Sistemas de Informação Geográfica: Os próximos Sistemas de Informação

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Publicação do Curso de Pós-Graduação em Sistemas de Informação / Consórcio POSI POSI Mag | Nº3 . Fronteira Sobre o Autor Sandro Batista é Licenciado em Engenharia Geográfica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra sendo presentemente Director de Estratégia de Desenvolvimento Tecnológico da ESRI Portugal. Paralelamente desenvolve actividade docente sendo responsável pela disciplina de GeoMarketing na Pós-graduação em Marketing & Business Intelligence no Instituto Superior de Línguas e Administração. Inicia a sua actividade profissional, em 2003, como Investigador na área de Astronomia na Universidade de Coimbra e foi membro fundador do Centro de Investigação GAUC - Grupo de Astrofísica da Universidade de Coimbra. Na ESRI Portugal desde 2004, e desde então até Julho de 2006, esteve responsável pela Coordenação da área de Investigação e Desenvolvimento da empresa tendo a seu cargo a conceptualização e gestão da implementação de diferentes produtos relacionados com Sistemas de Informação Geográfica para diferentes Mercados. Em 2006 assume a Direcção Técnica da empresa e simultaneamente a posição de Gestor de Projecto, em projectos nacionais e internacionais, entre os quais se destacam alguns realizados nas seguintes entidades: NC3A - NATO Consultation, Command and Control Agency; GeoCAPITAL Holding; AICEP Global Parques; Chronopost International Portugal; IGP, Instituto Geográfico Português; Estradas de Portugal, S.A.; Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores; DGOTDU, Direcção Geral de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano e IDP, Instituto do Desporto de Portugal; e DGAE, Direcção-Geral das Actividades Económicas. Durante o ano de 2009 assume a posição de Director Executivo da Unidade Empresarial de Investigação, Desenvolvimento e Inovação. Participou também, desde 2006, em diversos eventos como Orador e orientou alguns estágios Profissionais e teses de Mestrado em áreas de Engenharia. http://www.linkedin.com/in/sandrobatista membro comunidadeIT A ESRI Portugal Sistemas e Informação Geográfica, S.A. É uma empresa privada, maioritariamente de capital nacional, constituída em 1987, com o firme propósito de actuar como agente especializado no desenvolvimento e fornecimento de sistemas de informação baseados em tecnologia SIG - Sistemas de Informação Geográfica. Serviços como Consultoria, Projectos e Integração de Sistemas, Desenvolvimento de Aplicações, Suporte e Formação, além de Serviços de constituição de bases de dados geográficas, fazem parte da oferta, complementada com a comercialização de cartografia digital, dados, e informação georreferenciada. Um todo intitulado de “inteligência geográfica”.´ .36 CASOS, INVESTIGAÇÃO & DESENVOLVIMENTO Sistemas de Informação Geográfica: Os próximos Sistemas de Informação Sandro Batista [email protected]

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Um sistema que “pense geograficamente” possui uma vantagem crucial sobre os restantes uma vez que, para além de tirar partido de todos os benefícios desta sua maneira de “pensar”, também nós os compreendemos com bastante mais facilidade.

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Sobre o Autor Sandro Batista é Licenciado em Engenharia Geográfica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra sendo presentemente Director de Estratégia de Desenvolvimento Tecnológico da ESRI Portugal. Paralelamente desenvolve actividade docente sendo responsável pela disciplina de GeoMarketing na Pós-graduação em Marketing & Business Intelligence no Instituto Superior de Línguas e Administração.

Inicia a sua actividade profissional, em 2003, como Investigador na área de Astronomia na Universidade de Coimbra e foi membro fundador do Centro de Investigação GAUC - Grupo de Astrofísica da Universidade de Coimbra.

Na ESRI Portugal desde 2004, e desde então até Julho de 2006, esteve responsável pela Coordenação da área de Investigação e Desenvolvimento da empresa tendo a seu cargo a conceptualização e gestão da implementação de diferentes produtos relacionados com Sistemas de Informação Geográfica para diferentes Mercados. Em 2006 assume a Direcção Técnica da empresa e simultaneamente a posição de Gestor de Projecto, em projectos nacionais e internacionais, entre os quais se destacam alguns realizados nas seguintes entidades: NC3A - NATO Consultation, Command and Control Agency; GeoCAPITAL Holding; AICEP Global Parques; Chronopost International Portugal; IGP, Instituto Geográfico Português; Estradas de Portugal, S.A.; Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores; DGOTDU, Direcção Geral de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano e IDP, Instituto do Desporto de Portugal; e DGAE, Direcção-Geral das Actividades Económicas.

Durante o ano de 2009 assume a posição de Director Executivo da Unidade Empresarialde Investigação, Desenvolvimento e Inovação.

Participou também, desde 2006, em diversos eventos como Orador e orientou alguns estágios Profissionais e teses de Mestrado em áreas de Engenharia.

http://www.linkedin.com/in/sandrobatista

membrocomunidadeIT

A ESRI Portugal Sistemas e Informação Geográfica, S.A.

É uma empresa privada, maioritariamente de capital nacional, constituída em 1987, com o firme propósito de actuar como agente especializado no desenvolvimento e fornecimento de sistemas de informação baseados em tecnologia SIG - Sistemas de Informação Geográfica.

Serviços como Consultoria, Projectos e Integração de Sistemas, Desenvolvimento de Aplicações, Suporte e Formação, além de Serviços de constituição de bases de dados geográficas, fazem parte da oferta, complementada com a comercialização de cartografia digital, dados, e informação georreferenciada. Um todo intitulado de “inteligência geográfica”.´

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Como empresa portuguesa pioneira na oferta de SIGs em Portugal, a ESRI Portugal focaliza a sua actividade em determinados segmentos de mercado, criando as condições para o estabelecimento de relações estáveis com os seus clientes, baseadas na qualidade da informação que os sistemas, por ela fornecidos, oferecem aos seus utentes.

A ESRI Portugal, distribuidora exclusiva em Portugal da norte-americana ESRI - Environmental Systems Research Institute, líder mundial neste segmento do mercado, comercializa um conjunto de sistemas de processamento de informação geográfica denominado ArcGIS.

A ESRI Portugal tem por missão “Transmutar o conhecimento do mundo em capacidade de poder e acção”, através do máximo desenvolvimento da componente específica da tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica dentro de um Grupo coeso e coerente de empresas primordialmente orientadas para a criação de avançados Sistemas de Apoio à Decisão que permitam dotar os seus utilizadores de uma verdadeira vantagem competitiva, estratégica e absolutamente diferenciada, pelo recurso inteligente à Inteligência Geográfica, tanto no plano estritamente nacional como internacional.

Para cimentar de forma transparente a sua missão, a ESRI Portugal pugna pelos valores da pessoa, sentido nacional, empenho, lealdade e de orientação às soluções das necessidades reais das Organizações.

Anualmente, a ESRI Portugal realiza aquele que é o maior evento de Sistemas de Informação Geográfica – o EUE (Encontro de Utilizadores ESRI), que vai ter a próxima edição em 3 e 4 de Março (http://www.euesri-portugal.pt), realizado no nosso mercado, tendo contado em 2009 com aproximadamente 1000 participantes (utilizadores SIG, programadores, técnicos, analistas, gestores de projectos, consultores, directores e decisores, entre clientes, parceiros, estudantes e jornalistas – provenientes dos mais variados sectores de actividade, como Administração Pública Central e Local, Utilities, Transportes e Logística, Distribuição, Telecomunicações, Banca e Seguros, Ensino Superior e de Associações).

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A ESRI Portugal tem por missão “Transmutar o conhecimento do mundo em capacidade de poder e acção”.

Um sistema que “pense geograficamente” possui uma vantagem crucial sobre os restantes uma vez que, para além de tirar partido de todos os benefícios desta sua maneira de “pensar”, também nós os compreendemos com bastante mais facilidade.

Pensar GeograficamenteA componente de localização encontra-se cada vez mais presente em todos os sistemas nossos conhecidos, desde o simples sistema de posicionamento de informação sobre um mapa até ao sistema de navegação em tempo real da nossa viatura.

Uma maneira de compreender um sistema é “pensarmos” como “pensa” o sistema. Deste modo, os resultados que podemos obter e a forma de os obter torna-se bastante mais simples. E então se colocarmos o sistema a pensar como nós pensamos? Colocarmos o sistema a interpretar e a analisar as ocorrências com base em pressupostos e ensinamentos que nos são intrínsecos?

Como é que surgiu este novo paradigma e porquê?

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Surge aqui a componente da localização!Um sistema que “pense geograficamente” possui uma vantagem crucial sobre os restantes uma vez que, para além de tirar partido de todos os benefícios desta sua maneira de “pensar”, também nós os compreendemos com bastante mais facilidade.

Surgem assim os Sistemas de Informação Geográfica.

Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) pode ser compreendido como um sistema que integra hardware, software e dados - à semelhança de outro qualquer Sistema de Informação (SI) - que permite a captura, armazenamento e disponibilização de dados geográficos bem como - e sendo esta a sua vantagem competitiva em relação aos outros SI - a análise e modelação de aspectos do mundo real tendo por base informação sobre regras de negócio e sobre o espaço onde ocorrem. Os SIG permitem a mais perfeita e una representação da realidade, tornando-se deste modo o Sistema de Informação por Excelência.

Os SIG permitem dar resposta ou ajudar na resolução de problemas complexos que envolvam directamente questões relacionadas, e unicamente respondidas com informação geográfica. Por exemplo, se quisermos encontrar a melhor localização para uma instalação, ou saber o potencial existente nessa mesma localização, efectuar análises de diferentes cenários usando a típica modelação “what-if”, ou até mesmo descobrir padrões e tendências (componente geotemporal) para determinadas áreas que tenhamos interesse, ou que possamos vir a ter interesse, faz sentido recorrer a um SIG.

Temos então toda uma base comum entre ambos os Sistemas, e por outro lado, temos características específicas num SIG que o tornam único. Todas as necessidades existentes num SI estão presentes num SIG, o que faz com que sejam semelhantes a um determinado nível. Assim sendo, um SIG poderá ser considerado como uma expansão e uma evolução dos SI. Num futuro próximo e em grande parte das organizações, a componente de localização será crucial. Porquê? Porque é a maneira como nós pensamos!”

Para podermos retirar o máximo partido de um SIG temos que ter em atenção vários aspectos. Como em qualquer SI é sempre necessário considerar: Qual a melhor infra-estrutura de TI e comunicações a utilizar? Qual a melhor estrutura de dados que queremos implementar? Com que outros sistemas internos ou externos à organização haverá integração? Que serviços desejo disponibilizar? Que recursos humanos são necessários para a implementação e manutenção do Sistema? Muitas das perguntas que são necessárias fazer aquando da criação e ou implementação de um SI, ou de um SIG, são semelhantes. Porém, as suas respostas são diferentes. Por exemplo, quando estamos a falar da aquisição de dados de base para o sistema, que posteriormente permitirá a adição de informação para efectuar as diversas análises, a preocupação a ter será: Qual a extensão geográfica? Qual o nível de detalhe? Quais os atributos descritivos tendo em conta os resultados que desejo obter?

O que é um SIG

SIG versus SI Tradicionais

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Informação e níveis de detalhe

Se for pretendido saber se todos os edifícios de uma determinada zona estão próximos de um qualquer tipo de via, então bastará adquirir a seguinte informação: edificado (áreas); eixos de via (linhas).

Por outro lado, se se pretender determinar o melhor percurso a efectuar, de viatura, desde a sede de distribuição até ao cliente final com o objectivo de entregar uma encomenda o mais rápido possível, a informação a adquirir será: eixos de via (linhas) com a respectiva informação associada – toponímia (nomes de ruas, etc.), números de porta (inicial e final para cada troço) e sentidos de trânsito. Para um resultado de maior precisão será necessário adicionar métricas de calibração para os eixos de via (por exemplo a velocidade média em cada troço dependendo da hora do dia) e informação sobre obstruções das vias de comunicação em tempo quase real.

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A expansão dos SIG

SIG nas Organizações

Um grande contributo para a sensibilização e disseminação dos SIG foi a disponibilização massiva de informação sobre o espaço que nos rodeia. A Google e a Microsoft tornaram possível, através de um simples browser de Internet, identificar em poucos segundos a nossa rua e a nossa casa no globo. A informação e as aplicações de visualização disponibilizadas por ambos permitem termos um conhecimento espacial mais abrangente e viajar até determinados locais em poucos segundos, algo que até há bem pouco tempo seria totalmente impensável.

A componente da localização está então difundida e começa a existir um despertar para a consciência geográfica! Assiste-se a uma série de entidades e organizações a tomar uma consciência de si no espaço geográfico, dos seus concorrentes, dos seus clientes,...

Um SIG é o parceiro ideal para o desenrolar e implementar duma estratégia para a Organização. Toda uma visão poderá ser alicerçada num SIG de modo a que as decisões possam ser melhor sustentadas e os diferentes cenários equacionados. Um SIG fornece informação de modo a compreendermos melhor o mercado, bem como as condições económicas envolventes - numa tentativa de reduzir a complexidade do negócio – a melhorar a performance operacional e a atingir uma maior rentabilidade. A utilização de modelos espaciais e workflows assentes no poder da geografia permite-nos analisar em detalhe a situação do mercado em que nos inserimos recorrendo a estudos sobre a nossa eficiência, sobre a nossa concorrência, e sobre as demais variáveis que influenciam o nosso negócio, como é exemplo o caso da demografia (geodemography).

Bons exemplos de utilização de um SIG como um sistema de apoio à Decisão Estratégica são encontrados nos demais segmentos de negócio entre os quais: retalho, banca, distribuição, logística, seguros, utilities, defesa e segurança, asset management, etc.As utilities são uma das áreas onde os SIG fazem parte do core do negócio. As utilities baseiam-se na distribuição de um produto sobre uma rede interligada de segmentos. Sendo esta uma das principais ontologias da ciência geográfica, existem já uma série de ferramentas bem

“Um SIG fornece informação de modo a compreendermos melhor o mercado...”

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consolidadas de apoio à gestão e manutenção de redes. São respondidas automaticamente por um SIG perguntas como: Quais as áreas da rede que estão debilitadas e se apostar de modo a manter e ganhar clientes? Em que zonas da rede existem perdas (com consequente perda efectiva de rentabilidade)? Que clientes ficarão afectados se determinado segmento ficar inoperacional? É possível ainda contribuir para o aumento da eficiência na componente operacional incutindo a dimensão geográfica numa série de processos e procedimentos, como por exemplo: geração de ordens de serviço automáticas por clientes afectados ou áreas de actuação, integração directa e instantânea dos dados provenientes do terreno no sistema, etc.A necessidade duma gestão eficiente está presente não só no sector privado mas também no sector público. No sector público, o alcance de melhoramentos na área da gestão de recursos, planeamento, qualidade de vida, transparência e eficiência económica (como por exemplo, para exteriorizar factores para a atracção de investimento externo) são outras áreas clássicas onde a utilização de SIG faz a diferença.

A evolução tecnológica a nível de hardware e software, a criação de redes globais de cooperação, a utilização de arquitecturas distribuídas e a aposta cada vez maior em comunicações de alto débito a baixo custo, contribuem para a expansão dos SIG. Estes sistemas, enquanto SI integradores de múltiplas fontes de informação, tiram partido desta nova realidade possibilitando aos seus utilizadores uma partilha sustentada de dados e uma pesquisa em tempo real através de dispositivos com um baixo nível de processamento.

A proliferação de aplicações em ambiente Web e a disponibilização de cada vez mais conteúdos online é uma realidade. Também os SIG estão a acompanhar esta evolução e alguns softwares oferecem a possibilidade de implementar este cenário: disponibilização de informação online, edição de informação online, geoprocessamento online, entre outras, são já uma realidade.

Paralelamente à evolução dos demais SI com componente Web, os SIG evoluíram para permitir a centralização e partilha de conteúdos estruturados e processamento online, indispensáveis à produção dos

inputs e outputs das várias aplicações de negócio.

Uma importante inovação nos sistemas Web foi o conceito de Mashup. Um Mashup, que pode ser interpretado como a junção de informação específica oriunda de múltiplas fontes num único site de Internet, é algo que veio permitir às Organizações enriquecerem, de forma ágil e com baixo custo, os seus portais. Estes portais disponibilizam, aos seus utilizadores, informação filtrada, estruturada e customizada. A proliferação deste tipo de sites tornou latente a necessidade de partilha de conteúdos entre diferentes Organizações, algo que até há bem pouco tempo encontrava inúmeras barreiras e obstáculos. A emergência de normas europeias como o INSPIRE e consequente criação de SDI (Spatial Data Infrastructure), são claros resultados dos progressos até aqui alcançados neste domínio.

A evolução tecnológica e consequente evolução dos SIG

Surge o conceito de Web SIG!

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Neste contexto, e para implementar o cenário acima descrito, os verdadeiros Web SIG assentam em arquitecturas orientadas a serviços – SOA (Service-Oriented Architecture). Os utilizadores têm a possibilidade de aceder a múltiplos recursos online usando serviços web e cruzando estes serviços com informação sua no seu posto de trabalhando, seja ele fixo ou móvel, obtendo os resultados necessários a que se propuseram. Um exemplo deste tipo de arquitecturas em SIG é toda a plataforma ArcGIS da ESRI.

Acompanhando uma vez mais a evolução tecnológica ao nível da simplificação da comunicação entre os diversos Sistemas, existe já

software que permite a implementação de arquitecturas com comunicação via REST (Representational State Transfer). Neste seguimento é possível também, com recurso a API’s existentes, a criação de Aplicações Ricas para a Internet – RIA (Rich Internet Applications). Deste modo, os SIG e seus utilizadores passam a ter disponíveis aplicações bastante mais ricas tanto a nível da usabilidade como a nível das funcionalidades. Funcionalidades que até então nunca seriam portadas para a internet passam agora a estar presentes em aplicações Web SIG. Exemplos deste tipo de aplicações são as construídas usando tecnologia Adobe Flex e Microsoft Silverligth, entre outras.

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Mashups e RIA’s - Um Caso Real em Portugal

Uma aplicação desenvolvida em ArcGIS Server Flex API para a Câmara Municipal de Matosinhos pode ser consultada no seguinte endereço: http://web1.cm-matosinhos.pt/explorador. Esta aplicação permite que num único local se possa consultar informação proveniente de ArcGIS Online, Microsoft Bing Maps e Google Streetview, todos eles integrados com a informação local da Autarquia, em ArcGIS Server. A juntar à consulta de dados é possível também usar serviços de geoprocessamento para encontrar moradas ou para encontrar o melhor percurso entre várias localizações – optimizando a sequência das localizações a visitar e incluindo barreiras em troços que estão interrompidos ou que não se deseja percorrer.

Segundo relatórios da Gartner Inc., o Cloud Computing está a tornar-se tão influente como já o é o comércio electrónico. Este novo paradigma permite a abstracção, das organizações, das componentes de infra-estruturas, serviços e aplicações, libertando os seus colaboradores para que se possam focar no que é crítico para o negócio. Toda a plataforma tecnológica está “algures”, e os colaboradores, nos seus dispositivos, possuem apenas o software necessário para aceder a estes serviços e aplicações. Também alguns softwares de SIG estão a implementar este novo paradigma. A ESRI criou uma plataforma – o ArcGIS Online, que permite esta total abstracção. Conteúdos, modelos de dados e de geoprocessamento encontram-se alojados numa infra-estrutura de servidores, acessíveis sob a forma de serviços Web, possibilitando a criação online de aplicações consumidoras destes recursos. À semelhança do que acontece noutros sistemas, também é possibilitada a criação de Private Clouds. Estas redes privadas assumem-se como essenciais na partilha de conhecimento por toda uma Organização.

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Em pouco tempo o Cloud Computing atingirá o seu pico de utilização e proliferação. Neste momento, a possibilidade da sua implementação é já uma realidade em alguns Sistemas de Informação Geográfica!

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Os SIG no auxílio em Catástrofes

Considerando o cenário de uma catástrofe natural, guerra ou terrorismo, em que um determinado país fica sem recursos indispensáveis à sua sobrevivência: água, comida, etc., e perante a necessidade de ajuda humanitária de outros países, são desencadeados uma série de processos e mecanismos de logística complexos. Normalmente, em cenários desta índole, são enviados aviões com tendas, alimentação, medicamentos, etc. Ao chegarem ao destino surge um problema: o armazenamento e distribuição destes bens em segurança, de forma ordenada, equitativa e mais optimizada possível.

Recorrendo a um SIG, tirando proveito de informação e serviços disponíveis online, algumas medidas podem ser tomadas. O primeiro passo será agregar informação de diferentes fontes de forma a ter o conhecimento mais preciso possível do território. Depois, sobre esta informação de contexto torna-se necessário um maior e mais preciso volume de informação estatística e pontual sobre o evento ocorrido e os danos causados, de modo a determinar as necessidades mais urgentes. Após agregar esta informação, serviços online de geoprocessamento poderão ser usados para priorizar quais as áreas a intervir, qual a melhor maneira de deslocar as forças no terreno, quais os locais onde implantar infra-estruturas de suporte, etc. Deste modo, é possível fazer chegar, de forma ágil e eficaz, a ajuda aqueles que mais necessitam no menor espaço de tempo possível.

Notas FinaisOs Sistemas de Informação Geográfica primam então pela sua capacidade de serem os Sistemas de Informação por Excelência para uma representação mais fiável da realidade, integrando informação de múltiplas fontes, modelando-a e processando-a de maneira intuitiva e com sentido para nós, humanos. Tendo este tipo de informação em suas mãos, uma Organização é então passível de dar o passo final para um verdadeiro Sistema de Decisão Estratégica.

Entre todas as componentes dum Sistemas de Informação Geográfica, algumas das quais descritas anteriormente, de salientar a mais importante, como nos demais Sistemas de Informação: a componente Recursos Humanos… Quem cria estes sistemas? Quem os mantêm? Quem os utiliza? Quem os dá a conhecer?!