SISTÉMICA.

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 SISTÉMICA Profª - Graça Simões Contactos - [email protected]  (4ª Feira 16 – 17:30h) Avaliação – Frequência (mínimo 12) – 10 Janeiro 11h, Exame 21 Janeiro 11h LER: - Dossier de Textos: TMC (Weaver), Fiske, Le Moigne, A Sistémica (Duiran ) Meados do Século XX (1945) - Teoria Matemática da Comunicação – TMC – 1949 - exprime o modelo emissor- receptor. Claude Shannon (membro do MIT) – estudou natureza física e capacidade do canal. - Cibernética – Norbert Wiener – 1948/49 - quantidade de informação tem como unidade de medida o BIT. Forma de permitir globalmente comportamento das várias entidades. Cibernética olha para entradas e saídas de informação, e para um mecanismo de auto- regulação – feedback de qualquer entidade (opaca, caixa negra). - Teoria Geral dos Sistemas – TGS – Bertalanffy – 1947 - entender o que se passa dentro da tal caixa negra, definição do sistema como conjunto de componentes em permanente interacção (troca de informação). Para compreender um ser há que levar em conta que a sua identidade se deve à interacção dos componentes. O fio condutor destas três teorias é a permanente redefinição do que é informação. 1 TEORIA M ATEMÁTICA DA COMUNICAÇÃO (ou da informação) - Desenvolvida em 1949 por Claude Shannon, embora o texto mais importante seja de Waren Weaver, o grande responsável pela divulgação do modelo. Refere um sentido vasto de comunicação, incluindo entidades não humanas, com comportamento de cariz motivacional. Fonte de Emissor Receptor Destinatário Informação (Encoder) (Decoder) A fonte concebe uma mensagem, entrega-a a outra entidade – o emissor – que a encaminha e codifica, de forma a que seja adaptado e possa passar em determinado canal. Ruído são todas as interferências no canal, que deturpam o sinal. A mensagem chega ao receptor, que a descodifica. Uma só entidade pode desempenhar diferentes funções. Shannon procuruou uma forma de codificar o sinal que permitisse resistir aos efeitos do ruído. Esta era uma solução para o problema, alternativa aos aperfeiçoamentos técnicos. Acrescentar à mensagem inicial componentes redundantes é uma forma de tentar assegurar essa resistência. Para além da redundância, outra componente importante estudada por Shannon foi a capacidade do canal. Estas questões são somente de ordem técnica, independentemente do sentido. Para Weaver uma teoria da comunicação não pode resumir-se a estes problemas, por isso enunciou três níveis de problemas: técnico, semântico (B) e pragmático (C). Os de ordem semântica estão sempre envolvidos em processos de natureza comunicacional (atribuição de sentido por parte do destinatário), os pragmáticos prendem-se com a seguinte questão: se há intenção da fonte no sentido de alterar comportamento do destinatário, como garantir essa mudança? Weaver defende uma interdependência entre os três níveis. O modelo matemático da comunicação caracteriza-se pela sua simplicidade, cariz intuitivo e linear (processo de comunicação entendido de forma linear, impedindo que haja relação fonte/destinatário), conceito de informação como quantidade (conta feita somando e multiplicando elementos dos sinais, medida em Bits). A previsibilidade de determinada mensagem ou carácter faz depender a quantidade alta ou baixa de informação, como valor. Por exemplo, o valor informacional de sair cara ou coroa numa moeda é de 0,5 bits, a quantidade de informação na distribuição de cartas vai diminuindo gradualmente.

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SISTÉMICAProfª - Graça SimõesContactos - [email protected] (4ª Feira 16 – 17:30h) Avaliação – Frequência (mínimo 12) – 10 Janeiro 11h, Exame 21 Janeiro 11h

LER:- Dossier de Textos: TMC (Weaver), Fiske, Le Moigne, A Sistémica (Duiran)

Meados do Século XX (1945)- Teoria Matemática da Comunicação – TMC – 1949 - exprime o modelo emissor-

receptor. Claude Shannon (membro do MIT) – estudou natureza física e capacidade do canal.- Cibernética – Norbert Wiener – 1948/49 - quantidade de informação tem como

unidade de medida o BIT. Forma de permitir globalmente comportamento das várias entidades.Cibernética olha para entradas e saídas de informação, e para um mecanismo de auto-regulação – feedback de qualquer entidade (opaca, caixa negra).

- Teoria Geral dos Sistemas – TGS – Bertalanffy – 1947 - entender o que se passadentro da tal caixa negra, definição do sistema como conjunto de componentes em permanenteinteracção (troca de informação). Para compreender um ser há que levar em conta que a suaidentidade se deve à interacção dos componentes.

O fio condutor destas três teorias é a permanente redefinição do que é informação.

1 TEORIA MATEMÁTICA DA COMUNICAÇÃO (ou da informação)- Desenvolvida em 1949 por Claude Shannon, embora o texto mais importante seja de

Waren Weaver, o grande responsável pela divulgação do modelo. Refere um sentido vasto decomunicação, incluindo entidades não humanas, com comportamento de cariz motivacional.

Fonte de Emissor Receptor Destinatário

Informação (Encoder) (Decoder)

 A fonte concebe uma mensagem, entrega-a a outra entidade – o emissor – que aencaminha e codifica, de forma a que seja adaptado e possa passar em determinado canal.Ruído são todas as interferências no canal, que deturpam o sinal. A mensagem chega aoreceptor, que a descodifica. Uma só entidade pode desempenhar diferentes funções. Shannonprocuruou uma forma de codificar o sinal que permitisse resistir aos efeitos do ruído. Esta erauma solução para o problema, alternativa aos aperfeiçoamentos técnicos. Acrescentar àmensagem inicial componentes redundantes é uma forma de tentar assegurar essa resistência.Para além da redundância, outra componente importante estudada por Shannon foi acapacidade do canal. Estas questões são somente de ordem técnica, independentemente dosentido.

Para Weaver uma teoria da comunicação não pode resumir-se a estes problemas, por 

isso enunciou três níveis de problemas: técnico, semântico (B) e pragmático (C). Os de ordemsemântica estão sempre envolvidos em processos de natureza comunicacional (atribuição desentido por parte do destinatário), os pragmáticos prendem-se com a seguinte questão: se háintenção da fonte no sentido de alterar comportamento do destinatário, como garantir essamudança? Weaver defende uma interdependência entre os três níveis.

O modelo matemático da comunicação caracteriza-se pela sua simplicidade, carizintuitivo e linear (processo de comunicação entendido de forma linear, impedindo que hajarelação fonte/destinatário), conceito de informação como quantidade (conta feita somando emultiplicando elementos dos sinais, medida em Bits). A previsibilidade de determinadamensagem ou carácter faz depender a quantidade alta ou baixa de informação, como valor.Por exemplo, o valor informacional de sair cara ou coroa numa moeda é de 0,5 bits, aquantidade de informação na distribuição de cartas vai diminuindo gradualmente.

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Linhas de força deste modelo: transmissão linear da informação, informaçãoquantificável, perspectiva de transmissão de informação (trabalho principal não se prende comreceptor ou emissor, mas sim com o canal, código e interferências). É uma teoria aplicável aqualquer tipo de mensagem, de acordo com determinadas regras, que tenta explicitar, sendo oobjectivo passar a maior quantidade possível de informação em pouco tempo.

 A partir de uma reflexão de condições ideias Shannon parte para as reais,

generalizando para as restrições que a realidade impõe. Idealiza uma situação ideal, em queseria possível retirar a informação desnecessária, não pondo em causa a integridade damensagem no receptor, conhecedor de todas as possibilidades e regras. Há que negociar entreobjectivos economicistas (análise matemática e física em condições económicas) e a dimensãoda realidade (existência de ruído não permite desenvolver técnicas para condiçõeseconómicas). As questões ligadas ao canal são, assim, determinantes no trabalho que se fazsobre a mensagem. O código é uma operação que tem em conta as características do canal.

Shannon deparou-se com diversas questões:1 – como medir quantidade de informação?2 – como medir capacidade do canal?3 – a acção do emissor (transformar mensagem em sinal, codificando-a) – quais as

características do processo de codificação eficaz; sub-pergunta: quando a codificação obtida éboa, qual a quantidade de informação que pode passar e que realmente passa no canal?

4 – quais as características gerais do ruído e como afecta a exactidão da mensagem;como diminuir efeitos e até que ponto podem ser eliminados?5 - Shannon começa por estudar questões de natureza discreta da mensagem (mais

fáceis que as analógicas ou contínuas), pelo que é necessário saber como é que o facto dosinal ser contínuo (linguagem oral, música) modifica a questão.

 A entropia existe em todos os sistemas fechados e tende a aumentar ao longo dotempo (2ª Lei da Termodinâmica). Por entropia entende-se a medida da temperatura ou graude organização interna de um sistema. Se tem uma determinada quantidade de entropia, aoevoluir tende a tornar-se uma massa indistinta. Qualquer sistema tende a esse aumentogradual (desordem, caos). Mesmo sem ruído temos um sistema físico sujeito às forçasentrópicas. A informação relaciona-se com o grau de imprevisibilidade da mensagem, numsistema muito organizado há situações preponderantes mais prováveis. Num sistema aberto as

trocas de informação com o exterior contrariam forças internas (entrópicas) inerentes a umsistema fechado. Neguentropia é a negação da entropia.

Diferentes formas de pensar a informação (sentidos):1 – Como mensagem Sentido de que nos fala Shannon (algo transmitido de emissor a receptor), põe de lado

o papel interpretativo do emissor ou receptor.2 – Como padrãoQualquer padrão/forma reconhecida como tal, é considerada informação. Identificação

do padrão (forma como forma) supõe uma actividade cognitiva. Pressupõe separação entre umdeterminado objecto e a sua representação. Não tem a ver com transmissão mas sim comrepresentação de algo. Não é necessário interpretar a forma, apenas identificá-la.

3 – Como estímulo sensorial ou input Organismo tem sistema nervoso que recebe estímulo, considerado informação.4 – Como influencia que leva a uma transformação “Informação é uma diferença que gera uma diferença” – Gregory Barson. À luz da

teoria matemática da comunicação, acentua que só é informação o que tem em nós, ounalguma entidade, efeito ou impacto, gerando uma diferença (qualquer tipo de alteração). Estadiferença não implica necessariamente uma interpretação semântica (exemplo da cibernética).

Ponto de vista etimológico – raiz da palavra in-formar (educar, dar forma) – associamosconteúdo formativo à palavra informação. Esta dimensão da noção de informação não existena definição de informação como input.

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 Síntese da Teoria Matemática da Comunicação- Ruído ao nível técnico é algo acrescentado ao sinal, entre emissor e receptor, alheio a

qualquer intenção da fonte.- Estende noção de ruído para alem do canal E-R. Ruído abarca mais do que aquilo

que é acrescentado à mensagem por problemas do canal (estendido a problemas do emissor,

condições de recepção, nível semântico). Deixa de estar somente associado às característicastécnicas e passa a ser entendido como tudo o que afecta a transmissão.

- Introdução da noção de ruído semântico – distorção do sentido.- Há quem proponha a introdução de um receptor semântico, para além do técnico

(operações de descodificação técnica e semântica).- Noção de capacidade do canal – facto irrefutável: todos os canais têm limite máximo

(passível de ser medido). Há também uma capacidade de recepção e descodificação técnica.- Importância da redundância, como oposto da entropia (baixa previsibilidade). Entropia

como problema ou dificuldade na comunicação, redundância como forma de resolução.“Entropia é um conceito que tem menos valor” (pág. 12). Redundância vital para o processocomunicacional, já que ao nível técnico é um procedimento para resolver problemas oriundosdo ruído, para diminuir progressão para entropia (que a mensagem sempre tem, mesmo semruído).

- Importância da redundância também nas dinâmicas de relações sociais, pese emboraa sua nulidade de valor informacional.

- Fiske alarga conceito de redundância (fala como já vimos em ruído técnico esemântico), contrariando ambos os tipos de ruído.

- Questão da redundância relacionada com a natureza da audiência, na escolha doselementos redundantes a introduzir. Toda a intervenção de ordem comunicacional quem temem atenção características da audiência é uma atitude profundamente comunicacional.

- Importância das convenções e normas, para além do código (passível de ser elencado, finito, não ambíguo, nível técnico). A norma e a convenção é algo que tem definiçãoa nível semântico, e não técnico. Redundância relaciona-se profundamente com questões decódigo e norma. (ex: redundância nas mensagens publicitárias). As convenções e normas sãode natureza cultural, o que faz com que os receptores atribuam ou não sentido à mensagem.

- Caracterização da audiência ou receptor no que concerne à dimensão eheterogeneidade.

- Fiske considera que falta no modelo de Shannon o conceito de Médium. Existe oconceito de canal como conjunto de meios físicos, mas não o de médium, conjunto de meiosfísicos e técnicos de conversão duma mensagem num sinal capaz de ser transmitido atravésde um canal. Assim o codificador de Shannon difere do Médium de Weaver, pelo seu carizmeramente técnico.

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2 CIBERNÉTICA

 A cibernética vem introduzir um novo conceito, ausente na Teoria Matemática daComunicação: feedback, noção central da teoria cibernética. Esta tem grande simbiose com aTeoria Geral dos Sistemas, não sendo consensual qual delas nasceu primeiro. Wiener era

matemático e trabalhava na questão dos mísseis, preocupando-se com a questão de comofazer com que a bomba perseguisse o alvo. O míssel teria de incorporar informação e alterar oseu comportamento. Esta noção está associada ao mecanismo cibernético desta forma:

Entrada Saída

O mecanismo, face a inputs, tem determinado comportamento, existindo processointerno de auto-regulação dos comportamentos, de natureza informacional. O fluxo deinformação é trabalhado pelo mecanismo regulador (subsistema), que processa informação,compreendendo-a face a objectivos (internos ou externos ao sistema). Esta informação agesobre a entrada, modificando comportamento da entidade. Vemos assim a razão pela qual osfluxos de informação e mecanismos de regulação têm importância vital para a cibernética. O 1ºlivro de Weiner “Cybernetics or Control and Communication in the animal and the machine”demonstra os dois conceitos centrais da cibernética – controlo e comunicação. Weiner reconhece na cibernética possibilidade de interpretar não máquinas, dinâmicas sociais.

 A entidade é vista como caixa negra – pretensão da cibernética de explicar comportamentos independentemente da natureza da entidade. Dá importância aosmecanismos de regulação e lógicas comunicacionais. A cibernética é acusada de ser redutora,

por não olhar para dentro, para a natureza das coisas. Aquilo que distingue entidades denatureza diferente é a estrutura e complexidade dos mecanismos reguladores. Este modelopode explicar comportamento de uma entidade num determinado momento ou ao longo dotempo. Existem dois tipos de mecanismos de regulação: no sentido de incentivar a entidade amanter comportamento – regulação positiva, ou no sentido de alterar a progressão docomportamento – regulação negativa. O feedback, apesar do uso comum que se faz do termo,apenas se aplica à regulação negativa.

Independentemente do substrato podemos estudar os sistemas à luz destemecanismo. A cibernética estuda sistemas que são sub-parte dos sistemas de controlo (quepodem ser em circuito fechado ou aberto). Circuitos abertos têm uma característica que osdistingue – o mecanismo de controlo da sua actividade é independente do estado final dosistema (ex: torradeira eléctrica), passando-se o contrário nos sistemas de controlo em circuitofechado, estudados pela cibernética (ex: termóstato), já que neles se dá retroacção do

resultado final sobre as entradas (retroacção positiva ou negativa). Há que ter em conta ossistemas de transmissão de informação, processamento e memória. Quer o controlo quer adeterminação de objectivos podem ser internos ou externos ao sistema, sendo este compostopor elementos interrelacionados e em interacção (daí resulta identidade do próprio sistema).

Regulador 

Objectivos

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3 TEORIA GERAL DOS SISTEMAS A Teoria Geral dos Sistemas considera que se pode aplicar a definição de sistema

independentemente da natureza do objecto. Para a sistémica o mais importante é o que é denatureza informacional. O sistema é sempre uma entidade dinâmica (estrutura é um conceitomais estático). São diversas as tipologias de sistemas, na sua maioria com cariz dicotómico,como: abertos/fechados (em torno da natureza da fronteira), naturais/artificiais,

físicos/abstractos, determinísticos/probabilísticos.A tipologia de Boulding data de 1956 e considera as seguintes categorias:- Sistemas estáticos – compostos por estruturas que têm como característica

fundamental um arranjo entre partes de natureza fixa e estável (ex: universo, sistema solar).- Sistemas dinâmicos simples – compostos por elementos mecânicos e movimentos

pré determinados e invariáveis (ex: relógios, alavancas, roldanas).- Sistemas cibernéticos simples – mecanismos de controlo, mantém estado de

equilíbrio a partir de mecanismos de auto-regulaçao, com limites estabelecidos. Nível quecongrega sistemas que mantém equilíbrio através de mecanismos de retroacção (Ex:termóstato).

- Sistemas abertos – autónomos e auto-reguláveis. Neste nível começa a separaçãoentre vivo e não vivo (reprodução). (Ex: células).

- Organismos inferiores – começa a haver capacidade de diferenciação (especializaçãodas suas partes). (Ex: universo da botânica).

- Animais – “inferiores”, também um pouco o humano, mobilidade e comportamentoteleológico.

- Ser Humano – capacidade de auto aprendizagem, utilização da linguagem e dosimbólico, inteligência e consciência de si.

- Sistemas socioculturais – nível de organização humana, sistemas cujascaracterísticas são indivíduos organizados de determinada forma.

- Sistemas simbólicos – “transcendentes” (Ex: sistema jurídico, filosófico).

Conceitos fundamentais da Sistémica- Sistema – engloba as ideias de inter-relação e interacção, sendo os conceitos

sistémicos válidos para o sistema principal mas também para as suas sub partes.

- Hierarquia – é interna ao sistema- Holismo – o todo é mais que a soma das partes (Gestalt como conceito sistémico)- Sistemas fechados – fronteira impermeável ao meio envolvente (dimensão de

pensamento fundamental da sistémica), considera relações internas (entre partes do sistema)mais importantes.

- Sistemas abertos – existe uma fronteira, mas as interacções com o meio fazem parteda análise e caracterização do sistema.

- Modelo de transformação (no caso dos sistemas abertos), seja de materiais, energiaou informação.

- Entropia – tendência de um sistema para a desordem e indiferenciação. Num casode entropia máxima seria impossível encontrar desenho funcional (seria um todo amorfo). Sónum sistema fechado se pode chegar a este grau de entropia (sucede com mais evidência nossistemas físicos ou mecânicos). Nos sistemas abertos demora muito mais, já que a entropia é

contrariada por fluxos de informação.* A sistémica quebra relações de natureza causal (considera sempre a mudança como

positiva, já que cria condições para diferenciação e complexidade).- Estado de equilíbrio – caso da entropia máxima (mais duradouro que nos sistemas

abertos) – equilíbrio dinâmico. Os inputs são necessários para estar constantemente areequilibrar-se.

- Feedback – essencial para sistemas abertos perseguirem estado de equilíbriodinâmico. Feedback como instrumento que contribui para que o sistema tenha informaçãosobre o seu ponto de equilíbrio.

- Elaboração interna – relaciona-se com o facto de o sistema aberto se movimentar para níveis mais complexos de organização e maior diferenciação.

- Objectos múltiplos – qualquer sistema aberto os tem, relacionados com objectivosdas partes e subsistemas.

- Equifinalidade – nos sistemas abertos o mesmo tipo de resultados pode ser obtidocom diferentes condições iniciais e de formas diversas (e vice versa).

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 Abordagem Sistémica- De que forma os sistémicos olham para a realidade, até chegarem ao modelo?

(Moigne, capitulo 3). Actividade conceptual de modelização (representação, construção).- Realidade = Fenómeno a modelizar - Sistema Geral = instrumento

- Resultado = Modelo 1, Modelo 2, Modelo 3Não há intervenção reflexiva/instrumental neutra, devido à história pessoal do

observador (valores, princípios, padrões culturais, grau de conhecimento). O observador “tirauma fotografia” e obtém uma representação. A utilização de um mesmo sistema (aparelhoteórico) não redunda necessariamente no mesmo modelo. Observadores diferentes originammodelos diferentes, e o mesmo observador, no tempo, pode originar vários modelos também.

- Forma de validação de modo amplo de certo modelo ou teoria:1º - expondo aos pares todo o processo de construção do modelo (antítese do

obscurantismo)2º - os pares reflectem e chegam (ou não) a um consenso de que o modelo é válido

(consenso contextualizado e provisório, que permite tomar o modelo como suficientementerobusto naquele momento).

Regras Básicas do Processo1 – Entre a teoria do Sistema (sistema) e o modelo tem de haver correspondência

isomórfica, ou seja, qualquer elemento do modelo tem de ter um e só um correspondente noreal (o modelo tem que ser um sistema também).

2 – Entre fenómeno (realidade) e modelo tem de haver correspondência homomórfica,ou seja, tudo o que está no modelo tem que ter correspondente no fenómeno. Podem haver coisas na realidade que não estão no modelo, já que este é uma redução, mas o contrário nãoé possível (não há nada na imagem que não corresponda ao objecto).

O Sistema Geral (sistémica) forma-se a partir de: TMC, Cibernética de 1ª ordem, TGSe Cibernética de 2ª ordem.

Análise de Le Moigne sobre a Teoria Matemática da ComunicaçãoPara que haja possibilidade de comunicação cada uma das entidades (E/R) tem de ter simultaneamente características e qualidades do outro. O receptor atribui significado próximoao pretendido pelo emissor (tem de ser capaz de produzir a mesma mensagem que recebe).Dos três níveis é importante conhecer o segundo (semântico).

Características do processo comunicacional entre 2 entidades:1. As entidades estão ligadas entre si2. Há qualquer coisa que as liga3. O que liga sistemas é um canal e um fluxo de informação4. Comunicação não significa partilha mas sim transmissão5. O que é transmitido é informação (mensurável)6. Informação é diferença que gera uma diferença (Bateson)

7. Qualquer coisa dita é dita por um observador. Toda a informação é criada por um observador.8. Código como conjunto estável e finito de objectos, há um número infinito de

códigos.9. O observador que construiu a mensagem, a partir de um código, trabalha na

hipótese de base de que essa selecção será compreendida por alguém, que étambém observador e conhece características do código (descodificação).

10. Para que o observador B possa receber uma informação criada e emitida peloobservador A em condições satisfatórias (tanto para A como para B) énecessário que o B esteja em posição para emitir a mesma informação querecebe de A.

Conceito de EMEREC – Emissor / Receptor 

 A nível genérico a sistémica procura: actividades e funções que dão sentido àentidade/sistema: estrutura ou organização dos elementos. Utiliza: linguagem de representaçãodos sistemas e linguagem gráfica.

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 Aplicação prática

Computador – Sistema de Processamento Electrónico de Dados - Entre a entrada de dados e a saída de resultados há uma caixa negra. Unidade de

entrada, de processamento e de saída são os subsistemas.

- Componentes lógicas/funcionais (físicas), uma delas é a função de software,indispensável ao funcionamento do computador. Dois grandes subsistemas: hardware esoftware.

- Componente memória: na unidade de processamento – a unidade aritmética e lógicafaz cálculos e comparações, a de controlo coordena o funcionamento (vendo o computaodr como fenómeno isolado).

- Interactividade entre dois sistemas: computador/utilizador (feedback como mecanismode auto-regulação de todo o sistema).

Cérebro humano – sistema humano de processamento de informação- Analogia cérebro/computador - Pressuposto: a cognição pode ser analisada em etapas distintas, lineares e

sequienciais, cada uma representada por uma entidade abstracta, recebendo cada fase

informação da etapa anterior ou seguinte.- O que sustenta a analogia: total independência do substrato (caixa negra). Análise

não tem em conta a natureza da entidade/fenómeno.- Modelo distingue três grandes processos/funções: sensoriais e de percepção,

motores (reacção física face ao estimulo) e cognitivos (Capacidade de organização,recuperação, manipulação de informação).

Organização como sistema sociotécnico- Organizações, instituições, composto por: pessoas (subsistema social), tarefas 

(realizadas de acordo com objectivos), tecnologias (subsistema tecnológico), recursostécnicos.

- Sistema aberto – relações de auto-regulação são essenciais. Organização comosistema de transformação: inputs (materiais, dinheiro, informação), outputs (produtos, serviços,

satisfação humana, crescimento, sobrevivência da organização, benefícios sociais).- A organização transforma os recursos e acrescenta-lhes utilidades, que se reflectem

nos resultados. Interacção contínua com o exterior (feedback).- Preocupação com a acção – gestão – subsistema que está no observador 

(preocupação).- O sistema é permeável face ao exterior, fronteiras dependem do observador.

Subsistemas interpenetram-se e estão em permanente interacção.1. Subsistema Objectivos e Valores – relacionam-se entre si, o que cada

organização considera distintivo e que justifica a acção/objectivo deste.Questões ligadas à cultura da empresa.

2. Subsistema Tecnológico – técnicas usadas numa determinada organizaçãopara alcançar determinados objectivos À luz de certos valores (desdeequipamentos até ao conhecimento técnico).

3. Subsistema Psicossocial – tudo o que está relacionado com indivíduos egrupos, as dinâmicas sociais – motivação pessoal, comportamento, estatuto,papel, redes de influência.

4. Subsistema Estrutural – forma de estruturação da organização, exprime-sena documentação, forma como se agrupam as tarefas.

5. Subsistema Administrativo ou de Gestão – reúne tudo, funções que dizemrespeito a: planeamento, politica, estratégias, explicitação dos objectivos.

Como sistema aberto tem relações de equifinalidade – não há relaçõescausa/efeito mas sim formas diferentes de atingir os mesmos objectivos.

Teorias contingenciais das organizações – um dos factores determinantes dosucesso é exterior à organização (onde a sistema falhou, por olhar sempre paradentro do sistema). Meio é mais forte para vida da organização que o seu interior (condições exteriores, situação).

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