas em alguns

    animais predomina um dos tipos. Em aves, a quantidade de pigmentos

    vermelha no msculo peitoral pode estar relacionada diretamente habilidade

    de voos logos, por tanto, todos possuem msculos peitorais vermelhos. J a

    galinha possui um contraste com a colorao completamente branca do

    msculo peitoral da galinha.

    Os msculos responsveis pelos movimentos rpidos dos cavalos

    contem igualmente uma proporo maior de fibras musculares vermelhas.

  • O msculo esqueltico compreende maior parte da massa muscular do

    corpo do animal. Uma fibra individual pode estender o comprimento do msculo

    do qual faz parte. Tambm so estriados quando observados no microscpio.

    Suas fibras no so ramificadas e no anastomose desta forma, no h disco

    intercalado e um impulso nervoso necessrio para estimular cada fibra

    muscular. So descritos conforme descritos de acordo com o tipo de

    movimento que efetuam.

    Sendo flexores os que estirem localizados sobre o lado do membro onde

    a articulao se dobra diminuindo o ngulo entre os ossos adjacentes.

    Os extensores so se estiverem colocados sobre o lado do membro em

    que a articulao se dobra aumentando esse ngulo.

    Adutores so msculos que tracionam um membro em direo ao plano

    mediano e abdutores tracionam o membro em direo oposta ao plano

    mediano. A falta de aduo, ocasionalmente ocorre no membro posterior de

    vacas aps o parto. So inervados pelos nervos obturadores, ou seja, um em

    cada pata, cada um dos quais passa atravs de uma abertura no canal do

    parto. Esfncteres so arranjos circulares que constringem as aberturas

    corpreas.

    Msculos com proporo maior de fibras musculares vermelhas do

    origem a uma carne mais tenra e macia do que aqueles que apresentam maior

    proporo de fibras musculares brancas.

    Componentes do msculo esqueltico

    So compostos de elementos de tecido conjuntivo (epimismo, perimsio

    e endomsio) que so contnuos, desde a fibra muscular individual ate o tecido

    conjuntivo da estrutura em que o msculo se liga e na qual exerce sua trao

    quando se contrai. Frequentemente o tecido conjuntivo da estrutura qual

    est ligado, um tendo. Uma bainha de tecido conjuntivo frouxo que efetua

    uma trao similar se chamada aponeurose. Os elementos do tecido conjuntivo

    da musculatura esqueltico so os seguintes:

    1. Endomsio: Fibras musculares que compreendem um feixe muscular

    so unidas por sua cobertura celular (sarcolema) a uma diviso de

    tecido conjuntivo;

    2. Perimsio: O endomsmo continuo ao tecido conjuntivo que envolve

    feixes musculares.

  • 3. Epimsio: O perimsio continuo ao tecido conjuntivo que envolve os

    msculos, ou seja, coleo de feixes musculares.

    4. Tendo ou aponeurose: O epimsio continuo ao tendo ou

    aponeurose, que pode percorrer alguma distancia at seu ponto de

    ancoramento.

    Alguns msculos parecem surgir diretamente de um osso e seu

    ancoramento pode ser considerado como um ancoramento carnoso.

    Entretanto, essas clulas musculares tem um ancoramento tendneo curto,

    rende ao peristeo do osso.

    Microestrutura dos msculos esquelticos

    Uma fibra muscular varia consideravelmente em comprimento e

    frequentemente to longa quanto o msculo do qual faz parte.

    Fibras Musculares

    O tamanho das fibras musculares depende da idade e da alimentao

    dos animais. O dimetro das fibras musculares menor quando o fornecimento

    de nutrientes inadequado do que com alimentao bem balanceada. No

    decorrer do crescimento do animal, o comprimento e o dimetro das fibras

    musculares aumentam.

    Diviso da fibra muscular

    Dependendo do dimetro da fibra muscular, pode haver de varias

    centenas a vrios milhares de miofibrila dentro de uma fibra muscular. Cada

    miofribrilas tem estrias ou bandas.

    Os sarcmeros contem os miofilamentos proteicos, actina, miosina, que

    pelo seu arranjo da origem as estrias.

    Os fusos musculares e os receptores tendinosos so constituintes

    importantes dos msculos na coordenao dos movimentos e na manuteno

    de um tnus muscular determinado. Cada fuso muscular possui cerca de seis

    fibras musculares, que, com exceo das suas regies centrais, apresentam

    estriao transversal e capacidade contrtil. Os msculos, que, por razoes

    funcionais, necessitam de capacidade de contrao gradativa muito precisa,

    como os msculos da pupila, laringe e lngua, so especialmente ricos em

    fusos. Os msculos extensores das extremidades apresentam quantidade

    maior de fusos do que os flexores. Os fusos musculares so paralelos aos

    elementos contrteis. Os receptores tendinosos, ao contrrio, esto dispostos

  • em srie com as fibras musculares. Estes ltimos apresentam-se, em parte,

    ramificados de forma semelhante s terminaes nervosas arboriformes, e, em

    parte, formando corpsculos terminais.

    As funes dos fusos musculares so de deteco e modificao da

    tenso muscular.

    CARACTERSTICAS

    A musculatura apresenta as seguintes caractersticas:

    a. Elasticidade

    b. Excitabilidade

    c. Contratilidade

    d. Capacidade de conduo do estmulo

    Elasticidade

    Um msculo submetido a uma carga ou peso estirado. O alongamento

    do msculo pelo estiramento no proporcional carga; o alongamento ser

    tanto menor quanto mais o msculo tiver sido previamente estirado. Retirada a

    carga sobre o msculo, este recupera o seu comprimento original de repouso.

    A importncia da elasticidade do msculo para o organismo consista na

    atenuao da ao de uma distenso muscular repentina e na preveno de

    ruptura e desprendimento do msculo dos seus tendes em consequncia de

    traes intensas e repetinas. No estado de repouso normal os msculos esto

    ligeiramente distendidos. O msculo encurta-se quando seccionado no seu

    ponto de insero devido as suas caractersticas de elasticidade. Como

    consequncia desta distenso existente, a fora de cada contrao

    transmitida imediatamente as regies vizinhas a fim de se movimentarem.

    Distenso sbita e intensa pode provocar ruptura ou soltura do msculo.

    Excitabilidade

    O msculo pode ser excitado direta ou indiretamente. A estimulao

    indireta ocorre atravs das vias nervosas aferentes; o estimulo indireto o

    adequado. A excitao das fibras nervosas realiza-se atravs dos neurnios

    motores originrios dos cornos ventrais da medula espinal (motoneurnios). A

  • estimulao natural atravs dos nervos age mais intensamente sobre os

    msculos do que a estimulao artificial.

    Os msculos podem ser estimulados diretamente independentemente do

    nervo. Assim, por exemplo, a utilizao do curare pode abolir completamente a

    transmisso do impulso do nervo ao msculo ao nvel da placa motora,

    resultando em paralisia do msculo.

    Como consequncia da estimulao ocorrem os seguintes eventos no

    msculo:

    1. Encurtamento do msculo e aumento da tenso muscular,

    2. Aparecimento de potencial eltrico (potencial de ao),

    3. Aumento da produo de calor.

    A estimulao mecnica pode ser compreenso, contuso ou

    distenso rpida do msculo. De maneira geral, qualquer procedimento que

    provoque deformao das fibras musculares constitui um estimulo mecnico. A

    resistncia apresentada pelo msculo ao se contrair sob a ao de uma carga

    constitui em si um estmulo: a uma intensidade constante de estimulo, a

    energia produzida por um msculo ser, dentro de limites determinados, tanto

    maior quanto maior for a carga a que est submetido.

    Como estmulos qumicos sobre o msculo atuam cidos, lcalis ou

    outros compostos.

    Os estmulos eltricos aplicados por corrente continua ou por corrente

    industrial possibilitam uma avaliao precisa da intensidade e da durao do

    estmulo.

    A denominada lei do abalo muscular diz que a contrao muscular

    inicia-se no catodo por fechamento da corrente, e no anodo durante a abertura

    desta. Esta lei obedece aos fenmenos eletrnicos que explicam uma

    excitabilidade mais acentuada ao nvel do catodo e excitabilidade diminuda ao

    nvel do anodo. Correntes eltricas de curta durao no produzem abalo

    muscular durante a sua abertura, elas s tem efeito durante o fechamento da

    corrente e ao nvel do catodo.

    Para a obteno de excitao muscular, o estimulo deve ter uma

    intensidade determinada (estimulo limiar). Estmulos supralimiares atuam

    sobre o msculo mais intensamente quanto maiores forem suas intensidades,

    mas apenas ate um limite superior bem determinado acima do qual no ocorre

  • aumento da contrao (estimulo mximo). A temperatura tambm tem

    influencia sobre a excitabilidade do msculo. Temperaturas acima de 40C e

    abaixo de 0C prejudicam as fibras musculares. Rs mantidas a baixas

    temperaturas durante longos perodos (denominadas rs refrigeradas)

    apresentam excitabilidade muscular aumentada comparada apresentada por

    rs mantidas simultaneamente temperatura ambiente.

    Curva de contrao muscular

    Em resposta a um estimulo nico o msculo responde com uma

    contrao isolada. A tenso desenvolvida pelo msculo permanece

    aproximadamente constante, apresentando o mesmo unicamente um

    encurtamento fugaz; este tipo de contrao denominada contrao

    isotnica (contrao longitudinal). Carregando-se fortemente o msculo,

    como quando se usa na experincia uma mola resistente, o encurtamento do

    msculo mnimo; neste caso, ocorre aumento de tenso e se diz que a

    contrao uma contrao isomtrica (contrao tnica).

    Na curva de contrao de um msculo podem ser diferenciadas partes

    distintas:

    a. Perodo de latncia. A contrao no se inicia imediatamente aps

    o inicio do estimulo, mas aps um perodo curto de latncia; o

    mesmo ocorre entre 3 a 10 milissegundos aps o estmulo. O

    perodo de latncia aumenta quando o estimulo indireto atravs

    da estimulao do msculo pelo nervo em consequncia da

    participao de processos qumicos na transmisso da excitao na

    placa motora. O perodo de latncia aumenta medida que o

    msculo vai sendo fatigado.

    b. Fase de contrao. Ao perodo de latncia segue-se a fase de

    contrao na qual o msculo se encurta ou desenvolve tenso. O

    decurso temporal da curva de contrao diferente nos msculos

    vermelhos e brancos. Msculos de contrao lenta apresentam

    curva de contrao mais achatada do que os msculos de resposta

    mais rpida.

    c. Fase de relaxamento. fase de contrao segue-se a de

    relaxamento ou de diminuio da tenso. A sua durao

  • dependente do esforo e da fadiga muscular: ela mais curta

    quanto menos o msculo se fadiga e quanto maior a carga a que

    submetido.

    Por estiramento do msculo atravs de cargas crescentes, mantendo-

    se a intensidade do estmulo constante, observa-se inicialmente aumento da

    sua fora contrtil, onde a carga funciona como estimulo mecnico. Aumento

    subsequentes da carga, entretanto, diminuem cada vez mais a amplitude da

    contrao, at que finalmente o msculo incapaz de elevar a carga.

    A lei do tudo ou nada tambm vlida para a fibra muscular isolada. A

    estrutura do msculo esqueltico, constitudo de fibras musculares dispostas

    uma em relao s outras como unidades funcionais isoladas, difere da

    estrutura do msculo cardaco, onde as fibras musculares constituem uma

    nica unidade funcional que responde sempre com determinada fora quando

    o estimulo limiar.

    A durao de uma contrao isolada difere conforme a espcie animal:

    nos insetos a sua durao de 1/300 segundos, nos animais de sangue

    quente, 1/20-1/100 segundos, e em anfbios 1/10 segundos. A durao do

    abalo muscular menos para os msculos brancos do que para os vermelhos,

    aumentos de temperatura encurtam o tempo de durao do abalo muscular.

    Trabalho muscular

    Determina-se a fora absoluta desenvolvida por um msculo por meio

    da carga, que, aplicada a ele, o impede de se contrair. A carga assim

    encontrada equiparada fora contrtil mxima do msculo. Pode-se

    tambm obter a fora muscular absoluta atravs da curva de contrao

    isomtrica do msculo.

    A fora absoluta de um musculo proporcional sua seco

    transversal, ou dimetro, o que fcil de medir em msculos cujas fibras

    isoladas (dimetro fisiolgico).

    Determina-se para isto o volume do musculo (peso absoluto: peso

    especifico) e divide-se este pelo comprimento mdia das fibras. Musculos com

    fibras obliquas, devido ao pequeno comprimento das fibras em relao ao seu

    dimetro (dimetros fisiolgicos grandes), so msculos de potente contrao,

    embora a amplitude desta seja menor do que a apresentada por musculos de

    fibras paralelas e longas.

  • A fora absoluta do msculo varia nos diferentes msculos dentro de limites

    consideravelmente grandes, entre 0,4 a 1,5 kg por cm do dimetro muscular. A

    musculatura do cavalo tem condies de exercer, durante perodos curtos de

    tempo, um trabalho de 75 mkg por segundo (1 HP)

    Quando se aumenta a carga sobre um msculo submetido a estimulo mximo,

    a amplitude da contrao ser tanto menos quanto maior for a carga.

    O trabalho intensivo leva a um aumento do tamanho do msculo devido a

    aumento de volume das suas fibras (hipertrofia de trabalho). Ocorre aumento

    do sarcoplasma e das fibrilas contrteis na fibra muscular. Msculos inativos

    readquirem a sua forma antiga quando esto treinados.

    Constituintes do msculo

    O musculo esqueltico de mamfero contm cerca de 75% de gua,

    18% de protenas e 7% de carboidratos, gorduras, substncias extrativas, sais

    minerais e outros compostos. Em animais de engorda o contedo de gordura

    da musculatura compreende at mais de 20%.

    As protenas constituem o principal componente orgnico da musculatura, e

    entre elas distinguem-se as seguintes fraes:

    a. Grupo de protenas solveis, que compreende na sua maior parte as

    enzimas. A este grupo pertence o miognio, que compreende, entre

    outras substncias, as enzimas da glicolise, da sntese de glicognio, do

    metabolismo dos cidos graxos, do ciclo tricarboxilico, assim como as

    enzimas da cadeia respiratria. Outra protena solvel representada

    pela globulina X.

    O msculo contm ainda a mioglobina, cuja concentrao de at 0,6%.

    Ela representa uma reserva local de O2 que pode ser mobilizada no

    msculo no decorrer de atividade intensa.

    b. Grupo de protenas insolveis das miofibrilas

    A miosina representa cerca de 35% das protenas musculares. Trata-se

    de uma molcula filamentosa, organizada em feixes que constituem os

    filamentos de miosina. Outra protena importante na contrao muscular

    a actina. Ela forma, juntamente com as protenas reguladoras, a

    tropomiosina e a troponina, os filamentos finos das miofribilas.

  • No estado de jejum as protenas musculares podem ser mobilizadas

    em quantidade considervel.

    Como substncia de reserva existem no msculo o glicognio e as

    gorduras. O contedo de glicognio da musculatura esqueltica cerca de 0,5-

    1,5%. Em cavalos a concentrao de glicognio nos diferentes msculos em

    repouso pode ser de at 3%.

    As gorduras encontram-se na musculatura nas clulas adiposas, as

    quais se localizam entre os feixes de fibras musculares. A proporo de tecido

    adiposo intermuscular aumenta ao redoer do fim do perodo de engorda. Existe

    tambm gordura nas fibras musculares.

    A carne dos animais de abastecimento contm quantidade diferentes

    de gordura que dependem da ingesto de alimentos. Carne com um contedo

    de gordura menor que 5% denominada carne magra.

    Durante o cozimento do msculo as substncias extrativas entram em

    soluo e formam o caldo ou o molho de carne. As substncias extrativas

    agem estimulando as secrees glandulares do canal gastrintestinal.

    O msculo contm cerca de 1-1,5% de substncias minerais, que, para

    a funo muscular, so muito importantes; A diminuio do contedo de K+ da

    musculatura provoca queda da eficincia muscular. Reduo do contedo de

    Ca++ no plasma sanguneo produz paralisias, e a de Mg++, cibras.

    Processos de contrao muscular

    A utilizao de ATP na musculatura esqueltica depende da

    quantidade de trabalho desempenhado. Em casos de necessidade a sntese de

    ATP pode-se elevar vrias vezes. Concomitantemente eleva-se a tomada de

    O2 pelo msculo. Devido ao maior contedo de mitocndrias, a possibilidade

    de elevao nos processos de oxidao maior para os msculos vermelhos

    do que para os brancos.

    Como substncias de reserva energtica so utilizadas na

    musculatura, principalmente, glicose (animais monogstricos) e cidos graxos

    (ruminantes). Nos animais monogstricos, durante perodos longos de trabalho,

    tambm so oxidadas em quantidades crescentes cadeias longas de cidos

    graxos, uma vez que os depsitos energticos sob a forma de glicognio so

    pequenos. No inicio do trabalho corporal eleva-se a degradao do glicognio

    em piruvato e lactato, e o contedo de lactato no plasma sanguneo aumenta.

    Em cavalos de corrida o contedo de lactato no sangue atingue valores de at

    200 mg por 100ml durante a corrida. As fibras musculares brancas apresentam

  • capacidade glicolitica maior que as vermelhas. Em treinos corporais

    prolongados, durante o perodo de crescimento do animal, ocorre aumento da

    proporo de fibras musculares vermelhas.

    Na atividade muscular intensa o lactato formado em grandes

    propores principalmente utilizado no fgado e no msculo cardaco. Devido

    ao grande equipamento de enzimas da gliclise na musculatura possvel a

    obteno de quantidade considervel de ATP sem fornecimento simultneo de

    O2. O lactato no fgado cerca de 25% oxidado e cerca de 75% utilizado na

    gliconeognese. Bezerros e cordeiros utilizam especialmente muito bem o

    lactato.

    Os msculos dos ruminantes utilizam grandemente, para o

    fornecimento de energia, acetato e hidroxibutirato assim como cidos graxos

    de cadeias longas. Cavalos e ces podem cobrir at 90% do fornecimento

    energtico, para atividade corporal, como a oxidao de cidos graxos.

    As miofribilas das fibras musculares so constitudas de filamentos

    grossos de miosina e de filamentos finos de actina. Em um fibra muscular

    existem muitos milhares desses miofilamentos. Os miofilamentos esto

    arranjados em formas de sarcmeros que tm cerca de 2m de comprimento e

    1,5 m de espessura. Os sarcmeros so limitados entre si atravs de

    membranas os discos Z. Em cada disco Z prendem-se cerca de 2.000

    filamentos de actina.

    Os filamentos grossos de miosina so constitudos de 200-300

    moleculas de miosina.

    No msculo cardaco, o reticulo sarcoplasmtico menos desenvolvido

    do que no msculo esqueltico. A funo do msculo cardaco , portanto,

    fortemente dependente da concentrao das miofibrilas de cerca de 1ms no

    msculo esqueltico. O relaxamento das miofibrilas utiliza igualmente ATP.

    Regulao central da Atividade Muscular

    Os msculos do organismo atuam de maneira coordenada para a

    realizao harmoniosa dos movimentos. Os neurnios motores do encfalo e

    medula espinhal encontram-se inter-relacionados atravs de uma rede densa

    de neurnios de associao, de tal maneira que as funes das unidades

    motoras isoladas podem ser sincronizadas. Com relao grande velocidade e

    preciso dos movimentos, avalia-se como extraordinariamente elevada a

    capacidade funcional dos mecanismos centrais de associao.

    Fadiga Muscular

    Sob a ao de estimulao repetida a curva de contrao do msculo

    isolado apresenta gradativamente alteraes caractersticas que conduzem

    fadiga do msculo: o perodo de latncia aumenta, a fora contrtil diminui, e o

  • perodo de relaxamento prolongado. Se, durante um certo tempo, no se

    estimular um msculo assim fatigado, ocorre uma certa recuperao deste. A

    principal causa da fadiga a carncia de ATP. Em consequncia da diminuio

    do contedo de ATP a repolarizao da membrana da fibra muscular

    alterada.

    A fadiga no animal intacto consiste principalmente num diminuio da

    capacidade de reao dos neurnios motores que inervam o msculo, nesse

    animal intacto atribui-se que a fadiga se instala aps trabalho muscular intenso

    resulta diminuio da capacidade de reao das sinapses do sistema nervoso

    central, principalmente dos neurnios dos cornos ventrais da medula espinal.

    Produo de calor na contrao muscular

    Cada contrao muscular acompanhada de desenvolvimento de calor

    no msculo: cerca de 75-80% da energia gerada no msculo so liberados sob

    a forma de calor. A produo de calor no msculo de grande significado na

    regulao da temperatura corporal, uma vez que aproximadamente 40% do

    peso corpreo so constitudos pelos msculos, e ao redor de 75-80% da

    energia total muscular so dissipados livremente sob a forma de calor. A maior

    frao de calor utilizado para a manuteno da temperatura corporal dos

    animais homeotrmicos provm dos processos oxidativos musculares.

    Rigidez Muscular

    Aps a morte as principais caractersticas do msculo so mantidas

    ainda durante um curto tempo, quais sejam elasticidade, excitabilidade,

    contrabilidade, assim como condutibilidade. A instalao da rigidez muscular

    ocorre devido a numerosas alteraes qumicas na fibra muscular. A causa

    principal da instalao da rigidez muscular a reduo do contedo de

    compostos de fosfato energeticamente ricos (adenosinatrifosfato e

    creatinafosfato). A reduo de ATP provoca alteraes irreversveis no retculo

    sarcoplasmtico e nas protenas musculares.

    A formao de cido ltico a partir do glicognio de grande

    importncia para a maturao da carne aps o sacrifcio do animal.

    A queda no valor do pH do msculo aps o sacrifcio depende da

    composio das fibras musculares em enzimas glicoliticas, em contedo de

    glicognio, e da temperatura. A qualidade da carne constituinte da musculatura

    das costelas e do presunto de supinos correlacionada velocidade de queda

    no valor de pH aps a morte. O valor de pH, em carnes de boa qualidade como

    a dos longos msculos costais, no decorrer de 25 min aps o sacrifcio, cai de

    6,2 para 6,4. Se a queda do valor do pH ocorrer mais rapidamente, em regra

    geral, a carne de qualidade mdia a ruim.

    Em animais selvagens de caa, devido aos movimentos rpidos que

    desenvolvem durante a caada, a formao de lactato no msculo grande e o

  • valor do pH das fibras musculares chega a 6,8. O contedo de ATP e de

    creatinafostato nos msculos diminui. Aps a morte a rigidez muscular ocorre,

    nestes casos, relativamente rpida.

    Na maturao da carne as proteases agem provocando perfuraes

    nas membranas das fibras musculares, das miofribilas e do tecido conjuntivo. O

    animal sacrificado no congelado logo aps a morte a fim de que a rigidez

    muscular se instale mais rapidamente por ao das lisozimas das fibras

    musculares. Em consequncia, as proteases permanecem ativas. Aps um dia

    de armazenamento temperatura ambiente o animal abatido levado

    cmara frigorfica. Durante o armazenamento da carne ocorrem processos de

    degradao proteoltica. A maturao da carne de sunos se verifica logo aps

    um armazenamento de dois a trs dias em cmara fria.

    TECIDO SSEO

    O tecido sseo diferencia-se dos outros tecidos do organismo animal

    por seu elevado contedo de substancias minerais, as quais tem profunda

    importncia para a estabilidade mecnica. O tecido sseo insuficientemente

    mineralizado apresenta menor resistncia mecnica a sobrecargas e tende a

    sofrer deformaes.

    Segundo a sua forma, distinguem-se trs tipos de ossos que

    desempenham funes distintas:

    Ossos chatos so constitudos de duas camadas compactas mais

    externas e englobam uma substncia esponjosa; a estes tipos pertencem os

    ossos do crnio, dos ombros e das costas.

    Ossos curtos so, em sua grande parte, constitudos por

    substancias sseas esponjosas e envoltos por uma camada ssea fina e

    resistente; a estes tipos pertencem os ossos da vrtebras e dos tarsos.

    Ossos longos So constitudos de tecido sseo especialmente duro

    e que apresentam extrema capacidade de adaptao sobrecarga mecnica.

    Entre os ossos longos distinguem-se os segmentos mdios (as difises) e os

    segmentos terminais das extremidades (as epfises). Ambos os segmentos so

    separados entre si por uma zona de crescimento (discos epifisrios) formada

    durante o desenvolvimento dos ossos.

    O tecido sseo apresenta uma vascularizao intensa que permite a

    troca de substncias nutrientes e minerais. A extenso da troca de substncias

    minerais nos ossos dependente da idade do organismo.

    Diferentes ossos, principalmente os ossos longos tubulares, contm

    medula ssea que promove a formao de hemcias, granulcitos e

    trombcitos.